Manual Ecológico - Gazeta Valeparaibana

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Manual Ecológico - Gazeta Valeparaibana
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ASSUNTO
Plantar, cuidar e educar
A música na formação do caráter e na educação
Beabá da ecologia
Projeto “Educação Ambiental” Planta Brasil
Águas urbanas
Reflexos sobre nossas águas
Introdução
Alterações Hidrológicas e Ecossistema Aquático
13-1 - Mananciais
Águas subterrâneas
Aqüífero Guarani
Doenças causadas pela falta de saneamento
Impactos sobre as águas
A importância do DBO
Poluição Orgânica
19-14 - Poluição Física
Poluição Química
Administração das Águas
22-1 - Eutrofização
22-2 - Assoreamento
Legislação Brasileira sobre Poluição Hídrica
Extração de Areia de Rios, Lagos e Alagadiços
Pragas Urbanas
Prevenção e combate a “Roedores”
Uso de Defensivos Naturais
Defensivos Naturais
Calda de Fumo
Faça sua horta caseira
Como plantar uma árvore
Espécies certas para cada local
54-1 - As fases da planta no viveiro
Como implantar um viveiro
Semeando e cuidando da mudinha
Usando “Estacas” em vez de “Sementes”
Sobre Matas Ciliares
Tabela de Drenagens e Enchentes
59-1 - Como degradar um ecossistema
Técnicas de recuperação de Matas Ciliares
Tabelas de árvores nativas do Brasil
Espécies indicadas para plantio
Regeneração Natural
66-1 - Banco de Sementes
Produção de Serapilheira e Chuva de Sementes
67-1 - Abertura do Dossel
Reflorestando e Repovoando nossa Fauna
Para atrair Beija-Flores e Cambacicas
Fornecendo frutos de polpa comestível
Oferecendo sementes que as aves gostam
Referências, créditos e normas de uso do compên-
REFLORESTANDO E REPLANTANDO PRESERVAREMOS OS ECOSSISTEMAS COMO UM TODO
Plantar, cuidar e educar.
O viveiro de mudas de espécies nativas do Projeto PLANTA BRASIL, localizado no município de São José dos Campos, no Cone Leste Paulista, no Estado de São Paulo, Brasil, pretende repassar mudas de plantas de nativas e frutíferas para reflorestamento de áreas degradadas
em matas ciliares e remanescentes de mata atlântica. Numa área de 4,5
mil metros quadrados, o Projeto Planta Brasil está multiplicando mais
de 66 espécies diferentes de árvores de grande porte e arbustivas nativas.
O coordenador do viveiro, Filipe de Sousa, lembra que os patrocinadores podem retirar até 500 mudas, desde que comprovada a necessidade da área a ser reflorestadas. Para que isso ocorra, o produtor solicita
do Projeto as mudas e um técnico irá ao local verificar o número de espécies, tipos adequados e variedade, necessárias para o plantio.
O coordenador afirma ainda que os patrocinadores; indústrias e comunidades de todo o Cone Leste Paulista receberão informações sobre o
plantio de mudas e as variedades que estão sendo utilizadas para reflorestamento, bem como orientações de acompanhamento e cuidados.
Hoje, as espécies mais produzidas no viveiro são: jatobá, cumbaru, ipê
(roxo, amarelo, rosa e branco), angico, tarumã entre outras.
De acordo com o responsável pela multiplicação das mudas, Filipe de
Sousa, além de atender às necessidades de reflorestamento, o projeto,
pretende, também, formar alunos das escolas da rede municipal e estadual, que são orientados sobre as variedades existentes, forma correta
de plantio e os cuidados com o meio ambiente.
"A aula prática mostra desde a qualificação da semente até a evolução
da planta, dando uma noção básica aos alunos sobre o crescimento
das variedades, sua evolução de crescimento, necessidades básicas,
preparação dos insumos, técnicas de plantio no local definitivo, cuidados e acompanhamento de sua evolução nas áreas reflorestada.
Pretende-se também formar Monitores Ambiententalistas que terão como função fazer a multiplicação dos conhecimentos adquiridos, em suas Escolas de origem e Comunidades.
O poder da música e o papel que ela pode desempenhar na vida dos seres humanos são conhecidos, desde a antiguidade, onde
há registros em papiros médicos egípcios do século 1500 a.C., sobre a influência da música na fertilidade das mulheres; ao seu
uso na atualidade, em aplicações lúdicas, terapêuticas e educacionais.
O tema música e educação tem sido alvo de pesquisas de profissionais de diversos ramos de atividade, tais como psicólogos,
neurologistas, educadores e músicos. Como resultado de uma longa experiência de trabalho como musico, educador e pesquisador, Paulo Roberto da Silva (CLUBECA), considera necessário o uso da música como ferramenta auxiliar do processo educacional escolar, compreendido de forma ampla, para além da sala de aula.
Na educação não-formal, a música também tem sido freqüentemente empregada como recurso de aprendizagem, recreação ou
simples reflexão. Com este propósito, O Clubeca tem elaborado dinâmicas utilizando este recurso como ferramenta para a sensibilização sobre questões ambientais aplicando-as em atividades de educação ambiental, utilizando músicas de artistas da região
Leste da cidade de São José dos Campos - SP - Brasil..
A reflexão a partir de canções de temática regional é uma atividade que aproxima as áreas de comunicação e educação e leva em
consideração o contexto no qual estão inseridos os participantes do ato educativo. As canções com, forte temática tradicional,
desde os clássicos de raiz caipira, às toadas de bois, moçambiques, fandangos, etc., retratam a região de forma simples e direta,
embora sempre impregnadas de poesia. Mas não fica nisso a contribuição dos artistas da região, embora alguns recusem o rótulo
de "música regional", canções de vários artistas nacionais e internacionais têm possibilitado seu uso para a prática educativa.
Em evento envolvendo alunos assistidos pelo CLUBECA ), será promovido a audição de canções, cuja temática não se restringe
ao espaço regional da Zona Leste desta cidade , mas à dimensão planetária das questões ambientais.
A atividade proposta decorre das ações do projeto Planta Brasil, popularização da necessidade da preservação ambiental, por
meio da elaboração de mensagens lúdicas que levem ao entendimento do público leigo do projeto e a aplicabilidade das ações no
dia-a-dia das comunidades abrangidas.
Nessa ocasião serão tiradas fotos e feitos vídeos de algumas das atividades dos alunos assistidos pelo CLUBECA e pelo Projeto
Planta Brasil, onde será levado a efeito o envolvimento das Escolas Locais na elaboração e produção coletiva de recursos didáticos e audiovisuais. Esta é uma das estratégias adotadas para que os videoclipes sejam produzidos numa linguagem adequada ao
público a que se dirige.
Depois de finalizados, os videoclipes serão inseridos em um DVD multimídia e distribuídos para bibliotecas de escolas visando
sua utilização em atividades educativas que contribuam para a sensibilização quanto às questões ambientais e a importância da
pesquisa florestal.
PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL “planta brasil”
Beabá da Ecologia (Pedagógico)
Ecologia não é uma palavra complicada. Vem do dicionário Grego e significa “estudo da casa”.
No entanto, ela não trata somente ou propriamente da nossa casa, de nosso quintal. O sentido dado à palavra é muito
mais abrangente; “cuidar do planeta” cuidar da casa de todos. E quando se fala em todos se fala em todos os seres
vivos, do reino animal, vegetal, da água, da atmosfera, etc...
Assim, vamos ter como “Ecologia”, o ESTUDO DO MUNDO.
Porque Estudo do Mundo?
Porque tudo o que fazemos ou aquilo com que mexemos tem de ser estudado, pesquisado, e por fim respeitado. Pesquisar ou estudar é a mesma coisa que investigar. Assim, o estudo do mundo compreende a investigação, ou seja, a
verificação de como anda o mundo, como ele se formou e como está se comportando, nos dias atuais.
O que entendemos como mundo?
É a nossa casa, a casa dos vizinhos, a casa de nossos parentes, perto ou distante. É também a casa dos amigos, outros países e continente; Estados Unidos, Europa, África, Japão, etc... O mundo conhecido por nós é o planeta Terra,
onde vivem homens, mulheres e animais de todas as raças, além de insetos, flores, árvores, etc... A Ecologia se preocupa com o mundo todo, não só com a nossa casa e a casa de nossos amigos e vizinhos.
Por que?
Porque todos vivemos dependendo uns dos outros. O patrão é importante, pois dá emprego aos operários, mas os
operários são também muito importantes porque sem eles não há produção. O respeito e a maneira de viver, dentro da
sociedade, são estudados pela ecologia também. Ecologia estuda, ainda, tudo o que acontece com o clima dos países,
produção, trabalho, moradia, qualidade de vida, etc.
Porque Ecologia estuda tudo isto?
Porque Ecologia é uma ciência, ou seja, uma forma de investigar tudo. O papel da ciência é investigar, achar os erros e
apontar o caminho para consertar tudo. Ecologia quer que o mundo seja consertado, para que não se derrubem as florestas, não se acabem os animais, os pássaros, as baleias, etc... Para que não se estraguem os rios e os mares... Para
que todos os seres, inclusive os homens, sejam respeitados, juntamente com a natureza.
O homem ( todos nós ), desde pequenos, seja menino ou menina, precisa aprender a respeitar a natureza e os seres
que estão nela, mas precisa aprender também que outros homens e mulheres são nossos irmãos e não podem viver
sem emprego, sem casa, sem educação, sem a possibilidade de chegar a um ponto de progresso.
A Terra não pode ser utilizada de qualquer maneira, mesmo que seja para plantar; é preciso, é necessário bastante estudo e pesquisa sobre o que fazer e como conservar a terra. Nós dependemos dela para viver !
Isto quer dizer que podemos plantar, tirar algumas árvores para essa prática, mas temos que ter muito cuidado com o
que fazemos, pois se tiramos muitas árvores dos campos vamos deixar a terra sem vida e sem proteção contra as pragas (bichinhos que atacam as plantações).
Não se deve tirar árvores das margens dos rios, pois isso é prejudicial aos próprios rios...
Não se pode plantar de qualquer maneira, sem verificar o estado do terreno. Existe estudo para cuidar do solo
(terreno), assim devemos tomar cuidado para não plantar algo que vá desnutrir a terra. Desnutrir é o mesmo que enfraquecer a terra, deixá-la fraca, sem vida.
Isso exigiria, depois, a aplicação de adubo concentrado. O adubo concentrado devolve a nutrição à terra, mas pode
também prejudicá-la, especialmente se for adubo químico.
Todo o produto químico (adubo ou inseticida) acaba indo para os rios, por força das chuvas, especialmente das enxurradas, e acaba envenenando os rios, matando o peixes e estragando a água, que é bebida por homens e animais.
Os inseticidas (produtos químicos utilizados para matar insetos) podem ajudar a humanidade a controlar as pragas
das lavouras, mas podem também envenenar o ambiente, ou seja, o ar que nós respiramos. Por isso é necessário muito cuidado, ao utilizá-los, porque podem matar os pássaros, os agricultores (quem planta) e, por fim, entrar em nossa
alimentação, causando muitas doenças.
Se os pássaros morrem, por causa dos inseticidas, quem cuidará de “limpar” as lavouras? Os pássaros são amigos
dos homens. Eles comem os bichinhos que atacam as plantações, e ajudam, ainda, a plantar.
Você sabia que a gralha azul planta os pinheiros ? Ela transporta o pinhão no bico e o deixa em qualquer lugar, fazendo assim o plantio.
Outro dano que os inseticidas fazem é com relação ás abelhas.
Quando as abelhas procuram flores de cereais plantadas, para fazer a polinização, acabam ingerindo inseticida e morrem. Ai a polinização fica prejudicada, isto é, não há o “casamento” das flores, o que impede que o cereal produza satisfatoriamente.
Então, você já sabe: é preciso cuidar da terra, das matas, das plantações, dos rios...
Todos os rios vão acabar nos oceanos e se esses rios estiverem poluídos vão, seguramente sujar os mares. Nos mares é que existe uma plantinha que fabrica o oxigênio, que é o ar que respiramos.
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CONTINUAÇÃO
As árvores ajudam a limpar o ar, tirando gases que estão circulando devido a veículos (automóveis, caminhões, tratores, motos, aviões) e ás chaminés das indústrias. Mas, as árvores também precisam de ar e se consomem gases, soltam oxigênio. Num determinado tempo elas fazem o contrário, de sorte que o trabalho delas fica balanceado. Existem
plantas que consomem mais oxigênio do que fabricam , resultando em processo negativo para a gente.
Não se deve desmatar (cortar árvores), a torto e direito, pois isso implica em mexer no clima e no solo (terra). As cidades com poucas árvores ficam muito quentes e as chuvas caem de forma desorganizada, causando inundações, que
destroem casas e matam pessoas.
Árvores são muito importantes para os pássaros, que fazem nelas os seus ninhos. Além de melhorarem o clima, as
árvores ajudam a fixar a terra, dão sombra, enfeitam nossas ruas e suavizam a paisagem. São nossas amigas portanto.
Os animais vivem, geralmente, dentro da mata, onde se acham quantidades apreciáveis de árvores de todos os tipos,
além de vegetação rasteira, flores, gramas, capins. Qualquer animal deve ser preservado, deve viver em seu próprio
lar, que é a floresta.
Na floresta, o animal sabe como comer, beber e como sobreviver.
Apanhar animais ou pássaros, para mantê-los em jaulas e gaiolas é um grande ato de maldade, tanto que isso é proibido por Lei. Ninguém pode dizer que é necessário caçar animais para comer, em nosso século, porque já temos criações apropriadas de espécies destinadas aos frigoríficos, onde são abatidos e vendidos para os açougues e mercados.
Existem pássaros criados em cativeiro ( gaiolas ou viveiros ), que já não podem viver sem liberdade. Se fossem todos
libertados, morreriam de fome, pois já não sabem procurar comida. São pássaros em extinção, isto é, pássaros que
estão desaparecendo e, dessa forma, os criadores estão ajudando a defender essas espécies. Mas mesmo assim, precisam de uma licença especial da policia ambiental.
A “vida natural” é a vida no campo, longe ou perto das cidades, mas distante da poluição. Isto está ficando difícil, também, pois no campo existem outras espécies de poluição, como venenos químicos, além do perigo que o homem enfrenta em contato com a natureza.
O “paraíso” que todos sonham encontrar nos sítios e fazendas, ficou no passado ! A vida mudou, tem gente demais
por toda a parte e os métodos de trabalho também mudaram. Máquinas trabalham nas cidades e nos campos, as dores
de cabeça da civilização são as mesmas em qualquer lugar.
Atualmente, vivemos um tempo diferente daquele que nossos avós viveram. Aumentou a população, nasceu gente demais e as cidades foram crescendo, crescendo... A humanidade mudou de tempo ! ...
Com o aumento da população, novos inventos foram aparecendo. A pequena produção teve de sofrer modificações,
para atender ao consumo. De agricultores, grande massa humana virou operária, passando a trabalhar nas indústrias,
geralmente nas cidades. Assim surgiu a chamada “era industrial”.
A “era industrial” transformou os costumes e fez com que as cidades crescessem demasiadamente. Começaram a aparecer máquinas, motores, veículos, telefone, eletricidade, avião, computadores...
Todo esse avanço permitiu o aparecimento de grande número de aparelhos para utilização: rádio, geladeira, televisão,
toca-discos, telefone, fax, brinquedos eletrônicos, computadores, filmadoras, máquinas fotográficas, fornos microondas... Tudo isso é produto da tecnologia, sem o que, nada seria possível apresentar.
Todo esse avanço foi possível porque o homem fez surgir novas tecnologias, ou seja, inventos que surgiram para aumentar a produção e também o consumo. Esse mesmo consumo ao qual nos obrigamos, diariamente, cada vez que
colocamos combustível nos automóveis, ou trocamos o botijão de gás em nossos fogões.
Enquanto se fabricam artigos para uso nas residências, que servem para minorar (facilitar) o trabalho caseiro como,
por exemplo as máquinas de lavar roupas, essa mesma tecnologia está operando máquinas e utilizando operários para
fabricar revólveres, produtos químicos perigosos, canhões, tanques de guerra, latas para embalagem de alimentos e
tantas e tantas coisas que cansaria repetir...
A geladeira também é um desses inventos atrapalhados, pois os gases utilizados em seu equipamento
(clorofluorcarbono) é que está destruindo a camada de ozônio do planeta...
Muitas pessoas preferem viajar de trem, por se tratar de um meio de transporte mais econômico (mais barato) e menos
barulhento que o avião. É outro processo tecnológico que exige leito para colocar os trilhos, estações, serviços em
toda a parte, combinando horários com outras linhas, ônibus...
O trem serve também para transportar matérias primas, mercadorias e produtos de consumo, mas tem sido desprezado, em função de outro aperfeiçoamento, o caminhão, que apanha e entrega as mercadorias de porta em porta, embora
cobre mais caro pelo transporte e exija estradas asfaltadas, manutenção, policiamento, gasto com combustível...
Entre as invenções mais discutidas está o automóvel de passageiros, encontrado, hoje, em todas as ruas, avenidas e
estradas. O automóvel modificou completamente o hábito dos povos, encurtando distâncias e reduzindo o tempo de
viagem. Em compensação, causa enorme poluição e morte, pois os desastres acontecem diariamente.
Quando esses inventos apareceram, costumava-se dizer que isso é “!progresso”, uma coisa que chegou para melhorar a vida de todo o mundo, mas esse pensamento precisa ser esclarecido.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Progresso é uma medida que dá vantagem (traz benefícios) a muita gente, mas o que estamos assistindo, no momento, é um tipo de progresso que só dá vantagem para pouca gente, especialmente para quem vende e obtém lucros. A
maioria do povo vive enganada, pensando e sonhando com o tal “progresso” !
O mesmo acontece com a palavra “desenvolvimento”, falada e comentada por todos, que se encantam com ela ...
Quando se fala em “desenvolvimento” dá até pra sonhar com um mundo perfeito, equilibrado, justo, harmônico, com
paz total. Desenvolvimento é uma forma de fazer as coisas acontecerem, dando mais tranqüilidade e comodidade a
todos !
Infelizmente esse “desenvolvimento” só tem servido para pouca gente, que está no comando dos países ou detêm
postos de comando. Para os pobres e miseráveis, o desenvolvimento ainda não chegou e poderá demorar muito tempo para chegar...
A vida, nas cidades, é completamente diferente da vida no campo. As casas, nas cidades, especialmente para os pobres, são bem pequenas, quase não têm quintal, as pessoas vivem apertadas e espremidas como galinhas em gaiolas
de granja. Existe gente morando em casas muito grandes, bonitas, com piscina e espaço à vontade, mas, é pequena
minoria, muito rica, que foi sorteada na vida pelo “desenvolvimento” ou pelo “progresso”...
As ruas, nas cidades, são, na maioria das vezes, estreitas, esburacadas, sujas, poluídas, barulhentas - em razão do
tráfego de automóveis, caminhões e ônibus - verdadeiros caminhos para carroças.
Entretanto, elas suportam automóveis, ônibus e caminhões pesados, por onde passam todos os tipos de veículos,
levando mercadorias, desde alimentos a produtos químicos perigosos.
Esses veículos, em geral, poluem as cidades, soltando fumaça e gases que acabam com a nossa saúde, deixando o ar
cheio de sujeira, além do cheiro horrível. Entre os gases mais perigosos está o chumbo, que causa doenças terríveis.
Cidades grandes são difíceis de administrar (governar) e causam muita atrapalhação, porque não há correta distribuição de benefícios para todo o mundo, ao mesmo tempo. Enquanto parte da população tem água, luz, escolas, transporte, hospitais, outra parte precisa de tudo isso e luta muito para conseguir...
Tudo isso é estudado pela Ecologia
Nas cidades, obrigatoriamente, tem que existir casas para todos morarem. Em volta ou próximo das casas deve existir
padarias, farmácias, armazéns, postos médicos, dentistas e todos os serviços importantes para a população, pois todos têm que trabalhar, produzir, consumir, estudar, namorar, casar e dar continuidade á vida.
O trabalho é algo que se faz com o fim de produzir alguma coisa útil. Quem trabalha na lavoura, planta, colhe, vai vender para poder comprar o que precisa. Quem trabalha em fábricas, faz o mesmo, produzindo peças, máquinas, material de construção, remédios, roupas, sapatos, óculos, ventiladores, móveis, televisores, computadores, carros, aviões,
etc.. Há de tudo, em nossa sociedade, gente que trabalha e gente que estuda e se prepara para o futuro.
Tem gente trabalhando em fábricas de produtos químicos, em laboratórios, hospitais, minas de carvão, frigoríficos.
Tem gente pescando em alto mar, outros arrastando as redes com peixe, outros transportando-o para o mercado. Tem
mil formas de trabalhar, de ser útil à família, à comunidade, ao país, ao mundo...
O que precisamos é pensar seriamente nas coisas que estamos fazendo; se elas estão de fato sendo úteis para a humanidade, ou estamos apenas juntando mais lixo sobre a terra, perturbando a cabeça dos povos, ou destruindo as
bases de nossa civilização.
Precisamos pensar e discutir isso em família, com nossos irmãos e nossos pais; depois, com nossos amigos. Precisamos fortalecer a união de nossa gente e investigar o que anda sendo consumido por aí. Se é bom ou mau. Se dura
bastante ou se estraga depressa. Se oi alimento é benéfico para nossa saúde ou se estamos apenas enchendo nossas
barrigas, com produtos químicos altamente perigosos.
Precisamos conhecer-nos melhor e conhecer melhor os que governam nossas cidades e nosso país. Precisamos achar a diferença entre o que é bom e o que é imprestável, e não nos ajudará em quase nada !
Precisamos trabalhar pelo estabelecimento de um modelo social (político) que cuida, ao mesmo tempo, da proteção
às espécies, rios, oceanos, natureza, sem se esquecer que a principal espécie, a humana, está sendo atacada por todos os lados, feitos e formas, por grupos de pessoas que só pensam no tal “progresso” e no dinheiro...
Assim, sofre a natureza, sofrem as espécies, aumenta a poluição, diminui nossa saúde, enquanto os que se juntam,
normalmente, em partidos políticos, só pensam neles, seus parentes e nos grupos que os ajudaram a elegê-los, deixando depois, o povo de lado !
Precisamos de um modelo que poça nos oferecer justiça social, participação comunitária, oportunidades para todos
(sem esmolas), com dignidade; educação, cultura, liberdade, moradia, trabalho, saúde. Isto tudo tem um nome:
“Desenvolvimento local sustentável”
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Mas afinal o que é isso de desenvolvimento local sustentável?
Desenvolvimento local sustentável é um modelo social com um tipo de avanço tecnológico que permite que se construa um “progresso” para todos, sem comprometer a natureza e as espécies, protegendo as famílias, nossas vidas,
dando mesmo um sentido mais promissor em tudo quanto pensamos em relação ao mundo; pois o que fazemos em
um determinado lugar vai atingir também outros lugares !
Precisamos de um humanismo completo, com Deus e a natureza sem o que será muito difícil
encarar e preservar
nosso mundo.
DECÁLOGO DA ECOLOGIA
1 - Ame a natureza, fonte da vida, honrando-a com dignidade, em todas as suas manifestações.
2 - Defende o solo onde vives, mas também aquele das demais criaturas.
3 - Protege a vida dos animais, consentindo em seu abate somente para suprir as
necessidades alimentares.
4 - Condena a produção que favorece unicamente o produtor, em detrimento da satisfação das necessidades e da saúde do consumidor.
5 - Condena a agricultura irracional, predatória, contaminante, que tanto “sustenta”
como elimina vidas.
6 - Não consumas alimentos suspeitos de incluírem componentes nocivos.
7 - Não compartilhes do modismo vulgar de que “desenvolvimento e Progresso” do
atual modelo sócio-econômico justificam tecnologias alienantes e destrutivas.
8 - Denúncia todos os crimes contra a Ecologia.
9 - Analisa racionalmente o comportamento humano com relação ao avanço da tecnologia, bem como os referentes aos atuais clichês políticos; indaga, pesquisa, reflete, contesta, procura esclarecer-te à luz da ciência e da ética sobre todos os atos
da existência, sem escravizar-te a modismos, conceitos ou convenções.
10– Liberta tua mente e não aumentes as fileiras de acomodados mentais ou de servos da hipocrisia, pois outros podem, tom,ar proveito do teu ideal.
Fonte: AME - Fundação Mundial de Ecologia
World’s Ecology Foundation
Adaptação: Filipe de Sousa
1 - Boas Vidas & Introdução
2 - As águas urbanas e o crescimento das cidades
3 - Alterações hidrológicas e Ecossistema Aquático
4 - Mananciais
5 - Doenças causadas pela falta de saneamento
6 - Os impactos sobre as águas
7 - Águas Subterrâneas
8 - O aumento da poluição das águas
Bem vindo á reflexão sobre nossas águas.
O sistema de colonização do Brasil, com a implantação da maioria de suas cidades à beira de rios, córregos e nascentes, de forma desordenada, levou á eliminação de agentes protetores, importantes para a proteção de nossas nascentes, riachos, rios, lagos e córregos.
O desenvolvimento desses iniciais povoamentos, hoje cidades, sem um correto planejamento
(urbanização) ambiental resulta em significativos prejuízos para a biodiversidade e para o homem.
Uma das conseqüências do crescimento urbano foi e é o acréscimo da poluição doméstica e industrial, que sem uma adequada rede de tratamento de esgotos e resíduos, trouxe para suas populações o desenvolvimento de muitas novas e antigas doenças, poluição do ar, poluição sonora, aumento da temperatura (aquecimento global), contaminação das águas subterrâneas (nossa
maior reserva e riqueza), entre outros problemas correlacionados.
O desenvolvimento humano brasileiro concentra-se em regiões metropolitanas, nas capitais do
Estado e nas cidades consideradas pólos urbanos e industriais.
O efeito destas realidades e ações humanas fazem-se sentir sobre todo o sistema urbano de recursos hídricos, ao abastecimento de água urbano e rural (poços contaminados), ao transporte e
tratamento de esgotos, cloacal (fossas, rede de esgotos) ou pluvial.
No entanto, atualmente muitos fatores interferem nesse ciclo, comprometendo a qualidade de
nossa águas urbanas. O desenvolvimento industrial e tecnológico, aliados ao conseqüente aumento populacional, com o característico inchaço das cidades, geralmente sobre a forma de agrupamentos urbanos clandestinos, motivados pela baixa renda dessas populações, que se vêm
desprovidas de recursos para uma residência digna e bem planejada, vem propiciando o aumento de sedimentos e material sólido, bem como a contaminação de mananciais e das águas subterrâneas.
Este artigo pode contribuir para a Educação de nossas crianças, seus familiares e de cada comunidade abrangida, com o conhecimento, formando assim uma ampliação da luta, na busca de uma qualidade de vida humana mais salutar nos dias de hoje e um futuro bem mais limpo, para as
novas gerações.
Fonte:
Ambiente Brasil
Adaptação: Filipe de Sousa
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Introdução
O sistema urbano típico do uso da água, apresenta hoje um ciclo imperfeito. A água é bombeada de uma fonte local, é tratada, utilizada e, depois
retorna para os rios ou lagos, para ser bombeada novamente.
Mas, a água que é devolvida raramente apresenta as mesmas qualidades
que a água recebida (ou a água original, como foi extraída da natureza).
Sais, matéria orgânica, calor e outros resíduos que caracterizam a poluição da água, são agora encontrados.
O desenvolvimento das cidades sem um correto planejamento ambiental
resulta em prejuízos significativos para as comunidades e para a sociedade como um todo.
Uma das conseqüências do crescimento urbano foi o acréscimo da poluição doméstica e industrial, criando condições ambientais inadequadas e
propiciando com isso o aparecimento de velhas e novas moléstias no ser
humano e na vida animal como um todo. Além deste fator já demais preocupante, acrescem-se fatores como, a poluição sonora, aumento da temperatura regional e global, contaminação das águas subterrâneas e de
nossos mananciais, entre outros problemas, que se não forem corrigidos,
certamente nos levarão a um caos ambiental.
O desenvolvimento urbano brasileiro encontra-se em regiões metropolitanas, nas capitais de Estado e nas cidades caracterizadas como pólos de
desenvolvimento regional.
Os efeitos desta preocupante realidade, fazem-se sentir sobre todo o aparelhamento urbano relativo a recursos hídricos, ao abastecimento de água, ao tratamento e transporte de esgotos cloacal (fossas e encanamentos de esgotos) e pluvial.
Á medida que a cidade se urbaniza, de uma forma geral vão aparecendo e
ocorrendo os seguintes impactos:
·
·
Aumento das vazões máximas.
Aumento da produção de sedimentos devido à desproteção das
superfícies e à produção de resíduos sólidos (lixo).
·
Deterioração da qualidade da água, devido à lavagem das ruas, ao
transporte de material sólido e a ligações clandestinas de esgoto cloacal
e pluvial.
Além destes impactos, ainda existem os problemas causados pela forma
desorganizada da implantação da infra-estrutura urbana; pontes e taludes
de estradas que obstruem os escoamentos, deposição e obstrução de
rios, canais e condutos de lixos e sedimentos e, projetos e obras de drenagem inadequados.
As enchentes em áreas urbanas são causadas por dois processos
(isolados ou de forma integrada):
·
Enchentes causadas pela urbanização ( o solo é ocupado com superfícies impermeáveis (concreto e asfalto) interligado à rede de condutos de escamento (bueiros);
·
Enchentes em áreas ribeirinhas (naturais) (o Rio ocupa seu leito
maior, de acordo com eventos extremos ‘tempestades e grandes precipitações pluviométricas’ com tempo de retorno, em média, de 2 anos.
As medidas de controle de inundações podem ser consideradas em estruturais, quando o homem modifica o Rio; obras hidráulicas, como barragens, diques e canalização; e em não estruturais; quando o homem convive com o Rio; zoneamento de áreas de inundação, sistema de alerta
ligado à Defesa Civil e seguros.
No Brasil, não existe nenhum programa sistemático de controle de enchentes que envolva seus diferentes aspectos.
O que se observa são ações isoladas por parte de alguns Municípios.
As figuras ao lado, nos dão uma noção de como a interferência humana
pode prejudicar, nossas águas e nossos recursos hídricos. Com a interferência errada ou abusiva do homem nos diferentes ecossistemas, a poluição se faz presente no ambiente e, com a precipitação das chuvas, arrasta esses resíduos sólidos ou, gases presentes na atmosfera, para nossos
riachos, rios e águas subterrâneas (através da infiltração natural ou não)
interferindo assim na estrutura química natural das águas.
Fonte:
Ambiente Brasil
Adaptação: Filipe de Sousa
Alterações hidrológicas e Ecossistema aquático
O desenvolvimento urbano altera a cobertura vegetal, provocando vários efeitos que modificam os componentes
do ciclo hidrológico natural. Com a urbanização, a cobertura da bacia hidrográfica é alterada para pavimentos impermeáveis e são
introduzidos condutos para escoamento pluvial, gerando as seguintes alterações no referido ciclo:
·
·
·
·
Redução da infiltração do solo;
Aumento do escoamento superficial;
Redução do escoamento subterrâneo;
Redução da evapotranspiração.
O impacto da urbanização é mais significativo, para precipitações de maior freqüência, onde o efeito da infiltração é mais importante. Para precipitações de baixa freqüência, a relação entre as condições naturais e a urbanização é relativamente menor.
Existem vários elementos antrópicos que são introduzidos na bacia hidrográfica:
Aumento da temperatura: As superfícies impermeáveis absorvem parte da energia solar, aumentando a temperatura ambiente
e produzindo ilhas de calor na parte central das cidades, onde predomina o concreto e, o asfalto, que, devido à sua cor, absorvem
mais energia solar do que as superfícies naturais (terra) e o concreto, que, á medida que sua superfície envelhece, tende a escurecer e assim aumentar a absorção da radiação solar;
Aumento de sedimentos e material sólido: É extremamente
significativo devido aos fatores; limpeza de terrenos para novos loteamentos, construção de ruas, avenidas e rodovias, entre outras causas;
Contaminação dos aqüíferos: Os aterros sanitários contaminam
as águas subterrâneas pelo processo natural de precipitação pluvial e
infiltração no solo.
Grande parte das cidades brasileiras utiliza fossa sépticas como destino
final do esgoto.
Este conjunto tende a contaminar uma parte superior do aqüífero (águas subterrâneas).
A rede de condutos pluviais pode contaminar o solo através de perdas de volume da rede,
que pressionam a água contaminada para fora do sistemas de condutos.
Mananciais
Mananciais, são fontes disponíveis de água, determinadas pelas condições locais, com as
quais a população pode ser abastecida. Dever possuir quantidade e qualidade de água adequada ao uso e consumo humanos.
A tendência do desenvolvimento urbano é de contaminar a rede de escoamento superficial do aqüífero com despejos de esgotos
cloacais e pluviais, inviabilizando o manancial e exigindo novos projetos de captação de áreas disponíveis, mais distantes, não contaminadas.
Característica dos mananciais: Os principais mananciais de suprimento de água de uma população são:
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Águas superficiais são encontradas nos rios de determinada bacia hidrográfica, onde a população se desenvolve;
Águas subterrâneas (aqüíferos); são a maior reserva de água doce do mundo. Os aqüíferos, onde ficam os reservatórios naturais, podem (com pressão superior á atmosférica) e têm vindo a ser contaminados, ou não (a água não está sob pressão).
Poluição dos mananciais: Das águas subterrâneas;
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O uso de fossa séptica contamina o lençol freático.
O lixo contamina o aqüífero pela lixiviação dos períodos chuvosos.
O vazamento da rede de esgotos cloacais e pluviais contamina o aqüífero com o despejo dos poluentes.
O uso de pesticidas e fertilizantes na agricultura convencional.
Despejo de resíduos de cargas industriais sobre áreas de recarga, para depuração de efluentes desse tipo, tende a contaminar as águas subterrâneas.
Poluição das águas superficiais:
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Despejo de poluentes dos esgotos cloacais domésticos ou industriais.
Despejo de esgotos pluviais agregados com lixo urbano.
Escoamento superficial que drena áreas agrícolas tratadas com pesticidas ou outros compostos.
Frenagem da água subterrânea contaminada que chega ao rio.
Fonte:
Ambiente Brasil
Adaptação: Filipe de Sousa
Controle dos mananciais
Para o controle dos mananciais existem estudos a serem considerados:
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Seleção de mananciais potenciais: bacias ou aqüíferos, inseridos em bacias hidrográficas, considerando-se os custos dos
aproveitamentos, a ocupação das bacias e a viabilidade de preservação.
Avaliação da disponibilidade dos mananciais, quantificados quanto ao atendimento da demanda atual e quanto a cenários
futuros do desenvolvimento da comunidade.
Ocupação da bacia e potenciais poluentes: Identificação dos usos atuais e os propostos para as bacias dos mananciais,
identificando-se fontes potenciais de poluentes com as cargas atuais e com os projetos para os cenários futuros.
Identificação dos usos atuais e os propostos para as bacias dos mananciais, identificando fontes potenciais de poluentes,
com as cargas atuais e as projetadas para os cenários.
Quantificação atual e potencial da qualidade de água dos mananciais, no desenvolvimento urbano previsto, nos custos e
na capacidade de controle da ocupação da bacia.
Controle do uso do espaço e preservação da bacia, visando preservar as condições da qualidade e quantidade da água,
como fonte de manancial.
Aproveitamento da água de acordo com o desenvolvimento e uso da comunidade.
Programa sistemático de monitoramento da qualidade da água nos mananciais selecionados.
Mecanismos de controle institucionais de preservação das bacias mananciais.
Controle do espaço, quanto a invasões e loteamentos clandestinos que ocorrem com freqüência na maioria das cidades
brasileiras.
Legislação pertinente:
Resolução nº.20 de 18 de junho de 1986 (COPNAMA), Lei nº. 8935, de 07 de Março de 1989 (Legislação e Planejamento para preservação dos Mananciais).
Fonte:
Ambiente Brasil
Adaptação: Filipe de Sousa
Heraldo Campos*
A água que circula no Planeta Terra seja ela superficial ou
subterrânea, faz parte do chamado Ciclo Hidrológico que se
iniciou nos primórdios do resfriamento do magma e da consolidação das rochas da crosta terrestre há 3,5 bilhões de
anos atrás. O escape destes gases e a captura de cometas
(cheios de gases e água congelada) pela órbita da Terra é
que deram o início a esse Ciclo e aos recursos hídricos hoje
sabidamente finitos. A quantidade de água que circula é a
mesma. Nós, seres humanos, interferimos é na sua qualidade, poluindo os rios e os mananciais subterrâneos.
A maior parte da água que abastece os reservatórios subterrâneos provém das águas de chuva. Se tivermos uma temporada de seca geologicamente prolongada, os reservatórios não serão alimentados. O Aqüífero Guarani possui bastante água potável. Cálculos para dimensões globais apontam que daria para abastecer a população mundial por 10
anos e suas reservas giram em torno de 7,5 milhões de Estádios do Maracanã de volume armazenado. Contudo, precisamos ter o cuidado com esses números para não tê-los como o salvador da pátria, ou melhor, da humanidade.
O reservatório tem muita água e dá para todos. É uma questão de gerenciamento e se existe uma diferença na capacitação tecnológica entre os quatro países de sua ocorrência
(Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) essa diferença tornase menor, em função da troca de experiências entre os técnicos e os usuários envolvidos ao longo de todo o processo
de gestão conjunta em curso.
Neste cenário, muitas vezes alguma confusão se dá com a terminologia empregada. O termo lençol freático é
aplicado para dizer que a água está muito próximo da superfície do solo, um ou dois metros. Quando nos referimos a uma cisterna ou cacimba nada mais é que um poço escavado, de boca larga e revestido com alvenaria, que capta as águas subterrâneas mais próximas da superfície (lençol freático). Já um poço tubular
(perfurado por máquina), que extrai a água em profundidades maiores e em zonas totalmente saturadas, é aquele que realmente atinge os aqüíferos.
Porém, de um jeito ou de outro, a água subterrânea é invisível aos nossos olhos. Só conseguimos medi-la através de métodos indiretos, descendo, por exemplo, um medidor de nível pela boca do poço para sabermos a
profundidade do nível d'água em relação à superfície do solo ou coletando a água na saída do poço para uma
análise química ou bacteriológica. É por isso que quando as águas subterrâneas são contaminadas seu tratamento é mais complexo e mais caro dos que as águas dos rios comprometidos.
Uma das principais ameaças aos aqüíferos é a referente à contaminação por agroquímicos nas áreas de recarga direta do reservatório, onde as rochas aflorantes recebem as águas de chuva para seu abastecimento. Há
poucos anos a EMBRAPA detectou algumas áreas contaminadas (solos), entre elas as da região de Ribeirão
Preto. O uso indiscriminado de agroquímicos na lavoura deve ser controlado nessas áreas para se evitar o
arraste de elementos nocivos à saúde humana para as partes mais profundas do Aqüífero Guarani.
Um dos instrumentos para proteção destas áreas é um mapa de risco à contaminação. Ele é resultado do cruzamento das informações sobre a vulnerabilidade do reservatório, ou seja, suas características naturais, como a profundidade do nível d'água, o tipo de solo etc., e a carga potencial de contaminantes, seu grau de toxidade, quantidade, mobilidade e assim por diante. Desse mapa saem os zoneamentos de áreas mais críticas
que devem ser controladas ou mesmo receber restrições quanto ao seu uso. Se considerarmos que a área do
Aqüífero Guarani tem 1,2 milhões de quilômetros quadrados de extensão em toda a Bacia do Paraná, 10%
dessa área é área de recarga direta do reservatório, isto é, 120.000 quilômetros quadrados devem merecer especial atenção.
O abastecimento público é sem dúvida um dos usos mais importantes das águas do Aqüífero Guarani. Algumas indústrias cervejeiras, por exemplo, utilizam essas águas no Estado de São Paulo na elaboração de seus
produtos. No Uruguai muitos balneários para recreação são servidos nos seus complexos aquáticos pelas
águas do reservatório.
*Geólogo. Facilitador Local do Projeto Piloto Ribeirão Preto pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
Doenças causadas por falta de saneamento
Amebíase ou disenteria amebiana - Ingestão de água ou alimentos contaminados por cistos.
Ascaridíase ou lombriga - Ingestão de água ou alimentos contaminados por ovos.
Ancilostomose - A larva penetra na pele (pés descalços) ou ovos pelas mãos sujas em contato com a boca.
Cólera - Ingestão de água contaminada.
Disenteria bacilar - Ingestão de água, leite e alimentos contaminados.
Esquistossomose - Ingestão de água contaminada ou através da pele (imersão em águas contaminadas).
Febre amarela - Picada do mosquito aedes Aegypti.
Febre paratifóide - Ingestão de água e ou alimentos contaminados e, através de “moscas”.
Febre tifóide - Ingestão de água ou alimentos contaminados.
Hepatite A - Ingestão de alimentos contaminados ou contato fecal-oral.
Malária - Picada da fêmea do mosquito anopheles sp.
Peste bubônica - Picada de pulgas contaminadas.
Poliomielite - Contato fecal-oral, falta de higiene.
Salmonelose - Através de mordidas ou fezes de animais domésticos ou silvestres infectados.
Teníase ou solitária - Ingestão de carne de porco ou de qualquer outro animal contaminado.
Fonte:
Ambiente Brasil
Adaptação: Filipe de Sousa
Impactos sobre as águas
Os processos de poluição dos rios deve-se à quantidade de “alimentos” lançados nas águas. Os esgotos domésticos, muitos
tipos de resíduos industriais, os dejetos agrícolas e especialmente os pecuários que são constituídos preponderantemente de
matéria orgânica, elemento que serve de alimento aos seres aquáticos, sejam peixes, sejam bentos, plâncton, bactérias, etc...
O meio aquático precisa de alimento, mas em excesso gera poluição. O mesmo alimento que vai fazer proliferar todos os segmentos da vida aquática, resultará em uma enorme taxa de consumo de oxigênio. O consumo de oxigênio no meio ambiente será maior que seu fornecimento, que nas águas vem através da superfície (ventos e principalmente chuvas), e pela produção fotossintética das plantas aquáticas. Muitas vezes, a quantidade de matéria orgânica lançada, turva a água, a ponto de impedir, pelo sombreamento, a atividade fotossintética.
Quando a taxa de oxigênio do meio, chega a níveis mínimos, a vida que dele depende, desaparece.
Assim, quanto maior o volume de matéria orgânica - esgotos - for lançado em um corpo d’água, maior será o consumo (demanda)
de oxigênio usado na respiração dos seres aquáticos (em especial, das bactérias decompositoras). Como esta demanda
(consumo) é resultado de uma atividade biológica ou bioquímica, diz-se que houve uma Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO,
cujo valor é medido a partir do volume ou concentração assimilável da matéria orgânica, pelas bactérias aeróbicas, ou seja, das
que necessitam de oxigênio em seu metabolismo.
A ação destas bactérias na degradação da matéria orgânica produz gás carbônico resultante da oxigenação (perda de elétrons) e
água, resultante na redução do oxigênio (ganho de elétrons).
Quando todo o oxigênio se extingue, as bactérias e outros seres que dependem do oxigênio para a respiração (peixes, bentos,
plâncton, etc.) também são extintos e em seu lugar surgem outros seres microscópicos capazes de se alimentar e “respirar” na
ausência do oxigênio. Estas bactérias são chamadas de “anaeróbicas”.
No processo “anaeróbico”, os sub-produtos dependem do tipo de composto orgânico e da bactéria que está atuando. Quando
são bactérias sulfatorredutoras - em ambientes ricos em sulfatos - ocorre o cheiro desagradável, típico de ambientes sépticos
(tipo Rio Tietê nas marginais de São Paulo - SP). A este processo com mau odor chama-se também de putrefação.
Mas a decomposição anaeróbica também ocorre sem odores, por exemplo, com a produção de metano (gás dos pântanos), os
alcoóis, como os de decomposição por fungos de cevada, cana-de-açúcar e uva, produzindo a cerveja, a cachaça e o vinho. A
estes processos chama-se fermentação.
Tanto a atividade aeróbica quanto a anaeróbica são chamadas de decomposição. Estes processos são realizados por microorganismos em seus processos naturais de nutrição e respiração, usando a matéria orgânica como fonte de energia e matéria prima
para formação de suas células.
Para que ocorra a decomposição duas condições são essenciais:
·
·
Que ocorram condições favoráveis à vida dos microorganismos, já que sua presença é indispensável;
Que a matéria a ser decomposta seja assimilável.
Assim, para evitar que um produto entre em decomposição, cria-se condições desfavoráveis à proliferação dos microorganismos
decompositores. Os meios para isto são conhecidos:
·
Aquecimento, resfriamento, dessecamento e uso de substâncias tóxicas. Há ambientes na Terra desfavoráveis à atividade
bacteriana:
- Nas zonas glaciares (animais pré-históricos congelados se mantêm intactos);
- Nas regiões extremamente áridas, os animais mortos, desidratam sem apodrecer.
Fonte:
Ambiente Brasil
Formatação: Filipe de Sousa
A Importância do DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio)
A DBO representa o potencial ou a capacidade de uma massa orgânica “roubar” o oxigênio dissolvido nas águas.
Mas, este roubo não é praticado diretamente pelo composto orgânico, mas sim é resultado da atividade de microorganismos que se alimentam da matéria orgânica.
Assim, constituem condições básicas para o DBO:
·
A existência de microorganismos: se for colocada certa quantidade de calda de esgotos em um frasco com um
tanto de água e em seguida esterilizar-se a solução, não haverá consumo de oxigênio no frasco. Isto é, a quantidade de oxigênio dissolvido, inicialmente existente permanecerá a mesma nos dias seguintes.
·
A existência de condições aeróbicas: Não havendo oxigênio dissolvido não pode haver seu consumo. Além
disso, os microorganismos presentes devem ser aeróbicos (não é possível a respiração anaeróbica em presença de oxigênio). Mas há condições que merecem ser compreendidas;
- Se o esgoto lançado em um rio tiver uma parte solúvel e outra sólida, insolúvel ( e em geral o tem ), esta última irá precipitar-se no fundo do rio ou do frasco (nosso experimento anterior), formando lodo orgânico (ou de esgoto). Assim, embora haja oxigênio na água superficial, o oxigênio não penetrará no interior do lodo, a não ser que se
induza uma mistura constante. Mesmo se induzindo essa mistura, será difícil a penetração do oxigênio no interior
das partículas sólidas. O lodo será então, decomposto anaerobicamente, enquanto que a parte dissolvida, superior,
gerará demanda bioquímica de oxigênio e não o lodo depositado. Por isso, em todo o corpo d’água com pequena
velocidade de escoamento, por melhor oxigenado que seja, há sempre um ambiente anaeróbico no seu leito. Então,
para que não ocorra atividade anaeróbica, com suas conseqüências nocivas e desprendimento de maus odores, deve-se adicionar oxigênio suficiente ao meio para fomentar a atividade aeróbica.
·
A existência de compostos assimiláveis: se os elementos orgânicos do esgoto não forem biodegradáveis, não
haverá decomposição biológica aeróbica ou anaeróbica. Por conseguinte, não haverá condições para o desenvolvimento do DBO, uma vez que não existirão microrganismos consumindo oxigênio...
A decomposição biológica tem um papel vital na natureza, degradar a matéria orgânica, restituindo seus elementos
ao meio. A decomposição aeróbica é mais vantajosa que a anaeróbica; é mais rápida e não forma subprodutos orgânicos, ainda que feita à custa do oxigênio do meio, originando a DBO.
A DBO, assim, é um fator positivo dos ciclos vitais, ainda que seja necessário haver um equilíbrio entre o consumo e
a produção de oxigênio no meio. Para que essa relação não seja prejudicada, não pode haver consumo excessivo,
ou seja, excesso de alimento em relação ao volume de água, uma vez que as reservas disponíveis de oxigênio na
água são limitadas. A manutenção desse equilíbrio repousa, pois, em dois princípios ou providências:
·
A quantidade de alimento (esgoto e outros despejos orgânicos assimiláveis) lançada no corpo d’água deve ser
proporcional à vazão ou ao volume de água, isto é, à disponibilidade de oxigênio dissolvido. Assim sendo, a
quantidade de esgotos que produz uma grave poluição se lançada num pequeno rio, extinguindo seu oxigênio,
poderá não causar nenhum dano num grande rio. O conceito de poluição, é, pois, relativo (ao volume de oxigênio do corpo receptor) e nunca absoluto.
·
Caso a proporcionalidade acima referida não seja possível, é necessário prover o meio aquático de fatores adicionais de oxigênio. Isto se faz:
- Intensificando sua aeração: a turbulência de um rio que possui cachoeiras ou quedas d’água renova muito
mais rapidamente seu oxigênio, a partir do ar atmosférico. Isto pode ser provocado artificialmente, seja no rio ou no
próprio esgoto, antes de ser lançado, mediante borbulhamento de ar comprimido ou forte agitação feita por rotores
ou escovas rotativas;
- desenvolvendo condições favoráveis à proliferação e atividade de microorganismos fotossintetizantes tais
como as algas microscópicas. Os vegetais clorofilados são fontes primárias de oxigênio na natureza.
Fonte:
Ambiente Brasil
Adaptação: Filipe de Sousa
Poluição orgânica
A poluição orgânica concentra-se nas regiões onde há grande demografia (elevado número de habitantes por km2), especialmente em cidades situadas nas margens de rios ou outros cursos d’água proporcionalmente pequenos em seu volume d’água. Com a
concentração humana, normalmente ocorre também as influências do desenvolvimento industrial. Certamente há interesse prático em distinguir os tipos de poluição, se natural ou artificial de sua origem.
Toda a poluição orgânica, seja ela originada por produtos fisiológicos, ou de origem industrial bioassimilável (biodegradáveis),
apresenta o mesmo tipo de conseqüências ecológicas.
Entretanto, a primeira situação (fisiológica), em geral, apresenta reações microbiológicas, enquanto que a segunda
(biodegradável industrial) possui componentes bioquímicos, tais como detergentes e produtos tóxicos.
Do ponto de vista puramente ecológico, porém, pode-se considerar a poluição orgânica como um fenômeno único e uniforme em
seus efeitos bióticos aquáticos, distinta de outros tipos de poluição.
Um rio que passa por uma região urbana média, com uma variedade de indústrias já implantadas (exemplo: Rio Paraíba do Sul),
pode apresentar uma variada carga de contaminantes orgânicos e inorgânicos. Os orgânicos podem ser vivos, como os bacilos
coliformes, entre os quais se destacam os coliformes fecais, bactérias transmissoras de endemias, como o tétano, tifo e muitas
outras, e organismos em forma de vírus, alguns constituindo próprio ambiente.
Outros contaminantes têm origem organo-química, tais como os cianuretos, os fenóis, os agrotóxicos. Tais como os resíduos de
mercuriais, fosforados, entre outros, inclusive de uso já proibido por legislação específica.
Poluição física
São vários os fatores físicos que causam ou concorrem para o agravamento da poluição. Partículas em suspensão
causam turbidez e, substâncias pigmentadas em solução que dão cor às águas, limitam a penetração dos raios solares na água, restringindo o desenvolvimento de algas e a fotossíntese. Esse fenômeno ocorre em rios que carreiam a
erosão agrícola - carregada de adubos e matéria orgânica - e nos rios fortemente poluídos por esgotes, que contém
partículas em suspensão. Nessas condições, há um agravamento da qualidade das águas; junto com o intenso e acelerado consumo de oxigênio, há inibição do processo fotossintético.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
A precipitação dessas partículas, sobre os organismos aquáticos causa perturbações ecológicas. Os organismos
ficam cobertos de uma camada de partículas que impedem sua respiração e os intercâmbios com o meio. Nos casos
extremos, peixes morrem asfixiados por obstrução das brânquias.
Outra grave interferência física é a relacionada com a elevação da temperatura. Não é o efeito direto do calor sobre
os organismos aquáticos que deve ser considerado, mas sim, o efeito ecológico indireto, resultante da perda de oxigênio pela água sempre que a temperatura é ligeiramente elevada.
A solubilidade dos gases na água é inversamente proporcional à sua temperatura. Este fenômeno pode ser observado ao abrir uma garrafa de refrigerante gasoso, que contém gás carbônico dissolvido em alta concentração. Quando
o refrigerante está gelado, ao abrir à poco desprendimento de gás ( e ele não joga o refrigerante para fora com tanta
facilidade ), ao contrário, do que acontece se estiver à temperatura ambiente, quando forma muita espuma e joga o
refrigerante com força para fora.
Fato similar ocorre com o oxigênio dissolvido na água. Ao nível do mar, a água de um rio, à temperatura de 10° centígrados pode conter até 11,3 miligramas por litro de oxigênio dissolvido; a 35° centígrados a concentração se reduz a
menos que 7,0 miligramas de oxigênio, por litro de água.
Muitas espécies de insetos com larvas aquáticas somente são encontradas em águas frias de montanhas, por causa
do maior teor de oxigênio destas. Uma pequena elevação dessa temperatura causaria um verdadeiro desastre ecológico. Esses fatos são conseqüências da poluição térmica. Várias industrias utilizam águas correntes para refrigeração e outras, como as usinas termoelétricas, produzem vapor para acionar turbinas geradoras. A produção do gradiente térmico usa grandes quantidades de água que são lançadas, ainda quentes, nos rios e no mar.
Na área de agroindústrias, vale ressaltar as usinas canavieiras. A água quente que circula em serpentinas para aquecimento e evaporação do caldo de cana, é lançada nos rios, causando mortalidade de peixes, mesmo mantendo baixo DBO e aparentemente sem aquecerem significativamente a água dos rios. O efeito ecológico desse processo não
é devido à demanda bioquímica, mas à demanda térmica de oxigênio, suficiente para causar a asfixia dos peixes..
Poluição química
A poluição química abrange uma grande variedade de alterações ecológicas. É a poluição mais comum, incluíndo
tanto efeitos químicos causados por esgotos domésticos até os resíduos industriais. O efeito químico causado pelos
esgotos vem da própria decomposição biológica. A elevação do teor de amônia, por exemplo, é causa de perturbações ecológico-sanitárias.
Casos semelhantes ocorrem também com compostos com altas concentrações de
fósforo, enxofre, etc..., dando origem a substâncias que podem alterar significativamente o meio.
Os químicos inorgânicos - na maioria contaminantes - dos rios urbanos podem apresentar complexos químicos de boro, bário, cádmio, cloro, cobre, cromo, flúor, fósforo, ferro, manganês, magnésia, nitritos e nitratos, chumbo, selênio, sulfatos e zinco,
além de outros, com menor freqüência. Vários desses produtos são resíduos das atividades agropecuárias e da agroindústria.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Três exemplos caracterizam bem a diversidade de aspectos ecológicos resultantes da poluição química:
·
os agentes redutores,
·
os agentes eutrofizantes,
·
os tóxicos seletivos recalcitrantes.
Agentes redutores são compostos químicos ávidos de oxigênio, como os sais ferrosos, por exemplo. Quando lançados na água combinam-se rapidamente ao oxigênio dissolvido, provocando a diminuição do oxigênio independentemente da atividade microbiana. É a Demanda Química de Oxigênio (DQO), cuja combinação é espontânea.
Muitos despejos industriais geram reduções de concentração de oxigênio dos rios por causa dessa demanda.
Agentes eutrofizantes são os que fertilizam a água, podendo levar à excessiva proliferação de microorganismos como as algas microscópicas que realizam a síntese de compostos orgânicos, utilizando-se do gás carbônico
(como fonte de carbono) e da luz solar (como fonte de energia).
Os elementos que os vegetais verdes necessitam para seu crescimento e proliferação, são o nitrogênio, o fósforo
e o potássio, assimilados em forma de sais. Por conseguinte, a elevação intencional ou acidental da concentração
destes elementos, produz aumento da concentração de algas, a não ser que falte luz no ambiente.
Esses elementos são adicionados diretamente na forma de nitratos e fosfatos, ou indiretamente, na forma de
compostos orgânicos - matéria fecal - que é também um adubo orgânico. Por decomposição biológica formam
amônia ou nitratos e fosfatos (pequenas lagoas de sítios, onde existem patos ou onde se lançam as fezes de suínos, apresentam forte coloração verde: os excrementos animais fertilizam as águas causando a proliferação de
algas microscópicas).
Os agentes eutrofizantes enriquecem a vida aquática porque a atividade fotossintética - os fitoplâncton - as fontes
primárias de matéria orgânica e o oxigênio disponível, levam à proliferação do zooplanton, e dos peixes que dele
se nutrem. Assim, o processo é de grande interesse para o piscicultor, que obtém alimento rico e barato para
seus peixes, apenas adubando as águas com fosfatos e nitratos de uso agrícola. Porém, o excessivo desenvolvimento de algas, constituindo um desequilíbrio ecológico, pode ser prejudicial a outros usos de água.
Os tóxicos seletivos recalcitrantes formam um grupo químico especializado, onde se incluem os detergentes sintéticos não biodegradáveis, os inseticidas e os herbicidas sintéticos.
Estes produtos têm a capacidade de interferir no pH (potencial hidrogeniônico) da água, criando situações de acidez (abaixo do índice pH7) ou alcalinidade (acima de pH7), na graduação de 1 a 14.
Em condições naturais, os rios equilibram a acidez causada pelas atividades respiratórias dos seres aquáticos,
que produzem ácido carbônico, com a alcalinidade dos carbonatos obtidos das rochas calcarias. Quando uma
emanação industrial ácida ou alcalina altera o ph das águas - caso das usinas açucareiras - provoca a mortandade
da vida aquática.
Os tóxicos recalcitrantes também afetam a salinidade das águas, e com elas o valor osmótico, que tem a ver com
a permeabilidade das membranas às pequenas moléculas dos sais. É o efeito osmótico que faz com que uma célula de um animal marinho se arrebente se colocada em água doce, e a célula de um animal de água doce se murche em ambiente marinho.
O terceiro fenômeno importante neste tóxicos é o da tensão superficial, que é profundamente afetada pelos detergentes. A coesão molecular da camada superficial das águas é essencial para uma infinidade de seres aquáticos,
inclusive de grande porte, como é o caso dos patos.
Os detergentes reduzem muito a força de coesão entre as moléculas da água, permitindo maior poder de difusão
e penetração. Com isto, produzem danos profundos na fauna microbiana aquática que vive à superfície das águas, e afetam todos os seres aquáticos (atingindo as brânquias e sistemas respiratórios).
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Vários inseticidas e herbicidas, mesmo os não aplicados diretamente nas
águas, por exemplo, para controle de insetos como os borrachudos, ou
no controle químico das plantas aquáticas, mais usados nas lavouras e
lixiviados até aos cursos d’água pela superfície, absorvidos em partículas erodidas ou pelas águas freáticas, têm mostrado capacidade de persistência e difusão surpreendentes, nos tecidos de seres vivos e em deposições orgânicas, cujos efeitos freqüentemente não perceptíveis nas
condições normais, se mostram nas situações ambientais mais críticas:
estiagem, cheias, inversões térmicas dos corpos d’água, atuando de forma sinérgica ou cumulativa, podendo apresentar resultados ecologicamente devastadores.
A administração das águas
Os rios revelam, na qualidade de suas águas, a qualidade dos usos que são feitos nas terras que drenam. Quem
estuda o estado da qualidade das águas de qualquer rio, descobre os tratamentos que os habitantes situados
nas cabeceiras daquele rio fazem de suas terras.
Assim, quando uma instituição se propõe a cuidar do meio ambiente, suas atenções devem começar pelo estudo
das águas, já que estas indicam detalhes que, nas visitas às propriedades, cidades e industrias, podem se mostrar disfarçados aos pesquisadores.
EUTROFIZAÇÃO
A quantidade de nutrientes define se asa águas são oligotróficas (pobres em nutrientes) ou eutróficas (ricas em
nutrientes). Na medida em que, por lançamentos de produtos orgânicos, um rio, riacho ou lago, se torna eutrófico, os aumentos dos seres aquáticos eleva o DBO e coloca em risco o ecossistema aquático.
O aumento da matéria orgânica promove o aumento da produtividade, mas este processo tem limites; se ocorrer
a eutrofização, que é a superação dos limites de capacidade de metabolismo dos seres aquáticos à oferta de nutrientes, ocorrerão quedas fortes e indesejáveis na produção biótica.
O processo da eutrofização pode ser interrompido justamente pela interrupção de injeção de produtos ricos em
nutrientes, dos quais se destaca o fósforo, principal agente eutrofizador.
ASSOREAMENTO
Produto direto da erosão dos solos, o assoreamento revela os cuidados que a população situada na bacia de drenagem de um rio tem com os solos agrícolas.
Quando chegam a um curso d’água, os sedimentos são transportados por duas formas:
·
em suspensão e por arraste de fundo. O transporte em suspensão é feito quando o tamanho das partículas
é tão pequeno que a velocidade das águas consegue transportá-lo em forma que parece ser dissolvida. No
entanto, quando as águas cessam sua velocidade, em meandros ou lagoas situadas ao longo do curso, nota-se a deposição deste material no fundo.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
O arraste de fundo é o “rolamento” das partículas de solo, em especial de areia, no leito do curso d’água. É que
seu peso não permite ser deslocado “dissolvido”, mas a velocidade da água é suficientemente forte para impulsioná-lo ao longo do leito. Nas áreas de águas calmas, esses sólidos formam bancos de areia. Quanto mais pesada
(maior) for a partícula, mais cedo parará de mover-se, e será a primeira a depositar nos remansos dos rios. A força cinética das águas levará as partículas menores ais longe e as depositará nos locais mais diferentes dos remansos.
O transporte de sólidos em suspensão e o assoreamento são uma contaminação que causa efeitos ecológicos
pelo soterramento da vegetação subaquática, pelas dificuldades que impõe à ovulação dos peixes e outros seres
aquáticos que põem seus ovos nos substratos, e até nos problemas relacionados à respiração da fauna aquática,
obstruindo as brânquias.
A contenção do assoreamento se faz através da conservação dos solos, nas terras agrícolas. Não somente lá,
mas também na implantação de matas ciliares. Em locais onde os solos são muito arenosos, e o processo erosivo é muito forte, outros cuidados adicionais devem ser tomados, tais como barragens de contenção, tratamento
de voçorocas e uso de técnicas especiais de cultivos, tais como plantios na palha e rotação da cultura, para evitar, por todas as formas, a perda do patrimônio agrícola mais precioso, a terra fértil.
Os bancos de assoreamento podem ser removidos mecanicamente e as terras (areias) ali depositadas podem
apresentar uma fertilidade aproveitável - salvo se forem constituídas somente de areias - mas não podem servir
para a recuperação de todas as áreas agrícolas erodidas, tanto pelo elevado custo da operação quanto pela relativamente pequena q2uantidade de material que é recuperado nesta operação. Portanto, o melhor sempre será
prevenir.
Fonte:
Ambiente Brasil
Formatação: Filipe de Sousa
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE POLUIÇÃO HÍDRICA
Muitas LEIS brasileiras tratam sobre os recursos hídricos. Existem preceitos na Constituição Federal e nas Constituições Estaduais, nas leis federais, estaduais e municipais, que definem os usos e a proteção dos recursos hídricos de cada região brasileira. Não é , portanto, pela falta de leis, que nossos recursos hídricos apresentam tantos problemas, mas, pelos mecanismos de fiscalização e controle, pela falta de conhecimento da população sobre a importância de sua proteção, e da gravidade que os maus usos trazem para as disponibilidades deste bem
precioso às gerações futuras.
Da Constituição Federal vale destacar os art. 20, 21 e 22, que estabelecem que são bens da União os rios, lagos e
quaisquer correntes de águas situados nos seus domínios; que compete á União instituir um sistema nacional de
gerenciamento dos recursos hídricos; e que é de sua competência legislar sobre eles.
Estes direitos Constitucionais são repartidos com os Estados e Municípios onde os cursos d’água se encontram.
Na Legislação Federal, há que se citar o Código de Águas (Lei 24.643 de 10 de julho de 1934), alterado por Leis
posteriores, na maioria dos casos para ampliar a força de seus preceitos.
O Código Florestal (Lei 4771 de 15 de Setembro de 1965) tem preceitos especiais para a proteção das Matas Ciliares ou protetoras das águas.
Outra Lei Importante é a “Lei da Natureza” ou dos “Crimes Ambientais” (Lei 9.605 de fevereiro de 1998), que declarou como crime “causar poluição hídrica” em cursos de água de abastecimento público.
A classificação das águas é feita através da Resolução nº. 20/86 do Conselho Nacional do meio Ambiente
(CONAMA). Esta Resolução define a qualidade das águas doces, salobras e salinas.
Bibliografia: MULLER. A.C. Introdução á Ciência Ambiental; Curitiba - PUC-PR; uso didático. Pags.67 a 73.
IMPACTOS AMBIENTAIS NA EXTRAÇÃO DE AREIA DOS RIOS, LAGOS OU RIACHOS ALAGADIÇOS.
Qualquer que seja o tipo de atividade ou empreendimento sempre acarreta modificações ambientais. Podendo
ser de caráter irreversível ou temporário.
A extração de areia nos rios provoca graves danos, como a turbidez da água, assoreamento e em alguns casos,
até mesmo o desvio do leito.
A exploração de areia nas margens dos rios passa, a médio prazo, a provocar inundações, águas paradas e todas as suas conseqüências, como proliferação de insetos e doenças.
Dentre os impactos causados pela extração de areia enumera-se os seguintes:
• Alteração na paisagem - A simples operação dos equipamentos de extração, transporte e veículos das pessoas
afetas ao empreendimento, afeta de maneira significativa a paisagem local, soma-se a esse fato o destruição da
paisagem no local de estocagem do material até o mesmo ser removido em definitivo. Um outro fator digno de
nota é a construção de vias de acesso, uma vez que a grande maioria dos depósitos se encontra na zona rural.
• Supressão de vegetação - Provocada, também, pela operação dos equipamentos, pelo disposição do material
extraído e dos rejeitos e pela circulação de veículos. É porem, reversível se houver manejo adequado da vegetação existente no local.
• Modificações na estrutura do solo - A atividade extrativa acarreta mudanças nas características do solo, aumentando o seu grau de compactação, de exposição ao sol e mudanças de ordem microbiológica.
• Interferência sobre a fauna. - A remoção de vegetação, a modificação na estrutura do solo, o aumento ou a introdução de ruídos, a circulação de caminhões, entre outros fatores, provocam a evasão ou alteração no hábitos
da fauna no entorno do local. Um fato observável, quando a extração ocorre em zonas pouco povoadas é a morte de pequenos animais pôr atropelamento pelos caminhões responsáveis pelo transporte do material extraído.
• Alterações nas calhas dos cursos d’água. - São provocadas pelo uso de equipamentos de desagregação sobre
os leito dos rios, o que acarreta eliminação de barramentos naturais ou a produção de bancos de sedimentos,
que podem interferir na velocidade e na direção do cursos d’água.
• Trepidação. - Acarretada principalmente pela circulação de equipamento de desmonte, carregamento e transporte. A presença de trepidação provoca perturbações nas estrutura de pontes, estradas, construções, etc. existentes próximas ao local.
• Poluição sonora. - Produzida pelo motor da draga de sucção, dos caminhões, do trator, da carregadeira de
pneus, ou seja dos equipamentos que fazem parte do empreendimento.
• Poluição atmosférica. - O processo extrativo contribui para esse tipo de poluição pela emissão de partículas
minerais na atmosfera. E o funcionamento dos equipamentos de extração, carregamento, estocagem e transporte, com a emissão de partículas gasosas e sólidas provenientes da queima de combustíveis.
• Contaminação pôr óleos e graxas. - Acontece quando o equipamento é manuseado de maneira inadequada,
ainda por falta de manutenção do equipamento, a existência de vazamentos e a falta de medidas preventivas afim que não haja lançamentos de resíduos nos leitos dos cursos d’água. Esse tipo de contaminação traz sérios
danos ambientais ao ecossistema, como exemplo mais claro tem-se a mortandade de peixes.
• Turbidez das águas. Turbidez é definida como sendo a resistência que a água oferece à passagem de luz, que é
causada por sólidos em suspensão finamente divididos na água.
O processo de extração de areia produz aumento de turbilhonamento, e como conseqüência , a turbidez, que é
apontada como sendo um dos mais graves danos, que além de entupir a guelra dos peixes escurece a água, não
permitindo a passagem de luz solar debilitando a vida aquática e acarretar custos adicionais no tratamento de
águas de abastecimento.
• Resíduos sólidos. - A retirada de terra para a ocorrência da extração da areia gera a formação de montes de
solo orgânico e estéril, os quais devem ser tratados para que não venham a favorecer sedimento. A utilização
desses solos na reabilitação da área de extração deve ser prevista desde o início do projeto.
• Alterações no tráfego. - Indubitavelmente haverá um acréscimo no fluxo de caminhões, provocando assim, um
aumento no nível de ruídos, dos riscos de acidentes de trânsito e poluição atmosférica.
• Geração de conflitos de uso dos recursos minerais. - O solo, a água e o ar têm seus diversos usos definidos de
acordo com os hábitos locais. Deve haver uma busca constante de compatibilização dos usos dos mesmos com
as atividades extrativas de areia.
• Alterações no nível do lençol freático. - Os processo de extração de areia que atingem o nível do lençol freático
podem acarretar a “subsidência do terreno” - acomodação de terra - colocando em risco, construções próximas
ao local. Podendo provocar, também a inativação de poços de captação de água no entrono do local de extração.
Fonte:
Grupo Escolar
Formatação: Filipe de Sousa
Não podemos esquecer que as vidas que chamamos de “pragas urbanas”
são componentes vivos de todo o ecossistema;
Assim,
devem e podem ser controladas mas, nunca eliminadas,
Pois os prejuízos
para o equilíbrio do ecossistema,
em caso de sua total eliminação,
seriam catastróficos.
Elas, as que chamamos
de “pragas urbanas”, também são importantes e necessárias para o equilíbrio
Biológico da vida sobre a Terra.
Outro ponto a considerar são os inseticidas químicos,
que em sua grande maioria, afetam
de forma devastadora
os ambientes hídricos e residenciais, com elevada mortandade
de peixes em nossos rios e lagos,
e graves problemas de saúde ao ser humano.
Não deixe de ver também, neste compêndio,
“Defensivos Naturais”
Pragas Urbanas - Animais Sinantrópicos
Define-se animais Sinantrópicos aqueles que se adaptaram a viver junto ao homem, a despeito da
vontade deste. Difere dos animais domésticos, os quais o homem cria e cuida com as finalidades de
companhia (cães, gatos, pássaros, etc.), produção de alimentos ou transporte (galinha, boi, cavalo,
porcos, etc.). As pragas causam danos ao homem desde os tempos mais remotos seja através das
doenças transmitidas ou pelos danos causados na estocagem , contaminando os produtos, as embalagens e o meio ambiente.
Todo ser vivo necessita de três fatores: água, alimento e abrigo para sua sobrevivência. Água não é
fator limitante no nosso meio, mas podemos interferir nos outros dois fatores - alimento e abrigo de modo que espécies indesejáveis não se instalem ao nosso redor. As pragas são produtos do próprio homem.
Com a chegada do verão as pragas urbanas começam a se proliferar, pois é na alta temperatura que
elas aparecem. Por isso, segundo especialistas, a melhor forma é se prevenir no inverno, época que
os filhotes são gerados. Limpeza, armazenamento dos alimentos são itens importantes levados em
consideração para a definição de uma estratégia para o combate dos cupins, baratas, formigas, ratos, pombos, abelhas, pernilongos, moscas e até escorpiões.
Para tanto, é necessário conhecer o que serve de alimento e abrigo para cada espécie que se pretende controlar, e adotarmos as medidas preventivas de forma a interferir nesse controle, mantendo os
ambientes mais saudáveis, evitando o uso de produtos químicos (os quais poderão estar eliminando
não somente as espécies indesejáveis, como também outras espécies benéficas, contaminando a
água e o solo), que por si só não evitarão novas infestações.
Assim, pretende-se oferecer alguns conhecimentos básicos sobre a vida desses animais, de modo
que o leitor compreenda a importância de se adotar medidas preventivas no seu lar, no seu local de
trabalho, ou mesmo transmitir a outras pessoas essas informações.
Destacamos dentre os animais Sinantrópicos, aqueles que podem transmitir doenças ou causar agravos à saúde do homem ou outros animais e que estão presentes na nossa cidade, como:
Abelhas
Aracnídeos
Baratas
Cigarras
Cupins
Formigas
Gafanhotos e Grilos
Lesmas
Morcegos
Moscas
Mosquitos
Piolhos
Pombos
Pulgas
Roedores
Traças
Abelhas
Existem cerca de 20.000 espécies de abelhas. As mais conhecidas são as comumente denominadas de abelha europa ou africanizada (mistura da abelha africana
com a européia), porém existem também as chamadas abelhas indígenas as quais
não tem ferrão (irapuá, jataí, mandaçaia, etc.) e normalmente enroscam no cabelo
quando importunadas, bem como as mamangabas, abelhas grandes que em geral
fazem seus ninhos no solo. Neste manual nos deteremos a comentar alguns aspectos da Apis mellifera (abelha europa ou africanizada).
As abelhas são consideradas insetos úteis porque:
- contribuem para a fecundação das flores propiciando aumento da produção de frutos e grãos;
- produzem o mel e a geléia real, importantes fontes energética e nutritiva;
- produzem o própolis à partir de substâncias resinosas dos brotos e cascas de vegetais, o qual atua como
antibiótico natural.
Na sociedade das abelhas (Apis mellifera), distinguem-se 3 tipos de indivíduos: rainhas (possuem ferrão
utilizado somente para postura), zangões (sem ferrão) e operárias (que possuem ferrão).
Alimentam-se do néctar e pólen que retiram das flores levando-os para a colméia e armazenando-os em
favos, sendo que todo trabalho da colméia (coleta de pólen, néctar e própolis; limpeza; defesa; construção
de favos e alimentação das larvas) é realizado pelas operárias.
As abelhas somente atacam quando se sentem perturbadas ou agredidas, sendo este um fato raro.
Em épocas de escassez de néctar, algumas vezes, invadem residências, confeitarias, panificadoras e outros locais à procura de açúcar; mas são inofensivas, não aplicam ferroadas à menos que alguém as apalpe, esmague ou tente afugentá-las com movimentos bruscos. Nestes casos é comum avistarmos uma abelha e depois várias delas. Este fato ocorre porque quando uma abelha descobre uma fonte de alimento, avisa as outras na colméia. Nesta situação recomenda-se retirar o alimento do local ou impedir o acesso das
abelhas ao mesmo. A presença de algumas abelhas sobrevoando o local não representa um fator de risco
para as pessoas, e nem indica presença de colméia próxima deste local, já que as abelhas podem percorrer
uma distância média de 2 Km à procura de alimento.
Ciclo de vida
Uma colméia de Apis mellifera contém em média 50 a 60 mil indivíduos, sendo a maioria composta por operárias, alguns zangões e apenas uma rainha. O tempo de vida varia: a rainha vive em média de 2 a 5 anos, o
zangão cerca de 80 dias e as operárias de 32 a 45 dias. Todos estes indivíduos sofrem metamorfose completa, isto é, passam pelas seguintes fases:
Ovo -> Larva -> Pupa -> Adulto
A rainha é a única fêmea fértil, e, depois de fecundada por vários zangões, armazena os espermatozóides
por toda a vida, podendo botar até 2 mil ovos por dia na época das floradas. Dos ovos podem nascer operárias (fêmeas estéreis) e novas rainhas, o que vai depender do tipo de alimentação que a larva recebe. Já
os zangões (machos da colméia), nascem de óvulos não fecundados.
Uma parte das abelhas de uma colméia, em determinadas condições (colméia muito populosa por exemplo), pode abandonar sua morada à procura de novo abrigo e constituem o que se denomina de enxame
viajante.
O enxame é a família migrante composta, via de regra, por uma rainha-mãe acompanhada de uma boa parte
das abelhas operárias e zangões.
Os enxames em geral são mansos, porque estão com as atenções voltadas para a sobrevivência da família
e a guarda da sua rainha. A agressividade é esporádica e ocorre em situações em que as abelhas se sentem agredidas ou em situação de risco.
As abelhas quando estão enxameando levam uma reserva de mel nos papos e não conseguem dobrar o
abdômen para aplicar o veneno.
De vez em quando elas pousam para descansar, é quando se amontoam em um canto formando um
"cacho" em torno de sua rainha e se abrigam em locais como cobertura de garagem, árvores e outros locais. Algumas operárias ficam voando à procura de abrigo definitivo, que lhes ofereça proteção total, como
forros de telhado, porões, cascas, muros ocos, móveis vazios e abandonados entre outros. Quando encontra, todas imigram para este local e começam a construção dos favos.
Importância para a saúde
A abelha é considerada um animal peçonhento por possuir um ferrão na região posterior do corpo que serve para inocular veneno. Sua picada pode causar reações alérgicas, cuja gravidade depende da sensibilidade do indivíduo, local e número de picadas, sendo aconselhável procurar atendimento médico.
Curiosidades
- A comunicação entre os membros de uma colméia é altamente desenvolvida, existe a "dança do requebrado" executada quando uma abelha retorna de uma coleta bem sucedida, comunica as outras operárias
a natureza, direção e distância da fonte de alimento, oscila seu abdome e entre pulsações audíveis, movimentos circulares, mostram a direção, a freqüência do requebrado da cauda indica a distância, quanto
mais próximo da colméia está o alimento, maior a freqüência de pulsações. Utilizam a posição do sol, se o
requebrado da cauda é dirigido para cima, o alimento está localizado em direção do sol, com a inclinação
indicam o ângulo do sol. Um relógio interno compensa a passagem do tempo entre a descoberta do alimento e o início da dança de forma que a informação permaneça correta, mesmo com a movimentação do
sol neste intervalo.
Em dias nublados a polarização dos raios luminosos e a luz ultravioleta agem como referência indireta na
ausência do sol.
Fontes: Prefeitura de São Paulo (www2.prefeitura.sp.gov.br) e Astral Saúde Ambiental (www.astral.ind.br)
Aracnídeos
Aranhas
As aranhas são animais carnívoros, de vida livre, geralmente solitárias e predadoras, alimentandose principalmente de insetos. São principalmente terrestres existindo aproximadamente 30.000 espécies conhecidas, sendo que apenas 20 a 30 são consideradas como tendo veneno tóxico para o
homem. Têm como inimigos naturais os pássaros, lagartixas, sapos, rãs, outras aranhas, etc.
As aranhas de maior importância médica são a Loxosceles (aranha marrom), a Phoneutria sp.
(armadeira) e a Lycosa sp. (aranha de grama ou tarântula).
As aranhas marrons não são agressivas, vivem sob cascas de árvores, folhas secas de palmeiras e residências, onde
abrigam-se em pilhas de tijolos, telhas e entulhos em geral, adaptando-se facilmente ao ambiente domiciliar alojandose atrás de móveis, quadros, rodapés soltos, cantos de parede e outros locais que não são limpos com freqüência.
As armadeiras são aranhas agressivas, tendo esse nome porque armam bote quando se sentem ameaçadas, vivem em
bananeiras, terrenos baldios, em zonas rurais junto às residências. As aranhas de grama vivem em jardins, gramados,
pastos e campos, e fogem quando molestadas.
As caranguejeiras vivem sob troncos caídos e pedras, em cupinzeiros, junto a raízes de grandes árvores e nos pastos,
vivendo em geral, em locais afastados do homem. Raramente causam acidentes por causa da posição dos seus ferrões, embora assustem devido à sua aparência e tamanho. Utilizam como mecanismo de defesa mais comum, o bombardeamento, que consiste em atritar vigorosamente as patas traseiras no abdômen, espalhando uma nuvem de pêlos
com ação irritante em direção ao inimigo.
A aranha marrom, a armadeira e caranguejeira tem hábitos noturnos; já as aranhas de grama são ativas durante o dia e
a noite. As aranhas peçonhentas para o homem, em geral, não vivem em teias, e quando as fazem, são irregulares e
não tem forma geométrica.
Ciclo de vida
Há acasalamento entre macho e fêmea, e, a aranha põe ovos, muitas vezes em grandes quantidades, mais de 1.000 em
uma única postura, que ficam protegidos numa bolsa de fios de seda chamada ovisaco. Em geral, as aranhas cuidam
da ovisaco e algumas como a Lycosa sp, carregam os filhotes recém-eclodidos nas costas até a primeira muda de pele, sendo o crescimento feito através de sucessivas trocas de pele.
Há muita variação quanto ao tempo de vida, de alguns meses à vários anos.
Importância para a saúde
As aranhas são animais peçonhentos, injetando veneno por meio de um par de glândulas que se encontra em suas
peças bucais. A gravidade do envenenamento, varia de acordo com o local da picada, a sensibilidade individual, entre
outros, sendo indicado procurar assistência médica em caso de acidente.
Os acidentes com a aranha marrom geralmente ocorrem no verão em ambiente domiciliar, quando a aranha escondida
em uma vestimenta ou toalha é inadvertidamente prensada contra a pele da vítima ou enquanto esta dorme. Já os acidentes com aranhas armadeiras ocorrem em geral quando manipula-se frutas, ou no ato de calçar os sapatos, local
onde estas aranhas costumam se abrigar.
As aranhas de grama picam ao serem pisadas ou quando impossibilitadas de fugir.
Medidas Preventivas
- Manter limpos quintais, jardins, sótãos, garagens e depósitos, evitando acúmulo de folhas secas, lixo e demais materiais como entulho, telhas, tijolos, madeiras e lenha;
- Ao manusear materiais de construção, usar luvas de raspa de couro e calçados, pois nestes materiais elas podem
estar abrigadas;
- Rebocar paredes e muros para que não apresentem vãos e frestas;
- Vedar soleiras de portas com rolos de areia;
- Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;
- Acondicionar o lixo em recipientes fechados para evitar baratas e outros insetos, que servem de alimento à aranhas;
- Realizar roçagem de terrenos;
- Manter berços e camas afastados das paredes;
- Examinar calçados, roupas e toalhas antes de usá-los.
Escorpiões
Atualmente são conhecidas cerca de 1.400 espécies de escorpiões distribuídas pelo mundo com exceção da Antártida.
Estes aracnídeos não são exclusivos das regiões de clima tropical e subtropical podendo ser encontrados nos Alpes
suíços, planícies canadenses, floresta amazônica, Europa, Ásia, Oceania e demais regiões. No Brasil as espécies mais
importantes em Saúde Pública pertencem ao gênero Tityus, destacando-se as espécies Tityus serrulatus (escorpião
amarelo) e Tityus bahiensis (escorpião preto). Encontramos também outras espécies com distribuição geográfica descrita no esquema abaixo.
O homem é o grande responsável pela dispersão de muitas espécies destes aracnídeos através do transporte de cargas em caminhões e ferrovias, distribuindo-os em diversas regiões do território nacional. Nas áreas urbanas podemos
encontrar estes escorpiões em locais com infestação de baratas, em terrenos baldios, onde haja acúmulo de entulhos
e materiais de construção em jardins sem a devida conservação. Ocasionalmente encontramos escorpiões em residências que não apresentam estas condições, podendo a infestação ser oriunda de terrenos baldios e casas abandonadas
na vizinhança.
Na verdade a presença destes aracnídeos se deve, muitas vezes, as condições favoráveis fornecida pelo próprio homem tendo como conseqüência a ocorrência de acidentes com crianças e adultos. A picada do escorpião amarelo em
crianças pode ocasionar um estado clínico grave levando até a morte, entretanto a picada do escorpião preto, apesar
de dolorosa, dificilmente ocasiona a morte da vítima.
Hábito
Os escorpiões são animais terrestres, de atividade noturna, ocultando-se durante o dia em locais sombreados e úmidos (sob troncos de árvores, pedras, cupinzeiros, tijolos, cascas de árvores velhas, construções, frestas de muros,
dormentes de estradas de ferro, lajes de túmulos, entre outros) e não são animais agressivos.
Existem poucas espécies que se adaptaram à vida junto às habitações humanas e, ocasionalmente dirigem-se às casas à procura de abrigo, em velhas construções, principalmente onde há material de construção estocado, podendo
ser encontrados dentro de sapatos e gavetas.
Todos os escorpiões são carnívoros, capturam e matam animais dos quais se alimentam, entre eles podemos citar:
baratas, grilos, cupins, aranhas de porte médio, etc.
Tem como inimigos naturais as corujas, gaviões, sapos, algumas espécies de aranha, lagartos entre outros.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Escorpiões
Ciclo de vida
Os escorpiões não põem ovos, os filhotes desenvolvem-se dentro da mãe e o nascimento efetua-se por meio de
parto, sendo a gestação longa, 2 a 3 meses dependendo da espécie.
Uma ninhada pode ter até 20 filhotes os quais ficam nas costas da mãe até a primeira troca de pele. Os filhotes
ficam adultos após 5 a 6 mudas de pele, com cerca de um ano de idade. Vivem em média 3 a 4 anos.
O Tityus serrulatus só apresenta espécimes fêmeas, os óvulos transformam-se diretamente em embriões que dão
origem a novas fêmeas (processo denominado partenogênese), já o Tityus bahiensis apresenta os dois sexos.
Importância para a saúde
Todas as espécies de escorpião podem inocular veneno pelo ferrão, sendo considerados animais peçonhentos.
A gravidade do envenenamento varia conforme o local da picada e a sensibilidade do acidentado, sendo que a
gravidade do acidente deve ser avaliada pelo médico, o qual tomará as decisões sobre o tratamento a ser ministrado.
Os acidentes geralmente ocorrem quando se manuseia material de construção ou entulho, em residências, e são
mais comuns no período das chuvas, quando o calor aumenta, e estes animais ficam mais ativos.
Medidas Preventivas
Para evitar condições propícias ao abrigo e proliferação de escorpiões, deve-se adotar as seguintes medidas:
- Manter limpos quintais, jardins, sótãos, garagens e depósitos, evitando acúmulo de folhas secas, lixo e demais
materiais como entulho, telhas, tijolos, madeiras e lenha.
- Ao manusear materiais de construção, usar luvas de raspa de couro e calçados, pois nestes materiais podem
estar abrigados escorpiões.
- Rebocar paredes e muros para que não apresentem vãos e frestas.
- Vedar soleiras de portas com rolos de areia.
- Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques.
- Acondicionar o lixo em recipientes fechados para evitar baratas e outros insetos, que servem de alimento à escorpiões.
- Realizar roçagem de terrenos.
- Manter berços e camas afastados das paredes.
·
Examinar calçados, roupas e toalhas antes de usá-los.
Ácaros
Os ácaros compreendem um grande número espécies muitas das quais se alimentam de plantas. De tamanho
bem reduzido e às vezes não visíveis a olho nu; estes artrópodes se alimentam de uma grande variedade de
substratos e podem estar presentes nas folhas (na parte inferior ou superior), botões florais, ramos, flores e frutos. Apresentam na forma adulta quatro pares de pernas, diferenciando-se assim dos insetos (hexápode= 3 pares
de pernas). Devido ao seu hábito de alimentação, as folhas podem apresentar prateamento, clorose, presença de
teia; tendo como conseqüência o desfolhamento e falta de florescimento da planta.
Muito tem se falado hoje em dia sobre pessoas alérgicas a poeira, mofo e ácaros. Mas, o que são ácaros? São
artrópodes, pertencentes à Classe Arachnida, mesmo grupo das aranhas, carrapatos e escorpiões. São seres de
tamanho muito pequeno, invisíveis, na maioria das vezes, a olho nu. Estes microácaros são responsáveis por
respostas alérgicas, tais como: rinites alérgicas, asma e eczemas, que podem variar de indivíduo para indivíduo,
dependendo da sua sensibilidade. Eles estão associados a ambientes quentes e úmidos, ideais para sua proliferação. Mas os ácaros não atacam somente o homem. Produtos armazenados também são atacados por estes seres, sendo a maioria das espécies as mesmas do pó domiciliar. Quando presentes nos alimentos eles podem deteriorar cereais e outros produtos naturais consumidos tanto pelo homem quanto por animais, causando-lhes
doenças de pele e até diarréia.
Curiosidades
- Pertencem a família dos aracnídeos e embora se alimentem de matéria orgânica encontrada na poeira doméstica (fungos, partículas de alimentos) a maior parte de sua dieta consiste de pedaços de pele humana morta que é
trocada diariamente e que possui alto valor protéico.
- Em 1 g de poeira podem ser encontrados até 3000 ácaros.
Fontes: Prefeitura de São Paulo (www2.prefeitura.sp.gov.br) e Pragas On Line (www.pragas.com.br)
Baratas
Hábito
Em áreas urbanas as espécies de baratas mais comuns são duas: a barata de esgoto (Periplaneta americana) e a francesinha ou alemãzinha (Blatella germanica).
São ativas principalmente à noite quando deixam seus abrigos à procura de alimentos.
Possuem hábitos alimentares bastante variados, preferindo àqueles ricos em amido, açúcar ou gordurosos. Podem
alimentar-se também de celulose como papéis, ou ainda excrementos, sangue, insetos mortos, resíduos de lixo ou
esgoto. Tem o hábito de regurgitar um pouco do alimento parcialmente digerido e depositar fezes, freqüentemente ao
mesmo tempo em que se alimentam. Preferem locais quentes e úmidos.
A barata de esgoto normalmente habita locais com muita gordura e matéria orgânica em abundância como galerias
de esgoto, bueiros, caixas de gordura e de inspeção. São excelentes voadores.
A barata francesinha habita principalmente cozinhas e despensas em locais como armários, gavetas, interruptores de
luz, aparelhos eletrodomésticos, dentro de vãos de batentes, rodapés, sob pias, dutos de fiação elétrica e locais como garagens ou sótãos com depósitos de papel e principalmente caixas de papelão, entres outros. Passam 75% do
seu tempo abrigadas próximos aos alimentos.
Percebe-se que um local está infestado por baratas através de sinais como fezes, ootecas vazias, esqueletos ou cascas de ninfas quando estas se transformam em adultos, e em altas infestações, observa- se as baratas durante o dia e
há odor característico.
Ciclo de vida
As baratas colocam os seus ovos em uma cápsula chamada ooteca. Essa ooteca pode ser carregada pela fêmea até
próximo à eclosão dos ovos (Blatella germanica), ou depositam em local apropriado, normalmente frestas, fendas,
gavetas ou atrás de móveis (Periplaneta americana). Cada ovo dará origem à uma ninfa, que, através de várias mudas
dará origem ao inseto adulto. As ninfas são menores que as adultas, não possuem asas e são sexualmente imaturas.
A francesinha vive em média 9 meses, põe ovos em média 5 vezes ao longo de sua vida e coloca de 30 à 50 ovos. A
barata de esgoto vive de 2 à 3 anos, põe ovos de 10 à 20 vezes e coloca de 12 à 20 ovos em cada ooteca. Quanto maior a temperatura e a umidade , menor será o tempo para o ovo chegar à fase adulta.
Importância para a saúde
As baratas domésticas são responsáveis pela transmissão de várias doenças, principalmente gastrenterites, carreando vários agentes patogênicos através de seu corpo, patas e fezes, pelos locais por onde passam (são por isso consideradas vetores mecânicos).
Medidas Preventivas
As medidas preventivas baseiam-se no controle ambiental. Deve-se interferir nas condições de abrigo e alimento.
- Inspecionar periódica e cuidadosamente caixas de papelão, caixotes, atrás de armários, gavetas, e todo tipo de material que adentre ao ambiente e possa estar servindo de transporte ou abrigo às baratas e suas crias.
- Limpar o local total e cuidadosamente e todos os pertences nele inclusos (fornos, armários, despensas, eletrodomésticos, coifas, sob pias), onde quer que possa acumular gordura e restos alimentares.
- Acondicionar o lixo em sacos plásticos e dentro de latas apropriadamente fechadas e limpas.
- Vedar frestas , rachaduras e vãos que possam servir de abrigo.
- Colocar telas, grelhas, ralos do tipo "abre-fecha", sacos de areia ou outros artifícios que impeçam a entrada desses
insetos através de ralos e encanamentos.
Curiosidades
- Um casal de baratas, no período de 1 ano, pode gerar até 100 mil descendentes, sendo que nos países tropicais esse número é facilmente ultrapassado.
- A barata tem 350 milhões de anos de existência, sendo que o homem que assumiu posição bipedal data de 8 ou 9
milhões de anos atrás.
- Segundo um levantamento realizado em São Paulo, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Biológicas, há 200 baratas /
habitante, na grande São Paulo.
- As baratas são onívoras, são capazes de ingerir qualquer tipo de alimento, sendo responsáveis por curto circuitos e
até incêndios, são vetores que disseminam bactérias, fungos, vírus, helmintos e protozoários patogênicos, causadores de enfermidades (conjuntivites, gastrenterites, infecções urinárias, toxinfecções alimentares, gangrena gasosa,
infecção de ferimentos, pneumonias, alergias, verminoses, micoses, amebíase, giardíase, poliomielite, hepatite, entre
outras), além de suas secreções danificarem as leituras nos discos de computadores.
- Não existe, na química fina internacional, qualquer produto que seja permeável à ooteca ("bolsa" que contém os
ovos), razão básica pela qual deve-se obedecer ao período de tratamento estabelecido em cronograma, para que se
possa atingir os novos indivíduos nascidos dos ovos.
-Blatella germanica = "baratinha de cozinha ou de madeira", também é conhecida como "francesinha ou paulistinha",
devido as faixas longitudinais claras e escuras que possui em seu dorso lembrando as respectivas bandeiras.
- A Blatella germanica é a espécie de mais difícil controle, pois há muito tempo convive com o homem, próximo à sua
fonte de alimentação, criando tolerância a diversos inseticidas. Devido as suas proporções é capaz de esgueirar-se
por qualquer fenda, suas ninfas completam o seu desenvolvimento em menor tempo (36 dias para ir do estágio de
ovo à adulta), sua ooteca possui maior número de ovos, em 300 dias (tempo médio de vida), pode gerar até 300 ovos.
- A Periplaneta americana = "barata de esgoto" possui tempo médio de vida de 2,5 anos, produzindo até 810 ovos.
- As baratas infestam cozinhas e banheiros devido à elevada temperatura e umidade encontradas nesses ambientes,
principalmente em torno de equipamentos geradores de calor (geladeiras, freezers) e sob pias, próximas dos encanamentos.
- Para cada barata que se vê a luz do dia, existem em média 50 escondidas, pois passam até 75% do seu tempo abrigadas em seus esconderijos.
- A barata pode viver até 15 dias sem água ou alimento e 30 dias somente com água proveniente da evaporação, obtida pela cocção dos alimentos.
- As baratas tem dispersão passiva podem adentrar no ambiente transportadas junto às embalagens.
Fonte: Prefeitura de São Paulo ( www2.prefeitura.sp.gov.br )
Cigarras
Estes insetos estão presentes a séculos em nossas lavouras. Com
o desenvolvimento da cultura do café no início do século, passaram a ter importância econômica, chegando a prejudicar dezenas
de milhares de cafeeiros. Foi no Estado de
São Paulo que constatou-se as primeiras infestações severas, nos municípios de Caconde, Campinas, Barra Bonita, São João de Ibitinga e São José do
Rio Preto.
As cigarras são muito conhecidas pelo ruído estridulante (canto), um som emitido por um órgão localizado no abdômen dos machos para atraírem as fêmeas para o acasalamento. A fêmea coloca seus ovos em ramos e nas cascas
dos galhos da planta hospedeira, as ninfas ao nasceram são denominadas de ninfas móveis, penetrando no solo até
um metro de profundidade à procura das raízes da planta. Com o aparelho bucal sugador alimentam-se da seiva das
raízes continuamente. Esta fase pode durar cerca de um ano.
A ninfa móvel é a última fase de seu desenvolvimento quando abandona o solo e se fixa no tronco da planta hospedeira, ocorrendo a última muda e emergindo o adulto. O cafeeiro é uma das plantas hospedeiras mais conhecidas.
Existem espécies de cigarras em outros países, com aspectos bioecológicos diferentes.
Fonte: Pragas On Line (www.pragas.com.br)
Cupins
Cupins de Madeira Seca
Os cupins são insetos conhecidos por nós pelo hábito de se alimentarem preferencialmente de celulose, atacando por esta razão papéis, livros, estruturas de madeira,
ou qualquer outro material derivado deste composto (polímero).
Os cupins existem na Terra há muito mais tempo que o próprio homem, sendo que
restos fossilizados deste insetos já foram encontrados em formações geológicas
datadas de 55 milhões de anos. Durante todo este período, os cupins têm desempenhado um papel fundamental no meio ambiente, na decomposição de matéria orgânico ao solo, contribuindo para a incorporação de nutrientes e fertilidade do solo.
No entanto, desde que o homem começou a construir habitações ou estruturas de madeira, é que se conhecem os danos causados por este inseto. A própria denominação "cupim" é mais antiga que o Brasil, tendo sua
origem na língua Tupi e significando "montículo", em referência ao formato do ninho de uma determinada espécie de cupim encontrado no interior do Brasil.
De acordo com o Dicionário Aurélio, podemos encontrar os seguintes sinônimos da palavra cupim, em Português: térmita, térmite e itapicuim, este último utilizado na região Amazônica do Brasil. A denominação térmita,
por sua vez, é originada do latim "Termes" e era utilizada pelos romanos ao se referirem ao "verme da madeira", seu significado em latim, dada a aparência que os mesmos apresentam quando infestando uma estrutura
de madeira.
É interessante frisar, porém, que existem muitas espécies de cupins e sua fonte de alimento pode variar bastante - existem cupins que comem raízes de plantas ou fungos, por exemplo. Desta maneira, é importante saber identificar a espécie a ser controlada, diferenciando cupins que não causam prejuízos ao homem (úteis na
manutenção da cadeia alimentar na natureza) dos cupins que causam danos ao patrimônio privado, histórico
ou cultural do homem.
O texto que apresentamos aqui procura ajudá-lo na identificação dos cupins e dos danos que causam, contribuindo para que encontre uma solução para os eventuais casos de ataque.
Conforme comentamos, existem muitas espécies de cupins que podem ser agrupados de diferentes maneiras.
Como o próprio nome indica, os cupins de madeira seca são os cupins que fazem o ninho na madeira seca, ou
seja, a colônia encontra-se na madeira seca que, ao mesmo tempo, serve de abrigo e de alimento.
Fonte: Pragas On Line (www.pragas.com.br)
Formigas
As formigas são insetos sociais que vivem juntos em colônias. Pertencem à
ordem Himenóptera, mesmo grupo em que se encontram as vespas e abelhas.
Existem várias famílias de vespas e várias de abelhas, no entanto todas as formigas estão agrupadas em uma única família, a família Formicidae.
Mesmo assim, as diferenças de biologia e comportamento entre as diferentes
espécies de formigas são acentuadas, variando desde a formiga doméstica,
comum de se encontrar dentro de residências, infestando áreas alimentares,
até em hospitais, contaminando soro fisiológico e outros equipamentos até a
formiga eminentemente rural, especializada em cortar folhas e outras partes
vegetais para garantir a sua sobrevivência.
Para entender melhor a diferença entre cada uma destas formigas e podermos
traçar um plano de ação consistente para o seu controle, necessitamos conhecer a biologia e comportamento das formigas.
Descrição
Podemos reconhecer uma formiga dos outros himenópteros pela presença de uma antena em forma de cotovelo, e pela presença de uma cintura, que pode ter um ou dois segmentos, também chamados de nós.
Estes insetos distribuem-se por todos os continentes com exceção dos pólos. Estima-se que existam por volta
de 18.000 espécies de formigas sendo que 10.000 já foram descritas. No Brasil ocorrem aproximadamente
2.000 espécies sendo que somente de 20 a 30 são consideradas pragas. As demais são extremamente benéficas. Elas dispersam sementes contribuindo para o reflorestamento de muitos ecossistemas, como o Cerrado,
a Mata Atlântica, a Caatinga e os Campos; promovem a germinação das sementes, pois removem a polpa dos
frutos; fazem a poda de algumas plantas promovendo seu crescimento vegetativo; exercem importante papel
na aeração do solo; incorporam matéria orgânica à terra tornando-a fértil; são predadoras de diversos artrópodes, muitos deles pragas agrícolas, além de serem predadoras de outras espécies de formigas.
As espécies consideradas pragas são as formigas cortadeiras (saúvas e quenquéns) representadas pelos gêneros Atta e Acromyrmex e as formigas domésticas. Dentre estas últimas citamos as mais importantes: Formiga-fantasma (Tapinoma melanocephalum), Formiga-louca (Paratrechina longicornis), Formiga lava-pés
(Solenopsis spp.), Formiga cabeçuda (Pheidolespp.), Formiga carpinteira ou sará-sará (Camponotus spp.), Formiga acrobática (Crematogaster spp.), Formiga Argentina (Linepithema humile), Pixixica ou pequena formiga
de fogo (Wasmannia auropunctata), formiga do faraó (Monomorium pharaonis).
Vida Social
Todas as espécies de formigas são verdadeiramente sociais ou eusociais, assim como os cupins. Por outro
lado, nem todas as espécies de vespas e abelhas são verdadeiramente sociais; algumas possuem hábito solitário. Um inseto é denominado social ou eusocial pela sobreposição de gerações, pela divisão de tarefas e pelo cuidado com a prole. A divisão de tarefas está associada com a presença de diferentes castas dentro da colônia. Existem a casta das operárias e a casta dos reprodutivos (rainhas e machos).
As operárias são as formigas que estamos acostumados a ver. Elas são todas fêmeas, não possuem asas e
são estéreis; desempenham ainda todas as funções dentro da colônia que também é chamada de formigueiro.
Dentre estas funções citam-se: escavação e limpeza do ninho, procura de alimento, também chamada de forrageamento, alimentação das larvas e rainha(s), alimentação de outras operárias, defesa da colônia, etc. As operárias vivem de dois a três meses e durante toda sua vida trabalham em prol da colônia.
Em algumas espécies de formigas podemos observar, dentro da casta de operárias, indivíduos com a cabeça
desproporcionalmente maior e de tamanho mais avantajado em relação as outras operárias. Estas operárias
são denominadas soldados e possuem a função de proteger a colônia de inimigos. Apesar de terem este nome
são também fêmeas.
Quando ocorre diferenciação de tamanho e forma no corpo das operárias de formigas diz-se que a espécie é
polimórfica. Quando as operárias são do mesmo tamanho são chamadas de monomórficas.
Em algumas épocas do ano colônias maduras produzem um grande número de indivíduos alados conhecidos
como reprodutores. Muitas vezes os reprodutores são confundidos com os siriris e aleluias que são cupins.
As formigas aladas podem então ser diferenciadas dos cupins comparando-se algumas estruturas. As formigas apresentam cintura enquanto os cupins apresentam a mesma largura do corpo, do começo ao fim. Tanto
as formigas quanto os cupins têm quatro asas, porém, nas formigas as asas anteriores são maiores que as
posteriores enquanto nos cupins todas as quatro asas são do mesmo tamanho. Finalmente as antenas das
formigas têm forma de cotovelo, enquanto as dos cupins são retas.
A casta dos reprodutores é caracterizada pelas rainhas e machos. As rainhas são responsáveis pela postura
dos ovos e são os maiores indivíduos da colônia; possuem asas para fazer o vôo nupcial, isto é, para o encontro com os machos, cuja cópula ocorre em pleno vôo. Uma vez fecundadas elas procuram um local adequado
para fundar um novo ninho e, nesta fase, cortam as asas com as mandíbulas e auxílio das pernas posteriores.
Na maioria das espécies de formigas apenas uma rainha é encontrada dentro da colônia e uma vez morta, o
formigueiro também morre. Neste caso a espécie é denominada monogênica, com a presença de somente uma
rainha fecundada. Entretanto em algumas espécies, especialmente as domésticas, várias rainhas fecundadas
podem ocorrer dentro de um único formigueiro. Neste caso a colônia é poligênica, isto é, com várias rainhas.
A longevidade da rainha é longa. Rainhas de saúvas podem viver até vinte anos, enquanto rainhas de formigas
domésticas vivem aproximadamente 2 a 4 anos.
Os machos também são alados, porém são menores que as rainhas. Sua função é unicamente reprodutiva e
têm vida curta.
A identificação é feita observando-se as operárias. O corpo de uma formiga é dividido em cabeça, mesossoma,
cintura e gáster. O mesossoma corresponde ao tórax dos outros insetos e o gáster ao abdômen. As características principais para identificar um gênero de formiga são o número de nós na cintura (um ou dois) e o número
de segmentos nas antenas.
As cores variam muito dentre as espécies e não são uma boa característica de identificação.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Ciclo de Vida
As formigas apresentam metamorfose completa isto é, as fases de desenvolvimento passam pelo ovo, larva, pupa e adulto. Os ovos são de tamanho microscópico e por isso, difíceis de serem visualizados a olho
nu. As larvas, que não possuem pernas e são de coloração esbranquiçada, passam por vários estágios que
também são denominados instares. O número de instares pode variar de 3 a 5. Uma larva eclode de cada
ovo sendo esta bastante pequena neste estágio. Após alguns dias, dependendo da quantidade de alimento
que a larva recebe e da temperatura, a larva sofre muda, isto é, troca de pele e passa para um segundo estágio, um pouco maior que o primeiro. Neste período é que ocorre o crescimento do inseto. Após o último
estágio a larva pára de se alimentar e entra em um estágio denominado pupa. Algumas espécies de formigas apresentam uma pupa coberta por um casulo de seda, enquanto outras assemelham-se com o adulto,
porém com a cor branca. Neste estágio a formiga além de não se alimentar, também não anda. Depois do
estágio de pupa emerge a formiga adulta que são as formigas que vemos andando por todo lado. Rainhas e
machos nascem também da mesma maneira. Uma vez atingindo a fase adulta a formiga não mais crescerá.
Formação de uma nova colônia
A fundação de uma nova colônia pode se dar pelo vôo nupcial ou pela fragmentação da colônia. Ocorre vôo
nupcial quando a colônia já é madura. Rainhas e machos partem de diferentes colônias e copulam em pleno
vôo. A rainha pode copular com até 8 machos, dependendo da espécie. Apesar de milhares a milhões de
indivíduos saírem para o vôo nupcial a maior parte irá morrer pois outros animais poderão comê-los, por
condições climáticas adversas ou simplesmente porque as rainhas não encontrarão local adequado para
iniciar um novo ninho. Caso a rainha tenha sucesso e encontre um local adequado, ela irá escavar uma pequena câmara e se fechará nela para sempre. Esta rainha iniciará a postura dos primeiros ovos onde eclodirão as primeiras larvas. A rainha irá alimentá-las então depositando ovos especiais de tamanho maior denominados ovos de alimentação ou ovos tróficos. Assim que as primeiras operárias emergirem estas irão abrir a câmara e iniciar o processo de procura de alimento para alimentar as larvas recém eclodidas e a rainha. Enquanto a rainha estiver no período de fundação da colônia ela sobreviverá do metabolismo dos
músculos alares que serão transformados em energia para a sobrevivência da rainha. Além disso, enquanto
ela esteve sendo alimentada em sua colônia de origem, armazenou energia suficiente para sobreviver o período de fundação.
A fundação de uma nova colônia através da fragmentação ocorre também quando a densidade populacional da colônia está bastante alta. A fragmentação ocorre naquelas espécies de formigas que são poligínicas, isto é, possuem várias rainhas inseminadas dentro de uma única colônia. Rainhas, e operárias com
crias partem para novos locais e fundam ali uma nova colônia. A fragmentação pode ocorrer naturalmente
ou pode ser induzida quando ocorre aumento excessivo de temperatura e umidade, ou na presença de
substâncias repelentes como substâncias químicas (inseticidas).
Métodos de Prevenção
Para prevenir o ataque das formigas caseiras, deixar o ambiente o mais limpo possível, consertar falhas
nas estruturas, como rachaduras nas paredes e frestas em azulejos. Para que elas não cheguem nos açucareiros, pode-se fazer um sache com gaze ou qualquer outro tecido de malha fina e colocar lá dentro alguns
cravos-da-índia. As formigas odeiam o seu cheiro. Utilizar inseticidas em "spray" não dá bom resultado,
pois as espécies de formigas urbanas possuem ninhos com milhares de operárias (formigas que trabalham), dezenas de rainhas (que botam ovos) e cria (ovos, larvas e pupas) e, quando percebem o cheiro do
inseticida, tratam de fugir para um local bem seguro, dividindo a colônia em vários pedaços e piorando a
infestação.
Métodos de Controle
FORMIGAS CORTADEIRAS
Controle Mecânico: este tipo de controle somente é viável quando o formigueiro ainda é jovem. Consiste na
retirada do ninho escavando-se o local até encontrar a(s) panela(s) de fungo juntamente com a rainha. É um
controle efetivo principalmente quando a área infestada é pequena.
Controle Químico: o controle químico pode ser efetuado por meio de iscas granuladas, pós secos, líqüidos
termonebulizáveis ou gases liquefeitos.
Iscas Granuladas: são de fácil utilização consistindo de pequenos pedaços de substrato (peletes) com
substâncias muito atrativas às formigas impregnados com um ingrediente ativo tóxico (inseticida). Sua eficiência depende na correta aplicação e na eficiência do ingrediente ativo nela contido.
As iscas mais eficientes são aquelas que possuem ingrediente ativo de ação lenta, pois não matam as formigas por contato, possibilitando que as carreguem para dentro do formigueiro sendo distribuída por todo
o fungo.
As iscas oferecem segurança para o aplicador e permitem que o controle seja realizado em áreas de difícil
acesso. Durante a aplicação as iscas não devem ser manuseadas, pois as formigas perceberão cheiros estranhos e as rejeitarão. Sua utilização não deve ser realizada em dias chuvosos e solos úmidos.
Pós secos: os formicidas formulados em pós secos são aplicados diretamente dentro do formigueiro por
meio de polvilhadeiras (bombas insufladoras de pó). A aplicação tem mais sucesso quando feita em terrenos secos. Terrenos úmidos dificultam a penetração do pó. Em ninhos muito antigos, cujas panelas geralmente são muito profundas a eficiência desta formulação é limitada.
Líquidos Termonebulizáveis: consiste na introdução de inseticida líquido diretamente nos olheiros do formigueiro por meio de aparelhos que produzem fumaça tóxica. O inseticida utilizado deve ter ação rápida e
agir por contato. Este método é encarecido devido a aparelhagem e mão-de-obra especializada.
Gases liquefeitos: são gases comprimidos em embalagens apropriadas que serão liberados diretamente no
interior de olheiros por meio de mangueiras adaptadas a uma válvula de saída.
CONTINUA
FORMIGAS DOMÉSTICAS
O controle de formigas domésticas é difícil. Uma solução caseira para o problema da formiga doméstica é injetar, com auxílio de uma seringa, uma solução 1:1 de água com detergente de lavar-louças dentro das frestas de azulejos e batentes de portas por onde saem as formigas.
Esta metodologia deve ser utilizada sempre que as formigas são observadas, mas nem sempre surte o efeito desejado.
Empresas especializadas podem fazer uso de inseticidas com aparelhos de aerosol. Neste tipo de controle, o ninho deve ser localizado e
furos devem ser feitos na parede ou estrutura de madeira acima e abaixo deste. O inseticida é então aplicado. Quando os ninhos estão localizados dentro de conduítes de eletricidade, inseticidas formulados em pós secos podem ser utilizados. Porém, sabe-se que a aplicação de
substâncias químicas provoca a fragmentação das colônias. Desta forma não é garantido o sucesso do controle.
A utilização de inseticidas em spray para o controle de formigas não é eficaz, pois fragmenta as colônias.
A forma mais eficaz de se controlar uma infestação por formigas domésticas é a utilização de iscas tóxicas. A isca ideal deve ser atrativa
para um grande número de espécies, não agir por contato, possuir ação lenta e ter baixa toxicidade a mamíferos.
Curiosidades
- Petiscos deliciosos
Em algumas regiões do Brasil o povo utiliza a içá ou tanajura para preparar petiscos que são preparadas de diversas maneiras: torradas como amendoim, assadas, em paçoca com farinha de mandioca ou de milho, etc.
- Alimento de perder a cabeça
Alguns índios, em época de escassez de alimento, comem soldados e operárias da saúva. Comem somente a cabeça jogando o corpo fora.
- Quando o sexo exige demais
Para os Índios, o comer formigas está relacionado a certos ritos: "Entre os índios Uananas, as moças, durante a segunda iniciação (quando
estão aptas para a fecundação) são recolhidas ao "jejuário" durante duas luas. Durante a primeira lua elas se alimentam somente de ovos de
caba e beiju, em pequena quantidade, e durante a Segunda de maniuara (saúva)" (Amorim, Lendas, p. 54 apud Lenko & Papavero, 1996).
- Ser Pai é padecer no paraíso
Entre os Índios Tucano (Giacone, 1949: 15), quando nasce uma criança, o pai deita-se na rede por três dias e submete-se ao seguinte regime: só comerá três vezes ao dia - Mecká - formigas saúvas; Depótina - formigas saúvas de cabeça grande; e Iamicá - formigas grandes e
gordas, maiores do que os cupins; ao anoitecer tomará manicuera e farinha com água ou mingau de tapioca. Ecká, depótina e iamicá, neste
caso, designam períodos de tempo e não formigas.
- Para todos os males
Em Barueri (SP), o povo usa infusão de saúva em cachaça para esfregar em partes do corpo atacadas por reumatismo; a içá comida é considerada como afrodisíaco (Lenko & Papávero, 1996).
Saúvas podem ser utilizadas na suturação de feridas. Os Índios da Guiana coletam soldados de saúvas, aplicam suas mandíbulas aos lábios
da ferida, que são mantidos juntos. As formigas mordem, seus corpos são arrancados, e a fileira de mandíbula permanece até que a ferida
cicatrize (Lenko & Papávero, 1996).
- Sou macho, de machucado
A tocandira (Paraponera clavata) é uma formiga grande, cerca de 22 mm de comprimento e extremamente agressiva. Sua picada é tão dolorosa que faz um homem rolar no chão de tanta dor, que pode durar até 20 horas. Algumas tribos de índios empregam as picadas de tocandiras em cerimônias de iniciação e como prova da virilidade de candidatos ao casamento. Meninos de oito a nove anos são vestidos com
mangas de algodão, que possam ser amarradas pela parte de cima e pela de baixo. As formigas são colocadas dentro que picam os garotos.
O menino é então levado para ser cuidado pelas mulheres. Assim que se recupera o ritual se repete. Esta cerimônia é continuada até a idade
de quatorze anos, quando o rapaz aprende a suportar a dor, sem dar sinal de sofrimento, visto que se acha emancipado e pode casar-se.
DICAS
As formigas "doceiras" que na prática buscam muitos outros alimentos, inclusive alimentos salgados estão cada vez mais abundantes nos ambientes domésticos.
Algumas providências podem ser tomadas na busca do controle mas é importante lembrar que essas formigas não desaparecem da noite para
o dia e o controle exige muita paciência e persistência.
Como essas formigas possuem muitas rainhas elas apresentam um fenômeno conhecido como sociotomia que é a divisão do formigueiro em
vários outros quando existe algum tipo de perturbação ambiental.
Para controlar essas formiguinhas siga os seguintes passos:
1 - prepare uma papinha feita com açúcar de confeiteiro e um pouco de água.
2 - Corte pedaços (4 cm x 4 cm) de papel laminado e jogue uma gota daquela papinha.
3 - Distribua os papéis com a isca de açúcar em vários pontos da casa, próximo aos pontos onde as formigas foram vistas ou não.
4 - Depois de cerca de meia hora no máximo você vai ver que elas formam um carreiro e se alimentam da isca que você ofereceu.
5 - Siga então o carreiro até a sua origem.
6 - Aplique uma mistura em partes iguais de água e detergente com o auxílio de uma seringa.
7 - Em seguida feche o buraquinho onde o detergente foi injetado com massa ou outro material disponível.
8 - Repita esses passos várias vezes por diversos dias até que a população diminua.
9 - Se o carreiro de formigas está saindo de uma tomada elétrica não use o detergente. Ao invés disso, aplique talco de bebê na tomada. O
talco entope as aberturas das formigas por onde elas respiram além de reagir com o corpo da formiga.
10 - Mantenha o hábito de fechar frestas constantemente. As formigas podem se alojar em frestas muito pequenas ou podem simplesment
vir do jardim. Vasos com plantas também podem abrigar pequenas colônias.
11- Não se esqueça que formigas preferem viver próximo de fontes de alimento. Se você tem o hábito de levar comida para o quarto vai ter
problemas lá também.
12 - Mantenha o frasco onde você guarda o açúcar bem fechado e mantenha o açucareiro na geladeira.
Gafanhotos
Gafanhotos
Desde o tempo mais remoto se fala da “Praga de Gafanhotos”, sendo até
relatada na Bíblia e com seu maior destaque em sua passagem pelo Egito
antigo. Mas pouco sabemos sobre a origem e como se formam essas
grandes nuvens de gafanhotos.
Além de devastador, as nuvens de gafanhotos migratórios nos chamam a
atenção pela sua agregação maciça e em alguma espécies uma grande
capacidade de deslocamento. O gafanhoto peregrino Schistocerca teve
sua migração monitorada no ano de 1988. Nuvens partindo das costas da
Mauritânia atravessaram o oceano atlântico e em seis dias chegaram ao continente americano.
No Brasil temos o chamado gafanhoto do Mato Grosso:Rhammatocerus schistocercoides que já foi localizado na Amazônia, Rondônia, Colômbia, Bolívia, Peru, México, Costa Rica, Uruguai. A área brasileira de ocorrência deste gafanhoto é a zona da Chapada dos Parecis, com regiões cobertas de savanas herbáceas
(campo) e de savanas arborizadas (campo cerrado e cerrado). Trata-se de uma espécie de tamanho grande
com a coloração variável de verde a marrom, ou ambas. Durante o seu desenvolvimento (forma jovem) ocorrem de 8 a 9 estágios. O gafanhoto Rhammatocerus schistocercoides possui apenas uma geração por ano,
as ninfas desenvolvem-se lentamente na estação das chuvas e chegando a fase adulta se reproduzem no
começo da estação chuvosa seguinte.
O comportamento gregário chama muito a atenção, onde encontramos bandos de ninfas (formas jovens)
que ocupam áreas de algumas centenas a milhares de metros quadrados. O tamanho do enxame em vôo
deve ser muito maior. Encontramos também cerca de 250 adultos/m2. Alguns fatores são importantes sobre
o desenvolvimento das populações de ninfas jovens, como as queimada e o regime de chuvas.
Como agentes de controle biológico na cadeia alimentar temos as formigas e os pássaros. Pesquisas tem
sido realizadas com fungos entomopatogênicos para o controle de gafanhotos.
Os enxames de Rhammatocerus schistocercoides voam em baixa altitude (1 a 5 metros acima do solo) com
uma densidade do enxame pousado em 250 a 500 adultos/m2 e em vôo não ultrapassando a 3 insetos/m3.
São considerados de fraca capacidade migratória pelo baixa capacidade de vôo e deslocamento diário (50m
para ninfas de 5º estágio).
Comportamento de vôo (80% em função da direção do vento)
Horário - Atividade
8-9 h - Início, a área de repouso noturno se esvazia pouco a pouco, o enxame se desloca rapidamente e seu
tamanho cresce consideravelmente.
09-12 h - Progressão, o enxame realiza a maior parte do seu desenvolvimento diário.
12-14 h - Repouso relativo, diminuição da atividade durante as horas mais quentes.
14-16 h - Progressão, retomada do deslocamento no início da tarde.
16-17 h - Reagrupamento, os indivíduos sobrevoam no local e se reúnem paulatinamente no sítio de pouso
onde passarão a noite.
Os gafanhotos são importantes para a alimentação dos índios Nhambiquaras e Baiquiris. Uma vez coletados
estes gafanhotos, participam quase de todas as refeições diárias, torrados ou sob a forma de farinha.
A dimensão da estratégia para o controle dessas nuvens de gafanhotos, principalmente os migratórios, só é
percebida quando vemos os números de sua mobilização: na África na década de 80 foram tratados milhões
de hectares de lavouras, envolvendo centenas de postos de rádio, milhares de pessoas e veículos, dezenas
de aviões e helicópteros para vigilância e pulverizações, dezenas de milhares de pulverizadores e milhares
de toneladas de inseticidas. Todo este arsenal utilizado em uma única invasão em um determinado período
do ano.
Grilos
Os grilos pertencem à ordem Orthoptera, família Grillidae. Algumas vezes os grilos podem causar danos a
tecidos, principalmente os de seda e lã. Ocasionalmente um grande número de grilos pode entrar nas residências atraídos pela luz acesa durante a noite. Seu canto tem bastante sonoridade mas para algumas pessoas chega a ser perturbador.
Os grilos diferem dos gafanhotos por apresentarem as antenas longas. Os grilos jovens são bastante semelhante aos adultos e podem ser reconhecidos por não apresentarem asas. Tanto os adultos quanto os jovens possuem hábito alimentar semelhante. Ambos alimentam-se de diversas espécies de plantas.
Fonte: Pragas On Line (www.pragas.com.br)
Lesmas
As lesmas pertencem à classe Gastropoda, filo Mollusca. As conchas das lesmas são reduzidas ou completamente ausentes. Elas possuem uma cabeça definida que ostenta um ou dois tentáculos sensoriais que possuem olhos, e a boca provida de uma língua raspadora, chamada de rádula. O pulmão é desenvolvido. A superfície ventral do corpo do animal é modificada em um pé largo e achatado que secreta um muco. Este muco que
reveste todo o corpo do animal serve para impedir a desidratação.
As lesmas são um problema sério em várias culturas, hortas, pomares e jardins. Alimentam-se de uma grande variedade de plantas, devorando tanto as
raízes quanto a parte aérea, sempre no período da noite. Sabe- se que o local está infestado por lesmas pela observação dos rastros de muco que ficam no chão cimentado e muros.
Existem alguns produtos lesmicídas no mercado bastante eficientes, mas
algumas medidas alternativas podem ser tomadas como: colocar cascas de
legumes e folhas de verdura sobre um jornal ao anoitecer. Durante a noite as
lesmas serão atraídas para o alimento e logo ao nascer do sol deve-se retirar
o
jornal com as lesmas e matá-las;
Pano ou estopa embebidos em cerveja também são um bom atrativo para lesmas. O procedimento é o mesmo
do jornal com legumes e verduras.
Morcegos
Hábitos
Os morcegos são os únicos mamíferos que possuem capacidade de voar devido à transformação de seus braços em asas.
Existem atualmente quase 1.000 espécies de morcegos, cerca de um quarto da fauna de mamíferos do mundo.
Geralmente os morcegos saem de seus abrigos ao entardecer ou no início da noite e se comunicam e voam
orientados por sons de alta freqüência (eles emitem ultra-sons que ao encontrarem um obstáculo, retornam em
forma de ecos que são captados pelos seus ouvidos possibilitando sua orientação), além de utilizarem também
a visão e o olfato.
A alimentação dos morcegos varia conforme a espécie, assim, existem os que se alimentam de frutos
(frugívoros), outros de néctar das flores (nectarívoros), insetos (insetívoros), sangue (hematófagos).
Os morcegos em geral ficam abrigados durante o dia em locais como: cavernas, ocos de árvore, edificações
(juntas de dilatação de prédios, porões, sótãos, cumeeiras sem vedação), folhagens, superfície de troncos e
ocos de árvore, etc.).
Ciclo de vida
Como todo mamífero, os filhotes dos morcegos são gerados dentro do útero de suas mães. Apresentam uma
gestação de 2 a 7 meses, dependendo da espécie, e, geralmente, um filhote por gestação.
Logo após nascer, algumas mães costumam carregar seus filhotes em vôos de atividade noturna. Nos primeiros meses, os filhotes são alimentados com leite materno e, gradativamente começam a ingerir o mesmo alimento dos adultos.
Os morcegos insetívoros, habitualmente, possuem um pico de reprodução que ocorre no período mais quente
do ano (primavera e verão), quando os insetos são mais abundantes, já no caso dos frugívoros, a reprodução
está associada à frutificação das plantas que lhe servem de alimento, ocorrendo em diferentes épocas do ano.
Os morcegos tem uma expectativa de vida alta, variando de 10 a 30 anos (algumas espécies insetívoras).
Importância para a saúde
Todos os morcegos, independente do seu hábito alimentar, podem morder se forem indevidamente manipulados ou perturbados. Se estiverem infectados, podem transmitir a raiva que é uma doença sempre fatal, na ausência de tratamento apropriado. Portanto, deve-se evitar o contato direto com estes animais. Cabe ressaltar
que os morcegos também adquirem a raiva e podem apresentar mudanças em seu comportamento, como: atividade alimentar diurna, hiperexcitabilidade, agressividade, tremores, falta de coordenação dos movimentos,
contrações musculares e paralisia, no caso dos morcegos hematófagos. Já nos não hematófagos ocorre paralisia sem agressividade e excitabilidade, sendo encontrados, geralmente, em locais não habituais. Entretanto,
todos os morcegos infectados vem a óbito.
Podem ser encontrados nos morcegos ou em suas fezes (acumuladas nos abrigos diurnos), vários agentes
patogênicos (vários tipos de bactérias, fungos e vírus). Entre estes, podemos citar a presença de fungos, os
quais se desenvolvem nas fezes de aves e morcegos, e que podem causar a histoplasmose (infecção respiratória).
Medidas Preventivas
Nunca se deve tocar nos morcegos que eventualmente entrem em casa ou apareçam caídos no jardim, visto
que os morcegos, para se defender podem morder. Neste caso, se possível, imobilizar o animal jogando um
pano ou caixa de papelão emborcada para baixo, de modo a mantê-lo preso. Em seguida, entrar em contato
com este Centro que enviará equipe para buscar o animal e encaminhá-lo para exame laboratorial de raiva e
identificação da espécie. Porém, cabe novamente ressaltar que nunca toque diretamente no animal.
A presença de morcegos em edificações, principalmente de insetívoros, pode ocasionar acúmulo de fezes, causando odores desagradáveis e característicos além de poder causar doenças como as citadas acima. Deve-se
portanto, vedar juntas de dilatação de prédios, espaços existentes entre telhas e parede, bem como cumeeiras;
colocar vidros e portas em porões, enfim manter adequadamente esses locais para evitar que sirvam de abrigo
para morcegos. Após a vedação, a sujeira existente no local deverá ser umedecida, removida e acondicionada
em saco de lixo, por pessoa protegida, com luvas e máscaras ou pano úmido sobre o nariz e boca.
No caso de residências ou ruas muito arborizadas, é comum encontrarmos morcegos frugívoros à procura de
alimento, sendo que muitas vezes estes animais dão vôos rasantes em busca de frutos. Deve-se, portanto, colher os frutos maduros ou solicitar ao órgão público competente a poda de levantamento ou a substituição da
árvore ou ainda, simplesmente, evitar ficar na sua rota de vôo, pois após o período de frutificação, estes morcegos irão para outros locais.
No caso de ocorrer um acidente onde a pessoa entrou em contato com o morcego, deverá procurar orientação
médica imediata nas Unidades que realizam tratamento anti-rábico humano.
CONTINUA
MOSCAS
As moscas pertencem à Ordem Diptera e possuem apenas um par de
asas membranosas correspondente às asas anteriores, daí o nome da
ordem (di = duas, ptera = asas). O par posterior transformou-se em
duas estruturas, de tamanho reduzido, chamadas de halteres ou balancins, os quais dão equilíbrio ao inseto durante o vôo. Os dípteros
pertencem a um dos quatro maiores grupos de organismos vivos, existindo mais moscas do que vertebrados. Não ocorrem somente nas
regiões ártica e antártica. Os dípteros apresentam metamorfose completa, isto é, apresentam as fases de ovo, larva, pupa e adulto.
Conhece-se aproximadamente 120.000 espécies de dípteros e estima-se que existam mais 1 milhão de espécies viventes. Estas espécies estão divididas em 188 famílias e aproximadamente 10.000 gêneros, sendo
que por volta de 3.125 espécies são conhecidos apenas por registros fósseis. O mais antigo destes data de
225 milhões de anos atrás.
Podemos reconhecer as moscas pela cabeça, nitidamente distinta e móvel, com dois grandes olhos facetados, isto é, como se fosse dividido em várias partes (facetas). Algumas moscas possuem o aparelho bucal
com capacidade para absorver líquidos enquanto que em outras o aparelho bucal é do tipo picador.
Do ponto de vista benéfico alguns dípteros são importantes para o homem, tais como as espécies
de Drosophila que são utilizadas como animais experimentais principalmente para estudos genéticos. Algumas espécies são utilizadas como agentes de controle biológico de plantas daninhas bem como de insetos
pragas.
Algumas moscas são hematófagas, isto é, alimentam-se de sangue, como por exemplo, as mutucas, mosca-dos-estábulos, mosca-do-chifre, etc. Entretanto, algumas moscas, mesmo não sendo hematófagas, são
muito importantes na saúde pública, como a mosca doméstica e a mosca varejeira. As primeiras atuam como transportadores mecânicos de agentes patogênicos (vírus, protozoários, bactérias, rickétsias e ovos de
helmintos), as últimas causam as míiases, também conhecidas por bicheiras ou berne.
Moscas são muito comuns em áreas rurais e urbanas. No ambiente urbano algumas espécies adaptaram-se
bem às condições criadas pelo homem, mantendo uma dependência chamada de sinantropia. Algumas espécies são altamente sinantrópicas, isto é, possuem grande adaptação ao ambiente urbanizado, enquanto
outras são pouco sinantrópicas, ou seja, não apresentam tolerância ao processo de urbanização. Dentre as
altamente sinantrópicas estão a mosca doméstica (Musca domestica), as moscas-dos-filtros
(Telmatoscopus albipunctatus, Psychoda alternata, Psychoda cinerea, Psychoda satchelli), as mosquinhas
(Drosophila spp.) e as moscas Chrysomya.
As mosquinhas ou mosca da banana (Drosophila spp.), no ambiente urbano, são atraídas por frutas maduras ou lixo presentes no interior de residências, feiras e mercados. As moscas Chrysomya foram recentemente introduzidas no Brasil. São facilmente observadas em feiras livres sobre peixes, frangos, etc. Podem
transmitir parasitas intestinais, poliomielite e doenças entéricas.
Hábito
Existem muitas espécies de moscas e comentaremos sobre a mosca doméstica (Musca domestica), que é a
espécie mais presente em áreas urbanas.
Alimentam-se de fezes, escarros, pus, produtos animais e vegetais em decomposição, açúcar, entre outros.
A mosca lança uma substância sobre o alimento para poder ingeri-lo, pois não consegue colocar nada sólido para dentro do organismo, somente matéria na forma líquida ou pastosa. É ativa durante o dia e repousa
à noite. Preferencialmente pousam sob superfícies estreitas e longas (fios elétricos, galhos de árvores, rachaduras de paredes, etc.).
Os locais por elas visitados apresentam manchas escuras, produzidas pelo depósito de suas fezes, e manchas claras, provocadas pelo lançamento de saliva sobre o alimento, para que depois possa ser sugado.
Ciclo de vida
O tempo de vida varia de espécie para espécie, em geral de 25 a 30 dias. A fêmea coloca seus ovos (cerca
de 100 a 150) em carcaças de animais, fossas abertas, depósitos de lixo, e outros locais ricos em substâncias orgânicas. Após aproximadamente 24 horas, ocorre o nascimento das larvas.
Estas geralmente ficam agrupadas, são cilíndricas, esbranquiçadas, movimentam-se muito, não gostam de
luz e alimentam-se ativamente.
Após um período de 5 a 8 dias, as larvas abandonam a matéria orgânica onde estavam instaladas. A camada externa de pele das larvas se endurece formando uma casca (casulo), dentro da qual começa a haver
transformação para mosca adulta, recebendo o nome de pupa.
As pupas tem coloração marrom clara, não se movimentam, e, nem se alimentam. As moscas permanecem
nesta fase por um período de 4 a 5 dias.
Cabe ressaltar que quanto maior a temperatura e a umidade, mais rápido ocorrerá o ciclo de vida.
Ovo -> Larva -> Pupa -> Adulto
Importância para a saúde
As moscas domésticas são insetos que tem importância como vetores mecânicos, isto é, podem veicular
os agentes em suas patas após pousarem em superfícies contaminadas com estes germes e pousarem nos
alimentos, disseminando-os amplamente, e dessa forma transmitir várias doenças, tais como distúrbios
gastrointestinais.
Fonte: Prefeitura de São Paulo (www2.prefeitura.sp.gov.br )
Mosquitos
Os mosquitos, também conhecidos por pernilongos, muriçocas, sovela, mosquito-prego ou carapanãs pertencem à Ordem Diptera e possuem apenas um par de asas membranosas correspondente às asas anteriores, daí o nome da ordem (di = duas, ptera = asas). São de
grande importância na saúde pública, pois podem transmitir várias doenças, como a febre amarela, dengue, malária, alguns tipos de encefalite, filariose, etc. Os mosquitos são também grandes causadores de
incômodo, sendo que muitas áreas de recreação deixam de ser utilizadas devido a presença destes insetos em determinadas épocas do ano. Dentre as espécies importantes de mosquitos estão as do gênero Anopheles e Aedes.
Hábitos
Atualmente no nosso município nos interessa conhecer dois gêneros de mosquitos: o Aedes e o Culex.
Os mosquitos nutrem-se de seiva de plantas e somente a fêmea pica por necessitar de sangue para a
maturação de seus ovos.
A presença de água é fundamental para a existência de mosquitos porque é o meio pelo qual ele se utiliza para completar o seu ciclo evolutivo. Outro fator decisivo é a temperatura, que ao redor de 25ºC, corresponde ao desenvolvimento mais rápido e ao maior número de descendentes. Portanto a população
tende a aumentar nas épocas de primavera e verão.
As fêmeas do gênero Culex quase sempre colocam seus ovos em águas poluídas, aclodindo após 48h.
As do gênero Aedes, dispõem seus ovos na parede dos recipientes com água limpa e sombreada, próximo à linha d'água. Estes ovos podem permanecer viáveis por vários meses até um ano.
Os adultos vivem cerca de 30 dias. As fêmeas de Culex picam à noite e as de Aedes durante o dia.
Os mosquitos de ambos os gêneros estão perfeitamente adaptados às condições urbanas, pois o homem oferece criadouros artificiais como tanques, latas, caixas d'água, pneus e pratos de vasos para
plantas com água limpa e em locais sombreados, para o Aedes completar seu ciclo biológico e criadouros naturais como valas e córregos poluídos, para o desenvolvimento do Culex.
Ciclo de vida
Os mosquitos, no seu desenvolvimento, apresentam duas fases distintas:
- dependentes da água: ovo, larva e pupa;
- aérea: adultos.
A duração do ciclo é regulada pela temperatura e disponibilidade de alimento e varia de 7 a 11 dias, aproximadamente. As larvas são visíveis na água, mas, a identificação da espécie infestante ocorre em laboratório.
Importância para a saúde
Pelo fato de as fêmeas se nutrirem de sangue, têm importância como vetores de doenças.
O mosquito Culex incomoda, irrita e faz com que noites mal dormidas interfiram na vida das pessoas.
Até o momento, não é considerado vetor de microrganismo patogênico no nosso meio.
O Aedes, entretanto, pode ser vetor dos vírus da Dengue e Febre Amarela, quando apresentar-se infectado. Ao picar uma pessoa doente, adquire o vírus, que se multiplica em seu organismo e depois transmite-o a outras pessoas através da picada.
Medidas Preventivas
Para controlar a população de mosquitos é necessário evitar os criadouros. Há medidas no âmbito do
poder público e medidas referentes aos munícipes. Por conta do município fica a supervisão e tratamento de galerias de águas pluviais, redes de esgoto, valetas, obras em construção e cemitérios.
A participação dos munícipes consiste em:
- Não deixar água parada exposta, limpa ou suja, em quaisquer recipientes como: caixas d'água, latas,
garrafas, jarros, copos, pneus, pratos de vasos, tambores, fossas, valetas, piscinas sem tratamento;
- não jogar materiais inservíveis em córregos, obstruindo-os, pois a água fica parada e pode servir de
criadouro para mosquitos;
- colocar areia grossa nos pratos de vasos de plantas, evitando que esta se torne um criadouro;
- colocar flores em vasos de cemitério sem água, preenchendo-o com areia;
- acondicionamento correto dos alimentos (em potes ou latas bem fechadas);
- vedar caixas d'água;
- não jogar materiais inservíveis em terrenos, pois podem acumular água da chuva e servir de criadouro.
Fonte: Prefeitura de São Paulo ( www2.prefeitura.sp.gov.br )
Piolhos
Os piolhos são insetos sem asas, de coloração escura,
tamanho pequeno e que se alimentam exclusivamente de sangue humano. Pertencem a Ordem
Anoplura e também são chamados de piolhos sugadores. Seus ovos são endurecidos e de coloração branco perolada e são vulgarmente conhecidos por lêndeas. Estas são depositadas no fio
de cabelo, próximo ao couro cabeludo. Os locais preferidos para postura são no cabelo da região
da nuca e próximo as orelhas, porém, as lêndeas podem ser encontradas aderidas aos fios de cabelo de toda a cabeça. Após cinco a quatorze dias da postura dos ovos nascem as ninfas, que
são muito semelhantes aos piolhos adultos. Estas crescem e trocam de pele três vezes, isto é,
sofrem três mudas antes de atingirem o estágio adulto. Quando adultas, as fêmeas depositam de
50 a 100 ovos antes de morrer. O ciclo de vida completo de um piolho dura aproximadamente um
mês.
As ninfas e adultos do piolho alimentam-se diversas vezes ao dia, isto é, sugam o sangue da pessoa infestada. Ao sugarem, injetam saliva dentro da ferida para prevenir a coagulação do sangue,
por isso ocasionam a coceira. Porém, esta só se inicia após algumas semanas da picada, indicando que, quando ela ocorre, a pessoa já está com piolhos há pelo menos um mês. Os piolhos não
transmitem doenças, são simplesmente um incômodo para a pessoa infestada.
É muito comum crianças serem infestadas por piolhos. A infestação ocorre através de contato
direto com objetos infestados com piolhos, tais como chapéus, escovas de cabelo, pentes, travesseiros, encostos de cadeiras, assentos de carros ou contato com pessoas com piolho.
O controle convencional se faz pelo uso de xampus, ou loções próprias para o tratamento de piolhos, que matam tanto as lêndeas quanto os piolhos. Leia com muita atenção as instruções de
uso ou consulte um médico antes da utilização de qualquer produto. Mulheres grávidas não devem utilizar produtos para o controle de piolhos, entretanto, o uso do pente fino para retirar os
adultos e a catação de lêndeas é ainda é a forma mais eficaz de se controlar esses insetos. Durante e após o tratamento, toda a roupa de cama e toalhas de banho da pessoa infestada devem
ser lavados com água bem quente.
Ao notar infestação por piolhos em uma criança, esta deve evitar ir à escola até que o problema
esteja resolvido. Crianças devem ser periodicamente vistoriadas para observar a presença de piolhos.
Curiosidades
Piolhos não gostam de cabelos oleosos, desta forma, quanto mais lava-se o cabelo, mais adequado este fica para os piolhos.
Os piolhos fixam-se melhor nos cabelos lisos. Desta forma, pessoas com cabelo crespo têm menor probabilidade de pegar piolhos. Na África, porém, as espécies de piolhos que lá ocorrem estão adaptadas a fixarem-se nos cabelos crespos.
Fonte: Pragas On Line (www.pragas.com.br)
Pombos (Columba livia)
São aves de origem Européia, encontradas no mundo todo. Segundo a Lei 9605
de 12/02/98 (Artigo 29, parágrafo 3º), são considerados domésticos levando assim
qualquer ação de controle que provoque a morte, danos físicos, maus tratos e
apreensão, passível de pena de reclusão e inafiançável de até 5 anos.
Hábito
Alimenta-se de grãos, mas podem reaproveitar restos de alimentos ou até mesmo lixo. Alimentação ativa
em praças e parques acarreta considerável aumento da população. Abrigam-se e constroem seus ninhos
em locais altos: prédios, torres de igrejas, forros de casas, beirais de janelas. Formam casais para a vida
toda e tem grande capacidade de vôo.
Ciclo de vida
Nos Centros Urbanos podem viver aproximadamente 3 a 5 anos e em condições de vida silvestre 15 anos. A
fêmea faz o ninho com material que encontra nas redondezas de seus abrigos. Põem 1 a 2 ovos que são
incubados por um período de 17 a 19 dias. No nosso clima em boas condições de abrigo podem ter 4 a 6
ninhadas por ano.
Importância em saúde pública
Geram grandes transtornos, em virtude da quantidade de fezes que eliminam nas janelas, sacadas, beirais,
praças, carros, podendo transmitir doenças como:
- Criptococose: causada por fungos e transmitida pela inalação de poeira contendo fezes secas de pombos
contaminados. Compromete o pulmão e pode afetar o sistema nervoso central.
- Salmonelose: causada por bactérias e transmitida pela ingestão de alimentos contaminados por fezes de
pombos.
- Ornitose: causada por clamídias e transmitida por inalação de fezes secas.
- Alergias respiratórias: ocasionada pela inalação de penugens e partículas de penas que irritam a mucosa
respiratória, provocando alergias.
- Dermatites: causada por ácaros de pombos, proveniente das aves ou dos ninhos podendo causar infecções na pele do homem.
Danos e Perdas Econômicas
Por terem fezes extremamente ácido-corrosivas e aparelho digestivo curto, defecam constantemente, danificando e contaminando equipamentos, veículos, produtos armazenados. Filhotes e ovos atraem ratos e
baratas. As penas, os restos de ninhos e cadáveres dos pássaros provocam entupimentos de redes ou malhas pluviais superiores dos prédios.
Medidas Preventivas e de Controle
Não dar alimentos, com pouca oferta de alimentos, a população diminui naturalmente; Remoção de ninhos;
para limpeza de local com fezes umedecer antes da remoção e utilizar máscara ou pano úmido na boca e
nariz; educação sanitária; construir barreiras físicas para dificultar a construção de ninhos e abrigos repelindo-os sem ferir, matar ou capturar, cumprindo as determinações legais, tornando as estruturas completamente desfavoráveis ao pouso e a formação de ninhos, tais como:
- espículas: pontas de metal não afiadas fixadas em uma base plástica, é adequada para peitoris, beirais de
coberturas; fios de aço tensionados entre postes, com mola para causar instabilidade com baixa visibilidade, utilizado em topos de prédios e em parapeitos de janelas;
- mola: espiral em aço, lisa curvilínea e não polida, ideal para locais planos e longos, como parapeitos, beirais, lajes;
- chuveirinho: hastes flexíveis de aço inox sustentadas por uma base fixa com roldanas para o movimento,
adequado para luminárias e postes.
Pombinha Amargosa - Zenaida auriculata
São animais silvestres protegidos por legislação, biologia e hábitos semelhantes à Pomba doméstica. Preferem fazer seus ninhos nas árvores, mas já estão se adaptando as reentrâncias dos edifícios. Essa espécie
se alimenta de grãos e sementes na zona rural durante o dia e usam a cidade como dormitório, mas já estão
se urbanizando e podem ser observadas diuturnamente nas cidades. Controle semelhante e destruição de
ninhos. Cozimento de ovos e devolução nos ninhos.
Causam grandes prejuízos na zona rural na época do plantio e da brota.
Fonte: Prefeitura de Maringá (www.maringa.pr.gov.br)
Pulgas
A falta de movimento na casa durante as férias ou durante o período em que
um imóvel não é alugado é fator determinante na infestação de pulgas.
Ao contrário do homem, cujo descendente nasce à semelhança de seus pais,
estes insetos tem um ciclo de vida diferente. As fêmeas adultas botam ovos
(ovipositam), que se transformam em larvas quando encontram boas condições ambientais que, por sua vez, empupam para se transformarem em adultos.
A ausência de movimento detona processos biológicos que levam as larvas
a eclodirem dos ovos e os adultos a emergirem de suas pupas.
Os ovos e as pupas são "impermeáveis" à inseticidas, cuja ação se restringe
às larvas e aos adultos da pulga. Assim, o controle desta praga deve ser feito tanto através de medidas preventivas quanto curativas.
As pulgas são pequenos insetos que pertencem a ordem Siphonaptera. São ectoparasitos de aves e mamíferos, principalmente destes últimos. Medem geralmente menos de 5 milímetros de comprimento e suas partes
bucais são adaptadas para cortar a pele e sugar o sangue do hospedeiro. Não têm asas, mas possuem pernas
extremamente fortes, especialmente o par posterior, que possibilita às pulgas moverem-se rapidamente e pularem distâncias muito maiores que o comprimento de seu corpo. Os olhos são reduzidos ou mesmo ausentes.
As pulgas não causam somente desconforto ao homem e seus animais domésticos, mas também problemas
de saúde, tais como, dermatites alérgicas, transmitem viroses, vermes e doenças causadas por bactérias
(peste bubônica, tularemia e salmonelose). Apesar das picadas serem raramente sentidas, a irritação causada
pelas secreções salivares pode se agravar em alguns indivíduos. Algumas pessoas sofrem uma reação severa
resultante de infecções secundárias ocasionadas pelo ato de coçar a área irritada. Picadas no tornozelo e pernas podem, em algumas pessoas, causar dor que pode durar alguns minutos, horas ou dias, dependendo da
sensibilidade do indivíduo. Em algumas pessoas não ocorre qualquer reação. A reação típica da picada é a
formação de uma pequena mancha dura, avermelhada com um ponto em seu centro.
As espécies mais importantes na saúde pública são: Pulex irritans, que ataca mais o homem, podendo, no entanto, alimentar-se sobre outros hospedeiros;Xenopsylla cheopis, denominada pulga do rato; Ctenocephalides
felis felis, conhecida por pulga do gato e Ctenocephalides canis, a pulga do cão.
Para amenizar a irritação ocasionada pela picada da pulga, aplicar mentol, cânfora ou gelo. As pessoas muito
sensíveis à picada devem consultar um dermatologista.
Biologia e Comportamento
As pulgas são insetos holometábolos, isto é, seu ciclo de vida compreende a fase de ovo, larva (3 ínstares),
pupa e adulto. Este ciclo se completa por volta de 30 dias, dependendo das condições de temperatura e umidade. Somente o adulto é hematófago, isto é, alimenta-se de sangue que pode ser de aves ou mamíferos. Algumas espécies de pulgas dão preferência a uma única espécie de hospedeiro, porém, a maioria pode sugar várias espécies de animais. Por este motivo, as pulgas transmitem doenças ao homem e a outros animais.
Os ovos das pulgas são depositados sobre o hospedeiro, em seu ninho, ou no chão. São esbranquiçados, lisos e ovais.
As larvas das pulgas não possuem pernas, são cegas e evitam a luz. Seu alimento consiste de fezes das pulgas adultas, pele, pêlo e penas. Elas não sugam sangue.
As pupas possuem um casulo de seda fabricado pela larva de último ínstar onde ficam aderidos pêlos de animais, poeira e outras sujeiras. Em aproximadamente 5 a quatorze dias as pulgas adultas emergem ou permanecem em repouso dentro do casulo até a detecção de alguma vibração, que pode ser ocasionada pelo movimento de um animal ou homem e quando um animal deita-se sobre ela. A emergência pode ser ocasionada
também pelo calor, barulho ou pela presença de dióxido de carbono que significa que uma fonte potencial de
alimento está presente.
As fêmeas adultas não conseguem depositar ovos sem uma refeição, mas os adultos, tanto machos, quanto
fêmeas podem sobreviver de dois meses a um ano sem se alimentar. As vezes, famílias que viajam por um período razoável de tempo, quando voltam, encontram a residência infestada por pulgas. Isto ocorre porque a
casa fica fechada sem hospedeiros (cães e gatos). Assim que a família retorna, ela é atacada pelas pulgas que
nasceram no período.
Após a eclosão, a larva alimenta-se das fezes das pulgas adultas. Por esta razão, os adultos ingerem mais sangue do que necessitam. Uma pulga pode alimentar-se 2 a 3 vezes ao dia e cada repasto dura cerca de dez minutos. A longevidade dos adultos varia de espécie para espécie pois, depende da temperatura, umidade e da
freqüência com que a pulga se alimenta. Em condições de laboratório, Pulex irritans pode viver até 513 dias
e Xenopsylla cheopis 100 dias.
As pulgas adultas possuem coloração marrom avermelhada, corpo endurecido (difícil de esmagar entre os dedos), possuem três pares de pernas (pernas posteriores mais largas para possibilitar o salto) e são achatadas
verticalmente, o que facilita seu movimento entre os pêlos ou penas do hospedeiro. São excelentes saltadoras,
podendo saltar verticalmente uma altura de aproximadamente 18 cm e horizontalmente 33 cm. O aparelho bucal é do tipo mastigador.
Métodos de Prevenção
Coloque sempre uma toalha limpa onde seu animal dorme e lave-a uma vez por semana. Esta é a melhor forma
de prevenir uma infestação de pulgas pois, os ovos que são depositados sobre o hospedeiro caem no ambiente. Dessa forma os ovos são periodicamente descartados.
Deve-se manter a higiene periódica dos animais domésticos e manutenção de convívio adequado na moradia
humana.
Se o piso da casa for de tacos ou tábuas, todos os vãos existentes devem ser calafetados, uma vez que podem
servir de abrigo para pulgas no ambiente.
Lave periodicamente os tapetes e capachos para evitar novas infestações.
As casas devem ser limpas pelo menos uma vez por semana, com o auxílio de um aspirador de pó. Desta maneira evita-se o acúmulo de poeiras nos tapetes, tacos e outros ambientes.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
IMPORTANTE: Descarte o filtro do aspirador após a limpeza, pois as larvas das pulgas podem eclodir dos ovos coletados
pelo aspirador ou pulgas adultas podem emergir de suas pupas e re-infestar o ambiente.
Pode a grama e faça a limpeza periódica de quintais e jardins para evitar ambientes úmidos e adequados para o desenvolvimento das larvas.
Evite armazenar areia ao redor da residência por períodos longos.
Faça o controle de roedores no terreno da residência, pois estes são hospedeiros de pulgas que transmitem doenças.
Métodos de Controle
O controle de pulgas é mais eficiente quando são tomadas medidas simultâneas que envolvem limpeza periódica, tratamento do animal de estimação e controle químico no domicílio e peridomicílio (quintais, canis, abrigos de animais, etc.).
Os métodos utilizados podem ser mecânicos, químicos ou biológicos.
Métodos Mecânicos
Os métodos mecânicos são: catação manual das pulgas nos hospedeiros, pela inspeção da pelagem do animal; banho
periódico nos animais, mergulhando-os por alguns minutos em recipiente cheio de água; escovação periódica da pelagem
do animal; aspiração periódica do ambiente; lavagem dos pisos internos; lavagem da "cama" do animal; varreção e lavagem freqüente do quintal e do canil.
A aspiração do ambiente usando-se um aspirador de pó é extremamente eficiente, devendo ser realizada dia sim, dia não.
Deve-se tomar o cuidado de jogar fora o saco de papel que retém o pó e depositá-lo dentro de um saco plástico que deve
ser bem fechado antes de ir para a lata do lixo. Para os modelos de aspirador que não possuem sacos descartáveis, podese polvilhar inseticida em pó dentro deste. Tomando esta medida, ovos, larvas e adultos são retirados impossibilitando
que uma nova geração de pulgas venha ocasionar incômodo para os moradores da residência. A aspiração periódica retira também o alimento das larvas, ou seja, o sangue digerido que pulgas adultas deixam no ambiente e outras matérias
orgânicas. É importante que a aspiração seja feita dia sim dia não pois, os adultos saem dos casulos quando ocorrem alguns estímulos. Estes estímulos incluem vibração que é o que o aspirador produz. Caso o aparelho seja passado uma vez
por semana, sua vibração irá estimular a emergência dos adultos e uma nova população de pulgas ocorrerá de uma semana para a outra. Passando-se o aspirador dia sim dia não, removem-se pupas e ovos recém depositados impedindo a proliferação das pulgas.
Reguladores de Crescimento
A utilização de um regulador de crescimento de insetos (insect growth regulator) que é um hormônio que impede as larvas
de eclodirem dos ovos e de puparem para se transformar em adultos, também é eficiente.
Métodos Químicos
Os métodos químicos são vários, sendo muitos de uso profissional. Assim, uma empresa de desinsetização idônea deve
ser contratada para realizar o controle. Para entender melhor o tipo de produto que o profissional vai utilizar no ambiente
podemos citar as seguintes definições de produtos:
Produtos com "knockdown" – O termo "knockdown" indica a habilidade que um determinado inseticida possui de matar
uma pulga alguns minutos após o contato. Os produtos que possuem bom "knockdown" incluem alguns organofosforados e piretróides.
Produtos de ação residual ou de atividade residual - São aqueles produtos que permanecerão ativos por um longo período. Os produtos com um "bom residual" são a maioria dos organofosforados e carbamatos, incluindo os inseticidas microencapsulados.
Antes do controle químico alguns cuidados devem ser tomados como retirar do ambiente pessoas e animais domésticos
(pássaros, cães, gatos, peixes, etc.). Algumas informações importantes devem ser passadas ao controlador, tais como
locais onde os animais de estimação dormem. Atenção especial deve ser dada, durante o controle, às escadas ou degraus, pois os ovos de pulgas alojam-se nas frestas destes locais. O tratamento também deve ser realizado atrás das portas e debaixo de camas e outros móveis.
Produtos Veterinários
No mercado existem também produtos para serem aplicados em cães e gatos pelo próprio dono. São eles:
Shampoos: existem várias marcas de shampoos contra pulgas no mercado com eficácia variável. A função do shampoo é
remover as pulgas presentes no animal durante seu uso. Para que seja eficiente, é preciso que o shampoo fique em contato com o animal por no mínimo 10 minutos antes de ser enxaguado. Não use shampoos recomendados para cães em gatos, nem o contrário, pois a eficiência é diferente para cada tipo de animal. Durante o banho, não deixe que o shampoo
entre nos olhos e orelhas do animal. Para impedir que o produto entre dentro dos ouvidos tampe-os com chumaços de
algodão, não esquecendo de retirá-los depois. Para facilitar o banho nos gatos, encha um balde com água morna e mergulhe o animal. Jogue delicadamente a água sobre o gato tomando o cuidado de segurar suas patas dianteiras para que ele
não o arranhe. Ensaboe o animal com o shampoo próprio para gatos e retire o produto após 10 minutos.
Talcos: os talcos contra pulgas podem ser bastante eficientes tanto para cães quanto para gatos e são fáceis de aplicar.
Jogue pequenas quantidades próximo à cauda e massageie o local até que este entre em contato com a pele do animal.
Outros locais onde deve-se tomar o cuidado de aplicar o talco são: no ventre próximo às patas traseiras, na área do estômago e ao redor do pescoço. Não é necessário cobrir todo o animal com o talco. Durante a aplicação o talco pode ser aspirado tanto pelo animal quanto pelo aplicador. Desta forma, faça a aplicação em uma área aberta com bastante ventilação. Quem sofre de doenças respiratórias, tal como a asma, não deve fazer aplicação de talco.
"Sprays": existem alguns produtos em "spray" no mercado, de fácil aplicação. A periodicidade de uso varia de produto
para produto e as indicações de uso devem ser seguidas rigorosamente.
Como saber se sua residência tem pulgas?
É possível monitorar populações de pulgas colocando-se uma panela baixa com água e um pouco de detergente de lavar
louças sobre o chão. No meio da panela coloque uma vela acesa a uns 10 cm de altura em relação à superfície da água
com detergente. As pulgas adultas são atraídas pela fonte de luz (que no caso da vela é intermitente) e caem na solução
de detergente. Utilizando-se este aparato, pode-se verificar quais são os locais da residência onde possui infestação de
pulgas.
Fonte: Pragas On Line (www.pragas.com.br)
Roedores
Ratos, ratazanas e camundongos adaptaram-se muito bem à maneira de viver do
homem, tornando- se uma praga de grande relevância. Um casal de ratos na idade
de seis à sete meses, já produziu uma média de quarenta novos indivíduos, levando-se em consideração fatores limitantes como alimento disponível e doenças. A
visão do rato é ruim além de ser daltônico, mas em compensação possui os outros sentidos muito desenvolvidos. As perdas econômicas causadas pelos roedores é de grande relevância nas lavouras, na armazenagem de grãos onde a sua
ação é devastadora, nas indústrias de transformação de alimento, em locais de
confinamento de animais etc. Além de causarem danos, transmitem doenças aos animais e ao homem.
- São responsáveis pela perda de 30% da produção nacional de grãos e 4% da produção mundial.
- A cada 3 dias há registro em hospitais e postos médicos de 1 pessoa com lesões por roedura de ratos.
- O Brasil possui o maior número de espécies e subespécies de roedores na fauna silvestre.
- A Suíça mantém 0,5 rato per capita, os EUA 2, enquanto no Brasil, nos grandes centros urbanos, existem 15 ratos/habitante,
sendo a média nacional de 8.
- O rato tem existência paralela à civilização de um povo, na Suíça a média de vida de um rato é de 6 meses, já no Brasil ele
vive até 2 anos.
- Se acasalarmos 1 casal de ratos em janeiro, em dezembro teremos 180 mil descendentes e no período de 10 anos serão 48
trilhões.
- 30% dos incêndios em instalações industriais e comerciais de causas não definidas, são atribuídas à roedores.
- Na Idade Média, através da transmissão da Peste Negra (peste bubônica e pneumônica), os ratos aniquilaram 25 a 50% da
população européia, dependendo do país atingido.
- Atualmente os ratos e suas pulgas espalham diversos tipos de doenças como : tifo, febre da mordida, leptospirose, hantavírus, triquinose, Salmonelose e outras.
- O hantavírus (vírus letal transmitido pelos ratos) pode ser propagado, simplesmente pelo caminhar do indivíduo sobre superfície de poeira, através da inalação desta. A febre hemorrágica é o pior tipo da doença causada pelo vírus, provoca hemorragia
pelos poros, olhos e liquefaz os órgãos internos com altíssimo grau de mortalidade.
- Os ratos conseguem sobreviver e dar continuidade à espécie em qualquer ambiente, devido a sua extraordinária adaptabilidade, ex.: um rato da Sibéria, que possui pelagem de 11 cm, quando trazido para o Brasil, em 6 meses já produz descendentes
com 1 cm de pelagem.
- Os ratos têm neofobia, fobia pelo novo. Quando entram em contato com objetos ou alimentos recém introduzidos em sua
área, enviam os doentes e os idosos do seu grupo para testar o novo produto, depois de algum tempo, se não houver perigo,
consomem o produto, por isso nenhum raticida pode ter efeito fulminante, pois seriam facilmente identificados e não consumidos. Ex.: é proibido a utilização de "chumbinho".
- As colônias competem entre si e quando não há oferta de alimento suficiente, comem seus próprios filhotes.
- Residências que possuem cães são atrativas para roedores, pois o cidadão brasileiro não é como o europeu ou americano
que remove o restante da ração após ter alimentado seu animal, ficando a mesma a mercê dos ratos.
- O crescimento ininterrupto dos seus dentes incisivos faz com que roam tudo que encontrar, para exercitar sua arcada dentária, atacando: chumbo, diversos metais, alumínio, cobre, madeira, plástico, fios eletrificados, etc.
- Efeito Bumerangue ou Inversão de Efeito é quando não se obtém a diminuição de ratos em uma área, após um trabalho de
desratização e sim inverte-se o efeito desejado aumentando a população existente, ex.: uma colônia que tenha 10 ratos adultos, o aparecimento do 11º rato inicia o canibalismo, os recém nascidos são abandonados pelas mães e comidos pelos adultos, as fêmeas diminuem sua freqüência de cio e parem ninhadas reduzidas (as quais são canibalizadas), somente se ocorrer a
morte de 1 dos 10 ratos dessa colônia é que a vaga é preenchida por algum filhote, dessa forma a colônia auto regula-se.
Caso o homem intervenha nesse equilíbrio e consiga eliminar 4 indivíduos dessa colônia, as fêmeas gerarão 20 pequenos ratos, que vão se alimentar da porção de comida dos 4 adultos eliminados, haverá competição direta entre esses 20 filhotes que
vão disputar a vaga em aberto na colônia, recompondo o número original, onde os 4 mais fortes tentam eliminar os 16 outros
jovens mais fracos, porém esses 16 já não são tão desprotegidos, nem tão inábeis e assim salvam suas vidas fugindo do território e vão habitar as áreas contíguas, estabelecendo novas colônias, dessa forma ao invés da colônia anterior de 10 indivíduos, depara-se com 26 ratos.
Ratazanas, rato de esgoto, gabiru, rato pardo (Rattus norvegicus)
O gênero Rattus abrange 56 espécies sendo que somente algumas poucas causam problemas ao homem. Estes roedores são
tipicamente generalistas, exibindo ampla preferência por habitats e alimentos. São as espécies em maior número dentre os
mamíferos presentes em várias regiões do planeta.
O adulto possui corpo robusto com 18 a 25 cm de comprimento podendo pesar de 250 a 600 gramas. Com pêlos ásperos, orelhas pequenas e arredondadas, olhos de tamanho pequeno em relação ao resto da cabeça. As patas possuem calos lisos e
membranas interdigitais. A cauda é grossa e peluda medindo 15 a 21 cm. São de hábito noturno e transitam com extrema cautela sendo difícil visualizar suas atividades. Possuem um raio de ação de 30-45m em relação ao abrigo.
Possui uma vida média de 02 anos sendo sexualmente maduro entre 60-90 dias de idade. A gestação da fêmea dura de 22 a 24
dias com 08 a 12 ninhadas por ano. Cada ninhada possui de 08 a 12 filhotes com uma média de sobrevivência de 20 filhotes
após o desmame por fêmea/ano. Vivem em colônias que agregam até algumas centenas de indivíduos em territórios definidos,
e com a presença de dois grupos distintos, os dominantes e os dominados. Em caso de competição com outras espécies
(Rattus rattus) a espécie Rattus norvegicus geralmente predomina pelo maior porte e agressividade. Devido a falta de alimento
pode ocorrer competição entre colônias.
Seus ninhos geralmente se localizam em tocas ou galerias escavadas no subsolo, onde encontramos pêlos, fezes, restos de
alimentos e outros detritos. Fazem suas trilhas ao ar livre formando sulcos no solo e desgastando a vegetação rasteira, buscando água e alimento. A planta dos pés é estreita e sem estrias. Encontramos mancha única de atrito corporal junto ao solo,
paredes e muros. As fezes são em forma de cápsulas com extremidades rombudas. Pode-se encontrar sinais de roedura em
alumínio, chumbo, argamassa, madeiras próximas ao solo.
São animais onívoros e consomem diariamente 20 a 30g/dia de alimento, que pode ser lixo orgânico, cereais, raízes e carne.
Consome de 15 a 30 ml de água/dia.
São excelentes escavadores construindo galerias no subsolo com várias saídas. Devido ao hábito noturno deve-se remover
diariamente o lixo e indisponibilizá-lo no período da noite evitando suas visitas ao local. Esta espécie é freqüentemente encontrada em beira de córregos e rios, terrenos abandonados, jardins sem manutenção adequada, rede de esgoto e galerias fluviais, depósitos de lixo e entulhos diversos, próximo as linhas férreas.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Rato de telhado, rato preto, rato de paiol, rato de forro, rato de navio(Rattus rattus)
O adulto possui corpo esguio com 16 a 21 cm de comprimento podendo pesar de 80 a 300 gramas. Com
pelagem delicada e dorso preto ou cinza, orelhas e olhos grandes e salientes em relação a cabeça. As patas possuem calos estriados e sem membranas interdigitais. A cauda é fina em chicote com poucos pêlos
medindo 19 a 25 cm. São de hábito noturno e escalam com extrema facilidade. Possuem um raio de ação
de 30-60m em relação ao abrigo.
Possui uma vida média de 18 meses sendo sexualmente maduro entre 60-75 dias de idade. A gestação da
fêmea dura de 20 a 22 dias com 04 a 08 ninhadas por ano. Cada ninhada possui de 07 a 12 filhotes com
uma média de sobrevivência de 20 filhotes após o desmame por fêmea/ano. Os ninhos são geralmente
acima do solo nos sótãos, forros das casas, arbustos, sacarias, frestas de muros, armazéns, porões de
navios e nas áreas portuárias. Junto aos muros e madeiramento do telhado encontramos, muitas vezes,
fezes e manchas de gordura causadas pelo atrito do corpo nestes locais. Em locais elevados, junto a vigas, canos e colunas encontramos mancha dupla nos locais de manobra para contornar obstáculos. As
fezes são afiladas.
De hábito onívoro consome diariamente de 15 a 30g de alimento/dia, concentrando sua dieta em legumes,
frutas, cereais, raízes e pequenos insetos. Consomem de 15 a 30 ml de água/dia.
Camundongo, catita, ratinho caseiro (Mus músculos)
O adulto possui corpo delgado com 8 a 9 cm de comprimento podendo pesar de 10 a 21 gramas. Com pelagem delicada e sedosa, orelhas grandes e salientes em relação a cabeça afilada, olhos pretos e salientes de tamanho pequeno em relação ao resto da cabeça. As patas são escuras e sem membranas interdigitais. A cauda é fina e sem pêlos medindo 8 a 10 cm. São de hábito noturno e escondem-se com extrema
facilidade em locais estreitos e de difícil acesso. Possuem um raio de ação de 03 a 09 m em relação ao
abrigo.
Possui uma vida média de 12 meses sendo sexualmente maduro entre 42-45 dias de idade. A gestação da
fêmea dura de 19 a 21 dias com 05 a 06 ninhadas por ano. Cada ninhada possui de 4 a 8 filhotes com uma
média de sobrevivência de 30 filhotes após o desmame por fêmea/ano. Os ninhos são geralmente terrestres e acima do solo, geralmente no interior de residências. Realizam seus ninhos em guarda-roupas, frestas de rodapés, prateleiras de livros e móveis em geral onde notamos a presença de pelos, restos de alimentos, fiapos de pano, papel e outros detritos. Escalam com facilidade abrigando-se em despensas, armários, espaços internos nas paredes e depósitos. Se alimentam de cereais, farelos, pão e queijos (3 g/
dia) e possuem pouca exigência quanto ao consumo de água. As fezes são em forma de bastonete. As
roeduras são delicadas, geralmente grãos parcialmente roídos e abandonados.
Medidas Preventivas:
Antirratização
Acondicionamento correto do lixo; dispor o lixo na rua somente na hora que o coletor recolher; nunca
jogar lixo a céu aberto; acondicionamento correto de alimentos; inspeção periódica de locais que possam
servir de abrigo e material que adentre ao ambiente; vedar frestas ou vãos; colocar telas, grelhas, ralos do
tipo abre-fecha, sacos de areia; evitar acúmulo de materiais inservíveis; manter terrenos baldios limpos e
murados; manter limpas as instalações de animais domésticos; educação da comunidade envolvida.
Desratização
O uso de venenos deve ser feito por pessoas capacitadas na manipulação dos mesmos e que conheça as
técnicas de aplicação, uma vez que o uso descontrolado pode contribuir para o aumento da população
em vez de controlá-los.
Fontes: Prefeitura de São Paulo ( www2.prefeitura.sp.gov.br );
Prefeitura de Maringá (www.maringa.pr.gov.br);
Pragas On Line (www.pragas.com.br);
Astral Saúde Ambiental (www.astral.ind.br )
PREVENÇÃO E COMBATE “roedores”
MEDIDAS PREVENTIVAS P/ O CONTROLE DE CAMUNDONGOS:
1 - Limpar diariamente, antes do anoitecer, os locais de refeições e preparo de
alimentos. Determinar um local comum par refeições e colocar os restos de alimentos em recipientes fechados.
2 - Recolher os restos alimentares em recipientes adequados, preferencialmente, sacos plásticos, que deverão ser fechados e recolhidos pelo serviço de coleta urbana.
3 - Colocar sacos, fardos e caixas sobre estrados com altura mínima de 40 cm,
afastados uns dos outros e das paredes, deixando espaçamentos que permitam
uma inspeção em todos os lados.
4 - Não acumular objetivos inúteis ou em desuso.
5 - Vistoriar carga e descarga de mercadorias para evitar o transporte passivo de
camundongos.
6 - Manter armários e depósitos arrumados, sem objetos amontoados.
7 - Não deixar encostados em muros e paredes objetos que facilitem o acesso dos roedores.
8 - Buracos e vãos entre telhas devem ser vedados com argamassa adequada.
9 - Colocar telas removíveis em abertura de aeração, entradas e condutores de eletricidade ou vãos de adutores de qualquer natureza
Fonte: CVS.
MEDIDAS PREVENTIVAS P/ CONTROLE DE RATOS DE TELHADO:
1 - Limpar diariamente, antes do anoitecer, os locais de refeições e preparo de alimentos. Determinar um local comum para refeições
e colocar os restos de alimentos em recipientes fechados.
2 - Recolher os restos alimentares em recipientes adequados, preferencialmente, sacos plásticos, que deverão ser fechados e recolhidos pelo serviço de coleta urbana.
3 - Colocar sacos, fardos e caixas sobre estrados com altura mínima de 40 cm, afastados uns dos outros e das paredes, deixando
espaçamentos que permitam uma inspeção em todos os lados.
4 - Não acumular objetos inúteis ou em desuso.
5 - Não deixar encostados em muros e paredes objetos que facilitem o acesso de roedores.
6 - Buracos e vãos entre telhas devem ser vedados com argamassa adequada.
7 - Colocar telas removíveis em aberturas de aeração, entradas de condutores de eletricidade ou vãos de adutores de qualquer natureza.
MEDIDAS PREVENTIVAS P/ O CONTROLE DE RATAZANAS.
( Rattus norvegicus )
1 - Limpar diariamente, antes do anoitecer, os locais de refeições e preparo de alimentos. Determinar um local comum para refeições
e colocar os restos de alimentos em recipientes fechados.
2 - Recolher os restos alimentares em recipientes adequados, preferencialmente, sacos plásticos, que deverão ser fechados e recolhidos pelo serviço de coleta urbana.
3 - Colocar sacos fardos e caixas sobre estrados com altura mínima de 40 cm, afastados uns dos outros e das paredes, deixando
espaçamentos que permitam uma inspeção em todos os lados.
4 - Não acumular objetos inúteis ou em desuso.
5 - Não utilizar terrenos baldios ou outras áreas a céu aberto para vazamento de lixo.
6 - Manter ralos e tampas de bueiros firmemente encaixados.
7 - Remover e não permitir que sejam feitos amontoados de restos de construções , lixo, troncos ou pedras.
Fonte: CVS
Formulas Simples de combate.
A - 1 parte de gesso em pó e 3 partes de farinha de trigo. Para tornar a mistura mais atraente adicione raspa de queijo, farinha de peixe, etc. Ao ingerir o gesso ( sulfato cálcico) o rato sente muita sede, procura água, colocar água nas imediações da mistura.
B - 25 g de carbonato de bário, 30 g de farinha de trigo ou milho, e água suficiente para fazer a massa. Faça pequenos bolinhos e coloque nos caminhos por onde passam. Farinha de trigo com cal virgem também funciona bem. Ao comer a mistura, sente sede, bebe
água e o gás formado no intestino mata-os.
C - banana amassada recheada com cimento.
OBSERVAÇÔES: Coloque estas iscas em local inacessível a crianças e animais domésticos.
Solução ecológica
Mantenha armários e despensas limpas e fechadas. Se eles aparecerem, use os gatos, predadores naturais.
Você também pode misturar uma parte de gesso com uma parte de farinha e um pouco de açúcar e pulverizar a mistura por onde os
ratos passam.
Importante:
Cuide para que seja um lugar sem acesso de animais de estimação ou crianças.
Fonte: Greenpeace Brasil
Traças
Pelo nome comum de traça são listados alguns grupos de insetos, variando desde espécies
de tisanuros (traças dos livros) até lepidópteros (insetos da mesma ordem das borboletas e
mariposas) que atacam grãos armazenados e roupas, sendo chamadas de traças das roupas.
Traças dos Livros
Este insetos são desprovidos de asas, apresentam o corpo alongado e com apêndices caudais longos, filiformes, muito característicos. O nome da ordem significa: thysanus (do grego,
franja ou fimbria) e oura (do grego, cauda).
Os tisanuros possuem espécies onívoras (que se alimentam de todo o tipo de substrato) e
algumas espécies vegetarianas. Estas últimas podem ser encontradas sob folhas, cascas de árvores, madeiras podres
ou em ninhos de formigas e cupins. Estas espécies não são economicamente importantes (do ponto de vista de prejuízos econômicos ou à saúde). . Algumas espécies freqüentam o ambiente doméstico e podem ocasionar danos a livros
e outros materiais.
Em relação ao seu desenvolvimento, os jovens assemelham-se aos adultos, exceto por serem menores, apresentando
ametabolia, isto é, desenvolvem-se diretamente sem que sofram metamorfose. Do ovo sai uma forma jovem que cresce, sofre muda várias vezes, até atingir a fase adulta. Após sair do ovo, há, no mínimo, seis instares. O tempo de desenvolvimento, em nossas condições climáticas, é de aproximadamente um ano.
As traças apresentam hábitos diurnos e noturnos, sendo ativas à noite e escondendo-se durante o dia, evitando contato direto com a luz. Assim, ao acender-se a luz de um aposento, as traças procuram se esconder em frestas ou atrás de
móveis e quadros.
Existem poucos estudos sobre a biodiversidade deste grupo de insetos. As espécies mais comuns encontradas no
Brasil são Acrotelsa collaris (Fabricius) e Ctenolepisma ciliata (Dufourd).
Traças das Roupas
As traças das roupas possuem coloração clara e medem aproximadamente 1,2-1,5 cm de comprimento. Apresentam na
cabeça tufos de pêlos avermelhados e as antenas são um pouco mais escuras do que o restante do corpo.
As traças das roupas voam pouco e não são atraídas pela luz, sendo encontradas em locais escuros, tais como armários e gavetas. Seu desenvolvimento é influenciado pela umidade, sendo o ambiente ideal aquele com umidade relativa
próxima a 75%, aquecido e escuro.
As fêmeas depositam uma média de 40 a 50 ovos em um período de 2 a 3 semanas, morrendo logo após a postura. Os
ovos, que possuem uma secreção adesiva, ficam aderidos às fibras dos tecidos das roupas. As larvas sofrem de 5 a 45
mudas, dependendo da temperatura ambiente e do tipo de alimento disponível. As larvas são de coloração esbranquiçada com cabeça escurecida e tecem um casulo, em forma de losango, enquanto se alimentam, podendo ficar parcialmente cobertas por ele. A alimentação consiste de lã, penas, pêlo, cabelo, couro, poeira, papel e ocasionalmente de
algodão, linho, seda e fibras sintéticas. Roupas usadas sujas de bebidas, alimentos, suor ou urina, além daquelas
guardadas por muito tempo, são as mais atacadas. As fezes das larvas das traças das roupas apresentam a mesma
coloração das fibras dos tecidos. Quando as larvas estão prontas para pupar, elas migram à procura de frestas.
Métodos de Prevenção
Traças dos Livros
Para prevenir o ataque destes insetos ou evitar que sua população aumente, as seguintes medidas devem ser tomadas:
Controlar ou eliminar pontos de umidade, tais como vazamentos de encanamentos.
Evitar acúmulo de jornais, livros e revistas velhas ou outras fontes de alimento.
Selar frestas e ranhuras na estrutura, onde estes insetos podem se abrigar.
Evitar a entrada de material proveniente de locais com histórico de infestação por traças (caixas de papelão, pilhas de
livros, jornais, revistas, etc.).
Limpar periodicamente livros e outros materiais estocados que podem servir de alimento.
Traças das Roupas
Manter a casa sempre limpa é a forma mais adequada para prevenir e controlar as traças das roupas. Nunca deixe roupas e tapetes empilhados em locais escuros por longo tempo. Retire-os periodicamente para banho de sol ou lavagem.
Nunca guarde roupas usadas dentro do guarda-roupas. Lave-as sempre antes de guardar e passe-as com ferro quente,
pois os ovos serão mortos. Passe sempre o aspirador de pó, utilizando o bico adequado para frestas, nos locais de
difícil acesso para a vassoura ou espanador. Desta forma, os casulos são aspirados evitando danos e reinfestações.
Métodos de Controle
Traças dos Livros
Ao constatar-se uma alta infestação de traças, o uso de produtos químicos devidamente registrados podem ser necessários.
Existem várias formulações inseticidas que podem ser utilizadas para este fim, principalmente formulações líquidas
para pulverização de ambientes. Nestes casos, recomenda-se aplicar o produto em frestas e outras fendas onde o inseto possa se esconder (em paredes, batentes de portas e janelas ou suas molduras, etc.), ao redor de estantes, interior e exterior de armários, despensas e outras áreas infestadas ou possíveis de serem infestadas. Formulações em pó
podem, por sua vez, ser aplicadas em áreas onde o resíduo na superfície não cause nenhum problema de exposição ao
produto, tais como sótãos, porões ou mesmo em frestas.
Traças das Roupas
Para se obter um controle efetivo das traças das roupas, faz-se necessário localizar a fonte de infestação antes do tratamento. Faça um exame minucioso dentro de armários e objetos guardados por longos períodos e procure os casulos
em forma de losango das larvas ou os danos em roupas, tapetes, etc. Verifique colchões e travesseiros de penas e
feltros que cobrem teclados de pianos. Para facilitar a visualização das traças nos locais de difícil acesso, tais como
sob rodapés, nas costuras de estofamentos de sofás, cadeiras e poltronas, em dutos de ventilação e nos cantos de
paredes próximos a carpetes, utilize uma lanterna e uma lixa de unhas para facilitar o trabalho.
Tratar as roupas com inseticida não é uma boa tomada de decisão pois os tecidos podem ser danificados. No entanto,
as frestas dos locais infestados devem ser tratadas com um inseticida residual.
O uso do frio pode ser um bom controlador das traças de roupas. Coloque as roupas em sacos de polietileno, retirando
o ar e armazene-os no freezer por 3 dias.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Traças
Curiosidades
MASCOTE DA FAMÍLIA
Espécies do gênero Lepisma podem viver de dois a três anos e meio enquanto espécies de Ctenolepisma apresentam uma longevidade de 7 a 8 anos, ou
seja, as traças podem fazer parte da família por um bom tempo.
NOVOS VIZINHOS
As traças podem botar de 1000 a 3500 ovos durante sua vida depositando
dois a três ovos por dia.
DIETA PREFERIDA
Lenço de papel e papel celofane fazem parte da dieta preferida da traça, enquanto papel jornal ou papel de embrulho são os menos preferidos. No entanto, o manjar dos deuses para as traças são as letras douradas de livros
encadernados.
ÁGUA, NEM MORTA
Algumas espécies de traça, tais como a Ctenolepisma longicaudata, nunca bebem líquido, retirando a água através de
oxidações metabólicas dos alimentos que consomem.
Traças de roupas
As traças das roupas pertencem à Ordem Lepidoptera, particularmente à família Tineidae, e são microlepidópteros que
atacam roupas de lã, tapetes, peles de animais, etc. As formas jovens destas traças são lagartas e, em algumas espécies, como a Tineola uterella Walsingham, podem ficar protegidas por um estojo chato em forma de losango, sendo encontradas aderidas a superfícies tais como paredes, móveis, etc. Este estojo, aberto em ambas as extremidades, permite
a movimentação da lagarta, nas superfícies em que está aderida.
Traças de livros
As traças dos livros, também chamadas de traças prateadas, pertencem à Ordem Thysanura e são insetos que se alimentam de substâncias ricas em proteínas, açúcar ou amido, sendo muito comuns em residências, onde podem causar
danos pelo ataque aos cereais, farinhas de trigo (úmidas), papéis que contenham cola (papel de parede, livros encadernados em brochura, etc.), roupas engomadas e tecidos de "rayon". Raramente atacam roupas de lã e outros produtos de
origem animal.
Seu aspecto lembra um peixe prateado, daí um de seus nomes em inglês ser "silverfish". As espécies encontradas nas
residências têm coloração cinza prateada. Seu tamanho varia de 0,85 a 1,3 cm, dependendo da espécie e do ínstar
(estágio de desenvolvimento).
As traças dos livros podem ocasionar enormes danos às roupas e papéis. Quando presentes nas bibliotecas, há necessidade de controle periódico (anual).
Traças de grãos
Dentre as pragas de produtos armazenados encontramos as traças que englobam pequenas mariposas que colocam
seus ovos no interior ou sobre o alimento. As lagartas ao emergirem iniciam o processo de alimentação no produto em
que se encontram, permanecendo neste local até completarem o estágio de larva e estarem prontas para a pupação,
construindo um casulo para posterior emergência do inseto adulto, macho ou fêmea. Ao contrário dos carunchos
(besouros), os lepidópteros (mariposas e borboletas) são insetos frágeis que infestam superficialmente os produtos
armazenados. As fêmeas liberam um feromônio sexual para atrair o macho e iniciar o acasalamento, reinfestando muitas
vezes o mesmo lote de produto por várias gerações. Infestam grãos de milho, arroz, trigo, cevada, sorgo e centeio; frutos secos como figo, damascos e polpa cítrica; produtos farináceos, leite e chocolate em pó, fumo, especiarias, nozes e
amêndoas, cogumelos secos, biscoitos e sementes de hortaliças.
Fonte: Pragas On Line (www.pragas.com.br)
A batalha contra os pernilongos ! ! !
Entenda como se pega dengue e veja como você também pode ajudar a combatê-la
"Esse bicho é um chato!", você pensa depois de uma noite mal-dormida por causa do zumbido e das picadas
dos pernilongos.
Pois sinto lhe informar que se trata de uma chata, pois só a fêmea do pernilongo pica!
Quatro mil espécies (tipos) de pernilongos, com hábitos bem diferentes, voam pelos ares. Mas algo eles têm
em comum: todos passam uma parte da vida na água e outra no ar. Para nutrir os ovos, que serão colocados
na água, as fêmeas de algumas espécies precisam de sangue. Ao picar o homem e outros animais, elas obtêm
o sangue de que necessitam. O problema é que alguns pernilongos carregam em seus corpos
microrganismos causadores de doenças (malária, febre amarela e dengue, por exemplo).
Ao sermos picados,
podemos pegar uma dessas enfermidades.
Se você anda muito dengoso e tem dores por todo o corpo, fique de olho! Pode ser a dengue, doença causada por um vírus e que vem pegando muita gente (o que chamamos epidemia). O que o pernilongo tem
a ver com isso? Podemos pensar na fêmea de pernilongo como se fosse uma seringa para tirar sangue:
ela enfia a agulha (no caso, seu aparelho bucal) através da pele da pessoa e, ao atingir um vaso sangüíneo,
retira um pouco do líquido vermelho.
O vírus da dengue circula no sangue dos doentes. Se a fêmea de pernilongo pica um doente, o vírus também
vai para dentro do inseto. Ao picar outra pessoa, o mosquito injeta o vírus em seu sangue e ela pode pegar
a doença. O pernilongo que leva o vírus da dengue de uma pessoa para outra se chama Aedes Aegypti.
Sem esse inseto, o vírus não é transmitido para outros indivíduos. Portanto, se diminuirmos o número de
mosquitos, estaremos evitando que a dengue se espalhe.
Uma das maneiras de controlar os pernilongos é usar produtos químicos (chamados inseticidas), que
eliminam as larvas e os adultos dos mosquitos. O problema é que alguns mosquitos são mais fortes e não
morrem com o inseticida.
Além disso, boa parte dos filhos e dos netos dos pernilongos fortes também são fortes.
Assim, com o tempo, a maioria dos pernilongos é forte e, o inseticida não faz mais efeito.
Não se sabe se o vírus da dengue faz com que o Aedes Aegypti fique doente, mas esse pernilongo também
tem seus inimigos. No combate à dengue, os cientistas estudam fungos, vírus, bactérias e protozoários
que atacam o mosquito. Outra estratégia é buscar animais que se alimentem do Aedes Aegypti.
Mas esses inimigos naturais não conseguem sozinhos evitar uma epidemia.
É aí que você entra. A fêmea do Aedes Aegypti, que pica durante o dia, gosta de colocar seus ovos na água acumulada em pneus, garrafas, pratos de vasos de plantas e caixas d’água destampadas. Então, mãos à obra! Mantenha o quintal limpo, sem objetos que possam servir de berçário para o pernilongo!
Fonte: Ciência Hoje das Crianças
Autores: Vivian Carlos Francisco S. Andrade, Luciana Urbano dos Santos e Regiane Cristina Brassolatti
Universidade Estadual de Campinas
Uso dos Defensivos Naturais
No começo dos cultivos, principalmente quando se trata de horticultura, geralmente surgem
problemas com doenças provocadas por microorganismos, ataque de insetos ou de outras
pragas.
Antes de tudo é preciso entender que a natureza sempre está em harmonia. Surgindo algum
desequilíbrio, como no caso de um novo plantio, ela tenta buscar se equilibrar. Então pensando assim antes de procurar aplicar agrotóxicos, ou outros defensivos devemos observar.
Evitar a praga é o meio mais inteligente de se conseguir uma plantação sadia. São ações simples, mas que ajudam bastante.
Como:
- Aumentar a quantidade de matéria orgânica no solo
- Cultivar espécies nativas ou adaptadas a região na maior parte do cultivo;
- Produzir a própria semente;
- Fazer sempre que possível o plantio consorciado;
- Evitar o uso de agrotóxicos.
Mesmo com essas ações pode ainda ocorrer o surgimento de pragas, causando problemas
nos cultivos. Esses problemas são conseqüências de pequenos desequilíbrios que naturalmente desaparecem sem nenhuma interferência de quem trabalha a terra. Logo surge o controle natural, aranhas, joaninhas, formigas. Interferir logo no começo, pode matar esses agentes de controle e causar assim um desequilíbrio ainda maior. Onde geralmente o resultado não
é nada bom para o agricultor e para a agricultora.
Esperar sim, mas vigiando. Se o problema não se resolver sozinho, antes de causar prejuízos
para a produção, quem vive da agricultura certamente tem que defender seu sustento. E para
isso existem os defensivos naturais.
Suas vantagens em relações aos produtos químicos são claras como a água que ele não polui:
o São feitos a partir de materiais acessíveis;
- Não poluem o meio ambiente;
- São mais baratos;
- Fáceis de fazer
Plantas Defensivas
Defensivos naturais
Defensivos naturais são produtos que estimulam o metabolismo das plantas
quando pulverizados sobre elas. Estes compostos, geralmente preparados
pelo agricultor, não são tóxicos e são de baixo custo. Podemos citar os biofertilizantes enriquecidos, água de verme composto, cinzas, soro de leite,
enxofre, calda bordalesa, calda sulfocálcica, etc. Os inseticidas naturais podem ser preparados a partir de plantas ou minerais não tóxicos à saúde humana ao ambiente
Para serem considerados como insumos alternativos e serem aceitos na agricultura agro ecológica, todos os produtos e substâncias (químicos, orgânicos, biológicos ou naturais) devem atender a alguns requisitos como:
Terem mínima ou nenhuma toxicidade;
Eficiência no combate a insetos ou microorganismos nocivos às plantas;
Terem custo reduzido para sua aquisição e emprego no campo;
Serem de simples aplicação e manejo e, no mais, serem de fácil obtenção.
O emprego de extratos, chás ou sucos de plantas também é alternativa viável para o combate de muitas pragas e doenças.
São vários os insumos conhecidos e que são utilizados na agricultura ecológica e que serão disponibilizados em breve nesta pagina.
Para serem considerados como insumos alternativos a serem aceitos na agroecologia.
Todos os produtos e substâncias devem atender aos requisitos abaixo:
Terem mínima ou nenhuma toxicidade
Terem eficiência no combate a insetos ou microrganismos nocivos às plantas.
Terem custo reduzido para sua aquisição e emprego no campo.
Serem de simples aplicação e manejo.
Devem ser fáceis de obter.Na listagem abaixo são apresentados os mais conhecidos insumos agro ecológicos:
Plantas Defensivas
Alho: tem ação fungicida e bactericida. Ajuda a combater o míldio, ferrugens, repelir insetos nocivos como a lagarta da mação e o pulgão.
Chá de cavalinha: indicado para a horticultura ajuda a aumentar resistência das plantas contra insetos nocivos em geral.
Cravo de defunto: combate pulgões, ácaros e algumas lagartas.
Fumo (Nicotina): considerada excelente inseticida e quando aplicada como cobertura de solo pode prevenir o ataque de lesmas, caracóis e lagartas cortadeiras.
Neem ou nim: indicada para combater traças, lagartas, pulgões, gafanhotos, é inseticida e repelente de pragas em geral.
Pimenta: quando concentrada e misturada com outros defensivos naturais ajuda a combater pulgões. Vaquinhas, grilos e lagartas com muita
eficiência.
Primavera ou maravilha: o suco extraído das folhas é eficiente para imunizar mudas de tomate contra a doença chamada vira-cabeça.
Urtiga: combate pulgões e aumenta a resistência natural das plantas.
CALDA DE FUMO
A nicotina - um alcalóide que se obtém através do fumo - é um poderoso inseticida, de fácil obtenção, tendo ação de contato contra pulgões, lagartas e outras pragas.
Preparo I
1 - Colocar 100 gramas de fumo de corda cortado em pedacinhos em 1 litros de álcool, mantendo abrigado da luz por
alguns dias.
2 - Filtrar espremendo em pano e guardar o extrato em garrafa escura.
- Aplicação:
Para pulverizar as plantas, misturar 200 mililitros do extrato com 200 gramas de sabão e dez litros de água. Quanto
mais forte (alcalino) for o sabão, melhor. Ele deve ser cortado em pequenos pedaços e dissolvido em água quente
antes de ser adicionado à mistura.
A calda pronta pode ser acrescida de sabão e cal hidratada, melhorando a sua atividade e persistência na folha.
Quando a nicotina é exposta ao sol, diminui sua ação em poucos dias.
Preparo II
Uma boa alternativa para o controle de pragas e doenças, sem o uso de agrotóxicos, em hortaliças, plantas ornamentais e frutíferas é o controle através da calda do fumo, conforme a receita a seguir:
- Ingredientes:
100 gramas de fumo de corda
10 Litros de água
20 gramas de pimenta vermelha (malagueta)
01 Litro de álcool
50 g de sabão neutro
- Modo de preparar:
Ferver os 10 litros de água, retirar do fogo, adicionar 100 gramas de fumo picado, deixar esfriar
(a nicotina vai se dissolver na água quente). Este extrato deve ser guardado em um recipiente
por até 30 dias.
Macerar as 20 gramas de pimenta e colocar em vidro ou garrafa com tampa, junto com 1 litro de álcool e deixar descansando uma semana antes de usar. Este preparo pode ser armazenado por alguns meses, se estiver bem tampado.
Dissolver 50 gramas do sabão neutro em 1 litro de água quente.
Na hora de usar, colocar 1 litro do extrato de fumo junto com meio copo de extrato de pimenta, juntando com a solução do sabão. Colocar tudo em um pulverizador costal de 20 litros. Agitar a mistura e completar com água.
Observações:
• É tóxico para o ser humano e pode afetar os inimigos naturais. O seu preparo e aplicação requerem cuidados.
• A colheita do vegetal tratado deve ser feita, somente 3 dias após a aplicação do fumo.
• Não deve ser empregado fumo em plantas da família da batata.
Quando aplicado como cobertura do solo, pode prevenir o ataque de lesmas, caracóis e lagartas cortadeiras, porém,
pode prejudicar insetos benéficos do solo, como as minhocas.
Outros preparos:
Receita 1 - para controle de pulgões, cochonilhas, grilos e vaga-lumes.
Ingredientes: 15 a 20 centímetros de fumo em corda e água. Preparo: Coloque o fumo em corda de molho durante 24
horas, com água suficiente para cobrir o recipiente. Aplicação: Para cada litro de água, use 5 colheres (de sopa) dessa mistura, usando no mesmo dia.
Receita 2 - controle de lagartas e pulgões em plantas frutíferas e hortaliças.
Ingredientes: 100 gramas de fumo em corda, 1 litro de álcool e 100 gramas de sabão. Preparo: misture 100 gramas de
fumo em corda cortado em pedacinhos com 1 litro de álcool. Junte 100 gramas de sabão e deixe curtir por 2 dias. Aplicação: para pulverizar plantas utilize 1 copo do produto em 15 litros de água.
Receita 3 - controle de vaquinhas, pulgões, cochonilhas e lagartas.
Ingredientes: 1 pedaço de fumo em corda (10 a 15 centímetros); meio litro de álcool; meio litro de água e 100 gramas
de sabão em barra. Preparo: corte o fumo em pequenos pedaços e junte a água e o álcool. Misture em um recipiente
deixando curtir durante 15 dias. Decorrido esse tempo, dissolva o sabão em 10 litros de água e junte com a mistura já
curtida de fumo e álcool. Aplicação: pode ser aplicado com pulverizador ou regador. No caso de hortaliças, aconselha-se respeitar um intervalo mínimo de 3 dias antes da colheita.
Receita 4 - controle de pulgões, vaquinhas e cochonilhas
Ingredientes: 20 colheres (sobremesa) de querosene, 3 colheres (sopa) de sabão em pó, 1 litro de calda de fumo e 10
litros de água. Preparo e Aplicação: para o preparo da água de fumo coloque 20 gramas de fumo de rolo bem forte e
picado em 1 litro de água, fervendo essa mistura durante 30 minutos. Após, coá-la em pano fino, adicione 3 a 4 litros
de água limpa e utilize o produto obtido no mesmo dia. Em seguida, aqueça 10 litros de água e junte 20 colheres
(sobremesa) de querosene e 3 colheres (sopa) de sabão em pó. Deixe esfriar em temperatura ambiente e adicione,
então, 1 litro de calda de fumo.
Receita 5 - controle de pulgões, lagartas e tripes.
Ingredientes: 1 quilo de folhas trituradas de fumo em 15 litros de água por 24 horas. Preparo: a solução é coada e
com a adição de um pouco de sabão. Aplicação: pulverizada conforme a receita acima ou no solo na forma de pó feito com folhas secas ou pedaços de folhas colocadas no chão em cobertura.
Construir uma horta é bastante fácil, prazeroso e
de baixo custo. Seus produtos são muito importantes para a alimentação da família, além da grande procura em decorrência das pessoas não quererem mais consumir os agrotóxicos que se enA construção de canteiros de fato é bem
contram nas verduras e hortaliças convencionais. simples, mas é sempre importante levarmos em consideração alguns pontos:
Para ter uma horta orgânica basta apenas escolher
um lugar adequado, não muito distante da casa ou • Largura: deve estar entre 80 e 120 centímetros, permitindo o mamesmo no quintal ou espaços menores. Tem gente nuseio das hortaliças e, ao mesmo tempo, o aproveitamento aproque produz até em terraços e balcões nas cidades, priado do espaço.
o que é chamado de Agricultura urbana. A única
preocupação que se deve ter com o espaço escolhido é que o mesmo deve ser arejado e iluminado, • A altura pode variar de acordo com o nível do chão, com a umidade do solo a ser trabalhado, com as condições de uso do espaço,
para o bom desenvolvimento das plantas.
etc. Sendo importante que a superfície do canteiro esteja plana, garantindo uma distribuição equilibrada da água e dos nutrientes no mesTorna-se necessário pensar na diversidade das mo.
culturas que se relacionam com harmonia e colocar algumas que desempenham papéis fundamentais no controle biológico de pragas, que sejam de • O espaçamento entre os canteiros deve ser planejado para dar
fácil cultivo, com ciclos curtos, além de populares passagem para pessoas e para o carrinho de mão. Isso equivale a
e saborosas. E adotando os princípios agro ecoló- uma largura de aproximadamente 30 ou 40 centímetros.
gicos tudo isso fica mais equilibrado.
• Ainda sobre o passadouro entre os canteiros é interessante, do
Junto com as hortaliças podem se plantar ervas ponto de vista ecológico, manter as plantas que venham a nascer
medicinais e temperos ou ervas aromáticas. Preci- nele, tomando o cuidado extra com o aparecimento de gramíneas e
sando somente precisa de água, e se a área é um capins, pois competem com as hortaliças, sendo preciso retirá-las.
pouco maior o trabalho pode ser facilitado com
• Muretas laterais são construídas quando pretendemos tornar os
sistemas muito simples de irrigação.
canteiros permanentes. Elas podem ser construídas com materiais
Para proceder ao cultivo da hortinha, os cuidados disponíveis no local, como pedras, madeira, tijolos, tel lhas, etc..
com o solo são muito importantes, pois ele é um
ser vivo com recursos esgotáveis. Por isso, o ideal
é que faça cobertura morta a fim de conservar suas condições físicas e biológicas, e adubação orgânica, pois a matéria que é decomposta no solo
constitui a principal fonte de nutrientes para as
plantas
• Em terrenos inclinados, os canteiros devem ficar atravessados em
relação à queda do terreno para evitar que as águas das chuvas os
destruam ou leve embora os nutrientes da terra.
• O solo dentro do canteiro deve ser mantido equilibrado, nem muito arenoso, nem muito argiloso ou barrento, para que mantenha as
Bom, como foi dito fazer uma horta orgânica não condições de umidade adequadas para o bom desenvolvimento
tem segredo e se pode utilizar os mais variados das plantas e da fauna microbiana que fortalece as culturas;
espaços, embalagens e recipientes, basta gostar
de se relacionar com a natureza, e enriquecê-la • Fazer a cobertura morta é essencial para manter a umidade do
com as mais variadas hortaliças, ervas medicinais, solo, controlar o mato, evitar a erosão e aumentar a atividade miplantas defensivas, enfim, a ornamentação fica por crobiológica.
conta do conhecimento e criatividade de quem a
manuseia.
Fonte: Manual de Horticultura ecológica
COMO PLANTAR UMA ÁRVORE
Siga estes passos:
LOCAL - Escolha um adequado para a planta.
COVA - Faça-a com 60 centímetros de diâmetro e igual profundidade.
PREPARO DA TERRA - Misture a terra que retirou ao composto orgânico (duas partes de terra, para uma de
composto). Reserve.
PREPARO DA MUDA - Rasgue o saquinho onde está a muda (caso contrário, a raiz não se desenvolverá), retirando a muda com o torrão de terra, sem quebrar o torrão. Dica: em vez de fazer um único corte no saquinho, para
retirá-lo, faça vários, facilitando tirar o torrão sem quebrar.
PREPARO DA COVA - Coloque metade da mistura de terra e composto de volta na cova.
PLANTIO - agora, é só introduzir a muda com o torrão na cova e preencher o resto do buraco com a mesma mistura.
ACABAMENTO - Para finalizar, pressione um pouco o chão do local plantado para deixar a muda firme. Dica importante: no local da cova, o terreno deve ficar uns dois centímetros abaixo do nível do
solo. Isso facilita regas. A primeira rega, já poderá ocorrer logo após o plantio.
CUIDADOS FINAIS - Uma boa idéia é cobrir o solo com folhas secas, o que ajudará a manter a umidade da terra.
Especialmente se o plantio for em área urbana - numa calçada, praça ou jardim - também vale à pena colocar
uma grade de proteção em torno da árvore, para que ninguém quebre a plantinha, desavisadamente.
TUTOR: Para que a muda cresça reta, vale à pena amarrá-la a um tutor. Pode até ser um cabo de vassoura, fixado verticalmente no chão, logo ao lado da muda. Mas preste atenção à maneira de amarrar: O barbante deve formar um 8 deitado, com um dos "círculos" do 8 em torno do tronco da muda e outro, no tutor. Assim, proporciona-se firmeza e ao mesmo tempo um pouco de folga em torno do tronco da futura árvore. Nunca deixe que o barbante "estrangule" o tronco, quando a planta crescer.
DICA PARA REGAR
Quando não chove, deve se regar de uma a duas vezes ao dia, no início da manhã ou fim de
tarde. No inverno, rega-se só uma vez ao dia.
ÁRVORES PIONEIRAS, SECUNDÁRIAS OU CLÍMAXO QUE SÃO - ONDE PLANTAR
Quem anda numa floresta nativa, perceberá uma mistura, aparentemente caótica, de árvores maiores e menores.
Os especialistas dividem-nas em três grandes grupos, que constituem o esquema de sucessão da mata nativa.
Um bom projeto de reflorestamento com árvores nativas deve misturar árvores dos três grupos, na proporção
correta.
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ÁRVORES PIONEIRAS: nascem primeiro; em geral crescem rápido, mas não vivem tanto tempo, nem ficam
muito grandes. Fazem sombra, dando mais condições para outras espécies nascerem e se desenvolverem
melhor. Um exemplo é a embaúba, espécie preferida do bicho-preguiça.
ÁRVORES SECUNDÁRIAS: crescem mais lentamente, porém ficam maiores. Normalmente são as adotadas
na arborização urbana. Uma delas é o ipê-roxo.
ÁRVORES CLIMAX: em geral, crescem apenas na sombra e levam mais tempo para se desenvolver. A madeira é bem dura e o porte é maior. São as chamadas árvores de madeira de lei. Uma delas é o jequitibá rosa.
ESPÉCIES CERTAS PARA CADA LOCAL
AS FASES DA PLANTA NO VIVEIRO
É preciso saber escolher as espécies certas para cada lugar. Confira:
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ARBORIZAÇÃO URBANA - busque saber dois dados fundamentais:
Altura da árvore adulta: se houver fiação elétrica, evite árvores que ficam altas demais, pois atrapalharão a fiação.
Profundidade da raiz: é outro dado importante - raízes muito fundas podem causar estragos nos encanamentos
de rua. Verifique isto, ao escolher a espécie.
E mais: quem não gosta de folhas caídas no chão, deve optar por espécies perenifólias (que não perdem suas
folhas no inverno), ou semidecíduas (que perdem poucas folhas durante o ano).
REFLORESTAMENTO VISANDO USO SUSTENTADO (aproveitamento econômico, sem destruir a floresta como
um todo) - neste caso, deve haver um planejamento de que árvores serão plantadas, para a futura exploração,
só de algumas árvores.
REGENERAÇÃO DE ECOSSISTEMAS - aí devem se procurar espécies típicas do ecossistema a ser regenerado
(por exemplo, há espécies brasileiras exclusivas da Amazônia, que neste caso não serviriam para o Estado de
São Paulo);
RECOMPOSIÇÃO DE MATAS CILIARES (matas que beiram e preservam os rios) - as espécies devem ser adaptadas a ambientes mais úmidos, como é o caso da sangra d'água;
SEMEADURA: É aqui que tudo começa. No caso das sementes miúdas, é usual semeá-las em berçários, isto é,
grandes caixas cheias de areia misturada com composto orgânico. Para sementes maiores, o plantio é feito diretamente em saquinhos. Mas cada espécie pode exigir um cuidado específico, valendo à pena consultar alguém que
tenha experiência na área. Em regiões mais frias, no inverno, a semeadura é realizada numa estufa, construída para
este fim. É que o frio facilita um tipo de dormência da semente, reduzindo a germinação. Vale saber: as sementes
do viveiro da AIPA provém de doações, ou da compra, em geral feita no setor de sementes do Instituto Florestal, ou
no IPEF, de Piracicaba.
GERMINAÇÃO: Algumas espécies germinam em poucos dias, mas outras demoram meses. Algumas necessitam de
sombra para se desenvolver, outras de muito sol. Nunca todas sementes germinam: o fornecedor da semente deve
realizar testes, e informar o poder de germinação. (num exemplo: se a germinação é de 60% numa determinada espécie, em média, de cada cem sementes, nascerão apenas 60 plantas).
TRANSFERÊNCIA PARA SAQUINHOS: Como regra, quando as mudinhas plantadas no berçário atingem uns cinco
centímetros de altura, são retiradas com cuidado para não quebrar a raiz, e transferidas para os saquinhos. Os saquinhos contém um substrato (mistura de terra estéril com adubo orgânico e areia). Aí, ficam no viveiro, recebendo
cuidados diários (como regas duas vezes por dia).
PLANTIO PARA LOCAL DEFINITIVO: quando as mudas chegam ao tamanho adequado para transporte e plantio para local definitivo, são liberadas do viveiro.
DICAS DO PROJETO PLANTA BRASIL DE COMO IMPLANTAR UM
VIVEIRO
O local deve:
1. ser plano,
2. ser aberto, sem sombreamento;
3. de fácil acesso à água,
4. boa drenagem do solo,
5. não receber vento,
6. fácil acesso de pessoas e veículos.
INFRA-ESTRUTURA NECESSÁRIA:
É útil contar com
um galpão, para guardar os equipamentos e insumos, e executar tarefas, como o encher
saquinhos (na AIPA, ele tem 10m2);
um reservatório de água na parte mais alta do terreno (facilita as regas);
um espaço aberto e sombreado, especial para estocar terra, areia e fertilizantes orgânicos.
estufa para uma segunda sementeira, em regiões de inverno rigoroso.
PREPARANDO A SEMENTEIRA...
Uma sementeira, ou berçário, é essencial para a maior parte das espécies. Facilita muito
o trabalho e economiza recursos, pois somente será preciso transferir para os saquinhos
as plantas que nascerem.
Para a maior parte do ano, basta construir uma sementeira (ou berçário) a céu aberto. A
semeadura em estufa, como já foi explicado, é recomendado em regiões de inverno rigoroso, e especialmente nas épocas frias.
Estas são as dicas para montar uma sementeira com os mínimos recursos:
delimitar uma área de 10m. x 1m com tábuas ou tijolos;
preencher o fundo desta área com uma camada de brita grossa e, sobre ela, outra de brita fina (garante boa drenagem)
preencher com substrato composto por areia (90%) e húmus (10%).
MONTANDO OS CANTEIROS....
O ideal é que cada canteiro - um espaço delimitado para abrigar os saquinhos com mudas - tenha 1 metro de largura por dez metros de comprimento. Para delimitá-lo, coloque
em cada canto uma pequena estaca de madeira e ligue estas estacas com um barbante,
formando um retângulo.
Deixe sempre corredores de aproximadamente um metro de largura entre os canteiros,
para facilitar as atividades rotineiras.
Dica importante:
Construí-los no sentido leste-oeste garante melhor insolação.
SEMEANDO E CUIDANDO DA MUDINHA....
ESCOLHA DAS SEMENTE
O Projeto Planta Brasil compra a maior parte das sementes. A escolha segue três critérios:
1 - qualidade das sementes,
2 - variedade de espécies;
3 -referência por espécies existentes na região.
Para quem quer coletar sementes...
Antes de mais nada, é importante escolher uma boa matriz, que é a árvore-mãe da qual se extraem as sementes: deve ser uma planta sadia, bonita e produtiva.
Logo após a coleta, as sementes devem passar por um beneficiamento, que consiste em: limpeza, retirada da polpa, seleção e exclusão de sementes inviáveis .
Quando a semente não é usada de imediato, ela deverá ser armazenada em condições especiais
de umidade e temperatura baixa (câmara fria).
SEMEANDO...
Veja quando a sementeira (ou berçário) é necessária:
· Sementes menores - vão para o berçário, procedendo-se antes à quebra de dormência, quando
necessário.
· Sementes maiores - como da araucária, a semeadura é feita diretamente no saquinho (uma semente por saquinho), que já serão colocados diretamente nos canteiros.
Em ambos os casos, cobre-se o canteiro com tela plástica (sombrite), para proteger contra sol forte
e do ataque de insetos. Esta proteção será desnecessária, se os saquinhos ficarem sob a sobra natural de árvores.
TRANSFERÊNCIA DAS MUDINHAS PARA OS SAQUINHOS
Quando as mudas atingem de 10 a 12 cm, deve ocorrer a repicagem, ou seja, a transferência para
saquinhos, com cuidado especial, para a raiz manter-se reta, pois se enrolar a ponta, a planta pode
não se desenvolver.
Siga os passos:
1- Preparando os saquinhos: escolha os de um ou dois litros (pode-se reaproveitar sacos de leite,
desde que eles tenham sido muito bem lavados, para que haja fungos prejudiciais), enchendo-os
até quase a borda com substrato.
Receita para o substrato dos saquinhos:
Ingredientes:
- 60% de terra,
- 20% de esterco curtido
- 20% de bagaço de cana curtido,
Preparo:
Misturar bem e passar por uma peneira de tela grossa (vãos de 2 cm de diâmetro, aproximadamente) para eliminar torrões.
2 - Transferindo as mudinhas para os saquinhos - repita o procedimento abaixo com cada mudinha,
sem esquecer de molhar bem a sementeira antes, para ficar fácil arrancá-las:
· no saquinho, faça com o dedo um buraco no substrato de +/- 1 cm de diâmetro, onde a mudinha
será colocada.
· arranque com muito cuidado uma mudinha do berçário, para a raiz não quebrar.
· coloque a muda no saquinho, com atenção para que a raiz entre reta.
· complete o espaço vazio com o substrato.
· coloque o saquinho no canteiro.
3- Os saquinhos serão levados aos canteiros - sendo dispostos no chão um do lado do outro, ocupando o menor espaço possível.
USANDO ESTACAS EM VEZ DE SEMENTES
Para algumas espécies, como amora e pata de vaca, é possível usar estacas, isto é, fragmentos
de uma planta adulta, em geral galhos de 20 a 25 cm de comprimento.
A coleta destas estacas pode ser feita com uma tesoura de poda, usando o mesmo procedimento
da poda. Verifique com um viveirístas que tipo de ramo se transforma numa boa estaca, pois isso
varia de espécie para espécie. Há quem recomende fazer este processo na Lua Nova, para garantir o enraizamento e brotação.
O processo de plantio é simples:
·
·
Coloque uma estaca por saquinho, já com o mesmo substrato indicado na receita acima.
Inicialmente, deixe os saquinhos à meia sombra (cobertos com tela plástica, ou na sombra de
uma árvore) para impedir o sol direto. Nos períodos e regiões de muito frio, vale à pena mantêlos numa estufa.
Após a formação da raiz e brotação, os saquinhos com mudas podem ser colocados a pleno
sol, recebendo os mesmos cuidados que as outras mudas, até atingirem o porte ideal para a
transferência para o local definitivo.
CUIDADOS COM MUDAS, NOS CANTEIROS
Esta será a rotina de trabalho, para que as mudas se desenvolvam adequadamente:
1 - irrigar diariamente ;
2 - trocar os saquinhos de lugar, quando as raízes começam a pegar na terra;
3 - proteger as mudas do sol, usando tela ou equivalente logo após a repicagem (até a muda firmar), ou permanentemente para determinadas espécies,
como a peroba
4 - trocar de saquinhos, quando estes começam a rachar.
ESTÁ NA HORA DA MUDA IR EMBORA....
Como saber o ponto certo de transferir a muda para o local definitivo?
·
Para áreas rurais - as mudas produzidas neste processo estão prontas quando atingem 70 cm
de altura.
·
Para a cidade - as mudas têm de chegar a 1,80 metro, para adquirirem resistência suficiente,
especialmente se forem plantadas em praças públicas ou calçadas.
Para os viveirístas, a dica é que, antes de as mudas e saírem do viveiro, fazer com que elas ganhem resistência, ficando alguns dias totalmente expostas ao sol, com menos água.
Dois erros comuns: 1- plantar a espécie errada para o local (exemplo: espécie de árvore que fica
muito alta, sob fiação elétrica). 2- na hora de plantar, não retirar o saquinho: as raízes podem enovelar e a planta vir a morrer.
SOBRE MATAS CILIARES
O processo de ocupação do Brasil caracterizou-se pela falta de planejamento e conseqüente destruição
dos recursos naturais, particularmente das florestas. Ao longo da história do País, a cobertura florestal
nativa, representada pelos diferentes biomas, foi sendo fragmentada, cedendo espaço para as culturas
agrícolas, as pastagens e as cidades.
A noção de recursos naturais inesgotáveis, dadas as dimensões continentais do País, estimulou e ainda
estimula a expansão da fronteira agrícola sem a preocupação com o aumento ou, pelo menos, com uma
manutenção da produtividade das áreas já cultivadas. Assim, o processo de fragmentação florestal é intenso nas regiões economicamente mais desenvolvidas, ou seja, o Sudeste e o Sul, e avança rapidamente
para o Centro-Oeste e Norte, ficando a vegetação arbórea nativa representada, principalmente, por florestas secundárias, em variado estado de degradação, salvo algumas reservas de florestas bem conservadas. Este processo de eliminação das florestas resultou num conjunto de problemas ambientais, como a
extinção de várias espécies da fauna e da flora, as mudanças climáticas locais, a erosão dos solos e o
assoreamento dos cursos d'água.
Neste panorama, as matas ciliares não escaparam da destruição; pelo contrário, foram alvo de todo o tipo
de degradação. Basta considerar que muitas cidades foram formadas às margens de rios, eliminando-se
todo tipo de vegetação ciliar; e muitas acabam pagando um preço alto por isto, através de inundações
constantes.
Além do processo de urbanização, as matas ciliares sofrem pressão antrópica por uma série de fatores:
são as áreas diretamente mais afetadas na construção de hidrelétricas; nas regiões com topografia acidentada, são as áreas preferenciais para a abertura de estradas, para a implantação de culturas agrícolas
e de pastagens; para os pecuaristas, representam obstáculos de acesso do gado ao curso d'água etc.
Este processo de degradação das formações ciliares, além de desrespeitar a legislação, que torna obrigatória a preservação das mesmas, resulta em vários problemas ambientais. As matas ciliares funcionam
como filtros, retendo defensivos agrícolas, poluentes e sedimentos que seriam transportados para os
cursos d'água, afetando diretamente a quantidade e a qualidade da água e conseqüentemente a fauna aquática e a população humana. São importantes também como corredores ecológicos, ligando fragmentos florestais e, portanto, facilitando o deslocamento da fauna e o fluxo gênico entre as populações de
espécies animais e vegetais. Em regiões com topografia acidentada, exercem a proteção do solo contra
os processos erosivos.
Apesar da reconhecida importância ecológica, ainda mais evidente nesta virada de século e de milênio,
em que a água vem sendo considerada o recurso natural mais importante para a humanidade, as florestas
ciliares continuam sendo eliminadas cedendo lugar para a especulação imobiliária, para a agricultura e a
pecuária e, na maioria dos casos, sendo transformadas apenas em áreas degradadas, sem qualquer tipo
de produção.
É necessário que as autoridades responsáveis pela conservação ambiental adotem uma postura rígida no
sentido de preservarem as florestas ciliares que ainda restam, e que os produtores rurais e a população
em geral seja conscientizada sobre a importância da conservação desta vegetação. Além das técnicas de
recuperação propostas neste trabalho, é fundamental a intensificação de ações na área da educação ambiental, visando conscientizar tanto as crianças quanto os adultos sobre os benefícios da conservação
das áreas ciliares.
A definição de modelos de recuperação de matas ciliares, cada vez mais aprimorados, e de outras áreas
degradadas que possibilitam, em muitos casos, a restauração relativamente rápida da cobertura florestal
e a proteção dos recursos edáficos e hídricos, não implica que novas áreas possam ser degradadas, já
que poderiam ser recuperadas. Pelo contrário, o ideal é que todo tipo de atividade antrópica seja bem planejada, e que principalmente a vegetação ciliar seja poupada de qualquer forma de degradação.
As matas ciliares exercem importante papel na proteção dos cursos d'água contra o assoreamento e a
contaminação com defensivos agrícolas, além de, em muitos casos, se constituírem nos únicos remanescentes florestais das propriedades rurais sendo, portanto, essenciais para a conservação da fauna. Estas
peculiaridades conferem às matas ciliares um grande aparato de leis, decretos e resoluções visando sua
preservação.
O novo Código Florestal (Lei n.° 4.777/65) desde 1965 inclui as matas ciliares na categoria de áreas de
preservação permanente. Assim toda a vegetação natural (arbórea ou não) presente ao longo das margens dos rios e ao redor de nascentes e de reservatórios deve ser preservada.
De acordo com o artigo 2° desta lei, a largura da faixa de mata ciliar a ser preservada está relacionada
com a largura do curso d'água. A tabela apresenta as dimensões das faixas de mata ciliar em relação à
largura dos rios, lagos, etc..
Continua na página seguinte (Ver Tabela)
TABELA DE DRENAGEM E ENCHENTES
Largura Mínima da Faixa
Situação
30 m em cada margem
Rios com menos de 10 m de largura
50 m em cada margem
Rios com 10 a 50 m de largura
100 m em cada margem
Rios com 50 a 200 m de largura
200 m em cada margem
Rios com 200 a 600 m de largura
500 m em cada margem
Rios com largura superior a 600 m
Raio de 50 m
Nascentes
30 m ao redor do espelho d'água
Lagos ou reservatórios em áreas urbanas
50 m ao redor do espelho d'água
Lagos ou reservatórios em zona rural, com área menor que 20 ha
100 m ao redor do espelho d'água
Lagos ou reservatórios em zona rural, com área igual ou superior a 20 ha
100 m ao redor do espelho d'água
Represas de hidrelétricas
Um ecossistema torna-se degradado quando perde sua capacidade de recuperação natural após
distúrbios, ou seja, perde sua resiliência. Dependendo da intensidade do distúrbio, fatores essenciais para a manutenção da resiliência como, banco de plântulas e de sementes no solo, capacidade de rebrota das espécies, chuva de sementes, dentre outros, podem ser perdidos, dificultando o processo de regeneração natural ou tornando-o extremamente lento.
Uma floresta ciliar está sujeita a distúrbios naturais como queda de árvores, deslizamentos de
terra, raios etc., que resultam em clareiras, ou seja, aberturas no dossel, que são cicatrizadas através da colonização por espécies pioneiras seguidas de espécies secundárias.
Distúrbios provocados por atividades humanas têm, na maioria das vezes, maior intensidade do
que os naturais, comprometendo a sucessão secundária na área afetada. As principais causas
de degradação das matas ciliares são o desmatamento para extensão da área cultivada nas propriedades rurais, para expansão de áreas urbanas e para obtenção de madeira, os incêndios, a
extração de areia nos rios, os empreendimentos turísticos mal planejados etc.
Em muitas áreas ciliares, o processo de degradação é antigo, tendo iniciado com o desmatamento para transformação da área em campo de cultivo ou em pastagem. Com o passar do tempo e,
dependendo da intensidade de uso, a degradação pode ser agravada através da redução da fertilidade do solo pela exportação de nutrientes pelas culturas e, ou, pela prática da queima de restos vegetais e de pastagens, da compactação e da erosão do solo pelo pisoteio do gado e pelo
trânsito de máquinas agrícolas.
O conhecimento dos aspectos hidrológicos da área é de suma importância na elaboração de um
projeto de recuperação de mata ciliar. A menor unidade de estudo a ser adotada é a micro bacia
hidrográfica, definida como aquela cuja área é tão pequena que a sensibilidade a chuvas de alta
intensidade e às diferenças de uso do solo não seja suprimida pelas características da rede de
drenagem. Em nível de micro bacia hidrográfica é possível identificar a extensão das áreas que
são inundadas periodicamente pelo regime de cheias dos rios e a duração do período de inundação.
Estas informações são extremamente importantes na seleção das espécies a serem plantadas, já
que muitas espécies não se adaptam a condições de solo encharcado, ao passo que outras só
sobrevivem nestas condições.
CONTINUA
TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES
Regeneração Natural:
Através da regeneração natural, as florestas apresentam capacidade de se recuperarem de distúrbios naturais ou antrópicas. Quand
uma determinada área de floresta sofre um distúrbio como a abertura natural de uma clareira, um desmatamento ou um incêndio, a
sucessão secundária se encarrega de promover a colonização da área aberta e conduzir a vegetação através de uma série de estádios secionais, caracterizados por grupos de plantas quer vão se substituindo ao longo do tempo, modificando as condições ecológicas locais até chegar a uma comunidade bem estruturada e mais estável.
A sucessão secundária depende de uma série de fatores como a presença de vegetação remanescente, o banco de sementes no solo, a rebrota de espécies arbustivo-arbóreas, a proximidade de fontes de sementes e a intensidade e a duração do distúrbio. Assi
cada área degradada apresentará uma dinâmica seccional específica. Em áreas onde a degradação não foi intensa, e o banco de sementes próximas, a regeneração natural pode ser suficiente para a restauração florestal. Nestes casos, torna-se imprescindível eliminar o fator de degradação, ou seja, isolar a área e não praticar qualquer atividade de cultivo.
Em alguns casos, a ocorrência de espécies invasoras, principalmente gramíneas exóticas como o capim-gordura (Melinis minutiflora
e trepadeiras, pode inibir a regeneração natural das espécies arbóreas, mesmo que estejam presentes no banco de sementes ou que
cheguem na área, via dispersão. Nestas situações, é recomendado uma intervenção no sentido de controlar as populações de invasoras agressivas e estimular a regeneração natural.
A regeneração natural tende a ser a forma de restauração de mata ciliar de mais baixo custo, entretanto, é normalmente um proces
lento. Se o objetivo é formar uma floresta em área ciliar, num tempo relativamente curto, visando a proteção do solo e do curso d'água, determina as técnicas que acelerem a sucessão devem ser adotadas.
Seleção de Espécies:
As matas ciliares apresentam uma heterogeneidade florística elevada por ocuparem diferentes ambientes ao longo das margens dos
rios. A grande variação de fatores ecológicos nas margens dos cursos d'água resultam em uma vegetação arbustivo-arbórea adaptada a tais variações. Via de regra, recomenda-se adotar os seguintes critérios básicos na seleção de espécies para recuperação de
matas ciliares:
plantar espécies nativas com ocorrência em matas ciliares da região;
plantar o maior número possível de espécies para gerar alta diversidade;
utilizar combinações de espécies pioneiras de rápido crescimento junto com espécies não pioneiras (secundárias tardias e climáticas);
plantar espécies atrativas à fauna;
respeitar a tolerância das espécies à umidade do solo, isto é, plantar espécies adaptadas a cada condição de umidade do solo.
Na escolha de espécies a serem plantadas em áreas ciliares é imprescindível levar em consideração a variação de umidade do
solo nas margens dos cursos d'água. Para as áreas permanentemente encharcadas, recomenda-se espécies adaptadas a estes
ambientes, como aquelas típicas de florestas de brejo. Para os diques, são indicadas espécies com capacidade de sobrevivência
em condições de inundações temporárias. Já para as áreas livres de inundação, como as mais altas do terreno e as marginais ao
curso d'água, porém compondo barrancos elevados, recomenda-se espécies adaptadas a solos bem drenados.
A escolha de espécies nativas regionais é importante porque tais espécies já estão adaptadas às condições ecológicas locais.
Por exemplo, o plantio de uma espécie típica de matas ciliares do norte do País em uma área ciliar do sul, pode ser um fracasso
por causa de problemas de adaptação climática. Além disso, no planejamento da recuperação deve-se considerar também a relação da vegetação com a fauna, que atuará como dispersora de sementes, contribuindo com a própria regeneração natural. Espécies regionais, com frutos comestíveis pela fauna, ajudarão a recuperar as funções ecológicas da floresta, inclusive na alimentação de peixes.
Recomenda-se utilizar um grande número de espécies para gerar diversidade florística, imitando, assim, uma floresta ciliar nativ
Florestas com maior diversidade apresentam maior capacidade de recuperação de possíveis distúrbios, melhor ciclagem de nutrientes, maior atratividade à fauna, maior proteção ao solo de processos erosivos e maior resistência à pragas e doenças.
Em áreas ciliares próximas a outras florestas nativas, e quando não se tem disponibilidade de mudas de muitas espécies, plantios mais homogêneos podem ser realizados. Nestas situações, deve ocorrer um enriquecimento natural da área recuperada, pela
entrada de sementes vindas das florestas próximas. Entretanto, salienta-se que o aumento da diversidade nestes plantios homogêneos tende a ser muito lento, podendo ser necessários posteriores plantios de enriquecimento ou até a introdução de sementes.
A combinação de espécies de diferentes grupos ecológicos ou categorias secionais é extremamente importante nos projetos de
recuperação. As florestas são formadas através do processo denominado de sucessão secundária, onde grupos de espécies adaptadas a condições de maior luminosidade colonizam as áreas abertas, e crescem rapidamente, fornecendo o sombreamento
necessário para o estabelecimento de espécies mais tardias na sucessão. Várias classificações das espécies em grupos ecológicos têm sido propostas na literatura especializada, sendo mais empregada a classificação em quatro grupos distintos: pioneiras,
secundárias iniciais, secundárias tardias e climáticas. A tolerância das espécies ao sombreamento aumenta das pioneiras e climáticas. Para facilitar o entendimento das exigências das espécies quanto aos níveis de luz, adotou-se apenas dois grupos: pioneiras e não-pioneiras. O grupo das pioneiras é representado por espécies pioneiras e secundárias iniciais, que devem ser plantadas de maneira a fornecer sombra para as espécies não pioneiras, ou seja, as secundárias tardias e as climáticas.
Tabela I Características de espécies arbóreas nativas do Brasil,
que compõem os diferentes grupos ecológicos.
Grupo Ecológico
Características
Pioneiras
Secundárias Iniciais
Secundárias Tardias
Climáticas
Crescimento
muito rápido
rápido
médio
lento ou muito lento
Madeira
muito leve
leve
mediamente dura
dura e pesada
Tolerância à
sombra
muito intolerante
intolerante
tolerante no estágio juvenil
tolerante
Altura das
árvores (m)
4 a 10
20
20 a 30 (alguns até 50)
30 a 45 (alguns até 60)
Regeneração
banco de sementes
banco de plântulas
banco de plântulas
banco de plântulas
principalmente pelo vento
ampla (zoocoria: grandes animais); restrita (gravidade)
médio
pequeno à médio mas sempre leve
grande e pesado
sem
sem
inata (imaturidade do embrião)
prematura (5 a 10)
relativamente tardia (10 a 20)
tardia (mais de 20)
curto (10 a 25)
longo (25 a 100)
Muito longo (mais de 20)
Dispersão
de sementes
Tamanhos
de frutos e
sementes
ampla (zoocoria: alta di- restrita (gravidade); ampla
versidade de animais); (zoocoria: poucas espécies
pelo vento, a grande dis- de animais); pelo vento, a
tância
grande distância
pequeno
Dormência
induzida (foto ou termordas semenregulada)
tes
Idade da 1.°
reprodução
(anos)
prematura (1 a 5)
Tempo de
muito curto (menos de 10)
vida (anos)
florestas secundárias e pri- florestas secundárias em estácapoeiras, bordas de ma- florestas secundárias, bormárias, bordas de clareiras e gio avançado de sucessão, flotas, clareiras médias e
das de clareiras, clareiras
Ocorrência
clareiras pequenas, dossel restas primárias, dossel e sub
grandes
pequenas
floresta e sub-bosque
bosque
Tabela II
Espécies indicadas
Na tabela II são apresentadas as espécies nativas indicadas para a recuperação de matas ciliares, com
os respectivos nomes vulgares, o grupo ecológico a que pertencem e a tolerância à umidade do solo.
Foram incluídas na lista aquelas espécies que aparecem em destaque na maioria dos estudos fitos sociológicos em matas ciliares, e as que a experimentação científica tem comprovado sua capacidade para
recuperar estas áreas. Espécies arbustivo-arbóreas, recomendadas para recuperação de matas ciliares
G.E. = grupo ecológico:
P = pioneira;
NP = não pioneira;
= secundária inicial. Quanto a indicação:
= áreas encharcadas permanentemente;
= áreas com inundação temporária;
C = áreas bem drenadas, não alagáveis.
Nome Científico
Nome Vulgar
G.E.
Indicação
Acacia polyphylla DC.
angico-branco
P
B, C
Acrocomia aculeata Lodd. ex Mart
macaúba, macaúva
P
B, C
Aegiplila sellowiana Cham.
tamanqueira, papagaio
P
C
Albizzia hassleri (Chod.) Burkart
farinha seca
P (Si)
C
Albizzia glandulosa Poepp & Endl.
tapiá
P
B, C
Alchornea triplinervia (Spr.) Muell. Arg.
tapiá mirim
P
A, B
Allophylus edulis (A. ST. HIL.) Juss
lixeira
P
C
Amaioua guianensis Aublet
café do mato, marmelada
NP
C
Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan
angico vermelho
P (Si)
C
Aniba fimula Mez
canelinha
NP
A
Annona cacans Warm.
araticum, araticum cagão
NP
B, C
Apulea leiocarpa Macbr.
garapa
NP
C
Aspidosperma cylindrocarpum Müell Arg.
peroba poca
NP
B, C
Aspidosperma polyneuron Müell. Arg.
peroba rosa
NP
C
Astronium graveolens Jacq.
guaritá, quebra-machado
P (Si)
C
Balfourodendron riedelianum Engl.
pau marfim
P (Si)
B, C
Bauhinia forficata Link.
unha-de-vaca
P (Si)
B, C
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) Berg.
guruçuca
NP
B, C
Brossimum gaudichaudii Trécul.
mamica-de-cadela
NP
B
Cabrelea canjerana (Veloso) Martins
canjerana
NP
B, C
Calophyllum brasiliensis Camb.
guanandi, landi
NP
A, B
Campomanesia xanthocarpa Berg.
gabiroba
NP
B, C
Cariniana estrellensis (Raddi) O. Kuntze.
jequitibá branco
NP
C
Cariniana legalis (Mart.) Kuntze.
jequitibá rosa
NP
C
Casearia decandra Jacq.
pitumba, guaçatonga, espeto
NP
B, C
Casearia sylvestris Sw.
guaçatonga, erva-de-lagarto
P
C
Cassia ferruginea Schard. ex DC.
canafístula
P (Si)
B, C
Cecropia glaziovi Sneth.
embaúba vermelha
P
B, C
Cecropia hololeuca Miq.
embaúba branca
P
B, C
Cecropia pachystachya Trécul.
embaúba
P
A, B
Cedrela fissilis Vell.
cedro
P (Si)
C
Cedrela odorata Ruiz & Pav.
cedro do brejo
NP
A, B
Centrolobium tomentosum Guill. ex Benth
araribá
P
A, B
P
A, B
Cestrum laevigatum Schlecht
CONTINUAÇÃO
Cestrum laevigatum Schlecht
P
A, B
Chorisia speciosa St. Hil.
Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichl.) Engl.
Citronella gongonha (Mart.) Howard
paineira
P (Si)
B, C
guatambú de leite
P (Si)
B, C
congonha
NP
A, B
Clethra scabra Pers
Columbrina glandulosa Perkins
vassourão, canjuja
P (Si)
A, B
saquaragi vermelho, sobrasil
P (Si)
C
Copaifera lansdorffii Desf. óleo copaíba, copaíba
NP
B, C
Cordia ecalyculata Vell.
P (Si)
B, C
Cordia superba Cham.
barbosa, grão-de-galo
Cordia trichotoma Vell. ex
louro-pardo, canela-batata
Steud.
Croton florinbuncapixingui
dus Spreng.
P
C
P (Si)
C
P
C
Croton priscus Müel. Arg.
pau-sangue
P
C
Croton urucurana Baill.
sangra d'água, aldrago
P
A, B
Cupania vernalis Camb.
Cytharexyllum myrianthum Cham.
Dendropanas cuneatum Decne. & Planch.
camboatã
P (Si)
C
pau-viola
P
A, B
maria-mole, mandioca
P (Si)
A, B
Duguetia lanceolata St. HIl. pindaíba, biribá
Endlicheria paniculacanela do brejo
ta (Spreng.) J. F. Macb.
Enterolobium contortisilitamboril, orelha-de-negro
quum (Vell.) Morang
NP
C
NP
A, B
P (Si)
B, C
Erythrina crista-gali L.
suinã
P
A, B
Erythrina falcata Benth.
Erythrina speciosa Andrews
sainã
P
B
candelabro, faquinha
P
A, B
Esenbeckia leiocarpa Engl. guarantã
NP
C
Eugenia florida DC.
guamirim
NP
A, B
Eugenia uniflora L.
pitanga
NP
C
Euterpe edulis Mart.
palmiteiro, jussara
NP
B
Ficus citrifolia Willd.
figueira
P (Si)
B
Ficus guaranitica Schodat figueira, figueira branca
P (Si)
B
Ficus insipida Willd.
Gallesia intergrifolia (Spreng.) Harms
figueira branca
P (Si)
A, B
pau d'alho
P (Si)
B, C
Genipa americana L.
Geonoma brevispatha Barb. Rodr.
Gomidesia affinis (Camb.)
D. Legr.
Guapira opposita (Vell.)
Reitz.
Guarea guidonea (L.)
Sjeum.
genipapo
NP
A, B
NP
A, B
guamirim
NP
C
maria-mole
P (Si)
B, C
marinheiro, cura-madre
NP
A, B
Guarea kunthiana A. Juss
marinheiro
NP
A, B
Guatteria nigrescens Mart. pindaíba-preta, araticum-seco
NP
C
Guazuma ulmifolia Lam.
P
C
Heliocarpus americanus L. jangada
Hyeronima alchorneoiurucurana, licurana
des Fr. All.
P (Si)
C
P (Si)
A, B
Hymenaea coubaril L.
jatobá
NP
B, C
Ilex brasiliensis Loes
cana da praia
café-de-bugre
mutambo
NP
A, B
Ilex paraguariensis St. Hil. erva-mate
NP
A, B
Inga affinis DC
ingá, ingá-doce
P (Si)
A, B
Inga fagifolia Willd.
ingá, ingá-feijão
P (Si)
A, B
Inga luschnatiana Benth.
ingá
P (Si)
A, B, C
Inga marginata Willd.
Inga uruguensis Hook. et
Arn.
ingá
P (Si)
A, B
ingá
P (Si)
A, B
Inga vera Willd.
ingá
P (Si)
A, B
CONTINUAÇÃO
Jacaranda macrantha Cham.
caroba-do-mato
P (Si)
A, B
Jacaratia spinosa (Aubl.) A.DC.
jaracatiá
P
C
Lafoensia pacari St. Hil.
dedaleiro
P (Si)
B, C
Lithraea molleoides Engl.
aroeira brava
P (Si)
B
Lonchocarpus muehlbergianus Hass.
embira de sapo
P (Si)
B, C
Luehea divaricata Mart.
açoita-cavalo
P (Si)
B, C
Luhea grandiflora Mart. & Zucc.
açoita-cavalo
P (Si)
C
Machaerium aculeatum Raddi
bico-de-pato, jacarandá-de-espinho P (Si)
B, C
Machaerium nictitans (Vel.) Benth.
bico-de-pato, jacarandá-ferro
P (Si)
B, C
Machaerium stipitatum Vog.
sapuvinha
P (Si)
B, C
Maclura tinctoria (L.) Don ex Steud. amoreira
P (Si)
B, C
Matayba elaeagnoides Radlk.
miguel pintado, pau-crioulo
P (Si)
B, C
Mauritia flexuosa L.
buriti
P
A, B
Metrodorea stipularis Mart.
carrapateira
NP
C
Myrcia rostrata DC.
lanceira, guamirim-miúdo
P
B, C
Myrciaria trunciflora Berg.
jabuticabeira
NP
C
Nectandra lanceolata Ness
canela-do-brejo
NP
A, B
Nectandra megapotamica (Spreng.)
canelinha, canela-preta
Mez
NP
C
Nectandra rigida (H. B. K.) Ness
canela-amarela, canela-ferrugem
NP
B, C
Ocotea beaulahie Baitello
canela
NP
B, C
Ocotea odorifera (Vell.) J.G. Rohwer canela sassafrás
NP
C
Peltophorum dubium (Spreng) Taub. angico-cangalha, canafístula
P (Si)
C
Pera obovata Baill.
pau-de-sapateiro, cacho-de-arroz
NP
A, B
maçaranduba
NP
C
pau-jacaré
P (Si)
C
Piptocarpha macropoda Baker
pau-de-fumo, vassoura-preta
P
C
Platyciamus regnelli Benth.
pau-pereira, cataguá
NP
C
Podocarpus sellowii Klotz. ex Endl. pinheiro-bravo
NP
B, C
Protium almecega March.
P (Si)
A, B
Persea pyrifolia Ness. & Mart. ex
Ness.
Piptadenia gonoacantha (Mart.)
Macbr.
almacegueira
Protium heptaphyllum (Aubl.) March amescla, almíscega, breu-vermelho P (Si)
Prunus myrtifolia (L.) Urb.
pessegueiro-bravo
NP
A, B
Pseudobombax grandiflorum (Cav.)
embiruçu
A. Rob.
P
B, C
Psidium guajava L.
P
B, C
Psychotria sessilis (Vell.) Müell. Arg. cafezinho-do-mato
NP
C
Rapanea ferruginea (Ruiz & Pav.)
Mez
azeitona-do-mato, capororoca
P (Si)
C
Rapaenea guianensis Aubl.
capororoca
P
A, B
P (Si)
A, B, C
NP
B, C
P (Si)
B, C
Rudgea jasminioides (Cham.) Müell. café-do-mato
NP
C
Sapium glandulatum Pax
leiteiro
P (Si)
B, C
Savia dyctiocarpa Kuhlm.
guaraiúva
NP
B, C
Schefflera morototonii (Aubl.) B.
Manguire
mandioqueiro, mandiocão
P
C
Schinus terebinthifolius Raddi
aroeirinha, aroeira-pimenteira
P
A, B
Schyzolobium parahyba (Vell.) Blake
ficheira, guapuruvu
P
B, C
Sebastiana brasiliensis Spreng
branquilho
NP
A, B
Sebastiana klotzschiana Müell. Arg. branquilho, capixava
NP
A, B
Sebastiana serrata (Baill) Müell. Arg. branquilho
NP
A, B
Seguieria floribunda Benth.
P (Si)
C
goiabeira
Rapanea umbellata (Mart. ex DC.)
capororoca-branca
Mez
Rheedia gardneriana Planch. & Triabacupari
na
Rollinia sylvatica (A. St. Hil.)
araticum-do-mato, cortiça
limão bravo
eguieria floribunda Benth.
CONTINUAÇÃO
limão bravo
Sesbania virgata (Cav.) Pers.
P (Si)
C
P (Si)
A, B
Sorocea bonplandii Burger
folha de serra
NP
C
Styrax pohlii A. D. C.
benjoeiro, estoraque
P (Si)
C
Syagrus romanzoffiana (Cham.)
Glass.
jerivá, coquinho babão
P (Si)
B, C
Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. caixeta
P (Si)
A, B
Tabebuia chysotricha (Mart. ex
DC.) Stanley
ipê-tabaco
P (Si)
C
ipê-roxo
P (Si)
B, C
ipê-amarelo-do-brejo
P (Si)
A, B
Talauma ovata St. Hil.
pinha-do-brejo
NP
A
Tapirira guianensis Aubl.
peito-de-pomba, pau-pombo
P (Si)
A, B
Terminalia triflora Griseb
pau-de-lança, amarelinho
NP
A, B
Trema micrantha Blume
crindiúva, trema
P
C
Trichilia catingua A. Juss.
catiguá
NP
C
Trichilia clausseni C. DC.
catiguá vermelho
NP
C
Trichilia elegans A. Juss.
catiguá miúdo
NP
C
Trichilia pallida Sw.
catiguá amarelo, baga-de-morcego
NP
B, C
Triplaris brasiliana Cham.
pau-formiga
P (Si)
B, C
Veronia difusa Less.
pau-de-fumo, vassourão-preto
P
C
Virola oleifera (Schott) A.C. Smith)
bicuíba
NP
B, C
Vitex montevidensis Cham.
tarumá
NP
A, B
Xylopia aromatica Baill.
primenteira, pindaíba
P (Si)
C
Xylopia brasiliensis (L.) Spreng.
pindaíba, asa-de-barata
NP
B, C
Xylopia emarginata Mart.
pindaíba-d'água
P (Si)
A, B
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
mamica de porca
P (Si)
C
Zeyheria tuberculosa (Vell.) Burn.
ipê-felpudo, bolsa-de-pastor
P (Si)
C
Tabebuia impetiginosa (Mart.)
Standley
Tabebuia umbelata (Sound.)
Sand.
INDICADORES DE RECUPERAÇÃO
O sucesso de um projeto de recuperação de mata ciliar deve ser avaliado por meio de indicadores de recuperação. Através destes indicadores, é possível definir se o projeto necessita sofrer novas interferências ou até mesmo ser redirecionado, visando acelerar o processo de sucessão e de restauração das funções da mata ciliar, bem como determinar o momento em que a floresta plantada passa a ser auto-sustentável, dispensando intervenções antrópicas.A avaliação da recuperação, através de indicadores, é função das metas e dos objetivos pretendidos com ela. Não se pode cobrar uma elevada diversidade biológica em um projeto cujo objetivo tenha sido o de proteger o solo e o curso d'água dos efeitos negativos da erosão do solo de uma área extremamente degradada. Neste aspecto, modelos de recuperação mais complexos,
envolvendo uma diversidade inicial maior de espécies, tendem a promover uma recuperação mais rápida da biodiversidade e da funcionalidade do ecossistema. Vários estudos têm proposto um conjunto de indicadores de avaliação da recuperação e da sustentabilidade dos projetos de restauração e, ou, manejo das florestas.Os insetos têm sido considerados
bons indicadores ecológicos da recuperação, principalmente as formigas, os cupins, as vespas, as abelhas e os besouros. Em nível de solo nas áreas em processos de recuperação, há uma sucessão de organismos da meso e macro fauna
que estão presentes em cada etapa da recuperação destas áreas, sugerindo que possam ser encontrados bioindicadores
de cada uma destas etapas. Outros indicadores vegetativos podem ser medidos como: chuva de sementes, banco de sementes, a produção de serapilheira e silvigênese. Estes indicadores apresentam a vantagem de serem de quantificação
relativamente fácil, quando comparados com outros indicadores biológicos.
1 - Regeneração Natural:
O monitoramento da comunidade jovem, do ponto de vista estrutural estático e dinâmico, possibilita a identificação do estágio Geral e a evolução da mesma. Assim, as análises da regeneração
natural são essenciais para se avaliar o sucesso da recuperação. A regeneração natural é analisada através de medições de diâmetro, no nível do solo, e da altura das plântulas e plantas jovens, presentes em pequenas parcelas amostrais, lançadas na floresta. Uma estratificação vertical auxilia o entendimento da dinâmica da regeneração natural. Estudos mais detalhados determinam categorias de tamanho para a análise da regeneração. A quantificação da regeneração,
quando associada com a classificação seccional das espécies (pioneiras, secundárias iniciais,
secundárias tardias e climáticas), compõe um indicador extremamente útil das condições de recuperação e de sustentabilidade da floresta ciliar. Quando, na regeneração natural, espécies típicas dos estágios iniciais da sucessão (pioneiras e secundárias iniciais) predominam em número
de espécie e, ou, de indivíduos, percebe-se indicativo de que a sucessão está muito lenta na área
e que as espécies tardias não estão conseguindo chegar até o local ou, embora estejam chegando, por algum motivo não estão conseguindo se estabelecer. Neste caso é necessário algum tipo
de intervenção. É claro que a análise deve levar em consideração o tempo em que a floresta foi
implantada.
2 - Banco de Sementes:
O banco de sementes compreende as sementes viáveis presentes na camada superficial do solo.
Através de uma moldura de 05 X 0,5 cm, lançada na superfície do solo, coleta-se toda a serapilheira e o solo, numa profundidade de 0-5 cm, que retém a maior parte das sementes. Transferindo para a casa de vegetação e livre de contaminações externas, são fornecidas condições de luz
e de umidade necessárias para a germinação das sementes. Após um determinado tempo, as sementes germinadas são contadas e as plântulas identificadas. É importante destacar que o banco
de sementes é formado, principalmente, por espécies pioneiras que, normalmente, apresentam
dispersão a longa distância e, portanto, não estão, necessariamente, presentes na vegetação arbórea local. Em condições de boa cobertura vegetal e com bom sombreamento do solo, esperase que estas espécies pioneiras presentes no banco não encontrem condições favoráveis à germinação e ao estabelecimento, a menos que ocorra um distúrbio. Contudo, este aspecto não diminui a importância do banco de sementes como indicador de recuperação e de sustentabilidade,
uma vez que são as espécies pioneiras que irão desencadear o processo de colonização de uma
área, após um distúrbio. O importante é determinar a riqueza de espécies do banco de sementes
e a proporção entre espécies nativas e invasoras. Um banco rico em sementes de espécies invasoras ou ruderais sugere que, frente a um distúrbio natural, como a abertura de clareiras, estas
espécies poderão vir a colonizar a área, podendo competir com as espécies nativas, afetando a
sustentabilidade da floresta ciliar.
CONTINUA
3 - Produção de Serapilheira e Chuva de Sementes:
A serapilheira compreende, principalmente, o material de origem vegetal (folhas, flores, rasos,
casas, frutos e sementes) e, em menor proporção, o de origem animal (restos animais e material fecal) depositado na superfície do solo de uma floresta. Atua como um sistema de entrada e
saída, recebendo entradas via vegetação e, por sua vez, decompondo-se e suprindo o solo e
as raízes com nutrientes e com matéria orgânica. Este processo é particularmente importante
na restauração da fertilidade do solo nas áreas em início de sucessão ecológica.
Em comunidades seccionais, o acúmulo de serapilheira e o tempo de sua remoção podem produzir mudança radical na estrutura, afetando a substituição de espécies dominantes, bem como a riqueza e a diversidade. A quantificação da serapilheira, ao longo do ano, permite estimar
a produção anual por hectare. Em uma área ciliar em recuperação, esta informação é muito importante, pois possibilita a comparação com outros estudos realizados em áreas ciliares. Se a
produção de serapilheira da área em avaliação está muito baixa em comparação com outras
comunidades ciliares pode estar ocorrendo problemas, em nível de ciclagem de nutrientes.
A ausência ou a baixa densidade de sementes de espécies não pioneiras na chuva de sementes significa que estas espécies terão dificuldades de regeneração na área em recuperação.
Como as espécies pioneiras são mais importantes na definição da estrutura da floresta, devem
ser tomadas medidas visando estimular sua chegada na área.
4 - Abertura do Dossel (extrato superior da cobertura vegetal):
O dossel da floresta, ou seja a cobertura superior da floresta formada pelas copas das árvores,
em termos ecológicos apresenta uma grande influência na regeneração das espécies arbustivo-arbóreas, além de atuar como barreira física às gotas de chuva, protegendo o solo da erosão. Em florestas secundárias jovens, o dossel normalmente encontra-se mais aberto, com
grandes espaços entre as copas das árvores, permitindo maior passagem de luz e, assim, inibindo a regeneração de espécies não pioneiras, especialmente as climáticas. Nas florestas maduras, o dossel é mais fechado, causando maior sombreamento no sub-bosque e favorecendo
a regeneração das espécies tardias, formadoras de bancos de plântulas.
Numa área ciliar em processo de restauração, espera-se que o dossel torne-se cada vez mais
fechado, à medida em que as árvores cresçam e que suas copas se encontrem. Contudo, em
áreas em que ocorreu mortalidade elevada de mudas, sem posterior replantio, o dossel apresentará muitas falhas, e a regeneração natural de espécies não pioneiras poderá ser prejudicada. Desta maneira, o nível de abertura do dossel pode ser um bom indicador da recuperação
de uma mata ciliar. Porém, cabe ressaltar que este indicador deve ser combinado com outros
principalmente com a regeneração natural, pois é possível se obter um dossel muito fechado,
com bom sombreamento e boa cobertura do solo em reflorestamentos homogêneos, e que, apesar da proteção ao solo, não são considerados auto-sustentáveis e são pouco eficientes na
recuperação da biodiversidade.
Existem vários métodos para se estimar a abertura do dossel, sendo a utilização de fotografias
hemisféricas o método mais prático e preciso. A abertura do dossel também pode ser estimada
através da projeção das copas das árvores, determinando-se a proporção entre as áreas cobertas e as abertas. É um método subjetivo, mas que possibilita uma visão geral do estado de
recuperação de uma floresta, em nível de cobertura do solo.
PARA ATRAIR BEIJA-FLORES E CAMBACICAS
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BROMELIÁCEAS:
Aechmea,
Bilbergia,
Neoregelia,
Nidularium,
Vriesia,
Tilamdsia
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TREPADEIRAS:
Brinco de Princesa (Fucsia),
Flor de São João (Pyostegia),
Lanterninha (Abutilon)
Maracujazeiro (Passiflora),
Primavera (Bougainvillea),
Tumbérgia (Thunbergia)
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ARBUSTOS:
Caliandra (Calliandra),
Camaradinha (Lantana),
Grevílea-de-jardim (Grevillea),
Hibiscos (Hibiscus),
Malvavisco (Malvaviscus)
Sálvia (Salvia),
Sanquésia (Sanchesia),
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ÁRVORES:
Eritrina (Erythrina),
Ipês (Tabebuia),
Mulungu,
Paineiras (Chorisia, bombax, Pseudo-bombax, etc),
Pata de vaca (Bauhinia),
Suínã
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PLANTAS CARNOSAS:
Babosa (Aloe),
Flor-de-Maio (Zygocactus),
Kalanchoe (Kalanchoe)
MUSÁCEAS (família das bananeiras):
Bananeira de jardim (Musa)
Flor do Paraíso (Strelizia),
Heliconias (Heliconia),
FORNECENDO FRUTOS DE POLPA COMESTÍVEIS
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PALMEIRAS:
Palmito (Euterpe),
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ARBUSTOS:
Araçás e Goiabeiras (Psidium),
Falsa murta (Murraya),
Framboesa-do-mato (Rubus),
Fruta-de-Sabiá (Acnistus),
Goiaba serrana (Feijoa),
Maria pretinha (Solanum),
Piracanta (Pyrachantha),
Tamanqueira (Aegiphila),
Violeteira (Duranta)
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ÁRVORES:
Abacateiro (Persea)
Alfeneiro (Ligustrum),
Amoreira (Morus),
Aroeira-mansa (Schinus),
Café-do-mato (Cordia),
Calabura (Mutingia),
Calicarpa (Callicarpa),
Camboatá (Cupania),
Castanha do Maranhão (Pachira),
Cinamomo (Melia),
Crindiúva (Trema),
Figueiras (Ficus),
Grumizama (Strenacalyx),
Guariroba (Campomanesia),
Imbaúba (Cecropia),
Ingá (Inga),
Jaqueira (Artocaupus),
Jenipapo (Genipa),
Magnólia-amarela (Michelia),
Mamoeiro (Carica),
Miconia (Miconia),
Nespereira (Eriobotrya),
Pau d'Alho (Gallesia),
Pinhas (Araticum, Annona, Rollinia),
Pitangueira (Eugenia),
Romã (Punica),
Tanheiro,
Tapiá-guaçu (Alchornea),
Tarumã (Vitex),
Uva japonesa (Hovenia)
OFERECENDO SEMENTES QUE AVES GOSTAM
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GRAMÍNEAS:
Capins (vide item seqüencial),
Gramas (Stenotaphrum, Paspalum, Digitaria),
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ÁRVORES:
Canelas (Ocotea, Nectandra),
Cássias (Cassia),
Cedro (Cedreia),
Guarantã (Esenbeckia),
Ingás (Inga),
Manacás, Quaresmeiras (Tibouchina),
Paineiras (Chorisia, Bombax, Pseudo-bombax, etc),
Pinheiro-do-Paraná (Araucaria),
Tamanqueira (Pera)
PROPORCIONANDO MATERIAL PARA CONSTRUIR NINHOS
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GRAMÍNEAS:
Bambus (Bambusa),
Capins (Andropogon, Melinis, Setaria, Paspalum, Panicum, etc)
Taquaras (Merostachys)
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PLANTAS QUE PRODUZEM PAINA:
Paineiras (Chorisia, Bombax, Pseudo-bombax, etc)
Taboa (Typha)
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PLANTAS QUE PRODUZEM FIBRAS:
Agaves (Agave)
Bromeliáceas (vide primeiro item),
Linho da Nova Zelândia (Phormium)
Palmeiras (vide item a seguir).
PLANTAS ONDE AVES GOSTAM DE CONSTRUIR NINHOS
ARBUSTOS E CERCAS VIVAS:
Alaia (Aglais),
Cedrinho (Cipressus, Thuja),
Ficus (Ficus), Hibisco (Hibiscus),
Ligustro (Ligustrum)
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PALMEIRAS:
Jerivá (Syagrus),
Palmeira imperial e real (Roystonea),
Palmeiras com folhas em leque (Washingtonia, Livistonia),
Seafórtia (Archontophoenix)
Tamareiras (Phoenix),
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ÁRVORES:
Alecrim de Campinas (Holocalyx),
Jacarandá mimoso (Jacaranda),
Magnolia-amarela (Michelia),
Paineiras (Chorisia, Bombax, Pseudo-bombax),
Pata de vaca (Bauhinia),
Tipuanas (Tipuana)
Este compêndio destina-se unicamente
ao ensino e á educação ambiental
das crianças e
das Escolas Públicas e privadas
além das freqüentadoras de aulas
do
Viveiro
do
“PROJETO EDUCAR”
“Gazeta Valeparaibana” (veículo divulgador do projeto)
Proibido o uso de seu conteúdo para fins comerciais.
Fontes consultadas (créditos):
- Ambiente Brasil
- Prefeitura do Estado de São Paulo
- Arvores do Brasil
- Portal Agroecologia.org.br
- Livros e referências constantes nos artigos correspondentes
PROJETO “Planta Brasil”
www.plantabrasil.brazi.us

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