As “mulheres” do Odelmo

Transcrição

As “mulheres” do Odelmo
ano 6 número 46 Outubro 2011 | R$ 8,50
Ciência
Macacos sentem
e movem objetos
virtuais só com a
força do pensamento
Marketing
Orientado pela
simplicidade, Steve
Jobs criou desejos
que beiram a doença
Alimentação
Cercada de mitos, a
carne suína não é a
vilã da saúde como
se imagina
As “mulheres”
do Odelmo
Quase metade das secretarias municipais de Uberlândia é
competentemente administrada por mulheres. Mas quem
são elas e o que fazem? Conheça a tropa de elite
do prefeito Odelmo Leão que usa saia, batom e blush
mercado
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editorial
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As “mulheres” do Odelmo
Destaque entre as mais importantes cidades brasileiras, Uberlândia não para de
se superar: é a segunda maior cidade do interior de Minas Gerais; primeira cidade do
estado e segunda do Brasil em saneamento básico; eleita em 2009 o melhor transporte público do país; premiada com o “Destaque de Ouro” na performance aterro
sanitário; detentora do Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar e do Selo Qualidade em Educação Infantil; única cidade das Américas escolhida para representar os
países emergentes na exposição “Better City, Better Life” (melhor qualidade de vida
da população); ganhadora do prêmio “Bibi Vogel” pela excelência em aleitamento
materno e baixo índice de mortalidade infantil; citada no livro 1000 X Architecture of
the Americas (Canadá) como modelo em transporte urbano; maior polo atacadista
brasileiro; segundo mercado consumidor do estado, enfim, são conquistas e mais
conquistas que não deixam dúvida da força do município, que a cada dia progride
mais e tem à sua frente uma administração extremamente compromissada com o
desenvolvimento - e o melhor de tudo, sustentável.
Mas chama a atenção o fato de que, liderada pelo prefeito Odelmo Leão, a administração municipal de Uberlândia tem uma particularidade que a diferencia da
maioria: quase metade do secretariado é liderado por mulheres. Isso reforça que a
competência também pode andar de saia e usar batom e blush - e, como disse Guevara, “sem perder a ternura”. Ana, Marli, Iracema, Valkíria, Mônica e Raquel são mulheres que estão fazendo a diferença e ajudando o prefeito na condução do município que vai pouco a pouco se transformando e conquistando números exponenciais
no cenário nacional.
É justamente para falar das mulheres do Odelmo que pensamos e elaboramos
a nossa matéria de capa desta edição. É para mostrar quem são e quais responsabilidades têm, pois não podem passar anônimas pessoas que, como diz o próprio
prefeito, tão competentemente administram as secretarias municipais que lhes foram designadas. Afinal, estamos num momento de plena ascensão feminina em
que, por exemplo, temos uma mulher ocupando o cargo mais alto do país pela
primeira vez na história.
Assim, as secretárias municipais que integram o governo de Odelmo Leão são
prova de que com o avanço e amadurecimento das gerações, o sexo feminino veio
ganhando maior credibilidade e espaço no mundo dos negócios e da política. Elas,
as mulheres do Odelmo, espelham o desejo da mulher moderna de se realizar profissionalmente e de desempenhar novos papéis sociais, papéis que vão além de
mãe e esposa.
Toda essa postura, muito além de ser uma forma de independência financeira,
promoveu uma igualdade em relação ao homem.
Portanto, ao nosso leitor, apresentamos as mulheres do prefeito Odelmo.
Boa leitura!
Evaldo Pighini
Editor
Revista MERCADO | Outubro 2011
mercado
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índice
Capa
Na prefeitura de Uberlândia,
quase metade das secretarias
são comandadas por mulheres
que ajudam o prefeito Odelmo
Leão na administração de um
dos municípios mais prósperos
do Brasil. Elas são prova de que
competência também pode usar
saia, batom e blush
22
28
Trabalho
É normal as pessoas escolherem
a área de atuação segundo as
aptidões, aquilo que se chama
de vocação. Mas, ao longo da
vida, pode surgir o interesse
por outra coisa. É o caso de
um engenheiro que fez de um
hobby a sua nova profissão
Revista MERCADO | Outubro 2011
46
54
Inovação
Marketing
Alimentação
O Governo de Minas acaba de
firmar parceria com a Federação
das Indústrias do Estado de
Minas Gerais (FIEMG), visando
estreitar mais a sua relação
com o segmento empresarial e
trabalhar por uma aproximação
maior deste com a universidade e
centros de pesquisa
Enquanto o mundo evolui
tecnologicamente, o futuro
e o passado caminham lado
a lado. Marcas e design retrô
ganham popularidade entre
os consumidores. Coca-Cola,
Brastemp, Nestlé, Devassa, Mabel
e Granado apostam na tendência
Associado a níveis elevados de
colesterol no sangue, verminoses,
alergias e obesidade, o consumo
de carne suína é recheado de
preconceitos, contudo, ela não
é a vilã da saúde, como muita
gente imagina
Ciência
Nos EUA, brasileiro lidera
pesquisa com macacos, que
sentem e movem objetos
virtuais usando apenas o
pensamento; estudo faz
parte do Projeto Walk Again
e foi publicado na revista
Nature. Novas etapas ocorrem
no Brasil, no Instituto de
Neurociências de Natal
36
40
Outubro 2011
Veículos
Canal Livre����������������������������������������������� 8
Energia................................................... 58
Artigo...................................................... 10
Bazar....................................................... 74
Conversa����������������������������������������������� 12
Dica de Leitura����������������������������������� 80
Franchising������������������������������������������ 14
Literatura���������������������������������������������� 82
Política.................................................... 16
Profissões em Filme������������������������� 84
Medicina����������������������������������������������� 20
Sustentabilidade������������������������������� 86
Agronegócios������������������������������������� 26
Ponto de vista������������������������������������� 88
Gestão.................................................... 38
In Foco.................................................... 90
Decoração�������������������������������������������� 42
Causos empresariais������������������������ 92
Comportamento������������������������������� 52
Geral........................................................ 94
60
Vem aí o novo Suzuki SX4, que
deve ser lançado até o final do ano.
O crossover também deve ganhar
futuramente uma versão sedan. O
motor e a potência do novo Suzuki
SX4 2012 foram melhorados em
relação à versão anterior
Turismo
66
Apaixone-se por Curaçao. Situada
no Caribe, a 53 Km da costa
Venezuelana, essa ilha paradisíaca
oferece uma boa estrutura
turística, além de uma exuberante
vida submarina. Curaçao celebrou
neste mês o seu primeiro ano
como país
Revista MERCADO | Outubro 2011
mercado
canal livre
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“Bons negócios”
Saudades de Amsterdã
Sou de Belo Horizonte, mas moro e trabalho em Uberlândia há três anos, como representante comercial. Isso me
leva a estar em trânsito quase que semanalmente entre
as duas cidades. Portanto, me sinto à vontade em afirmar
que Uberlândia hoje não deixa nada a desejar à nossa capital em vários quesitos; agora mais, quando li a matéria
da edição de setembro que focou o potencial e estrutura
uberlandense para eventos de negócios.
Li com prazer, mas também com certa tristeza, a reportagem sobre Amsterdã (Holanda) publicada por esta
revista. Prazer por já ter ido lá e poder curtir as maravilhas daquela cidade, e tristeza por não ter mais previsão
de quando poderei voltar. Foi uma viagem fantástica e
aconselho a quem puder, que faça. Vale a pena.
Alcides Nunes Shuttler
Adoção no Brasil
Representante comercial
________________________________________________
Triângulo Mineiro
Muito se tem falado na divisão do Pará para criação dos
estados de Carajás e Tapajós, cujo plebiscito está marcado para dezembro. Pergunto: por que ninguém fala
ou se movimenta em prol da criação do estado do Triângulo? Afinal, trata-se de uma região que, sem dúvida
alguma, reúne totais condições de ser independente,
vide as duas matérias de capa desta revista, uma que
fala de Araguari e Uberlândia e outra que fala só de
Uberlândia. Especificamente, na última edição, a de setembro, outra reportagem mostrou investimentos que
a Vale irá fazer em Patrocínio e Uberaba (R$ 3,8 bilhões)
e que a British Petroleum planeja para Tupaciguara (R$
1,14 bilhão). Enfim, creio que o Triângulo emancipado,
sem ter que recolher aos cofres de Minas, iria se tornar
em pouco tempo uma das unidades mais desenvolvidas
e progressistas deste país.
Alaor Fagundes Figueira
Júlia Pinheiro Castellanni
________________________________________________
É difícil entender e aceitar a existência de tantas crianças
à espera de adoção em nosso país, como foi mostrado em
matéria publicada por esta revista. Esse grande número,
a meu ver, está relacionado à exigência dos candidatos a
pais, que procuram mais por crianças brancas e perfeitas,
com bem diz a reportagem. Com isso, as crianças de cor
negra, muitas das vezes, passam a vida inteira, até alcançar a maioridade, privadas de uma família e vivendo em
abrigos. Assim, o que esperar dos adultos de amanhã? Sou
branca e, eu e meu marido, pela impossibilidade de ter
filhos, adotamos duas crianças lindas, uma parda e outra
negra; e elas só nos trouxeram alegrias até hoje. Uma está
se formando médica e outra quer ser professora, assim
com eu. Esse meu testemunho é para pedir aos candidatos a pais que não façam distinção, pois a satisfação e o
sentimento não estão na pele, mas no amor e na intenção.
Lucelaine Damásio Mendonça
Uberaba
________________________________________________
Dinheiro público?!
Como boa portuguesa que sou - vim para o Brasil aos 19
anos e por cá fiquei -, gostei muito da matéria mostrando a gastronomia do meu Portugal. Porém, particularmente, eu acrescentaria mais uma receita às que foram
publicadas: o Coelho à Caçador. É de dar água na boca.
Com um vinho madeira então... Quem se interessar em
experimentar, na internet é fácil encontrar receitas deste
prato. Vale a pena.
Por que é que no Brasil todas as obras que envolvem investimento público nunca são acabadas de acordo os valores
previstos inicialmente? Só para citar alguns exemplos, a recém-inaugurada ponte sobre o Rio Negro, pela presidente
Dilma, custaria inicialmente R$ 574,8 milhões, em novembro de 2007, mas, ao final, custou 90% mais, quase R$ 1,1
bilhão de reais; outra obra que serve de exemplo, que assim como tantas outras tem a ver com a Copa de 2014 no
Brasil, é a reforma do Maracanã que, inicialmente, custaria
cerca de R$ 600 milhões, mas, agora, já se aproxima de R$
1 bilhão. No caso da ponte, o Ministério Público Federal
(MPF) está investigando o caso, mas dá para imaginar que
não vai dar em nada.
A pergunta é, para onde vai, ou melhor, para quais bolsos
vão tanto dinheiro?
Maria Santa Conceição
Eduardo Lopes
Assistente Administrativo
________________________________________________
Bom Portugal
Professora aposentada
Estudante de Direito
Mensagens, comentários, sugestões e críticas sobre o conteúdo editorial da Revista MERCADO para o Canal Livre:
[email protected]
As correspondências poderão ser publicadas de forma reduzida. Envie, em anexo, nome completo, profissão e cidade de origem
8 | Revista MERCADO | Outubro 2011
mercado
artigo
*Clésio Andrade é senador por Minas Gerais e presidente da
Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Código Florestal, equilíbrio
entre produção e preservação
Por Clésio Andrade*
O
atual Código Florestal em vigor, Lei 4.771,
de 1965, em revisão pelo Congresso Nacional, exige a recomposição ambiental de
57,4 milhões de hectares hoje destinados
à produção agrosilvopastoril. Para atender
a essa exigência, seria necessário reduzir em aproximadamente um quarto a produção agropecuária nacional.
Especificamente em relação ao café, a exigência em
vigor imporia a redução de 24,7% da produção, o equivalente a 664 mil toneladas. Minas Gerais, que produz a metade do café brasileiro, teria que deixar de produzir 334,7
mil toneladas do grão, ou seja, 12,5% da safra nacional.
No Espírito Santo, seriam outras 234,7 mil toneladas.
Vale ressaltar a contribuição do café para a balança comercial brasileira, US$ 5,8 bilhões, dos quais US$
2,04 bilhões deixariam de se concretizar, caso houvesse
o corte na produção. A estimativa de redução total nas
exportações dos principais produtos chega aos US$ 36,3
bilhões, sendo menos US$ 7,61 bilhões em soja; US$ 2,99
bilhões em milho; US$ 9,39 bilhões em cana de açúcar;
US$ 7,55 bilhões em bovinos; US$ 1,98 bilhão em suínos;
e US$ 4,69 bilhões em frangos.
Essas são estimativas da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), com base em análise de dados públicos fornecidos pelo IBGE e pelo INPE, que apontam apenas três unidades da federação que ainda não ultrapassaram o limite legal
para exploração agropecuária: Distrito Federal, Piauí e Bahia.
Os dados apresentados às três comissões temáticas
do Senado Federal que examinaram o assunto, no último dia 15, pela CNA e não contestados, podem ser ainda
mais graves em relação ao café, pois a cultura típica de altitude ocupa historicamente terrenos classificados como
Áreas de Preservação Permanente (APP), principalmente
em pequenas e médias propriedades familiares.
O principal argumento contra o cultivo do café nesse
tipo de terreno é o perigo de erosão. Porém, o agricultor
atual já aprendeu e aplica técnicas de contenção, como a
correta adoção das curvas de nível e cultivo em plataformas, pois se não fizer isso, ficará com o prejuízo de perder
sua lavoura. Ele é o principal interessado em manter um
cultivo que já se faz presente há décadas.
Pelas características, a quase totalidade de cafeicultores nessas condições são os pequenos produtores
familiares, que querem ver seus plantios considerados
atividade agrícola consolidada para, com isso, terem segurança jurídica para continuar a produzir.
É preciso, pois, ponderar com equilíbrio a exigência
de recuperação ambiental de 57,5 milhões de hectares,
diante da realidade de que 60% do território nacional já
são cobertos por florestas e de que existem 85,8 milhões
de hectares de matas nativas nos estabelecimentos rurais, estes ocupando 38,7% do território nacional.
O Brasil já é o país com o maior percentual de cobertura florestal no mundo. Para cumprir a exigência legal,
teria de aumentar em 6,7% a cobertura florestal existente, o que contribuiria com 0,44% de cobertura florestal
a mais no planeta. Um custo econômico e social que representa um sacrifício talvez desnecessário para o país,
agravado pelo fato de representar também a perda de
mais de 1,13 milhão de empregos. B
mercado
conversa
Prezado leitor,
Quero chamar a sua atenção para
o atual momento da indústria dos
Shoppings Centers no Brasil, com destaque para a cidade de Uberländia,
que conta com um empreendimento
de ponta no setor, o Center Shopping.
De uns anos para cá, o aumento
do poder de consumo da classe média emergente, a estabilidade econômica e a demanda cada vez maior
por centros de compra que viabilizem, além de um mix diversificado
de lojas, lazer e serviços como lotéricas, bancos e supermercados em um
único lugar, sem dúvida potencializaram o crescimento da indústria de
shoppings centers no país. Dados da
Associação Brasileira de Shoppings
Centers (Abrasce) indicam que o setor fechou 2010 com um faturamento de R$ 87 bilhões.
Outro movimento importante sinalizado por este setor é a interiorização, do ponto de vista geográfico.
Shoppings do interior se tornaram
um grande atrativo para as grandes
marcas até pouco tempo concentradas nas capitais e grandes centros.
Seguindo essa tendência de mercado, o Center Shopping tornou-se referência para a região do Triângulo
Mineiro e Alto Paranaíba. O empreendimento abrange uma extensa
área de influência com mais de 2
milhões de habitantes e registra um
fluxo de mais de 1 milhão de consumidores por mês.
Thiago Castro é Superintendente do Center Shopping Uberlândia
Considerado o 8º maior
shopping do Brasil, o Center
Shopping (,,,) é o maior
centro de compras do interior
de Minas e referência para
consumidores de toda a região
Em pleno desenvolvimento por
meio de projetos de revitalização e
expansão, o Center Shopping conta atualmente com 300 lojas, tendo
a presença das principais redes do
varejo - Fast Shop, Renner, Saraiva,
Etna, C&A, McDonald’s, Lojas Americanas, Ponto Frio, Ricardo Eletro,
Riachuelo, Centauro, Siberian, Burger King, Magazine Luiza -, além
de outras grandes marcas exclusivas, como Calvin Klein, Capodarte,
Richard’s e Le Lis Blanc. Considerado o 8º maior shopping do Brasil, o
Center Shopping, que no segundo
semestre de 2010 passou a ser administrado pela BRMALLS, maior
operadora de shoppings centers da
América Latina, é o maior centro de
compras do interior de Minas e referência para consumidores de toda a
região. Uma estrutura que contempla todos os benefícios que fazem
dos shoppings centers um sucesso
junto a consumidores de todas as
faixas etárias - opções diversificadas
de compra, serviços e lazer com comodidade, praticidade, ambiente
agradável e segurança.
A última expansão, inaugurada no primeiro semestre de 2010,
que significou um crescimento de
89,3 mil m² na área do shopping,
também vem atender à demanda
crescente por novos espaços por
parte de investidores que veem no
empreendimento e na cidade de
Uberlândia um mercado altamente
promissor. O projeto traz o que há
de mais atual em arquitetura e as novidades aplicadas pelo segmento de
shoppings centers, conceito que já
está sendo aplicado às demais áreas
do Shopping no projeto de revitalização das instalações mais antigas.
Outro projeto que destaca o pleno
crescimento do Center Shopping é
a construção de uma nova Praça de
Alimentação no piso 2, com previsão
de inauguração em 2012.
Dois outros grandes projetos
também terão impacto na operação
do Center Shopping: a inauguração
da torre comercial e da torre 2 do
Plaza Shopping Hotel, previstas para
o segundo semestre de 2012. As
duas torres, juntamente com o Plaza
Shopping Hotel e o Center Convention, agregam mais serviços e oportunidades, aumentam o fluxo de
consumidores e potencializam o desempenho do Shopping, reforçando
o conceito mixed use.
Enfim, estamos trabalhando para
reafirmar o compromisso de oferecer o melhor para clientes e lojistas,
além de consolidar o posicionamento do Center Shopping como
o maior e mais completo shopping
center de Uberlândia e região. B
mercado
franchising & negócios
*Carlos Ruben Pinto é administrador de Empresas,
Consultor de Franquias e Varejo - (31) 3282-6688 [email protected]
Para uma boa impressão
não basta só jogar tinta no papel...
Administrador de franquia
“Produtos e preço são responsabilidade da marca.
O franqueado tem de buscar resultados a partir da gestão de pessoa”
(Alberto Oyama - dono de 15 unidades Contém 1g)
Por Carlos Ruben Pinto*
A
o aderir a uma franquia, o franqueado,
normalmente,
paga
uma taxa inicial pelo
know-how, pelos métodos de trabalho, pelas experiências e pelos acertos do franqueador.
Todo esse aprendizado só terá valor
se o franqueado se sentir realmente capacitado para administrar com
eficiência a sua empresa, se for capaz de usar bem os novos conhecimentos adquiridos.
A empresa franqueada é, por lei,
econômica e juridicamente distinta
da empresa franqueadora, porém
cada franquia deve ter um bom
planejamento e objetivos claros, de
acordo com sua área de atuação,
em sintonia com o que for definido
pelo franqueador para toda a rede.
O franqueador espera que cada um
de seus franqueados administre sua
unidade com entusiasmo, de forma
correta e disciplinada, para fazer
frente à competição diária inerente
ao mundo dos negócios.
decidir rápido pela troca, dispensando de imediato, quando for o caso,
os indiferentes e preguiçosos, sem
complacência. Se o franqueado não
tiver coragem e agilidade para fazer
a substituição necessária, é melhor
desistir de ser empresário e procurar um emprego. É fundamental
que todos na equipe entendam que
devem ser produtivos, que estão na
empresa para vencer a batalha diária da competição, são eles é que
têm que se pagar e fazer o negócio
dar lucro.
O franqueado precisa proteger
o negócio, persistir sempre e administrar com entusiasmo, fazendo
sua empresa tornar-se cada vez mais
competitiva. É importante saber cobrar do franqueador a assistência
necessária quando sentir dificuldades na gestão operacional diária, incluindo administração de estoques,
preços, negociação com fornecedores, prospecção e/ou manutenção
de clientes etc., visando sempre a um
resultado operacional satisfatório.
capacidade de liderança, sua estrutura e racionalização dos trabalhos.
E no nível operacional é preciso saber como a tecnologia é utilizada na
empresa, na produção, organização,
atendimento e vendas.
O franqueado precisa entender
que não basta comprar uma franquia, é preciso apaixonar-se pelo
negócio, estar permanentemente
inquieto, firme, alerta em relação às
oportunidades do mercado, orientado para competir e, sobretudo,
saber administrar bem a empresa
nos três níveis citados, para tê-la
em suas mãos. O fato de estar no
franchising participando de uma
rede faz suas chances serem bem
melhores! Basta olhar para o mercado e ver as empresas independentes organizando-se em centrais
de negócio e adotando uma marca
comum. Os independentes e experientes estão se unindo, formando
redes de farmácia, de lojas de móveis, de papelaria, de supermercados, de material de construção,
Tem que saber o que faz.
Faça como a Revista MERCADO,
orce, negocie e imprima com a gente.
Toda empresa, independente do tamanho e número de funcionários, pode e deve
ser vista em três níveis: estratégico, tático e operacional
O franqueado deve treinar bem
sua equipe, motivar, exigir competências e cobrar resultados. Todos
devem ter um alto grau de profissionalismo. Para isso, é preciso acompanhar diariamente as operações
da unidade, com o objetivo de verificar se quem executa coopera com
a empresa, e se o que faz tem a necessária qualidade. Senão, é preciso
14 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Toda empresa, independente do
tamanho e número de funcionários,
pode e deve ser vista em três níveis:
estratégico, tático e operacional. O
franqueado, como todo empresário,
tem papéis importantes em cada
um destes níveis. No nível estratégico, ele precisa ver a empresa como
um todo: produtos, serviços e mercado. No nível tático, prevalece sua
entre outras. Eles sabem que é difícil competir sozinho, em rede têm
muito mais poder de negociação e
condições de divulgar mais e melhor sua marca, produtos e serviços.
Portanto, cabe ao franqueado fazer
a sua franquia dar certo, trabalhando firme, acreditando em si mesmo,
para realizar o seu sonho de ser um
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mercado
política
Carlos Alberto/Secom
MG) legenda: O vicegovernador, Alberto Pinto
Coelho, na inauguração
do prédio do HidroEx, na
Cidade das Águas
Cidade das Águas
Governo de Minas inaugura no Triângulo Mineiro um dos maiores complexos
do mundo para educação e pesquisa em águas
O
Da Redação com Agência Minas | Fotos: Carlos Alberto/Secom MG
vice-governador Alberto Pinto Coelho, acompanhado do ministro
da Educação, Fernando
Haddad,
inaugurou,
no final de setembro, em Frutal,
no Triângulo Mineiro, a Cidade das
Águas, um dos maiores projetos do
mundo voltados para a educação e
pesquisa em águas. O complexo reunirá instituições estaduais, federais e
privadas, nacionais e internacionais,
em um mesmo ambiente de convivência e interatividade. Na ocasião, a
16 | Revista MERCADO | Outubro 2011
atriz Cleo Pires foi designada embaixadora das Águas da Unesco.
Participaram da cerimônia os secretários de Estado, Bilac Pinto (Desenvolvimento Regional de Política
Urbana) e Narcio Rodrigues (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior); o
presidente do Unesco HidroEX, professor Otávio Elísio Alves de Brito; o
presidente do Conselho Mundial das
Águas, Loic Fauchon; o diretor da
Unesco no Brasil, Lucien Muñoz; e a
presidente da Fundação Cousteau,
Francine Cousteau; além de depu-
tados estaduais e federais, representantes de instituições de ensino e
lideranças locais.
A criação da Cidade das Águas
é uma iniciativa conjunta do Governo de Minas com o governo federal,
apoiada pela Unesco. Já foram investidos R$ 50 milhões na consolidação
do conglomerado, com a previsão
de mais R$ 80 milhões nos próximos
dois anos, totalizando R$ 130 milhões de investimento dos governos
estadual e federal.
Todas as instituições presentes
A atriz Cléo Pires, em destaque entre as autoridades presentes, foi escolhida embaixadora das
Águas da Unesco
na Cidade das Águas terão como
eixo central a gestão, preservação e
recuperação das águas, superficiais
e subterrâneas. Outro objetivo será
a formação de uma nova geração
de líderes na gestão da água. Além
de atender ao Brasil, a Cidade das
Águas tem suas atividades voltadas
também para a América Latina e
para a África de Língua Portuguesa.
Em pronunciamento, o vice-governador, Alberto Pinto Coelho, ressaltou o papel do Unesco HidroEX
para o desenvolvimento sustentável
do estado e do país por meio da educação. “Cumpre-se o princípio complementar, o de ‘pensar localmente
e agir globalmente’, pois o Centro
Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Água Unesco/Hidroex será celeiro de uma
nova geração de líderes na gestão
da água e difundirá a educação ambiental no Brasil e no mundo”, disse.
Já o ministro da Educação, Fernando Haddad, ressaltou a parceria
com o Governo de Minas, já que a
Cidade das Águas é um dos projetos
estratégicos do Ministério da Educação. “Essa parceria entre o Governo
de Minas e o governo federal é histórica, e nunca foi tão forte como nos
últimos anos”, disse.
Pesquisa e Desenvolvimento, que
terá sede na Cidade das Águas e reunirá universidades que se dedicarão
à pesquisa e a projetos relacionados
à água: Ufla (Lavras), UFV (Viçosa),
Ufop (Ouro Preto), UFMG, UFTM (Triângulo Mineiro), UFU (Uberlândia) e
PUC Minas.
Visita às instalações
Condomínio
Durante o evento, o vice-governador autorizou o Unesco HidroEX a
se filiar como membro permanente
do Conselho Mundial de Águas, sediado em Marselha, França, com o
objetivo de fortalecer o compromisso das ações relacionadas à preservação da água.
Alberto Pinto Coelho também
anunciou a proposta de criação do
primeiro Condomínio Temático de
Instituições de Ensino Superior e de
Alberto Pinto Coelho foi recebido
no aeroporto de Frutal pela prefeita
Maria Cecília Marchi Borges (Ciça), ao
som da Banda Municipal Major Lara.
Ele estava acompanhado do ministro da Educação, Fernando Haddad,
e do secretário de Estado de Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior, Narcio
Rodrigues. O vice-governador chegou ao auditório da Uemg de Frutal e, após os pronunciamentos, fez
uma visita para conhecer as instalações do Unesco HidroEX. A
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 17
mercado
política
Alberto Pinto Coelho e o ministro da Educação, Fernando Haddad, durante a assinatura do
documento que oficializou a criação da Cidade das Águas, em Frutal, no Triângulo Mineiro
A inauguração marca a entrada em funcionamento da nova
sede do Centro Internacional de
Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Águas (Unesco
HidroEX). Ele foi criado em 2009
pelo Governo de Minas, com o
objetivo de planejar, coordenar,
executar, controlar e avaliar programas e projetos de defesa e
preservação do meio ambiente,
relativos à gestão das águas e dos
recursos hídricos.
Na nova sede do Unesco HidroEX, além da administração, funcionarão três laboratórios, duas salas
de reunião, cinco salas para projetos, uma sala multimeios, entre
outras dependências. Atualmente,
17 projetos estão sendo executados pelo HidroEX em parceria com
diversas instituições. Juntos, os
projetos envolvem recursos de R$
21 milhões.
18 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Estudo das águas do Triângulo
Durante o evento, também foi
anunciada a parceria do Unesco HidroEX com a Sectes, Embrapa, UFV,
Unifei (Itajubá), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, UFMG,
UFRJ, Copasa e instituições da Alemanha, dentre elas a University of
Applied Science Weihenstephan-Triesdorf e a Technische Universität
Dresden, para estudos das águas
superficiais e subterrâneas do Triângulo Mineiro. O projeto de parceria
custará R$ 2,5 milhões, custeados
pelas instituições alemãs.
A Cidade das Águas terá unidades
avançadas da Agência Nacional de
Águas (ANA), Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), Em-
presa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Instituto Mineiro
de Gestão das Águas (Igam), Instituto
Estadual de Florestas (IEF) e Instituto
Nacional da Água (INA), instituição
esta que ainda está sendo criada pelo
governo federal. Novas entidades
ainda podem participar do projeto.
Espaço Cousteau
A Cidade das Águas vai abrigar o
Espaço Cousteau para as águas, projeto a ser desenvolvido pelo Instituto
Federal do Triângulo Mineiro (IFTM)
em parceria com a HidroEX. Trata-se
de moderna estrutura arquitetônica,
dentro dos melhores padrões internacionais, para abrigar um amplo espaço
de visitação com a exposição das atividades de pesquisa desenvolvidas pelo
Comandante Cousteau pelos rios e
mares do mundo, incluindo o material
de expedição pela Amazônia. B
mercado
medicina
U
Neuronavegador faz
sucesso em Uberlândia
Além de ser utilizado em cirurgias cerebrais complexas, o equipamento
ajuda na fixação de parafusos em casos de intervenção na coluna
Imagem cedida pelo Hospital Santa Genoveva
Por Alitéia Milagres
O objetivo da neuronavegação é ter imagens reais durante a cirurgia das estruturas do cérebro ou
da coluna antes mesmo de iniciar o procedimento, permitindo que o médico vá direto ao ponto,
minimizando, assim, o risco de lesar outras estruturas próximas à área de interesse e retirar o máximo,
ou toda a lesão com maior segurança
20 | Revista MERCADO | Outubro 2011
ma equipe liderada
pelos neurocirurgiões
Samuel Caputo de Castro e Guilherme Duarte
de Castro, do Hospital
Santa Genoveva, de Uberlândia,
realizou com sucesso uma neurocirurgia na cabeça de uma paciente, utilizando um equipamento de
neuronavegação para a remoção de
uma lesão benigna, de localização
profunda no lobo frontal. A tecnologia é de última geração e o procedimento foi inédito na história do
hospital. A cirurgia durou cerca de
duas horas e meia e foi feita numa
mulher de 28 anos, internada em
decorrência de uma crise de dor de
cabeça intensa, rigidez na nuca e
crise epiléptica (quadro de hemorragia cerebral), ocasionada por uma
má formação vascular do sistema
nervoso central, conhecida pela
classe médica como “cavernosa”.
O que acontece
é que, assim
como o GPS
orienta o
motorista com
relação ao
seu destino, o
equipamento
orienta e indica o
caminho (via de
acesso) para o
cirurgião atingir
a estrutura a ser
removida
O médico Samuel Caputo explica
que a tecnologia do neuronavegador
é de última geração e pode ser comparada a um Sistema Global de Posicionamento (GPS): “O que acontece é
que, assim como o GPS orienta o motorista com relação ao seu destino, o
equipamento orienta e indica o caminho (via de acesso) para o cirurgião
atingir a estrutura a ser removida. A
diferença é que com o GPS as coordenadas são postadas em um mapa
que retrata a superfície do solo em
duas dimensões - a estrada -, usando um satélite como referência. Já o
neuronavegador tem uma referência
(como um minissatélite) dentro da
sala de cirurgia e o alvo é localizado
em três dimensões. O ponto a ser
atingido é mostrado “on time” na tela
de um computador, nas imagens da
ressonância magnética previamente
realizada (vide imagem com o mapa
da lesão, na abertura da reportagem).
O procedimento
Na prática, para o procedimento com o neuronavegador, o cirurgião manuseia um instrumento
que transmite um sinal captado
pelo minissatélite. O satélite transmite para o computador. A ponta
do instrumento - naturalmente estéril - é mostrada nas imagens da
Ressonância Magnética (RM) nas
três dimensões armazenadas no
computador ao alcance da visão
do neurocirurgião, direcionando-o
através do caminho a ser percorrido na abertura da pele e do osso
até atingir a lesão. “Assim, conseguimos atuar em áreas com lesões
tumorais profundas do cérebro ou
próximos a áreas nobres, porque
a tecnologia é capaz de direcionar de forma exata os acessos por
onde “o bisturi” pode entrar, a fim
de chegar ao destino final”, disse o
neurocirurgião Guilherme Duarte
de Castro. Segundo ele, além de o
procedimento tornar o trauma cirúrgico menor e a cirurgia mais precisa, ainda garante a qualidade no
tratamento cirúrgico, sem contar
que diminui o tempo da intervenção e a chance de lesões durante o
ato cirúrgico.
Além de ser utilizado para tratar
lesões no cérebro, o instrumento
também pode ser manuseado em
cirurgias de coluna para a fixação
de parafusos, por exemplo, e em
outras especialidades. “Nesse caso,
além da precisão da cirurgia ser
maior que a convencional, a recuperação também acaba sendo mais
rápida”, esclarece Caputo.
A intenção é
simplificar o
procedimento,
tornando a
incisão e o
trauma cirúrgico
os menores
possíveis para
o paciente
Em ambos os casos, os dois
neurocirurgiões, Samuel Caputo e
Guilherme Duarte, são objetivos ao
afirmarem que o aparelho é utilizado em cirurgias eletivas ou aquelas
que não se caracterizam como urgência ou emergência, e o paciente
não corre risco imediato de morte.
“O método não substitui a cirurgia
convencional e a necessidade de
um amplo conhecimento anatômico. É um complemento das técnicas habituais. No caso, a intenção é
simplificar o procedimento, tornando a incisão e o trauma cirúrgico os
menores possíveis para o paciente”,
reforça Caputo. B
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 21
mercado
ciência
tos colocados em suas mãos, ou perceber detalhes táteis das superfícies
do terreno sobre o qual eles passeiam
com a ajuda de um exoesqueleto robótico”, disse Nicolelis.
Foto: Divulgação
(...) no futuro será possível a
pacientes tetraplégicos aproveitar
essa tecnologia não apenas para
mover seus braços e mãos e
voltar a andar, mas também para
sentir a textura de objetos
Foto: AFP Photo/Duke University/Katie Zhuang
Foto: Cristóbal Corral Vega
uma interface cérebro-máquina, implementada em conjunto com um
exoesqueleto robótico de corpo inteiro. A partir de 2012, o projeto será
desenvolvido no Brasil pela equipe
do Instituto de Neurociências de Natal Edmond e Lilly Safra (IINN-ELS). A
ideia é que o Walk Again se estenda
no Brasil pela próxima década.
No Projeto Walk Again, apenas com
o poder do cérebro, os macacos
aprenderam não só a como
controlar um braço virtual, mas
também a sentir texturas de objetos
A força da mente dos macacos
Símios sentem e movem objetos virtuais usando apenas o
pensamento; estudo que faz parte do Projeto Walk Again é liderado
por brasileiro e foi publicado na revista Nature. Novas etapas ocorrem
no Brasil, no Instituto de Neurociências de Natal
Da Redação com Agência
A
história de ficção do recém-lançado filme “Planeta dos Macacos: A Origem” (Rise of the Planet
of the Apes/ Twentieth
Century-Fox Film Corporation/EUA2011), que mostra uma rebelada raça
de macacos superinteligentes, pode
não estar assim tão distante da realidade, não no que depender da cada
vez mais comprovada capacidade
de raciocínio dos símios. No começo
deste mês, o laboratório de neuro-
22 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Para o Dr. Nicolelis, o
“sucesso notável com
primatas é o que nos faz
acreditar que os humanos
poderão realizar a mesma
tarefa com muito mais
facilidade num futuro
próximo”
ciências da Universidade de Duke,
dos EUA, concluiu a segunda etapa
do Projeto Walk Again, cuja meta é
restaurar a mobilidade de pacientes
tetraplégicos e paraplégicos e fazer
um jovem paraplégico dar o pontapé inicial da Copa de 2014. Pela primeira vez, dois macacos conseguiram identificar a textura de objetos
virtuais, além de mover um avatar
usando somente a atividade elétrica do cérebro. Essa demonstração
aconteceu em via de mão dupla, ou
seja, entre o cérebro de um primata
e um corpo virtual. O estudo foi publicado no dia 5 de outubro, no site
da revista científica Nature.
O Projeto Walk Again, liderado
pelo neurocientista Dr. Miguel Nicolelis, faz parte de um consórcio internacional sem fins lucrativos, criado
por uma equipe de cientistas brasileiros, americanos, suíços e alemães,
que visa a restaurar a mobilidade
de corpo inteiro para os pacientes
tetraplégicos. Para tanto, é utilizada
O neurocientista brasileiro Dr. Miguel Nicolelis é quem lidera o
projeto Walk Again que, por meio de experiência com macacos, se
propõe a restaurar a mobilidade de tetraplégicos e paraplégicos
A experiência, na prática
Os macacos, sem mover nenhuma parte do seu corpo real, usaram
a atividade elétrica de seus cérebros
para dirigir as mãos virtuais de um
avatar até a superfície de objetos
virtuais. Uma vez que o contato com
os objetos foi estabelecido, os macacos foram capazes de diferenciar
as texturas destes, expressas como
padrões de sinais elétricos, transmitidos continuamente para o cérebro desses animais. Três diferentes
padrões elétricos correspondiam a
cada uma das três texturas de objetos diferentes.
Pelo fato de nenhuma parte do
corpo real dos animais ter sido envolvida na operação dessa interface
cérebro-máquina-cérebro, os experimentos sugerem que, no futuro,
pacientes severamente paralisados
devido a uma lesão da medula espinhal poderão tirar proveito dessa tecnologia. E isso acontecerá não só para
recuperar a mobilidade, mas também
para ter o sentido do tato restaurado.
“Com a nova etapa do estudo concluída, no futuro será possível a pacientes tetraplégicos aproveitar essa tecnologia não apenas para mover seus
braços e mãos e voltar a andar, mas
também para sentir a textura de obje-
A interação entre o cérebro e um
avatar virtual foi totalmente independente do corpo real do animal, pois
os macacos não mexeram os braços
nem as mãos de verdade. Eles sequer usaram sua pele real para tocar
os objetos e identificar a sua textura.
É quase como a criação de um novo
canal sensorial, por meio do qual o
cérebro pode continuar a processar
a informação que até o experimento
não era mais capaz de realizar.
“O sucesso notável com primatas
é o que nos faz acreditar que os humanos poderão realizar a mesma tarefa com muito mais facilidade num
futuro próximo”, disse Nicolelis. “Esperamos que nos próximos anos essa
tecnologia ajude a restaurar uma vida
mais autônoma para muitos pacientes que estão atualmente bloqueados, sem a capacidade de se mover
ou de ter qualquer sensação tátil”,
explica o neurocientista. A
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 23
mercado
ciência
Avatar do macaco: resultados
fornecem novas evidências
de que é possível criar um
exoesqueleto robótico, para que
pacientes paralisados possam
explorar e receber feedbacks do
mundo exterior
Os resultados fornecem novas
evidências de que é possível criar
um exoesqueleto robótico, para que
pacientes paralisados possam explorar e receber feedbacks do mundo
exterior. Tal exoesqueleto será diretamente controlado pela atividade
cerebral voluntária do paciente, a
fim de permitir que este se mova de
forma autônoma. Simultaneamente, sensores distribuídos em todo o
exoesqueleto geram um tipo de feedback tátil necessário para o cérebro
identificar a textura, a forma e a tem-
peratura dos objetos, assim como
muitas características da superfície
sobre a qual os pacientes andam.
O estudo teve como autores,
além do Dr. Miguel Nicolelis, Joseph
E. O’Doherty, Mikhail A. Lebedev, Peter J. IFFT, Katie Z. Zhuang, todos do
Centro de Neurociência da Universidade de Duke, e Shokur Solaiman
e Hannes Bleuler, da Escola Politécnica Federal da Lausanne (EPFL), em
Lausanne, Suíça. Este trabalho foi financiado pelo Instituto Nacional de
Saúde dos EUA.
Nota
Instituto Internacional de Neurociências de Natal (RN) Edmond
e Lily Safra - Fundado em 2003, o IINN-ELS é um dos melhores
exemplos do salto qualitativo na vida acadêmica e científica
brasileira. Durante esse período, o Instituto tem dado sua
contribuição e mostrado ao Brasil e ao mundo sua capacidade
de produzir e disseminar conhecimento pela via da produção
científica e pelo esforço desenvolvido em vários níveis para
transformar Natal em uma referência mundial de pesquisa
biomédica, de educação científica infanto-juvenil e também num
paradigma de desenvolvimento socioeconômico. B
mercado
agronegócios
que farão parte da política. O trabalho conta com o apoio da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de
Minas Gerais (Fapemig)”, informa.
Napoleão acrescenta que o manual será utilizado por técnicos de
campo da Emater-MG, Epamig e
IMA, instituições vinculadas à Secretaria da Agricultura, bem como pelas
secretarias municipais de Agricultura. “Os técnicos aproveitarão todas
as oportunidades, especialmente
os dias de campo, para repassar aos
produtores as informações contidas
na publicação”, diz o subsecretário.
de pastagem e produção agrícola.
“Em alguns casos, como o do Vale
do Rio Doce, há terras transformadas
em deserto”, descreve o subsecretário. Uma das principais medidas para
recuperar as pastagens é a adoção
do sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) com o
plantio direto, ou seja, sem aração e
gradagem para preparo do solo destinado ao cultivo.
Em pastagens recuperadas por
meio desse sistema, é possível a
manutenção de dois a três animais
por hectare, enquanto nas áreas
degradadas a ocupação possível é
da ordem de 0,3 a 0,5 cabeça por
hectare. Além disso, na agricultura,
estão sendo obtidos, em Minas Gerais, de 120 a 130 sacos de 60 quilos
de milho por hectare em lavouras
com plantio direto em áreas de pastagens recuperadas.
Suporte do conhecimento
Com base no programa que será
apresentado no manual da Política
de Conservação de Solo e Água de
Produtores rurais mineiros serão orientados a desenvolver suas atividades baseadas na Política
Estadual de Conservação do Solo e Água a partir de 2012
Negócios sustentáveis em
campos mineiros
Política de conservação do solo e da água vai orientar produção rural
no estado
Por Agência Estado
A
partir de 2012, os produtores rurais mineiros
poderão desenvolver
suas atividades tendo
como referência a Política Estadual de Conservação de
Solo e Água, que está sendo estruturada sob a coordenação da
Subsecretaria do Agronegócio da
26 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Secretaria de Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Seapa). A elaboração da política - um conjunto de
normas e orientações para a adoção
de boas práticas nas propriedades
agrícolas e pecuárias - foi aprovada
pelo Conselho Diretor das Ações de
Manejo de Solos (CDSOLO) criado
pela secretaria.
Segundo o subsecretário Baldonedo Arthur Napoleão, a política é um
passo indispensável para a criação do
Plano Estadual de Conservação de
Solo e Água. “Atualmente, a subsecretaria está organizando a publicação de um manual com informações
legais, técnicas e gerenciais relacionadas à conservação de solo e água
Minas Gerais, os técnicos vão orientar os agricultores sobre os princípios da erosão, como utilizar o solo,
fazer o manejo da água e adotar
métodos para recomposição das
áreas degradadas.
De acordo com o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário e Silvicultura da Subsecretaria do Agronegócio, Bruno de
Barros Ribeiro de Oliveira, em todas
as etapas do trabalho os agricultores e pecuaristas vão receber informações gerais sobre a importância
da preservação ambiental como fator indispensável à sustentabilidade
de seus programas de produção.
“As práticas de manejo do solo e
uso da água a serem apresentadas no
manual são básicas para o aumento
da produção de alimentos com qualidade”, ressalta o superintendente.
Ele ainda observa que a proposta é
fazer uma publicação de referência,
porque será elaborada com a participação de professores, técnicos e pesquisadores da Universidade Federal
de Viçosa (UFV), Universidade Federal
de Lavras (Ufla) e Emater-MG. B
O subsecretário do
Agronegócio da Seapa,
Baldonedo Napoleão,
diz que os agricultores e
pecuaristas serão induzidos
a utilizar boas ações de
conservação do solo e
da água diante de um
cenário com alto índice de
degradação das áreas de
produção rural
Os contatos, conforme explica
Napoleão, terão por objetivo induzir
os agricultores e pecuaristas a utilizar
boas ações de conservação do solo e
da água diante de um cenário com
alto índice de degradação das áreas
de produção rural. Dados da Emater
mostram que, em Minas Gerais, estão degradados ou em processo de
degradação entre 5 e 6 milhões de
hectares, cerca de um terço da área
Na região do Vale do Rio Doce, no norte do estado, há
terras que foram transformadas em deserto, segundo alerta
Baldonedo Napoleão
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 27
mercado
capa
(Ana Paula Procópio Junqueira), Comunicação Social e Estratégia (Ana
Paula Procópio Junqueira), Administração (Marli Vieira da Silva Melazo),
Desenvolvimento Social (Iracema
Barbosa Marques), Agropecuária e
Abastecimento (Valkíria Borges Naves Lorena), Cultura (Mônica Debs
Diniz) e Meio Ambiente (Raquel
Mendes Carvalho).
O prefeito Odelmo Leão enfatiza
que sua escolha foi puramente técnica, mas ressalta que é uma característica dele ter sempre mulheres
desempenhando funções estratégicas ao seu lado. “Desde o primeiro
mandato, em 2005, tenho sempre
trabalhado com as mulheres. Isso
pela dedicação, competência, eficiência, zelo e responsabilidade delas
na área profissional”, disse. Odelmo
Leão completou dizendo que reconhece esses predicados femininos.
“E onde pude contar com as servidoras públicas, aproveitei para mostrar
que há uma valorização do seu dia a
dia. Das seis secretárias, três são servidoras”, afirmou.
As “mulheres” do Odelmo
Sexo frágil, que nada. Na prefeitura de Uberlândia, quase metade das
secretarias municipais são comandadas por mulheres que, alinhadas
ao prefeito Odelmo Leão, são prova de que competência também
pode estar de saia, batom e blush
Para todas elas, a escolha do
prefeito, muito mais do que estratégia política, é baseada na confiança e no respeito ao trabalho que
elas realizaram ao longo de suas
vidas. As secretárias concordam
que é uma mudança revolucionária de comportamento, pois até 24
de fevereiro de 1932 as mulheres
não votavam, embora concordem
também que a presença do sexo
feminino nas instâncias de decisão
política deveria ser maior. Até 2009,
no Brasil, as mulheres representavam apenas 9% da Câmara Federal
e cerca de 12% dos assentos nas
Assembleias Legislativas. Já nas Câmaras Municipais, eram 12%; e nos
executivos municipais, 9%.
A primeira-dama, Ana Paula Junqueira, que acumula as secretarias
de Governo e Comunicação Social
e Estratégia, reforça que o prefeito sempre valorizou as mulheres e
lembra que quando Odelmo Leão
foi líder do governo na Câmara dos
Deputados, em Brasília, por oito
anos consecutivos, o gabinete da
liderança era chefiado por uma mulher. E no escritório particular dele,
Leila Guimarães era a chefe de gabinete “Com o Odelmo, a mulher
tem vez, voz e toma decisões. Não
há imposições. Com ele, elas podem
discutir”, ressaltou.
No entanto, Ana Paula ressalta
que a participação da mulher na política ainda precisa melhorar, já que
elas são a maioria das eleitoras. No
Brasil, nas últimas eleições, pouco
mais de 70,3 milhões eram eleitoras,
representando 51.82% do total de
135,8 milhões de eleitores. Em Minas, o porcentual de mulheres era
de 51.33%, ou seja, 872,5 mulheres
para um universo de 14,5 milhões
de eleitores.
A polivalente secretária diz ainda
que é contra a lei que determina um
percentual de participação feminina
nos partidos. Para ela, a mulher tem
que ter consciência da importância
de sua participação na política, sem a
obrigatoriedade de participar. “É preciso gostar do que se faz, pois com
amor faz-se bem feito”, acrescentou. A
“Desde o primeiro mandato,
em 2005, tenho sempre
trabalhado com as mulheres.
Isso pela dedicação,
competência, eficiência, zelo
e responsabilidade delas na
área profissional”
Por Margareth Castro
U
berlândia, no Triângulo
Mineiro, é a segunda
maior cidade do interior
de Minas Gerais. Foi, em
setembro, o quarto município que mais gerou emprego; é
a primeira cidade do estado e a segunda do país em saneamento básico; em 2009, foi eleita a cidade de
melhor transporte público do Brasil;
e recebeu também o prêmio “Destaque de Ouro”, na performance
aterro sanitário. E esses são apenas
alguns destaques do município, que
28 | Revista MERCADO | Outubro 2011
está entre os que apresentam os melhores índices de desenvolvimento
em território nacional. A conquista
disso é o reflexo do trabalho do prefeito Odelmo Leão (PP) que, em seu
segundo mandato, procura dividir
com o seu secretariado os méritos
do sucesso na sua administração.
Mas chama a atenção o fato de que
das 16 secretarias municipais, sete,
quase a metade, são ocupadas por
mulheres, escolhidas, principalmente, pela competência técnica, segundo define o próprio prefeito.
É perceptível a presença feminina na Administração Municipal de
Uberlândia. Excluindo o segundo escalão, são seis as mulheres de Odelmo - uma delas acumula a direção de
duas secretarias - à frente de cargos
estratégicos. Diferentemente do que
ocorre em outras prefeituras do país,
onde elas são escolhidas normalmente para exercer cargos relacionados ao social, em Uberlândia, as
mulheres estão em secretarias estratégicas. São comandadas pelo sexo
feminino as secretarias de Governo
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 29
mercado
capa
Outras mulheres
O reconhecimento pelo trabalho das mulheres em seu governo é tão verdadeiro, que durante
Viviane Guimarães de Oliveira
a entrevista, o prefeito Odelmo
Leão citou duas mulheres cujas
participações são relevantes para
a administração municipal.
Viviane Guimarães de Oliveira,
chefe do controle interno e servidora municipal há 19 anos, é responsável pela arrecadação e execução da administração, ou seja,
é o órgão fiscalizador interno. “Eu
não faço nada sem ela aprovar”,
disse Odelmo Leão.
A outra mulher citada pelo
prefeito é Leila Magalhães, diretora de Administração da Secretaria
Municipal de Saúde. Servidora pública federal, ela está há 20 anos
com o prefeito. Ela mudou-se para
Uberlândia há 18 meses, e é responsável pela área mais técnica
da Secretaria de Saúde.
“Conheci o prefeito Odelmo
Leão em Brasília e gosto de trabalhar com ele porque ele tem senso
de observação, deixa metas claras”, observa Leila Magalhães.
Leila Magalhães
Perfis: quem são as secretárias municipais
Ana Paula Junqueira,
secretária municipal de
Governo e de Comunicação
Social e Estratégia
30 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Ana Paula Junqueira é esposa do prefeito Odelmo Leão e
tem uma filha de 19 anos desse
relacionamento. Presidente do
Partido Progressista (PP) em Uberlândia, tomou gosto pela política
desde que começou a trabalhar
na Federação de Agricultura de
Minas Gerais (Faemg), já na área
de assessoria de comunicação.
“Gosto de política, dos bastidores,
da organização. Mas trabalho apenas para quem gosto e em quem
acredito”, disse.
No ano passado, surgiram comentários na cidade de que ela seria a sucessora do prefeito, o que
ela descarta veementemente. “Não
tenho pretensões políticas, não
pretendo ser candidata a nada.
Gosto das articulações. Foi um assunto que surgiu talvez por eu estar à frente da secretaria de Governo, mas que já passou”, explicou.
Tímida e com um jeito simples,
diz que acumular as funções de primeira-dama do município e duas
secretarias para ela é normal e que
vê este como um trabalho como
qualquer outro, que exige responsabilidade, compromisso, dedicação. “Das três funções, a que exerço menos é a de primeira-dama”,
avaliou. Para ela, cada área tem a
sua importância e peculiaridades.
“Das três
funções, a que
exerço menos
é a de primeiradama”
Na secretaria de Governo, Ana
Paula é responsável por checar toda
a documentação que chega à prefeitura antes de ir para o prefeito. A
Secretaria é responsável ainda por
integrar todas as outras secretarias,
para que trabalhem em rede. “Faço
a parte burocrática. O trabalho é
uma rotina”, disse.
Já na Secretaria de Comunicação e Estratégia, Ana Paula ajuda a
organizar as pautas e a fazer o meio
de campo com a imprensa. Ela assumiu a pasta há cerca de um ano e
meio e para os servidores que trabalham com ela, não poderia haver
pessoa melhor para assumir a Secretaria. “Por ter acesso a todos os
papéis que chegam à prefeitura e
estar ao lado do prefeito, ela, mais
do que ninguém, sabe o que acontece dentro da prefeitura e o que
deve e como deve ser divulgado
para a comunidade”, afirmou o jornalista Marden Rangel.
Ana Paula Junqueira nasceu em
Varginha e criou-se em Caxambu.
Formou-se em Relações Públicas
pela Faculdade Newton Paiva, em
Belo Horizonte, e depois de trabalhar na Faemg e com vários políticos,
como Tancredo Neves e Alísson Paulinelli, foi trabalhar com o prefeito
Odelmo Leão, na época, deputado
federal, em Brasília. Há 16 anos veio
morar em Uberlândia.
Mesmo com vários parentes na
política, Ana Paula não acredita que
isso a tenha influenciado a gostar
de política e a trabalhar com ela.
“Sempre fui uma pessoa futriqueira,
inquieta, que gosta de aprender as
coisas”, justificou. Faltando pouco
mais de um ano de mandato, ela
diz que o principal desafio à frente
das secretarias é concluir o que já
está sendo feito da melhor maneira possível. Para quando terminar
o mandato, ela também já tem planos. “Vou cuidar dos meus cavalos”,
concluiu com uma risada.
Aos 72 anos, a uberlandense
Marli Melazo sempre foi uma mulher à frente do seu tempo. Fez
Marli Vieira da Silva Melazzo,
secretária municipal de
Administração
curso técnico de Contabilidade em
uma época em que as mulheres faziam apenas o Normal; depois cursou a faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de
Uberlândia (UFU), sendo aluna da
primeira turma do curso de Ciências
Contábeis e Econômicas.
Marli Melazo começou a trabalhar antes dos 18 anos, aposentou-se como docente em junho de
1991, mas continuou sua rotina até
decidir-se, em 2005, a ficar em casa
e descansar. Mas, em 2006, recebeu
o convite do prefeito Odelmo Leão
para assumir a Secretaria de Administração e topou mais esse desafio, mesmo não sendo da política
partidária. “Não tenho pretensões
políticas, sou técnica, gosto de trabalhar”, enfatizou.
Apesar de ter desenvolvido uma
carreira acadêmica, Marli Melazo
sempre atuou na área contábil e
financeira. Exerceu cargos administrativos, como chefe de departamento, coordenadora de curso,
vice-diretora de faculdade, pró-reitora administrativa. Além da área
pública, também tem experiência
na iniciativa privada. Trabalhou
por 15 anos em um laboratório de
produtos farmacêuticos, 10 anos na
Encol e 3 anos na faculdade Esamc,
de Uberlândia. “O convite para assumir a Secretaria de Administração
me pegou de surpresa, mas foi uma
honra aceitá-lo”, disse.
Marli Melazo foi nomeada secretária em 7 de dezembro de 2006, ainda no primeiro mandato do prefeito
Odelmo Leão, e depois foi convidada a permanecer no segundo mandato. Ela diz que a Secretaria exige
conhecimento técnico e é uma Secretaria “pesada”, que atende toda
a prefeitura em determinadas áreas.
“A prefeitura tem entre 12 e 13 mil
servidores, todos sob a responsabilidade da Secretaria. São várias diretorias e núcleos”, contou.
“Não tenho
pretensões
políticas, sou
técnica, gosto
de trabalhar”
Apesar de ter fugido aos padrões da época, Marli Melazo diz
que não vê diferença de capacidade
entre um homem e uma mulher, e
enxerga o fato de ter sido escolhida para assumir a pasta com normalidade, pois isto se deu baseado
em suas experiências profissionais.
“Não sou feminista. Acredito que
temos como ocupar os nossos lugares. Sempre soube o que queria e
fui atrás. Temos que buscar nossas
competências”, disse.
Além do número de servidores
e obrigações junto à Secretaria, um
dos maiores desafios da secretária é administrar um orçamento de
aproximadamente R$ 67 milhões e
com previsão em 2012 para R$ 74
milhões. Para ela, em todos esses
anos como secretária, foram vários A
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 31
mercado
capa
os desafios, entre eles regularizar,
regulamentar e organizar o processo
de gestão em várias áreas. Ao assumir, teve a liberdade para escolher
as chefias de setores, mas preferiu
manter as que já estavam e diz que
o trabalho que realizou até agora só
foi possível graças à equipe que tem,
formada por pessoas de confiança,
que têm ideais, objetivos. “Não tenho medo de propor, de discutir. Há
liberdade para se chegar às melhores decisões”, completou.
Até o fim do mandato, Marli Melazo tem como meta terminar os
projetos já iniciados, promover mais
um concurso, que deve sair até fevereiro, fazer o reprojeto da área de
compras, armazenagem e distribuição e ainda fazer o levantamento e
organização de bens e imóveis da
Diretoria de Patrimônio. “Quero deixar tudo organizado para o próximo
que assumir”, admitiu, completando
que a partir de 2013 pretende ficar
quieta, curtindo sua aposentadoria.
professora e diretora do Conservatório Estadual de Música Cora Pavan Capparelli por 10 anos e sempre esteve
em contato com a cultura da cidade.
À frente da Secretaria Municipal
de Cultura desde o primeiro mandato do prefeito Odelmo Leão, filiou-se ao Partido Progressista (PP), mas
afirma não ter nenhuma pretensão
política, embora venha de uma família tradicional de políticos. “Sempre recebi convites para me filiar a
vários partidos e agora decidi fazer
parte de um grupo em que tenho
contato com as pessoas e gosto do
trabalho”, justificou.
A Secretaria de Cultura tem 26
anos de criação, e quando Mônica
Debs assumiu, ela tinha um orçamento de 0,6% e passava por uma
estruturação. Hoje, o orçamento
é de quase 1%, cerca de R$ 12 milhões, e a Secretaria tem 300 servidores. Para Mônica Debs, o maior
desafio em se trabalhar com cultura
é estabelecer políticas públicas que
tenham equilíbrio entre a classe artística e o poder público.
“Uberlândia
é (...) onde
as pessoas
têm sede de
cultura”
Mônica Debs Diniz, secretária
municipal de Cultura
Mônica Debs é natural de Araguari, mas sempre morou e estudou
em Uberlândia. Formada em licenciatura plena em Educação Artística
e com bacharelado em Música, foi
32 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Entre as realizações de sua gestão, estão a criação do Conselho
de Cultura, o estabelecimento de
programas que abrigam uma série
de projetos, a realização da Conferência Intermunicipal e Municipal
de Cultura, a restauração da Casa da
Cultura e do Mercado Municipal, a
digitalização do acervo da Biblioteca Municipal, a reforma do imóvel
da Banda Municipal e vários outros.
Além disso, ela destaca os dois ônibus-biblioteca e ressalta que Uber-
lândia é a única cidade que tem
duas bibliotecas volantes.
Mesmo com todas essas realizações, os desafios até o fim do mandato não são poucos. Mônica Debs
destaca o término das obras até novembro de 2012 do Teatro Municipal
e a continuidade de projetos, como
as Oficinas de Palco Móvel, que levam cultura aos bairros mais distantes da cidade, e o projeto Cinema
para Todos. Segundo a secretária, o
cenário cultural de Uberlândia é muito diferente do encontrado em 2005.
“Uberlândia é uma colcha de retalhos
dentro da área cultural, uma cidade
surpreendente, onde as pessoas têm
sede de cultura e onde a cultura ocupa espaços públicos”, concluiu.
Iracema Barbosa Marques
- secretária municipal de
Desenvolvimento Social
Formada em Comunicação Social
pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), em Belo Horizonte,
Iracema Barbosa teve contato com
a área social ainda na faculdade, durante estágio na faculdade de Medicina e depois na Fundação Mendes
Pimentel. Tomou gosto pelo social
e mesmo tendo trabalhado alguns
anos na sua área de formação, em veículos de comunicação, como o jornal
Primeira Hora, onde foi repórter, e na
TV Paranaíba, também como repórter
e depois editora-chefe, foi na Secretaria de Desenvolvimento Social que se
realizou profissionalmente.
Servidora municipal, Iracema Barbosa diz que o convite para assumir a
pasta de Desenvolvimento Social foi
um reconhecimento do trabalho que
ela vem realizando há anos, já que
atuou em todas as áreas da Secretaria. “É um reconhecimento e o que
temos que fazer é devolver isso com
trabalho”, completou.
Filiada ao PP, a secretária diz que
todo ser é essencialmente político e
que é necessário participar da política
partidária. Para ela, as mulheres precisam se conscientizar da força que
têm, tanto na questão de população
eleitoral quanto efetiva. Mesmo sendo uma pessoa engajada na política,
Iracema Barbosa afirma que não tem
pretensões políticas, porque gosta de
atuar nos bastidores.
“É um
reconhecimento
e o que temos
que fazer é
devolver isso
com trabalho”
Entre os desafios da pasta, Iracema Barbosa ressalta que suprir as demandas que surgem em uma cidade
que cresce em grandes proporções é
o mais difícil, mas diz que todo o esforço é gratificante quando se consegue mensurar os resultados. Exemplo
disso são as mais de 30 mil pessoas
que receberam qualificação profissional nestes seis anos de governo, por
meio dos projetos sociais da Secretaria. Até o fim do mandato, pretende
implementar outros três projetos, os
quais não revelou, e diz que o maior
desafio é concretizar e ampliar o trabalho que já está sendo realizado
com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas menos favorecidas. Quer terminar o mandato
com a certeza do dever cumprido.
Para ela, o fato de o prefeito Odelmo Leão ter escolhido tantas mulheres para administrar a cidade juntamente com ele mostra o quanto é
uma pessoa sábia e sensível. “Ele sabe
que as pessoas que estão com ele são
as que poderão trabalhar e dar uma
resposta para o que ele exige, independente do sexo. “É um exemplo de
político para o Brasil”, elogiou.
Walkíria Borges Naves
Lorena, Secretária Municipal
de Agropecuária e
Abastecimento
Walkíria Naves, Secretária Municipal de Agropecuária e Abastecimento, é o que se pode dizer a pessoa certa no lugar certo. Formada em
Veterinária pela Universidade Federal
de Uberlândia (UFU), natural de Indianópolis (MG) e filha de produtores
rurais, ela sempre teve o pé na zona
rural. E orgulha-se de conhecer e vivenciar as necessidades do homem
do campo, o que, ela garante, ajuda
muito no desenvolvimento de seu
trabalho, no dia a dia e nas decisões
que toma. “Sou técnica, política exige
profissionalismo”, disse. Embora seja
filiada ao PP há três meses, garante
não ter pretensões de se candidatar a
nenhum cargo político.
Walkíria Naves também tem experiência na área política. Foi secretária de Obras e Fomento na área rural
em Bom Jesus de Goiás. Em 1994, veio
para Uberlândia e prestou concurso
para o cargo de médica veterinária,
no qual passou em primeiro lugar.
Trabalhou em praticamente todas as
áreas da Secretaria de Agropecuária
e Abastecimento, como o Serviço de
Inspeção Municipal (Sim), a Diretoria
de Abastecimento e Inspeção e a Assessoria de Projetos. Assumiu o cargo
em abril deste ano e acredita que o
convite veio por trabalhar na área de
projetos, ter conhecimento técnico e
experiência na execução prática. “Na
agricultura não se trabalha apenas
com o produtor. Trabalha-se na cadeia produtiva”, disse.
Em 2006, foi realizado um levantamento rural para conhecer o
público da Secretaria. Agora, esse levantamento está sendo refeito para
atualizações. “Esse é um grande desafio para a área, porque Uberlândia
tem um desenvolvimento ímpar e
a política pública para a zona rural
é diferente”, disse Walkíria Naves.
Segundo ela, o setor rural é muito
dinâmico, muda constantemente,
porque depende de mercado. “Precisamos acompanhar o campo, porque
o produtor rural precisa de geração
de renda, infraestrutura, agilidade,
modernidade. Para o produtor rural, é preciso criar oportunidades e
mostrar-lhe que há caminhos para o
desenvolvimento”, explicou.
“O produtor
rural precisa
de geração
de renda,
infraestrutura,
agilidade,
modernidade” A
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 33
mercado
capa
Para conseguir implementar todos os projetos propostos,
Walkíria Naves precisa administrar um orçamento de pouco
mais de R$ 9,4 milhões e cerca
de 100 servidores. Para o ano que
vem, está previsto um orçamento
de mais de R$ 11,2 milhões. Além
das reestruturações que foram
feitas e de fortalecer alguns projetos, como o resgate de parcerias com sindicatos, associações e
conselhos comunitários, Walkíria
Naves tem grandes desafios pela
frente. Entre eles está a conclusão do levantamento rural e o
plantio de um milhão de mudas
de eucalipto, que inclui a doação
da muda, a preparação do solo e
a assistência técnica ao produtor
rural. Esse projeto tem um prazo
de quatro meses para ser implantado em função do período chuvoso. Serão 600 hectares de eucalipto plantados.
Outro projeto é incentivar a
produção e a venda de frango
caipira no município, com requisitos da defesa sanitária e carac-
Raquel Mendes Carvalho Secretária Municipal de Meio
Ambiente
34 | Revista MERCADO | Outubro 2011
terísticas de segurança alimentar. Tem também o Programa
de Inclusão Produtiva a partir de
2012, cujo objetivo é dar oportunidade ao filho do produtor de
estudar e de se qualificar e o projeto de turismo rural. O objetivo
é despertar no produtor rural o
empreendedorismo.
Natural de Uberlândia, Raquel Mendes Carvalho formou-se em Arquitetura na Universidade Estadual de Londrina (PR)
e especializou-se na PUC de
Campinas em Gestão e Desenho
Urbano. Em 1991, entrou para a
prefeitura em um cargo comissionado, mas em 1995 prestou
concurso para a área.
No currículo profissional há
algumas experiências, como assessora de planejamento, meio
ambiente e trânsito, na área de
urbanismo. Raquel Mendes participou de alguns projetos importantes na cidade, como o corredor de ônibus da Avenida João
Naves de Ávila, os projetos dos
parques Siquierolli e Linear do Rio
Uberabinha e ainda do replantio
de árvores de grande porte, com
aproveitamento de 78% das espécies transplantadas. Com todas
as suas responsabilidades frente
à Secretaria, Raquel Mendes precisa se desdobrar para atender os
clientes de seu escritório.
Raquel Mendes assumiu a
gestão da secretaria há 2 anos
e 3 meses e confessa que ficou
surpresa com o convite. “Sempre
me vi muito técnica, mas parceira, independente do cargo que
exercia”, disse. Com um orçamento em 2011 de aproximadamente
R$ 5 milhões e com previsão para
2012 de R$ 6,05 milhões, Raquel
Mendes diz que muitos projetos
são viabilizados por meio de parcerias. A secretaria tem 160 servidores que, segundo ela, formam
uma equipe integrada.
“Sempre me vi
muito técnica,
mas parceira,
independente
do cargo que
exercia”
Entre os projetos viabilizados
no período de sua gestão, a secretária destaca a implantação da
coleta seletiva e o trabalho realizado com os catadores de recicláveis. Outro desafio foi a gestão de
pessoas. “Foi um grande aprendizado, mas a equipe tem me ajudado a crescer”, disse.
Empolgada com o trabalho e
a profissão, Raquel Mendes, que
é solteira, diz que sempre foi uma
workaholic e, por isso, não teve
muito tempo para se dedicar à
vida pessoal. Ela mora com a mãe
e conta que é ela que a tem ensinado a estabelecer medidas.
Para o próximo ano, Raquel
Mendes tem como meta concluir a
construção dos galpões da coleta
seletiva e ainda terminar as obras
do Parque Linear do Uberabinha
e dos outros parques da cidade,
além de dar andamento ao plano
de arborização do município, que
já foi aprovado pelo Codema.
“Os desafios no poder público são diferentes. As obras são
maiores, com recursos vultosos
e avaliações a longo prazo. Mas
é um trabalho extremamente
gratificante. É bom andar pela cidade e ver que um projeto meu
resultou em uma solução para a
população. Sei de cada árvore
que plantei nesta cidade”, disse
Raquel Mendes. B
mercado
trabalho
De hobby à profissão
Geralmente, as pessoas escolhem a área de atuação de acordo com
suas aptidões, aquilo que chamamos de vocação. Mas pode surgir o
interesse por áreas distintas daquela escolhida anteriormente; assim,
o que começa como um hobby pode tornar-se uma profissão
Por Ana Paula Horta | Fotos: Henrique Gualtieri
O
dicionário define profissão como atividade
desenvolvida em conformidade com a própria vocação. De fato,
quando alguém escolhe a área na
qual vai trabalhar por um longo período, e quem sabe até a vida toda, a
aptidão é a primeira coisa observada. Contudo, ao longo dos anos, as
pessoas adquirem mais experiências
e maior maturidade, e podem vir a
descobrir interesses em outras áreas.
Assim, surgem os hobbies, atividades
que geralmente não visam ao retorno
financeiro, mas à satisfação pessoal.
Do domínio da arte exata, nasceu
o dom para a arte criativa. Foi assim
que o engenheiro César Lins tornou-se o artista plástico César Lins. O que,
no começo, era um simples hobby, virou trabalho de verdade. E César não
deixou de lado os conhecimentos da
área de engenharia, pelo contrário,
ele os usa para dar vida e forma à sua
arte. “Como trabalho com esculturas
em metal, os conhecimentos adquiridos na engenharia me permitem criar
e materializar minhas criações e projetos”, explica o artista.
E não foram poucas as informações e os conhecimentos técnicos
que o profissional buscou na sua primeira formação, a de engenheiro. “Do
campo das ciências exatas, trouxe a
visão concreta e objetiva que, unida à
abstração da arte, me permite ter um
espectro amplo e mais rico. As técnicas industriais, tal como usinagem,
soldagem e pintura, assim como os
conhecimentos de materiais, me permitem concretizar meus projetos com
maior facilidade”, conta.
Segundo o artista, para criar esculturas em aço sensíveis à decoração
e à arquitetura, a técnica é essencial
na hora de traduzir o que ele capta
do ambiente ou da necessidade do
O que antes era apenas um hobby tornou-se uma profissão
consolidada para César Lins
cliente: “A arte, na verdade, é a materialização da expressão humana, das
suas emoções e percepções. Sendo
assim, a técnica é fundamental para
recriar de forma fidedigna as necessidades e intenções do artista”.
Para César, ter conhecimentos
em outro campo é excelente para
o pleno desenvolvimento do seu
trabalho: “Esses conhecimentos
agregam valor ao trabalho do artista, imprimindo nas obras determinadas características que as tornam mais ricas e completas. Como
atuo em campos completamente
opostos - engenharia e arte -, consigo ter uma visão mais completa
das questões que permeiam, principalmente, o deslocamento entre
o concreto e o abstrato, peculiaridade que proporciona equilíbrio e
serenidade na hora de idealizar as
esculturas”, encerra. B
O ex-engenheiro, e agora
artista plástico, César Lins
Título: #98
Dimensão: 55x27x27 cm
36 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Material: aço pintado - amarelo
Ano: 2009
Série: 12
Cod.: #98
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 37
mercado
gestão
Você sabe o que é o BA
(Business Analytcs)?
Como o conceito de análises preditivas pode mudar a gestão de TI
Da IT4CIO
A
pós o crescimento e
aceitação do BI (Business Intelligence) no
mercado
brasileiro,
outro conjunto de técnicas e ferramentas desponta como
método importante para a boa gestão organizacional: o BA (Business
Analytics), que consiste na realização
de análises preditivas, juntando al-
goritmos e mineração de dados para
gerar conhecimento futuro, tendências e previsões. A frase mais utilizada para demarcar a diferença entre
BI e BA é “com o BI, olha-se para o
passado. Com o BA, para o futuro”.
“Ainda não adotamos nenhuma
tecnologia de BA, mas com certeza
será interessante pensar nisto num
futuro próximo. O grande benefício
que vislumbro é de passar o enfoque
estratégico da produtividade para a
competitividade, do “espelho retrovisor” (reação) para uma visão preditiva (pró-atividade)”, afirma Maurizio
Calcopietro, CEO da Ferrero.
Historicamente, o conceito de
BA nasceu dentro de comunidades
científicas que debatiam a necessidade de avaliar informações organi-
zacionais em tempo real, baseadas
em complexos modelos matemáticos, para tentar prever o futuro das
empresas. O diferencial é que, com
o BA, é possível analisar informações
de diversas fontes externas, incluindo as redes sociais.
Uma das aplicações mais importantes do BA é que as análises, em
vez de apenas ajudar na resolução
de um problema histórico, podem
servir para identificar oportunidades futuras de negócio, auxiliando na tomada de decisões rápidas
diante de um grande volume de dados e informações.
É o caso da Sicredi. “Neste momento, estamos aprimorando nossas tecnologias, construindo uma
arquitetura orientada a serviços, utilizando ferramentas de ponta para as
camadas de Processos de Negócio,
Workflow e Gestão de Documentos.
Nosso objetivo será atingido com
a expansão do BA e as vantagens
competitivas que essa técnica oferece”, observa Denilson Mascarenhas,
diretor executivo de TI e Serviços do
Banco Cooperativo Sicredi.
CRM com BA: uma arma poderosa
Outra aplicação nova e potente
do Business Analytics é uni-lo às ferramentas de CRM (Customer Relationship Management) já usadas em
larga escala dentro das organizações
e responsáveis, muitas vezes, pelo
armazenamento de grande quantidade de dados de consumidores e
fornecedores.
Se o CRM da empresa já for do
tipo que capta informações de redes sociais, melhor ainda. Assim, a
empresa consegue usar os dados do
CRM para melhorar a interação com
os clientes. Outro benefício é que a
movimentação pode ajudar a gerar
vendas adicionais no caso de contato dos clientes, já que análises de
dados de clientes são recebidas e visualizadas em tempo real.
O caso da BCBS
Um dos casos recentes de grande repercussão nacional é a utilização do conceito de BA pela BCBS
(Blue Cross and Blue Shield System).
A empresa atua no segmento de
seguro saúde e acumulou grande
quantidade de reclamações durante os anos.
Foi então que, a partir de um
enorme banco de dados consolidados com todas as informações
sobre seus clientes (hoje tido como
um dos maiores de dados de saúde no mundo, com informações de
mais de 100 milhões de pessoas),
a Blue Cross passou a gerenciar de
modo diferenciado e competitivo
seus custos.
Segundo a empresa, grande
parte dos custos vinha dos cuidados dispensados a portadores
de doenças crônicas. Cerca de 5%
dos usuários dos seguros respondiam por 55% dos custos. Com
as informações obtidas por ferramentas de BI e BA, a empresa,
hoje, consegue identificar antes
do contrato quais são os clientes
mais predispostos a desenvolver
uma doença crônica.
Agora, dados anteriores mostram a probabilidade de se desenvolver algumas doenças, tais como o
diabetes. Assim, a empresa utiliza os
dados para localizar médicos especializados em doenças crônicas mais
próximos dos pacientes de alto risco,
reduzindo o custo com tratamentos
caros e de longo prazo.
Mercado
Denilson Mascarenhas, diretor executivo de TI da Sicredi,
empresa que já utiliza o BA entre suas ferramentas de gestão
Apesar de ainda estar nos estágios iniciais, analistas afirmam
que o BA anda ganhando cada
vez mais espaço no mercado
brasileiro. Por aqui, os maiores
desafios ainda são encontrar as
melhores combinações de dados
e ferramentas. B
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 39
mercado
inovação
Minas possui 84 Centros
Vocacionais Tecnológicos (CVTs)
em 81 municípios e, apesar de
ser a maior rede do Brasil, será
ampliada para 104 CVTs
De acordo com o secretário, a
Sectes coordena quatro importantes Arranjos Produtivos Locais (APLs)
focados em tecnologia e inovação:
biotecnologia,
eletroeletrônicos,
bioenergia e software. Ele ressaltou
a existência das incubadoras e dos
parques tecnológicos de Viçosa - já
inaugurado - Belo Horizonte e Itajubá - que serão inaugurados nos próximos meses -, além dos parques de
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
versidade do Estado de Minas Gerais
(Uemg), que deverá encampar seis
fundações do interior que já utilizam
a chancela Uemg.
Narcio Rodrigues disse que
há grande interesse do governo
mineiro em continuar atraindo
centros de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P, D &
I) para o estado. Lembrou que
Minas possui 84 Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs) em
81 municípios. Apesar de ser
a maior rede do Brasil, ela será
ampliada para 104 CVTs, que
serão transformados em polos
de educação a distância para
oferecer a todos os cidadãos a
possibilidade de fazer um curso
superior e de ganhar espaço no
mercado de trabalho.
Governo de Minas e FIEMG
unidos pela inovação
Da Agência Minas
O
Governo de Minas
pretende estreitar ainda
mais a relação com o
segmento empresarial
e trabalhar por uma
maior aproximação deste com a
universidade e centros de pesquisa.
Esse foi um dos compromissos
firmados pelo secretário de Estado
de Ciência, Tecnologia e Ensino
40 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Superior, Narcio Rodrigues, junto à
diretoria da Federação das Indústrias
do Estado de Minas Gerais (FIEMG),
para que a inovação chegue à
sociedade com mais rapidez. A
reunião aconteceu este mês na sede
da FIEMG, em Belo Horizonte.
Com a presença de toda a diretoria da FIEMG, inclusive dos vice-presidentes regionais, o secretário
falou da plataforma do Governo do
Estado para os setores de tecnologia e inovação e da preocupação
em fazer com que os projetos possam apresentar resultados efetivos.
Ele citou a Cidade da Ciência e do
Conhecimento; a Rede de Inovação
Tecnológica e Cidadania Digital; a
Cidade das Águas e a expansão do
ensino superior, por meio da Uni-
O presidente da FIEMG, Olavo Machado, prontificou-se em ser
parceiro do Governo de Minas e em ampliar a relação com a Sectes
Uberaba, Juiz de Fora e Lavras.
Narcio Rodrigues explicou ainda a importância dos polos de excelência do Leite, Café, Mineral e
Metalúrgico, Florestas, Recursos
Hídricos, Genética Bovina e Inovação Ambiental, este último recentemente lançado pelo Governo de
Minas em parceria com Instituto
Inhotim, em Brumadinho. E, por
fim, falou sobre os Polos de Inovação e do Teia MG, que trabalha a
construção da cidadania digital e a
formação de empreendedores.
O presidente da FIEMG, Olavo
Machado, colocou-se como parceiro do Governo de Minas e manifestou interesse em ampliar a relação
com a Sectes, considerada pela
entidade empresarial como fundamental no processo de inovação da
indústria mineira. No que se refere
à parceria estabelecida entre a Fundação Centro Tecnológico de Minas
Gerais (Cetec) e o Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (Senai), Machado antecipou que está
conhecendo diversas experiências
bem-sucedidas no exterior para
implantá-las em Minas, levando em
consideração a realidade local.
Outros pontos da agenda conjunta da Sectes e FIEMG foram colocados pelo secretário Narcio Rodrigues, como a bienal do design,
que será sediada em Minas Gerais;
o complexo aeronáutico, que integrará os polos de Itajubá, Tupaciguara e Lagoa Santa; e o aeroporto
de Goianá, na Zona da Mata. A reestruturação da Uemg com uma vertente na inovação foi amplamente
reconhecida como necessária pelo
empresariado, sobretudo com investimentos em novos cursos para
tecnólogos e engenheiros.
O Sul e o Noroeste de Minas,
por meio das regionais da FIEMG,
pediram ao secretário que a Sectes
esteja presente em ações de inovação nessas regiões. Narcio Rodrigues
ressaltou a importância da articulação política para que o Governo de
Minas possa chegar mais perto da
sociedade e beneficie os segmentos
interessados na inovação e na construção da cidadania. B
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 41
mercado
decoração
Funcionalidade e beleza
Os nichos são uma boa pedida para organizar os ambientes de forma
fácil e prática. Esse recurso pode ser personalizado e transmitir um clima
moderno, extrovertido ou clássico, dependendo da intenção do morador
O
timizar os espaços. Eis
o grande desafio da
decoração atualmente.
Mais do que nunca, o
ambiente precisa ser
bonito e funcional. E aproveitar cada
cantinho com possibilidades de uso
não é tarefa fácil. Para fazer direito o dever de casa, muitos profissionais estão
apostando nos nichos. Quem entende
do assunto sabe que eles são uma opção inteligente, charmosa e prática.
Os nichos podem ser usados em
qualquer ambiente do lar para diversas funções. Seja para enfeitar
ou acomodar objetos, essa é uma
alternativa que confere maior liberdade na hora de decorar. E o melhor
é que eles podem ser revestidos com
vários materiais, assim dá para inserir
um tom romântico, moderninho ou
clássico, a gosto do morador. “Os nichos podem ser revestidos com todo
o material possível, como madeiras,
vidros, espelho, papel de parede e
muito mais”, explica a designer de
interiores Iara Santos. A
Da Redação com Mão Dupla | Fotos Daniel Mansur
42 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 43
mercado
decoração
O mercado oferece uma variedade
de opções de cores e formatos de nichos. “Os nichos em tons claros transmitem a ideia de amplitude. Boa opção
para espaços muito apertados”, ensina
Iara. Além disso, para aqueles que gostam de personalização, dá para ousar
mais e aplicar um design criativo nos
nichos. “Essas peças podem ter formas
simétricas, assimétricas, redondas,
ovais, quadradas e retangulares. Com
A designer de interiores
Iara Santos destaca a
aplicabilidade dos nichos,
que podem ficar em qualquer
ambiente do lar e servem a
diversas funções
Os nichos podem ser revestidos
por diversos materiais, como:
madeira, vidro e espelho
44 | Revista MERCADO | Outubro 2011
criatividade pode-se abusar bastante
desse recurso e enriquecer a decoração”, destaca a designer.
A profissional dá uma dica preciosa
de como usar os nichos no ambiente
de forma sofisticada: “Gosto muito
de abrir vãos na parede para poder
encaixar um nicho. Nesse caso, a sacada é inserir uma iluminação especial,
principalmente em corredores longos, no hall de circulação ou de entrada. O resultado estético é muito bonito. O espaço fica chique e atraente”.
Os nichos são modernos e a instalação e a manutenção deles é bem
simples! Agora, de posse dessas informações e dicas, é hora de aproveitar
todas as vantagens dos nichos e de
organizar a casa de forma descontraída e criativa. B
mercado
marketing
Como mudar
O publicitário Fauser Ramos, especialista em arquitetura de marca,
alerta que uma marca nasce, cresce e, antes que morra, é preciso
intervir nela
A Coca-Cola, apesar de
campeoníssima no gosto do
consumidor, está sempre se
reinventando
A hora de mudar de marca
Nesse tempo, cada caso exige
uma solução. Algumas vezes a marca
pede uma cirurgia plástica completa,
outras um pequeno lifting resolve.
Veja o caso da Coca-Cola. Líder mundial no mercado de refrigerantes
ela não para de se reinventar. Seja
a logomarca (linha do tempo) ou
slogan. A frase “A grande bebida da
temperança nacional” (1906) foi sendo adaptada a cada época. Nos anos
60, virou “As coisas vão melhor com
Coca-Cola”. Já em 70, na geração paz
e amor, foi mudada para “Coca-Cola
dá mais vida”. Nos anos 80: “Emoção
pra valer”. Na década de 90: “Sempre
Coca-Cola”. E um dos mais recentes:
“Gostoso é viver”.
Outro bom exemplo é o caso da
Rider. Com o slogan “Dê férias para
os seus pés” a sandália era um sucesso na década de 90. Entretanto,
a Rider envelheceu junto com seu
público, bem diferente das sandálias
Havaianas, que eram consideradas
de segunda linha e hoje, com um
novo reposicionamento, são um sucesso mundial.
Quando o cuidado é constante,
pequenos ajustes mantêm a logomarca sempre atual. É o caso do
Netviagem, primeiro e maior portal
de vendas online de passagens rodoviárias do Brasil, cujas mudanças
foram bem sutis, pois o objetivo
era dar maior harmonia e equilíbrio aos seus componentes. A marca foi desenvolvida em 1999, mas
tornou-se conhecida somente nos
últimos seis anos, com a massificação da internet. Por isso, a direção
da empresa decidiu que era hora
de rejuvenescê-la. “Para melhor traduzir o bom momento da empresa,
sem esquecer a sua história, foram
dadas curvas mais leves à tipografia.
As cores eram muito impactantes e
foram suavizadas com um leve dégradé. Essa transição de cores revela o novo momento de crescimento
da empresa e a transparência nos
negócios. As fontes foram equilibradas com o traço azul, que liga dois
pontos, para traduzir uma de nossas
razões de existir, que é a de levar
clientes de um lugar a outro, sem
complicações, de forma clara e objetiva”, explica o analista de marketing da empresa, Fabiano Salvo. A
Sete anos é o tempo médio para uma marca envelhecer e começar a
morrer. Especialistas ensinam como evitar isso
Por Janaina Depiné (Lead)
T
odo produto tem prazo
de validade, mas será
que essa prerrogativa
vale também para uma
marca? Essa é a pergunta que muitos empresários se fazem
quando percebem que estão ficando
para trás nos negócios. A resposta é
46 | Revista MERCADO | Outubro 2011
sim, uma marca também envelhece
e se desgasta. Promessas que ela traduzia deixam de ser significativas em
determinado momento e o cliente
parte em busca de quem possa lhe
entregar o que ele deseja.
Então, qual seria a hora de barrar essa ameaça? O diretor da Ovni
Propaganda e especialista em arquitetura de marca, o publicitário
Fauser Ramos, explica: “Uma marca
é como uma pessoa: nasce, cresce
e, antes que ela morra, temos que
intervir nela. Do nascimento até o
desgaste temos um período de cinco a sete anos”.
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 47
mercado
marketing
Recauchutagem depois dos 30
Algumas empresas resistem à
mudança, mas não há dúvida de
que é preciso rejuvenescer. Um bom
exemplo é o caso do Colégio Atenas.
A marca existe há mais de 30 anos.
Quando passou por uma reforma da
estrutura física, a direção viu que era
hora de mudar.
mudar a marca. “Por ser uma marca
registrada, tínhamos a ideia de que
não poderia ser modificada. Acreditávamos também que ao mudá-la
perderíamos a propriedade da marca”, explica.
Depois de perceber que a marca antiga já não causava mais im-
Foram 30 dias de imersão no
mercado do cliente para encontrar
os elementos que traduzissem com
perfeição o conceito do colégio.
O resultado foi uma marca criada
para o Colégio Atenas que possui
dois elementos marcantes: o círculo
azul e o lápis. O círculo representa
o planeta Terra e o lápis simboliza
o conhecimento. Juntos, significam
que somente através do estudo é
possível ter acesso a um novo mundo e desbravar novos horizontes. Na
junção dos dois elementos, é possível visualizar a letra ‘A’ vazada, que
representa a inicial de ‘Atenas’.
“A papelaria é bastante ousada e original. O papel de carta, por
exemplo, é uma réplica de uma folha
de caderno. Foi confeccionada uma
faca digital para garantir um acabamento perfeito à peça”, explica
Fauser Ramos. Tanta originalidade
rendeu prêmio à agência. A papelaria levou o Ouro no Festgraf 2010 na
categoria Identidade Visual.
Ivan Batista da Silva, diretor do
Atenas, reconhece a demora em
pacto e buscar uma nova identidade visual por meio da agência, ele
comemora. “A marca era muito antiga e já não despertava interesse.
Hoje é muito significativa. Bem trabalhada, ficou com uma configuração leve, agradável, mais jovial. Foi
48 | Revista MERCADO | Outubro 2011
muito elogiada e agora os alunos
a colocam em tudo que fazem. Sinal de que agradou realmente. Em
suma, deu uma nova imagem ao
colégio”, comemora.
Uma marca bem posicionada e
bem feita traduz o bom momento da
empresa. “Quando o cliente moderniza a marca passa, a ser percebido
de forma diferente pelos seus clientes, colaboradores e concorrência. É
o que chamamos de efeito dominó e
isso pode se reverter em bons negócios”, diz Fauser Ramos.
Às vezes, o empresário não é
muito ligado ao design e mantém a
mesma marca por muitos e muitos
anos simplesmente por acreditar
que ela funciona, “mas, certamente,
se ele tivesse um reposicionamento,
poderia gerar ainda mais negócios”,
emenda o publicitário.
Por fim, o que garante uma boa
identidade visual é um bom conjunto. Clareza de informação, o trabalho de um especialista e um design
com conteúdo. Pesquise como os
clientes percebem a sua marca.
Avalie se o seu produto ou o público mudou e mantenha um olhar
atento constantemente. Afinal, antes que sua marca comece a envelhecer, é hora de agir! B
mercado
marketing
As lições de Steve Jobs
para o Marketing
Pense diferente
Inovação, design, experiência e excelência nortearam o cofundador da Apple
Do Mundo Marketing
S
teve Jobs reinventou o
mercado de telefonia
móvel com o iPhone, o
de comunicação com o
iPad, o de entretenimento com o ipod e sua App Store, além
da Pixar, criou uma experiência única com seus computadores pessoais e forjou um dos mais bem acabados modelos de negócios na Apple
ao orientá-la pela inovação e pelo
design. É daqueles visionários que
transformam o mundo para sempre
e que nos deixa muitas lições.
Todos os produtos de sucesso
lançados enquanto Jobs dava as
cartas ganharam vida a partir de um
pensamento orientado pela simplicidade. Para muitos deles, não havia
sequer uma demanda latente, mas
criaram desejos que beiram a doença. Filas de quase um dia inteiro
Pouquíssimas empresas no mundo conseguem transportar seus valores, seu DNA, sua essência e seu propósito de marca de forma tão tangível
e sensitiva em seus produtos e em
suas lojas. Isso porque é muito difícil
encontrar exemplos como o de Steve
Jobs. Como bem disse Barack Obama,
Jobs foi “bravo o suficiente para pensar diferente, bravo o suficiente para
achar que podia mudar o mundo e talentoso o suficiente para fazê-lo”.
Pensar diferente e ter coragem
para mudar. Fácil no discurso, difícil
na prática. Infelizmente, reservado a
poucos profissionais e a poucas empresas. Digamos que Jobs teve muita facilidade em se diferenciar e criar
produtos que se transformaram em
sinônimos de categoria. Afinal, está
tudo igual. A inovação é cada vez
mais escassa. Poucos pensam diferente e têm coragem para mudar o
status quo. Poucos têm a coragem de
transformar um mercado, o mundo.
Mas só terá um Steve Jobs nos
livros de história. O que chama atenção é que ele não inventou nada,
“apenas” reinventou. Para isso, teve
como meta nada menos que a excelência, como disseram os fundadores
do Google. Não que seja uma tarefa
menos árdua. Pelo contrário. Mas
aqui também mora uma boa reflexão:
a de que é possível transformar uma
indústria pensando diferente e de
forma simples. O mundo já está complexo demais. Difícil demais. Simplificar as coisas nunca foi tão urgente. E
Jobs fez isso como ninguém nos últimos anos. É uma pena não tê-lo mais
entre a gente para nos ajudar.
da empresa ao chefe de Operações
Tim Cook, Jobs disse simplesmente
que já não podia cumprir com seus
deveres à frente do cargo.
Steve Jobs é o criador da Apple,
maior empresa de capital aberto do
mundo, do estúdio de animação Pixar e pai de produtos como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad.
Idolatrado pelos consumidores
de seus produtos e por boa parte dos
funcionários da empresa que fundou
em uma garagem no Vale do Silício,
na Califórnia, ajudou a transformar a
maior companhia de capital aberto
do mundo em valor de mercado. Jobs
foi um dos maiores defensores da popularização da tecnologia. Ele acreditava que computadores e gadgets
deveriam ser fáceis o suficiente para
serem operados por qualquer pessoa, como gostava de repetir em um
de seus bordões prediletos, que era:
“simplesmente funciona” (em inglês,
“it just works”). O impacto dessa visão
foi além de sua companhia e ajudou
a puxar a evolução de produtos como
o Windows, da Microsoft. B
Mundo perde um gênio
para adquirir um produto são a prova disso. Steve Jobs mudou a forma
de fazer Marketing no mundo. Ou
fez uso da forma mais inteligente
vista até então.
Jobs criou uma marca valiosa e
principalmente amada e adorada
por milhares de pessoas em todo
o mundo. Desde então, não se fala
mais em Branding sem citar o exemplo da maçã mordida. O líder aclamado pelas escolas de negócios do
mundo inteiro e também por seus
pares no terreno da tecnologia levou até o último nível o conceito
que transforma os produtos em experiências, o varejo em experiência,
e um evento em algo esperado. Nenhuma loja no mundo vende mais
por metro quadrado do que a Apple
Store e nenhum evento na área de
tecnologia chama mais atenção que
os lançamentos de seus produtos.
Steve Jobs morreu na quarta-feira, 5 de outubro, em sua casa,
em Palo Alto, na Califórnia, por volta
das 15h. O atestado indica ‘parada
respiratória’ como a causa imediata
da morte com ‘metástase de tumor
neuroendócrino de pâncreas’ como
a condição subjacente que provocou os problemas respiratórios. Não
foi feita autópsia em Jobs, identificado como um empresário da indústria da alta tecnologia com educação
‘universitária incompleta’ na certidão divulgada pelo Departamento
de Saúde Pública do Condado de
Santa Clara.
Jobs morreu aos 56 anos. A reconhecida figura do mundo tecnológico foi sepultada dois dias depois na
mesma cidade onde morava. Quando faleceu, estava rodeado por sua
esposa e família mais próxima.
Ele lutou com problemas de saúde, mas disse muito pouco sobre
sua batalha contra o câncer desde
que se submeteu a uma cirurgia em
2004. Quando renunciou ao cargo
de presidente-executivo da Apple,
em agosto, entregando o comando
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 51
mercado
Foto: Reprodução
comportamento
Como lidar com o bullying
nas escolas
Causas das agressões devem ser debatidas dentro e fora da sala de
aula. Segundo psicóloga, o professor precisa repensar o seu lugar
como educador
Da Redação
T
ema recorrente no noticiário, o bullying apresenta consequências que
trazem muito sofrimento
para suas vítimas. Entre
elas, medo, baixa autoestima, dificuldade de relacionamento e de
concentração e diminuição do rendimento escolar. Por isso, é preciso
que suas causas sejam debatidas
dentro e fora da escola. Dentro desta
problemática, a psicóloga Bruna Vaz,
do CPPL (www.cppl.com.br), alerta
para a necessidade de se modificar a
forma de olhar para crianças e ado-
52 | Revista MERCADO | Outubro 2011
lescentes. “Esse é um desafio para
que o professor repense seu lugar
de educador e passe a agir de forma
atuante em sala de aula”, afirma.
Na opinião da psicóloga, os profissionais devem prestar mais atenção em questões que estão além dos
aspectos pedagógicos, mas que têm
influência direta na escolaridade. Nas
escolas, a maioria dos atos de bullying
ocorre fora da visão dos adultos.
Grande parte das vítimas não reage
nem fala sobre a agressão sofrida. Por
isso, a grande dificuldade no combate a esse tipo de ato. A omissão dos
pais também é um fator que tem se
mostrado favorável ao bullying, que
passa a ser, nesse caso, uma forma
negativa de atraí-los até a escola. O
comportamento é observado tanto
em jovens como em crianças pequenas que não têm a vida escolar acompanhada pelos pais.
O jovem que atua de forma
agressiva, antissocial,
muitas vezes está revelando
um pedido de ajuda
No entanto, além de ser um gerador de grande sofrimento para a
vítima, o bullying também é um indício de que se deve dar mais atenção ao autor das ofensas e agressões, uma vez que a agressividade
pode configurar uma maneira de
encobrir dificuldades vivenciadas
dentro de casa. Ou seja, o jovem
que atua de forma agressiva, antissocial, muitas vezes está revelando
um pedido de ajuda.
Para ser considerado bullying,
deve-se ter um conjunto de atitudes
violentas intencionais, de caráter físico ou psicológico, e sem motivo
aparente. Nessas agressões, existe
nítido desequilíbrio de poder entre
as partes envolvidas. Para Bruna,
o termo geralmente é confundido
dentro do âmbito escolar. Para ela,
o bullying não pode ser associado à
violência propriamente dita. “Existe
um aumento no requinte de crueldade em cada caso, o que pode levar
a uma associação errônea entre casos de violência que não podem ser
analisados todos da mesma forma.
Muitos deles nem sequer podem ser
chamados de bullying”, comenta.
Existe um aumento no
requinte de crueldade
em cada caso, o que
pode levar a uma
associação errônea
entre casos de violência
que não podem ser
analisados todos da
mesma forma. Muitos
deles nem sequer
podem ser chamados de
bullying”
Para tentar reduzir os casos de
bullying, a psicóloga Bruna Vaz indica que o fenômeno deve ser tratado
em conjunto pelos pais e a escola. A
melhor saída para os pais é o estreitamento da relação com a escola,
passando a agir como participantes
da vida escolar do filho. Já os professores, devem lidar com essa problemática abordando-a de maneira
delicada e propondo aulas mais participativas. A sugestão é propor trabalhos de compartilhamento de informação com a formação de equipes. B
mercado
alimentação
team leader da unidade de Negócios
Suínos da Pfizer Saúde Animal, Evandro Poleze.
Tanto o processo de criação de
suínos quanto o controle de doenças evoluíram muito nos últimos
anos e têm possibilitado a profissionalização e o crescimento do segmento. “O risco de contaminação
- no consumo da carne suína - por
parasitoses, por exemplo, foi extremamente reduzido com a adoção
de técnicas adequadas de manejo e
sar de não serem normalmente associadas ao risco de colesterol elevado pelos brasileiros. No caso da
carne suína, o lombo é o corte com
menor teor de gordura intramuscular e seu teor de colesterol chega
a ser menor do que o do peito de
frango sem pele (veja quadro com
a comparação)”, salienta o médico
veterinário e mestre em Agronegócios Fabiano Coser, diretor executivo da Associação Brasileira dos
Criadores de Suínos (ABCS).
muito bem passada, caso contrário
a contaminação por vermes é certa
- principalmente a neurocisticercose,
infecção do sistema nervoso central
causada pela larva da Taenia solium.
“Esse é um dos maiores absurdos ditos sobre a carne suína. A produção
de suínos no Brasil há muitos anos é
feita em sistema de confinamento,
sem acesso a terra. E uma das condições fundamentais para o desenvolvimento de parasitoses é o contato
com a terra, na qual os ovos caem
Teor de colesterol (mg/100 g)
Fonte
1
2
3
4
Média
Lombo suíno cozido
78
79
69
65
72,8
Pernil suíno cozido
-
-
82
65
73,5
Peito de frango cozido, sem pele
84
84,8
-
-
84,4
Filé mignon bovino cozido
84
84
-
-
84
Fontes:
1 - NPCC, National Pork Producers Council and National Pork Board
2 - USDA, Agricultural Handbook 8-10, 1992
3 - Bragagnolo, N., Departamento de Química da Unicamp, 1993
4 - Universidad Nacional de Nutrición, México, 1994
Carne suína: de bandida
a mocinha
Associado a níveis elevados de colesterol no sangue, verminoses, alergias
e obesidade, o consumo de carne suína é recheado de preconceitos,
contudo, ela não é a vilã da saúde, como muita gente imagina
Por Marina Franco (CDN) com imagens da ABCS
A
pesar do crescimento
registrado nos últimos
anos e dos constantes
investimentos da cadeia
produtiva em sanidade,
o consumo de carne suína no Brasil
54 | Revista MERCADO | Outubro 2011
ainda está envolto em uma série de
tabus relacionados ao impacto desse
tipo de proteína animal na saúde humana. No Brasil, o consumo per capita de carne suína ao ano é de apenas
14,5 quilos, enquanto na União Eu-
ropeia a média de consumo é de 45
quilos. “Os cuidados sanitários estão
cada vez mais presentes na cadeia
de suínos e são essenciais para a produção de uma carne segura, saborosa e de qualidade no país”, ressalta o
alimentação, bem como com o controle sanitário rígido nas granjas”,
completa Poleze.
Diante disse, vale a pena desmistificar os preconceitos mais comuns que envolvem o consumo da
carne suína:
1. Carne suína é mais rica em colesterol que outras carnes e seu consumo é prejudicial para quem tem
colesterol elevado.
Por que é mito? O colesterol é
um composto orgânico, um tipo
de álcool presente em todos os animais que se localiza nas membranas celulares e é transportado pelo
plasma sanguíneo. Todas as carnes
têm níveis parecidos de colesterol,
que variam normalmente de acordo
com os cortes, pois esse composto
concentra-se mais próximo às células de gordura. “A pele de frango e
a casca do camarão, por exemplo,
são riquíssimas em colesterol, ape-
2. É grande o risco de contrair parasitoses ao se consumir carne suína.
Por que é mito? É comum ouvirmos a recomendação de que a
carne suína só deve ser consumida
e eclodem para contaminar os animais”, esclarece Coser. No caso da
neurocisticercose, a confusão é ainda maior, pois a transmissão da doença está associada à falta de sa- A
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 55
mercado
alimentação
Confira algumas receitas à base de carne suína
Teor de gordura saturada (mg/100 g)
Fonte
1
2
3
4
Média
Lombo suíno cozido
7,5
7,12
5,9
6,2
6,7
Pernil suíno cozido
-
-
4,7
6,2
4,7
Peito de frango cozido, sem pele
3,5
3,5
3,5
-
3,5
Filé mignon bovino cozido
10
10
-
-
10
Fontes:
1 - NPCC, National Pork Producers Council and National Pork Board
2 - USDA, Agricultural Handbook 8-10, 1992
3 - Bragagnolo, N., Departamento de Química da Unicamp, 1993
4 - Universidad Nacional de Nutrición, México, 1994
neamento básico e não ao consumo
de carne suína. Só é possível contrair
a neurocisticercose pela ingestão de
água contaminada com dejetos humanos ou alimentos irrigados com
essa água. Para Coser, o preconceito
está ligado tanto à maneira como o
porco era criado antigamente (solto
e se alimentando de restos de comida) como à associação do animal
com a sujeira comum no imaginário
popular. Hoje as granjas possuem
baias limpas e bem conservadas e
os porcos alimentam-se de rações
feitas de milho e farelo de soja.
3. Carne suína tem mais gordura
saturada que outras carnes.
Por que é mito? O raciocínio é o
mesmo do teor de colesterol: há cortes suínos com mais gordura saturada e outros mais magros. “As carnes,
de uma forma geral, apresentam
gordura saturada, porque se trata
de um composto mais presente em
gorduras de origem animal do que
nos óleos, que são gorduras de origem vegetal. Além disso, a gordura
também é um composto necessário
ao organismo humano”, explica Co-
56 | Revista MERCADO | Outubro 2011
ser (veja quadro com a comparação).
4. Carne suína é muito difícil
de digerir.
Por que é mito? O grau de digestibilidade da carne suína é parecido com o das demais carnes e
varia de acordo com o teor de gordura, os cortes e a forma de preparo. “A carne suína é a que apresenta
a melhor relação sódio x potássio
entre as proteínas de origem animal. Porém, poucas pessoas sabem
dessa característica. Os maiores níveis de potássio aliados a menores
níveis de sódio fazem com que a
carne suína seja recomendada para
pacientes com hipertensão arterial,
problemas circulatórios e renais”,
explica Coser.
5. Carne suína provoca alergias.
Por que é mito? “Bioquimicamente, os carboidratos são idênticos nas proteínas de origem animal.
Portanto, a carne suína não pode ser
considerada mais alergênica que as
demais”, resume Coser.
6. Carne suína é seca e difícil de
ser temperada.
Por que é mito? “Quem diz isso
certamente entende pouco de cozinha. Há formas mais adequadas de
se preparar cada um dos cortes. A
gordura do porco concentra-se no
toucinho. O lombo tem tão pouca
gordura intramuscular que acaba
realmente ficando ressecado de-
pendendo da forma de cozimento”,
alerta Coser. Nesse caso, pode-se
utilizar uma calda ou prepará-lo envelopado, coberto com uma fatia de
bacon no momento de assá-lo. Isso
garante mais sabor à carne e protege
do ressecamento. Já sobre o tempero, Coser garante que o churrasco de
carne suína temperada apenas com
sal grosso fica delicioso. Os cortes
mais gordurosos são também mais
saborosos (confira receitas com carne suína no final da reportagem, ou
no site da ABCS: www.abcs.org.br/
gastronomia/receitas
7. A carne suína não é nobre.
Por que é mito? Coser acredita
que esse mito vem caindo, porque
os brasileiros estão aprendendo que
a carne suína é bastante versátil no
preparo. “É a carne mais consumida
do mundo e há redes de restaurantes que trabalham apenas com ela.
Aos poucos estamos fugindo dos
pratos tradicionais e partindo para
variações mais refinadas, como um
filé mignon suíno com salada verde
ou costelinha com molho barbecue”,
enumera Coser.
Steak au Poivre
Filé Mignon Suíno
Uma demonstração definitiva
de que a carne suína visita os clássicos de forma nobre e instigante.
Para 4 pessoas, limpe 1 kg de filé
mignon suíno, retirando todo o
resíduo de gordura. Numa frigideira antiaderente, refogue alho e
cebola micropicadinhos. Para uma
solução rápida e eficiente, junte a
um copo de caldo de carne bastante pimenta do reino moída na
hora. Leve ao fogo e deixe redu-
Bolonhesa de Carne Suína
Para a maioria dos brasileiros é
sempre uma grande surpresa descobrir que a carne suína participa
da receita original dessa fabulosa
solução nascida em Bolonha, na
Itália. Os italianos misturam carne
suína e bovina na exata proporção
de 50 por cento. Nesta receita, exploramos exclusivamente a carne
suína moída duas vezes. Pode-se
usar patinho, alcatra, lombo ou
coxão mole. O importante é eliminar previamente toda a gordura
superficial.
Tempere com alho, sal, pimenta do reino, cebola e salsinha pica-
zir. Acrescente dois copos padrão
“americano” de creme de leite fresco. Corrija o sal. Sirva sobre medalhões de filé grelhados em azeite
de oliva, temperados com sal e pimenta do reino moída na hora. O
ideal, no entanto, é preparar uma
boa receita de molho espanhol
cortado com um pouco de molho
“rotie” - um caldo de carne preparado a partir de ossos assados
primeiramente no forno e depois
cozidos longamente ao lado de
aromáticos, como cebola, salsão,
cenoura e um belo “buquê garni”
(maço reunindo tomilho, salsinha,
sálvia e manjericão). Tudo isso é
coado e serve como base para caldos de carne.
dinhos. Reserve por duas horas na
geladeira. Mergulhe em dois copos
de água 100g de cogumelos secos.
Refogue 800g de carne (para quatro pessoas) numa base de alho e
cebola micropicadinhos. Cuidado
para não gerar água. Acrescente 2
pacotes de polpa de tomate, 4 colheres de sopa de salsinha e igual
quantidade de hortelã picada. Adicione um copo padrão “americano” de caldo de carne. Em seguida
acrescente os cogumelos picados
e a água na qual eles foram hidratados. Cozinhe o penne conforme
instrução do fabricante. Organize
a pasta num prato fundo e coloque o molho bolonhesa na parte
superior. Salpique folhas frescas
de tomilho, lascas de queijo parmesão e regue com azeite de oliva
extra-virgem. O prato, dessa forma, ganha estatura que o projeta
para qualquer circunstância.
Guisado de Coxão Suíno
os cubos quando a cebola estiver
dourada e refogue. Quando a carne
estiver bem refogada, acrescente
500 ml de caldo de carne. Conte 20
minutos depois de pegar pressão
na panela. Abra a panela, acrescente o legume de sua preferência
(abóbora, maxixe, chuchu, cenoura,
todos cortados em cubos menores
que o tamanho da carne) e corrija
o sal. Cozinhe a carne até que fique
macia. Depois, acrescente os legumes e deixe em fogo baixo até que
fiquem cozidos. B
Estes cubos são ótimos para
quem está com pressa e pretende
fazer uma comida caseira saborosa, usando o menor espaço de
tempo possível.
Tempere os cubos de coxão
duro (1 kg para quatro pessoas)
com sal, pimenta do reino moída na
hora, alho em pasta, cebola picada
e duas colheres de sopa de shoyu.
Faça uma base de cebola e alho micropicadinhos e refogue. Coloque
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 57
mercado
energia
Estamos no Horário
de Verão
Medida que vale para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, para o
Distrito Federal e também para o estado da Bahia se estende até a zero
hora do dia 26 de fevereiro de 2012
Por Evaldo Pighini com Agência Minas
O
s relógios de quem
mora nas regiões Sul,
Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, além
do estado da Bahia,
tiveram que ser adiantados em 1
hora a partir do domingo, dia 16.
Foi quando entrou em vigor, à zero
hora, o Horário de Verão 2011/2012.
O novo horário, que dessa vez terminará à zero hora do dia 26 de
participar novamente da medida.
Em Minas, ao longo desses pouco
mais de quatro meses, está prevista uma economia de energia de até
0,5%, o equivalente a 110.000 MWh,
o que seria suficiente para abastecer a capital mineira, Belo Horizonte, durante dez dias.
De acordo com o engenheiro de
Operação do Sistema da Companhia
Energética de Minas Gerais (Cemig),
dução da demanda máxima durante
o horário de pico de carga do sistema elétrico brasileiro, que ocorre no
período das 18 às 22 horas”.
Ainda segundo o engenheiro, o
Horário de Verão pode gerar uma
série de outros ganhos. “Com a sua
adoção, é possível, por exemplo, facilitar a programação de manutenções,
reduzir a necessidade de geração
térmica para atendimento de ponta,
O principal benefício do Horário de Verão é o aumento
da confiabilidade e segurança na operação do sistema
elétrico, o que acaba reduzindo o risco de apagões
fevereiro de 2012, vai vigorar em
Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Bahia e Distrito Federal, que irão
58 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Wilson Fernandes Lage, o principal
benefício do Horário de Verão é o
aumento da confiabilidade e segurança na operação do sistema elétrico, o que acaba reduzindo o risco de
apagões. “Isso é alcançado pela re-
minimizar a necessidade de investimentos para atendimentos localizados e preservar o meio ambiente, já
que a poluição que seria produzida
pela queima de combustível fóssil é
evitada”, explica Wilson.
Previsão de economia
Em Minas Gerais, está prevista
uma redução na demanda diária
máxima de energia de até 4%, o que
corresponde a cerca de 300 MW. Essa
potência equivale, por dia, a uma redução no horário de pico comparável à geração de 2,3 usinas do porte
da Usina Térmica Igarapé (a plena
carga) ou mesmo a 30% da carga de
pico de Belo Horizonte.
Durante esses pouco mais de
quatro meses, espera-se uma economia de energia de até 0,5% (110.000
MWh), o que seria suficiente para
abastecer a capital mineira durante
dez dias. Para o consumidor residencial, por sua vez, a redução mensal
pode chegar a 5%, caso sejam mantidos os hábitos de consumo.
Segundo Wilson Lage, como nes-
ta época os dias ficam mais longos, a
economia registrada, principalmente nas regiões mais ao sul do estado, pode ser bastante significativa.
“Quanto maior a distância da linha do
Equador, maior o efeito do horário”.
Esta é a 41ª edição do Horário de
Verão, que desde 2008 possui data fixa
de início (terceiro domingo de outubro) e término. Como a data de término
prevista no ano que vem coincidirá B
A energia economizada durante
o Horário de Verão somente em
Minas Gerais, por exemplo, pode
não parecer muito, mas seria
suficiente para abastecer a capital,
Belo Horizonte, durante 10 dias
mercado
veículos
Vem aí o novo
Suzuki SX4
Da Redação
O
Suzuki SX4 é o novo
carro da Suzuki, que
deve ser lançado até o
final do ano. O modelo
também deve ganhar
futuramente uma versão sedan. O
motor e a potência do Suzuki SX4
2012 foi melhorada em relação à
versão anteiror. O crossover ganhou:
controle de estabilização, sistema de
combustível econômico e transmissão automática.
O Suzuki SX4 2012 no modelo básico vem equipado com motor 2.0, 16
V, potência máxima de 145 CV a 6.200
rpm e torque máximo de 190 nm às
4.000 rpm. O motor faz uso de 4 cilindros, câmbio manual e tanque de combustível de 50 litros, com um consumo
médio de 7,3 L por 100 km; o modelo
usa o sistema de injeção multiponto.
Dentro dos itens tecnológicos, o
novo Suzuki vem com Keyless, computador de bordo e o computador
60 | Revista MERCADO | Outubro 2011
multifunção, direção assistida, vidros
elétricos e espelhos, além de controle de cruzeiro. Nos itens de segurança, conta com 6 airbags, alarme e
imobilizador de motor, rodas de liga
leve, sistema de distribuição eletrônica da força de travagem e o brake
assist. Conforto e luxo não poderiam
ficar de fora, nem ar-condicionado e
direção multifunção.
O resultado “SportCross” combina a dinâmica de resposta de condução, capacidade de 4×4, altos níveis
de praticidade e estilo, o que sugere
um modo livre de vida.
O Suzuki SX4 Sportcross, foi
fabricado para agradar seus compradores e aumentar a linha de
veículos sofisticados da marca
Suzuki. Esse SportCross da Suzuki
une conforto, segurança e uma excelente performance.
Com capacidade para transportar 5 pessoas, o Suzuki SX4 possui
um belo acabamento Premium com
luz de teto, ofertado por cortesia,
porta malas, luz de leitura individual
e ignição iluminada.
Ainda em seu espaço interno,
ele oferece o assoalho traseiro plano, bancos confortáveis, sendo os
da parte de trás mais altos, valorizando assim a visão dos passageiros
e acomodando melhor acomodo as
pernas, tornando o trajeto muito
mais confortável.
Na parte externa, esse veículo conta com um estilo único, com
designer muito moderno, um rack
de teto como item de série, valorizando ainda mais a estética do veículo e pneus com roda em liga leve
16″, com muita aderência. Ainda
em seu exterior, ele oferece os para-choques, maçanetas e retrovisores,
todos na mesma cor do veículo.
O novo Suzuki SX4 deve ficar a
partir de R$ 68.490. B
mercado
veículos
Iveco prepara
apresentação do Tector
Caminhão da família Ecoline, o Iveco Tector ganha
teto alto, interior novo e motores mais potentes
Da Redação
A
Iveco revela a segunda
de suas muitas novidades que serão apresentadas ao público na
Fenatran e que fazem
parte de sua nova linha Ecoline de
caminhões: a família de semipesados Iveco Tector, que vem com nova
cabine de teto alto, novo interior/
painel e motores mais potentes. As
primeiras versões do modelo serão
lançadas em 2012 e até 2014 a família completa estará no mercado.
62 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Dentro da linha Ecoline, a cabine do novo Iveco Tector tem opção de teto alto que, visualmente,
aumenta a imponência deste que
é um dos mais bonitos caminhões
do mercado. Ela significa também
mais espaço para motorista e ocupante. O painel é novo, ergonômico
e elegante. Os indicadores de velocidade e rotação do motor (rpm)
são analógicos, bem visíveis, e entre
eles está o computador de bordo,
que traz o econômetro e o indicador de nível de Arla 32. Os bancos
ganharam novas forrações e o interior ficou muito mais sofisticado: farol de neblina, espelhos retrovisores
elétricos e nova suspensão da cabi-
ne são novos itens que ampliam o
já elevado conforto do modelo. O
tanque de combustível de alumínio
é agora de série.
Os novos motores Iveco-FPT
NEF 6 de seis litros e commom rail
atendem às normativas Proconve P7 (Euro V) e são mais potentes (220 e 280cv) e econômicos.
Comparado ao modelo anterior,
o consumo do novo Iveco Tector
melhorou em até 4%. O câmbio
ZF sincronizado tem sistema “single H”. A gama vem com cinco
opções de entre eixos, com melhor adequação às necessidades
do transportador.
A nova geração Ecoline signifi-
ca, nos modelos Iveco, novas cabines, novos interiores, modificações
mecânicas de chassi e suspensões e
detalhes estéticos, que de uma forma ou de outra alcançam todas as
famíias de produtos da marca. Das
atuais 85 possibilidades de produtos Iveco (contando família, cabine, powertrain e chassi, apenas), a
nova geração Ecoline dá um salto
para mais de 140 versões. Todas as
famílias Ecoline serão produzidas
no Brasil, na fábrica da empresa em
Sete Lagoas (MG), o que significa
que poderão ser financiados pelo
Finame. Serão importadas apenas
algumas versões destinadas a aplicações especiais. B
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 63
mercado
veículos
velocidades Six-Speed Cruise Drive®,
com marcha reversa eletrônica.
“Fizemos questão de trazer o
Trike Tri Glide Ultra Classic ao Salão
Duas Rodas. Este é um modelo que
foi projetado e testado sob os mais
rígidos padrões Harley-Davidson,
ou seja, atendendo aos rigorosos
critérios de quem está nesta estrada há mais de 100 anos. Queremos
ver a aceitação do público brasileiro para esse produto”, afirmou
o diretor-superintendente Comercial da Harley-Davidson do Brasil,
Longino Morawski.
Especificações Técnicas
FLHTCUTG Trike Tri Glide® Ultra Classic®
Dimensões
Comprimento (mm)
2687
Altura do assento (mm)1
734
Ângulo do cáster (º)/ Trail (mm)
32/100
Capacidade do tanque (litros)
22,7
Peso seco (kg)
525
Motorização
Motor
Twin Cam 103™, refrigerado a ar
Cilindrada (cm³)
1690
Diâmetro x Curso (mm)
98,4 x 111,3
Torque2
13,8 kgf.m @ 3250 rpm
6 velocidades Six-Speed Cruise Drive®,
com marcha reversa eletrônica
Transmissão
Transmissão primária
Corrente, relação 34/46
Rodas / Pneus
3
Trike Harley-Davidson é
apresentado ao público
Dianteira
Prata, 7 raios estilizados de alumínio
MT90B16 72H
Traseira
Prata, 7 raios estilizados de alumínio
P205/65R15
Freios a disco
4 pistões fixos na dianteira e 1 pistão flutuante na traseira Freio de estacionamento acionado por alavanca
Da Redação
A
Harley-Davidson
surpreende mais uma vez
e trouxe ao Brasil o
modelo Trike Tri Glide®
Ultra Classic® para exibição no Salão Duas Rodas 2011.
O pioneiro dos triciclos, preparado
para ser uma máquina Touring imponente, concilia o máximo de conforto em um estilo único e exclusivo, cujo objetivo é fazer com que o
piloto desfrute de cada quilômetro
de seu passeio.
O conforto é garantido pelo assento em dois níveis com encosto
64 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Opções de cor4
para as costas do passageiro, piloto
automático, plataforma integral para
apoio dos pés, King Tour-Pak e porta-malas para dois capacetes e sistema
de áudio premium Harman-Kardon
com alto-falantes para o passageiro.
O Trike Tri Glide Ultra Classic é
um show de estilo com suas rodas
de sete raios estilizados de alumínio
e pintura premium especial em dois
tons, o que certamente agradará aos
fãs mais exigentes da marca.
O motor Twin Cam 103™ de 1700
cc é capaz de gerar um torque de 13,8
kgfm a 3250 rpm e o câmbio é de seis
Big Blue Pearl / Vivid Black
Características do modelo
Assento em dois níveis com encosto para as costas do passageiro, plataforma integral para apoio dos pés,
estratégia de Gerenciamento da Temperatura em Marcha lenta (EITMS), sistema de áudio premium Harman/
Kardon® com alto-falantes para o passageiro, piloto automático (Cruise Control),carenagem estilo “asa de
morcego”, defletores escurecidos, carenagem inferior ventilada, King Tour-Pak®, porta-malas e pintura premium
especial com acabamento artesanal.
Notas:
1 - A medida reflete a altura do assento com a motocicleta sem carga.
2 - Os valores apresentados são nominais. A performance pode variar por país e região.
3 - Itens de série e opcionais podem variar de acordo com país e região.
4 - A disponibilidade das cores pode variar de concessionária para concessionária e está sujeita a mudanças sem aviso prévio. Podem existir
variações entre as cores impressas neste material e as cores do produto final. B
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 65
mercado
turismo
Curaçao - fácil
de se apaixonar
Situada no Caribe, a 53 Km da costa Venezuelana, 64 Km a leste de
Bonaire, e com 472 Km2 de área, Curaçao oferece uma boa estrutura
turística, além de uma exuberante vida submarina. Essa ilha paradisíaca
celebrou neste mês o seu primeiro ano como país
Da Redação
66 | Revista MERCADO | Outubro 2011
C
uraçao, ilha paradisíaca localizada no Caribe,
comemorou no dia 10 de outubro o seu primeiro ano como país. Sua história começa
em 1499, quando, sob o comando de Alonso
Ojeda, os marinheiros europeus foram os primeiros a pisar em Curaçao. Na época do descobrimento,
a ilha era habitada por índios altos e robustos e, por isso,
Alonso Ojeda denominou o local de a “Ilha dos Gigantes”.
Tempos depois, o nome da Ilha foi trocado para Curaçao,
e três são as hipóteses: os marinheiros abandonados na
ilha curaram-se do escorbuto e passaram a chamá-la “Isla
de Curación”; a segunda, a de que o nome seja proveniente da palavra portuguesa “coração”, porque mercadores portugueses consideravam a ilha o coração da região; e a última é a de que o nome talvez tenha sido dado
em homenagem ao Sagrado Coração de Maria.
Logo após o descobrimento, Espanha, Holanda, França e Inglaterra começaram a disputar sua posse, pois consideravam a ilha um ponto comercial estratégico entre
a Europa e a América. Em 1634, Curaçao transformou-se
numa colônia holandesa. Em 1815, um tratado internacional deu a posse definitiva para a Holanda e, em 1954,
o governo de Curaçao deixou de ser colônia. Finalmente,
em 10 de outubro de 2010, com a extinção das Antilhas
Holandesas, a ilha tornou-se um país autônomo.
Com uma belíssima arquitetura colonial holandesa e
animado comércio, desde 1997, sua capital, Willemstad,
que mais parece uma miniatura de uma cidade holandesa, é considerada Patrimônio Histórico e Cultural da
Humanidade pela Unesco. É dividida ao meio pela Baía
de Santa Ana, e a ponte móvel, Rainha Emma, construída
em 1888, une as duas partes: Otrobanda (residencial) e
Punda (comercial e turística). Aliás, essa ponte móvel é
um espetáculo à parte, abrindo e fechando para dar passagem aos enormes transatlânticos de turismo, navios de
guerra e de transporte que utilizam o porto.
A ilha também é conhecida como a “Holanda do Caribe”, e compreende uma área de 472 km2, ou seja, praticamente o mesmo tamanho de Florianópolis. Ao todo,
são 38 praias e 40 baías, que podem ser desfrutadas sob
um sol que brilha praticamente o ano inteiro. As águas
são cristalinas e azuis, com temperaturas que variam
entre 25 e 27 graus centígrados. A visibilidade atinge 40
metros de profundidade.
O holandês é a língua oficial, mas também se pode
ouvir o inglês, espanhol e o “papiamento” - uma mistura
de português, espanhol e inglês, devido à mistura de povos diferentes (raízes judaicas, portuguesas, holandesas
e africanas), proporcionando uma rica diversidade cultural. O florim é a moeda oficial de Curaçao e vale cerca de
1,75 em relação ao dólar, que também é aceito em todas
as lojas e restaurantes.
A temperatura média anual é de 27°C, com um índice
pluviométrico muito baixo, criando um clima semiárido,
semelhante ao encontrado no deserto do Arizona ou no
nordeste brasileiro. Faz sol quase o ano inteiro e fortes ventos alísios sopram constantemente. Felizmente, a ilha está
fora da rota de furacões que assolam a região caribenha. A
Revista
RevistaMERCADO
MERCADO| Setembro
| Outubro 2011 | 67
mercado
turismo
Destino para
qualquer turista
Curaçao conta com uma rede hoteleira muito bem estruturada. Existe, à disposição, uma variada gama
de restaurantes e bares que servem
desde massas italianas a frutos do
mar, sempre em porções generosas
e a um preço razoável. A vida noturna não é das mais agitadas, mas
sempre se pode ir a um cassino ou
assistir a um show de música e dança
típicas da região. Alguns barzinhos
e danceterias mais movimentados
completam a noitada.
Um bom programa é visitar as
cavernas existentes no lado oeste
da ilha, no Parque Cristoffel, que
contém pinturas dos primeiros habitantes da ilha. Conheça também o
mercado flutuante do porto, onde se
pode encontrar um pouco de tudo,
desde frutas e legumes a peças de
artesanato local.
Outro passeio interessante é o
Sea Aquarium, que contém exemplares exóticos da região. Eles fecharam um pedaço do mar e colocaram
dentro algumas espécies de peixes,
arraias, tartarugas e tubarões. O visitante pode ver o fundo através de
um barco com vigias de vidro ou ainda mergulhar no local, acompanhado de um guia do parque. Paredes
de acrílico transparente separam o
mergulhador da área dos tubarões.
Um pequeno buraco nessa parede
permite passar comida para os peixes, que avançam velozmente contra o acrílico para pegar a comida. É
uma sensação forte.
Na ilha existem ainda opções para
a prática de windsurf, esqui aquático
e passeios de barco com fundo de vidro pelas áreas costeiras.
Mergulhos em Curaçao,
uma atração à parte
A paisagem desértica da superfície contrasta com a exuberância da
vida submarina do local. A visibilidade média é de 18 a 25 metros, chegando a 40 metros em alguns locais.
A temperatura da água se mantém
em torno de 26°C. As águas são calmas e oferecem uma rica variedade
de corais, esponjas, algas e peixes tropicais. É incrível a diversidade de cores das esponjas, variando em tons de
vermelho, violeta, marrom e amarelo.
Os recifes começam logo abaixo
do nível da água e se estendem suavemente até os 10 ou 12 metros de
profundidade, área conhecida como
terraço. Nessa região, é possível encontrar enormes concentrações de
peixes tropicais, que se aproximam
sem medo dos visitantes, excelente
para tomadas de fotos e filmagens.
É obrigatório fazer um mergulho noturno nesses terraços.
Na extremidade dos terraços
começa o paredão de coral, que cai
abruptamente a várias dezenas de
metros de profundidade. Suas magníficas formações são habitadas por
interessantes e variadas formas de
vida. É interessante levar alguma
fonte de luz para enxergar o colorido das esponjas, corais e peixes que
habitam o local.
Existem dezenas de points de
mergulho em Curaçao, quase todos
do lado oeste da ilha, mais ou menos
protegidos dos ventos fortes. Para os
iniciantes, uma boa pedida é Makos
Mountains, lugar raso com visibilidade acima de 30 metros e uma diversidade de vida fantástica.
Ainda na costa oeste, encontra-se
“The Car Pile”, um recife artificial formado por carros antigos afundados
pelo pessoal da ilha para servir como
atrativo turístico. É interessante ver o
estado em que se encontram os velhos
calhambeques, totalmente cobertos
de cracas e habitados por uma infinidade de peixes, lagostas e moreias.
Para os adeptos de um naufrágio, uma boa opção é “Superior Producer”, cargueiro que afundou em
1978, quase em frente à Willemstad,
estando a uma profundidade entre
27 a 34 metros. O navio está inteiro e
é possível entrar em várias partes do
seu interior sem maiores problemas.
10 motivos para
visitar Curaçao
1 - Mergulhar em um dos mares mais
lindos do mundo
Mesmo se você não é adepto do
mergulho autônomo (aquele que
precisa de cilindros e em que a profundidade é maior), não precisa se
preocupar. O mar em Curaçao é tão
claro, que é possível ver os peixes
passando pelos seus pés no raso
mesmo. Quem se aventurar com um
cilindro, pode se maravilhar com cardumes coloridos, peixes de formatos
variados e uma rica flora marinha. A
mercado
turismo
2 - Experimentar Keshi Yena no Gouverneur
O prato mais tradicional de Curaçao é uma grande mistura: carne bovina, de frango e de peixe desfiadas,
com pimentão verde e vermelho,
azeitona, tomate, um ligeiro toque
agridoce de uva passa, coberto por
muito queijo do tipo Gouda. Não faça
cara feia sem experimentar! É uma
das grandes surpresas para o seu paladar. Com o calor que faz na ilha, o
prato vai bem acompanhado de uma
cerveja como a Amstel (normal ou
Britght - que é mais suave). No local,
a iluminação fica por conta de velas
sobre a mesa e algumas lamparinas.
A meia luz dá um clima especial ao
ambiente informal, mas ao mesmo
tempo chique do Gouverneur. Peça
uma mesa perto da fonte ou nas janelas que dão para a baía e você poderá
ver Punda à noite.
3 - Conhecer a história e saborear o
tradicional Curaçao Blue
Quem nunca se fascinou com o
azul intenso do licor Curaçao Blue? A
bebida, como o nome indica, é feita
no país e boa parte de sua produção
ainda é artesanal. Como o solo da ilha
não é muito fértil e o clima é muito
seco, os pés de laranjas plantados
pelos colonizadores espanhóis renderam frutas impróprias para o consumo. No século 19, uma família judia
descobriu que podia extrair dessas
frutas um licor saboroso: assim nasceu o Curaçao Blue.
Em uma visita à fábrica, você pode
ver o trabalho de engarrafamento da
bebida, descobrir em um painel explicativo como ela é feita, conhecer
os diversos formatos de garrafas e, o
mais interessante, experimentar os
diversos sabores. É uma ótima opção
se você quer trazer presentes para
amigos e familiares. Ah, se resolver
experimentar todos os sabores, vá de
táxi para não sair de lá dirigindo!
guês, espanhol, inglês e a língua dos
nativos. Embora o idioma ensinado
nas escolas seja o holandês, o papiamento é passado de pai para filho e
falado em toda a ilha. O nome vem
do verbo “papiar”, de papear mesmo,
conversar. Algumas frases para se arriscar: “Bom Bini” (bom-dia), “Dushid”
(querido/a), “Con ta bai? (como está?),
“Danki” (obrigada).
4 - Desejar Bom Bini para a sua dushid
5 - Praias paradisíacas, como Kenepa
Grandi
O papiamento é um idioma intrigante. Ao ouvi-lo, dá até a impressão
de que você consegue distinguir algumas palavras, mas se os curaçolenhos dispararem a falar, com certeza
você ficará perdido. O papiamento é
uma mistura de holandês (a ilha foi
colonizada pelos holandeses), portu-
Se as férias dos seus sonhos
têm sempre uma praia com areia
branca e águas tranquilas, cristalinas e tão azuis que chegam a doer
nos olhos, você não pode deixar
de visitar Kenepa Grandi. Sem exageros, o local realmente dá sentido
à palavra “paraíso” e é o lugar perfeito para passar o dia relaxando.
Sem dúvida, será a lembrança mais
linda que terá de Curaçao. A praia
fica a aproximadamente meia hora
da capital do país, a oeste, e vale
cada minuto da viagem. Os hotéis
geralmente levam e trazem seus
hóspedes, mas alugar um carro é
uma boa dica para quem não quer
se preocupar com horários. Cerca
de seis quiosques garantem sombra
durante todo o dia, já que, mesmo
no inverno, Curaçao é quente (muito quente mesmo!). Protetor solar é
um item indispensável.
6 - Museu Kura Hulanda
Não é só pela beleza que Curaçao
impressiona os turistas, mas também A
mercado
turismo
pela riqueza cultural. Para conhecer
melhor a história da ilha, uma visita
ao museu Kura Hulanda é essencial.
Entrar no local é uma viagem no tempo por meio de objetos, documentos,
pinturas e esculturas. O tráfico de escravos é o tema principal. Na praça
central, vista de frente, uma grande
escultura mostra o rosto de um africano. Vista de lado, é o mapa da África,
criação do artista Nel Simon. Vários
jardins repletos de esculturas compõem o museu.
O Kura Hulanda foi construído
pelo holandês Jacob Gelt Dekker exatamente no local onde antes existia
uma senzala (que ainda permanece
de pé). Réplicas de navios negreiros
em miniatura, objetos utilizados para
tortura e roupas de diferentes épocas
ajudam a contar a história da ilha.
7 - Passeio pelas ruas coloridas da capital Willsmetad
A capital do país, Willemstad, é
tombada como patrimônio histórico
da humanidade pela UNESCO. Dividida pela Baía de Santa Anna, cada lado
tem características próprias. Em Punda, por exemplo, chama a atenção a
arquitetura típica europeia e as cores
vibrantes com que são pintados os
comércios, que mais parecem simpáticas casinhas de boneca. A construção mais charmosa, antiga (datada
de 1708!) e também a mais conhecida é a loja de perfumes e cosméticos
Penha. Pintada de amarelo escuro,
quase mostarda, é impossível não vê-la. Aproveite que você está por ali e
não deixe de entrar para fazer umas
compras, os preços são muito convi-
dativos. Nas calçadas beirando a baía,
além de bares com mesinhas estrategicamente localizadas, você pode se
deparar com alguns canhões, resquícios da época da colonização.
Para ir de um lado a outro da capital, ou seja, de Punda a Otrobanda, e
atravessar a Baía de Santa Anna, vale
a pena esperar um tempinho e atravessar a Ponte Rainha Emma, uma das
poucas pontes flutuantes do mundo.
Ela é toda formada por pequenos barcos que ajudam a abrir o canal para
navios gigantes, de carga ou de passageiros, passarem pela Baía. Chegando a Otrobanda, você vai encontrar o
mesmo estilo de prédios baixos e coloridos. O forte desse lado da capital
está na cultura, já que é nessa região
que se localizam o Museu Kura Hulanda e a Sinagoga Mikvé Israel-Emanuel.
8 - Jantar no Fort Nassau
A vista noturna mais linda de
Curaçao, como o próprio nome já diz,
o restaurante está localizado em um
forte que antigamente protegia a ilha.
É possível optar entre as mesas localizadas ao ar livre ou no interior do restaurante, que tem uma janela panorâmica maravilhosa. É um lugar chique!
A rainha Beatrix, da Holanda, costuma
jantar lá quando vai a Curaçao. Portanto, prepare-se para uma refeição digna
de reis e rainhas. Peça o medalhão de
carne com tomate recheado. Vale cada
pedaço! De sobremesa, peça o profiteroles, que vem com a massa crocante
e o recheio macio e leve. Pecado é não
experimentar. Um bom vinho e uma
ótima companhia farão deste um jantar mais do que inesquecível.
9 - Dançar a noite inteira no Mambo
Beach ou no Ay Caramba
Quando anoitece, Curaçao é diversão na certa. Como o calor é intenso,
a maioria das casas noturnas tem pista ao ar livre. O Mambo Beach reúne
curaçolenhos e turistas em uma pista
de dança e um bar à beira da praia.
Além dos ritmos latinos, que fazem a
pista ferver, o DJ toca muita música
eletrônica. Cansou do bate-estaca?
Basta sentar em uma das cadeiras estrategicamente localizadas na beira-mar (dá até para descansar os pés na
água). O Ay Caramba é uma balada
um pouco mais eclética. Dentro do
local, sempre cheio, todos os tipos de
música latina fazem o pessoal rebolar.
O espaço aberto, em geral, é reservado para diversos shows e apresenta-
ções do local. E você não paga nada
a mais por isso. Para aproveitar tudo
sentado, em um clima mais reservado,
você pode tentar um lugar no terraço
(subindo as escadas) que tem vista
para a baía e Punda. Juntos à Ponte
Emma, iluminadas à noite, são uma
visão imperdível, além de romântica.
10 - Sea Aquarium
Visitar o Sea Aquarium pode parecer um programa batido e para lá
de comum. Mas não em Curaçao.
Você até pode assistir ao tradicional
show de golfinhos, mas o que vale
mesmo a pena neste passeio é o contato próximo com a vida marinha. Entre em um tanque repleto de arraias
e as toque delicadamente; chegue
perto de flamingos ou pegue estrelas marinhas gigantes nas mãos. Os
mais corajosos podem até alimentar
tubarões embaixo da água - claro
que protegidos por um vidro. Para
os menos corajosos, há a opção (não
menos emocionante) de alimentar
tartarugas marinhas. B
mercado
bazar
Agendas 2012 para quem quer estilo
A Norma sai na frente mais uma vez e promete conquistar consumidores apaixonados por estilo, sofisticação e velocidade com o lançamento das agendas 2012 Ferrari e Lamborghini. Os modelos contam com a alta
qualidade e o acabamento primoroso típicos da marca, além de diversos atrativos, entre eles, páginas personalizadas, pôsteres, separadores de meses com imagens de carros históricos e detalhes em hot stamping ou
verniz nas capas. Confira as principais características das agendas:
Ferrari - Quem é apaixonado por velocidade vai adorar a agenda disponível em duas lindas opções de
capa com reservas de verniz. Outros atrativos são: régua clips, pôster personalizado, bolsa plástica transparente, páginas diárias com marcação de horário e, entre os meses, textos sobre a história da escuderia e de
seus carros, que despertam paixões no mundo inteiro.
Lamborghini - A sofisticada escuderia ganha uma agenda para lá de inspirada da Norma. A linda capa tem
papel especial similar a aço escovado e detalhes em hot stamping dourado. Internamente, há miolo diário com
horário nas pautas, guarda decorada, fitilho amarelo, bolsa plástica transparente e separadores de meses com
imagens de carros históricos, informações de motor, ano de construção, lançamento, entre outros.
O preço médio ao consumidor final dos dois produtos é de R$ 25,20. Para maiores informações, os consumidores têm à disposição o SAC: 0800 701 9410 e o site www.produtosnorma.com.br. A
mercado
bazar
Galaxy Tab 7.7 - Samsung anuncia novo tablet
Como sempre, a Samsung consegue surpreender seus consumidores. Dessa vez não foi diferente, ao
lançar o Samsung Galaxy Tab 7,7″.
O aparelho foi apresentando na IFA 2011 agradando todos os presentes, ainda mais quando anunciaram
uma atualização importante e necessária na nova versão.
Sua tela com Super AMOLED Plus já era esperada. O Tab 7,7″ é o único no mundo com essa nova tecnologia, o que acabou agradando com mais uma superinovação, além do seu sistema operacional ser nada mais
que a versão mais recente do Android, o HoneyComb 3.2.
Com tela de 7,7”, o Galaxy Tab possui o processador dual core 1.4GHz, o que torna o aparelho capaz de
reproduzir vídeos em 1080p.
Novidade também na sua capacidade de armazenamento interno, com a opção de 64GB de memória e
expansão externa de até 32GB.
O tablet possui internet 3G, Wi-Fi, além, claro, de GPS integrado e Bluetooth 3.0. Com duas câmeras (frontal com 2MP e traseira com 3MP e flash), o Galaxy Tab 7,7” proporciona uma qualidade impressionante de
imagem, já que sua resolução é de 1280×800.
Por dentro, temos uma bateria
de 5.100mAh, que segundo a própria
Samsung dura até 10 horas.
E o mais impressionante é que
toda essa tecnologia cabe dentro
de um corpo superleve e fino, com
7,89mm de espessura e 335g. A
mercado
bazar
Motorola Mobility e TIM lançam o Milestone 3TM no
Brasil
Mais fino, mais rápido e mais inteligente, o Milestone 3 reforça
o poder da mobilidade para usuários do mundo inteiro
A Motorola Mobility Inc. e a TIM anunciam o lançamento, no Brasil, do Motorola Milestone 3. O mais novo membro da família Milestone tem como diferencial sua rápida velocidade de usabilidade e conexão, oferecendo ampla navegação na web no celular, acesso irrestrito
a e-mails e serviços multimídia variados. Com o teclado QWERTY, os
usuários irão se tornar verdadeiros desbravadores digitais, podendo
aproveitar o poder deste smartphone para turbinar suas vidas e estar
sempre conectados.
O Motorola Milestone 3 é o primeiro da família com um processador dual core, que garante a execução mais efetiva de múltiplas
tarefas, navegação e carregamento mais rápido de vídeos e jogos de
melhor qualidade. Uma linha dedicada aos números e localizada acima do teclado QWERTY superfino permite a digitação mais rápida e
precisa de textos sem a necessidade de utilizar a tecla “ALT”. E, com o
display touchscreen de 4,0 polegadas, o Milestone 3 oferece visualização de fotos, páginas de web e conteúdo de vídeo mais nítida e clara
do que qualquer um de seus antecessores.
O Motorola Milestone 3 estará disponível a partir da próxima semana nas lojas da TIM por R$ 1.680. Para
saber mais sobre o Milestone 3, acesse: www.motorola.com/mobility.
Yes! lança linha corporal Neon
Cabelos e corpo ganham produtos especiais
Referência no segmento de cosméticos, a Yes! amplia a linha Neon
lançada recentemente. Agora, as Deo Colônias ganham Sabonete
Líquido Esfoliante; Shampoo 3 em 1 e Hidratante Corporal.
Sabonete Líquido Esfoliante Neon Shock, com microesferas de
polietileno e Aloe Vera - retira as células mortas da pele de forma
suave, oferecendo ao mesmo tempo hidratação e refrescância. Possui
fragrância feminina e levemente picante, com acordes de pimenta
rosa. Disponível em frasco de cor pink, de 200ml, por R$ 22,90.
Shampoo 3 em 1 Vibe - pode ser usado como shampoo, sabonete
líquido e espuma para barbear. Leva em sua formulação extrato de
algas marinhas, dando aos cabelos volume, maciez e brilho. Seu perfume suave é energizante, com notas cítricas. Em frasco de cor verde,
de 200ml, por R$ 19,90.
Hidratante Corporal Desodorante Neon Fever - de textura leve,
hidrata e amacia, sendo rapidamente absorvido pela pele. Com extrato de Aloe Vera na composição, proporciona sensação de frescor. Sua fragrância traz notas florais leves. Em
embalagem de cor laranja, de 200ml, ao preço de R$ 22,90.
Esses lançamentos já podem ser encomendados aos revendedores da marca em todo o Brasil e estarão
disponíveis a partir de novembro. B
78 | Revista MERCADO | Outubro 2011
mercado
As Esganadas
E
dica de leitura
Da Redação
m As esganadas, o autor
do best-seller O xangô de
Baker Street, Jô Soares,
explora mais uma vez um
tema que lhe é caro: os assassinatos em série. No entanto, tal
como Alfred Hitchcock, que desprezava os romances policiais cujo objetivo se resume a descobrir quem
é o criminoso (o famoso “whodonit”), Jô Soares revela logo no início
não somente quem é o desalmado
como sua motivação psicológica
(melhor dizer, psicanalítica) para
matar. O delicioso núcleo narrativo
está nas tentativas aparvalhadas da
polícia de encontrar um criminoso
que, além de muito esperto e de
não despertar suspeita nenhuma,
possui uma rara característica física
que dificulta sobremaneira a utilização dos novos “métodos científicos” da polícia carioca.
Para investigar os crimes, o famigerado chefe de polícia Filinto Müller designa um delegado ranzinza,
assessorado por um auxiliar obtuso e medroso, e que contará com a
inestimável ajuda de um sofisticado
e culto ex-inspetor. Na perseguição
ao criminoso, os três investigadores
ganham a desejável companhia de
uma jovem linda, destemida, viajada e moderna, que é repórter e fotógrafa da principal revista ilustrada
do país.
O leitor também pode se fartar
aqui com uma outra faceta constante na obra literária de Jô Soares:
a escolha de um momento do passado para cenário de sua narrativa,
o que lhe permite entrar em detalhes históricos curiosos enquanto
desenvolve a trama. Desta vez, voltamos ao Rio de Janeiro do Estado
Novo, tendo por pano de fundo
mais amplo o avanço do nazismo e
as primeiras nuvens ameaçadoras
que anunciam a Segunda Guerra
Mundial. Entre os eventos da época
que Jô resgata, estão uma corrida
de automóveis no Circuito da Gávea
(de que participam o cineasta Manoel de Oliveira e o lendário Chico
Landi) e a transmissão pelo rádio da
derrota do Brasil de Leônidas da Silva para a Itália na semifinal da Copa
de 1938, na França.
Ficha técnica
Título: As esganadas
Autor: Jô Soares
Formato: 14x21 cm
Peso: 372 gramas
Nº de páginas: 264
Capa: Brochura
ISBN: 9788535919752
Selo: Companhia das Letras
80 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Seis anos depois de seu último livro, Assassinatos na Academia Brasileira de Letras, o apresentador e humorista Jô Soares,
73 anos, volta à literatura com As
esganadas, em que explora o seu
tema literário favorito: assassinatos em série
Com a verve que lhe é característica, Jô consegue, neste As esganadas, realizar a façanha de narrar
uma série de crimes brutais, com
requintes inimagináveis de crueldade, e deixar o leitor com um sorriso
satisfeito nos lábios. B
mercado
coluna literatura
*Kenia Maria de Almeida Pereira é doutora em Literatura Brasileira pela Unesp/São José do Rio Preto-SP e professora
colaboradora do Mestrado em Teoria Literária da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Autora de artigos científicos e livros
sobre literatura brasileira ([email protected])
Quem quer viver 116 anos?
Longa vida para a literatura
e as artes
Por Kenia Maria*
L
i, assombrada, em reportagem publicada na Folha
de São Paulo, que o baiano
Deraldo Magdo dos Santos
é o homem mais velho do
mundo (a sua certidão, registrada
em 1985, aponta o seu nascimento
em 2 de novembro de 1894). Deraldo
tem 116 anos de idade e a sua saúde,
“meu rei”, vai bem, obrigado. É, Seu
Deraldo, são mais de 100 anos de
muito vatapá, cururu e mungunzá!
Seu Deraldo vive num asilo para idosos em Salvador. Come bem, dorme
bem e se alimenta seis vezes ao dia.
Incrivelmente, ele não usa óculos
para ler e ainda caminha sem a ajuda
de bengala. Adora rir e contar causos
para alegrar os coleguinhas mais jovens, que têm entre 90 e 100 anos.
Fico imaginando Deraldo dizendo,
entre uma gargalhada e outra, que
“ainda não morreu porque os defuntos não gostam dele, por ter nascido
no Dia de Finados”. Esta é a arte de
Deraldo, provocar alegria e, por que
não dizer, esperança em nós, pobres
mortais, que não sabemos se vamos
passar dos cinquenta.
Também muito me assombra
e encanta a lucidez intelectual do
arquiteto-artista Oscar Niemeyer.
Aos 104 anos de idade, exercendo
seu ofício todos os dias, de domingo
a domingo, debruçado sobre seus
projetos, ele afirma que não sabe
quando vai parar de trabalhar. Ele
sempre acha que é cedo para pendurar as chuteiras. Em 2004, quando completou 98 anos, viúvo, com
cinco netos, 13 bisnetos e 5 trinetos,
Niemeyer foi alvejado pelas flechas
de Cupido e pediu em casamento
82 | Revista MERCADO | Outubro 2011
sua secretária, Vera Lúcia Cabreira,
de 60 anos.
Se Niemeyer impregnou Brasília
com sua arquitetura sedutora-curvilínea, projetando a poesia concreta
do côncavo e do convexo no Palácio
da Alvorada, no Edifício do Congresso Nacional, na Catedral de Brasília,
no Palácio do Planalto, também surpreendeu São Paulo com as ondulações do Edifício Copan e revestiu de
espiritualidade o concreto armado
da igrejinha da Pampulha, em Belo
Horizonte. Também deixou de queixo caído muita gente boa do outro
lado do mundo quando projetou
para o governo da Argélia a Universidade de Constantine e a belíssima
mesquita de Argel.
Aqui em Uberlândia, não há
como ficarmos indiferentes à irreverência curvilínea de Oscar Niemeyer,
quando passamos pela avenida Rondon Pacheco e de longe avistamos
aquele cilindro branco, brilhante,
banhado pelo sol. Projetado pelo
O baiano Deraldo Magdo dos Santos, de 116 anos
arquiteto em 1998, dizem que será
o maior teatro de Minas Gerais, com
capacidade para até 20 mil pessoas...
Caros leitores, fico matutando
com meus botões... Será que vamos
conseguir fazer com que alguns milhares de uberlandenses desliguem
a novela das oito, deixem de ver o
Faustão e o Fantástico para se dirigirem àquele magnífico prédio a
fim de experimentarem uma catarse
teatral? De verdade, torço para que
finalmente esta cidade introjete o
hábito de ver peças teatrais. Espero
não chegar aos cem anos de idade
e penosamente ver mais uma casa
de teatro abandonada, esquecida,
ignorada! Longa vida, também, à
memória de Grande Otelo que, se
estivesse vivo, estaria completando, este ano, 96 anos.Já no que diz
respeito ao cinema, quem seria o
cineasta, na ativa, mais velho do
mundo? Acertou quem se lembrou
do português Manoel de Oliveira.
Com 103 anos, ele ainda dirige filmes primorosos como o último de
2009, intitulado Singularidades de
uma rapariga loura, baseado num
conto de Eça de Queiroz. Mesmo
tendo ganhado os principais prêmios da indústria cinematográfica,
como Cannes, Veneza e Montreal,
Manoel leva vida simples, tranquilo
em sua casa, lendo gostosamente
por horas a fio, afinal, grande parte de sua inspiração para produzir
bons filmes vem da literatura.
E para quem nunca assistiu a um
filme feito em Portugal, aconselho o
intrigante Palavra e utopia, dirigido
no ano 2000 por Manoel de Oliveira.
O leitor pode confirmar a densidade
poética das películas deste realizador centenário. Neste filme, o tema
gira em torno do polêmico Padre
Antônio Vieira, às voltas com a famigerada Inquisição que não perdoava um religioso disposto a lutar
pela dignidade de negros e índios.
O espectador pode conferir também o ator brasileiro Lima Duarte,
representando magistralmente Padre Vieira.
No que se refere à poesia, creio
que talvez o cuiabano Manoel de
O arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos
Barros, com 98 anos, seja o mais velho poeta brasileiro, em plena forma, escrevendo, publicando, dando
entrevistas, lendo, dialogando com
o mundo. Todos os dias esse encantador de palavras se tranca em sua
biblioteca e trabalha das sete ao
meio-dia, “desinventando” vocábulos. Manoel não usa computador, já
que, para ele, a criatividade nasce
da ponta do lápis. Se o leitor nunca
leu nada de Manoel de Barros, deve
começar pelo “Livro das ignorãças”.
Delícia de leitura! Tal qual Guimarães Rosa, Manoel cria neologismo,
desmonta a língua portuguesa e
reorganiza as palavras, como se elas
fossem aqueles jogos antigos, chamados de Lego. Este autor tem o
dom de montar e desmontar, encaixar e desencaixar, de forma lúdica,
brincalhona, a gênese de cada vocábulo. Para Manoel de Barros o “verbo tem que pegar delírio”, pois no
“descomeço era o verbo”. “Poesia é
voar fora da asa”, afirma este mato-grossense que, a seu modo, vai
“desaprendendo” poesia, tirando
dos almanaques de Cuiabá “despesas para a sua ignorãça”. Se Manuel
Bandeira dizia que “a poesia está
em tudo, tanto nos amores como
nos chinelos”, para este Manoel
cuiabano a poesia é “escutar a cor
dos passarinhos”, uma vez que, por
mais que a gente procure, “todos os
caminhos levam à ignorância”.
Aqui fica a pergunta para o leitor: Deraldo, Niemeyer, Manoel de
Oliveira e Manoel de Barros podem
ser considerados velhos? Deraldo,
fazendo seus companheiros de asilo dar risadas; Niemeyer, amando e
desenhando curvas sinuosas numa
arquitetura sedutora; Manoel de
Oliveira, alquimista que transforma
literatura em cinema; e Manoel de
Barros, com sua poética das lesmas,
dos palitos de fósforo, dos girassóis
de Van Gogh: essa turma pode ser
considerada como de vovozinhos
carentes? O século XXI já exige de
todos nós que repensemos o significado da palavra velhice.
Desejo longa vida a todos e, também, muitos amores, afinal, “lugar
sem comportamento é o coração”. B
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 83
mercado
profissões em filme
*Kelson Venâncio jornalista e diretor do Cinema e Vídeo - www.cinemaevideo.com.br
Cilada.com
Por Kelson Venâncio*
U
ltimamente, o cinema
brasileiro tem entrado
na onda das comédias
românticas, seguindo
a moda de produções
norte-americanas na tentativa de
ganhar dinheiro com os casais apaixonados, que não são tão exigentes
e querem apenas se divertir com
os longas chamados “mamão com
açúcar”, sem maiores compromissos
com a inteligência humana. É claro que existem muitos filmes bons
nesse gênero que, mesmo com um
roteiro básico, servem para dar risadas e termos a sensação de que o
“amor é lindo”. Mas, em compensação, aparece cada um tão ruim que
não dá para assistir nem se você for
ao cinema apenas para curtir um filminho light.
Mas, dessa vez, por incrível que
pareça, uma produção para a qual
eu nem tinha muitas expectativas
me agradou bastante. É o novo filme
dirigido por José Alvarenga Jr. e produzido por Augusto Casé.
Cilada.com conta a história de
Bruno, que foi flagrado traindo sua
namorada durante uma festa de casamento e levou um “pé na bunda”.
Por vingança, ela publica na Internet
um vídeo dela transando com ele, que
paga o maior mico por causa de uma
ejaculação precoce. As imagens viram
um sucesso e Bruno uma celebridade,
só que da pior forma possível. Agora,
sua única saída é tentar provar para
todo mundo que é bom de cama. Ele
passa a recorrer a antigas namoradas,
84 | Revista MERCADO | Outubro 2011
no intuito de registrar declarações
delas em vídeo, ao mesmo tempo em
que tenta encontrar novas parceiras.
Paralelamente, Bruno tenta conseguir
o perdão de Fernanda.
Com um roteiro básico e simples
assim, o filme consegue agradar por
ter um conjunto de fatores que o ajudam nesse objetivo. O primeiro deles
é ter como protagonista o ótimo ator
Bruno Mazzeo. E, neste caso, o ditado
é verdadeiro: “filho de peixe peixinho é”. Chico Anísio ensinou bem o
rapaz a fazer uma boa comédia. Ele é
o responsável por levantar o filme e
nos proporcionar boas gargalhadas.
É claro que não é o único que nos faz
rir bastante. Personagens secundários dão um ótimo suporte cômico ao
elenco principal. É o caso da empregada de Bruno, do colega de trabalho
dele, do melhor amigo, Sandro, das
ex-namoradas e, especialmente, da
prostituta que é a que “menos” aparece, mas rouba a cena em poucos
minutos de atuação. Fernanda Paes
Leme faz o básico, mas realiza um
bom trabalho. Só não dá para aceitar
o Sérgio Loroza, que está ali apenas
para representar o gordão com uma
conversa manhosa, com seu estilo
malandro, mas forçado.
A direção de José Alvarenga Jr.
também é eficaz e funciona muito
bem. Como disse, apesar da história
simples, ele consegue fazer com que
o elenco encarne bem seus personagens. Além disso, explora detalhes
que são comuns em uma situação
como essa na vida real, como a ver-
gonha de alguém que tem um vídeo
publicado na Internet.
Mas, como nem tudo é uma maravilha, como sempre aparecem as
doses exageradas de humor para
forçar as risadas de qualquer maneira. Não basta que os personagens
ou a história sejam engraçados naturalmente. É preciso usar o estilo
“The Force” e forçar situações que
seriam ridículas na vida real. As
apresentações das campanhas publicitárias são absurdamente exageradas na burrice e na incompetência. Sem contar que, para tentar
ser mais cômico ainda, tem sempre
alguém que come algo diferente
ou, no caso do filme, bebe remédios trocados e fica doidão num
momento importante. Tem a risada
sarcástica, mas irreal, do colega de
trabalho no meio de uma reunião
de negócios, tem os palavrões do
mais baixo nível do pai para a filha
de seis anos ao telefone, tem a discussão sobre sexo com frases obscenas em frente a uma família com
um senhor de idade e uma criança.
São detalhes desnecessários
para a trama e que não acrescentam em nada no meu ponto de vista.
Mas, felizmente, esses probleminhas
não atrapalham Cilada.com, que
mostra que o Brasil pode fazer boas
comédias românticas sem precisar
copiar filmes norte-americanos ou
fazer micagens para que o público
dê risadas. E olha que algumas situações dão a entender que pode vir
uma continuação por aí. Será? B
FICHA TÉCNICA
Filme: Cilada.com
Origem: Brasil
Ano: 2010
Elenco: Bruno Mazzeo,
Fernanda Paes Leme, Mauro
Mendonça, Heloísa Perissé,
Augusto Madeira, Telmo
Fernandes, Anna Karenina,
Serjão Lorozza
Direção: José Alvarenga Jr.
Gênero: Comédia
Classificação: 14 anos
Duração: 107 minutos
Nota: 8
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 85
mercado
sustentabilidade
Brasil recicla cerca de 20%
dos plásticos pós-consumo
Em 2010, o país registrou 738 recicladoras de plásticos que faturaram
juntas, em 2010, R$ 195 bilhões e geraram 18,3 mil empregos diretos
Da Redação
P
esquisa
encomendada
pela Plastivida Instituto
Sócio Ambiental dos Plásticos, desenvolvida com
base em 2010, aponta
que, no período, foram reciclados
no Brasil 19,4% dos plásticos pós-consumo, ou seja, 953 mil toneladas. No ano anterior, a marca foi de
17,9%. Mostra também que a região
Sudeste foi a que mais reciclou esse
tipo de material em 2010 (60%), seguida, pela ordem, das regiões Sul
(26%), Nordeste (11%), Centro-Oeste
(2%) e Norte (1%).
No ano, o Brasil registrou 738 recicladoras de plásticos, sendo que
44% no estado de São Paulo, 12%
no Rio Grande do Sul, 9% em Minas
Gerais, 7% no Rio de Janeiro, 7% em
Santa Catarina, 5% no Paraná, 4%
na Bahia e 3% em Goiás. Os 9% restantes foram registrados nos demais
estados brasileiros. Essas empresas
faturaram juntas, em 2010, R$ 195 bilhões, 5,2% a mais que em 2009. Elas
geraram 18,3 mil empregos diretos
no período.
A pesquisa também apontou
quais os segmentos que mais consumiram plásticos reciclados no
ano passado. Os bens de consumo
foram os maiores demandantes do
produto: os semiduráveis (utilidades domésticas, segmento têxtil,
brinquedos, descartáveis, limpeza
doméstica, calçados e acessórios),
demandaram 49,5% dos plásticos
reciclados em 2010. Os bens de consumo duráveis (automobilístico, eletroeletrônico, móveis, entre outros)
consumiram 19,6%. A construção
civil absorveu 15,1% do total, a área
86 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Industrial 2,6%, a Agropecuária 1,2%
e outras aplicações 12%.
O nível operacional médio da
indústria brasileira de reciclagem
de plásticos, em 2010, foi de 64,5%
da capacidade instalada, que é de
1,5 milhão de toneladas. A pesquisa
mostra que esse fator é um reflexo
da estrutura de coleta seletiva no
Brasil. Dos 5.565 municípios brasileiros, apenas 443, ou seja, 8%, contam
com coleta seletiva estruturada.
O presidente da Plastivida, Miguel Bahiense, acredita que a educação - a disseminação dos conceitos
de consumo responsável, reutilização dos produtos e destinação adequada dos resíduos, entre eles os
plásticos - é o canal mais eficaz para
que toda a sociedade (população, in-
dústria, poder público) compreenda
seu papel em prol da sustentabilidade. “É por meio da educação que vamos conseguir aproveitar melhor os
recursos, gerar economia e garantir
a preservação ambiental”, afirma o
executivo.
Em 2010, o Brasil ficou na nona
posição mundial na reciclagem dos
plásticos, atrás da Alemanha (34%),
Suécia (33,2%), Bélgica (29,2%), Noruega (25,7%), Suíça (24%), Itália
(23%), Eslovênia (21,4%) e Dinamarca (21%). A média da União Europeia
no ano foi de 21%.
A pesquisa anual sobre a reciclagem dos plásticos foi desenvolvida
pela Maxiquim, consultoria especializada no segmento industrial, de
acordo com metodologia do IBGE.
Brasil joga fora energia que
abasteceria 18 milhões de lares
O
número é absurdo, mas
consta do levantamento feito pela consultoria
Andrade & Canellas. A
cada ano, uma quantidade de energia suficiente para
abastecer cerca de 18 milhões de
residências é jogada no lixo. É que
o Brasil deixa de gerar entre 3.050 e
3.600 GWh de energia com origem
na decomposição do lixo urbano.
A afirmação foi feita com base
nas estimativas divulgadas pela Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), que apontam que em
2010 os lixões e aterros sanitários
receberam cerca de 61 milhões de
toneladas de resíduos provenientes
de cidades de grande e médio porte.
Considerando o potencial do
biogás, composto principalmente por metano, cada tonelada
poderia gerar entre 50 e 60 KWh
de energia elétrica, desde que
fossem armazenadas e aproveitadas corretamente.
O metano é mais danoso para
a atmosfera que o gás carbônico e
pode amplificar o efeito em cerca de
20 vezes se comparado com o CO2.
Uma das soluções para reduzir o risco de explosões é instalar um sistema de captação de gás no terreno.
Dessa forma, é possível encontrar
dois destinos para o metano: a queima simples, que impede a liberação
no ar, e a produção de energia.
O grande entrave para a materialização desse sistema é o alto
custo e o retorno em longo prazo.
Tendo em vista o potencial do lixo
gerado e com o objetivo de mudar
o panorama, o governo oferece desconto de 100% na tarifa de transmissão para a energia gerada por
usinas desse segmento, no entanto,
a falta de políticas públicas para a
área e a inexistência de linhas de
financiamento continuam atrapalhando o desenvolvimento. B
mercado
ponto de vista
Violência: esse mal tem cura?
Recentemente, um secretário da Prefeitura de Aracaju fez o seguinte questionamento: “se os indicadores sociais melhoraram visivelmente no Brasil pós-Lula, por que a violência não para de crescer, tendo em vista, e com razão, que ela está
associada à miséria”? Mas, ao que parece, isso não se verifica.
Por exemplo, se forem analisados apenas casos de homicídios - que talvez seja a identificação mais forte da palavra violência -, na primeira semana deste mês, um relatório da Agência da ONU para Drogas e Crime apontou que o Brasil detém
o terceiro maior índice de homicídios na América do Sul, atrás da Venezuela e da Colômbia. A agência afirma que houve,
no Brasil, 43.909 homicídios em 2009 (ano mais recente para o qual há estatísticas), fazendo com que o país tenha uma taxa
de 22,7 homicídios por 100 mil habitantes. Vale lembrar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera endêmica a
ocorrência de homicídios quando ocorrem além de 10 (dez) casos a cada grupo de 100 (cem) mil habitantes.
De maneira ampla, pesquisas revelam altos índices de violência de todos os gêneros no Brasil, como a doméstica, assaltos, assassinatos, sequestros seguidos de morte, violência nas ruas, familiar, etc. E esses índices só vêm aumentando a cada
ano. Com 3% da população mundial, o Brasil concentra 9% dos homicídios cometidos no planeta; os homicídios, por sua
vez, cresceram 29% na década passada e entre os jovens esse crescimento foi de 48%.
Diante dessa realidade, qual ou quais atitudes precisam ser tomadas para combater a violência nas cidades brasileiras?
Com a palavra, o G7 (*)...
A questão da violência é de alta complexidade. Apesar disso, o combate
à criminalidade tem sido tratado pelas autoridades públicas de maneira isolada. Percebemos que é incipiente o intercâmbio entre a polícia judiciária,
a polícia militar e o judiciário. De outro lado, a sociedade civil organizada e instituições não governamentais,
que podem contribuir de maneira eficaz em face da capilaridade junto às comunidades, acabam por não participar intensamente nas discussões sobre segurança pública. Por fim, a sociedade, comodamente, atribui à
responsabilidade ao poder público, deixando de cumprir com seu papel cidadão. Enquanto toda a sociedade
não compreender que a solução da criminalidade passa pela união e participação eficaz de todos, os índices
continuarão a aumentar. Para muitos, a paz é uma utopia, mas, para a OAB, é uma obsessão.
Sou pessoa de fé e, portanto, creio que podemos conter a escalada da violência
neste país. Mas, para tanto, o Estado, em todas as suas esferas - Executivo, Legislativo e Judiciário -, tem que atuar de forma mais ética, honesta e responsável no que
se refere aos próprios deveres e obrigações para, assim, fazer o brasileiro acreditar que a justiça é de fato para todos. Depois, buscar por modelos que funcionem
noutros países, tais como o de Nova York (EUA), onde os índices de criminalidade foram alarmantes, por mais de trinta
anos, deixando a cidade à mercê da violência. Então, nos anos 1990, o competente prefeito Rudolph Giuliani radicalizou
e criou o “Programa de Tolerância Zero”, que impunha policiamento ostensivo nas ruas e bairros, através do combate
ao tráfico de drogas e da apreensão de armas de fogo. Diante disso, todo e qualquer delito levava à prisão. Essa atitude
abaixou radicalmente os índices de violência de Nova York e hoje serve de modelo a outras cidades do mundo, como a
cidade do México, que adotou medidas parecidas no combate à violência. Vamos agir unidos nesse ideal que conseguiremos algo de positivo. É preciso que somemos esforços, trabalhando pelo desenvolvimento sustentável.
Falar em solução para acabar com a violência é demagogia, mas
acredito que boas políticas públicas, a participação da sociedade e, em
especial, o esporte podem ajudar. O esporte, além de auxiliar no desenvolvimento humano, ainda atua nas esferas cognitivas e afetivas, ensina
a disciplina, o respeito ao próximo e a determinação de vencer não só no esporte, mas também na vida.
Nesse sentido, os atuais Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, cumprem um papel relevante, porque, além de fomentar o consumo, ainda atraem a atenção de jovens que buscam acompanhar
seus ídolos e conquistas. Dentre tantas notícias que acompanhamos através da mídia, quero destacar
os exemplos das emissoras que priorizam a divulgação das Olimpíadas e merecem nosso aplauso. Essas
emissoras cumprem o papel cívico para com o cidadão brasileiro. Agora, nossas expectativas estão voltadas para as posições que destacam nossos jovens preparando-os para as Olimpíadas de 2016.
88 | Revista MERCADO | Outubro 2011
É certo que se formos analisar o contexto “Violência”, nos termos em que é
apresentado no preâmbulo do tema, estaremos fadados a concluir pelas estatísticas apresentadas. O Brasil é uma democracia jovem e com uma economia
que somente agora mostra sua pujança e vigor. Somos grandes e vivemos uma
transição em que uma maioria absoluta mal saiu da condição de miserabilidade para uma condição de classe média
emergente. Conflitos sociais são peculiares nessas circunstâncias. Há, também, o desdém daqueles que querem tirar
proveito deste momento. O tráfico de drogas cresce, porque ofertamos “rios de dinheiro” a abastecê-lo. A corrupção toma conta de nosso dia impunemente. A omissão de todos que deveriam zelar pela moral, pela honra e pela
integridade de nossas instituições, exemplos que deveríamos enaltecer, hoje se veem manchados em seus próprios
domínios. É chegada a hora não só de agirmos, mas também de reagirmos, antes que seja tarde demais.
Conselho
Veneráveis
do Triângulo
(*) A ONG G7 - Grupo dos Sete - é formada por grandes instituições sociais ativas na região do Triângulo
Mineiro e Alto Paranaíba. São elas: ACIUB - Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, CDL - Câmara
de Dirigentes Lojistas de Uberlândia, CVT - Conselho de Veneráveis do Triângulo, FIEMG Regional Vale do
Paranaíba/CINTAP - Centro Industrial e Integração de Negócios do Triângulo, OAB/MG 13ª Subseccional
de Uberlândia, SRU - Sindicato Rural de Uberlândia e SMU - Sociedade Médica de Uberlândia.
Empresário Herói 2011
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mercado
in foco
CME premia mulheres que fazem história
O Conselho da Mulher Empresária (CME) realizou,
durante a Feniub Logística 2011, a entrega do “Prêmio Mulheres que fazem história”. A premiação tem o
objetivo de homenagear as mulheres que se destacaram como empreendedoras e contribuíram para a valorização da sociedade e a construção da história de
Uberlândia, cuja trajetória de atos e conquistas foram
relevantes para a comunidade, e que servirão de referência, incentivo e inspiração para outras mulheres.
A entrega da premiação aconteceu no dia 6 de
outubro, no Castelli Master. Veja em flashes as homenageadas por categoria.
Saúde: Maria do Carmo Monte
Indústria: Maria Ifigênia Nunes
Arte e Cultura: Mônica Debs Diniz
Música: Nininha Rocha
Educação: Normy Barbosa Firmino
Moda: Patricia Bonaldi
Ação Social: Regina Mercadante
Comunicação: Rosane Lucho
Mulher Destaque 2011: Shirlene Soares Campos
Serviços: Sirlene Nunes
Serviço Público: Ana Paula Borges Mourão Lima
Associativismo: Alba Pereira Lima
Esportes: Christa Alice de Souza Coelho (Frida)
Mulher Uberlândia 2011: Bernadete M. Pinheiro Coury
Turismo: Françoise Mota
Designer: Edi Moreira Cardoso (Luluza)
Comércio: Kamila Prado
Meio Ambiente: Juliana Siqueira Guimarães Neto
90 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Inovação: Leticia Gomides
Obs: As vencedoras nas categorias “Terceiro Setor” e “Tecnologia”, Linda-Mar Peixoto Souza e Evelize Graboski Correia Lima,
respectivamente, não puderam comparecer na noite das homenagens, por isso, suas fotos não estão entre as demais acima. B
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 91
mercado
causos empresariais
*Nege Calil é consultor e especialista em gestão de pessoas
[email protected]
Tratamento VIP
(Comunicação Eficaz III)
Por Nege Calil*
Eu a chamava de Margô, uma
forma resumida e carinhosa de tratar
Margareth, a secretária da Diretoria.
Claro que essa intimidade era reservada a poucos. Afinal, sua fama se
consolidou por suas atitudes arredias.
Não sei se a vida a fez geniosa
ou se seu gênio difícil provocou
tantas idas e vindas na carreira e nos
relacionamentos pessoais. Quando estreitamos o relacionamento,
descobri que se tornara mãe ainda
adolescente, com pouco mais de 15
anos. Expulsa de casa pelo pai, optou por criar o filho sozinha, segundo sua versão. Recebia apoio escondido da mãe e de uma tia e, mesmo
assim, sua empreitada não foi fácil.
92 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Os que a conheciam de perto, insistiam que o real motivo da solidão é
que nenhum homem a tolerava por
mais de seis meses. Era bonita; apesar do peso dos anos, atraía alguns
olhares masculinos. No entanto,
afugentava a muitos com sua forma
direta de se expressar.
O filho seguiu seu caminho na
retidão, “pulava miudinho”, como se
costuma dizer aqui nas Minas Gerais.
Aos 23 anos formou-se em engenharia e ela afirmava categoricamente:
“Ai dele se não se efetivar na empresa após o estágio! Vira picadinho
nas minhas mãos.” Claro que ele se
efetivou! Só aí ela se prontificou a
correr atrás da própria formatura,
concluindo o curso de Secretariado
após os 40. Nara, sua colega de escola e de empresa, contava-nos pelos
corredores que Margô discutia feio
com os professores quando não concordava com algo e que nenhum se
atrevia a sustentar o bate-boca. Para
mim e outros colegas, era uma surpresa ela permanecer tanto tempo
na organização! Ninguém duvidava
de sua competência e confiança.
Organizada, bilíngue com fluência,
lidava com as contas bancárias pessoais do acionista majoritário e de
seus dependentes, além de guardar
a sete chaves os segredos deste. Todavia, aquele temperamento de cão
não era fácil de engolir.
Eu era novo na empresa e, naturalmente, também “cheio de dedos”
pra me dirigir a ela. Numa ocasião,
fui à Diretoria a pedido de meu chefe
e pude testemunhar uma cena que
me elucidou qual era a melhor maneira de tratar a fera.
- Bom dia, Margareth! - comecei.
- Bom dia, garoto! - retrucou. O
que você quer?
- Preciso falar com o Dr. Alessandro (à época, um dos 4 acionistas).
- Senta aí e espera! Ainda não
chegou.
Obedeci. A música que saía de
seu rádio contrastava com a decoração clássica do ambiente. De gosto duvidoso, Margô carregava na
maquiagem vermelha. A cabeleira
grande tornava-a maior do que realmente era. Insistia em mascar um
chiclete que, pelas minhas contas,
estava em sua boca há pelo menos
dois meses. Cantarolava a música e
lixava as unhas, lançando-me um
olhar vez ou outra, sem puxar qualquer assunto. Eis que toca o telefone
e, para não interromper seu trabalho
com as mãos, atendeu com o viva-voz ligado, permitindo que eu escutasse toda a conversa:
- Alô!
- Quantas vezes terei que dizer
que é pra atender ao telefone dizendo o nome da empresa e cumprimentando com um “bom-dia”?
- Pelo identificador de chamadas,
vi que era seu número.
- E daí? Sou um dos donos dessa
espelunca e exijo melhor tratamento.
- Eu não trabalho em nenhuma
espelunca, isso aqui é uma empresa
de respeito e idônea em seus negócios. Vai dizer o que quer ou vai
continuar a consumir meu tempo
precioso?
- Cadê o Alessandro? Não acho
ele em casa, nem no celular!
- Ainda não chegou!
- Assim que ele pisar aí dentro,
fala pra me ligar! Entendeu?
- Claro. Não sou surda.
E desligou o telefone. Com desdém, ela se dirigiu a mim:
- Ouviu a conversa? Viu como ele
me trata? É o menor dos acionistas e
acha que manda. Grosso, mal educado. Eu sei o que ele quer, os quatro
acionistas vão a uma negociação importante no Rio de Janeiro depois de
amanhã. Ele tá desesperado porque
não conseguiu levantar uns dados
pra essa reunião e tá pedindo penico pro Dr. Alessandro. Ainda bem
que respondo ao Dr. Lucas (à época,
o acionista majoritário). Vai esperar,
pra aprender a largar de ser trouxa.
Além de incompetente, é soberbo.
Escutei calado. Eu o conhecia e
sabia que era arrogante, mas não
concordava com a incompetência.
Pelo contrário, não seria sócio se não
reunisse conhecimentos importantes para o negócio.
O telefone tocou novamente. Era
Dr. Lucas, que foi atendido com um
sonoro nome da empresa e um cordial bom-dia:
- Bom-dia, Margô! Passou bem o
final de semana?
- Sim, obrigada!
- Foi aniversário de sua mãe neste
domingo. Diga-lhe que mando meus
parabéns, mesmo atrasado. Tentei ligar ontem, mas estava no sítio e você
sabe que o celular não pega lá.
- O senhor nunca esquece essas
datas. Obrigada!
- Se essas datas são importantes
para meus colaboradores, são importantes pra mim.
Com o tempo, percebi que Dr.
Lucas era verdadeiro nessas intenções. Importava-se de verdade com
as pouco mais de 300 pessoas registradas na empresa e obtinha delas
a percepção de que trabalhavam
“com ele” e não “para ele”.
- Liga pra ela hoje, ela vai gostar!
- continuou Margô.
- Farei isso! Margô, preciso falar
urgente com Alessandro. É sobre
nossa reunião no Rio.
- Hoje ele chegará mais tarde,
pois foi ao dentista.
- Humm... Não sei se posso esperar. Você sabe da importância dessa
reunião pra nós, o que pode fazer
pra ajudar a empresa?
Essa pergunta foi sábia - ele conseguiu envolvê-la no assunto e fazê-la se sentir importante.
- Vou localizá-lo agora no dentista. Qual o dado que o senhor precisa?
- Sabia que podia contar com
você. Anota aí.
Ele passou os dados de que precisava. A lixa de unha ficou de lado
e o comportamento de Margô mostrava comprometimento. A conversa finalizou:
- Ligo já pra recepcionista do
dentista e pego essas informações.
Em alguns minutos te retorno.
- Ah, mais uma coisa: parabéns
pelo atendimento ao telefone, exatamente como ensinado no treinamento da semana passada. Não podia
desligar sem te dar esse feedback.
- Obrigada! Já te ligo de volta.
Dr. Lucas tinha esse cuidado de
atentar-se aos detalhes e dar feedbacks pontuais de reforço positivo.
Acreditava fielmente que o aprendizado é muito mais rápido com esse
tipo de comunicação.
Encerrou o telefonema e, em minutos, conseguiu o que precisava. Rapidamente resolveram a pendência.
Atento, percebi rapidamente
que Margô era carente e, para quebrar sua rebeldia e conquistar sua
parceria, bastava um pouco de bom
trato. Incrível como as palavras adequadas a cada tipo de pessoa mudam seus comportamentos. Durante o tempo em que trabalhei nessa
empresa, aprendi com Dr. Lucas que
sempre precisamos envolver as pessoas, lançando perguntas que as levam à reflexão. E que um pouco de
polidez cabe em qualquer situação,
por mais complicada que seja.
A partir daí, tudo ficou mais fácil
pra mim:
- Margareth, pelo jeito Dr. Alessandro vai demorar. Meu assunto
não é urgente como esse que você
acabou de resolver, mas é de igual
importância.
Pode entregar esse relatório a ele
por mim?
- Claro! Deixe aqui sobre a mesa.
- Posso abusar mais um pouco de você? Preciso de um parecer
dele sobre esse relatório, tão logo
volte do Rio. Como pode me ajudar?
(Uma simples pergunta e ela já estava envolvida).
- Fácil, já vou reservar na agenda
dele pra falar com você. Dr. Alessandro é gente boa, mas é muito desorganizado. Ou fico no pé dele, ou ele
se perde todo!
- Tô entendendo porque você foi
contratada. Você resolve tudo “rapidim”. Bom demais chegar numa
empresa e contar com uma colega
como você.
Ela sorriu, denunciando que estava conquistada.
- Obrigado, Margareth! - finalizei.
Antes que eu saísse da sala, ela selou
nossa parceira que nascia naquele
momento e se mostrara fundamental para meus trabalhos durante
o tempo em que permaneci com
aquele time. Ainda com um sorriso
estampado no rosto, ela concluiu:
- Garoto!
- Sim? - respondi.
- Pode me chamar de Margô! B
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 93
mercado
geral
Oasis of the Seas é eleito o melhor
navio de cruzeiros
Candidatos de Uberlândia se
dão bem no exame da OAB
O Splendour of the Seas também foi homenageado com o prêmio Top of Mind. O melhor de tudo é que
essas duas pérolas da Royal Caribbean estão ao alcance dos brasileiros
Alunos de Direito de Faculdades da cidade ocupam o primeiro lugar no Triângulo Mineiro
no exame da Ordem dos Advogados do Brasil
Da Redação
Oasis, o melhor de todos
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou, no início deste mês, a lista final de aprovados no 1º Exame da Ordem de 2011 (4º Unificado). Segundo a relação divulgada, foram aprovados 18.002 candidatos, o que
representa 14,83% do total de inscritos, registrando um aumento em relação ao último exame, que foi de 9,74%,
o pior índice da história. Para Ophir Cavalcante (Presidente Nacional da OAB), o resultado tem duas causas: a
melhora no ensino de Direito no país e o maior empenho dos alunos.
No contexto dos aprovados, a Faculdade Esamc, de Uberlândia, ficou em primeiro lugar na Região do Triângulo Mineiro, com 50% de aprovação, considerando ainda que os alunos da instituição ainda estão cursando o
9º período do curso, o que aumenta o mérito da conquista. Esse resultado posiciona a ESAMC em 5º lugar entre
as faculdades listadas em Minas Gerais, seguida pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com 48,93% de
aprovação, com alunos já formados e/ou no último período do curso.
Contudo, a obrigatoriedade do exame divide opiniões e o formato da prova gera discussões entre os profissionais do meio jurídico. Em recente entrevista, o desembargador Sylvio Capanema, ex-vice-presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, revelou que as provas da OAB estão num nível de dificuldade absolutamente
igual às da defensoria do Ministério Público e, talvez, da magistratura. “Posso dizer com absoluta sinceridade
que eu, hoje, não passaria no exame de Ordem”, declarou.
O melhor desempenho nacional foi dos bacharéis formados pela Universidade de São Paulo (71,05%), seguido pela Universidade Federal do Sergipe (69,44%) e a Universidade Federal de Minas Gerais (64,71%). Entre os
piores desempenhos, aparecem 30 instituições que não tiveram nenhum candidato aprovado. A
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Da Redação
A Royal Caribbean está novamente comemorando e dessa vez em dose dupla. Na eleição de 2011 dos Melhores da Viagem e Turismo, o Oasis of the Seas foi eleito pelos leitores da revista como o melhor navio de cruzeiros. Além da escolha do Oasis of the Seas, a companhia também comemora a premiação dada ao Splendour
of the Seas, o prêmio Top of Mind, que significa um reconhecimento pelo grande número de prêmios recebido
pelo navio.
“Estamos muito orgulhosos pelo resultado, pois oferecemos a nossos hóspedes o que há de mais moderno
e inovador em termos de produtos e serviços. O Oasis of the Seas revolucionou a indústria de cruzeiros com suas
atrações, restaurantes e programação que tornam as férias de nossos hóspedes inesquecíveis; e o Splendour of
the Seas, que já é o queridinho do público brasileiro, passará por uma revitalização antes da temporada brasileira, o que certamente significará ainda mais satisfação entre os hóspedes”, comemora Ricardo Amaral, diretor da
Royal Caribbean para Brasil, América Latina e Caribe.
O Oasis of the Seas, inaugurado em 2009, considerado o maior e mais inovador navio de cruzeiros do mundo, foi eleito pelos leitores que viajaram durante este ano e puderam conferir a incrível estrutura oferecida pelo
navio, assim como diferenciais exclusivos e inéditos na indústria.
O Splendour of the Seas, um clássico nesta premiação há alguns anos, recebeu a menção honrosa Top of
Mind após ter sido eleito o melhor navio de cruzeiros por seis vezes.
94 | Revista MERCADO | Outubro 2011
Revista MERCADO | Outubro 2011 | 95
mercado
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geral
Rolls-Royce anuncia chegada à
América do Sul
Da Redação
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*09/06/2010 - 04/10/2011 google analytics
A Rolls-Royce Motor Cars anunciou neste mês que entrará no
mercado sul-americano pela primeira vez na história da empresa. A Rolls-Royce está trabalhando com futuras concessionárias
no Brasil e no Chile e o CEO da empresa, Torsten Müller-Ötvös,
está visitando atualmente a região para se encontrar com estes
futuros concessionários, assim como com potenciais clientes e
membros da mídia.
Em São Paulo, Torsten Müller-Ötvös disse estar muito feliz
em anunciar os planos da empresa para entrar no mercado sul-americano. Segundo ele, o Brasil e o Chile têm apresentado um
Sonho em breve ao alcance dos brasileiros. Rolls-Royce Ghost, o mais em impressionante crescimento econômico, com uma demanda
cada vez maior por parte de clientes perspicazes interessados em
conta da marca, a partir de R$ 2 milhões
produtos de alto luxo. “A Rolls-Royce Motor Cars vem crescendo
com muito sucesso em vários mercados emergentes e, portanto, é adequado estabelecermos uma forte presença no
Brasil e no Chile”, afirmou.
O Grupo Via Italia, comandado por Francisco Longo, é o futuro concessionário da Rolls-Royce Motor Cars no Brasil,
enquanto no Chile é a Williamson Balfour Motors, um membro do Grupo Inchcape comandado por Peter Aberle. Ambos
estão trabalhando com a data de março de 2012 para a abertura de suas concessionárias.
Boa hora - A notícia chega em um momento empolgante para a Rolls-Royce, já que as vendas vêm mantendo um
ritmo acelerado em todo o mundo. Entre janeiro e setembro, as vendas cresceram 41% em relação ao mesmo período
do ano passado. Tem havido uma forte demanda, tanto por modelos Phantom quanto Ghost, com crescimento de dois
dígitos em todas as regiões nos primeiros nove meses do ano. O Ghost continua a ampliar o segmento e é líder de mercado, com cerca de 80 por cento dos clientes tendo adquirido um Rolls-Royce pela primeira vez. A empresa possui uma
forte carteira de pedidos que se estende 2012 adentro e os níveis de conteúdo personalizado atingiram valores recordes.
A Rolls-Royce também anunciou recentemente que a fábrica e a matriz em Goodwood, West Sussex, devem ser ampliadas significativamente nos próximos meses para atender à crescente demanda global e ao maior interesse dos clientes
por modelos Ghost e Phantom personalizados. O total de investimentos no projeto será de aproximadamente £10 milhões.
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Feniub 2011 fecha com saldo positivo
Avaliação é do empresário Rogério Nery, presidente da Aciub,
instituição organizadora do evento
Da Redação
A Feniub 2011 foi encerrada com um sentimento de dever cumprido.
Centenas de negócios foram concretizados durante os quatro dias de feira e
vários outros foram prospectados pelos 76 expositores presentes no evento. “A Feniub Logística 2011 foi realmente um sucesso. Atingimos nosso objetivo principal, que era justamente fomentar negócios em um dos setores que
movimentam a economia de Uberlândia, a logística”, disse o presidente da Associação Comercial e Industrial de
Uberlândia (Aciub), Rogério Nery.
Em 2011, a Feniub trouxe muitas novidades, a começar pelo lançamento da Movimenta - Feira Internacional
de Logística, prevista para acontecer bienalmente a partir do próximo ano. Isso sem falar das palestras e rodadas
de negócios, que neste ano contou com a presença de empresas de diversas áreas ligadas ao setor logístico.
Durante os quatro dias de evento, os visitantes puderam conhecer as últimas novidades em softwares, soluções em tecnologia, implementos, carrocerias, rastreadores, peças para caminhões, soluções financeiras, entre
outros produtos e serviços expostos na Feniub Logística 2011. Além disso, o conhecimento se fez presente através
do seminário Desenvolvendo Competências na Logística, que ofereceu ao público palestras gratuitas com grandes
nomes do segmento logístico e especialistas em softwares e gestão de pessoas: Luis Arthur Bogiano (Totvs), Altamiro Carlos Borges (ABGroup e Aslog) e Cícero Domingos Penha (Algar). “Reunir aqui em Uberlândia, na Feniub, as
melhores empresas e profissionais que fazem a logística no dia a dia é muito importante para todos nós, porque
começa a se criar um cluster, uma ideia de discussão do assunto fora das bases de São Paulo e Rio de Janeiro”, disse
o empresário Altamiro Carlos Borges.
Os números, em valores, de negócios gerados na Feniub 2011 não foram divulgados pela organização do evento. A
96 | Revista MERCADO | Outubro 2011
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geral
O subcontrolador da CGE, Róbson Lucas da Silva, diz que a Controladoria-Geral do Estado empresta todo o apoio de ordem técnica para que os auditores
possam exercer as suas funções
Controladoria quer aprimorar a gestão pública
Da Agência Minas
Com ênfase na constante busca pelo aprimoramento dos mecanismos de transparência da gestão pública e, ainda,
na integração entre os sistemas de controle interno e externo da administração estadual, a Controladoria-Geral do Estado (CGE) realizou o 2º Encontro dos Auditores Setoriais e Seccionais Integrantes e Vinculados ao Sistema de Controle
Interno do órgão.
O Controlador-Geral do Estado, Moacyr Lobato Campos Filho, destacou, em suas palavras aos auditores do Estado,
a importância do encontro. “É essencial que se dê continuidade ao trabalho iniciado no início do ano, que representa
o fortalecimento e a integração do sistema de controle”, destacou. “O primeiro encontro, realizado em junho, foi um
passo decisivo para a incorporação dos princípios de integração entre os sistemas de controle interno e externo da
Controladoria. Isso reforça o papel da CGE, que não é só de avaliar, mas, sobretudo, o de apoiar os auditores do Estado”, completou Moacyr Lobato.
“A CGE estará sempre aberta ao diálogo com a sociedade como um todo”
Para o Controlador-Geral Adjunto, Juliano Fisicaro Borges, “a CGE estará sempre aberta ao diálogo com a sociedade como um todo, para que os auditores e os corregedores possam receber todo o suporte técnico para resguardar
os princípios de auditores em ocasiões que possam acontecer”. “Este trabalho é de extrema importância para que
possamos avançar nos processos da controladoria, da correição e da auditoria, sob a ótica da transparência”, ressaltou.
Já o Subcontrolador da CGE, Róbson Lucas da Silva, afirma que, “por se tratar de um órgão central, a CGE empresta
todo o apoio de ordem técnica para que os auditores possam exercer as suas funções”. “Constantemente, mantemos
encontros para que todo o trabalho realizado pelos auditores setoriais e seccionais esteja sintonizado com as orientações e diretrizes da CGE”, explicou.
Em sua apresentação no evento, o Subcontrolador de Auditoria e Controle da Gestão, Eduardo Fernandino, abordou a metodologia de avaliação do complexo operacional da CGE e o cronograma para elaboração do Plano Anual
de Auditoria 2012. O encontro foi realizado no auditório do BDMG, em Belo Horizonte. O terceiro encontro para 2011
deverá ser realizado em dezembro. B
98 | Revista MERCADO | Outubro 2011