Effect of Gonadotropin-Induced Puberty on Reproductive

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Effect of Gonadotropin-Induced Puberty on Reproductive
VI Simpósio de Pós-Graduação e Pesquisa em Nutrição e Produção Animal – VNP – FMVZ – USP – 2012
EFEITO DE GONADOTROPINAS NA INDUÇÃO A PUBERDADE SOBRE A
PERFORMANCE REPRODUTIVA DE FÊMEAS SUÍNAS ATÉ 3 PRIMEIROS
PARTOS
Octávio H.O. Eckhardt, Larissa José Parazzi, Marcos A. Pinese, Felipe C. Horta, Aline
C. Rosseto, Tácia A. Del Santo, Simone M.M.K. Martins, Anibal S. Moretti
Agradecimentos: FAPESP, Granja Rosseto.
INTRODUÇÃO
No plantel de matrizes, as marrãs, futuras reprodutoras, representam de 30 a
40% do plantel de fêmeas na maioria das criações. Os vários fatores que afetam sua
vida reprodutiva e ainda por tratar-se hoje de fêmeas hiperprolíficas mais sensíveis, a
própria interação desses fatores interfere na longevidade e consequentemente na vida
útil reprodutiva da fêmea2.
A sincronização do estro à puberdade interfere como prática importante no
manejo reprodutivo tendo como objetivo a maior sincronização do estro à puberdade,
interferindo na homogeneidade dos lotes de marrãs a serem incorporadas no plantel.
Estas fêmeas serão programadas para fazerem parte dos grupos semanais, constituindo,
assim lotes homogêneos em termos de ciclicidade, vindo a melhorar a homogeneização
da produção e maior facilidade para o sistema “all in, all out”5. A indução e
consequente sincronização é realizada com o emprego de gonadotrofinas exógenas,
PMSG (Gonadotrofina Sérica de Égua Prenhe) ou eCG (Gonadotrofina Coriônica
Equina), que possuem efeito semelhante ao FSH (Hormônio Folículo Estimulante) no
estímulo da maturação dos folículos e o FSH (Gonadotrofina Coriônica Humana)
atuando semelhantemente ao LH (Hormônio Luteinizante) que promove a maturação
final dos folículos e ovulação1,6.
O estudo teve o objetivo avaliar os efeitos da indução à puberdade de marrãs,
comparando o emprego do eCG e LH suíno com o estímulo do macho, sobre
parâmetros reprodutivos registrados no programa PigChamp utilizado num sistema de
produção.
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento conduzido em um sistema de produção em Cerqueira César (SP)
utilizou 190 marrãs pré-púberes (Landrace X Large White), selecionadas aos 152,82 ±
4,75 dias de idade.O tratamento H (n=60) utilizou a combinação hormonal de 600 UI
de eCG Novormon 5000®; Syntex S.A., Buenos Aires, Argentina, via intramuscular), e
após 72 horas, 2,5 mg de LH porcino (Lutropin®, Bioniche Animal Sciences, Ontario,
Canada). O tratamento C (n=59) consistiu da exposição ao macho duas vezes ao dia,
por 15 minutos.
A resposta ao método de indução à puberdade avaliada baseou-se no intervalo
entre o início dos tratamentos e a primeira manifestação externa de sinais de estro. A
detecção do estro foi conduzida duas vezes ao dia com machos reprodutores adultos. O
número de ciclos estrais observados antes da primeira inseminação artificial (IA), foi
realizada no período pós-púbere antes dos 235 dias de idade da fêmeas. A IA foi
realizada com 0, 12 e 24 horas após a detecção do estro, e a gestação confirmada
através de exame ultrassonográfico após 35 dias. As fêmeas foram transferidas à
maternidade 5 dias antes do parto, a lactação foi acompanhada por 21 dias, assim como
1
o estro após desmame. Todas as fêmeas foram submetidas ao protocolo de manejo
utilizado na granja.
O número de leitões nascidos totais, nascidos vivos, natimortos e fetos
mumificados, bem as taxas de gestação e a lactação foram avaliadas para os 3
primeiros partos. O intervalo desmame-estro (IDE) foi classificado entre ≤ 5 dias ou ≥
6 dias. As taxas de descarte e intervalo entre partos foram analisadas.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado e análise estatística
foi realizada através do procedimento GLM do SAS5. As variáveis dependentes
incluídas foram, para cada um dos três partos: número total de leitões nascidos, total de
leitões nascidos vivos, total de natimortos, total de fetos mumificados, total de leitões
desmamados, o intervalo desmame estro e intervalo entre partos. Essas variáveis foram
avaliados estatisticamente com ANOVA, sendo automaticamente testados para
normalidade dos resíduos e homogeneidade de variâncias utilizando Shapiro-Wilk
(Proc. UNIVARIATE) e teste de Bartlett. As variáveis gestação, taxas de descarte e
parto, foram analisadas pelo teste do qui-quadrado.
RESULTADOS
A idade, peso, espessura de toucinho e, ganho diário de peso, médios no início
do protocolo de indução foram semelhantes entre os tratamentos mostrando a
homogeneidade da amostra. Quando se analisou os intervalos de indução-estros
obtidos, fêmeas do tratamento H variaram de 0 a 70 dias, enquanto que o tratamento C
corresponde a intervalos de 4 a 90 dias. Além disso, numa análise cumulativa, a
percentagem de fêmeas que manifestam estro nos primeiros 5 dias após a indução a
puberdade foi 20% para o grupo H e 5,56% para o grupo C (p=0,0202). Uma
obsevação interessante é quando considera-se os primeiros 15 dias, mostrando
diferença significativa a favor do tratamento C (50,00% vs 23,64, p = 0,0040), mas que
no final de um período de 30 dias, a percentagem cumulativa de fêmeas que atingiram
a puberdade foi semelhante (p=0,5419) para os tratamentos C (73,21%) e H (78,18%).
Não foram encontradas diferenças estatísticas entre as características idade,
espessura de toucinho à inseminação artificial e tamanho da leitagada nos 3 partos. No
entanto, no 1º parto, as fêmeas do tratamento H tiveram numericamente valor maior de
leitões nascidos vivos (11,38 vs 10,35, p=0,0776). No total de nascidos, o tratamento C
apresentou 0,72 leitões a mais na média dos 3 partos, observando-se também uma
queda nessa característica do grupo H do 1º para o 2º parto.
As taxas de descarte na análise geral dos distúrbios foram maiores no
tratamento C, nos três partos, contudo, houve significância estatística no 1º parto
(p=0,0376) com vantagem para o tratamento H em relação ao C.
O intervalo desmame estro não diferiu entre os tratamentos, as primíparas
apresentaram intervalos mais longos do que as porcas no 2º e 3º partos. As taxas de
parto e descarte foram semelhantes em todos os partos, embora uma tendência a
significância estatística, na taxa do 1º parto observando-se vantagem para o tratamento
H (94,45% vs 80,00%, p=0,0653 ), bem como na primeira taxa de descarte: 18,33% e
32,20% para os tratamentos H e C, respectivamente (p=0,0815). Intervalos entre partos
não foram afetados pelos tratamentos (p>0,05).
DISCUSSÃO
O protocolo hormonal com gonadotrofina exógena demonstrou efeito positivo
no sincronismo de estro à puberdade, havendo uma manifestação cíclica com menor
dispersão dos estros no período pós-púbere enquanto que o grupo com exposição ao
macho revela uma manifestação homogênea com maior dispersão semelhante aos
2
resultados obtidos por 4 e 5. Esse comportamento é justificado pelo fato de que que não
manifestam 1º estro aparente ovulam, manifestando estros subsequentes anterores a
inseminação3,4. Apenas considerando os descartes que houve, neste estudo, menores
descartes no grupo com hormônio,nas demais características analisadas não houve
diferenças nos dois grupos. O descarte ao longo da vida reprodutiva das fêmeas ocorre
por vários motivos, merecendo destaque ao 1º parto, no qual as fêmeas ainda estão em
desenvolvimento corporal e podem apresentar maiores problemas em relação as porcas
de ordem de parto superior.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tratamento com hormônio melhorou a taxa de descarte de fêmeas no primeiro
parto, indicativo de maior taxa de aproveitamento que corresponde ao número de
fêmeas desde a indução até o parto.
REFERÊNCIAS
1 CARBONE, A.; MORETTI, A. S.; PORTELLA, G. A.; CANDINI, P. H.; VIANNA, W. L. Induction and
synchronization of precocious puberty in gilts. In: INTERNATIONAL PIG VETERINARY SOCIETY
CONGRESS, 17., 2002, Ames. Proceedings… Iwoa: Internation Pig Veterinary Society, 2002. p. 506.;
2KIRKWOOD, R. N.; AHERNE, F. X.. Energy intake, body composition, and reproductive performance of the gilt.
Jounal. of Animal. Science, v.60, n.4, 1518-1529, 1985.; 3KNOX, R. V.; TUDOR, K. W.; RODRIGUES-ZAS, S.
L.; ROBB, J. A. Effects of subcutaneous vc intramuscular administration of P. G. 600 on estrual and ovulatory
responses of prepubertal gilts. Journal of Animal Science, v. 78, p. 1732-1737, 2000. 4 LAGO, V. Estudos dos
efeitos combinados de gonadotrofinas e flushing em marrãs à puberdade. Dissertação (Mestre em Nutrição Animal)
– Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. 5 PINESE, M. E. Puberdade
em marrãs: I – Efeito das gonadotrofinas na indução e sincronização do estro à puberdade. II – Efeito do
“flushing” alimentar no ciclo anterior à primeira concepção. III – Avaliação da eficiência produtiva e
reprodutiva das marrãs até o 1° parto. 2005. Dissertação (Mestre em Medicina Veterinária) – Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.; 6 VIANNA, W. Estudo da
relação morfométrica e útero e placenta com a capacidade uterina em leitoas. 2004. 60f. Dissertação (Mestrado
em Medicina Veterinária), FAculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2004. 7 SAS User’s Guide: Statistics Version 9.2. 2008. SAS Inst., Inc., Cary, NC.CD-ROM.
Tabela1. Taxas e motivos de descarte durante os 3 primeiros partos, para os tratamentos H e C.
Tratamentos
H
Tratamentos
C
Puberdade e
1o Parto
H
Fêmeas
60
59
Anestro
10% (6)
5,08% (3)
Morte
1,67% (1)
Genitourinário
C
2o Parto
P
Tratamentos
H
P
49
40
0,1683
-
2,5% (1)
0,4494
6,78% (4)
0,1495
2,04% (1)
-
-
3,39% (2)
0,2437
2,04% (1)
Return ao estro
3,33% (2)
5,08% (3)
0,3151
Aborto
-
8,47% (5)
Locomotor
-
Falha na seleção
1,67% (1)
Injúrias
Falha Concepção
C
3o Parto
-
31
3,23%
(1)
0,4429
0,5506
2,56% (1)
-
0,5571
-
0,5506
-
-
10,2% (5)
15% (6)
0,2004
5,13% (2)
3,23%
(1)
0,0274
-
2,5% (1)
0,4494
-
-
1,69% (1)
0,5000
4,08% (2)
2,5% (1)
0,4142
2,56% (1)
3,23%
(1)
1,69% (1)
0,5042
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
3,23%
(1)
1,67% (1)
-
0,5042
2,04% (1)
-
0,5506
-
-
Total
18,33% (11)
32,2% (19)
0,0376
20,41% (10) 22,5% (9)
0,1983
10,26% (4)
12,9%
(4)
Total 3 Partos
41,67% (25)
54.24% (32)
0,1699
3
39
P
0,4196
0,5006
0,4429
0,2741