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Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ)
Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP)
Especificar a Área do trabalho
(EFD)
Uma nova metodologia para caracterizar portais de ensino e
popularização da ciência
Leila Cardoso Teruya* (PG), Guilherme Andrade Marson (PQ)
*[email protected]
Instituto de Química – Universidade de São Paulo – Av. Prof. Lineu Prestes, 748. São Paulo – SP CEP
05508-000.
Palavras-Chave: portais educacionais, divulgação científica, metrias de informação.
RESUMO: Os portais educacionais constituem uma importante modalidade de divulgação científica,
contribuindo para que a sociedade tenha acesso ao conhecimento científico. Isso tem motivado
pesquisas na área, que tratam dos conteúdos dos portais, principalmente, e também do seu uso.
Apesar do menor destaque recebido, estudar o uso de portais educacionais é fundamental para
conhecer o público do portal e entender como os usuários apropriam-se do mesmo. Os escassos
trabalhos sobre o assunto reportam com poucos detalhes a metodologia adotada e apresentam
uma visão fragmentada dos dados analisados. Neste trabalho, descreveu-se uma metodologia
construída para analisar o uso de portais educacionais a partir de arquivos de log, sendo essa
metodologia aplicada no escopo do portal Química Nova Interativa. O percurso metodológico
seguido foi descrito em detalhes e os resultados obtidos com a análise permitiram a
caracterização do portal, corroborando a relevância do mesmo como recurso de divulgação
científica.
INTRODUÇÃO
O acesso ao conhecimento científico, seja em espaços formais ou não formais
de educação, pode ser considerado um fator determinante para o desenvolvimento
socioecononômico de um país. Para Germano e Kulesza (2007), é justamente a ideia
de “acesso ao conhecimento científico” que aproxima todos os discursos sobre
vulgarização, alfabetização, popularização e divulgação científica, a despeito de suas
especificidades. Atualmente, verifica-se que é crescente a importância atribuída a
ações que favoreçam tal acesso, em especial às ações de divulgação científica, termo
usado com maior frequência no Brasil, segundo os autores.
Dentre as várias modalidades de divulgação científica existentes, pode-se citar
as exposições, desenvolvimento de materiais paradidáticos, apresentações artísticas,
palestras, debates, jornalismo científico, por exemplo. Adicionalmente, são muitos os
meios de divulgação das ações, dentre os quais se destaca o meio digital, via websites
e/ou portais. Nesse contexto, os portais educacionais constituem um recurso de
divulgação científica capaz de contribuir para o acesso ao conhecimento científico, de
diversas áreas do saber, por um grande público.
Em vista disso, os portais educacionais têm sido objeto de estudo de diversas
pesquisas acadêmicas. Na literatura, é possível encontrar trabalhos que descrevem
portais educacionais, analisam aspectos de seu conteúdo e/ou categorizam os portais
XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ)
Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014.
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segundo indicadores variados (SINGH e MAHAJAN, 2010; SOTIRIOU e cols., 2011;
SILVA e cols., 2012; MATEUS e GONÇALVES, 2013; MARSON e cols., 2013). Nestes
trabalhos, o foco de investigação tende a ser, predominantemente, os conteúdos e
recursos disponíveis no portal, os quais são avaliados pelo pesquisador segundo o
referencial teórico por ele adotado.
Por outro lado, a análise dos portais também pode ser realizada sob uma
perspectiva mais próxima do usuário, ou seja, de quem acessa e faz uso do portal de
fato. A partir desse tipo de estudo, é possível conhecer o público principal do portal
analisado, saber como esse público chega até o portal e avaliar se os objetivos e as
expectativas de seu uso estão sendo atendidos. Segundo Jansen (2009), a análise dos
acessos de um website permite, ainda, inferir como os usuários apropriam-se dos
conteúdos e recursos nele existentes, o que daria suporte para eventuais mudanças no
website, no sentido de aperfeiçoá-lo. Sob a ótica da divulgação científica, a análise dos
portais educacionais quanto ao seu uso possibilta dimensionar o alcance do portal em
prover o acesso ao conhecimento científico, além de explorar a demanda por esse
conhecimento.
Os dados necessários para pesquisar o uso de portais e websites, em geral,
podem ser obtidos de diferentes maneiras. No estudo de Pynoo e cols. (2012), por
exemplo, foi aplicado um questionário on line para se pesquisar como o portal
KlasCement era utilizado por professores que o acessavam. Já MaKinster e cols.
(2002), com o objetivo de investigar como estudantes realizavam pesquisas na internet,
fizeram entrevistas com alunos e empregaram um dispositivo de gravação em vídeo
para monitorar cada procedimento executado pelos estudantes. Tais metodologias,
embora possam oferecer informações relevantes do ponto de vista qualitativo, são
limitadas quanto ao alcance do público pesquisado, uma vez que não permite conhecer
ou estimar a real dimensão dos dados globais de acesso. Ademais, podem ser
limitadas também quanto à fidedignidade das informações obtidas, visto que os dados,
no caso dos questionários, por exemplo, não são coletados em situações reais de uso
do portal.
Alternativamente, há estudos em que os dados de acesso de portais e
websites são obtidos via mecanismos de monitoramento interno do site pesquisado e
outros via monitoramento externo. Silva e Pinheiro (2007) pesquisaram o uso do portal
Canal Ciência a partir dos dados fornecidos pelo servidor do próprio portal, que foram
tratados por meio de programas estatísticos (Webalizer e AWStats) que fazem a
análise de arquivos de log. O uso do mesmo portal foi avaliado, posteriormente, por
Ribeiro e cols. (2013). Nesse estudo, os autores utilizaram o Google Analytics, uma
ferramenta que é capaz de coletar dados de acesso do website analisado, gerando
relatórios sobre o uso do mesmo. Já Sotiriou e cols. (2011), ao analisarem os acessos
ao portal educacional Cosmos, fizeram uso conjunto da análise de arquivos de log
gerados pelo servidor e do Google Analytics. Tais metodologias envolvem a coleta de
dados em situações reais de uso e contemplam um número consideravelmente maior
de acessos ao portal para análise.
Entretanto, esses trabalhos reportam com poucos detalhes o percurso
metodológico do estudo, incluindo as etapas de coleta de dados, em estado bruto, e de
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sua análise. Essa descrição minuciosa da metodologia empregada torna-se ainda mais
relevante quando se considera que são poucas as pesquisas que avaliam o uso de
portais educacionais, particularmente por meio dos acessos globais. Ademais, as
pesquisas mencionadas que fizeram o uso de programas estatísticos e do Google
Analytics não apresentaram uma visão integrada dos dados de acessos dos portais
investigados. Tais acessos foram analisados sem se estabelecer qualquer relação
entre os diferentes aspectos investigados, de modo que a visão de cada acesso, como
registro único e individual, não constituiu foco de análise.
Dada a importância de se pesquisar o uso de portais educacionais e a
escassez de estudos amplos e detalhados na área, este trabalho tem como objetivo
descrever uma metodologia para análise de portais educacionais. Tal metodologia foi
utilizada no contexto do portal Química Nova Interativa (QNInt) e utilizou dados de log
do próprio portal. Além disso, esta pesquisa apresenta alguns dos resultados obtidos a
partir dessa análise, que incluem a origem dos acessos ao QNInt, termos de busca que
direcionaram os usuários ao portal e conteúdos temáticos mais visitados.
METODOLOGIA
QNInt
Neste trabalho, estudou-se o uso do portal QNInt, lançado em junho de 2009
pela Sociedade Brasileira de Química com o objetivo de difundir o conhecimento
químico para a sociedade. De acordo com Marson e cols. (2013), o QNInt disponibiliza
conteúdos provenientes, em sua maioria, de publicações da Sociedade Brasileira de
Química (Química Nova, Química Nova na Escola e Revista Virtual de Química), os
quais se distribuem em diferentes categorias, incluindo: conteúdos temáticos,
conteúdos conceituais, sugestões de atividades e de pesquisas voltadas para o ensino
de química, além de recursos para a visualização interativa de estruturas moleculares
tridimensionais. Ainda segundo os autores, quase 80% dos usuários cadastrados no
portal identificam-se como professores e alunos. O número de acessos ao QNInt tem
crescido expressivamente desde 2009, já contabilizando mais de 1,3 milhão de
acessos de janeiro a maio de 2014 (SBQ, 2014).
Período investigado
Pesquisou-se o acesso ao QNInt realizado de 2010 a 2012. O ano de 2011 foi
considerado de maior relevância para investigação por se tratar do Ano Internacional
da Química, data em que diversas ações em prol da divulgação da química foram
realizadas, contando com a participação do portal QNInt, inclusive (TERUYA e cols.,
2013). Optou-se por não analisar o uso do portal em 2009 porque, nesta data, o QNInt
ainda se encontrava em um estágio de desenvolvimento muito incipiente, com apenas
cinco conteúdos disponíveis (entre conteúdos temáticos e conceituais). Em virtude do
grande volume de dados disponível, decidiu-se restringir a pesquisa ao intervalo de
tempo mencionado.
Arquivos de log
Jansen (2009) define o arquivo de log (search log) como um arquivo que
registra a comunicação entre um sistema e usuário que o acessa. De forma mais
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detalhada, o sistema pode ser um motor de busca (Google, Yahoo, Bingo etc) ou
qualquer outro website da internet, enquanto o usuário pode ser humano ou robôs de
busca, programas computacionais que fazem uma varredura na rede com o objetivo de
indexar conteúdos para os motores de busca. Adicionalmente, a comunicação
estabelecida pode ser entendida como solicitações realizadas pelo usário do sistema
(pesquisa por palavras-chave, por exemplo) e as respostas que delas se derivam (a
exibição de uma webpage específica, por exemplo).
Arquivos de log do QNInt
Os arquivos de log foram convertidos em planilhas, nas quais cada linha
representa o registro de uma interação entre sistema e usuário, podendo haver
milhares de linhas em um único arquivo. Cada coluna, por sua vez, corresponde a um
descritor que caracteriza essa interação. No caso dos arquivos de log do QNInt, os
registros contêm informações sobre: data e horário de acesso; endereço de IP (Internet
Protocol) do computador utilizado pelo usuário; localização geográfica do usuário (país,
estado, cidade, CEP, latitude, longitude); DNS (Domain Name System, sistema que faz
conversões entre IPs e nomes de domínios na internet), página acessada no QNInt,
origem de acesso e navegador para internet utilizado. Para o presente trabalho, foram
analisados especificamente os dados de data de acesso, página acessada e origem de
acesso.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir dos arquivos de log do QNInt, caracterizou-se o uso do portal diversos
descritores. Devido ao grande número de arquivos de log (aproximadamente 600 até
janeiro/2014), foi necessário fazer uma seleção prévia dos dados a serem analisados.
Além disso, os arquivos de log apresentavam dados em estado bruto que precisaram
ser submetidos a um tratamento prévio que viabilizasse a análise. A seguir, são
descritas as etapas de seleção e tratamento de dados que antecederam a análise por
categorias.
i) Seleção dos dados por intervalo de tempo. Realizou-se o levantamento dos
arquivos de log com dados correspondentes ao período de 2010 a 2012. No total,
foram identificados 350 arquivos que atendiam a esse critério. Em conjunto, os
mesmos somavam mais de 3 milhões de entradas.
ii) Seleção dos dados pela relevância dos dados para caracterizar o portal.
Para cada arquivo de log, foram coletados dados sobre o período de tempo
contemplado pelo arquivo e o número de registros originados no Brasil e fora do país. É
preciso esclarecer que parte dos registros não continha dados sobre o país de origem.
Esse subgrupo de dados foi denominado “Não Brasil”, assim como aqueles em que um
país estrangeiro estava indicado. Dessa forma, foi possível caracterizar o uso do portal
a partir de acessos seguramente brasileiros, foco de interesse dessa pesquisa. Esses
dados foram compilados conforme apresentado na tabela 1, que também mostra o
número de acessos “Brasil” e “Não Brasil” por dia para parte dos 350 arquivos de log.
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Tabela 1: Dados de data e número de acessos por país de origem para arquivos de log individuais
Arquivo de
log
Data inicial
Data final
Intervalo de
tempo / dias
Número de
acessos
Brasil/dia
Número de
acessos Não
Brasil/dia
1
11-12-2009
18-01-2010
38
47
249
2
18-01-2010
09-02-2010
22
68
433
3
09-02-2010
25-02-2010
16
85
540
4
25-02-2010
10-03-2010
13
132
566
5
10-03-2010
01-04-2010
12
137
552
349
28-12-2012
30-12-2012
2
213
4583
350
30-12-2012
02-01-2013
3
123
2941
Os dados tabelados apontam que a maior parte das entradas no registro de log
do QNInt é proveniente de fora do Brasil. Tal padrão foi observado não apenas para a
amostra apresentada na tabela 1, mas para todos os arquivos de log coletados. Uma
análise preliminar revelou que os acessos “Não Brasil” originaram-se de países
variados, em que se fala a língua portuguesa (como Angola e Portugal) ou não (como
Estados Unidos, Rússia, China, Argentina etc). Destaca-se, ainda, que um grande
número de acessos foi realizado por robôs (softwares de indexação automática). Nos
arquivos de log do QNInt, por exemplo, registros oriundos da cidade de Mountain View
permitiram reconhecer os acessos por robôs do Google, empresa sediada nesse local.
Visitas de robôs aos websites são importantes para compilação de dados pelos
motores de busca, por meio dos quais os usuários da internet podem tomar
conhecimento de sua existência (SCHELLEKENS, 2013). Na literatura, não foram
encontradas pesquisas sobre portais educacionais nas quais são feitas considerações
sobre os acessos de um país em particular e a varredura por robôs.
Feito o trabalho de compilação, procedeu-se a formação de clusters a partir
dos 350 arquivos de log selecionados. Os dados de diferentes arquivos foram
agrupados de acordo com as datas dos registros, de modo a se obter arquivos com
dados referentes a um mês, aproximadamente. Isso resultou em 36 arquivos que
abrangeram todo o período de 2010 a 2012. As médias mensais de acessos diários,
considerando os grupos “Brasil” e “Não Brasil”, são apresentados na figura 1.
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7000
2500
6000
1500
4000
3000
1000
2000
500
Acessos Brasil/dia
Acessos Não Brasil/dia
2000
5000
1000
0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
0
Não Brasil / dia
Brasil / dia
Figura 1: Média mensal de acessos diários para os grupos “Brasil” e “Não Brasil” no período de
2010 a 2012
A partir dessa figura, é possível verificar que o número de acessos ao QNInt
cresceu gradativamente no período investigado. O aumento pode sugerir um maior
número de novos visitantes e/ou um maior número de visitas de usuários que já
conhecem o portal. Além disso, a análise da figura 1 permite reconhecer uma
sazonalidade nos acessos ao QNInt. Esse perfil sazonal reflete bem o calendário
escolar, no sentido de que os meses de pico de acesso correspondem ao período
letivo, enquanto os meses com menos acessos são aqueles de férias escolares. Os
resultados obtidos fornecem fortes indícios de que o principal público do QNInt é o
escolar, formado por professores e estudantes, mostrando que o portal tem cumprido
seu papel de “prover instrumentação confiável para a formação em Química”, um dos
propósitos originais do QNInt. Outros estudos também mostraram uma
correspondência entre o uso da web e o período letivo. Silva e Pinheiro (2007), por
exemplo, encontraram um padrão de acessos ao portal Canal Ciência em
conformidade com calendário escolar, assim como foi observado para o QNInt. Já
Medeiros (2009) verificou que o número de dúvidas enviadas a um sistema de tutoria
em química na web era maior durante o período de aulas e menor nos meses de férias.
Após identificar o caráter sazonal dos acessos, selecionou-se para análise
somente os arquivos dos meses de janeiro, abril, maio, julho, outubro e novembro (de
2010, 2011 e 2012), contemplando, portanto, meses de maior e menor acesso. No
total, os 18 arquivos somavam pouco menos de 1,5 milhão de entradas. Na sequência,
foram descartados os dados referentes ao grupo “Não Brasil” de cada um dos 18
arquivos resultantes, bem como os dados de horário de acesso, referencial geográfico,
IP, DNS e Navegador para o grupo “Brasil” remanescente. Dessa forma, foram
selecionados para análise somente os dados de relevância para caracterizar o portal
conforme os objetivos desse estudo.
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iii) Decodificação dos dados. Parte dos dados encontrados nos arquivos de log
apresenta a linguagem de programação URL (uniform resource locator), pela qual são
empregados códigos para especificar algumas letras do alfabeto, sinais de pontuação,
letras maiúsculas e caracteres especiais em geral. Fez-se uso de um guia de referência
para decodificar esses dados, viabilizando a sua compreensão.
Análise dos dados de log
A seguir, são apresentados alguns resultados obtidos pela análise dos dados
de log do QNInt. O uso do portal foi caracterizado segundo a origem de acesso, os
termos de busca que direcionam o usuário ao portal e os temas mais visitados. Cabe
assinalar que os resultados são apresentados por ano e cada ano é representado pela
compilação dos dados de seis meses (janeiro, abril, maio, julho, outubro e novembro).
i) Origem de acesso. Por meio dos dados fornecidos por esse descritor, é
possível saber como o usuário da internet chegou até o QNInt. Segundo Ortega e
Aguillo (2010), há três modos principais pelos quais uma pessoa acessar um website:
por meio de um motor de busca; clicando em um weblink; e/ou digitando a URL do
portal. A análise preliminar da origem de acessos revelou que a forma de acesso
predominante é o link, mais especificamente aqueles exibidos por motores de busca.
Em vista disso, optou-se por separar os dados de origem em “Buscador” e “Não
Buscador”, conforme mostrado na tabela 2.
Tabela 2: Origem dos acessos ao QNInt
Origem
2010 (%)
n = 19.189
2011 (%)
n = 103.457
2012 (%)
n = 146.375
Buscador
Não Buscador
89,7
58,9
84,9
10,3
41,1
15,1
Esses resultados apontam que o QNInt é acessado principalmente por usuários
que estão utilizando motores de busca para realizar pesquisas na internet. A análise
refinada dos dados indicou também que o Google é o buscador empregado em mais
de 95% dos acessos via motor de busca, considerando suas versões web, images e
scholar. O Google também configura a principal via de entrada do portal Canal Ciência,
conforme mostrado no estudo de Ribeiro e cols. (2013). Para o portal Cosmos, no
entanto, as visitas via motor de busca correspondem somente a 15% do total de
acessos (SOTIROU e cols., 2011). Lavene (2010) pontua que os buscadores
representam uma interface para uma imensa quantidade de conteúdos disponíveis na
rede, motivo pelo qual são tão utilizados. Tal consideração é corroborada por estudos
recentes que mostram os motores de busca como uma das principais portas de acesso
para notícias on line em diversos países, inclusive o Brasil (REUTERS, 2013). Essa
tendência também é observada para conteúdos relacionados à ciência e tecnologia
(PCST, 2014).
As origens de acesso enquadradas na categoria “Não Buscador”
compreendem, majoritariamente, o próprio endereço do QNInt (usuários que digitaram
a URL do portal) e o portal Quimica 2011, lançado por ocasião do Ano Internacional da
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Química em 2011. Esse portal foi a principal via de acesso para o QNInt em 2011 e
2012, correspondendo a 71% e 38%, respectivamente, dos registros categorizados
como “Não Buscador”. O dado obtido para 2011, aliás, permite inferir por quê a origem
de acessos ao QNInt por buscadores foi menos expressiva em 2011 do que em 2010 e
2012. Nesse contexto, tal resultado pode ser interpretado como um indicador de
impacto das ações promovidas no Ano Internacional da Química. Adicionalmente, ele
sugere um efeito sinergético de ações de divulgação científica, caso se entenda que o
portal Química 2011 contribuiu para promover o QNInt. Outras origens de acessos com
algum destaque na categoria “Não Buscador” foram os blogs (em especial, os blogs
pessoais) e representantes da academia (universidades, agências de fomento à
pesquisa, por exemplo). Ressalta-se que as subcategorias citadas foram construídas a
partir da leitura dos dados, sem a qual não seria possível o agrupamento de elementos
diversos. Essa leitura também foi necessária para os demais clusters formados no
decorrer de toda a análise dos dados.
ii) Termos de busca. O descritor “origem de acesso” fornece dados adicionais,
quando a origem é um buscador. Nesses casos, além de apontar qual o motor de
busca, o dado também revela qual o termo de busca utilizado pelo usuário em sua
pesquisa. A partir da análise preliminar desses dados, foi possível identificar alguns
perfis de palavras-chave empregadas na busca. No quadro 1, são apresentados
exemplos de termos de busca que remeteram os usuários ao tema “Ciclos Globais de
Carbono, Nitrogênio e Enxofre”, um dos primeiros conteúdos publicados no QNInt em
2009.
Quadro 1: Exemplos de termos de busca que direcionaram os usuários ao tema “Ciclos Globais
de Carbono, Nitrogênio e Enxofre”.
Termos de busca
i) ciclos globais
ii) impacto ambiental dos ciclos biogequimicos do carbono, nitrogenio e enxofre
iii) ciclo do nitrogênio química nova
iv) como o nitrogenio se torna reativo na atmosfera?
v) qual a importância das florestase das aguas marinha para a manutençao da
quantidade de oxigenio no ar?
vi) por que alguns estados de oxidação aparecem em algarismos romanos
vii) equação do ciclo do carbono
viii) um resumo sobre: qual é a importância de estudar a pressão atmosferica, e suas
consenquencias
ix) exercicios sobre dioxido de enxofre
x) figuras do ciclo natural do carbono
É possível observar, nos exemplos apresentados, a ocorrência de termos que:
são mais gerais e temáticos (i, ii, iii); são apresentados na forma de perguntas mais
pontuais (iv, v, vi); indicam a busca por uma referência específica (iii); acabam não
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levando o usuário ao conteúdo esperado (vi, viii, ix); sugerem a busca por conteúdos
com um formato ou uma finalidade específica (viii, ix, x).
De modo geral, os termos de busca identificados parecem atender às
demandas escolares de professores e estudantes, que as expressam das mais
variadas formas. De acordo com Medeiros (2009), as dúvidas de química manifestadas
por alunos e professores na web correspondem, principalmente, a perguntas diretas e
solicitações, sem contextualização ou problematicidade. Já MaKinster e cols. (2002)
destacaram que nem todos os estudantes são bem sucedidos no uso da web como
fonte de informações científicas. Segundo os autores, alguns dos motivos para tal
insucesso incluem o baixo nível de conhecimento do tema científico pesquisado, o uso
inadequado de palavras-chave e a falta de experiência no uso mais refinado de
motores de busca. Além disso, cabe salientar que a visão integrada dos dados de log
permitiu analisar a correspondência entre os termos de busca utilizados e os conteúdos
acessados a partir dos mesmos. No estudo de Silva e Pinheiro (2007), foram
apontadas as palavras-chave que mais frequentemente remeteram usuários ao portal
Canal Ciência. Contudo, os resultados descritos pelos autores não forneceram
quaisquer indícios sobre o êxito da busca efetuada.
iii) Temas mais acessados. Nesse estudo, os dados de log foram utilizados
para contabilizar os acessos absolutos de cada tema, por ano. Em uma etapa posterior,
a data de publicação de cada conteúdo foi empregada para se normalizar esses dados.
Apesar de os acessos absolutos não corresponderem a acessos acumulados,
considerou-se a possibilidade de que conteúdos publicados há mais tempo poderiam
apresentar uma visibilidade maior para os usuários da internet, o que levaria a um
maior número de acessos para conteúdos mais antigos. Em linhas gerais, a
normalização foi realizada dividindo-se o número de acessos de cada tema pelo
número de dias que cada um deles estava desponível no portal. Sobre a evolução das
publicações, cabe mencionar que, ao fim de novembro de 2010, 2011 e 2012, havia 6,
41 e 52 temas disponíveis no QNInt, respectivamente. Feita a normalização, os
conteúdos foram ordenados em um ranking, por acessos absolutos e normalizados. O
quadro 2 apresenta esses resultados para os anos de 2011 e 2012.
Quadro 2: Ranking dos conteúdos temáticos mais acessados, considerando valores absolutos e
normalizados por tempo de publicação.
Posição
2011
Acessos
absolutos
1º
2º
2012
Acessos
normalizados
Acessos
absolutos
Ciclos Globais de Ciclos Globais de Ciclos Globais de
Carbono,
Carbono,
Carbono,
Nitrogênio e
Nitrogênio e
Nitrogênio e
Enxofre
Enxofre
Enxofre
Oxigênio
dissolvido em
ecossistemas
Oxigênio
dissolvido em
ecossistemas
Oxigênio
dissolvido em
ecossistemas
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Acessos
normalizados
Oxigênio
dissolvido em
ecossistemas
aquáticos
A descoberta do
DNA
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(EFD)
aquáticos
aquáticos
aquáticos
3º
Cachaça
Cachaça
A descoberta do
DNA
Ciclos Globais de
Carbono,
Nitrogênio e
Enxofre
4º
Por que todos os
nitratos são
solúveis?
Atividade
biológica
Cachaça
Cachaça
5º
Atividade
biológica
A descoberta do
DNA
Atividade
biológica
Fluxos de matéria
e energia no solo
6º
A origem das
moléculas
orgânicas
Antioxidantes
Química forense
Atividade biológica
7º
Biocombustível
Biocombustível
Mercúrio em
lâmpadas
fluorescentes
Antioxidantes
8º
A descoberta do
DNA
Mercúrio em
lâmpadas
fluorescentes
Antioxidantes
Mercúrio em
lâmpadas
fluorescentes
9º
Mercúrio em
lâmpadas
fluorescentes
Embalagem longa
vida
Biodiesel
Embalagem longa
vida
10º
Vitamina C
Refrigerante
Refrigerante
Refrigerante
Primeiramente, nota-se que há mudanças nas posições de alguns temas,
considerando tanto o ano quanto o tipo de dado, se absoluto ou normalizado. Alguns
resultados podem ser destacados nesse quadro. O primeiro deles diz respeito ao tema
“Ciclos Globais de Carbono, Nitrogênio e Enxofre”. Esse conteúdo foi o mais acessado
nos dois anos analisados, porém, a sua popularidade parece ter diminuído pelos dados
normalizados de 2012. Trata-se de um assunto amplamente interdisciplinar, alinhado a
uma proposta de educação ambiental e que faz parte dos temas estruturadores do
ensino de química, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2000), o
que poderia explicar a posição ocupada por esse tema no ranking. Ribeiro e cols.
(2013) analisaram as pesquisas mais acessadas do portal Canal Ciência e também
constataram uma grande procura por conteúdos de temática ambiental, tal qual
observado neste estudo. Todavia, os autores não fizeram ressalvas quanto ao tempo
de publicação dos conteúdos. Outro ponto interessante é o tema “Por que todos os
nitratos são solúveis?”, em que se discute a solubilidade dos nitratos e outros íons e
também foi publicado em 2009. Apesar de ocupar uma posição de destaque em 2011,
esse tema já não aparece entre os dez primeiros colocados quando se normalizam os
XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ)
Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014.
Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ)
Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP)
Especificar a Área do trabalho
(EFD)
dados do mesmo ano, nem está presente no ranking de 2012. Em contrapartida, o
interesse pelo tema “A descoberta do DNA” parece ter aumentado de 2011 para 2012,
o que é corroborado pelos dados normalizados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho, descreveu-se uma metodologia construída para analisar o uso
de portais educacionais utilizando-se dados de log. As diferentes etapas seguidas
durante o estudo foram apresentadas em detalhes e propiciaram uma visão abrangente
de como a análise foi realizada. Com o emprego dessa metodologia para avaliar o uso
do QNInt, foi possível obter informações relevantes sobre o portal, tais como o padrão
sazonal de acessos, em concordância com o calendário escolar, e a relevância dos
motores de busca como meio de os usuários acessarem o QNInt. Os resultados, de um
modo geral, apontaram que o portal tem sido um importante recurso para prover o
acesso ao conhecimento científico pela sociedade, um dos pontos-chave da divulgação
científica, atendendo especialmente o público escolar. Além disso, ressalta-se que a
descrição minuciosa da metodologia utilizada evidencia o seu potencial para fornecer
informações mais aprofundadas sobre o uso de portais educacionais. Uma vez
coletados e tratados, os arquivos de log possibilitam ao pesquisador explorar uma
variedade de questões a partir da análise integrada dos arquivos de log. Foram
apresentados, neste estudo, somente alguns dos resultados obtidos na análise dos
arquivos de log do QNInt. Dessa forma, o trabalho deve ter prosseguimento,
investigando-se outros pontos de interesse para se caracterizar melhor o uso do portal.
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