Angus@newS - Associação Brasileira de Angus

Transcrição

Angus@newS - Associação Brasileira de Angus
JULHO/AGOSTO
DE 2011
1
Angus @ newS
Julho/Agosto
de 2011
ANO 12
- Nº 53
EDITORIAL
INFORMATIVO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANGUS
Impresso
Angus@newS
Especial
9912270051 – DR/RS
Associação
Brasileira de Angus
CORREIOS
22
Julho/Agosto
Julho/Agosto de
de 2011
2011
EDITORIAL
Angus@newS
Angus cresce
e Brasil reconhece
Paulo de Castro Marques
Quando
assumimos
o posto de comando da
raça Angus, lançamos
como uma de nossas metas o reconhecimento das
inúmeras qualidades da
genética Angus para a padronização de rebanhos e
para o cruzamento com
vacadas zebuínas visando
o melhoramento de rebanhos e a produção de carne de qualidade. Pois já
estamos sendo surpreendidos pelo uso e pela so-
licitação de nossa genética nas principais regiões
produtoras do País, com
especial ênfase ao Brasil Central, onde estão os
grandes projetos de pecuária com vistas à produção de carne de qualidade
e em quantidade.
O reconhecimento está
vindo rápido, e atribuo estes resultados não só aos
esforços que vem sendo
empreendidos pela ABA e
seus criadores, juntamente com o Programa Carne
Angus Certificada, mas
HUMOR - LUCA RISI
EXPEDIENTE
também, em muito, porque
a raça tem mesmo alta
qualidade. Como os norte
americanos e o mundo já
sabe, Angus é mesmo uma
raça completa.
Nosso foco agora, até
para consolidar esta expansão, é provar e promover o uso da genética
Angus nacional. Estamos
investindo em ações técnicas - como testes de
progênie e provas para
touros – capazes de ofertar ao mercado o sêmen
de reprodutores de produ-
ção nacional de apurada e
comprovada eficácia.
As vendas de sêmen
Angus, se em 2010 surpreenderam,
colocando
a raça em primeiríssimo
lugar, só perdendo para o
enorme Nelore, neste ano o
salto de crescimento seguramente deverá ser ainda
maior.
Esses e muitos outros
assuntos que mostram a
movimentação da raça
Angus no Brasil estão em
foco nas páginas do nosso
Angus@newS, que aliás
ressurge nesta Expointer
com uma edição mostrando ainda mais vigor (são
72 páginas!) e de roupa
nova, com um moderno
Projeto Gráfico, que qualifica ainda mais este fantástico produto de Comunicação.
São muitos trabalhos,
mas também grandes alegrias ...
A todos, uma excelente
leitura.
Paulo de Castro Marques
Presidente da ABA
Destaques
desta edição
O boom do sêmen Angus
03
Ultrassonografia, o início
14
Programa Carne Angus
20
Concurso Angus Mirim
30
Feicorte e a Nacional de Angus
38
Expointer 2011
46
Genética Nacional, eu acredito
52
Perfil - Luiz Anselmo Cassol
60
Prova de touros da Embrapa
66
Como ser competitivo na pecuária
68
Associação Brasileira de Angus
Diretoria Biênio 2011/2012
Diretoria Executiva - Diretor Presidente: Paulo de Castro Marques - Diretor 1ºVice Presidente: José Roberto Pires Weber - Diretor Vice Presidente: Mariana Franco Tellechea - Diretor Vice Presidente:
Eduardo Macedo Linhares - Diretor Vice Presidente: Valdomiro Poliselli Junior - Diretor Financeiro: Reynaldo Titof f Salvador - Diretor Administrativo: Marco Antônio Gomes da Costa - Diretor de Marketing:
Felipe Moura - Diretor de Núcleos: Sérgio Colaço da Silva - Diretor de Carne: Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello - Conselho de Administração - Membros Eleitos: Antônio Maciel Neto, Renato
Zancanaro, Renato Ramirez, Antonino de Souza Dornelles, Carlos Alberto Martins Bastos - Membros Natos (Ex-Presidentes da ABA): Angelo Bastos Tellechea, Antônio Martins Bastos Filho, Fernando Bonotto,
Hermes Pinto, José Roberto Pires Weber, Reynaldo Titoff Salvador, José Paulo Dornelles Cairoli, Joaquim Francisco B. de Assumpção Mello - Conselho Fiscal - Membros Efetivos: João Francisco Bade Wolf, Ronaldo
Zechlinski de Oliveira, Fábio Luiz Gomes - Membros Suplentes: Roberto Soares Beck, Frederico Fittipaldi Pons, Elio Sacco - Conselho Técnico: Susana Macedo Salvador – Presidente ([email protected]), José
Fernando Piva Lobato, Ricardo Macedo Gregory, Rogério Rotta Assis, Roberto Vilhena, Ângela Linhares, Amilton Cardoso Elias - Representante ANC ([email protected]).
Angus@newS
Coordenação: Juliana Brunelli de Moraes ([email protected])
Jornalistas Responsáveis: Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834
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* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.
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Angus@newS
Julho/Agosto de 2011
MELHORAMENTO
EDITORIAL
GENÉTICO
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Julho/Agosto Angus@newS
de 2011
Por Eduardo
Fehn Teixeira
O boom do sêmen,
a IATF, os projetos dos grandes frigoríficos
e a expansão da genética Angus
Nos últimos cinco anos, a procura pela genética Angus alcançou o
crescimento percentual de 192%, triplicando do ano de 2006 para cá.
Isto é um salto realmente fantástico. E segundo garante o presidente
da Associação Brasileira de Angus (ABA), Paulo de Castro Marques,
os pecuaristas preocupados com características como fertilidade,
precocidade sexual, musculosidade, rápido ganho de peso e terminação,
preferem Angus.
”D
e cada cinco bezerros nascidos
de cruzamento
industrial no Brasil, quatro
são de genética Angus”, impacta Marques, mostrando
que a preferência pela genética Angus, a partir de seus
resultados, cresce como
bola de neve entre técnicos
e produtores, sendo também
indicada nos grandes projetos de grupos frigoríficos,
caso do Silva, no Rio Grande do Sul, e do Marfrig,
com larga atuação no Brasil
Central.
Não é mais novidade que
a raça Angus vem demons-
trando ano a ano um significativo crescimento no mercado brasileiro de sêmen,
situação que a posiciona na
liderança deste segmento,
mesmo levando em consideração as vendas de sêmen
de todas as demais raças
taurinas.
Em março deste ano,
quando foi divulgado ao
mercado o tradicional Relatório da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), relativo ao ano
de 2010, ficava evidente a
liderança Angus. Em 2010
a raça registrou um crescimento de vendas de sêmen
de 23,38% em relação à
comercialização de sêmen
de 2009, alcançando um
volume de 1.792.496 de
doses negociadas, contra
os 1.452.813 obtidos em
2009.
Esses dados, sem dúvida
alguma, colocam a Angus
na liderança entre as demais raças de origem européia, com 83,52% de todo
o mercado nacional. Angus
só perde mesmo para o Nelore entre todas as raças de
corte. E com estes números
a Angus já responde por
29,75% de todo o sêmen
das raças de corte comer-
cializado no Brasil, que totalizam 6.025.214 doses.
Avanço no
Centro Oeste
Ainda mais revelador
do efetivo avanço da genética Angus, o relatório da
ASBIA mostrou que das
1.792.496 doses de sêmen
Angus vendidas em 2010,
um percentual de 49,32%
(ou 884.033 doses) foram
negociadas para o Centro
Oeste do Brasil, onde estão
os grandes projetos de pecuária que tem como base
o Nelore. E para garantir
um futuro realmente enorme para a genética Angus,
o mesmo documento revela
estimativas que apontam
que apenas 9% das fêmeas
em idade reprodutiva são
inseminadas no Brasil, escancarando um mega mercado ainda por ser desbravado.
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MELHORAMENTO
EDITORIALGENÉTICO
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Por que Angus?
Segundo o sub gerente ABA Programa Carne
Angus Certificada - Melhoramento Angus, Fábio
Medeiros, nos últimos 5
anos o volume total de sêmen comercializado no
Brasil teve crescimento de
57,52%. No mesmo período
a venda nacional de sêmen
Angus cresceu 192,22%.
Este crescimento mostra
fundamentalmente que a
experiência dos produtores
na utilização da genética
Angus tem sido produtiva e
positiva.
As vantagens de utilizar
a genética Angus não se restringem apenas às expressivas valorizações que os
novilhos recebem no abate
dentro do Programa Carne
Angus Certificada (que podem chegar a 10% acima
Cristiano Leal
do mercado), como também
nos resultados dentro da
porteira. A genética Angus
resulta em animais produtivos em termos de desempenho, fertilidade e precocidade de terminação, tanto
na raça pura como no cruzamento industrial. No momento da comercialização,
seja de animais terminados,
bezerros, novilhos para terminação, ventres para reprodução, o pecuarista se
depara com excelente liquidez e valorização em todos
os elos da cadeia.
A crescente procura por
Angus pode ser visualizada
quando se compara a evolução da raça com o crescimento do mercado de inse-
minação artificial como um
todo. No Rio Grande do Sul,
por exemplo, berço da raça
no Brasil, cerca de 55% do
total das doses de sêmen de
gado de corte utilizadas são
da genética Angus.
Já no Brasil central, o
grande interesse dos pecuaristas é resultado da excelente complementariedade
da genética Angus com as
raças zebuínas criadas naquela região, notadamente
o gado Nelore. Os animais
cruzados com Angus apresentam excelentes índices
zootécnicos
alcançando
acabamento superior precocemente, com excelentes
pesos de carcaça, compatíveis com os mais exigentes
mercados.
Angus/Nelore
é caminho sem volta
Com larga experiência
em projetos de produção
pecuária, em melhoramento
genético e em seleção e comercialização de sêmen no
Brasil e na América Latina,
o veterinário Luis Alberto
Müller, do alto de sua visão
internacional da movimentação da pecuária no Brasil,
primeiramente deixa claro
A procura por Angus pode ser
identificada quando se compara
a evolução da Inseminação
Fábio Medeiros
Angus@newS
A IATF vai trazer os mesmos
benefícios que o plantio direto
trouxe para a agricultura
Luis Alberto Müller
que o casamento Angus/
Nelore (zebu) é um caminho sem volta. Ele garante
que especialmente a partir
de 2009/2010, com o incremento do trabalho dos
grandes frigoríficos junto
aos produtores e aos mercados de venda de carne tanto
interno quanto externos, o
mercado brasileiro de pecuária percebeu e descobriu as
vantagens do uso da genética Angus para a produção
de carcaças melhoradas, de
carne de maior qualificação.
IATF é o Plantio Direto
E Müller já sai comparando os efeitos do uso da
IATF (Inseminação Artificial a Tempo Fixo) sobre
a pecuária nacional aos
benefícios trazidos à nossa
agricultura pela técnica do
Plantio Direto. Segundo ele,
um salto, que na pecuária
ainda não pode ser dimensionado com exatidão, mas
que é mesmo enorme em ganhos para toda a atividade.
Atuando
atualmente
como Gerente Geral da Ciale Alta na Argentina, Müller argumenta que a intensificação dos protocolos de
IATF na produção pecuária
possibilitaram maior velocidade na produtividade
através da melhoria genética, com redução nos custos.
“Em 2010, 50% de toda a
inseminação artificial em
gado de corte no Brasil foi
realizada através do uso de
hormônios para a sincronização de cio”, diz o técnico, lembrando que houve
grandes investimentos em
pesquisas e na geração de
produtos por parte dos laboratório, assim como enorme esforço para a difusão
dessas novas tecnologias
aos técnicos e ao mercado
de pecuária, eliminando em
muito os históricos períodos
de resistência ao novo.
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MELHORAMENTO
EDITORIAL
GENÉTICO
SOLUÇÃO GENÉTICA
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MELHORAMENTO
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Crescimento endógeno
“Para as empresas de
inseminação, houve um
crescimento endógeno, ou
seja: os clientes já existentes
passaram a inseminar muito
mais, adquirindo muito mais
doses de sêmen”, identifica
Müller, mostrando como foi
construído grande parte da
verdadeira explosão especialmente nas vendas de sêmen Angus. Para ele, o surgimento da IATF, ao menos
num primeiro momento, eliminou a realização de investimentos e esforços por parte das centrais de sêmen na
captação de novos clientes.
Por outro lado, Luis
Müller lembra que os preços
que vem sendo obtidos pelos bezerros (ou pelo boi de
abate) são bastante remuneradores, e por isso o produtor quer sempre mais e mais
bezerros, mais e mais bois/
novilhos para abate. Provas
Marcelo Vezozzo
Sérgio Saud
incontestes são os sucessos
que vem sendo obtidos tanto pelo Programa Carne Angus Certificada, quanto pelo
Programa Terneiro Angus
Certificado, ambos da Associação Brasileira de Angus
(ABA). E insiste que nesse
boom do sêmen, o Angus
tem grande destaque, por
sua performance junto aos
grandes rebanhos Nelore.
Luis Müller está projetando para este ano um
crescimento nas vendas de
sêmen bastante similar ao
do ano passado: cerca de
20%. E ele lembra que a
preferência por genética
Angus, que é algo notório no
Brasil, também está ocorrendo com igual intensidade
na Argentina.
O crescimento da genética
Angus no Brasil também está
ocorrendo na Argentina
CRI sempre
apostou em Angus
Sérgio Saud, diretor executivo da CRI Genética, já
sai afirmando que o mercado brasileiro de sêmen é
muito otimista e lembra que
a CRI já vem se preparando
para enfrentar esse boom
do sêmen e da genética Angus no Brasil há mais de seis
anos, considerando também
que a empresa tem sua base
na genética Angus. Ele reafirma que a CRI sempre
teve a raça Aberdeen Angus
como o carro-chefe de seu
catálogo corte.
“Numa
atualização
constante, os melhores criadores de Angus, especialmente dos Estados Unidos
onde está o melhor em Angus no mundo, são nossos
parceiros há muitos anos”,
diz o executivo, afirmando que a CRI apresenta ao
mercado no Brasil o que há
de mais atual em sêmen Angus, tanto para animais de
argola (de cabanha), voltados à produção de matrizes
e reprodutores, quando para
a chamada produção de
campo, com destaque aos
cruzamentos industriais.
Ségio Saud aponta algumas razões incontestáveis
para a centralização da preferência pelo sêmen e pela
genética Angus. Conforme
argumenta, a genética Angus dá padrão ao gado e
melhora as carcaças, a carne. Internamente o consumidor brasileiro está podendo
pagar mais e quer uma carne mais saborosa e macia. E
os frigoríficos também estão identificando nichos de
mercados no exterior e para
lá mandando carne de melhor qualidade, produzida a
partir de cruzamentos com
Angus. Esses mesmos frigoríficos, a exemplo do que faz
o Programa Carne Angus
Certificada, também estão
relacionando a genética Angus em seus grandes projetos de parceria com produtores, recomendando com o
uso da IATF aos neloristas
o cruzamento com Angus.
“É a melhor genética, melhorando a carne do maior
rebanho brasileiro”, aponta
o executivo da CRI.
Angus@newS
Com todo esse movimento no mercado, Sérgio Saud
revela que só no primeiro
semestre deste 2011 a CRI
registra crescimento nas
vendas de sêmen Angus da
ordem dos 70%
Araucária: é o início
da decolagem
Marcelo Vezozzo, da
Araucária Genética Bovina,
acredita que tendo como
base os dados de comercialização de sêmen Angus da
Asbia – relatório 2010, em
2011 o crescimento mínimo
deverá ser de 30% sobre
2010. “Angus não é modismo. É, isto sim, carne de
qualidade, a partir de comprovado melhoramento genético”, ratifica o dirigente.
Não importando se sêmen nacional ou vindo do
exterior, o que o mercado
quer é eficiência, diz Vezozzo. Ele apóia sua aposta
de que a explosão do uso da
genética Angus está apenas
começando, na verdadeira
parceria que estão acontecendo no mercado, unindo
indústrias e produtores. “Os
programas de produção de
carne de qualidade, a exemplo do pioneiro Programa
Carne Angus Certificada, da
ABA, se multiplicam pelo
Brasil, e os grandes produtores já podem contar com
o apoio das áreas técnicas
dos frigoríficos para selecionar os melhores touros, que
melhor vão atender às suas
demandas em suas regiões
de atuação”, detalha Vezozzo.
CRV investe em
provas de touros
Para o gerente corte
taurinos da CRV Lagoa,
veterinário Cristiano Leal,
o enorme incremento na
comercialização de sêmen
Angus, se por um lado é
altamente positivo, de outro não representa novidade para quem é do agro.
“Esse crescimento da genética Angus já é histórico.
Já aconteceu nos estados
unidos e em outros centros
e era questão apenas de um
maior amadurecimento do
mercado brasileiro para se
tornar fato também aqui”,
diz o técnico.
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MELHORAMENTO
EDITORIAL
GENÉTICO
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Vasco Beheregaray Neto
Mas se por um lado comemora, de outro Cristiano
lamenta o ainda ganho incipiente dos selecionadores
brasileiros produtores de
genética de alto nível. “Do
total do sêmen Angus vendido, como registra o relatório
da Asbia, tão somente 34%
(o que equivale a cerca de
600 mil doses) são de touros nacionais”, aponta o
técnico.
Ele critica que o ganho
maior ainda é de criadores
norte-americanos e argentinos.
E seu discurso tem razão de ser. Cristiano lembra
que a Lagoa é a central que
mais investe no fomento do
sêmen Angus Nacional. Diz
por exemplo, que dos pouco
mais de 30% do sêmen nacional negociado em 2010,
12% vieram de touros avaliados na Central de Performance CRV Lagoa, propagandeia.
MELHORAMENTO
EDITORIALGENÉTICO
Ele chama a atenção dos por problemas de nutrição
criadores de Angus para as e de manejo, com o auge
provas de touros que vem deste travamento ocorrendo
sendo promovidas pela CP em 2005, que registrou na
CRV Lagoa. “Nós não esta- venda de sêmen Angus de
mos apenas comercializando apenas 500 mil doses.
Avaliando o cenário nasêmen Angus. Estamos investindo em touros nacionais cional da atualidade, Vasco
com vistas à geração de uma lembra que o que ocorre
genética adaptada às condi- hoje no Brasil é quase óbções brasileiras e capaz de vio, se revisarmos os fatos
remunerar melhor o criador que marcaram o crescimene por certo o selecionador to da raça Aberdeen Angus
especialmente nos Estados
nacional”, defende.
Mas concorda que a par- Unidos, onde ela se transtir de agora são os grandes formou, há muitos anos, em
frigoríficos que passam a líder de mercado.
Ele completa a trajecomandar a festa da pecuária nacional. “Como resulta- tória da pecuária nacional
do desses grandes projetos lembrando que de 2005 em
envolvendo o maior rebanho diante, aí com mais critébrasileiro,
Nelore, temos a elevação
da Junto com o Angus, entramos
qualidad e
da carne e numa fase mais profissional,
da quanti- técnica e consciente
dade de carcaças abatidas. E isso só vai crescer, rios e maior tecnologia, os
junto com o uso da genética cruzamentos efetivamente
decolaram. “Veio o uso da
Angus”, afirma ele.
IATF e outras tecnologias
e aliados aos confinamentos
ABS: Lembrando
e ao apoio das indústrias
do primeiro salto
“O auge do uso de sêmen frigoríficas, tudo se modifiAngus nos cruzamentos in- cou e melhorou muitíssimo,
caminhos
dustriais no Brasil ocorreu possibilitando
em 2001, com 1,14 milhão seguros e o real desenvolvide doses”, recorda o gerente mento da pecuária brasileicorte da ABS, Vasco Behe- ra. “Agora, comparados ao
regaray Neto. “Tempos de- chamado primeiro mundo,
pois os cruzamentos entra- ingressamos numa segunram em crise, especialmente da fase de nossa pecuária,
Angus@newS
muito mais profissional,
mas técnica e consciente
de nossas potencialidades,
e isto se revela através do
sêmen que vem sendo cada
vez mais vendido, com largo destaque ao sêmen, à
genética Angus”, posiciona
Beheregaray Neto.
Momento da
pecuária brasileira
Depois de passar por um
processo de amadurecimento, o momento que experimenta a pecuária brasileira
é o maior responsável pelo
marcante crescimento na
comercialização de sêmen
Angus no País. É deste modo
que o diretor da Ciale Alta
(Alta Genetics)
no Brasil, Heverardo Carvalho,
justifica o incremento de vendas comprovado
pelo relatório da
Asbia relativo
ao ano passado.
“E este ano e nos próximos
esse crescimento será ainda
mais significativo, principalmente em razão dos visíveis
bons resultados que já são e
por certo serão obtidos com
a aplicação da genética Angus nos cruzamentos industriais com gados anelorados
no Brasil Central”, situa o
dirigente.
Heverardo recorda que
até cerca de sete anos atrás,
os pecuaristas realizavam o
que se pode chamar de misturamento de raças, e não
cruzamentos
orientados,
técnicos, capazes de gerar
Heverardo Carvalho
ganhos a partir de 20%
mais. “Dessas aventuras resultaram graves problemas
aos rebanhos, que demandaram algum tempo para que
fosse corrigidos, a partir de
uma retomada com base
nas modernas informações
e tecnologias disponíveis”,
asseverou. Mas conforme o
dirigente, há quatro ou cinco
anos o mercado da pecuária
tomou novos rumos no Brasil, agora corretos, e com o
uso de técnica e orientação,
inclusive com franca participação no processo dos
grandes grupos frigoríficos,
e alavancados pela excelência dos resultados do uso da
IATF, os produtores passaram a cruzar certo, fazer
melhoramento genético e
neste processo a genética
Angus é um dos componentes responsáveis por todo
o sucesso que vem sendo
obtido. “Não é por acaso o
enorme crescimento da venda de sêmen e de genéticas
Angus”, certifica o técnico
da Ciale Alta.
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EDITORIAL
CARNE
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MELHORAMENTO GENÉTICO
Angus@newS
Escolha do sêmen:
um momento crucial!
Por Ana Esteves
A
escolha do sêmen para
realização de técnicas
de inseminação artificial em bovinos é considerada como um dos momentos
cruciais da atividade pecuária, quer seja para o criador
que se dedica à produção
de terneiros para engorda
ou para aquele cujo foco é
a criação e comercialização
de grandes reprodutores.
A tarefa não é fácil e deve
sempre se basear numa série
de critérios para que o material selecionado possa efetivamente ter os resultados
genéticos esperados.
“Na hora de escolher o
sêmen é importante atentarse para as questões ligadas
à sua qualidade, o que fica
por conta da confiabilidade
que se deposita na central
que coleta e comercializa o
sêmen”, afirma a geneticista
da Gensys, Fernanda Brito.
De acordo com a especialista, as questões ligadas ao
potencial de produção do
touro escolhido em relação
ao objetivo que se quer para
o rebanho é outro ponto a
ser levado em conta. “Nisso
entram as DEPs e suas respectivas acurácias que nortearão a escolha e intensidade de uso de determinado
sêmen”, diz a especialista.
Fernanda explica que a
DEP do animal, cujo sêmen
está sendo comercializado,
representa a diferença de
produção esperada na progênie em relação à média
da população onde os filhos
foram avaliados. Ou seja,
a DEP se refere ao valor
mais próximo possível do
valor genético verdadeiro do
touro, daquilo que ele pode
passar através da contri-
buição de seu genoma para
as gerações futuras. Para
entender conceitualmente
a DEP, a geneticista tomou
como exemplo a característica número de dias para ganhar 400 kg do nascimento
ao sobreano (D400). “Consideremos os touros A e B,
com DEPs de 40 e 10 dias,
respectivamente. A diferença
entre as DEPs dos touros A
e B é, portanto, de 30 dias.
Isto significa que se ambos
os touros forem acasalados
com grupos semelhantes de
vacas e os produtos forem
submetidos às mesmas condições ambientais, os produtos do touro A serão, em
média, 30 dias mais precoces para ganhar 400 kg de
peso do que os produtos do
touro B”.
Acurácia da DEP
Outro conceito importante na hora de escolher o sêmen se refere à acurácia da
DEP. Fernanda Brito mede
justamente o quão próximo
a DEP está do valor genético verdadeiro. É a correlação entre estes dois valores.
A acurácia indica, portanto,
o grau de confiança depositado na estimativa da DEP.
Os valores de acurácia podem variar de 0 a 1 (ou 0 a
100), sendo que os valores
mais elevados indicam maior
segurança na estimativa da
DEP. “A acurácia é uma função da quantidade de informação disponível para avaliação do touro. São fontes
de informação os dados do
seu próprio desempenho, do
desempenho de sua progênie
e de todos os seus parentes
(pai, mãe, irmãos inteiros,
meio-irmãos, etc.). Quanto
maior a quantidade de informação disponível, mais elevado é o valor da acurácia”.
Importância dos
Sumários
O geneticista Mário Pic-
Fernanda Brito
coli, também da equipe da
Gensys, destaca ainda o uso
dos sumários como critério
essencial na hora de escolher o sêmen. “Com esse
documento de dados, o produtor tem a certeza de estar
escolhendo touros testados”,
valoriza. Além disso, o especialista enfatizou a importância de serem escolhidos
animais jovens, incluídos nos
parâmetros de aval da raça.
“É o sumário que norteia a
compra de animais bem ranqueados e o produtor deve
preferir sempre os 10% melhores e mais jovens.”
Terneiros ou Touros?
Piccoli enfatiza que as
duas principais características observadas pelos produtores devem ser sempre as
que se referem à produtividade dos animais, para quem
trabalha com terneiros para
engorda e, por outro lado, os
aspectos reprodutivos, para
os criadores que se dediquem
à produção de touros. “Só
depois é que os produtores
devem fazer o tal pente fino
do fenótipo, de acordo com
a identidade de seu rebanho:
se é vermelho ou preto, se
tem pelo mais comprido ou
mais curto, entre outros”.
O Mérito Genético
Fernanda Brito complementa e explica que a seleção do sêmen costuma ser
feita com base em mais de
uma característica, formando um índice que agrega
num único valor o Mérito
Genético total do animal. As
características são definidas
buscando-se um equilíbrio
entre as características de
carcaça (avaliadas através
de ultra-som e de escores
visuais de conformação, precocidade e musculatura), a
velocidade de ganho de peso
(expressa em kg ou dias) e
o perímetro escrotal (como
indicadora de precocidade
sexual).
Ao traçar um comparativo entre as provas nacionais
e as importadas, Fernanda
diz que as produzidas no
Brasil não deixam nada a
desejar em relação às constituídas fora do País. “Pelo
contrário, o volume de dados produzido em nosso país
provoca “inveja” nos estrangeiros dependendo da raça”.
O que acontece é que há
características medidas em
programas estrangeiros que
não apresentam um volume
expressivo aqui e vice-versa
o que dá o caráter de complementariedade entre as
provas nacionais e as fora do
Brasil.
Genótipo-Ambiente
Sobre a questão da interação genótipo-ambiente,
numa situação em que o
sêmen de um reprodutor de
um país é exportado para
outro, a geneticista explica
que avaliar e considerar essa
interação em programas de
melhoramento pode trazer
vantagens econômicas significativas. “Tanto no sentido
de detectar a significância
dessa interação, como no de
utilizá-la na seleção, predizendo e otimizando os ganhos
de acordo com os diferentes
sistemas de produção”. Ela
lembra que o fenótipo dos
indivíduos é o resultado de
seu genótipo, manifestado
segundo o ambiente em que
este indivíduo está exposto.
Desconsiderar a ocorrência
de interação genótipo-ambiente nos modelos em que
ela de fato ocorre não tem
implicação nas propriedades
estatísticas da DEP, porém a
sua aplicação na seleção de
animais em ambientes muito
diferentes daqueles em que
os dados foram coletados
fica prejudicada e o progresso genético esperado se torna menor.
Nacional ou importado?
Para o veterinário Luis
Alberto Müller, Gerente Geral da Ciale Alta na Argentina, independentemente de
ser nacional ou importado,
o sêmen a ser utilizado deve
ser selecionado de acordo
com a adequação da necessidade do sistema produtivo,
do tipo de gado, do meio ambiente onde está a produção
e do objetivo da exploração.
Müller observa que a genética Angus, por sua enorme variedade genética, possibilita um amplo espectro
de escolhas.
“Até demorou, mas a genética Angus e seus ganhos
finalmente foram descobertos e estão sendo cada vez
mais utilizados pelo mercado, com visíveis ganhos
a todos os componentes do
processo, começando pelos
produtores e terminando
com os consumidores finais”, observa o técnico.
Mário Piccoli
11
Angus@newS
Julho/Agosto de 2011
LEILÕES EDITORIAL
CHANCELADOS
Angus@newS
Março/Abril
de 2010
12
MELHORAMENTO GENÉTICO
Julho/Agosto de 2011
Angus@newS
No Pará,
maior Projeto de IATF do mundo
Por Alexandre
Gruszinsky
A
tecnologia da IATF
(Inseminação Artificial em Tempo Fixo)
vem destacando o Brasil
entre os demais países produtores de carne. Não somos apenas um dos maiores usuários dessa moderna
ferramenta no mundo da
pecuária, como também
temos o maior projeto de
inseminação por IATF de
todo o planeta. Localizado
no estado do Pará, o projeto
contempla 130 mil matrizes
inseminadas com esta tecnologia. A informação é do
gerente técnico responsável
pela linha de produtos reprodutivos da MSD Saúde
Animal, uma empresa do
grupo Merck, João Paulo
Barbuio.
Falando para o Angus@
newS, o técnico explica que
a tecnologia da IATF foi de-
senvolvida para dar maior
dinamicidade à pecuária,
eliminando duas limitações
que existem na inseminação
artificial: a duração do cio
das fêmeas de origem zebuína que é mais curto que o
das fêmeas de origem taurina, e o intervalo entre os cios
das vacas paridas, tanto das
espécies européias quanto
das zebuínas, que vai de 90
a 120 dias após a parição.
Como o intervalo do cio das
vacas é de 12 horas a cada
21 dias, sendo somente no
período dessas 12 horas que
as fêmeas aceitam o macho
ou podem ser inseminadas
artificialmente, o pecuarista
inseminava todo o seu rebanho num período muito
maior, porque os cios não
ocorrem ao mesmo tempo
em todas as vacas.
“Após o surgimento da
IATF, porém, aquelas limitações foram superadas e já
é possível a inseminação de
todo o rebanho ao mesmo
tempo”, destaca o especia-
lista.
A IATF foi desenvolvido
em pesquisas nos Estados
Unidos e Europa e começou
a ser usado no Brasil no final da década de 80 e início
dos anos 90 pelo professor
Ed Hoffmann Madureira,
do Departamento de Reprodução Animal da Faculdade
de Medicina Veterinário e
Zootecnia da Universidade
de São Paulo. A tecnologia
permite a sincronização do
cio através de um tratamento hormonal, com hormônios
que são produzidos pelos
próprios animais. O Protocolo é composto por um conjunto de injeções e implantes
auriculares ou intra-vaginais
que são aplicados nas fêmeas e permitem manipular os
seus hormônios naturais e
sincronizar o cio.
A tecnologia se tornou
disponível comercialmente
em fins do século passado
e início do ano 2000, mas o
seu “boom” se deu a partir
de 2007 para cá. “Segun-
do estatísticas, em 2001 a
inseminação por IATF atingia somente 1% das vacas
inseminadas artificialmente. No ano passado os dados mostraram que este
percentual já havia atingido
os 50%”, informa o técnico
da Merck.
Na análise de João Paulo este é o fator que vem
ocasionando o crescimento das vendas de sêmen no
Brasil nos últimos anos. Ele
lembra que historicamente
a média da venda de sêmen
no País era de sete milhões
de doses por ano, mas a
partir de 2007 este número
vem crescendo em torno de
um milhão por ano. “E isto
é em função da utilização
desse Protocolo, cujo objetivo é aumentar a eficiência
e agregar valor a pecuária”, complementa ele.
De acordo com o gerente da Merck, na estação de
monta 2010/2011 foram
inseminadas por IATF 5,5
milhões de matrizes. A ex-
pectativa é que se inseminem cerca de sete milhões
nesta próxima estação.
Angus vai
crescer bem mais
O zootecnista e gerente
da linha genômica da Merck, Alexandre Zadra, não
tem dúvidas de que a utilização do IATF impulsionará cada vez mais a venda
de sêmen. Ele acredita que
a raça Angus em particular
presenciará um crescimento ainda maior em 2011 do
que já teve no ano passado.
“Os programas de carne
vem promovendo o crescimento do uso de sêmen
Angus porque ele complementa o zebu e como a vaca
Nelore é a matriz da pecuária no Brasil tropical e existe uma demanda crescente
por parte da indústria por
carcaças de animais jovens
e bem acabados a tendência
de utilização do Angus na
inseminação será crescente”, conclui.
TÉCNICOS CREDENCIADOS
Utilize os serviços do Corpo Técnico da Associação
UF CIDADE
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Promissão
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14 8147.7797
13
Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
Angus@newS
14
Julho/Agosto de 2011
MELHORAMENTO GENÉTICO
Angus@newS
Ultrassonografia
O início da certificação no País
Por Horst Knak
N
o final de junho, a
ultrassonografia foi
o tema central do I
Workshop Internacional de
Avaliação Animal, realizado
na Faculdade de Agronomia
da Ufrgs, em Porto Alegre, RS, e organizado pelo
professor e especialista do
tema,Jaime Tarouco, tendo
a ABA como uma das patrocinadoras.
Convidados
especiais de Tarouco, dois
técnicos norte-americanos
concentraram as atenções.
O diretor executivo da Ultrasound Guidelines Council,
PhD Michael Tess, explicou o
funcionamento do sistema de
ultrassonografia em seu país,
onde é uma tecnologia consagrada há pelo menos 15
anos. Nos dias 30 de junho e
1º de julho, foram realizados
o treinamento e certificação
de técnicos de laboratório
para a prática da ultrassonografia bovina, conduzidos
pela UGC.
A UGC – criada pelas
principais associações de
raça dos EUA - é o órgão
certificador de técnicos e
coordenador do sistema de
ultrassonografia de carcaças nos Estados Unidos.
Além de preparar técnicos,
fiscaliza e regula a atividade. Segundo Michael Tess,
os valores variam entre US$
15 e US$ 20 por animal
avaliado. Na raça Angus,
somente em 2010, foram
avaliados 200 mil cabeças.
No gado fino, todos os machos e fêmeas entram no
programa de ultrassonografia, o que garante resultados
próximos da perfeição na
avaliação do rebanho.
O técnico Mike Henry,
que atua na National Cup
Lab (Centralized Ultrassound Processing), um dos
laboratórios credenciados
pela UGC, definiu a questão
com uma frase: o melhoramento genético não pode
ser atingido se não for possível medi-lo. Em sua palestra, explicou que a idéia
de usar a ultrassonografia
no melhoramento genético
foi dos pesquisadores John
Crouch (ligado à American
Mike Henry
Michael Tess
Angus Association) e David
Nichols, com a participação efetiva de Doyle Wilson
e Gene Rouse. A partir de
2001 o sistema informatizado foi usado na avaliação
genética, sendo adotado pelas Associações de Raça dos
EUA. Segundo ele, todos
os softwares e os equipamentos só terão a eficiência desejada se as imagens
tiverem alta qualidade e os
dados gerados forem muito
precisos. Com isso reduzemse os erros de interpretação
e os ganhos genéticos se
tornam possíveis. >>>
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Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
Angus@newS
16
MELHORAMENTO GENÉTICO
Julho/Agosto de 2011
Jaime Tarouco
Luciano Andrade
Para a indústria, o ultrassom é uma
ferramenta que vai acrescentar
qualidade ao produto final
O gerente de fomento do
Marfrig, Luciano Andrade,
assinalou em sua palestra
a necessidade da indústria
de identificar produtores
e sistemas que direcionam
para qualidade. De acordo
com os produtos ofertados, a empresa já possui
nichos de mercados específicos. Por isso, ele explicou
que se busca a superação
das principais dificuldades, como a avaliação pu-
ramente visual, a falta de
equipamentos
precisos,
a falta de padronização
dos rebanhos, diferenças
nos tamanhos dos lotes e
a falta do pagamento por
mérito.
Segundo ele, as novas
tecnologias – em especial
o ultrassom – vão beneficiar diretamente os mercados da alta gastronomia, o
“doméstico premium”, as
churrascarias, a exportação de carne de qualidade
e o mercado do vitelo. Segundo ele, estes segmentos
muito exigentes também
empurram a indústria para
os caminhos da ultrassonografia. Ele explica: “a alta
gastronomia (o restaurante Varanda Grill, por exemplo) quer grande área de
olho de lombo, peças com
determinado tamanho e
comprimento, marmoreio,
acabamento, peso final e
idade de abate, um tempo
mínimo de confinamento,
entre outras exigências”.
Segundo ele, o ultrassom
indica que determinado
animal tem potencial para
preencher as exigências de
um segmento específico de
mercado.
Já na linha doméstica premium – onde estão
perfilados a dona de casa
e o churrasqueiro de fim
de semana – conta muito
a maciez e o acabamento
do produto. “Para termos
carne macia, precisamos
trabalhar muito a idade de
abate e a genética. Atualmente o Marfrig apresenta
ao consumidor a compra
destes cortes já porcionados – o que representa
qualidade com economia.
O consumidor abre a embalagem e consome, sem
qualquer perda”, aponta.
Já para as churrascarias
de porte, a apresentação
do corte é fundamental.
Para Luciano Andrade,
do ponto de vista da indústria, a ultrassonografia
tem importância estratégi-
Angus@newS
ca, porque contribui para a
antecipação do potencial
animal, permite estimar o
retorno econômico, permite racionalizar o manejo e
o tempo de confinamento,
bem como a padronização
dos lotes. Cada dia a menos em confinamento representa um enorme ganho
financeiro para a cadeia.
Para Luciano, a ultrassonografia vai caminhar lado
a lado com outras técnicas
de ponta, como a inseminação artificial, o cruzamento industrial, as dietas de
alta concentração, a IATF,
a transferência de embriões e o uso de grãos inteiro
no acabamento.
O professor da faculdade de Zootécnica da USP,
Saulo da Luz e Silva, destacou a importância da avaliação das características
que interferem na produção
de carne de qualidade. Ele
apresentou suas pesquisas
e aplicações desenvolvidas
no Brasil Central.
17
Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
Angus@newS
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OPINIÃO
Julho/Agosto de 2011
Angus@newS
Aspectos Técnicos
e Comerciais da FIV
Rednilson
Moreli Gois
A produção in vitro de
embriões, nada mais é que
uma evolução na técnica de
transferência de embriões
(in vivo), essa tecnologia
(FIV) envolve as etapas de
recuperação e maturação
dos oócitos, a fertilização
ou fecundação do oócito
maduro e subseqüente desenvolvimento embrionário
in vitro e sua inovulação em
receptoras. Com o advento
da FIV, outras tecnologias
relacionadas a reprodução
também ganharam força
comercialmente como a clonagem e transgenia animal
(produção de animais transgênicos e clones), novas técnicas de criopreservação de
embriões (vitrificação).
Para maior compreensão da técnica, dividimos em
três técnicas distintas envolvidas na FIV:
1º Aspiração Folicular.
2º Produção in vitro do
embrião.
3º Inovulação do embrião na receptora.
Aspiração Folicular: é
feita através da utilização
de imagens feitas por ultrassonografia, com o auxilio de uma guia (probe e
agulha) e bomba de vácuo,
os folículos ovarianos são
aspirados e seus oócitos são
recuperados, lavados, classificados e encaminhados
Com o avanço da pecuária brasileira nos últimos anos , apresentou-se
importante papel na evolução da economia e desenvolvimento do país.
Segundo o Conselho Nacional da Pecuária de Corte a partir de 2007 o Brasil
consolidou-se como o maior exportador mundial de carne bovina. Esse ganho
deve-se a melhoria da produtividade e qualidade da carne, aos avanços
alcançados na criação (manejo e alimentação) e ao potencial genético dos
animais, principalmente na produção de reprodutores através da Técnica de
FIV, raças Zebuínas desde 2000 e agora as raças taurinas ganham força,
principalmente o Angus
para o laboratório. Fatores que influenciam na recuperação e
qualidade dos oócitos:
- Doadora: idade, estado
corporal, nutrição, raça e ciclo estral.
- Responsável técnico:
habilidade e equipamento.
Produção in vitro dos
embriões (FIV) esta dividida em três etapas: maturação, fertilização e cultivo in
vitro. A maturação ocorre
em 24 horas , começando
na hora que os oócitos são
aspirados e colocados em
meios de maturação e concentração de CO² controlados (estufas de CO²). Após
as 24 horas de maturação
os oócitos estão aptos a fecundação, com sêmen previamente escolhido e preparado para a fertilização
in vitro. O cultivo começa a
partir dos oócitos serem fecundados (Clivagem) e seu
desenvolvimento até embriões (Blastócitos) tem a duração de 7 dias.
Fatores que influenciam na produção e cultivo de embriões
- Transporte dos oócitos: temperatura e meio de
transporte adequado.
- Distancia: quanto menor a distancia maior a pro-
A seleção em tempos de
globalização, mudanças climáticas
e tecnologias genômicas
dução (08 horas).
- Qualidade dos oócitos:
quanto maior melhor a produção
- Sêmem: variações entre touros e raças, conservação e partidas.
- Acasalamento: variações individuais entre touros
e doadoras.
- Condições de produção
in vitro dos embriões: Laboratório, meios utilizados,
treinamento e qualificação
dos profissionais.
Inovulação do embrião
(Blastocisto) nas receptoras ocorre 8 dias após a
aspiração folicular (1 dia
maturação, 7 dias de cultivo e desenvolvimento embrionário), são transferidos
somente os embriões grau 1
de qualidade, e alguns fatores influenciam no índice de
prenhez desses embriões:
- Qualidade, avaliação e
seleção do embrião;
- Receptoras: estado
cor­­poral, qualidade do corpo lúteo.
- Responsável Técnico:
habilidade do veterinário.
- Sincronização do embrião e receptora: estagio
de desenvolvimento do embrião é data do cio base da
receptora.
- Distância: 12 horas.
Principais vantagens
na produção de embrião
pela técnica de FIV
- Pode ser usada em conjunto a coleta de embrião
convencional, aumentando o
nº de embriões, conseqüen-
temente aumentando o numero de gestações de uma
única doadora em um curto
período de tempo.
- Intervalo entre aspirações : doadoras podem ser
aspiradas 1 vez por semana.
- Indicado para fêmeas
em diversas faixas etárias:
bezerras pré-pubis (diminuição do intervalo entre gerações) ate vacas senis.
- Reprodução de doadoras que não respondem bem
aos protocolos de super
ovulação ou que apresentam patologia reprodutivas
adquiridas
(mucometra,
obstrução de tuba uterina,
aderência de útero, etc.)
- Doadoras gestantes:
ate o 4º mês de gestação
- Não administração de
hormônios: nos casos onde
alguns proprietários mostram-se contrários e reticentes ao uso dos mesmos.
- Pós-morte: Fêmeas de
alto valor genético que por
algum motivo morreram ou
foram sacrificadas.
- Alto custo de dose de
sêmen de alguns touros: 01
dose para cada 10 doadoras
(em torno de 300 oócitos
por dose de sêmen).
Alguns números da evolução de FIV no Brasil.
Hoje somos os maiores produtores de
embriões de FIV do mundo.
Técnica
2000
2006
FIV
12.597
196.663
1561%
TE
38.595
69.886
181%
TOTAL
51.199
266.549
521%
SBTE Produção de embriões de FIV,
mostra a evolução nos resultados.
Ano
Oócito
Embriões (BL)
% BL
Prenhes
2002
18.246
5.814
32%
28%
2009
103.071
35.226
34%
40%
Vitrogen
Efeitos das Raças.
Com maior utilização da técnicas em raças zebuínas,
observamos melhores resultados que em raças taurinas.
Raça
Oócito
BL
% BL
Angus
2.149
513
24%
Brahma
143.678
51.235
36%
Brangus
963
215
22%
Hereford
767
269
35%
Holandês
2972
797
27%
Embryo
Concluímos com isso que o emprego da FIV em animais
de alto valor genético, para produção de matrizes e touros
(reprodutores) vai a cada ano contribuindo mais com o
desenvolvimento da pecuária de corte no Brasil.
Central Embryo Rio Preto, SP
Embryo Sul – Alegrete, RS
www.centralembryo.com.br
19
Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
Angus@newS
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Julho/Agosto de 2011
Feira da Novilha
Angus – Expointer
A Associação Brasileira de Angus, Santa Úrsula Remates e Farsul estão preparando para este ano mais
uma edição da Feira da Novilha Angus, evento que em
sua IV Edição já é sinônimo de volume e qualidade de
ventres da raça na Expointer.
Na edição de 2010, 540 ventres Angus foram ofertados e comercializados com liquidez e valorização superior. Os compradores reconhecem o trabalho de seleção que é feito pelos técnicos da ABA e identificam na
feira a oportunidade de compra de animais superiores
que vão produzir eficiência e rentabilidade nas propriedades.
A edição deste ano será realizada em 3 de setembro,
às 14h, na pista J – Parque de Exposições Assis Brasil.
A intenção é superar o volume de animais ofertados na
edição anterior, com qualidade ainda melhor.
Auditoria internacional aprova
certificação Programa Angus
A certificadora internacional Ausqual, através da
sua subsidiária Brasil Certificação, aprovou mais uma
vez o Programa Carne Angus Certificada em todos os
quesitos avaliados. A aprovação foi concedida após
auditoria realizada pelos
auditores, Guilherme Beil
Amado e Samira Baldin que
visitaram no final de junho
e primeira semana de julho
as unidades dos frigoríficos
parceiros no Rio Grande do
Sul, São Paulo e Goiás. Com
isso, o Programa Carne Angus Certificada é o único da
área de carnes do Brasil a
contar com certificação internacional desde 2007. As
auditorias são periódicas e
os especialistas da Brasil
Certificação verificam todos
os processos e registros do
programa da ABA, atestando sua confiabilidade.
O subgerente da ABA e
coordenador dos programas de carne de qualidade,
Fabio Medeiros explica que
para atingir o atual status
de certificação internacional, a ABA iniciou em 2005
a padronização dos processos envolvidos. Também capacitou inspetores e instalou sistema de gestão pela
qualidade que normatiza
os procedimentos de todas
as etapas do programa: das
questões internas de certificação da carne até as relacionadas à satisfação dos
pecuaristas e dos consumidores finais.
O presidente da ABA,
Paulo de Castro Marques
ressalta que, “ter o aval de
uma certificadora internacional, como a Ausqual, é
fundamental para o Programa Carne Angus Certificada, pois evidencia a
credibilidade e a idoneidade
do selo fornecido pela Associação Brasileira de Angus
apenas para os frigoríficos
parceiros”, conclui.
CARNE
Angus@newS
Programa Marfrig Fomento Angus
O Marfrig, ABA e Progen realizaram nos meses
de março a maio uma rodada de divulgação e implantação do Programa de Fomento Angus no Rio Grande
do Sul. A iniciativa visou
fortalecer a integração entre indústria e produtor, por
meio de reuniões com os
produtores de terneiros e
invernadores das principais
regiões produtoras de carne
de qualidade do Estado.
“Nossa parceria com o
projeto se dá pelo fornecimento de material genético
para inseminação artificial
e para IATF (Inseminação
Artificial em Tempo Fixo),
além da coordenação de
serviços e apuração dos
dados para as reuniões”,
observou o sócio diretor da
Alta Progen, Fábio Barreto.
Dentro da agenda de
reuniões de divulgação do
Programa de Fomento Angus, os detalhes sobre o funcionamento do programa,
bonificações aos produtores
de Angus no Marfrig e alguns resultados dos abates
do Programa de Carne Angus da ABA tem despertado
interesse de produtores das
principais praças de gado
de corte do Rio Grande do
Sul, agrupando cerca de
120 pecuaristas por evento.
Segundo Fábio Schuler Medeiros, subgerente
da ABA - Programa Carne
Angus Certificada, que participou das reuniões realizadas nas principais feiras do
Estado gaúcho, a iniciativa
de estimular o emprego de
tecnologia e o investimento
do produtor de terneiros na
genética Angus, que agrega
produtividade e valorização
ao produto, é vista como
muito positiva. A entidade
busca dar sua contribuição
levando até o pecuarista
o direcionamento para o
produto ideal que cada vez
mais está sendo valorizado
pela indústria da carne e
pelo consumidor.
O Programa Marfrig Fomento Angus é um trabalho
de base que visa ampliar
a oferta de matéria-prima
que vai abastecer a indústria nos próximos anos e
orientar os produtores para
as atuais tendências do negócio da carne. É, portanto,
o reconhecimento da Marfrig sobre a qualidade da
carne Angus, produto que
tende a ter cada vez mais
valorização dentro do mercado. Veja mais em www.
marfrig.com.br/fomento
Workshop da Carne Angus: novidades!
Em sua VIII edição, o
tradicional evento da ABA
na Expointer traz neste ano
a temática da “Estruturação da cadeia da carne para
agregação de valor”. O evento, que tem transmissão pelo
Canal Rural, apresenta como
destaque a palestra do Diretor da Abiec – Fernando
Sampaio, que apresenta o
novo programa de marketing
capitaneado pela entidade
para a promoção da imagem
da pecuária Brasileira.
O Programa “Pecuária
do Brasil” conta ao mundo,
e inclusive aos Brasileiros
urbanos, a origem, evolução e conquistas de nossa
pecuária através de dados,
informações atualizadas e
principalmente
mostrando como é produzida nossa
carne de norte a sul do País.
Este trabalho será realizado
de forma integrada entre os
elos da cadeia. A Associação
Brasileira de Angus (ABA) é
apoiadora oficial deste projeto e participa através de seu
diretor de Marketing – Luiz
Felipe Moura e do coordenador do Programa Carne Angus – Fábio Medeiros – das
discussões do projeto.
O Programa Pecuária do
Brasil será apresentado no
workshop sendo esta a pri-
meira exposição do mesmo
em caráter nacional, com
transmissão ao vivo.
O Evento conta também
com um painel sobre comercialização agropecuária
que explora através de especialistas de nível nacional
as diferentes modalidades
de negociação existente no
Brasil e discute alternativas
de harmonização da relação
comercial – produtor x industria, através da utilização
de indicadores como o índice ESALQ, alem de expor
algumas ferramentas para
análise de longo prazo na
pecuária.
O evento acontece na
Casa da RBS, no dia 01 de
setembro, às 13h30min.
Vitrine da Carne Gaúcha - Expointer
A ABA participa pelo terceiro ano consecutivo da Vitrine da
Carne Gaúcha, uma promoção do Sistema Farsul que visa valorizar as marcas de carnes de qualidade produzidas no estado.
A atividade totalmente interativa é composta de uma explanação sobre a qualidade das carnes enquanto é realizada uma
desossa ao vivo onde os participantes tem a oportunidade de entender como as marcas de carnes apresentadas são produzidas,
a origem , denominação e melhor forma de preparo dos cortes
da carne Angus.
21
Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
Angus@newS
22
Julho/Agosto de 2011
CARNE
Concurso de Carcaças quer
qualidade em
quantidade
ABA e Marfrig desafiam produtores a superar edição de 2010
O
produtor de animais
de genética Angus
que participa do Programa Carne Angus Certificada, da Associação Brasileira de Angus (ABA), já
sabe que precisa observar
as exigências dos frigoríficos parceiros do programa,
porque o tipo de animal determinado pelos frigoríficos
para abate no programa, é
justamente o que o mercado consumidor quer. E com
o avanço do programa da
ABA, em qualidade e quantidade de animais abatidos,
o presidente da entidade,
Paulo de Castro Marques,
faz um novo desafio aos produtores: superar neste ano a
edição de 2010 do Concurso de Carcaças Angus.
A Associação Brasileira
de Angus (ABA) e a Mar-
frig Alimentos promovem
esta 6ª edição do Concurso de Carcaças Angus, com
abate técnico na unidade
de Alegrete do Marfrig, em
23 de setembro de 2011,
em categorias de animais
definidos e cruzados em separado. Serão avaliadas as
características economicamente relevantes de carcaça
bovina, como idade, grau de
acabamento, conformação,
peso e até a sanidade do lote
e podem participar os criadores de Angus e Cruza Angus do Rio Grande do Sul.
Sintonizados com a
proposta do concurso, no
ano passado os produtores
apresentaram 500 animais
para abate no concurso.
“Estamos agora lançando
um desafio aos criadores de
Angus para superar o resul-
tado de 2010 em volume e
qualidade, mostrando ao
mercado a força da raça e o
seu foco claro na produção
de animais de alta qualidade e carcaça como demonstrado nas edições anteriores
do concurso”, evoca o presidente da ABA.
O diretor do Programa
Carne Angus Certificada,
Joaquim Mello, não tem dúvidas sobre a importância
desses concursos de carcaças. Aliás, foi ele o vencedor
da edição de 2010. “Esse
concurso chama os produtores a competirem entre si
e revela ao mercado todo o
potencial da genética Angus
para a produção de carne de
qualidade superior”, valoriza o dirigente.
Joaquim Mello lembra
que além de criar esse am-
Angus@newS
biente de competitividade
– o que é positivo para o
desenvolvimento da raça -, o
concurso de carcaças também aproxima o produtor do
frigorífico. “Muitas vezes é
participando dos abates que
o produtor realmente passa
a entender as exigências do
programa sobre as características dos animais e das
carcaças, além de corrigir
aspectos oriundos do manejo”, completa o diretor.
O subgerente da ABA e
coordenador do Programa
Carne Angus Certificada,
Fábio Medeiros, dá os detalhes: “O produtor pode
participar com um ou mais
lotes de no mínimo 22 animais. São aceitos machos e
fêmeas com idade de até 4
dentes que atendem ao padrão da racial do Programa
Carne Angus Certificada,
isto é Angus e Cruzas Angus com no mínimo 50%
de sangue Angus no cruzamento com raças taurinas
e mínimo de 5/8 de sangue
Angus no cruzamento com
raças zebuínas e sintéticas”,
explica o técnico.
“O Concurso de Carcaças Angus tem por objetivo
o estímulo à produção de
animais de qualidade e o direcionamento da produção
aos padrões de qualidade
demandados pela indústria.
E os criadores não podem
esquecer que é preciso produzir segundo o padrão exigido pelos frigoríficos porque é o que os consumidores
desejam”, ressalta Paulo de
Castro Marques.
“O Concurso de Carcaça
é uma oportunidade ímpar
para os pecuaristas apresentarem a excelência de
sua produção de novilhos
para abate e para os selecionadores mostrarem o que
sua genética é capaz de produzir”, complementa Fábio
Medeiros.
As inscrições para o 6º
Concurso de Carcaças Angus 2011 já estão abertas e
devem ser feitas diretamente na Associação Brasileira
de Angus até o dia 09 de setembro. Importante: o concurso está aberto a todos os
pecuaristas do Rio Grande
do Sul, sejam ou não associados da ABA. O regulamento estará disponível nos
próximos dias no site www.
carneangus.org.br. Os campeões do concurso recebem
premiações especiais.
Na ocasião, além do
abate das carcaças, haverá
atividade técnica, com palestras e dias de campo.
As premiações
Conforme Fábio Medeiros, todos os lotes participantes receberão uma premiação adicional de 5% e
para os lotes campeões de
categoria a premiação será
de 10% acima da tabela
do Programa Carne Angus
Marfrig RS. “Esta premiação acumulada (concurso
+ tabela) proporcionará
valores muito superiores
ao praticado no mercado,
permitindo que o produtor
participe com o que produz
de melhor em sua propriedade”, diz.
Paulo Marques evidencia que as premiações foram idealizadas para servir como estímulo maior à
participação dos produtores
nessa nova edição do evento,
que se configura como uma
oportunidade ímpar para os
pecuaristas apresentarem
a excelência de sua produção de novilhos para abate
e para os selecionadores
mostrarem o que sua genética é capaz de produzir.
“Assim, teremos um verdadeiro show de qualidade no
Concurso de Carcaças Angus RS 2011”, completa o
presidente.
Para Diego Brasil, gerente de fomento da Marfrig, essa premiação serve
como força motivadora para
o produtor rural buscar excelência na manutenção de
animais com carcaça melhor
acabada. “Esse concurso é
uma via de mão dupla. Enquanto a premiação gera
estímulo de trabalho ao
produtor rural, a tecnologia
usada para essa manutenção
fica disponível para outros
pecuaristas entenderem que
é possível adequar seus animais a indústria, ao mercado
e ao consumidor”.
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Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
VPJ
Angus@newS
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Julho/Agosto de 2011
CARNE
Boas práticas de manejo
interferem no lucro do produtor
A
Congresso da
Carne em Campo
Grande
Nos dias 8 e 9 de junho foi realizado pela FAMASUL, em Campo Grande, MS, o Congresso Internacional da Carne. A convite do parceiro Marfrig, patrocinador do evento, os técnicos do Programa Carne Angus
Certificada Fábio Medeiros e Angélica Pereira estiveram presentes na atividade, que reuniu mais de 1200
participantes.
O evento contou com palestrantes de renome internacional sendo marcado pelas discussões sobre estratégias de promoção da carne e pela importância da
participação de todos os elos da cadeia, de forma coordenada e pró-ativa neste processo.
Por Mário Macedo
seleção de animais
para o abate, comentada anteriormente
nesse espaço, é parte fundamental para alcançarmos
uma remuneração com todos os bônus disponíveis no
mercado. Porém, devemos
ter uma atenção especial
com as boas práticas de manejo, já que estas, não sendo
bem executadas podem ocasionar perdas capazes inclusive, de impedir o acesso às
bonificações.
De nada adianta o produtor investir em formação
de pastagens, cujos investimentos são cada vez mais
elevados, adquirir e ou produzir animais de alta seleção genética, com grande
capacidade de conversão de
pasto em proteína vermelha,
se, no momento de manejálos não tiver noção de boas
práticas de manejo.
Sabemos que as perdas
por contusões em animais
abatidos, tem sido significativas. Assim, vale um alerta
para que nos preocupemos
com o produto que estamos
vendendo. Seja pelo que podemos perder diretamente,
através de uma lesão no
momento do embarque para
Angus@newS
o abate, ou perdas anteriores, as quais muitas vezes
não são percebidas, como a
compra de um animal que
sofreu maus tratos, alguma
batida num moirão, ou até
mesmo um aperto em uma
porteira. Estes acidentes citados anteriormente podem
acarretar vários dias de
prejuízo, pois dependendo
da gravidade, enquanto houver um hematoma, o animal
permanecerá sem ganhar
peso.
Até mesmo, excluindo
alguém que potencialmente
consumiria carne de fazê-lo,
como por exemplo, aplicando uma vacina ou produto
veterinário em local inadequado, como na picanha,
onde muitas vezes não se
nota que há um abscesso
interno e que só será percebido na mesa de um consumidor, que possivelmente,
ao encontrá-lo durante uma
refeição, não voltará a consumir este produto.
Atualmente existem vários profissionais capacitados a orientar os produtores e seus colaboradores a
manejarem corretamente
seus animais, oportunizando um ganho substancial ao
produtor. Os procedimentos
corretos nada mais são que
conhecer as necessidades
dos animais, suas atitudes e
defesas, utilizando-as como
ferramentas de proteção ao
produto que estamos vendendo. Para se vender um
produto de qualidade e cobrar por ele, também é necessário um trabalho qualificado.
Acredito que nossas atitudes são fundamentais na
qualificação e valorização
de um produto. Está mais
do que na hora de começarmos a cobrar pelo que
estamos entregando. Hoje,
ainda cobramos pelo produto que temos, por exemplo:
crio Angus, quero bônus
pela qualidade dos meus
animais. Mas, terão todos
os Angus a mesma qualidade, independentemente da
genética aplicada, manejo
e alimentação recebidos?
Temos animais de alto padrão genético, mas conforme o nosso trabalho, podemos fazer deste, um produto
de “Excelente ou Péssima
Qualidade”.
Zootecnista
Especialista em
Gestão em Agronegócios
Semana Acadêmica da UPF teve
palestra do Carne Angus
Durante o mês de maio foi realizada a tradicional semana acadêmica do Curso de Medicina
Veterinária da Universidade Federal de Passo Fundo. A atividade contou neste ano com uma palestra do Programa Carne Angus Certificada – Tendências para o mercado de Carne de Qualidade.
O evento que reúne os acadêmicos e professores do curso contou com palestras sobre as diversas
áreas da atividade do Médico Veterinário. Para Medeiros, despertar o interesse dos futuros profissionais para produção de carne de qualidade e colaborar para seu conhecimento sobre temas
referentes ao mercado da carne são fundamentais para o futuro da raça no estado.
Carne no Happy Hour
do Agronegócio
O
Profoi
apresengrama Carne
tado por seu
Angus particoord enador
cipou duran– Fábio Medeite a Feicorros falando da
te 2011 de
trajetória deste
um inovador
trabalho vitoevento prorioso na área
movido pelo
de certificação
Fábio Medeiros
B e e f Po i n t
de carnes que
– Happy Hour do Agrone- traz benefícios a todos os
gócio. O evento realizado elos da cadeia produtiva do
no modelo Ignite Talk foi Angus no Brasil. As palestras
composto por 20 palestras completas estão disponíveis
de 5 minutos em ambiente no BeefPoint em vídeo. Sedescontraído onde os parti- gundo Medeiros, o modelo
cipantes puderam conhecer proposto, além de um desauma série de ações e entida- fio a todos os participantes
des de forma rápida e obje- foi uma oportunidade ímpar
tiva (a palestra relativa ao de divulgação do programa
Carne Angus está disponível da ABA. O BeefPoint plaem vídeo no site BeefPoint). neja repetir este modelo de
A convite do BeefPoint, eventos ainda este ano em
o Programa Carne Angus data a ser divulgada.
Visita ao Programa Carne
Angus Argentina
Durante a Exposição de Palermo 2011 foi realizada
uma visita de integração entre o Programa Carne Angus
Certificada do Brasil e da coirmã Argentina. O Coordenador
do Programa Carne Angus Certificada – Fábio Medeiros realizou visita técnica a entidade argentina. Foi recepcionado
pelo Coordenado do Programa Argentino, Dr. Victor Javier
Marotta, e pelo diretor do Programa, Agrônomo Marcos
Raul Firpo.
Para Medeiros, a oportunidade de integração e troca de
experiências e informações entre os programas da ABA e
da AAA foi extremamente rica e proveitosa para ambas as
entidades. “Pudemos discutir questões referentes a mercados, processos de certificação e programas de fomento, em
ambiente de total integração”, revela o técnico.
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Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
Angus@newS
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CARNE
Julho/Agosto de 2011
Angus@newS
Certificação
é garantia de negócio
melhor remunerado
Angelo Antônio Martins Bastos
Por Marina Corrêa
P
assada a temporada
de Outono com excelentes resultados para
os produtores de terneiros,
as expectativas para os remates da Primavera no Sul
do Brasil são das melhores.
Se quem apresentou nas feiras um gado pouco preparado em função da seca, também conseguiu bons lucros,
quem apresentou em pista
animais de primeira linha,
certificados, conseguiu rentabilidade realmente surpreendente. Ao todo, foram
vendidos neste ano mais de
5 mil exemplares de Terneiros Angus Certificados, que
pelo que se verificou, se venderam correndo nos remates das feiras.
A cada ano, os terneiros
de genética Angus – os Terneiros Angus Certificados
– fazem mais sucesso nas
chamadas feiras de terneiros de Outono. Esses terneiros são certificados pela
Associação Brasileira de
Angus (ABA), e via de regra
concentram a preferência
do mercado comprador, registrando preços acima da
média, tanto para machos
quando para fêmeas. E não
há novidade nesta preferência do mercado: é o que os
terneiros de genética Angus
tem qualidade e também
tem padrão, que é o que todos querem.
Terneiros Angus Certificados valeram 21% a mais
nas feiras de 2010 e até
30,8% a mais nas de 2011,
se comparados aos outros
terneiros, os não certificados.
Os produtores estão convictos de que vão ter melhor
remuneração pela bezerrada. Um dos produtores que
mais vendeu terneiros na
temporada, Angelo Antônio
Martins Bastos, da fazenda
Itapitocai, em Uruguaiana,
destaca a importância da
certificação. Só em um remate realizado no município
ele vendeu cerca de 1,8 mil
terneiros das raças Angus e
Brangus. Para o produtor,
a certificação é o selo de
qualidade do produto. “Valoriza o boi no momento do
abate. Os frigoríficos pagam
mais pela carne da raça certificada”, diz.
Gana por qualidade
vem de berço
A seca que abalou muitos produtores na temporada de Outono e fez com que
a Secretaria de Agricultura
do Rio Grande do Sul baixasse o peso mínimo dos
animais para as feiras não
chegou nem perto das porteiras da Cabanha Itapitocai. Os terneiros levados
para comercialização pesavam, em média, 217 quilos.
Exemplares assim, acima
da média, resultam de uma
dedicação de mais de uma
década à estância e seu rebanho.
Bastos se criou com o
avô, pai e tios nas lides campeiras e desde guri era presença atenta nos remates
da família. A administração
da Itapitocai tocou para o
jovem produtor em 1998,
quando Bastos iniciou o
trabalho de seleção que lhe
garante hoje um gado de
qualidade, muito parelho, de
alto padrão.
Ele conta que com a ajuda do veterinário Marcelo
Teixeira Napoleão, iniciou
a seleção das matrizes já
existes na fazenda, a compra das melhores matrizes
de cabanhas renomadas e
a inseminação com os melhores touros disponíveis no
mercado. “Isso, aliado a um
cuidado muito grande com a
sanidade dos animais e capacitação dos empregados,
foi melhorando nosso rebanho até chegar no patamar
que estamos hoje. Também
não posso deixar de citar os
campos no qual eu crio, que
são muito bons. Meu avô já
obtinha bons resultados”,
explica, demonstrando modéstia, o dedicado criador.
A compra de um produto a ser engordado é uma
peça chave para o invernador. Bastos destaca que é
importante ter em mente
que não é fácil encontrar
todos os exemplares em um
mesmo local. O invernador
recorre vários lugares do
Estado para achar animais
com padronização da raça,
pelo e peso. “Depois de anos
vendendo nossos terneiros
em casa veio o reconhecimento dos invernadores e
corretores. Tínhamos vários
clientes e não conseguíamos
atender a todos, pois não
produzíamos tantos terneiros. Aumentamos então o
número de matrizes e a área
de campo destinada à criação. Nosso objetivo é seguir
aumentando, buscando genética para melhorar a qualidade da carne. Não pode-
mos competir com o Brasil
Central na quantidade mas,
sim, na qualidade da carne”,
ressalta o produtor.
Na rotina da fazenda,
todos os animais ganham
a mesma atenção, independente de sexo ou idade.
Ao contrário do que muito
preconizam, os machos não
têm cuidados especiais, já
que as matrizes serão as futuras mães.
Bastos diz que não foi o
bom momento do mercado
que fez com que a estância
fizesse o remate de terneiros de outono com oferta
de quase 2 mil cabeças. “A
nossa opção pela forma de
comercializar veio acompanhada com a falta do produto e consequentemente
a alta dos preços”, explica.
No ano passado, a estância
levou para pista 1,2 mil cabeças. O aumento no número da oferta este ano é atribuído à elevação do índice
de prenhes do rebanho em
5%. “No ano passado levei
só machos. Este ano, consegui inserir 600 fêmeas. Eu
busco a padronização do
meu rebanho e às vezes me
desfaço de animais de alta
genética em prol desse rebanho parelho que persigo.
Não teria espaço para essas
600 fêmeas e mais todos os
novos que irão nascer”, finaliza.
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Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
CRV LAGOA
Angus@newS
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OPINIÃO
Angus@newS
O quebra-cabeça da
eficiência bovina
Por Stefan Staiger
Schneider
C
onstruir
economias
falsas com preços artificiais pode gerar um
colapso tão rápido quanto a
construção realizada. A recente crise dos países do sul
da Europa retrata bem isso,
e a imprensa britânica logo
tratou de criar uma sigla
para eles: PIGS (termo em
inglês que significa “porcos”
em português). Diferentemente dos BRICs (Brasil,
Rússia, Índia e China), que
representa o grupo dos principais países emergentes
do planeta, a sigla PIGS
refere-se a Portugal, Itália,
Grécia e Espanha (Spain,
em inglês), cujos povos são
famosos no norte da Europa por trabalharem cargas
horárias mais curtas, terem
mais feriados, pagarem menos impostos e, para completar, se aposentarem mais
cedo que os povos do norte.
Na Grécia, por exemplo,
existia a possibilidade de cidadãos se aposentarem aos
47 anos de idade. Somado a
isso, os PIGS também têm
ainda o Euro, uma moeda
forte demais para as suas
economias nacionais que,
para garantir a sua estabilidade, exige uma política
financeira comum em todos
os países do Euro, o que os
PIGS não fizeram. A Grécia
até falsificou dados para o
Banco Central Europeu, em
Frankfurt.
Na pecuária de corte,
igualmente se deve cuidar
com preços artificiais e,
o que é mais grave, com a da à performance bovina ralmente, nenhum paciente
formação de cartéis no mer- que for inferior ao máximo. receberia alta porque os
cado, já que colapsos são Por exemplo, de que adian- relativismos de pontos de
altamente possíveis. É ape- ta comprar numa exposição vistas entre os médicos e o
nas uma questão de tempo. um touro denominado “rús- conflito entre eles, ao invés
Aliás, algumas raças euro- tico”, embora ele caminhe do acompanhamento clínico
péias continentais já foram de patas abertas por causa dos exames e medicamentos
professoras do que pode vir do seu estado corporal e do paciente, não permitiseja tão obeso ou mais que riam. E um julgamento de
a acontecer.
Em termos de reprodu- os touros de argola? Sim, bovinos numa pista de expotores, se você concorda que alguns compradores gos- sição é apenas a metade de
o cliente de touros é o pecu- tam de ser enganados pelos uma fotografia! Isso é ainarista proprietário de gado próprios olhos e de precisar da mais verdadeiro na Amécomercial, então as chama- emagrecer o touro durante rica do Sul, onde os juízes
das “modas” devem desapa- semanas para poder deixar- não recebem relatórios das
recer e é necessário buscar lo trabalhar. Os pecuaristas DEPs dos produtos em pisaquilo que a ciência já com- americanos, no entanto, cos- ta, médias da raça e grupos
provou como o melhor para tumam dizer que os touros contemporâneos na exposio país e não para a região. com um excessivo estado de ção para consultar e tomar
Precisa-se buscar as Eco- preparo são mais propensos suas decisões.
As DEPs para carcaça
nomically Relevant Traits a problemas de fertilidade,
(ERTs) – as características não apresentam a disposi- foram uma tremenda ferrade relevância econômica. ção que se espera em gran- menta. O Angus tem carne
Criadas nos anos 1970 por des invernadas e grandes marmorizada e ter bovinos
Angus sigveterinários,
nifica ter
zootecnistas
um
gado
e agrônomos
com
um
dos Estados
Não podemos nos deixar enganar pelos
alto
poUnidos, elas
próprios olhos e adquirir touros que tencial de
têm sido sucessivamenpodem estar com excesso de peso marmoreio.
Isso é um
te aperfeiçoluxo que é
adas desde
então. As áreas gerais que rodeios de fêmeas, poderão transmitido em programas
costumam ser analisadas ter problemas nos aprumos de cruzamento na medida
geneticamente são as ca- e longevidade inferior devi- em que o Angus injeta a sua
racterísticas de rendimento do à sua condição de obesi- força no produto cruzado.
O gado Angus não tem
como o tamanho animal, a dade.
Vamos agora dar uma uma musculatura pesada e
velocidade de crescimento
e as Diferenças Esperadas olhada nas seguintes ca- nem surgiu para ter, já que
de Progênie (DEPs) para racterísticas: crescimento, é uma raça maternal. É imcarcaça, por exemplo. No manutenção, carcaça e re- portante deixar claro que
entanto, pesquisas demons- produção. A característica há bovinos com rápida vetraram que a reprodução é de crescimento está conos- locidade de crescimento e
de 2 a 10 vezes mais econo- co desde que começamos a moderado tamanho adulto
micamente relevante que as utilizar as DEPs, inclusive o e há também bovinos com
características de carcaça controle de desenvolvimento moderado a alto potencial
ponderal para os pesos ao maternal que mantêm a sua
nos bovinos.
Isso significa, então, que nascimento, à desmama e condição corporal. Além
os pecuaristas devem ig- ao ano, além do total mater- disso, animais da raça nunnorar as características de no. O que precisamos saber ca foram utilizados para
carcaça? Não, os clientes é quando será o suficiente? tração, diferentemente de
de touros precisam produ- Não é tão difícil assim. É algumas raças européias
zir carne saborosa. Mas, o necessário definir objetivos continentais.
Eu gostaria de falar um
questionamento feito de- e reduzir os tantos relatimonstra a tolice de se dar vismos que existem por aí. pouco agora sobre a Gordubem menos ênfase à repro- Vamos imaginar se os médi- ra da Carcaça. Existe uma
dução, o que pode gerar uma cos em hospitais tratassem correlação genética entre
elevação de custos associa- seres humanos assim! Lite- a Gordura de Carcaça e
a Área de Olho de Lombo
(AOL), ganho de peso até
o desmame e após o desmame. Isso quer dizer que,
se você selecionar para a
DEP de Gordura de Carcaça negativa, o resultado será
também uma orientação negativa para a AOL, o ganho
de peso até o desmame e
após o desmame, mesmo
que isso tenha sido feito de
forma não intencional ou inconsciente. Portanto, tenha
cuidado ao analisar dados e
programar acasalamentos.
Você, tendo ou não as
DEPs, precisa saber também que a seleção através
de características reprodutivas precisa ser seguida, já
que a fertilidade própria de
um animal é a importância
econômica máxima! A eficiência bovina é como um
quebra-cabeça envolvendo
rendimentos e custos. Rendimentos nas características
de velocidade de crescimento e carcaça são altamente
herdáveis. Por isso, é necessário sempre lembrar o
lado da equação que trata
dos custos para não tornar
a atividade inviável – não
estamos criando gado para
tambo de leite.
Manter o gado em combinação com o que os clientes querem e o meio-ambiente pode gerar disciplinados
programas de reprodução
bovina. As exposições, no
entanto, complicam o quebra-cabeça, eis que tanto
selecionadores quanto compradores deixam-se persuadir pelas opiniões dos juízes. Isso dificulta que eles
um dia digam “tenho a raça
certa, o tipo do meu gado
está correto e agora quero
apenas multiplicar”. Assim,
não se engane com artificialismos e evite colapsos. Nem
sempre eles são iminentes e,
quando identificados, costuma ser tarde demais e os
efeitos inevitáveis.
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EDITORIAL
Angus@newS
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NOTÍCIAS
Julho/Agosto de 2011
ABA lança o
Concurso Angus Mirim
É uma das novidades que
a Associação Brasileira de
Angus (ABA) preparou para
esta Expointer. A realização,
pela primeira vez, em caráter de demonstração, da
primeira edição do Concurso Angus Mirim (ou Júnior,
como alguns querem chamar). É mais uma maneira
de “incluir” os filhos dos
criadores de Angus na raça.
“A garotada, desde
os pequeninos, até os já
garotos, agora vai poder
efetivamente participar
nas lidas com a raça,
interagindo diretamente
com os animais e, desde
cedo, aprendendo e tomando gosto pela atividade”, sintetiza a coordenadora de Exposições
da ABA, Fabiana Gomes. Segundo ela, é uma
forma de incentivar os
jovens a iniciar na pista
e no trato com os animais, e ao mesmo tempo
uma excelente maneira
de demonstrar aos novos
investidores e interessados em Angus a grande docilidade, que é uma das características positivas da raça.
A petizada a partir dos
tenros 6 anos de idade já
pode participar, na categoria Mirim, para crianças dos
6 aos 9 anos completos. E
por fim a categoria Junior,
que abrange crianças de 10
aos 14 anos. Importante:
cada categoria será avaliada
separadamente. E meninos e
meninas competem juntos,
sendo a divisão das catego-
rias feita unicamente por
faixa etária.
Os participantes deverão
ter preenchida uma ficha de
inscrição, sem custo algum,
sendo que esta ficha deverá
ser assinada pelos pais (pai
e mãe) independentemente
de serem ou não sócios da
ABA.
Os competidores serão
julgados de acordo com cri-
Fabiana Gomes
térios como:
- Habilidade, manuseio e
resposta do animal ao competidor;
- Utilização correta de equipamentos pelo participante
durante o concurso;
- Cordialidade e esportividade;
- Capacidade de seguir as
instruções durante a competição.
No final do concurso,
todos os participantes recebem premiações da ABA,
sendo que os três primeiros
lugares vão merecer troféus
e os demais medalhas de
participação.
Ouvidoria
Mantendo pontual participação tanto nos eventos
quanto em todos os movimentos de mercado por
parte da ABA, a Diretora
de Exposições da entidade
observa entretanto que
vem funcionando muito
mais como uma ouvidoria. “Os criadores me
procuram para fazer sugestões e reclamações,
que procuro levar ao
conhecimento da diretoria para providências”,
revela Fabiana.
Ela cita o exemplo
que alguns criadores
gostariam ou acham importante que nos eventos, nas exposições, houvesse maior exposição
da “marca Angus”, seja
através do uso de bonés,
roupas com a logomarca estampada, entre outros produtos que podem ser
criados.
Sobre as exposições, Fabiana Gomes aproveita para
lembrar que os requisitos
exigidos para que um animal
esteja apto a participar de
exposições devem ser cumpridos por todos os criadores. “Afinal, uma exposição
é também uma competição,
e esses prerequisitos também funcionam em benefício ou em prejuízo dos animais”, sintetiza a dirigente.
Angus@newS
ABA apóia projeto
Pecuária Brasil
Foi com a
meta principal
de promover a
verdadeira imagem da pecuária
brasileira
nos
países que importam a carne
nacional, e também no mercado interno, visando fortalecer
a cadeia da carne do brasileira, que a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), criou o
projeto Pecuária Brasil. A iniciativa tem o slogan “O Brasil evolui com a pecuária. A
pecuária evolui com o Brasil.
E não poderia ser diferente:
o projeto já conta com total
apoio, na forma de parceria,
da Associação Brasileira de
Angus (ABA).
Hoje, as receitas geradas
com a exportação de carne,
próximas a US$ 5 bilhões
de dólares, movimentam a
economia de milhares de cidades em todo o Brasil. Porém os incontáveis casos de
sucesso protagonizados pelos
pecuaristas brasileiros não
são devidamente contados.
“É justamente nessa questão
que a Angus terá participação efetiva, resgatando parte
dessa memória e apresentando de forma transparente as
melhores práticas do setor
que representa”, explica Monique Morata, coordenadora
de Marketing da Abiec.
Já o diretor de marketing
da ABA, Felipe Moura, atento à similaridade do projeto
com as metas de trabalho
que vem sendo defendidas
pela ABA, não deixa por menos. “A idéia principal é levar
ao mundo o cenário de que a
carne que produzimos aqui
não é proveniente de áreas
de desmatamento nem tem
envolvimento com trabalho
escravo, e sim de uma cadeia
produtiva sustentável, competente e comprometida com a
qualidade do produto e atenta
às questões sociais e ambientais”, explica o dirigente.
Tendo como base e síntese
o lema “O Brasil evolui com a
pecuária. A pecuária evolui com
o Brasil”, o projeto da Abiec
vai pretende mostrar as muitas
contribuições do setor para o
desenvolvimento do País, assim
como a evolução dos criadores
e dos processos industriais que
formam conquistados no Brasil
ao longo dos anos.
“O projeto quer traçar o
perfil dos diferentes pecuaristas brasileiros, sem generalização. A Angus vai apoiar
essa iniciativa auxiliando a
balizar o perfil do produtor
de Angus, dando visibilidade sempre ao nosso manejo
e qualidade de carne diferenciada produzida pela raça”,
antecipa Felipe Moura.
Inicialmente a Associação
Brasileira de Angus colabora
repassando dados, imagens
e estatísticas sobre a raça
Angus, emprestando forte
apoio institucional à Abiec.
Também vai participar do comitê de debates e será fonte
de pesquisa na construção da
campanha “Pecuária Brasil”,
num pioneirismo mais do que
necessário ao reconhecimento
do Brasil como um dos grandes produtores de carne de
qualidade no mundo.
Parceria com Revista feed&food
Com a meta de ampliar
ainda mais a divulgação da
raça, a Associação Brasileira
de Angus (ABA) selou parceria com a revista feed&food,
uma publicação especializada
em nutrição e saúde animal.
“Essa é mais uma parceria de sucesso que fechamos
de olho na ampliação da divulgação da raça que mais
cresce nos pastos brasileiros”, explica Felipe Moura,
diretor de marketing da entidade.
A parceria entre a ABA e
a revista, cujo conteúdo central é a temática “Do Campo
à mesa”, objetiva o intercâmbio de informações entre a
entidade e o leitor.
Para o editor diretor da
Curuca, editora responsável
pela revista, Osvaldo Penha
Ciasulli, a feed&food só tem
a ganhar. “Como nós somos
porta-voz do segmento, é de
interesse nosso divulgar as
atividades que a ABA desenvolve com a raça Angus no
Rio Grande do Sul e no Brasil”.
A entidade terá espaço
mensal na divulgação, onde
poderão ser publicados artigos
técnicos/científicos,
opiniões, entrevistas ou reportagens de interesse da
ABA. A revista on-line será
enviada para todos os associados e não associados
da ABA sem custo. “Dessa
forma as atividades da Associação Brasileira de Angus
estarão disponíveis a todos
os associados, criadores, entusiastas e interessados na
raça“, completa o diretor de
marketing. O resultado da
parceria já pode ser conferido na edição de setembro da
Revista feed&food.
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Angus@newS
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Julho/Agosto de 2011
PARCEIROS
Angus@newS
C.R.I. Genética
realiza Beef Tour nos Estados Unidos
A
C.R.I. Genética Brasil levou um grupo de
clientes e alguns integrantes da sua equipe para
o Beef Tour 2011, nos Estados Unidos, uma viagem de
13 dias, com visita à central
da Cooperative Resources
International (C.R.I.) e a
várias fazendas americanas.
Durante a viagem, realizada de 17 a 28 de junho,
o grupo teve a oportunidade de conferir a excelência
dos touros da bateria da
Cooperative Resources International (C.R.I.) – Genex
Hawkeye West, em Billings,
Montana. No local, conheceram de perto alguns dos
mais importantes touros
Angus da empresa, entre os
quais Traveller 004, Brushpopper, Bismarck, Jackson,
Update, Uptrend, Big Sky,
Major League e Packer. Depois, visitaram várias propriedades americanas, onde
conheceram os sistemas de
criação de Angus, a excelência genética dos touros e
suas progênies, entre outros
detalhes dos criatórios.
Para a maioria dos participantes, o Beef Tour foi
uma viagem de aprendizado sobre seleção genética.
“A cada viagem que faço
me surpreendo mais com a
genética e a pureza racial”,
afirma Divalni Soldeira, de
Panambi, RS. Vimos muita
genética boa. A C.R.I. está
mexendo com gado de excelente qualidade. Pode comprar”, recomenda Frederico
da Fazenda Boa Sorte, de
Bonópolis, GO.
“Fizemos muitas amizades e aprendemos com
os americanos, que não são
melhores nem piores que
nós. Aproveitamos o que
eles têm de bom e uma dessas coisas é o sistema de seleção genética para usarmos
e adaptarmos às condições
do Brasil”, atesta Marcos
Silveira, Marcolino, criador
de Angus e representante da
C.R.I. Genética.
Para Patricio Mariano da Rocha, agrônomo de
Santa Maria, a viagem foi
mais que um farm tour. “Foi
uma residência em agronegócios com especialização
em Angus, uma imersão
durante 13 dias. Começamos pela C.R.I., uma grande central de inseminação,
conversando,
discutindo,
encontrando e colocando a
mão nos nossos touros preferidos. Cada fazenda mostrando o jeito de produzir,
a paixão pelo seu gado, a
diversidade, a qualidade e o
avanço americano. Em alguns casos, vimos famílias
empenhadas em seu criatório. Voltamos entusiasmados e até com mais vontade
de trabalhar”, detalha.
Já Eduardo Luis, da Fazenda Boa Sorte, de Boa
Nova de Goiás, recomenda o
Angus americano principalmente para quem faz cruza.
“Ficamos conhecendo mais
sobre o gado, a maneira certa de selecionar um animal
para cruzamento, compartilhamos informações e até
aprendemos uma maneira
da gente selecionar o nosso
gado para uma melhor produtividade”, diz.
Para Julio Cesar, de
Água Boa, o Beef Tour
mostrou-se uma ferramenta
para levar ao cliente uma
pecuária diferente, moderna, produtiva e agressiva, de
forma a torná-lo mais competitivo. “Tudo que a gente
viu lá fora vai servir para
isso.”
Gustavo Pires Ribeiro, de Água Boa, MT, que
trabalha com reprodução,
ficou impressionado com
a qualidade dos animais e
a genética americana. “É
impressionante a força que
eles têm para trabalhar. A
família americana é unida,
todos trabalham juntos, do
filho pequeno ao avô. O filho pequenininho, de cinco
anos, já está falando sobre
genética, DEP, filho, mãe,
avô de touro. Daí eu cheguei à conclusão de quantas
DEPs eles têm. A qualidade
é indiscutível. Temos que
utilizar cada vez mais, pois
Angus iguais aos que vimos,
nos Estados Unidos, não
tem”, explana.
“Amei o trabalho dos
americanos. Com certeza daqui para frente vai
dar para a gente usar pelo
menos 90% dos touros da
C.R.I.”, declara Nivaldo
Christel, administrador de
fazenda em Canarana.
“É importante a gente
ver a genética Angus que o
criador americano está se-
lecionando e a gente precisa
usar, tanto no Sul como no
Centro-Oeste para produzir
carne para o resto mundo.
E, é lá que está a melhor
genética do mundo”, observa Airton Leopoldino Neto,
Água Boa, MT.
Para Harisson Barcelos,
Glorinha, RS, o Beef Tour
foi extremamente produtivo
e trouxe uma bagagem que
vai permitir acelerar muitos anos na frente no que
se refere ao conhecimento da genética e do crescimento do Angus, uma raça
que está no mundo inteiro
fazendo a grande diferença
com uma carne de excelente
qualidade, um gado de excelente performance. “Com o
nosso gado no Brasil e com
as nossas condições climáticas e o auxílio da C.R.I.,
com certeza, conhecendo
esse gado americano, vamos
adiantar bastante a evolução dos nossos rebanhos,
principalmente os criadores
de gado PO no Rio Grande
do Sul.” Segundo Harisson,
a Cabanha Judá, de sua propriedade, tem embriões para
nascer com genética 100%
americana, que representa
a oportunidade de obter um
animal de ponta baseado
na vantagem da condição
climática para expandir
para o Brasil Central. “Os
criadores dessa região, que
trabalham com gado de
terminação, estão maravilhados com os resultados
dos touros utilizados na inseminação para fazer meio
sangue, o que contribui para
maximizar os lucros, além
de trazer mais confiança e,
principalmente, mais resultados que é o que interessa
pra nós”, explica.
Na opinião de Nelson
Camargo, representante da
C.R.I., a interação com pessoas de regiões diferentes
do País, a possibilidade de
saber o que cada um está
usando, o que cada técnico está oferecendo para o
mercado, foi de valia muito
grande. Ele acrescenta que
“o Beef Tour possibilitou
conhecer a genética que
a gente tem expandido no
mercado nacional e enxergar como é tratada nos Estados Unidos nos dá mais
confiança para falarmos
dos touros”.
“Foi uma oportunidade
de conhecer a C.R.I. Internacional, de visualizar os
touros que a gente usa e
trazer os clientes para ver a
nossa estrutura nos Estados
Unidos e também, além de
conhecer pessoas de outras
regiões para trocar ideias
de forma a concretizar cada
vez mais as informações”,
avalia Murilo Tovar, veterinário e representante da
C.R.I., da regional de Goiás.
“Pudemos comprovar
a qualidade dos rebanhos e
conhecer mais sobre o sistema de seleção genética
adotado pela C.R.I. e, principalmente, mostrar a todos
os participantes que nós estamos disponibilizando para
o mercado brasileiro o que
há de melhor na genética
Angus”, conclui o diretor
executivo da C.R.I. Genética Brasil, Sergio Saud, que
acompanhou o grupo na viagem.
Sobre a C.R.I.
C.R.I. Genética Brasil é uma subsidiária da Cooperative Resources International (C.R.I.). C.R.I. é uma
holding de cooperativas agrícolas, composta por três
subsidiárias: Central Livestock Association, AgSource Cooperative Services e Genex. A missão da C.R.I.
resume nosso objetivo: “Fornecer produtos e serviços
da maneira mais eficiente possível para maximizar a
lucratividade dos seus cooperados e clientes ao redor
do mundo, mantendo uma cooperativa forte.”
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EDITORIAL
FUMAÇA
Angus@newS
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NOTÍCIAS
Angus@newS
Consórcio Brasil x Argentina
conquista bi campeonato fêmea em Palermo
A novilha “Três Marias 8334 Areia”, que já havia conquistado o Grande
Campeonato fêmea de Palermo em 2010, repetiu o feito este ano e pela
primeira vez na história dessa feira é sagrada Bi Grande Campeã da exposição. Areia também levou o título de Suprema Campeã Angus na pesada
pista de Palermo, na Argentina.
O exemplar é um consórcio entre a Três Marias, da Argentina, proprietária de 50% do animal e as cabanhas gaúchas da Corticeira, propriedade
de Luiz Anselmo Cassol, Terra Costa, de Marco Antônio Costa e Rincón Del
Sarandy,de Cláudia Silva, proprietários dos outros 50% do animal.
Ainda nesta exposição a parceria entre a Cabanha Rincon del Sarandy e
a empresa gaúcha Solução Genética, que representa a Cabanha Tres Marias
no Brasil, faturaram o Reservado Grande Campeão macho com o exemplar
Tres Marias 8334 Cumbiero. Este touro integrara a seleta bateria de touros
disponíveis aqui no Brasil para esta Primavera.
A Raça Aberdeen Angus apresentou 504 animais em Palermo. Os julgamentos foram realizados nos dias 20, 21 e 22 de julho, frente às arquibancadas absolutamente lotadas e o jurado americano Jack Ward elogiou a
excelente qualidade dos animais apresentados.
Príncipe Charles
Patrono da Sociedade
Britânica de Angus
O príncipe Charles, herdeiro da coroa britânica, é o patrono da Aberdeen-Angus Cattle Society
(Sociedade de Angus da Grã-Bretanha). O príncipe segue os passos de sua avó, a rainha-mãe,
recentemente falecida, criando a raça com sucesso em Highgrove e mantém forte interesse no rebanho do Castelo de Mey, em Caithness, que é conduzido agora pelo The Queen Elizabeth Castle of
Mey Trust. “São muito poucos os países, no mundo atual, que não possuem um rebanho relevante
de Angus e que não sofrem a influência desta raça”, assinalou o Príncipe Charles em um vídeo
disponibilizado no site da Sociedade Britânica de Angus.
A criação de Angus data do início do Século 19 a partir do gado mocho e predominantemente
preto do nordeste da Escócia, conhecidos localmente como “doddies” e “hummlies”.
As primeiras criações organizadas remetem à metade do Século 18, mas as entidades representativas foram fundadas muito depois: Herd Book em 1862 e a Sociedade de Aberdeen-Angus
em 1879.
Mas a justiça precisa ser feita aos pioneiros. Os primórdios da criação de Angus deveu-se especialmente aos esforços de três fazendeiros daquele tempo. Hugh Watson tornou-se arrendatário da
Fazenda Keillor, em Angus, em 1808. Ele ampliou sua criação e produziu gado com uma qualidade
e característica notáveis.
William McCombie adquiriu a fazenda de Tillyfour, no condado de Aberdeen em 1824 e iniciou um rebanho com predominância das linhas de sangue desenvolvidas em Keillor. Esta bem
documentada criação produziu um gado notável que foi apresentado largamente na Inglaterra e
na França. A reputação da raça Aberdeen Angus firmou-se com os feitos e esforços da família
McCombie.
Sir George Macpherson-Grant retornou de Oxford a seu estabelecimento recebido de herança
em Ballindalloch, junto ao rio Spey, in 1861 e seguiu refinando o rebanho, o que se tornou o trabalho de sua vida por quase 50 anos.
Com foco na criação e seleção por tipo, estes criadores pioneiros estabeleceram os fundamentos
daquela que por sobrados argumentos é considerada a mais importante raça de corte do mundo.
Nestes tempos antigos, a Grã-Bretanha alcançou a reputação de ser a fonte da genética Aberdeen Angus, o que levou criadores de ponta, vindos de todas as partes do mundo, a buscarem esta
genética. O mercado exportador continua muito favorável aos criadores britânicos de Angus.
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MELHORAMENTO GENÉTICO
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EXPOSIÇÕES
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Angus@newS
Feicorte
destacou a Nacional de Angus
Por Eduardo
Fehn Teixeira
”M
ais uma vez a
raça Angus fez
bonito na principal vitrine da pecuária
brasileira de alta performance”, definiu o articulado presidente do Núcleo
de Criadores de Angus de
São Paulo, Renato Ramires, que juntamente com a
Associação Brasileira de
Angus (ABA), foi responsável pela organização da 11ª
Exposição Nacional de Angus, durante a 17ª edição
da Feicorte (2011), de 13
a 17 de Junho. Com cerca
de 160 animais Angus em
pista (machos e fêmeas), a
feira foi realizada em am-
biente “indoor”, no moderno Centro de Exposições
Imigrantes, em São Paulo,
SP.
Para o presidente da
ABA, selecionador Paulo
de Castro Marques, com um
mercado interno aquecido,
a Feicorte funcionou para
alavancar a consolidação da
raça Angus entre os produtores brasileiros. “Com uma
grande estrutura, neste ano
inclusive colocamos técnicos à disposição de investidores e visitantes, para tirar
dúvidas e dar sugestões sobre os melhores usos da eficiente genética Angus”, diz
o dirigente.
Vitórias nas pistas
O grande vencedor desta Nacional de Angus na
Feicorte foi sem dúvida o
selecionador Eloy Tuffi, proprietário da Fazenda MC,
em Espírito Santo do Pinhal, SP. Com o touro “Garupa 7880”, Tuffi faturou o
Grande Campeonato macho.
E com o macho MC Insano
Defesa”, conquistou o título de Reservado de Grande
Campeão. Uma dobradinha
mesmo surpreendente.
“Como todo o criador, eu
tinha minhas expectativas.
Mas lá na feira, presenciando meus animais serem eleitos campeões por um famo-
so jurado norte americano,
isso foi realmente fantástico,
muito gratificante, uma verdadeira recompensa a todo
o esforço que se faz por esta
raça”, definiu, emocionado,
Eloy Tuffi. Na pista, na hora
das premiações, ele fez a
maior festa com sua equipe,
jogando ao alto seu boné e
sendo cumprimentado pelos
demais técnicos e criadores
presentes. O terceiro melhor
macho ficou com a Cabanha
da Maya, de Zuleika Torrealba, de Bagé, RS.
Nas fêmeas, a Grande
Campeã ficou com a criadora Zuleika Torrealba – Cabanha da Maya, Bagé, RS.
Já a Reservada de Grande
Campeã ficou com o selecionador gaúcho Roberto Beck,
da Estância do Espinilho, de
Cruz Alta.
“Vencer numa Nacional
de Angus e inda mais na
Feicorte, em São Paulo, representa uma vitrine imperdível”, comemorou o criador.
A terceira melhor fêmea
ficou para a Cabanha Maufer, de Cruzeiro do Sul, RS.
“Para nós, que estamos ainda no início de uma trajetória na raça (começamos em
2008), obter uma premiação
nacional é gratificante”, definiu Maurício Weiand, um
dos proprietários.
Prime Angus fatura R$ 607,2 mil na Feicorte
O Leilão Prime Angus promovido por Agropecuária
Fumaça, Casa Branca Agropastoril, Agropecuária HR e
3E Agropecuária - mais uma
vez ratificou o bom trabalho
que vem sendo realizado dentro do Nú-
cleo de criadores de Angus de
São Paulo (o Núcleo Angus
São Paulo). Na noite de 15
de junho, durante a Feicorte,
em São Paulo, SP, com casa
cheia e palco de elite, o pregão comercializou 26 lotes
de vacas e prenheses, num fa-
turamento total de R$ 607,2
mil e a elevada média individual de R$ 23.811,00.
A fêmea “FSL G Electra
49 TE” confirmou as expectativas e foi o maior destaque
o pregão. Grande Campeã
Nacional Angus em 2010,
Electra teve 50% de sua propriedade vendida pela Casa
Branca Agropastoril para a
Safron Agropecuária por R$
74,4 mil.
“Electra é uma fêmea
excepcional. Seus atributos
produtivos e reprodutivos a
credenciam a ser valorizada
e disputada por selecionadores que acreditam nas ca-
racterísticas da raça Angus”,
disse o selecionador e atual
presidente da Associação
Brasileira de Angus (ABA),
Paulo de Castro Marques,
proprietário da Casa Branca
Agropastoril.
Castro Marques também
ressaltou a liquidez total dos
animais no leilão e a intensa
disputa por todos os lotes.
“É gratificante acompanhar
o crescente interesse dos
criadores pela raça Angus.
A carne de qualidade é cada
vez mais valorizada no Brasil
e exigida pelos importadores.
O Angus comprovadamente
produz a melhor carne do
mundo e esse é um diferencial importante para acelerar a disseinação da raça no
Brasil”, avalia o dirigente,
satisfeito com o sucesso comercial da raça na Feicorte.
O maior comprador do
leilão foi a Cabanha da
Maya, de Bagé, RS, de Zuleika Borges Torrealba, selecionadora da raça há cerca
de cinco anos, que acumulou
compras no valor de R$ 94,8
mil. Já o posto de maior vendedor do Prime Angus 2011
ficou para a Casa Branca
Agropastoril, de Fama, MG,
que com as vendas acumulou
receita de R$ 206,4 mil.
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EDITORIAL
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EXPOSIÇÕES
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Jurado americano
para a Nacional de Angus
Mark McCully
Impressionado com a
qualidade dos animais e também com o profissionalismo
dos criadores brasileiros,
o técnico norte americano
Mark McCully conduziu os
Julgamentos de Classificação
da 11ª Exposição Nacional
Angus, durante a Feicorte
2011, nos dias 15 e 16 de junho, em ambiente “indoor”,
no moderno Centro de Exposições Imigrantes, em São
Paulo, SP.
“Animais consistentes, de
bom e correto padrão e classes homogêneas, o que deixa
claro que os criadores daqui
têm as mesmas preocupações
que os produtores dos Estados Unidos: ter o tipo de pista
próximo aos animais de produção”, classificou o jurado.
Técnico da “Certified Angus Beef” - subsidiária da associação norte-americana de
Angus - McCully atuou pela
primeira vez no Brasil, e já
apontando os melhores animais numa importante prova
que integra o Ranking Oficial
da Raça no País.
Além de técnico da Certified Angus Beef, Mark McCully é vice-presidente do
Programa Carne Angus norte americano, pertencente
à Associação Americana de
Angus e também é experiente
criador de Angus nos Estados
Unidos. Para ele, num programa de carne de qualidade, o
mais importante é a relação
que estão construindo, juntos,
indústria e produtores. Disso vão resultar as melhores
soluções para o desenvolvimento da raça. “Eu não imaginava que o Brasil estivesse
tão desenvolvido em Angus”,
declarou McCully. Para ele, o
sabor da carne é o primeiro
item a ser distinguido pelo
consumidor. Já a gordura de
marmoreio é mais saudável
que outras de cobertura, com
a diferença de que nos Estados Unidos não há zebu e a
carne é sempre macia.
Ganho de visibilidade
“A escolha de McCully
dimensiona bem a meta de
ganho de visibilidade da raça
no Brasil e também frente a
países de forte tradição em
Angus”, apontou o presidente do Núcleo de Criadores de
Angus de São Paulo, selecionador Renato Ramires.
“Optamos por um jurado
isento e de conhecimento máximo e atualizado da raça no
principal centro de criação de
Angus no mundo, numa busca
das melhores referências internacionais”, definiu o presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), Paulo de
Castro Marques.
Ele lembra que a raça
vive um momento extremamente positivo no Brasil e já
ocupa a primeira colocação
entre as raças taurinas de
corte em venda de sêmen –
tendo comercializado cerca
de 1,8 milhão de doses em
2010.
McCully conheceu
produção
Angus em Porto Feliz, SP
Em sua visita ao Brasil
para atuar como jurado de
Angus na nacional da raça
na Feicorte 2011, Mark
McCully incluiu em sua programação uma visita às instalações do confinamento do
Grupo Marfrig (parceiro da
ABA), na Fazenda Jequitibá,
em Porto Feliz, SP.
Ao lado dos técnicos Fábio
Medeiros, subgerente da ABA
- Programa Carne Angus Certificada da Associação Brasileira de Angus, e Luciano de
Andrade, gerente de Fomento
do Marfrig, o especialista conheceu um pouco do sistema
de produção da carne Angus,
que une tecnologia com a
genética Angus certificada e
boas práticas de manejo.
“O resultado é um animal
abatido jovem, com ótima
terminação de carcaça e com
uma carne que atende os paladares mais exigentes, destaca Fábio Medeiros, da ABA.
Para o técnico, a visita
de McCully é um fato de ex-
trema importância para os
criadores de Angus do Brasil, pois essa é a primeira vez
que um técnico da ‘Certified
Angus Beef’, equivalente ao
programa ‘Carne Angus Certificada,’ vem ao País para
conhecer o sistema de uma
fazenda de produção que usa
tecnologia de ponta.
“O objetivo é garantir que
os produtos Angus oferecidos
pelo grupo Marfrig ao mercado tenham o máximo de qualidade em questões de acabamento de carcaça, maciez e
marmoreio da carne”, argumentou na ocasião Luciano
Andrade, do Marfrig.
Toda a infraestrutura da
fazenda foi planejada com o
propósito de garantir eficiência produtiva e bem estar
aos animais. Com capacidade
estática para acomodar 7,5
mil cabeças, a fazenda trabalha atualmente com 60% da
sua lotação, aproximadamente 4,5 mil animais, que após
150 dias de confinamento
chegam à indústria pensando
entre 450 kg para as fêmeas
e 520 kg nos machos.
VEJA AQUI OS ANIMAIS CAMPEÕES
Grande Campeão
Reservado Grande Campeão
Terceiro Melhor Macho
Grande Campeã
Reservada Grande Campeã
Terceira Melhor Fêmea
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EDITORIAL
SÃO XAVIER
Angus@newS
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EXPOSIÇÕES
Angus@newS
DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DA FEICORTE
Peso: 810 Perímetro Escrotal : 38
ALT: 1,40 DENTE: 2 FRAME: 5,75
AOL: 113,40 EGS: 8,36 P8: 13,09
Expositor: ELOY TUFFI
Estabelecimento: FAZENDA MC
Cidade: ESP. SANTO DO PINHAL /SP
Criador: Eloy Tuffi
TERCEIRO MELHOR MACHO
Nome: MAYA 97 ELEUTÉRIO Tat: 97
Nasc: 08/10/2008 Idade: 977 Dias
Registro: O128233
Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE
Mãe: MAYA 33 CAMÉLIA JOÃO LANO
NANINE
Peso: 996 Perímetro Escrotal : 42
ALT: 1,41 DENTE: 6 FRAME: 5,50
Expositor: ZULEIKA BORGES
RESERVADO GRANDE
TORREALBA
CAMPEÃO
Nome: MC INSANO DEFESA Tat: 992 Estabelecimento: CABANHA DA MAYA
Nasc: 20/06/2009 Idade: 722 Dias Cidade: BAGÉ /RS Criador: Zuleika
Borges Torrealba
Registro: O137413
Pai: SANTA SÉRGIA TOMY RUBIO
Mãe: PAINEIRAS GRAN CANYON
GRANDE CAMPEÃ
Nome: MAYA TE131 FLORIDA
DEFESA 1046 TE
GRANDE CAMPEÃO
Nome: GARUPÁ 7880 DATELINE
Tat: 7880
Nasc: 12/06/2008 Idade: 1095
Dias Registro: O128373
Pai: VERMILION DATELINE 7078
Mãe: AZUL 6169 7TROUXAS
RELÂMPAGO
Peso: 1215
Perímetro Escrotal : 44,5
ALT: 1,50 DENTE: 8 FRAME: 6,75
Expositor: ELOY TUFFI
Estabelecimento: FAZENDA MC
Cidade: ESP; SANTO DO PINHAL /SP
Criador: João Vieira de Macedo Neto
Tat: TE131
Nasc: 26/07/2009 Idade: 686 Dias
Registro: O136378
Pai: SAV 8180 TRAVELER 004
Mãe: CATANDUVA IMPALA STRYKER
4128-TE68
Peso: 700 Est. Gest.: Prenha
ALT: 1,35 DENTE: DL FRAME: 6,75
AOL: 105,20 EGS: 10,16
P8: 14,23
Expositor: ZULEIKA BORGES
TORREALBA
Estabelecimento: CABANHA DA MAYA
Cidade: BAGÉ /RS
Criador: Zuleika Borges Torrealba
RESERVADA GRANDE
CAMPEÃ
Nome: ESPINILHO TE33 Tat: TE33
Nasc: 01/09/2008 Idade: 1014
Dias Registro: O131128
Pai: SAV NET WORTH 4200
Mãe: OTTONO B1558 TE LÁBIA
Peso: 744 Est. Gest.: C/Cria
ALT: 1,36 DENTE: 4 FRAME: 6,50
Expositor: ROBERTO SOARES BECK
Estabelecimento: ESTÂNCIA DO
ESPINILHO
Cidade: CRUZ ALTA /RS
Criador: Roberto Soares Beck
TERCEIRA MELHOR FÊMEA
Nome: MAUFER 022 RAINHA
Tat: 022
Nasc: 30/09/2010 Idade: 255 Dias
Registro: O143644
Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE
Mãe: CATANDUVA 1328 RAINHA
TE213-169 Est.
Peso: 304 Gest.: Vazia
ALT: 1,14 DENTE: DL FRAME: 5,50
AOL: 76,62 EGS: 3,84 P8: 5,42
Expositor: MAURÍCIO E
FERNANDO L. WEIAND
Estabelecimento: CABANHA MAUFER
Cidade: CRUZEIRO DO SUL /RS
Criador: Maurício e
Fernando Lampert Weiand
Do Mato Grosso
para ver Angus
Veio de Alta Araguaia, no
Mato Grosso, MT, diretamente
para ver a raça Angus brilhar
na Feicorte, em São Paulo, SP.
Foi o que contou o novo criador
de Angus Guilherme Rigo, que
trabalha com a raça há apenas dois anos, em sua Fazenda Pampas 2. “Sou cliente do
selecionador de Angus Renato
Ramires, que foi quem me incentivou a investir nesta bela e
produtiva raça”, revelou Rigo,
sentando com a filha Vitória e
o sobrinho Gabriel numa das
mesas do Estande Angus na
Feicorte, e se deliciando com
cubos de carne Angus feitos ali,
na grelha, bem em sua frente.
Mas nosso novo criador
de Angus não é marinheiro de
primeira viagem. Ele já criou
Canchim e ainda cria Limousin
e Brahman. Agora espera as
crias de uma vaca Angus e examina possibilidades de, assim
que tiver produtos à altura, trabalhar com o Marfrig n o projeto Carne Angus, da ABA. Ele
trabalha com cerca de cinco
mil cabeças para cruzamento.
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EDITORIAL
PAI PASSO
Angus@newS
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EXPOSIÇÕES
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Angus@newS
No ambiente da feira,
degustação da Carne Angus
A
través de seu Programa Carne Angus Certificada, a Associação
Brasileira de Angus (ABA)
novamente colocou em prática durante a Exposição
Nacional de Angus, na 17ª
edição da Feira Internacional da Cadeia Produtiva da
Carne, a Feicorte, o marketing campeão de resultados,
representado pela degustação da carne Angus Certificada.
“O objetivo foi levar até
o público presente na feira
toda qualidade que a carne
do rebanho Angus tem a
oferecer em termos de sabor,
maciez e marmoreio”, explica Felipe Moura, diretor de
marketing da ABA. Segundo
ele, saber das qualidades e
diferenciais da Carne Angus
é importante para qualquer
consumidor que busca uma
carne superior. Mas provar a
carne Angus, feita na hora,
no estande da raça e tendo
ao fundo os animais nas argolas, aí é mesmo uma experiência verdadeiramente
inesquecível.
Na Feicorte, na grelha
do estande da ABA, a Carne Angus Certificada do
Marfrig e VPJ Alimentos
foi servida todos os dias aos
frequentadores, sempre em
cubos fatiados na hora, de
cortes especiais como Beef
Ancho, Mini Burguer de Picanha e Stake de Alcatra.
Os freqüentadores da feira
ficavam admirados com os
cortes de carnes apresentados num expositor refrigerado no estande Angus. E boa
parte desses cortes não são
feitos com as partes nobres
do animal.
“Com essas degustações,
queremos que o consumidor passe pela experiência
de consumir uma carne de
real qualidade. “O que mais
chama atenção no paladar
da carne é a textura que ela
possui, aliada a um alto teor
de suculência”, aponta Felipe. Na Feicorte, a degustação de Carne Angus foi possível graças a uma parceria
entre a ABA e o Grupo Marfrig e a VPJ Alimentos.
Inovações
Durante a Feicorte a
VPJ Alimentos apresentou,
entre outras inovações em
cortes de carne Angus, a
sua nova linha hambúrgueres Angus Certificados pelo
programa de certificação
da Associação Brasileira de
Criadores de Angus. A empresa é a única a produzir
hambúrgueres de pura carne Angus, oriunda de animais super jovens.
Os cortes Angus Prime
da VPJ vêm conquistando
cada vez mais o mercado de
carnes nobres. Praticamente todos os empórios, supermercados, restaurantes e
lanchonetes de
qualidade
dos
Estados de São
Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e
Minas Gerais já
comercializam
os produtos Angus Prime VPJ,
(considerada a
melhor carne do
mundo).
“Na Feicorte
mostramos uma nova linha
de hambúrgueres, oriundos
de vários cortes conhecidos
do mercado como hambúrguer de costela, hambúrguer
de picanha, hambúrguer de
fraldinha, hambúrguer de
patinho, hambúrguer de alcatra, hambúrguer de filet
mignon. Todos já disponíveis
para o mercado consumidor, sendo que vários restaurantes e hamburguerias
já operam com as delicias
produzidas e distribuídas
pela empresa.” - diz Antônio Augusto, gerente da VPJ
Alimentos.
Lançamento do Anuário ABA 2010
foi um dos pontos altos na Feicorte
Todo o crescimento que
a Associação Brasileira de
Angus (ABA) e que a raça
Angus experimentou no ano
de 2010 foi passado “como
um filme” para a cabeça
das cerca de uma centena
de pessoas presentes no Estande da ABA na Feicorte.
O feito foi protagonizado
pelo diretor de Marketing
da ABA, Felipe Moura, durante evento de lançamento do Anuário Angus 2010,
dia 15, no estande da ABA,
na Feicorte. Num momento
bastante feliz, Felipe Moura literalmente hipnotizou e
cativou as atenções das pessoas com palavras e frases
realmente contundentes e
reveladoras sobre o trabalho
realizado no ano passado.
A confecção do anuário
contou com os esforços de toda
a equipe Angus e o resultado é
um material bastante completo que certamente agrada bastante aos apreciadores da raça
Angus. “Queremos que esse
anuário seja encarado como
uma enciclopédia da raça”, explicou Moura.
O lançamento do Anuário da ABA também teve
a presença e participação
do técnico norte americano
Mark McCully, da Certified
Angus Beef, e jurado da raça
na Feicorte, que falou rapidamente sobre sua primeira
experiência em terras brasileiras, País muito bonito segundo ele. O dirigente ainda
respondeu a perguntas do
público e imprensa presentes ao evento de maneira
bastante descontraída. Mark
discorreu sobre o modelo
de produção utilizado pelos
produtores de Angus nos
EUA, que apesar das diferenças com o modelo nacional, possui muitas coisas em
comum, como o controle da
produção e a rastreabilida-
de. “É importante que o pecuarista passe a se enxergar
como parte de uma cadeia
ampla voltada a produção
de alimentos”, aconselhou o
esoecialista.
McCully disse ainda que
nos EUA, nos últimos dez
anos o percentual de animais
que integram programas de
carne certificada subiu de
30% para 90%. Deste total
aproximadamente 60% dos
animais abatidos possuem
tipificação de carcaça Angus. Sobre a qualidade do
rebanho Angus presente na
Feicorte, o jurado explicou
que é muito difícil analisar
visualmente quesitos como
marmoreio nos animais expostos em pista, mas que de
maneira geral gostou muito
da qualidade dos bovinos
avaliados.
Em relação ao conteúdo do anuário, uma das informações mais relevantes
destacadas por pesquisa foi
o aumento de 89% do número de abates Angus no
Brasil. “De 79 mil abates no
ano de 2009, pulamos para
150 mil abates realizados
pelos frigoríficos parceiros
do Programa Carnes Angus
Certificada em 2010, aliada com o produtor da raça
no Brasil”, acrescentou na
ocasição a gerente da ABA,
Juliana Brunelli. E proveitou
para anunciar que “o plano
da ABA é de que sejam inseminadas cerca de 200 mil
vacas com genética Angus
até 2015”.
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Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
Angus@newS
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EXPOSIÇÕES
Julho/Agosto de 2011
Expointer:
A raça Angus vem para
esta Expointer com um total
de 307 animais de argola e
141 exemplares rústicos. No
total são 448 animais. Conforme os registros da Associação Brasileira de Angus
(ABA), são 57 expositores
de animais de argola e 25 de
animais rústicos.
Na área da argola, onde
o incremento na comparação
Angus@newS
Angus vem para brilhar!
com 2010 é de 6,5%, são
202 fêmeas e 105 machos. Já
nos exemplares inscritos para
a 4° Nacional de Rústicos,
são 42 fêmeas PO (14 trios),
21 fêmeas PC (7 trios), 45
machos PO (15 trios) e 33
machos PC (11 trios). Nos
rústicos, na comparação com
o ano passado, o aumento é
de 42%.
A programação Angus
na feira conta com três momentos de julgamentos. O
primeiro é o Julgamento de
Rústicos, que acontece no dia
29/08, segunda-feira, 09h,
na Pista 20. Na pista central, ocorrem os outros dois,
ambos de argola: as fêmeas
serão julgadas no dia 30 e os
machos no dia 31, ambos às
09h.
Este ano atua como jurado de Angus na Expointer
o experiente norte americano Randy Daniel, que pela
terceira vez trabalha no
Brasil.
Daniel administra a fazenda da família, Partisover
Ranch, em Colbert, na Geórgia (EUA). No dia a dia,
trabalha ao lado da esposa,
Beth, e do pai, Dan. Como ju-
rado de Angus, Randy inclui
em sua atribulada agenda 39
estados americanos e mais o
Brasil, a Argentina e o Uruguai. Cursos e Palestras
Cursos e palestras também fazem parte da participação Angus na maior vitrine
da América Latina. Começando pelo curso de Cabanheiros,
que acontece no estande Angus, em 25 e 26 de agosto, às
9h. Já a segunda semana da
mostra inicia com a primeira
edição do Campeonato Angus
Mirim, dia 31, quarta-feira,
às 14h, na pista central. No
dia seguinte, às 13h30, é vez
do Workshop Carne Angus,
na casa da RBS. No sábado,
dia 3, às 09h, o auditório do
Senar abriga o último curso
Angus da edição, o Curso de
Jurado Jovem.
Ao cair do martelo
E a melhor genética não
poderia deixar de ter os melhores leilões. O Shopping
Angus será a atração deste
ano no Pavilhão de Bovinos
de Corte, de 27/08 a 02/09.
No dia 29, segunda-feira,
acontecem dois remates: o
Leilão Nacional de Rústicos,
às 13h30 e o Selo Racial Reserva Especial, às 20h. Este
último é no restaurante internacional e o primeiro na
Pista J.
No restaurante internacional também acontece o
Leilão Divas, dia 31, às 21h.
Encerrando, acontece na Pista J, dia 03/09, às 14h, a Feira da Novilha.
Shopping Angus oferta
o melhor de argola
A Associação Brasileira
de Angus (ABA), seguindo
sua filosofia de constante
aperfeiçoamento para atender seus associados e buscando sempre o melhor que
o mundo do Angus pode oferecer, inova mais uma vez
na maior vitrine da raça na
América Latina, a Expointer,
com a realização do Shopping Angus. A iniciativa visa
dar oportunidade a todos os
criadores da raça de ofertarem seus animais de argola
durante a feira.
Para isto será criado um
ambiente totalmente dife-
renciado dentro do pavilhão
de bovinos de corte, onde os
animais ficarão expostos e
os interessados receberão
informações e atendimento
personalizado. Cada animal
ofertado terá um valor préfixado pelo vendedor, e uma
identificação específica com
seus dados, como paternidade
e informações do proprietário. As propostas serão feitas
através de envelope, modelo
de comercialização que já
está se tornando conhecido
entre os investidores.
A gerente da ABA, Juliana Brunelli, destaca que a
oportunidade é ímpar, porque
como todos os Angus do shopping irão a julgamento durante a Expointer, o produtor
poderá comprar um animal
que terá chances de ser um
campeão.
Somente participam do
Shopping os animais de argola que já estavam inscritos
para o julgamento da raça na
feira.
O evento será assessorado pela empresa FF Velloso
e Dimas Rocha, que estará
presente em tempo integral no
shopping, ao lado da leiloeira
Trajano Silva Remates.
Está se realizando durante esta Expointer, a quarta edição da Exposição Nacional de Rústicos Angus.
Promoção da Associação Brasileira de Angus (ABA), o
evento representa uma das mais importantes etapas do
Ranking Nacional dos Expositores de Rústicos, e conta
com um importante leilão, que trará para a pista de
remate os animais premiados nesta exposição.
“Esse é mais um estimulo à participação dos criadores.
Nessa reta final, é importante acompanhar os resultados
de perto, por isso a ABA está à disposição para fornecer
os resultados de rankings regionais ou detalhamento da
pontuação dos sócios, diretamente na entidade”, completa
Juliana.
Palco da última etapa do Ranking Nacional
A Expointer 2011 será
palco para a última etapa do
Ranking Nacional Angus, que
vai apontar o Melhor Criador
e Melhor Expositor Angus de
2011. Perto da reta final, a
Associação Brasileira de Angus (ABA) destaca a penúltima etapa do ranking nacional
de exposições oficiais, realizada na Feicorte, SP. O balanço
parcial de pontos divulgado
pela ABA mostra que, até o
momento, os cinco primeiros
colocados na disputa pelo
troféu de Melhor Criador do
Ranking Nacional são: Antonio Maciel Neto, proprietário
da FSL Angus Itu - Fazenda
São Luiz- Itu (SP); Luiz Anselmo Cassol, proprietário da
Cabanha da Corticeira - São
Borja (RS); Eloy Tuffi, da Fazenda MC - Espírito Santo do
Pinhal (SP); Cabanha Rincón
Del Sarandy - Uruguaiana
(RS); e Reconquista Agropecuária Ltda. - de Alegrete
(RS). Já na disputa ao posto de Melhor Expositor do
Ranking Nacional de 2011,
os cinco primeiros são: Eloy
Tuffi, da Fazenda MC- Espírito Santo do Pinhal (SP);
Antonio Maciel Neto, proprietário da FSL Angus ItuFazenda São Luiz – Itu (SP);
Cabanha Rincón Del Sarandy- Uruguaiana (RS); Parceria Cabanha da Corticeira e
GB Agropecuária; e Luiz An-
selmo Cassol, proprietário da
Cabanha da Corticeira - São
Borja (RS).
Hot Site
Com o objetivo de facilitar o acesso às informações
sobre o Ranking de criadores
e de expositores, um hotsite traz informações sobre os
principais eventos oficiais
que a ABA que os núcleos regionais de criadores promovem pelo Brasil.
Com esta ferramenta inovadora criada para os seus
associados, é possível acompanhar de forma detalhada as pontuações dentro do
Ranking de criadores e ex-
positores somando à agenda
das exposições, resultados
e informações específicas a
respeito, bastando para isso
solicitar login e senha diretamente no escritório da entidade (51.3328.9122).
A gerente da Angus, Juliana Brunelli, destaca que uma
das vantagens deste novo serviço é que o associado poderá fazer as inscrições de seus
animais para as exposições
ranqueadas diretamente pelo
hot site. “Essa será uma alternativa prática que diminuirá a burocracia no ato das
inscrições, pois não haverá a
necessidade de envio de documentação, como cópia de
registros e ficha de inscrições
para a associação”, observa
Juliana.
Outra vantagem é que os
núcleos regionais poderão
realizar suas exposições por
meio de um programa análogo ao da associação, onde
os responsáveis terão acesso
as planilhas, catálogos, entre
outros documentos oficiais,
tudo com acesso fácil e prático no site da Angus.
Para acessar o ambiente das exposições oficiais da
ABA basta acessar o site
principal da entidade no
www.angus.org.br e clicar no
banner eletrônico, posicionado no lado direito da tela, que
leva diretamente ao ambiente
virtual das exposições.
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Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
Angus@newS
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EXPOSIÇÕES
Julho/Agosto de 2011
Angus@newS
52ª ExpoAgro de Araçatuba (SP)
leva mais de 100 animais à pista
Foi realizada entre os
dias 8 e 17 de julho no Recinto de Exposições, Clibas
de Almeida Prado, em Araçatuba (SP), a 52ª ExpoAgro, O evento que contou
com a participação do Núcleo Paulista dos Criadores de Angus, serviu como
palco de um dos maiores
remates da raça Angus do
país com a realização do
4º Leilão Genética Angus
no dia 12 de julho. A Agropecuária HR e 3E ofertaram 30 touros Angus para
trabalho no campo, 100
novilhas Nelores prenhas
e com cria ao pé Angus e
1000 animais meio sangue
Angus. Segundo o gerente
da Agropecuária HR, Luís
Fernando Rodrigues, esse é
considerado um dos maiores leilões Angus do Brasil
com um número tão expres-
sivo de animais em um único remate.
No dia 16 foi realizado
o julgamento da exposição,
contando pontos para o
ranking regional da raça.
Participaram mais de 10
fazendas com um número
superior a 100 animais em
pista.
Raça Espetacular
Na opinião do médico
veterinário e jurado da ex-
posição de Araçatuba, José
Geraldo Candido, o Angus é
uma raça espetacular que
produz carne no mundo inteiro e já provou o quanto
vale. Ele destaca a qualidade dos animais que foram
a julgamento e o trabalho
de divulgação que o Núcleo
Paulista está realizando
com o apoio da Associação
Brasileira de Angus (ABA),
através do seu corpo de téc-
nicos qualificados. “É importante quando um jurado
tem numa mesma pista animais de várias raças criadas
no país. Ao analisar estes
animais, o Angus se sobressai sobre os demais pelo seu
biótipo”, destacou o jurado,
elogiando a qualidade apresentada em pista, o cuidado
dos criadores com os planteis e a supervisão dos técnicos da ABA.
Grande Campeão
Reservado Grande Campeão
Terceiro Melhor Macho
Grande Campeã
Reservada Grande Campeã
Terceiro Melhor Fêmea
DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DE ARAÇATUBA
GRANDE CAMPEÃ
Nome: CIA.AZUL HERANÇA 0997 Tat: 0997
Nasc: 17/09/2008 Idade: 1031 Dias Registro:
O129555
Pai: CIA.AZUL TE0146 CANYON SANGÜINE Peso: 764
Mãe: CIA.AZUL 0141-G5480-G3140
Est. Gest.: Prenha
Expositor: LUIS HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES
Estabelecimento: FAZENDA TABAPUÃ
Cidade: PONTA LINDA /SP
Criador: SUSANA MACEDO SALVADOR
RESERVADA GRANDE CAMPEÃ
Nome: LC SCARLET TES161 Tat: TES161
Nasc: 24/07/2009 Idade: 721Dias
Registro: O134805
Pai: SAV NET WORTH 4200 Peso: 770
Mãe: NEGRITA 370 DA CORTICEIRA
Est. Gest.: Prenha
AOL: 102,9 EGS: 11,4 P8: 15,4
Expositor: CABANHA SANTA HELENA
Estabelecimento: FAZENDA SANTA HELENA Cidade:
SANTA ADÉLIA/SP
Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL
3ª MELHOR FÊMEA
Nome: ASD 920 TE MAJOR MUSA
Tat: TE920
Nasc: 30/09/2009 Idade: 653 Dias
Registro: O135708
Pai: LEACHMAN MAJOR LEAGUE A502M Peso:
695
Mãe: ASD 418 RINCÓN PANCHO GEMADA Est.
Gest.: Prenha
AOL: 104,2 EGS: 12,0 P8: 20,6
Expositor: LUIS HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES
Estabelecimento: FAZENDA TABAPUÃ
Cidade: PONTA LINDA /SP
Criador: ANTONINO SOUZA DORNELES
GRANDE CAMPEÃO
Nome: MC IMPOSTO FLORA TRAVELER 6807-TE973
Tat: TE973
Nasc: 22/04/2009 Idade: 814 Dias
Registro: O134809
Pai: SS TRAVELER 6807-T510 Peso: 950
Mãe: ASD 132 SANDS MATHILDE FLORA Perímetro
Escrotal : 49
Expositor: ELOY TUFFI
Estabelecimento: FAZENDA MC
Cidade: ESPÍRITO SANTO DO PINHAL /SP
Criador: ELOY TUFFI
RESERVADO GRANDE CAMPEÃO
Nome: HR AMÉRICO K09 TE Tat: TEK09
Nasc: 19/02/2010 Idade: 511 Dias Registro:
O140037
Pai: OTTONO B1777 TE HERDEIRO
Peso: 660
Mãe: SA BAVÁRIA 358
Perímetro Escrotal: 40
AOL: 111,1 EGS: 14,2 P8: 15,2
Expositor: LUIS HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES
Estabelecimento: FAZENDA TABAPUÃ
Cidade: PONTA LINDA /SP
Criador: LUIS HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES
3º MELHOR MACHO
Nome: 3E BARNEY A461 Tat: TEA461
Nasc: 01/04/2010 Idade: 470 Dias Registro:
O140041
Pai: TRES MARIAS 6301 ZORZAL TE
Peso: 604
Mãe: SALA ALAMEDA
Perímetro Escrotal: 40
AOL: 105,6 EGS: 10,2 P8: 13,6
Expositor: 3E AGROPECUÁRIA
Estabelecimento: FAZENDA TRÊS MARIAS Cidade:
JOSÉ BONIFÁCIO /SP
Criador: 3E AGROPECUÁRIA LTDA - EPP
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Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
SELECT SIRES
Angus@newS
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NÚCLEOS
Julho/Agosto de 2011
Angus@newS
Núcleo Angus São Paulo:
passagem ao Centro Oeste
mostras de Avaré, Itapetininga, Feicorte, Araçatuba e
São José do Rio Preto.
O trabalho já atrai criadores de Minas Gerais, que
em breve devem se integrar
ao Núcleo. “O potencial é
grande. Também estamos
avaliando com muita atenção
o sul de Mato Grosso do Sul.
O objetivo principal é o fortalecimento da raça e entendemos que ter uma entidade
forte é um fator indispensável desse processo”, assinala
o dirigente.
Renato Ramires Jr.
“É
impressionante
como o Angus
produzido hoje em
São Paulo é mais produtivo
do que o animal de oito anos
atrás, quando eu entrei na
raça. Além de outras qualidades, o meio sangue Angus
está pronto para o abate entre 10 e 12 meses mais cedo
que outras raças e oferece
até 20% a mais de ganho de
peso. É ou não é a raça ideal
para a pecuária brasileira,
cada vez mais profissional e
que busca resultados comprovados?”
A convicção do Angus
como a opção genética mais
indicada para a expansão da
pecuária está em cada palavra do criador Renato Ramires Jr., presidente do Núcleo
Angus São Paulo e proprietário da 3E Agropecuária,
com fazenda no município de
José Bonifácio, SP.
Entrando no terceiro
mandato à frente do Núcleo,
Ramires utiliza os resultados
produtivos e reprodutivos do
Angus e a indiscutível qualidade da carne para expressar
sua confiança no avanço da
raça rumo ao Brasil Cen-
tral. “O Angus evolui rápido
em termos zootécnicos e em
adaptabilidade. Há algum
tempo não se admitia a raça
pura no Centro-Oeste; hoje
vendemos touros a partir de
São Paulo para o extremo
Norte do País e as informações colhidas são inquestionáveis: os animais produzem
tão bem quanto o zebu”, ressalta o presidente do Núcleo
Angus São Paulo.
Isso só é possível porque os criadores paulistas
desenvolveram
programas
de fomento que respeitam
os interesses dos produtores
e, aproveitando uma base
genética versátil, composta por gado originário dos
plantéis do Rio Grande do
Sul – berço da raça no país
– mas também do Canadá e
dos Estados Unidos, fizeram
a lição de casa, investiram na
adaptação e em acasalamentos direcionados. Resultado:
constituíram um pólo de disseminação de genética Angus
de São Paulo para cima, chegando hoje a Minas Gerais,
Trabalho do Núcleo paulista é
ponte para o avanço da raça rumo
ao Centro Oeste brasileiro ...
Goiás, Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso e Tocantins e
daí para o Norte.
Orientação, o
começo de tudo
Tudo começa com a
orientação profissional e
técnica aos produtores que
buscam auxílio para entrar na raça. “O Angus está
num momento excelente e
é comum que pecuaristas
procurem o Núcleo para obter informações. Nesse momento, não os direcionamos
para outros criadores, mas
acionamos a parceria com a
Associação Brasileira de Angus (ABA), que envia um dos
seus três técnicos no Estado
de São Paulo para atender
as consultas de maneira absolutamente profissional. Assim, os técnicos da entidade
fazem um verdadeiro raio-x
do projeto pecuário e mostram os caminhos a seguir,
de acordo com os preceitos
da raça e dos mandamentos
da pecuária moderna. Esse
trabalho tem surtido excelentes resultados”, informa
Renato Ramires Jr.
Numa outra ponta, o núcleo paulista investe na divulgação da raça, levando-a
a várias partes do estado de
São Paulo com o seu ranking
de exposições, que inclui as
Economia favorece
Renato reconhece que a
conjuntura econômica converge para o fortalecimento
do Angus. “Carne de qualidade é um alimento essencial
e cada vez mais valorizado.
As estatísticas estão aí para
provar que o mundo precisa
da carne brasileira. E se for
de Angus ainda melhor, pois
os países desenvolvidos já
pagam bônus por sua qualidade. Esse movimento começa a chegar ao país, a partir
da concepção do Programa
Carne Angus Certificada, que
tem frigoríficos parceiros
no Sul, Sudeste e CentroOeste”. No caso de SP, GO e
MS, Renato refere-se à Marfrig, parceira do programa
há quatro anos.
Em termos globais, o cenário também é promissor
para o Angus. “Temos dois
belos desafios pela frente:
quantidade e preço. Em ambos o Angus é um instrumento muito importante para a
pecuária brasileira. Por suas
características produtivas,
fica pronto para o abate mais
cedo; como tem qualidade
reconhecida agrega valor ao
negócio, o que é bom para o
Brasil e também para o pecuarista que utiliza essa genética”, diz Renato.
Time que joga junto!
Com as ações de fomento realizadas pelo Núcleo
São Paulo, Renato Ramires
Jr. confia que os resultados
– que já aparecem – tendem
a melhorar ainda mais no futuro. “Somos um time coeso,
que joga junto e trabalha em
prol do mesmo objetivo. Isso
significa que o importante
para os associados do Núcleo
é a raça, e não só os campeonatos e o ranking. Assim,
ganham todos: a raça, os
criadores e a pecuária”.
A confiança de Renato
decorre da segurança que
adquiriu no Angus desde que
iniciou na pecuária. Empresário de varejo e atacado
no interior de São Paulo ele
sempre desejou investir em
um outro negócio, que lhe
desse a satisfação de contribuir para algo maior. A
pecuária foi a atividade e o
Angus a raça escolhida.
“Pesquisei muito antes de
me decidir pelo Angus. Pesei:
se vou investir na pecuária de
corte tem de ser em uma raça
altamente produtiva, que efetivamente contribua para a
maior oferta de proteína. O
Angus foi a escolha perfeita”. O seu trabalho agora, à
frente do Núcleo São Paulo,
é levar essa mensagem a outros produtores e contribuir
para fortalecer a raça em
novas praças. Os resultados
estão aparecendo.
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Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
NUCLEO PAULISTA
Angus@newS
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Julho/Agosto de 2011
MELHORAMENTO GENÉTICO
Angus@newS
Genética Nacional:
“Eu acredito!”
Fotos: Horst Knak/Agência Ciranda
E
sta nova coluna, criada especialmente para
o Angus@newS, visa
revelar a avaliação de importantes selecionadores de
Angus sobre a importância
do uso da genética nacional
da raça.
A cada edição, dois cria-
dores estarão se manifestando sobre este tema, que
é prioridade do Conselho
Técnico e da atual direção
da Associação Brasileira de
Angus (ABA).
Fábio Gomes - Cabanha Catanduva, com sede
em Cachoeira do Sul, RS:
“Acredito em touros nacionais porque a seleção genética do Angus está atenta
para que os animais sirvam
tanto para facilitar a criação e terminação quanto
para que os touros trabalhem sem dificuldades em
nosso meio ambiente, que
é diferente de outros onde
o Angus também se destaca, como nos Estados Unidos e Canadá, por exemplo.
Precisamos produzir touros
que possam trabalhar em
grandes centros produtores
de carne, como no Brasil
Central. Precisamos de touros com pelo curto, porque
os animais de pelo longo
sofrem muito e produzem
pouco. E esta produção de
touros capazes de atender
as nossas necessidades, nós
só podemos fazer aqui, no
nosso meio ambiente”.
Fábio Luiz Gomes
Luiz Fernando Campana Rodrigues
Luiz Fernando Campana Rodrigues – Agropecuária HR, de Fernandópolis, SP.
“Os touros nacionais são
filhos de touros nascidos e
criados aqui e, portanto, já
adaptados ao nosso clima,
nossos parasitas e nossa
alimentação do dia a dia.
Eles já nascem com maior
resistência às nossas pragas
e ao nosso meio. Os touros
ou sêmen de touros importados, embora transmitam
todas as características
genéticas inerentes à raça,
não tem esta adaptabilidade e, portanto, não podem
transmiti-la aos seus filhos.
Por isso acredito nos touros
nacionais e uso 100% deles
para os cruzamentos industriais na HR”.
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Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
Angus@newS
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NOTÍCIAS
Julho/Agosto de 2011
Angus@newS
Premiadíssima Três Marias
recebe grupo de técnicos e
criadores brasileiros
Iniciativa da empresa gaúcha Solução Genética, que no Brasil
representa a Cabanha Três Marias, foi realizado em 29 de junho
um dia de campo de visitação àquele seleto estabelecimento de
criação de Angus na Argentina.
Luis Felipe Cassol
A
viagem à Três Marias,
que contou com a participação de cerca de
40 criadores e técnicos brasileiros, teve a coordenação
do selecionador gaúcho Luis
Felipe Cassol, um dos diretores da Solução Genética,
em São Luiz Gonzaga, RS,
e também da Cabanha da
Corticeira, em São Borja,
RS.
Luis Felipe esteve acompanhado dos veterinários
Bianca e Dimas Rocha, da
Assessoria
Agropecuária
FFVelloso & Dimas Rocha,
que novamente este ano assessora o leilão da Cabanha
Três Marias, no dia 18 de
agosto.
Um plantel de cinema
A Cabanha Três Marias,
de propriedade do selecionador Horácio Gutierrez,
ostenta bem mais do que
o mérito de ser a cabanha
de Angus mais premiada
da Argentina. Trabalhando
com um plantel de aproximadamente 1,2 mil ventres
registrados, anualmente, o
criatório produz aproximadamente 500 touros, e com
um grupo muito seleto de
150 doadoras, gera cerca
de dois mil embriões ao ano,
volume que é destinado para
a própria cabanha, para o
mercado interno e à exportação.
O dia de campo – já promovido em 2010 também
pela Solução Genética, que
fornece o material genético
da Três Marias em solo brasileiro - neste ano foi prestigiada por técnicos da Associação Brasileira de Angus
(ABA) e por criadores do
Rio Grande do Sul, Santa Catarina e do Paraná.
Grandes mães
Quatro estações foram
visitadas pelo grupo. Na
primeira foram revisadas
aproximadamente 100 doadoras; lote composto por
grandes mães e produtoras
de campeões e touros pais.
Doadoras como Jefa, Mulata, Fenomena, Baraja entre
tantas outras.
Através da revisão das
doadoras da fazenda, foi
possível entender um dos
pontos chaves do sucesso
desta cabanha: a grande
qualidade da base de seu
plantel, ou seja, das mães.
Tourada de peso
Na segunda estação, a
comitiva conferiu o confinamento para preparo de touros de venda utilizado no se-
gundo inverno dos animais
para comercialização no
remate de agosto de 2011.
Neste local estavam sendo
preparados
aproximadamente 400 touros PO e PC,
para venda aos dois anos e
peso médio de 750-800 kg.
Palermo e clones
Na terceira estação, os
visitantes conheceram os
animais de argola preparados pela Cabanha Três Marias para a tradicional Exposição de Palermo, de 20 a
22 de julho. Foi apresentada a Grande Campeã Palermo 2010, Areia, animal este
adquirido por criador brasileiro no leilão de 2009. Entre os animais podem estar
os Grandes Campeões da
mais importante exposição
de Angus do mundo, no conceito de muitos criadores.
Nesta etapa da visita
também foram apresentados dois clones da mãe de
Três Marias Zorzal, um dos
touros sul-americanos mais
influentes da atualidade.
Os animais clonados, aliás,
já foram incorporados ao
núcleo de doadoras da cabanha, e se encontram em
franca multiplicação. Estas
doadoras já foram coletadas com 10 touros diferentes, apresentando sempre a
mesma consistência.
Fêmeas PO
O lote de fêmeas PO destinadas à comercialização
no leilão de agosto foi conhecido na quarta estação.
Divididos em grupos ordenados por idade, os lotes
totalizam uma oferta de 70
fêmeas PO.
A fantástica padronização dos animais em tamanho, qualidade e caracterização racial, consequência
da criteriosa escolha dos
pais e da grande qualidade
da base de fêmeas, realmente surpreendeu a todos.
A padronização em tamanho,
qualidade e caracterização racial
surpreendeu a todos
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Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
Angus@newS
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Julho/Agosto de 2011
PARCEIROS
Angus@newS
O Angus
do presente e do futuro
Marcelo Vezozzo
O
Angus é uma raça milenar pura conhecida
mundialmente e a base
dos grandes rebanhos nos
EUA e na Argentina. Nas regiões subtropicais – abaixo
da latitude de 25º - ela predomina com grande destaque.
Naturalmente mocho, os animais da raça Angus possuem
excelente habilidade maternal
e se adaptam as mais diversas
regiões. É também reconhecida em todo o mundo pelo programa Angus Certified Beef
– uma raça completa que vai
desde a genética até o prato
do consumidor. Sua carne é
bastante apreciada no mercado e elogiada pelos chefes
de culinária dos restaurantes,
principalmente pelo excelente
marmoreio e maciez.
No Brasil, nos últimos três
anos em virtude da parceria
entre a Associação Brasileira
de Angus – com o programa
Carne Angus Certificada – e a
indústria frigorífica houve um
grande impulso na comercialização da sua genética, o que
pode ser constatado pelos relatórios divulgados pela Asbia
– Associação Brasileira de Inseminação Artificial. Os criadores brasileiros estão produzindo os terneiros (bezerros)
para atender a demanda do
mercado interno e, em breve,
para o comércio do exterior,
podendo agregar mais valor
para o seu produto. O Brasil
vai poder demonstrar a qualidade do seu produto, saindo
assim da comoditização.
Entretanto, tenho visto no
nosso País, uma pasteurização
do frame do touro Angus para
ser utilizado no rebanho nacional. Dentro e fora do Brasil
tenho presenciado sistemas
diversificados de produção que
devem ser atendidos: as necessidades técnicas, econômicas, ambientais, entre outros.
Por exemplo, se necessitamos
fazer um bezerro hiperprecoce com produção intensiva e
acabamento rápido é um determinado reprodutor; para o
superprecoce é outro; para o
precoce é outro touro; para o
tradicional também, ou seja,
vamos precisar de indivíduos
diferenciados. Se queremos
utilizá-los em semi-confinamento, confinamento ou a
pasto, nos pampas gaúchos,
no pantanal, no Mato Grosso
ou Pará, são necessários produtos com características diferenciadas.
Sem falar em outros pontos determinantes: qual é a
matriz genética que será empregada (zebu, ½ sangue ou
européia)? Qual é o tipo de
alimentação e o manejo que
será oferecido para este indivíduo? Cada resultado deste
cruzamento tem a sua exigência nutricional e de acordo com a oferta ele vai ter a
curva de acabamento (massa
muscular e gordura) no seu
tempo apropriado.
Dentro desta sistemática,
sugiro aos selecionadores e
produtores de novilhos precoces que façam uma análise
profunda da escolha desta
genética a ser utilizada para
atender o seu sistema de produção, focando as suas necessidades como: precocidade,
aumento de gordura na carcaça, melhorar a qualidade da
carne, aumentar a habilidade
materna, diminuir ou aumentar o peso das suas carcaças,
assim por diante.
Para finalizar, parabenizo
os selecionadores de Angus
que já utilizam a genética da
raça com esta visão do presente e do futuro.
Diretor-presidente da
Araucária Genética Bovina
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EDITORIAL
CRI
Angus@newS
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Julho/Agosto de 2011
PARCEIROS
EDITORIAL
O cruzamento como
ferramenta de expansão de mercado
Octaviano Alves
Pereira Neto
O
Brasil tem se constituído no país líder na produção e exportação de
alimentos de origem vegetal e
animal.Temos todos os componentes necessários para atingir
este objetivo: sol, água, terra,
clima, genética nos rebanhos,
mão de obra, tecnologia, etc...
Estima-se que mais de 70%
do rebanho nacional é composto
por zebuínos ou seus cruzamen-
tos. É indiscutível a fantástica
adaptação do binômio nelore
e braquiária às condições do
Centro Oeste brasileiro, sendo
uma grande oportunidade à raça
Angus, a qual poderá impactar
decisivamente no processo de
produção de carne bovina.
Os ganhos em produtividade
oriundos dos cruzamentos são
imensos e amplamente descritos na literatura, principalmente
resultado da heterose alcançada
que é a superioridade média no
desempenho de indivíduos em relação às raças materna e paterna
que o originaram. A heterose resulta em uma maior precocidade
sexual, melhores características
das carcaças, uma melhor conversão alimentar e adaptação à
ambientes hostis, especialmente
no que diz respeito aos desafios
parasitários.
Empresários eficientes têm
menos paixão e mais razão na
hora da tomada de decisão. Não
se trata da discutir se a raça A,
B ou C é “melhor ou pior”, pois
é uma discussão improdutiva. O
correto é identificar qual responde de forma mais adequada
em um determinado ecossistema, conforme seu clima, vegetação, manejo, etc... Estabelecidos
estes critérios, opta-se por quais
serão as raças a serem usadas.
Certamente os rebanhos puros de origem serão mantidos
e aprimorados, pois são fundamentais na geração de animais
superiores e multiplicadores das
qualidades e benesses da raça,
porém serão cada vez mais focados na venda de reprodutores
para rebanhos comerciais, tanto
de mesmo genótipo quanto para
cruzamentos. O modelo é conhecido há décadas, mas faltam
ainda acertos para maximizar o
desempenho.
Não parece lógico ficar à
margem desse negócio, mas para
ingressá-lo é fundamental contornar problemas, tais como o
estresse térmico, causado pelo
Angus@newS
calor das Regiões Sudeste e Centro Oeste, e o desafio parasitário,
especialmente as moscas dos
chifres e os carrapatos. Animais
meio sangue ou outros graus de
cruzamento costumam ser mais
sensíveis aos parasitos que o zebuíno puro, que por seleção natural tornaram-se mais resistentes
desde a sua formação.
O carrapato é um exemplo
claro, pois afeta severamente
bovinos com sangue taurino e
suas cruzas, causando espoliação e a transmissão de doenças,
tais como a Tristeza Parasitária.
Atualmente a resistência parasitária constitui uma barreira
crescente ao processo de avanço das raças européias nestes
ambientes, pois não elimina os
parasitos de forma eficiente, havendo queda no desempenho dos
animais.
Os Inibidores de Crescimento de Ácaros, como é o caso do
Acatak®, têm auxiliado os produtores na introdução de genótipos taurinos nestes ambientes ou
mesmo produzir mais em locais
onde havia anteriormente sérios problemas com carrapatos.
Outra vantagem é o sistema de
aplicação pour-on que oferece
maior facilidade para o controle
dos carrapatos, sem necessidade
de construção de banheiros de
pulverização e imersão. É uma
economia de tempo e investimento muito interessante aos
sistemas de produção.
Concluindo, a introdução de
genes europeus em rebanhos zebuínos poderá ser o impulso que
falta para o setor atingir a excelência no mercado de carne bovina mundial e tornar decisivamente o Brasil o maior produtor
de tão nobre fonte de proteína.
Medidas de controle parasitário
eficazes permitirão que os indivíduos, oriundo dos cruzamentos,
expressem seu potencial produtivo em ambientes de alto desafio
parasitário, oferecendo aos pecuaristas excelentes ganhos em
escala de produção e de qualidade na carcaça dos animais.
Méd. Vet., Mestre em Zootecnia
Gerente Técnico – Bovinos
Novartis Saúde Animal Ltda.
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EDITORIAL
Angus@newS
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Julho/Agosto de 2011
PERFIL
Angus@newS
Cassol:
uma família unida em
torno da raça Angus
Por Alexandre
Gruszinsky
U
ma filosofia de trabalho que envolve toda
uma família e com
uma diretriz enfatizando
a qualidade dos seus produtos em primeiro plano.
Um elevado senso de ética,
respeito e humildade que
vem, ao longo dos anos,
sendo reconhecido, respeitado e admirado por nomes
de expressão no panorama da raça Angus. Estas
características, aliadas à
busca constante pelo aprimoramento do seu criatório, traçam a trajetória do
pecuarista Luiz Anselmo
Cassol, titular da Cabanha
da Corticeira, de São Borja
(na região das Missões do
Estado gaúcho), e de sua
família, dentro do universo
das grandes cabanhas brasileiras de Angus.
A história da Cabanha
da Corticeira no criatório
da raça iniciou em 1990,
quando Cassol, que trabalhava com cria de gado
geral, uma atividade que já
vinha de seus pais, resolve
mudar o foco da sua fazenda para iniciar a criação e
seleção de uma raça definida. Ao visitar uma exposição agropecuária em Santa
Maria, onde o filho, Luiz
Felipe (hoje um criador e
técnico consagrado), cursava a Faculdade de Agronomia, conhece a raça Angus.
E após várias pesquisas define a Angus como a raça
padrão para iniciar o seu
criatório.
Nesse ponto inicia a trajetória dessa propriedade
que, ao longo dos anos, vem
se destacando pelas qualidades já mencionadas, aliadas à excelência dos seus
produtos, reconhecidos nas
pistas das maiores Exposi-
ções da raça Angus no País.
Da Corticeira
Em 1970, aos 22 anos
de idade, já casado com
Margarete, Cassol assume
a propriedade em Panambi,
onde além de agricultura, se
criava gado geral. O pecuarista Cassol explica porque
escolheu a raça Angus para
iniciar o seu criatório. “O
Angus comprovadamente é
a raça que complementa todas as outras que se queira
melhorar. Pela qualidade da
sua carne, pela precocidade
sexual, pela rusticidade e
pela capacidade de transmitir essas características
nos cruzamentos a tornam
a raça ideal tanto como
raça pura, como para os
cruzamentos com qualquer
outra raça ou espécie (caso
do Nelore). Por isso o Angus é a raça do momento e
do futuro, afirma Cassol.
Escolhida a raça, o primeiro plantel de Angus,
embrião da então nova
propriedade, foi adquirido
em leilão na Exposição de
Santa Maria, sendo um lote
de touros Red Angus e dez
vacas pretas PC. No ano
seguinte, 1991, Cassol adquiriu um lote de 75 vacas
Angus PO e mais algumas
Angus PC, formando um
plantel de aproximadamente 100 animais. Com o nascimento dos primeiros produtos, para obter o registro
junto a ANC, teve que criar
um afixo, e como na região
de Panambi, onde residia
na época, existiam muitas
arvores da espécie corticeira, escolheu o nome Cabanha da Corticeira. Hoje
os seus animais usam como
afixo LC. Em 1995 a propriedade, já com um plantel significativo, começou a
participar de algumas exposições no Rio Grande do
Sul, com gado Angus rústico. Em 1997 iniciaram a
participação na Exposição
de Londrina, PR, competindo na categoria de rústicos.
Nessa categoria, a Cabanha
da Corticeiras conquistou,
durante cinco anos consecutivos, o campeonato de
animais PO e quatro vezes
o de PC.
Cabe salientar que durante este período - 1995
a 2000 - impossibilitado de
se ausentar da lavoura, era
tempo de colheita e com os
filhos Luis Felipe e Carina
estudando, a esposa Margarete assumia o comando
da cabanha, se encarregando de apresentar e também
de comercializar os animais
nas exposições.
Animais de Argola
No ano de 2000, após
conclusão dos estudos, o
filho Luis Felipe se junta à
>>>
A história da Cabanha da
Corticeira no criatório da
raça iniciou em 1990
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EDITORIAL
ARAUCARIA
Angus@newS
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Julho/Agosto de 2011
equipe da fazenda, focando
seu trabalho principalmente no melhoramento genético a partir dos animais
já existentes, com novas
aquisições. Já em 2001,
com o aprimoramento do
seu plantel, a cabanha de
Cassol começou a participar nas exposições também
com animais de argola.
Nesse ano, pela primeira
vez se apresenta com um
touro de dois anos em Esteio, que conquistou o campeonato da categoria. Grande vitória. No ano seguinte
ele leva dois touros de dois
anos e novamente ganha o
campeonato da categoria.
Mais uma vitória.
Ao longo desses anos,
a qualidade do seu criatório e o reconhecimento que
foi conquistando entre os
criadores da raça, acabou
promovendo várias parcerias, uma delas, em 2006,
com a GB Agropecuária, de
Porecatu, PR, propriedade
do famoso apresentador da
Rede Globo, Galvão Bueno.
A partir de 2007, o
trabalho de seleção e de
melhoramento genético finalmente começa a se consolidar e a ganhar destaque
nas principais exposições
da raça. O ano começa
promissor, quando a Corticeira ganha na Exposição de Londrina o prêmio
de Reservada de Grande
Campeã, e na Expointer, a
PERFIL
Angus@newS
principal e mais qualificada
exposição da raça Angus do
Brasil, conquista o Grande
Campeonato de Fêmeas.
Em 2008 na Expointer fica
com a Reservada de Grande
Campeã, em 2009 conquista o Grande Campeonato
de Machos e em 2010 conquista, novamente, o Grande Campeonato de fêmeas.
Prêmios a granel ...
A produção
Atualmente a cabanha
trabalha com um plantel
de aproximadamente 300
vacas Angus PO e 100 Angus PC, produzindo por ano
320 bezerros. Destes animais, aproximadamente 50
entre machos e fêmeas, são
selecionados como elite, e
passam a ser preparados
para as Exposições. Durante o ano a cabanha comercializa 100 touros com
dois anos e 100 novilhas,
tanto na propriedade como
em três eventos comerciais:
Remate Selo Racial Produção, e leilões Aliança Genética e Pró a Pró. Também
vende aproximadamente 40
animais de argola por ano,
a maioria em três eventos
anuais, em conjunto com
outras grandes cabanhas.
No leilão Royal Angus Londrina, em abril, no Selo Racial Reserva Especial, em
agosto, durante a Expointer e no Royal Angus Porto
Alegre, em novembro. A ca-
banha também tem se destacado na produção de prenheses e embriões por TE e
FIV, produzindo para seu
uso e para comercialização,
colaborando com a difusão
da genética Angus de elite
em todo Brasil.
A partir de 2007, o trabalho
de seleção e de melhoramento
genético começa a se consolidar
Família
Com uma vida inteira
dedicada às lides do campo,
Cassol tem no seu grupo
familiar o apoio necessário
que possibilitou os bons resultados obtidos pela Cabanha da Corticeira ao longo
dos últimos anos. De fato, a
propriedade é uma empresa eminentemente familiar,
sob a supervisão geral do
patriarca Cassol, que também se encarrega da parte
de agricultura, - planta arroz e soja – auxiliado pela
esposa Margarete. O filho,
Luis Felipe, agrônomo, se
encarrega da pecuária. O
sobrinho, Eduardo Nunes é
o veterinário. A filha Carina, é responsável pelo escritório em São Luiz Gonzaga
e pela parte financeira, enquanto o genro, Caubi Vin-
censi, administra a parte
burocrática, cuidando da
documentação, registros,
transferências, embriões,
etc.
Para finalizar o rico
perfil desse pecuarista, o
Angus@newS reproduz na
íntegra, as palavras finais
do patriarca Cassol a respeito do seu trabalho, sua
família e o seu modo de
pensar:
“Esse é o nosso trabalho, a nossa família. Sem
ela jamais seríamos o que
somos hoje. Como vivemos
exclusivamente da atividade agropecuária, nossas
vidas são uma mistura de
“plantar e criar,“ sempre
focados, não em quantidade, mas, principalmente em
qualidade. Também primamos por ter bons amigos e
parceiros, em quem pode-
mos confiar e também conviver. Os portões da fazenda
e da Cabanha sempre estão
abertos para os amigos e
para as pessoas interessadas em conhecer ou adquirir animais da raça Angus,
a raça que produz a carne
que o mundo inteiro quer.
Para encerrar, não poderia deixar de mencionar
uma frase de Theodore
Roosevelt, a mim transmitida por meu pai e que procuro transmitir aos meus
filhos:
É muito melhor arriscar
coisas grandiosas, alcançar
triunfo e glória, mesmo expondo-se a derrota, do que
formar fila com os pobres
de espírito, que nem gozam
muito nem sofrem muito,
porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória e nem derrota.
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EDITORIAL
RECONQUISTA
Angus@newS
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PARCEIROS
Julho/Agosto de 2011
Angus@newS
Utilizar o carrapaticida que ainda está funcionando
até esgotá-lo é um erro imenso
P
or gerar danos tão graves aos bovinos, o carrapato é um parasito
que requer muita atenção
e cuidados no seu combate.
Determinadas
orientações
que ouvimos no dia-a-dia,
partindo de pessoas não especializadas, muitas vezes,
podem representar uma
grande armadilha ao pecuarista. Refiro-me, nesse momento, a uma recomendação
comum no mercado, que diz
o seguinte: “se o carrapaticida que você utiliza ainda
apresenta resultados satisfatórios, continue utilizando e
só mude para algo diferente
quando o período residual
diminuir sensivelmente, ou
seja, quando não funcionar
mais”. Se o amigo pecuarista já ouviu algo semelhante,
saiba que, infelizmente, esta
prática induz a uma falha
grave que poderá resultar em
perdas imensuráveis. O objetivo desse artigo é alertar aos
pecuaristas sobre este risco e
demonstrar uma forma mais
racional e com melhor custobenefício para o combate do
carrapato.
É sabido que o uso intensivo de um mesmo princípio
ativo no combate ao carrapato leva ao desenvolvimento
de mecanismos de resistência
por parte deste parasito. De
uma forma simples, significa que o carrapato ao ser
freqüentemente atacado por
uma molécula que possui o
mesmo mecanismo de ação,
desenvolve resistência a esse
ativo, visando a sua sobrevivência e de sua espécie. Este
mecanismo de defesa ao princípio ativo é transmitido às
futuras gerações do parasito.
A rotação de princípios
ativos retarda este processo, pois alternado moléculas
se elimina aqueles indivíduos que vinham tornando-se
resistentes a outra antiga.
Quando falamos de “diferentes princípios ativos” é
importante entender que tratam-se de moléculas distintas
e não apenas diferentes marcas comerciais, que tenham o
mesmo mecanismo de ação.
A orientação de um veterinário auxiliará na correta escolha do produto.
Atualmente, o princípio
ativo que apresenta resultados contundentes no controle
de carrapatos é o fluazuron,
encontrado no mercado sob a
marca comercial ACATAK®.
O carrapato, por não ter ainda desenvolvido mecanismos
de resistência contra esse
produto, faz com que o ACATAK® seja um forte aliado do
pecuarista para se utilizar em
rotação com outro carrapaticida que esteja apresentando
uma eficácia satisfatória na
propriedade.
Isso torna-se ainda mais
importante nos dias de hoje,
já que há poucos princípios
ativos no mercado que atuam
satisfatoriamente no controle
do carrapato (lembre-se que
não estamos falando de marcas comerciais) e não há previsão de novos lançamentos
nos próximos anos. Devemos
portanto, preservar os produtos existentes, evitando perdê-los definitivamente para
o combate dos carrapatos.
E a melhor forma para isso
é alternar o uso do carrapaticida tradicional que se vem
utilizando, com outro carrapaticida que possua comprovadamente um mecanismo de
atuação diferente, como é o
caso do ACATAK®.
Em resumo, amigo pecuarista: ACATAK® é reconhecido como um produto alta-
mente eficaz no controle do
carrapato, mas muitos ainda
retardam o seu uso, como se
o preservassem para um momento futuro, quando nenhum
outro produto estiver funcionando. Isso é justamente
o que devemos evitar, pois
quando nada mais funcionar
bem, o próprio uso de ACATAK® estaria comprometido no médio/longo prazos, já
que a pressão de uso de um
único produto (ACATAK®)
provavelmente
comprometeria também sua eficácia.
Portanto, o segredo é simples: utilize ACATAK® agora
de forma alternada com outro carrapaticida que ainda
apresente algum resultado
satisfatório, preservando os
mecanismos de ação diferentes no combate ao carrapato.
Assim, será possível obter um
controle muito mais eficaz,
racional e econômico no médio prazo.
Novartis Saúde Animal Ltda.
® Marca Registrada Novartis,
AG, Basiléia, Suíça.
OPINIÃO
O que é adaptabilidade?
Por Antonio
Cabistani
Buscar a temperatura ideal
que proporcione a manutenção
das funções fisiológicas para
cumprir com eficiência a produtividade tão desejada é o desafio.
Calor é energia que pode
ser produzida através da influência direta do sol, da pressão
atmosférica, da radiação da terra, da vaporização das águas ou
através da produção do próprio
animal como a alimentação (digestão), movimentação (locomoção), metabolismo celular (quei-
ma de energia).
Este calor “energia” deve ser eliminado pelo animal através de seus
mecanismos fisiológicos:
- pele (pelo curto e liso)
- evaporação
- transpiração
- excrementos alimentares (fezes
e urina)
- transferência ao ar mais frio
(noite)
- contato com outro corpo mais
frio (água)
O desequilíbrio entre a produção
e a eliminação de calor, leva o animal a um stress térmico.
Os diferentes desequilíbrios térmicos:
quando a incidência externa e a
produção interna de calor são maiores que a capacidade do animal eliminar calor, teremos:
- aumento de consumo de água
- busca da sombra (letargia)
- sudoração aumentada
- taquicardia e taquipnéia (respiração rápida e ofegante)
- aumento da temperatura retal
b) quando a incidência externa
e a produção interna de calor são
menores que a necessidade de calor
do animal, teremos:
- vasoconstrição periférica
- pilocreção (pelos iriçados)
- tremores musculares
- hiper-alimentação (aumento de
apetite)
Qualquer dos casos teremos perda de energia diminuindo assim a
capacidade produtiva, seja carniceira ou leiteira.
O bem estar ou conforto animal
é a solução para o equilíbrio do indivíduo com o meio em que vive. Esta
parece ser a explicação simplista
da teoria da evolução das espécies de Charles Darvin.
Se utilizarmos este raciocínio
lógico nos programas de seleção
e melhoramento genético teremos finalmente entendido a mensagem que a natureza nos dá.
Finalmente respondendo a
pergunta inicial; a adaptabilidade é a capacidade que o animal
tem de expressar a sua funcionalidade.
Nos próximos artigos estaremos sendo mais específicos
sobre estes mecanismos fisiológicos e seus limites de equilíbrio
com o meio ambiente.
Diretor da Cort
Genética Brasil
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Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
NOVARTIS
Angus@newS
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Julho/Agosto de 2011
MELHORAMENTO GENÉTICO
Angus@newS
ABA e Embrapa Pecuária Sul
tocam a 2ª Prova de Avaliação de Reprodutores Angus
C
om a meta de, nas mesmas condições de ambiente e alimentação,
comparar a performance dos
touros Angus e identificar
animais superiores para a produção a pasto, a Associação
Brasileira de Angus (ABA),
juntamente com a Embrapa
Pecuária Sul, de Bagé, RS, estão desenvolvendo a 2ª Prova
de Avaliação a Campo de Reprodutores Angus.
Durante 8 meses - até
março de 2012, os touros serão avaliados em suas características de desempenho e
performance, de fenótipo com
foco na conformação frigorífica, precocidade de terminação e musculosidade, além de
área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea e
marmoreio.
O teste tem o apoio do
Núcleo Bageense de Criadores de Angus e é coordenado
pelos pesquisadores da Embrapa Fernando Cardoso e
Joal Brazzale Leal.
Palavra do presidente
Para o presidente da
ABA, Paulo de Castro Marques, unir mais uma vez o
“know how” da Embrapa
com o trabalho de seleção genética Angus promovida pela
Associação é muito importante e com certeza agrega
qualidade às ações realizadas
para impulsionar o desenvolvimento da raça e de genéticas nacionais provadas.
Inclusive, quando da realização do dia de campo para
o anúncio dos resultados da
primeira prova, no início de
junho deste ano, Paulo Marques fez questão e visitar a
Embrapa, em Bagé, tendo
ficado impressionado com a
qualidade do trabalho e com
a estrutura e equipe técnica
daquele tradicional centro de
pesquisa em pecuária do Estado gaúcho.
Marketing para
as cabanhas
Participam da prova 30
touros nascidos entre 1º de
agosto e 10 de outubro de
2010 e o Assistente Técnico
da ABA, Jean Carlos Soares,
destaca que os produtores
que inscreveram animais na
prova terão oportunidade de
avaliar seus touros em comparação com vários outros
criadores, participar de uma
prova chancelada pela Embrapa e ainda divulgar, na forma de marketing, o trabalho
de melhoramento genético
desenvolvido por suas cabanhas.
Especialistas e isentos
Para o proprietário do
touro vencedor da primeira
edição da prova (touro de tatuagem 615), e que na mesma prova também conquistou
a quarta colocação (com o
touro Tat. 1.300) o selecionador Joaquim Mello, proprietário da Cabanha Santa
Eulália, em Pelotas, RS, os
testes comparativos entre
touros realizados num mesmo ambiente e com iguais
condições alimentares são
sempre positivos ao aprimoramento da raça, a partir da
identificação de reprodutores
comprovadamente superiores.
“E a escolha pela ABA
da Embrapa como parceira
para a realização dessas provas é mesmo campeã, porque
sendo um conceituado órgão
público dedicado à pesquisa
em pecuária, leia-se também
tratar-se de um agente com
profundo conhecimento e o
que é muito importante: com
total isenção, o que dá credibilidade ainda maior aos resultados”, argumenta o tradicional criador.
Cabanhas participantes da prova
Nome
Agropecuária Ponderosa
Alfredo da Cunha Pinheiro
Alvaro Augusto Almeida Salles
Carlos Ignácio Talavera Campos
Francisco de Paula Cardoso Júnior
Helena Rodrigues Rotta
João Francisco Bade Wolf
Joaquim Francisco B. de A. Mello
José Paulo Dornelles Cairolli
Nélia J. Teixeira Gonçalves e Filhos
Parceria Rotta Assis
Sulimar Nunes Farias
Ulisses Rodrigues Amaral
Propriedade
Estância do Salso
Estância do Baú
Cabanha Acácia
Agropecuária Albardão
Fazenda da Barragem
Estância Santa Amélia
Cabanha dos Tapes
Estância Santa Eulália
Reconquista Agropec.
Cabanha Santa Nélia
Estância Tradição
Agropecuaria Proteção
Cabanha Santa Joana
Município
Bagé
Bagé
Dom Pedrito
Sta. Vitória do Palmar
Dom Pedrito
Sta. Vitória do Palmar
Tapes
Pelotas
Alegrete
Jaguarão
Sta. Vitória do Palmar
Rio Grande
Sta. Vitória do Palmar
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EDITORIAL
CHANCELADOS
Angus@newS
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OPINIÃO
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Angus@newS
Como ser
competitivo
Ricardo Pedroso Oaigen1 e
Júlio Otávio Jardim Barcellos2
E
m termos gerais, a
competitividade pode
ser entendida como a
capacidade sustentável de
sobreviver e, de preferência,
crescer nos mercados concorrentes ou em novos mercados através de um sistema
de informações capaz de suprir as necessidades gerenciais derivadas do planejamento de longo prazo. Sendo
a mesma determinada por
fatores sistêmicos (ambiente
concorrencial), estru­turais
(relativos ao mercado) e internos (relativos à empresa).
As empresas agropecuárias precisam apresentar
capacidade para desenvolver
e sustentar vantagens competitivas frente a seus concorrentes, para assim poderem se tornar competidoras
frente ao mercado interno e
externo. Neste sentido, identificar e mensurar o nível de
competitividade dos sistemas de produção agropecuários se tornou fundamental através da definição de
direcionadores, sejam estes
tecnológicos, gerenciais, de
na bovinocultura de corte?
Parte 1
Atualmente um dos grandes desafios dos pecuaristas é tornar os
seus sistemas de produção competitivos, mas afinal de contas o
que é competitividade? Como maximizá-la? Quais os pilares que a
sustentam? Neste artigo inicial descreveremos alguns conceitos básicos
de competitividade e posteriormente apresentaremos sucintamente
seus direcionadores e fatores, dando ênfase aqueles que dependem,
sobretudo, da pró-atividade e da adaptação aos novos conceitos
gerenciais por parte do empresário rural.
mercado ou mesmo relacionados ao ambiente externo.
Somente assim será possível
diferenciar aquelas empresas que sabem compreender,
posicionar-se e decidir com
base na sinalização da cadeia produtiva na qual estão
inseridas. A diferença está
no posicionamento estratégico voltado para o futuro,
com base no seu passado e
na real compreensão de sua
situação presente.
A figura desta página
apresenta uma síntese dos
quatro principais direcionadores utilizados para avaliar
o grau de competitividade de
sistemas de produção pecuários.
Os sistemas de produção
necessitam de modernizações constantes (tecnologia
de processos e/ou de insumos) para alcançar um nível
de competitividade adequado à realidade sócio-econômica das empresas rurais. Os
gestores enfrentam o desafio
de proporcionar condições
para que os produtos alcancem a qualidade desejada a
níveis de custos competitivos. Nesta perspectiva, são
necessárias
informações
consistentes de maneira
que os empresários possam
utilizá-las na administração,
para correção de falhas, redirecionamento dos recursos
e auxilio na lógica organiza-
Tabela 1. – Direcionadores e fatores utilizados para determinar o índice
de competitividade “dentro da porteira” na bovinocultura de corte.
Direcionador: TECNOLOGIA
2.Qualidade, manejo e espécies de pastagens
4.Integração lavoura e pecuária
6.Genética do rebanho
8. Controle zootécnico
10.Manejo de rotina com os animais
Direcionador: GESTÃO
1.Capacitação da mão-de-obra
2.Patrimônio
3.Orçamentação e fluxo de caixa
4.Planejamento estratégico
5. Controle dos custos de produção
6. Cálculo de indicadores financeiros
7. Identificação do rebanho
8.Comercialização
9. Informatização da propriedade
10.Escala de produção
Direcionador: RELAÇÕES DE MERCADO
1.Relação produtor-fornecedor
2.Relação produtor-frigorífico
3. Formação de preços
4.Diferenciação de produtos
Direcionador: AMBIENTE INSTITUCIONAL
1.Acesso a inovações tecnológicas
2.Política e fiscalização tributária e trabalhista
3. Política e fiscalização ambiental
4. Política de crédito agropecuário
5.Política e fiscalização sanitária
6.Legislação oficial e regularização fundiária
7.Organização dos produtores
1.Adequação de um sistema produtivo
3.Suplementação animal
5. Manejo reprodutivo
7. Sanidade do rebanho
9.Assessoria técnica regular
cional. (Veja tabela 1)
Além dos fatores internos, tecnologia e gestão, a
competitividade das empresas agroindustriais também
é fortemente condicionada
por fatores externos às empresas. Afinal, as transações
não se dão apenas intrafirma, mas se apóiam em elementos externos a ela, como
as condições relacionadas
com a infraestrutura física
(estradas, ferrovias, portos)
e as de caráter econômico
(política creditícia, tributária, salarial e cambial). As
condições técnico-científicas
não podem ser esquecidas,
uma vez que a qualificação dos recursos humanos,
a existência de centros de
pesquisa e a normatização
e certificação da qualidade
são também fundamentais.
Nos próximos quatro artigos descreveremos detalhadamente cada um dos quatro
direcionadores de competitividade, para que ocorra por
parte do leitor um melhor
entendimento deste conceito
extremante dinâmico e relevante para a cadeia produtiva da carne bovina. Dessa
forma o pecuarista poderá
a partir das peculiaridades
de sua fazenda, implantar
ações conduzidas às dimensões específicas auxiliará a
manutenção de sua atividade
econômica.
Professor Adjunto da Universidade Federal do Pará (UFPA),
[email protected],
Membro NESPRO/UFRGS.
Atua na área de Gestão
de Sistemas de Produção
Pecuários.
2
Professor Associado da
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), julio.
[email protected], Coordenador do NESPRO/UFRGS - Núcleo de Estudos em Sistemas de
Produção e Cadeia Produtiva
da Carne Bovina.
www.nespro.ufrgs.br/
1
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Julho/Agosto de 2011
EDITORIAL
Angus@newS
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OPINIÃO
Angus@newS
As exposições de animais no melhoramento da
pecuária de corte
Por Leonardo
T. Campos
O
propósito original das
exposições de animais
era o de proporcionar
um local para a comercialização. Entretanto, a exibição de animais não destinados a venda, também
se constituía em uma parte
destacada, como nos mostra, por exemplo, a história
da raça Shorthorn, em que
o famoso boi “durham” de
Charles Colling foi levado,
em 1801, para uma gira
de exibição que durou seis
anos.
A competição efetuada
nas exposições atrai para
um mesmo lugar, gado de
prestígio na raça para medições individuais, apreciação visual e julgamento do
exterior, através de um jurado que classifica os animais
concorrentes. De acordo
com o professor norte-americano Jay Lush, a exposição é uma forma de manter
os criadores informados a
respeito dos ideais da raça,
podendo determinar assim
a orientação que deverá seguir seu tipo médio.
Nos animais domésticos
produtores de carne existe,
na verdade, uma relação
definida entre a apreciação
visual de tipo e a qualidade
da carcaça, relação esta importante o bastante, segundo diversos autores, para
que possa ser usada como
um critério geral de qualificação. Por outro lado, as
estimações visuais de tipo
não revelam, com o rigor suficiente, a eficiência produtiva. Por conseguinte, para
que se obtenha o máximo
progresso, devem ser com-
plementadas com registros
de produção. Pesquisadores
como Warwick & Legates
alertam que a seleção para
tipos ou padrões raciais torna-se até mesmo perigosa
quando os itens selecionados não têm relação com o
valor produtivo.
Apesar de suas limitações, as exposições de animais foram, até meados do
século XX, a única forma de
comparar animais criados
em rebanhos diferentes. E
mesmo nos dias atuais, em
países com avançados programas de melhoramento
genético, as exposições continuam a exercer sua influ-
ência. Entre seus aspectos
positivos, destaca-se como
uma oportunidade para o
intercâmbio de idéias em
toda a indústria de carne
bovina, atendendo também
propósitos educacionais e
atividades paralelas de promoção e comercialização.
Destaques do Sumário de Touros Angus 2010-2011
Por Leonardo
Talavera Campos
Nas últimas edições do
Sumário de Touros Angus
vem sendo incluídas tabelas
adicionais, que tem gerado
grande interesse pelos usuários desta genética: Listagem de Vacas Líderes Angus
PO, Vacas Líderes Angus
PC e Listagem de Touros
Jovens S.A.
VACAS LÍDERES
Com o objetivo de valorizar os ventres PO e PC
com comprovado destaque
em suas progênies, são disponibilizadas anualmente
através do Sumário Angus a
Listagem das Vacas Líderes
no PROMEBO®. Esta listagem apresenta as melhores
vacas ativas entre todos os
rebanhos Angus que participam do Programa de Avaliação Genética da ABA.
Para constar nesta listagem as fêmeas deverão
cumprir os seguintes requisitos:
- vacas em atividade, ou
seja, com pelo menos uma
cria avaliada nas duas últi-
mas safras;
- devem apresentar, no
mínimo, três (3) produtos
com avaliação genética
completa no desmame e sobreano e
- classificadas como
deca 1 para índice final
Consulte no Sumário
a listagem destas fêmeas
para 2011. Aproveite para
conhecê-las e identificar
esta genética destacada.
TOUROS JOVENS S.A.
- Touros Jovens Superiores para Acasalamentos:
Esta Listagem de Touros
Jovens S.A. ou Touros Jovens Superiores para Acasalamentos apresenta aproximadamente uma centena
de touros de dois (2) anos
- da geração 2009.
São considerados como
superiores para utilização
em Acasalamentos Dirigidos, através de uma simulação usando todas as novilhas da mesma geração ou
safra.
Para qualificar na Listagem os touros:
- Devem estar com Registro Provisório na ANC,
na época de elaboração do
Sumário.
- Serem classificados
como Recursos Genéticos,
enquadrando-se nos critérios seletivos como candidatos a dupla marca, ou seja:
(1) Índice Final superior: todos são Deca 1, com
valores maiores do que 10
unidades do índice final padronizado de seleção Angus
(maior que 10,00).
(2) Índice Desmama positivo (maior que zero).
(3) Devem atender o critério de DEPs balanceadas
na composição do Índice
Final.
(4) Escore para Caracterização Racial superior
(de 3 a 5).
Algumas, entre outras, restrições
adotadas pelo programa de seleção de
Touros Jovens para
Acasalamentos Dirigidos, não qualificando
então como superior:
Índice Desmama
menor que 4 unidades
de índice (menor que
4,00).
Índice Desmama e
Final do pai menor do
que 6 unidades (menor que
6,00).
Índice Desmama e Final
da mãe menor do que 6 unidades também.
Deca da DEP para Ganho do Nascimento a Desmama e DEP para Ganho
Pós-desmama maior que
5 ou Conformação, Precocidade, Musculatura e Perímetro Escrotal maior do
que 7.
- No programa de acasalamentos dirigidos é simulado o acasalamento de
cada reprodutor com todas
as novilhas da geração. São
analisados então os acasalamentos que resultaram,
ou não, em produtos endogâmicos, entre outras avaliações.
Destas análises, apresentamos na Listagem de
Touros Jovens S.A., aproximadamente uma centena
de reprodutores superiores
e qualificados (duas páginas
do Sumário Angus 20112012), ordenados pelo Índice Final, resultantes desta
avaliação genética global
ou total.
Coordenador Técnico do
PROMEBO®
[email protected]
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Angus@newS
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OPINIÃO
EDITORIAL
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Julho/AgostoAngus@newS
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Com a faca e a carne na mão
Por Alcides de Moura
Torres Junior
Não é espantoso saber
que a Austrália é o segundo
maior exportador de carne bovina do mundo, atrás
apenas do Brasil, quando
analisamos as estratégias de
marketing e de mercado desenvolvidas pelo país.
Mesmo com grande parte
do território em áreas de deserto, a produção agropecuária faz parte da história e é
fundamental para economia
desta nação.
Segundo dados do Meat &
Livestock Australia (MLA), o
setor emprega cerca de cento
e setenta mil pessoas, exporta para mais de cem países
e movimenta algo torno de
US$16 bilhões.
O que a grande maioria
desconhece é a forte política de marketing da pecuária,
que vem crescendo ao longo
dos anos.
A indústria da carne vermelha, por meio do MLA, em
colaboração com o governo
australiano, investe mais de
US$13 milhões por ano em
pesquisa e desenvolvimento,
com a finalidade de melhor
compreender os impactos e
promover a eficiência da produção.
Um exemplo a
ser seguido
Segundo o estudo publicado em 2009 pela Universidade de New South Wales,
o país possui uma das mais
baixas emissões de carbono
entre os maiores produtores
de carne.
Devido ao manejo e seleção intensiva de animais
com maiores rendimentos de
carcaça e precocidade, desde
1990, as emissões de gases
de efeito estufa (GEEs) provenientes da bovinocultura
caíram 6,5% por quilograma
de carne produzida.
É importante lembrar
que, de acordo com dados
citados pelo MLA, mundialmente, a emissão de metano
na atmosfera se mantém estável há 10 anos.
A produção de carne e
número de animais cresce a
cada ano, sem contar as áreas
de pastagens, que diminuíram
nos últimos anos nos principais países bovinocultores.
A pesquisa é focada em
pontos como forrageiras e
grãos que possuam maior digestibilidade e o correto manejo do solo e da água.
Os estudos ainda quantificam a emissão de gases não
só da pecuária, mas de outras
fontes emissoras de metano,
como pântanos, cultivo de arroz, além da queima de combustíveis fósseis.
Duas décadas
de expansão
Sabe-se que nos últimos
vinte anos o rebanho bovino
brasileiro aumentou cerca de
38%, saindo de 148,8 milhões de cabeças em 1990
para 205,3 milhões em 2010
(várias fontes).
Em 1990 detínhamos
13,5% do rebanho do planeta. Em 2010, a participação
subiu para 20,7%.
Enquanto isso, a Austrália possuía 24,6 milhões de
cabeças em 1990 e 27,9 milhões no último ano, passando
de 2,2% para 2,8% do rebanho mundial.
Ainda no mesmo período,
a produção de carne brasileira cresceu 82,6%, quase
quatro vezes mais que o crescimento da produção australiana, cujo crescimento foi de
21,6%.
Observe na figura 1 a evolução da produção nos dois
países.
Em 1990, a Austrália
abatia 8,1 milhões de cabeças. Em 2010, este número
ficou em 8,4 milhões, um
acréscimo de 2,9%.
Já no Brasil, do início da
década retrasada até o ano
passado, o abate de bovinos
saltou 70,2%, passando de
24,2 para 41,2 milhões de
cabeças.
Conclusão
É evidente que a pecuária
e a produção brasileira de
carne bovina é muito maior
quando comparada com a
australiana, e que somos tão
ou mais eficientes em diversos aspectos da produção.
Mas mesmo assim aquele país consegue se manter
bem posicionado no ranking
e atingir mercados extremamente exigentes.
Qual o motivo? Soluções
éticas, sustentáveis e que
promovem a cadeia produtiva do setor, além do comprometimento do governo e dos
produtores, focados em um
produto de qualidade.
Os números não mentem,
a pecuária brasileira se consolidou nos últimos anos.
Porém, o marketing ainda
é uma questão a ser trabalhada para fortalecer a pecuária
nacional e permitir o acesso
a mercados exigentes, que remuneram melhor a produção.
Temos a faca e o queijo,
ou melhor, a carne na mão.
* Engenheiro agrônomo, diretor
da Scot Consultoria [email protected]
Colaboraram:
Gustavo Adolpho Maranhão
Aguiar – zootecnista e diretor da
Scot Consultoria.
[email protected]
Douglas Coelho de Oliveira –
zootecnista e trainee da Scot
Consultoria.
[email protected]
Figura 1.
Aumento do rebanho, produção de carne e cabeças abatidas nos últimos 20 anos do Brasil e Austrália
Fonte: USDA / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
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EDITORIAL
Angus@newS

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