Revista Portugal Inovador Nº 80 Abril 2016

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Revista Portugal Inovador Nº 80 Abril 2016
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Portugal Inovador
2 I Abril
Portugal Inovador
Abril I 3
Portugal Inovador
“Queremos ajudar os clientes”
João Figueiredo, CEO da Intellysys®, apresentou-nos a atualidade deste seu projeto,
abordando a sua evolução nos últimos anos e a filosofia que tem orientado todo este trabalho.
A empresa, sediada em Águeda, iniciou o seu percurso em
2008, consolidando a sua atividade dentro de um conceito que
pode ser resumido como “uma
Loja do Cidadão do empresário”.
Explicando, João Figueiredo diz-nos o seguinte: “Sempre pensámos que fazer igual aos outros
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não iria ter nenhuma mais-valia.
Acreditamos, pelo contrário, que
os nossos produtos têm que ter valor acrescentado e diferenciação,
e isso faz-se pela atitude. Quando
dizemos que a nossa empresa
tem que ser a Loja do Cidadão
do empresário, estamos a pensar
na forma como o empresário de
hoje em dia tem um ritmo de vida
estonteante, tendo que focar os
seus esforços e os seus recursos
naquilo que ele sabe fazer no seu
dia a dia e no seu core business.
Quando surgimos no mercado,
foi precisamente com esse objetivo de conseguirmos, junto do
cliente, perceber os seus desafios e tentar resolver tudo o que
está relacionado com aquilo que
ele não domina. Concretamente,
quando ele tem algum problema
industrial ao nível do tratamento
de superfícies e pintura (que é
o nosso core business), nós não
entregamos apenas um serviço
focado nas nossas máquinas. Entregamos, sim, um serviço focado
em resolver o problema de A a Z
(ou seja, licenciamentos, estudos
de impacto, tratamento de layout,
integração de outros parceiros),
de forma a que consigamos oferecer ao cliente uma solução
chave na mão. Há, portanto, aqui
um conceito de Loja do Cidadão,
no sentindo em que aqui trata-se de tudo. Não só da questão
da máquina em si, mas de toda
a envolvente que é necessária”.
Mais do que um conceito, o
trabalho que resulta neste serviço
chave na mão é inspirado, no dia a
dia desta equipa, por um forte sentido de disponibilidade perante todas as necessidades que o cliente
possa manifestar. Continuando a
sua explicação, João Figueiredo
afirma que, enquanto empresário,
encara as solicitações dos seus
parceiros da seguinte forma: “O
cliente tem um problema, para nós
é um desafio e certo é que vamos
resolvê-lo. O que transacionamos
são, no fundo, ações de confiança.
É esse o capital que nós temos e
quando alguém está focado em
servir os clientes e entra em casa
deles interessado em resolver a
situação que eles têm em mãos,
as pessoas confiam em nós e essa
confiança, a partir daí, cresce. É
assim que estamos ao lado dos
nossos clientes, com ‘qualidade,
rapidez e envolvimento’ com eles,
daí que continuemos a ter encomendas sobre encomendas de
grandes Grupos Aeronáuticos. Só
assim é que nos diferenciamos,
porque qualquer outro concorrente consegue colocar no mercado
equipamentos de qualidade idêntica, simplesmente não com esta
vontade em ajudar, que nos dá
imenso trabalho e dificuldades,
mas que é o nosso ADN”.
Portugal Inovador
Olhos na
internacionalização
Este ADN tem permitido que a
Intellysys® seja um verdadeiro
caso de sucesso no que respeita
ao seu crescimento comercial.
Sete anos após a sua fundação,
já se trata de uma empresa com
clientes espalhados um pouco
por todo o Mundo. Relativamente a esta presença no exterior,
o responsável sublinha dois
grandes vetores da sua afirmação. “Um deles é o México, país
onde, em fevereiro, conseguimos
oficializar a nossa presença efetiva, com duas unidades. Isto já
está definido, agora é só começar a trabalhar, estando previsto
que comecemos a fabricar ali
alguns dos nossos produtos, a
partir de 1 de janeiro de 2017,
com uma estratégia de tecnologia europeia, feita no México,
com vista à penetração no mercado dos E.U.A.. Pretendemos
servir mercados do Pacífico
Central, como o México, Colômbia, Perú ou Chile e, em 2020,
vamos querer entrar com força
no mercado norte americano,
que é gigantesco”, avança.
O outro eixo passa pela Europa: “Paralelamente, vamos
oficializar a demonstração da
nossa oferta ao mercado alemão. Vamos estar presentes
na Paintexpo, entre 19 e 22 de
abril, onde já estivemos há dois
anos, a fim de entendermos a
realidade daquele mercado. Daí
para cá, estivemos a fazer uma
prospeção desse mesmo mercado e hoje estamos em condições
de servir as suas necessidades.
Portanto, há aqui dois vetores
que queremos reforçar: Alemanha, enquanto motor da Europa,
e México, enquanto motor de
entrada nos E.U.A.”.
Para além destes exemplos, a
Intellysys® conta também com um
leque de clientes espalhados por
outros destinos como a Tunísia,
Argélia, Dubai, República Checa,
Bielorrússia, Brasil, Chile e Peru.
Inovação
O CEO fala-nos de “um trajeto de evolução” feito também
no desenvolvimento de novas
soluções, focado, nomeadamente, no setor aeronáutico. A este
respeito, dá-nos, como exemplo,
a finalização, para breve, de “um
projeto para uma nova célula,
que será protótipo a nível mundial, com 13 cores diferentes em
serviço automático e capacidade
para receber peças que vão até
os 20 metros de comprimento,
seis de altura e um de espessura. Recebendo a peça, faz toda
a ativação por Plasma da superfície para pintura e, mediante a
receita que lhe chegue, pinta e
faz os esquemas de tratamento
para as asas e restantes peças
de aeronáutica”. Outro projeto
prende-se com “a execução,
neste momento, a 50%, de outra
célula robotizada para emprego
de laser, que vai fazer a limpeza dos moldes, sendo também
esta uma inovação em termos
mundiais”.
Reforço da
capacidade
Sendo esta uma instituição
empresarial que tem crescido
muito rapidamente, é também
uma firma que “está a passar pelas naturais dores de crescimento”. Quando há dores de crescimento, “é necessário parar para
pensar e fazer reajustes, senão
não se cresce mais”. Assim, para
dar resposta à evolução galopante que a Intellysys® conheceu
nestes últimos anos, está projetada a passagem para novas
instalações, que João Figueiredo
nos descreve: “São 40 mil m 2 de
terreno e esperamos que daqui
por um ano já tenhamos prontos
os nossos 15 mil m 2 de fábrica.
Até aqui, temos estado nestas
instalações, com três mil, e agora vamos ter uma fábrica que vai
corresponder à dimensão da empresa, dotada de condições para
o reaproveitamento energético,
de uma tecnologia de informação
muito dinâmica e de uma área
social que, realmente, motive a
nossa equipa da melhor forma
possível”.
Acerca desta equipa, João
Figueiredo aproveita para deixar
uma referência às 65 pessoas
que compõem a Intellysys®: “Não
basta o capital financeiro ou o
tecnológico; nada disto se move se
o capital humano não funcionar”,
afirma. O CEO espera reforçar
esse capital, “colocando na empresa mais pessoas que percebam
que, em 2020, a Intellysys® terá
que ser uma das dez melhores empresas do Mundo na nossa área”.
Para lá chegar, João Figueiredo
defende que “o foco deve passar
não por tornar a empresa grande,
mas sim por conseguir que seja
todos os dias uma excelente empresa e que, se possível, melhore
continuamente”.
Abril I 5
Índice
Portugal Inovador
4
12
15
Intellysys
“Queremos ajudar os clientes”
G Air Training
Quadro otimista para carreiras
na aviação comercial
LAS Formação
Especialistas em manutenção aeronáutica
7Cluster Aeronáutico
32 Valongo
40 Saúde Sénior
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6 I Abril
Portugal Inovador
Abril I 7
Portugal Inovador
Uma década em que se mudou
o paradigma
Sérgio da Cunha Oliveira, diretor geral da Associação Portuguesa de Indústria Aerospacial
(PEMAS), faz-nos um balanço extremamente positivo dos dez anos que passaram desde a
sua formalização, em fevereiro de 2006.
Conforme nos diz, a “evolução
do setor durante este período foi
considerável e marcante”, o que
aparece refletido no próprio percurso da PEMAS. Esta entidade, na
altura fundada por nove empresas,
agrega hoje mais de 70 associados,
se tomarmos em conta a sua fusão
com a Danotec (defesa) e a Proespaço (indústria espacial). A ideia
que havia presidido à sua fundação, que era trabalhar em conjunto
para a criação de massa crítica no
país, tem aqui um bom indicador
quando à sua concretização. “De
facto, há muitas mais empresas
com awareness de que este é um
setor determinante e perfeitamente
estratégico, em que o investimento
ou falta dele pode mudar a economia de um país”, sublinha.
Quanto às especificidades que
o cluster aeroespacial português
apresenta, Sérgio da Cunha Oliveira identifica como pontos fortes “a
flexibilidade e a possibilidade de entrar em áreas de nicho do setor. Já
provámos isso, com vários projetos
de elevado sucesso, nomeadamente nos interiores de luxo, ou também
nas aeronaves não-tripuladas. Para
8 I Abril
além disto, também há o caso
dos setores tradicionais como a
fabricação de componentes ou de
ferramentas, em que há muitos
pontos de contacto com outros
setores (por exemplo, a indústria
automóvel), e já havia muito know-how em Portugal que podia suportar estas atividades”. Como ponto
fraco, nomeia “o facto de não existir
uma estratégia nacional definida e
que seja de longo prazo. O longo
prazo neste setor é fundamental, se
atendermos a que o time-to-market
neste setor é no mínimo de seis a
oito anos. O cluster de IT sabe que
tem um time-to-market de menos
de um ano ou então, no máximo de
dois, havendo uma rotação muito
elevada. No nosso caso, não é isto
que acontece. Por conseguinte, os
investimentos e as decisões estratégicas têm que ultrapassar as
legislaturas. Isso seria fundamental
para o setor, é um dos handicaps
que ainda temos e há exemplos
na Europa em que isto acontece”.
Questionado acerca da nossa
cobertura de I&D, diz-nos que Portugal é “um país francamente bom
nessa matéria, sendo esta uma
das portas de entrada preferenciais
para as empresas portuguesas no
que respeita a consórcios internacionais. Já na transferência dessa
investigação para produto, ainda há
que trabalhar bastante”.
Quanto aos momentos que
mais têm ajudado a alavancar o
setor, “diz-nos que é incontornável
o facto de um major player como a
Embraer ter tomado a decisão de
investir no país. É uma daquelas
situações que alteram o paradigma
completamente, colocando-nos no
mapa de uma forma em que não
estaríamos sem isso. O que se está
a começar a passar em Évora é
uma receita muito positiva para que,
daqui por alguns anos, tenhamos ali
um centro perfeitamente consolidado. Há também outro exemplo que
pode ser dado, como a Caetano
Aeronautic e a sua parceria com
a Airbus”.
Portugal Inovador
Na vanguarda da
inovação com olhar
atento ao futuro
Com base no Heliporto Miguel Barros, em Loulé (Algarve), a
HTA Helicópteros Lda. opera não só em território português
como espanhol.
Fruto de um sonho que se tornou
realidade em 1996, a HTA funciona
como o único operador aéreo de
helicópteros no Algarve. Atualmente,
conta com uma frota de oito aeronaves
e tem desenvolvido a sua atividade
ao nível de combates de incêndios,
transporte de passageiros, ambulância
aérea, fotografia e filmagem aérea,
levantamento em 3D, carga suspensa,
instrução entre muitos outros.
Uma vez que o setor aeronáutico,
na vertente dos helicópteros, se encontra “algo fragilizado”, é necessária
muita experiência e qualidade para
se adaptar a esta realidade. A HTA
preenche todos estes requisitos afirmando-se, cada vez mais, como uma
referência nacional e internacional.
Iñigo Renom, diretor de operações
(DOV) na HTA Helicópteros Lda., explicou que a empresa é multidisciplinar,
incluindo os serviços de manutenção,
formação, entre outros. “O facto de
possuirmos recursos humanos e materiais especializados e qualificados,
permite-nos desenvolver um trabalho
de manutenção certificado e de quali-
dade”, afirma. “Todos os programas de
manutenção são cumpridos, devidamente atualizados e verificados por um
departamento de qualidade”, continua.
Relativamente à formação, a companhia engloba vários cursos, qualificações e formações. “De momento,
entre cursos ab-initius e qualificações,
temos 15 formações aprovadas, para
além de revalidações e renovações
que estamos habilitados a ministrar.
Esta panóplia de formação profissional
permite cobrir a grande maioria das
necessidades do mercado português e
internacional no que respeita à carreira
de Piloto de Helicóptero e do seu desenvolvimento. Na área de formação
de Técnicos de Manutenção, a HTA
oferece formação prática, através de
uma parceria com uma escola certificada”, esclareceu o DOV.
Um outro tema bastante debatido
na área aeronáutica é o ‘cluster’. Contudo, não se tratando de um conceito
linear, pode ser benéfico para o setor.
“Se pensarmos na vertente mais pura
do ‘cluster’, seria sem dúvida uma
mais-valia e um trabalho de cooperativismo e desenvolvimento em parceria
fulcral no contexto de globalização que
vivemos”, admitiu o DOV, Iñigo Renom.
Em relação ao futuro da empresa
as expetativas são claras: “Regressar
rapidamente ao mercado português”,
principalmente no que diz respeito ao
combate de incêndios florestais, uma
vez que existem todos os recursos e
materiais para satisfazer as necessidades do país. Sendo uma empresa na
vanguarda do conhecimento técnico e
académico, a HTA Helicópteros Lda.
encontra-se apta e disposta a alargar
parcerias com instituições académicas.
O objetivo passa por facilitar o progresso dos indivíduos no meio aeronáutico.
Abril I 9
Portugal Inovador
Em defesa
de um setor estratégico
A Associação Portuguesa de Transporte e Trabalho Aéreo (APTTA), na figura do seu
presidente, José Miguel da Costa, deixa-nos a sua mensagem quanto à atualidade da sua
missão e também quanto às perspetivas para o setor no contexto nacional.
Fundada em 1993, a APTTA,
então APORTAR, é uma Associação de direito privado que
representa institucionalmente o
transporte aéreo nacional. Pioneira na promoção do setor tem-se notabilizado no incentivo à
adoção de modelos baseados na
cooperação, formação e elevação
da aviação nacional a um lugar de
referência a nível europeu.
O presidente, José Miguel da
Costa, considera que “Portugal
tem vivido um paradoxo no que
ao setor aeronáutico diz respeito”.
Detalhando, refere que “a TAP
Portugal, enquanto companhia de
bandeira, dependente do setor público, tem consumido a totalidade
da atenção que governantes e responsáveis do setor têm disponibilizado nesta matéria. A sua recente
privatização permite-nos encarar
10 I Abril
o futuro com algum otimismo e,
obtida que seja a estabilidade na
transportadora aérea nacional,
alimentamos fundadas esperanças de que seja possível captar a
atenção dos governantes para o
restante setor aeronáutico e para
o potencial de desenvolvimento
que este evidencia”.
Ainda a propósito dos processos
de privatização no setor, alerta,
contudo, para “um dos condicionalismos que afetam o transporte
aéreo atualmente, que se prende
com o valor que alcançaram as taxas aeroportuárias praticadas pela
ANA Aeroportos. Os incrementos
nas taxas, verificados nos últimos
anos, têm um impacto significativo
na conta de exploração dos operadores, pelo que urge encontrar,
em sede de diálogo, soluções que
possam ir ao encontro dos interes-
ses de ambas as partes.
Acerca dos acontecimentos na
esfera pública, diz-nos ainda que
a APTTA “encara com fundado
otimismo a recente alteração do
estatuto do regulador aeronáutico, com a criação da ANAC. Se
a ANAC tiver, como parece ter,
a possibilidade objetiva de incrementar o seu quadro de pessoal
técnico, se otimizar os processos
administrativos e burocráticos e se
mantiver um diálogo permanente
com os stakeholders do setor, com
especial ênfase, com a APTTA,
não temos qualquer dúvida de
que estarão reunidas as condições essenciais para que o setor
aeronáutico nacional evidencie,
num futuro próximo, um forte
impulso, com particular impacto
na economia das empresas e,
concomitantemente, na economia
nacional”.
Ultrapassado todo o momento
de definição destas matérias,
admite então que “seja possível
lograr obter o envolvimento do
poder político na definição de
uma estratégia nacional para o
setor e o desenvolvimento de um
verdadeiro cluster aeronáutico em
Portugal”.
Afinal de contas, somos um
país privilegiado, “com condições
climatéricas das mais favoráveis
da Europa, com um background
em matéria de conhecimentos e
qualidade aeronáutica que é reconhecido internacionalmente, com
um conjunto de infraestruturas aeroportuárias de pequena, média e
grande dimensão, com um enorme
potencial em matéria de formação
profissional no âmbito aeronáutico
Portugal Inovador
“As iniciativas estratégicas fixadas
pela APTTA já estão a produzir
resultados positivos”
e com um desenvolvimento no
domínio da construção e manutenção aeronáuticas”. São, portanto,
“condições de excelência para a
criação de um cluster aeronáutico
de elevado potencial de desenvolvimento interno e externo”.
O próprio contexto internacional propicia esse mesmo desenvolvimento, dadas “as necessidades a nível mundial que se anteveem em matéria de tripulações
e técnicos de manutenção para
os próximos anos, que provocam
uma intensa necessidade de formação profissional nestes domínios”. Aqui, um caso de “particular
interesse para o cluster nacional
reside nas necessidades de apoio
técnico e formação evidenciadas pelos países da CPLP, que
poderão encontrar em Portugal
um apoio essencial no desenvolvimento do setor aeronáutico
desses países”.
Será essencial, em todo o caso,
“o envolvimento do Governo, com
a adoção de políticas favoráveis a
este desígnio, o envolvimento da
Autoridade Nacional de Aviação
Civil, com uma melhoria de resposta às solicitações do setor e
o envolvimento dos industriais do
setor aeronáutico, dos quais se
espera uma dinâmica empreendedora e uma envolvência direta no
desenvolvimento deste cluster”.
Ainda no âmbito da cooperação
institucional que é apanágio da
APTTA, esta já se disponibilizou
para participar de uma forma ativa
e integrante na criação da nova
estrutura associativa de gestão
das faixas horárias dos aeroportos nacionais (slots), permitindo
assim alcançar a conformidade
com o disposto no Regulamento
(CEE) 95/93 de 18.01, que aprova
as normas comuns aplicáveis à
atribuição de faixas horárias nos
aeroportos do espaço europeu.
Falando mais concretamente
da forma como a APTTA tem
encontrado novas soluções para
responder às necessidades nacionais, merecerão aqui especial
ênfase os esforços direcionados
para a formação. Com o apoio institucional do então INAC, a APTTA
deu início, no dia 4 de abril de
2011, ao plano de Formação que,
tendo como objetivo primário a
resposta aos requisitos de formação enunciados no Regulamento
INAC nº 831/2010, de 8 de novembro, abarca igualmente uma
valência de formação contínua
que responde aos objetivos operacionais e normativos do setor.
A Formação de Postholders
foi institucionalmente reconhecida à data pelo INAC, por via de
estabelecimento de Protocolo e
“garante aos nossos associados
uma mais-valia formativa que
pretendemos que seja crescen-
te, mais abarcante e qualitativamente concorrencial”. A par
com a Formação Postholders
e com vista ao alargamento do
seu leque de formação, a APTTA
iniciou o processo com vista ao
estabelecimento de parcerias
com a JAA-TO e IATA Training, as
quais “elevarão a qualificação dos
recursos humanos, assegurando
o primado da Segurança como
paradigma do setor aeronáutico
nacional, bem como a competitividade das nossas empresas e
respetivos colaboradores”. Outra
nota merece também a obtenção
da Certificação DGERT da sua
Formação, em julho de 2015, processo que já tinha sido iniciado no
último trimestre do ano anterior.
Por fim, sendo esta uma associação apostada em manter um
diálogo construtivo com os decisores públicos e demais entidades
que possam influenciar o setor,
José Miguel da Costa explicita que
“as iniciativas estratégicas fixadas
pela APTTA já estão a produzir
resultados positivos. A cada vez
maior visibilidade da Associação,
alicerçada numa participação ativa em todas as valências do setor,
tem contribuído para uma mudança na abordagem das instituições
tutelares e consequente participação da APTTA na intervenção
ao nível da fixação de políticas
nacionais para o setor”. Para um
futuro próximo, o objetivo passará
por “fortalecer o seu papel de parceiro capaz de influenciar essas
mesmas políticas nacionais, com
o fim último de tornar o transporte aéreo nacional como um dos
pilares da economia portuguesa,
alicerçado em padrões de qualidade de inegável excelência”.
Abril I 11
Portugal Inovador
Quadro otimista para carreiras
na aviação comercial
A G Air Training Centre é a maior escola de aviação do país, estando presente na sede de
Ponte de Sor, em Tires, e ainda em várias bases distribuídas internacionalmente. O vicepresidente, Nelson Ferreira, fala-nos dos seus projetos mais recentes e da atualidade da
formação aeronáutica em Portugal.
Vantagens
competitivas
O nosso interlocutor começa por
fazer um preâmbulo relativo ao bom
momento que o setor atravessa:
“Desde o ano passado que se tem
notado, de uma forma muito intensa, um boom de procura por profissionais. Temos pedidos de várias
companhias aéreas para pilotos,
tripulantes de bordo e técnicos
de manutenção aeronáutica, com
uma intensidade e uma quantidade
crescente. Há um forte dinamismo
no recrutamento de profissionais
para a aviação comercial e é um
setor que paga bem”.
“Há também um reconhecimento, por parte das companhias
aéreas, da qualidade dos profissionais portugueses nas várias
profissões aeronáuticas”, acrescenta. Conforme nos explica,
quando falamos em qualidade,
falamos do “perfil psicológico do
aluno, futuro profissional: nas
suas competências de interrelacionamento, comunicação,
12 I Abril
assertividade e de liderança. A
componente técnica é cada vez
mais assumida como certa por
parte de quem recruta”, sendo
que a componente psicológica
e comportamental adquire uma
relevância crescente na diferenciação dos candidatos. “Foi para
corresponder às necessidades
das linhas aéreas que criámos, no
início de 2015, um Departamento
de Psicologia da Aviação que
apoia os nossos alunos no seu
desenvolvimento pessoal e para
garantir a sua empregabilidade”.
Nelson Ferreira refere que, “no
geral, os nossos alunos portugueses são positivamente valorizados
ao nível das soft skills e de competências core como a resiliência, a
resistência à pressão e a tolerância
à frustração. Prova disso tem sido
o forte aumento de ingressos de
ex-alunos em companhias como
a Ryanair, EasyJet, Vueling, TAP,
entre outras”.
Portugal destaca-se internacionalmente também enquanto
local para a formação aeronáutica.
Acerca das suas mais-valias endógenas, Nelson Ferreira faz-nos o
seguinte enquadramento: “O treino
aeronáutico de pilotos de linha aérea tem um grande polo no Arizona,
onde se existe cerca de 3.400 horas
de sol por ano. No Alentejo, temos
entre 3.100 a 3.200, havendo,
portanto, resultados similares em
termos da intensidade de treino de
voo. Estamos a concorrer com esse
polo e a ganhar clientes porque
oferecemos vantagens adicionais: a
maior proximidade, menores custos
de deslocação, melhor qualidade
do treino”.
Indicando outros fatores, fala-nos também de como o país “sabe
receber como poucos o sabem. A
nossa cultura tem essa característica e, ao nível turístico, temos
infraestruturas que outros países
não têm. Isto é também importante
para os alunos que estarão connosco vários meses”. Para além disso,
“é um país com elevados níveis de
segurança e com custos operacionais muito competitivos”.
Todas estas condições são reforçadas pela própria “valorização
dos portugueses enquanto profissionais da aeronáutica”, significando isto que “o treino que fazemos
é reconhecido”. No caso específico
da G Air Training Centre (antiga Aerocondor), “a escola tem já 37 anos
de atividade e uma experiência
que já foi auditada e validada por
Portugal Inovador
muitas companhias aéreas”. Em
suma, Portugal apresenta níveis
de “qualificação e know-how que
permitem um treino aeronáutico de
qualidade”.
Atualidade da escola
Como referido, esta é a maior
escola de aviação do país e com
crescimento nítido. Nelson Ferreira partilha que, no último ano, foi
adquirida “mais de uma dezena de
equipamentos e que está prevista
a compra de novos bimotores e
simuladores de voo”.
Ao mesmo tempo que a frota
cresce, também a estrutura física
da escola atinge novas dimensões.
“O alojamento é um aspeto muito
importante quando falamos de alunos internacionais e agora temos
novas condições. O novo campus
tecnológico e universitário de Ponte
de Sor, a abrir este mês, oferece
uma capacidade para mais de 300
alunos”, avança. Um reforço importante para um centro de treino que
fica, assim, com “uma capacidade
de meios, de logística e de alojamento que é única a nível europeu”.
Também no referente à base
existente no Aeródromo de Tires,
cita investimentos: “Vamos crescer
em Tires, investindo em novas salas
de aula e mais equipamentos de
treino”.
Porém, este processo de expansão não se cinge ao país.
Tanto o ano de 2015 como agora
2016 correspondem a um período de reforço da sua presença
internacional, ampliada através
da abertura de uma nova base
na Holanda, à qual se seguirá
Madrid. Juntam-se, portanto, às
já existentes em Bergamo, na
Sardenha e no Dubai.
de voo e de técnicos de manutenção aeronáutica.
Questionado quanto às características concretas da formação de pilotos de linha aérea
ministrada pela G Air, explica-nos
que “é um curso com uma duração prevista de 14 a 16 meses,
composto por uma componente
teórica e outra prática. A teórica
é preenchida por 14 disciplinas
que, através dos protocolos que
temos com várias Universidades
representam também créditos
para a Licenciatura em Ciências
Aeronáuticas. Na componente
prática, damos especial enfoque
a uma abordagem de linha aérea,
com treino por comandantes no
ativo e em simulador Airbus A320.
Aprendemos em contínuo com os
melhores e ganhamos know-how
com parceiros como a Boeing ou
Emirates, de quem somos um
centro de treino aprovado, ou
com a Alpha Aviation, para quem
treinamos pilotos para ingressar
na Air Arabia”.
Nelson Ferreira acrescenta que
se assiste a um interesse crescente por parte de entidades bancárias
no apoio à formação aeronáutica,
referindo que “há um retorno rápido
e elevado do investimento realizado e os Bancos parceiros com
quem temos acordos reconhecem
e valorizam essa característica do
setor. Com o nosso processo de
seleção, o risco é mínimo. De tal
forma estamos certos do sucesso
profissional dos nossos alunos que
também nós os ajudamos nesse
investimento e no seu futuro profissional”.
Oferta formativa
O leque de cursos disponível
apresenta uma ampla cobertura
das várias funções inerentes ao
voo comercial. Passa não apenas
pelo treino de pilotos (para avião e
helicóptero), como também de assistentes de bordo, de operadores
Abril I 13
Portugal Inovador
Diversificação
dentro da aviação
O Grupo Seven Air, em menos de duas décadas de percurso (a fundação data de 1998),
rapidamente atingiu um grau de abrangência que é claramente distintivo dentro do setor. Uma
dessas áreas de negócio é a formação e foi aqui que encontrámos uma importante novidade.
Esta referida amplitude atravessa
funções como a manutenção aeronáutica (através da Aerotécnica), o
fornecimento de aviónicos (Sofinare), a
propriedade de uma companhia aérea
que, presentemente, faz um trajeto
de Bragança a Portimão (Aerovip), a
formação (Leávia – Escola de Aviação
Civil) e ainda negócios de nicho como o
timebuilding e hourbuilding, sightseeing
tours e o skydiving.
Dentro do nosso propósito de cobertura de ofertas formativas relativas
ao setor, a administração partilhou connosco uma explicitação destas mesmas ofertas e do trabalho formativo
em que a Leávia se tem especializado.
A Leávia surge em agosto de 1998 e
Pedro Leal, membro da administração,
mostra uma grande satisfação com os
14 I Abril
seus resultados quanto à formação de
pilotos: “Não tenho dúvida nenhuma
de que os nossos pilotos são bons”.
Quando questionado acerca da orientação com que têm procurado assegurar a qualidade destas formações,
Pedro Leal diz-nos que é “uma escola
exigente, na qual os instrutores estão,
no fundo, a ensinar aquilo que fazem,
sendo muitos deles provenientes
da Força Aérea”. O leque de cursos
contemplado nesta área “é completo,
sendo que, assim que sai um curso
novo, certificamo-nos para o fazer”.
A propósito da vertente formativa,
tivemos a felicidade de encontrar a
Leávia “num processo de enorme
ambição”: “Estamos, neste momento,
a finalizar a aquisição de uma escola
inglesa. Cerca de 60% das licenças
que são emitidas na Europa são
pela CAA (Civil Aviation Authority) e a
grande percentagem de licenças que
são tiradas no Mundo são na Europa,
portanto, a Inglaterra tem um peso
importantíssimo nesta atividade pela
tradição, competência e capacidades
no domínio da aviação. No entanto,
falta-lhe algo para o treino da aviação
que é o bom tempo, com muito poucos
dias voáveis, o que têm compensado,
normalmente, com parcerias com escolas nos E.U.A., nomeadamente na
Flórida, para que as pessoas façam lá
horas de voo. Sendo Portugal a Flórida
da Europa, nós entendemos que era
melhor virem para aqui do que atravessarem o Atlântico para fazerem essas
horas. Há uma série de itens que são
mais vantajosos em Portugal do que na
Flórida, como a proximidade”, explica
Eduardo Branco, também elemento da
administração.
Para reforçar as nossas vantagens
competitivas, contudo, reivindicam
que, por parte das entidades competentes, seja “encontrada uma solução
mais económica ao nível dos consumos de combustível”, apelando que
uma atividade como esta, ao atrair
tantos alunos de fora, “faz com que o
Estado obtenha uma importante fonte
de receita”.
Portugal Inovador
Abril I 15
Portugal Inovador
Especialistas em manutenção
aeronáutica
Perante a evolução constante que o setor manifesta, torna-se imperativo o investimento
numa igualmente constante qualificação dos seus profissionais. A manutenção aeronáutica
acompanha este padrão de exigência e a LASFORMAÇÃO está na dianteira da preparação
de recursos humanos para esta área específica.
A LASFORMAÇÃO surge no
interior da Louro Aeronaves e
Serviços, empresa com duas
décadas de experiência na manutenção de aeronaves. Luísa
Caldeira, administradora, relata-nos que desde cedo “foi sendo
evidente a carência de pessoas
qualificadas no mercado”. Esta
entidade formadora nasce então,
à semelhança de outros casos,
como forma de dar resposta às
próprias necessidades de staff
técnico da empresa-mãe.
Naturalmente, o seu âmbito
vai hoje muito para além da formação interna e as suas ofertas
são dirigidas a candidatos individuais dos mais variados perfis e
a empresas clientes (nacionais e
internacionais) que selecionem a
LASFORMAÇÃO para programas
de formação à medida. Conforme
nos dizem, “em Portugal, só a
TAP proporciona o mesmo leque
formativo em manutenção aero16 I Abril
náutica, com a diferença que no
caso deles falamos apenas de
formação interna”.
Acerca deste leque, poder-se-á simplificar a distribuição dos
cursos em duas grandes vertentes: Formação Básica e Formação de Qualificação Tipo. Mónica
Teixeira, gestora da formação,
ajuda-nos a perceber como é
que esta oferta está segmentada:
“Dentro dos cursos de Formação
Básica, temos uma divisão entre
as categorias A (Mecânico de
Certificação), B1 (Técnico de
Certificação Eletromecânico) e
B2 (Técnico de Certificação de
Aviónicos). Entre estas, ainda há
uma subdivisão entre aviões de
turbina, aviões de pistão, helicópteros de turbina e helicópteros de
pistão. Estamos certificados para
dar formação nas três primeiras,
por não haver grande procura no
mercado por esta última”. A componente teórica destes cursos é
lecionada ou nas instalações da
LASFORMAÇÃO ou na de parceiros da escola na zona da Grande
Lisboa e a componente prática
dá-se na OGMA, em Alverca.
Paralelamente, está também
contemplada uma oferta dirigida a
candidatos com experiência, que
queiram obter as suas licenças
e que, para isso, precisem de se
submeter a exame. “Estes casos não precisam da frequência
completa das formações e podem
realizar os exames diretamente.
Podem fazer o seu estudo para
os exames autonomamente, mas
também têm a possibilidade de
nos solicitar um curso próprio,
de preparação para exame, e nós
fazemo-lo à medida do cliente”,
explica.
Quanto à definição dos currículos destes cursos de Formação Básica, Mónica Teixeira
diz-nos que a sua composição
está parametrizada de acordo
com a regulamentação da EASA.
Ainda assim, um grande fator de
diferenciação pedagógica com
que a LASFORMAÇÃO se impõe
está na prioridade dada à língua
inglesa. Como nos informa, “a
escola foi criada por um Técnico
de Manutenção Aeronáutica, que
muito cedo entendeu que uma
das grandes lacunas do mercado
era a dificuldade com o inglês que
muitos destes técnicos tinham.
Acontece que, se estamos a
emitir um certificado que é reconhecido a nível europeu, qualquer
um dos nossos formandos tem
que estar preparado para desem-
Portugal Inovador
penhar as suas funções nesse
espaço e tem que saber inglês.
Todos os nossos materiais e os
nossos exames são, portanto, na
língua inglesa”.
Prosseguindo com esta explicitação do leque formativo, Mónica Teixeira fala-nos dos cursos
de Qualificação Tipo: “Para que
um técnico possa intervir num
determinado tipo de aeronave,
tem que concluir com sucesso
um curso específico. Estas formações já são direcionadas para
técnicos com experiência e com
licença Parte 66 e consistem em
formações cerca de um mês,
igualmente na língua inglesa”. Há
ainda espaço para um conjunto
de cursos de Formação Contínua,
tais como Segurança da Aviação
Civil, Fatores Humanos, EWIS
(Electrical Wiring Interconnection
System), FTS (Fuel Tank Safety)
ou Legislação Aeronáutica.
Independentemente do curso de que estejamos a falar,
aquilo que é transversal a toda
a atividade formativa da LASFORMAÇÃO é a “aposta numa
formação de qualidade”. Sobre
essa aposta, Mónica Teixeira diz
que “os formadores da LASFORMAÇÃO são profissionais com
vasta experiência que estão no
mercado, que conhecem a realidade e que a transmitem todos
os dias aos nossos formandos”.
Todos os formadores “incutem
nos alunos o valor da segurança
e da responsabilidade. Isto é im-
portante porque, muitas vezes,
as pessoas olham para estes
profissionais e pensam que são
apenas mecânicos. Não fazem a
mínima ideia de que um Técnico
de Manutenção Aeronáutica não
só está a trabalhar com aeronaves e componentes de elevado
valor monetário, como tem na
sua responsabilidade as vidas de
milhares de pessoas”.
Se estamos a falar de uma
área profissional que implica
elevadas responsabilidades,
estamos também a falar de uma
área que o mercado tem premiado devidamente. Como nos é dito
por Luísa Caldeira, “a empregabilidade no setor é máxima. Todas
as empresas de aviação precisam
destes técnicos e, mesmo que
os tenham nos quadros, o aliciamento por mercados externos é
constante. Aliás, as empresas
que cá estão a operar estão sempre numa situação de carência de
técnicos”. Pedro Dias, gestor da
Qualidade, acrescenta que, “devido aos requisitos impostos pela
EASA, a qualidade dos técnicos
formados no espaço europeu
é elevada. Com o crescimento
dos mercados do Médio Oriente
e Extremo Oriente, passaram
a vir buscar técnicos à Europa,
oferecendo remunerações substancialmente maiores. Portanto,
todos os técnicos europeus têm
trabalho”.
Nem tudo são facilidades,
no entanto os responsáveis
aproveitam para se manifestar a
propósito de “um grande condicionalismo” com que a atividade
se depara: “É um setor altamente
regulamentado e o processo de
acreditação é moroso. Quando
uma empresa nos contacta para
uma formação à medida, essa
empresa tem necessidade de que
a resposta seja para o imediato.
O que acontece, infelizmente, é
que, para colocarmos um curso
ao abrigo da certificação, há uma
demora de dois ou três meses
por parte da entidade reguladora.
Obviamente, isto impede que as
empresas sejam mais flexíveis
e competitivas e o resultado é
que os clientes, muitas vezes,
procuram outras soluções, junto
de escolas de outros países.
Sendo nós players com provas
dadas no setor há vários anos, o
que pretendíamos era, de facto,
uma maior autonomia na forma
como respondemos aos nossos
clientes, cumprindo obviamente
com a regulamentação em vigor”,
terminam.
Abril I 17
Portugal Inovador
Exigência e rigor
na formação aeronáutica
A AWA – Aeronautical Web Academy “descolou” em 2008, pela iniciativa dos seus fundadores,
Renato Pinheiro e Miguel Cardoso. Dois profissionais com vasta experiência no controlo aéreo
e na pilotagem, respetivamente, que dialogaram connosco acerca da sua visão pedagógica
para este projeto.
A AWA é uma das sete ATOs (Approved Training Organisations) que
existem em Portugal. É uma escola
que, para além de ser certificada pelas
entidades necessárias (começando
pela ANAC), desenvolveu também
esforços para a obtenção do reconhecimento pela DGERT. Torna possível,
deste modo, evidenciar a qualidade
da formação ministrada e o eventual
recurso a bolsas de formação para os
respetivos alunos.
Como referido, foi em 2008 que
arrancaram com a oferta do curso de
Oficial de Operações de Voo. A área
da pilotagem veio no final de 2009,
precipitada pelo fluxo de solicitações
que, na altura, foram dirigidas à escola. Oferece, assim, neste momento,
um leque de formações das quais se
18 I Abril
destacam os cursos de ATPL (A) –
Piloto Profissional de Aviões –, PPL
(A) – Piloto Particular de Aviões –, FI
(A) – Instrutor de Voo – e OOV – Oficial
de Operações de Voo.
Questionados acerca dos elementos que melhor definem a formação
aqui prestada, os responsáveis enfatizam, acima de tudo, a palavra “exigência”. Exemplificando esta resposta com
a formação de pilotos, Renato Pinheiro
explica-nos que “voar não é fácil. É um
curso exigente e só o termina quem for
perseverante. Como não levamos as
pessoas ao colo, a qualidade vai sendo
aferida automaticamente, porque o sistema vai filtrando os menos capazes.
É assim, literalmente”, diz.
Para além disso, enquanto exemplo de especificidade pedagógica da
escola, menciona ainda que “a formação prática (voo) é feita, integralmente,
em aeronaves e não em simuladores.
As escolas não podem fugir muito à
matriz dos currículos que está padronizada, mas há espaço para se fazer a
diferença na forma como ministramos
a formação e esse é um exemplo disso”. Ao mesmo tempo, se a AWA se
pauta pela exigência, também é certo
que esse espírito é complementado
por uma inteira disponibilidade para
acompanhar o aluno: “Este nosso objetivo de fazermos a diferença também
está presente na forma como ainda
conseguimos tratar todos os alunos
e ex-alunos pelo nome, apesar de já
termos centenas de formandos colocados no mercado. Somos uma escola
que trabalha para que o formando apenas precise de uma coisa no momento
em que aqui chega: saber que quer
ser piloto ou OOV e ter as condições
necessárias para isso”.
Se a exigência é um dado adquirido, é verdade também que estes formandos têm à sua espera a
possibilidade de fazerem parte de
uma estatística de quase plena empregabilidade. Ao que tudo indica, o
futuro mostra-se auspicioso e, a este
respeito, Miguel Cardoso diz-nos que
é “um mercado que se encontra em
franco crescimento, com o claro exemplo da Ásia, mas também do mercado
africano, que poderá também absorver
muitos pilotos. Nos próximos anos,
vai ser necessário formar uma grande
quantidade de pilotos de tal forma que,
a nível mundial, dificilmente haverá
resposta em tempo para a procura
esperada”. Também no caso dos OOV
a situação é similar. A AWA dá um
claro estímulo, logo que se entra nesta
ATO, para permitir realizar o desejo de
ingresso numa destas profissões.
Portugal Inovador
Abril I 19
Portugal Inovador
Inovação, internacionalização
e sucesso
Fundada em 1997, a Steconfer é hoje a “empresa ferroviária mais internacional de Portugal”.
Com sede em Póvoa de Santarém, mas com atividade propagada
por sete países (Portugal, Espanha, Irlanda, Chile, Moçambique,
Taiwan e Qatar), a Steconfer – Sociedade Técnica de Construções
Férreas, S.A. presta um conjunto
altamente especializado de serviços de infraestrutura ferroviária.
No seu portfólio de funções encontram-se, por exemplo, a construção, reabilitação e manutenção
de linhas férreas, bem como a sua
eletrificação ou sinalização.
Paralelamente ao caminho-de-ferro clássico, esta é uma empresa habilitada para a realização de
obras para os sistemas de metro
subterrâneo ou de superfície. Não
admira, neste âmbito, que enquanto agente com elevado grau de
especialização, a Steconfer tenha
marcado presença em algumas
20 I Abril
das obras mais relevantes do setor
em Portugal, nomeadamente nos
metros do Porto e Lisboa, enquanto empresa subcontratada.
Mais, no entanto, do que uma
excelente prestadora de serviços,
há 19 anos que a Steconfer se tem
vindo a afirmar enquanto inegável
símbolo de inovação e sucesso.
A comprová-lo está a lista de
certificações que a empresa tem
vindo a reunir: às componentes de
Qualidade (ISO 9001), Ambiente
(ISO 14001) e Segurança (OHSAS
18001) acrescenta-se uma creditação espanhola em Inovação e
Desenvolvimento. Tudo isto num
panorama que, de acordo com o
diretor geral, Luís Bairrão, “exige
às empresas que apresentem
mais projetos inovadores e que
atestem, permanentemente, essa
inovação”.
“Atualmente, mais de 95% do
nosso trabalho é realizado fora
de Portugal”, acrescenta o porta-voz, numa alusão ao excelente
caminho trilhado pela Steconfer. Já
entre as obras mais emblemáticas
a ser desenvolvidas atualmente,
Luís Bairrão cita o envolvimento
da empresa num consórcio para
a elaboração de obras no metro
de superfície de Dublin, Irlanda.
Também digno de destaque é o
desenvolvimento de uma linha de
metro de superfície em Kaohsiung,
a segunda cidade mais populosa
de Taiwan.
Se se atender à excelência dos
serviços prestados ou ao grau de
especialização que os profissionais da Steconfer reúnem, não
admira que o objetivo de atingir
novos mercados se assuma como
uma ambição natural para o futuro.
Mas um dos grandes segredos
para o sucesso da empresa está
na dedicação atribuída aos cerca
de 250 colaboradores, de múltiplas
nacionalidades. “É uma obrigação
social nossa criarmos emprego nos
países onde atuamos”, garante
Luís Bairrão, antes de salientar
que “esta é uma empresa que, em
termos de organização estratégica,
coloca as pessoas em primeiro lugar”, já que estas “têm que se sentir ligadas e suportadas”, finaliza.
Portugal Inovador
Dinâmica renovada em
Salvaterra de Magos
Para além de ser um concelho que é, naturalmente, mais
uma peça importante da identidade ribatejana, reúne
ainda um conjunto de atrativos que lhe são singulares.
Nos últimos anos, tem vindo a ser desenhada uma nova
estratégia quanto ao seu aproveitamento que promete
colocar Salvaterra na moda.
O presidente do município, Hélder
Esménio, não dispensa dizer-nos que
Salvaterra de Magos é Ribatejo, mas
também muito mais do que isso: “Temos a Festa Brava, temos Charneca,
temos a Lezíria, temos a proximidade
ao rio Tejo mas, de facto, não nos queremos afirmar só enquanto Ribatejo”,
sublinha. Poder-se-ão apresentar outros traços identificativos deste concelho, encontrados tanto na natureza que
percorre o seu território como também
nos usos e costumes da população.
Hélder Esménio levanta, essencialmente, três exemplos disto. Salvaterra
de Magos é um concelho ribeirinho,
onde, ultimamente, têm sido feitos
fortes investimentos quanto às condições de lazer das margens do Tejo.
Nomeadamente, na preservação e limpeza destes lugares e no seu reforço
com parques de merendas, vigilância
e estruturas sanitárias. Quanto à sua
etnografia, há também um novo impulso dado à cultura avieira enquanto produto turístico. A aldeia do Escaroupim,
onde isto está concentrado, mereceu,
recentemente, novos trabalhos como
a reconstrução de uma típica casa
Avieira e, neste momento, está a ser
adaptada uma antiga escola, para que
acolha o novo Museu do Escaroupim.
Em simultâneo, é imprescindível
a referência ao estatuto de Capital
Nacional da Falcoaria, consagrado
em 2014. A Falcoaria Real é um dos
emblemas locais, na altura parte do
Paço Real (entretanto destruído),
e existe aqui uma “promoção da
falcoaria não apenas como algo
histórico, mas também enquanto
realidade atual”. Há, portanto, “um
local de exposição permanente, com
aves ao vivo, demonstração de voo,
entre outras exposições que vão percorrendo a galeria”. Hélder Esménio
diz-nos que, em Portugal, “não existe
produto semelhante; haverá outros
sítios com falcões e demonstração de
voo, mas não num local feito especificamente para isso, com todas estas
possibilidades”. O objetivo é simples:
caminhar para que Salvaterra seja
para os falcoeiros o centro de Portugal. Salvaterra de Magos lidera ainda
o processo nacional que pretende
ver Portugal integrar a lista de países
reconhecidos pela UNESCO, onde
a falcoaria é património imaterial da
humanidade.
Paralelamente a estas questões,
mais permanentes, Salvaterra de Magos apresenta um calendário anual de
eventos que está a injetar uma nova
vida no concelho: março é o Mês da
Enguia, continuando a ser este o momento de maior fluxo de visitantes e de
forte dinamização hoteleira; em abril
comemora-se o 25 de Abril, algo que
foi muito incrementado no concelho
a partir de 2014 e que conta com um
forte cartaz temático; em maio, a Feira
de Magos; de junho a agosto as tradicionais festas de verão do concelho;
em setembro as Jornadas da Cultura e,
em dezembro, a campanha “Natal e o
Comércio Local”. Segundo o autarca, o
município está fortemente empenhado
em “maximizar a visitação, para que
com isso haja um novo estímulo à
economia e em partícula ao comércio
local. Temos produtos diferenciadores
e, portanto, temos condições para que
vir a Salvaterra esteja na moda. Queremos que uma família que venha passar
um dia no nosso concelho possa ter
um dia agradável”, conclui.
Abril I 21
Portugal Inovador
Por um Oeste mais azul
A eficiência energética é uma das prioridades que contribuem para fazer do território abrangido
pela OesteCIM uma referência nacional.
peixe, a carne (com destaque para
o coelho e a codorniz) e a doçaria”.
Não admira, posto isto, que o Oeste
corresponda “a uma região que
tem vindo a afirmar a sua grande
importância para o país”, considera
Pedro Folgado.
Contexto 2020
Constituída oficialmente em
2008, a Comunidade Intermunicipal
do Oeste (OesteCIM) é composta
por 12 municípios: Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha,
Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche,
Sobral de Monte Agraço e Torres
Vedras. Da soma de todos estes
territórios sobressai “uma heterogeneidade muito grande”, sendo nesta
“diversidade complementar” que o
organismo tem procurado instituir
a “Marca Oeste”, introduz o atual
presidente, Pedro Folgado.
Acima de tudo, este define-se
22 I Abril
como “um território interessante
porque, embora esteja muito próximo do Litoral, tem algumas particularidades do Interior”, acrescenta
o porta-voz. Assim, às zonas de
praia, propícias à prática de modalidades como o surf, acrescentam-se
terrenos de montanha que, por seu
turno, permitem a prática de uma
série de desportos de natureza.
Essa mesma variedade reflete-se, ainda, nos produtos endógenos
que – tal como enumera o também
presidente da Câmara Municipal
de Alenquer – incluem “os bens
hortícolas, frutícolas, o vinho, o
Em setembro do ano passado, a
OesteCIM contratualizou – junto da
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro
– o acesso a uma verba comunitária
de 58,9 milhões de euros, no âmbito
do Pacto para o Desenvolvimento
e Coesão Territorial dedicado ao
atual quadro comunitário. Pedro
Folgado aponta que o montante em
questão “é ligeiramente inferior ao
que foi contratualizado no anterior
quadro, que tinha uma referência
completamente diferente”. Ainda
assim, o porta-voz está convicto de
que a verba arrecadada se traduz
“numa vitória” para a região, tendo
em conta o orçamento mais reduzido que outras CIM’s de dimensão
similar obtiveram.
Assim, pese embora as condicionantes impostas, o nosso
interlocutor acredita que o atual
contexto comunitário “permite boas
perspetivas”. Entre as grandes
linhas-mestras assentes na Estratégia de Desenvolvimento Territorial
da OesteCIM, está “a continuação
da aposta nas infraestruturas educativas e formativas”, tendo em
vista não apenas a melhoria dos
equipamentos educativos, mas
também o reforço da batalha contra
o abandono e o insucesso escolar.
Eficiência
energética
Paralelamente ao setor da educação – e à margem de alguns
investimentos dedicados às áreas
Portugal Inovador
da saúde e da cultura – outra das
grandes apostas da Comunidade
Intermunicipal passa pela consolidação da eficiência energética. “No
anterior quadro comunitário fizemos
uma tentativa de substituir toda a
iluminação pública por lâmpadas
LED”, recorda Pedro Folgado, em
alusão a uma iniciativa que, embora
ainda não se tenha materializado da
forma desejada, continua na agenda da Comunidade Intermunicipal.
Até porque, paralelamente a
esta iniciativa, existe uma vincada
aposta na maior utilização das
fontes de energia renováveis e da
utilização de “técnicas amigas do
ambiente” no âmbito da regeneração urbana, pois “queremos um
Oeste mais azul”. Efetivamente,
“queremos ser uma referência para
o resto do país” no que à eficiência
energética diz respeito. E é também
com esta questão em mente que o
presidente aponta a requalificação
da linha do Oeste como uma das
perspetivas mais importantes para
o futuro.
ADN territorial
Em jeito de conclusão, o representante da Comunidade Intermunicipal deixa um apelo: “É importante
que, de uma vez por todas, se
defina o que queremos do Oeste”.
Isto por um motivo simples: “Para
que nos sintamos realmente numa
região Oeste, era importante alterar
o atual paradigma dos distritos”
que, na ótica de Pedro Folgado, já
não reúne fundamento.
Em causa está o facto de, englobados nesta mesma Comunidade Intermunicipal, existirem seis
municípios integrados na divisão
administrativa de Lisboa e outros
tantos no distrito de Leiria, num
enquadramento que dificulta uma
maior homogeneidade de processos. Neste âmbito, o porta-voz da
OesteCIM afirma-se a favor de um
processo de descentralização. “Obviamente que temos de conversar
e discutir sobre isso, mas nunca
com este mapa administrativo que
já fez sentido, mas agora não faz”,
conclui.
Abril I 23
Portugal Inovador
Um
Alentejo
diferente
José Pio apresenta-nos o
município do Gavião, falando
das suas potencialidades e
deixando o repto para um Alto
Alentejo mais integrado.
Inserido no distrito de Portalegre e abrangendo uma área de
aproximadamente 294 km2, Gavião
é um município que beneficia da
proximidade para com as regiões da
Beira Interior e do Ribatejo, sendo
diretamente atravessado pelo rio
Tejo – aspeto que permite “a aposta naquilo que são os produtos do
rio” – e pela A23. São precisamente
características como a sua localização ou o conjunto de influências que
circundam o concelho que fazem
do Gavião – tal como introduz o
presidente da Câmara Municipal,
José Pio – “um Alentejo diferente”.
Se este pode ser descrito como
“um concelho eminentemente agrícola”, entre as principais ambições
do Executivo está a intenção de
“aproveitar-se o atual quadro comunitário para instalar aqui alguma
indústria”, afirma o autarca. Até porque o Gavião tem sofrido algumas
das consequências comuns aos
territórios do Interior: “o abandono,
a desertificação e a incapacidade de
dar resposta suficiente àquilo que
são as necessidades dos nossos
24 I Abril
jovens”, sendo, todavia, missão
da equipa liderada por José Pio “a
inversão dessa tendência”.
Município solidário
Importa salientar, nesse âmbito,
as iniciativas que têm sido avançadas pela autarquia, contribuindo
para fazer do Gavião um município
particularmente solidário, quer à
fixação de pessoas, quer de investimento. No que concerne, por
exemplo, ao loteamento urbano, “os
terrenos para fixação são praticamente gratuitos”, garante José Pio.
A esse esforço, todavia, acrescentem-se medidas que oscilam
entre subsídios mensais de natalidade, a devolução ao munícipe da
taxa de 5% de IRS devido à Câmara
Municipal, ou a aplicação daquelas
que são – tanto quanto possível – as
taxas mais baixas de IMI. Também
a pensar na importância do investimento, a autarquia proporciona “um
regulamento de apoio à criação de
postos de trabalho”, sendo uma das
perspetivas para o futuro um maior
estímulo da iniciativa privada.
Destino turístico
Tratando-se o Gavião de um
município de características únicas, não admira que outro dos
grandes focos da Câmara Municipal tenha sido o turismo. “Desde
os percursos pedestres, aos observatórios, temos tudo aquilo que
um turista ambiciona”, assegura
o presidente. Um exemplo será
a praia fluvial do Alamal, descrita
como “um lugar de excelência para
se passarem cinco dias”, que conta
com “um espaço de alojamento de
grande qualidade”.
Saliente-se, todavia, que a oferta turística do município é particularmente rica e dinâmica. A comprová-lo, existem marcos como o Museu
do Sabão, “o único existente em
Portugal e um dos quatro presentes
no Mundo”. Na infraestrutura, que já
mereceu reconhecimento por parte
da Entidade Regional de Turismo
do Alentejo e Ribatejo, é contada
a história do sabão, prestando-se
homenagem a um setor da indústria
que já teve “muita preponderância”
no município.
Portugal Inovador
Já com inauguração prevista
para breve está outro espaço
museológico. Aproveitando as
instalações de uma antiga fábrica
de tapeçarias, o Museu de Mantas
e Teares afirmar-se-á como uma
mais-valia que permitirá “preservar
na memória da região uma tradição
muito importante” da freguesia
de Belver. Entre outros pontos
turísticos obrigatórios incluem-se,
por seu turno, a beleza natural de
uma série de percursos pedestres,
bem como o Castelo de Belver, que
permite “o transporte das pessoas
ao Passado”.
Crescer de forma
integrada
Relativamente ao futuro, José
Pio reserva a expetativa de ver o
município “crescer, mas com sustentabilidade” e combater a fuga
de população para os concelhos
do Litoral. “Vou tentar, com todas as
forças, dar a marca pessoal de uma
equipa que está a trabalhar com
muito querer para que o Gavião seja
um ponto de referência no Alentejo”.
Mas desengane-se quem pensar
que a intenção deste município é
crescer sozinho.
“Gostamos muito de estar integrados na Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo”, sublinha
o porta-voz, antes de acrescentar
que é nesse sentido que tem focado esforços. “Tenho uma ideia não
só para o Gavião, mas para toda
a nossa região”, a qual passa por
“desenvolver projetos intermunicipais, de forma a ganharmos escala
e fazermos algo inovador, mas com
sustentabilidade”, considera. Porque, acima de tudo, há uma região
para descobrir e um Alentejo que se
quer diferente.
Abril I 25
Portugal Inovador
Azambuja: combinar a tradição
com a inovação
A Portugal Inovador esteve à conversa com Luís de Sousa, presidente da Câmara Municipal
da Azambuja, que nos revelou as potencialidades da região.
Situado no distrito de Lisboa com
uma área de 261 km2, o município da
Azambuja orgulha-se do seu ambiente tipicamente ribatejano. Na vasta e
fértil lezíria junto ao rio Tejo, o tomate
sobressai, sendo um dos produtos
com maior peso na economia. Na
metade Norte do concelho, são os
seus excelentes vinhos a dar projeção
nacional e internacional a Azambuja.
Sendo um concelho que acolhe
quem aqui se quer instalar, o presidente da Câmara destaca algumas
medidas: “Temos a boa prática de
ajudar todos aqueles que aqui queiram trabalhar, através de um gabinete
que apoia as empresas e os empreendedores, criado em parceria com a
Associação de Comércio, Indústria e
Serviços local (ACISMA). Lançamos
ainda o programa: “Construir o futuro
em torno da inovação”, com uma forte
ligação às empresas e às escolas,
com o objetivo de estreitar a relação
entre os mundos académico e do
emprego”, explicou o autarca.
26 I Abril
Todavia, existem diversos projetos
planeando outras apostas. “Estamos
a trabalhar na reativação da Rota dos
Mouchões e no aproveitamento da
designada Vala Real, que liga ao Tejo.
Temos uma outra vala – do Esteiro –
que chega junto à vila de Azambuja.
Vamos recuperá-la como espaço de
lazer para a população e permitir que
as embarcações possam vir até aqui”,
afirmou Luís de Sousa, enquanto
apesentava outros planos. “Na área
da Educação, por exemplo, além de
melhorarmos as escolas existentes,
iremos alargar a oferta de pré-escolar”.
Em relação a projetos intermunicipais, “estamos a trabalhar com os
municípios da nossa comunidade
em programas como a eficiência
energética, a mobilidade, a modernização administrativa, o combate ao
abandono escolar e a inclusão ativa”,
esclareceu.
Em termos turísticos, existem
pontos de referência importantes. O
rio Tejo é o palco dos passeios “Rota
dos Mouchões”, que a autarquia quer
relançar levando novos turistas a bordo
do varino “Vala Real” num percurso
magnífico que permite apreciar um dos
expoentes do património natural de
Azambuja. Na gastronomia, destacamos o Torricado – prato típico recuperado dos hábitos dos antigos campinos
e trabalhadores do campo. “Um bom
pão caseiro retalhado em losangos,
torrado em brasas, esfregado com
alho, salpicado com umas pedras de
sal e untando de azeite. Uma delícia!”.
O presidente da Câmara aponta ainda duas grandes festas que
espelham a tradição e o ambiente
de Azambuja. Recentemente, em
Aveiras de Cima, a Ávinho – Festa
do vinho e das Adegas (já com 12
anos) celebrou a excelente colheita
de 2015, premiou o bom trabalho dos
produtores e consolidou a tradição
vitivinícola do concelho.
Já a centenária Feira de Maio
(sempre no último fim de semana,
este ano de 26 a 30), atrai largos
milhares de pessoas. Os azambujenses revivem o seu gosto pela “festa
brava” e recebem os forasteiros com
hospitalidade. Ponto alto é a noite de
sexta-feira, com a oferta de sardinha,
pão e vinho a todos os visitantes.
Cinco dias de emoção, com uma
largada diária de cinco toiros pelas
ruas tipicamente decoradas. Fica o
convite de Luís de Sousa para a Feira
de Maio, considerada com orgulho, “a
mais castiça do Ribatejo!”.
Portugal Inovador
Alavanca para o
desenvolvimento do Interior
A ADIRN - Associação Para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte, norteia a sua
ação em especial para o desenvolvimento do meio rural dos concelhos que dela fazem parte:
Alcanena, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Ourém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da
Barquinha.
Com o conhecimento do território,
anseios dos sete municípios e das
restantes entidades oficiais e privadas
que interagem no território, a ADIRN
começou a alargar a sua ação à animação cultural, à formação (sobretudo no
setor agrário), à promoção e venda de
produtos do Ribatejo Norte, à promoção e venda de produtos turísticos da
região, ao estabelecimento de pontes
transnacionais envolvendo os municípios a si associados e até à defesa do
meio ambiente, sempre inserida num
contexto de promoção do território.
Desde o início do Programa Comunitário LEADER que a ADIRN acompanhou e implementou no terreno a
estratégia comunitária para o desenvolvimento do meio rural. Assistiu e
participou ativamente na construção
de infraestruturas essenciais para a
empregabilidade e geração de riqueza
na interioridade de cada concelho,
tirando partido das potencialidades naturais, do património histórico, cultural,
turístico, agrícola e industrial de cada
um deles, mas sempre sem descurar
a componente social em todos os seus
aspetos.
É com natural orgulho que tem
contribuído ativa e notoriamente para
a promoção do meio rural, através
dos diversos Programas LEADER e,
ultimamente, PRODER, formando e
aconselhando tecnicamente jovens
empreendedores, “desenterrando”
tesouros que corriam o risco de desaparecer no setor gastronómico,
artesanal, etnográfico e hoje já são
parte da sustentabilidade económica
e financeira de muitas famílias.
Finalmente, “muito devido também
ao esforço e paixão pela causa dos
seus colaboradores”, passou a ser
vista como uma entidade essencial
a consultar em qualquer projeto de
âmbito regional. A título de exemplo,
em termos de eficácia e competência,
bastará dizer que encerrou em 2015
o Programa SP3 do PRODER com
100% de execução em projetos que
atingiram mais de 16 milhões de euros
e que ajudaram a criar mais 192 postos
de trabalho no Ribatejo Norte.
Em janeiro deste ano foi assinado
um contrato GAL entre a ADIRN e
as Autoridades de Gestão do Centro
2020 e do PDR 2020, no âmbito da
implementação do DLBC, no valor
de 4,2 milhões de euros, algo que o
presidente, Pedro Ferreira, encarou
com “certa desilusão”. “Os valores
disponibilizados são manifestamente
insuficientes para dar continuidade a
mais projetos de sucesso. Aguardamos com alguma expetativa que o
Governo atual encontre uma solução
alternativa que ajude a fortalecer o
aprovado em candidaturas”, reforça.
Atualmente, a Associação tem em
curso “uma nova experiência muito
voltada para a ação social no terreno”,
o “CRESCER E DESENVOLVER
ALCANENA”. “Não de menor importância, porém com resultados, eventualmente, mais morosos no tempo,
a candidatura ao SIAC voltada para
a promoção do espírito empresarial
em parceria ou mesmo tirar partido do
Programa INTERREG SUDOE voltado para o património natural e cultural
designado TERRA D’AVENTURA.
Atendendo que todos os municípios
estão geminados com Cabo Verde,
saliente-se a candidatura recente
destinada a criar um centro de competências em Santo Antão, através do
Programa “10 YEAR FRAMEWORK
PROGRAMME”, conclui o presidente
da ADIRN, Pedro Ferreira.
Abril I 27
Portugal Inovador
Experiência e sucesso em
todas as áreas de formação
Constituído por um núcleo de 1700 alunos e 150 docentes, o Agrupamento de Escolas Fernão
do Pó congrega todos os níveis de ensino, desde o pré-escolar até ao 12º ano, abrangendo
ainda a Educação e Formação de Adultos.
O Agrupamento foi fundado em
2004 e assumiu a configuração atual
no ano de 2008. Esta unidade orgânica
engloba a Escola Básica e Secundária,
o Centro Escolar do Bombarral, a Escola do 1º ciclo do Pó e três Jardins de
Infância. Apesar de estar situado num
concelho de pequenas dimensões, o
Agrupamento de Escolas Fernão do
Pó consegue atrair estudantes para
além do Bombarral graças à sua ampla
oferta educativa.
No que diz respeito aos cursos
Científico-Humanísticos, as matrículas abrangem as áreas de Ciências
e Tecnologias, Línguas e Humanidades e Ciências Socioeconómicas.
Relativamente às restantes ofertas,
o Agrupamento orgulha-se de apresentar uma panóplia de cursos que
atendem às necessidades da região.
O diretor da Instituição, Emanuel
28 I Abril
Vilaça, apresenta-nos as opções que
respondem às necessidades locais:
“Os nossos cursos andam em torno
das áreas da Hotelaria, da Restauração e do Turismo. Nos Cursos
Vocacionais, temos tido uma área
vocacional no domínio do Património
Natural e Espaços Verdes; Património
Gastronómico; e Património Histórico-Cultural. No Secundário, temos em
funcionamento um curso de Turismo
Ambiental e Rural, adequado à realidade local e regional. E formamos
na área da Restauração, de Serviço
de Mesa e Bar, Cozinha e Pastelaria.
Portanto, tentamos complementar
estas áreas mantendo, no Secundário, a oferta ao nível do Turismo”.
Devido a toda esta oferta educativa,
o Agrupamento tem conseguido colocar alunos em empresas da área,
não raras vezes acabando estes por
serem contratados pelas mesmas,
findo o estágio. “Como dispomos de
uma rede alargada de parceiros, podemos escolher e selecionar os locais
de estágio. Assim sendo, optamos por
empresas que consideramos que melhor cumprem os objetivos da nossa
formação”, explicou Emanuel Vilaça.
O dinamismo protagonizado por
este Agrupamento tem tido repercussões, não só ao nível educativo como
no seio da comunidade local. Segundo
o diretor, os inúmeros eventos protagonizados têm “criado uma dinâmica
muito interessante com os agentes
da comunidade, como o município, as
associações e as Juntas de Freguesia”. Estes eventos têm um número
de adesão impressionante. Mesmo as
atividades noturnas contam com a participação da comunidade do Bombarral
sendo consideradas um sucesso.
O êxito deste Agrupamento é
evidente. Paralelamente ao sucesso
nos cursos adaptados à realidade
local, os alunos que pretenderam
concorrer ao Ensino Superior também
estão de parabéns. Segundo os dados
disponibilizados pelo diretor Emanuel
Vilaça, mais de 95% dos estudantes
candidatos conseguiram uma vaga no
Ensino Superior.
Uma vez que o Agrupamento de
Escolas Fernão do Pó tem sido um
espelho de sucesso, a aposta mantém-se. Continuar a melhorar é o objetivo
primordial da direção.
Portugal Inovador
Formar jovens para
a empregabilidade
Sediada em Alter do Chão, a EPDRAC alia um ensino de
forte componente prática a uma série de atividades voltadas
para a comunidade.
Inserida numa coudelaria nacional
candidata a Património Mundial da
Humanidade, a Escola Profissional
de Desenvolvimento Rural de Alter do
Chão (EPDRAC) é uma instituição de
ensino vocacionada para o setor agropecuário, com particular destaque para
as áreas da agricultura e equitação.
No corrente ano letivo a aposta está
nos cursos vocacionais e profissionais
voltados, por exemplo, para a Gestão
Equina ou a Produção Agrária, mas
pretende-se, no futuro próximo, acrescentar uma componente ambiental ao
ensino aqui ministrado, vertente que
cada vez mais assume uma importância no setor.
Mais, todavia, do que contentar-se
apenas em formar futuros profissionais, a EPDRAC assume um conjunto
de valores que contribuem para a sua
diferenciação. “Procuramos que a nossa missão passe por ensinar os nossos
alunos a saber estar, a saber ser e a
saber fazer no contexto real”, explica
a diretora, Maria Conceição Matos. Ou
seja, formar “adultos responsáveis”.
Mas, associado a um ensino de forte
componente prática, faz também parte
do projeto educativo da EPDRAC o
desenvolvimento “de uma série de atividades vocacionadas para o exterior”.
Uma dessas iniciativas é a participação no projeto Erasmus+ “Re-discovery of Horses”, que recentemente
reuniu, nas instalações da EPDRAC,
64 pessoas de oito países, naquela
que foi “uma semana com atividades
muito interessantes para professores
e alunos”, recorda a diretora. Já em
dezembro passado, foi aqui organizado mais um campeonato internacional
de CCE, o qual “foi um sucesso, em
que houve 89 conjuntos a concorrer”.
Por detrás do êxito destes mesmos
eventos está o empenho de professores e alunos que, unidos, fazem
da EPDRAC um palco de vivências e
aprendizagens únicas que dinamizam
toda a região.
Escola vencedora
O sucesso que este projeto educativo tem vindo a reunir evidencia-se
ainda nos importantes resultados que
os alunos têm atingido em provas
nacionais de equitação e ainda no concurso nacional InterEscolas, realizado
na Golegã. Basta recordar que, no
presente ano letivo, a EPDRAC arrecadou por duas vezes o primeiro lugar
neste mesmo evento, graças “a uma
equipa bastante lutadora, responsável
e com bastante garra”, considera Maria
Conceição Matos.
Mas o segredo de uma escola
cujos cursos se traduzem em elevadas taxas de empregabilidade parece
ser simples: nunca estar parado. Por
isso mesmo, a EPDRAC vai realizar
a II Feira Agropecuária da EPDRAC
(que terá lugar entre 22 e 25 de abril)
em parceria com a Câmara Municipal
de Alter. “Nesta data participar-se-á,
também, no leilão anual de cavalos
da Coudelaria de Alter e estamos a
preparar uma atuação a cavalo para
honrar um importante evento que vai
decorrer a 24 de abril, antes do leilão,
que será a reunião anual das coudelarias nacionais da Europa”. Esta reunião
vai acontecer este ano na Coudelaria
de Alter, que é um lugar incontornável
no mapa equestre regional, nacional,
e cada vez mais mundial.
Abril I 29
Portugal Inovador
Na histórica vila de Trevões foi
descoberto um exemplar de uma
cupa talhada em granito. No tempo dos Romanos o termo cupa era
utilizado para descrever vasilhas
de armazenamento de vinhos,
com o passar do tempo o termo
cupa deu origem à palavra cuba.
Esta peça arqueológica está
em exposição no museu da vila
de Trevões.
Os vinhos da marca CUPAE
estão assim associados à história milenar da cultura da vinha e
do vinho desta região localizada
no coração do Douro vinhateiro,
património da humanidade.
Ao abrir uma garrafa de vinho Cupae o consumidor vai
descobrir a sabedoria que nos
foi transmitida pelos nossos
antepassados conjugada com
as mais modernas técnicas de
vinificação, tudo temperado com
uma pitada de sol e minerais
típicos do terroir do Douro.
Os vinhos Cupae têm sobre si
a responsabilidade de preservar
a história e ao mesmo tempo
projetar o futuro do Douro.
Ficha Técnica
Nome do Produto - Cupae Gold
Origem - Região demarcada do Douro
Produzido por - Adega Coop. de Trevões
Classificação - Reserva
Tipo - Branco
Castas - Gouveio 25% Malvasia Fina 50% Rabigato - 25%
Vinificação - Com temperatura controlada a 17ºC
Parâmetros Analíticos - Teor Alcóolico, 13%
Acidez Total 6,0 g/dm3
pH - 3,21
Açúcares totais - 4,2 g/dm3
Notas de Prova - Aspeto Visual: Límpido e brilhante
Cor: Citrina
Aroma: Floral
Paladar: Mineral com notas de frutos tropicais
Consumo - Ideal para acompanhar marisco, peixe, aves de
caça, foie gras, caviar. - Servir a 10º/ 12ºC
Enólogo - Fernando Santos
Acondicionamento - Garrafa Signature 75 cl
ADEGA COOPERATIVA DE TREVÕES, CRL
Av. Do Progresso, 18| Trevões • 5130-421 Trevões
Tel.: 254477143 • E-mail: [email protected]
30 I Abril
CUPAE
Douro
Wine
Portugal Inovador
Abril I 31
Portugal Inovador
A colorir Alfena desde 1994
Caetanos Lda. é um revendedor autorizado e exclusivo tintas CIN, com sede em Alfena,
concelho de Valongo, mas já com filiais em Águas Santas, Maia e, brevemente, em Ermesinde.
A empresa familiar gerida, atualmente, pelos irmãos Carla e Luís
Caetano, diferencia-se das demais
pelo seu dinamismo e qualidade
no atendimento: “Acredito que nos
diferenciamos por uma abordagem
pessoal e focada nas necessidades de
cada cliente, construímos relações, do
particular ao profissional, da pequena à
grande empresa. A nossa tradição familiar assenta na seriedade. Fazemos
o melhor aconselhamento possível,
o que em muitas ocasiões faz com
que os nossos clientes nos incluam
nos cadernos de encargos das suas
obras, aconselhando o nosso serviço
no que a tintas diz respeito”, explicou
Carla Caetano.
A CIN reconhece o profissionalismo e a qualidade no serviço dos
jovens empresários, é por isso que
tem a loja de Alfena como referência.
“São regulares as visitas por parte da
marca, quer pela proximidade quer
pela partilha dos mesmos valores com
que a relação entre as empresas tem
32 I Abril
vindo a ser construída ao longo destes
22 anos”, referiu a proprietária.
Estar associado à marca CIN traz
vantagens aos jovens empresários,
pois a marca tem um vasto conjunto
de ferramentas associadas, como os
cartões de cor (TAKE IT), o Test It,
o simulador de cor e todos os anos
criam catálogos com novas tendências
de cor.
Os clientes vêm cada vez mais
informados “o que para nós é um desafio constante, pois temos que estar
sempre o mais informados possível
sobre todos os produtos, para quando
o cliente nos abordar termos a resposta
exacta e o mais correta possível”,
como nos elucidou Luís Caetano.
“A CIN proporciona-nos formações regulares, onde aprofundamos
o conhecimento sobre os produtos e
processos de aplicação. O que é muito
bom, porque se nós conhecermos e
confiarmos no produto, vendemo-lo
melhor e com outra segurança”. Carla
Caetano acrescentou um outro ponto
positivo: “A CIN acolheu dentro do
seu Grupo uma nova marca, a NITIN,
uma tinta mais económica que permite
responder às novas necessidades do
mercado”.
Tendo em conta que as cores das
tintas também seguem tendências, os
dois irmãos foram questionados sobre
as mais utilizadas na atualidade, bem
como as técnicas para o aconselhamento ao cliente: “Usa-se tudo desde o
branco, os tons neutros como os mais
fortes”. Quanto ao aconselhamento
este é sempre feito dependendo do
que o cliente pretende, se tem pouca
ou muita luminosidade, se quer dar
profundidade à divisão, etc. “Tentamos
sempre perceber o que o cliente procura se é mais a qualidade ou o mais
económico, e a partir daí expomos os
produtos mais adequados “, aludiu
Luís Caetano.
A empresa vende todo o tipo de
matérias ligadas à pintura: tintas,
vernizes, acessórios e diluentes. Está
já presente em quatro locais, sendo o
mais recente – inaugurado este mês
de abril – na cidade de Ermesinde.
O objetivo para o futuro é continuar a
expansão, levando a mais pessoas e
locais a tradição e entusiasmo característicos da família Caetano.
Portugal Inovador
Mais de 150 anos de história
Campo, terra da ardósia, acolhe desde longa data pequenas explorações privadas, porém
o início da história que lhe damos a conhecer remonta a 1865.
À época, uma equipa de engenheiros vindos do País de Gales deu
origem à The Vallongo Slate & Marble
Quarries Company, Limited, comprando explorações no lugar da Milharia,
Valongo. Os contactos internacionais e a capacidade de distribuição
permitiu-lhes alargar o seu ramo de
ação, marcando presença assídua em
exposições internacionais no séc. XIX.
Atuando na Europa e nos EUA –,
destaque-se que, em 1884, a Companhia chegou a abrir “uma sucursal em
Nova Iorque, com sede em Wall Street,
nº 2”, elucida-nos o CEO, Rui Nunes
de Matos –, em 1924 é adquirida a
unidade de exploração em Campo,
mantendo-se ambas operacionais.
“Conduzidas em comboios, as lousas
seguiam depois de barco, passando
pela sede que estava localizada na
ribeira do Porto”, material que se
destinava, maioritariamente, para co-
bertura de telhados ou para quadros
escolares.
Em 1929, com a Grande Depressão, os ingleses manifestaram a intenção de vender a Vallongo Slate que
foi adquirida por investidores, entre os
quais o avô do nosso interlocutor, Jorge
Nunes de Matos, que funda em 1930
a Empresa das Lousas de Valongo.
Se antes da II Guerra, a firma empregava 1200 pessoas, no seu decurso viu-se obrigada a desempregar 900,
mantendo mesmo assim, em pleno,
a sua ação e continuando a apostar
no investimento. Foi no ano de 1959
que ocorreu a última exploração em
Valongo, passando a estar centralizada
toda atividade em Campo.
Enfrentando e adaptando-se a
todas as crises que, ao longo das décadas foram espoletando, em 1960, a
abertura ao mercado alemão possibilitou o fornecimento de outros materiais
para construção (peitoris e telhas) ao
qual se seguiram a Dinamarca, a Bélgica e a Holanda. “Desde que foram
eliminadas as fronteiras na Europa,
outros mercados como Espanha e
França surgiram”, passando as entregas a ser efetuadas mais eficazmente,
com o uso de camiões, alterando por
sua vez a dinâmica das encomendas
“dado que muitos clientes deixaram de
fazer stocks”. Nessa mesma década,
a Lousas de Valongo abriu portas à
mecanização, introduzindo máquinas
com jato de água, respondendo de
forma eficaz a uma crise de silicose
que se abatia na região.
Já depois das convulsões sociais
que se fizeram sentir no pós 25 de
Abril, entre nove irmãos que herdaram
a quota de Jorge Nunes de Matos,
a mãe do nosso entrevistado, Maria
Eugénia, manteve sempre a parte
(3,12%) que o marido herdara. Mais
tarde, em 1982, juntamente com um
genro, adquire a totalidade da empresa. Um golpe visionário que permitiu
recuperar a firma e “mantê-la viva” e
sustentável até aos dias de hoje.
Em 1988, a Lousas de Valongo
inicia a exploração a céu aberto,
utilizando mapas antigos elaborados
pela equipa inglesa. É, hoje em dia,
a exploração mais antiga de Portugal
ainda em laboração. Atualmente, 95%
do volume de negócio da firma é para
exportação, tendo lugar de destaque
a comercialização de pavimentos e revestimentos, peitoris e degraus: “Para
a Alemanha são enviadas chapas de
grande dimensão que, no destino,
são cortadas segundo a intenção do
cliente; na Dinamarca os tamanhos
são standard e o material é serrado
para peitoris que, posicionados de
forma inclinada, permitem que a neve
escorregue”, explica-nos. Em Portugal,
“as pedras para salamandras são
muito requisitadas”, mas Rui Nunes de
Matos destaca o potencial deste material em bancadas de laboratório, “dado
ser um material que resiste muito bem
aos ácidos”; bancadas de cozinha;
pedras de mesa de bilhar; pavimentos;
e escadarias, são pedidos constantes.
Rui Nunes de Matos é hoje o CEO
desta empresa que representa muito
no passado histórico do concelho de
Valongo, no presente e no seu futuro:
“Estamos atentos a todos os fatores
internos e externos e prevemos dar
continuidade a esta história”, conclui.
Abril I 33
Portugal Inovador
Muito mais que uma imobiliária
José Francisco e Portela Lda. é o nome de uma empresa de mediação imobiliária que atua,
há mais de dez anos, em Alfena – Valongo.
Graça Machado, esposa de
José Francisco, um dos fundadores da JFP – José Francisco
e Portela, é a atual proprietária
e gerente desta mediadora imobiliária. Assumindo a gerência da
empresa bem como a mediação
dos imóveis e o atendimento ao
cliente, a profissional assume-se
como polivalente e afirma distinguir-se das demais imobiliárias
pela proximidade que cria com os
seus clientes e pela preocupação
que por eles demonstra: “Se estou
no mercado tenho de me adaptar
às pessoas e o cliente daqui é
diferente do cliente do Porto, por
exemplo. As pessoas do concelho procuram casa aqui e tem de
existir empatia entre as partes, já
no Porto essa ligação é mais difícil
de criar”.
Abordada sobre o estado do
setor imobiliário em Portugal, a
34 I Abril
empresária afirmou que o cenário
geral parece positivo, no entanto,
essa perceção depende das diferentes zonas do país uma vez
que em muitos locais o poder de
compra foi muito afetado nos últimos anos. A par disto, apontou
ainda outras dificuldades à realização do negócio: “As principais
dificuldades que temos prendem-se com a aprovação dos créditos
à habitação, sendo que apesar
dos Bancos, atualmente, terem
uma maior abertura, ainda há
muita dificuldade em emprestar
devido às avaliações. Este processo é complicado, pois a Banca
empresta entre 70% a 90% do
valor do imóvel, mas as pessoas
continuam sem grande disponibilidade financeira. Daí nós termos
uma responsabilidade acrescida,
porque temos de fazer esta ponte
entre as pessoas e os Bancos”.
Ainda em entrevista, Graça
Machado salientou que, atualmente, os clientes adotam uma
postura diferente: “Estão bastante
informados, exigentes e conscientes. A procura é menor, mas mais
responsável, porque as pessoas
têm mais noção de quanto podem
gastar”.
Auxiliada, na parte administrativa da empresa, pela amiga
Amélia Santos – que também
esteve presente durante a entrevista –, Graça Machado deseja
que o futuro traga “muitas vendas,
muitos negócios e que o país crie
condições para oferecer mais estabilidade aos portugueses. Gostaria também que se valorizasse
mais o trabalho dos mediadores
imobiliários, dado que os clientes
exigem muito e, por vezes, não
compreendem a realidade do
mercado”. Por outro lado, Amélia
Santos acrescentou: “Apesar das
melhorias a que temos assistido, o
setor imobiliário ainda vai demorar
uns anos até chegar ao patamar
onde estava antes desta crise”.
Numa perspetiva de adaptação
ao novo mercado e mantendo-se
dinâmicas, as duas amigas, prestam também outros serviços que
complementam a mediação imobiliária, nomeadamente em assuntos ligados ao IRS, à Certificação
Energética e ao Programa Porta
65, com o objetivo de proporcionarem o melhor e mais completo
serviço a todos os seus clientes.
Hotel Six Senses Douro Valley
Portugal Inovador
“O LED já não é o futuro,
mas sim o presente”
A inovação tecnológica do diodo emissor de luz, vulgarmente designados por LED, e que
valeu aos seus inventores o Prémio Nobel da Física, é atualmente a solução de iluminação
mais procurada.
Como nos conta Joaquim Pereira, sócio fundador da Luziled: “Hoje
em dia, 90% dos nossos projetos
são em LED. Apenas 10%, ou talvez menos, são com as fontes de
luz tradicionais. O LED já não é o
futuro, mas sim o presente”.
Joaquim Pereira é engenheiro eletrotécnico e fundou a Luziled em 2012,
depois de muito know-how adquirido
na multinacional OSRAM onde era
responsável pelo departamento técnico, e onde fez também o lançamento
do sistema LED em Portugal.
Esta empresa, sediada no concelho de Valongo, detém dois fatores que contribuem como trunfo da
sua diferenciação. Um deles é o
apoio técnico: “Não vendemos apenas material, damos sempre apoio
técnico ao cliente final, algo que
grande parte das empresas presentes no mercado não faz”. Para
além disto, a Luziled compromete-se a dar resposta às necessidades
dos seus parceiros, nomeadamente
arquitetos com quem trabalha
diretamente na fase de projeto.
“Trabalhamos à medida das pretensões do profissional”, assegura
o empresário. O mesmo acontece
com o projetista: após feito o estudo
luminotécnico a empresa presta
apoio no modo como a instalação
deve ser feita.
Para além disso, a Luziled
aposta na formação sistemática
dos seus profissionais, visto laborar num segmento de atividade
em constante evolução. Joaquim
Pereira, que acaba de regressar
da Light Building, uma Feira em
Frankfurt, realça que se desloca constantemente a formações
além-fronteiras trazendo consigo
todas as inovações técnicas e de
vanguarda do setor, difundindo-as
junto dos seus parceiros e colaboradores. “Sempre que trago de fora
uma inovação, junto os arquitetos
e/ou projetistas com quem habitual-
mente colaboro e transmito-lhes os
conhecimentos”.
Para além do fornecimento de
produtos de iluminação, a empresa
já conta com uma linha de produção
própria de perfis de iluminação,
para quando as necessidades
do cliente são mais específicas.
Questionado sobre a evolução da
empresa, desenha-nos o gráfico
da sua evolução empresarial como
uma linha exponencial crescente.
A nível nacional a Luziled tem
fornecido soluções para empreendimentos turísticos, casas particulares, escritórios e instalações
de indústrias. Apesar do custo do
LED ser relativamente maior que a
iluminação tradicional, “compensa
na fatura no fim do mês”, termina
Joaquim Pereira.
Hotel VINCCI foto de António Chaves
Abril I 35
Portugal Inovador
Qualidade, inovação e
progresso em Sobrado
Situada em Valongo, a Monteiro
e Neto está especializada no
setor dos estofos. Apesar de ter
sido fundada nos anos 70 por
familiares, esta firma já sofreu
algumas alterações. João
Carlos Neto e Maria do Céu
Monteiro assumiram a gestão
da empresa, imprimindo as
suas ideias.
Uma vez que se trata de uma das
mais históricas entidades empresariais do concelho, a Monteiro e Neto
é um marco na região. Conta com
uma equipa muito experiente que
está ligada ao ramo desde sempre.
Os funcionários são a cara da empresa, uma vez que os gerentes,
explicam: “Também trabalhamos
junto dos nossos colaboradores. Por
exemplo, a minha esposa é responsável pelo trabalho de escritório. Mas
se for preciso apoio para o armazém,
ou para a máquina da costura, vai e
sabe fazer. Comigo passa-se o mesmo. Trabalho aqui, na rua, atendo
36 I Abril
clientes, faço um pouco de trabalho
de escritório… Temos de fazer de
tudo”, explicou João Neto, enquanto
afirmava que existe pouca formação
nesta área, uma vez que os jovens
não se interessam por ela.
Devido a esta falta de formação,
a Monteiro e Neto vê-se obrigada,
por vezes, a recusar alguns projetos.
Já que a ideologia da casa passa
por cumprir todos os prazos a que
se compromete, preferem negar
alguns trabalhos a deixar os clientes
insatisfeitos. Mantendo parcerias
com designers, esta empresa também trabalha produtos com cunho
próprio. “Não temos produtos standard. São sempre peças diferentes”,
explica o jovem gerente. Contudo, o
casal admite que no futuro gostariam
de contar com uma coleção própria.
“Se o nosso produto serve para os
nossos clientes venderem aos clientes deles, porque não servirá para
nós?”, questionam-se.
Sendo uma empresa de exce-
lência e com grande relevância no
mercado faz trabalhos um pouco
para todo o país, mas não só. “Em
termos internacionais, trabalhamos
para França, Espanha, Luxemburgo
e Suíça. Depois trabalhamos para
outros, indiretamente, como, por
exemplo, Dubai e Angola”, orgulham-se João Neto e Maria do Céu.
Com um trabalho muito próximo
do cliente e com um crescimento
sustentado e constante, desde 2007,
a Monteiro e Neto já tem planos
para o futuro. Segundo a ideologia
de João Neto, é necessário haver
sempre objetivos, “só assim é que
a empresa pode crescer”. Para dar
asas a esse crescimento, estão
agora com novos projetos, um deles
a conclusão de um novo espaço
para produção e no atual espaço
um showroom”, finalizou João Neto.
Tudo indica que o futuro será
risonho para uma empresa tão dinâmica e inovadora como a Monteiro
e Neto.
Portugal Inovador
Restauro automóvel com
reconhecimento internacional
Especializada em reparação, restauração e manutenção de automóveis, a Cinauto está,
desde 1994, presente em Alfena, Valongo.
Contando com diversos serviços
que vão desde a chaparia à pintura,
passando pela mecânica, serviços
de ar condicionado e de diagnóstico
de eletrónica, a Cinauto é já uma
referência ao nível da reparação
automóvel no concelho de Valongo.
O segredo do sucesso está na
postura adotada pela gerência, a
cargo do casal Alcino e Fernanda
Monteiro, que aposta no esclarecimento dos clientes para assim
poder evitar futuros constrangimentos: “Tenho sempre a atenção de
informar os clientes sobre o que se
passa com o seu automóvel e o porquê da avaria ter acontecido, para
que eles não se sintam enganados
e também para que compreendam
melhor o nosso serviço e o valorizem”, elucidou o gerente.
No que diz respeito ao estado
do setor automóvel em Portugal, Alcino Monteiro lamentou a situação
atual do mesmo, explicando que os
interesses económicos dos grandes grupos se têm sobreposto aos
pequenos e médios empresários:
“O setor está péssimo. O principal
problema é que nós – empresas
pequenas – não somos unidas.
Temos o exemplo das oficinas recomendadas que, muitas vezes, são
um engano, porque se formos analisar os serviços prestados vemos
que estes não são de qualidade. O
que acontece é que estas oficinas
para serem consideradas oficinas
recomendadas responsabilizam-se
por fazer descontos na mão de obra
e nas peças para as Companhias
de Seguros e responsabilizam-se,
ainda, por disponibilizar uma viatura de cortesia ao cliente. No final,
o prejudicado é o cliente porque,
em alguns casos, para compensar
estes custos a oficina descura o
serviço. Então se nós fossemos
unidos e se a qualidade fosse uma
prioridade, as companhias não
tinham outra solução senão alterar
as suas políticas de intervenção”,
explicou o gerente.
A Cinauto distingue-se das
demais empresas da área pela
qualidade dos seus serviços e pelo
perfecionismo demonstrado nos
mesmos.
Esta qualidade é garantida,
não só pela formação que Alcino
Monteiro tem nas mais diversas
áreas que constituem a oficina,
mas também, pelas formações que
disponibiliza aos seus funcionários.
Apontando como objetivos para o
futuro “continuar a crescer e a manter
a qualidade dos serviços prestados”,
o nosso entrevistado desabafou
que por vezes trabalhar nesta área
“torna-se complicado e dá vontade
de desistir”, mas depois “a paixão por
esta arte fala mais alto”.
De referir também que a competência existente na Cinauto é reconhecida não só a nível nacional,
como também internacionalmente,
pois há já seis anos que esta oficina exerce uma parceria – sendo
responsável pela reparação de
diversos automóveis – com uma
empresa situada na Bélgica.
Abril I 37
Portugal Inovador
Contabilidade de proximidade
O seu contabilista é um parceiro fundamental na gestão da sua vida fiscal. O Gabinete da
LeoFisco, em Ermesinde, preocupa-se consigo e com os seus números.
Terminada a sua formação,
Andreia Oliveira estagiou num
gabinete de contabilidade em
Gondomar. Quando, o assim conhecido, “Dr. Maia”, gerente do
gabinete LeoFisco, com sede em
Ermesinde, anunciou vontade de
se reformar, surge a plataforma
de lançamento na carreira da
nossa entrevistada.
Mesmo com os habituais
receios da juventude, Andreia
Oliveira ganhou coragem e assumiu a gerência da LeoFisco. “Se
nesta idade não nos aventuramos, quando é que o faremos?”,
questiona. Receando que fosse
uma passagem muito brusca
para os clientes, habituados ao
“Dr. Maia” desde longa data, este
38 I Abril
acompanhou Andreia Oliveira
durante meses, passando-lhe
aos poucos a carteira de clientes. “Não perdi nenhum cliente
com esta transição”, conta-nos
com uma ponta de orgulho na
voz. “A transição correu muito
bem, a reação dos empresários
foi mais do que positiva”, continua; realçando que “alguns destes parceiros não são só clientes,
alguns são mesmo meus amigos,
nós somos confidentes”.
Os contactos surgem de todo
o lado. A maior parte são empresas, mas também há os
privados. Póvoa de Varzim, Vila
Real, Penafiel, Valongo, Maia…
A logística ultrapassa o concelho: os clientes podem enviar a
documentação por email (ou por
correio), o que permite à contabilista ter clientes em qualquer
parte do país. “Estes passam a
palavra, sabem de alguém que
precisa de ajuda e pedem-me
orçamento”, expõe.
Com as constantes alterações
à legislação vigente, qualquer
contabilista tem de se manter
sempre a par das novas revisões
legislativas, algo que não escapa
à profissional: “Se eu me ausentasse um ano da Contabilidade
nunca mais acompanhava a
área. Por exemplo, verificamos
que as pessoas que conseguiam
sozinhas fazer o IRS agora recorrem cada vez mais à nossa
ajuda”.
A Leofisco é um exemplo no
“Considero
que somos
transparentes,
honestas, somos
corretas e
atenciosas”
setor. Prova disso é a parte humanitária que existe em todos
os negócios que passam pelas
mãos de Andreia Oliveira e da
sua equipa. Para além disso, o
que distingue este gabinete são
as «três mulheres de armas»
que lá trabalham: “Considero que
somos transparentes, honestas,
somos corretas e atenciosas”,
sublinha.
A ambição de Andreia Oliveira passa por nunca fechar as
portas da LeoFisco, antes pelo
contrário, devolver à empresa
a grandeza que tinha no tempo
do “Dr. Maia”, “com mais funcionários e colaboradores”, o traria
vantagem para a empresa e para
o país, uma vez que estaria a
criar postos de trabalho. Outro
anseio passa por poder “dedicar
mais tempo a cada cliente individualmente”.
Portugal Inovador
Fotografia “fine art” e
“360-degree Virtual Reality”
Quantas vezes percecio­
namos o trabalho fotográfico
como um espelho sobre o
real aproximando-se assim
de uma expressão artística.
Nessa perspetiva Andreia
Ferreira e Sérgio Ferreira
percebem que muito mais do
que a componente técnica
importa aqui sublinhar toda
a envolvente humana que o
os nossos entrevistados sublinham seguem destacar a presença de um
olhar reporta.
que ter paixão pela arte é ainda mais serviço ou produto, demonstrando a
Durante muito tempo a fotografia
parecia ter preenchido um lugar que a
pintura outrora ocupou. Mais próxima
do real, veio capturar o que a memória
não conseguia imortalizar num momento. Ele, da área da Engenharia,
ela, da área da Educação, conjugaram
esforços e propuseram-se ao desafio
que toda esta forma de expressão deixava antever. Porque se por um lado
são precisos bons equipamentos para
oferecer o produto que as pessoas
exigem, por outro lado é necessário
compreender todo o mundo mágico
que só o olhar consegue explorar. A
vontade de manusear o equipamento
é importante, mas mais do que isso
imprescindível.
Nascendo de duas vontades, a
Artesfera expõe-nos o aqui e agora,
sempre com a possibilidade de crescer
com base na singularidade e diferença.
Paulatinamente, esboçaram estratégias, afirmando-se em dois segmentos: o empresarial, onde definem os
objetivos prioritários na divulgação da
imagem corporativa, e a fotografia especialmente direcionada para a família.
Com a certeza de que viveriam da fotografia, facilmente, perceberam aí qual
seria o seu foco: sessões pré-mamã,
newborn e retratos de família. Cada
bebé e mãe têm a sua personalidade e
beleza e a Artesfera dispõe aqui de um
pequeno espaço de modo a capturar
a sua espontaneidade.
Os nossos interlocutores não
escondem que existem outras perspetivas de crescimento que, alinhadas
ao desenvolvimento tecnológico, vêm
somar todas as mais-valias alcançadas
até aqui. Sob essa visão, a Artesfera
opta por centralizar o seu core business na fotografia empresarial. Através
de bons recursos de produção con-
expressividade de todas as atuações
de negócio. O poder que esta informação adquire perante os diferentes
públicos dá-lhes possibilidade de
experimentar outras formas de ver e
fazer arte. Desde o setor dos vinhos,
joalharia, relojoaria, até à fotografia de
alimentos e imobiliária são diversos os
setores que abrangem nesta vertente.
Cada vez uma maior referência
no setor da fotografia, a Artesfera
sabe que aqui a criatividade nunca se
estagna, reinventa-se, e, por isso disponibiliza ainda um serviço de criação
de imagens interativas 360 graus de
espaços (interiores e exteriores) e de
produtos. Aqui a palavra que impera é
a interação, e sob essa preparação do
olhar as pessoas terão a possibilidade
de visitar e experimentar sensações
reais que se cruzam com o ambiente
virtual.
Sabendo que existe ainda um
longo caminho por desbravar o casal
espera crescer, quebrar fronteiras tendo em consideração a criação de um
novo polo e o acréscimo de soluções
adicionais.
Abril I 39
Portugal Inovador
O sonho de uma casa ao
serviço do idoso
“Cuidar com dignidade, servir com alegria” é o lema desta residência sénior, situada em
Refoios do Lima.
Ana Maria Araújo foi emigrante
em França onde trabalhou como
assistente num lar de 3ª idade e aí
descobriu uma missão: cuidar de
idosos. “Descobri um talento que
me preenche e que me faz feliz”,
confessa.
De volta a Portugal surgiu a ideia
de construir o seu próprio espaço,
onde os idosos fossem tratados
com o cuidado, atenção, como
se da própria família se trata-se.
Assim, com a ajuda do marido,
e a partir de um terreno cedido
pelo seu pai, decidiram dar início
à construção deste que viria a ser
a concretização de um sonho. “Foi
bastante difícil não só pelo investimento, mas porque demorei cinco
anos até ter todas as autorizações
e licenciamentos que permitiram a
abertura do Lar dentro de todas as
conformidades legais”, conta. Ana
Maria não descura no entanto a
referência à ADRIL (Associação de
Desenvolvimento Rural Integrado
do Lima) por todo o apoio prestado.
Enquanto todo o procedimento
estava em curso, a nossa entrevistada decidiu fazer uma formação
em Geriatria, pois para além da
experiência que trouxe de França,
“queria estar mais a par dos cuidados de saúde” e ter condições
para ensinar futuramente os seus
profissionais: “Conto com uma excelente equipa de colaboradores,
40 I Abril
a começar pela Patrícia Teixeira,
diretora técnica do serviço e a quem
Ana Maria não poupa elogios. “Ela
brilha naquilo que faz”. É formada
em Gerontologia e, também em diálogo connosco, assegurou-nos que
“o mais importante é sem dúvida o
fator humano e a sensibilidade de
cada profissional”.
A Residência Sénior conta com
uma equipa multidisciplinar, são
uma equipa muito unida, e preparada para fazer de tudo, desde a
limpeza ao tratamento do idoso,
alimentação e cuidados específicos
de saúde. Esta valência permite-lhes receber qualquer pessoa,
independentemente da sua condição. “Alguns dos utentes entram
acamados e aqui começam a andar
e a falar. O que eles mais precisam é de atenção, amor, carinho,
sentirem-se amados e protegidos”,
assevera a diretora.
Para além das atividades programadas no plano de atividades
socioculturais anual, cooordenado
por Patrícia Teixeira, a Residência
proporciona atividades religiosas na
capela das instalações, encontros
com outras instituições de forma a
promover o convívio e inclusão social. Aulas de ginástica, três vezes
por semana, e sessões de Fisioterapia. O médico e a enfermeira são
presenças assíduas para que todos
os cuidados de saúde sejam assegurados e cumpridos com rigor. O
Lar não dispõe de um horário fixo
de visitas para familiares. “Podem
vir à hora que mais lhes convier e
até partilhar refeições com os utentes”, o que desfaz o estigma social
de que estes espaços são apenas
para quem não tem família. O que
acontece na maior parte das vezes,
conta-nos a direção da residência,
é que há condições de saúde que
exigem um cuidado e atenção, algo
que em casa seria insustentável
manter.
Residência Sénior
Lar Santa Maria dos Anjos
telefone: 258 757 281
telemóvel: 925 171 613
email: [email protected]
https://www.facebook.com/larsantamariaanjos
Portugal Inovador
Por um serviço integrado
Compreender as diferentes necessidades de apoio, de modo a promover o bem-estar e
qualidade de vida no domicílio, foi uma preocupação que a Causa Positiva manifestou desde
o início. Atenta aos recursos que a cidade de Coimbra oferecia, Clara Duarte avançou com
este sonho.
Através das mais variadas respostas sociais que são transversais à
sociedade portuguesa, facilmente percebemos que existe uma grande linha
que separa o setor público do privado.
Numa altura em que se perspetivou
mudança a nível profissional, Clara
Duarte optou por arriscar e preencher
as lacunas que mais se evidenciavam
neste núcleo: os débeis recursos por
parte das IPSS’s e a falta de uma solução mais vasta.
Observando os grandes desafios
que este exercício podia trazer, a
mentora confidenciou-nos que “os primeiros anos não foram fáceis não por
haver concorrência, antes pelo contrário, pela falta dela. As pessoas não
sabiam que existia este tipo de apoio e
desconheciam o seu funcionamento”.
Numa primeira fase, a própria Segurança Social ignorava muitos pontos
fulcrais desta matéria, não estando
os seus procedimentos adequados
a uma oferta de serviços mais ampla
cujas instituições privadas estavam a
começar a implementar e, por isso,
Clara Duarte sentindo a necessidade
de um apoio organizacional, apostou
na adesão a um Grupo franchisado.
A rede, neste momento já extinta, permitiu-lhe implementar um apoio mais
personalizado. Agora consolidada no
mercado, a Causa Positiva aproxima
valências que despertam novos horizontes, não só para a pessoa/família
que as procuram, como também para
as instituições que, a partir da mesma
filosofia, criam sinergias, tornando-se
num serviço de referência na cidade.
Perante um número crescente
de pessoas idosas, com percursos e
modelos de vida claramente contrastantes, a formação e a importância da
adaptação ao meio, por parte do cuidador formal, são focos que a Causa Positiva nunca perderá. Optando por este
serviço de qualidade, muito focado no
cliente, reconhecendo que a gestão
de uma vida pode afirmar diferentes
cuidados e singulares acompanhamentos, por isso “o nosso cliente é visto
como um todo. Temos de olhar para a
pessoa que estamos a cuidar e todo
o seu enquadramento”. Ainda assim,
é preciso não esquecer que a equipa
multidisciplinar responde não só às
necessidades dos adultos séniores,
mas também de outras pessoas com
necessidades especiais temporárias
ou permanentes.
Na medida em que diferentes pessoas, com diferentes graus de dependência, possam vir a ser amparadas,
a Causa Positiva reconhece que para
desenvolver ações contextualizadas
torna-se importante considerar as
várias articulações. Atualmente, a
cimentação passa não só por um
apoio central na cidade de Coimbra,
mas também por essa possibilidade
de crescer junto de outros parceiros.
Daqui para a frente, a responsável
entrevê uma moderada expansão na
perspetiva de permanecer com o mesmo serviço integrado que a equipa tem
desenvolvido até aqui. “Procuramos
ajudar em tudo, não só no apoio direto
ao idoso, mas em tudo o que envolve
esse apoio”, assevera.
Abril I 41
Portugal Inovador
“Levar conforto e
autoconfiança ao idoso”
Melhorar a vida ativa, promovendo um envelhecimento mais saudável, é o objetivo primário
da A Par da Idade. Soledade Guimarães iniciou esta caminhada e criou, há três anos, um
projeto que alia a sensibilidade da vertente social à área da saúde. Hoje conta com o apoio
de uma equipa coesa e multidisciplinar, da qual também faz parte, Sandra Guimarães.
Os problemas de saúde e de
solidão continuam a ser as principais causas da institucionalização
do idoso, mas para que haja o seu
devido acompanhamento em contexto institucional seria necessário
a afirmação de mais e melhores
recursos. As nossas interlocutoras
detetaram lacunas que deveriam
ser trabalhadas e perceberam que
o trilho a percorrer ainda é longo,
mas necessário: “A falta de meios
nas IPSS’s é um problema generalizado, desse modo, viemos colmatar
não só as valências que estas não
possuem, mas também dar um
pouco mais de nós, oferecendo a
nossa noção de apoio domiciliário”.
Considerando, por um lado o
isolamento da população sénior,
e por outro, a vida agitada da
população ativa, a A Par da Idade
procura todos os dias minimizar
as carências sociais existentes:
“Trabalhamos em prol de toda a
família. Não queremos sobrepor a
responsabilidade do Estado, queremos complementá-la”.
A atenção não deve apenas ser
focada no utente. Na maior parte
das vezes, por muita boa vontade
que exista por parte dos cuidadores informais, o cansaço provoca
situações de desgaste, por vezes
irreversíveis. Entendem assim, que
a formação do cuidador informal
42 I Abril
não é um assunto de somenos
importância e, por isso, preparam
workshops formativos onde são
lecionadas várias temáticas.
Os seus serviços estão disponíveis 24 horas por dia e podem ser
requisitados por curtos períodos de
tempo ou por turnos mais alargados. “Temos por exemplo serviços
de apoio domiciliário de apenas um
fim de semana ou curtos períodos
de férias, que permitam ao cuidador
ter um tempo de descanso para
recuperar energias, ou outros casos
em que o serviço é prestado de forma contínua, durante todo o ano.”
Rompendo barreiras e ideias
preconcebidas, primeiro com as
IPSS’s e instituições locais e, posteriormente, junto das pessoas,
sabem que “é uma área muito
sensível, estamos sempre a entrar
dentro do espaço dos utentes, mas
pensamos que é indispensável
levar conforto e autoconfiança ao
idoso e à sua família, algo que só se
pode fazer individualmente, porque
noutro sítio qualquer ele vai sentir-se deslocado”.
Porém, quando percecionamos
o bem-estar no sentido lato do termo, facilmente, percebemos como
o serviço de apoio domiciliário é
muito mais amplo.
Em suma, “trata-se de um conceito da família como um todo”. A
curto prazo as prioridades passarão
pelo alargamento dos serviços a
faixas etárias mais jovens (com
necessidades especiais) e pela
envolvência em novos projetos de
âmbito social de forma a criar alicerces, tendo sempre como pano
de fundo a complementaridade das
respostas sociais já existentes.
Portugal Inovador
Gestos que inspiram vida
O Lar Quinta Verde, situada no coração do Baixo Mondego, aproximando vidas e despertando
consciências, celebra o seu 10º aniversário. Aqui onde as palavras se cruzam com os
gestos, e a proximidade aconchega o que há de mais terno entre os humanos, temos agora
a oportunidade de observar o bom trabalho de equipa desenvolvido durante uma década.
de preservar o que há de único e
singular em cada uma das pes-soas, nunca esquecendo a sustentabilidade do meio ambiente.
Foi em 2000 que António Pires, Maria de Jesus, e Maria Araci
decidiram embarcar neste projeto
e rentabilizar um terreno agrícola
que se encontrava desaproveitado.
Hoje, em retrospetiva, facilmente
percebem que todo o investimento
foi alcançado com a verdade de
um trabalho honesto, e a envolvência de todas as pessoas que
estiveram presentes para que este
projeto nascesse e renascesse: “O
espaço onde nós nos encontramos
foi outrora uma Quinta dos meus
pais. Eu e a minha irmã, quisemos
aproveitá-lo de forma a podermos
criar este Lar. O nosso pai chegou
a estar aqui durante três anos e
sentia orgulho, não só pelo projeto
que ambos aqui edificamos, como
também pelo facto de nós lhe termos proporcionado usufruir desta
casa”.
António Pires, já reformado,
não poderia deixar de olhar para
o cuidado e a dedicação que todo
este contacto merece, e privilegia
deste modo a qualidade téc-nica e
humana que o diferencia. “O nosso
lema é dar vida. As pessoas estão
aqui para viver”, sublinha. Embora
reconheça que as principais respostas para o idoso são de saúde
e sociais, e quase todas geridas
por IPSS’s, a verdade é que António Pires não desanima e aposta
sempre na qualidade de todas as
suas valências. Atualmente com
a ajuda de 28 colaboradores o espaço encontra-se capacitado para
39 utentes, e integra um conjunto
de mais-valias que fomentam e
estimulam tudo o que o idoso tinha
vindo a desenvolver até chegar
aqui: “Fazemos passeios, vamos
ao teatro e ao cinema, levamo-los
ao cabeleireiro a que eles outrora
iam, combina-mos piqueniques, e
ainda nos deslocamos à Figueira
da Foz ou a Coimbra”.
Muitas vezes ouvimos falar
sobre velhice, e reportamos esse
termo para palavras que indicam
fragilidades e patologias. Hoje,
mais do que nunca, é necessário
per-ceber que o envelhecimento
nem sempre é sinónimo de doença.
Todo o seu pro-cesso atravessa
diferentes etapas e, como tal, sabemos que as pessoas não envelhecem todas da mesma maneira, nem
sequer possuem todas as mesmas
experiências. É através desse
acompanhamento que podemos
neste mesmo espaço constatar
que valores como o investimento
pessoal, e a promoção pelo envelhecimento ativo, são defendidos
na íntegra.
O Lar Quinta Verde, com o seu
condão de reinventar-se a cada
novo passo, tem assim a vontade
Abril I 43
Portugal Inovador
Quatro gerações dedicadas à
indústria do papel
A Fábrica de Papel Ponte Redonda é uma PME Líder que produz todo o tipo de sacos para
as mais diversas indústrias, desde a alimentar até à construção civil.
Fundada em 1848, a Fábrica de
Papel Ponte Redonda já atravessou
várias gerações, sendo que, atualmente, é administrada pela quarta
geração da família Loureiro. Especializada na produção e transformação
do papel, esta empresa dedica-se
exclusivamente à criação de sacos
que podem servir para inúmeros
e diversificados produtos, nomeadamente: ração, farinha, carvão,
produtos químicos, café, batatas,
cimentos, sementes, entre outros.
No entanto, as rações e as farinhas
constituem o seu principal mercado.
Na Fábrica de Papel Ponte Redonda laboram 135 pessoas e, em
entrevista à revista Portugal Inovador, Raul Loureiro – um dos sócios
gerentes da empresa – confessou
que a relação existente entre a administração e os seus colaboradores é
muito próxima: “Temos funcionários
há 35 e 40 anos. Há casais que se
conheceram aqui, casaram e tiveram
filhos”. E, também por este motivo,
a política desta fábrica passa muito
pela consciência moral e pelo respeito pelos seus funcionários, uma vez
44 I Abril
que estes são colocados à frente até
do próprio lucro, como nos explicou
o administrador: “Não deixamos de
acompanhar o avanço tecnológico
para não ficarmos para trás em relação à concorrência, mas também
não substituímos a nossa mão de
obra por máquinas. Temos um dever
moral para com todas as pessoas
que aqui trabalham”. Por outro lado,
o irmão, Pedro Loureiro – também
sócio gerente – acrescentou: “Temos
uma gestão familiar e não aquela
que se encontra nos livros e que
se aprende na Faculdade. Nós conhecemos toda a gente e temos cá
famílias inteiras”.
Segundo Raul Loureiro, para
além da relação de mútuo respeito
existente entre a administração e os
funcionários, esta fábrica tem outra
qualidade que a distingue das demais: ”Dispomos de uma capacidade
que a nossa concorrência não tem…
Com maquinaria mais rudimentar e
graças à qualidade da nossa mão de
obra, conseguimos aproximar muito
o nosso produto ao da concorrência
que utiliza material mais sofisticado”,
afirmou.
No que diz respeito à formação
dos funcionários, os administradores
afirmaram que apostam e são a favor
da formação contínua, desde que útil
e necessária ao desenvolvimento
dos trabalhadores: “Apostamos na
formação, mas consideramos que
esta deve ser dada por necessidade e não por imposição de leis e
regras que desconhecem a realidade empresarial. Os funcionários
têm liberdade de solicitar formação
quando quiserem e na área em que
entendem ser necessária”, revelou
Raul Loureiro.
Trabalho árduo, perseverança
e profissionalismo são os valores
que regem toda a equipa da Fábrica
de Papel Ponte Redonda, os quais
permitiram o sucesso alcançado e a
sobrevivência perante a concorrência feroz existente nesta área: “Este
é um mercado bastante agressivo,
nós lutamos muito para chegar aqui.
Portugal tem vários problemas e um
deles é estar ao lado de Espanha,
onde se encontra o maior Grupo de
produção de papel, que já controla
quase todo o mercado”, desabafou Pedro Loureiro. A juntar a esta
problemática, os irmãos Loureiro
mostraram-se preocupados com a
crescente escassez das matérias-primas utilizadas nas tintas, nomea-
Portugal Inovador
damente o Dióxido de Titânio (usado
para fazer a cor branca e para dar
opacidade às diversas cores) que
não está disponível nas quantidades
necessárias, aumentando assim o
custo de produção.
Com metade da sua produção a
ser exportada, a Fábrica de Papel
Ponte Redonda já tem planos para
o futuro: “Queremos fazer sacos com
fundo retangular, estamos a trabalhar
nisso, mas ainda não temos a máqui-
na que necessitamos para começar
a produzi-los. Temos de agir com
consciência, porque trabalhamos
maioritariamente com capitais próprios e não temos qualquer apoio
financeiro para novos investimentos”,
confidenciou Raul Loureiro.
Em final de conversa, ficou a
certeza de que o futuro desta empresa passa pela continuação da
filosofia da família Loureiro, assente
na consciência social e nos valores
pautados pela dedicação e profissionalismo, que tornaram a Fábrica de
Papel Ponte Redonda a referência
de sucesso que constitui atualmente. Ficou ainda a vontade da quarta
geração em integrar a Fábrica num
roteiro de turismo empresarial, permitindo aos interessados a visita às
instalações e ao Museu com espólio
particular, assim como a participação
ativa na produção do papel até à fase
final do saco.
Abril I 45
Portugal Inovador
Qualidade e dinamismo na
base do sucesso
Situado em Ronfe, concelho de Guimarães, o Laboratório de Prótese Dentária Cristina Torres
& Teresa Castro Lda. afirma-se como um espaço que prima pela competência, simpatia,
qualidade e responsabilidade.
A história deste laboratório
começou a 3 de agosto de 2011
quando um grupo de profissionais,
da área da Prótese Dentária, decidiu entrar no mercado por conta
própria. Cristina Torres, Teresa Castro, Leandro Dias e Sérgio Castro
optaram por utilizar a experiência
adquirida ao longo de 23 anos, num
projeto pessoal que rapidamente
marcou a diferença no mercado de
trabalho. Esta empresa dispõe de
várias especialidades na área da
prótese dentária, tais como: prótese
em acrílico, esquelética e fixa.
Sendo este um setor muito competitivo, o Laboratório de Prótese
Dentária Cristina Torres & Teresa
Castro, Lda. consegue demarcar-se
pela qualidade, fruto também de
uma equipa que se distingue pelo
dinamismo. “Regemo-nos pelos
princípios da satisfação dos nossos
clientes, na certeza de que são os
recursos materiais biocompatíveis
e de uso cientificamente comprovado, o principal motivo que leva
à fidelidade dos clínicos para com
46 I Abril
o nosso laboratório”, começou por
explicar Teresa Castro.
Contudo, para que esta empresa se demarcasse neste ramo, foi
necessário a contínua especialização e a disponibilidade dos técnicos
de irem ao encontro do consumidor
final. “Sempre que solicitados, um
dos técnicos desloca-se à clínica
para que, em concordância com o
médico dentista, encontrarem a melhor solução para o paciente. Cada
trabalho é personalizado e visa a
satisfação de todos, oferecendo
todo o apoio do trabalho realizado”,
afirmou Cristina Torres.
“Os procedimentos de há uns
anos, não são os de hoje! A formação contínua dos técnicos sempre
foi uma das grandes preocupações
desta empresa. Para garantir aos
nossos clientes um serviço de excelência não nos podemos descurar
das novas orientações que este
mercado continuamente oferece e,
para tal, todos os técnicos integram
um plano de formação contínuo nas
áreas de atividade específicas, para
que se mantenham atualizados na
constante evolução da prótese dentária”, esclareceu Sérgio Castro.
Outro fator de diferenciação é o
espírito de equipa que aqui prolifera. Crescendo para seis o número
de colaboradores, Fátima Castro e
Vera Pimenta, a equipa prima pela
pontualidade no atendimento e pela
garantia de resultados, sem descurar da filosofia inicial da empresa.
“Este laboratório tem o apanágio
de ter técnicos especialistas nas
diferentes áreas da prótese dentária, e que se complementam, para
a realização do trabalho final. Procuramos oferecer soluções tecnológicas que resultam em trabalhos
com um valor estético e funcional
elevado”, contou Leandro Dias.
Com largos anos de experiência, o Laboratório de Prótese
Dentária Cristina Torres & Teresa
Castro tem as melhores expetativas
de progresso para o futuro. Com
provas dadas no mercado, a equipa
deverá aumentar em breve, para
continuar a dar uma resposta com
a qualidade e competência que lhe
é reconhecida.
Portugal Inovador
Cuidando da saúde
do seu coração
Cardio MaisPerto é um projeto que visa tornar mais acessível
a prestação de serviços na área da Cardiologia, fazendo-a
chegar às periferias dos grandes centros urbanos.
Conta já com três anos de existência este que é um projeto pioneiro em
Portugal e que presta serviços de saúde ao domicílio, em clínicas parceiras
e em lares de idosos. De entre estes
serviços salientam-se a realização de
Eletrocardiogramas (ECG), Ecocardiogramas, Monitorização Ambulatória
da Pressão Arterial (MAPA), Eletrocardiograma de 24 horas (HOLTER) e
Espirometria.
A responsável por este projeto é
Noélia Vilas Boas que sentiu a necessidade, depois de ser mãe, de iniciar
um projeto seu que lhe permitisse
estar mais perto de casa. Em entrevista à Portugal Inovador a Técnica
Cardiopneumologista e Mestre em
Fisiopatologia Cardiovascular confidenciou a essência deste conceito:
“Nós procuramos atuar em domicílios,
lares e regiões periféricas, pois os
grandes centros já têm estes serviços
ao dispor da comunidade. Nós oferecemos a facilidade de as pessoas não
terem de sair de casa, evitando custos
e desgaste físico desnecessários”.
Ainda em entrevista, a profissional lamentou as dificuldades
com que se depara diariamente: “O
nosso trabalho só resulta quando
as clínicas que trabalham connosco
passam a mensagem, quando assim
não é, torna-se complicado para a
população saber que existimos. Tem
sido difícil comunicar. Muitas vezes
temos de ir para a rua divulgar o
projeto”.
A Cardio MaisPerto conta já com
quatro Cardiologistas e dois Cardiopneumologistas – incluindo Noélia
Vilas Boas – e a crescente solicitação
destes serviços já levou à necessidade
de compra de novos equipamentos.
Desta forma, e perspetivando o futuro,
a Cardiopneumologista refere: “Passados três anos sinto que vale a pena.
Queremos continuar a fazer crescer
o projeto, chegar a mais pessoas,
aumentar a capacidade de resposta
e alargar os serviços a outras áreas,
nomeadamente ao diagnóstico da
Apneia do Sono”.
Tendo em conta que a principal
causa de morte em Portugal são as
doenças cardiovasculares – e questionada sobre a preocupação dos portugueses sobre esta matéria –, Noélia
Vilas Boas afirmou: “Os portugueses
sabem que têm de agir e os exames de
diagnóstico têm de ser feitos. Também
é preciso alertá-los para os comportamentos a adotar e nós neste projeto
apostamos muito nessa vertente de
consciencialização dos utentes”.
Como nota de conclusão fica o
reconhecimento de um serviço polivalente que apresenta soluções aos
que, por diversas razões, encontram
dificuldades no acesso a este tipo de
serviços, possibilitando a atuação no
conforto do seu lar.
Abril I 47
Portugal Inovador
Refúgio acolhedor
em Lamego
Situada na encosta da margem sul do rio Douro, mais precisamente na vila de Cambres,
Lamego, a Casa Relógio de Sol dedica-se ao acolhimento de turistas portugueses e
estrangeiros, numa vertente de turismo rural.
– possuem uma marca própria
denominada de Relógio de Sol – a
família promove também o envolvimento dos visitantes nas vindimas
e, no ano corrente, irá introduzir os
“piqueniques por entre as vinhas”.
Novo restaurante
em maio
Conhecida por ser uma cidade com um forte cariz histórico e
monumental, a cidade de Lamego
é procurada, ano após ano, por
milhares de visitantes que são
atraídos pela beleza da cidade, pela
gastronomia e pelas características
da sua gente. Neste contexto surge
a Casa Relógio de Sol, gerida pela
acolhedora família Coelho.
Contando atualmente com cinco
quartos, esta Casa, rodeada por
vinhas, tem ainda uma piscina e
um espaço de cozinha tradicional,
onde são servidos aos visitantes
os mais diversos pratos típicos da
região, como o bacalhau e o cabrito,
por exemplo.
Segundo Carla Coelho – que
vê na Casa Relógio de Sol a concretização de um sonho – o que
mais diferencia este espaço é “a
simpatia e a amizade que criamos
com os visitantes. Há pessoas
que choram quando vão embora”,
confidencia-nos.
Com visitantes oriundos de
inúmeros países dos quais se
destacam a Holanda, Bélgica, Alemanha, França e Brasil, Júlia Coelho – filha dos proprietários, Carla
e José António Coelho – afirmou
que a procura por parte do público
português está em crescendo: “Por
cá também se começa a valorizar a
proximidade criada nesta vertente
turística”.
As vinhas envolventes, distribuídas por uma área de cerca de
dois hectares não são descuradas
pela família Coelho, uma vez que,
para além da produção de vinho
Está prevista para o mês de
Maio a inauguração de um novo
espaço na Casa Relógio de Sol.
Trata-se de um restaurante com
capacidade para 30 pessoas onde,
para além dos tradicionais menus
já oferecidos pelo alojamento rural,
serão também servidos petiscos
da região, sempre acompanhados
pelos vinhos das Quintas envolventes. Júlia Coelho, juntamente com
a irmã, Carla Coelho – que se encontra a fazer formação na área de
Gestão Turística e Hoteleira – são
as responsáveis pela idealização
deste novo projeto: “O conceito do
novo restaurante pretende manter
a estrutura do edifício e o que já
se faz na Casa, mas alargando-a
a um maior público”, esclareceu
Júlia Coelho.
Relógio de Sol • 5100-424 Cambres - Lamego • Telemóvel: 914 847 709
48 I Abril
Portugal Inovador
Abril I 49
Portugal Inovador
Inovação
e sucesso
na Fotografia
Tal como é percetível pelo nome da
firma, a Foto Mário está especializada
na área da fotografia. O proprietário,
Mário Silva, nasceu neste ramo, uma
vez que o seu pai já trabalhava neste
setor. “Eu nasci praticamente no meio
da fotografia”, explicou.
Relativamente ao setor, Mário
Silva foi pronto a explicar que estava
a passar um mau bocado. “Existem
muitos fotógrafos e muitos aprendizes
de fotógrafos. Trabalhar em fotografia
é complicado. Só cerca de 10% dos
fotógrafos é que realmente sabem
trabalhar a tendência de cores. Fazer
rápido e bem são coisas que já nascem
com a nossa criatividade”, começou
por contar o fotógrafo. Atualmente,
a fotografia encontra-se numa curva
decrescente, sendo que Mário Silva
optou por expandir o seu negócio para
outras áreas. “O facebook é no novo
fotógrafo. Antes revelava-se um rolo
aqui. Agora revelam no facebook”,
lamentou.
Relativamente aos serviços prestados e aos produtos disponibilizados
na loja, Mário Silva não teve dúvidas:
“Eu aqui faço tudo. Não preciso de
ninguém. Sempre gostei de ser eu a
fazer tudo. Em termos de fotografia,
realiza-se todo o tipo de fotografias,
como sessões de casamentos, batizados, tudo o que está relacionado com
a fotografia”, afirmou o mesmo, enquanto explicava como se diferenciava
dos demais. “Há dois anos comecei a
imprimir capas de telemóvel personalizadas. Contudo, só há dois meses
é que comecei a ter quase todos os
50 I Abril
Situada na Póvoa de Varzim, a empresa Foto Mário conta
com largos anos de experiência no setor. Fundada há 36
anos por Mário Silva, este estabelecimento prima pela
diversidade, qualidade e inovação nos produtos. É desta
forma que fidelizam e satisfazem os clientes.
modelos. É um produto inovador”.
O modo de funcionamento desta
nova aposta é simples. Um cliente deseja adquirir uma capa personalizada
à sua medida, utilizando, por exemplo
fotografias pessoais ou de objetos de
interesse. Tudo isto é possível nesta
loja. O fotógrafo explicou que tem
quase todos os modelos disponíveis e
que consegue trabalhar em todo o tipo
de capas. “Há dois anos só se vendiam
capas para certos aparelhos, como
o iPhone 4S, 5S e 6S. Hoje, tenho
vários produtos, tanto para Huawei,
LG, iPhone e Samsung, que são muito
procurados”, esclareceu.
Uma vez que vivemos numa época em que o digital veio complicar o
negócio dos fotógrafos, Mário Silva
decidiu expandir o leque de produtos
disponíveis. Na Foto Mário é possível
encontrar uma série de objetos personalizados, como t-shirts, canecas,
cantis, cinzeiros e almofadas, que vão
de encontro às necessidades de todos
os clientes.
A velocidade do trabalho também
permite a total satisfação dos interessados. Presencialmente, Mário Silva
consegue fazer uma capa em 10 minutos. Se não houver disponibilidade
de deslocação à Póvoa de Varzim, o
fotógrafo consegue produzir o desejo
do cliente num prazo de 24 horas. Já
que o mercado nacional encontra-se
no horizonte deste empresário, as
expetativas são as melhores. Com objetivos bem definidos, Mário pretende
desenvolver o negócio com empresas,
para além do cliente particular.
Portugal Inovador
Abril I 51
Portugal Inovador
52 I Abril

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