Ed 19_01.pmd - WServices
Transcrição
Ed 19_01.pmd - WServices
Informativo oficial da Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos – Edição nº 19 – Novembro/Dezembro de 2009 VERÃO DE 10 MILHÕES DE TURISTAS ESTAMOS PREPARADOS? PRAIAS LOTADAS, CAOS NO TRÂNSITO E AUMENTO DA VIOLÊNCIA. A FALTA DE INFRA-ESTRUTURA URBANA DAS CIDADES DA REGIÃO É DURAMENTE EXPOSTA NO VERÃO 06 ART ON LINE Marque Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos 2 Novembro / Dezembro 2009 Novembro / Dezembro 2009 3 Agenersa e concessionárias querem mais dialogo com a sociedade Agência quer geradores para enfrentar os apagões no verão da Região dos Lagos A instalação de geradores para diminuir os efeitos dos apagões no Rio e na Região dos Lagos pode ser a saída para evitar que a população fique sem água no próximo verão. O anúncio foi feito em Cabo Frio (RJ) pelo presidente da AGENERSA -Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio-, arquiteto José Carlos dos Santos Araújo durante a Audiência Pública organizada pela agencia sobre a Segunda Revisão Quinquenal da concessionária Prolagos que distribuiu água para Iguaba, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, Cabo Frio e Búzios. -É verão e um período de alerta. A Agenersa está fazendo um convênio com a ANEEL-Agência Nacional de Energia Elétrica que está passando a fiscalização da Ampla e da Light para a Agenersa. Conversamos com as concessi- onárias de luz para que se instale geradores de emergência para que não falte água e as bombas de esgoto não parem de funcionar. É a operação verão de energia e saneamento-, disse Araújo. Para o prefeito Mirinho Braga de Búzios, a luz pode até faltar em época de aumento de consumo mas a demora para restabelecer o sistema de energia é que vem causando prejuízo ao turismo da Região dos Lagos. O prefeito disse ainda que é preciso encontrar novas formas de produzir energia no estado. - A cidade não pode ficar cinco ou seis horas sem luz. Já fizemos reuniões com a Ampla que se comprometeu a aumentar a estrutura para minimizar o problema dos apagões. É preciso também que o governo federal e estadual comece a investir em energias alternativas-, disse Mirinho. Ouvir a sociedade civil e as Humberto Quintanilha conversa com o prefeito Andinho e o biólogo David ONGs para acelerar os mecanismos em defesa do meio ambiente. Essa foi a tônica da abertura da Audiência Pública organizada pela AGENERSA sobre a 2ª revisão qüinqüenal da Prolagos concessionária de água e esgoto de cinco municípios da Regiao dos lagos. A Prolagos pede extensão do prazo de concessão para todos os municípios em mais 23 anos a contar do ano 2023 e incorporação da coleta e tratamento de esgoto de Arraial do Cabo. -Nos últimos anos corrigimos nossos erros e passamos a conversar melhor com as ONGs e a sociedade civil, disse o José Carlos dos ASAERLA participa da 66ª Carta da Amazônia SOEAA em Manaus Carlos Schuch, Dokinha e Osvaldo Noberto O cenário não poderia ser melhor, a Amazônia. Com a temática principal “Pensar o Brasil no contexto mundial: Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Ética” mais de dois mil profissionais, representativos de um universo profissional de quase um milhão de integrantes, reuniram-se na 66ª Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia – SOEAA, realizada na cidade de Manaus, na região amazônica. Atenta às discussões sobre qua- lidade de vida e o futuro sustentável a ASAERLA participou do evento com o engenheiro Raimundo Neves Nogueira, o Dokinha, diretor-tesoureiro da entidade e representante da região leste dos inspetores do CREA-RJ. O vereador Oswaldo Norberto, de Araruama também esteve presente. -Foi um grande evento onde se discutiu como podemos crescer mantendo o equilíbrio natural-, disse Dokinha. Ao final do evento foi elaborada a Carta da Amazônia que reproduzimos a seguir. “A Amazônia que reúne oito países da América do Sul, representa um terço da biodiversidade conhecida, verdadeiro repositório genético onde residem as maiores esperanças de descobertas de novos alimentos e medicamentos. A floresta como um todo, embora seus mecanismos de equilíbrio natural sejam ainda pouco conhecidos, desempenha um importante papel na estabilização do clima planetário. É preciso, no entanto, reverter a lógica econômica que se esconde sob o desmatamento, que valoriza mais a floresta derrubada que a floresta em pé. Trata-se de um ativo dos mais valiosos a demandar reconhecimento, especialmente da 15ª Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, realizada em Copenhague em dezembro. Reconhecemos os avanços sociais conquistados no Brasil e em outros países, contudo enfatizamos a necessidade de mais esforços na busca da sustentabilidade ambiental e na redução das desigualdades sociais. Se as iniciativas locais de inclusão produtiva ainda carecem de políticas públicas sólidas, a reversão da tendência de aquecimento global depende de programas substanciais de financiamento à inovação tecnológica. Alertamos que a protelação das providências da Carta da Terra (ONU- 2002) colocará a humanidade diante do desafio de buscar o equilíbrio pretendido em níveis de crescente complexidade. É urgente que se defina um projeto de futuro para médio e longo prazos, dotando o planeta de perspectivas reais de desenvolvimento sustentável. Diante dessas constatações, o plenário da 66ª SOEAA aprova esta Carta ao povo brasileiro, aos profissionais, aos governantes e, especialmente, aos participantes da Conferência de Copenhague, com as seguintes propostas: 1. Estabelecimento de políticas, planos e programas de desenvolvimento sustentável que orientem e instrumentalizem a recuperação dos passivos ambientais existentes, bem como o direcionamento de recursos para que a inovação tecnológica ofereça soluções ao desenvolvimento sustentável global; 2. Definição de medidas de mitigação e de redução das emissões de gases de efeito estufa, provocadas pelo desmatamento e mudança no uso do solo, com base em estudos científicos e tecnológicos desenvolvidos no país; 3. Promoção de pesquisas aplicadas dirigidas a estudos integrados de ciências sociais, engenharia, ciências naturais e humanas, em relação às mudanças globais; 4. Busca incansável do consenso entre os países para o estabelecimento Santos Araújo presidente da AGENERSA. O diretor executivo da Prolagos, Felipe Ferraz, mostrou os investimentos da concessionária para minimizar os impactos ambientais na lagoa de Araruama e anunciou que a empresa já atende 91% da região com abastecimento d e água e a coleta de esgoto chega a 55%. -É um desafio constante porque a região cresce quatro vezes mais co que a média nacional, além da superlotação no verão-, disse Ferraz. O presidente da ASAERLA, Humberto Quintanilha conversou com prefeitos, técnicos de meio ambiente sobre os problemas causados pelo esgoto que ainda é jogado na Lagoa. -Nossa preocupação é sempre com o verão quando a região fica com superlotação-, observou Quintanilha enquanto conversava com o prefeito Andinho de Arraial do Cabo e o biólgo David. dos padrões, etapas, metas e ações que fundamentarão os novos paradigmas do desenvolvimento sustentável planetário; 5. Compromisso ético entre as Nações para a superação do atual estágio da interação entre os seres humanos e da integração destes com a natureza; 6. Investimentos em pesquisas e empreendimentos que visem o equilíbrio da matriz energética, com incentivo às fontes renováveis; propagação e adoção de novos padrões de consumo, inclusive com priorização do transporte coletivo sobre o individual; 7. Implementação de políticas públicas de acesso universal à educação de qualidade em todos os níveis, como condição para se alcançar o desenvolvimento econômico, social e cultural; 8. Promoção de políticas públicas ambientais para avaliar a vulnerabilidade das populações às mudanças climáticas, especialmente aos extremos de clima; Desta forma, nós profissionais do Sistema Confea/Crea, comprometidos com a vida no planeta, conclamamos os movimentos sociais, os empresários e os governantes de todo o mundo, indispensáveis nesse processo, a firmar publicamente este compromisso, isolada ou coletivamente. Cidade de Manaus, Estado do Amazonas, dezembro de 2009. Novembro / Dezembro 2009 4 PALAVRA DA DIRETORIA Muita paz, sucesso e felicidade Humberto Quintanilha - presidente Rua Nilo Peçanha, 73 Sl. 05 (CREA) Centro - Cabo Frio - RJ Tel.: (22) 2645-6524 e-mail: [email protected] www.asaerla.com.br EXPEDIENTE Conselho Diretor biênio 2009-2010 PRESIDENTE: - eng° Humberto Sanchez Quintanilha VICE-PRESIDENTE: - eng° José Deguchi Junior DIRET OR SECRETÁRIO: DIRETOR - eng° Luis Sérgio dos Santos Souza DIRET OR TESOUREIR O: DIRETOR TESOUREIRO: - eng° Raimundo Neves Nogueira (Dokinha) DIRET OR TÉCNICO: DIRETOR - eng° Marco Aurélio dos Santos Abreu Amigos é com muita satisfação que estou completando um ano de gestão na Presidência da ASAERLA. Espero continuar a contar com a colaboração e participação de vocês e assim contribuirmos para o fortalecimento da associação. O convênio com o CREA-RJ foi renovado e começamos em setembro a receber o repasse do valor das ART's sem exigência. Apesar de ser pequena a parcela em virtude que somente 28% das ART's da região contemplam a ASAERLA como a entidade de classe a ser beneficiada, sendo o restante ou outra instituição como beneficiada ou fica em branco, e, além disso, mais de 80% de todas as ART's ficam em exigência, o que bloqueia o repasse. Continuamos com esperança de até o final do ano através de conversação com o CREA-RJ de liberar pelo menos parte desta verba bloqueada. Vamos continuar com nosso objetivo de trazer eventos, cursos e palestras, para melhorar ainda mais nossa qualidade profissional. Para isso também fizemos convênio com a MÚTUA. A parceria com a TV FIRJAN continua, e em abril de 2010 teremos o 1º Fórum de Tecnologia para Construção Sustentável em Búzios. Estamos participando ativamente nos demais municípios, renovando e fazendo parcerias e convênios com as demais associações e entidades de classe, cobrando posicionamento das concessionárias tanto de energia elétrica como de água e esgoto. Não podemos esquecer do meio ambiente nem da Lagoa de Araruama, assim como do nosso patrimônio histórico, os quais continuarão a ser nossa bandeira juntamente com a ética profissional. Das nossas reinvidicações junto ao poder público algumas foram atendidas em parte outra estão sendo analisadas, mas continuaremos a cobrar até que nos sejam dadas respostas definitivas e as quais compartilharemos com vocês através do nosso Informativo e do site www.asaerla.com. Estamos de portas abertas para recebermos as idéias e solicitações de todos. Temos que compartilhar nossas experiências e conhecimentos com os demais profissionais, dar um pouco de nós para realizarmos o fortalecimento de nossa associação, afinal o futuro está em nossas mãos e só depende da nossa maior participação para termos uma melhor qualidade de vida. Espero que o ano de 2010 seja completo de novos projetos e realizações, e desejo aos companheiros e companheiras muita paz, sucesso e felicidade. Humberto Quintanilha é engenheiro civil e presidente da ASAERLA DIRET OR SOCIAL: DIRETOR - eng° Milton José Furtado Lima DIRET OR DE MEIO-AMBIENTE: DIRETOR - eng° Juarez Marques Lopes DIR. DE REL AÇÕES INSTITUCIONAIS: RELAÇÕES - eng° Ricardo Valentim Azevedo DIRET ORES DE PUBLICAÇÕES: DIRETORES - eng° Fernando Luiz F. Caedoso - eng° Luis Carlos da Cunha Silveira COMISSÃO FISCAL: - eng° Luiz Césio Caetano Alves - arqa Maria Yara Coelho - eng° Aurenio Ribeiro - eng° Elídio Lopes Mesquita Neto - eng° Anísio Machado de Resende - eng° Raul Antonio Alberto L. Lazcano ASSESSORIA DE IMPRENSA: W2Imagens.com -Walmor Freitas - (22) 9214-3940 [email protected] IMPRESSÃO: Gráfica do Jornal do Commercio TIRAGEM: 6.000 EXEMPLARES EDIÇÃO N° 19 Novembro / dezembro - 2009 Calendário de eventos para o novo ano Uma das grandes conquistas da ASAERLA nos últimos anos foi a aproximação dos profissionais com a entidade. O encontro acontece semanalmente na sede da associação, mezanino do Crea, no centro de Cabo Frio e é aberta a todos interessados. Outra novidade é que o resumo das reuniões são enviados por e-mail àqueles que estão cadastrados. -É a interatividade. Muitos temas de reuniões foram sugeridos por associados-, diz o engenheiro Luiz Sérgio dos Santos, diretor-secretário. Para 2010, já existe um calendário pré-programado. As reuniões semanais da ASAERLA continuarão a ser realizadas todas às 3ª-feiras às18h. Janeiro: 27 - Happy Hour 20 - Plenária 28 - Happy Hour Fevereiro: 24 - Happy Hour Agosto: 17 - Plenária 25 - Happy Hour Março: 16 - Plenária 31 - Happy Hour Abril: 20 - Plenária 28 - Happy Hour Maio: 18 - Plenária 26 -Happy Hour Junho: 15 - Plenária 30 - Happy Hour Julho: 17 - Aniversário da ASAERLA Setembro: 21 - Plenária 29 - Happy Hour Outubro: 19 - Plenária 27 - Happy Hour Novembro: 16 - Plenária 24 - Happy Hour Dezembro: 11- Festa de Confraternização: Dia do Arquiteto e Engenheiro Agentes municipais concluem curso de Prevenção e Combates a Incêndios Florestais Planejar e prevenir estes são os conceitos básicos que agentes municipais de ambiente das prefeituras da região aprenderam durante curso em dezembro. O curso de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, realizado pela equipe do Serviço de Guarda Parques do INEA – Instituto Estadual do Ambiente – foi direcionado às prefeituras de Búzios, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Iguaba Grande, ligadas às APAs do Pau Brasil e Serra de Sapiatiba. O curso, realizado no Horto Escola Artesanal de São Pedro da Aldeia, teve o objetivo de difundir o conceito de prevenção e planejar medidas mais eficazes de combate aos incêndios florestais. Além de agentes municipais, o curso de formação de brigadistas florestais também capacitou integrantes dos conselhos gestores das APAs Pau Brasil e Serra de Sapiatiba. Novembro / Dezembro 2009 5 Fórum de Tecnologia para Construção Sustentável em Búzios Encontro vai discutir o desenvolvimento sustentável que hoje é uma das maiores preocupações do mercado da construção civil A ASAERLA está trabalhando firme para a realização do 1º Fórum de Tecnologia para Construção Sustentável. O evento que deverá ser realizado em abril do próximo ano em Búzios entrou na fase de captação de recursos com empresas patrocinadoras e apoiadoras do fórum. O projeto da ASAERLA já conquistou apoio de um banco e de grandes empresas que tem o interesse em participar de evento com esse foco. Segundo o engenheiro Milton Lima, diretor social da ASAERLA, o objetivo do fórum é discutir pela primeira vez na região sobre os produtos que tem sido desenvolvidos e utilizados em construções sustentáveis. -A prefeitura e algumas entidades de Búzios, gostaram do projeto e a idéia evoluiu tanto que a prefeitura pretende envolver toda a cidade em torno deste tema na semana em que se realizará o fórum. O apoio é total-, anima-se Milton. Um site esta sendo criado para informar, dar maior visibilidade ao fórum além de cadastrar participantes, empresas e entidades. O encontro pretende abordar as boas práticas ambientais desenvolvidas pelo segmento e como essa nova perspectiva pode alterar a atuação de seus profissionais em beneficio do meio ambiente. Garantir o desenvolvimento sustentável é hoje uma das preocupações do mercado da construção civil. O segmento é hoje responsável por 40% da energia consumida no planeta (24,7% só de edifícios na América Latina), 25% de madeira e 16% de água, segundo dados da Câmara Brasilei- ra da Indústria da Construção (CBIC). O 1º Fórum de Tecnologia para Construção Sustentável, organizado pela ASAERLA se desenvolverá em duas frentes, paralelamente. Uma, onde ocorrerão as palestras sobre sustentabilidade. Projetos, financiamentos, perspectivas e materiais que estão sendo desenvolvidos para a construção civil tendo a sustentabilidade como base e meta. Milton adianta que já foram feito contatos com palestrantes, técnicos e respeitadíssimos profissionais do setor que deverão estar em Búzios para o evento. - O sincronismo das agendas desses profissionais é um trabalho árduo e que tem dispendido bastante tempo. Posso garantir que, se nossos esforços forem recompensados, nossa região estará recebendo pela primeira vez, numa única oportunidade e em torno de um único tema, talentos de reconhecimento internacional-, diz Milton que vem cuidando pessoalmente dos contatos com palestrantes para viabilizar a participação no fórum. A outra frente se dará com a exposição de produtos por empresas que tem trabalhado sobre o tema “sustentabilidade”. Será a oportunidade de conhecer, esclarecer dúvidas e realizar rodadas de negócios entre profissionais e empresas fabricantes. Tudo isso num ambiente de altíssimo nível, onde não faltará um coquetel para a confraternização e conhecimento. As belezas naturais de Búzios reforçam o interesse para a realização do Fórum A realização do fórum já despertou o interesse também de estudantes, profissionais e empresas de diversas partes do país. - É curiosa a busca de informações por parte de universitários e recém-graduados. Tanto quanto de profissionais e empresas de cidades distantes. Isso reforça a intenção da ASAERLA de divulgar o quanto antes a agenda completa do evento, pois o número de participantes será limitado, assim como de empresas expositoras e profissionais palestrantes-, diz o engenheiro que prefere divulgar nomes de palestrantes e empresas participantes quando toda a programação do evento for concluída. Milton diz que além de toda a estrutura do evento que desperta atenção do setor da construção civil, sociedade, ONGs e ambientalistas, tem o charme inconfundível de Búzios impulsionado pela grande exposição por conta da novela da TV Globo. -A cidade por si só, já é um atrativo à parte para os participantes. Tendo como pano de fundo um tema tão atual, presente e necessário, pela primeira vez em nossa região, é fácil acreditar que o esforço da ASAERLA será recompensado-, diz Milton. FGV começa a fazer estudo para Centro de Convenções em Cabo Frio A Fundação Getúlio Vargas (FGV), está estudando a viabilidade econômica para a instalação do Centro de Convenções em Cabo Frio. No começo de dezembro, os representantes da fundação, estiveram na secretaria de Turismo. No encontro com o secretário Gustavo Beranger, os consultores Luiz Antônio Tavares, Laura Monteiro e Gabriela Serpa representantes da FGV buscaram informações sobre o fluxo turístico de Cabo Frio, sobre o número de leitos oferecidos pelo município, sobre eventos aqui realizados e sobre a necessidade da implantação do Centro de Convenções local. De acordo com o consultor Luiz Antônio Tavares, os centros de convenções prometidos para o estado do Rio de Janeiro, através do Prodetur e com financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), estão mesmo destinados a Cabo Frio, Nova Friburgo e Paraty. Tavares disse também que o projeto contará com a ajuda financeira do governo do estado e o dinheiro, viabilizado pelo governo Federal, ficará em torno de R$ 15 a R$ 20 milhões para a construção do espaço. Os consultores elogiaram a infra-estrutura da cidade e, principalmente, a facilidade de acesso ao município através de via marítima e via aérea, com o aeroporto e a segunda maior pista do estado do Rio, e pelas estradas novas e bem cuidadas. O Centro de Convenções de Cabo Frio já tem área destinada no bairro Porto do Carro, às margens do Canal do Itajurú, na av. Wilson Mendes. A área possui 35 mil metros quadrados e o espaço foi escolhido em função de poder abrigar eventos diversos, desde feiras, congressos e workshops, até eventos náuticos. Novembro / Dezembro 2009 6 Pioneirismo da D&C é referência nacional mas continua apostando no mercado regional Modelo de gestão coloca empresa entre as primeiras do estado A constante busca pela qualidade e satisfação do cliente rendeu a loja D&C de Cabo Frio, o prêmio “Competitividade Micro e Pequenas Empresas” do SEBRAE, na categoria comércio, no Estado do Rio de Janeiro. A D&C concorreu com outras 1.752 empresas e foi a vencedora juntamente com outras duas. Com a vitória, a D&C passa a participar automaticamente da competição nacional em 2010. -Nosso foco sempre foi satisfação do cliente e trabalhamos muito para isso, cumprindo prazos de forma personalizada para cada cliente. É o nosso diferencial, diz o empresário gaúcho e gremista Ricardo Guadgnin que confessou ficar nervoso ao receber o troféu na sede da Firjan no Rio. “Já temos um planejamento para dez anos, não é porque somos pequenos e estamos em uma cidade pequena que devemos pensar pequeno. O tamanho dos nossos sonhos, também deve ser o tamanho das nossas ambições”, discursou o empresário. Mesmo com o destaque no estado, Ricardo garante que vai continuar com foco regional, Cabo Frio, Búzios, Arraial e São Pedro. Para arquitetos, decoradores e profissionais da construção civil, Ricardo diz que esperou três anos para anunciar ao mercado que pode entregar as mercadorias em apenas dez dias. Tanto que vai inaugurar nova fábrica no começo do ano. -Arquitetos, decoradores e profissionais já estão convidados e vamos ter melhores condições de atender a todos-, disse Ricardo. Começa a faltar mão de obra especializada na construção civil O tão sonhado crescimento da construção civil além de gerar milhares de emprego também revelou um dado preocupante; a falta de mão de obra técnica para tocar obras em todo o país é cada vez maior. Para contornar essa situação o governo federal destinou R$ 14,1 milhões, só este ano, para cursos de qualificação de pessoal de construção civil em nove estados com 18.120 vagas em todo o país apenas com foco na ampliação e modernização de refinarias da Petrobras. O maior volume de trabalhadores a serem qualificados (5.920) no Rio, onde se constrói o Complexo Petroquímico (Comperj) e será modernizada a Refinaria Duque de Caxias (Reduc). Na Região dos Lagos, em pleno aquecimento para a alta temporada também é difícil encontrar profissionais da construção civil. A procura por um simples ajudante pode levar dias e até semanas. -Já perdi trabalhos por falta de pessoal-, queixa-se o Falta de profissionais podem atrasar obras engenheiro Milton Lima. Para o engenheiro Ronaldo Pessoa, a falta de profissionais empurrou o valor das diárias, empreitadas e pagamentos semanais para cima, além do percentual da inflação. -Os profissionais perceberam a demanda e alguns até exageram no valor do trabalho. Quem precisa com urgência vai pagar mão de obra mais cara nesta época do ano, alerta o engenheiro. — Não há mão de obra qualificada para atender às demandas do setor de petróleo, principalmente eletricistas e mestres de obra-, admite o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que garante que o trabalho de qualificação será permanente nos próximos anos. Novembro / Dezembro 2009 7 Consumidor paga por energia que não consome A estimativa é que os consumidores transferiram para os cofres das empresas nesse tempo algo em torno de 1 bilhão de Reais por ano Por Marco Aurélio dos Santos Abreu de dias varia com os meses e precisamos viver cada dia para vivermos um mês. Um consumo de 300kW em um mês de 28 dias não é o mesmo consumo de 300kW em um mês de 31 dias. Se um cidadão consome 10kW por dia (300kW/mês) ele vai consumir para o meses : Quando foi decidido que uma parte dos Jan/Mar/Mai/Jul/Ago/Out/Dez serviços públicos básicos, tal como o forne(7x) 31 x 10 = 310 cimento de água e energia elétrica, seria presFevereiro tado pela iniciativa privada, houve por par(1x) 28 x 10 = 280 te das autoridades uma certa dose de ansiedade em transferir a responsabilidade sobre Abr/Jun/Set/Nov esses serviços para as empresas. Essa pressa, (4x) 30 x 10 = 300 por vezes atingindo um nível intolerável, levou a um modelo de privatização que priComo o modelo estabelece que para um vilegiou o lucro das empresas, e fez com que verdadeiros absurdos fossem cometidos con- consumo mensal acima de 300kW o custo tra os consumidores, tudo em nome do pri- do kW é maior do que o custo por kW de um vilégio ao capital. Vamos tentar, por meio consumo mensal abaixo de 300kW, podedessas mal traçadas, levar o leitor a compre- mos ver que o cidadão com a conta simulada ender o que uma decisão afoita (para não acima, apesar de consumir 10kW por dia, em dizer coisa pior) pode representar para a so- sete dos doze meses, vai ter a sua conta de ciedade dita organizada. Com um pouco energia elétrica aumentada de um valor razode imaginação, poderá o leitor, levar o en- ável, tudo porque o mês tem mais um dia. tendimento até outras áreas da prestação do Isso quando a companhia não retarda a mediserviço público, como por exemplo as rodo- ção e aumenta o consumo mensal do cidadão. Se houvesse a preocupação com o cidavias privatizadas. Esse modelo foi a forma encontrada pe- dão, a política de tarifas deveria estabelecer o las autoridades para diminuir o número de custo do kW por degraus em função do núservidores concursados cujos cargos não mero de dias de consumo e não em função do podem ser usados nas campanhas políticas, mês, pois como vimos, o mês não é um intere, ao mesmo tempo, não serem responsáveis valo fixo de tempo. Mas, como o pão do pobre sempre cai com a manteiga para baixo, pela prestação do próprio serviço. A grande participação dessas empresas no mais uma vez quem lucra é a empresa. Vamos financiamento de campanhas políticas não agora calcular de quanto foi o prejuízo do cidadão por ter votado errado: deve ser visto como uma simples coincidência. Em adição ao exposto acima, temos que lembrar que a tarifa de energia Custo do kW para consumo até elétrica vem sendo cobrada a maior há 7 300kW mensais = R$ 0,51756 anos e só agora descobriram isso. A esti7 x 310 x 0,51756 = R$1.123,11 mativa é que os consumidores transferi1 x 280 x 0,51756 = R$ 144,92 ram para os cofres das empresas nesse tempo algo em torno de 1 bilhão de Reais 4 x 300 x 0,51756 = R$ 621,07 por ano, e que nesse período o valor pode Total = R$1.889,10 chegar a 10 bilhões de Reais (1x1010 para engenheiros), conforme a Folha de São Custo do kW para consumo acima Paulo. É muita grana, mas há uma ma- de 300kW mensais = R$ 0,61280 neira mais ardilosa de aumentar os lucros das empresas, transferindo recursos 7 x 310 x 0,61280 = R$1.329,78 do bolso do cidadão para o cofre das em1 x 280 x 0,51756 = R$ 144,92 presas, e isso nós vamos mostrar nos pró4 x 300 x 0,51756 = R$ 621,07 ximos parágrafos. Total= R$ 2.095,77 Para o perfeito entendimento do que vamos expor a seguir, é necessário enUma tungada de R$ 206,67 por ano. tender a definição de mês. Um mês pode ter 28, 29, 30 ou 31 dias. Portanto, esPara que fique bem claro para todos, os tabelecer limites de consumo mensal já é um absurdo, pois como vemos, o número degraus das faixas de consumo deveriam ser como os do Imposto de Renda, ou seja, o valor maior incidiria somente sobre o consumo que ultrapassasse a faixa estabelecida. Se a intenção é cobrar a mais de quem consome mais, a faixa deveria ser fixada por número de dias e não por mês, pois como vimos, o mês não é uma unidade de tempo fixa. Assim como no exemplo da energia elétrica, a água que consumimos também é taxada da mesma forma. Mas, nesse caso, os absurdos são ainda maiores, pois os aumentos no valor do m³ vêm sendo muito altos, da ordem de 35% ao ano. Como o valor da água é baixo quando comparado com o da energia elétrica, o cidadão na maioria dos casos não se dá conta desses grandes aumentos, pois o valor absoluto é baixo. Quando a conta atingir valores mais alto e ele notar, aí, já será tarde demais. Um outro ângulo dessa ótica sobre as privatizações é o que expõe a privatização da CEDAE, transformada em PROLAGOS aqui na região. O grupo de capital português Águas de Portugal, adquiriu a concessão e a explorou até 2007. Dentro desse período enfrentou muitas dificuldades, e, sempre obteve junto à Agência Reguladora aumentos nas tarifas dentro dos padrões de normalidade, aumentos esses sempre compatíveis com a inflação no mesmo período. Em 2007, após a transferência da Prolagos para um grupo empresarial nacional, a política de aumentos nas tarifas mudou completamente. A Agência Reguladora tornou-se extremamente generosa e concedeu polpudos aumentos nas tarifas vindo a transformar a Prolagos. Os portugueses deram muito azar, pois duvido que tivessem vendido a empresa como venderam se soubessem desses polpudos aumentos que viriam no futuro. Marco Aurélio dos Santos Abreu é engenheiro civil e diretor técnico da ASAERLA Prolagos pode ter mais 23 anos de concessão Foi praticamente descartado por consenso um novo aumento das tarifas de água da Prolagos durante a audiência pública convocada pela Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico (Agenersa), no dia 10 de dezembro em Cabo Frio, para a segunda revisão quinquenal da concessionária. O presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Luiz Firmino Martins Pereira, representando o governo estadual, os prefeitos dos cinco municípios atendidos pela fornecedora, Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro D’Aldeia, Búzios e Iguaba, e que integram o Consórcio Intermunicipal Lagos São João, e membros da sociedade civil organizada defenderam que seja avaliada a possibilidade de se ampliar o prazo de concessão da empresa, que já é de 25 anos. A Prolagos quer a extensão do prazo de concessão para mais 23 anos a contar do ano de 2023 quando termina os primeiros 25 anos (1998 a 2023). A concessionária também pleiteia a incorporação da coleta e tratamento de esgoto do município de Arraial do Cabo. A medida foi indicada como a alternativa mais razoável para solucionar o desequilíbrio econômico-financeiro do sistema, da ordem de R$ 15 milhões, por um estudo de viabilidade encomendado pelo Inea, na condição de órgão executivo da Secretaria do Ambiente, à Fundação Getulio Vargas. A Cibe Participações, (Prolagos) detentora da concessão, anunciou mais R$ 147 milhões nos próximos 10 anos, sendo R$ 102 milhões na ampliação da rede de distribuição de água e os R$ 45 milhões restantes na expansão do sistema de captação e de tratamento de esgoto. Esse montante seria destinado a melhorias no sistema de fornecimento de água e de captação de esgoto nos cinco municípios. No abastecimento, entre outros projetos, a empresa prevê a construção de um reservatório em Iguaba, aumento das redes de distribuição de São Pedro D’Aldeia e para distritos de Búzios (40km) e de Cabo Frio (60km), que também teria o seu reservatório ampliado. Na captação e tratamento de efluentes, os planos incluem aumentar a capacidade da rede coletora de Iguaba e de São Pedro, e das estações de tratamento de Búzios e de Cabo Frio. Este último passaria dos atuais 160 litros por segundo de efluentes tratados para 400 litros por segundo. O município de Arraial do Cabo não foi incluído porque o contrato não contempla tratamento de esgoto, apenas distribuição de água. Para o engenheiro Humberto Quintanilha presidente da ASAERLA, é preciso cobrar com urgência da Prolagos a construção de rede separativas entre águas pluviais e de esgoto e o destino dos efluentes da região. -Não podemos mais jogar nada na Lagoa de Araruama. O esgoto tratado precisa ser desaguado na agricultura ou no oceano através de um emissário submarino-, disse Quintanilha. Novembro / Dezembro 2009 8 W2Imagens/W.Costa Problemas antecipados Por Agostinho Guerreiro As famosas “chuvas de verão” chegaram mais cedo ao Rio de Janeiro. Os sucessivos temporais das últimas duas semanas causaram estragos na capital, na Baixada Fluminense e em muitas outras cidades do estado. Na estrada Rio-Teresópolis, um deslizamento de terra matou três pessoas da mesma família. Em Belford Roxo, Duque de Caxias, Três Rios e Tanguá, o excesso de chuva deixou muitas pessoas desabrigadas. Volta a dizer que esses problemas, cada vez mais precoces, são agravados por algumas situações que todos já conhecem: a ocupação desordenada do solo, a falta de saneamento básico, o despejo irregular de lixo, o desmatamento das encostas, a impermeabilização permanente das áreas urbanas, a falta de obras de drenagem, as obras de engenharia equivocadas, e que não levam em conta o meio ambiente, entre outros. E não são apenas os centros urbanos que sofrem com as chuvas. O campo também vem sendo bastante castigado nos últimos anos. Além das enchentes no interior do estado que já destruíram plantações inteiras, os temporais também alagam as estradas, dificultando o escoamento de pro- dutos. Tudo isso afeta os produtores e prejudica o agronegócio no estado. A solução imediata e definitiva para as conseqüências da chuva é um desafio. Sabemos que os fenômenos naturais não podem ser evitados, mas as suas conseqüências para, nós, cidadãos, podem, sim, ser amenizadas com ações importantes, como a realização de obras de engenharia adequadas e a recuperação da cobertura vegetal das encostas e das regiões por onde passam os rios, os riachos e os canais. Um plano de macro e micro-drenagem só funcionará se for feito tendo por base as bacias e, principalmente, as micro-bacias hidrográficas que implicam, em muitos casos, diversos municípios simultaneamente. Os projetos precisam sair do papel, pois as catástrofes não esperam e não marcam data. E não é só. As pessoas também precisam ter em mente que os alagamentos têm relação direta com as atividades humanas. Por isso, também cabe a cada um de nós vigiar as próprias ações para evitar prejuízos e tragédias. Agostinho Guerreio - Presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro (CREA-RJ) A Casa da Flor pode ser visitada diariamente A casa que encanta a todos Considerada expoente da arquitetura mundial a Casa da Flor é mais um patrimônio ameaçado por falta de manutenção Filho de uma índia com ex-escravo africano, pobre, negro, trabalhador das salinas e sem nunca ter sentado num banco escolar, o aldeense Gabriel Joaquim dos Santos é citado nas melhores universidades do país, Europa e Estados Unidos como expoente da arquitetura e da arte. Tudo por conta de uma casa construída por ele a partir de 1912. A casa foi montada como um grande quebra-cabeça a partir de pedaços de vidros, garrafas, cacos de telhas, tijolos e materiais encontrados pelo caminho onde passava para ir trabalhar nas salinas. Em todos os arranjos e colagens de pedras, vidros e outros materiais o formato sempre remete a uma flor. O imóvel se transformou num monumento à dedicação e arte do sonho. Entretanto, todo esse patrimônio reconhecido internacionalmente, vem sofrendo com o descaso do poder público pela falta de manutenção da obra. A prefeitura, por meio de assessoria de imprensa, disse que no momento não existe nenhum projeto para a Casa da Flor. Paixão pela obra Quem cuida da Casa da Flor é a professora carioca Amélia Zaluar, que conviveu com o artista durante oito anos (1978 - 1985). Dona Amélia fundou o Instituto Casa da Flor com sede no Rio, e vive pedindo ajuda aos amigos e lutando para ver reconhecida a obra de arte da Região dos Lagos. No site www.casadaflor.org.br , todo o material, incluindo as fotografias, é parte da pesquisa realizada pela professora. Seu acervo compõem-se de oito horas de entrevistas, cerca de quinhentas fotografias (pxb, cores, cromos), que resultaram na monografia “A Casa da Flor Tudo caquinho transformado em beleza”, de cem páginas e sessenta fotografias, à espera ainda de patrocínio para a publicação. -Continuamos na luta. Agora, amigos elaboraram um projeto que encaminhamos ao Ministério da Cultura MINC para tentar conseguir um apoio e verba federal. Precisamos manter a Casa da Flor-, implora dona Amélia que vive no Rio. Hoje a Casa da Flor é conhecida no mundo inteiro e recebe visitas diariamente. São estudantes de engenharia, arquitetura e decoração, escritores, poetas e gente conhecida como o escritor Paulo Coelho que chamou a atenção para que todo o ser humano reflita sobre a construção do artesão Gabriel como forma de valorizar a vida que é feita a partir de pequenos pedaços e momentos. Os visitantes são recebidos pelo atendente Valdevir Soares dos Santos,65 anos, sobrinho-neto de seu Gabriel. Para visitar a casa, paga-se um real que, segundo Valdevir serve para a manutenção do monumento. -Ganho salário mínimo e não recebo ajuda nenhuma. Com esse dinheirinho vou cuidando do jardim e da casa de meu tio-avô. Os políticos só prometem e depois desaparecem-, reclama. Local de difícil acesso Para chegar a Casa da Flor e preciso mais do que dedicação. A atenção precisa estar redobrada porque o monumento fica na subida de um morro entre vegetação nativa. A Estrada dos Passageiros é esburacada e estreita. Apenas duas pequenas placas presas num poste indicam a casa. É preciso perguntar em cada esquina como chegar à casa tombada pelo Patrimônio Cultural Fluminense desde 1986. -Este lugar e maravilhoso e deveria ser um grande ponto turístico. Uma pena que esteja sem os devidos cuidados-, disse Paulo Dutra,77 anos, funcionário público federal aposentado, que visitava o monumento pela primeira vez. Mesmo que seja trabalhoso encontrar a Casa da Flor vale muito a visita.O monumento encanta a todos. Crianças, técnicos ou simplesmente a quem valoriza arte da imaginação e da criatividade. Novembro / Dezembro 2009 9 Fazenda Campos Novos busca parceiros para restauração Espaço poderá se transformar em Museu de História Natural com centro de cultura, ciências, agroecologia e tecnologia A região poderá ganhar em breve um novo espaço históricocultural com a restauração da Fazenda Campos Novos. Para isso, a secretaria de agricultura elaborou o projeto “Re-Fazenda Campos Novos” que está inserido no Plano de Ação das Cidades Históricas, onde Cabo Frio foi contemplado, pelo Ministério da Cultura, a receber investimentos federais para manutenção dos seus patrimônios. O projeto também está sendo apresentado a potenciais investidores do setor privado como a companhia Vale de mineração, Petrobrás, EBX de mineração e investimentos, Fundação Roberto Marinho entre outras. Para o secretário de agricultura, Roberto Nogueira, já existe sinais de empresas que perceberam o potencial econômico da área rural em Cabo Frio. -Vamos apresentar o projeto a empresas interessadas em qualquer parte do país. O importante é salvar o patrimônio que é reconhecido mundialmente-, disse Beto Nogueira que lançou oficialmente o projeto de recuperação da Fazenda Campos Novos durante apresentação na Casa dos 500 Anos em Cabo Frio. ASAERLA alertou sobre situação precária do prédio Uma equipe de técnicos da ASAERLA acompanhada por técnicos do IPHAN e da prefeitura visitou a Fazenda Campos Novos no começo deste ano. Durante a visita, engenheiros e arquitetos constataram diversos problemas na Técnicos da ASAERLA durante visita na Fazenda Campos Novos edificação causados pro falta de manutenção e recuperação sem acompanhamento técnico. -As reformas que foram feitas não seguiram nenhum critério de restauração e isso prejudicou a edificação. Agora será preciso um estudo profundo de restauração para a total recuperação da Fazenda-, disse o engenheiro Humberto Quintanilha, presidente da ASAERLA. A proposta da campanha Re-Fazenda prevê a criação de um parque Agroecológico, nos 180 hectares de área que a Fazenda possui, e a construção de um Museu de História Natural, além de transformar a Fazenda em um centro de difusão de cultura, ciências, agroecologia e tecnologia. Beto Nogueira disse ainda que o projeto pretende chamar atenção para as múltiplas possibilidades que a propriedade colonial pode gerar em termos de riqueza cultural e social, além de valorizar e resgatar a história, cultura e memória da região e do país. TV Holandesa inclui Fazenda Campos Novos em documentário sobre Darwin Um canal de TV Holande- sa visitou a Fazenda Campos Novos, para realizar um documentário em comemoração aos 150 anos da Teoria da Evolução das Espécies. O filme vai registrar toda a viagem que Charles Darwin fez ao redor do mundo durante suas expedições. Dentre três lugares do estado do Rio de Janeiro, a TV escolheu Cabo Frio para documentar o trajeto percorrido pelo cientista que passou por todo o Norte Fluminense após visita ao Rio. Em 1832, Charles Darwin hospedouse na Fazenda Campos Novos, (atual Distrito de Tamoios) chegando até Conceição de Macabu. O projeto “Caminhos de Darwin” foi criado em 2008, no Rio de Janeiro, em comemoração aos 150 anos do lançamento da Teoria da Evolução das Espécies, de Charles Darwin. É coordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, Casa da Ciência da UFRJ e Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro, em parceria com instituições, escolas, universidades e prefeituras das cidades do Rio de Janeiro por onde Charles Darwin passou em sua viagem a bordo do navio Beagle, no século XIX. Cabo Frio e São Pedro no PAC das Cidades Históricas No ano que vem , quinze municípios do Rio de Janeiro serão contemplados com verbas do Plano de Ação para as Cidades Históricas, já conhecido como PAC das cidades históricas. O dinheiro deverá ser empregado para obras de restauração, infraestrutura urbana e valorização de acervos históricos. O plano é coordenado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-RJ) e tem recursos dos ministérios das Cidades, do Turismo e da Educação. Cabo Frio e São Pedro da Aldeia estão entre as 15 cidades do estado contempladas para receber a verba federal além do Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Casimiro de Abreu, Duas Barras, Itaboraí, Mangaratiba, Paraty, Petrópolis, Quatis, Quissamã, Rio Claro, Santa Maria Madalena e Vassouras. A equipe técnica de Cabo Frio já apresentou propostas que serviram como referência aos outros municípios. -É preciso manter a identidade das cidades. Em Cabo Frio por exemplo, no bairro da Passagem muitos prédios foram demolidos e erguidas construções que nada tem a ver com arquitetura histórica-, alerta o engenheiro, historiador e escritor Luiz Carlos Silveira, autor do Livro “O Outro Cabo Frio. Algumas áreas de investimento já foram estabelecidas pela equipe técnica de Cabo Frio, que definiu ações como o circuito histórico arquitetônico da cidade; restauração do conjunto arquitetônico da Fazenda Campos Novos; criação do Museu de História Natural com enfoque nos caminhos dos jesuítas e de Darwin; criação do acervo de memória, com documentações históricas. Outro ponto em destaque é a recuperação paisagista da cidade e a criação do parque da Boca da Barra envolvendo todos os sítios arqueológicos e sambaquis, entre outros. Sendo um instrumento de gestão que prioriza investimentos, o Plano de Ação é voltado para o Centro Histórico do município, devendo ser norteador dos investimentos por parte das três esferas de governo. Com isso, foram criadas oficinas formando equipes técnicas da Prefeitura de Cabo Frio, OAB, ASAERLA, IBAMA, IPHAN, ACIA CM, e a preparação do primeiro diagnóstico do setor. Novembro / Dezembro 2009 10 Caos urbano: LOTAÇÃO ESGOTADA Turistas superlotam a Região dos Lagos e podem causar nó nos serviços essenciais A alta temporada parece ser sempre a mesma coisa. Não é, e fica pior. Engarrafamentos, veículos estacionados irregularmente, filas quilométricas em todos os lugares e nas praias falta espaço até na areia. A cada ano o número de visitantes aumenta atraídos por boas rodovias, aeroporto internacional e transatlânticos cada vez maiores. Do outro lado, parece que as cidades da região nunca estão preparadas para enfrentar os transtornos causados por tanta gente junta. As estatísticas apontam que o verão 2010 terá em torno de 10 milhões de pessoas na região. Só para a virada do ano, a Praia do Forte, em Cabo Frio, espera receber cerca de 800 mil pessoas para os 17 minutos de queima de fogos. Baseado em anos anteriores, a estimativa da concessionária Via Lagos é de que cerca de 1,5 milhão de veículos cruzem a praça do pedágio neste verão. Como cada carro transporta, em média, quatro passageiros, significa seis milhões de pessoas. Em 2009, só no sábado de carnaval passaram pelo pedágio 49.692 carros, o que significa algo em torno de 200 mil pessoas, num único dia, informa a concessionária. - O secretário de turismo de Cabo Frio, Gustavo Beranger aposta que é possível somar mais de metade dos números da Via Lagos por conta dos veículos que viajam pela rodovia que liga Niterói, Maricá e Saquarema sem pagamento de pedágio. Ainda é preciso computar os carros que chegam à Região dos Lagos vindos do norte fluminense. Em Búzios, os navios de luxo vão desembarcar perto de 450 mil turistas no verão. Ainda tem os vôos quase diários que chegam a Cabo Frio e os ônibus de linha mais os ônibus fretados para excursões que lotam as casas da Vila Nova em Cabo Frio. É verão para 10 milhões de pessoas. - Como não temos nenhum estudo viário para suportar o já intenso tráfego de Cabo Frio, toda a região vai virar um caos-, alerta o engenheiro e historiador Luiz Carlos Silveira. Ônibus de turismo serão controlados e não podem circular na cidade FOTO A alta temporada preve recorde de público em todas as praias das cidades da região Trânsito ainda é maior problema Descaso das autoridades dos ricos municípios do petróleo em contratar um amplo projeto de engenharia de tráfego é inaceitável e pode agravar ainda mais o caos Para enfrentar o verão com superpopulação, as prefeituras garantem que vão reforçar efetivos na saúde, guarda municipal, coleta de lixo e fiscalização nas praias. Todas prometem criar mecanismos para diminuir o famoso nó no transito da região. Em Cabo Frio, a apreensão é maior do que em outras cidades por conta das demissões de 803 guardas municipais no começo da alta temporada. Entretanto, o prefeito Marquinho Mendes garante que entendimentos com o Ministério Público vai permitir a contratação temporária de mais 550 agentes para reforçar a guarda durante a temporada. Já a Secretaria da Ordem Pública informou que vai implantar novo sistema de trânsito mas não é possível desenvolver a curto prazo por conta da crise financeira de 2009, o que anuncia um verão igual àquele que passou. Uma das mudanças pensadas, a médio prazo, será a colocação de aplicativos necessários, em todo o município, tais como mais lombadas eletrônicas e dispositivos elétricos, principalmente, em pontos críticos do trânsito cabofriense. A secretaria já fez um levantamento de todos os pontos críticos de acidentes de trânsito em Cabo Frio e acredita que a meta da reordenação do trânsito da cidade é reeducar o motorista, fazendo-o reduzir a velocidade por meio de sinalização eletrônica. Búzios estuda verão desde agosto A prefeitura de Búzios informou que desde agosto se preocupa com a superlotação da alta temporada e que criou uma comissão de trabalho, bem como aproveitou os feriadões de 2009 para testar novas medidas. A comissão, coordenada pelo chefe de Gabinete, Carlinhos Gonçalves, os secretários municipais de Turismo e Cultura, Isac Tillinger; Serviços Públicos, Henrique Gomes e Ordem Pública, coronel Ubiratan Ângelo, já tomou todas as decisões relacionadas ao ordenamento da cidade, como orientação aos motoristas, ordenamento das praias e do trânsito, receptivo aos turistas, fiscalização de posturas e guarda municipal. -Começamos a trabalhar com vários meses de antecedência para ter tempo hábil de acertar todos os detalhes e passar um verão tranqüilo-, disse Tilinger. A fiscalização de trânsito já está preparada e foi montado um esquema especial de plantão em pontos estratégicos para evitar tumulto. Outra medida adotada em Búzios para evitar engarrafamentos, é a coleta de lixo à noite. -Já fizemos um teste, e a medida foi colocada em prática com resultados positivos. O caminhão do lixo circulando à noite evita transtornos no trânsito. Em relação à Rua das Pedras também montamos um horário especial de carga e descarga e também para recolhimento de lixo. No horário da manhã, o caminhão ficará sediado em um ponto específico e o recolhimento será feito por carros menores. Além disso, estamos fazendo uma licitação para contratação de uma empresa para cuidar do estacionamento público, disse o chefe de Gabinete, Carlinhos Gonçalves. São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Arraial do Cabo com efetivos menores também garantem que montaram esquema especial para enfrentar o trânsito acima do normal nos próximos meses. As praias de maior circulação em São Pedro, a Praia do Sudoeste e a Praia da Pitória, e seus acessos, também recebem atenção e foram sinalizadas, para garantir um perfeito fluxo de veículos e pedestres. Outra medida implantada, que necessitou da autorização junto ao DER – RJ (Departamento de Estradas e Rodagem), será a colocação de um semáforo na RJ-140, no km 23, na altura do Supermercado Econômico, do Centro que vai permitir um fluxo seguro de pedestres e veículos. -O subsecretário de Segurança Pública, Joselito Santos, pede que os motoristas sejam mais cautelosos e que respeitem os semáforos e as placas de sinalização. “Agindo dessa forma, os motoristas já ajudam e muito no nosso trabalho”, alerta o subsecretário. Quem deseja visitar a região em excursões de um dia terão que pedir autorização prévia aos municípios. Em Cabo Frio, a prefeitura mantém uma área de estacionamento, na entrada da cidade, que abriga os ônibus de turismo. Os ônibus são catalogados e só podem entrar na cidade para deixar os passageiros em seus locais de hospedagem e, em seguida, devem fica ali estacionados. A medida tira de circulação mais de 200 ônibus por semana no centro. Em Iguaba Grande, a prefeitura já informou às pousadas que os veículos serão encaminhados ao setor de fiscalização e postura para que seja emitido a taxa do DAM para pagamento e legalização da visita dos mesmos. A mesma medida foi adotada em São Pedro da Aldeia onde os interessados devem previamente entrar em contato com a secretaria de Turismo (22) 2621-1559 r- 207 e solicitar autorização prévia para visita ao município. Os ônibus de turismo serão recepcionados numa área ao lado da escola Horto-EscolaArtesanal, na Rodovia Amaral Peixoto, no bairro balneário São Pedro. Quem deseja curtir Búzios em ônibus de excursão precisa procurar a secretaria de turismo no Pórtico da cidade. Os ônibus de turismo estão proibidos de circular na cidade. Eles vão ficar estacionados em um terreno próximo ao Fórum, na Estrada da Usina. Nos finais de semana de verão essa fiscalização será intensificada. Além dos fiscais no Pórtico, temos equipes circulando na cidade para verificar se os ônibus estão cumprindo a determinação, caso contrário, eles podem ser multados. - Essa medida já começou a ser colocada em prática. Num final de semana prolongado, por exemplo, tivemos fiscais baseados no Pórtico de entrada da cidade para orientar os motoristas-, disse Carlinhos Gonçalves. Novembro / Dezembro 2009 11 Mais R$ 10 milhões para a Lagoa de Araruama Consórcio Lagos São João completa 10 anos e aponta saldo positivo na recuperação do meio ambiente da região A Lagoa de Araruama vai entrar 2010 com mais oxigênio. É o que garante o Consórcio Lagos São João que anunciou verba de R$ 10 milhões para serem aplicados na limpeza da lagoa no próximo ano. Os investimentos serão aplicados em trabalhos de dragagem, sendo prioritário o destroncamento de pedras embaixo da Ponte Feliciano Sodré,em Cabo Frio, além de uma redragagem na Ponta do Ambrósio. O secretário executivo do CILSJ, Mario Flávio Moreira, disse que na reta final, ou seja dragar a Boca da Barra, tem sido o grande desafio para todos, uma vez que é o ponto principal do desassoreamento da Lagoa de Araruama. -Vamos imaginar uma garrafa, com o gargalo fechado, não adianta abrir o meio sem mexer no gargalo, que no nosso caso é a Boca da Barra contemplando também a Ilha do Japonês e adjacências-, explicou Moreira que anunciou outra ação que para 2010, é a transposição dos efluentes para bacia do UNA, onde será fechado o cinturão no entorno do Itajurú, coletando todo a margem esquerda, ou seja, Vinhateiro, Porto do Carro, Jacaré, Gamboa e Ogiva, tudo isso se ligando ao Peró, Jd.Peró, Tangará e Grande Jd. Esperança, onde está sendo construída a ETE do Jardim, que vai receber toda essa carga de esgoto. - Hoje comemoramos 10 anos de criação do Consórcio Lagos São João, e gostaria de lembrar que nesses anos alguns pontos foram desenvolvidos nesta região-, destaca Mário Flávio. Exemplos; pavimentação da RJ-102 (Mas- Centenas de familias de pescadores ainda vivem da pesca na Lagoa de Araruama sambaba); Construção da Via Lagos; Duplicação da Amaral Peixoto até Maricá; Implantação de infraestrutura de saneamento para a região em tempo seco; Implantação de infraestrutura de abastecimento d’água para a região; Dragagem da Lagoa de Araruama e do Canal de Itajurú; Construção da nova Ponte entre SPA e CF, aumentando em dez vezes o vão de passagem de água; Engorda de praias; Recuperação Ambiental da Lagoa de Araruama; Aumento da pesca na Lagoa de Araruama; Construção de infraestrutura de transporte aéreo internacional para turismo e exploração de petróleo; Implantação de Aterro Sanitário Regional; Fortalecimento dos órgãos ambientais; Criação de Unidades de Conservação federais, estaduais e municipais; e mais recentemente o Licenciamento do Parque Eólico para geração de energia. Verão passado com toneladas de peixes mortos Em janeiro de 2009 o verão ficou marcado pela grande quantidade de peixes mortos na Lagoa de Araruama. O acidente ecológico provocou a revolta de pescadores, ambientalistas e alertou para o perigo constante da aproximação do verão, o aumento da população e para o frágil e muito questionável sistema de tratamento de esgoto a tempo seco. A Prolagos, informou que, em relação à mortandade de peixes ocorrida na Lagoa Araruama em janeiro último, a concessionária ressaltou que sempre cumpriu com as normas estabelecidas em seu contrato de concessão e manteve seu programa de investimentos em saneamento para que a Lagoa Araruama esteja cada vez mais limpa e protegida contra fenômenos como estes. A Prolagos disse que não tem competência para evitar uma nova mortandade porque não foi o sistema implantado e operado pela concessionária que causou o ocorrido em janeiro último na Lagoa Araruama. Entretanto, pela importância da Lagoa para a região, a Prolagos vem adotando algumas iniciativas, como a limpeza da tubulação de rede pluvial que chega a duas grandes elevatórias, antes da abertura das comportas, além de apoiar o Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ) no monitoramento da Lagoa. WWF Brasil e região discutem mudanças climáticas Pensar localmente, para mudar globalmente. Este foi o foco principal do Fórum sobre Mudanças Climáticas promovido pela WWF Brasil e pelo Consórcio Intermunicipal Lagos São João que completa 10 anos. O representante do Centro de Sistema Terrestre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Marcos Sanches, alertou que os oceanos estão subindo em média 3mm ao ano com o aumento da temperatura terrestre e derretimento das geleiras. Segundo o especialista, se apenas mantiver esse ritmo, em 50 anos, o nível dos oceanos estará 12 cm acima do atual. Com essa elevação, boa parte do litoral brasileiro será encoberto pelas águas. Evely Bock, um agricultor de Casimiro de Abreu, por exemplo, elaborou um sistema de medição dos índices pluviométricos para a região e compila dados desde 1986. O trabalho contribuiu para que a Embrapa comprovasse cientificamente que a Região dos Lagos vem sendo especialmente afetada pelo aquecimento global. As cheias na região são frequentes e a Lagoa de Araruama, que era hipersalina está “adocicando”. A salinidade que antes era de 70%, caiu para 47%. - Em dezembro de 2007, choveu em um mês o equivalente a 700 mm, causando graves problemas na região, cujos índices eram, em média de 50mm e restrito a um curto período do ano. Em 12 de fevereiro desse ano, em apenas 24h, o índice pluviométrico alcançou 376mm. Não tem rio ou canal que suporte um volume desses – explicou Evely Bock. Entre os problemas citados no Fórum constam a ocupação desordenada, inclusive de áreas de preservação, a região é a que mais cresce na média nacional, 7% ao ano, e o saneamento básico é deficiente com despejo de esgoto in natura em mananciais hídricos. 12 Novembro / Dezembro 2009 Profissionais e parceiros da ASAERLA posam com familiare DESCONTRA NEM A CHUVA que insistiu em cair durante todo o dia 5 de dezembro, sábado, atrapalhou a festa promovida pela ASAERLA. O tradicional churrasco de fim de ano que reúne engenheiros, arquitetos, familiares e empresas parceiras foi regado com muita animação. Desta vez o som ficou por conta do “duo” de violões de Juarez Lopes e James Jefferson que resgataram canções do arco-da-velha. Todo mundo gostou e cantou junto. Até o engenheiro Raul Lora calculou com detalhes cada nota musical e arriscou um Besame Mucho. Foi aplaudido de pé e sentado também. No sorteio de brindes até a meia dúzia de Gazebos montados para proteger os convidados da chuva foram disputadas até o último número. Ficou o gostinho do “quero mais” até o próximo encontro. Novembro / Dezembro 2009 Cobertura fotográfica: W2Imagens es durante o churrasco de fim de ano ÇÃO TOTAL Importantes parceiros A festa de confraternização entre profissionais da construção civil e que também marca o dia do engenheiro e do arquiteto (dia 11) sempre conta com apoio de parceiros da ASAERLA. -É muito importante a participação e a união de todos os segmentos do setor. Agradeço àqueles que permitiram a realização desta festa da família-, disse o engenheiro Milton Lima, diretor social da entidade e um dos organizadores do evento. Construtora Volendam - Disk Caçamba NP Engenharia - Restaurante do Zé Construtora Modular - Engeluz 13 Novembro / Dezembro 2009 14 Mais da metade dos imóveis em Cabo Frio está irregular Projeto de regularização fundiária já legalizou imóveis de 114 famílias da Vila do Sol que tem 1.300 imóveis Com crescimento acima da média das cidades brasileiras, Cabo Frio cresce em torno de 7% ao ano e com população de 170 mil habitantes o número de casas e edificações se multiplicam pelo município. Entretanto, levantamento da coordenadoria de Planejamento aponta que cerca de 60% das propriedades ainda não possuem registro em cartório que garante o direito a propriedade. -Sabemos que hoje mais de 60% das propriedades ainda não tem a documentação da propriedade que dê tranqüilidade às famílias, disse o presidente da Câmara, vereador Alfredo Gonçalves que pediu empenho especial ao prefeito Marquinho Mendes para regularizar a situação dos moradores cabofrienses. Só na Vila do Sol que tem cerca de 1.300 imóveis, a regularização fundiária beneficiou, neste primeiro momento, 114 famílias legalizando a documentação de propriedade. Aos moradores foi entregue o Certificado de Instrumento de Concessão de Direito Real de Uso que garante ao proprietário o direito de reformar, ampliar e até transferir o imóvel a outra pessoa é totalmente legalizado dentro do que prevê a Constituição Federal. Segundo o advogado e professor universitário Luiz Foto W2Imagens Carlos Secca, consultor jurídico da prefeitura, todo cidadão, a partir de agora, pode se dirigir a um cartório para o registro do imóvel. - O direito a moradia é um principio constitucional e outro direito é trazer e consolidar o princípio da dignidade da pessoa humana, disse Secca. O registro permite ao proprietário o direito de poder vender ou transferir o imóvel a outra pessoas. -O direito do imóvel pode ser transferido aos herdeiros. Inclusive agora, os proprietários podem ir ao Banco do Brasil ou Caixa Econômica pleitear um financiamento para reforma ou edificação-, disse o adque Cabo Frio tem ainda grande área a ser regularizada. -Todo mundo gosta de viver em um lugar com infra-estutura. E com isso, aumenta o compromisso do cidadão no lugar em que ele vive. Porque ele será o primeiro a solicitar obras e melhorias para o bairro. É um ganho social fortíssimo para todos-, disse Rosane. A equipe de trabalho começou há mais de um ano a pesquisar e organizar a documentação para a regularização da área da Vila do Sol. Rosane Vargas disse ainda que o trabalho vai continuar em outros bairros. As equipes da prefeitura trabalham com estudos feitos Os moradores Elaine Araujo e Walter Brandão com certificado nos bairros Jardim Esperança, Morubá, Caiçara, Jacaré, Manoel Corrêa e Segundo Distrito. -Agora a casa é minha, finalmente. Esperei mais de dez anos por esse documento-, diz o aposentado Walber Brandão Silva que mostrava para outros moradores o Certificado de Instrumento de Concessão de Direito Real de Uso que garante ao proprietário o direito de reformar, ampliar e até transferir o imóvel. Ao lado de Walber, o casal Elaine Araujo e Eduardo Luiz Aguiar também exibecom orgulho o Certificado de propriedade do local onde moram e trabalham há sete anos. -Agora daqui ninguém me tira-, disse a pernambucana Elaine. Timinho diz que é preciso avançar mais para regularizar àreas com mais de 250m² O ex-prefeito Otime Cardoso dos Santos, o Timinho afirmou durante a entrega dos Certificados aos moradores da Vila do Sol que o município de Cabo Frio precisa avançar muito mais na regularização dos imóveis. Timinho disse que é preciso avançar juridicamente para dar titulo de propriedade a moradores que ocupam terrenos de até 600 metros quadrados como é caso de muitos moradores do bairro São Cristóvão. -A lei atual permite apenas que a prefeitu- ra conceda título para área com 250 metros quadrados. Mas muita gente em São Cristóvão mora em terrenos de 600 metros. É preciso avançar significativamente para regularizar essa situação. Todos saem ganhando inclusive o município que vai pode arrecadar mais impostos-, disse. O projeto de regularização Fundiária está percorrendo todo o município e uma equipe da prefeitura já trabalha exclusivamente no levantamento da área do segundo distrito Novembro / Dezembro 2009 15 Novembro / Dezembro 2009 16 PROFISSIONAL – CHICO SALLES, ARQUITETO Reunião com inspetores e profissionais da construção civil visa estabelecer convênios de cooperação técnica Defensor da profissão Quando o assunto é o desenvolvimento econômico de Búzios, é difícil expor idéias sem citar o trabalho do arquiteto e construtor carioca Chico Sales. Desde que desembarcou na península nos anos 70, Chico se dedicou à profissão e a defesa do ambiente buziano. Depois de centenas de projetos fincados em Búzios, Chico tem trabalhos no Rio, na Bahia e clientes até no exterior. O talento pode ser apreciado no prédio da prefeitura de Búzios assinado por Chico. Mesmo com tanto trabalho ele sempre defendeu a união dos profissionais da construção civil. -Os profissionais precisam entender que é preciso se organizar e trabalhar em conjunto. Todos saem ganhando-, diz o arquiteto nascido Francisco Jacovino Monteiro de Sales, há 60 anos e formado pela faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ em 1972. Em setembro de 1983 fundou a APA Búzios - Arquitetura, Planejamento e Administração Ltda., da qual é diretor-presidente. Não parou mais. Fez par te do Conselho Administrativo de Búzios e da Comissão de Desenvolvimento Urbano de Búzios, em 1989. Depois fundou a ENARQ - Ass. dos Engenheiros e Arquitetos de Armação dos Búzios, em 1993, foi presidente no período de 93 a 96, em 2001 e 2002 e agora é vice-presidente. Chico não sossega. Participou ativamente do processo de emancipação de Búzios e de seus desdobramentos, “pensan- Presidente do Crea-RJ visita Cabo Frio do e discutindo” o planejamento e a preservação do novo Município de Armação dos Búzios. Foi Diretor-Executivo do Plano Estratégico de Búzios, no período de 1995 a 1997, e coordenou os trabalhos que culminaram com a redação do Diagnóstico do Município de Armação dos Búzios. O trabalho foi eleito pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, como uma das 100 Experiências Brasileiras para O Desenvolvimento Sustentável, em consulta nacional realizada em 1997 pela Agenda 21. O arquiteto ainda fez par te do Grupo de Trabalho da ENARQ de Estudos da Legislação, que em 1997 elaborou a proposta para alteração e atualização da Lei de Zoneamento para o Município de Armação dos Búzios. Consultor pela FGV - Fundação Getúlio Vargas para a elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Armação dos Búzios no período de junho de 2001 a julho de 2004, Chico diz que agora pensa duas vezes antes de aceitar multitarefas. -Estou na ativa, porém cauteloso e com foco nos meus clientes-, diz. Mas, todos sabem que basta convidar que Chico Sales arregaça as mangas e se envolve de corpo e alma em defesa da classe e do meio ambiente. O presidente do CREA-RJ, engenheiro Agostinho Guerreiro visitou Cabo Frio no final de novembro. Na pauta, preparação de temas e assuntos de interesse da classe visando iniciar os preparativos para o VII Congresso Estadual de Profissionais a ser realizado em 2010, no Mato Grosso. Além disso, Guerreiro visitou a inspetoria e conversou com inspetores, funcionários do CREA-RJ e diretores de entidades da região no salão nobre do Costa Azul Iate Clube. O objetivo da visita é estabelecer convênios de cooperação técnica com prefeituras, associações de classe e entidades. Durante as visitas, os profissionais estão preenchendo uma Pesquisa de Satisfação sobre os serviços do CREA. Este levantamento busca traçar um perfil de cada região, auxiliando nas medidas a serem tomadas pelo Conselho com o intuito de melhorar a qualidade do atendimento. -O encontro foi muito proveitoso e isso fortalece a inspetoria. Esperamos que aconteçam mais encontros como este e que as reivindicações se tornem realidade o mais rápido possível-, disse o engenheiro Humberto Quintanilha, presidente da ASAERLA que reiteirou o pedido ao presidente Agostinho para W2imagens Agostinho Guerreiro e Humberto Quintanilha em Cabo Frio que o CREA esteja mais atento quanto ao exercício ilegal da profissão na região. -Empresas não legalizadas atrapalham muito e pedimos ao CREA que seja mais atuante-, disse. Para o arquiteto Chico Salles, que já foi inspetor do CREA durante sete anos, os problemas continuam se repetindo e classificou como ótima iniciativa do presidente Agostinho em ouvir inspetores e profissionais da construção civil regional. -O CREA é uma instituição que tem um peso muito grande. E esse peso também se reflete na sua estrutura interna que tem um dinamismo que nem sempre funciona. Não estou desacreditando no presidente Agostinho, mas sei que não depende só dele mas o CREA tem que estar próximo dos profissionais do sistema. Sou uma pessoa positiva e torço para que essas ações funcionem, mas vamos esperar funcionar para a gente bater palma-, disse Chico -É um momento de reflexão, de balanço que vai nos ajudar a preparar o novo ano. É também uma maneira de nos aproximar dos profissionais-, disse o presidente Agostinho. Mata atlântica do Rio receberá o plantio de um milhão de árvores O Projeto Cultivar, uma parceria entre o Sistema Firjan, o Instituto Bio Atlântica e o governo do estado, iniciou na comunidade do Batam, Zona Oeste do Rio, o plantio de um milhão de mudas de árvores para ampliar a cobertura da Mata Atlântica no estado, que hoje é de 400 hectares. Serão plantadas 200 mil mudas nos próximos cinco anos. Para o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, esta é a melhor atividade realizada para o estado, que tem como uma das metas para as Olimpíadas de 2016 o compromisso de plantar 24 milhões de mudas. As áreas a serem reflorestadas são parques e reservas já existentes, além de cinco novas áreas verdes municipais e cinco hectares em duas unidades SESI/SENAI-RJ. Depois do plantio, as áreas passarão por um processo de manutenção para garantir a sobrevivência das árvores. Novembro / Dezembro 2009 17 População discute meio ambiente em Rio das Ostras Restinga de Massambaba em Arraial se torna Parque Municipal Criação do parque irá garantir maior proteção para as reservas biológicas na área como a Reserva Biológica das Orquídeas e do Brejo Jardim Divulgação Depois de anos de discussões, invasões, degradação do ambiente e protestos, finalmente a Restinga de Massambaba em Arraial do Cabo se tornou um Parque Natural numa área com cerca de 476 hectares, que garantirá a proteção de ecossistemas extremamente importantes para a preservação do meio ambiente do município e da região. O decreto de criação do Parque Natural Municipal da Restinga de Massambaba, foi assinado pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, durante visita a Arraial do Cabo. Na ocasião Minc assinou também o termo de compromisso da Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P), programa lançado pelo Ministério do Meio Ambiente. De acordo com o secretário mu- nicipal do Ambiente, David Barreto, durante muito tempo a área da restinga esteve abandonada e com muito lixo. - A coordenadoria de Serviços Públicos realizou a limpeza das trilhas desde a Rebech, na Praia Grande, até a entrada de Monte Alto. Foram retiradas do local mais de trinta toneladas de entulho e lixo incluindo garrafas pet, sacos plásticos, vidros e material orgânico, que foram levados para a Usina de Reciclagem de Lixo-, disse David. Além de proteção da área, Barreto disse ainda que a criação do parque irá garantir maior proteção para as duas reservas biológicas existentes na área como a Reserva Biológica das Orquídeas e Reserva Biológica do Brejo Jardim. Parque Natural da Restinga de Massambaba Segundo Barreto, existe um projeto para inserção de equipes de eco turismo para realizarem atividades de passeio e recreação no interior do parque de Massambaba. - A área é rica em diversidade de orquídeas, bromélias e frutas nati- vas. Além disso, o parque abriga diversas espécies da avifauna, entre elas como pássaro conhecido por “comcom com” ( Formicivora Litorallis) , endêmica da Massambaba, que será a espécie símbolo do parque-, disse o secretário. Rio das Ostras mobilizou a população em torno da discussão, propostas de ações e projetos de meio ambiente. Os debates tiveram como temas centrais o licenciamento ambiental, zoneamento urbano-ambiental e gestão de resíduos sólidos e aconteceram durante a VI Conferencia de Meio Ambiente no final de novembro. Max Almeida, secretário de Meio Ambiente, destacou a importância da conferência como oportunidade de participação popular . “O poder público tem que ouvir a sociedade e atuar de forma conjunta para acertarmos os rumos e ampliarmos as ações bem-sucedidas”, disse Almeida. O secretário falou ainda da importância do respeito à legislação ambiental do município. “Todos temos o direito de trabalhar; mas também o dever de respeitar o meio ambiente”, completou. Novembro / Dezembro 2009 18 O patrono da ASAERLA O engenheiro Luis Henrique de Niemeyer Bellegarde foi o precursor do primeiro Plano Diretor de Cabo Frio, projetado e executado entre 1841 e 1843 *Luiz Carlos da Cunha Silveira Dos três mais destacados engenheiros da história de Cabo Frio, nenhum era cabofriense, aliás nem brasileiro: Lindenberg era alemão, Palmer francês e Bellegarde português. Embora conhecido em Cabo Frio como “major Bellegarde”, inclusive na placa da rua que o homenageia (em outra do Engenho Novo, no Rio, já aparece como general), na realidade o nome de Luis Henrique de Niemeyer Bellegarde destaca-se muito mais pelo sobrenome materno (pronuncia-se “nimáier” e não, conforme normalmente acontece, “niemáier”) do que pelo paterno, já que o mesmo batiza um clã com mais de dois séculos e meio, no qual encontramos uma dinastia de duas dezenas de engenheiros e arquitetos, quase todos cariocas, dos quais o mais famoso internacionalmente e ainda vivo, com mais de um século de idade, vem a ser Oscar Niemeyer Soares Filho, o qual dispensa qualquer apresentação. Cito ainda Conrado Jacob de Niemeyer, fundador do Clube de Engenharia do Rio no natal de 1880. Os Niemeyer são originários de Hanover, cidade no centro da Alemanha, sendo seu patriarca (antepassado mais antigo conhecido) o tenente-general Jacob Konrad von Niemeyer (1730-1808), bisavô do nosso Bellegarde, cujo filho, coronel Heinrich von Niemeyer, foi não apenas o primeiro engenheiro da família, mas também o fundador do ramo português da mesma, ao emigrar de Hanover para Lisboa, onde transcorreu sua vida profissional como engenheiro militar. Teve dois filhos e duas filhas, entre os quais Maria Antônia de Niemeyer que, casando-se com Cândido Norberto Jorge de Bellegarde, teve apenas dois filhos: nosso Luis Henrique e seu irmão Pedro de Alcântara Niemeyer Bellegarde, que também destacouse no Império como engenheiro, professor universitário e político. Embora Luis Henrique tenha ainda nascido em Portugal (Lisboa, 12/10/1802), já Pedro nasceu (13/ 12/1807) em pleno Oceano Atlântico, a bordo da nau “Príncipe” que conduzia, capitaneando uma imensa frota, o futuro rei Dom João VI e toda a corte portuguesa para o Brasil, fugindo da invasão de Portugal por Napoleão, que de certo modo ficou sendo assim o “promotor” do ramo brasileiro dos Niemeyer. Este prolífico ramo viria, aliás, a ser o proprietário de todo o trecho do litoral carioca entre a praia da Gávea e o final do Leblon, onde construíram uma igreja ainda existente dedicada a São Conrado (o nome do patriarca que consta em quase todos os nomes dos membros da família) que deu nome ao atual bairro e também uma via litorânea ao longo de sua propriedade que posteriormente receberia o nome da estirpe, a hoje Avenida Niemeyer, inaugurada em 1916 e onde se verificaram as primeiras corridas automobilísticas do país (então “baratinhas”, hoje fórmula-1), promovidas desde 1933 pelo Automóvel Clube do Brasil (o chamado Circuito da Gávea, no qual destacou-se o piloto Chico Landi). Quanto à mansão da propriedade, a Vila Riso, hoje vem a ser uma das mais sofisticadas casas de festas do Rio. Voltando à vida de nosso Bellegarde, este ingressou na carreira militar (cadete em 1811, tenente em 1820, capitão em 1821 e major em 1828), tendo servido em Moçambique em 1821/2 como ajudantede-ordens pessoal do governador. Retornando ao Brasil, participou do movimento pela Independência e ainda no Primeiro Reinado graduou-se na Academia Militar (depois Escola Nacional de Engenharia e hoje Escola de Engenharia da UFRJ). Em 1825 viajou para a Europa, tendo regressado com título de bacharel em letras pela Universidade de Paris e de engenheiro geógrafo e de pontes. Por outro lado, publicou em 1831 um livro de “História do Brasil”, um dos mais antigos sobre o tema, consolidando seu conceito também como historiador. Em 1832 foi enviado a Cabo Frio para assumir a Quarta Seção de Obras da província do Rio de Janeiro, atendendo aos municípios de Cabo Frio, Maricá, Macaé, Campos e São João da Barra, os quais englobavam então, na qualidade de distritos, muitos outros atuais municípios. Uma vez domiciliado em Cabo Frio, jamais deixou a cidade, realizando impressionante lista de obras de Engenharia durante os sete anos quando esteve à frente do cargo, tais como o primeiro farol do Cabo Frio, no topo da ilha, inclusive a casa do faroleiro e a senzala, entre 1833 e 1836, por ordem expressa de Dom Pedro II. Também construiu a primeira ponte sobre o Rio Paraíba, na cidade de Campos, além de projetar a primeira ponte sobre o canal do Itajurú, que viria a ser denominada Miguel de Carvalho, inaugurada em 1898. Além do projeto, executou às suas expensas os pegões para a mesma, que viriam a ser aproveitados pela ponte ferroviária de treliças metálicas. Construiu, ainda, os canais de Cacimbas, Ururaí e de Maricá, além de projetar arruamentos para Cabo Frio e Macaé, visando a futura expansão urbana destas cidades, pelo que foi assim o precursor do primeiro plano diretor de Cabo Frio, projetado e executado entre 1841 e 1843. Quando, em 1833, a Comissão de Reparos de Fontes e Poços da Câmara Municipal de Cabo Frio, que administrava a cidade (Cabo Frio só viria a ter prefeitura em 1922) decidiu construir uma guarita de pedra sobre a Fonte do Itajurú, o manancial d’água mais importante da cidade, contratou Bellegarde, o qual elaborou o projeto, somente executado em 1847, quando o imperador Pedro Segundo resolveu não só ordenar mas ainda financiar a obra, deixada a cargo do engenheiro Sérgio Marcondes de Andrade, o mesmo que viria a executar o então denominado “alinhamento da cidade” (hoje, plano diretor) preconizado por Bellegarde. Quanto a este, já então falecido, não chegaria a ver nenhuma das tres obras concluídas (a ponte, a fonte e o plano) embora o Imperador tenha feito questão de vir pessoalmente a Cabo Frio inaugurar a guarita da fonte primordial à própria existência da cidade, que porisso veio a ostentar em sua fachada a imagem da coroa imperial em argamassa. Dedicou-se particularmente, sob os aspectos técnico e ecológico, à Lagoa de Araruama, elaborando dois estudos sobre a mesma, sendo um a respeito da navegabilidade da laguna e a construção de um canal paralelo auxiliar (realizado anos depois pelo também engenheiro Leger Palmer) e o outro quanto à dragagem da barra do canal visando sua desobstrução e alargamento, em 1838 (sua última realização, efetivada mais tarde pelo engenheiro Antonio Luis von Hoonholtz, o Barão de Teffé, introdutor da Hidrografia no Brasil). Finalmente, analizou, definiu e implantou, também por solicitação da Câmara, uma nova divisão distrital de Cabo Frio, que à época abrangia vários distritos que viriam posteriormente a compor novos municípios: Capivari (hoje Silva Jardim), Rio Bonito, Ipuca (atual Casimiro de Abreu), Rio das Ostras, Araruama, Saquarema, São Pedro, Iguaba, Arraial e Búzios. Assim, por exemplo, Tamoios foi desmembrado em Araçá e Campos Novos, sendo posteriormente reunificado através da lei provincial 1759 de 30/ 11/1872 pela junção dos mesmos distritos de Araçá e Campos Novos que passaram a ser sub-distritos de Tamoios. Em que pese tão amplo currículo de Engenharia, o que efetivamente fixou seu nome para a posterida- de, no âmbito da história cabofriense, foi o estabelecimento da Irmandade de Santa Isabel da Caridade , instituição criada com a finalidade de “proteger, socorrer e cuidar dos indigentes órfãos expostos e presos do têrmo (hoje, município) de Cabo Frio”, ou seja, a chamada “roda dos expostos”, encontradas em quase todas as cidades coloniais e hoje remanescente em apenas quatro, entre as quais Igarassú, em Pernambuco, e evidentemente desativadas (a do Rio, por exemplo, converteu-se na Fundação Romão Duarte, à rua Marquês de Abrantes). Assim, em 01/03/1836, no quartel de residência do major do Imperial Corpo de Engenheiros Bellegarde, com a presença de outros cidadãos influentes do município, foi discutido e aprovado o Projeto de Compromisso, redigido pelo major, visando a construção da Casa de Caridade – CHARITAS – com pedra fundamental em 27/07/1836 e inauguração em 16/02/1840 (também após seu falecimento), que tantos serviços prestou à população menos favorecida e que hoje abriga a Casa de Cultura municipal. Em vista, pois, de todo este acervo de realizações que tornaram Bellegarde o mais destacado engenheiro da história cabofriense até o presente, fora de qualquer dúvida, proponho e defendo sua adoção como patrono da Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos – ASAERLA. Vindo a falecer prematuramente de febre amarela em 21/01/1839, foi sepultado no cemitério franciscano de Nossa Senhora dos Anjos, onde seus restos permanecem ainda num pequeno mausoléu, na terra que adotou como definitivamente sua após tantos deslocamentos pelo mundo afora. *Luiz Carlos da Cunha Silveira é engenheiro, pesquisador e escritor escritor.. É membro da diretoria da ASAERLA Foto: imagem reproduzida do quadro do Major Bellegard sob orientação do professor Afonso Santa Rosa, diretor Cultural da Câmara e de Maria de Nazaré, chefe de gabinete da presidência. Novembro / Dezembro 2009 19 AGOSTINHO GUERREIRO Presidente do CREA-RJ O Farol o mico doCrea Engenheiro Bellegarde “Oenosso está de portas abertas e podem contar conosco” Durante a cerimônia de transmissão de cargo a presidência do Crea-RJ,no ano passado, o engenheiro agrônomo formado pela UFRRJ e mestre em engenharia de produção pela Coppe/UFRJ, Agostinho Guerreiro disse que no primeiro momento teria muito trabalho interno e a seguir iria visitar todas as inspetorias do estado. Guerreiro disse também que queria conhecer de perto todas as associações de classe e que estava nos planos de trabalho fortalecer as entidades. No final de novembro, o presidente visitou Cabo Frio e conversou com inspetores e a diretoria da ASAERLA. Walmor F Frreitas ASAERLA – Presidente como sr endo este momento em sr.. está vvendo que o sr corr sr.. per percorr corree as inspetorias e conhece as entidades de classe? Agostinho – Bem, este momento está se aproximando o final do ano e é o momento de reflexão, de balanço, de fazermos em tempo aquelas auto-críticas que ainda podemos fazer e nos prepararmos para o novo ano. Então a visita às regionais é uma maneira de beber na fonte. A gente tem que ir e ouvir os inspetores, os profissionais, as empresas, todos os servidores que trabalham nos mais diversos lugares e isso é uma maneira que nos aproxima e permite que nós resolvamos uma série de problemas que, se não tivesse esse contato, seria bem mais difícil de resolver. Quais os efeitos da regionalização que o CREA está fazen- do e o sr essr.. acha que tem acr acrescentado alguma coisa? Acredito que sim. Nós temos dificuldades porque o CREA é uma instituição muita heterogênea porque ele tem uma plenária, tem câmaras, tem uma diretoria, tem presidente que é eleito, tem um executivo que é formado pela diretoria mais os servidores. O CREA tem suas estruturas regionais de inspetorias, as coordenações. Então é muito heterogênea, mas eu acho que o fato de nós podermos distribuir as atribuições que sempre foram muito centralizadas que, de tal forma que na ponta os profissionais e as empresas possam ser melhor atendidos é muito importante. Eu sou defensor disso. Durante a sua posse, o sr sr.. disse que entendia que as associações e entidades do interior formavam uma nova força. Agora com as suas visitas, o sr edisr.. acr acredita que estas entidades podem ajudar o CREA e o profissional? Sem dúvida que sim. Acho que algumas entidades são auto-sustentáveis, elas tem uma dinâmica importante e conseguem mobilizar muitos profissionais. Conseguem uma boa articulação com as empresas, com as prefeituras e com o poder público. E isto por si só já é um sinal dessa força. Outras entidades passam algum tipo de dificuldade. Às vezes dificuldade de ordem material, às vezes dificuldade de mobilização, mas é uma das coisas que estamos estudanto, junto com essas entidades. Esse é um assunto que tem se destacado nas nossas visitas e nós queremos através da aceleração desse intercâmbio com as inspetorias, com as entidades do interior, exatamente criar mecanismos com a ajuda do próprio CREA-RJ, sempre que for possível através de repasses de ART’s ou de outras formas. Os pr ofissionais do interior profissionais interior,, citam a OAB e Associação Médica como exemplos de união. Como o CREA pode unir a classe? O CREA pode unir a classe com as forças que ele tem. A OAB é uma ordem e nós somos apenas um Conselho e não temos tantos poderes quanto a OAB tem. No passado tentamos criar a ordem dos engenheiros e o processo avançou muito. Depois estancou e não foi à frente. Então, nós não temos realmente os mesmos poderes que a OAB. Um exemplo é a prova que a OAB faz, nós não temos esse poder e não faz parte da nossa legislação. Existe algum estudo nesse sentido? Existe um estudo mas nós não temos uma lei que nos dê apoio para fazer isso. Fica então mais na vontade, mas não é legal. Na OAB não só é legal como ela faz de fato. A OAB por exemplo, tem como atribuição a defesa da ordem. A defesa constitucional que não está na nossa legislação de conselho. A nossa legislação é mais frágil, nós temos menos poder do que uma ordem. Mas nós temos outros instrumentos, temos que por exemplo, aproveitar um conjunto grande de profissionais e de empresas. Nó somos o maior conselho. O Rio de Janeiro é o segundo maior conselho do Brasil. E o Confea é o maior conselho de todas as profissões do Brasil. Então, acredito que nós deveríamos utilizar esse potencial quantitativo para transformar também em vitórias qualitativas. Existe algum projeto para ajudar os profissionais do interior a se manterem atualizados através de cursos de qualificação e seminários? Existe uma determinação nossa e a orientação que damos é que, das inspetorias do interior e das coordenadorias, venham projetos tratando dessa questão, para assim, fazermos uma consolidação e exatamente mudar o rumo que é essa concentração na região metropolitana e fazermos cursos no interior. Essa é uma vontade que nós temos e precisamos destas propostas e destes projetos. Como o profissional do interior pode ver de imediato o que já está mudando no CREA CREA?? Os profissionais devem estabelecer um contato preferencialmente fortalecendo os organismos de sua própria região, suas inspetorias, suas coordenadorias e entidades de classe. Ou então podem se dirigir direto ao CREA através de email ou outros mecanismos de tal forma que a gente possa, sempre que possível, fazer um atendimento direto. Quando a gente não puder, vai aproveitar de alguma forma as idéias e as sugestões. O nosso CREA está de portas abertas e podem contar conosco. Novembro / Dezembro 2009 20 Os engenheiros de Cabo Frio Por L uiz Carlos da C unha SSilv ilv eira Luiz Cunha ilveira Sendo dezembro o mês no qual se comemora o Dia do Engenheiro, cabe focalizar a atenção, na edição do informativo deste mês, sobre os profissionais que, ao longo da história de Cabo Frio, mais se destacaram, tanto mais que paira uma vaga impressão de que os engenheiros e arquitetos só apareceram na região bem recentemente, em função do “boom” imobiliário voltado ao turismo balneário quando, na realidade, estes profissionais orientaram e catalisaram o desenvolvimento da cidade desde seu início. A primeira construção de que se tem registro na história de Cabo Frio vem a ser a Casa de Pedra dos franceses (“maison de pierre” para eles e “itaoca” para os tupinambás) existente no período de 1575 (expedição de Salema) a 1615 (expedição de Menelau) - já que a feitoria de Vespúcio foi presumivelmente uma taba indígena melhorada que não deixou qualquer vestígio de sua existência - não se conhecendo o engenheiro anônimo que assinou sua ART. Em épocas mais recentes e civilizadas, destacaram-se alguns profissionais cujos nomes merecem ser relembrados sem detrimento dos demais, embora os tres mais conspícuos não fossem cabofrienses nem sequer brasileiros: Henrique Luis de Niemeyer Bellegarde (1802 – 1839) era português de Lisboa, Leger Palmer (1837 – 1906) francês de Paris, enquanto Ludwig Lindenberg (1790 – 1850) era alemão de Luebeck. Quanto a suas especialidades, Bellegarde era engenheiro geógrafo e de pontes pela Academia Militar do Rio de Janeiro, Palmer formou-se em engenharia mecânica pela Escola de Engenharia de Chalônsur-Marne e Lindenberg era engenheiro agrônomo especi- alizado nas culturas de anil e cochonilha, embora tenha finalmente se destacado como o introdutor da moderna salicultura na Região dos Lagos. Não podemos deixar de mencionar também os três engenheiros militares do Exército Imperial Brasileiro responsáveis pelo primeiro plano diretor de Cabo Frio, implantado de 1841 a 1843, na época denominado “alinhamento da cidade”: major José Joaquim de Carvalho, que o solicitou, na qualidade de presidente da província do Rio de Janeiro; tenente-coronel Galdino Pimentel, que montou o projeto; e o capitão-engenheiro Sérgio Marcondes de Andrade, que o executou, o qual também construiu a guarita da Fonte do Itajurú projetada por Bellegarde. Pouco lembrado (bem menos que Bellegarde, Palmer e Lindenberg), apesar de sua atuação destacada na história da engenharia cabofriense no tocante à retificação e dragagem do Canal do Itajurú, vem a ser o almirante Antônio Luis Von Hoonholtz (1837 – 1931), Barão de Teffé por título outorgado por Dom Pedro II em 1873, fluminense de Itaguaí. Pretendo, portanto, focalizar, ao longo das sucessivas edições do informativo, a vida e a obra destes e de outros profissionais que atuaram em Cabo Frio, iniciando nesta por Bellegarde, o mais destacado de todos até o presente. Tenho ainda a pretensão de elaborar uma história abrangente e minuciosa da história da engenharia e arquitetura em Cabo Frio e região, mas para tanto faltam-me, até agora, as necessárias fontes de informação. *Luiz Carlos da Cunha Silveira é engenheiro, pesquisador e escritor o da dir etoria escritor.. É membr membro diretoria da ASAERLA BB abre créditos a empresas da construção civil com juros menores Para aquecer ainda mais o setor da construção civil, o Banco do Brasil está investindo em novas linhas de créditos para empresas do setor construir sem precisar utilizar o próprio capital. O anúncio foi feito pelo gerente de Relacionamento com o Setor Público do Banco do Brasil, Hélder Filgueira Bolais que chamou os empreiteiros e construtores para investirem em casas que caibam no bolso do servidor público ressaltando que o banco também oferece financiamento para a construção, podendo chegar a 90% do valor total. -É tudo muito simples. As empreiteiras precisam estar com a documentação em dia e apresentar certidão do ISO 9000. O importante é que essas empresas não precisam desembolsar capital para começar a construir e oferecer imóveis e projetos a clientes-, disse Hélder. Segundo o gerente do BB, o banco está oferecendo este novo produto O gerente do BB Hélder Filgueira e Humberto Quintanilha para a construção civil com taxas competitivas em relação ao mercado. -Por ser um novo produto, o BB tem boa flexibilidade para negociar e a receptividade está sendo muito boa-, disse Helder que apresentou o projeto aos diretores da Asaerla durante a assinatura do programa municipal “HabitAção para o Servidor”. O Programa elaborado pela secretaria municipal de Habitação e Serviços Públicos, em parceria com o Banco do Brasil e apoio da ASAERLA e Sindicato dos Funcionários Públicos, propõe concessão de crédito imobiliário para financiamento de imóveis aos servidores municipais de Cabo Frio, com isenção da tarifa de análise jurídica e oferta da menor taxa de juros praticada para o produto BB Crédito Imobiliário. Mútua – O Braço Social do Sistema Confea/Crea Atuando como entidade assistencial do Sistema Confea/Crea e Mútua e com o objetivo constante de propiciar melhor qualidade de vida aos seus associados, a Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea – é uma Sociedade Civil sem fins lucrativos criada pela resolução n° 252 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), em 1977. Em todo o País, a Mútua tem aproximadamente 30 mil associados, que dispõem de vários benefícios sociais, previdenciários e assistenciais. Entre eles, empréstimos para finalidades como aquisição de material de construção, livros e equipamentos, educação continuada, auxílio maternidade e saúde, com taxas de juros de 0,5% ao mês e teto de concessão de 50 salários mínimos. Os profissionais têm, ainda, a sua disposição quatro benefícios que acabam de ser lançados pela Instituição: Benefício Emergencial Mútua (BEM), Auxílio para Aquisição de Material e Equipamentos Agrícolas, Auxílio Empreendedor e Auxílio para Aquisição de Veículos. Destinado aos associados atingidos pelos efeitos de situações climáticas adversas, como enchentes, deslizamentos, desmoronamentos, entre outros desastres naturais, o BEM trata-se da adaptação de quatro benefícios existentes em condições mais flexíveis. A Mútua possui, ainda, convênios com a Editora Abril, com o Jornal Valor Econômico, com a Assurê Corretora de Seguros, com o Seguro de Responsabilidade Civil (RC Profissional), com a Datacad, empresa de softwares de engenharia e arquitetura, com a Unidas Rent a Car, além de hotéis, agências de turismo, clínicas de reabilitação física e fisioterapia, entre outros, que se refletem em forma de descontos para os seus associados residentes em todos os Estados do País. Outro benefício é o plano fechado de previdência complementar da Mútua (TecnoPrev), desenvolvido especialmente para os profissionais da área tecnológica, com adesão mínima de R$ 50 e garantia de resgate e pensão aos herdeiros. O plano tem taxa de administração de 0,5% ao ano e flexibilidade nas formas e valores de contribuição. Podem se associar todos os profissionais com registro nos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Creas), além dos colaboradores da Mútua, Creas e Confea. O profissional que se interessar em se associar à Mútua deverá preencher o cadastro on-line e pagar a taxa de inscrição no valor de R$ 10,00 e a anuidade, no valor de R$ 130,00. Os boletos para pagamento da taxa de inscrição e da anuidade serão enviados para o endereço que estiver selecionado no cadastro on-line (residencial ou comercial). Poderão ser pagos em qualquer agência bancária até a data do vencimento, e após a data, somente nas agências do Banco do Brasil. Qualquer dúvida, entre em contato com a Central de Relacionamento Mútua (CRM), pelo telefone 0800-610003 ou entre no site www.mutua.com.br, link “Benefícios”. Novembro / Dezembro 2009 21 Novembro / Dezembro 2009 22 Homenagem SALDO POSITIVO Aumenta a participação da ASAERLA nas discussões sobre os rumos da região O engenheiro civil Raimundo Luiz Neves Nogueira, o Dokinha, tem motivos de sobra para fechar 2009 em alta. Entre novos trabalhos e novas amizades o engenheiro foi escolhido para representar a região leste dos inspetores do CREA-RJ na 66ª.SOEAA, Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e Agronomia realizada em Manaus, Amazonas. De volta ao Rio, Dokinha recebeu uma especial homenagem pelos 17 anos de serviços prestados ao sistema CREA-RJ. Dokinha recebeu o Atestado de Serviços Meritórios. O evento marcou o dia11 de dezembro, celebração pelos 75 anos do Conselho e pelo dia do Profissional do Sistema Confea/Crea. Para fechar, o Flamengo conquistou o título do Brasileirão 2009. Puxadinhos: CREA-RJ diz que projeto arquitetônico precisa ser respeitado O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) apóia a lei que permite a legalização e construção de novos puxadinhos em coberturas, varandas e casas, mas com ressalvas quanto à padronização das construções e alterações bruscas no projeto arquitetônico. De acordo com o presidente do CREA-RJ, Agostinho Guerreiro, a solução será benéfica na cidade do Rio, que sofre com ventos fortes e muitas chuvas em determinadas estações do ano, mas épreciso estabelecer um padrão que respeite o projeto de construção, principalmente nos prédios da Orla. “Não dá para cada um cons- truir a sua varanda do jeito que quiser. Deve ser uma decisão em conjunto do Condomínio. Os materiais de construção devem ser iguais e todos devem fazer a modificação da mesma forma, para que o projeto original não fique comprometido, prejudicando visualmente as construções”, disse Agostinho Guerreiro, lembrando que diversos prédios históricos que deveriam ter sido tombados, hoje encontram-se totalmente modificados. “Com isso, nós não podemos concordar”. Agostinho ressaltou ainda que, antes da aprovação da lei, o vereador Carlos Caiado esteve no Crea explicando o Projeto. O ano de 2009 foi de trabalho intenso para a diretoria da ASAERLA. Com reuniões semanais, a entidade levantou assuntos de interesse dos arquitetos e engenheiros da região e temas que interferem na vida de qualquer cidadão que vai desde simples podas de árvores na época certa, colocação de cones em locais proibidos, falta de planejamento no trânsito e construções irregulares que se multiplicam pela região. -É importante estar atento a tudo que faz parte da nossa qualidade de vida. Com 32 anos de atuação a ASAERLA contribuiu tanto para os profissionais, como para a sociedade em benefício do bem estar comum. Muitas ações apontadas por nós já tiveram resultados positivos-, diz o engenheiro Humberto Quintanilha citando que a prefeitura de Cabo Frio já embargou algumas construções que não obedeceram o código de obra. -Também não adianta a prefeitura embargar a obra e depois regularizar o que estava fora do projeto por mais-valia. Se não pode, não pode. Senão vira o famoso “jeitinho” para regularizar o ilegal-, alerta Quintanilha. Arquiteta e pós-graduada em planejamento e projeto urbanos Rosane Novo Vieira Vargas, Coordenadora de Planejamento e Desenvolvimento Urbano da prefeitura concorda que a mais- valia estimula às construções fora do projeto mas acredita que com mais fiscais e mudança na legislação possa evitar abusos. -Teremos mais 25 fiscais aprovados em concurso e novas leis enviadas à câmara. Por enquanto fazemos o trâmite normal. A fiscalização notifica e se o proprietário não comparece a obra é embargada Obra construída fora do código de obras e a documentação encaminhada à Procuradoria do município para os trâmites jurídicos. Daí em diante os advogados é que cuidam de cada caso que pode resultar em processo demolitório-, explica Rosane. Na Procuradoria da Prefeitura de Cabo Frio, a procuradora Ana Cândida confirma que este ano muitos casos chegaram ao setor jurídico e muitas obras podem ser demolidas. -Aguardamos sempre a decisão da justiça. Temos muitos processos e algumas decisões da justiça para que as obras irregulares sejam demolidas-, informou a advogada que está fazendo um levantamento de todos os casos de irregularidades. -Posso adiantar que temos muitos casos e todos encaminhados à justiça-, disse. Ofícios sem respostas Além de Cabo Frio, a diretoria da ASAERLA tem feito reuniões e contatos com profissionais de outras cidades. Na pauta, dúvidas nos critérios para aprovação de projetos e a morosidade no atendimento aos profissionais nas prefeituras. Para tanto, a entidade enviou ofícios às prefeituras que não responderam às solicita- ções e pedido de agendamento de reunião. -Até agora, apenas o secretário Carlos Victor Rocha disse que vai marcar uma reunião com a nossa diretoria. Outras prefeituras e secretarias ainda não se manifestaram-, lamentou o engenheiro Luis Sérgio Santos, diretor-secretário. Luiz Sérgio lembra ainda que o atendimento aos profissionais na secretaria de planejamento de Cabo Frio melhorou mas ainda está longe do ideal. Apenas um turno, (meio dia) de 2ª,3 e 5ª é dedicada ao atendimento. Três vezes por semana. -Mas quando tem feriado não existe horário alternativo e isso atrasa por mais de uma semana os projetos-, diz o engenheiro. Com participação cada vez maior na sociedade, a ASAERLA já faz parte de diversas comissões e conselhos municipais como o CONSEPLA, Conselho do Plano Diretor, CONDEMA, CONSELHO de Meio Ambiente e Conselho de Turismo. A entidade tem assento também no Conselho Gestor da APA do Pau-Brasil entre outros. -Levamos sempre nosso olhar técnico e isso ajuda muito no momento de decidir um melhor planejamento para a cidade-, frisa o engenheiro Luiz Carlos Silveira. Novembro / Dezembro 2009 23
Documentos relacionados
Aumenta o número de assaltos praticados por menores em Cabo Frio
que o destino do lixo produzido nos municípios da Região dos Lagos fosse conduzido para a criação de aterros sanitários. Intenções assinadas, projetos anunciados, licenciamentos esperados. Houve av...
Leia mais