A TARDE 17 JUNHO 2019 CASTRO ALVES SESSÃO ESPECIAL CINQUENTENÁRIO DE TAURINO ARAÚJO

Transcrição

A TARDE 17 JUNHO 2019 CASTRO ALVES SESSÃO ESPECIAL CINQUENTENÁRIO DE TAURINO ARAÚJO
OPI N IÃO
SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 17/6/2019
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EDITORIAL
Por respeito e dignidade
O Disque 100, serviço oferecido pelo
Ministério da Mulher, da Família e dos
Direitos Humanos (MMFDH), recebeu
37.454 denúncias de violações contra a
pessoa idosa em 2018. Divulgados na
última semana, os números representam aumento de 13% em relação ao ano
anterior. O balanço indica que 52,9%
dos casos foram cometidos pelos filhos,
seguidos de netos (com 7,8%). As pessoas
mais violadas são mulheres (62,6% dos
casos), seguidas dos homens (32%). A
casa da vítima é o local de maior ocorrência de violação: é lá que ocorrem
85,6% dos casos.
No mês em que se realiza em todo o
País a campanha Junho Violeta, no embalo do Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa,
que visa garantir mais respeito e dig-
A tendência é que o
número de idosos siga
crescente, tornando
inviável que essa
parcela da população
seja negligenciada
nidade a esse público, é hora de estimular a consciência sobre este tipo de
ocorrência e disseminar a ideia de não
aceitá-la como normal. Assim como se
mostra essencial o engajamento em
ações de enfrentamento a aspectos que
vão bem além dos maus-tratos, incluindo também o combate à violência do
abandono, da negligência, a violência
financeira e a exclusão social.
Devido ao aumento da expectativa de
vida da população brasileira, a tendência é que o número de idosos siga
crescente, tornando inviável que essa
parcela da população seja negligen-
CAU GOMEZ
ciada em aspectos que vão desde a oferta de políticas públicas que garantem
cuidados fundamentais até a garantia
de tratamento respeitoso, com superação de quadros marcados por críticas
e impaciência, até atitudes hostis e violentas do ponto de vista físico e psicológico.
Promover o resgate da autoestima,
conscientizar a pessoa idosa quanto aos
seus direitos, prevenir e identificar situações de abuso e criar canais de denúncia são caminhos essenciais para
mudar o triste quadro desenhado pelas
estatísticas nacionais recém-reveladas.
Castro Alves por
Evandro Guerra
Taurino Araújo
Advogado, escritor, professor doutor em
Ciências Jurídicas e Sociais
[email protected]
E
O show deve continuar
s produções das emissoras de tevê
regionais tiveram boa audiência e
foram definhando, com o surgimento das transmissões via satélite, que
trouxeram melhorias, de uma forma geral – o lado bom; e acabaram com as
produções locais – o lado amargo. O que
aconteceu com a televisão, também ocorreu com o rádio, em menor proporção,
com a telefonia e com outros sistemas de
comunicação. Saímos do telex, passamos
pelo fax, estamos na era da internet e,
dentro em breve, a partir da própria web,
vamos estar noutros processos que a gente só imaginou que existissem na ficção
científica.
O mundo passa por uma grande transformação, em vários aspectos. Muita coisa está longe e, ao mesmo tempo, está
perto, do nosso lado. Tome-se como
exemplo o tal do delivery (os resistentes
batem o pé e insistem: entrega em domicílio), que, bem ou mal, vem facilitando a vida de quem mora nas maiores
cidades, permitindo acesso mais fácil à
alimentação, a medicamentos e a mais
uma série de produtos que podem chegar na casa do cliente, mediante o uso do
celular (olha a Web aí de novo).
O varejo não fica de fora. O comércio
de rua vem sofrendo sérias transformações, pelo menos nas principais capitais.
São visíveis as mudanças entre o antes e
o atual. Podemos culpar a crise, mas ela
não está só. Vem a reboque da mudança
de hábitos, diante de um consumidor
mais exigente, com menos dinheiro e
que não acha mais graça nos costumes
da época de seu Queops. Dos millenials
e os da Geração Z, então, nem se fala:
querem fazer diferente, querem viver o
novo.
Como se reinventar diante desse cenário? Boa parte dos shoppings já está
fazendo o dever de casa, com acomodações no mix, diminuição ou ampliação
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José Carlos L. Poroca
Executivo do segmento shopping centers
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A
de segmentos etc. E promovem a realização de eventos que atraem grande fluxo, com palcos montados para receber
shows – agradando a fãs de Xerxes e de
Leônidas. Nos últimos tempos, empreendimentos (shoppings) trazem artistas
que, normalmente, só colocavam os pés
em teatros, casas de shows e nos espaços
de grande público.
Está dando certo – não se sabe até quando –, e acontece num momento de turbulências, pelas indefinições do que virá
pela frente, pelas transformações nos hábitos dos consumidores, pela entrada de
novos protagonistas num cenário de extrema concorrência e impactado por novas tecnologias. Por outro ângulo, evidencia a necessidade de se dançar conforme a música; mostra que não se pode
ficar parado enquanto as mudanças estão
à nossa porta; nos apresenta o que é obvio: o show – no sentido mais amplo –
deve continuar. Para quem ainda está nos
balcões da resistência, recordemos o que
Mr. Harrison nos disse há quase 30 anos:
tudo passa, tudo deve passar...
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nquanto arrumo as malas para a
Sessão Especial Comemorativa do
Cinquentenário de Taurino Araújo,
debate sobre a sua Hermenêutica da Desigualdade: uma introdução às Ciências
Jurídicas e também Sociais - reflexos na
Universidade e Ensino Públicos e Gratuitos com que a Câmara de Vereadores
de Itabuna me presta homenagem no auditório do Colégio Estadual Sesquicentenário – CISO, coincidentemente concluo a
saborosa leitura de Castro Alves: Deus,
Universo, Amor e Liberdade, do advogado
e erudito Evandro Guerra, prefácio de Joaci Góes.
Trata-se de escrito contendo 333 páginas, cuja singularidade literária pode ser
resumida tanto na originalidade com que
o autor destaca o conflito de Castro Alves
com Deus, a grandiloquência verbal, o
amor às mulheres e a sensualidade, a
ligação com as forças cósmicas e terrenas,
a complexidade das emoções, a ânsia pela
liberdade e igualdade entre os homens, a
luta abolicionista quanto pela coragem
em dizer coisas às vezes polêmicas sobre
a obra e aspectos da personalidade do
genial poeta, autor de “alguns dos maiores e melhores versos e poemas da língua
portuguesa”, arremata.
No decorrer do texto, a indelével digital
autobiográfica de Evandro, suas ideias sobre religião, política, especulações filosóficas e a defesa de suas bem refletidas
convicções. Por isso, conforme Joaci Góes,
ao detectar na poesia castro-alvense a
presença de Deus; imagens grandiosas;
amor-sensualidade; liberdade-abolição;
lirismo; natureza; escravidão; inconformismo e revolução, Evandro Guerra
“aponta os mais candentes versos do poeta, vazados numa quase impossível combinação harmônica de ingredientes da
humildade, audácia e destemor olímpico.
Tudo isso movido por uma olímpica capacidade poético-narrativa”.
De fato, na escolha daqueles candentes
versos, pude revisitar uma seleção feita
com singular perspectiva e nitidez, para
concluir, com base em Evelina Hoisel, A
poesia de Castro Alves: uma construção biográfica? “[o] poder que têm os signos de
enlaçar a vida, perenizar o sujeito, consagrá-lo na sua aventura existencial, registrar e reconstituir a história individual e
coletiva. Talvez por isso, ao intuir a proximidade da morte, ele recorreu à literatura, fecundando cada palavra, inseminando de vida o gráfico da escrita para eternizar-se e eternizar sua nação”.
Liberdade e justiça social são os temas
da minha vida. Para Homero Pires, Castro
Alves foi um milagre de poesia (p. 322) e
Suzete Ribeiro me lembra disso (A TARDE,
A2, 22/04/2019) ao repetir o afirmei certa
tarde de sábado, 14 de março de 1992, na
Academia de Letras de Ilhéus: “Devemos
preservar a nossa cultura, a memória do
povo brasileiro, através do ícone Castro
Alves, (...) Eu acredito em Milagres! É tarde, mas não é tarde”!
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