Pet Food Brasil
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Revista Pet Food Brasil Ano 3 / Edição 15 / Jul - Ago 2011 / www.editorastilo.com.br Leveduras e os seus derivados Os saudáveis micro-organismos que estão presentes na indústria Pet Food Não é à toa que se investe cada vez mais em tecnologias e novas soluções Editorial 2 Prezado Leitor A busca por ingredientes alternativos para compor a alimentação animal, a fim de deixá-la com alto valor nutricional, colocou as leveduras em um patamar de destaque, recebendo atenção especial da indústria pet food. Estes micro-organismos oferecem alta palatabilidade, fontes de nutrientes, melhora a textura e digestibilidade da dieta e ainda contribuem para a saúde e bem-estar dos animais, só para citar alguns benefícios. Segundo dados do mercado brasileiro e considerando todos os tipos de leveduras utilizadas, calcula-se que o consumo anual mínimo seja de 26.000 a 30.000 toneladas para uso em pet food. O Brasil demonstra enorme potencial de crescimento e desenvolvimento destas soluções. Somos um grande produtor de levedura de cana e cerveja, muitas empresas estão aprendendo a lidar com este ingrediente, antes julgado subproduto e estão desenvolvendo novas tecnologias e soluções, algumas delas apresentadas nesta edição da Revista Pet Food. O empresário Stefan Widmann comanda, em São Paulo, a WIDI Tecnologia, empresa que representa com exclusividade, no Brasil, o grupo chinês Muyang – hoje considerado o segundo maior fabricante mundial de equipamentos e projetos para fábricas no segmento de ração animal. Widmann conta à nossa reportagem sobre os novos projetos, como a instalação de um Centro de Distribuição para peças de reposição que atuará em toda a América do Sul e as pretensões do grupo, que inclui a construção de uma fábrica no país. “Há mais de 50 anos ouvimos falar que o Brasil é o país do futuro e sinceramente acreditamos nisso. Desde 1998, com a estabilidade CAPA ed 15.pdf econômica muita coisa mudou e para melhor...o futuro realmente chegou!”. 1 09/08/11 16:18 Revista Pet Food Brasil Confira esta matéria e outras importantes notícias relacionadas ao mercado Ano 3 / Edição 15 / Jul - Ago 2011 / www.editorastilo.com.br pet food nas próximas páginas. C M Y CM Boa Leitura! MY CY CMY K Daniel Geraldes Edição 15 Leveduras e os seus derivados Julho/Agosto 2011 Os saudáveis micro-organismos que estão presentes na indústria Pet Food Não é à toa que se investe cada vez mais em tecnologias e novas soluções 3 4 Sumário 5 Diretor Daniel Geraldes Editor Chefe Daniel Geraldes – MTB 41.523 [email protected] 6 Jornalista Colaboradora Lia Freire - MTB 30222 Notícias Publicidade Luiz Carlos Nogueira Lubos [email protected] 16 Caderno Científico 18 Capa 24 Entrevista 28 Informe Técnico 30 Em Foco 1 32 Em Foco 2 34 Em Foco 3 36 Segurança Alimentar 44 Pet Food Online 46 Pet Market 48 Caderno Técnico 1 54 58 Caderno Técnico 2 Caderno Técnico 3 Direção de Arte e Produção Leonardo Piva [email protected] Conselho Editorial Aulus Carciofi Claudio Mathias Daniel Geraldes Everton Krabbe Flavia Saad José Roberto Sartori Vildes M. Scussel Fontes Seção “Notícias” Anfal Pet, Pet Food Industry, Sindirações, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Agência Estadão, Cepea/Esalq, Engormix, CBNA Impressão Intergraf Ind.Gráfica Ltda Distribuição ACF Alfonso Bovero Editora Stilo Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 São Paulo (SP) - Cep: 04004-000 Fone: (11) 2384-0047 A Revista Pet Food Brasil é uma publicação bimestral da Editora Stilo que tem como público-alvo empresas dos seguintes mercados: Indústrias de Pet Food, Fábricas de Ração Animal, Fornecedores de Máquinas e Equipamentos, Fornecedores de Insumos e Matérias Primas, Frigoríficos, Graxarias, Palatabilizantes, Aditivos, Anti-Oxidante, Embalagens, Vitaminas, Minerais, Corantes, Veterinários e Zootecnistas, Farmacologia, Pet Shops, Distribuidores, Informática/Automação Industrial, Prestadores de Serviços, Equipamentos de Segurança, Entidades da cadeia produtiva, Câmaras de Comércio, Centros de Pesquisas e Universidades, Escolas Técnicas, com tiragem de 10.400 exemplares. Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Notícias 6 7 Nutriave inaugura linha de extrusão produzida pela Ferraz A Nutriave, empresa que produz rações balanceadas, suplementos minerais e vitamínicos para grandes e pequenos animais, já está operando a sua nova linha de produção de alimentos extrusados, com capacidade de 10t.h. Com o seu parque industrial localizado em Viana- ES, o fabricante possui 04 linhas de extrusão da Ferraz, possibilitando atender todo o país, sendo os seus produtos encontrados em supermercados, pet shops etc. A Nutriave possui também uma linha completa de rações e vitaminas para pássaros, oferecendo alimentos extrusados, sementes e misturas completas para o setor. A empresa é uma das mais fortes parceiras da Ferraz, consolidando cada dia mais Jonair Pessini e Genilso Malini (Gerentes da Nutriave). um relacionamento comercial e de profundo respeito entre os seus diretores. Vipet Food’s do Brasil vai gerar 110 empregos no novo distrito industrial de Abelardo Luz Começaram as obras de instalação do primeiro empreendimento no novo distrito industrial de Abelardo Luz (SC). Trata-se da Vipet Food’s do Brasil que irá produzir rações para gatos, cães, gado e peixe. A previsão é gerar cerca de 110 empregos diretos e 220 indiretos. A futura fábrica de ração ocupa uma área de 28 mil metros quadrados e terá capacidade de produzir mais de 100 toneladas de ração por dia. A produção vai atender o mercado interno, abastecendo principalmente os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. De acordo com o empresário Osvaldo Vieira, a expectativa é inaugurar a empresa ainda no segundo semestre deste ano. “Escolhemos Abelardo Luz primeiro pela sua situação geográfica com uma rede viária que liga todo o Brasil e segundo porque é uma região com uma agricultura pujante onde num raio de 100 km teremos toda a matéria-prima”, explicou ele. O prefeito Dilmar Fantinelli relatou que há meses vinha negociando a vinda do empreendimento para Abelardo Luz. Ele desejou sucesso ao empresário e disse que mais duas empresas também devem se instalar em breve no local. “Também estamos em negociação com mais cinco outras empresas. De agora em diante vamos gerar muitos empregos em nosso município”, afirmou. O novo distrito industrial está localizado às margens da rodovia SC-467, km 20, saída para Xanxerê. Possui uma área total de quatro alqueires e tem capacidade para comportar empresas de médio e pequeno porte. O local disponibilizará toda a infraestrutura para o funcionamento das empresas. Notícias 8 Sorgo ganha força como matéria-prima para ração A demanda crescente de sorgo para a produção de ração animal, principalmente de suínos e aves, está estimulando a expansão do cultivo em Minas Gerais. De acordo com estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra estadual de sorgo, em 2011, pode alcançar 356 mil toneladas, volume 16,8% maior do que o registrado no ano passado. Segundo Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria da Agricultura, a previsão de aumento da safra de sorgo no Estado é sustentada pela expansão da área cultivada em 21,3%. “Dados da Conab mostram que Minas Gerais conta atualmente com 122,9 mil hectares plantados de sorgo”, diz a assessora. Na condição de segundo colocado na produção brasileira de sorgo, atrás de Goiás, Minas tem como destaques as regiões do Noroeste, Triângulo e Alto Paranaíba, com 44,3%, 39,2% e 12,1% de participação, respectivamente. O município que apresenta maior safra é Unaí (Noroeste), onde a área plantada é da ordem de 20 mil hectares e a produção estimada alcança 84 mil toneladas, volume equivalente a um aumento de 45,8% em relação ao da safra anterior. Em Minas, a colheita do sorgo – que foi plantado em fevereiro e março – começa por volta de agosto e segue até outubro/novembro. A oferta do produto é grande em Unaí, mas ainda assim a cotação está entre R$ 16,00 e R$ 17,00 a saca de 60 quilos, 50% maior que a registrada na safra anterior, segundo a avaliação do produtor Dirceu Júlio Gato. “Os produtores obtêm um lucro de 20% a 25% do preço pago pela saca.” O presidente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), João Bosco Martins de Abreu, diz que um grande número de empresários do setor, no Estado, prefere dar aos animais a ração à base de sorgo em substituição ao milho. “O sorgo é uma boa alternativa porque tem boa qualidade nutritiva e possibilita a formulação da ração a um custo acessível.” Utilizado no Brasil principalmente como alimento para os animais, o sorgo tem grande potencial também como fonte de matéria-prima para biocombustíveis, segundo estudo da Embrapa Milho e Sorgo. Em diversos países, como os Estados Unidos, a cultura é utilizada em volume cada vez maior para a produção de combustíveis. Fonte: Redação da Secretaria da Agricultura / MG Nutreco Fri-Ribe acelera crescimento no BR O presidente da Nutreco Fri-Ribe, Eduardo Amorim, diz que Prestes a completar dois anos, em setembro, a joint venture criada pela brasileira Fri-Ribe e a holandesa Nutreco no setor de nutrição animal prevê crescer 22% em 2011, quadruplicar os investimentos e, possivelmente, adquirir novas companhias. De acordo com o presidente da Nutreco Fri-Ribe, Eduardo Amorim, a empresa deve fechar o ano com uma receita próxima de R$ 186 milhões, ante R$ 152 milhões em 2010. “Nossa meta é dobrar esse valor nos próximos cinco anos e colocar a empresa entre as três maiores fabricantes de rações do país”, afirma. Atualmente, a companhia se encontra entre as cinco maiores do ramo. A Nutreco, uma das maiores empresas do mundo nesse ramo, com faturamento de € 5 bilhões por ano, tem 51% de participação na joint venture e os acionistas da Fri-Ribe, 49%. A Nutreco Fri-Ribe programa investir R$ 15 milhões nos próximos dois anos, apenas na modernização das linhas de produção e no lançamento de novos produtos. Segundo Amorim, o volume é quatro vezes maior do que o investido nos últimos dois anos. A empresa tem cinco fábricas nos Estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Ceará e Piauí. Amorim não descarta ir às compras para acelerar a expansão dos negócios. “Nosso foco é o crescimento orgânico, mas estamos preparados para novas aquisições. Estamos presentes em cinco Estados e isso facilita. Há no mercado empresas locais, bem estruturadas e de baixo risco”, explica. O executivo lembra que o setor de nutrição animal ainda é extremamente pulverizado e apresenta, na média, margens de lucro bastante apertadas. “Estamos em um processo de consolidação muito intenso, mas que ainda está no começo. Há cerca de 2 mil empresas neste mercado.” Desde o início da joint venture, a Nutreco Fri-Ribe lançou 35 novos produtos nas linhas de gado de leite, equinos, peixes e camarões. A aquicultura é uma das grandes apostas da companhia. O segmento aumentou sua participação e já responde por metade da receita, de 40% há dois anos - a Nutreco é lider mundial na produção de rações para peixes. Segundo dados do Sindirações, entidade que representa as empresas do setor, a aquicultura responde por apenas 3% da produção brasileira de rações. Estimativas sugerem que este número pode crescer de quatro a cinco vezes nos próximos anos. No ano passado, a Nutreco Fri-Ribe produziu pouco mais de 150 mil toneladas de rações, volume que deve crescer 7% neste ano. Ao todo, o mercado brasileiro de nutrição animal movimenta 60 milhões de toneladas em produtos e R$ 16 bilhões. Fonte: Valor Econômico 9 10 Notícias 11 Brazilian Pet Foods agrega mais valor aos seus produtos A Brazilian Pet Foods agregou mais valor aos seus produtos. A partir de agora, como estratégia a franqueadora Brazilian Pet Foods Licensee, permite aos parceiros, hoje franqueados, maior flexibilidade nas negociações e padronização de todos os produtos. A estratégia lançada desde o início de 2011 foi comemorada em alto estilo no dia 04 de junho no Hotel Palm Plaza em Campinas, SP. O evento contou com a presença de todos os franqueados, onde foram entregues os certificados. Muita festa e muita alegria para comemorar essa nova etapa. A Brazilian Pet Foods Licensee nasceu para potencializar o compromisso com a qualidade, zelar e garantir ao consumidor final maior segurança alimentar dos produtos. Todas as linhas de produtos já contam com a certificação do Programa Integrado de Qualidade Pet (PIQPET). Esta certificação só é fornecida para empresas que seguem as normas, de códigos da BPF (Boas Práticas de Fabricação) e Programas de Certificações Internacionais (APPCC com base no Codex Alimentarius), que cumprem o programa de APPCC (segurança do alimento) e a legislação nacional. Tudo isso garante a segurança e confiabilidade dos produtos comercializados e o integral cumprimento de todas as normas e regulamentos legais. A Brazilian Pet Foods tem o selo PIQ PET para todas as suas linhas Sandra e Marcos Calsavara, com Adilson e Bráulio Mattos. Os anfitriões com Alikan Silveira. Sandra e Marcos Calsavara. Antonio Jose Bedani, Laerte Henrique Chiqueto, Marcelo Ferrari, Jose Marcos Calsavara, Tarcisio Correia de Melo, Marcio Ardigueri e Osmar Peterlini. Sandra Viudes Calsavara, José Marcos Calsavara, Henrique Sérgio Garcia, Márcio Petruci Bezado e Carlos Teixeira. de alimentos, do super Premium ao standard. A empresa tem certificação de Sistema de Segurança do Alimento, BPF (Boas Práticas de Fabricação) e APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). Todos os franqueados tem a garantia Brazilian Pet Foods Licensee e o compromisso com o consumidor está protegido, ele pode confiar. Certificação dos Franqueados Um elegante evento marcou a entrega dos certificados aos primeiros franqueados Brazilian Pet Foods Licensee. Apresentado por Carlos Nascimento, jornalista do SBT, o encontro corporativo foi realizado em Campinas, no Royal Palm Resort e reuniu mais de 250 convidados de todo o Brasil, que foram recebidos pelos anfitriões Marcos e Sandra Calsavara. O evento marcou a nova fase da empresa sediada em Arapongas (PR), e que é a 8ª maior do mundo no mercado pet food. Novidade nutritiva, renova opções de alimentos para o mercado pet Soups agora também no cardápio de cães e gatos A Brazilian Pet Foods apresenta uma das principais novidades do ano no mercado de alimentos para pets, as “Soups” agora para cães e gatos, nos sabores carne, frango e peixe. Este alimento vem em pó, em embalagem de 30 gramas e depois da adição de água morna se transforma em 150 gramas para o consumo do animal. Altamente saborosa ao paladar dos pets, a “soup” em alguns minutos obtém uma textura cremosa, com pedaços de carne e um sabor irresistível. Esta tecnologia do alimento liofilizado, um tipo de hidratação moderna e que preserva as qualidades do alimento, é comum para os astronautas, e vem ganhando o mercado brasileiro em pequena escala há apenas 10 anos. As “Soups” Brazilian Pet Foods são uma nova forma de alimentar que se apresenta e com um processo que é considerado um dos mais seguros em termos microbiológicos, de nutrição, sensoriais, além da vantagem de excelente conservação mesmo em condições especiais. Como têm menos volume, são mais leves, eles conservam todas as propriedades do alimento, o que inclui as proteínas e vitaminas que são muito importantes. O alimento é desidratado num processo diferenciado que é chamado de sublimação. Congelada a água da célula passa direto do estado sólido para o gasoso. E desta maneira as proteínas e vitaminas que são sensíveis ao calor, nesse processo de sublimação conservam suas Laurita e Edson Fila Bortoletto. Karla Farah e Alikan Silveira Jr. Marcos e Sandra Calsavara com os filhos Emanuelle e Marquinhos. propriedades nutritivas. A empresa Brazilian Pet Foods é a primeira no país a apresentar este tipo de alimento em saches, nas versões carne, galinha e peixe. Notícias 12 13 Está disponível a 5ª Edição do Manual de Sustentabilidade PIQ PET Ourofino lança linha exclusiva para aves ornamentais Esta edição traz novidades em seu conteúdo como o Guia de Sustentabilidade PIQ PET, Guia de Boas Rumo aos 25 anos de produção na área de saúde animal, a Ourofino Agronegócio, Práticas na Distribuição e nos Pontos de Venda e Guia Nutricional para Peixes e Aves de Estimação além mais uma vez atenta às oportunidades de mercado, lança sua nova linha de produtos da atualização dos Guias Nutricional Pet, Guia de Matérias Primas, Guia de Identidade e Qualidade, Guia de suplementação para pet, desenvolvida especialmente para aves ornamentais: a de Laboratórios e Guia de Legislações. Bella Ave. O conteúdo do Manual engloba informações técnicas para fabricação de alimentos que atendam os mais exigentes padrões de qualidade e segurança de alimentos. Além dos 45 produtos já fabricados pela empresa para animais de pequeno porte, a Bella Ave acrescenta seis novos itens ao portfólio da Ourofino. “Nossa proposta é atuar em uma nova área com uma linha de suplementos completa, com fórmula • Guia Nutricional Pet: Recomendação dos perfis nutricionais, de alimentos industrializados para cães e exclusiva para todas as necessidades de cada fase da vida das aves ornamentais e gatos com base em pesquisas nacionais e internacionais, classificação de produtos e protocolos de testes. ainda oferecer o diferencial da dosagem única”, explica a gerente de Marketing da • Guia Nutricional para peixes e aves de estimação: Recomendação dos perfis nutricionais para diversas Linha Pet da Ourofino, Karina Kowalesky. espécies de peixes ornamentais e aves de estimação. • Guia de Matérias-Primas: Guia de ingredientes utilizados na alimentação animal com informações sobre o processo de produção e definição de seus pelos produtos Todo Dia, Recuperação, Ferro, Reprodução, Muda e Canto. Um diferencial é a posologia ser sempre a mesma: 10 parâmetros de qualidade. Importante Guia para implantar o APPCC Pet. gotas diárias para aves menores e 20 gotas para as maiores, ambas para serem diluídas em 50ml de água, independente da raça. • Guia de Identidade e Qualidade: Características de composição e qualidade de alimentos completos, alimentos coadjuvantes, alimentos específicos e “Estas soluções orais foram desenvolvidas com base em pesquisas de mercado para facilitar ao criador a suplementação do animal”, produtos mastigáveis para cães e gatos. acrescenta Kowalesky. • Guia de Sustentabilidade PIQ PET (Boas Práticas de Fabricação Pet, Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, Requisitos Ambientais, Requisitos Sociais e Requisitos Econômicos): Define, através do conjunto de ações, uma linha de conduta sustentável para a empresa se alinhar a questões Bella Ave reúne os suplementos necessários para que a ave complete todos os ciclos”, afirma a gerente. ambientais e a qualidade de produtos e serviços oferecidos. • Guia de Boas Praticas na Distribuição e nos Pontos de Venda: Implantação e manutenção de programas de qualidade durante os processos de www.ourofino.com armazenamento e distribuição dos alimentos garantindo a qualidade dos produtos da indústria ao ponto de venda. • Guia de Laboratórios: Definição de métodos validados de análises físico-químicas, microbiológicas e de toxinas em matérias-primas e produtos acabados. Orientação aos Laboratórios que desejam implantar um Guia de Gestão da Qualidade baseado na ISO 17025:2005. • Guia de Legislações: Compilado das principais legislações destinadas à alimentação de animais de estimação. • Guia de procedimentos do Programa de Sustentabilidade PIQ Pet: Programa de incentivo as empresas do setor visando à busca de uma avaliação voluntária frente aos requisitos e práticas empresarialmente sustentáveis do ponto de vista econômico, ambiental e social. Para mais informações entre em contato: [email protected] (11) 3373 8203 Arroz na ração animal Pela primeira vez, o arroz vai ser utilizado na ração animal. É mais uma medida para recuperar os preços do grão. As operações serão feitas pelo Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). A decisão foi anunciada pelo Ministério da Agricultura, em Brasília. Sem restrições nutricionais ou financeiras, cerca de 500 mil toneladas de arroz podem substituir, imediatamente, o milho nas rações. “O produtor vai ter a garantia do preço mínimo e a indústria vai ter um preço menor do que ela está pagando hoje pelo milho”, ressalta o secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Mainardi. Como existe excesso do produto no mercado, o governo garante que os consumidores não vão ser afetados. O Ministério da Agricultura deve acertar com a equipe econômica os detalhes de como vai funcionar a comercialização do arroz. A expectativa é que o a venda do grão para as indústrias de aves e suínos comece em no máximo 30 dias. Fonte: Canal Rural A nova linha, que já está disponível em petshops de todo o Brasil, é composta Para que as aves completem seus ciclos de forma saudável é preciso que recebam doses corretas de vitaminas e minerais. “A linha Os produtos Bella Ave são produzidos na sede da Ourofino Agronegócio, em Cravinhos (SP). Outras informações em Notícias 14 15 M.Cassab em nova área Controle de Pescados O Grupo M.Cassab, empresa nacional com 15 unidades de negócios, especializado na importação, distribuição, trading e produção de insumos O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para diversos segmentos, anuncia a abertura da M.Cassab Foods, unidade voltada para o setor de alimentos, com foco na produção, importação e aprovou os novos métodos analíticos oficiais físico-químicos comercialização de pescados, derivados, entre outros. para o controle de pescado e seus derivados. As regras foram publicadas no Diário Oficial da União. A M.Cassab Foods inicia operação com a representação exclusiva da marca espanhola La Pescantina, da Connorsa, que atua com pescados e moluscos em conserva. A unidade passou a responder pela distribuição no Brasil das linhas de produtos Standard e Gran Selección, no início deste ano. “Investimos mais de 300 mil dólares no primeiro contêiner e o retorno já é positivo. Observamos excelente aceitação no mercado brasileiro”, afirma o a Instrução Normativa nº 25 define dois novos métodos de diretor comercial da M.Cassab Foods, Silvio Coelho. análise para desglaciamento e histamina. Entre os produtos da linha Standard, encontrados em empórios, mercearias e lojas especializadas estão os filés de Cavalinha em óleo comestível, Os exames de desglaciamento visam inibir fraudes Atum claro sólido em azeite de oliva, Atum claro sólido ao natural, Mexilhões em escabeche, Lulas em molho de tomate apimentado, Tentáculos de econômicas na venda dos produtos, pois o gelo utilizado na lula em óleo comestível e Sardinhas em óleo comestível. conservação do peixe deve ser descontado do peso final cobrado do consumidor. O teste de histamina - toxina que causa uma doença conhecida como Escombrotoxicose capaz de provocar alergias - indica se houve falhas higiênico-sanitárias no processamento ou na armazenagem do Já na linha Gran Selección destacam-se Atum branco sólido em azeite de oliva, Ventresca de Atum claro em azeite de oliva e o Bacalhau frito Além de descrever os processos de colheita de amostras, com molho Vizcaína. pescado. Segundo a responsável técnica pela área físico-química de produtos de origem animal , microbiologia de alimentos e ração animal do Ministério Para o segundo semestre deste ano, o Grupo M.Cassab planeja intensificar sua atuação no setor alimentício com a oferta de produtos diferenciados de tilápia, originados da criação própria verticalizada com uso do sistema de tanques-redes. da Agricultura, Josinete Barros de Freitas, além de trazer mais segurança alimentar para a sociedade, a norma abrirá novos mercados para os Com investimentos de R$ 15 milhões, as instalações da M.Cassab Foods com tanques de criação de tilápia serão em Rifaina, interior de São Paulo. Com produtos brasileiros. Os países da União Européia, por exemplo, exigem o resultado prévio da análise para histamina antes do embarque. capacidade produtiva mensal de 400 toneladas, a unidade focará a distribuição e comercialização do pescado no estado de São Paulo, mas pretende expandir a atuação para o mercado nacional. Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), de Pernambuco, e deverá ser incluída em um manual após a sua publicação. Com as novas técnicas, os resultados da análise deverão ser obtidos dentro de dois dias. O trabalho é liderado pela Coordenação-Geral de Apoio Laboratorial “Em breve, nossas tilápias já estarão sendo processadas no frigorífico próprio, que ocupará uma área de 15 mil m2 e capacidade inicial de A metodologia foi desenvolvida ao longo de três anos por especialistas da área de físico-química de alimentos de origem animal do processamento de 20 toneladas de peixes por dia”, explica o executivo. da Secretaria de Defesa Agropecuária (CGAL/SDA). Alta Tecnologia nos 22 laboratórios pertencentes à Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária. Todo o processo de cultivo de tilápias será certificado por agências nacionais e internacionais e será baseado nos pilares de sustentabilidade As avaliações serão realizadas nos seis Lanagros - localizados em Goiás, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Pará, Minas Gerais e São Paulo - e (econômica, social e ambiental), rastreabilidade e qualidade. Outro diferencial do ingresso da M.CASSAB Foods no segmento alimentício se dá com a Entre janeiro e março deste ano foram analisadas 706 amostras coletadas pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) nas unidades do Lanagro. utilização de tecnologia aliada à inovação em todas as etapas do processo. Saiba mais - Glaciamento: processo legalmente utilizado pelas empresas no qual se adiciona uma camada de gelo ao pescado congelado, Nos tanques-rede, por exemplo, a alimentação será monitorada por sistemas computadorizados, evitando assim desperdícios e maximizando o uso que tem a função de proteção do produto contra a desidratação e oxidação pelo frio. O peso deste gelo deve ser descontado do peso final do racional de alimento. A água dos viveiros de reprodução e alevinagem também será reaproveitada graças a um moderno sistema de recirculação fechada. produto, de forma que o peso líquido declarado ao consumidor seja o peso efetivo do pescado, isto é, descontado do peso da água utilizada Além disso, as rações usadas na criação dos peixes terão elevados índices de aproveitamento, e baixos índices de conversão alimentar. no procedimento. “A piscicultura é uma atividade relativamente nova, com grande potencial de crescimento no Brasil e no mundo. Em nosso primeiro ano de atuação Histamina: substância produzida naturalmente por alguns tipos de pescado, que pode causar reações alérgicas se estiver presente em grande esperamos um crescimento acima de 15%”, completa Coelho. A unidade conta hoje com 16 colaboradores, mas a expectativa do Grupo M.Cassab é quantidade. No caso do Brasil, o principal peixe comercial que contém a histamina é o atum. O controle de temperatura do pescado evita que contar com 190 profissionais até o final de 2012, sendo 150 recrutados para a produção de tilápias, em Rifaina. a substância seja produzida em quantidades prejudiciais ao consumidor. Fonte: Assessoria de Imprensa M.Cassab Fonte: Mapa Brasil: 80 milhões de toneladas de ração até 2020 Maringá (PR) foi o local indicado para realização do 1º Congresso sobre Tecnologia da Produção de Alimentos para Animais, evento que é uma iniciativa do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), e foi realizado nos dias 23 e 24 de agosto de 2011, no Hotel Deville, em Maringá (PR). A cidade é um pólo que congrega cerca de 110 municípios, onde estão localizadas duas das maiores cooperativas agroindustriais do país, com destaque na área de grãos. Dezenas de empresas também mantêm unidades de produção de alimentos para animais na região, que é grande produtora de proteína animal. Assim, com destaque na área de nutrição animal, o agronegócio é a atividade mais forte na região de Maringá, com atuação voltada para atender o mercado internacional. Não por acaso, o evento do CBNA também atraiu a participação de cooperativas e agroindústrias nacionais, incluindo a indústria de sal mineralizado e pet food, A indústria de alimentos para animais produz mais de 60 milhões de toneladas no Brasil, com crescimento anual em torno de 4%. A avicultura é a maior consumidora de rações (47%), ante 25% dos suínos e 11% da pecuária, incluindo corte e leite. O setor de animais de companhia também tem grande destaque, crescendo num ritmo de aproximadamente 8% ao ano. Nesse ritmo, e em especial diante da expectativa de crescimento no consumo global de proteínas animais, as projeções apontam que a produção brasileira atingirá o patamar de 80 milhões de toneladas em 2020. Fonte: CBNA - Assessoria de Imprensa Mig PLUS Agroindustrial - Incremento de 42% no 1º Semestre A Mig PLUS Agroindustrial Ltda, com sede em Casca/RS, voltada ao segmento de nutrição animal, informa o expressivo crescimento de 42%, em seu faturamento no 1º semestre de 2011, comparado a 2010, superando as expectativas projetadas inicialmente e muito superior ao crescimento nacional. O aumento participativo no mercado, corrobora os permanentes investimentos na modernização e aperfeiçoamento de seus processos fabris, na manutenção e ampliação da qualidade, segurança e rastreabilidade de seus produtos, disponibilizando ao mercado, alimentos seguros e de qualidade incontestável, proporcionando aos clientes, melhorias nos índices zootécnicos das propriedades assistidas, auxiliando na viabilização do agronegócio, voltado à produção de proteínas de alto valor biológico (carnes, leite e ovos), cada vez mais presentes na alimentação humana, graças a elevação da renda familiar e consequente melhoria na qualidade de vida. 16 Caderno Científico 17 digestibilidade dos nutrientes para cães. Este tema ainda nesta edição foram separados dois artigos científicos, o foi pouco explorado na nutrição de animais de companhia. primeiro extraído da Feed Tech magazine, e o segundo Para verificarmos estas particularidades, relacionadas com da Animal Feed Science and Technology, os quais seus o processo de extrusão e a digestibilidade dos nutrientes, resumos encontram-se traduzidos a seguir. Enzima reduz consumo de energia em alimentos extrusados para cães Autores: FROETSCHNER, J.; PANZER, D. D.; WILSON, J. W.; WILLIANS, S. N. Dois experimentos foram conduzidos para avaliar a capacidade da α-amilase em melhorar características produtivas de uma dieta a base de milho usando uma extrusora. Nesses experimentos concluiu-se que houve consumo menor de energia na extrusora, para ambos os experimentos, mantendo a densidade desejada nos produtos, além de aumentar níveis de produtividade do equipamento. Feed Tech magazine, v.10, n.10, 2006. (<http://www.allaboutfeed.net/article-database/enzyme-lowers-energy-inputin-extruded-dog-food-id1092.html>) Os efeitos de níveis crescentes de polissacarídeos não -amiláceos solúveis Uso de enzimas em alimentos extrusados para cães N Por: Fabiano Cesar Sá e inclusão de enzimas em dietas para cães sobre a qualidade fecal e digestibilidade Autores: Twomey, L. N.; Pluske, J. R.; Rowe, J. B.; Choct, M.; Brown, W.; McConnell M. F.; Pethick, D.W. Os efeitos de níveis crescentes de polissacarídeos não amiláceos (PNAs) solúveis em dietas extrusadas para cães foram estudados em um esquema fatorial 3 x 2 com seis cães por tratamento. Os fatores examinados foram, dietas de composição diferente, com níveis dietéticos de PNAs solúveis (11,16 e 20 g/kg), e a presença ou ausência de enzimas contendo xilanase, β-Glucanase e amilase. As dietas variaram no conteúdo de PNAs solúveis atribuindo dieta A, dieta C, respectivamente, com enzima ou a água que era adicionada na alimentação de cada um para compor a seis rações utilizadas no experimento. qualquer interferência no processo de extrusão. A mistura de enzimas alimentares foi pulverizada sobre a dieta no momento da alimentação, a um nível de 400ml/ton da derivados do trigo, milho, arroz e soja, dentre outros. Enzimas são proteínas globulares, de estrutura dieta. O experimento durou 13 dias, com coletas de fezes que ocorreu no final de 5 dias. Foram feitas as seguintes análises: Apesar de muitas matérias-primas derivadas destes grãos terciária e quaternária, que agem como catalisadores, escore fecal (fezes, indicando 1 dura, e 5 com diarréia), o coeficiente digestibilidade aparente (CDA), pH fecal, ácidos graxos e cereais apresentarem custo acessível para utilização aumentando a velocidade das reações químicas, sem serem, voláteis (AGV) e lactato. Interações significativas (P <0,05) estiveram presentes para o conteúdo de PNAs solúveis e enzimas em petfood, a presença de fatores nutricionais pode elas próprias alteradas neste processo. São altamente nos CDA do amido, matéria seca, gordura e energia bruta. Dietas contendo 16g PNAs solúveis g/kg (dieta B) e 20 PNAs comprometer o processamento industrial e aproveitamento específicas para os substratos. Os aditivos enzimáticos não solúveis g/kg (dieta C) PNA solúvel causaram queda no CDA (P <0,05), mas a presença da enzima reverteu esses efeitos (P pelos animais. Seguindo o exemplo da nutrição de animais possuem função nutricional direta, mas podem auxiliar <0,05) de tal forma que os resultados foram equivalentes aos da dieta A. O CDA da proteína foi reduzida (P <0,001) com de produção, nos últimos anos tem crescido o interesse no processo digestivo, o que ainda permanece um assunto aumento do nível PNAs solúveis, mas aumentou (P <0,01) com a adição de enzimas. O aumento dos níveis PNAs solúveis pela indústria de animais de companhia pela utilização controverso. Podem ser usados em rações para cães de causaram mudanças na materia seca fecal (2,2 versus 2,5 contra 3,0 para dietas A, B e C, respectivamente), porém a enzima de aditivos enzimáticos visando aproveitar a elevada duas formas básicas: como aditivo de processo, melhorando diminuiu o escore fecal (2,7 versus 2,5, P <0,05). O aumento dos níveis dietéticos de PNAs solúveis diminuíram o pH fecal disponibilidade de ingredientes vegetais do mercado e ao a eficiência do processo de extrusão (amilases); e como (P <0,001) e causaram aumento do lactato das fezes e das concentrações de AGV, indicando que a fermentação no intestino mesmo tempo não comprometer a qualidade dos alimentos auxiliar no processo digestivo, para complementar as teve grande aumento. O aumento dos níveis de PNAs solúves em rações para cães causou alguns efeitos antinutritivos e produzidos. Dentre os principais fatores antinutricionais enzimas do sistema endógeno (proteases, amilase e lipases) piora na qualidade das fezes, no entanto, a adição da enzima aliviaram alguns destes efeitos, na medida em que um moderado presentes nas matérias-primas vegetais encontram-se ou suplementar enzimas que não são produzidas pelos aumento nos níveis de PNAs solúveis foi empregado, esse níveis podem ser tolerados em rações para cães à base de cevada, os Polissacarídeos Não Amiláceos (PNA´s), inibidores de monogástricos (fitase, xilanase, glucanase, celulase, fitase, trigo, sem grandes efeitos negativos na qualidade fecal e digestão. enzimas endógenas, lectinas, enzimas presentes no próprio dentre outras). grão cru e o quelantes de minerais como o ácido fítico, dentre outros. Desta forma, estes componentes podem de coprodutos ricos, especialmente em fibra, em rações comprometer o aproveitamento do alimento pelos animais. para cães acarreta prejuízo no processamento (desgaste Conforme os resumos apresentados, apesar de em comprovar tais efeitos. Esta controversa literária se Acredita-se que muitos fatores antinutricionais sejam de equipamentos e qualidade final do produto) e na aparentemente o uso de algumas enzimas melhorar deve aos inúmeros fatores que influenciam diretamente eliminados durante o processo de extrusão do alimento, sob digestibilidade dos nutrientes, é possível que a adição o processamento de extrusão e a digestibilidade de os resultados experimentais e que ainda são pouco elevadas condições de temperatura e pressão. No entanto, de uma mistura de enzimas possa atenuar estes efeitos alguns nutrientes de dietas para cães, outros trabalhos compreendidos, havendo a necessidade de intensificação especialmente os PNA’s e ácido fítico parecem não sofrer negativos, promovendo melhor produtividade, maior conduzidos no Brasil e em outros países têm falhado de pesquisas nesta área. o Brasil há uma grande oferta de ingredientes Considerando que a adição de elevada quantidade Animal Feed Science and Technology, v. 108, p. 71–82, 2003. 18 Capa 19 “Muitas empresas estão aprendendo a lidar com a levedura, antes julgada subproduto e estão desenvolvendo novas tecnologias e soluções.” D iferentes tipos de leveduras têm sido usadas A Europa e Estados Unidos estão bem mais adiantados em na alimentação animal e uma das mais conhecidas é a conhecimento e aplicações, mas no Brasil a velocidade de Saccharomyces Cerevisiae, obtida por meio do processo de crescimento tem sido importante nos últimos anos”, analisa fermentação da cana-de-açúcar, uma solução totalmente Roberto Vituzzo, gerente global de negócios nutrição natural. Excelente fonte de proteína, tem ainda um bom animal da Biorigin. balanceamento de aminoácidos e se destaca pela grandeza Quem também acredita no potencial do mercado de vitaminas de complexo B, fonte de vitamina D, só para brasileiro de leveduras e aposta no seu crescimento é o citar algumas características que contribuem para melhorar executivo da Nutriad Nutrição Animal, Diogo Villaça. a saúde e bem-estar dos animais. “O Brasil é um grande produtor de levedura de cana Nas décadas de 70 e 80 diversos trabalhos zootécnicos e cerveja, muitas empresas estão aprendendo a lidar foram realizados tendo como único objetivo viabilizar a com este ingrediente, antes julgado subproduto e estão levedura como uma alternativa de fonte protéica. Com desenvolvendo novas tecnologias e soluções.” isso, até o início dos anos 90, as leveduras permaneceram “esquecidas”, sendo usadas na alimentação animal apenas nutrição animal não existe uma regra para uso mínimo, quando o custo se tornava interessante em função de sua mas sim algumas recomendações. A quantidade de produto composição nutricional de base protéica. (e suas combinações) é diferente para agir como estimulante A partir de 1990, o crescente interesse por parte dos do sistema imunológico ou como um sequestrante de produtores de ração para criação de camarões e para o micotoxinas, por exemplo. E, para checar a presença das desmame de leitões, tanto na Europa quanto na Ásia, fez leveduras na alimentação animal a legislação brasileira com que as indústrias adequassem seus procedimentos segue as normas da Comunidade Europeia, em que as industriais, procurando o processamento de leveduras leveduras precisam estar livres de antibióticos, aflatoxina com alta qualidade. Durante esta década, o enfoque dos e metais pesados, com tamanho de partícula em 30 mesh. Quanto ao percentual de levedura permitido na trabalhos zootécnicos realizados mudaram, visando a Um aliado chamado nutrigenômica obtenção de resultados em melhorias de performance, Leveduras Pequenas notáveis Por: Lia Freire A busca por ingredientes alternativos na composição da alimentação animal, a fim de deixá-la com alto valor nutricional, colocou as leveduras em um patamar de destaque, recebendo atenção especial da indústria pet food prevenção de doenças e reforço do sistema imunitário, como resultado a indústria mundial passou a ver as leveduras como um aditivo profilático, com capacidade de melhorar soluções naturais para a indústria de alimentação a performance dos animais sujeitos a condições de stress. animal e no segmento de leveduras trabalha com a cepa “As leveduras apresentam as características mais favoráveis Saccharomyces Cerevisiae 1026, que foi selecionada pelo para uso na alimentação animal quando comparadas a fundador e proprietário da companhia, Dr. Pearse Lyons. outros micro-organismos. Não há contra-indicações e sua “As cepas que utilizamos são de propriedade da Alltech e esse utilização resulta em muitos benefícios à saúde, dentre eles, processo garante a qualidade e segurança das tecnologias imunidade, desempenho, consumo e aproveitamento da que produzimos”, afirma Simone, diretora da empresa. dieta”, observa Simone Cavalli, diretora de operações para Além disso, destaca-se na companhia o controle rígido da a América Latina da Alltech. cepa de levedura através de análises como o fingerprint, Segundo dados do mercado brasileiro e considerando desde a sua multiplicação no laboratório até a produção todos os tipos de leveduras utilizadas, calcula-se que o em escala industrial (primer growth yeast). A tecnologia consumo anual mínimo seja de 26.000 a 30.000 toneladas exclusiva utilizada pela Alltech para o fracionamento da para uso em pet food. “O Brasil demonstra enorme potencial parede celular é também outro importante diferencial, de uso e crescimento. O grande desafio é a expansão deste pois garante o padrão de composição dos produtos que são conhecimento para o público em geral e não só aos técnicos. originados a partir deste processo.” Desde a década de 80, a Alltech oferece ao mercado 20 Capa 21 e utilizar soluções naturais que garantam a saúde e bem-estar dos animais de estimação e, no caso de animais de produção, a segurança alimentar. “A cada dia avançamos em termos de conhecimento e novas aplicações das leveduras, por isso, nossa participação de mercado vem ganhando força nos últimos anos. Um dos princípios da Biorigin está em manter altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos e tecnologias. Sabemos que este é um grande pilar de sustentação dos nossos negócios presentes e futuros.” A Alltech utiliza a ciência nutrigenômica para desenvolver os seus produtos. A constante inovação é parte da filosofia da Alltech, alimentação animal.” Para Simone, os principais avanços na área de L evedur as “A cada dia avançamos em termos de conhecimento e novas aplicações das leveduras, por isso, nossa participação de mercado vem ganhando força nos últimos anos”, Roberto Vituzzo, da Biorigin. em formulações por isso, investe grande parte de seu faturamento em pesquisas e desenvolvimento de produtos. Há profissionais leveduras foram obtidos através de tecnologias da trabalhando em período integral nos centros de pesquisa extração e fracionamento da parede celular das unicamente para desenvolver novas tecnologias e melhorar leveduras. “Somos pioneiros nesta área e temos uma De acordo com Vituzzo, dentre os principais puros. A linha de atuação da empresa é baseada as já existentes. Recentemente, a empresa desenvolveu patente que foi desenvolvida para a fabricação de um desaf ios daqueles que atuam no fornecimento de nos efeitos positivos e sinérgicos das leveduras três novos produtos (Actigen, EconomasE e DEMP), dos nossos produtos líderes de mercado, o Mycosorb, leveduras estão: alavancar o nível de conhecimento dos em formulações multifuncionais. Compõem o seu obtidos a partir da Nutrigenômica, que é a ciência que composto por glucanos originados da parede interna técnicos sobre as aplicações e benefícios dos produtos portfólio, o produto líquido Toxy-Nil™ Plus Liquid, explica como os nutrientes presentes na dieta afetam a da levedura.” Simone afirma ainda que a qualidade e saúde e o desempenho dos animais através de mudanças rastreabilidade são fatores primordiais e que devem ser na expressão dos genes. “O desenvolvimento de novas levados em consideração pela indústria de leveduras. tecnologias a partir de uma ciência como a Nutrigenômica “Mais uma vez, a Alltech se diferencia pelo controle representa uma grande inovação científica, o que permite rígido do crescimento da cepa de levedura, o que a diferenciação da Alltech no mercado e nos torna líde garante um produto seguro e de altíssima qualidade.” no fornecimento de soluções naturais para a indústria de M acro Gard : avançado conceito de nutrição animal Especializada em leveduras secas de cana- de- açúcar, tanto íntegras quanto autolisadas, levedura de cervejaria, levedura selenizada e vários derivados de leveduras, como MOS e Beta-glucanas, a Biorigin controla todo o processo de origem da matériaprima, desde a cultura da cana- de-açúcar, mantendo um processo de rastreabilidade dos produtos acabados. “Contamos com um dos maiores e mais modernos Centros de Pesquisa & Desenvolvimento do segmento, além de uma equipe de pesquisadores altamente qualif icada e dedicada ao desenvolvimento de novas tecnologias e processos. Um dos exemplos mais importantes que temos é o MacroGard, um produto de alto nível tecnológico que agrega o mais avançado conceito de nutrição, visando a Inovar é parte da filosofia da Alltech, que investe grande parte de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento de produtos. Unidade em São Pedro do Ivaí, no Paraná. saúde animal para as mais diversas espécies”, destaca Vituzzo, gerente da Biorigin. multifuncionais A Nutriad não trabalha com levedura e derivados 22 Capa 23 “Segundo dados do mercado brasileiro, e considerando todos os tipos de leveduras utilizadas, calcula-se que o consumo anual mínimo seja de 26.000 a 30.000 toneladas para uso em pet food.” Cerevisiae a f im de formar metabolitos nutricionais. Durante os dois processos fermentativos (fermentação líquida com açúcares seguida de uma fermentação úmida), a levedura é destruída, portanto, o produto não é levedura, mas um complexo patenteado, contendo mais de 200 metabólicos de interesse nutricional, fermentado com leveduras. “Todos os nossos produtos são desenvolvidos nos Estados Unidos, 100% naturais, ativos, atóxicos e os cereais utilizados na elaboração “A Europa e EUA estão bem mais adiantados em conhecimento e aplicações das leveduras, mas no Brasil a velocidade de crescimento tem sido importante nos últimos anos.” e como forma de melhorar o sistema de defesa do animal. do cultivo de leveduras são 100% GMO free”, explica melhorador de performance; Toxy-Nil Unike™ Dry, Vários estudos realizados com mamíferos atestam que Pablo Rosete, diretor técnico e comercial da Tectron o aditivo adsorvente de micotoxinas multifuncional as β-1,3 glucanas presentes nas leveduras têm efeito para América Latina - Diamond V. (AAMM). Neste caso, a levedura possui um papel imunoestimulante, melhorando a hematopoiese. Na muito importante, pois auxilia na biotransformação aquacultura, tem-se verif icado que a levedura é capaz Diamond V melhora a digestibilidade, o aproveitamento das micotoxinas apolares, fornecendo substrato para as de melhorar a resposta imunológica e o crescimento de do alimento e equilibra o sistema imunológico do produto inovador que proporciona ótimos benefícios. várias espécies de peixes, inclusive os ornamentais. animal. “Há mais de 400 trabalhos científ icos que Temos o objetivo de repetir, aqui no Brasil, o sucesso demonstram a funcionalidade da Diamond V em técnico e comercial, mundialmente já alcançados pela distintas espécies animais. Como resultado de uma Diamond”, enfatiza Daniel Pigatto Monteiro, diretor melhor digestão e um sistema imunológico equilibrado, presidente da Tectron. com funções antiestresse, imunoestimulante bactérias do intestino metabolizarem as micotoxinas formando outros compostos não tóxicos ou que não são absorvidos pelos animais. E, a mais recente novidade da companhia é o Sentiguard™ Dry, um prebiótico, D iamond V: atendendo às necessida des de diferentes espécies animais Segundo a companhia, o cultivo de leveduras da o animal otimiza sua função zootécnica para a função que age de maneira multifatorial, à base de leveduras, além de ácidos orgânicos e extratos botânicos, que Distribuídos no Brasil pela Tectron Nutrição que foi geneticamente desenhada”, observa Rosete. protegem e reparam o epitélio intestinal, bloqueiam Animal, os produtos fermentados da Diamond V Em busca de resultados cada vez melhores, a adesão de patógenos e preparam o sistema imune (XP, XPC e DiaMune Se) utilizam a Saccharomyces a Tectron oferece ao mercado prof issionais do animal, promovendo desta forma melhor absorção especializados em cada área da alimentação animal: de nutrientes e consequente melhora do desempenho avicultura, bovinocultura, suinocultura, aquacultura zootécnico. e pet food e conta com o apoio da DV-TECH, equipe De acordo com Villaça, gerente da Nutriad, o técnica da própria Diamond V, que tem ainda um foco da empresa é oferecer ao mercado alternativas centro de investigação científ ica e parcerias com para proporcionar aos animais melhor qualidade de universidades nos USA, México, China e Tailândia. vida e bem-estar, sempre atentos à manutenção da “Os produtos Diamond V são testados in vitro por sustentabilidade. “Seguindo esta f ilosof ia de atuação, laboratórios próprios nos USA, além dos laboratórios investimos continuamente em nosso departamento de universitários de renome mundial. Também são Pesquisa e Desenvolvimento. Além disso, temos centros submetidos a testes in vivo, em centros de pesquisas de pesquisa aplicada nos EUA e em alguns países próprios e convênios europeus, contamos com uma equipe de zootecnistas, no mundo todo Nossos avanços têm sido com todas veterinários, químicos, biólogos e engenheiros que as espécies. O mais recente, em aquicultura, apontou trabalham e a conversão alimentícia em peixes e a redução na aprimoramento de produtos e, por último, mantemos mortalidade em camarões; em avicultura, os resultados parcerias com centros de pesquisa e universidades ao obtidos e publicados em aves de postura conf irmam redor do mundo, buscando ideias inovadoras e novas o efeito positivo de Diamond V XPC na produção e oportunidades de aplicação dos produtos.” qualidade do ovo. Também foi demonstrado o efeito benéf ico do uso de cultivo de leveduras em gado de continuamente no desenvolvimento Em termos dos principais avanços obtidos no segmento que emprega as leveduras na alimentação animal, Villaça af irma que a utilização das glucanas como imunoestimulante é uma alternativa promissora “O cultivo de leveduras da Diamond V melhora a digestibilidade, o aproveitamento do alimento e equilibra o sistema imunológico do animal”, Pablo Rosete, da Tectron. com instituições de pesquisa engorda com respeito à conversão alimentar”, explica Rosete. “Quanto ao futuro dos negócios estamos bastante otimistas pelo fato de representarmos um “Quanto ao futuro dos negócios estamos bastante otimistas. Temos o objetivo de repetir, aqui no Brasil, o sucesso técnico e comercial, mundialmente já alcançados pela Diamond”, Daniel P. Monteiro, da Tectron. 24 Entrevista 25 Revista Pet Food – Como teve início a história da WIDI Tecnologia? Stefan Widmann – Eu era vice-presidente da Bühler no Brasil - empresa líder global na área de engenharia, equipamentos e fábricas completas para alimentação humana e rações animais – quando em 2005 deixei a companhia para iniciar um novo projeto profissional: abrir em São Paulo a minha própria empresa de engenharia voltada para as fábricas de ração animal. Revista Pet Food – Quando surgiu a oportunidade de ser no Brasil representante exclusivo do Grupo Muyang? Widmann – A minha ideia inicial era comercializar projetos de engenharia para as fábricas de alimentação animal, mas mediante a resistência do mercado nacional, que por uma questão cultural, na época, não “comprava” a engenharia, adquirindo-a diretamente dos fornecedores fui obrigado a ampliar o foco de atuação e passei também a comercializar equipamentos e fábricas completas. Comecei a pesquisar os fornecedores nos Estados Unidos, Europa e Ásia, onde encontrei a Muyang e fiquei impressionado com a qualidade e tecnologia que oferecia em seus serviços e equipamentos. Ao centro, Stefan Widmann, da WIDI, com executivos da Muyang, durante a participação na Expo Pet Food, realizada em março de 2011. Stefan Widmann Por: Lia Freire Diretor da WIDI Tecnologia, empresa que representa com exclusividade, no Brasil, o grupo chinês Muyang – hoje considerado o segundo maior fabricante mundial de equipamentos e projetos para fábricas no segmento de ração animal - Stefan Widmann fala sobre os novos projetos, como o Centro de Distribuição para peças de reposição com atuação em toda a América do Sul, o posicionamento no mercado e as pretensões de negócios, que inclui a construção de uma fábrica da Muyang no país. Revista Pet Food – Como foi a receptividade da Muyang ? Havia a pretensão de atuar no Brasil? Widmann – Naquela época, entre 2005 e 2006, a Muyang possuía cerca de 45 agentes espalhados por todo o mundo. Considerada a número 1 da Ásia, queria repetir o sucesso pelo mundo a fora, para tanto também buscava parceiros que tinham knowhow neste setor. Então, no nosso caso foi uma união de interesses. A WIDI desejava vender equipamentos e máquinas completas e a Muyang atuar no Brasil, criando laços comerciais por aqui. Em março de 2006 iniciamos a parceria e em 2007 aconteceu a nossa primeira venda, desde então estamos aumentando a nossa participação no mercado brasileiro. Revista Pet Food – No início houve alguma resistência por parte do mercado brasileiro em adquirir máquinas chinesas? Widmann – Todo início, seja qual for o negócio, há dificuldades. Em 2006, a resistência do empresário brasileiro ainda era muito grande em relação à tecnologia e produtos chineses e não poderia ser diferente, em busca apenas do melhor preço havia entrado no país, principalmente em setores como o têxtil e de brinquedos, produtos de baixa qualidade. Precisávamos fazer um trabalho de convencimento e comprovar o que estávamos afirmando. Graças a um intenso trabalho conseguimos ultrapassar essa dificuldade e mostrar que a Muyang é uma empresa séria e que preza pela qualidade. Não é aventureira, que veio para ficar 3 ou 4 anos, mas deseja consolidar-se e fincar raízes por aqui. Hoje já temos mais de 100 clientes no Brasil, que são as nossas melhores referências, atestando a nossa qualidade e seriedade. Revista Pet Food – Como define a atuação da WIDI e Muyang no país? Widmann – Não atuamos apenas como vendedores de máquinas e equipamentos, o nosso objetivo é trabalhar para que os clientes estejam plenamente satisfeitos, oferecendo-lhes todo o suporte necessário, “... comecei a pesquisar os fornecedores nos USA, Europa e Ásia, onde encontrei a Muyang e fiquei impressionado com a qualidade e tecnologia ...” para tanto, as equipes da WIDI (no Brasil) e da Muyang (na China) trabalham em conjunto durante toda a realização dos negócios, que inclui desde as vendas, passando pelos projetos de engenharia, chegando à parte técnica de instalação, que reúne montagem e supervisão das plantas - fase em que já entramos na prestação de serviço e tem ainda os treinamentos aos clientes, a assistência técnica e a manutenção preventiva. A WIDI também está atuando no Brasil, com o seu escritório em São Paulo, como o fornecedor de peças de reposição da Muyang. Disponibilizamos as principais peças, tudo em pronta-entrega. Além 26 Entrevista 27 Revista Pet Food – Qual a representatividade do segmento pet food para os negócios da WIDI Muyang, no Brasil? Widmann – Para nós ainda é pequeno este segmento e para o Grupo Muyang representa 15% dos negócios totais gerados no Brasil. Na realidade, só começamos a atuar mais fortemente neste setor há cerca de 2 anos e hoje contabilizamos cerca de 15 clientes, dentre eles, Kowalski, Anhambi, Alisul-Supra, Nutron, Poli-Nutri, BRF, Magrif-Seara etc. Portanto, ainda temos um longo e promissor caminho a ser explorado, principalmente quando olhamos para o mercado de aquacultura, que eu acredito ainda vai crescer muito no Brasil. Desejamos expandir a nossa atuação, mas sem perder o nosso foco que é a plena satisfação do cliente. disso, algumas que são consideradas estratégicas, que podem inclusive fazer uma máquina parar de funcionar, são fabricadas aqui no Brasil, em parceria com fabricantes nacionais, a fim de agilizarmos e termos ainda mais eficácia em nosso atendimento. Num futuro próximo será implementado, no Brasil, o Centro de Distribuição de peças de reposição da Muyang, atendendo toda a América do Sul. Revista Pet Food – Com relação às tecnologias oferecidas pela Muyang, quais são os diferenciais? Widmann – Cada vez mais as rações são produzidas a partir de matérias-primas alternativas, em menos tempo e com menor custo operacional, seguindo os conceitos da instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e das Boas Práticas de Fabricação (BPF’s). Ou seja, os desafios são grandes, no Brasil temos um mercado tecnológico maduro, mas temos o compromisso de ajudar os nossos clientes a chegarem nos melhores resultados, para tanto, a Muyang investe continuamente em novas e melhores tecnologias, muitas delas ainda desconhecidas no Brasil. Jamais iremos “empurrar” uma tecnologia para os nossos clientes, mas não podemos e nem faz parte da nossa postura empresarial deixar de apresentar-lhes as novidades e tendências. E tem o caminho inverso também: nós da WIDI “traduzimos” as necessidades dos clientes brasileiros para que sejam desenvolvidas tecnologias e máquinas adequadas para eles. Revista Pet Food – Existe a possibilidade de erguer uma planta industrial da Muyang no Brasil? Widmann – Sim, certamente há a pretensão de fábrica no país, para atender não só o Brasil, como toda a América Latina, mas é algo para 2015. Primeiramente é necessário que haja uma demanda continua e consolidada, por enquanto, importar os equipamentos da China é muito mais vantajoso para os nossos negócios, como para os clientes. Já vivemos na atualidade parcerias com empresas nacionais do setor, que agregam fornecimentos nacionais, quando se faz necessário. Revista Pet Food – Quais as expectativas da WIDI e Muyang no mercado brasileiro? Widmann – Há mais de 50 anos ouvimos falar que o Brasil é o país do futuro e sinceramente acreditamos nisso. Desde 1998, com a estabilidade econômica muita coisa mudou e para melhor...o futuro realmente chegou. Todas as grandes companhias, independente do ramo de atuação, desejam estar aqui, não foi diferente com a Muyang. Desde que a WIDI iniciou a sua atuação vem obtendo ótimo crescimento e acreditamos em nova ascensão. O Brasil já ocupa o primeiro lugar em exportação de carne de frango e bovina e o quinto em suína, o que apenas confirma o que acreditamos, ou seja, o potencial é promissor no segmento brasileiro de alimentação animal. Como atendemos todos os tipos de fábricas de ração animal, ainda há nichos que desejamos explorar ainda no Brasil, como por exemplo, a aquacultura. Informe Técnico 28 29 Teste de Palatabilidade In Home J á é bastante conhecida a importância da realização de testes é fundamental que o número de animais seja alto o suficiente, pois de palatabilidade em painéis experts, no qual se consegue obter se considera a possibilidade de um percentual de erro por parte dos um ambiente bastante controlado, animais treinados e capazes de participantes. Neste caso, nos deparamos com outro ponto importante identificar diferenças não óbvias. a ser considerado: o tempo disponível e o custo. Ambos relacionados com a logística do teste. Já os “painéis in home” são importantes uma vez que possibilitam entender a relação do pet com seu dono, além da preferência do próprio dono frente aos alimentos testados. exatamente o mercado que se quer compreender e a escolha dos Tendo como ambiente a própria casa dos participantes, numa participantes deve refletir este mercado. Os animais devem ser situação próxima à situação real de apresentação dos alimentos pets, é atestados saudáveis por médicos veterinários, devem ser alimentados possível se aplicar uma metodologia de teste de palatabilidade adaptada, sem a presença de outros animais e devem estar habituados a comer o a qual complementa as informações obtidas em painéis experts. tipo de produto oferecido. A partir do momento que se tem um grande Metodologia esta que leva em consideração a influência exercida pelo cadastro de possíveis participantes com um banco de dados completo, o dono no exato momento em que se oferecem os produtos. controle de qualidade e a confiança do resultado se tornam muito maior. A aplicação de testes de qualidade também é relevante no processo Podemos aplicar tanto a metodologia de apresentação de um único Além da definição do número de animais é essencial saber alimento (testemonadic) como de dois alimentos ao mesmo tempo contínuo de recrutamento. (testeversus), ou ainda mesclar as duas em um teste mais complexo. A grande vantagem de um teste versus é a obtenção de dados reais importante, não apenas para a metodologia, mas também de modo a de comparação entre dois produtos, possibilitando, por exemplo, evitar o excesso de alimentação. No caso de um teste versus, em que se classificar produtos do mais palatável ao menos palatável. deve oferecer o dobro do volume do alimento, o dono deve ser treinado e capaz de retirar as tigelas quando o consumo estiver na metade. Sabendo-se que existem muitas influências externas, a escolha O cálculo da quantidade oferecida individualmente é bastante certa da metodologia e do questionário é de extrema importância para que se obtenha uma interpretação correta do resultado. Perguntas se tratando de um teste bastante complexo e que exige foco e Como se pode perceber são muitos os aspectos a serem considerados, fechadas devem ser aplicadas de forma a se obter dados para uma experiência de quem o está aplicando. A realização errônea do teste ou análise estatística e perguntas abertas permitem, numa análise mais a interpretação mal feita pode levar a uma conclusão completamente subjetiva, obter informações importantes de opinião e posicionamento contrária a real, desperdiçando todo o investimento. Por outro dos participantes. lado, a realização bem sucedida de um teste, com uma interpretação A realização de um treinamento prévio e as instruções impressas tem realizada por profissionais experientes, seguramente trata informações um papel importante na realização de um teste in home, e ainda assim, relevantes sobre a preferência dos pets e seus donos. 30 Em Foco 1 31 N a última década, a indústria de alimentos para pássaros vem passando por grandes modificações conceituais, e, à semelhança da indústria de alimentos comerciais para cães e gatos, também enfrenta resistências na quebra de paradigmas. O maior deles é a prática de alimentação baseada em sementes, como tentativa de reproduzir seus hábitos na natureza. Entretanto, uma alimentação composta somente por sementes pode provocar uma série de distúrbios carenciais. Como exemplo, os níveis protéicos da maioria das sementes podem ser suficientes para suportar as necessidades de manutenção de um pássaro adulto, fora do período reprodutivo ou muda, mas não são capazes de satisfazer as exigências nas fases de crescimento, postura, etc. Paralelamente, como os pássaros comem maior quantidade de sementes na natureza, devido ao maior gasto energético em vida livre, eles absorvem uma quantidade de nutrientes dessas sementes maior do que em cativeiro onde o consumo delas é menor. Além disso, como as sementes fornecidas por nós foram cultivadas, processadas, armazenadas e transportadas, possuem grandes quantidades de fungos, bactérias e produtos alergênicos e, portanto, geralmente estão envolvidas, direta ou indiretamente, na maioria dos problemas de saúde das aves de gaiola. Existe, ainda, o risco de estarem contaminadas por agrotóxicos. Todos esses fatores podem provocar o óbito, afetar órgãos como fígado e rins ou debilitar a resistência das aves a outras doenças. O uso contínuo e exagerado de sementes de má qualidade acaba levando os criadores a usarem grandes quantidades de antibióticos e outros produtos químicos com sérias conseqüências de curto e longo prazo sobre as aves. Devese enfatizar que na prática é inviável ao criador atestar a qualidade das sementes pois a observação visual está longe Tempo de mudanças na indústria de alimentos para pássaros Dieta de pássaros tem evoluído ao longo dos anos e a indústria tem se esforçado para acompanhar o ritmo de ser suficiente. A alimentação dos animais de companhia, mais especificamente, cães e gatos, também passou por uma evolução visível nas últimas décadas. Na década de oitenta, a maioria destes carnívoros ainda era alimentada com os restos de comida e poucas indústrias de rações existiam no Brasil. A evolução dos hábitos em favor dos alimentos industriais está associada a um conjunto de fatores cada vez mais difundidos: alimentação sadia, equilibrada e com grande variedade de produtos disponíveis no mercado e, principalmente, a praticidade. Entretanto, o crescimento deste segmento foi gradativo, devido principalmente a relutância dos proprietários em oferecer somente alimento comercial a seus animais. É evidente que animais acostumados à alimentação caseira, composta basicamente de produtos cárnicos, de elevada palatabilidade, apresentaram problemas com adaptações. Além disso, o umidade nas extrusoras) e reduzem os níveis de substâncias pequeno volume de ingestão dos alimentos comerciais, inibidoras de crescimento e outros fatores antinutricionais, quando comparados aos alimentos caseiros, com alto teor desde que termolábeis. Os extrusados possuem maior de umidade, criaram o falso conceito de que os animais densidade nutricional (mais altos teores energéticos, diminuíam o consumo drasticamente, o que, na verdade, protéicos, de minerais e vitaminas) e flexibilidade da não ocorria. Atualmente os paradigmas foram rompidos utilização como dieta única ou como base majoritária de e sabe-se que, embora carnívoros selvagens alimentem-se uma dieta múltipla, com ração, sementes e frutas. com monodietas cárnicas, estas não são adequadas sanitária Além da extrusão como um fator que agrega e nutricionalmente para nossos carnívoros domésticos. qualidade ao produto, os alimentos completos balanceados Fato semelhante está ocorrendo atualmente com normalmente alimentos extrusados para pássaros. Existe uma grande funcionais tais como fibras solúveis, probióticos, prebióticos resistência dos proprietários que insistem no tradicional (frutooligossacarídeos e mananoligossacarídeos), ácidos modelo de criação baseado em sementes, complementos graxos diversos e uso considerável de medicamentos. Paralelamente, proteases, amilases), adsorventes de micotoxinas e minerais existe uma inclinação a acreditar que o alimento ideal é quelatados. Outro fator importante é a homogeneidade aquele em que o pássaro consome em grande quantidade. dos alimentos extrusados que impossibilita que as aves Assim, despreza-se o fato de que (como ocorre com todos possam escolher os ingredientes com conseqüente os animais superiores) nem sempre o alimento de melhor desbalanceamento da alimentação. paladar é aquele que oferece melhor nutrição. Mais ainda, Esses alimentos estão cada vez mais comuns na alimentos pouco energéticos ou de baixa digestibilidade, Europa e EUA, com tendência de dominar o mercado. A certamente levam a um maior consumo pela ave, fato bem desvantagem dos mesmos está no tempo necessário para conhecido entre os proprietários de cães que, após alguns que a ave se acostume a consumí-la. Isto porque, como anos, aprenderam a diferenciar e valorizar as rações toda introdução de novos alimentos, torna-se necessária SUPER PREMIUM em detrimento das rações de linhas uma adaptação, respeitando-se o período necessário para econômicas. adaptação enzimática do trato gastrintestinal, permitindo A extrusão consiste em submeter o alimento a variações também que a ave se acostume à apresentação do novo de pressão abruptas, elevando a pressão interna do alimento alimento. A troca abrupta e total das sementes pelo e diminuindo a externa, o que causaria uma expansão da alimento completo balanceado pode levar a distúrbios matéria. A tecnologia de expansão leva a considerável digestivos e a inanição, em aves mais resistentes ao novo melhoria do valor energético do alimento ao intensificar alimento. As sementes podem, inclusive, ser mantidas, em a digestibilidade do alimento. Além disso, eliminam pequenas quantidades, de modo a proporcionar uma terapia microorganismos patogênicos como bactérias, fungos, etc. ocupacional aos pássaros. vêm acrescidos poliinsaturados, de enzimas vários exógenas (a diminuição de bactérias patogênicas, mofos e fungos pode chegar a zero com a combinação de temperatura, pressão e Fonte: www.pegmag,uol.com.br - acesso 21/07 nutrientes (lípases, 32 Em Foco 2 33 é uma coisa que precisa vir de dentro, tem que estar no sangue da contatar meu cliente ou Prospect, com que freqüência, o que vou falar, pessoa, mas pode também ser treinada. Podemos tornar uma pessoa como vou abordá-lo, enfim, dá para enumerar muita coisa, mas o que ousada com auxilio da empresa , de seus superiores, com treinamentos. é fundamental é ter objetivos claros. Saber exatamente o que estou Portanto injete em sua equipe a “ousadia”. Quem é ousado, vende muito... fazendo e onde quero chegar. Criatividade: Como ser criativo? Bom, essa nem deveríamos tentar Conhecimento do Produto: Bom, se você é da área de vendas e não responder, porque há inúmeros meios de ser criativo. É o assunto conhece o produto, a empresa e seus concorrentes, nem tente iniciar mais possível em vendas, basta usar a inteligência, ser uma pessoa uma venda, será um fracasso. que estuda os clientes e seus produtos, depois de conhecer o mercado, os clientes, a empresa para quem trabalha e os produtos. Aí é só soltar a criatividade. Incentive sua equipe a ser criativa, faça com que todos para quem estou vendendo, quais os atributos desse produto, quais participem de uma tempestade de idéia e coloque no papel: as boas seus defeitos e o que pode proporcionar ao meu cliente? Temos que vocês usam , as besteiras que sempre aparecem, jogue no lixo. ser profundos conhecedores de nossa empresa e de nossos produtos. Profissionalizar-se em Vendas E m vendas, temos inúmeros entraves que acabam temos que colocar mais energia na “solução do problema”, dificultando o sucesso das pessoas e que parece ser comum esse é o grande desafio de Diretores, Gerentes e a essa categoria de profissionais. Claro que não estamos Supervisores de Vendas. alcançarmos o nosso sucesso. No entanto, se tivermos algumas assunto, considerando que não há como ser um profissional de vendas qualidades e sermos organizados o suficiente para a realização de um (ou qualquer profissional), sem planejamento. Mas ocorre muito bom trabalho, com certeza poderemos ser vencedores nessa profissão, nos dias de hoje, vendedores sem planejamento algum, que sequer que aliás, a meu ver, é a profissão mais importante de qualquer empresa sabem o que fará no dia de hoje, quem dirá no decorrer da semana. independente de setor e de tamanho da mesma, pois já imaginou a sua Mas de que planejamento estamos falando? Hora é muito simples, empresa ou a empresa para quem você trabalha, sem vendas? por exemplo: Preciso saber quantos contatos necessito fazer por dia/semana/mês, para atingir meu objetivo final. Tenho que ter um cada degrau, significa um atributo da profissão, para que aos poucos relatório detalhado de qual é meu território, quem são meus clientes, o você alcance o topo dessa escada e seja um profissional excelente. Mas 1 22/11/10 16:31 referimos a média ou a grande maioria dos vendedores. motivado? Essa é uma tarefa difícil e que não há uma Porém, não podemos esquecer que temos excelentes “receita”. Precisamos saber o que motiva essa pessoa e o que profissionais no mercado e esses tem sucesso garantido. desmotiva ela. Primeiro temos que “estancar” os motivos Basicamente as principais dificuldades que os da desmotivação e isso deve ser pesquisado junto a esse vendedores enfrentam são: profissional com diálogo. A empresa precisa tentar sanar M esses fatores de desmotivação, assim como o profissional suba um degrau de cada vez, senão, poderá tropeçar. claro quais são minhas metas mensais, semanais , diárias. Como vou Boas vendas ! Y Falta de motivação; também precisa fazer sua parte, procurar evitar os • Falta de ousadia; fatores de desmotivação. Posteriormente, vamos buscar • Falta de criatividade; o que motiva esse profissional e geralmente chegamos • Falta de planejamento; aos seguintes itens: Remuneração, reconhecimento • Falta de conhecimento do produto. profissional, família e realização de sonhos pessoais. CMY Mas como chegar a essa remuneração motivadora se K Elencamos aqui essas cinco dificuldades, que após sou desmotivado? Desmotivado não vende. Quem vocês estudos regionais, chegamos a conclusão de que é isso acham que vende mais, o motivado ou inteligente? Sempre o que mais falta as pessoas envolvidas em vendas; desde o motivado vende mais ! Inteligência não garante vendas... balconistas, televendas, vendedores externos, vendedores Não vendemos porque somos desmotivados ou somos internos e até supervisores / gerentes de vendas. desmotivados porque não vendemos? Saul Jorge Zeuckner Diretor Comercial Algomix/ Ki-Tal alimentos Ltda C • Como superar essas dificuldades? Esse tem que ser nosso foco. Não podemos focar somente “o problema”, Ousadia : Como fazer uma pessoa se tornar Ousada? Isso CM MY CY Construa em sua vida de vendedor, uma escada imaginária, onde que compram, como compram, como gostam de pagar. Tenho que ter falando que todos os que trabalham com vendas possuem Motivação: Como tornar um vendedor desmotivado em Claro que temos que ser completos como vendedores, para Planejamento: Parece incrível que ainda estamos falando desse INFLEX 1-2.pdf os mesmos problemas e as mesmas dificuldade. Nos Como poderei vender, sem conhecer a fundo o que estou vendendo, Embalagens em Monocamada Filmes Coextrusados Laminados Solvent Less Avenida Marcelino Pires, 8555 Jardim São Francisco Cep: 79826-300 / Dourados - MS Fone: (67) 2108-5900 www.inflex.ind.br 34 Em Foco 3 35 2ª edição da Expo Pet Food O êxito obtido na primeira edição do evento, Congressos e Simpósios, ressaltando o caráter técnico realizado em março de 2011 em São Paulo, e que do evento. O 11º Congresso Internacional de Graxarias, contou com a participação dos principais players do SINCOBESP – Sindicato Nacional dos Coletores e do mercado foi um importante aval para que a feira Beneficiadores de SubProdutos de Origem Animal – entrasse definitivamente para o calendário de eventos terá o apoio e a colaboração na edição 2012, da ABRA do segmento pet food. Tanto que a edição 2012 já está - Associação de Reciclagem Animal. Mais uma vez, confirmada. A organizadora da feira, Editora Stilo, o evento se destaca pelo seu alcance internacional, anuncia a data e local da segunda edição, que acontecerá reunindo empresas de países como: Itália, Argentina, entre os dias 08 e 09 de maio de 2012, no Espaço Frei Chile, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia, Peru, Caneca de Convenções, em São Paulo (SP). Venezuela e USA. Também serão realizados o IV A nove meses do evento, cerca de 90% dos stands já Congresso e XI Simpósio sobre Nutrição de Animais estão reservados, tendo um aumento de 15% no número de Estimação, estes dois últimos de responsabilidade do de expositores. CBNA – Colégio Brasileiro de Nutrição Animal - que abordarão as últimas tendências do setor pet food. A 2ª Expo Pet Food acontece juntamente com a 7ª Fenagra – feira que reúne empresas do setor de graxaria e os responsáveis por fornecer matérias-primas para visitantes e a união de dois mercados tão complementares a indústria de ração animal, cosméticos, produtos de quanto o de pet food e graxaria despontam como higiene e limpeza, para o mercado de combustíveis determinantes para o êxito e a consagração dos eventos. alternativos, entre outros. site: www.editorastilo.com.br Novamente, em paralelo às feiras serão promovidos O caráter técnico das feiras, a qualificação dos Mais informações poderão ser obtidas através do 36 Segurança Alimentar 37 gorduras e complementos (vitaminas, minerais). para pets, e à existência de processos mais seguros Com essa diversidade de composição os produtos utilizados alimentícios e as matérias primas podem carrear armazenamento e distribuição de pet food. durante o processamento, transporte, diversos contaminantes. A contaminação bacteriana pode ser causada pela manipulação inadequada do 2. principais bactérias presentes em pet alimento ou pela utilização de matéria prima de baixa qualidade. As bactérias, pela sua diversidade e patogenia, constituem food Várias são as bactérias que podem proliferar o grupo microbiano (seguidas pelos contaminando os alimentos para pets e desencadear patologias. As principais são: Salmonella spp., fungos) mais associado à contaminação de alimentos e Clostridium transmissão de doenças a animais. Contudo, cada vez Cambylobacter spp., Escherichia (E. coli), Bacillus mais se tem reduzido os casos de doenças de origem (B. cereus e Staphylococcus (S. aureus) (Tabela 1). bacteriana transmitida através da ingestão de alimentos Os alimentos que são substratos adequados para seu contaminados. Tal fato se deve à crescente melhoria crescimento em pet food são, principalmente, os de das condições higiênico-sanitárias, à utilização de origem animal, tanto os oferecidos in natura (crus) programas de controle de qualidade microbiológica quanto os adicionados, como ingredientes (secos ou mais sistemáticos e eficazes nas fábricas de alimentos úmidos) nos processados. (C. perfringens e C. botulinum), Tabela 1. Principais microrganismos e toxinas que podem contaminar alimentos para pets Bactérias e toxinas patogênicas Toxinas Salmonella spp. Clostridium perfringens botulinum Campylobacter spp. Escherichia coli Bacillus cereus Segurança na qualidade de alimentos para pets Contaminantes Biológicos parte 13 Bactérias patogênicas e toxigênicas 1. I ntrodução alimentos saudáveis, equilibrados e práticos para seus A comercialização de alimentos para pets no Brasil vem sendo impulsionada pelo apelo comercial formulações para alimentos comerciais tais como: das empresas produtoras e sofisticação dos padrões de carnes (bovina, suína, pescado), vegetais (cereais, consumo dos proprietários, onde há maior procura de leguminosas, nozes) e seus subprodutos, além de pets. Composições diversificadas são encontradas nas Staphylococcus 3. Bactérias Tipo A Tipo C Toxina α & enterotoxina Toxina β Botulinica Crescimento 7 15 a 50 Temperatura (%) Destruição >7 >50 NA NA Patogenia Intestinal Enterotoxina diareica Enterotoxina emética Patogenia Intestinal e toxinas patogênicas Os riscos de contaminação biológica em alimentos destinados a animais São sérios e a presença dessas NA NA NA NA = de cocção/ pasteurização > de cocção 60 126 NA bactérias podem desencadear quadros graves de infecção. Por outro lado, a presença de determinadas bactérias tais como o Staphycoccus aureus, pode ser 38 Segurança Alimentar 39 utilizada como parâmetro para análise da qualidade encontrada devido à presença de insumos de origem doenças causadas por essa bactéria. higiênico-sanitária animal na composição das rações, como as farinhas de carne, ossos, peixe, penas, vísceras (Figura 2). presença dessas bactérias patogênicas no pet food, durante o processamento do alimento industrializado. Diversos trabalhos na literatura têm relatado a O aumento pela procura por dietas alternativas para matérias primas utilizadas na fabricação da mesma os animais de companhia, tais como dietas naturais e na água. As altas freqüências e contagens de C. (alimentos crus) e domésticas (utilizando ingredientes perfringens verificadas nas rações e na água podem e estar associadas à falta de higiene geral na manipulação matérias-primas constituintes da alimentação e armazenamento dos mesmos. humana), pode promover doenças e aumentar os riscos de zoonoses, comprometendo a confiança na Marca do produto fornecido (Figura 1). Figura 2. Rações destinadas a cães que quando compostas por insumos de origem animal (farinha de leite / carne / ossos / sangue) podem ser mais propicias ao desenvolvimento de Salmonella. Sinais clínicos / sintomas: em cães, os casos de salmonelose normalmente desenvolvem infecções Figura 3. Cultura da bactéria Clostridium perfringens encontrada em alimentos destinados a animais de estimação. assintomáticas, onde o número de animais infectados é muito mais elevado que a incidência da doença clínica. ambiente, sendo encontrado no intestino de animais de Infecções por Salmonella com apresentação de sinais sangue quente. A variedade enterotoxigênica produz clínicos são mais freqüentes em filhotes de cães e gatos. toxina α e enterotoxina, sendo responsável por enterite Essa susceptibilidade dos animais jovens à salmonelose e intoxicação alimentar em humanos e gastroenterite Inúmeros estudos relatam que os principais fatores provavelmente está relacionada com: (a) a imaturidade hemorrágica em cães. O C. perfringens tipo C produz responsáveis por casos ou surtos de toxinfecção do sistema imune nesta faixa etária; (b) ao declínio da toxinas α e β, sendo responsáveis por casos de enterite alimentar estão no manuseio incorreto dos alimentos imunidade passiva adquirida pelo colostro; (c) bem como necrótica em humanos, aves domésticas, bovinos, desde a (a) seleção e manipulação dos ingredientes, (b) a co-infecção com outros enteropatógenos, que podem cães, eqüinos, ovinos e suínos. A enterotoxemia não é no processamento (falta de higiene dos equipamentos, maximizar os efeitos entéricos do gênero Salmonella transmissível, no entanto surtos esporádicos podem tratamento térmico insuficiente ou incorreto) até a sua em animais jovens. ocorrer quando o equilíbrio da microbiota intestinal estocagem. A Tabela 1 apresenta as principais bactérias Devido ao fato de grande parte dos animais é afetado, seja pelo tratamento dos animais com que podem apresentar problemas de contaminação infectados com Salmonella não apresentarem sinais antibióticos, seja por mudanças bruscas na dieta. em alimentos para pets, bem como as que produzem clínicos da doença, é possível que vários surtos tenham Uma mudança súbita da dieta também favorece o toxinas. Detalhes de cada bactéria contaminante estão acontecido sem ter diagnóstico final de salmonelose. aparecimento desse agente. citados a seguir. Esse fato é de interesse da saúde pública, já que os cães Figura 1. Fontes de contaminação incluindo bactérias que podem ser encontradas em rações comerciais ou nas dietas alternativas. IQ= igual indicador de qualidade. podem ser responsáveis pela contaminação de humanos. 3.1 Salmonella spp O C. perfringens tipo A é o mais disseminado no 3.3 Campylobacter spp. A campilobacteriose é uma zoonose de distribuição A Salmonella spp. é uma bactéria entérica, 3.2 Clostridium perfringens mundial, sendo o Campylobacter jejuni e C. coli freqüentemente associada a enfermidades transmitidas O Clostridium perfringens (Figura 3) é um bacilo mais comumente associados com a doença intestinal. por alimentos e pode infectar tanto animais quanto anaeróbio que está disseminado no ambiente, habitando O Campylobacter spp. é encontrado no ambiente humanos. o solo, a matéria orgânica em decomposição e o ou no trato gastrointestinal de animais selvagens, A infecção nos animais ocorre predominantemente intestino de animais e humanos. Este microrganimo domésticos e de companhia. Atribui-se como fonte pelo consumo de alimentos e água contaminados, sendo é considerado um agente patogênico e importante de infecção o contato direto com animais portadores, que as formas mais comuns de transmissão são produtos causador de doenças entéricas em animais domésticos. o consumo de água e alimentos de origem animal de origem animal, (ovos, carnes e seus subprodutos) É responsável por vários quadros clínicos como contaminados, normalmente a ingestão de carnes cruas contaminados. Um estudo realizado por Mark e Kather diarréias, enterotoxemia, gangrena gasosa e enterite ou mal processadas. O cozimento correto das carnes, (2003) relataram detecção dessa bactéria em rações hemorrágica. A produção de toxinas por C. perfringens pasteurização de leite, e cloração de água potável são destinadas a cães. Essa contaminação pode ter sido é um dos aspectos mais importantes na patogenia das fundamentais para eliminar a bactéria. 40 Segurança Alimentar 41 potencialmente perigosas durante o armazenamento dos toxina diarréica - é termolábel, podendo ser destruída a uma como silagem, cereais, alimentos secos ou outros alimentos, tem grande importância em saúde pública. temperatura de 60º C durante 20 minutos. Normalmente compostos (Figura 4). O C. jejuni causa enterite em Intoxicação: o agente é reconhecido como causador de ocorre pela ingestão dos esporos e células, sendo responsável animais jovens, incluindo cães e gatos, especialmente diarréia e vómito em humanos e animais. Produz dois tipos de pela síndrome diarréica, doença provocada pela ingestão de animais jovens. A enterite nos animais está associada intoxicações, podendo ser uma enterotoxina, como também cepas de B. cereus que, no intestino, produzem as toxinas. com fezes amolecidas ou aquosas, acompanhadas de uma exotoxina, dependendo da estirpe. A enterotoxina – A toxina emética é termo resistente, destruída a uma Campylobacter spp. já foi isolado de ração animal, muco e sangue. Sob condições naturais, a maioria dos temperatura de 126º C durante 90 minutos (Tabela 1). animais adquire o agente quando jovem, cursando com Apresentam quadro clínico leve e de curta duração. quadro assintomático da doença. Enterites por Campylobacter spp. têm reportadas em humanos que tiveram contato com animais de estimação, principalmente filhotes de cães e gatos que apresentavam diarréia. Desta forma animais de companhia têm demonstrado sido atuar mais freqüentemente na cadeia de transmissão das campilobacterioses intestinais do que alguns alimentos de origem animal. Em estudo realizado no Chile por Fernández e Martin (1991), Campylobacter spp. foram isoladas em 91 (42,5%) dos cães estudados, demonstrando a grande incidência do agente em animais de estimação. Figura 5. Escherichia coli que causa diarreia. microrganismo possui um risco associado a sua presença companhia está relacionada com a ingestão de rações que em em grande número, pois alguns deles têm a capacidade sua formulação contêm farinha de carne. Estimativas revelam de produzir, sob determinadas condições, enterotoxinas que cerca de 50% das farinhas encontram-se contaminadas termoestáveis. com E. coli. Isto ocorre devido ao processo de cozimento não ser suficiente para eliminar as toxinas produzidas pelas suínos e derivados lácteos, embutidos cárneos e derivados gatos. patógeno é utilizado como indicador de qualidade higiênicoachado está associada à transmissão do agente entre animais de companhia e humanos suscetíveis (crianças, idosos e portadores de doenças crônico-degenerativas), aumentando sua importância para a saúde pública, em particular, pela possibilidade de causar zoonoses. 3.5 Bacillus cereus enterotoxigênico Bacillus cereus é uma bactéria amplamente distribuída, normalmente associada à intoxicação alimentar. Os seus habitats preferenciais são o ar, o solo, água e diferentes alimentos. Pode apresentar a forma esporulada, na qual contamina diversos alimentos e pode sobreviver a processamentos que envolvam altas temperaturas e métodos Figura 4. Cultura bacteriana de Campylobacter isolado de alimento destinado a cães e gatos. de desidratação, sem destruição da mesma. Por essa razão, industrializado. pode ser encontrado em alimento cru, processado ou As cepas de Escherichia coli (Figura 5) são O B. cereus já foi isolado de vegetais (arroz, especiarias) agrupadas em três grandes categorias: comensais, e de produtos de origem animal (carnes, ovos e produtos patogênicas intestinais e patogênicas extra intestinais, lácteos). Alguns desses ingredientes, como arroz e carne, são podendo causar infecções do trato urinário, meningite utilizados como matéria prima para produção de alimento e gastroenterite. Em decorrência dos sofisticados industrializado para animais de companhia, principalmente mecanismos de virulência, as cepas patogênicas são no caso de alimentos úmidos e secos, como também em responsáveis por significativas afecções clínicas em alimento in natura (Figura 6). animais e humanos e, em algumas condições, podem assumir caráter zoonótico. E. coli tem sido isolada a agente causador de toxinfecção alimentar, além de provocar partir de amostras de solo, água e também do trato grandes prejuízos econômicos por ser um potencial gastrintestinal de animais domésticos. deteriorante de alimentos. Devido à produção de toxinas O B. cereus destaca-se na indústria alimentícia como Alimentos preparados com produtos de origem animal, como carne de bovinos, caprinos, ovinos, aves, coelhos, bactérias e, em alimentos comerciais crus destinados a cães e sanitária de produtos industrializados. A importância deste 3.4 Escherichia coli patogênica intestinal relacionado a casos e a surtos de intoxicação alimentar. Este Grande parte da contaminação que acomete animais de Devido a suas características microbiológicas, esse 3.6 Staphylococcus aureus enterotoxigênico Do gênero Staphylococcus, o S. aureus é o mais de pescado, são os mais envolvidos em casos e/ou surtos Figura 6. Animal se alimentando com carne crua, uma material prima com grande risco de contaminação por Bacillus cereus. de intoxicação alimentar. Portanto, a pesquisa de S. aureus nesses alimentos e a avaliação de seu potencial em produzir 42 Segurança Alimentar 43 enterotoxinas são fatores extremamente importantes na shop, supermercados ou agropecuárias), é imperdoável pois e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos para animais de estimação está em contínuo progresso, que investigação epidemiológica e em análises de risco para essa viabiliza a absorção de umidade, contato com o meio externo, fabricantes de produtos destinados à alimentação animal e o deve resultar em ainda mais veterinários e consumidores doença. crescimento de bactérias, e entrada de esporos e fungos roteiro de inspeção para as mesmas. confiantes nos alimentos produzidos comercialmente. A presença dessa bactéria e/ou enterotoxinas em (re- contaminação por manuseio) pelo manuseio. (b) Rações alimentos processados normalmente é um indicativo da úmidas (moist foods): as rações úmidas apresentam elevado Conclusão Leitura recomendada ingredientes cozidos são misturados e acondicionados nas de ração animal é proporcionar vida longa e saudável para O conhecimento correto das características metabólicas latas. Em seguida, as latas são fechadas hermeticamente animais de companhia, garantindo assim maiores vendas e e fisiológicas das bactérias permite o uso de técnicas e expostas a altas temperaturas e pressões (autoclaves), lucratividade do setor. Prejuízos na qualidade do produto adequadas de processamento e conservação dos alimentos onde as temperaturas chegam à 121°C para esterilização pode ter efeito catastrófico sobre os lucros e até mesmo, na que, ao destruírem, inibirem ou evitarem seu crescimento, dos produtos. Normalmente são mantidos por um período viabilidade da empresa. Fernandez, H.; Martin, R. Campylobacter intestinal carriage among stray and pet dogs. Rev. Saúde Pública [online]. 1991, vol.25, n.6, pp. 473-475. Marks, S.L., Kather, E.J. Bacterial-associated diarrhea in the dog: a critical appraisal. Vet. Clin. North Am. Small Anim. Pract. v.33, p.1029-1060, 2003. Scussel, VM; de Souza Koerich; Nones, J. Segurança dos alimentos: principais contaminantes biológicos presentes em petfood. In: 3º Congresso Internacional e X Simpósio de Nutrição de Animais de garantem uma qualidade microbiológica aceitável e maior mínimo de 3 minutos para matar bactérias patogênicas como Estimação-CBNA, 30-31/03, São Paulo, p.43-58, 2011. segurança do alimento para animais de estimação. o Clostridium botulinum. food, enquanto que afetam uma pequena percentagem do Temperatura: Convém enfatizar que as toxinas produzidas e as consumo comercial de alimentos para animais, tem impacto sanitização insuficiente dos equipamentos e/ou manipulação teor de água, geralmente em torno de 60 a 87%. Essas rações A segurança dos pet food destinados a pets, incorreta da matéria prima, ingredientes e produto final. passam por um processo que resulta em um produto final especialmente para cães e gatos são de interesse primordial similar aos produtos enlatados para consumo humano. Os para os fabricantes. O objetivo das empresas produtoras 4. Prevenção Os problemas recentes com a contaminação em pet No próximo exemplar serão abordadas as ficotoxinas A temperatura de conservação (matérias primas de bactérias esporuladas são resistentes ao tratamento térmico relevante sobre a indústria de pet food. Tais experiências que contaminam peixes, mariscos, ostras e outros frutos do origem animal e rações úmidas ) influencia de forma decisiva e não destruídas por baixas temperaturas, somente as formas têm reafirmado a necessidade dos fabricantes em dedicar mar utilizados como ingredientes na elaboração de diversos o crescimento da atividade bacteriana nesses alimentos: o (a) vegetativas são destruídas. recursos consideráveis para garantir a qualidade do produto produtos para pet food. C. perfringens pode crescer num intervalo de temperatura Matéria prima: Outro ponto que deve ser cuidado é final, aplicando maior rigor na triagem de ingredientes e de 15 a 50ºC, sendo, portanto a conservação de alimentos com relação à recontaminação por Salmonella spp e outras matéria prima utilizados na produção de alimento animal. a temperaturas de refrigeração suficiente para inibir o bactérias em farinhas e subprodutos utilizados como matéria- Normas reguladoras são fornecidas em vários níveis para crescimento dessa espécie causadora de infecções alimentares; prima na alimentação animal. Embora, as temperaturas de garantir a segurança e adequação dos produtos comerciais. Fribom 1-2.pdf 1 05/08/11 17:41 já as espécies do gênero (b) Salmonella, possuem uma processamento de farinhas eliminam grande parte, senão Além disso, a fabricação e regulamentação de alimentos temperatura mínima de crescimento de 7ºC, o que significa toda a contaminação bacteriana dos subprodutos, contudo a Profa. PhD Vildes M Scussel, MSc Karina Koerich de Souza, Janaina Nones, Karina M Tonon, Daniel Manfio. Laboratório de Micotoxicologia e Contaminantes Alimentares - LABMICO, www.labmico.ufsc.br Depto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC – Brasil. valor superior às temperaturas na refrigeração comercial, recontaminação é algo que tem grande chance de acontecer contudo, o mesmo poderá não acontecer na refrigeração devido ao manuseio, transporte e outros fatores do ambiente. Nosso constante desafio é produzir com garantia de qualidade doméstica pela dificuldade de controlar sua temperatura podendo não impedir o crescimento de Salmonella spp.; Limpeza de máquinas e outros equipamentos quanto ao (c) S. aureus e algumas estirpes de C. botulinum A importância na limpeza dos equipamentos após o não crescem a temperaturas inferiores a 10º C (exceção: C. processamento de pet food, independente se seco ou úmido, botolinum tipo E pode crescer a 4º C). desde que contenha ingredientes de origem animal não Temperatura de processamento: o efeito da temperatura pode ser descartada. Qualquer resíduo (poeira da ração durante o processamento reduz / destrói a carga bacteriana sendo processada) que permaneça sobre as superfícies dos C contudo, vários fatores vão influenciar a eficiência desse equipamentos, bem como no ar/paredes/chão liberado durante M processo (umidade, temperatura, pressão, Tipo & composição o processamento, poderá ser causa da re-contaminação Y dos ingredientes). (a) Rações secas (dry foods): as rações das próximas matérias primas a serem adicionadas à secas passam por um processo de extrusão o qual utiliza uma máquina. É crucial também a limpeza interna das máquinas, combinação de vapor, pressão e temperatura para cozinhar os principalmente nas rações úmidas. O ambiente que envolve alimentos rapidamente. Esse processo coloca os ingredientes todas as etapas do processamento deverá ser monitorado. CM [email protected] MY CY CMY à uma temperatura que varia de 100 a 200°C e pressão de Legislação 34 a 37 atm, que são suficientes para alcançar efetivamente um processo de esterilização de alimentos que atenda os padrões da indústria de pet food. O correto armazenamento Abastecimento (MAPA), tem alterado, assim como editado, do produto acabado, é a próxima etapa em que se deve tomar diversas portarias e Instruções Normativas no sentido de cuidado - controlar as possíveis condições que favorecem disciplinar os diversos segmentos de produção animal, de a proliferação e re-infecção - contaminação após extrusão. ingredientes e fábricas para suplementos e rações animais. A Transporte / comercialização: a prática de perfurar os que trata especificamente das fábricas de rações é a Instrução pacotes tanto, durante o transporte (tirar o ar / facilitar o Normativa n° 04 de 23 de fevereiro de 2007, que aprova o formato para armazenamento), nas lojas comerciais (pet regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e K VENDA: • Farinha de Carne e Ossos de Baixa e Alta Proteína • Sebo Industrial Bruto • Sebo Industrial Branqueado • Garantia de Peróxido Zero e Granulometria MÁX 2mm 44 Pet Food Online 45 FIBRAS Gordura total na formula extrusada Efeito na qualidade do produto < 7% Pouco ou nenhum efeito 7 – 12% 12 – 17% >17% Aumento da densidade A fibra é composta de celulose, hemi celulose e lignina. A celulose é uma estrutura de cadeias longas Pellet terá pouca expansão mas ainda de glicose, hemi celulose são cadeias de açucares terá durabilidade (resistência mecânica) de cinco e seis e carbonos e a lignina é um polímero Perda de resistência mecânica complexo que mantém a estrutura unida (Huber, 1991). O uso de fibras na extrusão é limitado porque CLAUDIO MATHIAS ANDRITZ FEED & BIOFUEL EXTRUSION DIVISION [email protected] [email protected] Processo de Extrusão lipídeos A continuação s gorduras e óleos fornecem ao processo de ingrediente tendem a ter menos efeito sobre a expansão extrusão lubrificação e plasticidade e quando presente em do que as gorduras adicionadas em sua forma “pura” níveis superiores a 7% começam a enfraquecer a massa e ou quase pura. Por exemplo, uma formula com 15% reduz a expansão e o desenvolvimento da textura. de gordura, onde a gordura é fornecida através de Não somente os níveis de gorduras e óleos, mas gordura total, a canola como um exemplo, utilizada também a fonte da gordura e o local de incorporação com componente da formulação tem menos efeito no processo terão um efeito sobre a taxa de expansão sobre a expansão do que a utilização de óleo de canola durante o processo de extrusão. As gorduras internas puro adicionado para garantir o mesmo nível final de fornecidas como componente de um determinado gordura no produto. O aquecimento das fontes de gordura numa faixa impede a expansão. As características de expansão de 40 – 60°C antes da adição na massa irá minimizar são diretamente inf luenciadas pela pureza da fibra, alterações de viscosidade, auxiliando no cozimento do solubilidade e tamanho de partícula. As fontes de fibra produto e diminuindo o efeito negativo na expansão. que contém níveis significativos de proteína ou gordura As fontes de gordura utilizadas em alimentos apresentam baixas propriedades de expansão. Maior para animais de estimação, grandes animais e em solubilidade e menor tamanho de partícula melhoram aqüicultura incluem na sua maioria gorduras e óleos de as propriedades de expansão. origem animal tais como o sebo bovino, banha suína, óleo de frango e ainda óleos de origem marinha e óleos atenção nas dietas para animais de estimação e para vegetais. animais aquáticos. Em dietas para animais aquáticos as A seleção de gorduras de alto ponto de fusão, tal como fontes de proteína, que é o maior nutriente requerido, o sebo bovino, para o processo de recobrimento do são muito baixas em fibra e, portanto, a fibra não é um pelete extrusado deve ser considerada para minimizar constituinte importante. A exceção a isto é a inclusão de a migração de gordura através da embalagem no ponto certos subprodutos processados de grãos tal como o farelo de venda. Monoglicerídeos e emulsificantes (tal como a de trigo em dietas flutuantes para bagre. O uso desse lecitina) adicionados a níveis de 0.5 – 1.0% também irão ingrediente em altos níveis (acima de 20%) rompe a matriz ajudar a reduzir a migração de gordura, embora o seu contínua de carboidrato do produto extrusado resultando modo de ação seja similar ao dos lipídeos eles tendem a em uma textura áspera e na geração excessiva de finos. se complexar com amiloses e proteínas para reduzir a pegajosidade de muitos produtos extrusados. Até recentemente, as fibras não têm recebido muita Continuação na próxima edição 46 Pet Market 47 Meu gato de estimação tem Faceboock V Limma Júnior Diretor da Nutridani Alimentos ocês, meus caros leitores, já reparam como as suas ações e tem o retorno para corrigir ou incrementar redes sociais se tornaram moda nos últimos tempos. o lançamento. Quem nunca ouviu falar em Faceboock? Orkut? Blogs e afins? Aposto que a maioria. Todas elas têm um mesmo página pessoal, criei um perfil para a Nutridani. Ainda objetivo. Aproximar pessoas. Trocar conhecimentos. estou me adequando a nova ferramenta. Confesso que Ouvir idéias. E apesar de impessoal, pois não há contato ainda tenho muito para explorar desse meio virtual, direto com a pessoa com a qual você se comunica, esse mas tenho certeza que as empresas podem tirar muitas meio tornou-se um filão para as empresas que souberem informações nas redes sociais. aproveitar esse canal. O faceboock é a rede social mais badalada do não pode ser maçante. Não basta dizer que vai fazer um momento. Para quem ainda não o conhece, o serviço lançamento e bombardear as pessoas com informações funciona como um mural de recados, onde as pessoas sobre o produto. Essa não é a forma mais inteligente de criam páginas na internet e deixam posts (recados, se comunicar na internet. avisos) sobre o próprio dia a dia. Basicamente é um diário virtual onde você conta concisa e atraente. A empresa precisa sensibilizar, além para todos sobre o que quiser desde que não ofenda causar curiosidade com poucas palavras e imagens. A ou cause prejuízos para ninguém. O serviço é gratuito internet requer comunicação simples porque as pessoas para os usuários e gera receita para os fundadores do que estão acessando a sua página querem ver com negócio através de publicidade no próprio site. rapidez o que você tem para dizer e, então, continuarem a navegação na internet. Com a concorrência acirrada e margens apertadas Entrei nessa onda recentemente. Além de uma Vale lembrar que a comunicação com os clientes A comunicação com os internautas precisa ser de lucro todos querem sair na frente. Para tanto, criam-se Uma boa maneira de seduzir o cliente seria criar formas de se propagar idéias e produtos. O Faceboock e seus listas de discussões pertinentes dentro da página do companheiros estão aí justamente para essa finalidade. Faceboock. Essa ferramenta já é usada para debater os Para as empresas antenadas, esse é um dos canais fatos do cotidiano entre os usuários. Basta trazer para mais fáceis de ter feedback sobre os seus produtos ou o meio virtual assuntos que fazem parte do mundo ações. Basta lançar um produto ou uma ideia e colocar na empresarial, mas de um modo diferente. Um modo que rede social. O retorno é imediato. As pessoas sugerem, seja interessante para as pessoas. criticam e opinam. Contudo, existem formas eficazes de fazer publicidade. No decorrer do texto, falarei sobre o mundo da empresa. Compradores sempre existirão essa maneira. e tendem a aumentar com o crescimento da economia. Assim como o SAC (Sistema de Atendimento ao Contudo, trazer essas pessoas para dentro do mundo da Cliente), considero esses serviços virtuais uma grande empresa e fidelizar os clientes são os principais desafios. ferramenta para a elaboração de produtos e serviços. Por sorte, as redes sociais estão aí para resolver esse Dessa forma, a empresa faz um laboratório virtual sobre problema. Basta saber usá-la. A principal meta de todos é trazer o cliente para 48 Caderno Técnico 1 49 As vitaminas são arbitrariamente divididas TABELA 2 - Diferenças entre vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis. naquelas que são solúveis em lipídeos e naquelas que são solúveis na água. Enquanto esta subdivisão teve Estocagem Excreção Controle Intoxicação Anafilaxia Funções pequena importância funcional, ela teve relevância na absorção. Vitaminas lipossolúveis são absorvidas em uma alimentação rica em lipídeos e frequentemente estão associadas com eles. Qualquer distúrbio na absorção normal dos lipídeos tem um impacto negativo na absorção e captação do trato gastrintestinal das vitaminas lipossolúveis. Em altas concentrações, Estabilidade Lipossolúveis Sim Lenta (bile) Rígido (A e D) Sim (A e D) Não Não enzimáticas Hormonais Muito baixa Hidrossolúveis Quase ausente Rápida (urina) Quase ausente Rara (riboflavina) Sim (tiamina) Coenzimáticas Não hormonais Variável Adaptada de Nunes (1998). muitas das vitaminas hidrossolúveis são absorvidas por difusão passiva, mas em baixas concentrações a absorção 2.1- Fatores que influenciam a magnitude freqüentemente ocorre por sistemas de transporte ativo da margem de segurança na avaliação das saturáveis adenosina trifosfatase (ATPase) dependente Premix Mineral e Vitamínico em alimentos comerciais de cães e gatos Parte 02 2 – VITAMINAS As vitaminas são compostos orgânicos essenciais para moderados de vitaminas (acima de 10 vezes o requerimento de muitas vitaminas) não compromete o animal. as funções normais do organismo e consistem em um grupo de substâncias heterogêneas, classificadas não por sua intensivo, levando ao aumento das necessidades fisiológicas, estrutura química, mas sim por suas funções. ou a métodos de processamento de alimentos, reduzindo a atividade das vitaminas. A contribuição dos ingredientes nos alimentos para cães As deficiências podem ocorrer devido ao desempenho e gatos para o total de vitaminas disponível frequentemente O excesso (super-dosagens) pode levar a graves é desconhecido. Esta situação mais tarde é exacerbada pela problemas. Um excesso de vitamina D ocorre na prática, prática comercial de adicionar premix vitamínicos comuns principalmente em gatos alimentados com dietas somente a em várias dietas e negligenciar a contribuição da maioria base de pescados. dos ingredientes dos alimentos. Efeitos adversos têm sido observados quando os ingredientes da dieta contêm riboflavina, niacina, vitamina B6, ácido pantotênico, naturalmente altos níveis de certas vitaminas. Embora, biotina, ácido fólico e vitamina B12.) e alguns vitagênios, diferente de muitos outros nutrientes essenciais, excessos como a colina e o inusitol, são muito importantes. Na nutrição animal, 12 vitaminas (A, D, E, K, tiamina, exigências vitamínicas para cães e gatos. se sódio. • Critérios fechados para a determinação de necessidades mínimas ou ótimas; A nutrição vitamínica de cães é semelhante àquela da maioria dos outros mamíferos, e os cães serviram como • Diferenças individuais (raça, idade, sexo, atividade física, modelos para humanos em muitos estudos anteriores habilidade para adaptação, habilidade para absorver e sobre vitaminas. Os cães tiveram um papel importante metalizar as vitaminas); na demonstração que a pelagra em humanos era devido à • Condições fisiológicas (crescimento, reprodução, lactação, deficiência de niacina ao invés da hipótese de uma doença etc.); transmissível. Diferente dos cães os gatos possuem um • Composição dos alimentos (níveis de energia, proteína, considerável número de idiossincrasias em suas nutrições gordura, carboidratos, minerais e vitaminas) e mudanças vitamínicas, particularmente no que diz respeito às nos componentes alimentares (ex.: milho por cevada); vitaminas A, D e niacina. • Qualidade do alimento (presença de ácidos graxos 50 Caderno Técnico 1 poliinsaturados, antioxidantes, agentes oxidativos, fatores de processamento e estocagem); • Disponibilidade (forma indigestível ou inabsorvível, presença de antagonistas, drogas); • Condições de saúde (desordens intestinais, qualquer estado patológico); • A magnitude da resposta pode depender também da composição e qualidade do alimento. • Se a temperatura e umidade do ar forem extremamente diferentes das condições de adaptação ambiental para determinadas espécies, as necessidades de vitaminas podem ser aumentados. • Isto ocorre também em condições de estresses, bem como TABELA 3 - Fatores a serem considerados na formulação de alimentos para cães com ingredientes naturais. Vitaminas A D E Tiamina (B1) Riboflavina (B2) Piridoxina (B6) Niacina Ácido Fólico Cobalamina (B12) Colina Fatores para consideração Processamento, conteúdo de lipídeos, fonte Oxidação, toxidade Toxidade e nível de cálcio PUFAs (AG insaturados), selênio Perda no processamento e estocagem, pH, tempo de estocagem e temperatura, tiaminases Luz UV Nível de proteína na dieta Triptofano, baixa disponibilidade de fontes vegetais Perdas processuais Fontes (animais x vegetais) Metionina, folato, vitamina B12, disponibilidade, gorduras. Adaptada do NRC (1985). TABELA 4 - Alguns fatores que influenciam a margem de segurança na avaliação das necessidades para vitaminas. Fatores Estabilidade, eficiência de provitaminas, níveis dietéticos de nitritos, energia, gordura, proteína, tipo de lipídeos na dieta. Duração da intensidade solar, forma de vitamina, D níveis e relação cálcio; fósforo Estabilidade, forma da vitamina, presença de antioxidantes, antagonistas, níveis dietéticos E de selênio e ácidos graxos poliinsaturados. Síntese microbiana, disponibilidade, presença de antagonistas, K antibióticos, sulfas, estresses Estabilidade, níveis dietéticos de carboidratos e enxofre, presença Tiamina de tiaminases, drogas (Amprolium), temperatura ambiente. Estabilidade, níveis dietéticos de energia e proteína, presença Riboflavina de antibióticos, sulfas e temperatura ambiente. Disponibilidade no alimento, níveis de triptofano Niacina dietético, temperatura ambiente Níveis dietéticos de proteína e energia, presença B6 de antagonistas (farinha de linhaça) e sulfas Ácido Pantotênico Estabilidade, temperatura ambiente, presença de antibióticos e sulfas Biotina Disponibilidade no alimento, níveis dietéticos de enxofre, presença de antagonistas. Folacina Presença de antagonistas, antibióticos e sulfas B12 Níveis dietéticos de cobalto, metionina, folacina e colina C Estabilidade, estresses Vitamina A Adaptada de Riis (1983). 51 com a utilização de antibióticos e sulfas na dieta. O mesmo é verdadeiro no caso de antagonistas e algumas doenças (No caso de disfunção intestinal ocorre uma diminuição na absorção de nutrientes e no caso de quadros febris aumenta o metabolismo, aumentando as necessidades de vitamina B). • A margem de segurança pode variar de 0 a 100%. A margem de segurança de 100% é utilizado quando desprezase o conteúdo de vitaminas dos alimentos, em caso de indisponibilidade de algumas vitaminas dietéticas (biotina no trigo, por exemplo) ou inativação por processamento e estocagem. • A utilização de misturas contendo minerais é vitaminas obriga à elevação de margem de segurança, devido à grande oxidação e perdas de atividade vitamínica. Segundo o NRC 2006, as concentrações e quantidades mínimas propostas para vitaminas estão na forma total de biodisponibilidade das vitaminas presentes à dieta (contribuição feita pelos ingredientes naturais e por premix minerais) no momento do consumo. Devido a formas naturais de algumas vitaminas apresentar baixa biodisponibilidade, a quantidade proposta será geralmente adequada quando a maioria das vitaminas vier de um premix vitamínico. Entretanto, quando uma vitamina é fornecida principalmente por um nutriente presente no alimento, a concentração mínima nas tabelas será modificada para esclarecer a biodisponibilidade pelo uso de um fator apropriado. Diferenças específicas entre cães e gatos também podem ocorrer e serem relevantes; por exemplo: Embora a classificação zoológica do lugar de cães e gatos sejam ambos na Carnívora, somente os cães têm a habilidade de usar os precursores carotenóides da vitamina A. Turner (1934) demonstrou que para cães dados 150g de cenouras frescas em adição à dieta basal tinham concentrações mais altas de vitamina A em seus fígados e rins que os cães com a dieta basal dada sozinha e concentrações semelhantes às dos cães dados a dieta basal com adição de óleo de fígado de bacalhau. Os gatos são incapazes de converter β-caroteno ou qualquer outro carotenóide em vitamina A, se eles estão presentes na dieta ou administrados parenteralmente. Ferrets, uma outra espécie carnívora relacionada mais próxima a gatos que cães, utilizam ineficientemente o β-caroteno como um precursor da vitamina A. O equivalente retinol do β-caroteno para ferrets é menor que um quinze avo do retinol do peso basal (NRC 2006) Cães e gatos têm uma necessidade metabólica, mas uma necessidade dietética não foi demonstrada quando dietas naturais são fornecidas. Necessidades adequadas de vitamina K são provavelmente sintetizadas pelos microorganismos intestinais. A vitamina K é expressa em termos do precursor menadiona comercialmente usada que requer alcalinização para ativar a vitamina K. (NRC 2006). 52 Caderno Técnico 1 53 Para dietas normais que não contenham ovos brancos crus, temperatura de expansão e secagem. Perdas potenciais de a Biotina adequada é provavelmente provida por síntese vitamina A também ocorrem com a estocagem, sendo que microbiológica no intestino. Dietas contendo antibióticos as formulações com vitamina A devem ter concentrações podem precisar de suplementação (NRC 2006). adequadas que garantam estas perdas baseado no tempo de TABELA 5 - Recuperação de vitaminas e carotenóides adicionados a alimentos extrusados e percentagem de perda na estocagem % recuperação após processamento Forma Ativa Forma química Forma do Produto Típico Baixo Alto Perda estocagem (% mês) Retinol Acetato de retinol Colecalciferol Vitamina E Colecalciferol Acetato de alfa tocoferil cross linked beadlet Beadlet . spray-dried beadlet adsorbato spray-dried beadlet óleo extrato cristalino extrato cristalino extrato cristalino extrato cristalino extrato cristalino spray-dried beadlet extrato cristalino extrato cristalino extrato cristalino spray-dried beadlet spray-dried beadlet spray-dried beadlet extrato cristalino spray-dried beadlet spray-dried beadlet Beadlet 81 65 85 45 45 40 45 56 50 90 80 82 75 85 80 88 90 96 40 72 64 34 63 40 75 30 30 10 20 40 30 30 50 70 70 75 64 60 65 85 0 50 40 20 90 80 90 85 85 60 65 75 70 95 85 90 90 95 90 95 95 100 60 80 75 50 6 30 4 1 1 10 17 11 12 4 4 3 3 2 2 2 <1 <1 37 2 2 2 estocagem até o produto ser consumido (NRC 2006). 3 - PERDAS VITAMINAS DURANTE O PROCESSAMENTO E O ESTOQUE DE ALIMENTOS PARA CÃES E GATOS A inativação de quase todas as vitaminas que ocorre na preparação de alimentos extrusados e úmidos é diretamente relacionada a temperatura e duração do Em contraste com o efeito relativamente pequeno do processo e a presença de metais livres.. Perdas na secagem processamento sobre a biodisponibilidade de proteínas, e processamento (adição de gordura ou digestão do exterior gorduras, carboidratos e minerais, este tem um efeito do produto extrusado seco) são similarmente dependentes mais acentuado sobre a presença de vitaminas na dieta de tempo e temperatura. Durante a estocagem o conteúdo final. Isto é particularmente evidente para as vitaminas de umidade, temperatura, pH e íons meatis reativos afetam adicionadas às dietas puras ou na forma de concentrados. a taxa de perda vitamínica. Embora a intenção do NRC 2006não seja fornecer discutir a formulação e a manufatura de alimentos comerciais, as presentes como óxidos e carbonatos, podem diminuir a perda perdas potenciais de vitaminas que ocorrem durante o de muitas vitaminas, quando comparado a sua presença processamento e a estocagem devem ser apreciadas. como sulfato ou íons metálicos. Ferro, cobre e zinco são Vitamina K Tiamina Minerais em menos formas reativas, como quelatos ou Dependendo da vitamina, diferentes medidas têm sido especialmente significativos ao catalisar reações tipo Fanton utilizadas para reduzir essas perdas. Mudanças químicas e em gerar radicais livres. Componentes da dieta capazes de das vitaminas para transformar-las em compostos mais neutralizar esses radicais livres reduzem a perda de vitaminas. estáveis, por exemplo a tiamina mononitrato no lugar da tiamina livre, esteres (palmitato ou acetato) de retinol e um importante fator na redução de radicais livres da dieta. tocoferol no lugar dos álcoois e ascorbil fosfato no lugar Agentes quelantes como o ácido etilenediaminetetracetico de ácido ascórbico A incorporação de vitamina em micro (EDTA) e ácido fosfórico ou antioxidantes sintéticos tais cápsulas é outra técnica para alcançar maior estabilidade como os hidroxitolueno e BHTQ adicionado a gordura e melhorar a dispersão da vitamina em um alimento. reduz a propagação dos radicais livres. O α-tocoferol é Normalmente, a vitamina é emulsificada com gelatina. um importante neutralizador de radicais livres in vivo e Amido e glicerol (normalmente com um antioxidante) são outros tocoferóis tem atividades biológicas mais baixas. Em pulverizadas para formar as micro cápsulas que são cobertas contraste, em dietas com tocoferóis mistos ( γ e δ) há uma com amido. Mais adiante, um tratamento para formar maior capacidade de neutralização dos radicais livres em micro cápsulas resistente ( normalmente micro cápsulas relação ao α-tocoferol (NRC 2006). com ligação cruzada) permite uma melhor proteção da vitamina durante o processamento. A ligação cruzada vitaminas envolvidas na extrusão e processos de secagem pode ser induzida provocando uma reação de Maillard ou na manufatura de alimentos comerciais para animais através de outros processo químicos. A maioria da vitamina de companhia e perdas na estocagem são sumarizadas A utilizada nos EUA é por ligação cruzada e as vitaminas na Tabela 8-3. Informações similares e mais detalhadas do complexo B usam spray drying (NRC 2006). do efeito da temperatura durante a extrusão, secagem Este processo é freqüentemente utilizado com a e estocagem também está disponível. A recuperação vitamina A. Uma vez que o retinol é muito susceptível das vitaminas nesses processos varia grandemente; à oxidação, ele não é usado diretamente em alimentos para algumas vitaminas, tais como o ácido nicotínico, a comerciais para cães e gatos, mas é esterificado para proteger Riboflavina Piridoxina D-ác. pantotênico Niacina Biotina Ácido fólico Vitamina C Proteção de gordura na dieta contra a peroxidação é Tipicamente, bem como baixas e altas recuperações, as Luteína Licopeno Beta caroteno RRR- alfa tocoferol Compl. menadiona bissulfito de sódio Menadiona dicotinamida bissulfito Menadiona dimetilpirimidinol bissulfito mononitrato de tiamina hidrocloreto de tiamina Riboflavina hidrocloreto de piridoxina D-pantotenato de cálcio ácido nicotínico biotina ácido fólico ascorbil-2-polifosfato ácido ascórbico luteína licopeno beta-caroteno Fonte: Informação fornecida pelo J.W. Wilson, Roche Vitamins Inc. (NRC 2006) 4- CONSIDERAÇÕES FINAIS Assim como na nutrição de animais de produção, é muito importante adequar e incorporar as quantidades exatas de vitaminas e minerais nos alimentos comerciais Hicholasville. Proceedings. Hicholasville: Alltech Technical Publications, 1993. P. 61-69. NRC, Nutrient Requeriments of Dog and Cats, National Research Council of the National Academies, Washington DC, 2006, 398 p NUNES, I. J. Nutrição Animal Básica, FEP – MVZ Editora, Belo para cães e gatos. Isto porque, enquanto humanos tem uma Horizonte, 2 ed., 388p. 1998. dieta multivariada, animais de companhia são submetidos a MALETTO, S. Absorção e interferência dos elementos minerais no um regime alimentar com padrões fixos e pouco variados, recebendo, ao longo de toda sua vida, dietas com muito pouca organismo animal - micro elementos - Importância na sanidade. In: Simpósio sobre Nutrição Mineral. 1, 1984, São Paulo, Anais. São Paulo: SNIDA, 1984. p.9-18. variação de ingredientes. Neste caso, além do conhecimento MALETTO, S.; Organic compound of minerals in cattle feeding. Anais do das necessidades, é importante também conhecer as Simpósio Internacional sobre Exigências Nutricionais de Ruminantes – interações entre os demais nutrientes da dieta, bem como os efeitos do processamento, armazenamento etc. UFV- MG, pag. 177 – 191, 1995. MANSPEAKER,J.E., ROBL, M.G., EDWARDS, G.H., et al. Chelated minerals, Their role in bovine fertility. Vet. Med., v.82, n.9, p.951-956, 1987. PREMIER PET .As Vantagens dos Minerais Quelatados para Cães e Gatos. 5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Boletim Informativo, Disponível em http://www.premierpet.com.br Acesso AMERICAN FEED CONTROL OFFICIALS (AAFCO). Nutrient em 02/06/2003c Profiles for Dogs and Cats. Atlanta: AAFCO Official Publication, 1994. RIIS, P. M., Dynamic Biochemistry Of Animal Production, 1983. recuperações são altas, enquanto que para a vitamina A BORGES, F. M. O., NUNES, I. J. Nutrição e Manejo Alimentar de Cães na UNDERWOOD, E. J. The mineral nutrition of livestock, 2. ed. Farmhan elas são mais baixas (NRC 2006). Saúde e na Doença. Cadernos Técnicos da Escola de Veterinária da UFMG, Royal: 1981. 180 p. formado para proteção. No procedimento, o éster retinil EV-UFMG, Belo Horizonte N.1 1998, 103p. UNDERWOOD, E. J. Trace elements in human and animal nutrition. 3 ed. (como um óleo) é emulsificado em uma matriz de glicerina extrusados tendem a ser mais altas para as vitaminas CASE, L.P.;CAREY, D.P.; HIRAKAWA, D.A. Nutrição canina e felina: New York: Academic press, 1971. 543 p. lipossolúveis (vitaminas A e D3 em micro cápsulas com manual para profissionais. Espanha: harcourt Brace, p.410, 1998. VANDERGRIFT, B. The role of mineral proteinates in immunity and gelatinosa (freqüentemente com adição de antioxidante) LOWE, J. A., J. WISEMAN AND D. J. A. COLE. 1994. Absorption and reproduction. What do we really know about them? In: Simpósio sobre e encapsulado pulverizando a matriz em um processo de ligação cruzada cerca de 8 e 4% por mês, respectivamente) retention of zinc when administered as an amino-acid chelate in the dog. J. Nutrição Mineral. 1, 1984, São Paulo, Anais. São Paulo: SNIDA, 1984. spray dry a frio. Com adição de açúcar à emulsão, ocorre que as vitaminas B cujas perdas são da ordem de 2-4%/ Nutr. 124:2572s-2574s p 27-33. ligação cruzada com a gelatina, a qual reduz a solubilidade mês. O mononitrato de tiamina e o ácido fólico tem as mais da cápsula na água e sustenta-a a altas temperaturas e altas taxas de perda entre as vitaminas B. Dados de perdas fricção durante a expansão, secagem e processamento. As vitamínicas durante a estocagem de alimentos úmidos não LOWE, J. Protected minerals, an expensive luxury or a cost-effective perdas nesses processos estão relacionadas diretamente à estão revisados na literatura (NRC 2006). necessity? In: Biotechnology in The Feed Industry. Annual Symposium, 9, o grupo hidroxila livre. Um éster (acetato ou palmitato) é Perdas de vitaminas durante a estocagem de alimentos LOWE, J. A., J. WISEMAN AND D. J. A. COLE. 1994. Zinc source influences zinc retention in hair and hair growth in the dog. J. Nutr. 124:2575s-2576s Flávia Maria de Oliveira Borges Saad Médica Veterinária, MSc., DSc Nutrição Animal Professora Associada da UFLA – Departamento de Zootecnia borgesvet@uf la.br 54 Caderno Técnico 2 55 corporal que deve ser reposta. Este nutriente deve ser responsável por 50 a 65% das calorias diárias ingeridas pelo animal ou compor 25 a 40% da matéria seca da dieta (Shein, 1986 in Olgivie, 2000). 3. Minerais Os minerais com relevância no quadro neoplásico são o selênio, o ferro e o zinco. Porém, são necessários mais estudos para a determinação de dosagens ideais para prevenção e tratamento do câncer. Em roedores, a suplementação com selênio demonstrou reduzir a formação de células cancerígenas (Olgivie, 2000). Em humanos é utilizado como suplementação preventiva (Donaldson, 2004). A suplementação de 2 a 4 µg/kg são recomendadas, evitando, assim, a deficiência de selênio, com uma dosagem segura para não ocasionar a intoxicação (Wakshlag, 2008). Altos níveis de ferro foram correlacionados com maior desenvolvimento tumoral (Olgivie, 2000). Em animais de laboratório, a deficiência de zinco parece promover a carcinogênese (Olgivie, 2000). 4. Nutracêuticos Os ácidos graxos ômega 3 são compostos pelo ácido ecosapentaenóico (EPA) e16:13 pelo ácido docosahexaenóico Focam.pdf 1 06/02/11 (DHA), potenciais inibidores da proliferação de células tumorais, promotores da função imune, reduzindo a formação de citocinas (Olgivie, 2000), atuando no ganho de peso, diminuindo a anorexia, aumentando a ação da insulina, a síntese de óxido nítrico e, além de sua ação protetora nas células nervosas contra o TNFa, aumentamdo os níveis de acetilcolina cerebral. O EPA exerce a função de inibição do PIF através da supressão de citocinas, e conjuntamente ao DHA, inibe a lipólise estimulada pela célula tumoral (Body, 1999). O efeito de ganho de peso parece ser específico para o óleo de peixe. Estudos em humanos demonstraram que a suplementação com outros óleos poliinsaturados e ácido gama linoléico não obtiveram o mesmo resultado no ganho de peso, quando comparados ás pessoas que utilizaram o óleo de peixe. Mais especificamente, a inclusão do EPA estimula maior ganho de massa magra e lipídica (Inui, 2002). È recomendada a inclusão de mais de 5% da matéria seca da dieta (Olgivie, 2000) ou na proporção 1:1 ou 0,5:1 de W-6:W-3 na matéria seca, na formulação da dieta desejada (Wakshlag, 2008), devendo ser acompanhado pela suplementação adequada de vitamina E, prevenindo de efeitos colaterais como a peroxidação de tecidos adiposos. A arginina é um aminoácido de síntese endógena condicionalmente essencial para cães. Associada á ácidos graxos ômega 3, apresentou o efeito de aumento de sobrevida, melhora na qualidade de vida e redução de sinais clínicos no paciente. Para a sua ração ser a preferida do mercado ela precisa ser a melhor. Suporte nutricional em cães com câncer Com hidrolisados Hidrofoc seus produtos ficam super Parte 02 1. Proteínas Para a obtenção de aminoácidos a ser utilizados na gliconeogênese e produção de energia, há uma elevação no catabolismo protéico. A síntese protéica pode ficar comprometida devido aos reduzidos níveis de insulina circulantes, diminuição da sensibilidade dos receptores de insulina nos miócitos e baixa obtenção de aminoácidos necessários para a síntese de proteínas (Tisdale, 2002), podendo comprometer a cicatrização de feridas e elevar a susceptibilidade ás infecções. O fator indutor de proteólise (PIF) influencia na degradação de proteína corporal e redução da síntese protéica muscular, podendo ser observada na urina do paciente caquético (Inadera, 2002). Animais com neoplasia apresentaram alterações na concentração plasmática de aminoácidos, com elevados níveis de isoleucina e fenilalanina e baixos níveis de treonina, glutamina, glicina, valina, cistina e arginina, que E a melhor ração para cães e gatos é a ração que utiliza os produtos da linha Hidrofoc, que são desenvolvidos nos mais altos padrões de qualidade para agregar valor ao seu produto. se mantiveram alterados após a remoção cirúrgica do tumor, indicando a persistência das alterações metabólicas (Olgivie, 1990). 2. Gordura Na caquexia, ocorre um aumento na lipólise e redução da lipogênese, consequente a liberação de fatores tumorais lipolíticos, aumento de lipase hormônio sensível e queda da lípase lipoprotéica, sendo esta última responsável pela ocorrência de hiperlipidemias (Ogilvie, 2004). Podese observar também na caquexia o fator mobilizador de lipídeos (LMF), que a atua hidrolisando glicerol e ácidos graxos livre (Silva, 2006). A degradação de tecido lipídico é o principal responsável pela perda de peso (Inui, 2002). Os lipídeos devem ser a principal fonte energética do paciente com neoplasias; células tumorais têm dificuldade de utilizar lipídeos como fonte energética e, além disso, no quadro de caquexia, há uma grande perda da gordura C M Y CM MY CY CMY K Focam Ind. e Com. de Aditivos Ltda. Estrada Municipal para Tainhas, Km o1 Carambeí - (PR) www.hidrofoc.com.br www.focam.com.br E-mail: [email protected] Fone: (42) 3231-9400 / (42) 9973-3812 56 Caderno Técnico 2 57 Não existem estudos comprovando o nível ideal de arginina para cães,mas estima-se que o recomendado seriam níveis acima de 2% da matéria seca corporal. Suplementação com glutamina é importante devido a sua função de combustível oxidativo para enterócitos. A glutamina é precursora de nucleotídeos, melhora a morfometria intestinal, a imunidade local, reduz a translocação bacteriana e aumenta a sobrevida do paciente (Olgivie, 2000), além de possuir atividade imunomoduatória, inibitória das células tumorais e a metástase (Kaufmann et al., 2003). Aminoácidos de cadeia ramificada (isoleucina, leucina e valina) podem ser suplementados pela sua possível ação anti carcinogênica (Saito, 2001), sendo recomendada a suplementação de 100 a 150 mg/kg de animal (Wakshlag, 2008). Em humanos, enzimas digestivas e probióticos podem ser utilizados como suplementos em dietas anticancer (Donaldson, 2004). Os ß-carotenos, vitamina C, viamina E e retinóides são considerados possíveis agentes anti-tumorais (Wakshlag, 2008), são anti-oxidantes que atuam em receptores específicos inibindo o crescimento e metástase tumoral. (Olgivie, 2000). Os retinóides são compostos derivados da vitamina A que demonstram funcionalidade no combate às células cancerígenas, como epiteliomas queratinizantes intradérmico, linfomas cutâneos, carcinoma de células escamosas por fotossensibilidade e lesões pré-neoplásicas, apenas associadas á outros agentes. Atuam aumentando a sensibilidade das células neoplásicas aos tratamentos convencionais por agentes químicos e radiação (Olgivie, 2000). A suplementação com antioxidantes é bastante controversa, pois embora esses compostos atuaem reduzindo a formação de radicais livres que podem prejudicar células normais, o efeito de proteção da membrana celular também atua em células neoplásicas, promovendo uma maior resistência das células tumorais ao tratamento anti carcinogênico (Wakshlag, 2008). 5. Manejo nutricional O manejo nutricional tem como objetivo prevenir, corrigir deficiências nutricionais ou minimizar as perdas durante a evolução do quadro clínico. A intervenção precoce é importante por auxiliar beneficamente no tratamento das células tumorais (Barrére, 2007). A dieta selecionada para pacientes com neoplasia deve atender o requerimento calórico necessário para a manutenção do animal. Para avaliar se a quantidade ofertada está adequada, o animal não deve perder peso. O método mais indicado é por via oral(ou enteral, no caso de recusa em ingestão voluntária de alimentos), para manutenção da mucosa intestinal, hormônios tróficos e para estimular a produção de IgA intestinal. Em casos de hiporexia, pode-se utilizar estimulantes de apetite como derivados de benzodiazepínicos, e uma possibilidade ainda não estudada, é o megestrol. Porém, em casos mais avançados da doença, alguns pacientes ficam impossibilidados de se alimentarem da maneira fisiologicamente indicada e necessitam do fornecimento das suas necessidades nutricionais de maneira diferenciada, como no caso da alimentação parenteral (Olgivie, 2000). 6. Conclusão Apesar da crescente população de animais senis e, consequentemente, da população acometida por neoplasias, ainda faltam muitos estudos para determinação da eficácia de nutrientes como nutracêuticos, suas dosagens e forma de utilização. A grande diversidade de neoplasias e seus comportamentos não padronizados dificultam o estabelecimento de uma dieta exata para suporte e/ou prevenção. São necessários mais estudos específicos para a espécie canina já que a maioria das bases científicas são extrapoladas de outras espécies. 7. Referências Bibliográficas ARGUILÉS, J.M. BUSQUETS, S., LOPEZ-SORIANO, F.J. Cytokines in the pathogenesis of cancer cachexia. Curr. Opin. Clin. Nutr. Metab. Care. V.6, n.4, p. 401-406, 2003. ARGUILÉS, J.M. BUSQUETS, S., LOPEZ-SORIANO, F.J. Mediators involved in cancer anorexia-cachexia syndrome: past, present and future. Nutrition. V.21, p.977-985, 2005. BARRÉRE, A.P.N., KAMATA, L.H. 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Fernanda S Ebina Médica Veterinária, Mestranda UFLA Nutrição de Cães e Gatos Flávia Maria de Oliveira Borges Saad Médica Veterinária, MSc., DSc Nutrição Animal Professora Associada da UFLA – Departamento de Zootecnia borgesvet@uf la.br 58 Caderno Técnico 3 59 Zeólita natural x Yucca schidigera na alimentação de cães e gatos A convivência mais próxima dos proprietários Buscando-se minimizar este problema, a pesquisa e com seus animais de companhia, devido a mudanças o desenvolvimento de novos aditivos que reduzam o odor comportamentais e sociais das últimas décadas, levou produzido pelas fezes e melhorem o escore fecal sem, a modificações na alimentação destes animais, pois o influenciar a palatabilidade e a digestibilidade do alimento alimento industrializado facilita o fornecimento e diminui fornecido, é de extrema importância dentro do setor o tempo anteriormente despendido no fornecimento da Petfood. alimentação caseira. Dentre os redutores de odor fecal, os de maior destaque Tal convivência, também implicou em maior contato do são o extrato de Yucca schidigera e a Zeólita, os quais proprietário com as fezes de seu animal, as quais contêm possuem mecanismos de ação muito diferentes. Os efeitos diversos elementos voláteis que caracterizam o mau odor da Yucca schidigera consistem na inibição da uréase, ação dos dejetos. Essa é a principal reclamação dos proprietários sobre a microbiota e a ligação com a amônia. Já a Zeólita de animais de companhia, que buscam resolver o problema apresenta um desbalanço de cargas em sua estrutura e, fornecendo aos seus animais rações que resultem em fezes dessa forma, adsorção da amônia. com menor odor e melhor consistência. Dessa forma, é Zeólita x Yucca Schidigera crescente o número de alimentos completos industrializados que contêm em sua composição, aditivos com potencial As Zeólitas naturais podem ser encontradas em diversos redução de odor fecal. países com características de cores, composição e relação Al/Si distintos, as quais modificam a sua seletividade de de produção como os de companhia. troca catiônica (CTC), característica responsável pela adsorção da amônia. de inclusão dos aditivos Zeólita do tipo Clinoptilolita e A Zeólita do tipo Clinoptilolita, é um mineral de o extrato de Yucca Schidigera (YSE) na ração de cães e formação vulcânica com alta capacidade higroscópica e gatos, uma pesquisa foi realizada no Centro de Estudos de troca catiônica seletiva que promove respectivamente, em Nutrição de Animais de Companhia, pertencente ao aumento da matéria seca fecal com conseqüente melhora Departamento de Zootecnia da Universidade Federal das características das fezes e redução dos níveis de amônia de Lavras em parceria com a Indústria Celta Brasil. Os e gases característicos do odor das fezes. Além disso, a sua parâmetros avaliados durante a pesquisa foram: redução de capacidade de troca catiônica reduz o efeito tóxico causado odor e melhora das características das fezes, digestibilidade pelas altas concentrações de gases presentes em excesso aparente da matéria seca e aceitabilidade do alimento nos processos digestivos. através da avaliação do consumo voluntario da ração. Recomenda-se o uso de Zeólita em dosagens que Com a proposta de avaliar a ação de diferentes níveis Para o ensaio de digestibilidade, redução do odor e podem variar entre 0,75% a 1% para cães e 0,5% para gatos, melhora da consistência das fezes, foram utilizados cães de acordo com as características e objetivos que se pretende adultos da raça Beagle e gatos adultos sem raça definida. alcançar com a ração formulada. Os tratamentos experimentais em ambos os ensaios foram: A Yucca schidigera é uma espécie de planta da família YSE 125 ppm, YSE 250 ppm, YSE 375 ppm, Zeólita Agavaceae que cresce em desertos e encontra-se quase 0,5%, Zeólita 0,75%, Zeólita 1,0% e tratamento controle. que exclusivamente no sudoeste dos EUA e no México. Para realizar o estudo de aceitabilidade, os animais foram Ela pode atingir de 3 a 4 metros de altura e produz vários submetidos a um teste de consumo voluntario do alimento galhos que são colhidos quando maduros com 1 a 2 metros. fornecido acrescido dos maiores níveis dos aditivos Estes galhos são então moídos e o sólido resultante é seco e em estudo. Assim esperava-se que, caso não ocorresse transformado em pó para utilização na alimentação animal, interferência dos aditivos fornecidos em altas concentrações em um nível recomendado como ideal de 250 ppm. no consumo voluntário dos animais, os níveis mais baixos também não interfeririam. A Pesquisa Nos dias de avaliação da aceitabilidade da ração, os dois Os ensaios de digestibilidade e aceitabilidade são alimentos foram fornecidos de forma pareada e simultânea. ferramentas de grande importância na avaliação e na A disposição do alimento no comedouro era modificada decisão da inclusão de aditivos em dietas tanto de animais a cada dia, evitando que o animal tivesse o primeiro Caderno Técnico 3 60 61 acesso ao mesmo tipo de alimento durante o teste. Após absorvendo primeiramente íons amônio, a Zeólita absorveu um período de uma hora, os comedouros eram retirados os gases produzidos durante a digestão do alimento, não os e as sobras mensuradas para a avaliação do consumo. Os liberando para o meio ambiente, e desta forma reduzindo o valores médios de consumo dos animais, durante o teste odor das fezes produzidas pelo animal. Essa capacidade foi de palatabilidade, estão no gráfico 1. Tanto na pesquisa observada durante a avaliação sensorial do material fecal com Cães como em Gatos, não houve diferença sobre a coletado para o teste de avaliação e pode ser observada nas aceitabilidade dos alimentos com a inclusão dos aditivos. tabelas 1 e 2. Para avaliar a capacidade de redução de odor das fezes Os resultados mostram a superioridade da Zeólita na pelos aditivos, realizou-se uma análise sensorial do material redução de odor pelos níveis de inclusão de 0,75% a 1,0% fecal coletado, seguindo protocolos de avaliação sensorial em cães, sobre os demais níveis estudados de Zeólita e adaptados da análise sensorial de alimentos. Desta forma do Extrato de Yucca. Já no estudo com gatos, o nível de 45 donos de cães e 60 donos de gatos e consumidores de 0,5% de Zeólita nos mostrou-se melhor que todos os níveis alimentos completos, foram selecionados para observar estudados, com exceção do nível de 125 ppm de Extrato de em 7 amostras de fezes o odor produzido e numerá-las Yucca , o qual foi semelhante ao nível de 0,5% de Zeólita. conforme a intensidade deste odor. Os resultados dos parâmetros avaliados para cães estão na Tabela 1 e para as fezes dos animais alimentados com o aditivo Zeólita gatos estão na Tabela 2. em níveis de 0,75% a 1,0% para cães e 0,5% para gatos apresentaram consistência mais firme e formato mais Através da sua capacidade de troca catiônica seletiva, Neste trabalho também foi possível observar, que característicos, devido a propriedade higroscópica da TABELA 1 – Parâmetros avaliados em cães durante teste comparativo entre três dietas: tratamento controle (sem inclusão de aditivos), dietas com o aditivo Extrato de Yucca e dietas com o aditivo Zeolita (Celpec ®). Parâmetros Escore Fecal1 Odor Fecal2 CDAMS3 (%) Tratamento Controle 2,83 5,0 74,75 Extrato de Yucca 125 3,16 5,04 77,18 250 3,16 5,60 73,84 375 3,43 5,64 74,47 Zeolita (%) 0,5 3,63 5,77 74,57 animais alimentados com este aditivo. Esta característica é de grande interesse para a indústria de alimentos Pet Food e para os proprietários de animais de companhia, uma vez 0,75 3,86 6,55 75,31 que fezes mais secas e com boa forma são indicativos de saúde do animal e facilitam a limpeza das áreas utilizadas pelos animais para defecação. Valores médios de escore fecal variando de 1 (diarréia) a 5 (fezes ressecadas) com valor ideal igual a 4 (2) Valores médios de odor das fezes variando entre 0 (odor forte) a 10 (odor fraco) (3) Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (1) O mercado Pet Food brasileiro está em crescimento, e os alimentos são cuidadosamente elaborados com Adaptado de Maia (2008). ingredientes que potencializam a prevenção da saúde dos TABELA 2 – Parâmetros avaliados em gatos durante teste comparativo entre três dietas: tratamento controle (sem inclusão de aditivos), dietas com o aditivo Extrato de Yucca e dietas com o aditivo Zeolita (Celpec ®). Parâmetros Escore Fecal1 Odor Fecal2 CDAMS3 (%) Zeólita, a qual propicia melhores características as fezes dos Tratamento Controle 3,51 2,0 77,67 Extrato de Yucca 125 3,80 2,57 77,44 250 3,69 1,16 77,41 375 3,62 2,37 77,72 Zeolita (%) 0,5 4,16 2,54 76,60 0,75 4,05 2,24 75,96 Valores médios de escore fecal variando de 1 (diarréia) a 5 (fezes ressecadas) com valor ideal igual a 4 Valores médios de odor das fezes variando entre 0 (odor forte) a 10 (odor fraco) (3) Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (1) (2) 1,0 3,49 1,0 1,88 3,93 76,98 5,97 74,36 animais. Seguindo esta vertente, as indústrias produtoras de alimentos completos estão sempre buscando produtos diferenciados como a Zeólita, um novo aditivo que reduz o odor e melhora a consistência das fezes. Este é de extrema importância para a indústria Pet Food, pois supre a maior reclamação dos proprietários e consumidores de alimentos industrializados junto às indústrias, sendo então, uma nova fonte de aditivo para tal finalidade. Literatura Consultada: Adaptado de Roque (2009). Gráfico 1: Quantidade media em gramas consumida pelos cães e gatos em um período de 4 dias. rações para cães: palatabilidade, digestibilidade e redução de odores fecais. 2008. 85 p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) 180 160 MAIA, G. V. C. Zeólitas (Clinoptilolita) e Yucca schidigera em 162,6 158,37 375 ppm de extrato de Yucca 140 10% de Zeolita 120 - Universidade Federal de Lavras, Lavras. ROQUE, N. C. Níveis de Zeólita (Clinoptilolita) e Yucca schidigera em rações para gatos. 2009. 95 p. Dissertação 100 80 60 40 14,98 20 16,59 Ana Paula Fulan Zootecnista 0 Quantidade media em gramas consumida pelos cães em um período de 4 dias Quantidade media em gramas consumida pelos gatos em um período de 4 dias Mestre em Nutrição de Monogástricos Responsável Técnica e Comercial na Indústria Celta Brasil 62 Serviços ASSINATURA DA REVISTA Pet Food Brasil 3ª capa Aboissa [email protected] www.aboissa.com.br 41 (45) 3251-1239 www.algomix.com.br Andritz Sprout do Brasil 45 www.andritzsprout.com [email protected] Anima Consultores 57 (11) 3677-1177 www.animaconsult.com.br [email protected] 27 [email protected] Brazilian Pet Foods 4ª capa 0800-7016100 www.brazilianpetfoods.com.br 59 (11) 4615-7788 www.celtabrasil.com.br [email protected] (19) 9135-1322 www.consulpet.com.br [email protected] 51 (16) 3615-0055 [email protected] www.ferrazmaquinas.com.br Focam 55 [email protected] www.focam.com.br Fribom 43 (62) 3516-4020 [email protected] Geelen Counterflow 29 [email protected] www.geelencounterflow.com Endereço: Complemento: Cidade: 61 Cep: UF: Nord Kemin (49) 3312-8650 www.kemin.com Fone: ( ) Fax: ( ) Cargo: 47 Nutridani (43) 3436-1566 www.nutridani.com.br 57 Nutrivil (85) 3215-1107 [email protected] www.nutrivil.com.br 31 7 Rothoplás Embalagens (11) 4199-2555 [email protected] www.rhotoplas.com.br 21 SES Surface (16) 3368-3118 www.ses-engenharia.com.br 9 (42) 3231-9400 Empresa: Nº: Permecar (19) 3456-1726 www.permecar.com.br 41 Ferraz Máquinas 37 Marfuros (44) 3029-7037 www.marfuros.com.br Nutriad (19) 3206-0199 www.nutriad.com.br www.biorigin.net Consulpet 35 Manzoni Industrial (19) 3225-5558 www.manzoni.com.br 39 (14) 3269-9200 Celta Brasil Nome: Informe Agro Business (11) 3853-4288 [email protected] www.agroinforme.com.br Algomix 5 Biorigin 33 Inflex Embalagens (67) 2108-5900 www.inflex.ind.br (11) 3353-3000 Você pode solicitar o recebimento da Pet Food Brasil. 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