o fenómeno „salvador correia
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o fenómeno „salvador correia
Margarida de Castro Ferreira O FENÓMENO „SALVADOR CORREIA‟ …mas o que nos une, o cimento, são os trajectos comuns que fizemos no passado. Não é mais nada. Não são ideias políticas que aí, antes pelo contrário, está tudo dividido. Não são trajectos de percursos de vida que também foram diferentes de uns e outros. O que temos, o cimento, (…) são os caminhos que cruzámos (...) o ar que respirámos, (João Eloy) 1 Nasci em Angola, no Pungo Andongo, distrito de Malanje. Fui, aliás, a primeira branca a nascer numa vila chamada Quitota. Julgo ter sido uma povoação criada para dar apoio à indústria de extracção de minério. Era constituída por um bairro “europeu” onde se situavam as casas dos quadros superiores da Companhia de Manganés e um bairro de “nativos”, que albergava os mineiros e respectivas famílias e onde existiam todas as infraestruturas necessárias à manutenção da população. O meu pai ingressou na Companhia como médico, em acumulação com a responsabilidade, para com o Estado Português, de dar apoio às populações circundantes no que diz respeito a campanhas de saúde pública tais como vacinações e prevenção da doença do sono. Quando eu tinha três anos, a família veio para Lisboa a fim de o meu pai se especializar em Pediatria. Regressámos a Angola três anos mais tarde. Exceptuando alguns intervalos - relativos a férias, tanto na África do Sul como na Europa – lá permaneci até aos 20 anos. Vim definitivamente para a Europa em 1973 onde comecei a construção de uma família que tem vindo a desenvolver-se em quantidade e qualidade. Já com filhos crescidos decidi inscrever-me na Universidade onde fui paulatinamente fazendo cadeiras da licenciatura de Antropologia, de acordo com a disponibilidade que a gestão familiar exigia. Foi a meio do percurso universitário que conheci, por intermédio do meu maior amigo de sempre, Victor Chaby, a comunidade virtual de exalunos do Liceu Salvador Correia de Luanda. Embora eu não tivesse frequentado o Salvador Correia, a maioria dos meus amigos de infância e adolescência em Luanda, tinham sido alunos. Passei, então, a ser membro activo da comunidade. Posteriormente tive a primeira experiência, inesquecivel, do encontro “real” com alguns dos seus elementos, num grande almoço organizado pelos gerentes do espaço onde se situava, virtualmente, a comunidade. Seguiu-se um reencontro de uma “parte de mim” que se tinha mantido discreta desde a independência de Angola. Tendo saído de Luanda em finais de 1973, como referi, não assisti nem vivi os tumultos pós revolução e pré independência, nem fiz parte da multidão de pessoas que vieram para Portugal, refugiados alguns, retornados outros. Angola foi durante trinta anos um assunto que se manteve no “limbo” da minha consciência. Tinha tido, durante esse espaço de tempo, contacto muito esporádico com pessoas de África. 2 Redescobri a minha “africandade” quando encontrei a “Comunidade dos exAlunos do Liceu Salvador Correia” O meu fascínio pelo reconhecimento de que, afinal, “ainda” me mantinha africana, era similar à de outros membros da comunidade, os quais, tal como eu própria, tinham tido pouco contacto com “gentes” de África após a sua vinda para Portugal. Entretanto, estes reencontros coincidiram com a necessidade de escolher um tema para o chamado “seminário” de fim de licenciatura. No auge do deslumbramento da tal descoberta do “nós africanos” aconteceu, também, o deslumbramento da descoberta das teorias sobre a identidade, as partilhas primordiais, pertenças simbólicas, e todo um processo construcionista que é levado a cabo pelos indivíduos em confronto com outros grupos, numa mesma sociedade. Resolvi, então, analisar a comunidade numa perspectiva de descoberta da simbologia e práticas tendentes à construção de uma comunidade, trinta anos depois de os seus membros terem ingressado forçadamente num meio metropolitano, desconhecido para a grande maioria. Encetei, também, algumas entrevistas que me permitissem compreender como se situam alguns dos seus elementos, em termos de identidade, posto que têm em comum elementos primordiais de pertença a Angola onde passaram parte das suas vidas numa sociedade colonial pluricultural constituída por diferentes grupos que gozavam de desiguais poder e consideração”, e na qual a “relação entre os indivíduos se baseava na estratificação social” (Rex e Gurharpal, 2003) – estratificação que se baseava, em Angola, no estatuto sócio-económico, no parentesco e no fenótipo. Sendo que os padrões de enculturação a que foram sujeitos, provieram, maioritariamente, da cultura da elite política portuguesa que detinha o poder, mas tiveram, também, contacto com elementos culturais da maioria “indígena”angolana. Embora muitos deles sejam filhos de emigrantes metropolitanos que se deslocaram para Angola na década de 50, outros são filhos de colonos de “segunda geração”: os seus pais já tinham nascido em África. O que aqui apresento, agora, é uma combinação do que foi a tese de fim de licenciatura - da qual constam, sobretudo, cópias de mensagens editadas no primitivo e entretanto çextinto site da CAALSC - e excertos de entrevistas que alguns amigos tiveram a amabilidade de me conceder assim como grupos de mensagens que, posteriormente, retirei do histórico do site da CAALSC: http://alunossalvadorcorreia.lefora.com/. 3 A C.A.A.L.S.C. A virtual Comunidade dos Antigos Alunos do Liceu Salvador Correia (CAALSC) foi fundada por Fernando Pereira que usou, nas suas deambulações virtuais, o “nickname” de Karipande. Por mim inúmeras vezes apelidado de “Incorrigivel Grande Chefe” - devido às polémicas intervenções em quase todas as conversas ou debates que envolvessem o processo de colonização e/ou descolonização do território angolano - o Fernando teve, então, em 2002, a brilhante ideia de fundar, na internet, …um espaço para tentar encontrar alguns colegas meus do meu tempo do Liceu. Apenas e só isso. Se depois deu tudo de bom que tem acontecido, fico contente e também entusiasmado. Devo fazer uma pequena apresentação do “Karipas” como eu passei a chamá-lo após algumas trocas de “galhardetes virtuais” que foram públicos. O Karipande, nasceu em Angola, em 1956, e escolheu a nacionalidade angolana após a independência daquele país. Os pais eram portugueses, nascidos no distrito da Guarda, mas estavam fixados em Angola onde possuíam fazendas de café, no Norte. Fez a instrução primária num colégio particular em Luanda e o ensino secundário entre Luanda e Lisboa. Frequentou a Universidade de Coimbra, cidade na qual teve os primeiros contactos com os movimentos anti-coloniais na Casa dos Estudantes das Colónias. Diversas vezes escreveu a sua enorme emoção ao ter estado presente nas cerimónias de comemoração da conquista da independência de Angola, em Novembro de 1975. Foi, muito novo, convidado por Rui Mingas para exercer cargos oficiais em Luanda, após a independência.Por motivo do falecimento de seus pais, regressou a Portugal para gerir património familiar. 4 No decurso de poucos meses após a sua fundação, a CAALSC agregou centenas de membros. Em Fevereiro de 2009 estavam inscritos 1 800 membros, quase todos nascidos em Angola de onde saíram em 1974-75, devido aos factores, por todos conhecidos, associados ao processo de descolonização e de independência e consequente instabilidade política e social. O maior número de mensagens postadas no site da CAALSC ocorreu em 2003 e 2004 após o primeiro grande almoço, anunciado na internet, de antigos alunos do Liceu Salvador Correia que aconteceu nas instalações da Casa Pia de Lisboa, em Belém. A gestão da CAALCS foi sendo feita por um grupo de gerentes que tinha como função a manutenção e vigilância das mensagens trocadas online e a organização do referido almoço de confraternização dos antigos alunos. Eurico Neto é um dos gerentes que se empenhou mais fortemente na organização desses almoços anuais. Comunga com outros membros o facto de ter mantido poucos contactos com pessoas de Luanda desde a chegada a Portugal até ao dia em que descobriu a CAALSC: As preocupações que tínhamos na altura eram as de refazer a vida, não eram as de procurar pessoas que vivessem em Setúbal e que tinham vindo de Angola… isso para nós era secundário até porque tínhamos de refazer a vida num meio onde a maioria das pessoas não era de Angola e portanto tínhamos de alguma forma modificar algumas coisas. Eurico ingressou na Administração Pública dois anos após ter chegado a Portugal e envolveu-se na dinâmica social e política da época tendo sido co-fundador de um sindicato dos trabalhadores da sua área de actividade. Experiência que lhe forneceu as ferramentas necessárias para a criação da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Salvador Correia. Terá, segundo as suas palavras: chegado à conclusão que as pessoas isoladas (…) não chegam a lado nenhum. Quanto à sua acção na CAALSC, defende que decorre da necessidade de transmitir um legado de experiência de vida que morrerá connosco . Mas não foram só o Eurico e o Karipande os responsáveis pela construção do “Fenómeno Salvador Correia”. Desde logo, aquando da organização do primeiro almoço, houve necessidade de encontrar “bandeiras” comuns a todos os antigos alunos. 5 O logótipo e o jornal O Estudante foram os símbolos identitários mais visíveis de pertença ao Liceu Salvador Correia, partilhada pelos membros da CAALSC. O logótipo,desenhado por José Maria Pimentel e inspirado na torre do relógio do edifício do Liceu e no seu cata-vento na forma de um corvo, foi desde logo utilizado nos almoços anuais de confraternização, na decoração do bolo da festa anual, em camisolas, nas fichas de inscrição para os eventos festivos, etc. O Estudante resultou da recriação online de um antigo jornal que, na década de sessenta e setenta, serviu de veículo de publicação a diversos textos literários e de opinião política e contestatária, tendo, por diversas vezes, a sua publicação sido objecto de interrupção seguida de negociações entre os alunos e o Reitor do Liceu. Embora a edição de textos em O Estudante online tenha sido efémera, ainda hoje está acessível em http://www.carlossaraiva.com/estudante. Os textos publicados revelam os laços que ligam os antigos alunos ao Liceu e que sustentam sentimentos de pertença a um lugar real e longínquo tornado virtual e próximo na Internet: Corria o ano da graça de 2002, e em conversa com um ex-colega do Liceu Salvador Correia, surgiu-me a ideia peregrina de fazer um site para reencontrar uns poucos que a vida foi separando e de quem raras vezes nos lembrávamos. No frio da Europa, num espaço de “virtude” (miscigenação ortográfica entre o virtual, a atitude e a própria virtude) coloquei um lugar para o reencontro com pessoas que quase esqueci nestas cerca de três décadas de separação. Fi-lo , com a certeza quase absoluta que não reencontraria ninguém e nunca pensei que alguém se reencontraria, neste gesto espontâneo em que a Web é afinal pródiga. … Quantas vezes ao longo destas décadas passei junto daquele Liceu e cada vez mais vezes, ele dava menos por mim do que eu dava por ele! Às vezes ainda pensava onde pára este(…!?), onde pára aquele(…), e por aí fora!!! Mas voltava o quotidiano pouco fácil da Luanda pósindependência para afastar os pequenos detalhes de pensar a adolescência e juventude vividas no muro que rodeava a “Grande Casa Amarela”. Ocasionalmente ia encontrando um ou outro antigo colega e íamos evitando “traumatizar-nos” com memórias, como se estivéssemos a assumir alguma expiação por um passado que talvez nem tivesse sido tão mau, à luz dos nossos “entas” de hoje. (…..) Obliquando numa transversalidade poética de um antigo aluno do nosso Liceu, só 6 me cumpre dizer: “ Ao nosso Liceu havemos de voltar”...E voltámos !!! (Fernando Pereira em Estudante online) O jornal foi, também, utilizado para fazer chegar ao Presidente da República de Angola, ilustre antigo aluno do salvador Correia, o pedido de preservação do edifício do Liceu como património nacional: Ao que me foi dado saber, as condições em que o Liceu Mutu Ya Kevela funciona, não são as melhores, ou nem sequer as minimamente desejáveis. Não tem água, o ginásio está fechado, há degradação da construção, enfim… toda uma série de questões que directa e indirectamente, prejudicam seriamente a qualidade do ensino que é ministrado naquela Casa que celebra este ano, o seu octogésimo quarto aniversário. E a primeira pergunta que me surge, é: porquê? Por que razão o edifício foi votado ao abandono, com nítido prejuízo da juventude que dele usufrui e que é, queiramos ou não, o futuro de Angola? Incúria? Negligência? Outras prioridades mais urgentes? Ao que ouvi, há a possibilidade de se transformar aquele espaço, numa universidade privada. Sem criticar tal opção – se fôr concretizada – será lícito questionar se é a opção que melhor se adapta à reabilitação desse património nacional, para servir os interesses dos jovens Angolanos, futuros dirigentes, técnicos, profissionais de todos os sectores. Se é certo que um estabelecimento privado, tem à partida, uma qualidade exigível, que as mais das vezes, por carências de vária ordem, não existe no ensino público, não é menos certo que tal tipo de estabelecimentos, não se destina por princípio, à grande massa estudantil, mas às camadas economicamente mais fortes (Eurico Neto). Gradualmente, a CAALSC deixou de ser um “lugar” de interacções sociais no ciberespaço que marcaram os primeiros tempos do reencontro e tornou-se mais um meio de comunicação. Passou a ser um sítio de passagem onde os antigos alunos do Liceu Salvador Correia deixavam mensagens rápidas para congratular alguém pelo aniversário, para dar conta ou anunciar algum acontecimento relevante. Apesar do enfraquecimento da dinâmica de comunicação virtual, o “Site do Salvador Correia” como era, ao tempo, referido, nunca deixou de ser um lugar reconhecidamente importante para o quotidiano e a identidade dos que dele faziam parte: guest_Eurico Simeão Neto o site dos AALSC, É como aqueles cafés (ou salões de chá) em que todos os dias se juntam uma série de pessoas, sempre as mesmas. 7 Numas mesas, sentam-se os que querem apenas divertir-se e/ou provocar o parceiro. Noutras, sentam-se alguns mais sérios, que preferem as conversas sérias. E como as diferenças entre as mesas são notórias, de vez em quando há trocas de galhardetes entre os participantes de umas e outras... e depois há uma grande maioria de "clientes" habituais, normalmente sozinhos ou aos pares, que nunca se pronunciam sobre as conversas das outras mesas, mas estão sempre atentos. E de vez em quando, à saída, abordam um dos conversadores a dão-lhe discretamente a sua opinião (são os mails que recebemos em casa e que só nós vemos). Claro, não me posso esquecer daquela mesa lá no fundo, onde se sentam os iluminados, para quem tudo o que é dito é mal dito, seja brincadeira ou coisa séria e só comentam entre si, em murmúrio, o que se vai passando. Há, como é evidente, algumas personagens indispensáveis e que reunem um consenso quase total (não estou a falar de mim) e que se um dia não aparecem, toda a gente dá por falta delas. Se ouvirmos as conversas nas entrelinhas, atentamente, vamos descobrir frustrações, vaidades, humildade, generosidade, malandrice, tristeza, verdades e mentiras, alegria, sei lá que mais e uma imensa nostalgia (em muitos) que é no fundo, o cimento que nos consolida, independentemente das demais diferenças ou divergências. O site foi o reacender de muitas semelhanças e muitas clivagens que desde sempre existiram entre a malta do Salvador Correia e não só, foi para muitos um reencontro consigo mesmos, a sua juventude e velhos amigos... mas é também para outros, sal numa ferida ainda não sarada. Este recanto, cheio de contradições e identificações, é em súmula, um local de poiso que se desaparecer de repente sem substituição, vai fazer dolorosa falta a muita gente. Eurico 11 November 2008 10:56 AM guest_Eurico Simeão Neto guest_Jotamano2 ……..para o meu gosto pessoal, o site dos AALSC é a melhor iniciativa que poderia ter sido feita para congregar a malta que passou pela Casa Amarela. Não vou questionar formatos de design, facilidades ou dificuldades de acesso e navegação nele. Isso é secundário. O que importa é aquilo que em Psicologia se chama “Influência Social”, e o quanto desta influência se manifestou em tantos dos colegas que estariam “esquecidos” num canto qualquer, se não fosse o poder aglutinador deste instrumento de comunicação. É claro que somos um grupo maduro e duvido que alguém tivesse mudado sua personalidade pelas conversas que aqui correm soltas. Mas, como disse Alexandre Herculano “Nunca me envergonhei de mudar a minha opinião, porque nunca me envergonharei de raciocinar e aprender”. E olha como aprendemos neste 6 últimos anos ! Aprendemos a voltar a amar os nossos colegas afastados por algum tempo; aprendemos a ter saudades daqueles que vão nos deixando; aprendemos a ficar calados quando lemos algumas patacoadas infelizes, porque a conversa não é connosco; também eprendemos a levar no côco quando nos metemos onde não eramos chamados ; aprendemos algumas coisas que desconhecíamos, porque colegas altruístas dividiram com a malta o seu saber; aprendemos que fomos uns privilegiados em ter freqüentado a melhor escola do mundo – o nosso Liceu ! Aos que , eventualmente, não gostem da existência de um site como o nosso ( ou o próximo ), lembro aquela velha máxima : “de mal com ele... mas pior sem ele”. Por isso estarei no próximo, quaisquer que sejam as suas condições de pressão e temperatura. Quanto mais não seja porque sou um cara ávido de curiosidade : assim, mantenho as chance de saber “quem é realmente o Diungo” ou “qual é a maior biblioteca : a do meu primo Agualusa, ou o somatório de livrarias de Angola …. João 11 November 2008 07:27 PM guest_MimiMercêsdeMello Numa palavra e com as devidas adaptações, eu diria que a vida é curta demais para não se vir ao site todos os dias! Beijo, Mimi 11 November 2008 11:29 PM 8 A CAALSC foi também, a rampa de lançamento de diversas redes de amizade e sociabilidade, algumas retomadas ou renovadas – compostas essencialmente por pessoas que, em Luanda, se conheciam -, outras compostas por elementos que nunca tinham tido contacto prévio, seguramente tendo como génese as memórias comuns e a interrupção abrupta das suas vivências enquanto jovens num espaço comum. Como tal, pode afirmar-se que as dinâmicas geradas pela fundação e reencontros na CAALSC permitiram que os trajectos de vida dos antigos alunos do Liceu Salvador Correia se voltassem a cruzar. E ainda, tendo como base a dinâmica gerada pela criação da CAALSC, aconteceu a oportunidade de se criar uma Associação de antigos alunos que pudesse ter uma maior acção colectiva. Julgo que este sonho de “ir mais além” no que diz respeito à utilização do espírito que une os elementos da CAALSC, foi essencialmente de Eurico Neto, mas é comum a outros dos seus membros, como é o caso de Fernando Pereira que defende que: A partir do momento em que se aglutinou gente através de eventos, fui sempre um defensor da Associação dos Antigos Alunos, tanto quanto possível ligado à Associação de Luanda, de forma a preservar a realidade histórica do Liceu nos seus 90 anos de história, que se confundem com a realidade colonial e a luta pela independência (Fernando). Assim, em 2005, os gerentes da CAALSC, e alguns outros membros, fundaram a Associação dos Antigos Alunos do Liceu Salvador Correia - Portugal (AAALSC-P) que define como objectivo “contribuir para o bem-estar dos antigos alunos do Liceu Salvador Correia e para o desenvolvimento de laços de amizade e cooperação entre pessoas e instituições portuguesas e angolanas” Eurico justifica o seu empenho na fundação da Associação não apenas pela sua função social, mas também pela sua função de salvaguarda e divulgação de um património imaterial feito da “experiência única” vivenciada por uma geração de jovens adultos cuja deslocação de Angola para Portugal é contingente de acontecimentos políticos, sociais, económicos e culturais ocorridos lá e cá: Acredito que a Associação pode ter um papel importante (…) não só de apoio social. Nós vivemos uma experiência única que nunca tinha havido antes e nem vai voltar a haver. Que morre connosco. Ou nós a conseguimos transmitir ou morre connosco. E é uma experiência riquíssima do ponto de vista quer social, quer afectivo, quer económico e não só nós Salvador Correia toda a nossa geração que veio de África (…)., nós modificámos estruturalmente a 9 sociedade portuguesa. (…) os que chegaram com vinte, vinte e tal e hoje temos efectivamente gente que veio de África e no caso concreto do Salvador Correia, gente que foi estudante do Liceu Salvador Correia em lugares chave em todos os sectores da sociedade portuguesa e portanto temos uma força não necessariamente reivindicativa porque essa questão não cabe, mas do ponto de vista de transmissão de um conhecimento de uma experiência de vida extremamente rica e a Associação, embora tenha poucos sócios, tem uma projecção que pouca gente sabe. A Associação é convidada para integrar por exemplo reuniões da CPLP (Eurico). A materialização desta noção de património comum aconteceu com a publicação do livro comemorativo dos 90 anos de fundação do Liceu Salvador Correia Viva a Malta do Liceu o qual preserva a memória em suporte de textos e fotografias dos tempos e acontecimentos mais marcantes dos 90 anos do Liceu resgatados junto dos antigos alunos, destacando-se testemunhos de alguns que ocupam posições elevadas na vida pública portuguesa. Reencontro de colegas e amigos dos tempos do Liceu Nos seus primeiros meses, o sítio da CAALSC foi utilizado como um lugar de procura de colegas e de amigos. Diariamente inscreviam-se antigos alunos que se foram reencontrando na leitura de mensagens sobre episódios vividos no Liceu e em Luanda. Alguns reconheciam-se pelo nome, outros através da leitura de episódios descritos e, facilmente, das memórias vivenciadas no espaço do Liceu se passou para memórias do quotidiano fora do Liceu. A procura não se restringiu a antigos alunos. Também se procuravam antigos professores, como foi o caso de alguém que pedia notícias da professora Ligia Esaguy lembrada como: (…)incentivadora dos grupos de teatro do Liceu, ou mais concretamente de tudo o que fosse arte (pintava e desenhava maravilhosamente) (…),saiu de Luanda em Agosto de 75,bastante combalida ,com cenas horripilantes a que assistiu ,veio inicialmente para Lisboa ,mas tinha intenção de ir viver p Israel . A resposta apareceu quase de imediato por parte do José Maria Pimentel que com emoção descreveu o encontro mútuo, durante um espectáculo de teatro no Porto: 10 A última vez em que nos encontrámos foi na plateia de uma peça do Plínio Marcos no Porto. Estávamos sentados à distância de uma vaga cadeira. Demos um pelo outro ao mesmo tempo, já a peça começara, mas a sua manifestação de surpresa e alegria foi bem menos contida que a minha. Parou a peça. Em cena, a Águeda Senna e o António Caldas aguardaram delicadamente que se esgotassem as efusivas manifestações, após o que prosseguiram com a sua performance. Também os professores procuravam alunos. Foi o caso do professor Montenegro que há anos reconhecera um dos seus alunos como autor de crónicas publicadas no Diário de Notícias, mas que, não tendo tido resposta às cartas que lhe endereçou, nessa época, para a morada do jornal, tentou através da rede criada pela CAALSC: Meu caro Luis Filipe Por certo que vai pensar ... Quem é este tipo? Eu creio que estou a dirigir-me a um antigo aluno de Português (2º ano) no curso lectivo 55/56 ... Estarei 3nganado? Talvez n-ao!...Sucede que ha uns anos atrás li umas crónicas no DN e olhando para a fotografia e lendo bem o nome, pensei e disse : Este foi meu aluno!..A verdade é que eu conservo ainda a respectiva caderneta e com a fotografia do Jovem de 11 anos (+_)... Gostaria, caso se confirmasse a minha suposição, de "dialogar um pouco" ... Poderá ser? Um grande abraço... A resposta chegava de Luanda. O antigo aluno, Luis Filipe Colaço, que permaneceu em Angola, onde é Professor na Universidade de Luanda, mostrou-se muito agradado com o reencontro: Estimado professor, Sou eu próprio o autor das crónicas "Carta de Angola" publicadas no DN Actualidade e seu aluno de português em 19955/56 (2º ano). Foi um prazer reencontrá-lo natravés deste site e estou à sua disposição para reactarmos um contacto perdido há tantos anos. Estou aqui em Luanda, mesmo ao lado dum outro colega que também o conhece desses tempos do LNSC e que gostaria também de o contactar. Trata-se do Onofre Martins dos Santos… Saudações calorosas, Luís Filipe 22.06.2007 Seguiu-se uma longa mensagem do antigo professor que dava conta de todo o seu trajecto profissional ainda em Angola e após a independência, já em Portugal: Meu caro Dr.Luis Filipe ... Pois é ! Eu desde há muito que desejava contactá-lo, mas a verdade é que uma vez mandei uma carta para o DN, com a indicação para lhe ser entregue, mas ela foi-me devolvida, sem qq explicação ... Agora deu-se a oportunidade, e aqui estou!... Sinto-me feliz por tal e ainda mais por ter, como companheiro, o meu eterno amigo Dr.Onofre! (Pode dizer-lhe que amanhã escrever-lhe-ei, contando "coisas" ... Ele conviveu, quer em Angola, quer já aqui, muito comigo e minha família). Que lhe vou contar de mim?... que depois de sair do SC(56), trabalhei na Petrofina, indo em 58 para Benguela, onde estive 10 anos no Liceu Nacional, regressando a Luanda em 67, novamente para o SC, e lá ficando até 75, data do regresso a Portugal, sendo colocado em Braga, onde ainda vivo (e naturalmente viverei "in aeternum") ...Como novidade conto-lhe que: tive problemas cardíacos que me levaram a ser operado, fazendo 4 "by pass" e ultimamente , como o célebre Eusébio, também fui operado a uma carótida, que estava entupida 11 85%. Esta foi já depois do "caso Eusébio" - há um mês ,,, Decorreu bem e agora sinto-me mais "leve" ! …Depois de declarado o meu problema cardíaco," caí " numa de pintura, mas que há quase dois anos abandonei, dado que minha mulher foi "apanhada" pela doença Alzheimer, o que me levou à "queda no poço"... Não sei qundo recomeçarei ... Ela encontra-se num estado mui avançado e, como saberá, isto não tem regresso... Para mim foi "o fim da picada"... O Dr. Onofre creio que ainda nada sabe sobre este assunto e creio que para ele será uma notícia triste, dado que ele era muito amigo de todos os elementos de meu "clã" . Enfim! ... é a vontade de Deus, como diria a miha Mãe! Mas ... não há dúvida : "Deus tem umas vontades muito esquisitas ..." -respondia-lhe eu! Vou ficar por aqui : gostaria de poder comunicar de vez em quando com o meu Amigo, dado que o recordo muito bem como aluno meu, sempre dedicado e respeitador... Sabe que tenho ainda a caderneta desse 2º ano de Português, e me lembro que na aula 100 foi lida uma mensagem por um seu colega - creio que era o Mendes de Abreu - muito simpática, com nunca eu tive outra ... Sim !... é verdade .(Montenegro). Uma outra professora, cujo filho foi aluno do Salvador Correia, foi, também, lembrada: Dra. Teresa Velhinho guest_MªTeresaMercêsMello Recebi através dum mail do António Monteiro Torres, meu ex-colega de turma e nosso do LSC, esta fotografia ternurenta da Mãe, nossa Professora de Inglês, Drª. Teresa Velhinho! Sei que os seus ex-alunos certamente gostarão de a ver, por isso aqui segue em attach! Um abraço Teresa 28 May 2004 03:17 PM guest_Xinguila Tété, Obrigado pela fotografia da Dra. Teresa Velhinho que publicaste no site. Os anos passam, mas o seu ar de distinção é eterno. Ela foi uma professora extraordinária, que na "selva" do 6º e 7º anos se distinguia pelo respeito que dava e recebia de todos os seus alunos do Salvador Correia. A Dra. Teresa Velhinho foi a nossa professora de Ingês para os 6º e 7º anos de Inglês (Alínea G), de 1967 a 1969. Embora não gostasse muito de Inglês, pois reprovei sempre a essa disciplina desde o 3º ano, acabei por ter um interesse especial e até gostar, talvez pela sua maneira de ensinar. Fiz com ela a prova oral do 7º, e lembro-me muitas vezes do tema que ela escolheu (O papel do arquitecto Sir Christopher Wren na reconstrução de Londres, após o Grange Incêndio de 1666), e do que ela me deu a escolher - A estória de "E tudo o Vento Levou" (o filme clássico de 1939 com Vivien Leigh (Scarlett O'Hara), Olivia de Havilland (Melanie Hamilton), Clark Gable (Reth Butler) e Leslie Howard (Ashley Wilker), baseado no romance de Margaret Mitchell), que estava nessa altura em exibição repetida a cores em Luanda. É irónico que, apesar de não gostar de inglês a princípio, pois reprovei sempre do 3º ao 6º anos, como acima disse, eu haveria de acabar por viver num país de língua inglesa (no Canadá). E mais ainda, que haveria de ler e escrever tanto em inglês na minha vida profissional. Decerto devo muito à Dra. Teresa Velhinha pelas bases sólidas que me deu, pois sobreviví bem e até prosperei, nesta língua em que a regra sem excepção é a excepção à regra. Para a Dra. Teresa Velhinho, se por ventura ler esta mensagem, e é natural que já se não lembre de mim, vai aqui a minha mensagem de agradecimento e carinho, por quanto me ajudou. 12 Desejo-lhe também as maiores felicidades nessa "Cidade Maravilhosa, Raínha de Encantos Mil...". Um abraço de Amizade, Helder Ponte (Xinguila) 29 May 2004 08:04 PM guest_MªTeresaMercêsMello Helder: Não calculas como me sinto contente por ter podido partilhar convosco a alegria de revermos a nossa querida Professora! Contei ao António que tinha colocado a fotografia no site, mesmo sem o consultar, e, em resposta, recebi a seguinte msg: "Fizeste muito bem em colocar a foto da minha Mãe no site do SC. Ela ficou muito feliz". Obrigada pelas tuas palavras. Um grande abraço Tété 31 May 2004 03:28 PM guest_Nelo TéTé, adorei ver a nossa querida Drª Maria Teresa Velhinho. O mesmo penteado, agora já com os cabelos grisalhos, mantendo o seu olhar ternurento. Ainda bem que o Tó Monteiro Torres pode gozar a mãe que tem, e que Deus a conserve por muitos anos. Bjinhos Nelo Peixoto "Brucutu" 31 May 2004 03:45 PM guest_MªTeresaMercêsMello Nelo: A acrescentar a tudo o que já disse, só posso dizer que adorei a tua msg tão ternurenta, e que a subscrevo inteiramente! Vou pedir ao António que, se puder e através destes mails, mostre à Mãe como os seua alunos a lembram com tanto reconhecimento, saudade e carinho! Um beijinho grande para ti Tété 31 May 2004 04:06 PM guest_CébliaVieiraBrito-Lila1 Teresa: Obrigada por teres trazido ao nosso ceio A Drª Teresa Velhinho. Com muitas saudades a recordava por vezes, e pensava do que seria feito dela, (lembrar-se-ía seguramente do meu nome) no seu porte altivo (se bem que fosse pequenina) mas ternurento, do seu cabelo negro asa de corvo impecavelmente penteado, da sua verticalidade, da sua justeza, do seu profissionalismo, do seu sotaque "so british, so from Cambridge" . A verdadeira Professora, com quem muito aprendi não só inglês mas tb. como estar na vida em determinadas situações com toda a sua sabedoria e fleuma. Por isso, ou por outra, por ela - Drª Teresa Velhinho, eu era a melhor aluna da turma . Uma vez, julgo que no 5º ano, (eu não era chefe de turma nesse ano) e era a nº 4, quando ela entrou na sala de aula havia a maior barafunda e como sempre fazia, perguntava sempre em inglês à chefe de turma quem se tinha momentos antes portado mal ou falado alto ou qq coisa que pudesse bolir com a sua serenidade. A dita de chefe de turma disse: "a nº 4 e a nº não sei quem", não me lembro. Com toda a calma, escreveu o meu nº e o da outra no quadro, pousou o giz, virou-se e perguntou-me com ar ceráfico:"Miss Celia would you please tell us all what was so interesting to worth such a discussion?". Jamais esquecerei a vergonha que senti e o que me custou em inglês conter a raiva também e de ter que explicar sobretudo a ela uma porcaria de nada que se tinha passado. Lembra-me de gaguejar e das lágrimas me correrem pela cara... Bem haja e bem vinda Drª Teresa Velhinho! Com muito amor, com muita saudade 13 Célia Vieira de Brito Lila 01 June 2004 01:38 PM guest_MªTeresaMercêsMello Célia: Consola-me tanto saber que contribui para tornar alguns colegas felizes! Partilho inteiramente de todos os elogios que fazes à nossa Professora! Eu ainda há tempo recordei com o António, porque éramos ambos da mesma turma, quando a Mãe se virava para ele e dizia: "Mr. Monteiro Torres"! Desculpa a pergunta, mas ao fim de tantos anos já vou fazendo confusões, tu também eras do meu ano? E alínea? Também tenho saudades da Drª. estefânia, sempre impecável! E a Drª. Maria de Lurdes, Professora de Matemática! Lembras-te do "Palma Fernandes"? O Dr. Pinho, também tão Amigo, o Dr. Cruz, Reitor e Professor de Geografia. Beijinhos Tété 01 June 2004 04:38 PM guest_MªTeresaMercêsMello Vou transcrever uma msg recebida do António Monteiro Torres: "Tété Eu mostrei as mensagens a minha Mãe, que ficou muito emocionada. Ela pediu para mandar um beijinho para todos os que a recordam com tanto carinho. A minha Mãe lembra-se de todos ou quase todos os ex-alunos, e lembrou-se logo da Rita e do Zé Penha. Também me lembro deles. Talvez eles se recordem de mim. António". Um abraço para todos Teresa 02 June 2004 03:01 PM guest_ZePenha Tété Manda p.f. um grande abraço nosso (da Rita e meu) ao António.Diz-lhe que nos lembramos dele também e que da próxima vez que formos ao Rio,visitar o meu irmão, se estiverem disponíveis visita-los -emos também. Nós vivemos no Rio de 1975 a 1978.Tenho lá ido com alguma frequencia. Passei lá a entrada do milénio, na praia de Copacabana, junto com mais 4milhões de pessoas(segundo números avançados na altura).Sempre fiquei com o Brasil e o povo brasileiro num cantinho do meu coração.A forma como nos receberam, quando em 75 lá chegamos, contrastou de certa forma ,como dizem que foram recebidos os "retornados" aqui em Portugal.Não sou de esquecer o bem que me fazem....por isso digo sempre , que tenho uma dívida de gratidão para com esse povo que foi verdadeiramente irmão para todos os Angolanos. Para mim as coisas em termos financeiros não resultaram por aquelas paragens....e foi pena.....mas isso nada invalida sobre a minha ligação ao Brasil e aos Brasileiros. Jinhos Zé Penha 03 June 2004 01:10 AM guest_ManuelBelem Por um lado gostava de não ter visto a foto da minha professora de Inglês e mais tarde de Alemão, pois na verdade se a encontrasse pessoalmente não a reconheceria, passados que são cerca de 40 anos. Também ela naõ se lembraria de mim, se calhar já nem sequer pelo nome... Mas é uma estupidez pensarmos que ainda somos aqueles e aquelas que estão nas fotos agora publicadas. Só por dentro... O António Monteiro Torres para mim é aquele que lá está, bem como o Barradas, que conheci doutras andanças (os outros colegas não reconheço porque penso que a turma é de germânicas e eu estava em direito). Mas voltando à Dra. Teresa Monteiro Torres, já o ano passado me tinha emocionado com a carta que nos escreveu, agora vem a fotografia... Já não estou em idade destas coisas porque fico logo 14 com a lágrima ao canto do olho, mas fico cada vez mais apaixonado pelo site. Só tenho pena de ter dado tantas voltas na minha vida que me é difícil encontrar apontamentos semelhantes para vos mostrar.Vou fazer os possíveis por isso. Dra. Teresa Monteiro Torres, um beijo de parabéns pelo que nos fez, eu estou como o Frias, até o alemão aprendi, eu que achava que aquelas declinações e concordâncias só alguns sábios viriam a conseguir decorar... Obrigado MBelém 03 June 2004 03:14 AM guest_ManuelBelem Teresa, apesar de não te conhecer pessoalmente admiro o grau de participação que tens mantido no site. Aproveito para te pedir também que mandes ao António Monteiro Torres um grande abraço de amizade e muita saudade. Era com ele que muitas vezes "estudava" para os pontos nos intervalos de 10 minutos que os precediam... Obrigado também pala foto da Dra. Teresa, por quem tinha um grande carinho, apesar de me chagar a paciência com o alemão... Manel 03 June 2004 03:35 AM guest_MªTeresaMercêsMello Zé Penha, Carlos Frias e Manel Belém: Já pedi ao António que mostre à nossa querida Professora as novas mensagens! Zé, com a leitura do teu mail, fica dado o recado! Manel, mas nós fomos do mesmo tempo, se tu estudavas com o António e ele era da minha turma! Beijinhos para vocês Tété 03 June 2004 01:07 PM guest_LIZETTE D'ANTAS TEREZA Daqui Lizette Antas. Sera que podes fazer chegar ate a nossa querida Tereza Velhinho um xido-coracao muito/muito grande ? Diz-lhe que eu fui aluna dela durante 2 anos de alemao, da turma do Garcia Neto, Silvino Marques, Graca D'Orey, Manuela Cunha, etc. Diz-lhe que eu morava e continua a morar mesmo oegado ao cinama Avis. Que ainda falamos muito, apos a Independencia de Angola, antes de ela partir. Diz que sempre a guardei na melhor estima e das professoras com maior alma e coracao. Alias no almoco do Salvadior Correia no ano passado, recordei-a , contanto um gesto muito nobre que ela teve. BYBY. UM beijao para ti LIZETTE 14 June 2004 04:26 PM guest_MªTeresaMercêsMello guest poster Lisette: Só hoje regressei de uns dias de férias, que me souberam maravilhosamente, e por isso só agora vi a tua msg. Concerteza que farei chegar ao António as tuas palavras sobre a nossa querida Professora. Será mais um gosto que lhe daremos, pois sei que é com muita alegria que a Drª. Teresa Velhinho recebe todas as provas de reconhecimento e carinho dos seus ex-alunos! Um beijinho grande para ti Teresa 21 June 2004 04:08 PM Assim como foram inúmeras as “descobertas” de antigos amigos de infância ou adolescência, online. Todas muito emocionadas porque carregadas do deslumbramento 15 de afinal se encontrar alguém que tinha sido importante e marcante num passado que, mais do que pertencer à memória, quase se julgava imaginado. Aqui ficam alguns desses momentos que deram origem a um extensíssimo rol de mensagens: APRESENTAÇÃO guest_94LAGARTO Caros amigos É muito provável que no meio de tantos colegas inscritos, algum mais ou menos da minha idade, se lembre de mim. Entrei para o Salvador Correia em l954 e por lá andei até l962. Morava ali perto, no R. 28 de Maio, na Maianga. Fui jogador de basquetebol, futebol e andebol, nas equipas do Liceu, tendo como colegas Nicola Berardinelli, Espírito Santo(grande guarda-redes), Isac Sebastião, Quadros (outro grande guardaredes) José Eduardo Santos (esse mesmo - grande amigo) Poulson e outros que não me recordo, desculpem-me, mas é do PDI. Fui também graduado da Mocidade Portuguesa, tendo ido até Comandante de Bandeira, tendo também frequentado as Milícias da M.P. Fui jogador, júnior e sénior, basquetebol e futebol, no Maianga e no Sporting de Luanda. Quando chegou a idade da Tropa, frequentei o CSM, na E.A.M.A., em Nova Lisboa, tendo regressado a Luanda ao Regimento de Infantaria. Depois fui transferido para Malanje. Trabalhei no Laboratório de Engenharia, ainda pertencente às Obras Públicas, só depois fomos para o Bairro Prenda. Estava colocado no Centro de Documentação Técnica (Biblioteca), onde os primeiros alunos de Engenharia Civil, iam consultar os livros e revistas. Depois do serviço militar cumprido e bastante comprido, ingressei no Banco Comercial de Angola. Quando houve o êxodo, fui colocado aqui na Caixa Geral de Depósitos, da qual já estou aposentado há 12 anos. Renato 07 November 2004 07:33 PM guest_carochas_2 Caro Renato Com bastante alegria e emoção acabo de ler o teu mail neste site. Fui teu colega no Liceu e no nosso Sporting Clube da Maianga (ex-Malhoas) onde tambem joguei contigo futebol e basquetebol. Só não fui teu colega na tropa por ser mais velho um ano. Continuo aqui pela Maianga e do tempo do Malhoas apenas vejo os Manos Maita (viviam nas Bananeiras defronte à Martal) e tenho ido a Portugal duas vezes por ano. Ainda vim há oito dias mas é raro ir até ao Norte. Reponde-me dando noticias podendo utilizares o endereço 07 November 2004 10:37 PM guest_Veludina Bem vindo ao nosso cantinho... Não te conheço ainda mas, se vieres ter connosco, terei muito gosto... Já encontraste amigos do teu tempo! O resto do pessoal é tudo "gente porreirinha", verás... Beijinhos, Teresa 07 November 2004 10:50 PM guest_94LAGARTO Amigo Carochas Como é bom, a esta hora da noite, receber uma notícia tão agradável. Ser reconhecido, a milhares de quilómetros, por um amigo de longa data. já noutro dia, no fórum SANZALANGOLA, recebi do Brasil, uma mensagem idêntica, de um "moço", com a minha idade, que fez Vela comigo no Nun'Alvares. 16 E tu estás? Quanto aos manos Maita, não estou a ver quem são. Quando vieres cá a Portugal, dá notícias, aqui para o Norte. Eu depois por email mando-te os meus nºs. de telemóveis. Um Abraço do amigo Renato (Béná) 07 November 2004 11:29 PM guest_94LAGARTO Amiga Maria Teresa Lacerda Obrigado pelas boas vindas. Só agora cheguei do Porto, mas responder a todos. Antes de mais, uma pergunta . Este apelido Lacerda, não me é estranho. Tive na minha infância, na Companhia de Diamantes, onde vivi desde os 4 anos, uns amigos dos meus pais, de apelido Lacerda. A esposa era Raquel e o marido pertencia ao quadro administrativo.Não são teus familiares? Como já é tarde, vou ficar por aqui. Havemos de falar mais vezes. Tchau... Beijinhos Renato 07 November 2004 11:41 PM guest_gcastroferreira Olá Renato, Não é meu hábito dar boas vindas a pessoas que não conheço...diria que talvez seja um comportamento meio antipático da minha parte.... Mas no teu caso estou aqui só para te dizer que me emociono antecipadamente com o milagre dos reencontros que este site tem vindo a produzir. Sejas, então, bem vindo! Guida 07 November 2004 11:58 PM guest_Veludina Renato (Béná): Estiveste no Chitato em 52 ou 53 ou mesmo em 54? Por essa altura, conheci um Béná, Renato de seu nome, completamente malvado, que nos fazia a vida negra a nós, putos mais novos... Uma noite fomos todos para o Dundo onde os nossos pais iam assistir a um filme à Casa do Pessoal da Diamang; como não podiamos entrar, ficámos todos (os putos) no machimbombo. O menino Béná, mais velhito e espertalhão, começou a abrir e fechar as portas do dito utilizando o botão perto do volante. Ora nós, bichos de Cacolo e arredores, ficámos apavorados e o malandro dizendo que era o "muquixe"... Já chorávamos baba e etc. quando o filme acabou... Tenho uma fotografia onde estamos nós (Teresa e Zeca), os dois mais velhos do Sr Secretário Teixeira de Sousa: Gaby e Chochoi e... Béná! Serás tu? Espero ansiosa por resposta tua e se fores o malvado da minha infância... Se fores, fica sabendo que durante 50 e alguns anos, sempre que vejo portas a abrir por controle remoto, me lembro de ti... E muitas vezes me tenho perguntado por onde andaria aquela peste de calções e riso malandro... É bom demais para que sejas tu... Beijinhos, Teresa 08 November 2004 12:02 AM guest_gcastroferreira Eu não disse????????? Isto é LINDO!!!! Beijinhos para ti, Teresinha! Guida 08 November 2004 12:19 AM guest_Veludina Querido, meu querido Renato! Meu querido Béná! As nossas mensagens cruzaram-se e já tenho a resposta que pretendia! És mesmo tu, a assombração da minha meninice!!! Sim, o meu pai era administrativo e nessa altura estava colocado em Cacolo e iamos à Lunda. Ou ficávamos no Dundo, na Casa do Pessoal, ou no Chitato em casa do Sr Secretário Teixeira de Sousa, que eram 17 grandes amigos dos meus pais. Lembro-me que de uma das vezes em que lá fomos, ao Chitato, o casal Teixeira de Sousa não ter alojamento para nós e termos de ficar alojados em casa de um casal que morava em frente, do outro lado da rua. Ao dono da casa faltava-lhe um braço, amputado um pouco acima do cotovelo, se não me engano. Lembras-te desse senhor? Sim, a minha mãe é a Raquel. Estou muito, muito contente por saber de ti! Beijinhos, Teresa 08 November 2004 12:22 AM guest_Veludina Guidinha! Estou completamente em estado de graça! Não imaginas como foi importante para mim a chegada do Béná aqui! Apetece-me rir, chorar... Um rosto malkmjkandro que me tem acompanhado a vida desde então! Ainda há dias, em casa da minha mãe, encontrámos a tal fotografia e voltámos a falar desses dias, dessas viagens, desses amigos (e do Béná!). Foi uma das coisas que contei aos meus filhos quando eles eram pequenos: que o feiticeiro nos abria e fechava as portas do machimbombo quando iamos ao Dundo... Só muito mais tarde é que percebi que era o menino Béná que abria e fechava as ditas! O mundo é mesmo um lenço de assoar: pequenino, pequenino... Beijinhos para ti também, minha querida! Teresa 08 November 2004 12:38 AM guest_Manuel_Sardinha Teresa, O que eu já me ri com essa história do "Muquixi" abrir as portas do maximbas, Ihihihi!!!! O aparecimento do Bená, via janelinha, também terá sido obra de/o Muquixi!!?? DAQUI VÊ-SE CADA COISA... Renato, somos de gerações que fazem uma diferença de mais ou menos 10 anos. Bem vindo aqui ao terreiro, e um beijinho pra Teresa. Manel S.(Lambula) 08 November 2004 08:18 AM guest_IsabelLucas1 Querido Bená Quando li as diferentes respostas à tua mensagem tive a confirmação de que eras o Bená que eu conhecia da Maianga onde também morei, na 5 de Outubro, ao lado dos irmãos Cosme. O meu nome de casa é Mimi e, juntamente com os meus pais - Raimundo e Amália - e os teus - Celeste e Renato - partilhámos algumas farras no Maianga. Claro está, que a pequena diferença de idades - faço 58 no próximo dia 11 - contava bastante naquela altura e não era bem para mim que tu olhavas. Não me lembro do nome da tua mulher mas ainda tenho fotos vossas. Não andámos juntos no Liceu, eu fiz lá o 6º. e 7º. em 62/64, mas não há dúvida que é no seu site que nos 'revemos'. Adorei ouvir notícias tuas. Um abraço Mimi 08 November 2004 10:41 AM guest_Elepekapa Caro Renato, Depois de ler a tua apresentação fiquei com a certeza de que fomos colegas do mesmo ano!!! Já nem me lembrava que tinha tido um colega Renato, mas aos poucos a tua imagem surgiu. Já se passaram muitos anos (43 para ser exacto) que não nos vemos...e as imagens ficam muito esbatidas. Claro que o PDI também não ajuda. Vai dando notícias. Um forte abraço do Luís Filipe Colaço 08 November 2004 10:55 AM guest_vberardi Oi Teresa O secretário de que falas é tio da minha mulher a Fátima. 18 Beijinhos Berard 08 November 2004 12:30 PM guest_Jotamano2 Vou admitir a hipótese mais provável que estou a dirigir-me ao JOSÉ RENATO PAIVA DOS SANTOS. Neste site , a maior frequência é de malta "mais jovem" e sempre é uma alegria aparecer alguém do grupo dos "mais gastos" pelo tempo! Depois do resumo da tua apresentação, e ao ler a mensagem do Phil Colaço, parece não haver dúvidas que pertences à "safra" que eu peguei em 56 quando cheguei a Luanda(Colaço, Amaral, Fernando Rodrigues, Poulson, Nicola, Risota, Cochat, Elmer Pessoa, Zé Maria Rabitos, Lima, Eduardo Trindade, Hélio "pitrôlho", puxa, e tantos outros que daria para gastar a tinta... Mas também é interessante a tua citação do LEA e "onde os primeiros alunos iam pesquisar os books" . Como podes ver na foto que está no site, em memória do saudoso Amigo Eurico Boal Afonso, eu também fui desses tais. Não sei por que raio não me lembro dessa tua estadia no LEA! A não ser que o "tamanho" do João Paias te ofuscasse... Ainda por cima citas com orgulho a tua condição de ex-graduado da gloriosa organização. Estou nessa meu irmão! A confirmar-se que "ÉS TU MESMO", aqui vai o meu abraço de boas-vindas. Finalmente aparece um da minha safra. Bom presente do meu aniversário de ontem, em que atingi os "sixty".( o Zé Penha também os fez , mas já tem gente no site que lhe dá... 67!) Um abraço e aqui fica o meu email pessoal [email protected] João Luis Mano Teresópolis-Rio de Janeiro 08 November 2004 01:24 PM guest_94LAGARTO Amiga GUIDA É com grande satisfação que vejo a maneira como estou a ser recebido no site "Antigos Alunos do Salvador Correia". Realmente isto mexe com o coração e a amizade das pessoas, que não se encontram há dezenas de anos. E a minha boa amiga,desculpa tratar-te assim, já sabias, ou adivinhavas, que eu era o reguila que a Teresa procurava. Havemos de contactar-nos mais vezes. Beijinhos RENATO 08 November 2004 03:33 PM guest_94LAGARTO Amigo Manuel Sardinha Realmente, nós somos de gerações diferentes, mas o que nos move é a amizade e gosto por aquelas terras que lá ficaram, e o que nós estamos aqui a fazer, não é mais que prolongar essa amizade. Oxalá nos venhamos a encontrar, nem que seja com os pés debaixo de uma mesa. Um Abraço RENATO 08 November 2004 03:39 PM guest_94LAGARTO Amiga MIMI Como este Mundo é pequeno. Quem diria que nos encontrávamos, depois de tantos anos, nesta sanzala europeia? Real mente, sou o Béná que viveu tantos anos na Maianga. Tantas farras no Maianga, juntamente com os nossos Pais. Os meus infelizmente, já cá não estão. Eu cá estou por Braga, aposentado da CGD, repara eu digo Aposentado, mas pertenço à RLD (Reformado de Longa Duração). Desculpa, mas eu estou o mesmo brincalhão. Sou COTA, como dizem agora os mais novos, mas ainda estou aqui para as curvas. Muitos beijinhos do Renato 19 08 November 2004 03:54 PM guest_94LAGARTO Caro amigo Colaço Como é bom que se é conhecido por ex-colegas, que não se encontravam há mais de 40 anos. realmente é o que estes sites têem de bom é isso. Ainda agora fui ao albúm de recordações e vi a tua fotografia, na vinda ao "Puto", para o Acampamento Internacional Infante D. Henrique. Não te lembras da M.P.? Agora o João Mano entrou em contacto comigo, e ele também veio cá. Feliz por saber que estás bem e havemos de contactar mais vezes. Um abraço do amigo Renato 08 November 2004 10:51 PM guest_94LAGARTO Caro amigo MANO Desculpa só agora responder à tua mukanda. Como é possível, tantos anos passados e ainda virmos aqui dar umas pedaladas? Confesso, que entrei para o SANZALANGOLA, mais para contactar com malta de Malanje e do desporto, tendo deixado para o fim a entrada no SALVADOR CORREIA. Mas as minhas surpresasforam muito maiores aqui. Com a malta de Malanje e Luanda, encontro-me todos os anos, em Fátima, nos nossos encontros. Todos os anos somos os mesmos. Aqui, neste site, vive-se com mais amor, pela longa ausência dos amigos de Infância. Quanto ao LEA, lembra-me de ti, do Boal Afonso, se não estou em erro, filho de um grande amigo, que estava no Quadro Administrativo, no chitato(Lunda),do Celso, do Leitão, da Cristina Pedreira da Silva, que os pais iam muito a casa dos meus vizinhos,na Maianga( os Correia de Oliveira) da Natércia Rego Cabral, se não estou em erro, filha do Engº Rego Cabral (Obras Publicas - onde estive antes de ir para o LEA). Estou um bocado COTA mas ainda me lembro de muita coisa. Na Biblioteca, estava realmente com o Paias, éramos o braço direito do Engº Novais Ferreira. Amigo ~João, já estou a tornar-me chato. Um Abraço do amigo RENATO 09 November 2004 12:29 AM guest_ManaTecas Olá Mano !!! Aqui está uma boa oportunidade de te enviar um abraço. Não digas que atingiste os "sixty"... fica mais bonito dizeres que és "sexygenario"... (lol). Bjokas da ManaTecas 09 November 2004 09:49 A guest_ZePenha João Mano Havia outros para além dos enumerados que não posso deixar de acrescentar, não por serem alunos de excepção, mas porque alegraram com as suas "malandrices"os dias da minha juventude. Quem não se lembra do Formosinho e das suas brincadeiras com a professora de matemática, de cujo nome não me lembro, mas que para o vulgo era conhecida pela "Galinhola"? E do Porfírio, que vinha de bicicleta, de longe, muito longe até ao Liceu? E do Diniz "Brukutu" que morava na Guilherme Capêlo, e que nós mal tinhamos pelos, já ele tinha o corpo todo cheio deles? E dos " Manos Cabeças" que moravam na Vasco da Gama, Tavares de nome, se não estou enganado? E do Carlos Blanco? Um abraço amigo João..... Zé Penha 20 09 November 2004 09:59 AM guest_Jotamano2 Caro RENATO, Não falta muito para te candidatares a qualquer coisa, dado o sucesso da tua entrada no site!É sinal que não perdeste as qualidades cimentadas na juventude. Na tua mensagem para o Colaço, referes-te a fotos do acampamento de 61, onde eu tive (também) o prazer de estar. Infelizmente, não tenho mais as fotos que durante muito tempo guardei. Tanta mudança em três continentes que só podiam extraviar-se... Gostaria de ter alguma, caso eu figure na pose, por isso vê se "scaneias" e manda por email, ou coloca no site que vai dar no mesmo objetivo (mesmo correndo o "risco" de haver malta neste site que não "aprecia" ver uns caras vestidos de verde-beje...). O Phil Colaço vai , por certo, ler estas linhas, e quem sabe ele também tem no fundo do baú alguma coisa do género( eu tinha até há bem pouco tempo uma na escadaria de Santa Luzia em Viana, com o Falange Zózimo da Silva! - perdi-a...; também tinha uma com o Manel Rui Alves Monteiro - quem diria que ele um dia também foi da prestimosa organização !... também perdi essa "relíquia"). Quando citas o teu gosto por "automobilismo", referes-te a quê? Como é um tema em que pintei e bordei... sem nunca ter sido piloto... temo pela minha memória em não lembra-me de te ver nesse mato!Conta coisas. Estás em Braga e falaste na Cristina Amaral da Silva, que também está aí. Tens contacto com ela? Manda o email dela, caso o consigas. Por agora é só,pois virá mais por aí! Um abraço carioca João Mano 09 November 2004 02:23 PM guest_Jotamano2 Zé Penha ( vulgo ex-67...) Eh,pá, tens razão: quando eu me lembro de citar alguns nomes, é claro que ficam faltando um caminhão deles! Para citar todos, sem falhar algum, é só consultar o exemplar do jornal "O Estudante" de 74, que a nossa querida Amiga Graça Oliveira me forneceu naquele dia em que almoçámos a moamba na casa da irmã do Zé Bandeira.Eu "peguei" a deixa desta entrada do Zé Renato no site, porque, FINALMENTE aparece um que poliu os mesmos bancos do Liceu, nos mesmos dias, horas e minutos que eu! ( nota da redacção: no dia em que eu me esquecer do Porfírio e sua bicicleta adentrada na aula do padre João, estarei irremediavelmente "esclerosado"!!!eheheheh ) Aquele abração João Mano 09 November 2004 02:32 PM guest_Jotamano2 Tecas, Andaste sumida, ou eu andei meio "distraído" na leitura dinâmica das mensagens??? Como estás? Ainda em Coimbra? Conta coisas, pois desde aquela época do "sanzalangola"(nunca mais visitei, porque falta tempo...) nunca mais soube de ti. Beijo carinhoso João Mano 09 November 2004 02:35 PM guest_7412Moracruz J.Mano Espero que estejas como tu queres , ou melhor ainda Já nos mailamos algumas vezes por aqui , eu sou mais novo de que vcs , porque ainda só faço enta (60) para o ano que vem , mas conheço o pessoal todo de que falam e alguns até foram meus colegas de turma no Liceu e tropa . Quando disse que o Zé Penha fazia 67 como deves saber , era uma brincadeira usada por nós , não vá o gato aos doces e os coma todinhos , sem tirar cachimbo , a esbracejar feito DJ . Pois o Zé está em plena forma , e ao que consta faz umas cem piscinas , e dá umas voltas ao bairro onde mora . Se estiveres no Rio , e quizeres saber como correu a FUNJADA DA BRIGADA DO FÓRRÓAFRICA SOMOS NÓS, "in loco" acontece que mora aí no Rio uma colega nossa que esteve cá na altura da comezaina , dá pelo nome de Betta , e ela poderá explicar tudinho do que se passou 21 cá entre os caluandas da Kienda .Isto era só uma explicação não vá o Zé fazer os 68 antes de ......... Olha que a mana Tecas não está em Coimbra está na Portela de Sacavem , e tu deves-me conhecer porque eu andava muito com o Celso , por isso se me quizeres observar dirige-te às figuras e quando encontrares o Mora Cruz , um sujeito virado para o forte , quer dizer para a barriga , logo verás . Um Kandando , com inveja desse calor que por aí faz. Manel Mora Cruz 09 November 2004 02:59 PM guest_Jotamano2 Manel Mora Cruz, Não sei onde e quando, mas é facto que já trocámos algumas palavras nestas andanças.A tua mensagem levou-me à curiosidade de ver a tua chipala, e, ao que parece, lá encontrei uma com o título "queres um beijinho M.Cruz?", editada pelo Eurico( que suponho ser o "mandante" da beijoca... embora o reconheça melhor de frente em outras fotos).A exuberância abdominal não será coisa patenteada, pelo que vejo na maioria dos confrades . É difícil "botar" defeitos em tudo o que acontece neste site, mas,como já havia solicitado ao Zé Penha : puxa,Zé, não deixem de tirar muitas fotos(tarefa cumprida com louvor!), mas, POR FAVOR, coloquem um mínimo de legendas para a malta saber o "visual" de cada um(nem sempre este pedido foi atendido...). Vocês são uns sortudos pois esses eventos avivam a vossa memória ( tem exemplos "porretas", como o encontro da Luisinha BB com o Eurico ). Agora , nós por aqui carecemos de um catalizador visual, e nem sempre as caras nos são conhecidas - afinal, passou tanto tempo! Sobre a Tecas estar na Portela e não em Coimbra, deve ter sido um lapso meu, quem sabe relacionado com a Olga, esposa de Eurico Boal, que essa,sim, está na lusa Atenas.Grato pela correcção, passível de perdão pela querida Tecas. Quanto à Betta, não tenho (ainda) o prazer de conhecê-la (ou revivê-la no caso de termos cruzado nesta vida), mas logo logo haverá contacto, pois os pulsos telefônicos existem para serem usados.Como já reparaste não estou full-time no Rio, mas bem perto na região serrana em Teresópolis. Quanto às "cem piscinas" do Zé Penha, nada duvido a respeito, em especial se ele nadar de manhã cedo. Afinal, os Comandos atacam ao amanhecer...E as voltas ao bairro, isso é "café pequeno".O mano Zito já me disse que quando o Zé vier ao Brasil, nem o vai pegar no aeroporto: o gajo vem a subir a serra em passo de maratona (bom, nada de exageros... sem malas nas costas, é claro...). Um abraço João Mano 09 November 2004 04:33 PM guest_94LAGARTO Amigo POIRIER Realmente os mails estavam errados. Agora está tudo OK. Como vês, cá estou no meio da nossa gente. Isto não há dúvida, que estes encontros passados tantos anos, são bons para a saúde e eu já estou mais novo 15 a 20 anos. Vê bem todas as mensagens desde que eu entrei e não achas que dava uma bela telenovela, ou quiçá um filme? Até um dia destes no Porto um abraço amigo RENATO 09 November 2004 04:44 PM guest_94LAGARTO Amigo PenhaGonçalves Não te lembras de mim, mas se és amigo do João Mano, do Dinis, do Porfírio, conhecias a professora Galinhola, és dos meus. Eu mantenho a minha máxima: Amigo dos meus amigos, meu amigo é. Por falar no Diniz (Manuel Alexandre Simões Diniz) o que é feito dele? E o Porfírio, ainda anda de chicla? Vamos conversar mais vezes, se Deus Quizer Um abraço RENATO 09 November 2004 04:54 PM 22 guest_Galatea2401 Ola Mano Agradeço ao Mora Cruz o esclarecimento. Com efeito moro na Portela e a tua confusão surge do facto de me chamar Teresa Coimbra (lol). Ha meses largos que ando a funcionar com o Netscape em vez do Internet Explor. Resultado: passo a vida a "descambar" com isto e, por outro lado, tenho menos oportunidade de vir aqui. Acontece que me falta tempo porque ando a tirar um curso para mudar de profissão. A que exerci desde os 18 aninhos tem o mercado saturado. Agora tenciono prestar apoio a idosos. Algum candidato? (lol) Um abraço grande grande da ManaTecas 10 November 2004 03:34 AM guest_7412Moracruz Mana Tecas Eu , eu , eu , !!!!!! Estou com um torcicolo no pé de apoio , e uma unha encravada na vista. Beijinhos e trata bem de mim Manel 10 November 2004 04:13 AM guest_ZePenha Renato O meu nome não é esse. Havia realmente em Luanda ,uma família Penha Gonçalves,cujo chefe de família era advogado, e tinha umas filhas (duas penso) no Liceu.Mas , que eu saiba, não havia ligação familiar, porque , recordo, eram indianos, e a minha família nunca andou por essas paragens, infelizmente,já que tenho pena de não ter tido a oportunidade de conhecer, Goa, Damão e Dio.Mas essa é outra história. Eu entrei para o 1º ano em 54, mas, fui logo transferido para Santo Tirso, para o Nuno Álvares, (Caldinhas)colégio de jesuitas de disciplina férrea.Para esquecer..... Voltei ao nosso Liceu no 3º ano, onde fui colega do Diniz (anda por Lisboa), os manos cabeças,o Nicola,Machado,Carlos Blanco,Formosinho, Porfírio e outros. Dos professores, lembro-me,que tive o Pimentel,Galinhola,a Chaço, Piscas,Tomás Vieira, Lucas,uma professora de português, casada com um treinador de uma equipa de basket, de Luanda, e que morava na rampa do Liceu, e que eu adorava, mas de cujo nome não me lembro,a Teresa Velhinho,o Pinho(marido da Adélia), o Sanhô,o Glu-Glu, todos eles, professores ao longo dos dois anos que andei no 3º ano. A todos estou grato, porque todos eles de uma maneira ou de outra, reconheço, foram importantes na minha vida. Depois, fui para os Maristas dos Combatentes e de seguida vim para o Moderno, para Lisboa. Voltei ao Liceu, para o 3ºCiclo alínea F, e acabei lá o 7º ano em 1964. É possível, se tiveres uma foto tua da época que te identifique por ela. De momento, não estou a ver quem és!!!! Mas, é como tu dizes, amigo dos meus amigos, meu amigo é. Sê bem vindo ao site, e num destes dias vamos ter oportunidade de conversar..... Um abraço José A.Penha Rodrigues 10 November 2004 10:05 AM guest_94LAGARTO Amiga Teresinha Desculpa só agora, entrar em contacto contigo, afinal foi a nossa história que revolucionou este tema (apresentação) e ainda bem pois aqui se vê a força que nós temos. Como vês, depois da nossa última conversa, lembras-te do meu pai(que não tinha um braço) e da minha mãe. Pelo que me dizes a tua mãe ainda se lembra de nós. Gostava de assim que se proporcionar, nos encontrássemos todos para viver o passado Os filhos do Teixeira de Sousa, a Gaby é médica e está no Centro de Saúde de Lamego, o Carlos é Engenheiro e está em Angola, mora aqui em Braga, mas a mulher está cá. A mais nova parece que é advogada e está em Lisboa. 23 No domingo, tenho aqui a malta de Malanje a comer. Vamos para o Restaurante Satélite, comer bacalhau assado e rojões com papas de sarrabulho. Isto é só para abrir o apetite Beijinhos RENATO 10 November 2004 02:57 PM guest_Veludina Querido Manel Sardinha: Do cimo da mangueira, tua por direito próprio, vais espreitando aqui a malta!... E fazes bem, porque tens assistido a coisas do arco-da-velha! Falo por mim. O Béná só se apresentou há quatro dias mas é como se sempre cá tivesse estado. Mas eu sou suspeita porque ele tem-me acompanhado por anos e anos... Parece ridículo mas foi como se tivesse reencontrado um parente há muito perdido! Ainda não estou refeita; com a idade temos as emoções mais à flor da pele. Não me estou a referir à lágrima fácil que a muita idade nos trará (ou não...) mas a uma ternura muito forte. Se espreitares bem por entre a folhagem, hás-de reparar que, de vez em quando, ponho os olhos em alvo e faço um sorriso idiota; só me falta bolsar no babete de satisfação... E tudo porque o Renato teve a lembrança de colocar Béná entre parênteses... Quando é que apareces? Salta daí e vem! Por tua causa fiz um arroz-doce execrável para levar a casa da Rita e Zé Penha... Beijinhos, Teresa 11 November 2004 02:23 AM guest_94LAGARTO Teresinha Tudo bom de saúde? è o que interessa. Olha vou dar-te, um dos meus nºs de Tlm….. Tenho mais três, mas para já vai esse. A tua mãe está boa? Dá-lhe beijinhos meus. Beijinhos RENATO 11 November 2004 07:40 PM guest_Veludina Meu querido Renato (Béná): Obrigada pelas palavrinhas amigas que me mandaste e peço desculpa por só hoje te responder mas para o fazer tinha de estar com a cabeça mais no sítio... E fiz bem pois estive hoje com a minha mãe e contei-lhe do sucedido. Ela achou muito interessante o facto e recorda-se dos teus pais e de ti (porque seria?). O meu pai morreu em 98. Com as transferências do meu pai acabámos por nos separar da família Teixeira de Sousa; anos mais tarde ainda os encontrámos em Luanda, era a mais nova, a Laurinha, bem pequena. Depois... Gostei muito de saber desses manos. Durante muitos anos fui a Braga pois os meus sogros e cunhados fixaram-se aí em 75. A última vez que aí fui foi em 2002. Não sei quando voltarei. Estou separada há bastantes anos e o convívio com a família aos poucos vai-se tornando mais difícil mesmo que não queiramos. A distância também desajuda. Mas de qualquer maneira estimamo-nos e pode ser que para o próximo ano, quando voltar o bom tempo, eu aí volte e depois havemos de combinar encontarnos. Vou pedir a um dos meus irmãos que digitalize a tal fotografia de que tenho falado e vou tentar colocá-la aqui no site. Vai ser giro vê-la!!! Vi no teu perfil que és casado. Tens filhos? E netos, tens? Tenho 2 rapazes, um com 28 e já casado e o mais novo com 25. Não tenho netos ainda. Fui professora mas já estou reformada. Agora é só qualidade de vida o que quero para mim... Separada do marido, os filhos formados e arrumados... ( Do querer ao poder ainda vai uma larga fatia!) Muito obrigada pelo numero do teu telefone que é o da minha rede! O meu é: Um abraço de muito carinho, Teresa 11 November 2004 11:07 PM guest_Veludina 24 Querido Berard: Com 40 mensagens pelo meio, aqui estou eu a agradecer-te a gentileza por me situares o Sr Secretário Teixeira de Sousa. Se tens seguido aqui este tema já te apercebeste do reboliço que por aqui vai ( e ainda bem). Ora esse facto atordoou-me completamente. Pelo Béná já sei dos filhos mas espero que tu, ou a simpática Fátima, me digam e falem dos pais. Mais ou menos com as idades dos meus pais, até estou apreensiva quanto à tua resposta... Beijinhos para ti e para a Fatinha, Teresa 12 November 2004 12:09 AM guest_Elepekapa Amigo Renato, Só agora tive tempo para ler o vasto correio do Grupo e dar com a tua mensagem! Agora lembrome perfeitamente da tua chipala, acho que no célebre acampamento até ficámos na mesma tenda, com o Poulson e o Farinha (que morava na rampa da fortaleza ao lado do Paias). Com o João Mano tenho estado em contacto "virtual" já há algum tempo e por ele tenho tido notícias de alguns kambas da nossa época. Fizeste-me voltar quase meio século atrás ao falares do Porfírio, do Estrada, do Poirier, do Diniz "Peludo"...só te esqueceste do Xico Orelhas, do Tinflas, do Amadeu "Em Seco", Artur Cruz, Zé Galinhas, Tó Mocho, etc. Se puderes fazer um scaner das fotos que tens desses tempos da Mocidade gostava de as receber. Estarei em Lisboa um mês a aprtir de 12 de Dezembro. Se tiveres oportunidade contacta-me para o meu celular em Portugal: 912166522 . Um caloroso abraço do amigo Luís Colaço 14 November 2004 07:23 PM guest_94LAGARTO Amigo Colaço Cheguei há pouco tempo a casa e só agora vi a tua mensagem. Obrigado por dizeres que te fiz recuar mais uns anitos, recordando nomes de colegas. Hoje, também tive um dia memorável: Juntámo-nos, ao almoço, vinte e tal pessoas amigas de Malanje, aqui em Braga. Alguns trouxeram os filhos e isso é que nos faz ficar velhos. Todos ficamos satisfeitos, com estes encontros. Eu já tenho experiência na organização destes eventos, pois fiz parte da Organização dos 1ºs. almoços de malta do BCA, cá em Portugal. Eram aos 200/300 em cada almoço.Quanto às fotos, vou ver, se pelas minhas, tiro aqui e mando-te(já prometi também ao João Mano) as fotos. Está o Farinha, o Poulson, o Mano, etc. Um abraço forte do amigo RENATO 15 November 2004 12:22 AM guest_Jotamano2 Caro RENATO : enquanto a tropa se diverte a descobrir o tal al-Musafado, com pré-nome de rótulo de supositório prós hemorróidas, vamos mas é tratar de coisas mais "sérias". Como vês o Colaço tem a mesmas "vontade" que eu : reviver fotos do passado, as quais ele e eu não tivemos a competência de preservar e guardar em baú de pérolas! Agora que já almoçaste bem com a tua malta malangina, vê se perdes um tempinho e mandas uns bons arquivos com as fotos desejadas.E manda também a tua chipala actual, pois a poeira dos tempos modifica-nos o semblante.Acho que não é necessário lembrar-te que podes ver algumas fotos da malta que anda por aqui, no album do almoço que fizemos no passado 1 de maio.Obrigado desde já. João Mano 15 November 2004 12:00 PM Jotamano2 Phil Colaço: agora que está "na moda" usar nick names do tipo "charada", deixa eu te perguntar : donde vem esse "elepekapa" que tu usas no site ? Se é coisa só tua e fora do domínio público... retiro a pergunta. Sabes que eu não sou de melindres! Há muito que não recebo tuas notícias. Não trabalhes muito, pá, que a vida é curta. um abração firme do João Mano. 15 November 2004 12:05 PM 25 guest_Elepekapa Amigão João Mano, Em 1962, na República dos 1000-Y-Onários, em Coimbra, o Óscar Monteiro (de Moçambique) e o Beto Traça deram-me a alcunha de LPK -sigla gozativa de Líder Político Kolaço - devido aos meus papos políticos sobre Franz Fanon, na altura um ideólogo antilhês, médico psiquiatra e voluntário do FLN da Argélia durante a Luta de Libertação Nacional, com o seu livro "Les Damnés de la Terre" que era por nós lido e discutido clandestinamente, já que era proibido em Portugal. Essa minha alcunha perdurou entre os meus camaradas angolanos e moçambicanos na minha vida de exílio e resolvi adoptá-la, escrita por extenso, como pseudónimo nas minhas actividades jornalísticas, nomeadamente como cronista do Jornal de Angola nos anos 90. Daí o Elepekapa, como sou ainda carinhosamente tratado pelos sobreviventes desse tempo! Um dia destes escrever-te-ei um longo mail com as mukandas mais recentes aki do kimbo. A propósito, lembras-te do Guedelha, nosso colega do Liceu e que era aqui Director da Bayer? Deram-me ontem a notícia de que faleceu a semana passada em Paris vítima de cancro. Recebe um forte abraço do Phil Colaço 17 November 2004 10:26 AM guest_Atavares4 Sou o Aurelio Tavares. Estudei na Anchieta, no SC e nos Maristas da Av Combatentes. Morei sempre na Maianga, embora parasse muito na Samba, onde namorava. Trabalhei no Lab. Eng. Angola, no Despachante David Abreu e na Van Ommeren. Fiz tropa em Luanda no GAC mas a recruta em Nova Lisboa -CSM-63. Em 65 estive no Onzo e Mucondo Quando estudante tinha uma motorizada ZUNDAP, depois passei para a mota Triumph 350 e depois muitos, muitos carros.... Ja tenho 62 de idade e se alguem for do meu tempo e se lembrar de mim, ficarei satisfeito e agradecido que me contacte. Um grande abraço a todos. 10 March 2005 12:25 AM guest_Eurico Simeão Neto Tavares: Bem vindo ao convívio. É claro que te sentirás satisfeito se encontrares velhos amigos e conhecidos, o que por certo vai acontecer, mas não desesperes se eles não aparecerem de imediato. Por vezes leva o seu tempo. E enquanto eles não aparecem, puxa uma cadeira e senta-te connosco. Já agora, não te esqueças de dar uma vista de olhos pelas outras páginas do site, para te pores ao corrente. Um abraço de boas vindas Eurico 10 March 2005 07:49 AM guest_carochas_2 Aurélio Tavares: Pela idade que tens, pelos locais onde estudaste (Anchieta e SC) por onde andaste (CSM-1963) Maianga e Samba e ainda pelo nome Aurelio, algo me diz que se trata de alguem com quem convivi na minha mocidade. Na Maianga (com o n/ companheiro Renato) pratiquei desporto no Malhoas e tambem com o Carlos Costa, Dada e mais malta; na Anchieta estudei de 1949/1952 ano que entrei para o SC onde andei de 1952/1959. Talvez pela minha alcunha cheguemos a algum sitio comum. Dá notícias incluindo o teu paradeiro actual. Um abraço Zé Carochas 10 March 2005 05:23 PM 26 guest_RENATOSANTOS4 Amigo Aurélio (Aurélio Perfeito Tavares) Eu sou o Renato, que morava na 28 de Maio. Entrei para o SC em 1954. Joguei no Maianga e no Sporting, Basquetebol e futebol. Trabalhei, como tu, no Laboratório de Engenharia e no Banco Comercial de Angola. Fiz o CSM em Nova Lisboa, e vim para o RIL, donde fui transferido para Malanje. Já te respondi no SANZALANGOLA e mandei-te uma mensagem privada. Faço votos para que vás ao almoço, na Malveira. Um abração do amigo RENATO SANTOS 10 March 2005 10:42 PM guest_7412Moracruz tAVARES MANDA A CHIPALA PARA O SITE , VAIS VER O QUE É MALTA A CHEGAR. MORA CRUZ 10 March 2005 10:49 PM guest_PereiradosSantos1 Ola Aurelio Li a msg do Carochas e veio-me à memória dum Aurélio que namorou um pequena ruiva, na Samba onde eu morava e um dia tive de ser árbito numa guerra com o Nicola e seu Grupo. Serás tu? Um abraço do Poirier 11 March 2005 06:07 PM guest_RENATOSANTOS4 Amigo Poirier Este Aurélio é do nosso tempo.Desse pormenor da ruiva, é que não sei. A propósito já te inscreveste para o almoço, na Malveira? Diz-me depois, qualquer coisa, para eu saber,OK? Um abraço 11 March 2005 06:36 PM guest_Atavares4 EURICO OBRIGADO PELAS PALAVRAS DE CONFORTO VOU APARECER MAIS VEZES ATAVARES 12 March 2005 02:01 AM guest_Atavares4 CAROCHA FOMOS COLEGAS NO SC. NO 3º ANO TURMA D TINHA COMO COLEGAS DE TURMA O HELIO , O ANTONIO DE ´SA E VASCONCELOS, O JORGE (CANTIFLAS) O PENHA . VAMOS FALAR NO ALMOÇO DA MALTA PODES ENTRAR EM CONTACTO COMIGO PELO MEU E-MAIL. MORO EM CASCAIS UM ABRAÇO ATAVARES 12 March 2005 02:12 AM guest_Atavares4 AMIGO POIRIER SOU EU MESMO. CASEI COM A EUGENIA (GENY) MAS DEPOIS DIVORCIEI-ME. MEUS AMIGOS NA SAMBA DESSE TEMPO QUE ME LEMBRE OS DOIS TONYS,DINIS, LUCIANO, ZE ANTONIO, XAVIER, CARVALHO E OUTROS 27 UM ABRAÇO DO ATAVARES 12 March 2005 02:32 AM guest_CFurtadoLopes-Toneca Aurélio, Já há bastantes anos que estivemos juntos e, nunca mais te encontrei. Na altura estavas em Oeiras (?). Sou casado com a Maria João, irmã da Bly. Bem vindo ao site e estamos juntos. Um abraço, Tonéca Lopes 12 March 2005 02:39 PM guest_ZePenha Aurélio Tavares Lembro-me perfeitamente de ti e do teu primeio casamento com a Geny, mais conhecida pela "cenoura" por ser ruiva.(também foi nossa colega no Salvador Correia) Andamos juntos nos Marista, e no Salvador Correia. Por vezes aqui em Cascais,onde moro também, tive notícias tuas, via Rita a minha mulher, pois , ela e tu,encontravam-se nas andanças de Cascais, sobretudo no B.P.A. (agora Millennium). Porreiro teres aparecido por aqui. A malta que participa neste site,muitos deles, são três, quatro anos mais novos que nós, melhor dizendo, que eu, pois tu tens mais um "anito" que eu.Mas é tudo malta com o mesmo percurso de vida que eu e tu, e isso é , a meu ver, factor ou razão do sucesso deste site. Bem vindo, pois a ele.......e pede já ao Eurico, o boletim de inscrição para o Grande Almoço da Primavera, a realizar em 14 de Maio próximo. Espero vir a ter a oportunidade de beber um copo contigo na Malveira. Um grande abraço Zé Penha 13 March 2005 12:04 PM guest_Eurico Simeão Neto Zé Penha: O Aurélio não precisa pedir, que eu já me encarreguei de lhe mandar a ficha. Ontem quando em tua casa te falei do Aurélio, já a ficha tinha seguido pelo mail. Bem sabes que não durmo em serviço... hehehe Aurélio, como vês o mundo é pequeno e rapidamente apareceram antigos colegas e amigos da tua juventude. E vai-te preparando para o tranco de te confrontares no encontro, com 500 ou 600 antigos alunos do Salvador Correia, alguns velhos amigos que julgavas perdidos para sempre, pois o estalo psicológico não é fácil. Mas é bom e lava a alma! Eurico 13 March 2005 01:57 PM guest_Atavares4 AMIGO PENHA OBRIGADO PELA TUA MENSAGEM. EU TENHO TIDO SEMPRE NOTICIAS TUAS E DA RITA PELO V/FILHO JOSE CARLOS QUE VEJO MUITAS VEZES. JA RECEBI A FICHA PARA O ALMOÇO QUE O EURICO ME ENVIOU. AMANHÃ JA A ENVIO PELO CORREIO. TENS ESTADO COM ALGUEM DO N/TEMPO???? EU VI NO PÃO DE AÇUCAR O JORGE (CANTIFLAS),DESPACHANTE OFICIAL QUE VOLTOU NOVAMENTE PARA LUANDA. DA NOTICIAS. O MEU E-MAIL E : UM ABRAÇO DO ATAVARES 13 March 2005 06:42 PM guest_Atavares4 AMIGO TONECA 28 TENHO UMA VAGA IDEIA DE TI E DOS AMIGOS FERREIRA PINTO DO BAIRRO MIRAMAR. DO N/ENCONTRO JA NÃO ME LEMBRO, MAS SEMPRE VIVI EM CASCAIS. SERÁ QUE NOS VAMOS ENCONTRAR NO ALMOÇO DO SC??? DÁ NOTICIAS UM ABRAÇO ATAVARES 13 March 2005 07:02 PM guest_ZePenha Aurélio Respondendo a tua pergunta, o Jorge Oliveira (Cantinflas) está em Luanda, tem banca de despachante oficial, e , duas , três vezes por ano, encontro-o, pois quando vem cá, sempre se combina qualquer almoço/jantar. O mesmo sobre o Nicola Berardinelli. Sempre passa por minha casa. Encontro-me também com alguma frequencia, com o Rui Lopo, Carlos Soares,Américo Vieira Lopes,Lobo do Amaral, e até, há uns dias atrás tive a felicidade de ter em minha casa a visita do teu ex-colega na Van Omeren o Tó Garcez e a mulher, a Marina, que vivem no Rio de Janeiro.Falo pelo messenger com o João Mano (Rio de Janeiro) quase diariamente. O meu mano, continua no Rio, e por vezes, encontramo-nos, cá ou lá e uma vez até, nem cá nem lá, mas em New York, donde seguimos para Orlando para a Disneylandia.....imagina os dois a brincar nos carrosseis ehehehe Mas, vais ver, com o tempo, vais encontrar por aqui no site, muita gente conhecida. O meu mail está no site, bem como os meus telefones. Alguma coisa em que possa ajudar, apita. Um abraço Zé Penha 14 March 2005 12:33 AM guest_3875Cuca Aurelio Tavares, Como estas Aurelio? Muito tempo sem nos contactarmos, nunca mais vieste para esta paragens. Ha dias perguntei por ti a nossa sobrinha Filipa. Da noticias, gostaria de te ver. Abraço Antonio Garcez 20 March 2005 04:42 PM guest_Atavares4 Amigo Garcez Só hoje vi a tua mensagem. Que bom voltar a estar em contacto contigo. Segue uma mensagem para o teu email Um grande abraço do teu amigo Atavares 26 March 2005 06:18 PM guest_Atavares4 Ze Penha Estive varios dias sem net, por isso só hoje estou e responder a tua mensagem do dia 14. Obrigado por todos os teus esclarecimentos. O meu amigo Garcez já me contactou e já respondi. Aproveito para te perguntar se sabes do paradeiro dos seguintes amigos: Elisiario- morava no bairro dos C.F. tinha uma vespa e trabalhava no Notario da Marginal Moreira - Trabalhava na Camara do Comercio Dourado -Nunca mais o vi, foi meu colega na tropa. Um abraço Atavares 26 March 2005 06:31 PM guest_ZePenha Aurélio Boa Páscoa. 29 Dos nomes referidos, não sei o paradeiro de nenhum e embora me lembre do Elisiário, não estou a ver quem era o Dourado e o Moreira a quem te referes. Abre um novo tema com os nomes deles, talvez resulte. Pode ser assim do tipo.....Quem sabe do Dourado e do Moreira (qualquer coisa). Só Moreira é meio vago. Pode ser que resulte.... Um abraço Zé Penha guest ZéCarochas Aurélio: Vi a tua msg para o Zé Penha. O Moreira que falas é o "Velho Moreira" que o pai era comerciante para os lados de S. Paulo e tinha uma carrinha que dava boleias à malta? Se é esse tem a sua vida repartida por Portugal e Angola onde tem alguns negocios mas há muito que não vejo. Quanto ao Dourado é o que jogava oquei em patins? Se é esse está em Luanda mas nunca o vi.Quem tem estado em contacto com o Dourado é o Dario Alegria que é médico das Nações Unidas e da Clínica onde trabalho. Já vi a tua "xipala" nos dados biográficos e lembro-me bem de ti. Um abraço Zé Carochas/Luanda 27 March 2005 06:33 PM guest_Atavares4 Ze Carochas Recebi a tua msg Eu tambem me lembro de ti. Obrigado pelas tuas infomacoes Um abraço do Atavares 27 March 2005 08:06 PM guest_3875Cuca Amigo Zé Penha e Aurelio Tavares, Penha, o Moreira que o Aurelio te pergunta é o Augusto Aguiar Moreira (O Velhinho) mora perto de ti, em ......... de Rana (não sei o nome completo) perto da Carcavelos. O teu irmão Zito quando esteve aí da ultima vez jantou com ele. Ele mora na Av. Dr. Francisco Sa Carneiro lote 99 apartado 125 CEP 2775 Carcavelos. Tem uma casa maravilhosa, já é Avô e tem negocios com Angola. Eu tenho o numero do telefone dele no escritorio e te informarei. Ele esteve no ultimo almoço do liceu e disse-me que ira ao proximo. Abraços para voces Antonio Garcez 27 March 2005 09:07 PM guest_ZePenha Tó Acho que já sei quem é, vive em São Domingos de Rana e vende moinhos para as fábricas que fornecem a farinha para as padarias fazerem pão, em Angola. Será? Ele veio cá a minha casa com o meu irmão . Mas , como Moreiras há muitos, não achei que fosse esse. Um abraço para ti e para a Marina Zé 27 March 2005 10:03 PM guest_Atavares4 Ze Penha - TÓ Obrigado pela v/ajuda. Este fim de semana já vou procurar o n/amigo Moreira. São 30 anos sem o ver!!!! 30 Um grande abraço para vós Atavares 30 March 2005 11:02 %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% 6°D 73/74 e 7ºD 74/75 guest_Ruigabriel3 Meu nome é Rui Gabriel, mais conhecido como "Gabriel" e frequentei as turmas 6ºD e7ºD nos anos lectivos de 73/74 e 74/75 respectivamente. Gostaria de saber por onde é que andam nossos antigos colegas, tal como a Paula Castilho, Carla Ribeiro, o António Belard da Fonseca ( filho da drª Violeta ) o Pedro Pinto, Rui Marques, e todos os outros de quem nunca mais tive noticias visto viver há cerca de 30 anos no Rio de Janeiro. Quero também acrescentar que além das imensas saudades daquela época, é com orgulho que tive o privilegio de ter sido aluno das professoras: Maria Estefânia, Ana Maria Oliveira (fisica), Maria da piedade (filosofia) arq. Varandas ( desenho) e muitos outros que tanto me marcaram. Se souberem destes professores informem-me. Abraços Rui Gabriel 16 May 2005 07:07 PM guest_xixão Olá Rui Gabriel Pelos vistos no 7º ano fomos da mesma turma, eu tinha o nº 234. Lembro-me da Paula Castilho, da qual nunca mais mais soube nada, do Tó Sotero, que vive em Macau, e que escreve aqui no site com o nome de ''jindungo'' e que se mantem igual, do Pedro Pinto, que nas aulas de desenho ficava sempre ao meu lado e faziamos às vezes os pontos ''consultando-nos mùtuamente'' . Ele é Vereador na C.M.Lisboa e puderás vê-lo no site da Câmara que o vais reconhecer logo, embora mais gordo. Sabes que com a tua mensagem, fizeste-me avivar agora imagens que eu pensava que eram do meu 6º ano, pois no 6º era da turma H. É que do 7º eu tinha bloqueado completamente a minha memória, que nem os nomes dos professores me lembrava. Obrigada por isso, pois às vezes basta um pequeno nada e esta tua mensagem foi isso mesmo. Não me lembro do teu nome, mas se puseres uma foto tua no teu perfil, pode ser que me lembre da tua cara. Um abraço e bem vindo aqui. Xixão 16 May 2005 08:48 PM guest_MimiMercêsdeMello Olá Rui Gabriel! Não tenho memória para nomes, por isso não estou a ver quem és, mas fomos contemporâneos e também venho dar algumas dicas sobre colegas de quem falas: a Paula Castilho vive actualmente gchgfhna Guatemala (depois de ter estado em Macau e em Cabo Verde) e, que eu tenha visto, nunca participou neste site, mas posso arranjar o contacto; o Tó Bellard da Fonseca (Sotero) vive em Macau, o nick name é ginguba (gindungo é a mulher dele, Malé) e podes encontrá-lo aqui ou no e-mail que ele indica no perfil; na altura (73-74-75) eu e ele eramos da mesma turma e namorados, não sei se te lembras de mim; a mãe dele (Prof. Violeta) faleceu há alguns anos e, dos irmãos, sei que o Fernando e a Xana vivem na Figueira da Foz. Para o caso de te lembrares e quereres localizar, desse tempo e neste site participam também a Ana Saint-Maurice, a São Paiva, o Helder Fernandes, o Luis Macedo e o Mourão. Felicidades e sê benvindo. Mimi 17 May 2005 01:00 AM guest_Ruigabriel3 Caro Xixão: Tal como tu também não me lembro de ti pelo nome Xixão. Manda-me o teu nome e será mais fácil de te identificar. Dar-te-ei algumas dicas a meu respeito: sentava-me na primeira fila de 31 carteiras junto á parede das janelas, durante muito tempo por haver falta de carteiras para todos os alunos tive que dividir a minha carteira com o Tó Sotero. Eu era um dos melhores alunos em matemática, terminei o curso complementar com média de 18 nessa mesma disciplina. Não sei se te lembras, algumas vezes os pontos apareciam "misteriosamente" uma hora antes de serem aplicados, umas vezes saíam da bolsa da professora na própria sala de aula, outras vezes saíam da bolsa da professora em outra sala de aula, tomando o caminho da janela caindo nas mãos de quem o esperava lá em baixo e uma outra vez do próprio armário da professora na sala dos professores. Quem era chamado ás pressas para resolver as principais questões era eu, pois as mesmas tinham que ser resolvidas com brevidade uma vez que o ponto era no tempo seguinte. algumas vezes a dr.ª M.ª Estefânia deixou que eu desse a aula de matemática coisa que eu fiz umas três vezes. Já dá para te lembrares de alguma coisa? Espero que tenha ajudado a avivar a memória. De todos os nossos colegas aquele com quem mantenho contacto frequentemente é com o Luís Coutinho, o "Coutinho", que vive na cidade do Porto. Aqui no Brasil vi há uns treze anos atrás o Kalil dando uma entrevists na televisão sobre comercialização e fabrico de produtos farmaceuticos o que me leva a crer que tenha seguido uma área biomédica. Assim sendo aqui fico á espera de mais notícias. Abraços, Rui Gabriel 18 May 2005 06:00 AM guest_Ruigabriel3 Ôi Mimi: É natural que não me conheças pois nunca tivemos oportunidade de nos falarmos, mas eu acho que me lembro de ti, por acaso eras uma moça de estatura mais alta que a média e de cabelos pretos e lisos (ou quase), que nos intervalos ficava sempre com o Tó Sotero (namorando) sentada muitas vezes no parapeito do corredor do 2º andar perto dos laboratórios de ciências? Essa é a recordação que eu tenho da namorada do Tó Sotero. Quanto ao Tó Sotero, durante um bom tempo tivemos que dividir a mesma carteira por problema de excesso de alunos, facto que irritava a dr.ª M.ª da Piedade levando-a muitas vezes a chamar o sr. Pires e pedir que ele providênciasse uma plataforma onde se pudessem colocar mais carteiras, ela sabia que era absolutamente impossivel, mas era só para aborrecer o pobre homem. Durante todo o tempo que dividimos a mesma carteira o Tó Sotero, muito fino e elegantemente, nunca me incomodou, escrevia sem tocar em mim,eu que ficava sentado do lado da parede e ele do lado de fora,nunca me fez sentir espremido, e ainda conseguia fazer com os nossos materiais coubessem naquele espaço por baixo do tampo da carteira. Sua mãe foi minha professora de francês do 3º ao 5º ano e fez com que eu tenha gostado de aprender esse idioma uma vez que eu nunca fui bom aluno na área das humanas. Até hoje uso e falo bem o francês graças á dr.ª Violeta e não sei se sabes que aqui no Brasil é uma lingua pouco usada sendo difícil encontrar quem a fale. Assim sendo aqui fica o agradecimento pelas boas vindas ao grupo, e pedir se for possivel, o contacto da Paula Castilho Abraços, Rui Gabriel 18 May 2005 06:43 AM guest_xixão Olá Rui Se não me reconheces como Xixão, vai-te ser dificil reconhecer pelo meu nome, a não ser que te lembres da pessoa que tinha o nome mais comprido. Já agora, eu sou ''cara'' e não ''caro'' como puseste na mensagem. Meu nome é Maria da Conceição F. Antunes M. de Almeida, mas toda a familia, os colegas e amigos me tratam pelo diminutivo de Xixão. Sobre o que escreveste não me lembro de nada. Continua o apagão. Mas o que interessa, é que estamos aqui a partilhar as mesmas vivências, independentemente de haver memórias mais nitidas ou não. Vai contando coisas que te lembres e não deixes de participar. Se entrares, onde diz Figuras, e pesquisares o album de fotografias do almoço do ano passado, há uma foto minha e da Ana St Maurice, com o titulo ''Mininas das Madre''. Estamos um bocadinho mais ''crescidas'', mas acho que dá para vêr quem somos. Beijinhos Xixão 32 18 May 2005 03:15 PM guest_bairrocuca Alo, Chamo-me Antonio V. Maciel e lembro-me perfeitamente do Carlos Kalil. Andei no liceu de 71 - 76. Nao me lembro das turmas. Mas ja reencontrei o meu melhor amigo daquels tempos - Eduardo Jorge da Costa Alves Thanks Antonio V. Maciel mailto:[email protected] 18 May 2005 07:27 PM guest_MimiMercêsdeMello Olá, Rui! Pois a tal morena de cabelos compridos mais ou menos lisos era eu mesma... e, como vês, o Tó Sotero também já te respondeu... . Uma das coisas mais preciosas deste site é a "festa do reencontro", de variadíssimas maneiras e, às vezes, de pessoas que, ao fim de tantos anos, nunca desapareceram da nossa memória e/ou do nosso coração. Por vezes o reencontro pode ser, afinal, o desencontro total, mas isso é outra história e também faz parte da vida, né? E, raras vezes, também me sucede sentir que, na verdade, só se deve procurar quem quer ser encontrado e que há pessoas que não querem mesmo ser encontradas (ou confrontadas com um tempo que já passou, não sei...). Fora as que ainda não sabem da existência deste site. Enfim! Já estou a divagar um pouco... Em breve escreverei mais e envio o contacto da Paula Castilho, ok? Um beijo para ti, Mimi 19 May 2005 08:23 AM guest_SãoPaivaCarvalho Olá Rui Não fui exactamente da tua turma, mas fui dos teus anos no Salvador Correia. Era da turma da malta de Económicas ,(6º e 7ºH) onde outros alunos iam ter algumas disciplinas.À minha turma ia a Mimi, q já te respondeu. Será que iasa a esta turma ter alguma disciplina? A Maria Estefânia seria a professora de Matemática que era conhecida por Mariazinha, uma pele muito clara e olhos azuis? Tb gostei muito dela. Se for ela talvez te consiga saber dela, pois um colega da turma H, o Helder Fernandes sabe dela. Sei q vive na Norte. Um abraço São Paiva Carvalho 19 May 2005 03:22 PM guest_xixão São Mas a Dra Estefânia Marques foi ao almoço, assim como aos outros anteriores. Pelo menos o nome dela estava na lista. Não ''lha'' viste? Jinhos Xixão 19 May 2005 08:18 PM guest_muitohumor Olá Antes de mais um abraço para o Rui a quem quero dizer que se o Kalil que procura tinha duas irmãs, uma delas é a Yolanda, andou no 6ª e 7º H e eu poderei arranjar um meio de contacto. 33 A prof de Matemática do Rui era a Drª Estefânia e a nossa, MININA SÃO CARVALHO, era a Drª Mariazinha Santos, podendo ambas ser encontradas lá para o Norte, bastando para tal contactar a primeira. Kandandos 20 May 2005 12:46 AM guest_Ruigabriel3 Alõ Kandando: Obrigado perla tua dica em relação ao Kalil. Seu nome se não me falha a memória era Carlos Alberto Kalil Neves e realmente gostaria de ter algum contacto com ele. Outro colega de quem me lembro, era o "Redinha" José Manuel Fraga-Redinha da minha turma e com eu me dava muito. Era um grande pianista e na saída de Angola ficou com o piano lá de casa. Outro grande amigo mas de outra turma era o Manuel Pedro, que ao que tudo me parece continuou em Angola e hoje é médico lá.Quanto á dr.ª Estefãnia as últimas notícias que eu tive dela é que ela vive no Porto lá pelo carvalhido, quantas saudades... Abraços Rui Gabriel 20 May 2005 05:42 AM guest_Ruigabriel3 Caro António: A mensagem dirigida ao Kandando também é extensiva a ti. Obrigado pela tua informação. Á medida que fores lembrando de outros factos vai me escrevendo. Abraços Rui Gabriel 20 May 2005 05:48 AM guest_Ruigabriell Xixão: Me desculpe pelo mau " jeito". Creia que não foi por mal. Penso que começo a me recordar de ti. A nossa turma tinha pouquissimas garotas. Havia nela a Paula Castilho, a Carla Ribeiro sempre muito distraìda, a ponto da aula acabar e ela pensar que sequer hevia começado, uma outra, Margarida ( Gomes da Cunha ? ), essa vinda do liceu feminino, todas elas na fila da frente junto comigo, tinhamos uma outra colega, essa mais isolada de todos nós, e que se a memória não me falha, se chamava Rosalina . Sobra uma outra e que só podes ser tu, que sentavas mais pelo meio da sala, acho que usavas óculos, davas-te muito com um outro nosso colega, alto, expressivo, e seu nome se eu não me engano era Mourão, até acho que ele ou tu foram sub-chefes de turma. Estou perto ou continuo a "viajar na maionese" ? Rui Gabriel 20 May 2005 06:23 AM guest_Ruigabriel3 Mimi: Já é tarde da noite aqui no Brasil, quando leio a tua mensagem, logo logo te respondo. Rui Gabriel 20 May 2005 06:27 AM guest_MimiMercêsdeMello Olá! Muito a correr e só para confirmar que a Xixão tem razão, no sentido de a Dr.ª Estefânia ter estado no almoço (Xixão, acho que o Rui não reparou nessa tua mensagem e nem toda a gente tem os teus dons de Gata Cristie...). Também o Mourão, de quem o Rui fala, estava lá..., assim como o Zé Guilherme Sacramento, lembras-te dele? Quanto às turmas, a São disse bem, eu era uma das que ia à vossa turma (Económicas), já não me lembro por causa de qual disciplina (eu era de Direito, mas escolhi Matemática por opção, seria isso?) O Helder também tem razão quanto à Prof. de Matemática.... (só não tem razão por andar desaparecido...). Beijos, Mimi 20 May 2005 09:00 AM 34 guest_xixão Rui Na verdade, esses dois últimos anos foram atribulados para todos, e como vinha do Colégio das Madres, e só apanhei o liceu nessa altura, é-me dificil lembrar das outras pessoas. De quem me lembro também é do Jorge Sande Lemos, cujo irmão escreve aqui no site também. Também, e devido às disciplinas que escolhia-mos, saltavamos de sala em sala. Eu tinha Francês, por ex, com a prof Vera Gil de quem nunca mais soube nada dela e de quem eu gostava imenso, para além de excelente professora que era. Tó, essa professora Mariazinha Santos, não foi uma que se pirou sem dizer nada a ninguém, a meio do ano, e nem sequer entregou os pontos que tinhamos feito? Ou foi a de Filosofia? Sei que era uma que vivia ao pé do liceu e nós ficámos a saber disso porque fomos a casa dela e estava vazia. Rui, estás de Parabéns, pois fizeste com que o Helder Fernandes viesse escrever. Asfinar, minino Herder, vucê kuska isto , intão!! Beijos a todos Xix 20 May 2005 08:16 PM guest_Ruigabriel3 Mimi: Como prometido eis-me aqui.Tenho tido muitos compromissos relativos a trabalho, motivo pelo qual não tenho acessado ao site. Também não sou um bom "internauta". Li a tua mensagem em que falavas sobre encontros e desencontros e ela me lembrou um texto de um autor brasileiro que se eu tivesse encontrado seria bastante elucidativo. Nunca fui bom para a escrita mas quis a vida que da caneta tenha feito pincel, e das palavras tintas, sendo a pintura o meu melhor meio de expressão. Penso que o podes confirmar em ''figuras" deste site que o Tó Sotero tão generosamente abriu para mim. As nossas vidas são recheadas de encontros e desencontros, isso nos faz sentir que vivemos e existimos e é na superação dessas situações ( quando conseguimos) que crescemos como seres humanos que somos. Nós todos somos o exemplo vivo disso, depois de tudo que passamos. Por tudo isso, e por não ser bom escritor é que eu faço minhas palavras a letra de uma música de Milton Nascimento que foi trilha sonora do novela " Senhora do destino" creio que veiculada em Portugal, e que se aplica a todos nós, já que as despedidas ás vezes são o principio de desencontros e o fim de amizades quando reparamos que já não temos mais afinidades. Econtros e despedidas Milton Nascimento Mande notícias do mundo de lá Diz quem fica Me dê um abraço, venha me apertar, tô chegando Coisa que gosto é poder partir sem plano Melhor ainda é poder voltar quando quero Todos os dias é um vai-e-vem A vida se repete na estação Tem gente que chega pra ficar Tem gente que vai pra nunca mais Tem gente que vem e quer voltar Tem gente que vai e quer ficar Tem gente que veio só olhar Tem gente a sorrir e chorar E assim chegar e partir São só dois lados da mesma viagem O trem (combóio) que chega é o mesmo trem de partida A hora do encontro é também despedida A plataforma dessa estação É a vida desse meu lugar É a vida desse meu lugar É a vida... A hora do encontro é também despedida A plataforma dessa estação 35 É a vida desse meu lugar É a vida desses meu lugar É a vida... Abraços Rui Gabriel 25 May 2005 06:13 AM guest_SãoPaivaCarvalho Olá Xixão A professora que saiu foi a de Filosofia a meio do 6º ano. No 7º ano a professora de Filosofia foi a Piriquita. A Mariazinha de Matemática era uma querida. Já agora lanço outra busca: lembro-me que havia na turma um colega que tinha nascido em Macau, o nome? Não tenho a certeza , mas penso que era Mário (seria?). Por onde andará? Beijinhos para a malta do 6º e 7º H e para quem lá ia ter algumas aulas. São 25May200501:23PM guest_SãoPaivaCarvalho Olá Xixão Essa tal Drª Estefânea não foi a minha professora de Matemática, por isso não tenha reparado nela. A miha foi a Mariazinha Santos , de que ainda guardo os cadernos diários, com os os exercícios, fichas , etc. Foram-me de resto muito úteis pois foi onde me inspirei para ajudar os meus filhos naquela matéria. Beijocas. 25 May 2005 01:28 PM guest_Ruigabriel3 São: Reparo que falas de um colega nascido em Macau. Seria o Rui Manuel de Jesus Borges Martins? Era o único dessa época nascido em Macau. Embora nunca tenha sido meu colega de turma, foi meu vizinho todo o tempo que vivi em Angola. Tinha cabelos pretos e bastante lisos, dando-lhe um aspecto oriental, e que lhe valeu a alcunha de "china". Também sei que nunca foi aluno da drª Estefânia, tinha uma outra professora de matemática de quem gostava muito. Caso seja ele posso-te dizer que estive com ele há uns anos atrás no Porto, onde vive, e é fiscal das finanças depois de ter se formado em económicas, Quanto á "Piriquita" lembro-me duma grande manifestação estudantil em Luanda em que pediam a exoneração dela, aos gritos e pela alcunha, facto que a magoou muito, fazendo com que ela não quisesse mais voltar ao liceu. A nossa turma reuniu-se e foi em casa dela pedir para que voltasse,levamos até um ramo de flores.Ela então voltou, terminando o ano lectivo. Abraços Rui Gabriel 26 May 2005 02:02 PM guest_SãoPaivaCarvalho Olá Acredito que seja realmente o colega que dizes. Ele devia ser misto, pois a expressão apesar de ser muito moreno e o cabelo preto muito corrido, não era totalmente "Chinoca", e realmente chamavam-no de China. Além disso, como dizes que ele trabalha ligado às Finanças, é bem provável que seja , pois ele era dos que tinha as disciplinas todas na turma de Economia(H) A nossa professora de Matemática era realmente um amor. Quanto à Piriquita, lembro-me muito bem dela. Não me perguntes porquê mas eu achava o carro a "condizer" com o formato do nariz dela. Quando vejo um carro do género lembro-me sempre dela. Ainda hoje tenho uns livros que ela me emprestou para fazer um trabalho " Introdução a Sociologia"`, que já não lhos entreguei, precisamente por as aulas terem terminado daquela maneira. Um abraço e aparece 36 São 27 May 2005 04:09 PM guest_xixão São Só hoje te respondo, pois só hoje vim ler o site depois de uns dias ausente por motivos profissionais, familiares, saúde. É verdade, a tal professora era a de Filosofia, lembro-me agora de quando estiveste aqui no Funchal, ter-mos falado nisso. (Krida, também já lá vão 31 anitos Quando é que vens cá outra vez? Rui G Gostei dos teus quadros. Pintas as cores do Brasil com o calor Africano. Beijinhos a todos Xixão 28 May 2005 08:02 PM ) guest_MimiMercêsdeMello Rui Gabriel: Desculpa só hoje responder... Gostei muito da tua mensagem, que agradeço e hei-de responder com mais tempo e espírito. Tens razão e, como dizia o Vinicius, a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro nesta vida... Também gostei muito de ver as imagens dos teus quadros que o Tó colocou no site. Até breve! Mimi 29 May 2005 12:02 AM %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% Olá Pessoal guest_ZeCletoRebelo1 Tenho andamo varios anos buscando gente da minha infancia e juventude sem muito exito. A perdida de identidade e o maior trauma que passamos. Espero saber de companheiros do meu tempo. Um baracp Ze Cleto 27 June 2005 08:53 PM guest_carochas_2 Zecleto: Era bom que desses uma panoramica em que anos que passaste pela "Casa Amarela", turmas se possível e os bairros da nossa Luanda onde moraste pois assim seria mais facil localizar malta. Saudações Ze Carochas Maianga/Luanda 28 June 2005 09:41 PM guest_AzevedoLuis Cleto, Grande maluco! Ainda tens o bichinho da aviação? Há anos que perdi o teu rasto mas, quando vi o perfil que aqui publicaste relembrei-me que tinhas ido p/ os EUA. De vez em quando vejo o teu irmão na televisão mas, infelizmente, não consigo localizá-lo. Também gostaria de saber da tua irmã e da tua mãe, em casa de quem estive há cerca de 30 anos. Se bem me recordo, ficava para os lados do Jardim Zoológico (Estrada de Benfica ou Estrada das Laranjeiras?). A última grande farra a que fui em Luanda foi em tua casa, no Bairro Alvalade e perto da Av. Dom António Barroso, num Carnaval, na qual também esteve o Cid. 37 "Maila-me" para o [email protected], e dá-me notícias tuas e do teus familiares. Estou muito contente por te ter encontrado. Um grande abraço, Luis Azevedo 29 June 2005 09:47 AM guest_Maravilhas Se és o Cleto que tripulava uma Vespa,com um braço engessado fomos colegas no SC. Oh Luís,se a memória não me atraiçoa este ganda maluco ainda andou com o bando dos três!!! Maravilhas Zé Diabo Quim Careca Grandes aventuras.Quem ficou com fama de louco fui eu,ainda hoje quando nos encontramos me contam histórias sobre mim que juro não me lembro.Aliás eu tava sempre inocente. Cleto vai dando noticias Mário 29 June 2005 01:05 PM guest_Anibal J. Russo Oh Mario Vê lá que sendo tu um rapaz tão sereno . . . Ele é cá cada fama que se ganha ! O "nosso pilotaço Rebelo" finalmente apareceu ! Um abraço Aníbal J. Russo 30 June 2005 05:21 AM guest_ViCtorHugoVieira é mesmo aterrou o Rebelo, e deu à costa o L.Azevedo desaparecido há uns tempos. um abraço aos dois. v.hugo 30 June 2005 08:33 AM guest_AzevedoLuis Vitor Hugo, Eu não diria desaparecido. Talvez recuado...mas presente. Maravilhas, Sempre, mas sempre, a tentares dourar a (tua) pílula. E com toda a razão! É que, além de um rapaz sereno como diz o Aníbal Russo eras, acrescento, compostinho e recatado. Tu e os outros dois safados. Carecas maravilhosamente diabólicos com antagonismos sérios com elevadores e peanhas de sinaleiros... Aníbal, Já dei algumas coordenadas tuas ao Cleto. Um forte abraço para os três do Luis Azevedo 30 June 2005 11:37 AM guest_ZeCletoRebelo1 Ola Maravilhas. Como estas? Sim a minha Vespa la ficou. Mandame um correio para a minha direccao [email protected] e ja te darei mais noticias. Um abraco Ze 02 July 2005 08:59 PM guest_Cunha Olá Zé 38 Eu sou António Cunha andei contigo no Salvador Correia no ano a seguir ao teu e além disso penso que és meu primo , sou irmão do Orlando e do Jorge que já faleceu . morava no Bairro do Cruzeiro actualmente vivo em Albufeira Algarve e a minha mãe é Augusta Amélia . Um Abraço !!!! António Cunha 04 July 2005 12:24 AM guest_ZeCletoRebelo1 Ola Toni: Sim es meu primo. Como esta o Orlando e a tua mae? O meu correio e para que me escrevas. Assim estamos em contacto. O Jorge e a mae estao ai em Lisboa e a Nita vive aqui na Florida cerca de mim. Um abraco Ze 04 July 2005 04:21 PM guest_cmario8 Cunha, até pareces o Alain Delon... Sou o Maria. Um grande abraço, para ti epara o Cleto que eu conheço, mas com quem nunca me dei. Sou amigo e ex-colega do Jorge, irmão, com quem, ultimamente me tenho dado regularmente. Uma grande abraço para ambos, Maria ( Carlos Mário) %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% Aqui estou e quero compartir com os meus condiscípulos Guest_Belard6 Sou Antonio Manuel Belard. Estudei no Salvador Correia de 1953 a 1958. Perdao pelo mau Portugues mas tenho 30 anos a escrever castelhano. Isso sim falo correctamente o Portugues. Por favor contactem conmigo pois tenho muito que contar. Sei que o Carochas y a Mimi Merces de Mello contactarao con o meu filho ha ano e meio. Ca vos espero y quero explicar algo a Mimi que o meu filho nao soube fazer. Por favor respondao-me todos pois as saudades sao muitas. 30 anos na Venezuela sem ter regressado nunca! 21 August 2007 05:01 AM guest_serodio Belard O ano em que entrei no Salvador Correia (1958) foi o ano em que tu saíste por isso não nos devemos ter conhecido. Concerteza vais encontrar muita gente da tua época. vai dando pormenores. Já agora aponta na tua agenda: Maio de 2008 - almoço da malta... e vê lá se podes dar um 'salto' a Portugal para nos revermos. Um abraço José Serôdio Porto 21 August 2007 07:48 AM guest_PereiradosSantos1 Meu caro Berlard Dá mais elementos teus, para me avivar a memoria. Nao estou a ver a tua Xipala. abs poirier 21 August 2007 10:14 AM 39 guest_MimiMercêsdeMello Belard: Cá estou a responder à chamada.... Será que é tio do Tó Sotero? Se sim, é irmão da Violeta Belard da Fonseca, mãe do Tó? Suponho que também a Bébé Belard é sua sobrinha, não? Já não a vejo há muitos, muitos anos, mas sei que vive em Lisboa, como eu. Diz na sua mensagem que eu terei contactado há 1 ano e meio com o seu filho, por isso diga-me quem é o seu filho e diga também tudo o que quer e/ou precisa dizer, ok? Eu estou aqui, toda ouvidos e, como deve saber, tenho um imenso carinho pela família do Tó Belard da Fonseca Sotero. O Tó está a viver em Macau e os irmãos vivem na Figueira da Foz. Embora últimamente não os tenha visto, nunca me esqueço deles e tenho-os sempre no pensamento, recordando com saudade os tempos de Luanda e os laços de afecto que ficaram para sempre... Ficando à espera das suas notícias, aceite um abraço, Mimi 21 August 2007 10:34 AM guest_1601RENATOSANTOS1 Amigo Belard (António Manuel Ferrão Belard) Quando entrei para o Salvador Correia, em 1954, andava tu já no 2º ano, turma E, turma onde estavam amigos meus: César Pederneira, Folgado da Costa, Agnelo Paiva (meu colega depois no BCA), Ismael, Craveiro (meu colega no Laboratório de Engenharia) Rui Pignatelli (morava na Maianga) e muito outros colegas e amigos que lhes vamos perdendo o rasto. Embora, sendo eu do 1º ano na altura, depois comecei a fazer amizades com malta, um ano mais velha. Daí eu lembrar-me dessa malta toda. É bom irem aparecendo alguns amigos espalhados por esse mundo fora, mas que não se esquecem das suas origens. Amigo Belard, um abraço forte do amigo RENATO SANTOS 21 August 2007 11:50 AM guest_gonçalves-travanca Ora bem! Eu então sou um cota. Na altura estava eu quasi a sair do Salvador Correia. Mas claro que ainda depois disso, bebemos uns copos juntos. No Baleizão do meu amigo Aparício (por exemplo); ou na Biker (por exemplo); ou na Versailles (por exemplo); ou no Solmar (por exem...). É melhor parar, amigo Belard, não deve haver kb para tanta kissângua (por exemplo); tanto marufo (por exemplo); tanto malavo (por exem..). Chega. Um abraço do cota Travanca 21 August 2007 09:00 PM guest_1601RENATOSANTOS1 Amigo Travanca (António Eduardo Gonçalves Travanca) Eu qundo entrei em 1954, tu eras aluno do 6º ano. Se não estou em erro, graduado da MP e depois velejador. Também andei na Vela, na MP, depois como Dirigente e depois através de um tio meu, que me lançou também como velejador oficial: o Américo Moniz. Fui ao teu perfil mas não vi nada que me tirasse certas dúvidas: onde moras, idade, etc. Um abraço do amigo RENATO SANTOS ( LEMBRO-ME DE COLEGAS TEUS, NO 6º ANO: o Hurtado da Silva, o Couto Cabral, o Sousa Vale (que tinha aquele carro pequenino, com três rodas). 21 August 2007 09:22 PM guest_Belard6 Travanca Acuerdome perfectamente de ti, tanto del Liceo, como despues, ya hombres.Se bien me acuerdo, fuiste mi protector cuando entre, para el Liceo. No conocia a nadie, y cuando te deste cuenta que el castigo ya estaba a pasar los limites, desteme proteccion. Cuentame mas de tu vida. Adonde estas? Que haces? YO en Venezuela, viviendo a 200 mts de una de las playas mas bellas de este pais (parque nacional Morrocoy). a 100 kms de Valencia y 250 de Caracas. Cuando tengo que supervisar alguna obra voy 2a. de madrugada para Caracas y regreso a casa 5a. de tarde. Quedo 40 aguardando mas noticias tuyas. Se quieres mandame tu Email, para una video llamada. El mio es Un grande abrazo y mil gracias por te teres acordado de mi. 22 August 2007 04:38 AM guest_Belard60 Amigo Renato Recuerdome perfectamente de ti. Gracias por me teres contestado. De los colegas de 1o. y 2o. ano practicamente, desconozco el paradero de casi todos, excepcion de Henrique Santos, Pignatelly, Carlos Cruz y Moninhas que infelizmente atraves de esta pagina supe que ha falecido. Espero a partir de ahora poder saber de mas unos cuantos. Dime por favor adonde estas viviendo? Que haces. Si quieres mandame tu correo para una video llamada. El mio es …. En projima comunicacion te dare mas detalles, y enviare fotos de nuestros tiempos. Recibe un fuerte abrazo 22 August 2007 04:48 AM guest_Belard6 Mimi Gracias por me contestares. Ahora estoy apurado pero manana te contare todos esos parentescos. Este sabado llamando a mi hermana Teresa que vive en Carcavelos, recebi a triste noticia de que mi prima Ze, mama de Bebe, murio hace cerca de 1 mes.La ultima vez que estuve con ella fue creo que en 1985, en Sao Paulo cuando fui pasar unas vacaciones. Ahora se quieres para te poder explicar mejor los parentescos , que hago, invitarte a la playa maravillosa a 100 mts de mi casa, (aqui es como Angola, verano todo el ano), saber mas de ti y por supuesto tu de mi, mandame tu correo para una video llamada. YA es media noche y esta llegando el sueno. Me quedo aguardando noticias. Recibe un grande beso 22 August 2007 04:58 AM guest_gonçalves-travanca Ora bem! Sem querer ferir susceptibilidades, vou aproveitar este cantinho do Belard, para, automaticamente, responder, não só a ele, como também a outros que me teem pedido notícias. Estou a organizar aqui o meu computador, pois apesar de poder entrar em video chamada, não o posso fazer em condições, antes de arranjar uma placa decente, pois o som "pifa", o que é desagradável. Assim, amigo Belard, fiquei com o teu Email, e em breve te contactarei. Quanto a ti, Renato Santos, já aqui há tempos tentei contactar-te, mas também falhei. Dá-se o caso que desde que cheguei de Angola, (Fev/1976) continuei aqui no Puto com a topografia. E já percorri Portugal de lés a lés, sem um local fixo de permanência. Agora, apesar de já reformado, o quitari (ou falanga, macuta ou sauevo), faz sempre falta e continuo a exercer. Com o Américo Moniz, estivemos juntos num almoço, no ano passado. Assim como com o Luis Vasconcelos, também da Vela do Nun'Álvares. Aqui, dedicar-me a esses desportos (Vela, Volei etc) é que já é mais difícil. Quanto a "velhos" amigos, claro que a geração dos anos '50 (uns mais para o final da décado, outros para menos) se lembrarão de nomes sonantes. E os que menciono, são apenas alguns, dos muitos amigos: Vom o Sousa Vale, ia até ao S. José de Cluny, ver as moças e, hoje confesso, só lhes diziamos idiotices; o Mocho de Carvalho, era oficialmente o guarda redes do Hoquei; o Sucena era, e ainda é o regula oficial; o (este digo o nome completo, pois é sonante) Benjamim Esaguy DouKarskey, a cujo Pai eu por vezes cravava um "shop", pois teve primeiro um bar ao pé do Polo Norte e depois um restaurante na Mutamba; o Estanqueiro, vulgo "jambe malhée" ou "olho azul"; o Helder de Sousa, que mais tarde encontrei em Henrique de Carvalho (Saurimo, que é bem bonito); a Manuela Silva, a cujas farras nunca faltava; a minha amiga Mariana Pegado e a sua maninha, que moravam logo abaixo do Liceu, e de quem nunca mais tive notícias. Claro que estaria aqui horas a escrevinhar. Mas por agora chega. Cá estou em Almada, e, sem qualquer tipo de concorrência, talvez pense em juntar o "povo", da década 1950, nus copos (estáse mesmo a ver que é só velhada). E pronto amigas e amigos Até à próxima. E, como diria o meu povo da Lunda "MOIO, UÉ?" 23 August 2007 09:30 PM guest_1601RENATOSANTOS1 Amigo Travanca 41 Fiquei satisfeito de receber notícias tuas, assim como já recebi do Belard. Fizeste-me relembrar o Estanqueiro, que morava na Maianga, o Sucena, casou com a Emília Costa, também da Maianga, o Helder de Sousa. A Mariana Pegado morava perto do Liceu, ainda fui colega de um irmão. Há pouco tempo faleceu um dos Pegado, mas não sei qual. Poderíamos estar aqui a lembrarmo-nos de nomes, uns puxavam os outros: o Dinis da Gama,o Gasiba, Carlos Alberto Simões, Alcântara de Melo, o Enoch, o Câmara Pires. O Câmara Pires e o Sucena tenho estado com eles nos Almoço da Maianga. Ao almoço da Vela, também estive para ir, encontrar-me com o meu tio Moniz, mas depois estive com ele em Lisboa. Está na mesma, não lhe achei diferença. Amigo Travanca, recebe um abraço do amigo RENATO SANTOS 23 August 2007 10:16 PM guest_7412Moracruz Colega Travanca Entrei no ano de 56 para o Liceu , e conheci quaze todos os nomes sonantes que escreveste , quanto ao Benjamim Esaguy Dukarsky , encontra-se em Israel reformado de comandante da marinha de guerra . Sei isto porque sou amigo do irmão Dario Esaguy Dukarsky , e temos falado sobre o irmão muitas vezes . Na Mutamba o estabecimento que existia era Charcuterie Française , a quem eu cravei tb muitos almoços e rissois de camarão que eram uma beleza. Um Kandando Manuel Fernando Sousa Mora Cruz 24 August 2007 11:52 AM guest_koringe Meu caro amigo Renato dos Santos ... Aqui estou outra vez para tirar uma pequena dúvida : Esse Câmara Pires não é um cujo Pai era funcionário da Alfândega de Luanda? Se era, então também foi meu aluno de Francês, no ano 55/56, onde se encontrava também havia nessa turma um Belard que não sei se será este vosso colega que surgiu agora ... Nesta turma estavam os manos Lavradio , que eram filhos de um colega meu, professor de História ... Eu era muito jovem na altura, e tinha chegado a Luanda num domingo, e na segunda - feira já estava a dar aulas ... Creio que tinha aparecido um pouco tarde em relação ao começo das aulas. Hoje assisti a parte de uma gala da RTT : aparecia alguém chamad Maria Margarida Mercês de Melo ... Tem esta pessoa a ver com a vossa colega com o mesmo nome e que aparece muitíssimo neste "painel" ?... Um abraço e um bom domingo! ... montenegro 26 August 2007 02:34 AM guest_MªTeresaMercêsMello Professor, Aqui estou a responder a uma pergunta da sua mensgem, creio que dirigida à minha irmã mais nova, a Mimi. A Margarida é uma das nossas irmãs (somos 6, sendo 4 irmãs e 2 irmãos). E andamos todos no Liceu Salvador Correia. Eu estive lá de 61/62 a 65/66, altura em que completei o 7º. ano e tive que vir para Lisboa, por não haver o meu curso em Luanda. Recordo com saudade esses tempos, e os Professores que tive. Fui aluna do Dr. Lavradio, mas de Francês, e colega de um dos filhos. Estou a vê-lo com uns óculos com lentes em forma de meis lua! E despeço-me. Aceite os meus cumprimentos afectuosos, Teresa Mercês de Mello 26 August 2007 11:50 AM guest_Joaoventura2 TÉTÉ: Aqui do Algarve não queria deixar de homenagear o filho do José Lavradio , teu colega e tambem meu grande amigo Salvador ,que infelizmente morreu há uns anos tragicamente. Continuação de Boas-Férias e lá te espero aquando da aparição do tenebroso F.Carranca. BJS: João 42 26 August 2007 12:03 PM guest_1601RENATOSANTOS1 Amigo Professor Montenegro O Câmara Pires, Fernando Manuel Graça Câmara Pires, é filho do Senhor da Alfândega de Luanda. O meu pai que estava na Alfândega dos CTT, falava muito no Câmara Pires. O Fernando, em 1954, andava no 3º ano, turma D. Costumo encontrar-me com ele nos almoços da Maianga. A Mercês de Melo (Margarida) é precisamente aquela que viu na RTP. É irmã da Teresa, também aqui presente neste site. Os filhos do Dr. Lavradio, meu professor de Francês, andaram comigo mas entraram depois de 54. Talvez 55/56. Nunca soube nada dele. Cá de Braga, um abraço para si e esposa RENATO SANTOS 26 August 2007 01:51 PM guest_gonçalves-travanca Amigo Belard. Estamos a aproveitarmos desta tua boleia. (aliás nos anos '50, boleia era o nome do meu tranporte). Realmente já apareceram por aqui nomes de "malta" que já deviam ter sido nomeados. Agora vem à baila o Câmara Pires. Um abaço para ti (por intermédio do Renato, s.f.f.). Agora vou mencionar alguns nomes de quem gostaria de ter notícias: Enoch Vasconcelos, Anabela Penaguião (e família), António Taipa, Carlos Gasiba, Maria Helena Kol, Isabel de São Mamede Amado. Por agora é só. O meu Email, lá está no "aniversário e perfis dos participantes". É consultado todas as noites. Abraços Travanca 26 August 2007 09:16 PM guest_MªTeresaMercêsMello Olá João, Obrigada pela tua msg. Era mesmo esse o meu colega e nosso amigo Salvador. Que sorte, pelos Algarves!!!! As minhas férias só começarão em Setembro, estou desejosa! Um beijo e aproveita bem esse tempo de descanso, Tété 26 August 2007 10:19 PM Será o nosso Guiherme Espírito Santo? guest_karipande “”Viva ex-colega da "Velha Guarda" daqueles cláustros, daquelas salas , do ginásio, dos campos de jogos, da ex-floresta e dos túneis com morcegos, da célebre mangueira, do "Ramona",do Padre Júlio, das nossas brincadeiras , lá do sitío que nos ensinou a ser Homens... O NOSSO LICEU SALVADOR CORREIA.”” 19 April 2008 01:47 AM guest_Espírito Santo Sim , é ele mesmo em carne e osso. Não me estou a lembrar do "Kripande". Da um das nossas dicas para avivar minha memória,por favor. Guilherme 19 April 2008 05:45 PM guest_karipande Espírito Santo 43 Vejo que continuas o bem disposto que sempre te conheci. Fui teu colega na SEEFD, sou o Fernando Pereira, o próprio do CDI... No outro dia vi-te com todos os teus manos no Novo Jornal (onde colaboro semanalmente) no aniversário da tua mãe, que continua como todos vós...Em grande forma!É muito bom ter-te por aqui, e vê se trazes os teus irmãos, principalmente o Batalha que é da minha geração. Um bom abraço para ti e Bem vindo, meu velho Karipande, é nick recente (já tem uns anitos) Fernando Pereira 19 April 2008 08:13 PM guest_Espírito Santo Amigo e ex-colega Fernando Pereira: É um enorme prazer contactar contigo , aliás "mudam-se os tempos , mudam-se as vontades" , quero dizer, eu que sempre fui (ainda sou) um tipo que não ligo a plebe ,tenho agora que me render as evidências e aceitar que , afinal, estamos no mesmo barco e, como tal , também aproximados e colocados ao mesmo nível por uma infernal máquina de sistemas que alguém entendeu chamar de internet... Puxa, meu camarada, até me apanhas nesses jornais de fim de semana aqui da terra ( na foto faltou a minha irmã Francisca ,a actual Governadora de Luanda...). E queres tu que me ligue a plebe , a gajos , como tu que te colocas a milhas para não me pagares um copo para brindarmos esta alegria de nos contactarmos. Epá estou deveras emocionado... E o que é feito do Sousa Santos? O tipo já está cego ou ainda se vai arrastando com aqueles òculos de lentes bem grossas ? Um abração para ele. Em 2001 ,depois de ter sido " corrido do Governo". decidi solicitar a minha Reforma (aqui...) e ocupar meu tempo ainda ùtil com tarefas pessoais ,puxa já estou com 65 risonhas Primaveras no pelo... Comigo e minha família tudo bem, pelo menos temos boa saúde e como sempre muito boa disposição. Então como estás ligado ao jornal aqui da banda , quando é que virás a o Kimbo(Luanda) ? Por favor apita-me para te ir buscar com fanfarra e batuque. Ciente que me irás contactar através do meu e-mail pessoal para dialogarmos mais um pouco , deixa-me cantar "papagaio louro, de bico doirado..." e um Kandando, Guilherme19 April 2008 10:45 PM guest_karipande Cumpre-me apresentar o nosso novo participante da "Casa Amarela". Guilherme Espírito Santo foi um homem sempre ligado ao desporto, quer como praticante quer no dirigismo. Professor de Educação Física, desde o tempo colonial, que vem desempenhando as funções de professor, técnico de Andebol (Foi um magnífico guarda-redes da modalidade), director Nacional de Formação de Quadros da SEEFD, Director Geral dos Desportos e Vice-Ministro dos Desportos de Angola. Um percurso muito rico, e para além de tudo o Espírito Santo é uma pessoa divertidíssima, bom companheiro e solidário com os seus amigos, e ele e todos os seus irmãos, foram colegas de várias gerações no Liceu Salvador Correia. A sua irmã Francisca foi recentemente nomeada governadora da cidade de Luanda, e tem a particulariedade de ser a primeira mulher a ocupar um lugar de governadora de província no País. O nosso site fica enriquecido com a presença deste nosso ex-colega, a quem temos de convencer a vir ao almoço dos ex-alunos no dia 17 de Maio. Guilherme Tenho estado com o Sousa Santos de vez em quando...Começa a ter uma idadezinha, mas continua a dar aulas na Lusófona, e em boa forma.Volta e meia faz o que o Sardinha e outros, que não tu, fazem...Vem-me ver à Lageosa do Mondego. Quanto à ida aí, de vez em quando acontece, e neste caso talvez mais para o fim do cacimbo...Até lá vai-me lendo no Novo Jornal... Um abraço e um beijo a tua mulher Fernando Pereira 19 April 2008 11:18 PM guest_1601RENATOSANTOS1 Amigo Espírito Santo Deves lembrar-te de mim. O Carocha avisou-me agora que andavas por aqui e eu não faltei à 44 chamada. Entrámos os dois no mesmo ano (54) e para a mesma turma 1º D. Se deres um saltinho ao Norte, terei um prazer enorme em juntarmo-nos com outro andebolista do nosso tempo, que está aqui no Porto: o Poulson. Um abraço do teu amigo RENATO SANTOS (DA MAIANGA) - HOJE RECEBI UM VÍDEO DA MAIANGA. 19 April 2008 11:27 PM guest_Espírito Santo Ói Karipande: Mais um bocadinho começaria a chorar. Obrigado pela "apreentação" e desculpa-me por passar por aí e não te procurar , bem como ao Sousa Santos. Mas " há mais marés que marinheiros" e um dia desses será a hora...Tentarei dar um salto aí em Maio... Obrigado também por te lembrares do meu irmão Batalha , engenheiro em aeronática , homem muito ocupado dadas as responsabilidades que ocupa na Directoria da àrea da aviação do EXXOMOBIL aqui no Kimbo ; também por te lembrares de minha esposa, que me atura há 35 anos (a 16 de Março passado), Senhora ex-Vice Ministra da Saúde de Angola de 1999 a janeiro de 2007, agora consultora do nosso Presidente da República. O único vadio sou eu....ahahahahah,isso é que muita gente pensa, (pois sofrem de diarreia mental, daí o problema é deles... Cordiais saudações e bom fim de semana , Camarada. Guilherme 20 April 2008 01:35 AM guest_JBilro9 Espírito Santo É com satisfação, que recebo notícias de um dos nossos ex-colegas mais estimados e admirados. Aproveitando a boleia do Andebol e neste caso também do Futebol, o que é feito do nosso excolega e amigo, (também guarda-redes) Nini Monteiro? Saudações para todos e em especial para o homem de "borracha"(!). Um bom fim de semana. João Carlos Bilro 20 April 2008 02:39 PM guest_karipande JBilro O nosso amigo Nini Monteiro, ex-republico do Kimbo dos Sobas, é o ministro do Interior de Angola neste momento. Pareceu-me ver o irmão dele inscrito no almoço do 17 de Maio. Um abraço Fernando Pereira 20 April 2008 03:00 PM guest_ZePenha Espírito Um grande abraço de saudade. Tenho tido notícias de ti, via Nicola Berardinelli. Bem vindo à nossa Monte Carlo virtual. Se vieres em Maio, pomos a escrita em dia. Um abraço José Penha Rodrigues 21 April 2008 11:18 AM guest_Espírito Santo Amigo Penha Rodrigues: Cá estou eu rijo e duro , apesar das 65 risonhas Primaveras no pelo.Julgo seres o meu companheiro da célebre classe de ginástica especial do nosso Liceu , depois companheiro do 1º curso de ofociais de Angola (Cavalaria do Bié). Aviva-me a memória, porque tens um mano mais novo, que era um "barraqueiro" naquele Liceu. Certo ou errado? 45 Se essas referências estão corretas , dá-me notícias do Diniz(da nossa ginástica e da Monte Carlo, que agora se transformou em Clínica Médica e no local do Pic-nic agora é um stand de vendas de viaturas) , do Fatito , porquanto aqui, da nossa classe especial ,vivos só estou eu , o Nicola. Sei que o Hélio Hipólito de Andrade tem vindo à Angola ,mas parece-me que está aí pela Europa(Londres?...) , do Rau nunca mais soube dele ,enfim -"Oh tempora, oh mores". Já estou reformado do Estado desde 2001 e agora trato de "interesses familiares", o que me faculta ter certa liberdade de movimentação pessoal e já não tenho as altas preocupações quando me encontrava ligado as instâncias do Dirigismo Desportivo e do Governo do qual fiz parte em Angola. Usa e abusa do meu e-mail pessoal -o acima referenciado para que mais em privado possamos trocar mais informações e , quando eu passar por aí terei muito gosto em me encontrar contigo , aliás, com todo o nosso mundo.Saudações, Guilherme 21 April 2008 01:17 guest_ZePenha Espírito Isso mesmo. Fomos colegas no Liceu, no andebol do Liceu, na classe especial de ginástica do Liceu e depois, entramos juntos para o COM em Silva Porto. Lembro-me perfeitamente de no nosso Curso de Oficiais, invejar as tuas aptidões para a costura. Eras o único que conseguias ter aquelas fardas padronizadas, bem arranjadas ás medidas do teu corpo ehehehehehe O Diniz "brukutu" anda aqui por Lisboa e já há dois anos atrás se comprometeu comigo que ia ao Encontro da Malta do Salvador Correia, mas depois não apareceu. Se quiseres consigo enviar-te o telefone dele, contudo, ainda sábado passado estive num jantar de malta do nosso Liceu (Rui Lopo, Américo Vieira Lopes (Velha) Carlos Soares, e Amaral) , e alguém me disse, suponho que foi o Lobo do Amaral, que ele não atende, ou não atendeu, várias chamadas que o Amaral lhe fez. Folgo saber que está tudo bem contigo e tua esposa. Eu ainda estou no activo.Esta terra não é tão rica quanto essa e obriga-nos a trabalhar mais anos. Mas gosto do trabalho e quando me reformar, no final deste ano, continuarei a trabalhar..... O meu irmão, o Zito Penha, está no Rio de Janeiro desde 1976. Vemo-nos de vez enquando, aqui em Lisboa pois sempre fica em minha casa uns dias, e na casa de um outro irmão postiço que ele tem que é o Carranca, e/ou no Rio. É o mais novo e foi também oficial dos Comandos, do curso depois do nosso. Há nesse país umas quantas pessoas que eu gostaria de voltar a abraçar e tu, és sem qualquer dúvida, uma delas. Mobiliza-te e vem cá para o 17 de Maio. Ofereço-te a minha casa para ficares com a tua mulher. Mas prepara-te. Ir a um Encontro da Malta do Liceu, é emoção para um coração forte...... Um abraço Zé Penha 21 April 2008 03:14 PM guest_Espírito Santo Viva Penha: Depois de tantos anos é emociante saber que ainda estamos de pé. Pelo que vejo ainda te recordas daqueles tempos , sem saudosismos foram bons demais , particularmente no que toca a solidificação de verdadeiras amizades, desinteressadas e sem cinismos... Qunto ao Amaral , tenha estado com ele cá e aí , só que no ano pasado eu a chegar a Lisboa e ele a ir para o Algarve; o velha é nunca mais o vi. Um abraço amigo para eles. Vamos ver se consigo estar presente no já afamado almoço , onde certamente só os que suportam grandes emoções é que sõ os recomendáveis... Manda-me o contacto telefónico desse malandro (BRUCUTÚ) . Sem mais, Espírito Santo 46 21 April 2008 04:56 PM guest_ZePenha Espírito Aqui vai(…) Espero que tenhas mais sorte que eu. Tentei ligar-lhe agora antes de te enviar o nº e não atendeu ninguém.... Um abraço. Zé Penha PS: Falei há pouco com o Poulson e ele garantiu-me que vem ao almoço. Vem junto com o António Seabra. Vamos ter de comemorar isto muito bem, porque, dia 17 de Maio é o Almoço e dia 19 de Maio é o aniversário do Poulson. No dia 18 também pode haver comemoração, se a mulher dele deixar, porque é o aniversário de casamento deles.....vai parecer festa cigana....três dias seguidos!!!!!!ehehehehehe 21 April 2008 07:37 PM guest_Jotamano2 Carissimo Guilherme : Fico particularmente feliz quando por aqui aparece um legítimo representante da "velha guarda" do Liceu. Recebi agora uma confirmação do Janja Lobo do Amaral, via email, de que "és tu mesmo" quem eu "suspeitava"! Aliás, as citações dos nomes do Poulson, Diniz peludo, faziamme crer que eras tu - um dos meus companheiros de ano ( e se calhar de turma) naqueles idos do final da década de 50. Se ainda continuas em Luanda, foi pena que na minha recente estadia de quase um ano aí não tivessemos oportunidade de nos encontar ( mesmo que a tua memória a meu respeito não esteja tão fresca...). Por aí, tive a felicidade de me encontrar várias vezes com o Phil Colaço, o Fernando Rodrigues,o Cagi, o Dário Alegria, o Arlindo Ferreira, o Jorge Oliveira Tinflas, o Carochas, Jaimito, Enoch, etc. Trabalhei com o velho Amigo Rui Marques da Costa, a quem devo o honroso convite de participar como engenheiro no frenético crescimento da Angola actual! Tal como no teu caso, lastimo não ter encontrado o Zé Maria rabitos e o Eduardo Trindade, mas um dia eu volto... quem sabe. Pela tua frequente actuação aqui no site, imagino-te de excelente disposição. Que assim continues. Recebe um abraço do João Luis Mano ( no Rio de Janeiro desde 75) 21 April 2008 11:25 PM guest_ZePenha Espírito Lá consegui falar, pelo telefone que te dei, com o Diniz. Avisei-o que vais ligar e ele esteve a recordar uma das últimas histórias que viveu contigo e com o Nicola, quando foram presos pelo FNLA, numa cervejaria da Vila Clotilde. Olha, amigão, tens mais uma razão para vires ao almoço. O Diniz vai lá estar também. Já se inscreveu, via uma amiga comum, que é a Lita Corado. Arruma as tralhas e marca a viagem. Estamos à tua espera. Um abraço ZP 22 April 2008 11:49 AM 47 As memórias do passado no liceu ligavam-se a recordações dos momentos vividos com antigos vizinhos, ou enquanto companheiros de muitas aventuras que se não viam há muitos anos. Os jogos de recreio, os assaltos aos campos de futebol durante os fins-de-semana e o carisma de alguns professores são os episódios relembrados, embora dois momentos da vida do Liceu tivessem sido muito referidos. O primeiro dia de aulas no Liceu… guest_Manuel_Sardinha 1965- Setembro/Outubro - O fim das Féria e o início do Liceu Isto tocou a uma grande parte de nós. Este ano as férias grandes foram ligeiramente mais curtas. Tive que fazer três exames: o da 4ª classe e os de admissão, à Escola Técnica e ao Liceu. Como estudava no C. D.Maria II, foi na Escola 7, ali bem perto da Igreja do Carmo, em que havia um acesso pela Vasco da Gama, e outro pela Luís de Camões. Tudo correra optimamente, e, ao contrário do ano passado, em que fiquei empatado com a Fernanda Bizarro, foi a minha prova a melhor do exame dos jindengue lá do Colégio. Mas isso sempre me fora indiferente, e também, ao contrário do ano passado, tive que ir à oral – penso que era obrigatório. E… falando de orais, lembro-me que a Português me foi sorteado sempre o mesmo texto nos três exames “O Frade e o Salteador”- na Escola 7, na Emídio Navarro e no Salvador (acho que a pág. já estava viciada para abrir sempre ali, no mesmo texto) - de um livrinho que a minha mãe sempre guardou religiosamente, e que, embora um pouco gasto, eu ainda conservo aqui por casa. Outra coisa que me ficou presente na memória. O prof. que me fez exames no Liceu Salvadore era bem conhecido de montes de gente – o Dr. Loureiro que veio a abrir o S.M. Goretti – que, embora sempre muito simpático, desinibindo e dando um empurrãozinho a quem necessitava, durante a prova escrita de Português não se fartou de assobiar umas modinhas, desde o início até ao fim. E aí estava eu aprovado e com três opções a meu bel-prazer. Escolhi o liceu, e, naquele tempo as aulas começavam só a 1 de Outubro. Mas ali bem perto, no Bairro das Ingombotas, onde morava, os colegas mais velhos do que eu já me iam informando o que ia acontecer-me. “Sabes, lá no liceu ninguém se chama pelo nome! Todos têm um número atribuído, e uns se chamam aos outros pelo número!” Outro: “Eh pá, vais apanhar uma carecada do caraças! Faz mas é tudo o que dizem pra fazeres, senão… tás lixado, ainda te fazem umas picadas pela cabeça toda!”. Com estes avisos todos, no dia 1 de Outubro atravessei a D. Antónia Saldanha, primeiro na parte alcatroada, e depois pela parte de terra batida, a seguir à Fernão de Magalhães, lá desemboquei na Rampa do Liceu, bem ao meio. Logo dali vi o grande movimento à entrada do Liceu e pela Rampa jardinada, com uma maior concentração à entrada e no espaço interior, pelas escadas acima. Subi a íngreme Rampa e o filme que me fôra contado pelos mais velhos tornava-se agora mais real, podendo ouvir-se um movimento de “algazarra” no amontoamento de estudantes, quase todos rapazes, do lado exterior. Era a caça ao caloiro. “Ó miúdo és do 1º ano?!..” E lá me mandaram colocar a jeito, baixando a cabeça, enquanto um bramia a tesoura de contentamento, dando-lhe aqueles movimentos entusiasmados que produziam o som metálico de abrir e fechar repentina e constantemente a tesoura, outro ensaiava a técnica da circunferência perfeita, colocando um angolar na coroa da minha cabeça, desenhando uma circunferência com a esferográfica no couro cabeludo. E euuu... 48 Depois era só cortar o cabelo que constituía o círculo até fazer uma careca, tão ou mais perfeita que a de um seminarista. Hagh! O executante, após a feitura da coroa, pegava na sua Bic e rubricava a obra de arte, apondo um carimbo à moda de um punho assente de cima pra baixo na mesma. “Caloiro… Baixa a Careca!! E lá baixava eu a tola! E eles, que andavam em grupo, lá malhavam com os dedos todos unidos neste maçarico. A obediência e a simpatia que cada caloiro demonstrasse era meio caminho andado para que tudo corresse normalmente, porque quem espigasse tava tramado. Apanhava forte e feio, com a palma da mão, com pequenos sacos com sal grosso, ou com as colheres de pau, algumas lindamente decoradas a cores, para que o caloiro medisse e reflectisse, antes que se armasse em corajoso protestante! Mas o melhor mesmo, por segurança, era arranjarmos um padrinho, um mais velho de preferência conhecido, daqueles considerados, ou com algum status, e não importava o tipo de status entre os mais velhos, tinha era que ter peso. “Hê malta!!.. Este é meu conhecido, meu afilhado!” Aí rolava tudo bem melhor e o malhanço numa careca era não mais que um cumprimento. Gente do meu tempo… um doidão chamado Álvaro, um Albano, o Zé Peneda, o Valdemar Parreira, o Rui Monteiro, o Paquito e o Dente (vulgo Alex do chá das seis), e muitos outros que por aqui andarão, todos da turma G 65/66. Um abraço a todos. Manel S. 05 September 2006 09:31 PM …e o último dia de aulas, momento ímpar na vida dos alunos, durante o qual se ultrapassavam os limites impostos: guest_Mário_Cabral Era naquele tempo que só entrar aquele portão de ferro. encarar as escadas até à Estátua faziam tremer as pernas a um miúdo de 10 anso. À nossa espera estava o "Cadavez" e mais uns tantos "doutores" da altura, "madiés" já para os seus 22 anos. E assim de 64 a 73, se fizeram, doutores, engenheiros, malandros, caçadores, pescadores e outros que por aí andam. Os anos mais célebres das minhas memórias do fim das aulas, são os anos 71 e 72, as costumeiras guerras dos tomates, ovos e farinha. A visita obrigatória à Escola Industrial, para desafiar os artífices, e seguindo, o Liceu D. Guiomar de Lencastre para desafiar as miúdas. Na recta final a paragem (acampamento) na Mutamba, e a "bófia" a querer malhar no pessoal. Mas era tão bom dar autógrafos nas batas das colegas !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Um ano a coisa correu mal. Tivemos de fugir dos polícias e respectivos cães, já dentro dos muros do Liceu. Mas para apagar as mágoas dos sábados de manhã na "BUFA", de calção, meia alta e boina, passando por aquele cinto "S", e aturar o "chico das medalhas", íamos tirando umas tardes de "fugas" no café Américo, ou na Pastelaria da Maianga, para não falar nos "matrecos" no fim da rampa do Liceu. Já lá vão trinta e tantos anos 17 September 2006 03:52 PM Outras atribulações foram editadas. As partidas e os estratagemas. Tudo se intercala num mesmo grupo de mensagens. É um novelo que se vai desenrolando e a 49 cada passo nos revela momentos inesquecíveis da vida dos seus intervenientes dentro do liceu e fora dele. CASA AMARELA guest_250147SEABRA1 TENHO REPARADO QUE CHAMAM À NOSSA CASA "CASA AMARELA " . A CASA AMARELA DE QUE ME LEMBRO E ISTO JÁ LA VÃO UNS ANITOS FICAVA NA MAIANGA JUNTO À AVENIDA LISBOA DO LADO DIREITO PARA QUEM SE DIRIGIA PARA O AEROPORTO E ERA UM SANATÓRIO OU COISA DO GÉNERO. A NOSSA CASA ERA EFECTIVAMENTE AMARELA MAS SO CÁ E QUE LHE VI ESSE NOME ATRIBUIDO .UM ABRAÇO PARA TODOS . ………… 21 July 2005 04:04 PM guest_carloscabaco Estou de acordo com a SEABRA 1. Durante o tempo que frequentei o SC nunca me lembro de lhe chamarem a "Casa Amarela", por essa designação era sim chamada o edificio a que o mesmo faz alusão. Cumprimentos. Carlos Cabaço 21 July 2005 08:10 PM guest_Veludina Amigos: A "Casa Amarela" a que se referem era um hospício, para tratamento de doenças mentais. Beijinhos, Teresa 22 July 2005 01:52 AM guest_Naterciaalvespacheco2 Lembro-me de lá ter ido ajudar o meu irmão a projectar um filme do Toto. Não foi boa escolha. Os risoa começavam mas não terminavam e, como foi o meu primeiro contacto com a loucura, tive dificuldade em esconder que estava aterrorizada. O Liceu era o Liceu.... natércia 24 July 2005 12:00 AM guest_Elepekapa Amigos, A tal casa amarela (conhecida de facto por esse nome) era o Hospital Psiquiátrico de Luanda e situa-se mesmo aqui quase à frente do meu Escritório, na Av. do Aeroporto (hoje Rua Amílcar Cabral). Que me desculpem os amigos, mas nunca na vida ouvi chamar ao nosso velho Liceu - Casa Amarela!!! Saudações, Luís Colaço 26 July 2005 05:02 PM guest_Victor-Chaby Só mais uma informação. A tal casa de malucos era conhecida pelo Hospital do Dr. Rosales. Kandandos. V.Chaby 27 July 2005 03:23 AM guest_ZePenha 50 Malta Alguém tem dúvidas sobre a cor do edifício do Liceu Salvador Correia? Ou será que era cor de rosa? Então se era Amarelo porque não poder alguém a querer apelidar de "Casa Amarela"? Afinal, com as estórias todas que aqui no site se vão contando sobre os que por lá passaram, até há alguma propriedade ter o mesmo nome da casa dos malucos ehehehehe (sem ofensa para ninguém em especial) Chamem-lhe o que quiserem, mas que "a cabra daquela torre era amarela", lá isso era............. Eu continuo a preferir chamar-lhe LSC. ZP 28 July 2005 12:21 AM guest_ViCtorHugoVieira Ze Penha mas havia uma cabra amarela na torre do SC ...rsrsrsrsrs temos de comemorar estas descobertas...atenção NELO um abraço v.hugo28 July 2005 01:48 PM guest_Joaoeloy26 Zé Penha, tens toda a razão em associar o amarelo do hospicio a um grande numero de "iniciativas" que nós tomavamos, e que ainda não vi ninguém com coragem para relatar. Por exemplo, aquele assalto aos cacifos da sala de professores para gamar os testes do dia seguinte, não teve autores? Ou foi mais uma vez o espírito santo? Claro que não vou falar de coisas em que não estive envolvido. E nessa eu não estive! Eu jamais alinharia numa coisa dessas! Mas da "operação de limpeza" às catacumbas e da "recuperação" dos selos das propinas, tenho uma vaga memória que vou passar a escrito um dia destes. Naquele período os cofres do estado novo não engordaram tanto como o que estava orçamentado, porque a distribuição do "espólio" foi geral. Se houve delito (será que houve? Ladrão que rouba a ladrão não tem cem anos de perdão?) já prescreveu. E o orgão (musical) da professora Ligia Esaguy evaporou-se da sala de canto coral, ou foi-lhe dado, temporáriamente, um destino mais digno? E aquela da rádio Argel, não foi uma safardanisse que só poderia provir de mentes maquiavelicas? Por outro lado, quando ouço falar em casa amarela, não posso deixar de me lembrar do filme do Cesar Monteiro e das suas recordações da dita casa. E essa associação tambem não me parece muito lisongeira para o velho ex-Liceu Nacional de Salvador Correia. Tudo isso me assomou quando lhe ouvi chamar casa amarela. Mas, lá que era amarela, era. E agora, como diz o brasileiro, como é que fica? Um abraço a todos. João Eloy 28 July 2005 03:41 PM guest_ZePenha João Eloy Essa dos pontos eu assumo a responsabilidade.Mas não ia aos cacifos dos professores. Ia ao caixote do lixo de um pequeno quarto contíguo á sala de professores, onde estava instalada a máquina fotocopiadora da altura, "O Stencil". Durante a noite e depois de deixar uma janela do 1º andar com o ferrolho aberto para me facilitar a entrada e a saída, deambulava pelo Liceu á procura dos stencils todos , que depois de utilizados eram deitados no caixote do lixo, em madeira, existente nesse quarto.Lembro-me que entrava por uma janela no terraço por cima do ginásio. .......mas que era era lixo bem escolhido, lá isso era..... Depois era só passa-lo de novo para uma folha em branco e de seguida destribuir pelos meus amigos. Easy my dear Watson.....e que boas notas tirávamos eheheheheh O pior era quando havia a correcção ORAL dos pontos ........ ehehehehe Mas isso é outra estória ZP 29 July 2005 01:20 AM 51 guest_Joaoeloy2 Zé Penha, Boas.Fica-te muito bem confessar esses pecados, que vão directamente para o teu cadastro. Aliás, a um líder como tu eras, exigiam-se feitos que no dizer do Camões, te “fossem da lei da morte libertando” (Num louvor lavrado sobre o feito, teriam de ser sublinhadas três ou quatro virtudes: imaginação, destemor, capacidade de planeamento e solidariedade. Muitos, por menos disso têm chorudas pensões do estado. Vide, p.e. os ex - agentes da PIDE)). Mas houve mesmo uma operação de comandos que assaltou os cacifos dos professores. Talvez o Mário Matias (nome de guerra: Maravilhas) saiba algo sobre tais factos. Alto aí: não estou a dizer que ele esteve envolvido. Acho mesmo impensável tal hipótese. E já basta de insinuarem que ele terá feito coisas que nunca lhe passariam pela imaginação. O que sugiro é que ele, como rapaz bem informado, poderia ter estado a par, sei lá, digo eu… Espero poder, com a colaboração de todos, recolher relatos desses episódios, numa espécie de história trágico - académica desses tempos dourados ( terá havido tempos mais dourados do que aqueles em que lá andámos?), bem como um repositório de fotos, e de poemas, publicados neste site ou não. O Zé Maria, já em tempos, no “Estudante on line”, fez esse apelo. E depois das férias, talvez seja boa oportunidade para se encarar essa empresa com determinação. Talvez a AAALSC possa editar uma tal publicação histórica. É coisa que proporei à Direcção. É que há para aí umas crónicas e outros escritos engraçados, que merecem ser destacados. E já agora, pediria uma diligência aos amigos que estão “Estudante” era uma publicação de registo obrigatório. O que significa que tinha de ser enviada uma cópia para a Biblioteca central (não recordo como se chamava a entidade, nem sei como se chamará agora). Será possível fazerem uma diligência junto dessa entidade e tentarem o milagre de recuperar algo? Seria giro conseguir reunir o maior número possível de edições do jornal, também para uma eventual edição. Boas férias, ou boas perspectivas de férias para todos, conforme a hora , o local e as circunstâncias em que nos lêem (adaptação livre e sem direitos de autor dos célebres relatos do Artur Agostinho). Um abraço. João Eloy 29 July 2005 12:49 PM guest_7412Moracruz Zé Penha Eu até escrevo com letra pequena , como nos seguros que se fazem , e não se lê o final , mas ia dizendo eu , que nunca tive nada a ver com essa coisa de assaltos , à secretaria do liceu , à cave , aos stencil ( casinha) , partir vidros , roubo de mangas , kanvanzas , descer pelas janelas do 1º andar agarrados aos ponteiros , berridas , kandongas, kubangas etc , fui sempre um menino bem comportado , e nunca apanhei uma falta disciplinar , assim saí emaculado do nosso Liceu . Até já Kandandos Manel Mora Cruz 29 July 2005 02:03 PM guest_Nelo "Brucutu" Manelinho: Tá-se mesmo a ver não tá-se!!! Kandandus e diz qualquer coisita, já que o fim de semana se aproxega. Nelo 29 July 2005 02:09 PM guest_ZePenha João Eloy A Associação dos Antigos Alunos do Salvador Correia em Luanda, seria a entidade que poderia conseguir o que propoes. Eles já estão a laborar, e vão até laborar em breve, numa sala cedida pelo próprio Liceu. Talvez a pessoa certa para tratar desse assunto possa ser (digo eu) a Clara Sá Carneiro, que está a trabalhar em Luanda e pertence a Associação de lá. 52 Manda-me o mail para onde queres que te envie o mail dela, para a minha caixa de correio e farte-ei chegar pela mesma via o mail da Clara. Depois é só combinares com ela e ver se ela tem condições para satisfazer o que procuras. ZP 29 July 2005 02:32 PM guest_ViCtorHugoVieira MALTA eu sou testemunha, oMCruz, mais conhecido pelo ZORRO, era um tipo bem comportado,(agora é que descambou), é famoso pelos assaltos aos galinheiros de Luanda. E ele que diga o que é que fazia aos galinaceos, cócórócó### v.hugo 29 July 2005 04:50 PM guest_Joaoeloy26 Manel, oba! Agora é que a coisa descambou. A minha intenção de recolher relatos de feitos era, está bom de ver uma coisa séria... Não sei se aquela referência certamente malévola e imaginativa do VH às galinhas não estará um pouco exagerada. É que há quem garanta que não passavam de frangos... Agora com fruta à mistura é que a mistura é explosiva...Mas pronto, confrontado com alguns pilha-galinhas que ficaram em Angola e ainda lá estão, mesmo que houvesse (por mera hipótese académica que só por absurdo se põe, claro...) 1000% de verdade nas imputações do VH, serias considerado um delinquente menor, e tudo te será perdoado se nos mimoseares com uma só das descrições de um desses feitos ( imaginados, entenda-se, que já todos perceberam que tu jamais cometerias tais tropelias...) com a graça a que já nos habituaste e naquele estilo que não é para qualquer um. Mas por este andar ainda se chega a descobrir quem foi o gajo que pôs, numa das tais noites de lençois de laranja de que falava há tempos o Eurico, a malta do liceu nas praias da ilha à escuta de uma emissão nunca captada da Rádio Argel que supostamente divulgaria os enunciados dos testes dos exames finais do 7º ano de português e matemática do dia seguinte. Com isso causando nos pobres estudantes, prejuízos académicos ( vocês avaliam o que é perder a noite da véspera do exame, não é?) de que Angola ainda se não recompôs, a avaliar pelo estado da economia. Manel, inspira-te e manda daí uma dessas estorias...como só tu sabes contar. Um abraço, João Eloy 29 July 2005 08:34 PM guest_7412Moracruz Eloy É tudo imaginação destes Karinguiris , sempre fui muito bem comportado , estive sempre no quadro de honra , e tratava todos os professores com grande deferência até o padre Júlio , que era de quem mais gostava . Tinha pena de ele ser padre , e trabalhar tanto para arranjar os santinhos para o pessoal . Mas era boa pessoa e sempre nos ensinou a que o nosso porte nas aulas fosse um esmero. Depois ainda apanhei um outro padre , que se chamava Carreira , esse tinha aversão aos santinhos , e eu nunca o perdoei por isso , mas não lhe fiz mal nenhum , não estejam a emaginar coisas. Só tinha mais uma coisa de que eu não gostava , olhava com os olhos libidinosos , para as nossas colegas , e eu uma vez chamei a atenção dele para isso , mas sempre em termos correctos , e como tinha um WV verdinho alfaçe , com o vidro pequeno atrãz , perguntei-lhe se ele quando fazia inversão de marcha via bem ? , e como éstamos quaze no fim de semana , para a próxima msg que deve ser na segunda , pois vou ver Braga por um canudo , e comer umas frigideiras , ( especialidade local ) , conto aquilo que nunca fiz no nosso Liceu , que foi o de me portar mal. Kandandos para todos Manel Mora Cruz 29 July 2005 09:25 PM guest_250147SEABRA1 53 POIS O PADRE CARREIRA FOI DO MEU TEMPO E NA ALTURA SO TINHA UMA LAMBRETA E FOI MEU PROF NO 7º E NUMA AULA TENTOU AMENIZAR OS ARES E AUTORIZOU QUE SE CONTASSEM ANEDOTAS ATE QUE O "BENINA" SE SAIU COM UMA MAIS INCONVENIENTE . DE QUALQUER MODO A MEMÓRIA QUE TENHO DELE NÃO É DAS MELHORES. ESTARIA MELHOR COMO TRATADOR DE PORCOS ( COITADOS DELES) 29 July 2005 09:58 PM guest_Maravilhas Alto lá!!!!!!!!! Tou desmemoriado relativamente a uma certa época da minha longa vida de estudante(tou a pensar em voltar a estudar-não há amor como o primeiro!!!). Só ouço contar histórias sobre as minhas pretensas malandrices,das quais nada me lembra. O que eu sei e lembro é que eu estava sempre inocente!!!pópilas Eloy,também tu Brutus? Não me façam falar!!!!!! Saudações académicas Mário 31 July 2005 06:35 PM guest_250147SEABRA1 É CLARO QUEM NÃO CONHECEU O CELEBÉRRIMO 4º D (NICOLA, DINIS, POULSON......) NÃO CONHECEU AS GRANDES BARRACAS DAQUELES TEMPOS.NÃO FALO DOS SELOS FISCAIS DAS CAVES MAS DO USO INDEVIDO DE UM LIVRO DE PONTO QUE VALEU AO NICOLA 21 DAS DE SUSPENSÃO NO TEMPO DO CRESPO, DA ENTRADA DO JEREMIAS DE SMOKING AMARELO NA AULAS DA MANHÃ, NO SOCORRO À ESCOLA 15 QUANDO CORREU O BOATO DE TER SIDO ASSALTADA, NOS ARRAIAIS DE BATATADA QUANDO HAVIA JOGOS DE HOQUEI ENTRE O LICEU E A ESCOLA INDUSTRIAL, O GRANDE CALDO QUE O BRILHANTINAS LEVOU DO POULSON QUANDO A MARISOL FOI CANTAR AO LICEU ENFIM ........ UM ABRAÇO PARA TODOS 31 July 2005 09:58 PM guest_Joaoeloy26 Manel, que os deuses te sejam propícios! (esta, no tempo dos romanos, era à jet 7). Ok. Vamos fazer um trato: como há pessoal que não quer ou não pode (noblesse oblige), confessar o seu passado tenebroso, nós, pobres escribas, vamos fazer o trabalho por eles. Então proponho o seguinte: dos "eventos" de que ainda nos recordamos vamos fazer uns relatórios ou umas crónicas (a forma e o estilo são irrelevantes, pode até ser na primeira pessoa do singular, que o pessoal vai entender que é por facilidade de escrita...), contando tudo o que sabemos. E depois de publicarmos isso, pode ser que os "autores materiais" tenham um rebate de consciência e venham assinar por baixo. Ou venham rectificar alguns pormenores, o que tambem vale por uma assinatura virtual. Claro que enquanto "eles" se cortarem, o pessoal vai pensar que nós é que fomos os tais, mas os que têm verdadeiro sentido de justiça, facilmente perceberão que não fomos nem poderíamos ter sido nós, que só estamos a tentar ajudar... Maravilhas, meu caro. Eu até tive o cuidado de ressalvar que, provavelmente... não terias nada a ver com aquele assalto. Alás tu, o nosso bom amigo Zé Diabo e o Quim careca, conhecidos pelo tal "trio maravilha", fizeram jus a tais nomes de guerra pelo apego às coisas da natureza, quais ecologistas "avant la letre", fundamentalistas no escrupuloso cumprimento das convenções de conduta social, e como tal, insusceptiveis de sobre vós cair qualquer suspeita ou insinuação (que só poderia provir de mentes mesquinhas e tortuosas) sobre a autoria de qualquer atropelo destes. Mário: por mais cuidadosos que sejamos com o que escrevemos, estamos sempre sujeitos a que um mal intencionado consiga ler nas entrelinhas coisas que nem pela cabeça nos passaram. Aliás é celebre aquele comentário do poeta que ao receber elogios pelo seu poema onde os peixes eram "tratados como gente com sentimentos", desabafava: Puxa, que imaginação! No meu poema nem havia peixes nem agua. 54 E como todos sabem, já dizia o Sócrates ( o filósofo, não o das anedotas), que o mal, quando existe, não está na mensagem que se transmite, mas na interpretação errónea ou mal intencionada que o receptor lhe dá, a maioria das vezes. Portanto, repito que não sei quem fez o assalto, mas que houve, houve. E a bronca maior é que se nem o teu trio, nem o pessoal do "Estudante" soube quem foram os autores, isso significa que estava instalada a barbuda total, e assim, num tal clima de anarquismo, melhor se compreende que ninguém quisesse ser prior numa tal freguesia... E por estas e outras, pára de me chamar Brutus, porque posso fazer um texto que, infelizmente, possa ser mal interpretado por quem o lê (decerto com algumas culpas tambem para o escriba, claro, que não se chama Saramago...), agora dar uma punhalada nas costas de César é que não me imagino... mas já que te puseste no lugar do Julio, então, que também os deuses te sejam propícios... E vê lá: se a amnésia te der uma folga, a proposta feita ao Manel, vale para ti e para todos(as) os(as) colegas... Um abração para todos. João Eloy 01 August 2005 01:01 PM guest_Elepekapa Caro Seabra, Puxa tens cá uma memória!!! Lembrares-te do Padre Carreira...pois é, ele tinha a alcunha do Porche Carrera, e por causa dele o nosso kamba Jaime Monteiro (Mito ou Gungunhana) apanhou 1 ano de suspensão do Liceu. Pendurou a lambreta do Padre no mastro da bandeira do Liceu!! Saudações, L. Colaço 02 August 2005 08:45 AM guest_7412Moracruz Colaço Não só tinha essa lambreta , mas tinha tb se a memória não me atraiçoa , WV , verdinho alfaçe , que foi posto de patas para o ar no recinto que dava para o RCA , num fim de ano qualquer . Manel Mora Cruz 02 August 2005 11:02 AM guest_250147SEABRA1 CONTINUANDO A FALAR DO PADRE CARREIRA QUE ME DESCUPEM SE VOU SER UM POUCO GROSSO MAS A ESTA DISTÂNCIA NÃO TENHO DUVIDAS EM AFIRMAR QUE ERA UMA BESTA. NÃO DEIXO DE RECORDAR COM REVOLTA A ALTERNATIVA DADA A UM COLEGA CUJO NOME NÃO VOU DIZER MAS QUE LHE DEU A ESCOLHER ENTRE UM ESTALO E UMA FALTA DISCIPLINAR. É CLARO QUE PREVELECEU A ESTALADA ISTO NO 7º ANO NUMA TURMA MISTA. ESTARIA MELHOR A LAVAR LATRINAS. A. SEABRA 02 August 2005 08:08 PM guest_ZePenha João Esta aqui vai, mas vai baixinho para ninguém nos ouvir. Um dia, resolvi fazer um Kart. Andava no 6º ano do LSC, alínea F. Comecei a estudar as coisas, o chassi seria tubular e qualquer ferreiro o poderia fazer. O motor seria um McColok (um corta relvas conhecido da época) e do qual não tenho a certeza de se escrever como eu escrevi, mas a pronuncia é essa, mas é irrelevante para a estória. A transmissão seria feita por processo de cremalheira e corrente tipo das correntes de bicicleta, mas mais resistente. Faltavam as rodas. Pensei nas rodas de uma scooter. Talvez da Vespa e/ou da Lambreta. Nem a propósito , ia a entrar no Liceu, junto com o falecido colega e amigo, João Pedro Saraiva, quando vi estacionada, uma scooter, no campo de andebol, que nos pareceu ser a de um nosso colega e amigo Mateus. 55 Infelizmente a scooter tinha um tampão a tapar a roda de socorro.Como sabem, nas rodas a rodar, os guarda-lamas não possibilitavam ver a furação das jantes. Por este motivo, e como queria ver o tipo de furação das jantes,tirei o tampão da roda de socorro. Estava eu com o tampão no chão a estudar a jante, quando aparece um contínuo do Liceu, dizendo que era a sua scooter e que eu estava a roubar o tampão. Por mais argumentos que eu e o João Pedro apresentássemos, o homem estava irredutível na sua convicção. Eu estava a roubar o tampão da sua scooter. Afinal a scooter não era a do Mateus. Claro que a minha paciência não demorou muito a esgotar-se. E, depois de lhe dizer que se voltasse a repetir que eu estava a roubar, eu partiria para a agressão, parti mesmo. Bom.....foi processo crime, porque o infeliz esteve mais de 21 dias de baixa.Processo em tribunal e lá vou eu responder, defendido pelo nosso Professor de Francês e outras matérias, Dr. Lavradio.Defesa gratuita, que muito agradeci, mas só conseguiu salvar o João Pedro. Eu apanhei 3 anos de pena suspensa....... Estórias do Liceu, para não contar aos netos...... ZP 02 August 2005 11:59 PM guest_Joaoeloy26 Zé, pois é, por causa dessa e doutras podes ter comprometido a entrada no paraíso, se o padre Carreira for o porteiro, pois nas outras discotecas também escolhem os broncos e duros para porteiros. Nada que um bom advogado (dos que enrolam, e põem todo o mundo enrolando… até o processo prescrever) não resolva a contento… Mas embora os meus anos de finalista (tiveram de ser dois, que foi para finalizar bem…) tivessem ocorrido, ao que percebo, praí uns dois anos depois dos vossos, houve famas que atravessaram gerações. Essa, relatada pelo Colaço, do corajoso que pendurou a lambreta do padre é das tais. ……………………………… Precisamente o oposto do padre Júlio Patrício, que me aturou no 1º C . Não que eu fosse o demo em pessoa, mas que reagia mal perante aquelas cuesas das bem-aventuranças e outras coisas fantásticas, lá isso é verdade. Por essa razão, ao descobrir num escrito qualquer, que o padre era cónego, achei que essa informação tinha de valer qualquer coisa, pelo menos uma aula de sossego espiritual… e valeu mesmo. Perante a minha dúvida filosofal sobre o que era um cónego e se valia mais que um papa, o bom do sacerdote lá passou uma aula inteira a tentar esclarecernos sobre os meandros da beatitude. Valeu. Mas lá para a 5ª ou 6ª aula consegui a carta de alforria. Eu conto. O eclesiástico desunhava-se a tentar dar verosimilhança àquela do Adão e Eva que, assegurava convictamente, tiveram dois filhos, Abel e Caim. E Caim matou Abel (ou vice-versa, para o caso é irrelevante). E aqui a coisa não me batia certa e na minha inocência, inquiri: “Sô padre, então se eles só tiveram esses dois filhos, como é que o resto da maralha apareceu depois? Ou os filhos fizeram incesto com a mãe, o que é um pecado mortal (atenção, naquela altura do curso eu já sabia distinguir os pecados mortais, dos outros, do género de pilhar galinhas ou abafar pneus de lambretas), ou tinham irmãs a quem fizeram filhos, o que sendo também incesto, obrigou os escribas da bíblia a aldrabar a narrativa dos factos, o que também é pecado. E portanto tudo isto que o Sô padre está a dizer é um pecado continuado…” Fez-se um silêncio sepulcral, e olhando o cónego, arrependi-me logo. As mãos do santo homem tremelicavam mais do que o habitual, e o olhar, outrora duma serenidade insuspeita espelhava o espanto perante aquela emanação demoníaca veiculada num imberbe de ar mais ou menos cândido… O docente chamou-me ao púlpito (melhor dizendo, à secretária) e baixinho, para mais ninguém ouvir, disse-me com um sorriso donde irradiava uma olímpica beatitude: “Olha lá, tu és bom rapaz, mas a tua fé não ajuda muito… e estás a prejudicar a atenção dos teus colegas… toma lá um santinho e vai até lá fora dar um passeio que eu não te marco falta”. As suas mãos muito brancas, tremiam ao estender-me uma daquelas estampas conhecidas como os “santinhos do padre Júlio” , e perante aquela emanação de inesperada afabilidade (numas circunstâncias em que ao beato Carreira ocorreria relinchar, por entre uma crise de coices), confesso que tive vontade de chorar… mas um homem com dez anos não chora, obviamente… ………………………….. Depois disso e de lhe ter pedido humildemente desculpa (ou desculpa humildemente, é irrelevante, aplica-se a propriedade comutativa), o cónego Júlio não arriscou mais: No início de 56 cada aula que se adivinhasse catastrófica, chamava-me e dizia: ”Hoje é uma daquelas aulas que te fazem confusão á cabeça. Toma lá um santinho e … estás dispensado. Por isso perdi a bíblia na versão do Padre Júlio e por isso também, ainda hoje hesito entre qual dos irmãos matou o outro. Mas se tivesse de arriscar, apostava no Caim. Das outras aulas, as das bem-aventuranças e das orações, já não consegui safar-me. Mas não se podia ter tudo. E ainda hoje, é com muita carinho que recordo a afabilidade do padre Júlio com aquele sorriso beato do tamanho da marginal, a dar-me os santinhos e a dizer-me que me dispensava porque as aulas me faziam confusão à cabeça… Dentro dum daqueles livros de Religião e moral (lembram-se?), tenho ainda três ou quatro santinhos sobreviventes. Vou procurá-los e digitalizá-los para os publicar aqui no site. É uma recordação, das boas, das que nos vão ajudar no purgatório. Um abraço a todos. João Eloy 04 August 2005 01:19 AM guest_7412Moracruz João Eloy Antes que as lembranças arredem pé da nossa caximonia , ao levantar-me hoje de manhã 8,30 h vim ao compt , saber de novas , e remexendo no meu selvático cabelo , lembrei-me de uma bem aventurança , passada comigo , João Sousa Valles e o padre carreira , o tal de olhar libidinoso . Já decorria o ano escolar (metade) , e tinhamos intenças discussões com esse proscrito , porque diziamos nós , COMO MARIA TINHA TIDO A CRIANÇA , POR OBRA E GRAÇA DO ESPIRITO SANTO , se nós sabiamos que não era assim ? E em todas as aulas batiamos na mesma tecla , ele de um lado da sala e eu do outro , chegava-se a meio da aula , pumba lá vinham as perguntas , o padre como já não sabia o que fazer connosco , pura e simplesmente disse-nos assim : Os meninos estão dispensados da minha aula de moral , vão passear , vão aclearear as ideias , que eu vou transmitir estes dados ao sr vice-reitor , e mandar uma cartinha para casa dos vossos pais .O vice-reitor na altura era o SIMÕES , que tinha a mania de nos fechar lá na reitoria e mandar com uma varinha umas chicotadas às nossas pernas e braços . Combinámos então eu e o João , que se fôssemos chamados ao Simões , a unica coisa a fazer seria fazer queixa do padreca , sabendo mesmo assim que iriamos apanhar . Passados uns dias lá fomos nós logo de manhã , mas saiu-nos o tiro pela culatra , porque entramos um de cada vez , e a combina não resultou , está claro que apanhámos umas vergastadas , e tivemos que ir às aulas de novo , mas nem podiamos abrir a boca , o homem olhava para nós com odio , assim tivemos o ano inteiro , que nem a boca abriamos para nada , mas no fim desse ano desforrá-mo-nos bem . Como estou com pressa de sair hoje de manhã , prometo que acabo a historia antes de ir para os Algarves desentupir o espirito . Até lá Kandandos Manel 04 August 2005 09:04 AM guest_Nelo "Brucutu" Amigos(as): Esta faz-me lembrar uma cena passada, penso, com o padre João. Alguém terá perguntado, em plena aula de Moral, que diferença havia entre (um vigário e um vigarista?). Resposta pronta do padre: meu menino, a diferença está em ires prá rua com uma falta disciplinar e os outros permanecerem na aula... Bjinhos e kandandus Nelo 04 August 2005 11:29 AM guest_250147SEABRA1 ESSA ATITUDE DO PADRE JOÃO PARA MIM É NOVIDADE, POIS RESOLVIA INVARIÀVELMENTE OS PROBLEMAS DISCIPLINARES COM UM COCO OU CAROLO O QUE QUIZEREM CHAMAR. TAMBÉM ERE CONHECIDO COMO ANTI-SANTINHOS PARA ISSO ERA O PADRE JÚLIO. 04 August 2005 07:49 PM guest_ZePenha Malta 57 Há dias estive quase para contar aqui neste fio de conversa uma estorinha, daquelas que não se devem contar aos netos e de certeza que aos filhos muito menos. Não, não era problema de consciência. Era mais problema ético. Havia mais intervenientes na estorinha e eu não queria sem os consultar, por preto no branco. Mas....e sempre há um mas, um dos principais intervenientes, vivendo na Alemanha há anos, e de quem eu havia perdido o rasto, entra no nosso site e lê alguns fios de conversa, apanha o meu mail e comunica. Achei a coincidência (se é que há coincidencias) demasiado estranha e disse-lhe por mail que estava há dias a pensar nele e onde ele estaria.(Sabia que estava na alemanha mas não tinha qualquer contacto dele) ..........E a malta do meu tempo sabe bem quem ele é. Pudera, o aluno de 20 a matemática no meu tempo, quem não conhecia? Quem não conhecia o Isac Marques? É esse mesmo. Pois é, aproveitando o contacto do Isac, perguntei-lhe se ele tinha algo contra a eu contar a nossa estorinha conjunta. Como resposta, o Isac disse-me que nunca a havia contado, desde 1964 a data dos acontecimentos. Mas eu estava á vontade para a contar. Prometo contá-la em breve Boa noite meus amigos ZP 06 August 2005 12:10 AM guest_250147SEABRA1 MAIS UM QUE CONHECE O ISAC. DURANTE UNS TEMPOS ANDEI EM BUSCA DO NOME NO 118 E APARECIA-ME SEMPRE UM ISAC EM CASCAIS OU SINTRA JÁ NÃO SEI. CRUZAMO-NOS NO 5º E NO 7º SE NÃO ME ENGANO MAIS TARDE FOMOS NUMA MESMA EXCURSÃO A NOVA LISBOA VER JOGAR A EQUIPA DA BASQUET DA "EGUA ESTUDOS GERAIS UNIVERSITÁRIOS DE ANGOLA". E AMINHA MEMÓRIA JÁ NÃO DÁ PARA MAIS BOA NOITE E BOAS FÉRIAS SE FOR O CASO A. SEABRA P.S. SOUBE HOJE DE UM ARTISTA QUE É OU ERA PROF NA ACADEMIA MILITAR.. UM TAL DIAS QUEM SE LEMBRA 06 August 2005 09:14 PM guest_Isac_Trocado_Marques Olá Seabra Para tentar avivar memória enviei-te um mail Comenta por favor. Isac 07 August 2005 10:49 AM guest_Isac_Trocado_Marques Olá Zé Penha com anúncio prévio, cresce a tensão. Força, sai lá com a história...que chega para fazer um filme. Um abração. Isac 07 August 2005 10:59 AM guest_ZePenha Realmente Isac a estorinha teve contornos de filme de espionagem.......... Corria o ano lectivo de 1963/1964. Estava mesmo em cima do meu incorporamento para a tropa, e faltava-me a cadeira de Matemática do 7º ano, bem como a aptidão. Não queria ir para sargento. Queria ser incorporado como oficial. A pressão em casa era tremenda. Em minha ideia, até talvez conseguisse adiar um pouco a minha entrada para a tropa, caso conseguisse entrar para engenharia. 58 Mas a matemática........ O Vinhas bem se esforçava para nos meter a matéria na cabeça, mas as solicitações cá fora, miúdas, praia, carros e motas, Mónaco, Monte Carlo,farras de fim de semana e ressacas de domingo curadas na praia da contra costa , eram muito fortes. Estudar matemática e só matemática durante um ano inteiro, não chegou para me dar a confiança para enfrentar o exame sem auxílio. Comecei a engendrar um plano. E se alterasse uns aparelhinhos que haviam aparecido na altura, denominados de "walkie-talkie" e os adaptasse, disfarçados pelo meu corpo, situando o micro, no pulso, no lugar habitual do relógio? Era uma ideia. Havia que a explorar. Passar da ideia á acção não demorou muito. Entretanto, apliquei-me a estudar a matemática, que não tinha estudado durante o ano inteiro. Noites e noites seguidas, com o auxílio de "profaminas" lá ia queimando as pestanas. Livro do "Palma Fernandes ao lado, recapitulando tudo.....tudo.Fazendo exercícios e mais exercícios, ás incognitas todas e mais algumas.......(Depois continuo) Chegaram os meus netos. O mais velho fez anos ontem e vamos comemorar hoje, aqui em minha casa. Vou ter que lhes dar atenção. ZP 07 August 2005 12:05 PM guest_250147SEABRA1 DEPOIS DE VER A FOTO NÃO FICARAM DÚVIDAS ÉS MESMO O ISAC QUE EU RECORDO SÓ COM UM POUCO MENOS DE CABELO E MAIS UMAS BRANCAS.AQUELE ABRAÇO. O DIAS É PROF DE MATEMÁTICA NA ACADEMIA MILITAR VOU TENTAR FALAR COM ELE. AQUELE ABRAÇO. ANTONIO JOSE SEABRA 07 August 2005 05:54 PM guest_ZePenha ..........e assim foi. Com a participação activa de um colega do liceu, cujo nome não revelo, porque não sei dele e não tive oportunidade de o consultar sobre este assunto,partimos para a transformação dos radiozinhos, emissores /receptores. A transformação foi feita, de forma que, sentado na carteira de exame, tivesse a mão esquerda a apoiar a cabeça, ficando o alto-falante junto ao ouvido. Mas o clima não ajudava. A malta andava á-vontade.Mesmo no cacimbo, não íamos além de uma camisola. Isso não chegava para disfarçar o volume a esconder.Por isso, comprei um lindo fato de linho branco, e assim , sim....o casaco já escondia aquele "tijolo" imenso. Fui todo "estiloso" para o exame....... (droga, chamam-me para a janta. Até mais logo.) 07 August 2005 09:52 PM guest_ZePenha ....nesta altura já tinha um dos walkie- talkie transformado,(o outro operava no exterior não necessitava de transformação), e um fato de linho branco. O ensaio com o fato, foi rápido. Fixar o "tijolo" ao tronco com adesivo e ver se se notava algo. Nada....perfeitamente disfarçado. Depois foi ensaiarmos o walkie.Descer o volume do som até ficar quase imperceptível. O Isac e eu e mais três amigos, fomos até ao liceu durante a noite, eu sentei-me numa carteira de uma das salas que seria usada para exame, e o Isac foi para o sotão por cima da sala. Mas desistimos desta opção. O melhor era mesmo não correr tantos riscos assim. A equipa de apoio ficaria na mata que dava para a Maianga, bem em frente á sala onde eu iria fazer exame. Testámos e dava resultado.Ouvia perfeitamente bem........e até , bem encostado ao ouvido, o amigo que estava ao meu lado, não ouvia nada.Tinhamos encontrado a solução, para a Matemática de 7ºano.O plano (A) funcionava........ 59 Mas, eu não podia falar na sala de aula, porque isso ouvia-se mesmo. Assim, teria que escolher uma carteira junto ás vigias(pequenas janelas que se situavam bem junto ao nossos pés) e quando o exame tivesse início, copiava para uma folha as perguntas, e atirava pela vigia, e o Isac resolvia o ponto, e comunicava comigo pelo rádio, dando-me a resolução do problema. De qualquer maneira haveríamos (éramos cinco) de conseguir, nem que para isso se accionasse o Plano B. No plano B, se houvesse problema com o rádio, um deles (eu sei quem foi) escalaria a parede do liceu até a sala do meu exame, que era no 1º andar, e pela mesma vigia, metia a folha com as soluções. Começou o exame, e como vigilante, passeando-se pelas coxias, estava a linda e jovem professora Mimi Rodrigues. Passei o ponto todo para uma folha, conforme havíamos programado, baixei-me e atirei-o pela vigia. Liguei o Walkie -talkie e fui fazendo o que sabia do ponto. Passados uns 15 minutos começo a ouvir a comunicação do Isac e logo , logo, a Dra Mimi Rodrigues olha fixamente para mim.Não resisti....tive mesmo que o desligar, quando ela, em passo lento se veio colocar bem junto a mim.O plano (A) falhara. Apliquei-me mais ainda na resolução do ponto e lá fui fazendo , respondendo aos problemas ...... DE repente ouço bater na vigia, bem junto aos meus pés, e logo de seguida cair um papel para dentro da sala. Baixei-me e apanhei-o. Era a resolução dos problemas,feita pelo Isac. A campainha tocou 5/7 minutos depois, a anunciar o final do exame. Mas deu para sair feliz. As soluções que eu dera aos problemas, eram iguais ás do Isac, com exepção de duas, que já não deram para copiar.......... E passei Um mês depois fui fazer as nucleares da Aptidão aos Estudos Gerais, sem chatear o Isac, nem os outros 3 amigos que se juntaram para me ajudar. Disseram-me depois, os amigos que estavam no exterior que após vária tentativas de comunicarem comigo pelo walkie-talkie, um carro da polícia apareceu, porque segundo eles, devem ter comunicado comigo na mesma frequ~encia dos rádios patrulha. Durante uns dias andamos todos assustados........ 07 August 2005 11:18 PM guest_ZePenha Isac Esta é a versão que eu tenho em memória. Como passaram 41 anos, não estou certo de estar "certo". Corrige, ou acrescenta, se falhei em algum pormenor. Sei do paradeiro de alguns dos intervenientes, mas vagamente. Sei que um está em Lisboa e trabalha em filmagens. Este foi o tecnico da transformação dos walkie-talkies. Sei que outro está em Andorra e é sócio de uma grande superfície. Foi o que escalou a parede. O terceiro está no Alentejo e tem um monte onde faz turismo de habitação. Tu , na Alemanha e entras em contacto comigo, após 25 anos de não comunicarmos, quando eu estava a pensar em ti, para poder falar-te se te importavas que contasse a estorinha. Não acredito em bruxas.....mas que as há, lá isso há. ZP 07 August 2005 11:28 PM guest_xixão Zé Penha Antes de tudo, os meus Parabéns à familia Penha pelo aniversário do seu neto. E depois....Ó Zé, como me deliciei a lêr esta tua história..... Zé não queres ser também meu Avô???? As histórias que os teus netos já não devem ter ouvido!! Continua a deliciar-nos se fazes o favôr. Beijinhos grandes para a Rita e para ti Xixão 08 August 2005 12:16 AM guest_Nelo "Brucutu" Estimado AMIGO Zé Penha: 60 Gostei de ler a tua(vossa) aventura, aquando desse exame de matemática. São esses tempos e esssas recordações que nos dão vida... Obrigado pelo "sábado" e pelas estorinhas... Bjinhos à Rita e um forte kandandu para ti. Nelo 08 August 2005 09:33 AM guest_Isac_Trocado_Marques Olá Zé Posso confirmar a história tal como a descreves. A minha memória não está de modo algum melhor que a tua... Suponho que foi uma segunda época de exames. Não tinhas também Desenho para fazer? A ida ao sotão, para nos colocarmos sobre a sala onde decorria o exame também a fizemos no próprio dia do exame. Tentávamos obter comunicação sem saber que te encontravas em dificuldades para falar. A subida foi feita por um alçapão no tecto da redacção do estudante que era ao lado da biblioteca. A resolução do ponto ocorreu às escondidos nas obras de ampliação que estavam a ser feitas nas traseiras do liceu. Aí também tomamos "emprestada" a escada que permitiu o acesso à vigia da sala do exame que suponho era a sala do meio no primeiro andar na ala direita. Isac 08 August 2005 01:00 PM guest_Garcez4993 Zé Penha, É incrivel eu e teu irmão, terça feira passada, estivemos a relembrar essa historia com quase todos os nomes envolvidos. Naquela altura lembro-me que durante uns tempos, os que sabiam da historia, ficaram nervosos e com receio do desfecho, mas funcionou e tu mereceste, o exercito portugues teria perdido um grande oficial. Abraço para ti e beijo para Rita Antonio Garcez 08 August 2005 02:22 PM guest_ZePenha Xixão/Nelo/Isac/Tó Agradeço os vossos comentários á "estorinha". Tens razão Xixão, conto umas quantas estórias aos meus netos. Já lhes transmiti, penso eu, o amor a África.Eles adoram estórias da minha vivencia em Angola. Todos lá querem ir um dia.............á procura da maior mulembeira, de cuja casca, depois de devidamente embebida na água do Bengo, e depois bebida , lhes dará a estrutura física e mental dos nossos bisavós, avós e pais, que, pioneiros "um dia resolveram ir para África, uma África selvagem, onde só os muito fortes sobreviveriam".Mesmo assim foram. Nelo- Sempre gentil .O sábado não foi melhor para ti e a Nany, do que para mim, ter-vos cá em casa, é sempre muito agradável. Isac-Obrigada pelas achegas.Numa terás razão. Recordo agora que foi no próprio dia que foram para o sotão para ver se eu respondia. Mas o rádio estava já desligado. Quanto a ter deixado desenho, acho que não. Recordo-me que estive o ano todo só com uma disciplina. A matemática.Mas certezas, meu amigo, não tenho. Até pode ser que tenhas razão. Espero que a história de Portugal não tenha sido escrita por historiadores de memória tão curta quanto a minha. Tó Garcez- É isso aí amigão. Não acredito em bruxas, mas que as há, lá isso há ehehehehehe ZP 08 August 2005 10:20 PM guest_Victor-Chaby Meu Companheiro. Sempre ouvi essa história contada entre o pessoal do LSC, mas sempre sem serem mencionados nomes. Folgo em saber que o artista eras tu. Granda Zé Penha. E já estou como o Carcês, Portugal ganhou um grande Oficial dos Comandos. Kandandos. V.Chaby 61 09 August 2005 01:44 PM guest_ZePenha Isac Diz-me aqui ao ouvido. Éra algo genético ou era algo mais que genético o facto de tu e a tua prima tirarem tão boas notas. Lembro-me que a Maria da Conceição Trocado, prima tua, tinha 20 valores a latim e 20 valores a grego Tu tinhas 20 valores a Matemática, 20 valores Físico-Quimicas, 20 valores a.....e a....... e.....a...... Havia algum elexir familiar que a família Trocado tomava? Sei lá....tipo djizeng? Conta-me para o dar aos meus netos ehehehehe Um abraço ZP PS: Um grande abraço do Américo (Velha) teu vizinho, e que hoje veio tomar um cafézinho a minha casa, acompanhado por uma garrafa de champanhe para comemorar algo que já não me lembro.Dividida por quatro, a garrafa foi demais para mim......................mas ao dizer-lhe que em Setembro vinhas cá a minha casa foi pronto a me informar que queria estar aqui contigo também. Como vês tens grandes amigos pelo continente.Mesmo agora acabei por descobrir mais um. E é bom que o meu irmão não saiba,pois se souber acaba por vir cá em Setembro só para estar contigo. Eu te garanto. 10 August 2005 01:10 AM guest_Bello Desculpa entrar no vosso grupo mas gostava de saber se tu em Luanda moravas no prédio da Tudor perto da Mutamba.Se assim foi fomos vizinhos e talvez te lembres de mim e do meu irmão Rui Um abraço Oscar Bello 10August 2005 01:26 AM guest_ZePenha Amigos Estou embalado. Estou mesmo embalado neste fio de conversa. Quando cansar, avisem, que eu paro. Neste momento procuro fotos de arquivo para ilustrar a grande viagem ao sul de Angola de 2 finalistas do Liceu Salvador Correia e seus respectivos irmãos mais novos. Zito Penha(irmão mais novo) Luís Saraiva(irmão mais novo) João Pedro Saraiva(finalista) Zé Penha(finalista) E vai começar assim: -Corria o ano de 1964, depois de um exame de matemática meio tumultuoso, e uma aptidão com entrada directa para a faculdade de engenharia, que dois finalistas, João Pedro e Zé Penha concordaram que o ensino nos States é que estava certo.Eles lá, nas Universidades de Engenharia mecânica, compravam carros na sucata, desmontávam-nos e refaziam-nos de forma a aprenderem mecânica. Isso para nós ,com o ensino existente , jamais seria possível. Mas, de qualquer forma., também achavamos que era insuficiente. Aprender mecânica, era , ir buscar um carro na sucata, e enfrentar uma caminhada de milhares de quilómetros, Angola dentro, e ir resolvendo os problemas que a viatura viesse a apresentar. E assim foi. Compramos um MORRIS na sucata. Estava a trabalhar, mas mal.Foi difícil sair da sucata com ele. Precisava urgentemente de uma limpeza de carburador, limpar gigleres,filtros de gasolina, velas, substituir condensador. Após este tratamento, achamos que o trabalhar do 4 cilindros estava correcto. E partimos para a aventura. 62 Antes porém, combinamos encontrarmo-nos na casa dos irmãos Saraiva, uma cobertura da Av. dos Combatentes, para acertar alguns pormenores, tipo , o que vamos levar etc etc. Volto amanhã. São quase duas horas da manhã. Vou dormir ZP 10 August 2005 01:59 AM guest_ZePenha Bello Houve uma altura ,em Luanda ,que morei no prédio da Tudor. Bem de frente da "Docélia".(Pastelaria) Meu pai era dono do stand de automóveis nesse mesmo prédio, bem como da bomba de gasolina e da estação de serviço. A par com a fazenda no Quela, Malange, tinha negócios em Luanda Como sócio, nesse stand, tinha o Álvaro Lopes, conhecido corredor de automóveis em Angola. No mesmo prédio ,morava um advogado conhecido, Dr. Saias. Tinha filhos e filhas. Eram originários do Algarve. É tudo que me lembro dessa época da minha vida. Anos 50 até 1954. Em 1954 os meus pais mandaram-me interno para um colégio de jesuitas em Santo Tirso, Caldinhas. O Colégio Nuno Alvares. Quando voltei, entrei para o 3º ano do Liceu, para a turma do Nicola Berardinelli, Diniz (peludo)e outros. ZP 10 August 2005 02:19 AM guest_xixão Meu amigo Zé Penha, como continua a ser uma delicia ler-te. E sobre as Caldinhas, olha que continuo à procura, ando sempre com a foto comigo, mas ainda não encontrei. Mas hei-de o encontrar. Beijinhos Xixão 10 August 2005 07:42 AM guest_Isac_Trocado_MarquesOlá Zé Estás uma máquina a escrever mensagens... E isso às duas e três da manhã. Como é que fazes? Levas o computador para a cama? Alegro-me saber que te encontraste com o "velho(a)" Américo. Fomos vizinhos em miúdos, eu talvez com uns 4 anos. Mas que belas brincadeiras de rua com as fisgas para os pardais e picas, os arcos que eram os nossos "automóveis", os jogos do pião, os estoiros com as chaves e cabeça de fósforo e, e...Algumas aprendi-as com o velha que era uns dois/três anos mais velho e jáas sabia todas... Mais tarde viemos a reencontrarmo-nos no liceu e na EGUA. Faz anos, (20? , 25?) que não o vejo. Quanto aos vintes que referes não foram tantos assim. E não esquecer a lei das compensações: piquei no 5° e tive que repetir letras, graças ao meu "amigo" prof. Vasconcelos vulgo "brilhantinas"; mas que sac... A minha prima Conceição não se parou pelos vintes. A grego e latim rebentou a escala com os dois valores do Ministro e pontos suplementares que foram concedidos... Bom, vou trabalhar um pouco. Isac 10 August 2005 09:31 AM guest_Nelo "Brucutu" Estimado AMIGO Zé: É sempre um enorme prazer ler-te e ouvir-te... Bjinhos à Rita e um forte kandandu Nelo 10 August 2005 03:06 PM guest_Garcez4993 Zé Penha, Dependendo do dia e do teu convite até eu irei a Lisboa para esse almoço com o Isac. Tens razão não é só em Portugal que ele tem amigos, tambem no Brasil. Vou mostrar teu email ao teu Zito. Abraço 63 10 August 2005 03:24 PM guest_ZePenha Tó "Mi casa tu casa" E está tudo dito ZP 10 August 2005 04:33 PM guest_250147SEABRA1 AINDA A PROPÓSITO DOS 20TES DO ISAC NÃO FOI MENSIONADO O 20 A GEOMETRIA DESCRITIVA COM O RONCON EM QUE O PROBLEMA ERA ( QUE ME CORRIJA O VISADO SE ESTOU ENGANADO) FAZER PASSAR UMA RETA QUE SE APOIE EM 3 RECTAS ENVIEZADAS SERÁ ASSIM ???. A FAZER FÉ PARECE QUE EXISTEM FOGRAFIAS DE UMA FAMOSA VIAGEM COM OS MANOS PENHAS E MANOS SARAIVAS SERÁ?? GOSTAVA DE PELO MENOS VER ALGIMAS DOS MANOS SARAIVAS DE QUEM ERA MUITO AMIGO. A PROPÓSITO DO VELHA ENCONTREI-O UMA VEZ AQUI NO PORTO JUNTO À FACULDADE DE LETRAS E DEPOIS LEVOU -O O DIABO . NUNCA MAIS O VI.ASSIM COMO ESTIVE COM O CLINTON EM COIMBRA E LEVOU-O O VENTO TUDO MALTA DA BOA QUE GOSTAVA DE REENCONTRAR COM O POULSON ESTOU QUASE TODOS OS DIAS VOU TENTER LEVÁLO AO PRÓXIMO ALOMOÇO. E JÁ ME ALONGUEI MUITO POR AGORA. LOGO HÁ MAIS ASEABRA 10 August 2005 06:46 PM guest_ZePenha Estive a escrevinhar aqui no site durante duas horas, depois quiz anexar as fotos que agora vou tentar anexar, deu-me limite de utilização próximo dos 3MB e recusa de publicação das fotos que queria anexar. Fui reduzir a minha carga em fotos, eliminando algumas da Funjada,e ao voltar ao meu texto,o mesmo já tinha desaparecido, para o espaço cideral. Paciencia, amanhã voltarei á carga. Entretando vou adiantando as fotos, se conseguir, não vá amanhã acontecer o mesmo de hoje. ZP Fotos:Tirar um pneu e colar cãmara de ar, com o João Pedro Saraiva ao meu lado e o Luís Saraiva abaixado junto á roda Eu bem armado (em parvo) O meu irmão Zito fazendo pose no capôt do Morris Acolhimento próximo de Sá da Bandeira 11 August 2005 12:45 AM guest_ZePenha ....e reunimos mesmo na casa do João Pedro Saraiva/Luís Saraiva. Era um apartamento de cobertura num dos prédios de onze andares dos Combatentes. A família Saraiva era uma família conservadora. O pai, sempre muito gentil, era Engenheiro e tinha um Pontiac Five Stars que , noite sim noite não, era desviado pelos filhos e os amigos dos filhos,para passeios noturnos, cheio de malta.Por vezes iamos 7 dentro do carro. A mãe, senhora delicada e culta, tinha como ritual, todas as noites depois do jantar, e com a família toda reunida, obrigar a leitura em voz alta de livros de escritores portugueses. Depois eram os conhecidos irmãos Saraiva e a irmã Guida Saraiva que vive no Porto e uma outra irmã, muito mais novita, cujo nome já se varreu da minha memória.Eu gostava de todos, menos de um cão Serra da Estrela, que até hoje, foi o único cão que nunca me deixou fazer uma festinha. Mal aproximava a mão para o afagar, "ria-se para mim, mostrando os dentes e rosnando..... Aqui, nesta casa, preparamos a viagem.Tudo o que achamos que era preciso levar, desde o acordar até o dormir inclusive. Na Mocidade Portuguesa e com uma cunha ao Amaral, conseguimos uma tenda. De casa dos nossos pais, conseguimos o resto. E lá partimos para a aventura...... Saímos cedo e apesar de ser cacimbo, levámos água em quantidade para arrefecer o Morris caso viesse a ser necessário. 64 Passámos o Dondo, e já com uns 250Kms andados, comecei a notar um "cantar" na caixa de velocidades.Tranquilizei-me , pensando que não poderia ser nada de mais. Talvez o aquecimento devido a folgas dos carretos e/ou sincronizadores......eu até tinha verificado a valvolina!!!!! A surpresa veio, logo após a primeira paragem . Quando quiz arrancar, não tinha a 1ª velocidade. Como a primeira e a marcha atrás pertenciam ao mesmo veio de caixa, o transfixo da 1ª, também não tinha marcha atrás.Arrancamos em segunda e começamos reconfortamo-nos com a ideia, que éramos 4 rapazes cheios de energia e força e que se fosse preciso recuar, pois, empurravamos. O resto da viagem até Nova Lisboa, jogando com as mudanças que tinha, até não teria nada de mais, não fora o Morris ter o chão todo podre e começar a entrar um pó vermelho para dentro do carro, que tivemos que abrir os vidros e pôr a cabeça de fora para podermos respirar. Havia mais poeira dentro do carro que na estrada.Chegámos a Nova Lisboa com pó vermelho impregnado no corpo e nas roupas, de tal maneira, que tivemos que procurar um banho de imediato.Viajaramos os quatro, durante 350 kms com a cabeça de fora do carro. E, como aventura é aventura, escolhemos acampar no Jardim Zoológico de Nova Lisboa. Podíamos assim sentir, durante a noite, o que era dormir na mata, com os rugidos e o cheiro da proximidade dos animais selvagens. Tomámos banho, se bem me lembro, nas casas de banho do Zoologico. Montamos a tenda, acendemos uma fogueira, cozinhamos uma lata de feijão, café e estourados fomos dormir .Tinhamos gasto um dia solar para fazer 600kms. Depois continuo. Vou amanhã até o Carvoeiro e volto 2ªfeira á noite.Não tenho computador no Carvoeiro a não ser a pagar a chamada de ligação. Uso-o sòmente para ir á caixa do correio e não dá, por ser muito caro, para escrevinhar coisas para o site. I will be back ZP 12 August 2005 12:32 AM guest_250147SEABRA1 EM RELAÇÃO À FAMÍLIA SARAIVA AQUI VÃO UMAS.PEQUENAS ACHEGAS HAVIA TAMBÉ UM CRISLER IMPERIAL QUE UMA VEZ NAS TAINAS LEVAMOS AO CINEMA MIRAMAR E COMO BEBIA POUCO FICOU SEM GASOSA. FEZ-SE UMA COLETA E ARRANJAMOS UNS 5$00 DEU PARA DOIS LITROS OU COISA QUE O, VALHA. EM RELAÇÃO À MAE E À GUIDA ESTIVE COM ELAS AQUI NO PORTO E ESTAVAM BEM . A GUIDA OUVI DIZER QUE SE TINHA CASADO COM UM ASSISTENTE DA FACULDADE DE MEDICINA E ( OXALÁ SEJA MENTIRA) CONTRAIU DOENÇA MALIGNA NO PEITO. A IRMÃ MAIS NOVA CHAMA-SE MANUELA E O CÃO DO SORRISO ERA O TOY.O LUIS MANUEL ERA UM ENGENHOCAS NATO SEMPRE COM MOTORES E OUTRAS TRAPALHADAS DO GÉNERO, A SUA FENOMENAL ( PARA A ÉPOCA ) COLECÇÃO DE DISCOS DE JAZZ, O JOÃO PEDRO ERA A AMIZADE NA SUA VERDADEIRA EXPRESSÃO-FEZ-ME MUITO MAL SABER QUE TINHA MORRIDO. O PAI MORREU AQUI COM UM CANCRO NA COLUNA SE NÃO ME ENGANO MAS TINHA UMA PUBLICAÇÃO "O ENGENHEIRO " SE NÃO ME ENGANO DA WESTINGHOUSE QUE NÃO ME CANSAVA DE LER E PARA TERMINAR E PORQUE A ESTAS HORAS A FOME ESPREITA LEMBREI-ME DOS FABULOSOS OVOS MEXIDOS QUE A GUIDA FAZIA. PARA UNIR ESTA FABULOSA FAMILIA A ABELHA RAINHA A MÃE E ESPOSA CUJO NOME LAMENTÀVELMENTE JÁ NÃO RECORDO. FUI VIZITÁLOS QUANDO PASSEI A BORDO DO NAVIO IMPÉRIO A CAMINHO DE MOÇAMBUIQUE. ISTO FOI UM PEQUENO ACRESCENTO PARA CARACTERIZAR UM POUCO A FAMÍLIA DO NOSSO AMIGO JOÃO PEDRO MARTINS SARAIVA PARA ELE O MEU PENSAMENTO ANTES DE IR PARA O PIANO 12 August 2005 02:12 AM guest_Veludina Querido Zé Penha: Ao ler estas aventuras relembrei histórias contadas por amigas e colegas do Salvador. Estas aventuras, principalmente a do Exame de Matemática, foram-me contadas já depois de 66 pois só a partir dessa data fui para Luanda. Ouvi contar mas não sabia quem eram os "participantes"! Como o mundo é pequenino e o tempo é algo que não tem medida... Ando deliciada a ler-te aos pouquinhos e a partir de hoje... 65 Beijocas, Teresa 14 August 2005 06:58 PM guest_ZePenha ........acordamos com a vida toda do jardim zoologico ,abençoando o novo dia, nas formas próprias de cada uma. A fogueira feita para aquecer a lata de feijão e fazer o café, na noite anterior, estava cheia de borras de café, transbordado por excesso de aquecimento ao fogo, mas ainda acesa.Foi só atea-la com um pouquinho de lenha, e de novo a cafeteira e de novo café.Depois de umas duas ou três canecas de café, estavamos prontos para iniciar o dia. Elevar o carro até a altura própria para tirar a caixa de velocidades, não foi tarefa fácil. Com o macaco, "tarolos" em cima de "tarolos", "tarolos" por baixo do macaco, lá o elevámos para poder trabalhar por baixo dele e ter angulo para tirar a caixa.Levei todo o dia para a tirar. Cansados,borrados de óleo e massa consistente, nessa noite,fomos dormir cedo. No dia seguinte abrimos a caixa. Era o transfixo da 1ª que tinha cedido, nos rolamentos que o fixavam á fuselagem da caixa. Identificado o problema,dois de nós(não me lembro quais, mas sei que eu não fui) foram para a cidade de Nova Lisboa, tentar arranjar as peças. Busca infrutífera. Só mandando vir de Luanda e isso demorava talvez uma semana. Montei a caixa de novo, tal qual ela estava. Seguimos viagem no dia seguinte com o Morris sem 1ª e marcha atrás.Afinal, estavamos no planalto central. O resto da caminhada até Sá da Bandeira pouco subia.Depois era descer a Leba até Moçâmedes.Os problemas estariam adiados por uns dias.Talvez em Sá da Bandeira houvesse a peça, talvez em Moçamedes......talvez........embalando o Morris pudessemos vencer as subidas..... A viagem para Sá da Bandeira, correu lindamente até chegarmos a uma pequena aldeia a cerca de 200Kms desta cidade. Sim, estou em crer que foi a partir de Caconda que o pneu de trás do lado esquerdo(lado do volante, ver na foto) começou a furar.Metemos os dois socorro e os dois furaram. Depois começamos a remendar cãmaras......até me lembrar de ir verificar as lonas interiores dos pneus.E confirmamos o que nos havia passado pela cabeça. As lonas estavam muito mal tratadas de tal maneira que furavam elas próprias as câmara de ar. Decidimos desventrar uma das cãmaras de ar, fazendo ninho para a câmara de ar que iriamos colar e encher. Funcionou......acabaram-se os furos. Um verdadeiro "manchão" total, tinha resolvido o problema. Depois da aventura dos pneus, chegámos finalmente a Sá da Bandeira e, percorrendo a cidade, encontramos na Senhora do Monte, naquele relvado junto á enorme piscina e bem junto á prancha de saltos da mesma, o local exacto para montar a tenda. Apesar de cacimbo e apesar de estarmos em Sá da Bandeira, todos mergulhamos na piscina e lá durante uma semana tomámos os nossos banhos, fizemos a barba e acendemos o fogo para tratarmos da comida a fazer, tivemos tempo para ler, conversámos , falámos mal de uns quantos, bem de outros tantos, projectos, miúdas,pais, próxima incorporação militar. E ninguém apareceu para nos chatear que ali não podíamos acampar. Depois de uma semana inteira de repouso neste paraíso , que, não fora o frio noturno dentro da tenda, seria local para lá ficar mais tempo, arrancámos para Moçamedes.......................................... 16 August 2005 11:40 PM guest_ZePenha ..........A serra da Leba é imponente. Descer , serpenteando os contrafortes da Humpata, num Morris, que a qualquer momento poderia ficar sem caixa de velocidades , partir um tirante da direcção , um triangulo da suspensão, travões , e sabe-se lá o que mais, impunha alguns cuidados. E assim fizemos. Devagar fomos descendo em direcçaõ ao mar. Finda a descida, encontramos pela frente, grandes rectas em terra batida.Pensamos em nos apressar, acelerando o Morris. A poeira e um ondulado muito rijo da estrada ia desfazendo o velho carro.Abrandámos e fomos gozando a paisagem.......e com isso ganhamos ver, no seu habitat natural , vários animais da família das palancas e/ou veados. Chegados a Moçãmedes, acampamos na praia, junto á fortaleza que dividia a Marginal em duas estradas.A cidade, pequena mas encantadora, logo, logo, nos cativou. As acácias , numa 66 marginal ajardinada, bem cuidada, surpreendeu-nos muito favoravelmente.Afinal, não era bem como os kaluandas diziam.....Angola é Luanda e o resto era paisagem........podiamos viver ali, como em Luanda. Nesta altura, o Morris já não queimava bem a gasolina. Falhava, não tinha mínimo (rallenti) e por vezes para responder tinha que seguir com várias bombadas no acelerador para ele conseguir manter a velocidade.Provavelmente precisava de uma limpeza no carburador, filtro de ar e até mesmo substituir as velas. Foi o que fizemos em Moçamedes.Quanto a caixa de velocidades tudo na mesma. Não tinha havido necessidade de substituir a 1ª velocidade, pela força do Zito, João e o Luís. Relativamente á marcha atrás , aí sim, já haviam empurrado umas coisitas.......coisa pouca....... Se bem me lembro, ficámos em Moçamedes, uns quatro ou cinco dias, confraternizando com a juventude local. Depois, fizemo-nos de novo á estrada em direcção a Benguela/Lobito, mas pela parte mais bonita e mais difícil de fazer.Junto á costa. S. Nicolau, Lucira , Cuio, Benguela, Lobito. Por mais que puxe pela memória não me lembro se saímos do Lobito, junto á costa até Novo Redondo ou se flectimos de novo para Nova Lisboa e depois fomos a Novo Redondo.Sei que fomos a Novo Redondo e que tivemos o nosso maior pesadelo, quando optámos por vir para Luanda pela Gabela. Muito próximo das limitaçãoes da maior fazenda do mundo de café robusta, a CÁDÁ.Aí , nessas montanhas, o pobre Morris não subia mesmo.Nem a primeira metida(ZITO E Companhia) ,a segunda metida e a deixar a embraiagem patinando um pouquinho para ganhar rotações, ele não subia. Mas para isso também tinhamos um plano B. Uma boa corda de sizal, um bom reboque de camião e lá ficamos de novo em terrenos planos em direcção a Luanda.A solidariedade das gentes de Angola a funcionar.A embraiagem foi a cheirar a ferodo o resto do percurso. Entretanto, em Luanda, já havia quem soubesse da nossa aventura, e , chegados lá, fomos surprendidos pelo programa do Luanda 64, e entrevistados pelo Helder de Sousa. Sei, que depois ao ouvir o programa em que "botava palavra", não reconheci a minha maneira de falar. Mas o fulano que falava, estava a dizer coisas que eu é que tinha dito. Mas era de certeza preto, pelo sotaque que tinha. Nunca me tinha apercebido que tinha sotaque........... 17 August 2005 11:22 PM guest_ZePenha Aventura acabou. Só que me esqueci de por um FIM 17 August 2005 11:36 PM guest_Manuel_Sardinha Caro Zé PR, Li o teu ride como se fora o meu, em tempo posterior, e deixa-me dizer-te: Zé PR, grande Zé PR, quão semelhante Acho teu traçado ao meu quando os cotejo! Igual causa nos fez, largando a Luanda deslumbrante, Arrostar ao sul, a pleno desbravejo! Como tu, junto à Leba serpenteante, Desci mais tarde, mas já asfaltada! Como tu, tive panes, e vi animais e o Orix no deserto escaldante, E rumei até Moçâmedes, pela estrada agora despoeirada! Deixa-me aqui dizer que, quer o Morris, os Mini Austin/Morris e mesmo o 1275GT, que eu possuí, eram autênticos automóveis escola, em termos de aprendizagem eléctrico-mecânicas, com as "panes" com que deparávamos, ao ponto de eu dizer para mim mesmo: BAAAASTA! PENSO QUE JÁ CHEGA DE FORMAÇÃO!! Um abraço a todos! Manel S. 18 August 2005 10:56 PM 67 guest_ZePenha Estou a furar o sistema. O sistema é escondermo-nos dos outros. Não contar, não falar, não nos expormos. E o que é que isso dá????? De tanto nos escondermos dos outros, acabamos por escondermo-nos de nós mesmos. Venham lá essas estórias. Todos nós as temos!!!!!! ZP 18 August 2005 11:01 PM guest_ZePenha Manel Era esse mesmo.... o ORIX. Puxa pá, não conseguia lembrar-me do nome e arranjei-lhe uns familiares. As palancas e os veados eheheheheh Um abraço ZP 18 August 2005 11:05 PM guest_ZePenha Manel Imagina, com as actuais tecnologias aplicadas ao automóvel ,fazer esta aventura!!!!! Logo que o motor se calasse, acabavam os travões, a direcção assistida enfim, a possibilidade de um bom reboque ehehehehe ZP 18 August 2005 11:10 PM guest_Manuel_Sardinha Zé PR, Claro que imagino, mas não gostaria de me imaginar naquelas longas distâncias, em que aparecia uma venda "errante" ao longo da estrada de quando em quando, e encalacrado na estrada com um automóvel moderno, esperando que o reboque aparecesse... A essa altura pensaria: que saudade do meu velhinho, daquele a que já estávamos habituados a resolver os problemas mais elementares, Limpando o distribuidor ou as velas, ouligando o fio da bomba eléctrica da gasolina... escutando e fazendo a nossa própria pesquisa, acabando por solucionar o assunto. Nas motas é igualzinho. Tudo isso estava implícito nas nossas aventuras, e quando furava um pneu, era na maior reinação que se tratava do assunto. Essa da tela estragada... obrigou ao improviso. Foi uma solução admirável! Manel S. 18 August 2005 11:33 PM guest_Manuel_Sardinha Zé Penha, Orix era também um nome que não me lembrava em tempos. Mas, como possuo uma caixa de rapé/"Ofenha", feita de um chifre de antílope Orix, de artesanato Cuanhama, que tive de referenciar, nunca mais esqueci este nome, pouco vulgar. Quanto a aventuras, deve haver imensas pra contar! Em Agosto de 1973, estive um mês acampado em Namacunde, em pleno Cunene, a 10 Km de Ochicango/Sta. Clara. Aqui tive o prazer de conhecer a Ana S. Maurice e a Isabel Lacerda, entre outros 197, alguns dos quais residentes da Casa Amarela. Talvez... alguma delas queira contar uma história!?.. Manel S. 20 August 2005 08:24 PM guest_ZePenha Manel Viste então nessa região o mais lindo pôr do sol do mundo.......sem dúvida que é. Vamos lá Ana S.M. Conta aí essa viagem á terra dos Mucancalas. 68 Já não digo nada á Isabel, porque não a vejo intervir aqui no site "há mais que muito tempo"..... ZP 20 August 2005 09:01 PM guest_Manuel_Sardinha Zé PR, Esses pôr do sol do Cunene e arredores são indescritíveis e inesquecíveis. Eu uso um desses com a minha silhueta, no meu Avatar, em outro site. Já o ano passado falamos sobre isso. Enviaste-me uma foto que eu referi como paradisíaca, dessa fronteira com o Calahari, que eu já preparei para ser "transportada", em devido tempo, para uma tela - ainda não decidi se a óleo, acrílico ou a aguarela... ou as três, quem sabe! Para sul do paralelo 14 podia-se encontrar os Mucancala, Ova-Kwankala (Os do Caranguejo), bem como outros de diversas designações, conforme os locais onde podiam encontrar-se, ou conforme as designações adoptadas pelos Bantos, depois de emigrarem para as regiões por aqueles ocupadas, desde tempos remotos, que os teriam designado, a seu belprazer, conforme o seu aspecto, hábitos ou sensações que "os homens diferentes" lhes transmitiam. Todos eles são, como se designam a si próprios, !KHU - Pessoa/Povo. Pode ser que isto seja um bom pretexto para o aparecimento da Ana SM (tá de férias, ehehe), com quem tive o previlégio, e também com a Isabel e outros, de contactar um pequeno grupo destes, na zona do Chimporo, penso que já na área do Cuando-Cubango - simplesmente apaixonante e inesquecível. Talvez esteja também, com esta e já outras intervenções, "furando o sistema", descontextualizando o referido em "Assunto"! Perdoem-me, por isso! Coisas da... CASA AMARELA Um Abraço! Manel S. 22 August 2005 12:06 PM guest_juliocoutinho Olá, Manuel!!! Nessa altura estava eu na recruta no GAC 2. O curiso é que a minha mãe era daquelas dos primeiros socorrros da Cruz Vermelha e passa a vida a lembrar-se dos jovens que por lá andaram (por exemplo: do Artur Arriscado, meu colega das lides radiofónicas e que lançou recentemente o seu 2º livro.). Chamava-se ela (e chama-se, felizmente!) Delfina Coutinho. Acho que ela guarda umas quantas coisas para além das memórias. Umabraço, Júlio 22 August 2005 01:58 PM guest_Nelo "Brucutu" Gente BOA e em particular Zé Penha e Manel Sardinha: A irreverência dos 20 anos leva-nos a aventuras e uma delas, para não falar das idas de Luanda a Nova Lisboa aquando das suas célebres "6 Horas", levou-me a fazer a viagem a Windoek e volta, em 1973. Penso que já aqui a contei mas, como o Manel Sardinha falou em Stª Clara, onde ficava o posto fronteiriço que tinhamos de cruzar para entrar no Sudoeste Africano, fez-me recordar a agrdável viagem. Ao contrário do Zé Penha, tive a sorte de a ter feito com o "burro" que tinha na altura e de que tanto gostava, um FIAT 128 RALLY. Ao passarmos a fronteira, onde se via a placa que dizia, "PLEASE DRIVE ON THE LEFT SIDE", romámos, eu mais um pendura, a Windoek. Já de noite chegámos a Shumeb, primeira cidade mineira, e parámos junto a um mini-mercado para comprarmos qulquer coisa para comermos. Preparávamo-nos para "speakar" com o funcionário do estabelecimento quando este nos diz meio sorridente: podem falar português por que eu tb sou. Assim foi já noite e depois de termos comprado umas sandocas e uma coca-colas partimos. Já na estrada, em pleno Calaari, parámos num dos parques de estacionamento que a ladeiam, para aconchegarmos o estômago, e começamos a ouvir uns estalidos, uns mais fortes que outros, que até pareciam tiros. Ficámos um tanto apreensivos mas, escutando melhor, descobrimos que eram as rochas a estalarem com o 69 frio que fazia no deserto, à noite. Devido às grandes amplitudes témicas, muito calor de dia e muito frio de noite, dava origem àquele espectáculo, que só quem passou por ele sabe dar o valor. Refeitos do susssssssto, e com os estômagos aconchegados, rumámos à capital do Sudoeste Africano, tendo passado pelo Owombo, Okanandjo e de manhã chegámos a Windoek. Iamos ficar hospedados no "Continental Hotel na Kaiser Street", Chegados a esta avenida, perguntei a uma moça onde fica a tal avenida! Começa-se a rir e diz: "This is Kaiser Street". É claro foi gargalhada geral e lá chagámos ao hotel. Ao almoço fomos a um self-service, escolho caril e qual não é o meu espanto, o caril era doce e a outra comida também. Safámo-nos porque nos indicaram um restaurante italiano "Mignon" onde já a comida era bem melhor. Fomos a Walwisbay, praia cheia de "miudas", e passados cinco dias regressámos a Luanda. Depois continuo, viagem de regresso, já que vos maçei demais... Bjinhos e kandandus Nelo 22 August 2005 02:00 PM guest_Manuel_Sardinha Caro Júlio, "Amê ndahapa! Amê ndahapa!" - Em Cuanhama significa: Eu estou muito feliz! Muito mesmo, por falares aqui dessa simpática, gentil e carinhosa senhora, D. Delfina, tua mãe! Apareceu, com a "Avozinha" da Cruz Vermelha, em Namacunde, na 2ª quinzena de Agosto/73! Estas Senhoras estavam sempre disponíveis para uma prosa, e assistirem aos nossos problemas de saúde, que por ali aconteceram - uns de maior e outros de menor cuidado! No regresso a Luanda privei com ela uma grande parte da viagem, sentando-me ao seu lado, no banco do autocarro, conversando de tudo um pouco! Um dos assuntos foi uma floresta de pinheiros, no Lubango, muito característicos, que nunca vira em outra parte de Angola. Em N. Lisboa ela me apresentou ao filho, que ali fazia a recruta militar - naturalmente eras tu! Mais tarde, gentilmente cedeu-nos algum artesanato que adquirira - setas Cuanhamas para caçar aves, de pontas de madeira, coloridas e engalanadas com plumas e penas com as cores preferidas da população local, o ocre vermelho, e um belíssimo e raríssimo colar de "onhoca"/missanga de concha de caracol polida de cor vermelho/rosa - para complementar a exposição do nosso trabalho, que iria ter lugar no CITA. Tenho a certeza de que havemos de conversar mais, mas aqui fica um beijinho com muita saudade para a D. Delfina! Um abraço. Manel S. 22 August 2005 08:14 PM guest_Manuel_Sardinha Nelo, Lembro-me muito bem dessa Fiat 128 Rally! Carro novo, ou quase! Nada de "panes"! Foi outro rally, foi outro rally! Carro de fábrica é outra coisa!! Sempre viajaste melhor que o Zé PR & Cª, ehehe! De Namacunde, também estava prevista uma viagem a Windoek, mas por razões que não referirei, foi cancelada! Limitamo-nos a atravessar a fronteira, supervisionados pela DGS e não só, e apenas bebemos umas beers e fizemos algumas compras num armazém, ali bem perto de Sta. Clara! No entanto, palmilhamos Km por dia a pé, além da deslocação ao Chimporo, feita com quatro Land Rover de caixa longa, fechada! Uma das viaturas transportava equipamento e elementos da Cine Voz, salvo erro, para fazerem a cobertura da visita, sendo um dos elementos cunhado da Lacerda. Uns 100 Km ao longo da fronteira com a Namíbia, para Este, por estrada larga de terra batida, para depois flectirmos para Angola, novamente, e percorrermos uns 30 ou 40 Km mais, agora em picadas, ora de terra mais dura, ora de areias soltas, altas e macias, em que se tinha de recorrer à tracção das quatro rodas dos LR. Bem, mas estou a fazer um pouquinho de tempo, para ver se... a Ana aparece! Manel S. 22 August 2005 08:51 PM 70 guest_Nelo "Brucutu" Amigo Manel: Quando, na tropa, passei por Artur de Paiva, tive também o previlégio de ter contactado com os "MUCANCALAS". Povo espectacular em simpatia, sempre sorridentes e bem dispostos. Tambem aí admirei o pôr do sol, aquele sol alaranjado, deixando ver na penumbra as silhuetas dos imbondeiros e suas mucuas. E quando chovia, o cheirinho a terra e capim molhados, o esvoaçar da formiga salalé e o bailado da passarada ao banquetear-se com tão admirável pitéu. Ainda nessas paragens, pela primeira vez, experimentei o agradável sabor da carne de palanca seca, grelhada. Às rolinhas, isto faz-me lembrar o nosso amigo Zé Penha, começámos a dar-lhes pão, milho e massambala e algumas delas já nos deixavam aproximar. Foi no mato, ao lidar de mais perto com a natureza, que deixei de ir à caça. Aqueles seres, alguns com o olhar tão dócil, desarmavam-me à partida. Enfim não restam dúvidas de que África e no nosso caso Angola, é feiticeira. Nelo 23 August 2005 09:18 AM guest_ZePenha Nelo Lindo, Nelo..........lindo.......o teu texto.É isso mesmo que senti .E de predador virei defensor. Um abraço ZP 23 August 2005 11:54 AM guest_juliocoutinho Caro Manel, Só agora, ao passar uma vista mais atenta sobre as mensagens, é que reparei nesta e que me deixou feliz por te lembrares da "mais velha" e, ao que parece, com muito boas recordações. Vou mostrar-lhe esta tua msg logo que vá a Lisboa e que a vai deixar muito contente. Para já o grande abraço deste "atrasado" leitor, Júlio 01 September 2005 03:22 PM guest_Manuel_Sardinha Júlio, Tenho a certeza que ficará contente! Há por aqui mais gente que certamente se lembrará dela, já que depois do Cunene73, foi criado um núcleo juvenil da Cruz Vermelha, ali mesmo numa transversal , entre a Álvaro Ferreira e a Serpa Pinto. Esta foto anexa, está por aqui no site dos ALSC, publicada pela Ana S. Maurice. Hei-de contactar a D. Fina, mas mais tarde, depois do que me propus fazer. Envio-te um abraço. Manel S. 01 September 2005 08:59 PM %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% Café Académica guest_karipande Escolhi este título, porque era um café frequentado por muita gente da alta do Bairro do Café, que antes disso foi o Musseque do Braga. Ze Penha Esse Camané não era o Fiuza? Odete Sei que a Bé foi casada com o QuimNel, e sei que vive numa quinta para o Minho, onde o José Teixeira Martins, pessoa que bem conheci em Coimbra onde foi assistente da Fac de Direito e com quem convivi muito em Luanda, e a quem fiz muita companhia em pescarias, embora nunca me lembre de ter pescado um único peixe. O José pescava pelos dois e ainda tinha de 71 desensarilhar os fios que eu me encarregava de colocar mil e um nós. Ao Fernando Oliveira, ao José Teixeira Martins e a mais alguns poucos se deve a criação da fac de direito da Universidade Agostinho Neto, e tb a sua qualidade pedagógica. Sei que a Catarina tem duas meninas, a quem só desejo que sejam como a mãe e avós....Serão ríquissimas em qualidades humanas. Beijos e abraços Fernando Pereira 31 August 2007 02:58 PM guest_ZePenha Karipas O Camané morava próximo do Fiúza. Morava também por ali, era até vizinha do Camané, a Leia Ruah, colega nossa de Liceu, e cujo pai era dono da Charcuterie Francaise, sócio, suponho, com o pai do Dário Dukarsky(não estou certo da escrita do nome do Dário). A Leia ,recém reformada do nosso Serviço Nacional de Saúde,prima do Dário, foi até há bem pouco tempo, chefe das enfermeiras do hospital de Oncologia em Lisboa Eu parava pouco na Académica. Ia lá encontrar os Castro Silva, o Fiúza e /ou enquanto esperava a saída da Escola Comercial , onde ia buscar a minha irmã. Do Fiúza, algum dos nossos amigos do Liceu, falou-me dele, ha pouco tempo. Penso que foi o Manel Mora Cruz que me disse que o encontrou no paredão de Cascais , à noite, a pescar. Dos donos da Académica, dos empregados não tenho recordações, mas recuando para o tempo que lá ia, vejo a NSU (cavalino) branca e vermelha, do Zé Sousa Santos ,parada lá , junto à esplanada. Não me perguntes porquê, porque não saberia responder!!!!Nas recordações não o vejo na esplanada..... Um abraço ZP 31 August 2007 05:36 PM guest_MªTeresaMercêsMello Zé P (Penha e Primo): Estive a pensar se essa mercearia de Agre e Ferreira seria a do Pai da minha querida Amiga Luisa, Andrade por casamento com o João, irmão do Manel. As coisas quvoltamos a reviver com estas nossas conversas! Fernando: O Gamboa é o Zézé? E o Ruca é o Rui Castro e Silva? Se sim, estive com eles numa festa de aniversário em Luanda, e até coloquei aqui no site uma fotografia onde estamos todos. Teresa 31 August 2007 11:43 PM guest_karipande Tété Não era desse Gamboa que eu falava, era o Fernando Gamboa,filho do mais velho Gamboa que trabalhou nas finanças na Mutamba. O Ruca de quem eu falo é de facto o meu amigo Rui Castro e Silva, e esteve na farra onde estiveste pois eu vi a foto do meu amigo Eduardo Trindade (grande jogador de hoquei do BCA, um verdadeiro amigo do seu amigo com quem fui aos EUA dois dias depois do almoço do Liceu este ano), o Paulo Murias (meu compadre e amigo do peito tb)o Aparício, o Fernando Martins (conhecido pelo Tchavecka, que é só mais um bom amigo), o brigadeiro Ambrósio entre vários... Só despercebo como é que foste a uma festa onde estavam os maiores "rosqueiros" de Luanda, mas tudo gente boa...melhor gente muito boa, e ex-alunos da gloriosa casa amarela, e acima de tudo com direito a figurarem entre os meus bons amigos! Um beijinho Fernando Pereira 01 September 2007 01:49 AM guest_karipande 72 Não tinha nada a ver com o Bairro do Café, mas alguém se lembra do Clube "Jacaré", ali para os lados do Rex e Copacabana, ao fundo da António Enes e da Rua do Quicombo? Cazumbi, Parada da Alegria, Chá das Seis, as 5ªs. Feiras dos espectáculos nos SMAE, os Domingos à tarde no África Cine...Estou a avivar-vos a memória antes que se perca! Espero que alguém,como eu,se lembre da "PRAÇA DA CUBANGA" ? Qd surges na noite! Quando surges na noite, quando avanças porque o som do batuque por ti chama, teu corpo negro é chama que me inflama, quando surges na noite, quando danças... Quando danças, cantando as esperanças e os desesperos todos de quem ama, teu corpo negro é fogo que derrama febre nas almas que repousam mansas. Tu vens dançando (tudo em mim se agita) e vens cantando (tudo em mim já grita), quando surges em noite de queimada... Depois, somos os dois, no mesmo abraço, num batuque só nosso, num compasso mais febril do que toda a batucada! Geraldo Bessa Victor Boa noite povão Fernando Pereira 01 September 2007 03:31 AM guest_gonçalves-travanca Pois!!! E as "cowboiadas" no Nacional e Colonial, com "reviangas" e o "tambula conta", por causa do bandido? E, só os "monas", e que não conheceram a "Praça do Kubanga". "Bassulas" a torto e direito, mais tarde na Liga e ainda depois na ilha. Com Tarzan Taborda, Lobo da Costa, o Americano e o nosso colega do Salvador Correia e meu amigo "JUCOM", (de nome Júlio Correia Mendes). E entre o público desses combates, a figura típica do "Vai Tu!!!) Como vês, eu sou como o elefante. Não esqueço. Mas não vou gastar tudo agora. Fica para uma próxima. Abgraços para to0do o Mundo, do António Travanca 01 September 2007 09:17 PM guest_Eurico Simeão Neto Travanca: Esqueceste-te do Milano, o "Tarzan do Cacuaco" e do Ninito, que na rua da Índia, onde vivi, era conhecido por "Banga Ninito". E agora, numa de provocação, quem se lembra da "Marabunta"? Hehehehe Eurico 01 September 2007 09:25 PM guest_serodio Eurico: A "Marabunta" tinha um Chevrolet Corvette que estava 73 muitas vezes na Av. dos Combatentes. Um abraço José Serôdio Antas-Porto 01 September 2007 10:42 PM guest_carochas_2 Caro Seródio: Naquela altura a "Marabunta" era "Monumento Nacional" e o seu habitat de trabalho (engate) era num restaurante à Ilha de Luanda (creio que o Sporting). Já em idade de desligada do serviço para efeitos de reforma leva à falência um novo rico do café nado e criado no Golungo Alto de raça mestiça e que ficou conhecido pelo "meu dinheiro é incabável" e comprou a Vidraria dos Combatentes" onde passou a ser vista com frequência. Um abraço Zecarochas 02 September 2007 12:05 PM guest_luisabborges Eurico, até eu me lembro da "Marabunta"... Loira, magra e já velhota (se calhar bem + nova do que eu sou agora....), num descapotável encarnado, belo bikini, e havia tão poucos nesses tempos, na Ponta da Ilha aos fins- de-semana. Um beijo e olha que já tenho saudades tuas Luisa BB 02 September 2007 02:36 PM guest_Canuca66 Desculpem a intromissão mas a"A Marabunta", vive no Olival Bastos e esta bonita apesar da idade. Sei atraves de mecanicos e funcionarios que trabalharam na Casa Americana onde ia arranjar o carro 03 September 2007 12:10 AM guest_7412Moracruz Eurico Esqueceste-te do Gonçalves que apanhava de todos , e que fomos encontrar no dia em que fizemos a Assembleia nos Bombeiros de Carnaxide . do falecido Mascarilha Vermelha que foi nosso colega do Liceu , irmão do deputado do M.. e que morreu na miseria em Luanda. Quanto ao Trindade e Rui C.Silva . o ponto de encontro deles em Luanda até à pouco tempo era no bar do 25 de Abril em frente à policia , perto dos CTT em Luanda . Como ambos estão reformados actualmente ........., deixa-os poisar em Nocal , Cucas e afins. MMC 03 September 2007 01:49 AM guest_Cristovaofalcao D. Madalena de seu nome, se não estou enganado, tinha a sua vidraria junto ao Punta del Pazo e era minha vizinha quanto ao carro e se a memória me não falha era efectivamente um Corvette branco 03 September 2007 04:34 PM guest_Joaoventura2 Luisinha A D. Marabunta tinha um Corvette branco com estofos encarnados e condutor sempre de fato branco. BJs João 03 September 2007 05:01 PM guest_Pessoa4419 D. Alzira de seu nome. 03 September 2007 06:11 PM 74 guest_Eurico Simeão Neto Naaa... o corvete era encarnado e as laterais eram pintadas de um branco sujo, em forma fusiforme. E quem se lembra da história que se contava, do condutor de maximbombos que tinha morto um porco com uma chapada? Lembram-se do sinaleiro que havia na Mutamba, que aquilo era um gosto vê-lo a controlar o trânsito? Era notória a satisfação com que desempanhava a sua função. Penso que era de tal qualidade, que veio a Portugal fazer umas exibições da sua mestria. Nos anos 58/59, a certa altura, a pepsicola lançou uma campanha para aumentar as vendas... quem tivesse uma carica com um "P" pintado na cortiça, ganhava uma pepsi de borla... muitos "P's" pintei eu e muitas pepsis bebi à pala da perfeição com que a pintura saía... E claro (curioso que nunca se tivesse falado nisso aqui no site), as caricas também serviam para fazer jogadores de futebol, tirando a cortiça, forrando-a com papel pintado com as cores do clube preferido e a bola, eram as tampinhas dos tubos de pasta de dentes. As balizas eram feitas de fita de metal que servia para embalar fardos. Acho que um dia destes, vamos lançar aí um concurso de jogo de bilha (berlinda para quem não se recorda do nome). Mas não vale levar abafadores! Eurico 03 September 2007 06:16 PM guest_Eurico Simeão Neto Rectificação: não é berlinda, é berlinde 03 September 2007 06:18 PM guest_7412Moracruz Falta falar da JOANA MALUCA , do Kipacassa que assustava os miudos com os seus trajes e saco , falta falar da TIFA ,( como é que não morremos envenenados com aquele fumo todo carregado de DDT ) , falta falar das berridas e das Kubangas etc . No que diz respeito à fruta , as maças da India que se comiam nas barrocas dos coqueiros , das mangas roubadas da arvore mais celebre de Luanda , dos tambarinos da Missão e lá vai o tempo que passa e repassa e até parece que foi ontem. Não haverá no mundo juventude mais à solta que a nossa . E no que diz respeito a correrias e a quedes sem borracha , a fazer de travões nos carrinhos de rolamentos , a descer a rampa do Liceu não pelos passeios , mas pela estrada até ao largo Serpa Pinto , é inesquecível. Kandandos MMC 03 September 2007 10:54 PM guest_MªTeresaMercêsMello Manel, E a propósito dos carrinhos de rolamentos e da rampa do Liceu, a história daquele teu amigo que partiu a dentuça? E a das hienas? Não há como tu para recordar essas peripécias! Bjs, Tété 03 September 2007 11:02 PM guest_Cristovaofalcao Quanto ao condutor de machimbombos que matou o porco à cahapada lembro-me bem dele. Aspecto simiesco com braços e mãos enormes que ao ver um porco a comer na sua horta o terá afugentado com uma chapada . Não avaliou a força e matou-o. Quanto à Joana Maluka andava muito por onde eu morava na Kaop mas vi-a sempre de longe não fosse o diabo ...... António Seabra 03 September 2007 11:50 PM guest_Cristovaofalcao cahapada= chapada estes dedos estão a ficar avariados 03 September 2007 11:52 PM guest_juliocoutinho 75 Caríssimos, A estória que me contaram do tal matador de porcos à chapada, indicava que tal feito teria tido lugar numa qulquer ida do tal condutor daqueles machimbombos de 2 andares ( no caso, com direcção assistida...a braços!) para os lados da Corimba, com o bicho a não querer sair da frente do veículo. Terá então levado com uma valente portagem nas ventas... Quanto à Marabunta...bem...Eu acho que ultimamente o tal Corvette era amarelo, acho...?!?! O Pedro Andrade, filho do juíz e que vivia no Cruzeiro, costumava chamar a um pobre marreco que costumava dizer "adeus" às meninas que passavam de carro na Maianga e insultar os homens que lhe respondessem, de..."campista vitalício" por andar sempre de mochila às costas. Muito mauzinho, mas com uma graça muito preversa. Quanto à Joana Maluca. Uma vez vi ela apertar, com uma força nada recomendável para os "objectos" em questão, os "tin-tins" de um dos irmãos Quintas, mesmo na entrada principal da loja...e depois largar com um sorriso enorme de satisfação. Ele?...Bem, ele não riu mesmo nada!! 04 September 2007 10:51 AM Guest_Eurico Simeão Neto A Joana Maluca, quando os meus pais estavam em Sazaire e eu, estudante no Colégio das Beiras, estava em casa dos meus avós paternos na Calçada de Santo António, ia quase todas as semanas lá a casa. Era bem tratada, comia, não tomava banho porque a isso ela tinha horror, mas nunca nos ofendeu nem tentou agredir. Era maluca, mas não era parva... não tratava mal quem a tratava bem! Manel: Para além dos carrinhos de rolamentos, havia também as trotinetes (também com rolamentos) e a Rua da Índia, era território sagrado desses dois meios de locomoção rápida da malta. A tal ponto, que por via dos inúmeros acidentes entre carros e trotinetes de rolamentos e veículos reais, o policiamento diurno, a partir de certa altura, era permanente. Resultado, conseguimos forma de construir trotinetes com luz (de bicicleta) para acelerar à noite. Aquilo era meio complicado, porque tínhamos que acrescentar, fixado ao veio do rolamento, um bocado de borracha de pneu cortado em redondo, onde adaptávamos o dínamo da bicicleta para dar corrente ao farolim. Há dias, alguém falou do Vasco dos arrotos (Vasco Guimarães)... é porque nunca ouviram o Menezes Cunha (alcunha o Pata), que morava na Paiva Couceiro. Nós sentávamo-nos em regra, num dos cruzamentos que limitavam a rua da Índia, que tinha cerca de 200 metros. Quando o Pata entrava na rua, arrotava e nós, na outra ponta, sabíamos que ele tinha chegado. Que me perdoem as meninas que andaram no Guiomar de Lencastre, mas não resisto a contar esta: Um dia, o Nelson (aluno da Industrial e conhecido por Puna) chegou por volta das oito da noite ao pé de nós com um ar muito triste... logo perguntámos: - Que se passa pá, estás triste? - Estou... - diz o Nelson com um ar pesaroso; - Então o que aconteceu? - perguntamos nós; - O Liceu Feminino está a caír! Responde o Nelson, carregando ainda mais o semblante; - A caír???!!! Mas porquê? Foi mal construído, ou houve algum problema? - Não... nada disso... - diz o Nelson tristemente - está cheio de rachas... Por uns segundos, houve silêncio total e depois, uma gargalhada colectiva que se deve ter ouvido nos Bairros Vieira Machado e do Cruzeiro. Repito... não contei por maldade, nem para ofender as ex alunas do GL. Contei apenas porque estas recordações picantes, também fazem parte da nossa história juvenil. E as dibuazas feitas de bordão para ir para as barrocas do Miramar apanhar bicos de lacre, plimplaus, picas-flor (colibris), cucos, etc? Isto, sem falar nas galinhas que íamos gamar ao bairo dos caminhos de ferro, para fazer churrascadas na praia da caldeira ou nas barrocas... era cada berrida, que nem vos conto... Eurico 04 September 2007 06:50 PM guest_juliocoutinho Meus caros e caro Eurico, Lembro-me muito bem desse elegante sinaleiro. Encontrei-o aqui em Faro e, creio, já se reformou. E vou contar uma estória que se passou com ele no cruzamernto da Mutamba com a Vasco da Gama. Uma qualquer senhora não conseguiu arrancar quando ele lhe fez sinal...Ficou a "espremer" o motor que, esforçadamente, não servia porque ela se tinha esquecido de engatar a primeira. Quando se lembrou que afinal "aquilo" era necessário e já com uns quantos atrás dela 76 em pressas de regresso a casa, aí vai ela...mas já com o trânsito noutro sentido. Alguma confusão, o apito! O bom do sinaleiro mandou-a encostar, acabou por deixar o posto e dirigiu-se a ela com a pala da ordem. Eu não consegui saber o que ele lhe disse...Só sei que a tal senhora chorava, chorava copiosamente, carro encostado na subida para a Vasco da Gama. Ele continuava a falar com um tom muito sereno, elegante nos gestos como era costume em cima da pianha. Uns minutos depois, nova pala e lá foi ele para o seu posto. Não lhe passou nenhuma multa. Talvez (quase de certeza!) uma multa moral e há quem prefira a primeira. Chamaram-lhe alguns jornais o "bailarino". Como policia que fazia a guarda a delegação do Banco de Portugal aqui em Faro, sempre se mostrou muito educado. Até sorria, ele que só fazia um maneio de cabeça, um "dizer que sim" a todos os que o cumprimentavam ao passar por ele. Respeitosamente no seu púlpito de autoridade. 05 September 2007 09:39 AM guest_ZePenha Julio Eh pá, acho que há na tua história uma pequena imprecisão. Eu não me lembro de sinaleiro no cruzamento da Vasco da Gama com a Mutamba. Era no cruzamento anterior que ele se situava. Não me lembro do nome da rua, mas era uma rua muito arborizada que ia ter directo à Maria da Fonte e onde se situava o Alfaiate Sampaio. A meio e no sentido da Maria da Fonte cruzava com a rua da Robert Hudson bem ali perto do Notícias. Quando a subias, a Câmara ficava à tua direita. Na Vasco da Gama, tinhas a Câmara à tua esquerda, a Igreja do Carmo à direita, a escola 1 à esquerda, as Incombotas à direita, a casa do Zeca Cabeças á esquerda, a casa do Lobo do Amaral à direita, a casa do Flávio Santos à direita e a rua dos Enganos à esquerda ehehehehehehe UM abraço ZP 05 September 2007 11:06 AM guest_juliocoutinho Grande Zé, Não, não há nenhuma imprecisão. A Rua Vasco da Gama, como bem disseste, subia a partir da Mutamba. Ali começava a Serpa Pinto em direcção à Maianga e tinhas o prédio das "prateleiras", coisa mais recente!! Eu estava sentado à espera dum machimbombo quando assisti à cena. Também é verdade que estava muitas vezes um sinaleiro no começo da Luis de Camões, a que ia dar à Maria da Fonte. Tudo dependia da hora do dia. Não esou mesmo nada enganado, eheheheheh!!!...rs..rs... Um abraço para ti a para a aniversariante!! Júlio 05 September 2007 12:40 PM guest_xinares Que saudades disso tudo; até da Joana Maliuca que ia para o Colégio das Madres e entrava na Capela e nos assustava tanto..... Quanto ao sinaleirobailarino, chama-se Canilho e fui professora dos filhos, no Colégio João XXIII (propriedade da minha sogra). Bjkas Xinanda 05 September 2007 12:54 PM guest_Eurico Simeão Neto …….. E o Júlio tem razão, o sinaleiro bailarino ficava mesmo no cruzamento à direita de quem estava de costas para a Fazenda e de frente para a Câmara. No cruzamento à esquerda, não me lembro sequer de existir pianha, mas posso estar equivocado Eurico 05 September 2007 06:13 PM guest_ZePenha Júlio e Eurico "Pode muito bem ser que sejam vocês que estão com a razão"(sotaque de caluanda) 77 Saí de Luanda com 30 anos e com carta há 12 anos. Trabalhei 5 anos na Néstle, (que não me estão a ser contados para a reforma e mais dois na Confiança Mundial, que também não contaram para o mesmo efeito) e a Nestle era bem no largo da Mutamba, junto ao Franco Oculista, na ala esquerda do edifício da Fazenda e, vários finais de ano, fui levar o presentinho da ordem ao sinaleiro em questão. Lembro-me que a pianha onde depositava os presentes, era a pianha junto ao edifício da Mobil.Ainda podem ver o sinaleiro colocado na posição que eu digo, naquelas cassetes que apareceram sobre Angola há uns três anos atrás. Não me lembro de dois sinaleiros na Praça da Mutamba. Por mais que me tente recordar só me vem à memória um sinaleiro nessa praça e situado na posição que eu defendo.Mas posso estar enganado!!!!Posso estar a ver uma época determinada em que era assim e tê-la fixado e não ter dado importância ás alterações que poderão ter sido feitas posteriormente Alguém "caluanda" e da minha geração (Carochas por exemplo) dê aqui uma ajudinha para ver quem é que está "mesmo" com o PDI ou não..... ehehehehe ZP 05 September 2007 07:23 PM guest_xixão Olá a todos Regressada a casa, tenho-me deliciado a lêr as novas mensagens que aqui estão colocadas, vendo que novos colegas entraram no site, e novos reencontros estão-se fazendo. Estes dois temas que agora estão aqui a ser falados, há muitas luas atrás já foram referidos, mas por certo essas mensagens já foram apagadas. Já se falou aqui da Joana Maluca, que como a minha irmã falou, aparecia muito no Colégio das Madres, lembro-me até que havia uma casinha onde as madres lhe davam guarida e alimentação. Pois é, quanto ao sinaleiro bailarino, Zé Penha tens razão e eu até sou muito mais nova do que tu!!!! Lembro-me bem do sinaleiro bailarino no fim da Luis de Camões, na Mutamba, no cruzamento onde havia a firma Castro Freire. Do lado direito, para quem subia a Luis de Camões ficava a C.M.Luanda. No entanto, os sinaleiros por vezes mudavam, e também me lembro de o vêr no outro cruzamento. Fiquem bem Beijinhos, em especial para o meu par preferido 05 September 2007 08:34 PM guest_carochas_2 Eh malta: O ZP e a Xixão estão certissimos. O matador de porcos à chapada era um motorista "pula" dos maximbombos e até na altura se contava a história do mesmo individuo para fazer uma chamada telefonica tinha de pedir a alguem para o fazer por ele pois os dedos eram tão grossos que não cabiam no discador do telefone. 05 September 2007 08:52 PM guest_Eurico Simeão Neto Quem está mesmo com P.D.I. é o Carochas... o Zé Penha pede ajuda na destrinça do local do sinaleiro bailarino e o Carochas diz que ele tem razão quanto ao matador de porcos à chapada...ahahahahahaha Zé e Xixão... centrem-se bem, porque vezes sem conta, eu esperei pelo maximbombo que me levava para casa na Oliveira Cadornega (separava o Cruzeiro do Vieira Machado e eu morava na esquina com a Rua da Índia) e parava (de costas para a Fazenda) no lado direito da Mutamba e vezes sem conta, a espera era feita apreciando o bailarino naquele cruzamento, porque no cruzamento da esquerda, da rua que subia para o Quinaxixe (Maria da Fonte) não havia sinaleiro nenhum a tempo inteiro. Eurico 05 September 2007 09:35 PM guest_xixão Eurico 78 Se leres bem o que eu escrevi, eu digo que o sinaleiro por vezes mudava e é verdade. O meu Avô foi da Marinha, da J.A.E.A. e Comendador e lembro-me bem que sempre que nós passávamos de carro por esse sinaleiro, ele cumprimentava e fazia continência ao meu Avô e era no sitio onde o Zé Penha diz. Ora o Zé tem mais 11 anos do que eu (penso eu de que) e o meu Avô faleceu quando eu tinha 10 anos. Ora, o Zé Penha teria 21 e por isso penso que confere. Ultimamente, é que acho que o sinaleiro estava no outro lado a que te referes. Talvez o Manel Sardinha, possa dar a precisão desta dúvida, porque ele morava nas Ingombotas e sabe tudo de Angola. Xi 05 September 2007 10:00 PM guest_juliocoutinho Caríssimos, E isto é imprtante???...rs..r.s..O que interessa é que o vimos (eu via-o todos os dias no meu caminho do Palácio do Comércio para a Rua da Samba...e incluindo alguns almoços no Bitoque das famosas garoupas...) e apreciámos a sua elegância que nenhum moderno semáforo consegue compensar. Abraços e beijos, Júlio 05 September 2007 10:13 PM guest_xixão Júlio Claro que não é importante, mas dá para estarmos aqui a conversar em amena cavaqueira, a recordar talvez com mais precisão o que o tempo vai apagando das nossas memórias já distantes, mas que as sentimos tão perto ainda. Beijos para ti e para a tua francesinha Xi 05 September 2007 10:31 PM guest_xixão Manel Obrigada pelo esclarecimento. Tens razão ao dizeres que foi antes dos semáforos que ele lá estava, porque na verdade o cruzamento da Luis de Camões com a Pereira Forjaz ultimamente já tinha semáforos. É natural que não te lembres mais do antigamente porque esqueci-me que embora teu coração seja africano, tu tenhas ido para Luanda já menino feito. (e também és mais velhoque eu!!! ) Beijos Xi 06 September 2007 08:46 AM guest_juliocoutinho Ganda Manel!! Sabes que eu já me tinha esquecido da Valentim de Carvalho. Logo eu que ainda guardo um "Noite & Dia" com a inauguração, com fotos do Duo Ouro Negro, Amália, entre outros, e onde eu apareço em 2/3 delas... Xixão, Obrigado pelos cumprimentos para a Nelly (prometo trocar isso por miudos...rs..rs..). O que eu queria dizer é para falarmos à vontade, mesmo com as imprecisões, esquecimentos (que não são motivados pela idade,...claro que não!!). Todos, Estranhamente lembrei-me, ao sentir um cheiro, das empadas da Royal (sim!!, com Y) e em sequência de uns quantos lugares onde se compravam coisas características... Rissóis da Paris...Pipis do Polana ou daquele que ficava numa perpendicular junto à Viação e Trânsito...croissants da Princesa(???) na António Barroso...e outros... Apetites matinais, rs...rs..rs.. AB's para todos Júlio 79 06 September 2007 09:53 AM. guest_vberardi Pois é mermãos! A Xix é que tem razão! Temos de consultar o nosso médico alemão, o Dr Alzheimer (?)...velhos...eheheh...eu acho que o sinaleiro era "Kalu" lá da nossa banda e todos o conhecíamos... Kandandus Berard 06 September 2007 10:30 AM guest_xixão Júlio Falaste aqui da Royal e das empadas. O dono da Royal era o sr Almeida, que já faleceu, e a filha, a Palmira, foi minha colega desde a primária no Colégio das Madres e também depois no Salvador. Muitas vezes fui estudar para casa dela e o que mais me deliciava, eram os lanches que a Mãe nos dava. As famosas empadas de galinha e pastéis de nata quentes, que também eram famosos na pastelaria. Para mim eram melhores que os de Belém que ja deixam muito a desejar, principalmente depois de frios. Todas essas iguarias, eram feitas numa cozinha própria que havia lá em casa e era tudo muito caseiro e de qualidade, com a Mãe dela a ''reger'' essa parte. Lembro-me que a saída do produto devia ser grande na pastelaria, dado que estavam sempre a sair fornadas destes kitutes e o sr Almeida a ir a casa várias vezes ao dia buscá-los em tabuleiros grandes. Junto anexo o link da foto, onde se pode vêr a Palmira e que está aqui no site colocada pela Bélita. Ela é a primeira do lado esquerdo, a loirinha logo abaixo do primeiro rapaz. http://groups.msn.com/AntigosdoLiceuSalvadorCorreia/festadefinalistas75.msnw?action=ShowP hoto&PhotoID;=961 Um beijo Xi 06 September 2007 10:42 AM guest_juliocoutinho Xixão, Os pasteis eram muito bons MESMO!!! Olha a sorte que tu tinhas!!!Eu, que não sou muito de doces, achava aqueles muito bons!! E o cheirinho que era excelente!! ...rs...rs... Outro cheiro que eu me lembro é o de uma loja que vendia cafés, pequenina, mesmo junto aos Quintas...Esperto o homem que tinha um extractor para lançar para a rua aquele cheiro bom...Técnicas!!...rs..r.s.. Beijinhos, Júlio 06 September 2007 12:38 PM guest_ZePenha Companheiros Acabei de receber um mail para a minha caixa do correio, do João Mano, já no Rio de Janeiro. Nesse mail, entre outras coisas que não interessam aqui para esta conversa, o João é da mesma opinião do Eurico e do Júlio, sobre o posicionamento do Sinaleiro Dançarino. Assim sendo e como também presumo que os que têm a mesma opinião que eu tenho sobre a localização do Sinaleiro Dançarino, são pessoas de sanidade mental confirmada, opino que, o referido sinaleiro, deve ter "dançado" nas duas posições aqui defendidas, em tempos diferentes, como muito bem diz a Xixão. Encerrado este assunto (digo eu) quero emendar a gralha do nº da escola junto à casa do Zeca Cabeças, na Vasco da Gama, detectada pelo Brincano. A escola não era a Escola 1 mas sim a Escola 7. Sem dúvida..... Aproveito esta discussão para lançar uma outra, sobre as casas onde vivemos, na nossa vivência africana.......lembram-se? 80 Pois bem, a primeira casa onde vivi, foi do lado esquerdo da Ilha de Luanda, depois da Ermelinda. Era a última casa ,até terem construido uma mais , que foi levada pelas calemas pouco tempo depois de a terem acabado de construir.Ainda novinha em folha!!!!! Era um verdadeiro paraíso viver ali. Contra-costa à frente, Baía atrás. O perigo vinha dos coqueiros que largavam o coco sem aviso prévio....havia que ter muito cuidado....era uma pedrada e peras!!!!! Casas de pescadores, alinhavam-se atrás da minha, alternando com casas de boa construção, viradas para a baía e fortaleza. Uma estrada de terra batida fazia a ligação, passando junto à baía, e voltando ao asfalto da rua da Ermelinda. A Ermelinda nos anos 50, casa enorme ,de enorme varanda colonial, toda em madeira e pintada de verde, era onde se encontravam os gestores dos anos 50, sobretudo estrangeiros, entornando as cervejaas e os whiskies com muito gelo, numa tentativa de acalmar o calor que se fazia sentir Tinha três anos de idade e o meu irmão 18 meses,quando fomos morar para essa casa. Cedo, cedo, aprendemos a nadar.Cedo, cedo, começamos a frequentar o Nuno Álvares e cedo , cedo, começamos a ser fotografados na praia, por um velhote que naquele tempo corria as praias ali da Restinga, de máquina fotográfica na mão, fotografando crianças....alguém se lembra dele? Senhor Valdemar, não era???? Bom, fico por aqui, pela primeira casa. A da Ilha de Luanda..... ZP 06 September 2007 03:31 PM guest_odete515 Boa tarde a todos Está uma tarde magnifica e eu em casa com uma gripe «de caixão á cova» !!! Bem mas o que motivou a minha intervenção foi a alusão do Zé Penha ao fotógrafo que deambulava pelas praias tirando fotografias aqui e ali.... As fotos que eu coloquei nas figuras foram tiradas por ele.Também tenho uma minha com 14 anos, sentada em cima das rochas.... Era o Sr.Baldaia ! Tenho a sua figura bem presente, um individuo alto, bem apresentado e sempre com a sua máquina fotográfica pronta a disparar! Quanto á Ermelinda lembro-me que o meu Pai e seus amigos/vendedores eram frequentadores deste estabelecimento nocturno. Encontrei até, fotos das jantaradas que eles faziam. Divertiam-se á grande Zé Penha nesse grupo eu acho que tb. estava o Vieira Barros.Eram genuinamente portugueses...... Muito mais tarde no fim dos anos 60, principios da década 70, estava lá um espectáculo com uma streep-tease brasileira com qualidade. Nos anos 1952/3/4, cheguei a fazer praia com a minha mãe e irmãos ali junto á Ermelinda, em frente á entrada da ilha existia uma escadaria e tb. lá fazíamos praia, bem como nesse lado da ilha mas na baia-Ainda não se falava em poluição! A minha 1ª casa foi na Rua Neves Ferreira perto do Largo Serpa Pinto, por cima do estabelecimento dos Silvas que tomaram de trespasse em Janeiro de 1952,os Armazéns Vilares. Os dois 1ºs anos andei no Colégio das Madres e ia tomar o machimbombo á Mutamba que ainda era um grande largo de terra batida(?) E, tb passava por lá o Sr. Padre Julio que nos dava «santinhos»......... A memória ás vezes é imprecisa Saudaçõea a todos Odete 06 September 2007 04:43 PM guest_ZePenha Odete Baldaia, era esse mesmo o nome do velho fotógrafo.... Eu tinha as minhas dúvidas sobre o nome Valdemar, por isso as interrogações que lá coloquei !!!!! A estrangeirada frequentadora do Ermelinda, nos anos 50, era uma trupe que vim a conhecer quando cresci, em casa do meu sogro, Gerrit Houtman, ligados à Casa Holandesa, Shipping, consulados etc etc.... Mas tens toda a razão quando dizes que o meu tio Vieira Barros também era dos frequentadores assíduos de esplanada verde.A caminho de casa da irmã, minha mãe, passava por lá para encontrar os amigos , fazer negócios, arranjar carga para os navios, etc etc 81 Boas recordações ZP 06 September 2007 05:28 PM guest_Joaoventura2 Zé Embora mais novo do que tu, lembro-me muito bem da Ermelinda.Penso que era Algarvia.Ia muitas vezes almoçar lá com o meu Pai,com o Zé Farinha Leitão, com o Emidio Coreia Guedes e mais outros. Quando acabava o almoço o meu Pai mandava a mim e á minha irmã Baducha ir brincar para a praia para não o chatearmos mais. Eram velhos e bons tempos. Mais tarde no seu lugar apareceu o famoso TAMAR, que hoje em dia está completamente destruido. Um abraço João 06 September 2007 06:12 PM guest_gonçalves-travanca Para todo o meu Povo Aqui ficam duas dicas (só para vos meter inveja) 1ª - Tinha eu a provecta idade de 7 (sete) anos, corria então o ano de 1943. De viagem, com a Família, do Lobito para Nova Lisboa, uma das pernoitas, foi no Balombo. Após o jantar, quando se cruzavam as conversas, trocando recados de todos os cantos, o meu Pai, voltou-se para a restante Família, e disse: - Aquele Senhor, ali ao fundo, é um grande Poeta. Chama-se Tomás Vieira da Cruz. 2ª - Bolos, pasteis, daqui e dacolá. Mas, meus amigos: os pãezinhos com chouriço, feitos ns cantina do próprio LNSC, e que eram vendidos no intervalo das 10 horas? Umgrande abraço do António Travanca 06 September 2007 11:46 PM guest_ZePenha Hummmm....pãozinho com chouriço, ao ler agora mesmo à hora do almoço....hummmmm....dá cá uma larica!!!!!! A segunda casa: -A segunda casa, depois de sairmos da casa ao pé da Ermelinda, foi na Calçada de Santo António. A calçada de Sto António, era uma rua que subia ingreme, da Praça D. Afonso Henriques, até ao Palácio do Governador. Um dos cruzamentos dessa rua, dava acesso à Emissora Católica. Aí, bem ao lado da casa das Guimarães, cujo pai, suponho, era um dos administradores da Diamang, vivi momentos inesquecíveis, assistindo aos jogos dos coqueiros gratuitamente e de palanque. Foi nessa casa que nasceu a minha irmã, em 1950. Foi nessa casa, devido à enorme rampa que tinha logo ao sair da porta, que parti a perna direita, numa queda de patins. Foi também nessa casa, e logo após a nossa instalação na mesma, e enquanto os caixotes que haviam embalado as mobílias na mudança estavam ainda no quintal, que, sentado num deles, respondi à chamada do meu pai depressa demais, e um prego de um dos caixotes me rasgou os testículos.Quase me capava e a história da minha vida teria forçosamente sido bem diferente!!!!! Tinhamos vizinhos. Não me lembro deles, contudo recordo que um deles tinha um pequeno jacaré na banheira aguardando por alguma negociata que com ele ia fazer. O homem era caçador e recebia encomendas de animais selvagens para jardins zoológicos em várias partes do globo e por vezes, por dois ou três dias, ou mais, não me lembro,os animais ficavam por ali enjaulados, aguardando o seguimento conveniente. Não me lembro de amigos por essas bandas..... 82 Ainda não tinha entrado para a escola, só no ano seguinte isso aconteceu.Sim... em 1951 é que entrei para o Colégio Académico, da Maria Angélica e do Professor Teixeira.O tal das corridas de bicicleta.....quando o nosso comportamento não estava à altura das exigências do Colégio, enfiava as nossas cabeças entre as pernas dele e batia-nos com a palmatória no rabo. Esperneavamo-nos como se estivessemos a andar de bicicleta. Por isso o nome....corrida de bicicleta. Sobre a terceira casa escreverei depois de vir de banhos do sul. Até ao dia 16 de Setembro. Fiquem bem Um abraço a todos ZP 07 September 2007 12:31 PM guest_Belard6 No se a que años se refieren pero creo Que gran parte de Ustedes son menores que yo. Yo nasci en 1939 en el Beco do Couto, en Luanda. Apuesto a que no saben adonde queda! En 1941 fui vivir para la isla cerca da Ermelinda. Ahi vivia la Sra. Emilia Monserrat, dueña del hotel Avenida, con sus hijos Marito y Maria Luisa, vivia la Familia Rolando da Fonseca, (me acuerdo que el hijo mayor se llamaba Carlos). Ahy en ese medio vivimos hasta 1946, cuando fuimos para Lobito. Cuanto al Cafe Academica, yo soy de sus principios. Ahy ya unos 3 o 4 años mas tarde haciamos nuestras tertulias y tomabamos el vino, por el pico de un enema (se me acuerdo en Portugues lo llamabamos clister?). hay mil recuerdos mas que oportunamente enviare. Anexo 4 Fotos del recuerdo. A de los topografos para el amigo Travanca. Gaby posiblemente tu no lo sabes pero conociste al celebre comandante Onambwe, ya que el iba casi todas las tardes estudiar en mi casa, cuando eramos vecxinos en la Artur Torres. Mil abrazos para todos. Ah y sobre el Siñalero, estoy con Gaby yo me acuerdo de el, por los años 61-62, en el cruce de Maianga. 07 September 2007 01:16 PM guest_gonçalves-travanca Belard Pero , hombre!!! Donde estan las fotos??? Salud. (e esta?) Um abraço .Travanca 07 September 2007 01:53 PM guest_Joaoventura2 Zé O teu vizinho da frente era o Dr. Silvio Guimarães, nº1(em Angola) da Companhia dos Diamantes,e era Pai da Tété e da Olginha.Davam grandes festas nessa casa aonde tive o prazer de ser convidado. Ele há pouco tempo ainda estava vivo, embora muito velho e cego. Esqueci-me na ultima mensagem que te enviei de mencionar mais algumas personagens que tambem almoçavam ao domingo na Ermelinda, o pai Sá Carneiro, o Dr. Videira e o Dr. Migel Neponuceno(a ementa muitas vezez eram carapaus limados e peixinhos da horta). Um abraço João Ps: Como vão as nossas DUPONTS? 07 September 2007 04:01 PM guest_ZePenha JOÃO TAMBÉM FUI A FARRAS NA CASA DAS MANAS GUIMARÃES, MAS, MUITO DEPOIS, JÁ NO INÍCIO DOS ANOS 60. Tudo a preceito com beija mão e tudo ehehehehe Belard Fui viver para a ala esquerda da Ilha de Luanda em 1947 e acho que dizes bem, quando dizes que o Rolando da Fonseca também lá morava. Creio ter lembranças de ouvir isso dos meus pais....aliás, o Rolando da Fonseca, foi nosso vizinho aí na Ilha, e depois, na Antonio Enes, a av. que dava acesso ao cemitério velho e vinha do mercado Quinaxixe. Nessa av., vivi na casa onde 83 havia a modista da altura.Por cima de onde eu morei era a Madame Ruth, coceituada modista do burgo daquele tempo. Mas sobre essa casa irei falar oportunamente, pois morava por aí quando do surto da Paralisia Infantil( 1952/1953) ZP 07 September 2007 04:47 PM guest_ZePenha Ressalvo: Conceituada 07 September 2007 04:50 PM guest_Joaoventura2 Zé Estás muito esquecido!!!!!eu sou mais novo do que tu.... Ia á Ermelinda com 5 anos e ás festas das Guimarães desde 1963,um pouco mais tarde de que tu.Havia o beija mão á mãe Silvia. Já agora o dono da minha casa e a do Jorge T. Almeida(Guilherme capelo Nº 45 e 47) era o Álvaro Pacheco.Aquem o teu Pai pelos vistos mais tarde comprou. BjS e abraços joão 07 September 2007 05:26 PM guest_ZePenha João Será que estou a escrever em chinês?????ehehehehehe O que eu disse era que ia ás festas das Guimarães no princípio dos anos 60 e tu respondes que és muito mais novo que eu e ias ás festas das mesmas em 1963. Será que 1963 não é princípio dos anos 60????? Não leias em diagonal ehehehehe Um abraço ZP 07 September 2007 06:00 PM guest_carochas_2 Quem morava aí na Calçada Sto Antonio era o Helder Neto e seus dois irmãos um dos quais foi Ministro da Saúde do Governo Angolano que estudou conosco e afastado por questões homossexuais (provadas). Mais acima morava a familia Sousa Machado da Companhia Mineira do Lobito. Zecarochas 07 September 2007 07:10 PM guest_odete515 guest poster Vilela O local ideal para almoços com a familia toda e amigos.Estacionamento-ali mesmo.Parque infantil para as crianças. Avezinhas á solta e nós descansados, prolongando os almoços com conversa. Churrasco á boa maneira angolana e bacalhau na braza........ a crescer água na boca!!!!! No Vilela os almoços tinham como objectivo o convívio familiar.Lembro-me de ter almoços com 30/40 pessoas. Na Ermelinda os jantares tinham objectivos comerciais, negócios entre comerciantes e vendedores.Consolidaram uma Boa Amizade para lá de favorecerem os negócios. Abraços Odete 07 September 2007 08:21 PM guest_Eurico Simeão Neto Por acaso, somente por acaso, a mesma casa onde morou o Helder Neto e não os seus dois irmãos mas: o José António Ferreira Neto (um dos melhores engenheiros que Angola e o Salvador Correia criaram) o Jorge Augusto Ferreira Neto (meu pai) a Maria Fernanda Ferreira 84 Neto, a Maria Amélia Ferreira Neto, o Carlos Eduardo Ferreira Neto, o Helder Guilherme Ferreira Neto e o António José Ferreira Neto, repito, nessa mesma casa, nasci eu. Foi Ministro da Saúde o António José Ferreira Neto (Tony), que independentemente das suas opções sexuais, que nunca em parte alguma, para ninguém, deveriam ser motivo de discriminação. E Foi Vice Ministro dos Transportes o Carlos Eduardo Ferreira Neto. Foi um dos presos no Tarrafal e implicado no processo dos 50 em 1959, o Helder Neto, que por acaso, também somente por acaso, é Herói Nacional Angolano. E quer o Helder quer o Tony, estiveram presos (este último, após terminar o curso de medicina em Lisboa) um em Luanda e no Tarrafal e outro em Caxias. Talvez porque diversamente de outros, tiveram a coragem de assumir as suas opções políticas sem peias nem meias. Eu, pessoalmente, nascido na Calçada de Santo António na já referida casa, sou heterossexual. Mas isso não me dá o direito de catalogar ninguém, pelo facto de ser homossexual, bissexual, lésbica, ou seja lá o que fôr. Muitos nomes grandes da história mundial, tiveram opções sexuais muito próprias, e nem por isso deixaram de marcar a história do mundo, a vários níveis. É apenas uma opinião, com tanto valor como qualquer outra. Mas pelo menos, é uma opinião que não estigmatiza seja quem fôr... Eurico 07 September 2007 09:51 PM guest_xixão Zé Penha, mencionas anos em que eu não era ainda nascida. Curioso é verificar que muitos de vós foram viver para a ilha de Luanda no inicio. Isso fez-me lembrar os meus Avós maternos. Como o meu Avô era da Marinha, quando foram para Luanda, foram viver para a ilha também, dado que a Marinha dava casa na messe. Foi lá a primeira residência deles. Lembro-me da minha Avó contar que havia uma senhora que era estrangeira e que tinha um chimpanzé que andava à solta e era guloso, então costumava ir a casa dos meus Avós buscar rebuçados que a minha Avó guardava num frasco de vidro. Contava ela que entrava em casa pela porta da cozinha, quando só estava a porta com a rede mosquiteira e ia ter com ela dwe mão estendida e a apontar para o frasco.Ele metia respeito, mas não fazia mal a ninguém. Eu desde sempre me lembro de ter vivido na Vila Alice. Primeiro no Largo Feliciano Castilho, onde vivi até aos 4 anos, casa que ainda hoje existe e que está conservada. Meus vizinhos foram o Carlos Alberto Martins dos Santos, que reencontrei logo no primeiro almoço do liceu e que por coincidência nos sentámos na mesma mesa. A sua irmã, a Manuela, fazia equitação e lembro-me bem que ela ia-me buscar a cavalo e levávame consigo a passear. Mais tarde também eu fui aprender equitação com o Mestre Ribeiro da Costa. Hoje em dia, faço colecção de cavalos de fabrico artesanal, já que não faço dos verdadeiros. Também me lembro dos Guimarães que viviam mesmo em frente do outro lado do largo, e com estive tambem em dois almoços do liceu, da Mimina, da Bélinha que mais tarde casou com o Mário Nunes. Eu andei ao colo deles e mais tarde foram pessoas com quem eu não tive mais contacto. O mais incrivel é que não há muitos anos, o Mário veio fazer uma inspecção à Ag. aqui do Banco, então BPSM, onde eu trabalhava, e depois de lêr o meu nome, pergunta-me se eu não era filha da Aurora, nome da minha Mãe, se eu não era a Xixão. Fiquei espantada com a sua memória, e o meu subconsciente começou a rebobinar imagens que estavam tão longinquas. Soube que se tinham divorciado, ele e a Bélinha e que ela vive na Bélgica salvo erro. Dele soube mais tarde que se tinha reformado e disseram-me que tinha falecido. Havia na outra casa ao lado da nossa, um senhor que tinha um Fiat 600. Nós tinhamos um cágado grande que andáva solto pelo quintal e lembro-me de um dia ele passar com a roda da frente do seu Fiat por cima do animal e este ficar na mesma. Acho que o carro é que se ia virando. Mais à frente vivia a Ludovina Melão, a Tátá, como é conhecida e que foi campeã de natação, era amiga da minha irmã desde os tempos do Colégio das Madres. Hoje em dia, vive no Restelo, no prédio ao lado de uma prima minha. Sei que é médica, mas ainda não a vi. …………………….. Beijinhos a todos, mesmo aos que estão de férias Xi 07 September 2007 10:15 PM 85 guest_gonçalves-travanca Vilela!? E o frango na púcara?. E os robalos grelhados, na Mutamba? E as 0stras do Ambriz e Ambrisete? E o "saca-folha", de Santo António do Zaire? E o Cassusso com funge das Cachoeiras? "Belard, amigo. Como voy a sacar las fotos? Donde estan? Me voy a hacer click con el raton adonde?" ( vós que ledes isto, não estão impressionados com o meu castelhano? E se fosse ao vivo, e pronúncia.................... Mais abraços António Travanca 07 September 2007 10:26 PM guest_1601RENATOSANTOS1 Amigo Belard Obrigado pelas fotos. Deu para recordar. Tu, nota-se que estás mais velho... Gostei de ver o Henrique Santos, o Rui Pignatelli (que morava na Maianga) o Jaimito Monteiro, o Rau (andava na Escola especial de ginástica do Liceu, da qual também fiz parte. O Poulson, o Élio de Andrade, o Henrique Santos, o Simões Diniz, o Eduardo Nicolas, o Lucas. Tivémos uma digressão pelo Sul de Angola, que foi um sucesso. VELHOS TEMPOS... 07 September 2007 10:55 PM guest_gonçalves-travanca Amigo Belard. Agora sim. Cacei as fotos. 'brigado ué' Eu vou colocar algumas, um dia destes E agora duas de FARRAS: - Os "CARNAVAIS", de sexta a terça-feira, em casa do meu amigo ZÉCA PAULO - O programa "TONDOYO MUKINA Ó KIZOMBA". Travanca 07 September 2007 11:24 PM guest_MªTeresaMercêsMello Carissimos Amigos: Com imenso prazer tenho lido todas as vossas intervenções, que tantas recordações têm acordado na minha memória! O Vilela, é verdade, um ponto de referência no nosso tempo, para os tais almoços em família, e a célebre fotografia para a posteridade! …………. Belard: Gostei muito de ver as fotografias. Os Rolando da Fonseca de quem fala, são os Avós dum cunhado que tive e infelizmente já faleceu, o Manel Andrade, cuja Mãe, Camila, era uma das suas vizinhas na ilha! Carlos era de facto o irmão mais velho. Como o mundo é pequeno. E como a Mimi já contiu, conhecemos muito bem o Tó e Família! Há pouco tempo estive numa festa com a Bébé. Um abraço para todos, Teresa 08 September 2007 02:03 PM guest_MarinhodeBastos Tem piada Zé Penha Rodrigues. Também fiz a minha Escola Primária no Colégio Académico, que era, de resto, bem perto da minha casa, na Rua Tavares de Carvalho, junto da firma "António Paula de Carvalho", mais tarde ANPAC.Saí do Colégio Académico no Ano em que tu entraste, rumando então até ao Liceu. Lembro-me bem do casal Maria Angélica e Teixeira. Da "palmatória" dela e da "bicicleta" dele!... Curiosamente, no decurso dos quatro anos que lá andei, apenas uma vez apanhei palmatoadas. Cinco em cada mão, dadas pela Maria Angélica. Porquê? 86 Porque, numa aula de Geografia, não sabia o nome do enclave que existia (existe) na parte ocidental da Ilha de Timor : "Ocussi Ambeno" ! ...Nunca mais me esqueci !. O Colégio Académico !... Na Rua Silva Porto, quase na esquina com a Av. Brito Godins, onde começava a descida para as Ingombotas. Foram quatro anos muito curiosos na minha vida. Os primeiros quatro anos da minha vida de estudante. Um Abraço Amigo. César Marinho de Bastos. 08 September 2007 04:20 PM guest_1601RENATOSANTOS1 Amigos Zé Penha e César Também eu lá andei, com o senhor Teixeira e a D. Angélica. a propósito, vocês chegaram a andar no autocarro do Colégio? Azul escuro e com letras amarelas... e com porta lateral de correr, se não estou em erro. um abraço e bom fim de semana RENATO SANTOS 08 September 2007 04:25 PM guest_MarinhodeBastos Ora bem : já somos três !... Afinal, não fomos só Colegas no Salvador Correia ! Não, nunca andei na tal carrinha do Colégio, porque, como disse, a minha casa era pertíssimo do Colégio, daí que eu fizesse o percurso sempre a pé. Abraços. César Marinho de Bastos. 08 September 2007 06:08 PM guest_carochas_2 Renato; Agradeço que me passes as fotos recebidas do Belard e as que forem enviadas pelo "kota" Travanca. um abraço Carochas 08 September 2007 08:58 PM guest_BettaShakti1 Ora bem, seremos 4, pois também lá andei, na época morava nas Ingombotas, de saudosa memória. Muito ralei joelho andando de bicicleta , lá. 09 September 2007 05:25 PM guest_karipande Eu morei sempre antes da dipanda, no Beco da Guilherme Capelo, em frente à Sara Gouveia a florista (Eu levava quase sempre o ramo para o Restauração para o "Chá das 6", programa que via às vezes). O engraçado é que só já quando estava para deixar de por lá morar e a rumar a Coimbra, é que me lembrei de saber quem tinha sido o figurão que tinha dado o nome à rua, ao beco e à travessa. O meu barbeiro era em frente à Académica e ao lado comprava uns cigarros de seu nome Safari, que era um tabaco de papel de maioria negra, que de certa forma contrastava com o poder económico, político e judicial da minoria branca. A Académica era ao tempo o clube que eu simpatizava, pela profunda ligação da minha família a Coimbra, embora ligasse pouco ao futebol, mas gostava de ir até à sede da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra ao tempo ao fundo da ex-Brito Godins, depois av. Lenine, e hoje no novo enquadramento económico de Angola, av. Brito Lenine.Qd vim para Coimbra joguei basquetebol na Académica e fui durante um mandato presidente da secção e membro do Conselho Desportivo onde entrei curiosamente a substituir o meu ex-colega Laurentino Dias, hoje Secretário de Estado da Juventude e Desportos.Fiz parte também do Conselho Fiscal da AAC numa lista unitária (nada tem a ver com Unita) na segunda metade dos anos 70. Isto tudo vem a propósito da Académica, que curiosamente era quase vizinha dos gelados Torrão, uma família que acampava à porta do Liceu com aqueles carros brancos e vermelhos, e com alguns servos da gleba numa de paracuquistas militantes, que levavam berrida da polícia.Os Torrões não deviam ser de Alicante, mas tinham as características típicas de um sorveteiro 87 português, pois eram extremamente brancos e com as faces rosadíssimas, e o velho tinha uma camisola interior , tipo rede de pesca que escondia o liquen que o obrigava a uma enorme coçadura. Por aí morava bué de gente,como o catetense Fernando Barbeitos e outros que nunca mais vi. Havemos de voltar...às histórias desta rua! Abreijos Fernando Pereira 11 September 2007 01:46 AM guest_vberardi E lembram-se do estribilho do "Torrão de Alicante" que nós cantavamos sempre que aparecia o velho Torrão? ..."Torrão de Alicante mete-se no c... derrete-se guest_karipande Tendo sido sempre uma pessoa brilhante (não acho que haja aqui excesso de narcisismo) posso dizer que nunca fui um aluno brilhante, muito longe disso. Tive sempre necessidade de explicadores, principalmente às disciplinas onde os números andavam por perto (Só conseguia acertar as dez primeiras paginas do Palma Ferreira).Entre vários explicadores, lembro-me do Dr. Almeida que era professor no Paulo Dias, ao pé da farmácia Africana;Do Dr. Matos que era metereologista,e morava na ex-Luis de Carriço,num prédio ao lado do Liceu, e cuja esposa era professora de linguas;Do C....Fumo, em frente da Bracarense, onde o cunhado aviava uns finos, antes de dar explicações numa sala que tresandava a fumo e que tinha a roupa pendurada para não ser palmada da corda;da Madame, que foi minha professora de frances no Colégio Gil Vicente onde fiz a instrução primária(???), e que morava ali na ex-Coronel Artur de Paiva, mesmo em frente à Emaco. Sem querer fugir muito ao tema, é curioso que na toponímia de Luanda, e das outras cidades e vilórias de Angola só apareciam nomes de portugueses, e quase nenhum nascido no território (Talvez mesmo um esforço de assimilação!!!). Deixei para o fim propositadamente, a Dr. Aúrea, mãe do Cassé, esposa do insigne advogado luandense Dr. Eugénio Ferreira. Uma Senhora notável, uma explicadora excelente e acima de tudo uma pessoa que nunca mais esqueceço pelo seu carinho, pela sua capacidade de nos motivar e pelo que me ensinou em termos de formação de caracter. A outra explicadora que me marcou foi a Drª Cecília Alda Tapadinhas Nunes,morava em frente da Igreja da Sagrada Família, foi uma senhora que para além de excelente em termos pedagógicos, conseguiu subrepticiamente denunciar situações e a obrigar-nos a olhar a Luanda que vivíamos com outros olhos.Era uma senhora, que estava em Angola por razões de estigmatização política pelo que não podia dar aulas no ensino publico (como a Drª Aurea). Tinha uma casa que era decorada com um bom gosto e duma simplicidade pouco habitual na Luanda dos anos 70. Recordo que tinha um poster do Hair na parede, um de John Lennon e um de Warhol (Marilyn Monroe de oro) e outros.Era uma casa de muitas cores, de postais, fotos, óculos redondos à Lennon, candeeiros de papel, e muitos tecidos de proveniencias diversas(Ainda hoje guardo um anel com um camelo, que no contexto de Woodstock era o símbolo da perseverança, e que ela me trouxe de Amesterdão). Tinha uma casa em Lisboa na Av. Gago Coutinho, onde fui quando eu já morava em Coimbra, dois dias antes de ela ter fugido a uma prisão que a Pide se preparava para lhe fazer, por razões que dessei mas imagino, e que me disse:" Fernando, fico particularmente contente por estares aqui, pq o ambiente em Angola está irrespirável e vem aí mudanças grandes!" Disse-me isto em Setembro de 1973, a ultima vez que a vi...Nem sei se é viva, mas de facto se é viva já tem uma provecta idade! Nunca mais a esqueci, e foi com a Dra Aurea duas explicadoras que me marcaram em termos de formação como cidadão e ideológica. Abreijadamente para vos Fernando Pereira 13 September 2007 12:27 AM guest_xixão Fernando K. Junto envio uma foto da Dra Aurea que tinha no site do Colégio das Madres. Ela era uma querida e pelos vistos se calhar cruzámo-nos, eu e tu, na explicação em casa dela. 88 Só um à parte, que não lhe tira qualquer mérito como professora que foi. A Dra Aurea não era Dra. Não tinha curso superior. Foi minha professora no Colégio das Madres e colega da minha Mãe. Todas gostavamos dela, até pelo porte que tinha, sempre elegante e, também pela sua particularidade de trocar sapatos quando saía de casa a correr. Acontecia que nós lhe diziamos e ela gozava com a situação. É das professoras de quem eu tenho saudade. Quando o Eniuka o ano passado esteve aqui comigo, falámos sobre isto. A propósito, que é feito de ti, Eniuka? Beijinho Xi 13 September 2007 09:12 PM guest_xixão A professora Aurea é a primeira do lado esquerdo. Para quem andou nas Madres ainda pode vêr a Dra Emilia Santiago, professora de Fisica, que é a sexta a contar da esq, a Dra Isilda que era de desenho, à esquerda da Dra Emilia e também a Dra Elsa Cochat, a terceira a contar da esquerda e que está a olhar para a Dra Aurea, Mãe do Frederico Bagorro. Xi 13 September 2007 09:21 PM guest_ZePenha César e Renato Mea culpa por só agora responder ás vossas mensagens. Estive ausente. Alunos do Colégio Académico, cujo paradeiro eu conheço e com alguns dos quais ainda me encontro sempre que se proporciona, davam para fazer um almoço de muita gente eheheheh Do meu tempo, e dos quatro anos que lá andei, lembro-me de vários, alguns dos quais, fizeram a instrução primária lá, ao mesmo tempo que eu; fizeram o Liceu, ao mesmo tempo que eu (eu demorei mais um pouquinho!!!!) e entraram na tropa ao mesmo tempo que eu. Alguns,fazem parte do núcleo duro dos meus amigos, pois há 55 anos que não lhes perco o rasto. Entre eles, posso citar, o Lobo do Amaral, Dário Alegria, Zeca e Rui (Cabeças), Vieira Lopes (Velha), o Helge Sheeler Wolff,( andava sempre com dinheiro no bolso e pagava gelados à malta toda .Vivia na Estrada do Cacuaco). Das meninas só me lembro de duas e não sei delas há vários anos. A Maria Helena Santana Godinho e da Ana Maria da Silva Louro. A Maria Helena , a última vez que a vi, foi em 1975, na esquadra da polícia da Maianga, apresentando queixa por assalto.Haviam assaltado a casa dela e roubado entre outras coisas, as joias todas.Nessa mesma noite, eu também fui assaltado, mas por sorte, consegui agarrar o assaltante e levei-o à referida esquadra. Nesses tempos conturbados e como o assaltante ia bem aviado por mim, corri um sério risco de ele ser solto e eu ficar lá preso. Valeu-me ele trazer droga no bolso!!!!! Angola de 1975 não era para temerários, palavras do "Rosa Vermelha" ehehehehehe 17 September 2007 02:54 PM guest_karipande É-me completamente irrelevante que a Drª Aurea fosse licenciada ou não...Não me cumpria a mim pedir-lhe o certificado de habilitações!!! O que eu quis dar relevo sobre a Senhora em causa, foi fundamentalmente a S. enorme dimensão humana, aliada à sua componente pedagógica. Quero salientar também, que ela foi no dealbar da independencia, uma pessoa que deu tudo aos tempos novos da então Republica Popular de Angola, e as gerações de professores desse tempo estão-lhe enormemente agradecias. Já que se fala da Drª Aurea era bom lembrar a figura de seu marido Dr. Eugénio Ferreira, advogado, militante anti-fascista, presidente da Vértice, escritor e Presidente do Tribunal da Relação, a quem foi concedida a nacionalidade angolana, e que marcou uma geração de novos juristas angolanos. Em breve irei aqui divulgar o conjunto de obras que o Dr. Eugénio Ferreira fez publicar em vida e algumas outras que o seu filho e nosso colega Eniuka tem publicado com base no seu riquíssimo espólio, onde avultam muitas obras de clássico e neo-realistas portugueses, muitos dos quais autografados por esses autores. Por tudo que este casal deu à Angola independente, e pela forma como resistiram ao ostracismo 89 que foram votados pela sociedade colonial, merecem aqui um lugar de relevo. Abreijadamente Fernando Pereira 17 September 2007 07:10 PM guest_MimiMercêsdeMello Xixão: Na fotografia que inseriste, a 4.ª professora a contar da esquerda (vestida de branco e sentada de frente) foi minha, salvo erro de Português, no Ciclo Preparatório (D. João I, ao lado do Liceu). Eu já não me lembro do nome, mas ainda hoje sinto que a adorava! Tenho umas fotografias do 1.º ano, em que eu apareço com um grupo de Professoras, incluindo ela e a minha mãe, mas ainda não tive tempo para as scanar aqui... Seria giro, eu tinha 10 anos e apareço a declamar um poema, com ar envergonhado e a olhar para o chão, com soquetes e vestido curto... Lembro.me tão bem dessa professora! Era muito simpática, natural e activa, com um estilo muito próprio e, se não me engano, casada com um militar. Já esqueci porquê, mas fui uma vez a casa dela, era um apartamento e só me recordo de uma mesa redonda e do ambiente acolhedor. Onde estará e como? Agora fiquei a pensar nela, com simpatia e saudade! Beijinhos,Mimi 18 September 2007 03:33 PM guest_MarinhodeBastos Meus Caros Zé Penha Rodrigues e Renato Santos : O Zé Penha, na sua última mensagem, refere alguns Colegas do Colégio Académico, de entre os quais recordo e conheço o Lobo do Amaral (Janja), o Américo Vieira Lopes (Velha), o Dário Alegria, os Irmãos "Cabeça". Não os conheci no Académico, pois que, como disse ao Zé Penha, saí de lá quando ele entrou. Conheci-os, sim, mais tarde, já no Liceu. De entre os Colegas do meu tempo recordo os Irmãos Steiger Garção (o Adolfo e o Zé Luís), os Irmãos Machaz, o Cardina, o Carlos Alberto Ramos de Albuquerque, o Onofre Martins dos Santos e a sua Irmã Carolina, a Maria Judith Pereira Chaves (Midith), o Bastos Moura, os Irmãos Manso Gigante, a Renata Rosemberg (Alemã), a Maria Aurélia Soares Moutinho Ventura, a Cecília Carlota Passos Costa e outros cujos nomes não retenho já, de entre os quais destaco um, muito meu amigo, que era filho do então Cônsul da Bélgica em Luanda. -(Curiosamente não sou capaz de me lembrar do seu nome!...). Acredito e admito que alguns destes nomes pouco ou nada vos dirão, dado o desfazamento no tempo, por um lado e, por outro, porque alguns deles tomaram rumos diferentes, tais como o filho do Cônsul da Bélgica que, em dada altura, regressou ao seu País. Tenho mesmo uma fotografia tirada, a certa altura, junto à fachada do Colégio, com todos os Alunos na qual está, também, inevitavelmente, o Professor Teixeira!... E quanto ao Colégio Académico, poucas mais recordações tenho de interesse, embora me lembre, obviamente, de toda aquela vivência. Até um próximo contacto, um Abraço Amigo do César Marinho de Bastos. 21 September 2007 07:13 PM guest_ZePenha César Lembro-me de todos os que referes, especialmente do Machaz e dos Steiger..... Trouxeste-me à memória nomes que já não estavam no consciente. Para isso tem servido e de que maneira este site. Vi-os em projecção cerebral, há muitos anos atrás, no Liceu, nas conversas à entrada, no esperar das miúdas à saída, nas brincadeiras da ESTÁTUA, que nos punham as costas numa lástima, sobretudo quando o Leão jogava.Vi-os a assistir aos nossos jogos de hoquei, puxando pelo manos Seabra e pelo Trindade. Vi-os aclamando o Espirito Santo na baliza de andebol.Vi-os encentivando o Nicola, o Maurício, grandes andebolistas,(o Nicola era bom em todos os desportos) e puxando pelo Rau na "porrada" contra a Industrial.Vi-os puxando os pelos do peito do Diniz, judiando por ser tão peludo.Vi-os de bata branca, a bata que usavam os do 3º ciclo da alínea F, quando tinham trabalhos de laboratório, e que quando eu a vestia, sentia-me logo, quase engenheiro....e as miúdas diziam que nos ficava bem......hummmm..... Em suma, recordei bué de coisas do nosso Liceu..... Um abraço 90 ZP 22 September 2007 03:38 PM guest_ZePenha César Ao reler o teu texto vieram-me outras memórias que não tenho a certeza de estarem correctas. Os Manso Gigante (dois irmãos e uma irmã) viviam no Bairro do Cruzeiro?Eram filhos de um Juiz e a mãe morreu num acidente de automóvel na Samba? Eu tenho a ideia que eram altos para a média de altura dos miúdos daquele tempo e que seriam muito morenos, ou eventualmente indianos. Não estou bem certo!!!!! Se são esses, também em projecção cerebral estou a ver a cara de um deles. São muitos anos para lembrar de tudo!!!! ZP 22 September 2007 03:47 PM guest_xixão Tépont É tão agradável ler o que vocês escrevem, e principalmente vêr o reencontro das pessoas amigas. Olha que tenho mostrado aquela foto que me deste daquele teu colega do colégio onde andaste, mas ainda não consegui que alguém me dissesse que conhecia a pessoa em questão. Mas ainda o hei-de encontrar. Beijos Xi 23 September 2007 01:47 AM guest_MarinhodeBastos Meu Caro Zé Penha : Gostei de saber que te trouxe à memória diversos nomes que tu bem conheceste. O que está para trás é, efectivamente, um "mundo". As nossas infância e juventude retêm inúmeras recordações (algumas delas na zona do subconsciente)- que enchem e preenchem, de uma forma muito rica, os nossos conteúdos humanos. Dizes-me que te lembras dos Irmãos Manso Gigante. Devo dizer-te que já não tenho presente os pormenores que referes, designadamente o facto de a sua Mãe ter morrido num acidente de automóvel na Samba. Admito, no entanto, que esses pormenores estejam correctos. -(Recordo, a propósito, que os Irmãos Montenegro, também Alunos do Liceu Salvador Correia, perderam a Mãe igualmente num acidente de automóvel). Mas quanto aos Manso Gigante há pormenores que eu confirmo, porque estão ainda presentes na minha memória : eram altos, comparativamente com a média geral de alturas de então, e eram, de facto, muito morenos. Tal como dizes, não sei se, eventualmente, teriam ascendência indiana. Penso que te lembras também do Onofre Martins dos Santos, de quem te falei. O Onofre e eu fomos sempre grandes amigos, a casa de quem eu ia com muita frequência e ele à minha também. Onofre António Alves Martins dos Santos, de seu nome completo. O seu Pai era Despachante Oficial. Nos Anos 60 e 70 era mesmo Presidente da Câmara dos Despachantes. Foi também grande impulsionador do Clube Nun'Álvares, em cuja piscina dei saborosos mergulhos. Perdi o contacto do Onofre, não obstante saber, por alto, do seu percurso político, tendo mesmo, na minha modesta biblioteca, um livro seu em que narra a sua experiência vivida. E que dizer da "ESTÁTUA", que nos deixavam as costas numa lástima e as dos outros, as quais, nós próprios, deixávamos também numa lástima ! ... . E que dizer do Rau, o "testa de ferro" nas "porradas" contra a Industrial ! ... E que dizer do Trindade - (mais tarde BCA)- e dos Irmãos Seabra -(o Júlio e o Zé Manel)- da Selecção de Hóquei do Liceu ! Antes dessa Selecção houve um "Dream Teame" composto pelo Hugo Manuel Mocho de Carvalho, na baliza, o Zito (Joaquim Jorge), o Sousa Vales (que tinha uma pequena viatura apenas com três rodas), o Nanico (cujo nome já não me lembro) e um outro, se calhar o melhor deles todos, cujo nome a minha memória teima em não me revelar... . Lembro-me que, num Sábado, essa Selecção de Sonho conseguiu derrotar, no célebre recinto de hóquei do Liceu, a equipa do então Ferrovia, que tinha sido esse ano, Campeão de Angola. Bem, meu Caro Zé Penha : Por aqui me fico, por agora. Um Abraço. César. 23 September 2007 07:23 PM 91 guest_carochas_2 ZP e MB Três nomes mais da célebre equipa de óquei: Os manos Matos Coelho (Mário Julio e Toninho) e o Hurtado da Silva. Um abraço Zecarochas 23 September 2007 07:31 PM guest_Belard6 Te falto el principal! SUCENA. 23 September 2007 09:25 PM guest_odete515 Sem qualquer pretenciosismo, sinto-me satisfeita porque com a minha intervenção, originei o despoletar de tantas recordações que estavam no vosso subconsciente.É muito gratificante! Tenho-me deliciado com o que tenho lido..... Do meu tempo não anda ninguém que eu conheça pessoalmente, pelos fios a que tenho acedido......com muita pena minha. Pedro Ogando Agora que me parece que já estás instalado, gostava que me dissesses se te lembras de nós.Pelo menos dos meus irmãos porque seriam da vossa idade. Viste as 2 fotos que eu coloquei em Figuras? Lembras-te delas ? És tu e qual é o teu outro irmão? Na altura 1954/55 havia em tua casa um bébé ? É que tenho essa ideia. Já que a minha intervenção foi para confirmar se eras o sobrinho da Drª Alice Ogando, gostava de saber noticias dela e de teus pais. Estava com algumas duvidas mas, de repente lembrei-me que foi minha professora de Português.Até me lembro de nos ter mandado fazer uma composição sobre o imbondeiro e foi quem mais consultou livros na biblioteca..... Se quiseres, uma vez que parece teres dificuldade em aceder ao fio, responde-me para [email protected] . Abraços para todos e, continuem a escrever no fio as recordações que vão despoletando...... Odete 23 September 2007 09:37 PM guest_carochas_2 Belard: Como estás por aí? Tenho um dos teus mails pendente e espero responder-te esta semana. Epá tens toda a razão faltou-me o "miudo" Sucena que foi no nosso tempo e tambem um grande jogador de futebol pelo liceu e Sporting Clube de Luanda. Um abraço Carochas 24 September 2007 12:28 AM guest_ZePenha Xixão/César/Carochas/Belard Continuo à espera que a minha amiga Dupond descubra o Freitas que foi meu colega no Colégio das Caldinhas, em Santo Tirso e que é Ilhéu como tu..... É claro que sim, César, lembro-me muito bem do Onofre e tenho estado com ele, todos os anos, na sardinhada anual que o Américo Vieira Lopes, proporciona a alguns amigos.Tenho estado com ele e com o Serra Coelho, engenheiro da Camara de Cascais, que, como o Onofre, também publicou um livro há pouco mais de dois anos. O Onofre está optimo.Facilmente reconhecível apesar de estar com mais 45 anos desde os tempos de Liceu.Se quiseres o seu contacto posso envia-lo para o teu mail. Os Matos Coelho, é como dizes Carochas, eram realmente icons do hoquei, bem como o Sucena lembrado pelo Belard. Aliás, Belard, eu não me lembro de ti, mas sábado passado, em jantar em casa do Carlos Soares, estava lá um amigo comum que me prometeu enviar uma foto onde tu lá estás.O amigo comum que se lembra bem de ti é o Rui Lopo.Vou aguardar pela foto e caso ela venha, envia-la-ei para ti. O Sousa Valles e o seu carro em forma de ovo e com três rodas....se me lembro!!!! 92 Foi dos primeiros alunos de Liceu a ter carro próprio e só isso já era suficiente para o tornar um icon. Acrescentado à habilidade no hoquei, quem andando no Liceu poderia não o conhecer???? O Sousa Valles do Isetta e/ou BMW, era bem mais velho que eu.Eu sou da idade do irmão, o mais novo, também jogador de hoquei do Liceu,que foi até meu camarada na tropa.... o Zé Sousa Valles....que foi a seu tempo, o Aspirante a Oficial Meliciano mais antigo do exercito portugues....tantas porradas levou na tropa que nunca era promovido!!!!Acho que acabou passando à disponibilidade sem nunca ter chegado a Alferes.....ehehehehe Recordando.... Um abraço ZP 24 September 2007 11:42 AM guest_carochas_2 Ze Penha: Epá, a memoria por vezes entra em gaguês e não ocorre no momento em que é precisa. Recordeime de 3 irmãos oquistas, verdadeiros icones, esses do nosso tempo e cujo paradeiro actual desconheço: os manos Paiva (Agnelo, Rogério e João) filhos de um jornalista do Diário de Luanda. O Agnelo vi-o há uns dez anos no Rossio e estava reformado da Banca. O João creio que era o Guarda redes. Vou ver se te mando a fotografia que o Belard enviou há dias. Um abraço Carochas 24 September 2007 12:16 PM guest_ZePenhaCarochas Recebi as fotos do Belard que me mandaste, que te agradeço.Entretanto, o próprio Belard, enviou-me uma foto dele com o Rui Lopo, julgo que no D. João II. Seguramente que não me lembro dele do Liceu.Cinco anos de diferença são muitos anos quando se é miúdo. Desta vez sou eu o candengue Um abraço ZP 24 September 2007 05:33 PM guest_carochas_2 Ele em 1954 era do 2º F e creio ter entrado comigo ao mesmo tempo do Rui Lopo no liceu. Um abraço Carochas 24 September 2007 07:33 PM guest_MarinhodeBastos Meu Caro Carochas : Fui grande Amigo do Agnelo. Agnelo Henrique Teles da Silva de Castro Paiva, de seu nome completo. ...Como eu me lembro destes nomes todos!... O Pai deles, também Agnelo, foi Colega e grande Amigo do meu Pai no Liceu Salvador Correia, quando ainda tinha as suas instalações na então Av. Álvaro Ferreira -(vulgo Avenida do Hospital). O Agnelo Paiva Pai foi, com efeito, um grande profissional do jornalismo, dessa feita, no então "Diário de Luanda". O Agnelo Henrique, o mais velho dos três Irmãos, foi, de facto, um bom Amigo que eu tive. De entre outros. E tantos que eles eram, não eram demais!... Tal como muitos, não mais soube do Agnelo Henrique. Um Abraço. César. 24 September 2007 11:46 PM guest_MarinhodeBastos Pois é!... O Sousa Valles com o seu carro em forma de ovo e com três rodas!... Quem, na mesma altura, não o conhecia!... Curiosamente, nunca mais soube dele. Estive com ele uma vez em Lisboa, no fim da década de 50, numa deslocação esporádica que nessa altura tive juntamente 93 com os meus Pais, eu ainda em fase liceal e ele já com o Liceu concluído. Depois disso, como disse, nunca mais o vi. Meu Caro Zé Penha : Não sabia que tens tido contactos com o Onofre. Ainda bem que assim é. E assim sendo e dada a Amizade que sempre houve entre nós, até certa altura, gostava muito que me facultasses o seu mail, por forma a reencontrá-lo e, se ele assim o quiser -(estou certo que sim)- , retomar o nosso contacto e o nosso companheirismo. Para já, um Abraço Amigo do César. 25 September 2007 01:01 AM guest_MarinhodeBastos Pois é, meu Caro Zé Penha : O Sousa Valles e o seu carro em forma de ovo com três rodas !... Quem, nessa altura, não o conheceu !... Nunca mais soube dele. Estive uma vez com ele em Lisboa, meteoricamente, no fim da década de 50, a quando de uma deslocação que aqui fiz com os meus Pais. Eu ainda em fase liceal e ele já com o Liceu concluído. Depois disso, nunca mais o vi. Não sabia que tens tido contactos com o Onofre. Ainda bem que assim é. Sendo assim e tendo em atenção a Amizade que houve entre nós, até certa altura, gostava muito que me facultasses o seu endereço electrónico, for forma a que, se ele assim o entender, possa de novo reencontrá-lo e, quando possível, dar-lhe um Abraço, em nome do nosso antigo companheirismo. Um Abraço. César 25 September 2007 02:42 AM guest_gonçalves-travanca Belard. Enviei para o teu hotmail.com, umas fotografias, já há bastante tempo. Informa se as recebeste. Um abraço Travanca 25 September 2007 10:02 AM guest_carochas_2 Caro Marinho de Bastos: Hoje fui até Setubal onde, para alem de comer uma peixada à moda da terra e que me caiu bem foi para almoçar em companhia do Ze Carlos Leitão de Bastos (Chefe) e o Cuco Rosa este ultimo já o não via há mais de 45 anos. Ao repasto outras figuras tipicas da minha Luanda aquela que eu vivi na minha juventude e deambulamdo há muito por estas terras metropolitanas se juntaram, uma das quais o irmão do "Leão- semilha" (Luis Gonçalves que acabado de chegar de Portugal se apresentou naquele tempo no Liceu de casaco, colete e calças "a regar" com uma temperatura de 30 graus. Isto para te dizer que à lista dos oquistas há a acrescentar mais dois nomes: o próprio Zé Carlos (Chefe) que por coincidencia tambem era guarda redes de futebol do Liceu e...espante-se...o Mário Lino actual ministro da Construção do Governo Português. Um abraço Zé carochas PS- De regresso a casa casa, recebo um telefonema de Setubal do Inocencio Francisco Mauricio (O PIERNAS) que está ali de passagem. Para refrescar a tua memória, ficou com essa alcunha de PIERNAS por ter sido atropelado dentro do Liceu pelo Pinguim com a bicibleta do Caveira (Humberto que foi Governador do Banco de Angola) tendo ficado com a perna fracturada. A partir desse acidente ficou proibida a circulação de bicicletas dentro do Liceu. 25 September 2007 09:06 PM guest_MarinhodeBastos Caro Amigo : Acabo de ler a tua mensagem. Pois é! Fui um grande companheiro do Cuco Rosa. A última vez que o vi foi em fins de 1962, altura em que entrou para a Academia Militar e eu a acabar o C.O.M.. Depois disso nunca mais o vi. Lembro-me também do resto da malta de que falas. Tudo boa gente. 94 Vai contactando. Um Abraço. César Marinho de Bastos. 26 September 2007 01:43 AM guest_ZePenha César Para o teu mail, o mail que dás aqui no site no teu perfil, enviei os contactos do Onofre. O telefone de casa e o telemóvel. Bom reencontro. ZP 26 September 2007 02:40 PM guest_ZePenha Carochas Os manos Paiva, nunca mais os vi desde 75.Nem notícias tive deles. Dava-me mais com o Agnelo. Mas tens razão sobre a habilidade que tinham no hoquei. Foram várias épocas de ouro no hoquei do nosso Liceu. Épocas de ouro do hoquei nacional. Lembro-me de ouvir todos os jogos da nossa selecção por uma "galena" feita por nós, com o que haviamos aprendido em Fisico-Quimicas. Apesar de já não termos a mesma qualidade que tinhamos, os jogos do Mundial de Hoquei, vejoos todos, sempre que posso, embora com menos alegria que nesses tempos em que eramos mesmo bons!!!!! ZP 26 September 2007 03:03 PM guest_crisbel188 Metendo-me nas conversas do site, informo que o Agnelo Paiva está de saúde, vive entre Lisboa e o Algarve, o pai dele faleceu, e o contacto dele para quem estiver interessado é Cumprimentos, Anita Neves 27 September 2007 09:41 AM guest_Belard6 Anita Neves Perdoname molestarte, pero fue colega de liceo, vecino (moraba en la casa al lado del Cine Restauracion), muy amigo de toda la Familia, su Papa era compañero de parranda del mio, yo vivo en Venezuela y quiero llamarlo. Por eso te pido que me aclares si el codigo es el de Lisboa, o de otra ciudad? Gracias por tu atencion y mil Felicidades para ti y tus seres Queridos. Belard 28 September 2007 03:44 AM guest_Piti1944 Zé Penha, o carro do Sousa Valles era um Messerschmidt... Pitigrili 28 September 2007 04:34 AM guest_ZePenha Anita Obrigada pela informação. Agora que tenho o contacto dele, não vai escapar de aparecer ao próximo Encontro dos Antigos Alunos do Salvador Correia, que é costume realizar-se em Maio, que começa com uma almoçarada, dança, jantarada e bar aberto Piti Pode muito bem ser essa a marca do carro do Sousa Valles.Reconversão da fábrica de aviões da 2ª Grande Guerra. Sei que existia essa marca com viaturas tipo ovo e mais as outras duas que referi (Isetta e BMW). 95 Lembro-me perfeitamente do carro, mas realmente da marca não me lembrava e por isso dei as duas opções mais conhecidas desse modelo de viatura, dessa época. Obrigado ZP 28 September 2007 09:56 AM guest_One_o_six106 Reconversão da fábrica de aviões da 2ª Grande Guerra. Sei que existia essa marca com viaturas tipo ovo e mais as outras duas que referi (Isetta e BMW)<<< Ver http://en.wikipedia.org/wiki/Messerschmitt_Kabinenroller a esse respeito. 28 September 2007 10:21 AM guest_carochas_2 Anita: Um beijinho de agradecimentos pelo nr. de telefone. Penha/Belard Um minuto depois de receber o nr. do telefone contactei com o Agnelo. Está bom e informou-me que os três manos estão reformados da Banca. Vive dividido por Lisboa e Algarve o Rogério está no Algarve e o João vivendo na Reboleira/Lisboa. Para o Belard liga para o 00-351-965794018. Um abraço para todos. Zé Carochas 28 September 2007 11:53 AM guest_ZePenha 106 Obrigado companheiro. É esse mesmo que o Sousa Valles tinha... A versão três rodas. ZP Carochas Bem que a Anita dizia que o Agnelo estava a viver entre o Algarve e Lisboa.ehehehe ZP 28 September 2007 02:12 PM guest_1601RENATOSANTOS1 Amigo Zé Penha O carro do Sousa Vales, tinha realmente três rodas, era azul claro e a entrada era pela frente. Abria-se a porta e o volante vinha agarrado à porta. Se quizeres a morada do Rogério Paiva, meu colega do BCA, (aliás o Agnelo e o João também o eram) eu mando-ta. Bom fim de semana, para ti e para os teus. um abraço 28 September 2007 03:15 PM guest_ZePenha Renato Santos Obrigado companheiro. Manda para a minha caixa de correio. Próximo Maio vou alicia-los para virem ao Encontro Anual da malta do Liceu.. Bom fim de semana ZP 28 September 2007 03:22 PM guest_Piti1944 Aí vão duas fotos. A entrada não era pela frente: a capota de plexyglass abria toda para um dos lados. Era de dois lugares, um à frente do outro, e não tinha volante mas sim um guiador como uma moto 29 September 2007 02:58 AM 96 guest_1601RENATOSANTOS1 Amigo Manuel Ferreira Tens toda a razão. É este mesmo, o carro do Sousa Vales. Eu fiz confusão com um carro de um amigo meu, também de Luanda. Este até tinha quatro rodas, mas o eixo trazeiro era mais estreito. As minhas desculpas, pela minha informação anterior. um abraço, Manel RENATO 29 September 2007 08:45 AM guest_Isac_Trocado_Marques Caros amigos Vou confundir um pouco mais a discussão; não sei se o Sousa Valles tinha ou não carro enquanto no Salvador Correia, nem sei mesmo se fomos comtemporâneos 1955-1963). Quando mais tarde (1963) foi meu colega nos EGUA, tinha, se não me engano, um BMW 600, um derivado do BMW-Isetta mas um pouco maior ( 4 lugares ) . A entrada para os lugares de frente era por porta frontal. Isac 29 September 2007 11:25 AM guest_ZePenha Isac O Sousa Valles mais velho é muito mais velho que nós.Não me devo enganar muito se disser que é jovem para os 71 anos, hoje. É neste momento, um dos organizadores da festa a realizar dia 6 de Outubro próximo, dos Antigos Estudantes dos Estudos Gerais Universitários de Luanda. Não estou bem certo mas acho que eu andava no 3ºC, na turma do Nicola Berardinelli ,José Alexandre Simões Diniz, Formosinho, Carlos Blanco, etc etc,quando ele andava pelo 7º ano (depois de vários chumbos) ou então com alguma cadeira pendurada do 7º, pois se bem me lembro ele é mais velho que o Carlos Cruz, Helder de Sousa (rato) Simões , Betuca, Rodrigues (cagadinho das moscas e irmão da Mimi Rodrigues)Nessa altura, lembro-me de ele ir para o Liceu no tal falado carro, que com algumas ajudas, chegamos à conclusão que eventualmente seria o Messerschemidt. Se eu o apanhei no Liceu, tu também lá andavas na mesma altura. Foi teu contemporâneo na certa... Um abraço ZP 29 September 2007 01:12 PM guest_FernandoCarranca Mano Zé, Conheço esses muadiés todos, mas como são bué mais velhos... deixa-me ficar caladinho... ! Tenho é a ideia de que o tal carro tinha, não uma mas, duas rodas traseiras, bem juntas, certo? A memória aviva-se com as memórias dos outros... e, assim, bem me lembro do Henrique Simões, do Cuco Rosa e do Lucas... e de tantos outros. Um abraço para ti e para todos, Isac, Agnelo Paiva e irmãos incluídos. Fernando Carranca 29 September 2007 04:02 PM guest_ZePenha Mano Fernando de Coura Acho que tinha só uma roda atrás. Eu falo do 1º carro que ele teve, ainda aluno do Liceu. Não me digam que vou ter de ir ao Restelo, junto ao antigo Ministério do Ultramar, a casa do Lito Sousa Valles, perguntar-lhe sobre o carro que teve há 50 anos atrás. ehehehehe Chibera....lembram-se deste nome? A firma do pai do Sousa Valles???? Puxa, o que vai para aqui de velhadas!!!! Olha, se alguém entrar por aqui , a dizer que estamos a baixar o nível da conversa por se centrar na dúvida "importantíssima" se o carro tinha 3 ou 4 rodas, vou ter de lhe dar razão!!!! Encontramo-nos a 20 de Outubro??? Um abraço 97 ZP 29 September 2007 05:42 PM guest_xixão Zézinho Quantos nomes eu tenho recordado, porque alguns me lembro por causa dos meus tios, que também foram estudantes do liceu. O Sousa Valles foi colega da minha tia Delfina Antunes (Neca) e por isso terá 70 anos. Um beijo para ti e Ritinha Xi (que há dia 20.10?) 29 September 2007 06:46 PM guest_Piti1944 Olá Isac, Tens razão. O Sousa Valles é o mesmo que andou connosco nos EGUA. Na altura tinha um Fiat 600 branco, sei porque costumava aponhar boleia com ele... Piti 30 September 2007 08:45 PM guest_Cunha8510 Zé Penha, Desculpe a intrumissão, mas penso que será mais velho que eu vou fazer( se Deus quizer), 58 no próximo dia 13. Vem a propósito ter lido que andou no Instituto Nun'Alvres em Santo Tirso (Caldinhas)!...Eu também. O mundo é na verdade bem pequeno. Os meus pais mandaram-me para lá em 1962 a iniciar o 2º ano do liceu; fiz o 1º no Salvador Correia. Lembo-me que "chorei baba e ranho de todo o tamanho", quando embarquei para cá no Vera Cruz, acompanhado pelo meu avô paterno Cunha (da Ourivesaria Cunha em Luanda). Quando cheguei aquela prisão, fiquei um pouco mais animado, pois tinha a companhia alguma malta de Luanda, entre outros o Xana Portugal, que penso ainda esteja a voar no Congo Kinchaza. Sou do tempo dos dois filhos do ex-pres. Mobutu (mais velhos) e que jogavam muito bem à bola, bem como do Baía (outro craque) e, saí 2 anos depois, cheio de arroz com arroz, missas, e correspondencia sempre violada, pelo "Dinamite"-padre Sub. Mas no fim de tudo ficam as saudades das partidas feitas aos perfeitos. Lembra-se do falecido irmão Leite, da 5ª divisão?(grande Homem)!... Já agora, gostaria de deixar como sugestão (se assim os colegas o entenderem), que mantenhamos este tema "Café Académica", para relembrar factos e colegas, como inicialmente apareceu, pois é bastante interessante que exista com esse fim, pois para outro tipo de assuntos, já temos outros muito ocupados neste site. É apenas uma sugestão. Um abraço para si, Zé Penha. Artur Cunha 09 October 2007 06:10 PM guest_karipande Artur Cunha Partilho a sua opinião, sobre a necessidade de não se andarem a atropelar os temas, mas sobre o assunto já disse o que pensava. Eu tive uma colega no colégio Gil Vicente, que suponho ter sido sua irmã, e lembro-me disso porque por razões que não sei, o Certina era o relógio em todos os braços da família (ainda hoje tenho vários fora os que perdi, se estragaram, etc.). Para quem não saiba a ouriversaria Cunha era no prédio Cardoso de Matos em frente à Farmácia Dantas e Valladas, ao lado do Polo Norte. 98 Sobre o Polo Norte, que fechou no fim dos anos 70, lembro-me da ultma refeição que lá fiz. Eram 19h numa tarde qualquer de Novembro, e eu estava com um grupo de kotas com quem me juntava à porta da Lello ao fim da tarde, para um "bate-papo".Esse grupo era constituído por gente de direita e de esquerda, mas onde o respeito imperava;Nesse grupo estavam os irmãos Guerra Marques,o velho Lello,o Ferrobilha Guedes,o Dionísio Rocha, o Zé Maria (do Ngola Ritmos), o Osvaldo Pinto, o Chaves, o Antero de Abreu, entre outros, mas com quem aprendi muito sobre a evolução de Luanda desde o início do seculo XX. Voltando ao Polo Norte, lembro-me que a fila era pequena e aí atravessei a rua e lá aguardei até entrar, tendo depois aparecido o meu querido amigo, professor de geologia na U.A., Luis Carlos Gomes Domingos, e juntos fomos para o fundo do balcão, e para quem se lembra do Polo Norte, ficámos a um lugar da parede, onde já estava um tipo branco, com um ar no mínimo esquisito.Veio o "prato de ouro" dos restaurantes de Luanda daqueles anos: arroz com peixe frito! Lá vieram os 3 bulgaros que tinhamos direito, por sinal mornos e sem gas, mas que sabiam magníficamente Eu e o Poppey(assim era conhecido em Coimbra o Luis Carlos) estávamos na conversa,e a certa altura começámos a ouvir o tipo do lado a fazer um discurso, e não conseguimos perceber para quem era. O discurso era este: "Ès o verdadeiro lider da revolução/o colonialismo acabou,os colonos bazaram , mas tu mantiveste-te na trincheira firme da revolução, e aqui continuas vigilante a zelar para que a revolução triunfe".O discurso foi continuando em volta disto, e só a determinada altura percebemos que o discurso era para o Carapau...quando ele acaba a ladaínha e diz: és o Carapau da Vitória. Por muitos anos que viva jamais esquecerei esta refeição! Um abraço Fernando Pereira 09 October 2007 11:30 PM guest_ZePenha Artur Cunha É verdade. Andei no Colégio Nuno Álvares, nas Caldinhas, Santo Tirso. Entrei em 1954 para o 1º ano, interrompendo a matrícula que havia feito na mesma altura no Salvador Correia.Fiz nas Caldinhas o primeiro e o segundo ano.O exame do 2º ano fui fazê-lo ao Liceu de Braga, como era costume na altura.O Estado Novo, não confiava os exames aos colégios particulares. Os meus pais quiseram o melhor para mim, e então, o melhor, era o Nuno Álvares. Colégio de Jesuitas, muito rigoroso, com grandes professores.Lembro-me que na altura havia um Jesuita botânico que era das maiores sumidades mundiais....dizia-se. Lembro-me do irmão Leite da quinta divisão.Enorme, ossudo e professor de desenho.Era conhecido também pelo "irmão Golias".É esse não é???? Quando cheguei ao colégio, não passei pela 5ª divisão. Entrei directamente para a Quarta divisão, onde o prefeito era o "Aflito" um gajo execrável. Tive como professor de Francês o Padre Lima, outro gajo execrável, que com a sua vergastinha me punha as orelhas em sangue..... e como isso doía no Inverno!!!!! Mal meu....quem mandou ter as orelhas de abano!!!! Passei muito nesses dois anos de Caldinhas!!!! Longe da minha Luanda que já amava, dos meus irmãos, dos meus pais....dos meus amigos, que deixara para trás. Há poucos anos , fui visitar o Colégio, e ao me aproximar do edifício, tive que parar a viatura em que me deslocava, para acalmar.Só não virei para trás, porque não sou de virar as costas aos traumas.Fui lá e enfrentei tudo de novo.....mas acho que fiz o que devia fazer..... Dos colegas do meu tempo, lembro-me desse Freitas , que já referi numa mensagem anterior,e que a Xixão anda a ver se o descobre na Madeira; lembro-me de um Cunha, gajo forte, entroncado , cuja alcunha era "Bacalhau".Lembro-me de um Garcia de Beja que andava invariavelmente vestido de Capote Alentejano e ou Samarra com a gola em pele de raposa.Também me lembro de uns irmãos Brasileiros, dois matolões muito altos, cujos nomes já não consigo recordar.......e do Pinto da Costa, o do FCPorto, mais velho que eu, e já muito mais avançado .Se bem me lembro , andava já da 1ª divisão.Devia andar no 6º ou 7º ano. Vera Cruz.....viagei nele de volta a Angola, depois deste meu desterro no Nuno Álvares. Para lá, para o puto, viagei num super constellation ou fortaleza voadora, como era conhecido na altura. Fui via Cannes e directo a Bruxelas. De Bruxelas fui de comboio até Paris e de Paris tomei de novo um avião até Lisboa. Como companheiro de viagem, o meu tio Lino que já aqui foi falado pela Odete. 99 Vou só acrescentar que no meu tempo, os alunos dormiam em camaratas até à 1ª Divisão (estes dormiam em quartos individuais), e os vigilantes andavam passeando durante a noite, a controlar a camarata. Se porventura, algum de nós com o frio, metia as mãos debaixo dos cobertores, logo eramos desencorajados a fazê-lo, porque podiamos estar a mexer onde não devíamos!!!!! Acabei sendo expulso. Rebelei-me e bati no Professor Roque, professor de matemática. Coitado, estava na hora errada perto de mim..... ZP 10 October 2007 11:39 AM guest_Cunha8510 são CaravelaMimi, Bem me lembro de ti. Mramos bem perto, embora na alturapouco falavamos. Eu morei muitos anos no Beco de Moçambique, mas quem ía às compras na Pensão Caravela, era quase sempre a minha avó. Eu como muitos outros (Tozé, Tavi, e outros do bairro), passavamos mais tempo a rondar a casa onde morava a Maria Aline e no Largo do Cruzeiro. Café Académica... mais quando havia furos ou borlas no liceu. Mais frequentados por mim, era o Café Lisboa e a Kitanda. Bons tempos... Bj. Artur 16 October 2007 11:04 AM guest_MimiMercêsdeMello Olá Artur e benvindo! A nossa casa pertencia precisamente ao Largo do Cruzeiro e lembro-me bem do nome da Maria Aline, acho que era da idade dos meus irmãos mais velhos. Já me ri com a tua mensagem e só é pena este nosso "reconhecimento" surgir neste momento e no meio de tanta tristeza.... Aproveito para te dizer que, muitas vezes, o que parece ser uma mensagem provocadora ou que nada tem a ver com o assunto do fio, é a maneira mais saudável de comunicar e, sobretudo, manter de pé um convívio que se pretende são... Não é falta de atenção ou respeito e poderás constatar que, desaparecendo os intervenientes envolvidos, o site parece morrer, por ausência, por tédio e por falta de interesse... Um beijinho para ti, Mimi 16 October 2007 11:41 AM guest_karipande Artur A Maria Aline, julgo que falamos da mesma pessoa, é a filha mais velha do Dr. João Camacho Baião, que é pai do meu amigo e ex-colega no Colégio Gil Vicente e Salvador Correia, João Baião.A Maria Aline é mais velha que eu um ano,o João tem a minha idade, a Ana (médica em Lisboa) tem menos um ano que eu, a Manuela menos dois, o Rui, menos três e a Joaninha menos 5 anos.Uma verdadeira escada, numa família de quem gosto muito desde os meus 7 anos. Moravam no Bairro do Cruzeiro, ao lado do Dr.Redinha. O Dr. João Baião foi médico do Centro de Medicina Desportiva, estrutura fundada pelo Dr. Aníbal Costa, campeão nacional de basquetebol da Académica de Coimbra,e depois da independencia superiormente dirigida pelo meu compadre Paulo Murias. O Dr. João Baião, casado com a D. Aline, uma pessoa extraordinária em termos humanos, foi um dos fundadores do MDA, Movimento Democrático de Angola, onde pontificaram o Dr. Eugénio Ferreira, Levy Batista, Antero de Abreu, Julieta Gandra, Albertino de Almeida e muitos outros. A Manuela e o João ficaram em Angola, e o Rui voltou algum tempo depois. Hoje só o João, que tirou engenharia, está em Angola, e embora nos vejamos pouco, vamos sabendo um do outro, porque nos estimamos bastante há 45 anos, apesar de alguns distanciamentos pontuais. O João jogou basquetebol no Ferroviário, creio que na equipa do Guia Costa, do Xico Santos,do Tonecas, do Manita e outros que me vou lembrando a espaços. 100 Foi uma excelente oportunidade de homenagear uma família com quem convivi e com quem aprendi a criar alguns valores de solidariedade e de respeito, em suma pessoas de uma dimensão humana enorme como era o casal Baião, alentejanos do Sobral da Adiça, mas com um grande coração angolano! Um abraço Fernando Pereira 16 October 2007 04:01 PM guest_bellard9 Fernando K A Maria Aline, a que o Artur Cunha se refere, presumo ser a Maria Aline Baptista, filha de um administrador da Mobil e que tu penso não deves conhecer, será assim Artur? Um Abraço para o Artur e outro para o Boss Karipande. João Carlos Bilro (JVB) (Jotabê4) 16 October 2007 05:44 PM guest_carochas_2 BELLARD: Conheço uma médica pediatra com o nome Maria Aline Batista, creio de origem cabo verdeana. Se é essa ,está em em Luanda e é proprietária de uma Clinica de Pediatria na Rua Pedro Nunes, próximo da Rampa do Liceu. Vive para a zona do Cinema Miramar depois da antiga Suiça(S. Paulo) e trabalhou na Clinica Privada de Alvalade, onde trabalhei. Um abraço Carochas 16 October 2007 10:55 PM guest_carochas_2 Karipas: O Rui Baião a que te referes foi, depois da independencia, Administrador do Hotel Tivoli e Farol Velho, creio pertença do MPLA. saiu de Angola e depois de administrar hoteis no Benin e em Kinshasa (creio ser possuidor de Curso Superior de Hotelaria) encontra-se de momento a gerir um hotel erm Cape Town (Africa do Sul). O irmão João, que é engenheiro (Minas ?) está em Luanda numa Sociedade Mineira de diamantes associada à Endiama. Um abraço Zecarochas PS- Tenho a direcção do Rui, caso necessites.16 October 2007 11:08 PM guest_Cunha8510 Mimi, Foi com muito agrado que recebi a tua resposta sobre onde moravamos e a Pensão Caravela. Estou plenamente de acordo contigo, quanto à questão que apresentas, quanto a este tema dever ser isento de algumas "polémicas" que nos afastem (se assim o entendo), em vez de servir para recordar o que nos une na saudade, nos bons e maus momentos. Então moravas no Largo do Cruzeiro?... Então e não te lembras do grupo de malta que lá se juntava nos bancos do jardim: Zé Osório(filho do inspector escolar Osório) e da irmã, que casou com o Zé Abilheira, eu, Eurico (algumas vezes), Fragata, Tavi, Toni Barbosa, Rui Branco, Lisboa, Antº. Praça, Fernando Pestana, Pascoal(p/vezes), etc. E as nossas farras no Cruzeiro e Miramar. Bom, a mensagem que enviei ao Zé Penha no passado dia nove, reflectem bem a minha ideia de dar continuação a este tema; espero que concordem com o devido respeito por todos. Um Bj. e abraços para todos. Artur 16 October 2007 11:27 PM guest_karipande 101 Ze Oliveira (Carochas) Eu soube que o Rui Baião esteve no Tivoli, tendo-me encontrado com ele por lá.Dessabia que ele está em Cape Town, pelo que te agradeço que me envies para o meu e-mail o contacto dele pois em princípio em Novembro irei lá, e gostaria de estar com ele. Um abraço Fernando Pereira 17 October 2007 12:38 AM guest_MimiMercêsdeMello Artur : Peço desculpa, mas só agora vi a tua mensagem 205. Sim, eu lembro-me dos grupos e também das caras, mas esqueci nomes, nunca tive memória para nomes. A minha casa era n.º 30 da rua e n.º 13 do Bairro do Cruzeiro. Dava para a Rua de Moçambique, esquina com a Rua da India, portanto em frente à esquina da Pensão Caravela... Quando se chegava ao fim da Rua de Moçambique e se virava à esquerda, na esquina (em frente à esquina dos Armazéns do Minho) havia um café, como se chamava? Bj, Mimi 17 October 2007 08:47 AM guest_1MandaChuva1 Café Académico, Minerva, Vouzelense, Rua do Lobito, Rua de Moçambique, Igreja de S. Paulo, estamos a falar desses sitios , em Luanda? 17 October 2007 10:09 AM guest_FernandoCarranca Claro, claro! Tudo isso era na nossa Luanda! S. Paulo da Assunção de Loanda! Fernando Carranca 17 October 2007 04:20 PM Mimi Boa tarde. O Café junto aos Armazéns do Minho, era o Café Lisboa. Lembrei-me de mais uns frequentadores do Largo do Cruzeiro, o Zé Barreto, que o pai era da Fazenda e morava na rua de cima e o Toni Saraiva, que morava nas trazeiras do Instituto de Línguas (hoje é médico pneumologista) e, salvo o erro, ainda está no hospital Polido Valente. Também o Romero Borges de Sousa (morava no Miramar) e o Xixas, este mais frequentador do Kitanda. Também sou fraco em nomes, mas vai dando... Bjs. Artur 17 October 2007 04:42 PM guest_MimiMercêsdeMello Artur: Agora me lembro do nome "Lisboa"! Eu passava diáriamente por lá, pois fazia sempre caminho por aí, designadamente para o Colégio de S. José de Cluny e depois para o Liceu. É engraçado que, chegando ao fim da Rua de Moçambique, não dava geito virar para a direita, era sempre para a esquerda e depois atravessava para o passeio do lado dos Armazéns do Minho... Tive um apaixonado que parava muito nesse café, acho que se chamava Mário e tinha uma mota (eu tinha 14 anos e o meu irmão Carlos estragou tudo, teve ciúmes de mano-mais-velho-quecontrola... eheheh....) Quem morava depois da Pensão e antes do fim da rua era o Nanduca Mota Carneiro (ele era colega do meu irmão Francisco e eu da irmã dele, Ana). E sabes de quem me lembro bem de ver no Largo? Do Beto, com a sua enorme e inconfundível cabeleira (continua igual, apenas menos farta, pois costumo vê-lo em Carvoeiro, no Algarve) É engraçado como a nossa memória reage quando é espicaçada... Quantas coisas esquecemos, mas quantas estão apenas adormecidas! 102 Bj, Mimi 17 October 2007 05:06 PM guest_MimiMercêsdeMello Artur: Lembro-me agora também que, em frente da minha casa, era a casa da família Pombo (eu sou da idade do Ricardo, que continua em Luanda e tinha 2 irmãos mais velhos, a Rosa e o Rui). Nas traseiras da casa do Ricardo, era a casa da Sra D. Maria de Lurdes, que dava explicações e era mãe do Zeca Amado. Como deves calcular, foi uma grande emoção voltar a Luanda e, designadamente, repisar a Rua de Moçambique, o que a mim aconteceu em 2003, 28 anos depois de ter saído.... (depois dessa 1.ª vez já lá voltei 3 vezes, a última das quais em Novembro passado). Bj, Mimi 17 October 2007 05:21 PM guest_bellard9 DE: João Carlos Bilro Renato (Manda Chuva) Nem todos sabem interpretar imagens, alguns nem frases. O "caixote" é o logotipo dos "retornados" ou outras denominações afins. Falas pouco, mas com fina ironia, gostei. Um abraço. J.C.B. P.S. - Esta intervenção é da responsabilidade de João Carlos Bilro. 17 October 2007 06:17 PM guest_karipande 18 October 2007 01:22 PM guest_Cunha8510 João Carlos Boa tarde. Pelo teu nome, de momento não estou a ver quem tu és (a memória por vezes atraiçoa-me), mas é muito provável que lá chegue se me deres mais pormenores teus. Efectivamente a Maria Aline a que me refiro é essa que descreves. A mesma que quando falava com os amigos e vizinhos mais assíduamente, aparecia sempre o pai (grandalhão), a ver quem era o artista.... Ainda me lembro de uma cena, quando o Tavi andava a arrastar-lhe a asa, não sei como é que o pai dela soube do telefone de casa dele, ligou para lá e atendeu-o o pai (engº Pacheco Duarte): - É o pai do Tavi? - Sim, respondeu este; - è para lhe transmitir, que o seu filho anda sempre a rondar aqui a casa e não deixa a m/filh em paz!; - ai sim?, então se a filha é sua, guarde-a!.... Fartei-me de rir na altura. Um abraço para todos, Artur 18 October 2007 05:25 PM guest_Cunha8510 Mimi, Tenho ideia da família Pombo, mas não me lembro dos filhos; sei que o pai era cliente da Ourivesaria Cunha, de que o meu pai era sócio-gerente (Jorge Cunha). Tenho também ideia que na Rua de Moçambique, do lado esquerdo, como se fosse direito à parede do cemitério, morava um loiro (cabelo quase branco), não 103 sei se era Fernando João, que também aparecia muito no largo do Cruzeiro. Um Bj. Artur 18 October 2007 06:11 PM guest_MimiMercêsdeMello Artur Cunha: Peço desculpa por só agora responder à tua mensagem (236). Não estou a ver o tal rapaz de cabelo loiro, mas por aí morava a minha amiga Malena (Madalena Marques Pinto) e o irmão, Tony, tinha (tem, agora com entradas.... eheheh...) cabelo claro e também parava no Largo, seria ele? Lembras-te do meu irmão Carlos, 1 ano acima de mim? Muito apaixonado pela namorada, durante o recolher obrigatório fugia de mota para a ir ver e eu ficava cheia de medo, por ele e para que em casa não se soubesse... A casa do Ricardo desapareceu, no mesmo lugar está uma outra construção, e a Rua de Moçambique está diferente, sem árvores e com muros muito altos, mas o bairro do Cruzeiro permanece igual e é uma zona calma. Sobre aqueles cantos e percursos onde ficaram pedaços da minha vida e que eu espreito quando vou a Luanda, muito teria a dizer! Não é fácil e, por mais distanciamento que se consiga criar, é onde me sinto mais frágil, luto para ir e depois luto para não ir.... Um bom dia para ti, Mimi 24 October 2007 07:52 AM Muitos dos membros da CAALSC são filhos de antigos funcionários da administração colonial. Estes funcionários transitavam com regularidade pelo território de Angola, sendo colocados em postos mais ou menos isolados de acordo com a posição hierárquica que ocupavam na escala administrativa. Um texto escrito pela mãe Raquel Lacerda e editado na CAALSC por sua filha Teresa, resume as vivências no mato, cuja memória é partilhada por aqueles que as experienciaram. É patente neste testemunho a forma como decorria a vida dos funcionários da administração colonial. A aventura de embarcar e deixar para trás o país onde nasceram, a responsabilidade de efectuarem, em sítios inóspitos, as tarefas inerentes aos seus cargos, o voluntarismo, a solidariedade e entreajuda, a liberdade em que as crianças cresciam, as relações mantidas com os subordinados, o esforço de manutenção dos traços culturais europeus, a hierarquia: Eu, Raquel Lacerda, achei-me em Angola com 17 anos, depois duma viagem no João Belo que demorou 21 dias, de Lisboa a Luanda, parando em tudo o que era sítio para se abastecer. O barco estava nas últimas (aliás foi a última viagem que fez!) e quase, quase se passou fome! O Fernando, que por ter o Curso Superior Colonial, não passou por aspirante do Quadro Administrativo, foi colocado em Dange-ia-Manha, um posto isolado em que a nossa casa ainda tinha forro de esteiras e mobília feita de caixotes de sabão. É claro que o chão era de terra batida! Estivemos uns dias no Dondo, em casa dum comerciante, o Sr. Jaco, que funcionava também como hotel. Nas paredes passeavam osgas brancas que era proibido matar porque comiam os 104 mosquitos mas que se desprendiam da parede quando lhes apetecia, indo cair dentro das camisas dos homens ou decote das senhoras.... um horror! O Sr. Jaco participou que iríamos ter um belo petisco para o almoço: caldeirada de cabrito! Todos embandeiraram em arco, claro! Depois do almoço, bem regado e repetido, o homem participou que o cabrito....era macaco! Houve parvos que saíram à pressa da mesa para irem vomitar mas eu, a futura mamã de 11 criancinhas, muito grávida da Teresa, a 1ª da ninhada, resolvi ser franca e óbvia: a caldeirada assentara-me lindamente, não iria deitá-la fora! E fez-me óptimo proveito. Dias depois fomos para o posto e pouco tempo depois passaram lá uns engenheiros que iam verificar a ponte sobre o Quanza que tinha estado avariada, não dando passagem a carros. Um deles disse para o Fernando: "que porcaria de posto este, longe de tudo, só com uma casa...nem merecia uma bomba atómica!" "uma quê?" - perguntou o Fernando. E para espanto dos engenheiros nós não sabíamos que a 2ª guerra mundial tinha acabado e o que era uma bomba atómica. Estávamos em 1945 ! E também a Teresa escreveu sobre o percurso da sua família no território angolano. Textos que, também, ilustram a vida de uma criança no mato, o relacionamento que se estabelecia entre os funcionários da administração colonial e os “indígenas”, e as tarefas de gestão… O papá Lacerda colocado em Cacolo como administrador dos Bondo e Bângalas, entre Saurimo e Malange, vivia feliz e contente entre a administração e as sanzalas e a colecta dos impostos e a tentativa (frouxa) de convencer uns quantos mancebos a oferecerem-se como "voluntários" para as minas da Diamang no Dundo e a orientar umas quantas queimadas "controladas" e a promover o recenseamento e a vacinação da varíola (Teresa Lacerda). guest_Veludina A mamã Raquel tivera 3 bebés em 3 anos e achara-se a precisar de fazer uns concertos na boca. No ano anterior tinha dado à Pátria mais um rapaz e fora no Dundo, na Companhia dos Diamantes, que resolvera fazê-lo. Nessa altura carregara com a primogénita(eu) para Saurimo onde o papá Lacerda já tinha apalavrada uma boleia, óptima por sinal(!), para as levar. A criançada ficara em Cacolo com o progenitor e a avó Ilda. A saída fez-se de madrugada. Um comboio de 12 camionetas de carga esperava-as e às suas bicuatas. A rapariga(eu) ia muito feliz pois era alvo de todos os paparicos desde rebuçados a bananas de sabores e tamanhos diversos. Anos mais tarde, muito mais tarde, ela(eu) viria a perceber porque é que a mamã Raquel a partir de certa altura da bela viagem a colocara deitada no banco da camioneta na zona dos seus rins a servir de almofada... E também porque gemia... Dessa ida ao Dundo ficou-lhe a ideia de um bom Hospital, etc. e tal. E foi por isso que lá voltou no ano a seguir para arranjar a boca. 105 Levou os cachopos mas para grande surpresa da sua mais velha(eu), acabou por decidir levar a ama-seca e deixá-la, a ela(eu) em Cacolo com o papá Lacerda e avó Ilda! Corria o ano de 1955. A revolta instalou-se naquela criança terna e doce(eu) pois já tinha esfregado as mãos de contente por voltar a fazer a mesma viagem! A guerra foi declarada unilateralmente. Começou por pedidos de: "Papá, gostaria de estar também no Dundo. Posso ir?" Resposta? Moita! No 1º dia só por 2 vezes. Depois foram crescendo em número e tom. "Papá! Não consigo beber o leite; sabe-me mal! Posso ir ter com a mamã ao Dundo?" Moita! "Avó! Esta sopa tem gordura, faz-me agoniar! Posso ir ter com a mamã ao Dundo?" Moita! "Papá! Não posso ficar esta noite no meu quarto; tenho medo! Posso ir ter com a mamã ao Dundo?" Moita! "Avó! Já não gosto daquele boneco que me deu nos anos; mete-me nojo! Posso ir ter com a mamã ao Dundo?" Moita Carrasco! Nos intervalos destes monólogos interessantíssimos havia choro em altos brados de tal forma que o papá Lacerda, talvez aconselhado pela santa sogra, resolveu pegar na querida filha(eu) e levá-la a Saurimo para a recambiar para O DUNDO! Não sem antes lhe ter dito que iria de boleia nas camionetas de carga... (e ela(eu) tão preocupada)! Chegados a Saurimo soube-se que o próximo comboio das ditas estava atrasado e que levaria dias para que tal acontecesse. O papá Lacerda aproveitara para levar coisas do seu trabalho e teve de reunir várias vezes com o Sr Intendente. A chatinha da filha(eu) acompanhava-o para todo o lado e estava a divertir-se à brava. Era mimada e apaparicada em tudo quanto era sítio por toda a gente e estava já com medo que o tal comboio se formasse e se lhe acabasse a boa vida! Foram ao cinema, as refeições eram no Hotel, as tardes nos baloiços dos filhos dos funcionários da Diamangue... Um nunca mais acabar de mordomias. Até houve alguém que lhe ofereceu um lindo pato de celuloide que estava numa prateleira do Hotel! E porque a visse mais animada (ou porque nunca tivera intensão de a mandar à mãe) acabou por anunciar à tirana(eu) que regressariam a Cacolo dia tal. E como não podia deixar de ser, a meio da viagem, a carrinha parou... Cumpriram-se todos os rituais conhecidos e por inventar mas a carrinha não andou... "Oh Xico! Vai à sanzala do Soba tal tal e diz-lhe que... e que traga também uns frangos que fazemos aqui o jantar para todos, sim?" Umas horas depois aparecem o Soba, as mulheres, as crianças, os sogros, os cunhados, primos, amigos e vizinhos. E tambores. Alguém tratou dos frangos. Fez-se uma fogueira no meio da estrada. Assaram-se os frangos e batata doce e mandioca e ginguba. Depois dos últimos ossos terem sido roídos até ao tutano pegaram nos tambores e... Foi a batucada mais linda, divertida e animada que a "infeliz regeitada"(eu) teve a dita de assistir e participar na sua vida! Já o sol raiava e ainda todos se rebolavam na estrada... Quando o cansaço atacou em força atiraram-se para o chão para dormir um pouco. Já de manhã passou uma camioneta (onde é que já está isto escrito também?) que os levou de volta a Saurimo onde o papá Lacerda providenciou socorro. E voltou tudo ao que fora dantes: Hotel, baloiços, cinema... Oh! que pena!!! Um beijinho da vossa Teresa guest_Veludina 106 A mana Isabel tinha 1 ano e picos e estavamos no Quela. 1957 Havia uma roça de café a poucos kms que era a delicia de muitos. Árvores frondosas, riachos, café (claro) e as instalações dos trabalhadores e a residência do responsável por tudo aquilo. Essa casa era baixa, comprida, telhado de zinco. O chão era de cimento tingido de vermelho e encerado. A D. Cândida, muito jovem e bonita, era do melhor que havia: fazia uns queques deliciosos e biscoitos de canela como só ela. A qualquer altura a que chegássemos havia sempre doçuras! Uma vez fui la passar uns dias com eles e os filhos, um casalito muito aprumadinho e educado. Foram dias maravilhosos. A D. Cândida conversava comigo, contávamos filmes uma a outra, liamos a vez os livros de LUISA MARIA LINARES e CONCHA LINARES PECERRA, ensinou-me a bordar a ponto cruz mas com preceito... Ensinou-me a fazer os queques... Os filhos deles andavam atras de mim como se de cachorrinhos se tratassem. Só anos e anos mais tarde percebi que tanta devoção se devia ao facto de ser a única adolescente num raio de centenas de kms. E a pobre D. Cândida sofria de solidão! A Mama Raquel costumava la ir visitá-la mas era sempre entrada por saída. Os Papas Lacerda e Malheiro davam-se muito bem. Passear na roça era divinal! O cheiro da humidade dos riachos, do capim, das flores, do café quando amadurecia... Do fumo que vinha da sanzala trazendo o odor do funge... Hummm... Até agora me cresce agua na boca! A uns pouco kms da roça havia um recanto saído de um contos de fadas: um dos ribeiros terminava formando um laguinho bastante profundo la para o meio. As margens eram arenosas mas com o mato logo a seguir. Por vezes os Papas resolviam ir la passar o dia e as Mamãs preparavam cestos e cestos de farnel para a malta se orientar. Levavam-se cobertores e a alcofa para miúdos e graúdos poderem dormir belas sonecas. E iam também baralhos de cartas porque os Papas andavam com a mania da canasta, mania essa que transmitiram a filharada. O Papa Lacerda e o Papa Malheiro, já fartos desses dias sensaborões, resolveram arranjar um barco para levar as criancinhas de um lado para o outro no laguinho. As criancinhas não acharam graça nenhuma pois lhes fazia lembrar as horríveis viagens onde as refeições só estavam dentro deles o tempo suficiente para darem a volta e saírem... O Papa Lacerda, feroz e eficiente caçador (...) achou por bem desafiar o Papa Malheiro a comprarem linha, chumbos e anzois. Não compraram canas porque nessa altura ainda não haviam sido inventadas em Malange embora o tivessem sido no resto do mundo. E assim o terrível caçador se transformou em pescador! Aqui para nos que ninguém lê, o Papa Lacerda ( que se lembre a sua primogénita, eu) so pescou o dedo mindinho da sua mão esquerda; mas isso foram muitos anos depois e já em Moçâmedes, no Porto do Saco. E um belo domingo, depois de muitos preparativos científicos para a coinfecção das canas, a pescaria teve início depois de muitas recomendações e bitaites das Mamas! O Papa Lacerda, de calcões de caqui e camisa desfraldada ao vento (que não havia), capacete colonial no toutiço (que nunca largava - excepto para o banho, cama e mesa) estava belíssimo! Parecia um dos exploradores, qual Capelo Ivens, sei la! O Papa Malheiro estava mais modesto: calcões de caqui, camisa desfraldada ao vento e capacete colonial no toutiço... Um belo par de jarras! Cada um empunhou um remo com muita perícia. Positivamente, arrastaram o barquito para o meio do lago. Largaram os remos e prepararam os apetrechos de pesca não se esquecendo de espetar, com requintes de malvadez, as pobres minhocas, que se contorciam, nos anzois enquanto na margem as criancinhas gritavam com dó dos pobres bichos. O Papá Lacerda levantou-se, empunhou a cana, rodou-a sobre a cabeça soltando fio e lançou... E foi borda fora atras da cana, do fio, do anzol e das minhocas... 107 Convém aqui informar os leitores, que o Papa Lacerda era tao bom nadador como era caçador e pescador! Do mestre pescador só o capacete estava a tona... vazio. Na margem as Mamãs gritavam, a criançada dava saltos de aflição. Nisto, o topo da cabecinha aparece na agua. O Papa Malheiro, valentemente, pega num remo e estende-lho e... Zás! Valente traulitada e la vai o Papa Lacerda outra vez por água abaixo! Volta o desgraçado a surgir da água, agora já com mais balanco depois da pancada e fez glu-glu e levou outra vez na carola! Na margem vivia-se um momento único: os saltos e os gritos rivalizavam com qualquer cerimónia paga de dança ao Deus do Lago! Pela terceira vez a cena se repete. O chinfrim era tal que os patos que moravam por lá começaram a responder em altos grasnados e depois, já assustados, alçaram voo com estardalhaço... (mal sabiam eles que o Papa Lacerda já tinha planeada uma cacada aos patos do lago... Não haveria de ser grande coisa pelo que sabem dos seus dotes de caçador, mas imaginem que o Papa Malheiro tinha pontaria?) Finalmente o Papá Lacerda foi pescado do lago depois de muita luta: vestido e calcçado e molhado... Voltamos ao Quela sem peixe, muito roucos depois de tanto gritarmos mas com o nosso Papa resgatado das salsas ondas... Foi nesse dia que vimos o nosso primeiro DISCO VOADOR! Mas isso e outra HISTORIA... Beijinhos, 16 August 2004 05:05 PM guest_MarquesCorreia2 Teresa, bem hajas, menina. Esta já está "arquivada", se bem que só a vá ler logo à noite. Sobre os discos voadores, não te inibas. Se quiseres até abro essa discussão com uma expedição minha em busca de uma base de naves dessas (?!). B'jinhos e... não percas a embalagem! Zé Correia 16 August 2004 06:22 PM guest_BettaShakti1 Teresa, adorei sua estória, me desfraldei de rir. TUa pros tão boa quanto tua poesia, obrigada pelo momento "jóia". Beta. 16 August 2004 08:49 PM guest_Manuel_Sardinha Oi, Teresinha!Uma vez mais esta história tem o teu "belo condimento"! É simplesmente adorável em todos os aspectos.Permite-me que te diga: quanto às caçadas gostei quando o teu pai "liquidou" aquele veado sem gastar fundanga(pólvora). Quanto à pesca... que pesada devia ser aquela chumbada, e... não gostaria de ter um amigo como o Sr. Malheiro por perto, ehehe!Mais uma que guardo! Um beijinho. Manel S. 16 August 2004 10:19 PM guest_Veludina Muito obrigada a todos pelas festinhas que fazem ao meu ego... E tao bom! (Porque nao dizer a verdade?) Dois pequenos reparos: sei que se escreve "apetrechos" e nao aquela enormidade que esta em "HISTORIAS"... desculpem. Ate os genios podem errar... Quanto ao facto de eu ser a 108 unica adolescente em "centenas" de Kms, claro que nao era bem assim: Malange estava apenas a 100 mas era como se fossem centenas na pratica: eles estavam ilhados na "Fazenda Lu-Handa" (com o H aspirado) - Era uma roca mas chamava-se fazenda... Era assim: "Vamos a Roca do Sr. Malheiro?" ou "Vamos a Fazenda Lu-Handa?" (Que nem era nada do Sr. Malheiro. Ele era so o encarregado.) e nao iam a Malange com muita frequencia. Beijinhos, Teresa 18 August 2004 12:01 PM guest_CéliaVieiraBrito-Lila1 Olá Teresinha: Bem vinda de novo com as histórias do Mato. Cadê a Tia Lacerda com as dela? Manela, Teresa, Isabelinha: não vale pôr uma foto da Tia Lacerda para a gente matar saudades??? Beijinhos Lila 18 August 2004 04:42 PM guest_Veludina Querida Lila: So a Isabel e que conseguira por aqui alguma fotografia da nossa mae, por motivos tecnicos. Ela esta velhota, como todos nos... Que tal as vossas ferias? Beijinhos, Teresa 18 August 2004 07:32 PM Longe dos centros urbanos, as famílias utilizavam estratégias de sobrevivência, como a partilha de víveres e tecto entre os que já estavam instalados e os que chegavam, criando-se rapidamente relações primárias de laços inquebráveis. Nalgumas localidades não existiam escolas. Eram as mães que instruíam as crianças que se deslocavam às localidades principais para provas de exames: A mamã Raquel que fizera o curso comercial há pouco tempo (casara-se com 16 anos) e ainda tinha as matérias muito frescas decidiu ensinar a sua primogénita (eu) a ler e a escrever. E assim foi: com resmas de papel almaço e lápis vários e mais tarde com caneta de aparo e um tinteiro que o papá Lacerda trouxe da administração ensinou a criança (eu) a ler e a escrever (todas as regras gramaticais de que se lembrava - e eram muitas) e também as tabuadas e as contas e problemas daqueles das torneiras etc... e Geografia e História de Portugal. E tão entusiasmada andava que quase deu o curso comercial à cachopa (eu) que ia aprendendo tudo julgando que era assim mesmo!Quando achou que sim, que a rapariga (eu) já lia e etc., foram a Saurimo e inscreveram-na para fazer os exames da 1ª à 2ª e da 2ª à 3ª em regime de ensino doméstico e no 109 dia afixado lá foram todos na carrinha que dessa vez até funcionou. (Nessa altura faziam-se exames em todas as classes, lembram-se?)Corria o ano de 1953.Claro que a rapariga(eu) fez uns exames belíssimos e ao fim do dia resolveram regressar a Cacolo pela fresca (Teresa Lacerda) Chegada a idade de frequência do ensino secundário, os filhos dos funcionários administrativos deslocavam-se para as cidades principais onde continuavam a escolaridade. Não só nos Liceus, mas nas escolas industriais e comerciais. Quando não havia familiares para os apoiarem, eram integrados em lares de acolhimento, geridos pela Mocidade Portuguesa ou por ordens eclesiásticas. Um membro da CAALSC percebeu, ao visionar fotografias feitas por uma antiga aluna, aquando a sua viagem recente a Luanda, que o lar onde tinha estado se encontra encerrado e em muito mau estado de conservação: Vi as fotos e gostei. Fiquei triste por saber que o Lar de Estudantes, que funcionava na Ilha de Luanda, mais propriamente na Pousada da Juventude, aonde estudei e trabalhei como docente, já não existe. Enfim, é a vida (Francisco). Rapidamente as vivências nessa e noutras instituições tornaram-se tema de troca de mensagens:. Lembro-me particularmente de um moço negro, de quem era particularmente amiga, o Paulino, de nome completo Paulino Bibiano Tomás. Penso que esse moço havia sido "apanhado" por uma coluna militar e cresceu sempre na instituição. As últimas notícias que tive dele foram que teria sido membro da FNLA. Sabe de alguma coisa dele? Ao meu primo Beto no lar chamavam-lhe Kidibinga( que em kimmbundo queria dizer , desculpe a palavra "cagalhão) lembro-me q ele ficava triste com isso. É engraçado, ao falarmos do Lar, vou-me lembrando dos momentos, até das músicas q lá se dançavam. Tudo era pretexto para a farra: era no início do ano, no carnaval,.... e as miudas do Lar Feminino da rua General Roçadas.. . umas vezes eram as miúdas do feminino a irem ao masculino, outras vezes ao contrário...Estou a lembrar-me de uma - a Judite- uma moça negra, que no fim andava em medicina. E a responsável do Lar feminino, uma solteirona (São Paiva de Carvalho). 110 Catarses em forma de Debates Ao período do entusiasmo dos reencontros e das memórias, seguiram-se mensagens nas quais os antigos alunos se interrogavam sobre os motivos da sua saída compulsiva de Luanda, dando origem a discussões políticas largamente participadas. Puseram-se em causa a administração colonial portuguesa, a estratificação social, o relacionamento entre colonos e populações locais. São múltiplas as experiências de vida dos membros da CAALSC, desde logo marcadas por diferenças etárias e ideológicas. Por outro lado, a guerra colonial e as mudanças a nível político, económico e social influenciaram de maneira diferente as diferentes gerações de membros da CAALSC. Os que tiveram contacto próximo com as ideologias nacionalistas e que, à época, conscientemente se colocavam contra a guerra colonial. Alguns, dos mais velhos, cumpriram, o serviço militar e defenderam o território que consideravam português. Outros que, ainda hoje, dificilmente, aceitam a independência e respectivas consequências Os primeiros questionam, actualmente, o resultado político e social dos movimentos de libertação que apoiaram, os segundos interrogam-se sobre a sua participação numa guerra da qual só perceberam a incoerência no decorrer dos episódios vividos; incoerência que se relaciona com o facto de, enquanto crianças e adolescentes, terem travado relações de amizade e partilhado jogos com aqueles contra os quais mais tarde combateram. Fernando, o fundador do sítio da CAALSC, foi um dos membros que introduziu este tema que rompeu com a norma da interacção consensual. Publicou mensagens de crítica contundente ao sistema político e social no qual os membros da CAALSC cresceram. Textos como o que se segue provocavam reacções emocionais comparáveis às catarses induzidas na psicanálise: Vou propor um tema para reflexão, partindo de experiencias vividas, de status quo (felizmente alterados), e de futuros que nunca vieram a se-lo! Se nada se tivesse alterado, o tal 25 de Abril, o tal 11 de Novembro...que seríamos cada um de nós ao fim de quase 30 anos destas datas marcantes! Não falo pelos outros.Vou falar de "moi même". Em 1974 andava por Coimbra, prestes a entrar na Universidade, o meu ciclo de amigos era malta das colónias que tinha vindo estudar para Portugal (principalmente direito) e constituíam um grupo de MPLAs, que lutavam na surdina pela independência de Angola!! Nada acontecia de especial....a tropa olhava para mim à espera de um deslize...e aí ia eu "defender o Império em África"..mas antes disso dava o salto para a Bélgica para onde o papá mandava a mesada, e 111 entretanto tinha de roubar auto-rádios para sobreviver..Continuava a ligar-me à oposição..e em determinada altura o movimento mandava-me para o tirocínio da mata depois de um curso em Argel ou Brazza...Aí eu não aguentaria e assomavam-se os dias de boa vida que podia passar em Luanda, e tentaria regressar atabalhadoadamente à Europa, onde a Pide me apanharia e eu cuspiria tudo o que sabia e não sabia...Passaria a andar entre a Metrópole e Luanda, fingindo que geria os negócios da família (nem precisavam disso pois as mais valias da exploração permitiam tudo)...Fazia dois Verões..um em Luanda, outro em Lisboa...lia a época e o Diário da Manhã..evitava contactos com oposicionistas e até ia participando à socapa em reuniões proregime, onde falaria para denunciar os "vermelhos"..até pq tinha andado com eles..e por aí fora. Podia tb ter acontecido eu ainda andar por fora a combater o clo-clo, e manter essa chama de combatente no acreditar num futuro melhor, a passar dificuldades pq o papá cortou a mesada e eu ter de dar umas aulas num colégio de quinta categoria, e a ouvir e a impingir Regianni, Brell e Miriam Mackeba a meus filhos que nasceram longe das minhas raízes... Ou talvez acontecer eu ser funcionário publico, do tipo dos que não pensam em nada, e leem a bola e o record e cumprem sem alterações as suas regras e até vão à missa ao domingo e depois comem em casa da sogra... Ou talvez nada disto que escrevi em cima.... Pensem no assunto ( Fernando). A CAALSC transformava-se numa arena de confronto e num campo de reacção emocional de “lavagem de alma” como se de um ritual catártico se tratasse. Manuel, embora sendo um membro pouco activo na história da CAALSC, apresentou, uma visão subjectiva transversal, que abrange as relações sociais e étnicas no território urbano de Luanda e as relações de poder no território de guerra não só relativamente ao inimigo que combateu mas também à população civil com a qual manteve negociações quotidianas num processo de sobrevivência logística: O 25 de Abril aconteceu depois de eu ter estado 5 anos em Angola, (…) e de 3 anos a cumprir serviço militar, 2 dos quais a combater o nosso "inimigo" na Guiné. No tempo do Spínola, do Monge, Passos Ramos, Fabião, Otelo, Vasco Lourenço, etc.. Aconteceu o 25 de Abril para quem andou a combater os que não tiveram o 25 de Abril. Eu saía em operações com o fim de lhes queimar as casas, as culturas, MATÁ-LOS, velhos, novos, mulheres (as mulheres também eram do "inimigo", mesmo aquela velhota que apareceu sózinha na estrada, depois de termos incendiado uma aldeia, com a fatal trouxa à cabeça, magra, sem falar, sem se queixar, a integrar-se na coluna de volta ao quartel dos brancos). Que foi feito dela? Que foi feito de outro "inimigo" que preso no nosso quartel, conseguiu uma noite fugir e, baleado pelas costas, com um buraco através do qual se podia ver o outro lado, só dizia "murri, murri" metendo os dedos no buraco para morrer de facto? Ainda hoje me "esqueço de lembrar" o 112 que lhe aconteceu, arrumei logo o assunto entregando a responsabilidade às "pessoas que tratavam dos presos que fugiam e que, baleados pelas costas, preferiam morrer a ser tratados para sobreviver". Mas ele e a velha visitam-me cada vez mais nos meus sonhos, porque hoje eu sou "velho" tenho filhos e netos como ela tinha por certo e que não a acompanhavam, devia tê-los perdido. E se eu perdesse de vista os meus filhos e os meus netos? É claro que o 25 de Abril aconteceu-me a mim e a mais uns quantos que por lá andaram e que recordam casos parecidos, uns questionam-se por que não houve 25 de Abril para os outros, outros nem por isso..., mas todos sentimos que aquilo não era um "25 de Abril", era sim uma desresponsabilização colectiva que nada resolveu e que nada esclareceu os que estavam de um e outro lado (ou estávamos do mesmo lado?). Mas o 25 de Abril aconteceu também a mim que por lá andei na Guiné nas casas dos pretos onde viviam as lavandeiras suas filhas que não eram lavandeiras mas que tinham de ser, com quem eu queria falar sobre outra coisa que não as peúgas e as camisas lavadas mas que não entendiam por que quereria eu falar dessas coisas. Chamava-se Maria, tinha estudado no Liceu, falava português, mas nunca falava, (…) talvez ela hoje possa ter um computador e esteja a escrever uma crónica sobre o branco para quem ela cozinhou o frango, lavava as camisas e até costurou uns calções de banho. Não falei de Angola porque esta realidade não me apanhou em Angola... Em Angola fui filho de colono, também tinha lavandeira, criado que roubava, que era levado ao posto para ...(já se sabe o quê). No meu 1º dia em Luanda, com 12 anos, entrou um deles a correr para dentro do meu quintal e enfiou-se numa casota de arrumos de onde, sem apelo nem agravo, o cipaio perseguidor o resgatou na maior das calmas e o levou ao seu destino. Explicaram-me que aquilo não era nada... E não era mesmo, não me dizia respeito sequer, era com os outros. O meu mundo passava noutra dimensão, também tinha pretos e mulatos, mas não eram aqueles. Os "meus" estudavam comigo, brincavam comigo. Será que eles também sabiam o que se passava com o cipaio e o preto "ladrão"? Esperavam também eles por algum 25 de Abril? Só alguns? Poucos? Nenhuns? Tenho "inveja" dos Fernandos Pereiras, dos Euricos, de todos que aqui tenho conhecido e que lá ficaram com as suas raízes. Gostaria que aparecessem as crónicas dos que referi, dos "criados", das "lavandeiras" ou similares, mas, na sua previsível ausência, já estou como o Edmundo, vamos um pouco sair do sério e encaixar estes assuntos com a calma que nos dá a nossa já algo longa experiência de vida, não deixemos de debater os sabores e a cultura e, como diz o MCruz, fazer umas combinas para uns almocinhos, onde de tudo se fala e é o que se leva desta vida... Manuel Belém 113 Por sua vez, João trouxe à arena a questão da descolonização como uma consequência da situação política mundial, não deixando, no entanto, de responsabilizar os actores que em Portugal tomavam as decisões políticas: Que o 25A tinha de ter acontecido aceito plenamente, que era inevitável para as gentes da Metrópole, é verdade. Acredito também que as colónias, a partir desse dia passaram a ser um empecilho, que o nível das pessoas que o fizeram e continuaram não era o melhor.O que eu acredito também é que se a Perestroika tem acontecido antes do 25A, tudo teria sido diferente. A guerra em Angola, o que se passou em Timor e o que se passa na Guiné tem responsáveis e eles moram aqui perto de nós. Não vou morrer sem que se ponham os nomes nos Burros, e penso que já faltou mais. João Outras foram as ocasiões em que aconteceram debates inflamados. A série transmitida na RTP1 sobre a denominada “guerra colonial” deu azo a dezenas de mensagens: Regresso ao Ultramar , estreia hoje na rtp guest_sande lemos Regresso ao Ultramar Levou oito anos a ser feita, por Joaquim Furtado, e recupera 5000 filmes de arquivo. Estreia esta semana a maior série documental de sempre sobre a guerra colonial FOTOGRAFIA DE ARQUIVO No norte de Angola, antigos oficiais do Exército português enfrentam a câmara e dizem o que talvez julgassem nunca ter coragem para confessar, mais de 40 anos depois, a um país inteiro de telespectadores: em 1961, no início da guerra entre Portugal e as então colónias africanas, eles e os seus homens não hesitaram em usar, desde o início do conflito, napalm nos bombardeamentos sobre os rebeldes. Assumem também ter recebido instruções explícitas dos seus superiores para cortar cabeças e pendurá-las em estacas ou em árvores, à vista de todos. Mas esses oficiais não estão sozinhos na confissão. Outros velhos guerreiros reformados, então inimigos de morte dos militares portugueses, contam também para a câmara como nas fileiras da União dos Povos de Angola (UPA) conceberam uma sequência metódica e eficaz para os massacres de civis portugueses com que inauguraram a luta armada pela libertação de Angola, começando sempre por liquidar os patrões nos ataques às fazendas. Noutra latitude, em Luanda, a câmara vira-se para testemunhas portuguesas capazes de recordar os julgamentos sumários de rua onde compatriotas seus vingaram essas mortes matando negros dos musseques sem lhes dar direito de defesa. JOAQUIM FURTADO no estúdio de edição da RTP onde montou as 18 horas de documentário da série «A Guerra» …………… 16 October 2007 01:36 PM guest_gcastroferreira Querido João, 114 Vê só bem que eu, aqui em Lisboa, não tinha conhecimento da estréia hoje desta série de documentários.... Não vejo televisão... Tinhas que ser tu aí da "terra" a informar-me... Obrigada, vou tentar apanhar todos. Beijinhos para ti G. 16 October 2007 03:19 PM guest_ZePenha Sande Lemos Boa. Obrigado pelas tuas informações sobre este assunto. Ia perder o 1º episódio com toda a certeza, pois não sabia que começava já hoje. Um abraço ZP 16 October 2007 05:15 PM guest_sande lemos ia dizer que esta tinha sido uma de bom samaritano porque pensei que so ia dar na rtp 1 ( aqui nao temos acesso ) mas afinal fui ver e tambem vai dar na rtp africa . ainda bem , vou reunir os amigos e as cervejinhas geladas que aqui ja faz calor de sauna . 16 October 2007 05:38 PM guest_gcastroferreira 1. e as catanas continuarão na bandeira?? 2. apesar da estima e consideração que tenho por ti, A.Russo, atrevo-me a dizer que H. Roberto não prestava. Ficou claro em duas ou três frases que proferiu. 3. renovo a minha homenagem aos militares que partiram de Portugal metropolitano. Beijos, João. Fico à espera que me digas das reacções a este primeiro documentário aí pela nossa terra. Guida 16 October 2007 10:53 PM guest_1MandaChuva Quando dei conta do que estava a dar na televisão foi no café...Olhei intensamente as fotos dos aviões e das mães e crianças que eram evacuadas em 1961 para Luanda, na esperança de identificar aminha mãe ainda jovem e eu candengue de dois anos de idade, mas no meio detantas mães e meninos não pude identificar ninguém...Karipas, não encontras imagens dessas no You Tube?... Quanto ao Holdem Roberto era mesmo"macaco velho" , diz que perdeu o controlo da situação em 1961...e dejenerou em matança...mas que compreendia porque mataram tantos angolanos negros...Um outro guerrilheiro disia que os negros mortos junto com os brancos nas fazendas eram também "colonos"... E aqui está um novo conceito de colonialismo !!! esta é para alguns ".letrados em "colonialismo" ca do sitio digerirem.... Quanto á catana ( no sentido de luta armada) ser simbolo nacional de angola é como a alemanha adoptar um campo de concentração para simbolo...Já aceito a catana como simbolo do esforço detrabalho dos contratados e explorados pelo colonialismo... renato pereira (mandachuva) 17 October 2007 10:21 AM guest_One_o_six106 Apesar de longamente anunciado na Antena Um, que capto no auto-rádio, só pude ver um pouco, devido ao trabalho. Como não esperava muito, não fiquei muito decepcionado, mas... Achei no entanto um pouco breve de mais., Se nos lembrarmos das recentes discussões que tivemos aqui, só os antecedentes de Março de 61 dariam para um ou dois episódios, pelo menos. Pelo que vi, receio que os próximos episódios sejam igualmente breves, enlatando uma parte importantíssima da nossa história em embalagens tipo fast-food. E quanto à profundidade com que os temas forma abordados, receio que Pilatos tenha sido um 115 menino de coro ao pé do argumentista do documentário. Mas, a ver vamos. 17 October 2007 02:21 PM guest_karipande http://www.youtube.com/watch?v=lwBIjX58PpY Quero ver o desenvolvimento da série, embora acredite que o Joaquim Furtado é um jornalista sério, embora tivesse feito parte de um grupo da "Grande Reportagem" onde havia alguns "indiscutíveis servidores do galo". Acho que este primeiro episódio, fica apenas pelo lugar comum de algo que já conhecíamos "doutros carnavais", um pouco antes do famoso: "Os sinos da velha Goa e as bombardas de Diu ainda são portugueses". Não gostei, da abordagem feita neste primeiro episódio, porque para o início de qualquer guerra, há motivos. Sei que não há documentários com imagens, que possam sustentar algumas razões do início da guerra colonial, nomeadamente a "baixa de Cassange", o "Acto Colonial", a "lei do Condicionamento Industriial", e muitas outras coisas... Vou ficar expectante, mas acho que se deve dizer que no "Mucaba, só pediam o Sena", para dar um pequeno exemplo, que foi contado por quem lá esteve dentro da Igreja....Foi depois promovido a Intendente (que no caso não estou a falar de nenhum largo de Lisboa)... Para que se saiba, posso dizer que eu em 15 de Março de 1961, dormia numa fazenda do Songo, de onde os meus pais saíram à pressa depois do pai do nosso colega Luis Azevedo, que morava numa fazenda próxima ter mandado avisar que tinha havido muita coisa para os lados do Quitexe, Ucua, etc... Era miudo, mas algumas imagens muito difusas, aliadas ao que os meus pais me contaram ajudaram-me a conhecer algumas coisas fundamentadas depois com toda a extensa bibliografia e documentos que tenho desse tempo. Aguardadamente Fernando Pereira 17 October 2007 04:59 PM guest_Joaoeloy26 Caríssimo Sande Lemos. Ora aqui está um fio que pode perfeitamente chegar às seiscentas (sem terem que ser, forçosamente, seiscentinhas). Basta serem dezoito episódios, logo, pelo menos, dezoito semanas, com alguma coisa de substancial para se dizer ou comentar. Vai, seguramente, dar mais que falar do que as proezas do teu clube, previstas para este ano. Eheheh (não és obrigado a responder. D. Quixote era espanhol. eheheh). Ora bem: Desde logo, o documentário trouxe-me uma surpresa: A luta anti-colonialista, ou lá como lhe quiserem chamar, em Angola, começou a 15 de Março de 1961... E eu, que na minha inaugurância (é uma ignorância a estrear, melhor dito, de que só agora se tem consciência) pensava que tinha sido a 4 de Fevereiro (com sete polícias da 7ª Esquadra e milhares de angolanos negros mortos), e que, por causa disso é que os gringos, infiltrados nas missões do norte, tinham apressado o inicio das hostilidades por parte da UPA, para não deixar o MPLA ganhar protagonismo exclusivo, a nível internacional... Ora Fevereiro era até aqui, antes de Março do mesmo ano. Omitiram o 4 de Fevereiro por não haver imagens ou quem se lembre dos factos? Ou para não falarem do que se seguiu com milhares de mortos, sumáriamente, nos arredores de Luanda, nos dias seguintes? Bastava não terem documentos em dia ou boletim de trabalho, e zás. Eu tinha dez anos. O meu pai levava-me para o Colégio Gago Coutinho, na estrada cda CUCA (chamava-se Rua Francisco Newton) ali mesmo ao lado da JOMAR, serração que ficava defronte da fabrica da Coca-Cola. Tinha de passar num mercado indígena que ficava a meio caminho entre esse Colégio e o que foi o cinema S. Paulo. Do lado direito dessa estrada, logo depois dessse mercado, havia um muro amarelo, aí com uns dois metros de altura e um comprimento de uns cem metros. Sabem o que eu vi ali, naquele muro, por cada manhã que lá 116 passei e durante toda uma semana? Os corpos dos encostados à parede durante a noite, às dezenas diárias. Com gajos s fotografar e a filmar. Todos os dias. Não há imagens? Presumo que ninguém irá dizer que esses actos de vingança e intimidação (tipo vê lá se te serve de exemplo...) foi o resultado do descontrolo "popular". É que é isso que, precisamente, já criticam ao Holden: dizer que "se" perdeu o contrôlo sobre a máquina. Ah Furtado, pai da Catarina! (E eu que pensava que pela "obra valerosa, te foste da lei da morte libertando"...) Tu, que estavas com o microfone à mão naquele dia e àquela hora em que deste a notícia ao povo, quando amanheceu Abril... Como te furtas... ao políticamente incorrecto... Mas, não te peçam mais. De obra, já tinhas a parte feita! Por ora chega, que vai haver "festa até às tantas". JE 17 October 2007 07:09 PM guest_gcastroferreira Caro João JE, De facto já tinha estranhado não se ter feito referência ao ataque à Esquadra...e estou à espera que refiram, com justiça, o papel tenebroso de alguns elementos das milicias. Como diz o K., esperemos para ver o que nos quiserem mostrar...Quanto ao Holden Roberto, acertaste na mouche. Revelou-se quando declarou que tinha perdido o contrôlo...Não teve nem coragem, ao fim de trinta anos, para afirmar abretamente que assumia plenamente todos os massacres. Por isso considero que não prestava. Mesmo. Bjs G. 17 October 2007 09:19 PM guest_gcastroferreira ...aliás, HR acobardou-se e disse-o taxativamente...Só reconheceu publicamente que os ataques às fazendas tinham sido obra da UPA quando alguém lhe lembrou que o MPLA se poderia adiantar. É curioso para mim, agora, perceber que o MPLA começou a guerra de forma "limpa"...atacando forças policiais e não populações indefesas. No entanto sempre ouvi, por parte de ex-militares portugueses, que fizeram guerra "à séria", na mata, que o MPLA utilizava as populações como escudo..ou seja, num acampamento do MPLA, habitualmente os guerrilheiros instalavam-se no núcleo, tendo como barreira as mulheres e as crianças...ao contrário da UNITA cujos guerrilheiros se interpunham entre as suas gentes e os militares portugueses. A explicação poderá estar relacionada com as linhagens??..eventualmente as populações/escudo do MPLA não seriam compostas por elementos da mesma etnia que os guerrilheiros??... G. 17 October 2007 guest_Piti1944 Salvo erro, a tal de luta armada recente (houve muitíssimas outras antes...) começou na Baixa do Cassange, quando a aviação portuguesa bombardeou os trabalhadores da Cotonang. Deve haver imagens disso, pois é um episódio que até era citado no "Manual do Oficial Miliciano". Deve haver ainda sobreviventes, embora um dos participantes, o então pilolto aviador mais tarde conhecido como Iko Carreira já tenha falecido. Quanto às catanas, é um espanto ter-se esquecido a sua razão de ser. Releiam um livro que no final da década de 50, princípio da de 60 era muito lido (clandestinamente...) pelos alunos do Liceu Nacional de Salvador Correia: "Os condenados da terra" na edição da Ulisseia, ou mais frequentemente "Les damnées de la terra", de Franz Fanon. É lá explicado minuciosamente porque os ataques têm que se feitos com catanas, porque há que espalhar sangue por toda a pafrte, porque é necessário que seja horrendo. Já se sabia que tinha que ser e ia ser assim... 117 18 October 2007 03:33 AM guest_1MandaChuva1 kARIPANDE...sempre tão pró Mpla..Imagina que o M de hoje ate tem que pedir auxilio ao amigo cubano para se defender dos seus próprios...miala e outros..eh!eh! Quanto ao humanismo e ao politicamente corecto e militarmente... Guerra Colonial, guerra do ultramar ou ontro nome que se queira dar nasceu não da questão da cotonang ( esse fenómeno não resultou em conflito aberto...e para dos defensores da luta anticolonial as condições eram bem anteriores...), mas sim do chamado "terrorismo" ou "carnificina" de 1961 no norte de Angola...Foi esse acto que justificou Portugal perante o Mundo em defender militarmente as Suas colónias ou possessões ultramarinas...E Salazar aproveitou-o bem... E com razão uma vez que as principais vitimas dos desmandos de um lado e do outro era a população autocne angolana...E nesse aspecto e no caso de Angola , houve um claro beneficio cultural, económico e até social, quando comparado com o pós independência. Vi mais humanismo na boçalidade dos guerrilheiros da Unita e da Fnla do que nos do MPLA... O M sempre teve um comportamento ambivalente - lobo com pele de cordeiro.. vi claramente isso quando o M eliminou a facção Chipenda (revolta do Leste ) em Luanda, sei bem das atrocidades que o M faz, mas esconde sempre a sua mãozinha de maldade...e por isso é bem mais terrivel do que os outros.. e não admira que em 1975 a FNla e a Unita tivessem o apoio dos brancos ao ponto de lutarem lado a lado na guerra de quifangongo...contra os cubanos...Mas isso melhor saberá o nosso colega Anibal...Interressante essa evolução de "angola é nossa"...de facto essa ideia está na base dos flechas, da unita,dos comandos, do batalhão bufalo,da diáspora angolana, eé disso dessa força que hoje favorece não só a Unita como todos os partidos da oposição ao poder despótico do Mpla em Angola... é esse o medo dos instalados hoje em Luanda? 18 October 2007 09:25 AM guest_Joaoeloy26 Caro Renato: Não te vou chamar manda-chuva, porque me dá logo vontade de mandar granizo, e o que eu quero mesmo, é dar-te um abraço quando um dia te encontar pessoalmente. Quando desceres à cidade para conheceres a boa gente que por aqui vai. Porém, os teus conceitos de história nem sempre coincidem com os os meus. Embora tenhamos estudado, a dada altura, pelos livros dos mesmos autores. Recordo-te que na acepção do Mattoso (aquele livrinho querido da história possivel, à epoca da censura prévia, e que só por um mero acaso, era vermelho) e que era a da primeira abordagem clássica, a história é "a narração científicamente ordenada dos acontecimentos do passado, na qual o homem foi o actor dominante, e que de algum modo acelerou, retardou ou modificou as condições de vida da humanidade, ou seja, a civilização" (citei de cor, mas, é mais ou menos isto que lá está, e tenho o livro lá em casa, algures... posso emprestar-to, para matares saudades e conferir conceitos, eheheh). Depois vieram vários, Mark Bloch incluído, e acrescentaram, no fundamental, que, eram esses acontecimentos, mas, narrados "pela classe dominante ou vencedora". Óbvio, meu caro. E a tenebrosa idade média, com os filhos bastardos dos poderosos (são factos históricos, não é um juízo de valor, notem) a assumir cargos no clero letrado e encarregue de passar ao crivo as cópias manuais dos acontecimentos do passado, alterando factos, dando interpretações convenientes, mudando o conveniente. Sempre em atenção ao "politicamente correcto", isto é ao sabor de quem paga. A miséria da humanidade é precisamente esta: Há sempre alguem disposto a vender-se. A vergar-se ao bilhete verde. Ainda que por vezes, por caminhos ínvios e camuflados. Para não parecer tão mal. Vem isto a propósito de quê? Como disse, de alguns conceitos históricos que tens expedido. 118 De ânimo leve, acredito, porque com a tua formação, ainda que adquirida numa universidade diferente da minha, só pode. Com que então, a luta dos povos de Angola pela autodeterminação começou em 15 de Março? Eu pensava que tinha começado no dia em que o Diogo Cão lá pôs o padrão! E que tudo o subsequente foi uma questão de oportunidade para iniciar uma oposição eficaz. Vamos lá a ver: Achas que o 1º de Dezembro de 1640 foi uma data memorável da história de Portugal? Porquê? Os espanhois tinham assumido o trono de Portugal ao abrigo das leis da sucessão. E não podes deixar de saber que aquela história das actas das cortes de Lamego está mal contada. As maravilhas que o carbono 14 faria, se não fosse politicamente incorrecto... Então? Porque se celebra o 1º de Dezembro, á revelia das leis que à data regiam essas sucessões ao trono? Porque o povo não queria a dominação castelhana, dirás tu. E essa foi a legitimação do golpe (porque de golpe se tratou!). E também, porque a nobreza indigena tinha a ganhar. "Antes raínha por uma hora, que princesa toda a vida", diria aquela fresca... Então, vamos lá ver se nos entendemos: O povo protuguês teve direito a não querer a dominação estrangeira, e os outros povos não tinham o direito a não querer a dominação portuguesa? Porquê? Por sermos uma "raça" superior? Ah, esta já ouvi em qualquer lado. À pala dela, assassinaram-se milhões de seres humanos. Aqui na Europa. Não foi em Africa. Meu caro, a verdade histórica é dura, mas... escreve-se com v. Daí, insisto: a "gesta heróica" da "Baixa do Cassange" não teve nada que ver com a luta de emancipação do povo angolano? Há uma coisa a que costuma chamar-se, honestidade intelectual, e de que não abdico. Porque não estou (nem nunca estive) à venda. Havemos de continuar. Um abraço. JE 18 October 2007 01:53 PM guest_gcastroferreira Piti, Já que proximamente não vou ter hipótese de arranjar o livro que referes, podes explicar porque é que tinha de ser com catanas?? de haver sangue e ser horrendo?? Julgava que os movimentos nacionalistas não teriam budget para armas de fogo, e houve que aproveitar as ferramentas de uso diário...assim como as pedras e os paus...tal como um dos velhos afirmava no documentário que vimos...A necessidade de sangue estaria relacionada com práticas ritualistas? ..Eu ando com a mania das antropologias e tive oportunidade de estudar, recentemente, o comportamento cultural de alguns povos africanos...De facto a atitude perante a morte, perante o homicídio, o relacionamento com outros povos/outras étnias é diferente, ainda hoje, da perspectiva "ocidental". Presumo que em 60 tudo fosse ainda mais "tradicional". Desenvolve, pls, se te apetecer e tiveres tempo. Não te conheço mas mando-te um beijo de "irmã" africana! Guida 18 October 2007 08:23 PM guest_Piti1944 A tese que Franz Fanon defende é simples: quando se consegue convencer um grupo a começar a luta armada, terá que ser com uma acção que marque para sempre todos os seus participantes, que lhes corte todas as hipóteses de voltarem atrás. Propõe as catanas por serem os instrumentos de trabalho, portanto os instrumentos que servem tb para escravizar os revoltosos ao "fuba podre, peixe podre, 50 angolares, porrada se refilares". A morte à catanada de mulheres e crianças criminaliza os autores de tal forma que nunca vão conseguir perdão - depois da acção, a única possibilidade de sobrevivência é a manutenção do grupo unido contra todos os do exterior. 119 Qualquer livraria francesa ou alfarrabista tem o livro.. 19 October 2007 03:08 AM guest_gcastroferreira Obrigada, Piti. Bj G. 19 October 2007 07:08 AM guest_1MandaChuva1 "A morte à catanada de mulheres e crianças criminaliza os autores de tal forma que nunca vão conseguir perdão - depois da acção, a única possibilidade de sobrevivência é a manutenção do grupo unido contra todos os do exterior." AINDA NÃO VI ESSE PEDIDO DE PERDÃO... Quanto ao colonialismo, há mais de 30 que apotencia coloniial já o não é... epor vontade própria e reconhecimento do direito dos povos colonizados à autodeteminação... embora sejam esses próprios povops que se não sintam autodeterminados ainda...(vejam o caso demoçambique, Angola e guine Bissau eas lutas intestinas pós indepen^dencia) Quanto a Franz Fanon e as suas catanas, tem igal valor ao Maen kampf de Hitler... Por acaso não havia legitimidade para um punhado de alemães executarem " noite dos facas longas" ? E o posterior extreminio em massa dos judeus , ciganos e deficientes residentes no III Reich ? 19 October 2007 12:18 PM guest_Piti1944 estava a falar de estratégia de tomada do poder, não de propaganda política... A estratégia de Franz Fanon funcionou na Argélia, e por isso foi imitada por toda a África, ultimamente na Serra Leoa e na Libéria, no Ruanda e no Congo. Os "ismos" são somente uma capa para derrubar osutros "ismos" e permitir a uma nova clique que se instale e usufrua, à pala da populaça que angaria para tratar da matança. Ontem houve 130 "mortos inocentes", amanhã talvez haja o dobro, porque eles continuam a ser necessários para inflamar as consciências e manter os grupos coesos. Mas devemos ter sempre em conta o objectivo final dos que aplicam a estratégia. Em attach, alguns dos exemplos confirmados de salvadores de pátrias e o que obtiveram para si próprios enquanto deixavam na mesma miséria o povo que extorquiam. 20 October 2007 03:05 AM guest_Manuel_Sardinha A estratégia Franz Fanon ainda funciona hoje em dia.As catanas estarão apenas adormecidas mas não esquecidas, prontas a ser brandidas e utilizadas em qualquer momento, nas suas mais diversas vertentes, tanto físicas, na sua versão original de um ou dois gumes, como na forma de uma G3 ou de uma kalasnikov em mãos de crianças e de populares, ou de uma forma psicológica, que a seu tempo se revelam, e estão se revelando sempre, para bel-prazer dos célebres “damnés” coesos, constituídos em famílias, em tribos, grupos à parte, em que mesmo o próprio comandante receia mastigar alguma coisa - esta só importada – e nunca sem que tenha sido provada antecipadamente, tornando-se assim comestível para o todo poderoso, não vá a “catana” tecê-las. Sendo eu um abominável desamante desta elite, para quem não hesitaria usar a mesma ferramenta em qualquer situação de defender mulheres e crianças inocentes e gente indefesa, usando o que a minha mente instintiva me aconselhasse no momento. Talvez por isso eu me tenha inscrito, conscientemente, nas TE-RC. Também é assim que funciona a mente humana, desumana e incompreensivelmente capaz das maiores atrocidades em determinados momentos, sejam elas as de 39-45, as de 61, as do Ruanda ou idênticas, ou mesmo de quem tenha combatido e se tenha oposto, em campo, a estes massacres do mesmo jeito. É muito difícil responder apenas com indignação e sem violência, a estes actos – falo por mim – e não há, não pode existir, qualquer argumento sustentável que justifique tamanha crueldade. Se alguém pratica um acto destes e vem publicamente falar dele, se assumindo como um herói, sem arrependimento, não podemos estar perante um ser humano. Nem sequer estamos perante um ignorante, mas perante uma forma "consciente" de um ser qualquer homniforme! 120 Esse indivíduo não tem, concerteza, alma, é oco e insensível, e apenas fala como um humano e tem a sua forma, como disse! Não eliminou condicionado, provocado, para se defender, mas chacinou a sangue frio de golpes de lâmina pessoas civis indefesas, xenófoba e arbitrariamente, com a mutué carregada de marijuana, talvez, ou então até bem lúcido, bem identificado com uma política açouguenta e sanguinária e de psiquismo infra, e sem um pingo de arrependimento que se notasse posteriormente, de imediato ou a longo prazo, como aconteceu, ou como está a acontecer. Perdão… Perdão não existe, para quem não tem alma! Quanto ao TOP_Inter... Mas, tendo eu, em miúdo, apanhado tanta boleia desde o Bairro Operário, onde morei, até à Casa Amarela, onde estudei, ia lá eu matricular-me em bandos de damné, ou assim! Não, senhor! Sempre tive aversão a objectos cortantes, e sempre odiei aquele Mobutu, fantoche americano! Prefiro os golpes mais suaves com uma boa faca de mesa em um pedaço de tenra carne exclusivamente pra mim importada da UE, ou de S. Paulo! Ou então… daqueles golpes invisíveis, ou apenas notáveis só a médio e a longo prazo – que não doem, "sem" catana! Só negócios sem sangue, daqueles agrícolas, de feijão-branco das minhas lavras da Lunda, que exporto para serem apreciados nos mercados da Holanda e da Bélgica – eles adoram desse tal feijão no óleo de palma, de dendê, que hei-de eu fazer... -, e também comissões nos crudes de Cabinda, que esses Tutsis daí estão habituados já com miséria, nem sentem a catanada, e façolhes um favor, permitindo que a Chevrol e outras pequenas companhias retirem aquele cheiro pestilento a crude ali da área, que eles até odeiam. O quê?! Livros e cadernos… lápis… são materiais desconhecidos dos jindenge do mato, das províncias do Distrito da Huíla, e do Sul! O kumbú não chega para criar esses luxos! Só para Fundações! Vocês até que lhes podem enviar, mas eu não garanto que essa modernice chegue até lá! Apoio de integração na sociedade às crianças mutiladas… Pronto! Estamos a implementar… ainda! Desminagem?! Custa caro, e não há gente especializada, e até já desmobilizamos todos os militares que as colocaram lá! Não há mais pessoal, e dá bué de despesa! Como diria o meu bom amigo Dr. Patrocinius: “Salvador… Deixa-me mas é refrescar com um Whisky! Vai zuelar em outro lado, que já sonho com as minhas férias na Riviera francesa!” Manel F., acho que deambulei em “Manuel…ismos”. Manel S. 20 October 2007 08:24 PM guest_zhemm1 ATE QUE ENFIM…. !!! ATE QUE ENFIM QUE NESTE PORTUGAL PASSADOS MAIS DE 30 ANOS APÓS O FIM DO IMPÉRIO SE RESOLVE ABRIR A DISCUSSÃO SOBRE A GUERRA COLONIAL. ESPERO QUE HAJA DE FACTO UM DEBATE SÉRIO E QUE NÃO SE FIQUE APENAS PELOS FACTOS QUE A SÉRIE CERTAMENTE MOSTRARA. É NECESSARIO IR MAIS LONGE E PARA TAL E NECESSÁRIO CORAGEM, ISENÇÃO E AUSÊNCIA DE SENTIMENTOS EMOTIVOS. NÃO LEVAM AO ESCLARECIMENTO DE UM PERÍODO IMPORTANTE DAS HISTÓRIAS PORTUGUESA E DAS COLÓNIAS POR NÓS DOMINADAS DURANTE 5 SÉCULOS. CERTAMENTE NÃO HAVERÁ CONCENSOS TAL COMO NÃO OS HOUVE COM OS QUE VIVERAM OS PERÍODOS COLONIAIS E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS MAIS OU MENOS DRAMÁTICAS EM OUTRAS POTENCIAS COLONIAIS COMO A FRANÇA COM A GUERRA DA ARGÉLIA E NO SUDOESTE ASIÁTICO, A INGLATERRA COM O SEU COLONIALISMO « DESENVOLVIMENTISTA » OU MESMO OS EUA NAS SUAS INCURSÕES PELO VIETNAM E CAMBODJA. NESTE ULTIMO CASO, A « GUERRA EM DIRECTO » NO IRAQUE JÁ COMEÇOU A REABRIR AS FERIDAS NUNCA FECHADAS DO VIETMAN. NÃO VENHO AQUI PARA TENTAR GERAR CONSENSOS NEM PARA « ATIÇAR » EMOÇÕES. APENAS PARA CONTRIBUIR PARA O DEBATE DE UM TEMA QUE CERTAMENTE NÃO SERÁ DISCUTIDO EM PROFUNDIDADE NA SERIE QUE AGORA COMEÇOU. TENTAREI EXPRIMIR A MINHA OPINIÃO SOBRE O TEMA DA « VIOLÊNCIA » EM FRANZ FANON, O FILOSOFO DA NEGRITUDE. PORQUÊ FRANZ FANON ? PORQUÊ TANTA VIOLENCIA ? PORQUÊ ALGUNS RESPONSÁVEIS POR 121 ELA, DIZEM SENTIR-SE ULTRAPASSADOS ? NÃO SOU UM CONHECEDOR PROFUNDO DA OBRA DE FANON. APENAS LI DUAS DAS SUAS OBRAS (OS CONDENADOS DA TERRA E PELE NEGRA, MASCARAS BRANCAS, O SEU ULTIMO LIVRO) E MAIS ALGUNS TEXTOS. DO QUE LI, POSSO DIZER QUE ENTENDO A IDENTIFICAÇÃO DE FF COM ALGUNS DOS LIDERES DA LUTA ANTI-COLONIAL NOMEADAMENTE HOLDEN ROBERTO. ELE FOI UM DOS SEUS CONSELHEIROS DESDE 1959 ATÉ A SUA MORTE EM DEZEMBRO DE 1961 MESMO QUANDO JÁ HAVIA FORTES SUSPEITAS DE QUE HR FOSSE UM AGENTE DOS EUA. AO MESMO TEMPO QUE RECUSAVA ADMITIR A REPRESENTATIVIDADE DO MPLA E DE AGOSTINHO NETO, PREFERIU DAR O SEU APOIO A UPA (ANTIGO GRAE-GOVERNO REVOLUCIONÁRIO DE ANGOLA NO EXÍLIO COM SEDE EM KINSHASA), TALVEZ PELA SUA AMIZADE PESSOAL A HR E QUEM SABE POR ELE TER APLICADO« NA PRATICA A SUA TEORIA POLITICA REVOLUCIONÁRIA ». FRANZ FANON FOI ACTIVISTA DA GUERRA DA ARGÉLIA CHEGANDO A SER SEU REPRESENTANTE DIPLOMÁTICO. QUANDO A TENSÃO COMEÇOU A SUBIR ENTRE O PODER COLONIAL PORTUGUÊS E OS COLONIZADOS ENCAROU A HIPÓTESE DE CRIAR « UMA SEGUNDA ARGÉLIA », AINDA DURANTE A GUERRA ARGELINA E AS TENSÕES DO CONGO. PARA PERCEBER A RAZÃO DA VIOLÊNCIA EM FANON E NOS SEUS SEGUIDORES É NECESSÁRIO CONHECER UM POUCO DA SUA SUA PERSONALIDADE. FANON ERA NATURAL DE FORT-DE –FRANCE (CAPITAL DA COLONIA FRANCESA DA MARTINICA) E DESCENDENTE DE ESCRAVOS DEPORTADOS DE ÁFRICA PARA AS ANTILHAS. AINDA QUE SOFRENDO DISCRIMINAÇÕES RACIAIS EMERGE UMA BURGUESIA NEGRA QUE ASPIRA MAIS A ASSIMILAÇÃO QUE A INDEPENDÊNCIA. SEU PAI FAZ PARTE DESSA BURGUESIA. FANON FAZ OS SEUS ESTUDOS UNIVERSITÁRIOS EM FRANÇA ONDE SE LICENCIA EM PSIQUIATRIA. PARTE EM 1952 PARTE PARA A ARGÉLIA COMO MÉDICO ONDE FICA APENAS 3 ANOS. A SUA CONSCIÊNCIA POLÍTICA FORMA-SE NUMA SITUAÇÃO REVOLUCIONARIA COM O DESPERTAR DA LUTA PELA INDEPENDÊNCIA. NA SUA CARTA DE DEMISSÃO, ESCREVE : « A ALIENAÇÃO MENTAL É UM DOS MEIOS PELO QUAL O HOMEM PERDE A SUA LIBERDADE ; E POSSO DIZER QUE, OCUPANDO O CARGO DE MÉDICO, AVALIEI COM ASSOMBRO A AMPLITUDE DA ALIENAÇÃO DOS HABITANTES DESTE PAÍS. SE A PSIQUIATRIA É A TÉCNICA MÉDICA QUE SE PROPÕE POSSIBILITAR AO HOMEM NÃO MAIS SER ESTRANHO AO SEU MEIO, RESERVO-ME O DIREITO DE AFIRMAR QUE O ÁRABE,PERMANENTEMENTE ALIENADO NO SEU PAÍS VIVE NUM ESTADO DE DESPERSONALIZAÇÃO ABSOLUTA ». ENTENDA-SE, NESTE CONTEXTO, ALIENAÇÃO NÃO COMO SINTOMA CLÍNICO MAS NO SENTIDO MARXISTA DO TERMO E DAS INFLUENCIAS DO PENSAMENTO DE HEGEL, J.P.SARTRE, GEORGES SOREL, HERBERT MARCUSE E OUTROS. É NESTA LÓGICA INERENTE Á SUA PRATICA PROFISSIONAL QUE FANON SE ENTREGA Á CAUSA DA REVOLUÇÃO E A SUA ENTREGA Á CAUSA ARGELINA É TOTAL CONCEBENDO A VIOLÊNCIA COMO UM PROCESSO QUE CARACTERIZA EM DUAS FASES : 1ª, A VIOLÊNCIA ESPONTÂNEA, DESORGANIZADA E AINDA DESTITUÍDA DE UMA CLARA VISÃO POLITICA (O COLONIZADO VOLTA-SE CONTRA O INTRUSO ESTRANGEIRO QUE É O COLONO ; 2ª, QUE VAI ATÉ Á INDEPENDÊNCIA FORMAL, ORGANIZANDO-SE EM REVOLUÇÃO SOCIALISTA. (VER OS CONDENADOS DA TERRA). SEGUNDO ELE ENTRE COLONO E COLONIZADO NÃO HÁ COMPROMISSO POSSÍVEL. O COLONIZADO SABE QUE ESSA SITUAÇÃO DESESPERADA SÓ ADMITE UMA SOLUÇÃO : SUBSTITUIR-SE AO COLONO PELA FORÇA E ESSAS MASSAS COLONIZADAS APERCEBEM-SE, DE MANEIRA INTUITIVA QUE A SUA EMANCIPAÇÃO SÓ PODE SER ALCANÇADA POR MEIO DA VIOLÊNCIA. DIZ : « PARA O COLONIZADO, A VIDA SÓ PODE SURGIR DO CADÁVER EM DECOMPOSIÇÃO DO COLONO ». A UTILIZAÇÃO DA CATANA COMO INSTRUMENTO E MERAMENTE SIMBÓLICA. ERA UM INSTRUMENTO DE TRABALHO E NO ESTADO DE REVOLTA IMEDIATA E SANGRENTA, A VIOLÊNCIA NA FASE INICIAL NÃO TEM UMA ORIENTAÇÃO POLITICO-ESTRATÉGICA. A SUA FUNÇÃO É PRIMEIRAMENTE, SEGUNDO AFIRMA, SÓCIO-PSICOLÓGICA E É CONDIÇÃO PRÉVIA PARA A LUTA DE LIBERTAÇÃO ORGANIZADA. AO MATAR O 122 SEU OPRESSOR OU AO EXPULSA-LO PELA FORÇA, O COLONIZADO LIBERTA-SE DA SUA NEVROSE COLONIAL E CONQUISTA UMA LIBERDADE DE ACÇÃO QUE PARECIA PERDIDA NA APATIA E NA PETRIFICAÇÃO. DIZ : « NOS PRIMEIROS MOMENTOS DA REBELIÃO HÁ QUE MATAR : MATAR UM EUROPEU, É MATAR DOIS PÁSSAROS DE UM SÓ TIRO, SUPRIMIR PARA SEMPRE UM OPRESSOR E UM OPRIMIDO.O QUE RESTA É UM HOMEM MORTO E UM HOMEM VIVO…PARA O COLONIZADO A VIDA SÓ PODE SURGIR DO CADÁVER EM DECOMPOSIÇÃO DO COLONO ». PORTANTO, NÃO É DE ADMIRAR O USO GRATUITO DA VIOLÊNCIA SANGRENTA DOS COLONIZADOS. OS COLONIZADORES TAMBÉM JÁ HAVIAM EFECTUADO VERDADEIROS BANHOS DE SANGUE NA BAIXA DO CASSANGE EM ANGOLA E EM PIDJIGUITI NA GUINE-BISSAU. É UM FACTO QUE OS LIDERES DOS MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO TINHAM A CONSCIÊNCIA DE QUE A VIOLÊNCIA GRATUITA PODERIA SER SEMPRE UMA ARMA DE DOIS GUMES . ELES SABIAM QUE A ACEITAÇÃO NECESSÁRIA DA VIOLÊNCIA PODERIA DESTRUIR OS OBJECTIVOS QUE TENTAVAM ATINGIR. HAVERIA DE SER, COMO EDUARDO MONDLANE ESCREVEU QUANDO A FRELIMO DECIDIU DAR INICIO Á LUTA ARMADA : « …ENCONTRAR UM MEIO DE USAR A FORÇA CONTRA PORTUGAL, DE TAL MODO QUE CONSEGUIÍSSEMOS SER SUFICIENTEMENTE EFICAZES PARA FERIR PORTUGAL SEM PROVOCARMOS A NOSSA PRÓPRIA RUÍNA. « O PARTIR PARA A LUTA ARMADA ERA A ÚNICA FORMA. ERA UM ACTO DE VIOLÊNCIA TAMBÉM CONTRA OS NOSSOS CAMPONESES, UMA ALTERAÇÃO VIOLENTA DA MENTALIDADE DA ALDEIA, UM CAMINHO PERIGOSO », TAMBÉM COMO ESCREVEU ARISTIDES PEREIRA. DAÍ O LEMA DO TEMPO DE GUERRA TANTAS VEZES REPETIDO POR AMÍLCAR CABRAL : « SOMOS MILITANTES ARMADOS, NÃO SOMOS MILITARISTAS ». E DE FACTO ESTA DESCONFIANÇA NA VIOLÊNCIA, INCLUINDO A SUA PRÓPRIA VIOLÊNCIA, FOI O FACTOR QUE OS DISTINGUIU MAIS CLARAMENTE DO QUE QUALQUER OUTRO ASPECTO DOS SEUS PROGRAMAS. TODOS ELES VIRAM QUE A ACEITAÇÃO DA VIOLÊNCIA PODERIA DESTRUIR OS OBJECTIVOS QUE TENTAVAM ATINGIR E TERÁ SIDO ESTA DESCONFIANÇA NA VIOLÊNCIA UM FACTOR DOS SUCESSOS POLÍTICOS QUE VIRIAM A ALCANÇAR. CONHECENDO A VIOLÊNCIA DA DITADURA E DOS EXÉRCITOS COLONIAIS TODOS ELES SABIAM QUE SE DEIXASSEM QUE ESTA VIOLÊNCIA MÓRBIDA GOVERNASSE OS SEUS PRÓPRIOS PROJECTOS, ACABARIAM NUMA SITUAÇÃO DE MISÉRIA BEM PIOR DO QUE A QUE SE EMPENHARAM EM DERROTAR. E A CORRECÇÃO DESTE RACIOCÍNIO VIRIA A SER DEMONSTRADA MAIS TARDE, PELA « VIOLÊNCIA ASSASSINA DOS MOVIMENTOS DITOS DE OPOSIÇÃO » CRIADOS, DIRIGIDOS A PARTIR DO EXTERIOR CONTRA ELES, COMO A UNITA EM ANGOLA E RENAMO EM MOÇAMBIQUE. O QUE MUITO DE NÓS QUE VIVEMOS DE PERTO ESTE PERIODO AINDA QUESTIONAMOS MAIS OU MENOS EMOTIVAMENTE É « O QUE RESTA DOS DITOS SUCESSOS DOS MOVIMENTOS INDEPENDENTISTAS ?», ISTO É, O QUE RESTA DO APÓS INDEPENDÊNCIAS? PARA MUITOS O QUE RESTA É UMA HISTORIA DE DERROTAS E ATÉ MESMO DE DESASTRES. MAS ISSO É OUTRA HISTÓRIA. JÁ SE ESCREVEU ALGUMA COISA SOBRE ESTA QUESTÃO E ESPERO QUE MUITO MAIS SE ESCREVA Á MEDIDA QUE O DISTANCIAMENTO DO TEMPO E DAS EMOÇÕES PERMITA UMA ANÁLISE MAIS SEGURA E ISENTA. COM OS PEDIDOS DE DESCULPA POR ESTE TEXTO LONGO, ZÉ MOURONHO 21 October 2007 06:40 PM guest_FernandoCarranca Meu caro Manel, Obrigado por teres colocado o attach ( ou anexo, como se diz em português) e parabéns pela atenta intervenção. Por vezes uma acção desse tipo, substitui, com vantagem, mil palavras. Os eternos fanáticos nem por momentos, vacilam no apoio a qualquer causa dita de esquerda ou, de modo mais subtil, progressista. Por isso avulta a importancia desse anexo, pese embora ser 123 bem possível que um qualquer iluminado, servidor da causa, venha dizer que se trata de um embuste (onde é que eu já ouvi isto) ou de uma montagem... ! Sempre me recordo daquele sismógrafo sueco, intrometido e seguramente reaccionário, que veio informar a comunidade mundial de um atípico registo de actividade telúrica... ! Foi tudo outro embuste... armado pela direita reacionária europeia... que não tinha nada que divulgar o desastre de Chernobyl, em 26 de Abril de 1986, muito menos que se intrometer em assuntos internos de um estado democrático e independente. Tratou-se de uma aromática núvem e nada mais. Só a má vontade da reacção poderia insinuar qualquer outra coisa. Desgraçadamente o pobre povo soviético foi a vítima primeira. Porque mais exposto. Depois foi a vergonhosa fuga às responsabilidades, dos campeões da luta, dos defensores do povo. Foram lá os reaccionários, capitalistas e imperialistas, dar uma de solidários... que eles aceitaram... não porque fosse preciso... mas apenas para, nos termos protocolares do direito internacional, não serem indelicados... !!! Quando é que terminará isto? Um abraço, Fernando 21 October 2007 08:40 PM guest_karipande Propositadamente ou despropositadamente, coloquei aqui muitas citações do livro de Ana Barradas-Ministros da Noite"...Ajuda a perceber o "regresso ao Ultramar" "Aos pretos de Angola fiz sempre sentir que não admitia nem a desordem, nem vadiagem, nem a falta de respeito aos brancos." (Norton de Matos, "Memórias e trabalhos da minha vida", III vol., 1944) "Devemos organizar cada vez mais eficazmente e melhorar a protecção das raças inferiores cujo chamamento à nossa civilização cristã é uma das concepções mais arrojadas e das mais altas obras da colonização portuguesa." (Salazar, 1933) " Na colonização, como no amor, tudo é grandioso ao começar" (Marcelo Caetano, 1947) O terrorrista não é um soldado (...). Está mais próximo do assassino do que do militar. Segundo a ética dos exércitos, um combatente aprisionado sem uniforme é fuzilado. Mas é importante fazer prisioneiros.(...) O terrorrrista deve pois ser interrogado com eficácia. (...)Procedendo desta maneira, nós conseguiremos descobrir onde se esconde a sede do terrorrismo e onde a destruir. Se não obtivermos estas informações, é porque somos incapazes e irresponsáveis. Deve dar-se-lhes a oportunidade de falarem por sua própria iniciativa. Mas se não o fizerem, será preciso adoptar medidas eficazes que o convencerão rapidamente a colaborar, até ao ponto de ser fuzilado, como a ética militar preceitua, com respeito a todo o combatente aprisionado sem identificação da sua unidade. Não se procura propriamente torturar, trata-se apenas de uma questão de eficácia. (...)" (Circular do exército português) "Todo o português como todo o individuo de outra nacionalidade residente no território português que intencionalmente, por discursos pronunciados em reuniões públicas ou por manifestos, brochuras, livros, jornais, ou outras publicações destinadas a ser vendidas ou distribuídas gratuitamente ao público, difundam falsas informações a fim de demonstrar a existência de escravatura ou de tráfico de escravos nas colónias portuguesas, será punido com multa de 2000$ a 20000$ ou com prisão maior até dois anos, e poderá ainda ser expulso do território português." (Código de Trabalho dos Indígenas das Colónias Portuguesas da África, 6 de Dezembro de 1928 ) " Só seremos capazes de manter um domínio branco em Angola e Moçambique, que é um objectivo nacional, se o povoamento branco for em ritmo que acompanhe ou ultrapasse ligeiramente, pelo menos a produção de negros evoluídos, porque se acontece o contrário, se o povoamento for ultrapassado pela produção de negros evoluídos, então passar-se-ão fatalmente duas coisas: ou instalamos o 'apartheid', que será terrível para nós e no qual não nos aguentaremos, ou teremos governos negros." (Kaulza de Arriaga, "O problema estratégico português", vol XII das lições de Estratégia do Curso de Altos Comandos) “Quantos não vi, de 1946 a 1960, trabalhar assim, presos por cadeias nos pés, por culpas irrisórias... No navio que, pela primeira vez me levou de Lisboa à Beira, embarcaram em São 124 Tomé 40 africanos de Moçambique, únicos sobreviventes de uma tribo de mais de duas mil pessoas, depois de dez anos de trabalhos forçados naquela colónia penal, por se terem rebelado contra a lei do contrato obrigatório de trabalho. Viajavam à proa, a descoberto, expostos à humidade do vento marítimo e a todas as intempéries, sem qualquer abrigo, nem à noite, pior que as vacas embarcadas em Lourenço Marques, sob a ponte da segunda classe. Foi no mês de Maio de 1946 e nós, os missionários, viajávamos em primeira classe (...). A viagem no velho “Colonial” durou exactamente 45 dias a uma velocidade não superior a oito nós e com paragens de três a cinco dias para meter carvão. Este era carregado pelos negros ininterruptamente dia e noite. (Cesare Bertulli) “E então na década de 60, quando se aproximou o vento da liberdade, houve um politico na República do Zaire, chamado Patrice Lumumba. Ele começou a sair nos jornais e nós começávamos a saber o que se passava. Todos nós comprávamos o jornal. Então, foi implementada a Pide. Se fosses encontrado a ler a página dos estrangeiros eras sujeito à perseguição. Quando saísse o jornal, tinhas que ler a página do desporto. Aqui na fábrica, alguns encarregados diziam-nos “tens cara de Lumumba”, “o gajo é dos mau-mau”. Entrava no bar e olhavam para nós “olá bom dia. Você tem cara de Lumumba”. Não podia responder. Se respondesse, pronto, estava mal. (Miguel Alberto Manjate) “No dia seguinte realizou-se o funeral dos policias mortos durante os ataques (13 de Fevereiro de 1961). Começaram, entretanto, a circular boatos falsos acerca de supostos planos para um ataque ao funeral, o que serviu de pretexto para um massacre de africanos por europeus. Este massacre não poupou até africanos que trabalhavam nas fábricas vizinhas.Calcula-se que foram chacinadas umas duzentas a trezentas pessoas. O morticinio prosseguiu e os corpos dos angolanos mortos jaziam pelas ruas de Luanda” (Marta Holnets, no prefácio de “Sagrada Esperança” de Agostinho Neto) “Aquela cidade viveu momentos de terror para as populações que habitavam os muceques. Os que não tinham bombas de flit e vassouras, mas tinham armas, organizavam-se em milicias e fizeram, durante Fevereiro e Março, um morticínio naqueles muceques. Eu assisti a vários” (Luandino Vieira, entrevista à Vida Mundial em 30/10/1970) Não te lastimes Negro, da tua cor Tu não és Terrorista ou saltimbanco Se à Pátria dedicas teu amor És português tal qual o Branco (folheto de acção psicológica do Exército colonial) 22 October 2007 01:24 AM guest_Joaoeloy26 "Perdoa-me!" Para se pedir "desculpa", é necessário, previamente assumir a culpa. Ora quantas vezes se assume a culpa por erros cometidos, pelas barbaridades eventualmente ditas ou escritas? Não é fácil pedir perdão... Exige uma qualidade, chamada honestidade intelectual, que não está à venda. Ou se cultiva, ou não se tem. O horror escreve-se sempre com "h". A este propósito convido à leitura de "Heart of darkness" de Joseph Conrad, de onde o senhor Francis Ford Copolla extrapolou o argumento de "Apocalipse now", que vai servir de mote às próximas msgs. Ora bem: ninguém nega o horror que decorre duma chacina à catanada. Sangue a escorrer por tudo quanto é sítio. E imaginar o horror das vítimas, também não é doce. Levar a primeira, a segunda, saber-se que se vai morrer dentro de segundos, e levar a terceira. Medonho! Medonho! E morrer fundido pelo napalm? Para lá das imagens dos filmes, já alguém viu? Cai a bojarda, e fica-se ali a assar durante uns minutos. Tocha humana. …. Ora os grevistas da baixa do Cassange foram derretidos pelo napalm. 125 E esses acontecimentos precederam e deram oxigénio às chacinas do 15 de Março. Apesar de o meu caro historiador-residente aqui do site, achar que a história não é uma "continuação continuada". Vai por gavetas. Arruma-se aqui o que nos convém, e abre-se novo capítulo a partir do zero absoluto! E daí, o meu caro só vai exigir pedidos de perdão, a partir do momento que mais lhe convém, e não a quem tem culpas por tudo quanto aconteceu, desde que aconteceu. E aconteceu durante muito tempo. E nem vou desenvolver os "actos coloniais", etc, que o meu caro não pode ignorar (já agora, é ler a msg 31, com algumas achegas que lá vêem, para os que insistem em estar distraídos...) Se o meu caro tivesse tido as bisavós, avós, mãe, filhas, netas e bisnetas devassadas à vontade do "senhor feudal"; Se tivesse tido os bisavôs, avôs, pai, filhos, netos e bisnetos capturados e enviados como escravos para a América e Brasil, não exigiria perdão? E quem pede? Se o meu caro visse os irmãos derretidos pelo napalm, por se recusarem a trabalhar em determinadas condições, ficaria indiferente? Poderes desses sobre os escravos, nem os senhores de Roma tinham. Eu próprio, ainda miúdo vi um fp arrastar um negro, amarrado por uma corda a uma carrinha, durante mais de 500 metros de uma picada, só porque se recusava a trabalhar nas condições que o fp queria, e estava a ser um "mau exemplo" para os demais. Perante a indiferença das autoridades presentes. Vi, não me contaram. E quem pede perdão? …….. Portanto, e para que fique claro, o horror inerente à morte à catanada ou pelo napalm é o mesmo, ainda que a terra rode sobre o seu eixo. E ninguém, com formação humanista o deve tolerar. Não pode. "Selvagens". O que alguém com formação humanista não pode, também, é valorar de forma diferente, situações idênticas. A moral é uma pastilha elástica: quando é a filha solteira do vizinho que aparece grávida, é uma pega. Se for a nossa, coitada, foi enganada, estava muito apaixonada, foi drogada, etc e tal, o malandro é que tem de ir ao cadafalso. Ou então, é uma (respeitável) opção de vida. De qualquer forma, não é como a do vizinho! Essa, é pega, de certeza. Portanto, refaz lá o teu pedido de perdão e exige-o a todos os culpados. E vamos aos "selvagens". Daqui a pouco. Sempre numa onda de honestidade intelectual, claro. E quem enjoa, veja lá se quer embarcar... 22 October 2007 02:26 PM guest_Piti1944 João Eloy, Concordo contigo. Como disse, nunca pode haver perdão. Vou um pouco mais além: não pode haver perdão para quem mate um ser humano. Eu sei, pode-se adiantar toda a argumentação para "casos particulares", "extremos": a legítima defesa, os interesses superiores do grupo ou, mais acima, da pátria. Mas acaba sempre por ser um acto bárbaro, a supressão de uma vida. Napalm é tão bárbaro como a catana, como o é a injecção intravenosa que por aqui dão aos condenados. A limpeza cirúrgica não apaga o crime. 23 October 2007 03:16 AM guest_Piti1944 Sobre o tema do fio, quero lembrar uma decisão que teve repercussões tremendas. Até 1961, um português que quisesse ir de Portugal Continental para Angola precisava de uma "carta de chamada". Pouco depois de ser nomeado Ministro do Ultramar, Adriano Moreira degterminou que o bilhete de identidade era o único documentio necessário para se viajar ou residir em território português. 126 Foi essa decisão que esteve na origem da emigração em massa e do aumento súbito da população branca de Angola. Foi essa decisão que esteve na origem mais remota do surto de desenvolvimento económico na década e meia seguinte. Em dez anos, o panorama social angolano mudou radicalmente. Como cada um de nós viveu esse período, basta lembrarmo-nos de como era em datas concretas e dez anos mais tarde... Sem essa decisão, o rumo da guerra seria muito diferente logo nos primeiros anos, e a independência por certo teria chegado muito mais cedo. 23 October 2007 guest_luisabborges Tens toda a razão, e é só olhar para trás. O meu Pai nasceu em Angola em 1921 e como a Mãe dele morreu 8 meses depois, o meu Avô decidiu regressar a Portugal por não ser fácil no Moçamedes de há 86 anos, sobreviver com um bébé e sózinho. Em 1946 os meus Pais casaram e foram para Nova Lisboa, e dos 5 filhos que tiveram só eu nasci em Portugal e por acaso. Lembro-me perfeitamente de andarmos durante anos , de cá para lá e de lá para cá, sempre com mtas autorizações a serem necessárias para nos movimentarmos. E "chegou" o Adriano Moreira e com ele maiores facilidades, mas, até ao fim, com a minha Mãe a precisar sempre de autorização do marido para se deslocar e trazer os filhos. Que machismo! Isso só acabou com o 25 de Abril, não foi? Um abraço Luisa BB 23 October 2007 12:13 PM guest_Joaoeloy26 Luísa Borges e Pitti, Esse nome, o do Prof. Adriano Moreira, é outro dos que tem de ser reavaliado à luz da honestidade (e dos contextos da época). Tal como o Prof. Marcello Caetano. Eram homens do regime. Mas, certamente pela sua formação, eram pessoas com visões diferentes, muito diferentes da do Káká. E da camarilha interesseira e/ou mentecapta que o rodeava. Por isso mesmo, um foi "promovido" a Presidente dos Serviços Geográficos e Cadastrais, (eheheh) e o outro a Comissário Nacional da Mocidade Portuguesa. Lugares com mordomias, mas sem o mínimo peso político. Sem o estofo ou a coragem que faz os verdadeiros líderes, acomodaram-se. Mas, não era só o Estaline que castrava quem lhe fizesse sombra! Mas, para além de ser matéria que extravasa (?) o tema deste fio, é assunto que exige estofo. E não se compadece com a cegueira que turva muitas vistas. E a poeira da história, também ainda não poisou totalmente. Mas, vou digitalizar uma entrevista de um homem que tem algo a dizer sobre o assunto JE 23 October 2007 07:10 PM guest_luisabborges João Eloy O prometido é devido e aqui fico á espera da tal digitalização. Um abraço Luisa BB 23 October 2007 07:57 PM guest_gcastroferreira Creio que já me referi a isto aqui no site. Março de 61. Moravamos na Cabral Moncada. Com traseiras para as barrocas que mais tarde se tornaram a zona verde. O Bairro de Alvalade era a casa do Chabas e poucas mais. Com o rio seco mal cheiroso.E a céu aberto. Estavamos a brincar na varanda da frente, do rés do chão. A Mãe corrigia pontos das alunas do LGL. Ouviram-se sirenes. A Mãe empurrou-nos para dentro, fechou a porta e foi à cozinha ver se estava tudo trancado. Sentiu a maçaneta da porta das traseiras a mexer. Espreitou pela janela. 127 Era um preto. Aterrorizado. Fez-lhe sinal que descesse para o quintal. Uma multidão de homens rondou a casa. Pediram-lhe licença para entrar no jardim . Estavam atrás de um homem que tinha sido visto a roubar. Não lhes foi dada autorização. A Mãe garantiu que não havia ninguém lá dentro. Partiram e o homem manteve-se atrás da sebe, julgo que até ao anoitecer. Eu lembro-me deste terror depois do terror. E lembro-me das vigílias na varanda de cima, que dava para as barrocas. Os Pais revezavamse.O Tucas "ajudava" o Pai a guardar a casa. Quis também ajudar. Lá fora a noite era densa e serena cheia de sons de cigarras. Perguntei ao Pai: "Como é que se sabe se "eles" vêm atacarnos?". O Pai respondeu-me "Se alguém vier, as cigarras param de cantar.". 23 October 2007 08:30 PM guest_Eurico Simeão Neto Quitotinha: sem nenhum sarcasmo, sem nenhuma réstia de crtítica, mas com toda a sinceridade e lealdade que me prezo e que tu sabes que uso, responde-me apenas a uma pergunta: As cigarras pararam de cantar? Um beijo grande para ti e um abração ao Xico Eurico guest_gcastroferreira Querido Poeta, Não, claro.......mas tudo isto nos abana de uma forma brutal, não é? É duro sermos testemunhas da História. Beijinhos para ti, imensos, G. 23 October 2007 11:35 PM guest_Tucas50 Irmã Que bem me lembro desses tempos, do cheiro, dos sons da madrugada e do "cagaço"! Beijos Castro Ferreira 24 October 2007 10:27 AM guest_Eurico Simeão Neto Quitotinha: Por mais duros ou brutais que sejam os acontecimentos históricos, testemunhá-los, e principalmente testemunhá-los quando são únicos, é um privilégio. Claro que é um forma diversa de perspectivar a visão humana das coisas, mas parece-me que é a mais positiva e a que nos faz crescer com maior equilíbrio. E não te esqueças que para além da dureza (aparente ou real) com que vivemos os momentos que mais tarde farão parte da história, também dela faz parte o facto das cigarras não terem parado de cantar... Entendes-me? Eu 24 October 2007 12:54 PM guest_luisabborges Guida e Eurico Pois é, as cigarras não pararam de cantar, mas acho uma frase mto bonita do Pai Castro Ferreira. Nessa altura de 61 eu tinha 10 anos e não me lembro de "cagaço" mas sim de "aventura". Como a nossa casa da General Carmona era, e é, de r/c, ia a minha familia toda, Pais e 5 filhos, passar as noites de "vigilia", para casa dos Ferreira Neto(quem se lembra deles? Zé António, Manuel Paulo, Jorge e Luis), que viviam num 1º andar da Guilherme Capelo. Para nós, todos miúdos era do tipo "Aventura dos Cinco"... Luisa B 24 October 2007 02:45 PM 128 guest_gcastroferreira Querido Mano, 'minino' Tuca, Que bom! Ler-te aqui! Não é que os irmãos são mesmo a nossa memória?? Beijinhos G. vou mandar-te para o gmail instrucções para entrares aqui no site directamente. 24 October 2007 02:56 PM guest_gcastroferreira Euriconço, Percebo-te. Aliás, acho que te percebi. Não houve alguém, nunca, a interromper as cigarras do rio seco...ontem bem vimos os ajuntamentos de homens dos musseques, sentados...percebendo-os, nós que os conhecemos bem desde sempre, homens pacíficos e tranquilos e conformados ..... É tão estranho pois quando (re)vi as fotografias dos massacrados nas fazendas tive "arrepios" de horror mas os olhos não se me "enevoaram" como quando vi aqueles amontoados de homens em espera conformada. E no entanto também me pergunto se o facto de em Luanda não ter havido mais distúrbios graves não se relacionará com aquela tremenda reacção de defesa dos "brancos"...Enfim, grandes abanões nesta parte da minha alma que se manteve com 8 anos de idade...Vou tentar fazê-la crescer com o tal equilíbrio que referes... E por último as cigarras continuarão sempre a cantar, para quem tiver capacidade de as ouvir.... Beijinhos para ti e um abraço "daqueles", G. 24 October 2007 03:34 PM guest_1MandaChuva1 Basta um fósforo para incendiar uma floresta... Não foi o 4 de Fevereiro de 1961, o fósforo da ignição mas sim o 15 de Março...Subverter isto é obra de gente malandra... Concordo que "muitas vezes as cigarras pararam de cantar" porque floresta ardia, e o Sangue fluia no Capim, lado alado do agressor e do agredido... Para Portugal de então a guerra colonial passou a ser uma guerra intestina entre portugueses, e muitos do outro lado usaram a sua condição de portugueses reconhecidos pelo poder colonial para estudar no exterior e até melhor apoiarem a guerra de libertação...Claro que isto foi muito mais frequente do lado do MPLA... Em qualquer guerra há uma parte que vence e outra que a perde... Quem perdeu em Angola? Creio que foram todos os Angolanos... 24 October 2007 04:08 PM guest_Joaoeloy26 Oh Guida, Bem percebo o Eurico ter "tropeçado" na frase, eheheh. É que é muito bonita e sugestiva. Poética, mesmo que, porventura, inadvertidamente. Mas, é sempre possivel que venha alguém. E, já agora, "seja bem vindo quem vier por bem". O que nem sempre é o caso. É que, por vezes, quem vem é daquelas pessoas que encravam (vá lá saber-se, por que estranhos designios...) num certo conceito e dali não passam. Era o caso dos inquisidores do Galileu. … O caso ficou na história, e até ver, esta continua a ser a narração, ciêntificamente ordenada, dos acontecimentos do passado. Mesmo que a terra continue a girar sobre o seu eixo. Ou que se diga que os nossos antepassados foram a Alcacer-Quibir, para cantar o fado. Mas, onde isto já vai...eheheh. "Se alguém vier, as cigarras deixam de cantar". Lindo! Bjs. JE 24 October 2007 05:20 PM guest_AnibalJRusso 129 Não vi o 1º episodio mas acabei à pouco de ver a gravação do episódio de ontem. Lá revi o meu amigo N'Gola Kabango, a quem dou o meu apoio no Congresso que terá lugar de 5 a 7 de Nov. para a eleição do Presidente da FNLA, ainda outro amigo recem falecido o "mais velho" Holden e ainda outros veteranos que há muito não via. Esperei comentários como os que li aqui a semana passada em relação ao 15 de Mar. visto da banda de cá, e ao 15 de Mar visto da banda de lá e às sequelas do mesmo na Angola da cidade . . . Espero ainda . . . Alguém que já lamentou o sucedido, apesar das circuntancias é crucificado e . . . . Até já. Anibal J. Russo 24 October 2007 08:31 PM guest_Eurico Simeão Neto Com todo o respeito que sempre tive pelo Dr. Castro Ferreira, não meu pediatra, mas de vários dos meus irmãos e abusando da generosidade da Guida e da condescendência do Tucas, aqui ficam algumas palavritas sobre as cigarras: Ouve bem! Se as cigarras cantarem, não vem ninguém! Mas quando se calam... Alguém se aproxima! Só que não sabemos Se vem por mal, Ou por bem! Mas não tenhas medo! Eu estou aqui Desperto e atento Para que vocês possam dormir Sossegados, Enquanto em silêncio Vou ouvindo O canto das cigarras Pela noite adentro! E quando chegar A madrugada, Aqui estarei Ouvindo as cigarras E cada vez mais descansado Porque não se calaram! E o seu canto Ainda que estridente, Garantiu-me Que não veio gente! Nem por bem, nem por mal! Mas mais que isso Me senti reconfortado Porque com o canto noturno Das cigarras, Vocês tiveram Um sono Descansado... Sim... é para ti Quitotinha e para todos os que contigo viveram a noite em que as cigarras cantaram. Que elas cantem e vos encantem por muitos anos. Eu 24 October 2007 09:22 PM guest_gcastroferreira Diria obrigada, querido Eurico, mas a sensibilidade e a amizade não se agradecem. 130 Beijos G. 24 October 2007 11:31 PM guest_AnibalJRusso Bem me queria parecer que não fui o único que foi meditar no assunto . . . A semana passada, que por não ter visto o episódio, me levou ao recato, se bem que provocado, isto prometia muito. Mas sou levado a crer que o tema desta semana deve ter levado muita gente a fazer zapping . . . Caríssima(o)s, também vivi e senti o tempo das milicias e rondas. Nessa altura morava ao fundo da rua da 3ª esquadra e ainda morei bem no fundo do bairro da C.A.O.P. e assisti à formação dessas equipas de "protecção" e também andei pelo meio onde havia pistolas, caçadeiras, coqueteis molotov e outros meios expeditos de auto defesa . . . Também vivi o drama da da Angola das cidades e tive os mesmos dramas e medos de qualquer um . . Só que, mais tarde, numa encruzilhada da história, quando achei que estava, também, nas minhas o poder ajudar a moldar o futuro do meu novo país e em que dolorosamente me vi envolvido naquilo que de pior encontrei na vida, a GUERRA CIVIL e que lamentávelmente, encontrei alguns ex colegas que, de gabinetes bem longe das frentes, se entretinham a atiçar ódios e pareciam ter muito gozo com o avolular de mortes . . a eterna necessidade de martires . . . Alguns, andam hoje por aí a assobiar para o lado . . . Mas como atrás dizia, nessa encruzilhada, travei conhecimento com os que até aí estavam "do outro lado". É que nestas coisas há sempre o outro lado e é esse entender o outro lado que se torna problemático. Aí, aprendi a respeitar os outros e os ideais por que se bateram. Ouvi histórias em 1ª mão, das quais ou nunca tinha ouvido falar ou conhecia a versão posta a circular pela A.P. do E.P. E vivi com eles novos episódios e onde se forjaram amizades que não me permitem ficar calado quando os vejo vilipendiados, sem sequer lhes darem o beneficio da dúvida. Entendamos que existe a outra face da mesma moeda. Procuremo-la, pois já começa a ser tempo. Voltarei. Aníbal J. Russo 25 October 2007 07:30 PM guest_1MandaChuva1 Anibal, concordo contigo...Conheci de perto a FNLA ou melhor dizendo o ELNA, nos idos de 1974/1975, e quer este quer as Fala da Unita sempre me inspiraram mais respeito pelos cidadãos, disciplina e rigor do que os das faplas de então... Havia gente de muito valor nos exercitos das fala e do Elna em 1975...esses são os verdadeiros Herois de Angola que tombaram honrozamente às mãos das forças sovietico-cubanas...nesse mesmo ano !!! 25 October 2007 08:07 PM guest_karipande Para melhor esclarecimento recomendo uma leitura atenta do blog do meu ex-colega em Coimbra, João Luis Garcia, com base num livro de seu pai, o democrata e membro da Comissão de Apoio no Congo Português ao General Humberto Delgado, o recentemente falecido João Nogueira Garcia, pessoa que de forma escorreita contou a bom contar o que se passou nos dias 15 de Março e seguintes no Quitexe. Era na altura chefe de posto no Quitexe o pai do Acácio Barreiros e era enfermeiro o Simões, pai de um médico pediatra, director de serviços nos HUC em Coimbra e que vive em Aveiro, o Dr. Luis Simões, com quem vou mantendo contacto e algumas conversas sobre o assunto...Foram ambos alunos do Liceu Salvador Correia, embora ambos mais velhos. http://quitexe.blogs.sapo.pt/480.html Um abraço Fernando Pereira 25 October 2007 08:27 PM 131 guest_Tucas50 Aníbal Estou contigo. Dá-me a sensação que agora está toda a gente a tentar "passar um pano" no que se passou! Castro Ferreira 25 October 2007 09:00 PM guest_Eurico Simeão Neto Não me costumo meter nestes temas, não porque eles me tragam algum receio ou fantasma, mas porque tenho opções muito pessoais e afectivas que çor respeito aos demais participantes do site, me levam a conter a expressão das ideias. Mas não posso deixar passar em branco aquilo a que chamarei "no mínimo de ingenuidade", quando o Manda CHuva vem falar do heroísmo das FALA. Eu, por acaso ou sorte, fiz a minha "guerra" nos Dragões em Silva Porto. Conheço bem as nascentes do Lungue-Bungo e as vezes sem conta em que o exército português, foi deixar armamento e munições em pontos pre determinados, para posterior reolha pelas FALA, cuja função era travar a passagem das FAPLA para a margem direita do dito rio. Aliás, desde 1972, eram proibidas acções militares das forças portuguesas nas zonas de acantonamento da UNITA, todas elas localizadas nas nascentes do Lungue-Bungo e ao longo do mesmo. Deixemo-nos de hipocrisias e de falácias, porque há aqui pessoas que conhecem na primeira pessoa muitas histórias reais, para agora acreditarem em fábulas. Para fabulas, bastam as que escreveu o Esopo. É a primeira e última vez que intervenho neste assunto. Eurico 25 October 2007 09:18 PM guest_Eurico Simeão Neto Só mais duas pequenas achegas, para definitivamente encerrar a minha intervenção neste tipo de debates estéreis, porque delse, não resulta nem nada de novo, nem nenhuma mudança de opinião ou posição (é uma opinião tão válida como outra qualquer): 1- Por acaso e somente por acasao, conheci e privei em Malange, em 1974/75, com um dos militares das FAPLA que acompanhou e protegeu o Jonas Sidónio Malheiro Savimibi, quando da sua fuga do Zaire para Angola, por via da separação (ou derserção, não sei) da FNLA. 2- Para os que pensem ou imaginem que sou "comuna", tirem o cavalinho da chuva. Não tenho cartões de partidos, não voto porque não acredito em nenhum partido e já ultrapassei há muitos anos essa dicotomia bacoca de esquerda e direita sem peso nem medida. Não olho nem respeito as pessoas pela cor dos cartões que trazem no bolso, mas pelas acções que no dia a dia demonstram a sua entrega a uma causa com convicção, independentemente de concordar eu, com essa causa. Aliás, só quem argumentos não tem, apelida os demais de "comuna" ou "reaccionário", sem sequer os conhecer. É uma forma simples, cómoda e hipócrita de sacudir o cavalo da chuva. E para mim, ponto final. Eurico 25 October 2007 09:35 PM guest_juliocoutinho Meu caríssimo Eurico, Gostei do que escreveste. Também sei de algumas estórias que a História não tem contemplado, talvez porque algumas delas nem mérito algum têm. Agora.... Para mim, o que me custa é tenhas sacudido o cavalo da chuva, pobre animal. Sem querer tirar a água do capote, despeço-me com amizade, Júlio 26 October 2007 11:00 AM guest_Eurico Simeão Neto Tens razão Júlio. O cavalito não tem culpa nenhuma... Eurico 26 October 2007 01:23 PM 132 guest_Eurico Simeão Neto Manda Chuva: Ser comuna, ser amarelo, ser branco ou negro, ser de esquerda ou direita (seja lá o que isso fôr), não tem mal nenhum nem é sintoma de doença. O mal está em quem cataloga "com sentido pejorativo", sem sequer conhecer aqueles que são catalogados. Claro que mal vai quem assim procede e mal vai quem por ouvir quem assim procede "emprenha" pelos ouvidos. Perdoem-me a palavra "emprenha" os que mais se sensibilizam com termos perfeitamente portugueses mas por vezes tidos por "socialmente incorrectos". Ou não perdoem, que me estou completamente borrifando para isso. Algum gerente que corte a mensagem, que eu não me chateio nada nem venho a terreiro dizer que fui violentamente injustiçado e estou amargurado para o resto da vida. Antes que me esqueça: Júlio, não é só o cavalito que não tem culpa... a chuva também não tem! Mas se leres bem, eu não tirei o cavalo da chuva, apenas disse que para mim, pessoalmente, este assunto está encerrado porque não leva a lado nenhum. Andar em círculos nunca foi a minha preferência... gosto mais de curvas, conta curvas e algumas rectas. Eurico 26 October 2007 01:39 PM guest_Eurico Simeão Neto Para que o 106 não me venha dar na carola, aqui fica a errata: onde na última frase escrevi "conta", pretendia escrever "contra". Eurico 26 October 2007 05:35 PM guest_zhemm1 Caros amigos Pelos ZZZZ...,NNNN, cavalos 'a chuva...,fabulas...opcoes pessoais e politicas, e outros "mimos" , parece que as emocoes, as paixoes e as vivencias de cada um dos intervenientes ainda dominam em demasia este assunto. Assim nao 'e poss'ivel qualquer debate(ou o simples conhecimento das experiencias ou mesmo as tais vivencias de cada um) que de "esteril" poderia nao ter nada!! Um abraco resistente ze mouronho p.s desculpem a falta de acentos mas estou longe e num terminal sem teclado portugues. 26 October 2007 06:07 PM guest_1MandaChuva1 Ainda bem que o Eurico disse tirem o cavalo dachuva e não tirem o cavalo ao mandachuva 26 October 2007 09:32 PM guest_Eurico Simeão Neto Manda Chuva: Arriscando as críticas por desviar o tema, a tua última mensagem é de se lhe tirar o chapéu. Não imaginas o que já me ri com o espírito humorista e o sentido de oportunidade que ela demonstra. Foi na mouche! Um abraço Eurico guest_Joaoeloy26 Amigos(as), Como estou a gravar a série em VHS, fui rever o episódio 2, o tal que gerou um silencio ensurdecedor. Resumindo o episódio: O caso Cotonang ainda em Janeiro de 1961 dava azo a multiplas prisões, e falava-se que esses presos seriam deportados para o Tarrafal, ou... atirados ao mar. Monsenhor Alves das Neves, quiçá inspirado na Biblia (" tranformaram o templo de meu pai num covil de ladrões") organizou uma acção para libertar esses presos. 133 Acção essa que esteve em risco, pois com o "Santa Maria" à deriva e tentativas de o fazer aportar a Luanda para dar ênfase à acção, levou as secretas da época a redobrar de atenção ao que se preparava em Luanda. O 4 de Fevereiro saiu à rua por entre benzeduras e convicções de que a luta de libertação imunizava os combatentes contra as balas do inimigo. (Aqui deixem-me penitenciar-me: Nos areopagos internacionais o MPLA reivindicou a iniciativa, o que fez com que o 15 de Março saísse mais cedo da forja, antes que a iniciativa da luta fosse exclusivamente atribuída ao MPLA e rendesse internacionalmente, os proveitos inerentes. Por essa razão, estive muito tempo convicto de que o 4 de Fevereiro tinha a chancela do MPLA. Como defendo que estou sempre a aprender, não me sinto constrangido.) A segunda parte do episódio 2, foi o repositório da "vingança" também selvatica ( e quiça, inesperada, vinda de "gente civilizada") e desproporcionada das milicias, com um general de triste memória (Libório) a dizer "Olhos por olho, dentes por dente", e milhares de angolanos humilhados em "campos de concentração", à espera do veredicto daqueles juízes. Bastava não terem a documentação em ordem, ou quem os afiançasse, e estava a cruz feita. Com bufos a aproveitarem a ocasião para ajustes de contas pessoais. Enfim, esse rol de manifestações da natureza humana, quando os interesses falam mais alto. Tudo entremeado pela referência ao falhado "golpe Botelho Moniz", de onde ressalta (oh suprema miséria humana!!!) um tipo a ufanar-se, com um sorriso próprio de cafageste brasileiro, de ter traído os camaradas, "bufando" o que estava a preparar-se, para daí tirar proveitos pessoais. Se calhar ainda haverá quem diga que foi um patriota, que não alinhou no golpe... etc. (Mas, então a situação que existia há décadas não era, ela própria, um golpe lamentavelmente prolongado no tempo? Um regime que não tinha nem nunca teve a legitimidade consagrada em eleições livres - era a tal legitimidade por emanação divina - , não era um golpe prolongado?) Mas as imagens desse genial rebento das fossas mais putrefactas da mente humana, foram o que de mais nojento ressaltou do episódio. (Não estou a analisar se para a luta armada, ou para os actuais conceitos de auto-determinação e independêncianão terá sido melhor assim. Estou só a constatar factos.) Claro que das valas comuns, dos milhares abatidos ali naquele muro do mercado da estrada da Cuca e noutros muros, não há imagens. Não porque não tivessem sido obtidas. Mas, por qualquer razão não explicada, não aparecem. Vem aí o episódio nº 3. Pode ser que ainda apareçam. O 4 de Fevereiro tb veio depois do 15 de Março... Venha o episódio nº 3. Para ver se finalmente, os cavalos deixam o picadeiro e se fazem à mata. Ali onde as coisas se passaram. Onde os cobardes faziam força, e os valentes... estavam entre dois fogos. Quais? Ora essa... E já agora, para gaudio do caríssimo Renato, sempre quero ver como tratam aquelas coisas, ali pró Luso. As que eu vi e conheci... Até logo. 30 October 2007 02:51 PM guest_Joaoventura2 MIMI Só quem lá esteve e por isso passou sabe que não foi bem assim........ BJS João 30 October 2007 05:42 PM 134 guest_MimiMercêsdeMello João: Não entendi.... Bj, M 30 October 2007 05:54 PM guest_Joaoeloy26 Mas pormenoriza, que como eu tb lá estive, mas não usava oculos na época, posso ter visto mal. Está à vontade. Que eu estou sempre a aprender. JE 30 October 2007 07:36 PM guest_Joaoeloy26 Ora bem, na msg 77, ao fundo, escrevi: "Para ver se finalmente, os cavalos deixam o picadeiro e se fazem à mata. Ali onde as coisas se passaram. Onde os cobardes faziam força, e os valentes... estavam entre dois fogos. Quais? Ora essa..." Como só agora, relendo me apercebo de que pode ter outra interpretação, para além da que eu tinha em intenção, explico: Os cobardes limitavam-se a tentar defender a pele, atirando para a frente, em tudo o que mexia. Os outros, olhavam para trás e para a frente e pensavam: -Tenho de defender a vida; os tipos do lado de lá, também. Eu estou aqui, porque sou obrigado. Os tipos do lado de lá, não sei. Podem estar a defender e tb a fazer pela vida. E se assim for, estão com mais moral do que eu. Portanto, tenho de me defender e defender os meus, se possivel, sem ofender. Dificil. Dificil, porque no meio do calor da luta pela sobrevivencia, com as balas a assobiarem, ali perto, nem sempre a cabeça funciona... Por isso, já o disse, quando tive um homem na ponta da minha G3, não fui capaz... Não disse nada. Fiz-lhe só sinal de que se pisgasse... sem arma, que ele tb já não tinha. Fiquei uns tempos baralhado com aquela imagem. Mas, hoje, não preciso de inventar desculpas. E tinha uma que pegava. Notem que estou a falar da tropa. Espero que nunca ninguém imagine que eu seria capaz, sequer, de pegar em armas contra os meus irmãos e amigos... Ainda me hão-de explicar, como é que um tipo não alienado, é capaz disso. Mas, expliquem-me depois, porque para já, não tenho energia para perceber. Quanto à outra interpretação possivel para aquelas frases, designadamente, a parte "entre dois fogos", lá chegaremos, quando a série lá chegar. Se chegar. Até logo. 30 October 2007 08:14 PM guest_Joaoeloy26 E claro, naquela frase, não me referi aos que ali estavam por convicção, tipo: - Malvados terroristas, assassinos, bandoleiros, selvagens, que estão a querer pôr em causa o status quo em que tenho vivido! A quererem roubar-me a minha terra! A dos meus pais! A dos meus avós! Ladrões! Mas, sinceramente, conheci poucos desses convictos. E não me lembro particularmente, de nenhum. O que tb não me choca. 30 October 2007 08:25 PM guest_gcastroferreira Toi, oh JE, Não vi o 3º. Li-te em diagonal porque estou sonolenta e cansada. Quero no entanto dizer-te que: De certa maneira "roubaram" a minha terra. 135 Houve variadissimas pessoas que partiram para África convictos de que iam defender um território de Portugal. O meu marido foi um deles. Pegou na G3 convicto. Respeito-o. Como te respeito a ti por teres sido obrigado a pegar em armas em defesa de um ideal que não era o teu. Quando tiver tempo voltarei. Bjs G. PS: Concordo contigo no que diz respeito ao testemunho do K.Arriaga, em esgares de "vencedor"...foi chocante apercebermo-nos das manobras nos bastidores de Portugal metropolitano. ...e afinal o MPLA esteve na génese do 4Fev, ou não??...também é chocante apercebermo-nos das manobras políticas dos nacionalistas... 31 October 2007 02:03 AM guest_gcastroferreira Bolas, JE, quase fiquei sem sono Recorrendo ao dicionário: Terrorista: que recorre à violência como meio de coacção para fazer impor determinados objectivos, geralmente políticos Assassino: que assassina Foram tudo isso. Tanto uns como outros. Continuo a sublinhar, como sempre fiz, que não é justo ler-se somente a defesa de um dos lados. Do teu ponto de vista, a escravatura, a exploração, o racismo, a ocupação de um território justificaram os meios violentos? então e não consideras justificados, também, os meios de defesa de um património que alguns tinham construído? ...vais dizer-me que a construção teve como base a exploração dos povo angolano...sim. já ouvi isso...olha à tua volta e vê lá bem quem é que explora quem no mundo onde tu vives. E, embora aí recorrer à catanada? ..ou à vala comum?? A selvajaria do comandante da Polícia - "Olhos por olho, dentes por dente" - foi igualinha à dos líderes dos nacionalistas. Selvagens todos. Bjs G. 31 October 2007 03:11 AM guest_Joaoeloy26 Guida e Mimi, Tudo bem. Em qualquer dos meus escritos, pode-se procurar à vontade, onde é que eu nego a selvajaria, etc e tal. O que me insurgi, foi contra alguns textos em que essa selvajaria era atribuída só a uma das partes. Por sinal, a que, sem ter desculpa, tinha mais atenuantes. Culturais. E históricas. Agora a selvajaria da outra parte, a das pessoas ditas "civilizadas", é que brada aos céus. E, se calhar, nós é que estamos (deliberadamente?) distraídos. Mas então, Dachau, Auschwitz, Treblinka, Bosnia, Kosovo, San Petersburgo, etc, não ficam na Europa? E não foram os seres da "raça superior europeia" os autores das mais notórias dessas façanhas históricas? Sou branco, sou europeu, sou português. Não me envergonho de qualquer dessas qualificações. Mas, não sou cego e não gosto de mentiras nem de mentirosos. Aos vesgos, daltónicos e obtusos, desde que não seja por premeditação ou conveniência, ainda vou tolerando. Mas que anda por aí muito menino a merecer reguadas, lá isso é verdade. A questão é só essa. E... dadas as características do episódio 3, parece que vamos ter mais uma semana de acalmia e sono retemperador. Parece... Até porque o jornalista lá foi dizendo que só não há mais imagens das "nossas" façanhas, porque... não as deixavam tirar. Pelo que conhecemos, faz algum sentido. O regime queria justificar, lá para fora, a reação aos "barbaros ataques". Tirem fotos à vontade! 136 Mas, da nossa "barbaríssima reacção", aguenta aí, senão os inimigos vão aproveitá-las para a propaganda. Mas, as poucas que sobraram, mais a nossa memória, vai dando para a reconstituição. Estamos aí. Bjs. JE 31 October 2007 10:57 AM guest_Joaoeloy26 Karipande, a tua antecipação (msg. 74) ao episódio 3 bateu certo. Mas, como não creio em adivinhos, estou preocupado. Será que o KGB ressuscitou e tem uma célula na RTP? Pelo sim, pelo não, convido-te para um almoço antes da próxima tiragem do euromilhões. Um abraço. JE 31 October 2007 11:02 AM guest_MimiMercêsdeMello João Eloy: Sempre gostei de te ler, acho que escreves muito bem! Além disso, admiro o geito com que te exprimes, o modo como dizes o que pensas, exprimindo a matemática do raciocínio.... Isso é independente de concordar ou não, mas acontece que quase sempre aprecio o conteúdo dos teus textos. Só não digo que aprecio sempre porque, sinceramente, também não me considero à altura e uma pessoa só deve pronunciar-se sobre o que julga saber. As 2 mensagens que escreveste antes do programa de ontem, por exemplo, tocaram-me de modo especial. É como este programa, não me sinto à vontade para dar opiniões e criticar como foi ou não a História, mas não gosto. Não resisto a vê-lo e a vivê-lo, mas não gosto. E depois fico sempre em recolhimento, se calhar também por, além de ser Angola, ser também a "minha história" (nasci ali mesmo e um bocadinho antes, nos Dembos...). Com toda a humildade, retenho as 2 últimas palavras da Guida e sinto-as: "Selvagens todos". Mais do que os que estavam no terreno, os que mandavam aqui e, como se viu, nos EUA... Só espero que, já agora e à laia de cúmulo da selvajaria, também mostem outras imagens, designadamente opiniões e conselhos dados por um famoso careca, já por altura do 25A.... (se calhar isso não passam e cortam?) A minha maneira sinbólica de pensar nos 2 lados, é homenagear os meus pais (graças a Deus e por causa de um forte ataque cardíaco do meu pai, sairam de Quibaxe em meados de 1961, tinha eu 1 ano e meio) e um cozinheiro lá de casa, que em surdina e insistentemente, dizia à minha mãe para ir embora (depois desapareceu e consta que foi morto, por "estar feito com os brancos"...). Bj, Mimi guest_MimiMercêsdeMello Em aditamento à minha mensagem, esclareço que onde escrevi "meados de 1961, óbviamente queria dizer "meados de 1960". M 31 October 2007 12:26 PM guest_FernandoCarranca Mimi, Adoro a tua compostura ... e sobretudo a subtileza. As históras contadas a posteriori permitem sempre aos dizeurs maquilhá-las a preceito... ! Num outro sentido, ainda assim pertinente, quem não se lembra das descrições fantásticas de muita gente regressada do ultramar, durante ou após a exemplar descolonização? Eram quase sempre relatos do estilo eu tinha... eu tive, nós tínhamos... o meu pai era dono.... ! Valeu-lhes, coitados, o epíteto de tinhosos! Que dizerd'outros, quejandos, que, em domínios diversos, fantasiam igualmente? Pior, porque mais requintado e perversa no modus, é a angélica roupagem com que vestem os episódios, aqui e ali dando-lhes um ar social porreirista (eu nem fiz esforço para resgatar esta expressão, que 137 jazia lá bem no fundo do baú do PREC... que memória eu tenho...) de modo a serem ainda mais convincentes! Embustes! O tempo é de embustes! Uma história bem arranjadinha, quem sabe, pode abrir uma porta simpática... sei lá... talvez no BIC de Angola, que vai começar a operar em Portugal. O eng. Mira Amaral (político alegadamente conotado com a direita reaccionária portuguesa) nem será obstáculo.... até é muito competente e sério... e quem fantasia com a guerra porque não fazêlo com tudo o mais que fizer falta? Assim haja um interesse que o justifique... ! Como diz a malta mais nova, tásse bem... Beijinhos, minha querida (sem medos dos comentários desses tesouras e outros co-autores, seja lá do que fôr!), Fernando 31 October 2007 12:49 PM guest_Joaoventura2 MIMI E JOÃO ELOY Eu só comentei parte da messagem 77 do João Eloy. Eu vi coisas em Luanda nessa época mas não da dimensão que alguns discrevem( bastante mais suaves). João Ventura 31 October 2007 01:15 PM guest_Joaoeloy26 João Ventura, Que bom para ti, não teres visto! Assim não precisarás de mentir. Eu vi. Tinha dez anos. Aquela idade em que as coisas que marcam, nunca mais desmarcam... Mas ali, na Francisco Newton (estrada da Cuca), mesmo ao lado do mercado indígena, era todos os dias, a recolha dos frutos da noite anterior. Quem lá passava, via, que era às claras, até para atemorizar pelo exemplo. No muceque em frente, fora das vistas até da tropa, faço lá ideia de como as coisas eram... Mas isto é como os votos no Vale e Azevedo. Ele ganhou as eleições com quase 100% dos votos. Mas desafio-te a encontrar alguém que diga ter votado nele. Mimi e Guida, Toda a pessoa de bem e bem formada fica com dores de cabeça quando estes assuntos afloram. Pois não! E a quem me diga que não teve qualquer responsabilidade no que se passou, não digo nada. Eu também não tive. Tinhamos entre sete a quinze anos... Mas, estão (os que estão) a desculpar quem? Diz-me com quem andas... E a Guida tem, como já salvaguardei, toda a razão. "Selvagens" todos! Todos! Todos! (Lembro-me sempre do Capitão Kilgore, o da msg. 37 ) E até aqueles que hoje tentam passar uma esponja sobre as selvajarias de outrora. Não alinho com a filosofia de que "se hoje estou de papo p'ro ar, que bom, que se lixe o passado e todo o percurso, e quem vier ensombrar isso", o pai dele é gato. Esperteza saloia de quem se julga rei em terra de cegos. O que somos hoje, é o fruto do que fomos e de todo o percurso que fizemos. Claro, o de uns, mais tortuoso o de outros. Mas foi o que foi e não há como apagá-lo. O que há de perverso nisto, é que por causa de uns, pagámos todos um preço alto. Não são só vocês que ficam em silencio recolhido e emocionado, cada vez que a memória nos leva de volta. É bom sinal. De consciência tranquila. E isso não tem preço. Nem há subtilezas que substituam uma consciência sossegada. O que é preciso é alguma pachorra para pactuar com certas composturas dejá vues. Carranca, meu caro: Como é a primeira vez que me dirijo a ti, devo apresentar-me como um tipo que não é comunista (nem com, nem sem cartão), fascista, nem direitista, nem pró-MPLA, FNLA e muito menos UNITA. Estás à vontade. 138 Nasci, estou neste mundo, e quando me começou a falhar a vista, fui ao médico e comprei uns óculos. Nunca atropelei ninguém. E tenho cautela, para não me deixar atropelar. Tb é preciso alguma sorte, concordo. Ora bem, tudo isto para quê? Para te dizer que os teus receios acerca da roupagem com que se vestem certos factos, são por mim partilhados. As imagens são factos. A interpretação é que as pode adulterar. Assim, como dizia o professor, acerca da lei: "tem de ser habilmente interpretada". Achas que a roupagem do episodio 3 é tendenciosa? Também eu. Achas certas opiniões emitidas a propósito, tendenciosas e a cheirar a malvas? Também eu. Aliás, acho tendenciosas todas as roupagens com que se pretende embalar todas as "selvajarias" de um e outro lado daquela guerra. Achas que o Furtado, ou alguém por ele está a tentar cair nas graças, para sacar benesses? Eu também. Duvido sempre de quem, contra as evidências dos factos insiste em contar histórias. E também, de quem quer evitar a todo o custo, que se contem as histórias. Olho com desdém quem assim procede, ou procedeu. No tal percurso que alguns tentam frenéticamente apagar. Estamos nessa. Abaixo os manipuladores. Viva a verdade! Renato, Dadas as minhas expectativas, trocamos "saberes" entre dois copos (não necessáriamente de bebidas alcoolicas), quando calhar. E aposto que vai ser uma galhofa. É que tu dizes coisas que revelam um espírito inventivo acima da média. Eheheh. E a rir, também se aprende. E desoplila. É como "vir ao site para aliviar a neurose". Recordas-te? Ali para aquele fio (um, dois anos?) da "descolonização", ou da "casa amarela" ?. Como tenho esses fios copiados na integra, para recordar aos esquecidos (ou aos que, mais tarde apagam as msgs.) o que disseram outrora, vou ver se localizo essa. Mas seja de quem for, está muito bem caçada: aliviar a neurose! Eheheh. Karipande, Estás a divertir-te que nem um chinês na festa do dragão! Aposto! E venha o 4º episódio, que isto promete deleite olimpico... Um abraço urbi et orbi. JE 31 October 2007 04:44 PM guest_Joaoventura2 JOÃO ELOY Como leste e bem, refero-me ao que eu efectivamente vi e o meu modesto e curto comentário foi só nesse sentido. Mesmo sendo um pouco mais velho do que tu, não ponho de todo em cauda as situações que relatates . Um abraço João Ventura 31 October 2007 06:10 PM guest_Joaoventura2 Ressalvo: Refiro-me e Relataste João Ventura 31 October 2007 06:13 PM guest_Joaoeloy26 Ah, Mimi, estava a passar... Quando chegar a hora, tb tenho umas coisas a dizer do "Mona Lisa". Os que o visitaram numa certa tarde perderam a oportunidade de fazer história (tipo Miguel de Vasconcelos, alegadamente, tambem traidor, eheheh) atirando-o da varanda traseira do palacio para o pátio inferior onde estava 139 uma estátua com uma figura com uma espada empunhada. Seria assim a modos que um frango no espeto. Ficaria na história como um mártir da reacção. Teria sido bom para ele, que seria celebrado como um heroi em vez de ser recordado como um traidor, e para Angola. Pois ter-se-ia poupado uma guerra e a vida de milhares de angolanos, para nada (onde está o poder popular? Que diabo! Vou morrer sem ninguém me responder?). Porque se em relação aos líderes locais tenho o meu juízo feito, em relação a esse traste, também. Só que os outros, embora pelos discutiveis caminhos que escolheram, estavam no trilho dos antepassados levados nos navios negreiros. No Monangambé. Este estava (teoricamente) ao serviço do estado português. Por muito menos e mais lógico e humano, foi o General Vassalo e Silva condenado. Por não querer mandar para a morte certa e inglória os seus homens, numa causa antecipadamente perdida (India). Mercenários não foram só os que andaram de armas na mão por dinheiro. Mas, por interesses. E mesmo os que não andaram de armas na mão, mas mandavam nos tais. E não me venham falar de "Internacionalismo". Ali tratou-se de pura cafagestisse. Sacanagem, como dizem os brasileiros. Ao nivel do aviador que, boçalmente, ainda agora se ufana de ter traído os camaradas (sem "K") no afaire "Botelho Moniz". Pulhas. Estamos ai. Bjs. JE 31 October 2007 06:18 PM guest_FernandoCarranca Eloy, Agradeço teres tido a ideia de me dirigires umas linhas.Vale como se nos conhecêssemos, há longo trempo. É, aliás, esse o espírito que deve subjazer às múltiplas trocas de ideias e opiniões que o site nos proporciona. Tentarei responder às ideias e juízos que adiantaste, sendo certo que não voltarei ao assunto. Faço-o agora, tão só para honrar a gentileza que tiveste para comigo. Quero, ainda antes de entrar na resposta, explicar que não voltarei ao assunto, por três ou quatro ordens de razões, a saber: 1. 2. 3. Evito, há uns anos a esta parte, as discussões de natureza política, fora dos contextos partidários em que elas são obrigatórias; A análise política em redor de Angola, terra onde nasci e vivi 27 anos, incomóda-me, ainda, muitíssimo. Por lá ficaram, sepultados, familiares e amigos que amei muito intensamente, tanto quanto amei a terra que me vi forçado a abandonar... e acredita que amei-a muito e gozei-a, igualmente, muito. Os pais cultivaram em mim e na minha irmã esse amor... que me foi roubado... e que tentaram destruir. Uns, sem consciência do que faziam; outros, ao contrário, foram, metodica e friamente os autores da letra e os regentes da orquestra que executou a miserável música que viria a ditar a desdita daquele povo a que também pertenço. Daquele povo que, quase 32 anos volvidos, sobre a data da sua independência, ainda sofre, sem saber porquê, que morre, à ordem de doenças que não era suposto sequer existirem, sem controlo , sem a assistência que lhe é devida, ou à fome. À fome, é verdade! Morre-se à fome numa terra com tamanha riqueza! Prezo muito os colegas e amigos antigos, que o convívio dos almoços do Liceu (onde não tenho conhecimento que a política seja tema de conversa...) me ajudou a reencontrar e sei que este assunto, de tão abrangente, contém ingredientes suficientes para lançar controvérsias sem fim e, por consequência, minar o terreno caro da amizade, esse elemento estruturante da minha vida, que não pretendo, em circunstância alguma, beliscar. Neste entendimento, não vejo o que é que pode determinar a necessidade ou obrigação de, quem quer que seja, se situar política ou ideologicamente. Sem embargo , neste mundo em que vamos vivendo, 140 aprendi por experiências acumuladas, que perigosos são os que não se definem. É confortável, sem dúvida... e contestável ainda mais! É que nunca se sabe o o que vem deles. Quanto à correcção da vista, tratei a minha com lentes de contacto. Fiquei ganhando a visão integral, graças à eliminação do espaço que vai das lentes dos óculos às córneas. Terei, portanto, ficado a ver mais do que quem usa óculos. Quando falei de episódios não me referia aos episódios da série A Guerra, do Joaquim Furtado. Falava de episódios em abstracto. O que acaba dando no mesmo, uma vez que o que avulta é, de facto, a interpretação. Os factos históricos, na sua apresentação, carecem sempre de um qualquer método, subjectivo, desde logo na sistematização, e, fatalmente, sempre, na interpretação. Pois é este o primeiro senão que ponho nessa série ou filme. O autor! O seu percurso profissional e as ideias políticas que nunca escondeu, não são atributos que me tranquilizem quanto à interpretação dos factos filmados, tanto os de arquivo como os actuais, sendo nestes últimos que mais avultará a discricionaridade que usou na elaboração do trabalho em apreço. Não vi nenhum episódio e só o farei quando terminar esta apresntaçao na RTP, em conjunto com alguns amigos que estão a proceder às imprescindíveis gravações. Não posso, assim, emitir nenhuma opinião sobre qualquer episódio. No tocante às benesses, não me referia, em concreto, ao Furtado nem a ninguém. Mais uma vez, falava em abstracto... mas não me custaria nada admitir que ele se quisesse pôr a geito ou insinuar para qualquer coisa ou benefício. Não será por acaso que a película dá à costa agora, em pleno consulado socialista.... Estou contigo nas reservas perante «... quem, contra as evidências dos factos insiste em contar histórias» e «... quem quer evitar a todo o custo, que se contem as histórias ». A história tem que ser contada e isso não tem nada de extraordinário. Devemos é, se possível, contribuir para que esse contar seja o mais próximo possível do que se passou. Fatal será o espaço das fantasias. Paciência. Sempre me conforta pensar que muita informação histórica que nos chegou ao conhecimento, desde a primária à faculdade, estava fantasiada, minimizada, ou hiperbolizada. É comum detectar-se isso pela leitura de diferentes autores, sobretudo quando o facto histórico releva em dois países. Enfoco, contudo, o cuidado especial que importa atribuir às interpretações. À subjectividade, prima facie, inevitavelmente presente em qualquer abordagem histórica, por definição. Cabe a nós, destinatários dessas obras, desta em particular, o trabalho exegético! Subscrevo também o teu grito derradeiro: «Abaixo os manipuladores. Viva a verdade!». Viva toda a verdade, doa a quem doer! Um pouco no estilo da saudosa Natália Correia, direi até: Pela verdade tudo! Fernando Carranca 01 November 2007 05:38 AM guest_serodio Fernando Carranca É exactamente o que eu sinto há 32 anos principalmente no que está escrito nos 3 parágrafos em destaque. Só vou acrescentar uma vontade que tenho desde que fui obrigado a abandonar a minha terra em 30 OUT 75: NÃO QUERO VOLTAR A ANGOLA, NUNCA MAIS ! Um abraço José Serôdio P.S. Fui obrigado porque não era comunista e como tal não era do MPLA. 141 01 November 2007 11:05 AM guest_Joaoeloy26 Carranca, Tendo tomado boa nota da tua respeitavel vontade de não voltar ao assunto, não posso deixar de obtemperar dois raciocínios expedidos na msg que tiveste a amabilidade de me dirigir. É que, se não forem rebatidos, podem levar os mais precipitados a um juízo do tipo "quem cala consente". eheheh. Em nome do rigor e de coerência. …………………………………. Não conheço ninguém que não se defina, interiormente. Podem é, por receio das consequências sociais dessa definição, mantê-la sob reserva. Ora, pelo que me tenho exposto, de tal não posso ser acusado. Nasci num tempo geração em que os grandes ideais de solidariedade e apego aos valores dignificantes do homem, eram compartilhados por toda uma geração, à escala planetária. Não acho que o "homem lobo do homem" tenha de ser assumido como um determinismo. Esse será sempre, o meu lema. Tenho derramado isso em tudo o que tenho escrito. Sempre. E das soluções propostas, depressa percebi que, castrando-se a personalidade, exingindo-se o "yes" sem condições aos delírios ditatoriais dos empoleirados no poder, não teriam futuro, assim que o machado deixasse de se abater sobre o pensamento. Nunca "evoluí", no sentido de, acomodando-me numa poltrona partidária, ficar sujeito à respectiva discipina, no que tange ao pensamento. Basta ir lendo, porque, como não estou numa de sofisma, nem a tapar os olhos aos outros com uma peneira, não corro o risco de escorregar. Quanto áquela deliciosa frase, "perigosos são os que não se definem" , interpretando-a no sentido de que os que não se definem são os que não tomam assento partidário, (ou em lobbies), apenas me cumpre confessar que, como de facto, nunca precisei de uma muleta partidária para me situar ou grangear benesses, e por outro lado, não me estou a ver a engolir sapos ou outros batráquios, em nome da disciplina partidária, posso ser de facto, perigoso. Para aqueles que, em nome do politicamente correcto, têm de decorar cassetes (e não era só o Cunhal que tinha uma. Mas, a dele, que era um homem de convicções, era sempre a mesma. As dos outros é que vão mudando de musica segundo as tendências da moda) e repelir tudo o que não estiver em conformidade. Por isso, posso sempre dizer mal. Porque o "meu partido" nunca está no poder, e não corro o risco de perder benesses por vontade popular ou por (in)disciplina partidária. Ah, aquela das lentes de contacto está boa. És terrível! Mas olha, nem toda a gente as pode usar. Eu tentei e não pude. Mas os óculos chegam e sobram. Vejo até coisas que muitos dos que não precisam de adereços veem. E depois, a grande verdade, mesmo, é que "o mais cego é aquele que não quer ver". Mas, isto está a descambar do tema, e de facto, gosto de jogos florais, de trocar mimos, de dizer presente, mas neste tema isso não cabe. Não vamos fazer deste tema o que foi feito a outros. Com a minha colaboração, não de certeza. Este tema vai até ao ultimo episódio da série. Pelo menos. A menos que a gente morra ou a internet acabe. Até ao almoço. Um abraço. JE 01 November 2007 01:48 PM guest_1MandaChuva1 Só agora li de relance as mensagens ultimas... concordo com todas e também com 1,2 e 3 do Fernando Carranca... 142 1975 foi ano fatidico para todos os angolanos e para todos os que lá residiam deixaram de residir ou lá continuaram a residir "forçadamente" claro...Eu etoda aminha familia nuiclear viemos a Portugal em 1975- Julho com viagem de regresso na TAP pagas pelo meu pai...não viemos "Na ponte aérea"...e com Passaporte Internacional emitido pelo Governo de Transição de Angola, só que já não foi possivel regressar e suspenderam as transferências mensais de nove contos com que nós estavamos a viver aqui em Portugal..depois foi a Ponte Aérea e o chegar dos Caixotes...com 17 anos fui recrutado para dar apoio ao gabinete local de apoio aos refugiados do Ultramar, mas logo logo nasceu o IARN e a malta "civil" foi passada para trás e substituida por ex-adidos e outros que tais...Ainda hoje estou para perceber isso... Nessas Intermências tomei contacto com algumas "patentes" da "ponte aerea" que me asseguraram que tiveram que a suspender porque senão, não ficava ninguém em Angola...E eu acredito !!!! Este é um facto, refacto etrefacto..que prova a barbaridade cometida no processo de descolonização...do qual salazar e caetano não Tem culpa pois não foram eles que o prepararam nem o executaram, nem foram os seus actos a causalidade adequada para a "vergonhosa descolonização"...Descolonização que não pode ser separada ou interseccionada da Guerra Colonial (do Ultramar) que é diferente da Guerra do J.Furtado, embora com algumas semelhanças...EM tempos andei aconsultar dos diários da assembleia da republica de 1961-podeis fazer o mesmo estão on-line ... Aqueles súcias dos deputados de então só sabiam discutir o preço do café e da bica...uma vergonha...( se calhar mal acomparado não são muito diferentes de alguns de hoje..eh! eh!) 01 November 2007 05:06 PM guest_MimiMercêsdeMello Fernando C.: Adorei ler as tuas razões, em especial as contidas nos pontos 2. e 3. . Subscrevo-as, com a única diferença de que, em vez de 27, no meu caso foram 17 anos... E, acrescento ainda, desta vez fui eu que, lendo-te, fiquei de lágrima no canto do olho... Um beijo grande, Mimi 01 November 2007 09:19 PM guest_MimiMercêsdeMello PS: Também gostei (uma vez mais) de ler o João Eloy. E, óbviamente, o José Serôdio e o Renato M-C. Mas realço as razões do Fernando C. porque, numa palavra, ele conseguiu traduzir os pontos sagrados que nos unem e, em especial, a essência da mágoa que nos marcou para sempre, independentemente de tudo o resto... Mimi 01 November 2007 09:29 PM guest_FernandoCarranca Meninos todos (Mimi, Eloy, Renato M-C, Serôdio, João Ventura e... os outros e outras que se me dirigem, por e-mail e telefone), Voltando a pôr os pés, não na terra mas sim, no site, queria dizer a todos, sem excepção, que quanto mais experts vejo a opinar sobre o tema da descolonização mais me convenço que ela foi mesmo exemplar. Como o nosso meio é académico, permitam-me acrescentar: foi uma exemplar merda! Mas não acabou com esta malta linda, de ideias, afinal, tão diferentemente próximas... ! É bem patente que mais forte é o que nos une. É, sobretudo, mais. Li com atenção tudo, com emoção, muita emoção, em face de algumas palavras escritas, emailadas e telefonadas. Agradeço a todos por igual. Não pude foi, em momento nenhum, ignorar o cuidado do que o Eloy teve ao escolher letra verde para a(s) suas msg's... ! Nem vacilo na certeza que, lá no fundo, estava a dar-me uma fórcinha para o meu Sporting saír de Fátima abençoado....! Beijinhos e abraços, Fernando 02 November 2007 12:43 AM 143 guest_Cunha8510 Espectacular!?.... Que é isto?... Perda de tempo?... Ñ quer dizer nada?... ´Dá para entender... como dizem os "putos"?... Desculpem se entendi mal. Cunha 02 November 2007 01:07 AM guest_Joaoeloy26 Carranca, Nunca pensei ser capaz de fazer uma msg. tão curta. Eheheh. De facto, a descolonização foi uma merda, em consonância com a idoneidade mental e deontologica de alguns dos descolonizadores que nem sequer tiveram competência profissional para exercer as suas funções. Sem embargo do tratamento que qualquer traidor merece. Mas isto já entra pela deontologia profissional e fiquemos por aqui. Escrevo a verde. Desde sempre. De facto, acho que o verde é uma cor muito bonita. Gosto. Como vês, nem sempre discordamos. Eheheh. Saudações ... académicas (para não destoar do tema). JE 02 November 2007 10:55 AM guest_vera-cruz Mimi: Subscrevo... E aludindo á msg 105 deste fio: Regressei em "Ponte Aérea", a 12/7/75 e em Outubro desse mesmo ano, na Madeira/Funchal, estava a prestar serviço cívico (lembram-se dessa invenção revolucionária????) no famoso IARN, e ainda com 16 anos. Vi e vivenciei ali o que não queria nem deveria... Beijinhos, Helena Cecília 02 November 2007 12:55 PM guest_MimiMercêsdeMello Já agora.... eu também vim em "ponte aérea", no dia 08-08-1975 - cheguei a Lisboa na madrugada do dia 9, em que completei 17 anos. E igualmente prestei 1 ano de serviço cívico.... (felizmente não foi no IARN, mas não fiquei com saudades!) Quem nos diria a nós, Helena C., quando éramos meninas sorridentes de bibe, na classe infantil do Colégio das Madres!... Bj, M 02 November 2007 01:31 PM guest_Joaoeloy26 Mimi, Eu tb vim na ponte aérea. Parti às 11h45 do dia 10 de Novembro... O avião a descolar e eu a olhar para baixo. Ainda hoje estou a olhar para baixo. Parti, porque um amigo, que estava bem colocado no MPLA, perante a inquietação que eu constatava nos homens do MPLA e das FAPLA ( e por ter observado algumas diligências para voarem na ponte aérea, por parte de dirigentes), me disse que enquanto o MPLA tivesse domínio sobre a situação, não haveria problema. 144 Pior seria se a FNLA rompesse, como se temia, as linhas da frente do Cacuaco e as FAPLA tivessem de debandar. E os dirigentes tivessem de fugir para o navio que estava ancorado, no porto, para esse fim... Aí, o poder caía na rua, isto é, no "poder popular". E aí, eu poderia ser morto à primeira esquina, só para me roubarem o relógio ou os trocos que tivesse no bolso. Por isso pergunto sempre pelo "poder popular", essa criação estratégica para hostilizar e amedrontar a população branca. Dei um abraço de despedida a quem me levou ao avião e disse: - Até para a semana. Mas que semana tão grande, Mimi... Nunca acabou. Deixei lá familiares mortos, mas não na guerra. O que também lá deixei, foi a minha alma... Ainda hoje olho para baixo. JE 02 November 2007 03:23 PM guest_MimiMercêsdeMello J. Eloy: Às vezes, ali para os lados de Porto Côvo e deixando para trás a vila do Cercal, olho o sol forte na paisagem alentejana e ponho aos altos berros (que é para me ouvir baixinho...) "As regras da sensatez" do Rui Veloso, que agora te ofereço e, faço questão, em verde...: Nunca voltes ao lugar Onde já foste feliz Por muito que o coração diga Não faças o que ele diz Nunca mais voltes à casa Onde ardeste de paixão Só encontrarás erva rasa Por entre as lajes do chão Nada do que por lá vires Será como no passado Não queiras reacender Um lume já apagado Por grande a tentação Que te crie a saudade Não mates a recordação Que lembra a felicidade Nunca voltes ao lugar Onde o arco-íris se pôs Só encontrarás a cinza Que dá na garganta nós São as regras da sensatez Vais sair a dizer que desta é de vez Se puderes, ouve a música. Mimi 02 November 2007 03:56 PM 145 guest_Bélita1 João e Mimi: Há muito tempo que intervenho pouco no site. Hoje, decididamente, e porque me comovi com a força das palavras do João Eloy, senti que não conseguia deixar de expressar a minha emoção. E..., sem dúvida, João ficámos divididos entre nós e nós mesmos. Complicado? Acho que não. Julgo que todos me entenderão. É que, se por um lado sentíamos (muitos, tal como eu nem tiveram grande opção, pela idade que tinham), como sendo a única opção possível de zelarmos pela nossa segurança, deixarmos o espaço onde sempre vivemos e que amávamos (na altura, nem sei se tínhamos a verdadeira noção da dimensão desse elo), por outro ficava a ansiedade e a frustação da nossa incapacidade de não a ajudarmos a nossa terra. E, Mimi, é verdade sim que ao regressarmos, no primeiro impacto ficamos lívidos por sentirmos que já nada é como era (não tenho bem a certeza de ser... exactamente assim), mas a força de atracção, por qualquer motivo inexplicável... está lá. E, de cima... olhando para baixo, cada vez que nos vemos distanciando envolvidos no som dum mesmo avião, continuamos a sentir que alguma coisa de nós fica lá. Dirão alguns que é saudosismo. Há dias, curiosamente ouvia um amigo dizer-me que gostaria de voltar e a razão principal equacionada era... o poder realizar alguma coisa por aquela terra. Fiquei em silêncio, porque muitas vezes ao mencionar a minha "mesma" vontade, julgo que me consideram utópica. Provavelmente será uma utopia, ou até mesmo uma arrogância, mas foi reconfortante saber que existem mais pessoas que sentem o mesmo. Portanto, julgo que se tivermos a humildade de "darmos" sem termos demasiadas expectativas, provavelmente conseguiremos realizar alguns pequenos "sonhos"... Ao fim e ao cabo... a vida está em constante mutação. Se "olharmos" para o Mundo, provavelmente sentimos, que em muitos aspectos não muda para melhor... Beijokas, Bélita 02 November 2007 10:19 PM guest_MimiMercêsdeMello Olá, Bélita e bons olhos te vejam (e leiam): Quero dizer-te apenas que, contra todas as regras da sensatez, já lá voltei... uma, duas, várias vezes! e, por incrível, estou sempre pronta a embarcar para lá ("se me disserem para ir amanhã, eu já fui ontem"...) e, quando não sei quando vou, anseio pela próxima ida... E, apesar de, em certos momentos, sair a dizer que desta é de vez, parto e pouco depois estou a ansiar por lá voltar.... E, felizmente, quis Deus que no meu rumo profissional surgisse a oportunidade de fazer algo por aquela terra (mesmo estando cá) e, posso dizê-lo, tenho dado tudo o que me é possível e sem qualquer expectativa. A juntar ao rumo profissional, surgiram fortes razões pessoais, "como se isto estivesse escrito"... Acho que já escrevi neste site sobre alguns aspectos destes meus "regressos", designadamente sobre o meu primeiro "olhar para baixo" e sentir-me em casa, mesmo sem saber onde estava... Muito mais diria agora, mas já não aqui. Bjs, M PS: Tudo isso não impede que, às vezes, ali para os lados de Porto Côvo, eu oiça muito alto "As regras da sensatez"... 02 November 2007 10:49 PM guest_Bélita1 Mimi: Eu sei dessas tuas idas e... da sempre tua enorme emoção. Os teus relatos são bem a "melhor foto" do impacto que elas sempre têm em ti. E... como te percebo ! Sinto cada vez mais uma enorme vontade de... voltar! Beijokas, Bélita 02 November 2007 10:58 PM guest_xixão 146 Hoje vim aqui ler o site, de onde tenho estado fora por razoes que se prendem com obras em casa. Estou a usar um portatil com letras demasiado pequenas para a minha ceguisse, sem acentos e outras coisinhas mais, mas eh o que se pode arranjar. Isto tudo para dizer que so hoje vim aqui ler/vos e emocionei/me com o que li, porque partilho esse turbilhao de sentimentos que a Mimi relata, que o Joao Eloi relata, que no fim acaba por ser tao comum a nos todos os que partilhamos este cantinho da net. As regras da Sensatez, Mimi, esta muito bem aqui colocada, mas tambem sei o quanto eh dicifil segui/las. Um beijo para todos Xi 03 November 2007 10:19 AM guest_karipande Desculpem alguns colegas de alguns comentários que aqui tem feito, só me apetece mesmo citar o malogrado Marcelo Curto, com o titulo do livro :" Tu não viste nada em Angola", ou mesmo os do Lobo Antunes (Cus de Judas,Memória de Elefante e Explicação dos Pássaros, para não falar "Destas palavras por mim descripto") Tenho uma vantagem nesta série...Sei sempre o que vai acontecer a seguir.Na próxima série vamos assistir ao raid Maçanita, contra todos os outros.O coronel Maçanita faleceu em 2006 em Maio creio eu, no Alagarve onde morava. A sua correria em direcção a Nambuangongo... O HOMEM QUE CHEGOU A NAMBUANGONGO Armando Maçanita, à frente do Batalhão de Caçadores 96, ganhou lugar de destaque na galeria dos heróis: comandou com êxito a primeira grande acção militar da Guerra de África – a „Operação Viriato‟, entre 10 de Julho e 9 de Agosto de 1961, com o objectivo de conquistar a vila de Nambuangongo, no Norte de Angola, em poder dos guerrilheiros da UPA. Armando Maçanita faleceu em 2006. O COMANDANTE DO PELOTÃO DE ENGENHARIA O Batalhão de Caçadores 96, na marcha de Luanda para Nambuangongo, encontrou obstáculos naturais difíceis de imaginar. Valeu o pelotão de Engenharia, comandado pelo alferes Jorge Jardim Gonçalves: construiu jangadas e removeu árvores de grande porte para erguer pontes sobre vales dos rios. "Se não fosse o alferes Gonçalves, não sei se teria chegado a Nambuangongo", dirá o coronel Maçanita. Jardim ganhou uma Cruz de Guerra. (È o próprio do BCP) Apetece-me mesmo declamar Nambuangongo do poeta aqui citado várias vezes Manuel Alegre: Nambuangongo Meu Amor Em Nambuangongo tu não viste nada não viste nada nesse dia longo longo a cabeça cortada e a flor bombardeada não tu não viste nada em Nambuangongo Falavas de Hiroxima tu que nunca viste em cada homem um morto que não morre. Sim nós sabemos Hiroxima é triste mas ouve em Nambuangongo existe em cada homem um rio que não corre. Em Nambuangongo o tempo cabe num minuto em Nambuangongo a gente lembra a gente esquece em Nambuangongo olhei a morte e fiquei nu. Tu não sabes mas eu digo-te: dói muito. Em Nambuangongo há gente que apodrece. Em Nambuangongo a gente pensa que não volta cada carta é um adeus em cada carta se morre cada carta é um silêncio e uma revolta. Em Lisboa na mesma isto é a vida corre. 147 E em Nambuangongo a gente pensa que não volta. É justo que me fales de Hiroxima. Porém tu nada sabes deste tempo longo tempo exactamente em cima do nosso tempo. Ai tempo onde a palavra vida rima com a palavra morte em Nambuangongo. manuel alegre (musicado/cantado - fernando guerra/paulo de carvalho) Fernando Pereira 04 November 2007 03:32 AM guest_1MandaChuva1 KARIPANDE decididamente tu pensas como europeu... não és africano de alma nem de coração..tu és um Lisboeta, ou metropolitano no sentido colonial...ès a mentalidade do Colonialista! eh!...eh!.. Citando manuel alegre não tem dúvida que é de colonialista arrependido... ih! ih! Um africano de gema não pensa assim...nem lá próximo!... Não podes comprender isso...ou será que podes? 06 November 2007 09:25 AM guest_gcastroferreira De facto, K., escolher Manuel Alegre para lembrar Nambuangongo é assim a modos que um bocadinho de mau gosto.... Bjs aos dois G. 06 November 2007 05:25 PM gcastroferreira guest poster ...lembrei-me de um episódio peculiar: Tive a oportunidade (quase diria a obrigação pois foi disso que se tratou...)de me sentar à mesma mesa que o camarada de Manuel Alegre, Dr. Mário Soares. Há muitos anos, fins de 70. Eu era muito novinha e tinha "esquecido" Angola. Era Verão. Já no fim do almoço falou-se de África. E eu calada. A certa altura o Dr. M.Soares fez uma descrição do que tinha sido a mudança de bandeiras, se me lembro num estádio de futebol, em Lourenço Marques. E dizia mais ou menos que "..quando a bandeira portuguesa desceu e a nova bandeira foi hasteada, foi de susto...muitos daqueles homens estavam armados e desataram aos tiros para o ar, num excesso desregrado de comemoração...Assustámo-nos...", tudo num tom entre o assombro pela falta de disciplina e a complacência por aquela gente tão pouco civilizada. Perguntei-lhe candidamente, o que tinha sentido quando a bandeira portuguesa desceu...e porque é que a descolonização tivera aquele rumo. Acho que toda a gente ficou um bocadinho "verde" pois ele era "convidado de honra" de pessoas que me são próximas. Hesitou ...mas depois perorou naquele estilo demagógico que lhe é característico sobre os malefícios da colonização prolongada ...que a culpa era toda do Dr. Salazar, etc, etc, etc...O costume que nós já estamos fartos de ouvir. Nem uma única vez o ouvi dizer que o Partido Socialista teria responsabilidades graves no percurso da vida política e social dos novos países de África. Camaradas! Bjs a todos G. 06 November 2007 05:48 PM guest_Joaoeloy26 Amigas(os), Metendo a foice em seara alheia, sempre direi que o Manuel Alegre (o velho do restelo, depois de quase todos os outros camaradas de relevo terem feito o pino e as figuras que vocês sabem...) foi alferes, e pelo que me consta, esteve para aqueles lados. 148 Acresce que, já antes de ser mobilizado, escreveu aqueles poemas que vocês bem sabem e me dispenso de citar. Por isso não acho tão estranho que ele fale do que viu ou ouviu. Porque, "há sempre alguém que semeia, canções no vento que passa". Se exagera ou não o que ouviu (mas, eu vi as imagens da tv...), é para compensar os que ouviram, mas reduziram, ou...já não se lembram... Mas eu acho que não vale a pena estar a mandar chuva no molhado. As imagens estão aí... Depois, foi a guerra... e aí, ai dos vencidos!... Na Guiné fomos nós (faltava pouco), em Angola e Moçambique, estava a situação militar sob contrôle. Mas, com um pouco de paciência, os filhos dos Mendonças e dos Robles, se tivessem o jeito dos pais, ainda teriam oportunidade de dar uma mãozinha... Mas, como tb estou com o Rui Veloso quando canta que "mais é o que nos une, que aquilo que nos separa", acho que poderíamos fazer uma pausa até ao 4º episódio... Pode ser que o próprio poeta Alegre fale de Nambuangongo. JE 06 November 2007 07:23 PM guest_gcastroferreira ...sim, JE, ele esteve "lá", nem eu sabia...o que não faz com que retire tudo o que escrevi lá atrás... ...aproveito para dizer que vi o 3º, gravado, finalmente só no domingo passado. Creio que terás escrito que foi um episódio "morno". A mim pareceu-me, como sempre, uma espécie de "sova" tal é o estado em que fico. ...e conheci por fim a cara do primo Robles...é parecido com o meu marido.... Beijinhos muitos para ti e todos os que respiraram aquele "ar", G. 06 November 2007 08:00 PM guest_Teresa_Vasques (Roubando o verde ao meu Amigo João, a côr da esperança... ) Querida Guida e João as vossas palavras trouxeram-me à memória alguns dos muitos momentos trágicos que ficaram por contar. .. Repleta de positivo e de negativo quer por terras de aquém quer de além mar... não chorem os que ficaram, não chorem os que partiram, a nossa condição humana continua, até que se apague... ... e assim, aqui vai uma narrativa, sem argumentos, julgamentos ou outras ocupações de mentes pensantes e deambulantes: "Sem olhar para o chão, com ou sem razão, a minha decisão foi ficar, simplesmente a olhar por a terra amar e com pesar ver todos a embarcar. O tiroteio foi forte nesse trocar de bandeira e da varanda vi-os passar a delirar sem matar, magoar ou intimidar, contrariamente ao que era de recear, simplesmente a festejar. Enquanto isso, o rimbombar entrava sem licença e fazia-se ecoar pelas salas de aula... e eu sempre a ensinar. Lá fora, sobre 4 rodas pejadas de cadáveres rolavam lentas rumo à delegacia de saúde. Estonteantes esses meus 19 anos, sempre a estudar, medicina a dobrar e no hospital a ajudar. Mas não tardei por esperar... feliz a ensinar os meus alunos vi fuzilar... lancinante pesar, por acreditar! " Porque as lágrimas que meu coração chora, cintilam no meu olhar, na alegria de estar VIVA comparo e analizo, mas não julgo. É mais dificil deixar brotar o ser único e maravilhoso que cada um tem dentro de si do que encher em julgamentos - como num espelho - o espaço que nos separa do outro. Cada dia é único e pode ser o último. Porque a guerra essa, já passou e quer de palavras quer de canhões será sempre uma manifestação de poder do sistema reptiliano, fica o desejo que cada um receba - como num espelho - aquilo que sente por mim, e eu por ele(a) Teresa 06 November 2007 08:26 PM 149 guest_serodio Teresa Vasquez: Adorei ler-te. PARABÉNS !!! Espero poder ler-te mais... Um grande beijo José Serôdio 06 November 2007 10:04 PM guest_gcastroferreira Teresinha, Vou treler-te...tem que se lhe diga esse teu testemunho de Vida. Tu também escolheste não a deixar passar, não foi? Beijinhos, depois volto G. 07 November 2007 09:40 AM guest_xixão TV , gostei muito do teu testemunho. Beijinhos para ti. Em 61 eu tinha 4anos. Lembro-me dos piquetes que se faziam na Vila Alice, por causa do assalto à 7ª esquadra. Lembro-me que nós fomos viver para casa dos meus Avós na Gen João de Almeida. Lembro-me das movimentações que se faziam, dos sinais de luzes à noite. Durante alguns anos acordava a meio da noite com pesadelos, via pretos com catanas a matar toda a gente, independentemente da cor da pele. ....... Em 75, eu tinha 18 anos.. Na mesma rua, fui interpelada por um Fapla bebado de metralhadora destravada apontada a mim.. Ele estava sózinho com a sua bebedeira e nós, eu e minha irmã também sózinhas a acabar de chegar a casa. Na Gen. João de Almeida, onde outrora havia moradores, já era só uma rua quase deserta. Em 75 já não tinha os piquetes, e por isso valendo-me da irreverência dos meus 18 anos, dei comigo a dialogar acesamente com a dita criatura. Valeu-nos um Fapla, graduado, que se apercebeu ao longe da situação e veio em nosso socorro. Deste episódio nunca tive pesadelos. 10 November 2007 07:47 AM guest_Teresa_Vasques José Serôdio um agradecimeto especial pelas tuas palavras de incentivo à participação no site. Graças a isso vou tentar, através do site, encontrar algum dos meus alunos do N'Gola Kiluange. Evito faze-lo pois vejo que muitas das zangas individuais com a propria vida são para aqui transportas. A comunicação não é fácil mas mais dificil se torna quando não nos apercebemos que não estamos bem e deixamos que isso se projecte em julgamentos no outro. Xixão. Um beijinho para ti também. Acredito que nenhuma das experiências foi fácil, quer para quem ficou quer para quem deixou Angola. Essas marcas são visíveis no estado em que estes dois países se encontram 30 anos depois e nas cicatrizes deixadas em cada um de nós. Guida. Um beijinho para ti que transportas nos escritos uma sabedoria de quem muito sofreu e aprendeu. Teresa 10 November 2007 02:32 PM guest_gcastroferreira Teresinha, N'Gola Kiluange será certamente uma escola. Qual?..quer-se dizer, qual era o nome antes da independência... 150 E te digo que me lembraste um episódio com uma amiga minha. Estava muito preocupada, há um ano, com a pouca performance da sua filha recém entrada na Universidade. Fui-lhe dizendo que tivesse calma e a deixasse percorrer o seu caminho...Encontrei-a (à minha amiga) há dias. Perguntei-lhe pela filha. Respondeu-me num tom seco que me arrepiou "Está bem, agora...Aprende-se muito com o sofrimento". Sabes, eu acho que se aprende com o "sentir". Não necessariamente e só com o sofrimento, também e de uma forma muito mais estimulante com as alegrias. E tenho sido abençoada com inúmeras. O truque é saber gerir o que se sente. E isso vem só com a PDI . Temos um almoço "pendurado" há mais de um ano...manda-me para o hotmail o teu endereço (tentei escrever-te para um que tinha registado mas a máquina devolveu-mo). Tenho as quartasfeira livres, só para minzinha, e embora seja difícil "meter" num só dia tudo o que não tenho oportunidade de fazer nos outros, vamos MESMO combinar um encontro! Beijinhos para ti G. 10 November 2007 10:21 PM guest_gcastroferreira ...aliás, "Velhinha", quam me leia até há-de pensar que sou mesmo sábia e grande gestora dos meus sentimentos, ou das minhas emoções..mas também te digo que há áreas, ou circunstâncias, nas quais sou completamente imatura...a PDI ainda não funcionou aí. Como por exemplo no que diz respeito aos fenómenos passados, na minha infância, naquela terra que é nossa. Por isso é que saio "de gatas" a seguir ao visionamento do "regresso ao ultramar". Neste último ouviu-se o toque creio que do arrear de bandeira. Morámos alguns anos no Alvalade, na rua abaixo dos quartéis. Ouvia diariamente o toque de alvorada, o toque da bandeira, o toque de "sentido", o toque de "à vontade"...etc..E ia à missa ao quartel. Lembro-me de um 8 de Dezembro em que o capelão na homilia desatou a louvar a figura da "Mãe" e um homem ao meu lado...eu teria 11 anos, talvez...ter começado em prantos. Esse homem que eu via tão grande e tão mais velho...como é que podia chorar?.... devia ter a idade do meu filho Tomás. Ou menos, se calhar... E quando ouço o "Angola é Nossa"?? Arrepios... Fantasmas, diria, esse sim sabiamente, o meu querido amigo Zé Abilheira. +++bjs G. 10 November 2007 10:41 PM guest_gcastroferreira ..arriar de bandeira, digo... 10 November 2007 10:43 PM guest_1MandaChuva1 O Liceu Ngola Kiluange passou a substituir outro nome histórico de angola como foi salvador correia, neste caso o de PAULO DIAS DE NOVAIS..fui aluno do paulo dias até 1975, altura que frequentava o antigo 5º ano do liceu (por isso não tive OPAN-karipande..eh1eh!) era meu colega de turma o Carlos Zorrinho que já foi do governo do Guterres...entre outros 11 November 2007 11:51 AM …………………………………………………………………………………… guest_karipande Tenho ideia que o episódio de ontem, creio que o 5, terá sido o "Nó Górdio", para explicar um pouco o quotidiano do colonialismo português...Confesso que tive receio em determinada altura de se explicar a violencia que irrompeu nas colónias portuguesas... Desculpem ter voltado ao tema entre beijinhos e abraços! Fernando Pereira (Que julga não se ter desviado de um tema que foi muito comentado no 1º episódio, e depois começou a ser silenciado) 14 November 2007 07:32 PM guest_gcastroferreira ...e eu lamento voltar a particularizar estes comentários mas tive a grande emoção de ver o meu Pai, de bata branca, sentado no seu gabinete arejado do Preventório Infantil de Luanda, edificio 151 concebido especificamente para o fim a que se destinava: internamento de crianças filhas de tuberculosos em tratamento e sem condições para sustentar os filhos. Era uma instituição do Estado. Não estava dependente de qualquer igreja. As crianças recebiam guarida, cuidados médicos e instrução por parte de educadoras e professoras. Julgo que a imagem foi retirada de um documentário que Joaquim Furtado considerou propaganda do regime. Mas o Preventório existiu. Não era para "inglês ver". E tenho a certeza que por Luanda andarão muitos adultos saudáveis e minimamente instruídos que por lá passaram um bom par de anos das suas infâncias. Se tu queres, K., voltar a sublinhar o que já repisaste vezes sem conta...os maus tratos prestados pelos "brancos" ...continua meu caro. Quase me atreveria a dizer que expias, assim, qualquer desaire provocado pels teus ancestrais. Mas eu não calarei aquilo que o meu Pai deu àquela terra. O modo como de forma exactamente igual tratou pretos e brancos. E foi esse o caso de outros tantos milhares de portugueses que escolheram viver lá. Eu fui testemunha disso. Assim como dos maus tratos que não nego. Continuarei a sublinhar que a conjuntura, os valores, os comportamentos estavam em mudança acelerada nos últimos anos. E tenho um enorme desgosto por tudo ter sido destruído. Agora que tenho a mesma idade que ele tinha quando regressou a Portugal, já doente, posso ter uma idéia vaga do choque sofrido enquanto assisitiu de longe ao desaparecimento da obra de toda uma vida. Em que ele acreditava. Bjs G. 14 November 2007 10:40 PM guest_MimiMercêsdeMello Guida: Ainda bem que tens a certeza que "por Luanda andarão muitos adultos saudáveis e minimamente instruídos que por lá passaram um bom par de anos das suas infâncias"... e, podes crer, de certeza que os mais velhos se lembram do teu pai e, quando o recordam, sorriem serenamente, como só lá é possível.... Não duvides nunca, eu sei muito bem o que estou a dizer! Beijinhos, Mimi 14 November 2007 11:02 PM guest_luisabborges Guida Só podes mesmo ter razão. Vim há 3 dias da Bélgica onde conheci, por acaso, um Senhor belga já de uma certa idade, que ficou sentado á minha direita numa mesa e com quem estive a conversar. Angola veio á baila e aí o dito Senhor disse-me que conhecia muitas zonas do País, Cuíto, Camacupa, Namibe, etc, e mais uma série de terras, todas com estes nomes pósindependência. Tratava-se de um médico que desde que se reformou trabalha com os Médicos Sem Fronteiras, o que o tem levado a Angola 3 a 4 vezes por ano. E sabes o que me disse? Que no meio daquele caos em que o País se encontra a todos os níveis, dá para ver o que os portugueses fizeram em favor da saúde, que é a sua área, pois mesmo em mau estado, as poucas estruturas ainda de pé, são restos da colonização. Construido agora não existe mesmo nada, e acrescentou que passou a ter uma enorme consideração pelo "tipo" de colonização portuguesa, pois nunca viu nada semelhante em nenhuma das outras ex-colónias europeias por onde tem passado. Tb diz que foi o único País, nas mesmas condições, em que o povo fala com carinho e alguma saudade, dos seus "colonizadores". (ele disse o POVO, pois claro que o PODER não terá mesmo sudades nenhumas nossas...) Fiquei contente e orgulhosa como portuguesa que sou, e olha que os belgas nem são mto o género de dar elogios de bandeja. A meu ver são até pouco simpáticos! E de certeza Guida, que o teu Pai terá dado alguma mãozinha na área da saúde em Angola. Um beijo Luisa BB 14 November 2007 11:36 PM guest_karipande Guida 152 Sou muito pouco dado a exercícios de expiação, principalmente no que concerne às motivações ideológicas e ao enquadramento político que faço das situações, e que raras vezes é pautado, por ser em circunstancias em que o dominante prevalece. Admiro-te porque defendes o teu pai, que foi meu pediatra, e de quem guardo uma imagem de grande competencia e de um carinho enorme para comigo, e julgo que para todos os que atendia, sem querer saber se eram pretos, brancos ou mulatos.Admiro-te porque defendes o teu marido, que foi combater numa guerra que lhe pareceu séria, mas que como muitos com o correr do tempo se sentiu enganado pelo curso da história. Admiro-te muito, porque és a unica que sobre este assunto escreves o que pensas, duma forma educadíssima e sem procurares alinhar com "tendencias do momento". Como tu, também tenho orgulho nos meus pais, e em tudo o que fizeram em Angola, mas não vou neste local dar loas aos seus passos em Angola, porque este fio não me parece que seja para pessoalizar, o que quer que seja, mas acima de tudo para ir acompanhando o desenrolar do programa do Joaquim Furtado, que se está a revelar um libelo ao colonialismo português na sua globalidade. Guida Convém esclarecer que não devemos pessoalizar, porque o colonialismo era mais que a Cabral Moncada (onde viveste), a Guilherme Capelo (onde vivi), a Quitota (onde nasceste), o Songo (onde vivi os meus primeiros anos), o Liceu (onde todos andámos, e onde andou o Ze VanDunem, o Juca Valentim,o António Cardoso, o José Eduardo dos Santos, o Agostinho Neto, o Jacques dos Santos, a Amélia Mingas e tantos outros dum lado e de outro). O colonialismo era um sistema, que se fosse destruído acabava com o fascismo em Portugal, e Salazar sabia-o melhor que ninguém, porque era manipulador, manhoso e ardiloso para com os próximos, para que estes o fossem com os adversários. Eu devo ter uma das boas bibliotecas sobre Angola, existentes entre particulares em Portugal, e continuo a gastar muito dinheiro com livros, documentos e fotocópias sobre determinados períodos de Angola, e curiosamente continuam a sair livros sobre a guerra colonial, e quase todos eles confirmam o que as imagens da RTP nos tem mostrado...provávelmente já te enviei alguns dos filmes ontem mostrados nomeadamente aquele da ITV. Para a discussão permanecer séria, agradeço que não venham com a eterna pessoalização, porque isso em termos de história é quase irrelevante...Na minha opinião, o programa está a ser sério e isento...E é só isso que se pode discutir! Em 1983,respondi no Expresso ao meu amigo Rui Ramos, colega e com quem mais tarde trabalhei na "África Confidencial", depois do Xavier de Figueiredo ter largado aquilo (convém frizar), a um artigo de "Angola depois de Neto"...durante três semanas a rubrica cartas do leitor, dedicava 3 a 4 cartas sobre a minha contestação ao texto...e muitas outras não foram publicadas. Em 1990 no extinto "O Jornal", o Carlos Vaz Marques em início de carreira, entrevista-me no Congresso de Quadros Angolanos no Exterior, e aí houve umas frases que foram colocadas incorrectamente, e levei pancadaria de todo o lado pelo que lá disse, na 2ª pagina, com foto no meio do artigo (o desmentido foi na semana seguinte publicado na ultima pagina).Em 1992 no Expresso, num artigo de opinião eu atirei-me contra Jonas Savimbi e mais uma vez saiu pancadaria e muita provocação, alguma dela com laivos de violencia à mistura.Não continuo pq desvale a pena... Isto tudo para quê, para objectivamente dizer que escrevo e falo sem coacções e sem andar a pessoalizar, mas objectivamente a atacar ou defender ideologias e passos históricos. Guida, desculpa qualquer coisinha, mas é mesmo assim! Um beijinho Fernando Pereira 15 November 2007 01:02 A ……………..(mensagens retiradas)……………………… guest_gcastroferreira K., Já te li. Vou meditar. Logo respondo que agora não tenho tempo. Bjs G. 15 November 2007 08:54 AM 153 guest_JBilro9 Companheiros NÂO PESSOALIZAR Significa, neste caso, para os medianamente esclarecidos, não colocar o interesse pessoal, acima do interesse colectivo. Todos aqueles que de forma corajosa, nos contaram a sua participação, quer no passado, quer no presente (segundo as suas convicções), na vida do País., merecem a minha admiração. Aqui confunde-se vaidade com orgulho. Mas que orgulho, terão aqueles que se limitam a opinar sobre um País Independente (e porque este especificamente, por ainda acharem ser sua "propriedade"?), gastando as suas "energias", que poderiam ser canalizadas, para o desenvolvimento do País onde residem. Chama-se "cobarde", aos que com medo das consequências previsíveis, preferem um "silêncio cúmplice", transferindo todas as suas frustrações, para um País Independente, que não poderá causar-lhes incómodos. Há 32 anos assistimos a essa mesma cobardia Curiosamente, é vulgar neste "site", algumas pessoas identificarem-se através dos "Pais" ou dos "Filhos", como se não tivessem identidade. Como qualificam isto?... Embora, tenha sido vítima de insinuações maliciosas, que relevei, por parte de um dos agora "beligerantes" virtuais, limito-me a analizar o "tema" supracitado, sem tomar posição, não é esse o meu papel, talvez venham a compreendê-lo. Por agora, reservar-me-ei ao direito de resposta se for caso disso e dependendo do interlocutor. Saudações. João Carlos Bilro 15 November 2007 06:28 PM guest_karipande Voltando ao tema que me parece ser mesmo mais interessante. 1-Entre os vários depoimentos encontram-se muitas pessoas com quem tive o previlégio de falar sobre esses assuntos, e de outros ler os seus depoimentos, em artigos de jornais, revistas e muito livro, que foi saindo sobre o colonialismo e lutas de libertação, para evitar estar aqui a arranjar outros nomes que enjoem menos. Lembro que Acácio Barradas, a quem foi dada uma oportunidade pelo Manuel Vinhas, quando teve que ficar com o Notícia, fruto da sua péssima situação económica, associada à morte do ilustre Charrula de Azevedo;A.B. dizia eu era marido da Edith Soeiro, a primeira mulher que acompanhou a tropa portuguesa nas matas, sempre acompanhada pelo fotógrafo Fernando Farinha. Recomendo, já que estou aqui a leitura do livro "Guerra Colonial, um repórter em Angola" da autoria do Fernando Farinha e do Carlos de Matos Gomes, editado pela Notícias. 2-O Horácio Caio, estava em Angola com uma equipa da RTP (premeditadamente???Nem ele sabe...) e fez depois um livro "Angola Dias do Desespero", em que relata o que presenciou, sem entrar no histerismo patriota-ufano de alguns livros como o do Artur Maciel "Angola Heróica" ou do Pedro Pires "Labaredas de Ódio", para não falar de muitos outros, nomeadamente um tal de Reis Ventura, que esse sim colocava o "ataque movido aos portugueses"no lugar do sol a iluminar tudo. Por ter visto no programa o coronel Hélio Felgas, tive o cuidado de ir reler o seu livro "Guerra em Angola", e notei que embora fosse ao tempo governador do Uige, conseguiu ter uma visão mais branda que outro naipe de patrioteiros, que pelos vistos ainda vão existindo, ou melhor teimam em manter-se ligados a um passado...que passou! Cumpre-me dizer que o coronel Felgas tem uma extensa e interessante bibliografia sobre Angola, particularmente o Norte de Angola. Faço ainda menção a dois livros, um de Manuel Barão da Cunha, "Aquelas Longas Horas", que depois passou ao celulóide e um romance quase épico de Diamantino Faria:"Destino Mucaba". Tenho pena que o Joaquim Furtado não tenha lido, ou alguem por ele, alguns livros de Eduardo dos Santos, sobre Ritos e Magicas no Norte de Angola, e um muito importante que se chama "Maza", que explica, com uma dose algo dispensável de antropologia comprometida, mas interessante, sobre a questão da mobilização dos 1ºs soldados da UPA no Norte de Angola. Porque julgo ser mais interessante discutir estas coisas neste fio do que o Corin Tellado e a Burda. Fernando Pereira 15 November 2007 07:30 PM 154 guest_gcastroferreira K. e todos, Não tenho tempo mesmo para vir responder e/ou ler tudo como gostaria, situação que se manterá julgo que até domingo à noite... Peço-vos o favor de não se tratarem mal. Bjs G. 15 November 2007 09:43 PM guest_karipande Ainda falando do programa nº5 do Joaquim Furtado, que tem mumificado algumas múmias, que ousam andar entre cactos e desacatos,ás vezes com sotainada à misturada, achei interessante a forma como foram descritas as arbitrariedades concedidas, aos que foram representando a soberania colonial em muitos locais da terra. De facto o chefe de posto ou o administrador de circunscrição, foram simultaneamente os maus da fita e na maior parte deles os verdadeiros símbolos do colonialismo (Que não foi nem melhor nem pior que outros.Foi mau, só isso, e no mau não há termos de comparação). A maior parte das vezes eles agiram sem saberem que estavam a aumentar o ódio das populações, e a servir maus patrões, e a esses é justo dar-se a tardia condescendencia.Outros houve que por não estarem em consonancia (até do ponto de vista $$$$)e sofriam porque eram colocados em lugares muito maus, e as suas promoções ou mudanças esquecidas anos a esmo, como uma forma que o estado colonial tinha de mostrar que era preciso agir com mão férrea, disciplina e perpetuar o papel civilizador do Homem Branco...Esses não aparecem no programa, mas de certa forma ainda bem, porque assim as pessoas habituam-se a ver no Sena, e nos outros, principalmente o que dava chapadas para não levantar um auto., e assim moldarem os verdadeiros "heróis do Mucaba e talvez de S. Lazaro". Por causa de algumas cólicas, vou-me ficar por aqui, e só tenho pena que D. Eurico Dias Nogueira, pessoa que tanto denunciou o colonialismo, e que sofreu com isso, não tenha conseguido na dioceses de Braga, livrar-se do cabido ou cónego que com VL,AT,MT e outros de Braga e redondezas andaram no bombismo, mas a SMI tudo perdoa quando é em prol de limpar vermelhagem. Manda Chuva Maza é água...Já agora, que falaste em água, podes informar-me se ainda há sargaceiros na Apulia? Fiquei curioso porque assim os moliceiros devem ganhar muito mais, desde os tempos em que o Guano e o Fertor disputavam o adubo e o estrume pelos campos de Portugal fora!! Um abraço Fernando Pereira 16 November 2007 02:55 AM guest_7934Água Guidinha... Um beijo grande para ti e para os brancos que assistem lá de cima a tudo o que se diz de verdade e de mentiras...o meu Pai tb lá está...eu conheci bem o Tio Castro Ferreira...assim como claro está...o Comandante Claro.... Ao resto...sem comentários e é pena que generalizem...eu tb nasci lá...na materidade de Luanda...a minha mãe e o meu pai eram tão maus...que a 1ª visita que a minha mãe recebeu para verem a bébé, foi o nosso querido cozinheiro Joaquim que era turra e até foi o meu pai que os escondeu lá em casa e por lá ficou...assim como a nossa lavadeira... Sónia Martins Claro 17 November 2007 01:55 PM guest_1MandaChuva1 karipande encontras mais sargaço em Averomar sdo que na Apulia ou en Fão- Esposende..Mas continuam a existir os Sargaceiros.. quer em Rancho Folclórico quer na faina propriamente dita... Comoa sabes o salgaço é ideal para "astrar" (fertilizar) as terras, permitindo uma maior produtividade agricola... Os pescadores de litoral desta zona da Póvoa ( e já não Vila do Conde, 155 que não tem tradição de sargaço pois as suas praias não o tem em abundãncia) até ao norte de Espanha, são ao mesmo tempo agricultores eproprietários de pequenas courelas de terra e habitações á beira mar.. nas ultimas dezenas de anos tornaram-se também operários fabris eles das conserveiras e afins e elas das fábricas de confecções, apar da produção agro pecuária mais propriamente avaca-leiteira, e o consequente pasto para as ditas cujas...Assim em poucas dezenas de ano entre douro e minho tornou-se no Norte Leiteiro, onde vão mamando os Centro e Sul..eh! eh1 19 November 2007 12:04 AM guest_karipande Manda Chuva Fiquei contente em saber isso, e mais contente porque estou certo que ainda hei-de ver isso publicitado para cura de certas maleitas (eheheheh)! Sabias que o Herberto Helder foi jornalista da Revista Notícia em Luanda?? Em 1971 e 1972, num período em que as colónias portuguesas lutavam pela independência, Herberto Helder foi para Angola como repórter de guerra. Trabalhou para a revista Notícia, de Luanda, sob vários pseudónimos. As reportagens de guerra não foram ainda identificadas, mas decerto terá interesse para o conhecimento do autor a análise de um corpus tão forte. Um abraço Fernando Pereira 19 November 2007 01:37 AM guest_Piti1944 O Herberto Helder não foi reporter de guerra. O único contacto que teve com militares foi transformado num artigo espantoso, "Os domingos em Nambuangongo" 19 November 2007 01:58 AM guest_karipande Piti Eu apenas transcrevi algo que vem publicado num site do serviço de bibliotecas... Gostava muito de conhecer esse trabalho dele. Um abraço Fernando Pereira PS: Porque é que não dizem que ele é da Madeira? Parece que só são da Madeira, o Roque, o Jardim e o Berardo... 19 November 2007 02:17 AM guest_Eurico Simeão Neto Não esquecer de referir que Herberto Helder (nascido julgo eu em 1932) é um dos grandes poetas portugueses de sempre. Infelizmente, muitas pessoas a quem refiro o nome "Herberto Helder", dizem não saber quem é... Eurico 19 November 2007 09:23 AM guest_1MandaChuva1 O sargaço tem muito iodo.. e como tal é bom para curar feridas, stress de guerra e outros e é o mais indicado para atenuar as dores da "esquerdite esclerozada aguda" ( entenda-se os saudozistas do imperialismo sovietico-cubano em aAngola enoutras paragens...) karipas ainda não me respondeste ao brigadeiro... 19 November 2007 06:36 PM ………………………………………………………. 23 November 2007 11:17 PM guest_gcastroferreira Bom, vamos lá a ver se dou conta do recado e se consigo sintetizar. K., ( em ref à msg 157)Julgo que as ideologias quando postas em prática têm sempre consequências positivas e negativas. Foi o que aconteceu em Angola. Tendo como base o 156 colonialismo houve uma excelente obra de colonização. Será que isto chega para te fazer perceber porque é que "pessoalizo"?? Será que não consegues perceber que num espaço público como é este, eu não possa admitir que somente os aspectos negativos da presença de Portugal em África sejam sublinhados? Será que não admites, uma só vez que seja, que Salazar, e o seu regime longo, deixou em África marcas admiráveis? Eu fui testemunha disso. E não posso calálo. A verdadeira História é feita de testemunhos. E o meu não será calado até ao últiminho dia da minha vida. K., (ref msg 165) Agradeço-te como sempre a bibliografia...e acrescento que a Antropologia é sempre contextual...como a História e a Literatura. E em ref aos vídeos que guerra horrivel, e mais horrivel, porque a vivemos sem, quase, dar por ela. João Carlos, (ref msg 199) malícia tenho de sobra.... Tenho sono, beijinhos a todos. Com a certeza de que continuarei a pessoalizar porque sou uma ingénua narcisa, aqui vos deixo na esperança de não ficar de cabeça na almofada e olhos abertos com Angola a embrulhar-se em sonhos que eu não tenho... Guida (Euriconço desta vez assino inteirinha!!) 24 November 2007 01:24 AM …………………………………………… guest_karipande Guida Não te vou tentar dizer que estás enganada, porque depois vens dizer-me que sou eu, e inconsequentemene por aí fora! Mas resolvi ir ao baú e fui buscar um texto colocado noutro local sobre determinado numero de situações que tinham a ver com o Portugal de "brancos costumes", como complemento ao título do filme de Seixas Costa "brandos costumes". Fica o beijinho, a amizade que te dedico e já agora...O artigo que não vais gostar escrito em 13/5/2004, mas que começa a ter actualidade também para Angola, quando até há bem pouco tempo só tinha utilidade para os portugueses de cá que como diz RS, vieram de lá(do Ultramar,eheheh)! Fernando Pereira (Entre o Narciso Fino Filho e o Narciso Fino Pai) Páteo das Cantigas 25 November 2007 02:31 AM guest_1MandaChuva1 kARIPANDE ESSA DOS RANCHOS FOLCLÓRICOS COM PRETOS...(primeiro de tudo falo com propriedade pois meus filhos são mestiços e não insulto ninguém ao chamar preto aum preto ou branco a um branco,porque o são de facto, embora para quem não seja daltónico o não sejam efectivamente mas sim acastanhados, uns mais claros e outros mais escuros-- e isto fez-me lembra o "vinho da clarinha" e vi muitos pretos a cantar "Óh Clarinha..." em Angola... mesmo de pois de 1975) Nunca vi pretos angolanos a dançar folclore da metrópole...mas já os vi a fazer de Timorenses...os da Guiné não dá que são bem mais escuros tipo chocolate com café.. mas se tu o dizes que isso aconteceu no Lobito com O Américo de Deus eo Princepe perfeito ..quem sou eu para te contrariar... Mas isso não justifica a péssima descolonozação portuguesa, que foi horrivel da guiné até timor, onde se inclui angola e moçambique... Não está aqui em causa o saber se se devia ou não descolonizar...Isso são outros "quinhentos" O que está em causa é o modo de proceder do descolonizador e não dos descolonizados.. E os descolonizados são os povos das colónias na altura que incluia "todos" os que lá viviam, naturais ou não mas igualmente residentes... podes dar as voltas que quiseres, mas a descolonização só foi feita deste modo (poderia e eram exequiveis muitos outros modos) para permitir a consolidação de regimes marxistas nas excolónias portuguesas... A História já provou isso... 25 November 2007 09:18 AM guest_gcastroferreira K., Não tentes pois eu não estou mesmo enganada.... Houve e ainda há, de facto, muitas coisas caricatas...portuguesas a dançarem sevilhanas, por exemplo...ou eu própria a dançar "rebita"...será certamente um motivo de chacota ... 157 E não gosto mesmo que chames "cabeça de tarro" a alguém que, mal ou bem....., foi Presidente do meu País....assim como não gostei de ver a figura do Papa com um preservativo pendurado no nariz lá num dos teus blogs. Para podermos ser respeitados, querido Karipas, devemos saber respeitar.... E desde quando é que os pretos não podiam entrar na "Paris"??...ou no Clube dos Caçadores?? Ou no Clube Naval? Tem graça essa....fui amiga e companheira de inúmeros mulatos e pretos que, se bem me lembro, estavam presentes nos mesmo sítios que eu... Hei-de desencantar uma fotografia actual de uma festa no Clube Naval de Luanda , fotografia tirada no ano passado....e depois hás-de me dizer da distribuição de fenótipos....Se os misturasses todos sairia uma mistela cor de café com leite fraquinho... Bjs, bom domingo, abifa-te e abafa-te que o frio está a chegar.... G. 25 November 2007 11:44 AM guest_gcastroferreira Boa, boa, MC!!!! Bjs para ti tb, G. 25 November 2007 11:45 AM guest_Bélita1 Karip: Numa coisa tens razão: vivíamos à margem da vida política angolana, e de muitas lutas que existiam, mas que nós como população previligiada nem reparávamos. A "culpa" disso não podemos assumi-la. Podemos sim consciencializar os factos. Eu própria (pronto... vou correr o risco de pessoalizar a questão ...) só tive consciência das lutas políticas que existiam aqui em Portugal, quando estive a estudar em Coimbra. Só aí tive acesso a pormenores da vida portuguesa e não só, que me mostravam a pressão existente para controlar posições políticas contrárias ao salazarismo, e... os porquês. Quanto à descolonização, até posso aceitar que tenha sido a possível, mas isso não me serve de todo para aceitá-la sem muitos senãos. Os "males menores" não me servem de exemplo para nada. E se não os questionarmos, nunca nos daremos a oportunidade de avaliarmos, que existe sempre uma melhor forma de percorrer caminhos. E quanto a isso, não me conformo não. Sei o quanto foi penosa para mim, o ser arrancada às minhas referências, e também vi o sofrimento de muitos que por lá ficaram. A comida, e os combustíveis a escassear, o sofrimento das populações pela guerra generalizada, as crianças sem pais nem mães a sobreviverem pelas ruas. Não, isso eu não consigo aceitar de forma gratuita. Todos os que de algum modo já viveram a "guerra" sabem melhor do que eu, que nesses contextos a vida humana tem um valor relativo, e debaixo da pressão com que se vive minuto a minuto, se cometem as maiores atrocidades. E, por isso, sou e serei sempre contra a guerra. E, sim também sou contra o facto de "imporem" à populações situações carnavalescas ( se existiram, e acredito que sim) para se mostrar que "eles eram felizes por serem colonizados". Na verdade, julgo que nem nós a "elite previligiada" nos sentíamos muito felizes com isso. E, ainda a propósito de ranchos folclóricos, recordo que tive uma professora de ginástica que dava aulas de folclore, e eu sentia-me extremamente infeliz com aquelas aulas, porque simplesmente... não me diziam nada. Provavelmente, terá até sido isso, que ainda hoje me provoca total afastamento da dita música tradicional portuguesa. E foi essa a sensação terrível que tive, no meu primeiro regresso a Angola: já não reconhecia as minhas origens. E, via os cubanos lado a lado com os angolanos, em perfeita unidade e companheirismo, e do outro lado os "Srs. soviéticos", vivendo perfeitamente à parte. Nem sequer frequentavam as mesmas praias! Beijokas, Bélita 25 November 2007 11:45 AM guest_gcastroferreira ....e também tem graça o que dizes sobre os engraxadores...vimos no "regresso" último um engraxador branco a limpar os sapatos de um preto...Será que também foi encenação para inglês ver?...no entanto a voz off dizia precisamente que existia população branca a viver em musseques... 158 Sabes que tivemos, lá em casa dos meus pais, um criado preto que, tal como a Gabriela do Amado, se recusava a calçar sapatos?? E lá andava descalço, sempre..até para servir á mesa... 25 November 2007 11:52 AM guest_gcastroferreira ....acabei de ouvir na TSF o M.Soares a falar sobre a sua fundação e a importância da memória ...eheheh 25 November 2007 11:55 AM guest_JBilro9 Mas que Domingo... Apraz-me ver tanta participação, mas noto ainda alguma "tensão" desnecessária, embora compreensível. Pela primeira vez publicamente, me disponho a falar do "nosso" passado comum, mas noutros termos. Os já aqui apresentados, pequenos sinais de racismo e descriminação, pouco me interessam. Guida, vejo-te mais facilmente e com agrado a dançar a "rebita", pois tu és Angolana, do que a dançares o "rock". Karipas, abordaste temas que irei pegar mais tarde e com toda a pertinência, mas sobre a exclusão de que falaste, ela é válida para alguns lugares mencionados, mas não para todos, o "Touring", e os "Caçadores", tb eram frequentados por mestiços e até por negros, embora à época fossem chamados os "assimilados". A Paris (onde estudei muito tempo, com o nosso amigo Carranca, o Barradas, etc...) e a Versailles, foram de facto interditas a negros durante muito tempo. Quanto ao sul de Angola, que bem conheço, terás razão na maioria dos casos e muitos ficaram por mencionar. Terei tb uma palavra para a adorável Belita e para o Renato "Manda-chuva". Desconhecia esse episódio, negros em Angola, a dançarem o vira da Nazaré?...francamente. Isto foi apenas um comentário, de menor importância, ao que foi escrito para entrar no "debate", mas sinceramente, não são concerteza "promenores" que pretendemos ver esclarecidos, numa altura em que a "nomenclatura", mostra ao Mundo, como estivemos em África, através dos episódios da "GUERRA". Para todos vós, um abraço e a minha amizade. João Carlos Bilro P.S. - Bélita, escreves como quiseres; aqui ninguém te limita o "estilo" ou a expressão 25 November 2007 12:39 PM guest_JBilro9 Ressalva: Para os "puristas", ressalvoa palavra pormenores Obrigado. 1 abraço João 25 November 2007 12:47 PM guest_carochas_2 guest poster Em 1956 realizou-se na Cidade de Nova Lisboa(hoje Huambo) um acampamento Provincial de Milícia da Mocidade Portuguesa dela fazendo parte mocitários de Luanda, Huambo e Sá da Bandeira tendo a Escola de Aplicação Militar daquela cidade servido de alojamento. Coincidindo no tempo, estavam em visita de estudo àquela cidade, alunos finalistas do Liceu Diogo Cão, deles fazendo parte o nacionalista angolano (não é das minhas simpatias) o Jonas Malheiro Savimbi. Da programação fazia parte para alem de actividades pré-militares, visitas de estudo e a principal de todas, a guarda de honra ao Palácio do Governador, onde ficaria alojado o Presidente da República Craveiro Lopes, de visita a Angola por essa ocasião. Do grupo de Luanda faziam parte na sua maioria, alunos do LNSC, entre eles o Roberto de Almeida (actual Presidente da Assembleia Nacional Angolana), o Wante (falecido), manos Julio e Zé Manel Seabra, Zé Carlos Bastos (Chefe), Custódio Neto, Jaime Monteiro, Carlos Rúbio (Agiota),Cesar Pederneira, Macedo (Cabalero), Xavier Belem, etc., etc. Após visita às Oficinas dos Caminhos de Ferro de Benguela no Huambo (a maior de Àfrica e do Império Português), os mocitários e finalistas atrás referidos concentraram-se no passeio oposto ao Cine-Ruacaná e com eles estavam tambem os Capitães Ernesto Ramos e Carvalho Simões 159 para o desenvolvimento de uma acção (premeditada) contra o Bar Diana que impedia o normal acesso de pessoas não brancas ao seu interior. Eis quando três mocitários (devidamente fardados) se dirigem ao seu interior- entre eles o Rúbio - e solicitam três refrigerantes com os respectivos copos e vêem negada a venda com a alegação que possuiam a licença de “reservado o direito de admissão” e como tal não “atendiam negros”. Acto continuo o bar é invadido por todos os estudantes sem excepção(mocitários e finalistas do Liceu Diogo Cão) que não deixam “pedra sobre pedra”. Só mais tarde entram em cena os dois oficiais do exercito (que sabiam e apoiaram a operação) para darem ordem ao pessoal de abandonar as instalações depois do dever cumprido. Abro um parentesis para quem não sabe ou está esquecido para dizer que as cidades do Huambo, Moçamedes e Lobito sempre foram consideradas a mais racista de Angola. 25 November 2007 12:49 PM guest_JBilro9 " Os nossos Fantasmas " Em África, desenvolveram-se dois tipos de colonização-padrão, a saber; o Sistema Separado (Apartheid) e o Sistema Integrado (o nosso); sabe-se hoje, que embora pareça um paradoxo, o nosso sistema foi o mais nefasto para o desenvolvimento dos Países que alcançaram a Independência, a par com outras razões latentes, como o Tribalismo, ainda hoje bem presente e activo. Não está em causa a "herança" do desenvolvimento estrutural que deixámos aos nossos irmãos Africanos, essa foi talvez, a melhor ou uma das melhores deixadas naquele Continente. Onde estivemos mal, foi culturalmente e humanamente. Vejamos, quem empurrou os Angolanos para o Comunismo? O Fascismo e o Colonialismo. Aqui farei uma "pausa", para que todos possamos reflectir calmamente e argumentar com lógica. Voltarei, mas eu apenas sou mais um participante. Um abraço a todos. João Carlos Bilro 25 November 2007 03:00 PM guest_gcastroferreira João Carlos, Por acaso danço bem "rock"...e não tinha idéia alguma que não era permitida a entrada a pretos na "Paris"..Mas isso foi sempre assim?? Tive hoje a minha mãe a almoçar cá em casa. Fez 79 anos. Conto-lhe sempre estas conversas que vamos tendo por aqui. A propósito desse "apartheid" recordou o irmãos Boavida, um médico, que morreu em combate, e outro advogado...De verdade...nem ela nem eu nos parece possível que lhes barrassem a entrada em qualquer sítio que fosse. E contou-me das festas organizadas por um senhor Sopas (será que é mesmo este o nome???), preto, alto funcionário das Finanças, acho..., e que organizava rebitas periodicamente, tanto em casa dele como num clube de que não se lembrou o nome. Contou que à entrada da casa do sr. Sopas, em dia de rebita, estava sempre sentada a mãe dele, vestida de panos, majestosa, recebendo os convidados que lhe apresentavam cumprimentos respeitosos. E o sr.Sopas guardava sempre um "pé de dança" para a minha mãe: Chegava-se perto dela com uma ligeira vénia e perguntava-lhe "A Madame dá-me a honra??"..e a minha mãe ia, claro, radiante (tentar) dançar rebita... E lembrei-me de um espisódio que o K. vai adorar. Peço antecipadamente desculpa porque é um bocadinho menos convencional... Já eu estava casada, com um comando. Fomos a um prédio que há à frente da "Paris"...acho que à época era do Turismo, não sei bem...Na loja, mesmo à frente da pastelaria, estava patente uma exposição de armamento apreendido ao "IN". O militar que lá estava a "comandar" a exposição chegou-se ao meu marido e ultrajado disse: "Oh meu alferes!! Você quer saber o que aconteceu?? Uma senhora muito p**a entrou, deu uma volta, e foi escrever ali no livro das visitas...Quando ela saíu eu fui lá ler....E sabe, sabe o que é que essa senhora escreveu?? Olhe, escreveu: Meus senhores, metam o armamento no **". Ainda hoje nos rimos com a pré-apoplexia do "comandante". Episódios de um tempo mágico!! Um beijo para ti e todos G. K., desculpa mas só sei pessoalizar................. 25 November 2007 08:06 PM 160 guest_JBilro9 Guida As tuas "estórias" são deliciosas. Sabes a tua Mãe viveu noutra época (a das "cartas de chamada"), numa pequena cidade chamada Luanda e com gente de outro "trato". Não sei se impediriam a entrada ao Dr. Boavida, que todos conhecemos, alguns pelo menos de nome, o que te posso dizer é que o Dr. Boavida, não andava com nenhuma etiqueta identificativa e pelo que conheço dele, não acredito que se identificasse para poder entrar num lugar público, isso constituiria uma ofensa á sua dignidade. Parabéns á Mãe, que não tive o prazer de conhecer, pessoalmente claro. Como encarou o Francisco, esse episódio do armamento do IN? Um beijo. João Carlos. 25 November 2007 08:54 PM guest_carochas_2 Cara Guida C Ferreira Apenas para a informar que o farrista "Velho" Sopas continua vivo e cheio de vida dividindo o seu tempo entre Lisboa e Luanda. Há uns três anos (a ultima vez que o vi) ainda dava "um pé de dança". Sds Zecarochas 25 November 2007 09:05 PM guest_karipande Guida Tens de facto o hábito de pessoalizar, mas também não me aborrece tanto assim! Sobre o que contaste, e nada tenho a contrariar, só te posso dizer que o Dr. Diógenes Boavida e não o seu irmão Américo que cedo desertou para a guerrilha, onde aliás faleceu num ataque da tropa colonial, era "tolerado" em certos meios, mas não são exemplos avulsos que fazem o sistema colonial português que existiu, assim como o colonialismo português, que foi genéricamente muito mau, aliás como qualquer outro...E quando as coisas são maus não há termo de comparação entre elas. Aliás, falaste da Rebita, que foi uma dança misto de opereta, e que foi brilhantemente aproveitada pelas autoridades portuguesas para tentarem mostrar o "genuíno" do folcolore angolano, embora olhassem com desconfiança esta dança. A Tribuna dos Musseques e a Voz de Angola, foram outras entre muitas outras... Voltando à Rebita, mostra também que é uma dança segregadora, em primeiro lugar pelas "idioteiras" do Norton de Matos (Um colonialista também) e a publicação do Acto Colonial, esse verdadeiro ultraje à dignidade dos africanos, e até dos portugueses, mas essa discussão fica para outras núpcias. A dança da rebita é o resultado da adopção, pelo povo de Luanda, das danças palacianas que ele via ser dançado nos salões dourados dos senhores brancos da cidade. Às vénias e salamaleques, próprios das danças galantes da Europa, o povo de Luanda acrescentou o jeito africano de dançar, com a sensualidade de que só o povo é capaz. Quanto ao resto vou registando, com opinião completamente contrária à tua...Mas isso é recorrente Um beijinho Fernando 25 November 2007 09:16 PM guest_gcastroferreira João Carlos, O meu marido ainda hoje ri...o que é que ele podia fazer?...talvez, segundo a perspectiva do K., ir à procura da dita senhora -o que não seria difícil numa cidade como Luanda- e enfiá-la nos calabouços da PIDE!!! Não, riu-se claro, estava-se em guerra e eles- os militares - tinham a noção que estavam permanentemente em terreno do IN....atitudes destas e outras eram esperáveis. Mas o riso advém sobretudo, e ainda hoje, do cavalheirismo do homem responsável pela guarda da exposição que 161 antes de lhe chamr um "nome" tratou-a por senhora...Seria branca pela certa, isso nem é preciso o K. acrescentar..todos sabemos. Beijinhos para ti, boa semana que se aproxima...eu retornarei ao meu "silêncio" , G. 25 November 2007 10:20 PM guest_gcastroferreira CArochas, Obrigada pela informação. A minha mãe vai gostar de saber que ele se encontra bem. Bjs G. 25 November 2007 10:21 PM guest_gcastroferreira Incorrigivel Grande Chefe K., Não sabia dessas origens da rebita....sempre a aprender, contigo, claro!!..mas não percebo porque é que dizes que é "segregadora". Explica quando puderes. Beijinhos G. 25 November 2007 10:24 PM guest_JBilro9 K Obrigado, pelos esclarecimentos sobre a "rebita". 1 abço. João Bilro 25 November 2007 11:02 PM guest_juliocoutinho Meus caros, Das conversas que tive com o muito querido "Liceu" Vieira Dias quando ele trabalhou no Instituto das Pescas, após a sua "saída" do Banco de Angola, ele fez referência à rebita como sendo uma...modernice. Dizia-se mesmo que só os "sangasusas" é que a dançavam no Marítimo da Ilha ou mesmo no Maxinde. Falou-me também da "Maria Carqueja" que muitos filhos educou como "sangasusas". Mas também me disse que não estava a ver os angolanos a dançar apenas e só batuques...Logo era uma modernice que ele aceitava muito bem...Ora!!..Quem sou eu para desdizer uma das pessoas mais doces e afáveis que eu alguma vez conheci?!? Beijos e abraços, Júlio PS.: Para quem não saiba "sangasusas" é uma corruptela de "sangue azul" 26 November 2007 03:10 PM guest_juliocoutinho Uma rectificação:Era "Maria das Carquejas" 26 November 2007 06:03 PM guest_karipande Conversa entre Fernando Correia da Silva e Mário Pinto de Andrade (1928-1990) no dealbar dos anos 50. Negros Calçados Ainda no Café Chiado pergunto ao Mário por que não fez curso superior em Angola e ele responde-me que em Angola não há cursos superiores, por isso veio para Portugal. - Mas isso, ó Mário, deve custar um dinheirão... - Não te esqueças que eu sou descendente de negros calçados. Fico atordoado com a resposta. - De um lado pés descalços, do outro negros calçados? É isso? - Sim, Fernando, é mais ou menos isso. Mas calçados, antes de tudo, porque faziam o comércio de longa distância, desde o Ngolungo Alto até Luanda. Os Andrade acabaram por ir viver em Luanda, embora mantivessem sempre o comércio com Ngolungo Alto. Assim capitalizámos 162 recursos, não só económicos, mas também culturais. Somos dos primeiros a ser alfabetizados pelos padres católicos. A propósito: o meu irmão Joaquim já decidiu estudar para padre. Sim, Fernando, somos uma burguesia mas também somos os representantes do primeiro nativismo angolano. Um abraço Fernando Pereira 27 November 2007 01:55 AM guest_MimiMercêsdeMello K.: Obrigada pela indicação do livro, vou procurá-lo... M. 27 November 2007 11:01 AM guest_MªTeresaMercêsMello Fernando K, Ontem tentei várias vezes responder-te, mas sem sucesso, o que me tem acontecido ultimamente, sempre que quero intervir no site! Por isso voltei a insistir agora, bem cedo, e parece que desta vez vai! Queria agradecer-te a recomendação que me fizeste, de litura do livro do Nuno Silveira, que vou comprar. Entretanto já dei uma espreitadela no Google, e vi que o autor, médico, foi miliciano em África. De facto, tendo nascido em Lisboa, fui pequena para Angola, e vivi os meus primeiros anos em Quibaxe. Fiquei com interesse, obrigada. Já agora quero dizer-te que, do que leio e conheço de ti, acho que muitas vezes tentas esconder-te usando uma máscara que nem sempre consegues manter. Há os que são agressivos e destrutivos por natureza, direi mesmo mal formados, com esses não quero nada! E há os "viciados" na contestação, que fazem da crítica um hobbie, e que gostam de estar sempre do contra! E até estranham quando os seus interlocutores ficam muito tempo sem aparecer! É neste grupo que te incluo! Desculpa se não concordas comigo, mas a opinião é livre, e isto é o que eu sinto a teu respeito! Um abraço, Tété 28 November 2007 09:03 AM guest_gcastroferreira Karipas, O livro que referes é o que estou a ler de momento. Foi-me oferecido pela Ana SM - sábia e discreta Prof.- no fim do Verão, quando tive o gosto de a ver entrar, linda, em Fontanelas.... Por coincidência comecei a lê-lo pouco antes do começo da transmissão do "regresso"...e tenho aproveitado todos os momentos de sossego para entrar nos testemunhos daquelas mulheres que estiveram corajosamente em África a acompanhar os maridos. É engraçado comparar as posturas delas, no território africano, e a minha, também mulher de militiar, num território meu ....e que eu considerava dever ser defendido ... Com tempo voltarei a este assunto. E entretanto Mueda, como foi? Centenas ou dezenas de chacinados?? Não te parece que o número de mortos foi crescendo conforme foi sendo necessário para a propaganda dos nacionalistas?? Sobre os Macondes tenho coisas giras. Estudei-os. Há um relatório "confidencial" feito por Jorge Dias, antropólogo, e encomendado pelo governo nos anos 50, sobre eles...os de Moçambique e os do Tanganika . Quando tiver tempo "pasto" aqui algumas passagens. Beijinhos G. 28 November 2007 01:55 PM guest_karipande Tété Eu não sou "do contra", nem tampouco estímulo essa posição tão própria da nescialidade, que é o estar sistemáticamente no contra. As posições que defendo, e que reconheço são por vezes 163 isoladas em determinados contextos, são fruto de vivencias,estudos e recolha de conhecimentos por diversas outras vias, e já o vem sendo há algumas décadas, óbviamente num quadro evolutivo.Posso usar uma linguagem pouco cortez às vezes, mas não deixo de tentar defender os meus pontos de vista, que repito não são ocasionados por modas nem pelo fora de moda. Guida Sem querer entrar muito em detalhe, até porque por ora desapetece-me alongar o assunto, posso saber a partir de que número de morte se considera um massacre, ou se a morte de 2 ou 3 não é relevante, mas se forem 200 ou 300 já justificam certas coisas???Por favor...O que estava errado e digo-o repetindo-me era o colonialismo, fosse com 1 morto, 10, 20, 30, milhares (que foi o que aconteceu infelizmente) e é isso que se discute. Os comunicados da UPA /FNLA e do MPLA (os IN) também falavam em milhares de mortos nas tropas portuguesas, e o contrário também...era propaganda, mas isso é uma arma poderosa e não pode ser negligenciada por ninguem (A UNITA só fazia um comunicado quando a tropa portuguesa deixava papel,caneta tinta e mata-borrão). Aqui não era um problema de números em massacres, mas sim a existencia dos mesmos e a justificação para eles. Abraço e beijos Fernando Pereira 28 November 2007 04:56 PM guest_Joaoeloy26 Karipande, meu caro, eheheh. Que fruta que para aqui vai. Até me doeu ter estado estes dias todos sem acesso. Mas, parece que já está resolvido. Então que coisa é essa da irrelevância dos números? Nunca ouviste dizer que para a PIDE, uma reunião de mais de uma pessoa (que não fosse da União Nacional, da beatice apadralhada ou do beija mão) já era uma conspiração? Quanto aquela dos comunicados do tal partido, acho que não era preciso o mata-borrão, pq bastava deixar o comunicado já feito. Poupava-se tempo e asneirada estratégica. Ah, e quero agradecer-te aquela coisa sibilina das minhas alegadas sibilinadas. Toda a gente sabe que sou incapaz de uma sibilinice. eheheh. Barbieristicamente. Eheheh. Um abraço. JE 28 November 2007 05:52 PM guest_Piti1944 A propaganda de todos os lados foi a parte mais idiota da guerra. Quando fui alferes miliciano, no Chimbete, Cabinda, ao jantar no refeitório todos os rádios estavam sintonizados para o Programa A de Angola Combatente, era a única estação humorística disponível... 29 November 2007 02:56 AM guest_karipande Guida Pode vir a despropósito mas a Ana SM é mesmo bonita e é bem melhor que eu, e muitos de nós, o que é um rombo enorme no meu narcisismo! Gosto de ti, gosto dela e gosto de muita gente aqui...Para vós e para quem gosto abraço, beijos, abreijos e uma fatia de bolo rei, tendo em conta a natalice que se aproxima...Vê só que até do Eurico, Aníbal, Zé Penha e João Eloy,Bilro, Carochas,etc. gosto! Nestes ultimos casos estou mesmo a perder qualidades...O Jorge Salema, gosto dele desde que fomos colegas num 1º F, a inaugurar umas salas esquisitas que foram pateos de antigos... Ás vezes sentimentalão e sentimentaleiro! Fernando Pereira 29 November 2007 03:13 AM guestJorge SAF 164 >...O Jorge Salema, gosto dele desde que fomos colegas num 1º F, a inaugurar umas salas esquisitas que foram pateos de antigos...<<< Alguém me arranja os livros de ponto dessa altura, para convencer o Karipande de uma vez por todas que a minha turma não era a dele, mas sim a do lado, o 1º E? Se fomos colegas foi no segundo ano, não no primeiro. Mas confirmo que as salas eram parte dum antigo átrio, com paredes tipo cerca, por cima das quais víamos passar entre outros o Palmeiro... 29 November 2007 12:43 PM guest_gcastroferreira Obrigada, K.!! beijinhos G. 29 November 2007 02:57 PM guest_Bello Que a Terra lhe seja leve e o cimento também... Jacaré 29 November 2007 03:05 PM guest_Piti1944 Que a terra lhe seja leve e o cimento também... Coitado do cubano. Já depois de ter saído de lá, um dos comandantes do Buco Zau ficou cheio de inveja das fotos que todos os "turistas" que passavam pelo Chimbete tiravam junto da campa, e mandou destruí-la. 29 November 2007 06:53 PM guest_AnibalJRusso O Chimbete era uma boa estância turistica que visitei regularmente entre 71 e 73. O Novo Chimbete, era um luxo e até parecia que era servido por uma autoestrada, para quem lá costumava ir de picada e a picar . . . Ou mais prosaicamente, a pé e de muleta, depois do Bexiga e do S. Marques terem "voado"! Um abraço Aníbal J. Russo 30 November 2007 05:59 AM guest_Bello Estás a esquecer que estive no Chimbete 13 longos meses. Era um verdadeiro VCC. E as filhas do Antunes lá para os lados do Sanguande? Talvez o Pitti as tenha conhecido... Oscar 30 November 2007 09:34 PM guest_Piti1944 Filhas, no meu tempo, só na sanzala... Que andavas a fazer por aqueles lados, Russo? Eu cheguei em meados de Fevereiro de 71, cruzei-me na estrada com os dois Unimogs que o M tinha rebentado com minas para comemorar o 4, e saí de lá um ano e pouco depois. 01 December 2007 03:02 AM guest_MªTeresaMercêsMello Fernando K, Obrigada pela resposta. Um abraço, apesar deão me incluires na tua lista ...., Teresa 02 December 2007 03:32 PM guest_AnibalJRusso Olá Oscar, como deves estar recordado, só lá ia de "passeio", para começar ou terminar "excursões turisticas" com os "meus" TE. Estive em Cabinda de Mar/71 a Jan/74. 165 Um abraço. Aníbal J. Russo 02 December 2007 06:40 PM guest_Piti1944 Conversava com os TE's de cada vez que por lá se demoravam. Havia um comandante (não me lembro do nome) que se atestava de 1920 (pedia-a como mille novecents vingt). E lembro-me da história que me contou de os homens dele terem desenterrado um gorila no Sangamongo para tirarem a força dos ossos... 03 December 2007 03:30 AM guest_AnibalJRusso Pitti Provávelmente cruzamo-nos por lá, pois ia ao Chimbete com alguma frequência, mas pela tua "chipala" colocada aqui no site, não tenho ideia de te ver por lá. Estava colocado no Comando de Sector e convivi com os TE, com quem muito aprendi, e onde deixei muitos amigos, durante esse tempo todo. Um abraço. Aníbal J. Russo 03 December 2007 01:10 PM guest_Piti1944 Aí vai uma chipala do Chimbete - a única que tenho. Eu sou o do meio... de óculos e bigode. Era o alferes do pelotão de artilharia do GAC1 04 December 2007 02:26 AM guest_AnibalJRusso Olá Pitti Não meenganei quando pus a hipotese de seres tu. Cruzamo-nos no Chimbete, quando eu estava a comandar os TE e depois no jornal em Luanda. Em Cabinda era conhecido pelo Alferes dos TEs ou o Alferes dos calções e da boina que parecia uma tenda. Um abraço Aníbal J. Russo 04 December 2007 05:54 AM guest_Isac_Trocado_Marques Olá amigo Piti. Não me lembrava bem, mas tinha uma ideia de termos sido comtemporâneos no GAC1. Estive no CICA de Janeiro de 72 a Dezembro de 75. O comandante do CICA era o cap. Campos ( Infantaria ) que mais tarde foi comandante da polícia de trânsito em Luanda. O segundo comandante do Grupo era o Arquimedes de Magalhães que conheci bem pelo contacto nos despachos diários durante uns meses em que por falta de capitão estive eu a comandar o CICA. Diz lá em que altura regressaste de Cabinda e quando é que passaste à disponibilidade. Devo ter feito serviço de prevenção contigo como oficial de dia.... Um abraço. Isac guest_Isac_Trocado_Marques Piti, ressalvo! Não saí em Dezembro de 1975 mas sim em Dezembro de 1974, ano do Abril, Abril de que bem me lembro por ter sido nomeado para um curso psico no QG, para depois tentar vender no quartel o programa das forças armadas à soldadesca que não queria mais nada que não fosse a peluda. E as prevenções? Cheguei a estar três dias no quartel sem ir a casa e a dormir com a G3 a servir de travesseiro! Isac 04 December 2007 08:18 AM guest_Piti1944 Olá Isac, 166 Estive de regressao ao GAC1 de Março de 72 até à pelusa, em 31 de Janeiro de 73. Fui colocado na 512, a dar recrutas, julgo que passei tb pela 511 e pelo CICA a fazer o mesmo, e, claro, a fazer os MVLs para o Zala. 04 December 2007 03:22 PM guest_Isac_Trocado_Marques Piti, então estivemos juntos no GAC1 em 1973. Era eu aspirante e responsável por um dos grupos de instrução de condutores no CICA. Fui o substituto do Simões que passou à disponibilidade em Janeiro de 72. Em Janeiro de 73, portanto contigo, saiu o Manso Gigante que eu substitui no laboratório dos testes psicotécnicos. Outro camarada no CICA era um tipo de que não lembro o nome, que se baldava muito e fazia da noite dia. Nem mesmo quando entrava de serviço chegava ao quartel a horas e não era raro, pela manhã, estar ainda com os copos ou meio drogado. O Patilhas com o seu NSU-TT foi também nosso contemporâneo no Grupo. Bons tempos, apesar de tudo! Um abraço. Isac 04 December 2007 06:09 PM guest_AnibalJRusso Caro Piti Em anexo 2 fotos da minha passagem em Cabinda, neste caso, junto à fronteira com o Zaire, perto do Sanga. Vê lá se te recordas. Um abraço Aníbal J. Russo 04 December 2007 07:13 PM guest_Piti1944 Olá Isac eu saí com o Patilhas, entrámos e saímos juntos. O Jorge Amadeu Simões tb. Olá Russo, lembro-me de ti, pois. Mas passaste por lá poucas vezes... 05 December 2007 03:20 AM guest_Piti1944 Malta, os episódios já estão online em: http://angovirtual.blogspot.com 05 December 2007 03:49 AM guest_Piti1944 Olá Russo, uma foto para matares saudades... Foi-me enviada pelo Calabeto Abraço 07 December 2007 04:18 AM Guest_AnibalJRusso Olá Piti Esta é do verdadeiro . . . Onde o desporto era o tiro aos ratos auto-iluminados. . . Ainda conheceste o novo? Ainda lá estavas quando o Bexiga e o Silverio Marques "partiram"? Um abraço. Aníbal J. Russo 07 December 2007 05:22 AM guest_Piti1944 Olá Russo, Saí uns meses antes., em fins de Fevereiro oiu princ+ipios de Março de 1972, não me recordo. 167 O novo Chimbete não é do meu tempo. O meu era esse. Abraço 08 December 2007 03:05 AM guest_Piti1944 Olá Guida, se fores ao site que indiquei e vires o segundo episódio da série, o Holden Roberto conta que levou o Franz Fanon até à fronteira e que este, vendo o terreno, aprovou a acção da UPA, como eu tinha referido no princípio do fio. 08 December 2007 03:08 AM guest_MimiMercêsdeMello " Felicidade não é mais do que boa saúde e má memória" (Albert Schweitzer, médico e filósofo francês, 1875-1965) 11 December 2007 03:52 PM guest_Teresa_Vasques Economia bélica, causas ideólogicas, existenciais e outras que tais ... e o mundo pula e avança como bola apodrecida entre as mãos de Bildeberg ... ainda há quem acredite em milagres? Desaires da história, qual velho indio, dependem do alimento que encher mais para quem "comer" mais ... o resto são truques artificiais, ilusões banais, aparentemente causais. Darwin tinha razão... perpectuar o processo de selecção....e ainda nos julgamos inteligentes... francamente!!! Resta o poder de actuar, de mudar... aqui e agora e de dentro para fora. :-) 14 December 2007 12:48 AM guest_gcastroferreira Olá Piti! Desculpa! Só hoje li a tua recomendação. Obrigada, e um beijinho para ti, Guida 16 December 2007 08:26 AM guest_Piti1944 Peço a todos que se interessam pela realidade angolana que leiam no (R)evolução Angolana, http://revolucaoemangola.blog.com, o artigo "Dois em um como um cosmético". Julgo particularmente interessante para os que, como o Aníbal Russo, estiveram em Cabinda. 19 December 2007 03:09 AM guest_Joaoeloy26 guest poster Que sacrilégio, ressuscitar este fio!!! Bem, o caso é que o pessoal se interrogava sobre quando é que eram publicados os episódios da 1ª série e começava a segunda. Os episódios da 1ª série, depois de acrescentados com mais algum material, vão ser postos à venda em dvd, a partir do dia 28 deste mês, acompanhando o "Correio da Manhã". Vejam,que vem o anuncio no "Correio da Manhã". Quanto à segunda série, parece que, depois de colhidos os ensinamentos da 1ª, está a ser ou foi remontada e será emitida dentro de algum tempo. Até pq, com o Spínola, há muito mais material. Veremos. JE 22 April 2008 11:48 AM 168 Placar de informação O sítio da CAALSC funcionou também como “montra” de informações. Comunicavam-se momentos marcantes na vida dos seus participantes e respectivas famílias, divulgavam-se eventos culturais que tiveram como protagonistas angolanos e noticiavam-se aspectos da vida política, económica e social de Angola que estavam no centro de debates entre os que partiram e os que ficaram, tratados no capítulo seguinte. Apesar da transferência das interacções sociais para a realidade off-line, notícias sobre a morte de membros da CAALSC e seus familiares despoletavam um ressurgimento de troca de mensagens, cujos conteúdos incluem os pêsames e memórias: O Zé partiu. Soube-o apenas hoje, ao abrir o e-mail. O meu amigo Zé partiu aos poucos, ele que era Sim ou Não, e não de ir levando. Nada de meias-águas, nada de pantufas. O meu amigo Zé era de extremos. Ódios viscerais, amizades de tudo dar. O Zé era assim, quando bebia era pior. E ele bebia. Ciumento de tudo: dos amores, das amizades. Despojado até demais em muitas outras coisas. Também os outros, todos nós que o conhecíamos, fomos ou somos de extremos em relação a ele: ou gostávamos do Zé...ou não podíamos vê-lo pela frente. A mim custa-me muito vê-lo partir. Ele foi meu amigo com todos os extremos que apontei. Quando tudo faltava em Angola nos anos 78/79, o pouco que tínhamos partilhámos. Em mim confiou como pouca gente confiou numa altura em que as dúvidas eram mais que muitas. Com o habitual exagero, também sempre acreditou em mim e nos meus planos mesmo quando dizia um "chorrilho" de disparates. Fico muito triste por vê-lo partir, mais do que a morte. Talvez nos voltemos a ver. Ele nas suas calças de fazenda e camisa de manga comprida arregaçada. E a perguntar-lhe "porque é que morreste,pá?.. daquele jeito tão sem graça, sem os teus exageros". Zé, faz-me um favor...Se por ventura também chegar aí estas coisas dos computadores, diz-me o teu endereço. Fazem falta os teus exageros. Obrigado (Júlio Coutinho) Profundamente consternado com o passamento do nosso Zé nada me motivava para vir aqui prestar a devida homenagem...a este velho AMIGO.....já que, pessoalmente, transmiti a minha saudade e sentimentos aos seus entes mais chegados, dos quais sou muito próximo. Só mesmo a sua radiografia, tão bem elaborada pelo Júlio, me obrigou a vir testemunhar toda a verdade que nos soube transmitir, em acertadas palavras, sobre a sua peculiar personalidade... Hoje...estive a despedir-me dele...e certo estou que um dia nos aguardará da mesma forma irreverente como sempre quis viver..... Zé descansa em Paz...!!! 169 (José Abilheira) A divulgação dos eventos culturais foi, a mor das vezes, da iniciativa do fundador do sítio da CAALSC que se mantém próximo da vida cultural de Angola e de angolanos no território português, embora Eurico e outros membros também participassem nessa tarefa. Divulgaram-se conferências sobre temas próximos dos trajectos de vida e interesses dos antigos alunos do Liceu Salvador Correia, aproveitouse o anúncio de lançamento e publicação de livros para transformar o sítio da CAALSC num lugar de homenagem a antigos alunos e de orgulho de pertença ao Liceu Salvador Correia : Lançamento de livro de antigo aluno Novo Livro do Cassé! guest_karipande “Na próxima terça-feira, dia 20 de Março, faço o lançamento de um livro de poemas, editado pela NZila, intitulado "ATÉ DEPOIS..."O livro vai ter a apresentação do jornalista e escritor João Melo, na União dos Escritores, às18.30h. Vou ter o apoio solidário e amigo dos cantores Paulo Flores, Kizua Gourgel e Eduardo Paim. Conto, pois, com a (s)tua presença, imprescindivel para mim, numas horitas de música e de poesia. Com um abraço. Carlos Ferreira” Para que conste o João Melo foi meu colega de turma no Salvador Correia. Um abraço Fernando Pereira 15th Março 2007 02:14 a.m. guest_karipande guest poster O Cassé ofereceu-me o seu livro "Até Depois...", que em breve estará à venda em Portugal com a chancela do "Campo das Letras". Por ora só poderão comprá-la através da editora angolana Nzila. Peguei no livro e muito agradado fiquei quando o vi prefaciado pelo nosso colega do Salvador Correia, o sociólogo José Carlos Venancio, pró reitor da Universidade da Beira Interior, e director do departamento de sociologia da UBI. Este livro de poemas não deixa ninguém indiferente, e há poemas que são autenticas bandeiras desfraldadas ao vento, num claro protesto contra o estado geral do niilismo a que chegou o debate político no País, e acima de tudo contra o modo de viver de certa gente que hoje se vai passeando em plastificados restaurantes de Luanda,a cheirar a Tabu carote, e a dar a cara lustrosa na Caras, nem que isso exija muito dinheirinho por fora... Percebo o título, que podia dizer assim: Eu não brinco com estes brinquedos, nem com estes meninos, mas prefiro que o título do próximo livro possa ser "até já", ou "ao dobrar da esquina", porque é um sinal de que alguma coisa mudou, porque tem mesmo de mudar! Posso dizer que alguns poemas foram lidos 3 vezes e só tem de ser musicados, porque Angola tem de passar a ter canto de intervenção...E os poemas estão no "Até Depois..." 170 Obrigado meu amigo por mais esta pérola! Fernando Pereira 08th Outubro 2007 01:31 a.m. Também este lugar transformado em sítio de homenagem, acolheu o anúncio de eventos que envolveram figuras angolanas de referência na cena cultural, como o caso da atribuição do Prémio Camões ao escritor Luandino Vieira que despoletou um fio de mensagens de opinião e debate sobre a vida e obra do homenageado Prémio Camões a Luandino Vieira guest_7412Moracruz LUANDINO VIEIRA RECEBE PREMIO CAMÕES 2006 COMO ESTÁ EM RETIRO SERÁ QUE SABE ? MMC 19th Maio 2006 15:10 p.m. guest_AnibalJRusso guest poster Oh Manel as coisas que vocês sabem! ! ! Como sabes que o Graça (Luandino) se retirou? Estiveste no Convento? O Graça num Convento ??? Isto anda tudo a pedir festa ! ! ! Inté mais logo na Malveira Aníbal J. Russo 19th Maio 2006 15:39 p.m. guest_carochas_2 Manel: A informação da SIC de ontem dizia que o Homem desapareceu da zona apercebendo-se que os jornalislas íam aparecer. Está ferido de muitas razões e não só ele como muitos outros... "Cala-te boca...". Carochas 21st Maio 2006 11:36 a.m. guest_KUMKANEKO Mentalidade do espaço imperial português antigo : - agora que o Luandino recusa o prémio - que para uns é certamente uma burrice porque sempre são uns cobres largos...ninguém faz omentários ... Cala- te boca ...Não ? Edmundo 26th Maio 2006 13:06 p.m. guest_karipande Esse Camões não é o fundador da semiótica portuguesa? O Luandino é um tipo tramado...Em 1967 qd lhe deram o prémio da APA, ele continuou "a banhos no Tarrafal" (Chão Bom, para os PIDES)...Agora, que o rapaz está com provecta idade...que nunca gostou de prémios, louvores e quejandices... vão-lhe dar o prémio de carreira! Herberto Helder, como Luandino também o recusou...pela mesma razão talvez...A de nunca querer receber um prémio pelas suas magníficas obras... Eu, perante esta recusa, admito que nunca quererei receber o "Prémio Camões"...Do tipo da história da raposa e das uvas do livro da 4ª classe...Quem não se lembra das uvas verdes? Um abraço Fernando Pereira 26th Maio 2006 15:01 p.m. 171 guest_7412Moracruz guest poster Fernando Como disse na 1ª mensg deste tema , perguntava se ele sabia que ia receber o dito camoniano premio , não disse que ia aceitar. Quanto ao cacho de uvas verde , se tiverem grau para se fazer um bom verdasco , até as aceitava . Bom fim de semana a todos os intervenientes na caça à raposa. MMC 26th Maio 2006 21:33 p.m. guest_monteiroferreira guest poster Ó Fernando, calcula tu que o Zé Luandino está tão preocupado com o Prémio, que desapareceu!!! 1. Está na mesma casa onde mora há dez anos, na propriedade do Zeca Rodrigues! 2. Continua a construir pachorrenta e calmamente o moinho que comprou! 3. Limitou-se a fazer aquilo que decidiu há uns anos. Ter uma vida calma, tranquila, sossegada, mas nunca de asceta ou de eremita, coisa que nunca foi. Tem sempre gente que vai visitá-lo, e, embora com muitos mais cabelos brancos, é o mesmo " Luas " de sempre. Brincalhão, bem disposto, irónico, mordaz, brilhante quando quer e quando está para isso! 4. Não tem razões para se esconder de ninguém, sempre se recusou a dar palestras e afins, vivendo dos direitos de autor, e de apoios como do Filho e de uma casa alugada que tem em Luanda. 5. Nunca foi conhecido por andar em farras e farrinhas, nem sequer na Embaixada de Angola. 6. Ali tem estado e ali ficou, igualito igualito. Mais prémio, menos prémio, não é por aí que se pode concluir a importância do Luandino. Esquecia-me, Fernando, que o prémio maior terá sido mesmo saber que a Ti Agustina votou contra... Só para ter esse prazer, qualquer escritor de nivel razoável dava tudo para ser o escolhido. Que felicidade, a Ti Agustina votar contra a nomeação de um escritor! 7. O Zé Luandino, até esta noite, estava bem e recomendava-se. Bem disposto 8. Nunca esteve escondido. A "cambada " da informação ( na qual me integro para o bem e para o mal...) é que já o queria, a fazer festas à cadela, de nétinho ao lado e babando-se de felicidade para a aparição, aparição mesmo, obrigatória, nas revistas dos cãezinhos amestrados. 9. Logo quem...!!! Um abraço, Fernando. O D.Pipas ( António Jacinto de seu nome oficial, para quem não sabe) é que deve estar a rir-se que nem um desalmado. Como se estão a rir, todos os que conhecem minimamente o Zé Graça... o 2006 02:09 a.m. guest_Eurico Simeão Neto Tão simples de entender para uns, tão difícil de aceitar para outros... É que há quem escreva tão somente para dar aos outros o que tem. Outrossim haverá quem escreva para tentar ganhar prémios... Claro que para quem, por opção de ter coragem e de assumir integralmente o que sente e pensa, passa mais de uma década pisando "Chão Bom", escrever não é uma forma de ganhar a vida, mas de a partilhar. Será que escrevi alguma baboseira? Se escrevi, paciência... com as devidas e abissais distâncias, também não escrevo para agradar a ninguém. Eurico 27th Maio 2006 15:03 p.m. guest_KUMKANEKO HUM!HUM!HUM! Exemplo da retórica dos dias de hoje e da comunicação social : 1 . até parece que todos nós conhecemos muito bem o José Vieira Mateus da Graça , a começar pelo Bita ...que TODOS (!) SABEMOS quem é e a acabar no Eurico que pode ser o Poeta , o 172 organizador de festas ou o Cobrador do impos-tos . E mais , até poderá parecer que eu é que o conheço muito bem, depois desta discursata... 2. Oh Fernando ...Parabéns : essa de comparar recusas não dá . Porque PARA MIM e só em matéria de escrita , só em matéria de escrita ( volto a repetir) , tás a confundir um Poeta de Nobel com um , relativamente ao existente , Muito Bom escritor Angolano (*) Edmundo (*) isto faz - me lembrar aqueles políticos , intelectuais , economistas e outros afins que nas televisões portuguesas ( neste cso ) só falam com o jornalista...EM FRENTE A FRENTES . E quando discordam ...pedem desculpa por discordarem . OU SEJA EM VEZ DE DISCUTIREM IDEIAS e , neste caso , conteudo dos livros , etc., , DISCUTEM PESSOAS e aquilo que eles pensam que essas pessoas pensam . Interessante ...como sempre . Mora Cruz...vê lá onde já vai a tua " piada" ....Edmundo 28th Maio 2006 13:22 p.m. guest_KUMKANEKO Eurico e Casse Nada do que está na minha mensagem anterior tem a ver com o conteudo das Vs. . Isto é só uma forma de criticar o pessoal que fala dos actores de telenovela como se eles fossem lá a casa todos os dias .. . Se assim não fosse , razão tinha o Toí ... Blog Lusofolia ( passe a publicidade ...) , que me disse que há por aí quem não esteja doente , mas tenha ...ideias doentes . Edmundo 29th Maio 2006 06:24 a.m. guest_7412Moracruz Edmundo Boas , até pode em principio ter sido " Piada " , talvez porque estava a advinhar qualquer coisita , mas depois dos vossos escritos ( combersa) , acho que advinhei , o que se estava para passar . Não o conheço pessoalmente , nem sequer está conjecturada nenhuma ida ao mosteiro , mas gosto da maneira que ele escreve , as verdades são para se dizer , estas e outras .......... Haverá de certeza muito boa gente , como a Agustina que têm as suas razões ( votou contra) , ela saberá quais . Mas também existe pessoas que confundem politica com a maneira de ser ou de como foi outrora , e nisso não meto a faca . Se julgarem que fez mal à Patria que ele tanto amou , que o julgem . Eu não tenho nada com isso , só falei porque já estava a prever que iria suceder qualquer coisa . Kandandos MMC 05th Junho 2006 22:35 p.m. %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% Os próprios antigos alunos do Liceu utilizaram o lugar da CAALSC para dar a conhecer aos seus colegas obras próprias. Foi o caso do “Xinguila”: Viagem Pela História de Angola guest_Xinguila Queridos Colegas e Amigos, Como leitura relaxante para as plácidas tardes de verão, aqui vai um link para a minha Viagem Pela História de Angola, que tenho andado a trabalhar já há algum tempo.O trabalho está em forma de blog, e o link abaixo é para o Roteiro da Viagem (Índice Principal). O trabalho está ainda em construção, pois cobre somente os primeiros capítulos; contudo, à medida que for aprontando mais cápítulos, irei publicá-los aqui no site. Alguns capítulos são longos, pelo que aconselho a imprimirem os capítulos, pois a sua leitura se torna assim um pouco mais fácil. Esta Viagem está também disponível na SanzalAngola. Por favor carregue aqui para ingressar nesta aliciante Viagem Pela História de Angola Espero que gostem. Por favor sintam-se à vontade, pois a Viagem começa agora! Um Abraço a todos, Helder Ponte (Xinguila) 173 30 July 2007 07:12 PM guest_gcastroferreira Obrigada, Xinguila!!!! Beijinhos para ti ....julgo que terás feito anos nestes dias. Saúde! Guida 30 July 2007 09:27 PM guest_1601RENATOSANTOS1 Amigo Xinguila OBRIGADO. RENATO SANTOS (da Maianga) 30 July 2007 10:03 PM guest_xixão Xinguila O pouco que já comecei a lêr deu para vêr que é fascinante. Obrigada por partilhares a tua obra. Beijinhos Xixão 30 July 2007 10:18 PM guest_MªTeresaMercêsMello Xinguila: Com muito gosto vou seguir as tuas instruções, imprimir e ler a tua Viagem Pela História de Angola. Desculpa a curiosidade, mas gostaria de te fazer uma pergunta. És familia da Srª. D. Aurora Correia Rodrigues? Um abraço, Teresa 30 July 2007 10:38 PM guest_Xinguila Tété, A tua curiosidade é bemvinda. Sim; a D. Aurora Correia Rodrigues era minha tia, irmã da minha Mãe. Ela e o meu tio Armando viveram uns anos na simpática Vila de Quibaxe, onde o meu tio era administrador do concelho, de onde depreendo ser a ligação com a tua pergunta. Eu e os meus irmãos íamos às vezes passar férias a Quibaxe, pelo que se calhar afinal até já brincamos juntos. Lembro-me bem do carro do meu tio - Ford de 1954 de cor creme e castanho. Os dois já morreram há muitos anos. Não sei se conheces os meus primos Toneca, Manuela, Dina e Rui, que vivem na região da Grande Lisboa. Já que estamos neste tema, quero que saibas que conheci muito bem o teu Pai, o Dr. Mercês de Melo. Ele para mim foi sempre uma referência, pois era na verdade um cidadão distinto no meio luandense. Como médico, ele ajudou-me várias vezes, quando era médico da Cruz Vermelha em Luanda. Apesar do seu aspecto sempre formal, ele preocupava-se genuinamente com o bem-estar dos doentes, e nas consultas era tão amigo e aberto quanto bom médico. Vocês decerto devem sentir-se orgulhosas dele. Quanto a vocês (tuas irmãs e irmãos), tenho uma boa ideia de vós no Salvador Correia. Talvez não propriamente de ti, que tinhas quatro ou cinco anos a mais que eu (o que nessa altura era uma diderença de um século...), mas lembro-me bem das tuas irmãs (que só não me lembro quantas eram), mas que recordo bem serem muito bonitas... Obrigado pelas tuas palavras. Espero que gostes desta Viagem fascinante. Por favor, manda-me os teus comentários e principalmente as correcções. Como deves imaginar, o escrever sobre a História de Angola dá-me um prazer imenso. É talvez um acto simples de retribuição à Angola que tanto amamos. Um abraço amigo, Helder 31 July 2007 03:20 AM guest_Xinguila 174 Amigo Béná, Obrigado pela tua nota breve. Há uns tempos que ando para te mandar uma mensagem através da SanzalAngola, mas não tenho o teu endereço. Na Viagem Pela História de Angola faço referência ao teu Pai, que me orientou nos primeiros passos em como lidar com a Associações Distrital e Provincial de Desportos de Angola em tempos idos. Ele era o Presidente do Conselho Técnico do Sporting da Maianga, e eu o Secretário (na altura o mais novo dirigente em qualquer das associações em Angola). O teu Pai e o Sr. Carlos Morais foram os meus mentores e a eles muito devo. Acompanho de perto as tuas intervenções na SanzalAngola, que noto ultimamente rareiam. Espero que voltes ao nosso convívio, e não dês ouvidos a material e mentes negativas (Bem aventurados os pobres de espírito, que deles é o reino dos Céus!). Como tens passado? Vais ter que me perdoar, mas já não me lembro do nome da tua esposa. Vocês têm filhos? Não sei nada dos teus Pais, mas depreendo que pela idade avançada já não estão entre nós. Lembro-me bem da tua Mãe, a D. Celeste, que era uma simpatia de pessoa. Por favor manda-me o teu endereço de e-mail em mensagem privada. Gostava de saber mais de notícias sobre o pessoal da Maianga, e sei que manténs contacto com muitos. Recebe um Abraço Amigo, Helder 31 July 2007 04:40 AM guest_Xinguila Guida, Olá Amiga! Pelo que leio nas tuas intervenções neste fórum, tenho a certeza de que vais gostar da Viagem. Senta-te num lugar de janela de uma carruagem do CFB, e... enjoy the scenery! Por favor manda-me os teus comentários e correcções. Como vão os teus estudos nas matérias de Franz Boas? Espero que bem! Se precisares de mais alguma coisa, é só dizeres. Um abraço, Helder 31 July 2007 05:02 AM guest_Xinguila Xixão,Obrigado pelas tuas palavras simpáticas. Espero que nas tuas tardes mais calmas de verão, no clima maravilhoso da Madeira, compres um bilhete ao Passado, entres no comboio... e gozes a paisagem aliciante da história de Angola. Não sei se sabes, mas a Ana Paula Martung (Ponte) que estudou contigo no São José de Cluny em Luanda, e que vive no Brasil é minha irmã. Um abraço, Helder 31 July 2007 05:13 AM guest_MªTeresaMercêsMello Helder: Fiquei derretida com a tua mensagem, sobretudo por te referires so meu Pai com palavras de tanto apreço. Sei que não me fica bem dizê-lo, e peço desculpa pela imodéstia, mas para ser honesta comigo, tenho não só que te agradecer o testemunho, como dizer-te que subscrevo tudo o que dizes! Nós, os seus 6 filhos, sentimos um orgulho imenso no Pai que tivemos, e que foi e continua a ser uma referência nas nossas vidas, pelo exemplo de Homem integro e vertical que nos deixou! Direi mesmo que foi a melhor pessoa que conheci, muito exigente, mas muito humano em toda a sua postura! E como dizes e sempre percebemos, tinha em cada doente um amigo, tanto em Angola, como já aqui em Lisboa! Passando agora à fase de Quibaxe, meu maroto, estás a fazer-me muito mais velha! Eu sou de Agosto de 1949, e se tu és de 1950, onde estão esses 4 ou 5 anos que queres que eu tenha a mais? Tu és da idade do meu irmão Francisco, de Dezembro de 1950. Só que ele andou sempre no Savador Correia, e como era da alínea f), poi seguiu Engª. Electrot., não devem ter sido da mesma turma! Conheci muito bem os teus primos, e hoje sou muito amiga da Iolanda, filha do Rui e da Mãe dela, uma grande Senhora. Os meus Pais foram padrinhos de casamento da Milú. Vou com o maior interesse ler a tua obra. 175 Um beijinho, Tété 31 July 2007 11:13 AM guest_gcastroferreira Querido Xinguila, Já estou quase quase "par" do Boas!! eheheh!! Vou precisar da tua ajuda, se conseguir levar adiante a idéia de tema de licenciatura que mantenho. Depois digo-te. Entretanto agradeço-te do coração mais uma vez, a tua precisosa contribuição. "Peguei" no que me mandaste, juntei-lhe "coisas" de António de Almeida e de De Vore e produzi um artigo que não ficou mal de todo...e aprendi imenso sobre esse povo que é, de facto, fascinante e persistente. Beijinhos para ti G. ps: tal como a Tété vou logo que tenha oportunidade vou imprimir, com tua licença, o teu trabalho. Entretanto já consta dos favoritos e espreitarei aos poucos. Bjs 31 July 2007 11:50 AM guest_MimiMercêsdeMello Caro Helder Xinguila: Estou encantada com a tua "História", que devorei de um trago só e pretendo ir saboreando aos poucos... E, como não poderia deixar de ser, também eu fiquei profundamente sensibilizada com o que escreveste sobre o meu pai, meu e da Tété, que morreu em 1985, quase há 22 anos. Obrigada. Bj, Mimi 31 July 2007 12:11 PM guest_guidaramalho1 Obrigada por todo esse trabalho maravilhoso sobre Angola que, eu digo sempre, foi o maior orgulho para mim ter conhecido. Fui para lá com 9 anos e acabei saindo em 1974 casada com um brasileiro. Já estou divorciada mas continuoi no Brasil. Tenho 3 filhos. A Mirian nasceu em Luanda, o Marcelo no Rio de Janeiro e a Mariana nasceu em São Paulo. Eu sou de 1951 e sou filha do Prof. Ramalho do Salvador Correia. Vai em frente que eu acompanharei o teu trabalho lindo. Mais uma vez, Parabéns. Abraços, Guida Ramalho 31 July 2007 12:40 PM guest_1601RENATOSANTOS1 Foi com imenso prazer que recebi notícias tuas. Já tinha tentado através da Sanzalangola, entrar em contacto contigo, mas não o consegui. Realmente, só através da nossa Casa Amarela, o consegui. Obrigado pelas tuas referências aos meus Pais. Infelizmente já não estão entre nós. Para o ano, faziam os dois 100 anos. Eu cá estou, aposentado da CGD, pertencendo ao RLD e vivendo em Braga, com a família, a Quina e os meus filhos, um casal, que chegaste a conhecer. Quanto à minha pouca assiduidade na Sanzalangola, deve-se ao andar por outras paragens. Infelizmente, alguém tem arrastado aquele local de convívio, para um sítio onde, as pessoas, se sentem mal. E assim tem saído muita gente, espalhando-se por outros convívios. Confesso que lamento imenso, o rumo que a Sanzala continua a tomar. Era um local de convívio, onde depois de um dia de trabalho, se podia ir e conversar, trocar ideias, com os amigos de longa data. Infelizmente, havia (e há) por lá uns indíviduos, que tudo fizeram para destruir. Julgo que Delgado, também se sente traído, por muitos que, quando ele cá vinha, eram só abraços e amizades. 176 Todos os anos, fazemos o Almoço-convívio, do pessoal da Maianga. Este ano, conseguimos juntar dois que nunca lá tinham ido: O Virgílio Araújo, irmão do Vasco (morreu no Brasil), e o Charles Atlas. Lembras-te dele, irmão do Amadeu e do Marcolino Cunha. Andaram os três irmãos Cunha, no Salvador Correia. Com o Amadeu Cunha também o levei ao almoço do Banco Comercial de Angola. Vou mandar-te por email, os meus contactos actuais. Recebe um abração do teu amigo, que só com as tuas notícias, fiquei mais novo dez anos... RENATO SANTOS (BÉNÁ) 31 July 2007 07:37 PM guest_MªTeresaMercêsMello Helder: A minha Mãe, Ema como a tua irmã, está encantada a ler a tua obra! Diz que se lembra da tua Mãe, Mª. Helena, que era muito bonita. Engraçado como o mundo é pequeno! Que belissima ideia a tua, parabéns! Um beijo, Tété 31 July 2007 10:27 PM guest_CéliaVieiraBrito-Lila1 Xinguila: Já tá nos Favoritos. Um abraço Lila 01 August 2007 07:15 PM guest_Piti1944Olá Helder, Li ontem à noite de um fôlego o que já escreveste. Um trabalho fantástico! Estou muitíssimo mais de acordo com a tua visão da História do que as oficiais e oficiosas, sempre unilaterais. Como tu, estou bem afastado de Angola - nos Estados Unidos, Nova Iorque. Mas claro que continuo a acompanhar tudo quanto a Angola diz respeito, e amanhã estarei no jantar de fundação da Casa de Angola em New Jersey. Por aqui, recolho todo o material que encontro sobre os angolanos nos Estados Unidos, história fascinante e desconhecida. (Se tiveres algumas dicas, agradeço...) Não sou do teu tempo de Salvador Correia, sou mais antigo, fornada de 1954/1961. Nem dos Estudos Gerais. Fui dos fundadores em 1962, interrompi em 1965 quando o meu pai faleceu, regressei em 1973 no fim da tropa. Estava em Engenharia. Continua a escrever que tens milhares de leitores dedicados e expectantes. Um abraço Manuel Ricardo Ferreira (Pitigrili) 04 August 2007 04:02 AM guest_xixão Helder Desculpa só agora te responder, mas tenho vindo pouco aqui. Não sabia que eras irmão da Ana Paula, com quem já me escrevi no site das madres.. No entanto deixa-me dizer que não me recordo dela no colégio, dado que ela é mais nova do que eu, penso que 4 anos, e naquela altura era uma diferença grande. Mas mais uma vez se prova que este mundo é bem pequenino. Um beijinho grande e publica o que escreveste em livro. Xi 05 August 2007 05:43 AM guest_José Caro amigo e colega do SC, escrevo aqui pela primeira vez para te dizer que essa Historia é a minha... Eu não a escrevi. Por isso te agradeço. Que saudades dessa terra que é "minha". Qbrigado. 177 José Guilherme. 06 August 2007 09:30 AM guest_José "calcinha" Xinguila , Tive contacto com sua obra e, simplesmente adorei.Me senti vivenciando parte de seus relatos, pois como vç também sou angolano e hoje resido no Brasil. Parabéns e os meus sinceros agradecimentos pelo simples motivo de me fazer relembrar tantos bons momentos e outros tantos não tão bons episódios. Mais uma vez Parabéns.Não desista de escrever esta sua "Viagem Pela História de Angola".Serei seu leitor assidúo. 06 August 2007 01:58 PM guest_karipande Helder Tenho lido com atenção...e aqui ou ali não concordando, agradeço-te este trabalho magnífico. Um abraço...e já agora www.youtube.com/watch?v=HUgdkTrBJS0 Fernando Pereira 25 August 2007 02:48 AM Debates entre os que partiram e os que ficaram A maioria dos participantes da CAALSC é de nacionalidade portuguesa e reside em Portugal. Todos os que se estabeleceram na velha Metrópole tiveram necessidade de fazer prova da nacionalidade portuguesa ou refazer o Bilhete de Identidade num guichet dos Serviços de Identificação exclusivo para retornados. O vexame provocado pelas normas de aquisição de nacionalidade portuguesa, após a independência das colónias, o confronto com a sociedade portuguesa na qual nem todas as práticas eram reconhecidas ou partilhadas e a pertença à categoria de retornado desenvolveram nalguns membros da CAALSC sentimentos contraditórios no que refere à identidade nacional: às vezes eu costumo dizer aos meus filhos “Eu sinto-me às vezes um estrangeiro no meu próprio pais”, porque eu tenho uma cultura português, nacionalidade portuguesa BI e passaporte português… mas às vezes sinto-me um estrangeiro aqui…porque isto não me diz nada..esta forma das pessoas interagirem ( ex aluno ) Todavia, a eventualidade de aquisição da nacionalidade angolana divide os membros da CAALSC. Uns declararam não pretender encetar esse processo e apresentam como motivo a situação política e social de Angola com a qual não se identificam: 178 Sou português porque eu tenho uma cultura portuguesa, nacionalidade portuguesa, Bilhete de Identidade e passaporte português. Obviamente se eu quiser tirar o passaporte angolano também o posso fazer sem problema nenhum (…) Sinto que aquilo é a minha terra (…) mas o ser angolano hoje para mim (…) seria extremamente difícil (…) fico muito desgostoso de ver corrupção institucionalizada, miséria, não gosto de miséria. Tenho imensa dificuldade de ver miséria e pobreza sabendo que há muito dinheiro ali e que dá para todos. ( ex aluno) De igual modo, não mostram interesse em regressar a Angola pelos mesmos motivos: (E)u ia me dar muito mal com aquele tipo de sociedade. Ou me vinha embora ou era preso (…)Ir trabalhar com um sistema que não me diz rigorosamente nada era muito complicado porque era, ao fim e ao cabo, colaborar com o sistema e isso era uma contradição comigo mesmo e com ( ex aluno). os princípios que eu tenho No entanto, esta perspectiva não é comum a todos os membros da CAALSC. Muitos requereram já a nacionalidade angolana e alguns já regressaram a Angola onde estão estabelecidos. Quando começou o movimento de regresso a Angola, no fim da guerra civil, várias mensagens foram trocadas que elucidam alguma tensão entre os que partiram e os ficaram. Do lado dos que ficaram, destaca-se um descendente de portugueses nascido em Angola que em resposta a um pedido de esclarecimento por parte de uma colega sobre as facilidades concedidas pelo estado angolano aos quadros na diáspora lança o debate: Ultimamente tem-se falado aqui na banda muito sobre o possivel regresso dos "quadros" da diáspora. Se não me engano foi depois de uma conferência na Alemanha (…), ainda este mês ou o mês passado(…)entre outras coisas e em jeito de acta victoriosa final, mandaram um recado ao Governo de Angola, que para os "quadros" da diáspora regressarem ao país, era necessário e condição indispensável, que o Governo, entre outras coisas lhes assegurasse casa, comida, ferramentas de trabalho, emprego e salário condigno (essa não entendi mesmo), escolas para os filhos, etc etc etc etc. Eu sei, eu sei que eles não podem falar em nome de todos os que querem voltar, mas a eles AGORA E O pergunto CÚZINHO LAVADO eu COM ÀGUA DE então: ROSAS TB NÃO??? O mais caricato, é que alguns dos nomes que assinam a tal carta, é de gajos que estão e/ou estiveram E os às outros espensas do Angolanos estado que estão Angolano, na no maior estrangeiro miséria a tambb tirar na cursos. diáspora? E os que cá estão e que aqui por decisão própria resolveram aguentar estes tempos todos?? 179 Ou será que os quadros que aqui ficaram, têm o salário e a vida que merecem?? E que os que virão é que deverão ter um salário "condigno"?? NOTE-SE não sou contra a vinda de quem quer que seja. Acho que todos seremos sempre poucos, mas ....mais escreverei haja calma, com o haja andar calma. da ....... carroça. Kandandus de um "Quadro" imbecil que ficou. (Quilha) Do lado dos que partiram, dois membros da CAALSC reagiram de forma diferente. Um tem negócios em Angola para onde viaja com frequência: Está correcto o que transmites na tua mensagem. Não és nenhum quadro imbecil. Aliás, eu penso que todos os que seguraram a barra nos tempos difíceis deveriam ser reconhecidos publicamente. São muitos os que acreditaram e confiaram na terra. Ninguém imagina o que foram momentos dificílimos. Mas ontem foram ossos (que ninguém queria) e hoje é só lombinho ( e todos querem). Acredita em ti. Eu estou com todos os que esperaram por melhores dias porque sei o que isso foi. Estamos juntos meu kamba, apesar de não te conhecer. Um grande kandando e espero encontrar-te em Luanda , na Casa Setenta ou no Xavarote. (Rogério). Outro que apesar de ter regressado a Angola a seguir à independência onde permaneceu até ao fim da década de 80, foi obrigado a voltar para Portugal por motivos de saúde de um dos filhos: Como de costume, não consegues reflectir civilizadamente e colocas-te num pedestal do alto do qual julgas os outros. Lindo! Um quadro com responsabilidades e interessado no desenvolvimento da sua terra talvez se colocasse numa posição de diálogo (…)Neste caso, supostamente, o Governo angolano está interessado em que os tais quadros da diáspora regressem (como angolanos e não como cooperantes, se é que ainda há essa "categoria profissional"); os técnicos na diáspora estão interessados em regressar a Angola e aí se fixarem por ser a sua terra. Por muito angolanos que sejam, seria de espantar que os segundos estivessem interessados em regressar com "uma mão atrás e outra à frente" e em andarem a procurar casa, emprego, escola para os filhos. Esses três assuntos tratam-se antes de viajar (repara que eles não estão a embarcar num 747 empurrados pela guerra iminente...). Também faz sentido que quem está na Europa, Brasil, etc, razoavelmente bem de vida, queira assegurar-se que a sua situação não vai piorar "por amor à arte" ou por patriotismo (?)... O Estado Angolano, muito naturalmente, não estará interessado, no limite, em gastar mais com um cidadão nacional do que com um camone a quem paga hotel mais o coiro e o cabelo. A negociação, contudo, poderá operar a aproximação de posições a ponto de se tornar aceitável para ambas as partes e Angola ganhar mais um técnico angolano de regresso à sua terra. 180 Eu regressei a Angola em 76 (em contra corrente com os técnicos retirantes) e aí permaneci até 88 porque quis, porque me interessou, como sucedeu aos técnicos que aí ficaram (angolanos e portugueses). Ninguém os obrigou. Não tenho, não temos, nada que reivindicar por termos estado (ou ainda estarmos) a trabalhar e viver onde queremos, onde gostamos, onde nos interessa. Queres o quê? Uma medalha?! (José António) Mas o interesse pela actual vida política, económica e social de Angola foi o que mais mobilizou os membros da CAALSC e trouxe a debate acontecimentos e projectos que provocavam celeuma na elite luandense. Aliás, os próprios elementos dessa elite recorreram aos gerentes do site da CAALSC para que assuntos em discussão fossem publicados. A análise das mensagens trocadas permite esclarecer a divergência de posições. Fernando, o fundador da CAALSC, como sempre editor de mensagens contundentes, respondeu ao apelo de angolanos que criaram um movimento contra um projecto imobiliário em Luanda, e aproveita para criticar o estado de degradação da cidade: Caros colegas,Em tempos eu deixei aqui uma carta aberta a todos vós no sentido de assinar uma petição tentando que o peregrino projecto das "ilhinhas" na Baía de Luanda não fosse para a frente.Poucos aderiram a esse abaixo-assinado, contudo em Luanda movimentaram-se forças bastantes na sociedade civil para que o projecto, exposto com grande pompa e circunstancia, fosse retirado da agenda do Conselho de Ministros de finais de Outubro. O Expresso na semana transacta, trouxe duma forma desenvolvida, o projecto em causa, pelo que a maioria das pessoas puderam confrontar-se com o que se pretende fazer do ex-libris da cidade de Luanda. Com o já gasto motivo da degradação e do assoreamento progressivo da Baía, um conjunto de empresários, de que pouco se sabe, em associação com o patrão da Tecnocarro José Récio, decidiu fazer uma nova Luanda,num espaço que é o unico cartão de visita da cidade perante os olhos do mundo. Admito que a Baia está assoreada, mas ng no projecto diz como vai ser alterada essa situação no futuro, tendo em conta os aluviões do Kwanza e do Bengo, e as fortes correntes que os transportam e depositam na Baia.É certo que o grande crime já foi feito no tempo colonial qd a ponte que ligava a cidade à ilha foi substituída por um istmo, e que iniciou o assoreamento progressivo da Baia.Os esgotos da cidade,as lavagens dos navios e o despejo de lixo na baia fizeram o resto.Qd se tentou abrir um canal na Chicala (Praia do Sol) foi tarde, e o desmoronar do morro da Samba, para outro projecto faraónico não concluído fez o resto. A actual face da 181 Baia é de degradação evidente, bem como a área circundante, mas isso não obriga a que se venham a fazer mamarrachos entre a cidade e a ilha e continuar o desastre urbanistico que os portugueses começaram e que alguma incuria pós-independencia acelerou. (…)É urgente as pessoas mobilizarem-se contra este projecto peregrino, que em nada vai beneficiar o quotidiano de vida difícil da maioria dos cidadãos da cidade capital de Angola. Qd se vê a fortaleza de S. Miguel em risco de queda, qd se vê o pouco que sobrou da baixa de mercadores, de armazéns, comércio e petisqueiras, verdadeiro pulmão comercial da urbe à mercê da especulação imobiliárias. Quando se vê a praça da independencia num estado de abandono total, qd se vê a cidade do asfalto a exigir obras rápidas na defesa do que resta em termos de saneamento básico e abastecimento de água, qd se vê o estado lastimoso dos muceques que abraçam a baía era de todo importante interrogarmo-nos que é que é prioritário... Este tema merece discussão e empenho pois está em causa o equilibrio da cidade enquanto áreas plenamente disponíveis para a população. Para quem diz que só falo aqui do passado, este tema é demasiado recorrente num futuro que se não houver mobilização pode ser amanhã!!Um abraço (Fernando) E assumiu o direito que assiste a um grupo de antigos alunos de um Liceu de Luanda, onde se incluem angolanos, de defenderem um património que é de todos que o sentem como seu: Angolano, empresário e residente em Portugal...Foi exactamente assim que subescrevi o abaixo assinado relativo ao projecto sobre a baia de Luanda recentemente publicitada na imprensa portuguesa. Este assunto nada tem a ver com saudosismos, tem a ver com realidades, que num site de antigos alunos do Liceu Salvador Correia, angolanos ou portugueses, fosse feita um apelo à mobilização das pessoas de forma a que não seja estragada ainda mais a Baia de Luanda. Não se pede aqui que seja feita uma petição para alterar uma constituição, modificar legislação, deitar abaixo o governo, etc. Pede-se apenas uma tomada de posição face a um desmando arquitectónico de uma cidade que é património dos que nela habitam, dos que nela habitaram e dos que virão um dia a habitá-lo. Nenhum angolano pode sentir-se vexado pq um grupo de antigos alunos, onde estão angolanos, tome posições sobre um projecto que visa alterar uma imagem que se perpetua no tempo, para além de outro tipo de consequências de natureza ambiental mal ou nada esclarecidas... Se as pessoas se preocupam tanto com a diminuição da selva amazónica,se preocupam com o aquecimento global, se preocupam com os petroleiros de um casco,se preocupam com a degradação dos espaços protegidos, pq não lhes assiste o direito de tomarem posição sobre uma obra de contornos esquisitos, mesmo para o angolano informado, como é o meu caso... 182 Isto nada tem a ver com saudosismo...tem a ver com sensibilidade e bom senso, e todos seremos poucos para podermos ser importantes para parar estas estultas ideias (Fernando). De Luanda, outro interveniente assumiu, também, a sua identidade angolana e criticou os angolanos que não escolheram permanecer no país após a descolonização: Eu tb não estou de acordo com o projecto da Baia, mas por uma questão de prioridades deste país onde eu VIVO (ANGOLA) e onde sempre VIVI e NUNCA abandonei, mesmo com a guerra, não por causa de postais ou de questões arquitectónicas ou outras palermices. Aliás acho que o problema começa mesmo aí. Até aqueles Angolanos que estão cá e fizeram o abaixo assinado, tb eles têm os valores/prioridades trocados, tal como os mentores do projecto. Aproveito, para os convidar a todos os que não estão cá, a virem para cá e aí sim fazerem qq coisa por esta terra, que não seja só mandar bocas!!!!!!! (Quilha). A polémica foi sanada, em Luanda, pela deliberação em Conselho de Ministros da proibição de construção na baía de Luanda. Mas a CAALSC continuou a exercer a sua função de vigilância da vida em Angola, como, por exemplo, a incapacidade das autoridades na solução do problema do assoreamento da baía que “no tempo do colonialismo” estava resolvido (Pedro). Encontros e Reencontros “reais” Como já foi referido, a CAALSC promoveu, desde 2003, um almoço anual de confraternização de antigos alunos que hoje tem a chancela da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Salvador Correia-Portugal e passou a realizar-se nos arredores de Lisboa. Aos almoços comparecem centenas de pessoas. Todas seguramente subscrevem o o que o Zé Penha escreveu a seguir a ter estado presente no segundo almoço organizado pelos gerentes da CAALSC:: guest_ZePenha As nossas raízes saíram da terra. A terra se perdeu. Elas estão agora nas pessoas que viviam nessa terra. Tu, eu, o Videira, os poemas do Eurico,as lembranças de cada um de nós, dessa terra. Essas são as nossas raízes.Por isso o sucesso sempre que toca a juntarmo-nos.Por isso o olhinho brilhante em dias de reencontro.O tronco(Angola) vai ter as raízes todas juntas, em dia de almoçarada. Há quase trinta anos que tenho andado à pocura de Angola fora e dentro de Angola. 183 Talvez seja no Algarve.....o pôr do sol é parecido....e no primeiro e no segundo dia parece Angola. No terceiro já não é......Talvez aqui, no Nordeste Brasileiro.....Natal, sim aqui é Angola. Parece mesmo Luanda dos anos 50.......mas no quinto dia já não é. Luanda, Luanda, aqui sim é Angola....que ninguém ouse duvidar.......mas logo no segundo dia já não é. Amigos, Angola , a nossa Angola somos nós. Angola são os nossos amigos da altura. Angola, na forma como a entendemos, só poderia existir com todos nós, com todas as nossas recordaçoes e vivências.As nossas raízes deixaram de pertecer a uma terra para passarem a estar dentro de cada um de nós.Cada um de nós tem uma pernada dessas raízes. Neste almoço da Caparica eu estive em Angola. Na minha Angola.Encontrei finalmente Angola no Almoço da Caparica. Zé Penha 07 May 2004 01:26 AM Os convivas distribuem-se, habitualmente, por mesas antecipadamente marcadas. Alguns grupos são constituídos por antigos colegas de turma, outros por membros que mantêm relações de amizade desde Luanda e outros ainda por aqueles cujo relacionamento se iniciou após se terem conhecido no sítio da CAALSC. O sentimento de pertença a um património comum que é o Liceu, está sempre presente. Dois destes encontros são de destacar. O primeiro que ocorreu em 2003 e o segundo em 2004. O primeiro almoço anual foi o momento alto de reencontro dos ex-alunos. O facto de ter sido anunciado na internet fez com que pela primeira vez se juntassem pessoas que se não viam há décadas ou que há muitos anos não tinham contacto assíduo com pessoas vindas de Luanda. Os anos tinham passado e muitas vezes o reconhecimento não era recíproco. Tive oportunidade de ouvir o seguinte diálogo: “- São! Estás cá! Meu Deus, há tanto tempo que não te via! Lembras-te de mim? - Não. Não me lembro. Mas gosto tanto de te encontrar!” Estiveram presentes mais de setecentas pessoas. À entrada foi oferecida a cada conviva uma camisola impressa com o logótipo do Liceu e uma tarjeta onde se podia ver o nome e os anos de frequência liceal. O “embate” deste reencontro está bem descrito num texto publicado no Estudante online, escrito pela Anabela Simão que pertencia à organização: 1 de Maio 2003 – A EMOÇÃO por Anabela Simão Ainda agora é difícil acreditar naquela realidade! Tantos anos a encontrar, só de quando em vez, um ou outro colega do LSC e eis-nos, de repente, rodeados de oitocentos deles! 184 O mega almoço de ex-alunos do LSC, pensado por meia-dúzia de entusiastas, levou a abrir préinscrições no site que começaram a aparecer muito lentamente e a angústia de quem tanto queria o sucesso daquela festa era crescente: se crescente também não fosse o número de participantes, tal seria revelador de um desinteresse no qual não queriam acreditar! Aos poucos, os nomes foram chegando e as expectativas foram sendo ultrapassadas: os antigos alunos inscritos, além de muitos, eram de todas as idades e vinham de todos os Continentes! A montanha foi crescendo...era preciso um grande espaço para acolher todos aqueles amigos e o melhor do melhor de cada um dos organizadores deste almoço para que a “montanha não parisse um rato”. Foram mais de setecentas as inscrições definitivas!!! Ao fim de 30 anos ia ser realizado um sonho comum, do qual a maior parte nem tinha tomado consciência no meio da lufa-lufa diária . O 1º de Maio chegou e muito antes da hora marcada para o almoço o jardim do Palácio Pina Manique ficou repleto de olhos ansiosos que tentavam perceber se aquele ali ao lado, já com umas rugazitas, pouco cabelo e barriguinha seria algum dos seus amigos de adolescência ou mesmo aquele antigo namorado lindo de morrer! Os auto-colantes identificativos iam acabando com as dúvidas: gargalhadas, abraços, beijos e mesmo algumas lágrimas foram a constante dos primeiros longos momentos, enquanto lá dentro decorria a azáfama para que nada faltasse. Todos sabiam que, à última da hora, iriam aparecer uns quantos de última hora pedindo “por amor de Deus” que os deixassem entrar. Não foi preciso porem-se de joelhos. Afinal ninguém os faria voltar para trás – eram dos nossos, caramba!!! O que não se esperava era que uns quantos de última hora fossem tantos e, a dada altura, a organização fazia contas de cabeça para perceber onde ia meter toda aquela gente que ainda fazia uma gigantesca fila à entrada, quando as mesas estavam praticamente completas. Como era de esperar venceu a vontade que todos tinham de estar juntos e, sabe-se lá como, houve lugares para toda a gente. Susto mesmo apanharam os empregados que nos serviram, encolhidos por entre as mesas quase encostadas, aquele arroz de tamboril que, apesar da longa espera, teimou em estar delicioso – ao “Furo” e ao profissionalismo dos seus colaboradores os nossos parabéns!. Depois da árdua tarefa de sentar aquela gente irrequieta, o almoço acabou rapidamente e o “Trio África” começou a puxar-nos os pézinhos para a dança! E o que dançámos...quais 40, 50, 60 e mesmo 70 anos! Ninguém se lembrou das artroses nem do elecrocardiograma meio virado do avesso! A farra tinha voltado e não se podia deixar escapar! E não se deixou podem crer...pena foi ter que ter um fim!!! É bom saber que oitocentas pessoas, com credos e opções políticas diversas, conseguem conviver esquecendo as diferenças, pretendendo, tão só, estar com amigos pensados perdidos e para cuja amizade mais não houve do que uma mais ou menos longa interrupção no tempo. Mais ainda: algumas amizades e até amores tiveram início naquele 1º de Maio! Emoção foi a constante daquele dia!!! O grande reencontro dos ex-alunos do LSC foi fantástico não só porque a organização trabalhou para tal mas porque os “astros” a ajudaram: céu azul, boa comida, boa música e, essenciamente, o calor dos presentes fizeram com que o dia parecesse muito pequeno e que quem passasse ali por Belém notasse um brilho diferente no ar de que só nós sabíamos o segredo!!!! Mas não acabou ali e todos poderão estar certos que o mediático acontecimento não passou do início de muitas outras actividades, lúdicas ou não, que manterão unida a Malta Fixe!!! Este primeiro almoço teve consequências em algumas vidas pessoais. Antigas amizades foram reatadas, alguns namoros interrompidos foram retomados. Casamentos desfeitos não só pelo “reacender” de relações amorosas antigas, mas também pela incompatibilidade que se foi criando nalguns casais „mistos‟, em que um marido ou uma 185 mulher não tinham tido qualquer contacto com Angola, ou com angolanos, e lentamente assistiram ao processo de reconstrução de um sentimento de pertença partilhado que envolveu o parceiro, tornando difícil negociar o quotidiano conjugal. Exactamente um ano depois, decorreu o segundo almoço anual, cuja expectativa pode ler-se na mensagem de uma das participantes: Malta: Hoje ao entrar na página onde estão as inscrições, não pude deixar de ver uma introdução do nosso Eurico. Não pude deixar de sentir toda a emoção que tive o privilégio de viver o ano passado, e a que... já estou a sentir este ano. É sim um misto de aperto no peito e alegria ao rubro, que nos comove e nos embriaga. Já sinto a taquicardia do novo encontro, a expectativa de ver nos rostos de todos os colegas o brilho intenso e transparente. Não há cansaço, não há nada... há magia que nos transforma simplesmente... em nós mesmos, simples adolescentes. E... tive necessidade de vos confessar... já nem consigo dormir sem acordar com o coração aos pulos, na expectativa do vibrar com a alegria de ver todos transbordantes de sentimentos há muito esquecidos ou... pelo menos adormecidos. Esta é uma mensagem minha, mas tenho a certeza que a Organização sente toda o mesmo e... aqueles que vão... exactamente o mesmo! (Bélita). Neste almoço anual, a presença de um antigo contínuo do Liceu a residir em Angola, o Videira, permitiu uma espécie de ritualização dos tempos vividos em conjunto. Posteriormente ao primeiro almoço anual, alguns membros da CAALSC tinham recordado o Videira que foi uma das figuras emblemáticas do Liceu, conhecido pelo "Camões", contínuo simpático e bonacheirão, que para além de outros afazeres, levava o tabuleiro dos bolos para a cantina e os vendia durante os intervalos: Tinha uma frase característica que bem o identificava, dita em tom meio brincalhão e meio expectante "Attention a les gorgetées!", que significava que de vez em quando, um ou outro troco do bolo lhe ficava no bolso com a anuência do comprador que se divertia com aquele jogo do gato e do rato entre o Videira, os bolos e o gamanso das bolas de berlim pelos mais afoitos (Eurico). Julgo que através de um antigo aluno residente em Luanda, se soube, também, que um dos grandes desejos do Videira seria vir a Portugal. Em Março de 2003, quando decorria o processo de organização do almoço, Eurico anunciou a sua chegada próxima: 186 Pensamos fazer com que o Videira chegue a Portugal na quinta feira dia 29 de Abril e regresse a Luanda no dia 4 ou 5 de Maio.Ficará alojado de 5ª para 6ª no INATEL de Oeiras e de 6ª até domingo, no INATEL da Costa da Caparica. De domingo até ao regresso a Luanda, voltará ao INATEL de Oeiras. As dormidas no INATEL da Costa da Caparica, foram oferecidas pelo próprio INATEL. As outras, estão dentro do orçamento do almoço. Vamos precisar de voluntários para colaborar num programa de visitas e passeios na zona de Lisboa e arredores, para que o Videira não passe uma série de dias encafuado num quarto, em ambiente completamente estranho. Para já, as despesas que eventualmente tenhamos que fazer, estão cobertas pela verba que o ano passado sobrou A reacção à presença do Videira por parte dos antigos alunos foi unânime. Todos demonstraram, online, entusiasmo pela oportunidade de voltar a ver uma figura do património do Liceu e das memórias desses tempos. guest_Bélita1 Malta: O nosso Videira chegará hoje (aliás, amanhã dia 27 de madrugada...) a Lisboa por volta das 6h da manhã. Neste momento já se encontra à espera de começar a viagem de sonho dele e de todos nós. Iremos todos reviver a alegria dum reencontro memorável. Viva a Malta do Liceu! Beijocas, Bélita 26 April 2004 09:51 PM guest_Nelo Bélita, Eu estares muiiinto contente com o vinda do amigo e saudoso Videira. Vou querer lhe dar um grande kandandu quando farar com ere. Minha querida, muito obrigado pela excelente notícia. Bjinhos Nelo "Brucutu" 26 April 2004 11:21 PM O Videira chegou sozinho. Nunca tinha andado de avião e foi recebido no aeroporto por dois antigos alunos, Mimi M.M. e Eurico N.. Logo que se tornou pública a sua chegada, inúmeras foram as mensagen editadas no site da CAALSC: guest_ViCtorHugoVieira Alô Belita esta é uma semana GALACTICA, com pelo menos dois dias MAGICOS. É REALMENTE UM PREVILÉGIO ESTARMOS A VIVÊ-LOS. a n/ geração nasceu para isto... um abraço e até breve victor hugo 27 April 2004 09:16 AM guest_Bélita1 Malta: Sou sim uma privilegiada. Tenho o Videira a meu lado, em minha casa neste momento. Vou deixá-lo descansar um pouco e depois tentar que ele diriga umas pequenas palavras a todos vocês... 187 Beijos de quem se sente verdadeiramente... noutra Galactica... Bélita 27 April 2004 09:19 AM , guest_Bélita1 Filó:Uma beijoca para ti.... gandiiiiiiiiiiiiiii ... Malta: O Videira está no Inatel de oeiras, Apartamento 86, Atenção, ele chama-se João Augusto e a reserva do alojamento foi feita em nome da Organização dos Antigos Alunos do Liceu Salvador Correia. Devido a "imprevistos" (que sempre surgem à última da hora) relacionados com pequenos pormenores do Almoço, ainda não tive oportunidade de aqui colocar umas palavras dele... Mas, fá-lo-ei logo que me for possível. Um xi especial ao Eurico e à Mimi que providenciaram o apoio do Videira à sua chegada. Beijocas , Bélita 27 April 2004 05:03 PM guest_Manuel_Sardinha Olá, Bélita. Uma vez que o "artista Videira" já chegou, gostaria de saber se ele vai mesmo estar em contacto em msn. Se não puder estar, tenho uma mensagem para ele, e gostaria que lhe chegasse, de preferência por ti (com um copy/paste p/ Word, e um print; ou se estiver contigo junto do PC lha possas transmitir). Então é assim: ou eu a envio para este assunto "Videira a caminho...", ou ficarei à espera da mensagem de apresentação dele, respondendo depois. Confirma-me p.f. porque o tempo de estadia dele vai-se encurtar rapidamente. Um beijo MAnel S. 28 April 2004 11:21 PM guest_Bélita1 Manelllllllllll: Dado que, para variar... aparecem sempre coisas de última hora para acertar, e para além dos habitués... atrasados que só agora se lembraram do almoço ..., vai ser extremamente complicado conseguir isso, da minha parte. Mas se quiseres, entregarei a tua mensagem de certeza ao Videira, e estou certa que mais uma vez vou ver aquele seu sorriso enorme. De qualquer modo, e sem compromisso, se me enviares um contacto telefónico para o meu endereço, tentarei que alguém (o "cravado... até já está a adivinhar que sobra para ele...) te ligue caso isso se torne possível. Mais provável seria um contacto através do paltalk... Tens o paltalk instalado??? Acreditas que ele guarda religiosamente o desenho do Zé Maria retratando o Videira na cantina???? Está com uma memória incrível e recorda-se de tantas coisas que eu... nem imaginava possível. Beijocas , Bélita 28 April 2004 11:38 PM guest_Manuel_Sardinha OK! OK, Bélita. A minha intenção é mesmo que ele faça com o que eu lhe desejo transmitir, o memso que fez com o desenho do Zé Maria, sem ser pretensioso, ou outra coisa qualquer desse género. Apenas te digo que é uma mensagem de boas vindas muito original, de amizade, de agradecimento, de recordação, de humor, de respeito e de amor. De uma forma ou de outra ela lhe chegará às mãos, ou aos seus ouvidos. Um beijo. 188 Manel S. 29 April 2004 08:58 AM guest_MªTeresaMercêsMello Acabo de me deliciar com as 7 fotografias da chegada do Videira! Que alegria estampada no seu rosto, espelho do Homem Bom que se esconde naquele sorriso tão espontâneo! Parabéns à Mimi e ao Eurico por terem madrugado para o receber! São dois queridos! De facto, dizia-me ontem a Mimi, que se sente muito feliz quando contribui para a felicidade de alguém. Não há dúvida que isso se vê estampado nas fotografias, como legenda numa delas o Eurico! Ainda não estive com o Videira, mas pelo telefone já conversamos! Não calculam a emoção que deixou passar nas suas palavras, disse-me que vai rezar muito por todos os "meninos" que lhe ofereceram a realização de um sonho que nunca pensou ser possível! E que humildade cativante! Um abraço para todos, especialmente para os que dispuseram do seu tempo para, com tanto altruismo, fazerem bem ao Videira! Teresa 29 April 2004 04:03 PM guest_Manuel_Sardinha Era obrigatório que escrevesse uma mensagem ao nosso convidado Videira. E depois de ouvir a sua voz, ele me comoveu imensamente pela forma de homem simples como se me dirigia, tendo mesmo que lhe “corrigir” um termo que ele usou, “…que isso já não existia mais, que agora somos todos amigos – grandes amigos”, embora para ele continuemos a ser os seus meninos. ( O seu riso...)Por isso, com um Português muito simples, exactamente como ele é, e usual “acrioulado” que eu respeito muito - eu quero brindá-lo com algumas palavras de amizade e de fraternidade, de recordação e com algum humor à mistura (já que conversa entre africanos em festa, se não tiver humor… não presta), e também com amor, porque afinal ele é parte integrante de um lugar onde foi feita a minha cabeça. A quem estiver mais perto do Videira, solicito e agradeço o favor de lhe ler/transmitir o que se segue, que ele compreenderá perfeitamente tudo o que está escrito a seguir. Uala kiebi, Videira? Muxima ietu! Eu fiquei olhando as suas fotografias na chegada no aeroporto de Lisboa, aí do lado dessa linda ribemba Bélita. Espero que você esteja kiambotebote, e que você esteja gostando de estar cá! Lembro-me quando você ainda atendia na cantina aqueles jindenge de braços esticados que faziam uma grande confusão para pedir já a gasosa ou o bolo, como os kakurixixi à espera de comida no ninho. Lá atrás você tinha uma pintura/quadro de fundo verde com uma „ngo. Nesse quadro estava escrito “Amigo da Onça”. Era a mensagem para aqueles que queriam comer sem pagar! Ngassakidila por você nos ter aturado! Você é do Sporting, então! Eu sou do Benfica, mas no próximo jogo espero que não vai haver ainda mufufu, e que ganhe aquele que merecer… sem aquele árbitro “amigo da onça”, ou… amigo do leão! E agora, Videira, você tem que ter muito cuidado com esses aí que vão almoçar conjuntamente no dia 1 de Maio. Parecem como aquele Kilombelombe que tinha o ninho ainda no cata-vento da torre do liceu: Ene aria kiambote! Anda por aí um mujimbu, uma confusão com uma kinama de ngulo que desapareceu no almoço do ano passado, e andam ainda aí uns kota a lhe procurar com ela: Ene aria kiambote! Aprecie a sua estadia em Portugal, e tenha um dia 1 de Maio muito feliz, na companhia desses jindenge, que agora viraram kota, já com filho e neto. Eu lhe desejo ainda: que você chegue em Sékúlu com muita, muita saúde, ni Kuzola e muita paz, junto da sua família, nessa cidade de Luanda - minha namorada! Um Kantandu ao amigo VIdeira. „Menu - Manel S. 189 Já que a sua idade e o facto de não conhecer Portugal lhe não permitiam a mobilidade necessária, rapidamente se organizou o acompanhamento diário: A colaboração pedida, é de pessoal que o possa acompanhar nos dias em que cá estiver, pois como deverão calcular, não vai ser fácil à organização, nesta última semana, estar com ele a tempo inteiro. A ideia, seria ter um pequeno programa diário, para lhe mostrar coisas interessantes, como uma volta por Lisboa, Castelo, o oceanário, o Cristo Rei, passagens das duas pontes do Tejo, jardim zoológico, planetário, Guincho, enfim... coisas que o satisfaçam e não cansem demasiado. (Eurico) As respostas não se fizeram esperar. Vários antigos alunos ofereceram-se para o acompanhar nas visitas a diversos locais em Lisboa, Sintra e Cascais. Foi recebido e almoçou no Sporting Clube de Portugal, do qual é ainda hoje adepto, a convite de um dirigente desportivo. No dia do encontro, foi recebido com todas as honras. Subiu a um palco onde ouviu discursos sobre a alegria partilhada por todos os antigos alunos pela sua presença. E tendo como cenário, um cartaz do logótipo da CAALSC e o mapa de Angola. A emoção da presença do Videira ficou descrita nas inúmeras mensagens editadas: De: Eurico Simeão Neto (Mensagem original) Enviado: 3/5/2004 21:37 De forma humilde, mas sentida e franca, tentarei interpretar aqui (por defeito) o que o Videira terá sentido durante os dez dias que ficou connosco. Pelas primeiras impressões colhidas à chegada, em conjunto com a Mimi, pelos diversos momentos em que com ele conversei, imagino à distância, que mesmo que não consiga dizer tudo o que lhe vai na alma, o Videira, nos dirá em pensamento, qualquer coisa parecida com isto (não se confunda o português adulterado, com qualquer espécie de menosprezo, antes pelo contrário. Menosprezo, seria colocar o Videira a falar um português clássico e correctíssimo, onde provavelmente, se perderia mais do que nas palavras simples, mas tão pungentes e profundas com que expressa aberta e francamente o que lhe vai lá dentro): Para os meus mininos e mininas: O Videira está quase no ir! Inda parece mesmo que foi ontem que cheguei naquele avião graaaande, que nem que se via no fundo das cadeira.E naquele montão de gente na saída, de repentemente estava lá a mamã Mimi na minha espera, companhada do Eurico, que nem que lembrava bem dele, mas estava lá! Inté que fiquei logo cheio de dimiração, com as rua larga que parecia inté que Portugal é maior que Angola, porque aqui está cheio de gente em todos os sítio e lá está cheio de sítio sem gente. Mas que minhas vista estava mesmo procurar, era as igreja e os monumento. Vi o Camões das armas e dos Barões assinalado... xiii, inté que lembrei os verso e lhes disse. Os miudo Mimi e Eurico, só que ria! 190 Os dia passou tão depressa, que nem que sei bem se estou no sonho e acordei aqui, ou se é mesmo verdade! E nem que me interessava muito de ver os portugueses, porque desses, eu já conhecia, a minha vontade era mesmo de conhecer Portugal e as igreja e os monumento todo... e não é que até que fui rezar e ainda mais alegria no meu coração, fui na Cova da Iria, onde os pastorinho se encontrou com a Senhora do Céu? Só tenho pena que não havia tempo para ver o castelo de Guimarães, mas paciência... Ai ué... inda mais que amanhã, vão-me levar no médico dos olho, para ver se o que me resta está bom e se pode ter mais algum concerto, ou uns óculos para ver melhor. Só me aborrece um bocadinho, porque gosto de dormir inté mais tarde e vou ter que levantar cedinho E nem que não quero falar da festa no sábado... As palavra toda, não chega para dizer o que o meu coração estava sentir com toda a gente a me festar, a me dar beijinho, a me olhar com os olho brilhante que me estava trazer aquela vontade de chorar, que de vergonha a gente só faz devagarinho e sem ninguém ver... só quando não guenta mesmo, é que o coração chega na boca e treme na voz e as coisa toda começa a ficar parece que tem as nuvem! Inté que me pegaram quase no colo para ir falar lá no palco, ao lado do Mussolo, que me conseguiu de trazer cá! E inté que queria dizer mais, mas o Eurico começou me segredar para não falar muito, que tinha as outra coisa que tinham que fazer na festa. Juro mesmo, sangue de Cristo, eu estava com medo quando antes vir, mas logo logo, o medo passou e agora, que está quase na hora de voltar, meu coração está se encolher, encolher, parece que afinal, eu queria vir, mas agora vou deixar ficar cá um bocado grande e vou voltar mais pequeno na nossa terra. Mas ao mesmo tempo, vou ficar maior, porque vou levar nas minha lembrança, tudo tudo que vi, todos os meus mininos e mininas, que nem que sei como vão me acreditar lá em Luanda, vão só dizer que Videira é mentiroso, foi só nos Dembos onde nasceu e está-nos indrominar a dizer que foi no Puto. Vou ter que levar as fotografia, ou vocês vão ter que me mandar depois, senão vão me dizer que estou a intrujar. Nem que sei como que vou agradecer tantas das alegria e das satisfação que me fizeram de ter vindo aqui! Vou só joelhar e rezar todo dia, para Deus agradecer no meu nome, pondo a sua mão grande grande na cabeça de todos para retribuir as vossa dádiva... e inté que mesmo Deus, tão grande, vai ter as dificuldade de agradecer tanta alegria que vou levar comigo na quarta feira, às seis horas da tarde, quando vou no aeroporto para pôr o carimbo de entrar outra vez no avião. Só fico um bocadinho triste porque o meu Sporting desconseguiu... mas com as felicidade toda que me está a encher o peito, inté que nem me apetece ficar triste com isso. É pouca coisa! Muita coisa, mesmo, é levar vocês todos (meus mininos e mininas) no meu coração e saber que também fico aqui no vosso coração e ficamos todos juntos nas lembrança e nas memória de cada um. João Augusto (Videira) guest_LuísFilipeMarquesCost1 Meu AMIGO Videira! As tuas palavras (magistralmente transcritas pelo Eurico), e principalmente a tua presença, honestamente e porque é verdade que os homens também choram, não me puseram apenas a lágrima no canto do olho. Chorei mesmo, juro por Deus! OBRIGADO por tudo o que nos ensinas-te quando eramos jovens e pelo que ainda nos ensinas já mais velhotes. Oxalá a VIDA TE SEJA LONGA E FELIZ na companhia dos teus, e que seja possível ver-te ainda uma vez mais. Pode parecer frase feita mas não é, do fundo da alma te digo, que ficarás para sempre na minha memória e no meu coração. 191 PS: Obrigado a ti Eurico e a todos os que nos proporcionaram a possibilidade de (re)vivermos momentos tão felizes. Como se diz aqui na Beira Baixa., BEM HAJAM! Luís Filipe Marques da Costa 03 May 2004 11:37 PM guest_carneiro/Fernando/nanduc Meu querido amigo Antes de mais um imenso obrigado ati e a todos da organização pelo magnífico encontro que aconteceu no passado dia 1 de Maio.É muito bom reencontrar os amigos da nossa infância e passarmos um bom par de horas em grande festa.Quanto a este naco de prosa respeitante aos sentimentos do nosso amigo Videira demonstra bem que o Português é uma língua com uma capacidades e versatilidades quase infindas bem como o amigo Eurico está em grande forma estilística. Tenho a certeza que transcreveste bem todo o turbilhão de sensações, comoções, recordações, descobertas e tantas outras coisa mais por que o José Augusto Videira passou nestes dias. Muito Obrigado e Bem Hajas querido amigo Fernando Mota Carneiro / Nanduca 04 May 2004 10:58 AM guest_Nelo Meu estimado Eurico: "Você mesmo, me fizestes ficar com o rágrima no canto do orio, ao reportares os sentimentos do nosso "Velhote". Verdade mesmo" Mais uma vez, a ti e à EXCELENTE organização do evento, o meu sentido e sincero muito obrigado, pelos espectaculares momentos passados na nossa festa e, ainda por cima, com a presença do nosso querido VIDEIRA. A todos os que o puderam apoiar, refiro-me à sua ida ao oftalmologista, bem hajam, e não me canso de dizer, o Videira continua igual a si mesmo, uma mescla de simplicidade e simpatia, continuando a dar-nos os mesmos conselhos, como se fossemos ainda kandengues. Que a sua vinda ao "Puto" e o encontro com velhos amigos, sirva para lhe dar força para poder, quem sabe mais uma vez, estar na nossa companhia. A todos o meu sincero obrigado Nelo Peixoto "Brucutu" 04 May 2004 11:43 AM guest_Janrato Querido Eurico: Realmente os meus PARABÉNS pela forma como , não só consegues exprimir emoções e sentimentos, como também consegues transmitir os sentimentos dos outros. Quem teve o privilégio de estar bem pertinho do nosso Videira e ouvir as suas palavras sente-se ENRIQUECIDO. 04 May 2004 04:18 PM guest_Veludina Obrigada, Eurico pela carta "do" Videira...(...e não só...) Um beijinho, Teresa 04 May 2004 04:50 PM guest_SãoPaivaCarvalho Pode parecer estranho ,mas não resisti e levei a mensagem do videira para as minhas aulas de Economia. Estou a tratar o tema do subdesenvolvimento, colonização, descolonização, e uma série de assuntos relacionados. Foi uma aula optima, com um documento vivo. Mt obrigado por tudo São 04 May 2004 11:49 PM guest_Manuel_Sardinha 192 Bem, eu tinha que escrever uma mensagem aqui neste item. E vou começar exactamente como a outra, do item “Videira-Homenagem/Agradecimento”. Uala Kiebi, Videira! Mixima iêtu! Mixima iêtu! – Os nossos corações estão felizes! Nessa hora do “está no ir” é sempre difícil de dizer adeus, e mesmo assim com essa felicidade toda, o nosso coração fica infeliz. Mas em Angola se diz que “o kuzola kuiluisa o mabute ma muxima iâ” – o amor cura as feridas do seu coração. E você está levando daqui muito amor e também muita recordação. Espero que tudo isso lhe dê ânimo na sua vida futura, para que um dia você possa voltar aqui de novo - olhe… e você poder vir visitar já o castelo de Guimarães. Lhe desejo uma vida longa junto dos seus familiares - para você poder contar esta sua aventura a muitas gerações - com mais saúde, com muita paz e sobretudo NI KUZOLA- Com amor. Ngassakidila, e um abraço do Manel S. 05 May 2004 09:38 AM guest_Bélita1 Manel: A tua mensagem foi entregue ao nosso Videira por mim. Tenho a certeza de que foi mais uma das recordações que irá guardar religiosamente. O Videira estava incrédulo por ser alvo de tanto carinho, e ser a fonte de tantas recordações dos seus "meninos". No final de contas, tal como ele disse no seu discurso, ele apenas tinha ido para o Liceu para trabalhar, para "servir" e não para estudar. Mas não há dúvida de que o seu caracter se tornou para todos nós como uma "marca" indestrutível dos dias que por lá vivemos. Beijocas, Bélita 05 May 2004 09:51 AM guest_ViCtorHugoVieira alô Eurico tive, junto com a Lucinda e o Mcruz, o grato prazer de acompanhar o VIDEIRA durante o pequeno almoço, já que como sabes cheguei às 7 horas para o matabicho. durante e depois, por largos minutos , conversámos intensamente, sobre a sua visita e tudo o mais, e tive a felicidade de interiorizar toda uma panóplia de acontecimentos passados e actuais, vividos por ele. A TUA DESCRIÇÃO É PURA E SIMPLESMENTE UMA GRAVAÇÃO DO QUE EU OUVI AO VIDEIRA. mas tbem fiquei triste, porque esperava que a auréola de felicidade e boa sorte, que trazia consigo, ajudasse à vitoria do Sporting. Nem assim...paciencia... um grande abraço ...de amizade, e por continuares a ser um elo fortissimo de união da malta do SC. v.hugo 05 May 2004 09:56 AM guest_MªTeresaMercêsMello Querido Eurico: Lendo a tua msg, fiquei bastante tocada! Acho que se fosse o proprio Videira a escrever, não sairia mais autêntica! Que bem que conseguiste interpretar o que lhe vai na alma! Mais uma prova da tua apurada sensibilidade! Fico muito contente por sentir que esta vinda a Portugal deve ter proporcionado ao nosso Amigo a realização de sonhos que ele nunca pensou que se pudessem tornar-se vivos! Um beijinho grande para ti da. Tété 05 May 2004 03:28 PM guest_Eurico Simeão Neto Acabado de chegar do aeroporto, onde fui levar o Videira e onde me encontrei, primeiro com o Daniel (representante do Fernando Vaz da Conceição e aproveito para aqui, para reforçar o elogio ao Nanducho pelo empenho que colocou na vinda do Videira e agradecer ao Daniel, a forma eficaz, simpática e afectuosa com que nos desembaraçou das burocracias de embarque) e 193 depois, com a Mimi. Mais tarde, vieram o Zé Maria e a Anabela Mata e finalmente, chegou às oito horas, o Luís Torres, que vai para Luanda e apoiará o Videira no que fôr necessário. Quanto ao Videira, estive com ele cinco horas seguidas e muito haverá a dizer, mas para já, vou resumir tudo, numa única frase que ele disse a mim e à Mimi: "Levo tudo filmado no meu coração" Eurico 05 May 2004 09:43 PM guest_MimiMercêsdeMello É, ele disse-nos isso... E, escondendo a cara com as mãos, disse que era de tal modo que tinha vontade de chorar! E é melhor parar por aqui. Boa noite para todos. Mimi 05 May 2004 10:33 PM guest_Manuel_Sardinha Alô, Bélita. Desde a tua última mensagem que eu fiquei com a certeza de que lha entregarias, o que me foi confirmado após ter reparado em duas recomendações. Com a humildade sempre à superfície, e como pessoa em valor absoluto sem o sinal mais nem menos/sem status atrás do nome, mesmo na sua estadia como convidado ele nos "serviu", mostrando-nos isso mesmo, e amolecendo e enternecendo todos que o viram e/ou falaram com ele. Me fez lembrar de muita gente... como ele. A quem teve a feliz idéia da vinda dele eu envio as minhas felicitações. Beijo. Manel S. 05 May 2004 10:38 PM guest_MªTeresaMercêsMello Mimi: O meu coração chorou quando li a tua mensagem e a do Eurico! Que maneira sensível tem o Videira de transmitir o que lhe vai na alma! Beijinhos Tété 06 May 2004 11:12 AM guest_Zunka Falei para o Luís Porra. Disse que a viagem correu bem e que o nosso "likota" ficou entregue a alguém que o esperava no aeroporto de Luanda (um último "ngassa kidila" ao Nanducho pela assinalável competência e delicadeza com que apoiou a deslocação). Disse ainda que o Videira comprou o seu "um mooonte de coisa" nas lojas francas, incluindo os 2 relógios, de que vinha incumbido. A todos os que tão espontaneamente se envolveram e carinhosamente acolheram o nosso Videira, presto o meu reconhecimento e amizade pela vivência que me proporcionaram. josé maria 06 May 2004 11:19 AM guest_AnabelaSimão Tenho muita dificuldade em transmitir o que a vinda do Videira suscitou em mim por tão intenso! Não só pela alegria que lhe conseguimos dar e que foi incomensurável, mas também porque foi o elo de ligação entre todos nós e a nossa juventude! Também eu estive no aeroporto a despedir-me do Videira. Tal como diz a Mimi, as partidas são todas tristes mas é engraçado pensar quantas vezes e com que entusiasmo ele vai contar todos os pormenores da sua semana em Portugal e as vezes que vai repetir a história sempre timtim por timtim e, cada vez que a contar, irá vibrar como se do presente se tratasse. É bom pensar que esta alegria se vai prolongar para sempre, tal como a sua presença entre nós e as lições de vida que dele recebemos. 194 Também como o Zé Maria quero agradeço ao Nanducho a sua disponibilidade desde o primeiro contacto, a sua paciência em nos atender os telefonemas repetidos e ansiosos e o seu empenho na satisfação deste nosso projecto que mais não era do que o desejo de todos nós. Um beijo Anabela 06 May 2004 10:34 PM guest_muitohumor Olá Mimi Bem vistas as coisas é verdade que o Videira realizou um sonho, mas nós, principalmente aqueles que tiveram o previlégio de com ele passar uns momentos, conseguimos algo tão ou mais significativo, acedemos a um pedaço do nosso passado e perdemos um pouco aquela sensação que as nossas raízes tinham desaparecido todas. Para mim foi um longo e saboroso mergulho no meu passado, pelo que agradeço a todos os intervenientes nesta vinda do Videira. .06 May 2004 10:37 PM Guest Bélita Tenho lido todas as mensagens que se vão desfiando pelo site. Aos que agradecem à Organização, só lhes posso dizer que me deram mais com a sua participação e alegria do que qualquer esforço (???) da minha parte. Ao Videira diria apenas que tal como ele, acho que superar as emoções daquele dia, será sem dúvida tarefa difícil. No entanto, tudo farei para repetir e se possível, avivar a emoção. Amaria ter o dom da palavra (falada ou escrita) de alguns, e assim conseguir demonstrar o quão importantes se tornaram na minha vida, ao me proporcionarem um 1 de Maio de 2004. A tantos que reencontrei ao fim de muitos anos, aos que nos "compartilharam" pelo site por serem impedidos (pelas mais variadas razões... sim, Filó... tu especialmente) de nos presentearem com a sua presença física, a tantos que "reconheci" depois do reencontro no site, aos meus "amigos especiais" com quem conto sempre, um xi- por me terem proporcionado VIVER! Beijocas Bélita Essencialmente a partir dos dois primeiros almoços anuais de confraternização promovidos pela CAALSC, reconstituíram-se e constituíram-se grupos que durante o resto do ano passaram a organizar encontros, alguns sem qualquer pretexto que não seja o “estarmos juntos”, outras promovidas por ocasião do Natal e Carnaval. O grupo mas “festeiro” incorporava antigos colegas do Liceu mas incluía, maioritariamente, famílias que se conheceram através das práticas sociais promovidas pela CAALSC. Confraternizavam assiduamente não só para comemorar aniversários como também e simplesmente pelo gosto de “estarem juntos”. 02 January 2005 10:25 AM guest_CéliaVieiraBrito-Lila1 195 ……………. A primeira palavra é obrigada, obrigada a todo o mundo que trabalhou para que esta passagem de 2004 para 2005 fosse deveras uma FESTA. Particularmente à Nany e ao Nelo uma palavra de apreço - uma sala de luxo, gente de luxo a trabalhar, super simpáticos desde os senhores da portaria às senhoras da copa (Croatas ?) com quem brindámos com espumante, mereciam-no e muito mais. Caíu tão bem o gesto do Nelo e da Nany ao aarrebanharem simpaticamente uns comes para dividir com os senhores da portaria...Ao resto da Comissão Organizadora, que para vos ser franca tirando o Manel o Victor Hugo e o Eurico, não sei mais quem a compunha (li algures que houve em casa do Zé Penha uma reunião para o efeito) AQUELE ABRAÇO! Quando chegámos, estava tudo já tão bem arrumadinho, pratos ali, copos acolá, os doces separados das mesas restantes já postas com as comidas e onde cada um de nós só tinha mais era que juntar aquilo que levava para com todos dividir. Uma notinha apenas a contrariar a divisão companheira e fraterna dos comes e bebes mas que até se desculpa porque se traziam pessoas de fora, e percebe-se - o Bengo é o Bengo... Mais uma vez o companheirismo franco e amigo fez com que a Festa fosse um sucesso. Pelo menos até às 2 da manhã, mas quero crer que assim se prolongou até às tantas da madrugada a crer pela alegria e pelo carinho com que as pessoas se davam umas às outras. Não queria muito falar em nomes para não deixar alguém de lado, (perdoem-me portanto não quero mesmo que pensem que esqueço alguém) mas uma palavra muito amiga para a mulher do Carlos Augusto (Gémeo) de que me não lembro o nome que é uma querida espalhando abraços e beijos pelos amigos, para o grupo simpatiquíssimo que foi com o Zé e Rita, grupo que eu já conhecia e que mais uma vez demonstrou tanta simpatia e alegria, para o João Pascoal quee não via há tantos anos e para o Cerveira Baptista amigo de sempre com que não estava há 36 anos.... Afinal para todos, uma palavra de carinho, de amizade e de agradecimento. Sinceros desejos de que para o ano que vem estejamos de novo juntos em mais uma passagem de ano e que juntos partilhemos a mesma alegria a mesma amizade que trouxe para casa no meu coração aquecido com a vossa presença. Um grande abraço Lila 02 January 2005 08:04 PM guest_pinocapereiradacunha Lila Faço minhas as tuas palavras. Obrigada à comissão organizadora deste evento que com o seu trabalho e enorme boa vontade, permitiu que mais uma vez nos juntássemos desta vez para uma festa de passagem de ano muito bem servida e regada. Um obrigada especial para a Nany e para o Nelo. Um bom e feliz ANO para todos. Bjinhos Pinoca 03 January 2005 12:37 PM guest_7412Moracruz 03 January 2005 04:36 PM guest_Casas Martins VINHA COLOCAR A MINHA MENSAGEM DE AGRADECIMENTO ,AOS QUE SE SACRIFICARAM NA ORGANIZAÇÃO ,MAS É MAIS FÁCIL FAZER COMO MINHAS AS MSG ANTERIORES CASAS MARTINS 03 January 2005 06:08 PM guest_CloMouro2 Pois é!!!! Eu e mais a minha família ADORÁMOS!!!!!! Imaginem só que um dos membros da minha familia até nos pôs ao Telm. com o Eduardo Nascimento!!!!!! Agora OIÇAM, OIÇAM, Nany , Nelo e dêmááiiis brigada: Foram uns queridos!!!! Queremos mais!!!!! 196 Clo e Mouro 03 January 2005 07:53 PM guest_orabolas_1 Parabéns á organização! A festa esteve de acordo com as expectativas! Além de me divertir ainda fiz uma descoberta interessantíssima: o Nanducho veio dizer-me que tinha andado na 2ª classe comigo! Fiquei estupefacta! Além de se lembrar da minha cara, lembrava-se do meu nome!! Obrigado a todos, pelo trabalho, pela simpatia, por fazer que entrássemos em 2005 na MAIOR! Ilda Maria 03 January 2005 08:56 PM guest_Ana Saint-Maurice À organização Também quero deixar aqui o meu abraço de gratidão pela oportunidade de começarmos o ano com muita alegria. Fartaram-se de trabalhar, como sempre com muito carinho. beijinhos e abraços da família Saint-Maurice 04 January 2005 10:31 AM guest_ViCtorHugoVieira LILaaaaaaaaaaaaaa COMO É QUE É... O CARNAVAL ESTE ANO, ALEM DE CALHAR A UMA TERÇA-FEIRA, É JA NO PROXIMO DIA 08/02/05 ALMOÇAS CÁ CA GENTE...PORQUE A FARRA COMEÇA A 05/02/05. TÁS MESMO XÔXA beijão v.hugo 04 January 2005 12:19 PM guest_Pascoal Olá Gente Amiga, Duas palavrinhas, ainda que breves, para agradecer aos Organizadores da festa de passagem de ano. Agradável, cheia de gente que foi bom rever e recordar - mesmo que às vezes as palavras trocadas ou os olhares casuais possam ter sido escassos óptimo local, bem organizada e por certo trabalhosa pelo que há que referi-lo e deixar expresso o nosso agradecimento, em especial ao Nelo e à Nani, que penso serem as faces mais visíveis de um grupo de trabalho alargado e a quem também se felicita. Como gostei de rever a Lila (está linda) e o velho companheiro de carteira, o Cerveira Baptista. Aos outros... foi mais revê-los, desde o almoço de Maio04. Bom Ano para vós todos - e para os ausentes que também recordámos - e bem hajam. João Pascoal e Marília 04 January 2005 01:08 PM guest_CéliaVieiraBrito-Lila1 Victor Hugo, eheheheheh, ainda não tinha visto quando era o Carnaval, alguém falou em forró e eu já a alinhar a 5 e a 8...Nada mau! Cheia de ganas! Afinal tem mesmo forró no carnaval? Onde? Como? Diz já tudo amigo. Claro que o UCCA fica sem efeito caso haja Carnaval, apesar de uma coisa não ter nada a ver com a outra.... Jinhos Lila 04 January 2005 02:02 PM guest_CéliaVieiraBrito-Lila1 Minina Ana Ribeiro: Mas o qué qué isto???? Agora que vi as minhas fotos publicadas logo logo no frontespício, pás!! 2 fotos tuas agarradinha aos borrachos da casa.....Sei não....Devem ainda estar carregadinhos de brilhantes, nem com lifebuoy....E outra no chão com o Manel? Mas o qué qué isto minina???? Não sabe se portar não??? 197 Beijão Lila 04 January 2005 02:15 PM guest_MªTeresaMercêsMello Mimi e Victor Hugo? Então contem lá o que é que anda no ar sobre o carnaval? E eu não sei de nada? Beijinhos Tété 04 January 2005 07:50 PM guest_ZePenha Amiga Lila Chamar borrachos a "galos velhos"é bom para o ego, mas nada tem a ver com a realidade. Contudo, no que toca a enfeites dourados e prateados dou-te toda a razão. "Nos meus lençois macios ,onde amantes se dão, travesseiros soltos, roupas pelo chão" (GANDA ROBERTO) no dia seguinte á passagem de ano, também apareceram todos enfeitados.....eram os enfeites da Velejadora, passados para a minha "tromba" naqueles abraços quentes da nossa querida amiga Ana Ribeiro E que bem que me souberam........ Jinhos Zé Penha guest_ZePenha Para todos Tenho, uma vez mais constatar, que há entre nós, companheiros que são realmente pessoas de exepção. Esta malta que organizou a Passagem de Ano. Sim, esta malta que, a começar pela Lucinda ,passando pelo Victor Hugo e seguindo em direcção ao Mora Cruz, Nany, Nelo, Eurico, Cristina, Clô e Carlos e porque não á Miss Lexívia (Rita Penha)que nos têm proporcionado o convivio alegre e descontraído e depois,deixam os ambientes das hostilidades, como se nada lá tivesse acontecido!!!!(Dois contentores de lixo a abarrotar e mais uns saquitos á volta) É, o domingo depois da passagem do ano, foi um domingo e peras.Que pena, meus amigos, não ter levado um gravador, para poder agora aqui nesta mensagem ,deixar escrito as palavras em forma de poema com as quais o Eurico encerrou a organização da passagem de ano. "Sombras e Labaredas" foi mais um poema que me fez largar lágrimas que nem a Maria Madalena. E que se perdeu. Foi improviso......mais um improviso do Eurico.Mais um poema que foi para o espaço!!!!!Uma autentica "queimada africana" Bom, havia muito mais para dizer, mas no mínimo tinha que referir os "cromos" todos atrás citados, para ficar bem com a minha consciencia....... Bem hajam por existirem Zé Penha 04 January 2005 11:27 PM Quando os convívios se realizavam em casas particulares, estavam, sempre, presentes especialidades angolanas: funge, moamba, paracuca, banana assada. Ocasiões em que se falava do passado e do presente de Angola e das experiências comuns, vividas aquando da mudança para Portugal. Recorrentes são a estranheza no que diz respeito à diferença de equipamentos que vieram encontrar na Metrópole - a “falta de 198 espaço” e de instalações para a prática do desporto nos estabelecimentos de ensino que passaram a frequentar -. E as mulheres referiam a crítica social a que foram sujeitas devido ao vestuário e à relativa liberdade a que estavam habituadas e que tiveram de restringir, nomeadamente no que diz respeito a frequência de cafés e outros espaços públicos que, à época e longe dos centros urbanos, era território masculino. Como o escândalo desencadeado na vila rural para onde uma antiga aluna foi viver com os pais, quando, aos vinte anos, começou a sair, à noite, com o namorado, para irem ao cinema, sozinhos, situação que em Luanda era prática habitual. 199 Dez anos cumpridos Passaram-se dez anos. Dez almoços de antigos alunos e aderentes. Onde se continua a observar a grande emoção do reencontro. A comunicação virtual mudou-se para as páginas do Facebook onde a interacção se mantém morna. Há, no entanto, um acréscimo substancial de trocas de mensagens quando se aproxima a data de mais um “grande encontro”. A Comunidade dos Antigos Alunos continua, no entanto, dinâmica. Apesar da pouca interactividade online. Como Benedict Anderson defendeu, é suficiente a imaginação para que exista um sentimento de pertença a uma comunidade. Mas não só. Também os símbolos partilhados, ainda que alguns deles também imaginados, são importantes para a manutenção da “chama”. Os simbolos da comunidade são construções mentais: fornecem os meios para que ela faça sentido. E também permitem os meios através dos quais as pessoas consigam expressar o seu significado (Cohen;19). E símbolos não faltam. Mas há também a memória partilhada. Dos “tempos” do Liceu e de Luanda. E do êxodo. E do aprender a viver em Portugal : (….)andei cinco anos aqui em Lisboa a aprender a ser lisboeta que é uma coisa diferente de ser português, depois lá comecei a ser lisboeta, depois, enfim, comecei a ser português mas eu à noite, se saio, vou à procura de programas africanos(…) à procura de comida africana, ainda há bocado estava a dizer ali ao meu colega (…..)“Temos que ir agora comer uma moamba. E gosto muito de música africana. (Nicolau Santos) 200 Neste espaço de tempo, três dos que foram elementos primordiais no “Fenómeno Salvador Correia” deixaram de estar fisicamente presentes: O João Eloy, o João Mano e o Zé Penha. Foi para eles que eu me forcei a acabar este trabalho. Lisboa, Junho 2012 201 Referências Anderson, Benedict (1992), Long-Distance Nationalism: World Capitalism and the Rise of Identity Politics, Amsterdam: Centre for Asian Studies (Lecture, 1992). Augé, Marc (2005), Não Lugares, Lisboa: 90 Graus Editora. Ardevol, Elisenda (2005), Cyberculture: Anthropological Perspectives of the Internet. Disponível em http://www.media-anthropology.net/lboro_ardevol.pdf. Budka, Philip e Kremser, Manfred (2004), CyberAnthropology of CyberCulture, Contemporary Issues in Socio-Cultural Anthropology. Disponível em http://www.media-anthropology.net/Budka_Kremser_Cyberanthro.pdf. Escobar, Arturo et al. 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