Descarregar Ficheiro - Ministério da Indústria

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Descarregar Ficheiro - Ministério da Indústria
poluição e aumento da capacidade. “Com a má-
bonete que já está a comprar as nossas caixas”,
quina que esperamos receber brevemente tere-
acrescentou.
mos capacidade para fazer todo o tipo de óleo
Apesar da pouca procura, o mercado de cai-
usado em motores e máquinas como o 15W40,
xas de cartão canelado apresenta-se promis-
20W40, óleo de valvulina, óleo de travões e ou-
sor e por isso mesmo Tanvir Tharadara e a sua
tros”, justificou.
equipa preparam-se para o futuro. “No próximo ano pretendemos aumentar a capacidade
Outros projectos
instalada da fábrica de papelão com a instala-
A Lobia-aço mantém activas outras duas fábri-
ção de uma nova linha de produção. O pólo es-
cas no Pólo de Desenvolvimento Industrial da
tá a ganhar novas fábricas, como as de bebi-
Catumbela. No princípio do corrente ano foi
das, cosméticos e detergentes e estes são po-
inaugurada a fábrica de oxigénio. “Embora já ha-
tenciais clientes. Estamo-nos a posicionar nes-
ja fábrica de oxigénio aqui no Lobito, achamos
se sentido”, concluiu.
que há espaço no mercado e a concorrência é
bem-vinda”, explicou o Administrador, dando
conta depois que a fábrica tem capacidade para produzir 200 garrafas por hora.
O oxigénio é destinado aos hospitais, às empresas de construção civil e oficinas. “Os nossos
O rerrefino
maiores consumidores são mesmo os da construção e oficinas mecânicas. Há pouca procura
O rerrefino de óleo lubrificante usado ou contaminado
por parte dos hospitais. As oficinas pequenas
(oluc) é um processo industrial que transforma o óleo
que fazem trabalhos de bate-chapa são nossos
usado em óleo básico novamente, e evita que este
clientes”, observou o nosso interlocutor.
resíduo perigoso seja descartado no meio ambiente.
A segunda fábrica detida pela empresa está
Dessa forma, o óleo rerrefinado segue o caminho da
vocacionada para a produção de cartão. A uni-
sustentabilidade, fechando o ciclo de vida do produto,
dade industrial produz caixas de cartão canela-
que retorna ao mercado por meio de formuladoras de
do, entre 10 e 20 mil por dia. A fábrica de caixas
óleo lubrificante.
é a segunda a nível de Benguela e fornece as caixas para as empresas de processamento de pes-
Com o rerrefino, o país economiza divisas garantindo
cado da Baía Farta. A matéria-prima provém dos
a reposição do produto no mercado, poupando os
Estados Unidos da América.
recursos naturais e preservando o meio ambiente.
Em Benguela há ainda pouco mercado para
O rerrefino é importante para o desenvolvimento
este tipo de produto, conforme relatou o nos-
sustentável do país, pois devolve nobreza ao óleo
so entrevistado. “As poucas indústrias que exis-
mineral, que pode ser reutilizado infinitas vezes.
tem ainda preferem importar as caixas de Portugal”, lamentou. “Mas nós garantimos a melhor
Se descartado incorrectamente, o óleo lubrificante
qualidade. Embora tenhamos esse constrangi-
usado torna-se um grande poluidor ambiental: mento, temos contacto com algumas empresas
de Luanda, nomeadamente uma fábrica de sa-
ÁGUA: apenas um litro de óleo lubrificante usado
pode contaminar mais de um milhão de litros de água,
quantia que uma pessoa leva 14 anos para consumir.
“No próximo ano
pretendemos aumentar
a capacidade instalada
da fábrica de papelão
com a instalação
de uma nova linha
de produção”
SOLO: o óleo lubrificante usado descartado no solo
pode contaminar os mananciais de água, recurso
natural tão importante à sobrevivência humana.
AR: a queima indiscriminada do óleo lubrificante usado
gera gases tóxicos e pode provocar doenças graves e
agravar o efeito estufa.
Fonte: http://www.lwart.com.br/
Revista da Indústria
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Grande Entrevista
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Revista da Indústria
José Severino
“Neste momento
é bem possível acelerar
o crescimento industrial
em dois dígitos”
Líder da Associação
Fala-se muito da AIA, mas, na
Devemos ter em atenção os factores
Industrial de Angola,
realidade, as pessoas sabem pouco
de correcção que, com certeza, foram
José Severino é uma voz
sobre ela. Conhecida como uma das
sendo introduzidos com a nossa
autorizada quando se fala
associações mais influente do País,
independência. A AIA sofreu uma
de indústria no nosso País.
há essa curiosidade em saber mais
intervenção que levou à suspensão das
Dirigiu projectos como a
sobre a sua história?
suas actividades. Não houve confisco,
FATA, a Siderurgia Nacional,
A AIA foi fundada em 1930, e ao
até porque as associações não são
e esteve ligado ao sector
contrário de muitas pessoas que têm
confiscadas, nem sequer foi confiscada
das madeiras. Aliás, foi
a percepção de que o passado deve
a Filda. Apenas uma intervenção.
nesse sector que, sob a sua
ser passado, por algumas coisas,
Em 1992, com a abertura do País à
iniciativa, se experimentaram
nós entendemos que não. Porque
democracia, a classe empresarial,
as primeiras privatizações,
conhecíamos o espírito dos líderes
sobretudo a do ramo industrial,
numa altura em que se vivia
da então Associação Industrial. Era
entendeu que se devia profissionalizar
em economia centralizada.
um espírito independentista em
o sector e com o beneplácito do
Tão elogiador quanto
conflito com o poder colonial e daí
Executivo, principalmente na pessoa
crítico quando necessário,
ter havido, sobretudo a partir dos
do então primeiro-ministro França
sempre para a elevação
anos 70, o crescimento de dois dígitos
Van-Dúnem, a AIA foi reconstruída.
e o engrandecimento de
na nossa economia. Claro que não
Angola, que diz defender
foi só no sector industrial, mas o da
Isso em 1992.
mais que tudo. Na
agricultura e das pescas também
Assumimos a liderança com toda a
entrevista que se segue,
contribuíram para isso. Portanto,
dinâmica para relançar a AIA a nível
este angolano, natural das
independentemente de estar sobre o
nacional e tivemos, digamos, uma
terras altas do Huambo,
regime colonial e alguns problemas de
nova percepção de que o País, cada vez
comenta vários aspectos do
gestão de recursos humanos, foi um
mais, precisava das associações, fosse
sector industrial, aponta
período de crescimento acelerado, de
a AIA, fossem as outras. Ajudámos até
constrangimentos e sugere
1962 a 1974.
a estimular a criação de associações
provinciais no sentido de serem os
soluções.
Por: Celso Malavoloneke
e Adriano de Sousa
A sede era aqui em Luanda?
interlocutores entre o poder local e
Sim. Essa memória não deve
a AIA. Por fim, estar mais ligada ao
ser apagada, tanto é que muito
poder central. E depois conseguimos
recentemente o próprio Presidente
que se criasse esse instrumento
da República, Chefe do Executivo,
importante que é o Conselho Nacional
José Eduardo dos Santos, veio dizer
de Concertação Social, uma proposta
no Kwanza Norte, que nós temos que
nossa.
atingir, pelo menos, os níveis de 1974.
Portanto, não devemos ter complexo.
Não por ser da AIA, mas por outras
razões, provavelmente por estar na
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Grande Entrevista
defesa do solo pátrio, por ter estado
por ser a primeira empresa que
O problema cambial, o acesso às divisas
em negociações em Moscovo para
fez privatização de gestão. Nunca
era crítico. Portanto, havia uma série
desobstaculizar a compra de materiais
alienámos propriedade, fizemos sim a
de constrangimentos que logo faziam
do nosso lado – uma vez que a UNITA
privatização de gestão. Porquê? Porque
antever o colapso desta privatização.
tinha os seus circuitos –, fui convidado
tínhamos atingido um conglomerado
pelo Presidente da República para ser
tão grande que, na verdade, a direcção
Será isso que terá levado a que a
membro do Conselho da República.
unipessoal (que era a minha) deixou
indústria, até a poucos anos (2002-
Talvez hoje seja o mais velho. Sua
de ser eficiente e começamos a
2005), se tornasse numa sombra
Excelência dá-me essa honra e essa
descentralizar. Descentralizámos em
daquilo que foi o boom da década de
oportunidade de, a esse nível, poder
Cabinda com uma Direcção Geral local,
60 e um pouco da década de 70?
contribuir, o que facilita de certa
fizemos contratos de gestão a nível
Para além dos constrangimentos,
maneira e dá uma certa agilidade ao
das florestas, a nível dos transportes
guerra e outros factores. Quanto a nós,
papel da AIA, embora no Conselho da
florestais e depois naquilo que era
ainda houve muita pressão ideológica
República esteja em nome individual.
um processo difícil que vinha de uma
sobre a gestão. A questão dos quadros,
Portanto, lançámo-nos ao trabalho,
falência não só técnica como financeira
as pressões partidárias na gestão das
fizemos o melhor possível, criando e
e comercial, que foi a descentralização
empresas não permitiram, mesmo com
discutindo propostas. Foi uma dinâmica
dos contratos de gestão nas 17 unidades
a competência de alguns gestores, que
da dialéctica, mas tentando ser sempre
da Empromóvel. É evidente que não
as coisas andassem no processo de
didáctico e construtivo, exercitando
foi fácil na altura implementar esses
transição.
uma política de não fechar portas.
conceitos, mas sempre os prossegui.
E mostrando a eficiência desta
Doze anos depois da paz como é que
Senhor presidente, ainda na fase
descentralização de gestão foram
caracteriza o sector industrial? Quais
das memórias. Como foi a transição
aparecendo outros contratos de gestão
os pontos fortes e os pontos fracos?
do sector industrial da economia
no País. Mas, não foi fácil, nem política
Um dos pontos estruturantes do
planificada (1975- 1989) para a
nem ideologicamente.
relançamento da indústria foi ter a
agricultura como base, logo condenamos
abertura? Como se processou isso
uma vez que foi alguém que esteve
Então numa primeira fase o sector
uma propensão muito actuante no
muito envolvido?
industrial prosseguiu um modelo.
País que era a “petro-dolarmania”. Na
Na minha educação política, apesar
A privatização da gestão só vem
nossa perspectiva, sempre defendemos
de todo o apoio dado ao partido num
depois?
a produção nacional porque era a
período de guerra e sempre solidário
Depois houve alienação com a qual
única forma de dar sustentabilidade
com aquilo que eram as ideias
eu não concordei porque não havia
ao País, criar emprego, valorizar as
nacionalistas de desenvolvimento do
condições objectivas para esse
nossas matérias-primas, substituir
País, sempre fui dizendo que o modelo
processo.
importações. Este é um dos princípios
que a AIA nunca abdicou, até com
socialista não era o melhor para
Angola, sempre com o devido respeito
Estava-se a passar de oito para
que o Presidente Agostinho Neto, o
oitenta
Presidente José Eduardo dos Santos e
Sim, estávamos a passar de oito a
outros órgãos e estruturas mereciam.
oitenta. Houve colapso em Cabinda
Dei também a minha colaboração
porque se alienou a Panga-Panga,
no SEF (Saneamento Económico e
que era a “umbrella” que fazia a
Financeiro). Curiosamente até era o
assistência técnica e a administração.
único indivíduo que não era militante
Tirou-se esse guarda-chuva da Panga
do partido.
Panga de Cabinda. Não concordei
com a alienação da propriedade sem
Como é que o sector da indústria
que estivessem criadas as condições
migrou? objectivas, porque quem ia ficar
Aqui conta um pouco a minha
com as unidades não tinha recursos
experiência pessoal, a minha
financeiros, tinha muitas insuficiências
vocação. Reconhecendo que o modelo
de gestão e o ambiente económico não
socialista não era o melhor para o
era favorável. Nós estávamos numa
desenvolvimento económico-social, fui
economia altamente inflacional, não
pondo em prática o meu pensamento
havia recursos petrolíferos, o barril de
na própria Panga-Panga, começando
petróleo na altura estava a sete dólares.
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Revista da Indústria
«Em 1992, com
a abertura do País
à democracia, a
classe empresarial,
sobretudo a do
ramo industrial,
entendeu
que se devia
profissionalizar
o sector»
uma certa contundência, se é que isso
Ministro José Pedro de Morais, que era
– mas ainda não têm as condições
se pode dizer. Com o advento da paz,
homem da indústria.
materiais ou estatutárias para se
filiarem. São sete mil. Ao todo somos
e havendo capacidades, agarramos
nesse desiderato para pô-lo a funcionar
Esses princípios eram?
um conglomerado de 12 mil.
moldando as políticas; tivemos
Penalizar as importações onde
Mas isso resultou muito da expansão
discussões até difíceis em termos de
houvesse alguma oferta e potencial
dos nossos delegados provinciais.
pauta aduaneira. Eu recordo que na
de aceleração da produção nacional.
Nós sempre tivemos a percepção que
primeira reunião, a mais difícil, houve
Foi essa pauta que, afinal, relançou
a concertação social tinha de chegar
uma cisão entre os dirigentes das
o sector das bebidas, por exemplo,
às províncias. Defendemos isso
finanças e da AIA.
e também alguns segmentos de
de tal forma que hoje esse nosso
materiais de construção. Agora, nesta
ponto de vista está em discussão
Porquê?
pauta que entrou em vigor em 2013,
na pessoa do titular do Ministério
Porque havia conceitos absolutamente
enfim, foi possível dar mais vento às
da Administração do Território.
antagónicos, com o devido respeito pelo
nossas velas. Portanto, foi com José
Então, temos delegados em todas
senhor Ministro, mas pedimos para
Pedro de Morais, em 2002, que esta
as províncias e delegados
interromper a reunião. E essa pauta,
mudança começou.
municipais em 111 municípios.
continuação da deterioração do sector
Isto teve algum impacto na estrutura
Mas já há industriais a esta escala?
industrial, porque fomos tidos como
societária da AIA?
Ou empresários que aspiram a esse
fundamentalistas e os nossos princípios
Teve porque galvanizou. Nós saímos
estatuto?
não aceites.
de um agregado de 600/700 sócios para
A AIA é transversal.
digamos, foi um factor de desgraça e de
cerca de cinco mil.
Qual é, então, o escopro da AIA?
Quais eram os princípios que vocês
defendiam?
Número que se mantém até agora?
É que todas as empresas, no conceito
Foram os princípios que depois vieram
Sim, mas temos aderentes que são
moderno de indústria, devem
aplicados na pauta de 1997, com o
aqueles que – não digo que hesitem
pertencer a AIA.
Revista da Indústria
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Grande Entrevista
Incluindo as empresas agrícolas?
Estamos a falar em termos de
Desde que estejam com vocação
capacidade de empregabilidade,
industrial, agro-indústria. Temos
viabilidade, mobilidade de recursos.
empresas, mesmo agrícolas, porque
O sector de bebidas é o timoneiro,
agricultura moderna empresarial é
porque depois da pauta anterior
uma indústria. Nós somos transversais
ser lançada nós conseguimos, de
com cerca de 40 segmentos: as novas
três fábricas de cerveja, passar a
tecnologias, as pescas, a manutenção,
ter oito fábricas. Nos refrigerantes,
mas continuamos a dizer sempre
temos como referencial a Coca-
que o industrial pode pertencer à
Cola e a Refriango. Não são só estas
AIA. Podem pertencer a associações
duas, existem também fábricas de
sectoriais, não há nenhuma
sumos. Temos a parte da água com 45
conflitualidade porque o direito
unidades. O sector de bebidas lidera.
associativo é livre; pode pertencer
«O País está a
mexer-se mas
é preciso que
os sectores
que podem
exponenciar
esse crescimento
actuem com
sentido patriota»
a uma associação provincial mas se
Qual é o sector que se segue?
entender útil para a nossa perspectiva,
O de materiais de construção, com
para o papel que a gente desempenha,
grandes input’s neste momento. Com o
sobretudo na macroeconomia, também
aparecimento das cimenteiras, temos
são bem-vindos a sócios da AIA.
a fileira de cimento, mas também,
possível, utilizar as matérias-primas
Temos ainda os aderentes, aqueles
digamos, as fileiras do metal, como
nacionais.
que, tendo o espirito empresarial, não
é o caso da siderurgia, os laminados
podem ser marginalizados, porque
de ferro, tubos e chapas, enfim. Já o
Sucatas é que não faltam neste
temos que trocar sinergias através
terceiro é a agro-indústria, que está a
país, com tanto material metálico
da nossa base, que é a rede AIA NET.
despontar.
espalhado por causa da guerra. Até
onde chega o seu conhecimento,
Aqueles que estão organizados, todos
os 14 mil, recebem todas as nossas
O fornecimento de matéria-
tem havido algum aproveitamento
comunicações na rede AIA NET,
prima é fundamental para o
disso?
recebem o Vector, nosso programa
desenvolvimento óptimo da
Tem e qualquer observador atento
radiofónico. Enfim, recebem o nosso
indústria. Como é que está Angola
aos problemas de saneamento vai
anuário e o nosso marketing.
nesse capítulo?
verificar que na cidade não há sucatas
Há uma dependência grave em
por causa das siderurgias que foram
Se nós lhe pedíssemos para eleger
relação às matérias-primas nacionais.
montadas, as duas com capitais de
os três maiores subsectores da
Nós estamos a alertar os nossos
indianos e angolanos. Estamos a
Indústria quais elegeria?
associados de que na próxima pauta,
recolher sucatas.
Estamos a falar em termos de
provavelmente, algumas matérias-
contribuição para o PIB? Estamos a
primas deixarão de ter benefícios
que recolhem e fazem a reciclagem
falar de que dimensão?
fiscais. Estamos a encorajar o “Angola
do vidro e levam às nossas unidades
Investe”, que é um bom instrumento
de bebidas espirituosas. Por isso é que
de promoção do desenvolvimento, a
não há garrafas na rua. Se você viajar
dar muitos mais benefícios, incluindo
pelo País vai encontrar muitos sacos
a lei do investimento privado, a quem
empilhados. Não é carvão, são sacos de
vai ao interior do País porque é lá
garrafas. Também já há recolha do papel.
«Não podemos
continuar a fazer
desenvolvimento
industrial nas
urbes nem em
zonas económicas
especiais
periurbanas».
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Revista da Indústria
Temos também a função das senhoras
onde estão os recursos.
Temos a terceira maior reserva de
Outro pressuposto fundamental
terras aráveis de África, a terceira
para a indústria é o fornecimento de
maior reserva de água de África, as
energia e água. Como é que estamos
terceiras reservas hidroeléctricas
nesta área?
de África, um clima equatorial
A energia ainda é um
mediterrâneo e recursos minerais.
constrangimento. O facto de o
Portanto, para sermos uma indústria
Executivo estar a investir, em base
competitiva, em definitivo, com a
orçamental, 100 mil barris de petróleo
excepção de subsidiária no ramo
por dia no sector é um bom sinal.
químico, temos que, tanto quanto
Recentemente o Chefe de Estado esteve
a lançar a barragem do Laúca para
ter seguido o exemplo do colono, que
É uma questão de soberania. Não
dois mil megawatts.
elegeu o Kwanza-Norte, Dondo. É ali,
é uma mera questão de querermos
na verdade, onde deveria estar, pois
que seja assim, é uma questão de
São 100 mil barris de petróleo por
lá encontram-se a energia, a água e as
segurança alimentar, de racionalização
dia que o Executivo destina ao
matérias-primas. Portanto, julgamos
e incorporação dos nossos recursos
sector industrial, ou também para
que neste momento é bem possível
naturais. É uma questão de criação de
energia e águas?
acelerar o crescimento industrial em
emprego, melhoria da nossa qualidade
Para a energia e águas. No sector da
dois dígitos.
de vida e de ocupação do território,
porque em geopolítica não há territórios
água temos o projecto da “Água para
Todos”, dirigido ao consumo, que é
Num horizonte de quanto tempo?
vazios. Repara que a Califórnia, nos EUA,
muito importante. Mas o problema
Até, pelo menos, 2025. A economia
é ocupada pelos mexicanos passando
fundamental é o da energia. Nós
colonial cresceu dois dígitos de
barreiras.
observamos o investimento que o
1972 a 1974, não havia petróleo,
Estado está a fazer e vê-se as novas
novas tecnologias, nem cooperação
Nós só somos 19 habitantes por
subestações que estão a ser feitas em
internacional, nem havia essa nossa
quilómetro quadrado...
Angola, vê-se a ampliação da Barragem
vontade política indomável de fazer
E somos 24 milhões de habitantes
de Cambambe, a reabilitação da Matala,
crescer o País como agora existe.
contra os 100 milhões de vizinhos, mas
Maú, Luachimo. Há investimentos no
Poderá haver contradições mas essa
de boa vizinhança (risos). Que, entanto,
sector. Agora, não podemos é continuar
vontade está espraiada em todos nós.
têm a apetência de se apossarem dos
a fazer desenvolvimento industrial
nossos recursos naturais. Temos que
nas urbes nem em zonas económicas
Podemos dizer que o senhor
ocupar o território e isso faz-se com
especiais periurbanas.
presidente está optimista quanto
o crescimento da classe empresarial.
A nossa zona económica especial, que
ao futuro da indústria? Ela poderá
Sempre dissemos que para combater
é um investimento estrutural muito
retomar o seu papel, constituindo
a pilhagem do diamante é preciso
grande, de alta qualidade, já não
um contrapeso face à dependência
que os angolanos sejam detentores
deveria ter sido feita aqui. Devíamos
em relação ao petróleo?
dessa exploração e não só os grandes
Revista da Indústria
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Grande Entrevista
concessionários multinacionais,
porque eu defenderei o meu chão
diamantífero a todo preço. Acredito
que as pessoas que estão mobilizadas
nas nossas orgulhosas Forças Armadas,
TGFA e Polícia Nacional têm menos
propensão a defender da mesma forma
aquilo que não é deles directamente,
embora sejam recursos naturais.
Portanto, precisamos de fazer crescer o
empresariado nacional; ainda estamos
longe disso.
Já agora, sobre os 25% do Orçamento
Geral do Estado, também foi muito
importante conseguirmos a lei das
Micros, Pequenas e Médias empresas;
precisamos de pôr este instrumento
a avançar. Estamos a pedir que agora
seja regulamentado como os 25%
devem ser encaminhadas às micros,
pequenas e médias empresas, quer no
que toca às despesas do Orçamento
Geral do Estado quer sobre as obras
contratadas. As empresas que estão
aí com grandes contratos têm de
«A África do
Sul cresce mais
em riqueza
substantiva
do que nós a
dois dígitos,
tenhamos
consciência
disso. O nosso
modus operandi
industrial
não pode ser
o mesmo de
economias já
estruturadas»
32
Revista da Indústria
subcontratar às micros, pequenas e
a gente produz, a princípio, pode não
porque com um clima equatorial não
médias empresas nacionais 25% do
ser o melhor mas é bom e nós temos que
tem as mesmas condições competitivas
valor das obras.
gostar.
na agricultura. E a agricultura é a
A outra questão que se põe é o
estruturação da indústria. O Congo tem
Não acha que essas duas vertentes
sector petrolífero. É preciso ser mais
grandes recursos minerais, recursos
que mencionou, nomeadamente,
persuasivo perante a Sonangol e as
florestais, recursos hidroelétricos, mas
o deslocamento do eixo industrial
multinacionais. Têm de incorporar
não pode competir connosco a nível
para áreas próximas dos recursos e
mais serviços, mais bens de produção
da agricultura, da agro-indústria e da
das matérias-primas e esta questão
nacional. Se todos amamos este País, se
indústria transformadora. Por isso, é
de também se potenciar as micros,
o Estado, na vertente Forças Armadas,
um mercado que está aí. Foi criada a
pequenas e médias empresas
Policia Nacional, Educação e Saúde, se
comunidade das empresas exportadoras,
industriais estão consubstanciadas
esses sectores entenderem actuar com
trabalhemos mais para ganharmos o
naquilo que o Estado vê como pólos
sentido patriótico sem perda das suas
Congo e a Zâmbia.
industriais?
responsabilidades, Angola vai crescer a
Afirmativo. Temos os pólos da Caála,
dois dígitos e vamos ser um dos países
O senhor presidente está a falar para
Cabinda, Fútila, Catumbela, Lubango,
mais competitivos de África.
a revista institucional do Ministério da
etc..
Mude-se a lei de investimento
Indústria que é distribuída também
privado porque os angolanos não têm
entre os associados da AIA. Portanto,
Já que é um conhecedor do campo, da
um milhão de dólares. Nenhuma das
não queria terminar esta entrevista
cidade e da indústria, como vê esse
micros, pequenas e médias empresas
sem dar-lhe a oportunidade de
triângulo?
estrangeiras, que tenham know-how, que
mandar uma mensagem para aos
Um dos problemas que nós temos é
tenha competência, virá para Angola
seus colegas, companheiros de luta de
a falta de infra-estruturas, o que não
porque não têm disponibilidade de um
muitos anos.
pode pesar como custo directo do
milhão de dólares e se o têm não virão
O que eu quero dizer à classe empresarial
investimento. Então, o Estado cria zonas
para aqui. Porque repara: os EUA por 500
angolana de uma forma abrangente,
para implantar os pólos, infra-estruturar,
mil dólares dão visto de residência.
sem sectarismos, é que todos nós temos
preparar os terrenos, os solos, preparar
A Lei Geral do Trabalho está a ser
a responsabilidade de fazer este País
o saneamento, a energia, a água e as
mudada numa excelente concertação
crescer, por ser um País competitivo,
telecomunicações. Fundamentalmente
com a tutela. Enfim, existem aí outras
um País onde todos nos sintamos bem e
são estes os custos mais importantes
leis que o executivo está a implementar,
que apresenta um horizonte promissor
quando se quer implantar. Isto feito, o
como a lei das cooperativas que é
para os nossos filhos e netos. Os jovens,
financiamento bancário será mais fácil.
um instrumento extraordinário para
os industriais, têm que ser aliciados
Hoje, a dificuldade prende-se com os 30%
fixar a população no campo, melhorar
por nós a virem para as empresas
que nós não conseguimos pôr.
a qualidade de vida e termos mais
na sua hora de ócio, em modelos
produtos agrícolas. O País está a mexer-
organizados. No processo que está agora
se mas é preciso que os sectores que
em curso encabeçado pelo Ministro da
podem exponenciar esse crescimento
Administração Pública, é importante, no
Além disso tudo que já apontou,
actuem com sentido patriótico. De outra
caso do trabalhador-estudante, que o seu
o que acha que ainda deveria ser
forma nós vamos ter dificuldade em
comportamento na empresa contribua
feito com vista a galvanizar esse
ser competitivos. Vamos ter dificuldade
para a sua nota na escola. É caso para
desenvolvimento que se quer que seja
em integrar as ZCL, que é a Zona de
dizer: abaixo a ociosidade, abaixo os
uma certeza mais segura?
Comércio Livre da SADC. Esse é um dos
costumes de sociedades que já faliram
Uma concertação social imperativa e não
objectivos que a AIA defende, temos de
e trabalhemos com espírito 24 sobre
o rebuço da auscultação. A auscultação
entrar na ZCL, mas para isso é preciso
24 horas, porque só assim é que nós
é importante mas é preciso que aquilo
crescer a dois dígitos pelo menos durante
podemos ter um futuro risonho, de modo
que seja concertado entre o Estado, o
cinco anos.
a eliminarmos a diferença abismal em
«Temos de entrar na ZCL»
termos de competitividade que temos,
Executivo e as associações sejam de facto
respostas para os problemas, isto a nível
Estamos em desvantagem?
por exemplo, com a África do Sul. Com
central e local. A segunda questão é que
Em séria desvantagem competitiva. Mas
um índice de 4%, a África do Sul cresce
o Estado tem de ser comprador daquilo
temos um mercado de 200 milhões de
mais em riqueza substantiva do que
que nós produzimos e deixarmos de
consumidores com uma vizinhança de
nós a dois dígitos, tenhamos consciência
veleidades de presunções da qualidade
60 milhões que é o Congo, com fronteira
disso. O nosso modus operandi industrial,
e podermos discutir preços e prazos de
marítima, fronteira terreste e vias
operativo, não pode ser o mesmo de
entrega. A propósito de qualidade, o que
fluviais. O Congo está à nossa disposição,
economias já estruturadas.
Revista da Indústria
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gala
Empenho e dedicação reconhecidos
Ministério da Indústria
homenageia
mulheres do sector
Angola está a lançar os
alicerces para uma nova
fase do desenvolvimento
estrutural da indústria que
irá permitir a substituição das
importações por produtos
nacionais. Contribuir para
que esse desenvolvimento se
efective deve ser uma alegria.
E ser reconhecido por isso é
um privilégio.
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Revista da Indústria
O
Ministério da Indústria acaba de homenagear as mulheres angolanas
que, durante décadas, têm dado tudo
de si em prol do desenvolvimento do
sector industrial nacional. Mais do que momento de confraternização e interacção, o Ministério,
em parceria com a Associação Munakazi Mwene,
realizou uma Gala denominada “Mulher Rainha”,
que serviu de reconhecimento público do empenho e dedicação de cerca de 50 mulheres, todas
homenageadas na cerimónia realizada na noite
de 26 de Novembro.
Na realidade, foi a 36ª edição do evento. Numa
mensagem da Ministra da Indústria – lida pelo Secretário de Estado, Kiala Gabriel, sem adaptações
nem alterações como o mesmo fez questão de
realçar – ficou claro o sentimento de gratidão e
a segurança de que o sector continuará a contar
com mulheres como as que foram homenageadas. “Este é o reconhecimento da vossa e nossa
luta, sobretudo no exemplo que dão. Nós, Ministério da Indústria, continuaremos a promover a
elevação do papel da mulher na sociedade”, referiu Bernarda Martins no seu texto.
Como já afirmamos, foram homenageadas
cerca de 50 mulheres vindas de vários pontos do
país. Senhoras que lidam com máquinas nas diferentes unidades fabris e aquelas que auxiliam
o executivo no departamento ministerial responsável pelas indústrias. Por exemplo, da Textang II
foram homenageadas Maria da Conceição Francisco, Maria da Luz Paixão e Arminda Maria. Vindas da Fabimor estiveram Maria Clotilde Guilherme, Inês Baltazar Manuel, Florencia dos Santos,
Isabel Agostinho José Correia e Isabel Manuel Sebastião. A Bolama esteve representada por Amélia António Agostinho, Maria de Fátima Cabusso, Rosa Teresa Delgado, Rita Zeferino, Venância
Bento de Oliveira e Ginoveva Ferreira da Costa.
Muitas outras se seguiram.
Em declarações à imprensa, Maria Filomena
dos Santos, da província de Cabinda, uma das
homenageadas, manifestou a sua satisfação pela organização do evento e o reconhecimento do
seu trabalho durante anos em prol o desenvolvimento do país. “Muita coisa já mudou, antes havia muitas dificuldades para se trabalhar, ao contrário de hoje que existe maior abertura”, disse.
Helma Bastos, funcionária do referido sector
há 30 anos, agradeceu ao Ministério da Indústria por reconhecer o trabalho das mulheres, que
muito se têm dedicado com o seu esforço para o
crescimento da indústria angolana.
Revista da Indústria
35
Em Foco
Produção industrial com olhar na exportação
Benguela prepara-se
para ser referência regional
Benguela pode orgulhar-se de ter um parque industrial nada modesto, em comparação com as
demais províncias do país. A província das acácias
rubras, com mais de 2,6 milhões de consumidores,
é a segunda maior referência em termos de indústrias, perdendo apenas para Luanda. Mas ambiciona muito mais. A estratégia do governo local
visa abastecer não só a circunscrição, mas também o mercado regional e internacional, o que,
de certa forma, já está a ser feito.
36
Revista da Indústria
B
enguela localiza-se no litoral
Lisboa (Portugal). Por tudo isso, o go-
suas acções”, deu conta Abel Máquina
centro de Angola e faz frontei-
verno posiciona-se já no sentido de ala-
Mussalo, Director provincial da Indús-
ra com Kwanza Sul, Huambo,
vancar a indústria e tornar Benguela um
tria, Geologia e Minas.
Huíla e Namibe, ocupando uma
dos pontos de germinação do desenvol-
área de 39 827 quilómetros quadrados.
vimento industrial de Angola.
Outras prioridades
A capital da província situa-se a 530
Os sectores dos alimentos e bebi-
quilómetros da capital do país, Luanda.
das, agro-indústria e dos materiais de
“Ainda a nível do governo local está em
Possui infra-estruturas que a tornam
construção são os considerados estra-
curso um processo de ordenamento de
uma espécie de entreposto para a re-
tégicos, sendo por isso os que avançam
território ou das zonas fundiárias, que
gião centro-sul.
com maior celeridade. No que se refere
contemplam também talhões de 5 a 10
às bebidas, por exemplo, caminha-se já
hectares para a implantação das indús-
para a internacionalização.
trias”, explicou o responsável. Entre as
Entre as infra-estruturas conta-se o
caminho-de-ferro de Benguela, que tem
uma extensão de 1344 quilómetros e dá
De acordo com os últimos pronun-
zonas contempladas para a implemen-
acesso à parte mais interior de Angola.
ciamentos do responsável da cervejeira
tação de indústrias constam Cubal, Baía
Para lá de Luau, será ligado aos sistemas
Soba Catumbela, Joaquim Reis Esteves,
Farta, Catumbela e Lobito.
ferroviários da República Democrática
a empresa que dirige trabalha com o ob-
O responsável máximo da pasta da
do Congo e da Zâmbia.
jectivo de estender as suas exportações
indústria revelou ainda que no plano
A ligação com o mundo pode ser feita
para Moçambique e Guiné-Bissau. Ac-
provincial de desenvolvimento há ex-
por meio dos dois aeroportos (situados
tualmente a cervejeira exporta trimes-
pectativa de se implantar a indústria de
em Benguela e Catumbela) e do Porto
tralmente seis mil caixas de Cuca em
processamento de massa de tomate, su-
do Lobito.
lata para São Tomé e Príncipe.
mos de ananás e uma gráfica no Lobito.
O porto dista em 1410 milhas de Cape
Embora ainda não se possa falar em
“Na zona económica especial do Lobito
Town (África do Sul), 7537 milhas de
exportações, outro sector visivelmen-
a expectativa é de implantar uma indús-
Nova York (EUA), 5127 milhas de Ams-
te em ascensão é o da construção civil.
tria têxtil, entre outras que fazem parte
terdão (Holanda), 5050 milhas de Sou-
Neste domínio, Benguela é autosufi-
da nossa prioridade, conforme as orien-
thampton (Inglaterra) e 4197 milhas de
ciente, sobretudo em artigos como o
tações do Ministério de tutela”, disse,
cimento, blocos, tijolos e indústrias de
acrescentando que as prioridades estão
transformação de inertes. Províncias
viradas para a indústria de materiais de
como o Huambo, Huila e Bié também
construção.
Benguela
é autosuficiente,
sobretudo em artigos
como o cimento, blocos,
tijolos e indústrias
de transformação
de inertes
beneficiam dessa produção, servindo
Sendo Benguela uma província cos-
de mercado preferencial do excedente
teira, não quisemos terminar a conver-
produzido.
sa com Abel Mussalo sem abordarmos
Como dissemos, Benguela ambicio-
a questão das indústrias de processa-
na mais. Pelo menos sete pólos de de-
mento de peixe. O nosso interlocutor
senvolvimento industrial e uma zona
confessou que este sector ainda não
económica especial serão erguidos até
está tão desenvolvido quanto se deseja.
2017. “O governo provincial local já tem
Contudo, salientou que este não está es-
algumas iniciativas para o desenvolvi-
quecido. “Quanto à indústria pesqueira
mento da indústria em Benguela. Elas
o Governo tem traçado algumas estraté-
passam pela criação de algumas zonas
gias para o seu desenvolvimento. Ainda
para a implantação das indústrias e a
não temos muitos dados para lhe forne-
criação de condições favoráveis para o
cer mas é um sector que também temos
investidor privado desenvolverem as
em atenção”, assegurou.
Revista da Indústria
37
Em Foco
Perfil do titular da pasta da Indústria na província
“Às vezes gosto
de fazer obras em casa”
Em Benguela desde 2004,
Abel Maquina Mussale tomou
contacto com o sector em 2010
quando foi promovido a chefe
de Departamento de Indústria,
Geologia e Minas, vindo
da Direcção Provincial
de Energia e Águas.
Não tardou muito
para ser promovido
para o cargo de Director
provincial da Indústria,
de Geologia e Minas.
Nas linhas
que se seguem
o nosso interlocutor
fala um pouco
mais de si.
Quem é o engenheiro Máquina?
tudos. Fiz o mestrado em geologia na especialida-
Fiz a formação em Cuba onde concluí o ensino
de de prospecção de recursos minerais sólidos.
superior. Frequentei a escola secundária na
Em 2004, vim para Angola e fui logo chama-
Ilha de Juventude, em Cuba, mais precisamen-
do para concorrer em concursos públicos para
te na escola nº 49. Depois de terminar os qua-
poder ser então efectivo da função pública.
tro anos nesta instituição, passei para a escola
Cheguei a Benguela em 2004 e fui colocado na
nº 24 na mesma ilha, na altura uma escola
Direcção Provincial de Energia e Água onde tra-
pré-universitária e quando terminei fui para a
balhei durante três anos.
Universidade de Moa, onde fiz formação em
engenharia de minas.
Depois de concluído o curso ganhei uma oferta
do próprio instituto para poder prosseguir os es-
38
Revista da Indústria
É casado?
Não sou casado, vivo maritalmente e tenho
três filhos.
Investir em Benguela
Em média dois pedidos de licenciamento
B.I.
de indústrias são recebidos pela Direcção
Abel Máquina Mussalo é o meu nome. Nasci no
de Indústria, Geologia e Minas da província.
dia 5 de Janeiro de 1975 na comuna de Calunda,
Na sua maioria são cidadãos nacionais, que
município do Alto Zambeze, província do Moxi-
escolhem preferenciamente o sector alimentar
co. Ainda sobre o meu perfil como profissional
e das bebidas. Nesta edição, apresentamos
acrescento que sou professor colaborador na
um pequeno guia para auxiliar quem também
Universidade de Katyavala Bwila e no Instituto
pretender investir em Benguela.
Superior de Saúde, aqui em Benguela.
Que documentos deve o investidor reunir?
O que faz nos tempos livres?
Requerimento dirigido ao Director Provincial
Dedico-me ao trabalho, quase que não tenho tem-
da Indústria, Geologia e Minas;
po livre. Mas também arranjo tempo para brincar
Número de contribuinte;
com as crianças no jardim. Às vezes gosto de fazer
Estatuto da sociedade;
obras em casa, mexo na electricidade, troco toma-
Projecto a ser implementado;
das, e, por vezes, faço pintura, entre outros. Gosto
Fotocópia do Bilhete de Identidade do responsável;
de dar atenção à casa.
Declaração da zona;
Planta de localização da área a implantar a indústria;
Gosta de desporto?
Cópia da Certidão do Registo Comercial;
Sim.
Documento legal que atesta o compromisso
de posse das instalações;
Título de propriedade, reconhecido pelo notário.
Dedico-me ao trabalho, quase
que não tenho tempo livre.
Mas também arranjo tempo
para brincar com as crianças
no jardim
Onde se dirigir?
Dirige-se à Direcção Provincial da Indústria,
Geologia e Minas.
Quais os prazos?
Menos de três dias (recepção do processo,
despacho, inserção dos dados no sistema, ordem
de pagamento, emissão do Alvará e assinatura).
Tramitação
O que mais aprecia?
Após a entrega de toda a documentação acima
O que mais aprecio é o futebol, a modalidade
referida, existe um formulário a preencher
que mais atrai o mundo.
pela entidade coordenadora e pela empresa
requerente. Faz-se a inserção de dados no
Pratica?
sistema de cadastramento informático e depois
Já pratiquei, mas quando fui estudante; prati-
sai a ordem de pagamento. O requerente
quei futebol e aquele carinho ficou.
dirige-se aos serviços de Finanças e efectua
o respectivo pagamento. Feito isso, segue-se
É o tipo de adepto que veste a camisola e
a impressão do Alvará provisório em função
vai para o campo ou limita-se a ver em casa
do valor de investimento.
com amigos e umas cervejinhas?
Sou adepto que só vê os jogos em casa com
amigos.
Revista da Indústria
39
Em Foco
Samuel Orlando do Amaral,
PCA do Pólo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela
A primeira fase de implementação
do Pólo de Desenvolvimento
Industrial da Catumbela
compreende o eixo LobitoCatumbela com uma dimensão de
272 hectares aproximadamente.
Tem já em funcionamento 23
empresas e na segunda fase, na
área do Luongo, está reservado
um espaço de 1835 hectares. Alí
já funcionam as indústrias de
tanques plásticos, indústrias
de colchões, fraldas e do
ramo alimentar. No que diz
respeito à construção civil,
produzem-se tijolos, blocos e
betumes. No total a produção
ronda as 1228 toneladas/mês
aproximadamente. Todavia, os
constrangimentos ainda estão
bem patentes no dia-a-dia dos
investidores. Samuel Orlando
do Amaral, PCA do Polo de
Desenvolvimento Industrial da
Catumbela, fala-nos um pouco
mais da infra-estrutura.
“Nós estamos geralmente divididos
entre muita alegria e alguma tristeza”
Qual o estado actual do Pólo Industrial da
e energia para toda a área, que são os factores
Catumbela?
principais para o desenvolvimento da indústria.
Não diria que vai de vento em popa mas tem
havido grandes esforços no sentido de se ir me-
E quanto ao resto?
lhorando, fundamentalmente no que diz respeito
O resto vem a reboque. Falo do saneamento, que
às infra-estruturas, que são necessárias. Um dos
são os “finalmente”. Nós estamos numa área em
principais problemas prende-se exactamente
que precisamos que as águas escorram à vonta-
com as infra-estruturas. Há dificuldades de vária
de porque uma parte é montanhosa, e a outra
ordem, mas com alguma persistência e alguma
alagadiça. Tudo foi identificado e será atacado.
paciência vamos ultrapassando os obstáculos. Já
40
Revista da Indústria
temos grande parte das vias estruturantes aber-
Apesar de todos os constrangimentos, há já in-
tas, o que tem facilitado em grande medida a
dústrias a funcionarem adequadamente no pólo?
implantação dos industriais. Temos ainda grande
Para a primeira fase, entre a Catumbela e Lobito,
dificuldade em assegurar a distribuição de água
onde os constrangimentos não são relevantes, já te-
mos algumas indústrias com algum peso na nossa
Para além do know how que trazem, os estran-
economia. A outra fase é um bocadinho mais com-
geiros têm a facilidade de encontrar financia-
plicada porque é uma zona montanhosa e o traba-
mento. Não estou a dizer que é culpa dos ban-
lho de implantação é mais difícil. Neste momento já
cos. Talvez porque não temos conseguido dar
contamos com cerca de 20 empresas. Pelas nossas
aos bancos garantias sólidas. Ouvimos relatos
contas, até ao fim do ano mais 10 empresas iniciarão
de pessoas que recebem os créditos e não apli-
actividade, o que significa que estamos a andar.
cam nas áreas destinadas.
Fale-nos um pouco das indústrias já estabe-
Até onde vai a responsabilidade da direcção
lecidas no pólo?
do pólo na relação com os empresários? Tem
São indústrias do sector da construção civil, fun-
a ver apenas com a criação de condições de
damentalmente, empresas como a EBM, que
implementação das fábricas ou actua até na
faz tratamento de betão. Temos também algu-
divulgação e marketing das marcas?
Temos interagido bem com os empresários, cumprindo ao máximo com as nossas responsabili-
“Temos ainda grande
dificuldade em assegurar
a distribuição de água e
energia para toda a área,
que são os factores principais
para o desenvolvimento
da indústria”
dades. Por outro lado, tem havido por parte dos
órgãos de informação alguma divulgação. Nós,
direcção do pólo, à nossa maneira (através do
nosso site), temos divulgado as indústrias e agora
a Revista do Ministério da Indústria vem reforçar
o nosso trabalho como sendo mais um veículo.
Benguela tem o segundo maior parque industrial do país e o Pólo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela tem preponderância
neste domínio. Qual é o seu sentimento ao
constatar isso?
Nós estamos geralmente divididos entre muita
alegria e, às vezes, alguma tristeza. Alegria por-
mas indústrias alimentares (bolachas, bolos e
que algo está a ser feito em prol do desenvolvi-
bebidas espirituosas). Temos ainda indústrias
mento do país e da elevação da economia na-
ligeiras como as de pequenas empresas de con-
cional. Mas, por outro lado, com alguma tristeza
fecções de vestuários para bebés. Há ainda in-
porque esse avanço não está a ser tão rápido
dústrias de plásticos e colchões.
como gostaríamos por causa das dificuldades
que já apontei.
A produção já satisfaz? Consegue cobrir o
mercado de Benguela?
Perspectivas?
Há uma indústria que tem o seu produto em qua-
Para a área que já foi determinada e que tem sido
se todas as bombas de combustível, não sei como.
distribuída aos investidores irão encontrar cada
Nessas bombas de combustível encontramos
vez melhores condições de exploração. Nós esta-
umas bolachas que são fabricadas na Catumbela. É
mos um pouco preocupados com a expansão do
sinal de que, apesar de tudo, o nosso produto está
próprio pólo. Na Catumbela nem chegamos a mil
a chegar longe. Sem falar doutros, como por exem-
hectares e a procura para Benguela é bastante
plo a empresa de betumes, que tem abastecido
grande por causa dos grandes investimentos que
muitas unidades industriais que produzem asfalto.
a província vai receber. Estamos a tratar junto do
Governo como encontrarmos soluções para um
Em visita ao pólo reparamos a presença sig-
pólo industrial maior e onde a forma de actuação
nificativa de estrangeiros. Que tipo de incen-
não seja idêntica ao do pólo actual.
tivos há para o empresariado local?
Temos a visão de cerca de três mil hectares
O grande problema prende-se, a meu ver, com a
para a área do Biopio. Ali sim, poderemos ter
possibilidade dos bancos concederem créditos.
áreas suficientemente grandes.
Revista da Indústria
41
Boas
Nossapráticas
gente
Torrefacção de farinha de mandioca
A mandioca é uma das fontes de hidratos de carbono mais cultivadas
mundialmente. Para além de se poder melhorar as variedades, para
aumentar o rendimento, também se deverá aumentar o rendimento da sua
transformação para diminuir o tempo despendido pela população.
Produtos Finais Tradicionais
• Folhas verdes como acompanhamento
Fluxograma
da torrefação
de farinha de mandioca
• Bombó – tubérculo ralado e fermentado
• Farinha Rústica – Tubérculo ralado e torrado
• Mandioca – Farinha refinada
Farinha de mandioca
Produtos Finais Não Tradicionais
• Extracção de amido
• Refeições prontas à base de mandioca
• Folhas cozidas em lata
Torrefacção
• Alimentação Animal
Unidades Ruralizadas de pequena dimensão
• Unidade de fermentação de bebidas alcoólicas
• Produção de farinha/sêmola rústica com embalamento manual
Enchimento em sacos
Unidades de média dimensão
• Unidade conservação em lata das folhas
• Unidade de limpeza, farinação e embalamento de farinha refinada
• Unidade de fermentação e destilação de bebidas alcoólicas
42
Revista da Indústria
Farinha Torrada
Nossa gente
Paixão João Baptista
“Os colegas são a minha família”
Por pouco seria quadro da transportadora aérea
nacional, TAAG. Na altura em que Paixão Baptista se
candidatou a uma vaga no MIND, fez a petição em outras
duas empresas, mas foi no Ministério da Indústria que
a figura escolhida para “Nossa Gente” desta edição
recebeu o primeiro parecer favorável de emprego.
“N
“Senhor Paixão”, como é carinhosamente tratado, conta que no seu dia-a-dia
o trabalho ocupa a maior parte do tempo. E, não deixa dúvidas, desempenha as
suas tarefas com responsabilidade, sem
grandes constrangimentos. “Há mais agitação quando um carro protocolar avaria. Nessas situações eu entro em contacto com o Ministério dos Transportes que
prontamente disponibiliza uma viatura.
o passado não havia concur-
chefe dos Transportes, cargo que exerce
Entrego a nova viatura ao beneficiário
sos públicos. As admissões
há mais de nove anos.
enquanto que a avariada vai para o conserto”, explica.
eram na base de recomenda-
Dos tempos antigos, sente saudades
ções. Depois de um teste de aptidão fui ad-
do refeitório e da loja da cooperativa dos
Além dos transportes, Paixão Baptista
mitido”, lembra o nosso interlocutor, filho
trabalhadores, onde se vendiam todos os
cuida dos serviços de comunicação, no-
das terras do Gulungo Alto, Província do
produtos da indústria nacional e não só.
meadamente o carregamento de saldo
Kwanza Norte.
“Para falar a verdade, nós não nos preo-
dos telemóveis de alguns funcionários.
Paixão João Baptista, de nome com-
cupávamos com os salários. Perdemos a
A sua secção tem um mecânico e três
pleto, é quadro do Ministério da Indús-
cooperativa mas ganhamos o cartão Kero.
motoristas que tratam do transporte do
tria desde 1983, tendo exercido primei-
Portanto, não há razões de queixas”, lem-
pessoal.
ramente o cargo de chefe de Secção de
bra nostálgico, mas com sorriso no rosto.
Estatística. Liderou ainda a Secção de
Conhecedor da “casa”, uma vez que
Compras e, de seguida, foi conduzido a
passou por várias áreas, Paixão Baptista
A figura
revela que tem boas relações de traba-
Nome: Paixão João Baptista
lho com os seus superiores hierárquicos
Naturalidade: Kuanza Norte, município Gulungo Alto
e colegas, os quais, aliás, considera como
Data de Nascimento: 29 de Março de 1958
família. “Sou considerado um bom chefe
Estado civil: Casado
de família e a relação que tenho com a
Filhos: 5
minha família é a mesma que tenho aqui
Prato preferido: Arroz com bife e batata frita
com os colegas”, expõe. “Ninguém se quei-
Desporto: Futebol
xa de mim, até porque na função que de-
Bebida: Sumo sempenho não dá para me manter fecha-
Tempos livre: Ler e ver TV
“A relação que tenho
com a minha família
é a mesma que tenho
aqui com os colegas”
do ou tímido com os colegas”, diz adiante.
Revista da Indústria
43
aniversários
Os aniversariantes
do trimestre
Entre o último número da revista Indústria
e a edição que o caro leitor tem em mãos
muita coisa aconteceu. Uma delas prende-se
com a celebração da vida por parte daqueles
que fazem aniversário e de seus entes
queridos. A data do nascimento é sempre
motivo de registo, tal fazemos nestas páginas
em relação a alguns dos aniversariantes do
trimestre que abrange esta edição.
A
ugusto Vladimir Dias dos Santos,
candidatos e, felizmente, bem sucedido.
natural de Luanda, goza de
Exerce a categoria de arquivista principal
um privilégio impar entre os
no Gabinete da Ministra da Indústria.
quadros do Ministério da Indústria:
Tramitação documental, arquivo e
o estatuto de funcionário mais novo.
secretariado são actividades recorrentes
Com apenas 25 anos, ele faz parte
no seu dia-a-dia. A primeira lição que
dessa grande família, há menos de dois
aprendeu à luz da convivência com
anos, com a qual diz já ter aprendido
os colegas é alimentar boas relações
muito. Nestas linhas de celebração,
humanas. “Uma coisa que encaro, cá no
destacamos o jovem, morador do Hoji-
Ministério da Indústria, como prioridade
ya-Henda, para quem ser o mais novo
é respeitar o próximo e ‘beber’ da
não acrescenta vantagem nem constitui
experiência. As relações humanas são
desvantagem.
muito importantes, assim como pedir
Facto é que todos os seus colegas
mais velhos merecem dele todo o
carinho e a educação dos pais. Por isso
trataria caso a situação fosse oposta.
diz ter tido uma infância muito simples.
Ser o mais novo também não dá azo
“Como era muito gago raramente
para se sentir no direito de receber
falava. Passava a maior parte do tempo
mais mimos e ser o mais acarinhado.
brincando sozinho”, revela.
No ensino médio fez dois cursos:
ou de ser mais novo ou mais velho,
Contabilidade e Gestão e Ciências
mas sim na base do profissionalismo”,
Sociais. Agora, na universidade, está
afirma.
a seguir o curso de Direito (terceiro
Augusto Vladimir entrou para o
Revista da Indústria
Na infância sempre teve presente o
respeito. Trata-os do mesmo jeito que
“Não encaro as coisas na visão do mimo
44
conselhos, ser gentil e por aí fora”, diz.
ano). Noivo, espera o nascimento do
Ministério da Indústria a partir de uma
primeiro filho, um rapaz. Augusto
solicitação de quadros, há cerca de
celebrou os seus 25 anos no dia 1 de
um ano e meio. Foi um dos muitos
Dezembro.
A voz
da experiência
É
tímida, simples e sem reservas.
Preza o bom relacionamento
com os colegas e é, sobretudo,
diligente no trabalho.
Olímpia da Silva Almeida, funcionária
do Gabinete dos Recursos Humanos,
Parabéns (Ministra)
Bernarda Martins
O
dia 19 de Novembro é uma data especial para uma
ilustre figura da casa. É o dia de aniversário da
Engenheira Bernarda Gonçalves Martins, Ministra da
Indústria de Angola.
Por coincidir com a véspera da realização da Expoindústria,
entrou no Ministério da Indústria a 13
o colectivo de trabalhadores e colaboradores aproveitou a
de Junho de 1977. Exerceu as primeiras
oportunidade para a felicitar. Até cantaram em uníssono os
funções na ex-Direcção Nacional da
“Parabéns”, performance perfeita, salvo um pequeno reparo
Indústria Alimentar onde trabalhou
quando afirmou: “Obrigado, mas quem fez aniversário é a
com personalidades como Justino
Bernarda e não a Ministra”, corrigiu em tom descontraído.
Fernandes. Na altura exercia as funções
de escriturária dactilógrafa.
Um dos momentos mais marcantes
Formada em Engenharia Química pela Universidade
Agostinho Neto desde 1981, fez quase toda a sua carreira
profissional no Ministério da Indústria até 1992, quando foi
da sua presença do Ministério da
eleita Deputada à Assembleia Nacional pelo círculo Nacional
Indústria foi quando trabalhou com a
do partido MPLA. Exerceu o cargo até 1 de Outubro de 2012,
actual Ministra no Gabinete Técnico,
sendo depois nomeada Ministra da Indústria por decreto
área que Bernarda Martins dirigia
Presidencial.
na altura. “Enquanto trabalhámos
Natural de Malanje, Bernarda Martins exerceu as funções
directamente sempre tive bom
de Directora Nacional da Indústria do Ministério da Indústria,
relacionamento com a Srª Ministra e ela
Antena do CDI – ACP/CEE –, Directora Nacional do Gabinete
até hoje se lembra de mim”, recorda
Técnico do Ministério da Indústria, Directora Nacional da
Olimpia Almeida, que fez 61 anos no dia
Indústria Pesada, assim como de Directora do Gabinete de
23 de Outubro.
Engenharia e Projectos Industriais.
Revista da Indústria
45
Lazer
Receitas
Mousse de maracujá
Ingredientes
• 1 lata de leite condensado
• 150 ml de suco de maracujá
• 1 lata de creme de leite
• 1 envelope de gelatina incolor sem sabor
• 5 claras de ovo em neve
• 5 colheres (sopa) de água
Tagine de Frango
com Pera Caramelizada
Ingredientes:
• 2 cebolas
• 7 colheres (sopa) de azeite de oliva
• 1 frango cortado em pedaços
• 1 colher (chá) de açafrão
• 1 colher (chá) de cominho em pó
• 1 colher (chá) de coentro em pó
• 1 colher (chá) de sal
• 2-3 paus de canela
• 2 folhas de louro esmagadas
• 1 maço de coentro picado
• 2 colheres (sopa) de gengibre picado
• 1/2 xícara de água
• 30 g de manteiga
• 2 peras fatiadas, sem casca e sem sementes
• 2 colheres (sopa) de mel
Preparação:
Preaquecer o forno em temperatura média (180˚C).
Descascar e fatiar as cebolas e refogar por 2 minutos com 2
colheres de sopa de azeite até ficarem macias.
Transferir para o fundo de uma panela de tagine e colocar os
pedaços de frango por cima.
Misturar o açafrão, o cominho, o coentro em pó e o sal numa
tigela e juntar o restante do azeite. Misturar bem e pincelar
sobre o frango.
Em seguida, colocar a canela e polvilhar o louro esmagado, o
coentro fresco picado e o gengibre sobre o frango. Despejar a
água por cima, tapar e levar ao forno por 50 minutos.
Derreter a manteiga numa panela e juntar a pera e o mel.
Cozinhar por 5 minutos ou até caramelizar bem a pera.
Retirar o frango do forno, misturar a pera e voltar ao forno
por mais 10 minutos antes de servir.
46
Revista da Indústria
Preparação:
Bata as claras de ovos em neve e separe.
Hidrate a gelatina na água e depois dissolva
em banho-maria.
Bata o leite condensado, o suco e o creme
de leite no liquidificador, em seguida ainda
batendo coloque a gelatina dissolvida.
Junte a mistura batida no liquidificador com
as claras em neve.
Coloque em taças e leve ao congelador por 10
minutos, depois coloque na geladeira.
Decore com sementes de maracujá. Rendimento: 6 porções
Palavras cruzadas
29 - Embora seja uma festa em que estas ficam muito felizes com
a quantidade de presentes que recebem, é bom que não te
esqueças que, infelizmente, existem muitas que não têm a
mesma sorte.
31 - Árvore que, habitualmente, se enfeita pela altura do Natal.
33 - Nas férias do Natal as crianças não vão à ...
34 - Indicou aos Reis Magos o caminho para o local onde estava o
Menino Jesus.
35 - Estas, estão dentro do saco do Pai Natal.
39 - Rei Mago representante da raça branca (europeia) e que
ofereceu ouro ao Menino Jesus.
41 - Personagens da narrativa cristã que visitaram Jesus após seu
nascimento (Evangelho de Mateus).
42 - Mãe de Jesus.
43 - Meio de transporte do Pai Natal.
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HORIZONTAIS:
3 - Celebração do nascimento do Jesus Cristo.
6 - Um dos pratos tradicionais da época natalícia.
9 - Está nas palhinhas deitado e o seu nome significa “Javé é
salvação”, em hebraico.
11 - Missa do ( ... ), missa celebrada à meia-noite, na passagem do
dia 24 para o dia 25 de Dezembro.
12 - Cidade onde nasceu Jesus Cristo.
13 - Cidade de onde partiram Maria e José.
14 - Ceia em família, na noite de Natal.
18 - Rei Mago representante da raça negra (africana) e que
ofereceu mirra ao Menino Jesus.
23 - Representação do local do nascimento de Jesus Cristo.
25 - Animal e uma das figuras do Presépio.
26 - O Pai Natal desce por ela e há quem coloque junto dela um
sapatinho na Noite de Natal.
27- Calendário do ( ... ), calendário que prepara a chegada
do Natal com 24 janelas, numeradas de 1 a 24, as quais
escondem no seu interior uma pequena surpresa,
vulgarmente, um pequeno chocolate.
VERTICAIS:
1 - Dia festivo da Igreja Católica, consagrado à comemoração
da adoração dos Reis Magos a Jesus e da Sua aparição aos
gentios.
2 - Sinónimo de PRENDAS.
4 - Anunciou aos pastores o nascimento de Jesus Cristo.
5 - Carpinteiro e marido da mãe de Jesus.
7 - É apanhado nas zonas húmidas da floresta e é um dos
elementos do presépio tradicional português.
8 - Um dos pratos tradicionais da época natalícia.
10 - O Rei que queria matar o Jesus Cristo.
15 - Mês em que se celebra o Natal.
16 - O Menino Jesus està nelas deitado.
17 - Como diz a canção, a Noite de Natal é uma Noite de ...
19 - Outro nome para Fatias Douradas, um dos doces tradicionais
do Natal.
20 - ( ... ) de Natal, manda a tradição que seja montada no dia 1 de
Dezembro.
21- Sinónimo de CRENÇA.
22 - Rei Mago representante da raça amarela (asiática) e que
ofereceu incenso ao Menino Jesus.
24 - Antigamente, na Noite de Natal, todas as crianças colocavam-no
junto à chaminé, no dia seguinte, quando acordavam, tinham os
presentes junto dele.
28 - O Natal é uma festa para ser comemorada em ...
30 - Brilham, piscam e enfeitam a Arvore de Natal e as ruas das
localidades.
31- Estavam nos campos a cuidar das ovelhas e tiveram a missão
de espalhar a notícia do nascimento de Jesus Cristo.
32 - Puxam o trenó do Pai Natal.
36 - O nome do Pai Natal.
37 - Massa de farinha batida com ovos, frita e polvilhada com
açúcar, um dos doces tradicionais do Natal.
38 - Animal e uma das figuras do Presépio.
40 - Bolo - ( ... ), confeccionado com frutas secas e cristalizadas,
assim chamado por ser típico da quadra do Natal até ao dia
de Reis.
41 - Também há quem pendure uma ( ... ) junto da chaminé ou
Árvore para que no dia seguinte esteja cheia de presentes.
Respostas
PRENDAS
PRESENTES
PRESÉPIO
RABANADAS
REI
RENAS
SAPATINHO
TRENÓ
VACA
6
MUSGO
NATAL
NAZARÉ
NICOLAU
PALHINHAS
PASTORES
PAZ
PERU
PINHEIRO
5
GASPAR
HERODES
JESUS
JOSÉ
LUZES
MAGOS
MARIA
MEIA
MELCHIOR ou BELCHIOR
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CRIANÇAS
DEZEMBRO
EPIFANIA
ESCOLA
ESTRELA
FAMÍLIA
FÉ
FILHÓ
GALO
2
ADVENTO
ANJO
ÁRVORE
BACALHAU
BALTASAR ou BALTAZAR
BELÉM
BURRO
CHAMINÉ
CONSOADA
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Revista da Indústria
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Página final
E aqui estamos de novo!
O
prometido é devido. E é por isso mesmo que o(a) caro(a) colega tem
em mãos, e nos prazos devidos, este segundo exemplar da nossa e
vossa Revista “INDÚSTRIA”.
Se por um lado, as coisas vão, a cada número, ficando mais fáceis – os
processos de trabalho vão-se afinando e automatizando – por outro lado,
os desafios por uma qualidade cada vez maior avolumam-se. Porque, os
elogios e as palavras de incentivo que recebemos aquando do primeiro
número fazem com que estejamos conscientes que precisaremos fazer
mais, muito mais, para que essa qualidade que todos queremos aumente
sempre.
“Este é também
o último número
deste ano,
já que o próximo
só sairá em Março
de 2015. Por isso,
aproveitamos
para apresentar
a todos os colegas,
de Luanda e todas
as Províncias,
votos de Festas
Felizes e Próspero
Ano Novo, na
companhia da
família e amigos.”
Quero aqui fazer uma menção especial ao aniversário de alguém muito
especial para nós, no período coberto por este número. De facto, a Sr.ª
Ministra Bernarda Gonçalves completou mais uma risonha primavera
em vésperas da ExpoIndústria. Os expositores tiveram a gentileza de
cantar-lhe “Os Parabéns” na cerimónia de encerramento, o que deveras a
emocionou bastante. Convido também a todos os colegas que estejam a ler
estas linhas a juntar-se à direcção e redacção da Revista “INDÚSTRIA” no
desejo de muitos e felizes anos de vida.
Este é também o último número deste ano, já que o próximo só sairá em
Março de 2015. Por isso, aproveitamos para apresentar a todos os colegas,
de Luanda e todas as Províncias, votos de Festas Felizes e Próspero Ano
Novo, na companhia da família e amigos.
Nós aqui estaremos preparando o próximo número que –
obrigatoriamente – terá que ser melhor que este que tem em mãos.
Não porque este não possua qualidade, longe disso. Mas sim porque
assumimos o compromisso permanente de cada número ser melhor que
o anterior e, ainda assim, não tão bom como o que se seguirá. Uma espiral
de qualidade em que o céu é o limite.
Boa leitura a todos e a todas as colegas e não só.
O Director da Revista
Dr. Ciel Cristóvão (Secretário Geral)
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Revista da Indústria