Festival do Rio
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Festival do Rio
Cinema Festival do Rio Curta! Curta-Metragem Curta-Metragem Moda Fotocinemoda Fotocinemoda as tendências tendências as Verão 2008 2008 Verão Beleza Pêlos Pelos nunca mais! Literatura A mesóclise e o gerúndio e Fake souvenir Entrevista Paula Gaítan Editorial É tempo de cinema. Melhor ainda, é tempo de ser protagonista. É mês do Festival Internacional de Cinema do Rio, de 20 de setembro a 4 outubro. O Festival do Rio, um dos mais importantes do Brasil, é um momento incrível na cidade, onde espectadores, cinéfilos e cineastas se trasnformam numa coisa só, multidão sedenta que invade as salas de cinema. A maioria dos diretores brasileiros aguarda o Festival do Rio para lançarem seus filmes. É público garantido, além de sinônimo de qualidade, já que a seleção dos filmes da première brasil quase nunca costuma errar, lançando tendências e sinalizando o futuro do cinema nacional. E nós da Miroir estamos aí. No segundo ano de revista e segundo ano de parceria com o Festival do Rio. Ainda estamos na fase de experimentar. Nessa edição apostamos em algumas mudanças. Nosso formato mudou para o que chamo de formato tendência. Na Europa, quase todas as revistas adotaram esse formato. É mais fácil de carregar, só botar na bolsa. E não foi só o corpinho que mudou. No conteúdo da revista ganhamos seção nova, de crítica de curta-metragem. Essa seção é feita em parceria com o site Portacurtas.com.br . Uma forma que encontramos de ajudar o curta metragem nacional a conquistar maior espaço nesse mundão. Ver um curta é como ler um conto e o problema da falta de espaço no mercado não está relacionado ao seu valor artístico e sim à questão de hábito de assistir curtas. É uma questão de lugar nas telas. Ainda nessa edição, um conto inédito, da cineasta Poliana Paiva e entrevista com a cineasta Paula Gaitán. E um Dossiê Cinema com alguns dos filmes imperdíveis que estarão no Festival. E para viajar e relaxar o olhar três ensaios de moda inspirados nas arte visuais, cinema e plásticas. Para quem ficou sem um exemplar é só visitar o site www. portacurtas.com.br e clicar no logo da Miroir e ler o Pdf da revista. Boa Leitura e até. Priscila Miranda Editora- Priscila Miranda [email protected] Natasha Prado - Fotógrafa [email protected] Joanna Chigres- Designer [email protected] Ilustrador - Juliano Guilherme Capa: Ale Machado www.44toons.com Expediente Colaboradores - Bruno Dorigatti, Raquel Nunes, Camila Lopes, Maria Galeno, Luana Vignon, Poliana Paiva, Miguel do Rosário, Maria Galeno Agradecimentos: Taberna do Juca, Teatro Odisséia, Casa da Matriz, Espaço Claraboia e os artista do Espaço Claraboia: Cecília Rondon, Edson Silveira e Alexandre Alves Love in Paris - Perfumes Importados - Cosméticos - Presentes Av. Nossa Senhora de Copacabana, 664 Loja 9 Cozinhar é glamouroso A Paixão Secreta de Maria Callas: Histórias, Receitas e Sabores é um livro delicioso feito com três ingredientes únicos. As receitas fazem parte do caderninho pessoal da cantora, que tinha o hobby de cozinhar. Como é sabido, Maria Callas foi uma jovem obesa, chegou a pesar 108 quilos até que resolveu emagrecer. Perdeu quarenta quilos e, no início, foi críticada no universo dos cantores e maestros de ópera, que pensaram que o emagrecimento da cantora interferiria no seu desempenho vocal. Foi o contrário. Ela triunfou como Soprana e como Musa. Além das óperas, estrelou filmes do grande Pasolini, como atriz e destruiu corações. Allora, os três ingredientes são: o glamour retrô, a diva na intimidade e o mais importante, receitas de uma pessoa que conseguiu emagrecer e ser manter assim. O livro foi organizado pelo italiano Bruno Tosi, diretor da Associação Cultural Maria Callas de Veneza. Além das receitinhas da diva, Tosi reuniu dicas culinárias de revistas da época, com fotos e histórias da vida de Callas. O livro é simplesmente lindo. Ao lado das receitas, tem as fotinhos cheia de estilo da década de sessenta. É puro glamour. Se você não gostava de cozinhar, compre esse livro, vista um vestidinho rodado com um avental e mãos na massa. Na coxia T udo Sobre o Oscar, de Fernando Albagli, é um livro excelente para cinéfilos. Nele foram listados todos os filmes do cinema sonoro ganhadores do Oscar, de 1927 até 2006. O livro não é somente um dicionário, o autor apresenta a estrutura dos bastidores da tradiconal cerimônia e conta a história de cada um dos filmes, de suas equipes, diretor, atores e produtores. E como cinema é imagem, o livro não é só parole. É recheado com fotos dos principais filmes da história da premiação óclise s e o i m A o gerúnd Literatura e Poliana Paiva M ariângela e Jacinto moram juntos háumano.Elaépesquisadorade conteúdos midiáticos. Ele, operadordetelemarketing.Elaadoraumamesóclise. Ele não vive sem um gerúndio. - Amor, eu posso estar preparando um chá de camomila pra você estar melhorando desse enjôo. Jacinto é um homem bom e atencioso e o sexo entre eles é fantástico. O enjôo é devido à gravidez de oito semanas e Mariângela tem muitasdúvidasseseuseruditosgenscombinam comosdeJacinto.Ofatoéquenãopassavaum dia sem que ela sentisse vergonha dele. Na fila da clínica, Mariângela escuta seu nome, se concentra na música do Roberto Carlos que toca ao fundo e deixa apenas uma lágrima escapar quando sente que tudo acabou. Tomaumsundaedechocolate,compraumrímel, um gloss, uma máscara para os cabelos e liga para Jacinto: - Querido, suas coisas estão na portaria. Desculpe,masnãotemmaisjeito.Estouapaixonada por outro. Quando chega em casa, as coisas dele já não estão mais por lá. Se ela pudesse, fá-lo-ia feliz. Iluminuras Tá acontecendo FakeSouvenir Souvenir Fake É Em Busca do Tempo Perdido deLuana Vignon de Luana Vignon como um pedaço de gente despencando pra fora Q da cama no inverno algo como uma visita ao próprio inferno uma carta desejada que nunca veio (eu sempre atenta às mãos do carteiro fazendo barulhos na caixa de correio) um velho amigo manda falsas lembranças de Londres chacoalha idiotamente os braços hó rec do Lavr ad io B e uma fração de lágrima vencida nos olhos me faz rasgar os pôsteres do quarto. anti guidades MODAEPRODUÇÃO roupas, acessórios e bijouterias Confecçãodefigurinos Móveis,lustres,espelhos objetosdearteedecoração Aluguelp/teatro ,cinemaet v Rua do Lavradio, 185 - Tel. 2507-5111 Lapa - Rio de Janeiro [email protected] arte:eduardopassostel.38529124 L ançamento desse mês da editora Azougue, o livro Rogério Sganzerla é uma forma de conhecer e entender as idéias do cineasta, através das entrevistas que ele deu no decorrer de sua vida. O livro, organizado pela jornalista Roberta Canuto, traz a primeira entrevista de 1966, quando Sga zerla ainda que não tivesse feito cinema filmado, já era crítico de alguns jornais e possuia um pensamento sólido sobre o significado de fazer cinema. Esse livro é o primeiro da Coleção Encontros que ainda lançará outros três livros com diversos entrevistados. A proposta da coleção é valorizar a entrevista enquanto meio de informação e estudo. Aguardamos os próximos! Lichtenstein uem não gostaria de ter uma máquina do tempo e poder viajar no passado ou no futuro? Essa máquina ainda não foi inventada. Por enquanto a literatura, o cinema se encarregam de condúzi-lo à essa viagem. A Biblioteca Jenny Klabin Segall do Museu Lasar Segall inaugurou no ano passado, o site www.bjksdigital.museusegall.org.br onde se pode acessar as duas primeiras revistas de cinema editadas no país. A Scena Muda e a Cinearte. O projeto patrocinado pela Petrobrás e fina-lizado em 2006, possibilitou a digitalização de cerca de 100.000 imagens e conservação das revistas. As duas revistas foram publicadas semanalmente, durante aproximadamente 25 anos, das décadas de 20 a 50. O conteúdo era variado, além de cinema, tinha sempre uma crônica ou conto e entrevistas com as estrelas. Todos os grandes passaram por elas, Clark Gable, Rita Hayworth. Os curiosos e amantes de cinema também poderão conhecer uma porção de filmes comerciais da época que hoje não têm muito destaque. E pra quem ama o estilo fashion retrô, a revista é uma das melhores fontes de moda dessas décadas e agora não precisa nem correr atrás de um exemplar antigo. É só acessar o site e linkar aos favoritos. Tempo de Roy Lichtenstein – Pé pop F igura fundamental da Pop Art americana na década de sessenta, Lichtenstein foi a inspiraçãomaiorpara o novo tênisda HP Lovecraft. Em 2006, os cariocas tiveram a oportunidade de veralgunstrabalhosde LichtensteinnoMAM.Esse ano o artista ganhou big exposição na Pinacoteca de Paris, com 97 obras produzidas de 1966 a 1997, ano de sua morte. Entender a pop art de Lichtenstein é compreender o que foi os anos 60 nos USA, quando cidadãos comuns viviam a primeira fase de um deslumbre quase hipnótico com os avanços tecnológicos e as novas oportunidadesdeconsumo. Lichtensteinseutilizoudessa verdadeira invasão de eletrodomésticos no cotidiano da família americana para criticar uma sociedade que, ao mesmo tempo que exportava o american style, fazia guerras. O fator político, todavia, não esgota nem justifica a grandeza da arte de Lichtenstein. O artista supera a sua própria inspiração sócio-política para retratar a glamourosa e febril década de 60 com originalidade e ironia. O fato de inspirar estampas de tênis não deixa de ser ironicamente Lichtensteineriano. Se você está afim de conhecer – e adquirir - esse novo Pop Keds, acesse o site da loja: www.hplovecraftnyc.com Beleza pura Pêlos Natasha Prado N nunca mais os meses que antecedem o verão, a procura por tratamentos a base do laser aumentam significativamente. Em uma época do ano em que o corpo das pessoas fica mais exposto, torna-se importante mostrar uma pele viçosa e bem cuidada. Um dos tratamentos que mais atraem as mulheres é a epilação (remoção de pêlos), muito conhecido como "depilação definitiva". A sociedade brasileira de laser atesta a eficácia do tratamento: “O uso dos lasers para a remoção de pêlos é alternativa bastante eficaz, promovendo uma depilação de longo prazo, embora nem sempre definitiva. A cada sessão os pêlos tornam-se mais finos e crescem mais lentamente. As aplicações de laser são menos dolorosas que as de eletrólise e há também menor risco de cicatrizes inestéticas.” O laser funciona penetrando no tecido fino da pele, e é atraído pelo pigmento do pêlo que leva o calor até a raiz do folículo, destruindo-o. Desse modo, é feita a redução progressiva dos pêlos. Os pêlos possuem três fases de crescimento: a anágena, quando o pêlo está robusto e com grande concentração de melanina; a catágena, quando afina e se afasta do bulbo capilar; e telógena, que é o pêlo já envelhecido. A fase que proporciona um melhor efeito é a anágena, pois quanto mais escuro o pêlo, mais eficaz é a atração do laser. Ao cair, o pêlo novo é gerado no mesmo folículo. Por isso, nas depilações convencionais, os pêlos crescem na mesma quantidade e espessura. Já o laser, destrói gradativamente o folículo, impedindo que novos pêlos nasçam. Além da remoção dos pêlos, o tratamento possui, ainda, um papel secundário: elimina a foliculite (processos inflamatórios) e ativa o colágeno, proporcionando um rejuvenescimento da pele. Os melhores resultados são obtidos em peles claras com pêlos escuros, ! AGÊNCIA O DIA/ NATASHA PRADO mas, atualmente, novas tecnologias, como a “Gentle Yag”, já concedem um bom resultado em peles negras e bronzeadas, além dos pêlos louros. O tratamento não funciona, todavia, em pêlos brancos. Essa tecnologia possui, ainda, um sistema chamado “Dynamic Cooling Device”, que melhora significativamente a tolerância e o conforto durante o tratamento. Nesse sistema, um líquido criogénico é vaporizado sobre a pele, provocando o esfriamento da pele e amenizando de forma notável a dor. E atenção, que se submete a esse tratamento não pode se expor ao sol. Mesmo para sair à rua deve passar protetor solar com fator 30 de proteção, para evitar manchas na pele. Com sessões que variam entre R$100 e R$400 (dependendo da área do corpo) não só mulheres, como homens, têm a oportunidade de ficarem livres de pêlos. Se não definitivamente, pelo menos por um considerável tempo. Corpo e Alma Saudável dese qu ilíbri A o Lâncome Gloss Perfume Liberté, Cacharel Protetor solar Creme Fondante FPS 60, com água termal da La Roche-Posay Perfect Slim Pro, L`Oreal Paris Solar Expertise Loção Vaporizadora FPS 30. L`Oreal Paris Qualidade garantida No mundo dos lançamentos de cinco das 18 marcas da gigante L`Oreal Lipo-metric, Retrator anti-celulite e volumes rebeldes, Vichy Máscara negra Fatale, Lâncome - Reconstrutor Absolue Premium ßx Creme, Lâncome, R$ 518,90 Acne-stop duplo corretor, da linha Pure Zone, LÒreal Paris “imagem sem conteúdo presença sem qualidade” Baudrillard Priscila Miranda Até o início do século XX, o corpo feminino era mais achatado e o arredondado. A própria roupa fazia u livre e nsai com que esses corpos ganhassem o so bre o uma aparência redonda, com anáguas e saias corp o fem volumosas. Na década de 20, quando a mulher inino entra no mercado de trabalho, seu corpo sofre modificações . A silhueta da mulher fica mais alon- cuidardaaparência.Nessaépoca,aalimentaçãomuda gadaeesbelta,saemassaiasrodadas eentramas radicalmente,osrestaurantessetornammaisacessíveis saias canudos e os terninhos. A mulher ganha vida e os enlatados lotam as prateleiras dos mercados. nasruasdasgrandescidades.Éoaugedaindústria Em meados dos anos 60, surge a pílula anticoncepde cosméticos, dos programas de ginástica para cional. A milagrosa novidade científica, é também um mulheresedacriaçãodemileumtratamentosmi- mal. As altas doses de hormônio causam outros problagrosos de beleza. A mulher matrona fica real- lemas. O corpo da mulher mais uma vez se modificará. Em contrapartida, as musas apetitosas do cinema, mente pra trás. Nas décadas seguintes, sobretudo na década de surge na moda as modelos ultra magras. Na moda e 40, em plena guerra mundial, o corpo da nas artes pop de Walholl, a mulher muito magra ganha mulher e sua imagem também sofreram destaque e se torna símbolo de Glamour. A partir daí mais mudanças. As mulheres tornam-se nós mulheres piramos. A culpa da piração? O coquetel, mais sóbrias, as roupas mais retas e a sil- pílula, coca, enlatado e Marilyn verso o glamour pop das hueta mais fina. As mulheres são influenci- anorexicas de mini-saia. O mundo real das mulheres foi adas pelas divas dos filmes Noir. É chic e povoado por essas influências, muitas deixaram rolar, glamouroso parecer misteriosa e distante muitas se adaptaram ao modelo que lhe eram mais como uma espiã. A guerra termina com os convenientes. americanos vencedores. Eles estão mais Asnovasgerações,noentanto,dasdécadasdesetenta fortes do que nunca, ganham mercado e e oitenta, já nasceram com essas influências contraditórias em seus gens. Hoje a medicina e a cosmética começam a exportar o seu estilo de vida . Chega a coca cola, o hamburguer, o milk shake, o estãosuperavançadas,existemmilhõesdetratamentos rock in roll e Marilyn Monroe cheia de curvas e mais estéticos realmente milagrosos. Desde peelings superumavezocorpodamulhersofrerátransformações. ficiais e cirurgias pláticas à redução do estômago. Mas Quem resiste ao duo coca e hamburguer? Os o terror do corpo perfeito inacessível ainda assombra as quadris ganham destaque e o decote ganha vol- mulheres.Teminícioaeradosdistúrbiosalimentares,da ume. Na europa o modelo de vida americano anorexia à obesidade mórbida. tambem é importado. Na França, o cinema ganha A obesidade sempre foi uma preocu pação tanto estéticaquantomédicaesempreestevenamídia.Mais Brigitte Bardot e a Italia, Sofia Lorem. desconhecida do público em Não faltam modelos para as mulgeral, a heres se espelharem e nem tecnologia pra facilitar o trabalho de casa e com isso ganhar mais tempo pra mentopassaaterumaimportânciasentimental.Vocêirá comê-lo nos momentos mais impróprios, mesmo após uma big refeição. Quando eu era pequena minha vó me dizia: cuidado senão o estômago dilata, não come bebendo... Cresci achando graça disso e pensando que era uma besteira essa história de estômago dilatar. Até que comecei a ganhar peso e tinha uma sensação de fome constante. Nada me bastava e nessa hora entrava em cena o alimento sentimental: no meu caso era o chocolate. Eu poderia comer um chocolate a qualquer hora, sobretudo nos espaços de tempo entre uma refeição ou outra. Do chocolate eu passei para outros doces. Até que entendi isso e comecei cortar esses tais alimentosafetivos.Nemsempreconseguiaevitá-los.Mas umacoisaimportante:ésabercomercomaconsciência de que aquilo te fará mal. Você come porque necessita afetivamente daquilo. Na primeira semana, você começaráasentiradiferençaedaívocêganharáestímulos para, na semana seguinte, cortar algumas coisas e modificaraalimentação. Tambéméimportantenãopensar na palavra dieta, que traz em si a idéia de privação e ninguém deseja experimentar privações. Sobretudo tratando-se de comida. O ideal é cortar aquilo que sabemos ser desnecessário e realmente calórico. A partir desses cortes é importante ficar atento a tudo que se come ao longo do dia, café da manhã, almoço, lanche, jantar.Eprocurarequilibrarafomecomalimentosmenos calóricos e que se complementem aos que você comeu nasrefeiçõesanteriores. Paraquehajaequilíbrio,éimportante não reprimir a vontade de comer: seja doce, picolé, pãodequeijo.Sevocêsedescontrolarlembre-sesempre dequeamanhãseráumnovodia.Efaçadessasuavontadedetomarsorveteumbomprograma,nãodepoisde comer um espaguete, e sim após um grelhado com salada. Essa é a chave do mistério. Quanto ao corpo perfeito? Corpos perfeitos são corpos atraentes e variam de acordocomoespectador.Busqueoequilíbrioeformasde acordocomvocê.Àsvezesbochechasfofinhassãomais atraentes que bumbum de academia. Às vezes minisaia chama mais atenção do que a modelo magra de calçaskinny.Maslutesemprecontraabarriga.Essasim, só é bonita se a mulher está grávida. Seja real, seja várias. Se você tiver acima do peso, faça um esforcinho para perder uns quilinhos e, quando isso acontecer, não exagere querendo se transformar numa Kate Moss. Ela é bonita na revista. Você desfila na rua. Moda Geometria, Forma e Moda Priscila Miranda D ois nomes chamaram a minha atenção na edição verão 2008 do Prêmio Rio Moda Hype. Foram as estreantes no evento Stefania Rosa vinda de Brasília e o coletivo formado por quatro meninas, No Hay Banda de São Paulo. A Stefania de Brasília levou para as passarelas criações inspiradas na geometria dos anos sessenta. A estilista que no PRMH é estreante, em Brasíla já é badalada. Há um ano ela é a dona da loja Rainha de Copas, voltada para um público mais jovem. E criou a Stefania pensando nas mulherese mais maduras, independentes e modernas. O ponto em comum entre esses dois novos talentos que passaram pelo PRMH é a expressão da moda pela arte. Que moda é uma expressão de arte, todos nós sabemos. Mesmo que um certo grupo radicais da deselegância contestem que não. As duas marcas desenvolveram uma concepção artistica que é transmitida pela roupa. Desde as cores, até o corte e as estampas. Isso faz com que a criatividade e originalidade dessas peças gritem, por mais que tenham utilizado na base as influências retrô das décadas de 60 e 80. É interessante de perceber tambem, as influências urbanas das cidades de origem das duas marcas, trazidas quase inconcietemente para o desfile. A Stefanea partiu da geometria, ou seja, dos traços de Brasília. E as meninas do No Hay Banda, partiram da estética cosmopolita e estrategicamente despojada de São Paulo. O coletivo, No Hay Banda, apresentou uma coleção, onde o tema era a busca pela identidade nacional e afirmação dos valores culturais brasileiros. Influenciadas pelo livro Macunaíma do Mário de Andrade. Com essa inspiração as meninas conseguiram mesclar nas roupas formas originais com influências culturais do país. Os dois desfiles também evidenciam, um verão multicores, dá pra ter de tudo, desde o amarelão até as tonalidades mais sóbrias e escuras. Pra encontrar as peças das estilistas não precisa ir até Brasília ou Sampa. O Rio Moda Hype em breve inaugurará em Ipanema uma loja multimarcas que venderá peças de estilistas que participaram do evento e de outros novos estilistas brasileiros. Imperdível! BIRA SOARES/DIVULGAÇÃO anorexia, doença que leva à magreza extrema, vem se tornando popular. No ano passado, a morte da modelobrasileiraAnaCarolinaRestonMaccachamou a atenção para esta doença. O caso repercutiu internacionalmente e fez com que personalidades do mundodamodaemédicossemobilizassemcontraa anorexia. Com isso, uma série de reportagens brotaramnamídiaeumaapologiaaoexcessodepesofloresceu. O que é muito estranho. Onde fica o equilíbrio dopesoideal,aquelequecalculamosapartirdaaltura, idade, esforço fisíco? Uma revista Italiana chegou a publicarnacapaumaatrizpornôobesacomosímbolo do novo padrão de beleza. Nem oito nem oitenta. Se amagrezaextremadevesercombatida,tampoucose deveapoiarejustificaraobesidade-quetambemdeve ser tratada como problema de saúde pública, com consequências graves para a auto-estima de milhões de mulheres. Saber o que é o corpo ideal é fácil se conhecemos as nossas exigências e se entendemos onossocorpopordentro.Bastaobservaratentamente tudo que se come. A partir daí, é possível acrescentar alimentosquetefazembemeretiraralimentosquete fazem mal. Eu, por exemplo, descobri que qualquer coisa gasosa me faz muito mal. Aprendi que a maçã é um remédio milagroso (para mim) para mal do estômagooudordecabeça.Recentementeviviaexperiência de mudar de peso. Descontrolei nos horários, comia constantemente fora e ganhei peso. No iníciovocênãopercebe. As calças começam a ficarapertadasmasvocênão liga. Dependendo do seu peso de antes, as pessoas ao seu redor tambémnãosedãoconta.Atéque todas as suas calças ficam apertadas.Essaéahoradevocêacordar e fazer uma análise do que está acontecendo. A primeira coisa é prestar atenção nos horários das refeiçõeseordená-los.Asegundaéreduzir o que você estava comendo em excesso. Eu notei que é muito normal se viciar num determinado alimento e desejar comê-lo diáriamente. Esse ali- FotocineModa Uma noite apenas Com: Fabiano Touzdjian , Ana Troyman Trilha Sonora de noite na cama, versão do Erasmo Carlos my baby just cares for me, Nina simone sinnerman, Nina Simone love me or leave me Nina Simone Ele veste: Camisa da Colcci, bermuda da Osklen, tênis da Osklen, chapéu da Accessorize Ela veste: Maiô da KiKorpo, saia aceervo da revista, sandália da Nativa, pulseiras e faixa no cabelo da H&M Paris e Casaquinho da Zara Paris Fotografia : Natasha Prado Roteiro e Produção: Priscila Miranda Maquiagem e Cabelo: Ariana Lima Colaboradoras: Camila Lopes e Maria Galeno Pinturas: Juliano Guilherme Cabides: Nilton Pinho Agradecimentos: Espaço Claraboia Curta!Curtas-Metragens Beijo de Sal Miguel do Rosário N ão existe pureza no homem. Deus foi apenas cínico ao trancafiar Adão e Eva no Jardim do Éden e proibir o acesso à árvore do conhecimento. Ironia suprema da religião judaico-cristã, associar o conhecimento ao pecado original... Os dois deveriam continuar felizes como duas bestas? Tenho pra mim, todavia, que a mulher provaria o fruto proibido com a mesma desenvoltura se árvore em questão fosse relacionada a um tema menos nobre, se fosse a árvore da meia-idade, por exemplo. Deus usou o casal primevo como cobaias do primeiro experimento moral de que se tem notícia, e o resultado não chegou a ser uma surpresa. O homem não é puro, a mulher é a culpada, oh! Assim arrastamos a carcaça pecadora por este vale de lágrimas, onde pessoas são queimadas vivas em ônibus, morrem em desmoronamentos de obras mal fiscalizadas e votam em candidatos condenados pela Justiça. Mas veja! Há uma luz! Não no céu, onde mora o Deus que nos sacanea desde a origem do mundo. A luz está nos olhos de quem ama o próximo. Não o amor abstrato e frio pela humanidade. Não o amor débil, piegas, condescendente, pelos fracos, pelos pobres, ou por quem sentimos pena. A luz repousa, tranquila, neste amor viril, franco, estável a que denominamos amizade. Sim, porque o amor romântico vem carregado de tanta angústia, ciúmes, medos, cobranças, que projeta mais sombras que luz em nosso destino. A amizade é o único verdadeiro elo que nos une a nossos semelhantes. O único e o último. No entanto, o que acontece quando a própria amizade apresenta erupções suspeitas em sua superficie que críamos limpa? O que acontece quando a amizade se revela nossa derradeira falsa ilusão? Acontece, então, que ficamos sozinhos. Como um homem mijando sozinho numa praia deserta. Como Rogério, na cena final do curtametragem de Fellipe Barbosa, Beijo de Sal (foto na página ao lado). O filme de 18 minutos versa sobre a amizade e, principalmente, sobre a corrosão e o fim da amizade. Rogério é um bom vivant mineiro que vive numa bela chácara em Itacuruçá, Angra dos Reis, em companhia de amigos despreocupados e festivos. O filme inicia com Rogério e os amigos na piscina, fumando um baseado e rindo. O eixo dominante da cena, como aliás de toda película (35 mm), é a expressão algo sarcástica, fauno entediado, de Rogério. Chega Paulo, antigo membro do grupo, em companhia de uma nova namorada, para passar o Ano-Novo. O estranhamento do casal com o clima meio hippie da casa é imediato, e constituirá, a partir daí, o conflito central da narrativa. Um conflito construído com muita sensibilidade pelo diretor. A movimentação de câmera é clássica, mas eficiente. A trilha sonora de Mônica Besser encaixa-se bem no delicado jogo de agressões sorridentes que marca a relação entre Rogério e o amigo, um jogo que sugere, sem revelar, um histórico de duelos entre egos fortes e competitivos. Uma certa rigidez e seriedade de Paulo constrata com a intimidade forçada de Rogério. A tensão entre Paulo e Rogério costura-se ao longo da narrativa, atingindo, perto do final, um clímax de violência. O filme termina, conforme dito, com Rogério fazendo xixi no mar, expressão desafiadora, diabólica. Um solidão arrasadora e cruel encerra o filme. Não há tristeza. Um cinismo amargo, talvez. E a sensação de que, se foi para termos o cinema - e o poder de fantasia e liberdade que ele nos possibilita - bem que valeu termos mordidos aquela maldita maçã. Breve Estória de Cândido Sampaio Q uando Glauber Rocha disse que bastava a câmera na mão e a idéia na cabeça, ele esqueceu de explicar que não é fácil ter uma boa idéia. E mais difícil ainda ter uma cabeça. O curta de Pedro Carvana, na lista dos mais cotados do site Porta-Curtas, com Paula Burlamaqui no papel de uma emergente ignorante, é um exemplo gritante de que somente uma boa idéia não basta. Os personagens do filme são caricaturais e previsíveis. A narrativa opera no campo do clichê. O uso da limousine foi um exagero que tira verossimilhança e provoca enfado. A rica Suzana decide apostar na filantropia e propõe à mendiga que ela lhe dê seu filho. Ao final há uma surpresa que retrata a absoluta falta de noção de Suzana. O argumento é interessante, embora a temática “social” seja outro clichê e a vibração cômica emanada por Burlamaqui tenha me parecido um tremendo mau gosto, além de enfraquecer a tensão tragicômica que permeia o filme. Mas cada um tem sua opinião. O filme está em primeiro lugar no ranking dos mais cotados do Porta Curtas. Curta!Curtas-Metragens Destaque, Homenageada da seção: Carmen Santos Miguel do Rosário F alar de Carmem Santos é mais do que falar de uma mulhercineasta, é sobretudo falar do nascimento do cinema brasileiro. É falar de Humberto Mauro, de quem Carmem foi parceira em diversos filmes que marcaram a história de nosso audivisual, como Sangue Mineiro (1930). É falar de um sonho de construir um cinema forte industrialmente, numa época em que Holliwood ainda não era imperialista e a relativa simplicidade técnica do tempo nivelava grandes estúdios e produtoras pequenas, como a criada por Carmem. Nascida em Portugal, em 1904, Carmen imigrou para o Brasil com oito anos. Estreou no cinema como atriz, em 1919, mas irá ganhar notoriedade ao se tornar a principal produtora dos filmes de Humberto Mauro, por muitos considerado o pai do cinema brasileiro. Faleceu aos 48 anos, no dia 24 de setembro de 1952. O documentário Carmem Santos(1969) de Jurandy Noronha é uma das melhores referências sobre a cineasta. Noronha conseguiu reunir imagens raras de Carmem, de sua vida pessoal, no trabalho e na companhia dos artistas mais importantes do momento, como Jorge Amado, José de Alencar, Di Cavalcanti, além de Humberto Mauro. Dossiê cinema Fizemos uma lista com cinco filmes imperdíveis que estarão no Festival do Rio. A lista poderia ser muito maior, afinal são 300 filmes em apenas duas semanas. Como sabemos que é difícil assistir tudo, selecionamos os que mais tem a ver com a Miroir. Bom filme! Miguel do Rosário e Priscila Miranda L a Vieille Maitresse é o mais novo filme de Catherine Breillat, escritora e cineasta francesa. Há alguns anos, na mostra Midnight Movies,foi apresentado o polêmico Anatomia do Inferno, da mesma diretora. Esse ano, La Vieille Maitresse está na mostra Panorama Internacional. O filme é uma adaptação do romance de Choderlos de Laclos, Ligações Perigosas. É um filme de época, o primeiro da cineasta, na Paris de 1835, em que os aristocratas vivem num mundo de intrigas e luxúria. De um lado a famíla e os casamentos arranjados, do outro as meretrizes de luxo. Poderia descambar para o clichê não fosse a diretora Breillat e a atriz Asía Argento, que focaram no inusitado. O filme causa estranhamento. Uns gostam e outros odeiam. Mas a qualidade técnica do filme é indiscutível. Vale a pena ver. Dossiê cinema L YNCH, O LIBERTADOR David Lynch é o representante máximo do cinema autoral americano. Excelente contador de histórias (Homem Elefante, Cidade dos Sonhos, Duna, Veludo Azul, Twin Peaks), Lynch também é um mestre do cinema abstrato (Erasehead, The Grandmother e o recém-lançado Inland Empire), onde a narrativa fragmentada dá espaço a delírios plásticos de magnífica densidade. Em todos, porém, ele deixa sua marca inconfundível de suspense e erotismo. Inland Empire, lançado em 2006, que chega ao Brasil este ano, dá a sensação de que botaram LSD no seu chop. Para acompanhar a intrincada trama do filme, o espectador entra e sai da realidade tantas vezes que seu sistema imunológico contra a loucura entra em pane. A Esse é justamente o objetivo de Lynch, que depois de fragilizar a psique do espectador, procura destruí-la com intenso bombardeio de arquétipos sinistros. Você sai do filme com sua imaginação devastada, abanando a cabeçapraláe pracáà procuradesualucidez perdida, tentando se lembrar como se pronuncia a palavra café. Sejamos francos: é um filme que alguns irão achar enfadonho, por causa de seu abstratismo radical, sua fragmentação, a extensão exagerada de algumas cenas, o uso constante da repetição. Mas é inegável que Inland Empire constitui um marco importante do cinema contemporâneo, inaugurando uma nova era do cinema-arte e libertando forças plásticas que costuma ficar aprisionadas, atrofiadas, no cinemão comercial. Casa de Alice é o primeiro longa do cineasta Chico Teixeira. Participou de alguns festivais internacionaiseagora estréia nacionalmente na mostra competitiva Première Brasil. É um concorrente de força ao troféu Redentor. Narra um momento da vida de maincure, dona de casa sufocada por problemas financeiros e afetivos. A narrativa E lenta e estática do filme ganha força com o excelente roteiro e interpretação impecável dos atores. O que seria um drama novelesco se torna um bonito retrato da classe média baixa, digno do grande cinema. A Casa de Alice me supreendeu e acho que dará novos rumos ao cinema brasileiro. u não perderia o longa americano Shortbus exibido na mostra Midnight, do diretor e roteirista John Cameron Mitchell. Exibido no ano passado na Mostra de São Paulo, chega com aproximademente um ano de atraso nas telas cariocas, mas há alguns meses já faz parte da cena cult do cinema americano. Os personagens vivem experiências sexuais à três, à quatro, homo e heterosexuais. O sexo, porém, é apenas a superfície das angústias e anseios que vivem os personagens. Poderia ser consid- erado um filme pornô pela quantidade de cenas de sexo explícito se não fosse a maestria do diretor, que em nenhum momento permite a vulgaridade. Um filme bonito e uma excelente reflexão sobre as angústias dos jovens nos dias de hoje. O toque de Midas de Tarantino Com Deathproof, o cinema de Quentin Tarantino ganha uma nova dimensão. Trata-se de seu filme mais elaborado, mais artístico. Paradoxalmente, é também o mais simples. E incita um novo olhar sobre toda sua obra. No cinema de Tarantino, as perseguições não são apenas perseguições. Representam arquétipos modernos, os quais o cineasta manipula para provocar o efeito estético que deseja. A última edição de Cahier du Cinema traz uma longa entrevista com Tarantino, em que ele se auto-declara um escritor especializado em diálogos e admite que, com as cenas de violência e perseguição,visaatingiro inconscientedoespectador, formado em grande parte com um patrimônio visual. Por exemplo, as cenas de perseguição constituem, desde os anos 60, um clichê do cinema americano. Tarantino, porém, longe de considerá-las apenas um recurso comercial para conferir movimento à narrativa, usa-a como símbolo enraizado no inconsciente das novas gerações, cuja formação cultural hoje é indissociada do audivisual, sobretudo a vertente moderna, populesca, o cinema de ação. Ou seja, mal ou bem, todos nós, ocidentais, passamos nossa infância e adolescência assistindo O cine encontro nos anos anteriores aconteceia na tenda da cinelândia, este ano acontecerá no Centro Cultural da Justiça Federal, também pertinho dalí. Não perca. CINE ENCONTRO um bate-papo informal com cineastas. De 21 de setembro a 3 de outubro Local: Centro Cultural da Justiça Federal Av.RioBranco,241-PraçaCinelândia,Centro. - na sessão da tarde, no supercine, na tela quente, ou em vídeos vhs - a perseguições, brigas, tiroteios, artes marciais, guerras, psicopatas trucidando jovens sexys… Usando elementos culturais próximos de todos nós, Tarantino consegue reciclar todo aquele “lixo” cultural, o qual inclusive deixa de ser visto como lixo. Não eram lixo, então? Aquelas tardes perdidas vendo porcaria na tv, comendo pipoca e bebendo coca-cola, enfim, elas valeram alguma coisa? Após Tarantino, pode-se dizer que sim. O cinema, mesmo o cinema ruim, os chamados filmes B, fornecem imagens, símbolos, arquétipos, que enriquecem nossa imaginação e que, mais tarde, podem ser convertidos em arte ao serem revalorizados e reassimilados pela perspectiva original de um cineasta de gênio. Midas pós-moderno, Tarantino transforma em ouro as nossas próprias experências com filmes ruins. Tarantino não perde de vista as fórmulas que fizeram o sucesso da indústria cinematográfica americana: movimento, sangue, violência, sexo e uma trilha sonora envolvente. Sem medo dos clichês, o cineasta os usa com originalidade, extraindo deles uma grande energia estética e simbólica. Exibição de filmes às 12h, 14h, 18h30 e 20h30 Debates, oficinas e encontros às 10h, 14h, 16h15 e 18h30 Cinemania não é exclusividade de cineastas. Cada vez mais, o Festival do Rio aproxima você da sétima arte. Sempre depois das sessões do meio -dia da mostra Première Brasil, um debate com os relizadore do filme Patty Com a atriz e produtora Diana Iliescu " Diphusa e usa iph yD att oP ham ec “M de Pedro Almódovar Produção Vestido Brechó do Lavradio Priscila Miranda Fotógrafa Natasha Prado se tipo de mulher que p des " rot ive. sou a g o n iza a época em que v Calça DT A, sutiã Dulorem e cinto Mango "Quando faço faço "Quando algo, faço faço para para algo, ser única. única. Não Não ser quero que que quero ninguém me me enenninguém tenda ee muito muito tenda menos me me imite." imite." menos ´ "Por outra parte, todos os homens com quem transei, ficaram apaixonados por mim, coisa bastante lógica, mas que não deixa de ser um estorvo." Calça dourada e top Brechó do Lavradio, Colete Zara Itália, colar Accessorize, Botinhas Andrea. Calça dourada e top Brechó do Lavradio, Colete Zara Itália, colar Accessorize, Botinhas Andrea. Calça legging Cantão e Blazer Brechó do Lavradio “Esta “Esta noite, noite, não não tenho tenho certeza de nada.deE nada. temo que não que sou certeza E temo anão única.” sou a única.” Calça skinny Zara Paris, Cinto e Camiseta H&M Paris e Sandália Nativa Chique é ser a quilo Entrevista De volta a Portugal Bruno Dorigatti e Raquel Nunes Graça da Vila leva charme e gastronomia de “peso” ao Catete O restaurante possui um sistema de buffet a quilo com mais de 70 pratos quentes e frios, churrasqueira com carnes tradicionais e nobres, comida japonesa feita na hora por um sushiman, frutos do mar, além de uma mesa com queijos variados, que acompanham perfeitamente os mais de 42 rótulos que compõem a carta de vinhos desenvolvida a quatros mãos pelos sommeliers Paulo Nicolai e Dionísio Chaves. PAULA GAITÂN U m espaço de convivência muito generoso e poético. Assim a colombiana Paula Gaitán, artista e cineasta, companheira de Glauber Rocha, de quem foi diretora de arte em A idade da terra, define a relação com o cineasta baiano. Em entrevista exclusiva à Miroir, Paula fala sobre seu novo filme, Diário de Sintra, uma compilação de fragmentos de imagens de Portugal – daquele tempo em que moraram na vila montanhosa a uma hora de Lisboa, e outras feitas recentemente –, construído como a arquitetura de um sonho, cheio de texturas, pinceladas. O documentário, na verdade, ensaio poético, segunda ela, capta Glauber em seu exílio voluntário, pouco antes de sua morte, em 1981, e mexe com o inconsciente, com as emoções e sensações às voltas com a memória de 25 anos atrás. No Festival do Rio, o filme será exibido no dia 25 de setembro, terça, no Odeon, às 12h e às 19h15, e no dia 26, quarta, no Espaço de Cinema 3, às 18h. Você afirmou que Diário de Sintra é um documentário sobre a memória, que transita em torno de Glauber, um filme muito mais sobre você. Por que investigar esta memória agora? Paula Gaitán. É um filme a partir de associações livres, memória involuntária, um filme construído como a arquitetura de um sonho, e preciso partir do esquecimento, do silêncio, para poder rememorar, para poder falar dessas reminiscências. É um filme impressionista, o própio suporte em super-8 permite dar ao filme essa característica visual, cheio de texturas, pinceladas. Ficção e realidade se misturam, fun- O cliente pode ainda optar pelo rodízio de massas (R$ 17,90), que e é servido diariamente no 2º piso a partir das 18 h. São oferecidos diversos tipos de massas e pizzas, mas o grande diferencial da noite fica por conta dos deliciosos crepes doces e salgados que podem ser montados ao gosto do cliente. dem-se, são várias camadas da memória superpostas. "Caminhos que levam a Sintra ou talvez a lugar nenhum, memória perdida, memória redescoberta." Não se trata de um documentário jornalístico, mas sim de um ensaio poético que parte de um discurso interior, narrado em primeira pessoa. A possibilidade de falar desse momento me emociona e portanto trata-se de um filme sobre o afeto, o amor, a morte. Sobre o exílio voluntário do Glauber. O que é mais díficil em um trabalho como este? Paula. O mais difícil é entrar num trabalho como esse sem se tornar anedótico e criar uma falsa expectativa emocional, um pouco espectacular e voyeurista... O difícil é percorrer esse caminho, essa experiência com a profundidade e o silêncio interior que ela merece. Não fiz um filme para agradar, mesmo que ele seja belo aparentemente, mas um filme para descobrir coisas que eu desconhecia dentro de mim. É uma experiência radical nesse sentido... Evidentemente que é um filme que mexe com o inconsciente, com as emoções e sensações, desvela várias camadas... É como um estado de transição entre o sonho e a realidade. Diário de Sintra foi realizado em vários suportes, o super-8 que eu tinha filmado em Mais do que uma boa opção! E as sobremesas: doces caseiros, como rolo de laranja, doce de mamão e pudim de leite, a tortas de conceituadas confeitarias. Graça da Vila Endereço: Rua do Catete, 133 - Catete - (em frente a saída do metrô) Tel: 2225-6007 / 2225-7949 Funcionamento: domingo a quinta de 11h às 24h Sexta e sábado de 11h às 2h - Aceita todos os cartões de crédito e Todos os tickets -Ar CondicionadoManobrista no local com estacionamento gratuito - Acesso a cadeirantes -O estabelecimento não aceita cheque Moda " A Dú vida " a t s i t r A a d Ford agência a d o n ia ís Rusc ilherme Com: L a as: Juliano Gu do Pintur sha Pra a a t a N : a d f Fotógra Priscila Miran o: Produçã vestido laranja Cantão vestido Colcci Sapatilha Nativa macaquinho colcci e Sapatilha Nativa vestido Colcci Sandália Nativa vestido amarelo Zara Itália vestido Cantão Entrevista 1981, quando moramos em Sintra, Glauber, eu e meus filhos. O material em super-8 desta nova viagem a Portugal, e também tem o material gravado em HDV, DV, 16 mm etc. A finalização do filme foi bastante complexa pela variedade de suportes. Poderia falar um pouco sobre o conceito de documentário de invenção? Paula. O documentário de invenção existe desde os primórdios do cinema, desde sua própria origem com os irmãos Lumière, e depois com autores tão extraordinários como Robert Flaherty, com seu belíssimo Nanouk, e Joris Ivens, com dois filmes fundamentais na linha documentário de invenção, que são A chuva e Ponte. Atualmente, temos o mestre Artazvad Pelechian e Chris Marker, e o próprio Godard, que continuam produzindo nessa linha criativa e reflexiva. E no Brasil, o Glauber é essencial com o Di [sobre o velório do pintor Di Cavalcanti, no MAM, Rio de Janeiro] e outros extraordinários documentários. Trata-se de uma vertente rica na história do cinema, e tenho uma afinidade e uma afetividade muito grande com esse tipo de cinema. Você questiona a vertente mercadológica, que domina o cinema atual. Por outro lado, no Brasil, os documentários vêm alcançando uma qualidade e densidade que supera de longe o cinema ficcional, mais atrelado ao mercado e mais chapa branca, com honrosas exceções, como a produção nordestina, sobretudo pernambucana (Karim Ainouz, Paulo Caldas, Lírio Ferreira Claudio Assis), e outros, como João Jardim. Como vê este cenário? Paula. O cinema brasileiro atual propõe uma variedade imensa de possibilidades estéticas e olhares diversos. É um momento para o documentário muito rico, com propostas muito radicais e belas como no caso de Cao Guimarães e Marília Rocha, Luccas Bambozzi, Eryk Rocha. Poderia falar sobre o projeto "Cinema que Pensa"? Paula. Partiu da necessidade de um encontro entre a filosofia e o cinema, dá vontade de re- fletir um pouco em torno da produção de idéias e conceitos que envolvem o devir cinema, uma abertura do pensamento. Não é pensar o cinema no que ele é, mas no que ele pode ser. Cinema que pensa é a própria filosofia. O "Cinema que Pensa" existe desde 2002, quando começei a realizar os debates no Castelinho do Flamengo. Tenho a última entrevista com Rogério Sganzella, que foi realizada num debate caloroso em que estavam presentes Ivana Bentes, Paulo Caldas e Claudio Assis. Depois prosseguiu com Juan Posada, filósofo, e se tornou um evento de filosofia e cinema O Eryk Rocha se integrou no ano seguinte. Nesse ano, lotou durante três dias o Odeon, e nos convidaram para realizar o evento no Festival de Cuba de 2007. Como é voltar a Glauber 25 anos depois? O que ficou neste tempo todo? O que se escondeu? O que se esqueceu? O que se revigorou? Paula. Glauber é um dos maiores artstas deste século. Falar a partir dele, refletindo sobre ele, é uma imensa inspiração para qualquer artista, para qualquer pessoa que ficou perto dele. Glauber é um artista contemporâneo, sua obra permanece como uma fonte de água cristalina, seu pensamento e fluxo permanente de idéias. Ele é eterno, belo, profundo... Não esqueci nada, ao contrário, nunca esteve tão presente e rico no meu imaginário esse universo glauberiano. "Glauber poeta alado, poeta do ar, dos murmúrios, da tempestade, revoluções..." Alguma vez pensou nessa importância? Ou, pelo contrário, acha que artisticamente a relação de vocês pouco influenciou o Glauber artista? Paula. Acho que o fato de eu ser artista visual foi certamente um fato importante para estabelecer esse diálogo criativo entre a gente. Realizei a direção de arte de A idade da terra [recém-restaurado e também exibido no Festival do Rio ], também vários cartazes e capas dos seus livros. Fiz em parceria com ele os desenhos que ilustram o roteiro de O nascimento dos deuses, publicado pela Rai italiana e inédito até hoje no Brasil. Os Doces Revolucionários Camila Lopes D epois de ter recebido o folheto com o teste, eu resolvi que iria ao C.O, Comedores Obsessivos. O teste do C.O ainda está bem fresco na minha memória porque foi extremamente perturbador: consistia em dez perguntas, para cinco afirmativas eu seria uma comedora compulsiva nível leve, acima disso dava moderado, e para sete "sins" ou mais eu pertenceria a um nível que eu nem quero falar o nome. Honestamente. As perguntas eram assim, mais ou menos. Antesqueeufosse-euseriaobrigadaafalar?Naverdade eu não ia falar nada, ia pedir pra ficar lá vendo e como seria a minha primeira vez eu gostaria de falar por último. E aí caía fora. "Ah..." você pode pensar, "sacanagem dela". Óbvio que é, faz parte da minha problemática toda ser desonesta. Antes então, resolvi relembrar o começo. O meu problema é com os doces. Só isso. Lembro até do dia em que eu percebi que algo estava errado: no ano de 1991 com dez anos virei compulsiva no dia em que haviamfeitomoussedemaracujáparaasobremesa. Eu comi um pouco da mousse, e mais um pouco e acabei com tudo. Foi aí, parece inverossímil, não? Inverossímil se dar conta de uma compulsão e inventar subterfúgios para conviver com ela. Todo vício é bom, todo viciado é em parte, muito feliz. Assim como eu fui feliz na Penha, aos sete anos, no alto grau que faz no subúrbio carioca em época de São Cosme e Damião, quando eu era transferida de Ipanema para a casa da tia, recolher os doces. A bem da verdade, a graça estava em juntar um grande número de doces oferecidos pelas donas de casa, doces revolucionários - devido à imposição do aspartame e nunca poder comer coxinha. Eu nunca, aos seis anos, tinha provado uma coxinha de galinha –ah...osdocesrevolucionários,vagabundos,deSão Cosme eDamião... Era"cocô derato","peito devéia", "pirú mole" e o indefectível doce de abóbora em formato de coração, provei todos em Setembro de 1987 na calçada da Rua do Couto, devidamente refugiada dos olhos da minha mãe; A junção dos doces com a sensaçãode liberdade, hoje eu vejo, foi o cerne da minha compulsão alimentar. Dentre outros episódios, inclusive um em que as amigas tentaram avisar que a minha mãe chegava para me buscar enquanto eu comia um sonho de creme, fui pega e fiquei de castigo pelo sonho. Não sou o ideal de beleza - falarei disso - aliás o Rio de Janeiro não passa de uma Los Angeles Sul- Americana, se você veste número 42, você é naturalmentegorda,vocênãopertenceaoRiodeJaneiro, vocêpodepertenceraumlugarondetenhammuitas barangas, mas você definitivamente não pode circularporIpanema.Outro dia,eue o meucorpodematrona italiana - lembrem do filme Amacord do Fellini - nosatrevemosa convidarumaamigaparair a praia nessa mesma Ipanema, ouvimos um conselho e uma negativa; "Claro amiga, emagrece que em Dezembro a gente estará lá". Nãopossodizerquefiqueichateada,porqueaamiga em questão tem mesmo é mingau no lugar do cérebro. Mas nessa história toda, o pior é ter o tal "rosto bonito" aí é que enche o saco, imaginem que eu, a comedora dos doces revolucionários, a matrona, a deusa sexual da bonança, tenho de ouvir essa resenha todo o dia; "Por que você não faz um regime? Tem um rostinho lindo". Nestas horas eu gostaria que os meus caninos fossem maiores, mas escuto tudo na maior parcimônia, as pessoas querem tirar a sua dignidade, não pode perder a linha. E o que os outros dizem quando a gorda tem um rosto feio? Nada, fica aquele eterno constrangimento submerso no selo "a garota mais legal que eu conheço". Quanto a mim, quer dizer, depois de todas essas minhas retrospectivas, adjuntas do tal teste que me deu o certificado "compulsiva nível barba, cabelo e bigode" estou – segundo o folheto – precisando de ajuda, urgente (pode rir). Agora eu vou lá ver qual é a dos Comedores Obsessivos, quero ouvir apenas e no final, brindarei a todos com um "tchau, eu tenho que ir". Compulsão é um dos princípios do vício – fora a felicidade transbordante – e a minha eu não vou compartilhar com ninguém. Tem que segurar a dignidade... Até o fim.