Classificaçâo Vulvoscopica PORTUGUEZ

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Classificaçâo Vulvoscopica PORTUGUEZ
CLASSIFICAÇÃO DAS IMAGENS VULVOSCÓPICAS
PARA O DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Dra Teresita Audisio, Dr Jorge Zarazaga, Dr Osvaldo Vainer.
I. IMAGENS NORMAIS
A. Pele normal.
B. Mucosa lisa.
C. Mucosa ondulada.
D. Hiperplasia papilar.
E. Pele e mucosa atrófica.
II. IMAGENS INDICATIVAS DE PATOLOGIA INFECCIOSA
NÃO VIRAL.
A. Placas acetobrancas elevadas na pele.
B. Mucosa acetobranca sem relevo.
C. Pontilhado branco-amarelado elevado na pele.
D. Lesões vermelhas compatíveis com:
1. Candida Sp.
2. Dermatófitos: Eczema de Hebra.
3. Tinha versicolor.
4. Eritrasma.
5. Sífilis secundaria.
6. Erisipela.
E. Lesões vermelhas e brancas.
F. Fissuras.
G. Erosões.
H. Úlceras compatíveis com:
1. Cancro mole.
2. Tuberculose.
3. Linfogranuloma venéreo.
4. Sífilis terciária.
5. Granuloma inguinal.
I. Tumores compatíveis com:
1. Infecção de glândulas sudoríparas ou sebáceas.
2. Bartolinite.
J. Outras.
III. IMAGENS INDICATIVAS DE PATOLOGIA
INFECCIOSA
NÃO DEFINIDA.
A. Mucosa abaulada.
B. Pontilhado branco em fundo róseo.
C. Pontilhado vermelho em fundo róseo.
D. Outras
IV. IMAGENS INDICATIVAS DE PATOLOGIA
INFECCIOSA VIRAL.
A. Mucosa acetobranca com relevo.
B. Hiperplasia papilar florida.
C. Lesões exofíticas compatíveis com:
1. Condiloma espiculado.
2. Condiloma acuminado.
3. Condiloma papilar.
4. Condiloma gigante - Carcinoma verrucoso - Carcinoma
condilomatoso.
D. Espículas.
E. Vesículas e Úlceras.
1. Vesículas.
2. Ulceras.
F. Tumor pequeno umbilicado.
G. Outras.
V. IMAGENS INDICATIVAS DE PATOLOGIA NÃO
INFECCIOSA.
A. Lesões brancas compatíveis com:
1. VIN.
2. Hiperplasia de células escamosas ou VIN.
3. Líquen escleroso.
4. Líquen plano.
B. Base. Mosaico.
C. Lesões vermelhas compatíveis com:
1. Dermatite seborréica.
2. Dermatite de contato.
3. Psoríase.
4. Líquen plano.
5. VIN.
D. Lesões Complexas (vermelhas e brancas).
E. Lesões pigmentadas compatíveis com:
1. Lentigo.
2. Nevus.
3. Melanoma.
4. VIN
5. Acantose nigricans.
6. Patologia sistêmica.
7. Lesões pós-inflamatórias.
8. Queratose seborréica.
9. Histiocitoma.
F. Lesões despigmentadas compatíveis com:
1. Vitiligo.
2. Albinismo.
3. Lesões pós-inflamatórias.
G. Bolhas.
H. Úlceras compatíveis com:
1. Doença de Behcet ou Complexo aftósico.
2. Doença de Crohn.
3. Carcinoma.
I. Tumores compatíveis com:
1. Formações em grandes lábios e prega genitocrural:
a. patologia anexos pele - b. Angiomas - c. Papiloma - d.
Neurofibroma e. Endometrioma - f. Nevus - g. Queratose
seborréica - h. Cisto seroso i. Fibroma - j. Lipoma - k. Mioma l. Mama aberrante - m. Glândula de Bartholin. Benigno Maligno.
2. Formações em pequenos lábios e sulco interlabial:
a. patologia anexos pele - b. Angiomas - c. Papiloma - d.
Neurofibroma - e. Endometrioma - f. Nevus. Benigno Maligno.
3. Formações no vestíbulo:
a. Cisto mucoso –b.Cisto mesonéfrico –c.Glândula de Bartholin
- d. Glândula de Skene - e. Glândulas vestibulares menores - f.
Nevus - g. Carúncula - h. Adenose. Benigno - Maligno.
4. Formações em qualquer localização no epitélio da pele e
mucosa: Carcinoma.
J. Outros.
DESCRIÇÃO DAS IMAGENS VULVOSCÓPICAS COM
ORIENTAÇÃO DIAGNÓSTICA.
I IMAGENS NORMAIS
A. PELE NORMAL: O revestimento cutâneo se apresenta com
superfície lisa, ligeiramente pigmentada, coberta de pelos e com
anexos discretamente visíveis em alguns casos.
B. MUCOSA LISA: Área correspondente à face interna dos
pequenos lábios e vestíbulo. À observação direta se apresenta
com superfície lisa e de cor rósea marcado. Depois da aplicação
de ácido acético a 4% a mucosa se torna mais pálida podendo
delimitar na metade externa dos pequenos lábios uma zona de
leve cornificação. Durante a gravidez ou contracepção
hormonal, podem aparecer pontos brancos pequenos e múltiplos
de relevo papilar. Á aplicação do Lugol se observa lugol positivo
no vestíbulo e 1/2 interna dos pequenos lábios e lugol débil na
1/2 externa..
C. MUCOSA ONDULADA: A mucosa da face interna dos
pequenos lábios e vestíbulo se mostra mamelonada. Ao se
efetuar tração sobre a mesma, estes sulcos e depressões
desaparecem, o que a diferencia da mucosa abaulada. A prova
do Lugol é similar a mucosa lisa..
D. HIPERPLASIA PAPILAR: Observa-se elevações
digitiformes amolecidas de diferentes longitudes (papilas),
localizadas no intróito e na face interna dos pequenos lábios, e
quando são menores se assemelham à mucosa abaulada porem
a captação do Lugol das papilas é positiva quando estão
localizadas no vestíbulo e 1/2 interna de face mais interna dos
pequenos lábios e Lugol fraco se estão na 1/2 externa..
E. PELE E MUCOSA ATRÓFICA: Na pele e mucosa aparecem
mudanças significativas na pigmentação com aparência de
discromía. A mucosa se torna pálida e mais branca ao aplicar-se
ac. acético.
II IMÁGENES INDICATIVAS DE PATOLOGÍA
INFECCIOSA NÃO VIRAL
A. PLACAS ACETOBRANCAS ELEVADAS NA PELE:
Imagens que aparecem um ou dois minutos depois da aplicação
do ácido acético. Observam-se placas arredondadas múltiplas de
limites precisos, superfície lisa, às vezes com pequenos
pontilhados, distribuídos principalmente na face externa de
grandes lábios e região perineal. A suspeita diagnóstica é
infecção por Cándida sp já que está presente no exsudado
vaginal (95% dos casos). As placas não contem fungos. O estudo
histopatológico revela hiperplasia, acantose, hiperqueratose.
B. MUCOSA ACETOBRANCA SEM RELEVO: Ao aplicar-se
o ácido acético evidenciam-se zonas de coração esbranquiçada,
na face interna dos pequenos lábios. Seus limites podem ser
precisos, simétricos ou assimétricos apresentando-se em placas
ou dispersos em toda mucosa. O Lugol é negativo nas zonas
acetobrancas. A suspeita diagnóstica é infecção por Gardnerella
vaginalis ou Candida sp; podendo estes organismos ser
encontrados no exsudado vaginal. O estudo histológico revela
predominantemente hiperplasia e excepcionalmente sinais de
lesão viral.
C. PONTILHADO BRANCO-AMARELADO ELEVADO NA
PELE: imagens vistas com ou sem ácido acético, como um
discreto granulado, de cor branca-amarelada situadas na face
interna dos grandes lábios. A suspeita diagnóstica é infecção
por estafilococos em glândulas sebáceas.
D. LESÕES VERMELHAS.
1: Uma infecção por Candida poderá ser suspeitada na
presença de lesões eritematosas difusas com fino
desprendimento escamoso ma pele e semimucosa da vulva
acompanhada de secreções branca brancoalgodonosas.
2: Epidermomicose denominada Dermatofítides de Hebra se
apresenta como lesão única vermelha, plana que cobre áreas
vulvares e zonas limítrofes as pregas genitocrulares e face
interna do músculo com borda externa marcada.
3: Tinha versicolor se suspeita na presença de lesões vermelhas,
tênues, circunscritas , múltiplas,de bordos bem delimitados
localizadas em qualquer parte da zona vulvar assim como
também no tórax e região interescapular.
4: Eritrasma produzido pelo Corynebacterium minutisimun é
o diagnóstico provável frente às lesões vermelhas, planas
localizadas nas pregas respeitando a área vulvar.
5: Sífilis secundária é o diagnóstico de suspeita frente às lesões
papulosas, vermelhas ou róseas, arredondadas bem delimitadas,
úmidas, às vezes com erosões localizadas na parte externa da
vulva, períneo e ânus.
6: Erisipela causada pelo Estreptococo B Hemolítico do grupo
A apresenta-se como uma lesão em placa localizada na região
perivulvar de cor vermelho vivo, infiltrada, limitada por um
rebordo saliente que ao evoluir a patologia se cobre de vesículas
e úlceras.
E. LESÕES VERMELHAS E BRANCAS. São placas difusas
alternando com áreas vermelhas onde se agrega um exudado
esbranquiçado e escoriações (prurido) localizadas na pele e
mucosa. Ao se colocar ácido acético as zonas vermelhas da
mucosas se tornam esbranquiçadas. A suspeita diagnóstica é
infecção por Cándida sp (se impõem tratamento e repetição da
vulvoscopia)..
F. FISSURAS. São lesões que alteram a integridade do epitélio
de forma linear localizadas em geral no intróito vulvar e sulco
interlabial, em alguns casos só se tornam visíveis após a
aplicação do ácido acético, apresentando bordas acetobrancas.
Nestes casos a suspeita diagnóstica é infecção por Cándida sp.
G. EROSÕES: Ulceração superficial única algumas vezes
múltiplas de fundo duro e indolor localizada na região cutâneomucosa que se encontra sobre uma zona edemaciada e
acompanhada de micropoliadenopatía Inguinal dura e indolor.
A sífilis primária é o diagnóstico mais provável.
H. ULCERAS.
1: O cancro mole causado pelo Bacilo Ducrey se apresenta
como uma úlcera aguda única arredondada não infiltrada de
fundo granuloso e bordas desprendidas.
2: Uma úlcera única de fundo cinza leva a suspeita de
Tuberculose
3: Linfogranuloma venéreo. (Doenças de NICOLAS-FAVRE)
Se suspeita frente à presença de úlceras e fístulas
acompanhadas de edema intenso e múltiplas adenopatias..
4: Uma úlcera única crônica secundária ao tumor orienta para
o diagnóstico de Sífilis terciária.
5: Granuloma inguinal.(Donovanose) se apresenta como uma
úlcera não dolorosa com bordas evertidas de superfície limpa
sobre uma lesão vegetante.
I. TUMORES.
1. Pequenos tumores dolorosos localizados na face externa, dos
grandes lábios deveriam geralmente suspeitar de uma infecção
de glândulas sebáceas ou sudoríparas com obstrução do
conduto excretor.
2. Uma tumoração do 1/3 inferior da face interna dos grandes
lábios acompanhada de vermelhidão e dor geralmente indica
um diagnóstico de Bartolinite (Pseudo-abcesso ou abscesso
verdadeiro do conduto e corpo da Glândula de Bartholin).
J. OUTRAS.
III IMAGENS INDICATIVAS DE PATOLOGIA
INFECCIOSA NÃO DEFINIDA.
Estas imagens podem ser causadas por múltiplos agentes
microbianos a nível vaginal ou HPV a nível vulvar. Podem
produzir uma reação inflamatória e de aparência similar se bem
que elas podem ser diagnosticadas como entidades diferentes. A
conduta inicial é tratar o agente microbiano identificado e
frente à persistência da imagem esta deverá ser biopsiada.
A. MUCOSA ABAULADA: Formações arredondadas elevadas e
agrupadas com ou sem vasos localizadas no intróito e na face
interna dos pequenos lábios. A prova de Lugol se mostra
negativa nos extremos de tais formações. O diagnóstico de
suspeita é infecção vaginal por Gardnerella vaginalis (em nossa
amostra 38% dos casos), Candida sp (40%) ou HPV em epitélio
vulvar (22%).
B. PONTILHADO BRANCO EM FUNDO RÓSEO Múltiplos
pontos brancos pequenos aparecem sobre a mucosa depois de
aplicar o ácido acético. Localizam-se difusamente na face
interna dos pequenos lábios. Ao aplicar-se o Lugol os pontos
são iodo negativos. A suspeita é infecção por Cándida sp (90%)
infecção vulvar por HPV (10%).
C. PONTILHADO VERMELHO EM FUNDO RÓSEO.
Múltiplos pontos avermelhados pequenos aparecem sobre a
mucosa, depois da aplicação do ácido acético. Estendem-se
difusamente no intróito e face interna dos pequenos lábios. Ao
aplicar-se Lugol os pontos são Iodo negativos. O diagnóstico de
suspeita será infecção vaginal por Candida sp (40%),
Trichomonas vaginalis (28%), Gardnerella vaginalis (16%).
HPV em epitélio vulvar (16%).
D. OUTRAS.
IV IMAGENS INDICATIVAS DE PATOLOGIA
INFECCIOSA VIRAL.
A. MUCOSA ACETOBRANCA COM RELEVO Após a
aplicação de ácido acético estas placas elevadas aparecem de
preferência no segmento interno da face interna dos pequenos
lábios podem ser circunscritas ou estender-se difusamente sobre
a mucosa e são Iodo negativo; o diagnóstico mas provável é
HPV.
B. HIPERPLASIA PAPILAR FLORIDA: São elevações
digitifornas, abundantes que se apresentam de diferentes
longitudes (papilas), localizadas no intróito e na face interna
dos pequenos lábios. Ao aplicar-se lugol os extremos dessas
papilas são Iodo negativo ou irregulares, o qual permite
diferenciar esta imagem da papila da hiperplasia papilar
fisiológica. Um processo viral por HPV é provável..
C. LESÕES EXOFÍTICAS.
1: Condiloma espiculado esta imagem se apresenta como placas
com espículas que se tornam esbranquiçadas depois da
aplicação do ácido acético localizadas preferencialmente na face
interna dos pequenos lábios e intróito. Podem ser únicas ou
múltiplas e são Iodo negativas.
2: Condiloma acuminado são como excrescências
esbranquiçadas pseudopolipóides ou em crista de galo, às vezes
vascularizadas, e afetam especialmente o intróito, região
perineal e grandes lábios. Elas são mais bem visualizadas com a
aplicação do ácido acético.
3: Condiloma papilar são excrescências papilares róseas,
amolecidas, em cacho, mais visíveis após ácido acético de
localização preferencial em mucosas.
4. Condiloma gigante - Carcinoma verrucoso - Carcinoma
Condilomatoso é uma tumoração grande que ocupa parcial ou
totalmente a vulva geralmente de cor branca nacarada e
superfície irregular.
D. ESPÍCULAS. São formações minúsculas dispersas
alternando com mucosa normal, e se tornam esbranquiçadas
com a aplicação do ácido acético. Observam-se de preferência
no intróito vulvovaginal. A diferenciação com hipertrofia de
papilas se consegue ao aplicar-se Lugol, já que estas últimas
são iodo positivo e as espículas são iodo negativas. Suspeita-se
então de infecção por HPV.
E. VESICULAS E ULCERAS.
1. Infecção por Herpes simples pode manifestar-se como
vesículas agrupadas sobre um fundo edemaciado e eritematoso,
de conteúdo transparente, que ao evoluir a patologia se
esvanecem (24-48hs).
2 . Infecção por Herpes simples também pode manifestar-se
como úlceras múltiplas de bordas bem definidas acompanhadas
de ardor, às vezes em forma de fissuras, localizadas em mucosa
e pele.
F. TUMOR PEQUENO UMBILICADO: É uma neoformação
única ou múltipla, arredondadas que algumas vezes de
conteúdo aquoso. Fazem relevo sobre a superfície dos grandes
lábios, podendo observar-se algumas vezes em regiões
próximas. A suspeita diagnóstica é de molusco contagioso por
Poxvirus.
G. OUTRAS.
V. IMÁGENS INDICATIVAS DE PATOLOGIA NÃO
INFECCIOSA.
Algumas lesões podem estar acompanhadas por patologia viral.
A. LESÕES BRANCAS. As imagens brancas vista sem a
aplicação do ácido acético; podem ser causadas por diversas
patologias.
1: As lesões de VIN são circunscritas e brancas localizadas de
preferência nos 2/3 posteriores da mucosa da vulva ou em áreas
pilosas, são de branco denso com elevações.
2: Hiperplasia de células escamosos ou VIN, podem
apresentar-se como lesões difusas e com epitélio espessado com
coloração branca densa.
3: Líquen escleroso, é caracterizado por lesões brancas extensas
e irregulares localizadas na pele e mucosa, às vezes se
acompanham de edema, pápulas liquenóides e epitélio
adelgaçado.
4: Líquen plano, podem apresentar-se como lesões brancas
circunscritas em forma de máculas ou retículos sobre zonas
mucosas ou cutâneas.
B. BASE - MOSAICO. Uma imagem branca com padrão
vascular localizada em áreas de pele e mucosas. Podem
indicar a presença de VIN.
C. LESÕES VERMELHAS.
1: Dermatite seborréica pode apresentar-se como eritema
eczematóide, finamente escamoso geralmente difuso, bilateral,
localizado sobre a face externa dos grandes lábios.
2: Dermatite de contato, (por reação alérgica ou irritante)
podem ser reconhecidas como lesões vermelhas, difusas, planas
que se apresentam na face externa dos grandes lábios, às vezes
com vesículas, propagando-se até as pregas inguinocrurales.
3: Psoríase se apresenta como placas papulosas de cor
vermelha, muito descamativas coincidindo com alterações de
fundo esbranquiçado que comprometem habitualmente a zona
pilosa.
4: Líquen plano é uma placa eritematosa às vezes erosiva,
localizada no vestíbulo e às vezes acompanhadas de pápulas
violáceas ou pigmentadas, coexistem com lesões ao nível de
outras áreas cutâneas ou mucosas (boca-tronco-extremidades).
5: VIN se mostra como máculas vermelhas ou róseas
localizadas especialmente em áreas mucosas.
D: LESÕES COMPLEXAS (vermelhas e brancas) Imagem
vermelha e branca em placa eczematosa difusa e
comprometendo fundamentalmente área cutânea.
SUSPEITA: Doença de Paget.
E. LESÕES PIGMENTADAS A pigmentação de melanina na
face externa dos pequenos e dos grandes lábios se acentuam
durante a gravidez e se modificam com a idade. Pode ser
encontrada uma zona de maior pigmentação na cicatriz de
episiotomia.
1: Lentigo é uma mancha única ou múltipla de superfície plana
na mucosa ou pele de cor marrom claro a intermediário.
2: Nevus é uma lesão geralmente única, isolada, ligeiramente
proeminente excepcionalmente grande localizada sobre a zona
cutânea ou mucosa.
3: Melanomas são lesões circunscritas ou difusas, sobrelevadas
de cor marrom escura com tendência a negra, localizadas
preferencialmente na proximidade da fúrcula vulvar, clitóris e
pequenos lábios.
4: VIN, máculas únicas ou múltiplas com excrescências
verrucosas ou papulosas queratinizadas localizadas em
qualquer setor da vulva.
5: Acantose nigricans (por medicamento ou síndrome
endócrina) maligna (por um câncer avançado); geralmente se
apresenta como uma pigmentação de superfície finamente
rugosa predominante nas grandes pregas (genitocrurais, axilas)
e púbis..
6: Patologias sistêmicas, como Doença de Addison,
acromegalia, hipertiroidismo, cirrose, Feocromocitoma,
síndrome de Cushing ou por medicamentos esteróides; está
caracterizado por pigmentação difusa essencialmente cutânea.
7: Lesões pós-inflamatórias que aparecem circunscritas ou
difusas, secundárias ao processo inflamatório.
8: Queratose seborréica são lesões únicas ou múltiplas,
arredondadas localizadas na pele, planas ou elevadas,
cornificadas, com orifícios córneos.
9: Histiocitoma, também chamados hemangiomas
esclerosantes, estão constituídos por histiócitos em capilares que
fagocitaram hemosiderina. São assintomáticos e por sua
aparência obriga o diagnóstico diferencial com melanoma,
nevus e pápulas sifilíticas.
F. LESÕES DESPIGMENTADAS.
1. Vitiligo se suspeita na presença de manchas despigmentadas
às vezes múltiplas, (assintomática localizada em qualquer setor
da vulva ou em outra localização extragenital).
2. Albinismo deverá ser considerado se se observam manchas
despigmentadas que comprometem os elementos pilosos também
apigmentados de localização genital e extragenital.
3. Lesões pós-inflamatórias que aparecem circunscritas ou
difusas, secundárias a processo inflamatório.
G. BOLHAS Doença bolhosa crônica (Penfigos), bolhas agudas
(eritema polimorfo, toxidermia) se suspeita na presença de
lesões com conteúdo líquido em qualquer localização da vulva
e em outras localizações.
H. ÚLCERAS.
1: Um diagnóstico de doença de Behcet ou Complexo aftósico
deverá ser suspeitada na presença de lesões profundas com
perda de substâncias (dolorosa), simultâneas na vulva, boca e às
vezes ocular.
2: Doença de Crohn pode se manifestar como lesões com perda
de substâncias em geral linear, com fundo limpo localizadas em
região perivulvar e perineal.
3: Carcinoma endofítico pode ser caracterizado por lesões com
perda de substância endurecidas, de bordos infiltrados; fundo
limpo, (não dolorosa) sangrantes.
I: TUMORES. Formações globosas e agrupadas de diversos
aspectos e tamanhos. Em geral uma superfície lisa permite
prever a origem não viral e uma superfície muito
vascularizada, sangrante ao mínimo contato, e endurecida
sugere carcinoma, adenocarcinoma ou sarcoma. O tamanho e
a localização também tem valor para a identificação.
1. Formações em grandes lábios e pregas genitocrurais:
a. Patologia dos anexos da pele:
A.
Cistos epidermóides: 1. epidérmico, 2. dermóide, 3. cisto
pilonidal, 4. (esteatocistoma) –
B.Trichoepitelioma –
C.
Trichilemoma
D.
Glândulas sudoríparas: 1. syringoma, 2. hidroadenoma,
3. Doença de Fox- Fordyce.
b. Angiomas: 1. Senil, 2. Angioqueratoma, 3. Botriomicoma ou
granuloma piógeno, 4. Linfangioma.
c. Papiloma simples ou pólipo fibroepitelial.
d. Neurofibroma.
e. Endometrioma
f. Nevus.
g. Queratose seborréica.
h. Cisto seroso ou mesotelioma.
i. Fibroma
j. Lipoma
k. Mioma
l. Mama aberrante
m. Glândula Bartholin (corpo).
Benigno - Maligno.
2. Formação em pequenos lábios e sulco interlabial:
a. Patologia dos anexos da pele:
A. Cistos epidermóides: 1. epidérmico, 2. dermóide, B.
Glândulas sudoríparas: 1. syringoma, 2. hidroadenoma
b. Angioma: (Displásicos freqüentemente congênitos,
linfangiomas).
c. Papiloma simples ou pólipo fibroepitelial.
d. Neurofibroma.
e. Endometrioma.
f. Nevus.
Benigno - Maligno.
3. Formações no vestíbulo:
a. Cisto mucoso: -mucinoso- ciliado.
b. Cisto de restos mesonéfricos.
c. Glândula de Bartholin (conduto).
d. Glândula de Skene
e. Adenoma glândulas vestibulares menores
f. Nevus
g. Carúncula uretral
h. Adenose vulvar.
4. Formações em qualquer localização do epitélio da pele e
mucosa: Carcinoma.
J. Outros.
DESCRIÇÕES DE TUMORES V. I
As descrições em 1, 2 e 3 correspondem a tumores benignos
podendo variar a característica em caso de malignização.
1. FORMAÇÕES NOS GRANDES LÁBIOS E PREGAS
GENITOCRURAL.
a. PATOLOGIA DOS ANEXOS DA PELE
A. Cistos cutâneos.
1. Cisto epidérmico. É uma invaginação da epiderme que se
desenvolveu a partir do infundíbulo pilosebáceo ou sebáceo.
Únicos ou múltiplos, de alguns milímetros a 2 a 3 centímetros.
apresenta diferentes aspectos; em alguns casos ver-se-á a
inclusão pilosa que se apresenta na superfície escura; em
outros casos o conteúdo gorduroso se faz evidente na epiderme
adelgaçada tornando um aspecto amarelado. Quando são mais
volumosos com a epiderme de aspecto normal a cor é similar ao
tegumento que o rodeia. Neste último caso o aspecto se
assemelha a nevus intradérmico, fibroma, lipoma, papiloma,
hidroadenoma, queratose seborréica em sua forma de papiloma.
A diferença é dada pela anatomia patológica. Em forma
múltipla com aspecto amarelado é similar a esteatocistomas.
2. Cistos dermóides. Desenvolvem-se na derme, formados por
restos ectomesodérmicos de forma arredondada ou ovóides,
tendo caráter congênito de 1 a 2 cm de diâmetro, de consistência
mais endurecida ou flutuante.
3. Cistos pilonidais: Pode localizar-se em Monte de Vênus,
clitóris ou períneo. Quase sempre se apresenta como um
abscesso agudo ou crônico como uma fístula pilonidal.
4. Esteatocistoma: São verdadeiros cistos sebáceos, geralmente
múltiplos, pequenos, amarelados. Podem ser bilaterais.
B. Trichoepitelioma. Tumor benigno dos folículos pilosos,
únicos ou múltiplos, de consistência firme e nodular.
C. Trichilemoma. São massas sólidas de crescimento lento
originados na derme apresentando espaços císticos dentro do
estroma fibroso.
D. Glândulas sudoríparas.
1. Syringomas: São adenomas benignos das glândulas
sudoríparas écrinas. Podem ser bilaterais, pequenos e múltiplos,
em forma de pápula de aproximadamente 1 mm com a pele de
cor normal ao redor. Geralmente são assintomáticos.
Ocasionalmente de localização em regiões palpebral e nos
pequenos lábios.
2. Hidroadenoma: Tumor geralmente único, localizado no sulco
interlabial ou face interna dos grandes lábios, pode apresentar
prurido, com tamanho entre 0.5 a 2 cm. Predominantemente
sólido. Pode ulcerar e infectar-se requerendo diagnóstico
diferencial com o granuloma piógeno o botriomicoma.
3.Doença de Fox-Fordyce é a obstrução dos condutos
excretores das glândulas apócrinas, presentes na face externa
de grandes lábios, axilas e mamilos. O sintoma principal é o
prurido intenso que se acentua durante a menstruação.
Visualizam-se como pápulas pequenas de cor normal.
Observa-se em mulheres em idade fértil.
b. ANGIOMAS
1. Angioma em cereja (cherry) ou senil. São os mais freqüentes
na vulva. Pequenas lesões de cor vermelho vivo, de superfície
lisa, múltiplos, assintomáticos. Podem coexistir com lesões em
tronco e incrementar-se com a idade.
2. Angioqueratomas. Tumores pequenos de cor púrpura;
superfície ligeiramente rugosa, assintomáticos.
3. Botriomicoma ou granuloma piógeno. Tumor, de crescimento
rápido constituído por proliferação de vasos capilares, de 1 a 2
cm, com pedículo, superfície ulcerada e que apresentam crosta.
Hemorragia e supuração são freqüentes
4. Linfangioma. Apresenta-se como tumor séssil, de tamanho
variável de 0.6 a 10 cm, localizado nos grandes lábios, clitóris e
no prepúcio do mesmo; o tegumento que o recobre é quase
sempre normal, mas pode sofrer erosão e apresentar aspecto de
pseudovesículas claras. Em alguns casos se acompanha de
edema de lábios e também do membro inferior correspondente.
c. PAPILOMA SIMPLES OU POLIPO FIBROEPITELIAL
Habitualmente único, séssil ou pediculado, entre 1 a 10 cm,
genialmente amolecidos. O revestimento pode ser fino ou
rugoso. A cor varia desde a cor normal da pele onde se assenta
ou sofrer um processo de pigmentação sobre tudo nas pregas.
d. NEUROFIBROMA Tumores únicos ou múltiplos; neste
último caso constitui a localização vulvar da doença de Von
Reklinhausen. Apresentam-se como formações maculares de
localização subcutânea, de consistência amolecida, indolores, de
superfície rugosa, séssil ou pediculado, com manchas cor de
café claro. A palpação se percebe como cordões nervosos.
Localizam-se na face externa dos pequenos e grandes lábios.
e. ENDOMETRIOMA Se observa nas mulheres nos períodos
de atividade genital; apresenta-se como uma tumefação de
vários milímetros a centímetros, difusa, irregular endurecida,
pouco móvel, dolorosa a pressão; aumenta de volume no
período pré-menstrual imediato. Localiza-se de maneira geral
numa cicatriz cirúrgica (episiotomia).
f. NEVUS Em sua variedade intradérmica pode apresentar-se
como uma formação rósea, pouco ou não pigmentada. Em sua
maioria únicos, indolores, algumas vezes de superfície
verrucosas e com pelos.
g. QUERATOSE SEBORRÉICA OU VERRUGAS
SEBORRÉICAS. Em sua variedade papilomatosa, pode
apresentar-se como um tumor pediculado, amolecida móvel,
pouco ou não pigmentado, com a superfície espessada.
h. CISTO SEROSO OU MESOTELIOMA Localizado na
região inguinal ao nível de Monte de Vênus ou na metade
superior e anterior dos grandes lábios; origina-se por falta de
fechamento da porção distal do conduto de Nück e pode ser
único ou múltiplo. Seu diâmetro varia entre 2 a 10 cm.
i. FIBROMA A maioria se localiza na face externa dos
grandes lábios (terço superior), a pesar de terem sido descritos
em qualquer setor da vulva. Podem ser únicos ou múltiplos,
sésseis ou pediculados, pequenos ou grandes, de consistência
amolecida, a superfície pode ser lisa ou lobulada. Uma
variedade constitui o moluscum pêndulo que se origina na
hipoderme o que facilita a apresentar-se pediculado.
J. LIPOMA Localizados na face externa dos grandes lábios e
monte de vênus; no inicio sésseis, com o tempo se tornam
pediculados. A consistência é amolecida quase flutuante e
bastante móvel.
k. MIOMA Se observam na zona onde terminam os ligamentos
redondos; e no geral sésseis e de consistência firme e elástica.
Os tumores mencionados nos incisos i-j-k- podem apresentar-se
combinados constituindo a variedade mista.
l. GLÂNDULA MAMÁRIA ABERRANTE Uni ou bilateral,
geralmente em grandes lábios, forma nodular; às vezes seu
volume se modifica com a menstruação e na gravidez.
m. CISTO DO CORPO DA GLÂNDULA DE BARTHOLIN
Se apresenta como uma massa que eleva eu distende os grandes
lábios em sua porção posterolateral. É redondo ou ovalado de
vários cm de diâmetro, indolor, e desliza debaixo da pele e
mucosa. Genialmente participa no processo o conduto excretor,
pois esta patologia se exterioriza a nível do vestíbulo
vulvovaginal.
2. FORMAÇÕES EM PEQUENOS LÁBIOS E SULCO
INTERLABIAL
a. PATOLOGIA DOS ANEXOS DA PELE: Cisto epidérmico,
cisto dermóide, syringoma e hidroadenoma; ver descrição nos
tumores de grandes lábios.
b. ANGIOMA Podem ser planos ou tuberosos, geralmente
congênitos. Manifestam-se como manchas vinhosas, com
diferentes tonalidades. Linfangioma: ver descrição em grandes
lábios.
c. PAPILOMA SIMPLES OU POLIPO FIBROEPITELIAL.
d. NEUROFIBROMA
e. ENDOMETRIOMA
f. NEVUS.
c, d,e, f: ver descrição em grandes lábios.
3. FORMAÇÕES NO VESTÍBULO
a. CISTOS MUCOSOS Solitários ou múltiplos, sua origem está
em discussão já que para alguns são provenientes de restos
endodérmicos do seio urogenital ou a partir da obstrução dos
condutos das glândulas vestibulares menores. A superfície pode
ser lisa, rósea, azulada ou amarelada, de uns poucos milímetros
a vários centímetros, de consistência firme.
b. CISTOS QUE IMITAM RESTOS MESONÉFRICOS
São encontrados em qualquer parte do vestíbulo vulvovaginal,
geralmente únicos, superficiais, de cor azul violácea a vermelho
escuro.
c. GLÂNDULA DE BARTHOLIN. ver descrição em grandes
lábios.
d. GLÂNDULA DE SKENE Tumor que aparece ao lado do
meato uretral, ovóide, raramente maior que 2 cm., translúcido,
pode comprometer a luz uretral.
e. ADENOMA DAS GLÂNDULAS VESTIBULARES
MENORES
É uma hiperplasia nodular do revestimento das glândulas
vestibulares menores, se apresentam como formações nodulares
alinhadas de 1 a 3 milímetros.
f. NEVUS. Ver descrição em grandes lábios.
g. CARÚNCULA URETRAL Se observa nas mulheres
menopáusicas, provavelmente resultante de ectrópio da mucosa
uretral. Apresenta-se como um tumor do meato uretral,
implantado no lábio posterior, séssil, às vezes pediculado, de não
mais de 1 cm. de diâmetro, carnoso, de cor vermelho vivo,
consistência amolecida, hiperestésico, que sangra facilmente ao
tato.
h. ADENOSE VULVAR Constituída por epitélio colunar
ciliado, observada posterior a tratamentos com LASER ou 5fluoracil.
4. FORMAÇÕES DE QUALQUER LOCALIZAÇÃO NO
EPITELIO DA PELE E MUCOSA:
Carcinoma: Este tumor em sua forma exofítica pode ser
nodular, de crescimento vegetante, delimitado por uma borda
bem precisa, de tamanho variável, de cor branca-avermelhada
com a superfície ulcerada ou erosada. Outra forma de
apresentação é a papilar, de superfície rugosa e irregular.
DETERMINANDO QUANDO UMA BIOPSIA É
NECESSÁRIA
É vital realizar uma biópsia se as imagens do grupo IV ou V
estão presentes, com exceção dos casos que se detalham no
final, nos quais as i imagens vulvoscópicas podem guiar o
tratamento e os estudos histológicos são desnecessários numa
primeira instância. Nos seguintes casos a biópsia é necessária
somente quando a lesão persiste depois de uma prova
terapêutica ao diagnóstico suspeitado: Imagens do Grupo III;
IV.E; V.C. 1,2 e 3; e V. H 1 e 2. A biópsia não parece ser
necessária na presença de imagens do grupo I; II; V.E 1,6 e 7; e
V.F e G. e algumas exceções do V. I.
AGRADECIMENTOS
· Aos Doutores Salvador E. Figueras e María Adelaida López
pelo aporte de pacientes dos consultórios de tocoginecología dos
Centros Periféricos de Atenção Municipal de Córdoba.
· Ao Professor Doutor Raúl Armando pelos estudos
histopatológicos. Faculdade de Medicina. Universidade Católica
de Córdoba.
· Às Doutoras Susana Vitozzi, Maria G. Jimenéz e Maria R.
Robin pelas análises microbiológicas. Laboratórios de
Microbiologia. Universidade Nacional de Córdoba.
· Ao Licenciado Cláudio Piatti pelo assessoramento na
elaboração metodológica. Faculdade de Biologia. Universidade
Nacional de Córdoba.
· Às Licenciadas Patrícia Bertolotto, Casilda Ruperez e Marta
Parnisari pelo tratamento estatístico. Faculdade de Matemática,
Astronomia e Física. Universidade Nacional de Córdoba.
· Ao Professor Doutor Thomas Julian pela assistência na
preparação da Classificação e descrição das Imagens
Vulvoscópicas. Sociedade Americana de Colposcopia e
Patologia Cervical
.A Doutora Isa Maria de Mello pela traduçäo Espanhol/
Portugues. Presidente da Sociedade Brasileira de Patologia do
Trato Genital Inferior e Colpocopia- Año 2003

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