Benita Applebum
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VidaBosch Opção Brasil Imagens Maio | Junho | Julho de 2010 • nº 21 Os palcos da festa Conheça o país e os estádios que receberão a Copa do Mundo Truque de campeão Como o ex-nadador Gustavo Borges tenta ser pontual no trânsito de SP Entre no clima No inverno, deixe sua casa na temperatura certa editorial Rumo ao hexa! Um grande desafio Presenciamos um desafio que envolve todos os brasileiros: a Copa do Mundo. Nossa seleção foi à África do Sul para tentar trazer o hexacampeonato. A VidaBosch, é claro, não poderia deixar o assunto passar em branco. A seção grandes obras trata do tema, ao contar como o país, com o apoio de organizações internacionais, se preparou para receber o evento esportivo mais importante do ano. Neste clima de torcida, você poderá degustar nossa sugestão de viagem, explorando uma pequena Europa brasileira, no norte de Santa Catarina. Além das informações sobre o passeio, receberá dicas da Bosch para manutenção do seu carro em climas frios. E, por falar em carro, também mostramos sistemas da Bosch que facilitam a baliza. Você poderá apreciar também as curiosidades que trazemos sobre a uva e três deliciosas receitas para colecionar, em saudável e gostoso; curtir o friozinho, com dicas para aquecer sua casa, na seção casa e conforto, que apresenta a nova linha de ar-condicionado (que também aquece) da Bosch. Tudo isso e muito mais nesta edição de VidaBosch – uma revista feita pra você. Uma boa leitura e uma torcida de fé! Carolina Hinz Sumário 02 viagem | Tem clima da Europa e cenário da Europa, mas é Brasil 08 eu e meu carro | Gustavo Borges não larga o cronômetro nem fora das piscinas 10 torque e potência | Combustível rural move cada vez mais os ônibus urbanos 14 casa e conforto | Frio em casa, só na geladeira — mesmo no inverno 20 tendências | Estacionamento não precisa rimar com sofrimento 22 grandes obras | Conheça os palcos mais importantes do ano: os estádios da Copa 28 Brasil cresce | Construção civil enterra os efeitos de crise 34 atitude cidadã | Por que apostar nas mulheres é apostar no Brasil 38 aquilo deu nisso | As tecnologias que transformaram carroça em conforto 40 áudio | Inovações da era digital ditam o ritmo dos DJs nas pistas de dança 44 saudável e gostoso | Variedade de uvas é tão grande quanto seus benefícios 14 38 Gerente de Marketing: Ellen Paula • Produção e edição: PrimaPagina (www.primapagina.com. br), tel. (11) 3512-2100 / vidabosch@primapagina. com.br • Projeto gráfico e diagramação: Buono Disegno (www.buonodisegno.com.br), tel. (11) 3512-2122 • Tratamento de imagem e finalização: Inovater • Impressão: Gráfica Ideal • Revisão: Dayane Pal ([email protected]) • Jornalista responsável: Jaime Spitzcovsky (DRT-SP 26479) 40 Destaques on-line | www.vidabosch.com.br tendências saudável e gostoso Vídeo Entenda como funcionam as máquinas de embalagem da Bosch Expediente VidaBosch é uma publicação trimestral da Robert Bosch Ltda., desenvolvida pelo depto. de Marketing Communication, Brand Management e Call Center (MKC). Dúvidas, reclamações ou sugestões, fale com o SAC Bosch: (011) 21261950 (Grande São Paulo) e 0800-7045446 ou www.bosch.com.br/contato 22 grandes obras Vídeo Por que você não precisa mais se preocupar com a baliza atitude cidadã Site Navegue pelas soluções da Bosch para eventos esportivos Site Clique aqui para se encantar com as bonecas do Grupo Primavera 2 | VidaBosch | viagem | Por Hércules Lourenço Fotomundo Fotografias Um pedaço da Europa no Brasil Em Santa Catarina, 32 municípios formam o Vale Europeu, com amplos traços culturais herdados de imigrantes nascidos no Velho Continente 4 | VidaBosch | viagem P ense na tão sonhada viagem à Europa, o Velho Continente, repleto de história, artes, costumes e uma culinária que segue normas rígidas e possui uma qualidade de dar água na boca. Antes, é preciso comprar passagens aéreas, pedir o passaporte, negociar um pacote turístico e preparar o bolso para gastos que serão pagos, principalmente, em euros. Ainda assim, a experiência é deliciosa. Mas também é possível sentir um pouco desse clima dentro do Brasil. Traços culturais de países como Alemanha, Itália, Polônia, Portugal e Suíça foram trazidos e mantidos pelos próprios imigrantes e seus respectivos descendentes. Tudo bem pertinho de você. Um desses pedacinhos do Velho Continente no Brasil é o Vale Europeu, região turística de Santa Catarina formada por 32 municípios colonizados por filhos, netos, bisnetos de europeus. A área fica entre o litoral do estado, perto de praias badaladas como Balneário Camboriú e Penha – onde está o Parque Beto Carrero World –, e a parte serrana, cujas temperaturas tradicionalmente caem muito, inclusive Wagner Santos\kino.com.br viagem | VidaBosch | 5 com formação de neve durante o inverno. A capital desse vale de belezas é Blumenau, a maior cidade da região, com 299 mil habitantes. O município leva o nome do médico Hermann Bruno Otto Blumenau, um imigrante alemão que desembarcou no Brasil há 159 anos. Foi ele quem deu o pontapé inicial na história da colonização local. Os traços deixados há décadas foram cultivados de geração em geração. Basta passear pela cidade para identificar as características da arquitetura alemã. Uma opção é caminhar pela rua XV de Novembro, que corta o centro de Blumenau. Em uma das pontas da via está o prédio da Prefeitura, na praça Victor Konder, ponto turístico obrigatório para um registro fotográfico. O edifício foi construído no estilo enxaimel, uma técnica que utiliza madeiras entrelaçadas, com as paredes preenchidas por tijolos ou pedras. Andando um pouco mais está o Castelinho, prédio mais famoso da cidade. A construção é recente, de 1978, mas a edificação é uma cópia da sede de uma das prefeituras mais antigas da Alemanha, a do município de Michelstadt (centro-oeste). O prédio catarinense foi restaurado em 2008 e hoje abriga uma loja de departamentos. Durante a caminhada pela XV de Novembro podem ser vistos os principais estabelecimentos da cidade. Na outra ponta da rua fica o Biergarten, que é o jardim da cerveja, onde, no início da colonização, a população se encontrava. Ali funcionam a Expresso Choperia e o Museu da Cerveja, que mostra como é o processo artesanal de fabricação da bebida típica alemã. E por falar em cerveja, deve ter batido aquela sede. Opções de qualidade não faltam. É no Vale Europeu que fica a maior parte de outro atrativo catarinense, o Roteiro das Cervejarias. São 10 fábricas artesanais, que utilizam técnicas trazidas da Alemanha. Dessas casas, oito estão no Vale Europeu. A Bierland (www.bierland.com. br), a Eisenbahn (www.eisenbahn.com.br) e a Wunder Bier, as três de Blumenau, têm bares dentro de suas respectivas fábricas. O cliente degusta a bebida ao som de uma bandinha alemã e ainda observa a cerveja sendo preparada em grandes tanques. As É no Vale Europeu que fica a maior parte do Roteiro das Cervejarias, com técnicas de produção da bebida artesanais, trazidas da Alemanha outras cervejarias ficam em Timbó, com a Borck (www.borck.com.br), em Gaspar, com a Das Bier (www.dasbier.com.br), em Indaial, com a Heimat (www.choppheimat. com.br), em Pomerode, com a Schornstein (www.schornstein.com.br), e em Brusque, com a Zehn Bier (www.zehnbier.com.br). Oktoberfest O auge do turismo na região ocorre em outubro, quando os visitantes são contemplados com a maioria das festas. A principal delas é a Oktoberfest, em Blumenau, onde cervejarias artesanais vendem os mais diversos tipos da bebida nos pavilhões do Parque Vila Germânica. Marcas nacionais e até internacionais são oferecidas aos foliões, que festejam a noite inteira ao som de muita música tradicional alemã. Você se sente como se estivesse na famosa Oktoberfest de Munique, na região da Baviera. Marcelo Martins/Divulgação Santur Casas em estilo enxaimel (à esq.) estão entre as mais fortes características da região, assim como festas temáticas ligadas ao consumo de cerveja (à dir.) Moradores usam roupas típicas e os restaurantes oferecem pratos da gastronomia local, como o marreco recheado, o eisbein (joelho de porco) e o chucrute. A sobremesa mais famosa é o apfelstrudel, mas sa folhada recheada com creme de maçã. Mas, se você for a Blumenau em outro mês que não outubro, dê uma passadinha no Parque Vila Germânica mesmo assim. Funcionam no local, o ano inteiro, várias lojinhas que vendem artesanato e produtos da região, como as roupas típicas alemãs e o copo para chope em metro. A indústria têxtil é a principal fonte de renda de Blumenau. Além de grandes fábricas – algumas delas com mais de mil funcionários–, existem várias pequenas confecções espalhadas por todos os bairros. A industrialização trouxe muita gente ao município, transformando-o em uma cidade com grande diversidade étnica. Mesmo assim, alguns recantos mantêm a tradição e também fazem você se sentir como se estivesse na Alemanha. Um deles é a Vila Itoupava, situada a 25 quilômetros do centro blumenauense. As casas são no estilo enxaimel e a população conversa em alemão. Então, willkommen (bem-vindo)! Há outros locais onde dá para se aprofundar ainda mais nessa cultura. Um deles é a cidade de Pomerode, considerada a mais alemã fora do país europeu. No trevo de entrada do município, a bandeira da Alemanha está hasteada junto com a brasileira. É comum entrar em uma casa comercial e ouvir as atendentes conversando em alemão com os clientes, sobretudo os mais velhos, que muitas vezes nem falam português. A Festa Pomerana é o maior evento local. Nela, descendentes de imigrantes se encontram para dançar, comer e tomar cerveja. Para quem gosta da arquitetura típica, a cidade criou uma rota com casas enxaimel. A criançada também vai adorar o zoológico, que fica bem no centro da cidade. Refresco no verão Caso você faça o passeio no verão, depois de conhecer os municípios típicos alemães, vá dar uma refrescada em Gaspar, uma das cidades vizinhas. É onde estão cinco parques aquáticos com piscinas, toboáguas, 6 | VidaBosch | viagem viagem | VidaBosch | 7 Fotos Santur trilhas e cascatas. Um dos mais conhecidos é o Parque Cascanéia, no bairro Belchior Central. Gosta de pescar? Gaspar tem farto agroturismo, com cinco pesque-pagues. Após respirar o ar puro da natureza de Gaspar, com as energias recarregadas, há ainda a opção do turismo de compras. O município de Brusque é um polo catarinense de confecções e tem vários shoppings com produtos direto da fábrica. Em outubro, a cidade promove a Festa Nacional do Marreco, evento em que o prato principal é o marreco recheado, típico da Alemanha. Brusque também fica perto de Botuverá, onde está a maior gruta da região sul, com mais de um quilômetro. Os que gostam de esportes radicais podem ir a Ibirama, cidade cortada por dois rios, o Itajaí-Açu e o Hercílio. Escolas de rafting se estabeleceram no local para oferecer novas formas de lazer aos visitantes mais corajosos. Joinville 101 Pomerode 477 Gaspar Blumenau Ibirama Brusque 470 Nova Trento No Vale Europeu, há ainda opções de turismo religioso (à esq.) e oferta de esportes radicais, como o rafting (à dir.) SC - 481 Florianópolis 282 SC - 439 SC - 430 101 SC Como chegar O Vale Europeu é cortado pela BR-470, que começa no litoral de Santa Catarina. É das praias que sai a maior parte do público que visita a região. O acesso é feito pela BR-101, entre Penha, onde está o Parque Beto Carrero World, e Itajaí, importante cidade portuária do Estado. Da BR-101 até Blumenau, famosa pela Oktoberfest e pelas casas em estilo enxaimel, são 44 quilômetros, que tomam cerca de uma hora de viagem. Um pouco antes, fica o município de Gaspar. Para ir a Pomerode é preciso passar Blumenau, em sentido oeste, e pegar à direita na SC-418. Já para seguir a Brusque, há duas opções. Se você estiver no litoral e quiser visitar primeiro a cidade, famosa pela Festa Nacional do Marreco, o melhor caminho é pegar a BR-486 em sentido oeste, na altura de Navegantes. Agora, se você já está em Blumenau, vá até a cidade vizinha de Gaspar e pegue a SC-411, que também segue até Brusque. Onde ficar Onde comer Plaza Como Blumenau é a maior cidade, talvez você não consiga visitar tudo em um dia. Uma opção de hospedagem é o Plaza Blumenau Hotel (www.plazahoteis.com. br/site2008/blumenau/blumenau.html), no centro e perto de pontos turísticos. Park Blumenau Restaurante construído dentro do Parque Vila Germânica, onde ocorre a Oktoberfest. Funciona o ano inteiro e foi feito em arquitetura alemã. Oferece comida típica alemã, mas também tem outras opções, como churrasco e pizzas. Fazzenda Park Se o turista busca tranquilidade à noite, a dica é o Fazzenda Park Hotel, localizado no interior de Gaspar (www.fazzenda.com.br), bem pertinho da natureza. Além de vistas para lagos, montanhas e árvores, ele também oferece boas opções de esportes, lazer e gastronomia. Caféhaus Uma das atrações do Vale Europeu são os cafés coloniais típicos da região. Em Blumenau, um dos mais conhecidos é o Caféhaus, que fica no Hotel Glória (www.hotelgloria.com.br/gloria_confeitaria.php), bem próximo ao centro da cidade. A variedade é grande. Monthez Em Brusque são muitas lojas e shoppings à disposição dos clientes. Se você for fazer turismo de compras e negócios e gosta de calma para as melhores escolhas, fique na cidade por uma noite ou mais. O Hotel Monthez (www.monthez.com.br/index.php) está localizado no alto de um morro com vista para o resto da cidade. Vale a pena conferir. Frohsinn Uma dica de culinária típica alemã é o restaurante Frohsinn (www.frohsinn. com.br). Além de uma saborosa refeição, você ainda contempla uma das vistas mais bonitas da cidade. Ele está situado no alto do morro do Aipim, de onde é possível ver o rio Itajaí-Açu cortando o centro de Blumenau, com seus tradicionais prédios turísticos em estilo alemão. A Bosch na sua vida Proteção para seu carro no frio Na hora de enfrentar as baixas temperaturas da Serra Catarinense, tenha em mente que o frio pode interferir no funcionamento do carro. Quem já teve modelos a álcool deve se lembrar das dificuldades de ligar o veículo nas manhãs de inverno. Por isso, é importante fazer revisões periódicas no seu carro. Segundo Daniel Lovizaro, engenheiro de assistência técnica da Divisão Automotiva de Autopeças da Bosch, grande parte desses problemas pode ser explicada pela falta de manutenção preventiva. É o caso da bateria, cujas falhas estão diretamente relacionadas a problemas no sistema elétrico do veículo. “Quando isso acontece, mostra que a falha já vem ocorrendo, como, por exemplo, fuga de corrente, problemas no alternador ou em algum outro componente que esteja sobrecarregando a bateria”, explica. Esses problemas podem ser mascarados no período de calor, já que as altas temperaturas aceleram as reações químicas responsáveis pela geração de eletricidade na bateria. Mas também podem agilizar a corrosão interna, que, junto com outros problemas, como os já descritos, só vai ser sentida durante o inverno com a falha da bateria, principalmente nas manhãs de dias frios, durante a partida do veículo. O ideal é fazer uma revisão em todo o sistema elétrico, avalia Lovizaro. Os cuidados devem partir da bateria e suas conexões, seguir para o alternador, motor de partida, sistema de iluminação e demais consumidores elétricos do veículo. Devese verificar também as palhetas, itens de segurança bastante exigidos em decorrência da neblina pesada das serras. No caso do carro a álcool ou flex, é importante substituir periodicamente a gasolina do reservatório, abastecendo preferencialmente com aditivada, que tem características que facilitam o momento Arquivo Bosch SC - 421 Já quem gosta de turismo religioso tem a opção de Nova Trento, cidade batizada em homenagem a Trento, que fica nos alpes italianos. Foi na similar brasileira que viveu, após ter imigrado da Itália, Madre Paulina. Nascida em Vigolo Vattaro, na província de Trento, ela chegou aqui ainda criança e, mais tarde, fundou a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. O Vaticano reconheceu o trabalho que ela fez com os doentes e com os pobres e canonizou Madre Paulina em 2002. De lá pra cá, milhares de pessoas vão à localidade de Vigolo, em Nova Trento, onde foi erguido um santuário para ela, que é considerada a primeira santa do Brasil. Pelas ruas, os postes são pintados nas cores da bandeira da Itália: verde, branco e vermelho. Então, o que você está esperando para vivenciar essa aventura europeia em território brasileiro? de partida em baixas temperaturas. Para essas e outras revisões, como balanceamento e alinhamento das rodas, a Bosch conta com uma linha completa de equipamentos de manutenção. “Temos um portfólio bem abrangente de equipamentos de testes para o carro”, diz Lovizaro. Conteúdo exclusivo on-line I www.vidabosch.com.br • Antes de pegar a estrada, confira dicas para garantir o bom funcionamento do veículo e viajar em segurança • Localize a oficina Bosch Service mais próxima e programe uma manutenção preventiva em seu carro eu e meu carro | Por Danielle Brant Alexandre Schneider 8 | VidaBosch | trabalhar. Mas não é sempre que a fórmula dá certo. Enfrentar o congestionamento às vezes se mostra tão difícil quanto era, nos anos 90, disputar provas aquáticas palmo a palmo com o russo Aleksander Popov. “Tem dias em que está tudo parado, e cada minutinho que passa do cálculo que eu fiz já é suficiente para me irritar”, conta Gustavo, que, desde que se aposentou das piscinas, em 2004, enveredou pelo ramo empresarial. Um dos maiores frutos dessa nova faceta do medalhista olímpico é a Academia Gustavo Borges, que aposta no aprimoramento individual de cada aluno nas raias. Com essa metodologia, o ex-atleta tenta passar um pouco da experiência que o fez conquistar, além dos quatro pódios olímpicos, 19 medalhas em Pan-Americanos e 31 em Copas do Mundo de Natação. Quando o trânsito está parado, o rádio do carro é fundamental para Gustavo, que aprecia basicamente notícias, que, de vez em quando, dão lugar a um CD de pop-rock. Os vidros ficam sempre fechados — para evitar assaltos — e também porque o exnadador gosta do ar-condicionado ligado. Se a obstinação com tempo o ajudava na natação e continua auxiliando-o nas ruas, o mesmo não se pode dizer de outra característica importante para um nadador: não é fácil para ele, com seus 2,03 metros, encontrar um carro à sua altura. “O veículo precisa ser, principalmente, espaçoso e confortável”, explica o agora empresário, que atualmente dirige um Passat 2005/2006. Carteira internacional O início de sua relação com os automóveis também está ligado à natação. Gustavo, que nasceu em Ribeirão Preto, no interior paulista, começou a dirigir nos Estados Unidos. Não teve pressa. Enquanto algumas pessoas mal conseguem esperar a hora de completar 18 anos para tirar carteira de motorista e comprar um carro, Gustavo nadou contra a maré. Nessa época, ele morava em Jacksonville, na Flórida, onde estudava Economia, na Universidade de Michigan, e treinava para se tornar um dos grandes ídolos do esporte brasileiro. “Como eu fazia muita coisa de ônibus lá, nunca fiquei muito preocupado em com- prar um carro”, conta. No entanto, no segundo ano de universidade, aos 19 anos, decidiu que havia chegado a hora. “Era um Mercury XR4, da Ford, com injeção eletrônica, e comprei com meu próprio dinheiro. Custou US$ 6 mil na época”, relembra. O primeiro carro a gente nunca esquece? Pode ser, mas não foi esse o automóvel que conquistou o coração de Gustavo. Dois anos depois de adquirir o Mercury, trocou-o por um Ford Explorer, de duas portas. “Gostava do design dele, e o veículo era superconfortável e espaçoso”, explica. Nesses quase 20 anos de carteira, o exatleta se orgulha de nunca ter passado por situação complicada e de não ter sofrido acidente ao volante. É um pouco sorte de campeão, mas não só: o nadador tem uma atitude muito cautelosa com seu automóvel. “Sei trocar pneu, vejo o óleo e a água no radiador. Também faço todas as revisões no tempo certo”, conta. Claro que, mesmo com tamanha prudência, alguma peça pode desgastar e fazer ruído. É hora, então, de Gustavo levar o Passat ao mecânico — de preferência, cronometrando o tempo. Mergulhando no trânsito de São Paulo Após dedicar décadas de sua vida às piscinas, Gustavo Borges assume faceta de empresário, mas continua cronometrando seu tempo para evitar engarrafamentos Q uatro vezes medalhista olímpico — prata em Barcelona (1992), prata e bronze em Atlanta (1996) e bronze em Sidney (2000) —, o nadador Gustavo Borges, de 37 anos, usa a paciência e o espírito de superação que sempre demonstrou nas piscinas para encarar o trânsito de São Paulo, cidade onde mora e conhecida por seus longos e irritantes engarrafamentos diários. A forma que encontra para tentar não se incomodar com a lentidão do tráfego paulistano — que frequentemente não se limita aos horários de pico — tem muito a ver com sua experiência como nadador. “Meço a distância até a academia ou o escritório e calculo o tempo, sempre prevendo o trânsito”, explica o ex-atleta, que usa o veículo basicamente para ir de sua casa, em Moema (zona sul), para a academia e o escritório, no Morumbi (zona oeste). Gustavo cronometrou algumas vezes e viu que o percurso demora, em média, 30 minutos. É, portanto, com meia hora de antecedência que ele deixa sua casa para ir Para não esquentar a cabeça nem o motor Poucas coisas no dia a dia das grandes cidades irritam mais que engarrafamento, como diz o medalhista olímpico Gustavo Borges. E o problema principal nem é o exercício involuntário de paciência, mas o risco de o carro superaquecer e deixar você na mão — sobretudo se o condutor não for disciplinado como o ex-atleta ao fazer manutenções periódicas. Para evitar isso e proteger o veículo, a Bosch possui um sistema de gerenciamento térmico que é acionado à medida em que a temperatura do automóvel supera os níveis de aquecimento considerados não seguros, ou seja, quando há necessidade de se refrigerar o motor através da água que passa pelo radiador. Os produtos para gerenciamento térmico são fabricados no Brasil e seguem o preceito de que possam ser aplicados globalmente em todos os veículos, explica o chefe de Engenharia de Produtos da Bosch, Roberto Becker. “Houve também uma preocupação ambiental. Os componentes foram elaborados com materiais recicláveis, preservando o meio ambiente”, acrescenta o executivo, que ainda revela que o sistema se Arquivo Bosch A Bosch na sua vida destaca por sua resposta silenciosa e eficiente em qualquer eventualidade. Além de reduzir a temperatura do radiador, o sistema de gerenciamento térmico atua sobre níveis de pressão do ar-condicionado. Para isso, usa a tecnologia High-Efficiency Model (HEM), cujos componentes são conhecidos por aumentarem a performance do carro, complementa Becker. Conteúdo exclusivo on-line I www.vidabosch.com.br • Quer saber como o sistema da Bosch controla a temperatura com tanta precisão? Entre no site 10 | VidaBosch | torque e potência | Por Manuel Alves Filho Mais um passinho pra frente, por favor Vanguarda na adoção do biodiesel no Brasil, setor de ônibus urbanos pede avanços no uso do combustível mais limpo Maurício Mercer/Folhapress N a correria do dia a dia, talvez não sobre muito tempo para você perceber mudanças nos ônibus que cruzam a cidade. Mas há algo novo no ar, ou melhor, no tanque. O setor de transporte urbano no Brasil, que usa 2,9 bilhões de litros de óleo diesel por ano (7,1% do consumo nacional), tornou-se um forte aliado do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), embora observe com cuidado a ampliação da presença do biocombustível na matriz energética do país. O biodiesel é um combustível derivado de fontes renováveis, que pode ser obtido por diferentes processos químicos. Além das plantas oleaginosas (como mamona, soja, girassol e palma), também o sebo bovino e o óleo residual de cozinha servem de matéria-prima. Atualmente, algo como 80% do biodiesel produzido pelas 66 usinas instaladas no país é oriundo da soja. Juntas, essas empresas geraram 1,6 bilhão de litros em 2009. Em 2010, a produção deve atingir 2,3 bilhões de litros, contra uma capacidade instalada de 4,7 bilhões de litros. Ou seja, há espaço para o avanço do uso do produto. De acordo com Marcos Bicalho, superintendente da Associação Nacional das Empresas dos Transportes Urbanos (NTU), as companhias que atuam no sistema, com frota de 105 mil ônibus e o deslocamento de cerca de 55 milhões de passageiros ao dia, assumiram a vanguarda no uso desse combustível por entender que a medida traria ganhos ambientais importantes, notadamente aos grandes centros. “Os resultados preliminares, em 12 | VidaBosch | torque e potência torque e potência | VidaBosch | 13 Elena Elisseeva Entidades do setor reivindicam padrões mais rígidos para o biodiesel, pois os testes revelam crescimento no volume de combustível fora das especificações termos de redução de emissões de gases poluentes, têm sido positivos”, avalia. A chamada lei do biodiesel (11.097) foi promulgada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 14 de janeiro de 2005. A legislação previa que todo o diesel vendido no Brasil passaria a ter a adição obrigatória de biodiesel. Em 2008, foi adotada primeiramente a meta de adicionar 2% do combustível renovado ao derivado do petróleo. Logo em seguida, passou-se a 3% e, em julho de 2009, a 4%. Por determinação do governo federal, o percentual de 5%, que deveria ser alcançado em 2013, foi antecipado para janeiro de 2010. Bicalho lembra que o transporte coletivo urbano começou a experimentar a mistura B5 (adição de 5% do biocombustível ao diesel de petróleo) quando a legislação determinava ainda o emprego da B2 (2%). No Rio de Janeiro, onde a Bosch partici- pou do projeto de desenvolvimento dos ônibus, e em São Paulo, as viações estão testando a mistura B20. Em Curitiba, já há pelo menos seis veículos rodando com 100% de biodiesel no tanque. A principal vantagem dessas iniciativas é ambiental. O uso de 5% de biodiesel pode reduzir as emissões de poluentes em 20%, segundo Paulo Barddal, diretor de comunicação da Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas (Transurc), que representa as cinco permissionárias da cidade do interior paulista. Segundo a entidade, que reivindica o pioneirismo no emprego do biodiesel no transporte coletivo urbano do país, com experiência iniciada em 2005, o produto usado para abastecer a frota campineira (931 ônibus) é proveniente da mamona, planta não comestível. O consumo é da ordem de 2,7 milhões de litros ao mês, nos quais já estão acrescidos os 5% de biodiesel. O professor de Engenharia Química Donato Aranda, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que já há condições para que o Brasil adote a fase B10, principalmente nas regiões me- tropolitanas. “No Centro-Oeste, poderíamos partir inclusive para o B100 [biodiesel puro], visto que lá o diesel é muito caro e a região concentra a maior parte das matérias-primas que servem à produção do biocombustível”, justifica. Desafios Alguns setores, porém, têm apontado problemas que precisam ser enfrentados. Segundo Marcos Bicalho, ficou constatado em testes que o biocombustível vendido no país registra grande variação de qualidade, possivelmente por conta do uso de diferentes métodos de produção e da diversificação de matérias-primas. Das amostras coletadas em março pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), 5,2% estavam fora das especificações (maior percentual em seis anos). “Precisamos padronizar o produto”, defende Bicalho. Ele também cita como desafio a ser superado a redução do preço do biocombustível, em geral 8% maior que o do petrodiesel. Outra queixa tem sido em relação à manutenção. Tem sido mais frequente a troca A Bosch na sua vida Na vanguarda do ‘combustível verde’ A Bosch fez parte do projeto do governo brasileiro de diluir o biodiesel no diesel comum. Em 2003, o governo convocou vários ministérios para estudar a viabilidade da iniciativa. Ao Ministério da Ciência e Tecnologia coube a tarefa de testar o funcionamento do motor e do sistema de injeção com o combustível modificado. Para isso, o governo organizou uma comissão técnica formada pela Bosch e outras empresas do setor automobilístico. Segundo Christian Wahnfried, chefe do grupo de Ensaios e Validação da Engenharia da Bosch de Curitiba, os testes começaram com adição de 5% de biodiesel, provenientes da soja e da mamona. O segundo item acabou relegado a segundo plano, já que o preço do óleo de mamona no mercado internacional é muito maior que o do próprio combustível. Wahnfried conta que esses testes foram importantes, pois o biodiesel também possui características que podem apresentar problemas para o bom funcionamento do motor e do sistema de injeção. “Como é biodegradável, ele pode oxidar dentro do tanque ou sofrer essa reação dentro do sistema de injeção. Isso levaria à corrosão de equipamentos, e também ao acúmulo de depósito no tanque, que pode travar componentes, entupir filtros e reduzir o fluxo de combustível”, explica. O especialista em combustíveis afirma ainda que, para evitar o problema, é necessário que o biodiesel seja de boa qualidade, isto é, que atenda às normas brasileiras. Atualmente, ainda segundo Wahnfried, a Bosch trabalha em projetos que testam os motores a diesel para aceitar uma maior porcentagem de biocombustível diluído, atendendo a propostas como a da Prefeitura de Curitiba, de utilizar combustível 100% renovável nos ônibus de transporte público da “linha verde”, como ficou conhecida a avenida que ligará a cidade ao trecho urbano da rodovia BR-116 (chamada de Régis Bittencourt até São Paulo). Arquivo Bosch Cerca de 80% do biodiesel produzido pelas usinas do país é proveniente do óleo de soja, plantada também para servir como alimento do filtro de combustível, em razão dos resíduos que gera, segundo Paulo Barddal. Ele afirma que, antes, os veículos rodavam até 30 mil quilômetros com uma peça. Hoje, a média é de 10 mil percorridos. Os problemas elencados pelo setor de transporte urbano são reafirmados pelos especialistas no tema. Eles entendem que o Brasil ainda terá de superar alguns obstáculos antes de chegar ao B100, como já faz a Alemanha em larga escala. O mais complexo deles está justamente em definir uma ou mais matérias-primas que tornem o preço do produto competitivo em relação ao do petrodiesel. “Ainda precisamos encontrar a ‘cana do biodiesel’”, diz o especialista Univaldo Vedana, responsável pela implantação da primeira fábrica brasileira do “combustível verde”, abrangendo todo o processo produtivo. “A concentração da produção com base na soja pode ser vista como ponto sensível do projeto de expansão. Um dado positivo é que algumas ações voltadas à diversificação começam a ser tomadas, com o objetivo de superar essa dificuldade. A Petrobras, por exemplo, inaugurou recentemente uma unidade de produção de biodiesel no Pará que utiliza o óleo de palma [dendê]”, analisa Luso Martorano Ventura, diretor das Comissões Técnicas da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE-Brasil). Por sua vez, a ANP considera que a introdução progressiva do biodiesel na matriz energética brasileira foi uma decisão acertada. A estratégia teria facilitado a preparação da logística e a adaptação do mercado à nova realidade. “A decisão do governo de antecipar para janeiro de 2010 a mistura de 5%, prevista para 2013, é a prova de que estamos no caminho certo e de que o combustível renovável veio para ficar.” A ANP informa também que, além dos ganhos ambientais, a utilização do biodiesel tem proporcionado economia de divisas ao Brasil. Somente em 2008, período em que o petrodiesel continha a adição de 2% a 3% do seu similar verde, o país teria deixado de importar 1,1 bilhão de litros do combustível fóssil, ao valor de US$ 976 milhões. Os desafios ainda são muitos. Mas é inegável que uma “revolução verde” passa todos os dias diante de nossos olhos apressados. Conteúdo exclusivo on-line I www.vidabosch.com.br • Confira dicas para uma utilização segura do biodiesel Sklep Spozywczy 14 | VidaBosch | casa e conforto | Por Maria Cecília Maciel Deixe o frio do lado de fora Como tornar sua casa ainda mais gostosa durante o inverno 16 | VidaBosch | casa e conforto casa e conforto | VidaBosch | 17 Fotos Shutterstock Pantufas, roupões e chocolate são opções baratas contra o frio. Toalheiro elétrico (à dir.) serve ainda como aquecedor N ão há lugar melhor do que a casa da gente. No friozinho, então, ela parece ainda mais aconchegante. Como é bom poder se enrolar em um cobertor macio no sofá, com uma xícara de chá ou chocolate quente, e assistir a um bom filme na TV. Melhor ainda é chamar os amigos para um queijo e vinho ou fondue, se divertir em um joguinho de cartas ou simplesmente deixar a conversa fluir. Algumas estratégias mantêm esse “ninho” na temperatura ideal em pleno inverno. São recursos que ajudam a deixar a casa quentinha e agradável, mesmo quando há sinais de que o frio está por perto. Imagine, por exemplo, se aquele ventinho incômodo insiste em entrar pela fresta da janela. O que fazer? Como é impossível controlar a temperatura do lado de fora, pequenos reparos e mudanças na decoração são necessários para garantir o clima ideal do lado de dentro. Sempre é bom vedar os pontos suscetíveis à entrada de correntes de ar, como portas, janelas, caixas de persianas e fendas na parede. No mercado, há muitos isolantes próprios para isso, como espumas de poliuretano, juntas autocolantes de borracha (em vários formatos para diversas aplicações), barras para os pés da porta, resinas, silicone e espuma expansiva. Mas, se não é do tipo “faça você mesmo”, deixe por conta de um especialista, pois ele saberá qual o produto indicado para cada caso. “O vidro duplo é um bom isolante acústico e térmico. E as cortinas de tecidos grossos que vão até o chão também. Elas evitam a entrada de ar pelas janelas e portas de correr de uma forma simples, sem reforma”, orienta a decoradora Claudia S. M. Mello, da empresa Arte & Jardim, de Franca (SP). Ela explica que as cortinas e persianas devem ser fechadas apenas à noite; de dia, a luz do sol ajuda a manter o ambiente aquecido. Embora seja importante vedar bem a casa, também é necessário que ela esteja É importante vedar bem a casa, mas também é necessário que ela esteja ventilada, para arejar o ambiente. Por isso, abra as janelas por pelo menos meia hora ventilada. A renovação do ar evita a concentração de monóxido de carbono produzida pela combustão de lareiras e aquecedores. Trata-se de um gás perigoso, que chega a ser letal em recintos fechados. A falta de ventilação gera acúmulo de umidade. Aquelas inocentes gotinhas no vidro, formadas pela condensação no choque entre o quente (no interior) e o frio (exterior), criam mofo, danificando roupas, objetos, quadros e até a pintura da parede. “Para evitar que isso aconteça, abra as janelas, de preferência no período da manhã, por pelo menos 30 minutos, todos os dias”, ensina Claudia. O jardim e os vasos também merecem cuidados. É natural que as plantas deixem de crescer e germinar nessa época. Por isso, não é preciso usar adubo químico. “Utilize apenas composto orgânico ou húmus de minhoca. E a rega não deve ser aumentada só porque estamos na seca, pois a evaporação também é menor”, ressalta. Além da entrada do ar frio, outro fator determinante para o “clima” da casa é o piso. No inverno, os de madeira trazem uma vantagem: retêm o calor, ao contrário dos de cerâmica, de pedra e de porcelanato, que não são chamados de piso frio por acaso. Claro que, se em seu lar há esses tipos de revestimento, você não precisa trocá-los só por causa do inverno — eles são fáceis de limpar e frescos no tempo quente, que no Brasil predomina na maior parte do ano. É verdade que pisar descalço sobre o chão de mármore, por exemplo, depois de um banho quente pode render uma semana de cama e analgésicos. Logo, é melhor não deixar faltar tapetes de tecidos encorpados, que, além de decorar, protegem e aquecem. Não há problemas até para os que possuem dificuldades respiratórias: são muitas as opções de materiais antialérgicos. Essas estratégias para driblar o frio sem implementar mudanças estruturais já estão disponíveis até para as lareiras. Sim, não é mais preciso construir uma chaminé para tê-las em casa. Alguns modelos a gás não precisam nem de tubulação, e os elétricos são bem fáceis de instalar. Outra vantagem é que dispensam a lenha — e também o trabalho de comprá-la e armazená-la, sem falar da fuligem e do excesso de fumaça, por causa de uma má exaustão. Em uma casa grande, isso pode não ser problema, mas em um apartamento pequeno... As lareiras elétricas são vendidas em kits completos e precisam apenas de uma cavidade, revestida de pedra, madeira ou qualquer outro material refratário, além de uma tomada. Já as novas versões a gás, modernas e elegantes, vêm equipadas com controlador de atmosfera e sistema que in- terrompe a emissão do gás quando o nível de oxigênio está abaixo do considerado seguro. Existem, ainda, as biolareiras ou linhas de fogo, equipadas com câmara de combustão à base de álcool. Para quem não abre mão do modelo a lenha, não faltam opções: alvenaria, pré-fabricadas, em chapa de aço, cobre ou ferro fundido. Mas seu uso requer cuidados, especialmente depois de um longo período de inatividade. Antes de acender o fogo, por exemplo, é bom dar uma olhadinha na chaminé — pássaros, abelhas e marimbondos costumam se estabelecer nesses lugares. A tela de proteção ou vidro cerâmico evita incêndios: a lenha solta fagulhas que podem alcançar grandes distâncias. Não se afaste do local sem cobrir toda a cavidade. Momento crítico Ok: as frestas de ar estão controladas, o chão está forrado de tapetes espessos, a casa e conforto Andresr 18 | VidaBosch | casa e conforto | VidaBosch | 19 lareira passou por revisão e agora pode ficar ligada... Mas como enfrentar aquela hora de sair do banho quente? Não há muito segredo: deve-se regular bem a temperatura do chuveiro, trocar as sandálias por um par de pantufas e a toalha por um roupão felpudo. Investindo um pouco a mais, pode-se comprar um toalheiro elétrico, que mantém as toalhas secas, quentinhas e ainda serve como aquecedor e desumidificador. Mais consumo de eletricidade? Nem tanto: o equipamento gasta em energia o equivalente a uma lâmpada. Depois do banho, uma boa pedida pode ser desfrutar da sala de TV. As mantas de tecido natural — como lã, tricô e algodão —, ao lado de confortáveis almofadas, no sofá, são itens que embelezam e podem ajudar a esquentar o espaço. Se quiser ver televisão no quarto (que delícia fazer isso no friozinho!), uma boa notícia: os cobertores, que durante alguns anos foram substituídos pelos volumosos e pesados edredons, voltaram à cena repaginados. Estão mais leves, mais macios e mais práticos, podendo ser lavados e secados em casa, graças aos tecidos à base de poliéster. Para esquentar o corpo e a alma A chegada do inverno também destaca as bebidas quentes e os pratos clássicos da estação. Chega a hora de tirar do armário a velha sopeira e ver se ainda tem vela sobressalente para o réchaud (suporte para travessas que mantém os alimentos quentes à mesa) do jogo de fondue. É importante conferir as xícaras e os pratos fundos. Caso esteja precisando renová-los, pense na possibilidade de comprar canecas e bowls (cuias) avulsos. São peças curingas, que servem sopas, caldos e bebidas quentes. E você não pre- cisa correr para comprar um conjunto inteiro de louças. Entre as bebidas, o clássico da estação são os chás. Para degustá-los da maneira autêntica, como se faz no Oriente, é preciso um pouco de paciência e alguns utensílios especiais. Esqueça a xícara, o pires, sachês instantâneos, adoçantes, bolinhos e biscoitinhos, que roubam o foco principal: as fragrâncias, cores e sabores que vão se alternando durante o processo da feitura da bebida. Assim como há quem use uma taça para cada tipo de vinho, os orientais costumam utilizar recipientes diferentes de acordo com o sabor do chá. Com esses apetrechos, cada vez mais acessíveis no comércio popular, fica mais charmoso sorver a bebida, olhar a fumaça saindo dela e embaçando a vidraça. O frio estará logo ali, do outro lado da janela, mas parecerá tão longe... A Bosch na sua vida Nem frio, nem calor: conforto Não há nada melhor do que o conforto de casa ou aquele cantinho especial reservado para receber os amigos, reunir a família ou simplesmente pensar na vida, em dias quentes ou noites frias. Para isso, é essencial que o local seja aconchegante e acolhedor, principalmente no inverno. Manter o ambiente com a temperatura agradável não é uma questão de luxo, mas de bem-estar e conforto. E se pudéssemos reunir, em um único aparelho, a qualidade de proporcionar um ambiente sempre com a temperatura equilibrada e ainda reduzir o consumo de energia? É o que faz o Split Hi-Wal Eco-Logic Inverter, da Bosch, condicionador de ar do tipo split — aquele dividido em duas unidades: uma fica dentro do imóvel (o ventilador propriamente dito) e outra fora (o condensador). Esse produto consegue equilibrar a temperatura ambiente sem desligar e ligar quando são identificadas mudanças de temperatura, o que diminui os picos de consumo de eletricidade e ajuda a reduzir o gasto de energia em até 30%, segundo a Bosch. Além disso, conta com a função Sigame, que direciona a temperatura para o local onde está o controle remoto.O tempo esquentou? É só regular o con- Arquivo Bosch Flavio Massari Além de ajudar na decoração, tapetes encorpados e mantas de tecido natural podem aquecer o ambiente dicionador de ar, para ele evitar aquele calorão. Choveu e esfriou? O Split Hi-Wal Eco-Logic Inverter aquece o ambiente para você não passar frio. É ideal, portanto, naqueles dias de outono e inverno em que todas as estações do ano parecem se revezar em menos de 24 horas. O aparelho funciona com o gás R 410 A, que é ecológico e não prejudica a camada de ozônio (que protege a Terra dos raios ultravioleta). Ou seja: garante conforto não só para sua casa, mas também para o meio ambiente. Conteúdo exclusivo on-line I www.vidabosch.com.br • Quer aproveitar o inverno sem passar frio? Visite o site e conheça a ampla linha de aquecedores da Bosch tendências Há vagas Com dispositivos desenvolvidos pela indústria automobilística, a temida baliza já não precisa ser estorvo para ninguém V ocê passa meia hora procurando uma vaga na rua até finalmente encontrála. Emparelha o carro, aciona a marcha-ré, vira o volante, solta a embreagem, pisa no acelerador e… erra a manobra. Atrás, a fila de motoristas impacientes se forma. Alguém buzina. Você respira fundo. Tenta de novo. Assim que embica na vaga, o motorista diretamente atrás de você perde a paciência e resolve passar a um milímetro do seu para-choque. É uma luta até conseguir estacionar. Mas a fila de motoristas é implacável e não se importa: você tomou oito minutos do dia deles e, é claro, vai ter de ouvir buzinas por esse desatino. A baliza é uma das coisas mais marteladas na cabeça dos alunos de autoescolas, mas nem por isso se torna fácil — e quanto mais pressão (e buzinas), mais complicado fica. Para piorar, há um errinho bobo, que a maioria comete antes mesmo de começar a manobrar, segundo o piloto de provas e testes César Urnhani: não avaliar corretamente o tamanho da vaga e não regular os espelhos do carro adequadamente. O chamado “ponto cego” existe mesmo – não é desculpa de motorista ruim de braço, não. Ele varia de carro para carro, segundo Urnhani, mas é possível minimizar o problema. Basta deixar os espelhos laterais o mais abertos possível. O fato, no entanto, é que a tarefa de estacionar parece ser tão desagradável para algumas pessoas, ou tão intrincada, que originou um mercado voltado a aliviar esse esforço ou a minimizar os estragos provocados pela imperícia dos menos habilidosos. Um deles é o de proteção para pilastras e paredes. Alguns estabelecimentos comerciais e mesmo prédios residenciais recorrem a esse artifício para poupar os estragos nas garagens. Outro nicho de mercado alimentado pelo estorvo da baliza é o de manobristas. O setor emprega cerca de 13 mil funcionários registrados, segundo o Sindicato dos Empregados em Estacionamentos e Garagens do Estado. Mas esse número não leva em conta os muitos empregados de forma irregular, sobre os quais não há nem estimativa. A maioria dos informais trabalha nos valets, os serviços de estacionamento com motorista, disponíveis principalmente em restaurantes e casas noturnas. É claro que a dimensão desse setor também é fortemente influenciada por outros fatores, principalmente nas grandes cidades brasileiras. Muitas vezes, ainda que o motorista seja um aficionado por manobras, terá de colocar o carro em estacionamento, seja porque prefere se proteger contra furtos, seja porque as vagas na rua são poucas para o volume transbordante de veículos. Tecnologia O fenômeno não passou despercebido pela indústria automobilística. Com o aumento do número de carros nas ruas e a consequente disputa maior por vagas, o setor percebeu que havia demanda por novos dispositivos. Um deles é a direção hidráulica, que ajuda na tarefa de esterçar para um lado, depois para outro, e para outro novamente. O primeiro automóvel a ter um sistema desse tipo foi um Chrysler, no início da década de 50. Basicamente, o que ocorre é que a tarefa de mexer no volante para virar as rodas é auxiliada por um fluido. Antes opcional, hoje a direção hidráulica é item de série mesmo em alguns carros compactos. Nos grandões, quase não se pode imaginar como viver sem ela. Desde o final da década de 90, há automóveis equipados com um sistema mais sofisticado, a direção eletro-hidráulica, em que a injeção do fluido é feita por meio de um motor elétrico, portanto de modo mais estável e controlado. Manobrar vira quase um prazer. Os próprios retrovisores ajudam nas balizas. O espelhinho do lado do motorista e o interno existem há mais tempo; o do lado direito, que começou a se disseminar no Brasil na década de 80, não surgiu só para auxiliar a estacionar, mas é uma ferramenta bastante útil para isso. Com a entrada dos automóveis importados, o mercado brasileiro também foi aos poucos recebendo um avanço nessa área: os retrovisores controlados eletronicamente. Um botão posicionado muito próximo à mão do motorista permite ajustar a posição dos espelhos, facilitando a tarefa de encaixar o carro numa vaga apertada. Um dispositivo moderno cada vez mais utilizado nessa área é o sensor de estacionamento. Até pouco tempo atrás, o equipamento só estava disponível para automóveis sofisticados. Hoje, pode ser instalado em qualquer modelo, mesmo os populares. O sensor é colocado no para-choque. Ele emite um sinal de ultrassom que vai até o obstáculo mais próximo e volta (como um eco). O tempo entre a emissão do sinal e seu retorno permite calcular a distância entre o carro e o objeto. Quando a distância começa a diminuir, o dispositivo emite uma sequência de bips. Quanto mais próximo estiver o obstáculo, menor o intervalo entre os bips. Quando estiver bem perto, a sequência vira um sinal contínuo. “O sensor de estacionamento atua como os olhos na aproximação dos obstáculos”, resume Urnhani. Alguns dispositivos mais avançados não se limitam a fazer o papel dos olhos. Eles também esterçam e desesterçam o volante automaticamente. Daqui a pouco, com o avanço da tecnologia, será possível realizar manobras até de olhos fechados e braços cruzados... Arquivo Bosch | Por Lia Melo Sistemas de auxílio ao estacionamento são o avanço mais recente para ajudar o motorista a fazer baliza A Bosch na sua vida Manobrista eletrônico Para auxiliar os motoristas que têm dificuldades com a baliza, a Bosch desenvolveu o Park Steering Control (PSC). Com o auxílio de sensores ultrassônicos, esse sistema ajuda em dois momentos. Primeiro, a encontrar a vaga mais apropriada, mensurando a distância entre os obstáculos e comparando-a com as medidas do carro. Depois, ele faz todo o trabalho de esterçar, deixando o motorista responsável apenas pelo controle do acelerador, do freio e da marcha. Além disso, avisa sobre o quão próximo está dos obstáculos, o que permite que o motorista saiba o quanto pode se deslocar na vaga. “O sistema faz com que o condutor es- tacione de forma segura, confortável e rápida mesmo em vagas bastante apertadas, eliminando transtornos em áreas com trânsito intenso e pouca disponibilidade de vagas”, explica o engenheiro de vendas Alexandre Tedeschi, da Divisão Automotive Electronics da Bosch. Atualmente, o PSC funciona para estacionar na horizontal, como na rua. Nos próximos anos, o sistema contará com funções adicionais, como a manobra automática para sair da vaga e o estacionamento na vertical (como em supermercados). A Bosch dispõe de outro sistema baseado em sensores ultrassônicos, o Side View Assist, que detecta obstáculos nos pontos cegos do carro em movimento. O dispositivo ajuda a evitar acidentes que Arquivo Bosch 20 | VidaBosch | podem ocorrer quando o motorista muda de faixa sem perceber que havia outro veículo nessa área – o sistema dá alertas visual e acústico nesses casos. Por enquanto, os dois sistemas são equipamentos de série em automóveis importados. A previsão é de que eles estejam presentes em carros nacionais a partir de 2016. Conteúdo exclusivo on-line I www.vidabosch.com.br • Quer ver como o sistema de sensores da Bosch funciona? Assista ao vídeo 22 | VidaBosch | grandes obras | Por Fernando Prandi Por trás das arquibancadas da Copa Raphael Christinat Em dez palcos de luxo, futebol coloca a África do Sul como centro da atenção mundial Arquibancada do Green Point, na Cidade do Cabo 24 | VidaBosch | grandes obras grandes obras | VidaBosch | 25 Michael Jung Jbor À esq., o Moses Mabhida Stadium, em Durban, que custou cerca de R$ 710 milhões. À dir., o Soccer City, em Joanesburgo, que será palco da grande final B erço de um povo alegre e festivo, a África do Sul assumiu uma grande responsabilidade: realizar a primeira Copa do Mundo em solo africano. Mas preparar a casa para receber 3,2 milhões de pessoas nas arquibancadas durante a maior festa do futebol mundial não foi tarefa fácil. O desafio sul-africano foi proporcional ao de bater o pênalti decisivo em uma final. Para ser um anfitrião à altura do evento, o país se transformou. Na construção e condicionamento dos dez estádios escolhidos para sediar a competição, superou os estereótipos atrelados a um continente pobre e derrotou o fato de que o período de preparação atravessou uma das mais fortes crises financeiras da história mundial. Metade das arenas foi construída para a 19ª edição da Copa, elevando ainda mais números que, por si só, já são superlativos. Os investimentos representaram cerca de R$ 8 bilhões entre construção e reforma dos estádios e obras de infraestrutura para melhoria no setor de transportes, principalmente aéreo, e em acomodações hoteleiras, telecomunicações e segurança. Os estádios ficaram com quase metade desse montante, que foi pago em sua maior parte pelo poder público. O valor chega a ser superior ao gasto apenas com arenas pela Alemanha (R$ 4,15 bilhões para o último Mundial, em 2006). No caso do Brasil, que será a sede do evento em 2014, valores bem maiores são esperados: R$ 17 bilhões, contabilizando estádios e infraestrutura. Em segurança, as autoridades sul-africanas investiram cerca de US$ 20 milhões no treinamento de 55 mil novos policiais. Câmeras de vídeo nas cidades-sedes e a mo- dernização do aparelhamento dos agentes também foram providenciadas. Os aeroportos passaram por reformas, e dois deles, na Cidade do Cabo e em Joanesburgo, receberam novos terminais internacionais que os transformaram nos dois maiores do continente africano. Ao todo, 32 seleções disputam, em 64 jogos, a taça mais importante do esporte mundial. Além dos milhões esperados nas arquibancadas, a África do Sul previu a chegada de cerca de 400 mil estrangeiros, com bilhões de pessoas acompanhando ainda a competição pela TV, com transmissões para mais de 200 países. Ruído entre montanhas e o oceano Localizado na Cidade do Cabo, capital legislativa do país e sexta cidade mais bonita do mundo, segundo lista de 2010 da revista Forbes, o estádio Green Point foi o que precisou de mais investimento: R$ 1,15 bilhão, valor que chegou a su perar em quatro vezes o previsto pelos organizadores do Mundial. Com capacidade para 69 mil especta- dores, o Green Point fica em um local estratégico, entre as imponentes montanhas da cidade e o Oceano Atlântico, fazendo desse cenário um dos mais bonitos da história dos Mundiais. Os gastos começaram a aumentar quando moradores locais reclamaram dos possíveis impactos ambientais da construção e do barulho que as obras causariam. Como o estádio fica perto de um hospital e será palco de shows após a Copa, ele ganhou uma peculiar cobertura para isolar os ruídos durante jogos e espetáculos. Os dez estádios da Copa Ellis Park Soccer City Free State Green Point Loftus Versfeld Mbombela Moses Mabhida Nelson Mandela Bay Peter Mokaba Royal Bafokeng Cidade Joanesburgo Capacidade 62.500 Jogos Argentina x Nigéria, Eslovênia x EUA, Eslováquia x Itália, Brasil x Coreia do Norte, Espanha x Honduras, Oitavas de final e Quartas de final. Cidade Joanesburgo Capacidade 88.460 Jogos África do Sul x México, Argentina x Coreia do Sul, Gana x Alemanha, Holanda x Dinamarca, Brasil x Costa do Marfim, Oitavas de final, Quartas de final e Final. Cidade Bloemfontein Capacidade 45.000 Jogos França x África do Sul, Grécia x Nigéria, Japão x Camarões, Eslováquia x Paraguai, Suíça x Honduras, Oitavas de final. Cidade Cidade do Cabo Capacidade 68.000 Jogos Uruguai x França, Inglaterra x Argélia, Camarões x Holanda, Itália x Paraguai, Portugal x Coreia do Norte, Oitavas de final, Quartas de final e semifinal. Cidade Pretória Capacidade 50.000 Jogos África do Sul x Uruguai, EUA x Argélia, Sérvia x Gana, Camarões x Dinamarca, Chile x Espanha e Oitavas de final. Cidade Nelspruit Capacidade 46.000 Jogos Austrália x Sérvia, Itália x Nova Zelândia, Coreia do Norte x Costa do Marfim, Honduras x Chile. Cidade Durban Capacidade 70.000 Jogos Alemanha x Austrália, Holanda x Japão, Portugal x Brasil, Espanha x Suíça, Oitavas de final e semifinal. Cidade Port Elizabeth Capacidade 46.082 Jogos Coreia do Sul x Grécia, Eslovênia x Inglaterra, Alemanha x Sérvia, Costa do Marfim x Portugal, Chile x Suíça, Oitavas de final, Quartas de final e decisão de terceiro e quarto lugar. Cidade Polokwane Capacidade 45.000 Jogos França x México, Grécia x Argentina, Argélia x Eslovênia e Paraguai x Nova Zelândia. Cidade Rustemburgo Capacidade 48.000 Jogos México x Uruguai, Inglaterra x EUA, Gana x Austrália, Dinamarca x Japão, Nova Zelândia x Eslováquia e Oitavas de final. 26 | VidaBosch | grandes obras grandes obras | VidaBosch | 27 Jbor Aliás, investir na diminuição do barulho realmente é uma boa pedida. Além de requebrar em danças animadas nas arquibancadas, os torcedores sul-africanos costumam fazer um ruído ensurdecedor com as famosas vuvuzelas (cornetas de plástico) durante as partidas. Eles “incomodam” tanto que a Fifa se viu obrigada a responder às reclamações de atletas e treinadores estrangeiros contra o uso do objeto. Mas o coro internacional não ecoou na entidade máxima do futebol mundial, que optou pela manutenção do que chamou de “símbolo da África do Sul”. Assim, materiais para atenuar o barulho, além de medidas para assegurar a proteção sísmica local (contra tremores), contribuíram para aumentar os gastos em R$ 250 milhões logo no começo das obras. Outro problema foram as greves no setor da construção civil em julho de 2009, quando, segundo os organizadores da paralisação nacional, cerca de 70 mil trabalhadores teriam cruzado os braços pedindo aumento salarial de cerca de 15%. Resolvido o impasse, a correria para a conclusão dos estádios foi grande. Mas tudo acabou bem. Tanto que mais de 25 mil operários foram premiados com ingressos para a assistir à Copa nas arenas que ajudaram a “levantar”. Glórias e tragédias O maior de todos os estádios do evento e palco da abertura e da decisão fica em Joanesburgo, cidade sul-africana mais populosa, com 3,88 milhões de habitantes e centro financeiro do país. Comportando 88.640 torcedores, o Soccer City Stadium custou R$ 755 milhões para ser reformado, e seu projeto exterior foi inspirado na imagem do vaso artesanal africano calabash (cabaça). O apelo estético ganha ainda mais impacto com iluminação noturna. Foi no estádio que Nelson Mandela fez seu primeiro comício após 26 anos de prisão política, em 1990. Quatro anos depois, ele se tornaria presidente da nação. Outra arena de Joanesburgo que vai receber a Copa, o Ellis Park, possui capacidade para 62.500 pessoas e também foi palco importante do processo de pacificação racial. Em 1995, a África do Sul conquistou o título mundial de rúgbi, depois de vencer a grande favorita Nova Zelândia. O então presidente Nelson Mandela levantou a taça. Esse título inspirou o filme “Invictus”, de Clint Eastwood e protagonizado por Morgan Freeman, no papel de Mandela. Na ocasião, com o objetivo de aproximar negros e brancos, divididos mesmo depois do fim do apartheid, que durou 42 anos e dava direitos de cidadão apenas aos brancos, Mandela colocou como prioridade vencer a competição na qual a África do Sul não tinha nenhuma chance, segundo os críticos. A meta foi alcançada com o povo se unindo na equipe, na torcida e na comemoração. Mas infelizmente não foi apenas de glórias que viveu o Ellis Park. Em 2001, ele foi cenário da maior catástrofe do esporte sulafricano, quando 43 morreram esmagados em um clássico local, por superlotação. Tecnologia e modernidade Se você é fã de inovações e modernidade, a opção certa é o Moses Mabhida Stadium, em Durban, que custou R$ 710 milhões. Possui a segunda maior capacidade (70 Nelson Mandela Bay Stadium, localizado em Port Elizabeth, com capacidade para 48 mil espectadores mil lugares) entre as arenas da Copa e foi escolhido pela torcida local como “nova maravilha” da humanidade. O principal atrativo é um arco que passa sobre o campo. E isso a uma altura de 100 metros, com os visitantes tendo uma vista privilegiada em uma cabine. O maior problema da construção foi justamente o arco, que consumiu 2,6 mil toneladas de aço S355. Na crise, o preço da liga metálica também foi às alturas. Outro ícone da modernidade é o Nelson Mandela Bay Stadium, em Port Elizabeth. A arena foi a primeira a ficar pronta para o Mundial. Um dos cinco novos estádios do país, com capacidade para 48 mil espectadores, tem em seu design o formato da flor símbolo da África do Sul, a protea, e sua cobertura foi projetada especialmente para suportar os fortes ventos da região. Todos os outros estádios também conse- guiram se preparar a tempo. Alguns deles eram palcos de jogos de rúgbi. Ex-colônia inglesa e holandesa, a África do Sul tem essa modalidade, espécie de futebol americano, como a mais popular entre seus habitantes. Resta saber o impacto que o esporte mais popular do planeta ainda terá no país após a Copa, porque, definitivamente, as marcas deixadas pelos sul-africanos no futebol já podem ser sentidas. Arquivo Bosch A Bosch na sua vida Sistemas de segurança (à esq.) e ferramentas elétricas (à dir.) são soluções da Bosch para estádios e arenas Som, segurança e economia nos estádios A Bosch conta com uma ampla gama de produtos para os estádios. Um exemplo é a linha de sonorização implantada em nada menos do que nove dos dez palcos da Copa. Além de ser dimensionada para impedir ao máximo que o som saia da arena, também precisa garantir que, internamente, hinos nacionais e informações sejam ouvidos de forma compreensível. Isso é importante, por exemplo, no caso de uma evacuação do estádio, como em um jogo do Real Madrid em 2004. “Em menos de 10 minutos, o Santiago Bernabéu (estádio da equipe) estava vazio. E foi um sistema de evacuação nosso”, conta Marcos Menezes, gerente de vendas e marketing da divisão de Sistemas de Segurança da Bosch. Algumas arenas investiram também em outras soluções da empresa, como sistemas de vídeo (CFTV) e de detecção de incêndio. Para ajudar a economizar energia, a Bosch também oferece a linha de painéis solares e geradores de água quente (marca Buderus), que podem ser usados para aquecimento e climatização de ambientes À esquerda, geradores de energia e água quente. À direita, cobertura retrátil em arena e rampa de acesso a cadeirantes como vestiários, academias, piscinas e restaurantes. Um dos equipamentos dessa linha é a Unidade de Cogeração Loganova, que combina a geração de energia elétrica e água quente ao mesmo tempo, através do aproveitamento térmico. A eficiência energética da Loganova fica em 91%; um gerador convencional soma 54%. O sistema trabalha com gás natural ou diesel. Na parte de ferramentas elétricas, o nível laser rotativo GRL 150HV e o medidor de distância DLE 70 podem ser usados para o nivelamento do gramado e das arquibancadas e também no dimensionamento do campo e dos assentos. Outro equipamento é a parafusadeira/furadeira GSR 14,4 V-LI, útil na hora de interligar as várias estruturas que compõem os es- tádios, e que funciona com bateria de lítio, eliminando a dependência elétrica. Outra solução do Grupo Bosch, da marca Rexroth, são os sistemas que controlam abertura e fechamento da cobertura das arenas, com motores hidráulicos de alto torque. Unidades hidráulicas da empresa são usadas ainda em rampas e elevadores de acesso a portadores de deficiência. Conteúdo exclusivo on-line I www.vidabosch.com.br • Veja palestra sobre Sonorização para Estádios e Arenas Esportivas • Conheça as ferramentas GRL 150HV e DLE 70 | • Confira a linha completa de produtos Buderus • Saiba mais sobre as Unidades Hidráulicas Padronizadas Rexroth | • Consulte as competências da Rexroth para controles • Acesse folheto sobre os produtos hidráulicos compactos Rexroth e suas outras aplicações 28 | VidaBosch | brasil cresce Pá de cal na crise Elisanth Construção civil recupera fôlego e se prepara para crescer 8% em 2010, mais do que a economia do país como um todo | Por Adriana Chaves 30 | VidaBosch | brasil cresce brasil cresce | VidaBosch | 31 AGphotographer Andresr Setor trabalha forte com a expectativa de crescer 8% ao ano até 2016 A expressão mercado imobiliário esteve presente em quase todos os debates sobre a mais recente crise econômica mundial, impulsionada em 2007. Afinal, a história começou com uma bolha que atingiu o setor nos Estados Unidos. Mas com a mesma velocidade com que o problema se estendeu mundo afora, áreas de atuação relacionadas, como a da construção civil, não só mostram que recuperaram o fôlego no Brasil como se preparam para um 2010 ainda melhor. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a construção civil deve crescer 8% no país em 2010, mais do que a economia nacional como um todo (5% a 6%, segundo a maioria das previsões). As eleições do segundo semestre, programas de infraestrutura e habitação, além de mudanças institucionais e facilidades de financiamento ajudam a explicar essa tendência. Considerando apenas o subsetor de materiais de construção, o desempenho deve ser ainda melhor. “Só no primeiro trimestre de 2010 tivemos um crescimento de 19,9%, mas isso comparado com o mesmo período de 2009, que foi o mais fraco. Mesmo assim, prevemos fechar 2010 com um aumento de 15,8%”, afirma o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Material de Construção (Abramat), Melvyn Fox. Ainda de acordo com o executivo, as projeções – baseadas no estudo encomendado à FGV – apontam para um desenvolvimento substancial até 2016, com média de crescimento de 8% ao ano. Além dos investimentos privados, as perspectivas levam em conta gastos que o Brasil deverá fazer para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Também são considerados impactos de projetos de infraestrutura, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e de habitação, como o Minha Casa Minha Vida, que entram em uma segunda etapa, com novos aportes do governo federal. Para a coordenadora de estudos da construção civil do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Ana Maria Castelo, uma das responsáveis pelo levantamento, a estabilidade financeira, o aumento da renda e a queda na taxa de juros também influenciaram o setor, que passou a registrar um crescimento maior a partir de 2004, consolidado no ano seguinte. “Ocorreram ainda mudanças institucionais, como a lei do patrimônio de afetação [um mecanismo que permite separar da contabilidade da construtora receitas e despesas do empreendimento] e o fato de o Banco Central obrigar os bancos a oferecerem financiamento de crédito imobiliário”, diz a coordenadora. O economista Eduardo Zaidan, do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), também ressalta o momento favorável. “Quando a economia cresce, a construção civil cresce. Se, por exemplo, o governo resolve inves- tir em saúde, abrindo um novo posto de saúde, precisa construí-lo antes”, destaca. Passado distante Mas nem tudo foi sempre assim. “Com a extinção do Banco Nacional da Habitação, em 1986, passamos por um período de estagnação no setor até 2005. O déficit chegou a 7 milhões de unidades para moradia. Recentemente foram tomadas algumas medidas para facilitar na parte jurídica, evitando que construtoras ficassem paradas”, relata o presidente da Abramat. Segundo o executivo, entre 2005 e 2006 foram disponibilizados mais recursos para financiamento. Nesse período, o governo federal também anunciou a redução permanente do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para cerca de 40 itens da construção civil. A decisão por mais um novo abatimento, desta vez temporário (até o fim de 2010), foi tomada para manter a economia aquecida. Com a chegada da crise financeira mundial, após o estouro da bolha imobiliária nos EUA, no fim de 2008, o desempenho do mercado de materiais de construção acabou sendo influenciado negativamente no ano seguinte. De maio a outubro de 2008, até ser afetado pela recessão, esse comércio viveu seu melhor momento. A produção de materiais de construção cresceu 10% no período, enquanto as vendas da indústria se expandiram em 27%. Um aumento de vendas superior à produção indica uma rápida saída de estoques. Esses produtos ficaram acumulados nos depósitos e canteiros de obras. Isso porque o comércio e as construtoras formaram estoques, temendo desabastecimento. O comércio sentiu de forma imediata o enxugamento de crédito para o consumo no auge da crise e, em novembro de 2008, as vendas diminuíram 8,7%. A recuperação do crédito só viria em fevereiro de 2009, mês em que o comércio varejista de ma- teriais havia acumulado queda de 32,2% em relação a outubro de 2008. Desde julho de 2009, há sinais claros de recuperação e, em outubro, as vendas da indústria já estavam em patamar elevado, equivalente ao de meados de 2008. A produção da indústria de materiais também se recupera, e o índice verificado em outubro de 2009 é 6,7% superior à média do primeiro semestre de 2008. As vendas reais no varejo estão apenas a 4 pontos percentuais do máximo verificado antes do agravamento da crise. No acumulado do ano, até outubro, a produção da indústria de materiais de construção encontra-se em um nível 9% inferior ao verificado no mesmo período de 2008. Mais emprego, pouca formalidade O ritmo forte do setor influencia diretamente o mercado de trabalho. De acordo com o estudo da FGV, o PAC 2 e o Minha Casa Minha Vida 2 devem gerar 984 novos 32 | VidaBosch | brasil cresce brasil cresce | VidaBosch | 33 Fotos Arquivo Bosch A Bosch na sua vida Precisão e segurança As previsões para a construção civil são as melhores possíveis, com expectativa de crescimento de 8,8% para o setor em 2010. Um dos fatores responsáveis por esse aumento significativo é a prorrogação do desconto no IPI na compra de material de construção até dezembro. É a oportunidade que milhares de brasileiros buscam para construir e reformar suas casas, e também um ótimo momento para empresários investirem na construção civil. Visando sempre maior precisão durante o trabalho e segurança, foi apresentada, na Feira Internacional da Indústria da Construção (Feicon) de 2010, a nova linha de serras circulares da Skil, marca do grupo Bosch. São três modelos: 5401, com potência de 1.400 watts; 5601, com 1.600 watts; e 5801, com 1.800 watts. To- dos são equipados com sistema de eliminação do pó com conexão para aspirador, botão de segurança que evita o acionamento involuntário, guia de corte posicionado em dois pontos, permitindo maior visualização, e tecnologia de guia laser integrada. A maior novidade fica por conta do novo sistema de LED, presente no modelo 5801, que ilumina a linha de corte e melhora a visão de quem está executando o trabalho. O usuário terá total segurança e conseguirá realizar todas as atividades com maior facilidade. As serras circulares Skil contam com revestimento Soft Grip nas empunhadeiras auxiliar e principal, garantindo um agarre mais seguro, e são indicadas para instaladores de cozinhas, armários e banheiros, marceneiros, carpinteiros, eletricistas, encanadores, empreiteiros, telhadistas e construtores em geral. Arquivo Bosch Com crescimento do setor, mão de obra qualificada está sendo disputada intensamente pelas empresas postos na construção civil de 2011 a 2014. Serão mais 450 milhões de vagas em áreas de atuação próximas. Mas nem todas as notícias são boas. De acordo com os números da Abramat, do total de 6 milhões de empregados na construção civil, um terço tem carteira assinada. Já de acordo com a pesquisa mensal do Sinduscon-SP e FGV, o nível de emprego na construção civil aumentou 1,55% em fevereiro em comparação com janeiro, o que equivale à contratação de mais 39.058 trabalhadores com carteira assinada. Com isso, apenas no acumulado dos dois primeiros meses de 2010, o nível de emprego no setor cresceu 4,14%, com a contratação de mais de 101.813 trabalhadores formais. É um recorde de 2,558 milhões de funcionários com carteira na construção civil brasileira – o mais alto patamar da série histórica. O estudo da FGV concluiu também que os investimentos até 2014 em construção têm efeitos intensos sobre toda a economia no curto e longo prazos. De acordo com os dados, seriam necessários, por ano, R$ 11,7 bilhões para a recuperação e expansão da malha rodoviária, R$ 6,8 bilhões em geração e transmissão de energia, R$ 6 bilhões na ampliação do acesso à água e ao esgoto e R$ 10,2 bilhões na redução do déficit habitacional e no financiamento da habitação social. Mas engana-se quem pensa que os desafios param por aí. Para o presidente da Abramat, um dos principais entraves para um maior desenvolvimento da construção civil é o processo burocrático, que se segue da aprovação da planta até o “habite-se”. “Pode haver prazos e custos reduzidos, sem mexer na legislação, apenas melhorando a eficiência.” Já segundo a economista Ana Maria, a mão de obra qualificada já é disputada e cada vez mais necessária se o segmento quiser continuar com o ritmo forte. “O setor precisa ainda ampliar as fontes de recursos de habitação. Hoje elas são provenientes basicamente do FGTS e da poupança, é preciso ir atrás de outros fundos, incorporar outras fontes.” Com a construção civil em franca expansão, fica um recado aos que pretendem investir ou trabalhar no setor: mãos à obra! Conteúdo exclusivo on-line I www.vidabosch.com.br •A cesse o site para saber mais sobre a tecnologia e o conforto proporcionados pela nova linha de serras circulares da Skil 34 | VidaBosch | atitude cidadã | Por Bruna Buzzo Q uando voltava do trabalho, o personagem Fred, do desenho animado “Os Flintstones”, avisava aos berros que havia entrado em casa: “ Wilma, cheguei!”. Logo era recebido com todo tipo de regalias preparadas pela dona de casa. Cenas como essa tendem a parecer cada vez mais saídas da idade da pedra. Hoje, Fred poderia abrir a porta e descobrir que a esposa ainda não chegou da empresa em que trabalha, e que ele mesmo faria o jantar e colocaria a filha Pedrita para dormir. Afinal, os avanços femininos nos níveis de instrução e no acesso ao mercado de trabalho têm sido expressivos, no Brasil e no mundo. Por aqui, o número de mulheres em cargo de presidente de empresa ou equivalente cresceu de 10,39% em 1996/1997 para 21,43% no período 2008/2009, segundo pesquisa da consultoria Catho Online com 89.075 empresas. Aumentou também a parcela delas na vice-presidência (de 10,82% para 17,47%) e em cargos de diretoria (de 11,60% para 26,29%). Esses números podem dar a impressão de que as mudanças se restringem às faixas de renda mais elevada. Engano. A tendência abrange todos os grupos. A proporção de mulheres que trabalham ou batalham por um emprego superou 50% em 2008. E tudo isso sem deixarem de lado tarefas que ainda são tradicionalmente atribuídas à figura feminina, como cuidar dos filhos, cozinhar ou planejar as refeições e organizar a limpeza da casa — é a famosa dupla jornada. No governo federal, as funcionárias em cargos comissionados — que geralmente envolvem profissionais de qualificação mais elevada — são 42,8% do total. Porém, na elite do funcionalismo (os cargos denominados DAS 6), elas são apenas 20,6%. Ministras são quatro. Dos 528 secretários estaduais, 87 são mulheres, de acordo com levantamento feito pela campanha Por Mais Mulheres no Poder. Nas prefeituras das capitais, elas ocupam a chefia de 20% das secretarias estaduais. A presença feminina na política também tem crescido. O Brasil conta com dez senadoras, 45 deputadas federais, 123 deputadas estaduais e 6.511 vereadoras, se- gundo levantamento do Centro Feminista de Estudos e Assessoria. No Poder Executivo, são três governadoras e 505 prefeitas. Se elas ocupam cada vez mais assentos em cargos importantes da iniciativa privada ou do serviço público, é porque ocuparam antes assentos nas escolas. No Brasil, as mulheres têm mais instrução do que homens — em média, elas estudaram 9,2 anos e eles, 8,3, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Movimentos feministas Esses resultados foram influenciados pela luta dos movimentos feministas, que nasceram no século 19, em contraposição a teorias médicas que, para tentar manter as mulheres em posição subalterna, diziam que o cérebro feminino era menor, e por isso impróprio ao exercício de certas atividades. “Foram usados argumentos biológicos para impedir o acesso da mulher à vida cultural, política e educacional”, diz a professora Margareth Rago, do Agora é que são elas Fotos Shutterstock Mulheres ocupam cada vez mais cargos de relevo na iniciativa privada e no setor público 36 | VidaBosch | atitude cidadã Departamento de História da Unicamp e especialista em feminismo. Ela avalia que, no Brasil, dois períodos foram especialmente importantes na luta feminina por igualdade: as décadas de 1920 e 1970. “Nos anos 20, o Brasil viveu sua primeira onda de feminismo. Foi um momento de grande criatividade cultural e artística e também de muita luta política. Tanto que em 1932, como resultado disso, as mulheres ganharam o direito de voto em nosso país”, afirma. Houve um período de refluxo nas décadas seguintes, e, em 1970, o feminismo voltou com força. “E tem crescido muito de lá pra cá, com importantes conquistas”, analisa a professora. Segundo ela, os movimentos sociais femininos vêm transformando o imaginário social, político e cultural no país. “Antigamente não se lutava contra os machismos, isso não era denunciado.” atitude cidadã | VidaBosch | 37 Yuri Arcurs Em alguns programas de renda, como o Bolsa Família, são as mulheres que respondem pelo recebimento do dinheiro Mesmo sendo minoria entre as pessoas com mais anos de estudo, proporção de homens em cargos de liderança é 25% maior Embora o Brasil tenha forte presença feminina nos movimentos sociais, isso ainda não se refletiu adequadamente na esfera política, avalia a professora Teresa Sacchet, do departamento de Ciência Política da USP, especialista na relação das mulheres com a política. A proporção de deputadas no Congresso Nacional (8,9%), por exemplo, ainda é muito baixa — na Argentina, são 38%. As cotas adotadas em 1996, que estabelecem que pelo menos 30% dos candidatos de um partido sejam de um sexo e no máximo 70% sejam de outro, não emplacaram, avalia. “É uma cota de gênero, mas ela não é cumprida, não há punições. Deveria ser chamada de recomendação. A média de candidatas tem sido de apenas 13%.” Mas Teresa acredita que a situação deve melhorar com a aprovação de uma medida que exige o cumprimento dessa cota política já nesta eleição. “Agora, os partidos serão obrigados a preencher 30% de suas listas de candidatos com mulheres.” Programas sociais Em outras áreas, tem avançado o número de projetos que preveem algum tipo de apoio às mulheres. Programas de transferência de renda (como o Bolsa Família) entregam o dinheiro para a mulher, o que ajuda as mais pobres a enfrentar as desigualdades de gênero. Márcia Lima Bandeira, coordenadora de monitoramento e avaliação de projetos da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, diz que essa é uma técnica usada para conter abusos por parte dos maridos, “para evitar que eles gastem todo o dinheiro com álcool, por exemplo”. “Preferimos entregar o benefício para as mulheres, pois elas sabem valorizá-lo. A mulher tem dupla jornada de trabalho e quer ver o filho alimentado, ela sabe o quanto é difícil.” Para Amelinha Teles, coordenadora da União de Mulheres de São Paulo, é fundamental reconhecer que ainda existem diferenças, para que possam ser combatidas. “A mulher ainda é alvo de violência só porque é mulher. Não adianta esconder discriminação ou falar em igualdade se você não fala em desigualdade. As mulheres vivem em condições de vida injustas, é preciso reconhecer essa realidade e criar ações no sentido de mudar a cultura patriarcal e machista que existe de banalizar a discriminação contra a mulher.” Arquivo Bosch A Bosch na sua vida Grupo Primavera confecciona bonecas e oferece aprendizado e diversão a meninas da periferia Mobilização social A organização da sociedade civil é fundamental na luta pela igualdade de gênero. É nisso que acreditam dois projetos apoiados pelo Instituto Robert Bosch, que auxiliam as mulheres em duas etapas de sua vida: na periferia de Campinas (SP), o Grupo Primavera forma meninas de 8 a 18 anos; já em Curitiba, mulheres de 45 a 72 anos se reuniram na Cooperativa das Costureiras da Vila Verde para enfrentar problemas de saúde. Formando o amanhã Fundado em 1981 por três voluntárias que atendiam seis meninas, o Grupo Primavera conta hoje com cerca de 100 voluntárias e 50 funcionários que atendem 324 jovens em sua sede, no Jardim São Marcos. As meninas são divididas em grupos de acordo com a faixa etária e participam, durante meio período, de atividades como dança, música, teatro, inglês, espa- nhol, informática, comunicação e expressão, raciocínio lógico e trabalhos manuais, entre outras. A diretora pedagógica do projeto, Ruth Maria de Oliveira, explica que as jovens frequentam as atividades, fazem refeições e, antes ou depois, vão à escola. O critério de seleção é socioeconômico. “São avaliadas a renda e a vulnerabilidade da menina. Se ela ficaria sozinha em casa, por exemplo, tem prioridade.” Além das oficinas, que seguem o lema do grupo, “formando as mulheres de amanhã”, a entidade promove também o PACTO, curso preparatório para colégios técnicos que é aberto à comunidade. O Grupo Primavera tem o apoio financeiro e estratégico do Instituto Robert Bosch desde 1991. “É uma grande parceria”, conta Ruth. Além de doações, a instituição também se mantém com a venda de bonecas de pano, fabricadas por funcionárias, em uma loja aberta há 2 anos em espaço cedido pelo Galeria Shopping, também em Campinas. Se você quiser ajudar, também pode doar suas notas fiscais sem CPF para o grupo utilizá-las no programa Nota Fiscal Paulista Solidária, que converte os benefícios da Nota Fiscal Paulista para a instituição que recebe a doação. Costurando saúde A Cooperativa das Costureiras da Vila Verde nasceu em 2001 por iniciativa do médico da comunidade, que via que muitas mulheres mais velhas tinham problemas de saúde por não saírem de casa. A presidente da cooperativa, Julieta Maria Cerris, de 63 anos, conta que o doutor procurou apoio da Bosch, que doou as primeiras máquinas para montar a cooperativa e também chamou um voluntário que deu um cur- so de cooperativismo para as 13 participantes da iniciativa. Dona Julieta conta que nenhuma das cooperadas tinha a saúde em dia. “Era uma cooperativa de mulheres doentes”, brinca. “Quando não trabalhávamos aqui, ficávamos em casa sem fazer nada, e isso nos deixava doentes. Aqui nos sentimos úteis”, reforça. Os trabalhos geralmente são realizados das 7h às 18h, mas, dependendo da exigência, elas ficam das 6h às 22h. Os lucros (quando há) são divididos entre as cooperadas, de acordo com as horas trabalhadas por cada uma, garantindo um salário que fica na casa dos R$ 350,00. Dona Julieta destaca que parceiros como o Instituto Robert Bosch são importantes para manter as atividades do grupo. Conteúdo exclusivo on-line I www.vidabosch.com.br • Fique por dentro do trabalho social desenvolvido pelo Grupo Primavera com mais de 300 jovens 38 | VidaBosch | aquilo deu nisso | Por Ulysses Lima Mircea Bezergheanu Terekhov Igor Câmbio automático Os controles do painel viveram uma autêntica revolução, e hoje oferecem incontáveis funções ao alcance da mão A evolução do conforto Uma viagem no tempo mostra como experiência de dirigir ficou ainda mais agradável graças à tecnologia O s primeiros registros de experimentos datam do século 18. Mas eram somente os passos iniciais de uma invenção que mudaria a vida do homem. As carroças da época evoluíram, e, com o passar do tempo, ganharam a cara do que hoje chamamos de carro. Mas o veículo que atualmente conhecemos não foi desenvolvido por uma única pessoa, em uma data definida. A história mostra o avanço dessa máquina pelo mundo. Comodidade e performance ainda não eram um sonho. Os passageiros ficavam totalmente expostos. Sol forte, todos derretiam de calor. Chovia, ficavam ensopados. As dores no corpo, que absorvia todos os solavancos do caminho, eram parte do pacote das viagens, pois os bancos não ofereciam conforto algum, muito menos segurança. No início do século 20, no entanto, o carro já começou a tomar forma, com uma carroceria com capota, passageiros abrigados, motor sob o capô, direção e rodas. Quando se fala em Brasil, podemos definir o início da indústria automobilística, ou ao menos o que deu partida ao parque industrial que existe hoje, como sendo a década de 50, mais especificamente em 1956, sob a batuta do governo de Juscelino Kubitschek. Nessa época, o engatinhar da indústria nacional era alimentado com modelos já produzidos nas matrizes de fábri- cas recém-instaladas em nosso território. Os carros que foram introduzidos então no mercado eram os mais adequados para o país, diz Ricardo Bock, professor do curso de mecânica automobilística da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI). A indústria cresceu, o brasileiro tomou gosto pelo automóvel e as vendas bateram um recorde atrás do outro. Esse volume se reflete diretamente no trânsito das grandes cidades, tornando-o lento. Situação que levou a avenidas congestionadas e os motoristas a ficarem muito tempo no carro. Mas com o passar dos anos e a natural evolução da indústria, muitos itens de conforto surgiram para tornar cada minuto ainda mais agradável dentro do veículo. O ar-condicionado, que hoje em dia se tornou acessório indispensável, teve a sua primeira versão automobilística em 1938. Foi somente em 1954 que o aparelho foi aparecer da forma como o conhecemos hoje, com controles no painel e o mecanismo alojado no compartimento do motor. Não é mais preciso usar almofada para dirigir numa posição alta. Para isso, os bancos têm ajustes elétricos Maleabilidade Na origem do automóvel, os ocupantes sentavam em bancos duros, absorvendo todos os solavancos das... bem, vamos chamar de estradas, só para simplificar. Hoje, os assentos têm uma série de ajustes, elétricos ou manuais, também para o encosto. O Drive Dynamic Seat (DDS), da Bosch, por exemplo, é um assento que contém sistema integrado para oferecer conforto e firmeza ao dirigir. Se acionada a opção esportiva, um mecanismo eletro-pneumático infla as almofadas laterais, levando a um banco do tipo “concha”, que vemos com frequência em carros esportivos. A intensidade e a direção com que o carro entra na curva influenciam no quanto cada almofada vai inflar. Elas podem ser esvaziadas, para dar mais espaço interno. O DDS inclui ainda a função massagem, que atua na lombar do motorista. Já a direção hidráulica teve seus primeiros experimentos em 1920. Muitos sabem o drama que é manobrar um veículo sem direção assistida. É de fazer o motorista suar a camisa. Foi somente em 1951 que o sistema passou a ser usado em escala comercial. No Brasil, na década de 70, poucos dispunham dele. Atualmente, até carros pequenos vêm equipados com o dispositivo. Muitos ainda lembram como era difícil achar a posição certa para dirigir. Os bancos não ofereciam muitas regulagens, quando muito iam um pouco para frente e para trás, e o encosto tinha um sistema de ajuste muito pouco funcional. Para os de estatura mais baixa, que precisavam de uma posição mais elevada no banco, a solução caseira entrava em ação: usava-se um travesseirinho ou uma almofada. Os brasileiros, como os europeus, sempre preferiram o câmbio manual, mas, com a nova safra de carros que chegou com a abertura das importações, a partir de 1990, o câmbio automático aos poucos começou a cair no nosso gosto. Desde 1903 há registros de experimentos com a transmissão automática, mas foi somente em 1948 que o modelo Odsmobille saía da linha de montagem com um câmbio automático de fato. Atualmente, alguns fabricantes oferecem modelos que proporcionam a mudança de marchas no modo manual ou automático: pela alavanca, da forma tradicional, ou por “borboletas” na direção, como um autêntico carro de Fórmula 1. Nos dias de trânsito com anda-e-para, os joelhos agradecem. Todos os itens de que falamos realmente tornam a vida ao volante muito mais prazerosa, mas tem um que é muito difícil dissociar do prazer de dirigir. Se não o temos, parece que estamos sós no carro. Sim, ele, o som. É o acessório que serve para nos transmitir as notícias do trânsito, tocar a música que embala os namoros, rodar a trilha sonora de uma viagem ou passeio. E foi vendo um pôr do sol com as namoradas que dois inventores tiveram a ideia do autorradio. Em certo momento, uma delas comentou que seria muito mais romântico se eles tivessem música no carro. E lá se foram Willian Lear e Elmer Wavering desmontar um rádio caseiro, alimentado por energia elétrica, para adaptar ao veículo. Superados problemas de interferência elétrica, em 1930 nascia o primeiro rádio para carro. Hoje, as opções são muitas, desde as mais simples, com as funções de rádio e tocador de CD ou de mp3, às mais hightech, que tocam músicas a partir de mídias distintas, reproduzem DVD e sintonizam TV em tela sensível ao toque, com GPS. O resto é história. Conteúdo exclusivo on-line www.vidabosch.com.br •S aiba mais sobre o modo de funcionamento do sistema DDS da Bosch 40 | VidaBosch | áudio | Por Eduardo Hiraoka No embalo da era digital Alexey Lysenko/Shutterstock DJs deixam cada vez mais os vinis de lado e partem para as novas mídias iscos de vinil, agulha e pick-up. Houve uma época em que esses costumavam ser os termos básicos do vocabulário de qualquer DJ (disc jockey, profissional que seleciona e reproduz músicas variadas). Para animar uma festa ou balada, esses itens eram indispensáveis. E, acima de tudo, era necessário saber manuseá-los com rara habilidade. Pelo menos até os anos 90. Vieram, então, CDs e inovações da era digital. Mais algum tempo e entraram em cena internet, downloads e mp3. Duas décadas depois, o mundo já estava completamente mudado. As pistas de dança também. Grande parte do público que frequenta baladas e casas noturnas pode não notar a diferença. Porém, ser DJ nos dias de hoje não é mais como nos primórdios da cultura hip-hop e da música eletrônica, lá nos idos da década de 1970. Torna-se cada vez mais rara aquela cena típica do DJ controlando manualmente a rotação do disco no tocador (muitas vezes, mais de um ao mesmo tempo), para criar efeitos improvisados. Pick-ups (reprodutores de vinil especiais para discotecagem) já são itens difíceis de encontrar, assim como os vinis, que hoje se restringem a lojas especializadas. O novo cenário se configura pelo predomínio das mídias digitais e o constante surgimento de novas tecnologias que facilitam e automatizam o trabalho do DJ. Para alguns profissionais, até o CD já é coisa do passado. Não é incomum encontrarmos DJs tocando apenas com o auxílio de um laptop. “A era digital trouxe uma revolução ao mundo, que nos atingiu em cheio”, afirma o experiente DJ Memê, que aos 11 anos de idade já se aventurava na profissão. Hoje, ele encara a realidade com mais entusiasmo. Apesar de ainda não utilizar computadores para discotecar, ele defende que qualquer desenvolvimento tecnológico é bem-vindo. “O computador dispõe de programas e efeitos que potencializam a música e, se o DJ souber usá-los, pode obter um resultado bem estimulante na pista.” No entanto, há quem ainda prefira conservar as tradições, como o músico, apresentador e também DJ Kid Vinil, que se diz da old school (velha escola, em português). “Não tenho nada contra essa era tecnológica nem contra o som digitalizado, porém, áudio | VidaBosch | 43 acho mais autêntico discotecar com vinil ou CDs. Tem DJ que já chega com seu setlist pronto e isso não tem graça”. Entre os dois opostos, a DJ Lisa Bueno, do grupo feminino de hip-hop Applebum, prefere conciliar passado e presente. “Toco com todos os tipos de mídia. Acho interessante usar o digital com o analógico.” Tecnologia não é tudo O conjunto de transformações no modo de discotecar acabou por provocar um fenômeno curioso. A profissão de DJ, que na época dos “bolachões” era reservada a profissionais intensamente treinados, donos de técnicas manuais apuradas, passou a se popularizar rapidamente nos últimos anos. Ganha cada vez mais novos adeptos e oferece oportunidades para os amadores também se destacarem. Tudo graças à controversa tecnologia, que conseguiu tornar quase tudo mais acessível. “Ficou mais fácil, Foi-se o tempo das habilidades técnicas. Os programas de computador invadem as pistas, facilitando – e automatizando – o trabalho de profissionais da música da mesma forma como qualquer um pode ter sua própria banda, gravar seu disco e colocar na internet”, observa Kid Vinil. Entre os novos adeptos, encontramos inclusive nomes conhecidos que fizeram sua fama em outras áreas e agora se arriscam no comando das pistas de dança. Um deles é o apresentador do Vídeo Show, na TV Globo, André Marques que, desde 2004, se divide entre o programa e sua paixão por música eletrônica. Apesar do curto tempo de carreira, ele já conseguiu se firmar na nova profissão, tendo até sido citado como um dos 100 melhores DJs brasileiros, em ranking de uma revista especializada. Mesmo assim, esse fenômeno da popularização da atividade não deixa de causar polêmica. “Hoje, até ex-BBB pode atacar de DJ. Basta ficar rebolando”, satiriza Kid Vinil. Apesar de entusiasta da tecnologia, DJ Memê também ressalta que o fácil acesso à música e à parte técnica da discotecagem tornou tudo fácil demais. “Daí surgem os bicões”, alerta ele. Por isso, ao contratar esses profissionais, é preciso ficar atento e observar sua experiência e performance. O ex-piloto de automobilismo Raul Boesel é outro que resolveu se aventurar na área. Em 2007, ele decidiu migrar de pista. Comprou os equipamentos de áudio e estudou durante oito meses, até sua primeira apresentação. “Hoje, encaro a minha nova profissão com o mesmo entusiasmo, dedicação e profissionalismo com que via minha carreira de piloto”, afirma. Boesel concorda com a tese de que a era digital facilitou a vida do DJ, mas faz uma importante ressalva. “A tecnologia ajudou sim, Com a ampla democratização do acesso ao mundo dos DJs, as mulheres ganharam mais espaço na área Com a democratização do acesso ao mundo dos DJs, as mulheres ganharam mais espaço nesse território que, historicamente, sempre foi mais masculino. O projeto “Hip Hop de Salto” é um bom exemplo que indica a mudança. Idealizado pelo grupo Applebum, das DJs Lisa Bueno, Mayra, Simmone, Tati Laser e Vivian Marques, é uma iniciativa social que tem como meta dar apoio ao público feminino que sonha em aprender a arte da discotecagem. Por isso, desde o fim de 2009, elas começaram a oferecer oficinas de DJ gratuitas para mulheres. Mesmo com a grande procura pelos cursos, Lisa conta que o predomínio masculino ainda existe. A própria formação do Applebum foi motivada, segundo ela, pelo baixo número de mulheres no meio do hip-hop. Memê acredita que esses preconceitos e diferenciações devem ser deixados de lado. “Essa profissão não tem sexo ou preferência sexual, mas exige talento e, quanto mais pessoas de talento interessadas, melhor para a profissão”, define o experiente DJ. Arquivo Bosch alto, com manutenção da clareza da voz”, explica o engenheiro de vendas da Bosch Robert Klesser. Essa combinação é ideal para boates e danceterias que apostam na qualidade do sistema de som para fazer sucesso. A Electro-Voice também criou outros componentes essenciais para uso em casas noturnas, os subwoofers, que são caixas acústicas que reproduzem as frequências mais baixas, utilizadas por instrumentos como o baixo. “Os subwoofers da família Phoenix são altamente sensíveis, e precisam de menos potência de amplificação para gerar um maior volume”, acrescenta Klesser. Essa linha de produtos promete uma performance ideal em boates e danceterias, ficando no meio termo entre as famílias XArray, usadas em shows que exigem maior potência de som, e QRX, com volume um pouco menor que o da Phoenix. As caixas de som Phoenix são fáceis de transportar e de montar, além de terem sido elaboradas para reproduzir com fidelidade uma vasta gama de ritmos, que passam pelo rock, o pop e o dance. Tanta qualidade é fundamental para ajudar os DJs a consolidarem seu sucesso noite afora. só que o DJ tem que saber como usá-la.” E, nesta opinião, o ex-piloto não parece sozinho. Memê explica que, de fato, a discotecagem com mídias digitais requer menos habilidade técnica. Esses programas possuem ferramentas que auxiliam a sincronizar o tempo de uma música com o da seguinte, detalhe que sempre foi o ponto mais complicado da técnica do DJ. Contudo, ele observa que existe algo primordial que o sistema digital não simula: “O talento para entender a pista e botar a música certa na hora exata”. Segundo ele, o trabalho não é apenas tocar um hit após o outro, pois isso faria com que todos tivessem setlists iguais. Partilhando da mesma opinião, André Marques é categórico. “O feeling de pista é o mais importante.” Espaço para elas A Bosch na sua vida Som potente e de qualidade na noite Quem sai à noite para dançar e se divertir espera, entre outras coisas, encontrar DJs experientes e equipamentos de som de primeira categoria e em linha com as novas tecnologias, capazes de amplificar os hits do momento e atrair todos para a pista. Foi pensando nisso que a Electro-Voice, empresa do grupo Bosch, criou a linha Phoenix de alto-falantes, voltada a boates e danceterias, mas que também pode ser usada em shows ao vivo em outros ambientes. A linha é formada por uma série de caixas acústicas capazes de reproduzir altos níveis de pressão sonora – em outras palavras, um som potente – sem comprometer a inteligibilidade, ou seja, a forma como o ouvido percebe os sinais sonoros. “Isso significa um volume muito Arquivo Bosch D áudio Shutterstock 42 | VidaBosch | Conteúdo exclusivo on-line I www.vidabosch.com.br • Mais informações sobre esse sistema de som você pode encontrar no site da Electro-Voice 44 | VidaBosch | saudável e gostoso | Por Walterson Sardenberg Sº Sangue bom Está comprovado: as uvas agem a favor do “colesterol bom” e afugentam o “colesterol ruim”. O coração agradece Pinchuk Alexey/Shutterstock Q uis a história, a lenda ou a traiçoeira serpente, que Adão e Eva experimentassem a maçã. A esse episódio muita gente atribui os males que assolam a humanidade. Vale perguntar: quais seriam os desdobramentos se, no lugar da maçã, o primeiro casal tivesse provado um suculento e inocente cacho de uvas? Alguém pode invalidar a hipótese, com o argumento de que nada indica a existência de videiras no Paraíso — embora o Velho Testamento faça 146 citações ao vinho. Pois vale retrucar: de onde, então, Adão retirou aquela folha de parreira, que usava como traje social? Se não há outras evidências de videiras no Paraíso, sabe-se que as uvas são anteriores à chegada do homem ao planeta. Assim garantem os arqueólogos, com o atestado de fósseis do doce vegetal provenientes de remotas épocas geológicas. Quanto ao encantamento dos seres humanos pela fruta das parreiras, acredita-se que date de 18 séculos antes de Cristo. Evidentemente, àquela altura nossos ancestrais não sabiam cultivar videiras, uma das culturas frutíferas mais exigentes e delicadas. Apenas por volta de 600 anos antes de Cristo os rudes rapazes aprenderam a técnica da poda. Sem ela, os vinhedos enfraquecem com rapidez. Quando bem cuidados, podem se estender a 150 anos de vida gloriosa. O engraçado é que os asnos — sim, os animais — teriam um papel fundamental nessa história. Segundo a tradição, o homem só descobriu que as parreiras rendiam melhores frutos e mantinhamse vivas depois de incluídas com voracidade no cardápio desses quadrúpedes de poucos recursos intelectuais. Era a poda. As primeiras videiras foram plantadas deliberadamente na Ásia, na região onde hoje estão a Armênia, a Geórgia e parte da Turquia. Escavações na cidade turca de Kannish revelaram vasos sagrados com menções ao cultivo de uvas. As peças datam de 3.500 anos antes de Cristo. De lá, o cultivo seguiu para a Grécia e daí para toda a Europa, já então decididamente com vistas à produção de vinho. Esse passo etílico deve-se à facilidade de proceder à fermentação da uva, dadas as qualidades suculentas e à alta concentração de açúcares. Os egípcios não costumam ser tratados por sommeliers — especialistas em vinhos — e produzem agora tintos intragáveis. Foram eles, no entanto, os primeiros a inscrever nas jarras informações relativas à vinha de origem e à safra. Um brinde aos faraós. Os egípcios de hoje não têm culpa do fraco desempenho nas vinícolas. Produzir vinhos para a apreciação de enólogos — es- tudiosos no assunto — não é mera questão de atitude mas, sobretudo, de latitude. As uvas destinadas a esse ofício, por questões climáticas, crescem em duas regiões do globo. No hemisfério norte, o privilégio cabe à área entre as latitudes 50 e 40, onde estão Napple Valley (Estados Unidos), o Douro (Portugal), La Rioja (Espanha) e Bordeaux (na França). Já no hemisfério sul, a regalia se restringe ao trecho entre as latitudes 30 e 40, contemplando Chile, Argentina, África do Sul e Austrália. No nosso Nordeste, em pleno Vale do Rio São Francisco, um bem engendrado sistema de irrigação resultou em produção caprichadíssima, embora a tradição das regiões serranas gaúchas, com sua geografia mais propensa ao cultivo, permaneça à frente em matéria de excelência. Benefícios à saúde Segundo a nutricionista Heloisa Piccinato, formada pela Universidade de São Paulo (USP) e especializada em Fisiologia do Exercício, o consumo de uva deve ser estendido a toda a população. Ela abre só uma exceção: indivíduos com problemas renais. “Já pessoas com diabetes ou que queiram emagrecer devem consumir com moderação”, alerta. Heloisa destaca o fato de a uva ser rica em carboidratos. “Além da vitamina C, contém pequenas quantidades de vitaminas do complexo B”, informa. “Ela fornece minerais como potássio, cálcio, fósforo, magnésio, cobre e iodo. Também 46 | VidaBosch | saudável e gostoso saudável e gostoso | VidaBosch | 47 Fotos Daniel Sviech/Imagem Ideal A ação do suco de uva no combate ao entupimento das artérias surpreendeu até cientistas da Universidade de Wisconsin (EUA) tem alto teor do componente pectina, que auxilia o bom funcionamento do intestino.” Os benefícios vão além. “A uva verde tem propriedades antibacterianas e antivirais”, lembra Heloisa. “Já a roxa ou rosada possui alto teor do antioxidante quercetina. A casca contém resveratrol, flavonoide capaz de evitar o ‘colesterol ruim’, o LDL, que leva à formação de placas nas paredes das artérias, enquanto a semente aumenta o ‘bom’, o HDL. Para ajudar a circulação sanguínea, basta tomar um copo de suco de uva ou uma taça de vinho ao dia.” Um santo e delicioso remédio. A ação do suco de uvas contra o entupimento das artérias foi testada por pesquisadores da Universidade de Wisconsin, em Madison, nos Estados Unidos. Eles ficaram pasmos com a rapidez dos resultados. Quinze pa- cientes com sinais clínicos de doença cardiovascular, incluindo artérias entupidas, foram instruídos a beber um copo de suco de uva por dia. Duas semanas depois, imagens de ultrassonografia revelaram que, ainda que com gradações distintas, havia mais fluidez na passagem do sangue dos analisados. Para nossa sorte, a uva mais consumida no Brasil, a Isabel (Vitis labrusca), combate os radicais livres — moléculas que causam o envelhecimento precoce e os problemas cardiovasculares. A variedade de uvas é tamanha que exigiria a produção de um livro, em vez de uma reportagem. Mesmo porque, a cada dia, os produtores desenvolvem inéditos cruzamentos de castas, criando híbridos. A rigor, as uvas são divididas em dois grupos principais de Vitis (a nomenclatura científica da fruta): as finas e as rústicas. No mais, a uva é conhecida pela cor — as brancas, roxas, verdes e assim por diante —, com quase todas recomendáveis à alimentação humana. A alta culinária vem recorrendo cada vez mais às uvas em saladas e pratos principais. Um dos entusiastas é Carlos Roberto Madalosso, 31 anos, dono do restaurante Famiglia Fadanelli, em Curitiba. Ele utiliza, em especial, o suco de uvas, que faz vir de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, leva à panela e cozinha até chegar ao ponto que os gastrônomos tratam por “redução” — a quantidade mais encorpada. “No Chile, experimentei salmão no suco de uva. Depois, criamos nossa própria receita”, confessa. A redução também é utilizada em uma salada da casa. No caso de outro prato do restaurante, o agnolotti vicenza, um tipo de massa, insere-se uma porção de uva do tipo itália para incrementar o molho. “É o que mais pedem”, celebra Madalosso. “Foi criado pelo chef paulistano Luís Cintra e copiado por vários concorrentes.” Tão tentadores quanto a maçã do Paraíso, os pratos com uvas podem ser a perdição dos gourmets, mas estão longe de causar mal à humanidade. Muito pelo contrário. Frutas e alimentos limpos e mais seguros Por mais saudável que um produto seja, especialmente frutas e alimentos caseiros, é importante observar suas características de embalagem e armazenamento. Mesmo um inocente cacho de uvas pode apresentar riscos à saúde se não estiver bem protegido de ameaças externas. Para quem consome alimentos de fabricação caseira, observar se há ou não entrada de ar e sujeira nos produtos é fundamental. Para evitar problemas como esses, a máquina seladora B-550 da Bosch, recémlançada no Brasil, permite que pequenos produtores ofereçam alimentos hermeticamente fechados aos seus consumidores, de forma limpa, segura e profissional. A máquina, de pequeno porte, fecha as embalagens com a mesma qualidade de uma seladora industrial, permitindo que o produtor caseiro embale produtos segundo os mais rígidos critérios de higiene. Uma melhor embalagem também permite o transporte dos alimentos em maiores distâncias, com a garantia de que o lacre não vai se romper no caminho. Com o equipamento, a produção caseira pode se profissionalizar. O funcionamento da máquina é simples: basta colocar os alimentos nos saquinhos e depois posicioná-los na esteira da B-550 para que eles saiam hermeticamente fechados do outro lado. Na hora de consumir uva passa ou uva in natura embaladas pela nova máquina da Bosch, a tranquilidade é maior. A B-550 adequa a selagem de acordo com as exigências do produto a ser armazenado, algo que a maioria das máquinas de pequeno porte disponíveis no mercado não oferece. Conteúdo exclusivo on-line I www.vidabosch.com.br • Quer ter mais detalhes sobre o funcionamento da máquina seladora B-550? Assista ao vídeo Salada verde com crocante de parmesão e calda de uva destaque para colecionar Arquivo Bosch A Bosch na sua vida Ingredientes 1 litro de suco de uva integral 1 pedaço de canela em pau 5 cravos 5 cardamomos 5 aniz estrelados 5 pimentas-do-reino pretas inteiras 50 gr de parmesão ralado Folhas verdes rasgadas (escarola, alface lisa, crespa e alface americana, especialmente – menos a roxa) Modo de preparo Em uma panela, despeje o suco de uva com as especiarias: canela, cravo, cardamomo, aniz e a pimenta-do-reino. Deixe no fogo até o líquido reduzir de 1 litro para 200 ml. O resultado será uma calda encorpada. Deixe esfriar e acrescente azeite de oliva e sal a gosto. Lave as folhas e rasgue-as em pedaços pequenos. Reserve. Em uma frigideira antiaderente, salpique o parmesão ralado (quase cobrindo todo o fundo da frigideira) e leve ao fogo baixo até começar a dourar. Retire do fogo e mantenha sobre uma colher grande. Se quiser, disponha em forminhas com desenhos diferentes, para criar sua própria estética. Deixe então o queijo, transformado em casquinha crocante, esfriar. Monte as folhas rasgadas em um prato branco. Regue com o molho de uva e decore com a casquinha de parmesão. 48 | VidaBosch | saudável e gostoso Fotos Daniel Sviech/Imagem Ideal Ingredientes Salmão 50 ml da redução de suco de uva, preparada como na receita anterior 20 gr de manteiga 1 posta de salmão Risoto de dill 20 gr de manteiga 20 gr de cebola picada 1 xícara de chá de arroz arbóreo Caldo de peixe suficiente para cozinhar o arroz (pode ser em tablete) Um pouco de dill picado Suco de ½ limão siciliano Raspas de limão siciliano Cebolete picada Meia xícara (de chá) de parmesão ralado para finalizar 1 colher de sopa de manteiga gelada Meia xícara (de chá) de vinho branco seco ou vinho tinto Modo de preparo Salmão Coloque a redução de suco de uva para aquecer. Agregue a manteiga e mexa até ficar brilhante. Grelhe o salmão com sal e pimenta-do-reino em uma frigideira antiaderente com um fio de azeite de oliva. Mantenha no forno pré-aquecido. Risoto de dill Em uma panela, coloque a manteiga para derreter, junte a cebola ralada e deixe murchar. Junte o arroz arbóreo, adicione o vinho, deixe evaporar e vá colocando o caldo de peixe quente aos poucos até cozinhar o arroz. Adicione o dill picado e o suco de limão. Acerte a quantidade de sal e finalize com o parmesão e a manteiga gelada. Monte o prato, agregando o risoto, lado a lado com o salmão grelhado. Regue a posta do peixe com o molho de uva. É importante não exagerar na quantidade de molho. Permita que o salmão apareça. Agnolotti vicenza Ingredientes Massa do tipo agnolotti recheada com queijo ementhal 100 gr de manteiga 1 litro de leite 100 gr de farinha de trigo 200 gr de parmesão ralado 500 gr de creme de leite fresco 30 gr de uva itália sem semente, cortadas ao meio 20 gr de amêndoas Modo de preparo Antes de cozinhar a massa, torre as amêndoas na manteiga e corte-as em lâminas. Reserve. Prepare o molho bechamel, derretendo a manteiga e adicionando aos poucos a farinha de trigo. Deixe cozinhar um pouco, mexendo com colher de pau. Junte o leite morno vagarosamente, ainda sem parar de mexer. Cozinhe em fogo brando por meia hora. Só então acrescente o creme de leite e deixe cozinhar mais um pouco. Acrescente 200 gr de parmesão e espere que derreta. Finalize com uvas e amêndoas. destaque para colecionar Salmão ao molho de uva com risoto de dill
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