Formação de Pastagens - CRMV-RO

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Formação de Pastagens - CRMV-RO
CONSIDERAÇÕES SOBRE O PLANTIO E
ESTABELECIMENTO DE PASTAGENS
1
Claudio Ramalho Townsend
2
Newton de Lucena Costa
1
Ricardo Gomes de Araujo Pereira
Na tomada de decisão sobre a formação e/ou reforma de pastagens, vários aspectos
devem ser levados em consideração pelo pecuarista. Um dos pontos cruciais refere-se a
escolha da espécie(s) ou cultivar(es) a ser(em) plantada(s), para tanto se deve ter como
base o conhecimento prévio das condições de clima (temperatura e precipitação),
topografia e tipo de solo, histórico da área em relação a ocorrência de pragas, plantas
invasoras, e por meio de análise de solo determinar as características químicas e físicas
do solo, definindo-se a necessidade de preparo, correção e adubação do mesmo. Além
de se levar em conta a produtividade, o nível tecnológico (adubação e manejo da
pastagem etc.) e o tipo de produção a serem adotados na propriedade. As
espécies/cultivares de algumas gramíneas e leguminosas forrageiras disponíveis e
recomendadas para o cultivo nas condições de solo e clima de Rondônia, são
apresentadas logo a seguir, tais considerações servem como indicativo na escolha
destas, com relação à exigência em fertilidade de solo, tolerância a condições de
estresse hídrico, luminosidade e pragas, com ênfase a cigarrinhas-das-pastagens. Assim,
por exemplo, em área com solo de média a alta fertilidade natural, sem problemas de
alagamento, qualquer uma das cultivares de Brachiaria brizantha, seriam recomendadas
para a formação de pastagem. Já para uma situação de solo de baixa fertilidade, sujeito a
alagamento temporário, se poderia recomendar o plantio do Paspalum atratum cv. Pojuca
ou B. humidicola cv. BRS Tupi.
Características agronômicas de algumas gramíneas forrageiras recomendadas para
formação de pastagens em Rondônia.
Exigência
em
fertilidade
do solo
Gramíneas
Andropogon gayanus cv.
Planaltina
Tolerância a
Palatabilidade
Seca
Umidade
Sombra
Cigarrinhas
(bovídeos)
baixa
alta
baixa
baixa
alta
média/alta
média/alta
média
baixa
alta
alta
média/alta
média/alta
média
média
alta
média
média/alta
média/alta
média
média
alta
média
média/alta
baixa
alta
média
alta
média
média
baixa
alta
alta
alta
média
média
(Capim Andropogon)
Brachiaria brizantha cv.
Marandu
(Capim Braquiarão)
B. brizantha cv. Xaraés
(1)
(Capim Xaraés)
B. brizantha cv. BRS Piatã
(Capim Piatã)
B. dictyoneura
(Capim Dictioneuro)
B. humidicola cv. Comum e
1
Zootecnista, D. Sc., Pesquisador da Embrapa Rondônia, BR 364, km 5,5, Porto Velho, RO, CEP 78900970. e-mail: [email protected] e [email protected]
2
Engenheiro Agrônomo, D. Sc., Pesquisador da Embrapa Roraima, BR 174, km 8,0, Roraima, RR, CEP
69301-970. e-mail: [email protected]
BRS Tupi
(Capim Quicuio-da-Amazônia)
B. ruziziensis
(2)
(Capim Braquiaria)
Cynodon dactylon
baixa
baixa
alta
baixa
alta
alta
média
média
baixa
média
alta
alta
média
média
baixa
média
alta
média/alta baixa/média
baixa
média
média
alta
média/alta baixa/média
baixa
média
média
média/alta
(3)
(Capim Tifton e Cost-Cross)
C. nlenfluensis
média/alta
(3)
(Capim Estrela-Africana)
Panicum maximum cv.
Centenário
(Capim Centenário)
P. maximum x P. infestum cv.
Massai
(Capim Massai)
P. maximum cv. Mombaça
(Capim Mombaça)
P. maximum cv. Tanzânia-1
(Capim Tanzânia)
P. maximum cv. Tobiatã
(Capim Tobiatã)
P. maximum cv. Vencedor
(Capim Vencedor)
P. maximum cv. BRS Zuri
(Capim Zuri)
Paspalum atratum cv. Pojuca
(Capim Pojuca)
Pennisetum purpureum cv.
(3)
Pioneiro
alta
baixa/média
baixa
média
média
Alta
alta
baixa/média
baixa
média
média
Alta
alta
baixa
baixa
baixa/média
média
Alta
alta
baixa/média
baixa
média
média
Alta
alta
baixa/média
baixa
média
média
Alta
baixa/média
baixa
alta
alta
alta
Média
alta
baixa/média
baixa
baixa
média
alta
Média
média
média/alta
média
alta
Média
(Capim Elefante)
Setaria sphacelata
(Capim Setária)
(1) Disponível no mercado também como cultivar MG-5 Vitória e Toledo;
(2) Recomendada para produção de “palhada” em sistema de plantio direto;
(3) Plantio por meio de propágulos vegetativos (estolões/colmos).
Características agronômicas de algumas leguminosas forrageiras recomendadas para
formação de pastagens em Rondônia.
Leguminosas
Arachis pintoi
(Amendoim Forrageiro)
Calapogonium mucunoides
(Calapogônio)
Cajanus cajan
(Guandu)
Centrosema acutifolium
(Centrosema)
Tolerância a
Exigência
em fertilidade
do solo
Seca
Umidade
Sombra
Palatabilidade
(bovídeos)
média/alta
baixa
alta
alta
alta
baixa
baixa
média
média
baixa/média
alta
média
baixa
baixa
alta
baixa/média
média
média
alta
alta
C. brasilianum
baixa/média
(Centrosema)
C. macrocarpum
baixa/média
(Centrosema)
Desmodium ovalifolium
baixa
(Desmódio)
Leucaena leucocephala
alta
(Leucena)
Pueraria phaseoloides
baixa
(Puerária)
Stylosanthes guianensis cv. Bandeirante
baixa
(Estilosantes)
S. guianensis cv. Mineirão
baixa
(Estilosantes)
S. macrocephala cv. Pioneiro
baixa
(Estilosantes)
S. macrocephala+S. capitata cv. Campo
Grande
baixa
(Estilosantes)
média
média
alta
alta
média
média
alta
alta
alta
média
alta
baixa/média
baixa/média
baixa
média
alta
baixa/média
média
alta
média/alta
alta
baixa
média
alta
alta
baixa
média
alta
alta
baixa
média
alta
alta
baixa
média
alta
De qualquer forma, a “Diversificação das Pastagens” é condição a ser almejada em uma
propriedade, pois esta prática reduz vulnerabilidade quanto à queda de produtividade e
outros riscos típicos do mono cultivo (p.e. incidência de pragas e doenças); oportuniza
uma utilização racional dos diferentes tipos de solo; e permite o uso estratégico das
pastagens: categorias animais de maior exigência em pastos melhores, alternância
respeitando o período de florescimento, etc. O pecuarista que tiver áreas plantadas com
variedades diferentes não ficará sem opção porque sempre terá pastagens em boas
condições; o que não significa o cultivo simultâneo de várias gramíneas em uma mesma
área. A consorciação entre gramíneas e leguminosas compatíveis, como os exemplos
apresentados a seguir, representa uma alternativa, mesmo que temporária, de melhorar a
oferta de forragem (quantidade, qualidade e distribuição estacional) aos animais em
pastejo.
Associações compatíveis entre algumas gramíneas e leguminosas forrageiras para
formação de pastagens consorciadas indicadas às condições edafoclimáticas de
Rondônia.
Leguminosas
Gramíneas
Amendoim
Forrageiro
Desmódio
Estilosantes Mineirão
e Campo Grande
Marandu, Xaraés E Piatã
Ruziziensis
Tupi
Massai
Pojuca
Normalmente, o gasto na aquisição de sementes, representa um dos menores
componentes do custo de implantação de uma pastagem, entretanto, a qualidade destas
é um dos pontos chave no sucesso do estabelecimento da mesma. Desta forma, no
momento da compra das sementes, deve-se dar preferência àquelas originárias de
fornecedor idôneo e que apresente laudo de análise que comprove a qualidade do lote de
sementes, em consonância às normas e padrões de comercialização mínimos
determinados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em relação
germinação/viabilidade, pureza física, optando-se por lotes com maior valor cultural (VC),
pois a quantidade de semente a ser utilizada será menor, observando-se a relação
custo/benefício.
Algumas espécies forrageiras podem apresentar sementes com baixa germinação inicial,
em decorrência da dormência das mesmas. No caso das gramíneas, a exemplo das
espécies dos gêneros Brachiaria e Panicum, predomina a dormência do tipo fisiológica,
para superá-la o tempo de armazenamento (cerca de quatro a seis meses após a
colheita), sob condições adequadas, é capaz de promover a maturação fisiológica das
sementes e melhorar consideravelmente a germinação. Grande parte das leguminosas
possuem sementes duras, pois apresentam uma cobertura impermeável à penetração da
água que impede a germinação. Para romper este tipo dormência as sementes devem
ser previamente submetidas a um tratamento que promova a ruptura desta camada, e
assim, estimule a germinação das mesmas. Existem diferentes tipos de tratamento
(mecânicos, químicos e físicos) que são recomendados em função das características da
leguminosa, como se observa no quadro a seguir.
Métodos de quebra de dormência de sementes de algumas leguminosas
forrageiras.
Leguminosa
Arachis pintoi
(Amendoim Forrageiro)
Calapogonium mucunoides
(Calapogônio)
Centrosema acutifolium
(Centrosema)
Leucaena leucocephala
(Leucena)
Desmodium ovalifolium
(Desmódio)
Stylosanthes spp.
(Estilosantes)
Cajanus cajan (Guandu)
Pueraria phaseoloides
(Puerária)
Métodos de quebra de dormência
a) não necessita de quebra de dormência
a) imersão em ácido sulfúrico concentrado por 20 minutos
b) imersão em solução de soda caustica a 20% por 20 minutos
c) imersão em água fervente por 10 minutos
a) imersão em ácido sulfúrico concentrado por 7 minutos
b) imersão em solução de soda caustica a 20% por 10 minutos
0
c) imersão em água a 80 C por 10 minutos
a) imersão em ácido sulfúrico concentrado por 20 minutos
b) imersão em solução de soda caustica a 20% por 1 hora
0
c) imersão em água a 80 C por 5 minutos
0
a) imersão em água a 80 C por 5 minutos
a) imersão em ácido sulfúrico concentrado por 10 minutos
b) imersão em solução de soda caustica a 20% por 5 minutos
c) imersão em água fervente por 10 segundos
a) não necessita de quebra de dormência
a) imersão em ácido sulfúrico concentrado por 25 minutos
b) imersão em solução de soda caustica a 20% por 30 minutos
0
c) imersão em água a 80 C por 5 minutos
A prática de estabelecimento de pastagens em áreas de floresta vem tornando-se cada
vez mais restritiva dado ao elevado custo, e principalmente, as exigências legais vigentes,
em relação ao uso da terra e ao meio ambiente. Em situação em que esta prática se
justificar, obedecendo a todos os pré-requisitos legais, em relação às áreas de
preservação permanentes (APP) e reserva legal da propriedade, previstas no Código
Florestal; e em consonância com o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), o preparo
da área será precedido da retirada das espécies arbóreas de valor, com posterior
derrubada, queima da vegetação remanescente e encoivaramento ou enleiramento dos
resíduos da queimada, procurando-se obedecer as curvas de níveis da declividade do
terreno. Em áreas abertas, onde já foi estabelecida alguma cultura ou mesmo pastagem,
o preparo do solo deve propiciar condições ideais de plantio, germinação e
estabelecimento da pastagem.
A intensidade, o tipo de equipamento e o método de preparo do solo visam minimizar os
possíveis impactos ao meio ambiente, para tanto devem ser observadas as práticas de
conservação do solo em pastagens (p.e. terraceamento, curvas de nível e faixas de
contenção). A opção por uma determinada prática, que vão desde o preparo convencional
até o de plantio direto, com o mínimo revolvimento do solo, deve ter planejamento e na
execução inúmeros fatores são levados em consideração, os quais variam em função das
condições do terreno (topografia, do tipo e das condições física e química de solo), das
espécies e do nível infestação por plantas invasoras, resíduos vegetais, histórico de uso
da área e da forrageira a ser cultivada, bem como, da disponibilidade de maquinas e
equipamentos.
A maioria das forrageiras é bastante versátil em relação à época de plantio, podendo ser
iniciado com as primeiras chuvas (setembro) e estender-se até meados de março. A
época ideal deve coincidir com o período em que as chuvas já tenham se estabilizado
(outubro/novembro), quando a disponibilidade de água no solo é adequada à germinação,
sem o risco de ocorrência déficit hídrico, que possa prejudicar o estabelecimento das
plântulas.
Existem diferentes métodos de plantio, indicados a condições distintas, levando-se em
consideração, entre outros fatores, a topografia do terreno, a espécie forrageira, a
utilização da pastagem, a disponibilidade de mão-de-obra, de maquinas e equipamentos
na propriedade. Assim no plantio a lanço as sementes são distribuídas manualmente ou
por semeadeira ou, mesmo, por avião, sobre a superfície do solo, e em seguida
incorporadas (enterradas) por meio de gradagem leve (grade niveladora totalmente
travada), observando-se as quantidade e profundidade indicadas para cada espécie,
evitando-se que as sementes sejam enterradas em demasia. Logo após passar um rolo
compactador de ferro ou pneus, que propicia melhor contato das sementes com o solo, e
com isto, favorece as condições de germinação, o arraste de galhos de árvores sobre o
solo pode contribuir para tanto. Sementes pequenas, como as de Stylosanthes, não
necessitam ser incorporadas ao solo. No plantio em linhas, com o uso de semeadeira ou
matraca, a cobertura das sementes se dá automaticamente, o espaçamento entre linhas
será o menor possível, oscilando entre 10 e 50 cm, em função da forrageira e do
equipamento utilizado.
Densidade e profundidade de semeadura de algumas gramíneas forrageiras sob
diferentes condições de plantio.
Gramíneas
Andropogon gayanus cv. Planaltina (Capim Andropogon)
Profundida Densidade de semeadura
(1)
de de
Pontos de VC/ha
(2)
plantio
Condições de plantio
(cm)
ótima
média
ruim
0,5 a 1,0
250
350
450
Brachiaria brizantha cv. Marandu (Capim Braquiarão)
2,0 a 4,0
300
400
500
B. brizantha cv. Xaraés (Capim Xaraés)
1,0 a 3,0
350
450
550
B. brizantha cv. BRS Piatã (Capim Piatã)
1,0 a 3,0
400
450
550
B. dictyoneura (Capim Dictioneura)
1,0 a 3,0
300
400
500
B. humidicola cv. BRS Tupi (Capim Qucuio-da-Amazônia)
1,0 a 3,0
300
400
500
B. ruziziensis (Braquiaria)
1,0 a 2,0
200
300
400
Panicum maximum cv. Centenário (Capim Centenário)
2,0 a 4,0
260
320
450
P. maximum x P. infestum cv. Massai (Capim Massai)
0,5 a 2,5
250
350
450
P. maximum cv. Mombaça (Capim Mombaça)
0,5 a 2,5
280
350
450
P. maximum cv. Tanzânia-1 (Capim Tanzânia)
0,5 a 2,5
250
350
450
P. maximum cv. Tobiatã (Capim Tobiatã)
0,5 a 2,5
250
350
450
P. maximum cv. Vencedor (Capim Vencedor)
0,5 a 2,5
250
350
450
P. maximum cv. BRS Zuri (Capim Zuri)
0,5 a 2,5
250
350
450
Paspalum atratum cv. Pojuca (Capim Pojuca)
1,0 a 3,0
200
300
400
Setaria sphacelata (Capim Setária)
1,0 a 4,0
200
300
a) semeadura com avião aumentar a em 50% a densidade;
b) semeadura a lanço aumentar a em 30% a densidade;
c) pastagens consorciadas reduzir de 20 a 30% a densidade de semeadura da gramínea;
d) em solos arenosos aumentar a profundidade de semeadura.
400
Quando a densidade de semeadura for pequena (menos de 10 kg/ha), é conveniente
proceder a pré-misturas das sementes com calcário, fosfato de rocha, superfosfato
simples, esterco seco e moído, a fim de aumentar o volume, o que facilita a regulagem
dos equipamentos de semeadura e propicia a distribuição uniforme das sementes. A
mistura com fertilizantes acidificantes (sulfato de amônia, cloreto de potássio, uréia) deve
ser evitada, pois provocam a morte das sementes; se vier a ocorrer, a distribuição no solo
será o mais breve possível, se possível no mesmo dia.
No estabelecimento de pastagens consorciadas entre leguminosas e gramíneas, reduzir
de 20 a 30% a taxa de semeadura da gramínea acompanhante, levando em
consideração as recomendações para cada espécie.
Densidade e profundidade de semeadura de algumas leguminosas forrageiras sob
diferentes condições de plantio.
Densidade de semeadura
Profundidad
e de plantio
(cm)
Leguminosas
Arachis pintoi (Amendoin Forrageiro)
(a)
2,0 a 4,0
Calapogonium mucunoides (Calapogônio)
(b)
kg/ha (VC de 90%)
(1)
(2)
Condições de plantio
ótima
média
ruim
8
10
12
1,0 a 3,0
2
3
4
2,0 a 4,0
10
20
30
1,0 a 2,5
3
4
5
1,0 a 2,5
3,5
4,5
5,5
1,0 a 2,5
3
4
5
0,5 a 2,0
2
3
4
1,0 a 4,0
15
20
25
1,0 a 2,5
3
4
5
0,5 a 1,0
3
4
5
1,0 a 2,0
1
2
3
0,5 a 1,0
3
4
5
S. macrocephala+S. capitata cv. Campo Grande (Estilosantes)
0,5 a 2,0
a) sementes não necessitam de quebra de dormência;
b) sementes necessitam de quebra de dormência;
c) semeadura com avião aumentar a em 50% a densidade;
d) semeadura a lanço aumentar a em 30% a densidade;
e) em solos arenosos aumentar a profundidade de semeadura.
2
3
4
Cajanus cajan (Guandu)
(a)
Centrosema acutifolium (Centrosema)
C. brasilianum (Centrosema)
(b)
(b)
C. macrocarpum (Centrosema)
(b)
Desmodium ovalifolium (Desmódio)
Leucaena leucocephala (Leucena)
Pueraria phaseoloides (Puerária)
(b)
(b)
(b)
Stylosanthes guianensis cv. Bandeirante (Estilosantes)
S. guianensis cv. Mineirão (Estilosantes)
(b)
(b)
S. macrocephala cv. Pioneiro (Estilosantes)
(b)
(b)
Para se determinar a quantidade de semente a ser utilizada no plantio leva-se em
consideração o valor cultural (VC) do lote de sementes, bem como, as condições de
plantio, conforme os cálculos:
Densidade ou taxa de semeadura em kg/ha
Densidade de semeadura
=
(kg/ha)
VC (%) =
SPV x 100
VC
ou
Pontos de VC
VC
PxG
100
Onde:
SPV = sementes puras viáveis (VC 100%) em kg/ha recomendada para a espécie;
VC = valor cultural do lote de sementes;
P = pureza física das sementes;
G = germinação (teste de germinação) ou viabilidade (teste do tetrazólio) das sementes.
Condições de plantio em relação:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
k)
l)
preparo de solo;
potencial de plantas invasoras;
equipamentos a serem utilizados;
época de plantio;
condições climáticas (precipitação e temperatura);
fertilidade do solo;
contato entre as sementes e solo (compactação);
suscetibilidade a erosão do solo (topografia);
uso da pastagem;
semeadura aérea aumentar a em 50% a densidade;
em solos arenosos aumentar a profundidade de semeadura;
pastagens consorciadas reduzir de 20 a 30% a densidade de semeadura da gramínea
Quando se utiliza sementes revestidas, obtidas após a peletização, encrustamento ou
nucleação com uma camada de carbonato, fosfato e outros, deve-se considerar que
esses produtos representam cerca de 60% a 70% do peso do lote de sementes, sendo
necessário descontá-lo para calcular a taxa de semeadura.
O acompanhamento periódico da pastagem em sua fase de estabelecimento se faz
necessário a fim de identificar possíveis ocorrências de pragas (lagartas, cupins,
formigas, entre outras), plantas invasoras, deficiências na germinação e desenvolvimento
das plantas, e assim, providenciar as medidas de controle. A densidade de plântulas
germinadas pode ser um bom indicativo do estabelecimento, com valores adequados
oscilando entre 10 a 20 plântulas/m 2 para as gramíneas com sementes de tamanho
médio (p.e. Brachiaria spp) e de 25 a 50 plântulas/m2 para as sementes pequenas (p.e.
Panicum spp).
O primeiro pastejo ou de formação tem por objetivo evitar o acamamento, reduzir a
competição entre plantas, estimular a emissão de novas folhas perfilhos/estolões e
raízes, e assim propiciar uma rápida e adequada cobertura de solo. Será realizado antes
da emissão da inflorescência, cerca de 60 a 90 dias após a emergência das plantas,
dependendo das condições climáticas e do desenvolvimento das plantas, dando-se
preferência por animais jovens (leves), mantidos sob alta lotação, em um curto período de
ocupação (não superior a 10 dias), permitindo uma desfolha leniente, sem prejudicar
rebrota posterior e o pleno estabelecimento da pastagem, que passará a ser utilizada
normalmente.

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