Juan López Diana Larrea Abigail Lazkoz Raúl Belinchón Javier Arce

Transcrição

Juan López Diana Larrea Abigail Lazkoz Raúl Belinchón Javier Arce
Diana
Larrea
----------------Electrocosmos
----------------p.49
Juan
López
----------------Hoy no aspiro
a nada
----------------p.33
OS
24 DEGRAUS
JOAN MIRO
e
Raúl
Belinchón
----------------Kéyah
----------------p.97
Javier
Arce
Abigail
Lazkoz
----------------Shuffle
----------------p.81
----------------El ornamento de
las masas: rojo,
blanco y azul
----------------p.65
LOS 24 ESCALONES Y JOAN MIRÓ. THE 24 STEPS & JOAN MIRÓ
OS
24 DEGRAUS
JOAN MIRO
e
Governo do
Distrito Federal
Secretaria de Estado
da Educação / D.F.
Secretaria de Estado
da Cultura / D.F.
SOCIEDAD ESTATAL PARA
LA ACCIÓN CULTURAL EXTERIOR
(SEACEX)
Presidenta
Charo Otegui Pascual
Diretora
Pilar Gómez Gutiérrez
Gerente
Javier Sevillano Martín
Comunicação e Relações
Institucionais
Alicia Piquer Sancho
Exposições
Belén Bartolomé Francia
Arte Contemporânea
Marta Rincón Areitio
Financeiro
Julio Andrés Gonzalo
Pere Jaume Borrell
Josep M. Carreté
Josep Colomer
Jacques Dupin
Josep M. Fargas
Emili Fernández Miró
Lola Fernández
Joan Gardy Artigas
Kazumasa Katsuta
Daniel Lelong
Jordi Martí
Álvaro Martínez-Novillo
Joaquim de Nadal
Lluís Noguera
Eva Prats
Joan Punyet Miró
Carles Usandizaga
Francesc Vicens
Carles Viladàs
Patronato Emérito
Oriol Bohigas
Josep M. Mestres Quadreny
Albert Ràfols-Casamada
Antoni Tàpies
Conselho de Administração
Carlos Alberdi Alonso
Ángeles Albert de León
Carmen Caffarel Serra
Guillermo Corral Van Damme
Elena Madrazo Hegewisch
María Prieto Pleite
Francisco de Asís Javier
Rodríguez Mañas
María Fernanda Santiago
Bolaños
Directora
Rosa Maria Malet
Secretário de Conselho
Alfonso Redondo Cerro
Governador do Distrito
Federal
Rogério Rosso
FUNDACIÓ JOAN MIRÓ
Patronato
President emérito
Eduard Castellet
Presidente
Jaume Freixa
Secretário
Josep M. Coronas
Vogales
Frederic Amat
Maria Lluïsa Borràs
Subdirectora-gerente
Dolors Ricart
Museu Nacional do Conjunto
Cultural da República
Vice Governadora do Distrito
Federal
Ivelise Long
Secretário de Estado da
Cultura do Distrito Federal
Silvestre Gorgulho
Diretor do Museu Nacional
do Conjunto Cultural
da República
Wagner Barja
Comissáo Intergovernamental
do Conjunto Cultural
da República
Carlos Alberto Ribeiro
de Xavier
Administrador
Joáo Bastos
Transporte
TTI, S.A.
Museologia
Lucia Mafra, Ana Frade, Anelise Weingartner
Producción
OITTO Agência de Projetos
Núcleo Gráfico
Eder Santos, Joaquim Augusto
Assessoria Técnica
Ana Taveira
Fotografia E Vídeo
Documentaçáo
André Santangelo, Alexandre
Rangel
Montagem
Manoel Nascimento, Venício
Egídio
LOS 24 ESCALONES Y Joan Miró
Exposição
Realização
Secretaria de Estado
da Cultura do Distrito
Federal, Brasil
Museu Nacional do Conjunto
Cultural da Republica
Sociedad Estatal
para la Acción Cultural
Exterior, SEACEX
Fundació Joan Miró
Ministerio de Asuntos
Exteriores y de Cooperación
de Espanha
Ministerio de Cultura
de Espanha
Embaixada da Espanha
no Brasil
Curador
Jorge Díez Acón
Coordenação Geral
Silvia Villanueva Beltramini
Açáo Educativa
Museu Nacional
Design da montagem
Jesús Moreno
& Asociados, S.L.
Seguros
Axa Art
Generali España, S.A.
Aon Gil y Carvajal
S.A. Correduría de Seguros
Catálogo
Edição
Sociedad Estatal para
la Acción Cultural Exterior
de España (SEACEX)
Design
Folch Estudio
Traduções
Joanna Martinez
(espanhol-inglês)
Fotografias do Espai 13
Pere Pratdesaba
Impressão e encadernação
Gráfica Pancrom
© da edição, SEACEX
© dos textos, seus autores
© das fotografias, seus
autores
© Successió Miró 2010
ISBN: 978-84-96933-49-1
Inicialmente a exposição
Los 24 escalones foi um ciclo
de exposições para o Espai
13 da Fundació Joan Miró de
Barcelona durante a temporada
2008-09.
Índice
-7Apresentação
-13Joan Miró
Uma Escrita Universal
Wagner Barja
-19Os 24 degraus e Joan Miró
Jorge Díez
-33Juan López
Hoy no aspiro a nada
-49Diana Larrea
Electrocosmos
-65Javier Arce
El ornamento
de las masas:
rojo, blanco
y azul
-81Abigail Lazkoz
Shuffle
-97Raúl Belinchón
Kéyah
-113Textos en español
-129English Texts
-4-
-5-
-Apresentação-
Do diálogo entre as obras de Joan Miró e dos artistas
Javier Arce, Raúl Belinchón, Diana Larrea, Abigail Lazkoz e
Juan López nasce esta mostra intitulada “Os vinte e quatro
degraus”, que são os degraus que separam o Espai 13 do
itinerário da coleção permanente na Fundação Miró. Com esta
iniciativa da Fundação, cinco criadores espanhóis recuperam
o espírito sincero de Miró e sua inquietação pelas novas
expressões e tendências artísticas.
As 16 obras do pintor barcelonês evocam e inspiram novas
expressões artísticas que servem para ter uma reflexão
sobre grandes temas como o cosmos e a terra que, através
de linguagens inovadoras, são devolvidos à luz de nossos
dias com espírito crítico e construtivo. A criatividade e
o simbolismo, as imagens, a antecipação e a fotografia são
elementos que conduzem a obra destes cinco artistas que
enfrentam o desafio de dialogar com os trabalhos de Miró e
de construir um novo discurso de grande força invocadora.
Se Juan López toma como referência as colagens de Joan Miró
e seu apego aos materiais simples, Diana Larrea encontra
inspiração nas constelações mironianas e Javier Arce faz
uma reflexão sobre os limites da arte através das imagens.
Por sua vez, Abigail Lazkoz submerge nos cadernos de
rascunhos para interpelar o acaso da composição exaustiva
e Raúl Belinchón aborda a terra e a paisagem a partir da
fotografia. “Os vinte e quatro degraus” é um convite à
inspiração e à recriação interpretativa da obra de Miró que,
através destes cinco artistas, nos devolve sua temática com
linguagens e sensibilidades diversas.
-6-
-7-
-Os 24 degraus e Joan Miró-
-Apresentação-
SELEÇÃO ESPANHOLA EM BRASÍLIA
Joan Miró: Feliz encontro entre Modernos
A partir do compromisso político de promover o conhecimento
e a difusão da obra de nossos criadores mais consagrados,
assim como das novas gerações de artistas, os Ministérios
de Assuntos Exteriores e de Cooperação e da Cultura, com
a organização da Sociedad Estatal para la Acción Cultural
Exterior (SEACEX), a Fundació Joan Miró e o Museu Nacional
do Conjunto Cultural da República de Brasília, apresentam
estes “vinte e quatro degraus” para descender e ascender
à obra de Miró e a destes cinco artistas espanhóis os quais
recriam com suas linguagens e códigos uma nova narrativa
que nos descortina enfoques muito variados dos grandes temas
que inspiram a obra deste artista universal.
Ainda no embalo da Copa do Mundo da África, vencida pela
Espanha, não há como não reverenciar o trio que comandou
a seleção do país ao primeiro título de Campeão do Mundo:
o goleiro Iker Casillas, Xabi Alonso e Andrès Iniesta. Estes
três foram para a galeria dos melhores. Também no campo
das artes, existe um trio que fez a diferença a favor dos
espanhóis: a trindade catalã Pablo Picasso, Salvador Dali
e Joan Miró.
Miguel Ángel Moratinos
Ministro de Assuntos Exteriores e de Cooperação, Espanha
Não sabemos se, na Copa de 2014, no Brasil, teremos os três
jogadores de futebol defendendo a Espanha. Mas, com certeza,
teremos neste setembro de 2010, ano das Comemorações do
Cinqüentenário de Brasília, pelo menos um dos ídolos da arte
catalã: Joan Miró.
Ángeles González-Sinde
Ministra da Cultura, Espanha
Como Casillas, Xabi e Iniesta alteraram para sempre os rumos
da história da Copa de Futebol de 2010, Picasso, Dali e Miró
alteraram profundamente os rumos da arte no mundo em todos
os tempos.
Esperamos muito desta exposição, pois Brasília e Miró têm
suma coisa em comum: ambos são símbolos de modernidade.
A Secretaria de Estado da Cultura do Distrito Federal tem
a honra de abrir o Museu Nacional, para – com o apoio do
embaixador espanhol, Carlos Alonso Zaldívar, em parceria com
a SEACEX (Sociedad Estatal para la Acción Cultural Exterior)
e a Fundació Miró de Barcelona – apresentar ao público
brasileiro esta fantástica Mostra.
Uma exposição que, além de trazer obras de Miró, traz dez
talentosos e jovens artistas contemporâneos espanhóis para
fazerem uma releitura da obra do grande mestre.
No campo das artes, um gol de placa para a cultura
brasiliense!
Silvestre Gorgulho
Secretário de Estado de Cultura do Distrito Federal, Brasil
-9-
-Os 24 degraus e Joan Miró-
Falar de Miró e de sua capacidade de resposta às necessidades
estéticas do homem do século XX é adentrar em uma obra que
dispensa qualquer rotulação apressada e entre cujas formas,
já clássicas, figuram algumas das imagens mais difundidas de
nossa arte, dentro e fora da Espanha. A trajetória de um dos
protagonistas mais importantes das vanguardas históricas,
cuja visão pessoal do surrealismo evoluiu em direção a novos
horizontes do expressionismo abstrato e do informalismo,
convida a contemplar suas criações a partir da mesma
observação elementar com a qual harmonizou suas visões do
ato representativo, interpretadas como um símbolo ao mesmo
tempo ingênuo e sofisticado de uma modernidade em permanente
renovação. Esse desafio, apresentado aos simples espectadores,
é ainda maior para os artistas que, a partir da fragmentação
atual dos códigos de expressividade, continuam encontrando
estímulos para sua própria criatividade nas provocações e
sugestões do mestre. Partindo disso, há dois anos a Fundação
Joan Miró, dentro de sua programação destinada a divulgar
a criação contemporânea e, em especial, dos jovens artistas,
iniciou um diálogo vivo entre a obra de Miró e alguns dos
principais intérpretes das últimas tendências. Para isso,
escolheu um título inspirado na romance de John Buchan,
levada ao cinema por Hitchcock e, neste caso, adaptada ao
número de degraus que conduziam ao espaço de exposição na
Fundação onde originalmente se organizou esta mostra e que
agora se apresenta ao público brasileiro. Este público agora
poderá desfrutar da confrontação então impulsionada entre
dezesseis das peças mironianas guardadas em sua sede e as
obras realizadas especialmente para aquela ocasião por cinco
artistas que representam diversas correntes e gêneros da
arte espanhola mais recente.
-Apresentação-
De acordo com o afã de colaboração institucional que governa
todas as suas atuações, a Sociedad Estatal para la Acción
Cultural Exterior organiza a exposição juntamente com a
Fundació Joan Miró e o Museu Nacional do Conjunto Cultural da
República, que a acolhe em suas salas de Brasília. Desta forma,
pretendemos colaborar ao mesmo tempo para a difusão de nossa
arte mais atual e uma nova aproximação desse grande patrimônio
comum que constitui a obra do artista maiorquino, capaz de
superar barreiras e de continuar nos incitando a novas buscas
estéticas e de conhecimento.
Charo Otegui Pascual
Presidente da Sociedad Estatal para la Acción Cultural Exterior
Rosa Maria Malet
Diretora da Fundació Joan Miró
Dessa forma se rende um tributo a uma obra que se presume
ser uma das mais importantes contribuições à arte de nosso
país, sobretudo graças à sua capacidade de estar aberta
a novas sugestões, sem abandonar a coerência fundamental.
Esta também é uma das muitas mensagens transmitidas pelas
novas visões da realidade e dos sonhos, desdobradas pelos
criadores selecionados, para renovar este diálogo visual,
através do tempo.
-10-
-11-
-Os 24 degraus e Joan Miró-
---------------------------------------------------------------------------
Joan Miró
Uma Escrita Universal
Wagner Barja
--------------------------------------------------------------------------Para descrever o que significa receber uma exposição de Joan
Miró no Museu Nacional de Brasília no ano do cinqüentenário
da cidade, pode-se dizer que um termo apropriado para
este evento seria “a mão na luva”, pois as formas da obra
do artista catalão dialogam com as da capital modernista
do Brasil.
No início desta década, o Museu Reina Sofia abrigou obras,
em histórica retrospectiva, de Pablo Picasso e Joan Miró.
Os dois espaços contíguos energizavam, de formas diferentes,
o ambiente do museu e passavam a impressão do prédio pulsar
como um corpo vivo e pró-ativo, onde as obras desses célebres
artistas espanhóis poderiam ser percebidas como partes de um
sistema de órgãos desse suposto corpo, que também fazia parte
do surpreendente acervo com mais de duzentas peças das duas
coleções exibidas. Essas mostras conjuntas revelavam por que
as genialidades de Miró e de Picasso revolucionaram, cada um
à sua maneira, a arte do século XX.
No caso, essa comparação metafórica traz a idéia de um museu
corporificado no vasto campo da arte moderna, idealizada
e representada na linguagem plástica como se esta fosse
o sangue, parte vital desse corpo da linguagem das artes
plásticas.
Se pudéssemos imaginar uma lição de anatomia para
criticamente dissecarmos o tal corpo da arte com a posse
de uma ferramenta do olhar, que funcionasse tal como um
bisturi a operar um corte epistêmico na história da arte,
e então buscássemos, com uma sonda crítica para localizar
e diagnosticar o aparelho digestivo constituído neste corpo,
encontraríamos da obra de Pablo Picasso, aquele que engole
e digere múltiplos elementos estéticos. Nesse mesmo corpo,
o aparelho respiratório seria constituído da obra de Joan
Miró -aquele dispositivo orgânico que aspira e expira e
que também representa para o ambiente das artes uma boa parte
do oxigênio que a pintura moderna precisou para inspirarse, para sobreviver às rupturas e às constantes transições
pautadas pela arte contemporânea na pós-modernidade.
Joan Miró. Primera centella da aurora II, 1966.
Fundació Miró Barcelona.
-12-
Pode-se assim definir as obras dos dois gênios da plastica
moderna, aqui abordadas por meios comparativos e análogos
tendo como referências simbólicas uma densa organicidade
corpórea. Aqui observada como parte de uma história orgânica
-13-
-Wagner Barja-
-Os 24 degraus e Joan Miróda arte, específicamente da pintura, uma linguagem que se
propôs, a princípio, construir, mas depois, ao final de cada
trajetória desses artistas, desconstruir e dissecar seu
próprio espectro corpóreo de linguagem.
No âmbito da plasticidade moderna, o fertilizante projeto
estético de Joan Miró diferenciou-se das demais tendências
de seu tempo, principalmente no que se refere às possíveis
comparações com outras proposições. Sua arte distancia-se de
nivelamentos com o Surrealismo, com o Cubismo e outros ismos,
pois na obra de Miró a poética das formas planas outorgou às
suas composições um espacialismo inédito, como se o suporte
e o seu conteúdo estivessem confundidos num mesmo plano
bidimensional próprio ao plano pictórico.
Joan Miró. Personaje, 1949.
Fundació Miró Barcelona.
O fato crucial que afasta e diferencia a obra de Miró das de
outros grupos modernistas como os cubistas, os surrealistas
ou os futuristas e sem dúvida, o seu fulminante e radical
rompimento com os paradigmas das artes renascentistas e a
negação à hegemonia do tradicional modelo desta vertente, que
adota a perspectiva linear (o escorço) como algo essencial
-14-
Joan Miró. Sem título II, 1973.
Fundació Miró Barcelona.
Nada mais apropriado comparar-se e metaforizar-se a obra de
Picasso como um grande aparelho digestivo: um super estômago
e um super intestino engolidor e deglutidor, que ao final
expele violentamente uma pintura contundente. A diáfana obra
de Miró sujeita nessas comparações, aparece como um ampliado
aparelho respiratório, um imenso e pulsante pulmão que
rarefez e influenciou todo ambiente da estética modernista,
quando surgiu com a sua leve e solta cosmologia formal
pautada por elementos puros como o ponto, a linha e a mancha
em profícuo diálogo formal.
para o agenciamento e a fundamentação do espaço pictórico.
Embora transformados e redimensionados na modernidade,
os modelos que fundamentaram a arte do Renascimento não são
de todo abandonados ou sumariamente eliminados do cenário e
do conjunto dos movimentos modernos. É fato visível que esses
paradigmas do Renascimento permaneceram e deixaram vestígios
marcantes na constituição das dimensões espaciais dessas
correntes artísticas. Alguns elementos plásticos, fundamentais
à construção das imagens dessas tendências artísticas, são
reconhecíveis no uso inconteste das linhas de terra e pontos
de fuga, que assentam e firmam as formas plásticas no espaço
da pintura de Picasso, Fernand Legèr e Matisse, entre outros.
Esse mesmo elemento da linha de terra e as convergências
de um ponto de fuga agenciam a espacialidade na pintura
renascentista supostamente tridimensional e representativa.
Mas na obra de Miró esses elementos sequer existem, o que lhe
confere esta novidade planar que potencializa o movimento na
bidimensionalidade em detrimento da tridimensão.
Há na plástica de Miró um total abandono da perspectiva
linear, um recurso básico para a pintura do Renascimento. Em
suas composições esse recurso sequer é revisto ou visualmente
mencionado. Há um total e revolucionário desvestir da
perspectiva plana sem inclusive ocorrer em seu projeto
plástico uma preocupação espacial óbvia, ou seja, tudo que
está no espaço compositivo é suspenso no ar. Nenhuma linha
do horizonte configura suas formas planas, não há a terra
nem há o céu, tudo é forma numa espacialidade que tenciona
todo suporte, com intensa profusão de elementos naturais da
plástica. O lugar da pintura encontra-se no aéreo das formas
auto-narrativas constituídas de elementos fundamentais à
visualidade pertinente ao quadro: o ponto, a linha e a mancha.
O universo de Joan Miró é por excelência bidimensional. É
-15-
-Os 24 degraus e Joan Mirónesse mundo plano que tudo se configura e se resolve. As
suas concepções oníricas reverenciam os elementos básicos
do desenho, nas artes da gravura e da pintura e, para além,
nos objetos e nas esculturas que no decorrer de sua longa
trajetória pôde conceber. Uma arte fluídica e definitiva,
inimitável e inconfundível, detentora de uma poética sem
precedentes no mundo das artes.
Por vezes inspiradas em referências simbólicas das artes
da pré-história, suas composições também transparecem aos
sentidos como partituras elaboradas para uma sinfonia semiabstrata, com notas flutuantes num espaço sonoro sensível e
harmônico.
-Wagner Barjacríticas fundamentais para a obra de Miró e apresenta como
fatores preponderantes: o rompimento com os modelos da
tradição renascentista e o apagamento de hábitos relativos
ao virtuosismo, aqui manifestados no desejo do desaprender,
do desconstruir as proclamadas habilidades técnicas, tão em
voga no meio artístico da época. Nesse caso, em Joan Miró,
Cabral ressalta a importância do alcance da inocência por
meio de um retorno à infância. Para o poeta pernambucano, o
que resguarda a obra do artista dos lugares comuns é a sua
poderosa síntese e simplicidade de propostas.
* Wagner Barja - Diretor do Museu Nacional do Conjunto
Cultural da República em Brasília.
Joan Miró. Maquete do piso de cerâmica
do Pla de l’Os, Barcelona, 1976.
Fundació Miró Barcelona.
A poética visual de Joan Miró é transversal às outras
linguagens, como bem se inscreve e se ambienta na música
e na poesia escrita, pois suas figurações constituídas de
componentes abstraídos de uma estética quase infantil e muito
pessoal soam à percepção, como um rito de transferências; da
pintura para a música, também assim para a poesia escrita,
adiante para o cinema.
Suas composições bailam no ambiente das artes visuais como
signos, não recriados ou revisitados, mas inaugurais,
surgidos de um novo mundo estético, importantíssimos para as
matrizes do projeto moderno.
O João de cá e o Joan de lá.
Uma das aproximações mais conhecidas da arte de Joan Miró
com o projeto estético brasileiro deu-se em virtude da sua
amizade com o poeta João Cabral de Melo Neto, que viveu
em Barcelona como diplomata no final dos anos 40. Há um
célebre texto de Cabral sobre Miró publicado em Barcelona
em 1950, e no Brasil em 1952. O texto aponta argumentações
-16-
-17-
-Os 24 degraus e Joan Miró-
---------------------------------------------------------------------------
Os 24 Degraus e Joan Miró
1
Jorge Díez
---------------------------------------------------------------------------
Miró e a arte emergente
O Espai 13, sucessor do primeiro Espai 10 (1977-1987), é um
projeto único da Fundació Miró dedicado à arte emergente,
vinculado à vontade do próprio artista de que a base de sua
obra permaneça atenta e aberta à força das novas propostas
artísticas.
Esta iniciativa foi pioneira na Catalunha e no âmbito do
território espanhol, dando oportunidade para que artistas
jovens e organizadores apresentassem seus trabalhos e idéias,
comprometidos com as novas linguagens artísticas durante os
anos oitenta e noventa do século XX. O boom da arte jovem e a
proliferação dos centros, museus e iniciativas provavelmente
contribuíram para que as linhas de atuação que identificavam
este projeto fossem em parte desaparecendo. Por conta do
vigésimo quinto aniversário da morte de Miró, em dezembro de
2008, a Fundació Miró decidiu impulsionar o papel do Espai 13
e dar-lhe uma nova importância neste evento, vinculando o ciclo
de exposições da temporada de 2008-2009 à figura e ao espírito
de Miró. O ciclo Os 24 degraus incluiu as intervenções de
Javier Arce, Raúl Belinchón, Diana Larrea, Abigail Lazkoz e
Juan López, especialmente produzidas para a ocasião.
Joan Miró. Letras e cifras por uma centelha I, 1968.
Fundació Miró Barcelona.
A Fundació Miró e a Sociedad Estatal para la Acción Cultural
Exterior (SEACEX) colaboraram para a itinerância internacional
de um projeto que, a partir das obras produzidas, integra obras
do próprio Miró em uma variedade de diálogos entre temas como
o cosmos ou a terra, de linguagens como o desenho ou a colagem
e de formas de produção que em diferentes âmbitos estiveram
na origem das propostas deste ciclo, cujo título parafraseia
o filme baseado no romance histórico Os 39 degraus, de John
Buchan, publicado em 1915 e adaptada ao cinema por Alfred
Hitchcock em 1935. São vinte e quatro os degraus que
se devem descer até o Espai 13, dentro do percurso pela coleção
permanente de Miró, e que conduzem o espectador desprevenido
a se confrontar com as novas práticas criativas, provavelmente
estranhas à intenção da sua visita, e que lhe oferecem a
possibilidade de descobrir outras propostas artísticas. Algumas
propostas se potencializam ao se readaptarem agora ao magnífico
espaço do Museu Nacional da República, em Brasília, ampliadas
pela presença e pela confrontação com as pinturas, desenhos,
1. Texto ampliado e revisado do catálogo Els vint-i-quatre graons, editado
pela Fundação Joan Miró de Barcelona em 2009.
-18-
-19-
-Jorge Díez-
litografias e escultura de Joan Miró, além de obras distintas a
respeito do artista e de seu trabalho abundante.
nova capa simbólica, feita com os recursos utilizados pela
publicidade que invade as cidades: descontextualizações,
apropriações, ambigüidades, imagens, textos, fotografias,
cartazes e grafites. Para isso emprega diversas ferramentas
artísticas: desenho, forma, cor, composição e colagem. Apesar
da publicidade e das artes visuais compartilharem atualmente
recursos e ferramentas, o objetivo aqui é outro: surpreendernos e sacudir-nos da apatia consumista com que nos envolvem
as propagandas requintadas e falsamente ousadas. As obras
O final dos anos vinte e início dos anos trinta foi o período
inicial do jovem Miró entre Barcelona e Paris, e o início de
seu reconhecimento internacional, etapa de encontro e de muitos
casos de amizade, entre outros, com Max Jacob, Michel Leiris,
Paul Éluard, Antonin Artaud, Tristan Tzara, André Breton,
Robert Desnos, Jean Arp, Max Ernst e René Magritte.
Na biblioteca pessoal de Miró, além de numerosas obras de
alguns destes autores, encontram-se também vários romances de
Fantômas, o célebre personagem criado em 1911 por Marcel Allain
e Pierre Souvestre, que apareceu em trinta e dois romances de
ambos e em outras onze de Marcel. Após a morte de Pierre, além
de receber adaptações para o cinema, a televisão e as histórias
em quadrinhos; Fantomas é um personagem que representa,
dentro do gênero policial, a transição entre os vilões da
novela gótica e os assassinos nas séries modernas, ambos muito
distantes dos killers modernos de Quentin Tarantino.
Quase todos os artistas desse período provavelmente tenham
suas referências mais próximas deste cineasta norte-americano
do que dos autores de Fantômas, pelo que foi observado, com
uma mistura de distância e curiosidade, nos volumes distintos
da biblioteca de Joan Miró guardada na Fundação, quando se
reuniram no encontro inicial preparatório. Uma curiosidade
transformada em estímulo e emoção ao se observar tanto os
cadernos preparatórios de desenho do artista como a obra
gráfica, todos cuidadosamente preservados. Também fizeram um
percurso minucioso pelos diferentes departamentos, depósitos
e outros locais da Fundação que não ficavam expostos à visitação
cotidiana. A partir de tudo isto construíram seus projetos,
sem recorrerem a recursos de um mero exercício de biografia, nem
a um reflexo banal do universo mironiano ou da instituição, mas
sim, incorporando criticamente suas respectivas linguagens e
interesses nos resultados desse encontro. Em alguns casos, a
referência final poderia ter sido mais explícita e, em outros,
quase um MacGuffin, à maneira de Hitchcock, que o espectador
deve descobrir, mas sempre a serviço da construção de seus
universos criativos pessoais, tal como o próprio Miró foi
configurando o seu universo durante sua trajetória grandiosa
e fértil, com honestidade e sem atalhos, feito mais difícil
de se conseguir atualmente, mas que coincide, sem dúvida, em
todos os casos com o mestre.
Juan López, Hoy no aspiro a nada (Hoje não desejo nada)
Juan López constrói suas obras com sinais, imagens e mensagens;
em intervenções, tanto em espaços urbanos como em exposições.
Em ambos os casos, altera o espaço anterior e sobrepõe uma
-20-
Juan López. Muta ó GR, 2008.
-Os 24 degraus e Joan Miró-
do artista estimulam uma reflexão sobre a realidade que nos
rodeia, incluindo os mecanismos da experiência artística.
Nesta ocasião, Juan López, que teve como referência as
colagens de Joan Miró e o interesse comum pelo uso de
materiais simples e acessíveis, participou nos murais do
Espai 13, utilizando diversas técnicas como o desenho e
o vídeo. Ele dá continuidade com este trabalho até em suas
intervenções de murais, em que modifica a visão do espaço
mediante o desenho com fita isolante e os vinis com imagens
fotográficas.
A partir de obras anteriores, como Satán Mola -New Grecas
Specific Project, nas quais combinava a videoprojeção de
personagens em tamanho real com o desenho em mural, surgiu
a idéia de que o movimento ocupava todas as paredes da sala
de maneira seqüencial. Em Hoy no aspiro a nada, tomou como
tema principal os traceurs, que é como se denominam os
praticantes de parkour, uma modalidade esportiva que consiste
em se locomover pelo meio urbano ou natural, superando da
melhor forma possível os obstáculos que se apresentam no
decorrer do percurso, tais como valas, muros ou o próprio
espaço vazio, utilizando para isso os únicos recursos que o
corpo humano oferece. O resultado final recria uma série de
obstáculos desenhados sobre as paredes e na extensão, também
desenhada, de elementos visíveis ou ocultos da sala, como
-21-
-Os 24 degraus e Joan Miró-
-Jorge Díezdos corpos celestes, da mulher e dos pássaros. Um tema
que protagonizou uma obra-chave em sua trajetória: as
Constelações, que realizou em paralelo à série Barcelona,
onde a cor exerce um papel fundamental em meio
a grande complexidade de formas.
peças de metal com roscas, tubos, fumaça ou botões enormes;
a estrutura fixada no teto como suporte dos videoprojetores
reflete uma sombra falsa, convertida na moldura como
ilustrações pelas quais se movimentam os traceurs. Estes
personagens projetados em uma escala real recorriam em
um movimento contínuo das paredes, apoiando-se para dar
seus saltos e piruetas nos objetos e elementos desenhados,
entrando em alguns deles para reaparecer em outro lugar.
Agora, em Brasília, o trabalho se articula em torno da rampa
interior que comunica as duas plantas de exposição do Museu
Diana Larrea, Electrocosmos
Joan Miró. Série Barcelona 19, 1944.
Fundació Joan Miró, Barcelona.
Diana Larrea tomou como ponto de partida para Electrocosmos
a série Constelações, vinte e três aquarelas feitas entre
1940 e 1941 em Varengeville-sur-Mer, um pequeno povoado
na costa da Normandia. A idéia de constelação nasce dessa
afinidade inata da artista pelas forças vitais da natureza
e de sua percepção atenta ao mundo dos fenômenos. A atmosfera
mironiana inconfundível tem ressonâncias cósmicas e evoca
plasticamente essa disposição que os corpos celestes que
desenham no espaço interestelar. Mais adiante, em 1958,
editou-se um livro em pouquissimos exemplares, com a
reprodução de vinte e duas dessas aquarelas de Miró e vinte
e duas obras paralelas em prosa, escritas por André Breton,
que agora teremos oportunidade de ver no Museu Nacional
de Brasília.
Nacional e junto à que exibe o filme de balé Jeux d’enfants,
estrelado pelos Ballets Russos de Montecarlo em 14 de
abril de 1932, com cortinas, cenografia, vestuário e objetos
desenhados por Miró. Este filme mudo se conecta com o rumor da
Guerra Civil Espanhola pontuada pela série Barcelona no filme
Miró 37 - Aidez l’Espagne de Pere Portabella, que antecede as
seis litografias da série mencionada na exposição. O ‘pochoir’
Aidez l’ Espagne foi realizado com a finalidade de arrecadar
fundos para a República e muitos anos depois protagonizou
o cartaz da polêmica exposição España. Vanguardia artística
y realidad social, 1936-1976 (España. Vanguardia artística
y realidad social, 1936-1976), que foi mostrada na Fundació
Miró, depois de sua presença na Bienal de Veneza. A série
épica Barcelona é composta de desenhos dramáticos em
uma ampla gama de pretos e cinzas, a maior parte feita
diretamente sobre papel litográfico em uma edição completa
e limitada a cinco exemplares e duas provas do artista,
das quais somente se conservam a série dos herdeiros de
Joan Prats e a da Fundació Miró. A necessidade de fuga de
Miró em seu exílio interior, após o triunfo do franquismo
e a expansão nazista na Europa, talvez explique que o
humor apontará em alguns destes desenhos, para a temática
-22-
Joan Miró. Constelações, 1959.
Fundació Joan Miró, Barcelona.
Depois dos primeiros trabalhos focados nas cores primárias
vermelha e azul, Diana Larrea abordou uma série
de intervenções e projetos surgidos de elementos míticos
como as pragas ou o labirinto, relacionando-os com o
imaginário popular através, por exemplo, de fantasias
procedentes do cinema clássico norte-americano, como na
-23-
-Os 24 degraus e Joan Miró-
-Jorge Díeziluminação, espalhados e organizados sobre um fundo vazio
escuro, evoca um campo de energia astral, um microcosmo de
trajetórias lineares concebidas como expressão poética das
forças motoras do Universo. Seu objetivo com essa proposta
tem sido construir uma peça que convide à participação ativa
do público e ao percurso de seu traçado, como se tratasse
de um enigma que pode ser decifrado, colocando à prova sua
própria intuição através desta brincadeira atualizada de um
ritual ancestral iniciático, que nos coloca no mesmo centro
de uma grande imagem mítica, envolvente e quase onírica,
dotada de um forte poder de evocação.
intervenção Palacio encantado que realizou na fachada da Casa
da América, inspirada em Os pássaros de Alfred Hitchcock,
dentro do programa internacional de arte pública Madrid
Abierto em 2004.2
Ela mesma escolhe o ano 2000 como ponto de partida da
linguagem que elabora na atualidade, uma frente dupla de
ações em espaços públicos, como a recente Espiral mudéjar
na Exposição Universal de Zaragoza, e trabalhos fotográficos,
com grande capacidade para se movimentar com liberdade entre
disciplinas artísticas. Afirma que, quando concebe um projeto,
imagina o tempo de sua execução no espaço e nas fotografias
ou nos vídeos que fará. Em sua proposta, a fotografia e o
vídeo não são utilizados simplesmente como instrumentos de
documentação de suas intervenções, mas possuem identidade
própria como obras artísticas.
forma de muros contínuos de luz, compostos por uma série
de tubos fluorescentes brancos simples, dotados de um apoio
independente sobre o piso. Este sistema de pontos de
2. Vid. Madrid Abierto 2004 - 2008 Madrid: Asociación Cultural Madrid
Abierto, edição bilíngue espanhol e inglês, 2008, 544 págs.
e www.madridabierto.com
-24-
Quantas pessoas passam diariamente pelo Museo Nacional Centro
de Arte Reina Sofía, o Tate Modern, o Centro Georges Pompidou
ou a Fundação Joan Miró? Quantas delas saem das lojas destes
museus e centros de arte com qualquer tipo de souvenir em que
Javier Arce. Guernica, 2007.
Diana Larrea. Espiral Mudéjar, 2008.
As constelações sempre têm sido um ponto de referência
e orientação para o homem, que as tem utilizado como
coordenadas para encontrar o caminho perdido. Neste sentido,
seu simbolismo está intimamente relacionado com a estrutura
do labirinto, porque o desenho labiríntico é interpretado
como um diagrama que dispõe na Terra um reflexo da retícula
astral, isto é, uma representação que reproduz os traços
imaginários que desenhamos sobre a abóbada celeste. Ambas
as figuras encarnam esse afã instintivo do homem de impor
e buscar coerência em sua própria existência.
Baseando-se nesses conceitos, Diana Larrea dispôs dentro
da sala uma trama labiríntica de linhas luminosas, em
Javier Arce, El ornamento de las masas: rojo, blanco y azul
(O ornamento das massas: vermelho, branco e azul)
aparece estampada alguma das obras mais famosas ali expostas
ou conservadas e que fizeram parte do discurso estabelecido
na história da arte? Às vezes trata-se inclusive dos mesmos
objetos impressos com o logotipo do respectivo museu ou a
assinatura do artista principal; o caso de Miró é um dos
mais profusamente utilizados, chegando a se produzir nos
anos oitenta uma espécie de “praga” de logotipos mironianos,
muitos deles apenas inspirados nele ou simplesmente plágios
mal feitos. A partir de perguntas como essas, Javier Arce
vem percorrendo as fronteiras da arte, na busca dos limites
que abalizem a definição de sua natureza. Para isso, pretende
estender o espaço do artisticamente possível até aqueles
territórios em que a arte com “A maiúsculo”, enquanto
expressão da alta cultura, contaminase pelas manifestações
-25-
-Os 24 degraus e Joan Miró-
-Jorge Díez-
da cultura popular. O que pretende questionar, quase sempre
de uma maneira irônica, são essas barreiras, o que de
convencional e planejado possui esse registro ou tom elevado
que se atribui como o próprio discurso artístico instituído
para marcar a diferença a respeito daquelas outras práticas
significativas de caráter massivo.
Teresa Alcocer, converteu o plano inicial em uma criação
conjunta que questionava as linguagens do cinema e da
pintura, a partir da ação efêmera, protagonista da obra.
Com esta nova proposta, o artista pretende fazer uma reflexão
sobre os usos e abusos das imagens da obra de arte, com a
pretensão de diluir os limites entre a cultura de elite e a
cultura de massas, de transgredir as fronteiras estabelecidas
entre arte e vida. Trata-se de uma montagem integrada por
dois trabalhos que partem do gesto seminal de Andy Warhol com
seu Brillo Box na Stable Gallery de Nova Iorque em 1964, para
atravessar, segundo Arthur C. Danto, o limite da história,
mostrando que não é possível distinguir as obras de arte e
os objetos reais somente mediante sua visão, e inaugurando
uma nova etapa para a arte contemporânea depois do fim da
arte em que tudo parece possível e o artista está aberto ao
pluralismo.
Ao fundo das intervenções de Juan López, Diana Larrea
e Javier Arce, como uma segunda pele que as circunda,
encontramos três desenhos de 1973 e as pinturas Mujer
(1969), Personaje en la noche (1974), La primera chispa
del día II (1966) e Letras e cifras atraídas por una chispa
(1968), junto ao Proyeto del pavimento de cerámica del Pla
de l’Os, Barcelona (1976), um dos trabalhos específicos de
Miró para o espaço público. Tudo isso confrontado com os
desenhos de Abigail Lazkoz na parede oposta. Esta artista
tem atuado em diversas ocasiões sobre as paredes das
salas de exposição, preenchendo-as com murais que narram
cenas cotidianas e coletivas do ciclo da vida e da morte
Nas proximidades da instalação escultural de Javier Arce
está a pequena peça de Miró Personaje (1949), um dos bronzes
feitos depois das experimentações com argila refratária,
por volta dos anos quarenta, além de outro audiovisual de
Pere Portabella, Miró l’altre realizado pela ocasião da
intervenção do artista em 1969, nos vidros da fachada do
Colégio de Arquitetos em Barcelona, destruída pelo próprio
Miró ao finalizar a exposição por proposta de Portabella,
com quem contou com a total cumplicidade e que, com música
de Carles Santos, fotografia de Manel Esteban e montagem de
-26-
Abigail Lazkoz. Soldado cachaba, 2008.
Enfrentamos um acúmulo de desenhos tridimensionais que
representam a Caixa Brillo, realizados com um carimbador
sobre papéis resistentes e transformando cada um deles em um
aglomerado; desta maneira a ordem e a limpeza se convertem
em um acúmulo de dejetos artísticos, sobre os quais pende
Dos aves de presa, uma grande tela de Miró dos anos setenta.
Além disso, integram-se várias projeções do registro
fotográfico de uma série de ações realizadas por Javier Arce,
que consistiram em “abandonar” junto aos outros produtos
e souvenires que se comercializam nas lojas dos museus
anteriormente citadas, obras originais da série Estrujados
(Brillo Box). Pode ser que Warhol tenha acertado em seu
prognóstico de que todo museu acabaria se transformando em
um supermercado. Vemos de uma atendente de caixa tentando
encontrar o código de barras do Estrujado que alguém quer
comprar, a um visitante que reconhece satisfeito a pequena
e enrugada Caixa Brillo ou que a observa intrigado, e o
frustrado comprador, que decide finalmente levá-la, ciente de
que nada vai se opor à sua ação.
Abigail Lazkoz, Shuffle e Soldados
pessoal ou social. Cenas que sintetizam um momento e que
de alguma maneira explicam a empatia, a rejeição emocional
ou ambos os sentimentos por parte da artista em relação a
quem protagoniza tais cenas. Narrações que se fundem com a
linguagem da pequena história como narração seqüenciada,
através da associação de imagens, no caso de Abigail, sem
nenhum apoio textual e com uma busca da expressividade
que tem combinado alguns trabalhos praticamente lineares
com outras composições mais barrocas e saturadas de
elementos gráficos, ambos compartilhando da teatralidade dos
personagens, e um exagero de rostos e gestos que enfatizam
a tragédia coletiva ou o pequeno drama individual, fazendo
com que convivam o horror e o humor. Lazkoz reivindica
a trilha estética do sinistro, no que diz respeito à
união dos gravuristas tradicionais japoneses e mexicanos,
-27-
-Jorge Díez-
-Os 24 degraus e Joan Miróexpressionistas e surrealistas, singularizada em seu
interesse por artistas como Bill Traylor e Öyvind Fahlström,
ou nas reverberações da série Der Krieg de Otto Dix no mural
realizado pela artista para Brasília.
Assim, Shuffle pretende ser essa espécie de caderno de notas,
de contas pendentes que normalmente não se finalizam ou
porque acabou a página ou porque novos projetos exigem toda
a atenção e tempo disponíveis. A idéia da artista tem sido
oferecer ao espectador a oportunidade de revisar seu caderno
de anotações enquanto ela mesma o repassa. Uns apontamentos,
umas notas que na verdade são uma grande quantidade de
desenhos de todos os tamanhos de trabalhos inéditos,
rascunhos, esboços e séries que se apresentam misturadas,
como se tivessem sido embaralhadas, sem uma hierarquia ou fio
narrativo que não seja a própria numeração e a mera sorte com
que se celebra a alquimia da obra de arte. Agora em Brasília
recupera-se uma parte dessa intervenção e se realiza um novo
mural de grandes dimensões: Soldados.
Raúl Belinchón, Kéyah
Raúl Belinchón representa com seu trabalho a reflexão que
muitos fotógrafos têm feito nestes últimos anos sobre o
status da fotografia e sua capacidade como meio de representar
a realidade. Desde seu início precoce, centrou-se em contar
suas experiências pessoais através da fotografia, utilizando a
reportagem como recurso para a introspecção ou para ressaltar
suas convicções pessoais. Em seus retratos de uma família
cigana ou de uma família de operários valencianos propunha
-28-
Raúl Belinchón. Opening Doors, 2007.
Depois de pesquisar durante os últimos anos as possibilidades
expressivas da linha e da mancha negra sobre o fundo branco,
aplicadas com freqüência diretamente sobre as paredes da
sala ou sobre muros construídos anteriormente no espaço de
exposição, Abigail Lazkoz alcança agora um ponto superior
em sua trajetória e uma reflexão sobre as séries distintas de
desenhos que têm articulado seu universo. O leitmotiv tem
sido a contemplação dos cadernos preparatórios de Joan Miró,
revisados pessoalmente pelo artista e guardados na Fundação,
os quais a surpreenderam ao reconhecer neles algumas de suas
próprias formas, como por exemplo, o trabalho em séries ou
a antecipação quase exaustiva da composição dos esboços das
obras. Além disso, confessa Lazkoz, que naquele momento
preparava um livro compilatório de seus últimos nove anos
de trabalho, a descoberta a ajudou a pensar em sua obra de
um modo novo, ou seja, de forma retrospectiva, revisando as
pendências e as idéias não finalizadas, assim como o processo
de criação da obra, o laboratório de idéias, o discipulado
cujo caderno de esboços se transforma em receituário.
uma reflexão maior a partir do retrato social individual
e sempre a partir de uma aproximação mais visual do que
literária, na qual se refletem com certa claridade suas
referências pessoais cinematográficas.
Em séries anteriores, como Ciudades subterráneas, Raúl
reflete a idéia de cidades paralelas às que habitamos,
ressaltando esses lugares transitórios, como os túneis,
escadas ou esteiras transportadoras, que aparecem entre o
tumulto coletivo e o silêncio individual. Um silêncio que é
coletivo, entre o sonho e o real, no caso das arquiteturas
vazias do espetáculo cultural atrás da representação em
seu trabalho exaustivo Patio de butacas, e que confronta o
passado histórico e o presente na série Nuova Roma Antica.
Para abordar mais recentemente em Se traspasa e Escenarios
urbanos o entrecruzamento do público e do privado no espaço
da cidade atual, onde se sobrepõem as identidades distintas e
se confundem frente às barreiras sociais e a uniformidade das
cidades contemporâneas.
Neste momento, Belinchón envereda em um dos temas mironianos
por excelência: a terra, força criadora e paisagem que o
vincula à sua experiência vital e ao gosto pela matéria
frente ao formalismo, com uma busca permanente do ancestral
e da confluência com os astros, a fertilidade e as culturas
agrícolas. Terra é o significado da palavra Kéyah na língua
dos índios navajo, palavra que provém de um vocábulo tewa,
navahuu, traduzível como campo de cultivo em um leito seco
de rio. Trata-se de um projeto fotográfico sobre a terra e
sua paisagem, uma viagem ao seu interior, imaginando outras
realidades. As fotos foram tiradas em uma pequena fenda sob
a terra no noroeste do Arizona (EUA), onde a erosão da pedra
arenosa produzida pela ação da água e do vento, criou, com
o decorrer do tempo, pedras com texturas raiadas e moldadas
com formas curvas e retas. Algumas formas que se dobram
-29-
-Os 24 degraus e Joan Miróe se fecham, até impedir em alguns momentos que se passe
pelos espaços ocos criados, configuram um percurso singular
para o qual somente a luz que penetra do exterior mostra as
possíveis saídas. Sombras e luzes de uma arquitetura quase
orgânica da matéria lapidada com precisão e paciência pela
natureza, ao mesmo tempo labirinto e refúgio, como o espaço
médio escondido atrás dos painéis em que se penduram as
pinturas de Miró, no qual se fixaram as fotografias vibrantes
de Belinchón.
O futuro
Joan Miró. Personagem na noite, 1974.
Fundació Joan Miró, Barcelona.
Em 1928 foi publicada no jornal nacionalista La Publicitat
a primeira entrevista de Miró, na qual declarou: “O que
faço agora possui um grande paralelismo com minha obra.
Mas até mesmo daqui a muitos anos, as pessoas não saberão
compreender. Certamente, então, se descobrirá a união
autêntica entre o que faço atualmente com o restante de minha
obra. Acredito que para fazer algo no mundo, deve-se ter
um amor pelo risco e pela aventura, e sobretudo prescindir
daquilo que o povo e as famílias burguesas chamam: ‘futuro’”3.
Esta sua recusa em negociar o espírito de aventura, em favor
da situação futura, foi uma constante na trajetória artística
de Joan Miró, que o levou a pesquisar todo o tipo de
materiais, fazer murais e esculturas para o espaço público,
participar em produções cênicas ou colaborar com outros
criadores em campos bastante distintos.
-Jorge DíezFazem parte desta conjunção várias publicações e
audiovisuais, alguns dos quais podem ser vistos tanto na
própria trajetória da exposição em Brasília como no amplo
espaço de documentação apresentado na sua saída. Por exemplo,
A aventura estrelada de Miró, título do poema dedicado ao
artista por Thiago de Melo, realizador desta produção da
rede brasileira TV Globo que inclui a colaboração de Francesc
Català-Roca em parte dedicada a Mori el Merma, espetáculo
do grupo Teatre de La Claca estreado em 1978 no Gran Teatro
del Liceo de Barcelona, com marionetes, máscaras e cenários
pintados por Joan Miró. O artista também aparece pintando os
personagens desta obra no vídeo Miró en escena, documentário
da inauguração da exposição de mesmo nome na Fundação Joan
Miró de Barcelona. Chicago’s Miró reúne a criação e colocação
da escultura Lluna, sol i una estrella (Miss Chicago) na
rua Washington dessa cidade norte-americana. Em Toiles
brûlées. Miró 73 pode-se observar o artista contemplando ao
ar livre o resultado das obras que integram a coleção de
telas queimadas. Este panorama audiovisual se encerra com
três capítulos de Trazos, uma produção do mítico programa da
televisão estatal espanhola nos anos oitenta La edad de oro,
produzida e dirigida por Paloma Chamorro.
Estes documentos da trajetória de Joan Miró, junto com
suas obras incluídas na exposição, confrontam-se com as
produções de cinco artistas espanhóis emergentes que,
através da fotografia, do desenho, da instalação, do vídeo ou
da colagem, transformam o espaço de exposição e induzem o
espectador a construir percursos e leituras diferentes. Já
não existe nesses artistas, talvez por ser desnecessário,
o desejo manifesto de Miró de “assinar a pintura”, porém
sobrevive um afã de liberdade que se estende ao uso de
linguagens, temas e referências, como é próprio da prática
artística contemporânea. Uma variedade de colagens urbanas
de desenhos e imagens em movimento; a luz cegante de um
cosmos labiríntico; a confusão de objetos, obras de arte e
mercadorias em alguns museus transformados em supermercados
culturais; um acúmulo aparentemente frustrado de desenhos
convivendo com um grande mural; e as imagens de cores
brilhantes e formas extraídas das pedras pela ação da
natureza e pelo tempo. Diferentes maneiras, com um interesse
compartilhado pelo cotidiano e pelo excesso, de compreender
a prática artística como um campo aberto de experimentação
e de interpretação da realidade na qual ainda reflete com
tons diferentes o impulso poético de fundir o mistério e o
ancestral com a vida sem os impedimentos do futuro.
Junho de 2010 - Jorge Díez
3. Joan Miró. Escritos y conversaciones. Valencia: IVAM, 2002, pág. 155.
-30-
-31-
-Os 24 degraus e Joan Miró-
JUAN LÓPEZ
Hoy no aspiro
a nada
Joan Miró. Série Barcelona 2, 1944. Fundació Joan Miró, Barcelona.
-32-
-33-
-36-
-37-
-42-
-43-
JUAN LÓPEZ
Alto Maliaño (Cantàbria), 1979
Vive e trabalha em Madrid.
FORMAÇÃO / FORMACIÓN / EDUCATION
Licenciado em Belas Artes pela UCLM
Cursos de Doutorado em “Arte e pesquisa”
pela UCM.
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS / EXPOSICIONES
INDIVIDUALES / SOLO EXHIBITIONS
2008
- Avui no aspiro a res, Espai 13,
Fundació Joan Miró. Barcelona.
- Galería La Fábrica, Madrid.
2007
- Spider Lab, Intervenció a LABORAL
Centro de Arte y Creación Industrial,
Gijón.
2006
- Galería La Fábrica, Madrid.
2005
- Juan López con PH Collection, Sala
Mercado, Barcelona.
- Para tu tara, Centre d’Art Santa
Mònica, Barcelona.
- Estuve en Toledo y me acorde de tí
Espacio Contemporáneo Archivo de Toledo.
2004
- One´n´One, Proyecto En Casa, La Casa
Encendida, Madrid.
- www.perfornika.com, Treballs a la
xarxa.
2003
- Presentació de redibujo.02, Museo de
Bellas Artes de Santander.
- www.joystick.org, Treballs a la xarxa.
2002
- 1 pone y Dios dispone, Facultad de
Bellas Artes de Cuenca.
2001
- Cube2, Galeria Engler&Piper, Berlín,
Alemània.
2000
- Exposició a “LA CASA”, Tiradores Bajos
F n. 47, Conca.
1999
- Pub Minimal, Maliaño, Cantàbria.
EXPOSIÇÕES COLETIVAS / EXPOSICIONES
COLECTIVAS / GROUP EXHIBITIONS
2009
- Arco 09, Solo Project, en col·laboració
amb Galería La Fábrica, Madrid.
2008
- Concurso de Artes Plásticas, Gobierno
de Cantabria, Santillana del Mar,
Cantàbria.
- PHOTOESPAÑA, Casa Zavala, Conca
- Arco 08, en col·laboració amb la galeria La Fábrica, Madrid.
- Area Compartida, Artecan, Santander.
2007
- Muestra de Arte Injuve, en col·
laboració amb Raúl Hidalgo, Círculo de
Bellas Artes, Madrid.
- Espacios Vitales, Universidad Autónoma
de Madrid.
- My name is Esperanza, Mercado de La
Esperanza, Santander.
- PAS(t)TO(o)R(e)AL, Festival Periferias,
Osca.
- Planes Futuros, Baluarte de Pamplona,
Navarra.
- Existencias, Musac, Lleó.
- Proeye, Sala Aquarius, Santander.
- AAAAA, Galería Subaquatica, Madrid.
- New Contemporary Artists from Spain.
A proposal, KIAF 2007, Seül, Corea.
- DFoto 07, en col·laboració amb Galería
La Fábrica, Sant Sebastià.
- Arco 07, en col·laboració amb Galería
La Fábrica, Madrid.
- Cart[ajena], Congreso Internacional de
la Lengua Española, Cartagena de Indias,
Colòmbia.
- Premio Altadis Artes Plásticas 200607, Cosmic Galerie, Paris, Salvador Díaz,
Madrid.
- Generación 2007, Premios de Arte Caja
Madrid, La Casa Encendida, Madrid,
Barcelona, Valladolid.
- Foconorte, Observatorio de la
Naturaleza de Transmiera, Cantàbria.
2006 - Nit Hangar, Centre d’Art Santa Mònica,
Barcelona.
- Premio Altadis Artes Plásticas 2006-007,
MK2 Bibliothèque, Paris, França.
- I Bienal de Arquitectura Arte y Paisaje
de Canarias.
- Ayer-Mañana, Facultad de Bellas Artes
de Cuenca.
- In my own, Mostra de vídeo,
Artesantander, Cantàbria.
- 251. Una de rabas y arrabales, Centro
Cultural Tantín, Santander.
- Hangar Obert, Hangar, Barcelona
- Trial Balloms/Globos Sonda, MUSAC,
Lleó.
- Crossing Europe Film Festival,
Projecció del vídeo Para Tu Tara, Linz,
Àustria.
- Mirador 06, Media Art from Spain, O.K.
Centrum, Linz, Àustria.
- La ilusión del pirata, Premi Miquel
Casablancas, Centre Cívic Sant Andreu,
Barcelona.
- La verbena de los sentidos, Espacio C.
Camargo, Cantàbria.
- Mañana es demasiado tarde, Los 29
enchufes y el Invernaderocultural,
Madrid.
2005
- Itinerarios 04-05, Fundación Marcelino
Botín, Santander.
- 143 Delicias, Festival de Vídeo,
Madrid.
- Can Ricart, Hangar Obert, Hangar,
Barcelona.
-46-
- Nao llores mais, Zumo Natural, Sala
Plataforma Revólver, Lisboa.
- Permanencias Difusas, Centro de Arte
Caja de Burgos, Burgos.
- DIVA, Galería Ca-Revolta, València.
- Proyecto Se Busca, Hangar Obert,
Hangar, Barcelona.
- S.K.I.D.C, Galería Kitch International,
València.
- Proyecto Azúcar, Espacio C, Camargo,
Cantàbria.
- Festival DECIBELIO, Future Arts,
Madrid.
2004
- Certamen Audiovisual Injuve, Sala
Amadís, Madrid.
- DIVA, Galería Ca-Revolta, València.
- 5Km/h, PHOTOESPAÑA, Madrid.
- Colección EspacioC, La Granja, Sta.
Cruz de Tenerife y Centro de Arte La
Regenta, Las Palmas.
2003 - Urbania, Sala Amadis, Madrid.
- Dieciocho, Muestra de Arte Injuve,
Centro Simon I. Patiño, Cochabamba,
Bolívia.
- Naturaleza y Coexistencia, Esles,
Cantàbria.
- TRANS/ACCION, Espacio C Collection,
European Satellite, espai Camouflage,
Brussel·les.
- Jornadas Nacionales de Diseño, UCLM,
Conca.
2002
- Dieciocho, Muestra de Arte Injuve,
Círculo de Bellas Artes de Madrid.
- 143 Delicias, Festival de Video Ameno,
Madrid.
- Zumo natural, Casa del Gitano, Festival
SITUACIONES, Conca.
- Imágen y Poder, EspacioC, Camargo,
Cantàbria.
- Le Zoo, Colectiva de dibujo, Facultad
de Bellas Artes de Cuenca.
- Cuchillo de Palo, Tiradores Bajos C
n_17, Conca.
2001
- Curando y Ordenando, juntament amb
V. Garcia, Facultad de Bellas Artes de
Cuenca.
- 4 Freaks, Galeria Trazos Tres,
Santander.
- Dibujos y Objetos, Festival situaciones, Conca.
- DMO, Festival de Arte, Maliaño,
Cantàbria.
- Regaos en Cuenca, Espacio Tangente,
Burgos.
- Intervenció pública, Festival de Teatre
de Salt, Girona.
2000 - 1…0 Cinema, Facultad de Bellas Artes de
Cuenca.
1999
- Los últimos seran los primeros,
Facultad de Bellas Artes de Cuenca.
- Como dijo el abuelo: ”comiendo papel me
sobran imágenes”, Pub Minimal. Maliaño,
Cantàbria.
- Video Abierto, Festival de Arte
Situaciones, Conca.
PRÊMIOS E INSÍGNIAS / PREMIOS Y BECAS /
GRANTS AND AWARDS
2008
- Premio Cantabria Concurso Artes
Plásticas del Gobierno de Cantabria.
2007
- Premio Altadis de Artes Plásticas.
- Seleccionat a Generación 2007, Premios
de Arte Caja Madrid.
2006
- Seleccionat al Concurs d’Arts Visuals
Premi Miquel Casablancas, Barcelona.
2005
- Seleccionat a la mostra de vídeo FIAV,
Centre d’Art Santa Mònica, Barcelona.
- Adquisició d’obra, Concurso de Artes
Plásticas, Gobierno de Cantabria.
- Residència a HANGAR, Centre de
Producció d’Arts Visuals, Barcelona.
2004-05
- Beca de Artes Plásticas, Fundación
Marcelino Botín.
2003
- Accèssit Certamen Audiovisual Injuve,
Ministerio de Trabajo y Asuntos Sociales
2002
- Muestra de Arte Injuve, Ministerio de
Trabajo y Asuntos Sociales.
- Menció d’honor I Concurso Artes
Plásticas, Gobierno de Cantabria.
2001
- Primer Premi Escultura Pancho Cossío,
Gobierno de Cantabria.
- Beca Erasmus per la UCLM per cursar estudis a la KHB. Berlín, Alemània.
2000
- Beca Facultad de Bellas Artes de Cuenca
per a la realització del projecte Curando
y ordenando, juntament amb Víctor García.
- Seleccionat al premi Fernando Zobel,
Conca.
1998
- Tercer premi d’escultura, Pancho
Cossío, Gobierno de Cantabria.
1997
- Segon premi d’escultura, Pancho Cossío,
Gobierno de Cantabria.
OBRA EM COLEÇÕES / OBRA EN COLECCIONES /
WORKS IN COLLECTIONS
- Gobierno de Cantabria.
- Espacio C.
- Universidad de Castilla-La Mancha.
- Injuve.
- Fundación Marcelino Botín.
- Fundación Altadis.
- MUSAC, Museo de Arte Contemporáneo de
Castilla y León.
-47-
DIANA
LARREA
Electrocosmos
-49-
-52-
-53-
-58-
-59-
DIANA LARREA
Madrid, 1972.
Vive e trabalha em Madrid.
FORMAÇÃO / FORMACIÓN / EDUCATION
1991-1996 Licenciada em Belas Artes,
Universidade Complutense, Madrid.
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS / EXPOSICIONES
INDIVIDUALES / SOLO EXHIBITIONS
2009 - Las ciudades, los signos y la memoria,
Galería Espacio Líquido, Gijón.
2008
- Electrocosmos, Comissari: Jorge Díez,
Espai 13, Fundació Joan Miró, Barcelona.
2007
- Gabinete oriental, FRAGIL, Madrid.
2004
- Galería Vacío 9, Madrid.
2002
- Galería Garage Regium, Madrid.
2000
- Sistema de ventilación, Espacio F,
Madrid.
- Madriguera de observación, La Ventana
de La Fábrica, Madrid.
1999
- Espacio de signos, Doblespacio,
Madrid.
- Base de datos, Sala del Centro de Arte
Joven de la Comunidad de Madrid.
EXPOSIÇÕES COLETIVAS / EXPOSICIONES
COLECTIVAS / GROUP EXHIBITIONS
2009
- ARCO’09, stand Comunidad de Madrid
10+. Diez años del premio ABC de Arte,
Comissària: Laura Revuelta, Instituto
Cervantes, Nova York.
2008
- Expo Zaragoza’08, Intervencions artístiques permanents, Parque del Agua,
Saragossa.
- CIGE, 5th China Internacional Gallery
Exposition, Secció: Subliminals, Casa
Asia, Comissària: Menene Gras, Beijing,
Xina.
- In Transition Russia, Comissaris:
Helene Black & Sheila Pinkel,
Ekaterinburg Museum of Fine Arts /
National Centre for Contemporary Art,
Moscou, Rússia.
- PULSE New York, Contemporary Art Fair,
Stand Galería Espacio Líquido, Nova York.
- CIRCA Puerto Rico, International Art
Fair, Stand Galería Espacio Líquido, San
Juan, Puerto Rico.
- Camps de Joc, Museu de Lleida, Lleida
Uno más uno, multitud, Comissària: Tania
Pardo, Doméstico’08, Madrid.
- VI Bienal de Artes Plásticas Rafael
Botí, Palacio de la Merced, Còrdova.
- XI Bienal de Artes Plásticas Ciudad de
Pamplona, Sala Conde Rodezno, Pamplona.
2007
- Cuentos modernos, Comissària: Giulietta
Speranza, Galería Max Estrella, Madrid.
BIDA, 17ª Bienal Internacional Deporte en
el Arte, Antiguo Instituto Jovellanos,
Gijón.
- Destino Futuro, Comissària: Oliva Ma.
Rubio, Salas del Real Jardín Botánico,
Madrid.
- Fragmentos del todo, Museo Mimara,
Zagreb, Croàcia.
- Alter-Arte, II Festival de Arte
Emergente, Intervencions urbanes, Múrcia.
2006
- IV Bienal Internacional de Artes
Plásticas, Centro Municipal de las Artes,
Alcorcón.
- MACO, México Arte Contemporáneo, Stand
Galería Vacío 9, México DF.
- ARCO’06, Galería Vacío 9 i Diario ABC,
Madrid.
- La ilusión del pirata, Centre Cívic
Sant Andreu, Barcelona.
- INTERFERÈNCIA, selecció videogràfica
d‘intervencions artístiques en espais públics, Auditori de l’Espai Cultural Caja
Madrid, Barcelona.
- Frammenti del tutto, Sala Carlos V
Castelnuovo, Nàpols, Palazzo Ducale,
Mòdena.
2005
- Itinerarios 04-05, Fundación Marcelino
Botín, Santander.
- ARCO’05, Galería Vacío 9, Madrid- Ho fem per a tu, disculpa les molèsties, Comissàries: laPinta, La Llotja,
Sant Andreu i Centre Cultural Can Fabra,
Barcelona.
- Abierto_05, Sala San Hermenegildo,
Sevilla.
2004
- ARCO’04, Madrid abierto, projecte d’art
públic, Director: Jorge Díez, Fundación
Altadis, Fundación Canal, Comunidad de
Madrid i Fundación Madrid Nuevo Siglo.
- Deformes II, Festival Internacional de
Performance, Santiago de Xile.
- I Premio a la Videocreación
Iberoamericana, Direcció: MUSAC, Casa de
América, Madrid.
- Periferias Tres, Projecte d’art públic,
Ateneo de La Calzada, Gijón.
2003
- Les Muses. God. Human and Art, Galleria
Kobo Chika, Tòquio, Japó
- Otros incluidos, Comissàries: Eva
Grinstein i Suset Sánchez, Casa de
América, Madrid.
- NIT NIU’03, Comissària: Marta
Moriarty, Cala Sant Vicenç, Pollença,
Mallorca.
- 40 views of an icon, Comme des Garçons,
Comissària: Rei Kawakubo, Londres, Milà,
Madrid, Hamburg, Tòquio, Brussel·les,
Amsterdam, Zuric, Moscou i Nova York.
-62-
- Barrios creando barrios, Arte Público,
Acción y Lucha Social en Lavapiés,
Madrid.
2002
- ARCO’02, Obra Social Caja Madrid
- Magazine, Comissari: Rafael Doctor,
Sala Amadís, Madrid.
- Zona Cero, Festival Escena
Contemporánea, Sala del Canal de Isabel
II, Madrid.
- Ardearganda’02, II Encuentro de Arte
Público, Ayuntamiento de Arganda del Rey.
- ARTissima, Internacional Fair of
Contemporary Art, Galeria Garage Regium,
Torí, Itàlia.
2001
- XVII Muestra de Arte Injuve,
Comissaris: Juan Guardiola i Rosa Pera,
Círculo de Bellas Artes, Madrid.
- Capital confort, Muestra de Arte
Público, Comissaris: El Perro,
Ayuntamiento Alcorcón.
- Songs of love and hate- side b, Galerie
Wieland, Berlín, Alemània.
- VII Bienal de Pamplona, Ciudadela del
Ayuntamiento de Pamplona.
2000
- ne travaillez jamais, Künstlerwerkstätte,
Munic, Alemània.
- XXVI Bienal de Arte de Pontevedra,
Comissària: María de Corral, Pontevedra.
- XII Circuitos de Artes plásticas y
Fotografía, Centro de Arte Joven de la
Comunidad de Madrid. Pontevedra, Alcalá
de Henares i Nova York.
PRÊMIOS E INSÍGNIAS / PREMIOS Y BECAS /
GRANTS AND AWARDS
2008
- Premio de Creación Artística de la
Comunidad de Madrid, Consejería de
Cultura y Turismo.
2006
- Premio Anteproyecto, Concurso
Intervenciones Artísticas, Sociedad
Expoagua Zaragoza.
- Premio de Creación Artística, Comunidad
de Madrid.
- Accèssit, VII Premio ABC de Pintura
y Fotografía, Diario ABC.
- Primer premi, modalitat escultura urbana, IV Bienal Internacional de Artes
Plásticas, Ayuntamiento de Alcorcón.
2004/2005
- Beca Fundación Marcelino Botín de Artes
Plásticas a San Francisco, EUA.
2003
- Primer premi, modalitat Incentivo a
las producciones Iberoamericanas, V
Concurso Internacional sobre Arte y
Vida Artificial, Vida 6.0, Fundación
Telefónica.
2002
- Beca de Creación Plástica, Casa de
América, Madrid.
- Primer premi, II Concurso de Fotografía
El Cultural.
- Projecte, II Certamen Audiovisual
Injuve, Instituto de la Juventud.
2001
- Beca Generación 2001, Obra Social Caja
Madrid.
1998
- Beca d’art, Ayuntamiento de Mojácar,
Almeria.
1997
- Menció honorífica, V Premio Nacional
de Grabado, Calcografía Nacional y Real
Academia de Bellas Artes de San Fernando.
OBRA EM COLEÇÕES / OBRA EN COLECCIONES /
WORKS IN COLLECTIONS
- Anonyme Zeichnungen, Berlín, Alemània.
- Ayuntamiento de Alcorcón.
- Ayuntamiento de Mojácar, Almeria.
- Ayuntamiento de Zaragoza.
- Biblioteca Nacional, Madrid.
- Calcografía Nacional, Madrid.
- ABC, Madrid.
- Arte y Naturaleza, Madrid.
- Caja Madrid.
- Francisco Palma, Màlaga.
- Unicaja de Arte Contemporáneo, Màlaga.
- Consejo Superior de Deportes,
Ministerio de Educación y Ciencia
Dirección General de la Mujer, Comunidad
de Madrid.
- Fundación BBVA, Madrid.
- Fundación Marcelino Botín, Santander.
- Fundación Provincial de Artes Plásticas
Rafael Botí, Còrdova.
- Ino-cho Paper Museum, Kochi-ken, Japó.
- Instituto de la Juventud, Ministerio de
Trabajo y Asuntos Sociales.
- MACUF, Museo de Arte Contemporáneo
Unión FENOSA, La Corunya.
-63-
JAVIER
ARCE
El ornamento de las masas:
rojo, blanco y azul
-65-
-68-
Série Abandonaments. Fundació Joan Mirò, Barcelona.
-72-
Série Abandonaments. Centre Pompidou, Paris.
-73-
Série Abandonaments. Museo Nacional Centro de Arte
Reina Sofía, Madrid.
-74-
Série Abandonaments. Tate Modern, Londres.
-75-
JAVIER ARCE
Santander, 1973.
Vive e trabalha em Nova Iorque.
FORMAÇÃO / FORMACIÓN / EDUCATION
- Mestre em Escultura pela Wimbledon
School of Art, Londres.
- Licenciado em Belas Artes, Universidad
del País Vasco.
- Graduado em Técnicas de Estamparia,
Escuela de Artes Aplicadas de Oviedo.
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS / EXPOSICIONES
INDIVIDUALES / SOLO EXHIBITIONS
2009
- L’ornament de les masses: vermell,
blanc i blau, Espai 13, Fundació Joan
Miró, Barcelona.
2008
- Capilla Sixtina, El ornamento de las
masas: Duelo de lo dionisiaco y apolíneo, Casal Solleric, Espai Quatre,
Palma de Mallorca.
2007
- El ornamento de las masas, Galeria
Llucià Homs, Barcelona.
- El ornamento de las masas, Galería Max
Estrella, Madrid.
2006
- Project Room, Arco´06, Galería Max
Estrella, Madrid.
- Guide to easier living 1, Galería del
Sol St., Santander.
2004
- 1+1=1, Galería Siboney, Santander
La cosa inútil o esa alucinante fuente luminosa, Galeria Van der Voort,
Eivissa.
2002
- Galería Max Estrella, juntament amb
Arancha Goyeneche.
2001
- Diálogos en el Sur, Galería Fernando
Serrano, Trigueros, Huelva.
2000
- Feria Tránsito´00, Galería Siboney,
Toledo.
- El puente de la visión 4, Museo de
Bellas Artes de Santander, Santander.
1999
- Los hermosos vencidos, Galería
Siboney, Santander.
1997
- Un rayo de sol, Galería Didáctica,
San Vicente de la Barquera.
1995
- Mundo maravilloso TV, Casa de Cultura
Valle de San Jorge, Llanes.
EXPOSIÇÕES COLETIVAS / EXPOSICIONES
COLECTIVAS / GROUP EXHIBITIONS
2009
- Open Studios, ISCP, Nova York.
- Un No por respuesta, Laboratorio 987,
MUSAC, Lleó.
- Cultura, pobreza y megápolis,
Fundación Botín, Villa Iris, Santander.
- Arco 09, Galería Max Estrella, Madrid
Art Brussels, Galeria Max Estrella,
Brussel·les.
- Uno más uno, multitud, Domestico 08,
Madrid.
- Itinerarios 2006-2007, Becarios
Fundación Botín.
- ArtForum Berlín, Galería Max Estrella
- El puente de la visión, Museo de
Bellas Artes de Santander.
- Outdoor Project, SH Contemporary,
Xangai.
- Levantamiento, Centro de arte Dos de
mayo, Móstoles.
- Art Brussels, Galería Max Estrella
CAB, Adquisiciones recientes, Burgos.
- Itinerarios 06/07, Fundación Botín,
Santander.
- Premi Ciutat de Palma, Casal
Solleric, Palma de Mallorca.
2007
- Existencias, MUSAC, Lleó.
Art Brussels´07, Galeria Max Estrella,
Brussel·les.
- Premi Caja Madrid Generación 2007,
La Casa Encendida, Madrid.
- Arco´07, Galería Max Estrella,
Madrid.
- Arco´07, Stand ABC, Madrid.
2006
- Art Cologne´06, Galeria Max Estrella,
Colònia.
- Interzonas´06, Palacio de Vástago,
Saragossa.
- Premio Ciudad de Palma´06, Casal
Solleric, Palma de Mallorca.
2004
- XIX Muestra de Arte Joven, Injuve,
Círculo de Bellas Artes, Madrid.
- Artesles´04, Esles de Cayón, Cantàbria
- Arco´04, Galería Fernando Serrano,
Madrid.
- Arco´04, Galería Max Estrella, Madrid.
- ArteSantander´04, Galería Siboney,
Santander.
2003
- Where are you from? I am from Spain.
Artistas españoles en Londres, Galería
Fernando Serrano, Trigueros, Huelva.
- Master Degree Show, Wimbledon School
of Art, Londres.
- Champions of Gravity, Space 44
Gallery, Londres.
- Sin Límites, Museo de Bellas Artes
de Santander, Santander.
- Generación 2003, Caja Madrid, La Casa
Encendida, Madrid.
- Exposició itinerant: Barcelona,
Santander, Santiago de Compostel·la,
Sevilla, Cascais (Portugal).
- Arco´03, Galería Max Estrella, Madrid.
- Arco´03, Galería Fernando Serrano,
Trigueros.
-78-
2002
- Arco´02, Galería Fernando Serrano,
Trigueros.
- Arco´02, Galería Max Estrella, Madrid.
- Artissima´02, Galería Max Estrella,
Torí.
- Forosur, Galería Fernando Serrano,
Càceres.
2001
- VII Premio Unicaja de Artes Plásticas,
Palacio Episcopal, Màlaga.
- Mercancías, Espacio C, Camargo,
Cantàbria.
- Hotel y Arte, Galería Fernando Serrano,
Sevilla.
- Arco’01, Galería Max Estrella,
Madrid.
1999
- Arco´99, Galería Max Estrella, Madrid.
- Memoria de un fin de siglo. Los años
noventa. Objeto y Concepto, Palacete del
Embarcadero, Sala Luz Norte, Santander.
1998
- II Trienal de Arte Gráfico, Palacio
de Revillagigedo.
- Reciclarte, Casa de Cultura La
Vidriera, Murieras, Cantàbria.
- Beca d’arts plàstiques, Consejería
de Cultura.
1994
- Beca de disseny gràfic, Ayuntamiento
de Camargo.
OBRA EM COLEÇÕES / OBRA EN COLECCIONES /
WORKS IN COLLECTIONS
- Caja Madrid, Madrid.
- Museo ARTIUM, Vitòria.
- Fundación Coca-Cola.
- Museo de Bellas Artes de Santander.
- Unicaja, Obra Social y Cultural.
- Consejería de Cultura del Gobierno
de Cantabria.
- Caja Castilla La Mancha, Obra Social
y Cultural.
- CAB Centro de Arte Caja Burgos.
- MUSAC, Museo de Arte Contemporáneo
de Castilla y León.
- Fundación El Monte, Sevilla.
- Fundación Botín, Santander.
- Comunidad de Madrid.
- Fundació La Caixa, Barcelona.
PRÊMIOS E INSÍGNIAS / PREMIOS Y BECAS /
GRANTS AND AWARDS
2009
- Artista resident, Internacional Studio
& Curatorial Program, Nova York.
2008
- Beca Propuestas, Fundacion Arte
y Derecho.
2007
- Menció d’honor, Generación 2007, Caja
Madrid.
- Menció d’honor, VII Premio de Pintura
y Fotografía de ABC.
2006
- Fundación Marcelino Botín de Artes
Plásticas.
- Beca de residència a Hangar, Centre
d’Art i Producció, Barcelona.
Finalista, Premio Ciudad de Palma.
2003
- Seleccionat, Generación 2003, Caja
Madrid.
2002
- Consejería de Cultura del Gobierno
de Cantabria.
1999
- VII Certamen de Artes Plásticas,
Fundación Unicaza.
- Casa de Velázquez, Madrid.
- Consejería de Cultura del Gobierno
de Cantabria.
1998
- Consejería de Cultura del Gobierno
de Cantabria.
1995
- Primer Premi de Pintura, Muestra
Regional Juvenil de Artes Plásticas.
-79-
ABIGAIL
LAZKOZ
Shuffle
-81-
-84-
-85-
-88-
-89-
-92-
-93-
ABIGAIL LAZKOZ
Bilbao, 1972.
Vive e trabalha em Nova Iorque.
FORMAÇÃO / FORMACIÓN / EDUCATION
1996-1998 Curso de Doutorado no
Departamento de Pintura da UPV.
1990-1995 Licenciatura em Belas Artes
pela Universidade del País Vasco,
na especialidade de Pintura.
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS / EXPOSICIONES
INDIVIDUALES / SOLO EXHIBITIONS
2009
- Máquinas extraordinarias, Sala
Rekalde, Bilbao.
- Shuffle, Fundació Joan Miro,
Barcelona.
2007
- Desastres naturales, Centre d’Art La
Panera, Lleida.
- 130.000 years of last tendencies,
Monya Rowe Gallery, Nova York.
- Premios Gure Artea, Museo Artium,
Vitoria-Gasteiz.
2006
- Mano firme, Project Room, ARCO 2006,
Madrid.
- Abigail Lazkoz, Galeria dels Àngels,
Barcelona.
2005
- Esconde la Mano, Laboratorio 987,
MUSAC, Lleó.
- On view at this exhibition, Monya
Rowe Gallery, Nova York.
- Dibujos, Galería DV, Donostia-San
Sebastián.
2004
- Dibujos, Galería Bilkin, Bilbao
War stories I have heard, Momenta Art,
Brooklyn, Nova York.
2003
- Abi Lazkoz Zeichnungen, Werkraum
Godula Buchholz, Denklingen, Munic.
- Humus, Intervenció a la Casa
Encendida, Madrid.
2002
- Welcome drawings, galeria Abel: Raum
für Neue Kunst, Berlín.
2001
- Dibujos de bienvenida, Fundación
BilbaoArte, Bilbao.
EXPOSIÇÕES COLETIVAS / EXPOSICIONES
COLECTIVAS / GROUP EXHIBITIONS
2009
- La vida, Mucsarnok, Budapest,
Hongria.
2008
- We have moved, Monya Rowe Gallery,
NY L’Art en Europe, Domain Pommery,
Reims, França.
- From Brooklyn with love, Parkers Box
Gallery, Brooklyn, NY.
2007
- Chacun a son goute, Guggenheim Bilbao,
Bilbao.
- Becarios Endesa 2003-2004, Museo
de Teruel, Terol.
- Streetmodernism, Mama Showroom,
Rotterdam.
- Creación Montehermoso 06, Palacio
Montehermoso, Vitoria-Gasteiz.
2006
- Deus ex machina, Market Gallery,
Glasgow.
- Marra Aski, Palacio Montehermoso
de Vitoria-Gasteiz.
- Imágenes de la masculinidad, Sala
Juana Francés, Saragossa.
- A picturesque view, Monya Rowe
Gallery, Nova York.
2005
- Greater New York, PS1-MOMA, Nova York.
- Fondo de Arte Fundación Marcelino
Botín, Fundación Marcelino Botín,
Santander.
- 15 años de Las Becas Fundación Endesa,
Edificio Endesa, Madrid.
- Gifts, Queens Museum of Art, Nova
York.
- El mundo como creo que es…, Galeria
Estrany de la Mota, Barcelona.
2004
- Mientras tanto, en otro lugar...,
Sala Rekalde, Bilbao.
- Goya+España, I Capricci di Goya e
L’arte contemporanea spagnola nella collezione del Centro d’Arte la Panera
di Lérida, Il Filatoio, Caraglio, Cuneo.
- I have met someone else, Monya Rowe
Gallery, Nova York.
- Gure Artea 2004, Palacio Montehermoso,
Vitoria-Gasteiz.
- Itinerarios 2002/03, Fundación
Marcelino Botín, Santander.
- 4a. Biennal Leandre Cristòfol, Centre
d’Art La Panera, Lleida.
2003
- Internal excess, Selections Fall 2003,
the Drawing Center, Nova York.
- Urbania, Sala Amadís, Injuve, Madrid.
- 70´s setentas, Galería Moisés Pérez de
Albéniz, Pamplona.
2002
- Ertibil 2002, Exposició itinerant per
municipis de Biscaia.
- La ciudad y la memoria, Orduña,
Biscaia.
- Generación 2002 de Cajamadrid, Casa
de América, Madrid.
- Kunst 2002 Zurich, stand de la galeria
- Abel: Raum für Neue Kunst, Zuric.
- Berlin Wall Paints, projectes murals
d’artistes de galeries de Berlín.
- ArtFrankfurt 2002, Frankfurt.
-94-
2001
- Selecció d’artistes de la XVI Muestra
de Arte Joven, Centro España-Córdoba,
Córdoba, Argentina.
- II Certámen de Artes Plásticas
del Colegio de Ingenieros de Caminos,
Canales y Puertos del País Vasco,
Bilbao.
2000
- XVI Muestra de Arte Joven, Injuve,
Círculo de Bellas Artes, Madrid.
- Artistes de Bilbao-Arte 2000,
Fundación Bilbaoarte, Bilbao.
PRÊMIOS E INSÍGNIAS / PREMIOS Y BECAS /
GRANTS AND AWARDS
2006
- Premi Gurea Artea 2006 de Artes
Plásticas.
2005
- 1r. premi Ertibil de Artes plásticas
de la Diputación Foral de Bizkaia.
2003
- Beca d’arts plàstiques de la Fundación
Endesa.
2002
- Beca d’arts plàstiques de la Fundación
Marcelino Botín.
- Ertibil 2002, Diputación Foral
de Bizkaia.
- Generaciones 2002 de Cajamadrid.
2001
- Beca per a la creació artística de la
Diputación Foral de Bizkaia.
2000
- Muestra de Arte Joven, Injuve,
Círculo de Bellas Artes de Madrid.
1995
- Beca Erasmus a la Winchester School
of Arts del Regne Unit.
OBRA EM COLEÇÕES / OBRA EN COLECCIONES /
WORKS IN COLLECTIONS
- Guggenheim Bilbao Museoa, Bilbao.
- Artium, Vitoria-Gasteiz.
- MUSAC, Museo de Arte Contemporáneo
de Castilla-León.
- Diputación Foral de Bizkaia.
- Fundación Endesa y del Museo de
Teruel, Terol.
- Centre d’Art La Panera, Lleida.
- Fundación Marcelino Botín, Santander.
- Fons artístic de les Juntas Generales
de Bizkaia.
- Instituto de la Juventud del
Ministerio de Trabajo y Asuntos
Sociales, Madrid.
- Fomento de Construcciones y Contratas,
Bilbao.
- Fundación Bilbaoarte, Bilbao.
- Facultad de Bellas Artes de la UPV/
EHU, Leioa.
-95-
RAÚL
BELINCHÓN
Kéyah
-97-
RAÚL BELINCHÓN
Valência, 1975.
- Colour Summer, Young Gallery Photo,
Brussel·les.
2005
- Art Forum Berlín, Galeria Mudimadue
2004
- Ministeri de Cultura, Exposició a la
Real Academia de San Fernando, Madrid
Academia de España, Roma.
- Arco, Stand Ministeri de Cultura
Palazzo Venezia, Fuji Euro Press Photo
Awards, Roma.
- World Press Photo, Museu de Roma
a Trastevere, Roma.
- Miart, Galeria Mudimadue, Milà.
2004, 2003
- Artissima, Turí, Galeria T20.
2003
- PHOTOESPAÑA, Cuadros de una exposición,
Fondos de la Colección de Fotografía de
la Comunidad de Madrid.
- Miart, Galeria T20, Milà.
2002
- ARCO, stand de la Comunidad de Madrid,
Consejería de las Artes.
2000
- Rencontres d’Arles.
- Primavera fotográfica.
- Generación 2000, Certamen de Arte Caja
Madrid.
FORMAÇÃO / FORMACIÓN / EDUCATION
2004 Licenciatura em História da Arte
pela Universitat de València.
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS / EXPOSICIONES
INDIVIDUALES / SOLO EXHIBITIONS
2009
- Kéyah, Espai 13, Fundació Joan Miró,
Barcelona.
2008
- Galeria Mas Art, Barcelona.
2007
- Biennal Sao Paulo-València.
2005
- París Photo, Stand T20, Musée
du Louvre.
- Galeria Mudimadue, Milà.
2004
- Galeria Mudimadue, Berlín.
- Galeria T20, Múrcia.
2002
- PHE01, Sala Efti, Madrid
2001
- Palacio Vallesantoro, Sangüesa,
Pamplona.
1999
- Sala Railowsky, València.
EXPOSIÇÕES COLETIVAS / EXPOSICIONES
COLECTIVAS / GROUP EXHIBITIONS
2009
- Miradas Arquitectónicas en la
Colección del Ivam, Mubag, Alacant.
2008
- Feria Internacional de Arte de Sao
Paulo, Galeria Marilia Razuk
Balelatina Hot Art, Basilea.
- El Color. El Tiempo de los Ritmos,
Espacio Escala, Fundación Cajasol,
Sevilla.
- Carne y Piedra, Palacio de Altamira,
Instituto Europeo di Design, Madrid.
- Urbana 08, Galería Sandunga, Granada.
2008, 2007, 2006, 2005, 2004, 2003 Arco,
Galería T20.
2007
- Encuentro entre dos mares, Bienal de
Sao Paulo-València.
- Balelatina, Basilea.
- I Exposición Becas CAM Artes
Plásticas, Museo Universidad de
Alicante.
- Paris Photo, Galería T20.
2007, 2006, 2005, 2004
- DFOTO, Feria Internacional de
Fotografía Contemporánea y Vídeo-Arte,
Sant Sebastiá.
2006
- CICC, Centro Internacional de Cultura
Contemporánea, Fundación Ordóñez Falcón
MACO, Feria de Arte contemporáneo de
Méjico.
PRÊMIOS E INSÍGNIAS / PREMIOS Y BECAS /
GRANTS AND AWARDS
2008
- IX Premi ABC de pintura i fotografía,
Menció honorífica.
2007
- Finalista del II Premi Internacional de
Fotografia Contemporànea Pilar Citoler
Generació 2007, Premis i beques d’Art,
Caja Madrid.
- Finalista del Premi de Fotografia Fundación Aena, Madrid.
2006
Nominat per a la beca Joop Swart Master
Class del World Press Photo, Amsterdam
2006, 2005
- Beca Colección CAM d’arts plàstiques
2004
- World Press Photo, 3rd Prize/Arts and
Entertainment Stories.
- 1r. Premi Fuji Euro Press Photo Awards,
Roma.
- Premi ABC de pintura i fotografía,
Menció honorífica.
- Beca Casa de Velázquez de Artes
Plásticas, Madrid.
2003
- Beca de fotografia del Ministeri d’Exteriors, Academia de España, Roma.
- VIII Certamen Unicaja de Artes
Plásticas, Màlaga.
2002
- Beca d’arts plàstiques del Ministeri de
Cultura, Colegio de España, París.
-110-
- Beca Art Visual, Circuito de Arte
Contemporáneo, Consorcio de Museos de la
Comunidad Valenciana.
- Becat per al taller de fotografia i periodisme 2003, Fundación Santa María de
Albarracín, Terol.
2001
- Beca Pépinières Pour Jeunes artistes, Lió.
- Certamen d’art Generación 2000, Caja
Madrid.
2000
- 2n. Premi al Certamen de Fotografía
Injuve, Madrid.
1999
- Finalista en la selecció de porfolios,
Photoespaña 99, Madrid.
- Beca Benetton dirigida pel fotògraf
Oliviero Toscani, (Treviso) Itàlia.
- V Bienal Internacional de Fotografía
Fotonoviembre, Tenerife.
- Catàleg Arco, projecte Ciudades
Subterráneas, Galería T20.
- Sensación de Vivir, catàleg editat
pel Consorcio de Museos de la Comunidad
Valenciana, Generalitat Valenciana.
2001
- Vendimiar, catàleg editat per la CAM,
Alacant.
2000
- Generación 2000, Caja Madrid, reportatge José y Familia.
OBRA EM COLEÇÕES / OBRA EN COLECCIONES /
WORKS IN COLLECTIONS
- IVAM Centro de Arte Reina Sofía,
Madrid.
- Fundación Coff, Centro Ordóñez Falcón
de Fotografía, Ministeri de Cultura,
Fundación Unicaja, Màlaga.
- Fundación Cajasol, Sevilla.
- Fundació Vila Casas, Barcelona.
- Comunidad de Madrid, Consejería de
las Artes Comunidad Autónoma Región de
Murcia.
- Centro de Fotografía de Tenerife
- Instituto de la Juventud (INJUVE),
Madrid.
PUBLICAÇÕES / PUBLICACIONES /
PUBLICATIONS
2007
- Poéticas.cam.
- Generación 2007 Premios y becas de
Arte, Caja Madrid.
- Encuentro entre dos Mares, Bienal de
Sao Paulo-València.
2006
- 100 Fotógrafos españoles, editat per
Rosa Olivares, Exit Publicaciones.
- Espacios Reales, Espacios Ficticios,
Colección Ordóñez-Falcón de Fotografía
- Catàleg Arco, projecte Patio de
Butacas, Galería T20.
2005
- Catàleg Paris Photo, País invitado
España, Proyecto Patio de Butacas
2004
- World Press Photo, projecte Ciudades
Subterráneas.
- Catàleg Becarios de Artes Plásticas,
Colegio de España, París, projecte
Ciudades Subterráneas.
2003
- Catàleg dels fons de la col·lecció de
fotografía de la Comunidad de Madrid.
- Projecte Sensación de Vivir.
-111-
LISTA
DE OBRAS
-113-
Obra Joan Miró ------------------------------------------------------------
Obra Joan Miró ------------------------------------------------------------
Primeira Centelha da Aurora II, 1966
Acrílico e óleo sobre tela
146 x 114 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Sem título II, 1973
Tinta nanquim, aquarela, acrílico
e lápis de cor sobre papel
44,7 x 57,5 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Série Barcelona (19), 1944
Litografia
69,9 x 52,3 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Personagem, 1949
Cobre
19 x 27 x 23 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Letras e Cifras atraídas
por uma centelha I, 1968
Acrílico sobre tela
145,9 x 114 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Sem título I, 1973
Tinta nanquim, aquarela e acrílico
sobre papel
44,5 x 57,5 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Série Barcelona (25), 1944
Litografia
70 x 52,8 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Joan Miró, André Breton
Constelações, 1959
Litografia. Reproduções realçadas
com pochoir
47,5 x 38,3 x 5,3 cm (livro) / 43,5 x
35,7 cm (litografia) / 35,8 x 43,3 cm
(reproduções)
Fundació Joan Miró, Barcelona
Duas aves rapinas, 1973
Acrílico sobre lona
258,5 x 210,5 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona.
Doação de Pilar Juncosa de Miró
Sem título III, 1973
Tinta nanquim, aquarela e acrílico
sobre papel
44,7 x 57,6 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Série Barcelona (32), 1944
Litografia
70 x 52,8 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Personagem na noite, 1974
Acrílico e óleo sobre tela
73 x 91,9 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Série Barcelona (1), 1944
Litografia
69,9 x 52,3 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Série Barcelona (37), 1944
Litografia
69,9 x 52,2 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Mulher, 1969
Técnica mista sobre papel de embalar
64 x 55 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Série Barcelona (2), 1944
Litografia
69,6 x 49,6 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
Maquete do piso de cerâmica
do Pla de l'Os, 1976
Tinta nanquim, lápis oleoso,
pastel e água-forte sobre papel
90 x 105 cm / 74,5 x 89,5 cm
Fundació Joan Miró, Barcelona
----------------------------------- 114 -----------------------------------
----------------------------------- 115 -----------------------------------
Audiovisuais --------------------------------------------------------------
Obras de Arte Contemporânea -----------------------------------------------
A aventura estrelada de Miró
Realização: Thiago de Mello com
la colaboração de F. Català-Roca
Produção: TV Globo, Brasil
Produção executiva: Flavio Campelo
Idioma: Português
Duração: 28’ 49’’
Juan López
Hoje não aspiro a nada
Chicago´s Miró
Realização: Terry Moyemont
Produção: Chicago Council of Fine Arts.
City of Chicago, Jane Byrne, Mayor
Idioma: Inglês
Duração: 19’
Joan Miró – Trazos (programa
da TVE exibido em 3 capítulos)
Realização e apresentação:
Paloma Chamorro
Produção: RTVE
Productor executivo: Mariano de Pedraza
Data: 1978
Idioma: Castelhano
Duração: 56’ 47’’ / 60’ 41’’ / 59’ 13’’
Jeux d´enfants
Realização: balé russo dirigido
por René Blum e pelo coronel Basil
no Teatro de Montecarlo
Enredo: Boris Kochno
Música: George Bizet
Coreografia: Leonide Massine
Cenografia y vestiário (desenho):
Joan Miró
Cenografia (criação):
Príncipe Schervachidze
Vestiário (criação): Madame Karinska
Direitos autorais: Ms. Tatiana Massine
Weinbaum, Mr. Theodor Massine
e © Successió Miró 2010
Empréstimo: Jerome Robbins Dance
Division of the New York Public Library
Data: 1932
Duração: 20’
Diana Larrea
Electrocosmos
Raúl Belinchón
Kéyah
Javier Arce
O ornamento das massas: vermelho, branco
e azul
Abigail Lazkoz
Shuffle e Soldados
Miro 37 – Aidez l´Espagne
Realização: Pere Portabella.
Data: 1969
Duração: 4’ 30’’
Miró em cena
Realização: Rafael Boladeras,
Pere Pratdesaba, David Rubira,
com a colaboração de Exit
Produção: Fundació Joan Miró
Data: 1994
Duração: 7’ 49”
Miró L´altre
Realização: Pere Portabella
Produção: Col·legi d’Arquitectes
de Catalunya i Balears
Fotografia: Manel Esteban
Música: Carles Santos
Data: 1969
Duração: 15’
Toiles brûlées. Miró
Realização: Francesc Català-Roca
Produção: Aimé Maeght
Música: F. J. Garrido
Direitos autorais: ©Arxiu Històric
del Col·legi d´Arquitectes de Catalunya
Data: 1973
Duração: 20’
----------------------------------- 116 -----------------------------------
----------------------------------- 117 -----------------------------------
Textos en español ---------------------------------------------------------
LOS
24 ESCALONES
JOAN MIRÓ
y
------------------------------------ 119 -----------------------------------
Los 24 escalones y Joan Miró ----------------------------------------------
Presentación --------------------------------------------------------------
Del diálogo entre las obras de Joan
Miró y los artistas Javier Arce, Raúl
Belinchón, Diana Larrea, Abigail Lazkoz
y Juan López nace esta muestra titulada
“Los 24 escalones y Joan Miró”, que
son los peldaños que separan el Espai
13 del itinerario de la colección
permanente en la Fundació Joan Miró.
Con esta iniciativa de la Fundació,
cinco creadores españoles recuperan el
espíritu abierto de Miró y su inquietud
por las nuevas expresiones y tendencias
artísticas.
La Selección española en Brasilia
Joan Miró: el feliz encuentro
de la modernidad
Las 16 obras del pintor barcelonés
evocan e inspiran nuevas expresiones
artísticas que sirven para reflexionar
sobre grandes temas como el cosmos o
la tierra que, a través de lenguajes
novedosos, son devueltos a la luz de
nuestros días con espíritu crítico
y constructivo. La creatividad y
el simbolismo, las imágenes, la
anticipación y la fotografía son
elementos que conducen la obra de
estros cinco artistas que afrontan el
desafío de dialogar con los trabajos de
Miró y construir un nuevo discurso de
gran fuerza evocadora.
Republica de Brasilia, les proponemos
estos “veinticuatro escalones” para
descender y ascender a la obra de
Miró y a la de estos cinco artistas
españoles que recrean con sus lenguajes
y códigos una nueva narrativa que nos
descubre enfoques muy variados de los
grandes temas que inspiran la obra de
este artista universal.
Miguel Ángel Moratinos
Ministro de Asuntos Exteriores
y de Cooperación, España
Ángeles Gozález-Sinde
Ministra de Cultura, España
Si Juan López toma como referencia
los collages de Joan Miró y su apego
a los materiales sencillos, Diana
Larrea encuentra inspiración en las
constelaciones mironianas y Javier
Arce reflexiona sobre los límites del
arte a través de las imágenes. Por su
parte, Abigail Lazkoz se sumerge en los
cuadernos de bocetos para interpelar al
azar desde la composición exhaustiva
y Raúl Belinchón aborda la tierra y
el paisaje desde la fotografía. “Los
24 escalones y Joan Miró” es una
invitación a la inspiración y a la
recreación interpretativa de la obra
de Miró, que, a través de estos cinco
artistas nos devuelve su temática con
lenguajes y sensibilidades diversas.
Desde el compromiso político de
promover el conocimiento y la difusión
de la obra de nuestros creadores
más consagrados así como de las
nuevas generaciones de artistas, los
ministerios de Asuntos Exteriores y de
Cooperación, y el de Cultura, con la
organización de la Sociedad Estatal
para la Acción Cultural Exterior
(SEACEX), la Fundació Joan Miró y el
Museu Nacional do Conjunto Cultural da
----------------------------------- 120 -----------------------------------
Todavía en plena euforia tras el Mundial
de Sudáfrica y el triunfo de España, no
podemos dejar de rendir homenaje al trío
que llevó a la selección de ese país a
lograr su primer título como Campeones
del Mundo: el portero Iker Casillas, Xabi
Alonso y Andrés Iniesta. Los tres jugadores se han situado entre los mejores del
mundo. También en el ámbito de las artes
tenemos un destacado trío de españoles:
la trinidad catalana formada por Pablo
Picasso, Salvador Dalí y Joan Miró.
Del mismo modo que Casillas, Xabi e
Iniesta han cambiado para siempre el
curso de la historia en el Mundial 2010,
Picasso, Dalí y Miró cambiaron profundamente el curso del arte a escala mundial
para todos los tiempos.
No sabemos si en el Mundial de Brasil
de 2014 veremos a estos tres jugadores
de fútbol defendiendo los colores de España. Pero lo que sí sabemos con certeza
es que en septiembre de 2010, con motivo
de la conmemoración del Cincuentenario
de Brasilia, tendremos con nosotros al
menos a uno de los ídolos del arte catalán: Joan Miró.
Esperamos mucho de esta exposición, ya
que Brasilia y Miró tienen algo en común:
ambos son símbolos de modernidad.
La Secretaría de Estado de la Cultura del
Distrito Federal tiene el honor de abrir
las puertas del Museu Nacional da República para presentar al público brasileño
esta magnífica exposición, con el apoyo
del Embajador de España, Carlos Alonso
Zaldívar, y la colaboración de SEACEX,
Sociedad Estatal para la Acción Cultural Exterior, y la Fundació Joan Miró de
Barcelona.
Una exposición que, además de exhibir
obras de Miró, incluye obras de jóvenes
talentos contemporáneos españoles que
hacen una relectura de la obra del gran
maestro.
En el campo de las artes, estamos ante
todo un golazo para la cultura brasileña.
Silvestre Gorgulho
Secretario de Estado de Cultura
del Distrito Federal, Brasil
----------------------------------- 121 -----------------------------------
Los 24 escalones y Joan Miró ---------------------------------------------Hablar de Miró y de su capacidad de
respuesta a las demandas estéticas del
hombre del siglo XX, es adentrarse
en una obra que desborda cualquier
catalogación apresurada y entre cuyas
formas, ya clásicas, figuran algunas
de las imágenes más difundidas de
nuestro arte, dentro y fuera de España.
La trayectoria de uno de los máximos
protagonistas de las vanguardias
históricas, cuya personal visión
del surrealismo evolucionó hacia
nuevos horizontes del expresionismo
abstracto y el informalismo, invita
a contemplar sus creaciones desde
la misma elemental mirada con la
que conjugó sus visiones del acto
pictórico, interpretadas como símbolo
ingenuo y sofisticado a la vez de una
modernidad en permanente renovación.
Ese desafío, planteado a los simples
espectadores, es aun mayor para los
artistas que, desde la fragmentación
actual de los códigos expresivos,
siguen encontrando estímulos para su
propia creatividad en las provocaciones
y sugestiones del maestro. De ahí que
hace dos años la Fundació Joan Miró,
dentro de su programación destinada
a divulgar la creación contemporánea
y, en especial, de los jóvenes
artistas, planteara un diálogo vivo
entre la obra de Miró y algunos de los
principales intérpretes de las últimas
tendencias. Para ello, se eligió un
título inspirado en el de la novela
de John Buchan, llevada al cine por
Hitchcock y en este caso adaptada al
número de escalones que conducían al
espacio expositivo de la Fundación
donde originalmente se organizó esta
muestra que ahora se presenta al
público brasileño. Este podrá disfrutar
ahora de la confrontación entonces
impulsada entre dieciséis de las piezas
mironianas custodiadas en su sede y
las obras realizadas específicamente
para aquella ocasión por cinco artistas
que representan diversas corrientes y
géneros del arte español más reciente.
Jorge Díez ----------------------------------------------------------------
coherencia fundamental. Ese es también
uno de los muchos mensajes transmitidos
por las nuevas visiones de la realidad
y los sueños que despliegan los
creadores seleccionados para renovar
este diálogo visual a través del
tiempo.
Los
24 escalones
y Joan Miró
De acuerdo con el afán de colaboración
institucional que preside todas sus
actuaciones, la Sociedad Estatal para
la Acción Cultural Exterior organiza
la exposición junto con la Fundació
Joan Miró y el Museu Nacional do
Conjunto Cultural da Republica, que
la alberga en sus salas de Brasilia.
De esa forma, pretendemos servir a la
vez a la difusión de nuestro arte más
actual y a un nuevo acercamiento a ese
gran patrimonio común que constituye
la obra del artista mallorquín,
capaz de superar barreras y de seguir
incitándonos a nuevas búsquedas
estéticas y del conocimiento.
Miró y el arte emergente
El Espai 13, sucesor del inicial Espai
10 (1977-1987), es un proyecto singular
de la Fundació Joan Miró dedicado al
arte emergente, vinculado a la voluntad
del propio artista de que la sede de
su obra permaneciera atenta y abierta
al pulso de las nuevas propuestas
artísticas.
Charo Otegui Pascual
Presidenta de la Sociedad Estatal para
la Acción Cultural Exterior
Rosa Maria Malet
Directora de la Fundació Joan Miró
Se rinde así tributo a una obra
que, desde sus comienzos en el gran
crisol vanguardista de los años
veinte del pasado siglo, supuso una
de las más altas aportaciones a la
internacionalización del arte de
nuestro país, sobre todo gracias a
su capacidad para abrirse a nuevas
sugestiones sin abandonar una
----------------------------------- 122 -----------------------------------
1
Esta iniciativa fue pionera en Cataluña
y en el ámbito español, dando ocasión
a que jóvenes artistas y comisarios
presentaran sus trabajos e ideas
comprometidos con los nuevos lenguajes
artísticos durante los años ochenta
y noventa del pasado siglo. El boom
del arte joven y la proliferación
de centros, museos e iniciativas
quizás contribuyeron a que las líneas
de actuación que singularizaban
este proyecto se fueran en parte
diluyendo. Con motivo del veinticinco
aniversario de la muerte de Miró en
diciembre de 2008, la Fundació Joan
Miró decidió impulsar el papel del
Espai 13 y darle un nuevo protagonismo
en dicha efeméride vinculando el
ciclo expositivo de la temporada
2008-2009 a la figura y al espíritu
de Miró. El ciclo Los veinticuatro
escalones incluyó las intervenciones
de Javier Arce, Raúl Belinchón, Diana
Larrea, Abigail Lazkoz y Juan López
específicamente producidas para la
ocasión.
La Fundació Joan Miró y la Sociedad
Estatal para la Acción Cultural
Exterior (SEACEX) han colaborado en
la itinerancia internacional de un
proyecto que, a partir de estas obras
producidas, integra obras del propio
Miró en una suerte de diálogo entre
algunos temas como el cosmos o la
tierra, lenguajes como el dibujo o
el collage y modos de hacer que en
distinta medida han estado en el origen
de las propuestas de este ciclo, cuyo
1. Texto ampliado y revisado del catálogo
Els vint-i-quatre graons, editado por la
Fundació Joan Miró de Barcelona en 2009.
título parafrasea la película basada
en la novela Los treinta y nueve
escalones de John Bucham, publicada
en 1915 y adaptada al cine por Alfred
Hitchcock en 1935. Veinticuatro son
los escalones que hay que bajar hasta
el Espai 13 dentro del recorrido por
la colección permanente de Miró y que
conducen al espectador no prevenido
a enfrentarse a las nuevas prácticas
creativas, probablemente extrañas a la
intención de su visita y que le ofrecen
la posibilidad de descubrir otras
propuestas artísticas. Unas propuestas
que se potencian al readaptarse
ahora al espléndido espacio del
Museo Nacional de la República de
Brasilia, tensadas por la presencia
y la confrontación con las pinturas,
dibujos, litografías y escultura de
Joan Miró, junto con distintas obras
y documentos videográficos acerca del
artista y su prolífico trabajo.
El final de los años veinte y principio
de los treinta fue el período inicial
del joven Miró entre Barcelona y París
y el del comienzo de su reconocimiento
internacional, etapa de encuentro y
en muchos casos de amistad, entre
otros, con Max Jacob, Michel Leiris,
Paul Éluard, Antonin Artaud, Tristan
Tzara, André Breton, Robert Desnos,
Jean Arp, Max Ernst o René Magritte.
En la biblioteca personal de Miró,
además de numerosas obras de algunos
de estos autores, se encuentran también
varias novelas de Fantômes, el célebre
personaje creado en 1911 por Marcel
Allain y Pierre Souvestre que apareció
en treinta y dos novelas de ambos y en
once más de aquél tras la muerte del
segundo, además de en adaptaciones para
el cine, la televisión y el cómic; un
personaje que representa dentro del
género policíaco la transición entre
los villanos de la novela gótica y los
asesinos en serie modernos, muy lejos
ambos de los killers postmodernos de
Quentin Tarantino.
Casi todos los artistas de este ciclo
tienen probablemente sus referencias
más próximas a este cineasta
norteamericano que a los autores de
Fantômes, por lo que observaban con una
mezcla de distancia y curiosidad los
distintos volúmenes de la biblioteca de
Joan Miró depositada en la Fundación
cuando se reunieron en el inicial
----------------------------------- 123 -----------------------------------
Los 24 escalones y Joan Miró ---------------------------------------------encuentro preparatorio. Una curiosidad
transformada en estímulo y emoción
al contemplar tanto los cuadernos de
dibujos preparatorios del artista
como la obra gráfica cuidadosamente
conservados. También hicieron un
minucioso recorrido por los distintos
departamentos, almacenes y otras zonas
de la Fundación no expuestas a la
mirada cotidiana de los visitantes.
A partir de todo ello han construido
sus proyectos, sin caer ni en un
mero ejercicio hagiográfico ni en un
banal rechazo del universo mironiano
o de la institución, sino más bien
incorporando críticamente a sus
respectivos lenguajes e intereses los
resultados de ese encuentro. En algún
caso la referencia final ha podido
ser más explícita y en otros casi un
MacGuffin a la manera de Hitchcock, que
el espectador tiene que descubrir, pero
siempre al servicio de la construcción
de sus personales universos creativos,
tal y como el mismo Miró fue
configurando el suyo propio durante
su larga y fértil trayectoria, con
honestidad y sin atajos, empresa
si cabe más difícil de conseguir
actualmente, pero en la que sin duda
coinciden todos ellos con el maestro.
Juan López, Hoy no aspiro a nada
Juan López construye sus obras con
señales, imágenes y mensajes; en
intervenciones tanto en espacios
urbanos como expositivos. En ambos
.1
casos altera el espacio previo y
superpone una nueva capa simbólica,
realizada con los recursos utilizados
por la publicidad que inunda las
ciudades: descontextualizaciones,
apropiaciones, ambigüedades, imágenes,
textos, fotografías, carteles y
grafitis. Para ello emplea diversas
herramientas artísticas: dibujo,
forma, color, composición y collage. A
pesar de que la publicidad y las artes
visuales comparten actualmente recursos
y herramientas, el objetivo aquí es
distinto: sorprendernos y sacudirnos de
la modorra consumista con la que nos
envuelven los reclamos publicitarios,
rebuscados y falsamente atrevidos. Las
obras del artista aportan una reflexión
sobre la realidad que nos rodea,
incluidos los mecanismos de la práctica
artística.
En esta ocasión Juan López, que ha
tomado como referencia los collages de
Joan Miró y el común interés por el
uso de materiales sencillos al alcance
de la mano, intervino en los muros del
Espai 13 utilizando diversas técnicas
como el dibujo y la videoinstalación.
Da continuidad con este trabajo a sus
intervenciones murales, en las que
modifica la visión del espacio mediante
el dibujo con cinta aislante y los
vinilos de imágenes fotográficas.
A partir de obras anteriores, como
Satán Mola —New Grecas Specific
Project, en las cuales combinaba la
videoproyección de personajes a tamaño
real con el dibujo mural, surgió la
idea de que el movimiento ocupara
todos los muros de la sala de manera
secuencial. En Hoy no aspiro a nada
ha tomado como motivo principal a
los traceurs, que es como se denomina
a los practicantes del parkour, una
disciplina deportiva que consiste en
desplazarse por el medio urbano o
natural, superando de la forma más
fluida posible los obstáculos que se
presenten en el recorrido, tales como
vallas, muros o el propio vacío,
utilizando para ello los únicos
recursos que ofrece el cuerpo humano.
El resultado final recrea una serie de
obstáculos dibujados sobre las paredes
y la prolongación, también dibujada,
de elementos visibles u ocultos de
la sala como tuercas, tuberías, humo
o enormes pulsadores; la estructura
fijada en el techo como soporte de los
videoproyectores refleja una falsa
sombra convertida en el encuadre
a modo de viñetas por las que se
mueven los traceurs. Estos personajes
proyectados a escala real recorrían
en un movimiento continuo las paredes
apoyándose para dar sus saltos y
piruetas en los objetos y elementos
dibujados, introduciéndose en alguno
de ellos para reaparecer en otro lugar.
----------------------------------- 124 -----------------------------------
Jorge Díez ---------------------------------------------------------------Ahora en Brasilia el trabajo se
articula en torno a la rampa interior
que comunica las dos plantas de
exposición del Museo Nacional y junto
a la que se muestra la película del
ballet Jeux d’enfants, estrenado
por los Ballets Rusos de Montecarlo
el 14 de abril de 1932, con telón,
escenografía, vestuario y objetos
diseñados por Miró. Esta película
sin sonido enlaza con el rumor de la
Guerra Civil española punteada por la
serie Barcelona en el film Miró 37Aidez l’Espagne de Pere Portabella,
que antecede a las seis litografías
de la mencionada serie incluidas en
la exposición. El ‘pochoir’ Aidez
l’Espagne fue realizado con el fin
.2
de recaudar fondos para la República
y muchos años después protagonizó
el cartel de la polémica exposición
España. Vanguardia artística y realidad
social, 1936-1976, que se mostró en la
Fundación Miró después de su presencia
en la Bienal de Venecia. La épica serie
Barcelona, dramáticos dibujos en una
amplia gama de negros y grises, la
mayor parte realizados directamente
sobre papel litográfico en una edición
completa y limitada a cinco ejemplares
y dos pruebas de artista, de las que
sólo se conservan la serie de los
herederos de Joan Prats y la de la
Fundació Joan Miró. La necesidad de
evasión de Miró en su exilio interior,
tras el triunfo del franquismo y la
expansión nazi en Europa, explica
quizás que el humor apuntara en algunos
de estos dibujos entre la temática de
los astros, la mujer y los pájaros. Una
temática que protagonizó una obra clave
en su trayectoria: Las Constelaciones,
que realizó en paralelo a la serie
Barcelona y en la que el color juega
un papel fundamental entre la gran
complejidad de formas.
Diana Larrea, Electrocosmos
Diana Larrea ha tomado como punto de
partida para Electrocosmos la serie
Constelaciones, veintitrés aguadas
realizadas entre 1940 y 1941 en
Varengeville-sur-Mer, un pequeño pueblo
de la costa de Normandía. La idea de
constelación nace de esa innata afinidad
del artista por las fuerzas vitales de
la naturaleza y de su atenta percepción
del mundo fenoménico. La inconfundible
atmósfera mironiana tiene resonancias
cósmicas y evoca plásticamente esa
disposición que los astros dibujan en
el espacio interestelar. Más adelante
en 1958 se editó un libro de muy pocos
ejemplares, con la reproducción de
veintidós de esas aguadas de Miró y con
veintidós prosas paralelas escritas
por André Breton, que ahora tenemos
ocasión de contemplar en el Museo
Nacional de Brasilia.
Después de unos primeros trabajos
centrados en los colores primarios rojo
y azul, Diana Larrea abordó una serie
de intervenciones y proyectos surgidos
de elementos míticos como las plagas
o el laberinto, relacionándolos con
el imaginario popular a través, por
ejemplo, de recreaciones procedentes
del cine clásico norteamericano, como
en la intervención Palacio encantado
que realizó en la fachada de la Casa de
América a propósito de Los pájaros de
Alfred Hitchcock, dentro del programa
internacional de arte público Madrid
Abierto en 20042.
Ella misma fija el año 2000 como
arranque del lenguaje que elabora en la
actualidad, un doble frente de acciones
en espacios públicos, como la reciente
Espiral mudéjar en la Exposición
Universal de Zaragoza, y trabajos
fotográficos, con gran capacidad para
moverse con libertad entre disciplinas
artísticas. Afirma que cuando concibe
un proyecto piensa al tiempo en su
ejecución en el espacio y en las
2. Vid. Madrid Abierto 2004-2008. Madrid:
Asociación Cultural Madrid Abierto, edición
bilingüe español e inglés, 2008, 544 págs.
y www.madridabierto.com.
----------------------------------- 125 -----------------------------------
Los 24 escalones y Joan Miró ----------------------------------------------
Jorge Díez ----------------------------------------------------------------
fotografías o vídeos que realizará. En
su propuesta, la fotografía y el vídeo
no son utilizados simplemente como
instrumentos de documentación de sus
intervenciones, sino que tienen entidad
propia como obras artísticas.
atravesar según Arthur C. Danto el
linde de la historia, mostrando que
no es posible distinguir las obras de
arte y los objetos reales sólo mediante
la vista e inaugurando una nueva etapa
para el arte contemporáneo después
del fin del arte en la que todo parece
posible y el artista está abierto al
Las constelaciones han sido siempre
un punto de referencia y orientación
para el hombre, que las ha utilizado
como coordenadas para encontrar el
camino perdido. En este sentido, su
simbolismo está muy relacionado con
la estructura del laberinto, porque
el diseño laberíntico es interpretado
como un diagrama que conforma en la
tierra un reflejo de la retícula astral,
es decir, como una representación que
reproduce geométricamente los trazos
imaginarios que perfilamos sobre la
bóveda celeste. Ambas figuras encarnan
ese afán instintivo del hombre por
ordenar y dotar de coherencia a su
propia existencia.
Basándose en estos conceptos Diana
Larrea ha dispuesto dentro de la
sala una trama laberíntica de líneas
luminosas en forma de muros continuos
de luz, compuestos por una serie de
sencillos tubos fluorescentes blancos
.3
dotados de un apoyo independiente sobre
el suelo. Este sistema de puntos de
iluminación, diseminados y organizados
sobre un fondo vacío oscuro, evoca un
campo de energía astral, un microcosmos
de trayectorias lineales concebidas
como expresión poética de las fuerzas
motrices del universo. Su propósito con
esta propuesta ha sido construir una
pieza que invite a la participación
activa del público y al recorrido de
su trazado, como si se tratara de una
adivinanza que pide ser descifrada,
poniendo a prueba su propia intuición a
través de esta recreación actualizada
de un ancestral ritual iniciático, que
nos coloca en el centro mismo de una
gran imagen mítica, envolvente y casi
de ensueño, dotada de un fuerte poder
de evocación.
Javier Arce, El ornamento de las masas:
rojo, blanco y azul
¿Cuántas personas pasan a diario por
el Museo Nacional Centro de Arte
Reina Sofía, la Tate Modern, el Centro
Georges Pompidou o la Fundació Joan
Miró? ¿Cuántas de ellas salen de las
tiendas de estos museos y centros de
arte con cualquier tipo de suvenir
en el que aparece estampada alguna de
las obras más famosas allí expuestas
o conservadas y que forman parte del
discurso establecido en la historia
del arte? A veces se trata incluso de
los mismos objetos con la impresión del
logotipo del respectivo museo o la firma
del artista estrella; el caso de Miró
es de los más profusamente utilizados,
llegando a producirse en los años
ochenta una especie de plaga de
logotipos mironianos, muchos de ellos
sólo inspirados en él o simplemente
burdos plagios. A partir de preguntas
como esas Javier Arce viene transitando
por las fronteras del arte, a la
búsqueda de unos límites que acoten
la definición de su naturaleza. Para
ello intenta tensar el espacio de lo
artísticamente posible hasta aquellos
territorios en los que el arte con
mayúsculas, en tanto que expresión
de la alta cultura, se contamina de
las manifestaciones de la cultura
popular. Lo que pretende cuestionar,
casi siempre de una manera irónica, son
esas barreras, lo que de convencional
y construido tiene ese registro o tono
elevado que se atribuye como propio
el discurso artístico instituido
para marcar la diferencia respecto a
aquellas otras prácticas significativas
de carácter masivo.
Con esta nueva propuesta el artista
ha querido hacer una reflexión sobre
los usos y abusos de las imágenes de
la obra de arte, con la pretensión
de diluir los límites entre cultura
de élite y cultura de masas, de
transgredir las fronteras establecidas
entre arte y vida. Se trata de una
instalación integrada por dos trabajos
que parten del gesto seminal de Andy
Warhol con su Brillo Box en la Stable
Gallery de Nueva York en 1964, para
----------------------------------- 126 -----------------------------------
4.
pluralismo.
Nos enfrentamos a una acumulación
de dibujos tridimensionales que
representan la Caja Brillo, realizados
con rotulador sobre papeles irrompibles
y convertidos cada uno de ellos en
un gurruño; de esta manera el orden
y limpieza de la instalación original
se convierte en una acumulación de
desechos artísticos, sobre los que
pende Dos aves de presa, una gran lona
de Miró de los años setenta. Además
se integran varias proyecciones del
registro fotográfico de una serie de
acciones realizadas por Javier Arce,
que han consistido en ‘abandonar’,
junto al resto de los productos y
suvenires que se comercializan en las
tiendas de los museos anteriormente
citados, obras originales de la serie
Estrujados (Brillo Box). Podría ser
que Warhol hubiera acertado en su
pronóstico de que todo museo acabaría
convirtiéndose en un supermercado.
Vemos a una cajera intentando encontrar
el código de barras del Estrujado que
alguien quiere comprar, a un visitante
que reconoce satisfecho la pequeña y
arrugada Caja Brillo o que la observa
intrigado, incluso al frustrado
comprador que decide finalmente
llevársela sabedor de que nadie va
a reclamarle por su acción.
En las proximidades de la escultórica
instalación de Javier Arce está la
pequeña pieza de Miró Personaje
(1949), uno de los bronces realizados
después de haber experimentado con la
tierra refractaria a mediados de los
cuarenta, y también se ha incluido otro
audiovisual de Pere Portabella, Miró
l’altre, realizado con ocasión de la
intervención del artista en 1969 en
los cristales de la fachada del Colegio
de Arquitectos en Barcelona, destruida
por el propio Miró al finalizar la
exposición a propuesta de Portabella,
quien contó con la total complicidad
de aquél y que, con música de Carles
Santos, fotografía de Manel Esteban y
montaje de Teresa Alcocer, convirtió
el inicial documental en una creación
conjunta que cuestionaba los lenguajes
del cine y la pintura a partir de la
acción efímera protagonista de la obra.
Abigail Lazkoz, Shuffle y Soldados
Al fondo de las intervenciones de
Juan López, Diana Larrea y Javier Arce,
como una segunda piel que las circunda,
encontramos tres dibujos de 1973 y las
pinturas Mujer (1969), Personaje en la
noche (1974), La primera chispa del día
II (1966) y Letras y cifras atraídas
por una chispa I (1968), junto con el
Proyecto del pavimento de cerámica del
Pla de l’Os, Barcelona (1976), uno de
los distintos trabajos de Miró para el
espacio público. Todo ello enfrentado
a los dibujos de Abigail Lazkoz en
la pared opuesta. Esta artista ha
actuado en distintas ocasiones sobre
las paredes de las salas de exposición,
llenándolas con dibujos murales que
narran escenas cotidianas individuales
y colectivas del ciclo de la vida y la
muerte personal o social. Escenas que
condensan un momento y que de alguna
manera explican la empatía, el rechazo
emocional o ambos sentimientos de forma
simultánea por parte de la artista
respecto a quienes protagonizan dichas
escenas. Narraciones que entroncan
con el lenguaje de la historieta como
narración secuenciada a través de la
asociación de imágenes, en el caso
de Abigail sin ningún apoyo textual
y con una búsqueda de la expresividad
que ha ido combinando algunos trabajos
prácticamente de línea con otras
composiciones más barrocas y saturadas
de elementos gráficos, compartiendo
ambos la teatralidad de los personajes
y una exageración de rasgos y gestos
que enfatizan la tragedia colectiva o
el pequeño drama individual, haciendo
convivir con acierto el horror y el
humor. Reivindica Lazkoz la senda
----------------------------------- 127 -----------------------------------
Los 24 escalones y Joan Miró ----------------------------------------------
Jorge Díez ----------------------------------------------------------------
estética de lo siniestro en la que
une a los grabadores tradicionales
japoneses y mejicanos con artistas
románticos, expresionistas y
surrealistas, singularizada en
su interés por artistas como Bill
Traylor y Öyvind Fahlström o en las
reverberaciones de la serie Der Krieg
de Otto Dix en el trabajo mural
expresamente realizado por la artista
para Brasilia.
pasado histórico y el presente en la
serie Nuova Roma Antica. Para abordar
más recientemente en Se traspasa y
Escenarios urbanos el entrecruzamiento
de lo público y lo privado en el
espacio de la ciudad actual, donde se
superponen las distintas identidades
y se desdibujan frente a las barreras
sociales y a la uniformidad de las
urbes contemporáneas.
Tras investigar durante los últimos
años sobre las posibilidades expresivas
de la línea y mancha negra sobre
fondo blanco aplicadas con frecuencia
directamente sobre las paredes de
la sala o sobre muros construidos
previamente en el espacio expositivo,
Abigail Lazkoz hace ahora un alto en
.5
su trayectoria y reflexiona sobre las
distintas series de dibujos que han ido
articulando su universo. El leitmotiv
ha sido la contemplación de los
cuadernos preparatorios de Joan Miró,
revisados personalmente por el artista
y conservados en la Fundación, los
cuales la sorprendieron al reconocer en
ellos algunas maneras de hacer propias
como, por ejemplo, el trabajo en series
o la anticipación casi exhaustiva
de la composición de las obras en
los bocetos. Además confiesa Lazkoz,
quien en esos momentos se encontraba
preparando un libro recopilatorio de
sus últimos nueve años de trabajo,
que este descubrimiento le ha ayudado
a pensar en su obra de un modo nuevo,
es decir, de forma retrospectiva,
revisando las cuentas pendientes y las
ideas no llevadas a cabo, así como
el proceso de creación de la obra, el
laboratorio de ideas, el taller en el
que el cuaderno de bocetos se convierte
en recetario.
Así, Shuffle pretende ser esa especie
de cuaderno de notas, de cuentas
pendientes que normalmente no se
llevan a cabo bien porque se ha
pasado página o bien porque nuevos
proyectos reclaman toda la atención
y el tiempo disponible. La idea
de la artista ha sido ofrecer al
espectador la oportunidad de revisar
su cuaderno de apuntes mientras
ella misma lo repasa. Unos apuntes,
unas notas que en realidad son una
gran cantidad de dibujos de todos
los tamaños de trabajos inéditos,
descartes, bocetos y series que se
presentan todos mezclados, como si se
hubieran barajado, sin otra jerarquía
o hilo narrativo que no sea la propia
enumeración y el mero azar con el que
se celebra la alquimia de la obra de
arte. Ahora en Brasilia recupera una
parte de esta intervención y realiza
un nuevo dibujo mural de grandes
dimensiones: Soldados.
Raúl Belinchón, Kéyah
Raúl Belinchón representa con su
trabajo la reflexión que en estos
últimos años han hecho muchos
fotógrafos sobre el estatus de la
fotografía y su capacidad como medio
para representar la realidad. Desde sus
tempranos inicios se centró en contar
sus experiencias personales a través de
la fotografía, utilizando el reportaje
como recurso para la introspección
o para resaltar sus convicciones
personales. En sus retratos de una
familia gitana o de una familia de
temporeros valencianos proponía una
reflexión más amplia a partir del
retrato social individual y siempre
desde una aproximación más visual
que literaria, en la cual se reflejan
con cierta claridad sus personales
referencias cinematográficas.
En series anteriores como Ciudades
subterráneas refleja Raúl la idea de
unas ciudades paralelas a las que
habitamos, resaltando esos lugares
de tránsito, como los túneles, las
escaleras o las cintas transportadoras,
recorridos entre el tumulto colectivo
y el silencio individual. Un silencio
que es colectivo, entre el sueño y lo
real, en el caso de las arquitecturas
del espectáculo cultural vacías tras la
representación en su exhaustivo trabajo
Patio de butacas, y que confronta el
----------------------------------- 128 -----------------------------------
Ahora se adentra Belinchón en uno de
los temas mironianos por excelencia:
la tierra, fuerza creadora y paisaje
que lo vincula a su experiencia vital
y al gusto por la materia frente al
formalismo, con una búsqueda permanente
de lo ancestral y de la confluencia
con los astros, la fertilidad y las
culturas agrícolas. Tierra es el
significado de la palabra Kéyah en la
lengua de los indios navajo, término
éste que proviene de un vocablo tewa,
navahuu, traducible como campo de
cultivo en cauce seco. Se trata de un
proyecto fotográfico sobre la tierra
y su paisaje, un recorrido por su
interior tratando de imaginar otras
realidades. Las fotos están tomadas
en un pequeño cañón bajo tierra en
el noreste de Arizona (EE UU), en el
que la erosión de la piedra arenisca,
producida por la acción del agua y
el viento, ha creado a lo largo del
tiempo piedras con texturas rayadas
y moldeadas con formas curvas y rectas.
Unas formas que se pliegan y cierran
hasta impedir en ocasiones pasar
por los reducidos huecos creados,
configurando un singular recorrido en
el que sólo la luz que penetra del
exterior muestra posibles salidas.
Sombras y luces de una arquitectura
cuasi orgánica de la materia tallada
con precisión y paciencia por la
naturaleza, a la vez laberinto y
refugio, como el espacio medio
escondido tras los paneles de los que
cuelgan las pinturas de Miró en el
que se han instalado las vibrantes
fotografías de Belinchón.
El porvenir
En 1928 se publicó en el periódico
nacionalista La Publicitat la primera
entrevista a Miró, en la que declaró:
“Lo que ahora hago tiene un gran
paralelismo con mi obra. Pero hasta
dentro de un par de años la gente no
lo sabrá ver. Seguramente, entonces se
descubrirá la auténtica unión que tiene
lo que hago actualmente con el resto de
mi obra. Creo que para hacer algo en
el mundo, se debe tener un amor por
el riesgo y por la aventura, y sobre
todo prescindir de aquello que el
pueblo y las familias burguesas llaman:
‘porvenir’”3. Esta renuncia a hipotecar
el espíritu de aventura en aras de
la situación futura fue una constante
en la trayectoria artística de Joan
Miró, que le llevó a investigar todo
tipo de materiales, realizar murales
y esculturas para el espacio público,
participar en producciones escénicas
o colaborar con otros creadores en muy
distintos campos.
De todo ello dan cuenta distintas
publicaciones y audiovisuales, algunos
de los cuales pueden verse tanto en el
propio recorrido de la exposición en
Brasilia como en el amplio espacio de
documentación dispuesto al final de la
misma. Por ejemplo A aventura estrelada
de Miró, título del poema dedicado al
artista por Thiago de Melo, realizador
de esta producción de la brasileña
TV Globo, que incluye la colaboración
de Francesc Català-Roca en la parte
dedicada a Mori el Merma, espectáculo
del grupo Teatre de La Claca estrenado
en 1978 en el Gran Teatro del Liceo
de Barcelona, con títeres, máscaras
y decorados pintados por Joan Miró.
El artista también aparece pintando
los personajes de dicha obra en el
vídeo Miró en escena, documental de
la inauguración de la exposición del
mismo nombre en la Fundación Joan
Miró de Barcelona. Chicago’s Miró
recoge la creación y colocación de la
escultura Lluna, sol i una estrella
(Miss Chicago) en la calle Washington
de esa ciudad norteamericana. En Toiles
brûlées. Miró 73 puede observarse al
artista contemplando al aire libre el
resultado de las obras que integran
la colección de telas quemadas. Se
cierra esta panorámica audiovisual
con los tres capítulos de Trazos, una
producción del mítico programa de la
televisión pública española en los años
ochenta La edad de oro, producido y
dirigido por Paloma Chamorro.
Estos documentos de la trayectoria
3. Joan Miró. Escritos y conversaciones.
Valencia: IVAM, 2002, pág. 155.
----------------------------------- 129 -----------------------------------
Los 24 escalones y Joan Miró ----------------------------------------------
Wagner Barja --------------------------------------------------------------
de Joan Miró, junto con sus piezas
incluidas en la exposición, se
confrontan con las producciones de
cinco artistas emergentes españoles
que, a través de la fotografía, el
dibujo, la instalación, el vídeo o
el collage, transforman el espacio
expositivo e inducen al espectador
a construir distintos recorridos
y lecturas. Ya no existe en estos
artistas, quizás por innecesario, el
manifiesto deseo de Miró de “asesinar
la pintura”, pero pervive un afán de
libertad que se extiende al uso de
lenguajes, temas y referencias, como
es propio de la práctica artística
contemporánea. Una suerte de collage
urbano de dibujos e imágenes en
movimiento; la luz cegadora de un
cosmos laberíntico; la confusión de
objetos, obras de arte y mercancías
en unos museos convertidos en
hipermercados culturales; una
acumulación aparentemente azarosa de
dibujos conviviendo con un gran mural;
y las imágenes de los brillantes
colores y formas extraídos de las
piedras por la acción de la naturaleza
y el tiempo. Distintas maneras, con un
interés compartido por lo cotidiano y
por el exceso, de entender la práctica
artística como un campo abierto de
experimentación y de interpretación de
la realidad en la que aún resuena con
distintos tonos la pulsión poética de
fusionar el misterio y lo ancestral con
la vida sin las ataduras del porvenir.
Joan Miró
Un lenguaje
universal
Junio de 2010.
En este caso, esta comparación
metafórica crea la idea de un museo
corporificado en el amplio mundo del
arte moderno, idealizado y representado
a través del lenguaje de la pintura,
como si ésta fuera la sangre, la parte
vital de ese cuerpo que constituye el
lenguaje de las artes plásticas.
Fotografías
1. Juan López. Cart[ajena], 2007.
2. Diana Larrea. Madrid Abierto, 2004.
3. Javier Arce. Serie Abandonados, 2008
4. Abigail Lazkoz. Chacun a son goute, 2007.
5. Raúl Belinchón. Patio de butacas, 2005.
----------------------------------- 130 -----------------------------------
Para describir lo que significa celebrar
una exposición de Joan Miró en el
Museo Nacional de Brasilia coincidiendo
con el cincuentenario de la ciudad,
podríamos decir que este evento nos
viene “como anillo al dedo”, ya que las
formas de la obra del artista catalán
establecen un diálogo permanente con
las formas de la moderna capital de
Brasil.
A principios de esta década, el
Museo Reina Sofía presentó obras de
Pablo Picasso y Joan Miró en una
retrospectiva histórica. Los dos
espacios contiguos inyectaban vigor,
de distinta forma, al ambiente del
museo, dando la impresión de que
éste latía como un cuerpo vivo y
proactivo. Las obras de estos célebres
artistas españoles podían percibirse
como distintos órganos de ese mismo
cuerpo, que también formaba parte
del sorprendente acervo de más de
doscientas piezas que reunían las dos
colecciones expuestas. Estas muestras
conjuntas pusieron de manifiesto
por qué el genio de Miró y Picasso
revolucionaron, cada uno a su manera,
el arte del siglo XX.
Imaginemos que estamos en una clase
de anatomía en la que pudiéramos
diseccionar de una manera crítica
este cuerpo de las arte con ayuda de
una herramienta visual que funcionase
como un bisturí para realizar un corte
epistémico en la historia del arte, y
que también nos permitiera visualizar
a través de una sonda crítica para
localizar y diagnosticar el aparato
digestivo de ese cuerpo, constituido
por la obra de Pablo Picasso, que
engulle y digiere múltiples elementos
estéticos. En este mismo cuerpo,
elaparato respiratorio sería la
obra de Joan Miró, ese órgano que
permite inspirar y expirar, y que
también representa para el mundo de
las artes buena parte del oxígeno
que la pintura moderna necesitó para
sobrevivir a las rupturas y constantes
transiciones del arte contemporáneo en
la postmodernidad.
Así pues, podemos definir las obras de
estos dos genios de la pintura, que
aquí se abordan recurriendo a medios
comparativos y análogos, tomando
como referencia simbólica una densa
organicidad corpórea. Observado aquí
como parte de la historia orgánica
de la pintura, vemos un lenguaje
cuyo objetivo, en un principio, es
construir, pero que más tarde, al final
de cada una de las trayectorias de
estos artistas, acaba por deconstruir
y diseccionar su propio espectro
corpóreo de lenguaje.
Nada más apropiado que comparar
y metaforizar la obra de Picasso
con un gran aparato digestivo: un
súper estómago y un súper intestino
engullidor y deglutidor, que acaba
por expulsar con violencia una pintura
contundente. Al igual que la diáfana
obra de Miró, comparada en este caso
con un enorme aparato respiratorio,
un pulmón inmenso y vivo que logró
dilatar e influir en la atmósfera de la
estética modernista con su cosmología
pictórica ligera y suelta, marcada por
elementos puros como el punto, la línea
y la mancha unidos en un fructífero
diálogo formal.
En el ámbito de la plasticidad moderna,
el fértil proyecto estético de Joan
Miró se diferencia de las demás
tendencias de su tiempo principalmente
por lo que respecta a las posibles
comparaciones con otras propuestas.
Su arte se aleja de similitudes con
el surrealismo, con el cubismo o con
otros ismos. En la obra de Miró la
poética de las formas planas otorga
a sus composiciones un inédito sentido
del espacio, como si el soporte y su
contenido se confundieran en un mismo
plano bidimensional propio del plano
pictórico.
El hecho fundamental que aleja y
----------------------------------- 131 -----------------------------------
Los 24 escalones y Joan Miró ---------------------------------------------diferencia la obra de Miró de la de
otros grupos modernistas, como los
cubistas, los surrealistas o los
futuristas, es, sin duda, su fulminante
y radical ruptura con los paradigmas
del arte renacentista y la negación
hegemónica del modelo tradicional
de esta vertiente, que adopta la
perspectiva lineal (el escorzo) como
elemento esencial para la disposición
y la fundamentación del espacio
pictórico.
Aunque transformados y redimensionados
en la modernidad, los modelos que
fundamentaron el arte del Renacimiento
no se abandonan del todo ni se eliminan
de manera sumaria de la escena y del
conjunto de los movimientos modernos.
Es evidente que estos paradigmas
del Renacimiento permanecerán y
dejarán vestigios importantes en
la constitución de las dimensiones
espaciales de estas corrientes
artísticas. Algunos elementos
plásticos, fundamentales para la
construcción de imágenes según esas
tendencias artísticas, pueden incluso
reconocerse en el uso incontestable
de líneas de tierra y puntos de fuga
que asientan y afianzan las formas
plásticas dentro del espacio de la
obra pictórica de Picasso, Fernand
Léger y Matisse, entre otros. Este
mismo elemento de la línea de tierra y
las convergencias de un punto de fuga
otorgan una espacialidad supuestamente
tridimensional y representativa en
la pintura renacentista. Sin embargo,
en la obra de Miró estos elementos
ni siquiera existen, lo que confiere
a sus obras una nueva perspectiva
plana que potencia el movimiento del
artista hacia la bidimensionalidad en
detrimento de la tridimensionalidad.
En la plástica de Miró asistimos a
un total abandono de la perspectiva
linear, un recurso básico de la
pintura del Renacimiento. De hecho,
este recurso ni siquiera aparece
ni se menciona visualmente en
sus composiciones. Se produce el
desnudo total y revolucionario de
la perspectiva plana sin que en el
proyecto plástico del artista exista
una preocupación espacial obvia, es
decir, todo lo que está en el espacio
compositivo está suspendido en el aire.
No existe ninguna línea del horizonte
que limite sus formas planas, no hay
ni tierra ni cielo, todo está incluido
en una única espacialidad que hace las
veces de único soporte, con una intensa
profusión de elementos naturales de la
plástica. El lugar de la pintura se
encuentra en el carácter aéreo de las
formas autonarrativas constituidas por
elementos que resultan fundamentales
para la correcta visualización del
cuadro: el punto, la línea y la mancha.
El universo de Joan Miró es
bidimensional por excelencia. En un
mundo plano en el que todo se configura
y se resuelve. Sus creaciones oníricas
reverencian los elementos básicos
del dibujo, tanto en los grabados
y pinturas como en los objetos y
esculturas que el artista concibió
a lo largo de su larga trayectoria.
Un arte fluido y definitivo, inimitable
e inconfundible, que encierra una
poética sin precedentes en el mundo
de las artes.
Wagner Barja -------------------------------------------------------------como diplomático a finales de los años
cuarenta. Existe un famoso texto de
Cabral sobre Miró que se publicó
en Barcelona en 1950, y en Brasil
en 1952, en el que el autor aporta
críticas fundamentales a la obra de
Miró, presentando los siguientes como
factores preponderantes: la ruptura con
los modelos tradicionales renacentistas
y la extinción de las costumbres
asociadas al virtuosismo, que se ponen
de manifiesto en su obra a través del
deseo de desaprender, de deconstruir
las proclamadas habilidades técnicas
tan de moda en el medio artístico de
la época. En el caso de Joan Miró,
Cabral resalta la importancia del
alcance de la inocencia a través de un
retorno a la infancia. Para el poeta de
Pernambuco, lo que protege la obra del
artista de los tópicos es su poderosa
síntesis y simplicidad de propuestas.
* Wagner Barja - Director del Museu
Nacional do Conjunto Cultural da
República en Brasilia.
En ocasiones inspiradas a partir de
referencias simbólicas de las artes
de la prehistoria, sus composiciones
traspasan nuestros sentidos como
partituras elaboradas para una sinfonía
semiabstracta, con notas fluctuantes en
un espacio sonoro sensible y armónico.
La poética visual de Joan Miró es
transversal a los demás lenguajes,
al igual que se inscribe y se ambienta
en la música, en la poesía escrita,
así sus figuraciones compuestas por
elementos sacados de una estética casi
infantil y muy personal se perciben
como un rito de transferencias: de
la pintura a la música, o incluso
a la poesía escrita y posteriormente
al cine.
Sus composiciones danzan en el entorno
de las artes visuales como signos
no recreados ni revisitados, sino
como símbolos originales surgidos
de un nuevo mundo estético; signos
de fundamental importancia para las
raíces del proyecto moderno.
El João de aquí y el Joan de allí
Una de las aproximaciones más conocidas
del arte de Joan Miró al proyecto
estético brasileño se produjo gracias
a su amistad con el poeta João Cabral
de Melo Neto, que vivió en Barcelona
----------------------------------- 132 -----------------------------------
----------------------------------- 133 -----------------------------------
English Texts -------------------------------------------------------------
&
THE
24 STEPS
JOAN MIRÓ
----------------------------------- 135 -----------------------------------
The 24 Steps & Joan Miró --------------------------------------------------
Foreword --------------------------------------------------------------
This exhibition represents a dialogue
between the works of Joan Miró and
those of the artists Javier Arce, Raúl
Belinchón, Diana Larrea, Abigail Lazkoz
and Juan López. Its title, “The 24
Steps”, refers to the flight of stairs
leading down to the Espai 13 from the
permanent collection at the Fundació
Joan Miró in Barcelona. In this
initiative organised by the foundation,
five Spanish artists emulate Miró’s
open-minded spirit and exploratory
approach to new forms of expression and
new artistic trends.
The Spanish Team in Brasilia
Joan Miró: the discovery of modernity
artists who use their own vocabularies
and codes to create a new narrative
that reveals their varied approaches
to the principal themes underlying the
work of this great universal artist.
Miguel Ángel Moratinos
Minister for Foreign Affairs
and Cooperation, Spain
Ángeles González-Sinde
Minister for Culture, Spain
The sixteen works by Miró provoke and
inspire new artistic ideas on such
broad themes as the cosmos or the earth
that are updated in a constructive,
critical manner through innovative art
forms. Creativity, symbolism, images,
anticipation and photography are
elements that drive the work of these
five artists, who have been challenged
to establish a dialogue with Miró’s
art and construct an inventive and
powerfully evocative discourse.
While Juan López takes as his point of
reference Miró’s collages and liking
for simple materials, Diana Larrea finds
inspiration in the Catalan artist’s
constellations, and Javier Arce reflects
on the limits of art through images.
Abigail Lazkoz immerses herself in
Miró’s sketchbooks to explore the
effects of chance through detailed
composition, whereas Raúl Belinchón
approaches landscape and the earth
through photography. “The 24 Steps”
is an invitation to these five artists
to seek inspiration in Miró’s art and
produce a creative reinterpretation of
it through their different languages
and sensibilities.
In line with a political commitment
to promote and publicise the work of
both distinguished and up-and-coming
artists, the Spanish Ministry of
Foreign Affairs & Cooperation and
Ministry of Culture, with the
cooperation of the Sociedad Estatal
para la Acción Cultural Exterior
(SEACEX), the Fundació Joan Miró and
the Museu Nacional do Conjunto Cultural
da República in Brasilia, are pleased
to present “The 24 Steps” as a way to
access on different levels the works
of Joan Miró and of these five Spanish
----------------------------------- 136 -----------------------------------
In the euphoric aftermath of Spain’s
World Cup victory we must pay tribute to
the trio who took this team to its first
title as World Champions: goalkeeper
Iker Casillas, Xabi Alonso and Andrés
Iniesta. Three players who have shown
themselves to be among the best in the
world. In the world of the arts too, we
have an outstanding Spanish threesome:
the Catalan trio formed by Pablo
Picasso, Salvador Dalí and Joan Miró.
In the same way as Casillas, Xabi and
Iniesta changed the course of history
in the 2010 World Cup, so Picasso, Dalí
and Miró profoundly altered forever the
course of art the world over.
We don’t know whether at the 2014 World
Cup in Brazil we will be seeing these
three players defending Spain’s colours
again. But we do know with certainty
that in September 2010, to commemorate
the fiftieth anniversary of the founding
of Brasilia, we will have with us at
least one of the idols of Catalan art:
Joan Miró.
A great deal is expected of this
exhibition, since Brasilia and Miró
have one thing in common: they are both
symbols of modernity.
As Secretary of State for Culture in the
Federal District, I have the honour to
open the doors of the Museu Nacional da
República to this splendid exhibition,
organised with the support of the
Spanish Ambassador, Mr. Carlos Alonso
Zaldívar, and with the collaboration of
SEACEX, Sociedad Estatal para la Acción
Cultural Exterior, in Spain, and the
Fundació Joan Miró in Barcelona.
In addition to pieces by Miró, the
exhibition includes works by young
Spanish contemporary artists who
reinterpret the great master.
In the field of the arts, this is most
certainly a winning goal for Brazilian
culture.
Silvestre Gorgulho
Secretary of State for Culture, Federal
District, Brazil
----------------------------------- 137 -----------------------------------
The 24 Steps & Joan Miró --------------------------------------------------
Jorge Díez ----------------------------------------------------------------
To talk about Joan Miró and his ability
to respond to our aesthetic demands in
the twentieth century is to explore an
œuvre that defeats any hasty attempt
to label it and that contains among its
now classical forms some of the bestknown images of the art of our time
both in and outside Spain. The artistic
career of one of the leading exponents
of the historical avant-gardes, whose
personal vision of Surrealism evolved
towards new horizons of Abstract
Expressionism and Informalism, invites
us to contemplate his creative work
with the same elementary gaze with
which he himself viewed the act of
painting, interpreted as a naïve and
at the same time sophisticated symbol
of a modernity in a permanent state of
renewal.
The
24 steps
and Joan Miró
This challenge to mere viewers is even
greater for those artists who, in the
current disintegration of traditional
codes of expression, continue to find
a stimulus to their own creativity in
Miró’s provocations and proposals.
Hence the fact that, two years ago,
as part of its programme for promoting
contemporary art and in particular the
work of younger artists, the Fundació
Joan Miró in Barcelona organised a
living dialogue between Miró and a
number of well-known interpreters of
the latest trends. The title chosen
was inspired by John Buchan’s novel The
Thirty-Nine Steps, made into a film by
Alfred Hitchcock, but here adapted to
the number of steps on the stairs leading down to the area at the foundation
where the works were originally shown.
The Brazilian public will now be able
to enjoy the encounter between sixteen
pieces by Miró held at the foundation
in Barcelona and the works specifically
produced for that occasion by five
artists representing different currents
and genres in Spanish art today.
artists selected for the purpose of
renewing this visual dialogue across
the years.
In line with its on-going objective of
institutional collaboration, the State
Corporation for Spanish Cultural Action
Abroad has organised this exhibition
jointly with the Fundació Joan Miró and
the Museu Nacional do Conjunto Cultural
da República, which will be holding it
in its centre at Brasilia. In this way
we aim not only to show examples of the
very latest artistic trends but also to
bring the public closer to the great
universal heritage that is the art of
Joan Miró – an art able to overcome
barriers and to incite us to explore
new ideas in aesthetics and new areas
of knowledge.
Charo Otegui Pascual
President of the State Corporation
for Spanish Cultural Action Abroad
Rosa Maria Malet
Director of the Fundació Joan Miró
The show thus pays tribute to an artist
who, from his early days in the great
avant-garde melting pot of the 1920s,
made one of the greatest contributions
to the internationalisation of Spanish
art, in particular as a result of his
ability to open up his mind to new
ideas without abandoning a fundamental
coherence. This is also one of the many
messages transmitted by the new visions
of reality and dreams proposed by the
----------------------------------- 138 -----------------------------------
1
Miró and emerging art
The Espai 13 that succeeded the
original Espai 10 (1977-1987) at the
Fundació Joan Miró in Barcelona is
a singular undertaking devoted to
emerging art, in keeping with the
artist’s wishes that the museum housing
his work should be open to new ideas
in art.
This initiative was a pioneering
project in Catalonia and in Spain too,
giving young artists and curators the
opportunity to show their work, their
ideas and their commitment to new
artistic languages during the 1980s and
1990s. The boom in young art and the
proliferation of art centres, museums
and initiatives perhaps contributed to
the fact that the guiding lines that
made this project so singular ended up
becoming diluted to a certain extent.
On the occasion of the twenty-fifth
anniversary of the death of Joan Miró
in December 2008, the Fundació Joan
Miró decided to give a new impetus to
the role of the Espai 13 by linking the
programme for the 2008-2009 season to
the life, work and spirit of Miró. “The
24 Steps” comprised works by Javier
Arce, Raúl Belinchón, Diana Larrea,
Abigail Lazkoz and Juan López produced
specifically for the occasion.
The Fundació Joan Miró and the State
Corporation for Spanish Cultural Action
Abroad (SEACEX) have collaborated on
the overseas tour of a project that
also includes pieces by Joan Miró
alongside the works produced by these
artists, in a kind of dialogue between
themes such as cosmos and earth,
between languages such as drawing
and collage, and between methods of
working that have to a greater or
lesser extent been at the heart of
the proposals for this cycle. Its
title is a play on the 1935 film by
Alfred Hitchcock based on The Thirty1. Revised text of the exhibition catalogue
Els vint-i-quatre graons, published by the
Fundació Joan Miró, Barcelona, 2009.
Nine Steps by John Buchan, published
in 1915. Twenty-four is the number of
steps leading down to the Espai 13 from
the area of the foundation housing the
permanent collection of Miró’s work.
They take the unsuspecting viewer to
a confrontation with new artistic
practices that most likely have nothing
to do with the original purpose of
his visit but give him the chance to
discover other forms of art. These
are now enhanced by being adapted to
the splendid exhibition area of the
Museu Nacional do Conjunto Cultural da
República in Brasilia, offset by Joan
Miró’s paintings, drawings, lithographs
and sculptures as well as various works
and videos about the artist and his
output.
The late 1920s and early 1930s marked
the start of the period that Miró spent
working between Paris and Barcelona
and began to become internationally
known. It was a time when he met and
in many cases formed friendships with
artists and writers such as Max Jacob,
Michel Leiris, Paul Éluard, Antonin
Artaud, Tristan Tzara, André Breton,
Robert Desnos, Jean Arp, Max Ernst
and René Magritte. In Miró’s private
library, in addition to numerous works
by some of these writers there are
also several novels about Fantômas,
the famous character created in 1911
by Marcel Allain and Pierre Souvestre,
who appeared in thirty-two books by
them both and in eleven more by Allain
after the death of Souvestre, in
addition to adaptations for the cinema,
television and comics. Fantômas was a
character in the detective genre who
represented the transition between
the villains of Gothic novels and the
murderers of modern thrillers, both far
removed Quentin Tarantino’s post-modern
killers.
Almost all the artists taking part in
this programme probably feel closer
to Hitchcock than to the authors of
Fantômas, and therefore during our
initial meeting they contemplated with
a mixture of distance and curiosity
the books in Joan Miró’s library
now held at the foundation. But
their curiosity was transformed into
stimulation and enthusiasm when they
saw first the artist’s sketchbooks and
then his original prints. We also went
----------------------------------- 139 -----------------------------------
The 24 Steps & Joan Miró --------------------------------------------------
Jorge Díez ----------------------------------------------------------------
on a detailed tour of the different
departments, storage rooms and other
parts of the foundation not normally
seen by visitors. It was on the basis
of all this that they created their
projects, without falling into mere
hagiography or a banal rejection of
Miró’s universe or the foundation, but
instead incorporating intelligently
the results of this encounter into
their respective languages and areas
of interest. In some cases the final
links are more explicit, while in
others they are more of a Hitchcock
type of “MacGuffin”, which the viewer
has to decipher – but in all cases
the references have been used in
constructing their personal creative
universes, in the same way as Miró
configured his own during his long
and productive career, with honesty
but without short-cuts. It is an
undertaking that is perhaps more
difficult to achieve today, but it
is one in which all the artists have
affinities with the master.
d’enfants, premiered by the Ballets
Russes de Monte-Carlo on 14 April 1932,
with curtain, sets, costumes and props
designed by Miró. This silent film links
up with the rumblings of the Spanish
Civil War reflected by the Barcelona
series in the film Miró 37 - Aidez
l’Espagne by Pere Portabella, which
was the prelude to the six lithographs
from the series that are included in
the exhibition. The Aidez l’Espagne
stencil was produced for the purpose
of collecting funds for the Republic,
and many years later it was used on the
poster for the controversial exhibition
“Spain. Artistic Avant-garde and Social
Reality, 1936-1976”, which moved to the
Fundació Joan Miró in Barcelona after
being shown at the Venice Biennale.
The epic Barcelona series consists of
dramatic drawings in a wide range of
blacks and greys, most of them drawn
straight on to lithographic paper,
which were published in a limited
edition of five sets and two artist’s
proofs; the two surviving sets are
held by the Joan Prats estate and
the Fundació Joan Miró. Miró’s need
to escape into his interior exile,
after the triumph of Franco’s forces
and the Nazi expansion in Europe,
perhaps explains the humour in some of
these drawings on the theme of stars,
woman and birds. It is a theme that
pervaded one of Miró’s key works, the
Constellations, which he produced at
the same time as the Barcelona series
and in which colour plays a fundamental
role among the complexity of the forms.
Juan López: Today I aspire to nothing
Juan López constructs his works
with signs, images and messages, in
the form of interventions in urban
spaces and exhibition areas. In
both cases he alters the existing
space and superimposes on it a new
symbolic layer using the advertising
resources that inundate our cities:
decontextualisations, appropriations,
.1
ambiguities, images, texts,
photographs, posters and graffiti. For
this he uses a variety of artistic
tools, such as drawing, form, colour,
composition and collage. Despite the
fact that advertising and the visual
arts share the same resources and
implements, the purpose here is very
different: it is to take us by surprise
and shake us out of the consumerist
somnolence induced by overblown,
pseudo-shocking advertisements. His
works are a reflection on the reality
around us, including the mechanisms of
artistic practice.
On this occasion, López – who decided
to take as a starting point Joan Miró’s
collages and the two artist’s common
interest in the use of simple materials
that can be found to hand – intervened
on the walls of the Espai 13 using
such varied techniques as drawing and
video-installation. In this way he
gives continuity to his mural work in
which he alters the view of the space
by drawings produced with insulating
tape and photographic images printed on
vinyl.
Earlier works such as Satán Mola – New
Grecas Specific Project, in which he
combined video projections of lifesize figures with wall drawing, had
led to the idea that movement should
occupy all the walls of the room in
sequential form. In Today I aspire to
nothing, López takes as the principal
motif the traceurs, the name given to
practitioners of parkour, a sport that
consists in moving through the urban or
rural environment and overcoming the
obstacles encountered on the way, such
as walls, fences, empty space, etc.,
as quickly and efficiently as possible
and using solely the resources of the
human body. The final result recreates a
series of obstacles drawn on the walls,
together with the drawn prolongation
of visible or concealed elements of the
room, such as bolts, pipework, smoke
or enormous press-buttons; the fixed
structure of the ceiling as a support
for the videos reflects a false shadow
converted into the frame of the shot in
the form of comic strips through which
the traceurs move. These projected
life-size figures travel continuously
round the walls, leveraging themselves
for their leaps and pirouettes on
the drawn objects and elements,
disappearing into some of them and
reappearing elsewhere.
Here in Brasilia, the work is
articulated around the internal ramp
linking the two exhibition floors of
the museum; alongside it, visitors
can watch the film of the ballet Jeux
----------------------------------- 140 -----------------------------------
Diana Larrea: Electrocosmos
Diana Larrea has taken as her starting
point for Electrocosmos Miró’s
Constellations series of twentythree gouaches produced in 1940-41 at
Varengeville-sur-Mer, a small town on
the Normandy coast. The idea for the
constellation came from the artist’s
innate affinity with the living forces
of nature and his close observation of
natural phenomena. The unmistakable
Mironian atmosphere has cosmic
connotations and evokes the pattern
traced by the heavenly bodies in the
heavens. Later on, in 1958, a small
limited edition of twenty-two of these
gouaches was published with twenty-two
parallel prose texts by André Breton,
which we have the privilege of seeing
in the Museu Nacional in Brasilia.
After her early works focusing on reds
and blues, Diana Larrea began a series
of projects based on concepts from
classical mythology such as plagues and
labyrinths, relating them to popular
images through re-workings from classic
American films, such as her Enchanted
.2
palace on the outside of the Casa de
América, based on Alfred Hitchcock’s
film The Birds, as part of the Madrid
Abierto festival in 2004.2
Larrea herself mentions the year 2000
as the starting date of the art she is
now producing, which is divided between
actions in public spaces, such as the
recent Mudejar spiral at the Expo in
Zaragoza, and photographic works. She
has a great capacity for moving freely
between artistic disciplines, and says
that when she conceives a project she
thinks not only about its execution in
space but also about the photographs
or video she will produce. In her
proposal, photography and video are not
used simply as instruments to document
her interventions but are works of art
in their own right.
The constellations have always been
a point of reference and orientation
for mankind, who has used them as
coordinates for finding the way. In
this respect, their symbolism is
closely connected with the structure
of the labyrinth, with the maze
pattern being interpreted as a diagram
of the reflection on Earth of the
2. Madrid Abierto 2004-2008. Madrid:
Asociación Cultural Madrid Abierto, bilingual
Spanish and English edition, 2008, 544 pp,
and www.madridabierto.com.
----------------------------------- 141 -----------------------------------
The 24 Steps & Joan Miró --------------------------------------------------
Jorge Díez ----------------------------------------------------------------
reticular arrangement of the stars
– in other words, like a geometrical
representation of the imaginary lines
that we trace on the vault of the
heavens. Both figures embody man’s
instinctive urge to give order and
coherence to his own existence.
that every museum would eventually
become a supermarket. We see a checkout
girl trying to find the bar code on
the Crumpled that someone wants to buy,
a visitor who smugly recognises the
small squashed Brillo Box or another
who examines it with curiosity, and
even the frustrated buyer who finally
Based on these concepts, Diana Larrea
has set up a labyrinthine network
of luminous lines in the form of
continuous walls of light, composed of
a series of simple white fluorescent
tubes standing on the floor. This system
of points of illumination, arranged
against an empty dark background,
recalls an astral energy field, a
microcosm of lines conceived as the
poetic expression of the driving forces
of the universe. Her aim in this work
is to construct a piece that encourages
the active participation of viewers and
invites them to follow the lines as
if they were a conundrum asking to be
deciphered, testing their own intuition
by means of this modern re-creation
of an ancestral initiation rite that
places us in the very centre of a huge
mythical, enveloping, almost dreamlike
.3
image imbued with strong powers of
suggestion.
Javier Arce: The ornament of the
masses: red, white and blue
How many people a day visit the Museo
Nacional Centro de Arte Reina Sofía,
Tate Modern, the Centre Georges
Pompidou or the Fundació Joan Miró?
How many of them leave the shops in
these museums with a souvenir decorated
with one of the famous works of art
exhibited there that form part of the
established discourse on the history
of art? Sometimes they are objects
bearing the logo of the respective
museum or the signature of a famous
artist; in the case of Miró, his signs
are some of those most widely used,
and in the 1980s there was a sort of
plague of Miró-style logos, many of
them merely inspired by his art or
quite simply plagiarised. On the basis
of questions such as these, Javier Arce
has been exploring the frontiers of
art in search of limits that define its
nature. In doing so he tries to expand
the space of the artistically possible
into those territories in which Art
with a capital A, as an expression of
high culture, is adulterated by the
manifestations of popular culture. What
he tries to question, nearly always
with a strong vein of humour, are these
barriers: the conventional, constructed
side of that high register or tone that
the artistic discourse appropriates
in order to emphasise how different
it is from those other mass-produced
practices.
4.
With this new proposal, the artist
reflects on the uses and abuses of
images of the work of art, with the
aim of blurring the boundaries between
elite culture and mass culture, and
transgressing the established frontiers
between art and life. The installation
consists of two works based on Andy
Warhol’s seminal gesture with Brillo
Box in the Stable Gallery in New York
in 1964, in which, according to Arthur
C. Danto, he crossed the boundary
of history, demonstrating that it
is impossible to distinguish works
of art from real objects simply by
sight, and opening up a new period for
contemporary art, after the end of art,
in which everything seems possible and
the artist is open to plural ideas.
decides to pocket it knowing that
nobody will notice.
Close to Javier Arce’s sculptural
installation is Miró’s small Figure
(1949), one of the bronzes produced
after he had been experimenting with
fired clay in the 1940s, and also
another film by Pere Portabella – Miró
l’altre (The other Miró) – made during
the artist’s intervention in 1969 on
the glass front of the Architects
Association in Barcelona that was
destroyed by Miró himself at the end
of the exhibition, on Portabella’s
advice. Miró collaborated fully with
Portabella, who converted the initial
documentary into a joint work – with
music by Carles Santos, photography by
Manel Esteban and editing by Teresa
Alcocer – that used Miró’s ephemeral
act to challenge the languages of
painting and film.
The space is occupied by a mound of
crumpled, three-dimensional drawings
representing the Brillo Box, produced
with a felt-tipped pen on untearable
paper. In this way the neatness
and clean lines of the original
installation are turned into an
accumulation of art junk, over which
hangs Two birds of prey, a large
1970s canvas by Miró. The room also
contains projections of photographs
of a series of actions produced by Arce
in recent months, which consisted in
“abandoning” original works from the
Crumpled (Brillo Box) series along with
all the other products and souvenirs
sold in museum shops. It would seem
that Warhol was right in his prediction
Abigail Lazkoz: Shuffle and Soldiers
At the back of the works by Juan López,
Diana Larrea and Javier Arce, and
like a second skin enveloping them,
are three drawings from 1973 and the
paintings Woman (1969), Figure in
the night (1974), The first spark of
day II (1966) and Letters and numbers
attracted by a spark I (1968), together
with the Design for the tiled paving
in the Pla de l’Os, Barcelona (1976),
one of Miró’s various pieces for public
places. All these are contrasted with
the drawings by Abigail Lazkoz on
the opposite wall. This artist has
acted on several occasions on the
walls of exhibition spaces, filling
them with mural drawings that narrate
----------------------------------- 142 -----------------------------------
everyday scenes of individuals or
groups referring to the personal or
social cycle of life and death. They
are scenes that condense a moment and
that in some way explain the artist’s
empathy or emotional rejection –or
both feelings simultaneously– towards
the persons portrayed. The narratives
follow the sequential language of
comic strips, through an association
of images with no textual support and
with a search for expressiveness in
which the artist combines mere linear
works with more Baroque compositions
filled with graphic signs. In all of
them, the theatrical nature of the
figures and the exaggerated features
and gestures emphasise the collective
tragedy or the small personal drama,
in a well-judged amalgam of horror
and humour. Lazkoz aims at an aesthetic
approach to the dark side of life
–in which she links traditional
Japanese and Mexican print-makers with
Romantic, Expressionist and Surrealist
artists– and projects this on to her
interest in artists such as Bill
Traylor and Öyvind Fahlström or in the
repercussions of Otto Dix’s Der Krieg
series on this mural work produced
specifically for Brasilia.
After spending the last few
years researching the expressive
possibilities of black lines and
patches on a white background,
frequently applied directly on to the
walls of the exhibition room or a
wall built specifically for the show,
Lazkoz has now called a halt in order
to reflect on the different series
of drawings that have articulated
her universe. This was triggered by
seeing the sketchbooks containing Joan
Miró’s preparatory drawings, held at
the Fundació Joan Miró, in which she
was surprised to recognise some of
her own working methods, such as the
production of series or the exhaustive
ideas for compositions that appear in
his sketches. In addition, Lazkoz,
who at the time was preparing a book
containing a compilation of her work
over the last nine years, confesses
that this discovery helped her to look
at her art in a new way, that is to say
retrospectively, by going over ideas as
yet unimplemented, and also the actual
process of creation of a piece, the
laboratory of ideas, the workshop in
----------------------------------- 143 -----------------------------------
The 24 Steps & Joan Miró --------------------------------------------------
Jorge Díez ----------------------------------------------------------------
which the sketchbook becomes the recipe
book.
Shuffle is that kind of notebook for
jotting down things to be done that
are normally never completed, either
because we turned over the page or
else because new projects require all
our time and attention. The artist’s
aim is to give the viewer the chance
to go through her notebook while she
herself is checking it. The jottings
and notes are in fact a large number
of drawings in different sizes of
unpublished works, discards, sketches
and series, shown jumbled together
as if they had been shuffled, with no
hierarchy or narrative thread other
than their numbering and the random
it he stated that “What I’m doing now
closely parallels my other work, but
people won’t be able to see that until
a couple of years from now. By then
they will certainly discover the links
between what I am doing now and the
rest of my work. I feel that if you’re
going to do anything in this world
you’ve got to love risk and adventure
and, more than anything, you’ve got
to give up that middle-class idea that
what you do has to last.”3 This refusal
to restrain his adventurous spirit in
order to provide for the future was
a constant factor in Miró’s artistic
career, and it led him to explore
materials of all kinds, to produce
murals and sculptures for public
places, to take part in theatrical
productions and to collaborate with
other artists working in very different
fields.
goes hand in hand with individual
silence. It is a collective silence,
between dreams and reality, in the case
of the empty architecture of a cultural
show after the performance, in his
exhaustive work Stalls; and a silence
that contrasts the historical past
and the present in the series titled
Nuova Roma Antica. More recently, in
Lease for sale and Urban scenes, he
has tackled the mingling of the public
and the private in today’s cities,
where the different identities are
superimposed upon each other and become
blurred in the face of the social
barriers and the uniformity
of contemporary urban areas.
.5
chance that serves to celebrate the
alchemy of the work of art. Here in
Brasilia the artist recovers part of
this intervention and does a new largeformat mural drawing titled Soldiers.
Raúl Belinchón: Kéyah
Raúl Belinchón’s work embodies the
reflections of many photographers
in recent years on the status of
photography and its capacity as a
medium for representing reality.
From the outset he has focused on
recounting his personal experiences
through photography, using reportage
as a resource for introspection or for
underlining his personal convictions.
In his pictures of a gipsy family or
of seasonal workers from Valencia, he
proposed a wider social reflection on
the basis of individual portraits,
always with a visual rather than
a literary approach, in which he
clearly demonstrates his personal
cinematographic references.
In earlier series such as Subterranean
cities, Belinchón depicted the idea of
cities parallel to those we inhabit,
emphasising those places of transit
such as tunnels, flights of steps and
travelators where the collective tumult
Belinchón now tackles one of the
Mironian themes par excellence – the
earth – a creative force and landscape
which he links to his personal
experience and to his liking for matter
as opposed to form, with a permanent
search for the ancestral and the
confluence with the stars, fertility
and agrarian cultures. “Earth” is
the meaning of the word Kéyah in the
language of the Navajo Indians, a term
that comes from a Tewa word navahuu,
which can be translated as a cultivated
field in a dry river bed. This is a
photographic project about the earth
and its landscape, a journey through
its interior trying to imagine other
realities. The photos are taken in a
small underground canyon in north-east
Arizona (USA), where the erosion of
the sandstone, caused by the action of
wind and water, has created over time
stones with striped textures, moulded
into curved and straight-sided shapes.
The stones are folded over in such a
way as to sometimes entirely block the
small gaps created, forming a singular
landscape in which only the light
filtering in from outside indicates any
possible way out. The light and shade
of an almost organic architecture
of matter carved with precision and
patience by Nature, in what is both a
labyrinth and a refuge, like the spaces
behind the panels on which Miró’s
paintings hang and on which Belinchón’s
vibrant photographs are installed.
The future
The first interview with Joan Miró
was published in the nationalist
newspaper La Publicitat in 1928. In
----------------------------------- 144 -----------------------------------
All this is recorded in a variety of
publications and films, some of which
can be seen at the exhibition in
Brasilia and in the extensive resources
section at the end of the show. For
example, A aventura estrelada de Miró,
the title of the poem dedicated to the
artist by Thiago de Melo, director of
this production by Brazil’s TV Globo,
which includes the collaboration of
Francesc Català-Roca in the part
relating to Mori el Merma, the show
by the Teatre de La Claca group first
performed in 1978 at the Gran Teatre
del Liceu in Barcelona, with puppets,
masks and sets painted by Miró. The
artist is also shown painting the
figures for that show in the video
Miró en escena, the documentary of
the opening of the exhibition of the
same name at the Fundació Joan Miró in
Barcelona. Chicago’s Miró covers the
creation and mounting of the sculpture
Moon, sun and a star (Miss Chicago) in
Washington Street, Chicago. In Toiles
brûlées. Miró 73 we can observe the
artist in the open air contemplating
the result of the paintings that make
up the series of “burnt canvases”.
This audiovisual section ends with the
three chapters of Trazos, the legendary
programme broadcast by Spanish State TV
in the 1980s, La edad de oro, produced
and directed by Paloma Chamorro.
3. Joan Miró. Escritos y conversaciones.
Valencia: IVAM, 2002, 155 pp.
These items documenting Joan Miró’s
career, together with his pieces
included in the exhibition, are offset
by the works of five emerging Spanish
artists who, through photography,
drawing, installation, video and
collage, transform the exhibition area
and impel the viewer to make different
itineraries and interpretations. With
these artists there is no desire to
“assassinate painting” like Miró had
felt – perhaps because it is no longer
necessary – yet a yearning for freedom
still survives and extends to the use
of languages, themes and references, as
befits contemporary artistic practice.
A kind of urban collage of drawings
and images in movement; the blinding
light of a labyrinthine cosmos; the
confused mingling of objects, works
of art and merchandise in museums that
have become cultural supermarkets;
an apparently random accumulation of
drawings alongside a large mural; and
images of the brilliant colours and
forms extracted from stones by the
action of nature and the passing of
time. Different ways – but all with
a shared interest in the everyday
and the extreme – of understanding
the practice of art as a field
open to experimentation and to the
interpretation of reality in which we
can still hear the different tones
of the poetic compulsion to merge the
mysterious and the ancestral with life
unfettered by the future.
June 2010
Images
1. Juan López. New Grecas Specific Project, 2006.
2. Diana Larrea. Sobre los Pasajes, 2006.
3. Javier Arce. Serie Estrujados, 2007.
4. Abigail Lazkoz. Desastres naturales, 2007.
5. Raúl Belinchón. Ciudades subterráneas, 2005.
----------------------------------- 145 -----------------------------------
The 24 Steps & Joan Miró --------------------------------------------------
Wagner Barja --------------------------------------------------------------
Joan Miró
A universal
language
movements. It is clear that these
Renaissance concepts will survive and
will leave a considerable mark on the
constitution of the spatial dimensions
of these artistic trends. Certain
visual elements that are fundamental
to the construction of images in these
movements can also be seen in the
undeniable use of horizon lines and
vanishing points that establish and
sustain the forms inside the picture
space in the paintings of Fernand
Léger and Matisse, among others. The
horizon line and the converging lines
at the vanishing point add a supposedly
three-dimensional aspect that is
representative of Renaissance painting.
However, these elements do not exist
in Miró’s art, and this gives his
paintings a new flat perspective that
enhances the artist’s shift towards the
two-dimensional to the detriment of the
three-dimensional.
compositions assail our senses like a
score for a semi-abstract symphony, with
notes fluctuating in a sound space that
is sensitive and harmonic.
In Miró’s work we find a complete absence
of the linear perspective that was a
basic resource of Renaissance painting.
It does not appear and nor is it even
hinted at in his compositions: there is
a complete, radical stripping out of all
flat perspective. There are no obviously
spatial concerns in his art – in other
words, everything on the picture surface
is suspended in space. There is no
horizon line limiting his flat forms – no
earth or sky. Everything is contained
in a single spatial context that serves
as the only support and is filled with
a profusion of natural elements. The
place of the picture is in the aerial
nature of the self-narrating forms made
up of the elements that are essential
in order to view the painting properly:
the dot, the line and the patch.
The João here and the Joan there
One of the best known approaches to
Brazilian aesthetics by Joan Miró’s art
occurred as a result of his friendship
with the poet João Cabral de Melo
Neto, who was posted to Barcelona as a
diplomat in the late 1940s. There is
a famous article on Miró by Cabral,
published in Barcelona in 1950 and in
Brazil in 1952, in which the author
gives a critical appreciation of the
artist’s work and singles out the
following predominant factors: the break
with traditional Renaissance models and
the elimination of practices associated
with the virtuoso, both of which are
apparent in the artist’s work through
the desire to unlearn, to deconstruct
the proclaimed technical skills so
fashionable in artistic circles of
the day. In the case of Miró, Cabral
underlined the importance of achieving
innocence through a return to childhood.
For the poet from Pernambuco, what
saved the artist’s work from cliché was
his formidable simplification and the
simplicity of his ideas.
In order to describe what it means to
hold a Joan Miró exhibition in the
Museu Nacional in Brasilia, coinciding
with the city’s fiftieth anniversary, we
could say the event “fits like a glove”,
since the forms found in Miró’s work
establish a permanent dialogue with the
forms of the modern capital of Brazil.
Almost a decade ago, the Centro de
Arte Reina Sofía showed works by Pablo
Picasso and Joan Miró in a historical
retrospective. The two adjacent spaces
each injected vitality into the museum,
giving the impression that it was a
living, breathing body. The works by
these two famous Spanish artists could
be perceived as different organs of
that body, which also formed part of the
magnificent selection of over two hundred
pieces in the two displays. The double
exhibition demonstrated how, in their
own individual ways, these two geniuses,
Miró and Picasso, had revolutionised
the art of the twentieth century.
This metaphorical comparison gives
the idea of a corporealised museum
in the wide world of modern art,
idealised and represented through the
language of painting, as if the paint
were its blood, the vital part of that
body that constitutes the language of
the visual arts.
Let us imagine for a moment that we
are in an anatomy class where we are
able to critically dissect this body
of the arts with the help of an imaging
tool that functions like a scalpel for
making an epistemic cut in the history
of art, and that would also serve as an
endoscope for exploring the digestive
tract of this body – Picasso’s painting
– that swallows and absorbs so many
aesthetic elements. In this same body,
Miró’s œuvre would be the respiratory
system, that organ that enables it to
breathe air in and out and that also
represents for the world of the arts a
large part of the oxygen that modern
painting needed in order to survive
the ruptures and constant shifts in
contemporary art in the post-modern era.
This is perhaps how we can best define
the works of these two geniuses of
painting, whom we approach here by
resorting to comparison and analogy,
taking as a symbolic reference a dense
corporeal organicity. Viewed here as
part of the organic history of painting,
we see a language whose initial purpose
is to construct but that later on, at
the end of each artist’s career, finally
deconstructs and dissects its own
corporeal spectrum of language.
Nothing could be more appropriate than
to compare and symbolise Picasso’s
work with a large digestive system: a
gulping super-stomach and a gobbling
super-intestine, that ends by violently
expelling a forceful art. In a similar
vein we have Miró’s transparent
art, compared here with an enormous
respiratory system, an immense living
lung that dilated and influenced
modernist aesthetics with his light,
fluid, pictorial cosmology denoted by
pure elements such as dots, lines and
patches united in a productive dialogue
of forms.
In the field of modern art, Joan Miró’s
prolific output is distinguished from
the other trends of his time mainly
with respect to the possible comparisons
with other proposals. His art has little
to do with Surrealism, Cubism or other
isms. In Miró’s work, the poetry of
the flat forms gives his compositions a
extraordinary sense of space, as if the
support and its contents were fused in
the single two-dimensional plane of the
picture surface.
The fundamental fact that distances and
distinguishes Miró’s work from the other
modernist groups, such as the Cubists,
Surrealists or Futurists, is without
doubt his sudden, radical break with the
paradigms of Renaissance art and his
negation of its traditional model, which
uses linear perspective (foreshortening)
as the essential method of laying out
and organising the picture space.
Although transformed and redimensioned
in the modern era, the models on which
Renaissance art was based were not
altogether abandoned and nor were they
summarily removed from all the modern
----------------------------------- 146 -----------------------------------
Joan Miró’s universe is the twodimensional universe par excellence.
It is a flat world in which everything
is configured and resolved. His
dreamlike creations pay tribute to
the basic elements of drawing, both
in the paintings and prints and in the
sculptures and objects that he produced
throughout his life. It is a fluid,
definitive, inimitable and unmistakable
art, imbued with a poetry that has no
precedent in the world of the arts.
His visual poetry cuts across the
other languages in the same way as
it is inscribed and set in music and
in written poetry. In this way his
configurations composed of elements taken
from an almost childlike and highly
personal aesthetic are perceived as
a rite of transferences: from painting
to music, or even to written verse
and thence to film.
His compositions dance in the
environment of the visual arts not
like signs recreated or revisited but
like original symbols emerging from a
new world aesthetic; signs that are of
fundamental importance to the roots of
modern art.
* Wagner Barja – Director of the Museu
Nacional do Conjunto Cultural da
República in Brasilia.
Inspired at times by symbolic references
to prehistoric painting, Miró’s
----------------------------------- 147 -----------------------------------
Governo do
Distrito Federal
Secretaria de Estado
da Educação / D.F.
Secretaria de Estado
da Cultura / D.F.

Documentos relacionados