banco de ações sociais das empresas

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banco de ações sociais das empresas
BASE
BANCO DE AÇÕES
SOCIAIS DAS EMPRESAS
2007-08
Palavra do Presidente
“Salutar é, quando no espelho da alma
humana se forma a comunidade inteira,
e na comunidade vive a força da alma individual.
Eis o princípio da ética social.”
Rudolf Steiner
Muito se tem falado de sustentabilidade. Conceito
introduzido na década de 80, demorou a ser compreendido
pela sociedade e principalmente pelos meios políticos, e
que só veio a ser consolidado no Brasil pelas organizações
governamentais que participaram da Conferência Rio-92.
Naquela oportunidade, estabeleceu-se uma relação de
interdependência entre desenvolvimento, meio ambiente,
direitos e obrigações individuais e coletivas, com o objetivo
de mudar a grave situação de degradação dos recursos
naturais, herdada desde o advento da Revolução Industrial
(metade do século XVIII e início do século XIX).
Fruto desse amadurecimento e de fortes pressões sociais,
gerados também pela globalização, as empresas foram
impulsionadas a buscar cada vez mais novos atributos de
gestão, fundamentados em princípios de boa governança
corporativa e nas práticas de responsabilidade social.
O movimento de cidadania empresarial tem crescido no País.
A maior parte do setor privado brasileiro, na Pesquisa Ação
Social das Empresas, promovida pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), declarou que desenvolve algum
tipo de ação social. Nas cerca de 870 mil empresas com um
ou mais empregados que foram pesquisadas, observou-se
que a participação empresarial, em práticas sociais, passou
de 59%, em 2000, para 69% em 2004.
No Nordeste, os dados levantados pelo Ipea revelaram
um acréscimo significativo de empresas privadas que
declararam fazer de alguma forma, voluntariamente, ações
sociais para as comunidades do seu entorno. Entre os anos
de 2000 e 2004, o percentual, que era de 55%, passou
para 74%. Em Pernambuco, houve também um aumento
considerável de empresas que adotam práticas sociais: em
2000 eram 47% e, em 2004, esse percentual alcançou 73%.
De modo geral, as ações sociais das empresas, em sua grande
maioria, ainda não são estruturadas de modo a possibilitar
transformações sociais. Muitas das atividades praticadas são
impulsionadas por ações filantrópicas, pontuais, que têm
a sua importância, embora não levem ao empoderamento
das comunidades de modo que elas se viabilizem como
protagonistas da melhoria de suas condições de vida.
Mas não se pode negar que um movimento mais consistente já
começa a tomar conta do setor empresarial pernambucano.
Várias iniciativas estão sendo desenvolvidas visando erradicar
ou minimizar as problemáticas existentes no Estado.
Na ampliação dessa nova consciência empresarial, que hoje
surge mais forte, vale destacar o pioneirismo do Instituto
Ação Empresarial pela Cidadania (AEC), entidade sem fins
lucrativos, fundada em 2001, cuja missão é “mobilizar e
apoiar o empresariado para investir em práticas socialmente
responsáveis que contribuam para a eqüidade social e o
desenvolvimento sustentável de Pernambuco”. O Instituto
tem contribuído para a formação de uma rede articulada de
empresas a fim de viabilizar ações para o desenvolvimento
sustentável de Pernambuco, colaborando inclusive para a
formação de empreendedores sociais.
Em 2008, o AEC completou sete anos estimulando e
fomentando, sistematicamente, a responsabilidade social
empresarial e o desenvolvimento sustentável, tornando-se
um fórum no qual mais de 75 empresas associadas refletem,
discutem, debatem, trocam experiências, desenvolvem
alianças e incrementam, de forma cada vez mais estruturada,
as suas ações sociais em benefício da comunidade.
Coerente com a sua missão, o AEC, em suas ações de
conscientização e mobilização, leva, para reflexão das
organizações, um novo pensar, segundo o qual a arte dos
negócios da empresa cidadã compreende um jogo em que
todos lucram: a empresa, os colaboradores, os clientes e a
sociedade. Um jogo em que não há perdedores. Participar
desse time é dizer sim ao movimento pela cidadania
empresarial. É fazer a diferença.
Recife, 5 de abril de 2009
Pedro Pereira Cavalcante Filho
Diretor-Presidente do
Instituto Ação Empresarial Pernambuco
Apresentação
O levantamento que você tem em mãos mapeia 85 ações
e projetos de investimento social, realizados, no último
período (2007-08), pelas empresas associadas ao Instituto
Ação Empresarial pela Cidadania. Participaram deste mapeamento 55 empresas, quase 80% do universo cadastrado
para a pesquisa. Cada empresa teve a oportunidade de
relatar até três projetos que achasse mais relevante.
Esta segunda edição ganha o nome BASE – Banco de Ações
Sociais das Empresas e destaca também 16 ações compartilhadas entre as empresas. Isso porque o AEC entende que
a articulação de recursos, saberes e esforços de todos os
agentes sociais envolvidos em uma determinada prática é
fundamental para ampliar o seu impacto e evitar sobreposição de ações.
Um avanço significativo no BASE 2007-08, em relação ao
anterior (2005-06), foi o levantamento dos dados, a partir
de entrevistas pessoais realizadas por uma empresa especializada. Com base em um roteiro de perguntas que visou
apontar objetivos, beneficiários, causas, recursos utilizados, participação de colaboradores, entre outras questões
pertinentes às ações sociais desenvolvidas.
Essa publicação traz os dados organizados, apresentando
uma síntese descritiva de cada projeto, o agrupamento
desses por temáticas e a análise do perfil de atuação que
esse conjunto de projetos revela. As últimas páginas, trazem um breve histórico sobre a Cidadania Empresarial no
Brasil, os contatos das empresas que compõem a rede de
associados do Instituto, sugestões de leitura sobre gestão
de projetos sociais e um glossário com alguns termos relacionados à Cidadania Empresarial, que poderão estimular
o aprofundamento nessa temática.
A realização do BASE 2007-08 também se propõe a contribuir para a auto-avaliação e o planejamento das empresas
associadas ao AEC, inclusive daquelas que afirmaram não
realizar ações sociais. Para o setor privado, organizações
sociais e a imprensa, servirá como ponto de partida para
a troca de experiências e a divulgação de boas práticas de
cidadania em Pernambuco.
É hora de conferir!
Sumário
Empresas, Projetos e Ações Compartilhadas................11
Educação...................................................11
Juventude ..................................................17
Inclusão Digital ...........................................20
Cidadania .................................................21
Saúde .......................................................33
Esporte .....................................................36
Meio Ambiente ............................................37
Cultura .....................................................41
Uma radiografia dos projetos da Rede AEC .............44
Cidadania Empresarial no Brasil...........................48
Serviço .........................................................53
Contatos ...................................................53
Leituras recomendadas ..................................57
Glossário .......................................................59
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11
Empresas, Projetos e
Ações Compartilhadas
Os projetos descritos nesse capítulo foram agrupados por
temáticas, para dar visibilidade e criar sinergia entre as
empresas que se interessam pela mesma área de atuação.
Durante o processo de agrupamento, identificamos que
algumas empresas já compartilham um mesmo projeto e
achamos importante destacar essas iniciativas. Portanto, ao
final de cada temática reunimos esses projetos numa secção
específica, a qual chamamos de Ações Compartilhadas.
Educação
ÂNCORA SEGUROS
1
Programa de Integração e Qualidade na Educação
(Pique)
Atua na área de ensino fundamental e médio, financiando
os estudos em escolas da rede privada para crianças, jovens
e adolescentes em situação de vulnerabilidade social,
sendo 25 beneficiados no Recife e 1 no Maranhão. O Pique
possibilita a inclusão social, a melhoria de conhecimentos
e uma base de formação mais sólida, compatível com as
exigências de um mercado globalizado.
• Início do projeto: 2006
12
FACULDADE DE ESCADA
2
Projeto Empresa Cidadã
Capacita professores de escola pública municipal para que
consigam lidar com as necessidades de alunos especiais.
Além disso, alguns professores e alunos da pós-graduação
realizam o acompanhamento voluntário da interação entre
a escola, o aluno e a família. Ao todo, 64 pessoas são
beneficiadas por esta iniciativa.
• Início do projeto: 2005
GERDAU AÇONORTE
3
Instituto Qualidade de Ensino (IQE)
Apóia o projeto IQE, voltado para a capacitação de
professores de 33 escolas públicas no Estado de Pernambuco
na utilização de recursos didáticos que levem o aluno a
um melhor rendimento escolar. A empresa doa recursos,
promove ações voluntárias entre os seus funcionários, além
de auxiliar na gestão e operacionalização das escolas.
• Início do projeto: 1999
HEBRON
4
Projeto Bolsa-Estudo
Patrocina bolsas de estudo de cursos de línguas, nível
superior e pós-graduação para estudantes que não têm
condições de financiar sua vida acadêmica. Em 2006, 17
pessoas das cidades de Caruaru e Recife foram beneficiadas
com financiamento de cursos.
• Início do projeto: 1997
JBR ENGENHARIA
5
Projeto Leitura: Instrumento de Transformação Social
Realiza oficinas de leitura utilizando livros que tratem de
diversos aspectos da realidade socioeconômica, cultural e
ambiental. A motivação para este projeto foi a constatação
da carência do conhecimento da língua portuguesa, da falta
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13
de estímulo para a pesquisa e da falta do hábito de leitura
dos jovens atendidos pelos outros projetos da JBR. Com
a participação voluntária de funcionários da empresa, os
alunos são levados a identificar e discutir as idéias principais
de cada autor escolhido para, em seguida, construir um
livro coletivamente.
• Início do projeto: 2005
SHOPPING CENTER RECIFE
6
Projeto Creche Comunitária Entra a Pulso
Doou o terreno para a construção da Creche Comunitária
Entra a Pulso, localizada em uma comunidade nas
proximidades do centro de compras. A creche acolhe cerca
de 110 crianças de até 5 anos, com a ajuda da Paróquia de
Nossa Senhora da Boa Viagem e do Supermercado Bompreço.
• Início do projeto: 1990
SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS
7
Projeto Creche Nossa Senhora da Piedade
Adotou a Creche Nossa Senhora da Piedade, em Jaboatão
dos Guararapes, que atende 140 crianças carentes do bairro
de Piedade. A creche tem um programa que vai do maternal
até a alfabetização, e as crianças são atendidas em horário
integral, com direito às três refeições do dia. Voluntários
da Paróquia Nossa Senhora da Piedade fornecem assistência
social, odontológica e médica.
• Início do projeto: 1995
TV GLOBO
8
Projeto Amigos da Escola
Desenvolve este projeto com o objetivo de contribuir para
o fortalecimento da escola pública de educação básica por
meio do trabalho voluntário e da ação solidária. O projeto
incentiva a participação de voluntários (inclusive alunos,
professores, diretores e funcionários) no desenvolvimento
14
de ações de cidadania e educacionais – complementares
- e nunca em substituição às atividades curriculares, em
benefício dos alunos, da própria escola e seus profissionais
e da comunidade.
• Início do projeto: 1999
USINA SÃO JOSÉ
9
Projeto Escola
Atende 420 alunos da educação infantil ao ensino médio
que estudam na escola localizada dentro da Usina São José,
mantida integralmente pela empresa, com professores
capacitados, material didático, alimentação. Na instituição,
os alunos têm aulas regulares de educação ambiental, além
de aulas de música, práticas agrícolas e informática.
• Início do projeto: 1995
USINA TRAPICHE
10
Projeto Combate ao Analfabetismo / Erradicação
do Trabalho Infantil
A Usina Trapiche mantém, com recursos próprios, seis
escolas de Sirinhaém, incluindo as despesas com transporte,
fardamento, material didático, merenda e professores
para 1.300 alunos. As crianças são orientadas a respeitar o
meio ambiente, mantêm uma horta orgânica e aprendem
o manuseio da terra.
• Início do projeto: 1997
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15
Ações compartilhadas
AMPLA, TGI, ASSINC, SINDICATO DOS LOJISTAS DO
COMÉRCIO E CDL- RECIFE
11 Sou Amigo
Tendo a CDL-Recife como sua principal mantenedora, a
Fundação CDL-Recife sedia e apóia a escola municipal,
em horário integral, além de desenvolver projetos na área
de profissionalização. São 750 alunos, de 4 a 24 anos, da
Região Metropolitana do Recife beneficiados com aulas,
alimentação, transporte e atendimento médico. A fundação
promove ainda ações voltadas às famílias e comunidades de
seus alunos, com a realização de dias especiais de prestação
de serviços e bazares. Cerca de 900 empresas participam
do desenvolvimento dos projetos, por meio do programa
Sou Amigo da Fundação CDL Recife.
• Início do projeto: 1961
AMPLA, GRÁFICA SANTA MARTA
12 Pequeno Escritor
Estimula a leitura e a escrita entre crianças de 1ª a 4ª série
da Escola Rochael de Menezes, no Parque 13 de Maio, Centro
do Recife. Os meninos e meninas escrevem uma história
que resulta em um livro, intitulado O Pequeno Escritor,
diagramado e impresso pela agência, em parceria com a
Gráfica Santa Marta. Esse projeto também conta com o
apoio da associada Ampla.
• Início do projeto: 2002
ASSINC E GERDAU
13 Alfabetização de mulheres
Apoia o projeto de alfabetização de adulto da Federação
das Mulheres Pernambucanas, para contribuir com a
melhoria do nível social da população em torno do distrito
industrial do Curado e da Várzea. A Federação das Mulheres
Pernambucanas é uma entidade sem fins lucrativos, cujo
objetivo principal é defender os direitos da mulher, criança,
16
adolescente, da juventude e da família, e possui um trabalho
de alfabetização de mulheres jovens e adultas. O projeto
alfabetizou mais de 2500 pessoas.
• Início do projeto: 2006
FIEPE, PROJETEC, FIAÇÃO E TECELAGEM SÃO JOSÉ,
EMPRESA METROPOLITANA, SHOPPING RECIFE,
ÂNCORA SEGUROS
14 Nossa Escola
O projeto motiva as empresas a se envolverem na gestão
de escolas públicas estaduais, oferecendo orientação aos
gestores na elaboração e implantação de um plano de ação
orientado para o alcance dos indicadores estabelecidos
pelo MEC. Além disso algumas empresas envolvem seus
funcionários para trabalhar, como voluntários, com reforço
escolar.
• Início do projeto: 2005
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17
Juventude
CDL-RECIFE
15
Empreendedor do Futuro
Proporciona cursos profissionalizantes para 150 jovens de 16
a 24 anos, nas áreas de panificação e pastelaria, serigrafia e
marcenaria. O fomento ao empreendedorismo é o foco tanto dos cursos técnicos quanto das empresas juniores, outro
projeto da fundação. Os alunos formados nas oficinas têm a
oportunidade de ingressar em empresas-laboratórios, geridas
por eles mesmos, que antecipam o dia-a-dia do mercado.
O Empreendedor do Futuro também oferece capacitações
para jovens inseridos no modelo regulamentado pela Lei do
Aprendiz.
• Início do projeto: 2000
SINDUGESSO
16
Ensino a Distância
Atua em 17 municípios de Pernambuco oferecendo
treinamento a jovens para o trabalho com gesso. Os
tutores são engenheiros ou estudantes de engenharia. Mil
e quatrocentos jovens já foram beneficiados, com a ajuda
dos funcionários da entidade.
• Início do projeto: 2006
18
USINA TRAPICHE
17
Escola de Fábrica
Em parceria com o Governo Federal e com a ONG História
Viva, a Usina Trapiche oferece capacitação profissional para
jovens de 16 a 24 anos. Os professores são pagos pelo governo
e os alunos recebem bolsa-auxílio no valor de R$ 150. A Usina
Trapiche fornece fardamento, transporte, alimentação e as
aulas práticas acontecem dentro da usina. Dos 20 alunos que
participam do curso, a cada ano, dois são contratados pela
empresa e os outros passam a constar no banco de dados da
empresa para futuras contratações.
• Início do projeto: 2006
Ação compartilhada
CELPE, GERDAU, TECOMMERCE , TIM E HEBRON
18 Junior Achievement
Engaja, por meio do voluntariado, profissionais e
executivos de empresas na formação de jovens para o
empreendedorismo. É realizado nas escolas municipais
e estaduais, com o apoio dos funcionários de diversas
empresas. Entre as associadas que apóiam o Júnior
Achievement estão Celpe, Gerdau, Tecommerce Tim e
Hebron, beneficiando ao todo 8.000 adolescentes.
• Início do projeto: 2003
ITAMARACÁ TRANSPORTES, ATP ENGENHARIA E TGI
19 Ponto Cidadão
Centro de capacitação profissional e cultural situado
no Sítio Histórico de Igarassu, com foco na formação
de profissionais para atuarem no apoio administrativo
de organizações e empresas. O projeto conta com a
participação dos colaboradores e das empresas TGI, ATP
Engenharia e Itamaracá Transportes.
• Início do projeto: 2004
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19
JBR ENGENHARIA, GEOSISTEMAS ENGENHARIA, ADC
ADVOGADOS
20 Futuro Digital
Desenvolvido pela JBR Engenharia, o projeto tem como
objetivo desenvolver competências necessárias para um
bom leitor melhorar sua visão de mundo, capacitá-lo para
produzir diversos tipos de texto e levá-lo a compreender a
funcionalidade das propriedades matemáticas no cotidiano
do curso de informática. A principal motivação para o
início do projeto foi possibilitar a inclusão social de jovens
que vivem no entorno da sede da empresa, visando a sua
inserção no mercado de trabalho. Vinte jovens dos bairros
de Sítio Novo, Peixinhos, Campo Grande e Ilha de Joaneiro
são beneficiados a cada ano - 40% dos jovens atendidos pelo
projeto foram inseridos no mercado de trabalho. Entre
os parceiros desse projeto estão as empresas associadas
Geosistemas Engenharia e Planejamento e ADC Advogados
e Consultores.
• Início do projeto: 2003
20
Inclusão digital
FACULDADE DOS GUARARAPES
21
Inclusão Digital
Proporciona a inclusão digital de 1.200 pessoas das comunidades de Jaboatão, Cajueiro Seco, Jardim Prazeres e
Aritana. O curso dura aproximadamente dois meses e os
alunos têm quatro horas de aula por semana. Nas aulas
aprendem-se digitação e história da informática, além de
ferramentas básicas e internet. No final do curso todos os
alunos recebem certificado de participação.
• Início do projeto: 2002
Ação compartilhada
GERDAU AÇONORTE E PHILIPS
22
Informática e Cidadania – CDI
Apóiam a instalação de Escolas de Informática e Cidadania
(EICs) dentro da empresa ou nas comunidades. Os funcionários se tornam voluntários ou alunos, dependendo do
conhecimento em informática de cada um. Nos últimos
quatro anos, mais de 100 pessoas já foram beneficiadas.
• Início do projeto: 2004
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21
Cidadania
ALCOA
23
Abrigo Cristo Redentor
Apoiou a reforma de sua lavanderia e a construção de banheiros para visitantes, por meio do Bravo! – o programa mundial
de voluntariado da Fundação Alcoa. Com a realização dessa
ação, 150 idosos foram beneficiados. Por meio do Bravo!, a
cada 50 horas de trabalho voluntário desenvolvido pelos funcionários da Alcoa, a fundação doa um cheque equivalente
a US$ 250 para ser encaminhado a uma instituição social.
Qualquer entidade da Região Metropolitana do Recife pode
apresentar os projetos à Alcoa, dentro de requisitos exigidos
pela empresa.
• Início do projeto: 2007
ASSINC
24
Combate à violência
Apóia órgãos públicos, principalmente na área de segurança,
doando carros para a polícia, iluminando e urbanizando a
área em torno do distrito industrial. A Assinc conta com a
participação dos funcionários e com a parceria da Cetep
e da AdDiper e beneficia 10.000 pessoas da comunidade
circunvizinha.
• Início do projeto: 2002
22
CDL
25
CDL Brasil Social - Nordeste
Visa fomentar iniciativas de responsabilidade social no segmento do comércio nos estados de Pernambuco, Paraíba,
Alagoas e Rio Grande do Norte. Por meio da Fundação CDL
Recife trabalha o empresário lojista concomitantemente à
educação já regularmente oferecida à criança e ao jovem.
• Início do projeto: 2005
CELPE
26
Clarear
Consiste no repasse de R$90.000,00 por mês a quatro instituições sociais, valor obtido por meio de doação de R$ 0,98
descontados nas contas de luz, com a autorização dos clientes da companhia que desejarem contribuir com o projeto.
• Início do projeto: 1990
CHESF
27
Programa Lagos do São Francisco
Eleva o nível de qualidade de vida das comunidades beneficiadas com a melhoria do ensino, a difusão de tecnologias
agropecuárias e de convivência com o clima semi-árido,
bem como o estímulo a atividades geradoras de trabalho
e renda.
• Início do projeto: 1996
28
Programa Boa Esperança
Visa criar oportunidades de desenvolvimento nas cidades em
torno do lago da Usina da Boa Esperança, de propriedade da
companhia, no Xingó, Região de Itaparica. As comunidades
são representadas em um fórum realizado com a Chesf e
outros parceiros governamentais, que debatem, definem
ações e acompanham suas implementações. Os três eixos de
atuação são educação; difusão do conhecimento e transferência de tecnologia; geração de trabalho e renda.
• Início do projeto: 2005
BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas
29
23
Programa Sobradinho
Mobiliza e sensibiliza as comunidades, representadas por um
fórum, que, em conjunto com a Chesf e parceiros governamentais, debate, define ações e acompanha suas implementações.
Os eixos de atuação são educação; difusão do conhecimento
e transferência de tecnologia e geração de trabalho e renda.
• Início do projeto: 2005
DELOITTE
30
Impact Day
Acontece simultaneamente em todo o mundo, a partir da
ação voluntária de milhares de profissionais instalados nos 150
países em que a empresa se faz presente. Nesse dia, todas as
filiais da empresa no mundo interrompem o seu funcionamento
normal para participar da ação, que também inclui doação de
alimentos, roupas e objetos de necessidades básicas. O Impact
Day é realizado em Recife desde 2006, com a participação de
mais de 70 profissionais. Instituições como o Grupo de Apoio
à Criança com Câncer e o Lar de Jesus já foram beneficiadas
pelo Impact Day.
• Início do projeto: 2006
31
Inteligência Social
Coordena esforços dos profissionais da Deloitte que participam, como voluntários, de ações voltadas para as comunidades em que seus escritórios estão situados. Em Pernambuco, a Deloitte realiza essas ações nas escolas públicas da
vizinhança nos seus festejos e ensina aos pais noções de
reciclagem. O programa beneficia 400 crianças, 20 adultos
e 32 idosos no Centro do Recife e no bairro do Pina.
• Início do projeto: 2003
EMPRESA METROPOLITANA
32
Natal Voluntário
Promove arrecadação de alimentos no período das festas
de fim de ano para serem distribuídos a instituições dedicadas a crianças e idosos. Além disso, a quantidade de
alimentos equivalente ao total arrecado é disponibilizada
24
pela empresa, o que dobra a doação para as entidades
beneficiadas. Em 2007, a Metropolitana distribuiu 1.883
quilos de alimentos para 58 instituições.
• Início do projeto: 2002
FACULDADE DOS GUARARAPES
33
Projeto Guati
Favorece a socialização e promove a qualidade de vida de
idosos moradores em Jaboatão dos Guararapes. Cento e trinta
e sete idosos são beneficiados com aulas de inglês, espanhol,
informática básica, ioga, teatro, dança e outras atividades
de interesse desse público.
• Início do projeto: 2002
34
Projeto Cidadão
Semanalmente, alunos do curso de direito vão às comunidades de Jaboatão dos Guararapes orientar os moradores
sobre seus direitos e dar assistência jurídica. Cerca de 600
pessoas foram beneficiadas por esse projeto.
• Início do projeto: 2005
FECOMÉRCIO
35
Banco de Alimentos
Arrecada alimentos que não foram comercializados e que
ainda possuem valor nutricional, distribuindo-os entre
instituições beneficiadas. Além disso, oferece, periodicamente, treinamento aos manipuladores de alimentos das
instituições envolvidas, para garantir o máximo aproveitamento, evitando o desperdício. Um total de 30 mil pessoas
no Grande Recife são beneficiadas com essa ação e conta
com a parceria do Sesc, o Grupo Wal-Mart e o Centro de
Abastecimento Alimentar de Pernambuco (Ceasa).
• Início do projeto: 2002
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25
GEOSISTEMAS
36
Pastoral do Idoso
Mensalmente, doa cestas básicas para 100 idosos da comunidade de Roda de Fogo, cadastrados pela pastoral da
Paróquia de Nossa Senhora das Graças.
• Início do projeto: 2002
HOSPITAL MEMORIAL SÃO JOSÉ
37
Memorial Solidário
Beneficia 700 crianças e adolescentes de baixa renda, por
meio da participação voluntária dos funcionários em mais de
100 entidades que não recebem recursos da administração
pública. Durante esse dia, os voluntários encenam peças teatrais e distribuem lanche e brinquedos para as crianças. Além
disso, os voluntários realizam cursos regulares para gestantes,
campanhas de doação de leite e roupas e ações pontuais em
comunidades de baixa renda da RMR, nas quais são oferecidos
os serviços de cabeleireiro e atendimento médico.
• Início do projeto: 2000
ITAMARACÁ TRANSPORTES
38
Viagens Solidárias
É realizado mensalmente pela Itamaracá Transportes, beneficiando 360 crianças, adolescentes e idosos. Oferece
transporte gratuito para escolas públicas e projetos sociais
com a finalidade de viabilizar atividades educativas, culturais
e esportivas. O Viagens Solidárias conta com a participação
voluntária dos funcionários da empresa.
• Início do projeto: 2002
JBR ENGENHARIA
39
Educação Ambiental, Cultura e Lazer
Desperta nos jovens a consciência de cidadania por meio
de sua participação efetiva na comunidade, executando
26
pesquisas para analisar as questões ambientais e propor
soluções. O trabalho surgiu quando a empresa percebeu a
necessidade do estímulo ao senso crítico, ao exercício da
cidadania e à redução das tensões geradas no cotidiano
entre os jovens do Projeto Futuro Digital (também
desenvolvido pela empresa). O projeto conta com a
participação voluntária de funcionários da empresa.
• Início do projeto: 2003
LAPON
40
Ação pela Qualidade de Vida
Realiza atividades educacionais complementares para
75 crianças e adolescentes de baixa renda da cidade
de Limoeiro. Funcionários da empresa oferecem,
voluntariamente, aulas de português, matemática, leitura,
teatro e culinária.
• Início do projeto: 2007
MART PET
41
Kit Final de Ano
Destina 500 kits de fim de ano a crianças de baixa renda.
O kit, cuja temática é diferente a cada ano, destina-se a
incentivar o desenvolvimento cultural, bem como o engajamento social dos pequenos cidadãos. Seguindo essa linha, a
Mart Pet já distribuiu brinquedos educativos, instrumentos
musicais, sementes para a plantação de uma horta, além de
produtos de higiene pessoal e livros. Todos os funcionários
colaboram com a iniciativa.
• Início do projeto: 1996
42
Atendimento a ONGs
Presta serviço de comunicação a seis ONGs do Estado de
PE: Coletivo Mulher Vida, Instituto Ação Empresarial pela
Cidadania, Gestos, Aquatro, Save the Children/Reino Unido
e Instituto 31.
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27
SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS
43
Abrigo São Francisco
Realiza doações, participa de campanhas e ajuda na organização da Festa de São Francisco, promovida pelo Abrigo
de São Francisco, que fica no município do Cabo de Santo
Agostinho. A entidade atende 30 idosos, que vivem no
abrigo, onde recebem alimentação e atendimento médico.
• Início do projeto: 1981
USINA SÃO JOSÉ
44
União Meninos e Meninas de Igarassu
Mantém uma parceria com a União Meninos e Meninas de
Igarassu (UMMI), destinando recursos para o atendimento
de crianças que vivem em situação de risco no entorno da
empresa. A UMMI atua no município desde 1988, desenvolvendo projetos sociopedagógicos com crianças e adolescentes, com aulas de capoeira e dança e atividades para
gerar emprego e renda.
• Início do projeto: 2004
VISHAY PHONIX DO BRASIL
45
Projeto Fênix
Apoia os funcionários da empresa a desenvolverem ações na
comunidade como visitas a hospitais (com o intuito de elevar
a auto-estima dos doentes), reforma de asilos, doação de
cestas básicas e móveis, etc. O projeto Fênix já beneficiou
mais de 500 crianças e 50 adultos.
• Início do projeto: 2004
PERTEC
46
União Auxiliadora dos Cegos do Recife
Doa recursos financeiros para a ONG, que atende deficientes
visuais de baixa renda com cursos de informática, treina-
28
mento em braile, assistência psicológica e alimentação.
Trinta deficientes visuais são beneficiados.
• Início do projeto: 2002
QUEIROZ GALVÃO
47
Ação Concreta
Estimula a participação dos colaboradores como voluntários
em projetos de inclusão social, tendo como base os Oito
Objetivos do Milênio, estabelecidos pela ONU em 2000. A
primeira ação visou ao combate à fome e à miséria: duas
toneladas de alimentos foram arrecadadas e distribuídas
na Comunidade do Bode. Paralelamente, os voluntários da
Queiroz Galvão montaram barracas e distribuíram folhetos,
incentivando os moradores a desenvolverem pequenas ações
no dia-a-dia para cooperar com a causa. Em 2006, foram estruturados três núcleos de atuação na comunidade: o Estrela
da Manhã, que incentiva a leitura entre as crianças de 7 a
10 anos; o Plano de Vôo, que auxilia os jovens de 14 e 15
anos na escolha de sua profissão; e o Prática Esportiva, que
transmite valores como o espírito de equipe e a disciplina,
a partir do esporte. Ao todo, 150 adolescentes, jovens e
adultos participaram das atividades.
• Início do projeto: 2005
RAPIDÃO COMETA
48
Criança Cidadã
Apóia o projeto executado pelo Tribunal de Justiça de
Pernambuco (TJPE), por meio da Associação Beneficente
Criança Cidadã, oferecendo educação musical, reforço
escolar e atendimento psicológico a 50 crianças e
adolescentes residentes na comunidade do Coque. A
Rapidão Cometa também realiza doações de cestas básicas
às famílias das crianças do Coque atendidas pelo projeto.
• Início do projeto: 2006
REDE GLOBO
49
Ação Global
Em parceria com o Sesi, realiza um dia de atendimento a
comunidades de baixa renda, oferecendo serviços nas áreas
de educação, saúde, lazer e cidadania, como consultas
BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas
29
médicas e odontológicas, apoio psicológico, emissão de documentos e serviços de cabeleireiro. Essa ação tem âmbito
nacional e em 2007 realizou mais de 50 mil atendimentos
em Pernambuco.
• Início do projeto: 1992
50
Criança Esperança
Abrange Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Olinda.
A unidade de Olinda, no Centro de Atendimento Integral
à Criança (CAIC) de Peixinhos, beneficia 4.000 crianças
por meio da prática esportiva, de aulas de informática
e de uma oficina de fabricação e conserto de instrumentos musicais. O Criança Esperança conta com o apoio da
Unesco, da Prefeitura de Olinda, do Centro Social Luiz
Freire e dos funcionários da empresa.
• Início do projeto: 2003
WHITE MARTINS
51
Dia do Voluntariado
Acontece uma vez por ano, por ocasião do aniversário
da empresa, no mês de maio. A White Martins opta por
destinar os recursos que seriam gastos com a festa de
aniversário para essa ação de responsabilidade social,
oferecendo a verba a cada unidade da fábrica, que escolhe a instituição a ser beneficiada com essa ajuda, que
posteriormente é entregue por colaboradores da unidade
cedente.
• Início do projeto: 2001
52
Campanha Natal
Mobiliza fornecedores e funcionários e realiza gincanas
para arrecadar principalmente alimentos, roupas e brinquedos a serem doados a algumas instituições do Cabo de
Santo Agostinho e de Jaboatão dos Guararapes. Este projeto já beneficiou mais de 3.000 pessoas. As instituições
são escolhidas pelos colaboradores e a empresa dobra a
quantidade de alimentos ao final da arrecadação.
• Início do projeto: 2002
30
TIM NORDESTE
53
Coração Amigo
Estimula os colaboradores ao voluntariado com ações
voltadas para as comunidades e, mais especificamente,
para as escolas. A empresa capacita os voluntários,
motivando-os a compreender com a realidade, planejar e
executar projetos visando à transformação social.
• Início do projeto: 2003
Ações compartilhadas
ASPA E HERMANO NASCIMENTO
54 Casa da Criança
Fornecem mão-de-obra, material de construção e realizam
doações financeiras para auxiliar na construção de novas
instalações ou na reforma das creches e abrigos já existentes, que atendem 120 crianças em situação de risco.
• Início do projeto: 2005 (Construtora Hermano Nascimento) e 2007 (Aspa)
HERMANO NASCIMENTO, TGI, MART PET E ELLO-PUMA
55 MAR - Movimento Afetivo de
Resgate
Apoiaram a construção de um novo abrigo para cerca de
60 crianças e adolescentes, oferecem suporte de logística
funcional e, eventualmente, doam recursos financeiros à
instituição.
- Início do projeto: 2007
BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas
31
SINDUSCON E REDE GLOBO
56 Casamento Coletivo
Promove, uma vez por ano, desde 2003, a união civil, culto
ecumênico, festa de casamento e lua-de-mel de casais que
têm pelo menos um dos cônjuges trabalhando na indústria
da construção civil. As noivas ganham um dia especial com
café da manhã e almoço, além do vestido e da maquiagem.
O casal ganha lua-de-mel no Sesi da Praia de Tamandaré.
• Início do projeto: 2003
57 Dia Nacional
da Construção Social
Oferecem a aproximadamente 5.000 famílias recebem
assistência médica e odontológica, tiram documentos,
cortam cabelo e recebem aulas de panificação. Todos os
serviços oferecidos são gratuitos e o evento conta com
o apoio do Sesi, Senai, EMTU, Bombeiros e Sindicato dos
Trabalhadores.
• Início do projeto: 2001
BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas
33
Saúde
ASPA
58
Rede Feminina de Combate ao Câncer
Apóia a rede que existe há mais de 30 anos e beneficia
homens, mulheres e crianças portadores de câncer, moradores do Agreste e Sertão do Estado, custeando remédios,
cestas básicas e o transporte dos doentes para tratamento nos hospitais do Recife. São realizados, em média, 80
atendimentos mensais.
• Início do projeto: 1983
BANCO MATRIZ
59
Grupo de Ajuda à Criança com Câncer
Atende crianças com câncer, mantendo, dentro do Hospital
Oswaldo Cruz, uma ala de atendimento com internação
em UTI, quimioterapia e radioterapia. O projeto também
instalou ali salas com jogos, brinquedos e vídeos para as
crianças, além de oferecer aulas de dança, música e informática para os pais ou acompanhantes. Essas atividades
são realizadas duas vezes por mês, beneficiando 80 crianças e 40 adultos. O Grupo de Ajuda à Criança com Câncer
conta com a participação dos funcionários do banco e com
a parceria do Unibanco e da Sosiva.
• Início do projeto: 2001
34
GEOSISTEMAS
60
Projeto Moendy
Apóia a recuperação de crianças e adolescentes dependentes das drogas por meio da terapia com florais de Bach, doados pela empresa. A iniciativa beneficia 700 adolescentes
que são atendidos pelo Centro Educacional Vida Nova, no
Sítio Capim de Cheiro, situado em Caaporã, município no
Estado da Paraíba, na divisa com Pernambuco.
• Início do projeto: 1999
HEBRON
61
Doação de Medicamentos
Por ser uma empresa fabricante de medicamentos faz
doações de medicamentos para instituições que possuem
ambulatório e pessoas físicas que apresentam prescrição
médica. Essas doações são feitas por meio de representantes e propagandistas. No ano de 2006, 16.323 pessoas foram
beneficiadas com doação de medicamentos.
• Início do projeto: 1992
62
Doutores da Alegria
Coopera financeiramente com os Doutores da Alegria, um
grupo de artistas especialmente treinados para levar alegria
a crianças e adolescentes nos hospitais. Uma espécie de
“terapia do riso”, que melhora o estado emocional e até
físico dos pacientes.
• Início do projeto: 2004
PHILIPS
63
Doe Vida
Percorre escolas da rede pública de todo o Brasil há mais
de cinco anos, promovendo, entre jovens de 13 a 18 anos,
a conscientização sobre os riscos de contrair doenças sexualmente transmissíveis, como a aids, e os riscos da gravidez
na adolescência. A iniciativa conta com a participação vo-
BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas
35
luntária de seus colaboradores que, em Pernambuco, atuam
em escolas do Curado e arredores. O Doe Vida conta com
o apoio do Ministério da Saúde, do Conselho Empresarial
Nacional para Prevenção ao HIV/Aids (Cenaids) e da assessoria técnica e pedagógica do Instituto Kaplan – Centro de
Estudos da Sexualidade Humana.
• Início do projeto: 2007
SETRANS
64
Natal de Todos
Disponibiliza quatro ônibus decorados e iluminados que
percorrem os bairros da Região Metropolitana do Recife
arrecadando alimentos para serem, em seguida, doados a
alguma instituição previamente escolhida pela empresa. O
Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (Imip), o Núcleo
de Apoio a Crianças com Câncer (Naac) e o Hospital do Câncer de Pernambuco já foram beneficiados pela iniciativa.
• Início do projeto: 2006
Ações compartilhadas
ELLO-PUMA E AMPLA
65 IMIP Empresa Soldária
Apoiam um projeto que atende também as mães das
crianças acompanhadas pelo Instituto Materno-Infantil de
Pernambuco. Além desse Centro de Atendimento às Mães,
o Imip mantém um banco de leite e um hospital com emergência pediátrica.
• Início do projeto: 2007
36
Esporte
ALCOA ALUMÍNIO
66
Quadra Poliesportiva
Apoia a construção de uma quadra poliesportiva em uma
praça da cidade, que vai beneficiar em torno de 4.000
pessoas da comunidade em parceria com a Prefeitura de
Itamaracá.
• Início do projeto: 2007
USINA SÃO JOSÉ
67
Inclusão Social pelo Esporte
Visa estimular a prática esportiva por meio de três projetos:
o Usina de Talentos que identifica a aptidão dos possíveis
atletas e incentiva a prática de diversas modalidades de
atletismo entre os alunos da escola mantida pela empresa; o projeto Medalha de Ouro que desenvolve a prática
desportiva entre crianças da comunidade de Cueiras,
distrito de Igarassu, custeando o trabalho de um instrutor
e um monitor, o material esportivo e a alimentação dos
participantes; o Atleta de Elite que patrocina o atleta em
competições municipais, estaduais e nacionais (fornece
passagem, estadia, material para treinamento, alimentação
e uma bolsa de incentivo para o competidor).
• Início do projeto: 2004
BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas
37
Meio ambiente
ALCOA ALUMÍNIO
68
Passarela no Mangue
Destinou recursos para facilitar o acesso dos visitantes ao
Centro Peixe-Boi, em Itamaracá, aumentando a percepção
dos visitantes a respeito da importância da proteção do
meio ambiente em uma área de manguezal.
• Início do projeto: 2007
COLMÉIA ARQUITETURA E ENGENHARIA
69
Projeto Reciclagem
Separa papel e plástico descartados no dia a dia, que são
doados à Associação de Recicladores do Arruda a cada duas
semanas.
• Início do projeto: 2007
ELLO-PUMA
70
Projeto Hippocampus
Apóia a preservação do cavalo-marinho e o peixe-anjo, além
de conscientizar a população local de Ipojuca-PE, sobre a
preservação do meio ambiente.
• Início do projeto: 2007
38
71
Em Frente com o Meio Ambiente
Publica uma revista em quadrinhos, incentivando a reciclagem por meio da conscientização das crianças sobre o seu
papel na preservação da natureza. Quinze mil exemplares da
revista foram distribuídos nos postos da rede que aderiram à
campanha nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande
do Norte, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro.
• Início do projeto: 2007
FROMPET
72
Centro de Educação Ambiental
O Centro de Educação Ambiental para coleta seletiva é resultado do Projeto Aprender a Reciclar, uma parceria entre a
Frompet e a Refrescos Guararapes, e surgiu da necessidade
de capacitar fornecedores da matéria-prima PET após consumo, além de divulgar a importância da coleta seletiva. O
espaço também é utilizado para a capacitação de cooperativas e associações de catadores que passam a valorizar o seu
trabalho, a partir do entendimento do processo de reciclagem. Além disso, a Frompet fez a concessão de 11 prensas
para otimizar a reciclagem e favorecer a venda do material
reciclado. Dessas prensas, nove estão com associações de
catadores e duas com cooperativas. Desde o início dessas
ações, 180 pessoas já foram beneficiadas.
• Início do projeto: 2004
LETÍCIA ANTUNES RECEPÇÕES
73
Ecobufê
Ofrece cardápio com alimentos orgânicos adquiridos de
pequenos produtores e a opção de decoração com produtos regionais e materiais reciclados. A empresa desenvolve
outras ações, como a coleta seletiva de lixo, o plantio de
árvores originárias da mata atlântica no seu espaço e na
vizinhança, cursos de culinária orgânica para a comunidade
, visitas à reserva de mata e à horta orgânica existentes
dentro do seu terreno para a educação ambiental dos alunos
de escolas públicas e particulares da região.
• Início do projeto: 2007
BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas
39
PHILIPS
74
Aprendendo com a Natureza
Desperta e desenvolve a consciência ambiental das crianças das escolas do Curado e arredores. Os funcionários da
empresa são voluntários nessa ação, que também capacita
e aperfeiçoa professores da rede pública de ensino na área
de educação ambiental. Além do Recife, este projeto atua
nas cidades de São Paulo, Mauá (Grande São Paulo), Varginha
(MG) e Manaus (AM).
• Início do projeto: 2003
SETRANS
75
Praça de Casa Forte
Cuida e mantém a Praça de Casa Forte por meio da parceria com a Prefeitura do Recife em um projeto no qual as
empresas se responsabilizam pela manutenção e cuidados
de modo geral com a praça adotada.
• Início do projeto: 2003
TIM
76
Projeto Reciclagem
Realiza este projeto em parceria com a Cooperativa de
Agentes de Gestão de Resíduos Sólidos (Coopagres), que
faz a coleta seletiva recolhendo papel, plástico, cartuchos
de impressora e bobinas de fax descartados pela empresa,
o que contribui para geração de renda dos familiares dos
catadores.
• Início do projeto: 2002
TINTAS CORAL
77
Clube da Terra
Atua em escolas públicas do Recife-PE e Mauá-SP, realizando
ações de educação ambiental para despertar os alunos para
40
o respeito à natureza. A cada encontro, os voluntários da
empresa abordam um tema e promovem atividades relacionadas ao meio ambiente.
• Início do projeto: 2005
WHITE MARTINS
78
Terra Viva
Desenvolve este projeto em uma Usina de propriedade da
empresa, no município de Cabo de Santo Agostinho. Em uma
área onde antes havia trabalhadores terceirizados cuidando
apenas da grama, atualmente existe uma grande horta, cuja
colheita é doada ao Abrigo São Francisco de Assis, no Cabo
de Santo Agostinho, e à Associação de Moradores de Ponte
dos Carvalhos, em Jaboatão dos Guararapes. O projeto
também capacita profissionalmente os trabalhadores para
a produção de verduras e legumes.
• Início do projeto: 2001
BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas
41
Cultura
ATP ENGENHARIA
79
Núcleo de Formação, Dança e
Aperfeiçoamento
Financia aulas de dança para cerca de 30 jovens de comunidades de baixa renda da cidade, em parceria a Prefeitura
da Cidade do Recife.
• Início do projeto: 2007
CELPE
80
Educação pela Arte
•
Início do projeto: 2006
Doa recursos financeiros e envolve os funcionários em atividades que preparam gestores e educares para oferecer,
a 700 crianças e adolescentes, oportunidades para transformar o potencial delas em competências profissionais por
meio da arte. Em parceria com o Instituto Ayrton Senna, o
projeto beneficia três entidades de Pernambuco (Movimento Pró Criança, Instituto Arte e Vida e a ONG Ária Social).
42
EMPRESA METROPOLITANA
81
Vem Ver Cultura
Disponibiliza um ônibus com condutor para levar crianças
para um passeio cultural em museus, áreas de preservação ecológica e outros espaços comunitários. É realizado
mensalmente, com 40 crianças de qualquer escola pública
que esteja próxima à empresa, no Recife e em Jaboatão
dos Guararapes.
• Início do projeto: 2004
SHOPPING GUARARAPES
82
Instituto Peró Arte e Cidadania
Oferece um conjunto de atividades educativas – oficina de
dança e música, palestras, acompanhamento escolar, ações
de integração com a família, entre outras – com o objetivo
de promover a cidadania e melhorar a qualidade de vida
das crianças atendidas e também de suas famílias. Beneficia 44 crianças de 7 a 12 anos, moradoras de comunidades
localizadas no entorno do shopping.
• Início do projeto: 2004
TIM
83
TIM Música nas Escolas
Esta é uma ação nacional da TIM, com atuação em várias
capitais, destinada a estudantes de escolas públicas localizadas em comunidades em situação de exclusão social.
Em Pernambuco, o TIM Música nas Escolas beneficiou cerca de 1.700 alunos desde a sua implantação, em 2003. O
projeto leva a esse público experiências musicais variadas
e contemporâneas e incentiva uma atuação social comprometida com a cultura de paz, por meio de oficinas de
musicalização, de formação dos Pequenos Embaixadores
da Paz e de Núcleos de Agitação Cultural.
• Início do projeto: 2003
BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas
43
Ações compartilhadas
ASPA e CELPE
84 Orquestra Cidadã
Apóiam a profissionalização de crianças e adolescentes, com
idade entre 8 e 15 anos, moradores do bairro do Coque, no
ofício da música. Durante cinco anos, os alunos têm contato
diário com violas, violinos, violoncelos e contrabaixos, sob
a coordenação musical do maestro Cussy de Almeida.
• Início do projeto: 2007
TGI E NORDESTE SEGURANÇA
85 Associação Arte e Vida
Como apoio dos colaboradores das duas empresas, o projeto
beneficia aproximadamente 100 crianças e adolescentes
que estudam em escolas públicas no Recife. Através dele,
os meninos e meninas têm aulas de pintura, dança clássica,
violão, percussão e poesia e seus familiares participam de
cursos de capacitação.
• Início do projeto: 2002
44
Uma radiografia dos projetos
da Rede AEC
Por Saritta Brito
Superintendente do Instituto Ação
Empresarial pela Cidadania
Diferente da pesquisa de 2005-06, que identificou as práticas
de responsabilidade social empresarial das empresas associadas ao Instituto Ação Empresarial pela Cidadania (AEC),
em 2007-08, o Banco de Ações Sociais das Empresas (BASE)
mapeou as práticas de relacionamento com a comunidade.
Essas práticas estão organizadas em ações, projetos e políticas
que temos acompanhado e para as quais temos direcionado
serviços e atividades institucionais, com a perspectiva de
melhor apoiá-las no seu desenvolvimento.
Este ano, o BASE teve como objetivo conhecer o perfil das
ações de investimento social protagonizadas por esse grupo de
empresas, compartilhar experiências e ampliar a visão sobre o
potencial de impacto dessas ações frente às demandas locais
apontadas na área social. Para realizar a pesquisa, convidamos
a Exatta - Empresa de Pesquisa Técnicas Ltda., que realizou
44 das 55 entrevistas com as empresas que participaram do
BASE, do universo de 70 associadas no momento da pesquisa.
Antes de mergulharmos em algumas das características e possíveis tendências que revelam o conjunto de projetos sociais
desse banco, é preciso caracterizar melhor o perfil das 55
empresas que o compõem. Da mostra pesquisada, 59% estão
no setor de serviços e 41% na indústria. Outras variáveis que
tornam essa mostra ainda mais heterogênea, pois influenciam diretamente a forma e capacidade de atuação dessas
empresas em ações de responsabilidade social empresarial na
comunidade, são o tempo de vida e o porte de cada uma delas.
Representatividade
da Amostra por Setor
BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas
45
No que se refere ao aspecto temporal, chama-nos a atenção a
jovialidade dos 85 projetos identificados na pesquisa do BASE.
Cerca de 81% deles surgiram entre os anos de 2000 a 2007,
um período fortemente marcado pela consolidação do movimento de cidadania empresarial em todo o território nacional
com o surgimento de diversas organizações, como o próprio
AEC, e iniciativas de fomento como o Prêmio Apimec, para
Balanço Social, o Prêmio Ethos de Jornalismo, o Prêmio Valor
Econômico, o Prêmio Cidadania S.A., além de movimentos
internacionais como o Global Repórter International (GRI) e
o Objetivos do Milênio (ONU).
Ano de início dos projetos
Outro aspecto revelado pelo BASE apontou a doação de recursos financeiros como a principal forma de participação das
empresas em projetos sociais. Esse tipo de doação representa
58% dos recursos investidos e, ao contrário do que imaginávamos, somente 8% teve sua origem na renúncia fiscal. Entre
as principais razões atribuídas a esse fato estão o desconhecimento de como se operacionalizam as leis de incentivo
disponíveis nas estâncias federais, estaduais e municipais, e
a restrição desse incentivo às empresas que declaram Imposto
de Renda com base no lucro real.
Como a empresa participa
46
Entre as 23 empresas que doam recursos não financeiros
aos projetos, 75% disseram contribuir com capital humano,
69% com serviços e produtos e 50% com instalações físicas,
inclusive muitas empresas informaram ter programas de voluntariado estruturados.Esses números apontam para o fato
de que, em muitos casos, uma mesma empresa participa
doando mais de um tipo de recurso não financeiro para um
mesmo projeto. Ainda sobre a forma de participação, percebemos que a parceria com organizações da sociedade civil
e governo teve um destaque maior que a criação e gestão
direta de projetos sociais. Esses dados revelam à preferência
das empresas pesquisadas em compartilhar projetos com outros atores sociais. Essa tendência é não somente desejada,
como vem sendo estimulada pelo Instituto Ação Empresarial
pela Cidadania junto ao setor privado por meio de fóruns e
oficinas no âmbito dos programas Parcerias, com a Aliança
Interage, e Integração. A compreensão de que a área social
não é o negócio da empresa e que a identificação de bons
projetos e parceiros é a melhor maneira de agregar resultados
de qualidade na relação empresa-comunidade, tem sido um
diferencial inclusive para aquelas empresas que escolhem
atuar operacionalizando projetos próprios.
Recursos não financeiros
%
%
%
Estabelecer uma ação estratégica frente às demandas sociais
ainda continua sendo um grande desafio para as empresas.
Seja porque não possuem expertise para atuar diretamente,
seja porque o volume e a complexidade da demanda são
tamanhos que fazem os resultados sempre parecerem insuficientes. Ao analisarmos o grau de coerência desses projetos
com os eixos emergentes do cenário social do nosso Estado,
percebemos que há muito por avançar. De acordo com os
dados fornecidos pelo Ministério da Educação, Pernambuco
amarga a pior posição de todos os Estados da Federação no
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com
BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas
47
2,4 pontos, enquanto o Estado de Santa Catarina apresenta
o melhor índice, de 4,1 pontos. No entanto, somente 17%
dos projetos identificados no BASE estão voltados para essa
temática.
Mais de 40% dos projetos foram agrupados na temática “Cidadania” e se referem, com poucas exceções, a ações de
voluntariado e doações de caráter pontual. Esse fato revela
uma visão de atuação social menos voltada para o conceito
de Investimento Social Privado (ISP), que temos procurado
difundir nas atividades institucionais voltadas ao desenvolvimento de empresas nesse campo. No ISP, a destinação de
recursos para ações sociais é realizada de forma planejada e
monitorada, menos filantrópica e assistencialista. Os recursos
quando doados pontualmente não permitem à transformação
do público beneficiado da condição de assistido para a condição de cidadão, detentor de direitos e cumpridor de deveres.
Além disso, dificilmente essas ações consideram as causas do
problema social e acabam por atuar, muitas vezes, na conseqüência da questão, indo na contramão do fortalecimento
de políticas públicas mais duradouras.
Embora os números sejam tímidos e os resultados possam
parecer incipientes, há boas razões para acreditarmos que a
participação do empresariado nas questões sociais é não só
desejada, mas precisa ser estimulada. A empresa é um agente
social que influencia e é influenciado pelo contexto social
onde realiza seus negócios. É um espaço de cidadania onde
se estabelecem deveres e direitos entre todas as partes que
a constituem. E todas essas partes acabam reproduzindo, nas
suas relações, a cultura da sociedade onde vivem e pela qual
devem zelar, disseminando valores e articulando interesses
que a tornem saudável e possível para todos.
48
Cidadania Empresarial
no Brasil
Por Susana Leal
Diretora de Relações Institucionais
do Instituto Ação Empresarial pela Cidadania
Nesses últimos dois anos, estivemos envolvidos numa pesquisa de campo junto à Rede de Articulação Nacional Pela
Cidadania Empresarial, da qual o Instituto Ação Empresarial
Pela Cidadania é membro. O objetivo era sistematizar as
experiências dos 13 núcleos que compunham essa rede,
suas histórias e seus avanços.
Viajamos por todo País, de Março de 2007 até Março de
2008. Percorremos aproximadamente 14.233 km do Rio
Grande do Sul ao Amazonas, conversamos com cerca de 55
líderes, entre empresários e executivos, que estão à frente
desses movimentos localmente. Gravamos e transcrevemos
cerca de oitenta horas de entrevistas, recolhemos, organizamos e revisamos informações de todos os estados, e
redigimos artigos junto com cada núcleo, por fim, pudemos
ter um panorama geral da Cidadania Empresarial no Brasil,
e um olhar sobre como se desenvolveu nos últimos 10 anos.
É interessante notar como se deu o desenvolvimento das
práticas sociais do empresariado em cada Estado e a forte
influência que as raízes culturais e políticas de cada região
tem nesse processo. Por isso, para que possamos refletir
sobre a evolução da consciência da responsabilidade social
e da cidadania empresarial no Brasil é preciso considerar
que esse, como qualquer outro processo social, não está
isolado do contexto político-cultural de onde se encontra.
Portanto, há que se levar em conta todos os fatores que
influenciaram historicamente a cultura empresarial brasileira. É preciso, por exemplo, considerar a tardia inserção do
Brasil na economia capitalista, que só aconteceu a partir de
1930 com a grave crise desencadeada pelo racha da bolsa
de Nova York. Onde até então, ainda predominava uma
cultura regida por valores e princípios de uma economia
agrícola e latifundiária.
É importante compreender que a política de industrialização foi iniciada no País pela mão de Getúlio Vargas que,
junto, também iniciava a modernização das relações de
BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas
49
trabalho. Portanto, é nesse caminho que foi se construindo o pensamento empresarial brasileiro, em meio a uma
história político-cultural dominadora, com forte presença
de um Estado centralizador e patrimonialista e em meio a
uma sociedade civil historicamente débil e fragmentada.
Isso tudo nos trouxe até a Ditadura Militar que vigorou de
64 a 85. Enfim, em 1988, a nação brasileira retoma definitivamente o caminho da democracia com a Constituição
Cidadã. Foi um período importante para apropriação do
estado democrático que, aos poucos, foi revelando o imenso
desafio que a sociedade brasileira teria pela frente. Um
novo tempo se estabelecia, com uma nova consciência, na
qual a participação social passava a ser imperativa.
No final dos anos 80, por meio de campanha pela cidadania
contra a fome e a miséria, o sociólogo Herbert José de
Souza, o Betinho, dizia que “Para nascer um novo Brasil, humano, solidário, democrático, é fundamental que uma nova
cultura se estabeleça, que uma nova economia se implante
e que um novo poder expresse a sociedade democrática
e a democracia no Estado”. Essas palavras ressoavam nos
ouvidos dos brasileiros à caminho da conquista democrática
e o empresariado não esteve surdo a elas.
Em 1986, surgia a FIDES, Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social que buscava a humanização
das empresas, a sua integração com a sociedade e a ética
nas relações empresariais. Em seguida, 1989, surgia o movimento do Pensamento Nacional das Bases Empresariais
(PNBE), formado por empresários de todos os setores para
lutar pelo aprofundamento da democracia nas instâncias
governamentais e da sociedade civil organizada com intuito
do exercício amplo dos direitos da cidadania. Depois, em
1990, surge a Fundação ABRINQ, com o objetivo de mobilizar a sociedade para questões relacionadas aos direitos
da infância e da adolescência.
Em 1992, acontecia, no Rio de Janeiro, um evento internacional que viria impulsionar ainda mais todo esse
movimento no campo empresarial, a II Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
Humano, a ECO 92. Com ela, vieram mais de 50 lideres de
grandes corporações multinacionais articulados em torno
do World Business Council for Sustainable Development
(WBCSD), e debateram junto com líderes sociais de todo
o mundo sobre o compromisso das empresas em relação à
sustentabilidade do planeta.
Esse movimento empresarial se espalhou por 35 países, e no
Brasil deixou o CEBDS- Conselho Empresarial Brasileiro para
o Desenvolvimento Sustentável com objetivo de integrar
50
princípios e práticas do desenvolvimento sustentável no
contexto de negócio, conciliando as dimensões econômica,
social e ambiental.
Continuava o despertar da consciência cidadã do empresariado brasileiro, e em 1995, outro grupo de empresários
fundou o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas –
GIFE para contribuir com a promoção do desenvolvimento
sustentável do país por meio do fortalecimento políticoinstitucional e apoio à atuação estratégica de institutos
e fundações de origem empresarial, e outras entidades
privadas que realizassem investimento social voluntário e
sistemático voltado para o interesse público. A filantropia
havia sido substituída por investimento social planejado e
monitorado.
O País borbulhava de iniciativas da parte do empresariado e
essas iniciativas começavam a se desdobrar em diferentes
vias de ação. E surgiu o entendimento de que as empresas
precisavam ir além da assistência social às comunidades e
que uma gestão responsável de seus negócios deveria ser
o primeiro passo para vir a ser uma empresa socialmente
responsável.
Essa visão ganhou impulso em 1998 com o Instituto Ethos de
Empresas e Responsabilidade Social Empresarial. O movimento ampliava sua força, mas até então apenas nas regiões
Sul e Sudeste do país. Já estávamos em 1999 e os conceitos
de Investimento Social Privado, Responsabilidade Social e
Cidadania Empresarial ainda não eram conhecidos pela a
grande maioria do empresariado brasileiro, nem sequer se
cogitava ver nessas regiões, empresários discutirem ou se
envolverem com temas que não estivessem relacionados
diretamente com seus negócios e interesses setoriais.
Por essa razão, com o incentivo do Programa LIP - Liderança em Filantropia nas Américas, da Fundação Kellogg, em
1999 iniciou-se no Brasil o projeto Ação Empresarial Pela
Cidadania. A intenção era disseminar em todas as regiões
do País ações fomentadoras da cidadania e da responsabilidade social no meio empresarial. Para tal, foram fundados quatro núcleos de ação nos estados de Pernambuco,
Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Essas ações
prosperaram localmente e se articularam junto a outros
estados. Ao término desse projeto, em 2003, com o apoio
da Fundação AVINA deu-se continuidade ao desenvolvimento
dessa rede e em 2006, já eram treze núcleos formando a
Rede de Articulação Nacional Pela Cidadania Empresarial
com presença no Amazonas, na Bahia, no Ceará, no Distrito Federal, no Espírito Santo, em Goiás, no Maranhão,
em Minas Gerais, no Paraná, em Pernambuco, no Rio de
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Janeiro, no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
Pernambuco foi o primeiro núcleo a ser implantado no projeto inicial, e herdou o seu nome original. Todos os núcleos
dessa rede são instituídos e operam de forma independente
embora busquem uma articulação nacional.
Hoje, quase 10 anos depois, da Cidadania e a responsabilidade social empresarial estão espalhadas por todas
as regiões desse grande país e vem se desenvolvendo de
diversas formas, a partir dos valores culturais de cada
Estado. Por isso, há uma grande diversidade de experiências, pensamentos e práticas, avanços, e muitos desafios
a serem enfrentados. Conversar com esses empresários
pelo Brasil a fora foi a nossa missão nestes últimos dois
anos, e o resultado disso foi a publicação, “A Cidadania
Empresarial no Brasil”.
Nessa caminhada, mais do que empresários e empresárias,
tivemos a oportunidade de encontrar homens e mulheres
com histórias, sonhos, vidas, crenças e valores que os fazem se mover na direção da construção de um outro Brasil
possível. No contato com essas pessoas, confirmamos a
perspectiva de que a ética, na prática, se transforma em
responsabilidades e está constantemente presente na vida
de todos em decisões, escolhas e atitudes. Reafirmamos a
visão de que os pilares que sustentam esse movimento são
as pessoas e não as empresas, como ente descolado delas.
Seja um movimento global, continental, nacional ou local, a
responsabilidade social empresarial passa necessariamente
pelo que cada líder empresarial tem como princípio, considera como valor, e os transmite na forma como lida com
seus negócios e na relação com todos os seus pares dentro
e fora dos espaços da organização.
Conhecemos líderes empresariais em todos os níveis, à frente de grandes, médias e também de pequenas e micro empresas. Compreendemos que a Rede ACE não era composta
apenas pelas equipes executivas dos seus núcleos, mas por
uma rede de fios entrelaçados composta de milhares de
empresários e suas empresas, nesses estados. Percebemos
a grande capacidade de articulação e influência local desse
movimento, por trazer consigo uma grande diversidade de
setores empresariais, de norte a sul desse País, a exemplo
de redes de televisão, jornais, indústrias, comércio e de
serviços. Juntos, são uma potente força de influência e
mudança desse País.
Também notamos que existem dilemas e contradições
nessas pessoas, inerentes ao próprio ser humano, por
vezes, influenciados pelo ambiente onde se encontram.
Compreendemos que existem sistemas locais, com “leis
52
próprias”, nos ambientes empresariais, políticos, legais e
sociais de cada região, e que há uma inter-influência entre
esses sistemas.
Há uma citação de Martin Luther King que nos ajuda a compreender os dilemas e contradições que enfrentam esses
líderes empresariais que buscam uma atitude ética em
meio a sistemas que não favorecem essas práticas:“Todos
os homens estão presos em uma rede inevitável de mutualidade, atados em um único tecido de destino. Qualquer
coisa que afete um indivíduo diretamente, afetará todos
os demais indiretamente. Eu nunca poderia ser o que eu
deveria ser, até que você seja o que você deveria ser. E
você nunca poderá ser o que você deveria ser, até que eu
seja o que eu deveria ser.”
Aliás, esse pensamento se aplica tanto no âmbito local
quanto no global. Toda humanidade parece estar atada a um
único destino que é tecido por linhas de interdependência
de forma que cada um é afetado direta ou indiretamente
por todos e afeta a todos respectivamente. Isso vale para
o bem e para o mal que praticamos, e ter consciência disso
faz toda diferença.
A partir dessa reflexão, ampliamos o foco na direção do
concreto representado pela crise que, mais uma vez, afeta
o sistema econômico mundial e impacta sobre os demais
sistemas do planeta. De novo, o mundo está diante de
grandes mudanças. E com ele também o Brasil sofre reflexos, assim como no passado. Novamente, percebemos
oportunidades que podem ampliar a força de uma rede
de lideranças empresariais capazes de mudar esse país.
Líderes, como os que se reúnem em torno do Instituto
Ação Empresarial Pela Cidadania e cujo compromisso com
Pernambuco, implícito nas práticas sócio-ambientais aqui
retratadas, impacta no país como todo. Líderes cuja evolução da consciência, certamente tem se transformado numa
revolução gradual, mas irreversível, que parte do local na
direção de uma mudança global.
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53
Serviços
Contatos
ACIC - Ass. Comercial e industrial de Caruaru
(81) 3721 2725
Alcoa Alumínio
(81) 3543 6600
Amanco Brasil Ltda
(47) 3461 7000
Ampla
(81) 3227 8700
Âncora Seguros
(81) 3366 9559
AREVA KOBLITZ
(81) 2122 2300
ASPA – Ass. Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores
(81) 3465 3400
ASSINC - Ass. das Indústrias do Curado e Várzea
(81) 2122 7002
ATP Engenharia
(81) 3081 4595
Bandeirantes Mídia Exterior
(81) 3243 7000
BENZOQUÍMICA - Indústria e Comércio de Produtos
Químicos LTDA
(81) 3429 0529
Bom Clima
(81) 3268 3336
CAFRIO – Caruaru
(81) 3722 3844
CDL –Recife
(81) 3418 1122
Celpe
(81) 3217 5136
CESAR
(81) 3425 4778
54
CICLO - Clínicas e Diagnósticos
(81) 3432 3399
Colméia Arquitetura e Engenharia
(81) 3423 1174
Coremal
(81) 3267 4700
Deloitte Touche Tohmtsu
(81) 3464 8100
Ello Combustíveis
(81) 2125 7000
Empresa Metropolitana
(81) 2138 6400
Engedata Engenharia Estrutural
(81) 3092 8200
Estaf Equipamentos S/A
(81) 3444 6300
Faculdade de Escada (FAESC/ SOESE)
(81) 3534 2034
Faculdade dos Guararapes
(81) 3461 5501
Fecomércio
(81) 3231 5393
Ferreira Auditores S/S
(81) 3453 5553
FIEPE
(81) 3412 8300
Forte Engenharia
(81) 3441 7049
Frompet
(81) 3479 8150
Geosistemas
(81) 3878 5555
Gerdau
(81) 3452 7384
Gráfica Santa Marta
(83) 2106 2200 / (81) 2122 9700
Guimarães Ferreira Consultores
(81) 3426 4850
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Hebron
(81) 3366 9294
Hermano Nascimento
(81) 3465 7037
Hospital Memorial São José
(81) 3216 2227
Hospital Santa Joana
(81) 3216 6666
Itamaracá Produções
(81) 3543 1333
Itamaracá Transportes
(81) 2137 9600
JBR Engenharia
(81) 3241 8508
Lapon
(81) 3628 0862
Mart Pet Comunicação
(81) 3423 7037
Musashi
(81) 3543 6078
Nextel Telecomunicações
(81) 3467 9828
Nordeste Segurança
(81) 4009 5500
Perfabril
(81) 3267 4700
Pertec Perfurações
(81) 2137 0600
Philips
(81) 2122 7144
Projetec
(81) 3467 9011
Queiroz Galvão
(81) 3463 2777
Rapidão Cometa
(81) 3464 5288
Rodoviária Metropolitana
(81) 3525 7500
55
56
Serviço de Diagnóstico Neurológico PE
(81) 3231 2485
SETRANS-PE
(81) 3320 2001
Shopping Recife
(81) 3464 6017
Shopping Guararapes
(81) 2122 2211
SINAPRO
(81) 32273061
SINCOMFERPE - Sind. De comércio de ferragens, tintas,
maquinismos
(81) 3338 1720
Sindaçúcar
(81) 2137 7622
SINDILOJAS
(81) 3321 0366
SINDITEXTIL - Sind. Fiação e Tecelagem
(81) 3231 7784
SINDUSCON
(81) 2127 0600
Supermercado Arco-íris
(81) 3343 8909
Teccommerce
(81) 3423 0000
Tecelagem São José
(81) 3092 1201
Termopernambuco
(81) 3527 6500
TGI Consultoria
(81) 3134 1740
Tim Nordeste
(81) 3302 2998
Tintas Coral
(81) 3452 8217
TV Globo
(81) 3464 5500
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Unibratec
(81) 3339 0998
Usina São José
(81) 2125 0505
Usina Trapiche
Fábrica — (81) 3577 1194
Escritório — (81) 2138 3333
Leituras Recomendadas
A seguir, alguns títulos que se encontram disponíveis na
biblioteca física ou virtual do Instituto Ação Empresarial
pela Cidadania:
Livros
ÁVILA, Cecília M. de (coord.). Gestão de projetos sociais. São Paulo: AAPCS, 2000.
KISIL, Rosana. Elaboração de projetos e propostas para
organizações da s ociedade civil. São Paulo: Global,
2001.
MARINO, Eduardo. Manual de avaliação de projetos
sociais. São Paulo: Saraiva, 2003.
PERROTO, Joel Paulo. Elaboração de projetos sociais:
Manual prático e cadastro de 160 agências financiadoras. São Luís: Central dos Livros, 2006.
SÃO PAULO (Governo do Estado). Manual para elaboração, administração e avaliação de projetos socioambientais. São Paulo SMA : CPLEA, 2005.
Documentos da Central do Conhecimento
(www.centraldoconhecimento.org.br)
ALLEDI, C. Diretrizes sobre responsabilidade social.
Disponível em: http://www.centraldoconhecimento.org.
br/biblioteca/download.php?arquivoId=390
CAMPOS, A. E. M.; ABEGÃO, L. H.; DELAMARO, M.C.
O planejamento de projetos sociais: dicas, técni-
58
cas e metodologias. Disponível em: http://www.
centraldoconhecimento.org.br/biblioteca/download.
php?arquivoId=374
GOLDSCHMIDT, A. Por que é importante avaliar os
projetos sociais. Disponível em: http://www.centraldoconhecimento.org.br/biblioteca/download.
php?arquivoId=237
GRUNINGER, B.; Oliveira, F. I. Normas e Certificações:
padrões para responsabilidade social nas empresas.
Disponível em http://www.centraldoconhecimento.org.
br/biblioteca/download.php?arquivoId=391
SÃO PAULO. Manual para elaboração, administração e
avaliação de projetos socioambientais. Disponível em:
http://www.centraldoconhecimento.org.br/biblioteca/
download.php?arquivoId=175
Schuckar, M. Captação de recursos para projetos sociais. Disponível em: http://www.centraldoconhecimento.org.br/biblioteca/download.php?arquivoId=372
SOARES, G.de O. Projetos sociais e o mundo legislativo.
Disponível em: http://www.centraldoconhecimento.org.
br/biblioteca/download.php?arquivoId=178
ZAVALA, R. Projetos comunitários podem ser foco
de pequeno investidor. Disponível em: http://www.
centraldoconhecimento.org.br/biblioteca/download.
php?arquivoId=370
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59
Glossário
O conceito de cidadania empresarial está ligado a uma
série de outros relacionados à atuação social do setor
privado. Para entender melhor cada um deles, pesquisamos
o significado e organizamos um glossário dos termos mais
utilizados nesse campo.
A
AÇÃO SOCIAL EMPRESARIAL - Qualquer atividade que as
empresas realizam para atender às comunidades, nas
áreas de assistência social, alimentação, saúde, educação,
meio ambiente e desenvolvimento comunitário, dentre
outras. Essas atividades abrangem desde pequenas doações
eventuais a pessoas e instituições até grandes projetos
mais estruturados, podendo, inclusive, estender-se aos
empregados da empresa e a seus familiares. Exclui, no
entanto, as atividades executadas por obrigação legal,
como por exemplo, o cumprimento de normas ambientais
em razão do licenciamento ambiental, as contribuições
compulsórias ao SEBRAE, SESI, SESC, SENAI, SENAC, SENAR
e o atendimento obrigatório aos empregados, como o valetransporte e o salário-família.
ASSOCIAÇÃO - É qualquer iniciativa formal ou informal que
reúne pessoas físicas ou outras sociedades jurídicas com
objetivos comuns, visando superar dificuldades e gerar
benefícios para os seus associados. Formalmente, qualquer
que seja o tipo de associação ou seu objetivo podemos
dizer que a associação é uma forma jurídica de legalizar
a união de pessoas em torno de seus interesses e que sua
constituição permite a construção de condições maiores e
melhores do que as que os indivíduos teriam isoladamente
para a realização dos seus objetivos.
B
BALANÇO SOCIAL - Demonstrativo publicado anualmente
pela empresa reunindo um conjunto de informações
quantitativas e qualitativas sobre as ações e investimentos
60
em gestão, educação, meio ambiente, colaboradores, ações
sociais, etc. É também um instrumento estratégico para
avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social
corporativa.
C
CIDADANIA - É o resultado do encontro entre projeto
social do indivíduo, na conquista dos seus direitos perante
a sociedade, com o projeto social da coletividade, no
cumprimento dos deveres individuais de cada um em prol
da sociedade como um todo.
CIDADANIA EMPRESARIAL – É quando uma organização do
setor privado pensa, educa, participa e reivindica e atua
utilizando todos os recursos de que dispõe no exercício de
um conjunto de valores comuns nos quais a sociedade se
reconhece. Além disso, usa sua capacidade de articulação e
de influência para propor ações que possam gerar políticas
públicas em prol do bem comum.
COMÉRCIO JUSTO - Comércio justo (Fair Trade em inglês) é
um dos pilares da sustentabilidade econômica e ecológica.
Trata-se de uma modalidade de comércio internacional
que busca o estabelecimento de preços justos, bem como
de padrões sociais e ambientais equilibrados, nas cadeias
produtivas. A idéia surgiu nos anos 1960, espalhou-se por
toda a Europa até eu, em 1968, surgiu a Internacional Fair
Trade Association, que reúne atualmente 300 organizações
em 60 países. Em 2001, organizações de produtores,
entidades de assessoria e representantes governamentais
se articularam, formando o FACES – Fórum de Articulação
do Comércio Ético e Solidário - entidade com a missão
de fomentar, no Brasil, o comércio justo e solidário,
como instrumento de uma economia inclusiva, solidária e
sustentável.
CONSUMO CONSCIENTE - A idéia básica do consumo
consciente é transformar o ato de consumo em uma prática
permanente de cidadania. O objetivo do consumo, quando
consciente, extrapola o atendimento de necessidades
individuais e leva em conta também seus reflexos na
sociedade, economia e meio ambiente. Ao comprar
produtos de uma empresa que utiliza trabalho escravo,
por exemplo, o consumidor financia essa prática. Por outro
lado, se comprar alimentos orgânicos ou de comércio
justo, contribuirá com setor da economia que não utiliza
substâncias tóxicas em sua produção e que não agride o
meio ambiente.
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61
COLETA SELETIVA - Coleta seletiva é o termo utilizado para
o recolhimento dos materiais que são passíveis de serem
reciclados, previamente separados na fonte geradora.
Dentre estes materiais recicláveis, estão os diversos tipos
de papéis, plásticos, metais e vidros. A separação na
fonte evita a contaminação dos materiais reaproveitáveis,
aumentando o valor agregado destes e diminuindo os custos
de reciclagem. Para iniciar um processo de coleta seletiva
é preciso avaliar, quantitativa e qualitativamente, o perfil
dos resíduos sólidos gerados em determinada localidade,
a fim de estruturar melhor o processo de coleta.
D
DESENVOLVIMENTO SOCIAL – De acordo com a Organização
das Nações Unidas (ONU), desenvolvimento social é o
processo pelo qual se desenvolve o fator humano na
sociedade. Inclui a promoção dos direitos humanos
fundamentais, a participação no processo de decisão
política e em todos os esforços que objetivem um
desenvolvimento global, visando alcançar justiça e bemestar para todos, sem que nenhum segmento social seja
marginalizado desse processo.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - Modelo econômico
capaz de gerar riqueza e bem-estar e, ao mesmo tempo,
promover a coesão social e impedir a degradação da
natureza. O desenvolvimento sustentável abrange os
aspectos econômico, social e ambiental (preservação
dos bens mundiais de todos e regeneração dos recursos
naturais).
E
ECONOMIA SOLIDÁRIA - Modo de organizar atividades
econômicas de produção, consumo e poupança/crédito
que almeja completar as igualdades de direitos entre
os que se engajam nestas atividades. Empreendimentos
solidários são autogestionários, o que significa que neles
todas as decisões são tomadas pelos membros ou por
pessoas eleitas que os representam. A economia solidária
é essencialmente associativa, ou seja, todos são sócios,
sendo incompatível com relações assimétricas, como as
que se desenvolvem entre patrões e empregados.
EQÜIDADE - O conceito de eqüidade é concebido como
o reconhecimento e a efetivação, com igualdade, dos
62
direitos da população, sem restringir o acesso a eles nem
estigmatizar as diferenças que conformam os diversos
segmentos que a compõem. Assim, eqüidade é entendida
como possibilidade das diferenças serem manifestadas e
respeitadas, sem discriminação; condição que favoreça o
combate das práticas de subordinação ou de preconceito
em relação às diferenças de gênero, políticas, étnicas,
religiosas, culturais, de minorias, etc.
ÉTICA - A origem da palavra vem do grego “ethos”, que quer
dizer o modo de ser, o caráter; relacionamento de forma
ética, responsável e participativa com os poderes públicos,
no cumprimento das leis, influenciando e mantendo
interações dinâmicas com seus representantes, visando
à constante melhoria das condições sociais e políticas do
país. O comportamento ético e cidadão pressupõe que as
relações entre empresas e governos sejam transparentes
para a sociedade, acionistas, empregados, clientes,
fornecedores e distribuidores.
F
FUNDAÇÃO COMUNITÁRIA - São instituições filantrópicas
autônomas, sem fins lucrativos, sustentadas por doações,
cujo objetivo a longo prazo é constituir fundos financeiros
permanentes que serão aplicados em favor de projetos
sociais voltados para as comunidades onde as fundações
se inserem.
I
INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO - É o repasse voluntário
de recursos privados de forma planejada, monitorada e
sistemática para projetos sociais, ambientais e culturais
de interesse público. Incluem-se neste universo as
ações sociais protagonizadas por empresas, fundações e
institutos de origem empresarial ou instituídos por famílias
ou indivíduos. A preocupação com o planejamento, o
monitoramento e a avaliação dos projetos é intrínseca
ao conceito de investimento social privado e um dos
elementos fundamentais na diferenciação entre essa
prática e as ações assistencialistas.
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63
M
MARKETING SOCIAL - Gestão estratégica do processo de
inovações sociais a partir da adoção de comportamentos,
atitudes e práticas individuais e coletivas, orientadas por
preceitos éticos, fundamentados nos direitos humanos e
na equidade social. O termo é empregado para descrever
o uso sistemático de princípios e técnicas orientadas para
promover aceitação de uma causa ou idéia e é também,
atualmente, uma das ferramentas mais aplicadas na
gestão de projetos e programas sociais. Tem como objetivo
principal transformar a maneira pela qual um determinado
público adotante percebe uma questão social e promover
mudanças comportamentais, visando melhorar a qualidade
de vida de um segmento populacional.
N
NEGÓCIOS INCLUSIVOS - São iniciativas economicamente
rentáveis, e ambiental/socialmente responsáveis, que
utilizam os mecanismos do mercado pra melhorar a
qualidade de vida de pessoa de baixos ingressos, ao
permitir sua participação na cadeia de valor como
fornecedores de matéria prima, agentes que agregam valor
a bens ou serviços, ou vendedores/distribuidores de bens
ou serviços, e/ou seu acesso a serviços básicos essenciais
de melhor qualidade ou a menor preço, e/ou seu acesso
a produtos ou serviços que lhes permitam entrar em um
“círculo virtuoso” de oportunidades de fazer negócios ou
melhorar sua situação socioeconômica.
O
ONG - São associações do terceiro sector, da sociedade
civil, que se declaram com finalidades públicas e sem
fins lucrativos, que desenvolvem ações em diferentes
áreas e que, geralmente, mobilizam a opinião pública
e o apoio da população para modificar determinados
aspectos da sociedade. Estas organizações podem
ainda complementar o trabalho do Estado, realizando
ações onde ele não consegue chegar, podendo receber
financiamentos e doações do mesmo, e também de
entidades privadas, para tal fim. É importante ressaltar
que ONG não tem valor jurídico. No Brasil, três figuras
jurídicas correspondentes no novo Código Civil compõem
o Terceiro Setor: associações, fundações e organizações
64
religiosas (que foram recentemente consideradas como
uma terceira categoria).
R
RECICLAGEM - É termo genericamente utilizado para
designar o reaproveitamento de materiais beneficiados
como matéria-prima para um novo produto. Muitos
materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns
são o papel, o vidro, o metal e o plástico. As maiores
vantagens da reciclagem são a minimização da utilização
de fontes naturais, muitas vezes não renováveis, e a
minimização da quantidade de resíduos, que necessitam
de tratamento final, como aterramento, ou incineração.
O conceito de reciclagem serve apenas para materiais
que podem voltar ao estado original e ser transformado
novamente em um produto igual em todas as suas
características. A palavra reciclagem difundiu-se na mídia
a partir do final da década de 1980, quando foi constatado
que as fontes de petróleo e de outras matérias-primas não
renováveis e de outros dejetos na natureza.
RESPONSABILIDADE SOCIAL – É a forma de conduzir os
negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira
e co-responsável pelo desenvolvimento social. A empresa
socialmente responsável é aquela que possui a capacidade
de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas,
funcionários, prestadores de serviço, fornecedores,
consumidores, comunidade, governo e meio ambiente)
e conseguir incorporá-los no planejamento de suas
atividades, buscando atender às demandas de todos e não
apenas dos acionistas ou proprietários.
S
SUSTENTABILIDADE - Sustentabilidade é um conceito
sistêmico, relacionado com a continuidade da sociedade
humana. A preservação dos recursos ambientais e
culturais para as gerações futuras – base no conceito
de desenvolvimento sustentável – ganhou espaço nas
empresas na forma do triple bottom line, que enfatiza a
necessidade de gerar resultados nos âmbitos econômico,
social e ambiental. Para um empreendimento humano
ser sustentável, tem de ter me vista quatro requisitos
básicos: ecologicamente correto; economicamente viável;
socialmente justo; e culturalmente aceito.
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65
T
TERCEIRO SETOR - Parcela da sociedade constituída por
organizações privadas sem fi ns lucrativos que geram
bens, serviços públicos e privados e atuam com foco no
desenvolvimento social, econômico, político e cultural,
no meio em que atuam. Exemplos de organizações do
Terceiro Setor são as organizações não-governamentais,
as cooperativas, as associações e fundações. Vale ainda
lembrar que o Estado é o Primeiro Setor, o mercado
(empresas) é o Segundo Setor e as entidades da sociedade
civil formam o Terceiro Setor.
V
VOLUNTARIADO/VOLUNTARIADO EMPRESARIAL – É um
princípio, uma obrigação individual livremente assumida,
que se traduz numa espécie de afirmação de cidadania
plena e responsável. Pode ser um trabalho assistencial
de apoio aos grupos mais vulneráveis da população, mas
também inclui as múltiplas iniciativas dos cidadãos em
diversas áreas, como educação e saúde. No caso das
empresas, consiste num conjunto de ações realizadas
por elas para incentivar e apoiar o envolvimento dos
funcionários em atividades voluntárias na comunidade. A
expressão é também utilizada para designar a prática do
voluntariado em si, desde que se trate de um grupo de
voluntários ligado diretamente a uma empresa (funcionários
efetivos e terceirizados), ou indiretamente (familiares dos
funcionários, ex-funcionários e aposentados).