Boletin Ano 01

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Boletin Ano 01
ACBANTU! 6 ANOS PRESERVANDO A MEMÓRIA DE NOSSOS ANCESTRAIS!
Feliz Aniversário, ACBANTU!
No dia 08 de dezembro de 2000, foi criada a
Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu, ACBANTU, tendo como objetivo
principal unir pessoas e grupos para o engrandecimento do Povo Afrodescendente, contribuindo para o resgate das suas tradições, promovendo e incentivando ações culturais que visam a
defesa e promoção da cidadania nas áreas de educação, saúde, profissionalização, Promoção Social, Segurança Alimentar e Nutricional, envolvendo crianças, adolescentes e jovens, mulheres, idosos, portadores de necessidades específicas, portadores de HIV/AIDS, gerando assim o
bem estar da coletividade.
Atualmente, nossa Associação está presente em 16 estados, composta por mais de 1.300
Comunidades Religiosas de Matriz Africana e
Sessenta e Duas Comunidades Quilombolas de
diversos Estados do Brasil, além de articular
diversos Grupos de Capoeira Angola da Região
Metropolitana de Salvador, Associações Comunitárias de Educação e Promoção da Cidadania, Congadas, etc.
Nossa ação vai desde a Preservação da memória ritual e do Patrimônio Imaterial artístico, Cultural e filosófico, até a proposição do
exercício pleno de cidadania. Participamos dos
seguintes espaços de mobilização social:
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável das Comunidades Tradicionais
Parceiro do Programa Fome Zero sob o
número 0067
Rede de Educação Cidadã – Talher
Bahia
Rede Brasileira de Justiça Ambiental
Rede Nacional das Religiões de Matriz
Africana e Saúde
Conselho de Segurança Alimentar e
Nutricional do Estado da Bahia e do
Município de Salvador
Comitê Estadual do Estatuto da Igualdade Racial
Comitê Gestor Bolsa Família de Salvador
Conselho Municipal de Saúde de Salvador
Conselho Municipal de Alimentação
Escolar de Salvador
Comitê de Controle do Bolsa Família
de Salvador
Conselho Municipal de Desenvolvimento das Comunidades Negras
Grupo Gestor do Parque S. Bartolomeu
Aos nossos Ancestrais que nos inspiram e
estão presentes em nossas lutas diárias. Às Comunidades Tradicionais Afrodescendentes, nosso Povo de Terreiro, que cada vez mais se une e
fortalece sua marca na História.
Ao Presidente da República: Luis Ignácio
Lula da Silva, por seu compromisso e ações de
construção de canais de diálogo do poder público com a População Negra Brasileira.
Ao Ministério de Desenvolvimento Social
e Combate à Fome, através do Ministro Patrus
Ananias que desafiou o racismo institucional e
mobilizou suas Secretarias a vencerem barreiras no sentido de efetivar a inclusão de nossas
Comunidades Tradicionais Afrodescendentes
nos Programas Sociais do Governo Federal.
À Fundação Cultural Palmares, na pessoa do
Prof. Dr. Ubiratan Castro, através da sua luta,
consegue fazer doações para os Terreiros de Candomblé, que pela primeira vez recebem as cestas básica, que são entregue através da ACBANTU
e meses depois, os Terreiros do Brasil são contemplados. O compromisso de todos os membros desta instituição é decisivo na efetivação
de nossos direitos. À Representação da Bahia,
na pessoa da Profª Lindinalva Barbosa que gerou conosco o nascimento da Rede KÔDYA.
À Companhia Nacional de Abastecimento,
na pessoa de Dr. Jacinto, por sua fidelidade às
aspirações dos pequenos produtores, agricultores familiares e quilombolas. À Superintendência Regional da CONAB Bahia/Sergipe, na pessoa de Drª Rose Ponde por considerar as Comunidades Tradicionais Afrodescendentes um
presente diário em sua vida e abrir para nós os
armazéns e as portas de um novo conhecimento a respeito das nossas potencialidades locais.
Ao IPAC na pessoa do Prof. Dr. Julio Braga,
à Petrobrás – Unidade de Negócios da Bahia
(Serviços Compartilhados), Pegeout, Tetrapak,
Cerâmica Brasileira Cerbrás e demais parceiros que venceram as barreiras do preconceito e
discriminação racial e acreditaram na força do
povo para constituir respostas de transformação social para si mesmo.
Ao Prof. Paulo Lima e Equipe da Fundação
Gregório de Matos pela realização do Programa Mestres Populares, Salvador – Bahia.
Ao AGANJU e ao Programa Relações Raciais
e Direito da UFBA pela parceria no atendimento
às Comunidades Religiosas de Matriz Africana.
À Casa de Angola na Bahia, CEAO/UFBA,
SEMUR, FNDE/ME e ao Deputado Estadual
Álvaro Gomes.
`
NZAAMBI, BAKULU1 ETU YE ZA NKISI
KAKALA YETU!
`
(DEUS, OS NOSSOS ANCESTRAIS E OS NKISI
ESTÃO CONOSCO!)
1
ACBANTU! 6 ANOS PRESERVANDO A MEMÓRIA DE NOSSOS ANCESTRAIS!
Traços
José Carlos Limeira
ANO 1 — Nº 1 — SALVADOR, BAHIA, BRASIL
Carrego comigo os traços
Sonhos dos oprimidos
Contas e adereços
ACBANTU! 6 ANOS PRESERVANDO A MEMÓRIA DE NOSSOS ANCESTRAIS!
MOKOIU, NZAAMBI! MOKOIU, BAKULU!1
Que falam de muitos sentidos
Que contam dos nossos feitiços
Que mostram certos endereços
Entre o sim e o não do que há
Dos nossos maiores acertos
DIRETORIA DA ACBANTU:
No branco de Leembá
Presidente: Raimundo Nonato da Silva – Taata Lubitu
Konmannanjy – Unzó kwa Mpaanzu
Vice Presidente: Umberto Carvalho Bastos – Taata kivonda
Jimukwendemi – Ganzua Mokambu Monoguzu
Tesoureiro: Heliosvaldo Nunes – Taata Kambando Ansizzi
– Unzó Sidiratukwa
Diretora Social: Celina Almeida - Mona kwa ‘Nkisi Leemba
de Lê - Nzo Nge Junçara
Diretora Cultural: Lindalva Santana – Mona kwa ‘Nkisi
Ngejemí – Unzó Awziidi Junçara
De Roji ostento o azul
Uso de todas as cores
Do vermelho e rouge de Nzila
Aos colares de laguidbá
Minhas contas de coral, Âmbar e louça
Vão do verde de Katende
Ao ouro da Kisiimbi mais moça
Ando cheios de marcas
Provas de boa herança
Nas sextas só uso branco
Nas quartas vermelho franco
Nos cabelos, as vezes tranças
Agradecimentos
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Sou do povo que tem fé
Em Deuses da cor mais cor
Uns que cuidam das doenças
Outros de encanto e amor
Dizem que sou do babado
Dizem que sou mandingueiro
Que entendo de quebranto
De como chamar dinheiro
Digam o que quiserem
Eu sou de um povo de fibra
Que resiste ao que der e vier
Que desfaz as intrigas
Que guarda da beleza das folhas
Ao sabor do acarajé
Ao molocum de Dandaluunda
Ao amalá de meu Pai
CONSELHO FISCAL:
Anísio Circuncisão de Carvalho; Jorge Luís Pereira da Silva –
Taata Konmukeenge - Ile Asé Oman Ogun Lonan;
Ana Lucia Santos Almeida – Makota Deloiá- Unzo Kwa
Mpaanzu; Geurena Passos Santos – Mameto Lembamuxi –
Terreiro Tumbensi; Luciana Galvão; Ana Paula da Silva
Almeida – Kota Tamufarewá – Unzo Luanda Junsa
DEPARTAMENTOS:
Coordenação Nacional Rede KÔDYA: Ana Maria Placidino –
Ile Asé Ifaiybalé Já Kolé; Patrimônio Imaterial: Raimundo
das Neves – Taata Xikarongoma Kasutemi – Terreiro S. Jorge
Filho da Goméia – Portão; Coordenação Nacional de
Quilombos: Walmir dos Santos – Quilombo de Tijuaçu –
Senhor do Bonfim; Bakeentu (Mulheres): Fabiane da Silva
Almeida – Kota – Unzó Luanda Junsa – Lauro de Freitas,
Vandete Soares – Unzo Mameto Kalunga
Capoeira: Mestre Romualdo Santos - Moa de Katende,
Contra Mestre Valdec Lôboasi; Congada: Rosângela Paulino
– Comunidade dos Arturos – Minas Gerais;
Pesquisa: Taata Landemukosi – Unzó Tanuri Junçara, Mona
kwa Nkisi Ngejemí – Unzó Awziidi Junçara
Conselheiros Africanos Bantu: Padre Joaquim Kamau Njani
(Kênia) – S. Paulo e Reverendo Simão Linhas Kindoki
(Angola) – Salvador; ‘Nleeke (Juventude): ,Jufânia Santos,
Nadjara Silva Santos; Ambiental: João Reis – Taata
Kambando - Unzó de Angorô, Hildelcilia Cabral Mameto
kwa ‘Nkisi - Unzó Mansu Jikinsaba – Salvador
Maviimpe (Saúde): Rosielma Santos
Mbuta (Idoso): José Kafurepaanzu – Unzo kwa Mpaanzu,
Mãe Mariá – Terreiro Raízes de Ayrá .
Sou do povo do bakisi
EXPEDIENTE:
De quem não se ouve um ai
MAZELELE ACBANTU!06 ANOS CULTUANDO E
PRESERVANDO A MEMÓRIA DE NOSSOS ANCESTRAIS!
Sou filho de Luiza Gaiacu,
de Gombenazazi, de Kasindé
de Kafurepaanzu, de Nausi
de Jiringê, de Stela, de Val,
de Lawê Demí, de Hilda Jitolu
De Deré, de Bebé do Tanuri.
Sou desse Povo de Santo.
E se quiser outro tanto,
sou mesmo é de Candomblé.
Publicação: Associação Cultural de Preservação do
Patrimônio Bantu – ACBANTU
Rua João de Deus, 17 – Térreo 003 – Centro Histórico
Pelourinho CEP.: 40026-250, Salvador, Bahia
Telefax: (71)33215135
Email: [email protected][email protected]
Texto e Edição: Ana Placidino e Taata Raimundo
Konmannanjy
NGUUNZU YE NGUUNZU KWA MBIZI ZA MAZA MU
KALUUNGA! (FORÇA E FORÇA COMO PEIXE NO MAR!)
Nossos Ancestrais.
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29/6/2007, 14:29
BAKULU ETU 2
No Brasil, os escravizados africanos
de origem Bantu foram os primeiros a
chegar, logo no início da escravidão a partir do século XVI na condição de escravo rural para o desbravamento e povoamento da terra.
“É pouco conhecida a contribuição da
cultura Bantu no Continente Americano.
No entanto, sua grande influência está presente em diversos países da Diáspora Africana. Suas habilidades com artes plásticas eram admiradas como verdadeiras jóias de arte africana. Na música o Calipso,
o Jazz, os Spirituals tem influência Bantu.
Nos instrumentos musicais: tam-tam,
ngoma, tambor, tumba, bongo e muitos
outros. Na culinária, em particular, o Bantu
tem grande influência nos povos do Continente Americano, Caribe e Cuba.” Lázaro Cabrera Thompson.
Porém, sua visibilidade e resistência
Cultural são pouco destacadas no nosso
meio. Por isso, a ação da ACBANTU,
visa resgatar um Patrimônio Histórico,
Cultural e Social escondido como tesouro guardado em grandes baús.
Deles partiu a constituição dos Quilombos, enquanto movimento de libertação e
resistência, o Candomblé da Nação Angola,
Congo e Amburaxó se origina a partir do
Povo Bantu, além das expressões culturais
como “Nego Fugido”, “Zambiapongo”,
Ternos de Reis, Congadas, Jongo, etc.
Na Região Metropolitana de Salvador,
a Identidade Cultural Bantu, ao longo dos
anos, foi preservada, principalmente pelos Terreiros e Casas de Culto do Candomblé da Nação Angola, Congo e
Amburaxó. A ACBANTU busca inovar
a forma de Preservar, revitalizar e transmitir o Patrimônio Civilizatório de Matriz Africana ao mesmo tempo em que promove a inserção das Comunidades Afrodescendentes na busca pela Igualdade Étnica e Racial e na proposição de Políticas
Públicas de Inclusão Social.
Nossos Ancestrais
“Este é o sopro dos Antepassados...
Os que morreram nunca partiram, estão
na sombra que se ilumina
E na sombra que se torna espessa, os
mortos não estão debaixo da terra:
Estão na árvore que estremece,
estão no bosque que geme,
estão na água que corre,
Estão na água que dorme, estão na
cova, estão na multidão:
os mortos não estão mortos...
Os que morreram nunca estão ausentes,
Estão no seio da mulher, estão na
criança que chora,
e no tição que se inflama.
Os mortos não estão debaixo da terra,
Estão no fogo que se apaga, estão nas
ervas que choram, estão no penhasco
que se lamenta,
Estão na selva, estão na mansão.
Os mortos não estão mortos.”
Cultura Tradicional Bantu – P. Raul
Ruiz Asua Altuna.
Em nossas Memórias para sempre:
Nomes: Cirilo Apolônio da Silva,
Maria Francisca Pereira da Silva,
Otaôzi, Taata Taweshê, Lawê Demí,
Doroteia,Kasindé, Jiringê, Mutaleji,
Mona Zazi, Marinalva, Mãe Bebé,
Tenente Flávio da Silva – Tata do Unzo
Luanda Junça, Sr. Manuel do município
de Camaçari, Lino de Almeida, Vitalina
Madalena do Rosário – Kota Suaiaia –
Maria Bernadete – Kwatu Lemburá
1
No idioma Bantu Kikoongo: “Sua benção,
Deus; sua bênção, Ancestrais!”.
ACBANTU! 6 ANOS PRESERVANDO A MEMÓRIA DE NOSSOS ANCESTRAIS!
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ACBANTU E REDE KÔDYA:
BREVE BALANÇO DAS ATIVIDADES
Desde a Primeira Mesa Redonda realizada com o objetivo de preparar e avaliar o
processo de distribuição emergencial de
alimentos, as Comunidades Terreiros passaram a expressar sua constante luta pelos
direitos fundamentais à vida. É marcante o
enfrentamento diário das diversas formas de racismo institucional existentes.
Com o decorrer das atividades percebemos o fortalecimento da união constituída entre as Comunidades Urbanas e
as Comunidades Rurais. Diversos momentos de intercâmbio, sobretudo com os
Jovens das Comunidades, foram realizados.
Vivemos momentos marcantes nas
Mesas Redondas realizadas na Região
Metropolitana de Salvador e no Recôncavo
Baiano onde celebramos a Memória de
Antigas Lideranças Religiosas e suas
ações em benefício da população local.
Muitos cantos e rezas eram entoadas pelos
presentes, em diversas etnias, em forma de
agradecimento aos Ancestrais.
O alimento se tornou um símbolo muito importante neste momento da caminhada. A cosmovisão de origem africana estabelece uma relação transcendente com o
alimento. Desta forma, o alimento foi instrumento motivador na luta pela cidadania e da continuidade de passos em direção aos mais necessitados do bairro, independentemente de religião, etnia/raça,
índole e situação social.
Foram realizadas 20 (Vinte) Plenárias
de Segurança Alimentar e Nutricional.
Destacamos a Plenária que contou com a
presença do Ministro Patrus Ananais do
MDS, a Plenária com a Secretária Executiva do MDS, Drª Márcia Lopes, realizada
na Comunidade Terreiro Mansu Dandaluda Kokuazenza e a Plenária com o Dr.
Jacques Diouf (coordenador da FAO/ONU),
onde a Rede KÔDYA e a ACBANTU receberam a medalha da FAO em reconhecimento ao trabalho desenvolvido junto às
Comunidades Tradicionais Afrodescendentes.
Outra conseqüência dessa organização
é a participação social das Comunidades
Tradicionais Afrodescendentes em diversos
espaços de participação e controle social.
Sendo assim, a ACBANTU foi eleita membro dos Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional de Salvador, da Bahia e
Nacional, Conselho Municipal da Saúde.
As Comunidades Terreiro se inseriram ainda nas discussões sobre o Orçamento
Participativo e Agenda 21.
Outra vitória importante foi a eleição
da ACBANTU e a Rede KÔDYA como
membros da Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável das Comunidades Tradicionais.
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Em diversos Municípios as coordenações da Rede KÔDYA estão envolvidas
diretamente na discussão de Segurança
Alimentar e Nutricional e demais Direitos
Fundamentais à Vida.
No mês de Abril de 2005 a ACBANTU
e a Rede KÔDYA encaminharam denúncia
no CONSEA Nacional a respeito da situação emergencial na qual vivem as famílias
em Santo Amaro da Purificação devido à
contaminação de chumbo e metais pesados.
A partir dessa denúncia a Rede KÔDYA de
Santo Amaro vem articulando diversas
ações junto à população local.
Diversos Projetos Sociais foram
elaborados de forma coletiva. Atualmente,
encontram-se em andamento os seguintes
projetos nas Comunidades Terreiro da
Bahia:
a) Hortas Comunitárias;
b) Creches Comunitárias;
c) Ponto de Cultura;
d) Cozinhas Comunitárias;
e) Memoriais de Preservação dos Ancestrais e Museus Comunitários;
f) Unidades de Proteção Ambiental;
g) Cooperativa de Bordado Afrodescendente;
h) Fóruns de Economia Solidária.
A ACBANTU passou a compor o Talher Bahia – Rede de Educação Cidadã,
sendo beneficiada com a realização de Oficinas de Nucleação de Famílias e acompanhamento dos programas sociais do Governo Federal.
Outra grande vitória é a realização do
Mapeamento das Comunidades Terreiro da Região Metropolitana de Salvador
que está sendo coordenada pela Universidade Federal da Bahia e pela Secretaria
Municipal da Reparação. Trata-se de uma
ação que visa destacar as ações sociais desenvolvidas pelos Terreiros e a regularização fundiária de suas terras.
Quadro Demonstrativo das Doações de 2004 a 2006
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ACBANTU! 6 ANOS PRESERVANDO A MEMÓRIA DE NOSSOS ANCESTRAIS!
PROJETOS
Projeto Nzuumba:
Compartilhamento de
Conhecimentos
Desenvolvido em Salvador, desde Dezembro de 2005 o Projeto soma a transmissão de conhecimentos com a inclusão econômica e social de Mulheres Negras e Jovens. Os saberes Ancestrais são referência
para a construção de formas de produção,
criação e geração de renda e emprego. O
Projeto tem 03 Módulos:
a) Módulo Bordado Afro Bantu:
capacitação realizada com Instrutora Mestra de Notório Saber, Makota Damuraxó –
Dª Itana Neves, dirigida a Quarenta Alunas, Mulheres Negras, oriundas das Comunidades Tradicionais Afrodescendentes. O
objetivo do Projeto é criar uma forma de
inserção comunitária no mercado de trabalho de bordadeiras afro bantu;
b) Culinária Afrodescendente: Apesar de Salvador ser a cidade com grande
potencial turístico gerado principalmente
a partir da cultura afrodescendente, a cidade não possui uma diversidade de espaços
especializados em culinária africana. O
objetivo deste módulo é implantar duas
cozinhas experimentais de culinária africana em Quilombos Urbanos e capacitar
pessoas para atuarem na área;
c) Acervo Bibliográfico Afrodescendente: espaço aberto ao público para pesquisas e inclusão digital.
Neste momento, encontram-se em andamento as aulas do Curso de Bordado e a
aquisição dos equipamentos permanentes.
O Projeto Nzuumba conta com o patrocínio do Ministério da Cultura - Fundação
Cultural Palmares.
Dr. Jacques Diouf da FAO e o Dr. Onaur Ruano na entrega
da Medalha da ONU para ACBANTU
1
Dados fornecidos pela CONAB Superintendência Regional Bahia/Sergipe.
Quadro Demonstrativo das Doações de 2007
No mês de março de
2004, em parceria com a
Fundação Cultural Palmares, a ACBANTU organizou a distribuição de uma
doação de 50 Toneladas de
Feijão envolvendo 150 Comunidades Religiosas de Matrizes Africanas que distribuíram a doação para 7.200
Famílias em situação emergencial, moradores da Região Metropolitana de Salvador,
Ilhas e Recôncavo Baiano.
A partir desta atividade, a ACBANTU
criou a REDE KÔDYA – COMUNIDADES
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Taata Konmannanjy, Presidente da ACBANTU, na entrega
da medalha da ONU, no Terreiro Mansu Keukuê.
Projeto Kaitumba:
Segurança Alimentar e
Nutricional nas Comunidades
Tradicionais Afrodescendentes
do Estado da Bahia
Desenvolvido nos municípios de Salvador, São Francisco do Conde e Cachoeira, iniciado em Dezembro de 2005, beneficiando diretamente 180 famílias e indiretamente aproximadamente mais de 1.000
pessoas e 30 (Trinta) Lideranças Comunitárias, o Projeto Kaitumba tem o objetivo
de proporcionar o fortalecimento das ações
sociais voltadas à Segurança Alimentar e
Nutricional através da implantação de Hortas e Unidades de Beneficiamento Comunitárias que irão dinamizar a distribuição
de alimentos, educação alimentar, desenvolvimento étnico sustentável comunitário
e a capacitação de Lideranças das Comunidades Tradicionais Afrodescendentes do
Estado da Bahia.
Suas principais ações são:
a) Realizar Diagnóstico Sócio-Econômico e Cultural nas Comunidades participantes diretamente do Projeto gerando
informações que possam subsidiar este segmento na proposição de políticas públicas
de inclusão social;
b) Capacitar e propiciar apoio técnico-financeiro fortalecendo a sua tecnolo-
gia social vinculada à Segurança Alimentar e Nutricional;
c) Implementação de Hortas Comunitárias através do trabalho comunitário de
famílias atendidas pelo Bolsa Família e Famílias em situação de vulnerabilidade social;
d) Implantação de Unidades de
Beneficiamento Comunitárias trabalho
comunitário envolvendo o mesmo público
que as Hortas Comunitárias para produção
da culinária típica baiana e africana destinadas à partilha com a comunidade local e
comercialização;
e) Estabelecimento de parcerias com
a Companhia Nacional de Abastecimento
para a comercialização dos produtos através do Programa de Aquisição de Alimentos, Prefeituras e outros organismos a fim
de viabilizar a sustentabilidade econômica
do Projeto.
O projeto KAITUMBA é financiado
pelo Ministério de Desenvolvimento Social
e Combate à Fome.
Projeto Kitaanda Bantu:
Mercado do Povo
Trata-se de um Espaço de identidade
cultural afro-brasileira, instalado no hall de
entrada do prédio cedido pelo Instituto do
Patrimônio Artístico e Cultural do Estado
da Bahia – IPAC, para sediar a ACBANTU.
Ainda insipiente, tem o objetivo de
comercializar as diversas produções
afrodescendentes, de comunidades de Terreiros e Quilombos, bem como de artesãos
e editoras que tenham a cultura afro-brasileira como alicerce de sua produção. A
Kitaanda Bantu teve seu início no ano de
2006, com a comercialização de adereços,
roupas e livros. Pretende-se atuar em espaço fixo e itinerante. Este projeto não possui recursos próprios e vem se desenvolvendo com parcerias entre integrantes dos
terreiros e artesãs afrodescendentes
Nzaambi, Bakulu etu ye za ‘Nkisi1 wutukwaatesa!
Deus, nossos Ancestrais e os ‘Nkisi nos proteja!
1
Entidade Sagrada Bantu. (Orixá, Vodum).
ORGANIZADAS DA DIÁSPORA AFRICANA
POR POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO SOCIAL PARA A POPULAÇÃO NEGRA. Trata-se de uma Rede composta por Comunidades Tradicionais Afrodescendentes em
todo o Brasil, cujo objetivo principal é dar continuidade ao trabalho de apoio emergencial às
famílias, através da distribuição de alimentos,
bem como articular projetos sociais que ajudem
a gerar emprego e renda garantindo assim os
direitos fundamentais à vida para a população
afrodescendente.
Mais de 30.000 famílias estão sendo atendidas por estas Comunidades participando de
diversas ações voluntárias na área de Segurança Alimentar e Nutricional, como Hortas Comunitárias, Educação Alimentar, Projetos
Profissionalizantes e Culturais, Alfabetização
de Jovens e Adultos, Atendimento Gratuito em
Creches, Cursos de Culinária Típica Afrodescendente, etc.
Trata-se de um momento histórico e singular, uma vez que, após vivenciar séculos de isolamento e discriminação racial institucionalizada as Comunidades Tradicionais Afrodescendentes estão tendo a possibilidade participarem
como protagonistas de Políticas Públicas de
Igualdade Racial e Inclusão Social.

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