Grupo Visabeira SGPS

Transcrição

Grupo Visabeira SGPS
Relatório de Rating Empresas – Revisão
2 de Setembro de 2015
Grupo Visabeira SGPS
Emitente
Grupo Visabeira, S.G.P.S., S.A
Rating de Emitente
BB+
Médio e Longo Prazo
Tendência
Positiva
B
Curto Prazo
Rating de Emissão
Tendência
B
Curto Prazo
FUNDAMENTOS DA NOTAÇÃO
NOTAÇ ÃO
A ARC Ratings, S.A. (ARC Ratings) confirmou o rating “BB+” atribuído aos compromissos
financeiros de médio e longo prazo e o rating “B” atribuído aos compromissos financeiros
DATA DO RATING
02 de Setembro de 2015
VALIDADE DO RATING
02 de Março de 2016 (Curto
Prazo)
02 de Setembro de 2016 (Médio
e Longo Prazo)
RATING INICIAL
29 de Agosto de 2014
DATA DA PRÓXIMA
PRÓXIM A REVISÃO
02 de Março de 2016
de curto prazo da Grupo Visabeira, SGPS, S.A. (GRUPO VISABEIRA SGPS). A ARC Ratings
também melhorou a tendência do rating “BB+” de estável para positiva. Estas acções de
rating baseiam-se no fortalecimento da capacidade de geração de fundos operacional,
nas melhorias do perfil de endividamento do Grupo e na expansão sustentada da
actividade, especialmente em mercados fora de Portugal. Estas evoluções contribuem
para uma significativa redução da dívida líquida e para uma melhoria nos rácios de
cobertura da dívida.
PERFIL DO EMITENTE
PERÍODO ANALISADO
Histórico: 2010 a Junho de 2015
Previsional: 2015 a 2020
METODOLOGIA APLICADA
Metodologia de Empresas não
Financeiras da ARC Ratings
disponível em
www.arcratings.com
A GRUPO VISABEIRA SGPS, com sede em Viseu, Portugal, é a holding de um grupo que
iniciou as suas operações em 1980, prestando serviços a operadores de infra-estruturas de
telecomunicações e de energia, actividade que continua a ser o seu core business
(representando aproximadamente 75% do volume de negócios e 66% do EBITDA no
primeiro semestre de 2015). O Grupo marca também presença no sector industrial,
principalmente com a marca de louça Vista Alegre, e também no turismo, no imobiliário e
CONTACTOS
em outros serviços. Portugal é o principal mercado do Grupo, representando cerca de
Isabel Fernandes
Analista Principal
[email protected]
55% do volume de negócios e 52% do EBITDA, seguido de Angola, Moçambique e
França. A Dinamarca e a Alemanha assumirão uma importância crescente para o Grupo.
Além das suas subsidiárias operacionais, a GRUPO VISABEIRA SGPS mantém
participações financeiras nos seus principais clientes em Portugal, as quais têm um valor
estratégico. No final de Junho de 2015 estas participações financeiras tinham um valor de
mercado de 115,0 milhões de euros e representavam 6,9% dos activos consolidados da
Grupo Visabeira SGPS.
O principal accionista da GRUPO VISABEIRA SGPS é o Sr. Eng. Fernando Campos Nunes,
seu fundador e Presidente, que aumentou a sua participação indirecta de 78,5% para
81,6%, em resultado do exercício de opções de venda de acções detidas pelos
investidores institucionais. O Grupo possui, desde 2005, os seguintes investidores
EmmaEmma-Jane Fulcher
Chief Ratings Officer
[email protected]
Joan Vidra
Presidente do Painel
[email protected]
180 Piccadilly
London, W1J 9HF
UNITED KINGDOM
Tel: +44 (0) 203 282 7594
Website: www.arcratings.com
institucionais: Caixa Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. (Caixa Capital) (4,3%),
que participa também directamente na principal sub holding, e Portugal Capital
Venture, S.A. (3,5%), duas sociedades de capital de risco pertencentes indirectamente ao
Estado Português.
ARC Ratings, S.A.
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OS FACTORES CHAVE DA NOTAÇÃO SÃO OS SEGUINTES:
SEGUINTES:
•
Forte capacidade de geração de fundos operacional – mesmo em anos de retracção da economia em Portugal o
volume e negócios do Grupo aumentou, beneficiando da sua crescente internacionalização; no primeiro
semestre de 2015 o volume de negócios do Grupo alcançou 342,2 M€ e o EBITDA registou um aumento
homólogo de 28,2% no primeiro semestre de 2015 (equivalente a 11,9 milhões de euros (M€)) para 54,3 M€;
a capacidade de geração de fundos do Grupo beneficia de um efeito sazonalidade no segundo semestre,
particularmente na indústria, e também na área das telecomunicações e energia; tirando partido da sua
notoridade, nomeadamente pela qualidade de serviço prestado, o Grupo está a consolidar a sua posição
nesta principal área de negócio e fonte estável de geração de fundos (principalmente através de acordos
pluri-anuais); a prestação de serviços a operadores de infra-estruturas de telecomunicações e de energia
representou 66,1% do EBITDA do Grupo no primeiro semestre de 2015; a forte geração de fundos permitiu
uma melhoria da rendibilidade operacional do Grupo (para 10,8%).
•
Plano de expansão de actividade - o Grupo estima um crescimento sustentado do seu volume de negócios
nos próximos anos, particularmente em 2015 e em 2016 (de cerca de 20% anual) e espera alcançar
1 407,7 M€ em 2020; o Grupo está focado numa maior internacionalização para países europeus na área das
telecomunicações e energia e no reforço da presença nos mercados onde opera; estima-se um maior
desenvolvimento da actividade da indústria e do turismo a partir de 2016, quer pela expansão da actividade
(no sector da loiça) quer pelos investimentos a realizar (em particular em Moçambique); prevê-se que o
EBITDA registe crescimentos mais significativos do que o crescimento esperado do volume de negócios,
alcançando 128,2 M€ em 2015 e 269,7 M€ em 2020, que proporcionam melhorias de margem para
respectivamente 16,5% e 19,2% (face a 15,9% no primeiro semestre de 2015).
•
Diversificação geográfica – a ARC Ratings em geral considera a diversificação geográfica do Grupo como um
factor de crédito positivo, reduzindo a sua vulnerabilidade aos riscos macro-económicos em Portugal, apesar
da sua exposição aos mercados de Angola e Moçambique apresentar riscos potenciais; a diversificação
geográfica aumentou no primeiro semestre de 2015, sobretudo na principal área de negócio para outros
países da União Europeia (com melhor rating), o que a ARC Ratings também considera positivo do ponto de
vista de crédito.
•
Melhoria dos rácios da divida - O rácio de dívida financeira líquida / EBITDA (incluindo os dividendos de
investimentos), em termos anualizados, melhorou, tendo baixado de 7,0 vezes no fim de 2014 para 6,7 vezes
no fim de Junho de 2015. O Grupo prevê uma descida sucessiva e significativa deste rácio, para 1,9 vezes no
fim de 2020. Adicionalmente, o rácio de cobertura dos gastos financeiros de financiamento pelo EBITDA
adicionado dos dividendos de investimentos registou uma ligeira melhoria no primeiro semestre de 2015,
para 2,0 vezes, e o Grupo espera uma melhoria progressiva para 9,7 vezes em 2020.
•
Manutenção do apoio - A CGD, o maior banco em Portugal e detido na totalidade pelo Estado Português, e
que, através da Caixa Capital, é accionista da GRUPO VISABEIRA SGPS e da sua principal sub holding, é
também o seu maior financiador.
OS PRINCIPAIS CONSTRANGIMENTOS
CONSTR ANGIMENTOS DAS
D AS NOTAÇÕES DA GRUPO VISABEIRA SGPS SÃO:
•
Endividamento - o grau de endividamento do Grupo é o principal constrangimento dos ratings atribuídos; de
facto a autonomia financeira (incluindo interesses minoritários) era de 22,5% no final de Junho de 2015, nível
próximo do registado nos últimos anos; em 2015 está previsto um aumento da dívida líquida de 32,4 M€
(decorrente sobretudo de investimentos de cerca de 80 milhões de euros), contudo, o Grupo deu inicio à sua
estratégia de desalavancagem, designadamente por alienação de activos extra exploração (no primeiro
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semestre de 2015 o aumento foi de 13,8 M€, tendo no mesmo período ocorrido uma redução de 6,9 M€ de
créditos de natureza comercial, num contexto de investimento de cerca de 40 M€, para 752,6 M€); nos anos
seguintes o Grupo estima uma redução da dívida líquida a partir de 2016, especialmente para 518,3 M€ no
final de 2020; é de salientar que, simultaneamente, num contexto de geração de resultados crescentes e de
alienação de acções, o Grupo prevê aumentar de forma continuada a autonomia financeira (incluindo
interesses minoritários) para 33,6% em 2019 e para 38,2% em 2020.
•
A geração de fundos está sujeita a riscos cambiais e políticos - nomeadamente em Angola e Moçambique,
mas as operações do Grupo nesses países auferem margens mais elevadas do que no mercado interno, a fim
de compensarem esses riscos; para além disso, a economia Angolana está a enfrentar os impactos negativos
da diminuição dos preços do petróleo, situação que poderá influenciar negativamente a actividade neste país
(que representa 15,7% do seu volume de negócios); contudo a importância de Angola e de Moçambique
para o consolidado irá diminuir com uma maior internacionalização para outros países europeus. Regista-se
contudo que o Grupo Visabeira procedeu à contratação de diferentes apólices de seguro de cobertura do
risco politico e cambial sobre recebíveis de Angola (sobre as exportações de subsidiárias portuguesas) no
montante individual de 1 M€, para fornecimentos continuados. Para além disso, uma subsidiária angolana,
contratou um empréstimo em dólares (equivalente até 24 milhões de euros), que lhe permite mitigar o risco
de transferência.
•
A mudança de propriedade da maior operadora de telecomunicações portuguesa - o sector de
telecomunicações em Portugal está numa fase de consolidação e em 2 de Junho de 2015 a
PT Portugal, S.G.P.S., S.A. (PT Portugal) (que representou cerca de 6% do volume de negócios do Grupo,
deduzido da facturação de materiais que não incorpora qualquer margem) foi comprada pelo Grupo Altice,
que é conhecido por ter uma grande preocupação com os custos e vontade de rever os contratos com todos
os prestadores de serviços.
•
Estrutura da dívida - é de referir que a maior parte da dívida do Grupo é contratada a médio prazo; o perfil de
maturidade da dívida do Grupo é influenciado pelo plano de reembolso da dívida contratada para a
aquisição de participações financeiras, particularmente de 2017 a 2019; espera-se que a importância da
dívida de curto prazo baixe para 9,6% (do total da dívida) no final de 2020; em Junho esta parcela era de
17,9% (141,5 M€, relativa principalmente à parcela exigível a curto prazo dos empréstimos contratados a
médio prazo) e baixou com a emissão de um empréstimo obrigacionista de 100 M€ em Julho de 2015 com
um prazo de 6 anos; é de destacar que no fim de Junho de 2015, à semelhança de anos anteriores, a dívida
financeira do Grupo encontrava-se maioritariamente denominada em euros (92,1%). A dívida é contratada
quase na totalidade a taxa de juro variável, encontrando-se assim exposta a flutuações das taxas de juro (que
se situam a um nível historicamente baixo).
•
A evolução do valor das participações financeiras do Grupo – este valor registou uma apreciação de 5,5 M€
no primeiro semestre de 2015 (após ter registado desvalorizações significativas nos anos anteriores), sem
qualquer impacto de fluxo de caixa dado que o Grupo ainda as mantêm em carteira.
CAPACIDADE DE GERAÇÃO
GERAÇÃO DE FUNDOS E EVOLUÇÕES
EVOLUÇÕ ES RECENTES
No primeiro semestre de 2015 o Grupo acelerou o ritmo de crescimento do volume de negócios consolidado
alcançando os 342,2 M€, mais 19,8% face ao período homólogo anterior. Neste período, à semelhança que se
verificou em 2014, verificou-se um aumento do volume de negócios em Portugal (+13,1%) e no exterior
(+28,9%). A actividade internacional, que foi especialmente robusta em França (+36,7%) e em Angola (+28,7%),
representou 45,2% (+3,2 pontos percentuais (pp) face ao período homólogo) do volume de negócios do Grupo.
A principal área de negócios, Telecomunicações, Energia, Tecnologias e Construção foi o motor de crescimento
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da actividade (+24,9%, ou +50,8 milhões de euros), para além da área da Indústria (+4,8 milhões de euros). As
restantes áreas registaram crescimento, mas menos expressivo.
Os mercados com contribuição mais significativa para o volume de negócios no primeiro semestre de 2015
foram:
•
Portugal – 54,8% (-3,2 pp em termos homólogos), ou 187,4 M€, sobretudo nas telecomunicações e energia,
mas também na indústria (56,2 M€, dos quais 33,6 M€ em resultado do bom desempenho das marcas Vista
Alegre e Atlantis e com as vendas para o IKEA em fase cruzeiro), e turismo (10,2 M€);
•
Angola -15,7% (+1,1 pp em termos homólogos), ou 53,7 M€, principalmente nas telecomunicações (televisão
e internet);
•
França -14,8% (+1,9 pp em termos homólogos), ou 50,5 M€, particularmente nas telecomunicações, para
além do desenvolvimento na energia (8,7 M€);
•
Moçambique -12,5% (em linha com o período homólogo), ou 42,7 M€, sobretudo nas telecomunicações e
energia (incluindo 11,5 M€ de televisão e internet), mas também no turismo (5,3 M€); e
•
Alemanha e Bélgica – 1,1% cada, no conjunto de 7,6 M€ nas telecomunicações (+2,4 M€ em termos
homólogos principalmente a Alemanha).
GRUPO VISABEIRA SGPS - CONTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS DE NEGÓCIO E PAÍSES PARA O VOLUME DE NEGÓCIOS CONSOLIDADO (%)
2014
Jan a Jun
2015
Jan a Jun
2010
2011
2012
2013
2014
509,7
522,7
534,0
562,9
631,6
285,8
342,3
72,4
71,5
63,9
58,3
55,6
58,0
54,8
Angola
8,3
8,3
9,2
12,5
14,8
14,6
15,7
Moçambique
9,5
9,8
13,5
14,4
13,0
12,6
12,5
França
9,1
9,6
10,6
11,7
13,0
12,9
14,8
Outros Países
0,7
0,8
2,8
3,1
3,6
1,9
2,3
71,6
72,3
72,3
69,9
72,0
71,5
74,6
VOLUME DE NEGÓCIOS CONSOLIDADO EM M€
Portugal
TELECOMUNICAÇÕES, ENERGIA, TECNOLOGIAS E CONSTRUÇÃO
Portugal
49,0
49,1
43,8
36,9
35,5
36,4
34,7
Angola
6,3
6,3
7,6
9,9
12,2
11,6
13,3
Moçambique
6,6
6,5
9,1
10,0
9,4
8,9
9,6
França
9,1
9,6
10,6
11,7
12,8
12,8
14,6
Outros Países
0,7
0,8
1,2
1,4
2,1
1,8
2,3
INDÚSTRIA
17,9
17,9
18,5
19,2
19,1
18,9
17,2
Portugal
16,7
17,1
15,6
16,4
16,5
17,8
16,4
Angola
1,1
0,8
0,9
0,8
0,8
0,9
0,4
Moçambique
0,2
0,1
0,6
0,4
0,2
0,1
0,2
França
n.a.
n.a.
n.a.
0,0
0,1
0,1
0,1
Outros Países
0,0
0,0
1,4
1,6
1,5
0,0
0,0
1,1
0,7
0,6
1,9
0,7
0,8
0,7
Portugal
0,7
0,2
0,2
1,3
0,2
0,2
0,2
Moçambique
0,5
0,5
0,5
0,6
0,5
0,6
0,5
TURISMO
6,4
6,4
6,3
5,8
5,0
5,3
4,5
Portugal
4,8
4,6
4,1
3,7
3,4
3,5
3,0
Moçambique
1,6
1,8
2,2
2,1
1,6
1,7
1,5
2,9
2,7
2,3
3,2
3,2
3,5
3,0
Portugal
1,2
0,6
0,3
0,1
0,1
0,1
0,4
Angola
1,0
1,2
0,7
1,8
1,9
2,1
1,9
Moçambique
0,8
0,9
1,1
1,3
1,2
1,2
0,6
Outros Países
0,0
0,0
0,1
0,1
0,0
0,1
0,0
IMOBILIÁRIA
COMÉRCIO, SERVIÇOS, SAÚDE E INVESTIMENTOS
Notas:
Valores arredondados.
Fonte:
Relatórios e Contas, e informação adicional, da GRUPO VISABEIRA SGPS.
Assim, o Grupo manteve a sua estratégia de aumento da diversificação geográfica.
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A principal área de negócios, Telecomunicações, Energia, Tecnologias e Construção, representou 74,6% do
volume de negócios do Grupo. É de referir que mais de 50% do volume de negócios consolidado foi atingido na
área das Telecomunicações (com idêntica contribuição para o EBITDA). A área de negócios da Indústria manteve
o segundo lugar com 17,2% do volume de negócios (e 8,4% do EBITDA). A área do Turismo representou 4,5%
do volume de negócios do Grupo e 11,2% do seu EBITDA.
O EBITDA do Grupo registou um crescimento homólogo mais robusto (mais 8,4 pp) do que o volume de
negócios, situando-se em 54,3 M€ no primeiro semestre de 2015. Assim, a margem EBITDA aumentou em
1,1 pp, para 15,9% do volume de negócios, mantendo a tendência de melhoria registada nos últimos anos.
O resultado operacional do Grupo atingiu 37,0 M€ no primeiro semestre de 2015 (mais 37,8% em termos
homólogos), permitindo um aumento de 1,4 pp na rendibilidade operacional do volume de negócios (para
10,8%). Com efeito, e apesar do ligeiro aumento do peso das amortizações no volume de negócios, em
resultado do investimento realizado que não atingiu ainda a fase cruzeiro da actividade, verificou-se uma
melhoria fruto da inversão das perdas da equivalência patrimonial e do menor valor de provisões e imparidades.
Os gastos financeiros líquidos registaram um aumento homólogo de 21,4%, para 36,7 M€ no primeiro semestre
de 2015. Esta subida ocorreu num contexto de menor perda em investimentos financeiros (em 0,4 M€) e de
ligeira subida dos gastos de financiamento (em apenas 1,4%, para 21,7 M€), beneficiando da ligeira redução da
taxa de juro all-in (para 5,6%) num quadro de aumento da dívida líquida média. Assim, o aumento desses gastos
reflectiu principalmente a verificação de diferenças de câmbio negativas de 4,1 M€ (face a 0,6 M€ em termos
homólogos), para além da descida de juros recebidos, em 1,5 M€, e de dividendos recebidos, em 1,1 M€.
A perda registada em investimentos financeiros no primeiro semestre de 2015 resultou da desvalorização do
justo valor da participação accionista na PHAROL, SGPS, S.A. (PHAROL) (em 11,1 M€, para 9,3 M€). É de salientar
que o justo valor das outras duas participações accionistas, NOS S.G.P.S., S.A. (NOS) e EDP - Energias de
Portugal, S.A. (EDP), manteve a tendência de apreciação, em 16,6 M€ no primeiro semestre de 2015, mas
continuou a ser registada directamente em capitais próprios.
O rácio de cobertura dos gastos financeiros de financiamento pelo EBITDA adicionado dos dividendos de
investimentos registou uma ligeira melhoria, aumentando para 2,0 vezes no primeiro semestre de 2015 (face a
1,9 vezes no período homólogo).
O justo valor de propriedades de investimento registou um aumento de 0,9 M€ no primeiro semestre de 2015
relacionado com o acervo do museu da Vista Alegre.
Neste contexto, o Grupo conseguiu registar um resultado antes de imposto positivo, em 1,0 M€ (face a -3,5 M€
no período homólogo), contudo a carga fiscal (em parte relacionada com a apreciação de participações
financeiras) levou a um resultado líquido consolidado da Grupo Visabeira SGPS de -4,0 M€ no primeiro semestre
de 2015 (que saliente-se representa uma melhoria em relação a -9,1 M€ no período homólogo). Assim, a
rendibilidade líquida do volume de negócios foi negativa (-1,2%), mas associada à actividade não operacional.
POLÍTICA FINANCEIRA
No primeiro semestre de 2015 o Grupo investiu cerca de 40,0 M€ em activos fixos tangíveis. Cerca de metade
do investimento foi realizado em Portugal no hotel em Ílhavo, na área das telecomunicações e na Indústria. No
exterior o Grupo continua a realizar principalmente investimentos de expansão da actividade de
telecomunicações (televisão e internet) em Moçambique e em Angola e na área do Imobiliário e turismo em
Moçambique. É de referir que o investimento realizado no primeiro semestre de 2015 continuou a ser superior às
amortizações, reflectindo a expansão da actividade.
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As necessidades em fundo de maneio aumentaram no primeiro semestre de 2015 (em 24,8 M€, para 163,5 M€),
em resultado da descida mais significativa dos recursos cíclicos em relação à redução das necessidades cíclicas.
No entanto, em termos líquidos de adiantamentos, a redução do saldo de clientes foi superior à redução de
fornecedores, que baixaram respectivamente para 119,3 M€ e 124,0 M€ no final de Junho de 2015. O valor de
inventários baixou também para 174,9 M€. Os empréstimos a accionistas e empresas associadas (líquidos de
empréstimos de accionistas e empresas associadas correntes) aumentaram em 6,4 M€, para 69,0 M€.
Num contexto de realização de investimentos em activos fixos e de aumento dos empréstimos, e apesar da
geração de fundos, a dívida financeira líquida consolidada da GRUPO VISABEIRA SGPS aumentou em 13,8 M€
(ou 1,9%), para 752,6 M€ no final de Junho de 2015. Em igual período destaca-se também uma redução 6,9 M€
de dívida relativa a outros créditos de natureza comercial, factoring, confirming e desconto de remessas
documentárias.
GRUPO VISABEIRA SGPS - DADOS FINANCEIROS E RÁCIOS (MILHARES DE EUROS)
VOLUME DE NEGÓCIOS
2010
2011 (*)
2012
2013
2014
2014
Jan a Jun
2015
Jan a Jun
509.593
522.604
533.873
562.779
631.438
285.763
342.220
EBITDA
60.788
65.460
68.462
82.512
98.788
42.402
54.350
RESULTADO OPERACIONAL (EBIT)
41.736
47.190
47.382
58.256
63.404
26.838
36.976
(24.363)
(78.091)
(48.289)
(42.994)
(91.558)
(30.261)
(36.729)
3.866
46.316
12.318
5.856
62.544
(36)
788
13.173
14.198
2.153
232
8.083
(9.120)
(3.972)
RESULTADO FINANCEIRO
RESULTADOS NÃO CORRENTES
RES. CONSOL. LÍQUIDO DO PERÍODO
Taxa de Distribuição de Resultados
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
11,9%
12,5%
12,8%
14,7%
15,6%
14,8%
15,9%
1.449.926
1.451.950
1.449.413
1.520.381
1.665.411
1.574.873
1.660.375
81.737
(33.766)
72.159
(14.666)
31.638
(70.008)
12.409
186.311
196.177
160.281
145.915
138.755
167.597
163.506
(104.574)
(229.943)
(88.122)
(160.581)
(107.117)
(237.605)
(151.097)
689.025
697.078
695.184
682.833
738.777
690.185
752.583
REND. OPERAC. DO VOLUME DE NEGÓCIOS (%)
8,2%
9,0%
8,9%
10,4%
10,0%
9,4%
10,8%
REND. OPERAC. DO ACTIVO (%)
2,9%
3,3%
3,3%
3,8%
3,8%
3,4%
4,5%
Custo Bruto do Capital Alheio (%)
3,3%
3,7%
4,8%
3,8%
3,5%
3,8%
4,2%
REND. LÍQUIDA DO VOLUME DE NEGÓCIOS (%)
2,6%
2,7%
0,4%
0,0%
1,3%
(3,2%)
(1,2%)
Cobertura dos Gastos Fin. de Financia/ pelo EBITDA + Dividendos (x)
2,6
2,4
1,7
1,9
2,3
1,9
2,0
Dívida Financeira Líquida / (EBITDA + Dividendos) (x)
6,6
6,7
7,6
7,3
7,0
7,6
6,7
Autonomia Financeira incluindo Interesses Minoritários
22,7%
22,5%
23,6%
23,3%
22,1%
23,0%
22,5%
Endividamento
77,3%
77,5%
76,4%
76,7%
77,9%
77,0%
77,5%
Estrutura da Dívida Financeira (% exigível a curto prazo)
12,1%
26,4%
20,3%
19,9%
14,9%
23,9%
18,4%
Risco de Liquidez
53,9%
96,4%
85,3%
75,8%
64,7%
n.d.
87,7%
EBITDA em % do Vol. Negócios
TOTAL DO ACTIVO
FUNDO MANEIO LIQUIDO (FML)
NECESSIDADES EM FUNDO MANEIO (NFM)
TESOURARIA LIQUIDA (TRL)
DÍVIDA FINANCEIRA LÍQUIDA
Risco de Taxa de Juro
Liquidez Geral (Activo Corrente / Passivo Corrente) (%)
Liquidez Reduzida ((Act. Corrente - Inventários)/Passivo Corrente) (%)
96,8%
91,8%
90,2%
88,9%
92,3%
98,9%
92,4%
119,9%
93,5%
115,8%
97,1%
106,1%
88,0%
102,4%
82,5%
61,7%
78,7%
60,7%
71,9%
54,7%
69,0%
Notas:
Valores arredondados.
(*) = Reapresentadas;
Contas preparadas de acordo com as IFRS. Com reclassificações / ajustamentos efectuados pela ARC Ratings para efeitos de análise.
Contas de 2010 a 2014 certificadas pela Ernst & Young Audit & Associados.
Fontes:
Relatórios e Contas e informação adicional da GRUPO VISABEIRA SGPS.
Além das suas subsidiárias operacionais, a GRUPO VISABEIRA SGPS mantém as seguintes participações
financeiras:
•
uma participação de 2,64% na PHAROL, anteriormente designada Portugal Telecom, S.G.P.S., S.A., holding
que mantém uma participação minoritária (de 27,5%) na OI, S.A., operadora de telecomunicações brasileira;
esta operadora manteve até 2 de Junho de 2015 a totalidade da PT Portugal, a maior operadora de
telecomunicações em Portugal, a qual vendeu nessa data ao Grupo Altice;
•
uma participação de 1,36% na NOS, a segunda maior operadora de telecomunicações em Portugal; e
ARC Ratings, S.A.
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Grupo Visabeira SGPS
Relatório de Rating Empresas – Revisão
•
uma participação de 0,45% na EDP, líder no mercado Português da produção, distribuição e comercialização
de electricidade.
No fim de Junho de 2015 estas participações financeiras tinham um valor de mercado de 115,0 M€ e
representavam 6,9% dos activos consolidados da GRUPO VISABEIRA SGPS. A este nível, estas participações
continuam a não representar riscos substanciais para o balanço do Grupo Visabeira.
A autonomia financeira (incluindo interesses minoritários) aumentou 0,4 pp, para 22,5% no fim de Junho de 2015,
em consequência principalmente da valorização de investimentos financeiros. Esta melhoria ocorreu apesar do
agravamento da evolução das taxas de câmbio devido à depreciação das moedas de Moçambique e de Angola,
que levou à redução da reserva de conversão cambial, em -6,8 M€, para -23,5 M€.
O rácio de dívida financeira líquida / EBITDA (incluindo os dividendos de investimentos), em termos anualizados,
melhorou, tendo baixado de 7,0 vezes no fim de 2014 para 6,7 vezes no fim de Junho de 2015.
Em termos de maturidade da dívida financeira do Grupo, o montante da dívida financeira com maturidade a
curto prazo era 146,1 M€ no fim de Junho de 2015 (18,4% do total), face a 115,9 M€ (14,9% do total) no fim de
2014. No entanto, esta estrutura da dívida melhorou com a emissão de um empréstimo obrigacionista de
100 M€ realizado em Julho de 2015 com um prazo de 6 anos (com 3 anos de carência) para refinanciamento de
dívida e financiamento da actividade corrente. Assim, temporariamente, o risco de liquidez do Grupo aumentou
23,0 pp no primeiro semestre de 2015, para 87,7%, tendo decrescido em Julho de 2015.
A CGD, o maior banco em Portugal e detido na totalidade pelo Estado Português, e que, através da Caixa
Capital, é accionista da GRUPO VISABEIRA SGPS S e da sua principal sub holding, é também o seu maior
financiador. No fim de Junho de 2015 os contratos de financiamento com a CGD representavam 51,9% do total
(menos 0,5 pp do que no fim de 2014), seguida pela Caixa Económica Montepio Geral (15,2%) e pelo Banco
Comercial Português, S.A. (BCP) (9,4%).
No fim de Junho de 2015 92,1% da dívida financeira do Grupo esta denominada em euros. O remanescente
estava denominado em meticais moçambicanos (5,9%), kuanzas angolanos (1,7%) e dólares dos Estados Unidos
da América (0,3%) e foi contratado para financiar as actividades em Moçambique e em Angola, não tendo sido
contratadas coberturas cambiais.
O Grupo tem por política contratar maioritariamente a sua dívida financeira a taxas de juro indexadas
(essencialmente à EURIBOR e à LIBOR) e reduz o risco de taxa de juro através de contratos de swap de taxa de
juro (com um valor nocional total de cerca de 28,0 M€ no fim de Junho de 2015 representando apenas 3,5% do
total da dívida financeira). Nestes contratos de swap o Grupo recebe juros à taxa EURIBOR a 3 meses e paga
juros a taxas anuais fixas que variam entre 0,68% e 3,09%.
O Grupo mantém apólices de seguro com as seguintes coberturas: danos materiais do activo fixo tangível, com
um capital seguro de 677,2 M€ (no fim de Junho de 2015 o valor líquido contabilístico do activo fixo tangível,
excluindo o valor dos terrenos e recursos naturais, e das propriedades de investimento era de 801,5 M€);
responsabilidade civil, incluindo decenal, com capital seguro de 94,3 M€; e decorrentes de obras e montagens
para entidades que não foram objecto de consolidação integral pela Grupo Visabeira SGPS, com capital seguro
de 255,4 M€. É de referir que não se encontram cobertos através de apólices de seguros os riscos de perda de
lucros, com excepção de algumas subsidiárias em Angola e Moçambique, nomeadamente na actividade de
televisão e internet.
PREVISÕES
No plano a médio e longo prazo, para o período de 2015 a 2020, o Grupo prevê uma expansão sólida das suas
actividades. Estão previstos aumentos sucessivos e significativos do seu volume de negócios, que serão mais
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Grupo Visabeira SGPS
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expressivos em 2015 (+23,1%, para 777,5 M€) e em 2016 (+19,5%, para 929,4 M€) e na ordem dos 10,5% nos
anos seguintes, para 1 407,7 M€ em 2020.
A principal área de actividade continuará a ser o motor de crescimento do Grupo. Assim, a contribuição da área
das Telecomunicações, Energia, Tecnologias e Construção para o volume de negócios consolidado deverá
aumentar para 74,5% em 2016, 75,4% em 2018 e 77,6% em 2020. O Grupo irá tirar partido da sua posição de
liderança em Portugal, do fortalecimento da presença em Angola e em Moçambique e do aumento da
diversificação para a Europa. Em consequência, a importância para o volume de negócios consolidado dos
países europeus deverá aumentar, destacando-se:
•
a França - para 17,2% em 2015 (e manter-se neste nível) beneficiando: da renegociação este ano dos
contratos com a France Telecom (até 2020), com um alargamento da área contratada (com um valor superior
a um terço face ao anterior), através do qual o Grupo reforçou a sua posição de terceiro prestador de serviços
da ORANGE; e da expansão para a área da energia, da qual estima sinergias entre as duas áreas;
•
da Dinamarca - para 6,3% em 2016 e crescente nos anos seguintes atingindo 10,9% em 2020, ao abrigo de
um contrato com a Huawei e de outro contrato em negociação;
•
da Alemanha - para 1,5% em 2015, 3,0% em 2017, 6,2% em 2019 e 9,0% em 2020, ao abrigo de contratos
assinados com a Huawei e com a Deustche Telekom.
O Grupo estima um maior desenvolvimento da actividade da indústria e do turismo a partir de 2016, quer pela
expansão da actividade (no sector da loiça) quer pelos investimentos a realizar (em particular em Moçambique).
Assim, a importância da área do turismo para o volume de negócios deverá manter-se, em 5,1%, enquanto a
importância da indústria deverá baixar de 19% em 2015 para 14,4% em 2020. A contribuição das restantes áreas
de actividade manter-se-á reduzida.
A maior diversificação geográfica levará à diminuição da contribuição para o volume de negócios de Angola e de
Moçambique, apesar da prevista expansão de actividade nestes países, para 10,2% e 11,2% respectivamente em
2020. De igual forma a contribuição de Portugal baixará progressivamente para 53,8% em 2015, 49,0% em 2016
e 40,3% em 2020, apesar do aumento nominal de actividade (a taxas mais moderadas a partir de 2017).
A expansão da actividade levará a uma crescente capacidade de geração de fundos, pelo que o Grupo estima
valores consideráveis de EBITDA: de 128,2 M€ em 2015 (+30,5%); de 158,1 M€ em 2016 (+23,3%); e de
269,7 M€ em 2020. Assim, a margem EBITDA deverá registar progressivas melhorias, para 16,5% em 2015 e para
19,2% em 2020 (+3,6 pp do que em 2014). Note-se que, com o previsto desenvolvimento da actividade na
Europa, o Grupo conseguirá uma maior repartição geográfica da geração de fundos: baixando a contribuição de
Moçambique e Angola, para 29,1% em conjunto em 2020, e de Portugal, para 39,2%, em contrapartida do
aumento da contribuição da França, da Dinamarca e da Alemanha, em conjunto para 30,7% nesse ano. O
resultado operacional deverá beneficiar também da redução do peso das amortizações e da melhoria de ganhos
da equivalência patrimonial e atingir 215,1 M€ em 2020 (mais do triplo do atingido em 2014).
Os gastos financeiros líquidos deverão registar decréscimos, particularmente em 2017 e em 2018 (para 32,0 M€),
para 27,7 M€ em 2020, fruto da descida da dívida financeira líquida e do custo da dívida. Assim, o rácio de
cobertura dos gastos financeiros de financiamento pelo EBITDA adicionado dos dividendos de investimentos
melhora de forma significativa, subindo para 3,0 vezes em 2015 e para 9,7 vezes em 2020. A melhoria dos
resultados operacionais e da função financeira conduzirão a resultado líquido crescentes, de 37,4 M€ em 2015,
de 95,2 M€ em 2018 e de 138,8 M€ em 2020.
Para o período de 2015 a 2020 o Grupo prevê a realização de investimentos no valor de 428,5 M€, com o valor
mais significativo previsto para 2016 (82,0 M€). Cerca de 63% do valor do investimento é dirigido ao
desenvolvimento da principal área de actividade (prestação de serviços a operadores de infra-estruturas de
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Grupo Visabeira SGPS
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telecomunicações e de energia), principalmente fora de Portugal (Dinamarca, Angola e Moçambique). As
renovações de edifícios da Vista Alegre, destinadas ao turismo em Portugal, e a construção de novos hotéis em
Moçambique representam cerca de 21% do investimento total previsto. Na área da indústria estão previstos a
realização de 15,3% do total, incluindo uma nova fábrica de pellets em Espanha (22,1 M€) e um novo forno na
fábrica da Vista Alegre. O Grupo considerou a seguinte estrutura de financiamento do investimento: 30% fundos
próprios e 70% capitais alheios.
O investimento previsto no plano não incluiu o investimento a realizar na construção de um novo hospital em
Viseu, na medida em que o Grupo estima aliená-lo ainda em 2015. Note-se que o ganho esperado com esta
transacção foi já maioritariamente reflectido em 2014, aquando do seu reconhecimento como propriedade de
investimento. O Grupo já realizou um contrato de promessa de arrendamento deste edifício com um operador
português (CUF / Grupo Melo).
Decorrente das condições de amortização da dívida contratada para a aquisição das acções (no valor total de
237 M€ no final de Junho de 2015) o Grupo estima a alienação destas acções (à cotação de final de 2014) entre
2017 e 2019 (dos quais 48,3 M€ em cada um dos dois primeiros anos). Assim, o Grupo considerou o
recebimento de dividendos apenas até 2018 e de valor decrescente (sem considerar qualquer valor da PHAROL
desde 2016). Um eventual decréscimo significativo da cotação das acções da PHAROL, como ocorreu no
primeiro semestre de 2015, teria um menor impacto negativo dado que no fim de Junho de 2015 o justo valor
do investimento do Grupo nestas acções era de apenas 9,3 M€. Adicionalmente, o Grupo, com a geração de
cash flow, continuará a amortizar anualmente 14,4 M€ até 2023. Os activos do Palácio do Gelo, um centro
comercial em Viseu (Portugal), estão associados a este financiamento como garantia.
GRUPO VISABEIRA SGPS - DADOS FINANCEIROS E RÁCIOS (MILHARES DE EUROS)
2015 (P)
2016 (P)
2017 (P)
2018 (P)
2019 (P)
2020 (P)
VOLUME DE NEGÓCIOS
777.548
929.384
1.042.900
1.152.108
1.272.900
1.407.676
EBITDA
128.231
158.135
180.976
206.674
235.454
269.745
92.753
118.716
136.322
159.127
181.498
215.073
(39.314)
(39.154)
(35.406)
(31.995)
(30.168)
(27.690)
0
0
0
0
0
0
37.432
58.408
74.652
95.228
111.357
138.812
RESULTADO OPERACIONAL (EBIT)
RESULTADO FINANCEIRO
RESULTADOS NÃO CORRENTES
RES. CONSOL. LÍQUIDO DO PERÍODO
Taxa de Distribuição de Resultados
EBITDA em % do Vol. Negócios
TOTAL DO ACTIVO
FUNDO MANEIO LIQUIDO (FML)
NECESSIDADES EM FUNDO MANEIO (NFM)
TESOURARIA LIQUIDA (TRL)
DÍVIDA FINANCEIRA LÍQUIDA
REND. OPERAC. DO VOLUME DE NEGÓCIOS (%)
27%
17%
13%
11%
9%
7%
16,5%
17,0%
17,4%
17,9%
18,5%
19,2%
1.716.923
1.796.014
1.809.187
1.817.205
1.869.719
1.946.408
16.783
50.485
29.155
4.305
156.623
231.405
197.566
207.773
196.560
210.622
220.483
230.622
(180.782)
(157.289)
(167.405)
(206.317)
(63.859)
784
771.132
767.862
714.064
653.310
602.445
518.299
11,9%
12,8%
13,1%
13,8%
14,3%
15,3%
REND. OPERAC. DO ACTIVO (%)
5,4%
6,6%
7,5%
8,8%
9,7%
11,0%
Custo Bruto do Capital Alheio (%)
3,3%
3,1%
2,9%
2,5%
2,4%
2,2%
REND. LÍQUIDA DO VOLUME DE NEGÓCIOS (%)
4,8%
6,3%
7,2%
8,3%
8,7%
9,9%
Cobertura dos Gastos Fin. de Financia/ pelo EBITDA + Dividendos (x)
3,0
3,8
4,7
6,3
7,7
9,7
Dívida Financeira Líquida / (EBITDA + Dividendos) (x)
5,7
4,7
3,9
3,1
2,6
1,9
22,2%
23,8%
26,2%
29,6%
33,6%
38,2%
Autonomia Financeira incluindo Interesses Minoritários
Endividamento
77,8%
76,2%
73,9%
70,7%
66,7%
62,2%
Estrutura da Dívida Financeira (% exigível a curto prazo)
14,7%
18,8%
24,9%
30,3%
11,3%
9,6%
Risco de Liquidez
n.d.
n.d.
n.d.
n.d.
n.d.
n.d.
Risco de Taxa de Juro
n.d.
n.d.
n.d.
n.d.
n.d.
n.d.
103,1%
108,2%
103,9%
99,9%
125,9%
138,4%
70,4%
79,6%
76,5%
72,7%
92,0%
104,2%
Liquidez Geral (Activo Corrente / Passivo Corrente) (%)
Liquidez Reduzida ((Act. Corrente - Inventários)/Passivo Corrente) (%)
Notas:
Valores arredondados.
(*) = Reapresentadas; (P) = Previsões; n.d. = Não disponível.
Contas preparadas de acordo com as IFRS. Com reclassificações / ajustamentos efectuados pela ARC Ratings para efeitos de análise.
Contas de 2010 a 2014 certificadas pela Ernst & Young Audit & Associados.
Fontes:
Relatórios e Contas e informação adicional da GRUPO VISABEIRA SGPS.
Plano para 2015 a 2020, preparado pelo Grupo em Maio de 2015, tendo por base as contas consolidadas de 2014.
ARC Ratings, S.A.
9/12
Grupo Visabeira SGPS
Relatório de Rating Empresas – Revisão
Num contexto de aumento previsto de geração de fundos, os investimentos de expansão em activos fixos e em
fundo de maneio (particularmente em 2015) necessitarão de ser em parte financiados por dívida. Note-se que o
Banco Europeu de Investimento já aprovou um financiamento de 20 M€ para a expansão da actividade das
telecomunicações (televisão e internet) em Angola. Assim, o Grupo prevê um aumento de 32,4 M€ na sua dívida
financeira líquida em 2015, para 771,1 M€. Nos anos seguintes a dívida líquida do Grupo diminuirá,
particularmente a partir de 2017 (com a alienação das acções) e em 2020 (-84,1 M€), para 518,3 M€ no final
deste ano. Nesta data, a proporção da dívida líquida exigível a curto prazo baixará para 9,6% (ou 57,1 M€).
No plano a médio prazo o Grupo prevê a distribuição anual de dividendos no valor de 10,0 M€, que representará
uma taxa decrescente de distribuição de resultados, de 27% em 2015 para 7% em 2020. Contudo, num contexto
de geração de resultados crescentes e de alienação de acções o Grupo prevê aumentar a sua autonomia
financeira (incluindo os interesses minoritários), a partir de 2016 (em 1,6 pp, para 23,8%) e de forma mais
significativa nos anos seguintes, para 33,6% em 2019 e 38,2% em 2020.
A redução prevista da dívida financeira líquida a par da melhoria do EBITDA permitirá uma descida sucessiva e
considerável do rácio de dívida financeira líquida / EBITDA (incluindo os dividendos de investimentos) para
5,7 vezes no fim de 2015 (face a 7,0 vezes no fim de 2014) e para 1,9 vezes no fim de 2020.
Note-se que para além do considerado no plano a médio prazo o Grupo pondera tomar medidas para a descida
mais rápida do saldo da dívida, por via de desinvestimentos, ou de alienação de imobiliário ou da abertura de
capital da sua principal sub holding. Adicionalmente, o Grupo não considerou no plano a possibilidade de
diversificação para outras geografias, nomeadamente para a India (na área das telecomunicações) onde já
constituiu uma joint-venture com um grande grupo local.
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE
SENSIBILIDADE
Como referido, apenas uma pequena parte da dívida financeira do Grupo Visabeira não está sujeita ao risco de
taxa de juro. Um aumento de 1,0 pp na taxa de juro no período 2015 a 2020 no cenário base teria um impacto
no aumento dos gastos financeiros anuais entre 8,2 M€, em 2016, e 6,2 M€, em 2020.
A ARC Ratings preparou um cenário alternativo de previsões para o período 2015 a 2020 considerando: um
EBITDA inferior em 15% às previsões do Grupo (reflectindo nomeadamente um menor crescimento da expansão
internacional e / ou uma margem EBITDA mais baixa em Portugal); um eventual agravamento da taxa de juro de
1,0 pp; a manutenção das previsões de investimento do Grupo e da taxa de distribuição de resultados. Neste
cenário a dívida financeira líquida do Grupo Visabeira aumenta para 785,3 M€ no fim de 2015 e baixa para
551,6 M€ no fim de 2020 (respectivamente mais 14,2 M€ e 33,3 M€ do que no cenário base). A autonomia
financeira (incluindo interesses minoritários) diminui ligeiramente no fim de 2015, para 21,4% (-1,1 pp do que no
fim de Junho de 2015), e aumenta nos anos seguintes para 24,9% no fim de 2017 e para 36,5% no fim de 2020
(respectivamente -1,3 pp e -1,7 pp do que no cenário base).
O rácio de dívida financeira líquida / EBITDA (incluindo os dividendos de investimentos) ainda melhora para
6,8 vezes no fim de 2015 e de forma progressiva nos anos seguintes, para 2,4 vezes no fim de 2020 (face a
1,9 vezes no cenário base). O rácio de cobertura dos gastos financeiros de financiamento pelo EBITDA
adicionado dos dividendos de investimentos registará ainda melhorias significativas, para 2,7 vezes em 2015 e
para 6,4 vezes em 2020. Deste modo, mesmo em condições adversas o Grupo apresenta uma adequada
capacidade para cumprir com os seus compromissos financeiros.
CONDIÇÕES DAS EMISSÕES
EMISSÕES
As emissões sujeitas a notação pela ARC Ratings correspondem a emissões de papel comercial realizadas ou a
realizar pela GRUPO VISABEIRA SGPS ao abrigo de um programa com garantia de subscrição para o seu
ARC Ratings, S.A.
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Grupo Visabeira SGPS
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montante total de 27,5 M€ concedida por um sindicato bancário constituído por: CGD (40,9%), BCP (40,9%) e
Novo Banco, S.A. (18.2%). As principais condições são: vencimento em 20 de Dezembro de 2016; possibilidade
de denúncia, quer pelo emitente, quer por cada um dos membros do sindicato bancário, até ao limite da
respectiva participação em 18 de Dezembro de 2015 ou 20 de Junho de 2016 (não tendo sido exercida em
19 de Junho de 2015); cláusula de ownership relativamente à detenção, directa ou indirecta, pela
GRUPO VISABEIRA SGPS de pelo menos 84,36% do capital social da Viatel, Tecnologia de Comunicações, S.A. e
de 99,8% do capital social da Movida - Empreendimentos Turísticos, S.A.; e cláusulas de pari-passu e de negative
pledge.
ARC Ratings, S.A.
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AVISO LEGAL
Note-se que a ARC Ratings não é um consultor legal, fiscal ou financeiro, apenas atribui uma opinião de crédito dos títulos
notados. Por exemplo, a notação não cobre uma potencial mudança nas leis, nem pode ser considerada como uma auditoria.
Além disso, a ARC Ratings não é parte nos contratos das emissões. Os utilizadores dos nossos ratings devem ter
conhecimento dos contratos das emissões e do respectivo funcionamento, devem formar os seus próprios pontos de vista a
esse respeito, não devem depender na ARC Ratings para aconselhamento legal, fiscal ou financeiro, e são incentivados a
entrar em contacto com os consultores relevantes.
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relatórios de Revisão.
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O(s) rating(s) atribuído(s) pela ARC Ratings neste relatório foi(ram) solicitado(s) pela entidade cujos compromissos são sujeitos
a rating.
Previamente à atribuição ou revisão de uma notação de rating, a ARC Ratings faculta à entidade cujos compromissos
financeiros são sujeitos a rating documentação que suporta a notação a atribuir (relatório preliminar de rating), dando-lhe,
assim, oportunidade para clarificação ou correcção factual da mesma, para que a notação atribuída seja o mais correcta
possível. Os comentários da entidade cujos compromissos financeiros são sujeitos a rating são tidos em conta pela ARC
Ratings na atribuição da notação.
As taxas de incumprimento históricas da ARC Ratings são publicadas na European Securities and Markets Authority Central
Repository (CEREP) e podem ser consultadas no website cerep.esma.europa.eu/cerep-web/. A ARC Ratings define taxa de
incumprimento como a probabilidade de o devedor não realizar o pagamento integral e atempado do capital ou dos juros dos
compromissos sujeitos a rating, ou da ocorrência de qualquer facto que indique explicitamente que o pagamento integral e
atempado destes compromissos não irá acontecer no futuro (por exemplo, no caso de insolvência).
Os ratings não constituem recomendações de compra ou venda, sendo apenas um dos elementos a ponderar pelos
investidores.
A ARC Ratings procede, ao longo de todo o período em que as notações de rating se encontram válidas, a um
acompanhamento constante da evolução do emitente, podendo, inclusivamente, antecipar a data de realização da revisão,
excepto se trate de um rating pontual. Assim, previamente à utilização da notação do rating pelo investidor a ARC Ratings
recomenda a sua confirmação, nomeadamente através da consulta da lista de ratings públicos no web site
www.arcratings.com.
Os ratings baseiam-se em informação recolhida junto de um conjunto alargado de fontes de informação, com destaque para a
prestada pela entidade cujos compromissos financeiros são sujeitos a rating, incluindo informação confidencial, a qual é
utilizada e trabalhada, com todo o cuidado, pela ARC Ratings. Não obstante os cuidados na obtenção, verificação e
tratamento da informação para efeitos da análise de rating, a ARC Ratings não se pode responsabilizar pela sua exactidão,
sendo exigível a percepção por parte da ARC Ratings de um nível mínimo de qualidade da informação para que se proceda à
atribuição das notações de rating.
No processo de rating a ARC Ratings adopta procedimentos e metodologias no sentido de assegurar a transparência, a
credibilidade, a independência, e que a atribuição de notações de rating não seja influenciada por situações de conflito de
interesse. Excepções quanto a estes princípios são divulgadas pela ARC Ratings em conjunto com a notação de rating do
compromisso financeiro.
ARC Ratings, S.A.
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Grupo Visabeira SGPS Acting Chief Ratings Officer & Presidente do Painel [email protected] 180 Piccadilly London, W1J 9HF UNITED KINGDOM Tel: +44 (0) 203 282 7594 Website: www.arcratings.com

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