mão na massa - Revista Mercado
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mão na massa - Revista Mercado
R$ 8,50 ano 5 número 43 Julho 2011 Mão na massa O Brasil vive o “boom” na construção civil: é obra pra todo lado. Em Uberlândia, o número de construções até junho deste ano já é maior que de todo o ano de 2010, que já registrou quase o dobro de obras com relação a 2009 Economia ICMS para operações interestaduais será unificado em 4% a partir de 2012 Gestão ABC Algar firma contrato com o grupo francês Capgemini para crescer 45% O “boom” da construção Editorial Não precisa ir longe para perceber o bom momento que atravessa o mercado da construção civil no Brasil. Em Uberlândia, como é o caso, por todo lado que se olha existe uma obra em andamento. A Prefeitura está prestes a entregar quatro mil casas no residencial Shopping Park, e existe previsão de novas unidades habitacionais em 1.700 lotes no Jardim Glória e 300 lotes no Jardim Manaim. Também a Construtora Rossi está em fase final de construção de um condomínio próximo à UFU, composto por 348 apartamentos, e o complexo do Center Shopping está ganhando duas novas torres, com cerca de 15 andares cada: uma comercial e outra para hotel . Esses são apenas alguns exemplos. Mas é preciso conter a euforia. No início deste ano, especialistas estimaram que o setor deve crescer 6% em 2011, acima do setor da indústria como um todo e também do índice esperado para o PIB (Produto Interno Bruto). Além do bom momento da economia brasileira, após sair fortalecida da crise de 2008, e do aumento do poder de compra da população, contribuem para esse cenário as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e os megaeventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. O estudo mais recente sobre a cadeia produtiva da construção civil no Brasil, feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), indica um “boom” no setor. Conforme o levantamento, os investimentos - que tem participação de 9,2% na formação do PIB brasileiro - somaram R$ 244 bilhões em 2009. Em 2005, os aportes para o setor somavam R$ 168 bilhões, o que indica uma expansão de 10,3% ao ano. Isso equivale a uma taxa de crescimento anual 5,2% superior à da variação do IGP-DI no período. Por conta disso, alguns reflexos - uns positivos e outros negativos - estão se evidenciando, por exemplo: falta mão de obra qualificada no setor, o preço dos imóveis disparou e o custo da construção civil não para de subir. Em contrapartida, o comércio de material de construção festeja. A estimativa é de que as vendas no setor neste ano cresçam entre 10% e 12%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). Contudo, se faz necessário cautela nesse momento. Os próprios executivos de algumas das principais construtoras do país são unânimes em afirmar que o ritmo de crescimento do seu próprio mercado deveria ser mais lento. Para eles, o preço dos terrenos subiu muito, os reajustes de salários estão sendo sempre acima da inflação, os fornecedores estão esgotando sua capacidade de atender à demanda, os cartórios não conseguem processar a papelada. Tudo isso ajuda a aumentar os custos. Com relação aos preços, o presidente da MRV Engenharia, Rubens Menin, disse à economista Mirian Leitão, em matéria publicada em O Globo, que existe uma distorção entre os segmentos de alta e média renda em relação aos de baixa renda. Os preços dos imóveis de maior renda têm tido forte aumento, mas no mercado de baixa renda os preços não podem subir porque, do contrário, perderão benefícios e linhas de financiamento. Há impedimentos burocráticos, mesmo que os custos fiquem mais altos. Menin explica que há um teto de preço para o mercado de baixa renda, imposto pelo Fundo de Garantia, pelo número de salários mínimos, pelo Minha Casa, Minha Vida. Por impedimentos como esses, o ideal é que o crescimento no setor seja moderado e por um período mais longo. Outro alerta veio do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Simão. Ele constata que os gargalos já estão obrigando as construtoras a reduzir o ritmo de lançamentos em todos os segmentos. Talvez seja por isso que o crescimento do setor este ano desacelere para cerca de 6%, bem abaixo dos 11,5% registrados em 2010. Números e opiniões à parte, o setor da construção civil merece destaque. Tanto, que é matéria de capa desta edição da MERCADO, que está repleta ainda de importante matérias. Ao nosso leitor, desejamos boa leitura! Evaldo Pighini Editor Índice Julho 2011 24Capa Em Uberlândia, principal cidade do Triângulo Mineiro, o número de construções até junho deste ano já é maior que de todo o ano de 2010, que já registrou quase o dobro de obras com relação a 2009. Essa realidade reflete o “boom” da construção civil no Brasil 20Gestão 22Economia 42Agricultura O conglomerado ABC Algar, de Uberlândia, firmou contrato de gestão com o grupo francês Capgemini. O projeto terá duração de 13 anos e abrangerá as áreas de finanças, administração, recursos humanos e aquisição de serviços Em reunião que teve a participação dos 27 secretários de Fazenda dos estados e do Distrito Federal, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) decidiu unificar em 4% o ICMS para operações interestaduais a partir de 2012 Produção sustentável contra a miséria. Produtores rurais do Vale do Urucuia, Noroeste de Minas Gerais, estão mudando a realidade de uma das regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado 43 46Saúde Você descobre que está com glaucoma, e aí? Saiba que essa doença que pode causar a cegueira já atinge mais de um milhão de brasileiros. Ela não tem cura, mas pode ser controlada e, para isso, o diagnóstico precoce e o tratamento regular são imprescindíveis 56Trabalho 76Turismo Ter um relacionamento no ambiente de trabalho pode prejudicar a carreira? O que fazer quando a relação com o colega se transforma em um novo sentimento? Especialistas falam sobre o namoro no trabalho Descubra os mistérios e as belezas da península de Yucatán. Conjunto histórico e arquitetônico da civilização maia, essa região faz do México o país mais visitado da América Latina. As ruínas de Chichén Itzá e Tulum são os maiores atrativos Canal Livre 6 Artigo 8 Conversa 10 Entrevista 12 Franchising 16 Investimentos 18 Negócios 34 Mercado 38 Finanças 40 Consumidor 44 Alimentação 60 Marketing 64 68 Evento 70 Estética 72 Veículos 84 Bazar 86 Dica de Leitura 88 Literatura 90 Profissão em Filme 92 Ponto de vista 94 Causos empresariais 96 Geral canal livre Educação Como muitos outros estudantes, vim para Uberlândia em busca de conhecimento e sonhos. Agora, após cinco anos de formada, valorizo ainda mais o “empurrão” dos meus pais para escolher a cidade para continuidade de meus estudos e formação. A satisfação é tanta que, após terminar os estudos, resolvi fincar residência aqui. Portanto, acredito estar apta a afirmar que Uberlândia é, sim, um berço da educação no Brasil e uma terra de muitas oportunidades. Portanto, parabenizo esta revista pela excelente matéria que destacou o potencial educacional da cidade. Jane Gonzaga Pavanini Bióloga Decepção amorosa Sou aposentada e já me acostumei com a leitura desta revista, que mensalmente chega até mim através do meu sobrinho, que a recebe em seu escritório. Quero elogiar a matéria sobre relacionamento, publicada na última edição, que fala sobre decepções amorosas. Aproveito para pedir que mais reportagens desse nível passem a fazer parte do conteúdo da revista. Cynthia Gomide Rocha Ex-professora Turismo Parabéns pela excelente reportagem sobre Monte Verde. Já tive o prazer de ir lá e sou testemunha do quão bela é aquela região. A quem ler a reportagem, digo que vale a pena visitar o lugar: é uma viagem relativamente barata e inesquecível. Francisca Mendes Ferreira Secretária executiva Código Florestal Li com reservas a matéria publicada na edição de maio que fala sobre as mudanças no Código Florestal brasileiro. Tanto imbróglio em torno de um assunto tão importante só serve para mostrar o quanto a nossa sociedade é retrograda e os nossos políticos despreparados. O assunto é sério, mas ninguém quer assumir responsabilidades. E, pasmem, está em discussão o futuro do nosso planeta. (...) E quando as áreas agricultáveis estiverem esgotadas? E quando a água não for mais potável? E quando o ar estiver irrespirável? Enfim, de que terá adiantado a ganância e os lucros acumulados graças à degradação do meio ambiente? Se essa minha opinião for publicada, peço desculpa aos leitores pelo desabafo. Moacir Bernardes Piovani Estudante de Jornalismo Rovos Rail Eu que já achava que conhecia muito, fiquei surpreso com a matéria publicada no caderno de Marketing, na edição de maio, e que trata do luxo como principal atrativo para clientes. O que mais me chamou a atenção foi a empresa de transporte sobre trilhos Rovos Rail. A matéria me levou a uma pesquisa mais profunda na internet e, confesso, nem dá para imaginar que tudo o que a empresa fez e agora disponibiliza aos seus clientes seja mesmo real. Parabéns pela excelente reportagem. Pedro Fagundes Neto Engenheiro - Uberaba-MG Mercado Julho 2011 ∞ 6 Fidelização do funcionário Gostei muito da matéria sobre trabalho, publicada em maio, que fala da necessidade das empresas de valorizar o bom funcionário. Reconheço que já vivenciei muitas situações em que patrões preferem perder ou demitir o bom empregado para reduzir custos nas folhas de pagamento do que preservá-los. Essa prática acaba causando prejuízos à empresa. Antônio Borella Faria Técnico Contábil MArtigo Redes sociais e o ambiente de trabalho A utilização dos benefícios trazidos pelas redes sociais pode provocar direta repercussão no ambiente de trabalho. Se positiva a repercussão, muito bem. Se negativa, tanto POR Fernando Borges Vieira* o empregado que postou determinada informação como o empregador estão sujeitos à responsabilidade civil, penal e trabalhista. Em nosso país não há legislação específica que exerça controle sobre o conteúdo publicado em redes sociais, aplicando-se a legislação comum. Por exemplo, no caso de um empregado publicar em rede social à qual pertence informações cujo caráter venha a causar prejuízos ao empregador, tais como a perda de clientes, a não efetivação de um determinado negócio ou veto para participar de uma concorrência pública, serão aplicadas as leis comuns. Assim, ainda dentro de nossos exemplos, se o empregado postou em rede social uma mensagem caluniosa, poderá responder civilmente pela reparação do dano, criminalmente pelo delito e ter o contrato de trabalho rescindido por justa causa, aplicando-se, respectivamente, o Código Civil, o Código Penal e a Consolidação das Leis do Trabalho. As necessidades do trabalho nem sempre são compatíveis com acessos às redes sociais durante a jornada e o empregador tem o poder de fiscalização - inclusive bloqueando o acesso nos computadores -, mas não tem o condão de impedir que o empregador as acesse de sua casa, de uma lanhouse ou até mesmo de seu aparelho de telefone celular. Entre o rol de poder de gerência do empregador, está a fiscalização - no horário de trabalho e por meio dos equipamentos de trabalho - dos sites acessados pelos empregados. Inclusive, por exemplo, já é pacífico perante o Tribunal Superior do Trabalho que o mau uso do e-mail corporativo habilite a demissão por justa causa. Em síntese, tratando-se o computador de um instrumento de trabalho, nada impede que o empregador bloqueie o acesso a determinadas páginas eletrônicas. Importante salientar: pode, sim, o empregador regrar o acesso às redes sociais no ambiente de trabalho, mas o poder de gerência não extravasa este limite. Perceba-se: o empregador pode determinar a utilização de uniforme, mas não pode impedir que na foto postada em seu perfil particular essa mesma pessoa esteja trajando roupas mínimas - há de se ter cautela quanto ao exercício do poder de gerência, mas o empregado também há de ser igualmente cauto com sua conduta em seu cotidiano. Em meu entender, o empregador pode e deve exigir de seus empregados um comportamento adequado tanto no mundo real como no virtual. Se, de um lado, o empregador pode exercer o poder de gerência, impedindo, limitando e/ou fiscalizando o acesso de seus empregados às redes sociais e à internet como um todo; de outro lado, a tecnologia está à disposição e deve ser empregada em toda a sua dimensão, prestando-se como verdadeiro instrumento facilitador da informação. Como então buscar o equilíbrio? A resposta é fácil: ética! Respeito! Bom senso! O comportamento de qualquer pessoa deve ser o mesmo em qualquer momento e situação; o fato de haver um perfil eletrônico não significa que haja outra pessoa, mas apenas um meio por intermédio do qual ela se manifestará, encontrará outras pessoas e se relacionará. A má ação do empregado no mundo virtual se compara e equivale àquela realizada no mundo tangível. Ofender o empregador por intermédio de um post é tão grave quanto ofendê-lo durante uma reunião e - quiçá - até mais, em razão da publicidade. Por conseguinte, a conduta do empregado pode constituir justa causa para a rescisão do contrato de trabalho, conforme artigo 482 da CLT, na hipótese de a publicação constituir ato de improbidade, incontinência de conduta ou mau procedimento, violação de segredo de empresa, ato lesivo da honra ou à boa fama praticada contras colegas e/ou superiores hierárquicos. Ainda, se o empregador estabelecer procedimentos no sentido de traçar a conduta dos empregados frente às publicações em redes sociais de assuntos relacionados a ele ou à empresa e, mesmo assim, o empregado desrespeitar o que foi estabelecido, pode ficar caracterizada causa para sua demissão. Para evitar problemas dessa natureza, algumas empresas têm orientado seus empregados, alertando-os sobre a responsabilidade gerada por suas atitudes e, sobretudo, sobre a consequência que posts prejudiciais podem acarretar. Este é o melhor caminho: orientar, conscientizar e alertar os empregados. O estabelecimento de procedimentos, somado à iniciativa de estratégias de conscientização, é, sim, eficaz no sentido de evitar problemas relacionados à publicação de assuntos relacionados ao empregador em redes sociais. Ainda não há nenhum estudo científico que possa subsidiar estatisticamente essa afirmação, mas a experiência tem nos mostrado que ações internas nesse sentido trazem bons resultados. Os empregados permanecerão atentos se as empresas, além de estabelecer regras, promoverem constantes ações no sentido de conscientizá-los. Contudo, independentemente de tais ações, cabe a cada empregado ter postura profissional madura e adequada, sabendo que integra a empresa na qual trabalha e tutelando para que seu nome seja, sempre, preservado. Em conclusão, o empregado deve portar-se nas redes sociais com o mesmo zelo sob o qual se mantém no ambiente de trabalho, pois no mundo virtual o meio pode ser diverso, mas as ações e consequências são as mesmas do mundo real. B *Fernando Borges Vieira é sócio sênior do escritório Manhães Moreira Advogados Associados Mercado Julho 2011 ∞ 8 CONVERSA DEMERCADO Prezado leitor, Muita gente sonha com a casa própria e essa importante aquisição passa a fazer parte da lista de desejos daqueles que mensalmente são obrigados a separar um montante do salário para pagar o aluguel. Se, no seu caso, finalmente, chegou a hora de concretizar o sonho da casa própria e a opção escolhida foi a de construir, mãos à obra! Mas, cuidado: “Construa um sonho, não uma dor de cabeça!” Não pense que, ao definir a construtora, a sua participação voltará a acontecer apenas quando a obra estiver pronta com o pagamento. Se for esse o seu pensamento, é preciso se informar mais, afinal, não é à toa que muita gente diz que construção é sinal de dor de cabeça. A intenção não é generalizar, pois cada empresa tem seus méritos - e deméritos -, mas terá mais sorte aquele que ao escolher a construtora tiver, no final, o seu sonho edificado sem nenhum problema. Portanto, se a questão principal é não ter embaraços ao construir, seguir algumas etapas será fundamental. Primeiramente, esclareço que o contrato estabelecido para a construção, nesse caso, é o de empreitada. Assim, convenciona-se a execução de uma determinada obra, obrigando-se o executante (empreiteiro) por seu trabalho ou de terceiros, com ou sem materiais a ela necessários, perante o dono da obra (empreitante) e de acordo com as instruções deste, que ficará obrigado a remunerá-la por valor certo ou proporcional aos níveis do seu perfazimento. Existem vários tipos de empreitada, devendo cada espécie respeitar os requisitos fundamentais que a qualifica. O cuidado que se deve ter antes de assinar um contrato é, primeiramente, identificar se o serviço que está sendo contratado é interessante para aquele que quer construir, pois cada modalidade de empreitada traz um rol de direitos e obrigações do emMercado Julho 2011 ∞ 10 preiteiro e do empreitante. O contrato de empreitada poderá ser de labor (trabalho) e, portanto, exigir apenas a atividade do empreiteiro, ficando sob a responsabilidade do proprietário o fornecimento dos materiais. Ou então, poderá formalizar um contrato de empreitada mista, sendo de responsabilidade do empreiteiro tanto a mão de obra quanto os materiais para a construção. Quando a escolha é pela empreitada de labor, o empreiteiro receberá remuneração acertada, que poderá incidir sobre a porcentagem da obra. Nesse tipo de contrato, o empreiteiro administra e conduz as obras. Os riscos, não sendo causados por ele, correrão por conta do empreitante (art. 612, CC/2002). Em se tratando da modalidade mista, o empreiteiro possui uma responsabilidade maior, correndo todos os riscos por sua conta até a entrega da obra Já em se tratando da modalidade mista, o empreiteiro possui uma responsabilidade maior, correndo todos os riscos por sua conta até a entrega da obra, tendo apenas como exceção a mora do dono de recebê-la (art.611, CC/2002). Esse tipo de modalidade não se presume, é resultado da lei ou da vontade das partes contratantes. No contrato de empreitada não é admissível o acréscimo de preço, ou seja, o preço fixo é garantia originária do dono da obra. Esse entendimento é plausível, pois se presume que o arquiteto, construtor ou equiparado estipule preços inalteráveis por ter amplo conhecimento de mercado. Entretanto, havendo aumento ou alteração na obra mediante instruções escritas do empreitante ou aceitação tácita do mesmo, poderá nesse caso específico ocorrer o aumento do preço estabelecido. Com relação à modalidade de preço na empreitada, tem-se o preço fixo (pagamento pela obra na totalidade) e o preço por tarefa (conforme o andamento da obra). O contrato de empreitada é uma obrigação de resultado, o que possibilita, portanto, que o dono exija do empreiteiro a entrega da obra. O negócio jurídico em estudo gera direitos e deveres para ambos os contratantes. O contrato de empreitada é uma obrigação de resultado, o que possibilita, portanto, que o dono exija do empreiteiro a entrega da obra As principais obrigações do interessado em construir a casa própria serão pagar o preço e receber a obra. Se o empreitante se recusar, injustamente, a receber a obra acabada, o empreiteiro poderá, mediante depósito judicial, realizar a entrega desta. De outra forma, poderá o dono da obra rejeitá-la se o empreiteiro se afastar das instruções recebidas não a executando conforme estabelecido no contrato ou, então, se apresentar defeitos. Para a solução do caso, poderá, existindo os defeitos na obra, recebê-la com abatimento do preço (art. 616, CC/2002). Diante dessa análise, ao dono da obra é conferido o direito/dever de fiscalizar a execução desta, pessoalmente ou por terceiro contratado para essa finalidade, evitando futuros desentendimentos. Poderá, também, embargar a obra ou tomar as medidas necessárias, se o empreiteiro se afastar do anteriormente determinado. Passando para a análise dos direitos e deveres do empreiteiro, este deverá entregar a obra prevista, perfeita e acabada conforme o contrato e no prazo estabelecido. Se houver atraso na entrega que acarrete prejuízo ao dono, este deverá comprová-lo. Com relação aos materiais, se o empreiteiro os recebe do empreitante, será obrigado a pagar por sua perda ou deterioração a que der causa por culpa. Alguns estudiosos do assunto assentam que o empreiteiro tem como obrigação acessória aconselhar seu cliente sobre as condições de instalação e execução da obra, ou seja, impedir que o contratante opte por procedimentos custosos, inúteis, prejudiciais e até mesmo de risco. No momento de finalização da tão sonhada construção, é necessário verificar se a obra está nas condições acordadas, de maneira que não apresente vícios. Se o dono optar por não verificar as condições da obra que ora está sendo entregue, assume o risco de recebê-la com desacertos. A atitude mais correta a ser adotada pelo empreiteiro é convidar o dono do imóvel finalizado para verificá-lo, ainda que por notificação, se for o caso, para que o faça em prazo razoável, tendo como penalidade a aceitação da obra. A partir de então, da verificação, decorrerá o recebimento da obra ou não. Aquele que escolhe confiar e receber a obra sem antes verificá-la poderá ter graves problemas desencadeados com essa atitude omissa. Acredita-se que essa vistoria é o momento mais importante para evitar que o sonho vire um pesadelo. Após a aceitação da obra concluída, o proprietário terá resguardado o seu direito de reclamar ao judiciário a responsabilidade do construtor Após a aceitação da obra concluída, o proprietário terá resguardado o seu direito de reclamar ao judiciário a responsabilidade do construtor e a garantia pela solidez e segurança da obra executada, assim como dos materiais e do solo, pelo prazo de cinco anos (prazo de garantia) dentro dos 180 dias após o aparecimento do vício ou defeito, por meio de ação de ressarcimento (art. 618, CC/2002). Já o STJ ampliou o prazo de prescrição para 20 anos, conforme a Súmula nº 194 de 1997. Por fim, é preciso ressaltar: não se esqueça de que o primeiro passo a ser dado é formalizar um contrato, minuciosamente elaborado, evitando, assim, problemas futuros. Estar atento a todos esses detalhes corroborará para que se tenha sucesso na realização desse grande sonho. E se precaver tem sido, ainda, a melhor opção. Elisa Batista é advogada com atuação em Uberlândia, especializada em Direito Constitucional e Direito Privado MEntrevista Em publicidade, “é preciso se informar e observar mais” Quem dá esse recado é o publicitário Pedro Pletitsch, autor da célebre campanha “Poupançudos da Caixa”, que ministrou curso em Uberlândia a convite da APP DA Redação Mercado Julho 2011 ∞ 12 A Associação dos Profissionais de Propaganda - APP Uberlândia promoveu nos dias 9 e 10 de julho, na Esamc, em Uberlândia, o curso “Criação para quem quer entender (mesmo) de criação”, com Pedro Pletitsch. Esse profissional tem ainda em seu currículo grandes trabalhos para clientes como General Motors, Nestlé, McDonalds, Aston Martin/Londres, Martini & Rossi/ Londres, Coca Cola/ Madrid, Banco Santander/ Madrid, Mitsubishi Motors, Honda e Panasonic. Pletitsch é formado em Publicidade e Propaganda pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e também professor da Miami Ad School/ ESPM desde 2004. Ele é diretor de arte com mais de 25 anos de carreira e já recebeu diversos prêmios, como Clube de Criação de SP, ABP, Profissionais do Ano, Prêmio Abril, Fiap, Revista Arquive, Festival de Londres, Festival de Nova York, Clio Awards, Shots, Graphis, One Show, AD&D e Festival de Cannes. Com tamanha bagagem e currículo, o resultado do curso não poderia ser outro: inscrições esgotadas em apenas duas semanas e, consequentemente, auditório lotado. Em sua passagem por Uberlândia, Pedro Pletitsch concedeu entrevista à MERCADO, falou sobre qualidade e colocou conceitos básicos como informação e observação acima da tecnologia para o bom desempenho da profissão de publicitário. Mercado: Como você vê o mercado publicitário no Brasil? Ainda há espaço para uma boa propaganda? Pedro Pletitsch: Sim. Apesar de termos passado por um período de insegurança no mercado, com novos líderes, maior competição tanto entre os clientes quanto entre as agências e flexibilização nas formas de remuneração dos nossos serviços, ainda há espaço para a qualidade. Mercado: As novas tecnologias estão mudando a maneira de os consumidores verem o mundo. Como, na sua opinião, o publicitário pode inovar ainda mais diante de tantas novidades e facilidades? Acho que a primeira coisa nesse novo cenário é se informar. Precisamos estar mais perto das pessoas. Observar e tentar captar seus anseios antes de sair criando. Elas têm um poder imenso e respondem bem ou mal rapidamente. Além disso é preciso que sejamos transparentes, assumindo riscos junto com o cliente, pois nesse universo o controle sobre sua mensagem é muito restrito. Ser ousado é nossa obrigação. O desafio é ser ousado e assertivo. Mercado: Quem manipula quem: a propaganda ou o consumidor? Prefiro dizer que influencia ao invés de manipula. E um influencia o outro. Mas eu diria que o poder da propaganda é muito menor do que o do espaço chamado editorial. A mídia derruba ou elege governos, muda re- almente o comportamento das pessoas e aparenta ter mais isenção. No Brasil, nenhuma campanha teria o mesmo poder de influência de uma novela de sucesso. Mercado: No seu curso - Criação para quem quer entender (mesmo) de criação - qual é o principal objetivo? Nesses 25 anos de propaganda, tive a sorte e a oportunidade de trabalhar em grandes e importantes agências, no Brasil e na Europa. Com isso, tive a chance de conviver com grandes profissionais, e de participar de encontros, palestras e projetos em vários lugares do mundo, como Nova York, Londres, Madri e Milão, além de Cannes, onde existem palestras incríveis para apaixonados por propaganda. Tenho muita informação, com qualidade e profundidade, que não dá para simplesmente encontrar na internet. Reuni toda essa informação e organizei de uma forma linear e didática, tomando o cuidado de adaptar para a nossa realidade. Acho que dividir esse conhecimento seria o principal objetivo. Mercado: Ainda falando sobre cursos: qual a importância para o receptor/público ao participar deles? Por quê? Os profissionais de criação são formados basicamente por três requisitos: talento, técnica e esforço. Acho que na parte do talento não dá para mexer. Nascemos com mais ou menos talento. Meu curso então trabalha mais com a técnica e o esforço, analisando as formas de desenvolver um maior critério para criar e selecionar as melhores ideias e demonstrando o poder do esforço, ou seja, se você tem menos talento, compense, trabalhe mais. Já vi muita gente se dar muito bem com talento médio e muito esforço. E também gente muito talentosa não dar certo por preguiça. “No geral, eu diria que quanto mais informações pudermos absorver, melhor seremos. É sempre melhor termos muita informação e utilizarmos uma parte do que não ter nenhuma” Mercado: Ser criativo é uma das premissas do publicitário. Mas não somente. O que é preciso para se destacar no mercado? Buscar informação. Muita informação e de qualidade. Hoje, a informação está disponível para todos. Então essa premissa acaba sendo exigida em todas as áreas, pois não é mais um diferencial só de quem pode comprar livros, por exemplo. No geral, eu diria que quanto mais informações pudermos absorver, melhor seremos. É sempre melhor termos muita informação e utilizarmos uma parte do que não ter nenhuma. Mercado: Na sua visão, qual lugar tem a melhor propaganda do mundo? Ou realmente os profissionais é que fazem a diferença em qualquer lugar/agência? A propaganda, como qualquer atividade, depende de um contexto. E na média, a melhor propaganda é feita 13 ∞ Mercado Julho 2011 MEntrevista na Inglaterra. Os fatores culturais, aliados ao humor inteligente e incomparável dos ingleses, são determinantes e os colocam na frente dos outros. Mercado: O senhor conta que começou de maneira diferente no mercado de trabalho e que hoje seria inviável esse tipo de coisa. Por quê? Comecei de um jeito meio diferente mesmo. Um professor da faculdade, muito mais artista do que publicitário, passava algumas tarefas estranhas. Pôsteres tridimensionais, embalagens para frutas, coisas meio malucas mesmo. Eu curtia e levava “zilhões” de ideias. Ele então me convidou para trabalhar no seu estúdio, onde a gente ganhava uma miséria fazendo capas de livro (devo ter feito mais de 200), brindes malucos e alguns projetos de pontos de venda. Depois de quatro anos nessa vida, uns caras da McCann ouviram falar das coisas doidas que fazíamos e nos chamaram para conversar. Em meia hora, o VP de criação nos ofereceu um salário maravilhoso, para a gente fechar o estúdio e montar um departamento de Merchandising dentro da McCann. Em poucos meses percebemos que os clientes eram mais resistentes a novas ideias nessa área do que no advertising. Então fui recebendo jobs de propaganda e a parte de merchandising foi morrendo naturalmente. Isso aconteceu em 1985, época ainda romântica da propaganda. Hoje acho que seria impensável esse tipo de coisa, pois o pessoal que está começando já tem muita informação e sabe o quanto o mercado é competitivo. Dou aula na Miami Ad School/ESPM, e a maioria dos meus alunos já trabalha em agências bacanas. Mercado: E, por fim, qual será o futuro da propaganda no Brasil diante de tantas mudanças visuais e comportamentais? Acredito que ninguém tem essa resposta, então, o que nos resta é estarmos atentos e bem informados. Para nós, da criação, a coisa me parece menos assustadora, pois as bases do nosso trabalho não devem mudar. As ideias boas, relevantes, coerentes e ousadas vão continuar vencendo, seja no folheto ou no filme para celular, pois os meios mudam, mas as emoções das pessoas não. A viagem para a praia, o churrasco com cerveja, o jantar romântico e o Natal para as crianças não vão morrer. Ainda bem! B MFranchising&Negócios A importância do bom planejamento “A estratégia é uma necessidade para qualquer empresa, não importa o tamanho” (Michael Porter) POR Carlos Ruben Pinto* Todos os tipos de empreendimentos apresentam seus próprios desafios no dia a dia dos negócios. Muitos são os fatores que levam ao sucesso ou fracasso de uma empresa. E na prática, é muito importante que os sócios proprietários da empresa procurem conhecer bem os dois caminhos, para traçar seu planejamento em busca do melhor. Através do sistema de franchising, os potenciais franqueados têm a oportunidade de conhecer o caminho percorrido pelas marcas de seu interesse, antes de investirem no negócio. Ou seja, ao aderir a uma franquia, o franqueado recebe o know-how do franqueador que já testou um conceito de negócio, corrigiu os erros e buscou focar suas ações nas estratégias de sucesso. Sendo assim, ao pesquisar bem e escolher a melhor opção de franquia para o seu perfil de empreendimento, o franqueado passa a ter acesso a essas estratégias. No sistema de franchising, o franqueador, tendo antes percorrido o caminho que os franqueados querem percorrer e, sobretudo, por ter conhecimento do mercado e dos clientes da marca, pode prestar treinamentos e assessoria que ajudem o franqueado a administrar sua empresa no caminho do sucesso. Para isso precisa se estruturar corretamente. Por outro lado, o franqueado precisa se dedicar bem ao negócio, seguir o padrão da franquia e recomendações do franqueador, para fazer uma gestão eficiente da empresa e de seus processos. Em primeiro lugar, precisa entender bem qual é o seu papel dentro da empresa, ter uma visão sistêmica do negócio. Terá que gerenciar pessoas em várias funções, administrativas e operacionais, supervisionando o cumprimento dos padrões definidos no treinamento, contrato e manual da franquia. Cabe a cada franqueado cuidar bem da empresa, do marketing local e de todas as atividades e decisões, es- pecialmente as que envolverem recursos financeiros. Em síntese, são muitas as atribuições de um empresário na gerência de seu negócio, que exige planejamento, organização, liderança e controles. Enquanto empresário, o franqueado deve buscar manter o equilíbrio entre essas funções dentro da franquia. Muitos dos comerciantes que sobreviveram às mudanças econômicas e sociais são aqueles que buscaram se atualizar, que aprenderam e ensinaram com a sua própria experiência. Mudaram de atitude, desenvolveramse e conquistaram a condição de empresário, e sabem hoje que o crescimento exige sempre planejamento, gerenciamento e controle. O varejo caminha com a humanidade, passa por transformações e modernizações, e o franchising, como um tipo de operação de varejo, também evolui e se moderniza. A cada dia que passa, surgem no mercado novas marcas, que quando bem planejadas e administradas, encontram o caminho da prosperidade para os franqueados da rede. O objetivo da franquia não deve ser somente aumentar o seu tamanho enquanto rede, mas consolidar uma posição de sucesso, ter constância de propósito - estar sempre de olho na sua missão, visão, objetivos, princípios e metas. Para se manter no mercado com sucesso, a rede precisa ter visão de futuro e a cada dia trabalhar para tornar o negócio diferenciado e fortalecido. E nisso está a importância do bom planejamento. Cabe ao franqueador desenvolver estratégias para a rede, visualizar o crescimento de todos, dos franqueados e de seus empregados - treinar, desafiá-los a se diferenciar no mercado e conquistar metas. É bom lembrar: planejamento não é só para grandes empresas. O varejo caminha com a humanidade, passa por transformações e modernizações, e o franchising, como um tipo de operação de varejo, também evolui e se moderniza * Carlos Ruben Pinto é administrador de empresas, consultor de varejo e franquias [email protected] - www.guiadofranchising.com.br/mds Mercado Julho 2011 ∞ 16 MInvestimentos&etc. LCI: a bola da vez da renda fixa POR Gabriel Silveira Pena I nvestir no mercado de renda fixa não é algo tão simples como antigamente. A tradicional caderneta de poupança perdeu destaque na mídia diante de tantas alternativas com baixo risco e rentabilidade superior, como é o caso dos CDBs, dos títulos públicos, das debêntures e dos fundos de renda fixa. O destaque mais recente tem sido as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), que possuem uma atraente relação retorno, risco e liquidez. As LCIs são uma forma de investimento lastreada em créditos imobiliários e ao investidor é conferido o direito de crédito pelo valor nominal e juros. Elas são garantidas por alienação fiduciária e hipoteca, e cada letra representa vários imóveis, fato que dificulta a chance de calote. Esse produto financeiro apresenta duas grandes vantagens. A primeira é que com apenas mil reais é possível iniciar um investimento. A segunda vantagem é que desde 2004 temos a isenção de imposto de renda para pessoas físicas, entretanto a mesma regra não é válida para pessoas jurídicas. Devido a esse incentivo fiscal, uma letra que apresente uma rentabilidade de 90% do CDI (que atualmente é de 11,88% a.a.), possui o mesmo rendimento líquido que um CDB que remunere o investidor em 116,13% do CDI, algo muito difícil de um banco oferecer! O vencimento da aplicação fica a critério do investidor de acordo com a disponibilidade do banco emissor, todavia o prazo mínimo visto com frequência no mercado é de três meses. É importante ressaltar que um prazo menor de vencimento pode implicar uma rentabilidade inferior, e que só é permitido resgatar o recurso aplicado no vencimento preestabelecido. Não podemos deixar de mencionar o fator risco, uma vez que este é um grande balizador das tomadas de decisões. O risco da LCI é o de o banco emissor quebrar, mas caso isso aconteça, o governo federal garante por meio do FGC (Fundo Garantido de Crédito) até setenta mil reais por CPF. B A aplicação em LCI pode ser feita por meio de instituições bancárias ou então em corretoras autorizadas. Prazo CDI líquido (%) Taxa bruta equivalente (%) IR (%) Até 6 meses 90 22,50 116,13 De 6 meses a 1 ano 90 20 112,50 De 1 ano a 2 anos 90 17,50 109,09 Mais de 2 anos 90 15 105,88 * Colaboração: Ápis Investimentos | Afiliada XP-Uberlândia www.apisinvestimentos.com - 34 3221-8606 Mercado Julho 2011 ∞ 18 MGestão Escritório de Negócios do Grupo Capgemini, em Cracóvia, Polônia: multinacional francês está presente em 40 países, com receita global de 8,7 bilhões de euros (2010) e 112.000 pessoas empregadas ABC Algar firma contrato de gestão com Grupo Capgemini Com duração de 13 anos, projeto abrangerá as áreas de finanças, administração, recursos humanos e aquisição de serviços. Meta é aumentar a produtividade da Algar em mais de 45% A POR Michelle Ito (Planin) subsidiária brasileira do Grupo Capgemini acaba de fechar um contrato com o Grupo ABC Algar, com sede em Uberlândia, para dar suporte às operações da companhia no país. A Mercado Julho 2011 ∞ 20 iniciativa deve aumentar em 45% a produtividade da Algar, além de melhorar a qualidade e a flexibilidade dos serviços, suportando sua expectativa de crescimento. O Grupo Capgemini é um dos líderes mundiais em serviços de consultoria, tecnolo- gia e terceirização. Sob os termos do 13º ano do contrato, a Capgemini assumirá a responsabilidade pela contabilidade geral do cliente, que inclui contas a receber e a pagar, impostos, administração de recursos humanos, fo- soluções Oracle e BPOpen®* dos seus centros de entrega no Brasil. O projeto incluirá a padronização de métodos e níveis de serviços em duas unidades de negócios e nove empresas da Algar, que envolvem as áreas de agronegócios, aviação, segurança, tecnologia e mídia. David Poole, vice-presidente e David Poole, vicepresidente e head de Vendas, Marketing e Inovação para BPO da Capgemini lha de pagamento e aquisições. Esse processo será possível a partir da implementação da tecnologia de Business Process Outsourcing (BPO) da corporação e sua rede de distribuição, que envolve mais de mil pessoas em todo o Brasil. Atualmente, o grupo ABC Algar administra diversas empresas organizadas em três unidades de negócios: tecnologia e telecomunicações, agronegócio e serviços. Como parte do acordo, a Capgemini oferecerá serviços de outsourcing de processos de negócios com, aproximadamente, 150 funcionários utilizando head de Vendas, Marketing e Inovação para BPO da Capgemini, diz que “com a combinação de nossas capacidades globalmente reconhecidas, como expertise em marketing, modelo de entrega Rightshore® e uma série de ferramentas e tecnologia, incluindo a BPOpen®, visamos a oferecer economia, serviços de aprimoramento e padronização ao cliente”. O executivo acrescenta que esses serviços ajudarão a ABC Algar a crescer com segurança e com uma plataforma eficiente, focada no seu core business. “Estamos orgulhosos com a parceria e ansiosos para colaborar com essa importante ini- Gustavo Guimarães, CFO da Algar Agro: “Ficamos impressionados com o comprometimento colaborativo da Capgemini e com a capacidade cultural da empresa de se adequar ao nosso negócio” ciativa. Além disso, a perspectiva econômica brasileira faz do país um excelente lugar para a Capgemini BPO continuar a expandir seus negócios na América do Sul”. “Ficamos impressionados com o comprometimento colaborativo da Capgemini e com a capacidade cultural da empresa de se adequar ao nosso negócio”, diz o CFO da Algar Agro, Gustavo Guimarães. O executivo ressalta, ainda, que as capacidades apresentadas no gerenciamento de projetos com multiprocessos, especialmente nas áreas de finanças, contabilidade e impostos, são fatores essenciais. “Foi demonstrada uma preocupação em atender a todas as nossas áreas de negócios no Brasil”. Essa é uma grande vitória do Grupo Capgemini na América Latina, sendo o maior contrato da história da Capgemini BPO. A partir de agora, serão meses de licitações para a assinatura do contrato. * BPOpen é uma plataforma de serviços integrados inovadora e visionária, elaborada para ajudar no aumento da velocidade e na valorização da entrega de Business Process Outsourcing (BPO). Construída em SOA (Service Oriented Architecture), a BPOpen faz com que o Serviço Orientado ao Empreendimento seja aplicado e com que o Rightshore™ da Capgemini entregue os serviços de BPO, incluindo finanças e contabilidade, aquisição e recursos humanos. Sobre a Capgemini Com mais de 112 mil funcionários em 40 países, a Capgemini é um dos maiores provedores de serviços de consultoria, tecnologia e terceirização do mundo. Em 2010, o Grupo apresentou o faturamento global de 8,7 bilhões de euros. Como organização multicultural, a Capgemini desenvolve sua própria forma de trabalho, o Collaborative Business Experience™, baseada no Rightshore®, seu modelo de entrega mundial. Visite: www.capgemini.com B 21 ∞ Mercado Julho 2011 MEconomia 27 secretários de Fazenda dos estados e do Distrito Federal estiveram presentes na reunião do Confaz que decidiu pela unificação do ICMS entre estados Confaz decide unificar ICMS em 4% Medida valerá a partir de 2012 para operações interestaduais O s 27 secretários de Fazenda dos estados e do Distrito Federal decidiram unificar em 4% a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre as operações interestaduais. A padronização da alíquota, que será implantada paulatinamente, foi definida na reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), e Mercado Julho 2011 ∞ 22 contou com a presença do ministro da Fazenda em exercício, Nelson Barbosa. “A medida vai ser gradual, não se reduz alíquota do ICMS rapidamente porque causa desequilíbrio nas finanças estaduais. Temos que construir um acordo para que comece a vigorar a partir de janeiro de 2012”, disse o ministro interino, acrescentando que a proposta é avançar rápido, com a aprovação da resolução no Senado. Foto: Antônio Cruz/Abr POR Evaldo Pighini com Agência Brasil Atualmente, a alíquota nas operações interestaduais é de 7% para os estados do Norte e Nordeste e de 12% para os demais. Segundo Nelson Barbosa, os estados que, eventualmente, sofram perdas com a redução da alíquota, terão o caso tratado individualmente pela União. Ele explicou que foram feitos estudos com base nas notas fiscais eletrônicas e, com isso, já se sabe quem perde e quem ganha com a padronização. Comércio eletrônico Outra questão abordada pelo Confaz foi a alíquota do imposto nas vendas pela internet (comércio eletrônico ou e-commerce). “Pretendemos fazer com que o comércio eletrônico siga a mesma regulamentação dos outros. Se a alíquota interestadual é 4%, ela vai ser a mesma no comércio eletrônico. Mas vamos deixar que os estados se reúnam e tirem uma proposta de consenso, que pode ser encaminhada ao Congresso Nacional via emenda constitucional com o apoio do governo”, explicou Nelson Barbosa. Tributação precisa ser adequada, diz ministro O ministro defendeu uma reforma tributária que diminua os impostos cobrados nos insumos, como forma de impulsionar a indústria. “A estrutura tributária nos preocupa muito. O Brasil é um país que construiu sua história tributando insumos básicos da economia. Para um país com o nível de desenvolvimento que já que apenas reduzir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) acabaria prejudicando os estados. “Se, de uma hora para outra, viramos de ponta a cabeça o sistema tributário, a gente quebra o país.” Em relação à questão cambial, Pimentel disse que o Brasil tem usado os mecanismos possíveis, temos, isso é um erro grave. Crescemos tributando combustível, energia elétrica; isso é um erro grave”, afirmou. Pimentel criticou ainda a chamada guerra fiscal, mas ponderou como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e regras para dificultar a entrada de capital financeiro na economia, como forma de equilibrar o valor do real em relação ao dólar. B Foto: Antônio Cruz/Abr Dias antes da decisão do Confaz, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou que o Brasil precisa mudar sua estrutura tributária como forma de se adequar à nova realidade. Pimentel disse que a atual forma de tributação brasileira não está mais adequada ao tamanho do território e ao nível de desenvolvimento do país. O ministro Fernando Pimentel considera inadequada a atual estrutura tributária do país: “ “Nossa estrutura tributária não é adequada ao nosso tamanho. Não digo carga tributária porque esse é um discurso muito pobre. A nossa estrutura é mal distribuída e mal colocada para as demandas que o país tem hoje, talvez ela fosse adequada para o Brasil de 20 anos atrás”, argumentou Pimentel. O ministro em exercício, Nelson Barbosa, disse que a medida vai ser gradual para evitar desequilíbrio nas finanças estaduais Crescemos tributando combustível, energia elétrica; isso é um erro grave 23 ∞ Mercado Julho 2011 MCapa O “boom” da construção civil O setor atravessa um de seus melhores momentos na história do país, e Uberlândia não foge à regra. Na cidade, apenas no primeiro semestre deste ano, o número de alvarás de construção expedidos pela prefeitura já é maior que em todo o ano de 2010 POR Amanda Célio e Priscilla Rocha (Ares) O residencial Shopping Park, na zona sul de Uberlândia, demonstra bem o bom momento da construção civil no Brasil: são quatro mil unidades habitacionais construídas de uma só vez Mercado Julho 2011 ∞ 24 a mais em 2010 em comparação a 2009. Agora em 2011, apenas nos seis primeiros meses, a quantidade de alvarás liberados já é maior que todo o volume emitido no ano passado. Todos esses dados, tanto o local quanto os nacionais, apontam que o Brasil vive o “boom” da construção civil. Para o Dieese, os investimentos públicos e privados, além de programas como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Minha Casa, Minha Vida, estimularam o crescimento do segmento em 2010 e são os fatores que devem ajudar a compor um cenário positivo para o setor em 2011, apesar de uma possível redução no ritmo de consumo. Além disso, o estudo cita a Copa de 2014 como um dos pilares para o crescimento. No ano passado, o aumento nos investimentos no setor resultou também em uma alta no aporte de financiamentos imobiliários, com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que alcançou os R$ 83,9 bilhões. Os valores contratados nos financiamentos com recursos do FGTS cresceram 73%. E a quantidade de unidades adquiridas ficou 57% maior que a de 2009. Já os financiamentos por meio da Poupança SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), aumentaram 65%, e o número de unidades contratadas cresceu 39%. Os números também apontam para um crescimento sustentável do segmento de materiais de construção. Entre 2005 e 2009, a construção civil cresceu cerca de 10% ao ano, depois de um período de estagnação de 20 anos. A Foto: Welton Neves I mpactado pelo acesso ao crédito e o crescimento da renda no Brasil, o setor da construção civil atravessa nestes últimos anos talvez o seu melhor momento na história, uma situação ainda sem data prevista para acabar. Em 2011, por exemplo, um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgado em maio, mostra uma expectativa de crescimento para o segmento neste ano de 8,5% acima do percentual previsto para o Produto Interno Bruto (PIB), que é de 4,5%. A cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, reflete bem essa realidade. Como parâmetro, basta analisar o número de alvarás de construção expedidos pela Prefeitura, que foi de quase 80% MCapa Uberlândia emitido apenas um alvará, mas que contempla mais de uma unidade habitacional como, por exemplo, as casas populares recém-construídas no bairro Shopping Park, na zona sul da cidade. “No local, a prefeitura vai entregar em breve cerca de quatro mil casas, porém, circunstancialmente com a emissão de apenas quatro alvarás de construção”, informa o secretário. Situação parecida ocorre em condomínios residenciais. É o caso do Residencial Rossi Piazza, próximo à Universidade Federal de Uberlândia, onde para 348 apartamentos contemplados no projeto da obra, existe apenas um alvará. O crédito no Brasil cresceu e a população entrou nessa onda. De acordo com a economista e consultora de investimentos, Ana Paula Garcia, “era esperado tendo em vista os programas de incentivo à habitação popular e um reforço no processo de recuperação e ampliação da infraestrutura brasileira”. Todos os nichos foram atingidos e cresceram, como mostra pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, divulgada em junho desse ano. No primeiro trimestre de 2011, “a taxa de investimento foi de 18,4% do PIB, a necessidade de financiamento alcançou R$ 27,4 Foto: Muriel Gomes/ Correio de Uberlândia - 19/1/2009 Conforme dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Planejamento Urbano de Uberlândia, em 2009 foram expedidos 2.336 alvarás de construção; em 2010, 4.147; e em 2011, somente até junho, o número já chegou a 4.600, portanto, um crescimento que reflete bem o bom momento da construção civil. Outro parâmetro a ser considerado para medir essa expansão é a quantidade de empregos gerada no setor. Em nível nacional, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), o número de empregos na construção civil no país chegou a mais de 2,5 milhões de pessoas em 2010. O secretário municipal de Desenvolvimento e Habitação, Felipe Attiê, diz que Uberlândia é, hoje, segundo o ministério das Cidades, uma referência nacional, um modelo a ser seguido em habitação Contudo, no caso de Uberlândia, os números da construção civil são bem maiores, pelo menos no que se refere à quantidade de alvarás expedida pela Prefeitura, conforme explica o secretário municipal de Desenvolvimento e Habitação, Felipe Attiê. Segundo ele, existem casos de determinadas obras em que é Mercado Julho 2011 ∞ 26 O residencial da construtora Rossi, próximo à UFU, está em fase final de construção: exemplo de obra com um alvará apenas, mas 348 novos apartamentos construídos Na opinião de especialistas, esse crescimento no setor sempre foi constante, mas aumentou substancialmente a partir de 2008. A crise dos Estados Unidos afetou todo o mundo e, para fugir dela, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu incentivar o consumo diminuindo, ou até retirando, impostos. bilhões contra R$ 25,1 bilhões no mesmo período do ano anterior. A Renda Nacional Bruta atingiu R$ 921,7 bilhões contra R$ 821,8 bilhões em igual período do ano anterior; e, nessa mesma comparação, a Poupança Bruta atingiu R$ 148,9 bilhões, contra R$ 128,9 bilhões em 2010”. Planejamento Nos últimos 12 meses, a alta registrada especificamente no setor da construção civil foi de 6,8%, variando, em média, 1,5% em cada mês. Todas as regiões puderam sentir esse aumento. Ana Paula Garcia afirma que as cidades pequenas não participaram ativamente desse crescimento. “Elas estão ‘pegando carona’ na expansão da construção civil verificada nas grandes cidades, à medida que cidades de portes menores estão se apresentando como atrativas de investimentos. Todavia, há de se considerar que o crescimento destas cidades não se apresenta na mesma magnitude do que nas grandes cidades. As pequenas apresentam tendência de crescimento deste setor semelhante às grandes, mas o impacto e a proporção é que são reduzidos”, ressalta. Como já mencionado, Uberlândia, em especial, é protagonista dessa expansão no setor. Com localização estratégica, a cidade hoje é polo de vários setores. Segundo o secretário Felipe Attiê, em dois anos e meio o aumento do volume de negócios é surpreendente. “Hoje, Uberlândia, segundo o ministério das Cidades, é uma referência nacional, um modelo a ser seguido em habitação. Porém, é difícil confirmar os números desse crescimento exorbitante por conta das construções coletivas. Por exemplo, no Shopping Park são quatro mil casas erguidas, mas apenas quatro ‘Habite-se’ e quatro ‘Alvarás de Construção’ foram expedidos”, volta a declarar o secretário. O Censo do ano passado divulgado pelo IBGE mostra bem essa realidade. Em dez anos, enquanto a população brasileira cresceu 12,48%, a de Minas Gerais aumentou 9,68%, e a de Uberlândia 20%, nesse caso, aproximadamente 100 mil habitantes. Por isso a importância de se pensar em um planejamento. Ainda de acordo com Felipe Attiê, é necessário que se evite um crescimento parecido com o das grandes capitais, por exemplo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde a população dos morros e das favelas sofre com falta de infraestrutura e, por isso, o governo é substituído por traficantes. “Planejamos os bairros, Uberlândia se tornou uma cidade organizada, sem invasões em terrenos e locais indevidos para os cidadãos”, afirma o secretário. A Obras espalhadas por todos os lados: é o retrato da construção civil no Brasil 27 ∞ Mercado Julho 2011 MCapa Crescimento gera escassez no mercado A falta de mão de obra fez com que os salários disparassem. Pesquisa da FGV aponta que o valor da remuneração cresceu cerca de 26% nos últimos anos. Foi sob esse cenário que o estudante Lucas Diego Justino entrou para o curso de Engenharia Civil em 2008, área cuja procura por vagas vem crescendo na mesma proporção que o mercado (confira no box a seguir). “O mercado nessa área é bastante amplo, pois demanda grande quantidade de profissionais. Mais ainda aqueles com capacidades e habilidades diferenciadas de acordo com o segmento de atuação escolhido”, diz Lucas sobre uma possível saturação do mercado. A consultora Renata Ramos concorda com o estudante Lucas. “É importante verificar se a pessoa realmente possui as habilidades necessárias para atuar com sucesso nesse setor. Caso tenha, ainda dá tempo de desenvolver suas competências e se especializar nessa área, aproveitando, assim, essa explosão do mercado. A Número de universitários no curso de Engenharia Civil Nº Candidatos Vagas 2008/1 311 17 18,29 2008/2 325 40 8,12 2009/1 470 20 23,50 2009/2 457 40 11,40 2010/1 507 20 23,35 2010/2 554 40 13,85 2011/1 878 20 43,90 2011/2 807 40 20,18 Ano Relação Cand/ Vaga A consultora em Gestão de Pessoas, Renata Ramos, diz que o grande e rápido crescimento verificado no setor da construção civil fez com que a demanda por profissionais ultrapassasse a oferta, por isso a falta de mão de obra Mercado Julho 2011 ∞ 28 (Fonte: Universidade Federal de Uberlândia) Em cinco anos, o mercado brasileiro da construção civil apresentou um crescimento vertiginoso, porém, sem estar preparado, apesar de previsto. Para Ana Paula Garcia, a demanda surpreendeu o país. Reflexo disso foi a falta de mão de obra. A taxa de desocupação, conforme o IBGE, cada mês bate novo recorde. No último boletim, divulgado em abril, o índice foi de 6,4%; o destaque é no setor da construção civil. Outra pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que no primeiro trimestre deste ano o número de contratações no setor teve aumento de 10,9%. Segundo a consultora Renata Ramos, da Retha Soluções em Gestão de Pessoas, “o crescimento rápido e vertiginoso observado na construção civil não acompanhou esse ‘boom’, ou seja, a demanda por profissionais dessa área ultrapassou a oferta”. Outro ponto observado por ela é o preconceito que existe em torno dos profissionais desse setor. “Existe uma desvalorização em relação ao trabalho braçal, apesar da remuneração cada vez mais atrativa”, explica. MCapa Demanda provoca aumento dos preços Assim como os salários, o material de construção também subiu. Em 2010, a procura foi maior em função da grande disponibilidade de financiamento habitacional e, principalmente, do programa “Minha Casa Minha Vida”. As classes B, C e D são as que mais vão ao mercado em busca de materiais de construção. O sócio-proprietário da empresa Comarco Materiais para Construção, Janfredo Nader, afirma que a procura de produtos para o setor foi significativa em todas as classes, com destaque maior para a fatia da população que ganha de três a seis salários mínimos mensais. “Estávamos relativamente preparados, mas tivemos que fazer algumas adaptações, como a aquisição de veículos, funcionários e o aumento do estoque mínimo. As faltas de estoque foram pontuais”, afirma. Ainda segundo o empresário, a procura cresceu 60% no ano passado, comparada a anos anteriores, em que a demanda não era tão grande. Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusConSP), em 2010 o preço do material de construção aumentou 5,49%. “Algumas empresas fornecedoras que enfrentavam maior concorrência aumentaram os preços para corrigir a inflação, enquanto outras elevaram os preços em função da alta procura. Em geral, o aumento ficou em cerca de 20%”, completa o empresário. Sobre essa questão, Ana Paula Garcia diz que a inflação não influenciou como ocorreu no caso dos alimentos no início deste ano. “O crescimento do setor aumenta o número de vagas e aquece a economia, mas um problema surge no meio do boom da construção, a falta de material. O cimento já é um material em falta. Muitos locais de venda não têm mais o produto. As empresas do setor trabalham para reverter a situação. Ela ainda diz que uma questão a ser ponderada é que o aumento de preços visto no mercado parece ser um processo gerado pela relação oferta e demanda. “Dessa forma, como a demanda está aquecida e a oferta dos materiais e da mão de obra não tem alavancado na mesma proporção, é de se esperar elevação do preço, mas nada que aponte crise ao setor”, observa. O Sindicato das Imobiliárias de Uberlândia (Secovi) sempre monitora os índices do mercado. Para o vice-presidente dessa instituição, Arianan Maracaipe Rego, “a alta sofrida no mercado de venda de imóveis não pode ser medida por um índice específico”, por isso vários fatores devem ser analisados. No mercado de locação, o aumento pode ser considerado um reflexo da retirada de alguns imóveis de oferta. Esses imóveis tornaramse opções de “venda” por parte dos seus proprietários. Uma consequência natural da redução da oferta é o aumento de preço. Já no mercado de imóveis para venda (veja a seguir no box dicas de como comprar bem), o aumento foi influenciado por toda a cadeia produtiva da construção civil, que teve seus custos fortemente reajustados e, portanto, repassados ao mercado. “O aquecimento na construção civil gerou escassez de mão de obra qualificada, além de uma corrida especulativa por áreas/terrenos para construção. Tudo isso, atrelado à grande oferta de crédito habitacional no mercado, levou a um aumento natural dos preços de venda de imóveis em nossa cidade e região”, ressalta. Essa é também a opinião do gerente regional da Rossi Residencial, Mauri Leite, que coloca o governo federal como um agente para desacelerar a inflação. “No mercado imobiliário, essa pequena alta ainda não influenciou. Talvez, apenas, nos contratos de locação”, confirma. Quem sentiu na pele o aumento dos aluguéis foi o vendedor Hélio Melgaço Júnior. Natural de João Pinheiro, região noroeste de Minas, ele se mudou para Uberlândia por causa dos estudos. “Ao me mudar, os aluguéis de imóveis do nível que procurava estavam em torno de R$ 380, hoje não custam menos de R$ 570, com isso, me vejo obrigado a dividir o apartamento com outros colegas”, comenta. A procura (por material de construção) cresceu 60% no ano passado, comparada a anos anteriores em que a demanda não era tão grande Mercado Julho 2011 ∞ 30 Tendência do mercado em 2012 O mercado da construção civil poderá sofrer uma queda se comparado às taxas de crescimento do ano passado, porém, continuará a ser um dos setores que mais irá se expandir nos próximos anos, conforme previsão da economista Ana Paula Garcia. “Como grande parte dos investimentos no setor da construção civil em 2011 foram iniciados no primeiro semestre, estes serão concluídos, tendo em vista que já houve um planejamento inicial. Então, o esperado é que o arrefecimento do setor não seja expressivo”, analisa. Mesmo assim, alguns setores já sentiram a queda na construção civil. De acordo com Janfredo Nader, os preços já estão voltando ao normal, mas observa que algumas regiões do Brasil continuarão crescendo. “Acredito numa desaceleração na nossa região, pois a prioridade de investimentos públicos estará voltada às obras necessárias para a realização da Copa do Mundo e a nossa região ficará fora desses investimentos”. Contudo, apesar da previsão do comerciante não muito positiva para Uberlândia, a cidade poderá ser ainda muito beneficiada por altos investimentos imobiliários. crescimento na cidade. “Uberlândia é muito bem localizada e privilegiada geograficamente, a quarta maior do interior do Brasil e, naturalmente, a decisão de se inves- O déficit habitacional ainda é alto. (...) Temos convicção de que o setor ainda tem muito a caminhar Pelo menos, é nisso que acredita o gerente regional da Rossi Residencial, Mauri Leite. Ele acredita que o mercado da construção civil ainda tem um alto potencial de tir vem ao encontro da estratégia de expansão da construtora, por exemplo”, completa. Para o gerente da Rossi, o mercado continuará aquecido. “O déficit habitacional ainda é alto. O volume financeiro de financiamentos imobiliários cresce a cada ano. Temos convicção de que o setor ainda tem muito a caminhar”, afirma. Ele adianta que o plano financeiro da empresa para 2011 é investir R$ 4,5 bilhões em lançamentos por todo o Brasil e Uberlândia está entre os alvos. Outro que acredita em mercado aquecido é o sócio-proprietário da ElGlobal Construtora, Rogério Funaro. A sua previsão para a empresa em 2011 é de um faturamento de aproximadamente R$ 200 milhões, A Para o gerente regional da construtora Rossi, Mauri Leite, o déficit habitacional ainda é alto e o setor ainda tem muito o que caminhar 31 ∞ Mercado Julho 2011 Foto: Welton Neves MCapa Detalhe das quatro mil casas que acabam de ser construídas no residêncial Shopping Park, em Uberlândia tendo em vista os mais de 30 empreendimentos que estão em andamento. Isso, mesmo que o número de projetos tenha caído. “Em 2010 foram 22 obras executadas; já em 2011, a previsão é de 13”, afirma. Ou seja, no caso da El Global, a perda em volume não se refletiu na receita, que leva a crer em obras maiores. Para finalizar, o secretário de Desenvolvimento e Habitação de Uberlândia, Felipe Attiê, garante que a cidade ainda tem muito crescimento pela frente. “A perspectiva é que se façam mais bairros, como o Jardim Glória, com 1.700 lotes, e o Jardim Manaim, com mais 300 lotes”, aponta. Já em nível nacional, se for observado que em junho a presi- dente Dilma Rousseff lançou o PAC2 (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Minha Casa, Minha Vida 2, e considerando ainda que o Brasil terá também pela frente a realização de uma Copa do Mundo de Futebol (2014) e de uma Olimpíada (2016), a impressão é de que o país não vai parar de crescer tão cedo. B Informações complementares Estimativa de crescimento do setor A previsão é que o PIB da construção civil cresça mais que o PIB nacional nos próximos anos. 6,7% em 2011 e 6% em 2012. Segundo pesquisa feita pela FGV, a segunda etapa do projeto Minha Casa, Minha Vida e as obras para a Copa do Mundo de 2014 serão os grandes responsáveis pelo crescimento. Esse investimento, também segundo a pesquisa, resultará na geração de 2,8 milhões de empregos por ano. (Fonte: FGV) Uberlândia nos próximos anos Em dois anos e meio, a Prefeitura de Uberlândia já distribuiu mais de oito mil casas e apartamentos. Nos próximos meses, a previsão é entregar quatro mil casas no Shopping Park, e até o final do atual mandato, mais de 18 mil unidades serão construídas. Um recorde nacional. (Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia) Mercado Julho 2011 ∞ 32 MNegócios Danilo Alves resolveu virar patrão: há um ano investiu R$ 400 mil numa franquia de roupas, calçados e acessórios; hoje, ele diz que foi a sua melhor escolha Mercado de franquia segue em expansão no Brasil Tem cada vez mais investidor optando pelo regime de franchising na abertura do próprio negócio; em 2010, o setor de franquia encerrou o ano com um crescimento de 20,4% POR Alitéia Milagre N o mundo dos negócios, enquanto muitos quebram a cabeça inventando marcas e produtos, pesquisas mostram que outros preferem apostar em marcas já existentes e consolidadas no mercado. Por conseguinte, seja nos shopping centers ou nas ruas de pequenas e Mercado Julho 2011 ∞ 34 grandes cidades, está cada vez mais comum encontrar lojas franqueadas dos mais diversos segmentos. Essa tendência fez aumentar o número de lojas abertas em regime de franchising. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), em 2010 o segmento de franquia encerrou o ano com um crescimento de 20,4% em relação ao ano anterior. Para este ano, a expectativa é de um crescimento de 15%. Ainda de acordo com a ABF, o faturamento total das franquias alcançou no ano passado a marca de R$ 75.987 bilhões. O publicitário Danilo Alves Pires, de 27 anos, é um dos empreendedores que contribuíram para fazer crescer o número de franquias abertas em 2010. Há exatamente um ano, ele deixou a função de mídia numa empresa de publicidade em Uberlândia para investir no próprio negócio e num ramo totalmente diferente do seu. Tudo impelido pela vontade de ser o seu próprio patrão. Para isso, abraçou a ideia de investir numa franquia e optou pela Overend, uma rede carioca de lojas de roupas, calçados e acessórios que começou no Rio de Janeiro e hoje está espalhada por todo o Brasil. Para a abertura de sua loja, Danilo escolheu como ponto o Center Shopping, de Uberlândia. Ele conta que antes de optar pelo sistema de franchising, observou em shoppings pelo Brasil que a tendência é lojas de redes, mas o que o motivou mesmo a investir nesse sistema foi o reconhecimento da marca. “Sempre tive a vontade de abrir meu próprio negócio, mas tive o cuidado de optar por franquia, porque sabia que iria adquirir o know how da marca, um modelo testado e consequentemente seguro. Investir num produto que já existe, e que as pessoas já conhecem, é bem menos arriscado”, ressaltou. Ricardo Viveiros, diretor executivo da ABF, diz que o setor se consolidou e agora espera aumentar o faturamento em 15% em 2011 Mercado Ao falar do crescimento de franchising em 2010, o diretor executivo da ABF, Ricardo Camargo, disse, em entrevista concedida ao Franchisi Store, que no ano passado o setor cresceu em todos os quesitos. “Fechamos o faturamento com 19% de incremento de vendas e devemos atingir 1.900 itens em mais de 80 mil pontos e, com isso, criar mais de 880 mil empregos diretos. É um marco no setor de franchising. Nós nos firmamos (a ABF) como a 2ª entidade no mundo e este ano vamos buscar a liderança”, disse. Ainda segundo Ricardo, o bom resultado da economia foi suficiente para impulsionar o crescimento no ano passado. “Com PIB de 7,5%, tivemos a chance de ultrapassar e muito esse número, e foi o que aconteceu. Muitos bancos estão adotando o sistema de franchising, não haverá dificuldades de crédito para o sistema e esperamos crescer pelo menos 15% em faturamento”, acrescentou. Investidor defende o negócio O sistema de franquia é um tipo de negócio comercial que envolve a distribuição de produtos ou serviços de uma marca que já existe no mercado, na qual o franqueador cede os direitos de utilização dessa marca para outras pessoas. Danilo conta que levou cinco anos para se decidir estudando sobre a marca, os produtos oferecidos e o mercado de franchising. “Optei pelo sistema primeiro porque há muitas marcas a serem exploradas em Uberlândia, e a Overend é uma delas. Meus estudos mostraram que a moda carioca é forte e está em evidência, além de ser uma marca com a qual me identifiquei muito. Além disso, trabalhar com uma marca conhecida faz muita diferença. As pessoas já conhecem de outro lugar, nisso a demanda já se torna natural, o que não deixa de ser um desafio, pois todo começo de negócio é difícil, uma marca consagrada não é sinônimo de sucesso. Tem que ter muito trabalho e ver se o mercado local tem aceitação da marca”, pontuou o empresário. Todo começo de negócio é difícil, uma marca consagrada não é sinônimo de sucesso. Tem que ter muito trabalho e ver se o mercado local tem aceitação da marca (Danilo Alves) As negociações duraram cerca de três meses. Danilo relata que passou por uma entrevista com o franqueador. “O objetivo é conhecer o franqueado e saber se tem o perfil padrão que o franqueador deseja. Hoje, as marcas estão procurando um franqueado operacional e não mais um investidor, pois acreditam que com o dono estando na operação a chance de sucesso é maior do que as franquias que são abertas e ficam para um gerente tocar a loja”, explica Danilo. Para manter um padrão ou formato de qualidade em todos os estabelecimentos que usam a sua marca, o franqueado geralmente passa por um treinamento. Foi o caso de Danilo. Ele explicou que foram três dias aprendendo a técnica de exposição dos produtos e vitrinismo e que a troca de informações entre o franqueado e a franqueadora para alinhar as ações e um auxílio grande do marketing é constante. A 35 ∞ Mercado Julho 2011 MNegócios Retorno Para abrir uma franquia é preciso tempo, pesquisa e dinheiro. Segundo Danilo Alves, tudo depende do ramo, do ponto e do tamanho do estabelecimento. Após estudar bem o mercado, o empresário sabe muito bem o quanto pode custar um negócio de franquia. “No caso de lojas em shopping, o investimento pode variar de R$ 350 mil a R$ 600 mil e mais um capital de giro para segurar a ponta em momentos de vacas magras. O valor para montar uma franquia varia de 70 mil, se for um quiosque, a dois milhões, no caso de um restaurante, por exemplo”, ilustrou. O franqueado precisará esperar de 18 a 36 meses para obter retorno. “Existem franquias que deram retorno em oito meses, e já outras demoraram 60 meses. O capital de giro é muito importante, pois tem algumas lojas que chegam a demorar de 1 a 3 anos para atingir o ponto de equilíbrio. Não me arrependo. Optar pela franquia foi a melhor escolha”, concluiu o empresário. Mercado forma cada vez mais “novos empresários” Além de Danilo Alves, quem também preferiu abrir franquia em shopping foi à administradora Carolinne Moreira de Moraes. Ela conta que o negócio começou há seis anos com a rede de franquias de quiosques Nutty Bavarian, especialista em vendas de castanhas glaceadas doces e salgadas. Como o ramo de alimentação se mostrou rentável, alguns anos depois ela decidiu investir em outra franquia, e abriu um fondue express que leva o nome de Fábrica Di Chocolate. “É um fast-food de frutas frescas da estação cobertas com chocolate. São espetos, sobremesas, bebidas e bombons fabricados diretamente no quiosque. É de dar água na boca”, brincou Carolinne. Depois dessas duas franquias, a empresária não parou. Seu mais novo investimento é na marca de óculos Aloha. “São produtos com design inovador, diferenciado e que seguem os altos padrões da moda mundial”. Carolinne afirmou ainda que o investimento em cada quiosque foi de R$ 100 mil. “Trabalhar com franquia é muito bom, porque o produto já foi testado e aceito pelo consumidor, ou seja, o risco de não dar certo é bem menor”, afirmou. Todos os três negócios de Carolinne foram abertos no Center Shopping, em Uberlândia. De olho num mercado cada vez mais em expansão, outro que teve visão futurística para o negócio de franquia é o publicitário Fernando Ferreira da Silva, de 36 anos. Ele teve a ideia de ser franqueador de uma marca de cerveja “saborosa” e que tivesse em expansão. Após alguns meses de muita pesquisa Mercado Julho 2011 ∞ 36 se decidiu. Resolveu investir na franquia Devassa. “A cervejaria já tem ponto garantido: o Uberlândia Shopping, que está em construção na zona sul de Uberlândia. Além de oferecer a bebida bem geladinha, a cervejaria vai servir petiscos. Com isso, segundo o investidor, a cidade vai ganhar um espaço diferenciado para reunir família, amigos e casais. De acordo com Fernando, o capital inicial para se franquear à Devassa é de R$ 95 mil. “Com a ambientação e decoração da casa, mais aquisição de equipamentos, serão mais R$ 900 mil. Um investimento de quase R$ 1milhão”, concluiu. B Carolinne Moraes (no centro) começou com uma franquia e em seis anos já é dona de três: na foto, quando da inauguração do quiosque da Aloha (óculos), ela aparece ladeada por Daniel Feitosa e Henrique Romano (franqueadores), Rodrigo Furtado (sócio e marido) e Elisa Tredicci (gerente de franquias) MMercado As “armadilhas” dos contratos de serviços Detalhamento e clareza na elaboração de contratos de serviços são cruciais para minimizar riscos, evitar disputas judiciais e otimizar a gestão do trabalho POR Michele Borges (Ciclo) M uitas vezes, a elaboração de contratos de serviços é tratada como mera formalidade, quando na verdade estamos falando de uma ferramenta fundamental para resguardar ambas as partes. “Houve quem dissesse que um contrato não é para acertar e sim para errar. Significa dizer que ele é celebrado para garantir que nada de errado aconteça e, caso ocorra, garantias têm que estar explícitas, inclusive com sanções à parte infratora, de tal forma a garantir o seu cumprimento Mercado Julho 2011 ∞ 38 na íntegra”, explica José Fernando Rosa, que lida com a elaboração de contratos na empresa onde trabalha. Para muitos especialistas, a capacidade de um contrato evitar conflitos é diretamente proporcional à clareza e detalhamento de sua elaboração. Por isso, seu preparo deve ser encarado como um processo administrativo entre empresas e contar com procedimentos de planejamento, organização, controle e coordenação. A gestora de compras de uma empresa de Uberlândia, I.C.P, que prefere não se identificar, conta que no ano passado sofreu um desgaste muito grande com um fornecedor devido à ausência de cláusulas no contrato que especificassem a qualidade do serviço prestado e as respectivas sanções em caso de infração. “Desde então, vimos a necessidade de estruturar melhor a área de gestão de contratos da empresa para podermos garantir um serviço bem feito. Antes não conseguíamos acompanhar a execução do trabalho e nem sequer sabíamos se o valor pago estava compatível com o cobrado pelo mercado”, conta I.C.P. José Fernando, que é gerente de suprimentos da PDCA Engenharia, alerta que cada detalhe tem que estar minuciosamente citado no contrato para evitar futuros transtornos Segundo José Fernando Rosa, no que diz respeito ao objeto do contrato, cada detalhe tem que estar minuciosamente citado para que nenhuma dúvida seja levantada no futuro. As especificações dimensionais, qualitativas e quantitativas devem estar claramente definidas, servindo de base para as inspeções e controles que acontecerão no ato da entrega do que foi con- mento atrelada a medições relativas ao desenvolvimento das etapas de serviços executados. “Nesse caso, os pagamentos podem ser efetuados dentro dos prazos estabelecidos sem qualquer retenção e acompanhamento do desenvolvimento das etapas de execução dos serviços, que podem não ser realizadas nos prazos combina- te se a entrega do que foi contratado se der ao longo de um período mais extenso, estando sujeito a atrasos e dificuldades na sua execução. “Essa é a principal causa de litígios e as garantias são as ferramentas que vão exigir das partes o fiel cumprimento das cláusulas anteriores, cabendo, assim, a citação das sanções referentes à parte infratora de qualquer das No afã de iniciar os serviços, alguns contratos são elaborados sem a previsão de sanções sobre as cláusulas contratuais tratado. “Nessa fase, as minúcias são a essência do processo”, afirma. No afã de iniciar os serviços, alguns contratos são elaborados sem a previsão de sanções sobre as cláusulas contratuais, sem previsão de caução (retenção de parte dos valores) sobre os pagamentos a serem efetuados e sem a condição de paga- dos. A empresa corre o risco de o prestador de serviços não entregar o que foi contratado, já tendo recebido os valores devidos e ter, assim, que acioná-lo juridicamente, denunciando o contrato, perdendo tempo e dinheiro”, alerta José Fernando. A questão dos prazos pactuados é de suma importância, principalmen- cláusulas contratadas”, reforça Rosa. Assim, uma vez definidos de forma clara e coerente os direitos e obrigações de cada um, evita-se que conflitos tenham que ser solucionados na base da conversa e da boa vontade, ou pior ainda, que culminem em disputas judiciais sempre muito dispendiosas para todos. B 39 ∞ Mercado Julho 2011 MFinanças Como quebrar o ciclo do endividamento Especialista diz que o melhor caminho é negociar e pagar, o que deve começar pelas dívidas maiores; depois, combater as causas e não o efeito, mas para isso é preciso ter educação financeira POR Paulo Ucelli A situação é preocupante, pois a inadimplência do consumidor cresceu 8,2% em maio em comparação com o mês anterior, de acordo com a empresa de consultoria Serasa Experian. A dívida com o banco é a principal razão para essa alta da inadimplência, contribuindo com 55% de toda a variação mensal. Mas o que fazer para reverter essa situação? Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, autor do livro “Livre-se das dívidas” Mercado Julho 2011 ∞ 40 (Editora DSOP), é importante criar uma estratégia para sair das dívidas “A primeira preocupação das pessoas deve ser com as dívidas de juros maiores, como o cheque especial ou o cartão de crédito”. Entretanto, Domingos alerta que é fundamental negociar essas contas antes de pagar, reduzindo ao máximo os juros e as multas. “O contribuinte também deve ter em mente que é hora de combater as causas das dívidas e não o efeito, e isso só de faz com educação financeira”. Já para os contribuintes que não têm dívidas, o ideal é investir o dinheiro. Segundo Domingos, nessa hora existem diversos tipos de investidores. “É importante que o investimento esteja atrelado aos objetivos das famílias, que devem ser de curto, médio e longo prazo. Caso contrário, o retorno poderá não ser tão interessante, causando até prejuízos”, relata Domingos, que é presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira. Para Domingos, não faltam indicadores para demonstrar como Reinaldo Domingos, economista: “É importante que o investimento esteja atrelado aos objetivos das famílias, que devem ser de curto, médio e longo prazo a população precisa de orientação para lidar com as finanças pessoais. A renda do brasileiro ficou mais comprometida neste ano com o pagamento de dívidas, atingindo 25,8% em fevereiro (número mais recente) - nível mais alto da série do Banco Central, iniciada em julho de 2006. A inadimplência do consumidor que frequenta lojas de shoppings cresceu 3% no primeiro trimestre de 2011 em relação ao mesmo período de 2010, segundo a Associação dos Lojistas de Shoppings (Alshop). Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela que um em cada quatro universitários adota comportamento de risco com o uso do cartão de crédito, ou seja, atrasam o pagamento, não pagam o total da fatura e têm débitos acima de ou igual a R$ 1 mil. Estudo da Sophia Mind aponta que 54% das mulheres não conseguem guardar nada da sua renda anual para investir e tendem a ser consumistas. “Muito se fala em sustentabilidade, consumo consciente, responsabilidade social. Embora venha sendo atribuído a esses conceitos uma dimensão muito mais complexa, na essência eles estão imbuídos do sentido de cuidar para assegurar uma condição melhor para se viver. Então, ensinar as pessoas a administrar seus próprios recursos contribui para que elas tomem consciência de que é necessário cuidar bem do que se tem para viver melhor agora e no futuro”, conclui Domingos. Perguntas fundamentais para se fazer antes de qualquer compra: - Eu realmente preciso desse produto? - O que ele vai trazer de benefício para a minha vida? - Se eu não comprar isso hoje, o que acontecerá? - Estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência ou baixa autoestima? - Estou comprando por mim ou influenciado por outra pessoa ou por propaganda sedutora? Se mesmo diante desse questionamento, a pessoa concluir que realmente precisa comprar o produto, seria prudente se fazer mais algumas perguntas, como: - De quanto eu disponho efetivamente para gastar? - Tenho o dinheiro para comprar à vista? - Precisarei comprar a prazo e pagar juros? - Tenho o valor referente a uma parcela, mas o terei daqui a três, seis ou doze meses? - Preciso do modelo mais sofisticado, ou um básico, mais em conta, atenderia perfeitamente à minha necessidade? B Foto: Simone Guedes MAgricultura A paisagem do Vale do Urucuia, no Noroeste de Minas, está se transformando graças à união de pequenos produtores rurais da região Produção sustentável contra a miséria Cooperativa melhora condições de vida de pequenos agricultores do Vale do Urucuia (MG) DA Redação com Agência P rodutores rurais do Vale do Urucuia, Noroeste de Minas Gerais, estão mudando a realidade de uma das regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado. Eles conseguiram aumentar a produtividade e a renda por meio da cooperação. Juntos eles também realizam projetos sociais e desenvolvem ações de preservação ambiental das veredas que serviram de inspiração para a obra de Guimarães Rosa. Tudo começou há sete anos, quando os produtores participaram do projeto de Desenvolvimento TerMercado Julho 2011 ∞ 42 ritorial do Vale do Urucuia realizado pela Agência de Desenvolvimento do Vale do Rio Urucuia em parceria com a Fundação Banco do Brasil e o Sebrae-MG. À época, o Sebrae-MG ofereceu aos produtores capacitações gerenciais e estimulou a união dos agricultores. “Estimulamos o espírito de liderança e a busca por conhecimento, para que eles fossem capazes de encontrar soluções em conjunto”, afirma o analista do Sebrae-MG, Emerson Gonçalves. Quatro anos depois, os produtores sentiram a necessidade de serem mais independentes. O objetivo era criar canais de comercialização e au- mentar a renda do grupo. A iniciativa resultou na formação da Cooperativa da Agricultura Familiar Sustentável com Base na Economia Solidária (Copabase), que continuou tendo o apoio financeiro da Fundação do Banco do Brasil e do Sebrae-MG em treinamentos e missões empresariais. A Copabase atende 250 produtores rurais de oito municípios que atuam em atividades agrícolas e artesanato. Os atendimentos são feitos por 13 agentes de desenvolvimento e uma engenheira agrônoma que orienta sobre plantio, manejo, adubação e combate de pragas com inseticidas naturais. Com as orientações dos técnicos do projeto, o produtor Reginaldo Rezende Aquino aumentou a produção em 200%, de 200 quilos para 600 quilos semanais. “Antes levava toda a produção de bicicleta, 10 km de ida e 10 km de volta. Hoje consigo pagar um frete para entregar a mercadoria”, conta Reginaldo, que produz hortaliças, jiló, quiabo, pimentão e melancia. Os pólens são pequenas bolinhas, de cores amarela e branca, que ficam presas às patas das abelhas. O produto tem proteínas e vitaminas A, C e E, que combatem as doenças do envelhecimento. O pólen é tão valorizado no mercado que chega a custar três vezes mais o valor do mel, entre R$ 20 e R$ 30 o quilo. Iremos trabalhar para que o mel da região do Urucuia seja produzido com qualidade e higiene e se torne referência no mercado Sustentabilidade A preocupação da Copabase não é somente com a questão econômica , mas também social e ambiental. Em 2009, cerca de 535 produtores que não sabiam ler nem escrever foram alfabetizados . Este ano, mais de 500 estão nas salas de aula. Foto: Reprodução Foto: Simone Guedes trado até a R$ 2,80 o quilo, mas nós pagamos R$ 4,00”, diz o presidente da Copabase, Paulo Estácio. (Emerson Gonçalves, analista do Sebrae-MG) Reginaldo Rezende: produtor conseguiu aumentar sua produção em 200% A cooperativa, que nos seis primeiros meses comercializava R$ 100 por mês, agora chega a vender R$ 11 mil. Produtos como mel, polpas de frutas tropicais e do cerrado, óleo de pequi, farinha de mandioca e castanha de caju são vendidos para o comércio local e, principalmente, para os governos municipais e estadual para a merenda escolar. “A cooperativa tem um contrato de garantia do recebimento de no mínimo 50% da produção anual de cada cooperado”, afirma a gerente da cooperativa Dionete Figueiredo. Os custos com embalagem, rótulos, articulação de venda e distribuição do produto são pagos pela cooperativa, ainda com recursos de convênios com a FBB. “Pagamos ao cooperado um preço acima do mercado. O mel, por exemplo, é encon- A Copabase busca agora a certificação do Ministério da Agricultura, necessária para comercializar o mel e as polpas para outros estados e também para exportação. No caso do mel, o Sebrae-MG irá promover o Programa Alimento Seguro (PAS), para que os empresários sejam capacitados em boas práticas de produção. “Iremos trabalhar para que o mel da região do Urucuia seja produzido com qualidade e higiene e se torne referência no mercado”, explica Emerson Gonçalves, analista do Sebrae-MG. Novos produtos Em fevereiro deste ano, a cooperativa ofereceu aos produtores coletores de pólen uma espécie de tela que é colocada na entrada da colmeia. Os furos são tão estreitos que, para passar, as abelhas são obrigadas a derrubar o pólen que é retirado das flores. “Chego a recolher 200 gramas de pólen por dia”, contabiliza o produtor Jehovane Luiz da Silva. Viveiro implantado na comunidade Vereda Grande, no município de Urucuia, com a participação da Copabase Para evitar que rios e lagos da região sequem, os produtores cercaram 89 nascentes com arame farpado. A iniciativa evita que a pastagem do gado destrua os córregos de água da região. Outra iniciativa foi a criação de viveiros de plantas nativas da região. A cooperativa doa os saquinhos e telas de proteção e os produtores coletam sementes e cuidam das mudas até que estejam prontas para o plantio. Já foram criados 33 viveiros, cada um com mais de cinco mil mudas. B 43 ∞ Mercado Julho 2011 MConsumidor Comerciante mostra os novos modelos de adaptador e tomada Novo padrão para plugues e tomadas já está valendo Comércio tem até início de julho para adaptar estoques; passa a ser permitido apenas um padrão de tomadas, com três furos, e dois padrões de plugues com dois ou três pinos POR Evaldo Pighini com Agências A partir de 1º de julho, o comércio não poderá mais vender equipamentos com plugues fora do padrão, passando a ser permitido somente um padrão de tomadas, com três furos, e dois padrões de plugues, um com dois pinos e outro com três pinos. Além disso, os pinos podem ser de dois diâmetros: com 4 mm ou 4.8 mm. Esse novo padrão, desenvolvido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), foi criado para melhorar a conexão elétri- Mercado Julho 2011 ∞ 44 ca entre os plugues e as tomadas, reduzindo a possibilidade de risco de choques elétricos e perdas de energia que ocorrem em razão do mau contato entre os plugues e as tomadas antigas, o que resulta em mais segurança e economia. Esse prazo de 1º de julho marca a última etapa do processo de implementação do Padrão Brasileiro de Plugues e Tomadas, que começou a ser instalado com lei sancionada em 2000. Um balanço feito pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normaliza- ção e Qualidade Industrial (Inmetro) considerou que o padrão já está funcionando plenamente, tanto entre os fabricantes quanto no varejo. Nas últimas fiscalizações, o Inmetro não identificou abuso de preços ou desabastecimento de mercado com a substituição das peças e registrou um índice de irregularidades abaixo de 5%, que é o percentual máximo tolerado pelo órgão. A multa para casos de produção ou venda de produtos fora do novo padrão a partir de 1º de julho pode variar de R$ 100 a R$ 1,5 milhão. Alfredo Lobo, presidente do Inmetro, diz que em apenas 20% dos casos haverá dificuldade de conexão em relação à tomada antiga, que são os plugues de três pinos, por isso, sugere como alternativa o uso do adaptador que se distingue do antigo “T” O presidente do Inmetro, Alfredo Lobo, disse que o novo modelo significou redução de custos na produção de aparelhos e peças e teve reflexo positivo no bolso do consumidor. “Enquanto a indústria tinha que ter linha de produção para fabricar 20 tipos de plugues e tomadas diferentes, hoje ela tem uma linha de produção focada em duas alternativas. E, com isso, otimizou o processo produtivo e pôde diminuir os custos. Mesmo considerando a inflação, que casou o aumento no valor dos insumos, da resina, do metal que faz o plugue e da tomada, houve diminuição de preços, o que significa um ganho para o cidadão também no que diz respeito ao investimento na compra desse produto”. No caso dos plugues e tomadas de três pinos, a questão da segurança é ainda mais reforçada, conforme o Inmetro. Isso porque o terceiro pino funciona como fio terra dos produtos que precisam de aterramento para evitar choques. Mas, para que esse recurso tenha funcionalidade, a instalação elétrica da residência precisa estar preparada. Uma das determinações do processo de padronização do novo modelo foi a obrigação de aterramento nas construções prediais iniciadas a partir de 2006. As residências construídas antes dessa data terão que se adaptar por conta própria e no tempo que for possível. O presidente do Inmetro destacou que não existe necessidade urgente de preparar o aterramento e que não há obrigação para a troca de tomadas nas residências. “Não há necessidade de trocar todas as tomadas. Em apenas 20% dos casos teremos dificuldade de conexão em relação à tomada antiga, que são os plugues de três pinos. A alternativa é usar o adaptador que se distingue do antigo T, porque agora é submetido a testes e tem que atender a requisitos de segurança”, disse. Principais mudanças - Padronização dos plugues e tomadas Em decorrência dessa padronização, os eletrodomésticos que necessitam de aterramento, como acontece com as máquinas de lavar roupa e os aparelhos de ar condicionado, usam os plugues de três pinos. Para esses casos, o consumidor terá que trocar a sua tomada. Isso quer dizer que aquele fiozinho da geladeira e de vários outros eletrodomésticos, que a grande maioria das pessoas nem sabe para o que serve, tem a mesma função do chamado “3° pino” dos plugues e tomadas do padrão brasileiro, ou seja, aterrar o equipamento. Só que, como as construções não ofereciam aterramento, o fio ficava sem função. Agora, o fio desaparece e o aterramento será feito através do plugue e da tomada com 3 pinos. Os aparelhos que operam com até 10 amperes, a maioria dos aparelhos eletroeletrônicos existentes no mercado, usam o plugue com pinos de 4 mm. Nesse caso, a troca da tomada poderá ser feita à medida que o consumidor julgar necessário, uma vez que o plugue padrão de dois pinos é compatível com a tomada atual. Os que trabalham entre 10 e 20 amperes usam plugues com 4,8 mm de diâmetro, como, por exemplo, o micro-ondas. Para usar esses aparelhos, o consumidor deverá também adaptar a tomada ao padrão. A existência de plugues com dois diâmetros diferentes (pinos de 4 mm e 4.8 mm) impede que você conecte um aparelho que opera com amperagem superior a 10 amperes em uma instalação dimensionada para operar com até 10 amperes, eliminando o risco de sobrecarga, ocasionando danos ao eletrodoméstico e à instalação. A instalação dos plugues e tomadas padronizados é similar a dos anteriores não padronizados. Porém, como já era indicado anteriormente, é aconselhável que a instalação seja feita por um profissional eletricista. B 45 ∞ Mercado Julho 2011 MSaúde Glaucoma atinge mais de um milhão de brasileiros Doença não tem cura, mas pode ser controlada e, para isso, o diagnóstico precoce e o tratamento regular são imprescindíveis POR Margareth Castro D e repente a visão começa a embaçar, manchas se formam na parte frontal do olho e podem aumentar com o tempo, provocando a cegueira. Esse sintomas são do glaucoma, uma doença causada pela lesão progressiva dos nervos óticos responsáveis por levar os impulsos luminosos ao cérebro e relacionada à alta pressão do olho. A doença atinge mais de um milhão de brasileiros, não tem cura, e o tratamento na maioria dos casos condena o paciente ao uso de colírios para o resto da vida. As cirurgias são pouco recomendadas e indicadas apenas quando o controle regular - através de colírio - da pressão não dá certo. Segundo estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 1% a 2% da população acima de 40 anos tem glaucoma, o que representa a segunda causa de cegueira no mundo e a terceira no Brasil. Doenças como diabetes, hereditariedade, miopia e lesões oculares são as principais causas. O diagnóstico da doença é feito através da consulta oftalmológica, que mede a pressão intraocular e verifica o fundo de olho para observar alterações no nervo ótico que são compatíveis com dano glaucomatoso. Após a consulta inicial, nos pacientes suspeitos de glaucoma e comprovadamente com glaucoma, o médico pede exames complementares que confirmam o diagnóstico. Glaucoma agudo de ângulo fechado: a imagem mostra o quadro de uma crise, uma emergência oftalmológica que, se não tratada rapidamente, leva à perda visual irreversível, parcial ou mesmo total em questão de horas Mercado Julho 2011 ∞ 46 O tipo de cirurgia depende de alguns fatores do globo ocular, como anatomia interna, presença de catarata associada e outros O médico oftalmologista Walmir Pires diz que convencer o portador de glaucoma da importância do tratamento nem sempre é fácil. Isso porque a doença não tem cura, mas pode ser controlada com medicamentos e um tratamento regular. Também é possível melhorar o quadro com cirurgias. Segundo o médico, o tratamento é feito em mais de 90% dos casos com uso de colírios específicos, que controlam o aumento da pressão e com isso estabilizam a doença, evitando assim lesão ao nervo ótico e, consequentemente, a perda de campo visual, que se não tratada pode levar à cegueira irreversível. Walmir Pires diz que as últimas gerações de medicamentos que tem maior eficácia no controle do glaucoma ainda estão com valor muito alto e de difícil acesso à parcela mais carente da população. Em relação à cirurgia, o procedimento só é indicado quando não se consegue o controle com o uso de medicamentos. “O tipo de cirurgia depende de alguns fatores do globo ocular, como anatomia interna, presença de catarata associada e outros”, explicou. O produtor rural Jonas Rodrigues, 74 anos, morador no município de Prata, no Triângulo Mineiro, disse que descobriu a doença há cerca de 8 anos, após um acidente na fazenda. “Machuquei o olho no arame e tive que procurar um oftalmologista. Na consulta, descobriu-se que a pressão do olho estava alta e que eu tinha glaucoma”, contou. Jonas Rodrigues chegou a ser operado de catarata e hoje, por cau- sa do glaucoma, usa colírio duas vezes ao dia para controle da pressão intraocular. Ele diz que é o primeiro caso da doença diagnosticado na família, mas convive bem com o glaucoma, pois faz o controle necessário. “Uso o medicamento e vou ao médico duas vezes por ano. A doença não me atrapalha em nada, minha visão é perfeita, tanto que viajo cerca de 1,2 mil quilômetros até a fazenda constantemente”, disse. Prevenção é a melhor alternativa de combate ao glaucoma Uma das principais estratégias de combate ao glaucoma é feita por meio da prevenção às doenças que causam o problema. De acordo com o oftalmologista Walmir Pires, após os 40 anos, as pessoas devem consultar o médico anualmente e fazer exames com regularidade, mesmo que enxerguem bem. Pessoas que têm casos da doença na família correm maior risco do que aquelas que não têm e exigem cuidados especiais, pois o caráter hereditário é importante para o desenvolvimento da doença, particularmente o glaucoma crônico. A Visão normal Início de glaucoma Glaucoma avançado Glaucoma extremo Foto: Chona M. Duroga O oftalmologista Walmir Pires diz que nem sempre é fácil convencer o portador de glaucoma da importância do tratamento. A doença não tem cura, mas pode ser controlada com medicamentos 47 ∞ Mercado Julho 2011 MSaúde No Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, comemorado em 26 de maio, foram divulgados pelo Ministério da Saúde os avanços na assistência aos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 8 anos, de janeiro de 2003 a março deste ano, foram realizados no SUS mais de 3 milhões de atendimentos a pacientes com glaucoma, entre exames, consultas e cirurgias. Nesse período, a assistência para esses brasileiros cresceu 145 vezes, saltando de 10.150 procedimentos para 1.472.675. O investimento aumentou quase 300 vezes, passando de R$ 294 mil, em 2003, para R$ 87 milhões. Na rede pública de saúde do país, quase dois mil estabelecimentos prestam atendimento oftalmológico gratuito à população, incluindo assistência para pacientes com glaucoma. Ao longo dos anos, foram introduzidas novas medidas de assistência aos pacientes com glaucoma, desde a oferta de colírios até cirurgia, quando necessária. Desde o ano passado, esse atendimento também é garantido por meio do Aqui Tem Farmácia Popular, pois o me- dicamento maleato de timolol foi incluído na lista dos produtos do programa, desenvolvido em parceira com a rede privada de farmácias e drogarias. Nesse programa, a população tem descontos de até 90% na compra de medicamentos e As maiores dificuldades do paciente com glaucoma se referem ao custo do tratamento outros produtos. De acordo com o Ministério da Saúde, só de janeiro a março deste ano, a oferta do colírio maleato de timolol aumentou quase 84% nas unidades credenciadas ao programa. Walmir Pires explica que as maiores dificuldades do paciente com glaucoma se referem ao custo do tratamento, mas, segundo ele, esse problema está diminuindo (por causa das novas medidas de assistência aos pacientes na rede pública de saúde, já citadas anteriormente). O médico explica ainda que as últimas gerações de medicamentos, que tem maior eficácia no controle do glaucoma, ainda estão com valor muito alto e são de difícil acesso à parcela mais pobre da população. Wlamir Pires disse que a cirurgia só é indicada quando não é possível controlar a doença com o uso de medicamentos. “O tipo de cirurgia depende de alguns fatores do globo ocular, como anatomia interna, presença de catarata associada e outros. Por isso, caber ao médico orientar bem o paciente, pois a doença em sua fase inicial é assintomática”, concluiu. B Glaucoma - saiba mais sobre a doença Pessoas com histórico familiar têm cerca de 6% de chance de desenvolver a doença; Os diabéticos e negros são mais propensos a desenvolver o glaucoma de ângulo aberto; O glaucoma de ângulo aberto não apresenta sintomas e o paciente não sente dor e perde lentamente a visão; Os asiáticos têm maior tendência a desenvolver o glaucoma de ângulo fechado; O glaucoma de ângulo fechado causa um rápido aumento da pressão do olho e os sintomas podem incluir dores oculares, dores de cabeça intensa e olhos avermelhados; Na população com mais de 50 anos de idade, as principais causas de cegueira são a catarata, o glaucoma, a retinopatia diabética e a degeneração muscular. Fonte: Ministério da Saúde Mercado Julho 2011 ∞ 48 MSaúde Quanto custa a depressão? Médicos, governos e instituições de saúde tentam mensurar e avaliar o impacto e os prejuízos causados pela doença. Alguns números indicam a dimensão do problema POR Camila Constantini D esemprego, absenteísmo ou diminuição de produtividade no trabalho, atendimentos hospitalares, exames, consultas médicas e tratamentos: a depressão tem, sim, seu preço. “E a maioria dos países destina pouca verba ao tratamento dessa enfermidade em comparação com o impacto que ela causa na saúde de uma nação”, alerta a psiquiatra Alexandrina Meleiro, doutora em medicina pelo departamento de psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP. É difícil precisar o custo que todos esses fatores geram a um governo ou a um paciente depressivo, porém alguns levantamentos conseguem apontar que esses números são bastante importantes e impactantes. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 340 milhões de pessoas sofram de depressão em todo o mundo”, enumera Alexandrina. Ainda segundo a OMS, cerca de 14% do ônus mundial causado por doenças são atribuídos a distúrbios neuropsiquiátricos - na maioria das vezes devido à natureza incapacitante da depressão e a outros problemas mentais. Em estudo realizado nos Estados Unidos, estimou-se que a depressão acarreta um custo anual de cerca de US$ 83 bilhões, incluindo perda de produtividade, custos diretos e relacionados a suicídio (veja o gráfico a seguir). 31% 7% 62% 62% Perda de produtividade 31% Custos diretos (atendimento hospitalar e ambulatorial; produtos farmacêuticos) 7% Custos relacionados com suicídios devido à depressão Mercado Julho 2011 ∞ 50 Em relação à perda de produtividade, o paciente fica totalmente incapacitado para trabalhar ou conduzir suas atividades normais por 35 dias ao ano. Além disso, a diminuição do desempenho profissional responde por 81% dos custos. Ainda há estudos que mostram que 44% dos pacientes com depressão têm sua capacidade de trabalho comprometida, enquanto 11% atribuem o desemprego à enfermidade. “Quando se trata de suicídio, de 10% a 15% dos pacientes com depressão o cometem”, diz Alexandrina, “Um índice três vezes maior do que o da população geral”, compara. Outros números importantes apontam os distúrbios mentais como causas importantes de incapacidade e dependência a longo prazo: a OMS atribui 31,7% do total de anos de incapacitação a doenças neuropsiquiátricas, sendo que destas, as principais são: Depressão unipolar (11,8%), Alcoolismo (3,3%), Esqui- “Estimava-se que em 2020 a depressão seria a segunda causa de incapacidade no mundo, atrás apenas das doenças cardiovasculares” zofrenia (2,8%), Depressão bipolar (2,4%) e Demência (1,6%). “Estimava-se que em 2020 a depressão seria a segunda causa de incapacidade no mundo, atrás apenas das doenças cardiovasculares”, conta Alexandrina. “Não à toa, essa estimativa foi superada cerca de 10 anos antes do previsto”, alerta. Para que esse quadro seja revertido, é preciso que, cada vez mais, o paciente receba um diagnóstico correto o mais cedo possível. “O passo seguinte seria um acompanhamento médico, com psicoterapia e o tratamento mais adequado ao paciente”, diz. E os antidepressivos têm se mostrado com atuação cada vez mais eficaz e diminuição dos eventos adversos -, como pouca interferência no peso e na libido, além de baixa probabilidade de interação medicamentosa, inclusive com anticoncepcionais, o que é um ganho para as mulheres. Um exemplo de medicamento da chamada 3ª geração de antidepressivos (duais), é a desvenlafaxina, que age como inibidor da recaptação da serotonina e da noradrenalina, substâncias do sistema nervoso que são diretamente relacionadas ao mecanismo da depressão, que pode ser classificada em quatro tipos, de acordo com o grau de acometimento e sintomas (veja quadro a seguir). TIPOS DE DEPRESSÃO Transtorno depressivo maior, depressão maior ou depressão unipolar É o quadro mais comum da doença e compromete significativamente as atividades cotidianas. O paciente apresenta, por duas ou mais semanas pelo menos, quatro dos seguintes sintomas: humor deprimido, perda de interesse em atividades antes prazerosas, insônia ou sonolência excessiva, falta de concentração e dificuldade em tomar decisões, agitação ou lentificação dos movimentos, alterações no peso e apetite, fadiga, sensação de inutilidade e pensamentos de morte ou suicídio. Transtornos bipolares ou depressão bipolar Além dos episódios de depressão maior, o paciente também apresenta alternadamente exacerbação física e mental, com desmedida autoestima e irritabilidade (estado de mania). Transtorno distímico Sintomas depressivos e persistentes (por mais de dois anos) geralmente mais leves Transtorno depressivo Estado misto Os sintomas depressivos se alternam com sintomas de mania, porém mais brandos B 51 ∞ Mercado Julho 2011 MSaúde Estresse?! Polivitamínicos fazem diferença no combate a ele Estudos comprovam melhores índices na capacidade de relaxar, redução de fadiga e mais capacidade de reação com o consumo regular de Pharmaton® POR Cibele Silva O corpo parece cansado, mesmo após uma longa noite de sono. É difícil manter a concentração nas reuniões de trabalho e a memória já não é igual. Falta disposição até mesmo para aproveitar o fim de semana com os amigos. Típicos do estresse, esses Mercado Julho 2011 ∞ 52 sintomas podem ser corrigidos a partir de uma alimentação balanceada, com a ingestão diária e contínua da quantidade adequada de vitaminas e minerais. A velha fórmula é conhecida de todos, porém difícil de ser atingida. “O termo alimentação balanceada é hoje quase um jargão. Por essa ra- zão, recomendamos o uso de polivitamínicos para aqueles que não conseguem ingerir a quantidade ideal e contínua de nutrientes presentes em frutas, verduras e legumes”, afirma a nutricionista Heloisa Guarita, pesquisadora do Departamento de Psicobiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e especializa- da em esporte e qualidade de vida. Ela acrescenta ainda a importância das propriedades do ginseng, uma raiz asiática cujas propriedades revigorantes e adaptogênicas são reconhecidas há milhares de anos. “O ginseng comprovadamente melhora a capacidade de apren- dizado, concentração e memória, além da performance física”, afirma a nutricionista. Os benefícios do consumo do polivitamínico são comprovados por pesquisas clínicas. Um estudo dividiu 450 homens e mulheres saudáveis, com idade superior a 25 anos e profissionalmente ativos, em dois grupos. Enquanto um recebeu cápsulas de Pharmaton (polivitamínico composto por vitaminas, sais minerais, oligoelementos e ginseng), em um período de 12 semanas, o outro recebeu placebo. Os resultados foram medidos com a aplicação de um questionário de avaliação da qualidade de vida composto por 22 itens que descrevem ansiedade, depressão, bem-estar, autocontrole, saúde e vitalidade, além de uma tabela de disfunções do sono com escala de seis pontos. A maioria das variáveis melhorou significativamente no grupo com tratamento ativo em relação ao placebo, conforme apresenta o gráfico a seguir, revelando melhores índices na capacidade de relaxar e um sentimento de melhora geral da saúde. A Heloisa Guarita, pesquisadora do Departamento de Psicobiologia da Unifesp: “Estudos comprovam a importância dos polivitamínicos na complementação da alimentação” Mudanças na pontuação 18 17 12 10 11 8 6 5 Pontuação Total Placebo Bem-Estar Nível de alerta Ralaxamento Pharmaton® 53 ∞ Mercado Julho 2011 MSaúde Outro estudo aplicado em um grupo de 32 enfermeiros e auxiliares de enfermagem com aproximadamente 30 anos, trabalhando em plantões noturnos, avaliou a eficácia de Pharmaton no combate ao estresse, à fadiga e ao declínio do desempenho físico. Divididos em dois grupos igualitários, enquanto um recebeu Pharmaton®, o outro recebeu placebo. A avaliação foi feita por meio de testes que observaram a função cognitiva, o humor e a fadiga. O estudo demonstrou que, após 12 semanas, Pharmaton promoveu significativa redução da fadiga, melhora da concentração e da capacidade de reação. Por último, um estudo comparou a qualidade de vida em uma população de 625 homens e mulheres com queixas de fadiga sem associação a uma doença concomitante. Enquanto metade recebeu apenas suplementação vitamínica, os demais receberam Pharmaton, que inclui também Ginseng G115® durante três meses. A partir das respostas a um questionário com 11 perguntas, houve superioridade significativa nos escores totais de qualidade de vida no grupo que recebeu Pharmaton®. Redução da fadiga Placebo 2.3 Pharmaton® 0,9 0.5 -0.2 Semana 6 Semana 12 “Esses estudos comprovam a importância dos polivitamínicos na complementação da alimentação que, sabidamente, para a grande maioria, não é perfeita”, acrescenta a nutricionista Heloisa Guarita. Pharmaton® - Com uma mistura sinérgica e exclusiva de vitaminas, minerais e oligoelementos e o eficaz extrato padronizado de Ginseng G115®, Pharmaton® foi desenvolvido para aumentar a capacidade física e mental, ajudando o corpo a lidar com a exaustão e a fadiga causadas pelo estresse. O Ginseng G115® reduz a fadiga diária, atua sobre o sistema nervoso central, ajudando a minimizar o estresse, a tensão física e mental, além de agir de forma positiva sobre o sistema imunológico, potencializando a ação de vacinas contra gripes e resfriados.B Pontuação de qualidade de vida Multivitaminico sem Ginseng 12 Pharmaton® 9 7 6 Semana 8 Semana 12 Atenção! Antes de usar qualquer medicamento, o médico deverá ser consultado Mercado Julho 2011 ∞ 54 MTrabalho Namoro no trabalho, pode?! O que fazer quando a relação com o colega se transforma em um novo sentimento? Ter um relacionamento no ambiente de trabalho pode prejudicar a carreira? Essas e muitas outras perguntas são comuns e especialistas em carreira e recolocação profissional dão suas opiniões DA Margareth Castro com Maxpress A s pessoas passam 8h, 10h e até 12 horas do dia trabalhando. A convivência diária com os colegas de trabalho gera uma rotina e também uma intimidade. É comum, em alguns casos, que a afinidade e o compartilhamento de situações corriqueiras com o tempo deem lugar a um outro sentimento: a paixão. As relações amorosas no ambiente de trabalho são comuns e podem surgir em todas as áreas e com pessoas das mais variadas idades. Mercado Julho 2011 ∞ 56 Mas, como lidar com a nova situação? Deve-se contar para os demais colegas, comunicar a chefia? Ou deixar que a “rádio-peão” se encarregue de espalhar a novidade e a situação vire fofoca na empresa? Antes de tomar a decisão, é importante conhecer bem a política da companhia, pois algumas não aceitam relacionamento entre os seus funcionários. Outras não contratam casais, e quando se forma um na empresa, um dos parceiros é obrigado a se demitir. Mas, de acordo com Marcelo Abrileri, especialista em recoloca- ção profissional e presidente da Curriculum - empresa de recolocação profissional -, o modo como um relacionamento no ambiente de trabalho é encarado pelos outros colegas e pelos empregadores varia de acordo com a postura de cada um e com a cultura da empresa. Segundo ele, no Brasil, poucas empresas têm políticas definidas sobre o assunto e quase não impõem restrições e proibições. Independente da política empresarial e do ambiente, a dica é o bom senso, que deve ser priorizado (veja quadro). Marcelo Abrileri, da Curriculum, diz que, no Brasil, poucas são as empresas que têm políticas definidas sobre o relacionamento entre colegas no ambiente de trabalho e quase não impõem restrições e proibições A supervisora de Talentos Humanos da Algar Mídia, Rita Naves, reforça que o bom senso é funda- mental. Segundo ela, na empresa em que trabalha as relações amorosas no ambiente corporativo são vistas com normalidade e nunca houve problemas em relação a comportamentos. “Geralmente, quando se formam casais, eles procuram o líder direto e comunicam a situação. Nesse momento, são orientados em relação a comportamento”, disse. Rita Naves conta que a maioria dos casos chega até o conhecimento dela por meio da “rádio peão”, mas reforça que a empresa não tem restrições com relação a relacionamentos, desde que não seja entre líderes e subordinados. “Essa restrição é para que não haja interferências nas relações de trabalho, já que pode haver um impacto na questão da parcialidade”, justificou. Além de ter uma política clara sobre as relações corporativas, a empresa não tem problemas nessa área porque a maioria dos associados (como são chamados os funcionários da empresa) é mulher. “Temos alguns casais na empresa, mas há uma discrição por parte deles, até mesmo para preservar o relacionamento e o trabalho”, disse Rita Naves. Juntos no trabalho e em casa José Antônio Alves Junior trabalha há 13 anos na área de informática de uma empresa de autopeças em Uberlândia. Ele é casado com Marisa Ribeiro há 10 anos e tem uma filha, Brenda, de quatro anos. Os dois se conheceram na empresa, onde Marisa trabalha no setor financeiro. Como em todo relacionamento, a amizade foi o início de tudo e o casamento aconteceu quatro anos depois de se conhecerem. “Nos encontramos no trabalho, mas a afinidade teria acontecido de qualquer jeito. A empresa foi apenas um ambiente facilitador”, disse José Antônio. A Nos encontramos no trabalho, mas a afinidade teria acontecido de qualquer jeito. A empresa foi apenas um ambiente facilitador 57 ∞ Mercado Julho 2011 MTrabalho Ele conta que não chegou a comunicar à direção da empresa sobre o relacionamento, mas que todos sabiam, embora eles sempre tenham mantido total discrição. “Não misturamos trabalho e vida pessoal. Não há interferências na nossa vida pessoal”, reforçou. Mesmo trabalhando juntos até hoje, embora em setores diferentes, José Antônio disse que se pudesse escolher não gostaria de estar no mesmo ambiente de trabalho que a mulher. “Trabalhar no mesmo lugar limita as duas partes. Coisas irrelevantes que acontecem no trabalho se tornam maiores”, explicou. Dicas de postura para relacionamento em ambiente corporativo Observe a cultura da empresa e suas políticas: antes de pensar em se envolver com alguém do trabalho, investigue como a empresa procede. Caso você descubra um histórico negativo sobre o assunto, evite que a sua situação particular seja meramente tratada como um caso reincidente; Trabalho é prioridade: antes de mais nada, tenha sempre em mente que o ambiente de trabalho é para trabalhar. Evite quaisquer interferências em seu desempenho profissional. Converse com a pessoa e coloque essa situação de maneira leve, mas clara; Saiba distinguir: uma coisa é paquera, quando há troca recíproca de olhares e gestos que conotam atração. Outra coisa é assédio, quando há uso de poder para forçar uma pessoa a uma determinada situação; Não misture: ao ter um relacionamento amoroso, há riscos de o trabalho invadir os assuntos pessoais e vice-versa. Saiba como separar os assuntos. Uma boa conversa com o parceiro pode ajudar. É inevitável que ambos assumam mutuamente alguns preceitos para que tudo permaneça em ordem; Peça conselhos de pessoas de confiança: você sabe o que está sendo dito sobre seu relacionamento? O que dizem os superiores? Peça ajuda de pessoas em quem você confia e saiba antes. Se há algo errado com a imagem que outros fazem de você em relação ao seu namoro, apenas aja de maneira ética: busque mais discrição e evite jogos psicológicos; Namoro é diferente de um caso eventual: casos eventuais podem acontecer, e podem não durar. Já em namoros a durabilidade se estende, mas pode terminar enquanto ambos estão na empresa. Numa possível ruptura do casal nessas situações, é importante manter a ética e nunca sair falando mal do outro; Não divulgue: divugar é diferente de omitir ou de esconder. Não saia espalhando que você está tendo um caso ou está namorando alguém da empresa. Mas, se você é perguntado sobre o assunto, principalmente se a pergunta vier de superiores, não esconda; Namoro entre pessoas do mesmo departamento é um caso a ser encarado com muito cuidado, e deve ser analisado e discutido abertamente pelo casal. Podem ocorrer momentos constrangedores nessa situação. O ideal, novamente, é que ambos combinem os preceitos a serem adotados; Namoro com superiores: novamente, ambos devem conversar e definir preceitos conjuntos. Mais do que nunca, uma coisa não pode interferir em outra; Discrição: a postura do casal frente ao namoro no ambiente de trabalho deve, sim, ser discreta em todos os sentidos, porque ninguém deseja expor sua vida pessoal a comentários alheios, algo que, infelizmente, costuma ocorrer com frequência nas empresas por meio da chamada “rádio-peão”. B Fonte: Marcelo Abrileri - presidente da Curriculum Mercado Julho 2011 ∞ 58 MAlimentação O sempre bom e velho arroz DA Redação com Agências O arroz tem presença forte na gastronomia mundial, sendo ingrediente principal de vários pratos típicos de diferentes culturas. Quem nunca ouviu falar ou provou as deliciosas paellas espanholas ou o risotto italiano? O arroz de sushi japonês ou o chariê árabe? E quem não aprecia o arroz agulhinha brasileiro de cada dia? Enfim, o arroz é um dos alimentos mais consumidos no mundo. Se há uma razão pela qual o arroz se destaca é por ser o alimento universal que abastece dois terços da população mundial, culturas que têm os seus métodos de produção e alimentação próprios, unidos às tradições que fazem parte do patrimônio cultural mundial. O cultivo do arroz é tão antigo quanto a própria civilização, acredita-se que ocorra há 7.000 anos, mas Mercado Julho 2011 ∞ 60 há referencias concretas de que apareceu por volta de 2.800 a.C. na China. Na Europa, o arroz chegou entre os séculos VII e VIII, com a ocupação árabe na Espanha. A partir daí, passou a ser conhecido em todo o continente, e de lá chegou ao Brasil, trazido pelos portugueses. Na natureza existem basicamente duas variedades de arroz, o grão longo e o grão curto. Seu comportamento é diferente quanto à cocção: os de grão longo ficam leves, macios e soltos, enquanto os de grão curto (ou pérola) ficam úmidos, cremosos e unidos devido ao amido que possuem. Classificação As três formas mais conhecidas de processamento de arroz são a produção de arroz integral, parboilizado e polido - ou branco. Tem ainda o grão enriquecido. O arroz polido (comumente chamado de arroz branco) é o tipo mais consumido no Brasil; apesar de não ser dos mais nutritivos, é rico em carboidratos e proteínas Alimento muitas vezes injustiçado O arroz é considerado o vilão das boas dietas. Entretanto, ao contrário do que se imagina, o cereal é altamente benéfico à saúde. Muitas pessoas acreditam que o grão não possui nutrientes e só faz encher a barriga. Por isso, o produto é um dos primeiros a ser cortados do cardápio de quem quer emagrecer. No entanto, essa ideia, apesar de bastante difundida, não condiz com a realidade. As recomendações para uma vida saudável incluem a adoção de uma alimentação equilibrada. Produtos de origem animal, como carnes, ovos, leite e seus derivados, devem ser ingeridos com moderação, ao passo que frutas e legumes podem ser consumidos em maior quantidade. Os cereais estão também inclusos neste último grupo, do qual faz parte o arroz. O arroz cai bem em inúmeras combinações e ainda é excelente fonte energética de baixa caloria O grão é rico em proteínas, sais minerais e vitaminas do complexo B. A título de exemplificação, a ingestão de 100 gramas de arroz cozido (cerca de quatro colheres de sopa) por crianças na faixa etária de 1 a 5 anos de idade é capaz de suprir as necessidades diárias de 14% em proteínas, 6% em cálcio, 3% em ferro e 10% em zinco. Além disso, o cereal é uma excelente fonte energética de baixa caloria. Enquanto uma xícara de arroz (120 gramas) possui 270 quilocalorias, um sanduíche x-salada tem em média 490 quilocalorias e uma embalagem de macarrão instantâneo, 445. Portanto, o que geralmente engorda é o consumo de alimentos pouco nutritivos e altamente calóricos, muitas vezes utilizados para substituir o arroz ou as refeições tradicionais. A Tabela Comparativa de Composição Nutricional dos principais Tipos de Arroz Porção 100gr Calorias (Kcal) Polido Integral Parboilizado Arbóreo (Cru) Preto (Cru) 124,00 76,76 122,80 25,47 14,56 25,90 78,33 72,00 Gorduras (gr) 1,18 1,00 0,60 --- --- Proteínas (gr) 2,32 3,00 3,20 8,33 9,80 Fibras (gr) 0,49 2,70 0,63 --- 8,40 Sódio (gr) --- 1,00 1,90 --- --- Carboidratos (gr) 350,00 346,00 Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, 2006 - UNICAMP O arroz polido (arroz branco) é o grão que passa por um processo de remoção da casca e do germe (farelo), o que retira, também, muitos de seus nutrientes. É geralmente polido para melhorar sua aparência, suavizar seu sabor e amaciar os grãos, e deste processo se originou sua nomenclatura. No caso do arroz integral, o grão é descascado e não polido, preservando assim seus nutrientes. Tem um sabor amendoado, textura fibrosa e uma cocção mais longa. Já o arroz parboilizado tem o seu grão pré-cozido no vapor em altas temperaturas (com casca), o que força as vitaminas e os minerais para o interior do grão, conservando-o, antes de ser descascado e polido. O arroz malequizado passa por um processo similar, diferindo apenas pela temperatura de pré-cocção e o tempo de exposição ao vapor, mas com a mesma finalidade. Finalmente, o arroz enriquecido tem o grão polido que recebe a adição de ferro e vitaminas no processo de polimento. 61 ∞ Mercado Julho 2011 MAlimentação Dupla perfeita - Essa combinação brasileira típica tem provado ser, além de saborosa, excelente para a saúde. Um complementa as carências do outro. Como já foi destacado, entre outras propriedades, o arroz é rico em amido, sendo ótima fonte de energia. Além disso, fornece ferro, vitaminas B e proteínas. Já o feijão é dos vegetais mais ricos em proteína, a qual tem sua absorção facilitada pelo amido do arroz. O feijão também é rico em ferro e outros minerais. Os dois vegetais possuem aminoácidos complementares: a ingestão dos dois, simultaneamente, produz uma ação de proteína superior à soma dos dois se ingeridos separadamente. O arroz pelo mundo Preto, vermelho ou branco: o arroz está na mesa de, no mínimo, dois terços da população mundial Itália - Arbóreo - arredondado, grosso e branco, após o preparo tende a ficar mais macio e cremoso. Ideal para ‘risotto’; - Carnaroli - tem o cozimento mais lento que o arbóreo, o que deixa o risoto mais ‘al dente’. Seus grãos são um pouco mais compridos que os outros tipos italianos. - Vialone Nano - tem mais amido que os anteriores e vai bem nos risotti e minestrones (sopas). Japão - Nihon Mai ou Cateto - grãos curtos, curvados e um pouco transparentes, têm grande quantidade de amido e tende a ficar mais macio e cremoso após o preparo, se comparado com o arroz polido. Utilizado para sushi. Índia - Basmati - é longo e fino e tem sabor delicado. No preparo leva apenas água e sal. Espanha Tailândia - Bomba - grão bem curto, usado para paellas, concentra em seu núcleo o sabor dos temperos. - Jasmim - grão longo, perfumado como o basmati. Indicado para cozimento no vapor. EUA - Arroz selvagem apesar do nome não é um arroz, e sim a semente de uma gramínea. É marrom escuro, tem sabor forte amendoado e tempo de cocção prolongado. Vai bem em saladas ou misturado com arroz basmati. CHINA - Arroz preto versão brasileira do arroz que teve origem na China, o gosto evoca pinhão e castanha e é ideal para paella, risoto, salada… - Arroz vermelho* - Um arroz de grão curto e meio arredondado, textura macia, gosto que lembra o da castanha. Apresenta três vezes mais ferro e duas vezes mais zinco que o arroz branco. Obs: O arroz vermelho foi introduzido no Brasil pelos portugueses no século XVI, na então Capitania de Ilhéus, atualmente estado da Bahia. Ali ele não chegou a prosperar, mas teve grande aceitação no Maranhão nos dois séculos seguintes. Mercado Julho 2011 ∞ 62 Sugestão de receita Arroz assado com legumes Ingredientes •1 pimentão amarelo, 1 pimentão vermelho e 2 abobrinhas, cortados em tiras finas •2 cebolas cortadas em rodelas •2 batatas médias cortadas em rodelas finas •2 xícaras (chá) de arroz cru •Manjericão e salsa picados a gosto •1 dente de alho picado •Sal e azeite a gosto •150g de mussarela fatiada •1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado •Caldo de legumes suficiente para cobrir as camadas •2 colheres (sopa) de farinha de rosca Modo de preparo Unte um refratário com margarina. Alterne camadas de arroz cru, camadas de legumes temperados com sal, azeite, alho, manjericão e salsa, e camadas de mussarela e parmesão ralado. Termine com uma camada de arroz, despeje o caldo de legumes até cobrir todas as camadas. Regue com azeite, polvilhe a farinha de rosca e o queijo parmesão. Cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido a 200° C durante 40 minutos. Retire o papel alumínio e deixe por 10 minutos no forno ou até gratinar. Sirva em seguida. Dica Varie os legumes e as ervas. Preparo Rápido (até 30 minutos) Rendimento 4 porções Grau de dificuldade Fácil Categoria Arroz e risoto Calorias 316 por porção B MMarketing Marketing digital: especialista fala dos 3 grandes mitos De tanto ler, ver e ouvir falar, empresários e gestores passaram a acreditar em mitos que conferem poderes sobrenaturais ao marketing digital DA Redação N ão é à toa que o marketing digital se tornou uma das prioridades nos investimentos em publicidade e propaganda. É uma forma prática, dinâmica e acessível para empresas de qualquer porte ou segmento promover seus negócios e manter contato com clientes e consumidores. Um bom exemplo Mercado Julho 2011 ∞ 64 é o Google Adwords, um canal de publicidade em que uma pessoa, com algumas horas de treinamento, é capaz de criar e gerenciar seu próprio anúncio de publicidade. Outro mais recente é a Like Store, do Facebook, em que é possível não só divulgar, mas vender os produtos diretamente na fan page. “Por isso, de tanto ler, ver e ouvir falar sobre essas aparentes facilidades, empre- sários e gestores passaram a acreditar em ‘mitos’ que conferem poderes sobrenaturais ao marketing digital”, alerta o consultor de marketing digital e autor do blog Clínica Marketing Digital, Sílvio Tanabe. A empresa onde Tanabe atua como consultor é especializada em soluções de marketing digital para empresas de pequeno e médio portes (PMEs), tem mais de 12 anos de Foto: Divulgação mercado e está presente em 13 estados, prestando serviços voltados para a internet, como: consultoria em marketing digital, desenvolvimento de websites, marketing de buscas e publicidade online, e-commerce, gestão e monitoramento de campanhas nas redes e mídias sociais. É, portanto, baseado nas próprias experiências pessoais, que o consultor destaca os três mitos mais comuns que, como disse, figuram na mente de empresários e gestores quando estes pensam em Marketing Digital. O primeiro mito deriva da seguinte pergunta: é possível fazer marketing digital sem Marketing? Segundo Tanabe, recentemente ele foi consultado para o lançamento de um novo site de compras coletivas. Ao ser apresentado ao projeto, ficou preocupado com o fato de não haver praticamente nenhuma característica que o distinguisse de outras centenas de sites da categoria. “Levantei a questão e me surpreendi com a resposta. Para os empreendedores, relevante não era ter um diferencial para se destacar dos concorrentes, mas sim uma propaganda boa o suficiente para chamar atenção e gerar tráfego”, informa. De acordo com o consultor, assim como esses empreendedores, muitas outras empresas se enganam ao pensar que só publicidade é capaz de fazer de qualquer produto um sucesso. Para ele, a publicidade pode até gerar visibilidade para a empresa ou produto por um determinado período, mas não se sustenta ao longo do tempo. “Banners, links patrocinados, ações em redes sociais, newsletters e outras iniciativas online só funcionam se fizerem parte de um mix de marketing abrangendo pesquisa de mercado e público-alvo, análise de oportunidades, definição de uma estratégia de diferenciação para o produto, política de preços, canais de venda e monitoramento dos resultados por meio de indicadores”, esclarece. Em sua opinião, quanto mais esse Marketing estiver estruturado, maior o potencial da publicidade realizada através do marketing digital gerar retorno efetivo. Marketing digital é a solução milagrosa para meus problemas? Esse seria o segundo mito. Com relação a essa pergunta, Tanabe conta que o dono de um site de camisetas personalizadas procurou a empresa onde trabalha para saber se poderiam ajudá-lo a alcançar seus concorrentes, que estavam “bombando” nas vendas. “Antes de eu terminar de explicar como funcionava nosso trabalho, ele já me questionava sobre os resultados”, comenta o consultor. Para ele, na visão do dono do site a conta era simples: “minhas vendas não estão indo bem, então vou investir X em uma agência de marketing digital e eles vão aumentar meu faturamento em 10X”. Ele, Tanabe, observa que isso pode até acontecer, mas não basta somente contratar a agência e esperar os resultados. Antes de mais nada, o trabalho de um profissional de marketing é compreender por que as vendas es- Silvio Tanabe: “Banners, links patrocinados, ações em redes sociais, newsletters e outras iniciativas online só funcionam se fizerem parte de um mix de marketing” tão baixas, quais os pontos fortes dos concorrentes, quais os pontos fracos da sua empresa e o que o cliente em potencial está procurando, de modo a estabelecer uma estratégia e um plano de ação envolvendo tanto iniciativas online quanto off-line. “No caso em particular, detectamos que a loja era praticamente desconhecida, enquanto o principal concorrente era um conhecido case de loja inovadora, inclusive com várias matérias na imprensa nacional e internacional. Seu produto era de qualidade e o preço até abaixo da média, mas as estampas não chamavam atenção”, recorda. Por outro lado, o consultor conta que outras lojas apresentavam camisetas segmentadas de acordo com o gosto do cliente (filmes, atores, bandas de rock) ou permitiam que a própria pessoa criasse sua estampa personalizada. As vendas eram limitadas ao site, enquanto a concorrência comercializava suas camisetas em outros sites e redes de varejo. Assim, para alcançar o tão almejado resultado, seria necessário investir não só em publicidade, mas em um reposicionamento da marca e de sua atuação no mercado, o que não estava nos planos da empresa. Ou seja, a conta não era tão simples de fechar quanto inicialmente parecia. Finalmente, o terceiro mito: fazer marketing digital custa uma mixaria ou sai até de graça? Para responder a essa pergunta e explicar esse outro mito, Silvio Tanabe cita o caso de uma determinada metalúrgica interessada em fazer publicidade por meio de links patrocinados que solicitou a ele uma proposta. “Fiz uma apresentação para a diretoria, explicando os detalhes de como o trabalho funcionava, o orçamento estimado para a campanha e o valor do nosso trabalho de gerenciamento”, lembra. “Mas, se já estamos pagando para o Google, para que pagar também a você? Afinal, o Google não é de graça?”. Foi esse o questionamento que ele diz ter ouvido de um dos diretores da metalúrgica, quase ofendido pelo fato de estar sendo cobrado dele por um serviço que considerava gratuito. A 65 ∞ Mercado Julho 2011 MMarketing Para dizer a verdade, até hoje não sei nem por que me chamaram lá, se eles mesmos podiam fazer o serviço ‘de graça’ Tanabe diz que de nada adiantou tentar explicar que o “investimento” era destinado a remunerar os profissionais responsáveis pelo gerenciamento da campanha. “Para dizer a verdade, até hoje não sei nem por que me chamaram lá, se eles mesmos podiam fazer o serviço ‘de graça’”, argumenta. Segundo o consultor, assim como o Google, muitos sites oferecem recursos gratuitos, contribuindo para a percepção de que marketing digital é “barato” ou mesmo “na faixa”. Na verdade, os sites colocam à disposição algumas ferramentas gratuitas que, utilizadas por um bom profissional, são capazes de gerar bons resultados. Nesse sentido, comparado com a propaganda em jornais, revistas ou TVs, o investimento no marketing digital é muito menor. Mesmo o caso de pequenos em- presários que conseguem promover seus negócios nas redes sociais “sem gastar nada” é falso, porque, na verdade, investiram muito do seu tempo - um dos ativos mais valiosos de hoje - em aprender os recursos dos sites e em interagir com os clientes e consumidores. Para ele, em vez de “barato” ou “caro”, a empresa deveria avaliar o custo-benefício das ações de marketing digital comparado as outras alternativas. Para Silvio Tanabe, os relatos acima podem soar como um desabafo, e de uma certa forma são mesmo. Mas também servem de alerta para as empresas que estão investindo ou pensam em investir em marketing digital. Comparado com outras formas de publicidade e propaganda, ele pode ser mais simples, ágil e apresentar custo menor, mas os resultados sempre vão depender do trabalho de profissionais - internos ou externos -, dos recursos investidos e de muitos testes e avaliações. “Como os americanos costumam dizer: ‘no pain, no gain’ (sem dor, não há ganhos). O marketing digital não é exceção”, finaliza. B Em vez de “barato” ou “caro”, a empresa deveria avaliar o custo-benefício das ações de marketing digital comparado às outras alternativas MEvento O presidente do CDL de Uberlândia, Celso Vilela, durante entrega do Prêmio Empresário Herói 2010 a Fábio Túlio Felipe, representante da empresa Sankhya Tecnologia em Sistemas, vencedora na categoria Média Empresa Empresário Herói busca soluções sustentáveis “Muitas coisas no mundo estão de ponta-cabeça e a gente não consegue perceber. Ações como o Empresário Herói contribuem para o desenvolvimento de nossa consciência”, diz Marisa Resende DA Karen Cardoso (Serifa) Mercado Julho 2011 ∞ 68 A FIEMG Regional Vale do Paranaíba, juntamente com o Eco Instituto, os Sindicatos patronais, o Centro Industrial e Integração de Negócios do Triângulo e Alto Paranaíba (Cintap) e a Revista MERCADO promoveram o lançamento de mais uma edição do Prêmio Empresário Herói. O objetivo do prêmio é reconhecer as empresas que investem em sustentabilidade, posicionamento institucional e atuação no mercado regional. Empresários, executivos e políticos da região praticamente lotaram a sala de palestras da FIEMG, local onde foi realizado o lançamento. Representando a Câmara Municipal de Uberlândia, o vereador Ronaldo Alves esteve presente e comentou sobre o assunto em pauta. “O mais importante é criar políticas públicas para o desenvolvimento da sustentabilidade como um todo. Devemos mudar nosso paradigma e trabalhar nossa consciência em prol do meio ambiente”, refletiu o vereador. A disputa este ano terá várias categorias, entre elas: Micro/Pequena, Média e Grande Empresa, Projeto Social, Projeto Ambiental, Projeto Cultural, Campanha Publicitária e Inovação Tecnológica, e serão selecionados três finalistas para cada categoria, dos quais apenas um será o vencedor. É uma forma de incluir o maior número de interessados na luta pela sustentabilidade. “O Empresário Herói não é da FIEMG nem do Eco Instituto e, sim, de todos nós. Esse prêmio motiva os empresários a buscar soluções sustentáveis”, afirmou Pedro Lacerda, presidente da FIEMG. A palestra Para encerrar, a coordenadora do Núcleo de Responsabilidade Social Empresarial do Sistema FIEMG, Marisa Seoane Rio Resende, ministrou a palestra “Governança Sustentável - o princípio da empresa de sucesso”. “Temos um dilema complicadíssimo. Muitas coisas no mundo estão de ponta-cabeça e a gente não consegue perceber. Ações como o Empresário Herói contribuem para o desenvolvimento de nossa consciência, no futuro poderemos mudar a realidade atual”, afirmou Marisa. O sucesso de sua empresa está em suas mãos Dez motivos para anunciar na REVISTA MERCADO 1 A coordenadora do Núcleo de Responsabilidade Social Empresarial do Sistema FIEMG, Marisa Seoane, durante a palestra no lançamento do Prêmio Empresário Herói, edição 2011 Inscrições O Empresário Herói está em sua terceira edição. Na primeira, foram 40 inscritos e nove empresas lavaram o prêmio. No ano passado, foram 56 empresas inscritas e seis conquistaram o troféu. Em 2011, as inscrições para quem deseja concorrer estão abertas e podem ser feitas pelo site www.empresarioheroi.com.br. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (34) 3230.5200 ou pelo e-mail: [email protected] B 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Anunciar na MERCADO dá visibilidade para um consumidor exigente e inteligente Publicidade na MERCADO valoriza o seu conteúdo A Revista MERCADO transmite credibilidade ao seu consumidor A Revista MERCADO é fonte de informação e análise O leitor da MERCADO tem poder de compra Anunciar na MERCADO induz a pesquisas e visitas na internet A publicidade na Revista MERCADO aumenta o ROI Retorno sobre o Inve$timento A combinação da Mercado impressa e eletrônica tem resultado e excelente retorno A Mercado é a revista mais consultada pois tem conteúdo para quem tem e quer conteúdo A Mercado é a revista regional mais presente no interior de Minas e do Brasil Anuncie 34 3239-5840 www.revistamercado.com.br MEstética O peeling ultrassônico é usado em tratamento de acne, rejuvenescimento, hidratação e limpeza de pele Os diferentes tipos de peelings e como cada um age “Quanto maior a profundidade do peeling, maiores são os riscos de ocorrerem complicações” POR Sacha Silveira O s problemas que afetam a pele, como a acne, a ação hormonal e o passar dos anos, deixam muitas marcas no rosto, desde manchas de sol ou de acne até o aparecimento de rugas e cicatrizes. Os peelings são um tipo de procedimento capaz de corrigir marcas, manchas, além de melhorar a aparência e a qualidade da pele. Existem vários tipos Mercado Julho 2011 ∞ 70 de peeling: os peelings químicos, que utilizam o efeito químico de substâncias; o peeling físico, que faz lixamentos e abrasões na pele; e o peeling a laser, que faz a retirada da pele com ação do laser. Para o dermatologista Fernando Freitas, antes de qualquer coisa, é importante o dermatologista examinar o paciente para saber qual tipo de ácido será aplicado e qual a dosagem ideal. Ele explica que cada tipo de peeling tem uma ação diferente. Por exemplo, o peeling superficial é indicado para manchas superficiais, poros dilatados e sardas. Já o peeling médio é adequado para manchas profundas, cicatrizes de acne, rugas finas e peles envelhecidas pelo sol, e o peeling profundo é perfeito para peles muito envelhecidas, com manchas, rugas e cicatrizes profundas de acne. A seguir, Fernando Freitas tira dúvidas sobre os peelings, para que servem e para qual tipo de pele cada um é recomendado. Peeling químico - Esse tipo de peeling consiste na aplicação de um agente esfoliante de profundidade variável. Sua finalidade é rejuvenescer a pele, melhorar sua textura, cor e suavizar as rugas. Quanto maior a profundidade do peeling, maiores são os riscos de ocorrerem complicações. Deve ser realizado com acompanhamento médico. Fernando Freitas é dermatologista especializado em medicina estética Ácido retinóico - Outra opção é o peeling de ácido retinóico, recomendado para quase todos os tipos de pele e que também produz ótimos resultados. O ideal são 10 sessões. O uso de ácidos deve ser indicado e supervisionado pelo médico. Resorcina - É um dos melhores peelings para eliminar as cicatrizes e manchas decorrentes da acne. A pasta com resorcina não arde muito e provoca a descamação da pele depois de alguns dias da aplicação. Geralmente é necessário fazer mais de uma sessão. Ácido glicólico - O peeling de ácido glicólico geralmente é utilizado para tratamento da face, pescoço e mãos. Esse tipo de peeling é excelente para tratar as rugas precoces, manchas na pele, acne e estrias. Fenol - Esse peeling é indicado apenas para os casos mais graves de envelhecimento cutâneo; ele é capaz de atenuar as rugas e marcas de expressão de uma única vez. Seja qual for o tratamento escolhido, é fundamental usar o filtro solar diariamente, alerta o dermatologista. B O antes e o depois de uma pela castigada por acne: tratamento com peeling 71 ∞ Mercado Julho 2011 MVeículos Ford apresenta o C-Max Energi O modelo que roda até 800 km sem precisar abastecer é o mais novo veículo híbrido “plug-in” DA Redação O C-Max Energi é o novo híbrido “plug-in” da Ford, que oferece economia de combustível e nível reduzido de emissões de CO2, com estilo atraente e interior versátil e elegante. Derivado do C-Max de cinco lugares, o Energi, que começará a ser vendido nos próximos anos, foi mostrado no Salão Internacional do Automóvel de Buenos Aires. Projetado para obter a qualificação AT-PZEV (Veículo com TecnoloMercado Julho 2011 ∞ 72 gia Avançada de Emissões Parcialmente Zero), o Ford C-Max Energi proporciona máximo aproveitamento de combustível. A exemplo do Fusion Hybrid, vendido no Brasil, ele combina um motor elétrico alimentado por bateria de íons de lítio e um motor a gasolina de ciclo Atkinson de alta eficiência. A partida é sempre feita no modo elétrico e o motor a gasolina só entra em operação quando necessário. O Ford C-Max Energi alcança uma autonomia total de mais de 800 km com- binando os dois motores, tornando-se o veículo híbrido “plug-in” de maior autonomia do mercado e também um dos mais econômicos, rodando mais de 17 km por litro de combustível. O Ford C-Max Energi utiliza baterias de íons de lítio desenvolvidas e produzidas pela Ford nos Estados Unidos. Elas são concebidas de modo inteligente para maximizar o uso de componentes comuns de alta qualidade, como as placas de controle, que garantem o elogiado desempenho dos veículos híbridos da Ford. nologia de conectividade, MyFord Touch, desenvolvida especialmente para a condução no modo elétrico. Ela oferece grande flexibilidade na configuração das informações do veículo, incluindo nível de combustível, carga da bateria, consumo médio e instantâneo. O C-Max Energi roda até 17 km com um litro de combustível O Ford C-Max Energi se beneficia das vantagens que as baterias de íons de lítio oferecem em relação às baterias de níquel-hidreto metálico (NiMH). Em geral, elas são 25% a 30% menores, 50% mais leves e mais fáceis de acomodar no veículo, podendo ser configuradas para aumentar a potência de aceleração ou a autonomia. A recarga diária da bateria maximiza a autonomia do veículo no modo totalmente elétrico. A eficiência do sistema de bateria permite que o C-Max Energi seja totalmente recarregado durante a noite, bastando ligá-lo a uma tomada de 220 volts. Assim, é possível aumentar a rodagem no modo elétrico, com redução no uso do motor à combustão e de emissões de CO2. Na partida, o C-Max Energi funciona no modo de redução de carga, proporcionando autonomia com energia elétrica. Quando a bateria se esgota, ou em determinadas condições, ele muda para o modo híbrido sustentável, dotado de sistema eficiente de uso do combustível. Quando o cabo de alimentação está conectado na tomada do veículo, localizada entre a porta do motorista e a roda dianteira, um anel de luz circula em torno da tomada duas vezes, confirmando a conexão. O anel de luz se acende de forma intermitente enquanto o veículo recarrega. Quando o anel fica totalmente aceso, o veículo está recarregado. O proprietário do C-MAX Energi terá acesso a sistemas de informação - dentro e fora do carro - que ajudam a gerenciar o processo de recarga, a encontrar a rota mais ecológica, a controlar de forma remota a carga do veículo e suas configurações, a monitorar o estado de carga da bateria e a ampliar a eficiência da energia para uso no modo elétrico. Os proprietários do C-MAX Hybrid também vão se beneficiar de muitos recursos a bordo. Entre eles está uma nova versão da tec- Recursos a bordo O Ford C-Max Energi vem acompanhado de um plugue de cinco pontos padronizado, ergonomicamente confortável de segurar, durável e com design diferenciado. Ele tem acabamento em borracha preta, que torna o manuseio firme e confortável, e cabeça em plástico branco resistente para proteger os componentes eletrônicos. O oval azul Ford ajuda na identificação imediata do dispositivo. Modelo híbrido é inspirado no C-Max de cinco lugares Uma das novidades é a função Brake Coach, que ensina o motorista a aperfeiçoar o uso dos freios regenerativos para recuperar a energia cinética e enviá-la de volta para a bateria O quadro de instrumentos traz ainda o novo recurso MyView, que permite ao motorista acessar outros dados do veículo, como consumo elétrico dos acessórios e do ar-condicionado, que influenciam a economia de combustível e a autonomia do C-MAX Energi no modo elétrico. Outra novidade é a função Brake Coach, de orientação de frenagem, que ensina o motorista a aperfeiçoar o uso dos freios regenerativos para recuperar a energia cinética e enviá-la de volta para a bateria, diminuindo ao mesmo tempo o desgaste do sistema. B MVeículos Punto 2012 chega com novidades na rede Fiat DA Redação D esde o seu lançamento, o Fiat Punto faz sucesso no Brasil, tanto de vendas como de público. E isso é comprovado em nossas pesquisas, que mostram o elevado índice de satisfação por parte dos consumidores do Fiat Punto, confirmando os ótimos atributos do modelo quanto à dirigibilidade, economia, segurança, conforto, tecnologia, entre outros. A partir de junho chega à rede de concessionárias o Fiat Punto 2012, trazendo novidades que reforçam ainda mais a competitividade dele no mercado. Com uma gama muito completa com oito versões para o consumidor escolher, o Fiat Punto 2012 traz ainda um reforço especial para sua versão de entrada, a Attractive 1.4, que ganha a Série Especial Itália. Ela chega para comemorar o “Momento da Itália no Brasil” este ano, que tem como objetivo promover as relações culturais, sociais e comer- Mercado Julho 2011 ∞ 74 ciais entre a Itália e o Brasil e consolidar o sentimento de simpatia entre os dois países. O Kit Série Especial Itália para o Punto Attractive 1.4 oferece conteúdos que realçam um visual esportivo e explora a sofisticação, com rodas de liga leve 16”, faróis com máscara negra (origem da versão Sporting), mais spoiler na cor do veículo. Além dos itens estéticos, a Série Especial Itália vem ainda com ar-condicionado, volante com regulagem de altura e profundidade, rádio CD MP3 integrado ao painel com RDS, acabamento prata na parte central do painel de instrumentos, retrovisores externos elétricos, fárois de neblina e chave canivete com telecomando para abertura e fechamento das portas e vidros. Com todos esses conteúdos, o Kit Série Especial Itália se destaca pelo seu excelente contra-valor. Ele chega por apenas R$ 3.500,00, ou seja, ele sai 45,60% mais barato dessa forma do que se os itens fossem comprados separadamente. B Veja os preços de toda a gama do Fiat Punto 2012 modelo R$ Punto Attractive 1.4 40.380 Punto Essence 1.6 16V 44.890 Punto Essence 1.6 16V Dualogic 47.630 Punto Essence 1.8 16V 46.710 Punto Essence 1.8 16V Dualogic 49.260 Punto Sporting 1.8 16V 51.700 Punto Sporting 1.8 16V Dualogic 54.260 Punto T-Jet 65.830 MVeículos Vai viajar de férias? Fique atento Itens que devem ser conferidos antes de se pegar a estrada Revisão antes de colocar o carro na estrada: pode custar menos que um veículo quebrado na estrada, um acidente ou uma multa Motor - Nível do reservatório do sistema de arrefecimento - Correias - Bateria - Nível e validade do óleo lubrificante - Filtros (ar, óleo e combustível) - Carros flex: verificar o nível de gasolina no reservatório de partida a frio Segurança - Suspensão - Amortecedores - Rodas - Calibragem e estado dos pneus, incluindo o estepe - Freio (pastilha: avaliar; se o desgaste está abaixo do nível mínimo indicado, é necessário fazer a troca e verificar o nível do fluido de freio) - Palhetas do limpador de para-brisa; avaliar o estado e se as borrachas estão ressecadas Iluminação - Faróis e lanternas devem estar funcionando DA Redação O período das férias de julho é propício para quem quer aproveitar e viajar com a família. Porém, antes de enfrentar a estrada, o proprietário do veículo deve tomar algumas precauções para evitar transtornos como multas ou até acidentes. Assim, antes de botar as malas no carro e pegar a estrada, o motorista deve fazer a revisão do carro em uma oficina de confiança para checar itens de segurança e do motor para garantir o bom funcionamento do veículo e evitar quebras inesperadas que podem colocar em risco a segurança dos ocupantes do veículo. O Grupo de Manutenção Automotiva (GMA), que criou o Programa Carro 100% para conscientizar o motorista sobre a importância da manutenção preventiva, recomenda ao motorista fazer a revisão para checar, no mínimo, os itens de segurança - suspensão, freio, pneus - e relacionados ao motor - correias e níveis de óleo e água (veja o quadro). Outro detalhe importante tem a ver com o Código de Trânsito brasileiro, segundo o qual o motorista que conduzir o veículo sem os equipamentos obrigatórios - como este- pe, macaco e extintor -, conforme estabelece o Contran, será punido com uma multa de R$ 127,69, além de perder cinco pontos na carteira de habilitação. . B Quanto custa a falta de cuidado com o carro Conduzir o veículo com equipamento obrigatório em desacordo com o estabelecido pelo CONTRAN; Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via pública, em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido; Conduzir o veículo sem acionar o limpador de para-brisa sob chuva; Conduzir o veículo com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou com lâmpadas queimadas. Obs.: Infrações graves, multa de R$ 127,69 e perda de cinco pontos na carteira de habilitação 75 ∞ Mercado Julho 2011 MTurismo Mistérios e belezas de Yucatán Conjunto histórico e arquitetônico da civilização maia na península de Yucatán faz do México o país mais visitado da América Latina. Ruínas de Chichén Itzá e Tulum são os maiores atrativos DA Redação Com 22, 9 milhões de turistas só em 2010, o México mantém a liderança no ranking dos países mais visitados da América Latina, sendo as ruínas históricas da península de Yucatán - que abrange os estados de Quintana Roo, Campeche e Yucatán a grande responsável pela maior parte desse fluxo. A cidade de Chichén Itzá é a mais famosa da região, e está localizada a 120 quilômetros da cidade de Mérida, capital de Yucatán, tendo sido considerada Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) e eleita uma das Sete Maravilhas do Mundo em 2007. Outro destaque é Tulum, nome dado às ruínas maias localizadas na costa caribenha mexicana. O lugar é um paraíso em si, porque além de contar com as belas ruínas maias, possui Mercado Julho 2011 ∞ 76 um mar de águas azuis de tirar o folêgo. Da capital mexicana a Mérida, capital do Yucatán, são mais de três horas de voo, com uma escala em Villahermosa, no pantanoso Estado de Tabasco. Depois do clima mais temperado do planalto central, o ar abafado e úmido de Mérida pesa sobre a noite carregada de suaves odores tropicais. A Península do Yucatán, delimitada a norte e a leste pelo Golfo do México e pelo Mar das Caraíbas, é a região mais oriental do estado mexicano e possui um regime climático muito particular. A altitude média pouco supera o nível da água do mar, a pluviosidade durante o verão é das mais elevadas do país, e quase todo o território - plano e sem significativos relevos montanhosos - se reveste de um imenso manto verde de floresta subtropical. Há sinais de umidade no ar e os cheiros da floresta próxima entranham-se nas ruas da cidade. Com a chuva acabada de cair sobre a terra que guarda ainda restos do calor da tarde, podem ter tombado sobre Mérida as últimas gotas de água do ano. São as águas de novembro fechando o outono. O clima subtropical da Península assegura um inverno seco, com temperaturas amenas, dias luminosos e céus invariavelmente azuis. O território de Yucatán é formado por três estados: Quintana Roo, Campeche e Yucatán, cada qual profundamente marcado pela civilização maia. Viagem deve começar por Mérida Com cerca de 700 mil habitantes, a capital do Estado de Yucatán, Mérida, é uma cidade de contrastes. Nela, o turista vai encontrar hotéis elegantes, restaurantes e shoppings centers no norte da cidade. No centro, há hotéis e restaurantes para todos os bolsos. Muito disso marcado por resquícios da inquisição espanhola. Mérida oferece ainda uma série de atrações turísticas: maravilhosos monumentos, artesanato, um folclore rico em cores, roupas, músicas e danças, e delícias gastronômicas que são famosas por sua culinária. A localização geográfica é estratégica e faz da cidade o ponto de partida ideal para visitar sítios arqueológicos do mundo maia. Romântica, está imersa em uma terra maravilhosa e em uma cultura única, em que se misturam o antigo e o novo, o que pode ser observado nos edifícios e construções manifestando a arte indígena, a estética colonial e o estilo art nouveau do início do século XX. Mérida é uma cidade que convida a ficar, tanto para desfrutar do calor de seu povo quanto do seu clima quente na maior parte do ano. Essa cidade é conhecida pela sua hospitalidade e por ser uma das melhores da península, já que tem tudo para fazer da visita dos turistas uma estada única. Mérida se consolida neste século XXI como uma cidade autêntica e moderna, verdadeira e clássica, que nos últimos anos, além de ter crescido de forma notável, é uma cidade de primeira opção para fazer negócios. Conta com uma atmosfera ideal, que combina excelente serviço e grande conforto, e também oferece múltiplas opções de entretenimento, atividades culturais, serviços de alimentação, bebidas, descanso, passeios e todas as infinitas possibilidades do turismo na Península de Yucatán em distâncias curtas entre cada um dos atrativos. Mérida vive uma grande festa cultural os 365 dias do ano, e os milhares de visitantes do mundo inteiro que recebe viram espectadores da intensa realidade diária, pois festas e tradições sempre proporcionam um espetáculo colorido, autêntico e inesquecível. O Centro Histórico convida a uma noite cultural única. Às segundas-feiras, por exemplo, em frente ao Palácio Municipal, tem uma dança tradicional chamada A Península do Yucatán, delimitada a norte e a leste pelo Golfo do México e pelo Mar das Caraíbas: a região é riquíssima em vestígios da civilização maia Mérida é uma terra romântica e de cultura única, onde o antigo e o novo se misturam A Catedral de Mérida, a mais antiga de todo o continente americano, foi erguida com as pedras de T’ho, a antiga cidade maia que os espanhóis destruíram MTurismo O Centro Histórico de Mérida: destaque para o Palácio Municipal “Jarana Yucateca”, e aos domingos, duas orquestras animam a noite ao ritmo de “salsa e cumbia”. Há também peças de teatro, danças folclóricas e filmes, uma gama de atividades e eventos para todos os gostos - do clássico ao jazz -, dança folclórica com trovas românticas, rock, música industrial, exposições de arte tradicionais e inovadoras, cinema de arte contemporânea, oficinas para crianças, atividades literárias, conferências, bailes ao ar livre e muito mais. Capital maia - Mayapan (espanhol Mayapán) é uma antiga cidade pré-colombiana maia, localizada no estado do Yucatán, no México, a cerca de 40 km ao sul de Mérida - a capital - e a 100 km a oeste de Chichén Itzá - outra grande cidade maia do século VII. Mayapan foi a capital política dos maias, na Península de Yucatán, entre os anos de 1220 até o final de 1440. Estado de Quintana Roo Sem dúvida, a Península de Yucatán é um dos destinos mais explorados turisticamente no México. É, também, o lugar onde se encontram os principais locais arqueológicos da antiga cultura maia. A começar por Quintana Roo, um estado jovem que experimen- tou um forte desenvolvimento nas últimas décadas. As belas e inigualáveis praias caribenhas, os entornos naturais únicos e as testemunhas culturais dos antigos maias contribuíram para polarizar o interesse dos visitantes do exterior. Provavelmente, o lugar mais conhecido de Quintana Roo seja Cancún, porém esse território esconde muitas outras surpresas. Cancún e Isla Mujeres Cancún, que em maia quer dizer “recipiente de ouro”, converteu-se no destino favorito dos casais em lua de mel e de milhares de turistas que procuram o azul turquesa de suas águas. Situada no Estado de Quintana Roo, está localizada em uma ilha (zona de hotéis) ligada ao continente por meio de uma ponte que conduz à Cidade Cancún. A leste da ilha encontra-se o Mar do Caribe, e a Oeste a Gran Laguna. Em Cancún há que se destacar o Museu de Antropologia e História, próximo ao Centro de Convenções na zona hoteleira, e onde se pode admirar uma pequena coleção de peças maias, e as Ruínas Maias da Zona Arqueológica El Rey. Ruínas de Mayapan, cidade que foi a capital política dos maias (1220 d.C e 1440 d.C) Mercado Julho 2011 ∞ 78 Mas é impossível falar de Cancún e não citar as suas deslumbrantes e brancas praias (Playa Las Perlas, Playa Tortugas, Playa Chac-mool, Playa del Rey, etc.), todas elas abertas ao público. Estando lá, é recomendável realizar passeios e desfrutar ao máximo de todas as possibilidades, seja mergulhando ou praticando algum esporte aquático. Cancún conta com magníficas instalações e com numerosos centros comerciais, restaurantes, bares, discotecas ou cafeterias que farão a sua estada mais agradável. A noroeste de Cancún localiza-se Isla Mujeres, uma pequena ilha onde o mais extraordinário é a tranquilidade. No Parque Nacional El Garrafón, encontram-se as praias mais populares, com destaque para a dos Cocos, a mais bonita, Playa Lanchero, importante refúgio de tartarugas marinhas e Playa Garrafón, o lugar ideal para a prática do “snorkel”. Mas procure chegar cedo, pois é inevitável fugir da concorrência de centenas de turistas. Se você é um mergulhador experimentado, pode realizar mergulhos nos arredores, onde descobrirá encantadores arrecifes. Em somente duas horas de cruzeiro avistará a Ilha Contoy, famosa por sua riqueza coralina e por ser uma reserva ornitológica nacional. É uma atração ecoturística, já que constitui um Parque Nacional onde habitam centenas de aves que dificilmente poderiam ser observadas de perto em outros lugares do mundo. O cais e o museu são as únicas instalações de Isla Mujeres. Cancún, que fica no Estado de Quintana Roo, e que em maia quer dizer “recipiente de ouro”, é o destino favorito de casais em lua de mel Costas e ruínas maias de Quintana Roo Deixando Cancún em direção ao sul pela movimentada estrada que vai para Tulum e Chetumal (a capital do estado), tem a Playa del Carmen, importante centro turístico devido à sua animada vida noturna e arrecifes de coral. Começa aqui a Costa Turquesa, que se estende de Puerto Morelos, ao sul de Tulum, à altura da Reserva da Biofera de Sian Kaan. Nas longas praias é possível tomar banho, mergulhar, descansar e se bronzear. Cozumel - De Playa del Carmen partem numerosas embarcações em direção a Cozumel, a maior ilha do México. Os maias navegavam até ela para dirigir-se aos templos dedicados a Ixchel, a deusa da lua e da fertilidade. São Miguel de Cozumel é a única cidade da ilha onde é quase uma obrigação visitar o museu, que tem retratada a história da ilha. Nove quilômetros além do povoado encontra-se a bela Bahia de Chankanab, aquário natural abastecido por canais subterrâneos e, muito perto, o Jardim Botânico, com mais de 300 classes de plantas tropicais e árvores de 22 países. Entre os meses de maio e setembro pode-se observar a desova das tartarugas (sob a vigilância de autoridades). As areias brancas das praias de Cozumel, muitas delas virgens, como as de Punta Celarain, são um convite para praticar todo tipo de esportes aquáticos, descansar, mergulhar no Arrecife Palancar ou visitar as Ruínas de El Cedral, a estrutura mais antiga da A Isla Mujeres, pequena ilha a noroeste de Cancún Praia em Cozumel, a maior ilha do México, que fica na Península de Yucatán MTurismo ilha - que possui restos das pinturas originais maias - e as Ruínas de San Gervasio - formadas por pequenos altares e templos em honra de Ixchel. Pelo litoral da Costa Turquesa Xel-Há, a 122 quilômetros de Cancún, é um dos maiores aquários naturais do planeta Tulum, que significa “Cidade de Alba”, é um dos lugares mais espetaculares da colonização maia Muralhas da cidade de Campeche, que leva o mesmo nome do estado Deixando a ilha em direção ao sul pelas costas de Quintana Roo, localiza-se Xcaret, a 72 km ao sul de Cancún, considerado o “paraíso sagrado da natureza”. Esse lugar foi utilizado pelos maias como porto e conta com dois templos antigos. É um ambiente ideal para nadar (acompanhado de golfinhos) e para o “snorkeling”. Em Xcaret, vale a pena a visita a Puerto Aventuras, que se destaca por ser um imponente complexo turístico de luxo, provido de todas as facilidades e comodidades. Seus atrativos mais importantes são o porto com capacidade para 240 embarcações e um campo de golf de 9 buracos. Yal-ku, a 98 quilômetros ao sul de Cancún, é uma lagoa muito pouco visitada. A entrada fica perto de um pequeno local que conta com um moinho de vento bastante visível. Embora não tenha instalações turísticas, é um bom lugar para desfrutar dos canais de água turquesa. Akumal, (que em maia quer dizer “lugar de tartarugas”), a 102 quilômetros de Cancún, é famosa por sua maravilhosa praia e por ser um lugar muito procurado por mergulhadores do mundo todo que ali se encontram para explorar suas profundezas. O turista também não deve deixar de visitar Xel-Há, a 122 quilômetros de Cancún, pois é um dos maiores aquários naturais do planeta, composto de bacias de pedra calcária, baías, lagoas e tanques com diversas variedades de peixes tropicais. A prática do “snorkeling” nessa zona é quase uma obrigação. Tem ainda Chemuyil, a 109 quilômetros de Cancún, considerada uma das praias mais românticas do México. Em forma de ferradura e protegida por uma barreira de arrecife, conta com uma praia de areia fina e branca incomparável. Outro grande destaque é Tulum, que quer dizer “A Cidade de Alba”. É uma das cidades maias mais espetaculares pela disposição das muralhas e por estar bem ligada ao Mar do Caribe. As construções correspondem ao Período Pre-clássico, e entre elas se destacam o Templo dos Frescos, O Castelo - a construção mais alta - e o Templo das Séries Iniciais. Tulum é o único porto maia conhecido que, quando da chegada dos conquistadores espanhóis, ainda estava habitado. Partindo de Tulum 50 quilômetros terra adentro, pode-se chegar a Cobá, provavelmente o maior de todos os jazigos maias. Foi um importante centro comercial que se formou em uma zona de lagos com calçadas sagradas ou “sacbeob”, sendo que algumas delas chegaram a alcançar 100 quilômetros de comprimento. No lugar, destacam-se a pirâmide do Templo das Igrejas do Grupo Cobá, as estrelas do Grupo Mecanox, o Conjunto das Pinturas e a Grande Pirâmide, a mais alta das construções maias da Península de Yucatán. De volta à costa, em direção ao sul, localiza-se a Reserva Biosférica de Sian Ka´an, parque ecológico com mais de 500 hectares e importante ecossistema do continente americano, onde encontram-se bosques, lagoas, pântanos, arrecifes de coral, ruínas maias e uma impressionante variedade de flora e fauna. Na reserva podem ser vistas onças, ocelotes (jaguatiricas), macacos-aranha, tigres, antas, tamanduás e jacarés, assim como milhares de peixes multicoloridos. As excursões pelo lugar são guiadas operadas por “Amigos de Sian Ka´an”, uma organização não lucrativa. Finalmente, ainda mais ao sul, localiza-se Chetumal, a capital do estado, muito perto da fronteira com Belice. As ruínas de Edzná, cidade maia cujo sítio fica perto de Campeche Estado de Campeche Campeche, a capital do estado de mesmo nome e a 195 quilômetros de Mérida, impressiona pelas muralhas que rodeiam a cidade e pelos seus esplêndidos edifícios coloniais. Em visita a essa cidade, vale conhecer a Praça Principal, de estilo colonial e com alguns elementos atuais; a Catedral da Conceição, a mais antiga da Península de Yucatán (1.540); a Mansão Carvajal, morada de um importante fazendeiro de tempos passados; o Baluarte de São Carlos, onde se encontra a Sala das Fortificações; a Casa da Cultura, outro exemplo da riqueza colonial de Campeche; e ainda o Museu de Estrelas Maias. Muito próximo da cidade localizam-se as ruínas de Edzná, cidade maia - 650 dC. a 900 dC. - que tem como grandes atrações o Anfiteatro, os Canais Subterrâneos e a Pirâmide dos Cinco Nichos, obra mestra de 31 m de altura. Estado de Yucatán Em se tratando de turismo cultural e histórico, o Estado de Yucatán oferece belas cidades coloniais e, provavelmente, as mais espetaculares ruínas maias. A começar pela capital Mérida, as ruas dessa cidade combinam, em delicada harmonia, elementos indígenas e espanhóis, que podem ser apreciados nas grades de ferro fundido das casas, nas ruas empedradas ou nos belos jardins. Estando em Mérida, não deixe de admirar a impressionante Catedral de São Ildefonso, do século XVI, de estilo barroco, uma das maiores catedrais do país; a Plaza Mayor, o melhor lugar para descansar; e o Palácio de Governo e o Palácio Municipal do século XVI. Tem ainda a Casa Montejo, de fachada pitoresca, que é atualmente um banco. Aconselha-se ainda percorrer o Paseo de Montejo, com suas casas senhoriais de influência europeia, para depois visitar o Museu Nacional de Antropologia, onde se pode conhecer mais de perto a antiga cultura maia. A O Paseo de Montejo é um lugar por onde se deve passear em Mérida, capital Ruínas de Uxmal, que fica nas serras Puuc, a 80 quilômetros de Mérida MTurismo Chichén Itzá, ruínas maias muito bem conservadas que ficam entre Mérida e Cancún Uxmal e Kabah A 80 quilômetros ao sul de Mérida, nas serras Puuc, estão as ruínas maias de Uxmal, onde se destacam as numerosas imagens do deus Chac, deus da chuva, que são encontradas em muitos lugares. Outro atrativo é a Pirâmide do Feiticeiro (chamada também Pirâmide do Adivinho ou do Mago), uma delicada construção com cantos arredondados e 39 m de altura, onde se conseguem as melhores vistas do conjunto. Tem ainda o Palácio do Governador, com uma esplêndida fachada de quase 100 metros de longitude; a Casa das Tartarugas, pelas engraçadas tartarugas gravadas nas padieiras; o Quadrângulo das Monjas, com cerca de 70 quartos; e o Jogo de Bola. A 15 quilômeros de Uxmal encontram-se as ruínas de Kabah, em processo de restauração. A maior atração fica por conta do Palácio das Máscaras e sua imponente fachada com mais de 300 máscaras do mosaico do deus Chac. Chichén Itzá O maior atrativo da região é Chichén Itzá, a grande cidade maia do século VII, magnificamente conservada e situada quase na metade do trajeto entre Mérida e Cancún (a 200 quilômetros dessa última). No Templo de Kukulkán ou El Castillo, chama atenção, durante os equinócios de primavera e outono, a aparição de uma serpente em forma de sombra que ascende ou descende pela escada da Grande Pirâmide. No interior da construção foi onde se encontrou o trono do Jaguar Vermelho com olhos de jade. Nessas ruínas, o visitante poderá sentir muito de perto o espírito dos antigos maias na magnífica área do Jogo de Bola, a maior e mais conservada; no impressionante Observatório; na enigmática figura de Chac Mool; no Cenote, o poço onde jogavam as oferendas; na Casa Colorada; no Templo do Venado; na Casa das Monjas ou no Grupo das Mil Colunas. Valladolid Finalmente, completando essa viagem pela Península de Yucatán, no oriente do Estado de Yucatán, rumo ao Mar Caribe, encontra-se Valladolid, uma belíssima povoação colonial fundada faz 450 anos. É a segunda cidade mais antiga do estado. Nela se encontram formosas construções, como o ex-Convento de São Bernardino de Siena e o Convento de Sisal, ambos do século XVI; a Catedral de San Gervasio; o Bairro da Candoária; o Bairro de Santa Ana; o Museu de São Roque e outras tantas construções que remetem ao seu rico passado histórico. É também em Valladolid que estão os dois reservatórios de água em cavernas mais impressionantes do estado: X´kekén - ou Dzitnup - e Zaci, onde as formações rochosas criaram lendas que se tornaram crendices da população nativa. B O poço Zací, em Valladolid, tem mais de 80 metros e possui diversas lendas, que são defendidas pela população local. Segundo uma delas, quem se banha das águas se purifica. O rito é maia, espelhado no Cenote Sagrado de Yucatán MBazar Dior lança a nova fragrância Aqua Fahrenheit Fahrenheit é um clássico perfume masculino, lançado em 1988, que se tornou um dos mais vendidos na categoria. Fahrenheit destacase por ser um perfume intenso, com surpreendentes notas de madeira de sândalo, madeira de cedro, bálsamo e âmbar. Uma mistura contrastante de quente e frio, sutileza e poder. A Dior agora lança uma nova versão do Fahrenheit, Aqua Fahrenheit. O perfume traz uma combinação explosiva de água e fogo, através das notas frescas dos cítricos e das intensas do vetiver. O novo perfume vem em duas versões, 75ml e 125ml, e preços sugeridos de aproximadamente R$ 270 e R$ 350, respectivamente. Portas iPad, iPhone e Blackberry da Ferrari A escudeira italiana que há muito tempo mantém um studio de design para oferecer aos fãs da marca acessórios como roupas, bonés e carros em miniatura acaba de lançar uma nova coleção de acessórios para proteger os gagdets do homem moderno, chamada de Italy Collection. Mercado Julho 2011 ∞ 84 Inspirada nos modelos Grand Touring, a Coleção Itália traz o design elegante dos interiores do carro da Ferrari no acabamento e qualidade do couro, nas cores dos tópicos escolhidos, no estilo de costura, no jogo de preenchimento, no Matelassé. São capas para iPad, iPhone e Blackberry que levam o famoso Cavalo na frente. É uma linha completa de capas protetoras em couro com o interior em vermelho e por fora em preto ou, para quem gosta de algo mais ousado, com o exterior todo em vermelho. Mulher nenhuma quer estar atrasada A grife norte-americana Michael Kors continua esbanjando muito luxo com seus novos modelos de relógios femininos. Em detalhe, na foto, o modelo Michael Kors Women’s, MK5217, MadrePérola Oversized. Esse modelo tem como características: face de aproximadamente 4,5cm de diâmetro (sem a coroa), pulseira em resina com aproximadamente 2,2cm de largura e 20cm de comprimento e cronográfico com 3 submostradores (dia, data e mês). Resistente a 100m em baixo d’água, com vidro Cristal Mineral. O preço sugerido no Brasil é de R$ 750. Xoom é a Ferrari dos tablets Lançado no final de fevereiro nos Estados unidos, o Xoom, da Motorola, é o primeiro tablet da geração Android 3.0 Honeycomb a desembarcar no Brasil. O Xoom é um tablet que vem com a intenção de concorrer com o iPad, líder isolado em um mercado que ele mesmo criou. E a impressão inicial é de que ele pode, sim, ser um competidor à altura. A configuração do Xoom é a mais imponente entre os Androids, com tela de 10,1 polegadas, chip dual core, 32 GB de armazenamento interno, câmeras de 5 MP e 2 MP, slot para cartão microSD e portas microUSB e microHDMI. O corpo do Xoom (a pronúncia correta é “zum”, apesar da versão “chum” ter sido naturalmente mais bem aceita no INFOlab) é leve e esguio, com construção feita em alumínio. Sua espessura, de 1,3 centímetro, é a mesma do primeiro iPad, embora 5 milímetros maior que a última versão do tablet da Apple. Lá fora, o modelo é vendido por preços entre 599 dólares (com WiFi) e 799 dólares (modelo com conexão 3G e upgrade programado para 4G LTE). Aqui, sua configuração mais básica é vendida por R$ 1.899. 85 ∞ Mercado Julho 2011 MDica de Leitura Ganhar dinheiro não é pecado Em livro lançado pela Thomas Nelson Brasil, Theodore Roosevelt Malloch garante que é possível alcançar o sucesso financeiro sem precisar vender a alma “O sucesso não vem, geralmente, da boa sorte ou do acaso. Ele vem porque você está preparado para isso e porque você tem as características necessárias para alcançá-lo. Isso é verdade em todos os setores da vida e não apenas nos negócios. Teorias gregas e romanas sobre a virtude as associam ao sucesso prático - ‘acertar o alvo’ em analogia a Aristóteles.” “Ganhar dinheiro não é pecado”, lançamento da Thomas Nelson Brasil, apresenta uma ideia tão simples quanto desafiadora: a de que é possível ser bem-sucedido e gerar lucro sem corromper seus princípios éticos e morais. O empreendedor Theodore Roosevelt Malloch apresenta o conceito de “capital espiritual”, explicado por meio de exemplos de empresas que operam com modelos baseados em princípios espirituais e que estão entre as maiores no mundo dos negócios. Rico em conteúdo bibliográfico, o livro traça o perfil, os ideais e a trajetória de importantes líderes empresariais de todo o mundo, entre eles os CEOs da HP, John Young, e da Phillips Internacional, Thomas Phillips. Também se vale de princípios teóricos de grandes filósofos, como Aristóteles, Platão e Descartes, para apontar como funciona o mundo dos negócios desde os tempos antigos. Esta obra surpreendente levará o leitor a refletir sobre as virtudes resistentes da liderança, da coragem, da paciência, da perseverança e da disciplina, como adquiri-las e de que forma elas devem nos conduzir. B Mercado Julho 2011 ∞ 86 Sobre o autor Theodore Roosevelt Malloch é presidente e C.E.O. do Grupo Roosevelt, empresa de gestão de investimentos nos Estados Unidos. Professor da Universidade de Yale, Malloch também é responsável pela pesquisa a respeito do capital espiritual no mundo corporativo. Título: Ganhar dinheiro não é pecado Autor: Theodore Roosevelt Malloch Formato: 13,5x 20,8 Número de páginas: 216 Preço: R$ 29,90 ISBN: 9788578601874 MColunaLiteratura Esses poetas loucos e bêbados S POR Kenia Maria ou professora de literatura brasileira há mais de 20 anos. Uma das coisas de que mais gosto nessa profissão é de meus alunos. Adoro gente e adoro os meus pupilos e pupilas. Já tive alunos de todo jeito nesta vida. Alunos que aprendiam rapidamente a analisar um poema de Fernando Pessoa, e outros que interpretavam com facilidade os mais difíceis contos de Clarice Lispector. Mas, também, por outro lado, tive alunos que achavam que o escritor português Eça de Queiroz era mulher. Ora essa! Alunos que pensavam e pensam até hoje que a “Comédia” de Dante é obra risível, para dar gargalhada. Outros que acreditam que há na peça “A cantora careca”, de Eugene Ionesco, uma personagem feminina calva que canta. Já dei muitas risadas com os equívocos de alguns estudantes. Algumas situações parecem piada, mas aconteceram de fato, como, por exemplo, alunos que se ofenderam quando eu escrevi que seus textos eram prolixos. Eles entenderam “pro lixo”... Mas acho que nada me causou mais estranheza que uma carta que recebi há algum tempo. Vou transcrevê-la aqui, já que a aluna me autorizou a publicála, na certeza de que evidentemente eu omitiria seu nome. Vamos ao texto: “Cara professora Kenia, Gosto muito do curso de Letras, mas infelizmente terei de abandoná-lo, já que as aulas de literatura ferem meus princípios morais, éticos e religiosos. Sendo assim, fico constrangida e angustiada com alguns fatos. Sabe, dona Kenia, não quero ler Edgar Allan Poe, sei que o poema ‘O Corvo’ é bem construído estruturalmente, evoca uma paixão sincera do eu lírico pela amada Lenora, mas Poe era um bêbado maldito que não pagava suas contas, dava o calote em todo mundo. Ler a “Prosopopéia”, de Bento Teixeira, nem pensar. Bento Teixeira foi considerado herege pela Igreja, além de ter assassinado sua própria esposa. Eu estava adorando ler ‘O retrato de Dorian Gray’: uma história muito boa sobre um cara que nunca envelhece. Mas depois descobri que o autor era um devasso, um homossexual, libertino e dissoluto. Também não me interesso nada, nada por autores suicidas, esses ingratos que tiraram a própria vida. Dessa forma, não quero ler nem Virgínia Woolf, nem Raul Pompéia. Ela se jogou num rio e ele tragicamente se matou com um tiro no peito numa noite de Natal. Sabe, tenho medo de que eles possam me influenciar e eu acabe me jogando do oitavo andar, como Ana Cristina César. Às vezes, eu fico me perguntando, como pessoas tão loucas e desestruturadas podem escrever tão bem? Como esses loucos puderam despertar em mim tantos sentimentos? Como me emocionei e me encantei com ‘O Ateneu’, com ‘Mrs. Dalloway’ e com as cartas de Ana Cristina César? Pena que seus autores foram pessoas moralmente enfermas. Assim sendo, estou trancando o curso de Letras, já que eu não poderia ler apenas os escritores que tiveram uma vida íntegra e correta, o que, aliás, é raro dentre os escritores os quais somos obrigados a ler. Desses que admiro a vida honesta e equilibrada cito o grande Machado de Assis, que, embora gostasse de escrever sobre adultérios, seus biógrafos garantem que ele foi marido e companheiro fiel de sua única e doce esposa, Carolina. Outra autora honestíssima de que gosto e admiro muito é a mineira bem casada e pacata dona de casa Adélia Prado. Vive uma vida cristã e equilibrada ao lado do marido e da família na cidade de Divinópolis. Seus poemas são belíssimos, principalmente um de que gosto muito em particular, ‘Casamento’. Também sou admiradora do poeta parnasiano Vicente de Carvalho, abolicionista e jornalista equilibrado. Também foi ótimo marido. Amava a esposa dona Ermelinda Ferreira de Mesquita, com quem teve quinze filhos. E quanta saudade tenho do poema “A fonte e a flor”: doces versos da infância em que eu declamava emocionada. Despeço-me aqui, professora, espero que estas linhas não lhe tenham causado tédio ou sonolência, espero apenas que a senhora me compreenda quando não mais me encontrar em suas aulas. Um abraço, W. B.” Mercado Julho 2011 ∞ 88 ra pode não acreditar, mas foram os livros sagrados que me fizeram retornar para a sala de aula. Descobri que algumas partes da Bíblia podem ter sido escritas por uma mulher de nome Sulamita, uma libertina, concubina do Rei Salomão. Já o “Alcorão” foi escrito por um homem que nunca acreditou na virgindade de Maria nem na Trindade. E os Vedas? Meu Deus, eles foram recitados por homens que adoravam elefantes e macacos”. Sem comentários! Edgar Allan Poe Contudo, no semestre seguinte, quem eu encontro sentadinha no fundo da sala para assistir às aulas? Ela mesma. A menina que se espantou com a perigosa vida levada pelos autores canônicos. Ao final da aula, ela deixou um bilhete em cima da minha mesa: “A senho- Termino aqui este meu texto que não sei se é crônica ou artigo, escrito a quatro mãos: uma é professora, gulosa, fofoqueira e desconfiada da condição humana; a outra é uma aluna ingênua, que ainda tem muito o que aprender com a vida e seus mistérios. A dica de hoje é ler o belo livro de poemas intitulado “As flores do mal”, livro que inaugura a modernidade no mundo ocidental e, por isso mesmo, foi, durante muito tempo, censurado, e seu autor sofreu processo pagando multa por atentar Charles Baudelaire contra a moral e os bons costumes. Baudelaire levou vida desregrada na companhia das drogas e do álcool: foi assim, aliás, que ele torrou grande parte da fortuna de seu falecido pai. Talvez seja por isso ele tenha feito obra tão avassaladora e versos tão contundentes como estes: “É necessário estar sempre bêbado. Tudo se reduz a isso; eis o único problema. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha. Contanto que vos embriagueis.” (Baudelaire) Kenia Maria de Almeida Pereira - doutora em Literatura Brasileira pela Unesp/São José do Rio Preto-SP e professora colaboradora do Mestrado em Teoria Literária da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Autora de artigos científicos e livros sobre literatura brasileira, dentre eles, Machado de Assis: outras faces, publicado pela editora Aspecttus ([email protected]) 89 ∞ Mercado Julho 2011 MProfissões em Filme Passe livre POR Kelson Venâncio Atualmente somos bombardeados no cinema com comédias, especialmente as que se dizem comédias românticas, mas que, na maioria das vezes, de comédia mesmo não têm nada. São, para piorar, romances bobinhos. Quando surgem filmes com o intuito apenas de fazer rir - geralmente são aqueles a que chamo de besteiróis, pois agridem a nossa inteligência com situações absurdas e ridículas -, esse tipo de produção tenta a todo custo atingir o seu objetivo, o que para o público mais exigente nem sempre acontece. Mas, de vez em quando, surge uma boa comédia no cinema. E aqui posso dar alguns exemplos, como os excelentes “Se beber não case”, “Eu te amo cara” e “O pior trabalho do mundo”, entre outras. Felizmente, o filme “Passe livre” agora faz parte da minha lista de melhores comédias e é tão bom quanto os citados anteriormente. E explico o porquê. Para começar, um filme de comédia sem um roteiro interessante é como “Os vampiros que se mordam’, “Espartalhões”, “Todo mundo em pânico”, ou seja, pegam carona em outras produções na tentativa simples de ganhar dinheiro. “Passe livre” tem uma ótima história, que parte de uma premissa muito comum na vida de qualquer casal: a rotina a dois. Qual o homem de compromisso que mesmo sem intenção nunca olhou para a bunda de Mercado Julho 2011 ∞ 90 uma mulher? Qual a mulher que nunca observou o abdômen sarado de um rapaz mais novo? Quem nunca se questionou: “e se eu fosse solteiro”? Pois é baseado nessas indagações que “Passe livre” nos faz rir muito, mas nos passa uma boa mensagem, com todas as piadas sobre o relacionamento a dois. O filme conta a história dos amigos Rick e Fred (Owen Wilson e Jason Sudeikis), que estão inquietos e cansados da rotina do casamento. Tudo muda quando suas esposas (Jenna Fischer e Christina Applegate) tentam uma abordagem ousada e lhes oferecem um “passe livre”: uma semana de total liberdade para que os dois façam o que quiserem, livres das obrigações do matrimônio. Inicialmente, parece que um sonho se torna realidade para Rick e Fred, mas eles rapidamente descobrem que seus conceitos sobre a atual vida de solteiro estão completamente fora de sincronia com a realidade. Outro ponto forte dessa produção são as interpretações. Todo o elenco faz bem sua parte, até mesmo aqueles que aparecem pouco na produção. Mas a química entre os atores Owen Wilson e Jason Sudeikis é fantástica. Eles nos passam exatamente a sensação de que são velhos e bons amigos, inconfidentes e inseparáveis em qualquer tipo de situação, até mesmo nas mais complicadas. Para terminar, não poderia deixar de comentar a ótima direção de Peter Farrelly e Bobby Farrelly, que também são coautores do roteiro, e que voltam à boa forma de seus filmes mais antigos e excelentes, como: “Quem vai ficar com Mary”, “Debi e Lóide” e “Eu, eu mesmo e Irene”. Tá vendo? Vale a pena assistir a “Passe livre”, você vai rir muito e, claro, pensar mais sobre seu relacionamento. B Ficha Técnica Filme: Passe livre (Hall Pass) Elenco: Owen Wilson, Jason Sudeikis, Jenna Fischer, Christina Applegate, Alyssa Milano, Richard Jenkins, Stephen Merchant, Vanessa Angel Direção: Bobby Farrelly e Peter Farrelly Gênero: comédia Duração: 105 min Nota 9 Kelson Venâncio - jornalista e diretor do Cinema e Vídeo www.cinemaevideo.com.br 91 ∞ Mercado Julho 2011 MPonto de Vista Morosidade do Poder Judiciário Em primeiro lugar, é bom deixar claro que a morosidade da justiça não é um problema exclusivamente do Brasil, atingindo praticamente todos os países, porém, uns de forma mais grave que outros. Entretanto, em nosso país, esse fenômeno ocorre há várias décadas, vindo a se constituir numa permanente preocupação. Por isso, muito tem se falado acerca da morosidade do Poder Judiciário. Esse assunto é foco, inclusive, do anteprojeto do novo Código de Processo Civil. Mas, afinal, de quem é a culpa pelo Brasil ter uma justiça tão lenta e, por muitas vezes, injusta? Seria dos julgadores, que não conseguem dar vazão aos milhares de processos que têm sob sua responsabilidade? Do Estado, que é reconhecidamente o maior litigante? Da falta de aparelhamento estatal? Dos advogados, que se fazem valer dos inúmeros recursos previstos e abarrotam os Tribunais? Ou de todos esses elementos conjugados? Que existe uma morosidade instalada no judiciário brasileiro, isso não tem como negar. E o que todo mundo já sabe, ficou comprovado em pesquisa divulga- da no final de maio pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), que o brasileiro atribuiu nota média de 4,5, numa escala de zero a dez, para as instituições do Judiciário. Na média nacional, as piores avaliações recaem sobre os quesitos rapidez, imparcialidade e honestidade. Numa escala de 0 a 4, o item rapidez teve o pior conceito - 1,19 -, seguido pelos quesitos imparcialidade e honestidade, que receberam 1,18. Essas notas, de acordo com o estudo, correspondem ao conceito “mal”. Para piorar a situação, em nenhum item a Justiça alcançou o conceito “regular”. Mas, então, qual é a causa desse problema e, por conseguinte, qual seria a solução? Com a palavra, o G7... Um pais democrático tem como um de seus pilares um poder judiciário justo e eficaz. Justo, pois retrata um dos maiores valores cultuados por cada cidadão: a Justiça, e a eficaz, o valor que garante a segurança jurídica em todos os setores da sociedade. Apenas como exemplo, o setor empresarial, responsável pelo crescimento econômico precisa diuturnamente de um Judiciário célere, sob pena de sofrer a estagnação em seguimentos imprescindíveis para o desenvolvimento econômico sustentável. Assim, a morosidade do judiciário é um mal estatal que precisa ser combatido. Para nós, a maior causa da morosidade é o anacronismo da estrutura do poder judiciário, uma vez que em todo o país vários fóruns estão sediados em prédios sem a mínima condição de trabalho, ou com espaço muito aquém do necessário. Não dispensa esforços encontrar secretarias abarrotadas de processos no chão, por falta de espaço adequado para seu manuseio. Aliado a esse triste fator, tem-se um número insuficiente de juízes e serventuários para o volume de processos a serem julgados. Enfim, o Judiciário trabalha hoje com uma estrutura pensada e projetada para uma sociedade de 50 anos atrás. É um engano atribuir a morosidade do judiciário à legislação ou aos recursos utilizados pelos advogados, pois a história já demonstrou que alterações legislativas não resolvem problemas de celeridade e, doutro norte, os recursos são a garantia máxima dos cidadãos contra as decisões injustas, em que pese assistirmos nos dias atuais à tentativa dos Tribunais Superiores de evitar que os processos cheguem até eles para apreciação dos recursos, quando na verdade o que deveria acontecer era o devido aparelhamento destes para julgar todos os recursos em tempo razoável. Em pleno terceiro milênio, em que a informática é a grande responsável por qualquer projeto de sucesso, nosso judiciário anda a passos lentos na informatização dos processos e procedimentos. Necessário se faz que a autoridade judiciária compreenda que a democracia somente se sustenta onde a justiça é plena e, para tanto, precisamos unir forças na busca de um judiciário moderno, pautado nos melhores conceitos de administração pública e privada, inclusive. É preciso compreender que juízes não devem ser gestores e que escrivães precisam receber dignamente treinamento diuturno de administração de tempo e logística. Os processos precisam ser customizados. É preciso que sejam implantados em todo o judiciário procedimentos padrões, atuais, modernos e eficazes, afastando-se a cada dia do subjetivismo de cada serventuário. Enfim, o sistema atual tem sido capaz de sufocar o brilho de advogados, juízes, promotores, serventuários, que apesar da capacidade intelectual e da vontade de se fazer justiça se veem amarrados pela burocracia retrógrada do nosso sistema. Os governos federal e estadual devem imediatamente ver o Judiciário como prioridade, elevando-o a um patamar mínimo de dignidade, permitindo que cada cidadão, rico ou pobre, que dele dependa, receba uma resposta eficaz e capaz de restabelecer a justiça, sob pena de continuarmos como um país de terceiro mundo, crescendo muito aquém de países também emergentes, como a China. Mercado Julho 2011 ∞ 92 Continuação A morosidade do judiciário é hoje um dos principais entraves à cidadania e ao crescimento das empresas, pois nada mais frustrante e prejudicial para um empresário que um poder do judiciário incapaz de fazer valer os seus contratos e seus negócios. E assim, não faltam gritos clamando por soluções, mas como resposta o judiciário culpa o excesso de processos e pede mais juízes, mais servidores, mais computadores, em suma mais orçamento, mais dinheiro da população que não suporta mais impostos e de um Estado que já esta falido. Por isso, não é de se admirar o resultado da pesquisa do IPEA, em que o brasileiro atribuiu notas baixíssimas ao desempenho do poder judiciário no Brasil. E a coisa só tende a piorar. Segundo dados do CNJ, a taxa de congestionamento do Judiciário brasileiro é de 71%. De cada 100 processos que tramitam apenas 29 conseguem ter solução. Taxa essa que se mantém estável desde 2004. Lembro que o próprio ministro Ari Pargendler, ao assumir a presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em setembro de ano passado, admitiu que a demora na tramitação dos processos custa bilhões à economia brasileira e acaba por afetar a competitividade. Para ele, isso é um custo Brasil dos maiores que existem. Disse que hoje já há uma evidência de que a economia tem uma íntima relação com o direito. Qualquer investimento empresarial deve contar com um mínimo de segurança jurídica. Sem isso, fica difícil que o País tenha um bom desenvolvimento econômico e atraia novos investimentos externos pela falta de segurança jurídica. Portanto, na minha visão de cidadão e empresário, é hora de revolucionar. Chega de remendos. Chega de falar em informatização, melhoria para os servidores, mais salários, reformas nas leis, mudanças noscódigos, excesso de recursos e etc. Por tudo o que já se viu e ouviu até hoje, tais ajustes não passam de providências que vão dar em nada. Se fosse um paciente, a Justiça brasileira já estaria na UTI e para tanto é preciso radicalizar o tratamento. É preciso modificar o paradigma (o modelo) de Justiça, privilegiando de forma absoluta a conciliação, o acordo, a negociação, a mediação, que devem entrar no lugar do velho estilo processualístico moroso e pastoso. Além de quê, é inconcebível que nos anos da faculdade de direito o aluno só aprenda regras processuais, que são úteis para litigar, contestar em juízo. Não se estimula a negociação ou mediação, mas, sim, a processualização do conflito. Devemos trabalhar na solução definitiva e não em cada item pontualmente! “A morosidade da Justiça brasileira é uma discussão antiga no cenário nacional, porém, atribuir a morosidade do Judiciário pura e simplesmente aos litigantes ou aos recursos interpostos é simplista demais, visto que essa mora advém de todas as variáveis existentes no sistema, cada qual com seu grau de influência, como, por exemplo, os privilégios do Poder Público que é o maior litigante, a falta de estrutura estatal e os julgadores que não conseguem dar vazão aos milhares de processos que têm sob sua responsabilidade. O fato é que o somatório dessas variáveis acabou criando um cenário propício ao congestionamento do Judiciário. Dentre outras, uma possível e proeminente solução seria a preparação do profissional do Direito para ser um conciliador, que a princípio recorreria aos métodos alternativos de solução de controvérsias, tais como a arbitragem, a mediação e Câmaras Especializadas, objetivando, assim, desafogar o Judiciário brasileiro”. Nós, da Aciub, acreditamos que um dos fatores responsáveis pela morosidade do Poder Judiciário é a legislação, que permite a interposição de muitos recursos. Sabemos que muitas das vezes os recursos são utilizados somente para protelar a decisão, ou seja, para ganhar tempo. Por isso, entendemos que o melhor caminho para acabar com o excesso de processos e a lentidão do Judiciário é promover, facilitar e incentivar os acordos. A Aciub acredita que a morosidade do Judiciário também se deve ao fato de haver um excesso de processos em tramitação, sendo que muitos deles poderiam ser resolvidos por meio de conciliações como as que poderão ser feitas em breve através do Posto Avançado de Conciliação Extraprocessual (PACE), projeto que conta também com o apoio de diversos órgãos e entidades preocupados com a questão, como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Sebrae, a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e a Prefeitura de Uberlândia. O PACE, cuja regulamentação foi aprovada este mês pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), deve entrar em funcionamento na Aciub até o final deste ano. O principal objetivo desse posto, que já funciona em outros municípios, é justamente combater o excesso de ações que tramitam no Judiciário e que tanto afetam a sociedade, além de facilitar o acesso à justiça às micro e pequenas empresas. No PACE, com o apoio de conciliadores treinados pelo Tribunal de Justiça, poderão ser resolvidos conflitos que envolvem os empresários da cidade e todos os acordos poderão ser obtidos sem a necessidade das partes de constituírem advogados. Vale lembrar que esses acordos terão força de sentença, pois serão homologados por um juiz da Vara Cível de Uberlândia. Esse é, sem dúvida, o melhor caminho a ser seguido para um dia conseguirmos melhorar e, quem sabe, até mesmo acabar com a morosidade do Judiciário. (*) A ONG G7 - Grupo dos Sete - é formada por sete das mais representativas instituições sociais ativas na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. São elas: ACIUB - Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, CDL - Câmara de Dirigentes Lojistas de Uberlândia, Conselho de Veneráveis do Triângulo, FIEMG Regional Vale do Paranaíba/CINTAP Centro Industrial e Integração de Negócios do Triângulo, OAB/MG 13ª Subseccional de Uberlândia, SRU - Sindicato Rural de Uberlândia e SMU - Sociedade Médica de Uberlândia. Obs: Até o fechamento desta edição, os responsáveis pelas demais instituições que congregam o G7, ou suas respectivas assessorias de imprensa, não haviam enviado cada um a sua resposta. 93 ∞ Mercado Julho 2011 MCausosEmpesariais O estoquista afastado (Legislação e gestão de pessoas) POR Nege Calil** - Manda embora! - bradou Olívia, advogada da empresa. - Como? Nenhum médico assina o demissional! - defendeu Jerônimo, do RH. - Vamos correr o risco! O INSS o considerou apto ao trabalho ao não querer manter o afastamento dele. continuou Olívia. Cabe defesa. - Acato a decisão de vocês. Só sei que não posso comprometer o orçamento, mantendo alguém no quadro que não rende o que precisamos. Já faz um ano e meio essa ladainha, afasta e volta, afasta e volta... - reforçou Honório, gerente de Logística. A reunião seguia tensa. A empresa acabara de completar 30 anos e estava se profissionalizando. Surgiu o hábito de fazerem reuniões semanais com a participação de representantes de todos os setores para decisões mais sérias. O faturamento já estava na casa dos R$50 milhões anuais, sentiram a necessidade de desenhar processos, regras, pois era impossível continuar gerenciando com o amadorismo do fundador. Fundador que, aliás, estava afastado dos negócios, e repassou aos dois filhos e a alguns gestores de sua confiança a continuidade da gestão da organização. Cansado com o peso dos anos, resolveu desfrutar um pouco da riqueza que conquistara. Separou, casou com uma moça 35 anos mais nova e aparecia a cada 15 dias na empresa, Mercado Julho 2011 ∞ 94 o que, naturalmente, tornara-o alvo de comentários de todos os tipos. A reunião prosseguia: - Vamos fazer isso então! - voltou Jerônimo! Se o Jurídico banca, vamos dispensar antes que ele traga novo atestado. - Ótimo! Próxima pauta! - pediu Jean, um dos filhos do fundador. Temos que terminar às 18h, pois tenho campeonato de tênis no clube. Como é partida em dupla, não posso atrasar. - Só um instante! - interrompeu Kleber, o filho mais velho e também CEO nomeado pelo pai. Quieto desde o começo da reunião, fez uma pergunta importante: - Qual é o nome dele? - Nome de quem? - perguntou Jean irritado. - Do estoquista que vamos demitir. - complementou Kleber. - Peraí... - pediu Jerônimo. Estou com um dos laudos nesta pasta... Enquanto Jerônimo procurava pelo nome, Jean insistiu: - Vamos pra próxima pauta, enquanto ele procura. Tenho pressa! Por que você quer saber o nome da criatura? Que diferença vai fazer? - Essa empresa tem processos, mas também tem valores. Sei que estamos atendendo às normas e à legislação. Mas o que sabemos é que ele se afastou várias vezes, e o INSS não quer afastá-lo novamente, exigindo de nós que o coloquemos em ou- tra função. Com isso, não podemos aposentá-lo por invalidez, nem por tempo de serviço, pois faltam sete anos ainda. Impossível recolocá-lo em outra função, devido à patologia que ele apresenta e a sua pouca capacitação técnica. Só quero lembrar a este comitê de gestão que por trás dessa história, há um ser humano. Sequer sabemos o nome dele e estamos decidindo sua vida! Reinou um pequeno silêncio, recheado por olhares entre os participantes. Jerônimo interrompeu o incômodo gerado: - Percival! O nome dele é Percival! - Ótimo! Peço ao comitê que me dê uma semana para conhecê-lo. Esse prazo é o suficiente para que eu consiga argumentos mais sólidos antes de decidirmos. - Kleber - lembrou Jean - isso aqui não é serviço social. Nós visamos ao lucro. Nosso pai quase afundou tudo por dó dos outros. - Não é dó, Jean! Só precisamos saber que capital humano estamos perdendo. No dia seguinte, Kleber chamou Percival à sua sala: - Dá licença, seu Kleber? - Percival en- trou num misto de medo e encantamento com a decoração da sala do patrão. - Entre, Percival! Bom-dia! Acomode-se aqui à minha mesa! Percival sentou-se ressabiado. - Quando me falaram do senhor não o havia associado à sua imagem. Vi em sua ficha no DP que está conosco há 23 anos! - Sim, senhor! A empresa era bem menor que hoje. Tinha espaço no pátio, até ensinei seu menino a andar de bicicleta lá. O povo comentou que ele foi pro estrangeiro... como passa o tempo! - Foi pra Portugal! Formou-se aqui, mas arrumou um rabo de saia por lá! - No que eu posso ajudar, Dr.? - Eu que pergunto, seu Percival! Soube que o senhor está se afastando muito do serviço. O que está acontecendo? - Problema nas costas, seu Kleber! Dói tudo! O médico falou que minha coluna tá entrevando, não entendi direito não. Só sei que dói todo dia, dói no frio, dói no calor. Eu não consigo ficar muito tempo de pé, nem sentado, nem deitado. - Então, vamos pendurar o senhor! - brincou Kleber. - Uai, não experimentei! - riu Percival. - Como o senhor está trabalhando? - Uai, eu não consigo carregar muito peso e toda vida trabalhei no estoque arrumando as cargas. Faço uma coisinha aqui, varro o pátio ali. Mas não é por preguiça, seu Kleber! É que dói muito. Chego a sentir vergonha de não conseguir trabalhar como devia! A conversa seguiu por mais de uma hora. Nesse intervalo, Percival se levantou e se sentou várias vezes. Kleber descobriu que se tratava de uma doença degenerativa na coluna e que, segundo os médicos, a dor era intensa. Percival não era tão idoso, mas relatou que trabalhava desde os sete anos de idade, ainda na roça, carregando sacas de milho. Sua situação estava complicada - o INSS se recusava a afastá-lo e a bancar seu sustento, exigindo sua transferência para outra função. A empresa, por sua vez, não tinha como fazer isso devido a pouca escolaridade de Percival. Nem como porteiro ele podia trabalhar, pois não conseguia controlar com eficiência os crachás e entradas de visitantes no sistema informatizado. Mesmo assim, ele confessou que tentava se adaptar: - Não conta pro seu Jerônimo, seu Kleber! Mas eu chego aqui 5h30 da manhã, não bato o cartão pra não dar problema e faço o café para os companheiros na troca de turno. É que a copeira foi ganhar neném e não contrataram outra ainda. Aí bato o cartão 7h, meu horário normal, mas seu Jerônimo falou que é desvio de função e me proibiu de fazer isso. Mas o que é que tem ajudar os companheiros? Eles me ajudam com as cargas que não posso carregar e não me custa ajudar eles também. Imagina esses meninos sem café! Trabalhar sem comer? Kleber falou com alguns colegas de Percival, sem que ele soubesse. Foram unânimes em defendê-lo, pacientes com sua doença. Dez entre dez colaboradores do estoque gostavam do “tio” Percival! - Ele tá sofrendo muito! Tem dia que chora de dor, mas tem sempre um sorriso pra dar pra gente! - exclamou um. - É perigoso ele carregar essas caixas, não tem mais força! Vai que acontece um acidente pior? Aí a gente pede pra ele varrer, jogar água nas plantas, distraímos ele de outra forma pra perceber que faz parte da equipe. - exclamou outro. Kleber se emocionou com os depoimentos. Mas não era isso que ia salvar Percival. Mesmo como CEO não podia simplesmente contrariar a decisão do comitê cuja criação e gestão mais democrática foi sugerida por ele. A solução surgiu da conversa com Dona Zulmira, a faxineira: - Se a empresa mandar ele embora vai ter movimento, seu Kleber (advertiu ela)! Todo mundo gosta dele e vai ser uma judiação. Onde ele vai arrumar outro trabalho? Vai viver de quê? - O que faz a esposa dele? - perguntou Kleber. - É dona de casa e cozinha salgado pra fora. O salgadinho dela é uma de- lícia, o senhor precisa experimentar. Kleber experimentou. E, na semana seguinte, abriu a reunião com o comitê: - Podemos demitir seu Percival. E faremos isso com todo o respeito que ele merece! A ideia foi colocada na mesa. Manter Percival, mais cedo ou mais tarde, faria com que ele se sentisse inútil, ferindo sua honra. Isso sem contar o custo mencionado por Honório com o quadro de pessoal. Kleber enxergou potencial na culinária da esposa e propôs a Percival que abrisse um pequeno ponto para venda de salgados. Como não tinha verba, a empresa complementaria sua rescisão, facilitando seu investimento. Pagaria, ainda, um curso de contabilidade básica para sua filha mais velha, que se dispôs a administrar o novo empreendimento da família. Vender salgados era um trabalho que Percival conseguiria fazer. Na festa de despedida teve bolo, salgadinhos do Percival e refrigerante. Colegas fizeram discursos e Dona Zulmira chorou de emoção. Por garantia, Olívia fez um acordo judicial e homologou a demissão dele, cercando-se de todos os cuidados legais. O departamento financeiro provou que os investimentos com a rescisão e a “lojinha” de salgados seriam apenas 10% a mais que os custos com um processo e uma possível reintegração. E o RH complementou lembrando os custos invisíveis que uma demissão mal feita causaria ao clima organizacional. As chances de descontentamento do grupo eram enormes. Percival agradeceu a Kleber na frente de todos. Reforçou ao grupo que trabalhavam numa empresa que dava valor às pessoas e, mesmo sem qualquer intenção política, consolidava Kleber como CEO. O ex-patrão o abraçou, tiraram fotos, e convidouo a visitar a empresa sempre que quisesse. Foram ovacionados, numa prova de que a decisão do comitê atendia às necessidades da empresa e dignificava seu ex-colaborador. B **Nege Calil é consultor e especialista em gestão de pessoas [email protected] 95 ∞ Mercado Julho 2011 MGeral CNI prega redução de gastos públicos no combate à inflação A Confederação Nacional da Indústria (CNI) voltou a defender em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados mais ênfase do governo no controle dos gastos públicos, e não no aumento da arrecadação, para baixar os juros e desvalorizar o câmbio. O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, que participou de debate sobre políticas de combate à inflação, afirmou que as medidas monetárias e fiscais devem ser melhor coordenadas. “A política fiscal deve assumir o papel primordial da estabilidade econômica de longo prazo”, disse. Para Castelo Branco, a política monetária como principal instrumento de combate à inflação onera a economia como um todo. Explicou que o aumento dos juros tem um ciclo longo até gerar os impactos esperados para desaquecer a economia. “Além disso, afeta diferentemente os segmentos econômicos, pois não tem influência sobre os preços indexados e ainda produz um efeito negativo sobre a tendência dos investimentos produtivos”, acrescentou. O gerente-executivo de Política Econômica da CNI assinalou que priorizar o corte de gastos públicos tem um impacto mais permanente. “A política fiscal gera maior eficiência na alocação dos recursos na economia e menor pressão sobre as taxas de juros”, observou. Defendeu também uma atuação mais efetiva na redução da inércia da inflação, diminuindo a indexação nos preços. “A inflação reduzida e estável é condição básica Foto: Wilson Dias/ABr DA Redação Flávio Castelo Branco, gerenteexecutivo da Unidade de Política Econômica da CNI, disse que as medidas monetárias e fiscais devem ser melhor coordenadas para o crescimento de longo prazo. A inflação elevada prejudica o planejamento das empresas e o ambiente para os investimentos”, sublinhou Castelo Branco. MGS abre 1.026 vagas para nível fundamental, médio e superior Salários variam de R$ 574 a 5.485 mais benefícios. Provas no dia 28 de agosto A partir de 18 de julho, a Minas Gerais Administração e Serviços S/A (MGS) abre as inscrições do concurso público para reposição de funcionários. São 1.026 vagas e formação de cadastro de reserva para os níveis fundamental, médio e superior. Os salários variam de R$ 574 a R$ 5,4 mil. O candidato que for aprovado receberá, além da remuneração, auxílio alimentação, vale transporte e seguro de vida. Segundo o edital, a prova terá duração de três horas e está prevista para 28 de agosto. As avaliações serão elaboradas pela Empresa de Seleção Pública e Privada (ESPP) e cada pergunta oferece quatro itens e somente uma resposta correta. As inscrições vão até 7 de agosto e poderão ser Mercado Julho 2011 ∞ 96 feitas no site da organizadora (www.esppconcursos. com.br) ou pelos Correios. A taxa de inscrição para o nível fundamental custa R$ 25, para nível médio e superior incompleto R$ 36 e para os graduados R$ 55. Serviço Minas Gerais Administração e Serviços S/A Vagas: 1.026 e cadastro de reserva Escolaridade: nível fundamental, médio e superior Salário: R$ 574 a R$ 5.485 Inscrição: até 7 de agosto Taxa: R$ 25 a R$ 55 Prova: 28 de agosto Senado aprova Empresa Individual de Responsabilidade DA Redação O plenário do Senado Federal aprovou em junho o PLC 18/2011 (PL 4605/2009 - CD) que institui a empresa individual de responsabilidade limitada - EIRLI. De acordo com o texto aprovado, a empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100 vezes o maior salário mínimo vigente no país. A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar numa única empresa dessa modalidade. O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão “EIRELI” após a firma ou denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. Somente o patrimônio social da empresa respon- derá pelas dívidas da empresa individual de responsabilidade limitada, não se confundindo em qualquer situação com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, conforme descrito em sua declaração anual de bens entregue ao órgão competente. Poderá ser atribuída à EIRELI constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. Prevê, ainda, que a nova empresa também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. Dia V POR Karen Cardoso (Serifa) O Sistema FIEMG já está em andamento com a mobilização para o Dia V, que acontecerá no dia 28 de agosto. Desde o início de junho, todas as regionais estão buscando iniciativas voluntárias para fazerem do evento - Dia V 2011 - um sucesso como foi em anos anteriores. O Dia V, ou dia do voluntariado, é uma ação que a FIEMG Regional Vale do Paranaíba desenvolve desde 2001. No ano passado, a ação contou com a realização de várias atividades recreativas, arrecadação de alimentos e até mesmo plantio de árvores, demonstrando o quanto a sustentabilidade está engajada no evento. Também em 2010, a data do Dia V, que antes era em dezembro, foi modificada para comemorar o Dia Nacional do Voluntariado (28/08) e também para atrair ainda mais voluntários para o projeto. “Durante o mês de agosto, as empresas ainda estão em pleno vapor, ao contrário do mês de dezembro, em que as atividades já vão entrando em recesso e o descanso é mais almejado do que os programas voluntários, por isso o Sistema FIEMG optou por essa modificação, e foi percebido que realmente há uma diferença e este ano queremos superar os números do ano passado”, afirma o coordenador do Comitê Regional do Dia V, Emílio Ribeiro. Para participar Aos interessados em participar da ação, Emílio Ribeiro sugere que essas pessoas devem criar um comitê na sua comunidade para que possam organizar Voluntária em ação em 2010: doação de gêneros de higiene, limpeza e vestuário também faz parte do dia do voluntariado ações voluntárias antes, durante e depois do Dia V. Esse comitê deve conhecer as necessidades da comunidade, planejar e realizar ações que possam se tornar permanentes, estabelecer parcerias e acompanhar os resultados. Após essa criação, o comitê deve definir um dos oito jeitos de mudar o mundo e organizar alguma ação que possa favorecê-lo. Por fim, o comitê e suas ações devem ser inscritas no Dia V. Mais informações pelo site www.fiemg.com.br/diav. 97 ∞ Mercado Julho 2011 MGeral Casino diz não, BNDES sai e Abílio acaba sem a fusão DA Redação Fracassou a tentativa de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil, que pretendia criar uma supervarejista brasileira de alcance global. O BNDES retirou oficialmente o apoio pré-aprovado de R$ 4,5 bilhões, inviabilizando a engenharia financeira montada para unir Pão de Açúcar e Carrefour. O banco alegou falta de entendimento dos sócios Casino e Abílio Diniz, que dividem o comando do Pão de Açúcar. Em Paris, o conselho do Casino ouviu três consultorias - Santander, Goldman Sachs e Roland Berger - e chegou à conclusão de que não faz sentido comprar o Carrefour brasileiro, que é “caro” e tem problemas gerenciais. Diante da dupla rejeição, o BTG Pactual - que se juntou a Abílio e assumiu a proposição do negócio - preferiu retirar “temporariamente” o assunto de discussão. Para o Casino, a fusão esbarra em riscos regulatórios e concorrenciais e não faz sentido nem para a empresa nem para os acionistas. expediente Reportagens Evaldo Pighini, Margareth Castro, Michele Borges, Fabiana Barcelos, Laura Pimenta, Rosiane Magalhães, Talita Nakamuta, Alitéia Milagre, Renata Tavares, Lia Barbosa Programa de Aprimoramento Profissional Natália Nascimento Revisão Lúcia Amaral Foto Capa Luiz Costa (SMCS) Fotografia Mauro Marques (exceto as creditadas) Colaboradora Márcia Amaral Diretor Comercial Fernando Martini - [email protected] Departamento de Vendas 34 3239-5840 Maurício Ribeiro - [email protected] e Mariana Paganini Barcelos [email protected] Secretaria Edileuza Ribeiro - [email protected]. Diretor br Consultoria Jurídica Thiago Alves - OAB 107.533 Projeto Gráfico RedHouse Comunicação Ltda. 34 3235-6021 Capa, Direção de Arte e Finalização Humpormil Pré-impressão Registro Digital Eduardo J. L. Nascimento Impressão [email protected] com.br Redação Artigos, comentários, sugestões e críticas sobre o conteúdo editorial da Revista Para anúncios e assinaturas (34) 3239-5840 comercial@revistamercado. MERCADO e mensagens para o Canal Livre: [email protected] Cartas Rua Roosevelt de Oliveira, 345 Sala 14 - Bairro Aparecida CEP: 38.400-610 - Uberlândia/MG - Toda correspondência poderá ser publicada de forma reduzida. Envie anexo nome completo e a cidade de origem. A Revista MERCADO não fornece quaisquer dados pessoais para terceiros. Edições extras e reprints Para Conselho Gestor solicitação de edições extras e/ou fazer reprints de páginas da revista, entrar em contato pelo email Eduardo J. L. Nascimento, Evaldo Pighini, Fernando Martini [email protected] ou pelo telefone 34 3239-5840. Conselho Editorial Paulo Sérgio Ferreira, Janaina Depiné, Analu Guimarães, Dr. Joemilson Donizetti Lopes, Marconi Silva Santos, Pedro Lacerda, Marcelo Prado, Dalira Lúcia C. 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