ESTUDO SOBRE A ofErTa nO BraSil

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ESTUDO SOBRE A ofErTa nO BraSil
ESTUDO SOBRE A oferta no Brasil
ESTUDO SOBRE A oferta no Brasil
7 Introdução
9 Metodologia
Madeira Certificada FSC
11 Resultados
Estudo sobre a oferta no Brasil
Organização e textos
12 Cenário de florestas plantadas
Mayte Benicio Rizek
Fabíola Marone Zerbini
Mariana Bouza Cabarcos Chaubet
Edição e revisão de textos
15 Histórico, dificuldades e tendências das
florestas plantadas certificadas
Beatriz Limberger
Projeto gráfico
Monique Schenkels
ISBN
978-85-66565-00-3
18 Produção, destino e consumo da madeira
plantada certificada
22 Mapeamento da produção madeireira em
florestas plantadas certificadas por espécie
comercializada
25 Cenário de florestas nativas
26 Histórico, dificuldades e tendências das
florestas nativas com certificação FSC
29 Produção, destino e consumo da madeira
nativa certificada
34 Discussão e considerações finais
2012 ano base 2011
introdução
A certificação FSC - sigla em inglês para Forest Stewardship Council,
ou Conselho de Manejo Florestal, em português – é um sistema de garantia que identifica, através de sua logomarca, produtos originados
de um bom manejo florestal. O FSC é hoje o selo verde mais reconhecido em
todo o mundo, com presença em mais de 75 países e todos os continentes. O
manejo florestal proposto pelo selo FSC visa compatibilizar diversos interesses voltados à produção florestal, como interesses econômicos do setor produtivo, preocupações de movimentos ambientalistas e movimentos sociais
de trabalhadores e comunidades florestais envolvidos na comercialização.
Essa certificação abrange a comercialização de qualquer produto de origem
florestal – produtos madeireiros, celulose e papel e produtos não madeireiros
– em qualquer tipo de floresta no mundo, como florestas tropicais, boreais,
temperadas, savanas, etc., podendo ser floresta natural ou plantação florestal.
O processo de certificação é uma iniciativa voluntária dos proprietários
ou responsáveis por áreas florestais que solicitam os serviços da certificadora para atestar que sua exploração realiza o manejo florestal correto, garantindo também os direitos de trabalhadores e comunidades envolvidos na
comercialização dos produtos.
Para definir os princípios e critérios do bom manejo, o FSC possui um sistema global no qual a tomada de decisões envolve negociação entre representantes de diferentes setores envolvidos na atividade, dentre eles, representantes de empresas compradoras e produtoras, grupos de consumidores finais
e organismos certificadores compõem a câmara econômica. Organizações
não governamentais, instituições técnicas e grupos acadêmicos defendem os
interesses da câmara ambiental. E movimentos sociais, sindicatos e confederações de trabalhadores, assim como organizações não governamentais e
grupos acadêmicos preocupados com a proteção dos direitos de comunidades e trabalhadores florestais representam a câmara social. No âmbito do
FSC internacional cada câmara é subdivida entre representantes de países
do hemisfério Sul e Norte, sendo que são responsáveis por negociar e aprovar os rumos do sistema através das assembleias anuais e das inúmeras
consultas públicas em torno dos princípios, critérios, programas e projetos para a promoção, reconhecimento e defesa do bom manejo florestal.
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Princípios e critérios
Os Princípios e Critérios do FSC foram originalmente publicados em novembro de 1994, alterados em 1996, 1999 e 2001. A mais nova versão é
resultado de uma análise e revisão abrangente dos Princípios e Critérios,
que começou em janeiro de 2009 e foi concluída em 31 de Janeiro de 2012.
O documento foi desenvolvido e revisto de acordo com o FSC-PRO-01-001
V2-0 - Desenvolvimento e Aprovação das Normais Internacionais Socioambientais do FSC.
Por nunca ter sido global e consistentemente revisto desde sua publicação, fez-se necessária uma reavaliação completa do seu conteúdo. Tal revisão torna-se ainda mais legítima, uma vez que reflete de forma muito mais
abrangente a realidade do Manejo Florestal no mundo, pois ocorreu após
muitas experiências vivenciadas em campo, a realização de cinco Assembleias Gerais do FSC Internacional, diversas mudanças em políticas, notas
explanatórias e interpretações.
Seguem, abaixo, os novos princípios e critérios revisados:
Princípio 1: Cumprimento das Leis
Princípio 2: Direitos dos Trabalhadores e Condições de Trabalho
Princípio 3: Direitos dos Povos Indígenas
Princípio 4: Relações com a Comunidade
Princípio 5: Benefícios da Floresta
Princípio 6: Valores e Impactos Ambientais
Princípio 7: Plano de Manejo
Princípio 8: Monitoramento e Avaliação
Princípio 9: Altos Valores de Conservação
Princípio 10: Implementação das Atividades de Gestão
Os princípios do FSC são propositalmente genéricos e através dos escritórios nacionais como o FSC Brasil, cada país elabora padrões próprios,
adequando as normas internacionais às especificidades locais. Tais escritórios são geralmente formados a partir de uma estrutura de governança
semelhante à internacional, contando com um conselho de diretores composto por representantes da câmara econômica, câmara ambiental e câmara social, além da equipe operacional que conduz as atividades diárias da
organização no país.
As discussões a respeito da criação da iniciativa brasileira se iniciaram em
1996, formalizando-se em 2001 através do Conselho Brasileiro de Manejo
Florestal. Atualmente sediado em São Paulo – SP, o FSC Brasil é uma organização não governamental reconhecida como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e com cadastro no CNEA (Cadastro Nacional
de Entidades Ambientalistas). Com a missão de difundir e facilitar o manejo
das florestas brasileiras que conciliam as salvaguardas ecológicas com os
benefícios sociais e a viabilidade econômica.
A estruturação do FSC Brasil trouxe expectativas de crescimento do setor produtivo florestal cerificado. De fato em 2005, estudo do IMAFLORA
concluiu que a área certificada pelo FSC no Brasil estava em cerca de três
milhões de hectares, o que colocava o país na quinta posição mundial, atrás
de Suécia, Polônia, Estados Unidos e Canadá (IMAFLORA, 2005). Em dezembro 2011 – data base da presente pesquisa -, as áreas certificadas no Brasil
representaram um total de 6.102.843,02 hectares, o que corresponde a um
aumento de cerca de 50% em seis anos.
Neste contexto, o conselho do FSC identificou a necessidade de atualizar
os dados relacionados à quantidade, qualidade e alcance territorial da
oferta de madeira certificada pelo FSC no Brasil. A partir dos resultados
deste estudo, o conselho da organização deverá fundamentar pontos de
recomendação para estratégias de fomento à oferta da boa madeira, que
atue tanto no campo governamental quanto de promoção e acesso ao
mercado. Este estudo, portanto, pretende mapear a produção florestal
certificada no Brasil, bem como estimar a disponibilidade de madeira
certificada para consumo no mercado interno brasileiro.
METODOLOGIA
Para mapear a oferta de madeira certificada disponível no mercado brasileiro este estudo entrou em contato com os responsáveis por todas as
unidades de manejo florestal madeireiro com certificados FSC válidos até a
data de 27/12/2011 1 . A coleta de dados foi realizada em parceria entre o FSC
Brasil e o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola - Imaflora,
sendo que o FSC Brasil ficou responsável pela coleta junto aos responsáveis
por unidade de manejo em florestas plantadas e o Imaflora pelas áreas de
floresta nativa amazônica.
Para mapear a produção florestal nas unidades de manejo em áreas
plantadas, o FSC Brasil enviou questionários a partir de e-mails personalizados, contendo informações sobre a área certificada e solicitando colabora1 Base de dados oficiais do FSC Internacional, atualizada mês a mês pelo FSC Brasil.
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ção para com a pesquisa que visa incrementar o consumo de madeira certificada no mercado nacional 2 . O e-mail foi reenviado uma vez por semana,
ao longo de quatro semanas. Após cerca de um mês de coleta de dados, foi
realizado contato telefônico com aqueles que não responderam a pesquisa
explicando os objetivos do estudo e enfatizando a importância da colaboração de todos. O envio e o recebimento de questionários respondidos iniciaram-se em 28 de novembro de 2011 3 e a coleta de dados encerrou-se no dia
31 de janeiro de 2012. Em maio de 2012, durante a fase da análise dos dados,
foram novamente enviados e-mails personalizados para algumas unidades
de manejo com maior expressividade no setor madeireiro.
O questionário 4 enviado foi elaborado para coletar informações sobre
I. Histórico e tendências da produção florestal brasileira certificada pelo FSC,
II. Conflitos e dificuldades da madeira certificada no mercado nacional e
III. Produção, destino e consumo de madeira certificada no Brasil. As informações dos questionários respondidos foram organizadas em uma matriz
incluindo todas as unidades de manejo florestal que participaram da pesquisa. A partir desta matriz foram avaliados dados como ano de certificação,
área certificada em hectares, motivo por optar pela certificação, dificuldades com o processo de certificação, propostas para incremento da certificação florestal no Brasil, tipo de espécie plantada, produção mensal e anual,
porcentagem comercializada para o mercado interno e externo, produtos
comercializados, local de destino e segmento e uso final dos produtos madeireiros comercializados a partir daquela área certificada.
O Estudo de Mercado de Produtos Madeireiros Tropicais Certificados FSC
no Brasil, realizado pelo Imaflora, contatou os responsáveis pelas unidades
de manejo florestal certificadas pelo FSC e localizadas em áreas de floresta nativa amazônica. No caso, foram realizadas entrevistas telefônicas com
agendamento prévio e a partir da aplicação de questionário com perguntas
semi-estruturadas. O roteiro de entrevista aplicado para os responsáveis de
áreas de florestas nativas é semelhante ao questionário voltado para as áreas plantadas, porém com algumas adaptações de acordo com a realidade
distinta entre florestas plantadas e nativas. Dentre as adaptações se destaca
o fato de florestas nativas produzirem uma diversidade maior de espécies
madeireiras, motivo pelo qual, neste caso, a produtividade não foi medida
por espécie, mas incluindo todas as espécies comercializadas por cada unidade de manejo florestal.
2 e 4 para maiores infos sobre a metodologia, entrar em contato com FSC no site br.fsc.org
3 Iniciamos a coleta de dados a partir da base de dados de novembro de 2011, atualizando os
contatos e áreas para 27/12/2011 na segunda etapa de coleta.
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RESULTADOS
Até 27/12/2011, o universo de florestas certificadas por manejo florestal
no Brasil correspondia a uma área 6.102.843,02 hectares distribuídos em
58 unidades de manejo florestal em áreas plantadas, (i.e. 3.483.047,62 ha),
e 18 em áreas de manejo de floresta nativa amazônica (i.e. 2.814.200,19 ha).
Em termos de área, significa que 54% da área certificada pelo FSC encontra-se em áreas de florestas plantadas. Quando comparada à área destas unidades de manejo florestal, embora não tenham sido verificadas diferenças
estatísticas entre os grupos de dados, nota-se que as unidades de florestas
plantadas têm tendência a possuir menor área do que as florestas nativas
(T= -1,20; p= 0,23).
Deste universo há um total de 1.565.563,00 ha (26%) de florestas
certificadas pelo FSC que comercializa somente produtos florestais não
madeireiros. Considerando que o objetivo deste estudo é medir e qualificar a
oferta de madeira certificada disponível para consumo no mercado nacional,
estas unidades serão excluídas do universo da pesquisa. Partindo deste
recorte, 72% da área certificada pelo FSC por bom manejo florestal está
localizada em 57 plantações florestais, restando 1.248.706,19 de hectares de
florestas nativas certificadas pelo FSC.
Universo de florestas que produzem madeira certificada pelo FSC
Unidades de manejo
florestal (UMF)
Área (ha)
Florestas plantadas
57
3.482.978,62
Floresta nativa
amazônica
16
1.248.706,19
Universo Total
73
4.731.684,81
72%
florestas
plantadas
28%
floresta nativa amazônica
Em termos de distribuição geográfica nota-se uma predominância de
plantações certificadas pelo FSC nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil, enquanto as nativas encontram-se, exclusivamente, na Região Norte. (veja
mapa na próxima página)
11
roraima
amapá
amazonas
pará
maranhão
ceará
rio grande do norte
acre
paraíba
piauí
pernambuco
rondônia
alagoas
mato grosso
sergipe
bahia
minas gerais
mato grosso
do sul
umf plantadas
espírito santo
rio de janeiro
são paulo
paraná
umf nativas
santa catarina
rio grande
do sul
Partindo deste cenário de 57 unidades de manejo florestal em áreas
plantadas, a coleta de dados obteve 38 respostas, o que determina uma
amostra de 67% das unidades plantadas com manejo certificado pelo FSC.
Em termos de área, tais 38 UMFs representam 84% do total certificado,
indicando uma menor taxa de resposta para as UMFs menores em relação
às maiores. Considerando as 16 áreas de floresta nativa certificadas, a coleta
atingiu uma amostra de 14 respostas, correspondente a 87,5% do total. Em
termos de área, essa amostra representa 93%. Para estimar a produtividade
do total de produtores de madeira nativa certificada pelo FSC, foi realizada
uma estimativa considerando a área das duas unidades de manejo não
respondentes.
Devido às especificidades da produção madeireira em florestas nativas
da Amazônia e em áreas de plantações florestais, para mapear a oferta de
madeira certificada no Brasil os resultados deste estudo foram sistematizados
e serão apresentados separadamente.
Cenário de Florestas Plantadas
As unidades de manejo florestal em áreas plantadas ocorrem em maior
quantidade no estado de São Paulo, que concentra 18% deste tipo de floresta, distribuído em nove unidades de manejo florestal. O segundo Estado
em área de manejo de florestas plantadas é Minas Gerais, com uma área
próxima ao total de São Paulo, mas distribuída em sete unidades de manejo.
Paraná, Pará e Bahia possuem cerca de 10% do total de florestas plantadas
12
13
certificadas pelo FSC cada um, seguidos de Santa Catarina, Mato Grosso do
Sul, Amapá, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Acre, que possui a menor área
de floresta plantada certificada.
UF
UMF
Área (ha)
sp
09
630.907,16
MG
07
613.563,42
PR
07
466.798,91
PA
01
427.736,00
BA
10
400.039,16
SC
13
348.876,34
MS
01
203.659,00
AP
01
194.404,79
RS
06
131.815,85
MT
01
63.839,99
AC
01
1.338,00
TOTAL
57
3.482.978,62
Distribuição regional das florestas plantadas que comercializam madeira
certificadas – Por área (ha)
PA
12%
SC
BA
10%
11%
MS 06%
MG
18%
SP
18%
Mais de 60% do total de florestas plantadas certificadas pelo FSC estão
localizadas nas Regiões Sudeste e Sul do país. Além dos quase 20% concentrados na Região Norte, restam 11% deste tipo de floresta certificada
na Região Nordeste do país, e apenas dois pontos percentuais na Região
Centro-Oeste.
14
18% Norte
33% Sul
11% Nordeste
2% Centro Oeste
28% Sudeste
A área média das florestas plantadas que responderam a pesquisa é de
91.766,93 ha, mas os valores por unidade de manejo apresentam uma variação entre 165,52 e 427.736,00 ha, apresentando, assim, um alto desvio
padrão dos dados em relação à sua média (Desvio padrão: 125.317,38). As
unidades de manejo de florestas plantadas que compõem a amostra desse
estudo podem ser consultadas no anexo I.
Histórico, dificuldades e tendências
das florestas plantadas certificadas
Com relação ao tempo de certificação, as unidades de manejo florestal
apresentam uma média de 5,7 anos de certificação FSC, sendo que a maior
porção (34%) possui certificação há um período entre 5 e 10 anos, seguido
de unidades com menos de 2 anos de certificação (31%) e 22% que obteve
a certificação entre 2 e 05 anos atrás. Vale destacar que 13% das unidades
de manejo florestal amostradas são certificadas pelo manejo florestal FSC
há mais de 10 anos.
AP 06%
RS 04%
MT + AC 02%
PR
13%
Distribuição regional das florestas plantadas certificadas – Por área (ha)
Tempo de certificação FSC por unidade de manejo florestal
2 ≤ 5 anos
22%
≤ 2 anos
31%
5 ≤ 10 anos
34%
Mais de 10 anos
13%
É notável, portanto, uma tendência recente na busca pela certificação
FSC dentre gestores de florestas plantadas, conclusão obtida na medida em
que 31% das unidades de manejo obteve a certificação há um período igual
ou menor que 2 anos. A maioria dos responsáveis pelas áreas plantadas certificadas pelo FSC declarou ter optado pela certificação por exigência do
15
mercado (56%). Em seguida e com valores próximos foram citadas a busca
por agregar valor ao seu produto (16%) e a diferenciação frente ao consumidor (15%).
Por que a empresa optou pela certificação?
4%
Exigência do mercado
9%
15%
Agregar valor ao produto
16%
Diferenciação frente ao mercado consumidor
Faz parte da política da empresa
56%
Outros
Quando indagados sobre as vantagens de possuir a certificação FSC, a
maioria (52%) alegou a abertura de mercado, seguido de marketing indireto
(26%). Somente 13% alegaram que agregação de valor ao produto é uma
vantagem da certificação, o que demonstra que na maioria dos casos, o preço
final do produto certificado não é superior ao de um produto sem certificação.
A informação relacionada ao custo do gráfico acima se complementa no
gráfico abaixo, em que 86% dos respondentes afirmam que o preço final
do produto certificado não compensa todos os custos sociais e ambientais
do processo produtivo. Estes dados confirmam a hipótese de que os custos
oriundos do bom manejo florestal nem sempre são absorvidos pelo mercado, gerando uma sobrecarga aos produtores certificados, que mesmo que
compensados pela abertura e solidez de mercado, não conseguem repassar
esses custos ao preço final do produto. No campo referente às propostas
para incremento do preço houve ao todo 24 sugestões, sendo que a ampla
maioria citou a necessidade de ações e campanhas de divulgação das vantagens da realização do bom manejo para o desenvolvimento do mercado
consumidor final. Além disso, foi citado a coibição da ilegalidade no setor
madeireiro e a desmistificação com relação ao uso de florestas plantadas
como atividade predatória.
Preço final sustenta os custos da certificação?
Não
86%
Sim
14%
Vantagens da certificação FSC por manejo florestal
9%
Abertura de mercado
13%
Marketing indireto
52%
Agregação de valor ao produto
26%
Nenhuma
Com relação às desvantagens da certificação, 54% apontou o maior
custo de processo do produto final certificado em relação ao convencional,
13% a falta de incentivo governamental para com o mercado de certificação
florestal, e 27% apontou não haver nenhum desvantagem na certificação.
Desvantagens da certificação FSC por manejo florestal
Custos do processo de certificação
28%
58%
14%
16
Falta de incentivo governamental
Nenhuma
Quando indagados sobre os conflitos que impedem que a certificação
seja mais expressiva no setor florestal brasileiro, a maior porção das
respostas indica a existência de conflitos ambientais (46%), caracterizados,
principalmente, pela burocracia em relação ao processo de licenciamento
ambiental, o desconhecimento do selo FSC e a proibição do uso de produtos
químicos no manejo de pragas. Além disso, 32% citaram conflitos sociais
como a percepção de o empreendedor ter que assumir responsabilidades
do poder público e o fato de empresas de pequeno porte não conseguirem
arcar com os custos da certificação. Uma menor parte dos entrevistados
citou conflitos institucionais, apontando que o arcabouço legal é complexo
devido à falta de regulamentação para a certificação e dificuldades com a
legalidade das terras no Brasil.
Apesar da dificuldade de incluir os custos da certificação no preço da
madeira e dos conflitos institucionais, sociais e ambientais mencionados, a
maioria das unidades de manejo declarou interesse em ampliar sua área
certificada (67%). As principais justificativas apresentadas por quem tem
intenção de ampliar a área certificada centraram-se no fato de a certificação
ser uma tendência do mercado internacional e, por isso, criar oportunidades
de novos investimentos.
17
As justificativas apresentadas por quem declarou intenção de manutenção
da área atualmente certificada (26%) foi insegurança jurídica em relação
à certificação, altos custos com o processo e falta de oportunidade de
ampliação da área de manejo florestal (e, consequentemente, de novas
áreas potencialmente certificáveis). Por fim, houve uma única unidade de
manejo florestal em que o responsável alegou intenção de reduzir sua área
certificada por não haver acréscimo no valor do seu produto final.
A mesma tendência se confirma com relação ao mercado internacional:
63% das unidades de manejo florestal em áreas plantadas possuem
compradores estáveis. O índice sobe para 93% se considerarmos as respostas
por total de área certificada.
Possui comprador estável
no mercado internacional Por unidade de manejo
Possui comprador estável
no mercado internacional Por área (Ha)
Tendência em relação à área certificada
Sim
63%
Manutenção
27%
Aumento
70%
Redução
3%
Quando convidados a propor ações para incremento no consumo de madeira
certificada no mercado nacional 73% dos respondentes apresentaram propostas. Destas, a maioria se baseia em ações de marketing e campanhas sobre
as vantagens do manejo florestal junto ao consumidor final (64%). Além disso,
foram citadas a publicidade da certificação junto às construtoras, aumentar a
demanda de produtos certificados junto aos órgãos públicos e atuação mais
forte do FSC, entre outras propostas apresentadas integralmente no anexo II.
Sobre a comercialização da madeira certificada oriunda de florestas plantadas,
65% das unidades de manejo responderam que possuem ao menos um
comprador estável no mercado nacional. Esta porcentagem sobe para 89%
quando sistematizadas por área certificada (ha). Ou seja, quanto maior a área,
maior a probabilidade de comprador estável no mercado nacional.
Possui comprador estável
no mercado nacional Por unidade de manejo
Sim
65%
18
Não
35%
Possui comprador estável
no mercado nacional Por área (Ha)
Sim
89%
Dentre os produtores de unidades de florestas plantadas que correspondem
à amostra da pesquisa, 57% alegou possuir potencial de aumentar a
comercialização de produtos, não o fazendo pela falta de comprador estável
no mercado nacional. Deste montante de respondentes que possuem
excedentes, 64% afirma poder fornecer madeira para a construção civil.
Potencial sem comprador estável - Por unidade de manejo
Sim
43%
Produção, destino e consumo da madeira plantada certificada
Não
11%
Não
7%
Sim
93%
Não
37%
Não
57%
Potencial construção
civil - Por unidade de
manejo
Sim
64%
Não
36%
As florestas plantadas que compuseram a amostra dessa pesquisa
comercializaram ao menos 31.748.193,77 m3 de madeira certificada FSC.
As espécies mais comumente comercializadas são variações de Eucalipto,
seguido de variações de Pínus e, em menor parte, espécies como Acacia
Mearnsii, Araucária, Cunninghamia e Tectona Grandis.
Espécies
comercializadas
Eucalipto
Pinus
Acácia mearnsii
Araucária
Cunninghamia
Produção anual
(m3)
Produção anual de madeira
certificada por espécie (m3)
24.717.271,12
7.499.804,97
Pinus
23%
360.000,00
17.000,00
9.543,02
Tectona grandis
5.627,98
Total
32.609.247,09
Eucalipto
73%
Outros
1%
19
Mapeamento da produção madeireira em florestas
plantadas certificadas por espécie comercializada
Em termos de unidades de manejo florestal, 49% da amostra de florestas
plantadas produzem e comercializam variedades de Eucalipto. Em produção
anual, isso é equivalente a 24.717.271,12 m3 produzidos principalmente em
São Paulo e na Bahia.
UF
UMF
Produção anual (M3)
SP
5
9.436.168,00
BA
5
8.285.866,00
MG
2
4.635.321,00
PA
1
1.317.615,47
AP
1
702.000,00
MS
1
201.000,00
RS
2
128.000,00
Produção anual de
eucalipto certificado (m3)
MG
19%
PA
05%
BA
34%
AP
03%
MS + RS + PR
01%
SP
38%
Em termos de volume de produção de Eucalipto certificado com potencial
para atendimento da construção civil o estado de São Paulo é o principal
produtor, seguido do Amapá. Esse eucalipto é vendido em forma de madeira
bruta, móveis de interior e produtos manufaturados de madeira. O destino
da maior parte dos produtos é o mercado nacional (77%), especialmente
nos Estados de origem da unidade de manejo florestal produtora.
Pinus Em termos de unidades de manejo florestal, 47% da amostra
de florestas plantadas produzem e comercializam variedades de Pínus,
representando uma produção de 7.499.804,97 m3, em 2011. Este Pínus
com certificação FSC destina-se, na maioria, a outros setores que não o
de papel e celulose. Conforme o gráfico abaixo, 5.564.410,41 m3 de Pínus
são comercializados em forma de produtos compensados para construção,
móveis, portas e componentes para escadas, rodapés, forros, entre outros,
segundo a distribuição geográfica.
UF
UMF
Produção anual (m3)
PR
5
4.334.426,82
PR
1
11.300,65
SC
8
1.028.791,00
Total
18
24.717.271,12
RS
1
132.000,00
MG
1
39.193,00
Atualmente, 77% deste Eucalipto certificado pelo FSC é destinado
ao setor de papel e celulose, localizado principalmente nos estados da
Bahia (44%), de Minas Gerais (25%) e de São Paulo (21%), além do estado
do Pará (07%), do Rio Grande do Sul (02%) e de Santa Catarina (01%).
Desconsiderando a produção que atualmente está voltada ao setor de papel
e celulose, resta ainda cerca de 6.638.751,65 m3 comercializados a partir
de painéis de madeira e pisos, além da comercialização de madeira bruta,
em estilhas e partículas ou em móveis produzidos com Eucalipto certificado.
SP
1
30.000,00
Total
18
5.564.410,82
Distribuição produção anual
de pinus sem celulose (por UF)
SC
19%
PR
78%
RS
2%
SP
1%
*Desconsiderando celulose.
Cerca de 20% da produção de Pínus certificado, sem a celulose, é
direcionada ao mercado externo, especialmente para os Estados Unidos e
Canadá. Ainda assim, há uma produção anual de cerca 3.765.150,41 m3 de Pínus
com manejo certificado FSC que fica no mercado nacional, especialmente no
próprio Estado produtor.
Gráfico com a distribuição geográfica da produção de Eucalipto.
UF
UMF
Produção anual (M3)
SP
2
5.600.000,00
AP
1
702.000,00
RS
2
128.000,00
BA
1
120.000,00
MG
1
35.321,00
PR
1
11.300,65
Total
8
6.638.751,65
22
Produção anual de eucalipto
certificado - Sem celulose (m3)
AP
11%
RS + BA + MG + PR
02%
SP
85%
Ao menos cinco unidades de manejo florestal, responsáveis pela produção anual de cerca de 515.168,00 m 3 de Pinus certificado, declararam possuir potencial de comercialização de produtos manufaturados de madeira,
madeira bruta e/ou madeira em estilhas ou em partículas sem possuir um
comprador estável para tal produto. Essa produção está centralizada nos
estados do Sul do país, especialmente de Santa Catarina (66%), seguidos
do Rio grande do Sul (24%) e do Paraná (10%). Ainda foram citados para
usos finais como portas, pallets, batentes, janelas, rodapés e rodaforros,
além de molduras, painéis, madeira serrada e placas de aglomerado ou
mdf para móveis, pisos, etc. do Pinus certificado destinado ao setor da
construção civil.
23
Acácia (Acacia mearnsii) Somente uma unidade de manejo florestal da
amostra de florestas plantadas produz e comercializa Acacia mearnsii. Localizada
no Rio Grande do Sul, a unidade comercializa um volume anual de 360.000,00
m3 desta árvore certificada pelo FSC. Apesar da produção estar atualmente
voltada para a exportação de papel e celulose para o Japão, o responsável
declarou que a unidade de manejo possui potencial de comercialização de
madeira maciça, em estilhas ou partículas, e produtos manufaturados de madeira
sem ter um comprador estável. Como dificuldades associadas à comercialização
dos produtos sem mercado estável, o produtor alegou a opção pelas construções
em alvenaria e efeitos da crise econômica no mercado asiático.
Araucária Uma unidade de manejo florestal com 30.940,00 ha de floresta
plantada localizada no estado do Paraná produz um volume anual de 17.000,00
m3 de Araucária certificada. O destino de 91% dessa Araucária é o mercado
exterior. Resta, portanto, 1.530,00 m3 comercializados para os estados de
São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A comercialização é
feita em forma de produtos manufaturados de madeira voltados à construção
civil, tais como componentes para escadas, guarnição de portas e janelas,
rodapés, forros e componentes para portas. Além da produção de molduras
de quadros e mesas para bares.
Cuningâmia (Cunninghamia) Uma unidade de manejo florestal com
10.604,53 ha de floresta plantada no estado de Minas Gerais produz um volume
anual de 9.543,02 m3 de Cuningâmia certificada. A madeira é comercializada
em forma bruta no próprio mercado nacional, atendendo principalmente a
construção civil. A comercialização é a partir de serrarias localizadas no próprio
Estado de origem da unidade de manejo, assim como serrarias em São Paulo.
Teca (Tectona grandis) Apenas uma unidade de manejo que produz
Teca participou do levantamento de dados de produção e oferta de madeira
certificada pelo FSC. Com uma área de 2.975 ha de floresta plantada no estado
de Minas Gerais, a unidade produz o volume anual de 5.627,98 m3 de madeira
certificada comercializada em forma de madeira bruta, madeira maciça e
produtos manufaturados de madeira. O principal destino dos produtos de Teca
é o mercado externo, restando somente 4% consumidos pelo mercado nacional,
especificamente no estado de São Paulo. Para o mercado externo a Teca
certificada é comercializada através de móveis para a área externa. Já o mercado
interno consome a madeira para a utilização em revestimentos de convés e outras
obras em lanchas, iates e veleiros, além de decoração e revestimentos interiores.
O responsável pela unidade de manejo florestal declarou possuir
potencial de comercialização de madeira bruta, maciça e manufaturados
sem possuir comprador estável no mercado nacional. Como dificuldades
para realizar a comercialização dos produtos, foi citada a instabilidade do
mercado devido ao preço de venda, além da competição com produtores de
madeira com certificação mista.
24
Cenário de florestas nativas
Do universo de 2.814.200,19 ha de florestas amazônicas certificadas
atualmente pelo FSC há um total de 1.565.494,00 ha (56%) voltados para
a comercialização de produtos florestais não madeireiros. Dentre eles é
importante ressaltar a certificação concedida à comunidade Kayapó, na
terra indígena do Baú, que controla sozinha uma área 1.543.460,00 ha no
Mato Grosso. Considerando que o objetivo do estudo é medir e qualificar a
oferta de madeira certificada disponível para consumo no mercado nacional,
as unidades foram excluídas do universo da pesquisa.
Em termos de oferta de madeira nativa certificada pelo FSC, portanto,
o estado do Pará concentra atualmente a maior área (72%). O Amazonas
é o segundo Estado, com 12% da área total de florestas que comercializam
madeira nativa certificada, seguido por Rondônia e Acre, com uma porção
de 07% e 06% respectivamente. No caso do Acre, vale destacar que
quatro unidades de manejo florestal estão sobre controle de diferentes
comunidades, mas realizam a comercialização por uma mesma cooperativa,
motivo pelo qual seus dados de produção serão tratados considerando o
conjunto das quatro áreas de manejo.
Universo de florestas nativas que comercializam madeira certificada
pelo FSC
UF
UMF
ÁREA (ha)
PA
4
895.621,79
AM
1
143.029,00
RO
2
87.210,00
AC
7
80.540,00
MT
1
25.100,00
RR
Total
1
16
Distribuição das florestas nativas
que comercializam madeira
certificada - Por área (ha)
17.205,40
AM 12%
RO 7%
AC 6%
PA
72%
MT 2%
RR 1%
1.248.706,19
As unidades de manejo de florestas nativas certificadas pelo FSC estão
em sua maior parte na mão de empresas particulares. Além disso, há cerca
de 4% da área relativa à Floresta Estadual de Antimary e somente 2% do
total de florestas nativas certificadas sobre controle de quatro comunidades.
Pessoa Jurídica
Área certificada (ha)
Empresa
1.175.663,19
Floresta pública
47.064,00
Comunidade
25.979,00
Total
1.248.706,19
25
Distribuição das florestas nativas que comercializam madeira
certificada - Por área (ha) e pessoa jurídica
Porque a empresa optou pela certificação?
31%
Preocupação com os impactos sobre o meio ambiente
Floresta pública 4%
23%
Comunidade 2%
Abertura de novos mercados e visibilidade da empresa
31%
Empresa 94%
8%
A área média das florestas nativas que compõem a amostra da pesquisa é de 105.442,38 ha, mas os valores por unidade de manejo apresentam
uma variação entre 1.338,00 e 545.335,00 hectares, representando assim
um alto desvio padrão dos dados em relação à sua média (Desvio padrão:
159.499,87). As unidades de manejo que compõem a amostra de estudo podem ser consultadas no anexo III.
Histórico, dificuldades e tendências das
florestas nativas com certificação FSC
Com relação ao tempo de certificação, as unidades de manejo florestal
apresentam uma média de 8 anos de certificação FSC, sendo que a maior
porção possui certificação há um período entre 5 e 10 anos (69%). Cerca
de 25% possui certificação há mais de 10 anos e a minoria (6%) possui
certificação FSC entre 2 e 5 anos, indicando uma baixa ocorrência de
florestas nativas certificadas mais recentemente.
Tempo de certificação FSC por unidade de manejo florestal
Mais de 10 anos
25%
5 ≤ 10 anos
69%
26
7%
Exigência dos atuais mercados existentes
Preocupação com a origem e legalidade da produção
As vantagens mais citadas em relação ao processo de certificação do FSC
foram o acesso a nichos específicos e credibilidade do produto certificado
(50%). Cerca de 17% citaram que a certificação possibilita a abertura de novos
mercados e igual proporção alegou o selo que não possui vantagens ou que
atualmente são poucos os benefícios. O sobrepreço e a diferenciação das
empresas que possuem certificação foram citadas por 8% dos respondentes.
Vantagens da certificação FSC por manejo florestal
cesso a nichos de mercado específicos
A
e credibilidade do produto certificado
17%
Nenhum ou poucos benefícios atuais
50%
17%
8%
8%
Abertura de novos mercados
Sobrepreço
Diferenciação das empresas que possuem certificação
Dentre as desvantagens da certificação na concepção dos produtores de
florestas nativas da Amazônia, foi citado, principalmente, os maiores custos
de produção (46%), seguidos do ceticismo e da indiferença do mercado
nacional (27%). Cerca de 9% alegaram a indiferença com os produtos de
origem comunitária como uma desvantagem. Vale lembrar ainda que 9%
dos entrevistados alegaram não haver desvantagens da certificação FSC
por manejo florestal.
2 ≤ 5 anos
6%
A preocupação com os impactos sobre o meio ambiente e o apoio de
governos e fundos internacionais foram as principais justificativas citadas
pela opção em adotar a certificação FSC (31%). A resposta geralmente esteve
atrelada ao argumento de que possibilita a abertura de novos mercados
e visibilidade da empresa (23%). Os demais argumentos citados foram
preocupação com a origem e legalidade da produção (8%) e a exigência dos
atuais mercados existentes (7%).
Apoio de governos ou fundações internacionais
Desvantagens da certificação FSC por manejo florestal
Maiores custos de produção
27%
46%
Ceticismo e indiferença do mercado nacional
9%
9%
9%
Nenhuma
Indiferença com os produtos de origem comunitária
Outros
27
No que se refere à avaliação se o preço da madeira certificada no mercado
nacional sustenta os custos da certificação, 50% das unidades de manejo
florestal avaliam que não há preço-prêmio e 50% alegou que o preçoprêmio não compensa. Tal qual no setor de plantações florestais, só que
neste campo atingindo os 100% dos respondentes, os produtores afirmam
que o preço final da madeira não absorve os custos sociais e ambientais.
endimentos certificados (13%) e a criação de políticas públicas de incentivo
à produção certificada (13%). As propostas são apresentadas integralmente no anexo III.
Para incrementar o consumo de madeira
certificada no mercado nacional
Marketing e divulgação junto aos consumidores
Preço sustenta custos?
12%
Políticas para incentivar compras em licitações públicas
12%
Prêmio não
compensa
50%
Não há prêmio
50%
Isenções fiscais para empreendimentos certificados
50%
F acilitação do processo de licenciamento para os
empreendimentos certificados
13%
Outras políticas de incentivo à produção certificada
13%
No campo referente às propostas para incremento do preço todos os
entrevistados apresentaram propostas, sendo que a ampla maioria citou a
necessidade de divulgação da certificação FSC junto ao mercado nacional
e campanhas de conscientização. Além disso, foram citadas políticas de
incentivo governamental e políticas de combate à ilegalidade e valorização
das boas práticas socioambientais.
Pontos que precisam ser melhorados para incremento
na produção de madeira certificada no Brasil
elhor divulgação da marca FSC no mercado
M
nacional e campanhas de conscientização
12%
Produção, destino e consumo da madeira nativa certificada
Sobre a comercialização de madeira oriunda de florestas nativas com
manejo certificado pelo FSC, 50% das unidades de manejo responderam que
possuem ao menos um comprador estável no mercado nacional. Considerando
a área, a estabilidade no mercado nacional aumenta para 67%, indicando que
também para as florestas nativas há uma possível tendência de áreas menores
terem mais dificuldades em alcançar estabilidade no mercado nacional.
Possui comprador estável
no mercado nacional Por unidade de manejo
Possui comprador estável no
mercado nacional - Por área (ha)
Políticas de incentivo governamentais
75%
13%
olíticas de combae à ilegalidade e valorização
P
das boas práticas socioambientais
Todos os entrevistados citaram a tendência de aumento das florestas
nativas certificadas no Brasil. Como exemplos de tendência foram citados
florestas públicas do Acre e outras unidades florestais em atual processo de
certificação. Foi citado também que unidades menores em termos de área
possuem maior dificuldade para conseguir a certificação, além da falta de
legalidade da terra que impede que a certificação seja mais expressiva no
setor florestal brasileiro.
Para incrementar o consumo de madeira certificada no mercado nacional a maioria dos entrevistados apresentaram propostas baseadas em
marketing e divulgação junto aos consumidores (50%). Foi citado também
a necessidade de facilitação do processo de licenciamento para os empre-
28
sim
50%
não
50%
sim
67%
não
33%
Também com relação ao mercado internacional, 50% das unidades de
manejo florestal em áreas plantadas possui estabilidade de compradores.
Considerando a área, tal estabilidade aumenta para 85% da amostra, dando indícios de que áreas maiores de florestas nativas certificadas possuem
maior estabilidade também no mercado internacional.
29
Possui comprador estável no
mercado internacional - Por unidade
de manejo
sim
50%
Possui comprador estável
no mercado internacional Por área (ha)
não
50%
não
15%
sim
85%
Dentre as unidades de manejo de florestas nativas que correspondem à
amostra da pesquisa, 80% alegou possuir potencial de comercialização de
produtos sem comprador estável no mercado nacional: ou seja, a produção
também poderia ser maior se houvesse garantia de comprador. Dentre tais
produtos sem comprador estável , 60% refere-se a produtos não madeireiros
As florestas nativas da Amazônia brasileira produziram 2011 596.166,33 m3 de
tora de madeira certificada. A maior parte da produção está concentrada no
estado do Pará (64%), seguido do Amazonas (26%). Acre e Roraima juntos representam 10% da oferta de madeira nativa certificada. No caso das florestas
nativas, foi usada metodologia diferente da de plantações florestais, estimando a produção em duas áreas que não responderam à pesquisa, relativas aos
estados de Roraima (22.132 ha) e Mato Grosso (25.100 ha)4 .
Vale lembrar que há unidades de manejo produtoras de madeira nativa
amazônica que não responderam à pesquisa. Essas, portanto, tiveram sua
produção estimada pela média de produção das empresas respondentes.
UF
Produção anual (m3)
AC
51.531,00
AM
148.000,00
PA
365.488,00
RR
6.335,00
RO
12.406,17*
MT
12.406,17*
Total
596.166,33
Produção anual de madeira
nativa certificada (tora em m3)
Destino tora certificada não desclassificada (m3)
SP
RR
135,4
6.335,00
RO
12.406,17
MT
12.406,17
AC
44.531,00
143.701,84
AM
206.365,40
PA
Considerando a perda líquida desta etapa do processo, restam 107.703,21
m3 de madeira disponível para o mercado, sendo 77% vendido como
madeira serrada, seguido de compensados (8%), pisos, decking e lambris
(7%), lâminas (6%) e movelaria, ferramentes e itens de madeira (2%).
Destino de produtos de madeira nativa certificada para construção civil (m3)
Ferramentas e
ítens de madeira
RR
1%
AC
9%
PA
64%
cadeia em função de uma série de motivos, seja por opção estratégica das empresas produtoras ou por dificuldade de encontrar compradores certificados
em cadeia de custódia na região produtora. Dos 427 mil m³ de madeira nativa
que não se desclassifica na porta da floresta, a maioria é processada pela própria empresa produtora (96%). Considerando que de modo geral essa tora é
comercializada para o estado do Pará (48%), Amazonas (34%) e em menor
proporção Acre (11%). Considerando que menos de 1% dirige-se para algum estado não produtor de madeira nativa, conclui-se que o próximo elo da cadeia
tende a se manter no próprio estado produtor.
AM
26%
Outros
1.140,60
Movelaria
1.156,93
Lâminas
6.246,68
Pisos decking e lambris
7.336,92
Compensados
*Estimado pela área.
Do total de 596.166,33 m3 produzidos em 2011, aproximadamente 170 mil
m3 (28%) é desclassificada como madeira certificada logo na primeira etapa
de processamento. Esta oferta potencial de madeira certificada não segue na
4 A diferença entre as áreas não repercute no montante potencialmente explorado, conforme tabela
696,65
Madeira serrada
8.536,59
82.588,85
Do total de 107,7 mil m3, 68% foram exportados (72,9 mil m3), restando
cerca de 14% que tiveram o estado de São Paulo como destino (15,1 mil m3),
seguido de 9% que consumido na região nordeste, 6% no sul, 2% no norte
e 1% consumido na região centro oeste, sudeste (exceto São Paulo) e/ou
produtos com destino não identificado.
abaixo, que apresenta a mesma produção estimada para ambas as áreas.
32
33
Destino produtos de madeira nativa certificada (m3)
14%
Outros
Norte
Sul
68%
9%
6%
2%
Nordeste
São Paulo
1%
Exportação
Dentre os produtos de madeira nativa certificada para construção civil
que foram destinados ao mercado exterior, a maioria foi vendida como madeira serrada (81%). Já considerando os produtos que ficaram no estado de
São Paulo, o volume de consumo de madeira serrada está abaixo do volume
de compensados de madeira nativa certificada.
Mercado dos produtos
exportados em 2011
Setores consumidores em
São Paulo em 2011
2%
7%
10%
81%
Madeira
Piso, deckings
e lambris
Compensados
56%
38%
Madeira
serrada
Lâminas
Movelaria
Outros
Outros
1% 5%
Discussão e considerações finais
O território brasileiro é composto por cerca de 510 milhões de hectares de florestas naturais, localizadas principalmente no bioma amazônico
(69%), seguido de Cerrado (13%), Caatinga (9%), Mata Atlântica (6%), Pantanal (2%) e Pampa (1%) (SFB, 2010). Considerando este vasto universo, quase
1% da área de florestas nativas é certificada pelos princípios e critérios do
manejo florestal responsável definidos pelo FSC (MMA, 2012). A produção
proveniente desta área certificada é gerida principalmente por empresas,
em menor porção comunidades florestais e uma floresta pública.
A tendência observada na abrangência da certificação FSC de florestas
nativas foi de manutenção da área certificada. Isto é, embora o Brasil seja
o maior produtor e consumidor de ma-deiras nativas, o país possui poucas
florestas naturais certificadas (MAY, 2006). Isso pode ser explicado por diversos fatores, entre eles destacam-se o volume de madeira proveniente
34
de desmatamento e extração ilegal ainda presente no mercado interno a
preços mais competitivos, além de problemas estruturais relacionados aos
impasses fundiários na Amazônia legal. Entre as florestas nativas com certificação FSC destaca-se o Estado do Acre que, apesar de não possuir a maior
extensão de florestas certificadas, observa-se que possui políticas estaduais
de incentivo à oferta de madeira certificada.
Além das florestas nativas, há ainda um universo de aproximadamente
7 milhões de hectares de florestas plantadas, das quais as plantações de
eucalipto representam 67% da área total, seguida de plantações de pinus
(26%), acácia (3%), seringueira (2%), entre outras espécies (SFB, 2010). No
setor de plantações florestais a certificação FSC é mais abrangente, equivalendo a 53% da área total de florestas plantadas brasileiras (ABRAF, 2012 – ano
base 2011). Área esta concentrada, em especial, nos estados do Sul e Sudeste.
As plantações certificadas também são geridas principalmente por empresas
e, em menor escala, por pessoas físi-cas ou pequenos empreendimentos
fomentados por empresas do segmento de papel e celulose.
Em congruência com o cenário nacional, a maioria das plantações
certificadas é voltada à produção de eucalipto (76%) e pinus (23%), seguido
de outras espécies (1%). Embora a maior parte das plantações certificadas
esteja voltada para o mercado de papel e celulose, há uma parcela crescente
voltada para madeira e subprodutos madeireiros oferecidos para o segmento
de construção civil, moveleiro, entre outros.
Dentre os resultados do presente estudo salientamos, primeiramente,
que no que toca à oferta de madeira certificada no Brasil, os setores
de plantadas e nativas diferem entre si. Os principais aspectos a serem
apontados neste sentido são: (i) enquanto a oferta de madeira de espécies
plantadas é abundante, a oferta de madeira nativa certificada é ainda
pequena em termos de volume produzido; (ii) enquanto a maior parte da
produção de florestas plantadas fica no Brasil, mais da metade da madeira
nativa certificada vai para o exterior e, quando fica no mercado interno, é
comum a desclassificação na porta da floresta, ou seja, não segue uma cadeia
produtiva certificada, (iii) enquanto as áreas plantadas certificadas pelo FSC
mantém-se crescente no que toca a novas certificações, em florestas nativas
a área certificada se mantém estável e com baixa representatividade quando
considerado o universo de florestas nativas do país e, (iv) enquanto a maior
parte das unidades de manejo florestal (UMFs) plantadas justificam sua
certificação na busca por abertura de mercado, as UMFs nativas definem
sua certificação pela preocupação com os impactos ambientais de sua atividades e, em menor escala, devido a apoios governamentais.
Em segundo lugar, podem ser apontados alguns aspectos de convergência
entre a certificação FSC em áreas plantadas e florestas nativas. Definindo um
marco comum à madeira certificada no Brasil, a questão da não internalização
dos custos sociais e ambientais foi salientada por ambos os setores, apesar
de tal problemática ser absorvida de forma distinta em cada cadeia. Isto é,
tanto os produtores de madeira certificada em florestas plantadas quanto
35
os de florestas nativas alegam que não há um preço prêmio que sustente os
custos associados ao cumprimento dos princípios e critérios do FSC e com
a certificadora. Vale ponderar, porém, que o custo referido traz à tona a
questão das externalidades ambientais e sociais dos processos produtivos
convencionais que devolvem custos indiretos para a sociedade de modo
velado, ou seja, sem que ninguém fale sobre isso. Ou seja, os elevados
custos dos produtos certificados representam, muitas vezes, os valores
reais dos produtos, sendo que este custo deveria ser internalizado de forma
combinada por governos e demais atores das cadeias produtivas em uma
lógica de corresponsabilidade.
Ainda sobre a questão do preço deve-se destacar a possibilidade de ganhos
indiretos associados à abertura de mercado, uma vez que essa abertura foi
bastante apontada como uma vantagem da certificação, considerando os
dois setores. Tais resultados apontam para a necessidade de se alterar a lógica
da questão do custo, para uma lógica de interpretação do custo x benefício da
madeira certificada pelo FSC.
Outro ponto que une o setor de florestas plantadas e o de florestas
nativas é a demanda por campanhas de promoção do conceito e de produtos
certificados, bem como a necessidade de políticas públicas de fomento à
certificação, por exemplo a partir do viés das compras públicas. Avalia-se
que este apelo dos atores do segmento produtivo da cadeia de produtos
certificados pelo FSC reforça um novo papel institucional do FSC, sugerindo
sua atuação como indutor de mercado não só na ponta da produção, mas
na cadeia como um todo.
Vale apontar que os dados e resultados aqui apresentados não pretendem
demarcar comparações entre o universo de nativas e plantadas, até porque
cada um tem suas características e aplicações próprias. Mas a análise
comparativa permite concluir que contextos diferentes exigem estratégias
diferentes. Neste sentido, entende-se que a certificação de florestas nati-vas
não tem se autorregulado pelo mercado, exigindo estratégias de intervenção
que inte-grem combate à ilegalidade e à falsa legalidade para diminuir a
concorrência desleal, além da necessidade de incentivos públicos e privados
que incrementem as práticas de manejo florestal responsável, seja através do
fomento à certificação de novas áreas, seja com a promulga-ção e adoção de
políticas de compras sustentáveis.
Já as florestas plantadas, mais organizadas e com subsídios já conquistados,
tem menos desafios em termos de implementação da certificação. Porém,
sua estabilidade de mercado está ainda bastante atrelada ao setor de papel
e celulose, restando, portanto, o desafio de iniciativas públicas e privadas que
promovam um incremento no seu consumo por outros segmentos, como o da
construção civil e moveleiro.
Em linhas gerais, o presente estudo conclui que há uma oferta de madeira
certificada subutilizada pelo mercado nacional, mas esta oferta é ainda
restrita e deve ser incrementada para que as práticas de manejo florestal
responsável sejam referência de produção madeireira no Brasil. Para tanto
36
se fazem necessárias estratégias de construção de cadeias produtivas,
envolvendo consumidor, elos intermediários e produtores florestais, para que
oferta e de-manda cresçam juntas e se retroalimentem num ciclo crescente.
Isso porque de modo geral a cadeia produtiva do setor madeireiro brasileiro
é difusa, especializada e com baixa interatividade entre as diversas etapas da
produção, características que dificultam a garantia de origem da madeira (VOIVODIC, 2010). Assim, considerando que grande parte dos potenciais mercados
consumidores necessita de produtos já processados e prontos para o uso final,
conclui-se que é necessário intensificar também os processos de certificação
nas cadeias de custódia (CoC) dos produtos madeireiros. Isso é verdade para
ambos os setores, mas especialmente importante para o contexto das florestas
nativas que apresentam um índice alto de desclassificação nas etapas de processamento da madeira certificada na origem em produtos madeireiros.
Por mais que este estudo tenha abordado somente a oferta de madeira
certificada FSC, sem ter aprofundado a análise em termos de produtos finais
e/ou intermediários certificados (CoCs), avaliamos que esta iniciativa do FSC
Brasil contribui para um melhor conhecimento sobre o mercado de madeira
certificada no Brasil, permitindo o delineamento de estratégias que incidam no
aumento da oferta e da demanda, além de ações que envolvam setor público,
empresarial e consumidores dos diversos segmentos usuários de madeira.
Para tanto, é necessário um esforço conjunto e constante de atualização
e geração de dados de inteligência de mercado sobre oferta e demanda de
madeira certificada FSC no Brasil. Entende-se que deste modo são criados
subsídios que permitem identificar e aproveitar oportunidades de negócios,
bem como prever ameaças e gargalos no desenvolvimento e consolidação
deste mercado que, conforme os princípios e critérios do FSC, busca
conciliar as salvaguardas ecológicas com os benefícios sociais e a viabilidade
econômica. Em prol da difusão do bom manejo das florestas brasileiras, é o
que faremos nos anos que se seguirão.
Bibliografia:
ABRAF, 2012. Anuário estatístico da ABRAF 2012 – ano base 2011. Brasília:
ABRAF. 145p.
MAY, P. 2006. Forest certification in Brazil. In: Cashore, B.; Gale, F.;
Meidinger, E. and New-som, D. (EDITORS) Confronting Sustainability: Forest
Certification in Developing and Transi-tioning Countries. USA: Yale School
of Forestry & Environmental Studies.
MMA, 2012. Disponível em: http://www.mma.gov.br/biomas/
amaz%C3%B4nia/mapa-de-cobertura-vegetal
SFB, 2010. Florestas do Brasil em resumo – 2010: dados de 2005-2010.
Brasília: Serviço florestal Brasileiro. 157 p.
VOIVODIC, M. 2010. Os desafios de legitimidade em sistemas
multissetoriais de governança: uma análise do Forest Stewardship Council.
Dissertação de Mestrado apresentada ao Pro-grama de Pós-Graduação em
Ciência Ambiental / PROCAM da Universidade de São Paulo. 126 p.
37
38
39
Nome
Caceres Florestal S/A
ANEXO 1
Amostra das unidades de manejo florestal que compõem a pesquisa - florestas plantadas
Amapá Florestal e Celulose S.A.
Jurandir de Souza Boa Morte
Cidade
UF
Área
certificada
(Ha)
Tipo de
floresta
Santana
AP
194,404.79
Plantada
Teixeira de Freitas
BA
4.981,35
Plantada
UF
Área
certificada
(Ha)
Tipo de
floresta
Caceres
MG
2.975,00
Plantada
Caxuana S/A refloestamento
Nova Ponte
MG
29.070,00
Plantada
Fibria MS Celulose Sul Mato-Grossense Ltda.
Três Lagoas
MS
226.659,24
Plantada
Jari Celulose, Papel e Embalagens S.A.
Monte Dourado
PA
427.736,00
Plantada
Jaguariaíva
PR
95.001,00
Plantada
Bituruna
PR
16.173,00
Plantada
Telêmaco Borba
PR
277.852,00
Plantada
Vale do Corisco
Remasa reflorestadora Ltda
Nome
Cidade
Klabin Paraná
Araupel
Quedas do Iguacu
PR
30.940,00
Plantada
Agroflorestal Campo Alto S.A.
Curitiba
PR
4.539,00
Plantada
Arauco Forest do Brasil S/A.
Arapoti
PR
40.815,00
Plantada
Capivari do Sul
RS
6.015,35
Plantada
Putinga
RS
69,00
Plantada
Porto Alegre
RS
3.109,35
Plantada
Rio Grande
RS
53.711,00
Plantada
165,52
Plantada
Flosul Industria e Comercio
de Madeiras Ltda.
BA
325,00
Plantada
Ervateira Putinguense Ltda.
BA
205.150,00
Plantada
Mucuri
BA
178.872,00
Plantada
Moinhos de Trigo Indígena S.A.
(Motrisa Florestal)
Cenibra – Celulose Nipo-Brasileira S.A
Belo Oriente
MG
244.719,09
Plantada
Trevo Florestal Ltda.
Melhoramentos Florestal S.A.
Camanducaia
MG
10.604,53
Plantada
Seta S/A
Taquari
RS
10.102,89
Plantada
Reflorestadora Sincol Ltda.
Caçador
SC
17.471,00
Plantada
Renova Floresta Ltda.
Rio Negrinho
SC
39.322,00
Plantada
Timbó Empreendimentos Florestais S.A.
Timbó Grande
SC
11.804,00
Plantada
Caçador
SC
36.969,00
Plantada
José Ailton Thomaz
Enio Teixeira Fernades
Veracel Celulose S.A.
Suzano papel e celulose S/A Bahia
Mucuri
BA
Teixeira de Freitas
Eunápolis
Adami S/A - Madeiras
Klabin SC
Otacílio Costa
SC
128.884,00
Plantada
Florestal Gateados Ltda.
Campo Belo do Sul
SC
14.357,50
Plantada
Florestal Rio Marombas Ltda.
Ponte Alta do Norte
SC
14.825,00
Plantada
Vargem Bonita
SC
29.780,00
Plantada
Caçador
SC
1.338,00
Plantada
Celulose Irani
Temasa Florestal
EUCATEX S.A. IND. E COM.
Salto
SP
21.204,48
Plantada
Agudos
SP
147.417,56
Plantada
Mogi-Guaçu
SP
88.688,00
Plantada
Ibaté e suzano
SP
167.244,84
Plantada
Fibria Celulose S/A. Unidade Jacareí
São Paulo
SP
158.512,71
Plantada
A. W. Faber-Castell S.A
São Carlos
SP
9.081,00
Plantada
Duratex
International Paper do Brasil
Suzano papel e celulose S/A São
Paulo (Ibate e Suzano)
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Anexo 2
Propostas para incremento no consumo de madeira certificada pelo
mercado nacional –
Florestas Plantadas
1. Campanhas publicitárias e de conscientização da população em geral dos benefícios do uso da madeira certificada. Apenas com a cobrança do consumidor
final haverá valorização do produto certificado.
2. Publicidade com as construtoras. Lobby em relação ao governo para que seja
concedido algum tipo de benefício para quem usa produtos certificados.
3. Aumentar a demanda de produtos certificados, através de ações de marketing e junto a organismos públicos.
4. Maior divulgação e pleitear incentivos fiscais para empresas certificadas.
5. Com a certificação market-driven é necessário que seja intensificado o trabalho de comunicar à sociedade o que representa um produto certificado para
que ocorra um aumento na demanda de produtos certificados.
6. Criar programas de divulgação aos consumidores alertando-os quanto às
questões sociais, ambientais e econômicas que estão agregados aos produtos
certificados e aos produtos que utilizam matéria-prima certificada.
7. Na verdade, o que vejo são pressões, principalmente legais no que se refere
as florestas plantadas. Acredito que esse é o passo inicial que o setor deve tomar
para validar todas as outras.
8. Seria interessante uma maior divulgação dos produtos certificados. Tentei,
após a certificação, colocar uma placa de sinalização em minha propriedade,
obviamente citando o FSC e encontrei dificuldades para tal.
9. Criar comitê para trabalhar intensamente na divulgação da marca FSC ao
consumidor final. Poucos consumidores sabem quais os benefícios que o FSC
representa em âmbito ambiental e social.
10. Divulgação do que é um produto certificado
11. Programa oficial de valorização da floresta plantada certificada, com algum
benefício de redução de imposto. Incentivo ao consumo de madeira certificada,
iniciando pelos próprios orgãos governamentais.
12. Melhoria da conscientização do consumidor final exigindo certificação e conhecendo o processo produtivo e a cadeia de custódia.
13. Campanha junto ao Governo Federal e Caixa Econômica Federal para incentivar utilização de madeira certificada nas obras do programa Minha Casa
Minha Vida.
14. A partir do momento que grandes grupos certificados tiverem uma exigência maior dos seus fornecedores controlados teremos uma participação maior
e consequentemente um incremento na venda de produtos certificados e também na adesão de empresas para quererem ser certificadas.
42
15. Combate à madeira ilegal; obter pleno reconhecimento da certificação FSC
junto aos órgãos de governo responsáveis pelas concorrências públicas. Constata-se muita dificuldade de clientes que precisam comprovar que móveis e madeira de construção são de origem certificada. É comum órgãos do governo solicitarem DOF (Documento de Origem Florestal) de madeira de reflorestamento
de Pínus e Eucalipto; obter pleno reconhecimento da certificação FSC pela ABNT
quando da normatização da rotulagem ambiental.
16. Campanhas de divulgação nas cadeias produtivas já citadas.
17. Criar programas de divulgação aos consumidores alertando-os quanto às
questões sociais, ambientais e econômicas que estão agregados aos produtos
certificados e aos produtos que utilizam matéria-prima certificada.
18. Sim. 1) Dispensar a derrogação no uso da sulfuramida no controle da formiga cortadeira 2) Autorizar a pulverização das pilhas de toras com Cypermetrina
ou outro pesticida eficiente autorizado para outras UMFs no controle de brocas
da madeira, mesmo que tal pilha se encontre situada dentro da UMF. 3) Permitir
o uso do termo “produto de manejo sustentado ou sustentável” para os produtos colhidos de plantações florestais manejadas de forma sustentável.
19. Promover o consumo interno de produto certificado e penalizar com maior
força a sonegação de impostos.
20. Estimular a compra de produtos com o selo FSC por consumidores finais.
Exigir em projetos governamentais e outros o uso de madeira certificada, por
exemplo em empréstimos imobiliários.
21. Campanha para divulgar certificação no Brasil para que a sociedade reconheça o valor por trás do selo. Para isso tem que ter chancela do governo, que é
o maior consumidor de nativa.
22. Maior independência e atuação do FSC Brasil em ações de divulgação, avaliações nacionais das normas e princípios (principalmente avaliação de risco de
madeira controlada e avaliação quanto a FAVC/AAVC, marketing institucional).
Incentivo a certificação de produtores independentes (pequenos e médios) com
processos específicos para esse público - adaptação de normas para realidade
brasileira.
23. Além de todo esforço das ONGs e da iniciativa privada na construção do
selo Produto Certificado, creio que o aumento das campanhas publicitárias poderiam alavancar ainda mais este mercado, principalmente, o mercado interno.
24. O FSC deve ter uma atuação mais forte junto ao consumidor final que é
quem vai “puxar” a cadeia. Esta atuação deve estar voltada para a conscientização de que a certificação é excelente para todos, pois assim estaremos ajudando a construir um mundo melhor.
25. Divulgar mais o selo e suas diferenças entre produto certificado e não certificado.
26. Agregar valor ao produto certificado: posições privilegiadas em supermercados e outros comércios; buscar uma carga tributária diferenciada para o produto certificado para torná-lo mais competitivo.
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Anexo 3
Amostra das unidades de manejo florestal que compõem a pesquisa – Florestas Nativas
Área certificada (ha)
Cidade
UF
Pessoa jurídica
AMARCA - Associação de Moradores
e Agroextrativistas do Remanso de
Capixaba, Acre
2.542,00
Rio Branco
AC
comunidade
Assoc. Morad. e Produt. do Projeto
Agroestrativista Chico Mendes - AMPPAECM
12.898,00
Xapuri
AC
comunidade
Associação dos Produtores do Projeto
de Assentamento Agroextrativista do
Seringal Equador
6.878,00
Rio Branco
AC
comunidade
Associação Seringueira Porto Dias
3.661,00
Rio Branco
AC
comunidade
Cikel Brasil Verde Madeiras Ltda. –
Unidade Jutaituba
120.467,00
Pacajá
PA
empresa
Cikel Brasil Verde Madeiras Ltda. –
Unidade Rio Capim
199.168,26
Paragominas
PA
empresa
Ecolog Indústria e Comércio Ltda.
22.132,00
Distrito Vista
Alegre Abunã
RO
empresa
Floresta Estadual do Antimary
47.064,00
Rio Branco
AC
floresta pública
7.497,00
Rio Branco
AC
empresa
143.029,00
Itacoatiara
AM
empresa
Jurua Forestal Ltda
30.651,53
Ananindeua
PA
empresa
Madeireira Vale Verde Ltda
17.205,40
Boa Vista
RR
empresa
545.335,00
Monte Dourado
PA
empresa
Ouro Verde Importação
e Exportação Ltda.
1.338,00
Rio Branco
AC
empresa
Amata S. A. - Unidade Castanhal
650,05
Castanhal
PA
empresa
Nome
Laminados Triunfo Ltda.
Mil Madeiras Preciosas Ltda.
Orsa Florestal S.A.
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Anexo 4
Propostas para incremento no consumo de madeira certificada pelo mercado nacional –
Florestas Nativas
1. O empreendimento coloca que a decisão sobre manter o não a certificação não cabe a população que se beneficia com a renda obtida pelo manejo florestal, trata-se de uma política de
governo para valorização deste ativo. A população em si, vê no manejo uma fonte de renda e na
certificação, uma proteção de suas áreas e manutenção do negócio.
2. A empresa teve uma iniciativa própria de divulgação do FSC: promoveram um dia de campo
em suas áreas, com um grupo formado por compradores da região.
3. força tarefa formada por FSC, empresas certificadas e órgãos credenciados, voltada a sensibilização do consumidor brasileiro, divulgação da idéia de certificação e a importância do selo
FSC no Brasil;
4. Estabelecimento de políticas públicas que tenham como objetivo promover a madeira certificada. Investimentos na área de divulgação do trabalho realizado por produtores certificados.
5. Alterando a lei de licitações publicas
6. realização de um esforço conjunto entre empresas, órgãos públicos, ONGs, produtores, consumidores etc.
7. Licitações públicas que exijam o uso de madeira certificada; Isenção fiscal para os empreendimentos certificados.
8. Facilitar a execução da exploração para empresas certificadas. Ex: dcc - alternativa a necessidade de aprovação do plano de manejo, mas só vale para para plantio.
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