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 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS:
ESTADO ISLÂMICO, UM NOVO DESAFIO PARA A SEGURANÇA
INTERNACIONAL
Elaborado por:
Henrique Santiago
Marina Costa
Nicolas Schiappacasse
Pedro Lacerda
Victor Toscano
Rio de Janeiro
2015
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 1 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS Olá delegados,
A décima segunda edição do Modelo Intercolegial de Relações Internacionais está
próxima e a ansiedade fica cada vez mais forte. O Conselho de Segurança deste ano trás
quatro diretores novatos e um experiente, de terceira viagem para assumirem o martelo.
Além disso, trata de um tema muito atual e fundamental para o futuro da política
internacional.
Após muito trabalho, noites mal dormidas e corrida contra o tempo, nós ficamos
muito felizes em entregar esse guia para os senhores.
Esperamos cinco dias de
discussões muito proveitosas e acaloradas com o bom uso desse instrumento de estudo
para o embasamento do tema. Lembramos que este documento se trata de um guia de
estudos e serve para guiar o início da pesquisa dos senhores. Reiteramos que nós,
diretores, estamos a postos para tirar qualquer dúvida antes, durante e depois do evento.
Gostaríamos de agradecer o secretariado por essa oportunidade, o nosso professor
orientador, Fernando Brancoli, pela ajuda com as fontes de pesquisa e a todos aqueles
que contribuíram para esse evento tão enriquecedor. Por fim, o maior agradecimento vai
para os nossos delegados, que abraçaram essa ideia tão forte quanto a gente. Nós
desejamos muito estudo e empenho dos senhores!
Até Julho!
Henrique Santiago
Marina Costa
Nicholas Schiappacasse
Pedro Lacerda
Victor Toscano
2 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS SUMÁRIO
1. Histórico do Comitê ........................................................................................................... 4 1.1. As Nações Unidas ........................................................................................................ 4 1.2. O Conselho de Segurança ............................................................................................ 5 2.1. Panos de Fundo ........................................................................................................... 7 2.2. O surgimento .............................................................................................................. 7 2.3. Objetivos do grupo ...................................................................................................... 8 2.4. O crescimento ............................................................................................................. 9 3. O Estado Islâmico ............................................................................................................ 10 3.1. Liderança e Organização ............................................................................................ 10 3.2. Arrecadação de fundos ............................................................................................. 11 3.3. Ações cruéis .............................................................................................................. 11 3.4. O Estado Islâmico hoje .............................................................................................. 11 4. Dificuldades no combate ................................................................................................. 12 4.1. Erro do Ocidente ....................................................................................................... 13 4.2. A quantidade de recursos .......................................................................................... 13 4.3. Prioridades e agendas conflitantes ............................................................................ 14 4. Tópicos que uma Resolução deve conter: ........................................................................ 15 5. Posição dos Países ........................................................................................................... 15 6. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 25 7. Anexos ............................................................................................................................. 33 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 3 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 1. Histórico do Comitê
1.1. As Nações Unidas
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, tornou-se clara a necessidade de um
mecanismo eficiente para promover a paz e a cooperação entre os diversos países,
evitando novos conflitos desse porte. Com esse objetivo, é criada, em 1945, a
Organização das Nações Unidas. Além de promover a segurança, ela também contribui
no campo socioeconômico de vários países membros e no desenvolvimento tecnológico
sustentável para o mundo.
Sua criação foi marcada pela assinatura da Carta das Nações Unidas, em São
Francisco, ao fim da Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional.
Inicialmente, 51 países a assinaram. Dentre eles, destacam-se Estados Unidos, Reino
Unido, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (atual Rússia) e China, que
elaboraram a base de propostas para o documento oficial. Na ocasião, a Polônia não
pode estar presente na Conferência e assinou mais tarde a Carta, tornando-se o
quinquagésimo primeiro país fundador. Posteriormente, os demais Estados que não
assinaram a carta entraram a organização e, hoje, a ONU conta com 193 membros.
Vale lembrar que a Organização das Nações Unidas não foi a primeira
instituição
internacional.
Associações
como
a
União
Internacional
de
Telecomunicações, criada em 1865, e a União Postal Internacional, criada em 1874, já
existiam, e se tornaram parte da ONU. Além dessas, havia a Liga das Nações, criada
após a primeira guerra com objetivos semelhantes aos da ONU. A Liga não obteve êxito
em seus objetivos e foi extinta, deixando a ONU como seu legado.
A Carta das Nações Unidas, além de determinar os objetivos da ONU, explica
também o seu funcionamento. Segundo o documento, a instituição é dividida em seis
órgãos. São eles: a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, a Corte Internacional
de Justiça, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela e o Secretariado.
Cada um possui sua área de atuação e seu papel dentro da ONU, mas trabalhando
também em conjunto entre si.
4 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 1.2. O Conselho de Segurança
O Conselho de Segurança das Nações Unidas é o órgão responsável pela
manutenção da paz e garantia da segurança internacional. Sua primeira reunião ocorreu
no dia 17 de Janeiro de 1946, em Londres. No final do mesmo ano, conforme fora
decidido na primeira reunião, o Conselho de Segurança foi realocado para Nova York,
no local conhecido hoje como Sede da Organização das Nações Unidas. Além disso, ele
pode ser convocado em caráter de urgência. Logo, se faz necessária uma representação
permanente de cada país membro das Nações Unidas em sua Sede, em Nova York.
Originalmente, o Conselho de Segurança possuía 11 membros, sendo cinco
permanentes e os demais não. No entanto, após a aprovação de uma emenda no artigo
23 da Carta das Nações Unidas pela Assembleia Geral, o número de países não
permanentes aumentou para 10. Tais membros são eleitos pela própria Assembleia,
baseado na sua importância para a manutenção da paz mundial e na distribuição
geográfica equitativa, conforme o artigo supracitado. Depois de aprovado, o novo
Estado membro terá um mandato de dois anos, não havendo a possibilidade de uma
reeleição imediata. Os membros permanentes são: República Popular da China,
República Francesa, Federação Russa, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do norte
e os Estados Unidos da América. Além disso, é possível a convocação de convidados
se entendido pelo Conselho como pertinente.
O Conselho de Segurança pode agir sempre que surge uma nova ameaça a paz
do sistema internacional, de modo a mantê-la. Para tal, ele deve seguir os capítulos VI e
VII da Carta das Nações Unidas, sobre as soluções pacíficas de controvérsias e ações
relativas a tais ameaças da paz, para tomar as medidas necessárias para a situação.
Todas as decisões devem ser acatadas pelos países membros da ONU envolvidos e por
países não membros que pediram a intervenção. Caso as medidas não sejam cumpridas,
são cabíveis punições por parte do Conselho.
O Conselho de Segurança dispõe de uma série de alternativas para intervir nas
situações. As mais comuns envolvem negociações com mediadores (pessoas, países ou
organizações), criação de comissões que julgar necessárias para determinada situação,
aplicação de sanções econômicas e, em último caso, intervenções para controlar a
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 5 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS situação. As intervenções merecem especial atenção, dada às dificuldades da mesma.
Existem quatro tipos de intervenções cabíveis pela ONU: as de peacekeeping,
peacemaking, peacebuilding e peace-enforcement.
- Ações de peacekeeping têm como função monitorar e garantir que um tratado
de cessar-fogo seja cumprido, evitando a eclosão de novos conflitos.
- Ações de peacemaking visam reestabelecer a paz por vias diplomáticas ou
jurisdicionais, negociando com ambos os lados do conflito.
- Ações de peacebuilding, atuam após o conflito, para ajudar a reconstruir um
ambiente pacífico no local.
- Ações de peace-enforcement devem atuar em situações que o conflito está
estabelecido, às vezes indo contra os dois lados do combate. Sua função é garantir que o
conflito acabe para que as ações anteriormente descritas possam atuar no local.
Vale ressaltar que, para muitos diplomatas, como Boutros-Ghali, diplomata e exSecretário Geral da ONU, o peace-enforcement também é válido para prevenir, num
caráter de embate, que um tratado de cessar fogo não seja violado ou que ele se
reinstale.
A fim de decidir quais medidas tomar frente a uma ameaça a paz, o Conselho de
Segurança possui um sistema de votações específico. Primeiramente, elas devem ser
divididas em dois tipos: votações para questões processuais e para as decisões de fato.
Durante as votações, cada membro terá direito a um voto. Para a aprovação de questões
processuais, é necessário o voto afirmativo de, no mínimo, nove membros do Conselho.
Já para as decisões, além dos nove afirmativos, nenhum dos membros permanentes
pode apresentar voto contrário. Caso isso ocorra, a votação é anulada, em função do
“voto especial” (poder de veto) desses países. Há também a possibilidade de abstenções
durante o processo de votação. Caso algum membro permanente se abstenha, a
resolução não é invalidada.
Além da manutenção da paz, a Carta das Nações Unidas também delega ao
Conselho de Segurança outras funções. São elas: recomendar à entrada de novos
membros na ONU, recomendar a Assembleia Geral a indicação do próximo Secretário
Geral, apresentar a Assembleia Geral relatórios anuais e especiais quando necessário ou
6 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS solicitado, exercer papel de tutela em áreas consideradas estratégicas e eleger os juízes
da Corte Internacional de Justiça.
2. Histórico do Estado Islâmico
2.1. Panos de Fundo
Com a invasão americana ao Iraque em 2003, o país se desestabilizou
politicamente, devido ao governo de Saddan Houssein ter sido tirado do poder. A guerra
ao Iraque se deu de forma muito rápida, tendo seu início em março e seu término em
maio.
Porém, mesmo com o fim da Guerra e já com o governo deposto, as forças de
ocupação não puderam voltar pra casa, já que poucos dias após a queda do governo,
deu-se uma onda de saques e crimes. Após esse momento e pelos próximos anos, houve
uma radicalização dos grupos religiosos devido ao governo instável e, sem legitimidade
por parte dos iraquianos e como forma de luta contra a invasão estrangeira ao país.
Esse foi o caso, por exemplo, do grupo radical sunita Jamaat al-Tawhid walJihad liderado por Abu Musab Al Zarqawi, que ganhou notoriedade após uma série de
ataques suicidas contra mesquitas xiitas, instituições do governo iraquiano e soldados da
coalizão internacional.
Em 2004, o grupo buscou aliança com a rede terrorista Al Qaeda, na época,
liderada por Osama Bin Laden, se transformando na Al Qaeda do Iraque. O grupo tinha
como objetivo o controle do Iraque, e a Al Qaeda em carta aberta à Al Zarqawi sugeriu
as diretrizes para isso. Tais diretrizes foram postas em prática mesmo após o grupo
mudar de nome e se tornar o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, e se mantém até
os dias atuais.
2.2. O surgimento
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante surgiu no Iraque como grupo jihadista
derivado da al Qaeda, fundamentado nos mesmos princípios pan-arabistas do grupo.
Aparece no período da invasão americana ao Iraque em 2003. Eram inicialmente
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 7 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS liderados pelo jordaniano Abu Musab Al Zarqawi, fundamentalista islâmico,
guerrilheiro e por um período de tempo, autoproclamado líder da Al Qaeda do Iraque.
O EI (Estado Islâmico) passou a adotar posturas cada vez mais violentas, se
dedicou a atacar as forças americanas, e aterrorizar o governo Xiita do Iraque, que
chegou ao poder após a queda de Saddam Hussein. Com isso, em fevereiro de 2014, a
Al Qaeda se desvincula completamente do grupo, deixando de atuar no Iraque, uma
decisão considerada inédita para a Al Qaeda.
Porém, como citado pelo jornal The Washington Post em fevereiro de 2014, “o
EI nunca foi dependente da Al Qaeda para resoluções ou direções, então o impacto
tangível dessa decisão pode não ser significante”1. Isso se dá devido ao apoio de
diversos grupos insurgentes e ao patrocínio privado recebido pelo grupo.
2.3. Objetivos do grupo
Inicialmente, o grupo que afirma ter autoridade religiosa sobre todos os
muçulmanos sunitas do mundo, buscava o domínio de uma área restrita do Iraque, a
área de maioria Sunita, e pretendia implementar a lei islâmica, a sharia como única lei.
“Nós convocamos todos os mujahedeen2, estudiosos, anciões tribais
e dignitários a se juntar a seus irmãos na coalizão para implementar a Shariá
de Allah, expulsar os invasores e trazer vitória ao povo oprimido de Allah...
Nós juramos por Allah fazer o máximo para libertar nossos prisioneiros e
livrar os Sunitas da opressão dos rejeicionistas3 e os ocupantes cruzados...”
(Mutayibeen Coalition, outubro de 2006)
O EI também almejava áreas da Síria, assim sendo, quando a guerra civil Síria
eclodiu, o grupo passou a participar do conflito para se aproveitar da instabilidade e
tomar territórios para si. Além de áreas Síria, o EI almeja áreas situadas em diversos
países, como Jordânia, Chipre, Líbano e Turquia.
Nos territórios conquistados, o Estado Islâmico autoproclamou um Califado
islâmico, que é a única forma de governo que tem total apoio da teologia islâmica e é o
1
Tradução livre.
Mujahedeen – Combatente sagrado
3
Rejeicionistas – Muçulmanos xiitas que rejeitam a sucessão do profeta Maomé da forma como os
Sunitas veem.
2
8 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS conceito político central do islamismo sunita. O monarca que comanda o Califado é
chamado de Califa e é visto como um sucessor à autoridade política do profeta islâmico
Maomé. Dentro do Califado, as leis válidas são apenas as leis da Shariá, ou seja, as leis
do direito islâmico que ordenam a vida pública e privada de todos os muçulmanos.
2.4. O crescimento
O crescimento expressivo do grupo se deu com a eclosão da Guerra Civil na
Síria, onde conseguiram armas (roubadas dos exércitos ou recebidas para combater o
governo de Assad), visibilidade, e consequentemente, combatentes. O grupo passou a
fazer ofensivas contra cidades iraquianas antes controladas pelo governo de Bagdá,
quando o Estado Islâmico ainda não era tão grande. Mesmo assim, devido ao
sucateamento do exército Iraquiano, com apenas 800 combatentes, o grupo tomou a
cidade de Mosul, a terceira maior cidade do Iraque em julho de 2014.
Pouco tempo depois, devido a enorme visibilidade que recebeu, o grupo cresceu
em número de combatentes (chegando a estimados 15 mil homens), e houve também
um crescimento econômico (chegando a contar com um orçamento de 2 bilhões de
dólares) proveniente de doadores particulares, sequestros, roubos e saques em áreas
conquistadas (BBC, 2012).
Um fator que deu enorme visibilidade ao EI foi a violência empregada pelo
grupo. Como escrito no texto Estado Islâmico: inimigo ideal e ameaça etérea, publicado
pelo site Mundorama:
“Baseando suas ações em interpretações ortodoxas da lei islâmica, o grupo é
acusado de ter assassinado centenas de civis, empregando, inclusive, métodos
como crucificação e decapitação.” (Brancoli, Fernando. 2014) Além de barbáries, como decapitações, estupros, crucificações, dentre outro
métodos, o grupo se tornou icônico por algumas violações dos direitos humanos, como
por exemplo, o isolamento 40 mil pessoas da minoria yazidi com pouca comida e água.
O grupo ganhou de vez as mídias internacionais com a decapitação de alguns jornalistas
de diversas nacionalidades, ou ainda o piloto jordaniano que foi queimado vivo e teve o
vídeo transmitido para o mundo.
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 9 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS Outro fator muito importante para o crescimento rápido do Estado Islâmico foi a
forma como o grupo se divulga na internet, por meio de “centenas de vídeos e textos
propagando suas ações e conquistas” (Brancoli, Fernando. 2014) através das redes
sociais utilizadas pelo grupo (que posta em inglês para alcançar um maior número de
pessoas).
3. O Estado Islâmico
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante é financiado principalmente pela
venda clandestina de petróleo. Controlam vastas áreas da Síria e Iraque, este último o
segundo maior produtor de petróleo do mundo, e almeja o califado, que é o
reestabelecimento de um regime político islâmico extinto desde 1924, sendo ele regido
pela lei islâmica, a sharia. Sua formação é dada em sua maior parte por sunitas, maior
corrente do Islamismo, entretanto minoria no Iraque. Chuck Hagel, secretário de Defesa
dos Estados Unidos:
“O EI (Estado Islâmico) não é apenas um grupo terrorista, mas um projeto de
Estado com armas sofisticadas, uma ideologia totalitária e recursos
abundantes, obtidos pelo financiamento externo”4
3.1. Liderança e Organização
O EI possui um sistema hierárquico de organização, tendo como chefe ou “califa
de todos os muçulmanos” a figura de Abu Bakr al-Baghdadi, revenerado como um
sucessor do profeta Maomé. Misterioso, acredita-se que tenha aderido à insurreição
após a invasão americana ao Iraque em 2003. Abu tem um grupo de conselheiros com
acesso direto a ele e que o ajudam a decidir questões triviais sobre a organização.
Também tem dois representantes, um responsável pela Síria e o outro pelo Iraque.
Cada um desses representantes tem pelo menos doze líderes regionais que se
reportam a eles, muitos desses líderes regionais oriundos do regime de Saddam Hussein.
Como meios de expandir seu território emprega-se táticas de sitiar cidade e/ou vilarejos
próximos das principais rotas de abastecimento, passagem de fronteiras ou regiões que
apresentem infraestrutura importante.
4
Tradução Livre 10 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 3.2. Arrecadação de fundos
Na venda de petróleo contrabandeado no mercado negro encontram a maior
parcela de sua fonte de renda. Em tais jazidas extraem e processam certa parte do óleo.
Segundo a agência internacional de noticias, Thomsom Reuters, o valor de venda do
petróleo cru no dia 01/05/2015 era de $63,74 no mercado internacional, enquanto o EI
contrabandeava a $40 o barril, principalmente para comerciantes turcos. Tal ação
renderia entre $1 milhão a $2 milhões diários. Realizam atividades adjacentes para
obtenção de recursos como impostos aos cidadãos de cidades conquistadas.
O governo iraquiano denunciou em fevereiro de 2015 que o EI havia contratado
médicos estrangeiros para retirar e depois traficar órgãos humanos, não somente de seus
combatentes mortos, mas também de prisioneiros. O foco seria primariamente rins (que
renderiam cerca de $130.000). Hakim, diplomata iraquiano afirmou “terem sido mortos
ao menos 10 médicos nas ultimas quatro semanas de Fevereiro, diante da recusa de
retirarem os órgãos dos corpos violados”.
3.3. Ações cruéis
Quando sitiam uma cidade, os membros do EI usam da violência para impor sua
doutrina fundamentalista. Por via de sua polícia religiosa ultraconservadora realizam
rondas para aferir se as mulheres estão propriamente vestidas (rostos e cabelo cobertos),
ou se as lojas fecham durante as orações muçulmanas. Pessoas acusadas de
desobediência das leis são executadas ou amputadas em público. Outros atos cruéis
também são praticados: mutilação, estupro, violação dos direitos de homens e mulheres,
destruição de locais religiosos como o Museu Nineva, em Mossul no Iraque, em que
integrantes do EI destruíram esculturas religiosas da época assíria (séculos VIII e VII
a.C.), perseguição de minorias, sequestros, perseguição de lideres religiosos, e
filmagens de decapitações de prisioneiros estrangeiros que são veiculadas na internet
como forma de demonstração de força, como o caso de James Foley.
3.4. O Estado Islâmico hoje
É difícil estimar com precisão o número de combatentes que o Estado Islâmico
tem atualmente, mas o que se sabe é que muitos estrangeiros se alinharam recentemente
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 11 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS ao grupo terrorista de forma voluntária. Os principais estrangeiros provem de países
muçulmanos vizinhos como Tunísia ou Arábia Saudita, mas não somente, uma parte
considerável vem de países europeus. Para recrutar estrangeiros, o grupo armado utiliza
táticas modernas. Emprega-se a tecnologia, especialmente plataformas como
WhatsApp, Facebook, YouTube e Twitter. Jeh Johnson, secretário de Segurança Interna
dos Estados Unidos enfatiza:
“Estamos realmente diante de um novo panorama, fruto do uso das redes
sociais e da internet pelo EI, o que lhe permite que as pessoas cheguem a
nosso e qualquer território”.
Usam uma linguagem atual que os jovens se identificam. Contam com clipes de
alta produção que muitas vezes parecem até cenas de um filme de ação, onde prometem
aos jovens idealistas uma boa vida longe da frustação do mundo ocidental. Uma vida
em que teriam casa, luz e água pagos. Prometem uma espécie de “viagem de aventura”
na qual esses jovens estariam fazendo parte do utópico califado que o EI busca e
estariam ajudando pessoas.
Dentre os jovens, o EI tem uma preferência por jovens mulheres, pois muitas
delas se tornam “esposas” dos terroristas. Em suas táticas de recrutamento está a
construção de uma confiança com o aliciado, criação de um tipo de relacionamento
virtual e após isso, o encontro. Fornecem inclusive dicas de como podem omitir aos pais
uma eminente viagem. Em um documentário chamado Wives of ISIS, os produtores
criaram um perfil falso de uma suposta adolescente conservadora de 15 anos adepta aos
preceitos muçulmanos e a premissa do EI. Em questão de horas foi abordada por um
homem que a explicou a rota necessária para integrar o grupo. E a audácia do recrutador
elevou-se ainda mais ao dar dicas de como não levantar suspeita dos pais, “Você irá
dizer que vai ter uma festa do pijama na casa de sua amiga”.
4. Dificuldades no combate
Na teoria, a união da comunidade internacional para formar uma coalizão de
combate ao Estado Islâmico seria letal para os membros do grupo. Segundo um
relatório divulgado pela CIA em setembro de 2014, o exército do EI é composto por
cerca de 30 mil pessoas e a maioria são novatos em campos de batalha.
12 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS Apesar disso, não é tudo tão simples. Os graus variados de compromisso,
diferenças ideológicas e soluções conflitantes dos países do globo são exemplos de
temas, que dificultam o combate ao grupo. Enquanto isso, o Estado Islâmico conquista
cada vez mais territórios no Oriente Médio.
4.1. Erro do Ocidente
Após a invasão americana ao Iraque, o país passou a ser liderado pelos islâmicos
xiitas. O Iraque passou por anos de fragilidade política, que culminou na queda do
primeiro-ministro Maliki e a dominação da cidade de Mossul pelo Estado Islâmico em
2014. A culpa também foi do governo iraquiano, mas a guerra síria estimulou os sunitas
da fronteira a se manifestarem.
O Estado Islâmico usou a insatisfação da população a seu favor. O discurso
radical islâmico trouxe algum apoio, mas a possibilidade de reviver o nacionalismo
sunita foi o maior responsável por trazer mais correligionários para o grupo terrorista
(PARK, 2014). A promessa seria que eles poderiam se livrar da ditadura de Bashar Al
Assad, dos governos pró-xiita e pró-Irã. Esse país não é bem visto por muitos sírios e
iraquianos, pois afirmam ser uma nação objetivada por mantê-los enfraquecidos.
Para enfrentar os radicalistas sunitas, a comunidade internacional deve buscar
apoio da população. Os ataques poderão servir de argumento para a “tirania” ocidental e
surtir o efeito contrário esperado.
4.2. A quantidade de recursos
Outro atrativo para a população é o sustento dos exércitos garantido pelo Estado
Islâmico. Com investimentos privados dos Estados do golfo, o grupo paga salários para
todos os combatentes e compra armamentos pesados com o dinheiro. Além do dinheiro
mensal, os recrutados recebem moradia e alimentos com valores de até 800 dólares.
Para quem vive imerso a guerras constantes, fazer parte do grupo pode ser a única
solução (Washington Post, 2014).
Ainda assim, não são apenas os árabes que são atraídos pelo dinheiro. Os
franceses da periferia de Paris, maioria ocidental entre os soldados, vão atrás de “uma
vida melhor” combatendo do lado radical islâmico.
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 13 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS Mossul, cidade controlada pelos terroristas, produz cerca de 2 milhões de barris
de petróleo por dia. Além disso, os insurgentes dominam refinarias de gás também
como origem da renda do grupo. Todas elas conquistadas militarmente para financiar a
construção do califado islâmico.
Para piorar, o grupo cortou o fornecimento de petróleo da Turquia e deseja
invadir a área de energia abundante do Curdistão iraquiano. A minoria curda,
despreparada para enfrentar o enorme poderio militar dos jihadistas, se sente intimidada
e clama por ajuda internacional para se proteger.
4.3. Prioridades e agendas conflitantes
Os objetivos e prioridades diferentes das nações impedem uma solução integrada
para a situação no Oriente Médio. O Ocidente se recusa a cooperar com o regime de
Assad, o qual seria o responsável pelo surgimento do Estado Islâmico. Outro exemplo é
o isolamento do Irã para construção de uma coalizão internacional, o que irritou o
governo do país.
Já os Estados Unidos concentram suas forças em formar um novo governo para
o Iraque, sem o apoio da maioria dos Sunitas. A pressão americana garantiu a
participação dos Curdos para reivindicar do governo de Maliki, as soluções para a falta
de energia, questões territoriais e de orçamento. A situação no Iraque piorou e nada foi
resolvido. A corrupção no Iraque só aumentou, atingindo até as Forças Armadas.
Grupos armados curdos (Peshmerga) têm combatido o EI mas, por não serem forças
armadas regulares, são vistos por muitos Estados como terroristas. A Turquia, que
possui problemas históricos com os curdos, é contra a participação desses grupos nos
engajamentos contra o EI. Apesar disso, os curdos têm obtido sucesso em seus
combates à ameaça radical na Síria e no Iraque (Daily Mail, 2015).
Até agora, a resposta militar foi muito confusa. Até hoje, os Estados Ocidentais não
prepararam uma coalização realmente eficiente. Além do veto internacional de fornecer
armas aos curdos, o exército iraquiano está desestruturado e o reforço estrangeiro não
está sendo o suficiente. Até o fim de 2014, os Estados Unidos já haviam feito mais de
160 missões de bombardeio contra o EI, todos eles apenas no norte do Iraque (PARK,
2014). O Estado Islâmico não tem lugar fixo, mas o Ocidente não tem atacado em
nenhum outro local.
14 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 4. Tópicos que uma Resolução deve conter:
•
O Conselho de Segurança deve intervir de facto no conflito?
•
As ações individuais de outros países na região devem continuar?
•
Como deve ocorrer a cooperação do Conselho de Segurança junto aos governos
locais no combate ao EI?
•
Como prevenir a entrada de mais combatentes estrangeiros no país?
•
Como e de que forma os países da região podem atuar de modo a ajudar na
solução do conflito?
•
Quais meios devem ser acionados de modo a evitar mais mortes de civis?
•
Como deve ocorrer o processo de reconstrução da paz após o fim da crise atual,
tendo em vista os conflitos que já ocorriam?
•
De que forma cada nação deve contribuir para combater o Estado Islâmico?
•
Como proteger a minoria Curda do Iraque?
5. Posição dos Países
China
O primeiro ministro chinês, Wang Yi, ofereceu ao Iraque ajuda para combater os
militantes do Estado Islâmico. Apesar de não se unir à coalizão liderada pelos Estados
Unidos, a China estaria disposta a auxiliar com bombardeios aéreos de maneira
unilateral, segundo a agência de notícias RT.
Sendo a maior importadora de petróleo do mundo e a maior investidora externa
na indústria petrolífera iraquiana, a China perderá bilhões de dólares se o ISIS passar a
controlar as regiões com jazidas de petróleo no país. A empresa estatal chinesa China
National Petroleum Corporation já teve que abandonar seus campos de petróleo na
Síria. A região noroeste da China possui uma população muçulmana que o governo
chinês teme que seja influenciada pelo Estado Islâmico. Estimativas recentes apontam
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 15 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS que mais de 300 chineses estariam lutando pelo ISIS, conforme divulgado na reunião do
comitê central do Partido Comunista (Aljazeera, 2015).
Estados Unidos da América
Contrária ao Estado Islâmico, a posição norte-americana de intervenção na Síria
e no Iraque, Estados com maiores focos do ISIS, é pautada em bombardeios,
treinamento e armamento de tropas regulares e, recentemente, oposições sírias
moderadas, em um esforço de desestabilizar tanto o Estado Islâmico quanto o governo
Sírio de Bashar Al-Assad enquanto minimiza a perda de militares norte-americanos. As
tropas terrestres são utilizadas principalmente para a segurança de embaixadas,
consulados e aeroportos. Além disso, suas ações têm envolvido também vigilâncias
aéreas e resgates de reféns, e os Estados Unidos lideram várias operações militares na
região do Levante, incluindo a Operação Inherent Resolve, uma das coalizões militares
de combate aos focos do Estado Islâmico no Oriente Médio. Recentemente houve
ameaças à Casa Branca e ao presidente norte-americano, Barack Obama, por parte de
membros do ISIS (Daily Caller, 2014).
França
A França de François Hollande vem, juntamente com os Estados Unidos da
América, se posicionando de maneira contrária ao Estado Islâmico, e sua presença cada
vez maior em áreas importantes da Síria e do Iraque. O país vem sofrendo com
constantes ameaças do EI e sofreu recentemente com atentados de grupos
fundamentalistas islâmicos, como o caso do atentado ao Jornal Charlie Hebdo, realizado
pela Al Qaeda, no dia 7 de janeiro de 2015.
No início da Guerra Civil da Síria, a França, juntamente com o Reino Unido e os
Estados Unidos, enviou ajuda direta a grupos insurgentes contrários ao regime de
Bashar Al-Assad, à época considerados moderados, e que viriam a se tornar o atual
Estado Islâmico. A República Francesa, assim como os Estados Unidos, é contrária à
intervenção direta com tropas terrestres e tem preferido combater os jihadistas por meio
de bombardeios, utilizando até um porta-aviões de sua frota, segundo o Estadão.
16 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS Reino Unido
O Reino Unido é uma das regiões europeias com mais cidadãos dispostos a se
juntar ao Estado Islâmico, o que tem levado a discussões no Parlamento em relação à
punição devida aos que forem pegos. Além dos que se unem ao ISIS voluntariamente,
há os que são sequestrados e mantidos como reféns. Os britânicos Alan Henning e
David Haines foram capturados e executados por um membro do ISIS com sotaque
britânico que foi apelidado de “Jihadista John”, conforme consta nos vídeos divulgados
pelo grupo. O Estado Islâmico costuma cobrar resgates aos Estados de origem dos
reféns, mas leis britânicas impedem que esses sejam pagos (BBC, 2015). Atualmente o
Reino Unido faz parte da coalizão internacional de combate ao EI liderada pelos
Estados Unidos.
Rússia
A Rússia não participa de nenhuma coalizão de combate ao Estado Islâmico e
não tem enviado ajuda militar ou humanitária para a região, apesar de seu
posicionamento contrário ao terrorismo, sendo esse fator historicamente gerado, já que a
Rússia foi alvo de ataques terroristas diversas vezes. O presidente russo, Vladimir Putin,
acusou durante uma entrevista ao jornal egípcio Al-Ahram os Estados Unidos e seus
aliados ocidentais de serem os culpados pela crise na Síria e diz que os esforços, táticas
e estratégias da coalizão liderada pelos EUA não se equiparam à escala e à natureza dos
militantes.
Além disso, o governo russo de Putin é um forte aliado do governo sírio de
Bashar Al-Assad. Esse fato já levou presidente russo a sérias discussões com o
Conselho de Segurança, pois, apesar da presença de militantes do ISIS na Síria, o
governo local é contra os bombardeios no território, e Putin reforça a decisão de seu
aliado.
O grupo terrorista pode ser também uma ameaça a Moscou. Segundo a rede
americana de notícias, a NBC, há, na organização, muçulmanos provenientes da região
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 17 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS russa do Cáucaso Norte que têm engajado em sua própria insurgência nessa região
montanhosa.
Angola
Angola é um país da África que possui uma minoria muçulmana inexpressiva.
Em 2013 o país foi acusado de banir o Islamismo de seu território, fechando várias
mesquitas, fato que foi negado pelo governo. Recentemente, o representante permanente
de Angola na ONU, Ismael Martins, advogou, em entrevista para o portal de notícias do
governo angolano, contra a violência perpetrada contra crianças, citando organizações
terroristas como Boko Haram e o Estado Islâmico.
Chade
Chade, junto do Níger, tem feitos ataques tanto aéreos quanto terrestres na
Nigéria em combate ao Boko Haram, um dia após a organização terrorista nigeriana ter
jurado lealdade formalmente ao Estado Islâmico. O exército de Chade é bem treinado e
tem experiência em abater extremistas ligados à Al-Qaeda (Malay Mail, 2015).
O Ministro de Relações Exteriores do Chade, Moussa Faki Mahamat, disse que
o terrorismo internacional deve ser derrotado, incluindo o ISIS. Disse também ser
importante lidar com as causas desse terrorismo, incluindo a situação na Síria, iniciada
com a crise, e a marginalização de populações no Iraque (United Nations, 2014).
Chile
Durante as invasões norte-americanas ao Iraque em 2003, ditas como parte das
causas de criação do Estado Islâmico, o Chile, ao contrário da maioria dos Estados
latino-americanos, se opôs à resolução das Nações Unidas que autorizava o uso da força
no Iraque, condenando ativamente a guerra. Em 2014, após uma reunião do Conselho de
Segurança, o representante do Chile, Edgardo Riveros, reiteirou a importância da
cooperação mundial e da atuação do Conselho na região. Além disso, ele também
demonstrou apoio ao novo governo do presidente Fuad Masum e do primeiro ministro
18 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS Haider al-Abadi, pois, para ele, também será necessária a presença de um governo
legítimo e forte na região.
Espanha
A Espanha, como muitos países europeus, enfrenta dificuldades com cidadãos
tentando se juntar ao Estado Islâmico e outros com a intenção de recrutar mais pessoas
para o ISIS. O representante da Espanha no Conselho de Segurança José Manuel
García-Margallo garantiu, após uma reunião do Conselho, o apoio logístico espanhol ao
país e reiterou a importância de seguir a Carta das Nações Unidas nas ações contra o EI.
Atualmente, auxilia no treino de tropas iranianas e ajuda a Turquia a vigiar suas
fronteiras, por ambos serem membros da OTAN (El País, 2015).
Jordânia
A Jordânia, país de maioria muçulmana, de acordo com seu Ministro de
Relações Exteriores, está em um trabalho de contensão do extremismo e do terrorismo,
focando nas fontes de financiamento do Estado Islâmico. Forças aéreas jordanianas têm
participado nas operações de bombardeio aos focos do ISIS no Iraque e na Síria,
fazendo parte da coalizão liderada pelos norte-americanos, além de auxiliar fornecendo
inteligência. Em retaliações ao apoio jordaniano, o Estado Islâmico queimou vivo um
piloto do país que estava nas missões da coalizão. Após o episódio, o governo afirmou
que haveria vingança.
Recentemente, segundo o Washington Post, em uma reunião organizada pelo
Ministério de Assuntos Islâmicos da Jordânia, os clérigos do país foram instruídos a
pregar um Islão pacífico e moderado, num esforço contrário ao discurso agressivo do
ISIS.
Lituânia
A Lituânia foi incluída na lista do Departamento de Estado norte-americano
como um Estado que fez contribuições ou se comprometeu em auxiliar nos esforços
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 19 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS anti-ISIS, apesar de não esclarecer o que foi feito. O país prometeu enviar ajuda
humanitária e oferecer treinamento às tropas Iraquianas, além de apoiar o novo primeiro
ministro iraquiano Haider al-Abadi (Foreign Policy, 2014).
Malásia
O Estado Islâmico é visto como uma organização terrorista pelas autoridades da
Malásia, que é um país de maioria muçulmana sunita. O país procura prevenir que seus
cidadãos se juntem ao EI. De acordo com a agência de notícias local, houve um ataque
terrorista no qual 25 policiais iraquianos morreram, com suspeitas de o homem bomba
ser malaio. Alguns meses depois, o governo prendeu3 indivíduos por suspeita de
ligações com o ISIS.
Nigéria
O Estado nigeriano tem sofrido pela presença de grupos terroristas em seu
território há algum tempo. A presença mais eminente é a do grupo Boko Haram, que
recentemente jurou lealdade ao Estado Islâmico, o que gerou um ataque à região
dominada pela organização terrorista por tropas de Chade e do Níger, além da visita de
representantes norte-americanos para averiguar a situação e proteger a embaixada norteamericana. Essa situação mostra o alcance estendido do EI para além da Síria e do
Iraque.
Nova Zelândia
O governo neozelandês enviou ao Iraque um milhão de dólares em ajuda
humanitária no início do conflito (Foreign Policy, 2014). Apesar de ter enviado tropas
para averiguar a situação e verificar a melhor maneira de auxiliar no problema, o
primeiro ministro, John Key, disse que não enviará tropas porque o risco às vidas
neozelandesas aumentou e, em vez de engajar o país em combate, aumentou a vigilância
aos cidadãos para inibir e evitar que tentem se unir ao Estado Islâmico. Além disso, o
20 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS país lançou um projeto de lei dando poderes ao Departamento de Segurança para
suspender passaportes de locais por razões de segurança (Ibid).
Venezuela
A Venezuela tem sido há muito tempo uma antagonista dos EUA e seus
interesses. Assim como muitos Estados latino-americanos, a Venezuela não possui
relações robustas com Estados médio-orientais, e, como não há uma ameaça direta do
Estado Islâmico ao seu território, não se vê impelida a participar das ações de contenção
e repressão do grupo terrorista, segundo o Centro para Estudos Estratégicos e
Internacionais.
Iraque*
O governo iraquiano está comprometido em enfrentar o terrorismo como um mal
que deve ser eliminado e, então, acabar com a necessidade de apoio militar de outros
Estados, como reiterado pelo Ministro de Relações Exteriores iraquiano, Ibrahim AlJaafari. Apesar de dificuldades, o novo governo eleito tem cooperado com esforços
humanitários para seus cidadãos e formou um regime unificador – ou seja, que pretende
diminuir as diferenças e formar um senso de união na população – enquanto toma as
medidas necessárias para combater o terrorismo. Mesmo sendo uma luta de
responsabilidade primariamente iraquiana, o Estado tem aceitado auxílio aéreo, terrestre
e humanitário da coalizão liderada pelos Estados Unidos e de Estados independentes
(United Nations, 2014).
Síria*
A Síria, junto do Iraque, é uma das maiores afetadas pelo Estado Islâmico e o
lugar onde a organização se iniciou. O governo de Bashar al-Assad tem reforçado com
frequência que o combate ao ISIS em seu território deve se basear na Carta das Nações
Unidas e nas leis internacionais, respeitando a soberania síria. A Rússia, atualmente sua
maior aliada, argumenta que a coalizão internacional liderada pelos EUA precisam
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 21 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS passar pela autorização do governo sírio de Bashar Al-Assad. O argumento é apoiado
pelo representante permanente da Síria na ONU, Bashar Ja’afari, que diz que os
esforços de combate ao terrorismo têm de ser feitos em coordenação com o governo
sírio. Bashar Al-Assad criticou as ações da coalizão internacional anti-EI, afirmando
que não parece que seus esforços são para destruí-lo completamente, mas sim para reter
as forças terroristas como uma maneira de manter a influência ocidental nos países
afetados (RT News, 2015).
Turquia*
A Turquia tem auxiliado nos esforços de retenção do Estado Islâmico com
ajudas humanitárias que somam mais de 300 milhões de dólares tanto para a Síria
quanto para o Iraque e tem abrigado por volta de 1.9 milhão de refugiados sírios. O
presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que daria ajuda à região, podendo ser
militar ou logística. A Turquia também autorizou que outros Estados usassem seu
território como base para lançar operações contra o EI e permitiu que combatentes
curdos iraquianos passassem pelo seu território. O governo turco, no entanto, não
aprova o envio de armas dos americanos aos combatentes curdos próximos de Kobani
(FP, 2014).
Liga dos Estados Árabes*
Dos 22 membros da Liga dos Estados Árabes, dez (Bahrain, Egito, Iraque,
Jordânia, Kuait, Líbano, Omã, Qatar, Arábia Saudita, e os Emirados Árabes Unidos)
ofereceram sua ajuda aos esforços de contenção e repressão do Estado Islâmico e
uniram-se à coalizão liderada pelos EUA. Apesar de suas intenções e de estarem unidos
em condenar o grupo extremista, esses Estados diferem em relação à estratégia e suas
motivações e interesses conflitantes impedem que se forme uma frente unificada mesmo
todos fazendo parte do mesmo fórum internacional. A Liga Árabe, que chegou a ser
considerado um forte aliado na luta contra o EI quando se uniram à coalizão
internacional anti-EI, parecem cada vez mais irrelevantes na crise regional
(International Business Times, 2015).
22 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS Humans Rights Watch*
A Humans Rights Watch tem se esforçado em evitar que aconteçam violações
aos direitos humanos tanto nas regiões afetadas pelo Estado Islâmico, notadamente Síria
e Iraque, tanto pelos extremistas, quanto pelos soldados das tropas anti-EI, assim como
nas regiões que tem recebido refugiados que fogem dos conflitos, principalmente
Turquia, Líbano, Jordânia e Iraque, que juntos abrigam mais de três milhões de
refugiados Sírios. A HRW tem argumentado que a luta contra o EI tem falhado por só
focar no militar e não considerar as divisões sociais no Iraque, que se encontram tanto
na sociedade, quanto em seu exército, dividido em milícias sectárias comandadas por
sunitas – as forças armadas são divididas em facções, cada uma formada por grupos
étnicos minoritários. Além disso, tem exposto as más condições impostas aos refugiados
e mostra ao mundo o que têm passado os reféns do EI, principalmente as minorias e
adeptos a outras religiões ou outros ramos do islamismo.
* = Delegações Convidadas
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 23 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 24 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 6. Referências Bibliográficas
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32 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 7. Anexos
7.1. Anexo1: Mapa geopolítico do Oriente Médio:
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 33 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 7.2. Anexo 2: Mapa: ataques aéreos realizados pelos E.U.A. contra o ISIS (até 8 de
agosto de 2014)
34 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 7.3. Anexo 3: Mapa do petróleo na região da Síria e do Iraque (até agosto de 2014)
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 35 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 7.4. Anexo 4: Atividade do Estado Islâmico na região (até agosto de 2014)
36 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 7.5. Anexo 5: Mapa de refugiados dos conflitos do local (até setembro de 2014)
XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 37 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 7.6. Anexo 6: Gráfico de combatentes estrangeiros no EI
7.7. Anexo 7: Estatística do número de mortos do ISIS em novembro de 2014
38 XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS XII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS 39 

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