Negraldeia 53 - Irene Santos

Transcrição

Negraldeia 53 - Irene Santos
ANO IX - Nº 53
(O quadragésimo Segundo pela ANdC)
Porto Alegre março de 2011
Informativo da ASSOCIAÇÃO NEGRA DE CULTURA
www.negraldeia.blogspot.com
Editores: Evandoir Santos e Maria Cristina F. dos Santos
Revisão: Elaine Gonçalves
Projeto gráfico: Paulo Soares - PS Criação
Bloco do Jeito que tá Vai
Foto: arquivo Negraldeia
Mais uma bela atração para moradores de Porto Alegre. O
Bloco é criação de frequentadores do bairro Cidade Baixa que se
reúnem há mais de 20 anos para confraternizações, com muito
samba e alegria. Daí surgiu a idéia de fundar um bloco para
desfilar em data próxima ao carnaval, celebrando o círculo
crescente de amizade e torná-lo ainda maior, convidando a
comunidade para participar. Neste ano, com harmonia comandada
por Márcio Medina, Alexandre Belo, Anderson (Sem Comentário),
Anderson Tatu, Alexandre e Cascudinho (Zorra Total) e bateria
com ritmistas da Vila Esmeralda (Viamão) e dos Cabos e
Soldados, ocorreu o desfile na tarde de Sábado, dia 19/02/2011,
em torno do Largo Zumbi. Na parte final do desfile, a tradicional
roda de samba da dispersão, mais conhecida como ‘segundo
tempo’. O desfile contou com o apoio da Epatur, BM e da EPTC.
Os organizadores já projetam dois desfiles para o ano 2012.
Foto: Enviada pelo Guto
Capoeira Angola
Para comemorar o 1º aniversário da Roda do Largo Zumbi
dos Palmares e fazer o lançamento do documentário ‘O
Zelador’, a Escola de Capoeira Africanamente trouxe à cidade
Jonas Rabelo ‘Mestre Russo’ no dia 16/02/2011na Usina do
Gasômetro.
Após exibição do filme, com entrada franca,
aconteceu um bate papo com mestre Russo, um dos
idealizadores e preservadores da roda de rua mais antiga do
Brasil, a Roda Livre de Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense RJ. Local que recebe pessoas do mundo todo,
independente de linhagem ou estilo de jogar capoeira.
Oportuno que o Largo Zumbi dos Palmares comece a ser
ocupado antes que este espaço simbólico e cultural, destinado
a homenagear a comunidade negra seja transformado em
terminal de ônibus.
III Marcha Contra
Intolerância a Liberdade
Religiosa
No dia 21/01/2011 aconteceu
na cidade a III Marcha contra a
Intolerância Religiosa. A marcha
partiu do Largo Glênio Peres
indo até o Largo Zumbi e depois
se dirigiu à Usina do Gasômetro.
Parabéns pela parceria
estabelecida
entre duas grandes instituições negras
gaúchas: Banda da Saldanha e Correios
Negros (grupo dos funcionários da Emp.
Brasileira de Correios e Telégrafos) no
intuito de levar a um grande público parte
da história, cultura e participação do povo
negro no desenvolvimento do país, através
de exposições, banners e cartazes. Que
esse belo exemplo de integração seja
seguido por outras instituições culturais
nos colégios, nas escolas de samba, em
bancos públicos e privados, nas repartições
dos governos, municipal, estadual e federal
e também na Câmara de Vereadores, Ass.
Legislativa ... (lá, eles estão precisando
Zezeh Cabelereiros - Pérola Negra, salão de beleza para
pessoas que valorizam seu visual.
Travessa do Carmo, 152 conj. 204 – es POA/RS
Marcar hora pelo Tel.: 0XX (51) 32.86.64.54
Farinhada
Festa do 18º
aniversário dia
30/04/2011 21 h
Soc. Gin. Navegantes
São João. End. Av.
Pres. Rooselvelt 148.
Traje social,
convites
pelo
telefone 9985-9592.
Seu Imóvel na Zona Sul da Cidade
Daniel Tel. 9351-9150
ANO IX - Nº 53
(O quadragésimo Segundo pela ANdC)
Editores: Evandoir Santos e Maria Cristina F. dos Santos
Revisão: Elaine Gonçalves
Projeto gráfico: Paulo Soares - PS Criação
Porto Alegre março de 2011
Informativo da ASSOCIAÇÃO NEGRA DE CULTURA
www.negraldeia.blogspot.com
O Carnaval em Porto Alegre
Fonte:http://jornale.com.br/wicca/?p=4553
O entrudo, de origem portuguesa, chegou em
Porto Alegre no início do século XVIII, trazido por
casais açorianos que se instalaram na ponta da
península, área em que se iniciou o povoamento da
cidade. Era um evento de caráter familiar, restrito à
elite, constituindo-se em uma brincadeira onde as
pessoas jogavam ovos uns nos outros, farinha e
limões de cheiro.
Com o crescimento do município e o aumento
populacional, em conjunto com a abolição da
escravatura, outros grupos começaram a participar
da algazarra, com isto popularizando o evento.
Inclusive, passando o evento a ser controlado e
reprimido pelas autoridades.
O carnaval tornou-se uma expressão popular
em Porto Alegre a partir do início do século XX, com
os Cordões e Blocos Carnavalescos, criados pelas
corporações de trabalhadores livres, responsáveis
pelos serviços urbanos ligados a segmentos negros
da população. A partir disto o número de blocos e
cordões populares aumentou e passou a ser maior do
que as sociedades da elite. Os bairros Areal da
Baronesa, Ilhota e Colônia Africana, atuais Cidade
Baixa, Rio Branco e Mont-Serrat, foram territórios
originais da festa popular. Por outro lado, a elite
passou a organizar seus carnavais em salões e
espaços fechados.
Para saber mais, ver:
Ferreira, Athos Damasceno. O carnaval porto-alegrense no século XIX.
PoA: Livraria do Globo, 1970.
Germano, Iris. Rio Grande do Sul, Brasil e Etiópia: Os negros e o
carnaval em Porto Alegre nas décadas de 1930 e 40. Dissertação de
Mestrado (PPGHIS/UFRGS), 1999.
Lazzari, Alexandre. «Certas coisas não são para que o povo faça»:
Carnaval em Porto Alegre 1870 - 1915. Dissertação de Mestrado
orientada Profa. Dra. Maria Clementina Pereira Cunha. Departamento
de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da
Universidade Estadual de Campinas, 1998.
Professor Arilson dos Santos Gomes
Às Mulheres
Quanto Mais Vela Mais Acesa
Um dia quando eu não mestruar mais
vou ter saudade desse bicho sangrador
mensal
que inda sou
que mata os homens de mistério
Vou ter saudade desse lindo aparente
impropério
desse império de gerações absorvidas
Desse desperdício de vidas
que me escorre agora mês de maio.
Ensaio:
Nesse dia vou querer a vida
com pressa
menos intervalo entre uma frase e outra
menos respiração entre um fato e outro
menos intervalos entre um impulso e outro
menos lacunas entre a ação e sua causa
e se Deus não entender, rezarei:
Menos Pausa, meu Deus
menos pausa.
Elisa Lucinda
Anemia Falciforme
- Doença hereditária mais comum na
população negra ou de ascendência
africana. Seu nome tem origem na
malformação dos glóbulos vermelhos (de
forma arredondada, gelatinosa, côncava e
elástica), que se cristalizam na falta de
oxigênio assumindo formas semelhantes a
foices e ficam endurecidas dificultando a
passagem do sangue pelos vasos
sanguineos. Segundo o ministério da
Saúde, em alguns Estados, como a Bahia, a
doença chega a atingir 1 em cada 500 recém
nascidos. Os pais podem ser portadores
assintomáticos da doença, que é causada
por um gene recessivo. Se dois portadores
tiverem filhos, a criança tem possibilidade
de nascer com a doença, se herda gene
recessivo de cada um dos pais.

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