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A Perseguição aos Predadores – Breve introdução histórica e perspectivas futuras
Ricardo M. L. Brandão, Médico Veterinário
Carlos Miguel Cruz, Biólogo
Desde a sua origem que a espécie humana partilha territórios e presas com várias espécies de predadores
silvestres (Villafuerte et al., 1999) e durante muito tempo esse aparente conflito de interesses manteve-se
perfeitamente sustentável. No entanto, quando o carácter da Caça passou de subsistência a lúdico e comercial, a
pressão intensificou-se e os conflitos tornaram-se mais evidentes, com prejuízos claros para diversas espécies de
predadores que diminuiram acentuadamente ou se extinguiram em vários locais (Reynolds & Tapper, 1996).
Lamentavelmente, durante várias décadas a relação da Caça com os predadores em Portugal resumiu-se à perseguição
e eliminação de todos os animais que aparentemente pudessem ter algum impacte sobre as espécies cinegéticas. Este
conceito de “controlo” foi introduzido pelas próprias entidades estatais que fomentavam e lideravam esta
perseguição, sem qualquer fundamento científico. Foram criadas equipas especializadas em vários países para levar a
cabo esta tarefa, das quais se destacam as tristemente célebres Comissões Venatórias portuguesas ou as “Juntas de
Extinción de Animales Dañinos y Protección a la Caza” espanholas, que em conjunto procederam aos maiores
massacres massivos de fauna silvestre de que há memória na Península Ibérica. Apesar de muitas mentalidades e
práticas actuais ainda reflectirem as influências nefastas do passado, as novas gerações de caçadores representam os
necessários ventos de mudança. A preocupação dos Caçadores com a Conservação da Natureza é cada vez mais uma
realidade e a pressão sobre os que infringem a lei e desrespeitam os valores éticos é cada vez maior, o que revela uma
tendência para uma compatibilização crescente da Caça com a Conservação da Natureza.
As origens do problema:
As lições do passado são fundamentais para criar as bases sólidas e realistas de um futuro de que todos nos
venhamos a orgulhar. Por isso, é interessante e importante olhar e reflectir sobre algumas imagens e memórias que
infelizmente ainda não estão tão desvanecidas como todos deveríamos desejar.
Fonte: Simões 1932 (in Jornal “O Caçador”)
Destruição de Animais Nocivos à Caça - ...O defeso aproxima-se; com êle a necessidade imperiosa de, para bem proteger as
criações das várias espécies cinegéticas dar caça às aves de rapina e a tôdos os animais inimigos da caça... (Anónimo, 1931);
Destruição das aves de rapina. - ...”A Comissão Venatória dêste Concelho na sua sessão de hoje deliberou pagar por cada ave de
rapina morta que lhe fôsse apresentada, 5$00 e por cada ôvo ou pássaro apanhado no ninho das mesmas aves, 2$00, exceptuando
os francelhos ou peneireiros, os môchos e corujas. Pagar também por cada pêga, 2$50, por cada ôvo ou pássaro das mesmas
1$00. As aves de rapina estão sendo hoje um dos maiores flagelos da caça, por tôda a parte onde a caça mais abunda, vêem-se
águias, falcões, gaviões e açores em grande quantidade, torna-se necessário que por todos os meios se procure a sua destruição.
Estas aves em geral, matam por dia duas peças de caça e quando têm filhos êsse número aumenta visto que têm que os sustentar.
Não demos de barato que nem todos os dias conseguem agarrar cada uma as duas peças de caça, eu computo pelo menos em cem
peças o que cada uma dessas aves destroi por ano. Dito isto é bem palpável o benefício que advirá para a propagação da caça se
tôdas as comissões venatórias tratarem de fazer a propagação de destruição destas aves premeando aqueles que se dedicam a
êsse fim. Julgo que seria um exemplo a seguir por todas as comissões venatórias do país. É tanto, ou mais importante, destruir
uma daquelas aves, como apanhar no tempo de defeso um dêsses ladrões de caça .. Hoje, que em favor da propagação da caça
desejamos a destruição das aves de rapina podermos servirmo-nos daquela mesma negaça, não com o Bufo domésticado, o que
seria difícil por ser cara e difícil a sua aprendizagem mas com o gran duque embalsamado e articulado que a Manufactura
Francesa de Sant’ Etienne, vende acompanhado de uma pequena brochura, ensinando a maneira de fazer o seu emprego. Seria
um passatempo bem agradável durante o defeso, porque mais fácil é abater a tiro por aquela forma as aves de rapina do que
tomá-las – como a alguns séculos – vivas nas armadilhas. Aos donos das propriedades, em que é vedado o direito de caça, cabe
em especial a destruição de todos os animais inimigos da caça (Simões 1932);
As primeiras perseguições sistemáticas aos predadores, em particular às aves de presa, terão sido iniciadas
pelas entidades estatais em 1926. Cerca de seis anos depois, os próprios caçadores e gestores de caça apercebem-se
de uma das suas funções, a de participantes activos na predação de um vasto leque de predadores. Estas pessoas,
influenciadas pela mentalidade da época, nomeadamente a existente em França que era um país de referência para
muitas das práticas cinegéticas, chegaram ao ponto de começar a denominar as então conhecidas aves de rapina por
rápaces. A par das aves de presa e de mamíferos, os caçadores portugueses começaram também a fomentar a
destruição dos répteis, por também serem considerados como competidores dos interesses cinegéticos. Nestes anos
trinta e até aos finais dos anos sessenta, esta temática motivou tais interesses que em jornais periódicos, de apenas
seis páginas, três destas eram dedicadas à perseguição das aves de rapina e dos animais nocivos à caça, como
exemplificam as referências seguintes:
... com efeito, a destruição dos animais nocivos, em especial das aves de rapina não
representa para o verdadeiro caçador só um acto de protecção à caça, constitui também um
desporto interessante.... , se tornou importante, e revelou, aos mais incrédulos a
necessidade de se intensificar, ao máximo, em todo país uma destruição, equilibrada e
racional, de todos os rápaces ... Todos aqueles que vivem no campo, ou mesmos os dos
centros urbanos que, aos domingos costumam dar o seu passeio pelo campo, poderão sem
esfôrço, praticar um acto de alta protecção da caça se, nos seus trabalhos ou passeios,
prestarem a devida atenção e procurarem os locais onde as aves de rapina costumam criar
para lhes destruírem os ninhos e as ninhadas. Estamos certos que nenhum caçador digno
dêste nome deixará de praticar tão útil acto em prol da caça (Anónimo 1936).
Arraiolos.
Têm merecido os melhores elogios os caçadores da região do Alentejo a deliberação do C.
V. Regional do Sul mantendo com sede nesta vila, e campo de acção os concelhos
limítrofes, um guarda oficialmente encarregado da destruição dos animais nocivos à caça.
Os vastos montados desta região albergavam, nas épocas das criações muitas centenas de
rápaces, o aludido guarda em cêrca de 3 meses já abateu 300 e tantas águias das diferentes
espécies, falcões, milhafres, etc.. O resultado, desta medida, será bem patente na próxima
época. Quando teremos possibilidade de ver estes serviços assim montados em todo o país?
(Cruz, 1936)
(Cruz, 1932)
Estas pequenas referências são apenas uma parte da documentação que existe sobre esta época de
perseguição, que teve lugar em vários países da Europa (Garzon, 1974; Redpath et al., 2004). As fases de perseguição
mais intensa estão associadas a eventos de diminuição das espécies cinegéticas, em que independentemente da causa,
os predadores eram sempre os primeiros a ser responsabilizados. Em Espanha, por exemplo, apesar da perseguição de
predadores ter sido iniciada pela Lei de Caza de 1902, só bastantes anos mais tarde foram constituidas as “Juntas de
Extinción de Animales Dañinos y Protección a la Caza” (que actuaram entre 1944 e 1961) quando ocorreram os
primeiros surtos de Mixomatose que dizimaram as populações de Coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus). O impacte
destas brigadas sobre praticamente todas as espécies de predadores está extensamente documentado, e como
exemplo, basta referir que entre 1954 e 1961 foram abatidos cerca de 10.000 milhafres, das duas espécies, o
Milhafre-real (Milvus milvus) e o Milhafre-preto (Milvus migrans) (Garzon, 1974).
Actualmente, embora a legislação e a preocupação pela Conservação da Natureza reduzam esta
perseguição, os predadores são sempre responsabilizados quando há uma diminuição das espécies cinegéticas
(Villafuerte et al., 1998). Recentemente, com o aparecimento da Doença Hemorrágica Viral (DHV) do Coelho-bravo
no final dos anos 80, gera-se a sensação de que há demasiados predadores e estes passam de novo a ser os alvos a
eliminar, mas agora sem o suporte legal das campanhas dos anos 50 e 60. Sendo assim, espécies que ainda se
encontram em fase de recuperação, voltam a ser ameaçadas. A extinção das brigadas de extermínio no início da
década de 60 e o início das estratégias de conservação de predadores tinham permitido a recuperação dos efectivos
populacionais de inúmeras espécies (Villafuerte, 1998), como é o caso do Lobo-ibérico (Canis lupus) que aumentou
consideravelmente após o uso de iscos envenenados ter sido banido (Blanco et al., 1992) ou das populações de
Águia-imperial (Aquila adalberti) que foram aumentando de uma forma lenta, e das de Grifo (Gyps fulvus) ou de
Abutre-preto (Aegypius monachus) e de Quebra-ossos (Gypaetus barbatus) que foram aumentando de forma mais
substancial (Heredia 1991, González 1996). Dentro do actual regresso da perseguição, embora com menor
intensidade e carácter totalmente ilegal, destaca-se o uso de venenos que em meados da década de 90 registou um
novo impulso na Península Ibérica, onde foi eleito como forma de controlo de predadores por muitas zonas de caça
que pretendem a todo o custo aumentar os efectivos de espécies cinegeticas, necessidade reforçada pelo carácter
industrial e comercial que a Caça tem nos dias de hoje (Villafuerte et al., 1994), apesar de existirem outros métodos
legais de controlo.
Os documentos históricos apresentados neste artigo são o testemunho de uma mentalidade que vigorava
num passado não demasiado longínquo, e que actualmente continua a manifestar-se através de comportamentos que
derivam directamente da época da perseguição massiva de predadores. Como exemplo, podemos tomar Arraiolos,
que foi sede do Concelho Venatório Regional do Sul e onde, a par de tantos outros concelhos alentejanos e do resto
do país, se vivem ainda hoje as consequências de práticas cometidas num passado relativamente recente, que devem
ser conhecidas e salientadas quando se pretende compreender os problemas actuais. Felizmente, Arraiolos representa
também um marco histórico da reacção social à perseguição e em particular ao uso de venenos para controlo de
predadores, pois foi neste concelho que em 1995 foi proferida a primeira condenação de uma zona de Caça por uso de
venenos em Portugal, que culminou no seu encerramento e pena (suspensa) de prisão para o infractor. Aqui e noutros
locais, as aves popularmente designadas por aves de rapina são, ainda hoje, vistas como competidoras vorazes, que
destroem e não permitem o desenvolvimento dos efectivos populacionais de espécies cinegéticas. As opiniões e
sensibilidades das pessoas da região, principalmente das mais idosas e que viveram em plena época de perseguição
massiva de predadores, constituem um obstáculo, compreensível, a qualquer implementação de campanhas de
conservação.
As perspectivas futuras:
Portugal, e em particular o Sul do país, é considerado deste há muito um território com forte aptidão
cinegética, razão pela qual afluem, por ano, milhares de cidadãos das mais diversas regiões para praticar a Caça, ora
por uma questão tradicional, ora por “desporto”. Mais do que uma actividade desportiva, a Caça tem sido um sector
económico considerável, que de acordo com os valores oficiais tem movimentado mais de 350 milhões de euros/ano
(Santos, 1994) e para a qual são concedidas cerca de 230 mil licenças de caça anuais. As preocupações em criar
riqueza cinegética passível de exploração continuam a ter hoje forte expressão. Perante este cenário, é importante
estudar todas as fórmulas de compatibilizar esta actividade com a Conservação da Natureza, da qual depende
profundamente.
A tendência é aparentemente positiva, pois apesar de continuarem a existir problemas e conflitos, as
perspectivas futuras podem e devem ser optimistas pois há uma crescente preocupação por parte da maioria dos
caçadores com a Conservação da Natureza. O papel ecológico dos predadores já é contemplado pelas pessoas mais
informadas e sensíveis (Viñuela et al., 1999) e isso reflecte-se ao nível da gestão cinegética. É cada vez mais
frequente escutar preocupações conservacionistas em discursos de responsáveis pela Caça, que até reclamam os
principais méritos da conservação de diversas espécies protegidas, alegando que a actividade cinegética é que “as
alimenta”. Este argumento é interessante e deve ser explorado, pois é muito encorajador ouvir este género de posições
depois de décadas de perseguição e extermínio massivos. É inegável que o contacto directo e constante com o campo
e com a fauna coloca os caçadores numa posição previligiada para assumir o protagonismo na conservação. Basta que
das palavras se passem aos actos e que a gestão seja respeituosa com a dinâmica natural dos ecossistemas,
respeitando todas as espécies intervenientes, mesmo as que aparentemente “competem” com as espécies cinegéticas.
Os problemas actuais das espécies cinegéticas não podem ser resolvidos com o controlo sistemático (não
fundamentado) de predadores que a maioria dos caçadores exige. Se por um lado é evidente que em determinadas
circunstâncias a abundância de predadores pode dificultar a recuperação das espécies cinegéticas (Redpath &
Thirgood, 1999; Thirgood et al., 2000) mantendo em níveis baixos as populações ao impedir a sua reprodução
(Blanco, 1995), ou atrasando a recuperação das populações que adquiram resistência a doenças (Villafuerte et al.,
1994), também é evidente que não são frequentes as situações em que há “demasiados” predadores, pois a sua
produtividade depende totalmente do número de presas, e aumentam ou diminuem proporcionalmente (Férnandez,
1993), sempre que não haja outros recursos alimentares “artificiais”. Além disso, considerando as relações intra e
inter-específicas entre predadores verifica-se que a taxa de predação de espécies cinegéticas não é tão elevada como
muitos querem fazer crer (Borralho, 1993). Sendo assim, para levar a cabo uma gestão eficaz deve-se recorrer
invariavelmente ao conhecimento do contexto ecológico exacto em que se desenvolvem as relações predador-presa o
que apenas se conseguirá através do investimento sério numa investigação sistemática e aplicada a cada realidade
pois as medidas de gestão não podem ser simplesmente importadas de outros locais onde ocorrem outros factores e
em circunstâncias diferentes (Ormerod, 2002).
A correcção de densidades de predadores é um conceito que tem gerado controvérsia principalmente
quando se pretende levar a cabo sem estudos prévios na zona em questão. A legislação prevê, verificadas algumas
condições, a aplicação deste método, que levado a cabo de forma consciente e cuidadosa pode não constituir ameaça
à conservação de espécies que não sejam as que se pretendam atingir. Quando se entender que há razões para tal,
deverá propor-se a correcção de densidades em detrimento total do recurso a métodos ilegais, não controlados, como
é o caso do uso de venenos. Esta técnica, para além de ser comprovadamente ineficaz no controlo de predadores
generalistas abundantes, é altamente letal para as populações de predadores especialistas muito ameaçadas, como é o
caso da Águia-imperial e para outras espécies necrófagas ameaçadas como os Abutres.
A participação da Confederação Nacional de Caçadores Portugueses e de outras entidades representantes do
sector cinegético no Programa Antídoto – Portugal é um passo decisivo para erradicar o uso ilegal de venenos, que
desprestigia e descredibiliza o sector cinegético. Além disso, é mais uma forma de assumir o papel preponderante e o
protagonismo evidente na Conservação, o que aliás já está a acontecer também em Espanha não só no âmbito do
Programa Antídoto mas também em projectos de conservação de espécies em vias de extinção, como é o caso do
Lince-ibérico (Linx pardinus) ou da Águia-imperial, que dependem totalmente de espécies cinegéticas, partilham
território com caçadores e cuja conservação exige que todos estejam informados, sejam respeitadores e acima de
tudo, que sintam que estão a ter um papel decisivo, que é reconhecido e valorizado pela Sociedade. Esse é o ponto
fulcral para o futuro da Caça e da Conservação, principalmente numa época em que as sensibilidades anti-Caça são
cada vez maiores, fruto de uma maior preocupação social com a Conservação e de ódios e desconfianças gerados
contra uma actividade cinegética que durante décadas se caracterizou por actos e gestão desrespeituosos com a
Natureza. Se a Caça passar a ser vista como uma actividade “limpa” e “verde”, certamente que isso será um benefício
para todos os que souberem tirar daí os devidos proveitos.
O trabalho conjunto entre ecologistas e caçadores é fundamental, embora o consenso seja por vezes difícil,
pois algumas espécies geram controvérsia e posições antagónicas entre diferentes grupos (Redpath et al., 2004),
sendo protegidos por uns devido ao seu papel-chave no ecossistema ou pelo seu valor de conservação intrínseco e
perseguidos por outros que os consideram uma mera fonte de prejuízos (Ormerod, 2002). Mas ainda que os ideais e
motivações que movem as organizações ecologistas não sejam definitivamente os mesmos dos caçadores, não têm
que ser incompatíveis. Tanto uns como outros têm objectivos comuns, como a abundância de coelhos e perdizes nos
nossos campos. Por isso, é necessário apostar em estratégias a longo prazo, como forma de solucionar conflitos e
investir seriamente no diálogo e discussão, na tolerância e confiança e na investigação, que devem ser os pilares de
um trabalho que se pretende em conjunto e duradouro.
Como conclusão, fica a esperança e o voto para que a presença de uma águia numa zona de Caça seja um
motivo de orgulho para um gestor e não um motivo de preocupação, e que um caçador a veja como um indicador de
bom estado ecológico do local onde se encontra a caçar e não um inimigo a combater a qualquer preço e ilegalmente.
Entre as várias soluções futuras que se podem gerar para a actividade cinegética, uma delas poderia ser a valorização
das zonas onde a existência de predadores seja um indício de um ecossistema saudável, revelador da participação
efectiva e imprescindível da Caça na Conservação da Natureza, reforçando inequívocamente o seu papel no
desenvolvimento rural, por exemplo, ao nível do turismo de natureza (ou eco-turismo), uma das industrias em maior
desenvolvimento a nível mundial e que ainda não está devidamente aproveitada e potenciada no nosso país. A Caça
pode e deve ser um motor desse tipo de desenvolvimento, principalmente nas regiões mais “esquecidas” de Portugal.
Este é o único caminho a seguir. Assim, o respeito e a cooperação entre quem gosta de Caça e quem não gosta, mas
que reconhece a sua importância, será uma realidade com benefícios para todos. O futuro da Caça só pode ser a
Conservação.
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