dürr brasil 50 anos de dedicação ao cliente

Transcrição

dürr brasil 50 anos de dedicação ao cliente
DÜRR BRASIL
50 ANOS DE DEDICAÇÃO
AO CLIENTE
1964
1965
1966
1967
1968
1969
1970
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
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1982
1983
1984
1985
1986
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1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
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2009
2010
2011
2012
2013
2014
50 Anos Dürr Brasil
SAUDAÇÕES DE RALF W. DIETER
CONTEÚDO
PREZADOS CLIENTES, PARCEIROS COMERCIAIS, FUNCIONÁRIOS E LEITORES,
Saudações de Ralf W. Dieter . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
50 anos atrás, Heinz Dürr tomou uma decisão de difícil previsão. Como a Volkswagen
Dürr Brasil hoje . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
estrangeira da companhia – Dürr Brasil Ltda., ou Dürr do Brasil S.A. Equipamentos
Entrevista com CEO: Roberto Tkatchuk . . . . . . . . . . . . 6
em São Paulo precisava de um parceiro confiável, ele formou a primeira subsidiária
Industriais, como era conhecida na época.
Naquela época, entrar na América Latina estava muito longe da escolha óbvia – era
Saudações de Heinz Dürr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
promissor, porém cheio de incertezas. Hoje, estamos agradecidos de que a Dürr Brasil
Dürr Brasil – cronologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
importantes para nossos clientes e, portanto, também para nós.
Vasta linha de produtos, sistemas e serviços . . . . . . 26
A fundação da companhia foi o começo da expansão mundial da Dürr. Esta decisão
Declarações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
extremamente internacional, de qualidade altamente valorizada por nossos clientes.
O que a Dürr significa para você?
começou o seu trabalho em Novembro de 1964, pois o Brasil é um dos mercados mais
estratégica ainda define a nossa cultura corporativa hoje. A Dürr é uma companhia
Uma das forças da Dürr Brasil é a sua adaptabilidade – isto é tão verdadeiro hoje como
era há 50 anos. A companhia continua a se desenvolver de forma bem sucedida com
a equipe de gestão de Roberto Tkatchuk. Nós estamos expandindo a nossa gama de
serviços, avançando com nossa integração na rede global da Dürr e aumentando as
nossas especialidades locais em São Paulo. A Dürr Brasil possui uma base forte e está
determinada a continuar a sua longa história da companhia ainda por muitos anos.
Desejo a todos os gerentes e funcionários bastante sucesso nesta jornada.
Saudações
RALF W. DIETER
CEO of Dürr AG
1964 » 1965 »1966 » 1967 » 1968 » 1969 » 1970 » 1971 » 1972 » 1973 » 1974 » 1975 » 1976 » 1977 » 1978 » 1979 » 1980
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» 1998 » 1999 » 2000 » 2001 » 2002 » 2003 » 2004 » 2005 » 2006 » 2007 » 2008 » 2009 » 2010 » 2011 » 2012 » 2013 » 2014 »
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50 Anos Dürr Brasil
DÜRR BRASIL HOJE
PERTO DO
CLIENTE
DÜRR BRASIL HOJE
UMA BOA COMBINAÇÃO
global. Localidades comerciais na Alemanha, China, Estados
para aplicações de colagem e vedação. Nós expandimos nossas
Nas últimas cinco décadas, a Dürr Brasil se adaptou satisfatoria-
Unidos e outros países suportam a Dürr Brasil com tecno-
capacidades e competências. Na área de montagem e instalação,
mente às muitas mudanças no mercado. A companhia acumu-
logia de ponta, prática e outras especialidades. Processos e
nós construímos uma equipe forte de mais de 50 funcionários.
lou bastante experiência, a qual foi passada pelos funcionários
sistemas TI globais formam a espinha dorsal da cooperação
Nossas instalações de produção em São Paulo também foram
mais antigos aos seus colegas mais novos. Em vista do recente
internacional dentro do Grupo. Elas asseguram a comunicação
expandidas e equipadas com novas maquinas automáticas de
aumento em nossa força de trabalho, nós nos esforçamos para
rápida e divisão eficiente do trabalho. Cerca de 50 % da comu-
dobra e de solda a laser.
promover a transferência desse conhecimento. Hoje, a Dürr Brasil
nicação de nossos funcionários com colegas consiste na troca
emprega cerca de 330 pessoas; mais de 60 % delas ingressaram
com outras localidades. Muitos engenheiros da Dürr Brasil
na companhia nos últimos dois anos. Elas trouxeram competências
são enviados à Alemanha, China e outras localidades do Grupo
EMPREGADOR POPULAR
importantes tais como idiomas, novas tecnologias e habilidades
para treinamento ou coordenação de projetos. Por sua vez, a
Concentrado em engenharia, execução de projetos e serviços, a
interculturais. O pessoal da Dürr Brasil representa uma boa combi-
Dürr Brasil recebe engenheiros da Dürr de todo o mundo para
nossa atividade depende dos nossos colaboradores. Nós coloca-
nação do jovem e do antigo, experiência e inovação.
suportar projetos, compartilhar seus conhecimentos e assim
mos uma ênfase especial sobre o cliente, experiência e compro-
contribuir para o desenvolvimento do pessoal de São Paulo.
metimento do nosso pessoal. A tecnologia de ponta, abordagem
internacional e integração dentro de um grupo global, além da
FORÇA LOCAL – REDE GLOBAL
cultura corporativa orientada para a equipe, nos torna um em-
Os funcionários de São Paulo estão bem perto dos clientes na
GRANDE VARIEDADE
pregador atraente. Uma pesquisa de funcionários recentemente
América do Sul e conhecem o mercado. Estamos rapidamente
Pintura, colagem, montagem e limpeza, bem como balancea-
conduzida mostra que nossos funcionários reconhecem a Dürr
no site quando é necessário e oferecemos soluções e serviços
mento, enchimento, testes e tecnologia ambiental: a Dürr Brasil
Brasil como um empregador confiável, e a identificam como a
que atendem as exigências locais. Ao mesmo tempo, a Dürr
oferece a seus clientes locais um amplo espectro de tecnologia
“sua” companhia e desejam atingir o topo da carreira aqui.
Brasil é uma peça importante dentro do Grupo. Nós combina-
Dürr a partir de uma única fonte. Além disso, há uma vasta gama
mos a nossa força local com a eficiência da organização Dürr
de serviços tais como o centro de treinamento recém lançado
Volume de negócio Pessoal
cerca de 200 milhões Euros (2013)
327 (06/2014)
Instalações de produção
5000 metros quadrados
Gerência
Roberto Tkatchuk (CEO)
Roberto Adriano (CFO)
Paulo Sentieiro (venda)
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50 Anos Dürr Brasil
ENTREVISTA COM CEO
“MAIS
EFICIÊNCIA”
ENTREVISTA COM ROBERTO
TKATCHUK, CEO DA DÜRR
BRASIL DESDE 2006
A DÜRR BRASIL CONSEGUE REMEMORAR 50 ANOS BEM MOVI-
aprovadas que são adaptadas de acordo com suas necessidades
Dürr – não somente sistemas de pintura, mas também tec-
MENTADOS. QUAIS FORAM AS CONSTANTES DURANTE TODO
no local. Aproveitando a nossa organização de compras global,
nologias de balanceamento e limpeza, bem como sistemas de
ESSE TEMPO? COMO O SR. PODE CARACTERIZAR A SUA EMPRE-
também podemos tirar proveito de fornecedores confiáveis do
testes, enchimento e montagem. E não podemos esquecer da
SA PELA PERSPECTIVA ATUAL?
exterior e da rede de produção internacional da Dürr. Um outro
tecnologia ambiental e da eficiência de energia, uma área que
fator é que, aqui no Brasil, nós temos uma vasta gama de clien-
tem um papel chave em fazer com que os processos de produção
Uma constante é a habilidade em se adaptar às mudanças no
tes diferentes de todas as partes do mundo. Se, por exemplo, um
se tornem mais sustentáveis no Brasil. O fato de oferecermos
mercado. Desde o princípio, em 1964, nossos fundadores nos
cliente da Alemanha planeja um projeto no Brasil, nós podemos
todo o espectro da Dürr sob um mesmo teto oferece vanta-
deram muita flexibilidade e a ambição de encontrar uma solução
cooperar com nossos colegas alemães para entender completa-
gens aos nossos clientes. Nós podemos aconselhá-los sobre as
para qualquer desafio. Além disso, nós sempre colocamos uma
mente o cliente e desenvolver a melhor solução possível para ele.
suas necessidades básicas porque estamos familiarizados com
grande ênfase sobre a qualidade e confiabilidade – talvez este seja
o “elemento alemão” na Dürr Brasil. Nossos clientes de beneficiam
as atividades relacionadas ao longo da cadeia de valores. Por
E QUAL É O PAPEL DESEMPENHADO PELOS SERVIÇOS?
pelo fato de que temos familiaridade com os mercados no Brasil
exemplo: se um cliente está interessado em sistemas de montagem final, nós podemos envolver especialistas para sistemas
e na América do Sul por 50 anos. Nossa posição hoje nos permi-
Estamos expandindo a nossa gama de serviços como parte da
te fornecer o suporte máximo a nossos clientes. Recentemente,
estratégia de grupo “Dürr 2017”. Afinal de contas, o início da
de enchimento e testes a partir de nossas sedes vizinhas.
nós expandimos as nossas instalações de manufatura e criamos
produção é apenas o começo. Os clientes querem que a sua
VAMOS CONCLUIR COM UMA VISÃO DO FUTURO. PODE
equipes adicionais, por exemplo, para instalação. Nós temos uma
produção seja 100% eficiente, e o nosso trabalho é fazer com
SER DIFÍCIL PREDIZER A POSIÇÃO DA DÜRR BRASIL EM
boa combinação de pessoas jovens e antigas, bem como energia e
que isso seja alcançado, por exemplo, assegurando uma entre-
UM PERÍODO DE 50 ANOS. MAS O QUE O SR. ACHA DOS
experiência, e estamos mais intimamente integrados do que antes
ga rápida das peças sobressalentes e tempos de resposta mais
PRÓXIMOS CINCO A DEZ ANOS? QUAIS SÃO SEUS PLANOS?
com a rede Dürr internacional.
rápidos, ou fornecendo uma consultoria pró-ativa. Além disso,
oferecemos treinamento para o operador local para o qual acabou
Ainda que isso possa ser difícil, eu vou começar com os pró-
COMO OS SEUS CLIENTES SE BENEFICIAM DA INTEGRAÇÃO
de ser instalado o local das novas instalações de treinamento
ximos 50 anos dizendo que faremos o que pudermos para
DA DÜRR BRASIL COM A REDE DÜRR INTERNACIONAL?
em São Paulo, por exemplo, na área de tecnologia da colagem.
garantir que a Dürr Brasil irá comemorar o seu centésimo
Pequenas conversões de plantas também são muito importantes.
aniversário no melhor da sua forma. Porém, o futuro imedia-
Mais eficiência em termos de execução do pedido! Quando nós
Estas são realizadas com precisão cirúrgica e com disponibilidade
to é claro que será mais previsível. Nós queremos permanecer
construímos uma linha de pintura, por exemplo, podemos contar
imediata, mesmo quando as agendas estão bastante apertadas.
como parceiro confiável para a indústria automobilística. Além
com a experiência de especialistas da Dürr de muitos países. O
disso, iremos expandir o nosso negócio com outros setores.
Grupo possui processos comerciais e estruturas de TI globais.
A DÜRR FREQUENTEMENTE É ASSOCIADA A SISTEMAS
Nós tempos bons produtos, por exemplo, nas áreas de ba-
Nós podemos então contar com o suporte de outras localidades
DE PINTURA. QUE OUTRAS ATIVIDADES DO GRUPO SÃO
lanceamento, limpeza, tecnologia ambiental e de aplicação. E
comerciais ao redor do mundo quando necessário. Os produtos
REPRESENTADAS NO BRASIL?
ofereceremos aos nossos clientes um serviço ainda melhor. A
da Dürr também podem ser usados no mundo inteiro. Como
resultado disso, nossos clientes recebem soluções testadas e
moral da história é que nós manteremos a nossa promessa aos
Na Dürr Brasil, os clientes têm acesso a toda a variedade
nossos clientes: “Liderança em Produção com Eficiência”.
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50 Anos Dürr Brasil
SAUDAÇÕES DE HEINZ DÜRR
“ DEUS É
BRASILEIRO”
ESTIMADOS SENHORAS
E SENHORES,
A Dürr do Brasil é a primeira companhia de produção
que nós montamos no exterior. Hoje, em qualquer lugar
do mundo onde carros são construídos, a Dürr está lá. A
Dürr do Brasil foi a pioneira. Com a entrada no mercado
brasileiro, nós mostramos aos nossos clientes que a
Dürr podia atuar em um nível internacional. Isso também
provou que podíamos lidar com grandes projetos tais
como, naquela época, a construção da linha de pintura
para a VW em São Bernardo do Campo. Sem o exemplo
da Dürr do Brasil, a formação de outras companhias, por
exemplo, no México (1966), África do Sul (1970) e Estados
Unidos (1970), não teria acontecido.
Eu gostaria de agradecer a todos os funcionários que
estiveram envolvidos no sucesso da Dürr do Brasil.
A companhia não teria sido capaz de se desenvolver
como o fez sem o trabalho dedicado dos meus parceiros
brasileiros Carlos Wiegand e Sergius Erdelyi, bem como
toda a equipe administrativa. Os negócios não foram
sempre bem-sucedidos; nós também tivemos que
superar tempos difíceis. Mas houve alguns anos quando
a Dürr em Stuttgart foi suportada pelos lucros da Dürr do
Brasil. E quando os tempos foram realmente difíceis, nós
lembramos do lema “Deus é Brasileiro”.
Felicidades
HEINZ DÜRR
Presidente Honorário do Conselho Supervisor da Dürr AG
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50 Anos Dürr Brasil
CRONOLOGIA
DÜRR BRASIL –
CRONOLOGIA
“O BRASIL É UM PAÍS DISTANTE, MAS MUITA
COISA ESTÁ ACONTECENDO LÁ”
UM BANQUEIRO ALEMÃO, 1964
1961: Heinz Dürr viaja para o
Brasil para promover a Dürr. O jovem
diretor da Alemanha dá uma palestra no “Clube Transatlântico“ sobre o
tema da tecnologia da fosfatização.
1957: A Dürr assina um acor-
do de cooperação com a companhia
brasileira Gema, a qual produz ventiladores e sistemas de ventilação. A Gema
fabrica e vende máquinas “sob a licença
da Otto Dürr, Stuttgart/Alemanha“. O
negócio de sistemas de fosfatização
para pré-tratamento de carrocerias de
carros se desenvolve muito bem. Pela
primeira vez, Heinz Dürr viaja para o
Brasil por dois meses para inspecionar
o comissionamento de um sistema de
fosfatização fabricado pela Gema.
1960: Companhias tais como
Mercedes-Benz, Willys Overland,
Rolls-Royce, Bendix, Campos Salles
e Hobart-Dayton do Brasil solicitam
cabines de pintura para suas plantas
brasileiras. A Dürr e a Gema desenvolvem um novo processo para limpeza e
proteção de metais contra corrosão.
1957–1964: A produção
automobilística no Brasil ganha ritmo
nos anos 1950s, mais de 1 milhão de veículos são construídos entre 1957 e 1964.
As primeiras montadoras são FNM, VW,
Ford, GM, Mercedes-Benz, Willys Overland, Toyota, Verag, International Harvester,
Karmann-Ghia, Scania Vabis e Simca.
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50 Anos Dürr Brasil
CRONOLOGIA
1963: Estabelecida no Brasil
desde 1953, a VW agora fabrica 500
carros por dia. A montadora quer dobrar
a sua produção em 1970. Para isso, a
VW planeja expandir a sua planta de
São Bernardo do Campo em São Paulo
a um custo de 100 milhões de dólares,
criando cerca de 6.000 novos empregos.
A VW escolhe a Dürr como seu fornecedor para a nova linha de pintura.
Apesar do bom retrospecto da Dürr na
Alemanha, o emprego no Brasil está
ainda passando por altos e baixos:
embora a Dürr tenha experiência com
a tecnologia de fosfatização e revestimento por imersão, ela nunca construiu
uma cabine de pintura, quanto mais um
sistema completo de linha de pintura.
No entanto, Heinz Dürr aceita o desafio
– especialmente devido ao alto volume
do pedido. Juntamente com o projetista
Wolfgang Müller, ele começa a trabalhar
nos desenhos e logo obtém uma licença
para construir uma cabine de pintura.
O gerente de site da VW Heuss aconselha a Dürr a convidar a companhia
brasileira Erfa S.A. além da Gema
para implementar o enorme pedido
em São Bernardo do Campo. A Erfa é
especializada na produção de peças de
aço e chapas de metal. A companhia
tem como proprietário o antigo chefe
da Gema Carlos Wiegand, bem como
o entusiasta pela arte e tecnologia
Sergius Erdelyi (foto). Tendo emigrado da
Áustria em 1953, o engenheiro mecânico chegou ao Brasil com 20 patentes.
A Dürr do Brasil é instalada no “Condomínio Nacional”, um prédio localizado
na Avenida Paulista no. 2073, situado no
centro comercial de São Paulo. A gerência é encabeçada por Sergius Erdelyi
e Carlos Heinrich Wiegand. As instalações são um turbilhão de atividades e
reuniões; escritórios adicionais são logo
alugados para a equipe de cerca de 20
desenhistas e especialistas projetistas.
Há 50 anos, Brasil e Alemanha pareciam
muito mais distantes do que hoje. Não
existiam conexões para telefone fixo,
nem fax, nem internet, nem e-mail. A
comunicação era bastante limitada e
quase mínima, como se pode ver em um
telegrama que Heinz Dürr enviou ao seu
pai: “Preciso fundar uma companhia!
Envie o Kees* e 20.000 Francos Suíços!”
*Jörg Kees era o advogado da Dürr em
Stuttgart.
No começo, os escritórios na Dürr do
Brasil estavam cheios de mesas de
desenho, as quais eram usadas para desenhar cabines de pintura, máquinas de
limpeza, fornos e muitas outras coisas. O
trabalho era marcado pelo silêncio, concentração e um alto nível de precisão.
Quanto mais precisos eram os desenhos, mais fácil era a fabricação dos
produtos. As mesas de desenho eram
inclináveis e podiam suportar folhas A0.
Elas eram equipadas com réguas, esquadros de desenho, escalas e canetas
diferentes. Hoje em dia, tudo é criado no
computador com a ajuda de programas
CAD; naquela época, os desenhos eram
produzidos manualmente no papel.
1964: A Dürr decide formar sua própria companhia no
Brasil para o pedido da VW. A primeira etapa é construir um
escritório de engenharia. A “Dürr do Brasil S.A. Equipamentos
Industriais” é oficialmente fundada em 11 de dezembro: a primeira companhia de produção da Dürr fora da Alemanha começa
suas operações, juntamente com a Gema e Erfa como acionistas
minoritários. A foto mostra os senhores Dieter Weigt, Sergius
Erdelyi, Heinz Dürr, Carlos Wiegand (da esquerda para a direita).
Quando Otto Dürr e Heinz Dürr planejaram estabelecer a Dürr do Brasil, os
grandes bancos foram céticos. Os dois
empreendedores finalmente conseguiram um pequeno banco cooperativo
em Stuttgart-Feuerbach, onde obtiveram a garantia exigida de 500.000
marcos alemães. Heinz Dürr recorda:
“O gerente deste pequeno banco disse:
o Brasil fica muito longe daqui, mas
muita coisa está acontecendo por lá”.
13
50 Anos Dürr Brasil
CRONOLOGIA
1967: No começo, a Dürr tem suas máquinas feitas na Erfa no bairro de Cidade Ademar. Como os negócios vão
crescendo rapidamente, logo a Dürr decide ter a sua própria fábrica. Localizada em Jurubatuba, no bairro mais ao sul
de Santo Amaro, na Rua vinte e três no. 64. O bairro de Jurubatuba era relativamente subdesenvolvido naquela época.
Quando Heinz Dürr explicou ao seu pai que ele queria construir lá, a resposta foi inevitável: “Você está louco? Aquilo parece
um deserto”. No entanto, Otto Dürr deu o seu consentimento porque enxergou as oportunidades que o mercado brasileiro
oferecia. Heinz Dürr comprou o terreno e os prédios da companhia alemã Schlieker, que estava em estado de falência.
Para começar, não haviam linhas telefônicas em Jurubatuba nessa época, então a equipe se comunicava com o escritório
na Avenida Paulista via rádio. Um mensageiro entregava os desenhos desde o centro da cidade até a fábrica todos os dias.
Este trecho está em um jornal informando sobre a tecnologia da Dürr na
VW em São Bernardo do Campo: “Esta é
a primeira vez na América Latina que carrocerias de carro são revestidas usando o
processo automatizado de eletro-revestimento, durante o qual 120.000 litros de
tinta são aplicados em grandes tanques.
A linha tem uma extensão total de 740
metros. Dizem que este é o equipamento
mais moderno existente no mundo.”
1966: A Dürr adquire a
Erfa S.A., bem como a companhia de tecnologia de soldagem
“Soltronic Industrial e Comercial
Ltda.”.
1970: A Dürr é líder de mercado no Brasil, rece-
bendo grandes pedidos da GM, Mercedes do Brasil, VW do
Brasil e de detentores de licenças brasileiras. Em 1968,
uma revista brasileira informa: “Aproximadamente 80%
dos novos veículos produzidos no Brasil são pintados com
tintas feitas na subsidiária da Otto Dürr KG em São Paulo.”
A Dürr do Brasil também produz para clientes externos.
Aquecedores de ar, por exemplo, são exportados para linhas
de pintura automotiva na Alemanha, Reino Unido e Itália.
A Dürr forma o empreendimento conjunto “Stotz do Brasil Equipamentos de
Transporte Ltda.” junto com a companhia de transportadores alemã Stotz
AG. A Dürr também disponibiliza uma
companhia de montagem, a “Intermont Projetos e Montagens Industriais
Ltda.”, com o propósito de expandir
as suas instalações de montagem.
Um pouco antes do Natal, um grande incêndio destrói a ala
13 na VW em São Bernardo do Campo. A coluna de fumaça
pode ser vista a uma distância de 20 quilômetros. Uma linha
de pintura recentemente instalada pela Dürr também foi
destruída pelas chamas – uma enorme perda, pois a nova
tecnologia montada na VW a diferencia da concorrência. A
Dürr comprova a sua confiabilidade em tempos de crise, não
medindo esforços para suportar a VW na reconstrução da
fábrica destruída pelo incêndio. Muitos dias são gastos construindo uma linha de pré-tratamento improvisada, enquanto
cabines de pintura que foram descartadas são reinstaladas.
Como resultado, a VW pôde iniciar a pintura novamente já
em Janeiro de 1971. Posteriormente, um sistema de pintura
por imersão eletroforética que originalmente estava reservada para a VW em Wolfsburg, é enviada a partir da Alemanha.
15
50 Anos Dürr Brasil
CRONOLOGIA
1972: A Dürr entrega uma
das maiores linhas de pintura jamais construída à General Motors do
Brasil em São José dos Campos.
1971: Volkswagen coloca um
pedido com a Dürr para a construção
de uma linha completa de pintura
de carrocerias de carro – o quarto
projeto deste tipo da Dürr no Brasil. Com um comprimento de 800
metros, essa é a linha de pintura
mais comprida do Brasil até hoje;
90% dos materiais necessários são
conseguidos no Brasil; somente a
tecnologia de medição e controle
está vindo da Dürr em Stuttgart.
Sergius Erdelyi se aposenta da
companhia. Desde então, ele tem
se dedicado à agricultura e artes.
1973: Devido à crescente força
de trabalho, a Dürr muda da Avenida
Paulista para o local da fábrica em
Jurubatuba. Isso também melhora a
cooperação entre os departamentos.
A foto mostra o refeitório do pessoal.
1974: A Dürr do Brasil comemora
o seu décimo aniversário. A companhia, que agora emprega 400 pessoas,
estabeleceu seu nome como especialista
nas tecnologias de pintura, fosfatização
e limpeza; 4.000 toneladas de aço são
processadas na produção a cada ano.
Palavras de felicitação da Dürr Alemanha: “Dez anos podem significar muito
ou pouco na vida de uma companhia.
Pouco, se ela foi fundada antes da virada
do século e se está se movendo na
direção do seu centésimo aniversário;
muito, se são seus primeiros dez anos
e considerando que esses anos foram
passados no Brasil. A enorme expansão
econômica daquele país define novos
padrões para o desenvolvimento de uma
companhia em qualquer outro lugar.” A
foto acima mostra (da esquerda para a
direita): Heinz Dürr, Sergius Edelyi, Sr.
Lippkorn, Carlos Wiegand, Otto Dürr.
Depois do aniversário, a Dürr recebe pedidos para fabricar dez linhas
de pintura completas, além de vários
pedidos de pequeno e médio porte
no Brasil. Quase não existe no Brasil
um carro que não tenha sido pintado usando a tecnologia da Dürr.
1976: A fábrica mais moder-
na da Fiat é aberta em Betim (Minas
Gerais). Toda a tecnologia de pintura
e vedação foi suprida pela Dürr, enquanto que a Stotz instalou um sistema
transportador motorizado de 6 quilômetros, o maior da América Latina.
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50 Anos Dürr Brasil
CRONOLOGIA
1994: Carlos
Wiegand deixa a Dürr
após 30 anos de
serviços dedicados.
1978: As com-
1988: A Dürr do Brasil conclui
panhias da Dürr – Soltronic e Stotz – se unem
e começam a operar
com o nome Solstotz.
1977: A subsidiária Soltronic da
Dürr é considerada a maior companhia
com tecnologia de soldagem do Brasil.
um grande projeto para o fabricante de
pneus Michelin em Campo Grande (Mato
Grosso do Sul). Outro pedido grande da
Marcopolo foi concluído com sucesso
em Caxias do Sul (Rio Grande do Sul).
1980s: A Dürr do Brasil opera
cruzando as fronteiras nacionais.
Equipamentos para Mercedes-Benz,
VW e Siderca são entregues na Argentina, Chile e Venezuela. Isto também
significa mais designações estrangeiras
para a equipe de serviços da Dürr.
1982/1984: A Dürr
fornece dois sistemas de eletroforese à VW como parte de um projeto de modernização abrangente.
1990: No começo dos anos
1990s, o Brasil sofre com a hiperinflação. As medidas drásticas tomadas
pelo Presidente Collor de Mello colocam uma tensão sobre a economia.
1989: A Dürr participa do 1º
Congresso Brasileiro de Plantas,
Máquinas e Equipamentos em São
Paulo, como expositor e patrocinador.
19
50 Anos Dürr Brasil
CRONOLOGIA
1995: A Dürr é solicitada a
modificar a linha de pintura B na
VW em São Bernardo do Campo;
novas cabines de pintura são
instaladas na linha de pintura A.
1997–2006: O CEO
Dieter Weigt se aposenta em 1997
depois de quase 30 anos na Dürr.
Seu sucessor é Guilherme Antunes,
que entrega o cargo a Luis Cosceli
em 2001. Cosceli tem estado com a
Dürr desde a aquisição da Schenck.
1996: A “Dürr do Brasil S.A.
Equipamentos Industriais” recebe
o novo nome “Dürr Brasil Ltda.”.
2000: Em parceria com a Dürr
1998/2002: Vários
fabricantes de carros estão construindo suas instalações no Brasil. A Dürr
suporta, entre outras, a MercedesBenz em Juiz de Fora, AUDI e RenaultNissan em Curitiba, bem como a
Peugeot-Citroën em Porto Real.
2000/2001: No ano 2000,
a Dürr assume o controle do Grupo de
tecnologia de mensuração Carl Schenck. No ano seguinte, as operações
da tecnologia de balanceamento da
Schenck RoTec no Brasil são integradas
à Dürr Brasil Ltda. A Schenck tem sido
a líder de mercado na tecnologia de
balanceamento no Brasil desde 1975.
2003: A Dürr Brasil participa em
2005: Durr Brasil constrói uma
2003: A John Deere
2005: No Brasil, a automação do
um projeto de “entrega pronta para uso”
de larga escala no exterior: Durante a
construção da linha de pintura para a
Hyundai em Alabama (Estados Unidos),
partes essenciais do equipamento de
pintura são supridas de São Paulo.
coloca um pedido com a Dürr
para a construção de uma
linha de pintura para o setor
de agricultura em Horizontina
(Rio Grande do Sul). O sistema
inclui uma linha PT/ED com
13 estações, bem como cabinas para aplicação de um
“top coat” ambientalmente
amigável sem utilização
de solventes.
linha de pintura como contratado geral
para a CAOA Montadora de Veículos,
uma licenciada da montadora da
Coreia do Sul.
processo de pintura continua a acelerar. As vendas de robôs para o setor
de pintura e vedação são reforçadas
substancialmente. Desde 2005 até hoje,
a quantidade de robôs da Dürr instalados aumentou de 30 para mais de 600.
Estados Unidos, a Dürr Brasil realizou
um grande projeto para a Ford em Camaçari (Bahia). Onde os primeiros robôs
de pintura foram instalados no Brasil.
21
50 Anos Dürr Brasil
CRONOLOGIA
2006: A Dürr Brasil intensifica a
comercialização no campo da montagem
final do veículo. As vendas de sistemas
de teste e tecnologia de montagem
da “Dürr Assembly Products” e a tecnologia de enchimento da Dürr Somac
no Brasil têm crescido desde 2006.
2006: Roberto Tkatchuk torna-
se o CEO da Dürr Brasil. Ele não tem um
início muito fácil: um enorme incêndio
destrói grande parte das dependências
em Jurubatuba. Depois do choque inicial,
os funcionários se unem e juntam forças
com a gerência em um esforço conjunto
para reparar os danos – com determinação e talento para improvisação.
2008: A Dürr Brasil muda para
seu novo prédio. Apesar de o incêndio
em 2006 ter sido trágico, o trabalho em
conjunto para reconstruir o local fortalece o espírito de equipe dos funcionários.
A Volkswagen coloca um pedido
com a Durr para a automação
completa de uma nova fábrica de
Pintura em Taubaté. A Durr
instala 40 robôs de pintura na
Fiat em Betim.
23
50 Anos Dürr Brasil
CRONOLOGIA
2010:
A fabricante de aeronaves brasileira Embraer utiliza a tecnologia Dürr para
trabalhos de pintura nas suas aeronaves pela primeira vez na Florida (Estados Unidos). Para a sua
fábrica portuguesa ‘Evora’, a Embraer solicita plantas de tratamento da superfície da Dürr.
2011/2012: Após alguns anos difíceis, o mercado brasileiro experimenta um retorno. Vários fabri-
cantes de carros decidem montar as operações ou expandir suas capacidades existentes no Brasil. A Dürr Brasil
responde com um plano de crescimento estratégico: a força de trabalho cresce, competências e equipes adicionais, por exemplo, uma equipe de instalação (foto) são criadas, a organização é feita de modo mais eficiente e a
cooperação com outras empresas da Dürr é intensificada. À parte do negócio automotivo principal, outros segmentos de negócios também são bastante expandidos, tais como a tecnologia ambiental e de eficiência da energia.
2013:
A Dürr Brasil trabalha em paralelo com os diversos pedidos de larga escada da indústria automobilística. Uma linha de pintura para caminhões é construída para a Volvo em Curitiba. Uma nova linha de pintura
é construída para a Scania em São Paulo. O Grupo BMW estabelece sua primeira fábrica no Brasil: na localidade
de Araquari (Santa Catarina), a Dürr assume a construção da linha de pintura e da linha de montagem final.
2014:
O enorme projeto da linha de pintura para a Scania está sendo finalizado com sucesso.
O enorme projeto da BMW também está se desenvolvendo bem, especialmente porque a Dürr está usando
a sua ferramenta de comissionamento virtual com economia de tempo no Brasil pela primeira vez. Um
outro pedido importante está sendo executado para o fornecedor de equipamentos agrícolas “Bruning”.
Juntamente com seu parceiro ‘Goettert’ da Argentina, a Dürr está instalando a linha PT/ED, transportadores
e várias cabines de pintura para tratores e peças extensoras. O foco estratégico é a expansão da gama de
serviços da Dürr Brasil para servir melhor os seus clietes por meio de todo o ciclo de vida do sistema
produtivo.
25
50 Anos Dürr Brasil
VASTA LINHA DE PRODUTOS
VASTA
LINHA DE
PRODUTOS
PRODUTOS DE AMPLO ALCANCE,
SISTEMAS E SERVIÇOS PARA EFICIÊNCIA
SUPERIOR NA PRODUÇÃO
A DÜRR BRASIL cobre toda a faixa de engenharia de
fábrica e mecânica oferecida pelo Grupo Dürr. Nós nos
vemos como um parceiro para toda a vida útil dos
nossos produtos e sistemas – desde o planejamento,
consultoria, engenharia e gerenciamento do projeto
para a construção, comissionamento e serviços
pós-venda.
» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SISTEMAS DE PINTURA
» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE TINTA
» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SISTEMAS PARA VEDAÇÃO
» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SISTEMAS DE COLAGEM
» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SISTEMA DE MONTAGEM FINAL
» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SISTEMAS DE DIAGNÓSTICO E BALANCEAMENTO
» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SISTEMAS DE ENCHIMENTO
» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SISTEMAS DE TESTE
» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SISTEMAS DE LIMPEZA
» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SISTEMAS DE PROCESSAMENTO DA SUPERFÍCIE
» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . TECNOLOGIA AMBIENTAL
» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . TECNOLOGIA DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
27
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
O QUE A DÜRR
SIGNIFICA
PARA VOCÊ?
PARA MUITOS FUNCIONÁRIOS E DIRIGENTES,
A DURR BRASIL É MAIS DO QUE APENAS UM
EMPREGADOR. ALGUNS DESENVOLVERAM TODA A
SUA CARREIRA CONOSCO E SE APERFEIÇOARAM
COM A COMPANHIA. AS PÁGINAS A SEGUIR CONTEM
RELATÓRIOS DE VARIOS COLEGAS, APOSENTADOS
E ATUAIS, DESCREVENDO SEU TRABALHO NA DURR
BRASIL E O QUE A COMPANHIA SIGNIFICA PARA
ELES. TAMBEM TEMOS RELATOS DE CLIENTES DE
LONGA DATA, E REPRESENTANTES NO BRASIL E
ARGENTINA QUE COMPARTILHAM GENTILMENTE
SEUS PENSAMENTOS A RESPEITO DA DURR.
29
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Sergius Erdelyi
E
nascido em 08/10/1919 na cidade
de Neusatz (parte do antigo
império austro-húngaro), hoje
Novisad, Sérvia, naturalizado
brasileiro, formado em Engenharia Mecânica em 1944, foi co-fundador e vice-presidente da Dürr
Brasil desde a sua fundação em
1964 até 1974. Atualmente dedicase às artes visuais, é presidente
da Panagro Empreendimentos
Florestais e da construtora EPRErdelyi Participações e Representações Ltda., que constrói, em
média, 50 casas familiares por
ano (tipo Minha Casa Minha Vida,
inclusive por meio da CEF).
m 1945, depois da Segunda Guerra Mundial, o inverno foi muito rigoroso. Castigou países
o projeto. A linha de pintura sequencial desejada pela Volkswagem
prazo extremamente curto para cumprir. O Heinz Dürr me chamava
como a Áustria e a Alemanha, onde a população morria de fome e de frio. Foi quando
exigia tratamento com uma grande tecnologia, no caso a fosfatização.
de capacete de ouro, pois eu estava na frente de batalha, ia até as
criei um aquecedor caseiro, era uma invenção muito interessante, além de ser na época um
Os tanques eram muito grandes para permitir a entrada e saída dos
fábricas e verificava se todo o processo estava indo bem.
recurso imprescindível para salvar as famílias. A Áustria tinha boas fontes de petróleo acessível
transportadores e das carrocerias. Depois vinham as grandes estufas
a todos, mas não conseguia criar combustíveis com alta tecnologia e muitas vezes as pessoas
para secagem até a cabine de pintura.
precisavam cortar os próprios móveis para se aquecer. O aquecedor poderia ser colocado na
F
E
parede da casa com a utilização de óleo mineral cru. Esse aquecedor domiciliar foi patenteado
em 1946. Eu também concebi uma máquina de costura elétrica. Entre os anos de 1946 até 1949
as minhas criações eram terceirizadas para empresas industriais restantes no cenário do pósguerra. Em 1949, com a ajuda de um amigo de meu pai, um senhor proprietário de uma grande
firma em Hamburgo, comecei a produção dessas máquinas de costura e de minhas outras vinte
patentes. Nesta mesma época, existiam ainda algumas empresas familiares, como a Dürr, na
Alemanha, que produzia telhados de cobre para igrejas e casas.
A
Europa estava devastada pela guerra, os recursos eram escassos e as oportunidades
poucas, logo eu e minha primeira esposa, casados desde 1948, não queríamos ficar mais
na Áustria por causa da falta de perspectiva e decidimos emigrar. Naquele período, nem todos
os países aceitavam imigrantes que tinham lutado na guerra. Nos Estados Unidos e Canadá
existiam restrições. Existia um detalhe importante também. Eu tinha um cachorro da raça
pastor alemão (Pitt), muito querido, e todo país a que eu solicitava a imigração, eu perguntava
paralelamente se poderia levar o meu cachorro. Todos aceitavam, entretanto ele teria que
passar por um período de quarentena de seis meses, e ele era tão fiel que morreria de saudade.
Então fizemos a procura dentro das embaixadas, priorizando a ida conjunta com o meu pastor.
E
u tinha um amigo dentista da época do colegial morando na Argentina. Perguntei a ele
como andava a América do Sul e ele me recomendou vir para o Brasil ao invés da Argentina.
Fui para embaixada brasileira, contei que era engenheiro e perguntei como era emigrar para o
Brasil, ainda colocando o problema do meu cachorro. Ele perguntou: onde está o problema? E
autorizou minha ida para trabalhar no Brasil. Aprendi o idioma durante a viagem de navio. Eu
sempre tive muita facilidade em aprender línguas e a cidade onde eu nasci era trilíngue. Saber
icou 51% do trabalho com a Dürr e 49% conosco. O senhor
Wiegand, meu grande amigo por anos, era gerente da Gema e
m 1970 houve uma catástrofe: uma parte da Volkswagen queimou.
Foi uma interessante cooperação entre os concorrentes: a GM,
a Mercedes e a Ford ajudaram. Eu tinha que reconstruir toda essa
parte queimada. O diretor técnico principal da Volkswagen fazia muita
saiu para ser meu sócio na ERFA- Erdelyi Fabricadora, empresa que
pressão para o cumprimento dos prazos, pois a Volkswagen poderia
constituímos , pois eu tinha que montar uma fábrica, não podia tercei-
sair do mercado sem a produção. Era um grande projeto em termos
rizar tudo. A Gema era inicialmente parceira da Dürr e fornecedora do
de logística, nessa época eu comecei a sentir que o stress ia acabar
projeto. O núcleo fabricador Dürr iniciou com a ERFA, a Equipamentos
comigo. Mas sem dúvida, o meu maior projeto pela Dürr foi a salvação
Industriais Erdelyi e a Gema. Depois, a Dürr incorporou a ERFA e este
da Volkswagen depois do incêndio, dei o melhor de mim para ajudar a
foi o grande começo da Dürr no Brasil, em 1963.
recuperação. Fiz uma meta de sair da empresa com 55 anos.
O
N
um andar inteiro. O senhor Wiegand e eu compramos um terreno do
meus sócios que com parte do nosso lucro seriam feitos investimentos
bairro de Jurubatuba em Santo Amaro e construímos uma fábrica para
tanto na compra de terras como no reflorestamento. Eles concorda-
a produção da Erdelyi. Após a incorporação pela Dürr, ampliamos o
ram, saímos da tecnologia mecânica para a agricultura. Isso foi uma
local. Pode-se dizer que a fábrica da Dürr veio da ERFA.
tradição da minha família, pois o meu avô foi um grande produtor de
O
trigo na antiga Iugoslávia. Sempre tive dentro de mim a vontade de
s escritórios da Erdelyi Equipamentos Industriais, da ERFA e
posteriormente o da Dürr funcionaram, primeiramente, no prédio
do Conjunto Nacional na avenida Paulista. Pegamos praticamente
espaço de produção da fábrica foi sendo ampliado à medida que
os pedidos aumentavam. Depois de algum tempo, nós saímos do
Conjunto Nacional e mudamos o escritório para Jurubatuba, em Santo
Amaro, onde a empresa se encontra até hoje. Naquela época era um
bairro deserto. Nossos clientes eram todas as grandes montadoras
como: General Motors, Mercedes Benz e o nosso principal cliente,
a Volkswagen. Nosso produto principal eram linhas completas de
a época do Regime Militar, foi introduzido um projeto de reflorestamento financiado pelo governo, quem tinha terras fazia o pro-
jeto e o Banco do Brasil financiava o início do plantio. Combinei com os
viver mais com a natureza do que com as máquinas. Eu tinha um sentimento de gratidão muito grande com o Brasil e não queria voltar para
Áustria. Eu queria me tornar brasileiro e em 1976 eu me naturalizei.
E
u parei de trabalhar ativamente na Dürr, mas visitava a empresa
como conselheiro, primeiramente a cada duas semanas, depois
menos, até o falecimento do senhor Wiegand aos 80 anos. Eu sempre
pintura. Depois, nós trabalhamos muito com a Air Industry de Paris,
vinha a São Paulo quando o Heinz Dürr visitava o país, nos reuníamos
um parceiro da Dürr na Europa. Sempre fomos ajudados pelos enge-
para tomar grandes decisões, depois eu fui me afastando. Atualmente,
nheiros de várias empresas que funcionavam como cooperadoras. A
a Dürr tem novas cabeças, o Roberto e o Paulo que fazem parte da
Dürr Brasil trabalhou no exterior com outras firmas e eles mandavam
nova geração.
u e minha esposa fizemos amigos do Rio de Janeiro, mas o clima era muito quente e não
os principais engenheiros para cá, hoje ainda tenho como amigo o
existiam muitas indústrias. Desembarcamos em São Paulo em 1953. Quis saber primeira-
Jacques Delegay, em Paris.
N
o francês salvou a minha vida, pois durante a guerra eu fui para a França ao invés de, como
meus amigos, ir para a Rússia. O fato de eu saber bem o inglês também me ajudou muito nos
negócios.
E
mente como se fazia uma nota fiscal, como era o comércio e a indústria. Em seguida procurei
várias firmas para ver o interesse em produzir a minha máquina de costura. O grupo Ibramac
N
ós tínhamos uma grande produção, mas também contratávamos
a minha época a tecnologia era muito tradicional, depois o Heinz
Dürr começou a se especializar na robotização, esse foi um gran-
de passo. Antes, na máquina de pintura, os pobres pintores ficavam to-
outras firmas, conforme fosse necessário para fazer algum equi-
dos com máscaras, trabalhando com a pistola. Hoje em dia tem o robô
pamento. Os desenhos sempre foram realizados tanto por nós quanto
trabalhando, é uma coisa maravilhosa de se observar. Dá para corrigir
pela Alemanha. Aqui se formou um grande staff de engenheiros, entre
cada milímetro do movimento do robô com a pistola. Eu não cheguei a
50 a 60, muito bem preparados para os respectivos projetos e trans-
acompanhar a implementação dos robôs no Brasil, mas eu participei
mitidos para os nossos fornecedores. Eles sempre trabalhavam com
de algumas reuniões com o Heinz Dürr. Ele sempre foi muito atento
urante seis meses vivi do salário da minha esposa, ela era designer de moda, e de um
base na nossa tecnologia. Anualmente eram realizadas muitas visitas
em relação aos novos produtos para sair na frente dos outros. Acho
pouco de dinheiro emprestado pelo meu pai. Eu abri minha própria empresa de equipa-
às várias instalações da Dürr. Era uma prática na empresa mandar
esse um grande valor do Heinz Dürr, sempre com um olhar à frente.
mentos industriais e visitei diversas firmas alemãs como a Mercedes Benz e a Volkswagen. Foi
os principais diretores, gerentes e engenheiros para fazer um rodízio
muito interessante, pois encontrei a primeira geração de engenheiros que imigraram depois da
em diversos países para conhecer os produtos feitos na França, Itália,
segunda guerra, formamos grupos no qual um ajudava ao outro. A empresa Erdelyi Equipa-
Japão, Espanha e México, onde a Dürr estava representada.
A
mentos Industriais ficou conhecida pela indústria como uma firma com uma ótima qualidade de
E
aceitou a produção, fizemos um contrato e me ofereceram um excelente salário como diretor.
Montei a indústria, fiquei três anos com esse grupo, mas apreendi tanto que comecei outra invenção, o Vibrastop, que tal como o nome diz, reduz as vibrações de máquinas. Neste momento
decidi montar a minha própria firma de equipamentos industriais.
D
produtos para a indústria automobilística.
E
m 1963 a Dürr, na Alemanha, ganhou um contrato para produzir a linha de pintura para
a Volkswagen Brasil, eles já eram fornecedores da empresa na Alemanha. Precisavam
de fornecedores com boa qualidade e recomendaram a Erdelyi para ajudar a Dürr a produzir
minha mensagem para essa nova geração é sempre pesquisar
o mercado e buscar a inovação nos produtos. Olhar, melhorar
e buscar a qualidade. A essência da Dürr sempre foi a qualidade e a
u fiquei na empresa até o ano de 1974. A fase em que eu me afas-
pontualidade nas entregas. A Dürr é uma empresa com muita força,
tei da empresa foi extremamente estressante, porque os projetos,
tradição, idoneidade e seriedade. A pesquisa deve ser contínua, nunca
tanto da Mercedes como da GM, demoravam meio ano para serem
deixar de inovar e parar. Como o exemplo da bicicleta, se você parar de
executados. Eles demoravam muito tempo para especificar como
pedalar, você acabará caindo. A minha experiência com a Dürr foi mui-
queriam os projetos, e a partir do momento da aprovação tínhamos um
to satisfatória. A Dürr foi muito importante por 20 anos da minha vida.
31
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
José Gimenez
Sanchez
O
Q
implantou esse tipo de pintura em São Bernardo do Campo, em
em tecnologia, sobretudo em equipamentos ecológicos.
com as fotos deles, dos filhos, com as idades de cada um, e que contém também o número
1979. Foi a primeira linha de pintura por cataforese feita no Brasil.
do navio a vapor em que eles embarcaram para o Brasil.
Por quinze anos seguidos estive na Ford, fazendo a manuten-
A
ção dessa pintura sobretudo em celulas de dialize e unidades
E
s meus avós vieram da Espanha para o Brasil, em 1922, com quatro filhos pequenos.
Meu pai tinha cerca de um ano de idade. Eu imagino por quantas dificuldades eles
passaram. A minha filha tem um documento antigo dos meus avós, um tipo de passaporte
nascido em 11/4/1947 na cidade
de São Paulo. Desenhista e técnico em mecânica. Trabalha na Dürr
desde 4/7/1967 e atualmente está
na área de Assistência Técnica.
minha família batalhou muito para melhorar de vida. Eu comecei a trabalhar como
office boy aos 14 anos de idade e ajudava muito o meu pai. Com 20 anos eu fui trabalhar
como office boy no setor de cópias do Departamento de Engenharia da Dürr. Um senhor
que morava perto de casa, que era gerente da contabilidade me informou que a Dürr estava
precisando de alguém para trabalhar neste setor e me indicou para a vaga. Eu aceitei muito
empolgado, porque era uma área de engenharia e eu já fazia o curso especializado em
desenho mecânico. Foi uma oportunidade única para mim. Entrei no dia 4 de Julho de 1967.
Q
uando eu comecei a trabalhar na Dürr, o escritório estava situado no prédio do Conjunto
Nacional na avenida Paulista e a fábrica estava no bairro de Jurubatuba, em Santo
Amaro, onde está até hoje. Já existia o setor de fabricação, com estoques de chapas, perfis e
quando era necessário construir algum equipamento, algo do ramo da Dürr, já era executado no local da instalação. Os desenhistas desenhavam e eu fazia as cópias, revelava os
desenhos que eram necessários e organizava os arquivos deles. Naquela época, não havia
como se comunicar com a fábrica em Santo Amaro, não existia rede telefônica na região,
uando eu fui para a assistência técnica me especializei nos
no secador para queimar produtos voláteis, solventes, todos os
equipamentos de pintura por cataforese, desde que a Ford
poluentes que prejudicam a atmosfera. A empresa sempre investiu
de ultrafiltração, que tirava a água da própria tinta para lavar
a carroceria. Tive muitos desafios, nessa fase, que me marcaram muito. Eu quero passar para frente tudo o que eu aprendi,
porque ninguém é eterno, e é importante ensinar a outros profissionais. Pretendo preparar muito bem os meus pupilos.
E
m 1974 conquistamos o projeto da Fiat em Betim. O prédio da
pintura foi feito praticamente todo pela Dürr. Na mesma época
surgiu o projeto da GM em São José dos Campos. Foram projetos
muito grandes e que marcaram muito a minha vida profissional na
Dürr.
N
o ano de 1996/1997 começaram a surgir novas montadoras
no Brasil. Empresas como a Mercedes Benz, em Juiz de Fora,
utilizaram todos os equipamentos da Dürr. Tempos depois iniciou-
então eles colocaram um rádio para a comunicação entre a fábrica e o escritório no Conjunto
se mais um projeto: a Audi em São José dos Pinhais. No projeto da
Nacional. Um office boy se deslocava todo dia para a avenida Paulista, onde pegava as cópias
Audi, a Dürr foi responsável pelo prédio da pintura. No projeto da
dos desenhos e levava-as para a fábrica.
Audi, a Dürr foi responsável pela obra civil e mecânica, pela ilumi-
Q
nação, e também pelo sistema de incêndio. Esses foram os projetos
uando eu me formei no curso de desenho mecânico, tive a oportunidade de ajudar e a
fazer detalhes para os desenhistas. Posteriormente, um senhor alemão que era líder de
grupo, me convidou para trabalhar na equipe que ele coordenava. Nesta época a equipe que
trabalhava na avenida Paulista tinha cerca de vinte a vinte e cinco desenhistas e projetistas.
Eram quatro desenhistas e um líder em cada equipe. Esse senhor me deu uma chance
mais marcantes, pela sua grandiosidade.
T
ive oportunidade de viajar pela Dürr para fora do Brasil, na montagem da Ford da Argentina e na da GM na Colômbia, em 2005
e 2006, respectivamente. Esta última foi um projeto de ampliação
e comecei a trabalhar na prancheta; foi então que aprendi a desenhar os equipamentos.
em uma pintura. Fiquei um mês lá para dar o start up neste projeto.
Trabalhei cerca de oito anos na prancheta.
Outro projeto marcante para mim foi o da Ford de Camaçari, onde
D
permaneci por um ano e três meses.
desenhavam cabines de pintura, máquinas de lavar peças e pré-tratamento.
mesmos equipamentos que trabalhavam de maneira diferente para
epois fui convidado para trabalhar na assistência técnica. A Dürr vendia equipamentos
como cabines de pintura e secadores. Cada equipe tinha um líder e cada uma delas
desenhava um equipamento específico, por exemplo: uma desenhava secadores e outros
H
avia projetos que vinham da Alemanha e nós fazíamos o desenvolvimento dos conjuntos, dos equipamentos. A Dürr trabalhou também com pintura para a linha branca de
eletrodomésticos (fogão e geladeira). Fizemos projetos com a Brastemp em São Bernardo
do Campo e a Cônsul em Joinville, depois as duas empresas se uniram tornando-se a Multibrás. A Dürr ficou nesta área por aproximadamente dez anos.
Q
uando eu terminei o curso de desenho mecânico, comecei a fazer o curso de projetos de
ferramentas, mas eu queria mesmo era fazer projetos de máquinas, porém não havia
número suficiente de alunos para este curso. Logo depois, eu fiz o curso técnico de mecânica. A Dürr me ajudou muito, sempre me estimulou e financiou meus estudos complementares. Quando eu fui trabalhar na área de Assistência Técnica, em setembro de 1976, foi um
grande desafio, área em que atuo até hoje. Eu fui aprendendo tudo no dia a dia, e então fui
enviado juntamente com a equipe para começar a acompanhar as obras, e dessa forma eu
passei a conhecer todas as fábricas de automóveis.
A
Dürr Brasil tinha fabricação própria e uma equipe de montagem, entretanto começaram a aparecer concorrentes dos
baixar o custo. Eles terceirizavam a fabricação e montagem, e a
Dürr começou a fazer o mesmo. A fábrica teve a sua produção muito
reduzida. Depois desse momento, a fábrica recebeu novos investimentos, e foi construído um novo prédio. Foram comprados também
novos equipamentos, como uma máquina a laser e uma dobradeira
muito moderna.
N
a Assistência Técnica trabalho há quase trinta anos junto ao
Jorge Magalhães, meu gerente, atualmente. O departamento
u acompanhei diversas fases e gestões na Dürr. O primeiro
presidente foi o Sr. Karl Wiegand, depois vieram o Sr. Sergius
Erdelyi e o Sr. Dieter Weigt entre outros presidentes e diretores.
Atualmente o presidente é o Sr. Roberto, com quem trabalhei no
projeto da Audi e da Ford. É muito positivo trabalhar com ele, pois
ele é muito profissional.
Q
uando outras montadoras entraram no Brasil, conquistamos
projetos internacionais. A Dürr da Coreia era responsável por
85% do projeto da Hyundai em Piracicaba, dela vieram os equipamentos com custo mais baixo. A General Motors Gravataí, no estado
do Rio Grande do Sul, e a Peugeot de Porto Real, estado do Rio de
Janeiro, foram projetadas por uma empresa francesa, e quando a
Dürr adquiriu esta empresa ficou responsável por estes projetos.
D
evido aos impostos e outros fatores, muitos equipamentos
fabricados na Dürr de outros países são trazidos para o Brasil.
Por exemplo, na Volkswagen foi feita a cabine de pintura Primer,
cujos equipamentos vieram da Alemanha. São equipamentos que
poderiam ser executados no Brasil, mas o preço de lá é muito
menor.
E
u me dediquei muito e aprendi bastante. A prática foi muito
importante, pois não há cursos de especialização para a área de
pintura. Para encontrar um profissional especializado é muito difícil.
A
Dürr é muito importante em minha vida, tive convites para trabalhar em outras empresas, porém me estabeleci aqui. É uma
empresa muito honesta que sempre honrou os compromissos com
os seus funcionários. A Dürr me deu oportunidade e com minha
força de vontade e esforço conquistei muitas coisas. Foi onde eu
aprendi e cresci profissionalmente. Fiz muitos amigos. Grande parte
de minha vida eu compartilhei com a Dürr.
A
empresa me proporcionou estabilidade financeira e impulso
profissional. Hoje tenho uma família feliz: uma esposa e duas
filhas com curso superior, que pude proporcionar a elas, graças à
Dürr.
E
u tenho muito orgulho dos 50 anos da Dürr no Brasil, de meus
46 anos de trabalho na empresa e do sucesso da Dürr mundial.
Desejo muita prosperidade para a Dürr Brasil.
é composto por cerca de quinze a vinte pessoas para serviços de
reformas, modificações e pequenos projetos. Contratamos o serviço
de terceiros para montagem, com a supervisão da Dürr.
A
Dürr é reconhecida no mundo todo e está sempre evoluindo,
sobretudo na preocupação com o meio ambiente. Hoje em dia,
temos dois equipamentos chamados RTO e TAR, que são colocados
33
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Fani Maria
Jacintho
nascida em 14/03/1956, na
cidade de São Paulo, trabalha
na Dürr desde 1978, atualmente
na área de Recursos Humanos
com ênfase em Relocation.
E
u já havia trabalhado por um período na Bahia na Companhia de Pneus Tropical,
trabalho. Quando eu reloco as pessoas que vem de fora, sempre
assim que me casei. Retornando a São Paulo, ingressei em uma empresa chamada
busco transformar as casas em um lar para elas, se for preci-
O
nosso relacionamento com os clientes sempre foi muito
bom como se fosse extensão do nosso pessoal. Eles sempre
Companhia Hyster, da área de exportação e importação. Um dia, eu vi um anúncio de
so eu até treino as empregadas domésticas para dar o melhor
vaga na portaria da Dürr, pensei que seria uma ótima oportunidade por ser uma empresa
atendimento às famílias. Teve um caso curioso de uma mexi-
muito bom, assim como o pessoal da fábrica. O nosso presidente
alemã e fui contratada. Eu entrei na Dürr em 1978, trabalhei como secretária para uma
cana casada com um americano que estava grávida, não dava
Roberto também é muito bem visto pelos clientes e funcionários
pessoa chamada Jörg Sack na área de vendas, por 26 anos. Eu fazia ordens de serviços.
tempo do marido sair da obra e levá-la para o hospital, então
por ser relativamente jovem para a sua posição e é uma pessoa
Na época tudo era feito a mão. Quando a venda era efetuada, você tinha que saber muito
ela ligou desesperada para mim. Eu a levei com urgência para
que transmite muita confiança e isso torna o relacionamento com
bem como passar o pedido para a fábrica. Tinha que ter conhecimentos em classificação
a maternidade, o bebê quase nasceu dentro do meu carro. Em
nossos clientes ainda melhor. Qualquer problema que aconteça, as
fiscal, além de saber exatamente o produto a ser mandado, tudo muito bem detalha-
vários momentos, eu faço parte da família dos expatriados.
palavras do Roberto e do Paulo têm muita credibilidade no merca-
do para não passar a informação errada para a fábrica. Esse era o meu trabalho, mas
A
do. A Dürr Brasil representa a “menina dos olhos” para o Sr. Heinz
tudo foi mudando na área e passando por modernização e eu tive que evoluir junto.
O
senhor Jörg Sack foi transferido para a diretoria técnica e eu o acompanhei. Depois de um tempo, veio um novo diretor comercial, trabalhei com ele, e depois
lguns anos atrás, uma parte deste prédio passou por um
incêndio e todo mundo lutou junto para a reconstrução.
Foi muito difícil, a Dürr ressurgiu como a “Fênix do fogo”, grande parte disso porque os nossos gestores como o Roberto, o
viveram dentro do nosso site, sempre tivemos contato comercial
Dürr, por ser a primeira subsidiária da empresa e pelo excelente
trabalho realizado pelos brasileiros.
A
minha mensagem para a empresa nesses 50 anos impac-
trabalhei ao mesmo tempo para as duas diretorias. Eu amava trabalhar nas obras. O
Paulo e o Alexandre são muito bons. Hoje temos uma excelente
Roberto Tkatchuk já estava na ativa e pediu para o meu chefe se eu poderia trabalhar
infraestrutura. A Dürr passou por diversas fases e direções,
com ele por três dias num projeto na Bahia. E aqueles três dias se transformaram em
ganhamos muito dinheiro em tempos áureos e em outras
bons. Ter tido a chance de construir minha vida profissional no
três anos. Quando eu voltei para o escritório em São Paulo, o meu chefe tinha se apo-
épocas passamos por crises, algumas por causa das crises
dia a dia é muito mais que um currículo. Eu acredito que to-
sentado, havia resolvido parar de trabalhar, o que foi uma pena, porque ele me ensi-
econômicas do Brasil. Hoje temos como presidente o Rober-
dos os dias a gente aprende e tenta passar isso para os outros.
nou muito na vida profissional. Porém, o Roberto se tornou o presidente da empresa e
to Tkatchuk, uma pessoa muito moderna que proporcionou
Portanto quando os novos profissionais entram para a Dürr, eu
me trouxe para trabalhar na diretoria. Não era bem o que eu queria, porque eu gosto
muitas mudanças. A firma se transformou em uma empresa
faço o máximo para dar boas informações, referências e direcio-
de mais liberdade, eu não gosto muito de trabalhar fixa em apenas um escritório.
muito competitiva no país e mundialmente. É prazeroso traba-
namentos. São recebidos com profissionalismo e carinho. Tento
U
lhar aqui, pois a chefia aqui está de portas abertas para escu-
transmitir a minha força de vontade e a parceria para os mais
tar as pessoas e os jovens. Acabamos formando um time.
novos. Eu sempre recebo a nova geração Dürr com um aconche-
E
gante café da manhã e informações sobre o funcionamento da
ma das minhas grandes alegrias no Projeto Ford Amazon foi a oportunidade
de ser responsável pelo relocation e pela gestão de 52 famílias em suas novas
casas e escolas, etc. Ao mesmo tempo eu era encarregada da parte administrativa
do site da empresa. Fiquei por um período na secretaria de diretoria, porém continuei fazendo um pouco das obras, das casas, das locações e todas as coisas que eu
ssa festa do jubileu também vai ser algo muito bom. Algo que
eu sempre admirei muito na Dürr é que por pior que fosse a
crise enfrentada e a situação do país, eles nunca atrasaram um
também já fazia na área social. Há um ano e meio eu estou atuando mais na área
pagamento e se você falar em qualquer lugar que trabalha na Dürr
de Recursos Humanos, mas continuo fazendo relocation, assistência social, even-
as portas se abrem.
tos internos e externos. Também trabalho com a parte de publicidade e marketing.
A
E
u estou na minha melhor fase profissional, porque lidar com as pessoas sempre foi
meu forte, sobretudo o relocation de casas para os expatriados, eu acho bárbaro.
tantes é que eu sinto um orgulho imenso em ter construído
a minha carreira aqui e ter trabalhado com profissionais tão
empresa e seus produtos. Quero que eles se sintam muito bem,
assim como eu me sinto na Dürr. É um grande orgulho ter mais
de 30 anos em uma firma tão alicerçada como a Dürr Brasil.
Dürr sempre passa por atualizações e o mais bacana é ver
que atualmente 80% dos funcionários são jovens. A em-
presa evoluiu em diversos aspectos, um deles é o aumento das
Todo o envolvimento para formar um novo grupo para iniciar as obras e encontrar locais
funcionárias mulheres. Chegamos a ter somente três mulheres
para as famílias terem boas condições de vida é muito gratificante para mim. Minha
trabalhando aqui. Diretores da Dürr da Alemanha chegaram
função é receber bem os profissionais, fazer um escritório com boa estrutura, pensar
a questionar a quantidade mínima de mulheres na Dürr Bra-
em todos os detalhes que faltam nas obras, cuidar de toda melhoria para o ambiente de
sil. As jovens são muito competitivas, faz pouco tempo entrou
a engenheira Érica. Há muito tempo tivemos uma engenheira
que vinha da Alemanha, mas não era nossa funcionária. Quando eu entrei aqui tinha umas cinco mulheres e todas eram
secretárias. Hoje, as mulheres exercem muitas funções.
35
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Roberto
Tkatchuk
A
A
vindo de outra empresa e argumentava da impossibilidade
cado. Eu precisava primeiro garantir um movimento médio com
de certas decisões do projeto e sempre se produzia um impas-
projetos pequenos para criar uma sustentabilidade. Além disso,
término da guerra, todos esses avós resolveram voltar para a União Soviética. O meu
se. Não foi nada fácil, eu pedi demissão umas três vezes em
eu tinha de aprender o que era um balanço, Ebit, resultado, o
avô falava: моя родина (significava minha pátria em russo) e queria voltar, logicamente
três meses, porque havia situações no projeto que eu alertava
que influenciava no custo, que a margem era a venda menos o
alertaram o meu avô que estava tudo destruído, mas assim mesmo ele retornou. Depois
serem inviáveis. O presidente pediu para que eu ficasse mais
custo, custo direto e indireto. Passei dois meses destrinchando
de um tempo, o meu pai conheceu a minha mãe, se casaram e decidiram vir para o Brasil
três semanas. Depois deste período, ele pediu para que eu o
tudo isso. Nem cheguei a mudar de sala, tentando entender
em 1964. Quando o meu pai chegou aqui, a minha mãe estava grávida de oito meses.
ajudasse na parte financeira. Passados seis meses, o proje-
toda a estrutura de custo que nós tínhamos, de forma que eu
Ele jogou o passaporte soviético fora, mas não sossegou, ele queria ir para a Austrália,
to degringolou e me pediram para retomá-lo. Enviaram-me a
conseguisse comprimir e renegociar. Parece que eu tinha ouvido
Canadá, África do Sul, mas fomos novamente para a Argentina. Enfim a minha família
Curitiba por um mês, porém esse mês se transformou em dois
a frase: “Bem vindo ao mundo do risco, agora você não depen-
era muito inquieta, mas parece que a geração atual se estabilizou, aqui no Brasil.
anos. Eu me entreguei totalmente ao projeto, fiquei imerso, mas
de só do seu trabalho e de dedicação, depende do presidente,
E
acabei me separando no casamento. No final, conseguimos
do país, do mercado, da inflação. Você tem 10% de controle do
terminar o projeto no prazo e o cliente ficou satisfeito. Depois
seu emprego e tem que administrar todos os riscos.” Foi uma
do término do projeto, o presidente deixou a companhia.
temporada em que eu trabalhei muito pensando nos custos.
N
T
Sunamam e isso afetou o mercado naval. Assim, a maioria dos formandos de meu curso
Schenck, era uma empresa pequena de máquinas. Foi muito
portfólio, praticamente a gente vendia just in case, a gente não
foi para outras áreas.
difícil, porque ele não entendia muitas coisas, o projeto iria girar
tinha uma venda pró-ativa das outras unidades. Nós precisáva-
E
150/200 milhões de dólares, mas no canteiro eram necessários
mos trazer tudo isso, várias unidades de negócios para o Brasil,
uns trinta computadores e um escritório de 1.500 m². Porém,
então começamos a vender na forma cross selling. Esse formato
quem encabeçou o projeto foi a Dürr dos Estados Unidos com
foi dando certo, sempre no esquema de venda casada, o cliente
seu presidente e acabou sendo ótimo. Ele criou uma estrutura
queria o robô, mas nós vendíamos também outros complemen-
comigo e um americano na gerência do projeto. A equipe era
tos. No final de 2006, nós voltamos a subir e no começo de 2007
mista, formada por brasileiros, americanos e ingleses. Eu morei na
foi alcançado o resultado positivo. Eu fiz palestra na Alemanha
Bahia por dois anos e meio, foi muito boa essa época. Esse projeto
sobre cross selling e o pessoal ficou satisfeito. Nós montamos
teve muito sucesso e repercussão no Grupo e gerou muito lucro.
uma estrutura até 2010 e aumentaram as vendas cada vez mais.
Tivemos um espírito de equipe muito forte, o relacionamento foi
L
Dürr comemora 50 anos e serão os meus 50 anos também. O meu pai é ucraniano e
a minha mãe polonesa. No início da Segunda Guerra Mundial, os meus avós vieram
para o Brasil, os pais de minha mãe para o Paraná e os do meu pai para a Argentina. No
nascido em 1964 em São Paulo, SP –
Engenheiro Naval. Trabalha na
Dürr desde 1997, e atualmente é diretor-presidente da Dürr Brasil.
u estudei Engenharia Naval na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, no
início de 1983, e me formei em 1987. Fiz o curso porque eu sempre tive uma ligação
muito forte com a Marinha, eu queria ser marinheiro e cheguei a prestar exame para a
Escola Naval. A formação em Naval é voltada para sistemas, dessa forma é muito abrangente e eu gostava muito disso no curso. Naquela época, eu lembro que falavam que a
construção naval brasileira era a segunda maior no mundo, porém ocorreu o escândalo da
u comecei a trabalhar como engenheiro de equipamentos, petroquímica e siderúrgica
para uma indústria de bens de capital, chamada Confab, hoje Tenaris Confab. Nós
fizemos os projetos de Angra 1 e 2. Eu trabalhei três anos como engenheiro de equipamentos e depois passei aproximadamente mais uns três anos em sistemas/fábrica.
Q
uando ainda não era moda, há uns 20 anos, eu tive a oportunidade de trabalhar com
toda a estrutura de gerenciamento de projetos grandes, como a expansão da Aracruz
e da Acesita. Foi uma fase em que eu aprendi muito. A oportunidade de ser engenheiro
de projetos com uns 30 anos de idade pode dar chances incríveis ao profissional, porque
você aprende a lidar com recursos, dinheiro, prazo, relação com clientes e fornecedores,
minha entrada na Dürr foi meio traumatizante, eu tinha
de pintura, porque o budget de bens de capital é sempre compli-
a sequência, nós pegamos o projeto da Ford na Bahia
(Camaçari), que foi realizado junto com os americanos.
O presidente era o Cosceli. O meu antecessor veio da empresa
ótimo entre brasileiros e americanos e o cliente ficou contente.
montagem, sindicato, é uma ótima escola.
O resultado desse projeto foi tão bom para a Dürr no Brasil, que
S
penho anterior. O projeto posterior foi o da Hyundai no Alabama,
egui nesta área de engenharia até 1997, quando o presidente da empresa em que eu
trabalhava veio para a Dürr e me trouxe como gerente de projetos. O projeto era o da
Audi-Curitiba, foi o primeiro projeto da Dürr mundial fora da Alemanha numa montagem
em associação com várias filiais. Era um projeto global com um time formado por quatro
países (Brasil, Espanha, Itália e Alemanha). Eu tinha experiência em joint venture, mas
neste projeto eu vi a globalização na sua mais plena definição. O projeto tinha algumas
peculiaridades, pois juntou filiais que não tinham padronização de processos, então o
choque foi grande. Eram equipes de países e processos diferentes. Nós chegamos a ter no
canteiro uns oitenta engenheiros estrangeiros. Uma reunião com vinte pessoas começava
em inglês, e após dois minutos passava para alemão e depois de quinze minutos, tinha virado uma “torre de babel”. O prédio a ser construído era de 90.000 m², o valor na época era
calculado em marcos, hoje deveria ser ao equivalente a 200 milhões de euros. O projeto
era muito grande, contrataram um engenheiro civil para trabalhar comigo, e foi feito um
contrato com a Hochtief.
permitiu recuperar o dinheiro de outros projetos com baixo desemo primeiro em que nós fizemos entre 30 a 40% fora do Brasil.
E
ínhamos que vender, e o produto era pintura, porém a Alemanha tinha várias unidades de negócios, montagem final,
robôs, linhas de tintas, máquinas de balancear e lavar, todo o
ogo que eu assumi o cargo de presidente, seis meses depois,
ocorreu um incêndio aqui no prédio. Na época, nós tínhamos
uma parte do prédio alugada para fazer mais receita. Eu pensei
até em vender o prédio todo para alavancar dinheiro rápido, mas
o Heinz Dürr tinha um carinho muito grande pelo espaço físico e
não aceitou a opção da venda. Agora não é mais importante, tanto
u fui ganhando mais responsabilidade na empresa, fui
que fizemos um acordo para o inquilino sair da área. O incêndio
gerente de projetos, após dois meses, eu me tornei gerente
começou nesta área alugada e quando eu fui avisado, achei que
do setor de Gerência de Projetos, depois de quatro meses eu
era de pequena proporção, mas ao chegar avistei vários carros
virei diretor de operações, depois de seis meses, diretor geral
de bombeiros, inclusive aquele carro estratégico e repórteres
da parte de Pintura. Quando eu estava nesta fase, a situação
de televisão. Era uma sexta-feira, vários funcionários ficaram
ficou um pouco complicada, tanto que o presidente foi mandado
muito preocupados, saíram de suas casas e voltaram para cá.
embora. Rapidamente passaram o barco para mim. A Dürr estava
Eu olhava e não acreditava naquilo. Eu pensava: já não bastava a
com poucas vendas, inchada, o prejuízo naquele ano havia sido
situação financeira crítica, e ainda nos acontecia um imprevisto
maior que o volume de vendas. Com a imagem ruim entre os
dessa proporção. Eu tentava processar tudo o que tinha para
clientes, além de o mercado também não estar dos melhores.
fazer, avisar a Alemanha era uma delas. Esperei o fuso horário e
Houve muita discussão, eu ficava sabendo tudo de longe, porque
comuniquei à matriz. Pouco tempo depois, o senhor Heinz Durr
eu estava ficando a maior parte do tempo na Bahia. Não havia
me ligou e falou: a shit happens make sure to make money out
nenhuma visão de mercado e pouco contato com o cliente.
it. Ele é muito pra frente, sempre teve um moral muito alto.
E
u não tinha uma formação em gestão, mas decidi assumir
a situação crítica. As vendas eram poucas e a relação com
o cliente estava prejudicada. Eu fiquei na dependência da área
37
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Roberto Tkatchuk
N
o sábado, o Paulo e o Miguel fizeram um esquema para
muita gente, realizamos uma pesquisa, e constatamos que
conseguir mandar e-mail de aviso para os clientes e forne-
metade do pessoal tinha um ano de empresa. A média de idade
cedores. Eu fui procurar um escritório para alugar e na segunda-
estava em 35 anos. Em consequência dessas constatações, agora,
feira negociamos um andar na região da avenida Berrini. Naquela
estamos realizando um trabalho de aculturação do pessoal.
semana tinha um feriado prolongado, nós fizemos a mudança
S
com a colaboração de todos e uma semana após o incêndio,
já estavam todos instalados: escritório, engenharia, clientes,
compras e vendas. A fábrica estava numa fase de terceirização.
E
empre procurei incorporar novos conhecimentos, para
fazer diferente, trazer outras experiências bem sucedi-
das e olhar para frente. A Dürr mundial é conhecida como a
primeira em tecnologia em todas as suas ações, lançadora
ste fato uniu muito o grupo, o núcleo central de cem a cento
de novos produtos. Eu acredito na importância de trazer essa
e vinte pessoas tornou-se muito unido, forte e consisten-
cultura para o Brasil. Podemos trazer novas tecnologias de fora
te. Aos poucos, resolvemos a documentação necessária para a
e devemos ter um bom serviço. Atender bem e com rapidez os
seguradora e fizemos o projeto para a reconstrução e reforma
clientes. Contratamos pessoas com fluência no Inglês, manda-
do prédio. Foi a oportunidade para desenhar o prédio como nós
mos funcionários para intercâmbios internacionais, trouxemos
o desejávamos. Depois de um ano e meio aproximadamente, nós
alemães para trabalhar aqui como o Richard e o Besenfelder.
voltamos para cá. Foi uma bela experiência de gestão de crise.
E
D
urante os anos posteriores, fizemos o nosso papel, alcançamos alguns resultados e ficamos mais voltados para os
numa estrutura montada para projetos pequenos. Entrei em con-
pensantes para trazer novas ideias e aprender novas tecnologias.
tato com a Alemanha, precisávamos que eles comprassem a idéia
Acabamos de fechar um contrato com uma grande empresa de
de acreditar no mercado, e na gente e investissem na empresa
tratores; no passado trabalhávamos muito com esse setor. É um
para comprar máquinas e aumentar o pessoal. Nesta época, o Ralf
nicho muito importante de que abdicamos, mas agora estamos
Dieter já era o presidente, com uma linha diferente de todos os ou-
buscando readaptar os projetos e voltar para esse segmento. As
tros presidentes, ele buscava resultados, valorizando os Recursos
novas tecnologias estão mudando em grande velocidade. Por
Humanos e isto aos poucos foi incorporado na cultura da empresa.
isso a busca constante da empresa em desenvolver e diversificar
N
serviços e produtos para atender às novas tendências de mercado.
A
lgo que eu tenho conversado com o Alexandre de Recursos
Humanos é sobre a essência da empresa, qual é a razão
básica de estarmos trabalhando aqui, o que atrai as pessoas para
isso como uma chance única para colocar o que precisávamos e
atuar em uma organização como a nossa. Chegamos à conclu-
discutir abertamente diversos aspectos. Foram apresentados dois
são de algo que motiva as pessoas aqui é a satisfação de poder
planos, o primeiro mais conservador, e o segundo mais arrojado,
transformar uma ideia em realidade. O segundo ponto encontrado
com foco em investimentos e crescimento da empresa. Traça-
aqui é a análise e resolução de problemas através da engenha-
mos todas as estratégias. Contratamos pela primeira vez na Dürr
ria, e isto está constantemente presente no nosso dia a dia. A
Brasil um departamento de Recursos Humanos, reabrimos parte
essência de trabalhar na Dürr Brasil é pegar uma ideia, construir
da fábrica, e contratamos o pessoal de instalações que anterior-
algo grandioso, transpondo desafios e dificuldades. Procuramos
mente terceirizávamos, com resultados de qualidade baixa.
mostrar isso ao pessoal novo, a cada dia do nosso trabalho.
I
mplementamos um sistema de delegação de responsabilidades
e realização de treinamento para os funcionários. O resultado
de todas essas mudanças veio rápido. Em 2012 já melhoramos,
atingimos as metas e mudamos o perfil da empresa. Contratamos
nascido em 22/06/1940 em Barcelona (Espanha), engenheiro
mecânico, é atualmente representante terceirizado da Dürr.
C
omecei a trabalhar na Grassi, uma empresa que fabricava carrocerias de ônibus, logo
que eu cheguei da Espanha, aos 14 anos,. Lá havia um diretor que tinha sido chamado
para trabalhar na Gema e que, logo depois, me convidou para trabalhar com ele. Quando
fui para a Gema, eu tinha 20 anos, estudava no curso técnico, e lá eu comecei a trabalhar
como desenhista mecânico.
A
Gema era uma empresa pioneira em cabines de pintura, torres de resfriamento e
também trabalhava com equipamentos para a indústria automobilística. Os proprie-
tários eram um senhor alemão chamado Herbert Lucas e um brasileiro chamado Roberto
Amaral. A Gema tinha representantes em algumas cidades, como Belo Horizonte, Rio de
Janeiro e Curitiba. E por trabalhar com equipamentos automobilísticos, ela foi escolhida
N
diferente. Precisamos incentivar esse sangue novo, investir em tertempo incorporarem os valores da empresa. Buscamos cabeças
tinham vindo todos para Brasil ao mesmo tempo. Percebemos
pessoal da Dürr, inclusive alguns dos pioneiros.
para ser uma licenciada da Dürr no Brasil.
meu temor era pensar em como enfrentar os projetos grandes
Nunca na história da empresa os principais gestores alemães
Ela é conhecida há mais de 50 anos no Brasil. Havia então uma empresa chamada
Gema, licenciada pela Dürr, e, em 1960, quando eu trabalhava nessa empresa, conheci o
programas e internet. Eles querem crescer com uma energia
mos de recursos e treinamento para eles crescerem e ao mesmo
presidentes de unidades de negócios para uma reunião.
E
u tenho 54 anos de história com a Dürr, desde que ela me contratou, na década de 60.
ssa geração nova tem muita garra, não tem medo de números,
serviços. Em 2011, os projetos maiores começaram a voltar e o
o começo de 2012 ele veio para o Brasil com todos os
Juan Alloza
Morillo
a Gema, nós acompanhavámos todo o processo de instalação dos equipamentos
licenciados pela Dürr que eram vendidos aqui, sempre seguindo as recomendações
de um engenheiro ou um técnico da Alemanha. Isso foi feito durante uns três ou quatro
anos, aproximadamente. Depois, os projetos no Brasil aumentaram, e ela optou por abrir
uma filial, a Dürr do Brasil.
A
Dürr alemã enviou dois senhores alemães. Um deles trabalhava na Gema, era o senhor Wiegand, e o outro era um senhor austríaco, Sergius Erdelyi, que tinha fundado a
empresa ERFA. E eles passaram a ser sócios e diretores da Dürr no Brasil, em 1964. Mas
já existia esse passado dos equipamentos Dürr fornecidos para a área automobilística pela
Gema.
E
u fui convidado pelos senhores Wiegand e Dieter Weight, este último diretor técnico
que também tinha trabalhado na Gema, para ir trabalhar na Dürr. Eu me desliguei da
Gema em 21/12/1969 e em 03/01/1970 já estava na Dürr. Durante o período em que trabalhei na Gema, eu terminei a Engenharia Mecânica na Faculdade Mauá, onde me formei em
1969. Comecei então a minha carreira profissional na Dürr como engenheiro de projetos,
e durante os anos seguintes, fui aprendendo muito e crescendo dentro da empresa. Eu
nunca vou me esquecer do grande incêndio na área de pintura da Volkswagen, quando as
instalações foram totalmente danificadas e o tempo de recuperação era de caráter emergencial. Isso aconteceu na minha transição da Gema para a Dürr.
A
Dürr foi uma escola para os profissionais da área de equipamentos industriais, porque
foi naquela época que começou a haver uma industrialização bem significativa no Bra-
sil, principalmente em São Paulo. O incremento e modernização das linhas de produção
começou na década de 1960 e a Dürr, junto com a indústria automobilística (Volkswagen,
Ford, General Motors, Mercedes), foi crescendo cada vez mais dentro do parque industrial
de fornecimento de equipamentos automobilísticos.
E
u passei por várias áreas de especialidades na engenharia: projetos, controle de
poluição atmosférica, como diretor de operações, como gerente de transportadores,
e como responsável pelo CREA, na firma Stotz, que a Dürr havia comprado naquela época.
Eu era o engenheiro responsável pelos transportadores, máquinas de lavar e equipamentos de limpeza. A Dürr ampliou o fornecimento para os clientes, porque também havia
comprado a Soltronic, que fazia as máquinas de solda. Depois juntou as duas e formou a
Solstotz. Foi uma fase, uma década aproximadamente, como também, depois, ela comprou a Schenck.
39
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Juan Alloza Morillo
O
N
D
sempre forneceu diversos cursos de treinamento, para o aprimo-
tempo, foi considerada a fábrica que mais produzia carros por dia
Motors e Ford, além de algumas empresas menores. Em 1974, a
presidente Dieter Weigt, e no seu lugar entrou o senhor Guilherme
ramento das relações dentro da empresa, e sobretudo com os
no mundo. Era a engenharia do CargoBus, esse é um sistema de
Fiat veio se estabelecer no Brasil, então eu fui indicado para ir para
Antunes. Lembro-me de que eu terminei uma obra grande, a Ge-
clientes e fornecedores. Sempre tivemos que lidar com situações
transporte que carrega peças através da fábrica e vai distribuindo
a Itália e Alemanha, e essas foram as minhas primeiras viagens
neral Motors de São José, e o novo presidente conversou comigo
de pressão com os clientes e com a equipe. Eu e o Tutomu passa-
nos lugares determinados.
internacionais. Eu tinha que conhecer o projeto da fábrica da Fiat
sobre a intenção dele em montar uma nova equipe e eu acabei
mos por diversos momentos difíceis com empresas com as quais
em Cassino, na Itália, porque a Fiat de Betim em Minas Gerais
saindo da Dürr, mas logo em seguida montei a empresa Morind.
nossa relação estava baseada na produção. Se a máquina parasse
seria uma cópia da Fiat de Cassino.
Q
por um minuto, era um carro e meio que não ficaria pronto. Porém,
E
s meus maiores desafios na Dürr sempre foram na área de
engenharia, durante os primeiros quatro anos da década
de 1970, no acompanhamento de grandes obras como General
E
u fui para Itália, chamada OlpiDurr na Itália, lá acompanhei
o projeto Fiat Cassino por aproximadamente dois meses e
os anos de 1980, eu estive muito na Argentina, Chile e Venezuela. Já nos anos de 1990 eu acompanhei o projeto da Ford e
novamente o da General Motors. Em 1997, houve a saída do nosso
uando recebi o convite para sair, eu tinha 57 anos e me considerava muito jovem para parar de trabalhar. Pensei então
em criar uma pequena empresa de projetos e me oferecer para
urante a minha vida profissional sempre tive ótimos supe-
diversos projetos brasileiros. Outro foi o sistema de transporte de
riores e líderes que sabiam comandar as pessoas. A Dürr
peças para a linha de montagem da Fiat de Betim, que, por muito
nós sempre tivemos a orientação de administrar os problemas
para que essas relações continuassem boas.
A
também fui para a Dürr da Alemanha, onde tive a oportunidade de
ser representante Dürr. Eu me desliguei formalmente da Dürr em
cumprimentar o senhor Heinz Dürr. Eu já o tinha visto anterior-
22 de maio de 1997. A empresa Verind na Itália, logo que soube
mente, mas ele fez questão do encontro, e lá também conheci os
que eu estava independente, imediatamente me convidou para
setores de pessoas que já tinham visitado o Brasil.
ser representante dela. Foi uma mudança interessante, porque eu
projetos grandes, Mercedes Benz (Juiz de Fora), Audi (Curitiba) e
1
abri a empresa Morind com o meu filho, que é engenheiro, mas
Ford (Camaçari).
estava trabalhando na área de investimentos. Ele aceitou o desafio,
O
974 foi um ano de extrema importância profissional para mim,
dentro da Dürr, porque o projeto da Fiat foi o maior projeto da
época, e até hoje é considerado o maior pelo volume do fornecimento de equipamentos e pelo valor no Brasil. Eu fiquei responsável pela engenharia e depois pelo acompanhamento da montagem
dos equipamentos, porque isto durou uns dois anos, entre o período do projeto até a montagem e funcionamento. Eu acompanhei
o Tutomu, que é também um dos antigos da Dürr, e nós estivemos
juntos em Betim para fazer toda a montagem e funcionamento.
N
a Fiat, eu passei a ter um ótimo relacionamento com os
italianos, dessa forma, a venda de equipamentos também
passou a ser minha responsabilidade. Eu falo italiano fluentemente, aprendi com muita facilidade durante a minha estada na Itália,
motivo da minha indicação para a atividade de vendas na Fiat. Nos
anos seguintes, 1978, 1979 até 1982, nós também tivemos bastante
atividade na Argentina. Fui indicado para acompanhar esses
projetos e vendas, porque eu também falo espanhol fluentemente,
nasci na Espanha, é minha língua materna. Fizemos instalações
na Mercedes, Volkswagen, Ford e também na Siderca. As vendas
para as áreas industriais são feitas por engenheiros, porque a
venda de um equipamento exige falar em números e prazos, mas
é absolutamente necessário ter um conhecimento técnico mais
especializado.
tornou-se meu sócio e foi imediatamente para a Itália, fazer os
cursos na Verind. Assim, a Morind nasceu como representante
da empresa Verind da Itália, que era da Dürr. Assim, eu continuei
de certa forma, um representante Dürr na área de Minas Gerais,
sobretudo na Fiat e suas afiliadas.
O
meu relacionamento com a Dürr sempre foi ótimo e muito
feliz, mas houve dois momentos difíceis para mim. O primeiro
foi a saída do senhor Weight da presidência, onde ele permaneceu por aproximadamente 30 anos e com quem sempre trabalhei
numa relação de confiança muito grande. O segundo foi o meu
desligamento da empresa. Ele acompanhava todas as obras e eu
tinha uma sintonia de trabalho muito boa com ele e logo percebi
que existia uma diferença muito grande de filosofia entre a gestão
do senhor Weight e a do novo presidente. Mas isso acontece, faz
parte da dinâmica das empresas. Essa gestão durou pouco tempo
e foi seguida pela do novo presidente Roberto Tkatchuk e por Paulo
Sentieiro, que tinha trabalhado comigo na engenharia elétrica, os
quais me convidaram para ser representante também da Dürr
Brasil, quando eu já era representante da Verind. Foi ótimo, pois
passamos a ter mais atividades na Fiat.
E
u sempre me senti muito bem na Dürr e agora estou me
sentindo ainda melhor, pois represento a Dürr e a Verind e
tenho a minha própria empresa. São novos desafios, quando eu era
funcionário na Dürr, tinha uma responsabilidade muito grande em
orientar a equipe e responder perante o cliente pelo andamento de
projetos com valores muito altos. Agora, em outra etapa da vida,
u considero que o projeto mais marcante para mim foi o da
Fiat, porque eu tive que acompanhá-lo desde o início. Fui
para a Itália, acompanhei a parte de montagem com o Tutomu,
sobretudo colocar em funcionamento, e depois continuar com as
vendas. O projeto da Mercedes de caminhões em Campinas foi
Dürr Brasil sempre teve ótimo desempenho para a matriz,
muito grande e o da Volkswagen de Taubaté também.
houve anos de ouro. Os anos de 1990, depois do Collor, foram
A
anos de crise. A partir de 1997 voltou a dar uma respirada com três
Dürr com a sua matriz na Alemanha, está sempre preocupada em inovar, em descobrir novos componentes e materiais,
um exemplo são esses robôs de aplicação de pintura automática.
A Dürr tem a tecnologia mais avançada, é a que mais fornece no
senhor Heinz Dürr tem um lado sentimental muito forte pela
mundo, sem dúvida é a número 1 em robôs no mundo todo.
Dürr Brasil, talvez porque tenha sido a primeira filial, mas
A
com certeza porque ele gostou muito do empenho que ele acompanhou aqui desde o início e porque os bons resultados sempre
foram alcançados. Mesmo quando ocorreu a crise econômica no
Brasil, o senhor Heinz apoiou a Dürr Brasil.
N
Dürr tem sempre um olhar inovador, por isso sempre investiu
em muitas pesquisas para alcançar uma tecnologia de
ponta na Alemanha e eu como engenheiro que sempre gostei de
inovação, consegui aproveitar todo esse conhecimento para o meu
acervo profissional. Eu agradeço muito à Dürr e espero também
as décadas de 1970 e 1980, a fabricação era feita no Brasil.
ter contribuído para o seu crescimento no Brasil. A minha gratidão
Nós tínhamos uma fábrica, onde chegávamos a produzir
é imensa por ter podido me relacionar com o pessoal tanto da
500 toneladas por mês. Éramos fabricantes de peso, e além dos
Alemanha como do Brasil, e com a família Dürr. Eu aprendi muito
equipamentos, nosso setor de engenharia era muito importante.
e continuo aprendendo com a atividade de representante Dürr.
Assim, éramos um fornecedor verticalizado. Hoje é diferente, aqui
E
é feito o detalhamento e a tecnologia é desenvolvida na Alemanha.
Os equipamentos chegam 90% prontos da Alemanha, porque ficam mais baratos sendo feitos lá, onde eles têm maquinários mais
modernos, que produzem com mais perfeição. A Dürr sempre
fez os equipamentos com a melhor tecnologia e foi assim que ela
ganhou o primeiro lugar no mundo todo.
N
a história da Dürr Brasil existem duas fases. Na primeira,
todo o processo acontecia aqui: engenharia, fabricação,
montagem e funcionamento. Agora, é um escritório de engenharia, de assistência técnica e de treinamento. Uma vez, nós
m alguns momentos fiquei longe de minha família, porque eu
tinha que acompanhar os projetos em feriados prolongados,
Natal e final de ano. Mas valeu a pena a minha dedicação para a
empresa e a minha esposa sempre me apoiou e aceitou as minhas
ausências. Nós estamos juntos há 48 anos e fizemos uma família
grande com quatro filhos e oito netos.
D
ediquei a minha vida à Dürr. A minha trajetória profissional foi
praticamente toda acompanhada pela Dürr. Eu tenho sempre
a Dürr ao meu lado. É com muito orgulho que digo: eu tenho 54
anos de história com a Dürr.
fizemos um equipamento no bairro do Ipiranga, que o pessoal da
Alemanha veio conhecer para ter como referência, era uma linha
de pintura para cabine de caminhão que era feita com um grande
transportador chamado Mamute. O desenvolvimento foi feito
todo aqui, o Paulo Sentieiro fez toda a parte elétrica. Foram feitos
eu tenho que arcar com a responsabilidade da gestão financeira da
minha empresa, honrar os compromissos com meus funcionários,
além de gerenciar as equipes de trabalho. Tudo isso envolve muita
responsabilidade, mas é muito revigorante.
41
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Nelson Salazar
Filho
nascido em 15/01/1953, na cidade
de São Paulo, engenheiro mecânico, trabalha na Volkswagen
do Brasil desde 1979. Atua como
gerente executivo da Engenharia de Manufatura, Pintura e
Montagem Final e participou de
diversos projetos da Dürr Brasil.
M
inha ascendência é espanhola por parte de pai. Meu avô nasceu na província
projeto da Audi/VWB, em Curitiba, por uma decisão do bo-
Eu tenho um relacionamento muito bom com a empresa, eles
de León, na Espanha, de onde ele partiu aos 18 anos para Buenos Aires, tendo
ard da VWAG, e somente o planejamento da Audi atuou neste
sempre buscam honrar os compromissos que a gente combina e
vindo dois anos depois para o Brasil. Aqui, ele conheceu minha avó, que era de Múrcia,
projeto. Depois, nós participamos da implantação do Fox, que
o pessoal é muito competente. Também no passado as pessoas
Espanha, se casaram e tiveram dois filhos. Minha ascendência materna é italiana.
teve alteração na pintura e montagem final naquela planta.
com quem eu lidei da Dürr eram extremamente confiáveis, posso
S
E
citar o diretor da parte técnica, o senhor Jorge Sack, o senhor
Dürr. Estou aqui desde então, já são 34 anos de empresa. Comecei a trabalhar no setor
parou-se de investir em estrutura, nas plantas da Anchieta e de
de Planejamento de Instalações Industriais, área de pintura. Minha formação univer-
Taubaté, e passou-se a investir na criação de produtos. Com isso, a
sitária não havia me dado bagagem para a pintura automobilística, porém foi paixão
área de pintura ficou bastante prejudicada, sem novos investimen-
à primeira vista, eu adorei essa área, que é extremamente técnica. Exige-se também
tos. Por problemas de descaracterização das marcas, a Volkswa-
conhecimentos de hidráulica, mecânica, transmissão de calor, e o profissional conse-
gen e a Ford decidiram se separar em 1992. Depois desse período,
gue ter uma ideia geral e aplicar muito dos conceitos do que aprendeu na escola.
voltaram os investimentos nas plantas da Volkswagen, no Brasil.
A
O
RH da empresa como prêmio e saí no jornal interno da VWB. Isso me abriu as portas,
porém menores, como a reforma da linha A em 2005 e a
acabei recebendo vários convites profissionais. No final do meu estágio, fui convidado
compra de duas linhas de massa automática. Em 2008, foi
para trabalhar na Dürr, mas eu podia também permanecer na VWB. Optei por trabalhar
aprovada pela nossa matriz na Alemanha uma nova linha de
logias de proteção ao meio ambiente. A Dürr tem tecnologias
na Dürr. Aconteceu, todavia, um mal entendido, e eu acabei ficando na Volkswagen.
pintura em Taubaté, projeto que foi o meu maior desafio. A
que se dedicam a evitar a emissão de gases e tintas poluentes
N
Dürr realizou a parte de aplicação, fornecendo 110 robôs e
na atmosfera. Hoje, temos cabines dez vezes mais eficientes
realizando as obras dos prédios, no começo de 2010.
que os sistemas convencionais, quando falamos de emissão
A
de sólidos de tinta, e que permitem que parte do ar retorne
ou formado em Engenharia Mecânica pela Escola de Engenharia Mauá. Entrei como
estagiário na Volkswagen em 1979 e fui efetivado em janeiro de 1980. Fiz um ano de
estágio na área de pintura; foi quando eu comecei a ter meus primeiros contatos com a
ntes de ser efetivado eu tinha participado de um concurso de estagiários na Volkswagen com um projeto de pintura de um trocador de calor para recuperar o ar quente
das chaminés de exaustão, tirando o primeiro lugar. Recebi um cheque do diretor de
a década de 1980, quando eu iniciei, as fábricas da Volkswagen, tanto a de Taubaté quanto a da Anchieta tinham praticamente 100% de instalações de pintura
da Dürr. Eles tinham uma parceria muito forte com a Volkswagen, e os outros fornecedores tinham tecnologia que não atendia plenamente aos requisitos da VWB. Eu
tive muita sorte, porque, quando eu comecei na Volkswagen, a Dürr estava realizan-
m 1987, ocorreu a joint venture entre a Ford e a Volkswagen,
para formar a Autolatina. O cenário de prejuízo das duas
empresas foi revertido parcialmente, mas, em compensação,
utros projetos realizados com a Dürr foram: em 1995,
mais uma instalação de cabine de pintura que nós cha-
mamos de linha B, depois os investimentos continuaram,
pintura é uma área em que não entram novas tecnologias
muito rapidamente. Ela se mantém por um bom tempo,
por serem difíceis as alterações e também por uma questão de
Dieter Weight, o saudoso Zeferino Tabuada que era o gerente da
engenharia, bem como o pessoal da área comercial, Salvatore
Sidoti, Roberto Leme, Jose Merlo e outros. Com os atuais, Roberto
Tkatchuk, Paulo Sentieiro, Miguel Horvath, Richard Schweiger,
também temos muito bom relacionamento e confiança mútua.
E
u também sempre tentei retribuir a confiança passada por
eles. Outro valor da Dürr é a perseverança de ir até o fim
com os projetos. Para mim é um valor inestimável. Mesmo com
equipamento fora da garantia, quando eu precisei de ajuda, eles
nunca negaram. É uma empresa em que eu confio muito.
O
mundo reconhece que os alemães são um dos povos
mais dedicados à proteção do meio ambiente, e, por ser
uma firma alemã, a Dürr migrou muito rápido para as tecno-
para a própria cabine no caso de serem 100% automatizadas com robôs. Existe também uma parceria entre a Dürr e os
fabricantes de tintas para a redução de poluentes em geral
do uma expansão de capacidade da fábrica de São Bernardo, para 2.500 carros por
budget que normalmente é muito alto. Atualmente, Taubaté é
dia, e tinha decidido modernizar a pintura. Já tinha ocorrido um incêndio em 1970
a nossa instalação mais moderna e, com certeza, a mais mo-
que exigira uma reforma, mas em 1980 a VWB decidiu modernizar. Eu iniciei os meus
derna da América Latina. Eu não espero participar de muitos
trabalhos com a ampliação do prédio da pintura através de dois equipamentos de
outros projetos dessa magnitude. Eu adoro o que faço, e, en-
pré-tratamento por spray e imersão, transportadores totalmente novos. Foi um proje-
quanto eu tiver motivação para continuar, vou trabalhar, mas
Brasil, pois tivemos, nos anos 80 e 90, fases de crise na Indústria
to grande, com a parceria da Dürr, e foi fantástico esse trabalho. Pelo que eu sei, foi a
já estou pensando em programar a minha aposentadoria.
automobilística em geral, e sentimos que também vocês foram
primeira instalação da Dürr no mundo com um sistema de pêndulo para transportar a
A
duramente afetados, porém nos recuperamos, estamos for-
carroceria e mergulhar no banho com 45º graus, o que permitia que os tanques fossem mais curtos e os processos de limpeza e fosfatização muito mais eficientes.
E
vantagem da Dürr quando comparada a outras empresas
de pintura, é que ela tem um know-how moderno e atua no
mundo todo com uma linha de produtos completa, incluindo robôs
u fiquei nesse grupo da pintura por dez anos, em seguida fiz um job rotation para
de fabricação própria. Outras empresas não conseguem atender
a área de montagem final por uns cinco anos. Depois, a pintura voltou para mim,
a todas as necessidades completas da Volkswagen na pintura,
e passei a cuidar das duas áreas de atuação, tendo sido promovido a gerente. Em 2000
necessitando recorrer a fornecimentos de terceiros. Eles casam
eu fui promovido novamente, desta vez para gerente executivo. De 2010 até hoje, fiquei
muito bem com os nossos requisitos de qualidade. Na concor-
com o projeto da nova pintura em Taubaté como Project Manager, e agora estou retor-
rência, nós colocamos outras empresas, mas a parceria com a
nando para a minha área original, que é uma área corporativa, onde fazemos projetos
Dürr é perfeita por ter a tecnologia de que nós precisamos. A Dürr
para adequação das instalações para novos produtos na área de pintura e monta-
tem fornecido grande parte dos nossos projetos no Brasil e no
gem das três fábricas: São Bernardo do Campo, Taubaté e São José dos Pinhais.
Grupo Volkswagen. Não podemos desprezar também concorren-
O
tes que têm tecnologia aprovada pelo nosso grupo, porém sem
s projetos mais importantes de que eu participei com a Dürr foram principalmente
a planta Anchieta, com a reestruturação da pintura, onde realizamos juntos duas
instalações de eletroforese em 1982/1984 e as cabines de pintura. Em 1985, porém,
ocorreu uma crise muito grande na indústria automobilística brasileira, quando os
investimentos planejados foram reduzidos pela nossa matriz. Minha área ficou fora do
A
minha mensagem para a Dürr é a seguinte: a Dürr é uma
empresa que está no meu coração e esteve sempre pre-
sente na minha vida profissional. Que vocês continuem fortes no
tes e prontos para novos desafios. Tivemos boas experiências
juntos em projetos difíceis, mas superamos sem nunca termos
graves problemas que não pudessem ser contornados e resolvidos, o que aumentou minha confiança em vocês. Agora estamos
implantando um trabalho bastante importante na fábrica de São
Bernardo, onde vocês instalarão mais robôs no primer e massa
e farão adequação e modernização de transportadores. Novos
desafios na fábrica de Curitiba estão chegando. Desejo realmente
que todos os funcionários da Dürr continuem com essa “pegada
e eficiência” em tudo que vocês fazem e quero parabenizar essa
grande empresa e seus funcionários pelos seus 50 anos no Brasil.
um portfólio tão completo. Nas automobilísticas em geral, a Dürr
é muito forte, tanto é a dimensão que ela tem aqui no Brasil.
O
que me marca muito nessa parceria com a Dürr é a confiança, além da eficiência no retorno, que nós temos para discutir
os assuntos em aberto e os novos projetos com a equipe Dürr.
43
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Richard
Schweiger
E
Q
A
grande importância, grande parte dos empregos da região vem dessa fábrica da BMW.
1998, eu fiquei mais de um ano na Índia para a montagem de
estruturas. Cada país em que eu trabalhei foi um novo desafio.
A
uma máquina, pois não existiam pessoas capacitadas para esse
Hoje o mundo é muito global e o profissional tem que aprender a
trabalho especializado. Apesar de eles já terem uma equipe de
conviver profissionalmente com todas as culturas e a Dürr tem a
montagem, eu fui com outros três especialistas da Alemanha
visão de se estabilizar nos mercados importantes. Os Brics estão
para fazer a máquina funcionar, e depois voltar para casa.
com muita visibilidade. A Dürr sempre procurará espaços novos.
N
A
par de um projeto para montar robôs, em Camaçari na Bahia.
que a Dürr é uma empresa brasileira com um grande potencial.
Na época a Dürr Brasil não tinha o departamento próprio
Não se pode mais dizer que somos uma empresa alemã instalada
de montagem APT, então eu treinei os dois técnicos da obra
no Brasil, mas sim que começamos como uma empresa alemã
e eles fazem o serviço até hoje. Depois realizei um projeto
que se enraizou no Brasil. A Dürr veio para ficar. No começo deve
na Dow Química para o fornecimento de para-choques para
ter sido difícil para uma empresa alemã instalar uma filial em São
a fábrica da Ford. Em seguida voltei para a Alemanha.
Paulo sem saber as leis, como funcionavam as questões adminis-
F
trativas e culturais no país, porém todas as barreiras foram supe-
u nasci na Alemanha, na cidade de Dingolfing, que possui uma tradição automobilística, pois é onde a BMW teve suas raízes, com sua primeira fábrica de carros. Essa
planta era de uma empresa chamada Glas até se tornar parte do grupo BMW. Com uma
Nascido em 24/09/1972, na cidade
de Dingolfing na Alemanha. Formado em Eletricidade para Montagem
Industrial, na Alemanha. Trabalhou na Dürr Alemanha desde 1998,
e veio para a Dürr Brasil em 2010.
minha primeira experiência profissional foi em uma empresa de montagem de
instalações elétricas, com uma média de 150 profissionais, que fornecia serviços para
essa planta da BMW, e para grandes empresas como a Dürr, Kuka e outras, que fazem
equipamentos de engenharia para todas as montadoras no mundo.
A
formação educacional na Alemanha é diferente da brasileira, o sistema de educação é
duplo. Após três anos de estudos, no curso médio, pode-se escolher uma área em En-
genharia Elétrica, Mecânica ou outra para cursar na Universidade. Existe a opção de uma
educação em mercado da seguinte forma: por um período de três anos e meio, é possível
trabalhar três semanas em uma empresa e estudar outras três semanas na escola. Eu me
formei em Eletricidade para Montagem Industrial, através de uma educação em mercado.
Eu me iniciei bem cedo na escola, era um ano, um ano e meio mais jovem que os outros.
C
om 18 anos já comecei a trabalhar com obras em empresas pequenas. Trabalhei
pelo período de dois anos, depois prestei o serviço civil mandatório. Servi na oficina
de aparelhos médicos do hospital. Depois desta experiência, voltei a trabalhar na mesma
empresa de montagem de instalações elétricas. Tive a oportunidade de participar de um
projeto, não diretamente como funcionário, na Dürr da Coreia. Dessa forma, comecei
como eletricista da obra, nas montagens pela Dürr, e passei para encarregado do projeto
após três anos.
V
oltei para a Alemanha, e fiz uma especialização em gestão administrativa e técnica.
Após a conclusão desse curso, tem-se o direito de abrir uma empresa na qual outros
jovens podem trabalhar. Quando terminei esse curso, a Dürr me chamou para trabalhar
uando eu comecei no departamento de montagens da Dürr,
não havia robôs. Fazia-se a montagem das máquinas para
pintar, com uma tecnologia mais antiga. Hoje isso mudou. Em
a minha carreira eu viajei muito, fui para os Estados
Unidos, Paquistão, Índia, várias vezes para a Coreia.
Em 2000, tive meu primeiro contato com o Brasil ao partici-
iz alguns outros projetos menores no Brasil, mas sempre
voltava para Alemanha e viajava para outras plantas na
Europa. Em 2008, voltei para o Brasil com o projeto da Fiat em
Betim, na montagem de aproximadamente 30 robôs e comecei
a ter mais contato com o pessoal do Brasil. A Dürr Brasil fez um
da Dürr é crescente. A Dürr está sob a liderança do senhor Ralf Dieter, que foi escolhido
como o “manager do ano” em 2012. A Dürr é uma líder mundial em seu segmento e a
tendência dela é se tornar uma empresa também conhecida em outras áreas, como em
tratamento de ar e reaproveitamento de energia. A empresa sempre busca pensar no
amanhã. Creio que a Dürr está fazendo escolhas inteligentes em relação ao futuro.
radas. É muito importante enfatizar que 50 anos de vida para uma
empresa é uma grande conquista. Isto mostra a grande visão que
o senhor Heinz Dürr teve no passado. Nos dias de hoje, globalizar
é comum, entretanto naquela época foi algo visionário e exemplar.
alguém com o conhecimento técnico. Depois deste projeto, o
tínhamos sete pessoas, hoje estamos na faixa de cinquenta.
da na sua área. Todo funcionário de montadora conhece a empresa. O sucesso de mercado
importante mostrar para o mercado, principalmente para os
profissionais qualificados que estão á procura de oportunidades,
técnica no Brasil durante um ano, por terem necessidade de
P
sistema de trens da Alemanha. Nos dias de hoje a Dürr é uma organização muito conheci-
minha mensagem para a Dürr Brasil é dizer que é muito
ger na parte dos robôs. Em 2009, me chamaram para assistência
Roberto Tkatchuk me convidou para o departamento de APT, em
a privatização do sistema de trens do país. Meu pai o conhecia por ter trabalhado no
culturas diferentes contribuíram muito para a minha vida
profissional, eu aprendi a observar e entender o ambiente e suas
projeto na Hyundai nos Estados Unidos, e eu fui o project mana-
como funcionário da empresa em 1998.
essoas mais velhas na Alemanha conheciam o senhor Heinz Dürr por ele ter realizado
credito que minhas experiências em diversos países e
fevereiro de 2010 no Brasil. Quando começamos, o departamento
H
oje temos a capacidade de executar os projetos, mas no caso
de projetos maiores pedimos o suporte da Alemanha. Eles
fornecem os robôs e nós fazemos toda a engenharia. Estamos
ampliando nosso departamento de serviços e fornecendo treinamento para os clientes. O nosso grande diferencial no mercado
é a oportunidade de treinar os nossos clientes. O departamento
APT da Dürr surgiu de uma empresa que o grupo Dürr comprou
aproximadamente no ano de 1994. A compra dessa empresa teve
o foco no futuro, eu vejo isto todos os dias na Dürr. A empresa
equilibra muito bem o financeiro com a inovação. Além de estar
preocupada com a sustentabilidade, busca preservar os insumos e
evitar o desperdício de materiais, no caso da tinta para a pintura.
45
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Salvatore Sidoti
M
nascido em 30/08/1948 na cidade
de Patti, na Sicília, Itália. É
engenheiro mecânico, entrou na
Dürr em 1979, e atualmente é prestador de serviços terceirizado.
eu pai foi para a guerra na Rússia e foi dado como morto. Felizmente foi salvo por
tinha que gostar de trabalhar aqui. O tempo passou, o meu filho
uma família russa. Quando ele voltou para a Itália, já tinham dividido a parte dele de
fez engenharia, conseguiu o emprego na Dürr em 2008, e trabalha
uma herança entre os irmãos e o país estava destruído pela guerra. Ele resolveu vir para
aqui até hoje.
o Brasil com a minha mãe, comigo e meus irmãos. Na época, eu tinha seis anos, éra-
E
mos muito pobres, moramos em um cortiço. Aos poucos, a minha família progrediu e eu
ajudava o meu pai com o comércio de roupas. O meu irmão mais velho, Ignazio, começou
a trabalhar na Erdelyi Fabricadora em 1957, que ficava no Jardim Prudência. Ele começou
como ajudante de mecânico e depois foi indicado para trabalhar na empresa ERFA como
copista. A empresa ERFA era do senhor Erdelyi que tinha como sócio o senhor Wiegand,
tendo sido depois incorporada pela Dürr. Enquanto isso, eu trabalhava em uma barbearia.
Meu irmão era muito dedicado, eu me espelhei nele e resolvi ser engenheiro mecânico.
E
u me formei em 1976 e fui trabalhar de orçamentista em uma empresa chamada
GKW, que foi uma verdadeira escola de transportadores. Nesse período, o meu irmão
era gerente na fábrica da Dürr, que não fabricava transportadores e trouxe uma empresa
alemã chamada Stotz para o Brasil. O meu irmão me indicou para trabalhar na Stotz. Na
época, eu fiquei muito entusiasmado, pois eu trabalharia numa empresa do Grupo Dürr.
A
m 2001, a Dürr comprou a Schenck e o presidente dela passou
a ser presidente da Dürr. Naquele momento, eu já era o
gerente de vendas e ele tinha o gerente de confiança dele, dessa
forma eu fui dispensado. Eu fui trabalhar na Eisenmann, por comissão. A Dürr sempre teve altos e baixos, determinados também
pela situação econômica do país, e, naquele período, parou de
vender transportadores. Depois que o Cosceli saiu da empresa e
O
período marcante para mim, dentro da Dürr, começou em
1980 e foi até 1997, com Sr. Weigt na presidência. Ele tinha
muito conhecimento do negócio, foi um período de solidez da
empresa, quando se tinha muita confiança e segurança moral. Eu
trabalho hoje com 65 anos, e nem vi minha vida passar, hoje para
eu vender é muito fácil, todos os meus clientes são meus amigos.
Eu sou um vendedor valorizado e respeitado pelos clientes.
A
lgo aprendido por mim e ensinado pelo senhor Jörg Sack é
que existem os vendedores e os vigaristas. Faça o que sabe
bem, sempre procure aprender e trabalhe sempre corretamente.
entraram o Paulo e o Roberto, tudo mudou para melhor.
Eu tenho muita alegria e orgulho em falar que eu participei da his-
E
tória da Dürr. Tenho orgulho de ter visto o seu crescimento desde
m 2006, o Paulo me chamou para voltar para a empresa e
eu fui para a Alemanha para ser entrevistado pelos novos
diretores da Dürr mundial. Eu expliquei para eles que o segredo
de vender é conhecer bem o seu produto, e isso eu conhecia. Em
segundo lugar, é preciso conhecer muito bem o cliente, como
Dürr tinha outra empresa chamada Soltronic, que se fundiu com a Stotz, resultando
funciona tudo lá dentro, como chega uma ordem de solicitação de
na Solstotz. Até então, a Dürr comprava transportadores da GKW, que era onde eu
orçamento, como se tem que agir e trabalhar para entender o que
o começo, com o Senhor Heinz, até o crescimento mundial. Aliás,
eu tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente. Tenho muito orgulho
em ter ajudado, mesmo sendo de forma pequena, o crescimento
da empresa. De certa maneira, posso dizer que, junto com a Dürr,
foi possível eu participar de todo o desenvolvimento da indústria
automobilística no Brasil.
E
havia trabalhado. No final, a Solstotz foi incorporada pela Dürr em 1979, e, como eles já
seu cliente quer, e ter as ideias para fazer um orçamento bom.
tinham um parque fabril funcionando, não precisavam da fábrica da Solstotz e sim da
Em terceiro, tem que conhecer o profissional com quem você está
engenharia. Desta forma, foi realizada toda a transferência da Soltotz para o endereço da
tratando, e conhecer muito bem os limites e as vantagens compe-
Dürr. Na época, eu era orçamentista na Stotz, e aconteceu a minha entrada oficial na Dürr.
titivas que tem a sua empresa. E eles acabaram concordando com
e existiu um período de poucas vendas. Já chegamos a parar com
Foi a realização de um sonho ser aceito e ter entrado por essa portaria da empresa no
a minha volta.
a fábrica por ser obsoleta, cara demais e é complicado não ter a
bairro de Jurubatuba.
O
fabrica e tivemos que comprar de terceiros, então surgiram vários
E
u me casei em 1977, no ano seguinte nasceu minha filha, e, em 1980, o meu filho. Em
1981 o meu irmão recebeu uma oferta para trabalhar em outra empresa, e atualmen-
nome da Dürr contribuiu muito para as vendas, é um nome
forte, é líder, é respeitado. Se eu estou no cliente tenho que
representar o nome, eu preciso ter bagagem e conhecimento para
te ele é autônomo. Em 1983, eu escolhi mudar do cargo de orçamentista. Pedi para o meu
mostrar ao cliente que naquele momento eu sou a Dürr. E ele
chefe, o Senhor Jörg Sack, para ser vendedor. Continuei como orçamentista, e ao mesmo
tem que acreditar que eu vou resolver o problema dele, porque a
tempo fazia visita aos clientes. Na época, a Dürr participou de uma feira no Anhembi e eu
nossa proposta é de soluções tecnológicas, nós vamos solucionar
fiquei no stand, apresentando os equipamentos e atendendo as pessoas. Depois disso, eu
o problema que ele tem e para isso o vendedor necessita de muita
fui estudar as outras áreas da Dürr, sobretudo a pintura, e me interessei bastante.
experiência anterior. O nome da empresa é muito forte e temos
C
que vestir a camisa e ter uma verdadeira demonstração de amor
omecei batendo na porta dos clientes e com isso eu fiz algumas vendas. A minha
u acho muito importante passar o conhecimento dos profissionais com mais tempo de casa para os mais novos. Os mais
antigos viram muitas fases, nós já tivemos uma grande produção
problemas. Porque mesmo sendo líder, também existem dificuldades na venda. Sempre devemos respeitar nossos concorrentes
porque o produto deles também é bom e é importante negociar
com o cliente. Venda é uma arte e você aprende respeitando as
pessoas. Precisamos deixar o cliente feliz.
A
nossa visão e a criação de projetos são diferentes de quando
eu comecei; o nosso setor de engenharia funciona diferente
agora. O próprio país mudou, apesar de sermos uma empresa
e dedicação à empresa. Desde a época do Fiat 147 a gente tem
líder de mercado, é necessário sempre fazer o melhor, o mercado
parceria com a indústria automobilística, temos essa bagagem e
muda, o mundo muda, temos que nos adaptar. Surgem novos
isso faz você criar algo novo, uma solução, a melhor de todas para
desafios a serem ultrapassados. Eu acho que a Dürr está no ca-
surpreender o seu cliente.
minho certo, a forma como ela está sendo administrada aqui e na
V
Alemanha com as novas diretrizes.
que eu havia criado. Outra qualidade importante da Dürr é que ela sempre pagou bem
garanto que, se você for um profissional dedicado, eles te darão
o capital humano da Dürr. Quanto ao meu trabalho eu sinto muito
seus funcionários e é uma empresa que banca para valer.
muita oportunidade. Eu tenho cinco ou seis patentes criadas por
respeito por parte do Roberto e do Paulo, eu vou trabalhar aqui o
A
mim dentro da Dürr, foi resultado do meu convívio com as vendas
tempo que acharem que for melhor. Eu tenho orgulho e paixão por
e fabricação. A nossa empresa cria soluções, sistemas e resolve
tudo que eu fiz profissionalmente. Também sinto orgulho de meu
os problemas dos clientes e você tem que abraçar isso. Eu aprendi
irmão ter começado aqui e agora o meu filho. Eu sempre fui muito
que as vendas são uma cascata. É preciso ver quem você vai
dedicado à empresa tanto que não vi a vida passar, nunca faltei um
atender no seu universo de clientes, e sempre tem que estar em
dia. Eu amo o que faço para a Dürr.
primeira venda foi um projeto muito grande na Liquigás. Depois, eu fechei outros
contratos e parei de fazer orçamentos. Passei a ser o chefe de vendas em 1987, e conquistei todos os clientes de transportadores, tanto do setor automobilístico como de outros
setores. O setor de vendas era formado por outro vendedor especializado em pintura, o
gerente de vendas, orçamentistas e o diretor de vendas que era o senhor Jörg Sack. Em
1988, nós pegamos um projeto muito grande, o da Michelin em Campo Grande. Fizemos
outros grandes projetos, um foi na Marcopolo, onde foi possível introduzir uma invenção
Dürr foi marcante em minha vida. Eu nunca me esqueço de que a minha esposa me
trazia para trabalhar e o meu filho junto. Ele foi crescendo, vendo a Dürr. Quando ele
tinha uns cinco anos de idade, lhe perguntavam o que ele gostava de fazer, e ele respondeu
que gostava de trabalhar na Dürr, que ele era dureiro. Um dia ele me perguntou o que
precisava para trabalhar na Dürr e eu respondi que, em primeiro lugar, ele tinha que se
formar em engenheria mecânica, em segundo lugar que ele tinha que falar inglês e que
ocê tem todo o seu desenvolvimento profissional disponibilizado pela Dürr, são viagens para a Alemanha e para o mundo
todo que são proporcionadas pela empresa. Eu viajei bastante e
A
empresa cresceu muito nesses 50 anos, a Dürr andou a
passos largos. Foi feito um excelente trabalho para valorizar
contato com todos eles, para sempre ter orçamentos, e assim sucessivamente. É preciso ter clientes em todas as fases do processo
de compra, simultaneamente.
47
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Luiz Tutomu
Hachiya
Nascido em 31/05/1943, na cidade
de São Paulo (SP) – Engenheiro
Mecânico e de Produção – Começou
a trabalhar na Dürr em 1973 e
atualmente é gerente de montagem
terceirizado.
E
u sou conhecido por todo mundo da Durr como Tutomu. A minha vida profissional começou
muito importante com o vice-presidente da Volkswagen (eu havia
tecnologia, porém todos nós temos que nos adaptar e acompanhar
quando eu fui contratado como trainee pela Volkswagen em 1969, após me formar em en-
sido trainee com ele) e o presidente da Dürr, e ele queria saber se
o desenvolvimento. Gerir pessoas também exige prepará-las.
genheiria na FEI, onde continuei estudando para ser engenheiro industrial. Participei do projeto
tinha condições de fazer a obra até a tal segunda-feira. Respondi
de mudança de uma pequena instalação de pintura de roda, no prédio da ala 9 para ala 13 da
que a data de entrega teria de ser adiada para quarta-feira, e ele me
Volkswagen. Como eu obtive sucesso, já me colocaram para trabalhar com outro engenheiro
advertiu de que 20.000 funcionários voltariam na segunda-feira. No
E
que estava fazendo a linha 3, era a primeira linha de eletroforese no Brasil. Neste período, de
final, correu tudo certo e, na data que eu havia prometido, a fábrica
1969 a 1970, ocorreu um incêndio na Volkswagen que queimou toda a linha de pintura.
voltou a funcionar.
N
E
e a utilização de parte das cabines que sobraram. Com o apoio do pessoal da Dürr, foi possível
aquela época, estava sendo feita a transferência da linha 1 antiga da Dürr, da ala 2 para a
u conheci a Dürr na Alemanha, fui acompanhado de um suíço
para lá, por causa da implantação da Fiat. Primeiro eu fiquei
um mês na Itália, para conhecer a Fiat de Cassino e depois eu fui
conhecer a fábrica na Alemanha. Eu tenho limitação verbal no idioma
inglês, mas fui superando isso com outras aptidões. Eu estive na
u fiz muitos cursos na Dürr. A Dürr tinha um ótimo Simpósio de
Venezuela, no Chile e na Colômbia para fazer a instalação de General
Treinamento para todo o nível gerencial. Vinha inclusive o pesso-
Motors, no Peru para o projeto da Volkswagen, e diversas vezes na
al da Alemanha. Participei de vários, no Guarujá, em Atibaia e outros
Argentina, no projeto da Ford, e mais recentemente na Volkswagen
lugares. Agora, aliás, existe um incentivo muito grande para o treina-
em Pacheco e na nova fábrica da Honda.
a Volkswagen retomar parcialmente a produção. Eram produzidos 1.200 carros diariamente e,
mento, e eu executo diretamente esse trabalho com muitos jovens.
de forma improvisada, a produção caiu para 300 a 400 carros. A Volkswagen chegou a utilizar a
N
E
ala 13. Da parte que sobrou do prédio incendiado, só dava para aproveitar a instalação que
estava sendo transferida. Foi feito um improviso com uma linha de pré-tratamento com lona,
área da antiga Vemag, da Karmann Ghia e da Toyota, para fazer a composição total da pintura.
E
u considero que aí começa a grande história da Dürr, que foi refazer o prédio que estava
ós chegamos a ter entre 1.500 e 1600 funcionários. Na fábrica
eram 900 funcionários, com mais 200 na montagem, aproxima-
u tive também um grande desafio na Colômbia, porque 80% da
fabricação foi feita lá e somente 20% no Brasil, mas o problema
não era só a parte técnica. Eu me lembro de ter tido umas quatorze
damente 1.100. A meta era reduzir para 600 funcionários na fábrica
pessoas da Dürr sob o meu comando. E quando batia a saudade da
e montagem. Isso tinha que acontecer em três meses, sem parar a
família, depois de 30 dias fora, a direção da Dürr autorizava levar as
ala 13. Para realizar esse trabalho monumental, o pessoal da Dürr precisou trabalhar 24 horas,
produção. Aproximadamente em 1985, eu implantei um sistema de
famílias dos funcionários para que eles pudessem passar o Natal
diariamente, sem interrupção.
just in time de supermercado e o senhor Gil foi quem me ajudou mui-
juntos. A esposa de um dos funcionários não pôde ir para a Colômbia,
E
to na questão de controle de estoque, sobretudo no caso das chapas.
então ele veio no dia 23 para o Brasil e voltou no dia 26, e dessa forma
Também foi utilizado o sistema de ilha para as máquinas, na área de
foi possível terminar o projeto na data. Ninguém acreditava que a
usinagem. A Dürr começou a ter concorrente no mercado, então pas-
data de entrega do projeto seria cumprida, só eu e o Luiz Marin acre-
sou a ter que diminuir o preço. Em consequência, teve que diminuir o
ditávamos. O Marin é um colombiano que trabalha na Dürr. Eu che-
custo e passou a ter que pensar em possibilidades de racionamento.
guei a chorar, chorei muito, porque eu o Marin tínhamos que entregar
A decisão do término de produção na fábrica me deu uma dor no
a instalação funcionando numa terça-feira de Carnaval às 21h30 e
coração. Foi neste momento que eu passei a ser terceirizado da Dürr.
às 21h00 e a instalação foi entregue, a equipe da Dürr conseguiu.
O
Era uma realização e emoção muito forte, sempre que eu via um
90% queimado. Esse projeto foi feito em nove meses, e a Volkswagen voltou a produzir na
m 1970, eu acompanhava a produção da Dürr e verificava se tudo estava dentro do padrão
de qualidade exigido pela Volkswagen, e isso me ajudou a conhecer bastante a Dürr. O
espaço físico era só um pedaço deste prédio que existe hoje, sem nada na lateral nem atrás. Na
frente, tinha um galpão que era da Antarctica. Eu vinha duas vezes por semana visitar a fábrica
da Dürr, era só um pedacinho do que é o prédio atual.
E
u fui convidado para trabalhar na Dürr em 01/10/1973. Anteriormente, de 1970 até 1973 eu
também havia trabalhado no projeto de reconstrução de toda a linha de pintura da Volkswa-
gen de São Bernardo, e com esse sucesso a direção da Volkswagen decidiu me convidar para
ser o gerente da nova fábrica de Taubaté, da elaboração de cuja planta eu já havia participado.
Eu tinha acabado de me formar em engenharia mecânica, mas para completar minha formação, durante dois anos, fiz também um curso de engenharia de produção, no período noturno.
Oficialmente, o convite da Dürr aconteceu no mês de fevereiro de 1973, mas eu achei correto
sair apenas depois que acabasse o projeto da Volkswagen de Taubaté. Na hora da escolha, eu
aceitei a proposta da Dürr.
C
omecei a trabalhar na empresa de montagem Intermont, que fazia parte do grupo Dürr,
como gerente geral da parte de montagem. Em 1974/1975 participei da construção da nova
fábrica da Fiat, quando já tínhamos 400 funcionários. Como responsável da montagem, participei de diversos projetos feitos pela Dürr, como o da Mercedes de caminhões, em Campinas (que
não existe mais), e da fábrica de caminhões da General Motors, em São José dos Campos. Eu
acredito ter feito mais de 100 instalações para a Dürr.
D
utro ponto interessante de que eu gosto de me lembrar é o
progresso das pessoas, dentro da empresa. Um exemplo é o do
nosso diretor Paulo Sentieiro. Eu o contratei como eletricista, só que
ele era muito bom para ficar só na área de montagem e com menos
de dois meses, ele foi para a área de engenharia, depois foi subin-
projeto entregue e funcionando bem, isso sempre foi minha alegria.
E
u sempre respeitei muito os clientes. O nome da Dürr sempre foi muito forte. Desde o início no Brasil, a Dürr era sinô-
nimo de qualidade. Eu sou de uma geração mais antiga, então
do cada vez mais, até chegar à posição de diretor. Outro que ótimo
posso confirmar que a Volkswagen era rígida com qualidade,
foi o Jorge Hara, que é o responsável pela fábrica atualmente. Ele
porém agora, as montadoras orientais são severamente exi-
trabalhou comigo em toda a implantação de just in time na fábrica.
gentes, tanto em qualidade, limpeza e segurança, é o caso da
Finalmente, o Marcus Borghesi entrou como estagiário na fábrica e
Hyundai, Honda e Toyota. Tanto que eu aprendi muito no projeto
hoje é um dos responsáveis de área.
da Toyota de Sorocaba. Eu sempre exijo da equipe que supere o
E
padrão Dürr que é excelente. Temos que melhorar sempre.
era feita manualmente. Tinha muito escorrimento de tinta, então
pela oportunidade. Graças à Dürr, eu viajei pelo mundo. Eu aprendi
u sou muito inquieto, mas também aprendi desde cedo, que
gerir as pessoas exige paciência e observação. Eu não vou
me esquecer desse caso, na Volkswagen, quando a pintura ainda
N
a minha vida profissional, eu recebi convites de outras empresas, mas eu fiz a minha escolha pela Dürr e agradeço muito
começaram a usar a tinta aquecida que exigia um novo equipa-
muito durante os meus 40 anos aqui. Imagine o significado de chorar
mento para uso, mas o pessoal da engenharia não conseguia usar,
com um equipamento, pois eu chorei, porque só chora quem se
porque não funcionava. Chamei o responsável e perguntei por que
emociona e se envolve profundamente com o que faz! E eu tentei fa-
o equipamento não funcionava e ele me respondeu que não era isto
zer sempre o melhor possível para a Dürr. Foi um casamento bastan-
que estava acontecendo. A verdadeira razão é que o pessoal não
te sólido e com uma confiança muito grande da direção da Dürr em
estava querendo usar. Daí por diante, eu aprendi que deveria treinar
mim e vice-versa. Eu passei por cinco presidentes que confiaram em
outros funcionários novos para o uso do equipamento novo. Enfim,
mim. Tudo realmente me emociona! E até hoje, nos 50 anos da Dürr
gostariam de ficar com o meu serviço, e dessa forma eu continuaria na Dürr.
aprendi a observar, entender os acontecimentos e agir de forma
no Brasil, estou aqui com muito afeto e carinho. Eu visto a camisa
E
a driblar os conflitos. Foi um grande desafio como gestor aquela
da empresa. Quando eu estou treinando a nova geração, eu falo para
implantação do sistema de ilha na fábrica da Dürr. Eu tenho que lidar
eles exatamente isso, que eles têm que honrar a camisa da Dürr!
urante dez anos, de 1973 até 1983, eu trabalhei como engenheiro de produção, fui gerente
da parte de montagem, e depois assumi a gerência geral da área industrial. Tinha a res-
ponsabilidade da fábrica, manutenção, montagem, faturamento, almoxarifado, tudo foi passado
para mim. Foi um grande desafio. Em 1983, o Sr. Wiegand e o Sr. Sergius, (principalmente ele,
por quem eu tinha muito afeto), me falaram que a tendência da Dürr era acompanhar o que
o mundo inteiro estava fazendo, isto é, terceirizar tanto a linha de montagem como a fábrica.
Perguntaram-me então se eu gostaria de fazer o meu serviço como terceirizado, porque eles
u me recordo até hoje de uma situação altamente desafiadora. O senhor Roberto Leme,
que hoje é diretor da Voith, Dürr na época, me convidou para fazer uma obra na Volkswa-
gen em um prazo muito curto, de uma semana. Eu fui colocado numa sala para uma reunião
com o treinamento das pessoas e com os equipamentos. Ser chefe
não é fácil. A modernização veio para o Brasil, a Dürr trouxe a sua
49
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Arnaldo Urias
dos Santos
V
E
A
entrei no grupo Dürr, através da empresa Stotz, em 02/02/1973, com 23 anos. Fui con-
o senhor Guilherme Antunes, que eu não considero ter sido uma
um minuto. Hoje em dia acontece um desgaste prematuro do
tratado pela Dürr Brasil em 1º de Outubro de 1979, onde estou completando 35 anos de
boa gestão, e junto com ele vieram o diretor-presidente Roberto
equipamento por causa da velocidade. Recentemente, eu fui à
empresa e 41 anos de Grupo.
Tkatchuk e o gerente de negócios Miguel Horvath e outros aqui não
Caterpillar para fazer um serviço e vi um transportador com a
A
citados. Em seguida, veio o senhor Cosceli, que era anteriormente
placa e o símbolo da Stotz. Ele foi feito quando eu já trabalha-
da Schenk, que foi comprada pela Dürr. No momento é o senhor
va lá, em 1974, quando ainda eu pertencia ao setor produtivo.
Roberto Tkatchuk, que é um gestor mais informal, vai aos depar-
A Dürr fez o equipamento de pintura e a Stotz fez o trans-
tamentos, fala de futebol, é uma pessoa mais aberta que orienta
portador, ou seja, ele está funcionando há quase 41 anos.
im morar em São Paulo com 14 anos. Fiz cursos voltados para a parte mecânica no
SENAI e na Escola Técnica Mecking, que era muito boa para quem queria fazer projeto
de máquinas. Trabalhei durante um período numa serralheria artística, e logo depois eu
nascido em 31/08/1950, na
cidade de Presidente Epitácio,
em São Paulo, é técnico em
Desenho Mecânico, e trabalha na
Dürr desde 09/02/1979, onde
é atualmente projetista líder.
Stotz é uma empresa de transportadores que veio para o Brasil junto com a Dürr, para
fazer trabalhos para a indústria automobilística, e com o passar do tempo acabou sen-
do comprada dela Dürr. Quando eu entrei na Stotz, comecei trabalhando no setor produtivo
da fábrica. Quando a Stotz foi transferida para Diadema, eu fui chamado para trabalhar na
engenharia como desenhista, e hoje sou projetista líder. Eu sempre trabalhei na área dos
transportadores, porque era o de que eu gostava, por causa dos movimentos longitudinais
e transversais, pelo gira, sobe, desce e vira 180º graus, todo esse conjunto de movimentos.
E
u me considero projetista, porém o título de líder é consequência de eu gostar de
conversar muito com o pessoal novo que entra na Dürr, para tentar orientá-los. Em
consequência, eles também acabam me procurando para tirar dúvidas e com isto eu
também acabo aprendendo. Os novos projetos, principalmente os layouts, são feitos por
mim. Eu trabalho na área de Engenharia Mecânica, é uma área muito ampla, em que desenhamos, calculamos, determinamos todos os produtos que formam um equipamento.
Fazemos atividades relacionadas a vendas, compras, fabricação e montagem. Na verdade,
a nossa participação ocorre em todo o processo. O departamento em que eu trabalho hoje
é considerado novo, executa serviços, oficialmente ele surgiu há mais ou menos dois anos,
mas sempre existiu. Tem seis pessoas de vendas e tem a parte de projetos, fabricação,
montagem e engenharia elétrica.
N
ós precisamos viajar muito na área, porque quando tem alguma montagem, nós
participamos, sobretudo quando ocorre algum problema. Esses cinco itens (projeto,
vendas, compras, fabricação e montagem) estão atrelados e se um deles falhar, provavelmente no momento da montagem aparecerá o erro.
N
ós já fizemos muitos projetos, afinal eu trabalho há 41 anos na empresa. Os projetos
mais marcantes que eu realizei na Dürr foram os que deram mais trabalho. Nós
fizemos um serviço em Joinville para a Cônsul, quando ela se juntou à Brastemp, hoje é
um único grupo, um serviço muito grande, com um transportador novo que nós nunca
havíamos feito em nenhum lugar do mundo. Quando realizamos o serviço da Cônsul, na
época do Plano Collor, entramos nesse projeto que tinha na primeira etapa nove quilômetros de correntes , na segunda etapa foi 2,5Km, e na terceira etapa mais 1,5Km.
O
utro serviço também marcante foi uma fábrica no Rio Grande do Sul, a Telasul, em
Bento Gonçalves. Nós já fizemos fábrica de ônibus no Rio Grande do Sul, já trabalha-
mos com a Electrolux em Curitiba, além de fábricas de tratores como a Volvo e a Caterpillar. O projeto da Fiat em 1974 foi um projeto marcante na indústria automobilística.
u sempre me lembro do presidente da Dürr, o senhor Dieter H.
A. Weigt, tenho até foto dele, dos tempos em que eu completei
10, 15 e 20 anos de empresa. Em seguida vieram outros, entrou
muito bem sobre as necessidades de cada projeto.
T
ive a oportunidade de viajar muito pela Dürr, nacionalmente.
Hoje eu estou fazendo mais projetos internos. Antigamente
ntigamente eram produzidos 30 carros por hora, depois
evoluiu para 40, 50, 60, e hoje está em 65 carros por hora
e o transportador tem que fazer a produção em menos de
A Dürr é muito importante para mim, pois as minhas grandes emoções de trabalho aconteceram aqui e sempre foi bom
trabalhar nela. É uma firma muito boa em todos os aspec-
os projetistas faziam os trabalhos na prancheta e depois houve
tos. Eu me dou bem com todo mundo e sou realizado porque
a transição para o computador com o AutoCAD. Dizem que as
consegui proporcionar através do trabalho uma boa vida para
mudanças assustam, no caso dos projetistas principalmente,
minha família, tenho esposa, duas filhas, uma formada em
porque antes você trabalhava com papel A0, com uma noção exata
Direito e a outra formada em Letras, espanhol e português.
de tudo o que você estava fazendo e depois passou para uma tela
E
pequena de computador. Mas depois percebemos que é melhor
e que com o computador a produção aumenta. É muito mais fácil
corrigir um erro, que ocorre sempre, no Autocad, do que corrigi-lo
na prancheta.
A
u tive a felicidade em trabalhar na Dürr Brasil. Eu, que vim do
interior de São Paulo, e consegui a oportunidade profissional
que queria numa empresa tão respeitada. Até hoje eu conheço
quase todo mundo. Ultimamente entrou muita gente, e a empresa
quase dobrou o número de funcionários durante o ano retrasado
Dürr teve altos e baixos como qualquer empresa, como por
e passado. A Dürr investe muito nos funcionários, quem trabalha
exemplo, na época do Collor. Outra situação bem ruim para a
aqui só tem motivos para a enaltecer. A tendência da Dürr Brasil é
empresa ocorreu em 2006, com um incêndio no prédio. F oi algo
crescer cada vez mais, sobretudo a fábrica. Os 50 anos serão co-
muito desgastante porque pegou fogo em desenhos, em muitos
memorados com muito crescimento. Parabéns para todo mundo.
computadores e bruscamente nós tivemos que sair do prédio e
mudar para um prédio na Av. Berrini. Teve esse desgaste de ver as
coisas sendo destruídas e ser um prejuízo enorme para a empresa
de que você também participa. Ficamos nesse prédio por um ou
dois anos e voltamos para cá em um prédio novo moderno, o que
mudou tudo completamente.
O
s transportadores evoluíram bastante quanto à velocidade.
Trinta anos atrás, a indústria automobilística tinha transpor-
tadores com o correspondente a 24 metros por minuto, hoje nós
temos transportadores com 60, 80, 90 metros por minuto. Quanto
às correntes, a novidade é a entrada das correntes de plástico no
mercado, que são mais silenciosas e não precisam de lubrificação.
Já o elefante, que é um dispositivo com quatro pernas, que se
fecha por baixo do carro e o transporta para dentro da pintura e do
secador, todo esse processo continua igual. Já a parte elétrica, o
sistema de conversação e a engenharia de pintura tiveram muita
evolução.
51
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Frank A.
Behrendt
nascido em 08/01/1947, é o
Presidente da Bemaq S.A. A
Bemaq tem sido o representante comercial da Durr Brasil
na Argentina já a muitos anos.
A
té 1978, a Dürr não estava presente na Argentina, devido ao fato de que não existiam
também a indústria automobilística. Teria sido impossível manter
projetos relevantes para linhas de pintura na indústria automobilística, devido a uma
uma boa estrutura comercial baseada somente naquela especiali-
D
epois de uma recuperação nos anos 2000, novos projetos
começaram a surgir, especialmente na conversão das plantas
taxa de produção muito baixa e sem globalização e com algumas fábricas antigas instala-
dade, com plantas de pintura ou reformas. Isso ficou demonstrado
das há muitos anos. A indústria automotiva estava timidamente presente nos anos 1950,
nos anos 1980, 1990 e até nos dias atuais.
ças às boas referências da Dürr nessa área e da presença contínua
com alguns fabricantes como a Mercedes Benz (caminhões) e a Kaiser (licença da Ameri-
N
no mercado, foi possível ganhar boa parte desses projetos. Apesar
can Motors). Nos anos 1960, ela recebeu um forte incentivo e teve como pico 21 plantas de
montagem instaladas (i.e. Borgward, NSU etc.). Tudo foi feito facilmente com uma taxa de
proteção de até 80%!
A
os anos 1980, finalmente, somente 3 principais fabricantes permaneceram: Autolatina
(Ford+VW), Sevel (Fiat +
Peugeot) e Renault. E eles ainda assim foram muitos para um
mercado em encolhimento. Finalmente, com uma mudança na
Bemaq (então com o nome Behrendt-Mattel) foi desde 1954 (há 60 anos) uma forte
política econômica do governo e mais tarde nos anos 1990 com
fornecedora das principais ferramentas de máquinas alemãs, com boa presença não
a implementação do mercado comum ‘Mercosul’, a indústria
apenas na indústria de artefatos de metal, mas também nas montadoras de automóveis,
automobilística entrou na globalização dos seus modelos. Já não
das quais as maiores como a Ford, GM, Fiat, etc., tinham fábricas de prensas, fábricas de
existe mais a época quando um Ford Falcon dos anos 1950 era
motores, fundições, etc.
constante e levemente modificado ou atualizado por mais de 30
E
anos, simplesmente para evitar investimentos adicionais, além de
m 1978, a Ford anunciou a instalação de uma nova linha de pintura na sua planta
em Pacheco (subúrbio de Buenos Aires). A Behrendt-Mattel ficou sabendo daquele
projeto nos estágios iniciais e entrou em contato com a Dürr na Alemanha para competir
neste projeto e pedir proteção ao cliente. Foi concedido, e juntas conseguiram um trabalho excelente com um cliente satisfeito. Devido à distância com a Europa e os problemas
específicos de um mercado como a Argentina (eles ainda existem e estão piores nos dias
franquia exclusiva da Schenk para o mercado argentino, e essa empresa foi adquirida pela
Dürr vários anos depois.
C
om todo esse sucesso em tão pouco tempo, Heinz Dürr teve a ideia de um empreendimento conjunto obedecendo o modelo da Espanha e da Itália. Depois de considerar
isso com seriedade, a Behrendt-Mattel declinou dessa ideia alegando que a Argentina
já tinha comprovado com o passar dos anos, e já naquela época, ser um mercado muito
inseguro com fortes flutuações econômicas através dos anos, o que obviamente afetou
tos, porém ainda há uma pequena implementação contínua deles.
A
Bemaq, como é conhecida nos dias de hoje, continua como
o parceiro local para avaliar os novos projetos que estão
chegando, ajudar na preparação das cotações com o crescente
N
cresceram, devido ao fato de que elas também eram força-
das, no Brasil, a desenvolver pequenos projetos diferentes para
P
na tecnologia da pintura. Naquela época, coincidentemente, a Behrendt-Mattel obteve a
ção da moeda adiaram, nos últimos tempos, muitos desses proje-
cado negócio das peças de reposição. Ela administra não somente
aqueles anos, a cooperação e benevolência com a Dürr Brasil
Siderca (agora Tenaris) foi desenvolvido com sucesso e ainda está
indústria automobilística na Argentina para se reerguer tecnologicamente, principalmente
projetos. Novamente, problemas de custos devido à supervaloriza-
projeto é vencido, incluindo a assistência de pós-venda no compli-
para fosfatização e pintura de acopladores de tubos de óleo para a
uma planta antiga da Chrysler com carros licenciados da Vauxhall. Essa foi a época da
de qualidade internacional tornaram possível a realização desses
conteúdo local e suportar todas as questões locais quando um
planejamento, pesquisa por subcontratações locais e assistência na fase de edificação.
dt-Mattel. Obteve-se um sucesso razoável nos 2-3 anos seguintes, com projetos
melhorou drasticamente, as menores perdas com tintas e o padrão
outras alternativas.
manter uma fatia do mercado. Então, aconteceu que um projeto
como a fábrica de caminhões da Ford e a nova planta de pintura da VW, que comprou
de os preços da mão de obra estarem ainda baixos, a qualidade
ser um mercado altamente protetor, e com um consumidor sem
de hoje), um forte envolvimento da Behrendt-Mattel foi necessário em todo o processo de
or intervenção exclusiva dos setores na Argentina, o trabalho foi concedido à Behren-
de pintura para robôs de pintura na indústria automobilística. Gra-
funcionando bem 30 anos depois. Foi tão bem que a Tenaris na
os projetos das plantas de pintura, mas também, através de todos
os anos como agentes originais da Schenck, o setor de sistemas
de ‘fim de linha’.
A
pesar disso, a Argentina permanece como um mercado
comparativamente pequeno na indústria automotiva, com um
pico de 900.000 carros produzidos em 2013 vs. 90.00 em 2002. O
Argentina desenvolveu um novo projeto de alta produção, e a ser
ano de 2014 fechará com uma queda de 30%. A integração com
implementado em 4 outras fábricas no mundo todo, com execução
a capacidade local tem um alcance inferior a 30-40%. O país está
simultânea da Dürr Brasil nos últimos 8 anos e que deverá ser
novamente à beira de um colapso de consequências macroeco-
implementado de maneira gradativa nos próximos meses, com a
nômicas, o qual esperançosamente será superado a duras penas,
Dürr Brasil designada como contato principal.
uma vez que haverá troca de governo no final de 2015. Nesse meio
N
tempo, é uma questão de mostrar a presença da Dürr como no
o começo dos anos 1990, chegaram as primeiras exigências
globais com relação à qualidade, o que também afetou a tec-
passado, apesar de ser uma crise diferente.
nologia da pintura. O mercado comum ‘Mercosul’ cresceu e com
ele a especialização da indústria automobilística tanto no Brasil
como na Argentina, para evitar a duplicação de modelos. Então,
novamente, alguns projetos apareceram nos quais a Dürr foi óbvia
e satisfatoriamente envolvida. Dez anos se passaram sem nenhum
projeto que deva ser mencionado!
C
om a supervalorização da moeda argentina, o corte nos
custos se tornou o problema principal para toda a in-
dústria na Argentina no final dos anos 1990. Novamente, os
investimentos em geral foram afetados e, novamente, isso
significou um declínio nos projetos, o que tornou-se crucial em
2001-2002, durante a grande crise financeira na Argentina.
53
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Paulo Renato
Silva Sentieiro
O
E
N
no Porto, Portugal, consertava carros, e o meu pai sempre quis entrar nesse ramo. Com
Engenharia e fui trabalhar na Gerência de Contratos, no projeto da
isso era cultural. Os nossos projetos dependem disso, porque es-
o falecimento de meu avô, o meu pai resolveu vir para o Brasil. Trabalhou em algumas
Audi, de quem nós éramos fornecedores. Fiz muitas viagens para
tão alinhados às indústrias automobilísticas que param a produção
oficinas e acabou indo para a Ford, quando ainda era Willys Overland, local onde fez toda a
a Alemanha neste período. Posteriormente, eu passei para o cargo
nos finais de semana e feriados para a implantação do projeto.
sua carreira.
de gerente de Informática, depois gerente da parte de Elétrica da
F
Engenharia e, em seguida, gerente da parte de Elétrica e Mecâni-
T
s meus pais vieram do Rio de Janeiro para São Paulo, quando eu tinha aproximadamente um ano e meio de idade. Meu pai é português, minha mãe nasceu no Rio de
Janeiro, e eu tenho mais quatro irmãos. O meu avô paterno tinha uma oficina mecânica
nascido em 30/08/1956 na cidade de Campos no Rio de Janeiro.
Trabalha na Dürr desde 1981 e
atualmente é diretor comercial.
oi desta maneira que começou minha ligação com a indústria automobilística. Eu
sempre ia visitar o meu pai na fábrica da Ford e acabei escolhendo estudar engenha-
ria. Meu primeiro emprego foi de office boy numa rede de assistência médica. Fiz curso de
eletricista no Senai e, por intermédio deles, fui indicado para fazer estágio na Ford, tendo
sido depois contratado. Eu já trabalhava na Ford há uns três anos, quando iniciei o curso
noturno de Engenharia Elétrica Eletrônica na Universidade Santa Cecília em Santos.
N
aquela época estava-se começando a falar em controles lógicos programáveis e
computadores. Eu decidi sair da Ford e ir trabalhar em uma empresa menor chama-
da Enco-Zolcsak, para enfrentar novos desafios. Fui estudar em Detroit, Estados Unidos,
e, quando eu voltei, tínhamos uma solicitação da Ford para fazer um projeto que utilizasse
esse componente mais moderno que eu já dominava. Essa empresa familiar e pequena
ficou com receio de aplicar novas tecnologias, e então eu decidi sair, deixando a Enco-Zolcsak, que era concorrente da Dürr, e vir trabalhar nesta outra empresa.
N
aquele momento, a Dürr precisava de um profissional para trabalhar como supervisor de instalações, nas obras. Eu fiz uma entrevista com o Tutomu e depois com o
gerente de engenharia elétrica, que se chamava Udo Leifert. Aconteceu uma combinação
do acaso, uma sincronicidade: ele estava precisando de alguém para trabalhar com o
equipamento, que era, justamente, o que eu havia estudado em Detroit e com o qual eu
queria trabalhar. Eu recebi a proposta de ficar durante um ou dois meses na engenharia,
para conhecer melhor o produto e depois ficar na obra, fazendo montagem. Foi em abril de
1981. Fiz o estágio e, depois, fiquei efetivo na engenharia.
F
iz a minha primeira viagem para a Dürr na Alemanha em 1985, quando o Microsoft
Windows foi lançado. Era algo de outro planeta. No Brasil ainda não se tinha conhe-
cimento dele, mas, lá, o pessoal já o estava usando, e foi a minha alegria. Aprendi a lidar
com o programa depois do expediente, enlouquecido com o mouse e com o abrir e fechar
de janelas. Fiz várias obras no departamento de engenharia, utilizando os recursos do
sistema e algumas montagens. Em seguida estudei também programação de computador
e comissionamento desses programas nas obras . Eu ficava durante alguns meses na obra
como engenheiro do Projeto. Trabalhei na Engenharia até meados de 1996, quando então
comecei a querer outras oportunidades.
ra um momento de projetos muito grandes: a Audi em
Curitiba, a Mercedes Benz em Juiz de Fora, a Peugeot-Ci-
troën em Porto Real e a Renault-Nissan em Curitiba. Eu deixei a
ca. Durante um período, a Elétrica e a Mecânica foram mescladas
e depois de algum tempo separadas novamente.
E
ós temos dificuldade em administrar o pessoal novo para
acompanhar as obras, fazer viagens longas, trabalhar nos
finais de semana e fazer horas extras. Para o pessoal mais antigo
emos uma particularidade no Brasil, nós somos uma das
únicas empresas do grupo, além de ser a primeira subsidi-
ária fora da Alemanha, que trabalha com todas as unidades de
negócios da Dürr. Temos o portfólio inteiro representado, com
m aproximadamente 2003, a Dürr no Brasil passou por uma
unidade ativa, de vendas e de assistência técnica. Temos a parte
crise, ficamos sem projetos e foi necessário diminuir o pes-
de robôs, aplicação de massa, tinta e cola. Também temos a parte
soal, inclusive da minha área. O diretor me orientou para que eu
de linha final: transportadores, manipuladores, testes de freio e
fosse para a área de vendas, senão eu seria demitido, pois o meu
alinhadores de rodas e faróis. Na parte de pintura, temos cabines
cargo não existiria mais. Apesar de não me imaginar na área, eu
e secadores, e também a parte de máquinas de lavar e balancea-
fui para Vendas. Trabalhei com aquele diretor e quando ele saiu da
mento. A Dürr sempre teve inovação e pesquisa muito fortes, razão
empresa, me nomearam para a Diretoria Comercial, e estou aqui
pela qual eu fiquei aqui tanto tempo, por estar sempre pronto para
até hoje. Nossas vendas são muito técnicas. Por este motivo, eu
o novo. Sempre tivemos inovação nos produtos, sempre utilizamos
me adaptei naturalmente à nova função. Eu tinha muito conheci-
tecnologia nova: entramos na área de máquinas lineares cartesia-
mento sobre os nossos produtos e acabei me sentindo confortável
nas, e depois na de robôs de pintura.
em Vendas, obtendo muito sucesso.
A
E
m todo esse tempo, a Dürr mudou bastante. Quando eu entrei,
nós tínhamos uns 500 funcionários. Era tudo muito vertical, fa-
filosofia de inovação veio do Heinz Dürr, ele já falava e difundia
há mais de 40 anos atrás, que a empresa era internacional,
então as pessoas tinham que falar inglês. Quando ninguém falava
zíamos tudo: fabricação, engenharia, montagem. Depois entramos
em negócios na China, a Dürr já estava estabelecida no territó-
na onda da terceirização, com a diminuição do pessoal e quando
rio chinês. Heinz Dürr tinha uma visão progressista e sempre
começaram as crises, ficou somente o pessoal muito importante
procurava o que ia ser importante no futuro. Hoje ele está focado
e assim mesmo, não havia serviço para eles. Chegamos a ter 50
em consumo e redução de energia, então nós temos uma divisão
funcionários.
cuidando disso no Brasil. Nós entramos na área de aviação. Cada
E
vez se viaja mais, e estamos investindo em produtos para a área de
ntretanto começamos a nos recuperar firmes e determinados,
o Roberto assumiu a Presidencia, eu a Diretoria Comercial.
Caminhamos devagar, mas, pegamos contratos e pedidos, ampliamos, contratamos mais gente e fomos crescendo até o ponto em
que chegamos hoje. Nestes últimos oito anos, crescemos bastante. Foi uma recuperação muito boa e muito reconhecida pela Dürr
mundial. Hoje, podemos dizer que somos uma empresa jovem.
aeronáutica. Nós últimos cinco anos, nos tornamos parceiros da
Embraer, fornecendo-lhes projetos, aqui no Brasil, e também em
Portugal e nos EUA.
N
o passado, a visão dos nossos diretores da Dürr, na Alemanha, era que chegaria num ponto em que o fabricante de au-
tomóvel não ia querer mais se preocupar em fazer uma fábrica. O
Em uma pesquisa interna constatamos que 60% do nosso pessoal
negócio deles é fazer carros, então um fornecedor, no caso a Dürr,
têm menos de um ano de casa, 25% dos funcionários até cinco
seria qualificada para fazer a fábrica inteira, por isso aumentou o
anos e o pessoal com dez, quinze anos, soma o restante de 15%.
portfólio da Dürr para atender a todas as áreas automobilísticas.
E
Compramos uma empresa de mão de obra chamada Premier para
ssa nova geração trabalha de uma forma diferente, mais dinâmica e informatizada, já são multitarefas na essência. Está
se tornando possível aliar a experiência da geração mais antiga
fazer a operação da planta. Hoje, esta empresa pertence ao grupo
da Voith.
com a inovação dos mais novos. Antigamente, as pessoas queriam
trabalhar muito tempo na empresa, era um prestígio fazer toda a
carreira na mesma empresa. Hoje, os profissionais mudam mais
de emprego, e temos que lidar com essa rotatividade maior de um
pessoal mais jovem, com outra cultura de conhecimento.
55
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Paulo Renato Silva Sentieiro
N
É
N
N
pegamos alguns projetos em que fizemos a linha final e pintura.
e interpretações de colaboradores das diferentes nacionalidades,
com a intenção de manter a lealdade e tornar a empresa mais
res industriais de alta temperatura. Na parte industrial, a aplicação
No início do projeto da fábrica da Ford em Camaçari, eles nos
como a Índia, China e Coreia.
atrativa tanto para o colaborador mais jovem quanto para os que
de energia solar ainda é pequena, mas no Brasil existe um campo
queriam como sócios deles, numa joint venture conosco e a fabri-
H
estão aqui há muitos anos. Na minha época, o trabalho era mais
enorme a ser explorado e a regulamentação é muito boa. Os inves-
rígido, agora ficou mais liberal e percebeu-se que as pessoas estão
timentos para adaptar as fábricas antigas para serem ecológicas é
mais contentes e produtivas. Eu acredito que essa mudança não foi
muito grande, e o nosso investimento foca na economia do uso de
feita apenas aqui e sim no grupo todo.
tinta para que não ocorra desperdício.
Q
E
o final, as empresas automobilísticas afirmaram que jamais
iriam dar um pedido inteiro na mão de apenas um fornece-
dor. Essa estratégia de fazer tudo acabou não dando certo, mas
cante de tintas Dupont. Nós operaríamos a fábrica e eles pagariam
pelas carrocerias pintadas. Não chegamos a um consenso. Eles
compraram os equipamentos e voltamos para a configuração de
fornecimento normal. Teria sido um bom negócio, mas o risco era
muito alto.
Q
muito importante também o grupo multicultural que nós
reunimos duas vezes ao ano em um determinado país. Temos
dois ou três dias de discussões de casos para conhecer as opiniões
á algum tempo, nós nos aproximamos dos chineses, principalmente os voltados para a importação de carros. Estamos
sempre antenados, nós acreditávamos na vinda deles para o Brasil. Nós temos a maioria dos clientes na indústria automobilística,
então é importante buscar novos parceiros, fornecedores ou novas
empresas automobilísticas. Por uma questão de regulamentação
as crises da empresa, tivemos muitas perdas de ótimos
profissionais. Essa foi uma lição, passamos a valorizar muito
mais os nossos colaboradores, temos mais investimento neles
uando tivemos o incêndio na Dürr em 2006, foi exatamente na
época em que estávamos no ímpeto da recuperação da crise.
futuro, porque continuamos investindo em pesquisas nestas
áreas. Estamos começando com energia solar aplicada a secado-
sses 50 anos da Dürr Brasil são muito importantes para mim.
Também é a minha história e minha carreira profissional.
uando um projeto é muito grande, dependendo do cliente, nós
em nosso país, as empresas automobilísticas que vendem produ-
fazemos parcerias com a Dürr americana, alemã, italia-
tos importados em grande volume têm que estabelecer fábricas no
nova gestão e ganhando mercado. Eu estava aqui quando aconte-
momento excepcional do Brasil, da posição da Dürr Brasil perante
na, espanhola ou francesa. Já fizemos projetos daqui para fora,
Brasil. Muitas vão construir fábricas no Brasil e estamos em todos
ceu, escutei uns gritos de alerta de fogo e no prédio na parte tra-
ao grupo e com o respeito que ganhamos lá fora. Isso foi conquis-
muita fabricação e exportação, como a Hyundai em Alabama, nos
estes projetos.
seira havia labaredas de cerca de 30 metros. Mas essa experiência
tado nos últimos anos. Nós, como brasileiros, nos sentimos muito
A
foi interessante, porque estavam todos em um festejo, animados
valorizados.
e de repente foi um balde de água fria. Mas percebemos a união
C
Estados Unidos. Nós temos capacidade de produção e know-how,
porque já fizemos todo o processo de produção do equipamento,
nesta fábrica. Nossos projetos são muito sazonais. A Dürr investiu
muito em fabricação e produção em outros países como Polônia,
México e China, que têm um custo baixo. Hoje, nós temos maquinários para suprir nossas demandas no Brasil, mas sem foco
em exportação. Na Dürr, nós estamos interligados com os outros
países, usamos os mesmos desenhos e ferramentas, podemos
fazer um projeto aqui sem problema algum para ser executado na
China e vice-versa.
D
esde menino, eu sempre gostei de viajar, mas nunca havia
imaginado o quanto eu iria viajar neste trabalho. Eu viajo
muito pelo país, pois as montadoras começaram a dispersar para
outros estados. Antes, quando eu comecei a trabalhar, toda a
indústria automobilística era no ABC, na Grande São Paulo. Com a
internacionalização do trabalho, eu comecei a viajar muito também
para o exterior, pois vários dos nossos projetos são decididos na
matriz. Isso foi um grande desafio, porque, na área comercial, a
negociação também depende da leitura da linguagem corporal
e do conhecimento da cultura do país. Eu fiz cursos de vendas e
liderança, mas acabei aprendendo muito mesmo foi na prática, e o
treinamento aconteceu durante o trabalho. Viajar bastante acaba te
deixando um pouco longe da família, porém foi o que me permitiu
crescer profissionalmente.
Dürr brasileira é uma filial da Alemanha, mas por muitos
anos, até 1988, trabalhava de forma completamente indepen-
dente. Éramos isolados até na telecomunicação com a matriz, tudo
era lento, inclusive o telex e correio. Não havia a globalização atual,
fazíamos tudo sozinhos, nós apenas informávamos os resultados,
balanços e lucros. Essa independência ajudou muito em nosso
aprendizado e desenvolvimento. Agora, somos globalizados e percebemos que esse caminho é a única forma de crescer em nosso
mercado e também um diferencial competitivo. Se não tivermos
Estávamos animados com novos projetos, estávamos com uma
esse aspecto a Dürr está atualizada e bem postada para o
do pessoal. Depois do incêndio, em apenas cinco dias, arrumamos
outro lugar e começamos a trabalhar. Tivemos a participação de
todo mundo, deu muito ânimo em trabalhar com o pessoal, pois
era uma família unida e com um amor imenso pela empresa.
S
É um privilégio poder chegar nesses 50 anos da Dürr em um
ompletarei 34 anos na empresa, uma boa parte dos 50 anos
da Dürr. Aqui, eu vivi, casei e criei meus filhos. Agora, a nossa
preocupação é formar pessoas e criar uma linha de sucessão para
a Dürr Brasil. Antigamente, esse local dos escritórios da diretoria
era chamado de Olimpo, porque o pessoal nunca chegava até aqui,
r. Heinz Dürr tem uma grande paixão pela Dürr brasileira, ele
o presidente da empresa e diretores ficava isolados e passavam
tem uma memória fotográfica de todos os acontecimentos e
meses sem serem vistos. Agora, os colaboradores têm acesso to-
dá prazer em ouvir as histórias que ele lembra. Quando a Dürr veio
tal e o conhecimento está sendo transferido para os mais novos. A
projetos aqui, podemos auxiliar outras filiais da empresa ao redor
para o Brasil, começou a fazer sistema de pré-tratamento para a
Dürr Brasil tem uma peculiaridade muito importante no momento:
do mundo.
Volkswagen e foi um megaprojeto que gerou quase uns três anos
o funcionário pode guiar sua carreira com segurança e oportuni-
E
de faturamento da empresa, em um só pedido. Na época, era a
dades para crescer. Eu falo para as pessoas: aqui vocês são donas
primeira filial da Dürr e foi uma aventura para o Sr. Heinz Dürr,
das suas carreiras.
porque ele era jovem e estava no seu começo de carreira. Foi um
F
u assimilei a identidade da Dürr do passado à Dürr do
presente. Eu estou aqui há muitos anos, eu presenciei todas
as flutuações que tivemos de pessoal, organização e estratégia.
Eu cresci na Dürr, pela minha mudança constante na carreira e
passagem por diversos departamentos. Como eu estou na área de
vendas, sempre lido com projetos futuros, então acabo tendo uma
ligação contínua com o futuro. Mas o que eu aprendi de lição é que
grande desafio para ele.
E
u acredito que a tecnologia limpa é uma tendência irreversível,
quem não seguir esse caminho, não sobreviverá no mercado.
izemos uma história muito bonita nesses 50 anos, tivemos
altos e baixos, incêndios e os mais diversos tipos de aconteci-
mento. A partir dessas experiências, nós crescemos e construímos
uma ótima base. Nós pensamos a médio e longo prazo. Uma
A Dürr já começou esse investimento há uns 10 anos. Os nossos
empresa que pensa dessa forma e tem o apoio da matriz terá
você depende de quem você está trabalhando. É necessário unir a
equipamentos demandam grandes recursos de água e energia. Na
muita longevidade. Eu não tenho dúvida de que estaremos aqui nos
experiência de cada um, e, juntos, executar os projetos.
indústria automobilística o que despende mais energia é a pintura,
próximos 50 anos e a Dürr manterá o seu nome forte.
Q
que é o nosso carro chefe. Então nós mudamos, com muito investi-
uando a gente ficava nas obras durante finais de semanas, às
vezes até morávamos no mesmo local, não era apenas tra-
balho, passava a ser sua vida, sua casa e sua família temporárias.
Todos estavam dentro de um objetivo, com um espírito de time e
mento em pesquisa, as características do nosso produto para
alcançar mais economia energética. Esse é um processo constante
e sempre em foco na empresa.
não se trabalhava apenas para cumprir as tarefas. Nem sempre
havia todos os recursos, então era necessária a improvisação e
criatividade. Todo mundo queria aprender, fazer o seu melhor nos
projetos para que todos pudessem voltar e rever a sua família. O
que sempre me atraiu na Dürr, foi o espírito de renovação e de
aventura que é estimulado pelas viagens, pelo novo sempre, e
contato com clientes diferentes.
57
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Jorge Hara
nascido em 16/10/1954, na cidade
de Embu-Guaçu em São Paulo,
engenheiro mecânico e civil, trabalha na Dürr desde 25/04/1978 e
atualmente é gerente da fábrica.
E
u estudei o curso primário na cidade de Embu-Guaçu, onde não havia o curso ginasial.
sem a fábrica, tínhamos quatro ou cinco pessoas para atender
Minha família se mudou então para a cidade de Embu das Artes e depois para o bairro
as necessidades internas, porque, mesmo fabricando fora, nós
E
m nossos projetos, nós temos que seguir uma linha de padronização e diretrizes que vêm da Alemanha. Possuímos um banco
de Santo Amaro em São Paulo, para eu continuar os estudos. Naquela época precisava
fazíamos os testes para entregar para o cliente da forma mais
ter uma profissão para começar a trabalhar em escritório, então fiz o curso de desenho
correta possível, e, desta maneira, evitar um desgaste da relação
Existem alguns casos de clientes que pedem algumas adapta-
mecânico. Com seis meses de curso, eu já tinha 17 anos, fui procurar emprego. Anterior-
com o cliente.
ções, que são atendidas, mas o conceito básico segue o padrão da
mente, eu trabalhara com os meus pais no sítio. Consegui emprego na OX Metal, onde
F
Alemanha. Esse maior acompanhamento da Alemanha começou
fiquei por seis meses, e depois fui trabalhar na Luwa Climatecnica no ramo de ar condicionado, e, depois de cinco anos, eu vim trabalhar na Dürr.
E
oram quase dez anos de terceirização. Foi uma fase de muitos
desafios, brigas com a qualidade e negociação de prazo junto
aos fornecedores; até que chegou o momento da retomada da fa-
ntrei na Dürr em 25/04/1978, e comecei como projetista, na área de desenho, da En-
bricação pela própria Dürr. Quando o senhor Roberto Tkatchuk as-
genharia. Eu já estava fazendo engenharia mecânica, me formei, e depois de dez anos
sumiu a presidência, nós pedimos a volta da fábrica. Ele aceitou e
fiz também Engenharia Civil, para realizar um sonho de infância. Eu nunca imaginei que ia
tomou a decisão de retorno da fabricação pela própria Dürr. Foram
ficar trabalhando tanto tempo na Dürr. Nosso trabalho é bem dinâmico e diversificado.
por volta de seis meses de estudo, até comprarmos o equipamento
Eu fiquei por cinco anos no setor de Engenharia, visitava muito as obras, até receber
uma proposta para trabalhar em campo, pois o gerente da montagem queria que eu trabalhasse na montagem. Apesar do convite, eu acabei indo trabalhar na assistência técnica,
por um período de três ou quatro anos, por uma necessidade da empresa. Porém, como
de dados, onde a engenharia busca os desenhos através da intranet.
a acontecer depois do fim da terceirização, porque antes o Brasil
era considerado um país mais independente. Atualmente tem um
acompanhamento maior por parte da matriz em todas as áreas.
A
gora na fábrica nós temos 26 funcionários e 50 terceirizados.
Temos quatro autônomos e três fornecedores, com a ajuda
dos quais conseguimos ter um baixo custo de produção, uma filo-
a laser e a dobradeira CNC.
sofia que adotamos para sermos competitivos. Hoje em dia, temos
A
uma dificuldade maior em achar funcionários para a fábrica. Mui-
primeira vez que aceitei ir para a fabricação, eu não tinha ideia
de como se fazia a dobra, a solda, não tinha conhecimento
prático de caldeiraria, coisas de fabricação, apesar de realizar e
tos dos funcionários da fábrica são antigos, como o Epaminondas,
o Grisar e o Mario Sérgio.
A
tinha que viajar muito, isso começou a afetar minha vida pessoal; solicitei então para ficar
enviar os desenhos dos projetos para a fábrica. Na época, sendo
trabalhando mais internamente. Em 1987, retornei para a Engenharia, onde permaneci
um remanescente da engenharia achei importante fazer uma job
por oito meses, quando surgiu uma oportunidade para trabalhar na fábrica como supervi-
rotation na fábrica. Fiz diversos cursos de liderança e tentei juntar
sor de planejamento e então aceitei o desafio.
vários conhecimentos obtidos em cursos de atualização tais como
de Vendas), o Marcelo (Gerente de Compras) e o Mathias (Gerente
C
o curso de Princípios Fundamentais da Gerência, o de Gerencia-
de Engenharia) que subiram por mérito. Houve muita dedicação
mento de projetos, o de Qualidade (kanban, 5S), o de Excelência de
da minha parte à Dürr, mas a empresa me retribuiu com muitas
Manufatura, e o de Planejamento (na época era PCP). O resto eram
coisas boas, para mim e também para a minha família. Tudo o que
as pequenas noções de administração que eu ia aprendendo no
tenho e consegui foi também pela confiança que depositaram em
dia-a-dia de trabalho.
mim. A minha mãe já é falecida, mas quando ela ficou doente, a
E
empresa me ajudou muito e foram ações de reconhecimento como
omo no setor de planejamento era preciso conhecer todos os processos da fábrica,
tive um facilitador, pois por ter vindo da engenharia e da assistência técnica, esse
novo aprendizado acabou sendo fácil para mim. A fábrica produzia muito nesta época, ela
ocupava o espaço do galpão atual mais o estacionamento da Dürr. Tínhamos entre 150 a
200 funcionários só de área produtiva. Meu trabalho era seguir os desenhos, fazer o planejamento da carga da fábrica, providenciar material, fazer faturamento, workload, apontamento de horas, detalhava o método de processos e tinha uma equipe de trabalhadores
que me ajudavam. Tinha um gerente acima de mim, que depois acabou saindo da empresa
u nunca imaginei que gerenciaria a fábrica. Não conheço a
fábrica da Alemanha, mas conheço as da China, do México, a
fábrica da Schenck na Alemanha, porque teve uma fase em que
em uma fase de crise, por volta de 1992, e eu então fiquei cuidando da gestão tanto da
a gente também cuidava da Schenck, quando foi comprada pela
fábrica quanto do planejamento. O bom conhecimento dos produtos da Dürr tornava mais
Dürr em 2000. Foi também um período bom, porque eu aprendi
fácil a tomada de decisão na fábrica, e esse meu perfil tornou-se determinante na minha
coisas diferentes. Evoluí no conhecimento do maquinário.
indicação para gerente da fábrica, onde comecei então com um funcionário a mais, vindo
A
do Planejamento.
1
999 foi um ano de terceirização, e o presidente daquela época decidiu acabar com a
fábrica, criando uma situação muito delicada. A Dürr precisava de uma pessoa para
tanto para a empresa quanto para cada um dos seus funcionários,
a comemoração destes 50 anos da Dürr no Brasil.
do grupo (DSDE, DSPL, DSCN e outras), e, desta forma, podemos
mentos especiais são bem melhores quando trazidos do exterior.
algum pessoal que trabalhava conosco na fabrica, para trabalhar com os fornecedores.
E também desta forma podemos atuar no mercado brasileiro em
N
outros projetos, de clientes diferentes, aproveitando toda a diver-
o fornecedor, muitas vezes a montagem não dava certo e isso gerava reclamação. Mesmo
minha segunda casa. É um momento muito importante e festivo,
fabricando os equipamentos em conjunto com outras unidades
manter nossa qualidade para o cliente final, pois alguns equipa-
e, caso fosse preciso, eu visitava a obra. Como eu não ficava em contato permanente com
essa, da empresa, que nada pode pagar. Eu considero a Dürr
mos tudo aqui dentro. Atualmente, estamos mais enxutos,
mei então um grupo para fazer a inspeção dos fornecedores e ainda conseguimos alocar
dava nas compras, e decidia o que tinha de ser feito, cuidava também das entregas,
colaborador que não quiser. A empresa dá oportunidade para
todos, vemos pessoas que são da Diretoria, como o Paulo (Diretor
ntes, a fábrica era bem grande, pois nosso foco era fabricar-
contratar os serviços terceirizados e que fosse especializada na parte de fabricação. For-
esse período continuei cuidando da fabricação, e, conforme era necessário eu aju-
Dürr é uma excelente empresa e só não progride aqui o
sidade do mercado e criando novas oportunidades, que têm vindo
em consequência do crescimento.
N
ós temos a certificação ISO 9000, tendo obtido a primeira
certificação em 1993. Como trabalhamos para montadoras
automobilísticas, foi um pré-requisito para estarmos de acordo
com a política de fornecimento.
59
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
João Paulo Pires
A
N
Focamos naquilo de que o cliente precisa. Um projeto que me
como presidente e foi uma alavanca fora do comum. O Roberto, o
tio. Todavia, eu queria tentar um emprego melhor do que os que eu tinha feito até então,
marcou bastante foi o projeto da Fiat em Betim-MG, porque além
Paulo e o Miguel estão fazendo com que os funcionários traba-
quando vi um anúncio numa agência de empregos. Preenchi a ficha e fui aprovado no
de ajudar a projetar, fui fazer o acompanhamento da montagem
lhem da melhor forma possível e com liberdade, é outra visão de
mesmo dia; eu não tinha experiência dentro de um escritório, mas tinha muita vontade de
em campo. Foi uma experiência ótima, acompanhar o processo
administração.
aprender.
com o cliente. Uns dois anos atrás, fiz um serviço na Peugeot,
E
minha família veio de Barretos para São Paulo quando eu tinha oito meses de idade.
nascido em 16/10/1954, na cidade
de Embu-Guaçu em São Paulo,
engenheiro mecânico e civil, trabalha na Dürr desde 25/04/1978 e
atualmente é gerente da fábrica.
Desde os oito anos, eu fazia algumas tarefas para ajudar, como a de engraxate, na
feira, a de catador de bola de tênis, numa academia e a de ajudante no restaurante de meu
Comecei a trabalhar como office-boy para o serviço interno da Dürr em 9 de outubro de
1978. Passados alguns anos, fui para o departamento de cópias, onde o meu interesse por
projetos foi despertado. Fazer as cópias me obrigava a prestar atenção nos detalhes dos
desenhos. Depois de um tempo, fui transferido para o departamento de Engenharia Elétrica, onde trabalhei na parte de orçamentos elétricos, mas acabei me identificando mesmo
foi com Projetos Elétricos onde estou até hoje. Eu fiz muitos cursos de projetos e desenhos
elétricos. Quando eu comecei na área dos desenhos, era tudo na prancheta, a gente fazia
os projetos elétricos de forma manual, na verdade artesanal com caneta nanquim, lapiseira, normógrafo, etc.
D
epois de muito tempo veio o programa AutoCAD e nós começamos a fazer os projetos
elétricos com este recurso. Foi uma evolução enorme e todos os projetistas fizeram
cursos de AutoCAD a pedido da empresa, porém este programa servia bem mais para a
Engenharia Mecânica. Depois de um bom tempo surgiram os softwares específicos para
elétrica e nós migramos para eles. Atualmente nós usamos o software Eplan, um software
específico para a engenharia elétrica.
Existem outros softwares de elétrica, como o Xelec, que é francês. Já tive a oportunidade
de trabalhar com ele, depois de ter feito um curso especializado para isso. Utilizamos
esse software especificamente na Peugeot. Já o Eplan é utilizado por todos os usuários no
Brasil. Ele facilita muito e é utilizado especificamente para o desenvolvimento de projetos
elétricos, ganha-se muito tempo com isso. Porém se me trouxessem uma prancheta hoje,
eu ainda conseguiria fazer os desenhos manualmente. Hoje, a mecânica utiliza mais o
software Microstation, que é específico para mecânica, os trabalhos são elaborados em
3D. Esse software eu não tive ainda a oportunidade de aprender.
A
transição da prancheta para o computador não foi fácil para muitos profissionais, mas
a Dürr introduziu essa tecnologia e forneceu diversos cursos, e todo o apoio neces-
sário. Aliás, até hoje, a empresa apoia em tudo, eles propiciam também cursos de inglês.
É uma empresa que investe no aprendizado e cultura do funcionário. Eu estou aqui há 35
anos eu só tenho coisas boas para falar da Dürr. Ela é como uma família.
a parte de projetos o foco principal é a pintura automobilística
uma terceirização até chegar em 50 funcionários. Já passamos
nas principais montadoras como Ford, Volkswagen e Fiat.
por algumas crises, depois dessa fase crítica, entrou o Roberto
tirávamos as dúvidas na hora para atualização dos projetos, porque
quando você faz a montagem é preciso fazer muitas mudanças
e realizar alterações nos projetos significa que temos os desenhos modificados. Conheço praticamente todas as montadoras
com as quais trabalhamos, e tenho uma grande experiência
também nesse trabalho de campo, de montagem dos projetos.
F
u tento fazer o melhor, estou aqui há 35 anos. Eu tenho uma
experiência muito boa que é ter o meu filho também traba-
lhando aqui, já faz três anos. Ele faz faculdade e vai ter melhores
oportunidades de progredir e viagens internacionais. Eu me
sinto orgulhoso do meu filho trabalhar aqui. O que eu conquistei
na vida, veio da Dürr. E você vê que agora estamos em fase de
crescimento, contratando novas pessoas, investindo em estudo e
oi uma ótima experiência profissional ir a campo, porque você
em emigração. A fase melhor da empresa está sendo agora. Eu
não vê os projetos somente no computador. Você vê tudo que
me considero um sobrevivente porque passei por várias fases.
projetou funcionando, é muito interessante porque a elétrica é um
complemento da mecânica. No final da obra você vê um casamento perfeito. A Dürr sempre procura aperfeiçoar os projetos, chegar
o mais perto possível da perfeição. Uma coisa que me marcou bastante foi, à virada do milênio, em 2000, ter participado do trabalho
de prevenção dos efeitos negativos possíveis do bug do milênio. Eu
acompanhei o trabalho dessa empresa e tive que conhecer todos
os nossos PLCs que tínhamos em campo. Todo mundo achou que
ia dar um problema geral, mas correu tudo bem e nada aconteceu,
mas para mim foi bom porque tive a oportunidade de conhecer
quase todos os nossos clientes.
A
evolução só trouxe melhorias, a Dürr produz novas tecnologias
que evoluem muito. Eu sonho o melhor para a Dürr sempre,
porque para mim a Dürr é tudo. Tudo de bom que aconteceu na
minha vida foi graças a Dürr. Espero que a Dürr Brasil continue
com o foco de ajudar o funcionário a trabalhar com tranquilidade e segurança. Cada vez mais, o colaborador está sendo mais
valorizado. Eu creio que eles estão no caminho certo, há uma troca
muito boa entre a empresa e o trabalhador e eu espero continuar
na empresa. Eu amo a Dürr mesmo, aqui não é a minha segunda
casa, é a primeira. Eu só tenho a agradecer para a Dürr Brasil.
E
u também ajudo bastante o pessoal da manutenção da fábrica
e faço um serviço de que eu gosto bastante que é cuidar do
patrimônio interno da Dürr. Tem toda a parte de documentação
elétrica, instalações elétricas e maquinários. Tive a oportunidade
de ficar à frente e acompanhar a instalação e manutenção das
fábricas novas. Os desenhos, procuro deixá-los o mais atualizados
possível para o nosso uso próprio. Graças a essa providência, nós
estamos sempre preparados para o nosso crescimento interno e
para a possível compra de novos equipamentos.
A
Dürr também está voltada para a responsabilidade ambiental e quer fazer a sua parte junto com as montadoras
de automóveis. Nos últimos tempos eu vejo que a Dürr só teve
melhorias. Porque quando eu entrei aqui em 1978 tínhamos uns
mil funcionários, a empresa era enorme, depois passamos por
61
50 Anos Dürr Brasil
DECLARAÇÕES
Júlio Tanaka
S
ou descendente de imigrantes de origem nipônica, que vieram para o Brasil em meados
nascido em 28/10/1944 na
cidade de Apucarana no Paraná, engenheiro mecânico, trabalha na Ford do Brasil desde
03/1968 e participou de vários
projetos com a Dürr Brasil.
dos anos 30. Meu avô e meus pais foram trabalhar numa fazenda de café no norte do
estado de São Paulo, na localidade de São Simão, próximo ao município de Ribeirão Preto.
D
epois de algum tempo trabalhando como empregados em uma fazenda, compraram
uma terra na região norte do estado do Paraná, próximo ao município de Londrina,
onde uma empresa britânica estava loteando terras, de onde surgiu o nome Londrina
(pequena Londres). Pouco tempo depois foi fundado o município de Apucarana, a sessenta
quilômetros de Londrina, onde nasci. Sou o mais velho, dentre sete irmãos. A sobrevivência da família se deu através da cultura de café, produto agrícola mais cultivado nesse
N
a fábrica do Ipiranga, a minha participação em conjunto com
a Dürr aconteceu em relação ao projeto da nova linha de
pré-tratamento (fosfato e ecoat) para pintura de caminhões, no ano
de 1983. Nos anos da década de 90 tivemos alguns outros
Bernardo do Campo e Ipiranga.
A
realizei juntamente com a Dürr. Começamos este projeto, em
N
ra, com projetos como o do Corcel 1, do Maverick, do Corcel 2, do Escort, do caminhão Cargo e de outros, até ingressar como engenheiro de processo, na área de pintura, em 1975.
D
esde abril de 1995 até hoje, trabalho com a Ford em contrato de prestação de serviços
de consultoria técnica, na área de engenharia de manufatura com assuntos relacio-
nados a instalações de equipamentos de pintura, para as fábricas da América do Sul.
O
meu primeiro contato com a Dürr foi quando começamos os projetos de revitalização
e modernização de equipamentos de processo de pintura de São Bernardo do Campo,
e também quando fizemos algumas melhorias nas instalações de pintura da fábrica de
caminhões do Ipiranga. Escolhemos a Dürr na época, porque era a maior empresa de instalações de equipamentos de pintura no Brasil, e porque tinha os melhores engenheiros
no quadro de funcionários.
N
a fábrica de São Bernardo do Campo, a minha participação, juntamente com a Dürr
Projeto de troca de todo o sistema de circulação de tintas das
cabinas de pintura de São Bernardo do Campo (1995).
»»
Instalação de nova cabina de aplicação de top-coat (base e
verniz), juntamente com uma estufa na planta de pintura de
Pacheco na Argentina (1998).
projeto da fábrica totalmente nova de Camaçari, na Bahia, que
Isso foi no ano de 1998, quando, inicialmente, definimos os layouts,
em outubro desse mesmo ano. Trabalhei em diferentes áreas da engenharia de manufatu-
»»
participação mais marcante da minha vida profissional foi o
conjunto com as equipes da Dürr Brasil e da Dürr Estados Unidos.
nharia. Ingressei na Ford como estagiário em março de 1968 e me tornei funcionário
do Sul foram diversos:
pequenos projetos de melhoria da pintura nas fábricas de São
tempo, não só no Brasil como no norte do Paraná.
o início de 1960 nos mudamos para São Paulo, onde estudei até me formar em enge-
A
participação da Dürr em outros projetos da Ford na América
utilizando os parâmetros de volumes de produção requeridos.
»»
Troca de todo sistema de aplicação automática das cabinas
de primer e verniz de São Bernardo do Campo (2010).
»»
instalação das estufas da pintura de São Bernardo do Campo
(2009).
Estas definições, todavia, sofriam mudanças constantes, que
sempre afetavam o tamanho da fábrica que seria necessária. Isto
obrigava à mudança constante do layout. Estes trabalhos foram
»»
Instalação de robôs na cabina de primer e esmalte na pintura
de Valencia na Venezuela (2011).
feitos pelo pessoal da Dürr dos Estados Unidos.
A
companhamos toda a construção desta planta, desde as
»»
Extensão das estufas das cabinas de esmaltes #1 e #3 de São
Bernardo do Campo (2011).
fundações do prédio até a finalização de instalação de todos
os equipamentos do sistema de pintura, além da infraestrutura
»»
Instalação de um novo sistema de pré-tratamento (fosfato) na
necessária para o funcionamento da fábrica. Terminamos o comissionamento do sistema e iniciamos o start-up em 2000, dando
pintura de São Bernardo do Campo (2013).
início à produção, em 2001. Fiquei em Camaçari, dando suporte
»»
Modernização no sistema de pintura da troller (2011).
à produção e à engenharia de manufatura até agosto de 2008,
»»
Modernização no sistema de circulação de tintas da pintura
quando voltei para São Bernardo do Campo, a fim de dar suporte
de São Bernardo do Campo com troca das bombas e trocado-
aos projetos de modernização da pintura.
res de calor (2013).
»»
Instalação de filtros hidrociclones nas pinturas de Pacheco na
começou em 1977. Iniciamos a construção de uma fábrica de pintura, cujo projeto e
instalação realizou-se conforme o cronograma a seguir:
»»
Instalação de chiller para resfriamento na saída da estufa de
top-coat na pintura de Camaçari (2013) e outros pequenos
zação e eletroforese e de uma linha de aplicação de sealers, incluindo os transporta-
projetos e estudos.
Na 2ª fase, em 1980/81: projeto de instalação de uma cabina de aplicação de primer,
com sistema de aplicação automática, com instalação de casa de tintas com sistema
de circulação e estufas de secagem, incluindo também os transportadores.
»»
»»
Na 1ª fase, em 1977/8: projeto de instalação de uma linha de pré-tratamento, fosfatidores e também de um prédio novo .
»»
Argentina e pintura de Camaçari (2011).
E
u acompanho a história da Dürr desde 1977. São 36 anos ao
lado dela e a comemoração dos 50 anos envolve muita expecta-
tiva. A empresa sempre evoluiu muito e merece os parabéns. A Ford
está sempre com a Dürr no Brasil, nos EUA, na Europa e na Ásia.
Na 3ª fase, em 1982/83: projeto de instalação de duas cabinas de pintura de esmalte
(base-coat/clear-coat e estufas), com instalação de casas de tintas providas com sistema de circulação, incluindo os transportadores também. Nesta fase, projetamos e
instalamos também um sistema de pintura de peças de reposição p&a com processo
de fosfatização; ecoat preto e estufa de secagem.
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