As “mulheres” do Odelmo
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As “mulheres” do Odelmo
ano 6 número 46 Outubro 2011 | R$ 8,50 Ciência Macacos sentem e movem objetos virtuais só com a força do pensamento Marketing Orientado pela simplicidade, Steve Jobs criou desejos que beiram a doença Alimentação Cercada de mitos, a carne suína não é a vilã da saúde como se imagina As “mulheres” do Odelmo Quase metade das secretarias municipais de Uberlândia é competentemente administrada por mulheres. Mas quem são elas e o que fazem? Conheça a tropa de elite do prefeito Odelmo Leão que usa saia, batom e blush mercado www.revistamercado.com.br expediente editorial Diretor Geral Eduardo J. L. Nascimento [email protected] Diretor Comercial Fernando Martini [email protected] Conselho Gestor Eduardo J. L. Nascimento Evaldo Pighini Fernando Martini Conselho Editorial Paulo Sérgio Ferreira Janaina Depiné Analu Guimarães Dr. Joemilson D. Lopes Marconi Silva Santos Pedro Lacerda Marcelo Prado Dalira L. C. M. Carneiro Editor Chefe Evaldo Pighini e Jornalista Responsável MG 06320 JP [email protected] Reportagens Evaldo Pighini Margareth Castro Michele Borges Fabiana Barcelos Laura Pimenta Rosiane Magalhães Talita Nakamuta Alitéia Milagre Renata Tavares Lia Barbosa Revisão Lúcia Amaral Fotografia Mauro Marques (exceto as creditadas) Colaboradora Márcia Amaral Vendas Maurício Ribeiro 55 34 3239 5844 [email protected] Anderson Cabral [email protected] Secretaria Edileusa Ribeiro [email protected] Jurídico Thiago Alves OAB 107.533 Capa/Editoração Humpormil Pré-impressão Mídia Kit Impressão Tiragem 7.000 exemplares Anúncio 55 34 3239 5844 Assinatura 55 34 3239 5844 [email protected] Canal Livre [email protected] Cartas Rua Roosevelt de Oliveira, 345 Sl 14 Bairro Aparecida CEP 38.400-610 Uberlândia - MG - Brasil Edições extras 55 34 3239 5844 e reprints [email protected] Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião desta revista, assim como declarações emitidas por entrevistados. É autorizada a reprodução total ou parcial das matérias, desde que citada a fonte. A Revista MERCADO é uma publicação mensal do Grupo de Mídia Brasil Central (GMBC). Revista MERCADO 55 34 3236 6112 Rua Roosevelt de Oliveira, 345 Sl 14 Bairro Aparecida CEP 38.400-610 Uberlândia - MG - Brasil Copyright © 2008 - Grupo GMBC Todos os direitos reservados. As “mulheres” do Odelmo Destaque entre as mais importantes cidades brasileiras, Uberlândia não para de se superar: é a segunda maior cidade do interior de Minas Gerais; primeira cidade do estado e segunda do Brasil em saneamento básico; eleita em 2009 o melhor transporte público do país; premiada com o “Destaque de Ouro” na performance aterro sanitário; detentora do Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar e do Selo Qualidade em Educação Infantil; única cidade das Américas escolhida para representar os países emergentes na exposição “Better City, Better Life” (melhor qualidade de vida da população); ganhadora do prêmio “Bibi Vogel” pela excelência em aleitamento materno e baixo índice de mortalidade infantil; citada no livro 1000 X Architecture of the Americas (Canadá) como modelo em transporte urbano; maior polo atacadista brasileiro; segundo mercado consumidor do estado, enfim, são conquistas e mais conquistas que não deixam dúvida da força do município, que a cada dia progride mais e tem à sua frente uma administração extremamente compromissada com o desenvolvimento - e o melhor de tudo, sustentável. Mas chama a atenção o fato de que, liderada pelo prefeito Odelmo Leão, a administração municipal de Uberlândia tem uma particularidade que a diferencia da maioria: quase metade do secretariado é liderado por mulheres. Isso reforça que a competência também pode andar de saia e usar batom e blush - e, como disse Guevara, “sem perder a ternura”. Ana, Marli, Iracema, Valkíria, Mônica e Raquel são mulheres que estão fazendo a diferença e ajudando o prefeito na condução do município que vai pouco a pouco se transformando e conquistando números exponenciais no cenário nacional. É justamente para falar das mulheres do Odelmo que pensamos e elaboramos a nossa matéria de capa desta edição. É para mostrar quem são e quais responsabilidades têm, pois não podem passar anônimas pessoas que, como diz o próprio prefeito, tão competentemente administram as secretarias municipais que lhes foram designadas. Afinal, estamos num momento de plena ascensão feminina em que, por exemplo, temos uma mulher ocupando o cargo mais alto do país pela primeira vez na história. Assim, as secretárias municipais que integram o governo de Odelmo Leão são prova de que com o avanço e amadurecimento das gerações, o sexo feminino veio ganhando maior credibilidade e espaço no mundo dos negócios e da política. Elas, as mulheres do Odelmo, espelham o desejo da mulher moderna de se realizar profissionalmente e de desempenhar novos papéis sociais, papéis que vão além de mãe e esposa. Toda essa postura, muito além de ser uma forma de independência financeira, promoveu uma igualdade em relação ao homem. Portanto, ao nosso leitor, apresentamos as mulheres do prefeito Odelmo. Boa leitura! Evaldo Pighini Editor Revista MERCADO | Outubro 2011 mercado 46 índice Capa Na prefeitura de Uberlândia, quase metade das secretarias são comandadas por mulheres que ajudam o prefeito Odelmo Leão na administração de um dos municípios mais prósperos do Brasil. Elas são prova de que competência também pode usar saia, batom e blush 22 28 Trabalho É normal as pessoas escolherem a área de atuação segundo as aptidões, aquilo que se chama de vocação. Mas, ao longo da vida, pode surgir o interesse por outra coisa. É o caso de um engenheiro que fez de um hobby a sua nova profissão Revista MERCADO | Outubro 2011 46 54 Inovação Marketing Alimentação O Governo de Minas acaba de firmar parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), visando estreitar mais a sua relação com o segmento empresarial e trabalhar por uma aproximação maior deste com a universidade e centros de pesquisa Enquanto o mundo evolui tecnologicamente, o futuro e o passado caminham lado a lado. Marcas e design retrô ganham popularidade entre os consumidores. Coca-Cola, Brastemp, Nestlé, Devassa, Mabel e Granado apostam na tendência Associado a níveis elevados de colesterol no sangue, verminoses, alergias e obesidade, o consumo de carne suína é recheado de preconceitos, contudo, ela não é a vilã da saúde, como muita gente imagina Ciência Nos EUA, brasileiro lidera pesquisa com macacos, que sentem e movem objetos virtuais usando apenas o pensamento; estudo faz parte do Projeto Walk Again e foi publicado na revista Nature. Novas etapas ocorrem no Brasil, no Instituto de Neurociências de Natal 36 40 Outubro 2011 Veículos Canal Livre����������������������������������������������� 8 Energia................................................... 58 Artigo...................................................... 10 Bazar....................................................... 74 Conversa����������������������������������������������� 12 Dica de Leitura����������������������������������� 80 Franchising������������������������������������������ 14 Literatura���������������������������������������������� 82 Política.................................................... 16 Profissões em Filme������������������������� 84 Medicina����������������������������������������������� 20 Sustentabilidade������������������������������� 86 Agronegócios������������������������������������� 26 Ponto de vista������������������������������������� 88 Gestão.................................................... 38 In Foco.................................................... 90 Decoração�������������������������������������������� 42 Causos empresariais������������������������ 92 Comportamento������������������������������� 52 Geral........................................................ 94 60 Vem aí o novo Suzuki SX4, que deve ser lançado até o final do ano. O crossover também deve ganhar futuramente uma versão sedan. O motor e a potência do novo Suzuki SX4 2012 foram melhorados em relação à versão anterior Turismo 66 Apaixone-se por Curaçao. Situada no Caribe, a 53 Km da costa Venezuelana, essa ilha paradisíaca oferece uma boa estrutura turística, além de uma exuberante vida submarina. Curaçao celebrou neste mês o seu primeiro ano como país Revista MERCADO | Outubro 2011 mercado canal livre Fale com a Revista MERCADO [email protected] “Bons negócios” Saudades de Amsterdã Sou de Belo Horizonte, mas moro e trabalho em Uberlândia há três anos, como representante comercial. Isso me leva a estar em trânsito quase que semanalmente entre as duas cidades. Portanto, me sinto à vontade em afirmar que Uberlândia hoje não deixa nada a desejar à nossa capital em vários quesitos; agora mais, quando li a matéria da edição de setembro que focou o potencial e estrutura uberlandense para eventos de negócios. Li com prazer, mas também com certa tristeza, a reportagem sobre Amsterdã (Holanda) publicada por esta revista. Prazer por já ter ido lá e poder curtir as maravilhas daquela cidade, e tristeza por não ter mais previsão de quando poderei voltar. Foi uma viagem fantástica e aconselho a quem puder, que faça. Vale a pena. Alcides Nunes Shuttler Adoção no Brasil Representante comercial ________________________________________________ Triângulo Mineiro Muito se tem falado na divisão do Pará para criação dos estados de Carajás e Tapajós, cujo plebiscito está marcado para dezembro. Pergunto: por que ninguém fala ou se movimenta em prol da criação do estado do Triângulo? Afinal, trata-se de uma região que, sem dúvida alguma, reúne totais condições de ser independente, vide as duas matérias de capa desta revista, uma que fala de Araguari e Uberlândia e outra que fala só de Uberlândia. Especificamente, na última edição, a de setembro, outra reportagem mostrou investimentos que a Vale irá fazer em Patrocínio e Uberaba (R$ 3,8 bilhões) e que a British Petroleum planeja para Tupaciguara (R$ 1,14 bilhão). Enfim, creio que o Triângulo emancipado, sem ter que recolher aos cofres de Minas, iria se tornar em pouco tempo uma das unidades mais desenvolvidas e progressistas deste país. Alaor Fagundes Figueira Júlia Pinheiro Castellanni ________________________________________________ É difícil entender e aceitar a existência de tantas crianças à espera de adoção em nosso país, como foi mostrado em matéria publicada por esta revista. Esse grande número, a meu ver, está relacionado à exigência dos candidatos a pais, que procuram mais por crianças brancas e perfeitas, com bem diz a reportagem. Com isso, as crianças de cor negra, muitas das vezes, passam a vida inteira, até alcançar a maioridade, privadas de uma família e vivendo em abrigos. Assim, o que esperar dos adultos de amanhã? Sou branca e, eu e meu marido, pela impossibilidade de ter filhos, adotamos duas crianças lindas, uma parda e outra negra; e elas só nos trouxeram alegrias até hoje. Uma está se formando médica e outra quer ser professora, assim com eu. Esse meu testemunho é para pedir aos candidatos a pais que não façam distinção, pois a satisfação e o sentimento não estão na pele, mas no amor e na intenção. Lucelaine Damásio Mendonça Uberaba ________________________________________________ Dinheiro público?! Como boa portuguesa que sou - vim para o Brasil aos 19 anos e por cá fiquei -, gostei muito da matéria mostrando a gastronomia do meu Portugal. Porém, particularmente, eu acrescentaria mais uma receita às que foram publicadas: o Coelho à Caçador. É de dar água na boca. Com um vinho madeira então... Quem se interessar em experimentar, na internet é fácil encontrar receitas deste prato. Vale a pena. Por que é que no Brasil todas as obras que envolvem investimento público nunca são acabadas de acordo os valores previstos inicialmente? Só para citar alguns exemplos, a recém-inaugurada ponte sobre o Rio Negro, pela presidente Dilma, custaria inicialmente R$ 574,8 milhões, em novembro de 2007, mas, ao final, custou 90% mais, quase R$ 1,1 bilhão de reais; outra obra que serve de exemplo, que assim como tantas outras tem a ver com a Copa de 2014 no Brasil, é a reforma do Maracanã que, inicialmente, custaria cerca de R$ 600 milhões, mas, agora, já se aproxima de R$ 1 bilhão. No caso da ponte, o Ministério Público Federal (MPF) está investigando o caso, mas dá para imaginar que não vai dar em nada. A pergunta é, para onde vai, ou melhor, para quais bolsos vão tanto dinheiro? Maria Santa Conceição Eduardo Lopes Assistente Administrativo ________________________________________________ Bom Portugal Professora aposentada Estudante de Direito Mensagens, comentários, sugestões e críticas sobre o conteúdo editorial da Revista MERCADO para o Canal Livre: [email protected] As correspondências poderão ser publicadas de forma reduzida. Envie, em anexo, nome completo, profissão e cidade de origem 8 | Revista MERCADO | Outubro 2011 mercado artigo *Clésio Andrade é senador por Minas Gerais e presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Código Florestal, equilíbrio entre produção e preservação Por Clésio Andrade* O atual Código Florestal em vigor, Lei 4.771, de 1965, em revisão pelo Congresso Nacional, exige a recomposição ambiental de 57,4 milhões de hectares hoje destinados à produção agrosilvopastoril. Para atender a essa exigência, seria necessário reduzir em aproximadamente um quarto a produção agropecuária nacional. Especificamente em relação ao café, a exigência em vigor imporia a redução de 24,7% da produção, o equivalente a 664 mil toneladas. Minas Gerais, que produz a metade do café brasileiro, teria que deixar de produzir 334,7 mil toneladas do grão, ou seja, 12,5% da safra nacional. No Espírito Santo, seriam outras 234,7 mil toneladas. Vale ressaltar a contribuição do café para a balança comercial brasileira, US$ 5,8 bilhões, dos quais US$ 2,04 bilhões deixariam de se concretizar, caso houvesse o corte na produção. A estimativa de redução total nas exportações dos principais produtos chega aos US$ 36,3 bilhões, sendo menos US$ 7,61 bilhões em soja; US$ 2,99 bilhões em milho; US$ 9,39 bilhões em cana de açúcar; US$ 7,55 bilhões em bovinos; US$ 1,98 bilhão em suínos; e US$ 4,69 bilhões em frangos. Essas são estimativas da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), com base em análise de dados públicos fornecidos pelo IBGE e pelo INPE, que apontam apenas três unidades da federação que ainda não ultrapassaram o limite legal para exploração agropecuária: Distrito Federal, Piauí e Bahia. Os dados apresentados às três comissões temáticas do Senado Federal que examinaram o assunto, no último dia 15, pela CNA e não contestados, podem ser ainda mais graves em relação ao café, pois a cultura típica de altitude ocupa historicamente terrenos classificados como Áreas de Preservação Permanente (APP), principalmente em pequenas e médias propriedades familiares. O principal argumento contra o cultivo do café nesse tipo de terreno é o perigo de erosão. Porém, o agricultor atual já aprendeu e aplica técnicas de contenção, como a correta adoção das curvas de nível e cultivo em plataformas, pois se não fizer isso, ficará com o prejuízo de perder sua lavoura. Ele é o principal interessado em manter um cultivo que já se faz presente há décadas. Pelas características, a quase totalidade de cafeicultores nessas condições são os pequenos produtores familiares, que querem ver seus plantios considerados atividade agrícola consolidada para, com isso, terem segurança jurídica para continuar a produzir. É preciso, pois, ponderar com equilíbrio a exigência de recuperação ambiental de 57,5 milhões de hectares, diante da realidade de que 60% do território nacional já são cobertos por florestas e de que existem 85,8 milhões de hectares de matas nativas nos estabelecimentos rurais, estes ocupando 38,7% do território nacional. O Brasil já é o país com o maior percentual de cobertura florestal no mundo. Para cumprir a exigência legal, teria de aumentar em 6,7% a cobertura florestal existente, o que contribuiria com 0,44% de cobertura florestal a mais no planeta. Um custo econômico e social que representa um sacrifício talvez desnecessário para o país, agravado pelo fato de representar também a perda de mais de 1,13 milhão de empregos. B mercado conversa Prezado leitor, Quero chamar a sua atenção para o atual momento da indústria dos Shoppings Centers no Brasil, com destaque para a cidade de Uberländia, que conta com um empreendimento de ponta no setor, o Center Shopping. De uns anos para cá, o aumento do poder de consumo da classe média emergente, a estabilidade econômica e a demanda cada vez maior por centros de compra que viabilizem, além de um mix diversificado de lojas, lazer e serviços como lotéricas, bancos e supermercados em um único lugar, sem dúvida potencializaram o crescimento da indústria de shoppings centers no país. Dados da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) indicam que o setor fechou 2010 com um faturamento de R$ 87 bilhões. Outro movimento importante sinalizado por este setor é a interiorização, do ponto de vista geográfico. Shoppings do interior se tornaram um grande atrativo para as grandes marcas até pouco tempo concentradas nas capitais e grandes centros. Seguindo essa tendência de mercado, o Center Shopping tornou-se referência para a região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. O empreendimento abrange uma extensa área de influência com mais de 2 milhões de habitantes e registra um fluxo de mais de 1 milhão de consumidores por mês. Thiago Castro é Superintendente do Center Shopping Uberlândia Considerado o 8º maior shopping do Brasil, o Center Shopping (,,,) é o maior centro de compras do interior de Minas e referência para consumidores de toda a região Em pleno desenvolvimento por meio de projetos de revitalização e expansão, o Center Shopping conta atualmente com 300 lojas, tendo a presença das principais redes do varejo - Fast Shop, Renner, Saraiva, Etna, C&A, McDonald’s, Lojas Americanas, Ponto Frio, Ricardo Eletro, Riachuelo, Centauro, Siberian, Burger King, Magazine Luiza -, além de outras grandes marcas exclusivas, como Calvin Klein, Capodarte, Richard’s e Le Lis Blanc. Considerado o 8º maior shopping do Brasil, o Center Shopping, que no segundo semestre de 2010 passou a ser administrado pela BRMALLS, maior operadora de shoppings centers da América Latina, é o maior centro de compras do interior de Minas e referência para consumidores de toda a região. Uma estrutura que contempla todos os benefícios que fazem dos shoppings centers um sucesso junto a consumidores de todas as faixas etárias - opções diversificadas de compra, serviços e lazer com comodidade, praticidade, ambiente agradável e segurança. A última expansão, inaugurada no primeiro semestre de 2010, que significou um crescimento de 89,3 mil m² na área do shopping, também vem atender à demanda crescente por novos espaços por parte de investidores que veem no empreendimento e na cidade de Uberlândia um mercado altamente promissor. O projeto traz o que há de mais atual em arquitetura e as novidades aplicadas pelo segmento de shoppings centers, conceito que já está sendo aplicado às demais áreas do Shopping no projeto de revitalização das instalações mais antigas. Outro projeto que destaca o pleno crescimento do Center Shopping é a construção de uma nova Praça de Alimentação no piso 2, com previsão de inauguração em 2012. Dois outros grandes projetos também terão impacto na operação do Center Shopping: a inauguração da torre comercial e da torre 2 do Plaza Shopping Hotel, previstas para o segundo semestre de 2012. As duas torres, juntamente com o Plaza Shopping Hotel e o Center Convention, agregam mais serviços e oportunidades, aumentam o fluxo de consumidores e potencializam o desempenho do Shopping, reforçando o conceito mixed use. Enfim, estamos trabalhando para reafirmar o compromisso de oferecer o melhor para clientes e lojistas, além de consolidar o posicionamento do Center Shopping como o maior e mais completo shopping center de Uberlândia e região. B mercado franchising & negócios *Carlos Ruben Pinto é administrador de Empresas, Consultor de Franquias e Varejo - (31) 3282-6688 [email protected] Para uma boa impressão não basta só jogar tinta no papel... Administrador de franquia “Produtos e preço são responsabilidade da marca. O franqueado tem de buscar resultados a partir da gestão de pessoa” (Alberto Oyama - dono de 15 unidades Contém 1g) Por Carlos Ruben Pinto* A o aderir a uma franquia, o franqueado, normalmente, paga uma taxa inicial pelo know-how, pelos métodos de trabalho, pelas experiências e pelos acertos do franqueador. Todo esse aprendizado só terá valor se o franqueado se sentir realmente capacitado para administrar com eficiência a sua empresa, se for capaz de usar bem os novos conhecimentos adquiridos. A empresa franqueada é, por lei, econômica e juridicamente distinta da empresa franqueadora, porém cada franquia deve ter um bom planejamento e objetivos claros, de acordo com sua área de atuação, em sintonia com o que for definido pelo franqueador para toda a rede. O franqueador espera que cada um de seus franqueados administre sua unidade com entusiasmo, de forma correta e disciplinada, para fazer frente à competição diária inerente ao mundo dos negócios. decidir rápido pela troca, dispensando de imediato, quando for o caso, os indiferentes e preguiçosos, sem complacência. Se o franqueado não tiver coragem e agilidade para fazer a substituição necessária, é melhor desistir de ser empresário e procurar um emprego. É fundamental que todos na equipe entendam que devem ser produtivos, que estão na empresa para vencer a batalha diária da competição, são eles é que têm que se pagar e fazer o negócio dar lucro. O franqueado precisa proteger o negócio, persistir sempre e administrar com entusiasmo, fazendo sua empresa tornar-se cada vez mais competitiva. É importante saber cobrar do franqueador a assistência necessária quando sentir dificuldades na gestão operacional diária, incluindo administração de estoques, preços, negociação com fornecedores, prospecção e/ou manutenção de clientes etc., visando sempre a um resultado operacional satisfatório. capacidade de liderança, sua estrutura e racionalização dos trabalhos. E no nível operacional é preciso saber como a tecnologia é utilizada na empresa, na produção, organização, atendimento e vendas. O franqueado precisa entender que não basta comprar uma franquia, é preciso apaixonar-se pelo negócio, estar permanentemente inquieto, firme, alerta em relação às oportunidades do mercado, orientado para competir e, sobretudo, saber administrar bem a empresa nos três níveis citados, para tê-la em suas mãos. O fato de estar no franchising participando de uma rede faz suas chances serem bem melhores! Basta olhar para o mercado e ver as empresas independentes organizando-se em centrais de negócio e adotando uma marca comum. Os independentes e experientes estão se unindo, formando redes de farmácia, de lojas de móveis, de papelaria, de supermercados, de material de construção, Tem que saber o que faz. Faça como a Revista MERCADO, orce, negocie e imprima com a gente. Toda empresa, independente do tamanho e número de funcionários, pode e deve ser vista em três níveis: estratégico, tático e operacional O franqueado deve treinar bem sua equipe, motivar, exigir competências e cobrar resultados. Todos devem ter um alto grau de profissionalismo. Para isso, é preciso acompanhar diariamente as operações da unidade, com o objetivo de verificar se quem executa coopera com a empresa, e se o que faz tem a necessária qualidade. Senão, é preciso 14 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Toda empresa, independente do tamanho e número de funcionários, pode e deve ser vista em três níveis: estratégico, tático e operacional. O franqueado, como todo empresário, tem papéis importantes em cada um destes níveis. No nível estratégico, ele precisa ver a empresa como um todo: produtos, serviços e mercado. No nível tático, prevalece sua entre outras. Eles sabem que é difícil competir sozinho, em rede têm muito mais poder de negociação e condições de divulgar mais e melhor sua marca, produtos e serviços. Portanto, cabe ao franqueado fazer a sua franquia dar certo, trabalhando firme, acreditando em si mesmo, para realizar o seu sonho de ser um empresário bem-sucedido. B Uberlândia 34 3239.5800 | Franca 16 3722.0418 | Brasília 61 3343.0521 | São Paulo 11 3641-8995 [email protected] | www.graficabrasil.com.br mercado política Carlos Alberto/Secom MG) legenda: O vicegovernador, Alberto Pinto Coelho, na inauguração do prédio do HidroEx, na Cidade das Águas Cidade das Águas Governo de Minas inaugura no Triângulo Mineiro um dos maiores complexos do mundo para educação e pesquisa em águas O Da Redação com Agência Minas | Fotos: Carlos Alberto/Secom MG vice-governador Alberto Pinto Coelho, acompanhado do ministro da Educação, Fernando Haddad, inaugurou, no final de setembro, em Frutal, no Triângulo Mineiro, a Cidade das Águas, um dos maiores projetos do mundo voltados para a educação e pesquisa em águas. O complexo reunirá instituições estaduais, federais e privadas, nacionais e internacionais, em um mesmo ambiente de convivência e interatividade. Na ocasião, a 16 | Revista MERCADO | Outubro 2011 atriz Cleo Pires foi designada embaixadora das Águas da Unesco. Participaram da cerimônia os secretários de Estado, Bilac Pinto (Desenvolvimento Regional de Política Urbana) e Narcio Rodrigues (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior); o presidente do Unesco HidroEX, professor Otávio Elísio Alves de Brito; o presidente do Conselho Mundial das Águas, Loic Fauchon; o diretor da Unesco no Brasil, Lucien Muñoz; e a presidente da Fundação Cousteau, Francine Cousteau; além de depu- tados estaduais e federais, representantes de instituições de ensino e lideranças locais. A criação da Cidade das Águas é uma iniciativa conjunta do Governo de Minas com o governo federal, apoiada pela Unesco. Já foram investidos R$ 50 milhões na consolidação do conglomerado, com a previsão de mais R$ 80 milhões nos próximos dois anos, totalizando R$ 130 milhões de investimento dos governos estadual e federal. Todas as instituições presentes A atriz Cléo Pires, em destaque entre as autoridades presentes, foi escolhida embaixadora das Águas da Unesco na Cidade das Águas terão como eixo central a gestão, preservação e recuperação das águas, superficiais e subterrâneas. Outro objetivo será a formação de uma nova geração de líderes na gestão da água. Além de atender ao Brasil, a Cidade das Águas tem suas atividades voltadas também para a América Latina e para a África de Língua Portuguesa. Em pronunciamento, o vice-governador, Alberto Pinto Coelho, ressaltou o papel do Unesco HidroEX para o desenvolvimento sustentável do estado e do país por meio da educação. “Cumpre-se o princípio complementar, o de ‘pensar localmente e agir globalmente’, pois o Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Água Unesco/Hidroex será celeiro de uma nova geração de líderes na gestão da água e difundirá a educação ambiental no Brasil e no mundo”, disse. Já o ministro da Educação, Fernando Haddad, ressaltou a parceria com o Governo de Minas, já que a Cidade das Águas é um dos projetos estratégicos do Ministério da Educação. “Essa parceria entre o Governo de Minas e o governo federal é histórica, e nunca foi tão forte como nos últimos anos”, disse. Pesquisa e Desenvolvimento, que terá sede na Cidade das Águas e reunirá universidades que se dedicarão à pesquisa e a projetos relacionados à água: Ufla (Lavras), UFV (Viçosa), Ufop (Ouro Preto), UFMG, UFTM (Triângulo Mineiro), UFU (Uberlândia) e PUC Minas. Visita às instalações Condomínio Durante o evento, o vice-governador autorizou o Unesco HidroEX a se filiar como membro permanente do Conselho Mundial de Águas, sediado em Marselha, França, com o objetivo de fortalecer o compromisso das ações relacionadas à preservação da água. Alberto Pinto Coelho também anunciou a proposta de criação do primeiro Condomínio Temático de Instituições de Ensino Superior e de Alberto Pinto Coelho foi recebido no aeroporto de Frutal pela prefeita Maria Cecília Marchi Borges (Ciça), ao som da Banda Municipal Major Lara. Ele estava acompanhado do ministro da Educação, Fernando Haddad, e do secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues. O vice-governador chegou ao auditório da Uemg de Frutal e, após os pronunciamentos, fez uma visita para conhecer as instalações do Unesco HidroEX. A Revista MERCADO | Outubro 2011 | 17 mercado política Alberto Pinto Coelho e o ministro da Educação, Fernando Haddad, durante a assinatura do documento que oficializou a criação da Cidade das Águas, em Frutal, no Triângulo Mineiro A inauguração marca a entrada em funcionamento da nova sede do Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Águas (Unesco HidroEX). Ele foi criado em 2009 pelo Governo de Minas, com o objetivo de planejar, coordenar, executar, controlar e avaliar programas e projetos de defesa e preservação do meio ambiente, relativos à gestão das águas e dos recursos hídricos. Na nova sede do Unesco HidroEX, além da administração, funcionarão três laboratórios, duas salas de reunião, cinco salas para projetos, uma sala multimeios, entre outras dependências. Atualmente, 17 projetos estão sendo executados pelo HidroEX em parceria com diversas instituições. Juntos, os projetos envolvem recursos de R$ 21 milhões. 18 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Estudo das águas do Triângulo Durante o evento, também foi anunciada a parceria do Unesco HidroEX com a Sectes, Embrapa, UFV, Unifei (Itajubá), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, UFMG, UFRJ, Copasa e instituições da Alemanha, dentre elas a University of Applied Science Weihenstephan-Triesdorf e a Technische Universität Dresden, para estudos das águas superficiais e subterrâneas do Triângulo Mineiro. O projeto de parceria custará R$ 2,5 milhões, custeados pelas instituições alemãs. A Cidade das Águas terá unidades avançadas da Agência Nacional de Águas (ANA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Em- presa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Instituto Nacional da Água (INA), instituição esta que ainda está sendo criada pelo governo federal. Novas entidades ainda podem participar do projeto. Espaço Cousteau A Cidade das Águas vai abrigar o Espaço Cousteau para as águas, projeto a ser desenvolvido pelo Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) em parceria com a HidroEX. Trata-se de moderna estrutura arquitetônica, dentro dos melhores padrões internacionais, para abrigar um amplo espaço de visitação com a exposição das atividades de pesquisa desenvolvidas pelo Comandante Cousteau pelos rios e mares do mundo, incluindo o material de expedição pela Amazônia. B mercado medicina U Neuronavegador faz sucesso em Uberlândia Além de ser utilizado em cirurgias cerebrais complexas, o equipamento ajuda na fixação de parafusos em casos de intervenção na coluna Imagem cedida pelo Hospital Santa Genoveva Por Alitéia Milagres O objetivo da neuronavegação é ter imagens reais durante a cirurgia das estruturas do cérebro ou da coluna antes mesmo de iniciar o procedimento, permitindo que o médico vá direto ao ponto, minimizando, assim, o risco de lesar outras estruturas próximas à área de interesse e retirar o máximo, ou toda a lesão com maior segurança 20 | Revista MERCADO | Outubro 2011 ma equipe liderada pelos neurocirurgiões Samuel Caputo de Castro e Guilherme Duarte de Castro, do Hospital Santa Genoveva, de Uberlândia, realizou com sucesso uma neurocirurgia na cabeça de uma paciente, utilizando um equipamento de neuronavegação para a remoção de uma lesão benigna, de localização profunda no lobo frontal. A tecnologia é de última geração e o procedimento foi inédito na história do hospital. A cirurgia durou cerca de duas horas e meia e foi feita numa mulher de 28 anos, internada em decorrência de uma crise de dor de cabeça intensa, rigidez na nuca e crise epiléptica (quadro de hemorragia cerebral), ocasionada por uma má formação vascular do sistema nervoso central, conhecida pela classe médica como “cavernosa”. O que acontece é que, assim como o GPS orienta o motorista com relação ao seu destino, o equipamento orienta e indica o caminho (via de acesso) para o cirurgião atingir a estrutura a ser removida O médico Samuel Caputo explica que a tecnologia do neuronavegador é de última geração e pode ser comparada a um Sistema Global de Posicionamento (GPS): “O que acontece é que, assim como o GPS orienta o motorista com relação ao seu destino, o equipamento orienta e indica o caminho (via de acesso) para o cirurgião atingir a estrutura a ser removida. A diferença é que com o GPS as coordenadas são postadas em um mapa que retrata a superfície do solo em duas dimensões - a estrada -, usando um satélite como referência. Já o neuronavegador tem uma referência (como um minissatélite) dentro da sala de cirurgia e o alvo é localizado em três dimensões. O ponto a ser atingido é mostrado “on time” na tela de um computador, nas imagens da ressonância magnética previamente realizada (vide imagem com o mapa da lesão, na abertura da reportagem). O procedimento Na prática, para o procedimento com o neuronavegador, o cirurgião manuseia um instrumento que transmite um sinal captado pelo minissatélite. O satélite transmite para o computador. A ponta do instrumento - naturalmente estéril - é mostrada nas imagens da Ressonância Magnética (RM) nas três dimensões armazenadas no computador ao alcance da visão do neurocirurgião, direcionando-o através do caminho a ser percorrido na abertura da pele e do osso até atingir a lesão. “Assim, conseguimos atuar em áreas com lesões tumorais profundas do cérebro ou próximos a áreas nobres, porque a tecnologia é capaz de direcionar de forma exata os acessos por onde “o bisturi” pode entrar, a fim de chegar ao destino final”, disse o neurocirurgião Guilherme Duarte de Castro. Segundo ele, além de o procedimento tornar o trauma cirúrgico menor e a cirurgia mais precisa, ainda garante a qualidade no tratamento cirúrgico, sem contar que diminui o tempo da intervenção e a chance de lesões durante o ato cirúrgico. Além de ser utilizado para tratar lesões no cérebro, o instrumento também pode ser manuseado em cirurgias de coluna para a fixação de parafusos, por exemplo, e em outras especialidades. “Nesse caso, além da precisão da cirurgia ser maior que a convencional, a recuperação também acaba sendo mais rápida”, esclarece Caputo. A intenção é simplificar o procedimento, tornando a incisão e o trauma cirúrgico os menores possíveis para o paciente Em ambos os casos, os dois neurocirurgiões, Samuel Caputo e Guilherme Duarte, são objetivos ao afirmarem que o aparelho é utilizado em cirurgias eletivas ou aquelas que não se caracterizam como urgência ou emergência, e o paciente não corre risco imediato de morte. “O método não substitui a cirurgia convencional e a necessidade de um amplo conhecimento anatômico. É um complemento das técnicas habituais. No caso, a intenção é simplificar o procedimento, tornando a incisão e o trauma cirúrgico os menores possíveis para o paciente”, reforça Caputo. B Revista MERCADO | Outubro 2011 | 21 mercado ciência tos colocados em suas mãos, ou perceber detalhes táteis das superfícies do terreno sobre o qual eles passeiam com a ajuda de um exoesqueleto robótico”, disse Nicolelis. Foto: Divulgação (...) no futuro será possível a pacientes tetraplégicos aproveitar essa tecnologia não apenas para mover seus braços e mãos e voltar a andar, mas também para sentir a textura de objetos Foto: AFP Photo/Duke University/Katie Zhuang Foto: Cristóbal Corral Vega uma interface cérebro-máquina, implementada em conjunto com um exoesqueleto robótico de corpo inteiro. A partir de 2012, o projeto será desenvolvido no Brasil pela equipe do Instituto de Neurociências de Natal Edmond e Lilly Safra (IINN-ELS). A ideia é que o Walk Again se estenda no Brasil pela próxima década. No Projeto Walk Again, apenas com o poder do cérebro, os macacos aprenderam não só a como controlar um braço virtual, mas também a sentir texturas de objetos A força da mente dos macacos Símios sentem e movem objetos virtuais usando apenas o pensamento; estudo que faz parte do Projeto Walk Again é liderado por brasileiro e foi publicado na revista Nature. Novas etapas ocorrem no Brasil, no Instituto de Neurociências de Natal Da Redação com Agência A história de ficção do recém-lançado filme “Planeta dos Macacos: A Origem” (Rise of the Planet of the Apes/ Twentieth Century-Fox Film Corporation/EUA2011), que mostra uma rebelada raça de macacos superinteligentes, pode não estar assim tão distante da realidade, não no que depender da cada vez mais comprovada capacidade de raciocínio dos símios. No começo deste mês, o laboratório de neuro- 22 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Para o Dr. Nicolelis, o “sucesso notável com primatas é o que nos faz acreditar que os humanos poderão realizar a mesma tarefa com muito mais facilidade num futuro próximo” ciências da Universidade de Duke, dos EUA, concluiu a segunda etapa do Projeto Walk Again, cuja meta é restaurar a mobilidade de pacientes tetraplégicos e paraplégicos e fazer um jovem paraplégico dar o pontapé inicial da Copa de 2014. Pela primeira vez, dois macacos conseguiram identificar a textura de objetos virtuais, além de mover um avatar usando somente a atividade elétrica do cérebro. Essa demonstração aconteceu em via de mão dupla, ou seja, entre o cérebro de um primata e um corpo virtual. O estudo foi publicado no dia 5 de outubro, no site da revista científica Nature. O Projeto Walk Again, liderado pelo neurocientista Dr. Miguel Nicolelis, faz parte de um consórcio internacional sem fins lucrativos, criado por uma equipe de cientistas brasileiros, americanos, suíços e alemães, que visa a restaurar a mobilidade de corpo inteiro para os pacientes tetraplégicos. Para tanto, é utilizada O neurocientista brasileiro Dr. Miguel Nicolelis é quem lidera o projeto Walk Again que, por meio de experiência com macacos, se propõe a restaurar a mobilidade de tetraplégicos e paraplégicos A experiência, na prática Os macacos, sem mover nenhuma parte do seu corpo real, usaram a atividade elétrica de seus cérebros para dirigir as mãos virtuais de um avatar até a superfície de objetos virtuais. Uma vez que o contato com os objetos foi estabelecido, os macacos foram capazes de diferenciar as texturas destes, expressas como padrões de sinais elétricos, transmitidos continuamente para o cérebro desses animais. Três diferentes padrões elétricos correspondiam a cada uma das três texturas de objetos diferentes. Pelo fato de nenhuma parte do corpo real dos animais ter sido envolvida na operação dessa interface cérebro-máquina-cérebro, os experimentos sugerem que, no futuro, pacientes severamente paralisados devido a uma lesão da medula espinhal poderão tirar proveito dessa tecnologia. E isso acontecerá não só para recuperar a mobilidade, mas também para ter o sentido do tato restaurado. “Com a nova etapa do estudo concluída, no futuro será possível a pacientes tetraplégicos aproveitar essa tecnologia não apenas para mover seus braços e mãos e voltar a andar, mas também para sentir a textura de obje- A interação entre o cérebro e um avatar virtual foi totalmente independente do corpo real do animal, pois os macacos não mexeram os braços nem as mãos de verdade. Eles sequer usaram sua pele real para tocar os objetos e identificar a sua textura. É quase como a criação de um novo canal sensorial, por meio do qual o cérebro pode continuar a processar a informação que até o experimento não era mais capaz de realizar. “O sucesso notável com primatas é o que nos faz acreditar que os humanos poderão realizar a mesma tarefa com muito mais facilidade num futuro próximo”, disse Nicolelis. “Esperamos que nos próximos anos essa tecnologia ajude a restaurar uma vida mais autônoma para muitos pacientes que estão atualmente bloqueados, sem a capacidade de se mover ou de ter qualquer sensação tátil”, explica o neurocientista. A Revista MERCADO | Outubro 2011 | 23 mercado ciência Avatar do macaco: resultados fornecem novas evidências de que é possível criar um exoesqueleto robótico, para que pacientes paralisados possam explorar e receber feedbacks do mundo exterior Os resultados fornecem novas evidências de que é possível criar um exoesqueleto robótico, para que pacientes paralisados possam explorar e receber feedbacks do mundo exterior. Tal exoesqueleto será diretamente controlado pela atividade cerebral voluntária do paciente, a fim de permitir que este se mova de forma autônoma. Simultaneamente, sensores distribuídos em todo o exoesqueleto geram um tipo de feedback tátil necessário para o cérebro identificar a textura, a forma e a tem- peratura dos objetos, assim como muitas características da superfície sobre a qual os pacientes andam. O estudo teve como autores, além do Dr. Miguel Nicolelis, Joseph E. O’Doherty, Mikhail A. Lebedev, Peter J. IFFT, Katie Z. Zhuang, todos do Centro de Neurociência da Universidade de Duke, e Shokur Solaiman e Hannes Bleuler, da Escola Politécnica Federal da Lausanne (EPFL), em Lausanne, Suíça. Este trabalho foi financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA. Nota Instituto Internacional de Neurociências de Natal (RN) Edmond e Lily Safra - Fundado em 2003, o IINN-ELS é um dos melhores exemplos do salto qualitativo na vida acadêmica e científica brasileira. Durante esse período, o Instituto tem dado sua contribuição e mostrado ao Brasil e ao mundo sua capacidade de produzir e disseminar conhecimento pela via da produção científica e pelo esforço desenvolvido em vários níveis para transformar Natal em uma referência mundial de pesquisa biomédica, de educação científica infanto-juvenil e também num paradigma de desenvolvimento socioeconômico. B mercado agronegócios que farão parte da política. O trabalho conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig)”, informa. Napoleão acrescenta que o manual será utilizado por técnicos de campo da Emater-MG, Epamig e IMA, instituições vinculadas à Secretaria da Agricultura, bem como pelas secretarias municipais de Agricultura. “Os técnicos aproveitarão todas as oportunidades, especialmente os dias de campo, para repassar aos produtores as informações contidas na publicação”, diz o subsecretário. de pastagem e produção agrícola. “Em alguns casos, como o do Vale do Rio Doce, há terras transformadas em deserto”, descreve o subsecretário. Uma das principais medidas para recuperar as pastagens é a adoção do sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) com o plantio direto, ou seja, sem aração e gradagem para preparo do solo destinado ao cultivo. Em pastagens recuperadas por meio desse sistema, é possível a manutenção de dois a três animais por hectare, enquanto nas áreas degradadas a ocupação possível é da ordem de 0,3 a 0,5 cabeça por hectare. Além disso, na agricultura, estão sendo obtidos, em Minas Gerais, de 120 a 130 sacos de 60 quilos de milho por hectare em lavouras com plantio direto em áreas de pastagens recuperadas. Suporte do conhecimento Com base no programa que será apresentado no manual da Política de Conservação de Solo e Água de Produtores rurais mineiros serão orientados a desenvolver suas atividades baseadas na Política Estadual de Conservação do Solo e Água a partir de 2012 Negócios sustentáveis em campos mineiros Política de conservação do solo e da água vai orientar produção rural no estado Por Agência Estado A partir de 2012, os produtores rurais mineiros poderão desenvolver suas atividades tendo como referência a Política Estadual de Conservação de Solo e Água, que está sendo estruturada sob a coordenação da Subsecretaria do Agronegócio da 26 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A elaboração da política - um conjunto de normas e orientações para a adoção de boas práticas nas propriedades agrícolas e pecuárias - foi aprovada pelo Conselho Diretor das Ações de Manejo de Solos (CDSOLO) criado pela secretaria. Segundo o subsecretário Baldonedo Arthur Napoleão, a política é um passo indispensável para a criação do Plano Estadual de Conservação de Solo e Água. “Atualmente, a subsecretaria está organizando a publicação de um manual com informações legais, técnicas e gerenciais relacionadas à conservação de solo e água Minas Gerais, os técnicos vão orientar os agricultores sobre os princípios da erosão, como utilizar o solo, fazer o manejo da água e adotar métodos para recomposição das áreas degradadas. De acordo com o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário e Silvicultura da Subsecretaria do Agronegócio, Bruno de Barros Ribeiro de Oliveira, em todas as etapas do trabalho os agricultores e pecuaristas vão receber informações gerais sobre a importância da preservação ambiental como fator indispensável à sustentabilidade de seus programas de produção. “As práticas de manejo do solo e uso da água a serem apresentadas no manual são básicas para o aumento da produção de alimentos com qualidade”, ressalta o superintendente. Ele ainda observa que a proposta é fazer uma publicação de referência, porque será elaborada com a participação de professores, técnicos e pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (Ufla) e Emater-MG. B O subsecretário do Agronegócio da Seapa, Baldonedo Napoleão, diz que os agricultores e pecuaristas serão induzidos a utilizar boas ações de conservação do solo e da água diante de um cenário com alto índice de degradação das áreas de produção rural Os contatos, conforme explica Napoleão, terão por objetivo induzir os agricultores e pecuaristas a utilizar boas ações de conservação do solo e da água diante de um cenário com alto índice de degradação das áreas de produção rural. Dados da Emater mostram que, em Minas Gerais, estão degradados ou em processo de degradação entre 5 e 6 milhões de hectares, cerca de um terço da área Na região do Vale do Rio Doce, no norte do estado, há terras que foram transformadas em deserto, segundo alerta Baldonedo Napoleão Revista MERCADO | Outubro 2011 | 27 mercado capa (Ana Paula Procópio Junqueira), Comunicação Social e Estratégia (Ana Paula Procópio Junqueira), Administração (Marli Vieira da Silva Melazo), Desenvolvimento Social (Iracema Barbosa Marques), Agropecuária e Abastecimento (Valkíria Borges Naves Lorena), Cultura (Mônica Debs Diniz) e Meio Ambiente (Raquel Mendes Carvalho). O prefeito Odelmo Leão enfatiza que sua escolha foi puramente técnica, mas ressalta que é uma característica dele ter sempre mulheres desempenhando funções estratégicas ao seu lado. “Desde o primeiro mandato, em 2005, tenho sempre trabalhado com as mulheres. Isso pela dedicação, competência, eficiência, zelo e responsabilidade delas na área profissional”, disse. Odelmo Leão completou dizendo que reconhece esses predicados femininos. “E onde pude contar com as servidoras públicas, aproveitei para mostrar que há uma valorização do seu dia a dia. Das seis secretárias, três são servidoras”, afirmou. As “mulheres” do Odelmo Sexo frágil, que nada. Na prefeitura de Uberlândia, quase metade das secretarias municipais são comandadas por mulheres que, alinhadas ao prefeito Odelmo Leão, são prova de que competência também pode estar de saia, batom e blush Para todas elas, a escolha do prefeito, muito mais do que estratégia política, é baseada na confiança e no respeito ao trabalho que elas realizaram ao longo de suas vidas. As secretárias concordam que é uma mudança revolucionária de comportamento, pois até 24 de fevereiro de 1932 as mulheres não votavam, embora concordem também que a presença do sexo feminino nas instâncias de decisão política deveria ser maior. Até 2009, no Brasil, as mulheres representavam apenas 9% da Câmara Federal e cerca de 12% dos assentos nas Assembleias Legislativas. Já nas Câmaras Municipais, eram 12%; e nos executivos municipais, 9%. A primeira-dama, Ana Paula Junqueira, que acumula as secretarias de Governo e Comunicação Social e Estratégia, reforça que o prefeito sempre valorizou as mulheres e lembra que quando Odelmo Leão foi líder do governo na Câmara dos Deputados, em Brasília, por oito anos consecutivos, o gabinete da liderança era chefiado por uma mulher. E no escritório particular dele, Leila Guimarães era a chefe de gabinete “Com o Odelmo, a mulher tem vez, voz e toma decisões. Não há imposições. Com ele, elas podem discutir”, ressaltou. No entanto, Ana Paula ressalta que a participação da mulher na política ainda precisa melhorar, já que elas são a maioria das eleitoras. No Brasil, nas últimas eleições, pouco mais de 70,3 milhões eram eleitoras, representando 51.82% do total de 135,8 milhões de eleitores. Em Minas, o porcentual de mulheres era de 51.33%, ou seja, 872,5 mulheres para um universo de 14,5 milhões de eleitores. A polivalente secretária diz ainda que é contra a lei que determina um percentual de participação feminina nos partidos. Para ela, a mulher tem que ter consciência da importância de sua participação na política, sem a obrigatoriedade de participar. “É preciso gostar do que se faz, pois com amor faz-se bem feito”, acrescentou. A “Desde o primeiro mandato, em 2005, tenho sempre trabalhado com as mulheres. Isso pela dedicação, competência, eficiência, zelo e responsabilidade delas na área profissional” Por Margareth Castro U berlândia, no Triângulo Mineiro, é a segunda maior cidade do interior de Minas Gerais. Foi, em setembro, o quarto município que mais gerou emprego; é a primeira cidade do estado e a segunda do país em saneamento básico; em 2009, foi eleita a cidade de melhor transporte público do Brasil; e recebeu também o prêmio “Destaque de Ouro”, na performance aterro sanitário. E esses são apenas alguns destaques do município, que 28 | Revista MERCADO | Outubro 2011 está entre os que apresentam os melhores índices de desenvolvimento em território nacional. A conquista disso é o reflexo do trabalho do prefeito Odelmo Leão (PP) que, em seu segundo mandato, procura dividir com o seu secretariado os méritos do sucesso na sua administração. Mas chama a atenção o fato de que das 16 secretarias municipais, sete, quase a metade, são ocupadas por mulheres, escolhidas, principalmente, pela competência técnica, segundo define o próprio prefeito. É perceptível a presença feminina na Administração Municipal de Uberlândia. Excluindo o segundo escalão, são seis as mulheres de Odelmo - uma delas acumula a direção de duas secretarias - à frente de cargos estratégicos. Diferentemente do que ocorre em outras prefeituras do país, onde elas são escolhidas normalmente para exercer cargos relacionados ao social, em Uberlândia, as mulheres estão em secretarias estratégicas. São comandadas pelo sexo feminino as secretarias de Governo Revista MERCADO | Outubro 2011 | 29 mercado capa Outras mulheres O reconhecimento pelo trabalho das mulheres em seu governo é tão verdadeiro, que durante Viviane Guimarães de Oliveira a entrevista, o prefeito Odelmo Leão citou duas mulheres cujas participações são relevantes para a administração municipal. Viviane Guimarães de Oliveira, chefe do controle interno e servidora municipal há 19 anos, é responsável pela arrecadação e execução da administração, ou seja, é o órgão fiscalizador interno. “Eu não faço nada sem ela aprovar”, disse Odelmo Leão. A outra mulher citada pelo prefeito é Leila Magalhães, diretora de Administração da Secretaria Municipal de Saúde. Servidora pública federal, ela está há 20 anos com o prefeito. Ela mudou-se para Uberlândia há 18 meses, e é responsável pela área mais técnica da Secretaria de Saúde. “Conheci o prefeito Odelmo Leão em Brasília e gosto de trabalhar com ele porque ele tem senso de observação, deixa metas claras”, observa Leila Magalhães. Leila Magalhães Perfis: quem são as secretárias municipais Ana Paula Junqueira, secretária municipal de Governo e de Comunicação Social e Estratégia 30 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Ana Paula Junqueira é esposa do prefeito Odelmo Leão e tem uma filha de 19 anos desse relacionamento. Presidente do Partido Progressista (PP) em Uberlândia, tomou gosto pela política desde que começou a trabalhar na Federação de Agricultura de Minas Gerais (Faemg), já na área de assessoria de comunicação. “Gosto de política, dos bastidores, da organização. Mas trabalho apenas para quem gosto e em quem acredito”, disse. No ano passado, surgiram comentários na cidade de que ela seria a sucessora do prefeito, o que ela descarta veementemente. “Não tenho pretensões políticas, não pretendo ser candidata a nada. Gosto das articulações. Foi um assunto que surgiu talvez por eu estar à frente da secretaria de Governo, mas que já passou”, explicou. Tímida e com um jeito simples, diz que acumular as funções de primeira-dama do município e duas secretarias para ela é normal e que vê este como um trabalho como qualquer outro, que exige responsabilidade, compromisso, dedicação. “Das três funções, a que exerço menos é a de primeira-dama”, avaliou. Para ela, cada área tem a sua importância e peculiaridades. “Das três funções, a que exerço menos é a de primeiradama” Na secretaria de Governo, Ana Paula é responsável por checar toda a documentação que chega à prefeitura antes de ir para o prefeito. A Secretaria é responsável ainda por integrar todas as outras secretarias, para que trabalhem em rede. “Faço a parte burocrática. O trabalho é uma rotina”, disse. Já na Secretaria de Comunicação e Estratégia, Ana Paula ajuda a organizar as pautas e a fazer o meio de campo com a imprensa. Ela assumiu a pasta há cerca de um ano e meio e para os servidores que trabalham com ela, não poderia haver pessoa melhor para assumir a Secretaria. “Por ter acesso a todos os papéis que chegam à prefeitura e estar ao lado do prefeito, ela, mais do que ninguém, sabe o que acontece dentro da prefeitura e o que deve e como deve ser divulgado para a comunidade”, afirmou o jornalista Marden Rangel. Ana Paula Junqueira nasceu em Varginha e criou-se em Caxambu. Formou-se em Relações Públicas pela Faculdade Newton Paiva, em Belo Horizonte, e depois de trabalhar na Faemg e com vários políticos, como Tancredo Neves e Alísson Paulinelli, foi trabalhar com o prefeito Odelmo Leão, na época, deputado federal, em Brasília. Há 16 anos veio morar em Uberlândia. Mesmo com vários parentes na política, Ana Paula não acredita que isso a tenha influenciado a gostar de política e a trabalhar com ela. “Sempre fui uma pessoa futriqueira, inquieta, que gosta de aprender as coisas”, justificou. Faltando pouco mais de um ano de mandato, ela diz que o principal desafio à frente das secretarias é concluir o que já está sendo feito da melhor maneira possível. Para quando terminar o mandato, ela também já tem planos. “Vou cuidar dos meus cavalos”, concluiu com uma risada. Aos 72 anos, a uberlandense Marli Melazo sempre foi uma mulher à frente do seu tempo. Fez Marli Vieira da Silva Melazzo, secretária municipal de Administração curso técnico de Contabilidade em uma época em que as mulheres faziam apenas o Normal; depois cursou a faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), sendo aluna da primeira turma do curso de Ciências Contábeis e Econômicas. Marli Melazo começou a trabalhar antes dos 18 anos, aposentou-se como docente em junho de 1991, mas continuou sua rotina até decidir-se, em 2005, a ficar em casa e descansar. Mas, em 2006, recebeu o convite do prefeito Odelmo Leão para assumir a Secretaria de Administração e topou mais esse desafio, mesmo não sendo da política partidária. “Não tenho pretensões políticas, sou técnica, gosto de trabalhar”, enfatizou. Apesar de ter desenvolvido uma carreira acadêmica, Marli Melazo sempre atuou na área contábil e financeira. Exerceu cargos administrativos, como chefe de departamento, coordenadora de curso, vice-diretora de faculdade, pró-reitora administrativa. Além da área pública, também tem experiência na iniciativa privada. Trabalhou por 15 anos em um laboratório de produtos farmacêuticos, 10 anos na Encol e 3 anos na faculdade Esamc, de Uberlândia. “O convite para assumir a Secretaria de Administração me pegou de surpresa, mas foi uma honra aceitá-lo”, disse. Marli Melazo foi nomeada secretária em 7 de dezembro de 2006, ainda no primeiro mandato do prefeito Odelmo Leão, e depois foi convidada a permanecer no segundo mandato. Ela diz que a Secretaria exige conhecimento técnico e é uma Secretaria “pesada”, que atende toda a prefeitura em determinadas áreas. “A prefeitura tem entre 12 e 13 mil servidores, todos sob a responsabilidade da Secretaria. São várias diretorias e núcleos”, contou. “Não tenho pretensões políticas, sou técnica, gosto de trabalhar” Apesar de ter fugido aos padrões da época, Marli Melazo diz que não vê diferença de capacidade entre um homem e uma mulher, e enxerga o fato de ter sido escolhida para assumir a pasta com normalidade, pois isto se deu baseado em suas experiências profissionais. “Não sou feminista. Acredito que temos como ocupar os nossos lugares. Sempre soube o que queria e fui atrás. Temos que buscar nossas competências”, disse. Além do número de servidores e obrigações junto à Secretaria, um dos maiores desafios da secretária é administrar um orçamento de aproximadamente R$ 67 milhões e com previsão em 2012 para R$ 74 milhões. Para ela, em todos esses anos como secretária, foram vários A Revista MERCADO | Outubro 2011 | 31 mercado capa os desafios, entre eles regularizar, regulamentar e organizar o processo de gestão em várias áreas. Ao assumir, teve a liberdade para escolher as chefias de setores, mas preferiu manter as que já estavam e diz que o trabalho que realizou até agora só foi possível graças à equipe que tem, formada por pessoas de confiança, que têm ideais, objetivos. “Não tenho medo de propor, de discutir. Há liberdade para se chegar às melhores decisões”, completou. Até o fim do mandato, Marli Melazo tem como meta terminar os projetos já iniciados, promover mais um concurso, que deve sair até fevereiro, fazer o reprojeto da área de compras, armazenagem e distribuição e ainda fazer o levantamento e organização de bens e imóveis da Diretoria de Patrimônio. “Quero deixar tudo organizado para o próximo que assumir”, admitiu, completando que a partir de 2013 pretende ficar quieta, curtindo sua aposentadoria. professora e diretora do Conservatório Estadual de Música Cora Pavan Capparelli por 10 anos e sempre esteve em contato com a cultura da cidade. À frente da Secretaria Municipal de Cultura desde o primeiro mandato do prefeito Odelmo Leão, filiou-se ao Partido Progressista (PP), mas afirma não ter nenhuma pretensão política, embora venha de uma família tradicional de políticos. “Sempre recebi convites para me filiar a vários partidos e agora decidi fazer parte de um grupo em que tenho contato com as pessoas e gosto do trabalho”, justificou. A Secretaria de Cultura tem 26 anos de criação, e quando Mônica Debs assumiu, ela tinha um orçamento de 0,6% e passava por uma estruturação. Hoje, o orçamento é de quase 1%, cerca de R$ 12 milhões, e a Secretaria tem 300 servidores. Para Mônica Debs, o maior desafio em se trabalhar com cultura é estabelecer políticas públicas que tenham equilíbrio entre a classe artística e o poder público. “Uberlândia é (...) onde as pessoas têm sede de cultura” Mônica Debs Diniz, secretária municipal de Cultura Mônica Debs é natural de Araguari, mas sempre morou e estudou em Uberlândia. Formada em licenciatura plena em Educação Artística e com bacharelado em Música, foi 32 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Entre as realizações de sua gestão, estão a criação do Conselho de Cultura, o estabelecimento de programas que abrigam uma série de projetos, a realização da Conferência Intermunicipal e Municipal de Cultura, a restauração da Casa da Cultura e do Mercado Municipal, a digitalização do acervo da Biblioteca Municipal, a reforma do imóvel da Banda Municipal e vários outros. Além disso, ela destaca os dois ônibus-biblioteca e ressalta que Uber- lândia é a única cidade que tem duas bibliotecas volantes. Mesmo com todas essas realizações, os desafios até o fim do mandato não são poucos. Mônica Debs destaca o término das obras até novembro de 2012 do Teatro Municipal e a continuidade de projetos, como as Oficinas de Palco Móvel, que levam cultura aos bairros mais distantes da cidade, e o projeto Cinema para Todos. Segundo a secretária, o cenário cultural de Uberlândia é muito diferente do encontrado em 2005. “Uberlândia é uma colcha de retalhos dentro da área cultural, uma cidade surpreendente, onde as pessoas têm sede de cultura e onde a cultura ocupa espaços públicos”, concluiu. Iracema Barbosa Marques - secretária municipal de Desenvolvimento Social Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, Iracema Barbosa teve contato com a área social ainda na faculdade, durante estágio na faculdade de Medicina e depois na Fundação Mendes Pimentel. Tomou gosto pelo social e mesmo tendo trabalhado alguns anos na sua área de formação, em veículos de comunicação, como o jornal Primeira Hora, onde foi repórter, e na TV Paranaíba, também como repórter e depois editora-chefe, foi na Secretaria de Desenvolvimento Social que se realizou profissionalmente. Servidora municipal, Iracema Barbosa diz que o convite para assumir a pasta de Desenvolvimento Social foi um reconhecimento do trabalho que ela vem realizando há anos, já que atuou em todas as áreas da Secretaria. “É um reconhecimento e o que temos que fazer é devolver isso com trabalho”, completou. Filiada ao PP, a secretária diz que todo ser é essencialmente político e que é necessário participar da política partidária. Para ela, as mulheres precisam se conscientizar da força que têm, tanto na questão de população eleitoral quanto efetiva. Mesmo sendo uma pessoa engajada na política, Iracema Barbosa afirma que não tem pretensões políticas, porque gosta de atuar nos bastidores. “É um reconhecimento e o que temos que fazer é devolver isso com trabalho” Entre os desafios da pasta, Iracema Barbosa ressalta que suprir as demandas que surgem em uma cidade que cresce em grandes proporções é o mais difícil, mas diz que todo o esforço é gratificante quando se consegue mensurar os resultados. Exemplo disso são as mais de 30 mil pessoas que receberam qualificação profissional nestes seis anos de governo, por meio dos projetos sociais da Secretaria. Até o fim do mandato, pretende implementar outros três projetos, os quais não revelou, e diz que o maior desafio é concretizar e ampliar o trabalho que já está sendo realizado com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas menos favorecidas. Quer terminar o mandato com a certeza do dever cumprido. Para ela, o fato de o prefeito Odelmo Leão ter escolhido tantas mulheres para administrar a cidade juntamente com ele mostra o quanto é uma pessoa sábia e sensível. “Ele sabe que as pessoas que estão com ele são as que poderão trabalhar e dar uma resposta para o que ele exige, independente do sexo. “É um exemplo de político para o Brasil”, elogiou. Walkíria Borges Naves Lorena, Secretária Municipal de Agropecuária e Abastecimento Walkíria Naves, Secretária Municipal de Agropecuária e Abastecimento, é o que se pode dizer a pessoa certa no lugar certo. Formada em Veterinária pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), natural de Indianópolis (MG) e filha de produtores rurais, ela sempre teve o pé na zona rural. E orgulha-se de conhecer e vivenciar as necessidades do homem do campo, o que, ela garante, ajuda muito no desenvolvimento de seu trabalho, no dia a dia e nas decisões que toma. “Sou técnica, política exige profissionalismo”, disse. Embora seja filiada ao PP há três meses, garante não ter pretensões de se candidatar a nenhum cargo político. Walkíria Naves também tem experiência na área política. Foi secretária de Obras e Fomento na área rural em Bom Jesus de Goiás. Em 1994, veio para Uberlândia e prestou concurso para o cargo de médica veterinária, no qual passou em primeiro lugar. Trabalhou em praticamente todas as áreas da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento, como o Serviço de Inspeção Municipal (Sim), a Diretoria de Abastecimento e Inspeção e a Assessoria de Projetos. Assumiu o cargo em abril deste ano e acredita que o convite veio por trabalhar na área de projetos, ter conhecimento técnico e experiência na execução prática. “Na agricultura não se trabalha apenas com o produtor. Trabalha-se na cadeia produtiva”, disse. Em 2006, foi realizado um levantamento rural para conhecer o público da Secretaria. Agora, esse levantamento está sendo refeito para atualizações. “Esse é um grande desafio para a área, porque Uberlândia tem um desenvolvimento ímpar e a política pública para a zona rural é diferente”, disse Walkíria Naves. Segundo ela, o setor rural é muito dinâmico, muda constantemente, porque depende de mercado. “Precisamos acompanhar o campo, porque o produtor rural precisa de geração de renda, infraestrutura, agilidade, modernidade. Para o produtor rural, é preciso criar oportunidades e mostrar-lhe que há caminhos para o desenvolvimento”, explicou. “O produtor rural precisa de geração de renda, infraestrutura, agilidade, modernidade” A Revista MERCADO | Outubro 2011 | 33 mercado capa Para conseguir implementar todos os projetos propostos, Walkíria Naves precisa administrar um orçamento de pouco mais de R$ 9,4 milhões e cerca de 100 servidores. Para o ano que vem, está previsto um orçamento de mais de R$ 11,2 milhões. Além das reestruturações que foram feitas e de fortalecer alguns projetos, como o resgate de parcerias com sindicatos, associações e conselhos comunitários, Walkíria Naves tem grandes desafios pela frente. Entre eles está a conclusão do levantamento rural e o plantio de um milhão de mudas de eucalipto, que inclui a doação da muda, a preparação do solo e a assistência técnica ao produtor rural. Esse projeto tem um prazo de quatro meses para ser implantado em função do período chuvoso. Serão 600 hectares de eucalipto plantados. Outro projeto é incentivar a produção e a venda de frango caipira no município, com requisitos da defesa sanitária e carac- Raquel Mendes Carvalho Secretária Municipal de Meio Ambiente 34 | Revista MERCADO | Outubro 2011 terísticas de segurança alimentar. Tem também o Programa de Inclusão Produtiva a partir de 2012, cujo objetivo é dar oportunidade ao filho do produtor de estudar e de se qualificar e o projeto de turismo rural. O objetivo é despertar no produtor rural o empreendedorismo. Natural de Uberlândia, Raquel Mendes Carvalho formou-se em Arquitetura na Universidade Estadual de Londrina (PR) e especializou-se na PUC de Campinas em Gestão e Desenho Urbano. Em 1991, entrou para a prefeitura em um cargo comissionado, mas em 1995 prestou concurso para a área. No currículo profissional há algumas experiências, como assessora de planejamento, meio ambiente e trânsito, na área de urbanismo. Raquel Mendes participou de alguns projetos importantes na cidade, como o corredor de ônibus da Avenida João Naves de Ávila, os projetos dos parques Siquierolli e Linear do Rio Uberabinha e ainda do replantio de árvores de grande porte, com aproveitamento de 78% das espécies transplantadas. Com todas as suas responsabilidades frente à Secretaria, Raquel Mendes precisa se desdobrar para atender os clientes de seu escritório. Raquel Mendes assumiu a gestão da secretaria há 2 anos e 3 meses e confessa que ficou surpresa com o convite. “Sempre me vi muito técnica, mas parceira, independente do cargo que exercia”, disse. Com um orçamento em 2011 de aproximadamente R$ 5 milhões e com previsão para 2012 de R$ 6,05 milhões, Raquel Mendes diz que muitos projetos são viabilizados por meio de parcerias. A secretaria tem 160 servidores que, segundo ela, formam uma equipe integrada. “Sempre me vi muito técnica, mas parceira, independente do cargo que exercia” Entre os projetos viabilizados no período de sua gestão, a secretária destaca a implantação da coleta seletiva e o trabalho realizado com os catadores de recicláveis. Outro desafio foi a gestão de pessoas. “Foi um grande aprendizado, mas a equipe tem me ajudado a crescer”, disse. Empolgada com o trabalho e a profissão, Raquel Mendes, que é solteira, diz que sempre foi uma workaholic e, por isso, não teve muito tempo para se dedicar à vida pessoal. Ela mora com a mãe e conta que é ela que a tem ensinado a estabelecer medidas. Para o próximo ano, Raquel Mendes tem como meta concluir a construção dos galpões da coleta seletiva e ainda terminar as obras do Parque Linear do Uberabinha e dos outros parques da cidade, além de dar andamento ao plano de arborização do município, que já foi aprovado pelo Codema. “Os desafios no poder público são diferentes. As obras são maiores, com recursos vultosos e avaliações a longo prazo. Mas é um trabalho extremamente gratificante. É bom andar pela cidade e ver que um projeto meu resultou em uma solução para a população. Sei de cada árvore que plantei nesta cidade”, disse Raquel Mendes. B mercado trabalho De hobby à profissão Geralmente, as pessoas escolhem a área de atuação de acordo com suas aptidões, aquilo que chamamos de vocação. Mas pode surgir o interesse por áreas distintas daquela escolhida anteriormente; assim, o que começa como um hobby pode tornar-se uma profissão Por Ana Paula Horta | Fotos: Henrique Gualtieri O dicionário define profissão como atividade desenvolvida em conformidade com a própria vocação. De fato, quando alguém escolhe a área na qual vai trabalhar por um longo período, e quem sabe até a vida toda, a aptidão é a primeira coisa observada. Contudo, ao longo dos anos, as pessoas adquirem mais experiências e maior maturidade, e podem vir a descobrir interesses em outras áreas. Assim, surgem os hobbies, atividades que geralmente não visam ao retorno financeiro, mas à satisfação pessoal. Do domínio da arte exata, nasceu o dom para a arte criativa. Foi assim que o engenheiro César Lins tornou-se o artista plástico César Lins. O que, no começo, era um simples hobby, virou trabalho de verdade. E César não deixou de lado os conhecimentos da área de engenharia, pelo contrário, ele os usa para dar vida e forma à sua arte. “Como trabalho com esculturas em metal, os conhecimentos adquiridos na engenharia me permitem criar e materializar minhas criações e projetos”, explica o artista. E não foram poucas as informações e os conhecimentos técnicos que o profissional buscou na sua primeira formação, a de engenheiro. “Do campo das ciências exatas, trouxe a visão concreta e objetiva que, unida à abstração da arte, me permite ter um espectro amplo e mais rico. As técnicas industriais, tal como usinagem, soldagem e pintura, assim como os conhecimentos de materiais, me permitem concretizar meus projetos com maior facilidade”, conta. Segundo o artista, para criar esculturas em aço sensíveis à decoração e à arquitetura, a técnica é essencial na hora de traduzir o que ele capta do ambiente ou da necessidade do O que antes era apenas um hobby tornou-se uma profissão consolidada para César Lins cliente: “A arte, na verdade, é a materialização da expressão humana, das suas emoções e percepções. Sendo assim, a técnica é fundamental para recriar de forma fidedigna as necessidades e intenções do artista”. Para César, ter conhecimentos em outro campo é excelente para o pleno desenvolvimento do seu trabalho: “Esses conhecimentos agregam valor ao trabalho do artista, imprimindo nas obras determinadas características que as tornam mais ricas e completas. Como atuo em campos completamente opostos - engenharia e arte -, consigo ter uma visão mais completa das questões que permeiam, principalmente, o deslocamento entre o concreto e o abstrato, peculiaridade que proporciona equilíbrio e serenidade na hora de idealizar as esculturas”, encerra. B O ex-engenheiro, e agora artista plástico, César Lins Título: #98 Dimensão: 55x27x27 cm 36 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Material: aço pintado - amarelo Ano: 2009 Série: 12 Cod.: #98 Revista MERCADO | Outubro 2011 | 37 mercado gestão Você sabe o que é o BA (Business Analytcs)? Como o conceito de análises preditivas pode mudar a gestão de TI Da IT4CIO A pós o crescimento e aceitação do BI (Business Intelligence) no mercado brasileiro, outro conjunto de técnicas e ferramentas desponta como método importante para a boa gestão organizacional: o BA (Business Analytics), que consiste na realização de análises preditivas, juntando al- goritmos e mineração de dados para gerar conhecimento futuro, tendências e previsões. A frase mais utilizada para demarcar a diferença entre BI e BA é “com o BI, olha-se para o passado. Com o BA, para o futuro”. “Ainda não adotamos nenhuma tecnologia de BA, mas com certeza será interessante pensar nisto num futuro próximo. O grande benefício que vislumbro é de passar o enfoque estratégico da produtividade para a competitividade, do “espelho retrovisor” (reação) para uma visão preditiva (pró-atividade)”, afirma Maurizio Calcopietro, CEO da Ferrero. Historicamente, o conceito de BA nasceu dentro de comunidades científicas que debatiam a necessidade de avaliar informações organi- zacionais em tempo real, baseadas em complexos modelos matemáticos, para tentar prever o futuro das empresas. O diferencial é que, com o BA, é possível analisar informações de diversas fontes externas, incluindo as redes sociais. Uma das aplicações mais importantes do BA é que as análises, em vez de apenas ajudar na resolução de um problema histórico, podem servir para identificar oportunidades futuras de negócio, auxiliando na tomada de decisões rápidas diante de um grande volume de dados e informações. É o caso da Sicredi. “Neste momento, estamos aprimorando nossas tecnologias, construindo uma arquitetura orientada a serviços, utilizando ferramentas de ponta para as camadas de Processos de Negócio, Workflow e Gestão de Documentos. Nosso objetivo será atingido com a expansão do BA e as vantagens competitivas que essa técnica oferece”, observa Denilson Mascarenhas, diretor executivo de TI e Serviços do Banco Cooperativo Sicredi. CRM com BA: uma arma poderosa Outra aplicação nova e potente do Business Analytics é uni-lo às ferramentas de CRM (Customer Relationship Management) já usadas em larga escala dentro das organizações e responsáveis, muitas vezes, pelo armazenamento de grande quantidade de dados de consumidores e fornecedores. Se o CRM da empresa já for do tipo que capta informações de redes sociais, melhor ainda. Assim, a empresa consegue usar os dados do CRM para melhorar a interação com os clientes. Outro benefício é que a movimentação pode ajudar a gerar vendas adicionais no caso de contato dos clientes, já que análises de dados de clientes são recebidas e visualizadas em tempo real. O caso da BCBS Um dos casos recentes de grande repercussão nacional é a utilização do conceito de BA pela BCBS (Blue Cross and Blue Shield System). A empresa atua no segmento de seguro saúde e acumulou grande quantidade de reclamações durante os anos. Foi então que, a partir de um enorme banco de dados consolidados com todas as informações sobre seus clientes (hoje tido como um dos maiores de dados de saúde no mundo, com informações de mais de 100 milhões de pessoas), a Blue Cross passou a gerenciar de modo diferenciado e competitivo seus custos. Segundo a empresa, grande parte dos custos vinha dos cuidados dispensados a portadores de doenças crônicas. Cerca de 5% dos usuários dos seguros respondiam por 55% dos custos. Com as informações obtidas por ferramentas de BI e BA, a empresa, hoje, consegue identificar antes do contrato quais são os clientes mais predispostos a desenvolver uma doença crônica. Agora, dados anteriores mostram a probabilidade de se desenvolver algumas doenças, tais como o diabetes. Assim, a empresa utiliza os dados para localizar médicos especializados em doenças crônicas mais próximos dos pacientes de alto risco, reduzindo o custo com tratamentos caros e de longo prazo. Mercado Denilson Mascarenhas, diretor executivo de TI da Sicredi, empresa que já utiliza o BA entre suas ferramentas de gestão Apesar de ainda estar nos estágios iniciais, analistas afirmam que o BA anda ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro. Por aqui, os maiores desafios ainda são encontrar as melhores combinações de dados e ferramentas. B Revista MERCADO | Outubro 2011 | 39 mercado inovação Minas possui 84 Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs) em 81 municípios e, apesar de ser a maior rede do Brasil, será ampliada para 104 CVTs De acordo com o secretário, a Sectes coordena quatro importantes Arranjos Produtivos Locais (APLs) focados em tecnologia e inovação: biotecnologia, eletroeletrônicos, bioenergia e software. Ele ressaltou a existência das incubadoras e dos parques tecnológicos de Viçosa - já inaugurado - Belo Horizonte e Itajubá - que serão inaugurados nos próximos meses -, além dos parques de Foto: Divulgação Foto: Divulgação versidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), que deverá encampar seis fundações do interior que já utilizam a chancela Uemg. Narcio Rodrigues disse que há grande interesse do governo mineiro em continuar atraindo centros de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P, D & I) para o estado. Lembrou que Minas possui 84 Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs) em 81 municípios. Apesar de ser a maior rede do Brasil, ela será ampliada para 104 CVTs, que serão transformados em polos de educação a distância para oferecer a todos os cidadãos a possibilidade de fazer um curso superior e de ganhar espaço no mercado de trabalho. Governo de Minas e FIEMG unidos pela inovação Da Agência Minas O Governo de Minas pretende estreitar ainda mais a relação com o segmento empresarial e trabalhar por uma maior aproximação deste com a universidade e centros de pesquisa. Esse foi um dos compromissos firmados pelo secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino 40 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Superior, Narcio Rodrigues, junto à diretoria da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), para que a inovação chegue à sociedade com mais rapidez. A reunião aconteceu este mês na sede da FIEMG, em Belo Horizonte. Com a presença de toda a diretoria da FIEMG, inclusive dos vice-presidentes regionais, o secretário falou da plataforma do Governo do Estado para os setores de tecnologia e inovação e da preocupação em fazer com que os projetos possam apresentar resultados efetivos. Ele citou a Cidade da Ciência e do Conhecimento; a Rede de Inovação Tecnológica e Cidadania Digital; a Cidade das Águas e a expansão do ensino superior, por meio da Uni- O presidente da FIEMG, Olavo Machado, prontificou-se em ser parceiro do Governo de Minas e em ampliar a relação com a Sectes Uberaba, Juiz de Fora e Lavras. Narcio Rodrigues explicou ainda a importância dos polos de excelência do Leite, Café, Mineral e Metalúrgico, Florestas, Recursos Hídricos, Genética Bovina e Inovação Ambiental, este último recentemente lançado pelo Governo de Minas em parceria com Instituto Inhotim, em Brumadinho. E, por fim, falou sobre os Polos de Inovação e do Teia MG, que trabalha a construção da cidadania digital e a formação de empreendedores. O presidente da FIEMG, Olavo Machado, colocou-se como parceiro do Governo de Minas e manifestou interesse em ampliar a relação com a Sectes, considerada pela entidade empresarial como fundamental no processo de inovação da indústria mineira. No que se refere à parceria estabelecida entre a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Machado antecipou que está conhecendo diversas experiências bem-sucedidas no exterior para implantá-las em Minas, levando em consideração a realidade local. Outros pontos da agenda conjunta da Sectes e FIEMG foram colocados pelo secretário Narcio Rodrigues, como a bienal do design, que será sediada em Minas Gerais; o complexo aeronáutico, que integrará os polos de Itajubá, Tupaciguara e Lagoa Santa; e o aeroporto de Goianá, na Zona da Mata. A reestruturação da Uemg com uma vertente na inovação foi amplamente reconhecida como necessária pelo empresariado, sobretudo com investimentos em novos cursos para tecnólogos e engenheiros. O Sul e o Noroeste de Minas, por meio das regionais da FIEMG, pediram ao secretário que a Sectes esteja presente em ações de inovação nessas regiões. Narcio Rodrigues ressaltou a importância da articulação política para que o Governo de Minas possa chegar mais perto da sociedade e beneficie os segmentos interessados na inovação e na construção da cidadania. B Revista MERCADO | Outubro 2011 | 41 mercado decoração Funcionalidade e beleza Os nichos são uma boa pedida para organizar os ambientes de forma fácil e prática. Esse recurso pode ser personalizado e transmitir um clima moderno, extrovertido ou clássico, dependendo da intenção do morador O timizar os espaços. Eis o grande desafio da decoração atualmente. Mais do que nunca, o ambiente precisa ser bonito e funcional. E aproveitar cada cantinho com possibilidades de uso não é tarefa fácil. Para fazer direito o dever de casa, muitos profissionais estão apostando nos nichos. Quem entende do assunto sabe que eles são uma opção inteligente, charmosa e prática. Os nichos podem ser usados em qualquer ambiente do lar para diversas funções. Seja para enfeitar ou acomodar objetos, essa é uma alternativa que confere maior liberdade na hora de decorar. E o melhor é que eles podem ser revestidos com vários materiais, assim dá para inserir um tom romântico, moderninho ou clássico, a gosto do morador. “Os nichos podem ser revestidos com todo o material possível, como madeiras, vidros, espelho, papel de parede e muito mais”, explica a designer de interiores Iara Santos. A Da Redação com Mão Dupla | Fotos Daniel Mansur 42 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Revista MERCADO | Outubro 2011 | 43 mercado decoração O mercado oferece uma variedade de opções de cores e formatos de nichos. “Os nichos em tons claros transmitem a ideia de amplitude. Boa opção para espaços muito apertados”, ensina Iara. Além disso, para aqueles que gostam de personalização, dá para ousar mais e aplicar um design criativo nos nichos. “Essas peças podem ter formas simétricas, assimétricas, redondas, ovais, quadradas e retangulares. Com A designer de interiores Iara Santos destaca a aplicabilidade dos nichos, que podem ficar em qualquer ambiente do lar e servem a diversas funções Os nichos podem ser revestidos por diversos materiais, como: madeira, vidro e espelho 44 | Revista MERCADO | Outubro 2011 criatividade pode-se abusar bastante desse recurso e enriquecer a decoração”, destaca a designer. A profissional dá uma dica preciosa de como usar os nichos no ambiente de forma sofisticada: “Gosto muito de abrir vãos na parede para poder encaixar um nicho. Nesse caso, a sacada é inserir uma iluminação especial, principalmente em corredores longos, no hall de circulação ou de entrada. O resultado estético é muito bonito. O espaço fica chique e atraente”. Os nichos são modernos e a instalação e a manutenção deles é bem simples! Agora, de posse dessas informações e dicas, é hora de aproveitar todas as vantagens dos nichos e de organizar a casa de forma descontraída e criativa. B mercado marketing Como mudar O publicitário Fauser Ramos, especialista em arquitetura de marca, alerta que uma marca nasce, cresce e, antes que morra, é preciso intervir nela A Coca-Cola, apesar de campeoníssima no gosto do consumidor, está sempre se reinventando A hora de mudar de marca Nesse tempo, cada caso exige uma solução. Algumas vezes a marca pede uma cirurgia plástica completa, outras um pequeno lifting resolve. Veja o caso da Coca-Cola. Líder mundial no mercado de refrigerantes ela não para de se reinventar. Seja a logomarca (linha do tempo) ou slogan. A frase “A grande bebida da temperança nacional” (1906) foi sendo adaptada a cada época. Nos anos 60, virou “As coisas vão melhor com Coca-Cola”. Já em 70, na geração paz e amor, foi mudada para “Coca-Cola dá mais vida”. Nos anos 80: “Emoção pra valer”. Na década de 90: “Sempre Coca-Cola”. E um dos mais recentes: “Gostoso é viver”. Outro bom exemplo é o caso da Rider. Com o slogan “Dê férias para os seus pés” a sandália era um sucesso na década de 90. Entretanto, a Rider envelheceu junto com seu público, bem diferente das sandálias Havaianas, que eram consideradas de segunda linha e hoje, com um novo reposicionamento, são um sucesso mundial. Quando o cuidado é constante, pequenos ajustes mantêm a logomarca sempre atual. É o caso do Netviagem, primeiro e maior portal de vendas online de passagens rodoviárias do Brasil, cujas mudanças foram bem sutis, pois o objetivo era dar maior harmonia e equilíbrio aos seus componentes. A marca foi desenvolvida em 1999, mas tornou-se conhecida somente nos últimos seis anos, com a massificação da internet. Por isso, a direção da empresa decidiu que era hora de rejuvenescê-la. “Para melhor traduzir o bom momento da empresa, sem esquecer a sua história, foram dadas curvas mais leves à tipografia. As cores eram muito impactantes e foram suavizadas com um leve dégradé. Essa transição de cores revela o novo momento de crescimento da empresa e a transparência nos negócios. As fontes foram equilibradas com o traço azul, que liga dois pontos, para traduzir uma de nossas razões de existir, que é a de levar clientes de um lugar a outro, sem complicações, de forma clara e objetiva”, explica o analista de marketing da empresa, Fabiano Salvo. A Sete anos é o tempo médio para uma marca envelhecer e começar a morrer. Especialistas ensinam como evitar isso Por Janaina Depiné (Lead) T odo produto tem prazo de validade, mas será que essa prerrogativa vale também para uma marca? Essa é a pergunta que muitos empresários se fazem quando percebem que estão ficando para trás nos negócios. A resposta é 46 | Revista MERCADO | Outubro 2011 sim, uma marca também envelhece e se desgasta. Promessas que ela traduzia deixam de ser significativas em determinado momento e o cliente parte em busca de quem possa lhe entregar o que ele deseja. Então, qual seria a hora de barrar essa ameaça? O diretor da Ovni Propaganda e especialista em arquitetura de marca, o publicitário Fauser Ramos, explica: “Uma marca é como uma pessoa: nasce, cresce e, antes que ela morra, temos que intervir nela. Do nascimento até o desgaste temos um período de cinco a sete anos”. Revista MERCADO | Outubro 2011 | 47 mercado marketing Recauchutagem depois dos 30 Algumas empresas resistem à mudança, mas não há dúvida de que é preciso rejuvenescer. Um bom exemplo é o caso do Colégio Atenas. A marca existe há mais de 30 anos. Quando passou por uma reforma da estrutura física, a direção viu que era hora de mudar. mudar a marca. “Por ser uma marca registrada, tínhamos a ideia de que não poderia ser modificada. Acreditávamos também que ao mudá-la perderíamos a propriedade da marca”, explica. Depois de perceber que a marca antiga já não causava mais im- Foram 30 dias de imersão no mercado do cliente para encontrar os elementos que traduzissem com perfeição o conceito do colégio. O resultado foi uma marca criada para o Colégio Atenas que possui dois elementos marcantes: o círculo azul e o lápis. O círculo representa o planeta Terra e o lápis simboliza o conhecimento. Juntos, significam que somente através do estudo é possível ter acesso a um novo mundo e desbravar novos horizontes. Na junção dos dois elementos, é possível visualizar a letra ‘A’ vazada, que representa a inicial de ‘Atenas’. “A papelaria é bastante ousada e original. O papel de carta, por exemplo, é uma réplica de uma folha de caderno. Foi confeccionada uma faca digital para garantir um acabamento perfeito à peça”, explica Fauser Ramos. Tanta originalidade rendeu prêmio à agência. A papelaria levou o Ouro no Festgraf 2010 na categoria Identidade Visual. Ivan Batista da Silva, diretor do Atenas, reconhece a demora em pacto e buscar uma nova identidade visual por meio da agência, ele comemora. “A marca era muito antiga e já não despertava interesse. Hoje é muito significativa. Bem trabalhada, ficou com uma configuração leve, agradável, mais jovial. Foi 48 | Revista MERCADO | Outubro 2011 muito elogiada e agora os alunos a colocam em tudo que fazem. Sinal de que agradou realmente. Em suma, deu uma nova imagem ao colégio”, comemora. Uma marca bem posicionada e bem feita traduz o bom momento da empresa. “Quando o cliente moderniza a marca passa, a ser percebido de forma diferente pelos seus clientes, colaboradores e concorrência. É o que chamamos de efeito dominó e isso pode se reverter em bons negócios”, diz Fauser Ramos. Às vezes, o empresário não é muito ligado ao design e mantém a mesma marca por muitos e muitos anos simplesmente por acreditar que ela funciona, “mas, certamente, se ele tivesse um reposicionamento, poderia gerar ainda mais negócios”, emenda o publicitário. Por fim, o que garante uma boa identidade visual é um bom conjunto. Clareza de informação, o trabalho de um especialista e um design com conteúdo. Pesquise como os clientes percebem a sua marca. Avalie se o seu produto ou o público mudou e mantenha um olhar atento constantemente. Afinal, antes que sua marca comece a envelhecer, é hora de agir! B mercado marketing As lições de Steve Jobs para o Marketing Pense diferente Inovação, design, experiência e excelência nortearam o cofundador da Apple Do Mundo Marketing S teve Jobs reinventou o mercado de telefonia móvel com o iPhone, o de comunicação com o iPad, o de entretenimento com o ipod e sua App Store, além da Pixar, criou uma experiência única com seus computadores pessoais e forjou um dos mais bem acabados modelos de negócios na Apple ao orientá-la pela inovação e pelo design. É daqueles visionários que transformam o mundo para sempre e que nos deixa muitas lições. Todos os produtos de sucesso lançados enquanto Jobs dava as cartas ganharam vida a partir de um pensamento orientado pela simplicidade. Para muitos deles, não havia sequer uma demanda latente, mas criaram desejos que beiram a doença. Filas de quase um dia inteiro Pouquíssimas empresas no mundo conseguem transportar seus valores, seu DNA, sua essência e seu propósito de marca de forma tão tangível e sensitiva em seus produtos e em suas lojas. Isso porque é muito difícil encontrar exemplos como o de Steve Jobs. Como bem disse Barack Obama, Jobs foi “bravo o suficiente para pensar diferente, bravo o suficiente para achar que podia mudar o mundo e talentoso o suficiente para fazê-lo”. Pensar diferente e ter coragem para mudar. Fácil no discurso, difícil na prática. Infelizmente, reservado a poucos profissionais e a poucas empresas. Digamos que Jobs teve muita facilidade em se diferenciar e criar produtos que se transformaram em sinônimos de categoria. Afinal, está tudo igual. A inovação é cada vez mais escassa. Poucos pensam diferente e têm coragem para mudar o status quo. Poucos têm a coragem de transformar um mercado, o mundo. Mas só terá um Steve Jobs nos livros de história. O que chama atenção é que ele não inventou nada, “apenas” reinventou. Para isso, teve como meta nada menos que a excelência, como disseram os fundadores do Google. Não que seja uma tarefa menos árdua. Pelo contrário. Mas aqui também mora uma boa reflexão: a de que é possível transformar uma indústria pensando diferente e de forma simples. O mundo já está complexo demais. Difícil demais. Simplificar as coisas nunca foi tão urgente. E Jobs fez isso como ninguém nos últimos anos. É uma pena não tê-lo mais entre a gente para nos ajudar. da empresa ao chefe de Operações Tim Cook, Jobs disse simplesmente que já não podia cumprir com seus deveres à frente do cargo. Steve Jobs é o criador da Apple, maior empresa de capital aberto do mundo, do estúdio de animação Pixar e pai de produtos como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad. Idolatrado pelos consumidores de seus produtos e por boa parte dos funcionários da empresa que fundou em uma garagem no Vale do Silício, na Califórnia, ajudou a transformar a maior companhia de capital aberto do mundo em valor de mercado. Jobs foi um dos maiores defensores da popularização da tecnologia. Ele acreditava que computadores e gadgets deveriam ser fáceis o suficiente para serem operados por qualquer pessoa, como gostava de repetir em um de seus bordões prediletos, que era: “simplesmente funciona” (em inglês, “it just works”). O impacto dessa visão foi além de sua companhia e ajudou a puxar a evolução de produtos como o Windows, da Microsoft. B Mundo perde um gênio para adquirir um produto são a prova disso. Steve Jobs mudou a forma de fazer Marketing no mundo. Ou fez uso da forma mais inteligente vista até então. Jobs criou uma marca valiosa e principalmente amada e adorada por milhares de pessoas em todo o mundo. Desde então, não se fala mais em Branding sem citar o exemplo da maçã mordida. O líder aclamado pelas escolas de negócios do mundo inteiro e também por seus pares no terreno da tecnologia levou até o último nível o conceito que transforma os produtos em experiências, o varejo em experiência, e um evento em algo esperado. Nenhuma loja no mundo vende mais por metro quadrado do que a Apple Store e nenhum evento na área de tecnologia chama mais atenção que os lançamentos de seus produtos. Steve Jobs morreu na quarta-feira, 5 de outubro, em sua casa, em Palo Alto, na Califórnia, por volta das 15h. O atestado indica ‘parada respiratória’ como a causa imediata da morte com ‘metástase de tumor neuroendócrino de pâncreas’ como a condição subjacente que provocou os problemas respiratórios. Não foi feita autópsia em Jobs, identificado como um empresário da indústria da alta tecnologia com educação ‘universitária incompleta’ na certidão divulgada pelo Departamento de Saúde Pública do Condado de Santa Clara. Jobs morreu aos 56 anos. A reconhecida figura do mundo tecnológico foi sepultada dois dias depois na mesma cidade onde morava. Quando faleceu, estava rodeado por sua esposa e família mais próxima. Ele lutou com problemas de saúde, mas disse muito pouco sobre sua batalha contra o câncer desde que se submeteu a uma cirurgia em 2004. Quando renunciou ao cargo de presidente-executivo da Apple, em agosto, entregando o comando Revista MERCADO | Outubro 2011 | 51 mercado Foto: Reprodução comportamento Como lidar com o bullying nas escolas Causas das agressões devem ser debatidas dentro e fora da sala de aula. Segundo psicóloga, o professor precisa repensar o seu lugar como educador Da Redação T ema recorrente no noticiário, o bullying apresenta consequências que trazem muito sofrimento para suas vítimas. Entre elas, medo, baixa autoestima, dificuldade de relacionamento e de concentração e diminuição do rendimento escolar. Por isso, é preciso que suas causas sejam debatidas dentro e fora da escola. Dentro desta problemática, a psicóloga Bruna Vaz, do CPPL (www.cppl.com.br), alerta para a necessidade de se modificar a forma de olhar para crianças e ado- 52 | Revista MERCADO | Outubro 2011 lescentes. “Esse é um desafio para que o professor repense seu lugar de educador e passe a agir de forma atuante em sala de aula”, afirma. Na opinião da psicóloga, os profissionais devem prestar mais atenção em questões que estão além dos aspectos pedagógicos, mas que têm influência direta na escolaridade. Nas escolas, a maioria dos atos de bullying ocorre fora da visão dos adultos. Grande parte das vítimas não reage nem fala sobre a agressão sofrida. Por isso, a grande dificuldade no combate a esse tipo de ato. A omissão dos pais também é um fator que tem se mostrado favorável ao bullying, que passa a ser, nesse caso, uma forma negativa de atraí-los até a escola. O comportamento é observado tanto em jovens como em crianças pequenas que não têm a vida escolar acompanhada pelos pais. O jovem que atua de forma agressiva, antissocial, muitas vezes está revelando um pedido de ajuda No entanto, além de ser um gerador de grande sofrimento para a vítima, o bullying também é um indício de que se deve dar mais atenção ao autor das ofensas e agressões, uma vez que a agressividade pode configurar uma maneira de encobrir dificuldades vivenciadas dentro de casa. Ou seja, o jovem que atua de forma agressiva, antissocial, muitas vezes está revelando um pedido de ajuda. Para ser considerado bullying, deve-se ter um conjunto de atitudes violentas intencionais, de caráter físico ou psicológico, e sem motivo aparente. Nessas agressões, existe nítido desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Para Bruna, o termo geralmente é confundido dentro do âmbito escolar. Para ela, o bullying não pode ser associado à violência propriamente dita. “Existe um aumento no requinte de crueldade em cada caso, o que pode levar a uma associação errônea entre casos de violência que não podem ser analisados todos da mesma forma. Muitos deles nem sequer podem ser chamados de bullying”, comenta. Existe um aumento no requinte de crueldade em cada caso, o que pode levar a uma associação errônea entre casos de violência que não podem ser analisados todos da mesma forma. Muitos deles nem sequer podem ser chamados de bullying” Para tentar reduzir os casos de bullying, a psicóloga Bruna Vaz indica que o fenômeno deve ser tratado em conjunto pelos pais e a escola. A melhor saída para os pais é o estreitamento da relação com a escola, passando a agir como participantes da vida escolar do filho. Já os professores, devem lidar com essa problemática abordando-a de maneira delicada e propondo aulas mais participativas. A sugestão é propor trabalhos de compartilhamento de informação com a formação de equipes. B mercado alimentação team leader da unidade de Negócios Suínos da Pfizer Saúde Animal, Evandro Poleze. Tanto o processo de criação de suínos quanto o controle de doenças evoluíram muito nos últimos anos e têm possibilitado a profissionalização e o crescimento do segmento. “O risco de contaminação - no consumo da carne suína - por parasitoses, por exemplo, foi extremamente reduzido com a adoção de técnicas adequadas de manejo e sar de não serem normalmente associadas ao risco de colesterol elevado pelos brasileiros. No caso da carne suína, o lombo é o corte com menor teor de gordura intramuscular e seu teor de colesterol chega a ser menor do que o do peito de frango sem pele (veja quadro com a comparação)”, salienta o médico veterinário e mestre em Agronegócios Fabiano Coser, diretor executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). muito bem passada, caso contrário a contaminação por vermes é certa - principalmente a neurocisticercose, infecção do sistema nervoso central causada pela larva da Taenia solium. “Esse é um dos maiores absurdos ditos sobre a carne suína. A produção de suínos no Brasil há muitos anos é feita em sistema de confinamento, sem acesso a terra. E uma das condições fundamentais para o desenvolvimento de parasitoses é o contato com a terra, na qual os ovos caem Teor de colesterol (mg/100 g) Fonte 1 2 3 4 Média Lombo suíno cozido 78 79 69 65 72,8 Pernil suíno cozido - - 82 65 73,5 Peito de frango cozido, sem pele 84 84,8 - - 84,4 Filé mignon bovino cozido 84 84 - - 84 Fontes: 1 - NPCC, National Pork Producers Council and National Pork Board 2 - USDA, Agricultural Handbook 8-10, 1992 3 - Bragagnolo, N., Departamento de Química da Unicamp, 1993 4 - Universidad Nacional de Nutrición, México, 1994 Carne suína: de bandida a mocinha Associado a níveis elevados de colesterol no sangue, verminoses, alergias e obesidade, o consumo de carne suína é recheado de preconceitos, contudo, ela não é a vilã da saúde, como muita gente imagina Por Marina Franco (CDN) com imagens da ABCS A pesar do crescimento registrado nos últimos anos e dos constantes investimentos da cadeia produtiva em sanidade, o consumo de carne suína no Brasil 54 | Revista MERCADO | Outubro 2011 ainda está envolto em uma série de tabus relacionados ao impacto desse tipo de proteína animal na saúde humana. No Brasil, o consumo per capita de carne suína ao ano é de apenas 14,5 quilos, enquanto na União Eu- ropeia a média de consumo é de 45 quilos. “Os cuidados sanitários estão cada vez mais presentes na cadeia de suínos e são essenciais para a produção de uma carne segura, saborosa e de qualidade no país”, ressalta o alimentação, bem como com o controle sanitário rígido nas granjas”, completa Poleze. Diante disse, vale a pena desmistificar os preconceitos mais comuns que envolvem o consumo da carne suína: 1. Carne suína é mais rica em colesterol que outras carnes e seu consumo é prejudicial para quem tem colesterol elevado. Por que é mito? O colesterol é um composto orgânico, um tipo de álcool presente em todos os animais que se localiza nas membranas celulares e é transportado pelo plasma sanguíneo. Todas as carnes têm níveis parecidos de colesterol, que variam normalmente de acordo com os cortes, pois esse composto concentra-se mais próximo às células de gordura. “A pele de frango e a casca do camarão, por exemplo, são riquíssimas em colesterol, ape- 2. É grande o risco de contrair parasitoses ao se consumir carne suína. Por que é mito? É comum ouvirmos a recomendação de que a carne suína só deve ser consumida e eclodem para contaminar os animais”, esclarece Coser. No caso da neurocisticercose, a confusão é ainda maior, pois a transmissão da doença está associada à falta de sa- A Revista MERCADO | Outubro 2011 | 55 mercado alimentação Confira algumas receitas à base de carne suína Teor de gordura saturada (mg/100 g) Fonte 1 2 3 4 Média Lombo suíno cozido 7,5 7,12 5,9 6,2 6,7 Pernil suíno cozido - - 4,7 6,2 4,7 Peito de frango cozido, sem pele 3,5 3,5 3,5 - 3,5 Filé mignon bovino cozido 10 10 - - 10 Fontes: 1 - NPCC, National Pork Producers Council and National Pork Board 2 - USDA, Agricultural Handbook 8-10, 1992 3 - Bragagnolo, N., Departamento de Química da Unicamp, 1993 4 - Universidad Nacional de Nutrición, México, 1994 neamento básico e não ao consumo de carne suína. Só é possível contrair a neurocisticercose pela ingestão de água contaminada com dejetos humanos ou alimentos irrigados com essa água. Para Coser, o preconceito está ligado tanto à maneira como o porco era criado antigamente (solto e se alimentando de restos de comida) como à associação do animal com a sujeira comum no imaginário popular. Hoje as granjas possuem baias limpas e bem conservadas e os porcos alimentam-se de rações feitas de milho e farelo de soja. 3. Carne suína tem mais gordura saturada que outras carnes. Por que é mito? O raciocínio é o mesmo do teor de colesterol: há cortes suínos com mais gordura saturada e outros mais magros. “As carnes, de uma forma geral, apresentam gordura saturada, porque se trata de um composto mais presente em gorduras de origem animal do que nos óleos, que são gorduras de origem vegetal. Além disso, a gordura também é um composto necessário ao organismo humano”, explica Co- 56 | Revista MERCADO | Outubro 2011 ser (veja quadro com a comparação). 4. Carne suína é muito difícil de digerir. Por que é mito? O grau de digestibilidade da carne suína é parecido com o das demais carnes e varia de acordo com o teor de gordura, os cortes e a forma de preparo. “A carne suína é a que apresenta a melhor relação sódio x potássio entre as proteínas de origem animal. Porém, poucas pessoas sabem dessa característica. Os maiores níveis de potássio aliados a menores níveis de sódio fazem com que a carne suína seja recomendada para pacientes com hipertensão arterial, problemas circulatórios e renais”, explica Coser. 5. Carne suína provoca alergias. Por que é mito? “Bioquimicamente, os carboidratos são idênticos nas proteínas de origem animal. Portanto, a carne suína não pode ser considerada mais alergênica que as demais”, resume Coser. 6. Carne suína é seca e difícil de ser temperada. Por que é mito? “Quem diz isso certamente entende pouco de cozinha. Há formas mais adequadas de se preparar cada um dos cortes. A gordura do porco concentra-se no toucinho. O lombo tem tão pouca gordura intramuscular que acaba realmente ficando ressecado de- pendendo da forma de cozimento”, alerta Coser. Nesse caso, pode-se utilizar uma calda ou prepará-lo envelopado, coberto com uma fatia de bacon no momento de assá-lo. Isso garante mais sabor à carne e protege do ressecamento. Já sobre o tempero, Coser garante que o churrasco de carne suína temperada apenas com sal grosso fica delicioso. Os cortes mais gordurosos são também mais saborosos (confira receitas com carne suína no final da reportagem, ou no site da ABCS: www.abcs.org.br/ gastronomia/receitas 7. A carne suína não é nobre. Por que é mito? Coser acredita que esse mito vem caindo, porque os brasileiros estão aprendendo que a carne suína é bastante versátil no preparo. “É a carne mais consumida do mundo e há redes de restaurantes que trabalham apenas com ela. Aos poucos estamos fugindo dos pratos tradicionais e partindo para variações mais refinadas, como um filé mignon suíno com salada verde ou costelinha com molho barbecue”, enumera Coser. Steak au Poivre Filé Mignon Suíno Uma demonstração definitiva de que a carne suína visita os clássicos de forma nobre e instigante. Para 4 pessoas, limpe 1 kg de filé mignon suíno, retirando todo o resíduo de gordura. Numa frigideira antiaderente, refogue alho e cebola micropicadinhos. Para uma solução rápida e eficiente, junte a um copo de caldo de carne bastante pimenta do reino moída na hora. Leve ao fogo e deixe redu- Bolonhesa de Carne Suína Para a maioria dos brasileiros é sempre uma grande surpresa descobrir que a carne suína participa da receita original dessa fabulosa solução nascida em Bolonha, na Itália. Os italianos misturam carne suína e bovina na exata proporção de 50 por cento. Nesta receita, exploramos exclusivamente a carne suína moída duas vezes. Pode-se usar patinho, alcatra, lombo ou coxão mole. O importante é eliminar previamente toda a gordura superficial. Tempere com alho, sal, pimenta do reino, cebola e salsinha pica- zir. Acrescente dois copos padrão “americano” de creme de leite fresco. Corrija o sal. Sirva sobre medalhões de filé grelhados em azeite de oliva, temperados com sal e pimenta do reino moída na hora. O ideal, no entanto, é preparar uma boa receita de molho espanhol cortado com um pouco de molho “rotie” - um caldo de carne preparado a partir de ossos assados primeiramente no forno e depois cozidos longamente ao lado de aromáticos, como cebola, salsão, cenoura e um belo “buquê garni” (maço reunindo tomilho, salsinha, sálvia e manjericão). Tudo isso é coado e serve como base para caldos de carne. dinhos. Reserve por duas horas na geladeira. Mergulhe em dois copos de água 100g de cogumelos secos. Refogue 800g de carne (para quatro pessoas) numa base de alho e cebola micropicadinhos. Cuidado para não gerar água. Acrescente 2 pacotes de polpa de tomate, 4 colheres de sopa de salsinha e igual quantidade de hortelã picada. Adicione um copo padrão “americano” de caldo de carne. Em seguida acrescente os cogumelos picados e a água na qual eles foram hidratados. Cozinhe o penne conforme instrução do fabricante. Organize a pasta num prato fundo e coloque o molho bolonhesa na parte superior. Salpique folhas frescas de tomilho, lascas de queijo parmesão e regue com azeite de oliva extra-virgem. O prato, dessa forma, ganha estatura que o projeta para qualquer circunstância. Guisado de Coxão Suíno os cubos quando a cebola estiver dourada e refogue. Quando a carne estiver bem refogada, acrescente 500 ml de caldo de carne. Conte 20 minutos depois de pegar pressão na panela. Abra a panela, acrescente o legume de sua preferência (abóbora, maxixe, chuchu, cenoura, todos cortados em cubos menores que o tamanho da carne) e corrija o sal. Cozinhe a carne até que fique macia. Depois, acrescente os legumes e deixe em fogo baixo até que fiquem cozidos. B Estes cubos são ótimos para quem está com pressa e pretende fazer uma comida caseira saborosa, usando o menor espaço de tempo possível. Tempere os cubos de coxão duro (1 kg para quatro pessoas) com sal, pimenta do reino moída na hora, alho em pasta, cebola picada e duas colheres de sopa de shoyu. Faça uma base de cebola e alho micropicadinhos e refogue. Coloque Revista MERCADO | Outubro 2011 | 57 mercado energia Estamos no Horário de Verão Medida que vale para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, para o Distrito Federal e também para o estado da Bahia se estende até a zero hora do dia 26 de fevereiro de 2012 Por Evaldo Pighini com Agência Minas O s relógios de quem mora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, além do estado da Bahia, tiveram que ser adiantados em 1 hora a partir do domingo, dia 16. Foi quando entrou em vigor, à zero hora, o Horário de Verão 2011/2012. O novo horário, que dessa vez terminará à zero hora do dia 26 de participar novamente da medida. Em Minas, ao longo desses pouco mais de quatro meses, está prevista uma economia de energia de até 0,5%, o equivalente a 110.000 MWh, o que seria suficiente para abastecer a capital mineira, Belo Horizonte, durante dez dias. De acordo com o engenheiro de Operação do Sistema da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), dução da demanda máxima durante o horário de pico de carga do sistema elétrico brasileiro, que ocorre no período das 18 às 22 horas”. Ainda segundo o engenheiro, o Horário de Verão pode gerar uma série de outros ganhos. “Com a sua adoção, é possível, por exemplo, facilitar a programação de manutenções, reduzir a necessidade de geração térmica para atendimento de ponta, O principal benefício do Horário de Verão é o aumento da confiabilidade e segurança na operação do sistema elétrico, o que acaba reduzindo o risco de apagões fevereiro de 2012, vai vigorar em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Distrito Federal, que irão 58 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Wilson Fernandes Lage, o principal benefício do Horário de Verão é o aumento da confiabilidade e segurança na operação do sistema elétrico, o que acaba reduzindo o risco de apagões. “Isso é alcançado pela re- minimizar a necessidade de investimentos para atendimentos localizados e preservar o meio ambiente, já que a poluição que seria produzida pela queima de combustível fóssil é evitada”, explica Wilson. Previsão de economia Em Minas Gerais, está prevista uma redução na demanda diária máxima de energia de até 4%, o que corresponde a cerca de 300 MW. Essa potência equivale, por dia, a uma redução no horário de pico comparável à geração de 2,3 usinas do porte da Usina Térmica Igarapé (a plena carga) ou mesmo a 30% da carga de pico de Belo Horizonte. Durante esses pouco mais de quatro meses, espera-se uma economia de energia de até 0,5% (110.000 MWh), o que seria suficiente para abastecer a capital mineira durante dez dias. Para o consumidor residencial, por sua vez, a redução mensal pode chegar a 5%, caso sejam mantidos os hábitos de consumo. Segundo Wilson Lage, como nes- ta época os dias ficam mais longos, a economia registrada, principalmente nas regiões mais ao sul do estado, pode ser bastante significativa. “Quanto maior a distância da linha do Equador, maior o efeito do horário”. Esta é a 41ª edição do Horário de Verão, que desde 2008 possui data fixa de início (terceiro domingo de outubro) e término. Como a data de término prevista no ano que vem coincidirá B A energia economizada durante o Horário de Verão somente em Minas Gerais, por exemplo, pode não parecer muito, mas seria suficiente para abastecer a capital, Belo Horizonte, durante 10 dias mercado veículos Vem aí o novo Suzuki SX4 Da Redação O Suzuki SX4 é o novo carro da Suzuki, que deve ser lançado até o final do ano. O modelo também deve ganhar futuramente uma versão sedan. O motor e a potência do Suzuki SX4 2012 foi melhorada em relação à versão anteiror. O crossover ganhou: controle de estabilização, sistema de combustível econômico e transmissão automática. O Suzuki SX4 2012 no modelo básico vem equipado com motor 2.0, 16 V, potência máxima de 145 CV a 6.200 rpm e torque máximo de 190 nm às 4.000 rpm. O motor faz uso de 4 cilindros, câmbio manual e tanque de combustível de 50 litros, com um consumo médio de 7,3 L por 100 km; o modelo usa o sistema de injeção multiponto. Dentro dos itens tecnológicos, o novo Suzuki vem com Keyless, computador de bordo e o computador 60 | Revista MERCADO | Outubro 2011 multifunção, direção assistida, vidros elétricos e espelhos, além de controle de cruzeiro. Nos itens de segurança, conta com 6 airbags, alarme e imobilizador de motor, rodas de liga leve, sistema de distribuição eletrônica da força de travagem e o brake assist. Conforto e luxo não poderiam ficar de fora, nem ar-condicionado e direção multifunção. O resultado “SportCross” combina a dinâmica de resposta de condução, capacidade de 4×4, altos níveis de praticidade e estilo, o que sugere um modo livre de vida. O Suzuki SX4 Sportcross, foi fabricado para agradar seus compradores e aumentar a linha de veículos sofisticados da marca Suzuki. Esse SportCross da Suzuki une conforto, segurança e uma excelente performance. Com capacidade para transportar 5 pessoas, o Suzuki SX4 possui um belo acabamento Premium com luz de teto, ofertado por cortesia, porta malas, luz de leitura individual e ignição iluminada. Ainda em seu espaço interno, ele oferece o assoalho traseiro plano, bancos confortáveis, sendo os da parte de trás mais altos, valorizando assim a visão dos passageiros e acomodando melhor acomodo as pernas, tornando o trajeto muito mais confortável. Na parte externa, esse veículo conta com um estilo único, com designer muito moderno, um rack de teto como item de série, valorizando ainda mais a estética do veículo e pneus com roda em liga leve 16″, com muita aderência. Ainda em seu exterior, ele oferece os para-choques, maçanetas e retrovisores, todos na mesma cor do veículo. O novo Suzuki SX4 deve ficar a partir de R$ 68.490. B mercado veículos Iveco prepara apresentação do Tector Caminhão da família Ecoline, o Iveco Tector ganha teto alto, interior novo e motores mais potentes Da Redação A Iveco revela a segunda de suas muitas novidades que serão apresentadas ao público na Fenatran e que fazem parte de sua nova linha Ecoline de caminhões: a família de semipesados Iveco Tector, que vem com nova cabine de teto alto, novo interior/ painel e motores mais potentes. As primeiras versões do modelo serão lançadas em 2012 e até 2014 a família completa estará no mercado. 62 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Dentro da linha Ecoline, a cabine do novo Iveco Tector tem opção de teto alto que, visualmente, aumenta a imponência deste que é um dos mais bonitos caminhões do mercado. Ela significa também mais espaço para motorista e ocupante. O painel é novo, ergonômico e elegante. Os indicadores de velocidade e rotação do motor (rpm) são analógicos, bem visíveis, e entre eles está o computador de bordo, que traz o econômetro e o indicador de nível de Arla 32. Os bancos ganharam novas forrações e o interior ficou muito mais sofisticado: farol de neblina, espelhos retrovisores elétricos e nova suspensão da cabi- ne são novos itens que ampliam o já elevado conforto do modelo. O tanque de combustível de alumínio é agora de série. Os novos motores Iveco-FPT NEF 6 de seis litros e commom rail atendem às normativas Proconve P7 (Euro V) e são mais potentes (220 e 280cv) e econômicos. Comparado ao modelo anterior, o consumo do novo Iveco Tector melhorou em até 4%. O câmbio ZF sincronizado tem sistema “single H”. A gama vem com cinco opções de entre eixos, com melhor adequação às necessidades do transportador. A nova geração Ecoline signifi- ca, nos modelos Iveco, novas cabines, novos interiores, modificações mecânicas de chassi e suspensões e detalhes estéticos, que de uma forma ou de outra alcançam todas as famíias de produtos da marca. Das atuais 85 possibilidades de produtos Iveco (contando família, cabine, powertrain e chassi, apenas), a nova geração Ecoline dá um salto para mais de 140 versões. Todas as famílias Ecoline serão produzidas no Brasil, na fábrica da empresa em Sete Lagoas (MG), o que significa que poderão ser financiados pelo Finame. Serão importadas apenas algumas versões destinadas a aplicações especiais. B Revista MERCADO | Outubro 2011 | 63 mercado veículos velocidades Six-Speed Cruise Drive®, com marcha reversa eletrônica. “Fizemos questão de trazer o Trike Tri Glide Ultra Classic ao Salão Duas Rodas. Este é um modelo que foi projetado e testado sob os mais rígidos padrões Harley-Davidson, ou seja, atendendo aos rigorosos critérios de quem está nesta estrada há mais de 100 anos. Queremos ver a aceitação do público brasileiro para esse produto”, afirmou o diretor-superintendente Comercial da Harley-Davidson do Brasil, Longino Morawski. Especificações Técnicas FLHTCUTG Trike Tri Glide® Ultra Classic® Dimensões Comprimento (mm) 2687 Altura do assento (mm)1 734 Ângulo do cáster (º)/ Trail (mm) 32/100 Capacidade do tanque (litros) 22,7 Peso seco (kg) 525 Motorização Motor Twin Cam 103™, refrigerado a ar Cilindrada (cm³) 1690 Diâmetro x Curso (mm) 98,4 x 111,3 Torque2 13,8 kgf.m @ 3250 rpm 6 velocidades Six-Speed Cruise Drive®, com marcha reversa eletrônica Transmissão Transmissão primária Corrente, relação 34/46 Rodas / Pneus 3 Trike Harley-Davidson é apresentado ao público Dianteira Prata, 7 raios estilizados de alumínio MT90B16 72H Traseira Prata, 7 raios estilizados de alumínio P205/65R15 Freios a disco 4 pistões fixos na dianteira e 1 pistão flutuante na traseira Freio de estacionamento acionado por alavanca Da Redação A Harley-Davidson surpreende mais uma vez e trouxe ao Brasil o modelo Trike Tri Glide® Ultra Classic® para exibição no Salão Duas Rodas 2011. O pioneiro dos triciclos, preparado para ser uma máquina Touring imponente, concilia o máximo de conforto em um estilo único e exclusivo, cujo objetivo é fazer com que o piloto desfrute de cada quilômetro de seu passeio. O conforto é garantido pelo assento em dois níveis com encosto 64 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Opções de cor4 para as costas do passageiro, piloto automático, plataforma integral para apoio dos pés, King Tour-Pak e porta-malas para dois capacetes e sistema de áudio premium Harman-Kardon com alto-falantes para o passageiro. O Trike Tri Glide Ultra Classic é um show de estilo com suas rodas de sete raios estilizados de alumínio e pintura premium especial em dois tons, o que certamente agradará aos fãs mais exigentes da marca. O motor Twin Cam 103™ de 1700 cc é capaz de gerar um torque de 13,8 kgfm a 3250 rpm e o câmbio é de seis Big Blue Pearl / Vivid Black Características do modelo Assento em dois níveis com encosto para as costas do passageiro, plataforma integral para apoio dos pés, estratégia de Gerenciamento da Temperatura em Marcha lenta (EITMS), sistema de áudio premium Harman/ Kardon® com alto-falantes para o passageiro, piloto automático (Cruise Control),carenagem estilo “asa de morcego”, defletores escurecidos, carenagem inferior ventilada, King Tour-Pak®, porta-malas e pintura premium especial com acabamento artesanal. Notas: 1 - A medida reflete a altura do assento com a motocicleta sem carga. 2 - Os valores apresentados são nominais. A performance pode variar por país e região. 3 - Itens de série e opcionais podem variar de acordo com país e região. 4 - A disponibilidade das cores pode variar de concessionária para concessionária e está sujeita a mudanças sem aviso prévio. Podem existir variações entre as cores impressas neste material e as cores do produto final. B Revista MERCADO | Outubro 2011 | 65 mercado turismo Curaçao - fácil de se apaixonar Situada no Caribe, a 53 Km da costa Venezuelana, 64 Km a leste de Bonaire, e com 472 Km2 de área, Curaçao oferece uma boa estrutura turística, além de uma exuberante vida submarina. Essa ilha paradisíaca celebrou neste mês o seu primeiro ano como país Da Redação 66 | Revista MERCADO | Outubro 2011 C uraçao, ilha paradisíaca localizada no Caribe, comemorou no dia 10 de outubro o seu primeiro ano como país. Sua história começa em 1499, quando, sob o comando de Alonso Ojeda, os marinheiros europeus foram os primeiros a pisar em Curaçao. Na época do descobrimento, a ilha era habitada por índios altos e robustos e, por isso, Alonso Ojeda denominou o local de a “Ilha dos Gigantes”. Tempos depois, o nome da Ilha foi trocado para Curaçao, e três são as hipóteses: os marinheiros abandonados na ilha curaram-se do escorbuto e passaram a chamá-la “Isla de Curación”; a segunda, a de que o nome seja proveniente da palavra portuguesa “coração”, porque mercadores portugueses consideravam a ilha o coração da região; e a última é a de que o nome talvez tenha sido dado em homenagem ao Sagrado Coração de Maria. Logo após o descobrimento, Espanha, Holanda, França e Inglaterra começaram a disputar sua posse, pois consideravam a ilha um ponto comercial estratégico entre a Europa e a América. Em 1634, Curaçao transformou-se numa colônia holandesa. Em 1815, um tratado internacional deu a posse definitiva para a Holanda e, em 1954, o governo de Curaçao deixou de ser colônia. Finalmente, em 10 de outubro de 2010, com a extinção das Antilhas Holandesas, a ilha tornou-se um país autônomo. Com uma belíssima arquitetura colonial holandesa e animado comércio, desde 1997, sua capital, Willemstad, que mais parece uma miniatura de uma cidade holandesa, é considerada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco. É dividida ao meio pela Baía de Santa Ana, e a ponte móvel, Rainha Emma, construída em 1888, une as duas partes: Otrobanda (residencial) e Punda (comercial e turística). Aliás, essa ponte móvel é um espetáculo à parte, abrindo e fechando para dar passagem aos enormes transatlânticos de turismo, navios de guerra e de transporte que utilizam o porto. A ilha também é conhecida como a “Holanda do Caribe”, e compreende uma área de 472 km2, ou seja, praticamente o mesmo tamanho de Florianópolis. Ao todo, são 38 praias e 40 baías, que podem ser desfrutadas sob um sol que brilha praticamente o ano inteiro. As águas são cristalinas e azuis, com temperaturas que variam entre 25 e 27 graus centígrados. A visibilidade atinge 40 metros de profundidade. O holandês é a língua oficial, mas também se pode ouvir o inglês, espanhol e o “papiamento” - uma mistura de português, espanhol e inglês, devido à mistura de povos diferentes (raízes judaicas, portuguesas, holandesas e africanas), proporcionando uma rica diversidade cultural. O florim é a moeda oficial de Curaçao e vale cerca de 1,75 em relação ao dólar, que também é aceito em todas as lojas e restaurantes. A temperatura média anual é de 27°C, com um índice pluviométrico muito baixo, criando um clima semiárido, semelhante ao encontrado no deserto do Arizona ou no nordeste brasileiro. Faz sol quase o ano inteiro e fortes ventos alísios sopram constantemente. Felizmente, a ilha está fora da rota de furacões que assolam a região caribenha. A Revista RevistaMERCADO MERCADO| Setembro | Outubro 2011 | 67 mercado turismo Destino para qualquer turista Curaçao conta com uma rede hoteleira muito bem estruturada. Existe, à disposição, uma variada gama de restaurantes e bares que servem desde massas italianas a frutos do mar, sempre em porções generosas e a um preço razoável. A vida noturna não é das mais agitadas, mas sempre se pode ir a um cassino ou assistir a um show de música e dança típicas da região. Alguns barzinhos e danceterias mais movimentados completam a noitada. Um bom programa é visitar as cavernas existentes no lado oeste da ilha, no Parque Cristoffel, que contém pinturas dos primeiros habitantes da ilha. Conheça também o mercado flutuante do porto, onde se pode encontrar um pouco de tudo, desde frutas e legumes a peças de artesanato local. Outro passeio interessante é o Sea Aquarium, que contém exemplares exóticos da região. Eles fecharam um pedaço do mar e colocaram dentro algumas espécies de peixes, arraias, tartarugas e tubarões. O visitante pode ver o fundo através de um barco com vigias de vidro ou ainda mergulhar no local, acompanhado de um guia do parque. Paredes de acrílico transparente separam o mergulhador da área dos tubarões. Um pequeno buraco nessa parede permite passar comida para os peixes, que avançam velozmente contra o acrílico para pegar a comida. É uma sensação forte. Na ilha existem ainda opções para a prática de windsurf, esqui aquático e passeios de barco com fundo de vidro pelas áreas costeiras. Mergulhos em Curaçao, uma atração à parte A paisagem desértica da superfície contrasta com a exuberância da vida submarina do local. A visibilidade média é de 18 a 25 metros, chegando a 40 metros em alguns locais. A temperatura da água se mantém em torno de 26°C. As águas são calmas e oferecem uma rica variedade de corais, esponjas, algas e peixes tropicais. É incrível a diversidade de cores das esponjas, variando em tons de vermelho, violeta, marrom e amarelo. Os recifes começam logo abaixo do nível da água e se estendem suavemente até os 10 ou 12 metros de profundidade, área conhecida como terraço. Nessa região, é possível encontrar enormes concentrações de peixes tropicais, que se aproximam sem medo dos visitantes, excelente para tomadas de fotos e filmagens. É obrigatório fazer um mergulho noturno nesses terraços. Na extremidade dos terraços começa o paredão de coral, que cai abruptamente a várias dezenas de metros de profundidade. Suas magníficas formações são habitadas por interessantes e variadas formas de vida. É interessante levar alguma fonte de luz para enxergar o colorido das esponjas, corais e peixes que habitam o local. Existem dezenas de points de mergulho em Curaçao, quase todos do lado oeste da ilha, mais ou menos protegidos dos ventos fortes. Para os iniciantes, uma boa pedida é Makos Mountains, lugar raso com visibilidade acima de 30 metros e uma diversidade de vida fantástica. Ainda na costa oeste, encontra-se “The Car Pile”, um recife artificial formado por carros antigos afundados pelo pessoal da ilha para servir como atrativo turístico. É interessante ver o estado em que se encontram os velhos calhambeques, totalmente cobertos de cracas e habitados por uma infinidade de peixes, lagostas e moreias. Para os adeptos de um naufrágio, uma boa opção é “Superior Producer”, cargueiro que afundou em 1978, quase em frente à Willemstad, estando a uma profundidade entre 27 a 34 metros. O navio está inteiro e é possível entrar em várias partes do seu interior sem maiores problemas. 10 motivos para visitar Curaçao 1 - Mergulhar em um dos mares mais lindos do mundo Mesmo se você não é adepto do mergulho autônomo (aquele que precisa de cilindros e em que a profundidade é maior), não precisa se preocupar. O mar em Curaçao é tão claro, que é possível ver os peixes passando pelos seus pés no raso mesmo. Quem se aventurar com um cilindro, pode se maravilhar com cardumes coloridos, peixes de formatos variados e uma rica flora marinha. A mercado turismo 2 - Experimentar Keshi Yena no Gouverneur O prato mais tradicional de Curaçao é uma grande mistura: carne bovina, de frango e de peixe desfiadas, com pimentão verde e vermelho, azeitona, tomate, um ligeiro toque agridoce de uva passa, coberto por muito queijo do tipo Gouda. Não faça cara feia sem experimentar! É uma das grandes surpresas para o seu paladar. Com o calor que faz na ilha, o prato vai bem acompanhado de uma cerveja como a Amstel (normal ou Britght - que é mais suave). No local, a iluminação fica por conta de velas sobre a mesa e algumas lamparinas. A meia luz dá um clima especial ao ambiente informal, mas ao mesmo tempo chique do Gouverneur. Peça uma mesa perto da fonte ou nas janelas que dão para a baía e você poderá ver Punda à noite. 3 - Conhecer a história e saborear o tradicional Curaçao Blue Quem nunca se fascinou com o azul intenso do licor Curaçao Blue? A bebida, como o nome indica, é feita no país e boa parte de sua produção ainda é artesanal. Como o solo da ilha não é muito fértil e o clima é muito seco, os pés de laranjas plantados pelos colonizadores espanhóis renderam frutas impróprias para o consumo. No século 19, uma família judia descobriu que podia extrair dessas frutas um licor saboroso: assim nasceu o Curaçao Blue. Em uma visita à fábrica, você pode ver o trabalho de engarrafamento da bebida, descobrir em um painel explicativo como ela é feita, conhecer os diversos formatos de garrafas e, o mais interessante, experimentar os diversos sabores. É uma ótima opção se você quer trazer presentes para amigos e familiares. Ah, se resolver experimentar todos os sabores, vá de táxi para não sair de lá dirigindo! guês, espanhol, inglês e a língua dos nativos. Embora o idioma ensinado nas escolas seja o holandês, o papiamento é passado de pai para filho e falado em toda a ilha. O nome vem do verbo “papiar”, de papear mesmo, conversar. Algumas frases para se arriscar: “Bom Bini” (bom-dia), “Dushid” (querido/a), “Con ta bai? (como está?), “Danki” (obrigada). 4 - Desejar Bom Bini para a sua dushid 5 - Praias paradisíacas, como Kenepa Grandi O papiamento é um idioma intrigante. Ao ouvi-lo, dá até a impressão de que você consegue distinguir algumas palavras, mas se os curaçolenhos dispararem a falar, com certeza você ficará perdido. O papiamento é uma mistura de holandês (a ilha foi colonizada pelos holandeses), portu- Se as férias dos seus sonhos têm sempre uma praia com areia branca e águas tranquilas, cristalinas e tão azuis que chegam a doer nos olhos, você não pode deixar de visitar Kenepa Grandi. Sem exageros, o local realmente dá sentido à palavra “paraíso” e é o lugar perfeito para passar o dia relaxando. Sem dúvida, será a lembrança mais linda que terá de Curaçao. A praia fica a aproximadamente meia hora da capital do país, a oeste, e vale cada minuto da viagem. Os hotéis geralmente levam e trazem seus hóspedes, mas alugar um carro é uma boa dica para quem não quer se preocupar com horários. Cerca de seis quiosques garantem sombra durante todo o dia, já que, mesmo no inverno, Curaçao é quente (muito quente mesmo!). Protetor solar é um item indispensável. 6 - Museu Kura Hulanda Não é só pela beleza que Curaçao impressiona os turistas, mas também A mercado turismo pela riqueza cultural. Para conhecer melhor a história da ilha, uma visita ao museu Kura Hulanda é essencial. Entrar no local é uma viagem no tempo por meio de objetos, documentos, pinturas e esculturas. O tráfico de escravos é o tema principal. Na praça central, vista de frente, uma grande escultura mostra o rosto de um africano. Vista de lado, é o mapa da África, criação do artista Nel Simon. Vários jardins repletos de esculturas compõem o museu. O Kura Hulanda foi construído pelo holandês Jacob Gelt Dekker exatamente no local onde antes existia uma senzala (que ainda permanece de pé). Réplicas de navios negreiros em miniatura, objetos utilizados para tortura e roupas de diferentes épocas ajudam a contar a história da ilha. 7 - Passeio pelas ruas coloridas da capital Willsmetad A capital do país, Willemstad, é tombada como patrimônio histórico da humanidade pela UNESCO. Dividida pela Baía de Santa Anna, cada lado tem características próprias. Em Punda, por exemplo, chama a atenção a arquitetura típica europeia e as cores vibrantes com que são pintados os comércios, que mais parecem simpáticas casinhas de boneca. A construção mais charmosa, antiga (datada de 1708!) e também a mais conhecida é a loja de perfumes e cosméticos Penha. Pintada de amarelo escuro, quase mostarda, é impossível não vê-la. Aproveite que você está por ali e não deixe de entrar para fazer umas compras, os preços são muito convi- dativos. Nas calçadas beirando a baía, além de bares com mesinhas estrategicamente localizadas, você pode se deparar com alguns canhões, resquícios da época da colonização. Para ir de um lado a outro da capital, ou seja, de Punda a Otrobanda, e atravessar a Baía de Santa Anna, vale a pena esperar um tempinho e atravessar a Ponte Rainha Emma, uma das poucas pontes flutuantes do mundo. Ela é toda formada por pequenos barcos que ajudam a abrir o canal para navios gigantes, de carga ou de passageiros, passarem pela Baía. Chegando a Otrobanda, você vai encontrar o mesmo estilo de prédios baixos e coloridos. O forte desse lado da capital está na cultura, já que é nessa região que se localizam o Museu Kura Hulanda e a Sinagoga Mikvé Israel-Emanuel. 8 - Jantar no Fort Nassau A vista noturna mais linda de Curaçao, como o próprio nome já diz, o restaurante está localizado em um forte que antigamente protegia a ilha. É possível optar entre as mesas localizadas ao ar livre ou no interior do restaurante, que tem uma janela panorâmica maravilhosa. É um lugar chique! A rainha Beatrix, da Holanda, costuma jantar lá quando vai a Curaçao. Portanto, prepare-se para uma refeição digna de reis e rainhas. Peça o medalhão de carne com tomate recheado. Vale cada pedaço! De sobremesa, peça o profiteroles, que vem com a massa crocante e o recheio macio e leve. Pecado é não experimentar. Um bom vinho e uma ótima companhia farão deste um jantar mais do que inesquecível. 9 - Dançar a noite inteira no Mambo Beach ou no Ay Caramba Quando anoitece, Curaçao é diversão na certa. Como o calor é intenso, a maioria das casas noturnas tem pista ao ar livre. O Mambo Beach reúne curaçolenhos e turistas em uma pista de dança e um bar à beira da praia. Além dos ritmos latinos, que fazem a pista ferver, o DJ toca muita música eletrônica. Cansou do bate-estaca? Basta sentar em uma das cadeiras estrategicamente localizadas na beira-mar (dá até para descansar os pés na água). O Ay Caramba é uma balada um pouco mais eclética. Dentro do local, sempre cheio, todos os tipos de música latina fazem o pessoal rebolar. O espaço aberto, em geral, é reservado para diversos shows e apresenta- ções do local. E você não paga nada a mais por isso. Para aproveitar tudo sentado, em um clima mais reservado, você pode tentar um lugar no terraço (subindo as escadas) que tem vista para a baía e Punda. Juntos à Ponte Emma, iluminadas à noite, são uma visão imperdível, além de romântica. 10 - Sea Aquarium Visitar o Sea Aquarium pode parecer um programa batido e para lá de comum. Mas não em Curaçao. Você até pode assistir ao tradicional show de golfinhos, mas o que vale mesmo a pena neste passeio é o contato próximo com a vida marinha. Entre em um tanque repleto de arraias e as toque delicadamente; chegue perto de flamingos ou pegue estrelas marinhas gigantes nas mãos. Os mais corajosos podem até alimentar tubarões embaixo da água - claro que protegidos por um vidro. Para os menos corajosos, há a opção (não menos emocionante) de alimentar tartarugas marinhas. B mercado bazar Agendas 2012 para quem quer estilo A Norma sai na frente mais uma vez e promete conquistar consumidores apaixonados por estilo, sofisticação e velocidade com o lançamento das agendas 2012 Ferrari e Lamborghini. Os modelos contam com a alta qualidade e o acabamento primoroso típicos da marca, além de diversos atrativos, entre eles, páginas personalizadas, pôsteres, separadores de meses com imagens de carros históricos e detalhes em hot stamping ou verniz nas capas. Confira as principais características das agendas: Ferrari - Quem é apaixonado por velocidade vai adorar a agenda disponível em duas lindas opções de capa com reservas de verniz. Outros atrativos são: régua clips, pôster personalizado, bolsa plástica transparente, páginas diárias com marcação de horário e, entre os meses, textos sobre a história da escuderia e de seus carros, que despertam paixões no mundo inteiro. Lamborghini - A sofisticada escuderia ganha uma agenda para lá de inspirada da Norma. A linda capa tem papel especial similar a aço escovado e detalhes em hot stamping dourado. Internamente, há miolo diário com horário nas pautas, guarda decorada, fitilho amarelo, bolsa plástica transparente e separadores de meses com imagens de carros históricos, informações de motor, ano de construção, lançamento, entre outros. O preço médio ao consumidor final dos dois produtos é de R$ 25,20. Para maiores informações, os consumidores têm à disposição o SAC: 0800 701 9410 e o site www.produtosnorma.com.br. A mercado bazar Galaxy Tab 7.7 - Samsung anuncia novo tablet Como sempre, a Samsung consegue surpreender seus consumidores. Dessa vez não foi diferente, ao lançar o Samsung Galaxy Tab 7,7″. O aparelho foi apresentando na IFA 2011 agradando todos os presentes, ainda mais quando anunciaram uma atualização importante e necessária na nova versão. Sua tela com Super AMOLED Plus já era esperada. O Tab 7,7″ é o único no mundo com essa nova tecnologia, o que acabou agradando com mais uma superinovação, além do seu sistema operacional ser nada mais que a versão mais recente do Android, o HoneyComb 3.2. Com tela de 7,7”, o Galaxy Tab possui o processador dual core 1.4GHz, o que torna o aparelho capaz de reproduzir vídeos em 1080p. Novidade também na sua capacidade de armazenamento interno, com a opção de 64GB de memória e expansão externa de até 32GB. O tablet possui internet 3G, Wi-Fi, além, claro, de GPS integrado e Bluetooth 3.0. Com duas câmeras (frontal com 2MP e traseira com 3MP e flash), o Galaxy Tab 7,7” proporciona uma qualidade impressionante de imagem, já que sua resolução é de 1280×800. Por dentro, temos uma bateria de 5.100mAh, que segundo a própria Samsung dura até 10 horas. E o mais impressionante é que toda essa tecnologia cabe dentro de um corpo superleve e fino, com 7,89mm de espessura e 335g. A mercado bazar Motorola Mobility e TIM lançam o Milestone 3TM no Brasil Mais fino, mais rápido e mais inteligente, o Milestone 3 reforça o poder da mobilidade para usuários do mundo inteiro A Motorola Mobility Inc. e a TIM anunciam o lançamento, no Brasil, do Motorola Milestone 3. O mais novo membro da família Milestone tem como diferencial sua rápida velocidade de usabilidade e conexão, oferecendo ampla navegação na web no celular, acesso irrestrito a e-mails e serviços multimídia variados. Com o teclado QWERTY, os usuários irão se tornar verdadeiros desbravadores digitais, podendo aproveitar o poder deste smartphone para turbinar suas vidas e estar sempre conectados. O Motorola Milestone 3 é o primeiro da família com um processador dual core, que garante a execução mais efetiva de múltiplas tarefas, navegação e carregamento mais rápido de vídeos e jogos de melhor qualidade. Uma linha dedicada aos números e localizada acima do teclado QWERTY superfino permite a digitação mais rápida e precisa de textos sem a necessidade de utilizar a tecla “ALT”. E, com o display touchscreen de 4,0 polegadas, o Milestone 3 oferece visualização de fotos, páginas de web e conteúdo de vídeo mais nítida e clara do que qualquer um de seus antecessores. O Motorola Milestone 3 estará disponível a partir da próxima semana nas lojas da TIM por R$ 1.680. Para saber mais sobre o Milestone 3, acesse: www.motorola.com/mobility. Yes! lança linha corporal Neon Cabelos e corpo ganham produtos especiais Referência no segmento de cosméticos, a Yes! amplia a linha Neon lançada recentemente. Agora, as Deo Colônias ganham Sabonete Líquido Esfoliante; Shampoo 3 em 1 e Hidratante Corporal. Sabonete Líquido Esfoliante Neon Shock, com microesferas de polietileno e Aloe Vera - retira as células mortas da pele de forma suave, oferecendo ao mesmo tempo hidratação e refrescância. Possui fragrância feminina e levemente picante, com acordes de pimenta rosa. Disponível em frasco de cor pink, de 200ml, por R$ 22,90. Shampoo 3 em 1 Vibe - pode ser usado como shampoo, sabonete líquido e espuma para barbear. Leva em sua formulação extrato de algas marinhas, dando aos cabelos volume, maciez e brilho. Seu perfume suave é energizante, com notas cítricas. Em frasco de cor verde, de 200ml, por R$ 19,90. Hidratante Corporal Desodorante Neon Fever - de textura leve, hidrata e amacia, sendo rapidamente absorvido pela pele. Com extrato de Aloe Vera na composição, proporciona sensação de frescor. Sua fragrância traz notas florais leves. Em embalagem de cor laranja, de 200ml, ao preço de R$ 22,90. Esses lançamentos já podem ser encomendados aos revendedores da marca em todo o Brasil e estarão disponíveis a partir de novembro. B 78 | Revista MERCADO | Outubro 2011 mercado As Esganadas E dica de leitura Da Redação m As esganadas, o autor do best-seller O xangô de Baker Street, Jô Soares, explora mais uma vez um tema que lhe é caro: os assassinatos em série. No entanto, tal como Alfred Hitchcock, que desprezava os romances policiais cujo objetivo se resume a descobrir quem é o criminoso (o famoso “whodonit”), Jô Soares revela logo no início não somente quem é o desalmado como sua motivação psicológica (melhor dizer, psicanalítica) para matar. O delicioso núcleo narrativo está nas tentativas aparvalhadas da polícia de encontrar um criminoso que, além de muito esperto e de não despertar suspeita nenhuma, possui uma rara característica física que dificulta sobremaneira a utilização dos novos “métodos científicos” da polícia carioca. Para investigar os crimes, o famigerado chefe de polícia Filinto Müller designa um delegado ranzinza, assessorado por um auxiliar obtuso e medroso, e que contará com a inestimável ajuda de um sofisticado e culto ex-inspetor. Na perseguição ao criminoso, os três investigadores ganham a desejável companhia de uma jovem linda, destemida, viajada e moderna, que é repórter e fotógrafa da principal revista ilustrada do país. O leitor também pode se fartar aqui com uma outra faceta constante na obra literária de Jô Soares: a escolha de um momento do passado para cenário de sua narrativa, o que lhe permite entrar em detalhes históricos curiosos enquanto desenvolve a trama. Desta vez, voltamos ao Rio de Janeiro do Estado Novo, tendo por pano de fundo mais amplo o avanço do nazismo e as primeiras nuvens ameaçadoras que anunciam a Segunda Guerra Mundial. Entre os eventos da época que Jô resgata, estão uma corrida de automóveis no Circuito da Gávea (de que participam o cineasta Manoel de Oliveira e o lendário Chico Landi) e a transmissão pelo rádio da derrota do Brasil de Leônidas da Silva para a Itália na semifinal da Copa de 1938, na França. Ficha técnica Título: As esganadas Autor: Jô Soares Formato: 14x21 cm Peso: 372 gramas Nº de páginas: 264 Capa: Brochura ISBN: 9788535919752 Selo: Companhia das Letras 80 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Seis anos depois de seu último livro, Assassinatos na Academia Brasileira de Letras, o apresentador e humorista Jô Soares, 73 anos, volta à literatura com As esganadas, em que explora o seu tema literário favorito: assassinatos em série Com a verve que lhe é característica, Jô consegue, neste As esganadas, realizar a façanha de narrar uma série de crimes brutais, com requintes inimagináveis de crueldade, e deixar o leitor com um sorriso satisfeito nos lábios. B mercado coluna literatura *Kenia Maria de Almeida Pereira é doutora em Literatura Brasileira pela Unesp/São José do Rio Preto-SP e professora colaboradora do Mestrado em Teoria Literária da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Autora de artigos científicos e livros sobre literatura brasileira ([email protected]) Quem quer viver 116 anos? Longa vida para a literatura e as artes Por Kenia Maria* L i, assombrada, em reportagem publicada na Folha de São Paulo, que o baiano Deraldo Magdo dos Santos é o homem mais velho do mundo (a sua certidão, registrada em 1985, aponta o seu nascimento em 2 de novembro de 1894). Deraldo tem 116 anos de idade e a sua saúde, “meu rei”, vai bem, obrigado. É, Seu Deraldo, são mais de 100 anos de muito vatapá, cururu e mungunzá! Seu Deraldo vive num asilo para idosos em Salvador. Come bem, dorme bem e se alimenta seis vezes ao dia. Incrivelmente, ele não usa óculos para ler e ainda caminha sem a ajuda de bengala. Adora rir e contar causos para alegrar os coleguinhas mais jovens, que têm entre 90 e 100 anos. Fico imaginando Deraldo dizendo, entre uma gargalhada e outra, que “ainda não morreu porque os defuntos não gostam dele, por ter nascido no Dia de Finados”. Esta é a arte de Deraldo, provocar alegria e, por que não dizer, esperança em nós, pobres mortais, que não sabemos se vamos passar dos cinquenta. Também muito me assombra e encanta a lucidez intelectual do arquiteto-artista Oscar Niemeyer. Aos 104 anos de idade, exercendo seu ofício todos os dias, de domingo a domingo, debruçado sobre seus projetos, ele afirma que não sabe quando vai parar de trabalhar. Ele sempre acha que é cedo para pendurar as chuteiras. Em 2004, quando completou 98 anos, viúvo, com cinco netos, 13 bisnetos e 5 trinetos, Niemeyer foi alvejado pelas flechas de Cupido e pediu em casamento 82 | Revista MERCADO | Outubro 2011 sua secretária, Vera Lúcia Cabreira, de 60 anos. Se Niemeyer impregnou Brasília com sua arquitetura sedutora-curvilínea, projetando a poesia concreta do côncavo e do convexo no Palácio da Alvorada, no Edifício do Congresso Nacional, na Catedral de Brasília, no Palácio do Planalto, também surpreendeu São Paulo com as ondulações do Edifício Copan e revestiu de espiritualidade o concreto armado da igrejinha da Pampulha, em Belo Horizonte. Também deixou de queixo caído muita gente boa do outro lado do mundo quando projetou para o governo da Argélia a Universidade de Constantine e a belíssima mesquita de Argel. Aqui em Uberlândia, não há como ficarmos indiferentes à irreverência curvilínea de Oscar Niemeyer, quando passamos pela avenida Rondon Pacheco e de longe avistamos aquele cilindro branco, brilhante, banhado pelo sol. Projetado pelo O baiano Deraldo Magdo dos Santos, de 116 anos arquiteto em 1998, dizem que será o maior teatro de Minas Gerais, com capacidade para até 20 mil pessoas... Caros leitores, fico matutando com meus botões... Será que vamos conseguir fazer com que alguns milhares de uberlandenses desliguem a novela das oito, deixem de ver o Faustão e o Fantástico para se dirigirem àquele magnífico prédio a fim de experimentarem uma catarse teatral? De verdade, torço para que finalmente esta cidade introjete o hábito de ver peças teatrais. Espero não chegar aos cem anos de idade e penosamente ver mais uma casa de teatro abandonada, esquecida, ignorada! Longa vida, também, à memória de Grande Otelo que, se estivesse vivo, estaria completando, este ano, 96 anos.Já no que diz respeito ao cinema, quem seria o cineasta, na ativa, mais velho do mundo? Acertou quem se lembrou do português Manoel de Oliveira. Com 103 anos, ele ainda dirige filmes primorosos como o último de 2009, intitulado Singularidades de uma rapariga loura, baseado num conto de Eça de Queiroz. Mesmo tendo ganhado os principais prêmios da indústria cinematográfica, como Cannes, Veneza e Montreal, Manoel leva vida simples, tranquilo em sua casa, lendo gostosamente por horas a fio, afinal, grande parte de sua inspiração para produzir bons filmes vem da literatura. E para quem nunca assistiu a um filme feito em Portugal, aconselho o intrigante Palavra e utopia, dirigido no ano 2000 por Manoel de Oliveira. O leitor pode confirmar a densidade poética das películas deste realizador centenário. Neste filme, o tema gira em torno do polêmico Padre Antônio Vieira, às voltas com a famigerada Inquisição que não perdoava um religioso disposto a lutar pela dignidade de negros e índios. O espectador pode conferir também o ator brasileiro Lima Duarte, representando magistralmente Padre Vieira. No que se refere à poesia, creio que talvez o cuiabano Manoel de O arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos Barros, com 98 anos, seja o mais velho poeta brasileiro, em plena forma, escrevendo, publicando, dando entrevistas, lendo, dialogando com o mundo. Todos os dias esse encantador de palavras se tranca em sua biblioteca e trabalha das sete ao meio-dia, “desinventando” vocábulos. Manoel não usa computador, já que, para ele, a criatividade nasce da ponta do lápis. Se o leitor nunca leu nada de Manoel de Barros, deve começar pelo “Livro das ignorãças”. Delícia de leitura! Tal qual Guimarães Rosa, Manoel cria neologismo, desmonta a língua portuguesa e reorganiza as palavras, como se elas fossem aqueles jogos antigos, chamados de Lego. Este autor tem o dom de montar e desmontar, encaixar e desencaixar, de forma lúdica, brincalhona, a gênese de cada vocábulo. Para Manoel de Barros o “verbo tem que pegar delírio”, pois no “descomeço era o verbo”. “Poesia é voar fora da asa”, afirma este mato-grossense que, a seu modo, vai “desaprendendo” poesia, tirando dos almanaques de Cuiabá “despesas para a sua ignorãça”. Se Manuel Bandeira dizia que “a poesia está em tudo, tanto nos amores como nos chinelos”, para este Manoel cuiabano a poesia é “escutar a cor dos passarinhos”, uma vez que, por mais que a gente procure, “todos os caminhos levam à ignorância”. Aqui fica a pergunta para o leitor: Deraldo, Niemeyer, Manoel de Oliveira e Manoel de Barros podem ser considerados velhos? Deraldo, fazendo seus companheiros de asilo dar risadas; Niemeyer, amando e desenhando curvas sinuosas numa arquitetura sedutora; Manoel de Oliveira, alquimista que transforma literatura em cinema; e Manoel de Barros, com sua poética das lesmas, dos palitos de fósforo, dos girassóis de Van Gogh: essa turma pode ser considerada como de vovozinhos carentes? O século XXI já exige de todos nós que repensemos o significado da palavra velhice. Desejo longa vida a todos e, também, muitos amores, afinal, “lugar sem comportamento é o coração”. B Revista MERCADO | Outubro 2011 | 83 mercado profissões em filme *Kelson Venâncio jornalista e diretor do Cinema e Vídeo - www.cinemaevideo.com.br Cilada.com Por Kelson Venâncio* U ltimamente, o cinema brasileiro tem entrado na onda das comédias românticas, seguindo a moda de produções norte-americanas na tentativa de ganhar dinheiro com os casais apaixonados, que não são tão exigentes e querem apenas se divertir com os longas chamados “mamão com açúcar”, sem maiores compromissos com a inteligência humana. É claro que existem muitos filmes bons nesse gênero que, mesmo com um roteiro básico, servem para dar risadas e termos a sensação de que o “amor é lindo”. Mas, em compensação, aparece cada um tão ruim que não dá para assistir nem se você for ao cinema apenas para curtir um filminho light. Mas, dessa vez, por incrível que pareça, uma produção para a qual eu nem tinha muitas expectativas me agradou bastante. É o novo filme dirigido por José Alvarenga Jr. e produzido por Augusto Casé. Cilada.com conta a história de Bruno, que foi flagrado traindo sua namorada durante uma festa de casamento e levou um “pé na bunda”. Por vingança, ela publica na Internet um vídeo dela transando com ele, que paga o maior mico por causa de uma ejaculação precoce. As imagens viram um sucesso e Bruno uma celebridade, só que da pior forma possível. Agora, sua única saída é tentar provar para todo mundo que é bom de cama. Ele passa a recorrer a antigas namoradas, 84 | Revista MERCADO | Outubro 2011 no intuito de registrar declarações delas em vídeo, ao mesmo tempo em que tenta encontrar novas parceiras. Paralelamente, Bruno tenta conseguir o perdão de Fernanda. Com um roteiro básico e simples assim, o filme consegue agradar por ter um conjunto de fatores que o ajudam nesse objetivo. O primeiro deles é ter como protagonista o ótimo ator Bruno Mazzeo. E, neste caso, o ditado é verdadeiro: “filho de peixe peixinho é”. Chico Anísio ensinou bem o rapaz a fazer uma boa comédia. Ele é o responsável por levantar o filme e nos proporcionar boas gargalhadas. É claro que não é o único que nos faz rir bastante. Personagens secundários dão um ótimo suporte cômico ao elenco principal. É o caso da empregada de Bruno, do colega de trabalho dele, do melhor amigo, Sandro, das ex-namoradas e, especialmente, da prostituta que é a que “menos” aparece, mas rouba a cena em poucos minutos de atuação. Fernanda Paes Leme faz o básico, mas realiza um bom trabalho. Só não dá para aceitar o Sérgio Loroza, que está ali apenas para representar o gordão com uma conversa manhosa, com seu estilo malandro, mas forçado. A direção de José Alvarenga Jr. também é eficaz e funciona muito bem. Como disse, apesar da história simples, ele consegue fazer com que o elenco encarne bem seus personagens. Além disso, explora detalhes que são comuns em uma situação como essa na vida real, como a ver- gonha de alguém que tem um vídeo publicado na Internet. Mas, como nem tudo é uma maravilha, como sempre aparecem as doses exageradas de humor para forçar as risadas de qualquer maneira. Não basta que os personagens ou a história sejam engraçados naturalmente. É preciso usar o estilo “The Force” e forçar situações que seriam ridículas na vida real. As apresentações das campanhas publicitárias são absurdamente exageradas na burrice e na incompetência. Sem contar que, para tentar ser mais cômico ainda, tem sempre alguém que come algo diferente ou, no caso do filme, bebe remédios trocados e fica doidão num momento importante. Tem a risada sarcástica, mas irreal, do colega de trabalho no meio de uma reunião de negócios, tem os palavrões do mais baixo nível do pai para a filha de seis anos ao telefone, tem a discussão sobre sexo com frases obscenas em frente a uma família com um senhor de idade e uma criança. São detalhes desnecessários para a trama e que não acrescentam em nada no meu ponto de vista. Mas, felizmente, esses probleminhas não atrapalham Cilada.com, que mostra que o Brasil pode fazer boas comédias românticas sem precisar copiar filmes norte-americanos ou fazer micagens para que o público dê risadas. E olha que algumas situações dão a entender que pode vir uma continuação por aí. Será? B FICHA TÉCNICA Filme: Cilada.com Origem: Brasil Ano: 2010 Elenco: Bruno Mazzeo, Fernanda Paes Leme, Mauro Mendonça, Heloísa Perissé, Augusto Madeira, Telmo Fernandes, Anna Karenina, Serjão Lorozza Direção: José Alvarenga Jr. Gênero: Comédia Classificação: 14 anos Duração: 107 minutos Nota: 8 Revista MERCADO | Outubro 2011 | 85 mercado sustentabilidade Brasil recicla cerca de 20% dos plásticos pós-consumo Em 2010, o país registrou 738 recicladoras de plásticos que faturaram juntas, em 2010, R$ 195 bilhões e geraram 18,3 mil empregos diretos Da Redação P esquisa encomendada pela Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos, desenvolvida com base em 2010, aponta que, no período, foram reciclados no Brasil 19,4% dos plásticos pós-consumo, ou seja, 953 mil toneladas. No ano anterior, a marca foi de 17,9%. Mostra também que a região Sudeste foi a que mais reciclou esse tipo de material em 2010 (60%), seguida, pela ordem, das regiões Sul (26%), Nordeste (11%), Centro-Oeste (2%) e Norte (1%). No ano, o Brasil registrou 738 recicladoras de plásticos, sendo que 44% no estado de São Paulo, 12% no Rio Grande do Sul, 9% em Minas Gerais, 7% no Rio de Janeiro, 7% em Santa Catarina, 5% no Paraná, 4% na Bahia e 3% em Goiás. Os 9% restantes foram registrados nos demais estados brasileiros. Essas empresas faturaram juntas, em 2010, R$ 195 bilhões, 5,2% a mais que em 2009. Elas geraram 18,3 mil empregos diretos no período. A pesquisa também apontou quais os segmentos que mais consumiram plásticos reciclados no ano passado. Os bens de consumo foram os maiores demandantes do produto: os semiduráveis (utilidades domésticas, segmento têxtil, brinquedos, descartáveis, limpeza doméstica, calçados e acessórios), demandaram 49,5% dos plásticos reciclados em 2010. Os bens de consumo duráveis (automobilístico, eletroeletrônico, móveis, entre outros) consumiram 19,6%. A construção civil absorveu 15,1% do total, a área 86 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Industrial 2,6%, a Agropecuária 1,2% e outras aplicações 12%. O nível operacional médio da indústria brasileira de reciclagem de plásticos, em 2010, foi de 64,5% da capacidade instalada, que é de 1,5 milhão de toneladas. A pesquisa mostra que esse fator é um reflexo da estrutura de coleta seletiva no Brasil. Dos 5.565 municípios brasileiros, apenas 443, ou seja, 8%, contam com coleta seletiva estruturada. O presidente da Plastivida, Miguel Bahiense, acredita que a educação - a disseminação dos conceitos de consumo responsável, reutilização dos produtos e destinação adequada dos resíduos, entre eles os plásticos - é o canal mais eficaz para que toda a sociedade (população, in- dústria, poder público) compreenda seu papel em prol da sustentabilidade. “É por meio da educação que vamos conseguir aproveitar melhor os recursos, gerar economia e garantir a preservação ambiental”, afirma o executivo. Em 2010, o Brasil ficou na nona posição mundial na reciclagem dos plásticos, atrás da Alemanha (34%), Suécia (33,2%), Bélgica (29,2%), Noruega (25,7%), Suíça (24%), Itália (23%), Eslovênia (21,4%) e Dinamarca (21%). A média da União Europeia no ano foi de 21%. A pesquisa anual sobre a reciclagem dos plásticos foi desenvolvida pela Maxiquim, consultoria especializada no segmento industrial, de acordo com metodologia do IBGE. Brasil joga fora energia que abasteceria 18 milhões de lares O número é absurdo, mas consta do levantamento feito pela consultoria Andrade & Canellas. A cada ano, uma quantidade de energia suficiente para abastecer cerca de 18 milhões de residências é jogada no lixo. É que o Brasil deixa de gerar entre 3.050 e 3.600 GWh de energia com origem na decomposição do lixo urbano. A afirmação foi feita com base nas estimativas divulgadas pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), que apontam que em 2010 os lixões e aterros sanitários receberam cerca de 61 milhões de toneladas de resíduos provenientes de cidades de grande e médio porte. Considerando o potencial do biogás, composto principalmente por metano, cada tonelada poderia gerar entre 50 e 60 KWh de energia elétrica, desde que fossem armazenadas e aproveitadas corretamente. O metano é mais danoso para a atmosfera que o gás carbônico e pode amplificar o efeito em cerca de 20 vezes se comparado com o CO2. Uma das soluções para reduzir o risco de explosões é instalar um sistema de captação de gás no terreno. Dessa forma, é possível encontrar dois destinos para o metano: a queima simples, que impede a liberação no ar, e a produção de energia. O grande entrave para a materialização desse sistema é o alto custo e o retorno em longo prazo. Tendo em vista o potencial do lixo gerado e com o objetivo de mudar o panorama, o governo oferece desconto de 100% na tarifa de transmissão para a energia gerada por usinas desse segmento, no entanto, a falta de políticas públicas para a área e a inexistência de linhas de financiamento continuam atrapalhando o desenvolvimento. B mercado ponto de vista Violência: esse mal tem cura? Recentemente, um secretário da Prefeitura de Aracaju fez o seguinte questionamento: “se os indicadores sociais melhoraram visivelmente no Brasil pós-Lula, por que a violência não para de crescer, tendo em vista, e com razão, que ela está associada à miséria”? Mas, ao que parece, isso não se verifica. Por exemplo, se forem analisados apenas casos de homicídios - que talvez seja a identificação mais forte da palavra violência -, na primeira semana deste mês, um relatório da Agência da ONU para Drogas e Crime apontou que o Brasil detém o terceiro maior índice de homicídios na América do Sul, atrás da Venezuela e da Colômbia. A agência afirma que houve, no Brasil, 43.909 homicídios em 2009 (ano mais recente para o qual há estatísticas), fazendo com que o país tenha uma taxa de 22,7 homicídios por 100 mil habitantes. Vale lembrar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera endêmica a ocorrência de homicídios quando ocorrem além de 10 (dez) casos a cada grupo de 100 (cem) mil habitantes. De maneira ampla, pesquisas revelam altos índices de violência de todos os gêneros no Brasil, como a doméstica, assaltos, assassinatos, sequestros seguidos de morte, violência nas ruas, familiar, etc. E esses índices só vêm aumentando a cada ano. Com 3% da população mundial, o Brasil concentra 9% dos homicídios cometidos no planeta; os homicídios, por sua vez, cresceram 29% na década passada e entre os jovens esse crescimento foi de 48%. Diante dessa realidade, qual ou quais atitudes precisam ser tomadas para combater a violência nas cidades brasileiras? Com a palavra, o G7 (*)... A questão da violência é de alta complexidade. Apesar disso, o combate à criminalidade tem sido tratado pelas autoridades públicas de maneira isolada. Percebemos que é incipiente o intercâmbio entre a polícia judiciária, a polícia militar e o judiciário. De outro lado, a sociedade civil organizada e instituições não governamentais, que podem contribuir de maneira eficaz em face da capilaridade junto às comunidades, acabam por não participar intensamente nas discussões sobre segurança pública. Por fim, a sociedade, comodamente, atribui à responsabilidade ao poder público, deixando de cumprir com seu papel cidadão. Enquanto toda a sociedade não compreender que a solução da criminalidade passa pela união e participação eficaz de todos, os índices continuarão a aumentar. Para muitos, a paz é uma utopia, mas, para a OAB, é uma obsessão. Sou pessoa de fé e, portanto, creio que podemos conter a escalada da violência neste país. Mas, para tanto, o Estado, em todas as suas esferas - Executivo, Legislativo e Judiciário -, tem que atuar de forma mais ética, honesta e responsável no que se refere aos próprios deveres e obrigações para, assim, fazer o brasileiro acreditar que a justiça é de fato para todos. Depois, buscar por modelos que funcionem noutros países, tais como o de Nova York (EUA), onde os índices de criminalidade foram alarmantes, por mais de trinta anos, deixando a cidade à mercê da violência. Então, nos anos 1990, o competente prefeito Rudolph Giuliani radicalizou e criou o “Programa de Tolerância Zero”, que impunha policiamento ostensivo nas ruas e bairros, através do combate ao tráfico de drogas e da apreensão de armas de fogo. Diante disso, todo e qualquer delito levava à prisão. Essa atitude abaixou radicalmente os índices de violência de Nova York e hoje serve de modelo a outras cidades do mundo, como a cidade do México, que adotou medidas parecidas no combate à violência. Vamos agir unidos nesse ideal que conseguiremos algo de positivo. É preciso que somemos esforços, trabalhando pelo desenvolvimento sustentável. Falar em solução para acabar com a violência é demagogia, mas acredito que boas políticas públicas, a participação da sociedade e, em especial, o esporte podem ajudar. O esporte, além de auxiliar no desenvolvimento humano, ainda atua nas esferas cognitivas e afetivas, ensina a disciplina, o respeito ao próximo e a determinação de vencer não só no esporte, mas também na vida. Nesse sentido, os atuais Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, cumprem um papel relevante, porque, além de fomentar o consumo, ainda atraem a atenção de jovens que buscam acompanhar seus ídolos e conquistas. Dentre tantas notícias que acompanhamos através da mídia, quero destacar os exemplos das emissoras que priorizam a divulgação das Olimpíadas e merecem nosso aplauso. Essas emissoras cumprem o papel cívico para com o cidadão brasileiro. Agora, nossas expectativas estão voltadas para as posições que destacam nossos jovens preparando-os para as Olimpíadas de 2016. 88 | Revista MERCADO | Outubro 2011 É certo que se formos analisar o contexto “Violência”, nos termos em que é apresentado no preâmbulo do tema, estaremos fadados a concluir pelas estatísticas apresentadas. O Brasil é uma democracia jovem e com uma economia que somente agora mostra sua pujança e vigor. Somos grandes e vivemos uma transição em que uma maioria absoluta mal saiu da condição de miserabilidade para uma condição de classe média emergente. Conflitos sociais são peculiares nessas circunstâncias. Há, também, o desdém daqueles que querem tirar proveito deste momento. O tráfico de drogas cresce, porque ofertamos “rios de dinheiro” a abastecê-lo. A corrupção toma conta de nosso dia impunemente. A omissão de todos que deveriam zelar pela moral, pela honra e pela integridade de nossas instituições, exemplos que deveríamos enaltecer, hoje se veem manchados em seus próprios domínios. É chegada a hora não só de agirmos, mas também de reagirmos, antes que seja tarde demais. Conselho Veneráveis do Triângulo (*) A ONG G7 - Grupo dos Sete - é formada por grandes instituições sociais ativas na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. São elas: ACIUB - Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, CDL - Câmara de Dirigentes Lojistas de Uberlândia, CVT - Conselho de Veneráveis do Triângulo, FIEMG Regional Vale do Paranaíba/CINTAP - Centro Industrial e Integração de Negócios do Triângulo, OAB/MG 13ª Subseccional de Uberlândia, SRU - Sindicato Rural de Uberlândia e SMU - Sociedade Médica de Uberlândia. Empresário Herói 2011 Edição Especial de Novembro conheça os Ganhadores, verdadeiros “Heróis” no Parabenize-os [email protected] 34 3239-5844 www.revistamercado.com.br anuncie! mercado in foco CME premia mulheres que fazem história O Conselho da Mulher Empresária (CME) realizou, durante a Feniub Logística 2011, a entrega do “Prêmio Mulheres que fazem história”. A premiação tem o objetivo de homenagear as mulheres que se destacaram como empreendedoras e contribuíram para a valorização da sociedade e a construção da história de Uberlândia, cuja trajetória de atos e conquistas foram relevantes para a comunidade, e que servirão de referência, incentivo e inspiração para outras mulheres. A entrega da premiação aconteceu no dia 6 de outubro, no Castelli Master. Veja em flashes as homenageadas por categoria. Saúde: Maria do Carmo Monte Indústria: Maria Ifigênia Nunes Arte e Cultura: Mônica Debs Diniz Música: Nininha Rocha Educação: Normy Barbosa Firmino Moda: Patricia Bonaldi Ação Social: Regina Mercadante Comunicação: Rosane Lucho Mulher Destaque 2011: Shirlene Soares Campos Serviços: Sirlene Nunes Serviço Público: Ana Paula Borges Mourão Lima Associativismo: Alba Pereira Lima Esportes: Christa Alice de Souza Coelho (Frida) Mulher Uberlândia 2011: Bernadete M. Pinheiro Coury Turismo: Françoise Mota Designer: Edi Moreira Cardoso (Luluza) Comércio: Kamila Prado Meio Ambiente: Juliana Siqueira Guimarães Neto 90 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Inovação: Leticia Gomides Obs: As vencedoras nas categorias “Terceiro Setor” e “Tecnologia”, Linda-Mar Peixoto Souza e Evelize Graboski Correia Lima, respectivamente, não puderam comparecer na noite das homenagens, por isso, suas fotos não estão entre as demais acima. B Revista MERCADO | Outubro 2011 | 91 mercado causos empresariais *Nege Calil é consultor e especialista em gestão de pessoas [email protected] Tratamento VIP (Comunicação Eficaz III) Por Nege Calil* Eu a chamava de Margô, uma forma resumida e carinhosa de tratar Margareth, a secretária da Diretoria. Claro que essa intimidade era reservada a poucos. Afinal, sua fama se consolidou por suas atitudes arredias. Não sei se a vida a fez geniosa ou se seu gênio difícil provocou tantas idas e vindas na carreira e nos relacionamentos pessoais. Quando estreitamos o relacionamento, descobri que se tornara mãe ainda adolescente, com pouco mais de 15 anos. Expulsa de casa pelo pai, optou por criar o filho sozinha, segundo sua versão. Recebia apoio escondido da mãe e de uma tia e, mesmo assim, sua empreitada não foi fácil. 92 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Os que a conheciam de perto, insistiam que o real motivo da solidão é que nenhum homem a tolerava por mais de seis meses. Era bonita; apesar do peso dos anos, atraía alguns olhares masculinos. No entanto, afugentava a muitos com sua forma direta de se expressar. O filho seguiu seu caminho na retidão, “pulava miudinho”, como se costuma dizer aqui nas Minas Gerais. Aos 23 anos formou-se em engenharia e ela afirmava categoricamente: “Ai dele se não se efetivar na empresa após o estágio! Vira picadinho nas minhas mãos.” Claro que ele se efetivou! Só aí ela se prontificou a correr atrás da própria formatura, concluindo o curso de Secretariado após os 40. Nara, sua colega de escola e de empresa, contava-nos pelos corredores que Margô discutia feio com os professores quando não concordava com algo e que nenhum se atrevia a sustentar o bate-boca. Para mim e outros colegas, era uma surpresa ela permanecer tanto tempo na organização! Ninguém duvidava de sua competência e confiança. Organizada, bilíngue com fluência, lidava com as contas bancárias pessoais do acionista majoritário e de seus dependentes, além de guardar a sete chaves os segredos deste. Todavia, aquele temperamento de cão não era fácil de engolir. Eu era novo na empresa e, naturalmente, também “cheio de dedos” pra me dirigir a ela. Numa ocasião, fui à Diretoria a pedido de meu chefe e pude testemunhar uma cena que me elucidou qual era a melhor maneira de tratar a fera. - Bom dia, Margareth! - comecei. - Bom dia, garoto! - retrucou. O que você quer? - Preciso falar com o Dr. Alessandro (à época, um dos 4 acionistas). - Senta aí e espera! Ainda não chegou. Obedeci. A música que saía de seu rádio contrastava com a decoração clássica do ambiente. De gosto duvidoso, Margô carregava na maquiagem vermelha. A cabeleira grande tornava-a maior do que realmente era. Insistia em mascar um chiclete que, pelas minhas contas, estava em sua boca há pelo menos dois meses. Cantarolava a música e lixava as unhas, lançando-me um olhar vez ou outra, sem puxar qualquer assunto. Eis que toca o telefone e, para não interromper seu trabalho com as mãos, atendeu com o viva-voz ligado, permitindo que eu escutasse toda a conversa: - Alô! - Quantas vezes terei que dizer que é pra atender ao telefone dizendo o nome da empresa e cumprimentando com um “bom-dia”? - Pelo identificador de chamadas, vi que era seu número. - E daí? Sou um dos donos dessa espelunca e exijo melhor tratamento. - Eu não trabalho em nenhuma espelunca, isso aqui é uma empresa de respeito e idônea em seus negócios. Vai dizer o que quer ou vai continuar a consumir meu tempo precioso? - Cadê o Alessandro? Não acho ele em casa, nem no celular! - Ainda não chegou! - Assim que ele pisar aí dentro, fala pra me ligar! Entendeu? - Claro. Não sou surda. E desligou o telefone. Com desdém, ela se dirigiu a mim: - Ouviu a conversa? Viu como ele me trata? É o menor dos acionistas e acha que manda. Grosso, mal educado. Eu sei o que ele quer, os quatro acionistas vão a uma negociação importante no Rio de Janeiro depois de amanhã. Ele tá desesperado porque não conseguiu levantar uns dados pra essa reunião e tá pedindo penico pro Dr. Alessandro. Ainda bem que respondo ao Dr. Lucas (à época, o acionista majoritário). Vai esperar, pra aprender a largar de ser trouxa. Além de incompetente, é soberbo. Escutei calado. Eu o conhecia e sabia que era arrogante, mas não concordava com a incompetência. Pelo contrário, não seria sócio se não reunisse conhecimentos importantes para o negócio. O telefone tocou novamente. Era Dr. Lucas, que foi atendido com um sonoro nome da empresa e um cordial bom-dia: - Bom-dia, Margô! Passou bem o final de semana? - Sim, obrigada! - Foi aniversário de sua mãe neste domingo. Diga-lhe que mando meus parabéns, mesmo atrasado. Tentei ligar ontem, mas estava no sítio e você sabe que o celular não pega lá. - O senhor nunca esquece essas datas. Obrigada! - Se essas datas são importantes para meus colaboradores, são importantes pra mim. Com o tempo, percebi que Dr. Lucas era verdadeiro nessas intenções. Importava-se de verdade com as pouco mais de 300 pessoas registradas na empresa e obtinha delas a percepção de que trabalhavam “com ele” e não “para ele”. - Liga pra ela hoje, ela vai gostar! - continuou Margô. - Farei isso! Margô, preciso falar urgente com Alessandro. É sobre nossa reunião no Rio. - Hoje ele chegará mais tarde, pois foi ao dentista. - Humm... Não sei se posso esperar. Você sabe da importância dessa reunião pra nós, o que pode fazer pra ajudar a empresa? Essa pergunta foi sábia - ele conseguiu envolvê-la no assunto e fazê-la se sentir importante. - Vou localizá-lo agora no dentista. Qual o dado que o senhor precisa? - Sabia que podia contar com você. Anota aí. Ele passou os dados de que precisava. A lixa de unha ficou de lado e o comportamento de Margô mostrava comprometimento. A conversa finalizou: - Ligo já pra recepcionista do dentista e pego essas informações. Em alguns minutos te retorno. - Ah, mais uma coisa: parabéns pelo atendimento ao telefone, exatamente como ensinado no treinamento da semana passada. Não podia desligar sem te dar esse feedback. - Obrigada! Já te ligo de volta. Dr. Lucas tinha esse cuidado de atentar-se aos detalhes e dar feedbacks pontuais de reforço positivo. Acreditava fielmente que o aprendizado é muito mais rápido com esse tipo de comunicação. Encerrou o telefonema e, em minutos, conseguiu o que precisava. Rapidamente resolveram a pendência. Atento, percebi rapidamente que Margô era carente e, para quebrar sua rebeldia e conquistar sua parceria, bastava um pouco de bom trato. Incrível como as palavras adequadas a cada tipo de pessoa mudam seus comportamentos. Durante o tempo em que trabalhei nessa empresa, aprendi com Dr. Lucas que sempre precisamos envolver as pessoas, lançando perguntas que as levam à reflexão. E que um pouco de polidez cabe em qualquer situação, por mais complicada que seja. A partir daí, tudo ficou mais fácil pra mim: - Margareth, pelo jeito Dr. Alessandro vai demorar. Meu assunto não é urgente como esse que você acabou de resolver, mas é de igual importância. Pode entregar esse relatório a ele por mim? - Claro! Deixe aqui sobre a mesa. - Posso abusar mais um pouco de você? Preciso de um parecer dele sobre esse relatório, tão logo volte do Rio. Como pode me ajudar? (Uma simples pergunta e ela já estava envolvida). - Fácil, já vou reservar na agenda dele pra falar com você. Dr. Alessandro é gente boa, mas é muito desorganizado. Ou fico no pé dele, ou ele se perde todo! - Tô entendendo porque você foi contratada. Você resolve tudo “rapidim”. Bom demais chegar numa empresa e contar com uma colega como você. Ela sorriu, denunciando que estava conquistada. - Obrigado, Margareth! - finalizei. Antes que eu saísse da sala, ela selou nossa parceira que nascia naquele momento e se mostrara fundamental para meus trabalhos durante o tempo em que permaneci com aquele time. Ainda com um sorriso estampado no rosto, ela concluiu: - Garoto! - Sim? - respondi. - Pode me chamar de Margô! B Revista MERCADO | Outubro 2011 | 93 mercado geral Oasis of the Seas é eleito o melhor navio de cruzeiros Candidatos de Uberlândia se dão bem no exame da OAB O Splendour of the Seas também foi homenageado com o prêmio Top of Mind. O melhor de tudo é que essas duas pérolas da Royal Caribbean estão ao alcance dos brasileiros Alunos de Direito de Faculdades da cidade ocupam o primeiro lugar no Triângulo Mineiro no exame da Ordem dos Advogados do Brasil Da Redação Oasis, o melhor de todos A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou, no início deste mês, a lista final de aprovados no 1º Exame da Ordem de 2011 (4º Unificado). Segundo a relação divulgada, foram aprovados 18.002 candidatos, o que representa 14,83% do total de inscritos, registrando um aumento em relação ao último exame, que foi de 9,74%, o pior índice da história. Para Ophir Cavalcante (Presidente Nacional da OAB), o resultado tem duas causas: a melhora no ensino de Direito no país e o maior empenho dos alunos. No contexto dos aprovados, a Faculdade Esamc, de Uberlândia, ficou em primeiro lugar na Região do Triângulo Mineiro, com 50% de aprovação, considerando ainda que os alunos da instituição ainda estão cursando o 9º período do curso, o que aumenta o mérito da conquista. Esse resultado posiciona a ESAMC em 5º lugar entre as faculdades listadas em Minas Gerais, seguida pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com 48,93% de aprovação, com alunos já formados e/ou no último período do curso. Contudo, a obrigatoriedade do exame divide opiniões e o formato da prova gera discussões entre os profissionais do meio jurídico. Em recente entrevista, o desembargador Sylvio Capanema, ex-vice-presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, revelou que as provas da OAB estão num nível de dificuldade absolutamente igual às da defensoria do Ministério Público e, talvez, da magistratura. “Posso dizer com absoluta sinceridade que eu, hoje, não passaria no exame de Ordem”, declarou. O melhor desempenho nacional foi dos bacharéis formados pela Universidade de São Paulo (71,05%), seguido pela Universidade Federal do Sergipe (69,44%) e a Universidade Federal de Minas Gerais (64,71%). Entre os piores desempenhos, aparecem 30 instituições que não tiveram nenhum candidato aprovado. A Foto: Divulgação Da Redação A Royal Caribbean está novamente comemorando e dessa vez em dose dupla. Na eleição de 2011 dos Melhores da Viagem e Turismo, o Oasis of the Seas foi eleito pelos leitores da revista como o melhor navio de cruzeiros. Além da escolha do Oasis of the Seas, a companhia também comemora a premiação dada ao Splendour of the Seas, o prêmio Top of Mind, que significa um reconhecimento pelo grande número de prêmios recebido pelo navio. “Estamos muito orgulhosos pelo resultado, pois oferecemos a nossos hóspedes o que há de mais moderno e inovador em termos de produtos e serviços. O Oasis of the Seas revolucionou a indústria de cruzeiros com suas atrações, restaurantes e programação que tornam as férias de nossos hóspedes inesquecíveis; e o Splendour of the Seas, que já é o queridinho do público brasileiro, passará por uma revitalização antes da temporada brasileira, o que certamente significará ainda mais satisfação entre os hóspedes”, comemora Ricardo Amaral, diretor da Royal Caribbean para Brasil, América Latina e Caribe. O Oasis of the Seas, inaugurado em 2009, considerado o maior e mais inovador navio de cruzeiros do mundo, foi eleito pelos leitores que viajaram durante este ano e puderam conferir a incrível estrutura oferecida pelo navio, assim como diferenciais exclusivos e inéditos na indústria. O Splendour of the Seas, um clássico nesta premiação há alguns anos, recebeu a menção honrosa Top of Mind após ter sido eleito o melhor navio de cruzeiros por seis vezes. 94 | Revista MERCADO | Outubro 2011 Revista MERCADO | Outubro 2011 | 95 mercado Curtiu esta revista impressa? Curta também na web. Foto: Divulgação geral Rolls-Royce anuncia chegada à América do Sul Da Redação www.revistamercado.com.br *09/06/2010 - 04/10/2011 google analytics A Rolls-Royce Motor Cars anunciou neste mês que entrará no mercado sul-americano pela primeira vez na história da empresa. A Rolls-Royce está trabalhando com futuras concessionárias no Brasil e no Chile e o CEO da empresa, Torsten Müller-Ötvös, está visitando atualmente a região para se encontrar com estes futuros concessionários, assim como com potenciais clientes e membros da mídia. Em São Paulo, Torsten Müller-Ötvös disse estar muito feliz em anunciar os planos da empresa para entrar no mercado sul-americano. Segundo ele, o Brasil e o Chile têm apresentado um Sonho em breve ao alcance dos brasileiros. Rolls-Royce Ghost, o mais em impressionante crescimento econômico, com uma demanda cada vez maior por parte de clientes perspicazes interessados em conta da marca, a partir de R$ 2 milhões produtos de alto luxo. “A Rolls-Royce Motor Cars vem crescendo com muito sucesso em vários mercados emergentes e, portanto, é adequado estabelecermos uma forte presença no Brasil e no Chile”, afirmou. O Grupo Via Italia, comandado por Francisco Longo, é o futuro concessionário da Rolls-Royce Motor Cars no Brasil, enquanto no Chile é a Williamson Balfour Motors, um membro do Grupo Inchcape comandado por Peter Aberle. Ambos estão trabalhando com a data de março de 2012 para a abertura de suas concessionárias. Boa hora - A notícia chega em um momento empolgante para a Rolls-Royce, já que as vendas vêm mantendo um ritmo acelerado em todo o mundo. Entre janeiro e setembro, as vendas cresceram 41% em relação ao mesmo período do ano passado. Tem havido uma forte demanda, tanto por modelos Phantom quanto Ghost, com crescimento de dois dígitos em todas as regiões nos primeiros nove meses do ano. O Ghost continua a ampliar o segmento e é líder de mercado, com cerca de 80 por cento dos clientes tendo adquirido um Rolls-Royce pela primeira vez. A empresa possui uma forte carteira de pedidos que se estende 2012 adentro e os níveis de conteúdo personalizado atingiram valores recordes. A Rolls-Royce também anunciou recentemente que a fábrica e a matriz em Goodwood, West Sussex, devem ser ampliadas significativamente nos próximos meses para atender à crescente demanda global e ao maior interesse dos clientes por modelos Ghost e Phantom personalizados. O total de investimentos no projeto será de aproximadamente £10 milhões. “a revista com mais de 49.000* visualizações de páginas em seu site” 3239-5844 [email protected] 34 Feniub 2011 fecha com saldo positivo Avaliação é do empresário Rogério Nery, presidente da Aciub, instituição organizadora do evento Da Redação A Feniub 2011 foi encerrada com um sentimento de dever cumprido. Centenas de negócios foram concretizados durante os quatro dias de feira e vários outros foram prospectados pelos 76 expositores presentes no evento. “A Feniub Logística 2011 foi realmente um sucesso. Atingimos nosso objetivo principal, que era justamente fomentar negócios em um dos setores que movimentam a economia de Uberlândia, a logística”, disse o presidente da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub), Rogério Nery. Em 2011, a Feniub trouxe muitas novidades, a começar pelo lançamento da Movimenta - Feira Internacional de Logística, prevista para acontecer bienalmente a partir do próximo ano. Isso sem falar das palestras e rodadas de negócios, que neste ano contou com a presença de empresas de diversas áreas ligadas ao setor logístico. Durante os quatro dias de evento, os visitantes puderam conhecer as últimas novidades em softwares, soluções em tecnologia, implementos, carrocerias, rastreadores, peças para caminhões, soluções financeiras, entre outros produtos e serviços expostos na Feniub Logística 2011. Além disso, o conhecimento se fez presente através do seminário Desenvolvendo Competências na Logística, que ofereceu ao público palestras gratuitas com grandes nomes do segmento logístico e especialistas em softwares e gestão de pessoas: Luis Arthur Bogiano (Totvs), Altamiro Carlos Borges (ABGroup e Aslog) e Cícero Domingos Penha (Algar). “Reunir aqui em Uberlândia, na Feniub, as melhores empresas e profissionais que fazem a logística no dia a dia é muito importante para todos nós, porque começa a se criar um cluster, uma ideia de discussão do assunto fora das bases de São Paulo e Rio de Janeiro”, disse o empresário Altamiro Carlos Borges. Os números, em valores, de negócios gerados na Feniub 2011 não foram divulgados pela organização do evento. A 96 | Revista MERCADO | Outubro 2011 34 3239-5826 [email protected] mercado Foto: Osvaldo Afonso/Secom MG geral O subcontrolador da CGE, Róbson Lucas da Silva, diz que a Controladoria-Geral do Estado empresta todo o apoio de ordem técnica para que os auditores possam exercer as suas funções Controladoria quer aprimorar a gestão pública Da Agência Minas Com ênfase na constante busca pelo aprimoramento dos mecanismos de transparência da gestão pública e, ainda, na integração entre os sistemas de controle interno e externo da administração estadual, a Controladoria-Geral do Estado (CGE) realizou o 2º Encontro dos Auditores Setoriais e Seccionais Integrantes e Vinculados ao Sistema de Controle Interno do órgão. O Controlador-Geral do Estado, Moacyr Lobato Campos Filho, destacou, em suas palavras aos auditores do Estado, a importância do encontro. “É essencial que se dê continuidade ao trabalho iniciado no início do ano, que representa o fortalecimento e a integração do sistema de controle”, destacou. “O primeiro encontro, realizado em junho, foi um passo decisivo para a incorporação dos princípios de integração entre os sistemas de controle interno e externo da Controladoria. Isso reforça o papel da CGE, que não é só de avaliar, mas, sobretudo, o de apoiar os auditores do Estado”, completou Moacyr Lobato. “A CGE estará sempre aberta ao diálogo com a sociedade como um todo” Para o Controlador-Geral Adjunto, Juliano Fisicaro Borges, “a CGE estará sempre aberta ao diálogo com a sociedade como um todo, para que os auditores e os corregedores possam receber todo o suporte técnico para resguardar os princípios de auditores em ocasiões que possam acontecer”. “Este trabalho é de extrema importância para que possamos avançar nos processos da controladoria, da correição e da auditoria, sob a ótica da transparência”, ressaltou. Já o Subcontrolador da CGE, Róbson Lucas da Silva, afirma que, “por se tratar de um órgão central, a CGE empresta todo o apoio de ordem técnica para que os auditores possam exercer as suas funções”. “Constantemente, mantemos encontros para que todo o trabalho realizado pelos auditores setoriais e seccionais esteja sintonizado com as orientações e diretrizes da CGE”, explicou. Em sua apresentação no evento, o Subcontrolador de Auditoria e Controle da Gestão, Eduardo Fernandino, abordou a metodologia de avaliação do complexo operacional da CGE e o cronograma para elaboração do Plano Anual de Auditoria 2012. O encontro foi realizado no auditório do BDMG, em Belo Horizonte. O terceiro encontro para 2011 deverá ser realizado em dezembro. B 98 | Revista MERCADO | Outubro 2011