Museu Oscar Niemeyer abre exposição com obras da Coleção do

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Museu Oscar Niemeyer abre exposição com obras da Coleção do
Agência Estadual de Notícias -
Museu Oscar Niemeyer abre exposição com obras da Coleção do Museo
Soumaya
Cultura
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Postado em:10/03/2009 12:30
Abertura reúne 72 obras inéditas do museu mexicano
O Museu Oscar Niemeyer abre neste sábado (14), às 11 horas, a mostra Paisagem Entorno e
Retorno – Coleção do Museo Soumaya (México) para convidados e o público em geral. Durante o
evento, o Museu permanecerá com a bilheteria franqueada entre 10h e 12 horas. Uma hora antes
da abertura o curador mexicano, Héctor Palhares Meza, faz uma palestra gratuita sob o tema “Um
olhar sobre a paisagem”. A exposição poderá ser vista até o dia 12 de julho. A mostra reúne 72
obras provenientes da Coleção do Museo Soumaya, do México, que se convergem em estilos,
técnicas, sensibilidades e interesses. Os trabalhos exibem os variados enfoques na abordagem do
tema, do século 16 ao século 20. Entre eles estão antigos mestres europeus como Lucas Van
Gassel e Pieter Brueghel, ícones franceses como Monet, Renoir, Degas, o holandês Van Gogh e o
paisagista mexicano José Maria Velasco. Realizada pelo museu mexicano, a exposição é
patrocinada pela Companhia Paranaense de Energia (Copel) e Companhia de Saneamento do
Paraná (Sanepar), com o apoio do Ministério da Cultura, Governo do Paraná e Caixa Econômica
Federal. “É uma nova leitura deste importante gênero na arte ocidental”, disse o curador Héctor
Meza. Ele afirma que a paisagem teve grande importância no imaginário mexicano e europeu ao ser
fonte de inspiração poética e de costumes, sempre vinculado com a diversidade de latitudes, climas,
regiões e cenários que o caracterizam. “São cenas que refletem a vida cotidiana em diálogo com a
natureza, onde o homem se insere como elemento primordial da criação, em franca harmonia com o
entorno”. Na questão ocidental, também representa a essência do indivíduo, a consciência de
origem, a matriz de antigas mitologias e tradições. Abordagens - o mundo greco-romano abordou
os temas mitológicos, históricos e o retrato como elementos centrais da paisagem. É mera
cenografia sem intenção naturalista com episódios da vida cotidiana no campo ou nos centros
urbanos, avalia o texto sobre o tema elaborado pelo museu mexicano. A Idade Média se ocupou da
paisagem através dos miniaturistas monacais –amanuenses– que ilustraram seus livros de coros e
letras capitulares com o vermelho miniato ou óxido de chumbo, recriando paisagens bíblicas ou
históricas dos santos e mártires, de simbologia vinculada com o catolicismo e o âmbito supra terreno
da fé. O texto prossegue enfatizando que o Humanismo dos séculos 13 e 16, nas palavras da
pesquisadora Letícia Gámez Ludgar, “interpretou a paisagem como a ordem racional da forma, para
conseguir uma harmonia cujo eixo central era o homem”. Os artistas italianos apostaram na beleza
ideal do corpo humano –com uma temática civil ou religiosa – inserido em uma ambientação
construída por linhas horizontais e verticais, nas quais a paisagem adquire uma noção convencional
e que dá conta dos estudos precisos para que a linha do horizonte pudesse enlaçar o mundo terreno
e celestial, segundo os cânones da religiosidade ocidental. O Barroco europeu tomou dois
caminhos iconográficos em relação à paisagem: a primeira teve lugar nos estados católicos e se
centrou no âmbito civil e na idéia de perfeição da natureza vinculada com o homem e na
manifestação mais pura e sublime do divino. De acordo com o texto mexicano, as nações
protestantes do Norte, por outro lado, privilegiaram o sentido lírico do espaço para manifestar uma
emotividade e visão pessoal que – de forma particular nos Países Baixos – pôde recriar um
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intimismo e cotidianidade. Séculos 19 e 20 - a visão romântica do século 19 explorou as
possibilidades da luz, a perspectiva e o cromatismo através das sensações do ambiente e da
subjetividade do autor. A paisagem adquiria uma identidade própria que o enlaçaria mais tarde com
o movimento impressionista. A partir de 1830 se busca reproduzir a espontaneidade que causava a
impressão da natureza mediante uma pincelada pastosa. Artistas como Jean-Baptiste Camille
Corot (1796-1875) tomou como referência o trabalho das vedutte (vistas arqueológicas) italianas do
século 18, que mostravam a glória dos cenários antigos como o Coliseu e o Forum romanos,
incluindo a figura humana em um plano de monumentalidade arquitetônica e descritiva. Corot foi um
dos fundadores da Escola de Barbizon (1830-c.1870), aldeia enquadrada pelos bosques de
Fontainebleau, que tomaram a natureza como fonte primordial de inspiração artística. Seu estudo
meticuloso da paisagem ofereceu a representação do entorno em comunhão com a alma de seus
autores. Os trabalhos ao ar livre dariam a pauta para que os impressionistas empregassem seus
pincéis para registrar os efeitos lumínicos na superfície dos objetos. O Impressionismo francês
adotou a linha de experimentação de Corot e de seus seguidores para enfatizar o papel da
luminosidade na natureza. Suas composições en plein air foram trabalhos terminados que se
inseriam no gênero de paisagem moderna, […] apesar da consternação dos críticos e do público. A
figura palpitante sob a luz; cromatismo tonal e a pincelada livre; a eliminação do desenho preciso e
o fascínio pelo estímulo efêmero dos breves instantes seriam as diretrizes da pintura paisagística do
último terço do século 19. Nas palavras do artista holandês Vincent Van Gogh: […] Não conheço
melhor definção da palavra arte que esta: “A arte é o homem adicionado à natureza”. A natureza, a
realidade, a verdade, mas com um significado e um significante; com um caráter que o artista faz
sair e aos que dá expressão. Esta mostra explora a paisagem desde dentro, com as diversas
interpretações que teve entre os séculos 18 e 20. Aqui se aborda a ótica destes séculos em função
de que a paisagem abandonou sua noção acadêmica do século ilustrado para dar lugar a um retrato
psicológico, intimista, mais pessoal e de acordo com a emotividade dos artistas finisseculares. A
visão européia oferece a influência das chamadas vedutte italianas, que impuseram uma moda de
representar as vistas de ruínas arqueológicas e evocadoras, com exemplos interessantes de
Molenaer e Lissandrino. Nueva España se reinventou através da paisagem, para enfatizar os
costumes americanos mediante seus quadros de castas ou do emblemático quadro do passeio del
Virrey Conde de Moctezuma, do artista Pedro Villegas. Os artistas viajantes que se voltaram para o
México no século 19 –com um espírito científico e de profunda investigação deixaram sua marca em
uma descrição minuciosa do território nacional. Daniel Thomas Egerton, Conrad Wise Chapman
ou Carl Nebel estão representados nesta exposição com a lupa do interesse científico-geográfico,
ecológico, urbano, social ou arqueológico. Também José María Velasco e Luis Coto y Maldonado
privilegiaram o lado acadêmico da natureza através de uma pincelada metódica e precisa. O
desenvolvimento industrial e moderno que projetava o trem e a fábrica aparecem nas obras de
Casimiro Castro. Joaquín Clausell, o grande mestre da luminosidade no México, bebeu dos estudos
dos pintores franceses. O Impressionismo, na sua incessante busca descompositiva da luz e da cor,
nos oferece quadros emblemáticos de Monet, Degas, Renoir e Hugues-Claude Pissarro como
resultado da nova sensibilidade e gosto europeus. Serviço: Paisagem Entorno e Retorno – Museo
Soumaya do México Visitação: de 14 de março a 12 de julho Realização: Museo Soumaya do
México Patrocínios: Copel e Sanepar Apoios: Ministério da Cultura, Governo do Paraná e CEF
Museu Oscar Niemeyer Rua Marechal Hermes, 999 Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h R$
4,00 inteira e R$ 2,00 estudantes Gratuito para grupos agendados da rede pública, do ensino médio
e fundamental, para estudantes até 12 anos, maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada
mês.
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