1 Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente Gestão
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1 Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente Gestão
Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente Gestão Econômica de Recursos Naturais e Política Ambiental Prof. Rogério César P. de Araújo GESTÃO DA PESCA Objetivos Gestão da pesca: alocações eficientes; adequabilidade e soluções de mercado; política pública para a pesca; cotas individuais tranferíveis (CIT). Referências PERMAN et al. (2003). Cap. 17 - Renewable resources (pp. 555-597) TIETENBERG, T. (1996). Cap. 12 - Renewable common-property resources: fisheries and other species (pp. 271-298) SUMÁRIO OBJETIVOS ................................................................................................................................................. 1 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 1 RECURSOS DE PROPRIEDADE COMUM: PESCA E OUTRAS ESPÉCIES.................................... 2 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 2 2. ALOCAÇÕES EFICIENTES ............................................................................................................ 3 2.1. 1.2. 1.3. A DIMENSÃO BIOLÓGICA ........................................................................................................... 3 PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL EFICIENTE ESTÁTICA ..................................................................... 5 PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL EFICIENTE DINÂMICA .................................................................... 7 2. APROPRIAÇÃO E SOLUÇÃO DE MERCADO............................................................................ 9 3. POLÍTICA PÚBLICA PARA A PESCA ........................................................................................ 11 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. 3.5. 3.6. AQÜICULTURA .......................................................................................................................... 11 ELEVANDO O CUSTO REAL DO PEIXE ...................................................................................... 12 QUOTAS DE TRANSFERÊNCIAS INDIVIDUAIS (QTIS) ............................................................... 15 O LIMITE DAS 200-MILHAS ....................................................................................................... 19 A ECONOMIA DA FISCALIZAÇÃO ............................................................................................. 19 EXTINÇÃO DE OUTRAS ESPÉCIES............................................................................................. 20 1 RECURSOS DE PROPRIEDADE COMUM: PESCA E OUTRAS ESPÉCIES (Cap. 12 – Tietenberg) 1. INTRODUÇÃO Os recursos renováveis são aqueles para os quais o estoque pode ser continuamente recarregado. É fácil pensar nos recursos renováveis como perenes. Se este fosse automaticamente o caso, poderíamos simplesmente nos assegurar que o mercado poderia por fim fazer uma transição suave dos recursos exauríveis para os renováveis. Mas esta é uma visão simplista! Alguns recursos renováveis – populações de seres vivos, tais como plantas e animais – são também exauríveis se não administrados efetivamente. O crescimento ou declínio dessas populações em geral depende do tamanho da população. Se, através das atividades humanas, a população é diminuída além do limite crítico, as espécies podem ser extintas. A extinção, embora importante, não é a única questão crítica da gestão dos recursos renováveis. Se fosse, a política pública poderia concentrar-se em evitar a extinção e não se preocupar com qualquer outra conseqüência. As populações biológicas pertencem a uma classe de recursos renováveis que chamamos de recursos interativos, onde o tamanho do estoque do recurso (população) é determinada juntamente por considerações biológicas e pelas ações tomadas pela sociedade. O tamanho da população, por outro lado, determina a disponibilidade dos recursos para o futuro. Portanto as ações humanas determinam o fluxo desses recursos ao longo do tempo. Já que este fluxo não é puramente um fenômeno natural, uma segunda dimensão crítica é a taxa ótima de uso ao longo do tempo e ao longo das gerações. O que é a taxa eficiente de uso dos recursos naturais interativos? Na ausência de influências externas, o mercado pode ser responsável por alcançar e manter esta taxa? Num livro muito citado publicado durante o início dos anos 1970, Lester Brown (1974) prendeu a atenção do mundo por registrar que a captura de peixe do mundo começou a declinar, portanto iniciando uma nova idade de escassez. Embora este declínio na captura total tenha sido temporário, durante os anos 1970 a captura não manteve o passo com o crescimento populacional (Tabela 12.1). Uma preocupação mais recente foi com o declínio drástico nas populações de várias espécies de peixes valiosas. Os dados de captura total mascaram este problema por que as capturas decrescentes das espécies tais como cód, halibut, e haddock, tinham sido compensadas pelo o aumento correspondente em espécies menos familiares, e tipicamente menos valiosas. Compreendendo as fontes deste declínio é importante, mas não apenas por que o peixe é uma importante fonte de proteína, mas também o problema associado com a gestão eficiente da pesca oferece uma introdução rica e variada para os problemas de gerir uma mais ampla classe de recursos biológicos de propriedade comum. Capitalizar em ambos a transferência dos insights derivados de uma análise da pesca e da riqueza da análise a qual já existe, devemos usar a economia da gestão da pesca como um caso de estudo. Começamos por definir o que entendemos por alocação eficiente da captura por parte da pesca; podemos então examinar como o mercado aloca o recurso de propriedade comum e os papeis passados e potenciais das políticas públicas na busca de uma gestão eficiente e sustentável. No fim do capítulo mostraremos brevemente como os princípios analíticos básicos da gestão da pesca poderia ser usados para a gestão de outras populações biológicas. 2 2. ALOCAÇÕES EFICIENTES 2.1. A Dimensão Biológica Iguais a muitos estudos, nossa caracterização da pesca baseia-se no modelo biológico proposto originalmente por Schaefer (1975). O modelo de Schaefer coloca uma relação média particular entre o crescimento da população de peixe e o tamanho da população de peixe. Este é uma relação média no sentido que se abstrai de tais influências com temperatura da água e a estrutura de idade da população. O modelo, porém não tenta caracterizar a pesca na base do dia-a-dia, mas em termos de uma média de longo prazo em que essas várias influências aleatórias contrabalançam uma às outras (Figura 1). O tamanho da população é representado no eixo horizontal e o crescimento da população no eixo vertical. O gráfico sugere que existe um intervalo de tamanhos de populações (S até S*) onde o crescimento populacional aumenta à medida que a população aumenta e um intervalo (S* até S ) onde aumentos iniciais na população conduzem ao eventual declínio no crescimento. Tabela 1. CAPITURA TOTAL DE PEIXE MUNDIAL E CAPITURA DE PEIXE PER CAPITA 1950-90 Captura de Peixe (milhares de Capitura de Peixe per capita toneladas métricas) (libras) 1950 20140 17,61 1955 28310 22,88 1960 37730 27,49 1965 53700 35,93 1970 69300 41,23 1975 66300 35,76 1980 72187 35,70 1985 86378 39,16 1990 97246 40,43 Figura 1 Relação entre a População e Crescimento da Pesca 3 Podemos esclarecer ainda mais esta relação ao examinar mais detalhadamente os dois pontos (S e S ) onde a função intersecta o eixo horizontal e portanto o crescimento no estoque é zero. S é conhecido como o equilíbrio natural, já que este é o tamanho da população que persistiria na ausência de influências externas. Reduções neste estoque devido á mortalidade ou emigração seria exatamente compensada pelos aumentos no estoque devido aos nascimentos, crescimento do peixe no estoque remanescente, e imigração. Este equilíbrio natural persistiria por que é estável. Um equilíbrio estável é aquele cujos os movimentos para distante do nível da população estabelece forças em movimento para restaurálos. Se, por exemplo, o estoque temporariamente exceder S , poderia exceder a capacidade de seu habitat (chamado de capacidade de suporte). Como um resultado, as taxas de mortalidade ou imigração aumentaria até o estoque estivesse novamente dentro dos limites da capacidade de suporte de seu habitat em S . Esta tendência para o tamanho da população retornar à S funciona em outras direções também. Suponha que a população é temporariamente reduzida abaixa do S . Por que o estoque é agora menor, o crescimento seria positivo e o tamanho do estoque aumentaria. Ao longo do tempo, a pesca se moveria ao longo da curva para a direita até S ser atingido novamente. E sobre o outros pontos na curva? S conhecido como população viável mínima, representa o nível de população abaixo do qual o crescimento populacional é negativo (mortalidade e emigração excedem nascimentos e imigração). Em contraste a S , este equilíbrio é instável. Os tamanhos de populações à direita de S conduzem ao crescimento positivo e um movimento ao longo da curva na direção de S e distante de S. Quando a população move-se para a esquerda de S, a população declina até eventualmente ficar extinta. Nesta região nenhuma força age para retornar a população ao nível viável. Um nível de captura é dito representar uma produção sustentável quando se iguala a taxa de crescimento da população, já que pode ser mantido para sempre. Tão logo o tamanho da população permanece constante, a taxa de crescimento (e portanto a captura) se manterá constante também. S* é conhecido na biologia como a população da produção máxima sustentável, definida como aquele tamanho de população em que produz o crescimento máximo; portanto, a produção máxima sustentável é igual ao crescimento máximo e representa a maior captura que pode ser sustentada perpetuamente. Se a captura é igual ao crescimento, a produção sustentável para qualquer tamanho de população (entre S e S ) pode ser determinada ao desenhar uma linha vertical do tamanho do estoque de interesse no eixo horizontal até o ponto onde ele intersecta a função e desenhar uma linha sobre o eixo vertical. A produção sustentável é o crescimento na biomassa definido como a interseção desta linha com o eixo vertical. Portanto, em termos da Figura 12.1, G(S0) é a produção sustentável para o tamanho da população S0. Já que a captura é igual ao crescimento, o tamanho da população (e o crescimento no próximo ano) permanece o mesmo. Devemos agora ser claro por que G(S*) é a produção máxima sustentável. Capturas muito grandes seriam possíveis no curto prazo, mas esses poderiam não ser sustentável; conduziriam 4 aos tamanhos reduzidos de populações e eventualmente, se a população fosse diminuída a um nível menor do que S, para a extinção desta espécie. 1.2. Produção Sustentável Eficiente Estática A produção sustentável máxima é sinônima de eficiência? A resposta é não. Eficiência, recorde, está associada com a maximização do benefício líquido de usar o recurso. Se vamos definir a alocação eficiente, devemos incluir os custos de colheita bem como os benefícios. Vamos começar por definir a produção eficiente sustentável sem se preocupar com o desconto. A produção sustentável eficiente estática é o nível de captura que, se mantida perpétua, iria produzir o maior benefício líquido anual. Devemos nos referir a isto como a produção sustentável de eficiência estática para distinguí-lo da produção sustentável de eficiência dinâmica, que incorpora o desconto. O uso inicial deste conceito estático nos permite fixar a relação necessária firmemente na mente antes de lhe dar com o papel mais difícil que o desconto assume. Subseqüentemente, surge a questão se ou não a eficiência sempre dita a escolha de uma produção sustentável como oposto à captura que muda ao longo do tempo. Nós condicionamos nossa análise a essas suposições que simplifica a análise sem sacrificar muito o realismo: (1) o preço da pesca é constante e não depende da quantidade vendida; (2) o custo marginal de uma unidade do esforço de pesca é constante; e (3) a quantidade da captura de pesca por unidade de esforço gasto é proporcional ao tamanho da população de peixe (quanto menor a população, menor a captura de peixe por unidade de esforço). Em qualquer produção sustentável, capturas, população, níveis de esforços, e benefícios líquidos permanecem constantes ao longo do tempo. A alocação da produção sustentável eficiente estática maximiza o benefício líquido constante. Na Figura 2, os benefícios (receitas) e custos são mostrados como uma função do esforço de pesca e podem ser medidos em anos de embarcação, horas de pesca, ou alguma outra medida métrica. A forma da função receita é ditada pela forma da função na Figura 1, já que o preço do peixe é considerado constante. Para evitar confusão, note que o esforço de pesca crescente na Figura 1 resultaria em tamanho de população menor e seria registrado como um movimento da direita para esquerda. Por que a variável no eixo horizontal na Figura 2 é esforço, e não população, um aumento no esforço de pesca é registrado como um movimento da esquerda para direita. Como os níveis sustentados de esforço são aumentados, eventualmente um ponto é atingido (Em) onde esforços adicionais reduzem a captura sustentável e receita para todos os anos. Aquele ponto, naturalmente, corresponde á produção sustentável máxima na Figura 1, que envolve população idêntica e níveis de crescimento. Todo nível de esforço mostrado na Figura 2 corresponde ao nível de população na Figura 1. 5 Figura 2 Produção Sustentável Eficiente para Pesca O benefício líquido está presente no diagrama como a diferença (distância vertical) entre os benefícios (preços vezes a quantidade capturada) e custos (o custo marginal constante do esforço vezes as unidades de esforços gastos). O nível eficiente de esforço é Ee, aquele ponto na Figura 2 onde a distância vertical entre os benefícios e custos são maximizados. Ee é o nível eficiente de esforço por que é onde o benefício marginal (que graficamente é a declividade da curva de benefício total) é igual ao custo marginal (a declividade constante da curva de custo total). Níveis de esforços maiores do que Ee são ineficientes por que o custo adicional associado com eles excede o valor da pesca obtida. Você pode ver por que níveis baixos de esforço são ineficientes? Agora estamos armados com informação suficiente para determinar se ou não a produção sustentável máxima é eficiente. A resposta é claramente não. A produção máxima sustentável seria eficiente somente se o custo marginal do esforço de pesca fosse zero. Você pode ver por que? (Pista: O que é o benefício marginal na produção sustentável máxima?) Já que isto não é o caso, o nível eficiente de esforço é menor do que aquele necessário para a colheita da produção sustentável máxima. Portanto, o nível de eficiência estática conduz a uma maior população de peixe do que o nível de produção sustentável máxima do esforço. Para fixar esses conceitos firmemente, considere o que aconteceria para a produção sustentável eficiente estática se uma mudança tecnológica ocorresse (ex., detecção por sonar) baixando o custo marginal da pesca. O custo marginal menor resultaria numa rotação da curva de custo total para a direita. Com esta nova estrutura de custo, o nível antigo do esforço não seria mais eficiente. O custo marginal da pesca (declividade da curva de custo total) é agora mais baixo do que o benefício marginal (a declividade da curva de benefício marginal). Já que o custo marginal é constante, a igualdade do custo marginal e benefício marginal podem somente resultar da diminuição do benefício marginal. Isto implica um aumento no esforço. O novo equilíbrio da 6 produção sustentável eficiente estática implica mais esforço, um nível de população mais baixa, uma captura maior, e um benefício líquido maior para a pesca. 1.3. Produção Sustentável Eficiente Dinâmica A produção sustentável de eficiência estática, onde a taxa de desconto é zero, acaba sendo um caso especial da produção sustentável eficiência dinâmica. Não é difícil entender porque; a produção sustentável de eficiência estática é a alocação que maximiza o (idêntico) benefício líquido em todos os períodos. Qualquer nível de esforço maior do que este produziria temporariamente capturas maiores (e benefício líquido) mas isto seria mais do que compensado por um benefício líquido reduzido no futuro à medida que o estoque alcançado seu novo nível mais baixo. Portanto, os benefícios líquidos não descontados seriam reduzidos. O efeito de uma taxa de desconto positiva para a gestão de uma pesca é similar a sua influencia na alocação de recursos esgotáveis – quanto maior a taxa de desconto, maior o custo (em termos de renda corrente abandonada) para o dono do recurso em manter qualquer estoque de recurso. Quando as taxas de desconto positivas são introduzidas, o nível eficiente de esforço seria aumentado além daquele sugerido pela produção sustentável de eficiência estática com uma correspondente diminuição no nível de população de equilíbrio. O aumento em esforço anual além do nível de produção sustentável eficiente resultaria inicialmente num benefício líquido aumentado a partir de um aumento na captura. (Relembre que a quantidade de captura de peixe por unidade de esforço esperado é proporcional ao tamanho da população). Porém, já que esta captura excede a produção sustentável para aquele tamanho de população, a população de peixe seria reduzido e a população futura e os níveis de captura seriam menores. Eventualmente, à medida que o nível de esforço é mantido, um novo nível de equilíbrio mais baixo seria atingido quando o tamanho da captura uma vez mais iguala ao crescimento da população. Colin Clark (1976) mostrou matematicamente que em termos da Figura 12.2, à medida que a taxa de desconto for aumentada, o nível de eficiência dinâmica do esforço é aumentado até, com uma taxa de desconto infinita, fique igual a Ec, o ponto em que os benefícios líquidos vão a zero. É fácil ver por que o uso de uma taxa de desconto infinita para definir a produção sustentável de eficiência dinâmica resulta na alocação Ec. Temos visto que alocações interdependentes ao longo do tempo dar origem a um custo marginal de uso que mede o custo de oportunidade do aumento no esforço corrente. Este custo de oportunidade reflete o benefício líquido futuro abandonado quando mais recursos são extraídos no presente. Para alocações eficientes interdependentes, a disposição a pagar marginal é igual ao custo marginal de uso mais o custo marginal de extração. Com uma taxa de desconto infinita este custo marginal de uso é zero, por que nenhum valor é recebido de alocações futuras. Isto implica que: (1) o custo marginal de extração igual à disposição a pagar marginal, que iguala ao preço constante, e (2) os benefícios totais iguala ao custo total.1 Inicialmente demonstramos que a produção sustentável eficiente estática implica uma 1 Isto não é difícil para demonstrar matematicamente. No nosso modelo, a produção (y) pode ser expressa como y=qxe, onde q é a proporção da população colhida com uma unidade de esforço, x é o tamanho da população, e e é o nível de esforço. Uma das condições que uma alocação eficiente dinâmica tem para satisfazer com uma taxa de desconto infinito é P=c/qx, onde P é o preço constante, c é o custo marginal constante por unidade de esforço, e qx é o número de peixe colhido por unidade de esforço. Pela multiplicação de ambos os lados desta equação por y e isolando os termos, obtemos Py = ce. O lado direito é o benefício total enquanto o direito é o custo total, implicando que os benefícios líquidos são zero. 7 população de peixe maior do que a produção sustentável máxima. Uma vez o desconto seja introduzido, é inevitável que a produção sustentável eficiente dinâmica implicaria numa população de peixe menor do que a produção sustentável eficiente estática e é possível, embora não seja inevitável, que a captura sustentável seja menor. Você pode ver isto? Na Figura 2 a captura sustentável claramente é menor para uma taxa de desconto infinita. A probabilidade de a população ser reduzida abaixo do nível possibilitando a produção sustentável máxima depende da taxa de desconto. Em geral, quanto menor os custos de extração e quanto maior a taxa de desconto mais provável será que o nível de eficiência dinâmica do esforço exceda o nível de esforço associado com a produção sustentável máxima. Isto não é difícil de ver se lembrarmos o caso limite discutido inicialmente. Quando o custo marginal de extração é zero, a produção sustentável de eficiência estática e a produção sustentável máxima são iguais. Portanto, com os custos marginais de extração e uma taxa de desconto positiva, o nível de esforço da eficiência dinâmica necessariamente excede o nível de esforço da eficiência estática e o nível de esforço associado com a produção sustentável máxima. Custos de extração maiores reduzem a produção sustentável de eficiência estática, mas não a produção sustentável máxima. Custos de extração maiores reduzem a probabilidade que o desconto faça a população ser extraída abaixo do nível de produção sustentável máxima. Um esquema de gestão de eficiência dinâmica conduziria à extinção da pesca? Como a Figura 2 mostra, não seria possível sob as circunstâncias descritas aqui por que EC é o nível de eficiência dinâmica mais alta possível neste modelo, e este nível ocorre bem antes do nível necessário para conduzir a população para extinção. É possível sob outras circunstâncias, porém (Cheng et al., 1981). Para a extinção ocorrer sob um esquema de gestão de eficiência dinâmica, o benefício de extrair a última unidade teria que exceder o custo de extração daquela unidade (incluindo os custos para as gerações futuras). Tão logo a taxa de crescimento excede a taxa de desconto, este não será o caso. Se, porém, a taxa de crescimento é menor do que a taxa de desconto, a extinção ocorre num esquema de gestão eficiente se os custos de extração da última unidade for suficientemente baixo. Por que a taxa de crescimento tem alguma coisa haver com se ou não a característica de eficiência conduz a extinção? As taxas de crescimento determinam a produtividade de esforços de conservação.2 Com taxas de crescimento elevadas, gerações futuras podem ser facilmente satisfeitas. Por outro lado, quando a taxa de crescimento é muito baixa, leva um grande sacrifício para as gerações correntes produzir mais peixe para gerações futuras. No caso limite, onde a taxa de crescimento é zero, teremos um recurso com oferta fixa e, portanto nenhuma diferença com relação a um recurso exaurível. A exaustão completa ocorreria sempre quando o preço comandado pelo recurso é alto o bastante para cobrir o custo marginal de extração da última unidade. Embora a informação seja ainda resultados iniciais, muitos estudos empíricos sugerem que por causa da importância dos custos de extração, a taxa de captura de eficiência dinâmica é usualmente menor do que a produção máxima sustentável e a extinção é rara, se nunca, eficiente.3 2 Note o paralelo com o papel da taxa de crescimento na colheita eficiente da madeira no capítulo anterior. Note também a relevância do modelo de dois-períodos no Problema I do Capítulo 6. 3 Veja, por exemplo, a discussão de Clark (1976). 8 2. APROPRIAÇÃO E SOLUÇÃO DE MERCADO Até agora definimos uma alocação eficiente da pesca ao longo do tempo. O próximo passo é caracterizar a alocação de mercado normal e diferenciar essas duas alocações. Onde elas diferem podemos verificar a possibilidade de vários meios de políticas públicas corretivas. Vamos primeiro considerar a alocação resultante de uma pesca gerenciada pelo proprietário competitivo único. Um proprietário único teria um direito de propriedade bem-definido para a pesca. Podemos estabelecer o comportamento de um proprietário único em elaborar na Figura 2, como é feito na Figura 3. Note que os dois painéis compartilham um eixo horizontal comum que nos permite examinar o efeito de vários níveis de esforços de pesca em ambos os gráficos. Figura 3 Alocação de Mercado na Pesca de Propriedade-Comum Um proprietário único poderia querer maximizar seus lucros. Ignorando o desconto neste momento, o proprietário aumentaria os lucros por aumentar o esforço de pesca até a receita marginal igualar o custo marginal. Claramente este é o nível de esforço Ee, a produção sustentável de eficiência estática. Isto produzirá lucros positivos iguais à diferença entre R(Ee) e C(Ee). 9 Na pesca oceânica, porém, os donos únicos não são normais. As pescas oceânicas são tipicamente recursos de propriedade comum – ninguém exerce controle completo ao longo do tempo. Já que o direito de propriedade para pesca não pertence a qualquer proprietário isolado, nenhum pescador isolado pode excluir outros de explorar a pesca. Algumas vezes os recursos de propriedade comum podem coexistir no mesmo mercado como pesca de propriedade privada (Exemplo 1). Que problemas surgem quando o acesso à pesca é completamente irrestrito? Recursos de livreacesso criam dois tipos de externalidades: uma externalidade contemporênea e uma externalidade intergeracional. A externalidade contemporânea, que é suportada pelas correntes gerações, envolvem o super-compromisso do recurso para a pesca – muitos barcos, muitos pescadores, muitos esforços. Como um resultado, o pescador corrente ganha uma taxa de retorno substancialmente baixa em seus esforços. A externalidade intergeracional, suportada pelas gerações futuras, ocorrem por que a sobrepesca reduz o estoque que, por sua vez, baixa os lucros futuros da pesca.4 Podemos usar a Figura 3 para ver como, essas externalidades surgem.5 Uma vez muitos pescadores tendo acesso ilimitado à mesma pesca de propriedade comum, os direitos de propriedade para a pesca não são mais eficientemente definidos. No nível eficiente, cada barco receberia um lucro igual à sua parcela de remuneração de escassez. Esta remuneração, porém, serve como um estímulo para novos pescadores entrarem, baixando os custos e eliminando a remuneração. O acesso livre resulta em sobre-exploração. O proprietário único escolhe não gastar mais esforço do que Ee por que para fazer isto reduziria os lucros da pesca, resultando em uma perda pessoal para ele. Quando o acesso à pesca é irrestrito, uma decisão para gastar esforço além de Ee reduz os lucros para pesca como um todo, mas não para aquele pescador individual. Muitos das diminuições nos lucros recaem sobre outros pescadores. Num recurso de acesso livre, o pescador individual tem um incentivo para gastar mais esforço até que os lucros sejam zero. Na Figura 3 aquele ponto está no nível Ec, onde o benefício médio e custo médio são iguais. É agora fácil ver a externalidade contemporânea – muito esforço está sendo gasto para capturar muito pouco peixe, e o custo é substancialmente maior do que seria numa alocação eficiente. Se este ponto parece abstrato, ele não deve. Muitos setores de pesca estão correntemente atingidos por precisamente estes problemas. Num setor pesqueiro produtivo no Bering Sea e Aleutian Islands, por exemplo, um estudo (Huppert 1990) descobriu superexploração significante. Enquanto o número eficiente de motherships (usado para pegar e processar a captura no mar, então os barcos de pesca não têm que retornar ao porto muito freqüentemente) foi estimado ser 9, o nível corrente era 140. Como resultado uma quantidade significante de benefícios líquidos foram perdidos ($124 milhões ao ano). Tivesse a pesca sida colhida mais lentamente, a mesma captura poderia ser atingida com barcos menores empregados próximos à sua capacidade. 4 Isto irá resultar em poucos peixes para as futuras gerações bem como a lucros menores se o nível de esforço resultante excede aquele associado com a produção máxima sustentável. Se o nível de esforço de propriedade-comum é menor do que o nível de esforço da propriedade sustentável máxima (quando os custos de extração são muito altos), então reduções no estoque aumentaria o crescimento do estoque, portanto ofertando mais peixe (embora menores benefícios líquidos) para as gerações futuras. 5 Este tipo de análise foi primeiro usada por Gordon (1954). 10 Uma externalidade intergeracional ocorre por que o tamanho da população é reduzida, causando lucros futuros serem menores do que seriam. Como a população existente é superexplorada, a captura de acesso-livre inicialmente seria maior, mas como as taxas de crescimento são afetadas, o nível de lucro do estado-permanente, uma vez atingida, seria menor. Estabelecemos no Capítulo 6 que o dono do recurso com direitos de propriedade exclusivos faz o balanço do valor de uso com o valor do bem. Quando o acesso ao recurso é irrestrito, a exclusividade é perdida. Como resultado, é racional para um pescador ignorar o valor do bem, já que ele nunca pode apropriar-se dele, e simplesmente maximizar o valor de uso. No processo todas as remunerações de escassez são dissipadas. A alocação que resulta da permissão de acesso irrestrito à pesca é idêntica àquela resultando de uma produção sustentável de eficiência dinâmica quando uma taxa de desconto infinita é usada. Recursos de acesso livre não conduzem automaticamente à um menor estoque do que aquele maximizando a produção sustentável. Podemos estimar uma função de custo com uma declividade suficientemente inclinada que intersecta a curva de benefício no ponto à esquerda de Em. No entanto, não é incomum para pesca madura, de propriedade-comum, de livre-acesso ser explorado bem além do ponto de produção máxima sustentável. Os recursos de acesso-livre e recursos de propriedade-comum são conceitos sinônimos? Eles não são. Por outro lado, os governos podem restringir a entrada, um tópico que abordaremos na próxima seção. Por outro lado, arranjos informais entre aqueles coletando recursos de propriedade-comum podem também servir a um acesso limitado também6 (Exemplo 2). Recursos de acesso livre geralmente violam ambos o critério de eficiência e sustentabilidade. Se esses critérios são atendidos, algumas reestruturações dos tomadores-de-decisões ambientais são necessárias. Como aquilo poderia ser feito é uma matéria da próxima seção. 3. POLÍTICA PÚBLICA PARA A PESCA O que pode ser feito? Uma variedade de respostas de políticas públicas é possível. Talvez seja apropriada começar permitindo o mercado funcionar. 3.1. Aqüicultura Tendo sido demonstrado que a gestão ineficiente da pesca resulta em tratá-lo como recurso de propriedade comum, ao invés de privado, temos uma solução óbvia – permitir algumas pescas serem mantidas privadas, ao invés de recurso comum. Esta abordagem pode funcionar quando a pesca não é móvel, quando podem ser confinados por barreiras artificiais, ou quando eles instintivamente retornam para seus locais de nascimento para reprodução. A vantagem de tal movimento vai bem além da habilidade de proibir a sobrepesca. O dono é encorajado a investir no recurso e empregar medidas que vão aumentar a produtividade da pesca. (Por exemplo, adicionando certos nutrientes à água ou controlando a temperatura pode aumentar comercialmente a produção de algumas espécies.) Este movimento na direção do cultivo controlado e colheita de peixe é chamado de aqüicultura, e existem alguns exemplos notórios de sucesso. Provavelmente a produção mais elevada já alcançada através da aqüicultura resultou do uso de balsas para criarem moluscos. Em torno de 300.000 kg por hectare de moluscos, por exemplo, foram criados desta maneira nas baias da Galicia na Espanha. Este nível de 6 Para outros exemplos desses arranjos, veja Berkes et al. (1989). 11 produtividade aproxima-se aqueles alcançados na criação de suínos, amplamente reconhecida como uma das tentativas de maior sucesso para aumentar a produtividade da produção de proteína animal. Nos Estados Unidos, a aqüicultura foi contrariada por tratar os corpos d’água como recurso de propriedade comum. Este não precisa ser o caso. No Exemplo 12.1 vimos que algumas ostras foram criadas nos E.U. em camas de propriedade comum e outras foram criadas em camas privadas. Como o peixe no recurso de propriedade comum fica mais escasso, fazendo os preços aumentarem, a aqüicultura provavelmente se tornaria mais lucrativa e prevalecente. De alguma forma, o Japão, como um país densamente povoado dependendo fortemente na proteína do peixe, alcançou o ponto onde colhendo apenas o que o mar oferece não é mais suficiente para satisfazer o mercado a baixo custo. Conseqüentemente, o Japão transformou-se num líder em aqüicultura, empreendendo alguns dos mais avançados empreendimentos de aqüicultura do mundo. O governo deu apoio, principalmente em criar os direitos de propriedade privada para águas anteriormente mantidas comunitariamente. As prefeituras do governo (comparado aos E.U.) inicia o processo por designar as áreas a serem usadas para aqüicultura. As associações de cooperativas de pescadores locais dividiram essas áreas e alocaram as subáreas para pesca individual para uso exclusivo. Este controle exclusivo permite o dono investir no recurso e gerenciá-lo eficientemente e efetivamente. Outra abordagem de mercado para aqüicultura envolve o rancho de peixe ao invés de fazenda de peixe. Se a fazenda de pesca envolve cultivar peixe ao longo do seu período de vida num ambiente controlado, o rancho de pesca envolve mantê-los em cativeiros apenas pelos primeiros anos de suas vidas. Rancho de pesca depende dos fortes instintos caseiros em certos peixes tais como o salmão pacífico ou truta oceânica para permitir sua captura final. O salmão jovem ou truta oceânica são chocados e confinados em área de captura conveniente por aproximadamente dois anos. Quando libertados, eles migram para o oceano. Até atingir a maturidade, eles retornam por instintos para o lugar de nascimento onde são capturados. Alguns dos 876.000 toneladas métricas de salmão foram colhidos no mundo em 1989 (FAO, 1992). A aquicultura não é certamente a resposta para outras espécies. Embora funcione bem para sellfish, catfish, salmão, e algumas outras espécies, alguns peixes, tais como tuna, provavelmente nunca serão domesticamente capturados lucrativamente. No entanto, é confortante notar que a aqüicultura pode oferecer uma válvula de escape em algumas regiões e para alguns peixes.7 3.2. Elevando o Custo Real do Peixe Talvez uma das melhores formas para ilustrar as virtudes do uso da análise econômica para ajudar a elaborar políticas é mostrar os efeitos severos de abordagens de políticas que a ignoram. Por que as abordagens iniciais para a gestão da pesca tinham um foco na simplicidade em atingir a produção máxima sustentável com pouco ou nenhum pensamento dado à maximização do benefício líquido, eles ofereceram um contraste útil. 7 Em outro exemplo Frederick Bell (1986) mostra que as perdes em bem-estar social pela superexploração em propriedade-comum do crawfish selvagem foi reduzido por uma estimativa de $1.068.933 em 1978 pela existência das fazendas de crawfish em propriedade-comum. Sem eles as perdas de bem-estar social teriam sido 4,16 vezes maior. Veja Bell (1986). 12 Talvez o melhor exemplo concreto é o estabelecimento de políticas originalmente desenhadas para lhe dar com a superexploração da pesca do salmão do pacífico nos E.U.8 O salmão do pacífico é particularmente vulnerável à superexploração, e até mesmo extinção, por causa de seus padrões de migração. O salmão do pacífico é gerado nas camas de cascalhos dos rios. Como peixes jovens eles migram para o oceano apenas retornando, como adultos, para reproduzir nos rios onde nasceram. Depois de reproduzir, eles morrem. Quando os adultos nadam rio acima com uma necessidade instintiva para retornar para suas correntes nativas, eles podem facilmente ser capturados através de armadilhas, redes, ou outros artefatos de pesca. Reconhecendo a urgência do problema, o governo adotou ações. Para reduzir a captura, eles aumentaram o custo da pesca. Inicialmente isto foi realizado para prevenir o uso de qualquer barreira nos rios e por proibir o uso de armadilhas (o mais eficiente artefato de captura) nas áreas mais produtivas. Essas medidas provaram ineficientes, já que as tecnologias móveis (redes e outros) provaram serem capazes, por elas mesmas, de superexploração dos recursos. Oficiais então começaram a fechar as áreas de pesca designadas e suspenderem a pesca em outras áreas por certos períodos de tempo. Na Figura 3 essas medidas iriam se refletir como uma rotação da curva de custo para a esquerda até ela intersectar as curvas de benefícios no nível de esforço igual a Ee. A agregação de todas esses regulamentos tinha o efeito desejado de diminuir a produção de salmão. Essas políticas foram eficientes? Eles não eram e não teriam sido mesmo se tivessem resultado na captura eficiente! Esta afirmação parece inconsistente, mas não é. Eficiência implica não apenas que a captura deve ser ao nível eficiente, mas também deve ser extraída a um custo menor possível. Esta última condição foi violada por essas políticas (Figura 4). Na Figura 4 são refletidos o custo total numa alocação eficiente (TC1) e o custo total depois dessas políticas serem impostas (TC2). O benefício líquido recebido de uma política eficiente é mostrado graficamente como a distância vertical entre o custo total e o benefício total. Depois da política, porém, o benefício líquido foi reduzido para zero; o benefício líquido (representado pela distância vertical) foi perdido pela sociedade. Porque? 8 Uma análise detalhada e excelente dessas políticas pode ser encontrada em Crutchfield e Pontecovo (1969). 13 Figura 4 Efeito da Regulamentação O benefício líquido foi desperdiçado no uso de meios excessivamente caros para capturar a produção desejável de peixe. Ao invés do uso de armadilhas para reduzir os custos de captura o número desejável de peixe, as armadilhas foram proibidas. Gastos muitos grandes em capital e trabalho foram requeridos para capturar o mesmo número de peixe. Este capital e trabalho adicional representam uma fonte de desperdício. As limitações nos períodos de pesca tiveram um efeito similar no custo. Ao invés de permitir aos pescadores espalharem seus esforços ao longo do tempo de forma que os barcos e equipamentos pudessem ser utilizados mais produtivamente, os pescadores foram forçados a comprar barcos maiores para permiti-los capturar quantidades cada vez maiores durante um período menor. (Como um exemplo extremo, Tillion (1985) registrou que na estação de arenque no Sul de Prince William demorou apenas quatro horas e a captura ainda excedeu a quota estabelecida). Resultou em supercapitalização significante. A regulamentação imposta sobre os custos também. Foi logo descoberto que enquanto os regulamentos acima eram adequados para proteger o esgotamento da população do peixe, eles não tinham nenhum incentivo para o pescador individual aumentar sua parcela de captura. Ainda que os lucros fossem baixos por causa dos custos elevados, nova mudança tecnológica permitiria aquele que a adotaram aumentar suas parcelas de mercado e colocar outros fora do negócio. Para se proteger, os pescadores tiveram sucesso em introduzir proibições em novas tecnologias. Essas restrições tiveram várias formas, mas duas pareceram particularmente importantes. A primeira foi à proibição do uso de redes de monofilamentos de malha fina. Esta rede de malha normal que iria substituir era visível para o salmão durante o dia e, portanto poderia ser evitada por eles. Como resultado, foi útil apenas durante a noite. Ao contrário, as redes de monofilamentos mais finas poderiam ter sido usadas com sucesso durante as horas do dia, bem como durante a noite. Rede de monofilamento foi banida nos E.U. e Canadá logo depois que elas apareceram. O regulamento ineficiente mais flagrante foi no Alasca a qual barrou o gill netters na Baia de Bristol de usar máquinas para impulsionar os barcos. Este regulamento durou até os anos de 1950 14 e levantou a atenção pública para a natureza anacrônica de suas abordagens de regulamentação. A nação mais avançada tecnologicamente estava pescando no Mar de Bering usando barcos a velas, enquanto o resto do mundo - particularmente o Japão e a União Soviética – estava modernizando suas embarcações de pesca num passo acelerado! As regulamentações de restrição de tempo tiveram um efeito similar. Limitar o período de pesca deu um incentivo para usar aquele tempo tão intensivo quanto possível. Barcos grandes facilitam capturas maiores dentro do período e, portanto são atrativas, mas são muito ineficientes; a mesma colheita poderia ser alcançada com barcos menores e em quantidade pequena usados na sua capacidade ótima. Guiado por uma visão estreita na produção sustentável máxima que ignorou os custos, essas políticas conduziram a uma perda substancial em benefício líquido recebido pela pesca. Os custos são uma dimensão importante do problema e, quando eles são ignorados, as rendas dos pescadores sofrem. Quando a renda sofre, medidas de conservação mais avançadas ficam mais difíceis de implementar, e incentivos para violar os regulamentos são intensificados. É possível oferecer incentivos para redução de custos enquanto assegura que a produção é reduzida para o nível eficiente? Uma política mais eficiente poderia ser elaborada? Economistas que estudaram a questão acreditam que políticas mais eficientes são possíveis. Considere uma taxa aplicada sobre esforço. Na Figura 4 as taxas sobre esforço seriam também representadas como uma rotação da linha TC, e o custo depois-da-taxa para os pescadores seria adequadamente representado pela linha TC2. Já que a curva depois-da-taxa coincide com TC2, o sistema é ineficiente? Não! A chave para entender a diferença é a distinção entre custos de transferência e custos real-do-recurso. Sob um sistema de normas do tipo descrito anteriormente neste capítulo, todos os custos incluídos em TC2 são custos reais-do-recurso, que envolvem utilização dos recursos. Os custos de transferência, por outro lado, envolve transferência dos recursos de uma parte da sociedade para outra ao invés de seu uso. As transferências representam custos para aquela parte da sociedade que os suporta, mas são exatamente compensados pelo ganho recebido pelos recebedores. Os recursos não são usados totalmente; eles são apenas transferidos. Portanto, o calculo do tamanho do benefício líquido deve subtrair os custos reais-do-recurso, mas não custos de transferência, dos benefícios. Para a sociedade como um todo, custos de transferências são retidos como parte dos benefícios líquidos. Na Figura 3 o benefício líquido sob um sistema de taxa é idêntico àquele sob uma alocação eficiente. O benefício líquido representa um custo de transferência para o pescador que é exatamente compensado pelas receitas recebidas pelo coletor de taxas. Esta discussão não deve obscurecer o fato que, tão logo o pescador individual esteja preocupado, esses são custos muito reais. Já que as receitas de taxas envolvidas podem ser substanciais (Exemplo 3), o pescador desejando ter uma pesca gerida eficientemente pode contestar esta forma particular de fazê-lo. Eles prefeririam uma política que restrinja as capturas enquanto os permite manter as remunerações. Isto é possível? 3.3. Quotas de Transferências Individuais (QTIs) Uma política fazendo isto possível é uma cota propriamente elaborada para o número de peixes que podem ser tirados da pesca. A falha “propriamente elaborada” é importante por que existem 15 muitos tipos diferentes de esquemas de cotas e nem todas são de igual mérito. Um sistema de cota eficiente tem várias características identificáveis: 9 1. As cotas dão o direito ao dono de capturar um peso específico de um tipo certo de peixe; 2. A quantidade total de peixe autorizado pelas cotas mantidas pelos pescadores devem ser iguais à captura eficiente para a pesca; e 3. As quotas devem ser transferidas livremente entre os pescadores. Cada uma dessas três características assume um papel importante no alcance de uma alocação eficiente. Suponha, por exemplo, que a cota fosse definida em termos de direito para possuir e usar um barco de pesca ao invés de em termos de captura – não um tipo incomum de cota. Tal tipo de cota é ineficiente, por que sob este tipo de cota um incentivo ineficiente ainda permanece para cada dono de barco para construir barcos grandes, para colocar equipamentos extras neles, e gastar mais tempo pescando. Essas ações expandiriam a capacidade de cada barco e causaria a captura atual exceder o alvo de captura (eficiente). Numa nutshell, a cota por barco limita o número de barcos de pesca mas não limita a quantidade de peixe capturada por cada barco. Se for para atingir e manter uma alocação eficiente, é a captura que por fim deve ser limitada. Enquanto o propósito da segunda condição é óbvio, o papel da transferência merece mais consideração. Com a transferência, os títulos para pesca fluem naturalmente para aqueles ganhando o maior benefício dele por que seus custos são menores. Por que é valioso, a cota transferível comanda um preço positivo. Aqueles que tem cotas, mas também têm altos custos descobrem que fazem mais dinheiro vendendo as costas ao invés de usá-los. Enquanto isto, aqueles que tem custos mais baixos descobrem que podem comprar mais cotas e ainda fazer dinheiro. As cotas transferíveis também encorajam o progresso tecnológico. Os que adotam tecnologias que reduzem os custos podem fazer mais dinheiro em suas cotas e fazê-lo lucrativo para comprar novas cotas dos outros que não adotaram a tecnologia. Portanto, nos contratos de mercado para métodos de regulamentação iniciais usados para elevar os custos, ambos o sistema de taxas e o sistema de transferência de cotas encorajam o desenvolvimento de novas tecnologias. Então quanto a distribuição de remuneração? Num sistema de cotas a distribuição de remuneração depende crucialmente em como as cotas são inicialmente alocadas. Existem muitas possibilidades com resultados diferentes. A primeira possibilidade é para o governo leiloar essas cotas. Mas o governo então iria se apropriar de todas as remunerações, e o resultado seria muito similar ao resultado do sistema de taxas. Se o pescador não gostar do sistema de taxas, eles não iriam gostar do sistema de leilões também. Numa abordagem alternativa, o governo poderia dar as cotas para os pescadores, talvez na proporção de sua captura histórica. O pescador poderia então transacionar entre eles até alcançar um equilíbrio de mercado. O pescador que quisessem entrar no mercado teria que comprar as cotas dos pescadores. A competição entre os compradores potenciais conduziria o preço das cotas transferíveis até que refletisse o valor de mercado das remunerações futuras, apropriadamente descontadas.10 9 O sistema ITQ é completamente eficiente somente na ausência de externalidades de estoque (Boyce, 1992). Externalidades de estoque criam incentivos para pesca excessiva no início da estação (quando as capturas são mais altas por unidade de esforço) antes de a biomassa ficar esgotada. 10 Isto ocorre por que o lance máximo que qualquer entrante faria seria o valor a ser derivado da posse da permissão. Este valor é igual ao valor presente das remunerações futuras (a diferença entre o preço e o custo marginal para cada unidade de peixe vendido). A competição forçará o comprador a ficar próximo àquele valor máximo, para que ele não perca a cota. 16 Portanto este tipo de sistema de cota permite a remuneração permanecer com os pescadores, mas apenas as gerações correntes de pescadores. As gerações futuras vêm poucas diferenças entre esta cota e o sistema de taxas ou a compra de cotas. Em 1983, um sistema limitado de cotas individuais transferíveis foi estabelecido na Nova Zelândia para proteger sua pesca profunda de trawl (Muse e Schelle, 1988). Embora esta estivesse longe de ser a única, ou mesmo a primeira, aplicação de ITQs (Tabela 2), oferece uma oportunidade rica incomum para estudar como esta abordagem funciona na prática. Por que esta pesca foi originalmente desenvolvida, alocar as cotas provou ser relativamente fácil. As capturas permissíveis totais para as sete espécies básicas foram divididas em costa transferíveis individuais e foram alocadas para firmas na base do investimento em equipamento de pesca, investimento em equipamento de produção fora-da-costa, e produção recente na costa. Os direitos para pesca foram definidos em termos da quantidade específica de pesca, mas foi somente garantida para um período de 10 anos. Ao mesmo tempo em que a política de pesca no alto-mar estava sendo considerada, a pesca continental começou a cair em tempos difíceis. Muitos participantes estavam caçando muitos peixes. Algumas espécies particulares de peixes desejáveis estavam sendo seriamente superexploradas. Enquanto a necessidade de reduzir a quantidade de pressão colocada na população era óbvia, como realizar aquela redução não foi tão óbvio. Embora tenha sido relativamente fácil prevenir novos pescadores em entrarem na pesca, foi difícil descobrir como reduzir a pressão daqueles que pescavam na área por anos ou mesmo décadas. Por que a pesca é caracterizada pela economia de escala, simplesmente reduzir a captura de todos proporcionalmente não faria muito sentido. Isto simplesmente colocaria maiores custos em todo mundo e desperdiçaria uma grande quantidade de capacidade de pesca à medida que todos os barcos ficavam inoperantes por um longo período de tempo. Uma solução melhor seria claramente ter uma menor quantidade de barcos colhendo o estoque. Daquela forma cada bardo poderia ser usado próximo à sua capacidade total sem exaurir a população. Quais pescadores deveria ser convidados a abandonar sua comunidade e deixar a indústria? Tabela 2 ÁREAS COM SISTEMA ITQ COMO EM 1991 Área Wisconsin (U.S.) Manitoba (Canadá) Oceano Atlântico (Canadá) Iceland Ontário (Canadá) Columbia Inglesa (Canadá) Oceano Pacífico (U.S.) Noroeste da Austrália (Austrália) Nova Zelândia Austrália Oceano Atlântico (U.S.) Tipos de peixe cobertos em 1991 Truta do lago, perch amarelo, chub, menominees, whitefish Pickerel, sauger, whitefish Herring, cod, plaice americano, haddock, pollock, scallops, shrimp, snow crab, surf clams, lobster Quase todas as espécies Inicialmente, walleye, american eel; eventualmente, muitas das espécies comerciais Abalone, geoducks, cod, halibut Herring sac roe Ostras All offshores and inshores commercial species Bluefin tuna, gemfish Ocean quahogs, surf clams Ano de início 1971 1972 1976 1976 Final dos anos 1970 1979 1982 1982 1983 1984 1990 17 A abordagem do incentivo econômico aborda este problema por fazer o governo comprar as cotas de captura daqueles desejando vendê-las. Enquanto inicialmente isto foi financiado a partir das arrecadações gerais, subseqüentemente foi financiado por uma taxa sobre as cotas de captura. Essencialmente cada pescador estabeleceu o menor preço que aceitaria para deixar a indústria; o regulador selecionou aqueles que poderiam ser induzidos a deixar a indústria ao menor preço, pago a quantidade estipulada a partir das receitas de taxas, e retirado suas licenças para pescar aquelas espécies. Não foi muito antes que uma quantidade suficiente de licenças fosse retirada e a população fosse protegida. Por que o programa foi voluntário, aqueles que deixaram a indústria somente o fizeram quando sentiram que eles tinham sido adequadamente compensados. Enquanto isto aqueles que pagaram a taxa descobriram que este pequeno investimento os beneficiaria grandemente no futuro á medida que a população fosse recuperada. Uma dificuldade e pressão potencialmente perigosa num recurso natural valioso foram aliviadas pelo uso criativo de uma abordagem que mudou os incentivos econômicos. Por volta do fim de 1987, porém, um novo problema emergiu. O estoque original de uma espécie voltou a ser seriamente superestimado pelos biólogos. Já que a alocação total de cotas foi derivada desta estimativa, a implicação prática foi que um nível alto insustentável de cotas tinha sido emitido; o estoque foi ameaçado. Diante de implicações de orçamento inaceitavelmente grandes de comprar de volta uma quantidade significante de cotas, o governo por fim mudou para uma alocação de parcelas percentual das cotas. Sob este sistema ao invés de possuir cotas definidas em termos de quantidade específica de peixe, o pescador possui parcelas percentuais da captura total permitida. A captura total permitida é determinada anualmente pelo governo. Deste modo o governo pode anualmente ajustar a captura total permitida, baseado nas estimativas das últimas avaliações de estoques, sem ter que comprar de volta (ou vender) uma grande quantidade de cotas. Esta abordagem financia a maior proteção para o estoque, mas aumenta o risco financeiro para o pescador. Alguns dos problemas de implementação emergiram também. Esforço de pesca não é freqüentemente muito preciso. Outras espécies que não aquelas procuradas (conhecidas como “sub-produtos”) podem muito bem terminar como parte da captura. Se aquelas espécies também são reguladas por cotas e o pescador não tem ITQs suficientes para cobrir o sub-produto, eles vão estar diante da possibilidade de ser multado quando descarregarem o peixe não-autorizado. Jogar no mar o sub-produto evita multas, mas já que o peixe jogado fora dificilmente sobrevive, isto representa um desperdiço duplo – não apenas por que o estoque é reduzido, mas por que a captura do peixe é desperdiçada. “Alta-classificação” é outro problema que os gestores têm que lhe dar. Alta-classificação pode ocorrer quando as cotas especificam a captura em termos de peso de uma certa espécie, mas o valor da captura é afetado grandemente pelo tamanho do peixe individual. Para maximizar o valor da cota, o pescador tem um incentivo para jogar fora os menos valiosos (tipicamente menores) peixes, mantendo somente os indivíduos mais valiosos. Assim como no sub-produto, quando liberados a mortalidade é alta, alta-classificação resulta em menores estoques e desperdiço de colheita. Alguns gestores de pesca solucionaram com sucesso os problemas de permitir o pescador cobrir temporariamente excedentes com permissões adquiridas subseqüentemente ou alugadas de outros. Tão logo o valor de mercado do peixe “extra” excede o custo de alugar uma cota, o pescador terá um incentivo para descarregar e vender o peixe e o estoque não será colocado em perigo. 18 3.4. O limite das 200-milhas A dimensão política final está ligada aos aspectos internacionais do problema da pesca. Obviamente as várias abordagens da pesca para efetivar a gestão da pesca requerem aos comitês governamentais terem jurisdição sobre um setor de pesca de forma que possa implementar seus regulamentos. Isto não é correntemente o caso para muitos das pescas oceânicas. Muito das águas livres dos oceanos é um recurso de propriedade-comum para os governos, como também para o pescador. Nenhum corpo isolado pode exercer controle sobre ele. Tão logo este continue ser o caso, ações corretivas serão difíceis de implementar. Em reconhecimento a este fato existe uma lei evolutiva do mar definida pelos tratados internacionais. Um dos resultados concretos desta lei, por exemplo, foram algumas restrições na pesca da baleia. Se este processo por fim produz um sistema consistente e compreensivo de gestão permanece para ser verificado. Os países que têm bordas com mar declararam que seus direitos de propriedade se estendem a 200 milhas em alto mar. Dentro dessas áreas, os países têm jurisdição exclusiva e podem proceder as implementações efetivas de políticas de gestão. Essas declarações foram mantidas e agora são fortemente estabelecidas em leis internacionais. Portanto, muitos setores pesqueiros ricos em águas continentais podem ser protegidos, enquanto aqueles em mar aberto esperam por resultados de um processo de negociação internacional. 3.5. A Economia da Fiscalização Uma área que tradicionalmente não recebeu muito tratamento analítico, mas vem sendo gradualmente reconhecido como um aspecto chave para a gestão da pesca, é a obrigatoriedade das leis. As políticas podem ser elaboradas para serem eficientes tão logo todos voluntariamente as adotem, mas essas mesmas políticas podem parecer trágicas na dura realidade dos custos e fiscalização imperfeita. As políticas da pesca são especialmente difíceis para serem fiscalizadas. As zonas costeiras são tipicamente longas e descontínuas; não é difícil para o pescador evitar detecção se eles excederem seus limites ou capturar espécies ilegais. Reconhecer esta realidade eminentemente sugere duas implicações. Primeiro, a elaboração de políticas devem levar em consideração a fiscalização, e, segundo, o que é eficiente quando a fiscalização é ignorada pode não ser eficiente uma vez a fiscalização seja considerada. As políticas devem ser elaboradas para fazer a obediência tão barata quanto possível. Regulamentação, que impõe muitos custos elevados, é mais provável de ser desobedecida do que regulamentação que impões custos em proporção ao propósito. As regulamentações devem também conter provisões para lhe dar com a desobediência. Uma abordagem comum é aplicar sanções monetárias contra aqueles que não obedecem. As sanções devem ser estabelecidas em níveis bastante altas no sentido de trazer os custos para desobediência (incluindo as sanções) em balanço com os custos de obediência. A questão de fiscalização aponta outra vantagem das abordagens de direito de propriedadeprivada para a gestão da pesca – são autofiscalizáveis. As fazendas de pesca ou os ranchos de pesca não têm nenhum incentivo para ser derivado do esquema de eficiência por que eles estariam prejudicando-os. Nenhuma atividade de fiscalização é necessária. A desobediência com algum tipo de restrição de regulamentos, por outro lado, na ausência da fiscalização efetiva, seria 19 benéfico para aqueles pescando nos recursos de propriedade-comum. Somando-se a este esforço de fiscalização está ainda outro custo associado com a gestão pública da pesca. A racionalidade não é difícil seguir. Assuma que algum tipo de sistema de cota está em efeito para racionar o acesso. A atividade de fiscalização envolveria monitorar obediência com essas cotas e designar penalidades naqueles pegos em desobediência. 11 Se as cotas são tão grandes para serem consistentes com o equilíbrio de livre acesso, o custo de fiscalização seria zero; nenhuma fiscalização seria necessária para assegurar obediência. Movendo a pesca para longe do equilíbrio de livre acesso aumenta o benefício líquido e os custos de fiscalização. Para este modelo, à medida que o tamanho da população de estado-permanente é aumentado, os custos marginais de fiscalização aumenta e o benefício líquido marginal decresce. No tamanho eficiente da população (considerando o custo de fiscalização) o benefício marginal líquido iguala ao custo marginal de fiscalização. Isto necessariamente envolve um tamanho de população menor do que o tamanho de população eficiente ignorando os custos de fiscalização, por que o último ocorre quando o benefício líquido marginal é zero. 3.6. Extinção de Outras Espécies O espaço não permite um tratamento detalhado de outras populações biológicas, mas é importante demonstrar que pelo menos algum dos princípios derivados do exame detalhado da gestão da pesca é transferível para outras espécies. Examinar os problemas com outras espécies usando esta estrutura analítica geral prova uma fonte rica de tópicos de pesquisa interessante. Nosso exame da pesca sugere que rearranjando os incentivos econômicos pode ser uma chave para restaurar a gestão sustentável eficiente. Os incentivos econômicos aparentemente também funcionam na proteção das manadas de elefantes africanos no Zimbabwe (Barbier 1992). Os elefantes africanos foram por muito tempo tratados como propriedade comum. Como poderia ser esperada, a população de elefantes estão sendo ameaçadas. Interessantemente, porém, os diferentes países da África estão tendo diferentes experiências. As populações de elefantes de Zimbabwe, Botswana, Namíbia, e Sul da África estão aumentando, enquanto aqueles no Kenya estão diminuindo. Os países do sudeste da África de sucesso também suportam a conservação através da utilização, permitindo safári e turismo em terras de uso comum, estaduais e privadas, enquanto limita o acesso. Direitos de caça são severamente limitados e são garantidos á comunidade local de pessoas indígenas. Já que muitos dos safáris caçam com câmaras, o turismo pode ser uma fonte adicional de renda sem matar os elefantes. Quando os animais (tais como os elefantes rogue) são eliminados pelos oficiais dos Parques Nacionais, o marfim e peles desses animais pertencem aos membros das comunidades locais. O turismo e a venda dos direitos de caça e produtos dos elefantes oferecem uma fonte suficiente de renda para as comunidades locais. De acordo com Simmons e Keuter (1989), duas dúzias de vilas de colonos no Zimbabwe ganharam $5 milhões dos donos de safáris em 1990 pela venda de direitos de caça de elefantes em suas terras de uso comum. Dando às comunidades locais uma grande parcela na preservação das manadas também facilita a fiscalização estrita das leis de contrabando. Contrabandistas são mortos no local. 11 Na teoria seria possível estabelecer a penalidade tão alta que apenas uma limitada quantidade de atividade de implementação seria necessária. Já que grandes penalidades são raramente impostas na prática, o modelo proíbe isto e assume que gastos de implementação crescentes são necessários para implementar costas crescentemente restritivas. 20 Kenya, um país com um grande declínio em sua população de elefantes, não possui um sistema semelhante. Se os colonos de Zimbabwe têm uma participação elevada na proteção da fonte de renda, a manada de elefantes, os kenianos têm pouca participação na sua proteção. A receita potencial que poderia ser usada para institucionalizar um sistema de proteção é enorme. Os economistas Gardner Brown e Wes Henry (1989) estimou que em torno de $25 milhões por ano poderia ficar disponível para o Kenya proveniente de turistas buscando observar e fotografar elefantes. Uma abordagem para proteger as espécies biológicas é rearranjar os incentivos econômicos de forma que os grupos locais tenham interesse econômico em sua preservação. Acesso ilimitado aos recursos de propriedade-comum arruína esses incentivos. 21