sindicatos em acção sindicatos em acção

Transcrição

sindicatos em acção sindicatos em acção
S I N D I C AT O S
E M AC Ç Ã O
Sindicatos de retalho
africanos formam aliança
para lutar pelo trabalho
decente no Shoprite
Sindicatos Em Acção
Sindicatos de retalho africanos
formam aliança para lutar
pelo trabalho decente
no Shoprite
Por Saliem Patel, LRS África do Sul
Versão Portuguesa
Traduzida e Publicada em Dezembro de 2009
por Friedrich-Ebert-Stiftung - Maputo
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Maputo - Moçambique
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Versão Inglesa
Publicada em Agosto de 2008
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trabalha.
Índice
Conteúdo
Página
Trabalho Decente para Todos
vi
Prefácio
vii
Distribuição Geográfica das Operações do Shoprite
viii
A Aliança de Delegados Sindicais do Shoprite
1
Informação de Fundo Sobre o Shoprite
2
Quais são os Problemas que os Funcionários
do Shoprite Enfrentam?
4
Acção Industrial
7
O Que Fará a Aliança de Delegados Sindicais do Shoprite?
9
Detalhes de Contacto da Aliança
9
Acerca do UNI
11
Organização Global
12
Organização para Trabalho Decente
13
Campanha nas regiões
13
Estabelecendo padrões globais
14
Solidariedade global
14
Trabalho Decente para Todos
O trabalho decente é a soma das aspirações das pessoas nas suas
vidas profissionais – as suas aspirações a terem oportunidades e
rendimento; os seus direitos, vozes e reconhecimento; estabilidade
familiar e desenvolvimento pessoal; e justiça e igualdade de género.
Em última instância, estas diferentes dimensões do trabalho
decente salientam a paz nas comunidades e na sociedade.
O trabalho decente é capturado em quatro objectivos estratégicos;
princípios fundamentais e direitos no trabalho e padrões
de trabalho internacionais; oportunidades de emprego e de
rendimento; protecção social e segurança social; e diálogo social
e tripartido. Estes objectivos aplicam-se a todos os trabalhadores,
homens e mulheres, tanto nas economias formais como informais;
no trabalho assalariado ou no emprego por conta própria; nos
campos, nas fábricas e nos escritórios; nas suas casas ou na
comunidade.
O trabalho decente é central para os esforços de redução da
pobreza, e é um meio para alcançar o desenvolvimento equitativo,
inclusivo e sustentado.
Organização Internacional do Trabalho
vi
PREFÁCIO
Em Março de 2007, sindicatos e pesquisadores do trabalho de países da África Austral
reuniram-se em Joanesburgo com representantes da Federação Global de Sindicatos
(GUF): Union Network International (UNI) para discutir as possibilidades de elaborar
uma estratégia de monitorização/mapeamento da empresa multinacional sul-africana
no sector da venda a retalho: Shoprite Checkers. Finalmente foi desenhado um
projecto com o objectivo de combinar a pesquisa laboral com a acção dos sindicatos
de forma a melhorar as condições de emprego dos funcionários do Shoprite no
continente africano, para construir uma colaboração prática entre os sindicatos
que operam dentro do Shoprite e influenciar a governação corporativa do Shoprite
Checkers.
Um primeiro passo foi a realização de uma pesquisa elaborada pela Labour Research
Service (LRS) da Cidade do Cabo na África do Sul, que deve prestar mais informação
sobre os termos e condições de emprego e o grau de sindicalização nas diferentes
lojas do Shoprite em toda a África e que papel é que o UNI poderia desempenhar para
apoiar o trabalho dos sindicatos. Através da rede da Friedrich-Ebert-Stiftung (FES) e
através do apoio do UNI, foi possível a participação na pesquisa de 17 sindicatos que
organizam o trabalho dos funcionários do Shoprite em 15 diferentes países africanos.
Os resultados foram muito interessantes e encorajadores. Para consultar todos os
detalhes da pesquisa, por favor visite o nosso sítio na web: http://www.fes.org.zm/.
A rede acabada de iniciar entre os sindicatos que organizam o Shoprite resultou no
lançamento de uma Aliança de Delegados Sindicais do Shoprite em Joanesburgo em
Outubro do ano passado. Em Maio, os sindicatos que organizam o Shoprite em África
participaram neste evento e utilizaram a oportunidade para participar, a convite do
sindicato anfitrião sul-africano, SACCAWU, na conferência nacional dos Delegados
Sindicais da Empresa Shoprite na África do Sul. Entretanto, um comité orientador
eleito desenvolveu um plano de acção e está a preparar novas actividades para a
Aliança, bem como está ainda na agenda um projecto de pesquisa posterior. Para
além do estabelecimento de uma rede transfronteiriça de Delegados Sindicais e dos
seus sindicatos na Empresa Shoprite e a coordenação destas actividades através do
UNI, o sindicato global está também a trabalhar para elaborar algum tipo de AcordoQuadro Internacional (IFA) dentro da empresa. O apoio de todos os sindicatos em
África na organização do Shoprite será portanto de imensa importância.
Este folheto pretende prestar ao leitor, para além de informação sobre o UNI, uma
visão geral sobre a Aliança de Delegados Sindicais do Shoprite, alguma informação
de fundo sobre a Empresa Shoprite, alguns resultados da pesquisa conduzida, e o
caminho de futuro para a Aliança.
Gerd Botterweck
Director Residente
Lusaka, Agosto de 2008
FES Zâmbia
vii
viii
Distribuição das operações
E VISÃO GERAL ECONÓMICA
Distribuição geográfica das operações do Shoprite (extraído do Relatório Anual do Shoprite, Junho de 2007)
Participantes no Workshop de Delegados Sindicais do Shoprite, Outubro de 2007, Joanesburgo
A Aliança de Delegados Sindicais do Shoprite
A Aliança de Delegados Sindicais do Shoprite é uma aliança continental
de sindicatos formada através do UNI Global Union e é composta por
sindicatos de doze países em África. Foi estabelecida com os seguintes
objectivos:
• Envolver-se em diálogo com o Shoprite a nível regional com o
objectivo de melhorar as condições dos trabalhadores
• Desenvolver campanhas de melhoria das condições de emprego,
salários e condições de trabalho no Shoprite
• Servir como recurso/rede de informação para os sindicatos
envolvidos.
• Permitir a evolução da solidariedade entre os sindicatos na região.
Os sindicatos decidiram formar a Aliança porque apesar da empresa
parecer estar a fazer coisas boas para África, expandindo-se para
diferentes países e aumentanto o comércio e o crescimento económico,
os trabalhadores no Shoprite têm experiências que salientam problemas
sérios dentro da empresa. Os sindicatos nos diferentes países querem
enfrentar esses problemas da empresa em conjunto já que é a única
forma de serem suficientemente fortes para poderem causar mudanças
progressivas na forma como a empresa opera.
Que sindicatos fazem actualmente parte desta aliança:
País
Botsuana
Gana
Lesoto
Madagáscar
Malawi
Maurícias
Moçambique
África do Sul
Tanzania
Uganda
Zâmbia
Sindicato
Sindicato dos Trabalhadores Grossistas, de
Mobílias e Retalho do Botsuana
Sindicato dos Trabalhadores da Indústria,
Comércio, e Finanças
Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Retalho
e Aliados
Confederação Geral dos Sindicatos dos
Trabalhadores de Madagáscar
Sindicato dos Trabalhadores Aliados do Comércio
e Indústria
Sindicato dos Trabalhadores Aliados de Escritório,
Administrativos, Financeiros eTécnicos
Sindicato Nacional dos Empregados de Comércio,
Seguros e Serviços
Sindicato sul-africano dos Trabalhadores Aliados
do Comércio e Catering
Sindicato Tanzaniano de Trabalhadores da
Indústria e Comércio
Sindicato dos Trabalhadores Aliados da Indústria
de Bebidas e Tabaco
Sindicato Nacional do Trabalhadores do Comércio
e Indústria
Abreviatura
BWFRWU
UNICOF
NURAW
FISEMA
CIAWU
CAFTEU
SINECOSSE
SACCAWU
TUICO
UBTAWU
NUCIAW
A aliança consiste de representantes dos delegados sindicais de diferentes
lojas do Shoprite em 11 países africanos e de representantes dos sindicatos
onde os trabalhadores do Shoprite se encontram afiliados.
A aliança é gerida por um comité orientador. O objectivo consiste em incluir
no futuro delegados sindicais e representantes sindicais em todos os 16
países africanos onde o Shoprite está a operar.
Informação de Fundo sobre o Shoprite
O Shoprite é uma corporação multinacional sul-africana listada na Bolsa
de Valores de Joanesburgo (JSE) como Shoprite Holdings Ltd. É uma
empresa de venda a retalho que opera 1.181 lojas em 16 países africanos
bem como na Índia e emprega mais de sessenta e nove mil funcionários.
Distribuição Geográfica das Operações do Shoprite
Shoprite
África Sul
Angola
Botsuana
Gana
Índia
Lesoto
Madagáscar
Malawi
Maurícias
Moçambique
Namíbia
Nigéria
Suazilândia
Tanzania
Uganda
Zâmbia
Zimbabué
TOTAL
Checkers
Checkers
Hyper
111
24
297
3
4
U
Save
77
OK
Furniture
OK
Power
Express
House
&
Home
Hungry
Lion
OK
Foods
OK
Grocer
151
14
29
80
18
49
7
5
OK
MiniMark
27
OK
Value
5
Sentra
Megasave
66
44
5
1
5
1
1
1
4
8
2
1
4
11
1
4
5
2
18
1
366
2
1
2
3
3
1
2
9
1
9
2
1
2
2
3
1
10
2
4
13
1
10
1
7
115
24
Shoprite Holdings Ltd. Preço
das Acções em Cêntimos
Junho
3
99
170
15
Número de Lojas
Corporativas
Junho
31
101
26
61
29
9
79
56
Vendas de mercadorias
em milhões de rands
Junho
O Shoprite expandiu-se muito rapidamente no seu país natal, a África do
Sul, bem como no continente africano durante a década passada e os seus
lucros são muito elevados. Em 2007, o seu lucro líquido antes dos impostos
foi de R1.708.114.000, 19% mais elevado do que no ano anterior. O preço
das suas acções e o seu facturamento também subiu tremendamente.
Cerca de 12% do facturamento deveu-se a actividades comerciais fora da
África do Sul.
Com estes resultados brilhantes, não é de surpreender que um investidor
privado tenha tentado comprar a empresa nos finais de 2006. Felizmente,
isto não aconteceu, mas se tivesse acontecido a informação sobre a
empresa teria sido mais difícil de obter e teria tornado o envolvimento
sindical com a empresa mais difícil.
Por exemplo, é fácil depreender a partir do relatório anual quanto é o
salário dos directores do Shoprite e quais os aumentos que recebem
ano após ano a partir do relatório anual – o salário médio dos directores
executivos era de R 5.077.000 em 2007, 38% mais alto do que em 2006.
Quais são os problemas que os trabalhadores do Shoprite enfrentam?
Embora a informação prestada pela empresa seja brilhante, existe um
outro lado da questão. Foi realizada uma pesquisa pelo Labour Research
Service e a Friedrich-Ebert-Stiftung envolvendo 17 sindicatos em 15 países
diferentes. Os resultados mostram que, de acordo com os sindicatos, o
Shoprite emprega muitos trabalhadores com contratos a curto prazo,
tornando o emprego muito precário para os trabalhadores. Também paga
salários baixos. A conversão dos salários providenciados pelos sindicatos
em 2007 para dólares dá uma indicação das taxas diferentes de salários
nos diferentes países.
Para além dos salários baixos e das grandes desigualdades entre os
salários dos trabalhadores e os salários dos directores executivos, os
sindicatos por todo o continente concordaram que a empresa não respeita
os sindicatos e os direitos dos trabalhadores e usa a intimidação para
dissuadir a sindicalização e a acção industrial. A abordagem de gestão da
empresa é muito hierárquica e quase não existe consulta, ou existe muito
pouca, quanto aos assuntos operacionais junto dos sindicatos ou dos
trabalhadores que têm que implementar decisões operacionais.
O número de anos que levará um
trabalhador a tempo inteiro a ganhar
o salário anual médio de um director
executivo no Shoprite em diferentes
países (o salário médio anual dos
directores executivos em 2007 foi de
R5.077.000 ou US$759.398).
País
África Sul
Suazilância
SCAWU
Suazilândia
CAWUSWA
Namíbia
Lesoto
Maurícias
Zâmbia
Tanzania
Moçambique
Botsuana
BCGWU
Gana
Botsuana
BWFRWU
Zimbabué
Malawi
Madagáscar
Salário
Mensal
a Tempo
Inteiro em
US$
314.11
Número
de Anos
254.33
249
239.37
269
186.97
179.49
162.21
149.03
145.88
110.98
338
353
390
425
434
570
108.51
583
102.53
617
84.14
752
67.02
39.55
39.50
944
1.600
1.602
O número de anos que um trabalhador
normal temporário/em part-time/a
contrato tem que trabalhar para ganhar
o salário médio anual de um director
executivo do Shoprite em diferentes
países
País
201
África Sul
Lesoto
Suazilândia
CAWUSWA
Namíbia
Moçambique
Botsuana
BWFRWU
Botsuana
BCGWU
Tanzania
Zâmbia
Malawi
Madagáscar
Salário
Mensal
a Tempo
Parcial por
Hora em US$
1.25
1.02
Número
de Anos
259
319
0.91
356
0.67
0.58
482
562
0.57
567
0.52
622
0.52
0.49
0.23
0.20
630
665
1.410
1.643
Salário Mínimo Mensal a Tempo Inteiro (US$)
Salário Casual por Hora (US$)
Acção Industrial
Verificaram-se greves no Shoprite em seis países entre 2003 e 2007.
No Malawi houve uma greve de dez dias em Novembro de 2004 devido
aos salários e condições dos serviços. Estiveram envolvidos na greve 280
trabalhadores e foi alcançado um acordo com a empresa.
O sindicato reportou que a resposta imediata da empresa consistiu em
ameaçar com despedimento, mas após intervenção governamental, esta
ameaça foi removida e abriu-se o caminho para um acordo.
Em Moçambique houve uma greve de três dias em 2005 devido a
salários, horário de trabalho e questões de saúde e segurança. Todos os
trabalhadores do Shoprite participaram e foram inicialmente ameaçados
com despedimento. O Governo Interveio, mas não forçou a empresa
a assinar um acordo. No entanto, devido ao apoio à greve de todos os
trabalhadores, a empresa acedeu num acordo sobre essas questões.
Na África do Sul verificaram-se greves em 2003 e em 2006. A greve em 2003
destinava-se a exigir melhores condições para os trabalhadores casuais
e a greve em 2006 estava relacionada com os salários e as condições
de emprego. O sindicato reportou que 30.000 trabalhadores estiveram
envolvidos na greve de 2003 e cerca de 35.000 envolvidos na greve de
2006. Durante o conflito, a empresa ameaçou demitir trabalhadores
e fechar lojas. Adicionalmente, a polícia e a segurança privada foram
chamadas para intimidar os trabalhadores. No entanto, estas tácticas
não quebraram a solidariedade entre os trabalhadores. O sindicato
considerou que a greve foi muito bem-sucedida alcançando melhorias
para os trabalhadores.
Na Tanzania houve uma greve em Fevereiro de 2007 que durou três dias.
A greve pretendia alcançar um acordo de reconhecimento e melhorar os
salários e benefícios. Todos os trabalhadores do Shoprite participaram.
O sindicato reportou que a empresa tolerou a greve e trabalhou com
o sindicato para arranjar uma solução. O sindicato considerou que o
resultado foi positivo.
Na Zâmbia verificaram-se greves em 2003 e em 2005. A greve em
2003 durou dois dias e pretendia obter salários mais altos. Apenas os
trabalhadores de Lusaka participaram na greve mas o principal resultado
foi que forçou a empresa a negociar com o sindicato. Em 2005, a greve
revolvia à volta dos salários em Lusaka e mais além. Foi alcançada uma
solução para a greve no Conselho de Conciliação após a empresa ter
inicialmente ameaçado os trabalhadores com demissão e depois ter
resistido a satisfazer as exigências dos trabalhadores.
No Zimbabué houve uma greve no Shoprite em Janeiro de 2007 que
durou cinco dias. A greve foi iniciada para exigir a melhoria dos salários
e benefícios e envolveu sessenta trabalhadores. A empresa ameaçou
demissão com cartas emitidas antes da reunião do sindicato com os
trabalhadores, mas isto não os deteve. O sindicato considerou que o
resultado foi um compromisso que melhorou os salários e benefícios.
M. Nketise de Nuraw, Lesoto (à esquerda), e C. Joyce de Saccawa, África do Sul (à
direita), falam com Saki Lesejane, uma delegada sindical do Shoprite Maponya no
Soweto (ao centro).
O que fará a Aliança de Delegados Sindicais do Shoprite?
O workshop entre os 12 sindicatos teve lugar em Outubro de 2007 e os
sindicatos realizaram discussões sobre os problemas comuns sentidos.
Discutiram também os objectivos da aliança. Agora precisa de ser feito
o trabalho:
• A Aliança já concordou em elaborar um Acordo-Quadro. O objectivo
do acordo-quadro consiste em estabelecer as bases para a melhoria
das relações entre a empresa e os sindicatos que se organizam no
Shoprite nos diferentes países e assegurar o respeito pelos direitos
fundamentais dos trabalhadores em todos os locais de trabalho do
Shoprite.
• A Aliança discutirá também com a empresa sobre as suas práticas
de contratação a curto prazo e pagamento de salários baixos.
• Esta Aliança envolverá membros dos sindicatos e funcionários do
Shoprite numa campanha para pressionar a empresa para melhorar
as condições de emprego no Shoprite.
• A Aliança desenvolverá sistemas para partilha de informação entre
os sindicatos em diferentes países e criação e recursos para ajudar
os sindicatos a prestar serviços melhorados aos seus membros.
• A Aliança prestará solidariedade aos sindicatos participantes,
quando solicitado.
Contactos:
Zakari Koudogou, Secretário Regional Interino, UNI África
[email protected]
John Musonda, UNI África
[email protected]
Mike Tau, membro do Comité orientador, Shoprite África do Sul
[email protected]
Stephina Lekalakala, membro do Comité orientador, Shoprite África do
Sul
[email protected]
Lisema Lekhooane. SACCAWU, Departamento Internacional. África do
Sul
[email protected]
Asja Mataulla, membro do Comité orientador, Shoprite Tanzania
[email protected]
Maria Kanyenda, membro do Comité orientador, Shoprite Malawi
[email protected]
Jonathan Peles, TUICO, Tanzania
[email protected]
Likando Limbangu, NUCIW, Zâmbia
[email protected]
Esau Mugwagwa, membro do Comité orientador, Shoprite Zâmbia
[email protected]
10
M. Nketise, Lesoto (à esquerda) e C. Joyce de Saccawu, África do Sul (à direita) falam
com Saki Lesejane, uma delegada sindical do Shoprite Maponya no Soweto (ao
centro).
Sobre o UNI
A agenda da união passa a global
O comércio mundial, as finanças, a tecnologia e o domínio crescente das
mega-corporações transformaram os mercados de trabalho globais. As
soluções nacionais já não são suficientes para impedir a “corrida para
o fundo” – a procura mundial pelos trabalhadores mais exploráveis e
pelas condições mais baixas – ou para organizar e dialogar nas maiores
empresas do mundo. A agenda da união passou a global.
Cerca de $1.900 bilhões por dia fluem nos mercados de câmbio globais.
As empresas podem contratar trabalho no fundo da sua rua, ou do outro
lado do mundo – e liquidam milhares de empregos para aumentar o preço
das suas acções. Os governos tornaram-se clientes das suas maiores
empresas – empurrando a flexibilidade nos negócios e preferindo o
privado ao público. As indústrias são cada vez mais dominadas por uma
mão-cheia de empresas multinacionais, muitas vezes com economias
maiores do que as dos países com que lidam.
11
A resposta do UNI é uma agenda global para colocar uma face humana na
globalização. É uma agenda baseada na organização global, assegurando
os direitos dos trabalhadores e sindicatos, o trabalho decente e a
construção de alianças entre os sindicatos em empresas multinacionais.
Queremos um mundo de cuidados de saúde acessíveis e de verdadeira
oportunidade igual. Um mundo onde as pessoas estão em primeiro
lugar.
O UNI é um sindicato global de capacidades e serviços com 15 milhões
de membros em todo o mundo. Juntamos 1.000 sindicatos para criar
um verdadeiro sindicato global que pode enfrentar as multinacionais e
promover os interesses dos trabalhadores junto dos governos, instituições
regionais e agências globais. Para vencer, temos que ser mais fortes –
juntos.
Fazemos campanha para ajudar as mulheres a organizarem o seu futuro
de trabalho – tanto nas economias formais como informais – e temos uma
rede global de actividades de jovens. Ajudamos a dar poder aos sindicatos
nos países em desenvolvimento e chamamos a atenção para os abusos
onde quer que ocorram no globo.
O nosso objectivo é fazer dos membros dos sindicatos jogadores
globais.
Organização global
O direito de sindicalização, de negociação colectiva e de liberdade da
discriminação são marcos essenciais dos direitos globais acordados
por governos, empregadores e sindicatos na Organização Mundial do
Trabalho. A sindicalização dá-lhe uma voz e uma força, esteja contratado
a tempo inteiro ou parcial, seja membro do pessoal ou freelance. Para
assegurar esses direitos, é necessário uma organização global e uma
monitorização global.
O UNI lançou alianças globais e comités virtuais em multinacionais chave
para juntar os sindicatos envolvidos com essas empresas em todo o mundo
no sentido da organização dos sindicats. O objectivo consiste em assinar
acordos globais com as multinacionais, comprometendo-as no respeito
12
aos direitos dos trabalhadores onde quer que operem, na abertura das
suas portas à organização e à monitorização do seu comportamento.
O UNI já concluiu cerca de 20 acordos globais e o alinhamento de mais
empresas globais e regionais em concordância com os padrões de
trabalho é uma prioridade chave.
O UNI lançou iniciativas de organização para estimular o recrutamento de
jovens trabalhadores na nova economia – um número grande e crescente
deles são mulheres. O UNI ajuda a criar sindicatos livres e democráticos
onde não existiam antes, e apoia os esforços de organização também nos
países nos quais o trabalho está pendente.
Organização para o trabalho decente
O trabalho decente é o objectivo global da ILO e dos sindicatos globais.
Significa a mudança da face actual da globalização para prestar
acesso global de todos os trabalhadores a um rendimento justo,
igualdade, segurança no emprego, protecção social, oportunidade de
desenvolvimento no trabalho e liberdade de se organizarem, negociarem
colectivamente e se engajarem em diálogo com o empregador.
O offshoring transmite empregos por todo o mundo através de cabo
de fibra óptica. O UNI possui uma Carta de offshore para ajudar os
sindicatos tanto nos países de terceirização como nos de insourcing a
obterem a segurança no emprego e trabalho decente. Temos um Centro
de Atendimento da Carta para elevar os padrões nesta nova indústria
chave.
Campanha nas regiões
O UNI tem quatro regiões activas que são grandes actores nos seus
próprios continentes. Trabalham em proximidade com os sindicatos UNI
para assegurar uma dimensão social à integração regional crescente e
para influenciar instituições como a União Europeia, o Mercosur, o ASEAN
na Ásia e a União Africana.
13
Estabelecendo padrões globais
Os escândalos nas empresas abalaram os EUA e a Europa, deixando
milhares sem emprego e danificando o crescimento económico. A
ganância dos executivos de topo criou uma tremenda brecha de salários
com os outros funcionários. O bom comportamento das multinacionais é
vital, dado o seu poder crescente e o domínio cada vez maior dos sectores
de mercado em todo o mundo.
Existem orientações para o comportamento das grandes empresas,
promovidas por organizações como a ILO, a Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico, o Compacto Global das
Nações Unidas. Os acordos globais entre o UNI e as multinacionais ajudam
a assegurar que uma empresa que se comporta bem em casa também se
comporta bem no estrangeiro.
Para que os acordos e as orientações sejam eficazes, os sindicatos
precisam de cooperar globalmente, e o UNI lançou uma campanha global
para organizar os trabalhadores nas multinacionais líderes. A Aliança do
Shoprite é uma delas.
Solidariedade global
O UNI está a construir uma rede global eficaz de sindicatos. O
Desenvolvimento UNI ajuda a formar sindicatos nas economias
emergentes para assegurar que os trabalhadores em todos os lugares
beneficiam da organização e negociação colectiva.
O UNI online presta acesso à Internet aos sindicatos em todos os quatro
continentes para encurtar a distância digital e fortalecer a rede UNI.
Temos um departamento de solidariedade que responde a pedidos de
assistência num prazo de 24 horas.
“UNI é o seu sindicato global. Fazemos campanha com os sindicatos e os
seus membros para desafiar uma economia globalizante.”
“Imagine um mundo de empregos, justiça e trabalho decente.”
Philip Jennings, Secretário-geral do UNI
14
COMÉRCIO UNIAFRICA
Na maior parte da região africana, o comércio é largamente dominado por
pequenas empresas, mercados e comerciantes informais. Uma das excepções
é a África Austral, onde importantes multinacionais regionais e outras grandes
empresas desempenham um papel importante. Reflectindo essas estruturas,
o foco do Comércio Uniafrica será:
• Promoção, organização, reconhecimento dos sindicatos, diálogo
social, negociação de acordos globais, e construção de estruturas
sindicais eficazes nos países e nas sub-regiões em foco.
• Encorajamento e promoção da inclusão dos comerciais informais
nos sindicatos de trabalhadores do comércio, desenvolvimento
de estruturas dentro dos sindicatos para estes trabalhadores, e
desenvolvimento de uma agenda e actividades para a promoção das
suas necessidades e interesses. Isto inclui trabalho de desenvolvimento
num modelo de comércio que utilize também as experiências positivas
do estabelecimento de organizações não-governamentais na região.
O UNI Comércio trabalhará nestas questões em cooperação próxima com o
departamento de desenvolvimento de sindicatos do UNI.
Fundada em 1925 como a primeira fundação política alemã, a Friedrich-EbertStiftung (FES) é uma organização privada sem fins lucrativos empenhada
nos valores da democracia social. A Fundação ostenta o nome do primeiro
Presidente democraticamente eleito do Reich alemão, Friedrich Ebert, e
procura preservar a sua herança política: a promoção
da liberdade, solidariedade e justiça social. A Fundação
persegue estas metas através dos seus programas de
educação política, cooperação internacional, bolsas de
estudo e pesquisa na Alemanha e no estrangeiro.
16