Eficiência Energética para Clubes e Venues de

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Eficiência Energética para Clubes e Venues de
Eficiência Energética para Clubes e
Venues de Pequenas e Médias
dimensões
Manual de Formação
2
Grupo Alvo
Consultores de Energia, Profissionais de Operações / de Instalações / de Produção / Técnicos, Clubes e Venues.
Esta formação é dirigida a todos os que têm interesse na gestão sustentável de energia e eficiência energética em clubes e
venues de pequena e média dimensão. Dada a diversidade da natureza do público-alvo, nem todas as secções deverão ser
relevantes para todos os grupos; contudo, tentou reunir-se neste documento um conjunto abrangente de informação que
combina a produção de eventos de música com a gestão sustentável de energia. Esperamos que o leitor venha a disseminar
o conhecimento adquirido nas suas próprias redes e junto dos seus clientes, atuando como multiplicador em toda a
indústria dos eventos de música, implementando boas práticas e criando know-how.
Índice
1. Porquê a Eficiência Energética em Clubes e Venues?
4
2. A Indústria dos Eventos de Música
5
2.1. Clubes/Venues & Carbono: os Padrões e os Benchmarks
5
2.2. Tipologia dos Clubes/Venues e o trabalho com o Setor dos Eventos de Música
7
2.3. Estrutura da Indústria
7
3. Gestão de Energia para Clubes e Venues de Médias Dimensões
9
3.1. Analise e Compreenda
9
Introdução9
Calcular manualmente: quanto custa o funcionamento dos equipamentos e eletrodomésticos …?
10
3.2. Usar a energia de forma eficiente
14
Adaptação e Otimização do Comportamento do Utilizador
14
Refrigeração16
Iluminação17
Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado (AVAC)
20
Som
22
Escritório
23
Isolamento & Melhoria da Eficiência do Edifício
24
Calafetagem24
3.3. Uso de Energia Renovável
25
3.4. Exemplos de Boas Práticas
26
4. Compromisso & Comunicação
27
4.1. Envolvimento de Stakeholders e Fornecedores de Serviços
27
4.2 Comunicação da Sustentabilidade
27
4.3 Redes Industriais
30
5. Financiamento
31
6. Ferramentas e Recursos
32
6.1. As ferramentas EE MUSIC IG Tools
32
6.2. Outras Ferramentas e Guias de Orientação Úteis
33
6.3. Sistemas de Auditorias Ambientais
35
6.4. Compensação de Carbono
36
3
1. Why Energy Efficiency in Clubs and Venues?
O fenómeno das alterações climáticas é real, faz-se sentir, e existem evidências
inequívocas de que são provocadas pelo Homem. A nossa dependência dos
combustíveis fósseis para alimentar a economia, a sociedade e a cultura é insustentável.
Lamentavelmente, a nossa reação como civilização ao maior desafio do século XXI, até
à data, tem sido insuficiente. Estamos a começar a reconhecer que para se mobilizar a
sociedade é preciso mobilizar a nossa cultura: quando falamos em construir um futuro
sustentável estamos na realidade a falar de uma mudança cultural paradigmática.
As indústrias criativas e das artes são centrais neste aspeto: elas atingem os corações e
as mentes dos públicos de todas as idades, ajudam-nos a interpretar o que não parece
fazer sentido, e dão respostas em tempos de necessidade. A música, os músicos, os
clubes/venues, e os eventos de música têm sido sempre excelentes conectores. Mas
nós precisamos de fazer mais do que apenas falar: só podemos liderar pelo
exemplo – ação atrás de ação, no dia-a-dia, todos os dias, de venue em venue, de clube
em clube, de espetáculo em espetáculo. O potencial de ganhos de eficiência energética
nesta indústria continua largamente por explorar – os estudos e trabalho desenvolvido
pela Julie’s Bicycle no Reino Unido, e pela Green Music Initiative na Alemanha, entre
outros, tem demonstrado que é possível aos clubes/venues reduzirem os seus
consumos de energia entre 5-20% apenas através de medidas sem custos ou com
investimentos muito reduzidos.
Apesar de sabermos que é muito difícil caracterizar quantitativamente a indústria da
música e que os dados estatísticos disponíveis são muito incompletos, não será
exagero afirmar que estamos perante mais de mil milhões de visitantes em concertos e
noites em clubes/venues, por ano, em toda a Europa. Os clubes/venues são pontos
centrais nas comunidades, e a cultura da música é marcada pela sua criatividade
dinâmica. A indústria da música tem agora a oportunidade de ser pioneira da transição
para um futuro energético mais eficiente e sustentável – o que num clima em mudança
e com energia a preços voláteis e crescentes só pode ser benéfico para a indústria em
si, tornando-a mais resiliente e firme no futuro.
4
2. A Indústria dos Eventos de Música
2.1. Clubes/Venues & Carbono: os Padrões e os Benchmarks
No Reino Unido, um estudo realizado em 2007 sobre a indústria da música no país (incluindo estúdios e
eventos ao vivo) concluiu que esta é responsável por uma pegada de carbono anual de cerca de 540 000
toneladas de CO2e . Deste montante estima-se que cerca de 125 000 toneladas de CO2e sejam devidas
ao consumo de energia nos cerca de 2 200 clubes/venues com licença de exploração no Reino Unido.
Desde então, a Julie’s Bicycle tem vindo a construir uma base de dados para aumentar o conhecimento
da utilização da energia e o impacte carbónico das organizações de artes e cultura. Até à data, esta base
de dados era composta maioritariamente por clubes/venues de grandes dimensões (área média útil de
pavimento = 5 000 m2), e de um número reduzido de clubes de música e bares de menores dimensões.
Dos 31 clubes/venues de música, 18 forneceram dados de consumo de electricidade e 17 forneceram
dados de consumo de gás. As emissões totais anuais destes clubes/venues de música totalizaram quase
22 000 toneladas de CO2e (16 400 t do consumo de eletricidade e 5 100 t do consumo de gás). 30% dos
clubes/venues são responsáveis por 70% desta pegada de carbono.
Tabela 1. Utilizadores das calculadoras de carbono (as ferramentas IG Tools) que são afetos a clubes/
venues de música – dimensão, energia e carbono:
Intervalo
Área do pavimento (m )
Consumo – kWh
Eletricidade anual
Total
370 - 37,636
5,000
-
1,689,000
36,748,000
500 – 4,763,000
947,000
27,523,000
30 – 2,600
750
16,400
<1 – 880
170
5,100
Gás anual
Emissões - toneladas CO2
Mediana
76,000 – 5,806,000
2
Eletricidade anual
Gás anual
Além disto, a Julie’s Bicycle construiu uma série de benchmarks para clubes/venues. Para o fazer,
baseou-se em dados de todos os tipos de clubes/venues culturais, incluindo os de música mas também
os teatros e outros, e de diferentes dimensões (desde 40 a 15 000+ lugares). Os benchmarks foram
construídos utilizando a métrica de “por m2 por ano” que é apropriada para que se possam facilmente
fazer comparações entre diferentes clubes/venues. O objetivo destes benchmarks é ajudar os edifícios
culturais a compararem os seus consumos de energia com o desempenho padrão, que é indicado pelo
respetivo benchmark.
Os Benchmarks para Clubes/Venues e Edifícios Culturais da Julie’s Bicycle, 2014
104 kWh de eletricidade por m2 por ano
111 kWh de gás por m2 por ano
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O benchmark da eletricidade baseia-se numa amostra de dados de 340 edifícios culturais, enquanto o
benchmark do gás é baseado numa amostra de dados de 292 edifícios culturais. Importa referir que o
benchmark do gás é um valor “normalizado” face às condições meteorológicas (isto é, foi ajustado à
temperatura relativa exterior ao longo de um ano) de modo que pode ser usado para comparar consumos
de gás em diferentes períodos.
1
Esta é uma estimativa conservadora. Para mais informação acerca do âmbito e da metodologia, consulte First Step: UK Music
Industry Greenhouse Gas Emissions for 2007 (Julie’s Bicycle, 2008).
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Dados do Green Club Index
Na Alemanha, o Green Club Index é um índice que já analisou o consumo de energia em 14 clubes-piloto
com capacidade entre 300 e 1 200 espetadores. Muitos dos clubes não dispõem de qualquer sistema de
aquecimento e assim sendo, a maior fonte de emissões de CO2 é o consumo de eletricidade. O consumo
de eletricidade nestes clubes foi de 28 000 a 180 000 kWh a que corresponde a emissão de 16 a 108 tCO2e.
Apenas cinco dos clubes tinham um sistema de aquecimento que funcionava a partir do consumo de gás
ou de calor de um sistema de distribuição local. O consumo de energia destes sistemas foi de 90 000 kWh
a 445 000 kWh a que corresponde a emissão de 23 tCO2e a 112 tCO2e por ano.
Os clubes que participaram no Green Club Index beneficiaram de aconselhamento de energia sem custos,
durante 12 meses, e puderam implementar uma série de medidas de poupança de energia. A maioria
destas medidas não teve custos ou teve custos muito reduzidos de implementação. No total foi
conseguida uma poupança de 200 000 kWh em eletricidade e de 20 000 kWh em calor. No conjunto,
estas poupanças traduziram-se numa redução de custos de aproximadamente 51 000 €. Além disso, cinco
dos clubes mudaram para um fornecedor de energia renovável e alguns deles conseguiram inclusivamente
contratar tarifários mais baratos. No que diz respeito ao consumo de eletricidade dos clubes que
participaram neste projeto-piloto foi identificada uma poupança potencial média de 19,4%. Alguns dos
clubes atingiram poupanças de quase 50% no consumo de eletricidade.
Figura 1: Poupanças de Eletricidade e de Custos do Green Club Index (Gráfico de cima). Colunas vermelhas: poupanças de eletricidade em 14 clubes-piloto
(eixo-x: clubes; eixo-y: poupanças de eletricidade em kWh por ano)
(Gráfico de baixo). Colunas azuis: poupanças de custos em 14 clubes-piloto
(eixo-x: clubes; eixo-y: poupanças de eletricidade em € por ano)
Poupanças de eletricidade: 2,4 a 48,4%
Poupanças de custos: 755 a 8 358 €
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2.2. Tipologia dos Clubes/Venues e o trabalho com o Setor dos Eventos
de Música
Existem muitos tipos e dimensões de clubes/venues – alguns são bares com espaços para espetáculos,
outros são espaços de utilização mista onde tanto fazem concertos como sessões de teatro ou exibem
outro tipo de espetáculos, outros estão mais dedicados aos concertos de música ao vivo e outros ainda,
especializam-se no entretenimento da noite. É frequente existirem bares ou cafés dentro dos clubes/
venues – que podem ou não pertencer ao mesmo proprietário. A maioria tem também algum tipo de
escritório, camarins, e alguns possuam inclusivamente salas para ensaio ou espaços similares.
Muitos dos clubes/venues são edifícios construídos de raiz para essa finalidade, mas também é frequente
encontrarem-se clubes/venues que usam edifícios que foram adaptados de outras utilizações como
velhas salas de teatro e de cinema ou instalações industriais e fábricas. No caso destes últimos, o desafio
da eficiência energética e da realização de intervenções de melhoria pode ser particularmente difícil
(dada a idade dos edifícios) e especialmente se o edifício está sujeito a algum tipo de proteção
patrimonial local ou nacional. Este guia é dedicado sobretudo aos clubes/venues de pequenas a médias
dimensões, com capacidade entre 50 a 3 000 pessoas.
2.3. Estrutura da Indústria
Uma das principais características da indústria dos eventos de música é a complexidade que resulta do
número elevado de redes de contactos temporários e de relações transitórias. Isto pode tornar a gestão
sustentável de energia num desafio difícil uma vez que exige uma comunicação eficaz entre vários
stakeholders, incluindo o enorme número de profissionais freelancers e os colaboradores temporários
que costumam estar envolvidos nos eventos e nas digressões.
Dependendo da dimensão da digressão, os artistas podem trazer consigo as suas próprias equipas de
produção incluindo de som, luzes, e outros colaboradores de digressão. Nas digressões menores
recorre-se às equipas da casa. Os técnicos ou engenheiros locais de som e de luzes são frequentemente
colaboradores da casa a tempo inteiro ou são freelancers a trabalhar de espetáculo em espetáculo. De
igual modo, as digressões mais pequenas recorrem mais frequentemente a equipamentos de produção da
casa como os sistemas de luzes e de PA (som), enquanto as digressões maiores geralmente levam
consigo os seus próprios equipamentos. Neste último caso, grande parte do impacte energético da
digressão é, logo à partida, consequência da forma como o espetáculo é desenhado (por exemplo, que
tipo de luzes serão usadas no palco) e não haverá muito que o clube/venue que recebe o espetáculo
possa fazer. Muitas vezes os artistas e as equipas já vêm cansados de grandes viagens e não têm
disponibilidade para fazerem alterações, ou até paciência para lidar com aspetos que não lhes sejam
familiares. O ambiente dos eventos de música é de grande tensão onde existe um prazo fixo (aquando da
abertura das portas) ao fim do qual o espetáculo tem de estar pronto a iniciar: pode por isso ser difícil
tentar introduzir novas rotinas ou fazer alterações à forma usual de como são feitas as operações – e
problemas que surgem à última da hora podem precisar de soluções que não sejam ideais sob o ponto de
vista da proteção do ambiente.
No caso específico em que os promotores são externos ao clube/venue (isto é, não são proprietários nem
gestores do próprio clube/venue), as relações e as responsabilidades em torno da sustentabilidade
ambiental podem ser frequentemente complicadas. Acontece que os promotores externos, na
generalidade, sentem que têm muito pouco controlo do edifício e portanto pouca responsabilidade, e o
proprietário do clube/venue, por sua vez, sente que tem pouco ou nenhum controlo sobre a produção e
os artistas que utilizam o seu espaço e por isso descarta-se também de quaisquer responsabilidades. É
por isso essencial que seja promovida a comunicação entre os dois acerca das expectativas e áreas de
responsabilidade, de modo a conseguir-se uma gestão eficaz da energia. Se o promotor é um utilizador
usual de um determinado clube/venue, esta tarefa torna-se mais fácil: podem estabelecer entre eles
objetivos, políticas e planos de acção comuns e a respeitar. Um ponto de partida útil é fazer-se uma lista
de todas as áreas com impacte na utilização de energia e definir-se qual a pessoa melhor posicionada
para se responsabilizar por elas.
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FIGURA 2: Esta é uma ilustração muito simplificada de alguns dos relacionamentos e das estruturas de
comunicação subjacentes aos eventos em clubes/venues. Nestes espaços há geralmente uma pessoa ou
departamento que é responsável por compras e fornecedores. Em alguns clubes/venues, o “gestor de
operações” é chamado de “gestor do clube/venue”, apoiado por “gestores de tarefas” que são
responsáveis pela correta operação dos eventos à noite. Dependendo do clube/venue e da dimensão da
equipa de colaboradores, a equipa que trabalha à noite durante os eventos pode ser completamente
diferente da equipa que trabalha durante o dia, no escritório. Os clubes/venues mais pequenos não
costumam ter um gestor de instalações dedicado: este papel pode ao invés estar distribuído entre os
vários técnicos da equipa, o gestor de operações do clube/venue, e o gestor do escritório.
Um aspeto que convém sempre ter em consideração é que muitos dos profissionais que trabalham nas
indústrias criativas têm uma formação na área das artes e humanidades. Isto significa que muitos deles
poderão sentir-se intimidados quando confrontados com dados sobre energia e por isso é tão importante
ultrapassar o preconceito de que a eficiência energética é um processo altamente técnico.
A implementação de medidas de poupança de energia é muito frequentemente levada a cabo por uma
única pessoa (que pode ser o gestor do clube/venue, o gestor das instalações ou o administradorgerente). Poupanças de energia significativas só poderão ser conseguidas se estes responsáveis
assumirem este papel e deterem cargos executivos.
ZONA PARA O PÚBLICO vs BASTIDORES vs PALCO
A “Zona para o Público” é constituída pelos espaços do clube/venue que estão abertos ao público. Isto
inclui o espaço dos espetáculos bem como áreas como a bilheteira, os bares, etc. Os “Bastidores” são as
áreas do clube/venue reservadas aos artistas e às suas equipas e onde se localizam muitas vezes os
camarins e os escritórios. O “Palco” é o espaço onde decorre o espetáculo.
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3. Gestão de Energia para Clubes e Venues de Médias Dimensões
3.1. Analise e Compreenda
Introdução
Constata-se que devido à falta de meios e conhecimento, a maioria dos clubes e venues não estarão
atualmente a medir e a monitorizar o seu consumo de energia. Previamente à realização de acções com
vista à redução do consumo de energia num clube/venue é fundamental medir e registar o consumo
energético no presente e, idealmente, analisar o consumo histórico. Não é possível gerir o que não é
medido. Os dados históricos de consumos podem ajudar a estabelecer uma referência a partir da qual se
pode trabalhar, ter uma ideia de quais poderão ser as metas práticas e as reduções na utilização de
energia a ser atingidas, e para avaliar o desempenho futuro e o sucesso das intervenções que se vierem a
realizar.
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••
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Obtenha os dados do histórico de consumos a partir das faturas de energia (ou peça-os aos seus
fornecedores, se necessário), ou de quaisquer ferramentas que possam já estar instaladas e a
registar leituras dos contadores de energia.
Trabalhe em conjunto com os colaboradores do clube/venue de modo a implementarem um sistema
que monitorize o consumo de energia no presente e no futuro.
Aponte dois ou três trabalhadores como responsáveis por se certificarem de que o consumo de
energia é regularmente registado – estas pessoas podem ser o gestor das instalações/do escritório,
o gestor do clube/venue ou o gestor financeiro.
Os contadores podem ser verificados e os dados recolhidos manualmente, por exemplo numa folha de
cálculo (spreadsheet). A vantagem é que é possível levar adiante estas leituras e registos. A desvantagem
é que a quantidade e tipo de informações e indicadores que se conseguem obter desta forma, está
limitada à capacidade de cálculo e análise das folhas de cálculo, tornando assim mais difícil o trabalho de
reporte, partilha, comunicação e comparação, a longo prazo.
Alternativamente as leituras manuais dos contadores podem ser inseridas num software analítico. A
vantagem destas ferramentas é que são desenvolvidas para fornecer informações específicas a respeito
do uso de energia, e podem recorrer a gráficos úteis para partilhar com os trabalhadores e stakeholders,
assim como uma forma funcional para armazenar e compartilhar os dados a longo prazo.
Se no local existir um sistema de Leitura Automática do Contador, isto é, um sistema AMR (Automatic
Meter Reading) ou um Medidor Inteligente (consulte o seu fornecedor de energia), então as leituras dos
contadores serão recolhidas automaticamente para monitorização e potenciais análises. Confirme se o
seu fornecedor de energia disponibiliza algum software para que os clientes possam analisar os seus
consumos. Em alternativa, deverá poder ter acesso aos dados base dos seus consumos, que poderá
importar para outro software à sua escolha. No caso de o clube/venue pertencer a uma grande
organização, como por exemplo uma autoridade local ou uma universidade, este tipo de ferramentas
possivelmente já existem no local, e consequentemente terá à disposição dados e análises para consulta.
Os dados de energia só apresentam realmente um significativo quando enquadrados num contexto. O
tipo de análises e indicadores que são possíveis elaborar sobre a forma como é utilizada a energia num
edifício ao longo do tempo, depende do nível de detalhe não só dos dados energéticos recolhidos e
medidos, mas também do tipo de utilização do edifício. Por exemplo, se apenas existirem dados mensais
de consumo de energia, então deve também haver um registo mensal do número de espectáculos,
número de dias abertos versus dias fechados, número de dias de escritório, etc.. Se existirem mais dados
disponíveis sobre os consumos energéticos, então pode fazer-se uma análise mais detalhada,
nomeadamente quais os espaços que foram utilizados, quando e para que efeito, quando estiveram
abertos cafés ou bares no local, etc. Além disso, tome nota de quaisquer outros fatores que podem ter
contribuído para mudanças no uso de energia no clube/venue (indicando as datas!), por exemplo,
eventuais substituições de grandes equipamentos de consumo de energia.
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Este tipo de informação também é útil para planeamento futuro: só é possível determinar qual o período
mais eficiente para ter as luzes, aquecimento e ventilação ligadas ou desligadas, se se souber quais os
espaços que estarão a ser usados e quando. Isto poderá tornar-se complicado em clubes/venues com
salas extra para ensaios de artistas, camarins, etc. Nestas situações deve entrar-se em contacto com as
pessoas chave para obter a grelha completa dos horários e ocupação do local.
Calcular manualmente: quanto custa o funcionamento dos
equipamentos e eletrodomésticos …?
Aprender sobre quanto custa o nosso uso da energia é fundamental para percebermos como poderemos
usar menos e consequentemente poupar dinheiro. Para ilustrar isto, a tabela seguinte mostra quanto
custa o funcionamento de um número variável de equipamentos e eletrodomésicos durante um certo
período de tempo. Pode ser você mesmo a fazer estes cálculos se souber qual o custo de unidade de
eletricidade que paga (kWh / kilo Watt hour). É também necessário que saiba qual é a potência do seu
equipamento ou eletrodoméstico – normalmente este valor encontra-se na placa das características
técnicas, na parte de trás ou inferior – e deve ter uma máquina calculadora à mão.
Radiador elétrico a óleo
2000 Watts (2 kW)
Tostadeira elétrica
700 - 760 Watts (0,7 – 0,76 kW)
Por exemplo, se o rótulo do equipamento indicar uma potência de 2 kW, então após uma hora de
funcionamento ele vai consumir 2 kWh. Se o rótulo estiver em Watts, é mais fácil converter para kW: 1
kW são 1000 Watts.
A fórmula utilizada é:
[Watts ÷ 1000 (para converter em kW)] x minutos de utilização ÷ 60 = consumo
Multiplica-se o valor obtido do consumo pelo custo da unidade (ex: € 0,20):
Consumo x Custo da Unidade = Custo
Por exemplo, caso este radiador esteja a funcionar durante 1,5 hora, o cálculo será:
2000 ÷ 1000 x 90 ÷ 60 = 3 kWh x € 0,20 = € 0,60
Assim, o custo deste radiador a funcionar em 1,5 hora é € 0,60! Se for utilizado 1,5 horas todos os dias da
semana irá custar € 4,20; e € 18,60 por mês.
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Mais exemplos:
Equipamentos e Eletrodomésticos
Tempo de funcionamento
Consumo
Custo aproximado
(kWh)
(at 20 cents per kWh)
Máquila de lavar louça (1,05 kW) – Classe A
Carga máxima 30 minutos lavagem rápida
0.525
10.5 cents
Microondas (0,75 kW)
30 minutos
0.375
7.5 cents
Grelhador elétrico (3,4 kW)
Nível de calor médio30 minutos
1.7
34 cents
Frigorífico: tamanho médio (Classe A) (1 kW/dia)
24 horas
1
20 cents
Congelador: tamanho médio (Classe A) (1,35 kW/dia)
24 horas
1.35
27 cents
Lâmpada económica (11 Watts)
50 horas
0.55
11 cents
Lâmpada convencional (60 Watts)
50 horas
3
60 cents
Projetor c/ lâmpada LED(135 Watts)
4 horas
0.54
11 cents
2.4
48 cents
Projetor c/ lâmpada de descarga de vapor de mercúrio 4 hours
a alta pressão (600 Watts)
Medição e Monitorização
O uso de contadores adicionais (temporários ou permanentes) pode providenciar mais detalhes sobre
como a energia está a ser utilizada e identificar onde se podem alcançar poupanças adicionais. Os
equipamentos de monitorização que registem e analisem os dados dos contadores podem simplificar
este processo.
Se for possível, aumente o intervalo e o âmbito das medições dos contadores e sub-contadores existentes
no clube/venue. Consequentemente irá permitir identificar mais problemas ou anomalias.
A prioridade é focar em equipamentos e circuitos que habitualmente representam os maiores consumos
de energia, tais como caldeiras, chillers, bombas e iluminação antiga, ou focar em zonas em que haja
incerteza sobre o que é que os contadores e circuitos abrangem. Os contadores de eletricidade são mais
fáceis e mais baratos de instalar comparando com os contadores que medem diretamente gás e sistemas
de aquecimento e arrefecimento.
Uma monitorização mais detalhada irá ajudar a identificar problemas, tais como: operações inesperadas,
equipamentos ineficientes, aquecimento e arrefecimento simultâneo, caldeiras ou chillers a alternar
frequentemente de forma ineficiente entre ON/OFF ("ciclo").
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Contadores portáteis
Os contadores portáteis de energia elétrica, especialmente aqueles que podem registar
o consumo de energia ao longo do tempo, são muito úteis para identificar como é que os
circuitos ou os equipamentos utilizam a respetiva energia elétrica. Deve ser assegurado que
são cumpridos os procedimentos de segurança no uso dos contadores portáteis. A utilização
prévia dos contadores portáteis pode ser uma boa ajuda para definir a localização de subcontadores permanentes.
Sub-contadores permanentes
Caso actualmente não esteja a utilizar nenhum sub-contador, ou quase nenhum, então a
instalação adicional de sub-contadores permanentes pode ser apropriada para obter dados
detalhados ao longo do tempo.
Monitorizadores de energia
Existe uma variada gama de equipamentos e softwares disponíveis que permitem obter os
dados directamente e/ou através de contadores existentes, e que, em seguida, analisam e
apresentam os dados de forma a identificar como a energia está a ser usada e onde podem
existir oportunidades poupança. Alguns exemplos incluem Wattson, Owl e Efergy.
"Contadores inteligentes" são um tipo de contador que fornece informação em 2 sentidos
– os contadores enviam automaticamente as leituras dos contadores eletrónicos para o
fornecedor, e geralmente têm um monitor que exibe informação em tempo real sobre o seu
consumo de energia no local, e o custo.
Em alguns países da UE, o governo está a impulsionar a instalação de contadores
inteligentes através dos fornecedores de energia locais, como parte integrante dos seus
compromissos com a eficiência energética. Averigue com o seu fornecedor de energia se
isto se aplica no local onde se situa o seu clube/venue, em caso afirmativo, tente saber
quando serão instalados e que tipo de funcionalidades estarão disponíveis. Os contadores
inteligentes custam aproximadamente entre € 50 a € 300+ para um contador/sistema
individual, dependendo da sua complexidade.
"Pontos Críticos" identificados através da recolha de dados
Uma vez terminada a recolha dos dados e a análise dos padrões de utilização, deverá ser possível
identificar mais facilmente os padrões de consumo e os “pontos críticos” sobre a utilização de energia no
clube/venue. Por exemplo, em períodos de inactividade em que não ocorrem eventos e quando o clube/
venue está encerrado, qual é o valor base típico de consumo de energia? Existem momentos em que este
valor base é ultrapassado?
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Se, tendo em conta o contexto do consumo energético típico do clube/venue, existirem picos de
consumo não identificados, então uma investigação detalhada do que poderá ter gerado essa situação
pode permitir que sejam desvendadas situações críticas que podem ser resolvidas facilmente. Por
exemplo, trabalhadores que deixam as luzes acesas por longos períodos quando o edifício está
desocupado, bem como equipamentos de aquecimento/arrefecimento ligados quando não são
necessários. De uma forma geral, após análise dos dados e padrões de consumo, deve ser capaz de:
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Entender se o consumo tem vindo a aumentar ou a diminuir;
Identificar os picos (positivos e negativos) em diferentes períodos de tempo, como por exemplo, dia
vs noite, dias úteis vs fins de semana, mês a mês, época após época, alta vs baixa atividade;
É necessário identificar a demanda de energia durante os espectáculos/atuações, em dias de
espectáculo, em dias de apenas trabalho de escritório, em dias de apenas serviço de café (caso seja
aplicável), e durante os períodos de encerramento;
Ter em conta o impacte de mudanças no clima vs ações tomadas ou investimentos feitos no edifício;
Registar todas as outras variáveis específicas do funcionamento do clube/venue que possam afectar
o consumo de energia (tais como alterações temporárias no horário de funcionamento, novos
equipamentos de restauração/catering);
Dependendo do nível de monitorização instalado e de sub-contadores existentes, identifique quais
os equipamentos/processos que estão a fazer uma demanda contínua de energia, incluindo as
demandas durante período nocturno;
Identificar qual a base de energia necessária durante a noite no edifício. Também será útil
monitorizar o uso de energia durante o Natal ou noutro período em que o edifício se encontre
encerrado (se aplicável), a fim de obter um valor de referência real sobre a quantidade de energia
que é consumida no edifício quando este está desocupado ou com uma ocupação mínima;
A fim de avaliar o consumo em ”standby”, é preciso registar pelo menos três leituras do contador. As
três leituras devem, idealmente, ser feitas no prazo de 18 a 30 horas: a primeira após o clube/venue
encerrar a seguir a um evento, a segunda no dia seguinte antes de abrir, e a terceira quando o clube/
venue encerrar novamente;
Controlar os custos com as faturas de energia;
Controlar as emissões de carbono – pode utilizar as ferramentas EE MUSIC IG Tools para calcular e
controlar, mensalmente ou anualmente, a pegada de carbono referente ao consumo de energia do
clube/venue (assim como de outras áreas de impacte não energéticas, como resíduos, água e
viagens);
Comparar o consumo de energia do clube/venue face a outros, ou face a valores de referência
(benchmarks) relevantes. Podem ser usados como termo de comparação, os dados e parâmetros de
referência do capítulo 2.1 deste manual;
Caso existam no local instalações de produção de eletricidade a partir de fontes de energia
renováveis, mantenha o controle sobre a quanta energia é produzida no clube/venue. Desta forma
poderá ter uma melhor compreensão da produção e utilização de energia. Tipicamente, o clube/
venue receberá o pagamento de uma tarifa de venda por cada unidade de energia renovável
produzida e exportada para a rede. Existem normalmente duas tarifas distintas. 1) Exportação
completa: vender toda a energia elétrica produzida pelos sistemas fotovoltaicos OU 2) Exportação
parcial: vender apenas a parcela de eletricidade produzida que não é consumida no local, ou seja, a
eletricidade produzida em excesso para consumo. Dependendo dos padrões de consumo do clube/
venue, a Opção 1 ou 2 pode ser a mais indicada. Para obter mais detalhes sobre as tarifas de venda
aplicáveis deve entrar em contacto com o seu fornecedor de energia ou a agência de energia em
local ou nacional.
3.2. Usar a energia de forma eficiente
Através do estudo piloto realizado, o Green Club Index constatou que nos pequenos e médios clubes/
venues existe um potencial de poupança entre 10% a 20% de energia através da implementação de
medidas de custo reduzido ou mesmo sem custos (maioritariamente poupança de eletricidade).
O trabalho desenvolvido pela Julie’s Bicycle identificou que a maioria dos clubes/venues pode
anualmente poupar energia entre 5 a 15%, consecutivamente durante vários anos, através de medidas de
baixo custo ou mesmo sem custos.
Esta informação é muito importante, em primeiro lugar porque os clubes/venues de pequenas dimensões
geralmente têm pequenas margens de lucro, e consequentemente não têm capacidade para investir em
medidas caras de eficiência energética. Em segundo lugar, porque o planeamento a prazo de um pequeno
clube/venue normalmente não vai além de alguns meses. Daí que as medidas de poupança de energia
que apresentem um investimento de rápido retorno são as mais atrativas. Por último, alguns clubes/
venues não são os proprietários dos edifícios onde estão inseridos, mas sim arrendatários, e portanto não
existe incentivo para fazerem grandes investimentos.
Cada clube/venue é único, e assim deve ser o sistema de gestão de energia de cada um: feito à medida!
No entanto, a experiência obtida com os estudos piloto da Julie’s Bicycle e do Green Club Index permite
identificar que existem “pontos críticos” comuns à generalidade dos clubes/venues, nos quais se deve
apostar quando se tenta melhorar o nível da eficiência energética. Os pontos críticos mais relevantes
encontram-se listados de seguida:
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Adaptação e otimização do comportamento do utilizador
Refrigeração
Iluminação (no palco e na parte da frente: a zona do clube/venue aberta ao público)
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado (AVAC)
Sistema de Som
Escritório e equipamento de informática
Isolamento
Adaptação e Otimização do Comportamento do Utilizador
A medida mais importante para reduzir o consumo de energia em clubes/venues de pequena a média
dimensão é a alteração de comportamento. Quase sempre as medidas de alteração de comportamento
não têm custos e como tal são bastante atrativas para a maioria dos proprietários dos clubes/venues.
Implementar uma rotina de controlo de energia:
Defina claramente as responsabilidades sobre as questões de energia relevantes. Proponha ações e
responsabilidades específicas para cada departamento, que sejam relevantes para as suas funções,
como por exemplo, monitorização de energia, planeamento de reporte, ou um procedimento de
rotina de “ligar e desligar” para os camarins;
Estabeleça uma rotina de “desligar” e envolva a equipa;
Defina um plano para a otimização correta do aquecimento, ventilação e ar condicionado, etc., com
base nos dados e análise do consumo de energia do clube/venue realizado no capítulo 3.1 (para mais
informações consulte mais à frente as secções sobre aquecimento, ventilação e ar condicionado/
AVAC). Utilize interruptores horários sempre que possível, e eleja uma pessoa responsável por
verificar periodicamente o bom funcionamento destes, nomeadamente se as definições horárias
estão adequadas à ocupação e utilização do clube/venue (ver secção sobre AVAC). Caso contrário,
elabore um plano para o ajuste manual do controlo dos equipamentos, e defina claramente as
responsabilidades dos trabalhadores;
Controlo contínuo do consumo de energia através de registos de medição e monitorização;
Elabore uma política energética interna e transmita-a à sua equipa e fornecedores.
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Pode demorar algum tempo a implementar novas rotinas e procedimentos que resultem na mudança de
maus hábitos antigos, para além de que esta introdução de novos procedimentos pelos gestores do
clube/venue pode ser uma fonte de conflito com os seus trabalhadores. Mas o envolvimento dos
trabalhadores é fundamental para a implementação de alterações - sem o apoio dos trabalhadores, as
decisões da direcção não serão bem-sucedidas. Os trabalhadores do clube/venue devem ser consultados
antes, durante e depois de qualquer mudança ser feita, de forma a assegurar que as novas ideias são bem
recebidas e que fortalecem a cooperação entre as partes dentro do clube/venue.
Recomenda-se definir períodos experimentais para as novas rotinas ou alteração de configurações.
Os trabalhadores experienciam diretamente os impactes dos sistemas de gestão de energia (formal ou
informal) instalados, portanto é crucial e necessário ter em consideração as suas percepções das
situações, tais como, as sensações de conforto com a temperatura atual, ventilação, níveis de iluminação,
práticas e hábitos de trabalho e como interagem com os sistemas do edifício (mas, por exemplo, os
ocupantes não notam geralmente uma diferença de temperatura de 2 a 3 graus Celsius).
A recolha de opinião dos trabalhadores pode ser feita através de um questionário online seguido de uma
discussão, ou através de conversas informais. Esta informação, combinada com a análise energética do
clube/venue, resultante das medições e monitorização, é suficiente para pôr em prática algumas rotinas
de poupança de energia. Envolva os fornecedores de serviços relevantes, como as equipas de limpeza e
segurança pois geralmente são os primeiros a entrar e/ou sair do edifício. Por exemplo, pode incluir nos
seus contractos de prestações de serviços, que façam tarefas como vistorias energéticas ou rotinas de
“desligar”.
Muitas organizações usam elementos de competição nas suas estratégias de gestão de energia (por
exemplo, recompensar ações que levem à eficiência energética). Uma boa recomendação é o uso de
placares criativos ou sinalética pelo edifício de forma a recordar os utilizadores que devem desligar os
aparelhos, sistemas e luzes.
Potencial para Alterações de Comportamento – Exemplos do Green Club Index
1. No Club Bahnhof Ehrenfeld em Colónia, os frigoríficos estavam ligados 24 horas durante 7 dias por semana (dia e
noite), embora que o clube apenas estivesse aberto 3 noites por semana. Ao desligar manualmente os frigoríficos
foi possível poupar 30% nos custos com eletricidade (aproximadamente 3 000 €).
2. No Ufer8 em Düsseldorf a otimização da configuração do funcionamento da ventilação, assim como a limpeza
regular do sistema de ventilação permitiu uma redução de 3% nos custos com eletricidade (poupando cerca de 600
€).
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Refrigeração
Os clubes e venues estão geralmente equipados com uma grande quantidade de equipamentos de refrigeração
(refrigeradores com diferentes tamanhos e capacidades, congeladores, arcas refrigeradoras) para o bar e por
vezes para serviços de catering, assim como para os camarins nos bastidores. A refrigeração tem geralmente
um grande peso na quantidade de energia que um clube/venue consome. Dos 14 clubes do Green Club Index,
cerca de 40% do consumo total de eletricidade era devido à refrigeração.
Razões para este grande consumo, incluem:
Muitos dos sistemas de refrigeração utilizados têm um mau perfil de consumo energético, comparando
com os modelos altamente eficientes já disponíveis. Isto deve-se ao facto de ser frequente que as arcas
refrigeradoras são patrocinados pela indústria da bebida, incluindo cervejarias. Estes patrocinadores
tendem a optar pelos sistemas de refrigeração mais baratos, que na maioria dos casos não são
energeticamente eficientes – e também porque é o promotor do clube/venue, e não o patrocinador, quem
paga as elevadas facturas de electricidade;
É difícil encontrar sistemas de refrigeração energeticamente eficientes, especialmente refrigeradores
industriais usados nos clubes/venues, porque não existe ainda etiquetagem energética em vigor para este
tipo de equipamentos (embora exista há vários anos para os frigoríficos electrodomésticos);
É bastante frequente que as temperaturas de refrigeração não estejam bem ajustadas nem otimizadas ao
longo do tempo (os sistemas de refrigeração estão a funcionar mesmo quando o clube/venue está
fechado vários dias consecutivos, para além de que a temperatura programada está demasiado baixa). Isto
deve-se essencialmente ao facto de a gestão energética não ser uma prioridade nem ser muito bem
entendida;
O consumo de energia dos sistemas de refrigeração é geralmente desconhecido e frequentemente
subestimado;
Os sistemas de refrigeração são frequentemente mal mantidos (por exemplo, não há uma limpeza regular,
especialmente das alhetas de refrigeração) e do ponto de vista energético (por exemplo, verifica-se
frequentemente a dificuldade na transferência de calor no condensador da máquina de frio devido à falta
de limpeza), a sua instalação no local não é a apropriada (por exemplo, verifica-se acumulação de calor
devido à insuficiente ventilação dos refrigeradores, ou quando são colocados perto de outras fontes de
calor).
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Medidas úteis:
Limite a temperatura dos refrigeradores do clube/venue para um máximo de 6 °C no caso dos frigoríficos
e 9 °C para as arcas refrigeradoras. (Nota: caso o clube/venue sirva comida ou refeições, controle os
requisitos de segurança alimentar para o armazenamento dos alimentos). O simples aumento de 1 °C na
temperatura dos frigoríficos pode resultar numa poupança de 5% no consumo de energia;
Controle regularmente a temperatura através de termóstatos (existem disponíveis no mercado
termóstatos especiais para frigoríficos). Ao comprar um novo frigorífico, os clubes/venues devem verificar
se inclui um termóstato integrado (apesar de estes nem sempre serem fiáveis!);
Quando pretender adquirir novos frigoríficos, opte por modelos energeticamente eficientes. Actualmente
os modelos mais eficientes já consomem menos de um terço da energia de um frigorífico convencional.
Compre um frigorífico de dimensão adequada às necessidades. Se não souber qual é o tamanho ideal,
experimente durante algumas noites manter um registo da quantidade de bebidas refrigeradas que são
vendidas por hora, e calcule o tamanho a partir desses dados;
Verifique se é útil implementar uma rotina de “desligar” para o sistema de refrigeração. A experiência com
o projeto do Green Club Index mostrou que uma pré-refrigeração cerca de 6 horas antes do clube/venue
abrir é o tempo suficiente para ter as bebidas frescas. Os temporizadores podem ser úteis para instalar
este tipo de rotinas, caso contrário é necessário envolver os trabalhadores do bar ou da limpeza;
As aletas de refrigeração devem ser limpas com uma periodicidade regular;
Os frigoríficos (especialmente os seus compressores de refrigeração) devem ser posicionados em locais
frios e bem ventilados e não próximos de uma fonte de calor. Contudo, se isto não for possível, verifique
se pelo menos pode reforçar a ventilação.
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Refrigeradores com publicidade à medida
O conceito de publicidade à medida (tailor-made branding) pode ajudar a evitar o dilema
de os clubes/venues receberem frigoríficos ineficientes por parte de patrocinadores e/ou
fornecedores da indústria das bebidas. O conceito é bastante simples: se o clube/venue
pedir um novo frigorífico, deve ser adquirido um modelo energeticamente eficiente. Este
novo frigorífico pode então ser decorado com a marca e imagem do fornecedor habitual, que
idealmente pagará uma avença mensal ou anual ao clube/venue para fazer publicidade à sua
marca. Este conceito já foi implementado para mobiliário, design do bar, cinzeiros, etc.
Exemplo de um frigorífico energeticamente eficiente com publicidade a uma conhecida
marca de cervejas, no Gloria Club, na Alemanha
Iluminação
Existe um potencial significativo de conservação de energia na área da iluminação em clubes/venues,
especialmente se for considerada a substituição de lâmpadas convencionais por lâmpadas de tecnologia
LED. A utilização de lâmpadas de LED pode reduzir os custos energéticos entre 80 a 90%, apesar de os
custos iniciais de aquisição serem mais elevados. No entanto, os LEDs têm um período de vida útil muito
superior e, como as necessidades de manutenção são reduzidas, os custos de manutenção são também
menores – isto pode ser benéfico, em particular, para clubes/venues de média dimensão onde algumas
luminárias podem ser muito difíceis de alcançar e a sua substituição pode implicar trabalho perigoso em
altura.
Pode não ser fácil encontrar e comprar lâmpadas LEDs de boa qualidade por um preço razoável –
atualmente existe no mercado uma enorme gama e variedade de LEDs, mas atenção que a diferença de
desempenho entre LEDs de boa e má qualidade pode ser significativa. O apoio ou aconselhamento por
um especialista em iluminação LED terá certamente um custo, mas é muitas vezes o mais acertado visto
ter retorno no longo prazo. Uma solução alternativa mais barata é tentar obter um conselho informal por
parte de outros clubes ou venues locais.
Uma completa substituição das lâmpadas e sistemas de iluminação pode ser onerosa e requerer um
financiamento externo, mas o período de retorno do investimento (simples payback) pode ser muitas
vezes conseguido em um ano, dependendo da frequência de utilização das lâmpadas. Adicionalmente, o
arrefecimento dos espaços é geralmente uma prioridade nestes edifícios quando os visitantes/clientes
estão presentes, assim, reduzir o ganho de calor proveniente de um sistema de iluminação ineficiente
(que gera/perde calor para o espaço ambiente) é um ganho duplo em termos de eficiência energética
uma vez que isto significa menores custos com arrefecimento e/ou ventilação.
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Algumas lâmpadas eficientes (tais como as fluorescentes, fluorescentes compactas e LEDs) podem ser
compatíveis com as luminárias existentes, e assim ser possível ir fazendo uma substituição gradual de
lâmpadas ou grupos de lâmpadas.
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Substitua as atuais lâmpadas quando elas deixarem de funcionar ou quando tiver alguma
disponibilidade financeira para fazer uma substituição por lâmpadas mais eficientes;
Avalie se poderão ser feitas substituições de maior escala nos próximos anos;
Verifique se as novas lâmpadas das substituições em pequena escala serão compatíveis com uma
possível substituição do sistema de iluminação em maior escala, ou se vale mais a pena esperar e
substituir todo o sistema de uma só vez.
Para lhe permitir tomar decisões bem informadas e fundamentadas, calcule o “custo do ciclo de vida” de
diferentes tipos de iluminação, através do cálculo dos custos de operação anuais dos diferentes tipos de
luminárias e adicionando a isto o custo das lâmpadas (não se esqueça de ter em conta o número de
lâmpadas que irão ser necessárias substituir num ano e os custos de mão de obra profissional associado a
esta tarefa). Optar por uma solução de tecnologia de LEDs tem geralmente um custo inicial superior, mas
devido ao seu baixo consumo de energia e superior tempo de vida útil, pode acabar por ser a solução que
lhe permite maiores poupanças.
Iluminação nas áreas de apoio ao funcionamento do clube/venue
Esta categoria de consumos inclui a iluminação normal das áreas de trabalho, independentemente do
período de entretenimento (isto é, a iluminação normal quando a iluminação de entretenimento do
clube/venue não está ligada), e inclui a iluminação das casas de banho, vestiário, corredores, espaços de
cafés, zonas de trabalho e armazém, camarins e (se aplicável) o escritório. A alteração para sistemas de
iluminação mais eficientes para estas áreas é relativamente simples e geralmente custo-eficiente, uma
vez que estas lâmpadas estarão ligadas por longos períodos de tempo. Os clubes/venues que investem na
instalação de sensores de movimento para iluminação de áreas como por exemplo as casas de banho,
conseguem recuperar o investimento muito rapidamente.
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Iluminação do Palco
Esta categoria inclui a iluminação do palco e da pista de dança, incluindo os efeitos de luz. Estes tipos de
luminárias são muito mais específicos e embora nos últimos anos se tenha assistido a um rápido
aumento da oferta e da qualidade de alternativas eficientes, os custo iniciais de aquisição permanecem
muito elevados (e consequentemente com longos períodos de retorno do investimento), desta forma a
substituição gradual poderá ser mais conveniente. Adicionalmente, a iluminação do palco pode ter um
longo tempo de vida útil e um muito significativo impacte sobre o ambiente, tanto ao nível da sua fase de
construção como destino final – assim uma melhor opção poderá ser manter o antigo stock (não existe
uma resposta simples para esta questão!).
Já estão disponíveis no mercado alternativas comprovadas de LEDs para a maioria da iluminação do palco
– a iluminação do palco pode ser o maior consumidor de energia do clube/venue. Esta tecnologia LED
oferece outras oportunidades de poupanças financeiras, uma vez que consegue produzir gamas de cores
extraordinárias, enquanto muitos dos outros tipos de iluminação de entretenimento precisam de usar
“géis de cor” caros e que precisam de ser substituídos frequentemente.
Se o clube/venue aluga parte da sua iluminação, poderão existir oportunidade de colaborar com o
habitual fornecedor, solicitando-lhe que forneça equipamentos de iluminação energeticamente mais
eficiente (ou pedindo que invistam em iluminação e stock LED – alguns clubes/venues chegaram mesmo
a fazer co-investimentos com os seus fornecedores).
As lâmpadas do palco devem ser frequentemente limpas para garantir o máximo desempenho e brilho.
Em particular para clubes/venues que realizem espetáculos ao vivo, a coordenação com o operador da
iluminação do palco pode ser valiosa para assegurar que a iluminação é desligada na altura apropriada.
Por exemplo, os equipamentos de iluminação são muitas vezes deixados ligados entre o teste de som
feito à tarde e o espetáculo da noite – é um velho hábito dos tempos em que a iluminação do palco era
menos fiável, e havia o risco de não voltar a ligar. Existe também uma persistente convicção de que é pior
para as lâmpadas serem repetidamente ligadas e ligadas, do que estarem ligadas durante longos períodos.
Ambas as situações já não são um problema para a iluminação mais moderna, e muitos fabricantes de
iluminação de palco recomendam desligar as luzes que não sejam utilizadas por uma hora ou mais.
Outros equipamentos de efeitos visuais, como as máquinas de fumo e em particular os projetores de
vídeo, devem igualmente ser desligados sempre que não estão a ser usados.
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Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado (AVAC)
A correta e regular manutenção dos equipamentos do sistema de Aquecimento, Ventilação e Ar
Condicionado (AVAC) pode ser facilmente esquecida, e é frequente os sistemas não estarem
corretamente configurados para a eficiência energética do seu funcionamento. Estes sistemas podem ser
grandes consumidores de energia, especialmente em edifícios antigos que é muitas vezes o caso de
clubes e venues, pelo que despender algum tempo na otimização destes sistemas é geralmente um bom
investimento. Utilize a informação recolhida sobre como e quando as diferentes áreas do clube/venue
estão a ser usadas para descobrir qual a configuração mais eficiente do sistema AVAC. Isto é bastante
relevante para espaços onde se juntam muitas pessoas, como é o caso de espaços de espetáculos ou
pistas de dança, onde o calor humano pode ter um enorme impacte sobre a temperatura ambiente.
Assim aquecer demasiado uma sala de espectáculo durante o dia pode ser contra producente pois requer
um rápido arrefecimento mais tarde durante a noite. É de salientar que os pequenos clubes/venues
poderão não ter sistemas de aquecimento ou ar condicionado, estando apenas dependentes da
ventilação para manter as temperaturas.
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Considere ter o equipamento de AVAC do clube/venue sempre em boas condições, seguindo as
recomendações dos fabricantes (contacte-os directamente caso a documentação tenha sido
perdida!);
Considere solicitar uma completa verificação dos sistemas de AVAC. Esta tarefa é desempenhada
por empresas de serviços para edifícios que avaliam se os sistemas estão correctamente instalados
e configurados;
Garanta uma regular manutenção dos sistemas de AVAC – em particular, deve ser garantida uma
frequente limpeza ou substituição dos filtros no caso dos ventiladores e condensadores de modo a
assegurar que os sistemas estão a operar com a máxima eficiência possível;
Sempre que possível, privilegie a ventilação natural em detrimento do aquecimento forçado, ou uso
do ar condicionado.
Os sensores de temperatura são uma ferramenta útil de controle do aquecimento,
arrefecimento e ventilação dentro de um clube/venue. Seguem-se alguns exemplos de tipos
de sensores de temperatura:
Termóstatos: estes aparelhos podem controlar a temperatura de aquecimento ao longo
de todo o edifício, ou apenas numa zona específica. Há que ter algumas considerações
sobre o seu posicionamento, por exemplo, eles não devem ser colocados em locais com
correntes de ar, nem expostos à luz solar directa, nem perto de radiadores ou outros
equipamentos que libertem calor;
Termóstatos de radiador (TRVs = Válvulas do Radiador Termostáticas): estes
sensores controlam as saídas dos radiadores individuais e podem ser adaptados a
muitos, mas não a todos os radiadores;
Termóstatos externos: podem ser usados para controlar a temperatura de
aquecimento dos sistemas de forma a ajustá-los a dias frios/amenos (baseiam-se numa
compensação face às condições climatéricas);
Sensores de luz natural: são utilizados para controlar a iluminação, reduzir níveis de
iluminação e desligar toda a iluminação sempre que a luz solar natural for suficiente;
Sensores de humidade: são utilizados para controlar a ventilação e nível de humidade,
reduzindo a velocidade do equipamento (no caso de serem usados em conjugação
com Variadores de Velocidade, abordados mais à frente neste manual) e desligando o
equipamento consoante necessário;
Sensores de CO2: podem ser usados para controlar a ventilação, reduzindo a
velocidade da ventoinha e desligando os equipamentos consoante necessário,
dependendo do número de pessoas numa sala. O sensor mantém a ventoinha desligada
enquanto os níveis de CO2 são considerados saudáveis, e activa o arranque da mesma
quando um determinado nível de CO2 é ultrapassado;
Sistemas de gestão técnica centralizada de edifícios: também conhecidos por BMS
(Building Management Systems) são sistemas informáticos que controlam outros
sistemas como iluminação, aquecimento, ventilação, etc.. Um sistema destes bem
instalado e configurado pode melhorar significativamente a eficiência de um edifício,
contudo um sistema mal instalado e/ou de difícil
compreensão/manuseamento pode contribuir para ineficiências.
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Os controladores são outra forma razoavelmente custo eficaz para tornar a utilização dos equipamentos
existentes mais eficiente:
Temporizadores:
Os temporizadores são aparelhos que podem ser programados para ligar e desligar em diferentes
momentos do dia, e até mesmo em dias específicos. Eles podem estar presentes numa grande gama de
equipamentos que contemplem pelo menos uma das seguintes funcionalidades, tais como iluminação,
água quente, aquecimento, ventilação, arrefecimento. Eles podem funcionar como controladores
autónomos ou estar programados e integrados num sistema de gestão técnica centralizada do edifício
(BMS).
Com o passar do tempo, a programação dos temporizadores pode desalinhar-se do uso mais eficiente do
equipamento que eles controlam, pelo que se deve frequentemente confirmar que a programação destes
equipamentos está otimizada e directamente associada à forma como o edifício é utilizado, o tipo de
áreas que estão activas e quando. Pode também existir um desfasamento entre o que é programado e o
que acontece na realidade, especialmente no caso dos temporizadores dos sistemas de gestão técnica
centralizada de edifícios. É também comum que os controladores estejam bloqueados/anulados para que
os equipamentos estão permanentemente ligados ou desligados. Verifique se todos os temporizadores
do clube/venue estão bem programados e a funcionar correctamente, e que não foram bloqueados/
anulados pelos trabalhadores ou outros sistemas.
Interruptores manuais e outros controlos
Envolva os trabalhadores do clube/venue para implementar e fomentar uma rotina de “desligar” em todo
o edifício, para garantir que todos os equipamentos são desligados sempre que apropriado (desde a
iluminação, equipamentos de informática, e todos os outros que usem energia):
Faça isto pelo menos uma vez por dia (particularmente no fim do dia);
Inclua ações e tarefas a desempenhar pelas equipas de limpeza, uma vez que estas estão
habitualmente no edifício antes ou após o horário do escritório ou dos espetáculos;
Assegure que tanto os interruptores como os controlos são fáceis de usar, para garantir que os
equipamentos são desligados assim que possível;
Use tomadas de energia controladas remotamente.
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Verifique se os controlos e interruptores do clube/venue são facilmente entendidos e utilizados pelos
trabalhadores:
Quantos controlos e interruptores são difíceis de perceber?
Quantos controlos e interruptores não são usados apropriadamente?
Quantos interruptores estão inacessíveis?
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Ao verificar quantos interruptores e controlos são usados, pode imediatamente identificar oportunidades
de melhorar e comunicar como devem ser usados corretamente – peça aos trabalhadores não técnicos
para reverem a comunicação elaborada. Esta revisão vai também permitir identificar se existem controlos
a precisar de ser substituídos quando a oportunidade surgir.
Pontos de ajuste e bandas mortas
O “ponto de ajuste” é o valor de temperatura que está configurado no equipamento de aquecimento/
arrefecimento e que este deve manter. A “banda morta” é o intervalo de temperatura no qual não deve
ser usado aquecimento, arrefecimento, nem ventilação. Reveja estas configurações para identificar
potenciais oportunidades de optimizar os pontos de ajuste do aquecimento, arrefecimento e a humidade
(quando aplicável) de forma a aumentar o intervalo da banda morta. Através da configuração de um valor
baixo a partir do qual o aquecimento se liga, e um valor alto a partir do qual os sistemas de
arrefecimento/ventilação arrancam, isto é, ao estender a banda morta, o consumo de energia pode ser
drasticamente reduzido. Terá de fazer uma apreciação sobre até onde é possível estender a banda morta
continuando a garantir o conforto para os trabalhadores e audiência/visitantes/clientes. Uma banda
morta entre 18 °C a 24 °C é um comum ponto de partida para alcançar um balanço entre conforto e
consumo de energia. Contudo, poderão existir oportunidades para estender ainda mais a banda morta.
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Conclusões do Green Club Index: Aquecimento
11 dos 14 clubes piloto não tinham um sistema de aquecimento apropriado. Em particular os pequenos
clubes, que nem sequer tinham um sistema instalado. O aquecimento era fornecido por:
Pré-aquecimento do ar fornecido no sistema de ventilação: apenas um mínimo de aquecimento
pode ser gerado através deste método, para além de ser muito ineficiente uma vez que o ar
fornecido é aquecido usando eletricidade;
Aquecedores a gás tipo cogumelo, canhões de ar quente a gás, e aquecedores elétricos durante
aproximadamente as duas primeiras horas, todas as noites durante o inverno. Após isto, não havia
necessidade de mais aquecimento devido ao calor emitido pela audiência/clientes;
Apenas o calor irradiado pela audiência/clientes.
Nos clubes que tinham um sistema completo de aquecimento, as seguintes medidas foram muito
úteis:
Balanço hidrónico do sistema de aquecimento. O balanço hidrónico é o processo de otimização da
distribuição de água no sistema de aquecimento ou arrefecimento do edifício. Este
sistema proporciona as condições de qualidade do ar interior a um nível ótimo de eficiência
energética e a um valor mínimo de custos operacionais;
Renovação da bomba de calor. É frequente existirem esquemas de financiamento local ou regional
para apoiar a renovação das bombas de calor.
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Som
O som e a amplificação do som não são geralmente grandes consumidores de energia. O estudo
conduzido pelo Green Club Index estima que o consumo de eletricidade do sistema de som de todos os
clubes piloto envolvidos era cerca de 5% do consumo global de eletricidade.
Mesmo assim existem oportunidades de poupança, e o momento chave para poupanças eficientes ocorre
durante a fase de design e montagem do sistema de som. Este deve ser inteligentemente concebido para
o espaço a que se destina, fazendo uso de acústicas naturais para obter o melhor som de cada coluna –
vale portanto a pena investir no pagamento de um profissional em acústica para o ajudar com esta tarefa,
não só pelas poupanças que poderá vir a ter na fatura elétrica, mas também pela melhor qualidade e
experiência que poderá oferecer à sua audiência/clientes.
Por exemplo, uma coluna direccionada para uma parede é geralmente um desperdício energético, para
além de que pode ser contraproducente caso o som ressalte nas paredes e interferira com a clareza do
som final (o que normalmente resulta em os operadores aumentarem o volume). Uma montagem
adequada do sistema de som significa que ao longo de toda a pista de dança não existem locais “muito
altos” nem “muito baixos” (que também pode resultar de o som ir sendo aumentado progressivamente).
Existe um potencial de poupança de energia nas colunas/amplificadores se estes forem substituídos por
amplificadores de comutação (por vezes chamados de amplificadores digitais, apesar de existirem
divergências quanto ao uso desta designação) que desperdiçam menos energia sob a forma de perda de
calor. Para clubes/venues com grandes sistemas de som, e que estejam a considerar a sua atualização,
esta substituição poderá ser um investimento a ter em conta.
Existem também alguns novos fabricantes de sistemas de som especializados na melhoria da definição e
clareza do som através da minimização da ressonância da própria coluna – de uma forma geral, quanto
maior a clareza do som, menor a necessidade de aumentar o seu volume – e portanto o mesmo resultado
pode ser alcançado com menos consumo energético, e por vezes com menos colunas.
Assim como acontece com outros sistemas consumidores de energia, também as colunas e os sistemas
de som devem ser desligados sempre que não são necessários, por um trabalhador da equipa responsável
por essa tarefa (por exemplo, o engenheiro de som ou o gestor do clube/venue).
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Escritório
Cada posto de trabalho usando equipamento informático num escritório, gera custos de energia e
emissões de carbono, mas o seu impacte em termos do consumo de energia é inferior comparando com
outros pontos críticos de um clube/venue. De qualquer forma, existe um potencial de poupanças de
energia que pode ser significativo, e é relativamente fácil encontrar guias práticos de como tornar o seu
escritório mais verde, aplicado a vários países.
Equipamento Informático: o que você precisa?
Manter-se atualizado sobre tecnologias de informação requere frequentes aquisições de novo hardware e
software, o que é uma oportunidade ideal para otimizar o seu equipamento num clube/venue – apesar
de que a prioridade deve ser garantir o bom estado e manutenção dos equipamentos existentes (uma vez
que o destino final dos equipamentos eletrónicos pode ter um impacte ambiental elevado) – e deve ser
comprado e usado apenas o necessário. A aquisição de cada nova peça de equipamento de escritório
determinará os custos de operação dos próximos 3 a 6 anos, assim deve ser considerada a eficiência
energética dos equipamentos na tomada de decisão uma vez que vai ter influência nos custos globais de
operação do clube/venue a longo prazo.
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Quando comprar um novo computador procure modelos energeticamente eficientes;
Os computadores portáteis são significativamente mais eficientes e usam cerca de três vezes menos
energia do que um computador convencional de secretária (mais conhecidos por PCs). O custo de
um portátil é geralmente superior ao de um PC convencional, no entanto, se considerar o ciclo de
vida completo do portátil há eventualmente um retorno do investimento. Adicionalmente, a
mobilidade inerente a um portátil pode ser muito útil na implementação e produção de um evento
de música;
Um servidor central de terminais é uma alternativa aos PCs individuais, organizada de forma
centralizada com um único servidor central e vários terminais. Todos os utilizadores individuais
requerem um teclado, um rato e um monitor. O Fraunhofer-Institut na Alemanha calculou que os
terminais utilizam até menos de 50% da energia que um PC, apesar do maior consumo de energia
do servidor central.
No entanto, instalar um sistema de servidor de terminais só é viável caso venha a substituir um
grande número de PCs e caso muitas pessoas utilizem equipamentos informáticos no clube/venue.
Tenha também em conta os equipamentos periféricos. Aparelhos multifunções, que conjugam as
funções de impressoras, fotocopiadoras e scanners, para além de ocuparem menos espaço
consomem menos eletricidade. Escolha modelos energeticamente eficientes.
A etiqueta Energy Star fornece um bom guia sobre critérios de eficiência energética para os
equipamentos de escritório, mas entre os produtos etiquetados com Energy Star permanece uma
flutuação em termos de uso de energia de até 50%.
Equipamento Informático: operação energeticamente eficiente
A maioria dos equipamentos informáticos possui funções de economia de energia, mas nem sempre
estas funções estão ativas corretamente. Confirme que todos os computadores, impressoras,
máquinas fotocopiadoras, etc. estão configuradas para entrar automaticamente em modo de
economia de energia;
Indique aos seus trabalhadores que devem programar os computadores para entrarem em modo
hibernação e que devem desligar os seus monitores sempre que fazem uma pausa mais longa;
Evite screen savers (eles não poupam energia! Pelo contrário, eles desperdiçam energia pois
requerem que os computadores trabalhem desnecessariamente);
Instale um temporizador para desligar os equipamentos periféricos à noite;
Instale fichas múltiplas com interruptor. Elas permitem desligar todos os equipamentos periféricos
através de apenas um interruptor. Confirme que tanto as tomadas como os interruptores estão ao
fácil alcance dos trabalhadores!
Use panfletos, pósteres, adesivos “post-it” e simples checklists para explicar e comunicar boas
práticas de poupança de energia aos trabalhadores (e também aos visitantes e clientes do clube/
venue). Estes materiais são muitas vezes fornecidos gratuitamente pelas agências de energia locais
ou nacionais.
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Isolamento térmico & Melhoria da Eficiência do Edifício
As perdas de calor através da estrutura do edifício e das fugas de ar podem resultar num aumento do
desconforto e maior necessidade de aquecimento nos meses frios. As perdas de calor podem ocorrer ao
longo de todo o edifício, contudo no caso concreto dos clubes/venues há tipicamente uma fonte significativa
de perda de calor na zona de entrada, devido à abertura frequente das portas, mas também através das
grandes superfícies de vidro que é uma tendência arquitectónica muito usada em clubes/venues. As zonas de
carga e descarga (para equipamento, alimentos, etc.) são outra importante área de perda de calor. No verão,
os ganhos de calor, em particular através das áreas envidraçadas, pode também aumentar o desconforto e
exigir maior arrefecimento. Consoante a temperatura do exterior, as fugas de ar podem baixar ou aumentar
os níveis de calor do clube/venue.
O isolamento e outras medidas de melhoria da estrutura do edifício reduzem estas ineficiências, e podem
reduzir a necessidade de aquecimento, arrefecimento e ventilação. Isto vai resultar numa diminuição dos
custos operacionais mas pode também significar que uma redução na dimensão do equipamento necessário
e que talvez algum equipamento já não seja mais necessário (exemplo, um edifício pode manter-se fresco
sem a necessidade de usar ar condicionado). E pode também contribuir para uma melhoria do conforto
através da redução de correntes de ar, luminosidade excessiva, e picos de calor ou frio.
No entanto, este tipo de medidas de melhoria requer muito investimento que não está disponível de
imediato em muitos clubes/venues. Os de capital público têm mais probabilidade de ter acesso a
mecanismos de financiamento para estes investimentos. No âmbito do projeto piloto Green Club Index
nenhum dos clubes avançou com este tipo de medidas estruturais devido aos elevados investimentos.
Deve ter-se cuidado de forma a evitar que a implementação de uma medida para resolver determinado
problema não vai exacerbar um outro (exemplo, o isolamento pode reduzir as necessidades de aquecimento
no inverno mas contribui para o sobreaquecimento no verão, em particular quando se trata de uma multidão
a libertar calor humano)!
Caso tenha condições para avançar com um investimento deste tipo, procure ajuda de um especialista em
eficiência energética em edifícios para que ele identifique quais as melhores oportunidades de melhoria
no seu edifício. Existe uma extensa variedade de medidas potenciais, tais como:
Melhorar o isolamento das paredes, pavimento, telhados/coberturas, portas e janelas;
Instalar dispositivos de sombreamento para controlar os ganhos de calor solar;
Utilizar materiais com capacidade de absorver calor (ex. betão, gesso, pedra) para garantir o
arrefecimento. Estes materiais podem ficar visíveis ou podem ser colocados por trás dos materiais
existentes expostos.
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Isolamento de tubagens
As tubagens de distribuição de aquecimento, arrefecimento e água quente podem ser uma fonte de
significativas perdas de energia. As perdas reduzem a eficiência do sistema e podem também gerar ganhos
ou perdas de calor indesejadas para os espaços por onde as tubagens passam, requerendo depois uma
compensação através de aquecimento ou arrefecimento adicional desses espaços. Verifique se existe
isolamento das tubagens de aquecimento e arrefecimento no clube/venue, e qual o seu estado. Sempre
que possível, instale ou substitua o isolamento quando este não estiver presente ou em más condições.
Calafetagem
Eliminar fugas pode ser uma forma muito custo-eficaz de reduzir as perdas de calor e melhorar o conforto
dos ocupantes. A calafetagem é normalmente aplicada em: janelas; portas; à volta de tubos que passam
nas paredes exteriores (exemplo, tubos de água, gás e ventilação); zonas do telhado que possam estar mal
seladas do lado exterior e como resultado existem circuitos de entrada de ar exterior para dentro do
edifício; pavimentos suspensos; diretamente em paredes que tenham problemas que resultem em fugas de
ar (paredes velhas, danificadas, maus materiais ou fraca construção); interfaces entre elementos de
construção, como paredes e tetos, e vigas e paredes.
Garanta que a extensa aplicação de calafetagem não resulta na degradação da qualidade do ar interior e
na criação de humidade dentro do edifício. Isto pode requerer aconselhamento profissional e/ou
instalação de sensores de humidade e da qualidade do ar interior. A humidade resultante da transpiração
das pessoas pode rapidamente surgir em áreas como as pistas de dança.
24
3.3. Uso de Energia Renovável
A eficiência energética é só uma parte da história. Para transitarmos para um futuro energeticamente
sustentável, temos também de analisar a forma como é gerada a eletricidade que nos chega através da
rede elétrica. Embora grande parte deste assunto seja dirigido pela política e possa ser estimulado pelos
respectivos governos, os clubes/venues enquanto organizações independentes com grandes públicos
podem exercer o poder das suas escolhas – e ao optarem por comprar energia verde estão a contribuir
para a demanda por mais energia renovável.
A experiência com os projetos piloto do Green Club Index mostraram que vale sempre a pena verificar as
tarifas contratadas, uma vez que quase todas estavam sub otimizadas para as necessidades reais dos
clubes. Cinco dos clubes piloto mudaram para um fornecedor de energia renovável e dois outros puderam
contratar tarifas mais baratas de energia mais verde!
Converse com o seu fornecedor de energia para saber que tipo de combinação de fontes energéticas estão
eles a fornecer aos clientes, incluindo as percentagens por fonte de energia gerada (exemplo, vento, solar,
nuclear, combustíveis fósseis, etc).
Tarifas Verdes
As “tarifas verdes” não estão ainda disponíveis em todos os países da UE. Estas tarifas podem ser
disponibilizadas tanto por um grande fornecedor de energia, como por um pequeno fornecedor
especializado na oferta de energia sustentável. Normalmente estas tarifas são mais caras que as tarifas
convencionais, mas nem sempre. Por vezes, novos fornecedores de energia com foco na sustentabilidade
(em particular alguns dos mais pequenos) tendem a ter uma postura comercial muito ética relativamente
às tarifas verdes, e como tal o serviço ao cliente pode ser muito bom e o clube/venue ficar protegido dos
aumentos de preços. Se a contratação da eletricidade estiver a cargo do senhorio, contacte-o e peça para
mudar para a tarifa verde.
Renováveis no local
Neste domínio existem variadas tecnologias de energia renováveis de produção local que poderá
equacionar instalar no seu clube/venue. Têm o benefício de gerar menores emissões de CO2, de
possivelmente apresentam custos operacionais mais reduzidos, e é provável que encontre sistemas de
financiamento e incentivos financeiros para ajudar com os custos de investimento inicial da instalação.
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Fotovoltaico (colectores solares/painéis fotovoltaicos) são geralmente as soluções mais fáceis de
adaptar aos edifícios existentes. Caso o clube/venue tenha uma localização adequada, e for tecnicamente
possível, o sistema fotovoltaico pode ser instalado. A eletricidade então gerada é gratuita e pode até ser
remunerada caso parte da eletricidade produzida seja vendida à rede, e é paga segundo as tarifas de venda
(Feed In Tariff) que alguns países membros da UE têm em vigor. Alguns pontos importantes a considerar
na instalação de um sistema fotovoltaico:
• Orientação – idealmente posicionado para sul;
• Inclinação - idealmente está a 30 graus;
• Idade do sistema – o rendimento diminui cerca de 1% ao ano;
• Várias condições meteorológicas podem afectar o desempenho do sistema;
• Sombras – se um sistema fotovoltaico está com mais resultados, possivelmente existem sombras a
afectar o sistema. Se for este o caso, a solução poderá ser a colocação de micro-inversores, uma vez
que nestes sistemas a sombra num único módulo não afecta outros módulos e portanto tem um
impacte mínimo no rendimento energético global.
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Água quente solar pode ser uma solução apropriada para locais com elevado consumo de água quente, e
razoavelmente constante, em particular durante o verão, como por exemplo em clubes/venues com
serviços de catering ou camarins com duches. Esta instalação requer um local adequado para os coletores
solares, nova tubagens e provavelmente um novo depósito para a água quente.
Outras tecnologias de energias renováveis tais como as bombas de calor geotérmicas, caldeiras a
biomassa e turbinas eólicas são ainda mais específicas, mas poderá valer a pena investigar a sua
aplicabilidade. Elas podem igualmente gerar uma remuneração através das tarifas de venda de eletricidade
à rede.
Cogeração (CHP), e Tri-geração geram simultaneamente calor e energia (CHP), e arrefecimento (no caso
da tri-geração). Estas tecnologias de produção combinada têm o potencial de fornecerem energia de forma
mais eficiente, mas isto depende muito das necessidades reais de aquecimento, arrefecimento e
eletricidade que o clube/venue, e requer uma análise bastante cuidada.
Redes de calor Em alguns países da UE, existem redes centralizadas de calor que abastecem diretamente
o edifício. Os serviços municipais locais poderão dar informações sobre se existe uma rede centralizada de
calor na proximidade ou se está planeado que venha a ser instalada no futuro.
Poderão também existir a nível local, associações ou grupos sobre Energia na Comunidade nos quais o
clube/venue possa de alguma forma participar.
3.4. Good Practice Examples
Veja o website do EE MUSIC para conhecer muitos exemplos europeus de boas práticas de
Pioneiros EE, tais como Estádio Wembley no Reino-Unido ou ufaFabrik na Alemanha, mas
também daqueles que estão agora a começar a sua caminhada na eficiência energética.
http://ee-music.eu
26
4. Compromisso & Comunicação
4.1. Envolvimento de Stakeholders e Fornecedores de Serviços
A importância de envolver os trabalhadores do clube/venue na estratégia de gestão de energia foi já
salientada na seção 3.2., mas focar apenas nos trabalhadores normalmente não é por si só suficiente. Um
clube/venue com capacidade para 3 000 clientes pode ter apenas 10 trabalhadores a tempo inteiro (ou
até menos!). A maioria dos stakeholders envolvidos serão freelancers, ou trabalhadores temporários ou a
tempo parcial, voluntários, ou profissionais de produção e artistas. Para uma efectiva gestão energética,
deve ser implementado um plano de comunicação que envolva estes diferentes stakeholders temporários,
e que identifique muito claramente quais as expectativas do clube/venue para os diferentes
departamentos, as produções exteriores, e outros assuntos de acordo com o planeamento e políticas
internas do clube/venue.
Por exemplo, uma secção sobre gestão de energia poderia ser incluída nas especificações técnicas do
clube/venue, isto é, pedir às equipas de produção exteriores que considerem a eficiência energética
quando estão a preparar o design da produção, e que participem nas iniciativas do clube/venue tal como
desligar as luzes e equipamentos sempre que não são usados, etc.. Os trabalhadores do bar e catering
deveriam ser referidos para fazer formação específica sobre comportamentos energeticamente eficientes
relevantes para as tarefas que desempenham, como parte da sua formação. O mais importante é integrar
a eficiência energética em todos os procedimentos usuais e políticas do clube/venue.
Os fornecedores são outro grupo importante de stakeholders, em particular se o clube/venue costuma
alugar frequentemente equipamento de produção, como projetores de luz e colunas. O fornecedor deve
providenciar informação sobre a eficiência energética de diferentes opções de equipamentos, e mais uma
vez isto é o tipo de exigências que podem ser incluídas nos contractos. Alguns clubes/venues chegaram
mesmo a fazer acordos de co-investimento em stock de lâmpadas e iluminação eficiente, em parceria
com os seus fornecedores.
4.2 Comunicação da Sustentabilidade
Reconhecer e celebrar internamente os resultados alcançados na área da eficiência energética é muito
importante para manter os trabalhadores envolvidos e motivados. Por outro lado, a comunicação externa
para o público, clientes, fornecedores e outros stakeholders pode contribuir para uma boa reputação e
benefícios a nível da comunicação social.
Pode ser difícil apresentar o tema da eficiência energética de uma forma cativante, divertida, e que seja
apelativa e chame as atenções, especialmente para os meios de comunicação do sector (e público!) que
não estão habituados a este tema.
Trabalhadores com funções na área de comunicação e marketing devem ser envolvidos em todo o
processo de eficiência energética, desde o início, incluindo porquê que determinadas acções estão a ser
tomadas, quais são os objectivos e metas, e claro, o que foi alcançado, para que desta forma eles se
sintam informados e confortáveis, e tenham um incentivo para celebrar resultados.
27
A forma de comunicar com mais sucesso é manter o estilo e linguagem usada em outras comunicações habituais do
clube/venue. Se o estilo é divertido, cheio de cor e imagem, e com irreverentes jogos de palavras, não há nenhuma
razão para apresentar os resultados da sustentabilidade ambiental de uma outra forma! “Verde” não tem de ser
aborrecido.
Alguns clubes/venues preferem usar as suas histórias “verdes” para os seus canais de redes sociais – que são um
óptimo canal para apresentar alguma informação não usual e manter um interessante retorno/feedback das
participantes. Cativar o interesse da comunicação social e passar a ser destacado e a fazer notícia pode ser difícil –
mas vale a pena expandir a lista de contactos da base de dados de comunicação social do clube/venue para que passe
a incluir jornalistas da área ambiental e sustentável, assim como escritores dedicados a notícias na área da indústria da
produção com interesse na sustentabilidade (isto pode também passar a aumentar o alcance da comunicação do
clube/venue noutras áreas).
A sustentabilidade energética pode também ser apresentada de uma forma diferente e interactiva. Alguns clubes/
venues que têm instalações de energias renováveis exibem sinalética nas suas entradas para mostrar quanta energia
já foi produzida ou quanto carbono que não foi emitido. Quando o espaço assim o permite, alguns realizam eventos
como palcos movidos a energia proveniente de bicicletas (bicycle-powered stages). Associar-se a campanhas maiores
pode também ser um poderoso método de comunicar, por exemplo participar enquanto clube/venue na Hora do
Planeta do WWF (WWF Earth Hour).
Prémios e Certificações
Em alguns países, existem sistemas de certificações e prémios específicos para a sustentabilidade ambiental, redução
de carbono, redução do consumo de energia, ou áreas semelhantes – alguns dos quais são mesmo exclusivos para as
indústrias culturais e criativas. Participar neste tipo de sistemas e iniciativas pode ajudar a motivar os trabalhadores e
outros stakeholders, a estabelecer planos de acção, e (se forem bem sucedidas!) podem ser ótimas ferramentas de
comunicação. Estes prémios e certificações podem ser uma forma de comunicar os compromissos à audiência/
público, produções e artistas exteriores, fornecedores, e podem muitas vezes ser usados para captar a atenção da
comunicação social.
Exemplo: Green Club Label
O rótulo Green Club Label é um sistema de certificação para clubes que se
comprometem voluntariamente a implementar continuamente medidas de
eficiência energética. O rótulo foi desenvolvido pelo Green Music Initiative
(GMI) e EnergyAgency.NRW como resposta à grande vontade por parte dos
clubes em querer participar nos projetos pilotos Green Club Index. Através
deste rótulo os clubes conseguem comunicar os seus alcances na área
energética, de uma forma mais fácil para o seu público e audiência. O
rótulo pode ser usado como logotipo para todos os tipos de intenções de
comunicação e é fornecido, pela GMI, em formato físico de placa para ser
afixado na entrada do clube ou fachada do edifício. Para além disso, o rótulo
Green Club Label organiza também todos os anos uma cerimónia oficial de
premiação no Green Music BBQ no festival “c/o pop festival” em Colónia.
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Clubmob – um exemplo inovador de marketing
O clubmob é uma forma de ativismo de consumidores para premiar o compromisso dos clubes/venues na
implementação de medidas de poupança energética.
O proprietário de um clube/venue que se compromete reinvestir uma certa parte dos seus lucros de
uma determinada noite, na implementação de medidas que poupem energia no clube/venue;
Nessa data específica, um grupo de ativistas mobiliza toda a comunidade para que participem no
evento e consumam nesse determinado clube/venue.
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Um leilão organizado centralmente pelos ativistas pode ser uma boa forma de diferentes clubes/venues
fazerem as suas ofertas de qual o valor ou percentagem de lucro que irão reinvestir em medidas de
eficiência energética no próprio clube/venue. Os ativistas escolhem o clube/venue “vencedor” para
organizar o clubmob – normalmente ganha o clube que tiver oferecido o maior valor!
Nos últimos dois anos, seis campanhas de clubmob foram organizadas em três cidades alemãs (Frankfurt,
Berlim, Munique). No total nove clubes foram envolvidos o que resultou em cerca de 9 000 € investidos
em mais de 20 medidas de eficiência energética, implementadas após estas campanhas.
29
4.3 Redes Industriais
A produção de eventos musicais é uma indústria altamente competitiva e a tentação de proteger
ciosamente os mecanismos de sucesso do funcionamento de um clube/venue podem ser elevados. No
entanto, no que diz respeito à sustentabilidade ambiental e gestão sustentável de energia verifica-se o
contrário.
Tendo em conta os recursos limitados, a falta de tempo, competências e conhecimentos nesta área, é
muito mais eficiente e menos frustrante para os membros deste setor partilharem experiências e troca de
conhecimentos sobre o que funciona melhor, o que não resulta, oportunidades e desafios, ao invés de
cada um por si estar a desperdiçar esforços para tentar “reinventar a roda”. Por outro lado existem
situações em que o trabalho conjunto de vários clubes/venues pode surtir efeito, e que não aconteceria no
caso de clube/venue sozinho (como por exemplo estabelecer acordos com os fornecedores para que estes
privilegiem e aumentem a sua oferta de stocks em equipamentos mais eficientes).
Uma aberta comunicação entre os diversos pares promove o desenvolvimento das boas práticas – tal
como nos setores da saúde e segurança, também na música todo o setor pode ser mais forte se estiver
coeso. A única razão pela qual o projeto EE MUSIC existe, é porque os clubes, venues, festivais e
promotores de eventos se decidiram juntar para partilhar o seu conhecimento em nome de um maior
benefício para todos.
Os clubes/venues e profissionais de produção deviam procurar saber que tipo de redes da indústria de
produção de eventos de música, existem a nível local, e com pessoas interessadas nesta área da
sustentabilidade – caso não existam localmente, porque não ponderar criar uma?
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5. Financiamento
O facto de cada país ter os seus próprios mecanismos de financiamento, com termos e condições
específicas e que variam entre eles, faz com que não seja possível neste manual apresentar uma
completa visão de todas as opções disponíveis. Estas iniciativas podem estar relacionadas com metas
vinculativas ou não vinculativas à eficiência energética, produção de energia renovável e reduções de
emissões de carbono.
Verifique o que se aplica no seu caso e a nível local:
Agência de Energia (contacte as agências existentes a nível local, regional ou nacional);
Ministérios com responsabilidades em ambiente, energia, indústria e/ou alterações climáticas;
ONGs ou instituições de caridade que ofereçam aconselhamento sobre poupança de energia, tal
como o Carbon Trust no Reino Unido.
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Esteja também atento quanto à existência de programas de financiamento local em que o clube/venue
possa participar.
Alguns dos mecanismos de financiamento mais comuns são:
Empréstimo com taxa reduzida ou mesmo taxa nula;
Redução de impostos fiscais sobre determinadas compras elegíveis;
Subsídios diretos;
Preços subsidiados para certos bens e produtos;
Financiamento ou incentivos específicos que estão frequentemente disponíveis para pequenas e
médias empresas (PMEs), aplicam-se a muitos dos clubes/venues. Confirme a elegibilidade no seu
caso;
Tarifa de venda para instalações de energia renovável.
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Existem outros tipos de mecanismos de financiamento que podem estar disponíveis para situações de
auditorias energéticas ou consultoria energética, são eles, aquisição de novos equipamentos
energeticamente eficientes ou substituição de equipamentos antigos por modelos recentes mais
eficientes; instalação de sistemas de energia renovável no local; ou ainda trabalhos de desenvolvimento
de capital para edifícios. Podem também existir subsídios disponíveis para participar ou realizar
programas de comunicação, divulgação e sensibilização sobre eficiência energética e alterações
climáticas.
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6. Ferramentas e Recursos
6.1. As ferramentas EE MUSIC IG Tools
As EE MUSIC IG Tools são ferramentas calculadoras de carbono desenvolvidas especificamente para as
indústrias criativas, tendo em conta métricas e impactes relevantes para esta indústria. As EE MUSIC IG
Tools para Clubes/Venues irão ajudar a comparar o consumo energético e a pegada carbónica de um
clube/venue ao longo do tempo – numa base mensal, trimestral ou anual (dependendo da preferência e
dos dados disponíveis) – e irão ajudar também a fazer benchmarks com outros clubes/venues. As
ferramentas são especializadas para o registo de consumos de energia, mas podem também ser usadas
para medir o impacte do uso de água, resíduos e viagens.
Os calculadores de carbono permitem-nos compreender onde incidem os nossos impactes ambientais.
Medir os nossos impactes permite-nos criar estratégias de gestão efetivas, que como resultado
permite-nos reduzir os impactes negativos que temos sobre o ambiente. A utilização das EE MUSIC IG
Tools por parte dos clubes/venues irá permitir-lhes manter um registo do seu consumo energético, e
verificar se as medidas de eficiência energética que estão a implementar estão a ser efectivas.
A utilização das EE MUSIC IG Tools por parte dos clubes/venues e festivais, contribui também para
enriquecer uma base de dados específica da indústria da música, permitindo assim melhorar o tipo de
análises e aconselhamento especializado para a melhoria da eficiência energética do sector da produção
de eventos musicais como um todo.
Exemplo de uma página online com os resultados da
ferramenta EEMUSIC IG Tools.
Registe-se em EE MUSIC IG Tools através do website http://ee-music.eu
Aqui poderá encontrar ambas as versões das ferramentas EE MUSIC IG Tools para Clubes/Venues e para
Festivais e Eventos ao Ar Livre.
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6.2. Outras Ferramentas e Guias de Orientação Úteis
CLUBES/VENUES
Julie’s Bicycle Practical Guide: Building Energy (Julie’s Bicycle, UK, 2014): a guide on energy efficiency
and sustainable energy management for venues and cultural buildings aimed at facilities managers and
operational staff responsible for running buildings, covering topics such as Heating, Ventilation and Air
Conditioning and renewable energy options.
See the Resources section at http://ee-music.eu
Energising Culture: future energy strategies for cultural buildings (Julie’s Bicycle, UK, 2012): a very
in-depth examination of sustainable energy use in cultural venues. This has a UK bias in areas such as
legislation, but much of the content will be generally applicable.
http://www.juliesbicycle.com/resources/publications/energising-culture
Julie’s Bicycle Benchmarks: Julie's Bicycle has developed a set of energy benchmarks for cultural
buildings/venues and for offices, which depict average energy consumption per unit area based on a
large dataset extracted from the Julie's Bicycle IG Tools. You can compare the energy consumption of
your building or office against these benchmarks to give you an initial understanding of your energy
efficiency compared to the sector average:
http://www.juliesbicycle.com/resources/benchmarks
EE MUSIC Benchmarks: as the EE MUSIC project takes shape, we will start to publish benchmarks for
energy use in venues/clubs across Europe - check the EE MUSIC website http://ee-music.eu
ILUMINAÇÃO
White Light Green Guide (White Light, UK, 2013): a guide on sustainable lighting by one of the UK’s
leading suppliers of lighting & audio technology to the entertainment sector.
http://www.whitelight.ltd.uk/wp-content/uploads/2013/03/White-Light-Green-Guide-2013.pdf
BBC Low Energy Lighting Guide (BBC & Arup, UK, 2011): a guide on sustainable lighting aimed at
television production, but still contains some useful content for the wider entertainment lighting
industry. http://downloads.bbc.co.uk/outreach/BBC_LEL_Guidelines.pdf
Broadway Green Alliance Lighting Guide (BGA, USA, 2014): A comparison of different more efficient
fixtures for common lighting applications – note this is aimed at a US market so not all products may be
available in Europe, but likely a good starting point to look at alternatives for technical/lighting
production managers. http://www.broadwaygreen.com/green-lighting-guide/
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OUTROS
Fact Sheet on Biofuels (Julie’s Bicycle, 2010): While some of the details of the information contained
within may be out of date, this factsheet outlines the different types of biofuel technologies available and
some of the controversies around their sustainability.
http://www.juliesbicycle.com/resources/fact-sheets/biofuels
DOCUMENTOS RELEVANTES
First Step: UK Music Industry Greenhouse Gas Emissions for 2007 (Julie’s Bicycle, 2008): In August
2007 Julie’s Bicycle commissioned the Environmental Change Institute, Oxford University, to estimate
annual greenhouse gas emissions of the UK music industry, identify the key constraints and opportunities
for reducing emissions
and make initial recommendations for specific actions and priorities for the
medium term. The indicative total shows that the UK music market is responsible for approximately
540,000 tonnes CO2e per annum. While this is not as intensive as many industries, it is a significant
challenge to reduce CO2e emissions by 80% by 2050.
http://www.juliesbicycle.com/resources/publications/first-step
Sustaining Great Art: Arts Council England Year 1 Report (Julie’s Bicycle, 2013): In 2012, the Arts
Council England introduced environmental reporting on energy and water use as a requirement for 704
major revenue funded organisations and established a three-year partnership with Julie’s Bicycle to
support organisations through the process. This report presents the findings of the first year, including an
estimated £810,000 energy bill reduction from actions undertaken in 62 cultural buildings.
http://www.juliesbicycle.com/resources/publications/sustaining-great-art
Moving Arts: Managing the Carbon Impacts of our Touring, Volume 1: Bands (Julie’s Bicycle, 2010):
This study was undertaken to begin quantifying the environmental impacts of music touring activity at
different scales and identify mechanisms for reducing them. In terms of energy use, the findings show
that generators used to supplement on-site electricity supply can make up a significant portion of the
greenhouse gas emissions for stadium-level tours (while transport and freight are responsible for the
majority of emissions at all other touring levels).
http://www.juliesbicycle.com/resources/publications/moving-arts-bands
Por favor, para mais informações, consulte também a secção individual de Portugal no website do
EE MUSIC.
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6.3. Sistemas de Auditorias Ambientais
Uma auditoria ambiental é uma avaliação dos sistemas de gestão ambiental, e muitas vezes inclui a
verificação do cumprimento da legislação. Existe uma grande variedade de sistemas de auditoria, uns
mais exigentes do que outros. As auditorias podem ser muito úteis para obter uma verificação externa da
qualidade dos sistemas de gestão interna, para obter uma avaliação objectiva do desempenho, e para
demonstrar às partes interessadas o seu compromisso com o ambiente. Contudo, muitos dos sistemas de
auditorias não estão necessariamente adaptados à indústria dos eventos de música ou entretenimento.
Aconselhamos que os clubes e venues consultem as agências de energia locais ou organizações
não-governamentais (ONGs) na área da redução de carbono, para se informarem sobre as opções
disponíveis, e terem acesso a consultores energéticos especialistas para a indústria do entretenimento na
sua área.
Exemplos de auditorias e sistemas de certificação específicos para a
produção de eventos de música:
Rótulo Green Club Label
Desenvolvido pela Green Music Initiative e EnergyAgency.NRW, o rótulo
Green Club Label é um sistema de certificação para clubes
energeticamente eficientes que é atribuída para um período de 2 anos,
e com um grau de exigência relativamente baixo. Para receber esta
certificação, pelo menos um dos seguintes critérios tem de ser
cumprido:
O clube fez parte de um projeto piloto do Green Club Index;
Foi realizado um serviço de auditoria ou aconselhamento
energético por um consultor independente. Após esta auditoria
um plano detalhado contendo todas as medidas energéticas
relevantes deve ser submetido à Green Music Initiative.
Mais detalhes podem ser encontrados no website do Green Club Index.
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Certificação Creative Industry Green
Desenvolvido pela Julie’s Bicycle, a Creative Industry Green é um
sistema de certificação ambiental específica para a indústria dos
festivais, clubes/venues e escritórios criativos.
As organizações recebem um relatório de auditoria sobre o seu
desempenho ambiental, que inclui energia, resíduos, água e viagens, e
são classificadas seguindo uma certificação de 1 a 3 estrelas, válida por 1
ano, com base no seu desempenho nas categorias de Compromisso,
Compreensão, Melhoria e Comunicação.
Mais detalhes podem ser encontrados no website da Julie’s Bicycle.
35
6.4. Compensação de Carbono
A “compensação” tem por objetivo neutralizar as emissões de gases com efeito de estufa, geralmente
através de investimentos em projetos que “removem” o carbono da atmosfera ou que evitem futuras
emissões de carbono, tal como instalações de energias renováveis. Consideramos que a compensação de
carbono deve ser um último recurso a implementar após todas as outras possíveis medidas com vista à
redução do impacte carbónico terem sido consideradas. Os projectos de compensação de carbono
devem ser acreditados por um reconhecido padrão de referência oficial como o Gold Standard ou o
Certified Emissions Reductions (CERs), de modo a garantir aos utilizadores que o dinheiro que estão a
investir nos projetos vai genuinamente reduzir emissões de carbono.
Folha informativa sobre Compensação (Julie’s Bicycle, 2010): Apesar de parte dos dados contidos
nesta informação poderem já estar desatualizados, esta folha informativa salienta os diferentes tipos de
compensações disponíveis e as respectivas vantagens e desvantagens.
http://www.juliesbicycle.com/resources/fact-sheets/offsets
Como exemplo de boa prática de abordagem da compensação de carbono, incluindo explicações sobre os
conceitos de adicionalidade ou riscos de não permanência, verifique aqui os padrões e princípios
seguidos pela e)mission – uma marca de gestão e neutralização de carbono desenvolvida pela
TerraSystemics, parceiro do projecto EE MUSIC.
http://www.e-missionneutral.com/pt/content/6-projects/44-principles-and-standards
Sobre o EE MUSIC:
O EE MUSIC é uma rede de peritos em sustentabilidade e energia, peritos da indústria da música e
agências de comunicação, que trabalham em conjunto para que os eventos de música reduzam os seus
consumos de energia e os seus impactes ambientais. A abordagem do EE MUSIC oferece soluções
energeticamente eficientes e sustentáveis que respondem às especificidades do setor -dos eventos de
música. O EE MUSIC é a maior campanha energética que alguma vez foi feita na Europa para a indústria
dos eventos de música.
M USIC ARTSAND POLITICALDISCOURSE
W W W ELEVA
VATEAT
A
Co-financiado pelo Programa “Energia Inteligente
Europa” da União Europeia
36
Os conteúdos desta publicação são da responsabilidade exclusiva dos
seus autores. Como tal, não refletem necessariamente a opinião da União
Europeia. Nem a EASME nem a Comissão Europeia se responsabilizam por
qualquer uso que venha a ser dado à informação contida nesta publicação.