AULA 4_ TEXTURA DO SOLO

Transcrição

AULA 4_ TEXTURA DO SOLO
TEXTURA DO SOLO
Atributos físicos e químicos do solo
-Aula 4-
Prof. Alexandre Paiva da Silva
Introdução
 Textura
vs Granulometria
 Tamanho
 Frações

das partículas minerais
de interesse
Atributo intrínseco e pouco alterado
 Relativização

do tamanho das partículas
Importância

descrição, identificação e classificação de solos

modelos de pedotransferência

recomendações de adubação e correção de solo

estabelecimento de práticas conservacionistas

obras de engenharia e geotécnica

funcionamento e qualidade do solo → agregação, permeabilidade, CTC e CRA
1
Conceito

Proporção
relativa
das
frações
granulométricas com diâmetro < 2 mm, e que
compõem a massa do solo. É determinada a
partir da análise granulométrica (AG).

AG → separação das partículas quanto ao
tamanho em função de um sistema de
classificação.
Tabela 1. Tamanho de partículas no solo
Parte sólida do solo
Diâmetro (mm)
Matacões
> 200
Calhaus
20 - 200
Cascalho
2 - 20
TFSA*
<2
2
Textura do Solo
Distribuição das partículas primárias do solo
por tamanho
Silte
0,05 - 0,002 mm
Argila
<0,002 mm
Areia
2 - 0,05 mm
Classificação granulométrica
3
Frações granulométricas

Areia


áspera
Silte


solta


grãos simples



não plástico
não pegajosa

não higroscópica

não coesa

Sup.específica pequena

CTC baixa


sedosa
Argila

ligeira coesão

poros intermediários


CTC baixa


Min. primários + secundários

Min.primários: quartzo
plástica
pegajosa → úmida
dura e coesa → seca
higroscópica
Sup. específica alta

CTC alta

poros pequenos

expansão e contração

forma agregados

minerais secundários: 1:1; 2:1
e óxidos
Natureza química e
mineralógica das partículas

Areia e Silte → semelhantes quanto química e mineralogia

Muitos minerais primários

afeta o intemperismo, a formação de solos e o comportamento
químico

influencia a natureza mineralógica dos argilominerais
 Minerais:
quartzo, feldspatos, plagioclásios, micas, piroxênios e
anfibólios, zircão, granada, apatita, hematita, granada, limolita e
magnetita

Limitada influência nas propriedades físicas associadas com
fenômenos de superfície

pequena quantidade de superfície exposta por unidade de massa ou
volume → partícula esférica → baixa superfície específica e CTC
4
Natureza química e
mineralógica das partículas

Argila

Minerais de natureza secundária

Composição básica

SiO2, Al2O3, FeO2 e água, além de quantidades variáveis de TiO2,
CaO, MgO, MnO, K2O, NaO e P2O5
 Possíveis
minerais a serem formados: variável conforme condições
ambientais de cada região

Grande influência nas propriedades químicas e físicas
associadas com fenômenos de superfície

grande quantidade de superfície exposta por unidade de massa ou
volume → partículas de formato laminar → alta superfície específica
e alta CTC
Análise granulométrica
Teste
de campo
 Sensibilidade

ao tato para identificar frações
areia = aspereza; silte = sedoso; argila = plástica e pegajosa
Análise
textural, mecânica ou
granulométrica
 Realizada

em laboratório e consiste de 3 fases
pré-tratamento, dispersão e separação das frações
5
Análise granulométrica – Pré tratamento
Objetivo
Eliminar
agentes
cimentantes,
íons
floculantes e sais solúveis que podem afetar a
dispersão e a estabilidade da suspensão


Remoção de MOS (> 5 %): oxidação com H2O2

Remoção de carbonatos: HCl diluído

Remoção de óxidos de Fe e Al: DCB de Na

remoção de sais solúveis: diálise
Análise granulométrica – Dispersão
Objetivo
Individualizar as partículas do solo; para a
dispersão ser máxima deve-se combinar
métodos químicos e mecânicos


Métodos mecânicos


agitação suave e agitação violenta e rápida
Métodos químicos

NaOH

Hexametafosfato de Na + NaCO3
6
Análise granulométrica – Separação das frações
Objetivo
Separar as frações constituintes da
parte sólida


Fração areia


peneiramento ou tamisamento
Silte e argila

sedimentação

Lei de Stokes
Lei de Stokes
Enunciado
“A velocidade de queda (sedimentação) de um
material sólido no líquido ocorre de acordo com o seu
diâmetro (esférico) e a viscosidade do líquido.”


Pressupostos
 as partículas são esféricas

as densidades das partículas são idênticas
 as

partículas caem de forma independente, sem interação
não há gradiente de temperatura dentro da proveta; não afeta a temperatura e a
viscosidade
7
Lei de Stokes - Pressupostos
Pressupostos

 as partículas são esféricas

as densidades das partículas são idênticas
as
partículas caem de forma independente, sem
interação
não há gradiente de temperatura dentro da
proveta; não afeta a temperatura e a viscosidade

Lei de Stokes - Equação
t = 18ηh / g (ρs – ρl) φ2

t = tempo de queda (s)

h = altura de queda desde a superfície (cm) = 10

η = viscosidade da água (g/cm/s) = 0,008007 a 20º C

g = aceleração da gravidade (cm/s2) = 980

ρ = densidade do sólido (g/cm3) = 2,65

ρ = densidade do líquido (g/cm3) = 0,99949 a 20º C

φ = diâmetro da partícula (cm) = ?
8
Lei de Stokes - Exemplo
Quanto tempo demora para que
todas as partículas com tamanho > 0,05
mm se desloquem até a profundidade
de 10 cm, a partir da superfície, numa
proveta ?

 Resposta: Após 40 s da agitação todas as
partículas com tamanho > 0,05 mm (fração areia)
já terá afundado a uma profundidade > 10 cm.
Análise granulométrica – Métodos de análise
Métodos


de análise
Robinson ou da pipeta

material

procedimentos

cálculos
Bouyoucos ou densímetro

material

procedimentos

cálculos
9
Análise granulométrica – Métodos de análise
Métodos

de análise
Robinson ou da pipeta

mais amplamente usado e aceito
calcular a densidade da suspensão em determinada
profundidade em função do tempo

mais preciso e demanda mais tempo


Bouyoucos,hidrômetro ou densímetro

usado para análises rápidas e adaptado para rotina

mais simples, de baixo custo e menos preciso

determinar a concentração da argila em uma suspensão
na qual foi previamente separada as areias. O silte é
obtido por diferença.
Sistemas de classificação

Não há universalidade

Mais adotados mundialmente:
Departamento
de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA)
Sociedade Internacional de Ciência do Solo (ISSS) →
Attemberg


No Brasil:
Sociedade

Brasileira de Ciência do Solo (SBCS)
EMBRAPA
10
Faixas adotadas
Fração
Cascalho
Areia Muito Grossa
Areia Grossa
Areia Média
Areia Fina
Areia Muito Fina
Silte
Argila
USDA
ISSS
------------------mm----------------> 2,0
> 2,0
1,0-2,0
0,50-1,0
0,20-2,0
0,20-0,50
0,10-0,20
0,02-0,20
0,05-0,10
0,002-0,05
0,002-0,02
< 0,002
< 0,002
Classificação textural

Análise granulométrica + Triângulo Textural


Classes texturais: 13 classes@
Grupamentos texturais @

Reunião de uma ou mais classe textural


Arenosa, Média, Argilosa, Muito argilosa e Siltosa
Resultados

Expressos em %, g/kg ou dag/kg
11
Classes texturais













arenosa
areia franca
franco-arenosa
franca
franco-siltosa
silte
franco-argilo-arenosa
franco-argilosa
franco-argilo-siltosa
argilo-arenosa
argilo-siltosa
argilosa
muito argilosa
Grupamentos texturais

Arenosa → areia e
areia franca e

Média → < 35 % argila
e > 15 % de areia,
excluídas areia e areia
franca

Argilosa → entre 35 e
60 % de argila

Muito argilosa → > 60
% de argila

Siltosa → < 35 % de
areia e < 15 % de areia
12

Documentos relacionados

Textura - Embrapa Solos

Textura - Embrapa Solos Textura é um termo empregado para designar a proporção relativa das frações argila, silte ou areia no solo. Estes se diferenciam entre si pelo tamanho de suas partículas (granulometria). A textura ...

Leia mais