vale do paraíba paulista

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vale do paraíba paulista
VALE DO PARAÍBA PAULISTA
Este compêndio
destina-se
a pesquisas Escolares
como
base
de consulta histórica e científica.
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serviço
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Gazeta Valeparaibana
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EDITORAÇÃO:
João Filipe Frade de Sousa
DIAGRAMAÇÃO:
Rede Vale Comunicações
PUBLICAÇÃO:
“Gazeta Valeparaibana”
NUMERO DE EXEMPLARES: 3.000 (três mil)
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IMPORTANTE:
Autorizada a compilação em todo ou em parte para trabalhos escolares, sendo que deverão ser indicadas suas fontes
ou seja, nome do autor, site de origem e nome do compêndio.
Página
Titulo
006
009
010
Introdução
Paraty
Caracterização da economia Regional no Vale
do Paraíba
Cone Leste Paulista - suas regiões
Vinte mandamentos para o sucesso
Vale do Paraíba Paulista
Raízes históricas da industrialização do Vale
do Paraíba Paulista
Agricultura familiar, multifuncionalidade e Turismo Rural
Turismo Rural no Brasil
Acervo histórico e cultural valeparaibano
Manifestações religiosas e Turismo Religioso
Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Santo António de Sant’Anna Galvão
A malha ferroviária no Vale do Paraíba
A modificação do modelo histórico do Vale
Histórico
Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul
Rio Paraíba do Sul
O “Caminho das Pedras” do Paraíba
Serra da Mantiqueira
Complexo Serra do Mar / Mantiqueira
Aparecida do Norte “Cidade e Dados”
Arapeí
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Areias
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Bananal
“
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Caçapava
“
“
Cachoeira Paulista
“
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Canas
“
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Cruzeiro
“
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Cunha
“
“
Eugênio de Melo
Distrito e Dados
Guaratinguetá
“Cidade e Dados”
Fazenda Esperança
Bibliografia e historiografia de Santo António
de Sant’Anna Galvão
Igaratá
“Cidade e Dados”
Jacareí
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Jambeiro
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Lagoinha
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Lavrinhas
“
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Lorena
“
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Monteiro Lobato
“
“
Bibliografia/historiografia de Monteiro Lobato
Lobato “Adido Comercial do Brasil nos Estados Unidos.
Monteiro Lobato no “D.E.O.P.S”
Moreira César
“Cidade e Dados”
Biografia/bibliografia “O Patrono de Moreira
César”
Natividade da Serra “Cidade e Dados”
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Título
Serra do Mar
APA - Área de Preservação Ambiental da Serda Mantiqueira
Paraibuna
“Cidade e Dados”
Pindamonhangaba
“
“
Piquete
“
“
Muita História na História de Piquete
Potim
“Cidade e Dados”
Queluz
“
“
Quiririm
“Distrito e história”
Roseira
“Cidade e Dados”
São Francisco Xavier “Distrito e Dados”
São José do Barreiro “Cidade e Dados”
Vale Histórico
São José dos Campos “Cidade Dados”
São Luís do Paraitinga
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Silveiras
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Tropeiros – Interligando Riqueza
O “Tropeirismo” como Alavanca do Turismo
Histórico no Vale do Paraíba
Taubaté
“Cidade e Dados”
Tremembé
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Estradas Reais
Caminhos do Ouro
Caminhos, Capelas e Patrimônio Cultural
Folclore na Educação
Festas e Folguedos no Vale do Paraíba
Festas juninas
Parintins (AM) Cidade Amiga da Natureza
A Arte Barroca no Vale do Paraíba
Mosteiro da Luz “Obra de Valeparaibano”
Poesias de Valeparaibanos
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“ Não têm conta entre nós os pedagogos da prosperidade que, apegandose a certas soluções onde, na melhor das hipóteses, se abrigam verdades parciais, transformam-nas em requisito obrigatório e único de todo o progresso. É bem característico,
para citar um exemplo, o que ocorre com a miragem da alfabetização do povo. ”
(Sérgio Buarque de Holanda.—Raízes do Brasil)
Tão antigo questionamento, quanto atual, em mais de um século de sucessivas ações com
a finalidade de Educar o Brasil, esta afirmativa nos leva a repensar as metas e formas do
que é Educar mas, certamente, ensinar o “Bê-A-Bá” com certeza, não deverá ser o único
objetivo, com a única finalidade de elevar índices e mostrar para o Mundo que o Brasil é
um País com um nível de educação social e cívica elevado. Educar é além de tudo formar.
Filipe de Sousa
Pesquisando sobre educação no brasil, encontrei uma crônica de um cidadão, Sr. Josemar da Silva Martins, que por ser tão
atual resolvemos fazer de alguns de seus trechos, parte da introdução deste trabalho, em uma região onde a história, as tradições e a tecnologia se fazem tão presentes e andam de mãos dadas.
A maior parte das análises sobre educação geralmente se prende - e de forma bastante pragmática - à questão escolar. Sobretudo agora, quando um discurso renovado empenha todas as faturas, de todos os problemas sociais, na conta da educação,
reduzida à idéia de escola. Isso não é novo: diversas vezes em nossa história, a educação foi tomada como a “alavanca do
progresso” e reduzida à instrução escolar elementar, ao mero alfabetismo.
Esta perspectiva já se anunciou desde a aurora do século XVI, com a Reforma Protestante, quando Lutero e Melanchton defendiam a educação universal e pública, capaz de tornar cada pessoa apta a ler e interpretar por si mesma a Bíblia. Depois, já no
século XVII, esta perspectiva se deslocou do campo da religiosidade para o terreno volvido pelas idéias iluministas, que ressaltavam a razão como o grande instrumento de apreensão e interpretação do mundo. E a escola passou a ser defendida com
caráter leigo e livre, ao encargo do Estado, devendo se tornar um bem de caráter universal, obrigatório e gratuito (Cf.NUNES,
1994: 91-93). Daí em diante o próprio arquétipo da modernidade sustentado pelo Iluminismo, adotou esta idéia de educação
reduzida à escola, e suportada em quatro princípios burgueses: a universalidade, a gratuidade, a leicidade e a obrigatoriedade.
Entre nós, desde que a proposta moderna de matriz Iluminista se fez presente, contra um modelo de sociedade tradicional em
crise, se discute a importância da educação escolar sustentada naqueles quatro princípios burgueses e a sua vinculação com
a idéia de alavanca para o progresso; como elemento modernizador. Desde antigas discussões sobre problemas de integração
nacional, da transformação das massas em povo, de conversão dos súditos em cidadãos , de superação de nossas mazelas
econômicas ou de enfrentamento do nosso formidável sistema de exclusão social, a educação escolar é erigida como variável
modernizadora, o que vai orientar as propostas de universalização da Instrução Primária na América Latina e no Brasil. É por
isso que desde fins do século XIX se dissemina por todo o continente Latino-Americano a idéia de que “ a educação é a locomotiva do progresso “ (SAVIANI, 1984: 10), assim continuando a ser durante todo o século XX, e sobretudo agora, na aurora
do século XXI.
Os discurso de agora parecem reinventar entre nós aqueles das primeiras décadas do século XX que vinculavam educação e
desenvolvimento e chegavam ao excesso de tratar os “desescolarizados” como doentes. Assim via o médico Miguel Couto:
[ignorância é] não somente uma doença, mas a pior de todas, porque a todas conduz; e quando se instala endemicamente,
como na nossa terra, assume proporções de verdadeira calamidade pública. É ela que reduz nosso homem a meio homem, e a
nossa população à metade ou quarto da realidade; ela é só ela, é a responsável pelo relativo atraso de nossa Pátria, que não
pode sofrer o confronto com as outras (in PAIVA, 1987:28).
Não é à toa que se criou neste período o Ministério da Educação e Saúde. Efeitos de um exacerbado “entusiasmo pela educação” (Cf. PAIVA, 1987) e de uma visão sanitarista e higienista que via na educação (escolar) um instrumento de “limpeza”, para
eliminar a pobreza de seus vírus mortais: os vírus da ignorância. De lá para cá essa visão reservou para a educação apenas o
ambiente escolar e apenas saiu do campo da medicina ou da higiene sanitária, para entrar em outro, o da psicologia, como se
pode ver no atual predomínio das pedagogias psi.
Mas embora estes discursos tenham sido renovados ultimamente, desde as primeiras décadas do século XX já havia quem
deles desconfiasse, como Sérgio Buarque de Holanda, que na década de 1930 já advertia:
“ ... Cabe acrescentar que, mesmo independentemente desse ideal de cultura, a simples alfabetização em massa não constitui
talvez um benefício sem par. Desacompanhada de outros elementos fundamentais da educação, que a completa, é comparável, em certos casos, a uma arma de fogo posta nas mãos de um cego (HOLANDA, 1995: 166). “
Estamos de volta a este paradoxo. Por um lado educação tem sido reduzida a escola: escolarização, currículo, prédio escolar,
professor, aluno... Não já é momento para pensar a educação em termos mais amplos? Já não é tempo de pensar a conexão
entre educação e sociedade pautada em outros elementos?
Nossos discursos insistem em afirmar que estamos formando a cidadania consciente, crítica e participativa através da escola.
Mas parece que as personalidades dos alunos, as suas identidades e subjetividades estão menos carregadas destas frases de
efeito do que daquilo que circula na rua, na festa, no tape, no outdoor, na TV. Na verdade há um hipertexto social. A própria
cidade é um hipertexto, que vai dotando a educação. E junto com este hipertexto social há algo perigoso que nos assusta cada
vez mais, uma espécie de desgoverno com o qual não sabemos lidar; preferimos dar-lhe um outro nome “barbárie social”.
As escolas se encarceram ainda mais, suspendem recreios, aumentam suas grades, seus cadeados e também sua guarda. O
debate se abre movido a desastres não muito distantes: em Salvador (BA), a morte de duas moças de classe média, em uma
escola privada, assassinadas por uma jovem colega; em Juazeiro (BA), um menino de 12 anos que invadiu uma escola pública,
de um bairro periférico da cidade, e esfaqueou um colega de mais ou menos a mesma idade... E os exemplos vão se somando
- sem contar os exemplos a nível nacional.
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O debate que se abre culpabiliza mais ainda a escola e acrescenta-lhe novas demandas novas demandas: formar valores, competências, habilidades e de atitudes; aprender a aprender, a fazer, a ser e a conviver. Ou sugere um abandono do
público e o encarceramento em condomínios fechados e instituições religiosas
(cada vez mais fundamentalistas e intolerantes), com base na suposição de que
tudo o que está fora disso é o mau;
Acirra-se o apelo moralista-coercitivo, solicitando a ampliação dos aparatos de
vigília e punição e a ampliação dos aparelhos militares e para-militares. Já foi o
olho de Deus na idade média. O olho do estado na sociedade moderna. O olho da
sociedade em seus múltiplos sistemas de conveniência que definem os códigos
de pertencimento e as práticas de habitação. Hoje é tudo isso junto, com o suporte de novos aparatos tecnológicos de vigília; micro-câmeras por tudo que é lugar.
“Sorria, para sua segurança você está sendo filmado”. E o que sabem sobre minha segurança?
Na verdade o que está em jogo é, por um lado, uma falência da escola como dispositivo de governo. Foucault já expôs como
as escolas foram produzidas similares às prisões e aos manicômios. Elas nasceram junto com os sistemas de vigília e punição, baseadas em esquemas panópticos (FOUCAULT, 1987) . Seus tempos e espaços foram formatados para o disciplinamento e o controle de corpos e a produção de novas condutas.
As relações de violência, que agem forçando, submetendo, quebrando, destruindo e fechando todas as possibilidades e deixando apenas pólo da passividade, como a experiência da palmatória e do castigo, foram substituídas pelas relações de poder disciplinar em que, ao contrário, o “outro” é reconhecido e mantido como o sujeito da ação, fazendo apenas com que se
abram campos de respostas, de reações, de efeitos desejáveis, como funcionam, por
exemplo, os dispositivos dos direitos e deveres, as faixas de trânsito na rua ou as
listas amarelas dentro dos bancos; para produzir não só uma circularidade, mas um
“discurso verdadeiro”, ordenador de práticas; para estabelecer uma governabilidade
(FOUCAULT, 1997). Ocorre que esta tecnologia de governo na escola já faliu há muito
tempo. Tudo o que se faz agora é tentar recuperá-la, fazê-la funcionar novamente. Mas
vivemos um tempo de desgovernamentalidade. O tempo do desgoverno. E é isso que
nos assusta.
E este desgoverno liga-se ao fato de a escola já não ser mais referência de formação.
De a sociedade ter entrado em período em que ... Neste hipertexto entram primordialmente agora a cultura do consumo, a alienação, a erotização, a drogadição e a violência que são distribuídas nos espaços públicos, nos eventos de entretenimento, nas
festas de inauguração, nas festividades oficiais, nos programas de TV, na programação das rádios AM e Fm, nos barzinhos ...
Estes ambientes da liberação são ambientes da prática de um liberalismo que é, na verdade, o formato primordial de nossa
democracia (a de mercado). E tudo então vira mercadoria. Inclusive a produção de subjetividades que são cada vez mais fabricadas dentro dos modos capitalísticos (GUATTARI & ROLNIK, 1996) de produção material e subjetiva, cujos braços estão
estendidos até o campo da cultura, do consumo, da produção dos desejos, da elaboração de identidades e da satisfação dos
prazeres.
Este ambiente é o de uma segunda colonização, que passa a dizer respeito à
alma, pela distribuição e consumo de novas mercadorias que vendem a varejo
os ectoplasmas da humanidade, “ os amores e os medos romanceados, os fatos
variados do coração e da alma “ (ADORNO & HORKHEIMER, 1985), virando brinquedos, discos, festas temáticas em escolas, outdoors, as mais-mais das rádios
AM e FM, adereços, cadernos, borrachas, roupas, calçados e tatuagens (não
apenas essas que vêm em chicletes; todas porém grudam em nossos corpos
desejantes e mesmo nos procedimentos institucionais e oficiais). Este é o hipertexto, a extremidade que dialoga com as subjetividades e as refaz.
“ É a relação de subjetividade com sua exterioridade - seja ela social, animal,
vegetal, cósmica - que se encontra assim comprometida numa espécie de movimento geral de implosão e infantilização regressiva. A alteridade tende a perder
toda a aspereza. O turismo, por exemplo, se resume quase sempre a uma viagem sem sair do lugar, no seio das mesmas redundâncias de imagens e de comportamento “ (GUATTARI, 1990: 8).
Ambientes e hipertextos que produzem também as erosões no Eros e imensos
campos de frustrações que, não raras às vezes, viram armas de guerra. O hipertexto não é somente “uma metáfora válida para todas as esferas da realidade em que significações estejam em jogo” - como
quer Pierre LÉVY (1993), ou como quer também Manuel CASTELLS (1999), quando reduz demasiadamente este hipertexto ao
espectro das novas tecnologias da informação e da comunicação. Do ponto de vista da educação em sentido amplo, o hipertexto é a própria realidade social e suas esferas de significação. Mas quem está interessado em incluir isso na trama da educação das novas gerações e nas agendas das políticas educacionais e escolares e não-escolares?
Acho que é por isso que a escola deve ser repensada. Ela ainda é muito importante na preparação das novas gerações perante o saber formal, especialmente para os excluídos. É ainda um passaporte fundamental para qualquer proposta de inclusão
social. Mas se por um lado a escola deve mudar para ser melhor, por outro, é urgente pensar em educação não é somente
escola. As condutas das novas gerações já estão hipertextualizadas e multirreferencializadas. Liberalizadas, banalizadas,
prostituídas...
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CONTINUAÇÃO
8
Enquanto as práticas de governo tentam sua re-instituição na escola pelo uso de novos aparatos tecnológicos,
o desgoverno já se instalou em várias esferas do convívio social, ajudado pelas posturas liberais e neoliberais
das políticas oficiais.
Hoje vivemos na histerese da política, da sexualidade, da estética ... Perdemos os referenciais, os parâmetros;
entramos na era da transsexualidade, da transpolítica, da transestética, como nos sugere Baudrillard (1990) ...
Estamos no momento da “pós-orgia”. Para este autor a orgia foi o momento explosivo da modernidade; o da
liberação em todos os domínios. E o que foi liberado passou para uma esfera de pura circulação infinita. Tudo
liberado ai circulando, formando uma órbita, onde tudo fica fadado à comutação incessante, à indeterminação crescente, ao principio de incerteza... E a pergunta é: e depois da orgia, o que faremos? Tentamos ...
Tentamos ter certezas, para nos mantermos do lado do bem. O Bem que quer o claro, o explicado, o vigiado e o controlado, enfim
a oficialidade branca, e em sua prática maniqueísta tende a criar novas zonas escuras de marginalidade e desgovernabilidade.
Por isso não parará de remessar sujeitos à opção do escuro, do inexplicável, do fugidio e do descontrolado. É é isso que o Bem
chamará de Mal - já que este, que sempre está do lado do poder, se autoriza sempre a nomear, ou melhor a adjetivar o Outro.
Esses são nossos dilemas. E tudo está aí para ser pensado novamente.
Fonte:
Autor:
Formatação
www.faced.ufba.br
Josemar da Silva Martins
e imagens: Filipe de Sousa
Para nós da “Gazeta Valeparaibana”, este projeto que estamos apresentando, pode ser considerado
de ingênuo, simplista; carregado de passado, carregado de regionalismo. Mas é esse mesmo o caminho que achamos temos de
repercorrer. Não se trata de querermos o retrocesso. Trata-se isso sim, de através de nossa história, de nossas singelas estórias
e da beleza de nossas cidades e regiões, levarmos o jovem a se debruçar sobre suas realidades, sobre o seu berço, sobre a sua
terra, sobre o seu País.
Assim, e desta forma, conhecendo melhor seu lugar, sua terra, consiga visualizar alguma atividade
ou alguma ação que possa levar a sua fixação e seu desenvolvimento social, seja através de atividades comerciais, artesanais,
turísticas ou até mesmo sociais.
9
Iniciamos este Volume 1 do Compêndio (Cone Leste
Paulista), com Paraty, pois Paraty foi um marco importante para o desenvolvimento do Vale do Paraíba e do Estado de São
Paulo.
A data de fundação de Paraty se apresenta indefinida dado que
CAPELA NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS
existem diversas afirmações do ponto de vista de cada historiador. A data se situa entre as décadas de 1540/1600.
A única coisa certa é que o porto de Paraty, foi fundado primeiro que a cidade, a avaliar pela história do ciclo da colonização jesuítica, no Vale do Paraíba. Uns falam que entre 1540 e 1560 já existia um núcleo devotado a São Roque
no Morro da Vila Velha (hoje Morro do Forte); outros falam do ano de 1597, quando Martin Correa de Sá empreende
uma expedição contra os índios “guaianás” do Vale do Paraíba; outros que data de 1600, quando havia um povoamento de paulistas da Capitania de São Vicente; e alguns mais que a data é 1606, quando da chegadas dos primeiros
sesmeiros da Capitania de Itanhaém. Esta ultima versão é a mais convincente, dado que o modelo de fixação do homem à terra adotado na época, no Brasil, era o sistema de Capitanias hereditárias.
Monsenhor José de Souza Azevedo Pizarro e Araújo, no livro Memórias históricas do Rio de Janeiro e Províncias Anexas à Jurisdição do Vice-Reino do Estado do Brasil, assinalou que a fundação da cidade teria ocorrido “lá pelos
anos de 1600 e tantos”.
No entanto, pode-se afirmar que no início do Século XVII, além dos índios Guaianazes, já havia um crescente grupo
de paratianos, assentados por estes lugares. Por volta de 1640 o núcleo chamado Parati foi transferido para onde hoje se situa o centro histórico da atual cidade de Paraty, “em légoa e meia de terra entre os rios Paratiguaçu (hoje Perequê - Açu) e Patitiba”, doadas por Maria Jacome de Mello. Segundo manuscritos, esta, ao fazer a doação, teria imposto duas condições: 1 - Que a nova capela fosse feita em homenagem a Nossa Senhora dos Remédios; 2 - Que fosse guardada a segurança dos gentios guaianazes. Mas, ao que parece e a história nos mostra, só a primeira exigência
foi respeitada.
O povoamento de Parati estava subordinado à Comarca de Angra dos Reis mas, com o progresso do povoamento,
houve uma exigência do povo, por volta do ano de 1660, buscando a sua independência, exigindo a elevação do povoado à categoria de Vila. Assim, em 1667, o povoamento foi elevado à
categoria de Vila, com o nome de Vila de Nossa Senhora do Remédios de Parati. Convém ressaltar que Paraty foi o primeiro povoamento Brasileiro a ter sua autonomia política decidida
por escolha e exigência popular.
Paraty teve seu desenvolvimento ligado ao ciclo do ouro. Torna-se um razoável entreposto comercial, dada a sua posição estratégica, no fundo da Baia da Ilha Grande, no caminho terrestre
que partia de Paraty, subia a Serra do Mar, passava por Guaratinguetá, depois pela freguesia
de Piedade (hoje Lorena), vencia a garganta do Embaú e alcançava as Minas Gerais. Este caminho era denominado de “Caminho do Ouro da Piedade”. Assim, o seu porto se tornou o segundo mais importante do Brasil, por onde era embarcada toda a riqueza mineral oriunda das
Minas Gerais (Ouro e pedras Preciosas).
Primeiro foi o Ciclo do Ouro onde as riquezas eram transportadas nos lombos dos animais pelos chamados tropeiros, que desciam a Serra carregados com o Ouro e Pedras Preciosas e a
Caminho do Ouro subiam carregados de alimentos que comercializavam pelo caminho. Posteriormente, com o
esvaziamento da exploração mineral, esse mesmo percurso era feito transportando Café, no
Ciclo do Café do Vale do Paraíba. Esta importância, do porto de Paraty é explicitada no testemunho de Frei Agostinho
de Santa Maria, que em seus escritos do Santuário Mariano e Histórico, de 1729, que diz o seguinte: “... que dista do
Rio de Janeiro quarenta legoas... mas virá a ser muyto populosa pelo muytro trato e comércio, que nella há... porque
é o porto de mar, onde acode a gente de todas aquellas Villas do Certão, como são a de Guaratinguetá, e de Pendà
Munhangába, Thaubathé é Jacarehy ... e buscar o necessário como he o sal, o azeyte é vinho, é tudo o mais.”.
Com o fim do Ciclo do Ouro, Paraty vai perdendo sua importância mesmo com a advinda do Ciclo do Café que no seu
inicio se servia de seu porto para embarcá-lo. No entanto, posteriormente, com a da ferrovia São Paulo Rio de Janeiro, o mesmo deixou de ser utilizado. Com este golpe em sua economia e a agravante
do fim da escravidão, no advento da Lei Áurea, sua economia entrou em colapso,
dando-se um êxodo de sua população que de 16.000 habitantes que possuía em
1851, se viu reduzida a apenas “600 velhos, mulheres e crianças”, no final do século
XIX. Assim, Paraty se viu decididamente isolada do País, durante muitas décadas.
No entanto, o valor histórico e cultural de Paraty é de absoluta grandeza e seu passado extremamente importante no desenvolvimento de grande parte do Estado de São
Paulo, mais precisamente de todo o Vale do Paraíba e Sul de Minas Gerais, cujo progresso, motivado pelos ciclos do Ouro e parte do Ciclo do Café, deu origem à maioria de suas cidades. Paraty soube manter viva a sua história e hoje é um museu a céu
aberto.
Calçamento típico de Paraty
Mais informações: http://www.paraty.com.br/entrepos.htm
10
O Vale do Paraíba foi, pela sua posição geográfica desde os tempos de colonização, jesuíticas até aos bandeirantes,
que levando suas bandeiras iam pacificando os índios e descobrindo os caminhos do Ouro das Minas Gerais e depois passando pelos tempos de glória e de riqueza do Ciclo do Café, sempre se mostrou uma região, desde seus primórdios, pré-destinada ao sucesso e ao progresso.
No entanto, em muitas fazes e épocas sua economia e por conseqüentemente sua importância no contexto Brasil foi
bastante afetada e ao mesmo tempo privilegiada. Quanto a sua história, bem como os assuntos anteriores, encontraremos uma razoável definição, nas páginas seguintes deste compêndio.
Nesta matéria iremos abordar
a “caracterização da
economia regional, seu perfil
geográfico e sua dinâmica populacional” no final
do século XX e inicio
do século XXI.
A população cresceu a um ritmo de 2,2% a.a. no
Vale do Paraíba, entre os anos
de l980 e 1998. No
ano de 1991, a população urbana
representava
90,37 % da população regional
total; esta proporção
era ainda maior no que se refere às cinco cidades
que apresentavam maior desenvolvimento
industrial, onde chegou a atingir
índices de 94,81%.
Esses números mostram que
o vale é altamente
urbanizado, o que se reflete no
seu alto nível de desenvolvimento industrial. Do
ponto de vista de
desenvolvimento industrial em
parte foi muito bom
para a região, no entanto, no
seu aspecto geográfico, o crescimento dessas
mesmas cidades não
se deu de forma planejada
mas sim, de forma a
conter as necessidades de
alojamento. Assim,
hoje é incontestável o esforço
das autarquias para
resolverem e desenvolverem O Tempo de cada tempo nunca é igual no mesmo tempo do tempo
projetos na área de
saneamento básico e tratamento de esgotos
industriais e sociais. Também uma outra grande preocupação ambiental, motivada pelo crescimento desordenado
das populações é com a preservação do leito do Rio Paraíba do Sul, seus afluentes, rios e ribeirões bem como da
mata siliar, de suas margens e arredores.
Nos anos de 1990, a exemplo do ocorrido no restante do país notou-se uma redução do ritmo de crescimento das
populações locais. Esta desaceleração está diretamente relacionada às condições econômicas adversas, acompanho a desaceleração do crescimento do país.
Com esta fase social, vieram a prática do controle de natalidade e por conseqüência baixou o numero de filhos por
casal. Isto motivado não só por uma campanha nacional promovida pelos Governos Estaduais e Federal mas também porque se notou nos índices sobre educação uma melhora no nível escolar, aliado ao fato da necessidade da
mulher ocupar o seu lugar, no mercado de trabalho. Esta problemática é mais complexa se levarmos em conta que a
revolução industrial trouxe para as famílias maior praticidade no seu dia a dia mas, também e acrescida da Globalização da Economia, maiores necessidades e ambições de consumo. Com isto a mulher não se restringe só a cuidar de
filhos, ela é o complemento financeiro capaz de conjuntamente com o marido, fazer face a essa necessidade de consumo. Aumentam as vendas a economia cresce, os índices de natalidade baixam mas, aumentam a responsabilidade
do Estado que agora, assume na Escola o papel da Família e na sociedade o papel de acompanhamento da evolução
social das crianças, especialmente nas classes menos favorecidas, que na ausência da viga mestra da mãe, muitas
vezes se vêm abandonadas e expostas a perigos e desvios de conduta.
São José dos Campos e Pindamonhangaba foram as duas cidades dentro as mais importantes do Vale do Paraíba
que registraram as maiores taxas de crescimento populacional da década de 80, até meados dos anos 90, do século
passado, cujo fato ocorre paralelamente com o declínio da produção. Provavelmente estas cidades continuaram atraindo mão de obra quando o desempenho econômico já não se apresentava tão bom, mas mais em decorrência do
seu nível de progresso de desenvolvimento, ou seja, em função do parque industrial instalado, e menos em virtude
das condições econômicas reais daquele período.
No período mais recente, ocorre um crescimento na produção industrial destas cidades, ao mesmo tempo que apresenta um crescimento populacional mais elevado que outros suas cidades vizinhas. Segundo os últimos dados disponíveis a população de São José dos Campos apresenta um índice de crescimento populacional muito maior que
suas cidades vizinhas. Essa tendência de crescimento tem-se vindo a espalhar para todas as cidades do Eixo Industrial do Vale do Paraíba.
Apesar da região ter passado a atrair um menor numero de pessoas na década de 80, aquelas que se direcionaram
para o Vale, fixaram-se preferencialmente nas maiores cidades. Os demais municípios da região apresentam um saldo negativo de migração, o que significa maior saída de pessoas desses locais do que entrada.
Neste inicio de século, no entanto, ocorreu uma mudança significativa neste movimento demográfico; os municípios
que vinham expulsando pessoas, passaram a atrair, fenômeno que podemos associar diretamente com o dinamismo
econômico verificado nestes primeiros anos do Século XXI, especialmente em alguns municípios, que nem sempre
acompanharam as oscilações da economia regional, estadual ou nacional.
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Alem de ser uma das regiões economicamente mais ricas do país, o cone Leste Paulista apresenta um enorme potencial tanto para a implantação de novas empresas como no desenvolvimento de seus próprios recursos; rico
em turismo, exuberante beleza natural, águas minerais reconhecidas mundialmente por suas características farmacológicas, seu belo e preservado litoral, que além das praias continentais nos presenteia com o Arquipélago de Ilha Bela; uma história riquíssima em seus detalhes, com enorme influência no progresso do Brasil e duas maravilhosas e
preservadas montanhas, a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira.
Seu clima é temperado em quase todas as regiões e tem no seu bojo duas cidades, consideradas como as de
melhor clima e qualidade de vida do Mundo; Campos do Jordão, na Região Serrana e Atibaia, na Região Bragantina.
Tecnologicamente abriga nas cidades de São José dos Campos e Taubaté, um parque industrial de alta tecnologia sendo que São José dos Campos, uma de suas principais cidades, além de suas industrias de ponta, faz parte do ranking nacional das melhores cidades em qualidade de vida onde, São José dos Campos ocupa o 9º lugar.
As regiões e seus destaques:
REGIÃO VALE DO PARAÍBA PAULISTA (Volume 1)
O Vale do Paraíba Paulista, cuja maioria de suas cidades se encontra constituída ao longo da Rodovia Presidente Dutra, que interliga os dois maiores pólos industriais brasileiro São Paulo / Rio de Janeiro e que na sua história
foi um caminho obrigatório para Jesuítas e Bandeirantes. Hoje se apresenta como um caminho obrigatório para o
transporte do desenvolvimento tecnológico e industrial do Brasil. Além de todas estas qualidades é uma região abraçada por um lado a Serra da Mantiqueira e pelo outro a Serra do Mar, além de ser banhada e refrescada pelo seu rio o
Rio Paraíba do Sul, além de muitos outros rios e ribeirões de tão grande importância, como.
REGIÃO SERRANA DA MANTIQUEIRA
A Região Serrana da Mantiqueira que nos primórdios da história do Brasil foi o acesso para as Minas Gerais,
dos Bandeirantes e exploradores Brasileiros, nos oferece uma natureza esplendorosa e um dos melhores climas do
mundo; A Serra da Mantiqueira que poderá ser conhecida e apreciada de perto não só pela rodovia de acesso a Campos do Jordão, saindo da Rodovia Presidente Dutra, mas também, pelo trenzinho Pindamonhangaba/Campos do Jordão, que sulca a serra, apresentando ao viajante sua maravilhosa fauna e flora, que quem tiver a oportunidade de conhecer, jamais esquecerá.
LITORAL NORTE PAULISTA (Volume 2)
O Litoral Norte Paulista, berço da Região Leste do Brasil, porta de entrada de seus descobridores, catequizadores e desbravadores, nos apresenta praias maravilhosas, algumas totalmente virgens e um conjunto de ilhas, na
sua maioria intocadas, que formam o Arquipélago de Ilha Bela, que no seu mais alto deslumbre nos propicia uma aproximação com as belezas naturais que confortam o maior dos esforços, no deslocamento.
REGIÃO BRAGANTINA
Devido ao seu fácil acesso, propiciado por uma rede de boas Rodovias e, ao seu acentuado relevo, a Região
Bragantina está se tornando uma das regiões turísticas mais visitadas do Estado de São Paulo e do Brasil. Rica em
estâncias hidrominerais, uma das Vegetações nativas mais preservadas do Brasil, Lagos, Represas, trilhas, etc. Tecnologicamente diversas industrias dos mais variados setores, tais como calçados, móveis, autopeças, pré-moldados,
etc. também têm escolhido esta região em virtude do fácil acesso rodoviário e de seu clima temperado, onde se pode
aliar qualidade de vida e desenvolvimento. Dentre as suas cidades mais conhecidas pelo turismo internacional podemos destacar Águas de Lindóia e Serra Negra, no entanto, quase todas as cidades que compõem esta região estão
ligadas á água e ao lazer. Região rica em águas, faz parte da bacia hidrográfica do Paraná e seus principais rios são o
Rio Jaguaribe e o Rio Atibaia.
REGIÃO ALTO DO TIETÊ
Esta região recebeu seu nome por ter em seu bojo a nascente do Rio Tietê e por ele serem banhadas a totalidade de suas cidades. O Rio Tietê é responsável não só pela alimentação hídrica de 95% de seus municípios como
também pelo abastecimento de água potável para a grande metrópole São Paulo, capital do Estado de São Paulo. Por
sua estratégica localização, seu crescimento se deu com a chegada da Família Real à região da hoje Bragança Paulista, bem como de outros posteriores imigrantes, Ingleses e japoneses, que tornaram a região conhecida por sua agricultura. Posteriormente foi chegando a era industrial e grandes indústrias foram-se se espalhando por seu território,
que também dispõe de ótimas Rodovias de escoamento tanto para a produção agrícola como para a produção industrial. Suas principais cidades são Arujá e Mogi das Cruzes.
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1 - ORGANIZAÇÃO: Quantas vezes já nos vimos perdidos nos nossos afazeres diários, papel que não se encontra, recado perdido, anotação que não sabemos onde está, etc. etc. . Se isto já aconteceu consigo é bem provável que você esteja
precisando urgentemente de uma reengenharia em sua vida e em seus métodos de trabalho. A desorganização é o caminho mais curto para o insucesso profissional e pessoal, atalho seguro para o desperdício de tempo. Evite a bagunça generalizada em seu local de trabalho, em sua casa, no seu automóvel, enfim, na sua vida. Nunca coloque alguma decisão
de lado se você pode dar procedimento imediato. Livre-se de objetos e papeis inúteis. Se necessário organize seus papeis por assunto, em pastas, num arquivo próprio, de fácil acesso e de limpeza impecável. Afinal de contas, se você não
é capaz de organizar seu local de trabalho, como poderá organizar uma empresa como um todo?
2 - UMA COISA DE CADA VEZ: Querer fazer várias coisas ao mesmo tempo é a melhor forma de nada sair prefeito e a
imperfeição dos atos e ações é o caminho mais curto para o insucesso. Prefira a concentração, focalizando e desenvolvendo um trabalho ou uma tarefa por vez. Priorize os assuntos e os trabalhos a desenvolver. Faça uma agenda e cumpraa integralmente não deixando que nada interfira ou atrapalhe o seu desenrolar. Saiba priorizar adequadamente os assuntos. A melhor forma de executar tarefas com elevado grau de eficiência é sem dúvida, concentrado e dedicando atenção
exclusiva a cada uma delas. Ao ter que tomar uma atitude, solucionar um problema ou direcionar um esforço, faça-o com
total e absoluta concentração, analisando a fundo cada detalhe da situação, pesando e medindo as causas e efeitos de
cada medida, afim de que a solução adotada seja a melhor, no momento certo e sem os sucessivos adiamentos que, em
geral, acabam lhe sendo muito prejudiciais pessoal e profissionalmente falando.
3 - ANOTE, NOTE E COBRE: A melhor forma organizacional é e sempre foi a agenda, seja ela de papel ou eletrônica. Hoje
a tecnologia já nos facilita bem o trabalho e a comunicação em rede facilita e muito o trabalho não só o pessoal como
também o organizacional em empresa, na relação secretária e chefe. Experimente anotar tudo o que você precisa fazer,
escalonar horários no dia a dia, cumprir com o determinado e cobrar de quem tiver que cobrar, em tempo hábil. Use diversas cores para assinalar cada item, grifar pendências, etc.. Para quem não está acostumado, o início é sempre difícil
e complicado, mas rapidamente a pessoa perceberá que trabalhar de forma organizada, otimizando o tempo disponível,
fará seu trabalho render muito mais e alcançar melhores resultados, aumentando a sua eficiência.
4 - COISA INUTIL E VELHA É NO LIXO: Se você é daqueles indivíduos que adora colecionar e guardar indefinidamente
tudo o que lhe vem às mãos, está mais do que na hora de uma faxina geral tanto em sua mesa, escritório, carro, como
em seus métodos de trabalho ou forma de vida. Descarte objetos e papéis sem utilidade. Não existe em se desfazer de
entulhos que só servem para atrapalhar seu dia a dia. Adote o sistema de pastas/arquivos para guardar o que realmente
é importante e poderá ser utilizado em consultas futuras, mas, devidamente classificados por artigos, categorias e datas.
E o principal de tudo, procure se desfazer de métodos antigos, concepções ultrapassadas e velhos conceitos. Atualizese. Cuidado... ficar muito preso a coisas, experiências e fatos do passado pode ser muito perigoso.
5 - AGORA NÃO... DEPOIS: O caminho mais curto para o insucesso e uma das maiores causas de improdutividade de
Empresas e pessoas é a tendência de adiar tarefas, ações e decisões. Esse costume se encontra presente na maioria das
Empresas, em maior ou menor grau, gerando perda de oportunidades, de tempo e de dinheiro. Toda a ação, decisão ou
atividade adiada (quando se apresenta a possibilidade de sua resolução imediata), acaba provocando ou a perda da oportunidade de negócios, ou o acumulo futuro de trabalho e por conseqüência mais problemas e possibilidades de desorganização. A ciência está em agir rápido, mas sem pressa, com atitudes bem pensadas e ações coordenadas. O melhor procedimento é o disciplinado, fazendo as coisas no momento oportuno e adequado, utilizando-se bem a seqüência
por ordem de prioridades. Programar suas ações (agendando-as) por ordem de prioridades e cumprindo o planejado em
seus prazos e conteúdos.
6 - OS PEPINOS DE SUA HORTA: Quanto maior a horta e mais bem tratada, maior é a possibilidade de obtermos maravilhosos pepinos e em quantidades satisfatórias. Ao invés das pedras do caminho eu colocarei os pepinos de sua estrada
como os obstáculos de nossas vidas. As tarefas e as atitudes complicadas sempre devem merecer de nossa parte prioridade na análise e muita atenção bem como uma pronta atitude na sua resolução. Muitas vezes, em virtude do seu grau
de complexidade elas deixam de ser encaradas e resolvidas como merecem. No entanto, quanto maior a gravidade mais
prioridade devemos dar e mais atenção dispensar. Quanto maior o problema mais coisas ele envolve ou pode envolver e
se não resolvido de imediato poderá nos trazer muitas dificuldades e perdas posteriormente. A primeira medida para resolver um pepino é conhecê-lo em pormenores, para isso teremos que reunir o maior numero de dados e informações
confiáveis sobre ele. Antes de tomar qualquer atitude reúna todos os dados e detalhes desse pepino. Pesquise a fundo e
em pormenores todos os estágios e detalhes desse problema, pois só assim terá embasamento para a melhor solução.
Assim como você não come o pepino (vegetal) inteiro, também esse problema, para facilitar a digestão deverá ser seccionado, dividindo as tarefas complexas em tarefas menores, e assim ir resolvendo parte por parte, na sua totalidade, até
à sua completa degustação. Portanto sempre se lembre que a melhor maneira de comer um elefante é aos poucos, por
isso, não queira resolver grandes problemas de uma só vez. No entanto, nunca espere por uma inspiração para a tomada
da iniciativa. Encare o problema imediatamente pois esperar o melhor momento só tende a piorar a situação, o que poderá comprometer a boa solução do mesmo.
7 - A PERFEIÇÃO PERFEITA E A POSSÍVEL: A melhor forma de não acabar um projeto é querer a perfeição absoluta.
Quantos entre nós deixamos de concretizar um projeto, por desejarmos o projeto ideal. Nunca nos contentando com o
possível e com isso acabamos ficando só na intenção. O ideal ou a perfeição desse ideal é o possível. O desejável esse
sim é o realizável. Na no sonho humano é impossível, mas ficar apenas deglutindo o sonho é o caminho mais certo para
a frustração. Procuremos realizar as coisas que estão ao nosso alcance, sem perder de vista o grande sonho e nunca
deixando de ter o pé fixo e firme na realidade e o pensamento nas nuvens. Desta forma não perderemos a vontade de ir
além, mas também não deixaremos de caminhar em sua direção. Quem de nós não tem um sonho na incubadora? Pense nisto e comece a agir agora mesmo, neste preciso momento.
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8 - MEMÓRIA BOA EU TENHO... MAS ÁS VEZES EU ESQUEÇO:
Neste mundo informatizado e globalizado, a quantidade de informações que freqüentam o nosso dia a dia, é algo
bem grande. Estamos on-line com tudo e com todos e, a todo o momento nos chegam novas informações chega via
rádio, telefone, internet, televisão, etc. Essa avalanche de informações e mais as atividades programadas para o dia,
nos impede de guardar na memória todos os dados importantes de que necessitamos para o nosso bom desempenho profissional. Assim, a única e mais eficaz forma de guardar é anotando. Anotar significa preservar a exatidão
das informações. Manter as coisas anotadas, devidamente organizadas, datadas e explicadas, reduz e muito o risco
de dúvidas, conflitos e prejuízos no futuro. Tudo o que nos é, parece ou pode vir a ser útil em nossa carreira ou até
mesmo em nossa vida, deve ser anotado. Novamente aqui sugerimos um bom arquivo informatizado ou na sua falta
uma agenda mas, descartamos folhas de papel, pois as mesmas podem ser extraviadas e com elas as informações
contidas.
9 - SEJA CLARO E OBJETIVO EM SEUS COMUNICADOS: Quando escrevemos algo, seja uma carta comercial ou um
memorando, devemos tomar alguns cuidados para que a mensagem seja bem entendida. Em primeiro lugar a clareza
e a objetividade são itens prioritários para o seu conteúdo. Escrever com clareza e de forma apropriada, é a melhor
forma da certeza de um bom entendimento, Não economize pontos e parágrafos, pois frases muito longas, cheias de
virgulas, tornam o texto cansativo e de difícil compreensão. Erros de português são inadmissíveis. Palavras com duplo sentido ou vagas não devem fazer parte de seu vocabulário escrito e tanto quanto o possível evite palavras americanizadas, ou de outra língua que não o português.
10 - FALAR E SE EXPRESSAR É MAIS FÁCIL DO QUE IMAGINAMOS: O maior impedimento para um pronunciamento
em público é o medo. Muitas pessoas sentem dificuldades de falar em público, porque não têm idéia de como é fácil
e prazeroso se expressar. O primeiro mandamento para sua intervenção ser um sucesso é antecipadamente fazer um
roteiro dos assuntos que deseja abordar. Mas, cuidado, não escreva todo o discurso, pois dessa forma acabará por
fazer uma leitura, o que irá tirar todo o brilho do pronunciamento. Apenas anote os tópicos, os itens que deseja abordar, deixando o seu desenvolvimento para o improviso, no momento da explanação. Desta forma sua fala será mais
natural, terá um cunho mais espontâneo e por isso com mais autenticidade. Na hora de iniciar sua explanação, respire fundo, cumprimente os presentes, sempre pela ordem de importância, relaxe, inclua no seu semblante a simpatia,
fale devagar, pronunciando as palavras por inteiro, tendo sempre o cuidado de não “comer” nenhuma sílaba. Um boa
forma de treinar sua fala e pronúncia é, atravessando um lápis na boca, entre os dentes superiores e a língua. Não
use palavras vulgares que possam causar algum transtorno ou apresentar desrespeito aos presentes. “roupa suja se
lava a sós, em particular, nunca em público”. Outro vício que devemos evitar é o excesso de gesticulações. è preferível abusar das palavras do que dos gestos. Numa palestra ou em um pronunciamento, além de tudo o atrás tratado
devemos ter em conta o cansaço e a monotonia. Assim, é regra que toda a palestra deve ser administrada. Use sempre o bom humor, antes e após, os assuntos que quer marcar. Não abuse de piadas a regra manda que ao serem incluídas, por exemplo num pronunciamento de 1 hora, sejam incluídas no máximo 3 (três) piadas. Uma leve e curta
após os cumprimentos iniciais, para descontrair, outra no meio mas cujo assunto tenha a ver com o tema tratado e a
outra no final, na despedida, que pode ser mais descontraída.
11 -TUDO O QUE EXISTE NO MUNDO NASCEU DE UMA SIMPLES IDÉIA: Segundo “Ruth Noller”, as mentes são como pára-quedas; só funcionam se estiverem abertas. Em todos os setores o pensamento deve estar aliado ao trabalho ou seja devemos fazer com que nossa cabeça trabalhe tanto ou mais que nossos braços. Boas idéias são como
pedras preciosas loucas para serem incrustadas em algo que lhes mereça acolher. Ou seja, boa idéias valem ouro.
São como inspirações e as melhores, na maioria das vezes vêm em horas de absoluto relaxo e descontração. Por
isso não devemos nunca de deixar de anotar, nem que seja um simples rascunho para mais tarde ser melhor definido. No entanto, não devemos nunca deixar de sempre estar buscando novas idéias, novos caminhos, novas soluções. Leia bastante e estimule a leitura entre seus funcionários, colegas ou até mesmo amigos de final de semana.
Saiba escutar e observar experiências particulares e profissionais, entre as pessoas de sua roda de convivência diária ou eventual. Sempre mantenha o hábito de levar a fundo qualquer assunto. Superficialidade e o caminho mais
curto para o erro. Desenvolva a curiosidade, buscando descobrir o porquê dos fatos, suas causas e efeitos. Faça
perguntas, esclareça todas as suas dúvidas. Troque idéias com pessoas mais experientes. Amplie seu circulo de amizades. Participe mais e mais das atividades sociais em sua comunidade. Seja um amigo da Escola. Seja sempre
otimista a negatividade além de ser anti-social só atrapalha a ordem natural das coisas. Sonhe alto e nunca menospreze uma idéia por menos importante que lhe pareça, pois com isso poderá estar jogando fora a maior oportunidade
de sua vida.
12 - SONHANDO E REALIZANDO: Mais vale uma idéia razoável colocada em prática do que uma grande idéia mofando em sua gaveta ou incubada em seu pensamento. Criar, imaginar situações, projetar ações e fixar metas, é na realidade a forma de atingir objetivos. Mas melhor ainda, é fazer, trabalhar e tornar real o projeto. O pior inimigo de uma
boa idéia e a inércia e a falta de iniciativa. O criar e projetar, tem que, em sua seqüência ter a ação. Se você acredita
no seu projeto, planejou, conferiu possibilidades, não tenha medo de seguir em frente e concretizá-lo. Mergulhe de
cabeça, tenha fé pois se bem planejado e as etapas seguidas á risca, se você se entregar de corpo e alma o sucesso
será garantido. Tudo o que é feito por amor e por gosto, sempre dará certo. Apóie-se no que há de melhor em você e
concentre-se naquilo que você sabe fazer melhor que ninguém. Esqueça eventuais deficiências que todo o individuo
tem. Esta é a chave do sucesso. Uma outra forma infalível é não querer fazer tudo de uma vez só. Crie etapas, comece dando os primeiros passos e passo ante passo vá direcionando o caminho, subindo os degraus, assim, você terá
tempo de acertar o que não está funcionando a contento e redirecionando seu empreendimento. O risco faz parte.
Por isso não tenha medo de correr riscos, pois só assim você arriscará uma grande recompensa. Procure se afastar
de quem, não tendo o que fazer ou então se deixa levar por suas frustrações, vive colocando defeitos nas coisas de
quem faz. Tenha personalidade e idéias próprias e saiba distinguir palpites furados de opiniões coerentes. Fuja da
acomodação, afaste-se do imobilismo, seja sempre insatisfeito, procurando melhor o que já está bom. Assim, alcançará a felicidade.
CONTINUA
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13 - VALORIZE SEU LAZER E SEU PRAZER: Vivemos num mundo muito atribulado, complicado, tenso, competitivo,
num mundo de muitos afazeres e poucos lazeres. Agora com o celular, até as mais simples horas de privacidade por
vezes nos são roubadas. A rotina é massacrante e cansativa. Mas, no meio desta rotina de seu dia a dia você necessita encontrar um tempo para o seu merecido descanso. O físico e a mente necessitam de oportunidades para refazer a energia consumida no seu dia a dia. Pessoas agitadas, tensas e nervosas, jamais conseguirão produzir com
eficiência. Seja em casa, na escola, ou no trabalho, precisamos aprender a dar um tempo para nós mesmos. Nos dias
de hoje, é bastante comum as pessoas venderem as suas férias mas, elas não têm idéia do crime que elas estão cometendo com elas próprias. Precisamos relaxar, descansar, espairecer, sair da rotina. Afinal temos apenas uma vida
e ela merece ser vivida em toda a sua intensidade. O trabalho a busca da realização fazem parte dela sim mas, também temos o direito e a obrigação de desfrutar dos prazeres que ela nos proporciona.
O Executivo e a máquina de picotar papeis.
Um jovem executivo estava saindo do escritório quando vê o Presidente da Empresa em frente à máquina de picotar
papeis, com um documento na mão.
- Por favor - diz o Presidente. Isto é muito importante e minha secretária já saiu. Você sabe como funciona esta
máquina?
·
Lógico ! - respondeu o jovem executivo. Ele liga a máquina, enfia o documento e aperta o botão.
·
- Excelente ! Muito obrigado - Agradece o Presidente
·
- Eu preciso só de uma cópia.
14 - PERSISTIR E NUNCA DESISTIR: O imediatismo é irmão gêmeo do fracasso. Uma caminhada interrompida ao
primeiro fracasso ou problema demonstra, tão somente, que o andarilho jamais chegará a lugar algum. Pois é fraco,
medíocre e covarde. A persistência é uma virtude de poucos, por isso também são poucos pos que alcançam o sucesso. Vencem porque acreditam, vão em frente e ultrapassam qualquer obstáculo, corrigindo rumos e refazendo
estratégias, consertando erros mas desistindo jamais. Tudo na vida para ser bem sucedido precisa de um tempo.
Nada cai do céu. Tudo é fruto do trabalho, da fé, da dedicação e da persistência. Parar no meio do caminho é pior do
que nunca começar. Desistir de um objetivo é desperdiçar energia, jogar fora a esperança, desacreditar do sonho,
perder a confiança em você mesmo. Nunca perca de vista o seu sonho. Jamais abandone suas idéias. Enfrente as
dificuldades com coragem, ousadia e perseverança. Quem se deixa abater diante de qualquer obstáculo é porque
nunca experimentou o sabor da vitória, especialmente aquelas que mais dificuldade e trabalho lhe deram.
15 - PESQUISE, APRENDA, BUSQUE CONHECER MAIS: No mundo atual a dinâmica é tão frenética, que a ninguém é
dado o direito de se achar sabedor de todas as coisas e quem assim pensa está verdadeiramente enganado. Quem
pensa dominar por completo determinado assunto, pode-se surpreender no dia seguinte com alguém que se mostra
mais conhecedor da matéria. Esta é a vida nos dias de hoje, da era moderna. Onde ninguém está a cima de ninguém.
Por isto, a necessidade de buscarmos, continuamente, o aperfeiçoamento de nossos conhecimentos e habilidades.
Livros, palestras, buscas na Internet, são absolutamente necessárias para quem almeja o crescimento pessoal e profissional. Nunca foi tão atual aquele velho ditado “Quanto mais eu sei, mais sei que não sei...”. Nossos concorrentes
estão cada vez mais fortes, mais arrojados, eficientes e criativos. E nós, o que estamos fazendo para enfrentar essa
realidade? É preciso descruzar os braços, arregaçar as mangas e ir à luta. Encarar o desafio, superar dificuldades,
usar a cabeça. Estabelecer um diferencial em relação aos demais, agregar valor a nossa idéia, buscar uma melhor
eficiência. Esta é a lei da selva, o jogo da vida, a regra do mercado, em que só os mais fortes e mais bem capacitados vencerão.
16 - TENTE QUANTAS VEZES FOR NECESSÁRIO: Nunca tenha medo de errar. Um erro nada mais é do que uma nova
oportunidade para se acertar. Errou, tente novamente. Corrija as falhas, refaça os cálculos, revise os métodos e vá
em frente. Busque o certo com mais eficiência. O mundo em que vivemos não admite mais pessoas excessivamente
passivas, que cruzam os braços, entregam na mão de Deus e ficam esperando as coisas acontecerem. A felicidade
precisa ser conquistada, dia após dia, minuto após minuto, por quem tem a coragem de arriscar. Tente quantas vezes for necessário para alcançar seus objetivos. Tenha o hábito de não se furtar a participar de tudo o que acontece
à sua volta. Seja para dar uma opinião, prestar um esclarecimento, ou tomar uma opinião. Quem fica alheio a tudo e a
todos, não assume responsabilidades mas, também jamais será reconhecido ou valorizado. Desça do muro, tente de
novo e comece a escalar os degraus do sucesso.
17 - GARRA, ENTUSIASMO E PAIXÃO: O desânimo, a preguiça, a indiferença e a apatia são os alicerces ideais para
a construção de uma majestosa obra: “O Palácio dos Fracassados”.
Uma obra grandiosa, vitoriosa, bela e agradável, só pode ser erguida com garra e entusiasmo. Não podemos apenas
gostar do que fazemos. Precisamos ser apaixonados pelo que fazemos. Fazer tudo com fé e a certeza do sucesso.
Otimismo e amor também deverão ser ingredientes constantes em sua vida. Só assim seremos capazes de edificar
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uma grande obra. Cuidado para não se deixar influenciar pelo pessimismo dos derrotistas. Prefira a companhia de
pessoas vitoriosas, que irradiam entusiasmo, confiança, sinceridade e alegria. E tenha absoluta confiança de que se
você tudo fizer com paixão, vencerá todas as dificuldades e será muito feliz.
18 - CALAR E SABER OUVIR: Ás vezes é necessário nos fazermos de bobos, calarmos, ouvirmos e pensarmos. Na
vida, por vezes, nos deparamos com situações em que temos que dançar conforme a música. Num mercado globalizado e amplamente competitivo e exigente, no caso de nossa vida profissional é o cliente que dá o tom. Por vezes
ouvindo, poderemos nos aperceber das necessidades do cliente e assim, enquanto ouvimos vamos desenvolvendo
uma forma de o atender em suas necessidades, ajustando nossas proposições. Precisamos fazer de tudo para atender as expectativas de quem se dispõe a comprar nossos produtos ou serviços. Arrumar um diferencial. Hoje não
mais se apresenta tão importante o fator preço. Por vezes um pequeno agregado ao serviço aumenta seu valor que
comparado ao diferencial do preço do concorrente, para menos, pode nos dar o pedido. Na parte pessoal, atentar
para as criticas e sugestões é um passo muito importante no nosso relacionamento com colegas, amigos e familiares. Saber escutar os outros é sinal de sabedoria, demonstrando que você não se considera o único dono da verdade, mas que também sabe reconhecer as opiniões e as crenças dos demais. Falar demais pode trazer para os nossos
relacionamentos mais prejuízos do que lucros.
A FORMIGA E O ELEFANTE
Todos os dias as formigas construíam seu formigueiro
e o elefante todos os dias pisava destruindo seu trabalho.
Essa rotina repetia-se todos os dias,
até que uma formiga teve uma idéia:
- Vamos ficar em cima daquela árvore e quando o elefante passar e pisar em cima do formigueiro
atacaremos todas de uma só vez.
No dia seguinte conforme o combinado, quando o elefante passou,
juntas atacaram o elefante... de uma só vez caíram em cima dele.
O elefante sacudiu-se com toda a sua força e, as formigas
caíram no chão.
Somente restou uma agarrada a seu pescoço.
Então, as outras formigas de lá do chão gritaram em uma só voz:
Enforca !!! Enforca !!! Enforca !!!
19 - ARRUME AS MALAS. CHUTE O BALDE: Esteja preparado e disposto a mudanças. O mundo é uma bola e está
em permanente mutação. Os conceitos mudam, as pessoas mudam, a realidade de hoje não é a mesma de ontem
nem será a de amanhã. Tenha consciência disso e eduque seu comportamento, adaptando-se às necessidades de
mudança de crenças e de vida. Quem insiste em não aceitar o novo, o moderno, a tecnologia, o atual, permanece no
passado e isolado da realidade. Não evolui, não progride e geralmente vive criticando o sucesso de quem faz as coisas acontecerem de forma inovadora. Buscar novas fontes de informação é uma dica para quem quer evoluir e para
quem busca o sucesso.
20 - SEJA COMPANHEIRO E AME QUEM LHE É PRÓXIMO: Nos caminhos de nossa vida, tudo pode ser refeito. Mas,
na nossa vida profissional e pessoal temos que levar em conta a influência que a família tem em nossa caminhada.
Nos apoiando, cuidando e motivando as nossas ações. Família, amigos, colegas, até concorrentes devem merecer
nossa atenção e cordialidade. Ninguém vive sozinho e muito menos consegue o sucesso sozinho. Nenhum caminho
é longo de mais quando um amigo nos acompanha. Praticar o companheirismo só nos ajudará a ter sucesso tanto na
vida profissional como na vida pessoal. Procure ser aquele companheiro verdadeiro, que incentiva, que ampara, encoraja, ajuda e orienta. Um parceiro sempre presente e aberto, sempre indicando a melhor direção a seguir, tanto na
época das vacas gordas como nos momentos mais difíceis. Procure transmitir sempre otimismo, segurança e coragem a quem almeja o sucesso. E comemore o sucesso conquistado. A alegria comemorada, valoriza a conquista,
realça o mérito e encoraja o vencedor a enfrentar novas batalhas.
Seja solidário...
Seja feliz.
Filipe de Sousa
Para palestras agende:
[email protected]
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O Vale do Paraíba é uma região que na sua história teve especial destaque no desenvolvimento
econômico do Sudeste do Brasil. Situado entre os dois maiores pólos econômicos do Brasil, as cidades de São Paulo, no Estado de São Paulo e a cidade do Rio de Janeiro no Estado do mesmo nome. Cortado em toda a sua extensão pela Rodovia Eurico Gaspar Dutra, popularizada como “Dutra” se desenvolveu industrialmente após a sua construção, que se tornou e ainda se mantém até hoje como uma via de importância especial no escoamento da produção industrial. A linha férrea que interligava estas duas cidades se encontra desativada mas existe um projeto para a
implantação de uma ferrovia nova, de trem de alta velocidade.
O Vale do Paraíba Paulista compreende 42 cidades, ocupando uma área de 17.350 km2 e apresentando uma população de aproximadamente 2.500.000 habitantes. Nos seus primórdios, a economia do Vale do Paraíba sempre esteve, durante muitos anos, baseada na agricultura e nas atividades ligadas à terra. Com a decadência
do período do Café e com a abertura da Rodovia Presidente Eurico Gaspar Dutra, as cidades que por ela foram margeadas buscaram novas alternativas econômicas e o desenvolvimento industrial. Nas áreas rurais e nas cidades
mais afastadas a cafeicultura deu lugar a pastagens e ao cultivo de arroz, milho e trigo. A maioria das fazendas de
café, grandes feudos e construções coloniais abre suas portas para o turismo rural e de aventura. As cidades que
margeiam a Rodovia buscaram um desenvolvimento industrial que embora lento, hoje, é uma força econômica relevante. As primeiras industrias chegaram na região nas últimas décadas do século XIX, exatamente quando se colocou o desafio de buscar novas alternativas , refletindo a realidade socioeconômica da época: A abolição da escravatura, disponibilidade de capital, melhoria do nível de consumo da população, etc. Além disso, a situação geográfica
da região, localizada entre os dois maiores centros produtores e consumidores do Brasil e as facilidades de comunicação (Rodovia Presidente Eurico Gaspar Dutra) foram fatores decisivos para a industrialização e o avanço tecnológico do Vale do Paraíba.
Seu desenvolvimento se deu em três fases absolutamente distintas, tendo como pólos principais,
as cidades de: Jacareí, São José dos Campos, Taubaté e Guaratinguetá. Com a construção da “Usina Siderúrgica
Volta Redonda” e a inauguração da Rodovia Presidente Dutra novos centros de desenvolvimento foram se criando,
proporcionando o aparecimento das industrias de grande porte.
O Vale do Paraíba Paulista, hoje contam com um parque tecnológico dos mais desenvolvidos do
País, absorvendo industrias do porte de: Johnson & Johnson, Ford, General Motor’s, Volkswagen, Nestlé, Ericsson,
Villares, Basf, Monsanto, Avibrás, Mafersa, Liebherr, Basf, Kaiser, LG, Embraer, National, entre outras, além de indústrias químicas, de metalúrgicas, de papel e celulose, têxteis e alimentícias. São José dos Campos constitui hoje
o maior centro tecnológico da América Latina contando com dois dos mais avançados centros de pesquisa o “ITA”
Instituto Tecnológico da Aeronáutica e o “CTA” Centro Técnico Aeroespacial.
Nos dias de hoje o Vale do Paraíba apresenta áreas diversificadas de desenvolvimento, estando
altamente industrializada no chamado Alto Vale do Paraíba, tendo atividades mescladas no Médio Vale e conservando ainda muito de sua história no chamado Vale Histórico,´situado próximo à divisa com o Estado do Rio de Janeiro.
Nos últimos anos, o alto crescimento demográfico, desordenado e acelerado das cidades, a multiplicação das atividades industriais, a excessiva valorização das terras, vêm produzindo efeitos negativos sobre o
meio ambiente e a qualidade de vida da região. Com o desenvolvimento industrial da região, deu-se um boom de
crescimento populacional desordenado, que não foi acompanhado por um projeto estrutural e de saneamento básico condizente. Assim, com o êxodo rural, a desintegração da cultura tradicional e a modificação dos hábitos e costumes da população, habitação, transportes, emprego, educação, saúde cultura e lazer trouxeram sérios problemas
de adequação para os municípios que forçados pela necessidade urgente de mão de obra de suas industrias não
tiveram como controlar o crescimento nem projetar devidamente suas cidades. Os municípios polarizadores de atividades sócio-culturais na região são: Jacareí, São José dos Campos, Taubaté, Guaratinguetá, Pindamonhangaba,
Lorena, Cruzeiro e Aparecida do Norte. Dotados de uma infra-estrutura mais dinâmica, possuem museus, arquivos,
bibliotecas, teatros, fundações culturais, cinemas, grandes centros comerciais, etc.
As artes plásticas constituem um dos setores mais ativos da cultura valeparaibana, sendo também o Vale do Paraíba um vasto celeiro de escritores, poetas, cientistas, destacando-se entre outros a cidade de
São José dos Campos e a cidade de Monteiro Lobato.
Cumpre assim, o Vale do Paraíba o seu papel histórico e cultural, região de passagem e ligação,
desde os tempos coloniais, de Jesuítas a Bandeirantes nos seus caminhos rumo às Minas Gerais, caminho para o
planalto de São Paulo, caminho para a cidade do Rio de Janeiro, desbravou sertões, povoou capitanias distantes,
fundou Vilas e Cidades, participou do Movimento pela Independência, sustentou economicamente o Império brasileiro, uma de suas cidades chegou a ter moeda própria, participou enfim da vida política e do desenvolvimento econômico do Brasil.
Na seqüência abrageremos a história regional, principais indústrias e cidade a cidade, sua história, suas culturas e o que de melhor têm a lhe oferecer. Uma viagem maravilhosa rumo ao conhecimento.
Filipe de Sousa
17
O VALE DO PARAÍBA, região tradicionalmente agrícola, sofreu transformações nas ultimas duas décadas, em virtude
da construção da Estrada de Ferro Central do Brasil, posteriormente a Rodovia Presidente Eurico Gaspar Dutra e da
inauguração da Usina Siderúrgica de volta Redonda, e sua revolução industrial o levou a tornar-se uma das regiões
mais industrializadas do Brasil. Tudo indica que nas próximas décadas o Vale do Paraíba se torne o mais importante
em tecnologia e industrialização do Brasil, unindo os dois mais pólos consumidores do Brasil, as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro; transformando a Rodovia Presidente Dutra em uma enorme avenida, margeada de indústrias,
motéis, vilas operárias, postos de gasolina, churrascarias, restaurantes, etc.. A imagem tradicional do Vale tende a
desaparecer, a pecuária de leite e de corte tende a desaparecer e a agricultura, as culturas que irão sobreviver serão as
de arroz, em virtude de suas grandes várzeas e charcos, bem como as de trigo e o milho.
Como a evolução de uma região, com as condições da região do Vale do Paraíba, é irreversível, cremos da oportunidade de se fazer uma análise sobre as raízes histórias, que no momento o Vale está atravessando, o que transforma o
Mesmo em uma das áreas prioritárias do desenvolvimento Brasileiro.
A economia de subsistência:
No inicio do povoamento do Vale do Paraíba, passou-se por um longo período de economia de subsistência que se foi
instalando devido às passagens dos viajantes, Bandeirantes em busca das Minas Gerais. Esse tráfego levou às sucessivas instalações de pousos, que foram agregando população, formando cidades e assim, fazendo suas atividades agrícolas de subsistência.
As causas fundamentais, basearam-se na situação geográfica que o Vale do Paraíba tinha em relação às demais regiões, mineradoras no centro do Brasil (Minas Gerais) e criadoras no sul, bem como a política econômica que Portugal
definiu em relação ao Brasil.
Geograficamente, São Paulo era uma região de passagem entre as altas Serras Mineiras e os campos de criação ao
sul, constituindo-se dadas as facilidades geográficas, num pólo de comunicação e articulação entre o planalto e o litoral. O Vale do Paraíba era uma passagem obrigatória, para os que demandavam os “sertões das Gerais” e os portos do
litoral (Paraty e Ubatuba).
Como uma Zona de passagem, não conseguia atingir uma expressão econômica significativa, pois suas atividades se
limitavam a captura de índios para o trabalho escravo, busca e transporte do ouro das Minas Gerais e o comércio do
gado vindo do sul. Entregue às atividades econômicas ligadas à economia das outras regiões do país, tido como entreposto e lugar de passagem, o Vale do Paraíba se viu forçado a desenvolver uma economia de subsistência, afim de
sobreviver.
Com isto, desde os tempos dos desbravamentos, um tipo peculiar de povoamento, documentado pelas “Cartas de Datas de Terras”, cujos pedidos de obtenção vêm sempre acompanhados por uma justificativa de compromisso.
No inicio do povoamento, a exploração das terras consistia em pequenas roças de mantimentos, na construção de engenhos para a produção de farinhas, do melado, do açúcar e da aguardente, agregada à criação de suínos e galinhas.
Os escravos eram raros, e a subsistência das famílias era mantida pelo trabalho de seus próprios membros. A produção principal era o milho, o feijão, o arroz, o amendoim e o fumo. O algodão era cultivado para o fabrico de tecidos
grosseiros.
No testamento de Dª. Luzia Leme de Alvarenga, falecida na Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, em 1690, encontramos a seguinte declaração:
“ Declaro mais que em poder da mulher de Pedro Correa ficou fio para me mandar tecer uma peça de pano. Declaro
mais que tenho em minha casa uma branca por nome Anna peço a meus filhos olhem por ela e de um pouco de pano
que se está tecendo no tear mando se lhe dêem seis varas. Declaro mas que tenho uma bastarda por nome Luzia peço
a meus herdeiros lhe dêem bom trato e mando se lhe dêem duas varas de pano...”
A falta de caminhos e de meios de transporte impedia a mobilidade e o contato entre os vários núcleos povoadores e o
que era longe, o temor do sertão, fazia com que as populações se aglomerassem nos domínios das antigas sesmarias,
em completo isolamento e sem meios de comercializar e aumentar sua produção. O comércio era medíocre e rudimentar, limitando-se a “beira de caminho”. A falta mão de obra obrigava as famílias possuidoras de grandes sesmarias a
explorar e a cultivar pequenas glebas de terra, que mal davam para satisfazer o seu consumo. Assim e por isso, durante quase cento e cinqüenta anos, a população Vale Paraibana prendeu-se a uma economia de subsistência, sem que se
lhe apresentasse nenhuma possibilidade de evolução, devido à falta de possibilidades de locomoção para o envio de
sua produção para São Paulo ou para o Rio de Janeiro, grandes centros comerciais, ou até mesmo para outros pequenos núcleos comerciais.
Esse isolamento que levou ao desenvolvimento dessa economia de subsistência, facilitou a adesão de alguns poucos
aglomerados, mas ao mesmo tempo, impediu que neles pudesse haver qualquer possibilidade de uma estruturação
sócio econômica mais desenvolvida, pela insipiência das trocas, e dificuldade de desenvolvimento de trabalho artífice.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Uma análise mais detalhada do Vale:
Os municípios localizados na calha, mais próximos da ferrovia Estrada de Ferro Central do Brasil e da Rodovia Presidente Dutra, hoje a mais importante do Brasil, conheceram um intenso desenvolvimento industrial e de urbanização a partir das décadas de 60 e 70 do século passado. Os municípios, localizados nas encostas da Serra do Mar e
da Serra da Mantiqueira, permaneceram vinculados ao setor primário da economia, registrando um consecutivo êxito rural e o empobrecimento da população.
A história do Vale, por sua vez, está intimamente ligada a ciclos econômicos de caráter agrário como o ciclo do Café, período de maior opulência, que modificou a estrutura social e deu prestígio e poderio público à região. Enquanto isso, a produção de leite, que por questões conjunturais, se encontra em rota de decadência, mas que ainda sustenta boa parte da população rural dos pequenos municípios, atividade esta que foi introduzida após a decadência
do Café, ocorrida a partir de 1929, detonada pela crise na Bolsa de Nova York, levando o Vale do Paraíba a se transformar no segundo maior pólo produtor de leite do País.
No inicio do século XX também se introduziu nas várzeas do rio Paraíba a cultura do arroz, trazida pelos religiosos
da ordem trapista, que se instalaram na Fazenda Maristela , em Tremembé e difundiram novas técnicas de plantio,
incluindo-se o sistema de irrigação. Apesar das novas culturas que vêm sendo experimentadas por alguns produtores nessas várzeas, o arroz ainda é um dos mais importantes produtos agrícolas da região, tendo atingido nas safras de 2002/2003, segundo o Escritório de Desenvolvimento Rural de Pindamonhangaba, a marca de 850 mil sacas
de 60 quilos.
A atual estrutura fundiária do Vale do Paraíba, por sua vez, é fruto de mudanças significativas na forma de distribuição das terras, observadas a partir da decadência do café, quando fazendas passaram a ser retalhadas em partilhas
e heranças familiares. Esse processo se multiplicou à medida que as gerações foram se sucedendo o que resultou
numa região pontuada por pequenas propriedades e produção agropecuária marcadamente familiar.
De acordo com dados do “LUPA” Levantamento de Unidades de Produção Agropecuária realizado pelo “Instituto de
Economia Agrícola do Estado de São Paulo, conjuntamente com a (CATI) Coordenadoria de Assistência Técnica,
órgão da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, haviam na região em 1995, um total de 12.769 propriedades rurais, das quais 10.646 tinham área inferior a 100 hectares, enquadrando-se dentro do limite estabelecido pelo
Programa Nacional de Agricultura Familiar (PRONAF), de quatro módulos fiscais, na qualificação das propriedades
familiares. Embora não sejam dados muito recentes, esta é a única estatística disponível, a esta data, sobre a distribuição agrária regional, sendo, no entanto, suficientemente elucidativa, para caracterizar como familiar, o perfil da
produção agrícola da região. Também é relevante observar que o Vale do Paraíba tem peculiaridades no que se refere á questão AMBIENTAL, que o coloca numa situação diferenciada de outras regiões, resguardando significativa
parcela da Mata Atlântica e um ecossistema , que limita a produção rural, na sua maior parte à subsistência e, em
menor proporção para o abastecimento regional.
Ressalte-se também dados do
“PRONAF”, segundo os quais a agricultura familiar
produz a esta data 40%
da riqueza gerada
no campo no Brasil,
calculada em R$.:
57 bilhões; são quatro
milhões de agricultores (84% dos estabelecimentos rurais brasileiros) que
vivem em pequenas propriedades e
produzem a maior parte dos alimentos
que chega à mesa dos brasileiros. Quase 70% do feijão vêm da agricultura familiar, assim como 84% da mandioca,
58% da carne suína, 54% do leite bovino, 49% do milho e 40% de aves e ovos, além de ser um importante instrumento para manter os trabalhadores no campo.
A realidade do meio rural, no caso Vale Paraibano, contrasta com a evolução dos demais setores da economia regional, impulsionada pela indústria automobilística e de autopeças que se instalou em São José dos Campos e Taubaté, pelos empreendimentos de alta tecnologia, sobretudo no setor aeronáutico, representado pela EMBRAER Empresa Brasileira de Aeronáutica, instalada em São José dos Campos e por outros ramos industriais instalados no parque regional, como a reciclagem de alumínio, instalada em Pindamonhangaba, cidade já reconhecida como a Capital
Nacional da Reciclagem e, a indústria química representada pela “BASF” em Guaratinguetá e farmacêutica, aqui representada, na cidade de São José dos Campos pela Johnson & Johnson.
O processo de industrialização do Vale do Paraíba, impulsionado inicialmente pelas vantagens da localização e,
posteriormente, por políticas municipais de incentivo, também tem atraído um montante significativo de investimentos no setor de serviços, criando oportunidades para iniciativas voltadas para o lazer e entretenimento que passam
a ter um lugar de destaque, à medida que as empresas passam a ocupar a mão de obra regional, gerando um padrão
de vida razoável, e proporcionando mais demanda por atividades que ocupam o tempo ocioso do trabalhador, por
conta da modernização dos processos produtivos e da evolução das relações trabalhistas, como a redução da jornada de trabalho. Neste aspecto, o Sindicalismo tem trazido grandes conquistas para os trabalhadores mas ao mesmo tempo, no início dos anos 2000 muitas indústrias, por motivos econômicos, menos pressão sindical e mais incentivos fiscais, trocaram o Vale do Paraíba por outras regiões do Estado e até do Brasil.
Filipe de Sousa
19
De acordo com o Programa Nacional de Agricultura Familiar, a discussão sobre a importância e o papel da agricultura familiar no desenvolvimento brasileiro vem ganhando força neste início de século, nos anos 2000, impulsionada
pelo debate sobre desenvolvimento sustentável, geração de emprego e renda, segurança alimentar e desenvolvimento local. Em meados do ano de 2008, com a crise mundial de alimentos e a discussão sobre o álcool como combustível alternativo, entraram também em discussão as prioridades de plantio e se questionou o impacto que poderia vir a
ter esta mudança energética na produção de alimentos. No caso da produção compulsória da Cana de Açúcar se
chegou a levantar a hipótese da possibilidade da falta futura de alguns componentes dos adubos químicos (potássio
e fósforo) já em extinção. O certo é que a crise mundial de alimentos se fez sentir e neste ano faltou trigo e arroz para
o abastecimento satisfatório dos mercados mundiais, levando a abruptos aumentos de preço desses alimentos.
Mas voltando à base da história, o universo da agricultura familiar é caracterizado, segundo o programa (PNAF), simultaneamente, quando a geração dos trabalhos do estabelecimento é exercida pelo produtor e quando o trabalho
familiar é superior ao trabalho contratado.
De outra forma, cresce também o debate do conceito da multifuncionalidade do espaço rural como realidade pertinente à nova conformação do rural brasileiro.
Almeida e Souza, (2003) explicam que o debate sobre a multifuncionalidade da agricultura ganha notoriedade durante
as negociações da Organização Mundial do Comércio, em Seatlle, em dezembro de 1999 e afirmam que o conceito de
multifuncionalidade opõe-se à idéia de que a agricultura é uma atividade exclusivamente produtora de bens alimentares, mas que exerce outras funções, incluindo a recreativa, a de lazer e de serviços.
Essas constatações reforçam o potencial da atividade turística no meio rural brasileiro, entendida como oportunidade de renda em especial na área proposta por esse estudo, qual seja, o Vale do Paraíba Paulista, que reúne alimentos
necessários para inserção dessa atividade nas propriedades rurais, propiciando o desenvolvimento sustentável da
região. Campanhola e Silva (2000, pág. 151) consideram o turismo rural como alternativa promissora para a geração
de emprego e renda da população rural, destacando o agroturísmo como alternativa viável para o aumento de renda
dos pequenos produtores.
A Embratur, por sua vez, conceitua o turismo rural como “conjunto de atividades turísticas praticadas no meio rural,
comprometido com a produção agropecuária, agregando valores a produtos e serviços e resgatando e promovendo
o patrimônio cultural e natural da comunidade”. Mais recentemente, para distinguir o turismo rural como atividade
inserida no modelo de agricultura familiar, definido pela Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), através do Programa Nacional de Agricultura familiar (PRONAF), conceituou a atividade turística familiar como aquela que ocorre quando na unidade produtora dos agricultores familiares, que mantêm as atividades econômicas típicas da Agricultura Familiar, dispostos a valorizar, respeitar e compartilhar seu modo de vida, o
patrimônio cultural e natural, ofertando produtos e serviços de qualidade e proporcionando bem estar aos envolvidos.
De acordo com essas promessas, o programa estabelece os seguintes princípios para o turismo rural na agricultura
familiar: Ser um turismo ambientalmente correto e socialmente justo; Oferecer produtos locais; Incentivar a diversificação da produção e propiciar a comercialização direta pelo agricultor; Contribuir para a revitalização do território
rural e para o resgate da auto estima dos agricultores familiares; Deve se complementar às demais atividades da unidade de produção familiar; Proporcionar a convivência entre os visitantes e a família rural; Estimular o desenvolvimento da agroecologia; Deve ser desenvolvido de forma associativa e organizada no território.
O Programa vislumbra algumas oportunidades para o turismo rural na agricultura familiar como a oferta de produtos
transformados, a partir das pequenas agroindústrias caseiras de queijos, vinhos, geléias, sucos, embutidos, doces e
compotas, biscoitos, bolachas e outros sistemas produtivos, tendo a
produção diversificada de alimentos
como atrativos de forte apelo cultural; atividades de lazer como a pesca
(pesque-pague e rios), cavalgadas,
caminhadas pelo campo, visita às instalações da fazenda de interesse histórico ou tecnológico e atrativos naturais da propriedade, tais como cachoeiras, rios e áreas naturais, educação
ambiental, através de atividades educativas ligadas ao meio ambiente e às
práticas agrícolas; a oferta de serviços de alimentação em restaurantes,
cafés caipiras ou coloniais, que oferecem alimentação típica ou de preparo
especial, procurando estabelecer um
resgate da culinária local, hospedagem, em pousadas, hospedarias ou a
própria casa do agricultor, preparada
para hospedar o visitante e, arredores
da propriedade rural, cujos os atrativos são um potencial de negócios
que podem ser integrados ao produto
turístico.
No Vale do Paraíba muitas das antigas fazendas dos Barões do Café,
abrem suas portas à visitação, ofere- O Luxo e opulência de uma Fazenda Café cendo inclusive a oportunidade de
conhecer móveis e utensílios da época e servindo autênticos cafés coloniais, com muito estilo, no ambiente prazeroso de uma fazenda de café, com seus terreiros de seca, mobiliário colonial, etc..
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Constata-se, portanto, que o turismo rural vem sendo introduzido, ainda que timidamente, em propriedades rurais familiares do Vale do Paraíba, através
de iniciativas dos próprios produtores que, improvisadamente,
através da constatação informal da demanda, passam a oferecer
serviços de hospedagem ou simplesmente abrem as porteiras
para quem desejar passar o dia na roça, saboreando uma comida tipicamente regional e o ambiente produtivo da fazenda. O
Município de Paraibuna, por exemplo, iniciou à cerca de dez anos, um projeto de valorização da cultura caipira, adotando uma
estratégia de divulgação para as festas, a paisagem, a gastronomia e a história locais e favorecendo a implantação da infra-estrutura hoteleira, baseada
principalmente na Zona Rural, tornando-se uma referência regional neste aspecto.
Segundo alguns pesquisadores e idealizadores, sugere-se que seja aproveitada a infraestrutura que outrora serviu às atividades produtivas das propriedades, como a cafeicultura e a pecuária de leite e que se encontram ociosas, para que sejam implantados projetos de aproveitamento do potencial turístico do meio rural, na região do Vale do Paraíba Paulista. No entanto o projeto só terá verdadeira repercussão nacional se houver a integração dos roteiros regionais, a capacitação empresarial e de mão de obra e a realização de
investimentos e estratégias
de marketing para a divulgação e inserção no mercado com chances de sucesso. Para este fim foi estabelecido, no Vale Histórico
um projeto abrangente para o “Cone
Leste Paulista”, inicialmente definido para a divulgação dos locais históricos das cidades
de Arapeí, Areias, Bananal, São José do
Barreiro e Silveiras.
O aproveitamento das antigas infraestruturas resultaria na diminuição dos custos de implantação de
uma proposta nestas propriedades, pois permite a reutilização
de material e a adaptação
de antigas instalações para as novas
finalidades. As sedes das
fazendas, por exemplo, podem se transformar em pousadas, nas
quais haja compartilhamento da casa
com os hóspedes, antigos
ranchos podem ser utilizados como restaurantes ou salões de jugos e casas de colonos podem ser utilizados como
chalés, desde que sejam devidamente preparados para isso. É preciso ressaltar que o grande entrave para quem pretende planejar a atividade turística na região é o fato de não haver intenção ou disposição das instâncias públicas
em fomentar esse segmento da economia, por desconhecimento de seus agentes ou por uma questão de prioridades. Repete-se no Vale do Paraíba, o quadro da maior parte dos municípios brasileiros, que,
apesar de vislumbrarem suas potências turísticas, não disponibilizam de recursos para investimento em mão de obra especializada no planejamento e na organização da comunidade para o turismo, nem tampouco investem na infra-estrutura necessária para dar suporte a
um fluxo turístico consistente.
Desta forma, para que uma proposta se consolide, há também a urgência de se intensificar
os esforços conjuntos entre os governos municipais, os órgãos de extensão rural e as instituições de ensino regionais para que se processe o planejamento adequado da atividade,
levando-se em conta o que afirmam Campanhola e Silva (2000 pág. 152), segundo os quais
há uma relação direta entre turismo rural e as características sociais, econômicas e ecológicas de cada local, o que fortalece a idéia de que o planejamento turístico deve estar inserido
no âmbito do planejamento territorial, pois as oportunidades são locais e muito particulares. Os grupos de agricultores familiares, por sua vez, precisam ser organizados e capacitados, para formarem rotas ou roteiros rurais,
nos quais se possa oferecer ao turista uma
diversidade de atrativos e atividades, ao mesmo tempo em que se fortalece os laços associativos e cooperativos,
facilitando o acesso às linhas de crédito disponíveis e dando representatividade política aos grupos.
Finalmente, é possível afirmar que, se houver estratégias adequadas e
mecanismos de incentivo eficientes, o turismo rural, pode ser para o
Vale do Paraíba, consoante o seu grande potencial e as condições descritas neste trabalho, a forma mais
eficiente de aceleração do turismo
como fator de desenvolvimento sustentável, visto que há uma grande
demanda por atrativos de cunho regional e um anseio das populações com o estresse e a necessidade da volta às origens.
De outra parte, a estrutura produtiva familiar que predomina na região e a necessidade de alternativas de revitalização do meio rural coincidem com as premissas
de turismo rural, que surge como forma de agregação de valor, aumento de renda
e incentivo para a valorização cultural e ambiental por parte das comunidades
locais.
Fonte: valedoparaiba.com
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TURISMO RURAL, é uma forma de agregar valor a uma propriedade que satisfaz
plenamente a intenção do visitante, a vivenciar uma vida natural e pacata, seja por
saudosismo ou necessidade provocada pelo estresse dos grandes centros.
Outros também, definem Turismo Rural como sendo uma modalidade de turismo com
o objetivo de apresentar plantações ou explorações agropecuárias, agregadas a cultura em áreas onde as mesmas, porventura sirvam de referência nacional ou internacional do chamado agro negócio ou história cultural de uma região.
Segundo documento do “Ministério do Turismo do Brasil” (Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural”, a conceituação de “Turismo Rural” fundamenta-se
em aspectos que se referem ao turismo, ao território, à base econômica, aos recursos
naturais e culturais e à sociedade. Baseados nestes aspectos, e nas contribuições
dos parceiros em todo o País, define-se como Turismo Rural: “o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor, produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade”.
Atividades turísticas no meio rural
As atividades turísticas no meio rural constituem-se da oferta de serviços, equipamentos e produtos de:
·
·
·
·
·
Hospedagem;
Alimentação;
Recepção à visitação em propriedades rurais;
Recreação, entretenimento e atividades pedagógicas vinculadas ao contexto rural da propriedade e sua história;
Outras atividades complementares às acima citadas, desde que praticadas no meio rural, que existam em função do turismo
ou que se constituam no motivo da visitação.
A concepção de meio rural adotada nas Diretrizes Brasileiras, baseia-se na noção de “Território”, com ênfase no critério de destinação e na valorização da ruralidade. Assim, considera-se território um espaço físico, geograficamente definido, geralmente contínuo,
compreendendo Cidades e Campos, caracterizado por critérios multidimensionais, como ambiente, economia, sociedade, cultura,
política e instituições. Além de uma população com grupos sociais, relativamente distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial.
Nos territórios rurais, tais elementos manifestam-se, predominantemente, pela destinação da terra, notadamente focada nas práticas
agrícolas, e na noção de ruralidade, e que contempla as características mais gerais do meio rural: a produção territorializada de qualidade, a paisagem, a biodiversidade, a cultura e certo modo de vida, identificadas pela atividade agrícola, a lógica familiar, a cultura
comunitária e a identificação com os ciclos da natureza.
O comprometimento com a produção agropecuária identifica-se com a ruralidade: um vínculo com as coisas da terra. Desta forma, mesmo que as práticas eminentemente agrícolas não estejam presentes em escala comercial, o comprometimento com a produção agropecuária pode ser representado pelas práticas sociais e de trabalho, pelo ambiente, pelos costumes e tradições, pelos aspectos arquitetônicos, pelo artesanato, pelo modo de vida considerados típicos de cada
população rural.
A prestação de serviços relacionados à hospitalidade em ambiente rural faz com que as características
rurais passem a ser entendidas de outra forma que não apenas focadas na produção primária de alimentos. Assim, práticas comuns à vida campesina, como manejo de criações, manifestações culturais e a
própria paisagem passam a ser consideradas importantes componentes do produto turístico rural e, consequentemente, valorizadas
e valoradas por isso. A agregação de valor também se faz presente pela possibilidade de verticalização da produção em pequena
escala, ou seja, beneficiamento de produtos in-natura, transformando-os para que possam ser oferecidos ao turista, sob a forma de
conservas, produtos lácteos, refeições e outros.
O Turismo Rural, além do comprometimento com as atividades agropecuárias, caracteriza-se pela valorização do patrimônio cultural
e natural como elementos da oferta turística no meio rural, devem contemplar com a maior autenticidade possível os fatores culturais, por meio do resgate das manifestações e práticas regionais, tais como: Folclore, Artesanatos, os “causus”, as lendas, a história
e a gastronomia, entre outras peculiaridades de cada região. Outra indicação importante é a de primar pela conservação e originalidade do ambiente natural.
No Brasil, existe um tendência evolutiva pela procura do “Turismo Rural”, seja em Fazendas Centenárias do Vale Paraíba Paulista,
de Minas Gerais, Rio de Janeiro, entre outras, assim como passeios eqüestres e a pesca esportiva no Pantanal Matogrossense, além
das trilhas históricas, cada vez mais conhecidas e procuradas do Vale do Paraíba, Região Serrana e Litoral Norte Paulista.
Fonte: http://pt.wikipédia.org/wiki
Arte e diagramação: Filipe de Sousa
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A análise que se faz do perfil do meio rural valeparaibano, além da constatação
de uma atividade agrícola marcadamente familiar, deve incluir também uma avaliação do acervo histórico e cultural
que os ciclos agrários legaram para as gerações atuais. O Vale do Paraíba de acordo com Toledo (2001, pág.66)
guarda monumentos arquitetônicos muito significativos e características do fazer e do viver de outras épocas. É uma
região, segundo ele, rica em tradições, entendidas como o apego aos usos e costumes antigos de uma comunidade
ou de um povo, que se constitui de conhecimentos e práticas resultantes de fonte oral, de hábitos ou recordações,
reveladoras de sabedoria popular. O autor ressalta as festas religiosas, o rico e variado artesanato e a culinária regional como expressões vivas das tradições valeparaibanas.
Ele também reconhece a importância do legado do ciclo cafeeiro que, a partir do século XIX, gerou um conjunto de
monumentos arquitetônicos que se destacam na região, principalmente no chamado Vale Histórico, região formada
pelos municípios de Silveiras, Areias, São José do Barreiro, Arapeí e Bananal, estendendo-se do meio rural para as
cidades, em conjuntos de valor imensurável, como fazendas, igrejas, sobrados, solares, estações ferroviárias, pontes, cemitérios, jardins públicos, etc..
Garcia (2003 pág. 53) afirma que a modernização das cidades do Vale do Paraíba não
representou a morte das tradições, que convivem com a modernidade presente na música, na linguagem, nos costumes, nas escolas, no fazer política e nos meios de comunicação. O autor sustenta sua afirmativa com a menção aos casarões urbanos que são
ocupados de alguma forma, assim como as fazendas antigas, que têm se transformado
em hotéis; à moda de viola, que pode ser apreciada em vários lugares e ocasiões; aos
carros de bois, que ainda circulam, etc.. São características que indicam que o vale é
diferente da metrópole, tornando-se por isso uma região alternativa.
De outra forma, as festas religiosas, muito relacionadas ao meio rural valeparaibano, ainda são preservadas como
importantes manifestações culturais, que representam a relação entre o
caipira e a religiosidade, expressa na mistura do profano e do divino, movimentando cidades como São Luiz do Paraitinga e Cunha, localizadas nas
encostas da Serra do Mar, onde se destacam as festas do Divino e dos respectivos padroeiros, São de Toloza e Nossa Senhora da Conceição.
Nestas festas, grupos de Cavalhadas, Moçambique, Congadas e outros folguedos se misturam à manifestação da fé, em ritos seculares mentidos pela
comunidade local.
De um modo geral, todas as cidades do Vale do Paraíba, inclusive as mais
urbanizadas como Pindamonhangaba, Taubaté e São José dos Campos,
homenageiam seus Santos Padroeiros com festas tradicionais, além de festa como a de São Benedito em Aparecida do Norte, de Santo António, em
Guaratinguetá e Paraibuna, Nossa Senhora da Piedade em Lorena e São José Batista em Queluz.
Há ainda outras manifestações importantes como a culinária regional, influenciada por índios, negros e brancos e
claramente focada na cozinha das fazendas e sítios, com variedade de alimentos e temperos e, apesar da simplicidade, muito atraente ao gosto e ao paladar de consumidores oriundos dos grandes centros urbanos. Destacam-se pratos tradicionais como o “afogado”, comida à base de carne bovina, servido graciosamente nas festas de padroeiros
das cidades do Alto Paraíba ou a “carne à moda da Bocaina”, criado improvisadamente para servir aos soldados revolucionários paulistas de 1932, numa fazenda de Cachoeira Paulista, além da cachaça e demais produtos derivados
da cana de açúcar, que teve greve ciclo na região, ocorrido na transição dos ciclos do ouro e do café.
Outro aspecto que merece ser analisado é a existência de núcleos rurais e de pequenos municípios, nos quais se
mantém o modo de vida característico do meio, reunindo por vezes personagens significativos da cultura local como
cantadores, bordadeiras, doceiras, contadores de causos, artesãos de modo geral e outros talentos, que se ocupam
de atividades rotineiras do campo, mas que, nos momentos de lazer e de convivência da comunidade demonstram
suas habilidades. Esse conjunto de experiências constituem um patrimônio valioso, que ajuda a perpetuar costumes
e manifestações da cultura regional como uma marca do povo valeparaibano, atraindo um povo qualificado, vindo
dos grandes centros urbanos.
Sodero Toledo
valeparaibana.com
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Temos que relacionar as manifestações religiosas do Vale do Paraíba com a influência a partir da cultura luso-brasileira, desenvolvida no Brasil a partir de 1500.
Com a colonização portuguesa, desenvolvida a partir do século XVII, a população
pequena e pobre, viveu isolada e dispersa por este vasto território. Assim, a religiosidade criou feições próprias no Vale do Paraíba. Ao passar de geração para geração, por meio de capelões, benzedores, rezadores e grupos familiares, tornou-se
uma das mais ricas e marcantes de suas tradições.
Durante o século XIX, com a expansão da produção cafeeira, a região destacou-se
no cenário do Império e desenvolveu um novo tipo de catolicismo, o catolicismo
popular que nada mais é que aquela religiosidade vivida e desenvolvida pela população mais pobre em geral. Tem suas origens no Mundo rural, sentidas pelos homens do campo que cultivavam uma mística da natureza, sentindo a presença das forças cósmicas. Procuravam então, o Santo, o Sagrado, o Divino, para se proteger de doenças, dos infortúnios e das intempéries afim de preservarem suas colheitas. Para tanto reservavam parte de seu tempo para as festas, para saudar, agradecer, pedir proteção, revigorar a crença no seu “santo” de quem eram fervorosos devotos. Daí o caráter festivo deste catolicismo.
Durante o século XIX, o catolicismo popular desloca-se gradativamente para os centros urbanos, sem, no entanto,
apresentar grandes modificações.
Em quase todas as cidades do Vale do Paraíba, encontramos lugar que nos oferecem manifestações religiosas e locais divinos que ao longo de suas história foram construídos, merecendo especial atenção a região compreendida
pela antiga Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, fundada em 1651, hoje, a simplesmente maravilhosa, Guaratinguetá. No inicio destacava-se pelo sua localização estratégica, assemelhando-se a um posto administrativo-militar avançado com o fim de preservar a ocupação do território conquistado pelos colonizadores portugueses, assinalando as possibilidades de desbravamento dos “sertões
desconhecidos”. Localizava-se em um entroncamento de caminhos que levavam em
direção ao litoral, à vila de São Paulo de Piratininga, posteriormente às Minas Gerais
e depois à Capitania do Rio de Janeiro. Sua localização se identifica com os lugares
propícios da vivência do sagrado, favorecendo a religiosidade popular. No local onde foi levantada a capela primitiva em louvor ao padroeiro, Santo António, pode-se
vislumbrar as serras verdejantes, por vezes com tonalidades mais escuras, aprisionando o Rio Paraíba, o céu azul e uma paz imensa que favorece a meditação.
A poucas léguas de Guaratinguetá, na busca de metais preciosos, os bandeirantes procurando um
lugar propício para ultrapassar o Rio Paraíba do Sul, em terras de Guaypacaré, deram origem ao
porto do mesmo nome em torno do qual e da capela erguida em homenagem a Nossa Senhora da
Piedade, surgiu a atual cidade de Lorena. Sob forte
influência do culto mariano, estimulado pela
igreja católica, elevada a freguesia em 1718, com o
nome de Piedade, o local ganhou progresso e
uma fama que se estendeu por toda a região. As
manifestações de fé e de devoção à Santa,
resultaram nas celebrações das festas de 15 de
agosto, tradição esta que se mantém até aos
dias de hoje. Frei Agostinho de Santa Maria, em
sua obra “Santuário Mariano”, de 1714, apresenta um titulo, todo ele referente à imagem milagrosa de Nossa Senhora da Piedade. Graças
à constante presença de fiéis e viajantes, que lhe
dedicavam suas orações, em 1746, o Papa
Benedito XIV, concedeu indulgência plenária e mercês especiais aos seus devotos. O Local se tornou assim o primeiro centro de peregrinação da região do Vale do Paraíba.
Esta posição de destaque somente foi suplantada, após o ano de 1745. Conta a história que mais à frente abordaremos em maiores detalhes que, em 1717, três pescadores ao fazerem o arrasto da rede que havia jogado anteriormente milhares de vezes sem qualquer resultado positivo de pesca, recolheram do seio do Rio Paraíba do Sul uma imagem de tez escura, no ano de 1717. Logo após a retirada da imagem, ela se encontrava sem a
cabeça, guardaram-na e no arremesso seguinte, para sua surpresa a rede veio repleta de
peixes. Mais tarde foi encontrada a cabeça da
imagem e a mesma foi guardada na casa de um
deles. A boa pescaria logo foi associada à
influência da imagem que veio a receber o nome
de nossa Senhora Aparecida. A princípio as
orações a ela dirigidas era feita pela família e amigos dos pescadores mas, com a propagação
da notícia, logo dezenas e depois centenas de pessoas passaram a freqüentar a casa do pescador que para a qual Santa havia construído um rudimentar altar. No ano de 1745, foi erguida a
Igreja em louvor de Nossa Senhora Aparecida.
Com o aumento das peregrinações, hoje Nossa Senhora Aparecida, considerada a padroeira do
Brasil, tem o seu santuário a “Basílica Nacional de Aparecida do Norte”, que todos os anos recebe milhares de turistas e de devotos do
Brasil e do Mundo.
Em 15 de abril de 1760, nascia António Galvão de França, na cidade de Guaratinguetá, filho
de uma família devota de Santa Ana. Por esta
razão, acrescentou posteriormente a seu nome,
que herdara do pai o sobrenome de
“Sant’ana” (ver história-artigo posterior). Em 1998,
no dia 25 de outubro, o Papa João Paulo II
realizou no vaticano, o ato solene de sua beatificação. Posteriormente no ano de 2007, no dia 11
de maio, o Papa Bento XVI, realizou a canonização
do Beato Freio Galvão, transformando o beato em Santo António de Sant’Ana Galvão, o primeiro Santo Brasileiro.
Assim, Guaratinguetá se incluí no roteiro de turismo religioso, cuja casa onde viveu Santo António de Sant’Ana Galvão é local de romarias e alvo da fé de milhares de milhares de peregrinos que buscam as suas famosas pílulas de
papel, às quais são atribuídos inúmeros milagres e graças.
Filipe de Sousa
24
HISTÓRIA
Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (anterior a 1743) e no Arquivo
Romano da Companhia de Jesus, em Roma.
A história tem seu inicio em meados do ano de 1717, quando chegou a
Guaratinguetá a notícia de que o Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, Governador da então Capitania de São Paulo e Minas
de Ouro, iria passar pela povoação a caminho de Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto), no atual Estado de Minas
Gerais, já que este era o caminho mais acessível e próximo das minas gerais.
Desejosos de obsequiá-lo com o melhor pescado que obtivessem, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e
João Alves lançaram suas redes ao Rio Paraíba do Sul. Depois de muitas infrutíferas tentativas de recolher alguns
peixes, descendo o curso do rio, procurando outro melhor ponto para a sua pescaria, desceram o curso do rio chegando a Porto Iguaçu, no dia 12 de Outubro de 1717. Já sem esperança, João Alves lançou sua rede nas águas e ao
recolhê-la viu nela o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem cabeça. Em nova tentativa, lançando novamente sua rede, na mesma recolheu a cabeça da imagem. Envolveram o achado em um lenço e, animados
pelo acontecido, lançaram novamente suas redes e tão grande foi o êxito obtido que imediatamente saíram para dar
a boa nova.
Durante quinze anos a imagem permaneceu na residência de Filipe Pedroso, onde as pessoas da
vizinhança se reuniam para orar. A devoção foi crescendo e a notícia se espalhando pelo povo da
região, em virtude de muitas graças terem sido obtidas por aqueles que oravam diante da imagem.
A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões, primeiro
no Vale do Paraíba e gradualmente pelo Brasil. A Família construiu um oratório, que logo se mostrou pequeno. Por volta do ano de 1734, o vigário de Guaratinguetá construiu uma capela no alto
do morro dos Coqueiros. Aberta à visitação pública em 28 de julho de 1745 o numero de fiéis não
parou de crescer o que originou a construção de uma igreja maior, a atual “Basílica Velha de Aparecida”.
Em 8 de novembro de 1888, a Princesa Isabel visitou pela segunda vez a Basílica e ofertou à Santa uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com um manto azul. No ano de 1894, chegou a Aparecida do Norte um
grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da imagem para rezar com a Senhora “Aparecida”
das águas.
A 8 de setembro de 1904, a imagem foi coroada, solenemente, por D. José de Camargo Barros. No dia 29 de Abril de 1908, a igreja recebeu o titulo de “Basílica Menor”. Vinte anos depois, em 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor
da igreja no alto do Morro dos Coqueiros, tornou-se Município, que recebeu o nome de Aparecida do Norte. Em 1929, Nossa Senhora foi proclamada a Rainha do
Brasil e sua padroeira oficial, pelo Papa Pio XI.
Com o crescimento da quantidade de visitantes e fiéis essa Basílica, se tornou muito pequena para abrigar todos os que a visitavam. Assim, fez com que surgisse a
necessidade de se fazer um outro templo bem maior e com espaço suficiente para
abrigar veículos e outros centros de apoio aos romeiros. Por iniciativa dos Missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve inicio em 11 de novembro de
1955, a construção do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o maior Santuário Mariano do Mundo. A planta elaborada pelo arquiteto Benedito Calixto de Jesus reúne um conjunto arquitetônico em forma de crus de Santo André. Em 1980, ainda em construção, foi consagrado pelo Papa João Paulo II, recebendo o titulo de “Basílica Menor”. Foi declarada oficialmente, no
ano de 1984, pela CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil “BASÍLICA DE APARECIDA - SANTUÁRIO NACIONAL”.
DISCRIÇÃO DA IMAGEM:
A imagem retirada das águas do rio Paraíba do Sul, em 1717, é de terracota e mede quarenta centímetros de altura.
Em estilo seiscentista, como atestado por diversos especialista que a analisaram. Acredita-se que originalmente apresentaria uma policromia, como era costume na época, embora não haja documentação que o comprove. A argila
utilizada para a confecção da imagem é oriunda da região de Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo. Quando foi
recolhida pelos pescadores, o corpo estava separado da cabeça e, muito provavelmente, sem a policromia original,
devido ao período em que se encontrou submersa nas águas do rio. A cor de canela com que se apresenta hoje deve-se à exposição secular à fuligem produzida pelas chamas das velas, lamparinas, candeeiros, acesos por seus devotos. Em 1978, após sofrer um atentado que a reduziu a quase duzentos fragmentos, foi encaminhada ao Prof. Pietro Maria Bardi (à época diretor do Museu de Arte de São Paulo) que a examinou, juntamente com o Dr. João Marinho, colecionador de imagens sacras brasileiras. Foi então totalmente restaurada, no MASP, pelas mãos da artista
plástica Maria Helena Chartuni. Embora não seja possível determinar o autor ou a data da confecção da imagem, através de estudos comparativos concluiu-se que ela pode ser atribuída a um discípulo do monge beneditino Agostinho da Piedade, ou, segundo Silva-Nigra e Lachenmayer, a um irmão de Ordem, frei Agostinho de Jesus. Atualmente
a coroa de Nossa Senhora Aparecida é de ouro maciço cravejada de pedras preciosas, especialmente concebida para a comemoração do Centenário de sua Coroação, no dia 8 de Setembro de 2004.
Filipe de Sousa
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FUNDADOR E GUIA DO “MOSTEIRO DA LUZ”
ORDEM DE RECOLHIMENTO DE NOSSA SENHORA DA LUZ - COCEPCIONISTAS
Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, filho de pais piedosos e cuja família era reconhecida
por sua grande caridade para com os pobres, nasceu em 1739, na cidade de Guaratinguetá,
no Vale do Paraíba Paulista, no Estado de São Paulo, tendo sido batizado com o nome de
Antônio Galvão de França.
Viveu em sua infância em meio à riqueza, já que seu pai Antônio Galvão de França, era capitão-mor da cidade, gozando de plenas regalias políticas e de situação econômica privilegiada. A mãe, Isabel Leite de Barros, por sua vez, era descendente de Fernão Dias Paes Leme,
de linhagem nobre e famoso desbravador dos sertões do Brasil por ocasião das expedições
dos bandeirantes.
Os pais, preocupados em zelar pela esmerada educação dos filhos, matricularam Frei Galvão no Colégio de Belém, que era administrado pelos padres da companhia de Jesus, onde
já se encontrava um de seus irmãos, de nome José. Era o ano de 1725 e Antônio Galvão tinha treze anos de idade quando ingressou no colégio. Lá permaneceu por quatro anos, onde aprendeu ciências humanas ao mesmo tempo que aprofundou-se nas verdades divinas. Ao final desse período, manifestou ao pai o desejo de abraçar a vida religiosa. O próprio pai aconselhou-o a ingressar no convento dos franciscanos, já que havia um
convento em Taubaté, cidade não muito distante de Guaratinguetá. E foi deste modo que frei Galvão iniciou sua jornada, renunciando a todo o conforto das riquezas e influência social, para dedicar-se exclusivamente ao serviço de
Deus.
Aos 21 anos de idade, fez o noviciado na Vila de Macacu, Rio de Janeiro, onde os confrades já percebiam o desabrochar da piedade e conduta exemplar que carregava consigo desde o tempo da infância. Em 1761 professou os votos
solenes e somente um ano depois, por reconhecida sabedoria e já proclamadas virtudes, recebeu o sacramento da
Ordem. Mesmo Ordenado Sacerdote, optou por dar continuidade aos seus estudos de filosofia e teologia no Convento de São Francisco, em São Paulo. Após formar-se assumiu, respectivamente, os cargos de pregador, confessor de
leigos e também porteiro do convento, cargo este considerado de muita importância pela possibilidade que lhe dava
da comunicação com as pessoas e o grande apostolado resultante.
Distinguiu-se pela dedicação incansável ao sacramento da Penitência. Fazia parte de sua rotina não só atender às
pessoas que lhe procuravam no convento para confessar-se, mas percorria caminhos nos mais longínquos rincões
da cidade. Tal dedicação fez com que seus superiores o nomeassem confessor de um recolhimento de piedosas mulheres, em São Paulo. Foi lá que encontrou a irmã Helena Maria do Espírito Santo, religiosa de profunda oração e que
lhe confidenciara que o próprio Jesus lhe havia revelado o pedido de fundar oficialmente um novo Recolhimento.
Após analisar, ouvir o parecer de pessoas sábias e esclarecidas do clero, Frei Galvão considerou válidas as visões
da irmã Maria Helena. Assim em 1774 fundou oficialmente o Recolhimento das
“Recolhidas de Santa Teresa”. Frei Galvão dedicou-se por quatorze anos não só cuidando da ampliação do Recolhimento, mas também na construção da Igreja, inaugurada em
15 de Agosto de 1802. Foi o próprio frade quem arquitetou e empreendeu a edificação,
trabalhando como mestre de obras e como pedreiro. Só em 1929, porém, este Recolhimento viria a transformar-se no Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, que deu
origem a outros nove mosteiros, os quais tem Frei Galvão como fundador e guia. Daí o
nome de “Mosteiros das Concepcionistas”, ou mais conhecido popularmente como
“Mosteiro da Luz”.
Frei Galvão era um franciscano simples, que normalmente no silêncio noturno, costumava aliviar os pobres em suas
necessidades materiais e espirituais. Os doentes le procuravam freqüentemente, pois a ocasião não era propícia para tratamentos médicos adequados, tanto pela falta de recursos financeiros como pela limitação científica da época.
Numa dessa ocasiões, um jovem que padecia de dores renais violentíssimas lhe procurou, pois, diante da grave enfermidade já vislumbrava a face da morte aproximando-se em passo acelerado. Foi quando o santo frade, tomando
às mãos pena e papel, escreveu uma frase em latim do Ofício de Nossa Senhora. Enrolou-o em forma de pílula e pediu ao jovem enfermo que a tomasse. Tão logo ingeriu a pílula, as dores cessaram e segundos depois, expeliu um
grande cálculo renal. Ainda em meio a esse milagre, um senhor chegou ao local suplicando orações e que lhe desse
qualquer remédio para a mulher, que naquele momento, sofria de sérias complicações de parto. Frei Galvão fez outra
pilulazinha semelhante à primeira e pediu que o mesmo a levasse à esposa. Logo que a mulher a tomou, a criança
nasceu, sem qualquer complicação tanto para a mãe como para o filho.
Após essas manifestações, o poder milagroso das pílulas se espalhou pela região e tantas eram as solicitações que
teve que ensinar as irmãs do Recolhimento a confeccioná-las e dá-las a quem delas necessitasse, o que é feito até
aos dias de hoje.
Frei Galvão foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 25 de Outubro de 1998. Na manhã do dia 23 de Fevereiro de
2007, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico, o Papa Cento XVI anunciou a canonização de cinco beatos, entre
eles Frei Galvão, nascido em Guaratinguetá, Estado de São Paulo—Brasil. A Cerimônia Oficial da canonização foi
realizada no dia 11 de Maio de 2007, no Campo de Marte, na cidade de São Paulo e foi Presidida pelo Santo padre
Bento XVI, em sua visita ao Brasil por ocasião da V Conferência Geral do Conselho Episcopal Americano e do Caribe, esta realizada no Santuário Nacional de Aparecida. Frei Galvão é o primeiro Brasileiro Nato a receber a honra dos
altares, do que muito se orgulham os valeparaibanos e os Brasileiros cujas romarias a Guaratinguetá são constantes. ( Mais detalhes e Biografia na Página 47)
Filipe de Sousa
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O OURO VERDE:
Os barões do café ocupavam o Vale do Paraíba. Em vinte anos, a produção subira de
meio milhão para cerca de três milhões de arrobas de café. Queluz, São José do Barreiro, Bananal, Guaratinguetá, Pindamonhangaba e até Cunha e São Luís do Paraitinga encravadas em plena Serra do Mar, cresciam em população e ficavam cada vez mais ricos.
Bananal destacava-se como um município opulento, onde os fazendeiros brasonados
tinham requintes esquisitos e manias dispendiosas de grandezas desmedidas. Era comum, chamar mestres da Europa para ensinar os filhos dos opulentos Barões. Ao lado
de suas casas confortáveis, havia capelas decoradas para o culto dominical privativo.
Banal produzia, então, mais de um milhão de arrobas de café e o esterlino andava por
baixo. As grandes minas nacionais estavam no Vale do Paraíba, Jacareí era também terra de muito café. Pindamonhangaba figurava entre os municípios ricos. Até Paraibuna,
entre duas encostas da Serra do Mar, devido ao seu clima suave e sem geadas, acusava, pela época uma produção
compensadora de mais de 120 mil arrobas.
O DECLÍNIO DO LITORAL NORTE PAULISTA:
o Rio Paraíba do Sul, cortando, ao centro, o veracíssimo vale, era uma estrada rolante, embora pouco utilizada. O
escoamento da produção buscava diretamente o atlântico, descendo nos lombos dos cargueiros, a encosta da serra,
onde já serpenteava uma estrada de rodagem, revestida de lages, que subia de Ubatuba a São Luis do Paraitinga,
centro próspero, onde se colhia muito café, e servia de primeiro acampamento aos tropeiros que demandavam o
mar, lá em baixo. Ubatuba era, então, grande cidade, com o porto seguro, calhado de navios.
Mas abaixo, São Sebastião, viu-se freqüentado por muitos veleiros de longo curso que iam ali atulhar os porões de
café, descido pelos tropeiros das eminências de Paraibuna e Mogi das Cruzes. Esses dois municípios produziam então para cima de duzentas mil arrobas de café de tipos finos.
Porque o declínio posterior? - São Sebastião, que tinha renda superior a Santos no Litoral da Capitania de São Paulo,
é cidade que desertou. A população foi diminuindo. O café levou-a consigo. O advento da ferrovia, ao mesmo tempo
que fez com que as cidades do trecho por onde ela cortava sofressem vertiginosa transformação, passando de antigos e minguados lugarejos a grandes cidades, fez com que após a inauguração do trecho entre o Rio de Janeiro e
São Paulo, a carga se deslocasse do Litoral Norte para o Rio de Janeiro, que se tornou o “Porto do Vale do Paraíba”.
A ferrovia vibrou funda punhalada nos velhos e prósperos portos litorâneos do Litoral Norte Paulista. Houve uma
tentativa de reerguimento do velho porto de Ubatuba, com o projeto de uma ferrovia, que chegou a ter inicio, e partiria daquela velha cidade alcançando Taubaté. Como sabemos, essa tentativa não teve êxito, assim como outras tentativas, continuando o Litoral Norte isolado por
diversos anos.
A MOVIMENTAÇÃO PAULISTA:
A Companhia São Paulo e Rio de Janeiro nasceu principalmente pela insatisfação dos Cafeicultores do Vale do Paraíba Paulista devido o projeto da Estrada de Ferro D. Pedro II, dizer que seus trilhos só chegariam até Porto Cachoeira, atual Cachoeira Paulista, no Estado de São Paulo. O objetivo do
Governo Imperial e desta Ferrovia era a possibilidade de navegação do Rio Paraíba do Sul
até à freguesia da Escada em Jacareí e, com isso, não tinha planos de prosseguir com a Estrada de Ferro até à cidade de São Paulo, apesar dos projetos e apelos das Populações de
Cafeicultores das outras cidades do Vale do Paraíba que não seriam atingidas pela ferrovia.
No final da década de 1860, houve uma movimentação para criar a primeira Ferrovia do Vale
do Paraíba Paulista. Seria uma ferrovia, que saindo de Rio Grande, estação de São Paulo
Railway (atual Rio Grande da Serra), alcançaria a Freguesia da Escada (pertencente hoje à Guararema), e depois foi
definido que chegasse mais próximo ao centro de Jacareí. Mas este projeto foi substituído pelo projeto da ferrovia
São Paulo - Rio de Janeiro. No início da década de 1870, os grandes cafeicultores organizaram na Província de São
Paulo a Companhia São Paulo e Rio de Janeiro, com a finalidade de se construir uma Estrada de Ferro, que partindo
da Capital paulista, se ligaria à “D. Pedro II” que levara seus trilhos somente até Cachoeira. Nessa época, São Paulo
vibrava de entusiasmo ferroviário. os grandes proprietários rurais, enriquecidos pelo café, subscreveram as ações
por patriotismo e por lúcido interesse. Precisavam de transporte rápido e econômico para a sua produção. Além disso as ferrovias valorizavam os sertões, antes abandonados, e a imigração crescente dava excepcional valor à terra
que antes pouco significava, porque a riqueza era construída pela mão de obra escrava. Já a São Paulo Railway, com
seus 139 km concluídos, era um bom exemplo então a ser seguido.
Participavam importantes personalidades residentes nas diversas cidades do Vale do Paraíba, entre as quais o Velho
Leitão de Jacareí e o futuro Barão de Castro Lima (ou seria o Conde Moreira Lima?) de Pindamonhangaba, proprietários de grandes fazendas cafeeiras.
Em 24 de Agosto de 1871, a Assembléia Legislativa da Província de São Paulo garante com Lei, juros anuais de 7%
aos investidores, o que facilitou o levantamento de capitais que tornassem viável a execução do projeto. O capital da
nova Companhia foi de “Dez Mil Contos” porque muito valia então nosso dinheiro. Ficou resolvido, no entanto, o onerosos erro de que a bitola seria de um metro. Essa escolha se deveu principalmente a dois fatores: O principal, é
que a Lei de Subvenção Quilométrica exigia que para as ferrovias se beneficiarem dela, que a bitola deveria ser de
um metro. O segundo, é que com a escolha da bitola de um metro, o custo da construção se reduzia. Com a escolha
dessa bitola, a Cia. SP e RJ acabou ficando em meio de duas ferrovias de 1,60 metros.
CONTINUAÇÃO
As Ferrovias Estrada de Ferro D. Pedro II e a São Paulo Railway. Este erro impedia que as
mesmas se interligassem.
A decidida participação dos capitalistas do Vale do Paraíba nesse importante
evento ferroviário, justificava-se pela contribuição que os transportes ferroviários dariam ao desenvolvimento daquela importante área, alterando definitivamente a sua fisionomia geo-econômica e levando progresso a todas as comunidades situadas ao
longo do traçado, a saber: Jacareí, São José dos Campos, Caçapava, Taubaté., Pindamonhangaba,
Guaratinguetá e Cachoeira Paulista.
No dia 31 de Março de 1873, teve lugar, com a assistência do Dr. João Teodoro Xavier, então Presidente da Província
de São Paulo, membros da Assembléia Legislativa Provincial, e grande numero de pessoas da alta sociedade, a cerimônia de inauguração dos trabalhos da “Companhia São Paulo e Rio de Janeiro”. A sede da Companhia era na cidade do Rio de Janeiro, e tinha como marco inicial a Estação do Norte, no Bairro do Brás. A ferrovia foi construída em
três Secções, e chegou a merecer a visita do Imperador D. Pedro II em 1875 para vistoriar e acompanhar a construção. O trecho que saíra do Rio de Janeiro e chegara até Cachoeira Paulista era em bitola de 1,60 metro. A preferência
fora ditada por motivos de maior segurança. Também não estava certo. Bastaria a bitola de 1,44 m adotada universalmente. Mas, a Estrada que partiu de São Paulo ao encontro da Estrada de Ferro D. Pedro II não media mais de 1 metro e teve o traçado defeituoso das bitolas estreitas, consideradas linhas de penetração. Cometeu-se um erro que
duraria cerca de um século e que constituiu no desvio do traçado em direção a Mogi das Cruzes. O caminho natural
era o vale que a Rodovia Presidente Eurico Gaspar Dutra, viria a aproveitar, sem exigir grandes aterros nem extensos cortes, permitindo rampas suaves. Representa notável encurtamento até São José dos Campos, pois evitaria a
Serra de Guararema e as contorções compulsórias de um traçado que precisa vencer uma topografia acidentada.
Mas, Mogi das Cruzes era, então, um populoso centro, produzia para cima de cem mil arrobas de café, e contava gente mais importante e mais de vinte e cinco mil habitantes. Dessa maneira, tornou-se passagem obrigatória, pois os
trilhos das empresas particulares corriam no rastro dos tropeiros, atrás de carga. O responsável pela passagem dos
trilhos em Mogi das Cruzes, foi o Dr. Salvador José Corrêa, falecido em 6 de Agosto de 1892. Ele fora Juiz Municipal, Chefe Político local do Partido Conservador e Deputado da Assembléia Legislativa Provincial de São Paulo por mais de 30 anos. Apesar de
não ter nascido em Mogi das Cruzes, teve boa parte de sua vida
pública relacionada a esta Cidade. Ele conseguiu a modificação
do traçado da Companhia São Paulo e Rio de Janeiro, para que a
linha passasse por Mogi das Cruzes. Sem o esforço e prestígio
deste cidadão Mogiano, a ferrovia teria tomado outro rumo, passando longe do centro de Mogi das Cruzes.
Em 6 de novembro de 1875 os trilhos chegavam a esta cidade. O
tráfego foi inaugurado com a presença do Presidente da Província e demais Autoridades. O trem inaugural partiu da Estação do
Norte às 10:10 da manhã, chegando a Mogi das Cruzes ao meio
dia, sendo recebido com grande júbilo. E a cena se repetia em
cada cidade em que os trilhos chegavam. Em 02 de Julho de 1876, foi a vez de Jacareí; e, 1º de Agosto , São José
dos Campos; até que a extensão total foi inaugurada em 7 de Julho de 1877, com muitas festas e a presença de convidados ilustres, como por exemplo o Conde d’Eu, marido
da Princesa Isabel. A primeira viagem completa foi feita partindo-se da Côrte, atual cidade do Rio de Janeiro, até à cidade de São Paulo. O trem levava cerca de 15 horas para realizar o percurso completo com a baldeação em Cachoeira
Paulista, devido à diferença de bitolas.
A planura do Vale do Paraíba permitiu fecunda rapidez dos
trabalhos de construção. Havia pontos em que bastava tosar a terra e assentar os dormentes. É interessante citar que
quando os trilhos atingiram Taubaté em 27 de Dezembro de
1876, foi criada uma linha de deligências para levar os passageiros de Taubaté até Cachoeira Paulista e vice-versa,
para que eles pudessem completar a viagem até à Côrte ou
até à Estação do Norte. Conforme os trilhos iam avançando,
as deligências acompanhavam a ponta dos trilhos. É interessante citar que a
“D. Pedro II” depois
de ter chegado a Cachoeira Paulista, queria levar seus trilhos até Lorena e
depois Guaratinguetá. Isso não ocorreu, pois o Governo paulista, já havia
dado o Privilégio deste trecho à “São Paulo e Rio de Janeiro”. Nesta época
os passageiros das diligências necessitavam desembarcar e atravessar o
Rio Paraíba do Sul de balsa de um lado para o outro. Este inconveniente foi
suprimido quando da chegada da “Companhia São Paulo Rio de Janeiro” em
Cachoeira Paulista, com a construção de uma ponte ferroviária sobre o Rio
Paraíba do Sul.
CONTINUA
28
No dia 8 de Julho de 1877, o primeiro trem chegava a Cachoeira Paulista saindo de São
Paulo, cabendo à cidade de Lorena a sua recepção. Pela manhã, num ambiente de grande euforia pública, toda a população saiu às ruas, nas quais se armaram coretos e por onde diversas
bandas de música desfilaram seus acordes, deixando no ar alegres acordes de marchas e dobrados, enquanto grupos de meninas e senhoritas lançavam folhas de rosas desfolhadas sobre
as autoridades participantes das excursões e que eram saudadas em sua chegada com “vivas”,
numa demonstração de entusiasmo nunca antes vista. Aqui terminava a estrada um percurso de
231 km de bitola de 1 metro. Modificava-se assim, com esta inauguração a estrutura econômica do hoje vale histórico, que antes fora a rota, a estrada segura para as minas gerais dos diamantes, das esmeraldas e do ouro, abrindo-se o caminho para os grandes negócios do café. Mas a estrada de ferro, cujos fins era o escoamento mais fácil
do café, exigia produção para existir.
Pouco tempo esteve esse trecho sob exploração da Companhia São Paulo e Rio de Janeiro. Acabada em 1877 a
ligação da ponta dos trilhos com o ramal que subia do Rio de Janeiro se apresentava como uma necessidade. No
entanto, para que isso pudesse acontecer tinha que ser tomada uma decisão que nada mais era que o óbvio, a
necessidade de uniformização das bitolas. A São Paulo Railway e a Companhia Paulista de Estradas de Ferro estavam entrosadas e ambas usavam a mesma bitola, que era também a do trecho Rio de Janeiro - Cachoeira Paulista. A providência esclarecida dos ricos Barões do Império vira a necessidade de articular, o mais rápido possível, o extremo sul do país à Capital, São Paulo. O Rio Grande do Sul estava girando perigosamente na órbita do
Prata. A província da banda Oriental, era uma ameaça com sua aproximação e mau exemplo depois da Revolução
Farroupilha. Impunha-se levar adiante o que a visão de Feijó prevenira. Em 30 de Agosto de 1890 o trecho do ramal São Paulo era encampado. A Estrada de Ferro dera um saldo positivo de 500 contos nesse ano à concessionária inglesa, que para um investimento de 10 mil contos, não chegara aos 7% de juros anuais garantidos pelos
Governos Federais e Estaduais.
O GRANDE ERRO FOI O TRAÇADO
O Grande problema fora ter sido consentido no traçado do ramal São Paulo, excessivamente mal projetado, com
rampas muito fortes que impediam o concurso de longas composições, que de outra forma aumentaria sobremaneira a capacidade de cargas. Já o mesmo não acontecera com o traçado do trecho do Rio de Janeiro, o mais difícil, executado dentro de normas fixadas pela concessão inicial. “desde o município da Côrte (Rio de Janeiro) até
tocar na Província de São Paulo, atravessando o município de Iguaçu, passando a serra em lugar razado, tocando
as margens do Paraíba (Rio Paraíba do Sul), e seguindo pelos municípios de Piraí, Barra Mansa, Resende e Campo Belo”
A diferença das bitolas impedia o intercâmbio de vagões através do Vale do Paraíba, dai ter o Governo Paulista, já
na época da república, no ano de 1896, determinado que fosse efetuado o alargamento da bitola dos trilhos, afim
de que se tornasse possível
essa intercomunicação. No entanto, enquanto
essa troca se processava, cujas obras se estenderam até ao ano
de 1908, os trens se detinham, primeiramente
em Aparecida do Norte, depois em Taubaté e
por último em Jacareí.
Por ocasião do alargamento da linha entre São
Paulo e Cachoeira
Paulista, a Companhia São
Paulo e Rio de Janeiro já não existia mais. Ela se
integrara à Estrada
de Ferro D. Pedro II, no ano
de 1891, ou seja dois
anos após a queda da Monarquia no Brasil.
Nessa altura se deu a junção
dos dois trechos que
ficariam integrados e sob a a
administração
da
nova companhia a “EFCB Estrada de Ferro
Central do Brasil”.
Esta unificação, estes trabalhos de equivalência das bitolas dos trilhos veio a trazer maior agilidade e mobilidade no comércio e no deslocamento de mercadorias, contribuindo e muito para consolidar entre os dois maiores centro de civilização, cultura e progresso do País. Mais tarde, em 16 de Março de 1957, a Lei nº. 3.115 criou a “RFFSA - Rede Ferroviária Federal”, o que levou ao
fechamento das linhas consideradas deficitárias. Anos mais tarde o trecho Paulista do Vale do Paraíba, foi totalmente abandonado, em cuja situação se encontra até aos dias de hoje, em virtude do transporte ferroviário ter
deixado de ter interesse de exploração e em parte também pela opção do transporte rodoviário e da facilidade apresentada pela Rodovia Presidente Eurico Gaspar Dutra, para o transporte rodoviário das mercadorias. Está nos
planos do governo a implantação de um trem extra rápido ligando Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro (trem bala), cujas obras de implantação estão previstas para inicio do ano de 2009.
Fontes: Revista Ferroviária (Setembro de 19501), anpf.com.br, pt.wikipedia.org.br
Formatação: Filipe de Sousa
29
A bacia do “Rio Paraíba do Sul se estende por territórios pertencentes a três Estados da região Sudeste; São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde se situa sua foz.
A parte paulista da bacia está localizada entre as coordenadas 22º e 24’ e 23º 39’ de
latitude sul e 44º 10’ e 46º 26’ de longitude oeste., abrangendo uma área de drenagem de 13.605 km2.
O Rio Paraíba do Sul é formado pela confluência dos Rios Paraitinga
e Paraibuna, onde se faz sua nascente, cujos rios têm seus cursos orientados na
direção Sudeste, ao longo dos contrafortes inferiores da Serra do Mar.
Após essa confluência, e já denominado Rio Paraíba do Sul, continua
seu curso para Oeste, até às proximidades de Guararema, no Vale do Paraíba, onde
é barrado pela Serra da Mantiqueira, que o obriga a inverter completamente o rumo
do seu curso natural, passando então a correr para Nordeste e depois, para Leste,
banhando todo o Vale do Paraíba, adentrando no Estado do Rio de Janeiro até atingir sua foz na cidade de Pontal de Atafonas, no Norte do Rio de Janeiro, onde encontra o Oceano Atlântico.
Seus principais afluentes, no trecho paulista da bacia são os Rios
Jaguari e Buquira.
continua
30
O “Rio Paraíba do Sul” é um rio brasileiro que banha
os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, nasce das confluências dos
Rios Paraitinga e Paraibuna, na Serra da Bocaina, a uma altitude de 1.800 metros acima do nível do mar, no Vale do
Paraíba no Estado de São Paulo.
Percorre um pequeno trecho do sudeste do Estado de Minas Gerais, fazendo a divisa natural deste com o Estado do
Rio de Janeiro, atravessa grande parte deste último e tem sua foz em Atafonas, distrito de São João da Barra, desaguando no oceano Atlântico. Seu curso é desenvolvido entre as Serra da Mantiqueira e do Mar e o seu percurso total
é de aproximadamente 1.120 km, no sentido oeste para leste.
Os principais afluentes do Rio Paraíba do Sul são os Rios Jaguari, Buquira, Paraibuna, Piabanha, o Pomba e o Muriaé. Estes dois últimos são os seus maiores afluentes e deságuam a 140 e a 50 km da foz, respectivamente.
A Bacia do Rio Paraíba do Sul tem uma área de 56.500 km2, abrangendo não só as regiões do Vale do Paraíba Paulista e Fluminense e grande parte da Zona da Mata Mineira.
Trata-se de território quase completamente antrópico com a Mata Atlântica original restrita a parques e reservas florestais. O próprio Rio Paraíba do Sul tem seu curso marcado por sucessivas represas, destinadas à provisão de água e à geração de energia elétrica para as populações da bacia hidrográfica como também para a região metropolitana do Rio de Janeiro. Em razão dessas atividades e da falta de tratamento dos esgotos domésticos e industriais o
Rio Paraíba do Sul, encontra-se num estado ecológico muito critico, além de ter 40% de sua vazão desviada para o
Rio Guandu. Suas águas também são utilizadas para abastecimento industrial e deposição final dos esgotos industriais e residenciais.
Na região do Vale do Paraíba uma das atividades que mais contribuiu para a sua degradação ambiental e da flora de
suas margens, foi a extração sem controle de areia com o fim de sua utilização na Construção Civil. Hoje, a gestão
da Bacia hidrográfica do Sul é feita pelo “CEIVAP”, dentro de uma política de participação Estadual e Municipal, pela
Lei nº. 9.433/97,
Atualmente apenas dois terços do Rio Paraíba do Sul servem para a navegação; o trecho inferior que fica entre a foz
em Atafonas e São Fidélis, numa extensão de aproximadamente 90 km, com uma declividade de 22 cm/km. Este trecho é utilizado apenas por pequenas embarcações que transportam principalmente material de construção para a
cidade de Campos dos Goytacazes, no Norte do Estado do Rio de Janeiro; no trecho médio superior, entre Cachoeira
Paulista e Guararema, numa extensão de apenas 280 km, apesar da pequena declividade de 19cm/km, sendo utilizado apenas por barcos de passeio e de turismo.
A navegabilidade do Rio Paraíba do Sul em toda a sua extensão é prejudicada por diversos acidentes, uns naturais
outros humanos: saltos, corredeiras, trechos de forte declividade, aliados a obras efetuadas para fins de produção
de energia elétrica sem se ter levado em conta a possível transposição de níveis. Outras obras que também não preservaram a possibilidade de navegação foi a construção de várias pontes ferroviárias e rodoviárias.
Economicamente nunca foi tratado como uma solução viável para o transporte de mercadorias e assim foram construídas ao longo do seu curso, primeiro a Ferrovia que liga São Paulo ao Rio de Janeiro e vice versa, hoje desativada
e a Rodovia Presidente Eurico Gaspar Dutra que faz o mesmo trajeto.
Geomorfologia:
O Rio Paraíba do Sul corre pelo fundo de uma depressão tectônica ao longo da base da Serra da Mantiqueira, com a
qual está geomorfologicamente relacionado. A origem do vale prende-se aos episódio tectônicos que originaram as
Serras do Mar e da Mantiqueira.
Problemáticas urbanas e pontos críticos:
Um dos principais problemas enfrentados pelos municípios da calha do Rio Paraíba do Sul refere-se ao conflito de
uso de sua várzea. Entre os problemas já atrás registrados, existem três utilizações básicas que disputam espaço
na área: o uso urbano, a agropecuária e a mineração, todas elas conflitantes em maior ou menor grau com a preservação ambiental deste rio.
O zoneamento minerário desenvolvido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, tem catalisado a discussão desse problema ou desses problemas por que passa o Rio Paraíba do Sul. As principais críticas levantadas ao estudo
referem-se à visão setorial e parcial das questões. Por um lado critica-se a insuficiência de um zoneamento minerário que trata exclusivamente da areia, havendo outras jazidas na região. Por outro lado, critica-se a elaboração do
zoneamento de uma área considerando apenas os interesses da exploração mineral em confronto com a preservação da várzea, deixando de discutir os interesses dos demais agentes envolvidos.
O certo é que os entraves postos para um bom uso e uma preservação do Rio que seja ecologicamente correta sempre batem de frente com interesses particulares ou coletivos, seja dos exploradores ou usurpadores das riquezas
naturais, como também os interesses ou limitações do momento, de alguns administradores de municípios que o
circundam.
Entretanto, o zoneamento minerário se estende tão somente até Pindamonhangaba. Assim sendo, os municípios do
jusante não estão contando com esse fator de catalização das preocupações relativas ao ordenamento da ocupação
da várzea e de sua preservação.
Verifica-se que em grande parte dos municípios o controle do uso e ocupação do solo está carente de recursos legais, administrativos, humanos e financeiros para fazer frente ao conflitos gerados em torno da Preservação Ambiental do Rio.
Assim, O Rio Paraíba do Sul, berço de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, continua abandonado e entregue na mão de Deus.
CONTINUA
31
VALÃO DA CATAIA
Por: Arthur Soffiati
Há 5.100 anos, o mar atingiu o último nível máximo de lá para cá, atingindo as bordas do tabuleiro entre Campos e São Francisco de Itabapoana e o sopé da Serra
do Mar. Daí em diante, a formação da planície aluvial e a restinga bloquearam, pequenos rios que desciam a serra e do tabuleiro e construíram uma legião de lagoas. Uma delas foi a do campelo, no trecho de restinga situado entre os Rios Paraíba do Sul e Itabapoana. Na constituição da maior restinga do Estado do Rio de Janeiro, a lagoa do Campelo ficou muito distante do mar e perdeu sua ligação direta com ele.
Agora, leitor, você precisará de um mapa para compreender minhas palavras. Não havendo um canal nativo, capaz
de romper a larguíssima faixa de areia para chegar ao mar, a lagoa encontrou o Rio Paraíba do Sul para desaguar e
dele receber água. Pela sua margem direita, um canal foi abrindo caminho e traçando o limite entre a planície aluvial
e a restinga. Trata-se do Valão Campo Novo, este chegando até ao rio Paraíba do Sul pela margem esquerda.
Mas o verdadeiro curso d’água a comunicar a lagoa do Campelo com o Rio Paraíba do Sul em mão dupla é o Valão da
Cataia, correndo entre o rio e o Valão da Ponte. Há mais de um século, sabe-se que a formação apresenta uma ligeira
declividade do rio Paraíba do Sul para a Lagoa Feia. Assim, nas cheias, as águas que transbordavam, pela margem
direita do rio, fluíam em direção ao sistema Lagoa Feia, chegando até ela ou acumulando-se na miríade de lagoas
existentes na planície. As águas que transbordavam pela margem esquerda ou ficavam retidas nas lagoas de tabuleiro e de restinga ou voltavam ao leito do rio, uma vez cessada a cheia.
Percebendo estas características topográficas, vários planos foram
concebidos para “sanear” a baixada. Pela margem direita, projetaramse canais primários a fim de derivar águas do Paraíba do Sul para a Lagoa Feia.
Pela margem esquerda, autores famosos, como Saturnino de Brito, Coimbra Bueno, Hildalius Cantanhede e a Engenharia Gallioli, conceberam canais compridos e curtos que auxiliariam o escoamento das águas do Paraíba para o mar.
Em famoso relatório de 1940 (Descrição Hidrográfica da Baixada dos
Goytacazes), Camilo de Menezes comenta: “Os transbordamentos entre Campos e Barra Seca concentram-se principalmente na Lagoa do
Campelo; como esta não possui sangradouro para o mar, as águas têm
de esperar a estiagem do Paraíba para a ele voltarem pelo Córrego da
Cataia, graças à declividade superficial“. As águas estacionadas nos
baixos da margem esquerda do grande rio, em seu trecho final, inviabilizaram imensas glebas de terra para a agricultura e a pecuária. Acabou
prevalecendo uma solução pragmática. Primeiro, um dique de terra pela margem esquerda, que serviria não apenas
para conter os transbordamentos, mas também como estrada, em seu topo. Depois, um canal ligando o rio Paraíba
do Sul, pouco abaixo da cidade de Campos, à Lagoa do Campelo. Este canal, batizado com o nome de Vigário, aproveitou, em grande parte, um antigo braço de rio denominado Vala do Pires. Para chegar ao oceano, foi construído, na
ponta norte da Lagoa do Campelo, o canal Engenheiro António Resende, que roubou a foz do rio Guaxindiba e o
transformou em seu afluente. Por fim, criou-se um sistema no Valão da Cataia para só permitir a saída de água dela
para o rio Paraíba por meio de três comportas automáticas que abriam na estiagem e fechavam nas cheias.
Este sistema pretendeu descarregar excedente hídrico pela margem esquerda do Paraíba em direção ao mar, pela
bacia do Guaxindiba, adoçar as águas meio salinas da Lagoa do Campelo, e favorecer a incorporação de terras alagadas e alagáveis para a agropecuária. Os pescadores saíram perdendo, como nas Lagoas feia e de Cima e no Farol
de São Tomé. Não sem motivo, por mais de uma vez, os pescadores da comunidade de Mundéus arrancaram as comportas automáticas na embocadura do Valão da Cataia junto ao Rio Paraíba do Sul.
Recentemente com as comportas fechadas e com a estrada asfaltada sobre o dique estrada até o limite entre Campos e São Francisco de Itabapoana, exatamente onde se situa a estrutura das três comportas, os pescadores e assentados do MST abriram uma vala passando por fora das comportas, a fim de que a água e o peixe entrassem. Ação
de legitima defesa. Pescadores e assentados foram parar na polícia. A Secretaria de Meio Ambiente de Campos dos
Goytacazes, tapou a vala de forma reforçada e agora deve improvisar mais um “projeto”.
Da minha parte, há muito advogo uma solução que consiste em substituir a bateria de comportas por uma ponte re
proteger com diques o Valão da Cataia em ambas as margens, do rio à lagoa, criando um leito maior de cheia. Para
tanto, é necessário que os proprietários rurais cedam, já que os pescadores e a lagoa não têm mais o que ceder, e
que a proposta seja transformada em projeto a passar pelo crivo de estudos ambientais.
Ficam as perguntas.
Até quando a natureza agüentará os descalabros humanos?
Para quê existir uma Secretaria do Meio Ambiente na prefeitura de Campos dos Goytacazes?
Para quê se gastar tanto para remediar? - Não seria o caso de se desapropriar? - Não seria mais barato?
Filipe de Sousa
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A “Serra da Mantiqueira” tem seu nome originado do “Amantikir” e, seu significado é “montanha que chora”.
Trata-se de uma formação geológica datada da era Arquezônica que compreende um maciço rochoso possuindo
grandes áreas de terras altas, entre mil e quase três mil metros de altitude, que se estende ao longo dos Estados de
Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Na “Serra da Mantiqueira” área de preservação ambiental, existem diversas unidades de conservação e preservação
tais como a “Área de Preservação Ambiental Serra da Mantiqueira”, que se divide entre os três Estados; “Parque Nacional de Itatiaia”, dividido entre os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro; e os Parques Nacionais “Serra do Brigadeiro” e “Serra do Papagaio”, respectivamente nos Estados de Minas Gerais e São Paulo.
Dez por cento (10%) da Serra é circunscrita nas terras fluminenses, onde exatamente se localiza o parque, 30% da
Serra está localizada no Estado de São Paulo, mais precisamente nas regiões do Vale do Paraíba Paulista, Região
Serrana da Mantiqueira e Região Bragantina e, 60% está localizada no Estado de Minas Gerais.
Sua formação se inicia no municípío de Barbacena (MG) e de lá inclina-se para o sudeste até chegar ao Estado do
Rio de Janeiro e posteriormente ao Estado de São Paulo, onde torna-se uma divisa natural entre os Estados de Minas Gerais e São Paulo, até às imediações de Joanópolis (SP) e Extrema (MG) e, por fim esta termina na cidade de
Bragança Paulista na Região Bragantina do Estado de São Paulo.
A Capital mais próxima da Serra da Mantiqueira é São Paulo, justamente por estar a 90 km da primeira cidade situada
na Serra da Mantiqueira, Bragança Paulista; a segunda é Belo Horizonte que dista 170 km de Barbacena, onde a Serra se inicia e por último a cidade do Rio de janeiro que se localiza a 198 km da cidade de Visconde de Mauá, distrito
do município de Resende e que se situa na Serra da Mantiqueira.
Localização do ponto de vista do Vale do Paraíba, e extensão:
O maciço da Serra da Mantiqueira possui aproximadamente 500 km2 de extensão
e se inicia próximo à cidade paulista de Bragança Paulista e segue para o leste
delineando as divisas dos três Estados
brasileiros até à região do “Parque Nacional de Itatiaia” onde adentra no Estado de Minas Gerais até à cidade de Barbacena. A partir daí, uma continuação
pode ser considerada, pois a mesma
desvia para o norte até à Serra do Brigadeiro, no leste de Minas Gerais, chegando a aproximar-se do “Parque Nacional
do Caparaó”.
Seu ponto culminante é a “Pedra da Mina” com seus 2.798 metros de altitude,
na divisa dos Estados de Minas Gerais e
São Paulo e seu ponto de transposição mais baixo é a Garganta do Embaú
por onde passaram os Bandeirantes durantes suas incursões pelo interior do Brasil.
Região de muitas nascentes:
O nome “Mantiqueira” se origina de uma transcrição do tupi para “Montanha que chora”, devido à grande quantidade
de nascentes, cachoeiras, riachos vistos em suas encostas.
O nome dá uma idéia da importância da Serra como fonte de água potável, formação de rios que abastecem um grande número de cidades do sudeste do Brasil. Seus riachos formam o Rio Jaguary, responsável pelo abastecimento da
região norte do Grande Rio de Janeiro, o Rio Paraíba do Sul que corta a região do Vale do Paraíba de ponta a ponta,
uma das regiões mais desenvolvidas industrial e socialmente do Brasil e que se situa entre as cidades de São Paulo
e Rio de Janeiro, o Rio Grande que é parte integrante do maior complexo hidroelétrico do país.
Nos planaltos ao norte da Serra da Mantiqueira que adentram no território do Estado de Minas Gerais estão localizadas as fontes de águas minerais de Caxambu e São Lourenço, Passa-Quatro, Pouso Alto e Poços de Caldas. Em sua
face sul temos as fontes de Água de Prata, localizadas na Serra do Cervo, em sua grande parte e Resende e Itatiaia.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
A “Serra da Mantiqueira” e o Ouro das Minas Gerais:
A Serra da Mantiqueira fecha a sua cadeia nos últimos contrafortes do Ouro Branco, no centro do Estado de Minas Gerais. Principia na Serra do Espinhaço, a chamada Serra Geral ou Serra de
Minas e se estende no sentido de Sul a Norte até além da Bahia.
Seu sistema assume para o norte os toponômios dos lugares por
onde passa, Serra do Ouro Preto, do Batatal, da Capanema, do
Ouro Fino, do Gongo Soco, do Garimpo, da Maluca, do Cipó da
Pedra Redonda, ao pé da qual nasce o Rio Jequitinhonha.
Um de seus contrafortes é a Serra da Caraça, em curva quase
perfeita, uma das maiores eminências da Serra Geral, o ponto
mais elevado de sua espinha dorsal. Os Picos do Sol e do Carapuça, freqüentemente cobertos por densa névoa, altaneiros, erguem-se a 2.100 metros de altitude, o primeiro e a 1.955 metros,
o segundo.
A região da Serra da Mantiqueira tem altitudes médias de 1.200 a
2.800 metros.
A Serra da Mantiqueira, na época da colonização colonial, no ciclo da exploração do ouro e das pedras preciosas, foi o caminho
dos desbravadores na sua busca desses minerais, cujas maiores
jazidas se encontravam no território das Minas Gerais. Caminhos
foram abertos, tropeiros carregando em suas mulas serra abaixo
rumo a Paraty, porto de embarque do ouro e das pedras preciosas. Um desses caminhos que maior afluência de tráfego mereceu e o mais conhecido é a “Estrada Real” que liga Minas Gerais,
ao Vale do Paraíba e daí a Paraty já no Litoral do Estado do Rio de
Janeiro. Tem dois caminhos o velho que liga Ouro Preto (MG)a
Paraty (RJ) e o novo que liga Ouro Preto ao Rio de Janeiro. A Estrada Real corta 177 municípios nos três Estados, sendo 162 no Estado de Minas gerais, Oito no Estado do Rio de
Janeiro e Sete no Estado de São Paulo.
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“Serra da Mantiqueira” abrange extensas áreas das terras altas da região Sudeste do Brasil, na divisa
entre os Estados de São Paulo e Minas gerais, ao Sul do vale do Rio Grande. O relevo apresenta escarpas que se elevam acima
dos mil metros, nas Serras do Quebra-Cangalhas e Pedra Selada, até atingirem o maciço de Itatiaia, na junção dos Estados de São
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; aí se encontra o Pico das Agulhas Negras, com 2.787 metros de altitude, o segundo maior
pico da região. Há pouco mais de 3 anos descobriu-se que o 4º maior pico do Brasil não mais eram as Agulhas Negras e sim a Pedra da Mina, na Serra Fina, entre Passa Quatro/MG e Queluz/SP. Apenas 27 metros mais alto, a Pedra da Mina agora promete ser o
grande atrativo turístico destas duas cidades, que assim, querem lucrar com os louros de terem em seu território o pico mais alto
do Sudeste Brasileiros.
No quadrilátero Ferrífero, no centro de Minas Gerais, a Serra da Mantiqueira se eleva e forma a chamada Zona Metalúrgica, importante pela mineração desde o século XVIII. Aí são explorados ouro, ferro, manganês, em Conselheiro Lafaiete/MG e em Vazante/
MG se explora o diamante e o zinco.
A Serra da Mantiqueira é formada de rochas metamórficas, como mica xistos, quartzitos, gnaisse xistosos, itabiritos e hematita.
Essas rochas, de idade proterozôica, foram muito perturbadas por falhas, dobramentos e processos de mineralização. Daí sua tradicional relevância econômica.
Formação da Serra da Mantiqueira
Não se pode falar sobre o surgimento da Serra da Mantiqueira sem mencionar a Serra do Mar e outros sistemas geológicos. Como fazemos parte de uma grande massa de terra ( América do Sul ) todo o movimento geológico ocorrido no lado Oriental do Continente ( Atlântico ) certamente afetou seu lado Ocidental ( Pacífico ) e vice-versa. Por tanto, cabe a nós analisar todo um
complexo sistema datado em milhões de anos, desde nossa separação do continente africano até à formação do que hoje conhecemos.
A placa continental que iria constituir a América do Sul, até então parte do “Supercontinente de Gondwana”, começou a
se separar da placa africana devido ao crescimento do assoalho oceânico. A região onde houve a separação tornou-se então palco
de grandes movimentações de blocos rochosos da crosta, originando vales profundos, derrames vulcânicos, compressões e fraturas. os mares antigos invadiram as áreas mais baixas recém formadas, inicialmente criando extensos canais e braços de mar, para
mais tarde se unirem numa única grande massa de água, o atual Oceano Atlântico.
A placa sul-americana, deslocando-se para oeste, deparou-se com outra placa, a de Nazca, situada no fundo do Oceano Pacífico e
com o movimento em sentido contrário. Essa dinâmica originou a formação da Cadeia Andina ao longo de toda a costa Pacífica, e
causou um levantamento da costa Atlântica, onde se situa o Litoral Brasileiro.
As Serras do Mar e da Mantiqueira, por sua vez, foram formadas por grandes falhamentos iniciados possivelmente no período Cretáceo, alternados por episódios isolados de
vulcanismo. Os falhamentos atingiram a plataforma continental, causando, em algumas
regiões, deslocamentos verticais que dariam origem às escarpas das montanhas costeiras que vão do Espírito Santo a Santa Catarina. É nessa regiões que a Mata Atlântica se
encontra mais preservada, protegida pela topografia acidentada e por algumas das maiores altitudes do país.
Ao longo da costa, do Rio de Janeiro ao Pará, se formariam os grandes tabuleiros; grandes extensões de planaltos que terminam junto às praias em falésias abruptas, às vezes
com mais de 20 metros de altura. A parte mais expressiva da Mata Atlântica do Nordeste
viceja sobre esses tabuleiros.
Há cerca de 80 milhões de anos, o movimento de ascensão da costa brasileira, começou a expor rochas muito antigas, até então
soterradas por outras mais recentes e por sedimentos. Nas regiões sudeste e sul afloraram rochas cristalinas de idade précambriana, superior a 600 milhões de anos, dando inicio ao levantamento daquilo que viria a ser o sistema “Serra do Mar -
Mantiqueira”.
Exposta a extensa erosão e em continuo processo de soerguimento, essa rochas muito rígidas foram trabalhadas durante os milhões de anos seguintes, sofrendo grandes fraturas ao longo de extensas linhas de fraqueza.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Inicialmente originaram-se, no Estado de São Paulo, dois grandes blocos. Um, mais próximo ao mar, situado ao norte e outro
mais afastado do litoral, ao sul. Blocos menores resultantes de muitas outras fraturas surgiram, formando serras costeiras, morros isolados e ilhas como a do Cardoso e a Alcatrazes. Entre Iguape e Paranaguá surgiu um golfo primitivo amplo e profundo,
limitado pelas serras mais recuadas e suas ramificações costeiras, salpicado de ilhas montanhosas. Desse modo originou-se a
Serra do Mar, com suas magníficas escarpas.
Assim, acredita-se formou-se as nossas serras costeiras, a partir de movimentos tectônicos e, conseqüentemente, vulcânicos,
além da erosão de milhares e milhares de anos (chuvas, ventos, geadas, desmoronamentos, desmatamentos, incêndios, ação
do homem, etc.).
Em conjunto, a Serra da Mantiqueira forma o segundo degrau do Planalto Brasileiro. Sua extensão tem sido dada como englobando a área que vai do Planalto de Caldas até o Caparão, ora como situada entre Bragança Paulista e Juiz de Fora ora localizada no Norte da Cidade de São Paulo até às proximidades de Barbacena. Caracteriza-se por uma imponente escarpa voltada para
o Vale do Paraíba, cujos desníveis excedem a 2.000 metros. Seu trecho mais continuo e agressivo é aquele que forma a escarpa
situada ao longo do médio Paraíba. A Mantiqueira é recortada por vales profundos, de perfis escalonados, exibindo quse sempre lombadas e patamares a meia encostas, como observou Domingues (1963).
Esta região foi alçada à altitude atual por movimentos epirogenéticos que deram origem a um sistema de falhas na direção ENEWSW, exatamente como aconteceu à Serra do Mar, (Freitas, cif). Os rios adaptaram-se à direção geral das falhas e fraturas, erodindo as rochas menos resistentes, atravessando os leitos rochosos mais compactos por meio de gargantas apertadas como se
observa no rio Preto, próximo a Bocaina de Minas e Jacutinga.
Na Mantiqueira, as rochas intrusivas formam um enorme bloco montanhoso, o maciço de Itatiaia que, com seu ponto culminante, as Agulhas Negras, atinge 2.787 metros de altitude, merecendo um estudo à parte do Sudeste Brasileiro.
É o maciço de Itatiaia formado por diversas rochas alcalinas, entre as quais distinguem-se os foiaítos, porfinitos, fonolitos, tinguaitos e aplitos nefelino-sieníticos. Juntamente com as intrusões ocorridas na Serra Negra e na Serra de Queluz, o maciço do
Itatiaia forma em área o segundo conjunto de rochas nefelínicas do planeta.
ESTRUTURA ESQUEMÁTICA DOS BLOCOS FALHADOS E BASCULADOS DO PLANALTO SUL
E DAS ESCARPAS DO SUDESTE
Esta alta superfície, bem como a do Itatiaia, foi considerada como remanescente da “superfície de campos”.
A descida da Alta superfície de Campos do Jordão para o Vale do Paraíba é íngreme, como observou Ruellan, apresentando
patamares que talvez correspondam a antigos níveis de erosão interrompidos por falhas.
No nordeste de Itatiaia o escarpamento da serra torna-se menos nítido e elevado, não só encontrando mais cumes imponentes
como os situados entre Campos do Jordão e Itatiaia. As cristas arredondadas raramente atingem 1.500 metros e são dominadas
por paredões abruptos. As ondulações tornam-se cada vez mais nítidas atingirem a parte meridional do Caparaó. Esse maciço
constitui um ressurgimento da Mantiqueira (Ruellan, op.cit. 1951), sendo que seu pico culminante, e mesmo de todo o Sudeste,
é o da Bandeira com 2.890 metros de altitude.
O maciço de Caparão possui dois níveis; um de 900 metros, e um alto planalto elevado é, para Freitas, um antigo pene plano
levantado tectonicamente. Para Guerra (1960) “o escarpamento do Caparão consiste em genuíno acidente tectônico que levantou epirogeneticamente o bloco” (ap. Guerra, cit). Para Porto Domingues os paredões quase verticais para o sul, sudeste e nordeste talvez correspondam à borda falhada ou violentamente flexurada. Esta área foi considerada como pertencente a
“superfície de campos” de Martonne (1943-1944), ou a “superfície sul-americana” de King (1956).
O modelo do alto do maciço do Itatiaia oferece aspectos particulares em que ressaltam os sulcos e canduras dos relevos elevados, as encostas encontram-se semeadas de blocos rochosos e nas depressões úmidas encontram-se as turfeiras.
Para explicar a gênese do relevo do Itatiaia, De Martonne relacionou-o à erosão glaciária que teria dado origem aos sulcos que
esculpem as Agulhas Negras e os grandes vales suspensos, característicos dos rios desta região. Este raciocínio foi sugerido
pela existência de superfície sem manto de decomposição e explicariam as cabeceiras dos rios observados na vertente voltada
para o Estado de Minas Gerais. Outros estudiosos também procuram interpretar a morfologia do Itatiaia. Ab’Saber (1956), relacionou-a com circos glaciários interligados a nichos de glaciações, que seriam responsáveis pelas formas de vales ai encontrados;
Domingues (1963) explica-a por processos morfogenéticos periglaciários de altitude. Porém, modelados de sulcos e caneluras
seriam encontrados também em situações diferentes, como por exemplo, na Ilha de São Sebastião, onde afloramentos de rochas nefelínicas repetem a paisagem do Itatiaia, e não podem ser explicados por clima de temperatura mais baixa.
Na região de Campos do Jordão, a Mantiqueira apresenta traços mais peculiares, tanto em relação ao relevo quanto à paisagem
botânica. Trata-se de um largo bloco de grandes ondulações maciças, situadas entre 1.700 e 2.000 metros de altitude. Constitui
o corpo principal da Mantiqueira, ligeiramente basculado para o Norte e Nordeste e festonado pelas cabeceiras dos pequenos
cursos d’água pertencentes à drenagem dos rios Buquira, Jaguari e Sapucaí - Mirim, adaptados à direção geral dos gnaisses
regionais. São vales maduros, dominados por elevações de encostas suaves e vegetação de campos (cf. Ab’Saber cif).
O Planalto Sul de Minas
Para o interior, após transpor-se a Serra da Mantiqueira, encontramos o planalto Sul ou a superfície do alto rio Grande que se
alonga para o Norte até as cabeceiras do rio São Francisco e descamba para Oeste, onde é recoberto pelos sedimentos da Bacia
do Paraná.
Fonte: www.geocites.com
Formatação, arte e diagramação: Filipe de Sousa
37
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2005):
Participação FUNDEF-2005:
Fundo Part. Municípios (FPM-2004):
1928
121,2 km2
- 21,5049 °
- 45,1347°
542 metros
35.942 habitantes
R$.: 3.870.721,79
R$.: 5.088.606,59
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
34.904
17.261
17.778
34.382
522
DADOS COMPLEMENTARES (2004):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
29.081
27.506
94,58%
16
19
06
01
07
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Aparecida do Norte nasceu junto com o milagre, quando em 1917 os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e
João Alves encontraram no Rio Paraíba do Sul a imagem de uma Santa. (ver Pagina 18).
Aparecida do Norte vive em torno do “Turismo Religioso”, sendo um lugar de peregrinação conhecido mundialmente. Sua estrutura hoteleira e de apoio ao romeiro é bem estruturada, com bons restaurantes e lanchonetes, boa rede
de hotéis e pousadas e com muitos pontos de visitação história, tais como o Mirante José Salomão Kopaz, O teleférico, Centro histórico, Basílica Velha, Passarela da Fé, Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, A Capela das
Velas, Igreja de São Benedito, Aquário Aparecida, Relógio das Flores, Porto Itaguaçu (local onde foi encontrada a
imagem de Nossa Senhora Aparecida), Mirante das Pedras, etc..
Maiores informações: http://www.aparecida.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Basílica Nacional de Aparecida
Delegacia de Polícia:
Estação Rodoviária:
Prefeitura Municipal:
Polícia Rodoviária Estadual
Secretaria da Educação
0xx12 - 3104.1000
3105.2333
3105.2285
3104.4005
155
3105.2191
38
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
1993
Área total da unidade territorial:
153,3 km2
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
DADOS SOBRE A CIDADE:
Altitude:
510 metros
Fundação: populacional ( IBGE-2005):
Estimativa
1928
2.614 habitantes
Área total da FUNDEF-2005:
Participação
unidade territorial:
121,2 km2
Latitude
Fundo
Part.
do distrito
Municípios
sede(FPM-2004):
do município:
- 21,5049 °
Longitude do
Densidade
demográfica:
distrito sede do município:
- 17,05
45,1347°
habitantes/km2
Altitude:
POPULAÇÃO
RESIDENTE:
542 metros
Estimativa populacional ( IBGE-2005):
Homens:
35.942
1.304 habitantes
Participação FUNDEF-2005:
Mulheres:
R$.:
1.310
3.870.721,79
Fundo Part.Urbana:
População
Municípios (FPM-2004):
R$.:
1.896
5.088.606,59
População Rural:
718
POPULAÇÃO RESIDENTE::
34.904
HomensCOMPLEMENTARES (2004):
DADOS
17.261
Mulheres: residente acima de 10 anos de idade: 17.778
População
2.137
População alfabetizada:
Urbana:
34.382
População
Taxa
de alfabetização:
Rural:
522
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
2
DADOS COMPLEMENTARES
Estabelecimentos
de ensino fundamental:
(2004):
3
População residente
Estabelecimentos
de acima
ensinode
médio:
10 anos de idade:
29.081
1
População alfabetizada:
Hospitais:
27.506
2
Taxa de alfabetização:
Agências
bancárias:
94,58%
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
16
Estabelecimentos
BREVE
HISTÓRIA DA
de ensino
CIDADE:
fundamental:
19
Estabelecimentos
Antigo
povoado dos
de tempos
ensino médio:
do áureo e faustoso ciclo
06 do Café. Povoado que depois passou à categoria de vila e que
Hospitais:
em
30 de novembro de 1944, passou a distrito de Bananal
01
e em 19 de maio de 1991, passou definitivamente à categoAgências
ria
de Município
bancárias:
e Cidade.
07
Considerada como “cidade natureza”, Arapeí foi fundada pelo então capitão mor de Guaratinguetá Manoel da Silva
BREVE
Reis,
quando
HISTÓRIA
esta DA
começa
CIDADE:
o processo de registro de lotes de terras para a formação do “caminho novo”. Inicia-se
então juntamente com os desbravadores o processo de colonização, através da derrubada de árvores para a formaAparecida
ção
e cultura
do das
Norte
roças.
nasceu junto com o milagre, quando em 1917 os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e
João
No
ano
Alves
de 1862
encontraram
os herdeiros
no Rio
deParaíba
António
doAffonso
Sul a imagem
Carvalho
de uma
doaram
Santa.
um(ver
alqueire
Pagina
de18).
terra para a construção de uma
Aparecida
capela,
onde
dohoje
Norte
sevive
ergue
ema torno
Igrejado
de “Turismo
Santo António,
Religioso”,
padroeiro
sendo
daum
cidade.
lugar de peregrinação conhecido mundialmente. Sua estruturaAhoteleira
CURIOSIDADE:
“Cavernae do
de apoio
Alambary”
ao romeiro
também
é bem
conhecida
estruturada,
como com
“Gruta
bons
Isabel”,
restaurantes
outrora eficava
lanchonetes,
em terras
boa
dorede
Tede hotéis
nente
Coronel
e pousadas
José Ramos
e com(Serra
muitosda
pontos
Bocaina).
de visitação
Segundohistória,
a Lenda,
tais
este
como
local
o Mirante
seria abrigo
Joséde
Salomão
piratas,Kopaz,
tropeiros
O teleférie banco, Centro que
deirantes,
histórico,
por aliBasílica
passavam
Velha,
e aproveitavam
Passarela da para
Fé, Santuário
pernoitar.Nacional
Outra curiosidade
de Nossa Senhora
que passa
Aparecida,
de boca A
em
Capela
boca das
nas
Velas,daIgreja
ruas
pacata
decidade
São Benedito,
é que na Aquário
“FazendaAparecida,
Monte Alegre”,
Relógio
deste
dasmunicípio,
Flores, Porto
se encontra
Itaguaçuenterrado
(local onde
umfoi
tesouro
encontrada
de ouro
a
imagem
e
pedrasde
preciosas.
Nossa Senhora Aparecida), Mirante das Pedras, etc..
INFORMAÇÕES:
Maiores
informações: http://www.arapei.sp.gov.br
TELEFONES
Basílica
Nacional
ÚTEIS:
de Aparecida
(dados não disponibilizados)
0xx12 - 3104.1000
Delegacia Municipal:
Prefeitura
de Polícia:
3105.2333
Estação Rodoviária:
Secretaria
da Educação:
3105.2285
Prefeitura Municipal:
Secretaria
do Meio Ambiente:
3104.4005
Polícia Civil:
Policia
Rodoviária Estadual
155
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
39
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2005):
Participação FUNDEF-2005:
Fundo Part. Municípios (FPM-2004):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
1816
306,6 km2
22, 3345º
44, 4115 º
519 metros
3.598 habitantes
DADOS COMPLEMENTARES (2004):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
11,74 habitantes/km2
1.813
1.785
2.452
1.146
2.854
1
6
1
3
1
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Segundo Monteiro Lobato Areias foi considerada uma cidade morta. No entanto, seu passado não a deixa de forma
nenhuma morrer. Primeira cidade da região a cultivar o café, areias teve grande destaque e importância no ciclo cafeeiro do Vale do Paraíba.
Sua exuberante natureza, sua história e a hospitalidade de sua gente já vem desde os primórdios da colonização,
pois já serviu de pouso para Dom Pedro I, durante a viagem que proclamaria a independência do Brasil.
Com o final do ciclo do café, a grande vantagem de Areias foi ter sabido preservar tudo o que tinha de bom. Suas
construções, sua natureza ecologicamente correta e a hospitalidade de seus cidadãos, que sabem receber principescamente seus visitantes.
Areias primeiramente teve o nome de Santana do Parnaíba, freguesia, criada em 25 de janeiro de 1748, em território
pertencente à cidade de Lorena. Posteriormente em 1801 ganhou a denominação de Distrito de Paz. Em 28 de novembro de 1816, passou a Vila, recendo o nome de São Miguel de Arêas, tendo sido a única Vila criada no Estado de
São Paulo por D. João VI, em homenagem a D. Miguel, seu filho.
Maiores informações: http://www.areias.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
0xx12 - 3107.1112
Não disponibilizado
Não disponibilizado
Não disponibilizado
Local: 190
UBS 3107.1157
40
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2007):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
1783
620,20 km2
22, 4101º
44, 1924º
464 metros
9.713 habitantes
R$.: 3.293.086,22
R$.: 3.023.353,74
15,69 habitantes/km2
4.819
4.894
7.187
2.526
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
7.954
7.153
89,9%
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
04
15
01
01
02
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
O Vale do Paraíba sempre se destacou como a principal rota dos viajantes no Brasil colonial. Em 1836 o segundo
maior produtor de café do Brasil era Bananal, que concentrava em suas terras boa parte dos fazendeiros mais ricos
do Vale do Paraíba. Seu crédito era tão grande que chegou a avalizar os empréstimos feitos junto à Corte Inglesa,
pelo Governo Brasileiro, para enfrentar a Guerra do Paraguai, financiaram a Estrada de Ferro Ramal de Bananal, a
qual passava pelas fazendas mais ricas em direção de Barra Mansa já no Estado do Rio de Janeiro.
Em Bananal os Barões do Café formavam a Elite Brasileira.
Com o fim do ciclo do café, Bananal soube preservar sua riqueza, expressa em seu povo, seus valores, suas tradições e toda a beleza natural da região, bem como as construções, os palacetes dos ricos Barões do Café, que tornam a cidade um parque cultural de imensurável valor.
Bananal deverá ser incluída na rota do Turismo Histórico do Cone Leste Paulista, por seus valores históricos e culturais. O Povoado tem como data de sua fundação o ano de 1783 e seu nome teve origem na palavra indígena “Banani”
que significa “Rio Sinuoso”. Foi elevada à condição de freguesia em janeiro de 1811 e em julho de 1823 à condição
de municípío. O Status de cidade chegou em 1849. Hoje sua principal cultura é o algodão.
Maiores informações: http://www.bananal.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
(Dados não disponibilizados)
Prefeitura Municipal:
0xx12 Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
41
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2007):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1855
370 km2
560 metros
80.458 habitantes
204,95 habitantes/km2
37.648
39.165
66.418
9.395
62.868
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
28
16
14
2
9
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Os primeiros habitantes de Caçapava foram os bandeirantes com suas famílias. O município também foi o local escolhido por muitos japoneses e sirio-libaneses que passaram a chegar a partir do início do século XX.
Em 1705, o capitão Jorge Dias Velho e sua mulher D. Sebastiana de Unhate ergueram uma capela em louvor a Nossa
Senhora D’Ajuda, mais tarde freguesia, em torno da qual se formou um povoado que veio a constituir a Caçapava
Velha, hoje a atual cidade de Caçapava. O núcleo urbano foi crescendo e em principio do ano de 1854 foi apresentado um projeto visando a elevação da freguesia de Nossa Senhora D’Ajuda à categoria de Vila. em 14 de Abril de 1855
foi pela lei nº. 20 criada a Vila de Caçapava, hoje cidade. Neste ano Caçapava foi considerada a maior produtora de
café do Vale do Paraíba.
As primeiras tentativas de industrialização foram realizadas ao final do Império e inicio da República com pequenas
empresas e oficinas , tais como moinho de fubá, de polvilho, de farinha de milho, máquinas de beneficiamento de
café, de arroz, além de pequenas oficinas mecânicas. A Industrialização moderna de Caçapava se deu no ano de
1975, com a chegada do desenvolvimento industrial do Vale do Paraíba.
Hoje, Caçapava encontra-se em pleno desenvolvimento industrial e social sendo considerado um dos municípios
mais promissores do Vale do Paraíba, caracterizando-se como um município intermediário.
Maiores informações: http://www.cacapava.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
Não disponibilizado
Secretaria da Educação:
0xx12 - 3655.5177
Secretaria do Meio Ambiente:
3652.5909
Policia Civil:
3653.3331
Polícia Militar:
3653.2720
Pronto Socorro:
3654.8800
42
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2007):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1780
288 km2
520 metros
31.674 habitantes
94,52 habitantes/km2
13.495
13.706
24.177
5.530
Pecuária e Abricultura
Ecoturismo e Religioso
22.573
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
15
Estabelecimentos de ensino fundamental:
28
Estabelecimentos de ensino médio:
10
Hospitais:
2
Agências bancárias:
2
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
O marco inicial do primitivo núcleo foi uma capelinha que D. Sebastiana e alguns devotos construíram em homenagem a “Senhor do Bom Jesus” no ano de 1780, data atribuída a sua fundação. Como todos os povoados nesta região
do Vale do Paraíba, foram formados por colonizadores. Manuel da Silva e sua mulher por escritura passada no Cartório do Tabelião de Guaratinguetá a 18 de Outubro de 1784, doaram ao patrimônio da capela 200 braças ou 44o metros
de testada que, partindo da margem do Rio Paraíba, avançava meia légua para os lados da Serra da Mantiqueira.
Cachoeira Paulista foi elevada à categoria de freguesia no ano de 1876, com o nome de Santo António da Cachoeira
e em Março de 1880, foi elevada à condição de Vila, sob o nome de Santo António da Bocaina. Em 8 de janeiro de
1883, foi instalada a Câmara Municipal da Vila de Santo António da Bocaina, em sessão realizada na Câmara Municipal de Lorena. Em 1915, Francisco de Paula Rodrigues Alves, Presidente do Estado criou a Lei que passaria a denominar esta localidade de “Cachoeira”. No ano de 1944, recebe o seu nome definitivo e atual de “Cachoeira Paulista”
Cachoeira Paulista teve ativa participação na Revolução Constitucionalista, pois de sua cidade partiu o “Trem Blindado” sob o Comando do Coronel Figueiredo, no ano de 1922, que dali partiu para combater as tropas adversárias.
Cachoeira Paulista, é hoje um patrimônio histórico de riquíssimo valor e tem nos anais da história do vale o seu lugar reservado para a posterioridade.
Maiores informações: http://www.cachoeirapaulista.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
(Dados não disponibilizados)
Prefeitura Municipal:
0xx12 Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
43
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
1992
Área total da unidade territorial:
53 km2
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
530 metros
Estimativa populacional ( IBGE-2007):
4.318 habitantes
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
70,89 habitantes/km2
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
1.861
Mulheres:
1.744
População Urbana:
3.032
População Rural:
573
Atividade econômica:
Agricultura e industria
Turismo:
Religioso e Histórico
Bacia hidrográfica:
Rio Paraíba do Sul, Ribeirão Caninhas, Ribeirão Canas
Fazendas históricas: Fazenda São Pedro e Fazenda Santo António
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
2.373
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
1
Estabelecimentos de ensino fundamental:
2
Estabelecimentos de ensino médio:
1
Hospitais:
1
Agências bancárias:
n/disponível
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
A origem do nome “Canas” se deve a uma fazenda existente na época de nome “Fazenda das Canas”, que foi desapropriada pelo Governo, de propriedade do Alferes Francisco Ferreira dos Reis, para o assentamento das famílias
dos imigrantes, principalmente Italianos, que receberam as terras com a finalidade de plantar Cana de Açúcar para
alimentar o “Engenho Central de Lorena”, no ano de 1887. Além do plantio de cana, as famílias plantavam para sua
subsistência arroz, batata e verduras. Canas era uma Mata Virgem e fechada.
A colônia de Canas foi iniciativa do Barão do Bocaina, comendador Francisco de Paula Vicente de Azevedo, um dos
grandes incentivadores desses tipos de núcleos rurais e agropecuários do Vale do Paraíba. Dentro da evolução, Canas passou de Núcleo Agrícola (1890), para bairro, distrito e finalmente Município. No dia 22 de Março de 1992 foi
realizado um “Plebiscito Popular”, que optou pela emancipação da cidade de canas, por isso a sua data de aniversário é comemorada nesse dia.
Maiores informações: http://www.camaradecanas.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
(Dados não disponibilizados)
Prefeitura Municipal:
0xx12 Secretaria da Educação:
Secretaria do meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
44
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2007):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1901
304,572 km2
517 metros
79.546 habitantes
261,17 habitantes/km2
35.449 (estatística particular)
44.097
“
“
76.179
“
“
3.367
“
“
Agricultura e industria metalúrgica
Ecoturismo e Histórico
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
39
Estabelecimentos de ensino fundamental:
21
Estabelecimentos de ensino médio:
17
Hospitais:
2
Agências bancárias:
9
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Em 1946, foi criada a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Embaú. Em 1871 o sargento-mór Antônio Lopes
da Lavra deu inicio à construção da igreja em homenagem a Nossa Senhora da Conceição do Embaú. O comércio de
Ouro das Minas Gerais para o Litoral seguia o então Caminho dos Guaianazes, esse caminho cruzada Guaratinguetá
e Cunha, seguindo em direção de Paraty (RJ) e consequentemente passava pela igreja do Embaú.
Com a chegada da Estrada de Ferro D. Pedro II (ver página 20), construiu-se uma Estação na Fazenda Boa Vista, de
propriedade do Major Novais, para onde convergiu o povoado.
No lugar da Estação Ferroviária havia um Cruzeiro, pelo que a estação passou a se chamar de Cruzeiro. Em 1891 a
estação de Cruzeiro foi elevada a Vila. Esta situação toda ela foi motivada pelo poder e influência que o Major Novais
tinha junto ao Governador Geral. Com o golpe de estado que derrubou o Governador da época, a sede do Município
foi transferida para o local original onde hoje se encontra a cidade de Cruzeiro. Em 1845 criou-se a freguesia e em
1901 foi elevada à categoria de Município. Sua área territorial que hoje é de 304 km2 era bem maior e se estendia até
próximo de Varginha já no Estado de Minas Gerais. Este território foi perdido em disputas com o Governo de Minas
Gerais.
Maiores informações: http://www.cruzeiro.sp.gov.br
INFORMAÇÕES:
Câmara Municipal:
Policia Civil:
Policia Militar:
Pronto Socorro:
Secretaria de Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
0xx12 - 3144.2707
147 (local)
190 (local)
192 (local)
3144.1607
0800-0113560
45
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2007):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1795
1.407,1 km2
950 metros
22.062 habitantes
10,39 habitantes/km2
11.953
11.109
11.110
11.952
Agricultura e Turismo
Ecoturismo e Rural
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
A primeira incursão do homem branco na região, de que se tem notícia, ocorreu em 1597, quando partiu do Rio de
Janeiro (da Corte) uma expedição comandada por Martim Correia de Sá. Uma expedição com cerca de 700 portugueses e dois mil índios. Desembarcaram em Paraty (RJ) e galgaram a Serra do Mar pela antiga trilha dos Guaianás, para
combater os índios Tamoios, que estavam unidos com os franceses na luta contra os portugueses. A estância climática de cunha tem sua origem nos anos de 1695. Em 1735, os viajantes que subiam a serra, construíram um povoado
onde a família portuguesa Falcão ergueu uma capela chamada “Sagrada Família”. Devido à contribuição desta família na organização e construção do povoado, durante muito tempo ele foi chamado de “Freguesia do Falcão”.
Em 16 de setembro de 1786 o povoado é elevado à condição de Vila, com o nome de “Vila de Nossa Senhora da Conceição de Cunha”, em homenagem ao Capitão General Francisco da Cunha Menezes, Governador da Província de
São Paulo. A autonomia política veio no ano de 1888. Em 1932, cunha foi palco de batalha da Revolução Constitucionalista, quando um batalhão de 400 homens subiu a Serra do Mar com a intenção de chegar a São Paulo pelo Vale do
Paraíba. Os combates no Município duraram três meses, quando a cidade conheceu seu herói e mártir o lavrador
Paulo Virginio, que foi morto por não revelar a posição das tropas paulistas. Em 1945 a prefeitura entrou com o pedido de transformação do município em Estância Climática e no dia 228 de Outubro de 1940, fui promulgada pelo Governador de São Paulo a Lei nº. 182, convertendo a cidade de Cunha em “Estância Climática”.
Maiores informações: http://www.cunha.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Policia Militar:
Pronto Socorro:
(Dados não disponibilizados)
0xx12 -
46
BREVE HISTÓRIA DO DESTRITO:
Eugênio de Melo é um distrito do Município de São José dos Campos, criado pelo decreto nº.
5.538 no ano de 1934.
Eugênio de Melo teve no final do século XIX especial importância na economia do município
pelo cultivo e exportação de grande quantidade de café. No final do século XIX o ciclo do
café no Vale do Paraíba estava em franco progresso, este fato deu origem à “Vila Nossa Senhora dos Cafezais”. Assim como as restantes vilas e assentamentos do Vale do Paraíba, os
Barões do Café, proprietários de grandes glebas de terra, produtoras de café, sentiram a necessidade da construção de uma ferrovia que facilitasse o escoamento de sua produção, até
então carregada em lombos de mulas pelos tropeiros, deslocação esta morosa e dispendiosa. Assim, no dia 28 de Agosto de 1877 foi inaugurada a Estação Ferroviária de Eugênio de
Melo, cujo entreposto à época era bastante movimentado.
Uma geada ocorrida em meados do ano de 1881, destruiu mais da metade das plantações de
café, causando grandes dificuldades econômicas ao povoado, provocando a substituição gradual dos cafezais por
outras lavouras. Do ciclo do café restam apenas dois marcos, a “Estação Ferroviária” e a sede da “Fazenda Galo
Branco”. Em 1924, com a inauguração da estrada de rodagem São Paulo - Rio de Janeiro, Eugênio de Melo adquiriu
um maior significado econômico e esta estrada lhe trazendo enormes benefícios para a sua população, quer em mobilidade como em aumento do comércio urbano, já que esta via (antiga estrada
Rio de Janeiro - São Paulo) corta seu território no meio.
Pelo decreto nº.6.638 de 31 de Agosto de 1934, foi criado o Distrito de Eugênio
de Melo.
Na década de 50, no século passado, viu se instalarem em sua área serem instaladas as primeiras industrias, acompanhando o processo de industrialização de
São José dos Campos. Com esta nova atividade a cidade, aliada à infra-estrutura
do distrito, sua população cresceu economicamente e seu aspeto foi se modificando, passando de uma localidade rural para mais urbana.
Sua área territorial é de 96 km2 e faz divisa não só com São José dos Campos,
como Jacareí e Caçapava, cidades estas situadas no eixo Rio de Janeiro - São
Paulo e cuja a Estrada as interliga. Com a construção da Rodovia Presidente Dutra, a Estrada Velha passou a ser uma via de interligação local, entre os bairros
das cidades, que dia a dia vão se aproximando mais das divisas intermunicipais.
Ecologicamente Eugênio de Melo não pode ser até um passado recente um exemplo de preservação. Municípío que
concentra grandes portos de exploração de areia, em muito contribuiu para a degradação das margens do Rio Paraíba do Sul, que na sua região se encontra bastante prejudicado. Em São José dos Campos, essa extração foi proibida, pela Lei Municipal nº. 3.057/89. Eugênio de Melo dista 8 km de São José dos Campos.
Maiores informações: http://www.sjc.sp.gov.br
47
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
1630
Área total da unidade territorial:
751,4 km2
Latitude do distrito sede do município:
22°48’45’’S
Longitude do distrito sede do município:
45°11’15’’W
Altitude:
539 metros
Estimativa populacional ( IBGE-2007):
104.022 habitantes
Participação FUNDEF-2005:
10.670.097,84
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
12.229.667,86
Densidade demográfica:
138,44 habitantes/km2
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
50.763
Mulheres:
53.259
População Urbana:
98.964
População Rural:
5.058
Turismo:
Ecoturismo, Rural, Religioso e Cultural
Hidrografia:
Rio Paraíba do Sul e seus afluentes, Ribeirões
Guaratinguetá, dos Lemes, dos Motas, São Gonçalo, Pilões, entre outros.
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
86.870
População alfabetizada:
93.100
Taxa de alfabetização:
95,7%
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
52
Estabelecimentos de ensino fundamental:
68
Estabelecimentos de ensino médio:
26
Hospitais:
03
Agências bancárias:
12
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
O nome Guaratinguetá deriva das palavras de origem Tupi “Guará=Garça+tinga=Branca+eta=muita (Muitas Garças
Brancas). Segundo dados do primeiro Livro Tombo da Catedral de Santo António, dava-se a conhecer o povoamento
destas terras por Jacques Félix e Filhos. O dia 13 de Junho de 1630, data dedicada ao padroeiro da cidade, marca a
fundação de Guaratinguetá, pela construção da capela erguida em louvor a Santo António. Em 13 Fevereiro 1851, o
povoado é levado à categoria de Vila e em comemoração é erguido o pelourinho. No século XIX Guaratinguetá se
destaca como grande produtora de Café. No ano de 1844, Guaratinguetá é elevada à categoria de cidade.
Em 1739 nasce em Guaratinguetá seu filho, hoje Santo António de Sant’Anna Galvão ( página 47 ).
Em 7 de Julho de 1848 nasceu outro seu filho ilustre Sr. Francisco de Paula Rodrigues Alves, Presidente da República do Brasil, eleito duas vezes.
Guaratinguetá nos dias de hoje tem em sua vocação econômica, a exploração da pecuária extensiva, a industria e
fomento comercial. Hoje conta com a “Escola de Especialistas da Aeronáutica” e dois Campus Universitários a
“YNESP” e a “FATEC”.
No turismo a história, as construções, os casarões, a estação ferroviária, são um marco da importância imensurável
para a cultura Valparaibana; O Turismo ecológico, por sua natureza exuberante e o Religioso pois seu nome está ligado ao primeiro Santo Originalmente Nascido no Brasil, mais precisamente em sua cidade.
“FAZENDA ESPERANÇA” (Pagina Seguinte)
Maiores informações: http://www.guaratingueta.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
0xx12 Secretaria da Educação:
Policia Militar:
Pronto socorro:
Secretaria da Agricultura:
3128.2800
3128.7777
3132.4040
3125.2080
3125.1905
48
UMA HISTÓRIA DE ESPERANÇA
A história da “Obra Social Nossa Senhora da Glória - Fazenda Esperança” retrata o esforço de pessoas que desafiam
diariamente o comodismo e o pessimismo diante dos imensos problemas sociais de hoje. Com uma coragem que
desafia qualquer desesperança, ergueram do nada um trabalho pioneiro de assistência e de resgate da dignidade
humana.
Tudo começou com a chegada do Frei Hans Stapel, em Guaratinguetá, cidade do Vale do Paraíba situada no Estado
de São Paulo (BR), no ano de 1979.
O Religioso franciscano iniciou com a paróquia de Nossa Senhora da Glória uma nova experiência de vida, baseada
no amor cristão. Brotaram então várias iniciativas de ação social inspiradas na frase do evangelho “Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos é a mim que o fareis”.
Dessa experiência surgiu também a “Fazenda da Esperança”. Em 1983, Nelson, um jovem da paróquia, se deu conta
de uma “boca de fumo” perto da sua casa. Sem pretender nada, a não ser colocar em pratica o Evangelho, aproximou-se desta boca de fumo e depois de um certo tempo de relacionamento, um daqueles jovens pediu-lhe ajuda para deixar aquela vida. Esses dois jovens foram a inspiração do primeiro grupo que deu inicio à “Fazenda Esperança”.
Vários outros seguiram os passos do primeiro e eles decidiram morar juntos em uma casa onde voluntários e recuperados procuravam viver o respeito mútuo e a trabalhar para se manterem, sob a orientação do pároco.
Este primeiro grupo de jovens voluntários e recuperados tomaram a decisão de colocar todos os seus bens em comum e fizeram um pacto de sustentarem aquela primeira casa com os resultados obtidos do suor do trabalho de cada um. Era uma casa alugada, dentro da cidade. O jovem voluntário Nelson, trabalhava numa cooperativa e colocava
em comum o seu salário e os outros jovens cortavam grama na casa das pessoas da paróquia.
Hoje, esta iniciativa se encontra instalada na “Fazenda Esperança”, instalada em Pedrinhas, a 15 km do centro de
Guaratinguetá, fundada em 1983. A Fazenda de Guaratinguetá, nas áreas Feminina e Masculina, acolhe atualmente
cerca de 300 dependentes de drogas e álcool.
Hoje, existem 42 centros masculinos e femininos distribuídos sendo a maior partes deles no Brasil mas conta ainda
com 02 fazendas na Alemanha, 01 no Paraguai, 01 nas Filipinas, 01 no México, 01 na Guatemala, 01 na Rússia, 01 na
Argentina e 01 na África.
Em todos os centros, o esforço de recuperação é fundamentado na experiência concreta do Evangelho como caminho de mudança de mentalidade e, no trabalho como fonte de comunhão e de sustento. Mas, apesar de desenvolver
atividades agrícolas e industriais que garantem a manutenção dos recuperados, a iniciativa precisa da ajuda externa
afim de que possa se expandir e levar dignidade e ajuda a todos quantos precisarem.
DADOS PARA CONTATO:
Telefone: 0 xx 12 - 3128.8812
E-mail:
[email protected]
Departamento de vendas de produtos:
Telefone: 0 xx 12 - 3122.2055
E-mail:
[email protected]
49
11 de Maio
Santo António de Sant’Ana Galvão, mais
conhecido como Frei Galvão,
nasceu na cidade de Guaratinguetá - Estado de São Paulo - Brasil, no
ano de 1739 e faleceu na cidade de São Paulo, capital do Estado de mesmo nome aos 23 de Dezembro de 1822. Foi um frade católico e hoje o
primeiro Santo Brasileiro nascido no Brasil. A sua canonização se deu
quando da vinda do Papa Bento XVI ao Brasil, na cidade de São Paulo,
no Campo de Marte em missa campal, no dia 11 de maio de 2007. Por
decreto de Lei o Senado Nacional marcou o dia 11 de Maio como o
dia de Santo António de Sant’Ana Galvão.
Biografia:
O pai António Galvão de França, nascido em Portugal, era o capitão-mor na Vila de Guaratinguetá. Sua mãe, Isabel Leite de Barros, era filha de fazendeiros, bisneta do famosos bandeirante Fernão Dias Paes, o caçador de esmeraldas. António viveu com seus irmãos, numa casa grande
e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e de influência política. O pai, querendo dar uma
formação humana e cultural, segundo suas possibilidades econômicas mandou o filho com a idade de
treze anos para o Colégio de Belém, dos padres jesuítas, na Bahia, onde já se encontrava o seu irmão
José. Lá fez grandes progressos nos estudos e na prática cristã, de 1752 a 1756. Queria tornar-se jesuíta, mas por causa da perseguição movida contra a ordem pelo Marquês de Pombal, seu pai o aconselhou a entrar para os franciscanos, que tinham um convento em Taubaté, cidade não muito longe de
Guaratinguetá e também no Vale do Paraíba. Assim, Frei Galvão renunciou a um futuro próspero e promissor e influente na sociedade de então e, aos 16 anos entrou para o noviciado, na Vila de Macacu,
no Estado do Rio de Janeiro.
Em 16 de abril de 1761 fez seus votos solenes e posteriormente foi mandado para o Convento de São Francisco, na cidade de São Paulo, afim de aperfeiçoar seus estudos em filosofia
e teologia, e exercitar-se no apostolado. Data dessa época a sua “Entrega a Maria”, como
seu ‘Filho e Escravo Eterno”, consagração mariana assinada com seu próprio sangue, em 9
de março de 1788.
Terminados os estudos foi nomeado Pregador, Confessor dos Leigos e Porteiro do Convento, cargo este considerado de muita importância, pela oportunidade de comunicação com as
pessoas e o grande apostolado resultante. Nos anos de 1769-70 foi nomeado confessor de um recolhimento de piedosas mulheres, as “Recolhidas de Santa Teresa”, em São Paulo.
Fundação do Novo Recolhimento:
Neste recolhimento encontrou irmã Helena Maria do Espírito Santo, religiosa que afirmava ter visões
pelas quais Jesus lhe pedia para fundar um Novo Recolhimento. Frei Galvão, ouviram também o parecer de outras pessoas, considerou válidas essas visões. No dia 2 de fevereiro de 1774, foi oficialmente fundado esse novo Recolhimento, e Frei Galvão dado como seu Fundador.
Em 23 de fevereiro de 1775, um ano após a fundação, Madre Helena morreu repentinamente. Assim,
Frei Galvão tornou-se o único sustentáculo das recolhidas. Enquanto isso o novo Capitão-general da capitania de São Paulo, retirou a permissão e ordenou o fechamento
do Recolhimento. Tomara esta atitude com a única finalidade de se opor ao seu predecessor, que havia promovido e apoiado a fundação. Frei Galvão foi obrigado a aceitar e também as recolhidas obedeceram mas, não abandonaram a casa e enclausuradas resistiram. Passado um mês, graças à pressão do povo e do Bispo, o Recolhimento foi reaberto.
Devido ao grande número de vocações, viu-se obrigado a aumentar o Recolhimento.
Durante 14 anos cuidou dessa nova construção (1774-1788) e outros 14 anos para a
construção da Igreja (1788-1802) cuja inauguração se deu em 15 de agosto de 1802.
Frei Galvão foi arquiteto, mestre de obras e até mesmo pedreiro. A obra, hoje o Mosteiro da Luz, foi declarada “Patrimônio Cultural da Humanidade” pela UNESCO.
Frei Galvão além da construção e dos encargos especiais dentro e fora da Ordem
Franciscana, deu toda a atenção e o melhor de suas forças à formação das recolhidas. Era, para elas, verdadeiro Pai e Mestre. Para elas escreveu um estatuto, excelente guia de disciplina religiosa. Esse é o principal escrito de Frei Galvão, e que melhor
manifesta a sua personalidade.
O Apostolado:
Em várias ocasiões as exigências de sua ordem religiosa, pediam que se mudasse
para outro lugar para realizar outras funções, mas tanto o povo, como as recolhidas,
como o Bispo, a Câmara Municipal de São Paulo, intervieram para que ele não saísse
da cidade. Diz uma carta do “Senado da Câmara de São Paulo” ao Provincial
(superior) de Frei Galvão: “Este homem tão necessário às religiosas da Luz é preciosíssimo a toda esta Cidade e Vilas da Capitania de São Paulo, é homem religiosíssimo e de prudente conselho; todos acorrem a pedir-lho; é homem da paz e da caridade”.
CONTNUA
CONTINUAÇÃO
Frei Galvão viajava constantemente pelas capitanias de São Paulo, pregando e atendendo às
pessoas. Fazia todos esses trajetos sempre a
pé, não usava cavalos nem a liteira levada por
escravos. Vilas distantes, sessenta quilômetros ou mais, municípios no litoral, ou até mesmo viajando para o Rio de Janeiro, que dista
500 quilômetros de São Paulo, para ele não
eram empecilho e não havia obstáculos para o Convento Frei Galvão-Guaratinguetá-SP
seu zelo apostólico. Por onde passava as multidões acorriam e a todos recebia com caridade e amabilidade.
Os Dons de Frei Galvão:
Por causa do imenso amor e caridade para com o seu povo, Deus o agraciou com diversos Dons, dos quais jamais se serviu em proveito próprio, ao contrário, sempre os
colocou a serviço da misericórdia divina.
Todos os casos abaixo relatados foram devidamente comprovados por documentos.
Bilocação:
Estar em mais de um local ao mesmo tempo;
Telepatia:
Transmissão ou comunicação de pensamento e sensações, à distância entre duas ou mais pessoas;
Premonição:
Sensação ou advertência antecipada do que vai acontecer;
Clarividência: Previsão do que vai acontecer;
Levitação:
Erguer-se acima do solo;
Telepercepção: Adquirir conhecimento de fatos ocorridos a longa distância.
Bilocação: Pelo que consta o fato ocorreu por volta do ano de 1810, às margens do Rio Tietê, no distrito de Potunduva (Airosa Galvão), município de Jaú, próximo a Pederneiras e Bauru. Manoel Portes, capataz de uma expedição
que vinha de Cuiabá, homem de temperamento instável, castigou severamente o caboclo Apolinário por indisciplina.
Ao notar o capataz distraído, o caboclo, por vingança, o atacou pelas costas com um enorme facão e fugiu.
Sentindo que a vida abandonava-lhe o corpo, Manuel Portes, no auge do desespero põe-se a gritar “Meu Deus eu
morro sem confissão! Senhor Santo António pedi por mim! Dai-me confessor! Vinde Frei Galvão, assistir-me! Eis que
então alguém gritou, avisando que um frade se aproximava e todos identificaram Frei Galvão. Assim contaram, as
testemunhas: “aproximou-se o querido sacerdote, afastou com um gesto os espectadores da trágica cena, abaixouse, sentou-se, pôs a cabeça de Portes sobre o colo e falou-lhe m voz baixa, encostando-lhe depois o ouvido aos lábios. Ficou assim alguns instantes, findos os quais abençoou o expirante. Levantou-se, fez um gesto de adeus, e afastou-se de um modo tão misterioso como aparecera”. Afirma-se, que naquele instante, Frei Galvão, encontrava-se
em São Paulo, pregando. Interrompeu-se, pediu uma Ave-Maria por um moribundo e, acabada a oração, prosseguiu a
pregação.
Telepatia: Em uma cidade Frei Galvão era conduzido em uma cadeirinha coberta. Uma senhora, através de sua janela, com cortina de rótulas, vê a cadeirinha, em que sabe está “o Santo frade”. E ela, sucumbida pelas amarguras da
vida, soluçando, pensa consigo: “Ah se Frei Galvão se lembrasse de mim, se ao menos me desse uma benção”. No
mesmo instante, Frei Galvão levanta as cortinas da cadeirinha, debruça-se para fora, em direção daquela janela, e
sorridente, abençoa a senhora, atrás das rótulas. E os que presenciaram o fato, afirmaram que o franciscano não tinha a menor possibilidade de ver aquela senhora, porque era conduzido pelo lado oposto da rua.
Premonição: Em todas as vilas e cidades por onde passava, a pedido dos párocos, Frei Galvão pregava. Por vezes
era tão numeroso o auditório que, não o contendo dentro da igreja, era preciso fazer a pregação ao ar livre.
Em Guaratinguetá ocorreu um fato extraordinário: O sermão havia começado, quando se forma uma enorme tempestade; a chuva desaba, e quando viram que ela chegava ao largo, onde se encontravam, quiseram se retirar. Calmo
Frei Galvão lhes disse que ficassem porque nada sofreriam. De fato a chuva não caiu sobre o largo.
Outro relato impressionante é o do Dr. Afonso d’Escragnole Tauney:
“Um cavaleiro que passava alta madrugada por São Paulo, viu Frei Galvão sentado na soleira de uma casa. Ofereceulhe o cavalo, propondo-se a acompanhá-lo até ao Recolhimento, fazendo-se ver que ele arriscava adoecer, imobilizado como estava, sob tão baixa temperatura e forte garoa. Frei Galvão agradeceu a oferta, porém não aceitou, argumentando que precisava demorar-se aonde estava, tendo para tanto motivos fortes. O cavaleiro não insistiu e seguiu
viagem. Dela voltando, soube do fato que impressionara muito a cidade, e fê-lo estremecer. Na manhã seguinte ao
encontro com Frei Galvão foi achado morto em sua própria casa, um homem rico que vivia solitário, avarento e agiota. Era precisamente o morador da casa em cuja soleira estava Frei Galvão.
Clarividência: Uma menina foi levada à presença de Frei Galvão. No decorrer da conversa, perguntou a ela sobre o
que desejava ser. Respondeu que queria ser freira. Frei Galvão a abençoou com carinho e profeticamente lhe confirma a vocação. De fato, aos 19 anos ela ingressa em um convento.
Levitação: No Mosteiro da Luz há vários testemunhos sobre a capacidade que Frei Galvão tinha de levitar. Dentre
eles, há o relato de uma senhora nos seguintes termos: Ao se cruzarem, ela exclamou, espantada: “Senhor Padre,
vossemecê anda sem pisar no chão?”. E o frei, sorriu, saudou e seguiu em diante.
Telepercepção: Antigamente, quando os sinos badalavam fora do horário da reza, a comunidade se reunia, pois
sabia que algo de extraordinário acontecera. Certo dia, os sinos do Mosteiro tocaram e a população atendeu à convocação. Frei Galvão, então já bem idoso, anunciou: “Rebentou em Portugal uma revolução” (talvez a de 1820). E relatou detalhes como se estivesse assistindo a tudo pessoalmente. Semanas depois, chegaram notícias confirmando as
visões de Frei Galvão.
51
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
1954
Área total da unidade territorial:
293,3 km2
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
745 metros
Estimativa populacional ( IBGE-2007):
8.288 habitantes
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
28,6 habitantes/km2
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
4.285
Mulheres:
4.003
População Urbana:
5.875
População Rural:
2.413
Turismo:
Náutico, ecológico e aventura
Economia:
Gado leiteiro e hortifruti
Hidrografia:
Cachoeiras, ribeirões e represa de Igaratá
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Dadas as suas características e à represa de Igaratá, nos finais de semana recebe uma grande quantidade de visitantes e sua população chega a quadruplicar, atingindo números que se aproximam de 27.000 pessoas.
A história de IGARATÁ divide-se em dois períodos: Antiga Capela de Nossa Senhora do Patrocínio, em territórios de
Santa Isabel, Comarca de Jacareí, foi elevada à categoria de Freguesia no ano de 1864, sendo anexada à Vila de São
José do Paraitinga em Maio de 1868. Com o mesmo nome foi elevada à categoria de Município, na Comarca de Jacareí, em Abril de 1873, tendo posteriormente a Lei 1402 de 22 de Dezembro de 1906, mudado seu nome para o atual
Igaratá. Posteriormente foi novamente reduzido à categoria de Distrito de Paz, posteriormente foi anexado ao Município de Santa Isabel e em 30 de Dezembro de 1954 foi novamente constituído como Município Autônomo, tendo assim
ficado constituído de um único distrito. Sua vida decorreu de forma tranqüila até que surgiu o projeto hidroelétrico
das Centrais Elétricas de São Paulo, hoje, Companhia Energética de São Paulo, para a represa de Igaratá, cujas características levavam à submersão da cidade de Igaratá. O que veio a ocorrer dando lugar a uma nova cidade de Igaratá. Sua história foi perdida mas, graças à luta do povo de Igaratá, sua nova cidade foi sendo construída e hoje se
ergue majestosa`na parte alta do relevo, às margens da maravilhosa represa de Igaratá. Ponto de atração turística,
pesca e esportes aquáticos que alavancaram sua economia e fazem o regozijo de milhares de turistas todo o final de
semana. Sua beleza ecológica, suas trilhas´, cataratas e pequenos riachos e córregos convidam milhares de amantes
da natureza a fortificar seu ego, em ricas caminhadas e vislumbres.
Maiores informações: http://www.igarata.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Policia Militar:
Pronto socorro:
0xx11 - 4658.1318
4658.1318
4658.1055
4658.1044
190
4658.1568
52
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Turismo:
Economia:
Hidrografia:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1653
463 km2
23° 18’ 45’’ S
45° 56’ 15’’ W
567 metros
191.358 habitantes
28,6 habitantes/km2
94.626
96.732
183.444 Área Urbanizada: 368 km2
7.914 “ Rural
: 64 km2
Cultural, ecológico e religioso
Indústria, comércio e serviços
Rios Paraíba do Sul, Parateí, Jaguari e Comprido
Taxa de Crescimento: Jacareí tem a maior taxa de crescimento populacional do Estado de São Paulo.
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Povoamento: A região do Vale do Paraíba era ocupada por povos indígenas das etnias tupi-guarani, conforme relatos de jesuítas, depois bandeirantes e posteriormente viajantes, uns colonizando, outros desbravando e outros
transportando mercadorias, mais conhecidos como tropeiros, nos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, como também por
outros estudos arqueológicos. Os índios tupi-guarani habitaram o território hoje pertencente a Jacareí, há quinhentos e mil anos atrás, segundo as mais recentes pesquisas arqueológicas. Por escolha esses povos ocupavam platôs
próximos aos cursos dos rios, moravam em aldeias e se dedicavam à pesca, à caça e ao plantio de mandioca, milho,
feijão entre outras, praticando a agricultura de coivara. Para o transporte e para a manipulação desses alimentos eles desenvolveram a arte da cerâmica.
Após o descobrimento do Brasil e a missão jesuítica, as missões foram-se instalando e formando sítios de catequização, que por sua vez foram se transformando em aldeamentos. A principio os Jesuítas só tinham por missão a catequização e a apaziguação dos índios mas, posteriormente com o ciclo do ouro os bandeirantes e exploradores caçavam os índios tanto para o transporte de seus pertences sertão afora rumo às minas gerais, como para o trabalho
escravo nas propriedades agrícolas que se foram formando.
Colonização: Durante o período colonial, os paulistas foram adentrando os sertões e ocupando o interior, explorando a mão de obra indígena (escrava) e procurando fontes minerais. Nesse contexto, os povoamentos e aldeamentos
foram-se formando, entre eles a hoje cidade de Jacareí. Em 1652, por iniciativa de António Afonso e seus filhos e agregados formaram um aldeamento que hoje é a cidade de Jacareí, em terras antes pertencentes a Mogi das Cruzes.
Em 24 de novembro de 1653, houve a elevação do povoado a Vila recebendo o nome de “Nossa Senhora da Conceição do Paraíba”.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
BREVE RELATO HISTÓRICO:
“Aos vinte e um dias do mês
de Novembro e
mil seiscentos e cinqüenta e
três anos, em
casas do Capitão Diogo de Fontes, todos juntos os membros do Paraíba, apareceram com o dito Capitão Diogo de
Fontes, diante do Capitão mor Bento Ferrão Castelo Branco, que presente estava, e por ele foi dito e requerido ao
dito Senhor que sua Mercê lhe mandasse fazer uma Vila, e levantar Pelourinhos em nome de sua Majestade, pois eram bastante para o poder fazer, visto serem pobres e suas mulheres e filhos não poderem acudir à Vila de Mogy Mirim., por ser o caminho muito longe e não terem passagem para poder levar suas mulheres e filhos a ouvirem a
Missa juntamente por carecerem seus filhos de Água de Baptismo, e que da parte de Sua Majestade, lhe requeriam, o
que visto pelo dito senhor seus requerimentos serem justos, lhe respondeu que se o Sítio fosse capaz e suficiente
para se poder fazer Vila e levantar Pelourinho o faria, e eu Jorge de Sousa Pereira, Tabelião do Público Judicial e Notas da Vila de Santa Anna das Cruzes de Mogy - Mirim, o escrevi por mandado do dito Senhor Bento Ferrão Castelo
Branco - António Agostin - Domingos Afonso - Diogo das Fontes (...), e logo pelo dito Capitão Mor em os vinte e dois
dias do mês de novembro do dito ano, se pôs a caminho com os ditos moradores e veio ver o Sítio e paragem que os
tais pediram se levantasse a dita Vila na forma atrás nomeada (...) E logo vindo o dito Capitão Mor desta Capitania
dito Bento Ferrão Castelo Branco de donde alevantou a Vila de Nossa Senhora da Conceição da Paraíba em pousada
de António Agostin, onde todos se achavam presentes ali morando, ele Capitão mor a eleição na conformidade que
sua Majestade ordena, para que na dita Vila se celebrasse Justiça de Sua Majestade, e aí procederam à eleição de
Juiz Ordinário, Vereadores e Procurador da Câmara, que prestam juramento e prometeram obediência ao Marquês de
Cascais, Donatário, e ao Alcaide mor desta Capitania de São Vicente (...).”(extraído do livro Nossa Senhora da Conceição de Jacarehy - 1990).
Nos primeiros anos do povoamento de Jacareí a base econômica era o cultivo do algodão, milho, mandioca e a criação de suínos e de gado, como atividades de subsistência e pequeno comércio.
A descoberta do Ouro (iniciando-se o ciclo do Ouro) nas Minas Gerais no século XVIII fez da região do Vale do Paraíba importante rota entre o interior e o litoral.
O CICLO DO CAFÉ:
No inicio do século XIX, com a cultura cafeeira e o inicio do ciclo do Café, houve uma dinamização da economia na
Região do Vale do Paraíba, que culminou com a construção da ferrovia da Companhia Rio de Janeiro - São Paulo,
que trouxe riqueza e um patrimônio histórico de imensurável valor, além de ter contribuído para a formação de novas
cidades e dado alicerces para tornar o Vale do Paraíba o principal produtor de café do Brasil e lhe dado importância
real junto à corte Portuguesa.
Em Jacareí o Café transformou a Vila, trazendo melhorias urbanas. Deu-se a transformação da Vila à categoria de
cidade, em 03 de Abril de 1849. O acréscimo significativo do trabalho escravo de negros (africanos) no plantio do
café produziu riquezas imensuráveis para os Barões do Café e para a corte portuguesa, além do tráfico negreiro, importante fonte de acumulação e circulação de capital.
O núcleo urbano inicial de Jacareí, expandiu-se com a instalação da ferrovia, no ano de 1876. Na cidade foram construídas a Santa Casa de Misericórdia, a Ponte sobre o Rio Paraíba do Sul, o Mercado Municipal, casarões dos Barões
do Café, assim como foram inaugurados o Teatro e o Hipódromo.
Após as geadas ocorridas em algumas cidades do Vale do Paraíba, que em algumas chegou a dizimar mais de 60%
das plantações, a economia migrou para o cultivo de outros meios tais como o milho, o arroz e a Cana de Açúcar.
Esta de especial importância dado o interesse da coroa nos seus subprodutos, especialmente o açúcar que estava
ganhando mercado além mar.
INDUSTRIALIZAÇÃO E CRESCIMENTO URBANO:
Após a abolição da Escravatura, em 1888, e o advento da República, em 1889, em Jacareí ocorreu a formação de um
pólo fabril, consolidando o trabalho assalariado. O crescimento urbano intensificou-se com as fábricas têxteis, instaladas nas primeiras décadas do século XX e a Rodovia SP-66 (Estrada Velha Rio - São Paulo).
A partir de 1950, deu-se uma aceleração da industrialização de Jacareí, acompanhando o desenvolvimento industrial
do Vale do Paraíba; com a vinda de empresas de grande porte e alta tecnologia, além de grupos multinacionais.
A inauguração da Rodovia Presidente Eurico Gaspar Dutra, no ano de 1951, a instalação de indústrias se direcionou
para as margens dessa rodovia e a valorização das terras na região central levaram à formação de bairros afastados
do centro, numa expansão demográfica não controlada.
As classes mais privilegiadas ocuparam as áreas mais altas em torno do centro da cidade e, posteriormente as áreas
de várzea, não mais inundáveis em virtude da construção da Represa de Santa Branca, no ano de 1960.
Nas décadas de 80 e 90 do século passado, o parque industrial diversificou-se e cresceram os setores de serviços e
o comércio, que ocupam respectivamente 36% e 60% da mão de obra economicamente ativa.
Jacareí além de outras industrias conta em seu parque industrial com as maiores fábricas de cerveja da América Latina, sendo conhecida como a “Capital da Cerveja.
Mais informações: http://www.jacarei.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
0xx12 - 3953.3871
Secretaria da Educação:
3955.9207
Secretaria do Meio Ambiente:
3916.4414 (inf.)
Policia Civil:
3951.0469
Policia Militar:
190 (local)
Pronto socorro:
3954.5600
54
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Bacia hidrográfica:
Fazendas históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1876
183,758 km2
23° 15’ 14’’ S
45° 41’ 16’’ W
695 metros
3.992 habitantes
24,6 habitantes/km2
2.082
1.910
1.934
2.058
Agricultura e industria
Religioso e Histórico
Rio Capivari
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
A instituição do município de Jambeiro data do ano de 1876, quando pela Lei n° 56, de 30 de Março desse ano, foi a
Freguesia de Nossa Senhora do Capivari de Caçapava, elevada à categoria de Vila, ganhando assim a sua emancipação política.
Pela Lei Provincial n° 36, de 8 de maio de 1877, a Vila de Nossa Senhora do Capivari de Caçapava, recebeu o nome
de Jambeiro, sendo em 10 de agosto de 1878, solenemente a primeira Câmara Municipal.
Jambeiro começou a se formar no ano de 1871, no antigo povoamento que se formou em volta da capela de Nossa
Senhora das Dores, erguida em terras doadas pelo capitão Jesuíno Antonio Batista. No ano seguinte, 1872, foi elevada à categoria de freguesia, ficando claramente determinado o território e suas divisas. Com o aumento progressivo
de sua população, a nova freguesia foi adquirindo valor social e político sendo que no ano de 1920, chegou a contar
com mais de 10 Mil habitantes. Nessa época sua principal riqueza eram as grandes plantações de café mas, com a
queda dos preços do café no mercado mundial e a crise que se seguiu, o município, como os outros do Vale do Paraíba, e do resto do Brasil, sofreu as conseqüências. Jambeiro foi mais prejudicado porque praticamente a sua economia se baseava no cultivo do café. A partir daí a economia Jambeirense passou a basear-se na pecuária leiteira, a
qual pela pouca mão de obra empregada, levou ao abando de sua cidade, de grande parte de seus cidadãos, diminuindo assim consideravelmente a sua população.
Origem do nome: O nome tem sua origem, na preferência dada por seus habitantes à fruta “Jambo”, daí se originando o nome Jambeiro.
Maiores informações: http://www.jambeiro.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
Secretaria da Educação
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
(Dados não disponibilizados)
0xx12 -
55
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
1953
Área total da unidade territorial:
255,924 km2
Latitude do distrito sede do município:
23° 05’ 27’’ S
Longitude do distrito sede do município:
45° 11’ 24’’ W
Altitude:
913 metros
Estimativa populacional ( IBGE-2006):
5.195 habitantes
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
20,3 hab./km2
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
2.585
Mulheres:
2.372
População Urbana:
2.877
População Rural:
2.080
Atividade econômica:
Cachoeira Grande
Turismo:
Religioso e Histórico
Bacia hidrográfica:
Rio Paraitinga
Atrações:
* Pesca, cachoeira e a famosa fanfarra Pd. Chico
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
85,64%
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
01 (C.E.Federal)
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Lagoinha, assim como a maioria das cidades do Vale do Paraíba, nasceu
em virtude do tropeirismo. De pequenos assentamentos indígenas colonizados, as sesmarias e depois a época do Ouro das minas gerais. Era política correta que todo o “pouso de tropa” se localiza-se à beira de um rio ou de um córrego. Assim Lagoinha, nasceu
ao redor de um pouso de tropas localizado à margem de uma lagoa, daí a origem de seu nome.
Em 20 de julho de 1863, um grupo de famílias, Joaquim António Ribeiro e sua esposa Justina Maria da Conceição,
António Alves da Silva e sua esposa Ana Clara de Jesus, Francisco António Ribeiro, Delfina Izabel de Oliveira e Balbina Maria da Conceição, de descendência espanhola e indígenas, vindos de Ubatuba e apelidados de “Antocas”,
doaram um pequeno pedaço de terra próximo ao pouso da tropa para construção de uma capela em louvor a Nossa
Senhora da Conceição, no ano de 1863. Após sua construção, como era praxe de época, ao seu redor foram-se agregando novas construções e se formou o povoado, que pertencia ao município de São Luiz do Paraitinga. Elevado à
condição de Vila no ano de 1880, já com o título de Lagoinha, desmembrando-se de São Luiz do Paraitinga. Em 1934
retornou à condição de distrito, agora do Município de Cunha e em 1944 passou novamente a pertencer a São Luiz
do Paraitinga, tendo em 1953 reconhecida a sua autonomia administrativa e passado a cidade.
Maiores informações: http://www.lagoinha.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
0xx12 - 3647.1700
Secretaria da Educação:
Dados não disponibilizados
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
56
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
1944
Área total da unidade territorial:
166,9 km2
Latitude do distrito sede do município:
S
Longitude do distrito sede do município:
W
Altitude:
508 metros
Estimativa populacional ( IBGE-2007):
6.538 habitantes
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
36,00 habitantes/km2
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
3.065
Mulheres:
2.943
População Urbana:
5.307
População Rural:
701
Atividade econômica:
Agricultura e industria
Turismo:
Fontes de Água Mineral
Bacia hidrográfica: Rio Paraíba do Sul, Córregos, do Veado, Coronel Horta, Palmeiras, Bracinho da Divisa e Rio Claro
Fontes históricas:
Estação Ferroviária
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Como a maioria das hoje cidades do Vale do Paraíba, Lavrinhas nasceu com
o ciclo do ouro. Expedições feitas em busca do ouro nas minas gerais, durante o Brasil colônia e no ciclo do ouro, encontraram uma pequena quantidade de ouro, num lugar chamado de Grama e batizaram o local com o nome
de “Lavrinhas de Ouro”. Na realidade na época a maior parte do ouro era captado de aluvião ou seja no leito dos rios
e como lavrinhas é rica em córregos e rios, talvez por isso a descoberta.
O Povoado tomou forma e cresceu com a inauguração da Estação Ferroviária da Estrada de Ferro D. Pedro II.
Em 1906 foi criado o distrito de Lavrinhas e elevada a Vila em 1917.
Em 1934 foi incorporada ao Município de Queluz e em 1937 ao de Pinheiros. Em 1944 tornou-se município autônomo
incorporando o distrito de Pinheiros.
Lavrinhas está localizada à beira da Estrada Julio Fortes que é ligada à Rodovia Presidente Dutra.
Hoje Lavrinhas também é conhecida pelas suas fontes de água mineral existentes na área rural do município.
Maiores informações: http://www.lavrinhas.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Câmara Municipal:
0xx12 - 3146.1351
Secretaria da Educação:
Não disponibilizado
Secretaria do Meio Ambiente:
“
“
Policia Civil:
3146.1351
Polícia Militar:
3146.1234
Pronto Socorro:
Não disponibilizado
57
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Bacia hidrográfica:
Fontes históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1788
416,5 km2
45° 07’ 16’’S
02° 44’ 03’’W
524 metros
74.9483 hab.
186,90 hab/km2
37.901
39.942
74.948
2.895
Pecuária de leite e industrial
Histórico e rural
Rio Paraíba do Sul
Estação Ferroviária
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
O núcleo inicial da povoação surgiu no final do século XVII com as roças de Bento Rodrigues Caldeira, Pedro da
Costa Colaço, Domingos Machado Jacome, e João de Almeida Pereira, junto ao porto de Guaypacaré. Estes juntos
se organizaram e construíram uma pequena capela junto às margens do porto em homenagem a Nossa Senhora da
Piedade.
Inicialmente seu primeiro nome foi “Freguesia de Nossa Senhora da Piedade”, no ano de 1718, quando sob a invocação de Nossa Senhora da Piedade foi construída em sua homenagem uma igreja maior. Em 14 de novembro de 1788
foi elevada à categoria de Vila, já então sob o nome de Lorena. Este nome deve-se a uma homenagem feita ao então
Governador da Província de São Paulo, Conde de Serzedas, cujo nome era Bernardo José de Lorena.
Hoje no local dessa igreja se encontra uma Catedral, com toda a imponência e honra que Nossa Senhora da Piedade
faz jus. Um dos padrinhos dessa igreja foi o Conde Moreira Lima e sua mãe, entre outros ilustres benfeitores.
Maiores informações: http://www.lorena.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
Secretaria do Meio Ambiente:
0xx12 - 3153.1656
Não disponibilizado
“
“
“
“
“
“
3185.3518
58
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
1880
Aniversário:
26 de Abril
Área total da unidade territorial:
332,74 Km2
Latitude do distrito sede do município:
S
Longitude do distrito sede do município:
W
Altitude:
685 metros
Estimativa populacional ( IBGE-2006):
3.789 hab.
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
11,4 hab/km2
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
1.953
Mulheres:
1.836
População Urbana:
1.508
População Rural:
2.201
Atividade econômica:
Pequenas culturas e pecuária
Turismo:
Rural, Artesanato e Cultural
Bacia hidrográfica: RIOS: Ferrão, Buquirinha, Buquira e Turvo
RIBEIRÕES:Santa Maria,do Descoberto,do braço
e Ribeirão da Botinada.
Fontes históricas: Fazenda (Hoje Sitio do Pica Pau Amarelo)
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
85,47%
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
(1) Nossa Caixa
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Em 1957 se formou um povoamento que servia de local de pouso para os tropeiros e os exploradores que se dirigiam rumo às minas gerais, uns transportando e outros na busca de riqueza. Antes de se chamar de Monteiro Lobato,
teve outros nomes, primeiro Bonsucesso do Buquira, depois Vila das Palmeiras do Buquira e Vila do Buquira.
Na língua tupi, Buquira quer dizer Ribeirão dos Pássaros, o Povoado de Buquira foi uma homenagem a Nossa Senhora do Bonsucesso.Assim como a maioria dos povoados do Vale do Paraíba a hoje cidade de Monteiro Lobato, de
povoado passou a Vila em 26 de abril de 1880, e depois reduzida à condição de Distrito de Taubaté. Por Lei Estadual
em 1934 foi encampada pelas Comarcas, primeiro de Caçapava e posteriormente de São José dos Campos. No ano
de 1945, um movimento social levantado pelos habitantes dessa localidade culminou com a separação e a autonomia
da cidade, promulgada na Câmara Municipal de São José dos Campos.
Elevada à condição de Município, adotou o nome de “Monteiro Lobato” em homenagem ao filho da terra e ilustre escritor, editor e empreendedor.Tinha do Brasil uma idéia bem consistente de sua importância a nível mundial e foi um
dos primeiros brasileiros na tentativa de exploração de petróleo em terras brasileiras.
MAIORES DETALHES NAS PÁGINAS SEGUINTES
“Vida e Obra de Monteiro Lobato”
Maiores informações: http://www.monteirolobato.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
0xx12 - 3979.9000
Secretaria da Educação:
Não disponibilizado
Secretaria do Meio Ambiente:
“
“
Policia Civil:
3979.1166
Polícia Militar:
3979.1274
Pronto Socorro:
3979.1143
59
JOSÉ BENTO RENATO MONTEIRO LOBATO,
nasceu no dia 18 de Abril do ano de 1882, numa fazenda na cidade de Taubaté, no Vale do Paraíba, localidade do Estado de São Paulo e faleceu no dia 4 de Julho de 1948, na cidade
de São Paulo, capital do Estado do mesmo nome.
Monteiro Lobato foi um dos personagens mais importantes do século XX e sem
dúvida um dos mais influentes escritores brasileiros de sua época. Até hoje seus
livros e suas histórias são recontados, gravados e lidos pela população mundial,
tendo suas obras transcritas em vários idiomas mundiais.
Sua Obra de livros infantis, compõe aproximadamente 50% de sua obra sendo os
outros 50% compostos de contos que nos deliciam até aos dias de hoje.
SEU LEGADO LITERÁRIO
Livros Infantis: 1920“A menina do narizinho arrebitado”;
1921, “Fábulas de Narizinho” e “Narizinho arrebitado” (incluído em Redações de Narizinho); “Saci”; 1922,
“Fábulas e o Marquês de Rabicó”; 1924, “A caçada da onça”,
“Jeca Tatuzinho” e “Noivado do Narizinho” (incluído em Reinações de Narizinho, com o nome de “O casamento de Narizinho”);1927, “As aventuras de Hans Staden”; 1928, “Aventuras do Príncipe” (incluído em Reinações de Narizinho), “O Gato Felix” (incluído em Reinações de Narizinho) e “A Cara da Coruja”; 1929, “O Irmão de Pinóquio” (incluído em Reinações de Narizinho) e “O circo de escavalinho” (incluído em Reinações de Narizinho, com
o nome de “O Circo de Cavalinhos”);1930, “Peter Pan” e “A pena do papagaio” (incluído em Reinações de Narizinho); 1931, “Reinações de Narizinho” (que anexou outras histórias antes escritas) e o “Pó de pirlimpimpim” (incluído
em Reinações de Narizinho); 1932, “Viagem ao céu”; 1933, “Caçadas de Pedrinho”, “História do mundo para as crianças” e “Novas Reinações de Narizinho”; 1934, “Emília no país da gramática”; 1935, “Geografia de Dona Benta” e
“História das invenções”; 1936, “Dom Quixote das crianças” e “Memórias de Emília”; 1937, “Serões de Dona Benta”,
“O Poço do Visconde” e “Histórias da Tia Nastácia”; 1938, “O Museu de Emília” (Peça de Teatro, incluída no livro
“Histórias diversas”); 1939, “O Picapau Amarelo” e “O minotauro”; 1941, “A reforma da natureza”; 1942, “A chave do
tamanho”; 1944, “Os doze trabalhos de Hércules” (dois volumes); 1947, “Histórias diversas”.
Livros para adultos: 1918, “O Saci Pererê: resultado de um inquérito”, “Urupês” e “Problema vital”; 1919 “Cidades
Mortas” e “Idéias de Jeca Tatu”; 1920 “Negrinha”; 1921 “Ouro Verde”; 1923 “O macaco que se fez homem” , “Mundo
de lua” e “Contos escolhidos”; 1924 “O garimpeiro do rio das garças”; 1926 “O choque”; 1927 “Mr. Stang e o Brasil”;
1931 “Ferro”; 1932 “América”; 1933 “Na antevéspera”; 1935 “Contos leves”; 1936 “O escândalo do petróleo”; 1940
“Contos pesados”; 1941 “O espanto das gentes”; 1943 “Urupês, outros contos e coisas”; 1944 “A barca de Gleyre”;
1947 “Zé Brasil” e “Prefácio e entrevistas”; 1948 “Literatura e minarete”, “Conferências, artigos e crônicas”, “Cartas
escolhidas”, “Críticas e outras notas” e “Cartas de amor”.
INFLUÊNCIAS LITERÁRIAS:
Monteiro Lobato ostensivamente sempre revelava, em seus livros, as influências recebidas de autores de obras infantis, desde os fabulistas clássicos, tais como Esopo e La Fontaine, aos personagens dos desenhos animados então em evidência as telas de cinema do mundo inteiro, Popeye e sua trupe, o Gato Félix, entre outros.
Suas personagens se tornavam reais em seu imaginário e eram visitadas e visitavam todas as personagens do imaginário de Lobato;Peter Pan convivia ao lado de figuras folclóricas, como o Sacy, tudo isso permeado pela forte presença do folclore do meio rural, a tradição de “contar histórias” - e quase sempre é dessa forma que Tia Nastácia e
Dona Benta introduzem na mente dos leitores, os novos assuntos que dão mote aos livros do autor.
Entre os escritores clássicos explicitamente citados por Monteiro Lobato, na sua obra, encontram-se Lewis Carroll
(criador de “O Pinóquio”) e J.M.Barrie, além de outros, que segundo se presume também tiveram influência em seu
literário, tais como L. Frank Baum (de O Mágico de Oz) e Wilheim Busch.
BIOGRAFIA DE LOBATO
Sua carreira de estudante: Nascido e criado em fazenda, Monteiro Lobato foi alfabetizado inicialmente por sua mãe
Olímpia Augusta Monteiro Lobato e depois por um professor particular, especialmente contratado. Aos sete anos de
idade, entrou para um colégio. Foi nessa época que Lobato viria a descobrir os livros de seu avô materno, o Visconde de Tremembé, dono de uma faustosa biblioteca, no interior de sua casa. Lobato, logo se interessou pela leitura e,
acabou lendo tudo o que havia sobre Literatura Infantil, na língua Portuguesa. Já no colégio e nas escolas que freqüentou se mostrava com uma tendência de escritor, em pequenos contos que publicava nos jornais desses estabelecimentos.
Aos onze anos, ou seja, no ano de 1893, foi matriculado no “Colégio São João Evangelista”. Ao ser presenteado como herança antecipada, uma “bengala de seu pai”, em cujo cabo trazia gravadas as iniciais “J.B.M.L.”, mudou seu
nome de José Renato para José Bento, afim quer coincidisse com essas iniciais. No ano seguinte, os pais o presentearam com uma calça comprida, a qual usou, mas, com a qual se sentia bastante envergonhado, ao trajá-la.
Em Dezembro de 1896, se mudou para a Capital do Estado, São Paulo e, em janeiro de 1897, prestou exames das matérias estudadas em sua cidade natal, tendo sido reprovado e, em seguida retornado à cidade de Taubaté, no Vale
do Paraíba, sua cidade natal.
Quando retornou ao “Colégio Paulista”, fez as suas primeiras incursões literárias, como colaborador dos jornais de
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
pequeno porte; “Pátria”, “H2S” e “O Guarany”, sob o pseudônimo de “Josben” e “Nhô Dito”. Nesta época passou a
colecionar de forma compulsiva textos e recortes de jornais e revistam que lhe interessassem e a sua atividade de
leitura foi muito intensificada.
Em Dezembro prestou novamente os exames para o curso preparatório, tendo desta vez sido aprovado. Nesta época
também, escreveu minuciosas cartas a sua família onde descrevia em detalhes a cidade de São Paulo. Colaborou
com os jornais “O Patriota” e “A Pátria”. Com a sua aprovação nos exames e já imbuído de suas preferências, se mudou definitivamente para São Paulo, tornando-se estudante interno do “Instituto de Ciências e Letras”.
No ano seguinte, a 13 de junho de 1898, ocorreu o falecimento de seu pai Sr. José Bento Marcondes Lobato, vítima
de complicações pulmonares e, no dia 22 de junho de 1898, sua mãe, vítima de uma depressão profunda, motivada
pela perca de seu esposo, veio também a falecer.
Após a morte de seu pai, Monteiro Lobato, decidiu, pela primeira vez, participar das sessões do “Grêmio Literário
Álvaro de Azevedo do Instituto de Ciências e Letras”.
Nessa época, revelou o seu forte talento para o desenho, coisa que até então se resumia aos retratos que fazia da
fazenda e de seus detalhes, na época em que com eles conviveu, retratando freqüentemente a Fazenda Buquira.
No entanto, seu sonho era freqüentar a “Faculdade de Belas-Artes” mas, por imposição do avô, que o tinha como
sucessor na administração de seus negócios, acabou ingressando na “Faculdade do Largo de São Francisco” afim
de cursar “Direito”. No entanto, não deixou de ir colaborando em diversas publicações estudantis, tendo inclusive,
conjuntamente com outros colegas da turma, fundado, “ A Arcada Acadêmica”, em cuja sessão inaugural fez um discurso que teve por título “Ontem e hoje”.
Monteiro Lobato já se mostrava um comentarista original, sendo elogiado por todos, como sendo dono de um senso
fino e sutil de um “espírito à francesa” e de um “humor à Inglesa”, cujas características carregou por toda a sua vida.
Dois anos depois, foi eleito presidente da “Arcádia Acadêmica” e colaborou com o jornal “Onze de Agosto”, onde
publicou artigos sobre teatro. De tais ocorrências, surgiu, no ano de 1903, o grupo de teatro O Cenáculo”, fundado
junto com Ricardo Gonçalves, Cândido negreiros, Godofredo Rangel, Raul de Freitas, Tito Lívio Brasil, Lino Moreira e
José António Nogueira.
Monteiro Lobato sempre priorizou seus pensamentos. anti-tradicional por natureza, dizendo sempre o que pensava,
agradasse ou não. Defendia suas verdades e teses com unhas e dentes, contra tudo e contra todos, não se importunado com as conseqüências. Venceu um concurso de contos e textos “Gens Ennuyeux” que foi publicado no Jornal
“Onze de Agosto”.
No ano de 1904, diplomou-se bacharel em Direito e regressou a Taubaté. No ano seguinte, fez planos de fundar uma
fábrica de geléias, em sociedade com um amigo mas, passou a integrar interinamente a promotoria de Taubaté, ocasião em que conheceu Maria Pureza da Natividade (“Purezinha”). Em maio de 1907 foi nomeado promotor público na
cidade de Areias, também no Vale do Paraíba, a poucos quilômetros de Taubaté. Casou-se com Purezinha, a 28 de
março de 1908, tendo exatamente, um ano após nascido Marta, a primogênita do casal. Insatisfeito com a vida bucólica da cidade de Areias, planejou abrir um estabelecimento comercial de secos e molhados.
Em 1910 associou-se a um negócio de estradas de ferro, ano em que nasceu o seu segundo filho, Edgar. Durante algum tempo viveu no interior e nas cidades pequenas da região do Vale do Paraíba, escrevendo paralelamente para
jornais e revistas, tais como “A Tribuna de Santos”da cidade de Santos, Litoral Sul Paulista, “Gazeta de Notícias” do
Rio de Janeiro e “Fon-Fon”, para quais também enviava caricaturas e desenhos. Passou a traduzir artigos do
“Weekly Times” para o o jornal “O Estado de São Paulo” e, obras da literatura universal, também enviando suas colaborações para um jornal de Caçapava, cidade vizinha a Taubaté, no Vale do Paraíba Paulista. Contudo era visível em
seu estado de espírito, sua insatisfação com a monotonia da vida que levava e. com os negócios que não prosperavam. No ano seguinte, aos 29 anos de idade, Monteiro Lobato recebeu a notícia do falecimento de seu avô, o Visconde de Tremembé, tornando-se então herdeiro da “Fazenda de Buquira”, para onde então, se mudou com toda a família. De promotor a fazendeiro, dedicou-se à modernização dos métodos produtivos agrícolas e à criação de gado.
Com o lucro obtido com os negócios, abriu um externato em Taubaté, cidade vizinha, que confiou aos cuidados de
seu cunhado. No ano de 1912 nasceu Guilherme, seu terceiro filho. Ainda insatisfeito, mas desta vez com a vida na
fazenda, planejou explorar comercialmente o “Viaduto do Chá”, na cidade de São Paulo, em parceria com Ricardo
Gonçalves.
No dia 12 de novembro de 1914 começaria a sua fama como escritor. O jornal “O Estado de São Paulo” publicou o
seu artigo “Velha Praça”. Era vésperas de natal quando o mesmo jornal publicou um conto daquele que mais tarde,
seria o seu primeiro livro “Os Urupês”. Na Vila de Buquira, nessa mesma época, envolveu-se com a política mas, logo deixou esse interesse do lado. Sua quarta e ultima filha, Rute, nasceu em fevereiro de 1916, quando iniciava sua
colaboração com a recém fundada “Revista do Brasil”. Por seu cunho nacionalista logo caiu no agrado de Monteiro
Lobato pois de certa forma seu cunho Editorial coincidia com suas teses e suas convicções nacionalistas.
No entanto, somente no ano de 1917, um fato definiria de vez a sua carreira literária.
Durante o inverno seco daquele ano de 1917, cansado de enfrentar as constantes queimadas praticadas pelos caboclos, já nessa altura se mostrando preocupado com a natureza e com os atos inconseqüentes das queimadas, escreveu o livro “Velha Praga”, e a enviou para a seção ‘Queixas e Reclamações do jornal’ “O Estado de São Paulo”.
O jornal percebendo o valor daquela carta, publicou-a fora da seção que era destinada aos leitores, no que acertou,
pois a carta provocou uma enorme polemica que fez com que Monteiro Lobato, escrevesse outros artigos do gênero,
como por exemplo, “Urupês”, dando vida a um de seus mais famosos personagens o “Jeca Tatu”.“Jeca era um grande preguiçoso, totalmente diferente dos caipiras e índios idealizados pela literatura romântica da época”. Seu aparecimento gerou uma enorme polêmica em todo o país, pois o personagem era símbolo do atraso e da miséria que representava o campo no Brasil, até então recolhido e explicitado no seu folclore.A partir daí, os fatos foram se sucedendo, as sucessivas geadas, as dificuldades inerentes à vida do campo, e a sua sempre insatisfeita personalidade o
levaram a vender a fazenda e a partir com a família para a cidade de São Paulo, com o intuito de se tornar um escritor
e jornalista.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Fundou, na cidade de Caçapava, no Vale do Paraíba Paulista, encostada a Taubaté, a revista
“PARAÍBA”, e organizou para o jornal “O Estado de São Paulo” uma imensa e acalentada pesquisa sobre o SACI. Em 20 de dezembro publicou “Paranóia ou Mistificação”, a famosa crítica
desfavorável à exposição de pintura de “Anita Malfatti”, que culminaria com o estopim para a
criação da “Semana de Arte Moderna” do ano de 1922. Muitos passaram a ver Monteiro Lobato
como reacionário, inclusive os modernistas, mas hoje, após tantos anos, o que se percebe é
que o que Lobato criticava eram os “ismos” importados da Europa, tais como: cubismo, futurismo, dadaísmo, surrealismo que a seu entender eram colonialismos e europeizações. Aliás,
esta não era uma convicção de Lobato pois já eram combatidos por outros acadêmicos, das
gerações anteriores.
Em 1918, Monteiro Lobato comprou a “Revista Brasil” e com isso lhe aflorou a idéia de dar espaço para novos talentos, ao lado de pessoas já conhecidas e famosas. Esta revista lhe deu a possibilidade de se expressar livremente
sem pautas ou outras limitações, dando-lhe assim asas para se engajar nas causas nacionalistas, às quais se dedicou com uma preocupação fundamental, tanto na ficção quanto no ensaio e no panfleto. Crítico dos velhos costumes
não faltavam em suas explanações publicações a nota de sarcasmo e da caricatura, fazendo com que sua obra se
visse carregada de largo sopro de humanidade e brasileirismo. Nas mãos de Monteiro Lobato, a “Revista Brasil”
prosperou e com isso Lobato se viu na possibilidade de montar uma empresa editorial, sempre dando espaço para
as novas revelações e na divulgação de obras de artistas modernistas.
Lobato também foi precursor de algumas idéias interessantes no campo editorial. Por exemplo, ele dizia que “livro é
como sobremesa: tem que ser posto debaixo do nariz do freguês”. Levando ao fato essa máxima, passou a tratar os
livros como produtos de consumo e não como produto de elite, socializando a sua divulgação. Passou a cuidar melhor da editoração, com capas coloridas e atraentes, uma produção gráfica impecável, aliada a jargões chamativos.
Paralelamente criou também uma política de distribuição, novidade na época, composta por vendedores autônomos
e uma rede de distribuidores espalhados por todo o Brasil. Com este progresso motivado por estas iniciativas, logo
fundou a empresa “Monteiro Lobato @ cia.” que teve por alavanca inicial a publicação e distribuição da obra “O Problema Vital”, que consistia em um conjunto de artigos sobre a saúde pública no Brasil, seguido da tese “O Saci pererê: Resultado de um inquérito”.
Em julho de 1918, dois meses depois, publicou em forma de livro “Urupês”, o qual obteve retumbante sucesso e alcançando grande repercussão, ao dividir o país sobre a veracidade da figura do caipira,
fiel para alguns, exagerada para outros.
Com isso o livro chamou a atenção de Rui Barbosa,
que num discurso no ano de 1919 durante a sua campanha eleitoral, reacendeu a polêmica ao citar Jeca Tatu como um
“protótipo do camponês brasileiro, abandonado à
miséria pelos poderes públicos”. A popularidade e a oportunidade da situação fez com
que Monteiro Lobato, nesse mesmo ano
publicasse dois livros “Cidades Mortas” e “Idéias
de Jeca Tatu”.
No ano de 1920, o conto “Os Faroleiros”
serviu de roteiro para um filme dirigido pelos cineastas António leite e Miguel Milani. Meses depois, publicou mais dois livros “Negrinha” e “A Menina do Narizinho Arrebitado”, sua primeira obra infantil, e que deu origem a Lucia, mais conhecida como a Narizinho do “Sitio do Pica
Pau Amarelo”. O Livro foi lançado em dezembro de 1920 visando aproveitar a época do Natal. A capa e os desenhos
ilustrativos eram de Lemmo Lemmi, um famoso ilustrador da época.
Em janeiro de 1921, os anúncios na Imprensa noticiaram a distribuição de exemplares gratuitos de “A Menina do Narizinho Arrebitado” nas Escolas, num total de 500 doações, o que mais uma vez demonstrou a sua peculiaridade empreendedora, por se mostrar inédita à época, para a industria editorial. O sucesso entre as crianças gerou continuações que deram origem a muito mais obras.
Tais novidades repercutiram em altas tiragens dos livros que editava, a ponto de dedicar-se à editora em tempo integral, entregando a direção da “Revista Brasil” a Paulo prado e Sérgio Millet. A demanda pelos livros passou a ser tão
grande que Monteiro Lobato se viu na contingência de ter de importar mais duas máquinas dos Estados Unidos e da
Europa para aumentar seu parque gráfico afim de satisfazer a demanda. Contudo, uma enorme seca, ocorrida no Brasil, levou ao racionamento de energia elétrica. Assim, Monteiro Lobato viu seu parque industrial reduzido a trabalhar
somente dois dias por semana. Agravando a situação o então Presidente Artur Bernardes desvalorizou a moeda e
suspendeu o redesconto de títulos pelo Banco do Brasil, gerando com isso um enorme rombo financeiro e muitas
dívidas ao escritor.
Com todas estas intempéries só restou a Monteiro Lobato requerer a falência de sua companhia o que ocorreu no
ano de 1925.
No entanto, Monteiro lobato tinha em sua veia o espírito empreendedor e já previa a abertura de uma nova empresa a
“Companhia Editora Nacional” de sociedade com Octalles Marcondes, cuja atividade o levou a transferir residência
para a cidade do Rio de Janeiro.
Os produtos dessa nova empresa, abrangiam uma enormidade de títulos, inclusive traduções de artigos de Hans Staden e Jean de Léry. Além disso, os livros garantiam o “selo de qualidade” de Monteiro lobato, que mereciam projetos
gráficos de primeira qualidade levando assim a um enorme sucesso de vendas.
A partir daí, Monteiro lobato continuou sua odisséia como escritor de livros infantis, cujo sucesso era garantido, especialmente com “Narizinho” e outros personagens como “Dona Benta”, “Pedrinho”, “Tia Nastácia”, o boneco de
sabugo de milho “Visconde de Sabugosa” e “Emília” a boneca de pano.
No entanto, como as traduções dos livros de autores europeus para crianças, não eram de seu agrado, e sendo um
nacionalista convicto, criou aventuras com personagens da roça e lendas do folclore brasileiro, enriquecendo-os e
misturando-os a personagens da literatura universal, mitologia grega, dos personagens dos quadrinhos e do cinema.
Monteiro Lobato também se mostrou pioneiro na literatura paradidática, ensinando história, geografia e matemática,
de forma divertida.
CONTINUA
62
No ano de 1926, Monteiro Lobato concorreu a uma vaga na “Academia Brasileira de Letras” mas, acabou derrotado. Era a segunda vez que esse fato acontecia. Na
primeira vez, no ano de 1921, iria concorrer à vaga aberta por falecimento de “Pedro Lessa”, mas, desistiu antes da eleição por não se predispor a fazer as visitas de praxe aos
membros da academia, para pedir votos. Mas, desta vez estava concorrendo à vaga deixada por “João Luis Alves” renomado jurista da época. Na primeira vez recebera um voto
no primeiro escrutínio, e, na segunda . dois votos, no quarto escrutínio.
Em artigo à Imprensa, Múcio Leão chegou a afirmar que esse “escritor de talento fora duas vezes repelido”. No mesmo ano, 1926, saíram em forma de folhetim, os livros “O Presidente Negro” e “How Henry Ford is Regarded in Brazil”.
Logo depois enviou uma carta ao recém empossado Presidente Washington Luís, onde defendeu os interesses da
indústria editorial. o Presidente, reconhecendo nele um representante promissor dos interesses culturais do país,
nomeou-o adido comercial nos Estados Unidos da América do Norte, no ano de 1927.
Assim, Monteiro Lobato mudou-se para Nova York, deixando a Companhia Editora Nacional sob a direção de seu
sócio , Octalles Marcondes Ferreira.
Entusiasmado com o progresso econômico e social dos Estados Unidos, passou a se interessar por acompanhar
todas as inovações tecnológicas emergentes naquele país, ao mesmo tempo em que fazia de tudo para convencer
o Governo Brasileiro, a propiciar a criação de atividades e negócios semelhantes no Brasil. Assim, e já com evidentes interesses nos ramos de prospecção de petróleo e ferro, planejou a fundação da “Tupy Publishing Company”.
No ano de 1927, escreveu nos Estados Unidos os livros “Mr. Stang e o Brasil” e “As Aventuras de Hans Staden”;
em 1928 “Aventuras do Príncipe”, “O Gato Félix” e “A cara da coruja”; em 1929 escreveu o “Circo de Escavalinho”
e no ano de 1930 “A Pena de Papagaio”.
Essas obras infantis foram publicadas no Brasil e reunidas em um único volume que formou o “Reinações de Narizinho”, no ano de 1931.
No ano de 1929 foi para Detroit, também nos Estados Unidos da América do Norte, e, em visita à Ford e à General
Motors, organizou uma empresa brasileira para produzir aço pelo processo “Smith”. Com isso jogou na Bolsa de
Valores de Nova York e perdeu tudo o que amealhara com a crise de 1929. Para cobrir suas perdas com a queda da
bolsa, Lobato vendeu suas ações da Companhia Editora Nacional, no ano de 1930.
Voltou para São Paulo (Brasil) no ano de 1931 e passou a defender que o “tripé” para o desenvolvimento e o progresso do Brasil seria o ferro, o petróleo e as estradas para escoamento dos produtos.
O PETRÓLEO NA VIDA DE LOBATO:
Após constituir a “Companhia Petróleos do Brasil” e graças à grande facilidade com
que foram subscritas suas ações, Monteiro Lobato, fundou diversas empresas para
fazer a perfuração de poços de petróleo, tais como a “Companhia Petróleo Nacional”, a
“Companhia Petrolífera Brasileira” a “Companhia de Petróleo Cruzeiro do Sul” a maior
de todas, fundada no ano de 1938, a “Companhia Matogrossense de Petróleo” cuja
finalidade era a prospecção de petróleo junto á fronteira com a Bolívia, país vizinho
que já havia encontrado seus poços de petróleo, que se encontravam em plena prospecção. Com estas iniciativas Monteiro Lobato, atingiu os interesses de pessoas muito
importantes da política brasileira, prejudicando-os em sua atividades.
Com esta circunstância e os fatos que provocariam em suas atividades, Monteiro lobato começou uma luta que o
deixou pobre, desgostoso e doente. Havia interesse oficial em se dizer que no Brasil não existia petróleo. A esses
que mantinham essa política retrógrada, passou a enfrentá-los publicamente, usando dos meios e do conceito que
tinha nos meios editoriais.
Por alguns anos, seu tempo foi integralmente dedicado aos negócios do petróleo, cuja sobrevivência se garantia
com as vendas de seus livros infantis e traduções magistrais de livros estrangeiros, como “O Livro da Selva”, de
Rudyard Kipling” (1933); “O Doutor Negro”, de Arthur Conan Doyle (1934), “Caninos Brancos” (1933) e “A Filha da
Neve” (1934), ambos de Jack London, entre outros.
Teimava em sua afirmação de que o petróleo era a única saída para dar ao povo brasileiro um padrão de vida à altura de suas necessidades, tendo buscado o apoio popular, infrutiferamente ao lançar uma subscrição popular de
ações de uma companhia petrolífera.
Muitas dificuldades apareceram em seu caminho, no entanto, sua produção literária não só se manteve como chegou ao ápice. No ano de 1932 publicou “América” onde descrevia as suas primeiras impressões sobre a luta em
que se engajara. Logo em seguida, no ano de 1933, publicou “”História do Mundo Para Crianças” e no ano de 1934,
“Antevéspera” e “Emília no Pais da Gramática”, no qual defendia a implantação de uma matemática normativa revisada. Meses depois, seu livro “História do Mundo para crianças”, sofreu críticas fervorosas, censura e perseguição
por parte da Igreja Católica.
Por estes tempos foi-lhe formulado o convite para ingressar na “Academia Brasileira de Letras”, o qual aceitou e,
com isso, apresentou um dossiê de sua campanha em prol da exploração do petróleo, cujo titulo “O Escândalo do
petróleo” (1936), era não mais tão elucidativo como seu conteúdo, onde acusava o Governo Brasileiro de “não perfurar e não deixar que se perfure”. O livro teve suas edições esgotadas em menos de um mês. Aturdido e atacado
tão contundentemente, o Governo do então Getúlio Vargas proibiu e mandou recolher todas as edições ainda disponíveis para venda. Logo em seguida, Monteiro lobato perdeu seu grande amigo e correspondente Heitor de Moraes, com o seu falecimento.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
63
LOBATO no DEOPS
Por essa época, criou e fundou a “União Jornalística Brasileira”, uma
empresa destinada a redigir e distribuir notícias pelos jornais, finalidade hoje assumida pelas chamadas “Agências de Notícias”. Em fevereiro de 1939, morreu seu terceiro filho, o
Guilherme. Abalado, e depressivo, Monteiro Lobato enviou uma carta desabafo ao ministro de Agricultura do Governo Vargas, que precipitara a abertura de um inquérito sobre o
petróleo. Recebeu convite do Governo de Getulio Vargas para assumir um Ministério de
Propaganda, o qual Lobato recusou prontamente.
Numa outra carta, agora dirigida ao Presidente da República, fez diversas críticas à política brasileira de minérios. O teor da carta foi tido como subversivo e desrespeitoso o que
fez com que fosse detido pelo Estado Novo, acusado de tentar desmoralizar o Conselho
Nacional de Petróleo. Foi condenado a seis meses de prisão, permanecendo encarcerado
de Março a Junho de 1941.
Uma campanha a nível nacional, promovida por intelectuais e amigos conseguiu levar Getúlio Vargas, a conceder o
benefício do indulto, que o libertaria, reduzindo a pena de seis para três meses de prisão. Apesar disso Lobato, continuou sendo perseguido politicamente e suas idéias censuradas e abafadas, mas Lobato não se deixou intimidar e
foi então que passou a denunciar as torturas e maus tratos praticados pela Polícia do Estado Novo.
O FIM
Mesmo em liberdade, Monteiro Lobato não teve mais tranqüilidade e para o agravamento de seu estado de espírito
em fevereiro de 1942, morreu Edgar, seu filho mais velho, exatamente três anos depois do falecimento de seu filho
Guilherme. Lobato era forte, Lobato era irredutível em suas convicções, um verdadeiro brasileiro que contra tudo e
contra todos se preocupava em defender o progresso do país, se preocupava em valorizar o bem estar de seu povo,
na saúde na educação e em seu nível de vida.
Em 1943 foi fundada a “Editora Brasiliense” por Caio Prado Júnior, que negociou com Monteiro Lobato, a publicação
de suas obras completas. Logo em seguida, por ironia do destino, recusou sua indicação para a “Academia Brasileira de Letras”, tendo no entanto, integrado a delegação paulista do “Congresso Brasileiro de Escritores” levado a efeito na capital do Estado de São Paulo. No discurso de encerramento, divulgou uma declaração de princípios na
qual exigia legalidade democrática como garantia da completa liberdade de expressão do pensamento e redemocratização plena do país.
Suas companhia foram liquidadas e a censura da ditadura faz com que Monteiro Lobato se aproxime dos comunistas., chegando até a receber convite do “PCdoB” para integrar a bancada de candidatos. Recusou mas, não deixou
de enviar uma nota de saudação que foi lida por Luis Carlos Prestes, num grande comício realizado no ano de 1945,
no Estádio do Pacaembu”, na cidade de São Paulo, capital do Estado de mesmo nome, no Brasil.
Meses depois foi publicado “Nasino”, versão italiana de “Narizinho Arrebitado”.
Tornou-se diretor do “Instituto Cultural Brasil-URSS” mas foi obrigado a se desligar do cargo em setembro de 1945,
quando foi levado para uma operação inadiável para extração de um cisto no pulmão.
Monteiro Lobato, desacreditado e perseguido no Brasil deu uma entrevista, que poria fim a seus projetos no Brasil,
para o “Diário de São Paulo”, cujo conteúdo causou grande repercussão.
Em 1946, mudou-se para Buenos Aires, na vizinha Argentina, segundo ele “atraído pelos belos e gordos bifes, pelo
magnífico pão branco e fugindo da escassez que assolava o Brasil”, conforme suas declarações à imprensa da época. Antes de partir, porém, tornou-se sócio da “Editora Brasiliense” a convite de Caio Prado Júnior que, na sua editora preparava as Obras Completas já traduzidas para o Espanhol e editadas na Argentina. Em outubro fundou o
“Editorial Acteon”, com Manuel Barreiro, Miguel Pilato e Ramón Prieto.
No entanto, sua permanência na Argentina não foi longa tanto que, em 1947, já estaria de volta ao Brasil, em virtude
de não se ter ambientado com o clima local e, em entrevista dada aos repórteres que o esperavam no aeroporto, classificou o governo de Eurico Gaspar Dutra de “Estado Novíssimo, no qual a constituição seria pendurada (suspensa)
num ganchinho no quarto dos badulaques”. Dessa indignação surgiria o seu ultimo livro “Zé Brasil”, publicado pela
Editora Vitória, em que Lobato mais uma vez reelaborava o seu personagem Zeca Tatu, transformando-o em trabalhador-sem-terra e esmagado pelo latifúndio.
Diante da proibição das atividades do “Partido Comunista” em todo o país, determinado pelo Ministro da Justiça do
Governo Eurico Gaspar Dutra, escreveu um artigo “A Palavra do Rei Vesgo” para um comício de protesto, lido e aclamado pela multidão reunida no Vale do Anhangabaú, na Capital Paulista, na noite de 18 de junho. O texto refletia o
desencanto de Monteiro Lobato com a democracia restritiva do General Dutra. Em dezembro foi a Salvador, na Bahia,
assistir a opereta “Narizinho Arrebitado”. Lobato escreveria novo livreto para o espetáculo, considerado a sua ultima criação infantil. Traduziu e publicou “O Problema Econômico de Cuba”, também sua ultima tradução. Em Abril de 1948, começaria o fim de um grande Brasileiro. Sofreu o seu
primeiro espasmo vascular que lhe deixou seqüelas de motricidade. No entanto, mesmo se vendo
privado de seus movimentos, se afiliou à “Revista Fundamentos”, tendo publicado os folhetos”De
quem é o petróleo na Bahia” e “Georgismo e Comunismo”. Dois dias depois de conceder uma entrevista ao jornalista Murilo Antunes Alves, da Rádio Record, a sua ultima entrevista, Monteiro Lobato sofreu um segundo espasmo vascular cerebral, vindo a falecer às 4 horas da madrugada do
dia 04 de Julho de 1948, aos 66 anos de idade. Sob forte emoção e comoção seu corpo foi velado
na Biblioteca Municipal de São Paulo e sepultado no Cemitério da Consolação. Hoje sua obra é motivo de brigas judiciais entre os herdeiros e a Editora Brasiliense. Hoje a Editora Globo, por decisão judicial é detentora dos direitos exclusivos sobre a Obra de Monteiro Lobato até ao ano de
64
DADOS SOBRE O DISTRITO:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
234 km2
Latitude do distrito sede do município:
S
Longitude do distrito sede do município:
W
Altitude:
552 metros
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
40.000 hab.
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Agrícola e Industrial
Parque Industrial: Aços Villares Sindewor, Confab Industrial, Equipamentos No Brecel Celulose e Papel, Jofel do
Brasil, T.I.Brasil-Divisão Bundi, Latasa, Alcan Alumínio do Brasil, entre outras.
Recursos Minerais: Malacacheta (Mica), Carvão mineral, Argila, Areia e Xisto.
Turismo:
Pico do Itapeva e Pico do Diamante
Bacia hidrográfica:
Rio Paraíba do Sul
Fontes históricas:
Estação Ferroviária, Figueira e Casa de Taipas.
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
(1) uma
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Com seu núcleo distante 13 quilômetros da sede do município de Pindamonhangaba, Moreira César é o maior distrito do Estado de São Paulo. São 234 km2 de área, correspondendo a quase 1/3 da área total do município. Atualmente
conta com uma população de 40.000 habitantes distribuídos por 30 localidades, entre Bairros e Loteamentos Residenciais.
A extensa planície onde se situa é emoldurada de um lado pela Serra do Quebra Cangalha, onde se situa a sua extremidade sul, na região conhecida por “Macuco”, do outro lado, pela Serra da Mantiqueira onde se localiza sua extremidade norte, nas proximidades do Pico de Itapeva. Serpenteando entre as duas serras corre, majestosamente o lendário Rio Paraíba do Sul, em cujas margens, no século XVII aportaram os pioneiros da colonização. O contraste entre
as duas serras e a planície, empresta ao Distrito de Moreira César uma magnífica e singular paisagem que encanta
os visitantes que passam pelo Vale do Paraíba.
A Vila de Taipas: Em 1817, numa expedição de reconhecimento, os viajantes Spix e Martius, ao passarem por Pindamonhangaba, relataram que haviam pernoitado em uma “venda” (taberna, botequim, armazém) denominada
“Taipas”, que ficava à beira do caminho (estrada cavaleira) que ligava a província do Rio de Janeiro à província de
São Paulo. A “Venda das Taipas” se constituía em um ponto de parada que servia de pouso para os viajantes.
Contam que em sua passagem por Pindamonhangaba, em 1822, a caminho de São Paulo, naquela célebre cavalgada
que resultou na “Independência do Brasil”, o Imperador D. Pedro I teria parado para descansar sob uma frondosa
árvore, a “Figueira das Taipas”. Quase dois séculos depois, permanece ainda dando sombra à beira da estrada a
mesma figueira (figura acima). Testemunho da história, ela sobrevive como quem aguarda os novos acontecimentos.
O local onde esta árvore se encontra, experimentou um período de muito movimento na década de 50, quando ali
funcionou o restaurante do luso radicado em Pindamonhangaba, Senhor Joaquim, mais conhecido como “Joaquim
Português”. Seu restaurante era freqüentado por políticos e pessoas influentes do Vale do Paraíba, que iam degustar
especialidades da cozinha portuguesa, tais como: Cabrito ao Forno e o Bacalhau à Portuguesa, etc..
Patrimônio histórico: “Capela de Santa Cruz”, “Fazenda Sapucaia”, “Estação Ferroviária”, “Palacete Visconde das
Palmeiras”, “Palacete 10 de Julho” e “Palacete Tiradentes”.
Patrono do distrito: Coronel ANTÓNIO MOREIRA CÉSAR (ver biografia página seguinte)
Maiores informações:
http://www.pindamonhangaba.sp.gov.br
65
O menino António Moreira César, nasceu em sete
de julho de 1850, na cidade de Pindamonhangaba, filho de um relacionamento ilegítimo do reverendo António Moreira César de Almeida e de D.
Francisca Corrêa de Toledo. Esta situação o fez de vítima, dado o escândalo de que foi rodeado o seu nascimento; de uma relação de um padre
com uma plebéia. No entanto, ao invés de tornar-se uma figura retraída e
obscura em decorrência da discriminação e do preconceito que sofreu
logo no inicio de sua vida, pelo contrário, sempre buscou demonstrar ao
longo da vida, o seu inestimável valor. Deixou sua terra natal ainda muito
jovem, para se projetar no cenário nacional.
Aos 19 anos ingressou no Exército Brasileiro, matriculando-se no curso
preparatório, na província do Rio de Janeiro. Aos 29 anos, após cinco anos de estudos, confirmou-se na patente de Alferes. Prosseguindo na sua meteórica carreira militar, recebeu a
patente de Tenente, por merecimento, sendo alçado à patente à patente de Coronel aos 18 de março de 1892,
aos quarenta e dois anos. Possuía graduação no curso do Estado maior de Primeira Classe, considerado na
sua época “Especialista da Força Terrestre do Exército Brasileiro”, em táticas de Infantaria.
Ele foi o Oficial mais celebrado do Exército Brasileiro, a quem se atribuía fidelidade e bravura sem igual. Destacado Militar e grande expressão política de sua época, era considerado o provável sucessor do Marechal Floriano Peixoto, presidente da República naquele período, se tivesse logrado êxito em Canudos.
Durante suas visitas de quartel em quartel, sua figura era envolta em murmúrios de admiração e comentários
sobre as façanhas por ele praticadas com lances de heroísmo. Sua maneira cortês e educada se fazia presente
mesmo nos momentos de crise. Agradava pela maneira simples e amistosa com que em geral tratava seus subordinados e seus superiores. Entretanto, quando se impunha a contenda sua imagem se transfigurava. Tomado de assombrosa valentia, transformava-se num campeador capaz de brilhar em qualquer missão que lhe fosse confiada. Segundo seus companheiros de caserna, tratava-se de um líder “tenaz, paciente, dedicado, leal,
impávido e ambicioso”.
Comandou unidades do Exército Brasileiro em várias regiões do território nacional. Em Cáceres, no Mato Grosso e em Jaguarão, no Rio Grande do Sul; ficou conhecido como ardoroso republicano, homem de tropa de linha, enérgico, destemido e disciplinador comandante.
Meticuloso e detalhista atuou nas “Comissões Instaladas” para fazer revisões necessárias, promovendo a modernização dos regulamentos, legislações e códigos do Exército Brasileiro, com o objetivo de atualizá-las de
acordo com os primórdios democráticos da nova forma de governo. Pela sua atuação nessa comissões recebeu elogios oficiais, destacando-se a sua “inteligência, presteza, zelo e extrema dedicação à sua classe”. O
Governo sabia que podia contar com aquele que seria o “homem talhado para as crises perigosas e para as
grandes temeridades”.
Em 1891, aos 41 anos, foi designado para Aracajú, no intuito de conter a animosidade estabelecida entre a sociedade e o Governo local, fiel à causa republicana. Sua habilidade foi vital para que o entendimento chegasse
rapidamente a bom termo. Em seguida foi deslocado para Salvador na Bahia, com a finalidade de conter rebeldes federalistas. Devido à sua enérgica intervenção, foi alçado ao posto de Chefe de Polícia até à normalização
da situação.
Depois segue para Niterói, já no Estado do Rio de Janeiro, com a missão de restabelecer a ordem, devido aos
constantes atritos entre o corpo policial e o governo fiel à causa republicana. Também nesta empreitada recebeu elogios oficiais pela rápida solução do problema.
Em 1894, aos 44 anos, foi nomeado interventor, exercendo a função de GOVERNADOR DE SANTA CATARINA,
com o objetivo de pacificar o Estado. Situação dominada com grande derramamento de sangue; a capital chamada então de “Nossa Senhora do Desterro”, passa a se denominar “FLORIANÓPOLIS”, numa homenagem ao
Marechal Floriano Peixoto.
Moreira César permaneceu em Santa Catarina no comando da sua unidade o 7º Batalhão de Infantaria, até ao
final de 1896. No inicio do ano de 1897, aos 46 anos, Moreira César
deixa o comando do 7º Batalhão de Infantaria para comandar uma
brigada, a terceira expedição enviada a CANUDOS na Bahia. Devido ao insucesso, das duas outras expedições antes enviadas para
combater “António Conselheiro”, a escolha teria que cair sobre o
coronel Moreira César. Tombou mortalmente ferido, aos 46 anos,
no dia 4 de março de 1897, durante a feroz “Batalha de Canudos”.
Assim, Moreira César foi o símbolo, o esteio, a viga mestra do regime naqueles momentos conturbados dos primeiros anos da República.
Inúmeras ruas e logradouros, de norte a sul do Brasil, foram nomeadas em homenagem ao ilustre pindamonhangabense, que dedicou sua vida a um projeto militar, cujo futuro seria a Presidência
da República, que merecidamente saberia conquistar mas que lhe
foi furtada por sua abnegação e fidelidade às causas republicanas.
A região de Moreira César é hoje a região de maior desenvolvimento do município de Pindamonhangaba, concentrando a maior parte do parque empresarial local.
66
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Bacia hidrográfica:
Fontes históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1.853
846 km2
29° 23’ 16’’S
45° 27’ 14’’W
750 METROS
6.269 hab.
7,41 hab/km2
Turismo e agricultura
Pesca e passeios de barco na represa.
Rios Paraibuna, Paraitinga, Lourenço Velho, Peixe, Paraca e Manso
inexistentes
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Natividade da Serra tem seu nome originário da Padroeira da cidade, Nossa Senhora da Natividade e, também devido
à sua situação geográfica entre os confortes da Serra do Mar (ver SERRA DO MAR pagina seguinte).
Num território antes pertencente a Paraibuna foi criada a povoação do Divino Espírito Santo e Nossa Senhora do Rio
do peixe. Fundada em 1853, tendo sido elevada à condição de freguesia em abril de 1858, sob a denominação de Nossa Senhora do Rio do Peixe. Em 18 de abril de 1863, foi elevada à categoria de Vila, com a denominação de Natividade, pertencendo à Comarca de Jacareí. Em 1895, passou a pertencer à Comarca de São Luis do Paraitinga, retornando
para Jacareí em 1914. Reduzida à condição de Distrito de Paz, em 1934, Natividade voltou a anexar-se ao Município de
Paraibuna em 1935. Um anos após de ser reduzida à condição de Distrito, passou a pertencer à Comarca de Taubaté,
mas voltando posteriormente novamente a pertencer à Comarca de Paraibuna, à qual pertence até aos dias de hoje. O
município foi instalado em 1864 e reinstalado em 1935. Depois de 150 anos de existência Natividade de Serra sofreu
uma metamorfose. Com o represamento de seus rios, para a formação de uma represa com o fim de se instalar uma
hidroelétrica (CESP), a cidade foi totalmente inundada e a velha Natividade da Serra, repousa hoje sob as águas da
represa de Paraibuna. No ano de 1973, foi reinstalada cerca de 1 km da antiga, a nova Natividade da Serra, cuja pedra
fundamental foi fincada onde hoje se ergue a Igreja Matriz da Cidade. Hoje Natividade da Serra vive das recordações
de seu passado conjuntamente com a empreitada da reconstrução.
Maiores informações: http://www.lcamaranatividade.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
0xx12 - 3677.9700
Não disponibilizado
“
“
3677.1177
190
3677.1155
67
A “Serra do Mar” é uma cadeia montanhosa do relevo Brasileiro que se estende aproximadamente por 1.500 km ao longo do Litoral Leste/Sul do país, indo desde o Estado do
Espírito Santo, no norte, até o sul do país, no Estado de Santa Catarina.
No estado de São Paulo atravessa as três regiões litorâneas (Litoral Norte, Baixada Santista e Litoral Sul). No Litoral Norte se situa bem junto ao Oceano Atlântico e teve grande influência histórica na colonização e nos dois mais importantes ciclos econômicos, do inicio da exploração territorial por Jesuítas e Exploradores, nos Ciclos do Ouro e do Café.
Sua altitude se situa entre os 800 e mil metros, sendo seu maior relevo quando se aproxima do planalto da macro-região de São Paulo.
A “Serra do Mar pertence ao “Complexo Cristalino Brasileiro” sendo constituído na sua
maioria por granitos e gnaisses. As formas atuais da Serra do Mar derivam de vários fatores, tais como diferença de resistência das rochas, falhamento de relevo e sucessivas trocas climáticas. Em alguns trechos, a Serra do Mar se apresenta com escarpa (Graciosa e
Farinha Seca), em outros é formada por serras marginais que se elevam de 500 a 1000 metros sobre o planalto. São elevações que recebem diversas denominações tais como: Capivari, Grande, Virgem Maria, Órgãos (Ibitiraquire), Morumbi, entre outros.
O último segmento de montanhas da Serra do Mar, no Estado do Rio de Janeiro, recebe o
nome local de “Serra dos Órgãos” e possui os mais altos relevos de toda a Serra do Mar,
relevos estes em que se destacam a Pedra do Sino de Teresópolis, com 2.268 metros de
altitude; o Pico da Caledônia com 2.262 metros, situado na cidade de Nova Friburgo, e outros picos maiores localizados no parque Estadual dos Três Picos. Os Três Picos são uma formação rochosa (granito e gnaisse) com mais de 2300 metros de altitude, sendo o
Pico Maior de Friburgo, com 2316 metros de altitude, ponto culminante da Serra do Bar,
no Brasil, que possui três picos (ou “três agulhas) na parte superior desta rocha.
Na Serra de Paranapiacaba (um nome local dado a este segmento de montanhas da Serra
do Mar) se encontram as maiores altitudes do Estado do Paraná.
O Parque Estadual da Serra do Mar tem cerca de 315 mil hectares, e vai da divisa do Estado de São Paulo com o Paraná até à divisa com o Estado do Rio de Janeiro (Itariri), no Sul
do Estado Paulista e, contém em sua abrangência a maior área de MATA ATLÂNTICA preservada do Brasil. Porém a maior parte de sua vegetação é de mata secundária, cuja flora
nativa se encontra bem degradada pela atividade do homem desde os tempos da colonização e também sem fauna de grande porte, devido à caça intensa e ao corte do palmito.
O Parque Estadual da Serra do Mar é formado por três núcleos: Cubatão, Caraguatatuba,
São Sebastião, Santa Virgínia, Picinguaba e São Bernardo do Campo.
Com 115 mil hectares, envolvendo quinze municípios, a Mata Atlântica já cobriu quase toda a faixa Litorânea de Norte ao Sul do Brasil. Hoje o pouco que restou está protegido em
parques, reservas e estações ecológicas, conhecidas como Unidades de Conservação de
uso indireto. Hoje, na Serra do Mar, administrada pelo Estado de São Paulo estão proibidas
a caça e o corte de palmito, no entanto, estes atos degradantes são bastante comuns, devido à falta de fiscalização, que é quase inexistente.
A “Mata Atlântica” é uma formação vegetal brasileira que acompanhava todo o Litoral do
país, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte (regiões meridional e nordeste). Nas
regiões Sul e Sudeste chegava até ao Paraguai e Argentina. Em função do desmatamento,
principalmente, neste caso, a partir do século XX, encontra-se hoje extremamente reduzida,
sendo uma das florestas tropicais mais ameaçadas do globo terrestre. Apesar de reduzida
a poucos fragmentos, na sua maioria descontínuos, a biodiversidade de seu ecossistema é
um dos maiores do Mundo. Neste caso vale refletir: “Será que o homem sabe conservar o
que de mais importante tem para si e para suas futuras gerações que é o equilíbrio de suas
fontes naturais de subsistência?”
A “Mata Atlântica” cobria importantes trechos das Serras e Escarpas do Planalto Brasileiro, e era contínua com a Floresta Amazônica. Foi a segunda maior floresta tropical em ocorrência e importância na América do Sul, em especial
no Brasil, funcionando como um pulmão e como uma cortina contra intempéries, além de ser habitat natural de milhares de espécies da Fauna e da Flora, hoje quase extintas.
Filipe de Sousa
68
A Serra da Mantiqueira é uma das mais importantes cadeias de montanhas do sudeste brasileiro. Grande parte de seu território está legalmente protegido pelo Decreto Lei nº.91.304/85, que dispõe sobre a implantação da Área
de Proteção Ambiental. o Artigo 2º. deste mesmo decreto, dispõe que a “APA” além de garantir a conservação do
conjunto paisagístico e da cultura regional, tem por objetivo proteger e conservar:
a)
b)
c)
d)
e)
parte de uma das maiores cadeias montanhosas do sudeste brasileiro;
a flora endêmica e andina;
os remanescentes dos bosques de araucária;
a continuidade da cobertura vegetal do espigão central e das manchas de vegetação primitiva;
a vida selvagem, principalmente as espécies ameaçadas de extinção.
A elaboração de instrumentos como o plano de manejo é necessária para tornar efetiva a implantação de uma unidade de conservação. “O Projeto de Ecodesenvolvimento do Maciço de Itatiaia”, elaborado em 1986, foi a primeira
iniciativa nesse sentido, mas não obteve os recursos necessários para a sua implantação. Posteriormente, em
1991, a Frente de Defesa da Mantiqueira (FEDAPAM) publicou o Relatório Mantiqueira, no qual se ressalta a necessidade de elaboração e implantação do zoneamento da “APA”. No entanto, 15 anos após o decreto de implantação
da “APA”, ainda não foi realizado o plano de manejo bem como o zoneamento da mesma.
Visando reverter o processo de degradação da “APA” da Mantiqueira, desde 1999 diversas ONGs se uniram para
implementar uma série de projetos de ecodesenvolvimento, que articulados entre si compõem o “Programa Mantiqueira”. Algumas iniciativas de relevância têm têm vindo a ser tomadas por iniciativa de poucos mas ainda falta
por parte dos Governos Federais e Estaduais, envolvidos nesta recuperação e preservação, uma efetiva disponibilização de recursos que levem a uma real fiscalização e controle das atividades do homem neste sentido.
Área geográfica:
A APA abrange os três mais importantes Estados do país: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, englobando
uma área total de cerca de 400.000 hectares. Apresenta remanescentes florestais com alto grau de conectividade e
está entre as Unidades de Conservação que integram o corredor sul da Mata Atlântica, onde estão concentradas as
áreas contínuas de remanescentes florestais desse bioma. O “Parque Nacional de Itatiaia”, situado na face sul da
APA, é o primeiro Parque Nacional criado no Brasil, em 1937. Possuindo uma área de quase 30.000 hectares, representa uma importante matriz de espécies raras e endêmicas.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
69
No Rio de Janeiro, os municípios englobados pela
APA apresentam altos índices de urbanização e economia diversificada com significativa presença de
indústrias. Já a região Sul de Minas Gerais caracteriza-se por uma realidade predominantemente rural,
com economia pouco diversificada e padrões de renda relativamente baixos.
Na APA coexistem diferentes culturas, como: descendentes dos Índios Puris e Botocudos, imigrantes
europeus (especialmente de origem alemã), mineiros de tradição católica, cidadãos urbanos em busca
de vida alternativa ao consumismo convencional,
grupos espiritualistas e empresários de turismo. Seu
patrimônio natural e cultural, mesmo com os processos de degradação em curso, é notável, abrigando
peculiaridades cada vez mais raras no contexto regional do sudeste brasileiro.
Biodiversidade e recursos hídricos:
A variedade de habitats, assim como a variação altitudinal, são indicativos de riqueza de espécies da Serra da Mantiqueira. Somente do “Parque Nacional de Itatiaia” são registrados 150 espécies vegetais endêmicas do maciço do Itatiaia. Da mesma forma, a fauna da Serra da Mantiqueira é muito variada. Estima-se que mais de 100.000 espécies de
insetos e 300 espécies de aves vivam regularmente no Parque Nacional de Itatiaia.
A Serra da Mantiqueira é o habitat natural de 25% das espécies listadas no “Livro Vermelho
das Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna de Minas Gerais” indicando que nela ocorrem
pelo menos 22 espécies de aves e 11 mamíferos ameaçados de extinção. Apesar dos demais
grupos serem menos estudados, sabe-se que o endemismo de anfíbios das regiões serranas do
Complexo Mantiqueira é notável e que existem espécies de insetos altamente endêmicas também ameaçadas de extinção.
Entre os mamíferos ameaçados de extinção que habitam a Mantiqueira encontram-se alguns
primatas, carnívoros e unguiados. Das quatro espécies de primatas, três são endêmicos da Mata Atlântica sendo que uma delas, o “sagui-da-serra-escura” (Callithrix aurita), ocorre apenas
em florestas de altitudes. Tanto o sagui-da-serra-escura como o mono-carvoeiro (Bracyteles
arachnoides) estão em perigo de extinção a nível mundial. Apesar
da precariedade de estudos específicos, a onça pintada (Phantera
onca) tem sido apontada como animal já extinto na Área de Proteção Ambiental. No entanto, segundo relatos, alguns animais têm sido visualizados esporadicamente.
Pelo menos três espécies de falconiformes que ocorrem na Mantiqueira encontram-se
ameaçados de extinção: O Gavião-paga-macacao, o Gavião-pomba e a harpia. Apesar de
ter sido classificada como “provavelmente extinta” em
1995, acredita-se que a última ainda ocorra na Área de
Preservação Ambiental. A ocorrência desses falconiformes está associada a áreas extensas e contínuas em sua
cobertura florestal.
Entre as demais espécies de aves listadas, algumas são endêmicas da Mata Atlântica
e restritas a regiões serranas, como o cuiu-cuiu, a trovoada-da-serra e o tropeiro-daserra. Outras, como o papagaio-do-peito-roxo e a pomba-de-espelho encontram-se
ameaçadas de extinção em nível mundial. A “tesourinha” é uma ave de hábitos migratórios, ocorrendo inicialmente na Bolívia, nordeste do Paraguai, Argentina e Brasil. Além da tesourinha, outras aves migratórias também encontram na Serra da Mantiqueira sítios de pouso e alimentação, segundo a Associação Pró-Parque Nacional
de Itatiaia (APROPANI).
Além da importância de seus remanescentes florestais a fauna associada, a Serra da
Mantiqueira é prioritária para conservação devido aos seus recursos hídricos e à fragilidade do solo que apresenta. A região abriga as nascentes que abastecem as principais bacias da região sudeste:
Rio Paraíba do Sul e Paraná. Na Área de Preservação Ambiental são formados os Rios Preto, Piratininga, Alambari,
das Pedras, Maromba, Campo Belo e do Salto, que abastecem a bacia do Rio Paraíba do Sul, e os Rios Verde, Gamarra, Aiuruca e Grande, afluentes do Rio Paraná, principal formador do Rio da Prata, divisa entre o Brasil e a Argentina.
PRINCIPAIS AMEAÇAS:
A estratégica localização da Área de Proteção Ambiental, sua grande beleza cênica e seu potencial turístico, atraíram
muitos habitantes e empreendimentos turísticos para as pequenas e tradicionais comunidades rurais existentes na
sua área de monitoramento. Devido à ausência de planos de zoneamento econômico-ecolôgico e à falta de estrutura
para uma gestão sustentável da APA, como mão de obra fiscalizadora, entre outros, esse processo vem ocorrendo
de forma desordenada, gerando sérios impactos ambientais e sociais, tais como desmatamento e poluição hídrica,
que afetam diretamente a diversidade e a qualidade de vida da população, além de colocar em risco o pouco que nos
resta da floresta.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
70
Paralelamente a esse processo,
a pecuária extensiva tradicional
ocupa áreas impróprias, tais
como margens de rio e encostas de alta declividade, agravado este fato, pelas queimadas
anuais como prática rotineira,
incêndios florestais, inclusive
no interior da Área de proteção
Ambiental, comuns durante a
estação seca, são atos de degradação da fauna e da flora, da
Mantiqueira, provocando a
constante redução dos remanescentes florestais.
Uma das conseqüências do mau uso do solo e da ocupação desordenada é a degradação e
fragmentação de habitats, em particular florestas. Os animais mais sensíveis e aqueles usualmente mais caçados estão tendo suas populações reduzidas. Ai se incluem
importantes predadores, tais como a onça parda, a lontra e os falconiformes, assim
como os dispersores de sementes (agricultores das florestas) como a jacutinga e os
bandos de queixada, entre outros.
A ocupação desordenada afeta, igualmente, os recursos hídricos da região, Visconde de Mauá, por exemplo, na divisa do Estado de Minas Gerais e Rio de Janeiro, já
não possui condições de balneabilidade em diversos trechos do
Rio Preto. Isso se deve à presença de esgoto doméstico lançado
in natura ou inadequadamente
tratado. Além de afetar as comunidades residentes da APA, a poluição hídrica tem impacto negativo sobre a fauna local, contribuindo
para reduzir os números
populacionais de lon-
tras, libélulas e anfíbios.
A maioria das escolas rurais da APA não possui programas dirigidos para as peculiaridades ambientais da região. A ausência de
formação dos educadores e lideranças sobre questões ambientais tem limitado a participação da população residente na APA nas ações conservacionistas.
A reduzida estrutura da gestão e a precária fiscalização contrastam com a enorme extensão da Área a ser preservada, se mostrando ineficiente para garantir uma conexão segura entre os remanescentes florestais e os ecossistemas
associados. Portanto, a principal ameaça à conservação da biodiversidade da APA e de seus recursos hídricos tem
origem principalmente na omissão dos Governos Estaduais e Federais no cumprimento de suas funções e obrigações. Com isso pode-se afirmar que a Lei existe mas não está munida de ações sólidas e eficientes para preservar o
pouco que já nos resta da Serra da Mantiqueira.
Pela ausência do poder público e de ações
reais motivadas por vontades do fazer preservar, a população
local,
não conscientizada,
em nada contribuí para a ameniza- ç ã o
dos graves problemas ambientais, nem tão
pouco tem ideia das conseqüências futuras
de sua ineficiência.
Dado o exposto salientamos a importância
dos educadores e dos formadores de opinião para a necessária formação ecológica de
nossos alunos,conscientizando-os
com
bases sólidas para a necessidade de preservação dos mananciais que nos restam. Nos
últimos 30 anos o homem destruiu mais que
em toda a sua existência, conhecida.
Reciclar, replantar, usar com responsabilidade os recursos hídricos e minerais e sobretudo replantar, devem ser atitudes a se-
71
Igreja Matriz
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Participação FUNDEF-2005:
Fundo Part. Municípios (FPM-2005):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Bacia hidrográfica:
Fontes históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
1.666
735 km2
23,38611 °S
45,66222 °W
635 metros
18.619 hab.
R$.: 1.860.187,21
R$.: 4.586.125,83
25,33 hab/km2
8.703
8.306
5.295
11.714
Industrias (22) Comércio (76) Serviços (103) Outros (329)
Rural, Aquático, pesca, histórico
Rio Paraibuna do Sul, Paraitinga, Córrego das Laranjeiras.
A Bica, Casarões da Praça, Fazendas, Igreja Matriz, etc..
13.710
12.097
88,2 %
09
16
01
01
02
Paraibuna é um dos municípios do Vale do Paraíba mais bem organizados para receber o turista. Simples mas
acolhedora a cidade conta ainda com a sabedoria de seu povo para receber o visitante, simpatia e disposição, aliados à exuberante natureza e à ótima conservação de seus monumentos e casarões históricos. Dona de um sistema de eventos aquáticos e de oportunidades de desenvolvimento entre outros, de Regata, jet-ski. passeios de lancha, canoagem, Wind Surf, Vela, Esqui aquático, etc.. Depois o visitante ainda conta com uma culinária típica de
dar água na boca e de sobremesa todo um roteiro, onde o turista encontrará a história viva desta cidade.
CONTINUA
72
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
A região que margeia a foz do rio Paraibuna já estava
povoada muito antes de 1666 com o provável estabelecimento dos padres Jesuítas. Por aqui havia aldeamento
de índios Tamuyas (ou Tamoios)à margem do antigo caminho dos Guaianazes, que ligava o Rio de Janeiro a São
Paulo, unindo as tribos acima da serra ás do Litoral.
Os primeiros brancos, estabelecidos primeiramente na
junção dos rios formadores do Rio Paraíba do Sul, seus
primeiros habitantes passam a identificar a localidade
espelhando-se na água escura do rio Para-iy-una (tupi),
que recebia o rio “Para-i-tinga” (tupi) ou Rio de Águas
Claras. O Padroeiro da cidade era Santo António de Pádua. A nova localidade passa então a ser designada como Santo António da Barra do Parauna. Ainda fica estabelecido o dia da morte deste Santo português 13 de Junho, nesse mesmo ano de 1666, como data do inicio do
povoamento.
Somente no segundo quartel do século XVIII é que surgem os primeiros relatos oficiais da presença de moradores dispersos pelos sertões e também a presença de
pequenos agricultores e sesmeiros vindos também de
Jacareí e de São Sebastião. E é exatamente um destes
sesmeiros, Manoel António de Carvalho, que ocupava o
cargo de Juiz de Demarcações em Guaratinguetá, que vai
apresentar ao presidente da Província, requerimento
“que lhe tem feito muitos moradores desta vila e alguns
da Capitania das Minas....”. Foi então que em 23 de Junho de 1773, que o Presidente da Província de São Paulo, o Capitão D. Luiz Antônio de Sousa Botelho Mouram
concede a licença (pergaminho ao lado) para que se desse inicio oficial destes dois povoamentos, São Luis do
Paraitinga e Santo António de Paraibuna.
Desta forma podemos compreender que o povoamento
da região onde hoje está estabelecida a cidade de Paraibuna, teve inicio no ano de 1666, portanto há 341 anos.
Somente em 23 de Junho de 1773, por ordem do então
Governador da Província de São Paulo é fundada a povoação de Santo António da Barra do Paraibuna, que soma
oficialmente 234 anos.
COLINÁRIA TÍPICA:
Leitoa à pururuca, fogado, frango caipira, quirera com frango, entre outros pratos e tira-gostos.
Maiores informações: http://www.paraibuna.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
Dados Não disponibilizados
0xx12 -
73
Palácio Tiradentes
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2006):
Participação FUNDEB-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Bacia hidrográfica:
Fontes históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1705
731,9 km2
22,5526° S
45,2742° W
557 metros
142.737 hab.
13.498.286,47
23.652.785,04
172,17 hab/km2
62.877
63.149
119.078
6.948
Industria, comércio e serviços
Histórico e rural
Rio Paraíba do Sul
Palácio Tiradentes e Corporação Musical Euterpe
102.687
97.433
94,99%
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
42
Estabelecimentos de ensino fundamental:
88
Estabelecimentos de ensino médio:
26
Hospitais:
02
Agências bancárias:
11
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Duas versões nos dão idéias e datas diferentes da fundação de Pindamonhangaba. A primeira nos conta que os irmãos Leme adquiriram da Condessa de Vimieiro glebas de terra ao norte da Vila de Taubaté, bem à margem direita
do Rio Paraíba do Sul. Aos 12 de agosto de 1672, António Bicudo Leme e Braz Esteves Leme, iniciaram a construção
da capela em honra a São José, fundaram a povoação de São José de Pindamonhangaba. Essa capela foi edificada
no alto de uma colina, exatamente onde se localiza hoje a Praça da República (Largo do Quartel). Baseado nessa teoria o então prefeito Dr. Caio Gomes Figueiredo oficializou pela Lei n° 197 a data de 12 de Agosto de 1672 como a data
de fundação de Pindamonhangaba, tendo como Fundadores os irmãos António Bicudo Leme e Braz Esteves Leme.
A segunda nos dá a informação que no inicio do Século XVII sesmarias vão sendo concedidas na zona de Taubaté,
Pindamonhangaba e Guaratinguetá, destacando-se uma que é concedida em 17 de maio de 1649, ao Capitão João do
Prado Martins, na paragem chamada Pindamonhangaba. De acordo com a respectiva carta de doação, esse povoador, vindo de São Paulo, com a família e os empregados já estava de posse de suas terras, naquela paragem, desde
22 de Julho de 1643, que é considerada a data de fundação de Pindamonhangaba. pois o sitio então aberto por João
do Prado se situava no rocio mesmo da futura vila e cidade de nossos dias. A partir daí, da paragem à margem direita do Rio Paraíba forma-se um bairro dependente de Taubaté, para onde vão afluindo novos povoadores e moradores. Começa a funcionar no Bairro uma Igreja, de porte pequeno, cujo orago é Nossa Senhora do Bom Sucesso. A
sua ereção é devida ao padre João de Faria Fialho, considerado o Fundador de Pindamonhangaba.
Por existirem dúvidas quanto à Fundação de Pindamonhangaba, em 09 de Março de 1973, o Prefeito Dr. João Bosco
Nogueira, faz saber à Câmara Municipal de Pindamonhangaba, aprova e ele promulga o seguinte:
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
74
Lei Municipal n° 1336 de 09 de março de 1973
·
·
Art. 1° Fica revogada a lei n° 197 de 7 de dezembro
de 1953, que oficializou data de fundação de Pindamonhangaba.
Art. 2° A data de 10 de Julho de 1705, que é a de Emancipação Política de Pindamonhangaba, continuará sendo comemorada como a data magna do município, até que a da Fundação seja descoberta de forma documental.
Emancipação Política:
No início do Século XVII, por volta de 1704, a pequena Freguesia de São José crescia intensamente e já era intenção
de seus moradores separá-la da Vila de Taubaté, à qual pertencia. Freqüentemente os maiorais do lugar se reuniam
para trocar idéias sobre a maneira de torná-la independente, elevando-a à categoria de Vila.
Para alimentar ainda mais esse desejo nato de Liberdade, quis o destino que por aqui passasse o Desembargador
João Saraiva de Carvalho, Ouvidor Geral e Corregedor da Comarca de São Paulo. E assim, à custa de rogos que lhe
foram feitos e de “valiosos presentes” que lhe foram ofertados..., o Desembargador resolveu o caso da noite para o
dia... Essa resolução provocou os protestos das autoridades taubateanas e elas resolveram comunicar o fato a Sua
Majestade D. Pedro II, El Rei de Portugal.
Era preciso anular a ilegalidade cometida pelo Desembargador. Estando o Rei doente, coube à Rainha Dona Catarina
resolver aquele delicado caso. No entanto, considerando, talvez, a humildade dos representantes da nova Vila, que
afirmavam estar cientes do erro cometido e pediam perdão, a Rainha acabou por lhes desculpar o erro.
Mas não passou muito tempo e o povo da Freguesia elevava a Vila ilegalmente teve uma grata surpresa. Num gesto
magnânimo e inteligente, a Rainha, depois de haver anulado a criação da Vila de São José, havia mandado criar a
Vila de Nossa Senhora do Bonsucesso de Pindamonhangaba.
A boa nova alegrou duplamente os habitantes da então freguesia de Pindamonhangaba, porque os livrou das penas a
que estavam sujeitos por terem cometido o “grande crime” de elevá-la a vila e por satisfazer suas justas aspirações.
Em 03 de Abril de 1849 a Vila Real de Pindamonhangaba é elevada a cidade, por Lei Provincial, sancionada pelo Dr.
V. Pires da Mota, Presidente da Província.
Em 07 de Maio de 1877 o termo de Pindamonhangaba é elevado a Cabeça de Comarca, por Lei n° 27, desse dia.
Pela participação de seus filhos na maioria dos feitos históricos nacionais e pela opulência advinda da cultura do
café, a cidade recebeu o codinome de “Princesa do Norte”.
Filhos Ilustres da cidade: Manuel Marcondes de Oliveira e Melo, comandante da Guarda de Honra de D. Pedro I; Julio
Marcondes César Salgado, General Comandante da Força Pública de São Paulo-Revolução de 1932; José Augusto
Salgado, Membro da Academia Paulista de Letras; João Pedro Cardoso, Engenheiro da Comissão Construtora de
Belo Horizonte - co-autor do Brasão de Pindamonhangaba; João Marcondes Moura Romeiro, fundador da “Tribuna
do Norte” 11/06/1882; João Gomes de Araújo, Maestro e autor da ópera “Carmosina”; João Carlos de Oliveira, o famoso João do Pulo; Gustavo de Oliveira Godoy, Médico, Deputado Federal, Senador e fundador da Escola de Farmácia e Odontologia de Pindamonhangaba; Geraldo José Rodrigues Alkimin Filho, Vereador, Prefeito, Deputado e Governador do Estado de São Paulo; Francisco Inácio Marcondes Homem de Melo, Barão Homem de Melo, Presidente
das Províncias de São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul e Bahia, Presidente do Banco do Brasil, Ministro Interino da
Guerra e Construtor da Estrada de Ferro Central do Brasil; Emílio Marcondes Ribas, médico sanitarista, descobridor
da forma de transmissão da febre amarela e construtor da Estrada de Ferro de Campos do Jordão; Ciro Gomes, ExGovernador do Ceará e ex-Ministro da Economia; Berta Celeste Homem de Melo, Professora, poetisa, autora da famosa letra “Parabéns a Você”; Benjamim Costa Bueno, Prefeito duas vezes, herdeiro do atual prédio da Prefeitura Municipal da família do Barão de Itapeva que eram parentes de sua esposa; António Dino da Costa Bueno, Senador, diretor da Faculdade de Direito de São Paulo e presidente interino do Estado.
Corporação Musical Euterpe:
A Corporação Musical Euterp é mais um dos orgulhos do povo pindamonhangabense, fundada em 22 de Agosto de
1825, por João Batista de Oliveira mais conhecido como João Pimenta, na cidade de Pindamonhangaba no Estado de
São Paulo e desde essa data nunca teve suas atividades interrompidas. Neste ano de
2009 completará 184 anos.
Maiores informações: http://www.pindamonhangaba.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
0xx12 - 3644.5600
Não disponibilizado
“
“
3645.6992
3642.1466
3643.1244
75
DADOS SOBRE A CIDADE:
Aniversário da cidade:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Bacia hidrográfica:
Fontes históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
15 de Julho
1891
175,9 km2
22° 36’ 50’’S
45° 10’ 33’’W
645 METROS
15,178 hab.
86,29 hab/km2
7.417
7.761
14.187
991
Industrial, comercial e serviços.
Ecológico, aventura e histórico
Rios Paraíba do Sul e Piaguí
Estação Ferroviária
93,05%
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Nas margens da estrada que ia de Lorena para as Minas Gerais existia um pouso que
servia de paragem para descanso e abastecimento dos tropeiros e cujo o nome era
“Arraial de São Miguel”. Por se tratar de um local estratégico, durante a revolução mineira o mesmo era guardado por um piquete de Cavalaria e, em virtude do fato passou
a se chamar “São Miguel do Piquete”.
Em 1891 foi elevada à condição de Município, tendo então seu nome alterado para “Vila
Vieira do Piquete”.
No ano de 1911, seu nome novamente foi alterado para tão somente “Piquete”.
Para conhecimento mais profundo da história desta cidade, publicamos na página seguinte um texto elaborado pelo Sr. José Palmyro Masiero, que nos dará informações e
dados históricos, de grande importância, exposto de uma forma maravilhosamente elaborada pelo autor.
Maiores informações: http://www.piquete.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS: (Dados faltantes não disponibilizados)
Prefeitura Municipal:
0xx12 - 3156.1000
Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Câmara Municipal:
3156.1005
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
PIQUETE
“Uma história dentro da
História do Brasil”
Por: José Palmyro Masiero
PÁGINA SEGUINTE
muita história na história de
piquete
76
Por: José Palmyro Masiero
1 - Primórdios
Após a chegada de Pedro Álvares Cabral, em 22
de abril de 1500, a “Ilha de Vera Cruz” iniciou seu desfile na passarela da História, até à grande nação que
hoje somos.
No momento seguinte uma expedição veio fazer o reconhecimento de nossas costas, chegando até ao cabo de Santa Maria, regressando em 1502 da “Terra de
Santa Cruz”. Em 1503, Gonçalo Coelho desembarca em nosso solo levando, ao voltar, amostras de certa madeira vermelha, cor de brasa das terras do “Brasil”, pelo ano de 1506.
A 3 de dezembro de 1530, partia de Lisboa a frota de Martim Afonso de Souza rumo ao Brasil, ao que consta, com
três finalidades, combater os franceses de nosso litoral, fortificar os nossos portos com artilharias e explorara as
terras de São Vicente até ao Rio da Prata. Assim, em 1532, foi instalada a primeira povoação do solo pátrio. São Vicente.
Muitas trilhas indígenas transpunha a grandiosa serra que, como tapume, interpunha-se entre o litoral e o interior.
Teriam sido, esses caminhos usados pelos exploradores em direção ao planalto. Aqui, desde 1525, prosperava a aldeia de João Ramalho, em Santo André da Borda do Campo, “patriarca de uma prole imensa e incontável”. Foi o primeiro passo mais firme para a arrancada rumo ao interior.
São paulo de Piratininga, em 1554, foi um salto a mais. Começava a penetração. Surgiram as primeiras estradas pelo
sertão, ora buscando riquezas, ora “descendo” índios para o cativeiro.
2 - Devassamento do Vale do Paraíba
O Tietê era um caminho aberto; abaixo, o Rio Paraíba convidando à aventura. Por esse rio passaram as primeiras entradas a macular a pureza selvagem do seu vale. E, o Vale do Paraíba foi, talvez, a primeira região interiorana do Brasil a ser devassada e explorada.
Com a concessão das terras a Jacques Félix e seus filhos, no sertão do rio Paraíba, por volta de 1628, esta data passou a ser referencial como o inicio do povoamento do Vale do Paraíba. Em 1645, Jacques Félix erigiu a Vila de São
Francisco das Chagas de Taubaté, que se tornou o ponto principal a espalhar novos povoamentos. Descobrindo a
garganta do Embaú como o melhor ponto para a entrada nos “sertões dos cataguás”, região habitada pelos índios
cataguases no Sul da hoje Minas Gerais. Jacques Félix “atacava e reduzia os índios do Paraíba”.
Em 1643, Jacques Félix, concedeu sesmaria ao Capitão Domingos Luiz Leme, no sertão de Guaratinguetá, nascendo
ai uma povoação que se elevou à categoria de Vila, em 1651, com o nome de Santo António de Guaratinguetá. Dentro
desse território encontravam-se as terras que mais tarde comportariam o
município de Piquete.
3 - Ciclo do Ouro
Mas a vila de Santo António de Guaratinguetá estava encravada em sertão
bravio, quase desconhecido. Para a
frente em direção à Mantiqueira, somente a solidão da mataria rústica. Alinhavando o Vale, o Paraíba deslizava
mansamente. Descendo-o, em mansa
curva, havia um bom lugar para ancoradouro. Dali descortinava-se a maravilhosa
muralha
azul
da
“Amantiqueira”, (toponímico tupiguarani que deu origem à palavra
Mantiqueira, com provável significado
de “local de precipitações abundantes” ou “local onde se originam as águas”). Assim, nas terras de Bento
Rodrigues Caldeira estabeleceu-se o
porto de “Guaypacaré”. Com a descoberta do caminho das minas, via garganta do Embaú, pareceu esse ser o
melhor local para travessia do Paraíba.
Bandeirantes vindos de Piratininga e Taubaté desciam no porto de “Guaypacaré”, transpunham o rio e rumavam em
direção à terra dos Cataguazes, no afã de encontrar ouro e pedras preciosas. No final do século XVIII foi erigida no
porto de Guaypacaré invocando Nossa Senhora da Piedade. Por provisão de 14 de novembro de 1718, o povoado que
ali se formou foi elevado à condição de Freguesia.
Em 1703, o taubateano Miguel Garcia Velho, á frente de uma bandeira, descobriu as minas de “Caxambu” e “Itagyba”,
na atual Delfim Moreira. No entanto essas minas eram pobres, logo esgotaram. Por essa época, Gaspar Vaz da Cunha, também de Taubaté, adentrou a Mantiqueira na esperança de descobrir minas de ouro, abrindo caminhos pelos
campos de Capivary. Todavia parou por ai, fixando-se na região do Sapucaí. Em 1714, as minas foram descobertas e
povoadas pelo Tenente Francisco ramos da Silva, de Pindamonhangaba.
4 - O caminho do Capitão Lázaro Fernandes
Entre 1741, o Capitão Lázaro Fernandes, morador da freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Guaypacaré, abriu
uma picada pelas suas terras até às minas de Itajubá. E justamente esse caminho veio a se transformar na estrada
que provocaria o surgimento de Piquete.
Com a grande movimentação das minas das regiões do rio das Velhas e das Mortes, proporcionalmente aumentava a
abertura de caminhos clandestinos, para burlar o fisco, provocando grandes prejuízos à Coroa. Com a intenção de
coibir esse estado de coisas, uma comitiva de autoridades mineiras, após descer a Mantiqueira pela garganta do Embaú para o Vale do Paraíba, dirigiu-se para o caminho aberto por Lázaro Fernandes e ali instalou, em 1764, um Registro, local de parada obrigatória para todos os que por ali transitassem. O Registro contava com “casa da barreira” (Posto Fiscal) e um rancho onde se pesavam as mercadorias.
Contava, também, com um “piquete de cavalarianos”, responsáveis pela segurança do posto e combate aos contrabandistas que se desviavam para os caminhos alternativos no intuito de sonegar impostos. Daí o local ser conhecido
como “o lugar do piquete”, foi simplesmente questão de tempo.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
5 - O bairro de Piquete e o ciclo do café
Todavia a força bandeirante começara a definhar após 1750. Com a abertura
de novos caminhos nas Minas gerais e a conseqüente diminuição do Comércio no território valeparaibano, Lorena assim como Guaratinguetá e Pindamonhangaba instalaram engenhos de açúcar e aguardente, aproveitando
a grande quantidade de escravos dispensados da mineração, época que
provocou o urbanismo mais racional das Vilas e Freguesias.
Com o correr do tempo aumentava o povoamento da Freguesia de Nossa Senhora da
Piedade de Guaypacaré, e tão grande foi seu
desenvolvimento, que, por Portaria de 6 de
Típica Fazenda valparaibana
setembro de 1788, o Governador da Capitania de São Paulo, Bernardo José de Lorena, eleva-a à categoria de Vila, dando-lhe o nome de Lorena. Pela Portaria de 9 de dezembro de 1788, as terras do atual município de
Piquete passaram a ser território lorenense. Entrando na Província Paulista pelo município de Areias, ao final do século XVIII, o café encontrou grande campo no fértil Vale
do Paraíba. E não foi só a região da beira-rio que se ocupou dele. Também as zonas
serranas receberam seus tratadores e fazendas se abriram em plena serrania. Na lista
da 7ª Companhia das Ordenanças da Vila de Lorena de 1828, aparece pela primeira
vez o bairro de Piquete, que contava com 63 casas, 303 habitantes livres e 123 escravos.
O tráfego pela estrada da serra do Itajubá aumentava em movimento e, em conseqüência, o pequeno núcleo do bairro de Piquete crescia. Há que ressaltar que toda a vida
do lugarejo passou a viver em função dessa estrada. Ganhava fôlego na época das secas, para quase isolar-se na
estação das águas, devido a trechos intransitáveis, pontes levadas pelas enchentes...
O período mais representativo do café no Vale do Paraíba foi na década de 1850-60. A grande produção de café lorenense vinha do bairro de Piquete, onde grandes fazendas recobriam nossos morros da rica rubiácea. Grande numero
de tropas transportavam a produção.
Em 1855 o bairro sequer possuía uma capela, pois nesse ano a Câmara Municipal de Lorena oficia ao Presidente da
Província que a Matriz de Lorena tem apenas a Freguesia do Embaú e a Capela da “Cachoeira”.
6 - Freguesia e paróquia
A religiosidade dos moradores do bairro e dos viajores era grande. Não havia pouso de tropeiros sem um oratório.
Essa devoção levou os moradores a se reunirem, através de uma petição, em 1864, visando
a ereção de uma capela no bairro. Esse pedido foi aceito em 20 de dezembro de 1864, por
Dom Sebastião Pinto do Rêgo, Bispo de São Paulo, permitindo a ereção da capela no bairro, sob a invocação de São Miguel.
Em 14 de março de 1870, pela Lei Provincial nº. 20, foram criadas duas escolas de primeiras
letras, uma para cada sexo. Os primeiros professores foram Franklin Gonçalves Ramos e D.
Francisca Benedicta de Assis.
Surgiram, entre os moradores, duas lideranças políticas: o Tenente José Mariano Ribeiro
da Silva e o Major Joaquim Vieira Teixeira Pinto. O Tenente José Mariano, espírito empreendedor, visionário, foi o grande articulador político rumo à emancipação do bairro. Trabalha- Capela de São Miguel
va, investia e buscava progressão no local, o que pode ser constatado através do anúncio
Piquete - SP
no jornal “O Lorenense”, de 14 de junho de 1874, que comunicava a abertura de uma hospedaria no bairro, que mais tarde denominou-se “Hotel Santa Cruz”. Esse local passou a ser o lugar para encontros
poéticos e discussões dos problemas locais.
Em 1872, foi apresentado o projeto de Lei nº.6 à Assembléia Legislativa da Província de São Paulo pelo Dr. António
Rodrigues de Azevedo Ferreira, então deputado e proprietário no bairro de piquete, pedindo elevação do Bairro à Freguesia, o que ocorreu em 22 de março de 1875, através do Decreto nº.10.
Aos 36 anos de idade, o Tenente José Mariano Ribeiro da Silva elege-se vereador à Câmara lorenense. Procurou durante o quatriênio 1883-86, prover a nova Freguesia de condições para que se tornasse Vila autônoma.
Pela Portaria de 7 de outubro de 1888, do Bispo de São Paulo, D. Lino Deodato de Carvalho, foi criada a Paróquia de
Piquete. O Revmo. Pe. Francisco Fellipo foi nosso primeiro vigário, tomando posse em 1° de novembro do mesmo
ano.
7 - Vila Vieira de Piquete
Estava o Brasil prestes a mudar completamente seu quadro político. Aproveitando o descontentamento dos militares
com o Ministério presidido pelo Visconde de Ouro Preto, os republicanos saíram à luta, ativando por todos os recantos a propaganda anti-monarquista. Ao lado de outros grandes vultos, em São Paulo, Campos Sales, Prudente de
Morais, Francisco Glicério e Américo Brasiliense batalhavam ardorosamente pela República..
Campos Sales
Prudente de Moraes
Francisco Glicério
Américo Brasiliense
CONTINUAÇÃO
Terminou o movimento conspiratório dos militares e republicanos,
com o cerco do Ministério na madrugada de 15 de novembro de 1889 e
a prisão do Visconde de Ouro Preto e Cândido de Oliveira. E ao alvorecer desse dia, o Brasil entra em uma nova fase de sua História, com o
célebre grito do Marechal Deodoro da Fonseca, “Viva a República Brasileira”. Por Ato de 3 de fevereiro de 1890, Prudente de Moraes, Governador nomeado de São Paul, dissolve as Câmaras Municipais e são
por ele indicados intendentes que administrarão os municípios.
Para a Vila de Lorena, um dos intendentes indicado foi o Tenente José
Mariano Ribeiro da Silva. Assumiu o cargo em 6 de fevereiro de 1890.
Voltou Piquete a sentir novo impulso do progresso.
Quando o Dr. Américo Brasiliense de Almeida Melo foi nomeado Governador do Estado, em 7 de março de 1891, José
Mariano exultou. Além de correligionário político, era amigo particular do novo Governador. E a grande prova disso
veio com o Decreto nº.166 de 17 de maio desse ano de 1891, elevando à categoria de Vila a Freguesia de São Miguel
do Piquete, com a denominação de Vila Vieira do Piquete. Culminância do grande sonho do Tenente José Mariano
Ribeiro da Silva, “a alma criadora do lugar”, conforme escreveu Teodoro Sampaio, importante geógrafo da época,
que passou pela Vila Vieira do Piquete em 1893.
No dia 15 de junho toma posse a primeira intendência piquetense, com elementos indicados pelo Tenente José Mariano que se despedia da política lorenense por ser morador da nova Vila.
Mas em 3 de novembro desse 1891, o Marechal Deodoro da Fonseca dissolveu o Congresso e obteve o apoio do Governador Américo Brasiliense, e nossa intendência ofereceu-lhe total apoio. Mas, na contra-revolução de 23 de novembro, o Almirante Custódio de Melo força
o Presidente a renunciar.
Pelo apoio ao Marechal Deodoro, também
Nem temos sonhos, nem sentimos fome ou calor
Américo Brasiliense sai do cargo. Assume o
temos apenas sede de esperar mais cem anos
Vice-Governador José Alves de Cerqueira
Enquanto
alguns caminham em berço esplendido
César que, em janeiro de 1892, nomeia novos
outros
andam descalços, virtualmente com
intendentes para Piquete, todos contrários à
as sandálias da humildade.
corrente de José Mariano.
Vejo na voz e no rosto daqueles que sentaram
Tanto assim que, em 25 de abril de 1892, o
nos bancos da Academia
Presidente de nossa intendência, Tenente
um
descrédito
próprio
e
uma
alienação
rasteira.
Joaquim Lauro do Monte Claro, fez a seguinTenho
medo
do
futuro
te proposta:
Porque os filhos do conhecimento esqueceram-se
“indico que se represente ao Congresso do
dos pobres e desvalidos
Estado que revogue o Decreto que elevou
Pensam
em
si
próprios
como
se
fossem
Reis barrigudos
esta localidade à Categoria de Vila”. Estava
Esperando
do
futuro
uma
eterna
estabilidade
que aniquila
sendo urdida uma grande manobra política
sentimentos
entre os membros da Intendência lorenense
e proclama as injustiças e a lerdeza.
e, como vimos, com o apoio da nossa, para
que voltássemos à condição de Freguesia e
ODON JR.
conseqüentemente sermos legislados por
Lorena.
Foi apresentado à Câmara de Deputados o projeto nº. 39, por José Pereira de Queiroz, para a revogação do decreto
166. Foi aprovado nessa Casa, mas mandado para o Congresso Estadual, este não acolheu a propositura.
Continuamos Vila autônoma.
Assumindo o Governo do Estado, o Dr. Bernardino de Campos, em 23 de agosto de 1892, promove eleições municipais para vereadores em todos os municípios do Estado. E o povo piquetense respondeu à festa cívica e conduziu à
testa do município seus verdadeiros representantes. Porem, essa luta para nossa emancipação política baseava-se
no fato da grande receita que provinha das fazendas de café, que poderiam sustentar o progresso do município. Tal
previsão falhou, pois o café no Vale do Paraíba estava com seus dias contados. A terra exaurida e falta de mão de
obra devido à Lei da Abolição estavam provocando a fuga dos plantadores para o norte do Estado. Nas grandes fazendas piquetenses os morros exibiam pés de café secos e abandonados.
8 - Instalação da Fábrica de Pólvora sem Fumaça
Parquíssimos eram nossos recursos. Todavia, o Arcanjo protetor da Vila não a abandonou. Foi cogitada, no governo
Campos Sales, a instalação, no Brasil, de uma fábrica de pólvoras sem fumaça. A iniciativa partira do Ministro da
Guerra, Marechal João de Nepomuceno de Medeiros Mallet. Também era intenção do Exército construir um sanatório
militar em lugar aprazível e saudável.
Assim, em 11 de fevereiro de 1902, o Marechal Mallet, chega a esta região, a convite do Barão da Bocaina, para a escolha do local destinado à construção do sanatório militar (Lavrinhas - MG) e da fábrica de pólvora (na fazenda Benfica - SP). Para essas construções havia necessidade de uma Estrada de Ferro e, por ocasião da visita do Marechal
Argollo, Ministro da Guerra, em 15 de julho de 1904, teve inicio a construção de um ramal férreo entre Lorena e Benfica, assim como das obras do sanatório militar. Nessa mesma visita, o Marechal Argollo, definiu o lugar onde se instalaria a fábrica de pólvora. Para isto, em 1905, foram adquiridas as fazendas Sertão, Estrela do Norte e Limeira. Dias
depois, sob o comando do Tenente Coronel Augusto Maria Sisson tiveram inicio as obras da construção da fábrica
de pólvora.
Abrindo muitas vagas de trabalho, a necessidade de moradia para novos operários provocou o loteamento de parte
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
da Fazenda Santa Eulália, de Francisco de Assis de Oliveira Braga,
dando origem à Vila Operária de São José, também conhecida como
Vila Braga.
Já em 1906, são inauguradas por grande numero de autoridades a
Estação Rodrigues Alves, a Usina Hidroelétrica e a Represa, e à noite, a iluminação da Vila da Estréia.
Em 18 de dezembro, através do decreto Estadual nº. 1.033, a Vila Vieira é elevada à categoria de cidade, com o nome “Vieira do Piquete”
Em 15 de março de 1909, dá-se a inauguração da Fábrica de Pólvoras Sem Fumaça, pelo Presidente da República Dr. Afonso Pena.
No campo educacional, em 25 de março de 1920, é criado o Grupo
Escolar de Piquete. Já havia sido fundado o “Sport Clube Estrela”,
FÁBRICA DE PÓLVORAS SEM FUMAÇA (depois Presiem 1914. Em 1922, surge o Cine Popular e em 1926, o Cine Glória.
dente Vargas). Na década de 60 do século passado,
Neste mesmo ano tem inicio o loteamento da Vila Esperança. E, no
passou a abrigar a administração da fábrica.
Atualmente, funcionam na CASA 1: Presidência, Direto- setor informativo circula em 1927, o primeiro jornal piquetense.
rias e Assessorias da IMBEL.
Com a eclosão do Movimento Constitucionalista de 1932, cerca de
6.000 homens para aqui foram deslocados para defender a vanguarda do túnel e também a fábrica de pólvoras. De forma genérica, toda a vida piquetense passou a ser regida em função dessa fábrica de pólvoras (Fábrica de Pólvoras Sem Fumaça, em 1909, Fábrica de Pólvora e Explosivos de Piquete, em 1936, Fábrica de Piquete, em 1939, Fábrica Presidente Vargas, em 1942).
A Fábrica criou uma banda de música, adotou o Esporte Clube Estrela, construiu várias Vilas residenciais para operários e mestres, cinema, clubes sociais, hospital, farmácia, cantina e em 1942, com a criação do Departamento de
Assistência Educacional, talvez sua obra social mais significativa, ofereceu educação, em todos os níveis, pára milhares de crianças e jovens.
Em 1977, a fábrica tornou-ser empresa mista: IMBEL.
Origem do nome
Por um equívoco da tradição costuma-se atribuir a origem do nome de nossa
cidade a um piquete de cavalaria das tropas de Caxias, quando da Revolução
Liberal, em 1842.
Na verdade, a palavra piquete significa “corpo de tropas de soldados que formam guarda avançada” ou “porção de tropa a cavalo”. Advém, no nosso caso, de uma tropa auxiliar montada, não dos soldados de Caxias, mas da guarda que, por muitos anos, guarneceu o Registro de Itajubá, bem como o caminho para Minas Gerais. A instalação desse Registro, em novembro de 1764,
provocou o surgimento, em suas proximidades, de pousos para tropeiros e
viajantes. Aos poucos, moradias e roças despontaram, espalhadas ao longo
do caminho, o que suscitou o crescimento espontâneo e a fixação de moradores, originando o bairro do Piquete.
No inicio do século XIX, a população de Lorena era dividida, para fins de recenseamento, em Companhias de Ordenança, sob a responsabilidade de um capitão. Encontramos no “Arquivo Público do Estado de
São Paulo”, os “Inventários da População da 7ª Companhia das Ordenanças da Vila de Lorena em 1828”, nos quais, pela primeira vez, é
citado o bairro de Piquete.
Nesse ano, no bairro havia 63 fogos (lares) com 303 habitantes livres
e 123 escravos. Esta 7ª Companhia abrangia os bairros da margem
esquerda do Paraíba até ao alto da serra da Mantiqueira, na divisa
com Minas Gerais, e incluíam, além do bairro de Piquete, o Passa
Vinte, o Embaú, o Quilombo, o Porto Velho e o Limoeiro.
Constatamos portanto que 14 anos antes da Revolução Liberal de
1842, Piquete já era Piquete ! O desconhecimento da documentação
existente em 1928 justifica a tornar perfeitamente compreensível o
engano da tradição oral quanto à origem do nome Piquete. No entanto, não é mais aceitável que hoje alunos, publicações, eventos
oficiais venham citar cavalarianos da Revolução Liberal como
responsáveis pela origem do nome de nossa cidade.
Fonte: Fundação Christiano Rosa
80
DADOS SOBRE A CIDADE:
Aniversário da cidade:
Fundação:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2007):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE: (IBGE 2000)
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Bacia hidrográfica:
Fontes históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
19 de Maio
30/12/1991
44,651 km2
22° 50’ 34’’S
45° 15’ 03’’W
535 metros
17.895 hab.
368,5 hab/km2
6.908
6..697
12.967
638
Rio Paraíba do Sul
91,7 %
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
O povoamento desenvolveu-se lentamente. Tornou-se uma vila de pescadores e de trabalhadores rurais. Na época da
Independência do Brasil, o bairro foi o maior produtor de café de Guaratinguetá.
Neste período além do café, produzia ainda açúcar, rapadura, milho, feijão e a famosa farinha de mandioca.
Em mil novecentos foi inaugurada uma ponte ligando o bairro de Potim a Aparecida, construída com madeira da antiga ponte do Pedregulho, em Guaratinguetá, que havia sido substituída pela Ponte Metálica, ainda no século anterior.
O construtor e proprietário da ponte foi Francisco José de Castro e custou perto de mil conto de réis, que depois de
um tempo foi levada pela correnteza do Rio Paraíba e no local foi introduzida uma balsa para a travessia do rio, nos
idos de 1914.
Somente no ano de 1966, o então Governador do Estado, Ademar de Barros Filho, inaugurou a ponte de concreto armado, que perdura até aos dias de hoje mas, que possui limitação de tráfego.
Potim fica isolada de rodovias e sua entrada principal se dá pela ponte nova, ou “Ministro Roberto Cardoso Alves”,
uma ponte que liga Aparecida a Potim e que se torna o portal da cidade, pois é o acesso a ela mais facilitado.
No dia 23 de dezembro de 1981 foi criado o Distrito de Potim, pela Lei 3.198. Em março de 1988, uma comissão de
pessoas interessadas no desenvolvimento do distrito, que pouca atenção recebia dos dirigentes do Município de
Guaratinguetá, recolheu cem assinaturas de eleitores inscritos na Circunscrição Eleitoral do Distrito do Potim e com
o apoio do futuro Prefeito, juntaram a documentação necessária para a emancipação da cidade e encaminharam à
Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, um dossiê com o pedido oficial de Emancipação Política e Administrativa. Após os trâmites legais, foi o processo aprovado e marcado uma data para o plebiscito que foi 19/05/1991.
Assim, aprovada, por maioria absoluta do munícipes aos 30 de dezembro de 1991, o Governador do Estado de São
Paulo, Luiz António Fleury Filho, sancionou a Lei n° 7664/91 que oficializou a criação da cidade de Potim.
Maiores informações: http://www.potim.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
(Dados não disponibilizados)
Prefeitura Municipal:
0xx12 Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
81
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Aniversário da cidade:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Pico mais alto:
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
rismo
Turismo:
Bacia hidrográfica:
Fontes históricas:
cetes, Estação Ferroviária igrejas
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1842
04 de Março
250,1 km2
22° 32’ 13’’S
44° 46’ 26’’W
471 metros
Pedra da Mina (2.797 metros)
9.112 hab.
36,43 hab/km2
4.504
4.608
7.846
1.266
Pecuária, Agricultura e TuHistórico, ecológico e aventura
Rios Paraíba, Entupido e Claro
PalaFAZENDAS HISTÓRICAS:
Sertão,
São José,
Restauração,
Bella Aurora,
Regato,
Cascata
entre outras.
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Queluz teve as suas origens com uma aldeia de índios Puris, no ano de 1800, trazidos para a região por um índio ancião, que se distinguia dos demais por sua sagacidade e firmeza de atitudes.
Chamava-se Vuitir o os paisanos o apelidaram de Mongo. O Mongo (Vuitir) foi o único que depois
de trazer e assentar todos os outros índios, se retirou, retornando após muito tempo à aldeia de
onde havia fugido, por descontentamento,do qual, nunca mais se teve notícias.
A aldeia nasceu em torno de uma Capela construída pelos índios e escravos, sob o comando do
catequista Padre Francisco das Chagas Lima e pelo Diretor local Januário Nunes da Silva.
Em 04 de Março de 1842 surgiu a Vila de São João de Queluz. Por Lei de nº.15 de 10 de Março de
1876 foi elevada à categoria de cidade já com o noMONUMENTOS HISTÓRICOS:
me de Queluz, criado no ano de 1875, pela Lei nº.29
Igreja
Nossa Senhora do Rosário, Igreja
de 17 de Abril.
São
Benedito,
Igreja São Pedro e São PauSeu padroeiro é São João Batista.
lo, Capelas de Santa Luzia, de Santo AntóMaiores informações: http://www.queluz.sp.gov.br nio, de São Vicente de Paula,Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora das Graças,
de São Roque, Canção Nova, entre outros.
TELEFONES ÚTEIS: (Dados Não disponibilizados)
Prefeitura Municipal:
0xx12 Secretaria da Educação
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
82
QUIRIRIM é um distrito da cidade de Taubaté. Quiririm nasceu no
bairro de Paiolinho, localizado no Município de Taubaté. No e3ntanto,
esse bairro foi tomando características próprias e se desenvolvendo e
em 1869 foi elevado à categoria de Vila.
Tradicional colônia agrícola italiana, o Quiririm teve no ano de 1989
seu destino mudado, passando de uma vila absolutamente agrícola para uma Vila com uma caracterização de Turismo próprio. Este impulso econômico foi dado por um italiano Sr. João Aristodemo Canavezi e seus familiares. João Canavezi teve a idéia de comemorar o
centenário da chegada de seus antepassados na colônia. Para isso organizou uma festa, convocou amigos e parentes e no boca a boca conseguiu trazer para o seu evento 800 pessoas. Tal foi o sucesso que essa festa foi-se
tornando tradição e, hoje cerca de 400.000 pessoas visitam Quiririm em todo
o período da festa.
Em 9 de Junho de 1999 foi criado pela Prefeitura Municipal o “Mercato Della
Colônia Agrícola Di Quiririm”, transformando para esse fim um barracão antes usado como depósito de grãos, onde, durante o ano inteiro, se podem
degustar as especialidades da cozinha italiana, com o mesmo sabor e carinho com que são servidas durante o período da festa.
Esse espaço é composto de cantinas e lojas de artesanato, mantidas pelos
descendentes italianos que com isso resgatam lembranças de épocas passadas, quando as grandes reuniões de família eram comuns aos Domingos e
ocasiões especiais. Além de um resgate de tradição este “Mercato” ainda
ocupa a mão de obra de 200 pessoas de forma direta, tornando-se um lugar
de visitação, onde se pode degustar de uma grande variedade gastronômica
de pratos e ainda levar para casa.
Com esta iniciativa, Quiririm tornou-se um Distrito de grande importância Turística não só para a evolução das gentes locais, como também parta o Município de Taubaté que de certa forma também usufrui de sua divulgação.
Festa Italiana do Quiririm:
A antiga colônia de Italianos do Distrito de Quiririm reúne na ultima semana do mês de Abril as famílias remanescentes da imigração, numa festa que expressa toda a alegria, cultura e gastronomia italianas. Esta festa já está a poucos
meses de comemorar o seu 20º. aniversário.
O evento é marcado pela gastronomia uma vez que as próprias famílias se encarregam de produzir artesanalmente
os pratos típicos que são servidos, a partir de receitas originais herdadas de seus antepassados. A festa comemora
a chegada e a saga dos italianos na região e é regada a muito vinho, musica e danças típicas aliadas às alegria e ao
contagiante acolhimento, característico da família italiana.
Entre as atrações, o turista também poderá se maravilhar com o desfile
cultural das famílias, ilhas culturais, feira de negócios, apresentações de
grupos folclóricos típicos, orquestras e cantores italianos.
Museu da Imigração Italiana:
Utilizando uma arquitetura típica do Norte da Itália, o sobrado da família
Indiani foi construído entre o ano de 1897 e Abril de 1903, data que está
gravada em italiano, no degrau de entrada do sobrado. Em 1958, com a
morte dos patriarcas e com a dispersão da família, fez com que esse antigo casão ficasse abandonado por quase trinta anos, tendo chegado a tal
ponto que quase se transformou em ruínas. No ano de 1985 foi declarado
de utilidade pública, tendo-se levado a cabo um processo de conscientização popular sobre a sua relevância histórica para a Vila. No ano de
1995 se deu inicio à reforma e restauração do prédio e em Abril de 1997, foi inaugurado já com o nome e destino de
“Museu da Imigração Italiana”. A principal característica do prédio ér o revestimento de suas paredes com pinturas
de Basílio Indiani. Sem um estilo definido, mas, que retrata de formar impar a nostalgia, os sonhos e as esperanças
de um povo, que é guardado pelo povo desta cidade como um documento vivo de sua história.
O visitante, além de conhecer estas duas obras da colônia italiana também pode visitar a “Igreja Matriz Imaculada Conceição de Quiririm” e o “Mirante”, de onde se pode avistar uma bela paisagem rural e urbana.
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Taubaté: 0 xx 12 Museu:
3686.1203
3686.3340
83
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Aniversário da cidade:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Pico mais alto:
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Bacia hidrográfica:
Fontes históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1964
21 de Março
130,2 km2
22° 56’ 15’’’S
45º 18’ 45’’W
544 metros
8.536 hab.
65,56 hab/km2
4.355
4.181
7.972
564
Turismo, comercio, serviços e peq. industrias
Histórico, ecológico e rural, pecuária leiteira.
Rios Paraíba, muitos Ribeirões e córregos
Vestígios da Mata Atlântica com área de preservação.
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
O povoado inicialmente foi formado a partir de uma Capela “do Rosário”, hoje, depois de reformas, passou a usar o
nome de “Igreja Nossa Senhora da Piedade”.
Com a inauguração, em 1877, da Estação da Estrada de Ferro, defronte ao povoado, surge um novo núcleo urbano, o
de Roseira Nova. Em 1910 é elevada à condição de Vila e em 1959 à condição de cidade adotando o nome de Roseira. Em 1933, após a substituição da cultura cafeeira predominante na região, pela atividade da pecuária Leiteira, foi
fundada a mais antiga cooperativa da região, a “Cooperativa de Laticínios de Roseira”.
A origem de seu nome ,“Roseira”, se deve ao fato de que no povoamento existiam muitas roseiras selvagens, na época da fundação do povoado no século XVIII, em
terras pertencentes a Guaratinguetá.
Maiores informações: http://www.roseira.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS: (Dados não disponibilizados)
Prefeitura Municipal:
0xx12 Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
84
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Aniversário da cidade:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Pico mais elevado:
(2.082 metros)
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Densidade demográfica:
Atividade econômica:
Turismo
Turismo:
ecológico e aventura
Fontes históricas:
1892
16 de Agosto
322 km2
720 metros
Pico de Selado
2.867 hab.
8,90 hab/km2
Pecuária leiteira, e
Histórico, rural,
Palacetes, Estação Ferroviária e Igrejas
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
São Francisco Xavier é um Distrito do Município de São José dos Campos.
No ano de 1883 os escravos do Sr. Luciano José das Neves, trouxeram para sua fazenda, a imagem de São Francisco Xavier (vinda do Rio de Janeiro), construíram uma capelinha, onde os tropeiros paravam para rezar; com isso
muitas famílias resolveram se assentar e plantar um pedaço de terra. Nesta época por ali passava um caminho de
tropeiros que desciam de Minas Gerais com destino a São Paulo, a trilha descia a Serra de Santa Bárbara por entre
a mata fechada, passando pelo Roncador e Água Seca, dirigindo-se para o Bairro de Santana, o principal núcleo
comercial da época. No ano de 1889 foi construída a fazenda do Sr. Max Bose, ainda preservada e aberta à visitação. Em 16 de Agosto de 1892 pela Lei Estadual nº. 59 desta data, foi criado oficialmente o Distrito, onde havia uma
vilinha com dez casa de pau-a-pique, uma escola primária, um armazém, uma botica (farmácia) e seis curandeiros
que tratavam os males do povo. No ano de 1906 foi construída a Cadeia do Distrito, hoje desativada e onde funciona uma biblioteca. No período de 1912 a 1914 foi construída a primeira igreja do Distrito, ainda de “Taipa”. No ano
de 1932, por situar-se São Francisco Xavier no alto da Serra da Mantiqueira, em lugar de difícil acesso, foi escolhida
pelos paulistas, como refúgio durante as revoluções de 30 e 32. No entanto, a sua atuação era somente a de vigiar a
fronteira, não tendo havido na região combates ou enfrentamentos.
REGIÕES ALPINAS:
São Francisco Xavier possui um autêntico clima de montanha e dado à sua localização e fácil acesso, a procura
desse distrito, tem por esse motivo sido bastante ampliada.
São morros, serras e picos que compõem uma típica paisagem alpina. As altitudes variam de 550 a 2.082 metros de
altitude e cujos mais expressivos passamos a descrever:
·
Serra do Queixo D’Anta
(1.600 metros),
·
Serra de Santa Bárbara
(1.578 metros),
·
Pico do Selado
(2.082 metros),
·
Pico do Focinho D’Anta
(1.712 metros),
·
Pedra Redonda
(1.925 metros),
·
Pedra Chapéu do Bispo
(1.913 metros),
·
Pedra do Capim Azul
(1.400 metros),
·
Pedra Pouso do Rochedo
(1.300 metros),
·
Pedra Vermelha
(1.836 metros).
Maiores informações: http://wwwsaofranciscoxavier.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Sub-Prefeitura Municipal:
Policia Rodoviária Federal:
Polícia Militar:
Secretaria Meio Ambiente:
0xx12 - 3926.1177
3931.7088
3926.1204
3947.8128
85
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Aniversário da cidade:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Pico mais alto:
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Bacia hidrográfica:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1859
09 de Março
571 km2
32° 38’ 42’’S
44° 34’ 40’’W
1.800 metros (média)
Pico Tira Chapéu
4.278 hab.
7,37 hab/km2
2.161
1.978
2.468
1.671
Agricultura, pecuária e estância turística
Histórico-cultural, ecológico e rural
Represa Funil e Rio Mambucaba e muitos córregos.
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Aproveitando os caminhos indígenas que ligavam a serra ao litoral, por volta do século XVII, tropeiros vindos de Minas Gerais carregados com ouro mineiro para ser embarcado nos portos de Mambucaba e Paraty, após o embarque
subiam de novo a serra carregados com peixe seco, cachaça, farinha e outros alimentos que eram comercializados
no percurso de volta às minas. Uma das travessias de rio no caminho, com o constante tráfego de tropas, transformou-se em um grande atoleiro que em muito dificultava a passagem das tropas. Aos poucos foram-se formando ranchos quer serviam de pouso e de descanso para os tropeiros. Em virtude da situação o local ficou conhecido como
“Barreiro”. Vindo de Minas Gerais, o Capitão Fortunato Pereira Leite, seus irmãos e cunhado João Ferreira de Souza
aqui se estabeleceram e fundaram um arraial nas proximidades do “Barreiro”, no final do século XVII. Com o advento
do ciclo do Café, um dos mais ricos do Vale do Paraíba, muitas fazendas foram-se formando a partir do final do século XVIII. No ano de 1820 foi erguida no local uma capela dedicada a São José e, na junção da capela com o nome do
local (Barreiro) o arraial passou a ser conhecido como “São José do Barreiro”.
Em 02 de Agosto de 1833 o povoado foi elevado a Capela Curada. Em 9 de Março de 1859 foi elevada à condição de
município e pela lei nº. 35 de 10 de março de 1885, à condição de cidade. Em 1999, o município ganhou o titulo de Estância Turística do Estado de São Paulo.
Maiores informações: http://www.saojosedobarreiro.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
(Dados não disponibilizados)
Prefeitura Municipal:
0xx12 Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
86
A região do “Vale Histórico se situa no Estado de São Paulo entre o Sul do
Estado de Minas Gerais e fazendo divisa com a Serra da Bocaina e o Estado
do Rio de Janeiro. Composta pelas cidades de Silveiras, Queluz, Areias,
São José do Barreiro, Arapeí e Bananal, o Vale Histórico mantém um intercâmbio, com os Estados visinhos, tornando-se uma rica junção cultural
paulista, carioca e mineira. Essa mistura pode ser observada tanto no modo
de vida da população local, quanto na gastronomia e no sotaque, devido à
presença de moradores oriundos de várias cidades vizinhas, desses Estados.
Curiosas estradas levam o turista oura, estar em São Paulo, ora no Rio de
Janeiro, através de curvas em pequenas distâncias percorridas. Por estar no
Eixo São Paulo - Rio de Janeiro, entre as duas principais metrópoles do
Brasil, em determinadas situações existe o contraste da cultura caipira, típica em cidade do interior, com alguns hábitos das grandes cidades, tornando
a região ainda mais peculiar. O grande potencial turístico da região vem de
uma época áurea da economia, quando o “café dava para tudo”, pois representava mais de 50% de tudo o que o Brasil exportava. Este período de
prosperidade (1836 a 1886) deixou na região fazendas, casarões e costumes
que ainda permanecem, levando o visitante a uma volta ao passado do País.
Outro ponto alto e não menos gostoso é a gastronomia que tem em suas raízes influências indígenas, africanas, espanholas e portuguesas, com pratos
para todos os gostos e paladares.
Além de todo o potencial cultural e histórico, as
Serras da Mantiqueira e da Bocaina propiciam
um cenário de rara beleza.
Suas serras, seus morros, seu numero incontável
de rios, ribeirões, nascentes, cachoeiras de águas
claras e cristalinas, que nos convidam a um relax deslumbrante, num convívio com a natureza
na forma de sua mais natural manifestação, fazem de todos os pacotes turísticos a melhor forma de escape para o0 stress do dia a dia na cidade grande.
Através de um contato com todas as prefeituras
das cidades que fazem parte deste circuito turístico o cidadão conta com diversas opções de passeios e circuitos, para todos os bolsos e gostos.
Experimente e tenha a certeza que jamais irá
esquecer as horas, os dias que passou em uma
região totalmente diferente e de tanto conteúdo,
histórico, cultural e de rara beleza.
87
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Aniversário da cidade:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Participação FUNDEF-2006:
Fundo Part. Municípios (FPM-2006):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Bacia hidrográfica:
Fontes históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1767
27 de Julho
1.100 km2
23,17944°S
45,88694°W
600 metros
539.313 hab.
60.341.766,32
21.722.490,85
36,43 hab/km2
266.469
272.844
532.717
6.596
Industrias de alta tecnologia, comércio e serviços.
Histórico e cultural
Rio Paraíba do Sul
Palacetes, Estação Ferroviária e Igrejas
443.184
424.572
95,8 %
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
204
Estabelecimentos de ensino fundamental:
173
Estabelecimentos de ensino médio:
69
Hospitais:
21
Agências bancárias:
70
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Por volta do ano de 1.590, foi criada através de sesmarias, uma fazenda de pecuária, a pedido de padres jesuítas. Esta fazenda localizava-se às margens do Rio Comprido, hoje divisa natural entre São José dos Campos e Jacareí. A
classificação como fazenda de gado foi um artifício usado pelos padres jesuítas para ocultar dos bandeirantes uma
missão de evangelização. A Lei de 10 de dezembro de 1611, que regulamentava a instalação de aldeamentos de índios dispersos, administrados por religiosos, transformou oficialmente a fazenda em Missão de Catequese. Este fato
causou desagrado aos colonos que muito necessitavam da mão de obra indígena/escrava e que com esta situação
tiveram seus interesses, para eles, mais dificultados. O resultado deste conflito entre religiosos e colonos, culminou
com a expulsão dos jesuítas no ano de 1640 e a conseqüente extinção da missão pela própria dispersão dos aldeados.
Alguns anos mais tarde, com o “esquecimento” da expulsão por parte dos paulistas, os jesuítas reapareceram no
Vale do Paraíba em nova sesmaria, distante cerca de 15 km a nordeste da aldeia velha, onde hoje se situa o Centro
da Cidade. Do novo local tinha-se uma visão privilegiada da área que circundava a aldeia nova, garantindo maior segurança contra invasões, enchentes e permitindo boa ventilação e insolação. Apesar de se tratar de uma Missão Catequizadora dos Jesuítas, oficialmente era tida como fazenda de gado.
Sabe-se ainda que a organização urbana no plano teórico e prático da aldeia, é atribuída ao padre jesuíta Manoel de
Leão, cuja principal ocupação era a de ser administrador, estando em São Paulo desde o ano de 1663, encontrava-se
à frente das fazendas mais remotas. Entre elas, figura o aldeamento em solo joseense. Em 1692 essa aldeia aparece
com o nome de “Residência do Paraíba do Sul” e em 1696 como “Residência de São José”.
Com o inicio do ciclo do ciclo do ouro e a exploração de minas em solo das minas gerais, por se encontrar a fazenda
no caminho de exploradores e desbravadores, a mão de obra indígena começou a ser contratada para serviços com
este fim. Com isso a mão de obra para os serviços do aldeamento começou a se tornar deficitária, começando a se
CONTINUA
88
notar um certo abandono da missão por parte dos
padres em relação ao destino da aldeia. Após a expulsão dos jesuítas do Brasil em 1759, todos os
bens dessa ordem religiosa, tais como fazendas,
colégios e aldeias, passaram para a custódia da Coroa. Com isso, esta determinou ao Governador da
época, D. Luis António de Sousa Botelho Mourão, o
“Morgado de Mateus”, que tornasse essas propriedades produtivas,. Assim, o Governo pediu e obteve
do Vice-Rei, autorização para criar Freguesias e Vilas.
Aos 27 dia do mês de julho do ano de 1767 foi formalizada a ereção da Aldeia em Vila de São José do
Paraíba. A emancipação à categoria de Vila não foi
um fator determinante para o progresso dessa aldeia, que, por muitos anos manteve as mesmas características de uma pequena vila com predominância do setor rural. A principal dificuldade de São José era o fato de que se encontrava fora de rota das minas gerais
e a Estrada Real (ver matéria prox. páginas) passar fora de seus domínios. Em meados do século XIX , a Vila de São
José do Paraíba já demonstrava alguns sinais de crescimento econômico com o desenvolvimento do setor agrícola.
O algodão teve uma rápida evolução na região quando São José conseguiu algum destaque e cuja produção conheceu o seu maior volume em volta dos ano de 1864. Nesse mesmo ano, a 22 de abril, a Vila é elevada à categoria
de cidade. Em 1871 passa a se denominar “São José dos Campos” e em 1872 recebe o titulo de Comarca.
Quase paralelamente se dá inicio ao ciclo do Café no Vale do Paraíba, que começa a ter alguma expressão a partir
do ano de 1870, já contando, inclusive com a participação de São José dos Campos nessa atividade.
No entanto, foi no ano de 1886, já com a passagem por seus limites da Estrada de Ferro da Companhia São PauloRio de Janeiro e tendo a sua Estação Ferroviária sido inaugurada, no ano de 1877, que São José conheceu o auge
de sua produção cafeeira, mesmo quando o declínio do ciclo cafeeiro já se mostrava real na região, ainda conseguiu manter algum destaque até cerca do ano de 1930.
São José dos Campos, encostado na Serra da Mantiqueira e dono de um clima favorável para o tratamento da tuberculose, passou a ser procurado para cura, tendo-se construído para isso alguns estabelecimentos de saúde
com este fim. No entanto, somente no ano de 1935, quando o município foi transformado em “Estância Hidromineral”, São José dos Campos,
com os recursos oficiais que
passou a receber, pode experimentar uma fase de
investimentos na área sanatorial.
Com o advento dos antibióticos nos anos 40, a tuberculose começa a receber tratamento ambulatorial, caracterizando assim o fim da função sanatorial
até então exercida por São José dos Campos, num
momento em que já é crescente a instalação de
grandes industriais em seu território.
O processo de industrialização de São José dos Campos toma impulso a partir da instalação do “Centro Técnico da
Aeronáutica - CTA” no ano de 1950, aliado ao fato de ter seu território cortado pela Rodovia Presidente Eurico Gaspar Dutra, possibilitando assim um escoamento mais rápido das mercadorias e um elo de ligação entre os dois maiores pólos comerciais do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro.
A partir daí vieram novas industrias e a cidade se tornou um centro de referência de tecnologia. Entre outras industriais hoje São José dos Campos conta com a primeira fábrica da “EMBRAER” e um conjunto industrial da General
Motors do Brasil. Hoje São José dos Campos conta com um parque industrial de aproximadamente 900 estabelecimentos.O Estado de São Paulo está divido em 11 regiões politico-administrativas e São José dos Campos é a Sede
da 3ª Região Administrativa e integrada por Municípios de todo o Vale do Paraíba e Costa Norte.
Formação Administrativa: Oficialmente o município é constituído por três Distritos: São José dos Campos (Sede),
Eugênio de Melo e São Francisco Xavier.
O distrito de São José dos Campos é dividido em dois subdistritos; o 1º. subdistrito de São José dos Campos e o
2º. subdistrito de Santana do Paraíba.Para melhor administrar o município de São José dos Campos, o poder público dotou os distritos de Eugênio de Melo e de São Francisco Xavier de Administradores Distritais; enquanto que o
Distrito Sede foi dividido em quatro Regionais: Centro, Leste, Norte e Sul. O Aniversário de São José dos Campos é
comemorado em 27 de Julho.
Maiores informações: http://www.sjc.sp.gov.br
INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal:
Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Fundação Cassiano Ricardo:
Policia Civil e Militar:
Pronto Socorro:
Aeroporto:
Rodoviária ( interestadual ):
0xx12 - 156 ( Local )
3921.2911
3921.5707
3924-7300
190 ( Local )
3901.3400
3946.3000
3921.9122
89
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Aniversário da cidade:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2006):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
(carnaval típico) (rafting)
Bacia hidrográfica:
Fontes históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1769
08 de Maio
617,1 km2
23° 13’ 23’’S
45° 18’ 38’’W
742 metros
10.804 hab.
16,89 hab/km2
5.402
5.015
6.143
4.274
Pecuária, Agricultura e Turismo
Histórico, ecológico e aventura
Rios Paraitinga e Paraibuna e Paraíba
Palacetes, Estação Ferroviária e Igrejas
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
A fundação de São Luís do Paraitinga remonta a meados do
século XVII.
O Cap. Vieira da Cunha e João Sobrinho de Moraes alegaram pretender povoar a região dos sertões da Paraitinga e,
por isso receberam do Capitão de Taubaté, Felipe Carneiro de Alcaçouva e Souza as primeiras sesmarias da então
Vila de Guaratinguetá, que havia explorado todo aquele sertão. Assim, apresentou ao Governador da Província Capitão General D. Luis António de Souza Botelho Mourão, um requerimento em que vários povoadores lhe pediam para
fundar junto ao Rio Paraitinga e entre Taubaté e Ubatuba, uma nova povoação.
A 2 de Maio de 1769 essa petição foi deferida, recebendo a povoação o nome de “São Luiz e Santo António de Paraitinga”, sendo a padroeira Nossa Senhora dos Prazeres. No dia 8 de Maio de 1769 o sargento mor Manoel António de
Carvalho foi nomeado fundador e governador da nova povoação. Um incentivo do Governador Geral estimulou a mudança de mais gente para o local o que levou à sua elevação à condição de Vila em Janeiro de 1773, instalada em 31
de Março desse mesmo ano. A Vila teve rápido progresso, no seu inicio. No entanto, posteriormente veio a estacionar
na cultura de cereais e só muito mais tarde se deu inicio à plantação de café e algodão, que com isso lhe deu maior
prestigio. Por Lei Provincial de 30 de Abril de 1857 foi elevada à Categoria de Cidade e por titulo de 11 de Junho de
1873 obteve a denominação de “Imperial Cidade de São Luiz do Paraitinga”.
Maiores informações:
http://www.saoluisdoparaitinga.sp.gov.br
INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal:
Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
(dados não disponibilizados)
0xx12 -
90
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Aniversário da cidade:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Pico mais alto:
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Área de Preservação Ambiental:
Fontes históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1864
414,7 km2
22° 41’ 15’’S
44° 48’ 45’’W
615 metros
5.372 hab.
12,95 hab/km2
2.759
2.613
2.448
2.924
Pecuária, Agricultura, Turismo e artesanato
Histórico, ecológico e aventura
Estrada dos tropeiros e Estrada da Independência
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Silveiras surgiu no final do século XVIII em torno de um rancho de tropas o da Família Silveira. Até ao inicio do século XVIII, os caminhos que cruzavam o Vale do Paraíba vinham de Minas gerais, passando pela garganta do Embaú,
em Cachoeira Paulista e depois seguindo em direção a São Paulo, via Guaratinguetá, ou Paraty, via Cunha. Em 1725,
o então Capitão-General Rodrigo César de Menezes, Governador de São Paulo, autorizou a construção do “Caminho
Novo da Piedade no Nordeste da Capitania de São Paulo”. Sua construção começou na Vila de Piedade (atual Lorena), seguindo por onde está hoje a Estrada dos Tropeiros, indo terminar no Rio de Janeiro. Para a construção deste
caminho, foi autorizada a doação de glebas de terras para aqueles que quisessem trabalhar na abertura de trilhas.
Nesta época, aportou no lugar a Família dos Silveiras Guimarães, que imediatamente construiu um rancho para atender aos passantes. Ficou, assim, conhecido como o Rancho dos Silveiras, nome que a cidade adotaria anos depois.
A partir da abertura do caminho, muitas outras famílias, tais como os Guedes, Siqueira, Ventura de Abreu, Santos,
Bueno, dentro outros, foram se aglomerando no lugar, construindo também seus ranchos e abrindo novos negócios,
pois o local foi-se tornando um local de bastante afluência de tropas. O Rancho dos Silveiras passou então a se tornar um atalho para quem se dirigia para o litoral Fluminense.
O desenvolvimento foi rápido já nos primeiros anos do século XIX com a chegada do café e em 1830 o Rancho dos
Silveiras foi elevado à condição de Freguesia dos Silveiras, no então enorme município de Lorena. Freguesia era a
definição da época caracterizando a implantação de uma paróquia e a que surgiu foi em virtude da construção de
uma igreja, em homenagem a “Nossa Senhora da Conceição de Silveiras”, fortalecendo a capela erigida em 1780.
Esta igreja foi erguida exatamente no mesmo local onde hoje se situa a Igreja Matriz de Silveiras, hoje reformada.
Com o desenvolvimento da economia da localidade, a freguesia foi elevada à categoria de Vila no ano de 1842, desmembrando-se de Lorena e tendo a Nossa Senhora da Conceição como padroeira.
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CONTINUAÇÃO
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Vale a pena registrar que a solicitação para a transformação da freguesia em Vila surgiu de uma iniciativa da própria
família Silveiras, assegurando condições de independência e vida autônoma para a Vila. Naquela época viviam em Silveiras 3.300 homens livres e 1.700 escravos negros de origem africana.
Estes primeiros anos da década l940/50 foram anos muitos difíceis e atribulados para a povoação. A revolução Liberal
explodiu no Brasil e o município de Silveiras foi palco de dolorosos combates. Sangrentos encontros deixaram um saldo de 56 chefes de família assassinados pelas tropas do então Barão de Caxias na manhã do dia 12 de Julho de 1842.
Como testemunho desse fato, Silveiras preserva as trincheiras usadas na época dos conflitos. Essas mesmas trincheiras foram reabertas por ocasião da Revolução Constituinte, marcas profundas do civismo desta terra e de sua gente.
As marcas da Revolução Liberal de 1842 foram tão profundas e significativas quanto dramáticas que a reconstrução de
Silveiras, levou mais de dois anos e a implantação da Vila de Silveiras só haveria de vir a ocorrer no dia 7 de setembro
de 1844, quando ocorreu a eleição dos primeiros vereadores.
Silveiras no século XIX foi o mais importante núcleo de serviços dedicados aos tropeiros do Brasil. Nesses ranchos
eram atendidos os viajantes (tropeiros) que faziam as “Trilhas do Ouro” e a “Independência”, no sentido Rio de Janeiro - São Paulo e vice versa, além do transporte do café, que se sucedeu.
Em 1864 Silveiras foi elevada à categoria de Cidade e em 1888 foi implantada a Comarca.
Com a desativação e o enfraquecimento das “Minas Gerais” (final do Ciclo do Ouro), com a debandada dos fazendeiros
de café que se transferiram para o oeste paulista, a estrada de ferro que não passou pelo município, a abolição da escravatura dos negros, a república (mudança da ordem política), a população local começou a debandar para outras paragens e se deu de tal forma que levou à total decadência da comunidade. Na época gloriosa de Silveiras sua população chegou a atingir um total 25.000 silveirenses, sendo considerado o 4º Município mais populoso do Vale do Paraíba
Paulista. Com isso, a comarca foi extinta no ano de 1938 e até mesmo com a construção e inauguração da Rodovia
Presidente Eurico Gaspar Dutra, no ano de 1928, sua economia nunca mais se recuperou.
Mas o povo que tem raízes não se entrega e aqueles que ficaram sempre lutaram por preservar seus bens históricos,
cada local pisado, com fé e abnegação. A partir do ano de 1978 começou a surgir na cidade um movimento comunitário que foi denominado “Silveirarte”. Este movimento foi a alavanca de que os Silveirenses necessitavam para, através
de seu patrimônio ambiental e cultural, alavancarem a economia local. O artesanato é o o grande enfoque das atividades; exportado para vários países do mundo, é onde milhares de Silveirenses encontram a sua subsistência; “O Tropeirismo” sua história, o acervo deixado, Fundações ligadas ao seu estudo, também na parte de Turismo é um ponto
de referência e de estudos sobre a época; O turismo rural e histórico através das culturas, história viva, religião e festas, gastronomia, artes populares, hotéis fazenda, etc., é um outro ponto de grande valor para a economia local.
Silveiras se prepara para ser a primeira Área de Proteção Ambiental do Estado de São Paulo e com isso prepara-se para tornar a cidade um enorme “Parque Ecológico”; cursos constantes de instituições universitárias, governamentais e
ONGs são a constante de sua rotina.
Fundação Nacional do Tropeirismo:
A Fundação Nacional do Tropeirismo foi criada no ano de 1986 com o objetivo de pesquisar o ciclo do tropeirismo e
sua influência no desenvolvimento econômico do Vale do Paraíba, sua cultura e marcas. Em sua sede, instalada em
um antigo casarão do século XIX, no centro da cidade de Silveiras, funciona um restaurante com uma culinária típica,
serviço de hospedaria com 32 leitos, uma biblioteca temática, um museu do tropeiro, além de um espaço para eventos,
palestras e exposições.
A Fundação estimula a realização de eventos dedicados ao tropeirismo, orienta pesquisadores e propaga o turismo
cultural, rural e ecológico. A Instituição também promove cursos e encontros numa interação com a comunidade, incentivando a geração de novas formas de criação de valor e renda, desenvolvendo talentos e promovendo a melhoria
da qualidade de vida da região.
Trilha da Independência:
Silveiras apresenta e convida ao conhecimento da “Trilha da Independência”, data de 1822. conhecer as trincheiras
que são testemunhos vivas de grandes batalhas e acontecimentos, ao longo do espaço entre os anos de 1842 e 1932, a
Cadeia de Euclides da Cunha, entre outras culturas.
Cadeia Velha:
Edificação do final do século XIX, restaurada por Euclides da Cunha.
Trincheiras: Nos morros da cidade ainda podem ser apreciados sinais das trincheiras utilizadas na Revolução Liberal
de 1842 e na Revolução Constitucionalista de 1932.
Caminho Imperial: Trecho ainda remanescente do Caminho Novo, construído no ano de 1725 para fazer a ligação entre
os Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro; antiga Trilha dos Tropeiros.
Parque Nacional da Serra da Bocaina: Área de preservação Nacional, apresenta para o visitante muitas cachoeiras e
trilhas, começa na região da divisa de Silveiras com a cidade de Cunha.
Sapucaias centenárias: No Bairro de Bom Jesus, a 6 km do centro de Silveiras ainda se mantêm vivas três Sapucaias
com mais de 200 anos de idade e 50 metros de altura. Nesse bairro também se pode conhecer um moinho d’água que
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CONTINUAÇÃO 92
é utilizado para a moagem de milho, da mesma forma rudimentar de seus primórdios.
com a finalidade de produzir fubá.
Cachoeira do “Ronco d’Água”: Em uma caminhada pela antiga Trilha dos Tropeiros, no
Bairro do Bom Jesus, existe uma cachoeira de águas transparentes, que ali se destaca
pois é uma ótima opção para uma parada descontraída e fortificadora.
Cachoeira do Paraitinga: Outra atração cuja visita pode
ser tornar uma ótima opção de caminhada; a 8 km do
centro de Silveiras, por estrada de terra ou a 25 km pela
via asfaltada. Cuja distância percorrida será faustosamente recompensada pela exuberância da natureza que
nos apresenta.
Nascentes do Rio Paraíba do Sul: Rio de importância imensurável para a colonização do Brasil e de maior importância para o desenvolvimento das cidades e da região do Vale do Paraíba, tem uma de suas formações no Rio Paraitinga, que nasce perto do pico Boa Vista, a 25 km
de Silveiras. Região de uma natureza deslumbrantemente preservada e rica na sua fauna e flora.
Parque Ecológico da Cascata: Aqui se aliam ações de preservação ambiental e de lazer. Trata-se de uma área de preservação ambiental e de lazer, apresentando uma natureza preservada, com sua cachoeira natural, tanque para banhos e uma área demarcada para Camping.
Pico da Boa Vista: Com uma altitude de 2.050 metros, de onde se pode observar grande parte do Vale do Paraíba, além de nos apresentar a opção de inumeráveis trilhas, uma natureza divina, capaz de
recompor todas as energias do ser humano é além de tudo rica em diversas espécies de ervas medicinais, de cultivo
natural sem qualquer interferência humana.
Quem viaja pela Rodovia Presidente Eurico Gaspar Dutra (Via Dutra) que interliga
os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo,
encontra no km 36 uma placa indicando a
Rodovia dos Tropeiros. Na verdade esta
rodovia está implantada na antiga Estrada
dos Tropeiros, trilha esta utilizada entre os
séculos XVII e XIX, pelos tropeiros, em
suas viagens transportando as riquezas
deste pedaço de Brasil, entre Minas GeSão Paulo. Existem inúmeras trilhas de
tante, a mais movimentada na época é
liga Silveiras a Bananal. A mesma serviu
Rio - São Paulo, que utilizou as trilhas
caminho para chegar ao Vale do ParaíFoi pela Estrada dos Tropeiros que D.
cha da independência, no ano de 1822,
dência do Brasil. A história do Brasil se
va. Em seu percurso, especialmente
Bananal, surgiram cidades que hoje ainservar sua riqueza histórica e cultural. A
aparente decadência dessas cidades revela, na verdade, os ciclos de vida, e as cidades dos tropeiros, situadas estrategicamente, em média, a
quatro léguas (24km) umas das outras, pois era o percurso realizado por
dia por esses bravos homens, estão ressurgindo hoje com o Turismo histórico e rural. Pode-se afirmar sem medo de errar que viajar pela Estrada
dos Tropeiros é viajar pelo Circuito das Cidades Históricas do Vale do
Paraíba.
Como se não bastasse todos estes motivos históricos, a natureza se apresenta generosa na região, tendo como destaque especial o “Parque
Nacional da Serra da Bocaina”; as árvores centenárias que nos oferecem
a sombra do tempo, dos séculos e são silenciosas testemunhas de um
passado que o Brasil não pode e não deve esquecer.
rais e Paraty e Minas Gerais e
tropeiros mas a mais imporsem dúvida a hoje SP 068 que
de base para a antiga Estrada
como orientação do melhor
ba.
Pedro I passou na famosa marque culminou com a indepenmostra presente em cada curneste trajeto entre Silveiras e
da conservam e souberam pre-
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Este capitulo pretende fazer uma análise e mostrar a influência do tropeirismo no desenvolvimento do Brasil
Colonial desde o Ciclo do Ouro até à construção da primeira ferrovia, no período compreendido entre os séculos XVIII e XIX.
A ação dos tropeiros foi responsável pela formação de um grande movimento social e comercial, que acabou interligando diferentes e longínquas áreas da colônia, fomentando a construção de pousos (ranchos) que mais tarde vieram a se transformar em Vilas. Essa ação tropeira teve como base a comercialização de bens importados da Europa, além do comércio de mulas provenientes das grandes fazendas situadas no Rio Grande do Sul. O destino final desses produtos, no inicio do Ciclo do Ouro era o exigente mercado das Minas Gerais, aquecido pelas descobertas das jazidas auríferas e diamantinas.
Regiões agrestes e selvagens, não ofereciam aos aventureiros e exploradores condições fáceis de alimentos básicos para sua
subsistência, aliados a problemas de escassa mão de obra, à época absorvida, em sua grande parte pela finalidade principal, o
descobrimento e exploração de minas de metais e pedras preciosas.
Assim, não havendo produção de tais alimentos, na área mineradora, cresceu a força e a importância dos tropeiros, que passaram
a abastecer essas explorações, tanto de produtos alimentícios, quanto dos produtos básicos de subsistência. Nisso também se
deu um aumento considerável de riqueza dos exploradores, que dia após dia foram se tornando ávidos consumidores de artigos
importados da Europa, para seu conforto e luxo.
Com a normalidade de estabelecimento das explorações de ouro e pedras preciosas, os tropeiros passaram a assumir um outro
papel, subiam a Serra do Mar com gêneros alimentícios e outros artigos de interesse do explorador e
desciam com ouro e pedras preciosas para o Litoral, afim de serem embarcados para o reino
(Europa).
É esta atividade que pretendemos estudar: Como a ação dos tropeiros, no século XVIII, em decorrência de seu trabalho, nos mercados de São Paulo e Litoral Norte, acabou resultando firmemente na
unificação dos diversos núcleos coloniais portugueses e possibilitou assim a criação de um conjunto
colonial que passaria depois a ser o que hoje podemos chamar Cone Leste Paulista e sua influência
na constituição organizacional de suas cinco regiões; Litoral Norte Paulista, Vale do Paraíba Paulista,
Região Serrana da Mantiqueira, Região Bragantina e Região Alto do Tietê.
A busca pelo ouro
Desde o inicio da colonização portuguesa no continente sul americano, mais especificamente no Brasil, o governo da Coroa Portuguesa sempre esteve preocupado com ações que levassem ao descobrimento de mercadorias negociáveis, pau-brasil no inicio
e depois metais e pedras preciosas. Primeiramente este interesse veio, pelo descobrimento pelos espanhóis, que neste mesmo
continente haviam mostrado a fartura desses metais e pedras preciosas, descobrimento este que logo chegou ao conhecimento
da coroa portuguesa. No entanto, esta busca não foi fácil e somente após longos anos e exaustivas entradas no planalto central,
após as escarpas da Serra do Mar e depois cruzando as gargantas da Serra da Mantiqueira, lutando contra indígenas (povos locais) e usando suas trilhas, foram descobertas as primeiras jazidas, nas Minas Gerais, no ano de 1696. Minas estas consideradas
férteis e merecedoras de investimento. O mercado iminente para elas era a Europa, ou seja a Coroa Portuguesa.
Entrando continente adentro, buscavam principalmente o aprisionamento dos povos nativos, índios, que eram absorvidos como
mão de obra escrava, mercado este crescente, pelas necessidades dos exploradores.
Com a descoberta dessas minas, a notícia se espalhou pela colônia e pelo Reino, o que originou uma corrida migratória, oriunda
de Portugal Continental e de suas colônias das Ilhas do Atlântico, África além de estrangeiros de toda a parte do mundo.
No período de 1700 a 1760, calcula-se que cerca de 700 mil pessoas tenham imigrado para o Brasil, tendo como destino as Minas
Gerais, fora o incalculável número de escravos Africanos.
Tais dados, se comparados proporcionalmente com a população total do Reino de Portugal e até mesmo das colônias, são de
grande vulto, visto que a população total de Portugal á época não ultrapassava os 2 milhões de habitantes.
No inicio, a Coroa Portuguesa, viu com bons olhos a imigração para a zona mineradora, recém descoberta no Brasil, visto que
havia um excedente populacional em várias localidades, como nas Ilhas da Madeira e Açores, além do que desejava o quanto antes o crescimento do volume da riqueza, a ser exportada para o Reino.
Logo se verificou que não era necessário estimular o fluxo imigratório já que, o seu grande volume, estava gerando um grave abandono dos campos em Portugal e nas colônias, além do que, começava a se assistir à primeira crise inflacionária do Brasil Colônia, em virtude da grande demanda por produtos de primeira necessidade e de luxo, em função da grande quantidade de dinheiro em mãos dos exploradores mineiros.
Assim que as primeiras minas começaram a ser exploradas, as populações passaram por momentos de grandes necessidades,
segundo Zemella: “Não é fácil abastecer centros populacionais nascidos quase da noite para o dia. Havia gente demais para ser
alimentada, vestida, calçada e abrigada. O abastecimento das minas tornou-se um problema que por vezes se apresentou quase
insolúvel, sobrevindo crises agudíssimas de fome, decorrentes da total carência de gêneros mais indispensáveis à vida”. Esta
situação atingiram as zonas mineradores por longos períodos, tendo inclusive, por diversas vezes, os trabalhos extrativistas sido
interrompidos, para a utilização de sua mão de obra no plantio e produção de gêneros alimentícios. Essas crises alimentares, foram mais evidentes nos anos de 1697-1698, 1700-1701 e em 1713.
Nos anos de 1697-1698 ainda poderíamos aceitar e atribuir à precariedade dos núcleos urbanos e rotas para as Minas Gerais mas,
a crise do ano de 1713 mostra que não se deu nenhuma evolução e que as situações de sobrevivência se encontravam na mesma
crise, cuja situação foi e é atribuída à ganância da cora portuguesa que, em diversos momentos, prejudicou drasticamente a população, para defender determinados monopólios lucrativos, como do do sal, por exemplo.
Porém as crises alimentares não foram de todo ruins e inúteis, pois com a dispersão dos mineradores, muitas novas jazidas foram
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descobertas, ao mesmo tempo em que começaram a ser implantadas nas regiões auríferas e nos pousos, no caminho dos tropeiros, pequenas propriedades de exploração pecuária, principalmente de suínos, inclusive nos quintais das casas.
Com o aumento da demanda nas regiões mineradoras, outro problema começou a surgir no Brasil Colônia, principalmente na Capitania de São Paulo,
que foi o despovoamento de certas regiões devido à migração interna para
a região das Minas. Assim, regiões como Taubaté, Guaratinguetá, no hoje
Vale do Paraíba e, Itu na região central do Estado, foram fortemente abaladas por essa movimentação migratória.
A nível nacional, mesmo o Nordeste centro econômico da colônia, sofreu
profundas alterações devido à atividade mineradora. Os Senhores de Engenho, abatidos com a crise
da cana-de-açúcar e interessados em grandes lucros, passaram a vender grande parte de sua mão de
obra escrava para os prósperos mineradores, carentes dessa “mercadoria”, despovoando assim os
canaviais mas, com esta atividade, mantendo o fluxo de caixa antigo.
Este comércio era ilegal e combatido pela\ Coroa, mas, era facilitado pela excelente via de contato que
era o Rio São Francisco. O contrabando, de escravos e mercadorias de toda a espécie, foi muito grande, entre as regiões canavieiras e as mineradoras, que trouxeram muita riqueza e prosperidade para
Vilas e Cidades do Nordeste Brasileiro; prova disso são as suntuosas igrejas construídas por todo o
Nordeste, com o Ouro das Minas Gerais.
Os principais problemas enfrentados pelos mineiros em seus primeiros momentos, segundo Zemella, foram:
·
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·
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O afastamento dos grandes centros de produção
A pequena produção nas zonas abastecedoras de gêneros alimentícios
Pouca tradição de comércio interno com a Colônia
Dificuldade de obtenção de moedas
Poucos e precários meios de transporte para escoamento da riqueza e recebimento dos
gêneros indispensáveis
Dificuldades na conservação e armazenamento dos víveres
Pesados impostos para a importação
Os mercados e suas implicações mercadológicas
Apesar de todos estes problemas que, alguns deles vieram a se mostrar crônicos, por muitos anos, a zona mineradora, conseguiu com o decorrer do tempo, manter uma rotina clara de rotas de comércio, que a mantinham sempre bem abastecida de todos
os produtos essenciais e supérfluos, devido à rápida concentração de capitais.
Este mercado imergente imediatamente despertou a atenção de toda a colônia, que em determinado momento da economia, passou a produzir, na maioria das vezes, em função do mercado mineiro, mercado este maior que o mercado da cana-de-açúcar,
mesmo no auge de sua rentabilidade.
Aos poucos a economia foi-se adaptando e as crises alimentícias foram-se dispersando. Estas crises geravam inflação, com o
excedente de procura em relação à oferta, além de outros transtornos e prejuízos tais como a paralisação dos trabalhos de extração mineral, a dispersão dos mineradores, o retorno dos migrantes às suas regiões de origem, as mortes por inanição, além de
contribuírem para rebeliões e o aumento da violência. Estas dificuldades foram o estopim para a eclosão da Guerra dos Emboabas.
Um outro problema de não menor importância, enfrentado pela Coroa Portuguesa com relação às Minas Gerais foi o problema
relativo à moeda. Inicialmente, adotou-se o ouro em pó como moeda, porém este sistema logo se mostrou falho, apresentando
várias lacunas de sonegação de impostos, burlando facilmente o Real Erário, que buscava principalmente o imposto do quinto um quinto da produção mineira teria de ser recolhido à Coroa Portuguesa.
Além deste problema veio outro, a adição de outros metais não tão valiosos ao ouro em pó, especulando-se assim sobre o nobre
metal.
Uma forma de se enfrentarem estes problemas foi a criação
das casas de fundição, em Vila Rica, Sabará, São João Del
Rey e Vila do Príncipe, para citar somente as criadas dentro
dos centros mineradores. Desta forma, as barras de ouro
com o selo real passaram a ser a moeda local, sendo o ouro
em pó somente permitido em pequenas quantidades (troco).
Porém, este sistema também se apresentou falho, pois passou-se a raspar as barras para o recolhimento de ouro, além da falsificação das barras, com a adição de outros metais menos
nobres, com o selo do quinto.
Finalmente em 1825 foram criadas “Casas da Moeda”, na região, ao mesmo tempo em que se impediu a entrada de moeda na
região, afim de que os mineradores se vissem obrigados a cunhar seu ouro, para assim o poderem utilizar como moeda. O sistema de recolhimento de tributos e impostos era extremamente rígido e controlado nas zonas mineradoras e em seus caminhos de
acesso ao restante da colônia e ao Litoral, com o fim de exportação, em virtude da facilidade que os metais e as pedras preciosos, apresentam por serem facilmente acobertados para serem transportados, de forma ilegal.
Para evitar isso, criou-se uma quota anual obrigatória de 100 arrobas, aproximadamente 1.500 quilos, de ouro. Assim, quando tal
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taxa não era alcançada, a Coroa supunha que a evasão havia aumentado e assim, dividia-se entre a população a “quantia” devida
ao governo.
A euforia, a ganância, a tendência exploradora da índole dos colonizadores, levaram, em todas as épocas da abertura de minas, os
mineiros a cometerem sérios equívocos; passaram a comprar escravos a prazo, com juros exorbitantes de 25 a 30% ao ano, imaginando que, quanto mais escravos (mão de obra) tivessem, mais ouro iria ser extraído e assim, com o aumento do lucro, pagariam suas dívidas e aumentariam seu patrimônio. Ledo engano, muitos mineiros se endividaram de tal forma que, perderam não só
seus escravos como até suas jazidas. Outro fator que não foi considerado e que levou muitos à falência foi o roubo por parte dos
próprios escravos, que escondiam uma parte do produto de seu trabalho e, para amenizar o árduo trabalho, gastavam o produto
desviado em bebidas alcoólicas e principalmente em tabaco.
è interessante observar o rápido crescimento das compras de produtos supérfluos da
época, na mesma proporção do crescimento da produção mineradora de ouro e pedras
preciosas. Passaram a chegar à região produtos das mais variadas origens, desde louças e tapeçarias chinesas e Indianas, até veludos, vinhos e queijos da Europa.
Porém, não só supérfluos foram negociados vastamente nas minas; também eram negociados produtos que não podiam ser produzidos nos locais de consumo, como o
ferro, negociado a preços exuberantes, além dos escravos africanos, indispensáveis
para o trabalho.
A crise da colônia, pela escassez de produtos em outras capitanias
Um dos primeiros reflexos com o boom econômico na zona mineradora foi a escassez imediata de produtos e serviços, além da
inflação, nas demais capitanias do Brasil Colônia.
Enquanto mineiros apresentavam recursos financeiros suficientes para a compra de alimentos, vestimentas e animais, as outras
capitanias mantiveram-se estagnadas, sofrendo com a debandada de gêneros alimentícios, animais e mão de obra, para esta área
que no momento se apresentava mais interessante e promissora.
A especulação sobre os produtos e mão de obra chegou a níveis alarmantes, levando as Câmaras Municipais a interferir, afim de
evitarem a Falência social e econômica de suas cidades, em virtude, da carestia constante dos produtos que os tornava inacessíveis pela maioria da população, além da falta de mão de obra profissional de ferreiros, pedreiros, padeiros, marceneiros e oleiros
que de uma forma maciça se transferiam para esse mercado emergente e promissor.
No entanto, apesar de toda a crise, passado esse momento inicial de caos econômico, a colônia passou a se reformular e a se
adaptar em função desse tal gigantesco mercado consumidor que havia se criado, através da criação de zonas especializadas na
criação, engorda ou negociação de animais.
Implementação das zonas de especialização na colônia
Os mineiros estavam demais empenhados na exploração de metais e pedras preciosas, o mercado era promissor e abragente,
carente de produtos, de transporte e de alimentos; sobrava dinheiro, faltavam mercadorias.
Havia chegado a hora de cada região da colônia desenvolver e produzir pois o mercado mineiro estava ali para ser abastecido.
Assim, cada região foi-se especializando de acordo com suas características, conhecimentos e localização.
Enquanto o Sul se firmava cada vez mais como o centro produtor de animais de carga e tração, em grandes fazendas produtoras,
a região de Curitiba passou a engordar tais animais, após a lona viagem.
O Rio de Janeiro, passou a se tornar a principal cidade da colônia e, posteriormente a sua capital. Essa evolução como centro
financeiro e econômico da coroa, no Brasil Colônia se deu, devido ao fato de estar muito próximo do mercado consumidor mineiro, que com a abertura do “Caminho Novo” ( veja matéria seguinte a esta ) passou a a se utilizar deste porto para as suas importações e exportações, em detrimento de Santos, no litoral sul paulista, que vinha sendo antes utilizado.
São Paulo, e mais especificamente a região de Sorocaba, se especializou na comercialização de animais de carga, criando uma
famosa e grande feira de animais, que ocorria anualmente entre os meses de abril e maio. Era tão grande a sua importância que
anualmente chegavam a ser vendidos nessa ocasião, cerca de 30.000 animais, cuja procedência era da região Sul do Brasil.
Até ao surgimento deste novo mercado, a produção paulista era restrita ao seu próprio mercado interno, sendo diminuta. Após o
advento das Minas Gerais, São Paulo, foi conquistando cada vez mais força e poder dentro da nova ordem econômica e social,
sendo que o Vale do Paraíba, teve especial importância para esse desenvolvimento por se apresentar o caminho mais fácil para o
escoamento da produção mineira, primeiramente via porto de Santos, no Litoral Sul Paulista e depois com a abertura do
“Caminho Novo”, via garganta do Embaú, descendo a Serra do Mar com destino a Paraty e Angra dos Reis. A importância de São
Paulo, dentro do quadro econômico da colônia foi tão grande que no ano de 1709, passou a ser uma província autônoma, desvinculada do Rio de Janeiro.
Um fator interessante da especialização regional na produção em decorrência do crescimento do mercado mineiro, foi o surgimento de cidades especializadas em fornecer uma das mãos de obra mais cobiçadas da época, o “Tropeiro”. Entre estas cidades
se destacaram: Mogi - Mirim, Campinas e Jundiaí, sendo que esta última foi considerada como destaque nesta atividade. Era lá
que se concentrava grande parte da mão de obra que após as feiras era contratada para levar as mulas até à região onde seriam
vendidos ou utilizados.
O Tropeiro e sua influência na economia da colônia
Segundo Furtado, 1979: “Outra característica da economia mineira, de profundas conseqüências para as regiões vizinhas, radicava em seu sistema de transportes. Localizada a grande distância do Litoral, dispersa em região montanhosa, a população mineira
dependia para tudo de um complexo sistema de transporte. A tropa de mulas constitui autêntica infra-estrutura de todo o sistema.
(...) Criou-se, assim, um grande mercado para animais de carga”.
Como fica bem claro neste trecho de Celso Furtado, o TROPEIRO passou a ser o principal, senão o único, abastecedor do mercado das Minas Gerais.
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CONTINUAÇÃO
Tradicionalmente, se associa à imagem do paulista, o tropeiro, mas tal imagem é equivocada, visto que grande parte dos paulistas foram em direção às Minas Gerais, se aventurando no trabalho extrativista, ficando assim, a atividade dos tropeiros ligada principalmente a grupos de portugueses.
Primeiramente, os tropeiros se utilizavam do lombo escravo como o meio de transporte para as suas
mercadorias, mas, com a abertura de Novos Caminhos e melhora dos antigos, passou a ser utilizado
substancialmente o lombo de “mulas” para essa sua tão árdua atividade.
Inicialmente, o comércio era realizado através do Caminho Novo (Paulista) ou do Caminho Velho (Rio de
Janeiro). O primeiro levava dois meses para que se alcançasse as Minas via Vale do Camanducaia, Mogi
- Mirim ou então via Garganta do Embaú; já o segundo o Caminho do Rio de Janeiro, além da obrigatoriedade da utilização da via marítima, o que já era um inconveniente, levava 43 dias.
Posteriormente foi aberto um novo caminho ( ver matéria a seguir) que seguia do Rio de Janeiro diretamente para as Minas Gerais, o que fez com que fosse evitada a viagem marítima, necessária para a utilização do caminho paulista. Assim, o tempo foi reduzido significativamente, passando a viagem a durar
entre 10 e 17 dias, dependendo da rota utilizada e do clima.
Com esta diferença significativa de tempo de percurso, o Caminho Novo Paulista, passou a ter seu fluxo
diminuído, o que levou a Capitania de São Paulo a lutar pela extinção do novo caminho carioca; contudo
as forças econômicas vigentes à época falaram mais alto e o caminho novo carioca foi mantido e melhorado.
O comércio paulista praticamente faliu, no entanto, esta calamidade somente não ocorreu porque se
deram as descobertas das minas de ouro nas regiões de Goiás e Mato Grosso, locais que praticamente se tornaram monopólios de paulistas, o que levou ao crescimento da Província, e ao desenvolvimento de sua economia.
Os tropeiros desenvolveram um importantíssimo papel na evolução econômica e social da colônia. Primeiramente porque foram o elo entre os centros produtores e os exportadores, com importante influência também no abastecimento desses mesmos centros. Desciam com metais e pedras preciosas e subiam com gêneros alimentícios e mercadorias para abastecimento
das cidades produtoras. Além disso fomentaram a criação de “pousos” ao longo dos caminhos, que com o aumento do tráfego e a aquisição de importância política econômica viera a se tornar Vilas e depois grandes cidades. O desenvolvimento regional de todas as regiões que hoje compõem o Cone Leste Paulista se deve em grande parte a essa atividade colonial.
Segundo Zemella, 1990: “figura extremamente popular, o tropeiro, se no principio da era mineradora teve qualquer cousa do
antipático, pela especulação que fazia dos gêneros, aos poucos foi adquirindo, alo lado da função puramente econômica de
abastecedor das Gerais, um papel mais social e simpático de portador de notícias, mensageiro de cartas e recados. Representava um verdadeiro traço de união entre centros urbanos afastadíssimos, levando de uns para os outros as novidades políticas, as informações sobre as causas de uso, correspondências, modas, etc.”.
O centro produtor de muares (a origem)
O inicio da criação de muares no continente americano, se deu inicialmente nas províncias hispânicas da Bacia do Prata. Lá,
existia a tradição da criação de tais animais, com a finalidade de serem utilizados nas minas de “Potosí”. Seguindo a tradição,
a Coroa Portuguesa utilizou-se dessa tradição e desse conhecimento para incentivar a ocupação de tão problemática região,
disputada durante anos por guerras entre portugueses e espanhóis. Após a assinatura do “Tratado de Tordesilhas”, que delimitou as áreas pertencentes às Coroas Portuguesa e Espanhola, Portugal passou a ocupar os terrenos dos atuais Estados do
Sul do Brasil. Assim, a criação de mulas, bois e cavalos em fazendas de núcleos familiares, com áreas consideráveis, foi a
solução ideal de ocupação encontrada pelos Governos da época.
Conciliando tal necessidade colonizadora e de ocupação, com a necessidade, pela
crescente procura de animais por parte das zonas mineradoras, foram criadas as condições necessárias para o desenvolvimento da cultura pecuária desta região sul da
colônia. Sendo o ponto inicial das tropas, a mobilização na região começava nos meses de setembro e outubro, quando essas tropas se dirigiam ao norte, aproveitandose do regime das chuvas, que possibilitava a existência de excelentes pastos, gratuitos, durante o caminho até às zonas mineralíferas.
Segundo Furtado, 1979 : “ Cada ano subiam do Rio Grande do Sul dezenas de milhares de mulas, as quais constituíam a principal fonte de renda da região. Esses animais se concentravam na região de São Paulo onde, em grandes feiras, eram distribuídos aos compradores que provinham de diferentes regiões. Deste modo, a economia mineira, através de seus efeitos indiretos, permitiu que se articulassem as diferentes regiões do sul do país “.
No ano de 1733, passa a primeira tropa de mulas oriunda do Rio Grande do Sul, por São Paulo, em direção às Minas Gerais. A
partir desta primeira incursão, muitas outras se sucederam até ao ano de 1875, quando então, foi inaugurada a primeira linha
férrea que viria a substituir esta atividade tropeira, nesta região paulista.
No entanto, durante cerca de 150 anos se verifica uma grande linha comercial juntando o Sul da Colônia às Minas Gerais. É a
linha de comércio paulista tropeira. Com ela surgem e prosperam diversas cidades, tendo sido a principal influenciada por
este movimento, a cidade de Sorocaba, na alta sorocabana, com sua feira e seu importante mercado de animais. Mas além
desta, outras cidades também foram intensamente movimentadas pelo tropeirismo, como Silveiras, Queluz, Guaratinguetá,
Taubaté, entre outras, no Vale do Paraíba Paulista.
Nos caminhos das frotas tropeiras, aos poucos, foram-se instalando pequenas roças, estalagens (pousos) e pastos que funcionavam como pontos de apoio e de descanso para os tropeiros, viajantes em geral e para seus animais. Ao redor destes
núcleos foram-se juntando novas famílias que de acordo com o movimento (tráfego tropeiro) de cada lugar, uns mais rapidamente e outros mais lentamente, foram-se transformando em Vilas e hoje são grandes cidades.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO 97
Segundo Caio Prado júnior, “A necessidade de abastecer a população concentrada nas minas e na nova capital, estimulará as
atividades econômicas num largo raio geográfico que atingirá não somente as Capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro propriamente, mas também São Paulo. A agricultura e mais em particular a pecuária desenvolver-se-ão grandemente nessas regiões.
(...) Nestas condições, os mineradores terão de se abastecer de gêneros de consumo vindos de fora”. (PRADO JR, 1974).
Filipe de Sousa
O tropeirismo como alavanca do turismo histórico no Vale do Paraíba
O tropeirismo em TAUBATÉ
No final do século XVII sentia-se a necessidade dos animais de tração como suporte aos bandeirantes em sua saga na busca das
Minas Gerais. Décadas depois tropas xucras de muares vindas do Sul, dos criatórios dos pampas, guiadas por tropeiros, atingiam
Sorocaba, trazendo animais para serem comercializados em sua feira anual, cuja importância era significativa para o comércio da
época. Lá, na histórica e rica Sorocaba, aqueles tropeiros sulinos, encontravam Vale Paraibanos, de Taubaté, Jacareí, Guaratinguetá e Silveiras, em sua maioria. Ai os Tropeiros do Vale adquiriam animais e retornando, faziam sua doma, afim de viabilizarem
a economia, revendendo-os e com essa atividade fortalecendo os ciclos do ouro, do gado e do café.
Taubaté teve fundamental importância também, nesse período, pela implantação de inúmeros arrieiros, domadores e ranchos de tropas que serviam de apoio ao processo de
transporte das riquezas.
Vale a pena lembrar que ainda nos dias de hoje são mantidos aqueles nomes típicos da
época, como “Bairro do Registro” onde houve um núcleo de controle de tráfego de tropas e de tropeiros, bem como das mercadorias transportadas. Foi de grande importância
para a economia e o desenvolvimento regional, a circulação de tropas entre Taubaté, São
Luiz do paraitinga, Catuçaba e Ubatuba. Deve-se também realçar a importância de Taubaté como pólo irradiador e centralizador, do ciclo tropeiro em direção às minas gerais.
Neste caso, as tropas passavam por Tremembé, subiam a Serra da Mantiqueira, atingindo
o Rio Sapucaí, na região onde hoje se situam São Bento do Sapucaí, Santo António do
Pinhal e Campos do Jordão.
Esta consideração é uma curiosidade em pleno século XXI, pois uma imensa capilaridade de
caminhos, outro trilhas indígenas, hoje são utilizadas para os mais variados esportes, desenvolvendo o turismo , histórico e cultural de nossa região.
No século XIX, cabe refletir sobre o tropeirismo e a trilha da independência (trecho São Paulo Rio de Janeiro ) quando Taubaté novamente marca o Brasil por sua contribuição histórica, a
do tropeirismo; como também novamente com a chegada da Estrada de Ferro São Paulo - Rio
de Janeiro, quando se inicia uma nova era de transportes e de desenvolvimento, muito embora
isso custe a decadência do tropeirismo.
Também os Barões do Café (tropeiros com enorme
capacidade de trabalho e obtenção de resultados
financeiros), deixaram no Vale do Paraíba e também
em Taubaté, inúmeras instituições ligadas à benemerência, tais como Santas casas,
Asilos, Creches, Escolas, Imprensa, Templos Religiosos, Irmandades e infinitas contribuições anônimas. Além disso, suas fazendas, seus palacetes hoje são a ferramenta
importante de um novo impulso regional, especialmente nas cidades menos desenvolvidas industrialmente, no desenvolvimento de um Turismo Rural, agregador de valor social, como forma do desenvolvimento, com participação de mão de obra local e aprimoramento de suas
tradições e hospitalidade.
Silveiras é um exemplo vivo em sua saga de desenvolvimento de sua história e da história do
tropeirismo; inaugurou um museu, recondicionou e adaptou suas trilhas para o novo visitante,
formou guias e tornou as sua cidade uma vitrine viva dos tempos coloniais e de sua ligação com
o “Tropeiro”.
O que era para a Coroa “Estrada Real” ?
Já falamos atrás sobre Estrada Real, mas, o que era na realidade “Estrada Real” para a Coroa Portuguesa e depois para o Império
Brasileiro. O que o atual projeto turístico pode trazer para a nossa região e qual o valor agregado para cada cidade ? - é precisamente disso que iremos falar na página seguinte.
98
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Aniversário da cidade:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2004):
Participação FUNDEF-2005:
Fundo Part. Municípios (FPM-2005):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Pontos Turísticos:
Bacia hidrográfica:
Fontes históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
1645
05 de dezembro
625,94 km2
23° 03’ 45’’S
45° 33’ 45’’W
580 metros
244.165 hab.
40.183.607,05
19.641.666,77
390,01 hab/km2
120.309
123.856
229.855
14.310
Industria, Serviços e comércio
Histórico - cultural, ecológico e tecnológico
Alto do Cristo Redentor e Chácara do Visconde entre outros
Rio Paraíba do Sul
Palacetes, Estação Ferroviária e Igrejas
202.623
193.606
95,5 %
110
96
36
03
25
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Os territórios ocupados por Taubaté, pertenciam à Capitania de Itanhaém, de propriedade da Condessa do Vimieiro,
D. Mariana de Souza Guerra, que em 1628 concedeu a posse por sesmarias ao Capitão mor Jacques Félix. No dia 20
de Janeiro de 1636, o Capitão mor Jacques Félix recebe do Governador Geral Francisco da Rocha, provisão autorizando sua exploração dos sertões, pacificar os índios e demarcar terras da Condessa do Vimieiro. Com índios aculturados e alguns colonos, construíram a Igreja Matriz, Moinho de Trigo, Engenho de Açúcar e o Conselho. No ano de
1640 é fundado o Núcleo Urbano, por Jacques Félix., No dia 05 de dezembro de 1645, data considerada como a da
fundação de Taubaté, o povoado é elevado à condição de Vila, recebendo o nome de “Vila São Francisco das Chagas
de Taubaté”, por provisão do Capitão mor Governador António Barbosa de Aguiar, despertado pelo crescimento,
fertilidade e riqueza de suas terras, tornando-se à época o povoamento mais importante do Vale do Paraíba.
Entre os séculos XVII e XVIII houve na localidade e sua região a influência das expedições denominadas de Bandeiras, cujos seus participantes, conhecidos como Bandeirantes, tinham por objetivo o aprisionamento de indígenas
para a obtenção de mão de obra escrava e encontrar fontes minerais de ouro, prata e pedras preciosas.
No ano de 1693 dá-se o descobrimento das primeiras minas de ouro em Minas Gerais, cujo acesso se dava através
da Vila São Francisco das Chagas de Taubaté, garganta do Embaú e Minas Gerais. Daqui partiram inúmeras comitivas que levaram à fundação nos sertões de Cataguazes ou Sertões de Minas de núcleos mineradores que posteriormente originaram a formação de muitas cidades.
No ano de 1699 é conferido o titulo de “Capitão Mor Regente Carlos Pedroso da Silveira das Vilas de Taubaté, Pindamonhangaba e Guaratinguetá”, por D. Braz Baltazar da Silveira.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Taubaté, pela sua influência, acolhimento e assim como outras cidades, serviam de pouso para primeiro os Bandeirantes e depois para os tropeiros, em seus caminhos via Serra da Mantiqueira, pelas gargantas naturais do Embaú,
nas proximidades de Cachoeira Paulista ou pela Garganta do Piracuama em Pindamonhangaba, em busca uns da
descoberta das minas e outros posteriormente, no transporte das riquezas, Taubaté se tornou à época importante
ponto de encontro, descanso e de comércio.
No “Ciclo do Ouro” a Vila de Taubaté foi considerada a 2ª Sede da Capitania de Itanhaém, hospedando o Governador e Ouvidor que ali permaneciam devido ao controle do serviço de Mineração. Com esta primazia, foram criadas
certas rivalidades e formação de prepotência entre São Paulo e as Vilas pela Cabeça de Capitania do Marquês de
Cascaes e Taubaté, pela Casa da Fundição onde era fundido e marcado o ouro vindo das Minas da Serra do Jaraguá. Estas rivalidades só vieram a desaparecer com a famosa “Guerra dos Emboabas”. Nessas batalhas as populações das capitanias e vilas se uniram e defenderam o território, anteriormente conquistado.
Taubaté torna-se então um importante centro rural e abastecedor das tropas de mineração do Vale do Paraíba e Litoral Norte, com uma vida agrícola ativa, muito embora com grande carência de mão de obra.
Durante o século XVII, com o esvaziamento das minas, Taubaté cresceu limitada pela Matriz entre os Ribeirões Convento velho e do Judeu, exaurida com a imigração de sua valorosa gente e pela epopéia do bandeirismo.
Nos finais do século XVIII e princípios do século XIX deu-se um novo surto de crescimento e de progresso com a
vinda do “Ciclo do Café”, que se estendeu por mais de 50 anos e se tornaria o esteio da economia regional e do
Brasil. O Vale do Paraíba cresceu e prosperou através da monocultura do Café. Só em Taubaté, mais de 80 fazendas se desenvolveram e fortunas foram construídas, entre a produção, intermediação e comércio do Ouro Verde.
Na primeira metade do século XX ocorreu a decadência da produção regional, mas ficou a história e uma singela
arquitetura de seus casarões, com grande numero de janelas na fachada, voltadas para os terreiros de café, o depósito do Ouro Verde dos Barões e Baronesas do café.
Do ponto de vista de Turismo - Histórico - Cultural, a maior parte desses casarões ainda se encontra em condições
de visitação, esperando por uma reforma político - administrativa capaz
de transformar grande parte das cidades do Vale do Paraíba, onde se incluí Taubaté, em um ponto de grande importância de visitação em busca
de conhecimento e da Paz hoje não encontrada nos grandes centros.
Basta para isso que se trace um plano objetivo e se façam alguns investimentos abrindo essas fazendas à visitação mas, imprimindo-lhe uma forma equilibrada e ao mesmo tempo confortável de hotéis fazenda.
Seus proprietários, à época, na sua grande maioria titulares do Império,
pela força de produção de seus cafezais, verdadeiros potentados, quer
social, quer politicamente, exerciam forte influência tanto junto ao Governo Provincial, quanto perante, a corte de sua majestade o Imperador D.
Pedro II.
Em Taubaté, onde pontificou nesse período uma aristocracia rural de hábitos severos, porém não menos poderosa e digna, ainda remanescem
várias dessas sedes rurais, típicos exemplares da arquitetura cafeeira
deste município.
Taubaté é glorificada nos anais da história pela tradição de pioneirismo presente na economia, na cultura, na mídia
falada e escrita, na arte e na educação, sendo chamada por essa razão de “Cidade Educacional por Excelência”.
Taubaté neste inicio de século XXI se apresenta como uma cidade estruturada industrialmente perante o cenário
econômico Brasileiro, através de um programa bem sucedido de expansão industrial de porte de primeiro mundo,
com prospectivas de crescimento.
Alto do Cristo Redentor:
Situado em uma das colinas situadas na parte sul da cidade, encontra-se o Cristo Redentor. Monumento que com seus 13 metros de altura abriga em si a Capela de Nossa
Senhora da Paz. Circundando o monumento existe uma praça pública de onde se descortina toda a cidade de Taubaté, da sobranceira Serra da Mantiqueira, da qual se destaca, fronteiriça, a célebre “Garganta de Piracuama”, hoje acesso orográfico a Campos
do Jordão e nos tempos remotos caminho para as minas auríferas.
Chácara do Visconde:
Entre os inúmeros vultos de iminentes taubateanos encontra-se o “Visconde de Tremembé”, José Francisco Monteiro, grande figura de destaque de seu tempo e avô de
um outro grande nome nacional “Monteiro lobato”, grande Brasileiro e figura de destaque, polemico e ao mesmo tempo visionário. Grande escritor de obras infantis e adultas com traduções nas mais diversas línguas mundiais. Algumas de suas obras deram
origem a filmes, mini-séries e peças teatrais.
Museu da Capela do Pilar:
A Capela do Pilar, terceira edificação religiosa a ser construída no perímetro urbano da Vila de São Francisco das
Chagas é uma das jóias da arquitetura colonial no Estado de São Paulo, ainda hoje intacta na pureza de seu estilo.
Foi erigida a partir de 1748 por Timóteo Correa de Toledo, taubateano da tradicional família paulista Toledo Piza.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Catedral de São Francisco das Chagas:
O primeiro edifício da Matriz foi construído por Jacques Félix e seus seguidores a partir do ano de 1640, para que pudessem ter assistência religiosa e também porque somente com a construção de uma igreja o povoado poderia vir a ter condições políticas de existir. Era uma pequena igreja localizada no lugar onde hoje está a Capela dos Passos, anexa à catedral. Nela ainda podem ser admirados os valiosos entalhes em madeira
de lei, as pinturas feitas por DEBRET, quando de sua passagem pela região, entre outros detalhes.
Convento Santa Clara:
Fundado em 1674 por frades
franciscanos, está situado em
ponto elevado de onde se descortina bonito panorama da cidade. Da arquitetura original conserva ainda a interessante torre sineira.
Capela de Nossa Senhora da Piedade do Bom Conselho:
Construída no final do século XIX, dentro do “Ecletismo”, com laivos de
estilo “rococó”. Era a capela do tradicional “Colégio Nossa Senhora do
Bom Conselho”, hoje extinto. O Conjunto arquitetônico foi incorporado à
Universidade de Taubaté´.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário:
Antiga Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, construção original dos primórdios do século XVIII, depois reformada e ampliada
em meados do século XIX. Em linhas singelas é toda de pau a pique e apresenta-se como motivo de interesse para
os estudiosos da arquitetura sacra tradicional da região.
Museu da Imigração Italiana:
Casarão dos Indiani (Quiririm), construído pelos irmãos Indiani no ano de 1903 e restaurado com o fim de abrigar o
rico acervo sobre a cultura italiana. Localiza-se no Distrito de Quiririm, a 200 metros do trevo que liga Taubaté à Estrada de Campos de Jordão.
Museu Mazzaropi:
Localizado no Hotel Fazenda Mazzaropi, próximo à Fazenda Santa onde Mazzaropi produziu
a maioria de seus filmes, contém um acervo cinematográfico com 32 filmes e uma grande
quantidade de fotos, objetos e alguns cenários do ator Mazzaropi.
Parque Municipal do Vale Itaim:
Trata-se do mais novo atrativo turístico cultural da cidade de Taubaté. Conta com 1.700.000
mtrs2 de área verde onde podem ser encontradas espécies típicas da fauna brasileira como
o Ipê e o pau-brasil. Abriga atrações alusivas à cultura regional, tais como Monteiro Lobato,
Mazzaropi, tropeirismo, etc. Conta também com um mirante, restaurantes, passeios de Maria
Fumaça, área de artesanato regional, onde se destaca as peças de cerâmica e entalhes em
madeira, pista de skate e área para pic-nic.
Ainda hoje, quando se chega na casa de um caboclo, a primeira coisa depois dos cumprimentos normais é o oferecimento de um cafezinho. É um café roceiro mesmo, daqueles bem
fraco. O homem do campo não vive sem café, especialmente na nossa região, onde o café já foi motivo de riqueza e ostentação. O café torna-se sua principal bebida, com muitos apreciando-o até mesmo frio e gelado se adicionando a ele algumas gotas de limão ou então umas poucas folhas de hortelã.
Junta-se a esse prazer, a cultura da fartura à época dos áureos tempos da farinha, do fubá, dos polvilhos, que levaram à criação pelas donas da casa, de uma infinidade de receitas típicas.
Detalhes a lembrar é que na confecção desses quitutes sempre era usada a banha de porco, para dar consistência às
massas e o bicarbonato para as fazer crescer. Note-se que o fermento, coisa não usada por essas alturas era facilmente substituído pelo bicarbonato, com resultados muito mais consistentes e saborosos.
Experimentar as delícias da gastronomia do Vale do Paraíba em quase todas as suas cidades históricas é sem dúvida
um grande prazer e sobretudo nos é apresentado sempre a cordialidade do tempero de seus povos.
Maiores informações: http://www.taubate.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
Prefeitura Municipal:
0xx12 Secretaria da Educação:
Secretaria do Meio Ambiente:
Plocia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
Defesa Civil:
3625.5000
3916.4414 (inf.)
3916.4414 (inf.)
147 ( Local )ou 3633.4544
190 (Local)
3634.2000
3923.3454
101
DADOS SOBRE A CIDADE:
Fundação:
Aniversário da cidade:
Área total da unidade territorial:
Latitude do distrito sede do município:
Longitude do distrito sede do município:
Altitude:
Estimativa populacional ( IBGE-2000):
Participação FUNDEF-2007:
Fundo Part. Municípios (FPM-2007):
Densidade demográfica:
POPULAÇÃO RESIDENTE:
Homens:
Mulheres:
População Urbana:
População Rural:
Atividade econômica:
Turismo:
Bacia hidrográfica:
Fontes históricas:
DADOS COMPLEMENTARES (2007):
População residente acima de 10 anos de idade:
População alfabetizada:
Taxa de alfabetização:
1869
26 Novembro
184,5 km2
22° 56’ 15’’S
45° 38’ 45’’W
554 metros
34.807 hab.
180,95 hab/km2
18.115
16.692
29.850
4.957
Agrícola, rizicultura e turismo
Lazer, Religioso e aventura
Rios Paraíba do Sul, Uma, Piracuama e Verde
Estação Ferroviária e Igreja Bom Jesus
Estabelecimentos de Ensino pré-escolar:
Estabelecimentos de ensino fundamental:
Estabelecimentos de ensino médio:
Hospitais:
Agências bancárias:
BREVE HISTÓRIA DA CIDADE:
Tremembé tem sua origem ligada ao lendário encontro da imagem do Senhor
Bom Jesus, ali deixada por um eremita e ao surgimento de uma fonte de água
natural, no lugar onde ela foi encontrada.
Como toda a cidade do Vale do Paraíba, Tremembé foi um local de passagem e,
que foi elevada à categoria de cidade no ano de 1896. No local do encontro da
imagem foi erguida uma capela, hoje santuário em louvor ao Senhor Bom Jesus, no ano de 1672.
Passou pelos ciclos do Ouro, do Café e hoje tem seu progresso industrial e social formado por um pequeno, mas
desenvolvido tecnologicamente, parque industrial.
Hoje detém o titulo de Estância Turística e seu principal e mais conhecido evento é a Festa em Homenagem ao Senhor Bom Jesus de Tremembé, uma das mais conhecidas e freqüentadas de todo o Vale do Paraíba.
Maiores informações: http://www.tremembe.sp.gov.br
TELEFONES ÚTEIS:
(Dados não disponibilizados)
Prefeitura Municipal:
0xx12 Secretaria da Educação
Secretaria do Meio Ambiente:
Policia Civil:
Polícia Militar:
Pronto Socorro:
102
Estrada Real era o nome alusivo
na época colonial a qualquer via terrestre
oficial, pela qual era feito o transporte das
riquezas pelos tropeiros.
Dentro de uma visão historiográfica tradicional, o conceito Estrada Real, pressupõe:
·
·
·
natureza oficial;
exclusividade de utilização;
inicialmente vínculo com a mineração.
Nesta perspectiva, a designação
“Estrada Real” reflete o fato de que era esse
o caminho “Oficial”, único autorizado para a
circulação de pessoas e mercadorias.
A abertura ou a utilização de outras vias,
constituía crime de lesa-majestade, encontrando-se ai a origem da expressão descaminho como o significado de contrabando.
Por outro lado, numa visão mais modernista, admite-se:
·
·
·
·
·
natureza tradicional e uma referência
de bons caminhos;
utilização geral, universal, pública;
vínculo com outras atividades, como o
comércio e a pecuária;
existências anteriores e ou posteriores
à mineração;
desvinculados das zonas mineradoras.
Em defesa desta última tese, considera-se que as Ordenações do Reino, também
observadas na Colônia, estabeleciam como
direitos reais ou regalias, entre outros, as
vias públicas, os rios e os vieiros, e as minas
de ouro, prata e outro qualquer metal.
Os Caminhos das Minas Gerais
Entre os séculos XVII e XIX um conjunto de vias terrestres - muitas delas simples reapropriações de antigas trilhas indígenas (peabirus)
-aproximou diferentes e longínquas regiões do território brasileiro.
Na segunda metade do século XVII, diante da crise econômica da
agromanufatura açucareira suscitada pela Colônia a partir da expulsão
dos Holandeses (1654), tornou-se imperioso identificar novas fontes de
recursos. Assim, uma nova leva de expedições partiu da Vila de São
Paulo de Piratininga em direção ao interior.
Essas expedições ficaram conhecidas como bandeirantes. Os paulistas,
mestiços de portugueses com indígenas, tinham o conhecimento, não
apenas dos milenares caminhos dos nativos (peabirus), como também
das suas técnicas de sobrevivência nos sertões.
Algumas dessas bandeiras, percorrendo a chamada trilha dos Guaianazes, a partir do rio Paraíba do Sul, através da passagem pela Garganta do Embaú, na Serra da
Mantiqueira, dirigiram-se para o sertão posteriormente denominado de Minas Gerais. Com a descoberta do ouro de aluvião (superficial no leito dos rios), ao final desse século, intensificou-se o
trânsito de pessoas, animais e gêneros, entre o litoral e a região das Minas Gerais, definindo-se
diversas vias, as principais das quais são referidas por Antonil (Cultura e Opulência do Brasil por
suas Drogas e Minas. Lisboa 1711):
·
O chamado “Caminho dos Paulistas ou Caminho Geral do Sertão”, ligando a Capitania de São Paulo às Minas;
·
O chamado “Caminho da Bahia ou Caminho dos Currais do Sertão” e suas variantes, ligando a Capitania da Bahia às Minas.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Posteriormente, com a descoberta de diamantes no Serro (MG), entre 1725 e 1735, um novo caminho foi aberto, o chamado
“Caminho dos Diamantes”, ao qual se uniu a “picada de Goiás” e a do “Mato grosso”, quando da descobertas destes minerais
nestas duas últimas regiões.
Entre os gêneros transportados, há registros de:
·
gado bovino em pé, dos currais do sertão entre a Capitania das Minas e a Capitania da Bahia;
·
produtos de luxo e escravos, dos portos de Salvador (Bahia) e do Rio de Janeiro;
·
cavalgaduras da Capitania de Pernambuco.
Os caminhos do Rio de Janeiro
Os caminhos do Rio de Janeiro, integravam a popularmente conhecida “Estrada
·
·
·
·
Real”. As suas principais variantes foram:
O chamado “Caminho Velho”, de Paraty a Vila Rica (atual Ouro Preto), que, a partir da descoberta do Ouro na região das
Minas Gerais no final do século XVII, transformou-se no “caminho oficial”, para o ingresso de escravos na região, assim
como para o escoamento do ouro das minas, transportado de Paraty para o Rio de Janeiro, via marítima, de onde seguia
para Portugal. Esta via estendia-se por mais de 1.200 km, que segundo uns era percorrida em 60 dias e outros em cerca de
95 dias. Isto pode se dever às alterações climáticas ocorridas durante o percurso.
O chamado “Caminho Novo”, aberto por Garcia Rodrigues Paes em 1707, como alternativa ao Caminho Velho, iniciava-se
no fundo da baía da Guanabara, subia o curso do rio Iguassú até ao porto de Pilar (hoje Porto Tinguá) e atravessava a Serra
de Xerém em direção ao rio Paraíba do Sul. Ai, encontrava o “Caminho Velho” em Ouro Branco, distrito de Vila Rica, atual
cidade de Ouro Preto.
O chamado “Caminho do Proença”, uma variante do Caminho Novo.
a chamada “Estrada Geral”, conectando a Estrada Real (hoje na altura de Belford Roxo). Esta variante unia as Freguesias
(distritos) de Santo António de Jacutinga e Nossa Senhora da Conceição de Mariapicú. Hoje, ele se divide em duas vias
distintas: a Estrada Plínio Casado e a Estrada Abílio Augusto de Távora (antiga Estrada da Madureira).
Controle e Fiscalização
Devido ao crescente volume de riqueza explorado na região das Minas Gerais e circulante pelos caminhos, a Coroa Portuguesa procurou garantir o seu controle e fiscalização de maneira severa, instalando postos de inspeção (Registros) para arrecadar os
diversos tributos sobre os minerais, notadamente ouro e diamantes, mercadorias, escravos e animais (cavalos, muares e bovinos)
em trânsito. Na região do Vale do Paraíba, a cidade de REGISTRO tem esse nome porque inicialmente foi um ponto de fiscalização, onde se instalou pela Coroa um posto de controle.
Com a evolução da quantidade de ouro extraído a Coroa Portuguesa, afim de evitar o descaminho, e a circulação de ouro em
quantidades pequenas que pudessem ser facilmente escondidas com o fim de burlar o fisco, instituiu as “Casas de Fundição” e
para controle da situação manteve na região das Minas gerais dois destacamentos, os chamados “Dragões das Minas”, além de
um terceiro, no Rio de Janeiro.
A partir da abertura do “Caminho Novo”, tornando-o “Via Oficial”, foram ai concentrados os Registros (postos de controle de
tráfego), proibindo-se a utilização das demais vias, considerados pela Coroa como “descaminhos” e rigorosamente punido como
sonegador, todo aquele que fizesse uso de outras veredas (caminhos não oficiais) para o transporte de qualquer mercadoria.
A partir da segunda metade do século XVIII, registrou-se um forte declínio da produção mineral no distrito das Minas, o que,
durante o consulado pombalino (Marquês de Pombal, super ministro Português), levou a uma intensificação da política fiscal, motivada pela quase falência econômica da coroa portuguesa. Esta necessidade de recolhimento de impostos, para fazer face às
despesas no Reino, trouxe uma grande insatisfação, insatisfação esta que conduziu à “Inconfidência Mineira”.
Com a proclamação da Independência do Brasil, no inicio do século XIX, esses caminhos tornam-se livres, vindo a constituir, com
a riqueza proporcionada pelo Ciclo do Café, os principais êxitos de urbanização de todo o Vale do Paraíba, Região Serrana, Litoral
Norte, Região Bragantina e Região Alto do Tietê, no Sudeste Paulista.
Muitas das cidades do Vale do Paraíba, tiveram seu alto desenvolvimento neste Ciclo Cafeeiro, destacando-se das demais a cidade de Bananal, por sua opulência financeira, chegando inclusive a ser avalista da Coroa Brasileira, junto à Inglaterra, para o concedimento por esta de empréstimos e financiamentos.
O Projeto Turístico “Estrada Real”
O Projeto Estrada Real formulado no ano de 2001 pelo “Instituto Estrada Real”, sociedade civil, sem fins lucrativos, criada pela Federação das Industrias de Minas Gerais (FIEMG) tem a finalidade de valorizar, defender e divulgar o patrimônio histórico-cultural, estimular o turismo, a preservação e a revitalização dos entornos das antigas “Estradas Reais”.
O conceito do projeto baseia-se no aproveitamento da rota e dos antigos caminhos que ligavam as Minas Gerais ao Rio de Janeiro, para o desenvolvimento turístico das cidades por onde passam, sendo que aqui no Leste paulista, as cidades premiadas pelo
projeto são: Areias, Cachoeira Paulista, Cruzeiro, Cunha, Guaratinguetá, Lorena e Silveiras.
Iniciativa semelhante está sendo desenvolvida pela Prefeitura Municipal de Paraty, no Estado do Rio de Janeiro, sendo que entre
outras atrações alusivas à cultura tropeira e à etnia Estrada Real, podem ainda ser apreciados, além de longos trechos pavimentos em pedras, colocadas uma a uma pela mão de obra escrava, trechos da mata atlântica, animais característicos e pássaros nativos, sítios arqueológicos, etc.
Na página seguinte, inserido ainda dentro do tema “Estrada Real” iremos colocar para a apreciação de
nossos leitores uma matéria completa de autoria do ilustre Francisco Sodero Toledo, cuja clareza e beleza
da explanação, cremos ser de grande valia para a formação global da matéria, Caminhos do Ouro e seus
reflexos regionais.
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CAMINHOS DO OURO E CAPELAS COLONIAIS
A paisagem valeparaibana é caracterizada pela presença do Rio Paraíba do Sul ladeado pelas serras que o circundam, do Mar e da
Mantiqueira, resultando na formação do vale, conhecido por Vale do Rio Paraíba do Sul. (Sodero Toledo, 2001, 80-83) O Rio funcionou como um corredor. facilitando a penetração e fixação do homem. Nas suas
proximidades foram surgindo e evoluindo os principais núcleos populacionais. De
sua navegação nasceram portos e surgiu um tipo humano característico, morador
de suas margens, vivendo da pesca, o piraquara. As serras emolduram a paisagem
regional e tornam-se obstáculos a serem transpostos pelos viajantes que aqui
passavam em direção ao litoral e de para outras partes do interior do país.
Nos primeiros séculos da colonização foram acrescentados à paisagem natural,
duas novas e importantes características: os caminhos e as capelas. Símbolos
marcantes da presença e da conquista portuguesa na região. Por intermédio deles
pode-se reviver a História do Vale do Paraíba.
1 - OS CAMINHOS
Os caminhos preencheram a necessidade histórica e serviram como meio de locomoção e comunicação entre os diferentes pontos da região e desta com as outras
regiões do interior e com o litoral. Permitiram a penetração do homem branco, o
povoamento e a colonização do território e a busca das riquezas materiais. Foram
instrumentos de conquista portuguesa. Emprestaram à região uma marca histórica, a de se constituir um “lugar de passagem”.
Entre os caminhos utilizados destacaram durante o período colonial o Caminho
Velho dos Paulistas ou Estrada Geral que ligavam o Vale do Paraíba à Vila de São
Paulo e a Estrada Real: O caminho do Ouro.
ESTRADA REAL:
o Caminho do Ouro
Com a descoberta do ouro em fins do século XVII ocorreu o aumento da produção de metais preciosos e o desenvolvimento da
área de mineração. Foi preciso transportar os metais preciosos do interior do país até ao porto de embarque, controlar o transporte e o trânsito de pessoas e animais, fiscalizar a circulação de metais, garantir a cobrança de impostos por parte da Coroa. Para
tanto foi criada a Estrada Real.
A partir de então a velha trilha dos Guaianás, até então chamada de Caminho da Serra, no trecho Paraty - Cunha, ou Caminho Velho, passou a ser conhecida como Caminho do Ouro, Trilha do Ouro e por fim , Estrada Real. A estrada oficial, única via por onde
a Coroa Portuguesa autorizava o transporte das riquezas extraídas. Todo o transporte de ouro e de metais preciosos das “minas
gerais” passou a ser feito por este caminho até Paraty, e, por via marítima, daquele porto fluminense à cidade do Rio de Janeiro,
de onde seguia para o exterior. Na região do Vale do Paraíba, as Vilas de Taubaté e Guaratinguetá situadas em entroncamento de
caminhos, passam a compor este roteiro, inseridas no contexto do movimento da economia mineira. O Caminho do Ouro saia,
inicialmente, de Vila Rica (atual Ouro preto - grife nossa), atravessava a região das minas, passava por Cachoeira, Conginhas do
Campo, São João Del-Rei, Baependi, Pouso Alto, Rio Verde até atingir a garganta do Embaú. Ali começava o penoso e áspero trecho de descida da Serra da Mantiqueira, passando vinte vezes pelo mesmo rio que recebeu nome de Passa Vinte. Chagava ao povoado do Embaú, de onde dirigia-se para o porto de Guaypacaré, atual cidade de Lorena. Margeando o Rio Paraíba chegava-se á
cidade de Guaratinguetá. De lá prosseguia até Taubaté para chegar à “Casa de Fundição” e “Casa dos Quintos”. Seguia-se adiante subindo pela Serra do Mar em direção a
Cunha. Do alto da serra atingia-se Paraty de onde o ouro era então enviado para a cidade do Rio de Janeiro. Havia ainda a possibilidade de chegar-se a Cunha seguindo a vereda antiga que ligava Guaratinguetá diretamente a Cunha, passando pela Serra da Quebra
Cangalha.
Durante o século XVIII sua história esteve sempre ligada à circulação e ao controle das
riquezas minerais provenientes das Minas Gerais. No inicio, entre os anos de 1695 e
1703, todo o ouro era manipulado na Vila de Taubaté, para depois ser encaminhado ao
Reino, via Paraty. A partir de 1704 até ao ano de 1710 o ouro passou a ser cunhado diretamente naquele porto fluminense.
Caminho do Ouro no contexto regional
O Caminho do Ouro foi constituído Estrada Real em 1702. Tornou-se o caminho oficial,
propriedade da coroa metropolitana. Atendia assim o interesse real, base da política metropolitana para as regiões mineradoras da colônia, o de ter as rotas de comunicação
rigorosamente controladas e fiscalizadas para garantir a a cobrança de impostos e evitar
os descaminhos das riquezas auríferas. Ele surgiu como meio de ligação do interior com o litoral e acabou por dar sentido e ritmo
à organização desta extensa região. Primeiro como via de penetração, depois como passagem obrigatória para diversos pontos
do território brasileiro. Ao vencer as asperezas dos caminhos os bandeirantes, aventureiros e pessoas das mais diversas origens
e procedências fizeram com que aumentasse a importância da região valeparaibana no contexto colonial brasileiro. Tudo se prendia a circulação de riquezas, mercadorias, pessoas para as áreas mineradoras. Durante o século XVIII as condições sociais de
existência refletia diretamente as condições criadas pelas relações entre o litoral e as minas.
Ao longo dele foram instalados antigos registros, construíram-se rancho de tropas, vendas, oficinas; ergueram-se capelas; fundaram-se povoados e vilas, estimulados pela presença dos viajantes e das riquezas que eram transportadas pelos animais e escravos.
A Estrada Real: Caminho do Ouro, este monumento de outrora, tornou-se um dos troncos viários, principal do centro-sul do Brasil
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A sua utilização favoreceu a apropriação do interior brasileiro e a sua integração com a faixa litorânea. Além de estimular o comércio e a economia regional, tornou-se, com os anos, o eixo histórico cultural da nossa história e a força centrípeta que foi capaz de
alicerçar os sentimentos de nacionalidade. < A percepção de tal metamorfose, ou melhor, essa tomada de consciência, isto é, os
colonos descobrindo-se como “paulistas”, “pernambucanos”, “mineiros”, etc. para afinal identificarem-se como
“brasileiros” (Souza 1997, 22) >. Implantou-se então, o cerne de nossa identidade.
Pode-se considerá-lo como a pedra fundamental na história do povoamento e de colonização o Vale do Paraíba e de vastas regiões do território brasileiro. Por meio dele se configurou a base física e os fundamentos da sociedade regional.
O Caminho do Ouro foi importante meio de comunicação e fundamental na formação de u novo contexto regional. Hoje, com a sua
redescoberta e reutilização, passa a compor o cenário do grande projeto turístico Estrada Real, base sólida
para o desenvolvimento sustentável regional, nesta parte do território brasileiro.
Os Caminhos e a região do Vale do Paraíba Paulista
O Vale e as Minas
Os efeitos da utilização do Caminho do Ouro como rota de comunicação entre o litoral e o interior da colônia e sua importância no
contexto regional logo se fizeram sentir. A cidade de Paraty e o Vale do Paraíba foram favorecidos pela descoberta e corrida ao
ouro. Os núcleos urbanos ganharam importância político-administrativa e comercial. Foi o tempo da “euforia” que se estendeu
desde o final do século XVII com as descobertas do ouro, até 1711, quando ocorreu a abertura definitiva
do Caminho Novo de Garcia Paes.
De inicio a Vila de Taubaté foi a mais beneficiada devido à sua posição geográfica privilegiada, pela importância político-administrativa no contexto histórico regional, por ter se constituído em centro de irradiação
de povoamento e de expansão das bandeiras paulistas. As bandeiras provenientes do litoral ou da Vila de
São Paulo, ao se dirigirem para o interior, tinham nesta Vila paragem quase que obrigatória, tornando-a
centro de bandeirantismo. Em reconhecimento á gente taubateana, a Coroa Portuguesa instalou na Vila de
Taubaté a “Casa dos Quintos” em 1695 e a “Casa de Fundição” em 1697.
Em 1704 com a transferência da “Casa dos Quintos”, a Vila de Taubaté perdeu para a Vila de Paraty, a posição de destaque no controle e fiscalização das riquezas auríferas.
Neste período, quando o ouro escoava por Paraty, “que se tornou o ponto mais rico, o mais importante,
conhecido mesmo como o porto do ouro” (Fernandes, 2004, 85), A Vila de Paraty, importante até então
pela sua posição geográfica, pelo seu porto e por estar situada no início da Estrada Real, ampliou suas
funções comerciais, tanto na ligação com as localidades do Vale do Paraíba, como os novos centros urbanos que vão se originando ao longo do caminho, em território mineiro. Mais do que isto, passou a ter um
papel significativo no contexto da História regional, do Brasil e do Império português. Ela se transformou,
segundo A. Barros, no “pioneiro inconteste no processo de mundialização”, assumindo papel de destaque no novo modelo internacional originado no século XV com o processo de expansão marítima e comercial européia. Passou a realizar a integração da
economia do centro-sul brasileiro, cortado pela Estrada Real, com os cinco continentes da terra, via monopólio do comércio colonial exercido pela metrópole portuguesa.
Vale do Paraíba: região de passagem
Com o desenvolvimento da importância da área mineradora nas primeiras décadas do
século XVIII o Vale do Paraíba acabou transformando-se em área subsidiária da região
aurífera, com o meio rural produzindo para seu abastecimento, e os núcleos urbanos oferecendo mão-de-obra e serviços, atendendo os que para lá se dirigiam e servindo de elo
de ligação com os fornecedores extra-regionais, como no relacionamento com o Sul e
Nordeste do país.
As Estradas Reais que realizavam a ligação com as Minas Gerais passaram a ser utilizadas por número cada vez maior de pessoas. Como afirmou a historiadora Mafalda Zamella, “...apesar de penosos, apesar de longos, eram caminhos cheios de vida, cheios de movimento, percorridos incessantemente por levas de forasteiros que iam instalar-se nas
minas, bem como por barulhentas tropas de mercadores que levar às Minas Gerais tudo
aquilo que suas populações reclamavam” (Zamella, 1990, 56).
Ao longo do Caminho do Ouro foram-se desenvolvendo plantações, produzindo-se produtos de subsistência para abastecer os viajantes e suas tropas, como também para enviar para os centros populacionais mineiros,
onde os preços dos produtos compensavam em muito os mercadores.
A região valeparaibana transformou-se. desde então, em vila de passagem entre o interior de Minas Gerais e o litoral e na maior
área abastecedora das Minas Gerais. Por ela saiam ou passavam os mais variados produtos: muares vindos do Sul, cereais, vacas, vara de porcos, tecidos, marmelada, carnes defumadas, algodão e lã (além de peixe seco vindo do litoral - grife nossa). Como
afirma Nice L. Müler: “Tudo aí se prende à construção para as áreas mineradoras, primeiro, como via de penetração, depois, como
passagem obrigatória de ligação: a vida econômica refletia diretamente, as condições criadas pelas relações com as Minas”.
Caminhos, povoados e vilas
A região do Vale do Paraíba , apesar de perder, gradativamente, o papel de área abastecedora das Minas, pela abertura do Caminho Novo de Garcia Paes, pelo crescente desenvolvimento das atividades rurais e urbanas da própria área de mineração e pela
concorrência do Rio de Janeiro e da área fluminense, os centros urbanos apresentaram desenvolvimento , mesmo que modesto,
definindo uma malha urbana que se mantém até os tempos atuais.
As vilas de Taubaté e de Guaratinguetá mantêm a sua influência sobre a região Valeparaibana. Em 17, em sua viagem da cidade de
São Paulo para o porto de Paraty, D. António Rolim de Moura, o Conde de Azambuja, escreveu que Taubaté era “a melhor que vi
no caminho, bem assentada, com boas ruas, largas e compridas, alegres e seus moradores mais civilizados... A Vila de Guaratinguetá em que fiquei naquele dia,... é já mais rica que as outras” (In Pasin, 2004, 116-117). Os demais núcleos urbanos foram se
desenvolvendo, ampliando-se a malha urbana com o aparecimento de novos povoados.
Pindamonhangaba, influenciada pelo crescimento regional conquista sua emancipação em 1705.
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Logo após a Vila de Guaratinguetá, no local em que se realizava a travessia do Rio Paraíba, conhecido como Porto de Guaypacaré,
por doação dos moradores locais, foi criado o patrimônio religioso em 1705, tendo sido construída capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade. O crescimento do local foi relativamente rápido, o que a levou a se tornar freguesia em 1718. Em 1788 a freguesia de
Nossa Senhora da Piedade alcançava autonomia, sendo elevada a Vila, com o nome de Lorena, por ordem do Governador da Capitania Bernardo José Lorena, que impôs seu sobrenome à vila nascente.
Após Lorena, nasceu no limite da navegabilidade do rio Paraíba o povoado de Bocaina. Em 1780 alguns devotos de São Bom Jesus
erigiram capela que em 1784 foi dotado de Patrimônio Religioso sendo benta em 6 de agosto de 1786, com o nome de São Bom Jesus da Cana Verde.
Mais adiante do caminho, antes de se atravessar a Mantiqueira, teve origem outro núcleo no ano de 1781, com a construção da capela de Nossa Senhora do Embaú. Nascia o Patrimônio Religioso do Embaú.
Na Serra da Bocaina, por onde passava a Estrada Real, Cunha ganhou posição especial. Ao longo do caminho existiam três pequenos povoados: Campo Alegre, Facão e Boa Vista. Quando as autoridades eclesiásticas resolveram criar paróquia na zona, o povoado de Falcão foi o preferido. Entre 1736 e 1749 foi criada a freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Falcão, que, em 1785 passaria a Vila, com a denominação de Nossa Senhora da Conceição de Cunha.
O único núcleo originado no período que não se prendia, diretamente, ás vias de circulação é o de Aparecida. Surgiu ás margens
do Rio Paraíba, em torno da devoção da Imagem de Nossa Senhora (da Conceição) Aparecida, logo considerada milagrosa, que
atraía devotos e foi colocada em capela própria no ano de 1745. Em torno da capela foi se desenvolvendo o povoado que hoje é a
cidade de Aparecida.
Ao final do século XVIII, conforme tabela abaixo, na região por onde passava a Estrada Real, O Caminho do Ouro, existia uma capela religiosa, dois bairros rurais, três patrimônios religiosos e seis vilas, a metade seiscentista e as demais setecentístas.
Ao Final do século XVIII
Capela
a 1690
1690 a 1780
////////////////////////////////////////////////
Aparecida ( 1745 )
Campo Alegre
Facão
Boa Vista
Campo Alegre
Boa Vista
Bairro Rural
Tremembé
2 - Pindamonhangaba
Tremembé
Embaú (1781)
Cachoeira Paulista (1784)
Freguesia
////////////////////////////////////////////////
////////////////////////////////////////////////
Vilas
Taubaté
Guaratinguetá
Paraty
Taubaté - 1645
Guaratinguetá - 1651
Paraty - 1667
Pindamonhangaba - 1705
Cunha - 1785
Lorena - 1788
2 - AS CAPELAS
O cenário regional colonial foi marcado pela presença dos caminhos e das capelas. Duas grandes marcas da colonização portuguesa e que acabam por caracterizar a paisagem regional até aos dias atuais.
As capelas se destacam devido ao seu significado histórico e por se representar nos dias atuais uma expressão viva dos primeiros
séculos da formação regional. Elas surgiram em decorrência do desejo de converter os povos pagãos ao cristianismo, da estreita
ligação entre Estado metropolitano e Igreja e o peso que tinha a Igreja Católica durante o período colonial. Elas impunham o cenário, figurando como uma verdadeira “legitimação da conquista”. (Melo e Souza, 1997, 33)
Como escreve Eduardo Hoornaert:
“Na colonização latino americana em geral e brasileira em particular, a construção de igrejas e capelas tornou-se a marca da conquista em dimensões nunca alcançadas na história anterior do cristianismo. A maioria das construções religiosas do período colonial não obedeceram principalmente a considerações de ordem pastoral, mas significaram padrões de posse em nome do Império e
garantia do domínio sobre índios, franceses, holandeses e quilombolas... Daí o excesso de construções religiosas verificado” (in
Sodero Toledo, 2001, p. 86).
No trajeto do Caminho do Ouro elas foram surgindo para atender de práticas religiosas da época colonial, como assistir à missa
aos domingos e dias santos, fazer o sepultamento no interior da igreja para o repouso da alma e realizar o culto da imagem de invocação religiosa dos fiéis. As capelas representam uma concretização dos primeiros povoadores e das comunidades, além de se
constituírem em símbolo do poder espiritual aliado ao poder temporal.
Elas passam também a determinar a organização urbana. Geralmente era concluída a Igreja e depois os edifícios públicos.
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107
A História dos caminhos e descaminhos do ouro pode-se vincular à produção do patrimônio
cultural, material e imaterial, produzido nos primeiros tempos da colonização.
Os desbravadores e viajantes, para suprir suas necessidades foram formando locas, pousos, povoados, bairros e capelas. No convívio com os povos primitivos iam impondo sua cultura, adaptando às
condições naturais e sociais encontradas, interagindo com os povos nativos, gerando formas novas
de se expressar, fazer e ser. Os primeiros nomes das cidades atestam esta singularidade ao colocar
o nome do santo associado ao nome dado pelos indígenas ao local, como o de São Francisco das
Chagas de Taubaté e Santo António de Guaratinguetá.
Ao longo das Estradas Reais podiam ainda ser encontradas a maioria das capelas e igrejas construídas na época da mineração, embora apresentem modificações em suas estruturas e nos detalhes
artísticos.
No trecho do Caminho do Ouro em território valeparaibano, região de passagem, isolada depois da
abertura do Caminho Novo de Garcia Paes, funcionando como uma economia subsidiária à economia mineira, não houve tempo e nem recursos financeiros para construir templos tão bem elaborados como os de Paraty e das cidades mineiras.
As capelas e igrejas coloniais erigidas no Vale do Paraíba não ostentavam esmero artístico. “As primeiras estruturas das igrejas desse período possuem acentuada dominância do artesanal sobre o artístico” (Tirapelli, 1984,
p.163). Correspondiam ao modo de viver da população, muito simples, ligado praticamente a uma economia de subsistência, de
beira de estrada.
As construções religiosas somente entrariam em processo de embelezamento e refinamento, principalmente externo, durante o
período do Império, estimulada pelo crescimento da economia cafeeira. Dessa forma, segundo Percival Tirapelli, especialista no
assunto, houve dois momentos nas igrejas, a saber:
1º - criação praticamente artesanal, de forma primitiva, adaptando-se às técnicas da região. A técnica mais utilizada era a de taipa
de pilão, sendo que algumas apresentam paredes de pau a pique.
2º - o embelezamento durante as reformas, na maioria dos casos, durante o século XIX.
As capelas e igrejas coloniais distribuídas ao longo do Caminho do Ouro, em seu trecho paulista, marcam a paisagem, avivam a
memória histórica e constituem parte significativa de seu patrimônio cultural. Entre elas merecem destaque neste levantamento
inicial:
A Capela dedicada a Jesus, Maria e José, construída em 1724;
A Capelinha do Lava-pés, construída no ano de 1730;
A Capela de Nossa Senhora da Conceição, construída em 1730;
A Capela de Nossa Senhora Sant’Ana do Paraitinga, cuja construção se deu entre os anos de 1730 e 1740.
A Capela dedicada a Jesus, Maria e José foi construída em 1724, no povoado da Boa Vista, um dos três bairros mais antigos, do
município de Cunha, na denominada “boca do sertão”. Ela foi construída por Luiz da Silva Porto em sua fazenda e constituiu um
dos belos exemplares do inicio do século XVII. Até à metade do século XVIII, constituiu-se em capela curada, ao lado da capela do
Facão. Ali ocorreram batizados e casamentos. Com a criação da paróquia do Facão em 1749, ela perdeu suas prerrogativas eclesiásticas e sua importância;
A Capelinha de Lava-pés foi construída antes do ano de 1730 nas proximidades do ribeirão do mesmo nome, ao lado da atual cidade de Cunha. Ela abrigou a imagem de Nossa Senhora da Conceição antes de ir para a igreja construída para seu culto e veneração, que tornou-se a Igreja Matriz da Cidade;
A Capela de Nossa Senhora da Conceição foi construída em 1730, no Bairro do Facão, um dos mais antigos da região e que deu
origem à atual cidade de Cunha. A imagem foi trazida por Frei Manuel, da família Falcon que ali chegou em abril de 1730. A construção da capela foi iniciada no ano de 1730, com proporções modestas, de acordo com a ajuda das famílias que por lá residiam.
Predominou no altar-mor e altares de outras imagens o estilo rococó. Foi inaugurada em 8 de dezembro de 1831 e foi ampliada ao
longo do tempo, até atingir as proporções atuais.
A Capela de Nossa Senhora Sant’Ana do Paraitinga foi construída entre os anos de 1730 e 1740. Em 1866 a capela estava em estado de completo abandono com real perigo de desmoronamento, o que veio a ocorrer em 1947, por falta de atenção e pelo completo desprezo pelo patrimônio histórico das entidades que por ele têm a obrigação de olhar.
A sua construção foi realmente suntuosa para um templo religioso da zona rural cuja construção se deveu à abastança econômica e ao nível social elevado dos primeiros moradores dessa região. Foi confeccionada em taipa-de-pilão batido com cerca de 60
centímetros de largura, as paredes de aproximadamente cinco metros de altura, sustentadas por alicerces feitos de pedras irregulares que se prolongam para a frente da capela, formando o pátio externo. A edificação de norte a sul contava com mais ou
menos 14 centímetros de comprimento por uns sete de largura. A Igreja do Rosário foi construída no ano de 1793.
A Igreja de São Francisco das Chagas, cuja construção se calcula tivesse ocorrido no ano de 1640;
A Igreja Maior, cuja construção se iniciou no final do século XVI e cujo término se deu por volta do ano de 1800;
A Igreja do Convento de Santa Clara, fundada em Taubaté no dia 25 de março de 1674;
A Igreja do Rosário cuja construção se deu entre os anos de 1700 e 1705;
A Capela de Nossa Senhora do Pilar, construída entre os anos de 1748 e 1760;
A Capela de Nossa Senhora da Piedade que foi construída na primeira metade do século XVIII mas somente concluída em 1866.
A Igreja de São Francisco das Chagas foi construída, provavelmente, em 1640, quando Jacques Félix deu inicio a um povoado em
local mais próximo à aldeia dos índios Guaianás. Era uma pequena igreja localizada no lugar onde hoje está a Capela dos Passos, anexa à Catedral (Ortiz, 1996,635). Em 1641 com o nome de São Francisco o lugar tinha vida ativa. Além da Igreja construída
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com taipa de pilão foi levantada a cadeia e a “casa de sobrado” para o Conselho. Ela data, portanto, de antes da criação da Vila em 05 de dezembro de 1645.
A Igreja Maior, com dimensões aproximadas da Catedral dos dias de hoje e com a mesma localização, foi erguida posteriormente. Começou a ser edificada ainda no final do século XVI ou
no início do século XVII e foi concluída por volta do ano de 1800. Durante os séculos XIX e XX
a Igreja passou por diversas reformas e reparos que não alteraram a sua arquitetura original.
“Embora mantidas externamente as linhas primitivas, seu interior perdeu todo o caráter colonial. permanecendo apenas o retábulo do altar mor, com ricos lavores e ornatos em madeira
entalhada, o mesmo que lá existe até hoje” (Ortiz, 1996, 653).
A Igreja e Convento de Santa Clara foi fundado na Vila de Taubaté em 25 de março de 1674,
quando foi lavrada escritura pública na qual os oficiais da Câmara e o povo da Vila se comprometiam a construir`a sua custa, Igreja e prédio para um convento que abrigaria as religiosas de São Francisco, sob a invocação de
Santa Clara.
No mesmo ano começou a construção do prédio na colina escolhida, onde até hoje se encontra. Em 1678 as obras já estavam bem
adiantadas permitindo a vinda de grande número de religiosos franciscanos. As obras tiveram continuidade com doações dos
moradores locais. Em meados do século XIX era grande a decadência do mosteiro. Em 1832 habitavam a casa apenas dois frades.
Em 1842, houve um incêndio que destruiu a capela - mor da igreja, um grande e espaçoso salão atrás da sacristia, parte dos compartimentos internos e o seu arquivo e biblioteca. O Convento de Santa Clara foi totalmente recuperado em 1927 com as características com as quais se apresenta atualmente.
A Igreja do Rosário foi construída entre os anos de 1700 e 1705 pela irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos. Em 1861
foi reedificada por estar prestes a ruir. Em meados de 1879 as obras já se encontravam bem adiantadas e a Igreja tomava a forma
atual, crescendo em tamanho, solidez e harmonia de linhas. Os trabalhos foram concluídos em 1882. Em 1925 foi criada a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, a segunda de Taubaté. Ao longo deste tempo a Igreja do Rosário passou por algumas outras
reformas que não lhe modificaram, todavia, as características da construção concluída em 1882.
A Capela de Nossa Senhora do Pilar foi construída entre os anos de 1748 e 1760 pelo Taubateano Timóteo Correa de Toledo, após
ter sido atendida sua petição datada de 1744, onde declarava ser filho legítimo de cristãos velhos e por ser devoto de Nossa Senhora do Pilar havia decidido difundir seu culto em Taubaté. Em 1747 foi-lhe concedido o direito de construção e a administração
da capela pelo Bispo de São Paulo, sob uma condição:
“sob pena de excomunhão e duzentos cruzados, que nenhuma pessoa eclesiástica ou secular ponha escudo de armas ou quaisquer outras insígnias ou letreiros nos portais, paredes e outra parte de dentro ou de fora da dita capela, sem especial licença nossa ou de nossos sucessores, por escrito” .(in Ortiz, 1996, 714)
o local escolhido para a construção foi “ a esquina da quarta rua”, entre a Igreja Matriz e o Convento de Santa Clara. Ela foi feita
em taipa de pilão, coberta de telha vã e apresenta um estilo arquitetônico totalmente diverso do colonial paulista, cujas características principais são a construção térrea, de plano quadrado e com alpendre frontal. Restaurada entre os anos de 1945 e 1949 e
novamente reformada em 1957. Desde a década de 1940 a Capela do Pilar deixou de ser utilizada para culto religioso. Hoje abriga
o Museu de Arte Sacra do Município, museu este criado em 1985;
A Capela da Piedade foi construída na primeira metade do século XVIII, coberta de palha, próxima às margens do ribeirão do Judeu. A provisão foi passada em 7 de fevereiro de 1753, mas quatro anos depois o pequeno templo ainda estava em construção.
Em 1757, assim foi descrito pelo vigário de Taubaté, Padre João de Bessa Passos: A Capela de Nossa Senhora da Piedade tem as
paredes de taipa de pilão; não tem mais fábrica por se estar ainda em sua construção, por cuja causa não tem ornamento, nem
paramento, está distante desta freguesia 200 braças, pouco mais ou menos...” (Ortiz, 1996, 591).
Ela só foi concluída em setembro de 1866. Em 1877 a capela foi incorporada ao patrimônio do educandário de meninas, depois
chamado de Colégio Bom Conselho. Em fins do século XIX a capela foi demolida e foi construída a Igreja do Colégio.
A Igreja do Bom Jesus foi iniciada no ano de 1672 e concluída um ano depois. A seguir a igreja
passou por várias reformas. Em 1795 foi ampliada e colocadas as imagens de Nossa Senhora da
Glória e São Francisco de Paula, ao lado do Senhor Bom Jesus.
A primeira capela, construída por moradores, foi assim descrita pelo Dr. Paula Toledo:
“A capela do Sr. Bom Jesus desta freguesia de Taubaté dista uma légua pouco mais ou menos; é
feita a capela de taipa de pilão e da mesma forma a sacristia, tendo no fim do corpo seu coro feito
de madeira e é coberta de telha vã. A capela-mor toda forrada de madeira lisa e pintada... tem uma
tribuna onde se expõe o SS. Sacramento e na boca do mesmo trono, onde estava colocado o Senhor do Bom Jesus há uma peanha grande por cima da madeira lisa também pintada, todo pintado de várias cores. No retábulo do
altar-mor estava embutido o sacrário pintado por dentro de vermelho e dourado por fora e como todos os frisos do retábulo. No
cruzeiro são dois altares ficando no da parte direita a imagem de Nossa Senhora do Rosário, que está metida em nicho feito na
parede e para a esquerda não tem Imagem alguma. Tem o corpo da igreja uma porta grande, fronteira ao altar-mor e outra porta da
parte direita em uma parede de bandas. Tem a dita capela uma custódia pequena, de prata, sem ser dourada, onde se expõe SS.
Sacramento, no dia da festa do Senhor”. ( in Boletim Histórico Cultural de Taubaté 1966, no. 15)
Após a inauguração da Capela ocorreu a fama de milagres e o local passou a se constituir em centro de peregrinação. Desta forma, as rendas foram aumentando permitindo manter e ampliar o templo no mesmo tempo que surgiram disputas pela sua administração gerando demandas judiciais, por ter despertado, “como era natural, a cobiça de muita gente” (Ortiz, 603).
Atualmente, a “Basílica do Bom Jesus” é muito bem conservada. Embora seja de bom tamanho para a população residente na
cidade e muito pequeno para a quantidade de fiéis que ocorrem a Tremembé durante a festa. A imagem é o centro do culto e devoção como é tradição na religião trazida pelos colonos para o Brasil. De inicio, a festa era organizada pelos zeladores da capela,
membros da família Cabral, conforme dispunha o documento de doação do patrimônio religioso, datado de 1731. Depois, a Irmandade do Bom Jesus, fundada em 1736 com autorização do Bispo do Rio de Janeiro, passou a dirigir a igreja e a zelar por tudo o
que fosse de interesse do Padroeiro.
Em 1907 a Irmandade do Senhor do Bom Jesus de Tremembé foi dissolvida e a Igreja elevada a Santuário Episcopal confiada aos
Padres Trapistas. A Paróquia de Tremembé foi instituída em 17 de outubro de 1907, desmembrada de Taubaté. Hoje ela compreende o Santuário do Bom Jesus, a Capela de Nossa Senhora da Guia, a Capela de São Sebastião, a Capela do Padre Eterno, a Capela
do Poço Grande, a Capela da Maristela e a Capela do Berizal.
A Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso (a velha) foi construída no século XVIII. Em 1841, foi reedificada, por ordem do Monsenhor Marcondes. Em 1849 foi novamente reformada e sua fachada ganhou o aspecto atual. Parte das colunas e frontão tem
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estilo romano. O interior é ricamente ornamentado por vários altares e uma pia batismal. No altar-mor venera-se a imagem de
Nossa Senhora do Bom Sucesso, padroeira da cidade. A bela pintura do teto e porta posterior da nave central é obra do artista
António Limones.
A Basílica Velha de Aparecida, foi construída pelos devotos no ano de 1745.
A Basílica Velha de Aparecida foi construída pelos devotos em 1745, no alto do morro dos
coqueiros. Em 1757, assim foi descrita pelo padre João de Morais e Aguiar, vigário de Guaratinguetá: “Está situada esta capela uma légua, pouco menos da Matriz, em lugar alto, aprazível e naturalmente alegre. E a igreja de taipa de pilão, tem o altar-mor da capela-mor com
tribuna onde está a imagem da Senhora, com dois altares colaterais, todos pintados e o teto
da capela-mor; é forrada a igreja e tem por baixo assoalho de madeira com campas; tem coro, dois púlpitos, sacristia com duas vias-sacras, corredores assobradados e ambas as partes com casas por; tem uma torre, a sacristia pintada e ornamentos de todas as cores os
quais e o mais móveis constam do inventário” (in Tirapelli, 1983, 149).
O templo sofreu diversas reformas. Nas décadas de 1760 - 1780 recebeu a estrutura de taipade-pilão; parte da alvenaria para colocação das duas torres. Neste estágio a Capela foi desenhada por Thomas Enderem, no ano de 1817 e por Pallière em 1821. Em outra reforma, de
1824 e 1834, foram feitos reparos no telhado, presbitério e paredes. Entre os anos de 1845 e
1862 foram construídas as duas torres; entre 1878 e 1880 foram construídas as naves; em
1882 foi construída a capela-mor e, em final de 1882 as obras estavam praticamente concluídas. Após esse ano já em pleno século XXI, obras de restauração vêm sendo efetuadas regularmente.
A primeira capela de pau a pique, coberta de palha foi construída na primeira metade do século XVII, pois a 13 de fevereiro de
1657 quando foi erigida, a Vila de Santo António de Guaratinguetá, o Capitão
Domingos Dias leme, por ordens oficiais, levantou pelourinho e transformou
o povoado ali existente em Vila.
Em 1701, com o auxilio dos moradores, foi ampliada e instalada a Confraria
de Santo António de “Goratinguetá”. Já construída em taipa, possuía três
naves, três altares (dois dourados) e com o teto da Capela Mor forrado e esta
toda pintada e com painéis; possuía já consistório da Irmandade do Santíssimo incorporado em 1714. Em 1770, devido ao lastimável estado em que se
encontrava a Igreja decidiu-se pela sua reforma e a construção de um novo
corpo para a Igreja. Em 1772 as obras foram arrematadas em hasta pública.
Pela discrição do contrato de risco, ficava estabelecido que o corpo da igreja
seria ampliado ou reconstruído totalmente, tomando as proporções que atualmente tem, sendo as paredes de taipa com seis palmos de grossura; cento
e trinta palmos de comprido e cinqüenta palmos de largura teria o corpo da
igreja, com cinqüenta e cinco de altura. Haveria dois corredores, em cima e
em baixo, com cinco janelas em cima e em baixo. A porta principal seria de
almofadas. Determinava também a construção do coro, com duas escadas
(como ainda hoje), dois púlpitos e suas cúpulas, etc. Por volta de 1777 as
obras iam adiantadas, porém não estavam completas.
Segundo a aquarela de Thomas Ender, de 1817, vê-se a matriz pronta, mas
com uma só torre, em vez de duas previstas no contrato de risco, embora
presentes as demais determinações do mesmo; janelas laterais em cima e em
baixo, porta principal almofadada, etc. Era, assim, uma igreja colonial. De
taipa foi construída, durando até hoje. Na sacristia atual, na parte interna,
ainda se pode ver como era a igreja há dois séculos atrás.
O interior tinha ampla nave, como atualmente, e corredores em cima e em
baixo, acompanhando da nave, o que deixava a igreja escura; possuía três
altares, o altar-mor e os de Nossa Senhora das Dores e do Rosário, provavelmente. Esta dedução se baseia nas características do
estilo dos três altares, principalmente nos capitéis das colunas e no fato de os dois últimos terem, atrás, sinais de que seriam
escanteados, costume muito comum nas igrejas coloniais de três altares. Todo esse conjunto, e mais o Arco-Cruzeiro, é barroco,
com características distintas de outras regiões.
Durante o século XIX sofreu algumas modificações. Entre 1822 e 1860 houve amplas reformas na fachada da igreja que tomou um
aspecto neoclássico. Esta capela, que se localizava, onde hoje é a sacristia, desapareceu em reformas posteriores. Era de talha e
retábulo, forrada, pintada e dourada. As obras que modificaram o frontispício tiveram inicio em 1834, com a demolição do velho
frontispício que era feito de taipa de pilão, e da torre, agora substituídos por novos, erguidos de pedra. Em 1852 estava erguida a
torre do lado do Evangelho com seus sinos velhos. Depois de 1852 se ergueu a outra torre.
As torres correspondiam a dois terços da altura atual. Toda a fachada assumiu então um aspecto neoclássico, com suas colunas
e pilastras de ordem toscana e de pedra. As partes laterais continuaram como na antiga igreja, contudo, quatro portas foram abertas. Durante o século XX novas reformas e alterações foram realizadas. De 1910 a 1913 outros melhoramentos foram realizados.
Em 1914, novas inaugurações: a capela do Santíssimo, os altares de Nossa Senhora de Lourdes e São José, junto ao ArcoCruzeiro, avultado numero de quadros (Já desaparecidos), os dois púlpitos, grade de ferro em todos os altares e na porta da Capela do Santíssimo e nas janelas. Em 1928, inaugurou-se o altar de mármore da Capela do Santíssimo. Em 1930, outras modificações, como a substituição do piso de madeira por um de mosaico. Nessa ocasião, foram retirados os restos dos defuntos sepultados na igreja em séculos passados e reunidos na parte central, sob o grande lustre de cristal então existente junto ao ArcoCruzeiro. É desse ano a inauguração do belíssimo pára-vento, obra em talha de madeira. Os para-ventos das portas laterais, do
mesmo estilo, desapareceram nos anos 1950. Novas reformas foram efetuadas nos anos 40 e 50 e, neste inicio do século XXI,
dando à Igreja de Santo António de Guaratinguetá as características atuais.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
A capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade foi edificada em 1705, quando
foi criado o Patrimônio religioso, em frente ao porto de Guaypacaré. A primeira Capela foi deslocada posteriormente para o local onde se encontra atualmente. No final do século XIX foram concluídas as reformas que correspondem hoje à atual Catedral de Lorena.
Logo no principio o local tornou-se ponto de parada obrigatória para todos os
que iam e vinham das minas gerais, constituindo-se no segundo centro de
peregrinação da região.
A capela erigida ao Senhor Bom Jesus da Casa Verde foi construída
construída e dotada de Patrimônio Religioso no ano de 1784. Ficava no
alto de uma colina na margem esquerda do Rio Paraíba do Sul, próximo
ao Porto de Cachoeira. Esta Igreja foi doada pelo Capitão Manoel da
Silva Caldas no inicio do século XVIII. Na Capela Maior estão os restos
mortais do primeiro vigário de Cachoeira Paulista.
O hoje Santuário da Santa Cabeça, teve sua construção iniciada no ano
de 1795, localizando-se na Rodovia dos Tropeiros, s/n
A Capela de Nossa Senhora da Conceição foi benta em 6 de agosto de 1781, ano em que foi dotada de Patrimônio
Religioso. Não são disponíveis nem fotos da época nem maiores dados sobre sua construção e ou reformas posteriores.
Os primeiros habitantes desta região do Estado de São Paulo, desde o início dos primeiros
povoamentos até aos dias atuais, deixaram muitos vestígios de sua religiosidade. A construção de capelas tornou-se símbolo de fé e de posse de lugares, que por tradição e pactuação
política, tinham como principio ao se fixarem em determinado território, erigirem uma capela
em homenagem a determinada santidade adicionando-lhe o nome pelo qual o lugar era conhecido. O Turismo Religioso, no Vale do Paraíba, mistura religiosidade e história e em cada recanto visitado, constataremos o forte vínculo religioso de cada região.
Em Aparecida, encontraremos a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, cuja imagem foi encontrada por pescadores, no Rio Paraíba do Sul. Já em Guaratinguetá, além das igrejas históricas hoje temos a satisfação de venerarmos Frei Galvão, o primeiro Santo Brasileiro. Em Cunha, local ideal para a reflexão e para o descanso, encontraremos a história presente em suas
igrejas e capelas, além de um clima típico de montanha e a simplicidade da vida no campo.
Em Lorena, destaca-se a festa de São Benedito onde os fiéis depositam toda a sua esperança de dias melhores neste santo, cultuado não só em Lorena como em muitas outras cidades do Vale do Paraíba. Pindamonhangaba, com
sua Capela seiscentista dedicada a Jesus, Maria e José; Taubaté com sua igreja de São Francisco das Chagas,
construída no ano de 1640; Tremembé, com sua Igreja de Bom Jesus, datada de 1672; Aparecida do Norte, que como história nos mostra a antiga Igreja de Nossa Senhora Aparecida, cuja construção data do ano de 1745, Cachoeira
Paulista, com sua igreja dedicada ao Sr. Bom Jesus da Cana Verde e a cidade de Embaú, que além de ser o caminho
de entrada dos bandeirantes e exploradores, rumo ao Ouro das Minas Gerais, nos apresenta como símbolo da fé
desses viajantes, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, cuja construção nos leva ao ano de 1781.
Turismo Religioso, Turismo Ecológico, Turismo Rural, uma vasta opção de certezas de um maravilhoso passeio, reconfortante que carregará de boa energia quem se dispõe a conhecer o belo aliado ao natural e singelo de seu povo.
Final
111
Sabemos que o desenvolvimento da personalidade humana depende de dois grupos básicos de fatores: os fatores hereditários e
os fatores educacionais.
Na espécie humana, os fatores educacionais assumem papel fundamental na constituição da maior parte dos
comportamentos do indivíduo, já que a criança aprende através da educação, da experiência e dos conhecimentos
do seu grupo. A relevância do fator educacional para o desenvolvimento da personalidade torna-se evidente pelo
fato de ser indispensável à aquisição de dois ramos de conhecimento essenciais à adaptação do indivíduo ao meio:
a aquisição do conhecimento lógico e do conhecimento moral.
Mesmo sem deixar de lado certas condições inatas que permitem ao ser humano a construção de regras e de
sentimentos morais, parece não haver dúvidas sobre a função decisiva da Educação Moral na formação efetiva do
caráter.
A questão da liberdade humana ocupa posição central no ensino de Educação Moral e Cívica no mundo moderno. É fundamental o uso que devemos fazer de nosso livre arbítrio, equacionando o ímpeto de Liberdade, imprescindível à autonomia do indivíduo, com uma conduta ponderada e respeito pelos semelhantes.
A importância do ensino da cadeira Educação Moral e Cívica é capital e acreditamos, sim,
que se deva iniciar, desde as primeiras séries do curso de primeiro grau, com noções gerais,
em que se incluam as idéias de sabedoria popular, de maneira que o(a) menino(a) possa adquirir noções exatas através do que vê, num aprendizado prático e eficiente, bem orientado pelo
professor.
Nas Escolas rurais onde, pelas circunstâncias do meio, os alunos sofrem um retardamento,
cabe ao professor, partindo daquilo que o meio oferece transmitir a eles os conceitos básicos
essenciais à formação do adolescente.
Uma grande atenção deve ser dada às fábulas. O aluno rural tem uma idéia justa e esclarecida da vida dos animais, de sorte que são capazes de uma compreensão maior do que faz a cachorro, a gato ou a galinha. As fábulas apresentam conteúdo de alta importância, à medida que permite aos alunos
conhecerem o valor da formiga trabalhadora, do cão fiel, do João-de-barro arquiteto. Não só os animais, mas as plantas e os minerais devem ser mostrados aos alunos, exaltando suas funções.
Revelar-se-ão através de estórias, de provérbios, de cantigas, as idéias de
amizade, de coleguismo, de boa companhia, que deverão ser ministrados com
muita atenção, mostrando como até os bichos são amigos entre si, como o homem deve fazer o bem pelo bem, como deve ajudar seu semelhante, como evitar
brigas. Para a criança da cidade, certos conceitos lhe escapam facilmente, já que
o contato com animais, plantas, etc. é mais difícil. “No entanto, dada essa dificuldade, o agendamento de visitas a zoológicos e a parques ecológicos é prática
aconselhável, afim de suprir essa deficiência”.
Com relação aos brinquedos, os (as) meninos (as)do campo e os da periferia
já participam de folguedos e de danças, já tomam parte em Folias de Reis, Festas
do Divino, Dança-de-São-Gonçalo, Cateretê, etc., enquanto que para os (as) meninos (as) do centro da cidade tudo isto é ainda muito distante. Um menino de situação privilegiada terá carrinhos, animais, estrada-de-ferro, etc., e os menos favorecidos se contentarão em fazer parte de um grupo folclórico. Mas o que é necessário é que ambos aprendam a lidar com o brinquedo. Um com a parte mecanizada, outro com a intenções do folguedo. Aí, então, o folclore aparece como um campo imenso de civismo a ser aproveitado. Enquanto que o garoto que brinca com os folguedos do povo, conhece as grandes qualidades humanas, a
coragem, a ousadia, o valor pessoal através das figuras lendárias que constituem parte das suas brincadeiras, o outro adquire noções industriais mais avançadas, conhece o romance de Carlos Magno, o valor das Pastorinhas, os
ensinamentos das Congadas, dos Moçambiques, etc. E ambos gostam e se divertem com travalínguas, criptofonia,
advinhas, quadras, provérbios, etc..
Sabemos que provérbio é uma pequena composição que encerra uma verdade sob o véu da ficção. Temos observado essa sabedoria entre os alunos que estudam na Escola de Primeiro Grau da Vila Silva Melo, em Olímpia-SP. Essa Escola é construída, pode-se dizer, dentro de uma fazenda, tendo sua frente voltada para uma rua do Jardim Silva
Melo. Nela estudam alunos da cidade e alunos da zona rural. Com relação aos provérbios, pudemos coletar uma sé-
CONTINUAÇÃO
“Do livro fechado, não sai letrado...”
- Quem conta um conto lhe acrescenta um ponto,
- Quem diz o que quer, ouve o que não quer,
- Tanto morre o papa, como o que não tem capa,
- Filho de peixe sabe nadar,
- Filho de peixe, peixinho é,
- Mais fere a má palavras, que espada afiada,
- Amigo de bom tempo, muda-se com o vento,
- Homem honrado, ates morto, que injuriado,
- Quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita,
- Pau que nasce torto, nunca mais se endireita,
- Quem boa cama fizer, nela se deita
- A Fome é a melhor cozinheira,
- Não há pior cego que aquele que não quer ver,
- De grão em grão a galinha enche o papo,
- Há males que vem para bem,
- Quando a esmola é demais o santo desconfia,
- Casa de ferreiro, espeto de pau,
- Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe,
- Quem desdenha quer comprar,
- Santo de casa não faz milagre,
- Deus escreve direito por linhas tortas,
- A corda rebenta sempre do lado mais fraco,
- A ocasião faz o ladrão,
- Cesteiro que faz um cesto faz um cento,
- Amor com amor se paga,
- Só se atiram pedras em árvores que dão fruto,
- Quem vê cara não vê coração
- Ri o roto do esfarrapado,
- Cada um puxa a brasa para a sua sardinha,
- Quem dá aos pobres empresta a Deus,
- Quem dá o que tem a pedir vem,
- Cria fama e deita-te na cama,
- Quem ri por último, ri melhor,
- Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti.
Mas o mais curioso é que muitos alunos empregam antiprovérbios.
Por exemplo:
- A fome é a maior desgraça (A fome é a melhor cozinheira); De grão em grão a galinha se cansa (De grão em grão a
galinha enche o papo); Quando a esmola é demais o Santo gosta (Quando a esmola é demais o Santo desconfia); Cesteiro que faz um cesto é preguiçoso (Cesteiro que faz um cesto, faz um cento); Quem dá aos pobres cai na miséria (Quem dá
aos pobres empresta a Deus); Quem ri por último é retardado (Quem ri por ultimo ri melhor); Quem cedo madruga fica
com sono (Quem cedo madruga, Deus ajuda); Após a tempestade vêm os estragos (Após a tempestade vem a bonança);
Quem o feio ama, não tem bom gosto (Quem o feio ama, bonito lhe parece); Mais vale um pássaro na panela, que dois na
mão (Mais vale um pássaro na mão que dois voando); Em boca fechada não entra comida (Em boca fechada não entra
mosquito);
- Interessante também é este provérbio mais extenso! que relata a perspicácia da mulher:
O rico e o pobre são dois iguais:
O soldado protege os dois,
O operário trabalha para os três,
O vagabundo come pelos quatro,
O advogado defende os cinco,
O confessor condena os seis,
O médico examina os sete,
O caveira enterra os oito
O Diabo carrega os nove,
A mulher engana os dez.
Como diz Piaget: “A evolução interna do individuo (ligada aos fatores hereditários) fornece apenas um número considerável de esboços suscetíveis de serem desenvolvidos, anulados ou deixados em estado inacabado”. Compete, portanto à
educação influir nesses esboços endógenos, através de um trabalho de complementação, transformação e burilamento,
segundo os interesses e necessidades socialmente desejáveis.
Assim podemos concluir que a educação, quer no sentido lógico quer no sentido moral é, para o indivíduo, fator de
realização de suas potencialidades naturais, representando a condição essencial à sua integração na vida coletiva e o
pleno desenvolvimento no seio da comunidade.
Fonte:
MARIA SILVIA CORREIA FUSO
Departamento de Folclore - Olímpia - SP
113
Com suas cidades nascidas, na sua maioria nascidas sob o signo de padroeiros (as), o Vale do Paraíba logo
se tornou um Vale Festeiro, ladainhas, novenas e procissões movimentam e povoam, há mais de 400 anos, Capelas,
Igrejas, ruas, avenidas e praças, reunindo o povo em torno de festas e louvores a antigas devoções. Povo essencialmente tradicionalista, leal a seus princípios e fiel a suas crenças o povo Valeparaibano se expressa de formas simples e leais às origens.
No Vale do Paraíba, compromissos e negócios se regem, não raro, pelo “Tempo das Festas”. As coisas acontecem “antes da festa” ou “depois da festa”, principalmente quando se trata de grandes eventos, como o Ano
Bom, o Carnaval, a Semana Santa, as festas de São Benedito, as festas do Divino e o Natal, entremeadas de algumas
festas de Santos Padroeiros.
A Festa é uma instituição que se integra até no linguajar do valeparaibano. Todos concordam que “o melhor
da festa é esperar por ela”, mesmo, sabendo que “em festa de jacu, inhambu não entra”. Ainda que você seja “peru
de festa” sabe que “em festa e batizado só vá se for convidado”. É certo que “quem convida dá banquete”, mas não
podemos esquecer que “pela festa se conhece o festeiro”, sempre chegando o momento em que “festas acabadas,
músicos a pé”.
Cada Município, cada Cidade tem suas festas favoritas, mas algumas delas se destacam por sua tradição,
seu significado e sua importância no contexto turístico e cultural, merecendo destaque especial.
Festas carnavalescas:
Conhecida como a “Cidade Musical do Vale do Paraíba”, São Luís do Paraitinga se destaca
na região pela autenticidade de seu carnaval e, em especial, pelo “Festival de Marchinhas
Carnavalescas”. Entre as cidades que aderiram às Escolas de Samba, Guaratinguetá merece
menção especial, com várias escolas desfilando com sucesso, a partir da década de 50 do
século passado. Bonecões artesanais também estão presentes nas festas carnavalescas.
Em Monteiro Lobato são conhecidos por “Pereirões”, em São José dos Campos tomam o
nome de “Grupo Piraquara” e em São Luís do Paraitinga representam figuras do folclore da
região.
Semana Santa:
As cidades Valeparaibanas, em sua maioria, mantém as Semanas Santas, com suas solenidades,
procissões, matracas, imagens antigas e comidas típicas como a bacalhoada, a paçoca de amendoim
e o pinhão. Menção especial para: Guaratinguetá (Catedral de Santo António); Aparecida do Norte
(Basílica), São Luís do Paraitinga (Matriz); Silveiras, festival do Barro (Batalha com Lama) preparada
em um grande tanque, no domingo de manhã. “Queima do Judas” em algumas cidades como Cunha, Areias e São Luís do Paraitinga.
Festas de São Benedito:
Padroeiro dos escravos, as festas em seu louvor são realizadas em toda a região, mantendo tradições, usos e costumes. Merecem destaque: Guaratinguetá realizada desde 1757(Igreja de São Benedito - Pça. Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes) realizada aos Domingos de Páscoa e Segunda-Feira; Aparecida do Norte (Igreja de São Benedito),
conta com a presença de grande número de grupos folclóricos do Sul de Minas Gerais e região, realizada no Domingo e Segunda-Feira seguintes à Páscoa (uma semana após a de Guaratinguetá).
Festas do Divino Espírito Santo:
Vinda da terra Lusa, a Festa do Divino, chegou ao Vale do Paraíba com os portugueses. Realizada desde os tempos
do Brasil-colônia, nas antigas vilas da região. Poucas preservam suas tradições, como: São Luís do Paraitinga - Igreja de São Luiz de Toloza, na Praça Oswaldo Cruz (40 dias após a Páscoa - Pentecostes); e Cunha na Igreja Matriz de
Nossa Senhora da Conceição, em Julho.
Festas Juninas e Julhinas: ( ver mais detalhes página 114 )
Realizadas em toda a região, homenagem aos Santos: Santo António (13 de Junho), São João (24 de
Junho), São Pedro e São Paulo (29 de Junho). Estas festas são realizadas em Escolas, Bairros Rurais e Ruas dos diversos municípios. Em Queluz, por exemplo, (padroeiro da cidade - São João) faz
em sua festa uma grande fogueira e realiza uma vistosa queima de fogos, em Junho, na Igreja Matriz
de São João.
Festas de Tropeiros:
Com culinária típica e desfile de tropas autênticas, tiveram início na década de 1980, como a de Silveiras, na Pça. do Tropeiro, realizada no último domingo de Agosto entre outras, como: Paraibuna,
Piquete, Jambeiro, etc. anualmente.
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
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Festas dos Fazendeiros:
Com o ciclo agropecuário na região, exposições de gado, produtos da fazenda, leilões de cavalos e outros animais,
hipismo rural, rodeio, shows com artistas famosos, restaurantes e distrações para crianças, passaram a atrair grande
público. Destaque para a “Fapija” - Feira Agropecuária e Industrial de Jacareí, que se realiza em Julho.
Festas de Padroeiros:
Nascidas sob o signo de padroeiros, as cidades do Vale do Paraíba não deixam de festejar anualmente os seus padroeiros, tem novenas, missas, quermesses, procissões e música. Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida,
possui a maior festa, que não se realiza apenas no seu dia, 12 de Outubro. Acontece durante todo o ano, quando chegam centenas de romeiros e milhares de devotos, especialmente aos domingos e feriados, na cidade de Aparecida
do Norte. Na cidade de Tremembé, a festa a seu padroeiro o Senhor do Bom Jesus também são realizados festejos
com grandes romarias, novena, missas e como atração muitas barracas típicas e cantorias.
Festas de Natal:
Presépios, pastorinhas e Folias de Reis marcam na região o ciclo das festas natalinas.
Estão presentes principalmente na cidade de São Luis do Paraitinga, entre os dias 24
de Dezembro e 5 de Janeiro, dia dos Santos Reis. Em Taubaté, como em São José dos
Campos, há também a tradição de fazer “figurinhas de presépio”. Sua forma lembra
algumas que são vendidas em feiras em Portugal. Podem ser encontradas no Mercado
Municipal de Taubaté e na Rua Imaculada, na mesma cidade de Taubaté e em São José
dos Campos na feira dos artesãos.
Fonte: “O Vale Paulista do Rio Paraíba”
Autores: Tom e Thereza Maia
Formatação: Filipe de Sousa
DANÇAS E OUTROS FOLGUEDOS
São tradicionais as danças como as de Moçambique, São Gonçalo, Congadas e Cavalhada de Jogos.
Moçambique:
Grupo de dança formado pelo Rei, pela Rainha. pelo Alferes da Bandeira, pelos dançadores, tocadores de caixa e de
permangoma, ou seja, pequenas latinhas contendo chumbo, aos quais se dá o nome de goias, batendo os bastões,
cantam em geral descalços ao ritmo da caixa (tambor pequeno).
Congada:
Dança proveniente da Região do Congo - África, cujos Santos Padroeiros são Nossa Senhora do Rosário e São Benedito; o conjunto é chamado de “batalha do congo”. As cores usadas no uniforme são o branco e o azul, com detalhes
em vermelho no chapéu, na mão direita os participantes levam uma espada de madeira ou metal; o grupo instrumentalistas é encabeçado pelos violeiros e por último, as caixas.
São Gonçalo:
Sua dança não é considerada uma festa, mas, sim, um ato religioso. A dança realiza-se para cumprir uma promessa,
em agradecimento a uma graça recebida.
GASTRONOMIA
No Vale do Paraíba, cada cidade tem os seus costumes e seus temperos, que muito embora parecidos,
são peculiares a cada uma delas. Dentro as mais apreciadas em festas e folguedos, destacamos:
Afogado, cuscuz, bolinha de farinha de milho, com recheio de carne ou camarão de água doce, escaldado
de farinha de milho com cheiro verde e ovo, virado de frango, mingau de alho com farinha de milho, paçoca de carne seca ou amendoim, melado, queijo branco, doces regionais, etc.
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Festas ”juninas” no Brasil ou “santos populares” em Portugal são
uma celebração tradicional portuguesa, trazida para o Brasil, tendo como
base uma cultura genuinamente Européia, sendo também festejada em outros países tais como França, Polônia, Rússia e Suécia, como veremos adiante, algumas vezes bem diferentes das por nós conhecidas em formas e
em tradições.
Historicamente está intimamente ligada com a “festa pagã” do solstício de verão, com ligações remotas aos tempos gregorianos,
celebrada no dia 24 de Junho do calendário Juliano e, cristianizada na Idade Média como “festa de São João”.
No Brasil como em Portugal, as datas comemoradas como “festas juninas” são:
·
·
·
·
Santo António no dia 13 de junho
São João no dia 24 de Junho
São Pedro e São Paulo no dia 29 de Junho
São Marçal no dia 30 de Junho (Esta festejada unicamente no Brasil)
Em Portugal, estas festas “Juninas” são conhecidas pelo nome de “Santos Populares” e correspondem a diferentes feriados municipais: Santo Antônio, em Lisboa; São Pedro, no Seixal; São João, no Porto, em Braga e em Almada.
No Brasil, receberam o nome de JUNINA, numa derivação de João (São João) e também aliando-se o mês de festejo Junho.
Estas festas foram introduzidas no Brasil logo no inicio do período de colonização, tendo logo sido incorporadas aos costumes e culturas indígenas. Como no Brasil, também na maioria dos países colonizados pelos portugueses, este costume e tradição está incorporado em seu calendário folclórico e tradicional, a saber Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, GuinéBissau, Ilhas de Cabo Verde, Açores e até em São Tomé e Príncipe. Como na realidade cada país invoca e comemora esta tradição de acordo com sua cultura, também no Brasil foram sofridas influências às formas iniciais de comemoração dos “Santos
Populares”, que, a partir do século XIX, com a imigração vinda para o nosso país, tais como Italianos, Franceses, Japoneses entre outros, incorporaram seus consensos tradicionais a alguns guetos coloniais e cidades de nosso país.
Festas de São João são ainda celebradas em alguns países europeus católicos, protestantes e ortodoxos, tais como a França,
Portugal, Irlanda, a maioria dos países nórdicos e do Leste Europeu. As tradicionais fogueiras de São João e a celebração de casamentos reais ou encenados, como o casamento de brincadeirinha no baile de quadrilha nordestina (este no dia 13 de junho, dia
de Stº. António), são costumes ainda praticados nos dias de hoje, em festas de São João européias.
A festa de São João brasileira é típica da Região do Nordeste. por ser uma região árida, o Nordestino agradece anualmente a São
João, mas também a São Pedro, pelas chuvas caídas nas lavouras. Em razão da colheita do milho acontecer exatamente nesta
época, as comidas típicas servidas nestas festas se relacionam a ele, como por exemplo a canjica e a pamonha.
O local onde ocorrem os festejos destas datas, geralmente é chamado de “Arraial”, que se constitui em um espaço físico, ao ar
livre, cercado ou não, onde barracas típicas são erguidas com a única finalidade de servir aos convidados, ou então, conforme
algumas regiões em galpões previamente construído, adaptado para festejos e que nesta data é totalmente enfeitado a caráter
para o feito. Geralmente o “arraial” (arraiá) é decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e galhos, folhas de árvores
típicas de cada região. Nos arraiás acontecem exibições de quadrilhas, musicas características, leilões, bingos e as encenações
dos casamentos “matutos”.
Atualmente, os festejos ocorridos em cidades pólos do Norte e Nordeste dão impulso à economia local. Citam-se como exemplo:
Caruaru em Pernambuco; Campina Grande, na Paraíba; Mossoró, no Rio grande do Norte; Maceió, em Alagoas; Aracajú, em Sergipe; Juazeiro do Norte, no Ceará e Cametá no Pará.
Além dos grandes centros, também existem nas pequenas cidades festas
tradicionais como Cruz das Almas, Ibicuí, Jequié e Euclides da Cunha, na
Bahia. As duas primeiras cidades disputam o titulo de “Maior São João do
Mundo”, embora Caruaru esteja consolidada no “Guinness Book”, categoria festa country (regional) ao ar livre.
De origem européia, as fogueiras juninas fazem parte da milenar tradição
pagã de celebrar o solstício de verão. Assim como a cristianização da
árvore pagã “sempre verde” em árvore de natal, a fogueira do dia de
“Midsummer” (24 de Junho) tornou-se, aos poucos, na Idade Média, um
atributo da festa de São João Batista, cuja celebração ao santo se dá precisamente nesse dia.
Ainda nos dias atuais , a fogueira de São João é o traço comum que une
todas as festas de São João européias (da Estônia a Portugal, da Finlândia à França). Estas celebrações com fogueiras, estão ligadas à Fogueira
da Páscoa e à Fogueira de Natal, também acesas nessas datas comemorativas.
Fogueira de São João em Mãntsãlã na Finlândia.
Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã estival afirma que o
antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e
Isabel. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João batista e assim ter seu auxilio após o parto, Isabel teria que acender
uma fogueira sobre um monte (elevado, serra).
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O uso de balões e fogos de artifício durante os festejos Juninos, no Brasil, está relacionado com o tradicional uso da fogueira
junina e seus efeitos visuais. As faíscas soltas ao vento oriundas dos galhos que se queimavam na fogueira, despertaram logo o
interesse de empreendedores que logo industrializaram a pólvora que associada ao pó de serra, produz um efeito semelhante.
Fogos de artifício manuseadas por populares devem sempre estar associados a perigo. Assim, crianças devem sempre estar em
companhia de pessoas de mais idade, para sua proteção. Também alguns cuidados podem ser tomados, como luvas apropriadas
e óculos de proteção.
Fogos de artifício manipulados por profissionais em espetáculos “pirotécnicos” organizados por associações ou municipalidades tornam-se uma parte essencial das festa do Nordeste e na maioria das regiões do brasil.
Segundo a tradição popular, os fogos de artifício, servem para chamar a atenção e despertar São João Batista para a festa.
Os balões com artefatos de fogo, tochas, ou fogos de artifício, no entanto, constituem atualmente uma prática proibida por Lei e
coibida pelas forças policiais, devido ao risco que apresentam para industrias, refinarias, aeronáutica, etc., em virtude de sua
periculosidade, como indutores de incêndios.
No entanto, balões sem tochas, podem ser usados, que de acordo com a criatividade de cada um, em nada ficam devendo aqueles que estão proibidos. Uma das formas de confecção desses balões, não portadores de tocha ou chamas, é o uso do gás Hélio,
aquele que serve para encher os balões de festa de aniversário, que colocados dentro da estrutura do tradicional balão junino,
exercem o mesmo poder de elevação. Usando-se papel brilhante para armar o balão e uma pequena lâmpada movida a pilha pequena, consegue-se obter o mesmo efeito sem perigo de provocar incêndio.
Segundo a tradição os balões serviam para avisar os moradores mais distantes, que a festa iria começar; sendo que eram soltos
de cinco a sete balões afim de se comunicar o inicio da festa.
Durante todo o mês de junho é comum, principalmente entre as crianças, soltar bombas. Algumas delas são conhecidas como:
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Traque
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Chilene
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Cordão
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capeção-de-negro
·
Cartucho
·
Treme-Terra
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Busca-pé
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Cobrinha
·
Espadas-de-fogo (tradição nordestina)
O mastro de São João, cuja origem vem do “mastro dos Santos Populares” de Portugal, é erguido durante a festa junina para
celebrar os quatro santos ligados a essa festa, Santo António, São João e São Pedro e São Paulo. Em algumas localidades também é dedicado a São Gonçalo, no Brasil.
No Brasil, no topo de cada mastro são amarradas em geral quatro bandeirinhas simbolizando os santos. Tendo, nos dias de hoje
um significado cristão bem enraizado na cultura popular no Brasil e, sendo, entre os costumes de São João, um dos mais marcadamente católico, o levantamento do mastro tem sua origem, no entanto, no costume pagão de levantar o “mastro de maio”, ou a
“árvore de maio”, costume este, ainda vivo nos dias de hoje na maioria dos países não católicos europeus.
Além de sua cristianização profunda nos países católicos, entre os quais está o Brasil, é interessante notar que o levantamento
do mastro de maio, por exemplo, em Portugal, passou a ser erguido em Junho e a celebrar as festas desse mês (festas dos Santos populares). Este mesmo fenômeno ocorre na Suécia, onde o mastro de maio “majstangen”, de origem primaveril, passou a
ser erguido durante as festas estivais de junho, “Midsommarafton”.
A prática de se suspender no mastro, milhos e laranjas, parece se originar nas festas pagãs similares em torno do mês de maio.
Hoje em dia, um rico simbolismo católico popular está ligado aos procedimentos envolvendo o levantamento do mastro e os seus
enfeites. Em alguns lugares do Brasil, esse mastro também é conhecido como “pau de sebo” e as atividades ligadas a ele geralmente consistem em esfregar no mastro (pau) sebo para que se torne escorregadio. Assim, os candidatos terão que subir até seu
topo, o que geralmente é bem difícil mas, cujo prêmio para quem conseguir realizar a proeza é bem compensador. Leitões, garrotes e por vezes até dinheiro são oferecidos, como troféu.
A quadrilha brasileira tem a sua origem e seu nome oriundos de uma dança de salão francesa para quatro
pares, a “quadrille”, em voga na França entre o inicio do século XIX e a Primeira Guerra Mundial. A
“Quadrille” francesa, por sua vez, já era um desenvolvimento da “contredanse”, popular nos meios aristocráticos franceses do século XVIII. A “contredanse” por sua vez se desenvolveu através de uma dança
inglesa de origem campesina, cuja a origem remota ao século XIII, e que se popularizara em toda a Europa na primeira metade do século XVIII.
A “Quadrille” veio para o Brasil seguindo o interesse da classe média e das elites portuguesas e brasileiras do século XIX; porque tudo o que fosse a ultima moda em Paris (dos discursos republicanos de Gambetta a Jules Ferry, passando pelas poesias de Victor Hugo e Théophile Gautier até à criação de uma companhia de letras, dos belos cabelos cacheados
de Sarah Bernhardt e até ao uso do cavanhaque), eram costumes por elas seguidos e importados.
Ao longo do século XIX, a quadrilha saiu dos salões nobres da elite e se popularizou no Brasil e se fundiu com danças tipicamente brasileiras,, sofrendo ao longo dos anos subseqüentes evoluções, destacando-se entre essas evoluções, o aumento de componentes participantes da dança e o abandono de passos e ritmos franceses.
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Ainda que inicialmente adotada pela Elite Urbana Brasileira, esta é uma dança que teve o seu maior florescimento no Brasil rural
(daí o vestuário típico campesino), e se tornou uma festa própria dos festejos juninos e caipiras, principalmente nos Estados do
Norte e Nordeste do Brasil. A partir de então, a quadrilha, nunca deixando de ser um fenômeno popular e rural, também recebeu o
movimento nacionalista e a sistematização dos costumes nacionais pelos estudos folclóricos.
O nacionalismo folclórico marcou as ciências sociais no Brasil, assim como na Europa, entre os começos da época “Romantista”
e o inicio da Segunda Guerra Mundial. A Quadrilha, como outras danças brasileiras tais como o “pastoril”, foi sistematizada, divulgada e apoiada por associações municipais, igrejas, clubes de bairros, etc. sendo também defendida por professores e praticada e
cultivada por alunos em Colégios e Escolas, na zona rural ou urbana, em todas as classes sociais, como sendo uma expressão de
cultura cabocla e da república brasileira. Esse folclorismo acadêmico e ufano explica de uma certa forma o aspecto matuto rígido e
artificial da quadrilha.
No entretanto, hoje em dia, essa artificialidade rural é vista pelos foliões como uma atitude lúdica, teatral e festiva, mais do que
como a expressão de um ideal folclórico, nacionalista ou acadêmico. De qualquer forma é correto afirmar que a quadrilha deve a
sua sobrevivência urbana, na segunda metade do século XX ,e o grande sucesso popular atual, aos cuidados, meticulosos de associações e clubes juninos da classe média e ao trabalho educativo de conservação e prática feitos pelos estabelecimentos de
ensino, fundamental e médio, privados e particulares, mais do que á prática campesina real, ainda que vivaz, porém quase sempre
desprezada pela cultura citadina.
Desde o século XIX e sofrendo influências de danças regionais mais antigas, a quadrilha foi-se se
modificando de Estado para Estado, de cultura regional para cultura regional, fazendo com que surgissem muitas formas de festejar e de dançar, exemplo:
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“Quadrilha Caipira” no Estado de São Paulo
“Saruê” (corruptela do termo francês “soirée”, no Brasil central
“Baile Sifilítico” no Estado da Bahia
“Mana-Chica” no Estado do Rio de Janeiro
“Quadrilha” no Estado de Sergipe
“Quadrilha Matuta” generalizada no Nordeste e por quase todo o país.
Hoje em dia, entre os instrumentos musicais que normalmente podem acompanhar a quadrilha encontram-se o acordeão
(sanfona), pandeiro, zabumba, violão, triângulo e o cavaquinho. Não existe uma música ou sonoridade específica que seja comum
e própria a todas as regiões.
No entanto, a sonoridade e letra é aquela comum aos bailes de roça, em compasso binário ou de marchinha, que favorece o cadenciamento das marcações.
Em geral, para a prática da dança é importante a presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é a ele que cabe determinar as diversas figurações da dança, que os participantes devem desenvolver.
Os participantes da quadrilha, vestidos de “matuto”, como se fala no Nordeste ou “à caipira” como se fala na maioria do país
(indumentária que se convencionou pelo folclórico como sendo a indumentária das comunidades caboclas), executam diversas
evoluções em pares de número variável. Em geral, o par que abre o grupo é um casal de noivos, já que a quadrilha na maioria das
vezes encena um casamento caipira, fictício. Esse ritual matrimonial da quadrilha liga-se às festas de São João européias que também celebram aspirações ou uniões matrimoniais. Esse aspecto matrimonial juntamente com a fogueira junina, constituem os dois
elementos fundamentais, em todas as festas de “santos populares”, nas diferentes partes da Europa.
No Nordeste Brasileiro, o “forró” assim como ritmos aparentados, tais como o baião, o xote, o reizado, o samba-de-coco e as cantigas, são danças e canções típicas das festas juninas, onde por vezes, são adicionadas musicas antigas de autores famosos.
As festas juninas brasileiras podem ser divididas em dois tipos distintos: as festas da Região Nordeste e as festas do Brasil Caipira , ou seja, nos Estados de São Paulo, Paraná (norte), Minas Gerais (especialmente no sul) e Goiás.
No Nordeste brasileiro se comemora, com pequenas médias e grandes festas que reúnem toda a comunidade e muitos turistas,
originários de todos os lugares do Brasil e do mundo; com fartura de comidas típicas regionais, quadrilhas, casamento matuto e muito forró. É comum os participantes das festas se
vestirem de matuto, os homens com camisa quadriculada de cores vivas e berrantes, calça
remendada com panos coloridos e chapéu de palha; as mulheres com vestidos coloridos de
xita, chapéu de palha e uma espalhafatosa maquiagem.
No interior do Estado de São Paulo ainda se mantém a tradição de quermesses beneméritas e
danças de quadrilha em torno de fogueiras, bem como o tradicional bolinho caipira e o quentão.
Em Portugal as festividades são muito alegres e sonoras. Muitos fogos de artifício, foguetes,
rojões, assam-se sardinhas na brasa, muito vinho e, oferecem-se manjericos (uma planta nativa típica). As marchas populares desfilam pelas ruas e avenidas.
Em Parintins, no Estado do Amazonas, ocorre um festival entre os dias 28 e 30 de junho, onde
temas preservacionístas são abordados, preservação da Amazônia e defesa dos povos indígenas. (Ver Matéria Completa na página 118)
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O relacionamento entre devotos e os santos juninos, principalmente Santo Antônio e São João, é quase familiar: cheio de intimidades, chega a ser, por vezes, irreverente, debochado e quase chegando aos limites da obscenidade. Esse caráter fica bastante
evidente quando se entra em contato, com as simpatias, sortes, adivinhações e acalantos feitos a esses santos, como por exemplo, este verso:
Confessei-me a Santo Antônio,
confessei que estava amando.
Ele deu-me por penitência
que fosse continuando.
Os objetos utilizados nas simpatias e adivinhações devem ser virgens, ou seja, estar sendo usados pela primeira vez, senão ...
nada de a simpatia funcionar ! A seguir iremos descrever algumas das simpatias mais usadas, feitas a Santo Antônio:
1 - Moças solteiras, desejosas de casar, em várias regiões do Brasil, colocam uma imagem do santo de cabeça para baixo dentro
de um copo, atrás da porta ou dentro de um poço, ou então, enterram-no em lugar secreto até ao pescoço, na terra. Fazem o pedido e, enquanto não são atendidas, não liberam o pobre Santo Antônio. E elas pedem:
Meu Santo Antônio....
2 - Para arrumar namorado ou marido, basta amarrar uma fita vermelha e outra branca no braço da imagem de Santo Antônio e em
seguida fazer a ele o pedido. Rezar um Pai-Nosso e uma Salve-Rainha; pendurar a imagem de cabeça para baixo sob a cama. Ela
só deverá ser desvirada quando a pessoa alcançar o pedido.
3 - No dia 13, é comum ir à igreja para receber o “pãozinho de Santo Antônio”, que é dado gratuitamente pelos frades e padres.
Em troca, os fiéis costumam deixar ofertas. O pão, que é bento, deve ser deixado junto aos demais mantimentos para que estes
não faltem nunca.
4 - Em Lisboa (Portugal), é tradicional a cerimônia de casamento múltiplo do dia de Santo Antônio, em cuja ocasião chegam a se
casar entre 200 e 300 casais ao mesmo tempo, em uma cerimônia pomposa e cheia de luxo, acompanhada por milhares de pessoas.
FRANÇA
A “Fête de la Saint-Jean” (Festa de São João), assim como no Brasil, é
comemorada no dia 24 de Junho e tem como maior característica a fogueira. Em certos municípios franceses, uma alta fogueira é erigida pelos habitantes em honra a São João Batista. Trata-se de uma festa católica, embora ainda sejam mantidas tradições pagãs que originaram a
festa. Na região de Vosges, a fogueira é chamada de “Chavande”.
POLÔNIA
As tradições juninas da Polônia estão associadas principalmente com as regiões da Pomerânia e da Casúbia, e a festa é comemorada dia 23 de junho, chamada localmente “Noc Swietojanska” (noite de São João). A festa dura todo o dia, começando às oito
horas da manhã do dia 23 e se estendendo até à madrugada do dia 24. De maneira análoga à festa brasileira, uma das características mais marcantes é o uso de fantasias, mas, lá não são homenageados os caipiras mas sim os Piratas. Fogueiras são acesas
pra marcar a celebração. Em algumas das grandes cidades polonesas como Varsóvia ou Cracóvia estas festas fazem parte do
calendário oficial da cidade.
SUÉCIA
As festas juninas da Suécia “Midsommarafton” são as mais famosas do mundo. É considerada a festa nacional sueca por excelência, comemorada ainda mais que o Natal. Ocorre entre os dias 20 e 26 de junho, sendo a sexta-feira o dia mais tradicional. Uma
das características mais tradicionais são as danças em circulo ao redor do “majstangen”, um mastro colocado no centro da praça.
Quando o mastro é erigido, são atiradas flores e folhas. Tanto o majstangen sueco (mastro de maio) como o mastro de São João
brasileiro têm as suas origens no “mastro de maio” dos povos germânicos.
Durante a festa, são cantados vários cânticos tradicionais da época e as pessoas se vestem de maneira rural, tal como no Brasil.
Por acontecer no inicio do verão, são comuns as mesas cheias de alimentos típicos da época, como os morangos e as batatas.
Também são tradicionais as simpatias, sendo a mais famosa a das moças que constroem buquês de sete ou nove flores de espécies diferentes e colocam sob o travesseiro, na esperança de sonhar com o futuro marido. No passado, acreditava-se que as ervas
colhidas durante esta festa seriam altamente poderosas, e a água das fontes, bebida, dariam boa saúde. Também nesta época é
característico decorarem-se as casas com arranjos de folhas e flores, que segundo a tradição, traz boa sorte para os que ali vivem. Durante este feriado, as grandes cidades suecas, como Estocolmo e Gotemburgo tornam-se desertas, pois é comum as pessoas viajarem para suas casas de veraneio e outras para o interior para comemorarem a data.
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119
Parintins, situada no coração da Ilha de Tupinambaranas, mergulhada no Rio Solimões, escondida nos confins da Mata Amazônica, a 420 km de Manaus, somente alcançável por via marítima ou aérea, é um paraíso dentro do paraíso que é a Selva Amazônica.
Seu povo alegre, destemido, até mesmo aventureiro se divide entre duas nações festeiras, a do “boi Garantido” e a do “boi Caprichoso”, a cidade se divide em duas cores, de um lado o vermelho e do outro o azul, cores defendidas por cada um dos blocos.
Estas cores se fazem presentes na pintura das casas, dos postes de energia elétrica, nos orelhões; torcidas leiais chegando ás
vezes ao limite da paixão.
Até a coca-cola teve que desenvolver uma estratégia de marketing para poder vender, sua bebida para a torcida do Caprichoso,
cuja cor é azul.
Esta festa do boi-bumbá, engloba nos dois blocos culturas regionais, alegorias ecológicas, representações e alusões a lendas
nativas, indígenas, a música característica e a dança. Esta rivalidade entre os dois bois remonta ao passado, quando duas famílias maranhenses se instalaram na região. Repentistas e inspirados na tradição maranhense que trouxeram para este paraíso que
escolheram como morada, anualmente se desafiam cada uma com seu bloco, representativo de cada família.
Os temas sempre são ecológicos e de preservação da selva Amazônica e das culturas indígenas. Suas alegorias são montadas no
Bumbódromo naturalmente e de uma forma incrivelmente natural; á medida que o ato (uma verdadeira ópera) vai evoluindo as
alegorias vão-se transformando de uma forma impercebível, desenvolvendo o enredo.
As torcidas, se respeitam. Enquanto um bloco se apresenta a rivalidade
fica do lado. A torcida do boi rival, fica em completo silêncio enquanto o
seu rival se apresenta e a recíproca é verdadeira, sem a necessidade de
apelação.
Povo pacato e ordeiro, respeitador e sobretudo sabe receber seus turistas. Durante todo o período de festa do ano de 2008, ano em que a violência estoura em todas as cidades brasileiras, a Polícia Civil de Parintins prendeu, por se encontrar ébrio, uma única pessoa.
O festival, sempre ocorre nos dias 28, 29 e 30 de junho, independentemente do dia da semana, atraindo para sua cidade mais de 50 mil visitantes, todos os anos.
No “Bumbódromo”, uma espécie de rena, que é o palco da festa, reúne
quase 3 mil integrantes de cada um dos grupos quase centenários, que
disputam a preferência de seus conterrâneos desde 1960, neste mesmo
palco.
E nesses três dias, os bois do Garantido e Caprichoso deixam seus
“currais”, uma espécie de quadra de escolas de samba, para viver um
enredo simples, inspirado na história da morte do boi mais bonito da fazenda, sacrificado pelo personagem “Pai Francisco”, que
pretende roubar-lhe a língua para satisfazer os desejos de gravidez de sua mulher, Mãe Catirina. Perseguido pelo patrão e dono
do animal, Pai Francisco se esconde entre os índios, enquanto o dono da fazenda tenta ressuscitar o boi, o que só acontece com
a ajuda do pajé. Com o boi de volta à vida, Pai Francisco está salvo, e a festa continua.
No espaço projetado para o espetáculo, diante de uma platéia de mais de 30 mil pessoas, são apresentadas ainda outras figuras
do folclore local, tais como o “Gigante Juma”, “A Cobra Grande”, o “Boto” e o “Curupira”. O enredo é trabalhado e desenvolvido
durante meses, para ser levado ao público nos três dias festivos, 28, 29 e 30 de Junho. Cada dia é apresentado um ato da ópera
que são os enredos. Um peça teatral minuciosamente trabalhada, desenvolvida e encenada, com principio meio e fim. Um espetáculo de som, cores e tradições. Ricos em cultura e história, solidamente ligados à preservação ambiental e de costume, os assuntos e os enredos a cada ano apresentados, são inéditos, destacando-se ainda a preocupação com o meio ambiente, onde todos
os materiais usados, são reciclados e reaproveitados no ano seguinte e as penas e plumas ou são artificiais ou então oriundas de
fazendas criatórios de espécies de aves, absolutamente legais e vigiadas pelo Ibama. A preocupação com o povo nativo, os índios e com as nações indígenas é uma luta e uma dedicação constante.
Suas fantasias, alegorias, entram no bumbódromo desmontadas, para que possam passar pelos portões que são estreitos e baixos, sobre os olhares incrédulos da platéia, diante da grandiosidade das peças, algumas chegando a trinta metros de altura, e que
de uma forma inacreditável, dentro do enredo e, compassadamente, vão assumindo sua forma original, diante dos olhos do povo.
Incrivelmente encenado o ato, essa verdadeira opera selvagem vai se desenvolvendo e contando a história de cada boi.
Luzes direcionadas que alternam cores, emprestam um brilho todo especial ao espetáculo; mais de 400 ritmistas dão movimento
ao enredo, acompanhados por mais de uma dezena de “toadas”, sempre acompanhados pela galera do boi que se apresenta. A
participação das “galeras” (torcidas) é vital e conta como pontos, tanto no compartilhamento do enredo, com gritos ou cantando,
como também, da obrigatoriedade do silêncio para a torcida contrária, que não poderá se manifestar e terá que se manter em silêncio durante a apresentação do rival. Se a “galera” se manifesta durante a apresentação da rival, sua equipe perde pontos na
contagem dos jurados.
A história é narrada por um apresentador que vai contando para o público e para os jurados, todo o enredo.
Filipe de Sousa
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Quem percorre o trecho paulista do Valer do Paraíba, eixo que liga as duas maiores
cidades do país, não pode imaginar os aspectos contrastantes que ai se desenvolvem. Ao lado de modernos parques industriais e de importantes centros de pesquisas, subsistem até hoje pequenos grupos de artesãos, que conservam as características de nossa mais arcaica cultura.
Entre esse artesão deve-se destacar os que trabalham o barro, produzem obras de
grande beleza plástica: a cerâmica do Vale do Paraíba. A presença
de grande quantidade de argila nas margens dos rios propiciou o
desenvolvimento na região dessa atividade que liga profundamente
o homem ao barro.
Dá-se preferência à argila encontrada em camadas mais profundas
do solo, porque esta apresenta maior grau de pureza. O material é
depois macetado com o auxilio de uma mão de pilão, até adquirir
uma contextura aveludada, o que favorece a execução de um bom trabalho.
Claudete - Taubaté - SP
No Cale do Paraíba podemos encontrar dois tipos de cerâmica: a utilitária e a figurativa. A primeira, cuja origem
está ligada à prática silvícola de usar o barro para fazer potes, vasos, ânforas e outros utensílios domésticos era encontrada em toda a região. Atualmente, porém, está restrita à cidade de Cunha, núcleo de glorioso passado histórico, onde somente duas paneleiras, como são conhecidas essas artesãs. continuam
em atividade até hoje. São elas D. Benedita Olímpia de Abreu (a Dita Olímpia) e D. Anuncia, ambas conservam a tradição de fazer manualmente peças
de grande beleza e linhas comparáveis ao mais moderno design.
A cerâmica figurativa, porém, ainda é encontrada em muitas cidades do Vale do Paraíba
Paulista. Sua origem está ligada à arte de fazer presépios, que teve como ponto de irradiação o “Convento de Santa Clara” em Taubaté. Foram os franciscanos os primeiros a ensinar a população a trabalhar com o barro, para que as famílias pobres, sem condição de
comprar presépios importados, pudessem fazer em casa as figuras natalinas.
O presépio ainda é o trabalho mais típico da cerâmica figurativa do Vale do Paraíba. Inclui
elementos muito originais, como a raposa que, segundo a lenda, amamentou Jesus, carneirinhos armados com chumaços de algodão e o galinho do céu, peça símbolo do arte- Maria Helena de Oliveira
sanato paulista. Muitos presépios elaborados por figureiros famosos (infelizmente já de- São Bento do Sapucaí-SP
saparecidos) constituem obras de grande valor, conservadas com carinho pelos colecionadores. Dentro desses artistas destacam-se Maria Froes, Mãe da premiada Eugênia da Silva de São José dos Campos; Chico Santeiro, que morava em Aparecida do Norte; e o casal taubateano Benedito e Maria Gomes, que moldava
figuras bojudas e, por desconhecer a anatomia dos camelos, punha os Reis Magos montados em graciosos burricos.
As peças são modeladas com as mãos e secas ao sol, daí decorrendo sua grande fragilidade, único aspecto negativo
dessa cerâmica. Depois de secas, as figuras são pintadas, apresentando um colorido forte e alegre, principal característica do artesanato. A tinta mais usada é a em pó dissolvido em água de cola, mas, recentemente, os artesãos
estão também usando tintas sintéticas e purpurina. Alguns deles, não se acostumam com os pinceis modernos ,
continuam usando penas de galinha ou bastonetes com algodão na ponta à maneira mais antiga. Os figureiros além
do tradicional presépio e de figuras de santos, abordam também aspectos do cotidiano e de nosso folclore, como a
Congada, o Jongo e a Folia do Divino, grupo precatório que antecede a véspera de Pentecostes. Sem dúvida não podemos deixar de admirar sua criatividade, tão notável quanto a singela beleza das peças.
O maior reduto desses artistas concentra-se na Rua Imaculada, em Taubaté, onde podemos encontrar as irmãs Edith, Luísa e Cândida Santos. Cada uma delas tem suas figuras preferidas. Edith é a criadora da belíssima Nossa Senhora das Flores; Cândida especializou-se em ornamentar pavões com luxuosas caudas; enquanto o férrico presépio-chuva, obra-prima de Luisa Santos Vieira, nos transmite a alegria do natal.
Em Taubaté ainda se encontram Idalina da Costa Santos e sua filha Ismênia, que encantam com o São Francisco Ecológico e as figuras de trabalhadeiras que reproduzem profissões e atividades populares.
O conhecimento dessa artesãs foi, geralmente , obtido com seus ancestrais, constituindo a arte verdadeira tradição
familiar. E, os figureiros, geralmente mulheres, exercem essa atividade nas horas vagas, como forma de complementar o orçamento familiar. Nos fins de semana, os próprios artesãos dedicam-se à comercialização das peças, que se
torna mais fácil na época natalina.
As dificuldades com a divulgação do trabalho e com a venda dos objetos, ao lado do problema da obtenção da argila, tem feito com que vários artistas abandonem suas atividades, ao mesmo tempo que não estimulam as novas gerações a se interessarem em aprender essas técnicas. Esses fatos, infelizmente, poderão provocar muito em breve o
desaparecimento desse aspeto tão interessante da cultura popular do Vale do Paraíba. E é preciso enfatizar que o
que esses artistas mais desejam é a oportunidade de poder expor e vender as suas peças, não tanto pelo lucro (que
é pouco e nada compensador) mas sobretudo para ter reconhecido e admirado seu trabalho realizado com amor, alegria e dedicação.
Fonte: Revista Geográfica Universal (Agosto 1991)
Formatação: Filipe de Sousa
OBSERVAÇÕES: Aqui se faz um apelo, a educadores, entidades, Secretarias da Cultura e do Turismo. Vamos viabilizar a continuidade desta arte, desta tradição. Não vamos deixar morrer esta forma de expressão que reflete a arte, na
sua forma mais tradicional, e que retrata a cultura e a história do Vale do Paraíba.
Filipe de Sousa
São Paulo, com cerca de 11 milhões de habitantes, é hoje a maior metrópole da América do Sul. Da
cidade colonial, erguida com barro, cal e areia, restam
apenas algumas edificações.
Tratam-se de relíquias históricas e arquitetônicas que,
sobrevivendo às profundas transformações urbanas,
econômicas e sociais, integram-se ao dia a dia da cidade, como testemunhos vivos do passado.
O “Mosteiro da Luz”, fundado e construído e idealizado
pelo valeparaibano antes frei hoje “Santo António de
Sant’Anna Galvão”(Biografia e historiografia na página
049), em 1774, é um desses exemplos, sendo considerado, atualmente, o mais importante monumento arquitetônico colonial do século XVIII.
Encerrado na última chácara convencional urbana, no
Bairro da Luz, coração da cidade de São Paulo, foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional - IPHAN - em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Ar- quitetônico do
Estado de São Paulo - CONDEPHAAT - em 1979, sendo reconhecido como monumento de interesse e preservação
nacional.
No seu interior, protegido por suas imponentes paredes de taipa, preserva-se o clima de silêncio e meditação, quer seja no
secular recolhimento das irmãs concepcionistas, que ainda hoje dedicam-se à oração e ao trabalho, como nas dependências
do “Museu de Arte Sacra de São Paulo”.
A Igreja da Luz, fundada em 1802, um dos raros exemplos de
planta octogonal do período, compõe o conjunto arquitetônico
do Mosteiro da Luz e acolhe, ainda hoje, com sobriedade, ritos
religiosos.
O “Museu de Arte Sacra” convive harmoniosamente com o
“Mosteiro da Luz”, monumento arquitetônico e museal que o acolhe, compondo o cenário apropriado para a preservação e divulgação de uma das mais eloqüentes representações do imaginário religioso Brasileiro. O Museu de
Arte Sacra foi criado e é mantido graças a um convênio estabelecido com a Mitra Arquidiocesana de São Paulo e o
Governo do Estado de São Paulo. Este significativo conjunto de obras foi composto, desde o inicio do século XX,
a partir de criteriosa e ao mesmo tempo ousada coleta de peças organizada pelo primeiro arcebispo de São Paulo,
Dom Duarte Leopoldo e Silva e ampliou-se progressivamente, graças à política de aquisições estabelecida pelo
Governo do Estado de São Paulo na década de 1970. Detém um conjunto de cerca de 4.000 peças, provenientes
das principais igrejas e das mais recônditas capelas do
Estado de São Paulo e do Brasil, abrangendo o período
que se estende do século XVI chegando até aos nossos
dias.
As coleções compreendem imaginária sacra, prataria e
ourivesaria religiosas, pintura, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas sacras e livros litúrgicos raros. Possui
ainda, em seu acervo, duas vertentes tipológicas: O Museu dos Presépios, com cerca de 190 singulares conjuntos presepistas, oriundos de diferentes países e regiões
do Brasil, produzidos em técnicas diversificadas, numa
trajetória secular que repassa desde o Presépio Napolitano, com 1.500 peças, um dos últimos conjuntos do gênero remanescentes no mundo, até excêntricas configurações natalinas dos nossos dias. Também, se pode apreciar a Coleção de Numismática composta de 9.000 peças, que abrange moedas do período colonial e medalhas pontificas. “ Veja mais conhecendo a “Gazeta Valeparibana” acesse: www.gazetavaleparaibana.com - Cultura”
O “Vale do Paraíba” sempre inspirou almas generosas, sonhadoras. Sua imensidão, sua história, suas serras, sua entranhas,
tocaram fundo e levaram leves penas a tecer em folhas alvas, maravilhas do imaginário de mentes altamente sãs e comprometidas
com o belo.
Neste pequeno espaço, escolhemos algumas poesias que
cantam o nosso Vale do Paraíba, naquilo que ele tem de mais belo,
sua terra, sua gente, sua história e sua religiosidade.
No entanto, o espaço fica aberto para todos aqueles que a ele queiram acrescentar. No “Projeto Educar” da Gazeta Valeparaibana,
decerto muitos outros poetas e escritores irão vir a público nos
presentear com verdadeiras obras primas, vamos aguardar.
Filipe de Sousa
Paisagem do Vale
Lá distante, a Mantiqueira
Um bloco cinza azulado
Na sua altivez - majestosa
Guarda no seio com orgulho
A vida de tantos bravos
Da “Trinta e dois” ingloriosa
Das águas, suave a musica
Do Paraíba lendário
Que batizou a imagem
Da virgem do Santuário
A música desliza calma, tranqüila
Por este vale tão verde,
Tão verde q ual a esperança
Que em nosso peito ainda arde
À noite um turbilhão de estrelas
No azul marinho dos céus
Brilha: são pedras mui belas
Do relicário de Deus
Luar grande, luminoso
Argênteo - raro esplendor
No ar suave perfuma
Perfume, suave flor
Em tudo há sonho esperança
Há esperança e amor.
30 de Agosto de 1951
Helena Lellis de Andrade
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
São José
Dias brancos
mesclados de verde,
árvores e matos.
Bela chuva transparente
deixando no ar
cheiro de terra molhada.
O aroma dos desejos
de uma prenha.
Deliciosa sensação de frio.
Esses dias brancos
de chuva, em São José,
trazem uma maravilhosa
sensação do interior
Sônia Gabriel
E a ponte passou...
O trote do trote,
O boi da carroça,
A roda do carro,
por ali passou...
A escrava apressada,
a estudante prendada,
A moça faceira,
Por ali passou...
Ida e volta ? Volta ou ida ?
Sol-leste sorrindo,
Sol-acaso chorando,
A lua magoada,
Por ali passou...
A força do vento
O canto das águas
Nas asas do tempo
Por ali passou...
E hoje exaurida,
cansada da lida
Nas águas caída
A ponte passou, passou
Ida e volta ? Volta ou ida ?
18 de outubro de 1987
Helena Lellis de Andrade
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
A minha terra natal !
Na minha terra natal
Há montanhas azuladas
E campinas verdejantes
Um rio murmurante
De águas sempre a rolar
Há coqueiros, altaneiros
Sapatinhos e ipês
Há prédios altos, vistosos
Há choupanas de sapé
Há uma cruz no alto do morro
Com capelas para rezar
Lembram passos dolorosos
De Jesus a se imolar
Há no lindo azul do céu
Brancas nuvens a passar
Estrelas brilham, cintilam
Nas noites claras de luar
Há estradas, automóveis
Trens, bondes e oficinas
Há sirenes e buzinas
Há coisas intermináveis
Há carrilhões afinados
Tocando ao meio dia
Rezando as Ave Marias
Chorando para os finados
Não é brilhante nem ouro
Mas vale mais que tesouro
É a imagem milagrosa
Da nossa padroeira
A Senhora Aparecida
do Brasil tão querida
das graças a medianeira
Há carrilhões afinados
Tocando ao meio dia
Rezando as Ave Marias
29 de julho de 1952
Helena Lellis de Andrade
CONTINUAÇÃO
Publique sua obra, fale conosco:
Acesse: www.redevalecomunicacoes.com
Vasculhando a minha terra...
O sopro da verdade.
realidade
de uma vida,
sobre o sopro são
da ingenuidade,
acreditada e vivida.
subjetivando
a possibilidade
do verdadeiro...
Vasculhando a minha terra...
Cavando em minhas entranhas
no fundo da sã consciência,
da verdade,
cultivo cravos e rosas
que idealizei,
sem espinhos.
Acertos, enganos e desacertos.
Caminhos percorridos
a esmo, mas, com consciência
na estrada escolhida.
Na vida
na caminhada,
sofrida.
Cidadão do mundo
imigrante de vil e inserto caminho,
onde o pão por vezes
foi negado,
buscado,
mil e uma vezes,
numa constante de luta
e sobrevivência !
Vasculhando a minha terra...
Vislumbro plantações e arvores fincadas,
orgulhando-me de as ver florir...
Mas bem fundo em minhas entranhas,
estranhas,
ainda me riscam os espinhos
das rosas que plantei,
dos cravos que amei,
de sonhos que não sonhei...
Vasculhando a minha terra...
nas profundezas de minhas entranhas,
vislumbro caminhos percorridos
sofridos, amados
desesperados.
Em saltos grandes e pequenos
busquei entre os menos...
O caminho que achei certo.
Ainda hoje, os pequenos
são o fim de minha luta e de meu saber.
Meu querer
continuar me dando,
Vasculhando a minha terra.
17 de Julho de 2008
Filipe de Sousa