Declaração de Belém - Associação Alternativa Terrazul
Transcrição
Declaração de Belém - Associação Alternativa Terrazul
II Manifesto Internacional Declaração de Belém “El mundo tiene fiebre por el cambio climático y la enfermedad se llama modelo de desarrollo capitalista" — Evo Morales, presidente da Bolívia, Setembro 2007 A Escolha da Humanidade A humanidade enfrenta hoje uma escolha extrema: ecossocialismo ou barbárie. Não precisamos de mais provas da natureza bárbara do capital, este sistema parasita que explora a humanidade e a natureza. Seu único motor é o imperativo rumo ao lucro e logo a necessidade de crescimento constante. Ele cria produtos desnecessários de maneira dispendiosa, drenando os limitados recursos naturais e dando em retorno toxinas e poluição. Sob o capitalismo, a única medida de crescimento é quanto é vendido cada dia, cada semana, cada ano - incluindo vastas quantidades de produtos que são diretamente prejudiciais aos seres humanos e à natureza, produtos que não podem ser produzidos sem espalhar doenças, destruir as florestas que produzem o oxigênio que nós respiramos, devastar ecossistemas, e tratar nossa água e ar como se fossem esgotos do lixo industrial. A ânsia do capitalismo pelo crescimento existe em todos os níveis, desde a empresa individual até o sistema como um todo. A fome insaciável das corporações é facilitada pela expansão imperialista na busca para ter cada vez mais acessos aos recursos naturais, mão-de-obra barata e novos mercados. O capitalismo sempre foi ecologicamente destrutivo, mas em nossa atual existência estas agressões à foram se acelerando. Uma mudança quantitativa está dando lugar à transformação qualitativa, levando o mundo a um ponto limite, à beira do desastre. Um time crescente de pesquisadores científicos tem identificado muitas maneiras nas quais pequenos aumentos na temperatura poderiam desencadear efeitos incontroláveis - tais como o derretimento rápido da camada de gelo da Groelândia ou a liberação do gás metano enterrada no gelo e no fundo do oceano - que tornaria inevitável uma catastrófica mudança do clima. Sem controle, o aquecimento global terá impactos catastróficos nas vidas humana, animal e vegetal. A produção das colheitas se reduzirão drasticamente, gerando fome em larga escala. Centenas de milhões de pessoas serão deslocadas por secas em algumas áreas e por níveis elevados das marés em outras. Um clima caótico e imprevisível será a regra. Epidemias de malária, de cólera e mesmo de doenças mais mortais aniquilarão os mais pobres e os mais vulneráveis de cada sociedade. O impacto da crise ecológica é mais devastador naqueles cujas vidas já foram ou vêm sendo destruídas pelo imperialismo inúmeras vezes na Ásia, África e América Latina, e os povos indígenas de todas as partes são especialmente vulneráveis. A destruição ambiental e as mudanças do clima constituem um ato de agressão dos ricos sobre os pobres. A destruição ecológica, resultante da ânsia insaciável pelo lucro, não é uma característica acidental do capitalismo: está no DNA do sistema e não pode ser reprogramada. A produção orientada ao lucro considera somente um horizonte a curto prazo em suas decisões de investimento, e não consegue levar em consideração a saúde e a estabilidade a longo prazo do meio ambiente. A expansão econômica infinita é incompatível com ecossistemas finitos e frágeis, mas o sistema econômico capitalista não pode tolerar limites ao crescimento; sua necessidade constante de expansão subverte todos os limites que possam se impor em nome do “desenvolvimento sustentável.” Assim o sistema capitalista inerentemente instável não pode regular sua própria atividade, muito menos superar as crises causadas por seu crescimento caótico e parasítico, porque fazê-lo exigiria colocar limites em sua acumulação - uma opção inaceitável para um sistema predicado na regra: Crescer ou Morrer. Se o capitalismo continuar a ser a ordem social dominante, o melhor que podemos esperar são condições climáticas insuportáveis, a intensificação das crises sociais e a propagação das formas mais bárbaras de poder, como a luta dos poderes imperialistas entre si e com o Sul global para controlarem os cada vez mais escassos recursos naturais no mundo. No pior dos casos, a vida humana pode não sobreviver. Estratégias Capitalistas para Mudança Não faltam estratégias para lidar com a ruína ecológica, incluindo a crise do aquecimento global em conseqüência do aumento imprudente do dióxido de carbono atmosférico. A grande maioria destas estratégias compartilha uma característica comum: são planejados por e agem em nome do sistema global dominante, o capitalismo. Não é surpreendente que o sistema global dominante que é responsável pela crise ecológica também estabelece os termos do debate sobre esta crise, uma vez que o capital comanda os meios de produção do conhecimento, tanto quanto aquele do dióxido de carbono atmosférico. Conformemente, seus políticos, burocratas, economistas e professores proferem uma gama infinita das propostas, todas variações do tema que o dano ecológico do mundo pode ser reparado sem o desbaratamento dos mecanismos do mercado e do sistema de acumulação que comanda a economia mundial. Mas uma pessoa não pode servir a dois mestres, ou seja, neste caso, a integridade da terra e a rentabilidade do capitalismo. Um deve ser descartado, e a história deixa poucas dúvidas sobre as alianças da vasta maioria dos atores políticos. Temos toda a razão, portanto, de duvidar radicalmente das ações estabelecidas para medir a escalada da catástrofe ecológica. E certamente, além de um verniz cosmético, as reformas dos últimos 35 anos foram uma falha monstruosa. Melhorias individuais acontecem naturalmente, contudo elas são inevitavelmente oprimidas e varridas pela expansão impiedosa do sistema e da natureza caótica de sua produção. Um exemplo demonstra este fracasso: nos primeiros quatro anos do século XXI, as emissões globais anuais de carbono eram quase três vezes maiores daquelas da década dos 1990s, apesar do surgimento do Protocolo de Kyoto em 1997. Kyoto emprega dois mecanismos: o do Sistema "Cap and Trade" , que fixa um limite máximo de emissões e cria um mercado de livre troca de títulos de direito de emissão de carbono, e projetos no Sul global -- os chamados "Mecanismos de Desenvolvimento Limpo" (MDLs) -- para compensar as emissões das nações industriais. Todos estes instrumentos dependem dos mecanismos de mercado, o que significa, primeiramente, que o carbono atmosférico se transforma diretamente em uma commodity, logo sob o controle dos mesmos interesses das classes que criaram o aquecimento global em primeiro lugar. Os poluidores não são compelidos a reduzir suas emissões do carbono mas na verdade têm carta branca para usar seu poder monetário para controlar o mercado de carbono para seus próprios fins, o que inclui a exploração devastadora para mais carbono. Tampouco há um limite à quantidade de créditos da emissão, que podem ser emitidos por governos coniventes. Dado que a verificação e a avaliação dos resultados é quase impossível, o regime de Kyoto não só é incapaz incapaz de um controle das emissões, mas dá margem também a amplas oportunidades de evasão e fraudes de todos os tipos. Como o jornal Wall Street Journal escreveu em março de 2007, o comércio de emissões "daria lucro para algumas grandes corporações, mas não acredite por um minuto sequer que esta trapaça fará muito pelo aquecimento global." As reuniões de Bali em 2007 abriram precedentes para futuros abusos ainda maiores. Bali evitou a menção explícita dos objetivos drásticos para a redução do carbono elaborada pelos melhores cientistas dos clima (90% até 2050); abandonou os povos do Sul global à mercê do capital, ao dar a jurisdição do processo ao Banco Mundial; e deixou ainda mais fácil a compensação da poluição do carbono. Para afirmar e garantir o futuro da humanidade, uma transformação revolucionária é necessária, na qual todos os esforços particulares devem ser vistos na luz de uma luta maior contra o próprio capital. Esta luta maior não pode ser meramente negativa e anti-capitalista. Ela deve anunciar um tipo diferente de sociedade, e isto é ecossocialismo. A Alternativa Ecossocialista O movimento ecossocialista visa parar e inverter o processo desastroso de aquecimento global em particular e do ecocídio capitalista em geral, e construir uma alternativa prática e radical ao sistema capitalista. O Ecossocialismo situa-se em uma economia transformada fundada nos valores não-monetários de justiça social e de equilíbrio ecológico. Ele critica tanto a “ecologia capitalista mercado” e o socialismo produtivista, que ignoraram o equilíbrio e limites da terra. Ele redefine o trajeto e o objetivo do socialismo dentro de uma estrutura ecológica e democrática. O Ecossocialismo envolve uma transformação social revolucionária, que implique a limitação do crescimento e a transformação das necessidades por uma mudança profunda dos critérios econômicos quantitativos para os qualitativos, com ênfase no valor de uso em vez do valor de troca. Estes objetivos exigem a tomada de decisão democrática na esfera econômica, permitindo a sociedade de definir coletivamente seus objetivos do investimento e da produção, e a coletivização dos meios de produção. Somente a tomada de decisão e a posse coletiva da produção podem oferecer a perspectiva a longo prazo que é necessária para o equilíbrio e a sustentabilidade de nossos sistemas sociais e naturais. Além da grande escala de intervenções valiosas propostas pelo "movimento dos movimentos," uma perspectiva singular e central está começando a ser discutida: que, para afirmar e sustentar nosso futuro da humanidade. As tentativas capitalistas de resolver a crise ecológica falharam: somente uma mudança profunda na própria natureza da civilização pode salvar a humanidade das conseqüências catastróficas da mudança do clima. A rejeição do produtivismo e a mudança dos critérios econômicos quantitativos para os qualitativos envolve um repensar da natureza e dos objetivos da produção e da atividade econômica em geral. As atividades humanas criativas, não-produtivas e reprodutivas essenciais, tais como tomar conta da casa, cuidado e educação das crianças e adultos, as artes, todos serão valores chaves em uma economia ecossocialista. O ar puro, a água e o solo fértil, assim como o acesso universal a alimentos sem agrotóxicos e às fontes de energia renováveis, não-poluidoras, são direitos naturais e básicos do ser humano defendidos pelo ecossocialismo. Longe de ser “despótico,” a tomada de decisões coletiva nos níveis locais, regionais, nacionais e internacionais ocasiona o exercício da sociedade de liberdade e responsabilidade comuns. Esta liberdade de decisão constitui uma libertação das “leis” econômicas alienantes do sistema capitalista orientadas ao crescimento. Para evitar o aquecimento global e outros perigos que ameaçam a sobrevivência humana e ecológica, setores inteiros da indústria e a agricultura devem ser suprimidos, reduzidos ou reestruturados e outros devem ser desenvolvidos, fornecendo emprego para todos. Uma transformação tão radical é impossível sem o controle coletivo dos meios de produção e o planejamento democrático da produção e da troca. As decisões democráticas sobre o investimento e o desenvolvimento tecnológico devem substituir o controle das empresas capitalistas, acionistas e bancos, a fim de proporcionar um horizonte a longo prazo dos bens comuns da sociedade e da natureza. Os elementos mais oprimidos da sociedade humana, os povos pobres e os indígenas, devem ter um papel central na revolução ecossocialista, a fim de revitalizar as tradições ecológicas sustentáveis e dar voz àqueles que o sistema capitalista não pode ouvir. Dado que os povos do sul global e os pobres são geralmente as primeiras vítimas da destruição capitalista, suas lutas e demandas ajudarão a definir os contornos da sociedade ecológica e sustentável economicamente a ser criada. Similarmente, a igualdade de gênero é integral ao ecossocialismo, e os movimentos de mulheres têm estado entre os grupos oponentes mais ativos da opressão capitalista. Outros agentes potenciais da mudança revolucionária do ecossocialismo existem em todas as sociedades. Tal processo não pode começar sem uma transformação revolucionária das estruturas sociais e políticas baseadas no apoio ativo, pela maioria da população, de um programa do ecossocialista. A luta do trabalho - trabalhadores, fazendeiros, os sem-terra e desempregados - pela justiça social é inseparável da luta pela justiça ambiental. O capitalismo, explorador social e ecológico e poluidor, é o inimigo da natureza e do trabalho em igual medida. O Ecossocialismo propõe transformações radicais: 1 - no sistema energético, substituindo os combustíveis fósseis e biocombustíveis por fontes limpas energéticas com controle social: eólica, geotérmica, marítima, e, principalmente, solar; 2 - no sistema de transporte, reduzindo drasticamente o uso de caminhões e de carros particulares, substituindo-os por transporte público grátis e eficiente; 3 - nos padrões atuais de produção, consumo e construção, que são baseados no lixo, na obsolência inata, na competição e poluição, produzir no lugar bens sustentáveis e recicláveis, e adotar a arquitetura verde sustentável; 4 - na produção e distribuição de alimentos, ao defender a soberania alimentar local o máximo possível, eliminando o agronegócio industrial poluidor, criando agroecossistemas sustentáveis e trabalhando ativamente para renovar a fertilidade do solo. Para teorizar e trabalhar para concretizar o objetivo de um socialismo verde não significa que não devemos lutar por reformas concretas e urgentes agora. sem nenhuma ilusão acerca de um "capitalismo limpo," devemos tentar ganhar tempo e impor nos poderes - quer sejam governos, corporações, instituições internacionais algumas mudanças elementares mas essenciais: ? redução drástica e obrigatória da emissão de gases estufa; ? desenvolvimento de fontes limpas de energia; ? provisão de um sistema extenso de transporte público grátis; ? substituição progressiva de caminhões por trens; ? criação de programas de despoluição; ? eliminação da energia nuclear e do orçamento bélico. Estas, além de demandas similares, estão no coração da agenda do movimento pela Justiça Global e dos Fóruns Sociais Mundiais, que tem promovido, desde Seattle em 1999, a convergência de movimentos sociais e ambientais numa luta comum contra o sistema capitalista. A devastação ecológica não será paralisada nas salas de conferências ou nas negociações de tratados: somente a ação de massa pode fazer a diferença. Os trabalhadores urbanos e rurais, os povos do Sul global e os povos indígenas de todo o mundo estão na vanguarda desta luta contra injustiça social e ambiental, combatendo as multinacionais exploradoras e poluidoras, o agronegócio químico venenoso e desregulado, as invasivas sementes geneticamente modificadas, e os biocombustíveis que agravam a crise alimentar. Nós devemos intensificar estes movimentos socio-ambientais e construir a solidariedade entre as mobilizações ecológicas anti-capitalistas no Norte e no Sul. Esta Declaração Ecossocialista é uma chamada à ação. As elites governantes encasteladas são poderosas, mas o sistema capitalista se revela diariamente cada vez mais falido financeira e ideologicamente, incapaz de superar as crises econômicas, ecológicas, sociais, alimentares e as outras crises que ele gera. E as forças da oposição radical estão vivas e são vitais. Em todos os níveis, local, regional e internacional, nós estamos lutando para criar um sistema alternativo baseado na justiça social e ecológica. Nós abaixo assinados, endossamos a análise e as perspectivas políticas esboçadas na Declaração Ecossocialista de Belém, e apoiamos o estabelecimento e a construção de uma Rede Ecossocialista Internacional: Integrantes da Coordenação Nacional da Rede Brasileira de Ecossocialistas: Adilson Vieira - Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Amazônico, Ex-Secretário Geral do Grupo de Trabalho Amazônico – Manaus Amazonas Antonio Carlos Carvalho (Carlinhos) – Membro da Comissão de Revitalização da Baia de Sepetiva/Corres – Ex-Presidente da CUT Rio de Janeiro - RJ Gabriela Barbosa Batista - Presidente da Associação Altervaita Terrazul, Conselho Administrativa de Alternatives Internacional, Conselheira Nacional de Juventude – Fortaleza - Ceará João Alfredo Telles Melo - Professor, Advogado, Ex-Deputado e ExConsultor do Greenpeace, Vereador pelo PSOL em Fortaleza - Ceará Pedro Ivo de Souza Batista – Ex-membro do Conselho Nacional de Meio Ambiente, Ex-Coordenador da Agenda 21 Brasileira – Brasília – DF Rafael Tomyama – Secretário de Meio Ambiente do PT - Ceará Temístocles Marcelo -- Diretor de Formação do SIND-SAÚDE- MG Comissão Nacional de Meio Ambiente da CUT – Minas Gerais Vânia Kaus – Geógrafa – Integrante do Setorial de Meio Ambiente do PT Espírito Santo Primeiras adesões: Leonardo Boff – Teólogo, Comissionado da Carta da Terra, portador do Prêmio Nobel Alternativo da Paz de 2001. Adelaide Gonçalves - Historiadora, Professora da Universidade Federal do Ceará Afrânio Castelo - Militante sindical - Integrante do Conselho do Instituto Ambiental Viramundo – Fortaleza – Ceará Ailton de Jesus Araujo - CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - Comissão Nacional de Meio ambiente da CTB – Salvador - Bahia Alexandre Moura - Agrônomo, Coordenador Executivo da ONG ECOS BRASIL, Ex- Secretario do Setorial de Meio Ambiente do PT de Pernambuco Alvaro Alencar - Sec. Munic. de Gestão Pública de Sapucaia do Sul/RS Américo Tunes - Analista Ambiental do IBAMA – PT Florianópolis – Santa Catarina Antônio Luiz Carvalho Leme - Gestor Ambiental – Marília – SP Arnaldo Fernandes - Graduado em Direito – Fortaleza – Ce Ariovaldo Ramos, pr, Comunidade Cristã Reformada - Membro da Visão Mundial – São Paulo - SP Auto Filho – Jornalista, Filosofo e Secretário de Cultura do Ceará Bárbara Barbosa Batista – Publicitária – Juventude Terrazul – Brasília - DF Beatriz Leandro – São Paulo – SP Betânia Andrade Sousa – Diretora do CEAT – Sobral – Ce Carlos Frederico B. Loureiro - Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Carla de Paiva Bezerra - Secretária de Juventude do PT-DF Marcha Mundial das Mulheres – Brasília – DF Carlos Eduardo – Argonautas – Coordenação Nacional do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais pelo Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBMOS) - Pará Carlos Frederico Castello Branco – Calico - Superintendente da Agenda 21 do Estado do Rio de Janeiro Célia Marques - Jornalista – Militante do PT Vitória – Espírito Santo Cláudio Bezerra – Geógrafo – Fortaleza – Ceará Cleide Madeiro – Setorial de Meio Ambiente do PT Ceará Cloves Pereira - Coordenação da Setorial do Meio Ambiente do PT Amazonas Cristiano Ramalho - Sociólogo e Coordenador do Setorial de Meio Ambiente do PT de Pernambuco Débora de Albuquerque Souza - Geógrafa - Coordenação do Setorial de Meio Ambiente do PT – Paraná Dorisval de Lima - Bancário, Diretor de Comunicação e Cultura da Associação dos Funcionários do BNB – AFBNB – Fortaleza - Ce Eduardo Santa Helena – Administrador – Diretor Adm. Financeiro do SGB/CPRM – Porto Alegre – Rio Grande do SulEnrique Ortega Professor Unicamp – São Paulo Eduardo Martins Barbosa - Engenheiro Agrônomo – Agroecologista – Ceará Esther Neuhaus - Geógrafa e Jornalista – Brasília - DF Fernando Ferro - Deputado Federal, Engenheiro e Ex-Secretario Nacional de Meio Ambiente do PT Fernanda Freire do Vale - Juventude Alternativa Terrazul – Fortaleza – Ceará Fidelis Paixão – Argonautas - Pará Frederico Lisbôa Romão - Cientista social – Aracaju – Sergipe Genario Azevedo – Engenheiro de Pesca - Setorial de Meio Ambiente do PT - Ceará Gino César M. Paiva - Arquiteto e Urbanista - Presidente do PT Maceió-Alagoas Gilney Viana - Membro do Diretório Nacional do PT Gregório Quiroga P. Fernandes – Diretor do DCE PUC- Rio de Janeiro Henrique Sanchez - Juventude Novos Palmares - São Paulo Henrique Porto Lusa - Est. Biologia - Coord. Estadual da Juventude do PT-RS. Ibero Hipólito - Instituto AMA - Mossoró - RN Idevaldo da Silva Bodião – Prof. da Faculdade de Educação da UFC - Ex-Secretário de Educação e Assistência Social de Fortaleza – Ceará Jeovah Meireles - Prof. do Depto. de Geografia da UFC João Bosco Senra – Engenheiro Sanitarista – Ex-Secretário Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT – Belo Horizonte – Minas Gerais Josael Lima – Economista – Fortaleza - Ceará José Osmar Fonteles - Secretário do Turismo e Meio Ambiente de Jijoca de Jericoacoara - Prof. do Centro de Ciências Humanas da Universidade Estadual Vale do Acaraú – Uva - Ceará Júlio Barbosa – Vice-Presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros – Secretário Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT – Xapuri-Acre Juarez de Magalhães - Secretário da ONG Nosso Vale, Nossa Vida e Membro do CEIVAP Comitê de Integração da Bacia do Rio Paraíba do Sul - RJ Julio Yamamoto - Estudante de Direito – Porto Feliz – São Paulo Kleber Paulistano – Secretária Estadual de Meio Ambiente do PT Bahia Leandro Signori - Executiva Nacional da SMAD - Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT – Porto Alegre - RS Lenio Severino Garcia - Engenheiro Civil e Gestor Ambiental – Rio Preto – SP Leo Cabral - Movimento Hip Hop Organizado do Brasil Brasília - DF Luã Gabriel dos Santos – Argonautas – Belém – Pará Marcos Mendes - Instituto Buzios - BA Mardineuson A. de Sena – Geógrafo - Professor de Geociências-URCA - Ceará Maria Eduarda Quiroga P. Fernandes - Marcha Mundial das Mulheres – Rio de Janeiro Maria Lourdes dos Santos - Funcionária Pública e Doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará. Marcela Escribano – Alternativa Terrazul – Brasília - DF Márcia Olegário dos Santos -Secretária de Organização 2ª zonal Porto Alegre - RS Marlon Foguel - Eco-economista, militante do setorial de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores de São Paulo Marcos Pellegrini Bandini - Geólogo – São Paulo Mauro Soares Pereira - Grupo de Apoio ao Meio Ambiente - Alto Paraíso - Goiás Mauricio Laxe - Coordenador Adjunto da ONG ECOS BRASIL, Ecólogo, Advogado e Membro da Secretaria Nacional de Meio Ambiente do PT Mário Augusto Jakobskind - Diretor do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro e do Conselho Editorial do Brasil de Fato Naustria de Albuquerque - Historiadora - Militante Núcleo dos Petroleiros Petistas do Rio de Janeiro Neusa Helena Rocha Barbosa - Assistente Social e Educadora Ambiental - Brasília - DF Paulo Eduardo Teixeira Lima (Polô) - Assessor da SMAD/PT Fortaleza - CE Pepe Vargas - Deputado Federal PT – Rio Grande do Sul Rebeca Raso - Associação Civil Alternativa Terrazul - REJUMA (Rede de Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade) – Fortaleza - Ceará Rui Kureda – Assessoria sindical e Ambiental - São Paulo - SP Ronaldo Freitas - Campo Étnico e Popular - Ba Roberta Menezes Sousa - Assistente Social, Feminista, PSOL Ceará Roberto Araújo - Historiador - Direção Estadual do PSOL-Ce Roberto Vizentin – Agrônomo - Secretaria Estadual de Meio Ambiente do PT – Brasília - DF Roberta Menezes Sousa - Assistente Social, Feminista, PSOL Ceará Rosalvo de Oliveira Junior - Engenheiro Agrônomo - Brasília - DF Rafael Siqueira - Movimento pelo Passe Livre (MPL-SP) Rogério Costa – Psicólogo - Fortaleza - Ceará - Brasil. Rodrigo Seixas - Cientista Social - Belo Horizonte - MG Sandro Ari Andrade de Miranda - Associação Hoctempore, de Pelotas e Rede Bioma Pampa - Rio Grande do Sul Sebastião Neto – Ex-Executiva Nacional da CUT – São Paulo – SP Sergio Domingues – Sociólogo – Rio de Janeiro – RJ Socorro Gonçalves – Secretaria Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT – Brasília – DF Vanda Claudino Sales - Profa. da Universidade Federal do Ceará Walter Pinheiro – Deputado Federal - PT - BA William Gerab – Sociólogo - São Paulo - SP Dr. Rosinha - Deputado Federal - PT Paraná Eudes Xavier - Deputado Federal - PT Ceará Iris Tavares - Historiadora - Secretaria Nacional de Meio Ambiente do PT Ronivaldo Maia - Historiador - Vereador PT de Fortaleza Afonso Florense - Secretário de Desenvolvimento Urbano da Bahia Darci Zanini- Secretário Municipal do Meio Ambiwente de São Leopoldo - RS / Vice-Presidentes da ASSEMAE-RS Amaro Silva de Souza – Federação dos Bancários do RS Lourdes Rossoni – Sindbancários – Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região Osvaldo Paiva - SEMAD/PT/RS Joci Aguiar - Economista - Acre José Madeiros - Engenheiro Industrial - Presidente da AFBNB Wolney Adilson da Rocha Chucre - Servidor PúblicoFlorianópolis SC Marcos Sorrentino - Porfessor da ESALC - Piracicaba - São Paulo Suzane Durões - Dir. do Sindicato dos Jornalistas de Brasília - DF Paulo Miranda - Dir. da TV Comunitária de Brasília - DF Geraldo Abreu - Executiva da SMAD-PT - Belo Horizonte - MG Paulo Oddone Mendes Vitola - Engenheiro Civil - RS Helô Carvalho - Forum de Educação Ambiental de Niteroi - RJ João Cláudio Arroyo - Professor da FAP -Belém - Pará Clairton Mônia - Professor - Charqueadas - RS Cinara Santos - Jornalista - RS Karla Matos - Jornalista - RJ Comitê de Redação: Michael Lowy, Joel Kovel, Ian Angus e Danielle Follet Tradução: Beatriz Leandro (Para adicionar seu nome à lista de assinaturas, mande seu nome e país de residência para [email protected]) II International Manifest The Belem Ecosocialist Declaration “The world is suffering from a fever due to climate change, and the disease is the capitalist development model.” — Evo Morales, president of Bolivia, September 2007 Humanity's Choice Humanity today faces a stark choice: ecosocialism or barbarism. We need no more proof of the barbarity of capitalism, the parasitical system that exploits humanity and nature alike. Its sole motor is the imperative toward profit and thus the need for constant growth. It wastefully creates unnecessary products, squandering the environment's limited resources and returning to it only toxins and pollutants. Under capitalism, the only measure of success is how much more is sold every day, every week, every year – involving the creation of vast quantities of products that are directly harmful to both humans and nature, commodities that cannot be produced without spreading disease, destroying the forests that produce the oxygen we breathe, demolishing ecosystems, and treating our water, air and soil like sewers for the disposal of industrial waste. Capitalism's need for growth exists on every level, from the individual enterprise to the system as a whole. The insatiable hunger of corporations is facilitated by imperialist expansion in search of ever greater access to natural resources, cheap labor and new markets. Capitalism has always been ecologically destructive, but in our lifetimes these assaults on the earth have accelerated. Quantitative change is giving way to qualitative transformation, bringing the world to a tipping point, to the edge of disaster. A growing body of scientific research has identified many ways in which small temperature increases could trigger irreversible, runaway effects – such as rapid melting of the Greenland ice sheet or the release of methane buried in permafrost and beneath the ocean – that would make catastrophic climate change inevitable. Left unchecked, global warming will have devastating effects on human, animal and plant life. Crop yields will drop drastically, leading to famine on a broad scale. Hundreds of millions of people will be displaced by droughts in some areas and by rising ocean levels in others. Chaotic, unpredictable weather will become the norm. Air, water and soil will be poisoned. Epidemics of malaria, cholera and even deadlier diseases will hit the poorest and most vulnerable members of every society. The impact of the ecological crisis is felt most severely by those whose lives have already been ravaged by imperialism in Asia, Africa, and Latin America, and indigenous peoples everywhere are especially vulnerable .Environmental destruction and climate change constitute an act of aggression by the rich against the poor. Ecological devastation, resulting from the insatiable need to increase profits, is not an accidental feature of capitalism: it is built into the system's DNA and cannot be reformed away. Profit-oriented production only considers a short-term horizon in its investment decisions, and cannot take into account the long-term health and stability of the environment. Infinite economic expansion is incompatible with finite and fragile ecosystems, but the capitalist economic system cannot tolerate limits on growth; its constant need to expand will subvert any limits that might be imposed in the name of “sustainable development.” Thus the inherently unstable capitalist system cannot regulate its own activity, much less overcome the crises caused by its chaotic and parasitical growth, because to do so would require setting limits upon accumulation – an unacceptable option for a system predicated upon the rule: Grow or Die! If capitalism remains the dominant social order, the best we can expect is unbearable climate conditions, an intensification of social crises and the spread of the most barbaric forms of class rule, as the imperialist powers fight among themselves and with the global south for continued control of the world's diminishing resources. At worst, human life may not survive. Capitalist Strategies for Change There is no lack of proposed strategies for contending with ecological ruin, including the crisis of global warming looming as a result of the reckless increase of atmospheric carbon dioxide. The great majority of these strategies share one common feature: they are devised by and on behalf of the dominant global system, capitalism. It is no surprise that the dominant global system which is responsible for the ecological crisis also sets the terms of the debate about this crisis, for capital commands the means of production of knowledge, as much as that of atmospheric carbon dioxide. Accordingly, its politicians, bureaucrats, economists and professors send forth an endless stream of proposals, all variations on the theme that the world's ecological damage can be repaired without disruption of market mechanisms and of the system of accumulation that commands the world economy. But a person cannot serve two masters – the integrity of the earth and the profitability of capitalism. One must be abandoned, and history leaves little question about the allegiances of the vast majority of policy-makers. There is every reason, therefore, to radically doubt the capacity of established measures to check the slide to ecological catastrophe. And indeed, beyond a cosmetic veneer, the reforms over the past thirty-five years have been a monstrous failure. Isolated improvements do of course occur, but they are inevitably overwhelmed and swept away by the ruthless expansion of the system and the chaotic character of its production. One example demonstrates the failure: in the first four years of the 21st Century, global carbon emissions were nearly three times as great per annum as those of the decade of the 1990s, despite the appearance of the Kyoto Protocols in 1997. Kyoto employs two devices: the “Cap and Trade” system of trading pollution credits to achieve certain reductions in emissions, and projects in the global south – the so-called “Clean Development Mechanisms” – to offset emissions in the highly industrialized nations. These instruments all rely upon market mechanisms, which means, first of all, that atmospheric carbon dioxide becomes a commodity under the control of the same interests that created global warming. Polluters are not compelled to reduce their carbon emissions, but allowed to use their power over money to control the carbon market for their own ends, which include the devastating exploration for yet more carbon-based fuels. Nor is there a limit to the amount of emission credits which can be issued by compliant governments. Since verification and evaluation of results are impossible, the Kyoto regime is not only incapable of controlling emissions, it also provides ample opportunities for evasion and fraud of all kinds. As even the Wall Street Journal put it in March, 2007, emissions trading "would make money for some very large corporations, but don't believe for a minute that this charade would do much about global warming." The Bali climate meetings in 2007 opened the way for even greater abuses in the period ahead. Bali avoided any mention of the goals for drastic carbon reduction put forth by the best climate science (90% by 2050); it abandoned the peoples of the global south to the mercy of capital by giving jurisdiction over the process to the World Bank; and made offsetting of carbon pollution even easier. In order to affirm and sustain our human future, a revolutionary transformation is needed, where all particular struggles take part in a greater struggle against capital itself. This larger struggle cannot remain merely negative and anti-capitalist. It must announce and build a different kind of society, and this is ecosocialism. The Ecosocialist Alternative The ecosocialist movement aims to stop and to reverse the disastrous process of global warming in particular and of capitalist ecocide in general, and to construct a radical and practical alternative to the capitalist system. Ecosocialism is grounded in a transformed economy founded on the non-monetary values of social justice and ecological balance. it criticizes both capitalist “market ecology” and productivist socialism, which ignored the earth's equilibrium and limits. It redefines the path and goal of socialism within an ecological and democratic framework. Ecosocialism involves a revolutionary social transformation, which will imply the limitation of growth and the transformation of needs by a profound shift away from quantitative and toward qualitative economic criteria, an emphasis on use-value instead of exchange-value. These aims require both democratic decisionmaking in the economic sphere, enabling society to collectively define its goals of investment and production, and the collectivization of the means of production. Only collective decision-making and ownership of production can offer the longer-term perspective that is necessary for the balance and sustainability of our social and natural systems. The rejection of productivism and the shift away from quantitative and toward qualitative economic criteria involve rethinking the nature and goals of production and economic activity in general. Essential creative, nonproductive and reproductive human activities, such as householding, child-rearing, care, child and adult education, and the arts, will be key values in an ecosocialist economy. Clean air and water and fertile soil, as well as universal access to chemical-free food and renewable, non-polluting energy sources, are basic human and natural rights defended by ecosocialism. Far from being “despotic,” collective policy-making on the local, regional, national and international levels amounts to society's exercise of communal freedom and responsibility. This freedom of decision constitutes a liberation from the alienating economic “laws” of the growth-oriented capitalist system. To avoid global warming and other dangers threatening human and ecological survival, entire sectors of industry and agriculture must be suppressed, reduced, or restructured and others must be developed, while providing full employment for all. Such a radical transformation is impossible without collective control of the means of production and democratic planning of production and exchange. Democratic decisions on investment and technological development must replace control by capitalist enterprises, investors and banks, in order to serve the long-term horizon of society's and nature's common good. The most oppressed elements of human society, the poor and indigenous peoples, must take full part in the ecosocialist revolution, in order to revitalize ecologically sustainable traditions and give voice to those whom the capitalist system cannot hear. Because the peoples of the global south and the poor in general are the first victims of capitalist destruction, their struggles and demands will help define the contours of the ecologically and economically sustainable society in creation. Similarly, gender equality is integral to ecosocialism, and women's movements have been among the most active and vocal opponents of capitalist oppression. Other potential agents of ecosocialist revolutionary change exist in all societies. Such a process cannot begin without a revolutionary transformation of social and political structures based on the active support, by the majority of the population, of an ecosocialist program. The struggle of labour – workers, farmers, the landless and the unemployed – for social justice is inseparable from the struggle for environmental justice. Capitalism, socially and ecologically exploitative and polluting, is the enemy of nature and of labour alike. Ecosocialism proposes radical transformations in: 1 - the energy system, by replacing carbon-based fuels and biofuels with clean sources of power u nder community control: wind, geothermal, wave, and above all, solar power; 2 - the transportation system, by drastically reducing the use of private trucks and cars, replacing them with free and efficient public transportation; 3 - present patterns of production, consumption, and building, which are based on waste, inbuilt obsolescence, competition and pollution, by producing only sustainable and recyclable goods and developing green architecture; 4 - food production and distribution, by defending local food sovereignty as far as this is possible, eliminating polluting industrial agribusinesses, creating sustainable agro-ecosystems and working actively to renew soil fertility. To theorize and to work toward realizing the goal of green socialism does not mean that we should not also fight for concrete and urgent reforms right now. Without any illusions about “clean capitalism,” we must work to impose on the powers that be – governments, corporations, international institutions – some elementary but essential immediate changes: drastic and enforceable reduction in the emission of greenhouse gases; ? development of clean energy sources; ? provision of an extensive free public transportation system; ? progressive replacement of trucks by trains; ? creation of pollution clean-up programs; ? elimination of nuclear energy, and war spending. These and similar demands are at the heart of the agenda of the Global Justice movement and the World Social Forums, which have promoted, since Seattle in 1999, the convergence of social and environmental movements in a common struggle against the capitalist system. Environmental devastation will not be stopped in conference rooms and treaty negotiations: only mass action can make a difference. Urban and rural workers, peoples of the global south and indigenous peoples everywhere are at the forefront of this struggle against environmental and social injustice, fighting exploitative and polluting multinationals, poisonous and disenfranchising agribusinesses, invasive genetically modified seeds, biofuels that only aggravate the current food crisis. we must further these social-environmental movements and build solidarity between anticapitalist ecological mobilizations in the North and the South. This Ecosocialist Declaration is a call to action. The entrenched ruling classes are powerful, yet the capitalist system reveals itself every day more financially and ideologically bankrupt, unable to overcome the economic, ecological, social, food and other crises it engenders. And the forces of radical opposition are alive and vital. On all levels, local, regional and international, we are fighting to create an alternative system based in social and ecological justice. We, the undersigned, endorse the analysis and political perspectives outlined in the Belem Ecosocialist Declaration, and support the establishment and building of an Ecosocialist International Network: Aotearoa/New Zealand: Joe Carolan, Dr. Greg Kleis; Australia: Richard Bergin, Jamie Brown, Simon Butler, Ben Courtice, Felicity Crombach, Peter Cummins, Duroyan Fertl, Jepke Goudsmit, Stu Harrison, Dave Kimble, Serge Leroyer, Günter Minnerup, John Rice, Larissa Roberts, Stuart Rosewarne, Terry Townsend; Argentina: Laura Maffei; Bangla Desh: Mohammad Basir-ul Haq Sinha; Belgium: Daniel Tanuro; Canada, Quebec: Greg Albo, Robert Albritton, Paul Anderson, Ian Angus, Roger Annis, Chris Arsenault, Charles-Antoine Bachand, Jean-Claude Balu, Rick Barsky, José Bazin, John R Bell, Shannon Bell, John L. Bencze, Karl Beveridge, Geoff Bickerton, David Camfield, William K. Carroll, John Clarke, Bill Clennett, Carole Condé,Phil Cournoyer, Paul R. Craik, Steve D'Arcy, Susan Kent Davidson, Diane Delaney, Kathleen Donovan, Joseph Dubonnet, Susan E. Ferren, Richard Fidler, Blair Fix, Darrel Furlotte, Larry Gambone, Cy Gonick, Trevor Goodger-Hill, Joyce A. Green, Dave Greenfield, Ricardo Grinspun, John Grogan, Dr. J. Robert Groves, Adam Hanieh, Trevor Harrison, Henry Heller, Evert Hoogers, Anton Oscar Iorga, Sean Isaacs, Darlene Juschka, Michael A. Lebowitz, Ian B. McKenna, Vincent Mosco, Dan Murray, Sam Noumoff, Derrick O'Keefe, Joseph Roberts, Sheila Roberts, Leo Panitch, Tomislav Peric, Ursula Pflug, Roger Rashi, John Riddell, Rowland Keshena Robinson, Herman Rosenfeld, Rhoda Rosenfeld, Laina Rutledge, John Ryan, Kanchan Sarker, Bob Sass, Scott Schneider, Sid Shniad, Debra Scott, John Sharkey, John Shavluk, Dr. Christopher A. Shaw, Michael Stewart, Debra Tacium, Paul Francis Thompson, David Tremblay, Jesse Vorst, Bernadette L. Wagner, Len Wallace, John W. Warnock, Larry Watt, Barry Weisleder, Ian Whyte, Michael Wolfe, Paul York; Cyprus: Julian Saurin; Denmark: Pelle Andersen-Harild, Ellen Brun, Jacques Hersh, Peder Hvelplund, Kjeld A. Larsen, Johannes Lund, Karolina Boroch Naess, Petter Naess, Teresa Naess; El Salvador: Ricardo Adan Molina Meza; England, Scotland, Wales: Tobias Abse, Keith Ames-Rook, Keith Baker, Jane Burd, Katie Buse, Dr. Michael Calderbank, Ross Carbutt, James Doran, Ian Drummond, Jane Susanna Ennis, Nick Foster, Paul Frost, Jay Ginn, Dr Joseph Healy, Dave Hewitt, Stuart Jeffery, Jane Kelly, Aaron Kiely, Richard Kuper, David McBain, Sharon McMaster, Elaine Morrison, Jamie Murray, Brian Orr, Andy Player, Julian Prior, Matt Sellwood, Mike Shaughnessy, Andrew Stevens, Sally Thompson, Sean Thompson, Payam Torabi, Norman Traub, Mike Tucker, Derek Wall, Roy Wilkes; www.ecossocialistas.org.br http://ecosocialistnetwork.org/ France: Nadège Edwards, Vincent Gay, Richard Greeman, Michel Husson, Mohammed Taleb, Danielle Follett, Michael Löwy; Germany: Frieder Otto Wolf; Greece: Mesrop Abelyan, Spyros Diamantidis, Anneta Galtsioti, Krystalia Galtsioti, Giannis Galtsiotis. Konstantina Georga, Dimitris Georgas, Kostas Giannakakis, Manolis Kapadais, Andonis Krinis, Amjad Mohammad, Georgia Nikopolidou, Takis Pantazidis, Tasos Pantazidis, Eleni Pantazidou, Katerina Pantazidou, Mohammed Es Sabiani; India: Debashis Chatterjee, Debal Deb, S. Susan Deborah, Sushovan Dhar, Mita Dutta, Merlin Franco, Saroj Giri, C E Karunakaran, Partha Majumdar, D.V.Natarajan, Babu lal Sharma; Indonesia: Pius Ginting; Ireland: Louis P. Burns aka Lugh, Domhnall Ó Cobhthaigh, Vincent Doherty;Italy: Guido Dalla Casa, Moreno Esposto; Kenya: Arege Douglas; Malta: Michael Briguglio; Mexico: David Barkin, Gerardo Renique, Enrique Leff; Netherlands: Suzanne de Kuyper, Peter Waterman; Panama: Sebastián Calderón Bentin, Antonio Salamaca Serrano; Perú: Hugo Blanco; Portugal: Ricardo Coelho, Ronaldo Fonseca, Ângelo Novo; Romania: Luisa Abram, Stella Dicu. Mario Festila; Serbia: Dragoslav Danilovic; South Africa: Rasigan Maharajh, Trevor Ngwane, Berend Schuitema; Spain: Mauricio Blechman, Francisco Fernández Amador, Alberto Iglesias Lorenz; Turkey: Ertugrul Akcaoglu, Nevra Akdemir, Levent Gürsel Alev, Binnur Aloglu, Ecehan Balta, Emre Baturay Altinok, Ugur Arigun, Arca Atay, Baris Avci, Erol Bayrakdar, Foti Benlisoy, Stefo Benlisoy, Elif Bozkurt, Emel Budak, Ozgur Bulut. Nurgül Çanak, Esin Candan, Bilge Contepe, Kadir Dadan, Fügen Dede, Yalim Dilek, Sinan Eden, Huseyin Eren, Fuat Ercan, Basak Ergüder, Bulent Erkeskin, Firat Genç, Emine Girgin, Canan Güldal, Ercan Gülen, Ibrahim Gundogdu, Kutlay Gürcihan, Muharrem Hunerli, Taha Karaman, Filiz Kerestecioglu, Tarkan Kilic, Sinem Meral, Özgür Müftüoglu, Evin Nas, Sebnem Oguz, Kazim Özaslan, Merthan Özcan, Recep Özkan, Ali Murat Ozdemir, Senem Pehlivanoglu, Inci Polat, Özge Savas, Hasan Sen, Ahmet Hamdi Seringen, Yavuz Selim Sertbas, Eren Deniz Tol-Gokturk, Dr. Ethem Torunoglu, Eylem Tuncaelli, Kemal Tuncaelli, Feriha Tugran, Mehmet Türkay, Derya Ülker, Tanay Sidki Uyar, Sanem Yardimci, Ertan Yilmaz, Gaye Yilmaz, Selim Yilmaz, Burçak Yilmazok, Gökçen Özdemir, Hatice Yaşar, Kasim Yeter, Eylem Ozen Yorukoglu, Semih Yuksel, Kizilca Yurur; Uruguay: Alejandro Casas; USA: Anatole Anton, Matthew Brown, Joaquín Bustelo, Tim Casebolt, Suha Chari, Andrew P. Cheramie, Stan Cox, Kevin Danaher, Dr. Lenore J. Daniels, Jennifer Dignazio, Daniel Faber, Hunter Gray [Hunter Bear], Craig Brozefsky, John Clark, Scott Davis, W. Alexander Durnan, Phil Gasper, Dayne Goodwin, Sarah Grey, Anthony Gronowicz, Timoteo Jeffries, Eric W. Koch, Bill Koehnlein, Joel Kovel, Ed Laing, Larry Lambert, Saul Landau, James Lauderdale, Mark A. Lause, Richard Levins, Kevin Lewis, Timothy Norbert Malczynski, David Marcial, Michael Seth Martin, Stefan Mattessich, Bill McCormick, Coleman E. McFarland, Fred Mecklenburg, William Meurer, Curtis Moore, Simeon Newman, Tony Nizzi, Wren Osborn, Dr. Marie-Claire Picher, Louis Proyect, Linda Ray, Kat Rickenbacker, Eugene Rodriguez, Christian Roselund, Kevin Ruffe, David Schwartzman, Javier Sethness, Barry Sheppard, Roger Sheppard, Laurence H. Shoup, Rick Sklader, James Smith, Mark E. Smith, Red Son, Anna Marie Stenberg, Carl Stilwell, Ted Stolze, Idell Elaine Vogel, Richard Vogel, Sam Waite, Ron Warren; Venezuela: Elías Capriles, Gustavo Fernández Colón, Carlos García, Dalia Correa Guía, Miguel Angel Contreras Natera, Jesus Pirela, Cesar Aponte Rivero Zimbabwe: Chen Chimutengwende