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Vismando Comércio de Máquinas e Reparação, Unipessoal, Lda Conc. para o Distrito de Viseu Máquinas de Cortar Relva Corta Sebes Moto-Roçadoras Moto-Enxadas Moto-Cultivadores Moto-Bomba Geradores Estrada de Nelas - Cabanões - 3500-322 VISEU Telem.: 961 096 681 . Telf.: 232 413 531 . Fax.: 232 468 477 E-mail.: [email protected] Feira de São Mateus 2013 nono aniversário Director: José Luís Araújo | N.º 206 | 31 de Julho de 2013 | Preço 2,00 Euros w w w. g a z e t a r u r a l . c o m Propriedade da LusoVini Adega de Nelas volta a receber uvas 16 O utros destaques 8 7 10 11 Manchete MAGRIL Adega de Nelas volta a receber uvas Máquinas Agrícolas Lda Consumado o acto de posse pela Lusovini, após a conclusão do processo de insolvência, a Adega de Nelas vai voltar a laborar na próxima campanha, recebendo uvas dos viticultores da região. Com esse intuito, os responsáveis da LusoVini decidiram ofertar cerca de 15 mil garrafas de vinhos aos viticultores que ali entregaram uvas nos últimos dois anos de laboração (2009 e 2010), iniciativa bem recebida e que contou com a adesão de mais de seis dezenas de ex-associados da Cooperativa. Oleiros - Feira do Pinhal Oleiros recebe mais uma edição da Feira do Pinhal, de 7 a 11 de Agosto, certame que este ano teve a particularidade de ter sido apresentado no Hotel Santa Margarida, uma unidade hoteleira de 4 estrelas sedeada naquela vila. SEDE: Lugar o Barbeiro - Est. Aeródromo 3515-342 CAMPO VISEU Tel.: 232 424 182 - E-mail: [email protected] - www..magril.pt FIlial: EN 111 - Quimbres - 3025-528 SÃO SILVESTRE COIMBRA Viseu - Feira de São Mateus 2013 18 Vila da Feira - Viagem Medieval 26 Mirandela - Sátão - Festas de São Bernardo 32 Lisboa - Associações de Desenvolvimento Sob o olhar vigilante de Viriato, o Espaço Multiusos, em Viseu, recebe de 9 de Agosto a 22 de Setembro mais uma edição da Feira de São Mateus, uma das maiores e mais antigas feiras francas que se realizam no nosso país. É, reconhecidamente, uma das grandes feiras medievais que se realizam em Portugal. A Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, que terá lugar entre 1 e 11 de Agosto, em Santa Maria da Feira, que vai na sua XVII edição, viaja até ao reinado de D. Afonso II. A Câmara de Sátão leva a feito, de 17 a 20 de Agosto, as tradicionais Festas de S. Bernardo, que habitualmente leva milhares de pessoas até ao centro da Vila. Rui Veloso e Fernando Mendes são cabeça de cartaz do programa de animação, onde não faltarão os grupos locais. Viseu - 10 Anos de Vines & Wines Foi há 10 anos que três jovens licenciados decidiram correr o risco de se aventurarem no mundo dos vinhos. João Paulo Gouveia, Carlos Silva e Miguel Oliveira, hoje três dos mais reputados enólogos nacionais, criaram a Vines & Wines, uma empresa de consultoria nas áreas de viticultura e enologia. Pequenos agricultores dispensados de guias de transportes O director regional de Agricultura e Pescas do Norte, Manuel Cardoso, esclareceu que os pequenos agricultores estão dispensados de emitirem guias de transportes para circularem com os bens das suas produções. Local vão ter loja Os produtos regionais de 34 municípios do interior do país deverão estar disponíveis numa loja no centro de Lisboa. Dezembro foi o mês apontado para abrir portas ao público. VISITE A ADEGA COOPERATIVA DE SILGUEIROS E SURPREENDA-SE... ESPECIAL PARA QUEM NÃO ESQUECE O SEU PAÍS! Editorial Passaram 9 anos Com esta edição iniciamos o décimo ano de publicações da Gazeta Rural. É muito tempo. Foram muitas páginas escritas, muitas fotos tiradas, muitos quilómetros percorridos, muitas entrevistas, muitas palavras escritas, muitos teclados enviados para reciclagem, por terem atingido o fim da linha, e muitas dores de cabeça. Apesar de tudo isto, valeu a pena. Olhando para trás ficamos satisfeitos com o trabalho produzido. Os elogios que recebemos ao nosso trabalho são sempre agradáveis ao ouvido e ao ego. Porém, sou avesso a ‘relaxamentos’, porque subir a pulso custa, mas a queda é rápida. Vivemos um período muito difícil, fruto da situação que o país vive. Apesar das muitas dificuldades, continuamos, combatendo a crise, com empenho, determinação e criatividade. A Gazeta Rural assumiu-se com um projecto plural, na defesa do mundo rural, dos nossos produtos endogenos, da nossa gastronomia, dos nossos vinhos e dos nossos saberes e sabores tradicionais. Provavelmente, ao longo destes nove anos, não fizemos tudo bem, mas estamos de consciência tranquila, porque olhámos para o nosso sector primário pelo lado positivo, damos a conhecer novas realidades, recordámos tradições, demos a conhecer o melhor da nossa gastronomia e dos nossos vinhos, vimos nascer novos projectos agrícolas, lamentando apenas que alguns que ‘gravitam’ à volta do mundo rural por ele façam muito pouco e dele apenas tirem proveito. Tenho dito, por diversas vezes, que falta organização e planeamento à agricultura em Portugal. Neste ponto, parece-me, estamos todos de acordo. Assim, a pergunta que deixo para reflexão é: Afinal, porque continuamos atrás das modas e não antecipamos o que o consumidor vai querer daqui a 10, 15 ou 20 anos? O momento que vivemos não é risonho, mas mantenho a esperança de que haja um novo olhar, efectivo, para o mundo rural. As gerações vindouras agradecerão… o que conseguirmos, agora, fazer por elas. Por fim, um agradecimento especial a quem me acompanha neste projecto, nesta luta diária de manter quinzenalmente os nossos leitores informados. Ao Filipe, ao Fernando, à Helena, ao João Luís, ao Jorge, mas também à equipa da Sá Pinto Encadernadores- Viseu, em especial ao João Pinto, pela paciência de nos aturar quinzenalmente. 4 www.gazetarural.com José Luís Araújo [email protected] De 7 a 11 de Agosto o coração do Pinhal Interior Feira do Pinhal celebra 500 anos do Foral Manuelino a Oleiros Oleiros recebe mais uma edição da Feira do Pinhal, de 7 a 11 de Agosto, certame que este ano teve a particularidade de ter sido apresentado no Hotel Santa Margarida, uma unidade hoteleira de 4 estrelas sedeada em Oleiros. O presidente da Câmara de Oleiros não escondeu a “enorme satisfação, simbolismo e motivo de orgulho” para o concelho. “O Hotel Santa Margarida representa um empreendimento necessário” para Oleiros, sublinhou José Marques. Quanto à Feira do Pinhal, que vai na sua XIII edição, o autarca diz que “é um certame consolidado e com notoriedade, que atrai milhares de visitantes”, assumindo-se como uma feira de atividades económicas de relevo e de capital importância, no âmbito da dinamização socioeconómica de toda a região”. O secretário de Estado da Segurança Social, Marco António Costa, é o membro do Governo convidado para a inauguração do certame, que ocorrerá pelas 18,30 horas do dia 7 de Agosto No ano em que se comemoram os 500 anos da atribuição do Foral Manuelino a Oleiros, a tónica do certame vai centrar-se na celebração desta efeméride, a qual “entendemos como momento único e um marco na nossa história”, refere o autarca. “Consideramos que a sua evolução constitui um aspecto fundamental na preservação da nossa memória concelhia e um apoio à consciência cívica de todos, enquanto cidadãos, que respeitam o património que herdaram e, no fundo, o estatuto da sua cidadania”, refere José Marques. Por este motivo, acrescenta, “o stand do município vai dar visibilidade a esta efeméride e centrar se na temática do Foral Manuelino, destacando o orgulho de ser oleirense, a nossa identidade e a antiguidade desta terra”. No fundo, acrescenta o edil, “pretendemos continuar a promover a essência cultural deste território, algo que ao longo destes 13 anos a Feira do Pinhal sobe tâo bem valorizar”. O certame vai contar com 200 stands, onde os visitantes poderão encontrar uma oferta variada, com destaque para o artesanato e os produtos endógenos do concelho, mas também oriundos de outros pontos do país, para além do artesanato. Como é habitual, a Feira do Pinhal prima por inovar, pelo que 33 stands apresentarão novidades em relação à edição de 2012. Do programa de animação, destaque para o habitual espectáculo da Pirotecnia Oleirense, mas também para a actuação de Toi, na quinta-feira dia 8; para o desfile de moda “Vestindo Tradições - da Chita ao Sorrebeque” e a actuação do Teatro Aéreo Argentino “Voalá Station”, na sexta-feira; o tributo ao Pink Floyd, no sábado; ou os Expensive Soul a encerrar os festejos a 12 de Agosto, dia do Município. Do balanço das edições anteriores, José Marques realçou a “evolução da Feira do Pinhal, não só em termos quantitativos, mas especialmente na qualidade e diferenciação da oferta”, dado que, refere o autarca, “o certame tem tido a preocupação de se actualizar, superando-se ano a pós ano, o que se traduz na atração e fidelização de muitos expositores e visitantes”. www.gazetarural.com 5 De 9 de Agosto a 22 de Setembro Feira de São Mateus 2013 “para todos os gostos” IV EcoRaia vai decorrer nos dias 24 e 25 de Agosto Pinhel acolhe feira de produtos regionais transfronteiriços A cidade de Pinhel vai acolher em Agosto a IV edição da feira Eco-Raia, organizada pela Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB) e pela Diputación de Salamanca (Espanha) para promoção de produtos endógenos transfronteiriços. O evento anual vai decorrer nos dias 24 e 25 de Agosto no Centro Logístico de Pinhel, por ocasião das comemorações do feriado municipal. Segundo António Ruas, presidente da AMCB e da Câmara de Pinhel, a feira transfronteiriça visa “impulsionar a actividade da iniciativa privada na zona da raia” através da promoção, divulgação e venda “de produtos regionais da mais elevada qualidade”. Participam no certame 83 produtores, 64 nacionais e 19 espanhóis, com produtos como vinho, lacticínios e derivados, azeites, enchidos, produtos secos, farinhas e derivados, marmeladas e conservas. A Eco-Raia tem sido realizada em Dezembro, mas a organização apostou este ano na sua realização em Agosto, quando a região da Guarda regista uma elevada presença de emigrantes em gozo de férias, para aferir se “valerá a pena mudá-la para esta altura ou mantê-la em Dezembro”, justificou o líder da AMCB. José Prieto, da Diputación de Salamanca, referiu que o evento transfronteiriço já está consolidado com as três edições anteriores realizadas em Salamanca e Trancoso, que registaram 6 www.gazetarural.com mais de 35 mil visitantes. Disse que nesta quarta edição a realizar em Pinhel “não estão representados todos os produtores” das regiões transfronteiriças abrangidas, “mas estão representados todos os produtos dos diferentes sectores de actividade”. A feira transfronteiriça Eco-Raia é uma das actuações previstas no projecto “Valorizar, Inovar e Potenciar a Beira Interior Norte e a Província de Salamanca”, em que são parceiros a Deputação de Salamanca e a Associação de Municípios da Cova da Beira. O projecto foi aprovado no âmbito do Programa Operativo de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal 2007-2013 (POCTEP) e também inclui o lançamento de uma loja online e de um centro de exposição e venda na fronteira de Vilar Formoso, Almeida. O presidente da AMCB referiu que o projecto de compras online deverá ser posto a funcionar “brevemente” e deu conta da existência de “condições logísticas” nos concelhos do Sabugal e de Pinhel para a sua execução. Quanto ao centro de divulgação, exposição e venda de produtos das duas regiões de Portugal e de Espanha, que ocupará parte do edifício da antiga alfândega de Vilar Formoso deverá funcionar “até ao final do ano, indicou o presidente da Câmara de Almeida. Sob o olhar vigilante de Viriato, o Espaço Multiusos, em Viseu, recebe de 9 de Agosto a 22 de Setembro mais uma edição da Feira de São Mateus, uma das maiores e mais antigas feiras SEMANÁRIO DA francas que se realizam no nosso país. REGIÃO DE VISEU No certame viseense, os visitantes encontram as tradicionais tasquinhas com petiscos e iguarias, como as tradicionais enguias e farturas, feira de artesanato, diversões e muitos conAnúncio: certos rodapéfazem + 1/8 parte do programa de actividades da feira. Carminho, Tony Carreira, Luís Represas, Augusto Canário, Expensive Soul, HMB, Pedro Abrunhosa, Miguel Ângelo, Quim Barreiros, Ricardo Azevedo, Mónica Ferraz, Richie Campbell, entre outros nomes do panorama musical vão passar pelos palcos da Feira. A apresentação do certame foi presidida por Fernando Ruas que, em final de mandato, inaugurará o certame. Marcaram presença, ainda, Joaquim Escada, presidente da Associação de Andebol de Viseu, Ulisses Pereira, presidente da Federação de Andebol de Portugal e o gerente Executivo da Expovis, José Moreira, que garantiu que a Feira d e S. Mateus oferece “uma programação rica e variada”, frisando que é um “avanço decisivo no caminho da modernidade e da construção de uma feira para o Seculo XXI, aberta à participação imprescindível dos agentes culturais da cidade e da região”. José Moreira destaca o carácter “ambicioso” do programa, “que privilegia a música portuguesa”. SUPLEMENTO A edição deste ano conta com três palcos, o principal, onde decorrerão os grandes espectáculos, o palco Luz, onde decorrerão, entre outras actividades, as Quartas FNAC, e o palco Água, onde actuarão os jovens músicos e bandas viseenses. Cliente: Tractopais Novidade nesta edição é o Festival Musidanças, herdeiro de uma das actividades de grande relevo que se realizava na região, em que a organização da feira deposita “muitas expectativas”. O Festival é um evento que visa receber e promover artistas de toda a Lusofonia e estará em Viseu nos dias 10 e 11 de Setembro, na Feira São Mateus. Uma Mostra da Beira, evento organizado em colaboração com a Associação de Criadores de Gado da Beira Alta, onde os visitantes poderão conhecer a pecuária da região, desde o gado bovino, ovino e caprino, actividades ligadas à avicultura, mas também encontrar e adquirir os produtos regionais, como queijos, enchidos, frutas, com destaque para os pequenos frutos, para além de outros produtos endógenos da região. Um Mercadinho Português, junto ao Museu da Luz, é outro dos pontos a merecer especial atenção dos visitantes, para além de um programa desportivo com eventos de grande relevo, desde logo com a Supertaça de Andebol, masculina e feminina, mas, especialmente, a Gala do Andebol Nacional, onde vão estar os melhores a nível nacional. www.gazetarural.com 7 De 14 e 18 de Agosto, no novo Parque Urbano Município prepara Mostra Castro Daire 2013 O novo Parque Urbano vai receber, de 14 e 18 de Agosto, a Mostra Castro Daire 2013, Feira de Actividades Económicas e Culturais do Concelho, certame que promete aos visitantes uma diversidade de experiências, nomeadamente na gastronomia local, passando pela industria, artesanato, turismo, associativismo, entre outros, demonstrando a vitalidade e o dinamismo de um concelho que quer desenvolver-se também pelas suas tradições. Castro Daire promete ainda, nas noites do certame, muita animação através de apresentações de diversos grupos de música tradicional que complementam esta festa. Sendo uma tentativa de impulso à actividade económica e cultural do concelho, esta Mostra Castro Daire pretende, acima de tudo, criar novas e mais sinergias no desenvolvimento de uma região do interior, onde os espaços de desenvolvimento e de agregação devem ser criados em prol da própria região. Nesta décima edição do certame a aposta num novo espaço, como é o parque Urbano de Castro Daire, com mais e melhores condições, vai ainda permitir à organização a inclusão de novos pólos de atracão de visitantes e de demonstração das riquezas naturais e pólos de desenvolvimento da região. A organização espera que a Mostra Castro Daire 2013 seja uma referência para os castrenses e visitantes e que esta edição receba ainda mais participantes, de forma a tornar este evento num catalisador de boas energias para a economia local e o progresso do concelho. De 2 a 04 de Agosto, junto à Igreja Santo André de Vagos realiza IX Feira Gastronómica Sopa da pedra, sopa de legumes, canja de galinha, galo caseiro, sarrabulho, tripas, chanfana, vitela, sainhas, grelhada mista e prato de peixe, pão caseiro e pão com chouriço são algumas das iguarias gastronómicas que os visitantes pdoerão encontrar, de 2 a 4 de Agosto, na já tradicional Feira Gastronómica de Santo André de Vagos, que terá lugar junto à Igreja de Santo André de Vagos. Do programa, destaque para o desfile de moda patrocinado pela loja Nós & Casa, de Sónia Conde, que decorrerá no dia 3 de agosto, pelas 21 horas, evento organizado pela Junta de Freguesia de Santo André de Vagos, com o apoio da Câmara de Vagos. Fica o convite para uma visita e aproveite para degustar boa comida e contribuir para uma boa causa: Ajudar o Centro social de Sto. André de Vagos. Semana da Cultura e Gastronomia de Vagos A Praça da Corredoura, em Vagos, recebe de 8 a 11 de Agosto mais uma edição da Semana da Cultura e Gastronomia de Vagos, que contará com um programa cultural e gastronómico vasto, dinamizado pela Banda Vaguense, Confraria “As Sainhas”, Grupo de Escuteiros de Vagos, Futebol Clube Vaguense e Associação Dunameão. 8 www.gazetarural.com www.gazetarural.com 9 tão muita gente. Esperamos que este ano seja igual e que, em termos de público, não vai ser inferior a edições anteriores, tendo em conta o cartaz de artistas, mas também a projecção que as Festas de S. Bernardo já têm ao nível do concelho e da região. De 1 e 11 de Agosto são esperados mais de 230 mil visitantes Vila da Feira recebe “a maior viagem medieval de todos os tempos” É, reconhecidamente, uma das grandes feiras medievais que se realizam em Portugal. A Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, que terá lugar entre 1 e 11 de Agosto, em Santa Maria da Feira, que vai na sua XVII edição, viaja até ao reinado de D. Afonso II. À Gazeta Rural, a vereadora do Pelouro da Cultura da Câmara de Vila da Feira, espera “a maior viagem medieval de todos os tempos”. Serão onze dias de muita animação e muitos milhares de visitantes. Cristina Tenreiro quer ver ultrapassados os 230 mil que em 2012 por lá passaram. tasia, de história e de vivências que procuramos, mais uma vez, proporcionar a todos os visitantes, mas também a toda a comunidade santamariana. Serão 11 dias inesquecíveis, de muita festa, muita alegria, mas, acima de tudo, sentir o orgulho de ser português, algo de muito especial nesta nossa viagem medieval, que nos dá força, que nos faz sentir mais fortes, porque somos um grande povo, que conseguimos a nossa independência, conseguimos consolidar um país, atravessámos grandes adversidades, mas vencemos sempre. Gazeta Rural (GR): São dias de grande animação? Cristina Tenreiro (CR): São 11 dias de grande emoção, espectáculo, de fan- GR: Qual o tema em destaque na edição deste ano? CT: Procuramos sempre que haja muito rigor histórico na nossa viagem 10 www.gazetarural.com medieval e procuramos recriar um período da nossa história. Nos últimos anos a opção tem sido que ela seja sequencial, desde a sua fundação, e este ano vamos abordar o reinado do D. Afonso II, “o rei sem tempo”, que teve um reinado pequeno, de apenas 12 anos, mas que teve um papel muito importante de tornar Portugal um país uno e indivisível. É isso que vamos procurar recriar, dando a conhecer o papel pertinente que D. Afonso II teve em termos administrativos para o nosso país. Queremos fazer isto de uma forma lúdica, diversificada, dando a conhecer a parte histórica mas em diferentes maneira e formas, desde o teatro, à animação ancora, às áreas temáticas, mas também permitir que o visitante possa experienciar, de diferentes maneiras e de forma agradável e emocionante, a nossa viagem medieval. Temos uma panóplia de espectáculos, de grande e pequena dimensão. Temos dois grandes espectáculos que recriam batalhas que ocorreram naquela época, nomeadamente a conquista de Alcácer. Temos uma peça de teatro, que é ‘O Testamento’, a não perder, onde se dá a conhecer a importância que o testamento de D. Sancho teve para o reinado de D. Afonso II. Temos a animação âncora todos os dias no exterior e no interior do Castelo. Em resumo, diria que temos uma panóplia muito grande de animação e de emoção para todos os visitantes. GR: Que perspectiva tem para a edição deste ano? CT: As nossas expectativas são sempre de ano para ano. Este ano será a maior viagem medieval de todos os tempos, a melhor e com mais visitantes do que em 2012. No ano passado tivemos cerca de 230 mil visitantes e, nesta edição, queremos ter mais. Estamos crentes que isso vai acontecer. GR: É incontornável falar do concurso pecuário. Como será este ano? AV: Infelizmente o concurso pecuário tem cada vez menos participantes e, por conseguinte, menos gado que vem a concurso, porque a agricultura, nomeadamente a pecuária, cada vez se encontra pior. Portanto, julgo que este ano vamos ter o mesmo problema do ano passado, em que contamos ter o mínimo de concorrentes com gado. Isso tem-se verificado nos concursos de gado que fazemos noutras três feiras, em Lamas, no Ladário e no Avelal, onde temos um número de concorrentes muito limitado, comparado com o que tínhamos há 30 anos, em que havia uma quantidade significativa. De 17 a 20 de Agosto no Sátão Rui Veloso e Fernando Mendes nas Festas de S. Bernardo A Câmara de Sátão leva a feito, de 17 a 20 de Agosto, as tradicionais Festas de S. Bernardo, que habitualmente leva milhares de pessoas até ao centro da Vila. Rui Veloso e Fernando Mendes são cabeça de cartaz do programa de animação, onde não faltarão os grupos locais. Do programa, destaque para o Festival das Sopas, um dos pontos altos da Feira, mas também o Concurso de Gado, que procura premiar os melhores criadores do concelho. Neste campo, o presidente da Câmara de Sátão mostra-se bastante pessimista, pois o número de criadores tem vindo a diminuir. Em compensação, há novos projectos no concelho, nomeadamente nos sectores da avicultura, pequenos frutos e cogumelos. Gazeta Rural (GR): Que novidade destacaria nas Festas de S. Bernardo deste ano? Alexandre Vaz (AV): As novidades são, sobretudo, ao nível de artistas. Vamos ter o Fernando Mendes, com a revista ‘Mendes.come’ e Rui Veloso. Este ano retomamos a perícia automóvel, interrompida o ano passado e, no plano gastronómico, para o Festival de Sopas. De resto, não temos mais novidades. GR: Como antevê as festas deste ano? AV: Todos os anos temos tido algumas críticas às festas. Algumas pessoas dizem bem, outras dizem mal. É sempre assim. A verdade é que todos os anos verificamos que as festas trazem ao Sa- GR: Como está o sector primário no concelho. Há novos projectos e novos agricultores? AV: Há alguns projectos novos, nomeadamente no sector da avicultura, com a instalação de alguns novos aviários e a remodelação de outros, mas também na área dos pequenos frutos, como o mirtilo, framboesa e morangos. Há, também, dois novos projectos na área dos cogumelos, um em Ferreira de Aves e outro na freguesia de Satão. Ambos estão com muitas esperanças nos projectos, com uma aposta significativa na exportação. Na área da vinha, Rio de Moinhos, Silvã, São Miguel de Vila Boa e Romãs continuam a ser freguesia com algum peso. Basta dizer que concelho de Satão entrega na Adega de Penalva do Castelo cerca de 33% das uvas que a Cooperativa recebe, o que é uma quantidade bastante grande. www.gazetarural.com 11 Em Idanha-a-Nova até 4 de Agosto Feira Raiana quer promover a inovação no mundo rural Decorre até 4 de Agosto, em Idanha-a-Nova, a XVII Feira Raiana, que este ano pretende destacar os projectos inovadores que dignificam o mundo rural. Armindo Jacinto, presidente da autarquia raiana, explicou que no certame, que decorre de 31 de Julho a 4 de Agosto, “vão ser lançados um conjunto de projectos inovadores que visam fixar população jovem e dar dignidade ao mundo rural”. “Esta deve ser uma montra do que de melhor se faz no concelho e na região da Extremadura, em termos de produtos locais, mas deve também ser um espaço onde se mostra a inovação e tecnologia”. Exemplo disso é a apresentação pública da primeira “Casa Sustentável Modelo Idanha”, construída numa semana, privilegiando os materiais tradicionais, com a madeira, a cortiça e o barro. “Esta é uma casa económica, pode custar entre 25 a 30 mil euros, e sustentável, vocacionada para gente jovem que queira instalar-se neste território e tirar da sua própria habitação alguma rentabilidade, já que a esta pode estar associada uma cozinha para produzir bolos, compotas, enchidos ou queijos, de modo tradicional, ou uma oficina de artesanato, ou ainda um quarto para ser aproveitado como turismo rural”, reitera Armindo Jacinto. O tema do certame vai ser “Produtos da Terra/Productos de la Tierra” e é um slogan que vem para ficar. Será sempre este o mote da Feira Raiana, quer se realize em Idanha-a-Nova, quer em Moraleja. O tema justifica-se porque “é preciso criar riqueza e postos de trabalho nestes territórios. E os jovens podem aproveitar as imensas potencialidades que aqui existem em termos de exploração dos produtos locais, tornando o mundo rural num espaço de excelência”. À mostra da economia local, de ambos os lados da fronteira, alia-se a gastronomia e a cultura ibérica, pois «do flamenco ao fado, passando pela música tradicional ou aos artistas de renome, como Rui Veloso e Os Azeitonas, cabeças de cartaz, há propostas para todas as idades e gostos, incluindo a festa dos touros, com uma garraiada e uma tourada à portuguesa». Este certame, que funciona como mostra agro-industrial, turística e cultural e constitui o exemplo mais significativo de promoção e cooperação entre os municípios da Beira Interior Sul e da Província de Cáceres (Extremadura), decorre em anos alternados em Idanha-a-Nova, Portugal, e Moraleja, Espanha, sendo esta XVII edição organizada pelo município de Idanha-a-Nova, em conjunto com o Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento, no âmbito da cooperação transfronteiriça da Associação A Raia/La Raya. Em Vila Nova de Paiva, de 7 a 11 de Agosto Ana Malhoa é cabeça de cartaz das Festas Ver Paiva 2013 Vila Nova de Paiva promete muita animação de 7 a 11 de Agosto, com as Festas Ver Paiva 2013, que têm em Ana Malhoa, a cabeça de cartaz do programa de animação. As festas prometem muita animação aos milhares de visitantes e emigrantes, que nestas alturas visitam a região. Uma peça de teatro, o Dia do Emigrante, a VI MAGAD - Mostra de Artesanato, Gastronomia e Artes Decorativas e muita animação fazem parte do programa das festas. A vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva espera que a edição Ver Paiva 2013 “seja tão boa ou ainda melhor do que as dos últimos anos”. Delfina Gomes destaca o concerto de Ana Malhoa, com “a grande atracção”, para além do Dia do Emigrante”, que, à semelhança dos últimos anos, “tem sido um grande evento”, numa altura do ano “em que temos por cá os nossos emigrantes”. Do programa das festas Ver Paiva faz parte a MAGAD - Mostra de Artesanato, Gastronomia e Artes Decorativas, que visa mostrar o que de bom tem o concelho nas três áreas. “Com esta iniciativa tentamos juntar os produtores locais de artesanato e de gastronomia para divulgarem os seus produtos, mas também artesãos da região”, diz Delfina Gomes, referindo que esta mostra é “uma das grandes atracções no Ver Paiva”. 12 Certame começa dia 6 de agosto Vinho Português e Pêra Rocha em destaque no Bombarral A Mata Municipal do Bombarral vai abrir as suas portas para mais uma edição do Festival do Vinho Português e da Feira Nacional da Pêra Rocha, que ali decorrerá de 6 a 11 de Agosto. Após a recepção das entidades oficiais, dar-se-á início à inauguração do certame, com uma visita aos vários expositores. No XXX Festival do Vinho Português e na XX Feira Nacional da Pêra Rocha os visitantes poderão aproveitar para provar os melhores vinhos nacionais e dar um “trinca” na rainha da fruticultura portuguesa. Do programa de animação cultural, a cantora Ana Ritta subirá ao palco no primeiro dia do certame, a que seguirão Mónica Sintra, Dora, Adelaide Ferreira e Wanda Stuart, entre outros. No dia 7 está marcada a abertura do Espaço Gourmet, por onde irão passar vários chefes de cozinha da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, confeccionando ao vivo pratos onde a pêra rocha será um dos ingredientes principais. Por este espaço passará também, no dia 11, o chefe Ivan Guimarães, do Agrupamento de Escolas Fernão do Pó, participação que incluiu a apresentação de um livro de culinária dos estudantes deste estabelecimento de ensino. Para o dia 9 está agendado o Jantar da Pêra Rocha e do Vinho, que inclui a entrega de lembranças aos produtores presentes no certame, bem como dos prémios do concurso de vinhos. O evento realiza-se nos Claustros do Palácio Gorjão a partir das 20 horas. Para o último dia do evento o grande destaque vai para o regresso do Corso Agrícola e Etnográfico, uma tradição que marcou os primeiros festivais do vinho e que a organização decidiu recuperar tendo em conta que este ano se realiza a XXX edição do certame. Hotel de excelência no coração de Pinhal Um hotel em Oleiros, moderno, com 23 quartos e suítes de design contemporâneo e surpreendente. Inspirado nas tradições da região do Pinhal Interior Sul e da Rota das Aldeias do Xisto – propor-cionando espaços amplos e luminosos em que o conforto e modernidade se conjugam na perfeição com a tradição e hospitalidade. A pensar na oferta de um serviço de excelência, o Hotel Santa Margarida **** dispõe ainda de bar, cafetaria, auditório, piscina, jardins, sauna, banho turco, loja de produtos locais e do Restaurante “Callum”, que lhe permite desfrutar de experiências gastronómicas únicas desta-candose o Maranho à moda de Pinhal e o Cabrito estonado, todos os domingos ao almoço. Faça já a sua reserva. www.gazetarural.com www.gazetarural.com [email protected] 13 Especialista norte-americano seleccionar os 50 melhores para os EUA Exportações alavancam aumentos, no período homólogo Joshua Greene conquistado pelos vinhos portugueses Adega do Fundão com vendas superiores a 15% em relação a 2012 Na sua terceira e última estadia em Portugal, Joshua Greene terminou a degustação de vinhos portugueses com o objectivo de compor a sua selecção dos 50 melhores vinhos portugueses para os EUA. O crítico e especialista norte-americano provou 600 vinhos, de várias regiões nacionais. “Foi difícil escolher só 50 vinhos” afirmou o especialista, que revelou procurar “escolher vinhos tradicionais” e formar uma selecção que reflicta o seu gosto e a forma como conhece e vê Portugal. Admira o “modo como os vinhos se expressam de maneira distinta nas diferentes regiões. Há características consistentes e as castas mudam”. Questionado sobre a dimensão dos produtores portugueses e as oportunidades no mercado norte-americano, Joshua Greene considerou que “há oportunidades para os pequenos produtores nos EUA”, devendo os produtores escolher uma área geográfica pois o mercado norte-americano é enorme para atacar. Há mais de 30 anos que Joshua Greene conhece Portugal, tendo viajado muito pelo nosso país. O ponto de partida foram umas férias passadas em Estremoz e Évora, nas quais descobriu um país incrível e parecia-lhe impossível encontrar vinhos a um dólar. Confessa que “por muitas vezes que venha cá, há sempre coisas novas no vinho, porque os produtores evoluem no modo de entender as castas, solos, modo de cultivar de uma forma que é sempre entusiasmante”. Conclui que os “vinhos portugueses continuam muito bons, mas já não se encontram tão bons preços.” A revelação da selecção de Joshua Greene dos 50 melhores vinhos portugueses para o mercado norte-americano está agendada para dia 24 de Janeiro de 2014, em Nova Iorque, estando prevista a participação dos produtores escolhidos nesta importante mostra da produção nacional. Segundo dados da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense Região do Douro prevê produzir 233 mil a 253 mil pipas nesta vindima A Região Demarcada do Douro prevê para esta vindima uma produção de vinho entre as 233 e as 253 mil pipas, valores superiores à produção declarada no ano passado, de 218 mil pipas. Os dados foram divulgados pela Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), sediada no Peso da Régua. A directora geral da instituição, Rosa Amador, advertiu, no entanto, que o resultado final da próxima vindima vai depender das condições climáticas e fitossanitárias que se registarem até Setembro. As previsões da ADVID são efectuadas com base no modelo pólen, recolhido na fase de floração da videira, entre Maio e Junho, nas três sub-regiões do Douro: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. De acordo com a associação, a expectativa de colheita para esta vindima vai das 233 mil às 253 mil pipas, previsões que apontam para um ligeiro aumento comparativamente com a produção declarada no ano passado, que foi de 218 mil pipas de vinho. O enólogo Paulo Ruão afirmou que se prevê “uma boa colheita” para esta vindima. O enólogo trabalha para a Lavradores de Feitoria, que junta 18 quintas espalhadas por toda a região demarcada, desde o Baixo Corgo ao Douro Superior. Paulo Ruão referiu que existe, neste momento, um “bom vigor na vinha”, sem registo de doenças, e salientou que ainda existe muita água no 14 www.gazetarural.com solo, o que ajuda a proteger do calor que se tem feito sentir nas últimas semanas. No entanto, o responsável ressalvou o risco de doenças que ainda podem surgir até ao pintor, fase que corresponde à mudança de cor da uva. Mas, por agora, garante que a “videira está muito viva, ainda está na fase de crescimento”. “Em termos de produção achamos que vai ser boa”, acrescentou. O enólogo prevê um aumento da colheita nesta vindima e lembrou que 2012 foi um ano muito complicado para o Douro, muito por causa da falta de água no solo. As previsões apontadas pela ADVID para o ano passado tinham um intervalo entre as 269 e as 325 mil pipas, mas, nesse ano, o Douro foi atingido por um dos anos mais secos das últimas quatro décadas e a videira foi afectada pelo desavinho e bagoinha. O desavinho é um acidente fisiológico em que não ocorre a transformação das flores em fruto, enquanto na bagoinha no mesmo cacho aparecem, além de bagos normais, bagos de dimensões reduzidas, por vezes sem grainha e sem atingirem a maturação. Este ano verifica-se, segundo Paulo Ruão, um atraso de cerca de duas semanas no ciclo vegetativo da vinha devido principalmente ao frio que se fez sentir em Maio. Se no mercado interno a venda em bag-in-box tem tido um aumento significativo, em detrimento da garrafa, as exportações têm sido a forma de escoamento do vinho, como acontece na Adega do Fundão, que este ano vai com um volume de vendas de 15% a mais em relação ao período homólogo de 2012. Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Adega do Fundão, Albertino Nunes, realçou os prémios obtidos pelos vinhos da Cooperativa em concursos internacionais, que comprovam a excelente qualidade dos mesmos, mas também o ano vitícola que deverá ser bastante positivo, tanto em qualidade como em quantidade, isto se não houver nenhum contratempo até à vindima. Albertino Nunes que aproveitou uma recente reunião com o Secretário de Estado da Agricultura para o alertar para as novas medidas fiscais, que estão a fazer com que muitos viticultores, especialmente os de mais idade, abandonem a actividade. Gazeta Rural (GR): Como tem sido o ano de 2013? Albertino Nunes (AN): Felizmente estamos com um volume de vendas acima dos 15% em relação ao ano passado, nomeadamente as exportações, que têm estado a aumentar, o que é animador. No mercado interno tem estado a aumentar a procura de vinho em bag-in-box, que, diga-se, tem uma excelente qualidade e detrimento das garrafas, que se têm vendido menos. Aliás, os vinhos de qualidade tiveram uma grande queda nos preços. É preocupante o preço a que se está a vender a garrafa, tendo em conta a qualidade dos vinhos. Há muitos bons vinhos, mas também há muitos compostos, maquilhados ou com toilete, como dizem os brasileiros. É triste que isso esteja a acontecer, o que não é muito abonador para o sector e para o mercado nacional. GR: A Adega do Fundão tem obtido prémios significativos em concursos internacionais? AN: Concorremos com três vinhos ao Wine Masters Challenge 2013 e obtivemos três medalhas de prata com o Cova da Beira 2012 Branco, o Cova da Beira 2012 Rosé e o Fundanus Prestige Aragonez/Jaen 2011 Tinto. Concorremos com os mesmos vinhos ao Monde Selection, que este ano decorreu em Bratislava, onde o Fundanus Prestige conquistou uma medalha de prata, enquanto os outros dois andaram pelos 83 e 81 pontos, ficando, por isso, próximos de serem galardoados também. Há, no entanto, uma coisa que me admira. Num concurso com cinco mil vinhos tivemos três medalhas, em 100 vinhos não tivemos nenhuma. Há qualquer coisa que não entendo. GR: Em relação ao ano vitícola. Houve algumas preocupações, há algum tempo atrás. Como estão as vinhas na região? AN: Na região as uvas estão adiantadas cerca de uma semana. Os solos têm humidade, não há fungos e a uva está a desenvolver-se muito bem. Se tudo correr normalmente, acredito que teremos uma boa colheita, em quantidade e em quantidade, se não houver nenhum contratempo até às vindimas. Houve alguma queima localizada, mas não haverá uma quebra significativa na produção. GR: As questões do foro fiscal são uma preocupação para os pequenos viticultores? AN: Recentemente, numa reunião tida aqui na Adega, abordei o senhor Secretário de Estado da Agricultura dando-lhe conta da preocupação que temos com as implicações dessas medidas, nomeadamente com a desistência de associados desta casa. Já temos cerca de duas dezenas de pedidos de associados que não estão para se chatear, quase todos com mais de 65 anos. Acho que no Governo há pessoas que pensam que toda a gente já tem um computador, sabe passar farturas e sabe ler. Esquecem-se que, na grande maioria dos casos, são pequenos produtores, quase todos com idade avançada, que preferem abandonar, neste caso, as vinhas, do que estar agora a preocupar-se com burocracias. www.gazetarural.com 15 CG: Dizemos sem qualquer problema. Nós próprios fazemos essa afirmação internamente. Quando as pessoas perguntam: “mas onde estão localizados?”. Estamos na “Adega de Nelas”. Nunca vamos deixar isso. É o ADN que ela tem do passado, inclusivamente nalgumas coisas que vamos anunciar mais para Setembro. Queremos valorizar o passado da Adega de Nelas. Não temos dúvidas absolutamente nenhumas disso. Consumada a compra pela LusoVini Adega de Nelas volta a receber uvas na próxima vindima Consumado o acto de posse pela Lusovini, após a conclusão do processo de insolvência, a Adega de Nelas vai voltar a laborar na próxima campanha, recebendo uvas dos viticultores da região. Com esse intuito, os responsáveis da LusoVini decidiram ofertar cerca de 15 mil garrafas de vinhos que se encontravam nas instalações da Cooperativa Agrícola de Nelas, no momento da sua aquisição, aos viticultores que ali entregaram uvas nos últimos dois anos de laboração (2009 e 2010), iniciativa bem recebida e que contou com a adesão de mais de seis dezenas de ex-associados da Cooperativa. Na próxima campanha a Lusovini pretende adquirir dois milhões de quilos de uvas de qualidade aos viticultores da região que o pretendam, com o objectivo de produzir os melhores vinhos do Dão, assegurar aos consumidores a melhor relação qualidade preço, explorando as fortes ligações e qualificações, que a equipa da empresa apresenta na viticultura e na enologia da região. m conversa com a Gazeta Rural, Casimiro Gomes diz que o Dão é “estratégico” para a LusoVini, mas também, “por ser uma das regiões com mais potencial”. “Acreditamos que nos próximos 6 anos seremos uma grande referência no Dão” 16 www.gazetarural.com Gazeta Rural (GR): A Lusovini vai receber uvas na Adega de Nelas? Casimiro Gomes (CG): Só agora pudemos anunciar publicamente, porque só há pouco tempo é que ficou consumada a transmissão do imóvel e respectivos equipamentos. Não queremos ser vistos como mais um operador que compra uvas, mas alguém que quer fidelizar viticultores, num processo a médio/longo prazo, em que vamos fazer a rastreabilidade dos vinhos, um trabalho que vamos começar este ano. Estamos, por isso, disponíveis para receber os viticultores que já cá estiveram ou outros que querem ajustar connosco a entrega das suas uvas. GR: O objectivo, para já, é receber dois milhões de quilos de uvas? CG: Sim. Como princípio essa é a base. Naturalmente que estamos preparados, em termos económicos/financeiros, para aumentar, se houver a adesão dos viticultores. Dois milhões de quilos é a base que consideramos interessante para começar. GR: Falou num investimento significativo nas instalações, mas esse é um processo gradual? CG: Claro. Parte das coisas já estamos a fazer, nomeadamente aquelas que GR: No final do ano passado disse que a grande aposta da LusoVini em 2013 era o mercado interno. Como está a decorrer? CG: Estamos a crescer. É verdade que investimos muito e somos um pouco loucos. Fazemos o contrário daquilo que o sector tem feito. Temos um conjunto de quadros que contratámos este ano, duplicámos a estrutura comercial em Portugal e está a dar frutos ao fim de 6 meses. Claro que estamos sempre a ver isso a médio/longo prazo. Que fique muito claro, que não acreditamos em retornos rápidos. Tanto faz ser na distribuição, na produção, nas adegas ou na vinha. Quem pensar no negócio a menos de 10 anos não tem futuro. Mas isso é a nossa opinião. Mas dizemos isso com muita clareza. A nossa empresa faz quatro anos em Novembro e dissemos isso no dia que a criámos. Durante 10 anos não vamos fazer remuneração dos nossos capitais e vamos considerar que estamos a fazer o projeto. Ainda não passaram quatro anos e já estamos em três países com empresas próprias, para além de Portugal. Temos um grau de exportação dos mais elevados no sector, tendo em conta a dimensão da organização e o investimento que fizemos no Dão, o que nem sempre é valorizado. Aliás, muitas vezes até cria alguma intriga. Podíamos ter localizado o nosso investimento noutra parte do país, porque distribuímos vinhos de todas as regiões, e decidimos investir no Dão. Não porque houve a insolvência da Adega de Nelas, mas porque consideramos o Dão estratégico no nosso projecto, mas também, por ser uma das regiões com mais potencial. GR: Como olha, neste momento, para a região do Dão? CG: Eu nunca olho… para o momento, porque se assim fosse fechava a porta e ia-me embora. Olho sempre mais para a frente, numa lógica a longo prazo. Olho o Dão com potencial. Aliás, o Dão pesa quase 40% na nossa actividade e temos produtores distintíssimos, que são muito importantes no nosso portefólio de distribuição das outras regiões. Está aqui a demonstração do nosso querer, da nossa vontade e a forma como nós olhamos, sem qualquer preconceito, para o Dão. Quando se fala numa prova de topos de gama, de vinhos famosos portugue- ses, colocamos o Pedra Cancela ao nível dos melhores do país e do mundo. Não temos nenhum preconceito, porque são realmente vinhos autênticos, daqueles que temos na memória. Esta é a grande diferença para olharmos o Dão a médio e a longo prazo com algum optimismo, tradição com modernidade. GR: Que mensagem gostaria de deixar aos viticultores da região? CG: Sei que os viticultores pensam sempre a curto prazo, mas é logico. As uvas são o ganha-pão, para pagar as contas. Uma das políticas que vamos ter é ser rigorosos nos prazos de pagamento. Prevemos pagar em Janeiro e em Maio estará tudo liquidado. Porém, se algum viticultor tiver uma necessidade pontual, teremos flexibilidade para ajudar esse viticultor. Não queremos as uvas ao quilo, mas como se as vinhas fossem nossas e dessem potenciais vinhos diferenciados. GR: Irão fazer o acompanhamento técnico das vinhas? CG: Essa é uma tarefa que está entregue ao Engº João Paulo Gouveia, porque, independentemente de também ser sócio da LusoVini, é um dos maiores experts nessa área em Portugal e até no mundo. Se falarmos de conhecimento da viticultura do Dão está entregue à pessoa certa. interferem mais com o mercado, já investimos mais de 3 milhões euros no mercado e, com a aquisição e melhoramentos, mais 2 milhões de euros na unidade em Nelas. Temos consciência de que temos que ser fortes na distribuição, no ponto de venda, para podermos trazer à produção mais-valias. E, portanto, temos investido imenso no negócio no ponto de venda em Portugal e muito no estrangeiro. Estamos a fazer agora o contrário do que fizemos no passado e o que era, aparentemente, logico, que é apostar na produção e depois no comércio. Nós pensamos, exactamente, o projecto do comércio para a produção. Apostámos tudo no comércio, na promoção do produto junto do consumidor e agora, sim, sentimo-nos confortáveis para dizer, com alguma segurança, que deve ser esse o caminho. Contudo, vale o que vale, porque os economistas não prevêem coisas a mais de dois meses. Acreditamos que nos próximos 6 anos seremos uma grande referência, não em volume mas na diferenciação no Dão. GR: Numa recente comunicação aos antigos associados, a LusoVini diz que não pretende romper com o passado. Quer que os viticultores continuem a olhar,independentemente do nome que esta estrutura tem, para a Adega de Nelas? www.gazetarural.com 17 Miguel Oliveira: “A riqueza e diversidade do Dão não está completamente potenciada e aproveitada” Gazeta Rural (GR): A região tem aproveitado todas as potencialidades das suas castas autóctones, para além das mais tradicionais, como a Touriga Nacional ou o Encruzado? Miguel Oliveira (MO): A região do Dão tem vindo a apostar forte nas suas duas castas rainhas, Touriga-Nacional e Encruzado. No entanto, tem uma grande riqueza e diversidade vitícola que ainda está longe de estar completamente potenciada e aproveitada. Dou lhe por exemplo o caso das castas Alfrocheiro, Alvarelhão e Tinta Pinheira, nos tintos, e o Verdelho, nos brancos, que nos dão vinhos singulares, mas que o consumidor ainda tem de conhecer e explorar melhor. Propriedade de três dos mais reputados enólogos nacionais Vines & Wines comemorou 10 anos de sucessos Foi há 10 anos que três jovens licenciados decidiram correr o risco de se aventurarem no mundo dos vinhos. João Paulo Gouveia, Carlos Silva e Miguel Oliveira, hoje três dos mais reputados enólogos nacionais, criaram a Vines & Wines, uma empresa de consultoria nas áreas de viticultura e enologia, que hoje presta serviço em mais de duas dezenas de produtores, dos Vinhos Verdes ao Alentejo, passando pela Beira Interior. É, todavia, na região do Dão que estão sedeados e onde têm a maior parte dos seus clientes. O trabalho está definido e dividido. Enquanto Carlos Silva e Miguel Oliveira assentam a sua actuação na parte enológica, João Paulo Gouveia dedica-se mais à área da viticultura, sendo hoje reconhecido com um dos maiores especialistas portugueses nesta área. Os 10 anos foram comemorados em Lisboa, no restaurante Zambeze, propriedade da Visabeira, empresa que explora a Casa da Ínsua, de que também são consultores. À sua volta estavam muitos dos seus clientes e amigos, numa noite de festa da gastronomia e de celebração dos vinhos com a chancela Vines & Wines. João Paulo Gouveia: “Foram 10 anos de desafios e de muito trabalho” Gazeta Rural (GR): Que balanço faz destes 10 anos? João Paulo Gouveia (JPG): Foram 10 anos de desafios! 10 anos de muito trabalho! 10 anos de muitas alegrias. Foram também, e sobretudo, 10 anos de evolução. Acompanhamos muito de perto e com intervenção parte dos projectos que se desenvolveram nesta nossa região do Dão e noutras regiões vitícolas de Portugal. Desenvolvemos um trabalho de parceria e aqui aproveito para agradecer ao Pedro Prata e ao João Oliveira. Tudo isto também nos fez estudar, consolidar e, sobretudo, atingir a maturidade. GR: Se tivesse que eleger dois momentos (o mais marcante e o menos positivo), quais destacaria? JPG: O mais marcante foi o reconhecimento pela crítica da Vines & Wines como EMPRESA DO ANO! O menos positivo foi o falecimento do meu pai, que era um empreendedor e que sempre me apoiou nos meus projectos, também ele produtor comigo com o Pedra Cancela. GR: As alterações climáticas preocupam cada vez mais os viticultores. É, neste momento, um grande desafio para os técnicos? JPG: Eu próprio, enquanto professor do Ensino Superior na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu, desenvolvo investigação científica na minha Tese de Doutoramento nessa matéria em parceria com o Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão e com o Instituto Superior de Agronomia. É urgente serem estudadas e preservadas as castas do Dão. É necessária, e urgente, muita investigação nessa e noutras áreas da ecofisiologia da videira. É um grande desafio para a tecnologia da vinha, da engenharia e também na Enologia. TIPOGRAFIA LITOGRAFIA ENCADERNAÇÃO 18 www.gazetarural.com GR: O Dão é comparado às grandes regiões vinhateiras mundiais, como Bordéus, Borgonha, Ribera del Duero, Toscânia, etc. No seu entender, que salto falta dar ao Dão para atingir o mesmo patamar de visibilidade? MO: O Dão já é uma grande Região, falta-lhe apenas a implementação no mercado Mundial em que as regiões que referiu estão completamente instaladas. Têm excelentes vinhos, como nós temos, têm excelente imagem, como nós estamos a começar de ter, têm é uma situação que os favorece sobremaneira, que é a sua história e tradição, que é muito maior que a da nossa. Acredito, todavia, que vamos chegar lá, mas não será de um dia para o outro. GR: Qual a história que mais o marcou no decorrer destes 10 anos de Vines & Wines? MO: Foi a formação da empresa, sem dúvida! Três jovens de vinte e poucos anos juntarem-se e apostarem numa empresa de consultadoria vitícola e enológica é de coragem! Claro que houve também o alavancar desse nosso desejo por parte de algumas pessoas, que acreditaram em nós e nos incentivaram a formar a VW, como o Eng.º Magalhães Coelho, o Prof. Vergílio Loureiro, o Prof. Jorge Ricardo da Silva, o Prof. Rogério de Castro, entre muitos outros. Carlos Silva: “O sucesso dos vinhos do Dão assenta num equilíbrio delicado de vários factores produtivos” Gazeta Rural (GR): O que mudou na região nestes 10 anos? Carlos Silva (CS): Durante este período assistimos à criação e ao crescimento claro de várias marcas de empresas de vinhos que, com trabalho contínuo, viram elevar a sua notoriedade, a surgirem em diferentes mercados e a constarem nos mais conceituados palcos da imprensa especializada do mundo. Constatamos a consolidação e sustentabilização dos projectos que asseguramos. Evidentemente que todo este trabalho deve-se ao empenho constante dos produtores e de todos os profissionais. Mas, acima de tudo, assistimos a uma renovação de estratégia assente no facto de a região possuir excelente potencial e por tal é necessário percorrer o caminho da dinamização, da internacionalização e da diferenciação. GR: Que contributo atribui à Vines & Wines na mudança de mentalidades (se é que houve) nos viticultores na região? CS: Claramente que existe uma mudança. Todos nós crescemos quer Vines & Wines quer os produtores. Compreender melhor o nosso terroir, compreender a região e o mercado faz com que consecutivamente tenhamos melhores vinhos, uma melhor sustentabilidade dos projectos vitivinícolas e no fundo ter uma mentalidade mais crítica e mais evoluída. GR: Das regiões onde prestam serviços de consultoria, qual ou quais as mais difíceis de trabalhar e porquê? CS: A região do Dão, sem dúvida. Devido às suas características de heterogeneidade climática e microclimática. Verdadeiramente, o sucesso dos vinhos do Dão assenta num equilíbrio delicado de vários factores produtivos que requerem muito controlo e afecto por parte dos profissionais de viticultura e enologia. Por outro lado, é necessário elaborar vinhos que respeitem o terroir, a tradição e o mercado, ao mesmo tempo que assistimos a mudanças climáticas, é verdadeiramente um desafio. Mas estou seguro que o estamos a fazer bem. RESTAURO CARTONAGEM CARIMBOS Rua Coração de Jesus, Bloco B3, cave | Marzovelos | 3510-013 VISEU Telef. 232 422 364 - Fax 232 420 899 e-mail: [email protected] | www.sapinto-encadernadores.pt www.gazetarural.com 19 Última hora Decorreu em Castelfranco Veneto, Itália No IWC Challenge 2013 Prémios do concurso “La Selezione del Sindaco” entregues em Palmela Vinho da Quinta de Lemos eleito entre os cinco melhores do mundo Palmela foi palco da cerimónia de entrega de prémios aos municípios portugueses galardoados no XII concurso internacional de vinhos “La Selezione del Sindaco”, que decorreu em Castelfranco Veneto, Itália, entre 30 de Maio e 2 de Junho. Realizada na Pousada do Castelo de Palmela, numa organização da Câmara Municipal com a Associação dos Municípios Portugueses do Vinho, a cerimónia reuniu autarcas e produtores de vinho de todo o país, que obteve o melhor resultado de sempre no certame, ao arrecadar 54 medalhas entre 114 vinhos a concurso, em representação de 21 municípios. À semelhança de 2012, Palmela voltou a ser o Município português mais premiado no Concurso, com onze Medalhas (3 de Ouro e 8 de Prata), num total de 19 prémios para a Península de Setúbal, que se sagrou, também, como a região mais premiada em Itália, seguida do Dão e de Lisboa. O concurso “La Selezione del Sindaco” – que contou, este ano, com a participação de 1.197 vinhos europeus - é promovido, anualmente, pela RECEVIN, Rede Europeia de Cidades do Vinho e a “Associazione Nazionale delle Città del Vino, com o apoio da AMPV e dos organismos e entidades nacionais e internacionais que trabalham para valorizar economicamente os territórios das Cidades do Vinho e das respectivas produções vinícolas de qualidade. Em 2014, este concurso será realizado, pela primeira vez, em Portugal, com mais de cem júris de todo o mundo reunidos em Lisboa para seleccionar os melhores vinhos europeus do ano. 20 www.gazetarural.com O IWC Challenge 2013, um dos mais reconhecidos concursos de vinho do mundo, premiou o vinho Dona Georgina 2005 da Quinta de Lemos triplamente. O vinho recebeu o Prémio especial “James RogersTrophy 2013”, que premeia o melhor vinho no primeiro ano de produção de uma adega; foi eleito o melhor vinho tinto da Região do Dão com uma medalha de ouro e melhor vinho tinto português com um troféu. O ‘Dona Georgina’ foi ainda nomeado como um dos cinco melhores vinhos do mundo. O ano de 2005 foi o primeiro de produção de vinhos da Quinta de Lemos, e Dona Georgina em particular, caracteriza-se por ser um “blend” duas castas: Touriga Nacional e Tinta Roriz. As notas de prova do IWC descrevem-no como “um vinho muito complexo, com presença de coro, e saborosas notas misturadas de molho de soja e casca de laranja com a cereja muito presente, apresenta textura aveludada e fim de boca persistente”. O envelhecimento é feito em carvalho francês durante 15 meses e posteriormente é engarrafado fazendo um estágio em garrafa de cerca de três anos. Hugo Chavez, enólogo da Quinta de Lemos, comentou com satisfação a distinção obtida no IWC: “É um enorme orgulho ganhar estes prémios e distinções com o nosso primeiro vinho. Faz-nos acreditar que temos potencial para muito mais. A nossa meta é fazermos vinhos de referência Portugueses e do Dão. Prémios destes motivam-nos a trabalhar mais e melhor”. Toda a quinta produz vinho sob produção integrada, um sistema de controlo de produção equilibrado entre a produção biológica e a chamada “convencional”. De acrescentar que ‘Dona Georgina’ é alusivo ao nome da mãe do produtor, sendo uma homenagem à matriarca da família. IN: Diário Digital www.gazetarural.com 21 Na freguesia do concelho de Fornos de Algodres Peixinhos do rio e varandas floridas foram atracções em Juncais Juncais voltou a levar a cabo mais um Festival do Peixinho do Rio, iniciativa que este ano foi ‘abençoada’ pela chuva, mas que não espantou quantos quiseram provar aquela iguaria, assim como a animação cultural, com música tradicional, num cartaz sempre atractivo. O presidente da Junta de Freguesia de Juncais, no concelho de Fornos de Algodres, não perdeu a esperança de ali realizar um dos maiores festivais do peixinho do rio, juntando três formas diferentes de o cozinhar, - Douro, Mondego e Tejo. “É um projecto que continua por concretizar, porque não conseguimos tirar as pessoas dos sítios de onde estão. Já tentámos reunir aqui peixes e formas de cozinhar dos três rios principais do país, mas não o conseguimos fazer”, lamenta Manuel Paraíso. O festival continua a ser realizado com a prata da casa e, diz o autarca de Juncais, “vale a pena, apostando naquilo que temos, mas também a nossa música tradicional”. A urtiga é um elemento marcante na gastronomia de Juncais. Neste festival não falta a tradicional sopa de urtigas e a feijoada. Para além disso, a freguesia oferece “uma gastronomia variada”. Aliás, “os visitantes e os membros dos grupos que nos visitam ficam impressionados com alguns dos pratos que apresentamos, porque nunca tinham comido urtigas”, refere Manuel Paraíso. Concurso “varandas floridas” com bastante participação O concurso das varandas coloridas continua a ser um traço marcante nesta feira. “Este ano tivemos a adesão de cerca de 20 varandas a concurso, também porque os prémios são significativos e isso leva as pessoas a mudar a atitude e a decorarem as varandas”, naquilo que Manuel Paraíso, considera “um regresso ao passado”, para além das pessoas “terem brio e uma povoação bonita”. 22 www.gazetarural.com Promovida pela Leicar - Associação de Produtores de Leite e Carne Agroleite 2013 foi a “melhor feira agrícola” de sempre Terminou a edição comemorativa do décimo aniversário da Agroleite, que o presidente da Leicar - Associação de Produtores de Leite e Carne, entidade organizadora do certame, diz ter sido a “melhor feira agrícola” do sector de sempre. O certame contou com uma elevada participação de público às diferentes iniciativas contempladas no programa da Feira, nomeadamente no concurso da raça Holstein Frísia, mas também a presença de várias empresas ligadas ao sector agrícola. José Oliveira destacou a participação no certame “do maior número de expositores de sempre, mas também dos produtores às diversas actividades, o que se traduziu na maior e melhor feira de sempre”. Seminário sobre a PAC muito participado No habitual seminário sobre a nova Politica Agrícola Comum, que contou com uma elevada adesão de criadores de gado, o presidente da Leicar justificou a ausência de José Diogo Albuquerque, o membro do Governo convidado para a abertura do certame, esperando que o mesmo se desloque à Leicar logo que esteja concluída a reforma da PAC, para “apresentar as novas linhas orientadoras do que será o novo quadro comunitário, em especial para o sector leiteiro”. Por sua vez o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal referiu a importância da nova PAC para a agricultura no nosso pais, de modo a torná-la mais competitiva e inovadora. Já o director regional de Agricultura e Pescas do Norte, corroborando as palavras do presidente da Leicar, admitiu que as propostas que estavam em cima da mesa na reforma da PAC, “vinham, de alguma maneira, onerar e prejudicar fortemente alguns sectores da agricultura portuguesa”, aspectos que se espera sejam corrigidos, segundo Manuel Cardoso, devido ao “grande esforço posto nas conversações, dificílimas, que só terminarão em Outubro”. Todavia, Manuel Cardoso garantiu que “das perspectivas iniciais, estamos numa situação melhor do que seria expectável há uns meses atrás, fruto do grande empenhamento por parte dos políticos para corresponder àquilo que foram os alertas, mas também todo o trabalho feito por parte das organizações do sector, que trabalharam em conjunto com o governo, para que isto fosse possível”. iro Pão do Sabugue em ag com nova im BRANQUINHO & BRANQUINHO, LDA ABRUNHEIRA - VILA CHÃ • AP. 200 • 6270-186 SANTA COMBA - SEIA TELEF.: 238 314 025 • FAX: 238 311 130 E-MAIL: [email protected] • www.paodosabugueiro.com Realizado em Vilar Formoso Inaugurado há cerca de um ano Festival Económico Raiano quer ter âmbito regional Hotel Santa Margarida quer ser polo de atracção para o interior O pavilhão Multiusos, em Vilar Formoso, recebeu o Festival Económico Raiano, certame que regressou após dois anos de interregno e que, em próximas edições, quer ter um âmbito mais alargado. Mais de 10 mil pessoas passaram pelo evento durante os três dias, nomeadamente aproveitando a passagem de muitos emigrantes que atravessaram a fronteira de Vilar Formoso O Festival, promovido pela Câmara de Almeida, apostou na diversidade da oferta, desde um mercado de segunda mão, um mini mercado de trocas, mostra de equipamento ligados às energias renováveis, produtos endógenos e de agricultura biológica. Para o vereador da Câmara de Almeida, António José Machado, “foram compridos os objectivos” do evento, que visou “mostrar as potencialidades locais”, em áreas tão distintas como as energias renováveis, mas também o artesanato e a produção agrícola, onde a Câmara tem apostado”. António José Machado diz que “foi uma pequena mostra, mas também o arranque para futuras edições deste certame, que queremos consolidar”. A adesão do público foi significativa, apesar da instabilidade do tempo, numa altura em que o comércio local procura aproveitar a vinda dos emigrantes que demandam o nosso país através de Vilar Formoso. “Quisemos dar esta oportunidade aos nossos comerciantes que resistem, mas também àqueles que enceraram portas, dizendo-lhes que com este Festival há novas oportunidades e as pessoas vão-se habituando a visitar, quer os habitantes do concelho, quer de autarquias vizinhas e mesmo os nossos vizinhos espanhóis, de modo a conseguirem fazer escoamento das mercadorias”, afirmou António José Machado, 24 www.gazetarural.com que, para a próxima edição, quer “alargar mais a oferta local, apostando numa certame de cariz mais regional, para lhe dar maior dimensão”. No sector primário o concelho de Almeida é forte no ramo da pecuária, mas não têm aparecido novos projectos. “Há bastantes interessados, mas os tempos não são fáceis para investimentos”, diz o vereador da Câmara de Almeida, admitindo que “com as ajudas que estão a implementar e com a melhoria no estado da economia, pode haver novas possibilidades”. Inaugurado há menos de um ano, o Hotel Santa Margarida, em Oleiros, era uma velha aspiração da Câmara local e que este ano serviu para a apresentação da Feira do Pinhal, cumprindo um dos últimos desejos de José Marques, o autarca desta vila do Pinhal Interior. Quase um ano depois o balanço é positivo. O hotel tem sido procurado por portugueses, nomeadamente da região do grande Porto, mas também de turistas do norte e centro da Europa e de Israel. À Gazeta Rural Conceição Rocha, directora do hotel, não escondeu a satisfação da aposta feita na exploração daquela unidade, referindo estar a ser “uma experiência enriquecedora”, mas que é também uma “mais-valia” para o Pinhal Interior. Gazeta Rural (GR): Quase um ano depois da abertura do Hotel Santa Margarida, valeu a pena investir no Pinhal Interior? Conceição Rocha (RC): Daqui a poucos meses completamos um ano de exercício no Hotel Santa Margarida, em Oleiros. Tem sido uma experiência enriquecedora que pensámos para esta re- gião, permitindo que Oleiros passasse a fazer parte do circuito turístico da zona centro e que fosse conhecido em todo o país. Temos sido muito procurados por pessoas de Vila Nova de Gaia, Porto, Trofa e Aveiro. Para além da divulgação que tem sido feita da unidade hoteleira, a gastronomia tem sido uma mais-valia na atracção de visitantes e clientes, nomeadamente a aposta no cabrito estonado aos domingos ao almoço, no restaurante do hotel. desfrutar. Uma delas é a zona de Álvaro, com o rio, mas também com uma riqueza religiosa assinalável, e depois a zona do Geoparque Naturtejo, que envolve a cascata de água alta e o miradouro do orvalho. São dois circuitos que recomendamos em termos paisagísticos, que têm uma grande beleza natural, para além da paisagem incluída no Geoparque, que tem uma mancha única de azereiros, uma planta que está em vias de extinção na Europa. GR: O hotel que começa a ser procurado por estrangeiros? CR: Sem dúvida. Temos sido muito procurados por pessoas do norte e centro da Europa, nomeadamente Finlândia, Holanda e Bélgica. Recentemente, tivemos cá hóspedes de Israel, o que, para nós, é uma novidade. GR: Em termos turísticos até onde pode ir esta região? CR: Pode ir muito longe e nós, nesta aposta, queremos ser uma mais-valia para a região, apostando no mercado externo, trazendo ou atraindo turistas a esta região do Interior. GR: Oleiros, além do sossego, da paisagem, do ar puro e da gastronomia, o que oferece mais? CR: Quando os nossos hóspedes chegam ao hotel recebem um dossier, onde, entre outras informações, propomos duas áreas culturais de que podem GR: As pessoas procuram cada vez mais este tipo de unidades hoteleiras no interior? CR: Sim, cada vez mais. Temos casais jovens, que vêm para repouso, e casais de meia-idade, que querem desfrutar deste espaço tranquilo e de uma gastronomia também muito rica. www.gazetarural.com 25 Quintais foram à vila e coloriram o Jardim Municipal Centenas de pessoas no mercado de Oleiros O IX Mercado dos Quintais nas Praças do Pinhal, realizado no passado dia 14 de julho (domingo), no Jardim Municipal de Oleiros, revelou-se novamente um sucesso atraindo largas centenas de pessoas. A “praça de Oleiros” começa assim a ser uma das mais concorridas da região e segundo os 46 produtores dos cinco concelhos do Pinhal (Mação, Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei) o mercado esteve muito bom, com grande variedade de produtos e afluência de público que passou pelo Jardim Municipal de Oleiros e adquiriu uma quantidade significativa de bens. Situado no centro da vila, com sobras frondosas e a frescura da fonte existente, este revelou-se o local ideal para a realização do evento. No que se refere à animação ocorrida no coreto daquela praça, para além das atuações do Grupo de Música Popular de Cernache do Bonjardim e do Rancho Folclórico e Etnográfico de Oleiros, houve lugar para duas demonstrações de yoga e pilates, numa inovadora componente desportiva, em harmonia com a temática do evento: saúde e bem-estar. Na nona edição dos Quintais nas Praças do Pinhal, verificou-se que este é um projeto com pernas para andar e que começa a dar frutos. A atestar isso mesmo, registou-se em Oleiros a presença de um grupo de jovens que está a dar os primeiros passos na criação de uma cooperativa de produtores, a qual pretende dar escoamento aos produtos gerados no território, assim como fomentar o consumo de produtos locais nos restaurantes IPSS´s, mercearias e consumidores finais da região. Da parte dos produtores, a receptividade foi enorme e este era mesmo o anseio de muitos. Na opinião geral, Oleiros funcionou como um excelente barómetro desta iniciativa. Garantia dada pelo director regional de Agricultura e Pescas do Norte Pequenos agricultores dispensados de guias de transportes O director regional de Agricultura e Pescas do Norte, Manuel Cardoso, esclareceu que os pequenos agricultores estão dispensados de emitirem guias de transportes para circularem com os bens das suas produções. A entrada em vigor, a 01 de Julho, do novo regime de guias de transporte está a lançar confusão junto de muitos agricultores de Bragança convencidos e aflitos com a ideia de terem de emitir o documento electrónico para as Finanças e de serem multados por não se fazerem acompanhar do mesmo. O director regional de Agricultora e Pescas do Norte garantiu que “os pequenos lavradores podem estar descansados porque estão excluídos” desta obrigação. “Os bens provenientes de produtores agrícolas, apícolas, silvícolas ou de pecuária, resultantes da sua própria produção transportados pelo próprio ou por sua conta” estão excluídos da obrigação de emissão de guia de transporte, segundo a legislação em vigor. “Não têm que estar preocupados, não é mais um entrave”, assegurou o director regional, indicando que “a maioria” dos agricultores transmontanos estão isentos, “na medida em que são pequenos produtores”. Esta excepção ainda não é do conhecimento de Manuel Carvalho, um agricultor de Bragança, para quem a alternativa era “transportar a castanha às costas”, pois entre os agriculto26 www.gazetarural.com res “praticamente ninguém tem Internet, a maior parte são pessoas com 70 ou 80 anos e nunca sabem o que vão recolher”. Da mesma forma, esta gente nunca sabe o que vai colher. Se chover, não podem andar no campo e “se o javali se lembrar de ir na frente” antecipa-se à apanha, o que torna impossível declarar no dia anterior a carga a transportar. Manuel fala da castanha porque ainda é “um dos poucos produtos que ainda vai dando”. Olema Damião partilha das mesmas preocupações até porque lhe disseram também “que agora quem quisesse dar alguma coisa de agricultura para filhos ou assim, tem que declarar”. As multas previstas, a partir de Outubro, adensam os receios dos agricultores partilhados pela maior empresa nacional de transformação e exportação de castanha, a Sortegel, que anunciou publicamente estar “a tentar sensibilizar as Finanças e todas as entidades oficiais” para esta situação. O administrador Vasco Veiga manifestou recentemente, nas comemorações do 25.º aniversário da empresa, preocupação com a próxima campanha por estar convencido de que “um agricultor que vá entregar umas sacas de castanha tem de levar guia”, caso contrário, “se forem apanhados na fiscalização, são multados”. Revela a Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas Portugueses preferem frutas e legumes nacionais Os portugueses preferem a fruta e os legumes nacionais. Consideram os produtos de origem portuguesa melhores - mais saborosos, frescos, saudáveis e seguros - ainda que sejam mais caros. Esta é a principal conclusão de um estudo realizado pela FNOP. No momento da compra, 80% das vezes em grandes superfícies, os factores que contam são o preço, cor, país de origem e aparência do produto. A actual conjuntura económica também alterou os comportamentos dos portugueses: compram menos quantidade de cada vez mas mais vezes por semana. Este estudo sobre “Comportamentos de compra de frutas e hortícolas em Portugal”, tem por base um inquérito on-line executado, a pedido da Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP), pela Agriciência, e desenvolvido, no âmbito do projecto Redes Temáticas de Informação e Divulgação do ProDeR, com o nome “HORTINET: Hortícolas em rede-Interagir para Competir”, tendo a recolha de informação decorrido entre 22 de Outubro de 2012 e 23 de Janeiro de 2013. O estudo teve ainda a coordenação e validação científica de uma especialista em marketing agro-alimentar da Universidade de Évora. De realçar que o inquérito registou uma adesão acima das expectativas. Ao nível dos critérios de escolha, tanto nas frutas como nos vegetais o “preço” é um critério de escolha importante para a maioria dos portugueses. No entanto, para muitos, o preço não é o principal critério. No caso da fruta é apenas o 4º critério em termos de importância, sendo o critério “país de origem” o mais frequentemente mencionado como o mais importante. A aparência (incluindo a cor no caso das frutas) é o primeiro critério de escolha para mais compradores, sendo o “país de origem” também seleccionado mais vezes que o “preço” como primeiro critério de escolha, tanto da fruta como dos vegetais. De notar a relativa pouca importância do critério “promoções” e da informação constante nos rótulos ou outra informação no ponto de venda como critério de escolha na compra destes produtos. A embalagem é um critério pouco valorizado, o que poderá estar relacionado com as grandes quantidades de produto adquirido a granel no comércio tradicional. No caso dos legumes frescos, a “aparência” é o critério que é mais frequentemente mencionado como sendo o mais importante, logo seguido pelo critério “país de origem”. Em relação à origem dos produtos e no que respeita à fruta, vegetais e legumes portugueses, os inquiridos demonstraram uma atitude muito positiva relativamente aos produtos nacionais. Tendem a comprar produtos portugueses ainda que estes sejam mais caros e grande parte tem em atenção o local de produção no momento da compra; 80% dos inquiridos prefere comprar fruta portuguesa independentemente do preço. Para os vegetais e legumes frescos, este comportamento é muito semelhante. Ao nível de frequência de aquisição, e no que respeita às frutas e vegetais, a maioria dos inquiridos afirma ser um consumidor frequente, uma vez que adquire estes produtos pelo menos uma vez por semana (88%). No que se refere à compra de vegetais congelados e embalados e em concreto em relação à batata, a frequência de aquisição é menor, comprando a maioria menos de uma vez por semana. No caso da aquisição de batata, 41% dos respondentes a esta questão afirma comprar este produto menos do que uma vez por semana. Em matéria de quantidades adquiridas, a maioria dos portugueses são “grandes” compradores de fruta, comprando mais de 2kg por semana e 8% mais de 5kg. Já a compra de vegetais e legumes frescos é mais reduzida, ou seja, a grande maioria dos respondentes compra menos de 2 kg por semana. A compra destes produtos mas congelados ou embalados é ainda menor, sendo que mais de metade dos compradores compra menos de 1kg por semana. A batata é comprada em maior quantidade, quase 60% dos compradores afirma comprar entre 2 e 5 kg por semana (em média). Quanto ao local de aquisição, a maioria dos compradores afirma comprar em híper ou supermercados. Em todas as categorias de produto estudados cerca de 3/4 dos compradores afirma comprar nestes estabelecimentos, embora os pontos de venda tradicionais (mercearias, frutarias, praças e mercados) também sejam referidos por uma parte considerável dos compradores. No entanto a sua importância varia consoante a categoria de produto, sendo relevante no caso das frutas. www.gazetarural.com 27 Deverá “contribuir para conquistar novos apreciadores” Melancia de Idanha já tem certificado de qualidade A melancia de Idanha-a-Nova está este ano a ser vendida com selo e certificado de qualidade, disse o administrador da Sociedade Hortas de Idanha, Joaquim Soares. O processo de certificação realiza-se ao abrigo do projecto Global GAP, que é reconhecido em mais de 150 países e deverá “contribuir para conquistar novos apreciadores” da melancia produzida na localidade do Ladoeiro, Idanha-a-Nova - uma das principais áreas de produção de melancia nacional. “Com isto, conseguiremos colocar o produto nas grandes superfícies, além de podermos fazer uma maior aposta na exportação”, esclareceu o administrador. A campanha da apanha e respectiva comercialização deste ano já decorrem e as expectativas são elevadas. Só a Sociedade Hortas de Idanha, que está a trabalhar com 22 dos produtores do Ladoeiro (há outros que trabalham individualmente), pretende colocar no mercado mais de 1.500 toneladas de melancia, todas com o rótulo de certificação e respectivo código de barras. A qualidade do produto é ainda atestada pelo próprio representante dos produtores, que afirma que a “melancia de Idanha é a melhor do mundo e será o primeiro fruto a ser comercializado na lua”. Joaquim Soares adianta ainda que, desde 2012, está a ser comercializada uma nova variedade: a melancia sem sementes, que tem tido “grande sucesso e muita procura”. O administrador da sociedade acredita que este ano serão colocadas no mercado cerca de 450 toneladas de melancia sem sementes. A esta “novidade” juntam-se ainda as características inerentes a um fruto que se distingue pela quantidade de açúcar (é mais doce) e pelas dimensões. O peso médio de cada melancia produzida no Ladoeiro ultrapassa os 10 quilos, mas no ano passado o vencedor do concurso no Festival da Melancia apresentou uma que pesava 22 quilos. Este ano, Joaquim Soares acredita que o “recorde” será ultrapassado. “Estão reunidas todas as condições para isso e acredito que a melancia vencedora será de um dos produtores da Horta de Idanha”, assegura. A melancia foi rainha de um Festival, em Idanha, que tem como objectivo promover este e outros produtos. A autarquia vai mesmo colocar no terreno um quiosque que tem o formato de uma melancia. A nova estrutura de promoção vai dar a provar os “produtos terra” de Idanha, nomeadamente, os queijos, o azeite, as ervas aromáticas e a melancia que, durante a campanha, garante emprego a centenas de pessoas do concelho. 28 www.gazetarural.com Lançado na Universidade de Évora. “Livro Verde” pede medidas integradas de gestão do montado A necessidade de Portugal adoptar medidas integradas de gestão do montado para que o sistema, considerado “único”, possa ser preservado é um dos alertas de um ‘livro verde’ para o sector, lançado na Universidade de Évora. Teresa Pinto Correia, uma das investigadoras envolvidas no trabalho, disse que o livro “chama à atenção dos decisores” para o facto de o montado ser “um sistema único”, para o qual “já existe muito conhecimento, mas que é preciso que seja objecto de medidas integradas de gestão de forma a ser preservado”. “Se só tiver medidas parciais e políticas sectoriais para cada uma das componentes do montado, não se preserva o sistema”, advertiu a especialista, apontando a “necessidade de políticas que considerem o sistema de forma integrada”. Por outro lado, Teresa Pinto Correia defendeu que o montado deve ter uma “categoria específica” em termos estatísticos e de classificação dos sistemas agrícolas e florestais do país, o que “não existe actualmente”. “É a questão de diferenciar o montado como um sistema único e que tem uma posição que deveria ser considerada como tal e isso deveria ser a base para uma política que fosse integrada em que se pensasse a sustentabilidade do sistema”, realçou. O apoio à investigação em programas com uma escala temporal adaptada ao montado, uma maior formação para quem trabalha no sistema e a criação de mais medidas de divulgação e de sensibilização das instituições europeias são outras medidas propostas pelo livro. A docente e investigadora do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM) da Universidade de Évora (UÉ) falava no final da sessão de apresentação e discussão do “Livro Verde dos Montados”, que decorreu na academia alentejana. O documento, adiantou, juntou contributos de “quase 70 investigadores de várias instituições nacionais”, como da União Europeia, Politécnico de Santarém, das universidades Técnica de Lisboa, de Coimbra e de Vila Real e do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), entre outras. Segundo a investigadora, o ‘Livro Verde dos Montados’, que surgiu de “um repto lançado por investigadores espanhóis”, faz um “resumo do estado do conhecimento actual sobre o montado, as ameaças e o que poderia ser acautelado para uma gestão mais sustentável do sistema”. É um trabalho que está “acessível ao público em geral”, que pode ficar a conhecer “o montado, desde o solo, à fisiologia das árvores e até à produção da cortiça”, mas é também “uma chamada de atenção para a fragilidade e para a riqueza do sistema”, acrescentou Teresa Pinto Correia. Para áreas nacionais de sobreiro Corticeira Amorim disponibiliza serviço de aconselhamento técnico gratuito Um serviço de aconselhamento técnico gratuito está a ser disponibilizado a produtores florestais de sobreiro pela Corticeira Amorim, com o objectivo de identificar oportunidades para adopção de melhores práticas de gestão florestal do montado e da biodiversidade associada. O diagnóstico será desenvolvido com base nas visitas efectuadas às herdades seleccionadas e o trabalho de campo será executado por técnicos especializados da WWF. Os proprietários florestais interessados podem solicitar este serviço, através do formulário de candidatura disponível em www. sustentabilidade.amorim.com. Totalmente financiado pela Corticeira Amorim, este serviço é uma das iniciativas desenvolvidas pela empresa no âmbito da sua adesão à iniciativa europeia Business & Biodiversity. Iniciado em 2008, este serviço já contemplou a gestão de cerca de 17 500 ha de área florestal de sobreiro em Portugal, tendo-se verificado, na maioria dos casos, que as propriedades florestais que dele beneficiaram optaram por certificar os respectivos sistemas de gestão florestal pelo FSC® (Forest Stewardship Council). Esta certificação reveste-se de grande importância, pelas garantias acrescidas que daí advêm de gestão sustentável do montado de sobro e da biodiversidade associada. www.gazetarural.com 29 A cultura arvense com maior expressão em Portugal Área semeada de milho regista um aumento de 7% face a 2012 A área de cultivo de milho aumentou em Portugal, num ano marcado pela acentuada e crescente volatilidade das cotações dos cereais no mercado mundial. Segundo os dados provisórios do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), a que a ANPROMIS teve acesso, a área cultivada com milho para grão registou em Portugal, face a 2012, um aumento de 7%, passando de 94.784 ha para os actuais 101.766ha. Este aumento reflecte, de forma inequívoca, o significativo esforço de investimento efectuado pelos produtores nacionais de milho, num ambiente de elevadas restrições financeiras e confirma o milho como a cultura arvense com maior expressão em Portugal, ocupando cerca de 40% da área total de cereais. Analisado com maior pormenor o aumento da área de milho no nosso país, semearam-se este ano 146.719 ha, dos quais 101.766 ha correspondem a milho para grão e 44.953 ha de milho para silagem. Por região, o maior aumento de área do milho grão verificou-se no Alentejo (+4.541ha), nomeadamente na zona de Alqueva, seguindo-se-lhe a região de Lisboa e Vale do Tejo. De realçar ainda, que no espaço de três campanhas agrícolas, a área nacional de milho (grão e silagem) aumentou 9.307 ha, a que corresponde um acréscimo de 14.031 ha no caso do milho para grão e a uma redução de 4.724 ha no caso do milho para silagem, a que não é alheia a crise que atravessa o sector leiteiro nacional. Em relação ao desenvolvimento da cultura, cabe-nos recordar que as condições climatéricas bastante adversas que se fizeram sentir durante esta Primavera (precipitação abundante e temperaturas reduzidas), dificultaram não só as sementeiras do milho em vastas áreas do nosso território, como condicionaram consideravelmente o normal desenvolvimento de inúmeras searas de Norte a Sul do país. Segundo Luís Vasconcellos e Souza, presidente da ANPROMIS, “as últimas três campanhas foram sem dúvida positivas para quem apostou nesta cultura. Os resultados obtidos em 2011 e 2012, constituíram uma clara prova do interesse determinante que a cultura do milho tem para os agricultores portugueses e para a economia nacional”. “Apesar da habitual e acentuada volatilidade dos preços que caracteriza o mercado mundial de cereais, a verdade é que os nossos produtores têm-se revelado cada vez mais competitivos e capazes de responder às necessidades do mercado. A comprová-lo está o cultivo do milho em novas áreas de regadio como Alqueva, que é hoje em dia uma realidade, e que traduz a capacidade de investimento e de afirmação dos produtores nacionais de milho, numa altura de grandes restrições financeiras”, acrescenta Luís Vasconcellos e Souza. Diz o presidente da CAP Ministério da Agricultura volta a ter forma mais correcta O presidente da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), João Machado, considerou que o Ministério da Agricultura volta, com a recente remodelação governamental, a ter uma forma mais correcta e equilibrada”. “Desde a primeira hora que dissemos que o Ministério nos parecia muito grande e que tinha áreas que não tinham nada a ver com a nossa e, portanto, retiravam tempo e foco à ministra”, disse João Machado. Com a remodelação, a ministra Assunção Cristas perdeu a tutela do Ordenamento do Território e do Ambiente, ficando apenas ministra da Agricultura e do Mar. No entender do responsável da CAP, com esta remodelação, o Ministério volta a ter uma “forma normal, mais correta”. “Foi corrigido um erro. Parece-nos que os ministérios voltam a ter formas equilibradas e de dimensão possível para um ministro dirigir”, sublinhou. De acordo com o presidente da CAP, o Ministério da Agricultura não tem funcionado mal nos últimos dois anos. “Parece-nos que se perdeu muito tempo. O Ministério esteve a fazer leis orgânicas para incorporar outras áreas e agora vai ter de desfazer novas leis orgânicas para deixar sair as áreas para os outros ministérios”, disse, salientando que isto tem custos e consome recursos humanos. 30 www.gazetarural.com Utilizando como matéria-prima apenas frutas da Madeira Quatro jovens combatem desemprego com doces e polpas madeirenses Quatro jovens criaram uma empresa de produção de doces e polpas para enfrentarem o desemprego, utilizando como matéria-prima apenas frutas da Madeira e o memorial de receitas conservadas ao longo de gerações. Localizada na Estrada Regional 207, em Água de Pena, no concelho de Machico, é uma empresa familiar que se dedica à produção, transformação e comercialização de produtos de origem madeirense, com a preocupação de reflectir “a identidade da ilha na diversidade dos doces e outros produtos derivados de frutas cultivadas na Madeira”, conta Carlota Alves de Barros, uma das responsáveis pelo projecto. Criada em 2012 pelas irmãs Margarida Alves de Barros, de 14 anos, Carlota, de 19 anos, Joana, de 21, e pelo tio, Filipe Alves, de 37 anos, a “Alves de Barros” produz, por agora, os doces de maracujá, de tomate inglês e de physalis, e as polpas de maracujá e de tomate inglês. “Estes produtos são fabricados conforme uma receita caseira madeirense, sem adição de corantes e conservantes”, realça Carlota Alves de Sousa. Nos expositores de algumas lojas gourmet na Madeira e no continente, os produtos da “Alves de Barros” já granjearam fama, entre uma clientela exigente, na qual se destaca o ex-libris da hotelaria madeirense, o Reid´s Palace Hotel, satisfazendo palatos aristocráticos, republicanos e comuns. Carlota Alves, uma das jovens, explica que a empresa acompanha todo o processo de produção, desde a plantação da fruta até à sua recepção na fábrica: “A nossa unidade de transformação tem capacidade para transformar diariamente 200 quilogramas de fruta”. A matéria-prima é adquirida através de acordos celebrados com a vários produtores regionais, “mas a ideia é reforçá-la com produção própria, dado que a empresa tem em execução um projecto agrícola que se desenvolve numa extensão de oito mil metros quadrados, com vista também a aumentar a variedade de sabores dos seus produtos”. Carlota Alves adianta que a empresa tem também como objectivo a exportação dos seus produtos para a Europa, designadamente através da sua “loja online”, a “Mercearia do Santo” A empresa É uma réplica das velhas mercearias madeirenses. Estes dois empreendimentos representaram um investimento global que ascende a 255 mil euros, tendo beneficiado de apoios do Governo Regional e da União Europeia na ordem dos 105 mil euros. 30 hectares de terrenos já foram entregues Bolsa de Terras de Sever do Vouga disponibiliza mais parcelas a jovens agricultores Após ter atribuídas todas as parcelas disponíveis, a Bolsa de Terras de Sever do Vouga tem ao dispor novos lotes de terreno e continua à procura de mais para satisfazer a procura. Em apenas um mês a Bolsa de Terras de Sever do Vouga atribuiu todas as parcelas de terrenos disponíveis a jovens agricultores. Ao todo, foram entregues 30 hectares de terrenos semiabandonados que agora irão ser ocupados por plantações de mirtilos ao abrigo de uma parceria que envolve a Associação para a Gestão, Inovação e Modernização do Centro Urbano de Sever do Vouga (AGIM), a Fundação Bernardo Barbosa de Quadros (proprietária dos terrenos) e a empresa Espaço Visual Consultores de Engenharia Agronómica, Lda. Segundo os seus promotores, estima-se que a Bolsa de Terras vá criar 22 postos de trabalho permanentes e cerca de 400 postos de trabalho sazonais por ocasião da apanha do mirtilo, que ocorre entre Maio e Agosto. O investimento total a ser feito na Bolsa de Terras ultrapassa os três milhões de euros. Face à elevada procura, a AGIM vira-se agora para os particulares que possuam terrenos abandonados e apela a que os cedam para arrendamento e, desse modo, passem a integrar a Bolsa de Terras de Sever do Vouga. “Quem possua terrenos abandonados e os queira arrendar pode contactar a AGIM que os irá incluir na nossa Bolsa de Terras”, afirma Sofia Freitas, coordenadora da AGIM, que explica as vantagens deste processo: “Seria benéfico para os proprietários desses terrenos abandonados, pois poderiam retirar algum rendimento, seria benéfico para os jovens agricultores que assim teriam terreno disponível para o cultivo do mirtilo e seria benéfico para a própria economia do concelho”. Para já, vão estar disponíveis mais seis hectares de terrenos em vários pontos do concelho de Sever do Vouga para jovens agricultores que se queiram dedicar à cultura do mirtilo. www.gazetarural.com 31 Futuro espaço de promoção abre portas em Dezembro No âmbito do programa “Alentejo Bom Gosto”, promovido pela ERT Associações de Desenvolvimento Local vão ter loja em Lisboa Carta Gastronómica do Alentejo “enriquece” ementas dos restaurantes da região Quando chegar o Natal, os produtos regionais de 34 municípios do interior do país deverão estar disponíveis numa loja no centro de Lisboa. Durante a sessão de assinatura do protocolo de cooperação entre o Município de Lisboa e seis Associações de Desenvolvimento Local (ADL), com vista à criação do espaço no Largo do Intendente, Dezembro foi o mês apontado para abrir portas ao público. Durante a cerimónia, uma degustação de pratos regionais e uma mostra de artesanato deram a conhecer um pouco do que será divulgado na futura loja. Além de produtos, visa-se promover territórios, procurando captar turistas que visitam a capital. As seis ADL reunidas no projecto, incluindo a Pinhal Maior, abrangem uma vasta área que vai desde Bragança a Campo Maior. Começando por destacar que a capital é resultado de migrações e encontro de populações oriundas de todo o país, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, afirmou querer “uma cidade que cada português sinta como uma parte de si”. Sendo de todos, Lisboa deverá ser “uma montra do melhor do país”, um espaço de diversidade que rasgue as fronteiras de um ou outro município. Recordando as primeiras conversas na base do projecto, de que o presidente da Câmara de Proença-a-Nova foi um dos impulsionadores, António Costa agradeceu aos autarcas presentes a “confiança” que tiveram ao investir numa zona da cidade que atravessa um processo de regeneração. “Foi preciso muita gente arriscar e investir para o Intendente ser hoje o que é”, afirmou, apontando exemplos como o de Catarina Portas, que abrirá em breve na praça mais uma loja da cadeia A Vida Portuguesa. Coube a Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara de Abrantes (em representação da associação Tagus), apresentar o projecto. Criar condições para acesso dos produtores ao mercado nacional e internacional é o principal objectivo, num trabalho em rede que visa ultrapassar a falta de escala de “territórios pequenos, que sozinhos não conseguem fazer a promoção”. Além do apoio do ProDeR ao projecto, a autarca destacou o papel “essencial” do Município de Lisboa, que contribuirá para a promoção da loja nos circuitos turísticos. Está ainda prevista a realização de acções regulares de animação cultural. A sessão incluiu um espectáculo da Orquestra Nova de Guitarras e uma sessão de cozinha ao vivo com o chefe Hélio Loureiro. 32 www.gazetarural.com “Queremos dar esta ‘arma’ aos nossos restaurantes” para que “possam, através da carta, melhorar e tornar mais ricas as suas ementas”, com o que “é mais tradicional e típico do Alentejo”, afirmou o presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo. António Ceia da Silva falava à margem da apresentação da Carta Gastronómica do Alentejo, que decorreu numa unidade hoteleira de Évora. O trabalho foi desenvolvido, ao longo do último ano e meio, pela Confraria Gastronómica do Alentejo, no âmbito do programa “Alentejo Bom Gosto”, promovido pela ERT. O presidente da Turismo do Alentejo indicou que a Carta Gastronómica, com cerca de mil receitas, vai ser enviada para todos os restaurantes da região, além de ficar também disponível na Internet. “Queremos que os restaurantes possam utilizar estas receitas e que possam sair valorizados com este repositório, para que o consumidor e turista possa usufruir daquilo que é mais típico e mais tradicional do Alentejo”, realçou. O responsável destacou a “riqueza económica” do trabalho, mas também a sua “riqueza cultural e patrimonial”, sublinhando tratar-se da “bíblia da gastronomia” da região e de um repositório com um valor “incalculável”. “A média de idades das pessoas a quem foi dirigida a pesquisa é de 63 anos. Portanto, significa que seria um bem que se perderia daqui a algum tempo”, assinalou. Contudo, lamentou, “um conjunto de receitas já se perdeu” e “jamais se conseguirá recuperar”. Ceia da Silva revelou igualmente já ter arrancado a certificação da restauração da região, outra vertente do programa “Alentejo Bom Gosto”. Segundo o responsável, foi certificado, recentemente, o primeiro restaurante, localizado em Évora, encontrando-se “em vias de certificação” mais “50 a 60” estabelecimentos do sector. O programa, disse, pressupõe ainda um conjunto de roteiros enogastronómicos. “Estão a ser elaborados para estarem no mercado no final deste ano ou no princípio do próximo ano”, oferecendo, por exemplo, a possibilidade de os turistas verem “como se fazem os enchidos ou os azeites”, indicou. O produto gastronomia e vinhos é um dos principais motivos de visita à região Em apenas três anos e meio de actividade AgroCluster Ribatejo chegou aos 100 associados Em apenas três anos e meio de actividade o AgroCluster Ribatejo chegou aos 100 associados. Para o cluster agroindustrial, este número representa o reconhecimento da qualidade do trabalho de campo realizado, e que se tem como objectivo apoiar as reais necessidades e interesses das empresas da fileira agroindustrial. “Conseguir 100 associados para o AgroCluster Ribatejo em três anos e meio de actividade é um objectivo cumprido que reflecte a pertinência da criação deste cluster e um factor que impulsiona a sua continuidade. É também resultado da tenacidade do trabalho da equipa técnica e o reconhecimento do contributo que o Agrocluster aportou na competitividade e desenvolvimento de um dos sectores mais importantes da região do Ribatejo, com condições naturais únicas e um forte potencial de crescimento e inovação”, afirmou Carlos Lopes de Sousa, presidente do AgroCluster Ribatejo. A par deste, explicou ainda, “está uma constante preocupação com os interesses das empresas agroindustriais e um trabalho de campo que vai ao encontro das suas pretensões. Só com um serviço de qualidade e uma proximidade real às empresas se conseguem atingir padrões de desempenho deste tipo”, con- cluiu Carlos Lopes de Sousa, acrescentando ainda que estes 100 associados se tratam de “sócios activos, ou seja, com efectiva relação com o cluster agroindustrial”. O AgroCluster do Ribatejo tem-se esforçado por colocar em prática as suas linhas de acção, nomeadamente o apoio à internacionalização das empresas do sector agroindustrial, realizada através da visita de importadores estrangeiros à região do Ribatejo, organização de missões internacionais de negócio a mercados chave, participação em feiras internacionais de referência, fomento da inovação e do desenvolvimento de novos produtos e processos (mais de 80 processos de inovação e qualificação desenvolvidos pelas empresas associadas nos últimos dois anos com um investimento de 120 milhões de euros), promoção da realização de negócios (identificação de mais de 80 oportunidades de negócio entre empresas associadas) e ainda a presença activa em redes internacionais (realização, em 2012, em Santarém, da 2.ª edição do Plant Intercluster Meeting (PIC)). De referir que os 100 associados do AgroCluster Ribatejo representam um volume de facturação superior a 1.800M€, cerca de nove mil postos de trabalho e mais de 40% das exportações da região. www.gazetarural.com 33 Mais e melhor floresta! Com as maiores especialistas nacionais, Hélia e Elizabete Marchante Mata Nacional do Buçaco recebe Campo de Trabalho Científico Decorre até 4 de Agosto, na Mata Nacional do Buçaco, um Campo de Trabalho Científico (CTC), numa iniciativa da Escola Superior Agrária de Coimbra e a Universidade de Coimbra, que conta com o apoio de vários parceiros, nomeadamente a AXA Seguros. Nesta semana de trabalho científico voluntário participam cerca de 20 pessoas, que receberão formação sobre combate a invasoras, pelas maiores especialistas nacionais, Hélia Marchante e Elizabete Marchante. Este campo realiza-se há anos, sempre em locais diferentes e em 2013 acontece na Mata Nacional do Buçaco, no âmbito do Projecto BRIGHT, que envolve três milhões de euros e é financiado pelo programa europeu LIFE+ Biodiversidade com o objectivo de assegurar a conservação do Adernal - habitat apenas existente em toda a Europa na área de floresta relíquia da Mata Nacional do Buçaco – e trabalhos de combate e controlo de espécies invasoras que ameaçam aquele habitat e de valorização e reabilitação da flora autóctone que o integra. Os Campos de Trabalho Científico estão inseridos no âmbito das actividades de investigação e divulgação científica sobre invasões biológicas, realizadas no CFE/UC e na ESAC. Visam contribuir para a divulgação do tema das invasões biológicas e simultaneamente contribuir para a resolução deste grave problema ambiental. 34 www.gazetarural.com Este CTC decorre em regime de voluntariado, sendo o alojamento, a alimentação e o seguro de acidentes pessoais assegurados pela organização. É uma oportunidade única para participar em acções de controlo de plantas invasoras e simultaneamente receber formação sobre Invasões Biológicas e Plantas Invasoras. Aprender a combater espécies invasoras com especialistas da área Aprender a combater espécies invasoras, com especialistas da área, é o objectivo deste dia aberto à população. A actividade realiza-se dia 3 de agosto, a partir das 14h30, sendo o ponto de encontro junto à Esplanada da Mata do Bussaco. No âmbito do 13.º Campo de Trabalho Científico, vai realizar-se um dia aberto à população em geral para controlo de espécies invasoras. Aprender a combater aquelas espécies, com especialistas da área (Hélia Marchante e Elisabete Marchante), é o objectivo desta jornada a decorrer na Mata do Buçaco, no próximo dia 3 de Agosto. A actividade tem início com uma pequena reunião às 14h30, junto à Esplanada da Mata, no núcleo central da Mata Nacional do Buçaco. Posteriormente haverá uma breve apresentação sobre invasões biológicas. Ao final da tarde será oferecido um lanche. O mês que agora finda voltou a colocar a floresta no centro das atenções dos portugueses. O grande incêndio ocorrido em Trásos-Montes voltou a demonstrar as fragilidades do nosso território rural (e dos meios de combate) face à principal ameaça para a sustentabilidade da floresta portuguesa – os incêndios florestais! Este incêndio percorreu cerca de 15.000 hectares de povoamentos florestais, áreas de matos e terrenos agrícolas, causando prejuízos estimados em 3 a 4 milhões de euros só na agricultura. Destruição de alimentação para animais e animais mortos, destruição de olivais, amendoais, vinha, pomares, pastagens (além de fardos), apiários e equipamentos e infraestruturas agrícolas, como maquinaria e sistemas de rega, foram os principais prejuízos contabilizados na área agrícola pela DRAP Norte. Também no final de Julho foi publicada a legislação que irá regulamentar o licenciamento de novas arborizações e rearborizações, um diploma que ainda há um ano esteve envolto em grande polémica. Do que li, parece-me que a solução encontrada incorpora um conjunto de reflexões e contributos que resultaram do processo de consulta pública, dotando-o de maior assertividade. Parece-me, pois, que este diploma estabelece uma boa relação de compromisso e uma vez implementado, poderá resultar num instrumento útil para a normalização da floresta privada nacional, um aspecto cada vez mais exigido para o controlo da origem da madeira, conferindo maior transparência ao mercado madeireiro no cumprimento das exigências comunitárias da circulação de madeira. Na sequência da publicação deste diploma, as principais associações ambientalistas pediram que o Parlamento procedesse à sua análise, o que me parece ser uma proposta sensata, pois trata-se de um instrumento regulador que irá ter impactos na dinâmica de evolução da floresta nacional, uma floresta em mudança como bem evidenciaram os números preliminares do último inventário florestal nacional. De facto, 2013 promete trazer novidades para a política florestal nacional. No final de Junho, a Comissão de Agricultura da Assembleia da Republica procedeu a uma audição pública para discussão do estudo de avaliação da implementação da Estratégia Nacional para as Florestas (ENF). Foi uma sessão bastante participada, que proporcionou um conjunto de reflexões pertinentes dos principais agentes do sector e que demonstra a importância do sector florestal para o País. Tendo tido a oportunidade de integrar a Equipa Técnica que desenvolveu esse Estudo, posso afirmar que estão reunidas as condições necessárias para iniciar um novo ciclo na política florestal nacional, passados quase 17 anos da aprovação por unanimidade da Lei de Bases da Política Florestal. Atendendo aos desafios cada vez mais exigentes que se colocam ao sector florestal e assente na necessidade de estabelecer uma visão de longo prazo que oriente as actuações conducentes ao desenvolvimento sustentável do sector, julgo que estão reunidas as condições de base necessárias para a formulação de um verdadeiro programa florestal nacional, que tendo como ponto de partida a revisão em curso da ENF permita estabelecer um conjunto de programa de acção sectoriais de curto/médio prazo no horizonte de 2020 e que permita servir de suporte para a mobilização dos recursos financeiros do próximo programa de desenvolvimento rural. Conforme foi destacado num suplemento recentemente publicado no Diário Económico, “a floresta portuguesa é mais um dos tesouros nacionais ainda mal explorados”, que importa rentabilizar e desenvolver numa perspectiva sustentável e de longo prazo. Entretanto, recentemente o País esteve suspenso numa crise política, que cessou com mais uma remodelação governamental que voltou a separar, após dois anos de “união de facto”, o Ministério da Agricultura do Ministério do Ambiente. Subsiste uma dúvida: com a criação da Secretaria de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza no Ministério do Ambiente, em que Tutela fica o ICNF? No meu ponto de vista, a floresta portuguesa, assente numa floresta privada de cariz essencialmente produtivo, necessita de uma Administração Florestal dialogante com os agentes do sector, dotada de capacidade técnica, de presença no terreno e com autonomia financeira para assegurar uma boa gestão dos territórios florestais a seu cargo. Assim, será possível ter um futuro com mais e melhor floresta em Portugal. Termino com uma palavra de felicitação para o amigo José Luis Araujo pelo nono aniversário da Gazeta Rural. Acompanho há já alguns anos o trabalho desenvolvido na melhoria continua da informação que, quinzenalmente, publica na Gazeta Rural. Deixo os meus votos de sucesso para que daqui por um ano possamos estar a celebrar uma década de informação de qualidade sobre o mundo rural. Miguel Galante (Eng. Florestal) www.gazetarural.com 35 De 9 a 11 de Agosto BREVES Ribeira de Pena é capital nacional do linho De 9 a 11 de Agosto a vila de Ribeira de Pena volta a ser a capital nacional do linho, com a realização da XV edição da Feira do Linho - Mostra de Produtos Locais, certame onde estarão presentes cerca de uma centena de artesãos, constituindo uma autêntica montra das artes e saberes de cunho popular. Os milhares de visitantes esperados e apreciadores do linho, poderão ver e adquirir os melhores panos e peças saídos dos teares antiquíssimos e das arcas centenárias do concelho. Os stands exibirão as mantas, os lençóis, peças de vestuário, rendas, bordados, lenços, colchas, um rol de artigos com a “marca” de qualidade das várias gerações que têm sabido emprestar aos “linhos de Ribeira de Pena” uma distinção impar. Mas além do linho, os produtos locais serão um outro motivo de visita à feira, nomeadamente o mel, as compotas, os vinhos, vestuário tradicional, os fumeiros, entre outros. Os visitantes poderão apreciar, no recinto da feira, a autenticidade e a boa gastronomia de Ribeira de Pena e da região em três restaurantes, cujas ementas assentarão na confecção dos milhos e nas carnes das raças autóctones bovinas, nomeadamente a Maronesa. A partir de material vegetal proveniente de diferentes origens Investigadores de Coimbra clonam tamarilho para produzir o fruto em Portugal Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) obtiverem, através de “técnicas de clonagem”, um “conjunto de plantas seleccionadas” de tamarilho “altamente promissoras para afirmar a produção e consumo deste fruto exótico” em Portugal. A partir de material vegetal proveniente de diferentes origens, designadamente da Madeira e dos Açores (onde há pequenas produções), os investigadores conseguiram desenvolver “um método de clonagem por embriogénese somática” (processo que permite “multiplicar plantas seleccionadas”) do tamarilho, anunciou hoje a UC. Fruto originário da América do Sul, “ainda pouco conhecido em Portugal”, tanto pela população como pelos produtores e pela indústria, o tamarilho possui “características nutricionais muito interessantes, devido ao elevado índice antioxidante e baixo teor calórico”. A técnica utilizada pelos investigadores permite a manutenção, através das plantas seleccionadas, das “características originais com interesse e garantir uma produção rápida e resistente”, como, por exemplo, a “pragas e intempéries”, o que “no caso do tamarilho assume grande importância, já que é uma fruteira muito sensível às geadas”. Os métodos convencionais de propagação por semente “não permitem manter a qualidade da planta mãe”, salienta a bióloga Sandra Correia, que desenvolveu a sua tese de doutoramento no âmbito desta pesquisa. Os resultados da investigação, desenvolvida no Centro de Ecologia Funcional da UC, têm um grande potencial de aplicação na gastronomia e na indústria, acredita Jorge Canhoto, coordenador do estudo. “Há dez anos”, o mirtilo “também não era conhecido em Portugal e agora, não só é muito consumido”, como também é já significativa a sua exportação, refere o especialista, sublinhando que existe “plantas, os genótipos de excelência e a tecnologia para transferir para indústria”. Trata-se de “um nicho económico a explorar”, sustentam os autores do estudo, sublinhando que “a designada gastronomia gourmet aposta em produtos novos e o tamarilho, devido à sua característica agridoce, pode fazer diferença no cardápio” – é um fruto “excelente para inovar e surpreender nos doces, sumos, compotas e pratos gastronómicos”. Com um ensaio piloto em curso no Jardim Botânico da UC, os investigadores tencionam “micropropagar plantas em larga escala”, no âmbito da UC InProplant, uma associação estabelecida entre a UC e a empresa InProplant, que tem como principais áreas de actuação os sectores agro-frutícola e florestal. Ano IX - N.º 206 Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda. Redacção Isabel Costa | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, Teresa Morgado, João Silva, Helena Antunes Opinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320 Fax: 232461614 - E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.com ICS - Inscrição nº 124546 Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada Administração José Luís Araújo Sede Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores - Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Marzovelos - Viseu Tiragem média Versão Digital: 73000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores 36 www.gazetarural.com Penedono promove Mostra de Saberes e Sabores 2013 Festas do Senhor do Calvário Gouveia 2013 Evidenciar as características da doçaria e artesanato regional, áreas sobre as quais recai a responsabilidade de espelhar e promover a cultura e identidade de um povo são os objectivos da Mostra de Saberes e Sabores, que o Município de Penedono vai promover, de 7 a 11 de Agosto, junto aos Paços do Concelho. Assim para além do espaço expositivo, os visitantes poderão tomar contacto com o processo de manufactura dos diversos produtos. A Mostra de Saberes e Sabores de Penedono não pretende ser somente um evento comercial; para tal, a organização do mesmo planeou diversos espectáculos musicais que acontecerão ao longo do decorrer do evento. As Festas do Senhor do Calvário 2013 vão decorrer de 9 a 12 de Agosto em Gouveia. O cartaz de espectáculos conta com os Azeitonas na noite de sexta-feira, o tradicional Festival Internacional de Folclore de Gouveia no sábado, 10 de agosto, e Ala dos Namorados com a Orquestra Ligeira de Gouveia no domingo, 11 de agosto, com um espectáculo único. Na segundafeira, 12 de agosto, David Carreira subirá ao palco para encerrar os festejos. A programação das Festas do Senhor do Calvário 2013 continua a privilegiar o envolvimento da comunidade local nas actividades do evento valorizando a cultura e envolvimento dos agentes locais. Na edição de 2013 está de regresso a Mostra de Associativismo, uma actividade organizada em parceria com o CLDS, que este ano cumpre a sua quinta edição após dois anos de interregno e a apresentação de um espectáculo piromusical na noite de segunda-feira a encerrar o evento. Festas da Cidade de Mangualde de 31 de Agosto a 8 de Setembro De 31 de Agosto a 8 de Setembro, Mangualde vai estar em festa com um programa repleto de animação. As festas da cidade e as festas da Sra. do Castelo, promovidas pela Câmara de Mangualde, são já uma tradição da cidade mangualdense e esperam atrair inúmeros visitantes ao município. As festas da Sra. do Castelo contam com a organização da Santa Casa da Misericórdia de Mangualde. Assim, durante os dias de festa são várias as iniciativas esperadas e que se dividem por vários locais da cidade, com uma mostra de produtos regionais, desfile de Bandas Filarmónicas, IV Torneio Jovem Internacional de Xadrez, Encontro de Tunas, Jogo de Futebol de Veteranos, Encontro de Folclore, Festival das Sopas de Mangualde, Noite de Magia, Warm up 20º Mangualde HardmetalFest, Espetáculo de Rua On Stage e MangualdeFashion. Será ainda possível assistir aos concertos do Real Tunel Académico, Grupo TGV, Grupo de Concertinas “Os Lusitanos”, Grupo As Band, Grupo Função Públika, Grupo Taskavelha e Be Flat. Festas de Redondo 2013 De 3 a 11 de Agosto decorrem as Festas do Redondo com as Ruas Floridas, um evento bienal de base popular, cuja tradição remonta ao século XIX, que consiste na decoração das ruas da vila de Redondo com flores e outros objectos elaborados em papel colorido. Os residentes de cada rua organizam-se e escolhem um tema, cabendo a coordenação geral ao Município de Redondo. Esta tradição da vila do Redondo, de realce para o trabalho colectivo e voluntário e para a criatividade dos residentes, desde os idosos aos jovens, que mostram a arte de trabalhar o papel. O programa dos festejos inclui, entre outras iniciativas, espectáculos musicais, de teatro, animação de rua, mostra de artesanato e actividades desportivas. Os Amor Electro protagonizam o primeiro dia das festividades, antecedendo noites dedicadas ao Canto Alentejano, DJS, Fado, Jazz e Bandas de Garagem. Cabe às músicas do mundo levadas a palco pelos UXU CALHUS o concerto de encerramento. Fexpomalveira de 13 a 18 de Agosto A Fexpomalveira 2013 decorre em Malveira de 13 a 18 de Agosto e conta no cartaz de espectáculos com Emanuel, Ala dos Namorados, David Antunes, Nucha, Vanessa Silva, FF e Tiago Bettencourt com grandes destaques musicais. A Fexpomalveira faz 25 anos em 2013, a mostrar o que de melhor se faz e se tem na Malveira. A par desta iniciativa e mantendo a sua vertente socioeconómica e cultural, a Fexpomalveira 2013 conta ainda com o habitual programa lúdico composto por um alargado leque de actividades, nomeadamente, espectáculos musicais e de variedades, passeios pedestre, BTT e a cavalo, tourada, folclore, concurso de Bandas de garagem, fado e animação infantil, produtos tradicionais saloios, palestra, exposições, discoteca e feira popular, além do programa religioso composto por Missa seguida de Procissão na Capela de Nossa Senhora dos Remédios. Festas da Cidade de Santa Comba Dão de 14 a 18 de Agosto As Festas da Cidade de Santa Comba Dão, uma iniciativa da Câmara Municipal, realizam-se entre os dias 14 e 18 de Agosto, no Largo do Município e espaços envolventes. Para além da componente musical, composta por folclore, dança, teatro e artes circenses, a edição de 2013 das Festas da Cidade conta, como habitualmente, com diversas tasquinhas e espaços de associações concelhias. Este ano as Festas da Cidade 2013 contam com um atelier de actividades infantis e uma oficina de percussão da responsabilidade da Expressart’ – Escola d’Artes do Município de Santa Comba Dão. A 15 de Agosto, Filipa Duarte, poetisa natural de Tondela, apresenta, pelas 19 horas, a sua nova obra “Singulares e Eternos”. www.gazetarural.com 37 Na Figueira da Foz de 1 a 4 de Agosto FUSING Culture Experience junta cultura e gastronomia Distribuidor Exclusivo Galp A Lubridão tem como sua atividade o comércio e distribuição de combustíveis e lubrificantes Áreas geográficas Combustíveis e Lubrificantes: Distritos de Viseu, Guarda, Évora e Beja Áreas geográficas Gás: Concelhos de Viseu, Nelas Sátão, Carregal do Sal, Santa Comba Dão e Mortágua Combustíveis Gás Garrafa Butano, Propano e Minigás Gasóleos, Gasolinas, Petróleos, Serviexpress (gasóleo Aquecimento Hi confort) Uma fusão entre a música, arte, desporto e gastronomia só podia resultar no FUSING Culture Experience, um evento artístico, multicultural e transversal que decorrerá de 1 a 4 de Agosto na Figueira da Foz. Começando pela música, para além das performances espalhadas pela cidade, são três os palcos que vão garantir aos apreciadores desta arte momentos únicos e de puro êxtase. O destaque vai para o cartaz 100% nacional, constituído apenas por bandas portuguesas. O FUSING é uma experiência cultural e é alimentado pelo pescado mais fresco da Costa de Prata e pelo melhor arroz do Baixo Mondego, onde as possibilidades de escolha vão do sushi à culinária macrobiótica, apoiada pelo IMP. É aqui que, para além de experimentar, os participantes poderão fazer e aprender como se faz, nos diversos Workshops e Showcookings a acontecer no Mercado Municipal, que contam com nomes como Viriato Pã ou o Chef Vitor Esteves, da marca Pingo Doce. Maior Workshop de Cozinha do Mundo é na Figueira Inscrever o FUSING Culture Experience no World Guiness Book of Records é o objectivo do maior “workshop de cozinha do Mundo” by Chakall. Mais de 500 pessoas vão confeccionar simultaneamente três receitas. Chakall, que tem já a sua marca espalhada pelo mundo, aceitou o desafio e estará no dia 4 de Agosto na Figueira da Foz para dar a aula de cozinha que todos anseiam que, com a ajuda de alguns assistentes, terão a oportunidade de confeccionar três receitas e, obviamente, usufruírem delas. O único recorde existente deste tipo é para o maior número de pessoas a cozinharem no mesmo espaço, mas sem ser em simultâneo e sem ser a mesma receita. Para a proposta em questão têm havido já algumas tentativas, mas falhadas. Este é o grande desafio, sendo que o número superior a 500 é o mínimo para que o desafio seja bem-sucedido. Posto GPL Auto Assistência Técnica Instalações de Gás - Redes de Utilização e Distribuição Rede de Postos Co-branded 36 parceiros de negócios, postos com imagem Lubridão Lubrificantes Pórtico do Fusing com o Cunho da Verallia Portugal 50.000 é o número de garrafas com o cunho da Verallia Portugal cedidas para a construção do Pórtico do Fusing Culture Experience. Este marco de entrada dará as boas vindas a todos os visitantes, estando a construção a cargo do colectivo de arquitectos FAHR 021.3. Na zona de entrada do evento o colectivo de arquitectos FAHR 021.3 tem a seu cargo a construção do marco de acesso ao festival, um pórtico com mais de 6 metros de altura feito com 50.000 garrafas de vidro fabricadas e cedidas pela Verallia Portugal. O objecto escultório pretende ser um ponto de referência do evento e da cidade da Figueira da Foz. Composto por duas significativas paredes de garrafas promete marcar os olhares de quem por lá passar. Equipamentos Galp Gás Aquecedores de exterior e interior, material de praia, montanha, campismo, etc... Linde Sogás Loja de Conveniência Sede: Parque Industrial de Coimbrões, Lote 73 - Apartado 5099 I 3501-908 VISEU Tel.: 232 470 450 I Fax: 232 479 805
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