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1 A HOMILÉTICA E O DESAFIO DE SE PREGAR PARA A PÓS-MODERNIDADE Jackson Martins de Andrade1 RESUMO Ao considerarmos a homilética a partir das perspectivas da pós-modernidade, com seus múltiplos desafios, que, sobretudo, por sua compleição urbana e consequentemente plural, nos leva forçosamente a refletir sobre os desafios destes novos tempos para o ofício da pregação. Algo semelhante ao que aconteceu com os primeiros cristãos, que, quando deixaram o eixo Jerusalém-Jordão-Judeia-Samaria, para proclamar as Boas Novas para pessoas que não estavam familiarizadas com o jeito de ser dos judeus, mas, sobretudo, com a realidade do mundo Greco-romano tiveram que rever seus conceitos, no que tange a arte da pregação. Aqueles cristãos fizeram uma revisão, de modo que a mensagem chegou até nós. Da mesma forma, há o desafio de se refletir e não apenas refletir, mas agir no sentido de se comunicar com a sociedade pós-moderna que é tão carente da mensagem quanto o eram os primeiros receptadores da mesma. Partindo-se deste desafio, o presente artigo busca propor reflexões e ações que possam efetivamente possibilitar maior êxito à pregação no contexto em que vivemos. Palavras-chave: homilética; pregação; comunicação, Bíblia; sociedade pós-moderna. ABSTRACT As we consider homiletics from the perspectives of post-modernity, with its multiple challenges, above all by its urban and consequently plural complexion, it leads us inevitably to reflect on the challenges of these new times for the office of preaching. Something similar happened to the early Christians when the believers left Jerusalem-Jordan-Judea-Samaria to proclaim the Good News to people who were not familiar with the way of being Jewish, but above all inserted in the Greco-Roman world they had to revise their concepts, as regards the art of preaching. Those Christians have reviewed the way of preaching so that the message reached us. Similarly, there is the challenge of reflecting on the right way to communicate with the post-modern society that is so lacking of the message as the first who received it. Starting from this challenge, this article seeks to propose ideas and actions that can effectively allow most successful preaching in the context in which we live. Keywords: homiletics; preaching; communication, Bible; postmodern society. 1 Prof. Ms. Jackson Martins de Andrade é pastor há mais de 30 anos, destes, por 14 anos foi pastor da Primeira Igreja Batista de Belo Horizonte e há mais de 20 anos é professor da cadeira de Homilética da Faculdade Batista de Minas Gerais. Mestre em Ciências da Religião (PUC-Minas), pós-graduação em Sexualidade Humana (FUMEC), Aconselhamento Bíblico (FBMG), Gestão de pessoas e competências (FBMG). Graduado em Teologia (STBM), Licenciado em Filosofia (PUC-MG) e com proveito em Teologia (FBMG). 2 1. INTRODUÇÃO Considerar o lugar da pregação na sociedade pós-moderna se constitui em um dos desafios da disciplina homilética e daqueles que se dedicam à pregação. Tal questão nos remete a algumas indagações, quais sejam: Chegará o tempo em que a pregação não será mais necessária? Há lugar para a pregação na pós-modernidade? Estamos preparados para pregar para uma geração que já é intitulada de pós-cristã? Estamos prontos a reavaliar nosso conceito de pregação? Essas questões são desafiadoras para a disciplina que visa preparar pregadores e para aqueles que se dedicam à obra da pregação. Para tal precisamos considerar fatos que foram e são fundamentais à pregação em todos os tempos. 2. A NECESSIDADE DE SE VER A PREGAÇÃO DO EVANGELHO COMO A TAREFA MAIS NOBRE DA TERRA A SER DESENVOLVIDA Desde que Broadus (1960) apresentou a pregação como a tarefa mais nobre a ser desenvolvida na terra, décadas se passaram, e, a indagação que se deve fazer em relação a tal colocação é a que segue: Será que a atual geração de pregadores a considera nesta perspectiva? Todavia, tanto em seus dias quanto hoje, esta não parece ser a tarefa mais nobre da terra. Afinal, as pessoas têm profunda consideração pelos médicos, engenheiros, advogados e cientistas, tratando esses profissionais com nobreza e distinção e não fazem o mesmo com os pregadores da Palavra. Na atualidade, a maioria das famílias deseja que seus filhos sejam tudo, menos pregadores, pois não veem a pregação do evangelho como a tarefa mais nobre que existe na terra. Para Spurgeon, o pregador deveria se destacar como o homem mais importante de sua comunidade e tudo que fizesse para Cristo e para sua Igreja deveria se manifestar na pregação, pois no púlpito, ele faria o seu melhor trabalho para o tempo e para a eternidade. A verdade é que talvez tenhamos criado esta situação e, como veremos adiante, isso também pode explicar o declínio do púlpito, seja como lugar desejado pelas novas gerações, por seus familiares e mesmo como lugar respeitado pela igreja e pela sociedade, de um modo geral. Isto, no entanto, não deve diminuir o valor da pregação e o fato de se constituir na tarefa mais nobre da terra, especialmente nestes dias de degeneração moral, relacional, espiritual e mesmo ambiental. Pode ser que a sociedade não ouça o pregador, como o fez com o pregador Noé, que por cento e vinte anos pregou e não foi ouvido, entrando apenas ele e sua 3 família na Arca. Aquela sociedade, ao que tudo indica, não considerava a pregação uma tarefa nobre, mas a visão da mesma, não arrefeceu o ânimo de Noé, que persistiu, uma vez que tinha a compreensão da urgência da mensagem que deveria pregar. A verdade é que, quando perdemos o senso de urgência do que fazemos, perdemos também o senso de utilidade e uma vez tendo perdido tal senso, o que fazemos deixa de ser nobre, visto que deixa de ser útil. Quando aquele que desenvolve a tarefa a vê como nobre, isto certamente contribui para que outros a vejam da mesma forma. Isto não acontece necessariamente em todas as ocasiões. Ora, se aquele que desenvolve a tarefa é o primeiro a desprezá- la, ela certamente nunca alcançará algum mérito junto a comunidade. Possivelmente, uma das grandes razões do descrédito pelo qual a pregação passa na atualidade tem a ver com o aspecto utilitarista dado por muitos pregadores à mesma, visto que a pregação é usada em causa própria e não em benefício da humanidade carente de uma mensagem de esperança. 3. A NECESSIDADE DE SE ENCARAR A PREGAÇÃO COM GRANDE RESPONSABILIDADE E SERIEDADE Quando um pregador assoma o púlpito, ele tem de alguma forma, em suas mãos, poder de vida e de morte. Não que deva se colocar como juiz, que condena ou absolve a quem quer que seja, pois isto pertence ao Senhor. No entanto, suas palavras podem ser para a vida e para a morte. No entanto, a pregação tem sido encarada de forma leviana, com forte ênfase psicológica e poucas vezes: “Assim diz o Senhor”. Ou seja, não é vista como mensagem de Deus para o coração humano. Na década de 1950, Blackwood2 afirmava que o púlpito parecia ter perdido o prestígio e que havia, na América, poucos ministros que fossem capazes de influenciar a vida e as ações cívicas por meio de suas mensagens. Devemos nos indagar: O que ele diria dos púlpitos, hoje, quando os pregadores se encontram entre as classes que menos credibilidade têm? Que influência pregação e pregadores têm exercido sobre a sociedade? Do que se percebe, outros aspectos do culto estão sendo priorizados e a proclamação da Palavra tem sido marginalizada, relegada a segundo plano, o que, por vezes, tem gerado 2 Andrew Watterson Blackwood (1882-1966) foi pastor, professor e profícuo escritor, no serviço a Jesus Cristo. Ele foi uma das figuras marcantes da homilética Americana, deixando um rico legado para aqueles servem a causa de Jesus Cristo, hoje. Fonte: http://www.preaching.com/resources/past-masters/11563902/ 4 distorções seriíssimas na vida da Igreja, de um modo geral. Neste sentido, se é praticamente forçado a concordar com Loyd-Jones (1998), quando diz que a pregação leiga tem e mais especificamente, a pregação destituída de preparo espiritual e de fundamentação bíblica e teológica, tem, em certo sentido, contribuído para o enfraquecimento da Igreja. Blackwood destaca alguns fatores de sua época que estavam levando o púlpito ao declínio e certamente se agravaram nestas últimas décadas: Aumento do secularismo; Predomínio da imoralidade; Espírito de distração; Ambiente nada encorajador para quem deseja pregar mensagens para transformação de vida; Vida agitada e nervosa; Agenda lotada, tanto dentro quanto fora da igreja; Falta de instrução adequada, especialmente quanto à arte de pregar. Neste caso, observamos que os fatores que contribuem para o declínio da pregação em cada geração estão de alguma forma relacionadas e se agravam mais em outras épocas, o que requer maior vigilância. Afinal, como diz Burke, a mensagem é o pregador e a atitude de seriedade do pregador em relação à pregação é determinante para o êxito ou o fracasso da mesma. 4. A NECESSIDADE DE SE COMPREENDER ADEQUADAMENTE O QUE É A PREGAÇÃO Em um tempo que se dá pouco valor à pregação, uma necessidade que se coloca, é compreender adequadamente o que seja a pregação do evangelho, e, para isto há mais uma questão a ser colocada: Em que consiste, pois, a pregação do evangelho? Key3 (2001), em seu livro O preparo e a pregação do sermão, apresenta definições 3 Jerrey Stanley Key: “Jerry Stanley é um pregador. Sua pregação vale a pena ser ouvida porque sua vida a ilustra. Sua esposa, filhos, alunos, ovelhas, colegas e amigos, todos, somos gratos a Deus pelo privilégio de podermos ouvi-lo, uma vez que por meio de suas palavras e sua vida podemos ouvir o Senhor nos falar”. Por mais de 50 anos dedicou-se ao ensino de Homilética (pregação) no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil. Não o conheço pessoalmente, mas tenho privilégio de ser amigo de seu filho, o Pr. Guy Key e posso dizer, pelo que conheço de seu filho, que Pr. Jerrey Key é uma pessoal extraordinária, visto que observo que Guy também é uma pessoa extraordinária e que à semelhança de seu pai, tem se dedicado a obra de Deus em nosso país e é um extraordinário pregador. Aprecio ouvir suas mensagens. 5 dadas por vários estudiosos do assunto sobre o que é pregar o evangelho, e, a seguir, apresentamos algumas destas definições: Blackwood (apud Key, 2001): A pregação é “a verdade divina proclamada através da personalidade ou a verdade de Deus apresentada por uma personalidade escolhida, para ir ao encontro das necessidades humanas”. Phillips Brooks4 (apud Key, 2001, p.35): “A pregação é a comunicação da verdade por um homem a outros homens [...] é a apresentação da verdade através da personalidade”. Pattison (apud Key, 2001): Dirá que “a pregação é a comunicação verbal da verdade divina com o fim de persuadir ou convencer”. O próprio Key (2001, p. 36) apresenta a seguinte definição: “A pregação é a fiel exposição do sentido correto de um ou mais textos da Bíblia, ilustrando a exposição e aplicando-a à vida dos ouvintes, envolvendo-os de tal maneira que são satisfeitas suas necessidades, sendo que esta comunicação é feita por uma pessoa com uma experiência com Cristo e guiada pelo Espírito Santo”. A partir do exposto acima, podemos dizer que a pregação se caracteriza fiel exposição da palavra de Deus, em forma de mensagem, por meio de um indivíduo a outros indivíduos com demandas as mais variadas em que o pregador deverá se valer de múltiplas disciplinas, dentre elas a homilética, para dar maior clareza a esta, visando, acima de tudo, à glória de Deus e a transformação de vidas, tanto pela edificação da Igreja, quanto pela expansão do Reino de Deus. Crane (1976), por sua vez, declara que esta verdade, da qual se ocupa a pregação, é essencialmente bíblica e notadamente religiosa: “É religiosa porque tem a ver com as grandes realidades acerca de Deus e do homem, do pecado e da salvação, do tempo e da eternidade, do céu e do inferno. É bíblica porque toma a fonte pura das Sagradas Escrituras, seus temas e os contornos gerais do desenvolvimento deles”. Pregar é, portanto, dar uma interpretação da vida moderna à luz da Palavra de Deus, a fim de oferecer ao mundo contemporâneo uma diretriz, um caminho a seguir. Neste caso, vale observar que, apesar de todas as luzes que brilham neste mundo, falta a ele a luz da compreensão da vontade e do propósito de Deus, o que só é possível mediante a pregação da Palavra e caso esta falhe, o mundo se achará em grandes trevas, como as que estamos vendo 4 Phillips Brooks nasceu em Boston, Massachusetts, em 13 de dezembro de 1835, e morreu na mesma cidade em 23 de janeiro de 1893. Formou-se em Harvard e estudou para o ministério no seminá-rio teológico da Igreja Protestante Episcopal, em Alexandria. Tornou-se prior da Igreja do Advento, na Filadélfia, e de 1862 a 1869 foi prior da Igreja da Santa Trindade, na Filadélfia. De 1869 a 1891. foi prior da Igreja da Trindade, em Boston. Em 1891, elegeu-se bispo de Massachusetts e serviu neste ofício até a morte. 6 na presente geração. Bunyan5 considerava o ministro como o habitante na “casa do intérprete”, ou seja, o pregador deve se esforçar por interpretar a vontade de Deus para a sua geração, para aqueles que o procuram em busca de orientação. Todavia, para uma fiel interpretação das Escrituras, o pregador deve ter em uma mão a Bíblia e em outra o jornal, é o que diz Karl Barth6. Tudo isso, porém, com profunda dependência de Deus e unção do Espírito, tanto no púlpito, quanto no dia a dia da congregação. 5. A NECESSIDADE DE SE ENTENDER O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE A ARTE E A TAREFA DE PREGAR Outra questão que se coloca, é: Será que a atual geração de pregadores entende o que é de fato a arte e a tarefa de pregar? Neste caso, é fundamental que busquemos uma teologia da pregação a partir tanto do Antigo Testamento, quanto do Novo Testamento. 5.1. No Antigo Testamento Para Lopes (2004) os profetas foram, acima de tudo, pregadores e ele crê, como veremos mais adiante, que as sementes da pregação expositiva, por exemplo, podem ser vistas no Antigo Testamento. Afinal, “o profeta era a boca de Deus, através de quem Deus transmitia sua palavra ao homem [...] o profeta não proclama suas próprias palavras em seu nome, mas as Palavras de Deus em o nome de Deus”. (STOTT apud LOPES, 2004, p. 21). Eles também eram intérpretes da verdade de Deus para as pessoas de seus dias. Assim, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e todos os demais eram, em certo sentido, pregadores. Podemos dizer, sem sombra de dúvida, que uma das mais belas coletâneas de mensagens do Antigo Testamento que temos, é o livro de Deuteronômio. Trata-se de uma coletânea com três grandes mensagens, cujo tema da série poderia ser: “Recordar para fortalecer”. Trata-se de uma série pregada nos últimos meses de vida do Pr. Moisés e antes dele transferir a liderança para Josué, o seu sucessor. Assim, Moisés profere seus últimos discursos com a finalidade de 5 John Bunyan (28 de Novembro de 1628 – 31 de Agosto de 1688, Londres), escritor e pregador cristão nascido em Harrowden, Elstow, Inglaterra, foi o autor de The Pilgrim's Progress (O Peregrino), provavelmente a alegoria cristã mais conhecida em todos os tempos. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Bunyan 6 Karl Barth (Basileia, 10 de maio de 1886 — 10 de dezembro de 1968) foi um teólogo cristão-protestante, pastor da Igreja Reformada e um dos líderes da teologia dialética e da neo-ortodoxia protestante. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Barth 7 preparar o povo para entrar na terra de Canaã. Seus discursos, na verdade, se constituem em recordação dos feitos do Senhor, da Lei e na renovação da aliança com o Senhor. Assim, diferentemente dos demais livros do Pentateuco, Deuteronômio é o livro do coração, pois nele Moisés ao invés de narrar e relatar as instruções recebidas, fala do que viveu ao lado do povo naqueles 40 anos, em especial dos últimos 38 anos, pois no livro não se fala da saída do Egito, mas do Monte Sinai em diante, pois ali Israel se tornara de fato uma nação, visto que fora naquele monte que o povo recebera a Lei e estabelecera Aliança com o Senhor. Aprendemos, desta forma, que pregação tem a ver com o coração e com paixão.O que pode nos levar a estabelecer o tríplice propósito de Esdras (7.10), que consistia em: “[...] Esdras tinha decidido dedicar-se a estudar a Lei do Senhor e a praticá-la, e a ensinar os seus decretos e mandamentos aos israelitas”. Pode-se aprender da teologia da pregação do Antigo Testamento que qualquer que seja a geração ou contexto para o qual se prega, o pregador deve ter o compromisso de: Estudar a Palavra de Deus; Aplicar a Palavra de Deus à sua própria vida; Ensinar a Palavra de Deus. O contexto social não deve ser desculpa para não fazê-lo, afinal, Esdras, por exemplo viveu seu tríplice propósito numa corte pagã, conforme se pode perceber dos versículos 14 e 25, pois, como assevera Braga (2002, p.31), o próprio Artaxerxes, rei da Pérsia, onde o povo de Israel estava em exílio, reconhecia que Esdras tinha conhecimento da lei de Deus. Quando isto acontece, potencializamos o impacto da Palavra de Deus sobre a vida dos que nos ouvem. 5.2. No Novo Testamento No Novo Testamento, observamos que a pregação do Evangelho começou com João Batista, e que Jesus, o Messias Prometido, também se apresentou como pregador, conforme podemos ler em Lucas 4: 18 e 19: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor.” Portanto, Jesus também veio como pregador. O Cristianismo, conforme afirma Key (2001), caracterizou-se desde o início, pela pregação fervorosa. A pregação era uma questão de vida ou morte e o arauto de Deus deveria, com toda a urgência, proclamar a mensagem. O Novo Testamento começa por nos apresentar João, o Batista, o último dos profetas, como “arauto evangelista”. Depois, Pedro e Paulo que se destacam como pregadores. Algo 8 interessante a se observar é que o Novo Testamento se constitui em sua maior parte, como assevera key (2001), de pregação apostólica, guardada pela Igreja Primitiva. Na Igreja Primitiva, a pregação tinha a primazia, pois esta compreendia a importância e a relevância da pregação para glorificar a Deus e promover a transformação de vidas, fosse pela edificação da Igreja ou pela expansão do Reino de Deus, pela conquista de mais pessoas para este, por meio da pregação do evangelho. Os apóstolos, por sua vez, foram iniciados na arte de pregar, por ninguém mais que o Mestre Supremo, com O qual viveram e aprenderam a pregar. Jesus investiu tempo treinando e preparando os doze para irem e pregar. Nosso Senhor sabia que era mediante a pregação e o ensino da Palavra, que o Pai seria glorificado, Sua Igreja edificada e que Seu Reino se espalharia sobre a face da terra, como as águas enchem o mar. Por este meio, sua Igreja seria fortalecida e não se tornaria presa fácil das heresias7 e desvios que a têm acompanhado ao longo destes mais de dois milênios. Tal fato nos ajuda a compreender porque a história da Igreja Primitiva nos ensina tanto positiva quanto negativamente que a pregação ocupava o primeiro lugar no pensamento de seus líderes e que não deve ser diferente hoje, mesmo se tendo resistência à proclamação da mensagem, pois, afinal, esta não é a primeira vez na história que se enfrenta tal resistência. 5.3. Resgatar o sentido da pregação de acordo com o ensino do Novo Testamento A compreensão do que seja a pregação do evangelho é fundamental ao pregador. Saber sobre aquilo com que haveremos de lidar nos ajuda em nossa caminhada. Quando se pensa na construção de mensagens para a transformação de vida, é preciso pensar nas palavras que conduzem à compreensão do que seja a pregação do evangelho de acordo com o ensino do Novo Testamento. Key (2001, p.29) faz um estudo interessante destas palavras e vale a pena repeti-lo aqui para que você possa compreender o que realmente é pregar. Se você prestar bastante atenção, perceberá que cada uma destas palavras destaca um elemento fundamental da pregação. Eis algumas delas: LALEÍN OU LALÉO: “Falar ou discursar”. É o elemento pessoal na pregação. MARTYRÉO: “Testemunhar”. Esta palavra significa a confirmação da verdade por alguém que tem conhecimento pessoal. É o elemento de experiência pessoal na pregação. EUAGGELÍZOMAI OU EUANGGELIZO significa Boas Novas ou Anunciar alegres 7 http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=heresia 9 novas, aparecendo por sete vezes e, em outras, quarenta vezes é traduzido por anunciar. As palavras “evangelismo” e Evangelho são derivadas desta palavra. É o elemento evangelístico da pregação. KERÝSSO é outro verbo traduzido como pregar. Este termo tem o sentido de: proclamar publicamente COMO ARAUTO. Sugere formalidade, gravidade e uma autoridade que demanda atenção e obediência. Este verbo aparece, segundo os estudiosos do assunto, sessenta e uma vezes no Novo Testamento e todas relacionadas à pregação. É o elemento de autoridade na pregação. PROPHETEÚO: “Falar com a inspiração imediata do Espírito Santo”. É o elemento da unção e do poder do Espírito Santo. DIDASKEIN: “Comunicar a verdade divina através do ensino”. Trata-se do elemento de ensino, da instrução ou da doutrinação na pregação. PARRESIÁZOMAI: “Falar com ousadia, falar abertamente, sem medo”. Neste caso, temos o elemento da ousadia na pregação. PLERÓO: “Encher ou tornar cheio”. O objetivo é encher o mundo até transbordar com as boas-novas do evangelho. PARAKALEÓ: “Implorar, exortar, consolar, suplicar, confortar”. Trata-se do elemento da exortação, com encorajamento ou consolação, com um desafio a ação. FALEO aparece duas vezes e significa simples e claramente falar. Assim, uma teologia da pregação fiel ao Novo Testamento inclui os elementos básicos sugeridos por estas palavras tão significativas. Sendo fieis a tais sentidos da pregação, certamente impactaremos a presente geração, mesmo com toda a resistência que a mentalidade da sociedade pós-moderna possa oferecer. 6. A NECESSIDADE DE SE COMPREENDER O PROCESSO EVOLUTIVO DA ARTE DE PREGAR Esta é uma das coisas mais fascinantes em homilética e que chama profundamente a atenção nestes tempos de globalização, pois, se queremos comunicar a mensagem de Deus de maneira eficiente nestes dias, temos que prestar atenção às origens e ao desenvolvimento desta para que possamos nos ajustar à realidade em que nos encontramos. 10 Como aconteceu com a língua grega, a retórica8 grega se tornou igualmente um importante meio de proclamação do evangelho ao mundo gentílico, pois, no mundo grecoromano, onde surgiu o Cristianismo, a retórica grega era a coroa da educação liberal, como afirma Broadus (1960). Deste modo, o estudante precisava conhecer a gramática, que lhe permitia ter o conhecimento do passado e possibilitava desenvolver suas aptidões literárias na elaboração e apresentação do discurso. A dialética9 por sua vez, auxiliava no exercício das forças do raciocínio, o que permitia que se falasse com eloquência. Isso nos remete na atualidade, à importância do conhecimento da língua portuguesa, conquanto não seja uma língua tão rica quanto à grega e igualmente da filosofia. A retórica, como afirma Broadus (1960), fazia que o estudante pudesse tirar melhor proveito dos seus recursos intelectuais, especialmente na tribuna e no senado, onde instruído na arte de se expressar com facilidade, poderia, com frases apropriadas e irresistíveis, influenciar os ouvintes. Era assim o mundo daqueles dias. Como os cristãos poderiam comunicar de maneira eficiente a mensagem cristã naquele contexto? Era a pergunta do momento. Isso exigiu a adaptação da retórica aos objetivos da prédica10 cristã, como ressalta Broadus (1960), o que foi acontecendo gradativamente. Assim, a prédica cristã que começou na Palestina tendo como seus primeiros pregadores e auditórios, pessoas de formação judaica, com estilos e características próprias, agora precisava rever seus conceitos se quisesse se comunicar com o mundo gentílico. Dois fatores vão influenciar nesta mudança, segundo os estudiosos do assunto: 1º: A disseminação do evangelho entre os gentios, para os quais as tradições e formas judaicas eram pouco conhecidas. Isso explica, por exemplo, a preferência dos coríntios por Apolo ao invés de Paulo. Segundo David Smith11 (apud Broadus, 1960, p. 10) esta “foi a primeira notificação aos embaixadores de Cristo no sentido de que, se quisessem ganhar o mundo precisavam se dirigir a eles de um modo afim, ou congenial”. 2º: A conversão de homens que já tinham sido treinados na retórica e que se tornaram 8 Retórica: Gr. Rhetokike (subentendido tekhne), a arte oratória, a retórica. Arte de bem falar e teoria desta arte; técnica de utilização dos meios de expressão diversos em obra no discurso. Reboul: “A retórica é [...] a arte de persuadir pelo discurso; é também o ensino e, enfim, a teoria desta arte” (A Retórica, p. 8, PUF.) Fonte: RUSS, Jacqueline. Dicionário de Filosofia. 9 Etim. Gr. Dialektike (subentendido tekhne), a dilética, isto é, a arte de discutir. O termo é amplo e requer maior estudo para melhor compreensão. Sugerimos como introdução ao assunto, ler as definições constantes do Dicionário de Filosofia de Jacqueline Russ ou outro dicionário de filosofia. Também textos como a República de Platão, Hegel e Engels que tratam do assunto. Fonte: RUSS, Jacqueline. Dicionário de Filosofia 10 Prédica: É o mesmo que pregação, sermão ou mensagem 11 Smith: Pregador e escritor, possivelmente contemporâneo de Broadus, autor do livro The art of preaching, de quem não temos maiores informações, senão a constante de seu livro. 11 pregadores. A isso deve ser acrescentado o fato de que com o passar dos anos e a expansão do evangelho para outras regiões fora de Jerusalém e da Palestina, fez que diminuísse o número de pregadores judeus cristãos e judeus, o que levou a homilia12 a ceder lugar para a mensagem elaborada, valendo-se de princípios homiléticos. Broadus (1960, p. 10) afirma que, desta forma, a prédica ganhou auditório maior e mais favorável ao Evangelho. Os elementos primordiais do discurso foram maneiras provadas de convencer e persuadir os mortais, e, nas mãos de homens piedosos como Basílio13, Gregório, Crisóstomo14, Ambrósio15 e Agostinho16tornou-se escala jamais alcançadas pelos antigos gregos. Um instrumento de poder espiritual, tanto entre gente culta quanto entre a inculta. Aqueles pregadores enobreceram a arte da pregação, enchendo-a com a distintiva realidade da fé cristã e da mensagem cristã, consagrando-a aos objetivos cristãos. Assim surgiu a ciência da homilética que nada mais é que a adaptação da retórica às finalidades especiais e aos reclamos da prédica cristã. A pergunta a que isso nos leva, é: Como vamos pregar para o mundo pós-moderno dominado pela mídia, onde as pessoas não têm mais disposição para se assentar e ouvir um pregador por 30, 40, 60 minutos ou mais? Observando o dia a dia da sociedade, deparamo-nos com algumas perguntas inquietantes: Quais são as principais mudanças que estão acontecendo nas escolas, onde uma pessoa precisa ficar 50 minutos ouvindo um professor? Quais são os filmes preferidos da maioria das pessoas? Por que eles fazem tanto sucesso? Quais são os telejornais preferidos das pessoas? 12 Homilia bíblica é um comentário sobre uma passagem bíblica, longa ou curta, explicada e aplicada versículo por versículo, ou frase por frase. Em geral, a homilia não possui estrutura homilética, pois consiste em uma série de observações sem tentativa de mostrar como as partes do texto ou do todo se relacionam, isto é, sem levar em conta a unidade ou a coesão estrutural. Fonte: BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas, Editora Vida, 2002 13 Basílio: Além de m odel o de pastor, dedicou -se as obras sociais, fundando hospi tais, abrigos, escolas e tudo o que os pobres precisavam. Broadus o tem como um dos cooperadores para o desenvol vimento da homilética. 14 São João Crisóstomo, em grego Ιωάννης ο Χρυσόστομος, (349, Antioquia da Síria, hoje Antakya, no sul da Turquia - 14 de Setembro de 407). Pela sua inflamada retórica, ficou conhecido como Crisóstomo (que em grego significa «boca de ouro»). "Como verdadeiro pastor, tratava a todos com cordialidade, (...) dedicava uma atenção particular ao matrimônio e à familia" e "convidava aos fiéis a participar na vida litúrgica, que fez esplêndida e atractiva com criatividade genial". Mas "apesar de sua bondade (...) se viu envolto em freqüentes intrigas políticas, por suas contínuas relações com as autoridades e as instituições civis (...) e foi condenado ao exílio". 15 Ambrósio de Milão (Trier, Alemanha 340 - 4 de abril de 397), conhecido como Santo Ambrósio, foi bispo da atual Arquidiocese de Milão, e é considerado um dos Padres e Doutores da Igreja. Foi ele quem ministrou o batismo a Agostinho de Hipona. É considerado um dos quatro máximos doutores da Igreja, aprendeu de Orígenes a conhecer e a comentar a Bíblia. 16 . Aurélio Agostinho (em latim: Aurelius Augustinus), Agostinho de Hipona, ou Santo Agostinho (Tagaste, 13 de novembro de 354 – Hipona, 28 de agosto de 430), foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo, padre e Doutor da Igreja Católica. Agostinho é uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Agostinho foi muito influenciado 12 Por que as pessoas não têm paciência para assistir aos documentários e aos programas educativos? O que os adolescentes e jovens geralmente fazem com o controle remoto? Qual o valor da imagem para a nossa sociedade? Quanto à imagem Juan Ferrés17 (1996, p.7) dirá que a televisão, por exemplo, representa para os cidadãos das sociedades modernas aquilo que o totem18 representava para as tribos primitivas: objeto de veneração e reverência, símbolo de identificação individual e coletiva... Como um totem, a televisão concentra as expectativas e temores das tribos modernas. A ela sacrificam o seu tempo. Ela dá sentido à realidade. Decide o que é e o que não é importante. E produz o prazer de saber-se e sentir-se integrado dentro de uma coletividade. Para muitas pessoas, a televisão é um compêndio de todas as suas esperanças: é aquilo que de mais importante ocorre em sua vida ao longo do dia. Este autor ainda diz que a televisão, hoje, tornou-se um instrumento privilegiado de penetração cultural, de socialização, de formação de consciências, de transmissão de ideologias e valores, de colonização. O que é dito da televisão também se aplica a internet. E como seu livro trata da questão da educação, ele questiona a inércia da escola frente a essa situação, uma vez que este deveria ser o papel dela e não da televisão. E, prestando atenção ao texto, podemos observar, que, na citação acima, ele coloca a televisão no lugar do totem, como objeto de veneração e reverência, fazendo clara referência à religião, o que está diretamente ligado à pregação do evangelho, embora ele não mencione uma religião específica. Se analisarmos criteriosamente, vamos perceber que a televisão e a internet: têm sido como deuses, sendo veneradas, reverenciadas. a elas as pessoas sacrificam seu tempo. nelas concentram suas expectativas e também temores. são elas que têm dado sentido à realidade da vida das pessoas. são elas que decidem o que é importante. são elas que têm determinado, se não todas, pelo menos a maioria das ações das pessoas ao 17 Joan Ferrés es doctor en Ciencias de la Información y maestro. Ha sido profesor de Enseñanza Secundaria. Actualmente es Profesor en los Estudios de Comunicación Audiovisual de la Universidad Pompeu Fabra de Barcelona. Especialista en Comunicación Audiovisual y Educación, trabaja de manera preferente en dos ámbitos temáticos: el de la socialización mediante comunicaciones inadvertidas y el de la educción en una cultura del espectáculo.Fundó y dirigió durante 11 años el Departamento de Audiovisuales de la Editorial Edebé (Barcelona). Es uno de los autores en lengua española más leídos y citados en relación al tema del audiovisual educativo ("Vídeo y educación", " Educar en una cultura del espectáculo", ...) Fonte: http://www.lmi.ub.es/ante/autores/ferres.html 18 Totem: to.tem sm (do ingl totem, do algonquiano) Etnol 1 Animal, planta, objeto ou fenômeno natural a que certas sociedades primitivas se julgavam ligadas de modo específico. 2 Grupo de objetos materiais aos quais os selvagens professam veneração supersticiosa. Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=totem 13 longo do dia. Isto é tão interessante, que um dos objetivos supremos do principal telejornal de uma grande emissora de TV, em nosso país, é: “Apresentar o que de mais importante aconteceu no Brasil e no mundo naquele dia”. Dessa forma, nossas vidas acabam sendo influenciadas e determinadas pelo que de mais importante aconteceu no Brasil e no mundo em um dia, apresentados na TV e na internet. Ferrés (1996) confronta a Escola com o desafio de educar, neste contexto, e de tirar proveito do que há de bom na televisão, o que é interessante. Neste sentido, A Folha de São Paulo publicou uma matéria no dia 14 de fevereiro de 2010, no Caderno Folha Ilustrada, cujo título era: “assisto a séries, logo existo”, que fala de um professor de filosofia, na França, que percebeu que séries como “24 Horas”, “House”, “Lost”, “Desperate Housewises”, “CSI” e “Grey’s Anatomy” permitem fazer um passeio pela filosofia, indo de Aristóteles a Descartes e trabalhar questões que dizem respeito ao mundo contemporâneo. Será que não podemos usar dados da realidade para pregar o evangelho neste contexto? Ora, ao que tudo indica, foi refletindo sobre os dados da realidade que a homilética surgiu e se desenvolveu fazendo que o evangelho chegasse até nós. Assim perguntamos, será que os pregadores de hoje não precisam refletir sobre os dados que nos são apresentados pela realidade e aprimorar a capacidade de comunicar a mensagem do evangelho para atual geração, que vive numa sociedade globalizada? 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Assim, chegamos ao ponto em que precisamos fazer uma profunda reflexão sobre a importância da pregação para a chamada pós-modernidade, pois caso não o façamos corremos o risco de permitir que a mesma a considere irrelevante e sem sentido para o momento atual. Desta forma, concluímos destacando os elementos fundamentais para que a pregação seja exitosa na atual conjuntura. Que a mesma seja vista, sobretudo, pelos pregadores, como a tarefa mais nobre da terra a ser desenvolvida, pois caso estes não a vejam assim, quem irá valorizá-la? A valorização começa com os que exercem o ofício da pregação encarando-a como uma incumbência divina e não simplesmente como um exercício de livre escolha ou um dom 14 natural como ocorre com as outras funções, que podem igualmente se transformar em ministério, desde que colocada nas mãos do Senhor, contribuindo para a Sua glória, a edificação de Seu povo e a expansão de Seu Reino, visto que neste caso, tanto a pregação quanto qualquer outro ofício quando exercido na dependência do Senhor produz frutos para a eternidade. Que a mesma seja com grande responsabilidade e seriedade, pois é hora de se ter responsabilidade no exercício do ministério da pregação. Não podendo o mesmo ser encarado com leviandade ou mero meio de sobrevivência. O tratamento adequado da pregação por parte da sociedade passa pelo compromisso que pregadores têm com o ofício da pregação. Que se tenha uma compreensão correta do que seja a pregação. Definitivamente não se pode permitir ou pelo menos não se pode concordar, uma vez que não há como proibir, que o ofício da pregação seja exercido por quem nada entende do que seja a pregação. Afinal, ninguém se submeteria a uma cirurgia com um médico que nada saiba de cirurgia, como também não iria a um psicólogo que nada saiba dos princípios da psicologia. Também não é correto admitir que os púlpitos sejam ocupados por quem nada entende da pregação, ainda que tenha o título de pastor. Igualmente importante, é estar ciente da necessidade de se entender o que a Bíblia diz sobre a arte e a tarefa de pregar. De se ter uma compreensão da teologia da pregação, tanto na perspectiva do Antigo Testamento, quanto do Novo Testamento. A pregação deve ser a menina dos olhos da Igreja, visto que pela compreensão da Palavra proclamada e ensinada, vidas são transformadas; se pode compreender o evangelho em sua plenitude e seu desafio de se tornar semelhante a Jesus; se pode tornar o mundo um lugar melhor de se viver e acima de tudo, se pode viver para a glória de Deus. Por fim, é fundamental compreender o processo evolutivo da arte de pregar, pois a vida é dinâmica e ao compasso do tempo, embora a mensagem continue a mesma, a arte de apresentá-la muda e, portanto, os pregadores e as igrejas precisam mudar para alcançar cada geração com a mensagem de boas novas. Eis o desafio, que cada um de per si, faça a sua reflexão e busque transmitir a mensagem de modo a alcançar a sua geração, visto que é dela que cada um deverá prestar contas diante do Pai. REFERÊNCIAS BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas. São Paulo: Vida, 2002. 15 CRANE, James D. El Sermon Eficaz. Buenos Aires: Casa Bautista de Publicaciones, 1976. KEY, Jerry Stanley. A preparação e a pregação de sermões bíblicos: princípios de Homilética. Rio de Janeiro: JUERP, 2001. LLOYD-JONES, D. Martín. Pregação e pregadores. São Paulo: Fiel, 1991. SPURGEON, C. H. Lições aos meus alunos. São Paulo: PES, 1990. LOPES, Hernandes Dias. A importância da pregação expositiva para o crescimento da Igreja. São Paulo: Candeia, 2004. Disponível:http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=heresia. Acessado 30.11.2015 Disponível: http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Barth. Acessado 30.11.2015 Disponível:http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=totem. Acessado 30.11.2015 Disponível:http://www.lmi.ub.es/ante/autores/ferres.html. Acessado 30.11.2015 Disponível:http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=heresia. Acessado 30.11.2015 Disponível: http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Bunyan. Acessado 30.11.2015 Disponível: http://www.preaching.com/resources/past-masters/11563902/. 30.11.2015 Acessado
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