Le Portugal - Jornal comunitário em Português | ABC Portuscale

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Le Portugal - Jornal comunitário em Português | ABC Portuscale
Num. 44 • Ano / An 2• 5 de Dezembro / 5 décembre 2015
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Trudeau rencontre la reine Elizabeth à Londres
Habemus governo
Amigos e advogado de Sócrates no Governo
António Costa fez um Executivo de fiéis.
Por Eduardo Dâmaso
O Governo de António Costa privilegia a experiência política e o conhecimento
técnico de independentes na área da Economia, Finanças, Saúde e Modernização
Administrativa.
O líder do PS varreu os mais fiéis de Sócrates, mas não evitou a entrada de
alguns ministros que, não integrando o núcleo político mais estrito de Sócrates,
mantiveram com ele uma grande proximidade. Neste caso estão os nomes de
Augusto Santos Silva, Vieira da Silva e Capoulas Santos. Santos Silva e Vieira
da Silva estiveram na primeira linha de ataque à Justiça no caso Face Oculta,
chegando ambos a afirmar que os investigadores de Aveiro estavam a fazer
“espionagem política”. E todos eles foram visitas habituais de José Sócrates na
prisão de Évora.
Justin Trudeau avait déjà rencontré la reine Elizabeth,... (AP, Yui Mok)
O advogado de Sócrates na providência cautelar, Miguel Prata Roque, vai
assumir o lugar de secretário de Estado da Presidência. Esta terça-feira, saiu
directamente do tribunal, onde esteve a representar Sócrates na oposição do
CM à providência cautelar, para o Largo do Rato, onde se reuniu com António
Costa.
Bruce Cheadle
La Presse Canadienne
Justin Trudeau a eu ses retrouvailles avec la reine Elizabeth, cette fois en tant
que premier ministre du Canada.
Dans le second tour de son circuit de rencontres internationales en autant de
semaines, le nouveau leader du gouvernement fédéral a visité mercredi le palais
de Buckingham.
M. Trudeau doit prononcer un discours à la Maison du Canada, sur la place
Trafalgar, suivi d’une rencontre avec son homologue britannique, David Cameron.
Les deux aborderont les dossiers chauds de l’heure à l’international, soit les
changements climatiques, la lutte contre le terrorisme et l’entente de libreéchange entre le Canada et l’Union européenne.
Justin Trudeau avait déjà rencontré la reine, maintenant âgée de 89 ans, dans
les années 70 lorsqu’il était enfant. C’est son père, Pierre Elliott Trudeau, qui
occupait les fonctions qu’il assume maintenant.
Dans des commentaires relayés par son bureau, le premier ministre a partagé
ses souvenirs de cette rencontre.
«Elle était très grande, ce qui démontre à quel point j’étais petit à ce moment», a-t-il dit.
«C’était un beau moment parce que je savais combien mon père l’appréciait.
C’était évident que mon père était vraiment fier de présenter son fils à la reine.»
Le premier ministre, qui voyage avec sa femme et deux de leurs jeunes enfants,
quittera le Royaume-Uni jeudi pour se rendre à La Valette, sur l’île de Malte, pour
le sommet biennal des leaders du Commonwealth.
M. Trudeau a déjà affirmé qu’il s’y affairerait à encourager certains des membres
du groupe de 54 pays à voir plus grand dans la lutte contre les changements
climatiques, puisque d’autres pays sont bien conscients des dangers que pose
pour eux-mêmes la hausse du niveau des océans provoquée par le réchauffement
climatique.
Le premier ministre à eu vendredi 27 une séance spéciale sur les changements
climatiques.
Azeredo Lopes, que foi presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação
Social (ERC), é outro nome muito próximo de Sócrates. Enquanto foi regulador,
o novo ministro da Defesa nunca escondeu posições próximas de Sócrates,
quer no caso Freeport, quer em relação a outras notícias sobre o ex-primeiroministro. A própria ERC deliberou a favor do ex-governante em queixas deste
contra jornais.
Outra secretária de Estado com posições muito próximas às de Sócrates é
Mariana Vieira da Silva, que vai para a Presidência do Conselho de Ministros.
Esta nova governante tem sido uma presença constante nas redes sociais
na defesa de Sócrates. Nas Finanças, Economia, Saúde, Modernização
Administrativa, Educação e Justiça foram escolhidos ministros independentes.
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A Chuva e o Bom Tempo
Centeno tem de saber dizer ‘não’
E a montanha pariu um ratito…
Penso não errar muito se disser que uma grande parte dos portugueses
não apoia o desfecho da trágico-comédia por que Portugal passou nestas
últimas semanas. A solução encontrada e imposta pelos socialistas com
António Costa à frente do grupo dos sedentos do poder, só pode agradar
àqueles que com ele se identificam. Não considero errado o escrutínio que
ditou a minoria a Passos Coelho. O homem é um aldrabão e apenas colheu
o que semeou durante 4 longos anos. Mas, por outro lado, Costa é traidor.
Ambicioso sem olhar a meios para conseguir atingir os seus objectivos.
E conseguiu-os encostando-se aos “camaradas” da extrema-esquerda. A
pior solução que Portugal podia imaginar.
Mas o mais curioso e questionável neste processo, que serpenteou
avenidas de traçado oblíquo, foi a posição do Presidente.
Após deambular por caminhos sinuosos, ora correndo trilhos, ora
navegando sobre águas de rios de caudal turbulento e ensurdecedor,
como os que correm escondidos debaixo das densas florestas africanas,
ouviu opiniões de que há muito se conheciam os teores, e deteve-se a
abordar a organização e metodologia a serem seguidas pelo PS, no caso
de lhe conceder o direito de formar governo. Enquanto isso, a respiração
esteve suspensa nos peitos socialistas. E alguns deles mesmo, não se
contiveram nas críticas que formularam ao PR.
Daí o pensar-se repetidamente, sobre a pertinência e sensatez da
suspensão criada por Cavaco Silva. A que serviu tudo isto? Terá valido a
pena toda esta engrenagem teatral?
2
De forma simplista poderei dizer que a montanha pariu um ratito! É o título
deste apontamento e aquele com o qual estou em diapasão. Isto porque
depois da valsa hesitação, de encontros e mais encontros, dos pedidos e
exigências feitas, as respostas dadas sobre as promessas de cumprimento
europeu parece-me ser ponto natural, intrínseco, do programa aprovado
pelos acordos entre o PS e seus camaradas que lhe servem de suporte.
Por Octávio Ribeiro/CM
Quatorze dias após a queda de Passos no Parlamento, Cavaco
engoliu um sapo chamado Costa e escolheu a solução que achou
menos má para o País.
Respeitou a maioria excêntrica formada na Assembleia da República.
Não optou por impor um governo de gestão, que paralisaria Portugal
e que, em rigor, ninguém desejava. António Costa forma um
Governo interessante, cruzam-se homens com larga experiência
de governação, novas promessas do mundo académico e algumas
verdadeiras pérolas da surpresa.
Azeredo Lopes, na Defesa, quando os militares aguardavam em
sentido a chegada de um homem conhecedor e com peso político,
como João Soares, é o ponto mais inesperado de uma equipa que
tem como principal missão levar o PS a uma maioria absoluta nas
próximas legislativas.
Será dentro de um ano? Dentro de dois? Ninguém pode saber. As
previsões sobre a estabilidade política de um governo minoritário
são tão falíveis como os cenários macroeconómicos gizados por
Mário Centeno. Para mais, se falham estes, desaba aquela. E lá cai
Portugal na penúria.
O País precisa de uma governação que equilibre o cego liberalismo
e o necessário olhar solidário. Mas precisa, antes de tudo, de manter
rigor orçamental. Se Centeno quiser cumprir as promessas, vai ter de
aprender a dizer não e dar saudáveis murros na mesa. Não parece
capaz de tal proeza.
O Presidente procurou por todos os meios que lhe pareceram possíveis,
evitar a nomeação de António Costa. Arrastou tanto quanto pôde a decisão,
à espera — oh suave ingenuidade — que os socialistas abandonassem
as intenções de governarem. Rendido ao fim da corda Cavaco Silva
não pôde retroceder e teve mesmo de, contrariado, dar seguimento ao
processo iniciado pelo agrupamento dos camaradas. Todos os argumentos
avançados por António Costa e seus aliados, mais não foram que a
sustentação das opções e razões por eles tomadas neste percurso. O
PR guardava a esperança de poder continuar a alimentar a análise das
opções, escrutinando-as ao máximo na procura de qualidades ou de
defeitos a apontar. Demonstrou no entanto uma fibra de mau perdedor ao
brandir ameaças e dando provas de pouca inteligência e fraqueza política.
Nunca se deve dar ao adversário indicações sobre intenções futuras. Caso
contrário — e foi o que aconteceu — os visados têm tempo e possibilidades
de controlar a jogada, evitando cair nas redes que lhes preparam.
O ego de Cavaco Silva traiu os trunfos que poderia utilizar, sem saber
esperar que a situação lhe permitisse fazê-lo. A sua mesquinhez não o
deixou prever a inteligência dos outros e conduziu Portugal a um beco
sem saída. Teremos de suportar, não se sabe por quanto tempo, as
influências comunistas e extremistas que mantêm o governo de Costa
na enfermaria dos cuidados intensivos. Ao mais pequeno contratempo as
bengalas cairão e o tapete escorregar-lhe-à debaixo dos pés. Para evitar
essa situação ele terá de suportar as exigências dos camaradas que já
começaram a fazer das suas e estão prontos a continuar. Como exemplo,
já manifestaram a intenção de se assenhorarem dos transportes públicos.
É um primeiro passo na conquista das opiniões sa massa popular e dos
ideais comunistas. Já fizeram aprovar o direito de adopção pelos «casais»
homosexuais...e não ficarão por aqui.
A única forma de travar este estado de coisas Cavaco Silva não quis
segui-la. Era pura e simplesmente ter-se demitido e desse modo, não
teria possibilidade de empossar Costa, deixando um governo de gestão a
funcionar. O Presidente pensou apenas nele. Fez mover montes e vales e
finalmente a montanha…. pariu um ratito…
Raul Mesquita
ABC-portuscale. Bi-mensuel. Crédits:
Recueil d’auteurs identifiés et de / colectânea de autores identificados e de:
Aicep; Santé Canada; Histoire du Canada; Internet et quelques inconnus.
Compliation, coordination et montage: Raul Mesquita.
www.abcportuscale.com / [email protected]
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Les invasions napoléoniennes
au Portugal 1807-1810.
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Première invasion 1807 à 1808,
Deuxième invasion 1809,
Troisième invasion 1810 à 1811.
João, le prince régent du Portugal accueillit avec soulagement la nouvelle de
la paix d’Amiens (France), conclue par Napoléon avec l’Angleterre, en 1802.
Quand la paix d’Amiens est rompue en mai 1803, Napoléon exige la fermeture
effective des ports portugais à l’Angleterre et le versement d’une somme de 16
millions de francs, sous peine d’invasion du royaume portugais.
Le 2 décembre 1804, Napoléon devenu empereur de France, il décrète le 21
novembre 1806, le blocus continental de l’Angleterre. En 1807, le Portugal ferme
ses ports aux Anglais, mais protège les Anglais résidant au Portugal. Napoléon
ordonne au maréchal Junot d’envahir le Portugal, quoiqu’il ait annoncé adhérer
au blocus Continental. Les ambassadeurs de France et d’Espagne quittent
Lisbonne. Le traité signé à Fontainebleau (France) le 27 août 1807, entre la
France de Napoléon et l’Espagne de Godoy, ministre du roi Carlos IV d’Espagne,
où il est stipulé l’invasion et le partage du Portugal entre Napoléon, Godoy et le
roi d’Étrurie. Le prince régent, futur João VI, fait des démarches pour protéger le
Portugal et finit par signer une nouvelle alliance avec l’Angleterre. Puis, devant
la concentration des troupes napoléoniennes à Abrantes, il prend la décision du
transfert de la Cour portugaise au Brésil. Une régence reste au Portugal à la
charge du général anglais Beresford. Le 29 novembre la Cour portugaise part
pour le Brésil.
L’art et la manière d’une reine folle
et d’un prince peureux de la cour
portugaise, qui ont trompé Napoléon.
Le 30 novembre l’armée française
commandée par Junot rentre à
Lisbonne. Junot ‘ficou a ver navios’
- Junot n’a pu voire que les navires,
faisant allusion à non-capture de la
cour portugaise. L’expression encore
utilisée au Portugal (ficar a ver navios)
vient de cette époque, car en arrivant à
Lisbonne, Junot n’a vu que les navires
partir. En relation à Junot, il y a aussi
l’expression ‘viver à francesa’, car
les officiers de l’armée française, en
arrivant à Lisbonne, ils ont investi les
palais les plus luxueux de la capitale
et exigeaient les meilleurs services à
tout point de vue. Il y existe encore
une autre expression des invasions
napoléoniennes, c’est ‘ir, mandar, foi tudo p’ro maneta’. Il y avait un général
français (Loison) qui était manchot suite à un accident de chasse, mais très
méchant, qui n’hésitait pas à torturer la population portugaise pour obtenir des
informations. Cette expression qui existe encore aujourd’hui, pour dire, que tout
est perdu. Les invasions : L’union des monarchies de la première coalition contre
la France révolutionnaire se manifeste pendant la Guerre du Roussillon (17931795) durant lequel le Portugal se joint à l’Espagne et au Royaume-Uni pour
récupérer une partie de la Catalogne.
L’alliance est confirmée par les traités de Madrid, entre le Portugal et
l’Espagne (15 juillet 1793) et le traité de Londres (26 septembre 1793). Le
prince régent portugais envoie dans le Roussillon, une division renforcer les
forces espagnoles contre la France.
L’expédition hispano-luso se solde
par l’échec de la coalition face aux
Français et par la signature du traité
de Bâle (22 juillet 1795) en secret entre
la France et l’Espagne, dont le Portugal
est exclu des négociations. Dès lors, la
France va exercer des représailles contre
les intérêts commerciaux portugais.
Animée par le désir de nuire aux
intérêts britanniques, la France tentera
de rompre l’alliance anglo-portugaise
et ainsi fermer les ports portugais au
commerce britannique. Des projets
d’invasion sont envisagés. La France
se rapproche d’abord de l’Espagne et
fait pression sur l’Espagne pour envahir
son voisin (Portugal). La France et
l’Espagne finissent par signer en secret
un nouveau traité à l’issue duquel
l’Espagne déclare la guerre au Portugal. Après un ultimatum lancé au Portugal
avec le soutien français, l’Espagne envahit le Portugal: ce sera la guerre des
Oranges au terme de laquelle l’Espagne sort victorieuse, avec la perte de la ville
d’Olivença en mai 1801.
Les relations entre la France et le Portugal semblent redevenir normales après
la signature du traité d’Amiens (25 mars 1802) entre la France, l’Angleterre, la
Hollande et l’Espagne qui met un point final à la deuxième coalition européenne
contre la France. Pourquoi la France décide d’envahir le Portugal ? Napoléon
répond au blocus maritime de la France (16 mai 1806) par le décret de Berlin du
21 novembre 1806, mettant le Portugal au pied du mur : soit il accepte d’adhérer
au blocus continental contre l’Angleterre, soit il est envahi et perd ses colonies.
Sous la pression de Napoléon, Charles IV d’Espagne, le beau-père du prince
régent du Portugal, demande au prince d’accepter les exigences de Napoléon,
d’adhérer au blocus continental contre l’Angleterre. Le prince régent informe
qu’il ferme ses ports maritimes aux navires anglais, mais qui protège les Anglais
résidant au Portugal.
Napoléon ordonne au maréchal Junot d’envahir le Portugal. Le 27 octobre
1807, le traité de Fontainebleau définit le partage du Portugal entre Godoy,
ministre du roi d’Espagne (Charles IV), le roi d’Etrurie et Napoléon, et l’Espagne
autorise le passage des troupes françaises pour l’invasion du Portugal. La
crise économique et institutionnelle qui mine le Portugal depuis le début de ces
invasions s’aggrave encore avec la permanence de la cour portugaise au Brésil.
Ce conflit est un épisode de la guerre péninsulaire opposant la France de
Napoléon à l’Espagne, au Portugal
et à l’Angleterre. Il s’explique par
la volonté de Napoléon de rompre
la vieille alliance anglo-portugaise.
Les invasions napoléoniennes au
Portugal ont été marquées par les
atrocités humaines causées par les
forces françaises : femmes et jeunes
filles violées, pillages dans les
maisons, églises, bourgs, villages
et villes incendiées. Le pays a été
dévasté.
Les forces luso-anglo-espagnoles ont
obligé le retrait des forces françaises,
du Portugal, d’Espagne, jusqu’en
France, où sur le sol français, les forces
luso-anglo-espagnoles commandées
par le maréchal duc de Wellington ont
battu les forces françaises du maréchal
Soult à Orthez (27 février 1814) et à
Toulouse (10 avril 1814).
01 à Carte de la première invasion par
Junot (1807-1808)
02 à Carte de la deuxième invasion
par Soult (1809)
03 à Carte de la troisième invasion
par Masséna (1810-1811)
04 à Carte du partage signé lors du
traité de Fontainebleau du 27 août
1807
Manuel do Nascimento / Paris
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Jihadismo, prevenção e Inteligência: que Brasil
“Levante-se dessa cadeira!”
caminho?
Pedro Esteves
Enquanto o poder político europeu não entender que a luta anti-terrorista passa
pela repressão preventiva nos seus diversos planos, as sociedades europeias
continuarão reféns das agendas daqueles que as pretendem destruir.
Que terrorismo?
A emergência do terrorismo jihadista global, ele próprio adversário do que
considera ser o falso Islão e seus cúmplices e defensor de uma concepção
literal do livro sagrado muçulmano e das reinterpretações dos seus intérpretes
mais radicais, trouxe uma amplitude ao fenómeno inimaginável. Ao procurar a
sua legitimidade na fé, na guerra santa contra o infiel (“cruzados e judeus”) e
na implantação de um califado sunita à escala global, mesmo que não passe
de uma mera estratégia de influência, multiplicou indefinidamente o alcance e
projecção do seu poder e dos seus instrumentos de guerra, sejam materiais ou
de propaganda.
Contrariamente ao modelo clássico do terrorismo, trata-se agora de um modelo
confederado entre uma multiplicidade de movimentos e grupos afiliados,
orientado por um centro nevrálgico, antes a Al-Qaeda, hoje o Estado Islâmico
(EI). O funcionamento em rede, aproveitando as auto-estradas da informação
propiciadas pela internet e as redes sociais que o Ocidente lhes disponibilizou,
permite igualmente a partilha de recursos com maior facilidade (conhecimentos,
formação, armamento, financiamento) entre as suas múltiplas componentes. O
carácter aglutinador que a Al-Qaeda de Osama Bin Laden e Al-Zarqawi exerceu
em tempos, é hoje, com mais recursos e maior nível de adesão, desempenhado
pelo EI.
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O Islão como fonte única de autoridade, um sistema financeiro que angaria
e transfere fundos para apoio às actividades dos grupos ou células afiliadas,
uma rede de apoio logístico para infiltrar e exfiltrar os seus operacionais em
“território inimigo”, um sistema paramilitar de treino com experiência em teatros
de operações reais (Afeganistão, Bósnia, Chechénia, Kosovo, Iraque, Síria,
Líbia) e um comando de planeamento operacional descentralizado e disperso
são as cinco componentes-chave da jihad global.
No passado, a comunidade internacional, Europa incluída, centrou o combate ao
fenómeno terrorista dos anos 70 e 80 em sanções e estratégias de isolamento
sobre os Estados financiadores do terrorismo, como o Sudão (da qual resultou a
deportação de Bin Laden) ou a Líbia (indemnização às vítimas do atentado aéreo
de Lockerbie). Com o 11 de Setembro, o ataque militar alegadamente cirúrgico
às bases de treino e centros de retaguarda nevrálgicos constitui a opção política
que se julgava decisiva para a eliminação da ameaça do terrorismo jihadista.
Hoje, porém, a jihad global não se compadece com sanções sobre eventuais
financiadores ou inspiradores por uma razão central nem se resolve apenas
com ofensivas militares: a motivação que subjaz à jihad global é essencialmente
individual e os seus membros estão dispostos a combater com o que tiverem à
mão: armas brancas e de fogo, explosivos ou botijas de gás. E estão orgulhosos
por pagarem o preço do combate com a sua própria vida.
O fenómeno do terrorista suicida globalizou-se, não apenas entre aqueles que
se sacrificam como veículos explosivos mas também entre todos os que sabem
que serão abatidos depois do ataque.
A violência é tanto maior quanto o efeito de choque que provocam nas sociedades
tidas como inimigas e hostis. Para este efeito, os recursos são vastos: salafistas
combatentes que aderiram à estrutura terrorista do EI, salafistas combatentes
organizados em células independentes dispersas e militantes integrados
em células adormecidas, infiltradas em “terras infiéis”, que actuam quando
requisitados.
Que resposta?
O combate e a eliminação da jihad global passam necessariamente por uma
estratégia imediata que deverá passar pelo encorajamento dos movimentos
islâmicos moderados que, pela sua acção, eliminem os factores de atracção
do movimento jihadista. A criação de vazios de poder como aconteceu na
Líbia, Síria, Iraque e na região do Sahel constituem o primeiro erro grosseiro
persistentemente cometido pelo Ocidente. A Europa terá de ser clara e assumir
abertamente o apoio a organizações e a Estados islâmicos moderados como
Marrocos, Tunísia, Argélia, Egipto ou Jordânia. Sem a acção destes actores
no intercâmbio de informações, no controlo do radicalismo e no combate ao
terrorismo, a Europa estará condenada a reagir a cada novo atentado.
Dilma Rousseff.
Fotografia: Maja Suslin/Reuters
João Almeida Moreira
Como é a ele que, segundo a Constituição, compete avançar ou não com os pedidos
de “impeachment” da presidente, Eduardo Cunha (PMDB), o poderoso líder da
Câmara dos Deputados, manteve Dilma Rousseff (PT) refém durante meses.
E o principal partido da oposição, em certa medida, também: mesmo incomodado
com os meios de Cunha, o PSDB sentia que os fins, a tal perda de mandato de
Dilma, os justificavam.
O equilíbrio de forças mudou quando o próprio Cunha foi envolvido no Petrolão –
cinco delatores citaram-no como beneficiário; há contas na Suiça no seu nome,
garantem os ministérios públicos suíço e brasileiro, irrigadas pelo escândalo na
Petrobrás – e passou a ter de responder no Conselho de Ética da Câmara por
“falta de decoro”.
Cunha dissera a esse Conselho que não tinha conta suíça nenhuma – mais
tarde, justificou-se dizendo que até tinha mas o dinheiro resultava da exportação
de carne enlatada para África.
Como o PT tem forte representação no Conselho de Ética, Cunha e Lula
negociaram – embora o desmintam – qualquer coisa do tipo: eu protelo
o “impeachment”, tu acreditas na carne enlatada. O PSDB, sentindo-se
ultrapassado, passou a exigir então a queda de Cunha.
Com este pano de fundo, seria analisado na quinta-feira passada o processo
de Cunha no Conselho de Ética. Porém, com a ajuda do neo-aliado PT, de
manobras regulamentares e da chamada polícia de choque do presidente da
Câmara, constituída por deputados mais cunhistas do que Cunha, a reunião foi
adiada, contou o jornal Folha de S. Paulo.
Para não haver quórum (11 dos 21 membros devem estar presentes), os deputados
do PT não apareceram e a polícia de choque rodeou o presidente do Conselho
exigindo a leitura integral da acta e outras manobras para que passassem os 30
minutos a seguir aos quais os trabalhos seriam adiados.
Como, mesmo assim, até houve quórum, Cunha partiu para o plano B: deu como
aberta a sessão de trabalhos na Câmara, uma situação raríssima às quintas-feiras, o
que, de acordo com o regulamento da casa, fez abortar a sessão no Conselho.
Não foi a primeira, nem a décima vez, que Cunha usou de todas as armas
à sua disposição para conduzir a Câmara segundo conveniência pessoal.
Mas, enquanto noutras alturas a oposição aplaudia, porque lhe interessava a
tramitação do “impeachment”, agora, com o acordo Cunha-PT, protesta.
Após gritos de “fora, fora” e “vergonha, vergonha” contra o presidente, Mara
Gabrilli, deputada do PSDB, subiu ao palanque e perguntou, perante uma
plateia em silêncio absoluto: “O senhor está com medo, é isso? Chega, senhor
presidente, o senhor não consegue mais presidir. Levante-se dessa cadeira
Eduardo Cunha!”
Cunha fechou os olhos, baixou a cabeça e abandonou a sua tradicional cara de
deboche durante o discurso dos adversários.
Como Mara Gabrilli sofreu um acidente de automóvel em 1994 que a deixou
tetraplégica, todos os deputados, incluindo o presidente, sentiram que aquele
“levante-se dessa cadeira” ia ecoar na história.
“Foi um turning point”, disse Gabrilli.
Tudo indica que sim.
Entretanto, Cunha foi vaiado no Congresso do seu próprio partido, o PMDB.
Fernando Henrique Cardoso, que tem opinião sobre tudo, exigiu que ele
renunciasse. E o processo na Comissão de Ética avança mesmo, segundo o
relator.
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Rosa dos Ventos
Route historique des Lignes de Torres
Comptant plus de 200 ans d’histoire, les Lignes de Torres Vedras représentent la
lutte du Portugal pour récupérer sa souveraineté, au début du XIXe siècle, lors
des guerres napoléoniennes.
La région de Torres Vedras a joué un rôle fondamental dans les lignes de défense
de la ville de Lisbonne contre les troupes françaises de Napoléon, qui avançaient
pour prendre d’assaut la capitale du royaume. Construites en 1809, dans le plus
grand secret, par le 1er duc de Wellington, qui commandait les troupes anglaises
dont le Portugal était allié, elles sont considérées comme étant l’un des meilleurs
systèmes de défense effective en Europe.
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Rose des Vents
On peut faire le parcours des Lignes
de Torres en voiture ou opter pour de
petits parcours pédestres qui, outre les
fortifications, passent par des points
d’intérêt militaire, religieux, naturel,
archéologique et culturel, comme les
moulins à vent qui ont servi de postes
de guet avancés.
Le Musée municipal de Torres Vedras
mérite la visite si vous voulez découvrir
les armes et les uniformes de l’époque, les cartes ainsi qu’une intéressante
reconstitution en trois dimensions du système de défense des Lignes de Torres.
À ne pas manquer non plus, le Château de Torres Vedras, d’origine arabe, et le
Fort de S. Vicente qui a été le centre névralgique de la défense contre les troupes
napoléoniennes, qui n’ont d’ailleurs jamais franchi la 1ère ligne de Torres lors de
la 3ème invasion.
À Mafra, il faut absolument visiter le Couvent, l›un des plus importants
monuments de style baroque portugais et symbole du règne absolutiste de D.
João V. Occupant une position stratégique sur la 2ème ligne de défense, il a été
occupé par les troupes du général lors de la 1ère invasion française en 1807,
puis, un an plus tard, par l›armée anglaise qui y avait installé son quartier général
jusqu›en 1828.
Note historique
Leur objectif consistait en la construction de tout un ensemble de fortifications
capables d’occuper les points les plus stratégiques au nord de Lisbonne, tout en
profitant des caractéristiques topographiques de la région et ce, au long de six
municipalités : Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Vila
Franca de Xira et Torres Vedras. C’est ainsi qu’un système de défense composé
de trois lignes de tours, pour un total de 152 bastions et 600 pièces d’artillerie,
défendu par près de 140 000 soldats, a été édifié.
La première ligne couvrait une distance de 46 km entre Alhandra, sur les rives
du Tage, et l’océan Atlantique, en passant par Torres Vedras. La seconde ligne
se trouvait 13 km plus au sud et la troisième protégeait le port de São Julião da
Barra, dans l’estuaire du fleuve, à Lisbonne. Bien qu’elle soit peu connue, on sait
qu’il existait une quatrième ligne, sur la péninsule de Setúbal, dont l’objectif était
de parer aux approches venant du sud.
Pour rappeler un peu de l’histoire des Lignes de Torres, revenons à l’année 1809,
lorsque le prince régent D. João VI et la cour portugaise s’étaient réfugiés au
Brésil et lorsque la nation vivait sous la menace d’une troisième occupation par
les troupes françaises. Suite au refus du Portugal d’obéir aux ordres de Napoléon
et d’interdire l’entrée des ports maritimes aux navires anglais, le général français
Junot avait occupé Lisbonne, à la fin de 1807, et le général Soult, la ville de Porto.
Tous deux ont été chassés du territoire par l’armée luso-britannique, commandée
par Sir Arthur Wellesley, le 1er duc de Wellington, et par le maréchal Beresford,
en vertu de l’alliance qui existait entre les deux pays.
Voir suite pag.13
5
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O que quer afinal o Daesh?
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Paulo Mendes Pinto
Agora que é passada uma semana sobre os ataques em Paris na sexta-feira
13 que mais negra ficará na História Contemporânea, interessa, superados
os momentos imediatos de terror, de pânico, de descrença, olhar com algum
distanciamento para o ocorrido e tentar perceber as motivações por trás de um
evento tão vil.
Especialmente interessa perceber como as nossas reacções são muito do que
possivelmente o Daesh deseja, sendo nós como que instrumentos muito bem
usados numa planificação que nada tem de amadora.
1. Terror e mediatismo
O primeiro objectivo do Daesh com os ataques de Paris, tal como temos visto
noutros por si executados, foi amplamente cumprido: lançar o terror com um
ataque em larga escala no centro do território do inimigo. Conseguiu um elevado
número de baixas, feriu o orgulho de uma nação, de uma cultura, recebeu tempo
de antena como nunca antes.
Este seria sempre o objectivo mais imediato. O mais fácil de conseguir com
alguma coordenação de equipas, e com resultados quase garantidos uma vez
que a voragem dos meios televisivos faz o jogo dos terroristas ao dar-lhes a
intensidade de terror com que nos entram em casa através dos ecrãs.
A sociedade desenvolve um medo colectivo através do clima de insegurança
e pela percepção do perigo e esse sentimento é multiplicado e vivenciado nas
inúmeras vezes em que as imagens são repetidas. Mais, como que numa gestão
do terror que nos vai sendo ministrada em doses necessárias e suficientes para
não curar, mas sim para perpetuar, esse terror é actualizado com a publicitação
de novas imagens que ainda hoje surgem através do acesso a câmaras de
vigilância que nos mostram o próprio acto terrorista. No frenesim de exclusivos,
dia após dia, surgem novos ângulos, novas sequências de imagens, tudo se
conjugando para uma manutenção do clima de medo.
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2. Radicalizar a Europa, obrigando-a a agir externamente
Quase com a mesma garantia de sucesso, a intervenção militar era uma
consequência que os cérebros do Daesh devem ter previsto desde o primeiro
minuto em que se lançaram na preparação de um tão trágico quadro para Paris
nessa noite de 13 de Novembro.
Era impossível que uma Europa ferida no centro simbólico dos seus ideais de
Liberdade, não reagisse “a quente”. Na noite de dia 13 poderíamos não saber
que ataque a França iria levar a cabo, mas era claro que ele teria lugar depressa
e em escala significativa de força.
A agenda da Europa era assim forçada para ataques que poderiam – e podem –
ter danos colaterais complexos, começando pela perda de vidas de civis usados
como escudos-humanos, ou o bombardeamento de instalações não militares.
No âmbito de uma reacção que é do imediato e psicológico quadro da vingança,
as variáveis são pesadas de forma muito diferente e a possibilidade de erro
aumenta.
3. Radicalizar a Europa, obrigando-a a agir internamente
Uma outra consequência quase imediata seria, como é óbvio, quer em relação
à suspeição generalizada, ao clima de islamofobia, instalado em França e
na Europa, quer em relação ao fluxo de refugiados que procura este velho
continente.
Um atentado nesta escala, com esta brutalidade, obrigaria muito da população
europeia a repensar o olhar para o “outro” e a aderir mais facilmente a
radicalismos anti-islâmicos. E foi o que aconteceu um pouco por toda a parte.
Quer as comunidades islâmicas na Europa se sentem ameaçadas, sob a dita
suspeição generalizada, como os refugiados se vêm agora numa Europa cada
vez menos amistosa.
Na prática, o Daesh lucra imenso com este novo quadro em que a demora na
instalação dos refugiados pode levar a uma radicalização, quer dos muçulmanos
europeus, quer dos agora chegados, quer, ainda, dos não muçulmanos que os
vêm como uma ameaça.
Isto é, o Daesh encontrou em actos como o de sexta-feira um jogo muitíssimo
eficaz de radicalização da sociedade europeia, em que apenas ele ganha. Bem
trabalhado através das redes sociais, o descontentamento dos muçulmanos
europeus e dos recém-chegados pode ser um eficaz campo de recrutamento
num momento em que havia uma crescente dificuldade em o fazer. Assim
planeia o Daesh, gerindo os nossos movimentos e a forma como reagimos aos
seus actos.
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4. Obrigar a colocar o centro do olhar na Síria, esquecendo
tudo o resto
O Daesh já percebeu, há muito, que o seu futuro não se encontra de forma
imediata nos territórios da Síria e do Iraque. A manutenção, num longo tempo,
desses territórios apenas pode ter lugar com novos contingentes de adeptos /
tropas, o que, apesar de tudo, é cada vez mais difícil de acontecer.
A Líbia é cada vez mais uma séria candidata a novo território, muito mais sólido e
menos importante para os EUA, Rússia e Europa que a Síria e o Iraque. Contudo,
numa época de redes e de complexidades, o Daesh poderá dar um tremendo
golpe às estratégias da coligação ao refugiar-se nos inúmeros territórios que tem
em muitas outras frentes de guerra.
Ao bombardear, numa guerra aparentemente clássica, o Daesh na Síria e no
Iraque, a coligação apenas está a criar a ilusão de que o vence. Neste momento,
a não ser pela simbologia que algumas cidades do Médio Oriente apresentam,
os territórios da Síria e do Iraque são perfeitamente secundários numa estratégia
global que passa, muito mais, pelos movimentos como o Boko Haram na Nigéria,
ou a luta tremenda entre sunitas e xiitas no Iémen.
Perdendo um território no Médio Oriente, o Daesh ilude a coligação passando
para uma estratégia muitíssimo mais difícil de combater: a multiplicidade de
pequenos estados fieis ao califado.
Neste quadro, o Daesh deverá ter plenamente noção, não só destes dois
paradigmas que domina, e das respectivas vantagens, como do facto de no da
multiplicidade, ele se tornar quase invencível. O olhar da coligação, assim como
dos mídia, apenas para o território Sírio, possibilita ao Daesh evoluir nos outros
quadros dominando, mais uma vez, a nossa reacção.
5. Potenciar tensões entre aliados
Ao colocar o centro do olhar na Síria, obrigando a mais ataques a si mesmo,
o Daesh eleva inevitavelmente a tensão entre EUA, Rússia e mesmo Europa.
Genericamente, com o arranque dos ataques mais sistemáticos contra os
territórios do Daesh na Síria e no Iraque, os terroristas obrigam a um sem número
de tomadas de posição em relação a todos os restantes jogadores e peças no
xadrez do Médio Oriente.
De uma forma mais concreta, Rússia e EUA teriam, em tempo normal, antes do
dia 13, de debater entre si as propostas de solução diferentes que cada um tem
para Assad. Contudo, a Rússia, ao agir previsivelmente sob a legitimidade do
ataque ao voo abatido sob o Sinai, belisca a EU e mesmo a NATO ao colocar-se
ao lado de França desde o primeiro momento, reagindo no terreno antes de se
criar algum consenso sobre o presidente sírio.
Por fim, a Rússia, ao estar na primeira linha dos ataques ao Daesh, pretende
manter a sua influência estratégica na região mediterrânica, estando muito
próxima da Turquia, velho membro da NATO que, até ao momento, se tem
mantido muito fora desta guerra. A consolidação da posição russa na Síria renova
a sua dimensão de potência. Isto é, o Daesh possibilitou o fim da hegemonia
norte americana nas guerras do Médio Oriente.
6. A dimensão teológica
Por fim, mas talvez o mais importante num discurso dirigido para os Muçulmanos,
temos a dimensão das consequências pretendidas no campo teológico e moral.
Os ataques não ocorrem por acaso num dia 13, uma sexta-feira. Creio que o
valor simbólico e a dimensão de superstição e de medo desse dia foi um factor
muito importante na acção.
E foi-o não apenas pelo valor simbólico antes referido, mas pela natureza dos
espaços atacados. Se no início de 2015 Paris foi atacada num símbolo da
Liberdade, um jornal satírico, nesta sexta-feira o ataque dirigiu-se, usando o
quadro bíblico, a Sodoma e a Gomorra, locais de “pecado”.
Todos os locais eram marcas da diversão, do estilo de vida europeu: futebol,
concertos, esplanadas e restaurantes. Um deles, o recinto de concertos,
albergava regularmente bandas de cariz altamente reprovável por qualquer
religioso menos tolerante, seja ele muçulmano, ou judeu ou cristão. O nome da
banda que atuava no momento do ataque reflecte muito bem o horizonte por
onde a sua música anda (Eagles of Death Metal), sendo um perfeito exemplo
daquilo que qualquer radicalista e fundamentalista de qualquer dos monoteísmos
considera totalmente pecaminoso e contra a moral definida por Deus – o bónus,
seguindo o adagiário, “cereja no topo do bolo”: os músicos eram americanos.
Ao concertar um ataque a estes locais, um estádio, um concerto e esplanadas,
o Daesh está a definir-se, para os seus adeptos, como controlador moral. O
ataque, mais que ser a cidadãos europeus, ou à França ou mesmo a Paris, foi-o
a um estilo de vida que eles consideram demoníaco; o ataque foi uma acção de
limpeza e, ao mesmo tempo, de ensino para que, muçulmanos em processo de
secularização não se deixem afastar do “bom caminho”.
Ao olhar dos membros do Daesh, não foram mortas vítimas civis como dano
colateral. Não, assumindo o papel da divindade, o Daesh executou pessoas que
cataloga como perdidas para o demónio, inimigos de Deus.
Enfim, qualquer um de nós.
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NPD côté ombre, côté soleil
abc portuscale
Si le passé est garant de l’avenir, le NPD passera les prochaines années à tenter
de convaincre les électeurs progressistes qu’ils ont lâché la proie pour l’ombre
en votant libéral.
par Chantal Hébert/actualité
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Du bureau du premier-ministre
Le premier ministre s’entretient avec
Sa Majesté la reine Elizabeth II et le
premier ministre David Cameron du
Royaume-Uni
Introduction
Le premier ministre, Justin Trudeau, a été reçu en audience par Sa
Majesté la reine Elizabeth II au palais de Buckingham. Le premier ministre
a également eu sa première rencontre bilatérale avec David Cameron,
premier ministre du Royaume-Uni.
Le premier ministre et David Cameron ont discuté d’une grande diversité
d’enjeux internationaux urgents, dont les changements climatiques, le travail
de la coalition pour contrer l’extrémisme violent et l’État islamique en Irak
et en Syrie, la situation humanitaire et en matière de sécurité en Syrie et en
Irak, les enjeux auxquels l’Europe est confrontée en matière de migration,
et la situation en Ukraine. Ils ont aussi parlé de la relation extraordinaire qui
unit leurs deux pays et des moyens à prendre pour la resserrer, notamment
par la mise en œuvre de l’Accord économique et commercial global (AECG)
entre le Canada et l’Union européenne.
Le premier ministre s’est envolé vers La Valette, à Malte, pour prendre
part à la Réunion des chefs de gouvernement du Commonwealth, qui s’a
déroulé du 27 au 29 novembre 2015.
La popularité de Thomas Mulcair pourrait être relancée une fois terminée la lune
de miel des électeurs progressistes avec Justin Trudeau. (Photo: Adrian Wyld/La
Presse Canadienne)
Le 19 octobre dernier, le Nouveau parti démocratique a remporté le deuxième
score en importance de son histoire.
Il a fait élire des députés dans toutes les provinces à l’ouest du NouveauBrunswick. Parmi les 16 rescapés québécois du scrutin, on compte plusieurs des
meilleurs éléments de la cuvée orange de 2011.
En somme, le parti est mieux équipé pour remplir le rôle d’opposition que ses
rivaux. Dans une joute oratoire, Thomas Mulcair ne ferait qu’une bouchée de la
chef intérimaire du Parti conservateur, Rona Ambrose. Contrairement au Bloc
québécois et au Parti vert, le statut de parti officiel assure au NPD une place de
choix dans tous les débats du Parlement.
À la rentrée parlementaire, le NPD aura le vaste projet de traité de libre-échange
transpacifique à se mettre sous la dent. C’est le genre de thème qui devrait
permettre aux diverses factions de la famille néo-démocrate de regarder
ensemble dans la même direction.
Voilà pour le verre à moitié plein. Dans un passé encore récent, son contenu
n’aurait pas autant laissé les néo-démocrates sur leur soif. Mais le NPD vient de
passer quatre ans à s’imaginer aux commandes de l’État. À la place, il rechausse
ses vieilles pantoufles de tiers parti et se replie dans des créneaux dont il s’était
distancé pour mieux se mettre en piste pour le pouvoir.
Face à Stephen Harper, le chef néo-démocrate avait beau jeu de sortir du
coin gauche de la patinoire pour en occuper davantage le centre. Devant un
gouvernement libéral et dans le rôle de chef de la deuxième opposition, il
disposera de moins de temps de jeu pour compter des points dans un filet moins
large.
À cela, il faut encore ajouter une relève amputée de plusieurs de ses valeurs
sûres. À première vue, personne ne pousse Thomas Mulcair vers la sortie. Mais
c’est notamment parce qu’on ne se bouscule pas au portillon de sa succession.
La vague rouge a eu raison d’une génération montante de néo-démocrates.
Des vedettes du parti aux Communes ont mordu la poussière. Le nouveau
gouvernement libéral se fera presque certainement un plaisir d’en récupérer
quelques-unes en leur offrant des postes prestigieux, dans la fonction publique
ou en diplomatie par exemple.
Si le passé est garant de l’avenir, le NPD passera les prochaines années à tenter
de convaincre les électeurs progressistes qui lui ont fait faux bond le 19 octobre
qu’ils ont lâché la proie pour l’ombre en votant libéral. Il est tout à fait possible
qu’il réussisse à en faire la démonstration. Dans deux ans, que restera-t-il de la
lune de miel du gouvernement Trudeau ?
Citations
« Je suis ravi d’avoir exprimé l’engagement du Canada à cultiver encore
davantage la relation unique que nous avons avec Sa Majesté la reine
Elizabeth II, notre souveraine, et je me réjouis à l’idée de voir Sa Majesté
prendre part à la Réunion des chefs de gouvernement du Commonwealth,
à Malte. Sa Majesté demeure une partie intégrante de notre histoire, de nos
progrès et de notre avenir, et ses années de leadership ont été primordiales
pour le succès du Commonwealth. »
– Le très honorable Justin Trudeau, premier ministre du Canada
« Le Canada et le Royaume-Uni demeurent des partenaires solides qui
partagent une histoire communes ainsi que des valeurs qui nous définissent
: la démocratie, la paix, la primauté du droit et des opportunités pour tous.
Nous sommes déterminés à favoriser la croissance économique et le
développement durable, notamment par des solutions pour nous attaquer à
la question des changements climatiques dans un monde complexe. Nous
sommes également des alliés dans la promotion de la paix et de la sécurité
internationale. J’ai hâte de collaborer avec le premier ministre Cameron,
dans un avenir prochain, pour faire progresser les objectifs des partenaires
du Commonwealth. »
– Le très honorable Justin Trudeau, premier ministre du Canada
Mais même si le retour du balancier se produisait plus tôt que tard, rien n’indique
que ce serait vers le NPD. Dans le passé, l’alternance au fédéral a toujours vu
les conservateurs succéder aux libéraux, à la faveur d’une plus grande division
du vote progressiste entre PLC et néo-démocrates.
En politique, ceux qui s’entêtent à répéter inlassablement le même comportement
arrivent rarement à des résultats différents. Dans la foulée de la victoire libérale
du 19 octobre, une éventuelle fusion PLC-NPD est improbable. Par contre, Justin
Trudeau est le premier chef libéral à vouloir réformer le système électoral. Il a
même promis de se débarrasser du système uninominal à un tour à temps pour
le scrutin de 2019.
Le NPD fédéral a longtemps prêché pour un système proportionnel mixte. Dans
le débat qui s’annonce, il ne sera pas le seul à défendre ce point de vue. Les
libéraux, pour leur part, sont plutôt partisans d’un système selon lequel l’électeur
classe les candidats par ordre de préférence. C’est une approche qui tend à
favoriser les partis centristes, comme le PLC.
Cela dit, si le dernier scrutin fédéral s’était déroulé au Québec en fonction du vote
préférentiel que privilégient les libéraux, le NPD — parce qu’il était plus souvent
le deuxième choix des électeurs aussi bien bloquistes que libéraux — aurait sans
doute été mieux placé pour remporter des sièges qu’il ne l’a été avec le système
actuel. Faute de pouvoir se faufiler entre ses adversaires plus progressistes, le
Parti conservateur, par contre, aurait été cantonné dans une petite poignée de
forteresses conservatrices.
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Repor a verdade sobre o 25 de Novembro Pires Veloso homenageado
Manuel Bernardo
Considerando o momento histórico que hoje se vive é importante recordar que
houve dois confrontos militares em sequencia dentro do 25 de Novembro. João
Cravinho in “expresso” de 31-10-2015.
O General Pires Veloso foi homenageado em Setembro passado na cidade
do Porto. Aquele que é considerado como o “vice-rei do Norte”, recebeu como
comemoração do 40º aniversário de tomada de posse como Comandante da
Região Militar do Norte, um busto em sua homenagem, no jardim da Praça da
República.
Sendo igualmente falsa a afirmação agora produzida pelo eng. João Cravinho
de que o Presidente da República se recusou a comparecer ao citado colóquio
(homenagem a Melo Antunes). Nunes Liberato, Chefe da Casa Civil do Presidente
da República in “expresso” 7-11-2015.
Tendo sido amigo e camarada de armas do irmão (já falecido) de João Cravinho,
no CISMI, em Tavira e mesmo quando esteve a comandar a Guarda Fiscal de
Olhão, nos anos 60 e 70 do século passado, sempre acompanhei o percurso
deslizante deste político que, agora acuso de revisionista da história pós-25 de
Abril.
E faço-o repescando o título do artigo que ele publicou no “Expresso” e
acima referido: “Cavaco revisionista histórico”. Além do desmentido feito pela
Presidência da República, atrás salientado, posso afirmar ser uma “monumental”
incorrecção (tal como a podia rotular de falsa) quando diz ter havido dois 25 de
Novembro e que o PCP, “na manhã desse dia deu-se por vencido e desmobilizou
de imediato as forças que lhe eram afectas”.
A cerimónia que decorreu no Quartel Militar do Norte, na Praça da República,
contou com a presença do Presidente da Câmara, Rui Moreira, e do Ministro da
Defesa Nacional, Aguiar-Branco. Entre palavras sentidas de homenagem que
louvaram a pessoa e os feitos de Pires Veloso destacaram-se palavras como
dignidade, verticalidade, rigor, orgulho, entre muitas outras.
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Não foi assim. O Partido Comunista apenas deu ordem de retirada das acções
de sublevação militar, em que estava empenhado, depois das 21H15, já com
os “Comandos” liderados por Jaime Neves a ocupar Monsanto e as antenas da
RTP recuperadas. Daí um ex-militante do PC, que participou pessoalmente nesta
operação de sublevação a afirmar que “só recebeu a ordem de desmobilização
no dia 25 às 22H00 e elementos do PCP do Tramagal ainda estarem a receber
120 espingardas automáticas G3, entregues por oficiais da Escola Prática de
Engenharia (Tancos) às 21H00”. (in “Relatório O ficial do 25 de Novembro –
Texto Integral”).
Socorrendo-me de artigo que publiquei no “Expresso” em 25-11-1995, onde
explicava ao Professor Freitas do Amaral “A verdade histórica” do 25 de
Novembro, com base naquele Relatório Oficial, lembro que “as então temidas
10/12 companhias de fuzileiros de Vale do Zebro apenas foram convencidas a
desmobilizar por Rosa Coutinho e Martins Guerreiro (enviados de Costa Gomes)
pelas 05H30/06H00 do dia 26 de Novembro”. E como se sabe esta tropa tinha
as suas ligações ao PCP.
Curiosamente nesse meu artigo também dizia ser falsa a afirmação de Freitas do
Amaral sobre Dinis de Almeida, já que este “foi um dos principais impulsionadores
dos sublevados durante todo o dia 25 e ainda em 26, antes das duas horas da
madrugada, pelo telefone e muito excitado, propõe ao 1º Tenente Ferreira da
Silva o envio de duas companhias de fuzileiros para o RALIS, de onde juntos,
arrancarão sobre Monsanto” (in “Relatório oficial”, vol. 2).
Ninguém poderá afirmar em consciência terem ocorrido dois 25 de Novembro,
pois aquilo que João Cravinho salienta em relação a Alpoim Calvão e a Jaime
Neves são “bocas” marginais em relação ao problema concreto que foi o golpe
dos para- -quedistas de Tancos (fora da cadeia hierárquica) a ocupar a maioria
das Bases Aéreas de Portugal e o contra-golpe levado a efeito pelos Comandos
da Amadora, comandados nas duas operações, Monsanto e cerco do Regimento
de Polícia Militar (RPM) na Calçada da Ajuda, na manhã do dia 26, pelo então
Comandante, Coronel Jaime Neves. Nesta, como é sabido foram os “Comandos”
recebidos a tiro pelos militares do RPM. (…)
No seu discurso, o autarca portuense salientou que, neste dia, comparecemos
a uma chamada motivados pela memória, pelo respeito e pela gratidão a Pires
Veloso, o homem que um dia foi o “vice-rei do Norte”, um homem que fez muito
pelo Porto, fez muito pelo Norte e deu muito ao seu país.
Depois das comemorações internas, foi hora de homenagear o General Pires
Veloso, com o seu busto, da autoria do escultor Rogério de Azevedo, presente
no Jardim da Praça da República, um espaço com um nome simbólico que se
adequa à figura de Pires Veloso.
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Une rafle importante contre le crime La Belgique, une nation sans Etat ?
LE MONDE |
organisé
C’est tout un coup de filet de l’UMECO. Il reste maintenant à espérer que les
tribunaux seront en mesure d’absorber les procès à venir.
par Brian Myles
Leonardo Rizzuto (à gauche) et Loris
Cavaliere au Palais de justice de
Montréal en 2008. (Photo: Graham
Hughes/La Presse Canadienne)
La rafle policière réalisée par l’Unité
mixte d’enquête sur le crime organisé
(UMECO) a frappé l’imaginaire. La
mafia, les Hells Angels et les gangs de
rue auraient mis leur expertise en commun pour gérer l’importation, la distribution
et la vente de drogue au Québec. Des gangs aux méthodes de recrutement et au
membership aux antipodes étaient capables de discuter business sans se tirer
dessus.
Stefano Sollecito (fils du mafieux Rocco Sollecito), Salvatore Cazzetta (un
membre en vue des Hells Angels), l’avocat Leonardo Rizzuto (le fils de feu Vito
Rizzuto) et Gregory Wooley (un vétéran des gangs de rue proche des Hells)
auraient joué un rôle de premier plan dans la coordination du trafic de drogue
dans la métropole, en agissant un peu comme des filiales d’une même entreprise.
L’enquête, menée conjointement par la Sûreté du Québec, la Gendarmerie royale
du Canada et le Service de police de la Ville de Montréal renfermait quelques
surprises. Un avocat lié au clan Rizzuto, Loris Cavalière, a été arrêté. Il aurait
permis que des membres du crime organisé utilisent son bureau du boulevard
Saint-Laurent comme un lieu d’échanges et de rencontres. Cette utilisation
perverse et tordue du secret professionnel par un avocat n’est pas nouvelle dans
la profession.
Autre surprise: l’ancien président des Nomads (l’escouade de guerre des Hells
Angels), Maurice Boucher, et sa fille Alexandra Mongeau, aurait comploté pour
tuer le caïd Reynald Desjardins. De sa cellule, Boucher aurait conservé le
contrôle de certains territoires de vente de stupéfiants sur lesquels aurait empiété
Desjardins (lui aussi en prison).
Outre ces deux surprises de taille, les spécialistes des affaires policières ne sont
pas étonnés de ces fréquentations entre la mafia, les Hells Angels et les leaders
des gangs de rue. Dans Des crimes presque parfaits, un article publié en janvier
2015 dans L’actualité, l’ex-enquêteur Sylvain Tremblay racontait que les policiers
avaient découvert l’existence d’une «table» autour de laquelle se réunissaient
des membres importants des Hells Angels, dont Salvatore Cazzetta, et des hauts
gradés du clan Rizzuto. Dans un restaurant mal fréquenté, ils discutaient autant
du partage des territoires de vente de drogue que de l’infiltration de l’économie
légale.
On reconnaît là l’héritage de Vito Rizzuto. Selon l’ex-parrain de la mafia, décédé
d’un cancer, la tarte des activités criminelles à Montréal était assez grande pour
que chaque groupe criminel obtienne sa part du gâteau.
Les guerres sont rares dans le monde criminel. Les Hells Angels ont décimé les
Rock Machines (devenus les Bandidos) pour prendre le contrôle de la vente de
drogue dans les années 90. Les caïds siciliens et calabrais s’entretuent depuis
près de dix ans pour prendre le contrôle de la mafia et succéder au clan Rizzuto.
Et les gangs de rue, rouges ou bleus, s’affrontent de manière épisodique pour le
contrôle d’un coin de rue ou d’un point de vente.
Mais il n’y a pas de guerre ouverte entre les principales factions. Elles ont toutes
un rôle à jouer dans l’écosystème criminel.
C’est tout un coup de filet de l’UMECO. Il reste maintenant à espérer que les
tribunaux seront en mesure d’absorber les procès à venir. Le spectre de SharQc,
un cafouillage judiciaire monumental, n’est jamais bien loin lorsqu’on parle
d’enquêtes sur le crime organisé. À première vue, il semble que l’UMECO a su
tempérer ses ambitions. L’enquête porte sur une période de trois ans seulement,
et elle vise 48 accusés.
Quand on analyse l’état des affaires d’envergure déjà devant les tribunaux, il y a
lieu d’être légèrement inquiet. Il n’y aura pas de procès avant 2019 pour l’ancien
maire de Laval Gilles Vaillancourt et ses présumés complices (arrêtés en 2012).
Pas de procès avant 2017 pour l’ex-maire de Montréal Michael Applebaum (arrêté
en 2013). Pas de procès avant 2016 pour Salvatore Cazzetta dans l’opération
«Machine» (arrêté en 2009). La liste des gros dossiers qui traînent depuis trop
longtemps dans l’appareil judiciaire devrait faire sourciller les ministres de la
Justice et de la Sécurité publique, à Québec et à Ottawa.
Dans les rues de Bruxelles, lundi 23 novembre.
Les Belges sont nos amis, nos frères. On aime leur humour, lorsque, ville morte
et métros fermés pour cause d’alerte terroriste maximale à Bruxelles, leur
dessinateur Geluck écrit : « Le kamikaze belge étonnant de lucidité : je vais
me faire sauter, une fois. » En bon jacobin, on s’étonne de la vacance régulière
du pouvoir et de leurs sept Chambres parlementaires. Et l’on admire, dans leur
capitale chaotique, leur engagement européen indéfectible.
Pourtant, alors que la traque des auteurs des attentats de Paris se poursuit, il
faut se rendre à l’évidence : au cœur de l’Europe, la sympathique Belgique est
devenue une plaque tournante du djihadisme.
Une bonne partie des terroristes de Paris et le coordinateur présumé des
attentats, Abdelhamid Abaaoud, venaient de Belgique. L’auteur de la tuerie
du Musée juif de Bruxelles, l’an dernier, le tireur désarmé du Thalys cet été,
ou, naguère, certains auteurs des attentats de Madrid (2004), sans oublier les
assassins en Afghanistan du commandant Massoud en 2001 : tous ont vécu ou
sont passés par le royaume, échappant le plus souvent au radar de ses services
de renseignement.
Base logistique du terrorisme international, la Belgique est aussi devenue un
centre d’endoctrinement et de recrutement. Rapporté à sa population, le pays
fournit le plus gros contingent des combattants européens en Syrie. Des groupes
y ont profité de la trop grande tolérance d’autorités municipales, régionales ou
fédérales surtout soucieuses de ne pas troubler la paix civile. L’islam y est financé
par des puissances étrangères, en particulier l’Arabie saoudite. Des mosquées
et des imams, bien identifiés mais rarement inquiétés, ont pu y tenir des propos
hostiles, tandis que des apprentis djihadistes se fondaient dans l’anonymat de
quartiers échappant de fait au contrôle des autorités.
Une sorte d’union nationale s’est formée
Ces rappels ne doivent pas faire oublier que, depuis quinze ans, les services
belges de l’antiterrorisme ont démantelé des réseaux, empêché des attentats
et permis des dizaines de procès. C’est en arguant de ces résultats que les
autorités du pays ont rejeté les critiques du gouvernement français, qui soulignait
les lacunes de la Belgique. Certes. Mais, même s’ils n’ont pas été les seuls,
les services belges ont échoué à déjouer des attentats fomentés en partie à
Bruxelles.
Une sorte d’union nationale, assez rare, s’est formée pour ne pas mettre en
cause la responsabilité de tel ou tel. Et pour cause : le système des coalitions
fait que, depuis l’émergence du terrorisme islamiste, à peu près toutes les
formations démocratiques ont participé au pouvoir et pourraient en être jugées
coresponsables.
Loin d’isoler la Belgique, il faut l’aider à se protéger et c’est ce que font les
services français. Mais le pays doit se ressaisir. Il aura fallu qu’il connaisse la
terrible affaire Dutroux, dans les années 1990, pour qu’il réforme enfin sa police
et sa justice. L’épreuve du terrorisme doit le conduire à renforcer sa sécurité, qui
est celle de tous les Européens, et à s’interroger – comme la France – sur ses
défaillances en matière de prévention et d’intégration.
Le pays a beau avoir retrouvé une certaine stabilité, il reste prisonnier d’un débat
institutionnel que l’on a pu trouver pittoresque mais qui tourne au tragique et qui
lui a fait perdre de vue l’importance de ses missions régaliennes. Confondant
régionalisation et efficacité, cet Etat sans nation prend le risque de devenir
progressivement une nation sans Etat.
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Tributo -
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AOS SOLDADOS DA PÁTRIA !
– «No Verão Quente, uma minoria esmagava a maioria do Povo Português.
Todos eram impotentes para a travar. [...]
Em Agosto de 1975, o Coronel Jaime Neves chamou-me e ao ‘comando’ Victor
Ribeiro, ao Regimento de Comandos, e transmitiu-nos na parada, de braço dado
connosco, as suas apreensões e as que lhe eram comunicadas por quem detinha
o poder político-militar na época, em relação à situação vivida na altura. Dizianos que aquelas entidades viam, talvez como única alternativa, possivelmente
a guerra civil.
As Unidades não tinham praticamente comando. Nenhum comandante podia
dizer, então, que uma ordem dada às suas tropas ia ser cumprida a 100%. Havia
assim a hipótese da guerra civil.
Surge o Decreto-Lei, a convidar ao regresso à efectividade do serviço militar, dos
antigos combatentes, isto é, todas as tropas especiais.
Os comandos foram os únicos que responderam. Em cerca de dez dias, fizemos
entrar no antigo Regimento de Comandos, duas companhias de convocados. A
partir daí, julgamos que apenas o Comandante do Regimento de Comandos e o
Comandante do Regimento de Cavalaria de Estremoz, poderiam afirmar poder
dar ordens a 100% e serem cumpridas.
Utilizar-se-iam aqueles que se mantinham fiéis ao 25 de Abril, à liberdade e à
democracia e que iriam para o Norte, onde a maioria do Povo ainda estava firme
e onde se tinham desenrolado as acções, já referidas neste colóquio, através
da Igreja e da vontade da maioria das gentes do Norte. Depois teríamos que
avançar para o Sul.
Lisboa, a bacia de Setúbal e parte do Sul estavam a saque da referida minoria.
Naquela situação, a missão da Associação de Comandos era ficar nesta zona de
Lisboa, fazendo acções de sabotagem em consonância e às ordens da cadeia
militar instituída e a quem estávamos ligados. Já nessa altura, a Associação de
Comandos iria ter, talvez, a parte mais gravosa do problema. E também nessa
altura dissemos presente!
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Queria recordar alguns factos históricos, de somenos importância e que as
pessoas talvez não se lembrarão:
- A entrada dos convocados no Regimento de Comandos e a sua mentalização
para poderem dar a vida pela liberdade e pela democracia.
- O fim das ADU’s no Regimento; e o 20 de Novembro, quando fomos ao AMI
e informámos o seu Comandante Brigadeiro Melo Egídio, através do nosso
Comandante Coronel Jaime Neves, que dávamos 48 horas ao Governo para
passar a exercer o seu poder político. E não me esqueço daquele nosso
Brigadeiro ter dito ao nosso Coronel, “Jaime nunca me tinha dito que tinha tanta
força”.
- A ida ao Forte de São Julião da Barra, à reunião do Conselho da Revolução,
para apoiar o então Primeiro-Ministro Almirante Pinheiro de Azevedo.
- A tentativa de aliciamento falhada dos pára-quedistas regressados de Angola,
para que entrassem no golpe.
Há outro aspecto muito importante e de que ninguém fala: a ida do material
desses pára-quedistas para o Norte.
O Coronel Jaime Neves entrou no Regimento cerca das 22 ou 23 horas, e disseme: “A PM está toda na rua a caminho do Norte, para ‘sacar’ o material dos
páras, que veio de Angola. Há que fazer qualquer coisa”. Agarrámos em 40
comandos da Companhia de Comandos 121 e fizemos parar a PM. Em paz e
em diálogo, como agora se diz... Não terá sido um diálogo de palavras, mas
suficiente para funcionar. Conseguimos que esse material fosse para a Região
Militar Norte. A PM regressou toda ao seu quartel com as G3 viradas para o ar,
quando passava junto de nós.
É também interessante recordar que, nessa noite, enquanto o Coronel Jaime
Neves andava numa viatura civil com mais dois ou três comandos, a verificar
como decorriam essas movimentações da PM, e eu me encontrava com um
Grupo de Combate junto à Presidência da República e à PM, onde dispersei
em poucos segundos uma dessas manifestações que se faziam na época, fui
chamado ao Sr. Presidente da República, que me deu ordens para retirar a
tropa. Ao que eu, respeitosamente, lhe respondi que não retiraria, sem receber
ordens do meu Comandante.»¹
¹ (José Manuel Ferreirinha de Sousa Gonçalves [29Mai1943-14Fev2009],
serviu no Ultramar em 28Mai65-11Set67 como alferes miliciano ‹comando› na
2ªCCmds; excertos da sua comunicação «Nas operações do 25 de Novembro»,
proferida na SHIP em 21Nov1995, por ocasião da comemoração promovida pela
Associação de Comandos, relativa ao 20º aniversário do «25 de Novembro»)
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Sócrates visa Belém
Por Octávio Ribeiro
O polvo tem em Sócrates o seu mais poderoso e visível tentáculo.
Enquanto mantém sob mordaça o projecto jornalístico que identificou, ainda em
S. Bento, como principal risco às suas actividades, José Sócrates continua a
sua fuga para a frente. O vergonhoso almoço de amanhã visa tomar o pulso
às franjas do PS, de onde poderá emergir o desejado apoio à sua mais recente
prova de insanidade mental: Sócrates quer ser candidato a Belém.
À boa maneira berlusconiana, populista amoral, Sócrates irá procurar o regresso
pela porta grande à vida política. Enquanto o CM continua a respeitar a injusta
decisão de que foi alvo, Sócrates pode ir promovendo a sua campanha contra a
justiça em geral e, em particular, contra a investigação que as suas más práticas
públicas motivaram.
O polvo, que nas últimas décadas se desenvolveu no pântano dos negócios
feitos com os nossos impostos, tem em José Sócrates o seu mais poderoso e
visível tentáculo. Não custa prever que, a uma eventual campanha de Sócrates
para a presidência, não faltarão meios e profissionalismo. Cá estaremos para
tudo investigar e relatar.
Nos meus bolsos... nem
pensar!!..
José Sócrates, ex-primeiro ministro de Portugal: pessoa
competente e impoluta, discursou há dias, numa Universidade
— instituição onde nunca antes entrara—e um aluno colocoulhe a questão das «luvas» que lhe teriam sido dadas.
Sócrates respondeu de forma convicta:
- Posso garantir que nestes bolsos nunca entrou um euro por
corrupção!!!
Então, do fundo da sala, outro aluno comentou:
- Com que então fatinho novo, hein?...
No peito vai-me um país
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Un village de Gaspésie a son poste d’essence Elections régionales 2015
Régionales : « Pour beaucoup, Marine Le
de l’avenir
Pen a déjà gagné »
Une station-service comptant des réservoirs souterrains, des pompes, un
équipement informatique et une caméra a été aménagée sur les lieux de l’ancien
poste d’essence du village.
Collaboration spéciale Gilles Gagné
Ma Presse/Le soleil
Marine Le Pen, tête de liste en Nord-Pas-de-Calais-Picardie, à Lille
Les 475 citoyens du village gaspésien de Saint-Elzéar regagnent leur stationservice après quatre ans de privation. Le modèle adopté, contrôlé à distance,
pourrait bien représenter la station-service rurale de l’avenir, estime son
instigateur, Marie-Louis Bourdages.
Retraité depuis quelques mois et citoyen de Saint-Elzéar, M. Bourdages a travaillé
pendant plusieurs décennies dans le secteur pétrolier en tant que propriétaire
d’une station-service et d’une entreprise de distribution d’hydrocarbures, Pétroles
C. Poirier, desservant toute la Gaspésie.
Au fil des ans, il a vu le contexte changer sérieusement dans son domaine, et
le nombre de postes d’essence péricliter de façon inquiétante, un élément qui
contribue à l’effritement des services dans les communautés rurales, comme la
fermeture des écoles, et la réduction de leur pouvoir d’attraction.
«Le calcul est simple. Une station-service qui vend 500 000 litres par année,
comme c›était le cas à Saint-Elzéar, avec une marge bénéficiaire de trois ou
quatre cents par litre, fait entre 15 000 et 20 000 $ de profits. Ce n’est pas assez
pour payer un salaire. Ce n’est pas assez pour arriver, quand on ajoute l’entretien,
le déneigement et le reste. C’est pour ça qu’on voit les stations-services être
intégrées à des gros dépanneurs. Le gaz est accessoire maintenant», explique
M. Bourdages.
S’il est accessoire en commerce, le carburant demeure crucial pour un village
d’arrière-pays comme Saint-Elzéar, qui compte deux industries forestières
regroupant 200 employés, des gens devant aller presque aussi souvent vers
l’intérieur des terres que vers une ville comme Bonaventure.
«Ça faisait des années que je pensais au concept d›une station-service
contrôlée à distance. Ça existe déjà pour les camionneurs, qui utilisent une puce
[électronique] pour payer, dans les magasins Costco. Ça n’existait pas jusqu’à
récemment dans des villages comme Saint-Elzéar. Il y en a quelques-unes au
Saguenay, propriétés de Pétroles RL», dit M. Bourdages.
Le principe est simple. Une station-service comptant des réservoirs souterrains,
des pompes, un équipement informatique et une caméra a été aménagée sur
les lieux de l’ancien poste d’essence du village. À 20 kilomètres, à Bonaventure,
une autre station-service est dotée d’écrans pour surveiller ce qui se passe à la
station jumelée, communiquer au besoin avec le client, en plus d’approuver la
transaction avant le plein de carburant.
«Le paiement se fait avec une carte de crédit, une carte de débit, ou une puce. À
la station-service de Bonaventure, on voit ce qui se passe ici. Si le client fume, si
son moteur tourne, on peut couper la pompe. Le contrôle à distance pourrait se
faire de n’importe quel bureau», précise M. Bourdages.
Le Monde
Olivier a le ton rugueux de celui qui met les pieds dans le plat. « Je dois faire quoi
: voter Saintignon ou Bertrand ? Parce que moi je suis de gauche bien sûr, mais
le seul truc qui me fasse peur, c’est que Le Pen passe ! » Les plats faits maison
circulent autour de la table basse. La discussion, ce mercredi 25 novembre,
est animée dans cet appartement chaleureux du centre de Lille. Dans le salon
de Djamila, on a beau « être de gauche, bien sûr », le doute s’est installé. Au
milieu du groupe d’une quinzaine de personnes, Pierre de Saintignon, le candidat
socialiste aux régionales en Nord-Pas-de-Calais-Picardie, tente d’expliquer
pourquoi il incarne « le vote utile ».
Les attentats de Paris du 13 novembre sont encore très présents dans les
esprits, mais la campagne reprend peu à peu. Exit les grands meetings devenus
« indécents », place aux « rencontres citoyennes ». Petits cercles, grandes
explications. Car le sondage Ipsos réalisé du 19 au 21 novembre pour France
Télévisions et Radio France, qui crédite Marine Le Pen de 41 % des voix au second
tour, contre 30 % pour Xavier Bertrand et 29 % pour Pierre de Saintignon, n’a
échappé à personne. Au premier tour, l’écart est encore plus flagrant. L’extrême
droite aurait 14 points d’avance sur Les Républicains et 20 points sur le PS.
La pause observée dans la campagne après les attentats terroristes n’a pas
bouleversé la donne. Marine Le Pen semble même avoir conforté son avance. La
présidente du FN n’a, elle, pas souhaité annuler tous ses meetings, et a repris...
(…)
Le projet de Saint-Elzéar a pris un peu plus de temps que prévu avant d’aboutir
parce que Marie-Louis Bourdages, en tant que développeur du concept, voulait
vendre préalablement son entreprise.
«Je ne voulais pas être distributeur d›essence et faire les démarches pour la
station-service contrôlée à distance. J’aurais été en conflit d›intérêts, parce qu›il
fallait aller chercher des subventions pour y arriver», dit-il.
Deux ministères, de l’Économie, de l’Innovation et des Exportations, de même
que les Affaires municipales et l’Occupation du territoire, en plus de la MRC de
Bonaventure, son centre local de développement et la municipalité de SaintElzéar, ont versé un peu plus de 200 000 $ dans le projet. Des fonds privés, dont
quelques dizaines de milliers de dollars fournis par M. Bourdages, complètent
l’initiative de 312 000 $.
Déjà, deux autres villages gaspésiens ayant perdu leur station-service, dont
Saint-François, près de Matapédia, envisagent un projet similaire.
«Au cas par cas»
«Tu ne peux développer un projet pareil s›il y a des pompes avec service autour.
La distance n’est pas déterminée pour l’octroi des permis. C’est analysé au cas
par cas», note M. Bourdages.
Elzéar Larocque, un concitoyen, est arrêté le saluer hier. «Je voulais te remercier.
Ça n›avait pas de sens aller à Bonaventure, 40 kilomètres aller-retour, pour aller
chercher de l’essence. Quand on perd un service dans un village comme le nôtre,
c’est bien difficile de le récupérer.»
11
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Carta aberta de uma muçulmana aos
portugueses
A distância entre ser muçulmano e ser extremista ou potencial terrorista é tão
frágil e vulnerável, que, a qualquer momento, o vizinho que ofereceu samussas
ou um bocado do delicioso caril no outro dia, pode ser um potencial assassino.
Sempre que inicio as aulas ou conferências, começo por uma premissa
fundamental para entender tudo o que vou dizer a seguir: NÃO SE PODE
NUNCA FALAR DE UM ISLÃO NO SINGULAR, MAS SIM, DE SOCIEDADES
AFETADAS PELO FACTO ISLÂMICO. Porque o que existe no mundo inteiro são
inúmeras e variadas as interpretações sobre o Islão, assim como inúmeras as
comunidades onde a mensagem original foi apropriada em concordância com as
práticas costumeiras consoante a tradição, língua, desenvolvimento civilizacional
e geografia dos povos convertidos.
Foi assim que comecei a estudar o Islão e as sociedades muçulmanas em
1994; a premissa transmitida pelo professor Mohamed Arkoun, que investigava
e lecionava na École Des Hautes Études de Paris, filho de família argelina
refugiada, e recipiente da distinção mais elevada concedida pela república
francesa – a Legion D’Honeur, serviu para conhecer o Islão como deve ser visto
e analisado.
A premissa enunciada serve também para perceber que o meu pensamento
nesta carta pode não representar o que muitos mais muçulmanos neste mundo,
mesmo os da mesma comunidade de fé a que pertenço, ou o que os sunitas
portugueses possam pensar.
12
E partir do princípio de que a minha opinião não deve nem pode representar
a de todo um mundo de 1,2 mil milhões de muçulmanos reflecte exactamente
uma visão fundamental de todos os muçulmanos porque contida no versículo
da sagrada escritura em que Deus diz: “Oh Humanidade! Atentai sobre o vosso
dever para com o Vosso Senhor, que Vos criou de Uma Alma apenas e dela
criou o seu par e deles fez espalhar por todo o lado uma multidão de homens
e mulheres para que vos conhecêsseis uns aos outros”. Este versículo é o que
reflete a visão pluralista e a integração da diversidade humana no Islão. Ele
revela que a partir de uma Unicidade Espiritual, a diferença se manifestou e que
é precisamente a partir da diversidade e diferença que devemos e podemos
construir uma nova ética cosmopolita*. Esta deveria ser a ética que deveria
prevalecer não só no mundo dos muçulmanos mas também no imenso mundo
fragmentado em que hoje todos vivemos.
Os trágicos e irreparáveis acontecimentos de Paris no dia 13/11, assim como
os que dois dias antes sucederam no Líbano, onde igual número de mortos
sucedeu, coincidem com um período festivo de importância universal na cultura
Hindu, que é o Diwali. Entre os dias 11 e 15 de Novembro deste ano, todo o
mundo Hindu celebra o Festival da Luz sobre as Trevas; montes de balões
iluminados são largados para o céu na aspiração da vitória da bondade espiritual
e no afastamento da escuridão espiritual. Cada balão de luz representa a luz
dentro da pessoa quando a ignorância é afastada através do entendimento e da
iluminação. Curiosamente, o evento coincidiu com a escuridão que assombrou
os homens e mulheres que na cidade das Luzes gozavam da liberdade de viver
e conviver na alta cultura que a civilização moderna conseguiu construir. Mais
um atentado terrorista abalou a Europa e fez regressar o temor, o medo de viver
livremente e em segurança nas nossas próprias casas, ruas, restaurantes, e
desfrutar dos lugares de cultura.
Quem são os autores? O auto-designado “Estado Islâmico”, o ISIS, ou o Daesh.
Uma continuação da Al-Qaeda mas com a fundação de um califado. Ele é o
fantasma que emerge desde o 11 de Setembro para assombrar todo e qualquer
muçulmano e fazer com que tenham de imediatamente agir e intervir nas redes
sociais, ou com os amigos, para como que pedir desculpa por existir. Sim, porque
a distância entre ser muçulmano e ser extremista ou potencial terrorista é tão
frágil e vulnerável, que a qualquer momento, o vizinho que ofereceu samussas
ou um bocado do delicioso caril no outro dia, pode ser um potencial assassino.
Ou o filho dele; que era tão bom rapaz e que nunca pensamos poder “fazer mal
a uma mosca”, fugiu para se juntar ao resto dos terroristas!
A minha vida, assim como, creio eu, a de todos os muçulmanos, nunca mais foi
a mesma desde o 11 de Setembro. Mas também é verdade que desde então
que ao mesmo tempo que procuro ir ao fundo das questões, da causa das
causas, fico cada vez mais convencida de que vivemos num mundo onde não
nos conhecemos efectivamente.
Este é um mundo onde todo o tipo de teoria tem espaço para florescer, para
difundir e, perigosamente, ficar impregnada. É a era do conflito de Verdades.
Aquela em que a verdade de uns se sobrepõe à de outros, e vice-versa. É o
tempo em que surgem “especialistas” de tudo o que tem que ver com o Islão ou
as sociedades religiosas, dentro e fora das religiões. É um tempo de choque de
ignorâncias. E o mais extraordinário é ver a facilidade com que nesta imensa
circulação de informação, pelos inúmeros meios tecnológicos, se promove a
desconexão, a escuridão, o confronto, e a desintegração. Um exemplo claro
e muito próximo do que digo, é o do artigo publicado no jornal Público sobre o
Estado Islâmico, a sua génese de formação e a teologia que apregoa. Encontro
nesse artigo inúmeras incongruências e incoerências e ao mesmo tempo
nenhum esforço para investigar sobre a veracidade ou congruência dos assuntos
debitados ao longo do mesmo. Trata-se de um artigo traduzido de uma revista
estrangeira. Não sabemos quem o terá inicialmente encomendado e quem
será o mecenas das “verdades” nele expostas. É que, por virtude de formação,
procuro sempre saber quem paga a quem para escrever o quê. Só para dar
um exemplo do perigo deste tipo de procedimento, é recordar que Hitler tinha
também encomendado estudos “científicos” que mostrariam a superioridade
humana de uns sobre outros. E o resultado foi o que vimos. Este é o perigo das
sociedades modernas no que respeita ao tratamento e difusão da informação.
E isto só mostra que modernidade não é forçosamente sinónimo de progresso.
O verdadeiro progresso humano passa por combater as fontes de intolerância,
alimentadas principalmente pelo medo do desconhecido, da tirania, da doença,
da violência, da escassez, e do empobrecimento. Contribuir para o melhoramento
da qualidade de vida humana promove a Esperança. E oferecer esperança
aos povos é dar o passaporte para a construção de sociedades de paz e de
dignidade humana.
Num mundo em que o diferente deixou de ser abstrato e distante, e no
qual o desafio de viver juntos é cada vez mais complicado, e onde a maior
informação pode significar menos contato e até maior confusão, é imperioso
que trabalhemos no sentido de uma nova ética cosmopolita, que não entende
apenas as diferenças, mas faz por conhecê-las, e aprender com elas, para que
olhemos para a diversidade como uma oportunidade e não como um peso.
Neste sentido, e porque vivemos um período particular onde milhões de
refugiados de guerras procuram esperança entre nós, cabe-me a mim e creio que
a todos nós recordar que ou fomos algures refugiados, ou poderemos necessitar
eventualmente noutro momento da história, de viver num lugar seguro. Como
refugiada de uma ex-colónia portuguesa, sei o que significa ter um tecto e sei o
que significou para os meus pais que tivesse acesso a educação e a um futuro
promissor. Sei o impacto positivo que teve a chegada dos “retornados” para o
impulso positivo da economia portuguesa. Portugal não pode nem deve temer
a entrada de novos refugiados. Há uma experiência de sucesso que podemos
repetir e creio que temos os recursos necessários para saber distinguir, através
da nossa intelligentsia, os que chegam para se integrar e os que não devem ficar
para dividir. Mas esse é um assunto que seguramente as nossas autoridades
saberão tratar com sabedoria e conhecimento. Assim como foram capazes de
o fazer até hoje. Como portuguesa, muçulmana e como ex-refugiada, sei que
Portugal pode ser um case-study para o resto da Europa e do mundo. E estarei
presente, certamente junto com outros especialistas na matéria, para o que
for preciso fazer para ajudar no conhecimento e na promoção de uma nova
ética cosmopolita, uma ética que promova a integração do diferente, através do
conhecimento e da dignidade humana, a partir das quais poderemos viver num
ambiente de paz e de prosperidade.
*O conceito de Nova Ética Cosmopolita é introduzido por Sua Alteza o Principe
Aga Khan e vem substituir o vulgar termo Tolerância, porque enquanto neste se
aceita o outro, mesmo que não gostemos, na nova ética cosmopolita a tolerância
vai mais longe e compromete-se não so a tolerar mas a descobrir o que a partir
da diferença se pode construir.”
Faranaz Keshavjee
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Palácio Nacional e Convento de Mafra
Palais National et Couvent de Mafra
En raison de sa magnificence, le monumental ensemble architectonique de
Mafra (palais, couvent et basilique) est le témoignage de l’opulence de la cour
de D. João V (1707-1750), le monarque qui le fit construire, et le plus importante
monument baroque portugais. Les plans ont été réalisés par Frederico Ludovice,
qui a utilisé un langage architectonique et décoratif inspiré par les modèles
italiens.
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Museu Municipal Leonel Trindade
Musées et Palais
Musée Municipal Leonel Trindade
Au-delà du noyau d’Art Sacré, qui présente la belle sculpture en ivoire de Bom Pastor, le musée
renferme une importante collection consacrée aux Linhas de Torres et une autre à l’archéologie,
où s’illustre l’orfèvrerie préhistorique et un des plus grands ensembles de «têtes» de sépultures
médiévales du pays.
Ayant été la résidence d’Été de la famille royale, le Palais possède diverses
collections d’origine portugaise, italienne et française réalisés sur commande
royale, comprenant de la peinture et de la sculpture baroque, des ornements
et des meubles sacerdotaux ainsi que des peintures murales de grands artistes
portugais, tels que Cirilo Volkmar Machado et Domingos Sequeira.
Dans la Basilique s’illustrent un ensemble de six orgues, uniques au monde, et
les deux carillons de 114 cloches - 57 sur chacune des tours, réalisés à Anvers
au XVIIIe siècle, également les plus grands au niveau mondial.
Il est indispensable de visiter la Bibliothèque
en style rocaille, située dans l’aile est du
Couvent de Mafra. Installé dans la salle
la plus noble du monument, qui avec ses
83 mètres de longueur est également
la plus grande. C’est la plus importante
Bibliothèque monastique-royale du XVIIIe
siècle, existante au Portugal. Ce sont les
moines “Arrábidos” (Ordre Arrábida) qui
aux XVIIe XIX siècles organisèrent les
40.000 précieux volumes de façon
et étrangères, imprimées aux XVIe,
XVIIe et XVIIIe siècles, dont quelques
unes sont très rares, comme les 22
incunables étrangers et 41 cartes
géographiques.
13
systématique maintenue jusqu’à nos
jours, et qui élaborèrent le catalogue
onomastique, où sont enregistrées
toutes les œuvres existantes jusqu’en
1819. Parmi cet inestimable trésor
se distinguent les œuvres nationales
ICEP
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14
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Belmonte
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Beira Baixa
Ville située sur le flan d’une colline et dominée par un beau château dont un des
murs est orné d’une belle fenêtre manuéline.
À côté du château, se trouve l’Église de Santiago, de style romano gothique, qui
représente un témoignage d’une émouvante simplicité.
Belmonte a donné le jour à Pedro Álvares Cabral, le découvreur du Brésil, en
1500.
La ville possède encore aujourd’hui une importante communauté judaïque, qui y
est installée, depuis le XVème siècle.
Aux alentours, la Tour de Centum Cellas est une curieuse construction d’origine
romaine, de deux étages, dont l’utilisation reste encore une énigme.
15
fr: je parle portugais...et vous ?
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Portugal e Timor: 500 anos demasiado Imigrante do interior
Foi na Casa da Cultura do Plateau de Montreal apresentada recentemente, uma
distantes
Lamentavelmente, em Portugal, as comemorações desta efeméride passaram
despercebidas
peça teatral da responsabilidade do Dynamo Théâtre com a colaboração de O
Bando de Palmela, cujo tema anda à volta da pobreza e dos problemas sócio
culturais e económicos da imigração.
Na origem deste tipo de espectáculos está um projecto de intervenção teatral
financeiramente suportado pelo Programa Cultura da União Europeia. No início
este programa destinava-se somente a países membros da UE. Posteriormente
tornou-se extensivo a certos países convidados como a China, o México e mais
tarde ao Canadá e Austrália. Em Montreal foi a companhia Dynamo Théâtre
escolhida que se juntou à companhia portuguesa O Bando de Palmela, para a
criação da peça a apresentar ao público, contando com o apoio do Consuladogeral de Portugal, entre vários organismos culturais.
António Prôa
Vereador da CML
Em virtude das suas origens europeias o Canadá é um país com larga experiência
no campo da imigração e daí a sua facilidade de corresponder ao tema. Por outro
lado, a associação da empresa montrealense ao grupo português de Palmela,
serviu de reforço para, com originalidade e bom humor, meter em cena uma peça
ligeira, bem estruturada e de fácil compreensão. De resto deve ser salientado o
facto de que a peça se destina a um público de idades a partir dos 8 anos.
Timor-Leste celebra neste ano os quinhentos anos da chegada dos portugueses
a Oecusse (actual enclave). Pese embora não seja possível determinar com
exactidão o ano efectivo da chegada dos primeiros navegadores e missionários,
estima-se que terão desembarcado neste território por volta de 1515.
Em Timor, os portugueses beneficiaram da abundância de sândalo (madeira
aromática de elevado valor) e posteriormente da comercialização do café,
cana-de-açúcar e algodão das plantações que introduziram. Paralelamente,
os missionários católicos portugueses promoveram a implantação da religião
católica entre os timorenses.
16
Hoje, cinco séculos depois, mesmo do outro lado do mundo, Timor-Leste conserva
bem presente a marca da passagem dos portugueses seja na arquitectura, na
cultura, nas relações familiares entre portugueses e timorenses ou na língua –
talvez o “activo estratégico” mais relevante.
Facto talvez inédito, mas seguramente muito pouco frequente, é a circunstância
de um povo, outrora colonizado, celebrar a chegada dos seus colonizadores e
cerca de cinco séculos de colonização. Esta circunstância deve merecer reflexão
e respeito.
A comemoração em Timor-Leste de cinco séculos sobre a chegada dos
portugueses a esta ilha é a prova mais evidente de estarem ultrapassadas
eventuais feridas coloniais e que se evoluiu para uma relação exemplar entre
dois povos, sem complexos e sem preconceitos.
O Governo timorense constituiu uma comissão organizadora das comemorações
dos quinhentos anos da chegada dos portugueses que promove um conjunto
extenso e diversificado de eventos de carácter cultural, desportivo e religioso que
ocorrem sobretudo em Lifau (Oecusse) e Díli durante todo o mês de Novembro.
Entre estes, destacam-se a inauguração de um monumento em Lifau e a sessão
solene de comemoração no dia 28 de Novembro.
Perante o facto histórico e o empenho de Timor-Leste na comemoração dos quinhentos
anos da chegada dos portugueses a Timor-Leste, Portugal tinha obrigação (para não
se referir o “interesse”) de corresponder em empenho e consideração.
Lamentavelmente, em Portugal, as comemorações desta efeméride passaram
despercebidas. Assim, entre os velhos complexos do ex-colonizador (que em
Timor foram ultrapassados) e a indiferença acentuada pela distância geográfica,
a representação oficial portuguesa ficou-se pela quarta figura do estado (não
há justificação para não estar o presidente da Assembleia da República),
esquece-se a possibilidade de estar presente um ex-presidente da república (por
ex. Jorge Sampaio) e em Portugal não se conhecem eventos evocativos que
correspondam, pelo menos, à importância que Timor-Leste conferiu.
Este afastamento de Timor-Leste é tanto mais estranho quando, ainda nos anos
noventa, na sequência do massacre indonésio sobre os timorenses no cemitério
de Santa Cruz, Portugal e o mundo “acordaram” para a situação dramática
de violação dos direitos humanos a que foram sujeitos os timorenses. Nessa
ocasião, mesmo longe geograficamente, todo o país se mobilizou em iniciativas
de apoio que só cessaram depois de conquistada a independência Timor-Leste
e reposto o devido respeito pelo povo de Timor.
Agora, perante o este gesto de maturidade histórica, quinhentos anos depois,
Portugal fica mais longe de Timor-Leste porque não correspondeu à aproximação
dos timorenses.
Dois personagens em palco, um que serve de contraponto enquanto vai afinando
instrumentos musicais na sua bancada e, o outro, um imigrante português
pretendente a residente em Montreal.
Habitando no sexto (e meio…sic) andar de um bloco residencial, empunhando a
sua bicicleta como meio de transporte (foi acertada a escolha da sala no Plateau
de Montreal…) o candidato (português) monologa com o público, explicando as
diligências que vai fazendo junto do Ministério da Imigração, arrastando consigo
a apresentação e explicação pertinente de cada um dos seus vizinhos, vindos de
outros quadrantes do planeta.
Como antigo professor primário, pronto a trabalhar não importa em que ofício,
ele — Nicolas Brites, português de Palmela — utiliza um giz num painel que
lhe serve de quadro preto para, à
medida que a sua exposição avança,
desenhar quadrados e rectângulos
que abre como portas de que ele tem
os puxadores, dentro das quais estão
recolhidos os outros candidatos à
imigração.
Suave, com excelente interpretação,
esta curta peça teatral falada em
Francês, é uma baía de paz que
ultrapassa o drama imigratório com
finura e harmonia.
A não perder.
Raul Mesquita
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Les offres de voyage sont telles et les prix, si accessibles, que vous trouverez
certainement une bonne occasion. Alors, pourquoi attendre ? Réservez votre vol
et vous pourrez atterrir au Portugal après deux heures à peine pour quelques
jours de repos bien mérités. Que ce soit depuis Lisbonne, Porto, Faro, les Açores
ou Madère, l’aventure vous attend…
les paysages merveilleux de la vallée du Douro. Le nord abrite également d’autres
villes à visiter comme Guimarães, Viana do Castelo ou Braga.
Funchal
À cette époque de l’année, l’esprit de Noël envahit les rues du pays qui se parent
d’illuminations et donnent de nouvelles couleurs aux centres-villes. Vous pourrez
profiter de l’occasion pour faire vos achats dans les nombreuses boutiques et
marchés, apprécier les chœurs qui entament des chants de Noël et goûter les
produits traditionnels de l’époque, comme le Bolo-rei (la galette des Rois du
Portugal), les filhós (sorte de beignets) ou les rabanadas (sorte de pain perdu). Et
une fois lancé dans la gastronomie portugaise, vous ne saurez y résister ! Que ce
soit les pâtisseries, comme le pastel de nata (petit flan dans une pâte feuilletée,
saupoudré de cannelle), ou le poisson – le meilleur du monde – vous pourrez
goûter plusieurs des ex-libris de la Diète méditerranéenne, patrimoine mondial.
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Vous pourrez aussi observer une nature sauvage au cœur du Parc National
Peneda-Gerês ou parcourir la région de Trás-os-Montes, synonyme d’authenticité
et de tradition.
Lisboa - Belém
Si vous louez une voiture, vous pourrez visiter plusieurs localités toutes proches
de Lisbonne, comme Ericeira, Peniche ou Nazaré, célèbre pour ses vagues qui
attirent des surfeurs de tous niveaux. Vous pourrez encore vous émerveiller
en contemplant les villes de Tomar, d’Alcobaça, de Batalha et de Coimbra, qui
peuvent se targuer d’un patrimoine impair, classé par l’UNESCO. Et si votre GPS
met le cap sur le sud, vous pourrez découvrir l’Alentejo : Évora, Elvas, Marvão ou
le grand lac de l’Alqueva, sont des lieux à ne pas rater.
Porto - Gaia
La ville de Porto, célèbre pour son vin homonyme et son charme caractéristique,
est dominée par le granite et par le contraste entre les monuments anciens et
l’architecture contemporaine de Serralves ou de Casa da Música. La zone entre
Ribeira (zone riveraine) et Foz (embouchure) ne vous laissera pas indifférent et
les promenades en bateau sur le fleuve sont aussi une occasion de contempler
Funchal - Férias de Natal
Et n’oublions pas Madère, qui est la carte postale par excellence des Fêtes de fin
d’année. Toute l’île se pare d’illuminations multicolores et un énorme feu d’artifice
marque l’entrée dans la nouvelle année et attire des bateaux de croisière et
des touristes du monde entier. Le climat sera également une surprise, puisque
les températures varient habituellement entre les 20º et les 25ºC, l’idéal pour
apprécier des paysages à vous couper le souffle. Il y a-t-il une meilleure façon de
commencer l’année ?
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Orlando Raimundo: “
abc portuscale
António Ferro - O Inventor do Salazarismo”
Por Maria Fernanda Pinto, Paris
Escritor e jornalista, licenciado em Ciências Políticas e Relações Internacionais,
Orlando Raimundo apresentou este ano, editado pelas Edições D. Quixote, o
seu segundo livro, cujo título é : “António Ferro - O Inventor do Salazarismo”,
biografia do homem responsável pela propaganda salazarista.
Orlando Raimundo é o investigador
independente que mais tempo
tem dedicado, nos últimos anos, à
temática cruzada da Comunicação e
à pesquisa dos universos sombrios do
Estado Novo. Nascido em Évora em
1949, frequentou o curso de História
da Faculdade de Letras de Lisboa,
licenciou-se em Ciência Política e
Relações Internacionais, pós-graduouse no ISCTE e foi bolseiro do Governo
Francês e da Fundação Gulbenkian
nos Journalistes en Europe, em Paris, e da Nihon Shinbun Kyokai, a maior
federação de editores de jornais do mundo, em Tóquio. Jornalista profissional
durante mais de três décadas, foi um dos repórteres da Revolução, cobrindo
para O Século os acontecimentos do 25 de Abril e integrando depois a equipa
redactorial do Diário Popular e a editoría de Política do Expresso. Distinguido
sete vezes com prémios nacionais de reportagem, foi colaborador do jornal SudOuest, de Bordéus, quando residiu em Paris, e correspondente em Lisboa do
Corriere della Sera, de Milão.
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Orlando Raimundo, é o investigador independente que mais tempo tem dedicado,
nos últimos anos, à temática cruzada da Comunicação e escreveu mais de uma
dezena de livros, entre os quais “A Linguagem dos Jornalistas” , “A Entrevista
no Jornalismo Contemporâneo”.
“A Última Dama do Estado Novo e
Outras Histórias do Marcelismo” que são consideradas obras de referência,
um retrato impiedoso da ditadura e dos seus dirigentes, da sua mesquinhez e do
seu pouco desenvolvimento intelectual, além do atraso económico em que ficou
Portugal, nesse período.
Falando do livro “António Ferro - O
Inventor do Salazarismo”, que chegou
às livrarias (D. Quixote) quase 60
anos depois a morte dele, Orlando
Raimundo, escreve a primeira biografia
do homem que entrevistou Hitler e
Mussolini antes de chegar ao poder, o
salazarismo em toda a sua extensão,
traçando também nesta obra um
retrato fiel à figura singular de António
Ferro, proa e o mastro do regime prófascista, que manipulava os órgãos de
Comunicação, perseguindo e excluindo
adversários, falsificando hábitos e
costumes e inventando tradições que
nunca existiram – do Galo de Barcelos
às Marchas Populares de Lisboa.
Usando (e abusando) do poder que lhe
foi criteriosamente entregue, sentando
à mesa do orçamento, intelectuais
e artistas, arquitectando com eles a
figura de um ditador messiânico num
país pobre que dança o vira e o fandango. Levou a farsa panfletária ao ponto de
comparar Salazar a «uma máquina de raciocinar», vergado ao «espectáculo» da
sua inteligência, mantendo com o ditador uma intimidade única, testemunhando
conversas privadas que nunca chegou a contar.
Orlando Raimundo, diagnostica ” o homem certo no lado errado da História”.
Livro interessante, ilustrado com várias fotos da época, extremamente criticado
por outros autores, é contudo um livro a guardar preciosamente.
Só na velhice a mesa fica repleta de ausências..
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Opinião
Voltou a felicidade
As pessoas estão mais felizes.
Por Octávio Ribeiro / CM
As pessoas estão mais felizes. Sente-se nas ruas, nas compras,
nos restaurantes cheios. Depois de quatro anos de depressão
colectiva, voltou o poderoso viagra do consumo privado. Quem não
fica satisfeito a ver o nosso Povo contente? O perigo é o mesmo de
sempre: o imenso custo da ressaca num País que não se reforma,
envelhece a galope e produz de menos para o muito que consome.
“COMPLETO” E “ACABADO”?
Durante uma recente competição linguística em Lisboa,
supostamente frequentada pelos melhores do mundo, Samdar
Balgobin, um homem da Guiana, foi o vencedor convincente e foi
ovacionado por mais de 5 minutos.
A pergunta final foi a seguinte:
Como explicar a diferença entre COMPLETO e ACABADO de
maneira fácil de entender?
Há pessoas que afirmam NÃO existir nenhuma diferença entre
COMPLETO e ACABADO.
Segue a sua resposta inteligentíssima:
Ao casar com a mulher certa, você está COMPLETO.
Ao casar com a mulher errada você está ACABADO.
E quando a mulher certa te apanha junto com a mulher errada,
você está ACABADO por COMPLETO!
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A PCSD e a França em guerra
Alexandre Reis Rodrigues
A França declarou-se em guerra contra o ISIS, depois dos ataques sofridos no
passado dia 13 de Novembro. Como declaração, faz mais sentido do que a
declaração americana de guerra ao terror, na sequência do11 de Setembro. As
guerras fazem-se contra entidades específicas, como presentemente é o caso
do ISIS - que se quer assumir como um estado e, na prática, já reúne vários dos
respectivos atributos - e não contra tácticas de guerra ou conflito, como era o
caso do terrorismo.
Esta diferença de terminologia não resulta de um erro de interpretação do lado
americano. A expressão “guerra ao terror” foi escolhida para passar a ideia de
que as acções dos EUA não se limitariam a combater a al Qaeda no Afeganistão,
como, aliás, veio a acontecer.
Envolveram uma campanha global que se foi alargando, em diferentes graus de
intensidade e dimensão, a onde quer que houvesse células activas de terrorismo
transnacional.
Ao contrário dos EUA, a França definiu um alvo concreto – o ISIS - e um objectivo
claro – a sua destruição. Aparentemente, também optou por um caminho distinto
para conseguir os apoios de que tem necessidade. Não poderia ser de outra
forma porque a situação é muito diferente, quer numa base política, quer numa
base militar.
Em termos de apoio de organizações internacionais, estando a Rússia e os
EUA já envolvidos no mesmo tipo de campanha, ambos com forças no terreno,
não seria politicamente possível recorrer à NATO. Aliás, o apoio dos EUA,
que poderia vir por essa via e que é o mais importante, está garantido numa
base bilateral com várias vantagens que não existiriam de outra forma. Evita
os inconvenientes de ter que colocar nas “mãos” da NATO a condução das
operações, o que certamente também não seria aceitável para os EUA e iria
dificultar a participação de todos os outros membros da coligação reunida por
Washington, nomeadamente os países árabes do Golfo.
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Restaria, assim, o recurso à União Europeia, cujo Tratado de Lisboa prevê duas
possibilidades: invocar a cláusula de solidariedade ou invocar a cláusula de
defesa.
A primeira – cláusula de solidariedade – consta do artigo 222º do Tratado e, no
essencial, diz o seguinte:
A União e os seus Estados-Membros actuarão em conjunto, num espírito de
solidariedade, se um Estado-Membro for alvo de um ataque terrorista ou vítima
de uma catástrofe natural ou de origem humana.
A segunda – cláusula de defesa – consta do número 7 do artigo 42º do Tratado
e, no essencial, diz o seguinte:
À luz dos factos ocorridos e das premissas atrás referidas, seria de esperar que
fosse accionada a cláusula de solidariedade – ataque terrorista – mas não foi
essa a opção do Presidente Hollande. Invocando tratar-se de um «ato de guerra
preparado e planeado de fora, com cumplicidades internas», o Presidente
invocou a cláusula de defesa. Devem ter prevalecido razões ponderosas para
escolher a opção que, aparentemente, contraria o entendimento consagrado no
Tratado de Lisboa. Não foram explicadas mas não será difícil deduzir como se
verá.
As diferenças entre as duas cláusulas são substantivas, em especial no papel
que se espera que a União Europeia desempenhe em cada caso.
No caso da cláusula de solidariedade, a União Europeia, através do Conselho,
deve coordenar a participação dos Estados-Membros na sua resposta ao
pedido de assistência daquele que se considerar vitima de um ataque terrorista
ou de uma calamidade. A base dessa coordenação deve ser a decisão adoptada
a partir de uma proposta conjunta da Comissão e da Alta Representante
para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, sob a ressalva de
que se a decisão tiver implicações no domínio da defesa, então o Conselho
tem de deliberar nos termos do nº 1 do artigo 31º do Tratado, que exige
deliberações por unanimidade. O Parlamento Europeu tem que ser informado.
Com este esquema complicado, em particular um processo de decisão que,
em termos de rapidez e garantia de coerência, dificilmente estaria à altura dos
desafios que a França enfrenta, compreende-se porque o Presidente francês
não escolheu o caminho do artigo 222º.
No caso da cláusula de defesa, o papel da União Europeia é completamente
diferente; melhor dizendo, sem rodeios, é praticamente nenhum. Embora,
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aparentemente, se tenha querido deixar uma “porta aberta” para o
desfecho contrário a acontecer um dia, o que prevalece, nesse âmbito, são os
compromissos assumidos no quadro da NATO, que continua a ser o
«fundamento da defesa colectiva e a instância apropriada para a concretizar».
Ora como esta não irá intervir na presente situação, o que resta, na prática, da
iniciativa da França é quase zero.
Quando muito, um apelo para os Estados-Membros contribuírem para o
esforço de guerra. Mas o que a França precisa com maior urgência nem é
isso. É a disponibilidade de todos para partilharem as informações disponíveis
e cooperarem na procura da que falta, o que não tem acontecido de forma
satisfatória, por exemplo, entre a França e a Bélgica.
Está visto que, quer a cláusula de solidariedade, quer a cláusula de defesa não
têm condições para serem rapidamente operacionalizadas.
Estas dificuldades eram conhecidas mas agora ficam amplamente comprovadas.
Se não quisermos dar mais argumentos aos que têm as maiores dúvidas sobre
a viabilidade de uma PCSD
«O Conselho é assistido pelo Comité Político e de Segurança, com o apoio das
estruturas desenvolvidas no âmbito da política comum de segurança e defesa
e pelo Comité referido no artigo 71º, que lhe apresentam, se for caso disso,
pareceres conjuntos» (extracto do artigo 222º do Tratado de Lisboa.
Por exemplo, no seguinte texto: «As inúmeras indefinições que cercam o conceito
e a execução da cláusula de solidariedade podem fazer com que esta padeça
de ineficácia,» em “A defesa europeia á luz do Tratado de Lisboa: a continuação
de uma dicotomia ainda não resolvida” de André Tavares Barbosa (advogado
licenciado em direito pela Universidade de S. Paulo e mestrando em RI
pela Universidade do Minho.
Se um Estado-Membro vier a ser alvo de agressão armada no seu território, os
outros Estados-Membros devem prestar-lhe auxílio e assistência por todos os
meios ao seu alcance, em conformidade com o artigo 51º da Carta das Nações
Unidas. há que estudar esta situação e tirar as respectivas ilações para
uma oportuna revisão do Tratado. E, nesse contexto, também rever a ideia
das “cooperações estruturadas permanentes” que nunca recolheram qualquer
consenso, muito menos apoio.
A nível nacional, conviria que os que continuam a não querer perceber as
interligações cada vez mais estreitas entre segurança interna e segurança
externa meditassem sobre a forma como foi caracterizado o que aconteceu em
Paris – um ataque planeado no exterior com cumplicidades internas - e na forma
como o governo reagiu ao colocar 10000 militares a patrulhar as ruas de Paris,
em apoio das forças de segurança.
A nódoa no currículo
Armando Esteves Pereira/Dir.Adj.CM
Neste Governo há muita gente competente, séria e promissora. E
saúda-se a diversidade com a chamada de pessoas de minorias
étnicas e de uma invisual para tutelar a inclusão. Ainda está longe da
revolução do novo executivo do Canadá, mas é um bom indicador,
como também é positivo o recrutamento de muitos governantes
de fora de Lisboa, do Minho ao Algarve. Mau sinal é a escolha do
secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. Num
país que cultive valores democráticos, um advogado envolvido numa
providência cautelar como a de Sócrates contra o CM nunca seria
chamado ao Governo. E teria vergonha desta nódoa no currículo.
E ele sabia do que falava!
SERIA ASSIM QUE O EÇA DIRIA...
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A Assembleia da Republica é um local que:
se for gradeado será um Jardim Zoológico,
se for murado será um presídio,
se lhe for colocada uma lona será um circo,
se lhe colocarem lanternas vermelhas será um bordel,

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