A coróa de espinhos
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A coróa de espinhos
- 35 c :YIinha filha, tira da minha Mao esquerda os meus méritos para as almas, para que elas estejam e a minha Mao direita por toda a Eternidade ... c As almas religiosas estarao a minha direita para c julgar o mundo, mas, antes disso, pedir-Ihes-hei « conta das almas que deveriam salvar. » « A coróa de espinhos Uma coisa tocante, é que Jesus reclama para a sua augusta Cabee;;a coroada de espinhos um culto especíalíssimo de venerae;;ao, de reparac;;ao e de amor. - A coroa de espinhos foi para Ele causa de sofri· mentos particularmente cruéis: • r\ minha coréJa de espinhos fez-me sofrer mais e do que todas as outras Chagas, confi'au Ele a sua « esposa, foi o meu mais cruel sofrimento depois do «Jardim das Oliveiras. Para o aliviar, é preciso c observar bem a vossa Regra. » Ela é para a alma fiel, até a imitae;;ao, urna fonte de méritos: c Ve, diz-lhe Ele, esta Cabee;;a que foi trespassada por teu amor e por cujas méritos deves um día • ser coroada. Feliz a alma que a ti ver contemplac do bem e sobretudo a tiver praticado!... Eis c.onde está a vossa vida; caminhai nela simples-e mente e caminhareis com segurane;;a. As almas 4. que tiverem corltemplado e honrado a minha co« - 36- • roa de espinhos na terra, serao a minha corDa de « g16ria no Céu I «Por um instante que contemplardes esta corDa «na terra, dar-vos-hei urna para a Eternidade. .. é ~ ela, é a corDa de espinhos, que vos ganhará a da «glória. » Ela é o dom de escnlha que Jesus concede aos seus privilegiados: « A minha corDa de espinhos, eu a dou aos meus «privilegiados. É o bem pr6prio das minhas espó« sas e das almas favorecidas. - Ela é a alegria dos ~ Bem-aventurados, mas para os meus Bem·amados « sobre aterra, é um sofrimento.» - (Do lugar de cada espinho, a nossa Irma via sair um raio de glória que nao se pode descrever.) . Os meus verdadeiros ser vos procuram sofrer ( como eu, mas nenhum pode atingir o grau de so« frimento que eu suportei. » Jesus pede a essas almas urna compaixao ainda mais terna pela sua adorável Cabee,;a. Oue,;amoseste grito do corae,;aoque EJe dirige a Irma Maria Marta mostrando-Ihe a sua Cabee,;a ensangüentada, toda trespassada e exprimindo um sofrimento tal, que a pobresinha nao sabia em que termos explicá-Io : «Aqui tens Aquele que procuras .• ' ve em que « estado está!. .. 01 ha . .. arranca os espinhos da· « minha -Cabe¡;a, oferecendo os méritos das minhas «Chagas pelos pecadores... Vai em busca das «almas. » - 37Como vemos, nestes chamamentos do Salvador, repercute-se sempre como um éco do eterno sitio, a preocupa<;ao da salva<;ao das almas: " Vai em busca das almas. « Aqui tens a tua instru<;ao: o sofrimento, para e ti, - as gra<;as que deves obter, para os outros. e Urna única alma que fa<;a as suas ac<;oes em e uniao com os méritos da minha santa coroa, gae nha mais que a Comunidade inteira. » A estes Cortes apelos, o Mestre sabe juntar estímulos que inflamam os cora<;5es e [azem aceitar todos os sacrificios. Foi assim que, em Outubro de 1867, ítle se apresentou ao olhar extasiado da n05sa jóvem Irma, coro esta coro a toda cercada duma glória deslumbrante: e A minha Coroa de espinhos iluminará o Céu « e todos os Bem-aventurados! Na terra há algumas e almas privilegiadas a quem a mostrarei, mas a e terra é muito tenebrosa para a ver. Ve como é bela depois de ter sido tam doe lorosa! » « O bom Mestre vai ainda mais longe. Éle associa-se aos seus triunfos como aos seus sofrimentos ... Faz-lhe entrever a glorifica<;ao futura. Aplicando-lhe, com vivas dores, esta santa Coroa sobre a sua cabe<;a diz-Ihe: e Toma a minha Coroa, e neste estado te cone templarao os meus Bem-aventurados. ~ o • Depois, dirigindo-se aos Santos e designando a sua querida vítima : «Aqui está, diz-Jhes, o fruto da minha Coroa. ~ Sendo a santa Coro a a felicidade dos Justos, é ao contrário, um objecto de terror para os maus. Foi o que um dia viu a Irma Maria Marta num quadro oferecido a sua contempJa<;;aopor AqueJe que gostava de a instruir desvendando-lhe os mistérios de Além-túmulo. Iluminado com os esplendores desta divina Coroa, apareceu a sua vista o Tribunal onde as almas hao-de ser julgadas. Elas passavam continuamente diante do Juiz soberano. As almas que tinham sido fiéis durante a vida, Jan<;;avam-secom confian<;;a nos brac;;os do Salvador. As outras, ao verem a santa Coroa e lembrando-se do amor de Nosso Senhor, que tinham desprezado, precipitavam·se, horrorizadas, nos abismos eternos .•. - Foi tam impressionante esta visao, que a pobre Irma, contando-a, tremia ainda de receio e de espanto. o Corac;fw de Jesus! Se o Salvador descobria assim todas as belezas e todas as riquezas das suas divinas Chagas a humilde Irma Conversa, poderia Ele deixar de lhe abrir os tesouros da sua grande ferida de amor ( e Eis a fonte onde deveis vir buscar tudo; é sobre« tudo rica para vós :t, dizia Jesus mostrando·lhe J ••• - 39as suas Chagas num luminoso esplendor, sobresaíndo com um brilho incomparável, no meio de todas, a do seu adorável Cora~ao: e Vem a Chaga do meu divino Lado ... - é a «Chaga do amor donde saem chamas' bem vivas. » Jesus concedia-Ihe as vezes, vários di as seguidos, a gra~a de ver a sua santíssima Humanidade gloriosa. Conservava-se entao junto da sua serva, conversaya familiarmente com ela, como outrora com a nossa santa Irma Margarida J\laria Alacoque. E esta última, < que nunca deixa o Cora<;ao de Jesus» dizia: «Era assim que Nosso Senhor se mostrava a e mim ., enquanto O bom Mestre reiterava os seus amorosos convites: Vem 00 meu Cora~ao e nada temerás. .. Coloca aqui os teus lábios para haurires a caridade e a espalhares no mundo ... Mete aqui"a tua mao para daí tirares os meus tes(.uros. > U m dia fez·lhe conhecer o seu imenso desejo de < e « e derramar as gra<;as de que o seu Cora<;ao está cheio: « Toma, lhe disse, porque a medida está cheia. « Nao posso conte-las, tam grande é o desejo· que e tenhc de as dar. » F Uma outra vez, foí um convite da e sempre esses tesouros: e Vinde receber a efusao do « deseja derramar as suas gra~as! e minba abundancia, porque hoje «misericórdia almas salvas pelas para utilizar ainmeu Cora<;3.o que Quero dar-vos da recebi na minha vossas orac;Oes. >