MOTIVOS DA ADESÃO À VASECTOMIA POR METALÚRGICOS

Transcrição

MOTIVOS DA ADESÃO À VASECTOMIA POR METALÚRGICOS
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
INEBSON CARVALHO DE SOUZA
MOTIVOS DA ADESÃO À VASECTOMIA POR
METALÚRGICOS
Limeira
2010
INEBSON CARVALHO DE SOUZA
MOTIVOS DA ADESÃO À VASECTOMIA POR
METALÚRGICOS
Trabalho de conclusão de curso para
obtenção do título de graduação em
enfermagem apresentado à Universidade
Paulista – UNIP.
Orientadora: Prof°a Valéria Nasser Figueiredo
Co-orientador: Prof° Ms Samuel R. de Paula
Limeira
2010
Ficha Catalográfica Elaborada pela Biblioteca – UNIP
Unidade Limeira
616-083
S729m
Souza, Inebson Carvalho de.
Motivos da adesão à vasectomia por metalúrgicos / Inebson
Carvalho de Souza. Limeira : UNIP, 2010.
36f.
Orientador: Profª. Valéria Nasser Figueiredo
Trabalho de conclusão de curso. Universidade Paulista, Instituto
de Ciências da Saúde, Faculdade de Enfermagem, 2010.
Inclui referência.
1. Esterilização masculina. 2. Vasectomia. 3. Conhecimento
contraceptivo. I.Figueiredo, Valéria Nasser. II. Titulo.
CDU: 616-083
INEBSON CARVALHO DE SOUZA
MOTIVOS DA ADESÃO À VASECTOMIA POR
METALÚRGICOS
Trabalho de conclusão de curso para
obtenção do título de graduação em
enfermagem apresentado à Universidade
Paulista – UNIP.
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________/___/______
Prof° Anderson Luiz Ferreira
Universidade Paulista – UNIP
______________________________________________________/___/_____
Prof° Daniel José Pereira
Universidade Paulista – UNIP
RESUMO
O método contraceptivo da esterilização masculina (vasectomia) tem sido
desde 1928, o mais eficiente e livre de efeitos colaterais. Porém não tem sido o mais
utilizado devido à subjugação da sexualidade feminina pelo homem, pelo
desenvolvimento de métodos contraceptivos feminino e o medo masculino de
interferência da cirurgia da vasectomia no seu desempenho sexual. Assim, o
objetivo desta pesquisa foi analisar os motivos pelos quais os metalúrgicos aderiram
à vasectomia e a descrição predominante da população estudada. A metodologia
utilizada foi descritiva, qualitativa por meio de instrumento sobre informações
pessoais, conhecimento, utilização e aceitação dos métodos contraceptivos,
antecedente sobre o método em uso, percepção de mudanças, saúde atual e
aspectos pessoais e socioeconômicos. Os dados foram coletados no local de
trabalho dos mesmos, o sujeito respondia às perguntas, registravam suas respostas
e devolvia imediatamente após o seu término. Resultados: os temas mais
ressaltados no agrupamento dos motivos foram: „eficiência do método‟, „dificuldades
na criação de filhos‟, „medo de gravidez indesejada‟ e „altruísmo com a esposa‟.
Entretanto,
dentre
os
relatos
dos
motivos,
evidenciaram-se
relatos
de
arrependimento, nos revelando um âmbito a ser mais investigado pelos profissionais
de saúde envolvidos no aconselhamento. Todavia, o conhecimento/uso de métodos
contraceptivos pelos metalúrgicos, mostrou-se moderadamente elevado revelando
que tinham conhecimento de métodos reversíveis ao optarem pela vasectomia como
método definitivo.
Palavras-chave:
esterilização
profissional participativo.
masculina,
conhecimento
contraceptivo
e
ABSTRACT
The contraceptive method of male sterilization (vasectomy) has been since
1928, the most efficient and also free of side effects. But it hasn‟t been the most
used due to the subjugation of female sexuality by men, by the development of
female contraceptive methods and the male fear of interference from surgery of
vasectomy on sexual performance. The purpose of this research was to examine the
reasons why the steelworkers joined the vasectomy and the predominant description
of the population studied.
The methodology was descriptive, using qualitative
instrument on personal information, knowledge, acceptance and use of contraceptive
methods, history of the method in use, perception of changes, current health and
personal and socioeconomic aspects. These data were collected in their same
workplace; the person answered questions, wrote down his answers and returned
immediately after it ends. Results: the themes most highlighted in the grouping of the
reasons were: „efficiency of method However‟, „difficulties of raising children‟,
„unwanted pregnancy‟ and „altruism with his wife‟. Among the reports of the motives,
there are some evidenced regrets in the report, telling us a scope to be further
investigated by the health professionals involved in counseling.
However, the
knowledge / use of contraceptive methods by metallurgical, was moderately high
revealing that they were aware of reversible methods by opting for vasectomy as a
permanent method.
Keywords: male sterilization, contraceptive knowledge and participatory work.
RESUMEN
El método anticonceptivo de esterilización masculina (vasectomía) ha sido
desde 1928, la más eficiente y libre de efectos secundarios. Pero no ha sido la más
utilizada debido a la subyugación de la sexualidad femenina por los hombres, el
desarrollo de los métodos anticonceptivos masculinos y el miedo masculino a la
interferencia de la cirugía de la vasectomía en el desempeño sexual. El objetivo de
esta investigación fue analizar las razones por las que los trabajadores del acero se
unió a la vasectomía y la descripción de la población predominante. La metodología
fue de tipo descriptivo, con el instrumento cualitativo en la información personal, el
conocimiento, aceptación y uso de métodos anticonceptivos, la historia del método
en uso, la percepción de los cambios, la salud y socioeconómicos actuales y
aspectos personales. Los datos fueron recolectados en el mismo lugar de trabajo, el
sujeto responde a las preguntas, registró sus respuestas y regresó inmediatamente
después de su finalización. Resultados: los temas destacados en la agrupación de
las razones fueron: "método de la eficiencia", "dificultades en la crianza de los hijos
',' temor al embarazo no deseado" y "el altruismo con su esposa." Sin embargo,
entre los informes de los motivos, expuesto en los informes de arrepentimiento, que
nos dice un marco que deben investigarse más a fondo por los profesionales
sanitarios implicados en el asesoramiento. Sin embargo, el conocimiento y uso de
métodos anticonceptivos mediante procedimientos metalúrgicos, era relativamente
alta revelando que eran conscientes de los métodos reversibles al optar por la
vasectomía como un método permanente.
Palabras clave: la esterilización masculina, el conocimiento de anticonceptivos
y el trabajo participativo.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................01
2. OBJETIVOS……..............................……...………....................……………..….....04
3. METODOLOGIA/ MATERIAL………...…...........................................…………….04
3.1 Metodologia………………………………….........................................................04
3.2 Material……………………………........................................................................05
3.3 Entrevista………………………............................................................................05
3.4 Sujeitos................................................................................................................06
3.5 Critérios para seleção da amostra....................................................................06
4. ASPECTOS ÉTICOS.............................................................................................06
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................07
5.1 Descrição ...........................................................................................................07
5.2 Análise Qualitativa dos Motivos.......................................................................11
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................17
7. REFERÊNCIAS......................................................................................................18
8. ANEXOS................................................................................................................21
1
1. INTRODUÇÃO
O uso clínico do método de esterilização masculina (vasectomia) em 1890 era
destinado como prevenção de epididimites, freqüentes em cirurgia de próstata.
Braga (1998) observou que na mesma década não acontecia alteração na vida
sexual dos pacientes, sendo a vasectomia, em 1928 consumada como método
contraceptivo permanente por eficácia e ausência de efeitos indesejáveis.
A vasectomia, de acordo com Smeltzer (2006), consiste tradicionalmente da
ressecção parcial dos canais deferentes, destinada a bloquear a passagem dos
espermatozóides e assim provocar a contracepção. Na cirurgia da vasectomia,
Andrade et al (2000) esclarece que o objetivo é seccionar e ocluir os canais
deferentes, bloqueando o percurso dos espermatozóides, impedindo seu contato
com os líquidos espermáticos ejaculatórios produzidos posteriores ao local da
secção, na próstata, vesículas seminais e glândula bulbo uretral.
Esta secção provoca a ausência dos espermatozóides no conteúdo ejaculado,
sem alterações no desempenho, função de ereção ou prazer sexual, de acordo com
Braga (1998). Ainda explica que os espermatozóides aprisionados e os produzidos
nos testículos passam a ser vistos por nosso sistema de defesa fisiológico como
corpos desnecessários, com isso, é produzido anticorpos que fagocitam os
espermatozóides tornando o indivíduo estéril por ausência de espermatozóides no
líquido ejaculado, aspermatismo induzido.
A concepção é definida por Silva et al, (2007) como “impregnação do óvulo
pelo espermatozóide”, evidenciando assim, que é necessária a participação
masculina e feminina para que o evento conceptivo seja consumado. Da mesma
forma, Bastos e Miranda (2007), sugerem que seria racional no evento da
contracepção resultasse na divisão da responsabilidade para ambos os gêneros.
Porém, isso não tem acontecido, pois a repressão feminina, condicionada a
passividade seguido da conquista do direito à liberdade sexual, a limitação de
contraceptivos masculinos e o “medo” da vasectomia, contribuiu para que a
2
responsabilidade da contracepção seja imperativamente feminina, com participação
mínima masculina, (SOS CORPO GRUPO SAÚDE DA MULHER, 1991).
A relação de gênero e poder têm prevalecido ao longo da história, de forma
bastante incisiva da parte masculina, numa condição onde as mulheres não podiam
decidir sobre as suas vidas. E nas poucas ocasiões onde a mulher obtinha
pequenas parcelas de força decisória, a imposta supremacia masculina limitava a
influência feminina de forma totalmente desigual, subalternando a condição feminina
a uma relação de domínio do homem sobre a mulher (COSTA, 2009).
A formação da família foi o ponto de partida considerado pela antropologia
para a definição de papéis sexuais e sociais de homens e mulheres. A descoberta
da agricultura despertou interesse humano em terras e para a garantia da prole, o
homem aderiu à monogamia, divisão de tarefas onde o homem comandava a tribo
hierarquicamente e era responsável pela caça, enquanto as mulheres assumiam os
cuidados com a terra e filhos. Isso estabeleceu o controle da sexualidade, dos
corpos e da autonomia feminina dominando - a, permanecendo assim, por longo
tempo na história (NAVAZ e KOLLER, 2006).
Novaz e Koller (2006) relatam que a partir da década de 60 com a ascensão
do feminismo, a busca da introdução de influências sociais que expressassem a
quebra de desigualdades e a discriminações permanentes no contexto familiar e
social, tornou-se o tema mais relevante dos movimentos feministas que emergiam a
cada ano mais forte a luta pelo direito de igualdade entre homens e mulheres
inclusive sobre suas sexualidades. Na mesma década, foi inserida no mercado
pílulas anticoncepcional a base de hormônio sintético capaz de provocar o controle
da mulher na concepção. Não havendo nenhum método contraceptivo hormonal
masculino, a tarefa da concepção tornou - se restrita à mulher, devido à
popularidade do método.
Braga (1998) informa que mesmo nos métodos de esterilização cirúrgicos, a
laqueadura tubária tem sido amplamente disseminada, com percentuais altamente
consideráveis se comparado com o número de homens vasectomizados. Ainda
afirma que independente do objetivo, motivo ou grau de segurança oferecido por
3
qualquer método contraceptivo cirúrgico, a consciência de incisões ao toque do
bisturi no corpo, infere insegurança. Esta por sua vez, capaz de atingir níveis que
podem influenciar em nosso comportamento ou condição emocional pós-cirúrgico,
de forma positiva ou negativa. Uma prova concreta desse fato, segundo Smith
(1981), é a trajetória que o método contraceptivo masculino ou transecção do canal
deferente, mais conhecido como vasectomia, tem percorrido desde o seu
reconhecimento em 1928, com a resistência ao método por medo da interferência na
sexualidade, até a adesão do crescente número de adeptos humanos com
conseqüentes resultados positivos na atualidade.
A satisfação alcançada vem mudando o conceito masculino com relação ao
método de esterilização da vasectomia. No Brasil, dados registrados no Sistema de
Informação Hospitalar (SIH) do Sistema Único de Saúde (SUS), revelam que até
2006 o número de vasectomias realizadas na rede pública era de 20 vezes maior,
que o número de laqueaduras realizadas. Como enfatiza Amorim, et al (2008), esse
fato deve desconsiderar as vasectomias realizadas ambulatorialmente pelo serviço
privado que não eram rigidamente monitoradas pelo governo.
Esse aumento na demanda pela vasectomia conseqüentemente aumenta a
demanda da participação dos profissionais de saúde. No processo de esterilização
cirúrgica Carvalho et al. (2007), menciona a lei 9.263 que estipula requisitos para
pessoa que solicita esse método contraceptivo, entre esses requisitos a orientação e
o aconselhamento por profissionais de saúde, que fornecerão informações sobre
métodos alternativos de contracepção, a esterilização e o desencorajamento à
esterilização precoce. Isso desperta interesse para identificar o profissional de saúde
que teria maior indicação de participação no aconselhamento na classe de
trabalhadores como metalúrgicos que optam pela vasectomia, seu conhecimento e
uso de outros métodos contraceptivos.
Nesta pesquisa pretende – se dar continuidade aos estudos sobre a
motivação dos homens na quebra de tabus relacionada à vasectomia e também
descrever o percentual de conhecimento e uso de métodos contraceptivos
alternativos na classe de trabalhadores metalúrgicos.
4
2. OBJETIVOS
2.1 Geral

Verificar, identificar e analisar o motivo que influenciaram homens em uma
metalúrgica de uma cidade do interior de São Paulo a aderir ao método
contraceptivo de esterilização masculina (vasectomia).
2.2 Específicos

Identificar e descrever o conhecimento masculino sobre os métodos anti
concepcionais reversíveis.

Analisar qual profissional participou efetivamente como orientador no
aconselhamento sobre a vasectomia e se possível identificar qual a trajetória
utilizada na quebra de tabus inseridos na sociedade contra a cirurgia da
vasectomia
3. METODOLOGIA / MATERIAL
3.1Metodologia
A metodologia adotada para esse estudo foi composta por pesquisa descirtiva
e de campo. Conforme Gil (2009), é usada para descrição das características que
predominem numa população estudada, com aprofundamento do estudo de campo
para identificar o conhecimento sobre métodos anti concepcionais (MAC) entre os
quais reversíveis, identificar qual o profissional de saúde foi mais participativo no
aconselhamento e esclarecimento sobre a vasectomia quando esta foi optada como
método contraceptivo, numa população de metalúrgicos.
Feito essa descrição, visando uma análise qualitativa, identificamos os
motivos dos homens metalurgicos pela opção da vasectomia, utilizamos a técnica da
análise de conteúdo descrita por Minayo, Deslandes e Gomes (1994), basicamente
com leitura de primeiro plano, apreensão de particularidades do material coletado
para elaboração de conjuntos ou classes de acordo com a homogeneidade dos
5
motivos que surgiram no instrumento de coleta de dados, discutindo – os com base
nos conceitos teóricos existentes na literatura.
3.2. Material
O instrumento para coleta de dados (anexo 01) foi constituído a partir do
instrumento utilizado por
Gonçalves (2003), autorizado pela autora para uso e
adaptação do instrumento para esse estudo (anexo 03).
O instrumento foi composto de cinco partes a saber:
Parte 1 – Conhecimento e utilização de métodos contraceptivos.
Parte 2 – Antecedentes sobre o método em uso.
Parte 3 – Percepção de mudanças.
Parte 4 – Saúde atual.
Parte 5 – Aspéctos pessoais e socioeconômicos.
3.3 Entrevista
Devido aos diversos níveis de escolaridade dos sujeitos que compõem a
população estudada, houve necessidade de manter uma uniformidade de
procedimento na coleta de dados a fim de evitar omissões por parte do sujeito.
Realizamos a entrevista individual para a coleta de dados com esclarecimentos de
questões que os entrevistados sentiram dificuldade de resposta. Nas questões
fechadas foi dado ao entrevistado, tempo e privacidade suficientes para responder.
Nas questões abertas tentou-se de início conduzir uma entrevista focada na
questão estruturada do instrumento gravando as falas para futura transcrição.
Porém, muitos entrevistados no inicio e decorrer da coleta de dados mostraram – se
inibidos diante do aparelho de áudio para gravar sua voz recusando responder
várias perguntas. Foi opção, em comum acordo com os entrevistados, que eles
registrassem por escrito em espaço pautado no próprio instrumento o que seria sua
6
fala. Como informado no TCLE (anexo 02), respeitamos os itens direcionados aos
entrevistados.
Os sujeitos foram entrevistados individualmente, em uma sala gentilmente
cedida pela empresa destinada à coleta de dados em horário que não coincidiu com
o expediente ativo do funcionário e não prejudicou seu retorno e desempenho na
sua produção.
3.4. Sujeitos
Foram convidados informalmente homens vasectomizados trabalhadores de
uma empresa metalúrgica do interior de São Paulo, no período diurno, constituindo
um número de n=19 homens, sem observar idade, apenas se fossem
vasectomizados.
3.5. Critérios para seleção da amostra.
Incluímos como sujeitos do estudo, homens metalúrgicos vasectomizados,
que compunham o quadro de funcionários de uma empresa metalúrgica do interior
de São Paulo no período diurno, independente do atual estado civil ou comorbidades
que pudessem apresentar desde que não os incapacite a fornecer os dados.
Excluímos os sujeitos estéreis que não fossem por vasectomia, os que
apresentassem incapacidades de comunicação verbal ou escrita que inviabilizasse a
participação na pesquisa, os que optaram por não participar da pesquisa ou não
concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
apresentado previamente ao sujeito.
4. ASPECTOS ÉTICOS
O protocolo de pesquisa teve que obter o parecer favorável e certificado de
aprovação do Comitê de Ética (anexo 4) da Instituição antes de qualquer etapa
iniciada. Em seguida, os sujeitos foram convidados a participar do estudo e
receberam informações sobre os objetivos do estudo, forma de preenchimento do
7
instrumento e esclarecimento de dúvidas. Todos os sujeitos arrolados assinaram o
termo de consentimento livre e esclarecido, registrando a participação no estudo e
confirmando as condições de acordo.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Descrição
Com o propósito de descrever informações simples e objetivas das
características que predominaram na amostra para facilitar a associação e
identificação real da relação entre as falas registradas pelos sujeitos e o seu perfil
sociodemográfico dominante, selecionamos no instrumento de coleta de dados
apenas os dados que mostraram – se relevantes e não exatamente na mesma
ordem. Houve dados que por recusa dos entrevistados em respondê – los, tornaram
– se insuficientes para a descrição.
Participaram da pesquisa 19 homens metalúrgicos vasectomizados com
idade predominante entre de 25 – 35 anos 42% e entre 36 – 46 anos 31% dos
trabalhadores. O grau de escolaridade que predominou foi de 52% constituindo
aqueles que haviam completado o ensino médio, ensino fundamental com 15% e
com ensino superior incompleto e completo somaram 21% dos indivíduos.
O parâmetros de idade prevalente de 25 – 35 anos, nos revela uma
população consideravelmente jovem, embora os critérios utilizados na elegibilidade
do candidato à vasectomia é embasado na maturidade de decisão pela opção,
como observou Andrade et al (2000). Porém sem descartar os critérios determinado
na lei 9.263 (BRASIL 1997), que em síntese diz que o candidato à esterilização
cirurgica precisa ter capacidade civil plena, idade superior a 25 anos, ter no mínimo
dois filhos vivos, a cirurgia só poderá ser realizada sessenta dias após expressão do
desejo pela cirurgia.
Nesse período de 60 dias, o candidato terá acompanamento por equipe
multidisciplinar com aconselhamento independente do serviço de saúde, público ou
privado, escolhido pelo candidato à vasectomia, conforme obsevado por Carvalho et
al (2007). Na população estudada, 94% afirmaram ter recebido orientações prévias
8
no aconselhamento e 84% realizaram a cirurgia no serviço de saúde privado
justificado pelas facilidades do convênio de saúde oferecido pela empresa.
Esta populção é semelhante a amostra de um estudo realizado em
Campinas/SP em 2003 que obteve um padrão dominante de idade aproximado ao
de 20 homens candidatos a vasectomia, ou seja, apresentaram uma idade média de
32 anos. Por outro lado o padrão do grau de instrução, avaliada pela escolaridade
dos metalúrgicos,evidenciaram melhoras se comparado com os 20 homens
candidatos a vasectomia que apresentaram uma média que se equivalia unicamente
ao ensino fundamental, segundo Marchi (2003). Isso verificado sem
relevar a
economia local.
A renda familiar dos metalúrgicos vasectomizados era a partir de dois salários
mínimos para 100% dos entrevistados. Em relação ao relacionamento conjugal, 94%
possuiam de primeira ordem matrimonial tendo o número de filhos como média de
2,2 filhos por homem vasectomizado. Além disso, 84% possuiam casa própria.
Braga (1998) comentou sobre a Conferência Mundial de 1974, a resolução
concernente aos direitos de casais e a liberdade do palnejamento familiar com o
exercício do conhecimento dos métodos anticoncepcionais. Nesse contexto, os
metalúrgicos
vasectomizados
predominaram
com
um
conhecimento
consideravelmente alto dos métodos anticoncepcionais (MAC), como retrata o
gráfico 1:
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Gráfico-1.Conhecimento e uso de MAC de uma população de Metalúrgicos Vasectomisados,
Piracicaba, 2010.
Como método mais conhecido, a camisinha revelou 100% entre os
entrevistados, sendo que 89.4% afirmaram ter usado antes da opção pela
vasectomia. Seguidos outros métodos, a “pílula” obteve 94.7% de conhecimento e
63% de uso e a tabela com 84% de conhecimento e apenas 15% de uso.
Acompanhado pelos injetáveis com 78.9% de conhecimento
e
21% de uso,
destacáveis dentre os métodos apresentados.
Os resultados demonstram que o conhecimento e uso dos métodos anti
concepcionais por metalúrgicos vasectomizados evidenciam que há mudanças no
comportamento dos homens sobre a cumplicidade da contracepção. Embora não se
saiba se a prevalência da camisinha, por exemplo, é reconhecimento de sua parte
participativa na contracepção ou por auto-proteção de doenças sexualmente
transmissíveis como observado por Duarte et al. (2003).
Duarte et al (2003) ainda nos informa que ao longo da década de 90 por
diante, os homens tem mostrado interesse na sua parte integrante da contracepção.
Quer por apoio moral à parceira nos métodos exclusivos femininos, por sua
participação nos métodos em conjunto ou optar por métodos masculinos com
satisfatórios resultados para o casal.
Ainda na população dos metalúrgicos vasectomizados 68% afirmaram que a
escolha do método foi tomada pelo casal, apenas 26% foi por decisão exclusiva do
homem (marido) e 5% pela mulher (esposa).
O aconselhamento é uma parte integrante no processo de decisão pela opção
da vasectomia que tem por objetivo informar, esclarecer, conscientizar e preparar o
indivíduo psicologicamente com a finalidade de proteger contra uma decisão sem a
verdadeira consciência. Nesse aspecto, 47% afirmaram ter recebido informações
boas e encorajadoras, 42% interpretaram tais informações como boas e ruins sendo
um pouco de cada. Essa fase de aconselhamento, pode ser realizada por
profissionais da saúde como médico, enfermeiro, assistente social e psicólogo, como
nos informa Andrade et al (2000).
10
Na população de metalúrgicos vasectomizados, os profissionais participantes
no aconselhamento e / ou esclarecimento sobre a vasectomia, são descritos na
seguinte representação no gráfico 2:
Gráfico-2.Distribuição percentual segundo participação do profissional de saúde no
aconselhamento, Piracicaba, 2010.
Com participação de 69% destacou-se o médico, seguido pelo psicólogo com
21%, e com o mesmo percentual o enfermeiro e outros (participação indireta de
amigos vasectomizados e internet) com 5% de participação. Andrade (2000), ao
contrário, nos informa que médicos são menos indicados como conselheiros para o
que se propõe. Uma das razões apresentadas é que o médico tende a dedicar
menos tempo e fazem valer mais os sentidos clínicos da vasectomia do que realizar
um aconselhamento mais interagido e democrático com o candidato à vasectomia.
Esse papel melhor desempenhado por enfermeiro, psicólogo e assistente social,
deixando assim um incentivo aos enfermeiros pelo resultado apresentado na
entrevista com os metalúrgicos vasectomizados. Talvez isso possa contribuir para
redução dos homens que apresentam futuro arrependimento como foi o caso de
15,7% dos entrevistados.
11
5.2 Análise Qualitativa dos Motivos pela Opção da Vasectomia
Após a leitura de base para fixação das respostas que descrevem os motivos
apresentados por todos os 19 metalúrgicos entrevistados, foi identificado, separado
e classificado os sentidos das falas registradas no instrumento, dando origem às
seguintes categorias temáticas:
Temática 1 - Eficiência do Método Vasectomia
Englobando a esse tema, abrangido por 50% dos metalúrgicos entrevistados,
selecionamos
motivos
como
segurança,
garantia,
rapidez,
praticidade
e
tranqüilidade oferecida pelo método da vasectomia, destacando os seguintes
relatos:
“O motivo foi que era um método mais simples e prático, rápido e seguro da
cirurgia...” (metalúrgico – 3).
“... Também por ser uma cirurgia sem muitas dificuldades para o homem...”
(metalúrgico – 6).
“... Nas condições que vivemos [de estress] hoje a vasectomia é uma garantia
mais segura onde você pode fazer amor [sexo] sem “risco” [preocupação], sem
problema de esquecimento de ter ou não tomado o remédio...” (metalúrgico -17).
“... Por ser um método seguro e definitivo...” (metalúrgico – 11).
Quando se trata de um planejamento familiar onde o objetivo é a finalização
na quantidade de filhos, o método anticoncepcional mais seguro para esse fim são
os métodos cirúrgicos como afirma Braga (1998). Do Contrário, os outros métodos
são os mais indicados, porém exige-se um controle/monitoramento e aceitação por
ambos os gêneros, quando não só da mulher.
Braga (1998) pormenorizou uma consideração geral sobre a vasectomia
descrevendo o evento da ejaculação no coito, o fato da fecundação quando o
espermatozóide se insere no óvulo e o procedimento de interrupção dos canais que
conduzem os espermatozóides dos testículos para o exterior sem interromper o fluxo
do
conteúdo
ejaculado,
sêmen,
interferindo
apenas
na
presença
de
espermatozóides. O que já é fato comprovado cientificamente de não interferir na
12
capacidade sexual, quando por vezes relata – se um melhor desempenho pelo
conforto psicológico, conforme afirmado por 26,9% e os outros 73,1% respondendo
que nada alterou, relatando apenas conforto por ausência de preocupações com a
contracepção.
O processo cirúrgico da vasectomia raramente ultrapassa 30 minutos. Nas
décadas de 80 e 90, o Programa de Contracepção Cirúrgica Voluntária Masculina da
PRO-PATER realizou 16.792 cirurgias com a técnica “sem bisturi” com um índice
baixíssimo de 0,04 de recanalização espontânea, Andrade et al (2000) afirma que é
um índice ínfimo, até se comparado com o índice de falha na laqueadura tubária que
é considerada o mais efetivo método feminino.
Sem sombra de dúvidas, um método que não interfere na sexualidade, com
procedimentos cirúrgicos rápidos e pouco agressivos, um índice de falha baixíssimo,
convém ser motivo de afirmação pela opção do método.
Temática 2 - Dificuldades na criação de filhos
O interesse de muitos pais dentro de um contexto ambiental/social é expresso
por uma considerável freqüência nos motivos englobados nesse tema, quando se
perguntou dos motivos pela opção da vasectomia aos metalúrgicos. A expressão no
interesse educacional e nas boas e más influências oferecidas pela modernidade
encontra-se as seguintes declarações.
“... Por dificuldade em criar filhos no mundo moderno...” (metalúrgico – 12).
“... Escolhi a vasectomia por que já tenho dois filhos e pra mi é um número
ótimo, pois acho que quanto mais filhos a pessoa tiver mais difícil será de dar uma
boa educação...” (metalúrgico – 18).
“... Temos que pensar no futuro dos filhos que temos, estudá-los [educá-los],
dar o melhor para eles e se tivermos muitos filhos vai ser difícil...” (metalúrgico – 15).
Pelas intercorrências sociais testemunhadas por todos nós em noticiários na
atualidade, intuitivamente percebemos que a saúde emocional é de suma
importância na criação/educação da criança. Moro e Gomide (2003), destacou o
13
paradigma da necessidade infantil de modelos sociais para se referenciar na sua
formação como indivíduo e o isolamento promovido pela contenção e /ou super
proteção dos pais, provocado por todo um contexto urbano conduzido pela falta de
segurança, contribuir para a dificuldade na criação de filhos.
Mondin (2008), afirma que muitos pais são desinformados quanto aos
ensinamentos
apresentados
às
crianças.
Essa
dificuldade
do
ensino
comportamental bifurca entre monitoria e/ou negligência, cada uma com diferentes
conseqüências. E monitorar os filhos freqüentemente é uma tarefa que é delegada à
esposa, o que foi afirmado por 68% dos metalúrgicos, aumentando ainda mais as
dificuldades na educação por diminuição na freqüência de contato do pai com os
filhos.
Amorim (2008) refere sobre preocupações econômicas como influentes na
questão do controle da fecundidade nos sugerindo, assim, que as dificuldades
financeiras também se inserem como motivo da regulação da quantidade de filhos
especialmente nas estratificações mais populares.
Temática 3 - Medo de gravidez indesejada
Dentre os motivos descritos, um deles abrangeu o que de alguma forma não é
compatível com o gênero masculino. No entanto, não deixou de ser um dos motivos
de preocupação para o controle da natalidade por método cirúrgico, pelos
metalúrgicos, que expressaram o medo de gravidez indesejada tendo sido fato
ocorrido em 31% dos entrevistados. Os relatos registrados foram:
“... Por tranqüilidade na vida sexual sem o medo de uma gravidez indesejada...”
(metalúrgico – 12).
“... Por ter três filhos e ser um método seguro e garantido para não ter um quarto
filho...” (metalúrgico – 13).
“... me levou a optar por ter dois filhos sendo um casal e também pra não engravidar
de novo...” (metalúrgico – 14).
14
“... Particularmente eu quis operar por ter alguns relacionamentos particulares
[extraconjugal] e se me separar também não quero ter filhos com outra mulher...”
(metalúrgico – 18).
“... Por não me arriscar com outros métodos...” (metalúrgico – 19).
“... Fazer amor [sexo] sem preocupação ou medo de engravidar a esposa...”
(metalúrgico – 9).
Apesar de a gravidez indesejada ser um problema focalizado no gênero
feminino, os metalúrgicos entrevistados a expressaram como motivo para realizar a
vasectomia. É certo que os efeitos paralelos de uma gravidez indesejada como
interrupção de uma gestação, desconforto econômico advindo do despreparo e/ou
falta de planejamento na vinda inesperada de uma gestação, recai em boa parcela
em ambos os gêneros quando casal, segundo Diniz (2007).
Temática 4 - Altruísmo
Muitos dos operários entrevistados demonstraram em seu registro escrito,
uma preocupação na saúde da família comum de chefes de família que as prezam e
de uma forma peculiar, interesse na saúde e bem estar da esposa. Vejamos os
relatos de mais de 55% dos entrevistados:
“... Os outros métodos contraceptivos faziam mal à minha esposa...”
(metalúrgico – 12).
“... Por tirar toda responsabilidade dos métodos contraceptivos da esposa...”
(metalúrgico – 12).
“... Também estou feliz com os três filhos que eu tenho, pois posso dar uma
vida tranqüila a eles e a minha esposa...” (metalúrgico – 12).
“... Por contribuir com a mulher [esposa] no sentido de livrá-la das pílulas
anticoncepcionais...” (metalúrgico – 2).
“... Por não querer prejudicar minha esposa com medicamentos...”
(metalúrgico – 19).
“... Minha mulher não podia tomar remédio, fazia mal, usou também o DIU e
deu infecção, por isso optei pela vasectomia...” (metalúrgico – 16).
15
“... tinha medo que os remédios fizessem mal à minha esposa...” (metalúrgico
– 10).
“... Por que pra ela fazer laqueadura, só poderia numa terceira cesária. E pra
não haver necessidade dela tomar pílula anticoncepcional...” (metalúrgico – 8).
“... Anticoncepcional fazia mal à esposa, tentamos o injetável também não fez
bem e a laqueadura era mais complicada, enquanto a vasectomia era muito mais
simples... (metalúrgico – 5).
Marchi (2001) relatou uma condição altruísta semelhante em casais sendo
que o homem optou pela vasectomia, superando preconceitos e medos a respeito
do método, que na época eram mais intensos que hoje, trivialmente por
desinformação ou comentários de terceiros também desinformados.
O aumento de homens vasectomizados serve de exemplo e incentivo, bem
como indicar resultados de um melhor trabalho desenvolvido pelos profissionais de
saúde para informar sobre os métodos anticoncepcionais. Além disso, o
comportamento masculino vem demonstrando disposição para assumir sua parcela
no controle da natalidade e proteger a mulher, quando vulnerável às condições em
que sua saúde está sensibilizada ao uso de outros métodos contraceptivos, como
Andrade et al (2000) observou.
Temática 5 - Medo / Arrependimento
Ao serem entrevistados sobre medo da vasectomia, 100% responderam de
forma clara e objetiva que não tiveram medo da cirurgia interferir na atividade
sexual. Isso porque a partir do momento em que decidiram realizar a cirurgia, já
tinham recebido os devidos esclarecimentos por profissionais de saúde ou
investigado sobre os resultados e procedimentos com outros homens já
vasectomizados. Servindo assim de referência e incentivo, quebrando o que também
se achava relevante para esse estudo.
Por outro lado, o que não se imaginava encontrar foi o arrependimento tardio.
Entretanto 15.7% expressaram a idéia e por ser algo relevante na tomada da
16
decisão pela opção de qualquer método cirúrgico definitivo, foi resolvido abordá-lo.
As declarações encontradas foram:
“... Não me sinto bem... acho que no futuro vou querer filhos...” (metalúrgico –
01).
“... Sim... arrependido... queria mais um filho... um menino...” (metalúrgico –
02).
“... Sim... porque hoje gostaria de ter mais filhos... hoje penso diferente, meu
casamento acabou e agora estou com outra [esposa] e não posso ter mais, isso
abala!...” (metalúrgico – 03).
No possível sentimento de arrependimento, Marchi (2001) comentou que
muitos casais não deixam de considerar essa possibilidade, relatando condições
supostas como a fatalidade da morte de filhos, separação e um novo casamento em
que a mulher deseja ter filhos.
O consolo a essa possibilidade de arrependimento, durante o processo de
escolha pela opção da vasectomia, foi relatado por Marchi (2001), com a disposição
apresentada pelos candidatos para adoção de uma criança, sendo que ninguém
referiu à possível reversão da cirurgia da vasectomia no caso de arrependimento.
Os homens metalúrgicos não quiseram pormenorizar o sentimento de
arrependimento, apenas referiram pesar por esse sentimento ter surgido de forma
tardia. E contrário às expressões de vasectomizados encontradas em Marchi (2001),
os mesmos 15,7% dos metalúrgicos referiram querer tentar a reversão da cirurgia da
vasectomia e não mencionaram a possibilidade da adoção de uma criança.
Nesse contexto, é natural que os candidatos à vasectomia na fase da
escolha, depositem toda sua concentração no objetivo do método e vejam a
possibilidade de arrependimento como remota.
Esta ofuscada perspectiva de arrependimento reforça a carência de
orientações por aqueles que procuram a vasectomia como método definitivo. Fica
claro que a atuação dos profissionais de saúde envolvidos nessa questão, necessita
17
de reforçados incentivos, com mais evidência e objetividade, que irá auxiliar com
conhecimentos aqueles que procuram esterilização. Marchi (2001) nos sugere que
avaliar a qualidade do relacionamento conjugal e a idade/maturidade do candidato
são bons parâmetros, já que o arrependimento tem se manifestado em alto índice
nos homens que realizaram
a vasectomia muito “novos” ou quando o
relacionamento conjugal estava em crise. A atual literatura carece de estudos
voltados a esse aspecto de arrependimento pós-vasectomia tardio.
6. Considerações Finais
Os resultados descritos e discutidos sobre os principais motivos envolvidos na
escolha dos homens metalúrgicos vasectomizados, nos embasa comentar sobre o
evidente crescimento de homens vasectomizados. A vasectomia hoje, não é mais
opção de escolha exclusiva de pessoas com nível universitário ou da alta
estratificação econômica.
A disposição dos homens está aumentando no que diz respeito à
contracepção cirúrgica. Por meio de seus motivos ficaram evidentes seus esforços
em se integrar às cobranças da sociedade, no exercício de sua parcela na
contracepção, contribuindo de forma ativa para o planejamento familiar. O
conhecimento dos métodos alternativos como os apresentados pelos metalúrgicos,
sem dúvida depende do interesse do casal e de educadores precocemente nas
escolas como também de uma forma mais tardia, dos profissionais da saúde
capacitados e interessados no trabalho educativo e comunitário.
É consciente que o número de homens aqui descrito é relativamente
pequeno se comparado ao trabalho que merece ser feito para se alcançar um
resultado satisfatório de participação masculina na contracepção. Os próprios
métodos exclusivos masculinos são um tanto limitados. Em contra partida, o
surgimento da contracepção feminina, acompanhado do desenvolvimento e
aprimoramento de métodos exclusivamente femininos, subjetivamente ofuscou a
atenção que poderia ser dispensada ao desenvolvimento de contraceptivos
direcionados a ambos os gêneros.
18
Vários programas de atenção feminina poderiam ter sido elaborados de forma
igualitária, focalizando uma instrução democrática. Nota-se que vários tabus foram
quebrados com a luta na transmissão do conhecimento. A absorção do
conhecimento contribui para libertação dos medos e ainda promove o equilíbrio de
direitos e deveres dos gêneros.
Na área da contracepção, os profissionais de saúde possuem um rico
conteúdo pronto e disponível nos deixando apenas o desafio de adaptá-lo às
necessidades humanas, tão evidenciadas por nossas carências.
Sem dúvida, o bem estar da família é de grande valia, o altruísmo admirável.
Porém não devem ofuscar a consciência dos atos. O tempo de 60 dias estipulado
por lei merece ser bem trabalhado para que as informações transmitidas alcancem
uma elevada amplitude, com objetivos que perpassem esclarecimentos de
procedimentos e atinjam o que os olhos ainda não vêem como problemas. O
arrependimento tardio tem se enquadrado nesse aspecto.
O número de homens vasectomizados aumenta a cada ano. Os principais
motivos apresentados em uma pequena escala nesse estudo revelam que existe
disposição ativa e reconhecida dos homens para arcar com sua parcela na
contracepção. Esses resultados possivelmente servirão, como um dos pontos de
partida para que se desenvolvam novos estudos direcionados à detecção preventiva
de arrependimentos tardios e atitudes profissionais que atuam no aconselhamento,
focalizando
a
carência
masculina
de
conscientização
da
considerável
irreversibilidade do método da vasectomia quando opção.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Amorim, F. A; Cavenaghi, S; Alves, J. E. D. Diferenciais de Gênero no uso da
esterilização voluntária: o caso de S. Paulo e Minas Gerais. In: ENCONTRO
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2008. Disponível em:
<http://www.abep.org.br/usuário/GerencialNavegacao.php?texto_id=4185&palavraC
have=esterilização>. Acesso em: 22 de nov. 2009.
19
Andrade, R. P de. et al. Contracepção promoção da saúde sexual e reprodutiva.
Rio de Janeiro: Revinter, 2000.
Bastos, R. P; Miranda, E. S. Vasectomia como inclusão masculina no planejamento
familiar. Revista de Saúde Sexual Reprodutiva: informativo eletrônico de IPAS
Brasil, n.30,jul.2007. Disponível <http://www.ipas.org.br/revista/julho07,html#quatro>.
Acesso em: 17 out. 2009.
Braga, I. F. Contracepção cirúrgica: vasectomia. Arq. Cienc. da Saúde da UNIPAR,
Umuarama,PR: v.2, n.1, p.41-48, jan./abr.1998. Disponível em:
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Braga, I. F - Contracepção Cirúrgica: Laqueadura. Arq. Cienc. da Saúde da Unipar.
Umuarama, PR; v.2, n.2, p.163-168, maio/ago. 1998. Disponível em:
<http//revistas.unipar.br/saude/issue/view/107>. Acesso: 05 de nov. 2009.
Brasil. Lei ordinária n° 9263, de 12 de janeiro de 1996. Regula o parágrafo 7 do
artigo 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece
penalidades e dá outras providências. Partes vetadas correspondentes aos artigos
10, 11, 14 e 15. Diário Oficial da União, Brasília, 20 ago 1997. p.17989, col.1.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9263.htm>. Acesso em: 15 de
jun. 2010.
Carvalho, L. E. C. et al. Esterilização cirúrgica Voluntária na Região Metropolitana de
Campinas, São Paulo, Brasil, antes e após sua Regulamentação. Cad. Saúde
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< http://www.scielo.br/pdf/csp/v23n12/11.pdf>. Acesso em: 05 de jun.2010.
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<http://www.agende.org.br/docs/File/dados_pesquisas/
feminismo/Empoderamento%20-%20Ana%20Alice.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2009.
20
Diniz, J. E. Gravidez indesejada um Problema Econômico. Disponível em:
<http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/gravidezindesejadaprobeconomico15jul07.pdf>.
Acessado em: 03/06/2010
Gil, A. C. Como elaborar Projeto de Pesquisa. 4. Ed. São Paulo, SP: Atlas, 2009.
Gonçalves, G.H.T. Laqueadura ou Vasectomia: aspectos a considerar antes e
após a opção. 2003. 146 f. Tese Doutorado – Universidade Estadual de Campinas,
São Paulo, 2003.
Narvaz, M. G; Koller H. S - Famílias e Patriarcado: da subversão normativa À
subversão criativa - Psicologia & Sociedade; 18 (1): 40-45; jan.-abr/2006.
Minayo, M. C. S et al. Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. 2. Ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
Moro, C. S; Gomide, P. I. C. O conceito de infância na perspectiva de mães
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n.26, dez. 2003. Disponível em:
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&lng=en&nrm=iso>. Acessado em: 03 jun. 2010.
Silva, C. R. L; Silva, R. C. L; Viana, D. L. Compacto dicionário ilustrado de saúde.
2° ed. S. Paulo: Yendis 2007.
Smeltzer, S.C. et al; Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 10° ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
Smith, D. R. Urologia Geral. 10° ed. RJ. Guanabara Koogan, 1981.
S. O. S CORPO, GRUPO SAÚDE DA MULHER. Viagem ao Mundo da
contracepção. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1991. (Coleção A Arte de Ser
Mulher, 4).
21
ANEXOS
ANEXO 1 - Instrumento de Coleta de Dados
Entrevista com homem vasectomizado
Dados de Identificação
Número do instrumento: _______________
Data: ____/_____/______ Dia da semana: _______ horário: _______
Bairro:___________________________________________________
Cidade: ___________________
Nome do Entrevistador (a): __________________________
PARTE
1
–
CONHECIMENTO
E
UTILIZAÇÃO
DOS
MÉTODOS
CONTRACEPTIVOS
01) Que MAC você conhece?
a) Já usou?
01.1 Tabela
[1] sim
[2] não
[1] sim
[2] não
01.2 Muco
[1] sim
[2] não
[1] sim
[2] não
01.3Camisinha [1] sim
[2] não
[1] sim
[2] não
01.4 Diafragma [1] sim
[2] não
[1] sim
[2] não
01.5 DIU
[1] sim
[2] não
[1] sim
[2] não
01.6 Pílulas
[1] sim
[2] não
[1] sim
[2] não
01.7 Injetável
[1] sim
[2] não
[1] sim
[2] não
[2] não
[1] sim
[2] não
01.8 Coito Interrompido
[1] sim
01.9 Nenhum [ ]
01.10 Outro___________________________
02) Quem escolheu a Vasectomia?
[02.1] a mulher
[02.2] o homem
[02.3] o casal
[02.4] o médico
22
[02.5] outro: _____________________
PARTE 2 - ANTECEDENTE SOBRE O MÉTODO EM USO
03) Em que ano você foi vasectomizado e qual sua idade na época?
_________________________________________
04) Qual seviço de saúde foi escolhido (público/privado)?
_______________________________________
05) Você Teve informações prévias sobre a vasectomia?
[05.1] sim
[05.2] não
06) Se respondeu sim, quem foi o orientador?
(06.1) Enfermeiro
(06.2) Médico
(06.3) Assistente Social
(06.4) Psicólogo
(06.5) Outro______________________________
07) Se responder sim, que tipo de informações teve?
[07.1] favoráveis encorajadoras e boas
[07.2] desfavoráveis desencorajadoras e ruins
[07.3] um pouco de cada
[07.4] não teve informações
08) Você se arrependeu desta escolha?
[08.1] não sabe dizer ainda
[08.2] não
[12.3] sim (Por quê?) ______________________
09) Gostaria de tentar a reversão da cirurgia?
[09.1] sim
[09.2] não
[09.3] não sabe
23
10) Como se sente ao pensar que você não pode ter mais filhos?
[10.1] não se sente bem
[10.2] não se importa
[10.3] arrependido
[10.4] inseguro na fidelidade do(a) outro (a)
[10.5] outro sentimento: ___________________
11) Você recomendaria este método para outras pessoas?
[11.1] sim. Porque ____________________________________________________
[11.2] não. Porque ____________________________________________________
12) Qual o motivo que o levou a optar pela vasectomia como método
contraceptivo?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.
13) Você teve medo que a vasectomia interferisse na sua sexualidade?
(13.1) sim
(13.2) não
14) Se sim, como você enfrentou esse medo da interferência da vasectomia na
sua sexualidade?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
24
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
PARTE 3 - PERCEPÇÃO DE MUDANÇAS
15) Percebeu mudanças em você após a cirurgia?
Melhorou (M)
Piorou (P)
Não alterou (NA)
Não sabe dizer (ND)
[15.1] Saúde
(M)
(P)
(NA)
(ND)
[15.2] Corpo
(M)
(P)
(NA)
(ND)
[15.3] “De Cabeça”
(M)
(P)
(NA)
(ND)
[15.4] Relação Sexual
(M)
(P)
(NA)
(ND)
[15.5] Relação familiar
(M)
(P)
(NA)
(ND)
[15.6] Trabalho
(M)
(P)
(NA)
(ND)
[15.7] Parte econômica (M)
(P)
(NA)
(ND)
[15.8] Consigo mesmo
(M)
(P)
(NA)
(ND)
[15.9] Outras
(M)
(P)
(NA)
(ND)
PARTE 4 - SAÚDE ATUAL
16) Você tem algum problema de saúde?
[16.1] sim
[16.2] não
17) Se responder sim, qual é o problema?
[17.1] Pressão Alta
[17.2] diabetes
[17.3] bronquite
[17.4] depressão
[17.5] alergias
25
[17.6]outros__________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
PARTE 5 - ASPECTOS PESSOAIS E SOCIOECONÔMICOS
18) Qual sua idade? _______ DN ___/____/____
19) A última série escolar que completou foi?
[19.1] Primário incompleto
[19.2] Primário completo (4ª série do 1º Grau completa)
[19.3] Ginásio completo (ensino fundamental)
[19.4] Colegial completo (ensino médio)
[19.5] superior completo
20) Sua União conjugal é:
[20.1] primeira
[20.2] a segunda
[20.3] a terceira
[20.4] a quarta
[20.5] a quinta ou mais
21) Quantos filhos tem desta união atual?
________________________________________
22) Quantos filhos tem de outra união anterior?
________________________________________
23) Você tem o No. de filhos que deseja?
[23.1] sim
[A] porque planejou ter menos filhos
[23.2] não
1
[B] gostaria de ter tido mais filhos
24) Já teve relacionamento que resultou em uma gravidez não planejada?
[24.1] sim
[24.2] não
25) Na sua casa quem está mais direto no contato com os filhos?
[25.1] mulher (esposa)
[25.2] homem (marido)
[25.3] casal
[25.4]outros_______________________________________________________
26) Qual a condição da moradia?
[26.1] própria/ quitada
[26.2] própria/ paga prestação
[26.3] alugada
[26.4]outro___________________________________________________________
27) Qual é sua renda familiar?
[27.1] Até R$ 200,00
[27.2] Acima de R$ 200,00 até R$ 400,00
[27.3] Acima de R$ 400,00 até R$ 600,00
[27.4] Acima de R$ 600,00 até R$ 800,00
[27.5] Acima de R$ 800,00 até R$ 1.000,00
[27.6] Acima de R$ 1.000,00 até R$ 1.200,00
[27.7] Acima de R$ 1.200,00 até R$ 1.400,00
[27.8] Acima de R$ 1.400,00 até R$ 1.600,00
[27.9] Acima de R$1.600,00
2
DECLARAÇÃO DO (A) ENTREVISTADOR (A):
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
3
ANEXO 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
Caro Participante:
Gostaríamos de convidá-lo a participar como voluntário da pesquisa intitulada
Motivos da Adesão à Vasectomia por Metalúrgicos que se refere a um projeto de
Trabalho de Conclusão de Curso do(s) participante(s) Inebson Carvalho de Souza
do(a) , o qual pertence ao Curso de Enfermagem da Universidade Paulista - UNIP.
O(s) objetivo(s) deste estudo é analisar e descrever os possíveis motivos da
adesão à vasectomia por metalúrgicos. Pois pouco se sabe o que tem motivado os
homens a optarem pela vasectomia, uma vez que outrora mostravam-se resistentes
a mesma. Os resultados contribuirão para enriquecer e aprimorar o conhecimento do
profissional na área de enfermagem como parte da multidisciplinaridade que compõe
o planejamento familiar.
Sua forma de participação consiste em ser entrevistado e em seguida registrar
suas respostas em questionário com perguntas abertas e fechadas sobre métodos
contraceptivos em especial seu motivo pela opção da vasectomia.
Seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa o que garante seu
anonimato e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os
voluntários.
Não será cobrado nada; não haverá gastos, nem riscos na sua participação
neste estudo; não estão previstos ressarcimentos ou indenizações; não haverá
benefícios imediatos na sua participação. Os resultados contribuirão para que os
profissionais da área de saúde se aproximem mais dos conceitos masculinos na
temática da vasectomia.
Não será cobrado nada e não haverá gastos. Os riscos envolvidos com a sua
participação são mínimos e irrelevantes. Pois caso não queira responder alguma
pergunta de âmbito pessoal que julgue íntimo demais, não será forçado ou coagido
à resposta. Não estão previstos ressarcimentos ou indenizações, mas em qualquer
4
momento, se você sofrer algum dano decorrente desta pesquisa, você terá direito a
indenização.
São esperados os seguintes benefícios imediatos na sua participação:
conhecimento de métodos contraceptivos que possivelmente não conheça.
Gostaríamos de deixar claro que sua participação é voluntária e que poderá
recusar-se a participar ou retirar o seu consentimento, ou ainda descontinuar sua
participação se assim o preferir, sem penalização alguma ou sem prejuízo ao seu
cuidado.
Desde já agradecemos sua atenção e participação e colocamo-nos à
disposição para maiores informações.
Você ficará com uma cópia deste Termo e em caso de dúvida(s) e outros
esclarecimentos sobre esta pesquisa você poderá entrar em contato com o
pesquisador principal VALÉRIA NASSER FIGUEIREDO, tel: 19 - 3521 9538 / 19
9169 3399.
Dúvida a respeito da ética aplicada a esta pesquisa poderá ser questionada
ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNIP, Rua Dr. Bacelar 1212 – 4º andar – Vila
Clementino, CEP 04026-002, telefone 5586-4090, e-mail: [email protected]
Eu
____________________________________________________________
(nome
do participante e número de documento de identidade) confirmo que Inebson
Carvalho de Souza explicou-me os objetivos desta pesquisa, bem como, a forma de
participação. As alternativas para minha participação também foram discutidas. Eu li
e compreendi este Termo de Consentimento, portanto, eu concordo em dar meu
consentimento para participar como voluntário desta pesquisa.
Local e data:
,
de
de 2010.
5
_____________________________
(Assinatura do sujeito da pesquisa)
Eu,______________________________________________________________
(nome do membro da equipe que apresentar o TCLE)
obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido do
sujeito da pesquisa ou representante legal para a participação na pesquisa.
______________________________________________
(Assinatura do membro da equipe que apresentar o TCLE)
____________________________________________
(Identificação e assinatura do pesquisador responsável)
6
ANEXO 3 - Permissão para uso/adaptação de Instrumento para coleta de dados
ermissão Concedida
De:
Gladys.goncalves ([email protected])
Enviada:quarta-feira, 14 de abril de 2010 14:12:09
Para:
inebson carvalho de souza ([email protected])
Olá Inebson
Tudo bem com vc? Claro que pode utilizar o instrumento... sem problemas...apenas
me mande uma cópia do seu TCC... quem sabe poderemos publicar alguma coisa?
Bom trabalho. Estou à disposição para eventuais dúvidas.
Um abraço.
Profª Gladys.
7
ANEXO 4 – Certificado de aprovação do Comitê de Ética

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