O lado verde e selvagem da Europa

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O lado verde e selvagem da Europa
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EUROPA EXÓTICA
O lado verde e selvagem da Europa
Com 60% de seu território tomado por florestas, o pequeno país reúne um preservado
passado medieval e paisagens que vão de montanhas alpinas a praias no Mar Adriático
O Lago Bled, nos Alpes Julianos, é a
paisagem mais conhecida da Eslovênia
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POR
E D UA R D O V E S S O N I
terra distante, verde e selvagem até parece cenário de alguma saga medieval.
Castelo encravado entre paredões rochosos que serviu de refúgio para um
cavaleiro fugitivo, cavernas escondidas que inspiraram Dante Alighieri em
trecho do clássico A Divina Comédia, salões naturais onde formações geológicas
pontiagudas repousam há 3 milhões de anos, uma igreja do século 17 construída em
uma ilha dentro de um lago de origem glacial e um recanto à beira-mar
que tem semelhanças com Veneza. A Eslovênia consegue reunir em um mesmo território
uma variedade geográfica impensável para um país com modestos 20 mil km² de área.
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EDUARDO VESSONI
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Parece pouco, mas essas pequenas dimensões guardam cenários alpinos, vilarejos mediterrâneos, vales e planícies que se
estendem aos países balcânicos
vizinhos. Os eslovenos se orgulham
de viver num lugar em que é possível sentir o frescor da neve dos
Alpes e a brisa marinha do Adriático. E o que se sente e o que se vê
naquelas terras são capazes de fazer
qualquer viajante esquecer a fama
e as facilidades de outros destinos
europeus mais badalados.
Liubliana quase não convence
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que é uma capital. Em poucos minutos de caminhada já é possível
sentir o clima de interior desta
urbe de menos de 300 mil habitantes bem no centro do país. A
cidade é compacta e dois dias bem
aproveitados são suficientes para
conhecer e se apaixonar por ela.
CIDADE DO DRAGÃO
Dividida pelo Rio Liublianica,
a capital eslovena é marcada pelas
várias pontes que recortam o setor
histórico, como a Tromostovje
(Ponte Tripla), três pontes paralelas
VIAJE MAIS
entre a Praça Preserem e o Centro
Velho; a Zmajski Most (Ponte do
Dragão), construção de 1900 que
guarda estátuas de dragão, o
símbolo da cidade; e a mais recente
Mesarski Most (Ponte do Açougueiro), que tem parte do chão de
vidro e é decorada com esculturas.
Por lá dizem que a Europa se
encontra em Liubliana. Basta
apontar os olhos para qualquer
esquina para ver uma sequência
de construções erguidas em estilos
medieval, barroco e, a partir da
virada do século 20, art noveau,
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que deu à cidade ares arquitetônicos inovadores.
O Mercado Central, uma das
principais atrações locais, foi
erguido na década de 1940 com
colunas na fachada que remetem
ao passado romano da cidade.
Atualmente, é um agitado ponto
gastronômico que atrai moradores e turistas ao redor de mesas e
balcões ao ar livre.
Do lado de fora, um colorido
comércio de verduras, frutas e suvenires, de segunda a sábado,
movimenta ruas antigas que cos-
tumam silenciar-se logo após o pôr
do sol. Eis o ponto mais pulsante
de Liubliana, pois dali para a frente
a cidade volta ao ritmo de uma capital que preserva clima de interior.
Outra visita a ser feita é ao
Castelo de Liubliana, construção
medieval com prováveis origens
no século 90, embora as estruturas
atuais sejam remanescentes dos
séculos 16 e 17, quando o local
funcionou como fortaleza e prisão. Situado sobre uma colina com
vista panorâmica do centro histórico, o castelo pode ser alcançaVIAJE MAIS
O Mercado Central (na pág. ao
lado) é um centro gastronômico
de Liubliana, a capital, cortada
pelo Rio Liublianica (acima)
do em uma viagem rápida a bordo
de um funicular que sobe quase
70 metros. No alto, é possível visitar a torre de pedra, de 1845, o
museu dedicado à história da
Eslovênia e antigas salas. De resto,
o melhor roteiro é perder-se pelas
estreitas ruas de pedras da cidade
e descobrir qual próxima surpresa
histórica irá aparecer.
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EUROPA EXÓTICA Eslovênia
ALPES JULIANOS
Se cada cidade da Eslovênia
transporta o visitante para um
passado distante, as estradas com
limite de velocidade que chega a
130 km/h não levam ninguém para
muito longe. Nenhum destino é
distante nesta nação com 248 km
de leste a oeste, cujos deslocamentos de carro não ultrapassam duas
horas de viagem, como ao extremo
nordeste, fronteira com a Hungria.
A apenas 57 km da capital,
Bled é um dos cartões-postais
mais famosos do país. É neste
destino dos Alpes Julianos, região
do norte com nome que homenageia o imperador Júlio César, por
ali ter fundado uma cidade em 57
a.C., que está a igreja barroca
erguida em uma ilha situada no
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meio do Lago Bled.
O pequeno município com
apenas 8 mil habitantes, que
chega a dobrar durante o verão,
ficou famoso pelo centro de cura
criado por um médico cujo tratamento incluía caminhadas de até
cinco horas ao nascer do dia,
banhos nas águas termais do lago
com propriedades terapêuticas e
uma rigorosa dieta vegetariana.
Reconstruída diversas vezes
devido à ação de terremotos, a
versão atual da Igreja da Assumpção é do século 17, cujo acesso se
dá a partir de um breve deslocamento em pequenas embarcações
de madeira conhecidas como
pletna, um silencioso barco de
madeira que cruza as águas do
lago até o início da escadaria de
VIAJE MAIS
pedras com 99 degraus. O sino
do século 15 é um ícone local,
pois, embora tenha testemunhado
diversas reformas após terremotos
e até destruição provocada por
um raio, ainda protagoniza uma
lenda que diz que quem tocá-lo
terá o desejo realizado.
CASTELO QUE ENCANTA
Da única ilha em todo o país é
possível avistar outro marco: o
Castelo de Bled, situado sobre uma
colina a 130 metros do lago e
considerado o mais antigo da
Eslovênia. A primeira menção que
se faz a uma construção no mesmo
local data dos primeiros anos do
século 11, quando havia apenas
algumas torres românicas que, ao
longo dos anos, foram ganhando
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O Castelo de Bled foi erguido
sobre um paredão de pedra a
130 metros das margens do lago
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EUROPA EXÓTICA Eslovênia
A Igreja da Assumpção ocupa uma pequena ilha no Lago Bled e foi reconstruída várias vezes; a sua versão atual é do século 17
novas construções, como outras
torres, fortificações e arcos góticos.
Embora não tenha sido casa
de reis ou rainhas, o castelo preservou ao longo dos séculos o ar
imponente, sobretudo por conta
da administração que esteve sob
cuidados de padres e bispos.
Atualmente, um museu funciona
em antigas salas com exposição
permanente sobre a história da
região e objetos de época.
Porém, é quase impossível
prestar atenção em detalhes históricos. O efeito visual causado
por aquela construção quase
milenar e imponente, que parece
flutuar sobre a cidade, é capaz de
encantar qualquer viajante que,
em dias de céu claro, ainda con162
segue ver a cadeia montanhosa
de Karavanka, na fronteira com
a Áustria. Dali de cima fica mais
fácil entender por que o castelo
é a segunda atração mais visitada
na Eslovênia.
JOIA MEDIEVAL
A vizinha Radovljica, a cerca
de 7 km de distância de Bled,
também causa encantamento. A
Praça Linhart, no centro do povoado, abriga construções como
a Sivec House, considerada um
dos melhores exemplos arquitetônicos do período medieval na
Eslovênia; uma antiga taverna do
século 15, onde padres vendiam
vinhos após a missa em um espaço
de dimensões claustrofóbicas,
VIAJE MAIS
decorado com desenhos nas paredes feitos com a própria bebida;
e a Capela de Edith Stein, bunker
da Segunda Guerra transformado
em capela em homenagem a essa
mulher de origem judaica que se
converteu ao catolicismo e se
tornou freira.
A pequena Radovljica abriga
também um restaurante que
funciona há quase dois séculos
em uma construção de mais de
500 anos. É no porão da Casa
Lectar que funciona o simpático
Museu do Pão de Gengibre, espaço cenográfico dedicado ao doce
local feito com especiarias e enfeitado com uma cuidadosa decoração, que transformou o produto
em suvenir não consumido. No
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Eslovena em trajes do período medieval
(ao lado) produz o típico pão de gengibre,
em um restaurante de Radovljica,
que tem quase 200 anos (abaixo)
passado, o pão era comercializado
para presentear a pessoa amada
– daí o hábito de fazê-lo em forma
de coração –, enfeitado com um
espelho ou dado de brinquedo
para as crianças.
A cenografia do museu inclui
a simulação de uma antiga casa
medieval, na qual mulheres com
trajes típicos demonstram diversas
etapas de preparação do produto
e chegam a produzir, diariamente,
cem unidades cada uma.
Radovljica é conhecida também
pela apicultura, o que deu à cidade
um simpático museu dedicado ao
assunto, onde é possível conhecer
métodos artesanais de produção
de mel e a fama de produtos regionais, como o licor de mel.
A alta temporada local é bem
marcada e tem início após a Páscoa
e termina no final de outubro. Nos
outros meses do ano, o destino é
um cenário de ares serenos cujo
único movimento é o de alguns
raros viajantes interessados em sua
arquitetura particular.
SHOW DA NATUREZA
FOTOS: EDUARDO VESSONI
A Eslovênia reserva algo especial
além de belas construções antigas:
a natureza. Com quase 60% do
território ocupado por matas, é
considerada a segunda nação europeia com a maior área florestal.
O orgulho natural é o Parque Nacional Triglav, um dos mais antigos
da Europa e o único do país. Criado
em 1906 ao redor da região dos
lagos de Triglav e ampliado em
1981, o parque ocupa hoje todo o
território dos Alpes Julianos, região
com 880 km² de extensão.
Nem a construção de uma estação de esqui, em Bohinj, conVIAJE MAIS
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As águas do Rio Mostnica que cortam um cânion formando gargantas são uma das atrações do Parque Nacional Triglav
seguiu alterar o lado selvagem da
região. O centro de entretimento
Vogel, no interior do parque,
parece ser a única marca de civilização naquelas terras. O local pode ser acessado por um teleférico,
que sobe a 1.537 metros e de onde
se tem uma das vistas panorâmicas
mais impactantes do Lago Bohinj,
de origem glacial, e da montanha
Triglav, cujos 2.864 metros marcam
o ponto mais alto do país.
Um dos destinos mais populares, e ainda assim com um elevado
nível de preservação e isolamento,
é a Cachoeira Savica, duas quedas-d’água com 25 e 51 metros
de altura cada uma. A caminhada
de 25 minutos até o local exige
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preparo físico para encarar as centenas de degraus esculpidos em
pedra e, por questões de segurança, o atrativo se encontra
isolado por um portão. Contudo,
do alto de um mirante coberto,
tem-se um exemplo da importância que aquelas águas de origem glacial exercem sobre o território exageradamente verde.
Os mais aventureiros preferem
as diversas trilhas que começam às
margens do Rio Mostnica, no Vale
de Voje. Com opções que variam
de pequenos deslocamentos a até
sete horas de caminhada, a região
abriga atrações como gargantas
com até 20 metros de altura,
curiosas rochas esculpidas por esse
VIAJE MAIS
rio de águas geladas, com temperaturas que nunca ultrapassam os 10
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C, e uma coleção de belas pontes
que vão cortando o leito agitado
que rasga o cânion.
O parque preserva áreas ainda
mais isoladas, como Tolmin, município que também serve como
porta de entrada para o parque
nacional. O cenário selvagem,
que mais parece a descrição de
algum conto surreal, abriga as
Gargantas de Tolmin, declaradas
o ponto mais baixo e mais ao sul
do Parque Nacional Triglav, e
águas termais que chegam a atingir temperaturas superiores a
20 0C, ainda que as águas do Rio
Tolminka variem entre 5 e 9 0C.
EDUARDO VESSONI
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Passarelas naturais beiram o Rio Tolminka e levam os visitantes para dentro do Cânion Zadlascica, em área mais isolada do parque
A Caverna Zadlaska, no Parque NacioNal
Triglav, teria inspirado o escritor DaNTe
alighieri a rascunhar o capítulo Inferno de seu
poema épico e clássico a DiviNa coméDia
O excesso de umidade e o
clima quente mediterrâneo garantem a proliferação de uma variada
vegetação, a qual forma um tapete
verde que cresce sobre o terreno
rochoso, como a Medvedova
Glava, rocha em forma de cabeça
de urso que se encontra presa em
um ponto mais estreito do Cânion
Zadlascica. Embora irregular e
com alguns trechos escorregadios,
o local abriga passarelas naturais
que beiram o Tolminka e servem
de passagem para os visitantes.
Esse cenário de paisagens sublimes e poéticas serviram até
para Dante Alighieri escrever uma
das obras mais importantes da
literatura mundial. Divulga-se por
lá que a Caverna Zadlaska, coVIAJE MAIS
nhecida também como Caverna
de Dante, foi inspiração para o
escritor italiano rascunhar o capítulo “Inferno” do poema épico
A Divina Comédia, durante uma
visita à região a convite do patriarca Pagano della Torre. Aberto
apenas para os mais arrojados e
acompanhados de guias especializados, o complexo de corredores
subterrâneos possui 1.140 metros
de extensão e mais de 40 metros
de profundidade, onde se es condem três salões principais.
CASTELO NA ROCHA
A Eslovênia parece ter talento
para reunir cenários antagônicos a
tão poucos quilômetros de dis165
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EUROPA EXÓTICA
Eslovênia
O Castelo de Predjama, em Postojna, foi construído a partir do século 12 colado a uma imensa fenda na rocha
tância. Em Postojna, o Castelo de
Predjama é uma das visões mais
marcantes do país. Encravado em
uma imensa rocha, é um exemplar
bem preservado da engenharia do
período medieval.
Acredita-se que o primeiro castelo ali construído date do século
12, mas a versão histórica mais
difundida é da segunda metade do
século 13, quando o bravo cavaleiro Erasmo de Predjama se refugiou
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naquela construção ainda por terminar para fugir da ordem de decapitação dada pelo rei húngaro
Matija Korvin, que tivera um parente assassinado por ele. Vivendo
de forma rústica e isolada, o fugitivo pensava ter encontrado um
lugar seguro para evitar a sentença.
Mas foi vítima de suas próprias
pegadas deixadas na neve. Foi
capturado e morto em 1484.
O interior com várias salas
VIAJE MAIS
simples e as rochas esculpidas pela
ação da erosão e do constante gotejamento pouco impressionam os
visitantes diante da monumentalidade do castelo, que parece
colado em uma imensa fenda rochosa. O formato atual é de 1570
e a última restauração ocorreu em
1990. A visita inclui a ponte levadiça de acesso, o pátio onde se
guardavam os cavalos, o oratório,
quartos, a sala de príncipes usada
FOTOS: EDUARDO VESSONI
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A Caverna de Postojna tem 20 km de vias em seu interior e é a maior atração do país
como área de segurança no final
do século 19 e a galeria situada no
interior da rocha, que serviu como
refúgio para Erasmo, de onde uma
janela propiciada por um corte natural lhe garantia vistas estratégicas
do lado de fora. É o ponto máximo
do passeio pelo interior do castelo.
Sob aquele penhasco de 123
metros de altura, um mundo paralelo corre silencioso. O castelocaverna, como é conhecido na
Eslovênia, abriga uma rede de
galerias subterrâneas interligadas
com 13 km de extensão. Usada
por Erasmo como caminho seguro para saídas, a área tem vestígios
de presença humana do período
da Idade da Pedra.
INVASÃO DAS CAVERNAS
Já que a regra é surpreender,
a próxima parada fica a 9 km do
castelo. É a atração mais visitada
VIAJE MAIS
da Eslovênia. Conhecido como
Caverna de Postojna, o local abriga 20 km de vias secas e alagadas
formadas por impressionantes
salões com formações naturais de
desenhos particulares.
A vista daquele mundo subterrâneo esculpido em rochas calcárias há mais de 3 milhões de anos
inclui um passeio de trem, que
percorre 2 km de caverna, cortando salas decoradas com
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A pequena Piran fica em uma península banhada pelo Mar Adriático, na fronteira com a Itália, e é chamada de Veneza eslovena
formações típicas de grutas, como
estalactites, estalagmites e cortinas. Depois, os visitantes seguem
caminhando por mais 1 km.
O que se vê é uma sucessão de
cenários que, por muito pouco,
não fazem os visitantes pensarem
que aquilo é irreal e que se trata
de cenografia de cinema.
Com temperatura natural de
10 0C e uma escuridão quebrada
apenas pela iluminação artificial
que destaca os desenhos mais
impressionantes, o ambiente guarda blocos que despencaram do
teto há milhões de anos, estalactites em forma de espaguete que
formam a Galeria dos Órgãos de
Tubos, salão com 3 mil m² com
capacidade para abrigar até dez
mil pessoas e propriedade de
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ressonância que faz com que um
eco dure seis segundos.
Infelizmente, a fama do local
acarretou também na massificação da atração e, atualmente, uma
enxurrada de visitantes lota os
tours guiados, única maneira
permitida para conhecer as cavernas – os grupos chegam a ter
cem pessoas sob os cuidados de
apenas um guia.
Em alguns momentos do passeio, tem-se a impressão de estar
em algum parque de diversão
lotado de adolescentes animados
e falantes que não combinam com
aquela geografia silenciosa sob a
terra. Para fugir do incômodo,
procure acompanhar os grupos
em outros idiomas menos procurados por visitantes, como franVIAJE MAIS
cês, alemão ou italiano.
Se o inglês for a sua única opção, permaneça no final do grupo
para evitar a massa de turistas e o
excesso de falta de humor com o
qual alguns guias costumam receber aquela onda de gente que
desembarca na caverna mais visitada da Europa.
PEQUENO GRANDE PAÍS
Bastam alguns dias em território esloveno para o viajante se dar
conta de que tamanho não é documento. É constante a sensação
de ter deixado algo para trás. Na
geografia deste pequeno país ainda
cabe Piran, península banhada
pelas águas do Mar Adriático
considerada a Veneza da Eslovênia
– não somente pela proximidade

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