Newsletter 69
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Boletim Mensal Número 69 18 / Ago / 2004 Ambiente Macroeconômico e de Investimentos A atividade econômica no País continua sob agressiva recuperação, como demonstram os últimos indicadores da indústria e do comércio. E isso vem consolidando a opinião geral de que o PIB desse ano deva crescer próximo de 4%. Quanto ao ritmo de negócios e investimentos, as intenções das empresas vêm acompanhando o crescimento da economia interna. Investidores estrangeiros têm retornado ao País, há grandes projetos sendo deslanchados e a dinâmica de muitos setores tem exigido novos acréscimos de capacidade produtiva. Aparentemente as exportações ainda constituem o motor primário desse processo, mas já não são o único. No geral, há boas chances de que esse cenário positivo se sustente no curto prazo. Até por questões sazonais. Todavia, são imprevisíveis o alcance e a persistência dos recentes desequilíbrios no preço internacional do petróleo, sendo que isso pode até afetar a percepção dos agentes quanto à dinâmica dos juros norte-americanos. E internamente, a proximidade das eleições sempre representa riscos para o equilíbrio governista. Assim, embora a maioria das variáveis econômicas (atividade, inflação, juros, fluxos externos, contas públicas) não se insinuem problemáticas para a evolução dos negócios, há poucas garantias quanto ao seu bom desempenho também no médio prazo. Cenário Econômico PIB (PM) - Var % Inflação IPCA - Var % Taxa de Câmbio - R$/US$ Taxa de Câmbio - Var % Taxa de Juros Nominal - % Dívida Pública - % PIB Saldo Comercial - US$ Bilhões Trans. Correntes - US$ Bilhões Investimentos Diretos - US$ Bilhões 2001 1,4 7,7 2,320 18,7 17,3 52,6 2,7 -23,2 22,5 2002 1,5 12,5 3,533 52,3 19,1 55,5 13,1 -7,7 16,6 2003 0,2 9,3 2,889 -18,2 23,3 58,2 24,8 4,1 10,1 2004 (*) 3,1 3,9 7,1 7,4 3,25 12,5 16,0 57,4 57,1 29,0 30,5 6,0 6,5 10,0 2005 (*) 2,8 3,0 6,3 6,5 3,50 7,7 15,5 57,9 57,7 24,0 25,0 0,5 2,5 11,5 (*) Cenário Anterior e Cenário Atual Conjuntura de Investimentos - 16/Jul/2004 a 16/Ago/2004 Agroindústria * A Açúcar Guarani finalizou investimentos de R$ 72 m para dobrar seu processamento de cana-de-açúcar em Olímpia (SP). A ampliação inclui uma nova destilaria de álcool, equipamentos e área de plantio. A Açúcar Guarani pertence ao grupo francês Tereos (Union SDA e Béghin-Say) e conta com uma outra esmagadora de cana em Severínia, SP. * As mineiras Minasul, Cooparaíso e Capebe uniram-se à paulista Cocapc para fundar a trading Global Coffee Company. Juntas, essas cooperativas respondem por 10% da produção nacional de café. A Global Coffee terá capital de R$ 60 m, sendo R$ 30 m das cooperativas e o restante de investidores. A Cooparaíso terá 22,5% na sociedade, a Minasul 12,5%, a Capebe 6,25% e a Cocapec 8,75%. A Global Coffee Company, com sede em Varginha (MG), comercializará toda a produção das sócias nos mercados interno e externo. * A Cooxupé, uma das maiores cooperativas de café do Brasil, está investindo R$ 9 m na construção de novos silos para armazenagem. Com isso ela pretende diversificar sua atuação em direção a cereais como milho e soja. As novas unidades ficam em Alfenas e Rio Paranaíba, ambas MG. Para 2005 a Cooxupé já anunciou outro investimento de R$ 3 m para também instalar um silo em Monte Carmelo (MG). * Com investimento de US$ 20 m, o laboratório espanhol Calier e a farmacêutica mineira Hertape formaram uma joint venture para produzir medicamentos veterinários. Cada sócio terá 50% da nova empresa. O Calier vai aportar patentes, operações de importação e uma quantia não revelada de recursos. A Hertape entrará com a planta de Juatuba (MG), que será adaptada. A nova empresa vai se chamar Hertape-Calier Animal Health e atuará em toda a América Latina. * A Solae, empresa de insumos para a indústria alimentícia, está concluindo investimentos de US$ 3,9 m em sua fábrica de Esteio, RS. O empreendimento visa ampliar sua produção de proteína texturizada de soja, utilizada na fabricação de salsichas, linguiças e hambúrgueres. A Solae é uma joint venture entre a DuPont e a Bunge e tem como carro-chefe a fabricação de proteína isolada de soja, de uso na produção de bebidas e suplementos alimentares. * A japonesa Ajinomoto vai investir US$ 149 m em duas fábricas de aminoácidos no Brasil. O produto deriva do açúcar fermentado e a oferta de cana no País foi decisiva para a alocação. Uma das unidades, orçada em US$ 63 m, ficará no complexo de Limeira (SP) e produzirá aminoácidos para as áreas farmacêutica e alimentar. A outra, orçada em US$ 86 m, será construída em Pederneiras (SP) e produzirá lisina, ingrediente usado em rações de aves e suínos. A maior parte da produção das unidades deverá ser exportada. Atualmente a Ajinomoto do Brasil conta com fábricas em Limeira e Valparaíso (SP). Alimentos * A Parmalat retomou o controle de sua unidade em Itaperuna (RJ), que estava sob intervenção estadual desde fevereiro. Na época, a empresa italiana devia mais de R$ 6 milhões a fornecedores locais. Retomando a fábrica, a Parmalat pode voltar a distribuir nacionalmente a marca Glória (leite em pó e condensado). * A Camil Alimentos pretende investir R$ 10 m até meados de 2005 para modernizar três de suas 14 unidades produtivas. Com isso, a empresa deve ampliar sua produção de arroz e de feijão. Serão beneficiadas as unidades de Cuiabá (MT), Unaí (MG) e Recife (PE). A Camil também estuda implantar em 2005 sua segunda termelétrica a partir da casca de arroz, em Camaquã (RS). Em 2001 a empresa investiu R$ 5 m para instalar uma usina semelhante em Itaqui (RS). * A Ema Alimentos (Empresa Matogrossense de Alimentos) está construindo um complexo aviário (frigorífico e granjas) em Lucas do Rio Verde, MT. Os investimentos são de R$ 60 m e o complexo vai exportar metade de sua produção. Os primeiros abates estão previstos para 2005, mas a conclusão do empreendimento deve ficar para 2006. O município de Lucas de Rio Verde responde por 10% da safrinha nacional de milho, principal insumo na ração de aves. * A Sadia concluiu investimentos de R$ 29 m para aumento da capacidade produtiva de sua fábrica em Uberlândia (MG). A unidade pertencia à Granja Rezende e foi adquirida juntamente com a marca há três anos. Das 11 fábricas do Grupo Sadia, a de Uberlândia é a única capacitada a produzir linhas de perus, frangos e suínos. * A goiana Mabel está se instalando em Santa Catarina. O grupo é especializado em biscoitos e investiu R$ 51 m para construir uma fábrica em Araquari. Essa é sua primeira unidade na Região Sul, responsável por 10% do faturamento da empresa. Atualmente a Mabel conta com fábricas no RJ, MS, SP e SE, além da matriz em Goiás. * A Acopesa está iniciando suas operações em Laguna (SC), onde irá processar atum para o mercado internacional, principalmente Espanha. Foram investidos € 3 m na unidade. De Santa Catarina o atum será exportado congelado para ser transformado em conservas na Galícia. Entre as controladoras da Acopesa encontra-se a Alfageme, tradicional empresa espanhola de pescados. Bebidas * A canadense Molson e a norte-americana Coors decidiram fundir suas atividades. A operação cria o quinto maior grupo cervejeiro do mundo, com posicionamento privilegiado em mercados maduros: terceiro maior nos EUA, segundo no Reino Unido e primeiro no Canadá. No Brasil, desde 2002 a Molson controla a Kaiser, atualmente a terceira maior cervejaria local, atrás da AmBev e da Schincariol. * A Cutrale pagou R$ 15 m para ficar com 2,15% do capital da Spal. A Spal tem sede em Jundiaí (SP) e é controlada pela Coca-Cola Femsa, maior engarrafadora mundial da Coca-Cola. A Cutrale é a maior exportadora mundial de suco de laranja. A Spal utiliza suco de laranja na composição do refrigerante Fanta Laranja e é a maior cliente da Cutrale no mercado brasileiro. Varejo * Com investimentos de R$ 15 m, a Telhanorte está instalando uma loja em Sorocaba (SP). A empresa atua no varejo de materiais de construção, reformas e decoração em geral e é controlada pelo grupo francês Saint-Gobain. Atualmente a Telhanorte conta com 18 lojas. * O grupo Sonae iniciou a construção de um supermercado Big em Balneário Camboriú, SC. A unidade deverá ser inaugurada em outubro e será a quarta loja do grupo português em Santa Catarina. Mas o Sonae estuda outros dois projetos na Grande Florianópolis, devendo fechar o ano com investimentos de R$ 60 m naquele Estado, através da bandeira Big Supermercados. * A rede Rei do Mate, do setor de fast food, pretende fechar 2004 com 26 novas unidades. Dessas, 12 já foram inauguradas. A empresa hoje atua em 15 Estados com seis lojas próprias e 162 franquias. Na expansão, que mobiliza investimentos de R$ 4 m da parte dos franqueados, os shopping centers terão destaque. * A Centauro, rede de materiais esportivos, inaugurou sua segunda loja em Curitiba (PR). A empresa pertence ao grupo mineiro MG Master, que também controla a rede By Tenis. Atualmente o grupo conta com 63 lojas, cinco delas inauguradas em 2004. Nesse ano a MG Master está investindo R$ 15 m em novas unidades e mais R$ 10 m em um centro de distribuição em São Paulo, SP. * A Cutles Participações está investindo R$ 8,5 m no projeto do Pátio Barão de Duprat, shopping center na região paulistana da Rua 25 de Março. O shopping será nos moldes tradicionais, entrando em uma região dominada pelo comércio de rua. Sua primeira fase contará com 84 lojas e tem inauguração prevista para novembro. * A rede gaúcha de supermercados Zaffari vai construir um complexo comercial e empresarial na capital paulista. O centro reunirá shopping center, escritórios, centro cultural e espaço para eventos. Uma das âncoras será o próprio Supermercado Zaffari, o primeiro fora do RS. Atualmente a rede é a sétima no ranking nacional de supermercados com 26 lojas, sendo 20 unidades Zaffari e seis unidades Bourbon. Têxtil * A Teka, especializada em têxteis de cama, mesa e banho, está concluindo seu processo de reestruturação. A empresa fechou fábricas, renegociou dívidas e voltou a produzir em grande escala. Seu foco tem sido o mercado internacional. Mas para não ficar com capacidade ociosa, ela opera para terceiros, como o grupo Brasfrigo. Em 2003 a Teka fechou duas fábricas, em Passos (MG) e Sumaré (SP). * A maior fabricante de etiquetas do Brasil, a Haco, de Blumenau (SC), uniu-se à norte-americana Avery Dennison para abastecer grifes internacionais. A intenção da parceria é atuar no mercado latino-americano de selos, sendo que o primeiro contrato já foi fechado com a Levi´s. A Avery possui contas mundiais de nomes como Banana Republic, Levi's, Lee, Wal-Mart, Target e JCPenney. * A Marisol, especializada em confecção infanto-juvenil, reduziu seus investimentos nesse ano de previstos R$ 24 m para R$ 15 m. Com um cenário econômico menos favorável no início do ano, a empresa decidiu impor um menor ritmo em sua informatização e na ampliação de sua rede de lojas. Em 2005 a Marisol deverá priorizar a abertura de unidades franqueadas em relação às lojas próprias. Madeira e Papel * A fabricante de móveis Sauder está inaugurando em Uberaba (MG) sua primeira linha de produção fora dos EUA. A empresa investiu US$ 5 m na fábrica, que deverá atender toda a América do Sul. Em Uberaba a Sauder conta com uma Estação Aduaneira e com a proximidade de importantes fornecedores de madeira, como a Satipel. * A norte-americana MeadWestvaco comprou a Tilibra Produtos de Papelaria, fabricante de cadernos e agendas e distribuidora de materiais de escritório. O valor da transação não foi revelado mas, com ela, a MeadWestvaco assume a liderança no mercado brasileiro de cadernos e fichários. A MeadWestvaco é controladora da Rigesa, produtora de embalagem, papel e celulose. Em 2000 ela adquiriu a Agaprint, fabricante de embalagem do grupo Suzano. Saúde * A alemã Bayer comprou a divisão de medicamentos sem receita médica (OTC) da suíça Roche. A transação foi fechada por € 2,38 bilhões e ainda está sujeita a aprovação oficial. A nova empresa global só é superada, no ramo de OTC, pela Johnson&Johnson e pela GlaxoSmithKline (GSK). A Bayer fabrica a Aspirina e o Alka-Seltzer e está incorporando marcas como Flanax (antiinflamatório), Redoxon (vitamina C) e Supradyn (complexo vitamínico). No Brasil, a operação triplica as receitas da Bayer com medicamentos sem receita. * A Blowtex, fabricante brasileira de preservativos, está concluindo em setembro a expansão de sua unidade fabril em Alumínio (SP). No País, a empresa disputa a segunda posição com a brasileira Inal e com a norte-americana DKT, tendo a Johnson&Johnson como líder de mercado. Materiais de Construção * A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vai começar suas operações com cimento em janeiro de 2005. A empresa é a principal fabricante de aços planos do País e pretende usar a escória siderúrgica gerada em Volta Redonda (RJ) para misturar ao calcário de sua mina em Arcos (MG). As operações da unidade estão previstas para meados de 2006 e os investimentos serão de US$ 43 m, mas o local de fábrica ainda não foi definido. * O grupo francês Saint-Gobain inaugurou sua nova fábrica de peças cerâmicas no Brasil. A unidade fica em Vinhedo (SP) e recebeu investimentos de R$ 6 m. Ela vai substituir a planta de Rio Claro (SP), adquirida pelo grupo em 1999. A nova unidade servirá de base exportadora mundial da Saint-Gobain. * A Votorantim Cimentos adquiriu a Britap, empresa concreteira de Fortaleza (CE). A compra foi realizada através da Engemix e seu valor não foi revelado. A entrada da Votorantim no segmento de concretos se deu em 2002, quando comprou a Engemix e passou a deter cerca de 20% do mercado brasileiro. Embalagens * A Zaraplast, fabricante de embalagens plásticas, anunciou investimentos de US$ 52 m em Minas Gerais. Serão construídas duas unidades, em Pouso Alegre e Varginha, voltadas para a produção de embalagens flexíveis e filmes técnicos. Suas operações deverão ser iniciadas em oito meses e uma parte da produção será destinada ao mercado externo. Atualmente a Zaraplast conta com três unidades em SP e uma no RS. * A Braskem investiu R$ 25 m no Pólo Petroquímico de Camaçari (BA) para ampliar sua produção de paraxileno. O produto é utilizado na produção de PET e tem a Rhodia-Ster, fabricante de garrafas plásticas, como principal compradora no País. A Braskem, única produtora brasileira de paraxileno, teve que desenvolver uma logística complexa para abastecer a unidade da Rhodia-Ster em Paulínia (SP). A empresa também anunciou investimentos de US$ 4 m em Camaçari (BA) na área de polietileno. A resina é utilizada principalmente na indústria de embalagens para alimentos. A expansão deverá entrar em operação até junho de 2005 e seu foco será o mercado interno. A Braskem é a maior fabricante de polietileno do País. * A inglesa Rexam, maior fabricante mundial de latas de alumínio para bebidas, anunciou a desativação de sua unidade em Jacareí, SP. A planta vinha operando com baixa utilização de capacidade. No final de 2003 a Rexam adquiriu o controle da Latasa, acrescentando cinco unidades produtivas ao seu portfólio. Até então, a empresa operava uma única fábrica no Brasil, em Extrema (MG). Bens de Capital * A norte-americana Tecumseh pretende tornar o Brasil um centro global de desenvolvimento na área de motores e transmissões. Os investimentos no projeto serão de US$ 4,5 m. A Tecumseh opera nas áreas de compressores herméticos, condensadores para refrigeração, bombas, softwares industriais e motores elétricos. Sua subsidiária local, a TMT-Motoco, possui fábrica em Campo Largo (PR), nas antigas instalações da Chrysler. * A Tesla, segunda maior fabricante mundial de motores para poços artesianos, vai construir em Araraquara (SP) sua primeira unidade no Brasil. Os investimentos serão de aproximadamente U$$ 1 m, ao longo dos próximos três anos. Autopeças * A alemã Elring Klinger, fabricante de juntas de cabeçote para motores, está investindo R$ 20 m para mudar suas instalações em Piracicaba (SP). Atualmente a empresa possui 50% do mercado brasileiro de juntas de cabeçote e tem sido pressionada pelo crescimento das exportações de automóveis. A Elring Klinger também produz chapas defletoras, utilizadas no isolamento acústico e térmico automotivo. * A Behr Brasil, fabricante alemã de sistemas de refrigeração e ar-condicionado, vai investir R$ 50 m em sua fábrica de Arujá, SP. Os recursos serão empregados em 2004 e 2005 e envolvem a fabricação de novos produtos. A partir de 2005, a Behr Brasil exportará para a Ford do México e para a General Motors dos EUA. A empresa iniciou suas atividades no Brasil em 1994, quando adquiriu 50% da RCN, fabricante de radiadores. Eletrônicos * A coreana LG Eletronics está retomando seus planos de investimento no Brasil. Até o início de 2005 o grupo irá construir sua terceira fábrica em Manaus (AM), a fim de dobrar sua produção de condicionadores de ar e de aumentar sua capacidade nos segmentos de TVs e DVDs. Lá, os investimentos são estimados em US$ 30 m. A LG também pretende erguer uma segunda unidade em Taubaté (SP), onde são fabricados aparelhos celulares e monitores de computador. * A CCE está construindo uma fábrica em Manaus (AM) para produzir aparelhos celulares nos padrões CDMA e GSM a partir de 2005. O investimento chega a US$ 20 m e o projeto está sendo implementado com um parceiro sino-americano. Os planos gerais da CCE envolvem investimentos de US$ 150 m entre 2004 e 2006. * A sueca Electrolux quer ampliar sua atuação no mercado brasileiro de eletroportáteis, dominado pela Arno (da francesa SEB) e pela Walita (da holandesa Philips). Para tanto, a empresa prepara-se para investir R$ 6 m até 2005 nas áreas de floor care e light appliances. A Electrolux chegou a ficar fora do mercado local de eletroportáteis, só retomando suas operações em 2002, através de parcerias com a paranaense Britânia e a paulista Loren-Sid. Sua subsidiária brasileira tem sede em Curitiba (PR), contando com seis fábricas e destacada atuação no segmento de linha branca. Telecom * Até o final do ano a Ericsson estará investindo R$ 25 m em seu centro de hosting no Brasil. O montante já começou a ser aplicado e visa acompanhar a demanda das operadoras de telefonia móvel por serviços de gerenciamento e hospedagem de plataformas. A unidade de São Paulo é a sexta da empresa no mundo e pode vir a atender outros países da América Latina. * A Iqara Telecom, empresa do grupo inglês British Gas (controlador da Comgás), está investindo R$ 36 m para ampliar sua rede de fibras ópticas na capital paulista. Desse montante, R$ 20 m foram aplicados no primeiro semestre e R$ 16 m ainda serão alocados até o final do ano. * Com investimentos de US$ 320 m a Telemar está lançando seu primeiro satélite em parceria com a espanhola Hispasat. As duas empresas formaram a Hispamar, na qual a Telemar tem 20% de participação. Batizado de Amazonas, o novo satélite vai cobrir as Américas, a Península Ibérica, o Reino Unido e o norte da África. Com ele, a Telemar passa de cliente a concorrente da Embratel (StarOne). * E a Oi, braço de telefonia móvel da Telemar, tem planos de investir R$ 1,6 bilhão até o final de 2005. O projeto envolve a implantação de 4 mil estações radiobase e 23 centrais de comutação. A Oi atua em 16 Estados e ocupa a segunda colocação no ranking de seis: MG, SE, RN, PB, CE e AL. Um dos focos da empresa é o desenvolvimento de sinergias com a própria Telemar. Transportes * A Transpetro, empresa de logística da Petrobras, vai encomendar 22 novos navios petroleiros. O objetivo da estatal é substituir parte de sua frota, sendo que as unidades deverão ser construídas por estaleiros brasileiros. Em uma segunda etapa serão encomendados outros 20 navios, totalizando 42 embarcações previstas até 2015. Os investimentos deverão chegar a US$ 2 bilhões. * A Gol Linhas Aéreas está iniciando suas operações em mais quatro cidades: Rio Branco (AC), Porto Velho (RO), Uberlândia (MG) e Joinville (SC). Com isso, a empresa passará a atender 33 opções em 23 Estados. Recentemente a companhia aérea assinou contrato de US$ 960 m para adquirir 15 aeronaves da Boeing. * O Terminal de Contêineres do Porto de Santos (Tecon Santos), operado pela Santos Brasil, recebeu dois novos portainers, investimento que chegou a US$ 12 m. As unidades permitirão a movimentação de embarcações maiores. Mais dois portainers deverão ser recebidos em 2005, quando o terminal passará a operar treze equipamentos. Para amparar esses investimentos, a Santos Brasil também está ampliando seu pátio pavimentado e adquirindo novas pontes rolantes. * O grupo filipino ICTSI, operador do Terminal de Contêineres do Porto de Suape (PE), pretende adquirir dois portainers e dois transtainers para otimizar suas operações. O investimento será de aproximadamente US$ 18 m e se deve ao volume de operações do terminal. O Tecon Suape também está finalizando investimentos de US$ 2 m em sua estrutura física e energética. * A Camargo Corrêa pretende construir um estaleiro no Complexo Industrial e Portuário de Suape, PE. O empreendimento está orçado em US$ 170 m e focará a construção de plataformas de petróleo off-shore e navios de grande porte. As obras serão iniciadas em 2005 e suas operações estão previstas para 2007. O projeto marca a entrada da Camargo Corrêa no setor de construção naval. * A Vale do Rio Doce (CVRD) pretende investir US$ 70 m em 2005 para adquirir dois navios de contêineres. As embarcações deverão ser entregues em 2006 e ampliarão as operações da Docenave, sua subsidiária no segmento de cabotagem. A Docenave conta com 36% do transporte de contêineres do País. Recentemente a empresa assumiu a distribuição do polietileno e do polipropileno produzidos pela Ipiranga Petroquímica (IPQ) no Pólo de Triunfo, no RS. O contrato envolve operações no Brasil e no exterior e consiste em uma "quarteirização" da administração das cerca de 40 empresas que hoje trabalham para a petroquímica. Financeiro * O Citibank deverá fechar esse ano com 12 novas agências bancárias e 20 novas unidades na financeira CitiFinancial. Os investimentos da instituição para ampliar sua atuação no varejo serão de US$ 40 m. O projeto da CitiFinancial é chegar a cem lojas em cinco anos, sendo 40 unidades previstas para 2005. * O Pão de Açúcar e o Banco Itaú uniram-se para criar uma nova financeira voltada para o CDC na rede de supermercados. A Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), controladora do Pão de Açúcar, é a maior empresa brasileira de varejo; o Itaú é o segundo maior banco privado do País. A nova empresa, ainda sem nome, nascerá com capital de R$ 150 m, dividido em partes iguais. Além de sua metade no investimento, o negócio ainda custará mais R$ 380 m ao Itaú, por acesso à carteira de clientes do Pão de Açúcar. * O BankBoston tem planos de chegar a 69 agências no Brasil até o final desse ano e ampliar sua atuação junto às pequenas e médias empresas. O banco é controlado pelo Bank of America (BofA), que no final de 2003 absorveu o FleetBoston, então controlador do BankBoston. O BofA é forte no segmento varejista dos EUA e estuda uma operação mais agressiva nesse segmento também no Brasil. Serviços em Geral * A sueca IFS e a brasileira Procwork uniram-se para formar a Ifactus. A IFS atua com softwares de gestão (ERP) e a Procwork presta serviços de consultoria e implantação desse tipo de programa. O investimento de R$ 10 m será integralmente realizado pela Procworks, com a IFS entrando como fornecedora de tecnologia. O foco da Ifactus será o segmento de pequenas e médias empresas. * A Recall, empresa de gerenciamento de informações e documentos do grupo australiano Brambles, está inaugurando um centro de dados em Contagem (MG). Os investimentos foram de R$ 3 m e visam a substituição de duas unidades menores no Estado de MG. A Recall atua em 23 países. * A belgo-alemã Agfa-Gevaert vai instalar uma fábrica em Manaus (AM) para manufaturar papel fotográfico e montar minilabs. Suas operações devem se iniciar no primeiro semestre de 2005. A empresa pretende aproveitar o rápido crescimento das tecnologias digitais no setor e sua maior aposta baseia-se na montagem de minilabs digitais. Nesse segmento a Agfa enfrenta a concorrência das japonesas Noritsu e Fuji. * A alemã Messe Frankfurt assumiu os 50% de sua sócia Guazelli na Messe Frankfurt Guazelli, organizadora brasileira de feiras. A Messe Frankfurt é a segunda maior empresa global do setor e entrou no mercado brasileiro em 1997, quando investiu US$ 15 m para se associar à Guazelli. O valor da incorporação não foi revelado mas, a partir dela, a Messe Frankfurt pretende atuar nos mercados de Brasil, Argentina e México. * Com 22 salas de exibição em três estados (RJ, MG e SP), o grupo carioca Estação decidiu ampliar suas atividades. Especializado no circuito de arte (cinema independente), o Estação prevê investimentos de R$ 60 m nos próximos cinco anos para abrir 40 salas no eixo Rio-São Paulo. O grupo tem como concorrente o paulistano Cinearte, que está saindo de São Paulo e se expandindo para o Rio de Janeiro. Outros Setores * A norte-americana Alcoa, maior fabricante mundial de alumínio, definiu o primeiro item de seu programa de investimentos de quase US$ 1,5 bilhão no Brasil até 2007. Desse montante, US$ 130 m serão destinados à construção de uma nova linha de alumínio primário para a Alumar. A expansão deverá ser concluída no final de 2005 e toda a produção extra deverá ser destinada ao mercado internacional. A Alumar é uma sociedade entre a Alcoa e a anglo-australiana BHP Billinton. * O consórcio formado pela brasileira Setal Construções, pelas japonesas Marubeni e Japan Steel e pela alemã Siemens vai instalar a nova linha de lingotamento contínuo da capixaba CST. As obras começam nesse mês de agosto e deverão ser concluídas no segundo semestre de 2006. O investimento total na expansão da CST será de US$ 1,1 bilhão, o que inclui a construção de uma termelétrica. A CST é controlada pela européia Arcelor. * A Mangels pretende investir R$ 70 m até 2007 para ampliar sua produção de rodas automotivas e botijões de gás. Serão contempladas a fábrica de aços relaminados em São Bernardo do Campo (SP) e a de botijões e rodas em Três Corações (MG). A primeira produz peças para ferramentas, construção civil, utilidades domésticas e setor automotivo e ficará com cerca de R$ 35 m. A unidade de rodas, impulsionada pelas exportações, ficará com R$ 25 m. A linha de botijões de gás aplicará o restante, com a empresa devendo entrar no segmento de cilindros para GNV. * A Petrobras vai reativar seu centro de captação de álcool em Araraquara (SP). A expectativa é de que oito centros estejam em operação a partir de 2005, todos em regiões produtoras de cana. E com o crescimento da demanda externa por álcool, a empresa também avalia investir R$ 200 m para construir dutos ligando Paulínia (SP) ao terminal Olho D'Água, no Rio de Janeiro. No setor de gás, a Petrobras decidiu ficar com 40% do capital da Gasmig, distribuidora controlada pela Cemig. A aquisição será na forma de aumento de capital, sendo que os recursos serão utilizados na expansão da rede de gás em MG. Atualmente a Gasmig atua nos municípios de Belo Horizonte, Juiz de Fora e Barbacena. O valor da transação não foi revelado, mas o plano de expansão da empresa prevê investimentos de US$ 500 m até 2010, dos quais R$ 80 m nesse ano. * A holding controladora do Grupo Suzano está assumindo as participações do JP Morgan e do Citicorp na Suzano Petroquímica. Os dois bancos detinham, respectivamente, 18,3% e 4,7% das ações preferenciais da empresa. A Suzano Petroquímica controla as participações petroquímicas do Grupo Suzano, o que inclui Rio Polímeros, Polibrasil, Petroflex e Politeno. O valor da operação não foi revelado mas, com ela, além de 100% de suas ações ordinárias, a holding também passa a deter 81,58% das ações preferenciais da Suzano Petroquímica. * A francesa Oberthur Card Systems, uma da maiores fabricantes mundiais de cartões com chip, decidiu abrir uma linha de produção em Cotia, SP. A empresa normalmente conta com parceiros nos países em que produz, mas no Brasil ela vai atuar sozinha. Os principais clientes do setor são a telefonia celular GSM e os smart cards bancários. O investimento previsto pela empresa é de US$ 10 m em cinco anos. * O grupo português Pestana está inaugurando sua sexta unidade hoteleira no Brasil, o Pestana Curitiba. Na unidade foram aplicados € 7 m, valor semelhante ao destinado para o Pestana Buenos Aires, na capital argentina. No Brasil, o Grupo Pestana está presente no Rio de Janeiro, São Paulo, Angra dos Reis, Salvador e Natal. * A norte-americana Smart Modular pretende instalar uma fábrica de circuitos integrados e de módulos de memória (back end) no Brasil. Os investimentos serão de US$ 30 m ao longo de dois anos. A unidade atenderá aos mercados local e externo de microcomputadores, servidores, telefones, celulares e DVDs. A Smart possui filial em Guarulhos (SP), mas o local da nova unidade ainda não está definido. * O grupo Sílvio Santos, com 34 empresas, está entrando em novos negócios imobiliários, financeiros e na área de cosméticos. Um dos projetos será em hotelaria, onde o grupo pretende construir um resort de luxo de US$ 132 milhões no Guarujá (SP). Na área de cartões de crédito, o grupo vai investir US$ 1 m para desenvolver uma bandeira a partir da marca Panamericano, banco do grupo. Em cosméticos, o grupo pretende lançar uma marca de produtos populares, provavelmente com produção terceirizada. A BRASILPAR atua na área de Serviços Financeiros, prestando serviços envolvendo compra, venda, associação entre empresas, atração de sócios, avaliação de empresas e projetos, assim como assessoria no levantamento de recursos de longo prazo e de capital (Project Financing e Restruturação de Empresas). A BPE INVESTIMENTOS é o novo nome para as atividades das empresas: Brasilprivate Consultoria e Participações Ltda., administradora do FIRE - Fundo Mútuo de Investimentimentos em Empresas Emergentes e da Brasil Private Equity Ltda., contratada exclusiva da WestSphere do Brasil Ltda. para a administração da carteira de investimentos do South America Private Equity Growth Fund Coinvestors, L.P. no Brasil. Combinados esses dois fundos a BPE já conta com 12 investimentos em suas carteiras de participações nas seguintes empresas: Armco Staco (produtos metalurgicos para construção viária e saneamento) Autotrac (serviços de telecomunicação e rastreamento para frotas) CBE (serviços de esterilização por cobalto) Datasul (software de gestão empresarial) Getec (insumos derivados do açúcar para indústria química) Latina (fabricação de eletrodomésticos) Metalkraft (fundição e usinagem de peças em metal) Mobitel (serviços de call center) Mr. Clean (serviços de lavanderia industrial) OpenCommerce (automação comercial de serviços de varejo) Padron (fabricação de cartões eletrônicos) TendTudo (varejo de material de construção) BRASILPAR: Alberto Ortenblad Filho Antonio Carlos Molina Carla Beatriz Guimarães Ferreira João Pedro Viola Ladeira Marco Antonio Serra Mark Edward Fox Rodrigo de Barros Monzoni BPE Investimentos: [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Cláudio A. Peçanha R. Duncan Littlejohn Luis Fernando Salem Paulo Chueri www.brasilpar.com.br [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] www.bpei.com.br Tel.: (011) 3269-5200 Fax : (011) 3285-6582 O boletim NEGÓCIOS E INVESTIMENTOS é editado mensalmente pela BPE Investimentos e pela Brasilpar Serviços Financeiros Av. Paulista, 949 16º andar SP Tel: (011) 3269-5200 Fax: (011) 3285-6582. Diretores: Paulo Chueri e Antonio Carlos Molina. O cenário econômico contido neste boletim refere-se aos resultados de nossas simulações e podem ser modificados sem prévia comunicação. A BPE Investimentos e a Brasilpar não se responsabilizam pela utilização comercial ou financeira dessas previsões. Os projetos e valores de investimentos das empresas citadas nesse boletim referem-se aos divulgados nos principais meios jornalísticos. A BPE Investimentos e a Brasilpar não se responsabilizam pela veracidade dessas informações. 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