A TARDE 16 JUNHO 20219 SESSÃO ESPECIAL CINQUENTENÁRIO DE TAURINO ARAÚJO

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A TARDE 16 JUNHO 20219 SESSÃO ESPECIAL CINQUENTENÁRIO DE TAURINO ARAÚJO
A2
SALVADOR DOMINGO 16/6/2019
OPINIÃO
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Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900
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Tempo Presente
Café da Bahia estará
no II Fórum Mundial
Com pouco menos de um mês de antecedência, os produtores de café da Bahia já
podem preparar-se para o II Fórum Mundial
programado para os dias 10 e 11 de julho, em
Campinas, São Paulo.
No encontro, os produtores vão trocar
ideias e experiências sobre o melhor manejo do plantio e as boas surpresas em forma de resultados no paladar e nas colheitas
da rubiácea de valor psicoativo reconhecido
mundialmente.
Na Bahia, a agricultura familiar vem se
destacando graças ao investimento do Governo do Estado na organização e no investimento da cadeia produtiva. Somente nos
primeiros quatro meses do ano, mais de R$ 3
milhões foram destinados a agregar valor e
fortalecer a comercialização do produto.
Oprojetodefortalecimentodaproduçãode
caféestáintegradoaoBahiaProdutiva,dotado
de recursos do Banco Mundial e visa a qualificação do bom negócio agrícola baiano, desde o plantio até o acesso ao mercado.
EXEMPLO – A Chapada Diamantina é um
bom exemplo do resultado positivo deste
incentivo. O objetivo é orientar as cooperativasdeagriculturafamiliarnaproduçãode
tipos especiais de café, chamados gourmet,
que vêm colecionando títulos de campeões
em concursos nacionais e internacionais.
O mais laureado café baiano está em Piatã,
na Chapada Diamantina, onde a Cooperativa de Cafés Especiais e Agropecuária (Coopiatã) vem se mantendo no TOP 10 dos
melhores sabores escolhidos na Copa de
Excelência.
Apesar da relevância do profissionalismo
envolvido na organização da rede produtiva, o
mais importante no sistema incentivado pelo
governo é o aspecto social, representado na
distribuição dos lucros, pois cada cooperativa
chega a reunir 150 agricultores familiares.
“Telefone só serve para
marcar reunião em
lugar errado. Sigo esse
ensinamento do
ex-presidente Tancredo
Neves quando tenho de
tratar de algo pessoal
ou delicado”
JOÃO ROMA, deputado pelo PRB-BA e vice-líder do
governo Jair Bolsonaro na Câmara, sobre os efeitos do
vazamento de diálogos envolvendo autoridades do
Judiciário. Para ele, não se deve usar o telefone para
passar informações “quentes”, mas para despistar
possíveis tentativas de grampo.
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Novas rotas do turismo
Sessão Especial
A diversificação da oferta de roteiros turísticos baianos, como forma de evitar os
efeitos da sazonalidade e desconcentrar a
presença de visitantes em determinadas regiões já largamente divulgadas, esteve na
pauta do curso de planejamento e gestão
organizado pela Secretaria de Turismo do
Governo do Estado.
O curso terá sua próxima etapa na Ilha de
Itaparica, Recôncavo baiano, e em Simões
Filho, região metropolitana de Salvador.
Entre as alternativas debatidas pelos gestores,destacaram-seumroteiropelasilhasda
Baía de Todos-os-Santos, um circuito por casas de farinha, que têm forte influência cultural e podem despertar o interesse turístico,
além do fortalecimento do receptivo e da
infraestrutura do município de Cachoeira.
Será realizada amanhã às 8h30, no auditório
do Colégio Estadual Sesquicentenário – CISO, a Sessão Especial da Câmara de Vereadores de Itabuna comemorativa do cinquentenário de Taurino Araújo, com debate
sobre a sua Hermenêutica da Desigualdade
e reflexos na universidade pública e gratuita. Autor de uma das poucas teorias mundiais, Taurino fará palestra e lançamento da
segunda tiragem de sua obra Hermenêutica
da Desigualdade: uma Introdução às Ciências Jurídicas e também Sociais, cuja primeira edição já está indexada pelo Google
Books e disponível na plataforma internacional do site Amazon.com. O livro do professor Taurino propõe uma nova Teoria Geral do Direito ao inserir a desigualdade entre
os conceitos jurídicos fundamentais.
Raphaël Müller / Ag. A TARDE
POUCAS & BOAS
.
A exposição ‘Antônio querido! História e Religiosidade Popular’, aberta no
dia 13 de junho no Museu Casa do Sertão,
em Feira de Santana, pode ser visitada
até amanhã. A mostra apresenta detalhes sobre a religiosidade popular com
imagens, oratórios, orações e curiosidades acerca da devoção dedicada a Santo Antônio, que abre a programação das
festas juninas. A mostra fica em cartaz
até o dia 17 de julho.
.
ENXERGAR LONGE | A coruja é associada há muito tempo com a sabedoria. Por
vezes, nós, bichos “sapiens”, parecemos alheios às lições que a natureza nos dá. A
sábia coruja enxerga de muito longe, mais longe que nós. Mire os olhos no amanhã.
Em Itaberaba, o Lions Club está realizando a Campanha do Agasalho 2019,
cujas doações serão distribuídas entre
as famílias que necessitam de cobertores e casacos para enfrentar o período
de inverno. Na cidade diversos postos de
coleta estão instalados em pontos comerciais de vários segmentos da economia local.
MIRIAM HERMES E REDAÇÃO
Ler ou não ser
Lourenço Mueller
Arquiteto e urbanista
[email protected]
E
ntão, leitor, sacou esse título? Foi uma
intervenção criativa sobre uma das frases mais conhecidas da literatura (e da
filosofia), de um dos mais famosos autores,
o inglês William Shakespeare: “to be or not
to be”. A livraria Saraiva, mudando o verbo
original incorporou-lhe significado novo,
desde que se conheça a frase, tão divulgada
no mundo; transformou-a num marcador e
imprimiu no verso os endereços das suas
lojas em São Paulo. Não revelou, entretanto,
o criador deste maravilhoso arremedo que
comento; lastimo que a maior parte dos
‘criadores’ ponguem nas ideias alheias e se
apossem delas, omitindo o ‘copyright’.
Recentemente vimos um grave episódio
desse tipo, nas artes: a sereia esculpida em
Interlagos por Juarez Paraíso, o mais recente
‘imortal’ baiano, passou muitas décadas atribuída a outro artista. Juarez provou que a
sereia foi uma escultura feita por ele e ganhou a causa: se todos agissem assim o
crime de plágio seria menor, mas a autoria
das frases é muito difícil de provar.
A recente invenção dos ‘e-books’ remete à lembrança de outra frase ,“ceci tuera
cela” (isto matará aquilo), de Vitor Hugo,
também famosa. No princípio do século
surgiram para comercialização esses apa-
[o e-book] Não matou
os livros, nem matará,
como o cinema não
matou o rádio, a TV
não matou o cinema
relhinhos que contêm na sua memória
eletrônica uma pequena biblioteca e, então, se vaticinava com a frase de Hugo, até
citando-o em alguns casos. Não matou os
livros, nem matará, como o cinema não
matou o rádio, a TV não matou o cinema
e os ‘streamings’ não matarão a TV.
O que ameaça os impressos são as redes
sociais e a curiosa simplificação/globalização da comunicação internáutica, que empobrece as mentes humanas apenas pela lei
do menor esforço. É nessa direção que se
move o presidente da Academia de Letras da
Bahia (ALB) Joaci Goes, que como todo bom
jurista inspirou-se no popular para formatar
um processo de institucionalização: nesse
caso foi uma prática observada já em alguns
lugares, de facultar o livro impresso para
quem quiser pegá-lo ‘emprestado’, seja no
transporte coletivo, nas mesas das repartições públicas ou mesmo no interior de
uma geladeira abandonada em certa praça
de Guarajuba. Ele vai montar bibliotecas. O
essencial é que o livro se transforme em
‘gérmen que faz a palma’ ou ‘gota que faz
o mar’, como metaforizou genialmente o
poeta baiano em “ O livro e a América”, uma
das poesias declamadas pelo presidente da
ALB que, com seu projeto ‘leitura sem fronteiras’, pretende ser ele próprio ‘bendito’ (de
novo Castro Alves...) pela semeadura desses
adoráveis objetos da cultura, do ensino, da
ciência e da poesia, gratuitamente.
Também eu entrei nessa história de pongar na ideia alheia ampliando-a para uso e
abuso nos condomínios verticais, em seus
quase inanimados plays, através de um pequeno módulo móvel cheio de livros para
troca e uso pelos condôminos, como veremos em breve se tudo der certo.
Em tempo: rogo aos leitores que me
enviem quaisquer informações que porventura possuam sobre o engenheiro José
Lourenço Costa, meu tio.
truturas como contrapartida conjunta às
prefeituras dos dois municípios! MICHEL
ridade, com certeza. PAULO MENDONÇA,
ESPAÇO DO LEITOR
[email protected]
Uma ponte que une!
Em oposição ao título do senhor Franklin
Maxado, da seção opinião página A2, deste
jornal do dia 14 de junho de 2019, discordo
totalmente do embasamento do escritor sobre os tais “malefícios” da ponte Salvador-Itaparica. Eu, como profissional da área
de geociências, remeto recordar este belo
estado 563.693 quilômetros quadrados de
dimensão nacional similar a extensão de
países como a França e Espanha, cuja capital
fica no seu extremo-leste litorâneo, cravado
em uma península que determinou a formação de uma Salvador urbanizada numa
geometria similar a um triângulo e, quanto
a isso, desafiante à criação de uma rodovia-tronco, a única federal, BR-324. A Baía de
Todos-os-Santos, sem tornar negativa a sua
geografia, distancia sim a capital do interior.
Ao colocar uma rosa-dos-ventos a partir da
nossa cidade-capital, a metade sul baiana
não fica tão longe em linha reta, porém
distante quando se dá a “Volta no Recôncavo” pela BR-101. Cito dois exemplos com
e sem a ponte (via BR-101): Porto Seguro
570km/707km;
Teixeira
de
Freitas
640km/800km. Entretanto, visões negativas de que Salvador se afastaria do interior
do Estado estão muito longe disso! Vale lembrar que Feira de Santana se insere no Centro-norte baiano e daí se polariza as mi-
crorregiões das metades norte e oeste do
Estado principalmente pelas BRs 116, 242 e
pela BA-052, a Estrada do Feijão. Sua importância como a “Princesa altaneira” verbalizada em seu hino não perderá. Será sempre a capital do interior e não somente “o
interior da Bahia”, onde muitos de Salvador
ultrapassam malmente o Recôncavo e a região sisaleira. Litoral sul/extremo-sul da Bahia é nosso e necessita de comunicação da
nossa capital! Por fim, o que urge à ponte é
a aplicação de um projeto paralelo de ordenamento territorial na Ilha de Itaparica a
fim de evitar favelização, aumento da violência e, sobretudo, melhoria de infraes-
O que urge à ponte é
a aplicação de um
projeto paralelo de
ordenamento territorial
na Ilha de Itaparica
a fim de evitar
favelização e aumento
da violência
PINTO DE
GMAIL.COM
ALMEIDA,
“Herói ou vilão?”
MICHEL.PNTAL@
Caro Carlos, não é de bom tom confundir
mito (fantasia); ética (normas pactuadas
consensualmente com orientação de conduta) e moral (a prática ética de cada indivíduo). As normas éticas são específicas
para cada área, setor ou campo de atuação
de cada indivíduo social, tem que ser respeitada e ponto final. No caso em questão há
indícios sim de ação imoral dos autores
envolvidos (Moro, Dallagnol ou hacker) que
precisa ser efetivamente apurado e penalizado, se for o caso. Agora, a Lava Jato é hoje
um patrimônio moral do povo brasileiro:
minimiza a corrupção na gestão pública
com apuração efetiva e penalidades severas,
desestimulantes e exemplares. Não tente
comparar fatos distintos: os “canalhas enjaulados” foram julgados e condenados em
várias instâncias e não somente pelo juiz S.
Moro (por enquanto digno e honrado). Escapa do meu entendimento essa infinitude
recursal dos apenados. Observação: “Pelo
conjunto da sua obra...”. A obra humana só
se encerra com morte, pois enquanto vivo o
ser humano é capaz de qualquer barba-
[email protected]
O VAR e os juízes
É impressionante a atuação do VAR no futebol brasileiro. O juiz de futebol é o Todo
soberano, prevalece mais que o VAR. Um
absurdo, o primeiro gol do Inter na última
quarta-feira no Beira Rio. Por que o juiz não
fez o que a maioria faz: ir à tela e checar o
que disseram os colegas do VAR? O trabalho
tem que ser conjunto. É obrigação fazer isso,
é o bom senso. Se fosse gol a favor do Bahia
ele com certeza faria. Lembro do jogo do
Grêmio no ano passado, o Bahia sendo garfado com pênalti do “presepeiro marinho”.
Por que a CBF não divulga as imagens corretas, que falam que é 3D, 4D? Pode ser 1.000
D. A imagem de 1D, que é a nossa na TV, já
mostra o impedimento. Foi o dedo, o pé de
Jackson, foi o que disseram! Se fosse para o
Bahia, não teria VAR, não teria dedo nem pé
de ninguém para tirar o impedimento. Parabéns ao bandeira e nota zero para o juiz
e comissão do VAR, e que todos possam ir pra
bem longe do futebol, que é a alegria do
pobre brasileiro, do nordestino principalmente, que é perseguido e humilhado pelos
sudestino e sulistas que se acham melhores
que os outros. DILTON JORGE MAMEDE DO
CARMO, [email protected].

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TAURINO ARAÚJO DE MNEMOSYNE A TARDE A 2 6 DE OUTUBRO DE 2017 (1) Taurino Araújo (de Mnemonyse) Agenor Sampaio Neto professor de Teoria do Direito da Universidade Estadual de Feira de Santana — UEFS [email protected] A memória — totalizadora de tudo — é filha do Céu e da Terra. Depois de Taurino Araújo, o polímata brasileiro, esse é o terceiro memorial acadêmico por mim dedicado a esse pensador baiano, mais jovem condecorado com a maior honraria do Estado, a Comenda de Cidadão Benemérito da Liberdade e da Justiça Social João Mangabeira (CBJM). Iniciei a tarefa com Taurino Araújo singular e plural (A TARDE, 9 de março de 2012). A partir daí, reflexões nos meios acadêmico e social quanto à totalidade e articulação polifônica do perfil: “quem conhece a grandeza de seu gênio sabe que Taurino é tema para doutorado e para samba-enredo”! Segundo Mário da Gama Kury (Dicionário de Mitologia, Zahar, p. 405), nascida de Urano e Gaia, Mnemosyne, a deusa da memória, foi possuída nove noites seguidas Zeus, dando à luz (novidade!) nove Musas com atribuições as mais abrangentes: Calíope era a musa da poesia épica, Clio da História, Euterpe da música das flautas, Erato da poesia lírica, Terpsícore da dança, Melpomene da tragédia, Tália da comédia, Polímnia dos hinos sagrados e Urânia da astronomia. Para Taurino, a atitude filosófica é o fundamento de toda indagação valiosa. É por meio da memória que o homem entra em contato com [todos] o[s] saber[es]. Em Mnemosyne, controladora da narrativa e do tempo, imortalidade e fama a artistas e historiadores que, ao criar suas obras, tornam-se inesquecíveis, antes, adivinhos do poder de voltar ao passado e de relembrá-lo para a coletividade que, indelevelmente, os (e se) reconhece. Em Taurino Araújo, a conjugação de fontes nos campos da Teoria do Direito, Transpessoalidade, Pensamento Sistêmico, Criminologia, História, Filosofia e Antropologia Jurídica sempre produziram sentidos para a “holística” do drama humano, e agora, novamente sem caber em classificações pequenas, mas somente a partir dos Campos Interdisciplinares, culmina com a máxima da Tese sobre “Hermenêutica da Desigualdade”: uma Introdução às Ciências Jurídicas e Sociais.

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