Portuguese - Homiletics

Transcrição

Portuguese - Homiletics
Homilética
[Homiletics – Portuguese]
[2nd Edition – March 2011]
Página
Lição 1
A pregação e o pregador
1
Lição 2
A mensagem
4
Lição 3
As três partes principais de um sermão
9
Lição 4
Ilustrações num sermão
17
Lição 5
Tipos diferentes de sermões e esboços do sermão
21
Lição 6
Outras formas de pregação
24
Lição 7
Lançando a semente
26
Lição 8
Atenção
32
Autor:
Erling Rasmussen
SBCI, P.O. Box 324, Hillcrest 3650, South Africa
E-mail: [email protected]
Tel. 0873510934
Fax. 0865523322
www.sbci.co.za
A pregação e o pregador
Lição 1
A.
Introdução
B.
Vamos agora lidar com uma das actividades centrais da igreja.
Um dos grandes instrumentos postos nas mãos da igreja e seus ministros é “Pregar a
mensagem de Deus”. 1 Coríntios 1:21.
É um mandamento claro de Jesus aos Seus seguidores, Marcos 16:15 “Ide por todo o
mundo e pregai!”
A pregação é um dos maiores privilégios confiado ao homem, para ser a porta-voz e
embaixador de Deus. 2 Coríntios 5:18-21.
Pregar é também uma das maiores responsabilidades. Romanos 10:14-15.
O que é uma pregação?
1.
Homilética = a arte de pregar (um estudo sobre tudo o que diz respeito à pregação).
2.
Definição: “A pregação é a proclamação da mensagem de Deus por uma personalidade
escolhida para atender às necessidades da humanidade”.
Dois elementos: a)
b)
C.
Personalidade (o pregador).
Mensagem (a verdade).
3.
A mensagem deve ser a mensagem de Deus – outra coisa qualquer não é pregação,
mas uma mero discurso humanístico, política, etc., falando.
4.
A pregação deve ser uma proclamação pessoal, não leitura ou escrita.
O Pregador
Disse o Dr. Martyn Lloyd, “Pregadores nascem, não são feitos, nunca ensinarás um homem a
ser pregador se ele não o é realmente, mas a um homem nascido assim poderás ajudá-lo e
melhorar um pouco aqui e ali”.
O pregador não é a fonte da mensagem – mas é de Deus – e ele é o canal. A mensagem
move-se através da sua personalidade. A mensagem deve fluir livremente da sua fonte
(Deus) ao seu destino (as pessoas). A pregação é o produto de dois factores, um divino e um
humano, e ambos são muito importantes. A mensagem flui através da personalidade do
pregador e é moldada por ela.
Por causa desta alta chamada, o pregador não deve dispensar qualquer disciplina do coração,
mente, corpo e alma.
1.
Condições do pregador.
a)
b)
Deve ser verdadeiramente nascido de novo ter vida e arder para o Senhor.
Deve ter uma clara chamada Divina pelo ministério. O ministério não é
1
precisamente uma profissão, é uma chamada que arde. O impulso para pregar
vem de Deus!!
Paulo é um exemplo brilhante. Gálatas 1:15-16; Romanos 1:1. O Velho
Testamento também tem muitos exemplos fortes: Moisés, Josué, Jeremias,
Gideão. Assim, o pregador deve ser enviado por Deus. Romanos 10:15.
2.
O pregador deve melhorar o canal (a sua personalidade).
a)
Uma comunhão ininterrupta com Deus.
i)
Oração e meditação. Salmo 1.
ii) Vive para a tua mensagem. Um viver santo, tempo de comunhão,
gravidade, etc.
b)
Aprendizagem contínua.
i)
A Palavra de Deus e bons livros e comentários.
Tempo organizado de estudo. (Aprende de cor.)
Procura “alimento” para ti.
Procura “alimento” para os outros.
Conferências e seminários.
Ouve boas mensagens.
ii)
c)
Aprende com o que se passa ao teu redor.
•
Vê e lê acerca de como vivem as pessoas, os problemas que
enfrentam, etc.
•
“Abre os teus olhos em todo o lado”.
Desenvolve os dons naturais.
Todas as pessoas têm dons naturais, p.ex. boa memória, música, canto, “fluência
no falar”, liderar a adoração, fazer um apelo, etc. Todos os dons podem ser
desenvolvidos pelo trabalho, treino e disciplina.
d)
Deve manter saúde corporal e boa forma.
Saúde física e boa forma aumentarão agudeza e vitalidade. A boa saúde promove
a pregação eficaz.
Portanto:
i)
ii)
iii)
2
Come saudávelmente e não demais.
Faz exercícios, anda ou corre na natureza livre de Deus.
Separa tempo para a família, passatempos, etc. (um dia por semana, férias,
etc.) 1 Timóteo 3:1-7.
Prioridades:
1. Deus
2. Família
3. Outros Cristãos
4. O Mundo
e)
Ele deve ser completamente dependente do Espírito Santo.
“Ele receberá de mim, e vo-lo dará”.
João 14:26; João 16:13-15.
Aprende a depender Dele:
i)
Na vida diária.
ii) No teu estudo.
iii) Na tua preparação.
Selecção do texto.
Escolha e preparação de material.
Na entrega da mensagem.
Com a técnica da homilética e inteligência sómente, a congregação ficará fria e
sem vida, ou será talvez levantada por uma onda emocional, e depois voltará a
sentir-se fria e oca.
Só o Espírito Santo pode dar poder ao pregador para alcançar vitórias
espirituais. “Recebereis poder ...”, Actos 1:8.
Só o Espírito Santo pode dar vida e calor.
Só Ele pode converter e consagrar. João 16:7-8.
O Espírito Santo pode ser um constante suporte para o pregador, mas Ele é
como uma “pomba”...
Mais tarde veremos como o pregador deve entregar a mensagem, mas por agora
consideremos a mensagem.
3
A mensagem
Lição 2
A.
O pregador está a proclamar a mensagem de Deus!
Ele é o porta-voz de Deus; está em lugar de Deus, e fala por Ele.
B.
A Bíblia é a fonte da mensagem – o livro texto do pregador
Se pregar é falar a mensagem de Deus, o pregador deve ir ao lugar onde Deus tem falado
mais claramente: “A PALAVRA DE DEUS”.
No sentido real, pregar é dar voz à Bíblia – é deixar Deus falar através da Sua palavra.
Porquê “sómente” a Bíblia? Porque não de um bom livro Cristão, ou títulos de jornais, ou a
declaração de um grande homem?
C.
D.
1.
A Bíblia é a opinião de Deus em relacção a um assunto a considerar, deixa o pregador
livre de crítica pessoal. (Um pregador que foi criticado por causa do seu sermão disse:
“Eu não gostei disso, mas não estava a divulgar as minhas próprias ideias”.) Faz do
pregador um anunciador, compartilhando as idéias de Deus. “A Bíblia diz ...” “Deus
diz ...”!
2.
A Palavra é poderosa e afiada. Hebreus 4:12.
3.
A Palavra é como uma semente.
4.
A Bíblia dá variedade à pregação. A Bíblia espelha quase todas as virtudes e vícios.
Através das páginas da Bíblia andam toda e espécie de pessoas com toda a espécie de
necessidades e problemas. Ela ajuda o pregador a abordar assuntos delicados com
diplomacia (divórcio, murmuração, dinheiro, preconceito, etc.).
5.
Agrada a Deus – é a Sua palavra inspirada. O Seu mandamento foi, “Ide, ensinai-lhes
tudo o que vos ordenei”.
6.
O Espírito Santo confirma a Palavra de Deus.
Como líder com o texto bíblico
1.
Recebe o texto de Deus. Ele conhece as necessidades actuais do povo.
2.
O texto não é só para ser um simples lema para o sermão. A palavra texto vem do
Latim “textum” e significa algo tecido ou fiado junto, assim o texto é donde o sermão
é tecido – é a base do sermão.
Como aplicar ao texto correctamente
A interpretação e aplicação do seu texto de acordo com o seu real significado é um dos mais
santos deveres dos pregadores.
4
1.
Não torças o texto para adaptá-lo aos teus pensamentos.
2.
Não tomes um texto curto para dizer algo que o contexto não indica como o
significado.
3.
Estuda cuidadosamente o texto (a gramática, a retórica) medita no significado exacto
da palavra e as frases usadas no texto. Procura as palavras-chaves ou palavras com
importância especial (o sangue, a cruz, etc.). Toma atenção a qualquer figura de
oratória, isto é, parábolas, revelações, etc.
4.
Estuda o texto no seu contexto imediato.
5.
Estuda o texto no seu maior contexto. Qual é o argumento inteiro da espístola? Olha
para história, geografia, modos e costumes do tempo bíblico, etc., porque isto pode ser
muitas vezes útil.
Lembra-te sempre que o ensino da escritura é consistente, nunca se contradiz a si
mesmo. Mas a revelação era progressiva, dada pouco a pouco, e mais e mais.
O ensino do Velho Testamento deve ser interpretado á luz do Novo Testamento. Por
falharem este ponto, têm sido dados muitos ensinamentos falsos (exemplo: guardar
dias, alimento, reconhecimento da poligamia, etc.).
6.
Duas ideias falsas acerca de pregar!
a)
“Não é necessária a preparação!”
i)
“O Espírito Santo dar-te-à tudo o que precisas quando estiveres no
púlpito”.
ii) Salmo 81:10 “Abre bem a tua boca e eu ta encherei”.
iii) Jesus disse: “Não pensem no que irão falar, ser-vos-à dado na mesma
hora ...”
Mas estas escrituras estão fora do contexto. Um sermão é como uma
construção espiritual que deve ser toda planeada e preparada sob a direcção do
Espírito Santo.
b)
Confiança demais na preparação e habilidade humana.
O sermão pode ser muito engenhoso e certo, mas não moverá ninguém. É o
Espírito quem convence, que deve ter completo controle no púlpito.
E.
Assunto ou tema para o sermão
1.
Não tentes dizer tudo num sermão!
2.
“DIZ SÓ UMA COISA” e deixa-a ser martelada com um prego de dez polegadas
porque:
a)
Isso dá unidade ao sermão.
b)
Faz com que o pregador aponte e alcance o objectivo do seu sermão.
c)
Desperta interesse na congregação.
O assunto deve interessar o homem da rua – não só ministros – algo útil no dia a dia.
5
(Não assuntos como: “Quem escreveu o livro de Hebreus?”)
3.
O assunto não deve ser muito “pequeno e curto”. Nesse caso o sermão pode ser muito
“magro”.
4.
O assunto deve ser grande, nítido, e breve. Exemplos: “Deus ama-te”, “O salário do
pecado”, “Não temas”, “A língua é um pequeno fogo”, etc.
O assunto deve ser anunciado como o título do sermão, mas um título que mostra
nítidamente o assunto pode também ser feito e anunciado à congregação.
F.
O título
Como difere o título do assunto?
O título é o nome do sermão. O sermão pode ser anunciado pelo título na revista da igreja,
em cartazes, em jornais etc., e também anunciado antes do sermão ser pregado.
Exemplos: Se o assunto é sobre cura, o título pode ser: “O grande Médico”.
Se o assunto é sobre oração, o título pode ser: “Tu tens a chave para o
problema”.
1.
O título deve ser interessante; não sombrio e pesado.
Exemplos: “O bom Samaritano”, ou “A história de uma cilada”.
2.
O título dever ser honesto.
Não dês títulos excitantes para depois pregares sobre outra coisa.
3.
O título não deve ser vulgar.
Maus Exemplos: “O homem que perdeu a cabeça na dança” (João Baptista), ou “Um
corte de cabelo na barbearia do diabo” (Sansão), etc.
G.
O objectivo do sermão
1.
“A pessoa que aponta para nada, nada alcancará”.
Tenhamos como alvo qualquer coisa exacta dada por Deus, e teremos resultados para
Ele.
2.
Pergunta-te a ti mesmo: “Qual é a meta para este sermão? ”, “Que resultados
espero?”
O objectivo deve ser muito claro para o pregador!
3.
Objectivos gerais.
O objectivo varia de sermão para sermão, mas há alguns objectivos gerais que todos os
sermões devem ter:
6
a)
b)
Agradar e glorificar o Senhor.
Mover o povo:
i)
Para salvação.
ii) Para andarem mais perto do Senhor.
iii) Para experiências espirituais e decisões.
4.
Espera resultados da tua pregação!
5.
Não haverá muitos objectivos.
Não tentes abarcar muito num só sermão. “Quando queres atingir o topo da montanha,
tens paragens no caminho”. Podes da mesma maneira dividir um grande assunto em
séries de serviços.
H.
Juntando material do sermão
Um sermão é como uma construção: junta o material antes de começares a construir.
“Não roubes os sermões dos outros” – podes tirar ideias dos outros mas o sermão deve
“nascer” em ti. 1 Samuel 17:31-40 – David nunca teria conquistado Golias, com a armadura
de Saul, mas quando usou a sua própria habilidade no nome do Senhor, alcançou resultados
grandes.
Depois de teres o teu texto, o teu assunto e teres feito o título:
1.
Dobra os teus joelhos com o texto, ora e medita por algum tempo. Escreve num
papel tudo o que te vem à mente.
2.
Estuda o texto em traduções diferentes, dicionários e comentários. Escreve o que
descobrires.
3.
Faz a pergunta: “O que é que eu já li sobre o assunto?” Relê. Procura novas coisas
em todas as espécies de livros.
4.
O que pode dar luz neste assunto? O pregador deve ter os olhos e os ouvidos bem
abertos para tudo o que se passa ao seu redor; na natureza, sociedade, pessoas, quando
a conduzir, andando pela cidade,bosques e campos, navegando, lendo livros e jornais.
Impressões de todo o lado devem ser úteis como ilustrações num sermão. Ao surgir um
bom pensamento ou experiência ou inspiração, escreve-os para que possas reconstruir
a inspiração. Muitos dos nossos melhores pensamentos têm-se perdido porque
falhamos em escrevê-los.
5.
Recolhe e arquiva material constantemente. Faz um sistema, onde sempre encontrar
coisas que recolheste através dos anos. Divide em assuntos como: Fé, Oração, Amor,
Vitória, Ousadia, Inferno, Pecado, a pessoa de Jesus, a Cruz, etc.
Assim, para um sermão específico, reúne tudo que tens sobre o assunto num
pedaço de papel.
7
I.
Organização do material do sermão
Lembra-te de que do mesmo material podes construir estábulo ou uma mansão, uma prisão
ou um palácio. O pregador é o “arquitecto”. Ele não pode atirar os materiais de qualquer
maneira formando uma grande pilha pensando que o povo desfrutará ou será beneficiado
com isso. Deve construir o sermão de forma atractiva.
J.
Porque é que os preparativos são importantes?
1.
São importantes para o próprio pregador.
a)
b)
c)
d)
2.
É importante para a audiência.
a)
b)
c)
3.
Ajuda-o a compreender.
Ajuda-o a fluir onde o pregador é levado.
Ajuda-o a lembrar os pontos importantes e pô-los em prática.
É importante para o próprio sermão.
a)
b)
K.
Ajuda-o a lembrar-se e encontrar o seu caminho através das suas notas.
Fá-lo confiante (tira o nervo sismo).
Ajuda-o a com o tempo de planear.
Ajuda-o a pôr toda a sua força no clímax do sermão.
É a mensagem de Deus (o pregador é um embaixador) e deve ser tanto quanto
possível bem apresentada.
Como uma peça de música, pode ser boa ou má de acordo com a maneira que é
composta.
Como ordenar um sermão.
Num sermão há quatro qualidades principais: Unidade, Ordem, Proporção e Progresso.
8
1.
Unidade: Uma das primeiras lições que o pregador deve aprender é a importância de
se concentrar no assunto. No seu sermão o pregador deve ter só um tema e concentrar
todo o seu argumento, prova, testemunho, ilustrações e com o propósito de reforçar
esse tema.
2.
Ordem: Como num quebra-cabeças todas as peças pertencem ao mesmo quadro. Mas
elas devem ser colocadas no seu próprio lugar.
3.
Porporção: Muitas vezes dá-se tempo demais a um ponto menos importante, e assim
não sobra tempo para os pontos de maior importância.
4.
Progresso: Um sermão não deve mover-se contínuamente à volta do assunto, mas
deve mover-se em direcção ao clímax. O clímax será determinado pelo que o pregador
pensa o que deve alcançar com o seu sermão.
As três partes principais de um sermão
Lição 3
1.
Introdução
A.
Introdução
2.
O corpo (assunto a êxpor)
3.
Conclusão
Todos sabemos o quanto o dia a dia da vida depende das primeiras impressões.
1.
2.
Uma boa introdução é muito importante.
a)
O assunto precisa de uma introdução como:
i)
Qualquer parque ou casa precisa de uma entrada agradável.
ii) Qualquer livro precisa de um prefácio que leva o leitor ao assunto.
iii) Qualquer peça de música precisa de uma introdução.
Sim, qualquer coisa precisa de um bom começo.
b)
A audiência precisa dela:
i)
Para despertar o seu interesse. Não podes estar certo no facto de que as
pessoas estão prontas ou interessadas no teu assunto.
ii) Para mostrar onde vais.
iii) Para ajudar a establecer.
iv) Para ajudar a acostumar ao pregador.
c)
O pregador, por si mesmo, precisa dela:
i)
Para começar bem o seu sermão, não ás cegas.
ii) Para criar contacto.
Como ter uma boa introdução.
a)
Uma história curta – verdadeira ou inventada.
b)
Um acontecimento na comunidade ou no mundo.
c)
Um objecto – um ramo, uma vela, quadro, arma, etc.
d)
Do texto – Hebreus 6:19 “Temos uma âncora”. Isaías 6:1 “no ano em que
morreu o Rei Uzias”.
i)
Dar o fundo / costume / história.
ii) Explicar o contexto.
e)
Uma declaração marcante, por exemplo.
i)
Uma linha do hino antes do início do sermão.
ii) Uma declaração famosa: Augustine: “Deus criou o coração do homem
muito grande”, etc.
f)
Um problema.
O problema / solução sermão – apresenta o problema durante a introdução e a
resposta durante a exposição do corpo do sermão.
9
g)
3.
4.
Uma experiência pessoal.
Algumas regras gerais para uma introdução.
a)
Não prometas demais na introdução.
Deve haver um equilíbrio a introdução e o corpo. (Promessas podem ser feitas
no final do sermão.)
b)
Não fales em voz muito alta, sensacional ou emocional.
É muito cedo para se apelar as emoções. Fala pausadamente em tom baixo,
tornando-te gradualmente quente até atingires o clímax.
c)
Não muito comprido.
Não faças as pessoas esperar muito tempo ao portão, mesmo que seja um bonito
portão. Perderás o tempo precioso para o corpo e conclusão do sermão.
Como dar a introdução.
Ela é tão importante como a própria mensagem.
Exemplos de introdução:
Isaías 6:1-8
“No ano em que morreu o Rei Uzias”.
2 Crónicas 26:1-22. O relacionamento de Isaías com Uzias.
A mudança na sua vida depois disso. Fê-lo buscar a face de Deus.
2 Coríntios 3:3 “Uma carta proveniente de Cristo”.
Não seria tão bom se a Bíblia contivesse uma carta escrita por
Cristo?
Ilustre a ideia e elabora-a.
B.
O corpo do sermão
O Sermão deve ter uma forma clara e definida
Clímax
Não deste modo
1.
Não deste modo
Mas assim
Deve-se escrever totalmente o sermão?
Talvez para se arquivar, mas nunca para se levar ao púlpito. Haveria de embaraçar e
confundir o pregador.
10
2.
Deve ser escrito no coração.
3.
Esboço: Faz um esqueleto – e dá-lhe a formação do corpo.
É claro que o sermão precisa de esboço da mesma forma como o corpo precisa de
esqueleto.
a)
Composto de títulos e subtítulos.
b)
Fácil de acompanhar com progresso natural.
c)
Os pontos devem ser curtos e fáceis de ler.
i)
Trabalha com cores.
ii) Trabalha com figuras.
d)
Às vezes o texto dá-te uma divisão natural. Por exemplo:
Não temas! (Apocalipse 1:18)
i)
Eu sou o primeiro e o último.
ii) Eu sou aquele que vive.
iii) Estava morto.
iv) Tenho as chaves.
Eles devotaram-se (Actos 2:42)
i)
Para doutrinar.
ii) Comunhão.
iii) O partir do pão.
iv) Oração.
Algumas vezes as próprias palavras podem ser usadas como uma divisão
(Lucas 23:33).
“Eles o crucificaram ali”.
i)
“Eles” – quem O crucificou? Não “nós” mas “meus” pecados.
ii) “Crucificado” – a morte mais cruel.
iii) “Ele” – Jesus, o Filho de Deus.
iv) “Ali” – Onde? No Calvário.
e)
Com um bom esboço o sermão pode fluir como uma corrente de água que não se
perde entre o poço e os diques.
f)
Alguns pregadores põem o seu esboço no mesmo sentido que a letra ou mantêm
a mesma nota.
Tema: Vir a Jesus
(Marcos 10:17-22)
“O jovem governante”
i)
O tempo certo.
ii) O espírito certo.
iii) O propósito certo.
iv) O lugar certo.
Tema: Ele não podia entrar
(Lucas 15:29)
“Porquê”
i)
Não entendeu o caminho do seu pai.
ii) Enfureceu-se com o seu irmão.
iii) Ele escutou o que os outros diziam.
iv) Ele estava muito reluctante.
Tema: Semear e colher
“Um semeia e outro colhe” (João 4:37)
11
i)
ii)
iii)
Colhemos o que os outros semeiam.
Semeamos o que os outros irão colher.
Semeamos o que nós mesmos iremos colher.
A grandeza de Deus em Seu amor (João 3:16)
i)
Quando Deus ama – Ele ama o mundo.
ii)
Quando Deus dá – Ele dá Seu Filho.
iii) Quando Deus salva – Ele salva para a eternidade.
g)
Os pontos devem sempre ir do negativo para o positivo.
Trevas – luz.
Pecado – salvação.
Um sermão concernente ao inferno deve mostrar o escape.
h)
4.
O esboço deve guiar cuidadosamente à meta.
As divisões não devem cortar o sermão em pedaços.
a)
Tu deslizas calmamente de um ponto para outro.
b)
Divisões podem ser anunciadas:
c)
i)
Quando anunciares o assunto e o título.
Exemplo: O assunto “Transfiguração”, texto Mateus 17:1-8, título “Uma
grande experiência”.
–
Lugar – em que aconteceu.
–
O propósito de ir lá.
–
As pessoas envolvidas.
–
O poder que veio desta experiência.
ii)
Anunciado ao longo do caminho.
Para manter ordem nas mentes das pessoas. Mais fácil de se recordar.
iii)
Mas é sempre bom não mostrar o esboço.
Quantas divisões deve ter um sermão?
Tantas quantas necessárias, mas toma cuidado com a confusão.
12
i)
O número mais habitual é três. (Um dito : “Três pontos como num bom
sermão”.)
ii)
Três é um dos grandes números nas escrituras, por exemplo:
Santo – Santo – Santo,
Pede – Busca – Bate, etc.
C.
Como produzir os teus pontos principais para formar o teu esboço
(quadro) para o sermão
1.
Prepara um assunto claro e limitado.
Não procures abranger tudo em cada sermão.
2.
Determina o tipo de sermão que desejas dar.
a)
b)
3.
Que se coadunará com o assunto?
Que se coadunará com o texto?
Considera agora o teu texto – o que é a divisão natural e quais os pontos mais
importantes do texto? (Veja os cinco textos abaixo como exemplos.)
Isaías 6:1-8
a)
Ele viu o Senhor.
b)
Ele viu-se a si mesmo.
c)
Ele viu o mundo (necessitado).
Isaías 40:26-31
a)
Um Deus grandioso.
b)
Um homem miserável.
c)
Uma união maravilhosa.
Isaías 48:17-19
Escutem a Sua voz.
a)
Paz.
b)
Justificação.
c)
Tu multiplicarás.
Jeremias 18:1-6
Na mão do Senhor.
a)
Algo acerca de Deus.
b)
Algo a nosso respeito.
c)
Algo acerca do plano de Deus para nós.
ou
a)
Deus fez o homem.
b)
O homem foi corrompido.
c)
Deus o re-criou.
Filipenses 2:12-15.
Luz na escuridão
a)
Uma geração vil e depravada.
b)
Um grupo pronto e devotado.
c)
Um Deus activo guiando.
d)
Um objectivo de diamante maravilhoso.
D.
Os subtítulos na construção do sermão
Os subtítulos dividem o ponto principal – como os pontos principais dividem o corpo do
texto.
Isaías 6:1-8.
1.
2.
Texto
Ele viu o Senhor (Versículos 1-4).
a)
Um Deus santo.
b)
Um Deus poderoso.
c)
A Sua glória está em toda a parte.
Ponto Principal
Subtítulos
Viu-se a si mesmo (Versículo 5).
a)
Sua condição de pecador.
b)
O seu estado de perdido.
c)
Clamou por misericórdia.
13
3.
Ele viu o sacrifício (Versículos 6-7).
a)
O altar.
b)
O efeito produzido nele.
4.
Ele viu o mundo (Versículo 8).
a)
Ele ouviu a chamada de Deus.
b)
Viu a necessidade.
c)
Entregou-se completamente.
Jeremias 18:1-6.
1.
Algo acerca de Deus (O mestre oleiro).
a)
Ele está interessado em trabalhar nas nossas vidas.
b)
Ele nunca se cansa.
c)
Ele tem planos mararvilhosos.
2.
Algo a nosso respeito (Somos o barro).
a)
Não valendo nada em nós mesmos.
b)
O lugar de onde fomos trazidos. Salmos 40:2-4.
c)
A minha apresentação – barro pegajoso.
d)
Devemo-nos submeter à Sua mão.
3.
Algo acerca do plano de Deus para nós.
a)
Ele nos moldará.
b)
Ele nos purificará.
c)
Ele nos formará.
d)
Ele nos encherá.
Toma cuidado que os sermões cresçam em força e poder. Não deixes que o esboço seja
claramente visto. Às vezes é útil dizer os pontos principais, mas deixa que o teu sermão seja
um todo – não o cortes em pequenos pedaços.
E.
Conclusão do sermão
1.
2.
A importância de uma boa conclusão.
a)
Não é demais dizer que os últimos 5 minutos do sermão são a parte mais
importante. A conclusão ressalta o climax do sermão.
b)
É na conclusão que o ouvinte ou segura ou larga onde o pregador lança a
verdade eterna e vital à decisão dos que o escutaram. Ele deixa a
responsabilidade de acção sobre eles e ele não pode fazer cuidadosamente.
c)
A conclusão deve deslizar como um rio, crescendo em volume e poder, e depois
desaparecer.
Princípios guias para a conclusão.
a)
14
A conclusão deve ser perparada da melhor e cuidadosa forma.
b)
A parte natural do sermão.
i)
Não é aconselhável deixar que se note que estás a chegar ao fim do
sermão.
ii) É melhor terminar o sermão antes que as pessoas se apercebam, quando
desejam ouvir mais.
c)
A conclusão deve ser pessoal quanto ao seu alvo.
i)
O pregador deve, ao concluir, estar consciente quanto aos seus ouvintes e
falar mais directamente: por exemplo, “Chamo à vossa memória”; “Peçovos”; “Rogo-vos”; “Eu vos desafio”, etc.
ii) Se não houver no teu sermão um ponto em que seja um desafio para os
ouvintes, é de suspeitar que não seja um sermão, mas uma palestra.
d)
A conclusão deve ser definida e clara.
i)
Se há partes no teu sermão onde deves ser claro e definido, é aqui. Deia
claros e cuidadosos sermões, para que as pessoas saibam o que fazer.
ii) Não os deixes confundidos, quanto ao teu assunto e o seu alvo.
e)
A conclusão deve ser vivida e tocante.
Não pares simplesmente, mas leva as pessoas do clímax para a acção. Se
quiseres produzir um efeito duradouro terás de dar a conclusão com maior
ênfase. Não sempre com uma voz forte, mas algo que toca mais o fundo da
personalidade das pessoas.
Exemplo: O sermão de Jesus:
O sermão de Josué:
O sermão de Pedro:
Mateus 7:24-26.
Josué 24:14-16.
Actos 2:36.
É um erro de alguns pregadores enérgicos que cansam antes de chegarem à
conclusão.
f)
A conclusão deve ser breve (curta).
5 minutos – algumas vezes ainda menos – mas completa o suficiente para dar ao
sermão um desfecho agradável e efectivo.
3.
Que forma deve ter uma conclusão?
a)
Recapitulação – Talvez, mas não a repetição do sermão. “Um grande resumo”,
que unirá a mensagem num todo e apoiará a palavra final do pregador.
b)
Uma história ou ilustração notável – A qual une todas as partes do trabalho.
c)
Um hino ou um poema – Mas dever ser exactamente condizente.
d)
O texto em si – Lê-o devagar e nítidamente e as pessoas o verão numa nova luz
do sermão.
e)
Um apelo – Sempre num culto evangélico – onde as pessoas são convidadas a
15
responder lá mesmo, na igreja. Que o apelo seja de acordo com a mensagem.
Spurgeon costumava perguntar aos seus alunos quando voltavam do trabalho de
pregar:
Algum convertido? Não.
Alguém indignado? Não.
Então como pregadores ainda vos falta muito.
f)
Vejamos algumas conclusões nas escrituras.
Actos 2:14-41
O sermão apela ao homem no seu todo: A sua mente, o seu coração e alma, a
sua vontade. Pedro trouxe-os através do apelo.
Actos 17:22-31
Vê como Paulo apela à mente, coração e vontade. Ele convida à reacção.
João 8:58
Estas palavras convidam à reacção.
Josué 24:14-27
Uma conclusão forte e vigorosa. Obrigou as pessoas a tomarem uma posição.
g)
4.
Faz com que o sermão termine numa nota postitiva.
Não deixes os ouvintes em suspenso, mas mostra-lhes um caminho de saída.
Como fez Pedro conduze-os ao ponto donde perguntarão, “O que devemos
fazer?”, e então diz-lhes.
Algumas boas regras para conclusão.
a)
Não feches a tua Bíblia, ou juntes as tuas notas antes de ter acabado, ou tires os
óculos ou olhes para o relógio.
b)
Prepara-a.
c)
Não anuncies que estás prestes a concluir dizendo, “finalmente”, “para
terminar”, “concluindo”. De qualquer maneira é ainda pior se não concluis.
Seria um sinal para os ouvintes pararem de escutar.
d)
Não uses novas ideias ou distracções – faz dela uma conclusão de todo o
sermão.
e)
Faz a conclusão curta, interessante e positiva.
f)
Tendo chegado ao fim – pára!
Usa tipos diferentes de conclusão.
16
Ilustrações num sermão
Lição 4
A.
B.
A importância das ilustrações
1.
Os maiores pregadores têem sido mestres na arte de ilustrações. Jesus evidenciou-se
pelo Seu exemplo, mostrando o grande valor da ilustração, mais do que qualquer outra
pessoa. (Cada estudante procura 3 ilustrações que Jesus usou.)
2.
Ilustrações ajudam a congregação a compreender e a tembrar o sermão. Quantas
vezes ouvimos de pessoas que se esquecem do texto do sermão, mas lembram-se bem
das ilustrações usadas, e nisso nos lembramos de todo o sermão.
3.
Deus usou as ilustrações no VelhoTestamento (através dos profetas) exemplo:
“Israel é como uma mulher (esposa) infiel que se apaixonou por outro”. Os profetas
ainda ilustravam com acções, os profetas usavam coisas para ilustrar o que Deus
estava dizendo. (Cada estudante procura 5 ilustrações do VelhoTestamento e lê-as.)
4.
Nas cartas de Paulo encontramos muitas ilustrações. (Cada estudante procura 3
ilustrações.)
O propósito de ilustrações
1.
Para iluminar – dar luz sobre o assunto.
Elas são como janelas numa casa. Devem ser usadas regularmente e iluminar cada
parte do sermão. Não é agradável estar numa casa sem janelas, da mesma forma com
um sermão sem ilustrações.
2.
As ilustraçõs são um excelente meio de chamar a atenção da audiência.
Elas são portanto boas para a introdução, mas também durante o sermão, quando a
atenção descresce. Quem não notou o efeito de uma ilustração na audiência que estava
sonolenta e desinteressada? Quão depressa ela levanta os olhos e começa a ouvir
quando o pregador começa a ilustrar.
3.
Elas explicam.
As coisas tornam-se claras e fáceis de entender. Assuntos espirituais trazidos à terra,
para as relações humanas.
Exemplos:
a)
“Deus resiste ao soberbo mas dá graça-ao humilde”, e “Dois homens subiram ao
templo, um Fariseu, e o outro um publicano”. (Lucas 18:9-14)
b)
Quem pode explicar o poder invisível do Espírito Santo? – Como a
electricidade.
4.
Elas podem ainda provar.
Quando as pessoas ouvem a ilutração elas dizem, “Com certeza que está certo”.
Exemplos:
a)
O profeta Natan usa ilustrações ao falar com David. 2 Samuel 12:1-8.
b)
Ensino: “Não te juntes com um descrente”: Uma palavra ilustrativa Jugo, e
17
c)
5.
6.
outras ilustrações. 2 Coríntios 6:14-16.
“O homem cujos campos produziram bem dizia ‘Eu farei os meus celeiros
maiores’ ”.
Tipos diferentes de ilustrações.
a)
Ilustrações de uma só palavra:
Brilhante como uma estrela
Jorrando como um rio
Uma revolução sangrenta
O tempo é navegando
Rápido como o relâmpago
O problema era como uma montanha
Vós sois víboras
Sepulcros lavados e branqueados
Água viva
(Procura mais ilustrações com uma só palavra).
b)
Combinação de palavras:
“Sal da terra”
“A cidade no monte”
“Como um leão rugidor”
“Subindo como uma águia”
“A minha casa é chamada casa de oração”
“Um covil de ladrões”
(Procura mais combinações ilustrações).
c)
Objectos como ilustrações.
Um quadro, vela, flor, globo, ramo, semente, livro vazio, chave, livro
bancário, o corpo, ... (Procura mais)
d)
Usa experiências pessoais para ilustrar.
e)
Conta histórias para ilustrar:
Não contes ilustrações de ficção como se fossem verdadeiras. “Vamos
imaginar”, “É como se”, “Vamos supor” ....
Exemplos detalhados de todas as áreas da vida.
“O semeador saiu a semear a sua semente”.
Acontecimentos da vida: O homem a quem cortaram a língua. O doutor disse,
“Por favor diz as tuas últimas palavras”.
O processo na fábrica: “Da sucata para a faísca do aço”.
Factos da natureza: animais, plantas, o universo, etc. (mas o facto deve ser
adequado).
Onde podemos achar ilustrações?
Em todo o lado! Mas vamos ver alguns lugares específicos:
18
a)
Da Palavra de Deus (Velho Testamento ilustra o Novo Testamento).
i)
“Abraão sacrificando Isaac”.
ii) “O livramento do Egipto”.
iii) “A serpente de bronze”, etc.
b)
Dos jornais.
c)
Da História.
d)
Da Biografia.
e)
Do Livro (acerca de reavivamentos, etc.).
f)
Da ciência ou de artes.
i)
Astronomia / o universo.
ii) Geografia / montanhas / oceanos, etc.
iii) Arte: “Quadro de paz”.
g)
“Os Três Reinos” (Jesus usou os três reinos).
i)
Animais (lobo, ovelha, carneiro, camelo, insecto, pássaro).
ii) Vegetais (vinha, vegetais, grão, semente, milho, trigo, lírios).
iii) Minerais (pérolas, ouro, sal, pedra).
h)
Provérbios.
i)
Da Bíblia.
ii) Modernos provérbios:
“Não podes pôr água limpa num copo sujo”, etc.
Como vês um pregador deve manter os seus olhos bem abertos, lê livros, adquire
conhecimentos em todas as áreas da vida.
7.
Algumas orientações em como usar ilustrações.
a)
Tem cuidado com os velhos e “empoeirados” livros de estoque de ilustração.
Usa ilustrações frescas, novas, actuais. Não repitas muito uma boa ilustração.
b)
As ilustrações devem realmente ilustrar. Uma ilustração que precisa de
explicação não tem valor. Ela deve lançar luz clara.
c)
As ilustrações não devem ser muito complicadas, mas simples e breves.
Como as ilustrações que Jesus usou.
d)
Elas devem estar dentro da compreensão das pessoas. Para agricultores: não
usar matemática. Para pessoas do mato: não usar ilustrações citadinas, etc.
e)
Sê cuidadoso com a verdade (obtém os factos correctos). Não digas “Em
1930” quando foi em 1830. Não obtenhas os factos errados como “Um
caterpila, que tinha quatro pernas”. Não digas, “Eu tive uma grande
experiência” enquanto não foste tu.
19
20
f)
Conhece as ilustrações e como contá-las. Boas ilustrações têm sido estragadas
por pobre apresentação delas. Deixa que a situação seja sentida no tom e acção.
g)
Não uses ilustrações em demasia. Uma pode neutralizar a outra. “Uma casa
não deve ser toda janelas”.
h)
Arquiva as tuas ilustrações. Faz um registo de quando e onde as ilustrações
foram usadas.
Tipos diferentes de sermões e esboços do
sermão
Lição 5
A.
B.
Tipos diferentes de sermões
1.
O sermão tópico:
No qual o tema ou tópico é muito proeminente.
2.
O sermão textual:
No qual se lida e constrói sobre as mesmas palavras do texto.
3.
O sermão expositório:
Onde uma longa passagem da escritura é exposta e interpretada.
Esboços de tipos diferentes do sermão
1.
O esboço diamante.
Uma ideia – para ser vista de ângulos diferentes.
Exemplos:
a)
“Deus é amor”, “O amor nunca falha”, “O amor a perfeita ligação”, “Faz tudo
por amor”.
b)
Os efeitos do louvor: interno, externo, a Deus, ao diabo.
2.
O esboço escada.
Subir uma escada, um degrau de cada vez, mas o próximo depende do anterior.
Exemplo: Romanos 3:23
a)
Todos nós pecamos.
b)
Cristo sofreu, pagou o preço pelo pecado.
c)
Podes ser perdoado através de Cristo.
3.
O esboço contraste..
Errado – certo (termina com o positivo)
Negativo – positivo
Divórcio – casamento amoroso
Cobiça – dar
Ódio – amor
4.
O esboço pergunta e resposta. (Um dos mais antigos padrões do sermão.)
O pregador faz uma pergunta e dá várias respostas.
Exemplos:
Pergunta: “Quem é Jesus?” Respostas: ….
Pergunta: “Os mortos ressuscitarão?”
Respostas: ….
21
5.
O sermão diálogo.
Faz uma pergunta e deixa que a audiência dê a resposta. Não contradigas a sua
resposta. Aumenta e volta.
6.
O esboço diagnóstico – remédio.
Apresenta um problema difícil e providencia a resposta.
Exemplos: Ilegalidade, bebedice, murmuração, solidão, falta de ousadia para testificar.
7.
O esboço “Hegelian” (Filósofo Helegan). (Não como contraste)
Tese – antitese – síntese
Exemplos:
a)
O Evangelho é:
i)
pessoal
ii) social
iii) pessoal e social
b)
8.
Deus é:
i)
cheio de amor e bondade
ii) cheio de ira e vingança
iii) ambas
O esboço analogia.
Exemplos:
a)
“Jesus é o bom pastor”
b)
“Jesus é a porta”
c)
“Ele é o oleiro, nós somos o barro”
d)
“Eu sou a árvore e vós sois os ramos”
e)
“O teu corpo é um templo”
9.
O sermão prova.
“Isto é verdade porque ...”
Exemplos:
a)
“Amanhã pode ser perigoso”
b)
“Há vida após a morte”
10.
O sermão destruição.
Declarações de falsas doutrinas. Prova porque são erradas.
Exemplo:
“Não é errado para o Cristão fumar”.
11.
Razões: ....
Razões: ....
Prova porque são erradas.
O sermão “combate”. (Ou sermão “julgamento”.)
Ele “agarra” o assunto e “abana-o” aos olhos das pessoas.
Exemplo: Qualquer pecado ou má atitude.
22
12.
O esboço aplicação – interpretação.
Uma porção da escritura é interpretada e aplicado á vida actual).
Exemplos:
a)
“As parábolas de Jesus”.
b)
“Os milagres de Jesus” : Alimento para 5000; O enfermo através do telhado.
13.
Método da leitura bíblica.
Lê primeiro o texto inteiro. Depois retorna e trabalha no texto versículo por versículo.
Lê sómente e comenta, lê depois o próximo versículo e faz os teus comentários e assim
por diante.
Exemplo: Filipenses 2:5-15.
14.
Método de pregação expansiva.
Lê todo o teu texto e então escolhe um dos pensamentos principais do texto e ampliao.
Exemplos:
a)
Texto:
Título:
Pensamento:
b)
15.
Texto:
Título:
Pensamento:
Lucas 2:1-14.
“Lugar para Jesus”
versículo 7, “Não havia lugar para Ele”.
João 2:1-11
Obedece ao Senhor
versículo 5, “Faz tudo o que Ele disser”.
Os métodos de combinação de textos.
Segues uma certa linha.
Exemplos:
a)
Título: Aos pés de Jesus.
Texto: Lucas 10:39; João 11:32, João 12:3
i)
Para comunhão Lucas 10:39.
ii) Em problemas João 11:32.
iii) Para adorar
João 12:3.
b)
Título: As três confissões de Pedro
i)
A confissão do pecado: “Sou um homem pecador”, Lucas 5:8.
ii) A confissão do seu Salvador: “Tu és o Cristo”, Mateus 16:13-18.
iii) A confissão da suficiência de Cristo: “Tens as palavras da vida eterna”,
João 6:67-69.
c)
i)
ii)
iii)
iv)
Suficiência.
Jesus “tomou os cinco pães”, Lucas 9:16.
Simplicidade.
Jesus “tomou uma criança”, Marcos 9:36.
Serviço.
Jesus “tomou uma toalha”, João 13:4.
Sacrifício.
Jesus “tomou o cálix”, Mateus 26:27.
23
Outras formas de pregação
Lição 6
A.
Pregação diálogo
Dois tipos de pregação diálogo :
1.
Diálogo com a congregação.
O ministro começa com uma pergunta empolgante, isto é, “A vida é realmente digna
de ser vivida?”, “O que acontece no dia em que tu morres?” Tenta obter a resposta da
congregação. Faz perguntas.
2.
O diálogo planeado.
Duas pessoas no púlpito. Discutem um assunto antes planeado. (Exemplo: O ministro
e uma autoridade numa certa área – um médico, um engenheiro, etc.)
Vantagens:
Produz alto interesse – ninguém dorme.
As pessoas são levadas a tomar posição quanto às perguntas feitas.
As pessoas são envolvidas.
Desvantagens:
As respostas podem levar o pregador por outro caminho.
Algumas pessoas não reagem.
Pode bloquear o fluir do sermão.
B.
Pregação objecto
Não é precisamente uma ilustração num sermão mas faz com que o sermão ande à volta do
objecto. É muitas vezes boa para crianças e jovens mas também pode ser usada para adultos.
Possíveis objectos: uma vela, vegetais, fruta, um mapa, vasos e barro, copos, ...
Ou use quadro preto ou projector.
C.
Pregação dramática
Peça bíblica, versão bíblica e moderna versão de teatro.
1.
Grupos de drama.
Exemplos: “O homem caído entre ladrões”; “O filho pródigo”; “Abraão – Isaque – e a
oferta”; “O fariseu e o publicano na hora da oração”; “Ananias e Safira”; “Paulo e
Silas na prisão”, etc.
2.
Drama com um só homem.
Exemplos:
a)
“O homem cego à beira do caminho” (Põe óculos escuros e segura uma bengala
branca). Interpretação: Os pensamentos do cego ao receber esmolas das pessoas,
24
b)
c)
3.
quando os meninos zombam dele e quando ele se encontra com Jesus.
A desobediência de Jonas.
A traição de Judas, etc.
Combinação de drama e pregação.
Onde o pregador comenta e explica enquanto decorre o drama.
Vantagens:
a)
O drama torna as histórias antigas vivas e reais.
b)
O drama cativa a atenção das pessoas idosas e mais novas.
c)
O drama é muito melhor lembrado. (Tu usas tanto a vista como a audição.)
D.
E.
F.
Sermão parábola
1.
Como Jesus usou repetidamente. (Há 38 parábolas de Jesus nos evangelhos.)
a)
“Um certo homem tinha dois filhos”, Lucas 15:11-32.
b)
“O homem rico e Lázaro”, Lucas 16:19-31.
c)
“A semente e o semeador”, Mateus 13:3-9.
2.
Parábolas do Velho Testamento podem ser usadas.
a)
“As árvores ungiram um rei sobre elas”, Juizes 9:7-15.
b)
“O rico e a ovelha do homem pobre”, 2 Samuel 12:1-5.
3.
Inventa tu mesmo parábolas.
a)
“Como a madeira podre se tornou diamantes”.
b)
“Da sucata para faíscas de aço”, etc.
4.
Torna uma parábola Bíblica “certa”.
“A parábola do homem imprudente” – Deixa que ele aja sàbiamente em vez de
imprudentemente.
Recursos audivisuais na pregação
1.
Pregação com projecções. (Constrói todo o teu sermão em figuras projectadas.)
2.
Pregação com um projector. (Faz uma ilustração do texto.)
3.
A presentação tomada.
4.
Filme e pregação combinada.
5.
Efeitos de som:
a)
Compacto disco ou Gravador.
b)
Hino: um solo no momento certo do sermão.
c)
Coro.
d)
Música tocando suave no fundo.
Encontra o teu próprio tipo
Também podes misturar e combinar métodos diferentes.
25
Lançando a semente
Lição 7
Um sermão não é sermão antes de ser pregado. É aqui quando ele toma forma através do material
preparado, debaixo do poder e inspiração do Espírito.
A.
Há métodos diferentes de apresentação
1.
Pregação sem uma preparação prévia.
Isto é quando um sermão é pregado sem prévia preparação ou estudo, na inspiracão de
momento.
Alguns, poucos minutos antes de pregar, agarram uma certa ideia ou assunto e depois
vá para o púlpito. Esta forma de pregar tem surtido bom efeito apenas para muito
poucos pregadores talentosos.
Muito poucas pregações importantes podem ser bem pregadas, sem prévia preparação,
enquanto o pregador está de pé perante a audiência. Um jovem pregador disse; Efésios
6:19, “Falarei daquilo que Deus me ditar na altura”. Durante a pregação o pregador
gaguejava. No fim do sermão um velho pregador preguntou-lhe, “o que te disse o
Senhor?” “Meu filho tu tens sido preguiçoso”, foi a resposta.
2.
O oposto: Lês o assunto de todo o manuscrito.
Certas vantagens:
a)
Acalma os nervos do pregador.
b)
Ele dá a mensagem conforme a preparou.
c)
O sermão inteiro pode ser arquivado.
Mas partes negativas são grandes:
a)
Ler é menos eficaz do que falar.
b)
Não é fácil manter a atenção dos ouvintes.
c)
A inspiração do momento é impedida.
3.
Recitação: Repetir o que decorou.
Aprender o sermão de cor, mas:
a)
O falar já não é natural.
b)
A tua mente é bloqueada.
c)
O método requer mais tempo de preparação.
d)
As pessoas ficam com a impressão de que alguém está a fazer demonstrações
diante deles e não, na verdade, a dar uma mensagem ardente.
4.
A pregação livre.
Os sermões que têm sido cuidadosamente preparados conforme a estrutura, armação e
contexto, mas a actual palavra é dependente da inspiração de momento.
26
5.
O método de composição para apresentação.
Preparação livre, sim, mas com algumas orientações diante de ti. Os ministros, em
geral, tendem a elaborar um método de apresentação na base de alguns aspectos de
vários outros métodos. A pessoa completa do pregador deve estar envolvida. O
pregador na Capela de Westmister (que tem um púlpito alto que permite a cabeça do
pregador ser visível) pediu um novo púlpito, para que a congregação pudesse vê-lo
totalmente.
B.
O estado de espírito do pregador
1.
Um sentido de autoridade e controle.
Nunca peças desculpas. Nunca deve dar a impressão de que está a falar com a
permissão deles. Mas ele está lá como um Embaixador de Deus (não em autoconfiança).
2.
3.
Deve sentir-se livre no púlpito.
a)
Não limitado pelas pessoas, mesmo que sejam importantes, não pela
preparação ou notas. Prepara cuidadosamente, mas sê livre.
b)
Deve estar aberto à inspiração. Com relação à pregação como uma actividade
debaixo da influência e poder do Espírito Santo.
c)
Ele deve ser capaz de responder à reacção e inspiração da congregação.
Um elemento de seriedade.
O pregador deve ser um homem “sério”. Nunca dês a impressão de que pregar é algo
leve ou superficial ou trivial. Dá-lhes a impressão de que estás a lidar com o assunto
mais sério que o homem pode considerar. Seriedade não significa solenidade ou
tristeza. O pregador deve ser enérgico e sério ao mesmo tempo, nunca sombrio ou
pesado.
Richard Baxter: “Eu preguei como se nunca mais fosse a pregar outra vez – como um
moribundo a outro homem moribundo”.
Robert Murray: Quando ele aparece no púlpito, mesmo antes de começar a falar, as
pessoas começam a chorar silenciosamente. A própria aparência do homem deu a
impressão de que tinha saído da presença de Deus para lhes entregar a mensagem de
Deus.
4.
O pregador deve ter zelo.
Ele mesmo deve viver o que diz. Se ele não vive o que está dizendo, ninguém mais o
fará.
Um jornalista escreveu acerca de dois oradores que falaram sobre o mesmo assunto:
“A diferença entre eles é que um fala como um advogado e outro como testemunha”.
27
Um pregador deve ser como uma testemunha viva – Ele não está só a lidar com o caso.
5.
Um pregador deve falar com calor.
Tu não estás sómente a dar informação, estás a lidar com almas eternas – peregrinos a
caminho da eternidade.
6.
R. Cecil: “Gostar de pregar é uma coisa, amar aqueles para quem pregas é
outra”.
Paulo pregava com lágrimas (Actos 20:31).
G. Whitefield pregava muitas vezes com lágrimas deslizando pela sua face.
Lloyd Jones: “Um homem que não é movido pelas coisas que eu sustento, nunca
as compreendeu”.
O pregador deve ser persuasivo.
“Nós te suplicamos em Cristo, ser ...”. Não a atitude: “Leva ou deixa-o”.
Ele deseja persuadir – ele quer que eles vejam. Ele quer eles sejam tocados e que
ajam de acordo.
7.
C.
A pregação é a Palavra de poder.
a)
Pregar é Deus usando um homem que está debaixo da influência do Espírito
Santo (1 Coríntios 2).
b)
A pregação é demonstração do poder. “O nosso evangelho não veio a vós
sómente em palavras mas também em poder e no Espírito Santo (1
Tessalonicenses 1:5). (Actos 1:8 é necessário antes de pregar.)
A voz na apresentação
A voz é decerto o maior instrumento do pregador. Como com qualquer outro instrumento
deve-se melhorar a habilidade.
1.
Entendendo e usando as expansões do som que voz pode alcançar. (Como um
cantor!)
“Verdades extremamente preciosas podem ser estragadas pela entrega do sermão em
tom monòtono”. O Senhor deu-nos um instrumento completo; não usemos só uma
corda.
“O tom piedoso” – A linguagem artificial e o tom falso só será tolerado na igreja,
porque infelizmente é muito comum lá. O ouvido não foi feito para isso, cansa-se. A
voz monótona é como o relógio de quarto que passado algum tempo deixas de ouvir o
seu bater.
2.
O volume e o poder penetrante da voz.
Fala sempre para ser ouvido. Não grites, mas deixa que a tua voz tenha volume. Não
28
deixes que as palavras se sobreponham umas às outras. Para ser compreendido falar
distintamente é mais importante do que falar muito alto. Ainda um “forte” sussurro
pode ser ouvido se for distinto.
Varia a potência e o som. Falo baixo ou alto de acordo com que a emoção do
momento possa sugerir.
Quadro: “A tinta é necessària para se escrever, mas se a entornares sobre o papel
destróis o significado”.
3.
Varia a velocidade.
Quando varias – a lentidão enfatiza, a velocidade excita.
Não comeces num tom alto e potente porque depois não serás capaz de levantar a voz
quando estiveres excitado com a pregação mas sê franco desde o princípio. Combina
sempre a tua voz ou teu assunto.
Sê natural. Não tentes imitar as vozes e as modos de outras pessoas.
4.
5.
Como se pode melhorar a voz?
a)
Boa saúde estar em forma melhoram a voz. (Abre a tua boca.)
b)
Cantar desenvolve a voz em todas as maneiras.
c)
Ler alto: mudando a voz consoante as diferentes pessoas na leitura.
d)
Ouve a gravação da tua própria voz e corrige os erros. Deixa que outras pessoas,
amigos te “critiquem” (avaliar).
e)
Cursos de oratória / ou avlas de fala.
Controle da voz na pregação – umas poucas regras para serem lembradas.
a)
Não comeces numa nota muito alta.
b)
Varia a velocidade e a potência.
c)
Não deixes cair o tom de voz no fim das frases.
d)
Respiração.
e)
Tem cuidado em não desenvolver maus hábitos, como:
i)
“am-am”.
ii) “É bom-da- para vir aqui hoje – a – e falar a palavra-da de Deus-da”.
iii) “Espirrar” e “espirrar” é desculpável se homem está constipado, mas é
extremamente desagradável. Não permitas que isso se torne um mau
hábito.
f)
As pausas têm grandes efeitos.
29
D.
Postura, acção, gestos no púlpito
1.
Acção e gestos falam mais do que palavras (“o teatro pantomima”). Em muitos
casos um gesto é muito mais expressivo do que um grande número de palavras.
Exemplo:
a)
“Sai da sala”
b)
“Não fales”
c)
“Vem cá”
d)
“Eu não sei”
–
–
–
–
aponta para a porta.
põe um dedo sobre as lábios.
um movimento com a mão.
levanta os ombros e mãos.
A linguagem dos sinais têm na verdade um poder quase mágico.
Os ouvintes são também espectadores e precisam de olhar para o pregador para
entender a sua mensagem. Na verdade eles ouvem com os seus olhos. Se não
puderem ver o pregador perdem grande parte do efeito.
Quando as pessoas se expressam naturalmente, a mensagem tanto vem através do
rosto e movimentos corporais como através das palavras.
Quando as pessoas se expressam naturalmente e de forma relaxada as suas acções
quase condizem com as palavras. As crianças têm esta maravilhosa capacidade porque
se esquecem completamente de si mesmas. Os adutos tornam-se muito autoconscientes e muitas vezes tensos e nervosos.
2.
Está sempre consciente de maus hábitos.
Um púlpito “sómente” – em frente de uma grande congregação é um lugar onde
muitos desenvolvem maus hábitos. Pede a um amigo ou à esposa para te darem um
relatório honesto da tua conduta no púlpito.
3.
30
Expressões faciais tem muito poder.
a)
Usa os teus músculos faciais:
i)
Não fiques de pé com uma “cara de pedra”.
ii) Sombracelhas – testa – levantadas ou franzidas.
iii) Nenhum movimento nervoso fixo.
b)
Usa a tua boca:
i)
Fala com a boca aberta.
ii) Sorri – ri (mas não muito).
c)
Usa os teus olhos:
i)
Os olhos são os mais expressivos. Eles mostram as inteiras paixões e
emoções do coração humano (Olhos cheios de lágrimas, olhos brandos –
olhos agressivos).
ii) Olha para os ouvintes. Tem cuidado para não olhares só para uma certa
direcção. Não olhes por cima das pessoas. Não olhes só para as pessoas à
frente. Não tenhas olhar fugidio como se estivesses com medo de revelar
os teus verdadeiros sentimentos.
4.
Gestos com as mãos e braços.
A seguir ao rosto e olhos, as mãos e os braços são os mais expressivos.
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
5.
Não os movas violentemente nem os mantenhas no ar todo o tempo.
Não as ponhas nos bolsos.
Não os cruzes ao peito ou às costas.
Não agarres o teu casaco.
Não te atrapalhes com coisa alguma.
Numca faças um gesto calculado ou pre-meditado. Deve ser produto espontâneo
do sentimento do momento, ou não será natural.
Não exageres – ao dizer “Ele apunhalou-o no coraçao” podes fazer um pequeno
movimento com a mão em direcção peito, mas não tentes imitar a acção. Pode
ser ridículo!
Postura (andar, levantar, sentar).
Desenvolve bons hàbitos:
a)
Antes de falar, não estejas com má postura na tua cadeira.
b)
Levanta-te livre – não te inclines no púlpito.
c)
Move-te com liberdade, mas não andes como um leão na jaula. Sê livre mas não
irrequieto.
d)
Evita a monotonia (com as tuas mãos, com os teus pés).
6.
Conclusão.
Todo o sermão pregado deve ter vida, liberdade, poder. Tem cuidado com estas faltas
e corrige-as.
Tenta sempre ser natural na voz e acções.
31
Atenção
Lição 8
A.
Como obter e manter a atenção dos ouvintes
O oficial no exército brada “Atenção”, mas o pregador tem de atrair a atenção dos seus
ouvintes. E importante ser capaz de apresentar a mensagem para que todos prestem atenção.
O bom pregador é até capaz de manter as crianças atentas.
H.C. Spurgeon: “Nós queremos todos as olhos fixos em nós e todos os ouvidos abertos ao
que dizemos. Para mim é um aborrecimento se até um cego não me olha com o seu rosto. Se
vejo alguém virando-se, segredando, dormitando, ou consultando o relógio, não atingi o
ponto e devo fazer tudo o que posso para atrair a sua atenção”.
Nós não temos o direito de pedir atenção, a não ser que saibamos como controlá-la. Regra
áurea para a atenção: “Diz sempre algo digno de ser ouvido”.
1.
“Dá-lhes algo para comer”.
Dá-lhes o maná fresco dos céus, a palavra recebida de Deus para essa ocasião. É
possível amontoar muitas coisas boas numa grande trapalhada. A mensagem deve ser
bem preparada e bem arrumada.
“Se a comida não está bem preparada e arrumada, ninguèm a comerá”.
2.
Não sejas demorado.
Um velho pregador para um mais novo: “Não me preocupo com acerca do que pregas,
mas desejaria que pregasses sempre por cerca de quarenta minutos”.
E dificil manter atentos a mente e os ouvidos do homem comum por mais de meia
hora, não falando da criança. Se não puderes dizer o que queres em meia hora, então
nunca o dirás.
Spurgeon: “Dispende mais tempo no teu estudo para que precises menos tempo no
púlpito: geralmente somos demorados quando temos pouco a dizer”.
3.
O lugar e a atmosfera podem distrair as pessoas.
a)
b)
c)
d)
e)
32
Os que chegam atrasados devem sentar-se atrás.
O púlpito no melhor lugar (não contra a janela).
A entrada deve ser no lugar certo.
Cuidados para as mães com crianças pequenas.
Boa iluminação e ar fresco são muito importantes.
Spurgeon: “A melhor coisa que o pregador precisa depois da graça de Deus, é
oxigénio. Ora para que as janelas do céu se abram, mas começa por abrir as
janelas da casa de reunião”.
4.
5.
Sê vivo.
a)
Na tua voz (usa todo o instrumento).
b)
Nas tuas acções (deixa que o Espírito te prenda, inspire e te guie através do
sermão).
c)
Sai do quarto de oração revestido do Espírito de Deus. “Quando Deus fala, os
homens devem ouvir”.
Interessa-te – e tens chance para interessar os outros.
O teu assunto deve ser um peso na tua própria mente, assim usarás todo o teu coração
para apresentá-lo. As pessoas ouvirão com toda a sua atenção quando um homem fala
com todo o seu coração.
Tendo alguma coisa para dizer, di-la sériamente e a tua congregação ouvirá
sériamente.
Usa ilustrações.
6.
Prega sobre assuntos práticos.
O que é que aponta para a salvação e crescimento dos ouvintes? Toca as suas vidas e
os seus problemas e ajuda-os encontrar solução divina e terás a sua atenção. (Não
sermões como: “Os sete chifres da besta”!)
33

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