Sumário - WWW2

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Sumário - WWW2
Sumário
1 MATRIZES E SISTEMAS
1.1 Tipos de matrizes . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2 Operações com matrizes . . . . . . . . . . . . . .
1.3 Matriz na forma escada reduzida por linhas . . .
1.4 Cálculo da inversa . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.5 Determinantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.6 Primeira lista de exercícios . . . . . . . . . . . .
1.7 Sistema de equações lineares . . . . . . . . . . . .
1.7.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.7.2 Sistemas e matrizes. . . . . . . . . . . . .
1.7.3 Solução de um sistema por matriz inversa
1.8 Segunda lista de exercícios . . . . . . . . . . . . .
1.9 Apêndice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.9.1 Cálculo da inversa por adjunta . . . . . .
1.9.2 Regra de Cramer . . . . . . . . . . . . . .
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4
4
7
11
13
14
18
21
21
22
25
27
31
31
32
2 ESPAÇOS VETORIAIS
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.2 Subespaços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.3 Intersecção de dois Subespaços Vetoriais . . . . . .
2.4 Combinação Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.5 Dependência e Independência Linear . . . . . . . .
2.6 Subespaços Gerados . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.7 Soma de Subespaços . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.8 Base e Dimensão de um Espaço Vetorial . . . . .
2.8.1 Base . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.8.2 Dimensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.8.3 Dimensão da Soma de Subespaços Vetoriais
2.8.4 Coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.9 Mudança de Base . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.10 A Inversa da Matriz de Mudança de Base . . . . .
2.11 Terceira lista de exercícios . . . . . . . . . . . . . .
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36
36
43
46
48
49
51
53
54
54
59
60
60
61
65
67
1
3 TRANSFORMAÇÕES LINEARES
3.1 Propriedades das Transformações Lineares . . . . . .
3.2 Transformações Lineares e Matrizes . . . . . . . . . .
3.2.1 Transformação linear associada a uma matriz
3.2.2 Matriz de uma transformação linear . . . . .
3.3 Composição de transformações lineares . . . . . . .
3.4 A Inversa de uma transformação linear . . . . . . . .
3.5 Quarta lista de exercícios . . . . . . . . . . . . . . .
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73
77
83
83
86
90
91
95
4 OPERADORES LINEARES
4.1 Transformações especiais no plano e no espaço
4.2 Propriedades dos operadores inversíveis . . . .
4.3 Operadores autoadjuntos e ortogonais . . . . .
4.4 Quinta lista de exercícios . . . . . . . . . . . .
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100
100
121
124
126
5 AUTOVALORES E AUTOVETORES
5.1 Autovalores e autovetores de uma matriz .
5.1.1 Polinômio Característico. . . . . .
5.1.2 Matrizes Semelhantes . . . . . . .
5.2 Diagonalização de Operadores . . . . . . .
5.2.1 Matriz Diagonalizadora . . . . . .
5.3 Calculando potências de uma matriz . . .
5.4 Sexta lista de exercícios . . . . . . . . . .
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128
129
129
136
137
139
141
144
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6 PRODUTO INTERNO
6.1 Normas, Distâncias e Ângulos em Espaços com Produto Interno .
6.2 Ortogonalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6.2.1 Conjunto Ortogonal de Vetores . . . . . . . . . . . . . . .
6.2.2 Base ortogonal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6.2.3 Base ortonormal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6.2.4 Coordenadas em relação a Bases Ortonormais . . . . . . .
6.2.5 Coordenadas em relação a Bases Ortogonais . . . . . . . .
6.3 Complementos Ortogonais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6.4 Projeções Ortogonais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6.5 Encontrando Bases Ortogonais e Ortonormais: Processo de Ortogonalização de Gram-Schmidt . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6.6 Fatoração QR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6.6.1 Aplicação da fatoração QR . . . . . . . . . . . . . . . . .
6.7 Sétima lista de exercícios: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
149
153
154
155
155
155
156
156
157
158
159
161
162
163
Apresentação da disciplina
Caro aluno
Esta apostila segue de muito perto a bibliogra…a referenciada no Plano de
Ensino da disciplina e que correspondem aos livros texto deste curso. Sugerese a sua aquisição. O único objetivo deste material é facilitar as atividades dos
alunos em sala de aula, de forma que possam complementar o assunto aqui
proposto com as notas expostas pelos professores em sala de aula e ainda servir
de referência aos professores e alunos sobre quais tópicos deverão ser trabalhados
em cada capítulo. De maneira nenhuma a leitura ou consulta da bibliogra…a
está descartada, isto é dever do aluno. Este material podem conter eventuais
erros, enganos ou omissões, caso encontrar, por favor, comunique seu professor.
As respostas da maior parte dos exercícios serão disponibilizadas na página:
http://www2.joinville.udesc.br/~dma2gm .
A Álgebra Linear constitui uma parte da Matemática da qual necessitam
matemáticos, físicos, engenheiros, programadores de computadore, economistas, administradores e outros cientistas. Este requisito re‡ete a importância
desta disciplina pelas múltiplas aplicações e pelo alcance de sua linguagem. Ela
também se faz presente nos diversos ramos da matemática, aparecendo em disciplinas como cálculo, equações diferenciais, matemática discreta, estatística,
análise numérica e outras. Sendo assim, a Álgebra Linear se tornou uma ferramenta indispensável em quase todas as áreas da matemática e ciências a…ns. Os
objetos de que trata a Álgebra Linear não são apenas matrizes e sistemas lineares. A sua essência está no estudo dos espaços vetoriais e das transformações
lineares.
Desejamos a todos um ótimo semestre de estudos.
3
Capítulo 1
MATRIZES E SISTEMAS
De…nição de matriz: Chama-se matriz de ordem m n a uma tabela de m n
elementos dispostos em m linhas e n colunas:
2
6
6
A=6
4
a11
a21
..
.
a12
a22
::::::::
::::::::
a1n
a2n
..
.
am1
am2
::::::::
amn
3
7
7
7
5
Notação: Costumamos denotar as matrizes por letras latinas maiúsculas:A;
B; C; ......
De…nição 1 Sejam A = [aij ] e B = [bij ] duas matrizes de ordem m
Dizemos que as matrizes A e B são iguais se, e somente se,
aij = bij ;
1.1
i = 1; : : : ; m
e
j = 1; : : : ; n:
Tipos de matrizes
Matriz coluna:
É a matriz de ordem m
A = [1]1
1
;
1:
2
2
3
1
6 2 7
7
B=6
4 3 5
4 4
1
2
3
..
.
6
6
6
6
C=6
6
6
4 999
1000
;
1
4
3
7
7
7
7
7
7
7
5
1000 1
n:
Matriz linha:
É a matriz de ordem 1
n:
Exemplo 2 :
A = [1]1
1
1
; D=
2
3
4
5
6
7
10
1 8
j
n:
Matriz nula:
É a matriz A = [aij ]m
onde aij = 0; para 1
n
i
me1
Exemplo 3 :
2
0
6 0
M =6
4 0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
0
0 7
7 ;
0 5
0
0
0
0
0
N = [0]
Observação: Denotaremos freqüentemente a matriz nula por 0:
Matriz quadrada:
É a matriz de ordem n
n:
2
a11
6 ..
A=4 .
an1
..
.
3
a1n
.. 7
. 5
ann
Os elementos da forma aii costituem a diagonal principal
Os elementos aij em que i + j = n + 1 constituem a diagonal secundária.
Exemplo 4 : A = [0]1
1
3
3
; B=
3
3
Matriz diagonal:
Matriz diagonal é a matriz quadrada A = [aij ] onde aij = 0 para i 6= j :
2
3
a11 0
0
0
6
7
6 0 ...
0 7
6
7
6
..
.. 7
..
A = 6 ...
7
.
.
.
6
7
6
7
..
.
.
4 0
.
.
0 5
0
0
0 ann
Notação: diag(A) = fa11 ;
Exemplo 5 : A = [0]1
1
; ann g
, B=
3
0
0
3
5
Matriz identidade:
É a matriz diagonal I onde diag(I) = f1;
; 1g :
Notação: In representa a matriz identidade de ordem n:
Exemplo 6 :
1
0
I2 =
2
0
1
;
I100
1
0
..
.
6
6
6
=6
6
6
4 0
0
0
1
..
.
0
0
..
.
0
..
.
..
.
0
0
0
3
7
7
7
7
7
7
0 5
1
Matriz transposta:
Dada uma matriz A
[bij ]n m ; cujas linhas
transposta
2 de A:
a11 a12
6 a21 a22
6
A=6 .
4 ..
am1
Exemplo 7 :
2
1
6 11
6
A=6
6 21
4 31
41
D=
am2
2
12
22
32
42
1
= [aij ]m n ; podemos obter uma outra matriz AT =
são as colunas de A; isto é, bij = aji : AT é denominada a
::::::::
::::::::
a1n
a2n
..
.
::::::::
amn
3
13
23
33
43
2
4
14
24
34
44
3
5
15
25
35
45
4
2
3
7
7
7
5
m n
6
6
) AT = 6
4
2
3
6
7
6
7
7 ) AT = 6
6
7
4
5
5
6
1 6
1
2
3
4
5
11
12
13
14
15
a11
a12
..
.
a21
a22
::::::::
::::::::
am1
am2
..
.
a1n
a2n
::::::::
amn
21
22
23
24
25
2
6
6
6
T
)D =6
6
6
4
3
7
7
7
5
3
31 41
32 42 7
7
33 43 7
7
34 44 5
35 3 45
1
2 7
7
3 7
7
4 7
7
5 5
6 6 1
Matriz simétrica:
Uma matriz quadrada S = [aij ] é simétrica se S T = S; isto é, se aij = aji :
Assim, os elementos simetricamente opostos à diagonal principal são iguais.
Exemplo 8
2
1
S=4 5
9
:
5
3
8
3
9
8 5;
7
N=
0
1
1
0
6
n m
Matriz anti-simétrica:
Uma matriz quadrada A = [aij ] é anti-simétrica se AT =
aji : Assim,
A; isto é, se aij =
i. os elementos da diagonal principal são todos nulos;
ii. os elementos simetricamente dispostos em relaçào à diagonal principal são
opostos.
2
3
0 3 4
6 5
Exemplo 9 : A = 4 3 0
4 6 0
Matriz triangular superior:
A matriz quadrada A = [aij ] que tem os elementos aij = 0 para i > j é chamada
matriz triagular
superior.3
2
5 4 7 9
6 0 3
8 4 7
7 ; B = 0 1 ; I10000
A=6
4 0 0
0 0
2 3 5
0 0 0 6
Matriz triangular inferior:
A matriz quadrada A = [aij ] que tem os elementos aij = 0 para i < j é chamada
matriz triangular inferior.
Exemplo 10
2
5
6 4
B=6
4 7
9
1.2
:
0
3
4
1
0
0
2
2
3
2
1
0
6 0
0 7
7; C = 6
4 0
0 5
0
6
0
2
0
0
0
0
2
0
3
0
0 7
7
0 5
2
Operações com matrizes
Adição:
Dados A = [aij ]m
n
e B = [bij ]m
n
de…nimos A + B por,
A + B = [aij + bij ]m
Propriedades:
i. A + B = B + A
ii. A + (B + C) = (A + B) + C
iii. A + 0 =A
7
n
Multiplicação por escalar:
Seja A = [aij ]m
n
e k um número real de…nimos k A por
kA = [k aij ]m
Exemplo 11 :
2
1
2
10
3
4
2
=
n
20
6
Propriedades:
i. k(A + B) = kA + kB
ii. (k1 + k2 )A = k1 A + k2 A
iii. 0 A = 0
iv. k1 (k2 A) = (k1 k2 )A
Multiplicação de Matrizes:
Sejam A = [aij ]m
e B = [bij ]n
n
cij =
n
X
p
; de…nimos A B por AB = [cij ]m
p
; onde
aik bkj = ai1 b1j + ::::: + ain bnj
k=1
Observe que o número de colunas de A deve ser igual ao número de linhas
de B:
Exemplo 12 :
2
3
2 1
4 4 2 5
5 3 3 2
1
0
1
4
2 2
2
2 1+1 0
=4 4 1+2 0
5 1+3 0
Propriedades da multiplicação de matrizes:
i. AI = IA = A
ii. A(B + C) = AB + AC
iii. (A + B)C = AC + BC
iv. (AB)C = A(BC)
v. (AB)T = B T AT
vi. 0A = A0 = 0
8
3 2
2 ( 1) + 1 4
2
4 ( 1) + 2 4 5 = 4 4
5 ( 1) + 3 4
5
3
2
4 5
7
Observação 13 Note que, em geral, AB =
6 BA: Por exemplo,dadas as matrizes
2
3
2
3
1
1 1
1 2 3
15 e B = 42 4 65
A=4 3 2
2 1
0
1 2 3
2
3
11 6
1
25 :
Veri…que que AB = 0 e que BA = 4 22 12
11 6
1
Propriedades da matriz transposta
i. (A + B)T = AT + B T
ii. ( A)T = AT ; onde
é um númerto real
iii. (AT )T = A
iv. (AB)T = B T AT
Exemplo 14 Mostre que se A é uma matriz quadrada então A+AT é simétrica
e A AT é anti-simétrica.
Matriz inversa:
Dada uma matriz quadrada A = [aij ] ; se existir uma matriz B que satisfaça
AB = BA = I diz-se que B é a inversa de A e denota-se B por A 1 ; ou seja,
A 1 A = AA 1 = I:
Exemplo 15 :
A=
11
7
3
2
;
A
1
=
2
7
3
11
:
Dizemos que uma matriz A é inversível (não singular) se existe a matriz
inversa A 1 , caso contrário dizemos que a matriz A é não inversível (singular).
Algumas propriedades importantes:
1. A é não singular se o determinante de A é diferente de zero. A é singular
se determinante de A é igual a zero.
2. Se A admite inversa (det A 6= 0) esta é única.
3. Se A é não singular, sua inversa A 1 também é, isto é, se det A 6= 0 então
det A 1 6= 0: A matriz inversa de A 1 é A:
4. A matriz identidade I é não singular (pois det I = 1) e I
9
1
= I:
5. Se a matriz A é não singular, sua transposta AT também é. A matriz
inversa de AT é (A 1 )T ; isto é , (AT ) 1 = (A 1 )T ; dai concluimos que se
det A 6= 0 então det AT 6= 0:
6. Se as matrizes A e B são não singulares e de mesma ordem, o produto
AB é uma matriz não singular. Vale a relação (AB) 1 = B 1 A 1 :
Exemplo 16 :
A=
B=
2 3
=) det
2 2
1 10
) det
1 10
2 3
= 2 ) A é não singular
2 2
1 10
= 0 ) A é singular
1 10
Exemplo 17 Demonstre as propriedades 2 e 6.
Matriz ortogonal:
Uma matriz M; quadrada, cuja inversa conicide com sua transposta é denominada matriz ortogonal. Portanto M é ortogonal se M 1 = M T ; ou seja,
Exemplo 18 M =
"
MMT = MT M = I
p #
3
2
1
2
1
p2
3
2
Potência de uma matriz:
Seja A = [aij ] uma matriz quadrada de ordem n:
1. De…ne-se A0 = In
2. A matriz Ak = A
| A {z::::: A} é chamada k-ésima potência de A para
p vezes
k
1:
3. Se A for invertível, de…ne-se A
A=
1
4
2
3
; A2 =
9
16
8
17
k
= A
; A3 =
1 k
41
84
; k 2 N:
42
83
Traço de uma matriz:
Seja A = [aij ] uma matriz quadrada de ordem n: O traço de A; que denotamos
por tr(A); é a soma dos elementos da diagonal principal, isto é,
tr(A) = a11 + a22 + : : : + ann =
n
X
i=1
10
aii
1.3
Matriz na forma escada reduzida por linhas
De…nição 19 Uma matriz m
ada, se:
n é linha reduzida à forma escada, ou escalon-
a) O primeiro elemento não nulo de uma linha não nula é 1:
b) Cada coluna que contém o primeiro elemento não nulo de alguma linha tem
todos os seus outros elementos iguais a zero.
c) Toda linha nula ocorre abaixo de todas as linhas não nulas (isto é,. daquelas
que possuem pelo menos um elemento não nulo)
d) Se as linhas 1; :::; p são as linhas não nulas, e se o primeiro elemento não
nulo da linha { ocorre na coluna k1 , então k1 < k2 < ::::: < kn :
Exemplo
2
1
1) 4 0
0
2
0
2) 4 1
1
2
0
3)4 0
2 0
0
4)4 0
0
20 :
0
1
0
2
0
0
1
0
0
1
0
0
3
0
1 0 5 não é forma escada. Não vale b).
1
0
3
1
3 5 não é forma escada. Não vale a) e b).
0
3
3 0
1
0
0
0 5 não é forma escada. Não vale c).
0
1 23
3 0 1
0
1 3 5 é forma escada.
0
0 0
0
Operações elementares linha: São três as operações elementares sobre
as linhas de uma matriz.
1o ) Permuta da i
esima e j
esima linha (Li $ Lj ).
Exemplo 21 :
2
3
2
1
0
1
4 4
1 5L2 $ L3 4 3
3 4
4
2o ) Multiplicação da i
Exemplo 22 .
2
3
1
0
4 4
1 5 L2 !
3 4
0
4
1
3
5
esima linha por um escalar não nulo k (Li ! kLi ).
2
3L2 4
1
12
3
3
0
3 5
4
11
3o ) Substituição da i esima linha pela i esima linha mais k vezes a j esima
linha (Li ! Li + kLj )
Exemplo 23 :
2
3
2
1
0
1
4 4
1 5 L3 ! L3 + 2L1 4 4
3 4
1
3
0
4
1 5:
Observação 24 Se A e B são matrizes m n, dizemos que B é linha equivalente a A; se B for obtida de A através de um número …nito de operações
elementares sobre as linhas de A: Notação A B:
Exemplo
2
1
4 4
2 3
1
4 4
3
L2 !
25 :
3
0
2
1
1 5 é linha equivalente a 4 0
4 3
0
2
0
1
0
1 5 L2 ! L2 4L1 4 0
1
4
3 4
3
2
2
1
1 0
L2 4 0 1 5 L3 ! L3 4L2 4 0
0
0 4
3
0
1 5 pois,
0
3
2
3
1 0
5 L3 ! L3 + 3L1 4 0
1 5
0 4
3
0
1 5
0
Teorema: Toda matriz A de ordem m n é linha equivalente a uma única
matriz linha-reduzida à forma escada.
3
2
2 1 3
Exemplo 26 : Dada a matriz A = 4 4 5 6 5 ;obtenha uma única matriz
3 1
2
B na forma escada linha equivalente a matriz A:
Solução:
2
2
3
2 1 3
1
4 4 5 6 5 L1 ! 1 L1 4 4
2
3 1
2
3
2
1
3
1 2
2
0
L3 ! L3 3L1 4 0 3
13
1
0
2
2
1
2 L22
1
4 0
0
1
2
3
2
3
2
1
2
3
2
3
5 6 5 L2 ! L2
1
2
3
2
1 12
5 L2 ! 1 L2 4 0 1
3
0
1
5 L3 ! 2 L3 4 0
1 0
13
13
0
0
2
2
3
1 0 0
L1 ! L1 32 L3 4 0 1 0 5
0 0 1
1
2
1
0
12
3
2
3
0 5 L1 ! L1
1
2
1
4L1 4 0
3
0
1
1
4
0
L
2 2
0
0
1
0
0
13
2
2
3
3
2
3
1
3
3
2
1
2
1
2
5
2
5 L3 ! L3 +
3
2
3
0 5
1
Exercício 27 Dada a matriz A; obtenha
lente a matriz dada.
2
2
3
1 0
1
0 0 0
6 0 1
6 1
7
0
1
0
7
b)6
a)6
4 0 1
4 0
1 0 1 5
0 1
1 0 0
1
uma matriz na forma escada equiva1
0
0
1
3
0
1 7
7
1 5
1
Posto de uma matriz:
Dada uma matriz Am n , seja Bm n a matriz linha reduzida à forma escada,
linha equivalente à matriz A: O posto de A, denotado por p, é o número de
linhas não nulas de B e a nulidade de A é n p, onde n é o número de colunas
de A e p é o posto de A:
Exemplo 28 : Encontrar
2
1
2
1
3
a) A = 4 1 0
1
2 1
o posto e a nulidade das matrizes:
3
0
5 5
1
2
3
7
1 0 0
8
1 5
Solução: A matriz A é linha equivalente a matriz B = 4 0 1 0
4
11
0 0 1 8
portanto o posto de A é 3 (o número de linhas não nulas da matriz B) e a
nulidade é n p = 4 3 = 1 (n é o numero de colunas da matriz A e p é o posto
de A)
2
3
1 0 14
9
6 0 1 1 7
4 7
b) A = 6
4 0 0 0 5
0 0 0
Solução: posto A = 2 e nulidade de A é 3
2
3
2
2
2 1 10
6 0 1 1 7
6 0
4
6
7
6
c) A = 4
)B=4
1 2 0 5
0
1 3 0
0
Solução posto de A = 3 e nulidade
1.4
2=1
3
1 10
1
7
1
4
7
43 5
0
8
0
0
de A é 0
Cálculo da inversa
Cálculo da inversa por escalonamento:
Para se determinar a matriz inversa de uma matriz A, não singular, através
de operações elementares entre as linhas da matriz fazemos o seguinte:
13
a) Coloca-se ao lado da matriz A a matriz I; separada por um traço vertical
tracejado.
b) Transforma-se por meio de operações elementares a matriz A na matriz I;
aplicando simultaneamente à matriz I colocada ao lado da matriz A as
mesmas operações elementares aplicadas à matriz A:
2
4
Exemplo 29 : Calcular inversa da matriz A =
2 1 1 0
1 12
L1 ! 12 L1
4 3 0 1
4 3
0
1 12 12
L1 ! L1 12 L2
0 1
2 1
Logo
A
1.5
1
=
1
2
0
0 1
1 0
0 1
3
2
2
1
1
3
L2 ! L2
3
2
2
1
por escalonamento.
4L1
1
2
1
2
Determinantes
De…nição 30 Determinante de uma matriz A é um número real associado à
matriz A:
Notação: det A:
por
Denotamos também o determinante da matriz A;
2
a11
a12
a1n 1
6 a21
a
a2n 1
22
6
6 ..
..
.
. . ...
.
A=6
6 .
6
..
4 an 11 an 12
.
an1
an2
an 1n
det A =
a11
a21
..
.
a12
a22
..
.
an 11
an1
an 12
an2
..
14
.
a1n
a2n
..
.
..
1
1
.
an
1n
a1n
a2n
..
.
an 1n
ann
3
7
7
7
7
7
7
5
a1n
a2n
..
.
an 1n
ann
Propriedades do determinante:
1. det A = det AT ;
2. det(AB) = det A det B;
3. Se a matriz A possui uma linha ou coluna nula então det A = 0;
4. Se a matriz A tem duas linhas ou colunas iguais então det A = 0;
5. Se na matriz A uma linha (ou coluna) é múltipla de outra linha (coluna)
então det A = 0;
6. Trocando a posição de duas linhas (colunas) o derminante muda de sinal;
7. Quando se multiplica uma linha (coluna) de uma matriz A por um número
k 6= 0 o determinante …ca multiplicado por esse mesmo número;
8. O determinante de uma matriz A não se altera quando se faz a seguinte
operação entre linha: Li ! Li + kLj ;
9. O determinante de uma matriz triangular superior ( ou inferior) é igual
ao produto do elementos da diagonal principal;
10. A partir de det(AB) = det A det B temos
det(AA
1
) = det I ) det A det A
1
= 1 ) det A =
1
det A
1
Cálculo do determinante por triangulação. Para se calcular o determinante de uma matriz A usamos as operações elementares linha de modo a obter
uma matriz triangular superior (ou inferior) observando as propriedades do determinante e fazendo as compensações necessárias.
3
2
2
1 1
1 5
Exemplo 31 A = 4 2 0
3
1 0
2
1 1
2 0
1 L2 ! L3 (Quando permutamos as linhas o deter3
1 0
minante troca de sinal)
2
1 1
1 0
( 1) det A = 3
L1 ! 12 L1 (Quando multiplicamos uma linha
2 0
1
por um número o det. …ca multiplicado pelo mesmo número)
1 21 12
1
L2 ! L2 + ( 3)L1 (Esta operação não al3
1 0
2 ( 1) det A =
L3 ! L3 2L1
2 0
1
tera o determinante)
det A =
15
1
2(
1) det A =
1 21
0 12
0 1
1
2
3
2
(Esta operação não altera o
L3 ! L3
2
determinante)
2L2
1 21 21
3
(O determinante de uma matriz triangular
1) det A = 0 12
2
0 0
1
superior é o produto dos elementos da diagonal principal)
1
1
1
2 ( 1) det A = 2 ) det A =
1
2(
Cálculo do determinante por desenvolvimento de Laplace:
Regra de Chió:
Se a matriz A é de ordem 2 2 então:
a11 a12
det
= a11 a22 a21 a12
a21 a22
5 1
det
= 5 3 2 1 = 13
2 3
Regra de Sarrus:
Se A é é de
2
a11
A = 4 a21
a31
ordem 3
3
3
a11
a12
a13
a11
a12
a13
&
&%
&%
%
a23 5 ) a21
a22
a23
a21
a22
a33
%
&%
&%
&
a31
a32
a33
a31
a32
det A = (a11 a22 a33 ) + (a12 a23 a31 ) + (a13 a21 a32 ) (a31 a22 a13 ) (a32 a23 a11 )
(a33 a21 a12 )
a12
a22
a32
Desenvolvimento de Laplace:
Para uma matriz de ordem n
é dado pela fórmula.
det An
n
=
n usamos o desenvolvimento de Laplace qué
n
X
aij ( 1)i+j det Aij
j=1
onde Aij é a submatriz obtida a partir da matriz A eliminando-se a i esima
linha e a j esima coluna da matriz A: Se chamarmos ij = ( 1)i+j det Aij
então
n
X
det An n =
aij ij
j=1
Exemplo 32 :
16
2
3
2 3
4
6 4
2 0
0 7
7
A=6
4 1 2
3 0 5
2
5 3
1
Vamos calcular o determinante da matriz fazendo o desenvolvimento pela
primeira linha (note que seria mais conveniente desenvolver pela segunda linha,
pois ela possui dois elementos nulos).
4
0
0
2 0
0
1
3 0
3 0 + 2( 1)1+2
det A = 1( 1)1+1 2
2
3
1
5 3
1
4
2 0
4
2 0
1 2
3
1 2 0 +( 4)( 1)1+4
+3( 1)1+3
2
5 3
2
5 1
det A = ( 1)(1)( 6) + 2( 1)( 12) + (3)(1)(10) + ( 4)( 1)(78)
det A = 372:
1
17
1.6
Primeira lista de exercícios
a + 2b
2c + d
1. Dadas as matrizes A =
2a b
9
eB =
c 2d
4
2
; determine a; b; c
7
e d para que A = B.
2
x2
2x 1 0
matriz simétrica.
2. Seja A =
:Determine o valor de x para que A seja uma
3. Mostre que se A é simétrica, então B T AB é simétrica (B quadrada de
mesma ordem que A).
4. Mostre que toda matriz quadrada A pode ser escrita como a soma de uma
matriz simétrica com uma matriz anti-simétrica, ou seja, A = S + N onde
S é uma matriz simétrica e N é uma matriz anti-simétrica. Sugestão: Use
o exemplo 14.
5. Seja A invertível. Mostre que se AB = BC; então B = C: Dê um exemplo
de uma matriz não-nula A tal que AB = BC; mas B 6= C:
6. Mostre que a matriz
2
cos
M = 4 sin
0
sin
cos
0
é uma matriz ortogonal.
3
0
0 5
1
7. Sejam P e Q matrizes ortogonais de mesma ordem.
(a) P Q é uma matriz ortogonal? P T é uma matriz ortogonal? Justi…que
sua resposta.
(b) Quais os valores que det Q pode ter?
8. Dada uma matriz A de ordem m n mostre que a matriz AAT é uma
matriz simétrica de ordem m m: A matriz AT A é simétrica? Qual sua
ordem?
2
3
2
2
4
4 5 é idempotente, isto é, A2 = A:
9. Mostre que a matriz A = 4 1 3
1
2
3
10. Sejam A e B matrizes quadradas de mesma ordem. Qual a condição que
devemos ter para que (A + B)2 = A2 + 2AB + B 2 ?
11. Um construtor tem contratos para construir 3 estilos de casa: moderno,
mediterrâneo e colonial. A quantidade empregada em cada tipo de casa é
dada pela matriz
18
2
M oderno
M editerr^
aneo 4
Colonial
F erro
5
7
6
M adeira
V idro
20
18
25
16
12
8
T inta T ijolo
3
7
17
9
21 5
5
13
(a) Se ele vai construir 5,7 e 12 casas dos tipos moderno, mediterrâneo
e colonial, respectivamente, quantas unidades de cada material serão
empregadas?
(b) Suponha agora que os preços por unidade de ferro, madeira, vidro,
tinta e tijolo sejam respectivamente, 15, 8, 5, 1 e 10 reais. Qual o
preço unitário de cada tipo de casa?
(c) Qual o custo total do material empregado?
12. Calcule o determinante de A onde
3
2
3
1 5
0
6 0 2
0
1 7
7;
(a) A = 6
4 2 0
1 3 5
1 1
2
0
2
3
0
0 0 0
6 19 18
0
0 0
6
6
5
0 0
(b) A = 6
6
p
p
4 4
2
3 0 0
8
3
5 6
1
1
0
9 1 9 9 9
B9 0 9 9 2C
C
B
C
(c) A = B
B4 0 0 5 0C
@9 0 3 9 0A
6 0 0 7 0
13. Encontre A
2
1
3
7
7
7
7
5
; onde
4
1 2
6 3
1 0
(a) A = 6
4 2 3 1
0 7 1
2
3
1 0 x
(b) A = 4 1 1 x2 5
2 2 x2
3
2
0 7
7;
0 5
1
14. Encontre os valores d k para os quais a matriz
2
3
k 3
0
3
k+2
0 5
A=4 0
5
0
k+5
19
é não inversível.
15. Existe alguma matriz "inversível"X tal que X 2 = 0? Justi…que sua resposta.
16. Encontre todos os valores de
em que
para os quais a matriz A
2
2
62
A=6
41
3
0
0
2
2
0
0
1
1
I4 tem inversa,
3
0
07
7
05
2
17. Para a matriz A = (aij )de ordem 2 de…nida por aij = i + j, calcular
f (t) = det(A tI2 ) e resolver a equação do segundo grau f (t) = 0.
18. Para a matriz de…nida por:
M=
a b
c d
calcular f (t) = det(M tI2 ) e resolver a equação do segundo grau f (t) = 0.
19. Veri…que se as a…rmações abaixo são VERDADEIRAS ou FALSAS.
Se forem verdadeiras, demonstre. Se forem falsas, dê um contra-exemplo.
(a) Se uma matriz quadrada A for ortogonal então det A =
1:
(b) det(I + A) = 1 + det A
(c) Se A é uma matriz simétrica então A + AT também é simétrica.
(d) Se A e B são inversíveis então A + B também é.
(e) Se A é uma matriz quadrada simétrica e B é uma matriz ortogonal
então a matriz A + B 1 nunca será simétrica.
(f) Se A é uma matriz anti-simétrica de ordem 3, então det A = 0
(g) Se A é não-inversível e AB = 0 então B = 0
(h) Se A é anti-simétrica inversível, então A
1
é anti-simétrica.
(i) Seja A uma matriz quadrada, então tr(A + B) = tr(A) + tr(B):
(j) Se A; B e C são matrizes n n inversíveis, então (ABC)
0
1
0
2 3
1 0
2
1 0 1
B1 1 0
C
B1 3 1
5
2
B
C
B
B
1 4
3C
(k) Se A = B
B1 2
CeD=B 1 1 1
@0 0 1
A
@ 1 4 1
3 2
2 3 1
0
1
2 1 2
fazem a relação A 1 BA = D então det B = 24:
20
1
= C 1B 1A
1
1 4
2 1C
C
1 1C
C satis2 1A
1 2
1
:
1.7
1.7.1
Sistema de equações lineares
Introdução
Uma equação linear é uma equação da forma
a1 x1 + a2 x2 + a3 x3 + :::::: + an xn = b
na qual a1 ; a2 ; a3 ; ::::; an são os respectivos coe…cientes das variáveies x1 ; x2 ; x3 ; ::::; xn
e b é o termo independente. Os números a1 ; a2 ; a3 ; ::::; an e o termo independente b geralmente são números conhecidos e as variáveis x1 ; x2 ; x3 ; ::::; xn são
as incógnitas.
Os valores das variáveis que transformam uma equação linear em uma identidade, isto é, que satisfazem a equação, constituem sua solução. Esses valores
são denominados raízes das equações lineares.
A um conjunto de equações lineares se dá o nome de sistema de equações
lineares e tem a seguinte representação:
a11 x1 + a12 x2 + a13 x3 + :::::: + a1n xn
a21 x1 + a22 x2 + a23 x3 + :::::: + a2n xn
..
..
..
..
.
.
.
.
am1 x1 + am2 x2 + am3 x3 + :::::: + amn xn
=
=
..
.
b1
b2
..
.
= bm
Os valores das variáveis que transformam simultaneamente as equações de
um sistema de equações lineares em uma identidade, isto é, que satisfazem a
equação constituem sua solução.
Diz-se que dois sistemas de equações lineares são equivalentes quando admitem a mesma solução.
Exemplo 33 Os sistemas
2x + 3y = 11
x+y = 3
e
10x 2y = 38
3x + 5y = 7
são equivalentes pois possuem as mesmas soluções, x = 4 e y = 1
Quanto as soluções, três casos podem ocorrer:
1. O sistema possui uma única solução. Neste caso, dizemos que o sistema é
compatível e determinado.
2. O sistema possui in…nitas soluções. Neste caso, dizemos que o sistema é
compatível e indeterminado.
3. O sistema não possui nenhuma solução. Neste caso, dizemos que o sistema
é incompatível.
21
1.7.2
Sistemas e matrizes.
Dado um sistema linear na forma,
a11 x1 + a12 x2 + a13 x3 + :::::: + a1n xn
a21 x1 + a22 x2 + a23 x3 + :::::: + a2n xn
..
..
..
..
.
.
.
.
am1 x1 + am2 x2 + am3 x3 + :::::: + amn xn
podemos representa-lo matricialmente utilizando as
trizes da seguinte maneira:
Se
2
a11 a12
a1n
6 a21 a22
a
2n
6
A=6 .
..
...... ..
4 ..
.
... .
am1
2
6
6
X=6
4
x1
x2
..
.
xn
am2
3
7
7
7
5
6
6
B=6
4
b1
b2
..
.
(1.1)
= bm
notações da teoria de ma3
7
7
7
5
amn
2
=
=
..
.
b1
b2
..
.
bm
podemos escrever o sistema (1.1) na forma matricial:
3
7
7
7
5
AX = B
onde A é a matriz dos coe…cientes, B a matriz
dentes e X é a matriz coluna das incógnitas.
Ao sistema (1.1) associamos a seguinte matriz:
2
a11 a12
a1n j
6 a21 a22
a2n j
6
6 ..
..
..
4 .
.
.
j
am1
am2
amn
que chamamos matriz ampliada do sistema.
coluna dos termos indepen-
b1
b2
..
.
j bm
3
7
7
7
5
Teorema: Dois sistemas que possuem matrizes ampliadas equivalentes são
equivalentes.
Dada a matriz ampliada do sistema de equações lineares consideramos a
matriz linha reduzida a forma escada obtida a partir da matriz ampliada do
sistema:
Teorema:
1. Um sistema de m equações e n incógnitas admite solução se, e somente se,
o posto da matriz ampliada é igual ao posto da matriz dos coe…cientes.
22
2. Se as duas matrizes tem o mesmo posto p e p = n (número de colunas da
matriz dos coe…cientes, ou números de variáveis) a solução é única.
3. Se as duas matrizes tem o mesmo posto e p 6= n podemos escolher n p
incógnitas e as outras incógnitas serão dadas em função destas. O número
n p é chamado grau de liberdade do sistema.
Resumo:
Dado um sistema de m equações e n incógnitas seja Aa a matriz ampliada
do sistema e seja Ae a matriz linha equivalente a matriz Aa onde a matriz dos
coe…cientes estão na forma escada. Seja pa o posto da matriz ampliada e pc o
posto da matriz dos coe…cientes obtidos a partir da matriz Ae :
Se pa 6= pc então o sistema é incompatível ( não possui solução)
Se pa = pc então o sistema é compatível (possui solução). Seja p = pa = pc ,
se p = n então o sistema é compatível e determinado (possui uma única
solução). Se p < n o sistema é compatível e indeterminado (possui in…nitas soluções). Sempre que um sistema possuir in…nitas soluções deveremos
atribuir valores a algumas variáveis e determinar o valor das outras variáveis em função destas. O número de variáveis as quais deveremos atribuir
valor é o grau de liberdade do sistema, dado pelo número n p:
Exemplo 34 Classi…car e resolver o sistema:
8
< 2x1 + x2 + 3x3
4x1 + 2x2 + 2x3
:
2x1 + 5x2 + 3x3
= 8
= 4
=
12
(1.2)
Solução:
Matriz2Ampliada
3
2 1 3 j 8
5
Aa = 4 4 2 2 j 4
2 5 3 j
12
Matriz linha equivalente a matriz ampliada, onde a parte da matriz dos
coe…cientes
2 está na forma escada
3
1 0 0 j 2
5 5
Ae = 4 0 1 0 j
0 0 1 j 3
De Ae obtemos: pc = 3; pa = 3 e n = 3:
p = pc = pa = 3 ) sistema compatível
p = n ) sistema compatível e determinado (possui uma única solução)
A matriz Ac é a matriz ampliada do seguinte sistema:
23
é
8
< x1 = 2
x2 = 5
:
x3 = 3
Como sistemas equivalentes tem a mesma solução, a solução do sistema (1.2)
x1 = 2
x2 = 5
x3 = 3
Exemplo 35 Classi…car e resolver o sistema:
8
=
< 4y + 2x + 6z
4z 2y + 3x =
:
x + 3z + 2y
=
6
38
3
Solução: Reescrevendo o sistema, obtém-se
8
6
< 2x + 4y + 6z =
3x 2y 4z =
38
:
x + 2y + 3z
=
3
2
3
2 4
6
j
6
2
4 j
38 5
Aa = 4 3
1 2
3
j
3
3
2
41
1
j
1 0
4
4
5
j 29
Ae = 4 0 1 13
8
8
0 0 0
j 0
(1.3)
Neste caso temos:
n=3
pa = 2
pc = 2 ) p = 2
p < n )sistema compatível e indeterminado (in…nitas soluções)
grau de liberdade = n p = 1
O sistema (1.3) é equivalente ao sistema
1
41
=
x
4z
2
13
29
y + 8z = 8
Para encontrar uma solução (note que existem in…nitas soluções) devemos
atribuir valor a uma das variáveis (pois o grau de liberdade é 1) e determinar
as outras. Note que …ca mais fácil se atribuirmos valor a variável z : Por
41
exemplo fazendo z = 0; temos que: x =
e y = 29
( Poderíamos
4
8
atribuir outro valor qualquer a z; e para cada valor de z teremos os valores
correspondentes de x e y, daí temos in…nitas soluções)
Exemplo 36 Classi…car e resolver o sistema:
24
Solução:
8
< 6x 4y 2z = 3
x+y+z
= 1
:
3x 2y z
= 1
2
3
6
4
2 j 3
1
j 1 5
Aa = 4 1 1
3
2
1 j 1
3
2
7
1 0 51 j 10
3
5
Ae = 4 0 1 45 j 10
1
0 0 0 j
2
Neste caso:
n=3
pc = 2
pa = 3 ) pa 6= pc )sistema incompatível (não possui solução)
1.7.3
Solução de um sistema por matriz inversa
Usando a notação matricial para sistemas lineares temos que
C
1
CX
CX
IX
X
=
=
=
=
B (supondo que existe C 1 )
C 1 B (observe que estamos multiplicando C
C 1B
C 1B
1
pela esquerda)
Logo para se determinar a solução basta multiplicar a matriz inversa dos
coe…cientes pela matriz dos termos independentes (pela esquerda, já que a multiplicação de matrizes não é comutativa). Se a matriz C não tem inversa então
ou o sistema não possui solução ou possui in…nitas soluções.
8
< 2x + 3y z = 1
x 3y + z
= 1 pelo método da inExemplo 37 Resolva o sistema
:
x + 2y z
= 1
versa:
Solução:
2
C=4 1
2
2
1
1
3
1
=4 0
1
CX = B
X = C 1B
C
3
2
1
1
1
1
1
1
0
3
5
3
1 5
3
2
3
1
B=4 1 5
1
25
2
3
x
X=4 y 5
z
2
3 2
x
1
4 y 5=4 0
z
1
1
1
1
0
32
3 2
1
1 54 1 5 = 4
3
1
3
2
2 5
3
O próximo teorema apresenta resultados importantes sobre sistemas lineares
e matrizes inversíveis.
Teorema 38 Se A uma matriz n
valentes:
n; então as seguintes a…rmações são equi-
a) A é inversível.
b) AX = 0 só tem a solução trivial.
c) A é equivalentes por linha à matriz In :
d) AX = B tem exatamente uma solução para cada matriz Bn
Demonstração: A demonstração …ca como exercício.
26
1:
1.8
Segunda lista de exercícios
1. Resolva o sistema de equações, escrevendo a matriz ampliada do sistema
inicial e escrevendo o sistema …nal do qual se obterá a solução do sistema
original:
8
2x y + 3z = 11
>
>
<
4x 3y + 2z = 0
= 6
> x+y+z
>
:
3x + y + z
= 4
8
< x + y + 3z = 2
x + 2y + 4z = 3 : Para que valores de a e b
2. Considere o sitema linear
:
x + 3y + az = b
o sistema
(a) tem uma in…nidade de soluções?
(b) tem única solução?
(c) é impossível?
2
3
..
a
0
b
.
2
6
7
6
7
3. Seja 6a a 4 ... 47 a matriz ampliada de um sistema linear. Para quais
4
5
.
0 a 2 .. b
valores de a e b o sistema tem
(a) única solução,
(b) nenhuma solução,
(c) uma solução com duas variáveis livres?
8
< x + 2y 3z = a
4. Encontre a relação entre a; b e c para que o sistema linear 2x + 3y + 3z = b
:
5x + 9y 6z = c
seja possível para quaisquer valores de a; b e c:
5. Reduza as
2
1
(a) 4 2
3
2
0
6 1
(b) 6
4 3
2
matrizes à forma escada através de operações linhas:
3
2 3
1
1 2 3 5
1 2 3
3
2 2
1 3 7
7
4 2 5
3 1
27
6. Determine k para que o sistema admita solução
8
< 4x + 3y = 2
5x 4y = 0
:
2x y
= k
7. Encontre todas as soluções do sistema
8
< x1 + 3x2 + 2x3 + 3x4 7x5 = 14
2x1 + 6x2 + x3 2x4 + 5x5 =
2
:
x1 + 3x2 x3 + 2x5
=
1
8. Apresente todos os possíveis resultados na discussão de um sistema nãohomogêneo de 6 equações lineares com 4 incógnitas.
9. Se A é uma matriz 3
E se A for 4 2?
5; quais são os possíveis valores da nulidade de A?
10. Explique por que a nulidade de uma matriz nunca é negativa.
11. Um sistema homogêneo com 3 equações e 4 incógnitas sempre tem uma
solução não-trivial.
12. Chamamos de sistema homogêneo de n equações e m incógnitas aquele
sistema cujos termos independentes são todos nulos.
(a) Um sistema homogêneo admite pelo menos uma solução. Qual é ela?
(b) Encontre os valores de k 2 R, tais que o sistema homogêneo
8
< 2x 5y + 2z = 0
x+y+z
= 0
:
2x + kz
= 0
tenha uma solução distinta da solução trivial.
13. Se det A = 0, então o sistema homogêneo AX = 0 tem in…nitas soluções
? Justi…que sua resposta.
14. Podemos resolver um sistema usando matriz inversa da seguinte forma:
A
1
AX
AX
X
= B
= A
= A
1
1
B
B
Isto é útil quando desejamos resolver vários sistemas lineares que possuem
a mesma matriz dos coe…cientes.
2
3
1 2
2
4 5
Usando a teoria acima resolva os sistema AX = B onde A = 4 2 5
3 7
5
e
28
2
3
2
3
2
3
2
3
1
1
1000
111
a) B = 4 2 5 b) B = 4 3 5 c) 4 10 5 d) 4 311 5
3
100
100
511
15. Resolva o sistema matricial D
2
3
1 0 0 0 1
1
6 0 1 2 2 2
2 7
6
7
6 0 0 1 1 1
1 7
6
7
A=6
1
1 7
6 0 0 0 1
7
4 0 0 0 0 1
0 5
0 0 0 0 0
1
16. Classi…que o sistema
8
< 2x + 4y + 6z
3x 2y 4z
:
x + 2y + 3z
1
X = A onde D = diag(1; 2; 3; 4; 5; 6)
e exiba uma solução, caso ela exista:
=
6
=
38
=
3
17. Uma editora publica um best-seller potencial com três encadernações diferentes: capa mole, capa dura e encardenação de luxo. Cada exemplar necessita de um certo tempo para costura e cola conforme mostra a tabela
abaixo:
Se o local onde são feitas as costuras …ca disponível 6 horas por dia e o
local onde se cola, 11 horas por dia, quantos livros de cada tipo devem
ser feitos por dia, de modo que os locais de trabalho sejam plenamente
utilizados?
18. Num grande acampamento militar há 150 blindados dos tipos BM3, BM4 e
BM5, isto é, equipados com 3, 4 e 5 canhões do tipo MX9 respectivamente.
O total de canhões disponíveis é igual a 530. A soma dos BM4 com os BM5
corresponde aos 2 / 3 dos BM3. Se para o início de uma manobra militar,
cada canhão carrega 12 projéteis, quantos projéteis serão necessários para
o grupo dos BM4 no início da operação?
19. a) Em cada parte, use a informação da tabela para determinar se o sistema
AX = B é possível. Se for, determine o número de variáveis livres
da solução geral. Justi…que sua resposta.
Tamanho de A
Posto de A
Posto de [A jB ]
(a)
3 3
2
3
(b)
9
4
4
29
(c)
5
4
4
0
0
(d)
3 3
3
3
b) Para cada uma das matrizes da tabela acima determine se o sistema
homogêneo AX = 0; é possível. Indique a quantidade de soluções
para cada caso.
30
1.9
1.9.1
Apêndice
Cálculo da inversa por adjunta
Dada uma matriz , lembramos que o cofator dij do elemento aij da matriz A é
o elemento ( 1)i+j det Aij , onde Aij é a submatriz de A obtida extraindo-se a
i esima linha e a j esima coluna. Com estes cofatores forma-se uma nova
matriz A; denomindada matriz dos cofatores denotada por A: Portanto
A = [dij ]
onde dij = ( 1)i+j det Aij
Exemplo 39 :
2
A=4
a11 = 2 ) d11 = ( 1)1+1 det
a21
a22
a23
a31
a32
a33
3
1
1
6
4
5
3
1 0
1 4 5
6 5
= 1 ( 19) =
19
4
= 1 ( 19) = 19
5
3 1
= 0 ) d13 = ( 1)1+3 det
= 1 ( 19) = 19
1
6
1 0
= 3 ) d21 = ( 1)2+1 det
= 1 (5) = 5
6 5
2 0
= 1 ) d22 = ( 1)2+2 det
= 1 (10) = 10
1 5
2 1
= 4 ) d23 = ( 1)2+3 det
= 1 (11) = 11
1 6
1 0
= 1 ) d31 = ( 1)3+1 det
= 1 (4) = 4
1 4
2
0
= 6 ) d32 = ( 1)3+2 det
= 1 (8) = 8
3 4
2
1
= 1 (5) = 5
= 5 ) d33 = ( 1)3+3 det
3 1
2
3
19 19
19
10
11 5
A=4 5
4
8 5
a12 = 1 ) d12 = ( 1)1+2 det
a13
2
3
1
De…nição: Dada uma matriz quadrada A, chamaremos de matriz adjunta de
A à transposta da matriz dos cofatores de A e denotaremos adj A: Portanto adj
T
A=A :
Teorema: Uma matriz quadrada A admite inversa se e somente se det A 6= 0:
Neste caso
1
A 1=
(adjA)
det A
31
1.9.2
Regra de Cramer
Um outro método de resolução de sistemas lineares de ordem n n é a Regra
de Cramer onde as soluções do sistema linear são calculadas usando o determinante. Justamente por usar o determinante este método torna-se inviável
computacionalmente, mas é bastante prático em certas questões teóricas.
a11 x1 + a12 x2 + a13 x3 + :::::: + a1n xn
a21 x1 + a22 x2 + a23 x3 + :::::: + a2n xn
..
..
..
..
.
.
.
.
an1 x1 + an2 x2 + an3 x3 + :::::: + ann xn
Na forma matricial este sistema
2
a11 a12
6 a21 a22
6
6 ..
..
......
4 .
.
...
an1
an2
=
=
..
.
b1
b2
..
.
= bn
é escrito da seguinte maneira:
32
3 2
3
a1n
x1
b1
6
7 6
7
a2n 7
7 6 x2 7 6 b2 7
=
7
6
6
7
..
.
. 7
5 4 .. 5 4 .. 5
.
ann
xn
bn
1
Supondo que det C 6= 0 e portanto que C tenha inversa C
C
1
CX
CX
IX
X
=
=
=
=
B
C
C
C
1
B (observe que estamos multiplicando C
1
B
1
B
usando a relação
C
1
=
1
(adjC)
det C
temos
X=
1
(adjC)B
det C
32
1
obtemos
pela esquerda)
2
6
6
6
4
2
6
6
6
4
2
6
6
6
4
x1
x2
..
.
xn
x1
x2
..
.
xn
x1
x2
..
.
xn
3
02
7
7
7 =
5
B6
1
B6
adj B6
det C
@4
3
7
7
7 =
5
1
det C
3
7
7
7 =
5
1
det C
02
B6
B6
B6
@4
2
6
6
6
4
a11
a21
..
.
a12
a22
..
.
an1
an2
......
...
31 2
a1n
a2n
..
.
7C 6
7C 6
7C 6
5A 4
ann
D11
Da21
..
.
Da12
Da22
..
.
Dan1
Dan2
......
...
b1 D11 +
b1 Da21 +
..
.
b2 Da12
b2 Da22
..
.
b1 Dan1
b2 Dan2
Da1n
Da2n
..
.
Dann
+
+
......
...
Analogamente
bn
31 2
7C 6
7C 6
7C 6
5A 4
2
xi =
6
6
det 6
4
a11
a21
..
.
an1
2
a11
6 a21
6
det 6 .
4 ..
an1
a1n
a2n
..
.
bn
ann
3
an2
i = 2; 3; :::::; n
Podemos escrever esta relação na forma
33
ann
b1
b2
..
.
a12
a22
..
.
......
...
7
7
7
5
b1
b2
..
.
bn
bn Dann
1
(b1 D11 + b2 Da12 +
+ bn Da1n )
det C
3
2
b1 a12
a1n
6 b2 a22
a2n 7
1
7
6
x1 =
det 6 .
7
.
.
.
.
..
...... ...
det C
4 ..
5
bn an2
ann
2
3
b1 a12
a1n
6 b2 a22
a2n 7
6
7
det 6 .
7
.
.
.
.
..
...... ...
4 ..
5
bn an2
ann
2
3
x1 =
a11 a12
a1n
6 a21 a22
a2n 7
6
7
det 6 .
7
.
.
.
.
..
...... ...
4 ..
5
an2
3
+ bn Da1n
+ bn Da2n
..
.
x1 =
an1
b1
b2
..
.
a1n
a2n
..
.
ann
7
7
7
5
3
7
7
7
5
3
7
7
7
5
3
7
7
7
5
xi =
onde
e
2
6
6
Di = det 6
4
Di
D
a11
a21
..
.
b1
b2
..
.
a1n
a2n
..
.
an1
bn
ann
2
6
6
D = det 6
4
a11
a21
..
.
a12
a22
..
.
an1
an2
......
...
a1n
a2n
..
.
ann
3
7
7
7
5
3
7
7
7
5
Usando a Regra de Cramer podemos classi…car um sistema n n:
Se D 6= 0 então o sistema possui uma única solução (compatível e determinado)
Se D = 0 e algum dos Di 6= 0 então o sistema é incompatível
Se D = 0 e todos os Di = 0, para i = 1; :::; n então o sistema possui in…nitas
soluções. Note que não podemos determinar o grau de liberdade pela Regra de
Cramer.
Exemplo 40 Resolver o sistema
x+y =2
10x + 10y = 20
D = det
1
10
1
10
=0
D1 = det
2
20
1
10
=0
D2 = det
1
10
2
20
=0
Logo o sistema possui in…nitas soluções.
Exemplo 41 Resolver o sistema
8
<
2x + y z = 0
20x + 20y 20z = 1
:
x+y z =0
2
3
2
1
1
20 5 = 0
D = det 4 20 20
1
1
1
34
2
0
D1 = det 4 1
0
2
2
D2 = det 4 20
1
2
2
D3 = det 4 20
1
Como D2 = 20 e D3 =
1
20
1
1
0
1
1
20
1
3
1
20 5 = 0
1
3
1
20 5 = 20
1
3
0
1 5= 1
0
1 o sistema é incompatível
Exemplo 42 Resolva o sistema
8
< x+y z =0
x y z=1
:
x+y+z =1
2
1
D = det 4 1
1
1
1
1
Logo o sistema tem uma única solução
2
0
D1 = det 4 1
1
2
1
D2 = det 4 1
1
2
1
D3 = det 4 1
1
1
1
1
A solução é
x1
=
x2
=
x3
=
0
1
1
1
1
1
3
1
1 5=
1
4
3
1
1 5= 4
1
3
1
1 5=2
1
3
0
1 5= 2
1
4
D1
=
=1
D
4
2
1
D2
=
=
D
4
2
D
2
1
=
=
D3
4
2
Exercício: Usando a Regra de Cramer faça a classi…cação de um sistema
homogêneo AX = 0
35
Capítulo 2
ESPAÇOS VETORIAIS
2.1
Introdução
Álgebra linear é uma parte da Álgebra que, por sua vez, é um ramo da Matemática
na qual são estudados matrizes, espaços vetoriais e transformações lineares.
Todos esses itens servem para um estudo detalhado de sistemas lineares de
equações.
Tanto a álgebra Linear como a Geometria Analítica aplicam-se a várias áreas,
em especial às Engenharias. Citamos, a seguir, alguma delas. É claro que
neste curso não conseguiremos aborda-las todas. Contudo, nosso objetivo no
momento é que o estudante tome contato com o que representa o estado da arte
neste contexto.
Jogos de Estratégia: no jogo de roleta o jogador dá seu lance com uma
aposta e o cassino responde com o giro da roleta; o lucro para o jogador ou
para o cassino é determinado a partir destes dois movimentos. Esses são os
ingredientes básicos de uma variedade de jogos que contêm elementos tanto
de estratégia quanto de acaso. Os métodos matriciais podem ser usados para
desenvolver estratégias otimizadas para os jogadores.
Administração de Florestas: o administrador de uma plantação de árvores de Natal quer plantar e cortar as árvores de uma maneira tal que a con…guração da ‡oresta permaneça inalterada de um ano para outro. O administrador também procura maximizar os rendimentos, que dependem de número
e do tamanho das árvores cortadas. Técnicas matriciais podem quanti…car este
problema e auxiliar o administrador a escolher uma programação sustentável de
corte.
Computação grá…ca: uma das aplicações mais úteis da computação grá…ca é a do simulador de vôo. As matrizes fornecem uma maneira conveniente
de lidar com a enorme quantidade de dados necessários para construir e animar
36
os objetos tridimensionais usados por simuladores de vôo para representar um
cenário em movimento. Outras aplicações mais simples em computação grá…ca
são: vetores e matrizes –são utilizados em espaços de cores(RGB, HSV, etc), em
coordenadas e transformações geométricas em duas e três dimensões, em combinações convexas e lineares de pontos( curvas e superfícies spline), em representação compacta de sessões cônicas, etc.; coordenadas homogêneas e geometria
projetiva – utilizando comumente para representar consistentemente transformações a…ns e processos de projeção( paralela, perspectiva, modelos de câmera
virtual): números complexos – em rotação no plano e também em processamento de imagens, incluindo transformadas de co-seno, Fourier, etc.; quatérnios
–rotação espaciais e implementação de cinemática inversa( resolver problemas
de posicionamento de juntas articuladas).
Redes Elétricas: circuitos elétricos que contenham somente resistências
e geradores de energia podem se analisados usando sistemas lineares derivados
das leias básicas da teoria de circuitos.
Distribuição de Temperatura de Equilíbrio: uma tarefa básica da ciência e da engenharias, que pode se reduzida a resolver um sistema de equações
lineares através de técnicas matriciais interativas, é determinar a distribuição
de temperatura de objetos tais como a do aço saindo da fornalha.
Cadeias de Markov: os registros meteorológicos de uma localidade especí…ca podem ser usados para estimar a probabilidade de que vá chover em
um certo dia a partir da informação de que choveu ou não no dia anterior. A
teoria das cadeias de Markov pode utilizar tais dados para prever, com muita
antecedência, a probabilidade de um dia chuvoso na localidade.
Genética: os mandatários do Egito recorriam a casamentos entre irmãos
para manter a pureza da linhagem real. Este costume propagou e acentuou
certos traços genéticos através de muitas gerações. A teoria das matrizes fornece
um referencial matemático para examinar o problema geral da propagação de
traços genéticos.
Crescimento Populacional por Faixa Etária: a con…guração populacional futura pode ser projetada aplicando álgebra matricial às taxas, especi…cas por faixas etárias, de nascimento e mortalidade da população. A evolução
a longo prazo da população depende das características matemáticas de uma
matriz de projeção que contém os parâmetros demográ…cos da população.
Colheita de Populações Animais: a colheita sustentada de uma criação
de animais requer o conhecimento da demogra…a da população animal. Para
maximizar o lucro de uma colheita periódica, podem ser comparadas diversas
estratégias de colheita sustentada utilizando técnicas matriciais que descrevem
37
a dinâmica do crescimento populacional.
Criptogra…a: durante a Segunda Guerra Mundial, os decodi…cadores
norte americanos e britânicos tiveram êxito em quebrar o código militar inimigo
usando técnicas matemáticas e máquinas so…sticadas (por exemplo, a Enigma).
Hoje me dia, o principal impulso para o desenvolvimento de códigos seguros
é dado pelas comunicações con…dencias entre computadores e em telecomunicações.
Construção de Curvas e Superfícies pó Pontos Especí…cos: em seu trabalho “Principia Mathematica” ( os princípios matemáticos da Filoso…a Natural) I. Newton Abordou o problema da construção de uma elipse por cinco
pontos dados. Isto ilustraria como encontrar a órbita de um cometa ou de
um planeta através da análise de cinco observações. Ao invés de utilizarmos o
procedimento geométrico de Newton, podemos utilizar os determinantes para
resolver o problema analiticamente.
Programação Linear Geométrica: um problema usual tratado na área
de programação linear é o da determinação de proporções dos ingredientes em
uma mistura com o objetivo de minimizar seu custo quando as proporções
variam dentro de certos limites. Um tempo enorme do uso de computadores
na administração e na indústria é dedicado a problemas de programação linear.
O problema na Alocação de Tarefas: um problema importante na indústria é o do deslocamento de pessoal e de recursos de uma maneira e…ciente
quanto ao custo. Por exemplo, uma construtora pode querer escolher rotas para
movimentar equipamento pesado de seus depósitos para os locais de construção
de maneira a minimizar a distância total percorrida.
Modelos Econômicos de Leontief : num sistema econômico simpli…cado,
uma mina de carvão, uma ferrovia e uma usina de energia necessitam cada uma
de uma parte da produção das outras para sua manutenção e para suprir outros
consumidores de seu produto. Os Modelos de produção de Leontief podem ser
usados para determinar o nível de produção necessário às três indústrias para
manter o sistema econômico.
Interpolação Spline Cúbica: as fontes tipográ…cas PostScript e TrueType usadas em telas de monitores e por impressoras são de…nidas por curvas
polinomiais por partes denominadas splines. Os parâmetros que os determinam
estão armazenados na memória do computador, um conjunto de parâmetros
para cada um dos caracteres de uma particular fonte.
Teoria de Grafos: a classi…cação social num grupo de animais é uma
relação que pode ser descrita e analisada com a teoria de grafos, Esta teoria
38
também tem aplicações a problemas tão distintos como a determinação de rotas
de companhias aéreas e a análise de padrões de votação.
Tomogra…a Computadorizada: um dos principais avanços no diagnóstico médico é o desenvolvimento de métodos não invasivos para obter imagens
de seções transversais do corpo humano, como a tomogra…a computadorizada
e a ressonância magnética. Os métodos da Álgebra Linear podem ser usados
para reconstruir imagens a partir do escaneamento por raios X da tomogra…a
computadorizada.
Conjuntos Fractais: conjuntos que podem ser repartidos em versões
congruentes proporcionalmente reduzidas do conjunto original são denominadas
fractais. Os fractais são atualmente aplicados à compactação de dados computacionais. Os métodos de Álgebra Linear podem ser usados para construir e
classi…car fractais
Teoria do Caos: os pixels que constituem ema imagem matricial podem
ser embaralhados repetidamente de uma mesma maneira, na tentativa de tornalos aleatórios. Contudo, padrões indesejados podem continuar aparecendo no
processo. A aplicação matricial que descreve o processo de embaralhar ilustra
tanto a ordem quanto a desordem que caracterizam estes processos caóticos.
Um Modelo de Mínimos Quadrados para a Audição Humana: o ouvido
interno contém uma estrutura com milhares de receptores sensoriais ciliares.
Estes receptores, movidos pelas vibrações do tímpano, respondem a freqüências
diferentes de acordo com sua localização e produzem impulsos elétricos que
viajam até o cérebro através do nervo auditivo. Desta maneira, o ouvido interno
age como um processador de sinais que decompõe uma onda sonora complexa
em um espectro de freqüências distintas.
Deformações e Mor…smos: você já deve ter visto em programas de
televisão ou clips musicais imagens mostrando rapidamente o envelhecimento
de uma mulher ao longo do tempo, ou a transformação de um rosto de mulher no de uma pantera, a previsão de como seria hoje o rosto de uma criança
desaparecida há 15 anos atrás, etc. Estes processos são feitos a partir de algumas poucas fotos. A idéia de continuidade, de evolução do processo, é feita
através do computador.Este processo de deformação é chamado de mor…smo,
que se caracteriza por misturas de fotogra…as reais com fotogra…as modi…cadas
pelo computador. Tais técnicas de manipulação de imagens têm encontrado
aplicações na indústria médica, cienti…ca e de entretenimento.
Produto de dez anos de intensa pesquisa e desenvolvimento, o primeiro
ônibus espacial dos EUA (lançado em 1981) foi uma vitória da engenharia de
controle de sistemas, envolvendo muitas áreas da engenharia - aeronáutica,
39
química , elétrica, hidráulica e mecânica. Os sistemas de controle de ônibus
espacial são absolutamente críticos para vôo. Ele requer um constante monitoramento por computador durante o vôo atmosférico. O sistema de vôo envia uma sequência de comandos para a superfície de controle aerodinâmico.
Matematicamente , os sinais de entrada e saída de um sistema de Engenharia
são funções. É importante para as aplicações que essas funções possam ser
somadas e multiplicadas por escalares. Essas duas operações em funções tem
propriedades algébricas que são completamente análogas às operações de soma
de vetor e multiplicação de vetor por escalar no Rn : Por esse motivo, o conjunto
de todas as entradas possíveis (funções) é chamado de um espaço vetorial.
A fundamentação matemática para a engenharia de sistemas repousa sobre espaços vetoriais de funções, portanto precisamos estender a teoria de vetores do
Rn de modo a incluir tais funções.
Antes de apresentarmos a sua de…nição, analisaremos em paralelo dois
objetos: o conjunto formado pelas funções f : R ! R, denotado por F (R)
e o conjunto das matrizes quadradas de ordem n com coe…cientes reais que
denotaremos por Mn (R).
A soma de duas funções f e g de F (R) é de…nida como:
(f + g)(x) = f (x) + g(x):
Note também que se
f ; da seguinte forma:
2 R podemos multiplicar o escalar
pela função
( f ) (x) = (f (x))
resultando num elemento de F (R):
Com relação a Mn (R) podemos somar duas matrizes quadradas de
ordem n,
A + B = (aij + bij )nxn
que é um elemento de Mn (R):
Com relação à multiplicação do escalar
pela matriz A 2 R
A = ( aij )nxn
o qual também 2 Mn (R):
O que estes dois exemplos acima, com a adição de seus elementos e
multiplicação de seus elementos por escalares, têm em comum?
Veri…ca-se facilmente a partir das propriedades dos números reais que,
com relação a quaisquer funções f , g e h em F (R) e para ; 2 R, são válidos
os seguintes resultados:
1. f + g = g + f
2. f + (g + h) = (f + g) + h
3. Se g representa a função nula então f + g = f
4. f + ( f ) = 0
40
5.
( f) = (
)f
6. ( + )f = f + f
7.
(f + g) = f + g
8. 1f = f
Agora, com relação a quaisquer matrizes A; B; e C em Mn e para todo
2 R, também são válidos os seguintes resultados:
;
1. A + B = B + A
2. A + (B + C) = (A + B) + C
3. Se 0 representa a matriz nula então A + 0 = A
4. A + ( A) = 0
5.
( A) = (
)A
6. ( + )A = A + A
7.
(A + B) = A + B
8. 1A = A
Observamos que o conjunto das funções bem como o das matrizes, quando
munidos de soma e multiplicação por escalar, apresentam propriedades algébricas comuns. Existem muitos outros exemplos de conjuntos que apresentam as
mesmas propriedades acima. Para não estudarmos separadamente cada conjunto, estudaremos um conjunto genérico e não vazio, V , sobre o qual supomos
estar de…nidas as operações de adição e multiplicação por escalar.
De…nição 43 Um espaço vetorial V é um conjunto, cujos elementos são chamados vetores, no qual estão de…nidas duas operações: a adição, que a cada par
de vetores, u e v 2 V faz corresponder um novo vetor denotado por u + v 2 V ,
chamado a soma de u e v, e a multiplicação por um número real, que a cada 2
R e a cada vetor v 2 V faz corresponder um vetor denotado por v, chamado
produto de por v. Estas operações devem satisfazer, para quaisquer ; 2 R
e u, v e w 2 V as seguintes propriedades:
1. Comutatividade: u + v = v + u
2. Associatividade: (u + v) + w = u + (v + w)
3. Vetor nulo: existe um vetor nulo 0 2 V tal que v + 0 = v para todo v 2 V
4. Inverso aditivo: Para cada v 2 V existe
5. Distributividade: ( + )v = v + v
41
v 2 V tal que
v+v =0
6. (
7.
)v = ( v)
(u + v) = u + v
8. Multiplicação por 1: 1:u = u
Exemplo 44 Para todo número natural n, o símbolo Rn representa o espaço
vetorial euclidiano n-dimensional. Os elementos de Rn são as listas ordenadas
(chamadas n-uplas) u = (x1; x2; x3;:::::::; xn ); v = (y1 ; y2; y3 ; ::::::yn ) de números
reais. Por de…nição a igualdade vetorial u = v signi…ca as n igualdades numéricas
x1 = y1; x2 = y2 ; :::::xn = yn :
Em Rn de…nimos as operações:
u + v = (x1 + y1 ; x2 + y2; ::::xn + yn )
e
u = ( x1; x2 ; ::::: xn )
Veri…ca-se sem di…culdades, que estas de…nições fazem do Rn um E. V. (veri…que).
Exemplo 45 O conjunto dos polinômios em x; de grau menor ou igual a n é
de…nido por :
Pn = p(x) = ao + a1 x + ::::: + an
n 1
1x
+ an xn
ao ; a1 ; ::::; an
1 ; an
2R
com as operações de adição de polinômios e multiplicação de um polinômio por
um escalar é um espaço vetorial. Note que cada elemento de Pn é uma função
p:R!R
Exemplo 46 O conjunto das matrizes de…nido por
n
o
M (m; n) = [aij ]m n
aij 2 R; i = 1; ::; m e j = 1; ::; n
com a soma usual de matrizes e multiplicação usual de um escalar por uma
matriz é um espaço vetorial.
No caso particular das matrizes quadradas de ordem n denotaremos
M (n; n) por Mn :
Exemplo 47 Seja o conjunto R2 = f(x; y)
de…nidas:
x; y 2 Rg com as operações assim
(x1 ; y1 ) + (x2 ; y2 ) = (x1 + x2 ; y1 + y2 )
(x; y) = ( x; y)
42
O conjunto R2 com estas operações não é um espaço vetorial, de fato:
Vamos mostrar que falha a propriedade 5) do E.V.
( + )u = ( + )(x1 ; y1 ) = (( + )x1 ; y1 ) = ( x1 + x1 ; y1 )
u+ u
= = (x1 ; y1 ) + (x1 ; y1 ) = ( x1 ; y1 ) + ( x1 ; y1 ) = ( x1 + x1 ; 2y1 )
) ( + )u 6= u + u
Exercício 48 Veri…que se V = M2 com as operações:
(i) Soma:
a1
c1
b1
d1
+
a2
c2
b2
d2
(ii) Multiplicação por escalar:
=
a1 + a2
c1 + c2
a1
c1
b1
d1
b1 + b 2
d1 + d2
=
a1
c1
b1
d1
é um espaço vetorial.
Solução:
Como a adição é a usual, então todas as propriedades da adição serão satisfeitas. Se alguma propriedade falhar, será na multiplicação por escalar, pois
esta não é a usual.
a b
m n
Sejam A =
eB=
:
c d
o p
Vamos mostrar que falha a propriedade: ( + )A = A + A
a b
a
b+ b
(i) ( + )A = ( + )
=
c d
c+ c
d
a b
a b
a
b
a
b
2a
(ii) A+ A =
+
=
+
=
c d
c d
c d
c d
c+ c
Por (i) e (ii) concluímos que ( + )A 6= A + A: Logo V = M2 com as
operações de…nidas acima não é um espaço vetorial.
2.2
Subespaços
De…nição 49 Seja V um espaço vetorial. Dizemos que W
vetorial de V se forem satisfeitas as seguintes condições:
V é um subespaço
1. se u , v 2 W então u + v 2 W
2. se u 2 W então u 2 W para todo
2 R:
Podemos fazer três observações:
as condições da de…nição garantem que ao operarmos em W (soma e multiplicação por escalar) não obteremos um vetor fora de W: Isto é su…ciente
para a…rmar que W é ele próprio um E.V.
43
b+ b
2d
Qualquer subespaço W de V precisa conter o vetor nulo.
Todo espaço vetorial admite pelo menos dois subespaços: o conjunto formado pelo vetor nulo e o próprio E.V.
Exemplo 50 Seja V = R5 e W = f0; x2; x3 ; x4 ; x5 )g , W
vetorial?
Resolução:
veri…camos as condições de subespaço:
v = (0; y2; y3 ; y4 ; y5 ) 2 W
é um subespaço
seja u = (0; x2; x3 ; x4 ; x5 ) 2 W e
1. u + v = (0; x2 + y2; x3 + y3 ; x4 + y4 ; x5 + y5 ) 2 W
2.
u = (0; x2; x3 ; x4 ; x5 ) = (0; x2; x3 ; x4 ; x5 ) 2 W
logo W é um subespaço vetorial.
Exemplo 51 Seja S = f(x; y; z) 2 R3 x + y + z = 0g, S é um subespaço de
R3 ?
Resolução:
Dados u = (x1 ; y1 ; z1 ) 2 S e v = (x2 ; y2 ; z2 ) 2 S
1. u + v = (x1 ; y1 ; z1 ) + (x2 ; y2 ; z2 ) = (x1 + x2 ; y1 + y2 ; z1 + z2 )
Como u = (x1 ; y1 ; z1 ) 2 S ) x1 + y1 + z1 = 0: Analogamente x2 + y2 + z2 =
0; e podemos concluir que (x1 + x2 ) + (y1 + y2 ) + (z1 + z2 ) = 0 ) u + v 2 S
2.
u = (x1 ; y1 ; z1 ) = ( x1 ; y1 ; z1 ) para todo
(x1 + y1 + z1 ) = 0 = 0 e dai u 2 S
)
x1 + y1 + z1 =
Portanto, S é um subespaço vetorial de R3 :
Exemplo 52 V = Mn e W é o subconjunto das matrizes triangulares superiores. W é subespaço de V , pois a soma das matrizes triangulares superiores
ainda é uma matriz triangular superior, assim como o produto de uma matriz
triangular por um escalar (Veri…que).
Exemplo 53 Uma situação importante em que aparece um subespaço é obtida
ao resolvermos um sistema linear homogêneo. Considere o sistema homogêneo
AX = O, onde A é uma matriz m n e X é uma matriz coluna n 1:Se X1 e
X2 são duas soluções do sistema AX = O então tem-se AX1 = O e AX2 = O:
Mas A(X1 + X2 ) = AX1 + AX2 = O + O = O, logo X1 + X2 é uma solução do
sistema AX = O: Também, A(kX1 ) = kAX1 = O; portanto kX1 é uma solução
do sistema AX = O:
Como o conjuntos das matrizes Xn 1 é uma espaço vetorial temos que o
subconjunto de todas as matrizes de ordem n 1 que são soluções do sistema
AX = O é uma subespaço vetorial do espaço vetorial formadso por todas as
matrizes de ordem n 1
44
Exemplo 54 Seja V = R2 e W = f(x; x2 ) 2 R2 x 2 R). Se escolhermos
u = (1; 1) e v = (2; 4) 2 W , temos: u + v = (3; 5) 2
= W , portanto W não é
subespaço vetorial de R2 :
Exemplo 55 Seja V = R2 e W = f(x; y) 2 R2 y = 2xg, W é subespaço
vetorial de R2 ; pois temos:
1. Para u = (x1 ; 2x1 ) e v = (x2 ; 2x2 ) 2 W tem-se u + v = (x1 + x2 ; 2(x1 +
x2 )) 2 W , pois a segunda componente de u + v é igual ao dobro da
primeira.
2.
u = (x1 ; 2x1 ) = ( x1 ; 2( x1 )) 2 W , pois a segunda componente de u
é igual ao dobro da primeira.
0
1
2
1 0
AB = BAg. Veri…que se W é um espaço vetorial
Exemplo 56 Considere o espaço vetorial M2 e a matriz B =
M2 :Seja W = fA 2 M2
de M2 :
1a Solução: Sejam A1 ; A2 petencente a M2 :
(A1 + A2 ) B = A1 B+A2 B = BA1 +BA2 = B (A1 + A2 ) ) (A1 + A2 ) 2 M2
(kA1 ) B = k (A1 B) = k (BA1 ) = B (kA1 ) ) (kA1 ) 2 M2
Logo W é um subespaço vetorial de W:
a b
2 W; sabe-se que a matriz A deve satisc d
fazer a relação AB = BA:Portanto
2a Solução: Tomando A =
a b
c d
0
1
1
0
=
b
d
a
c
=
b
a
a
c
b
)W =
a
a b
Sejam u =
ev=
b a
a b
x y
u+v =
+
b a
y x
Logo A =
a
b
0
1
1
0
a b
c d
c
d
a
b
c
d)a=d
=
=
= d
= b)b=
c
a b
2 M2 a; b 2 R
b a
x y
y x
a+x b+y
=
=
b y a+x
45
a+x
b+y
2W
(b + y) a + x
a b
ka kb
=
2W
b a
kb ka
Como u + v 2 W e ku 2 W ) W é um subespaço vetorial de M2
ku = k
Exemplo 57 Veri…que se
espaço vetorial de V = P3 .
W =
n
o
00
0
p(x) 2 P3 : p (2) + p (1) = 0 é um sub-
Resolução:
00
0
00
0
Sejam p(x); q(x) 2 W ) p (2) + p (1) = 0 e q (2) + q (1) = 0
Assim (p + q)(x) = p(x) + q(x) é tal que
00
00
00
00
0
0
00
0
00
0
(p + q) (2) + (p + q) (1) = p (2) + q (2) + p (1) + q (1)
= p (2) + p (1) + q (2) + q (1)
=0+0=0
e então (p + q)(x) 2 W:
Da mesma forma, ( p)(x) = p(x) é tal que
00
0
00
0
( p) (2) + ( p) (1) = p (2) + p (1) =
00
0
p (2) + p (1) = :0 = 0
e então ( p)(x) 2 W:
Portanto W é subespaço vetorial de P3 :
2.3
Intersecção de dois Subespaços Vetoriais
De…nição 58 Dados W1 e W2 subespaços de um espaço vetorial V , a intersecção W1 \ W2 ainda é um subespaço de V .
Exemplo 59 V = R3 : Seja W1 = f(x; y; z) 2 R3 = y = 0) e W2 = f(x; y; z) 2
R3 = x = 0): W1 \ W2 é a reta de intersecção dos planos W1 e W2 ; ou seja
W1 \ W2 = f(x; y; z) 2 R3 = x = 0 e y = 0)
Exemplo 60 V = R3 : Seja W1 = f(x; y; z) 2 R3 = x + y + z = 0) e W2 =
f(x; y; z) 2 R3 = x + y z = 0):
Para encontrarmos a intersecção dos dois subespaços
devemos resolver o sistema
x+y+z =0
x+y z =0
A solução desse sistema é z = 0; y =
R3 : z = 0 e y = x)
46
x: Portanto W1 \ W2 = f(x; y; z) 2
Exemplo 61 V = P3 : Seja W1 = fp 2 P3 : p0 (1) = 0g e W2 = fp 2 P3 :
p00 (1) = 0g
Como p 2 P3 então p = a + bx + cx2 + dx3 ; com
a; b; c; d 2 R: Se p 2 W1 então p0 (1) = 0 ) b + 2c + 3d = 0: Se p 2 W2 então
p00 (1) = 0 ) 2c + 6d = 0: Para que p pertença a W1 \ W2 devemos resolver o
sistema
b + 2c + 3d = 0
2c + 6d = 0
c =
b =
Portanto
3d
3d
W1 \ W2 = fp 2 P3 : p = a + 3dx
3dx2 + dx3 g
Exemplo 62 V = M (n; n); W1 = fmatrizes triangulares superiores}; W2 =
fmatrizes triangulares inferiores}. Então W1 \ W2 = fmatrizes diagonais}.
Exemplo 63 Seja V = M2 =
a b
c d
e
W1 =
a b
0 0
; a; b 2 R
W2 =
a 0
c 0
; a; c 2 R
W = W1 \ W2 é um subespaço de V , pois
W =
a 0
0 0
;a 2 R
Exemplo 64 Sejam W1 e W2 dados por:
W1 = f(x; y) 2 R2 : x + y = 0g
e
W2 = (x; y) 2 R2 : x
y = 0g
será que W1 [ W2 é um subespaço vetorial de V ?
Solução :
Não. Basta considerar V = R2 ;
u = (1; 1) 2 W2
v = (1; 1) 2 W1
mas u + v = (1; 1) + (1; 1) = (2; 0) 2
= W1 [ W2 (represente gra…camente
esta soma de vetores)
47
2.4
Combinação Linear
De…nição 65 Seja V um espaço vetorial real, v1 ; v2 ; ::::::; vn 2 V e a1 ; a2;::::::::: an 2
R. Então, o vetor
v = a1 v1 + a2 v2 + ::::: + an vn
é um elemento de V ao que chamamos de combinação linear de v1 ; v2 ; ::::::; vn :
Exemplo 66 Em R2
vetores
os vetor v = (10; 16) é uma combinação linear dos
v1 = (1; 2) v2 = (3; 4)
pois v = 4v1 + 2v2 :
Exemplo 67 Veri…que se o vetor v = (3; 2; 1) pode ser escrito como uma combinação linear dos vetores v1 = (1; 1; 1); v2 = (1; 1; 1); v3 = (1; 1; 1):
Devemos veri…car se existem números a; b; c tais que v = av1 +bv2 +cv3 ;
ou seja,
(3; 2; 1) = a(1; 1; 1) + b(1; 1; 1) + c(1; 1; 1):
devemos então resolver o sistema
2
1 1
41
1
1 1
32 3 2 3
1
a
3
1 5 4 b 5 = 425
1
c
1
Mas esse sistema tem uma única solução a = 23 ; b = 12 e c = 1: Portanto
v pode realmente ser escrito como combinação de v1 ; v2 e v3 ; da forma v =
1
3
2 v1 + 2 v2 + v3 :
Exemplo 68 No espaço vetorial P2 o polinômio p = 7x2 + 11x 26 é combinação linear dos polinômios: q1 = 5x2 3x + 2 e q2 = 2x2 + 5x 8; de fato
p = 3q1 + 4q2 (con…ra).
Exemplo 69 Veri…que que em P2 o polinômio p(x) = 1+x2 é uma combinação
dos polinômios q(x) = 1, r(x) = 1 + x e s(x) = 1 + x + x2 :
Resolução:
Precisamos encontrar números reais, a1 ; a2 e a3 tais que:
p(x) = a1 q(x) + a2 r(x) + a3 s(x)
Ou seja, precisamos encontrar a1 ; a2 e a3 satisfazendo:
1 + x2
1:1 + 0x + 1:x2
= a1 + a2 (1 + x) + a3 (1 + x + x2 )
= (a1 + a2 + a3 ) + (a2 + a3 ) x + a3 x3
que é equivalente ao sistema:
8
< a1 + a2 + a3 = 1
a2 + a3 = 0
:, a1 = 1; a2 =
:
a3 = 1
48
1 e a3 = 1:
Exemplo 70 Consideremos , no R3 , os seguintes vetores: v1 = (1; 3; 2) e
v2 = (2; 4; 1): Escreva o vetor v = ( 4; 18; 7) como combinação linear dos
vetores v1 e v2 :
Resolução:
v = a1 v1 + a2 v2
( 4; 18; 7) = a1 (1; 3; 2)+a2 (2; 4; 1) = (1a1 ; 3a1 ; 2a1 )+(2a2 ; 4a2 ; 1a2 ) =
= (a1 + 2a2 ; 3a1 + 4a2; 2a1 a2 ) que é equivalente ao sistema:
8
< a1 + 2a2 = 4
3a1 + 4a2 = 18 , a1 = 2; a2 = 3:
:
2a1 a2 = 7
Portanto, v = 2v1 3v2 : Agora mostre que o vetor v = (4; 3; 6) não é
combinação linear dos vetores v1 = (1; 3; 2) e v2 = (2; 4; 1):
2.5
Dependência e Independência Linear
De…nição 71 Seja V um espaço vetorial e v1 ; v2 ; ::::::; vn 2 V: Dizemos que o
conjunto fv1 ; v2 ; ::::::; vn g é linearmente independente (LI), se a equação:
a1 v1 + a2 v2 + :::: + an vn = 0
implica que
a1 = a2 = ::: = an = 0:
No caso, em que exista algum ai 6= 0 dizemos que fv1 ; v2 ; ::::::; vn g é linearmente dependente (LD).
Para determinarmos se um conjunto é L.I. ou L.D. devemos fazer a
combinação linear do conjunto de vetores e igualar esta combinação linear ao
vetor nulo do espaço. Portanto é muito importante ter conhecimento do vetor
nulo do espaço em que estamos trabalhando.
De…nição 72 Considere o espaço vetorial R3 e os conjunto de vetores:
= f(1; 2; 3) ; (1; 1; 1); (1; 0; 0)g
= f(1; 2; 3) ; (1; 1; 1); (3; 5; 7)g
Os conjuntos e acima são L.I ou L.D?
Solução:
Fazendo a combinação linear
a (1; 2; 3) + b(1; 1; 1) + c(1; 0; 0) = (0; 0; 0)
49
temos o sistema homogêneo:
8
< a+b+c =
2a + b
=
:
3a + b
=
0
0
0
cuja única solução é a = b = c = 0. Portanto o conjunto
Fazendo a combinação linear
é L.I
a (1; 2; 3) + b(1; 1; 1) + c(3; 5; 7) = (0; 0; 0)
temos o sistema homogêneo:
8
< a + b + 3c =
2a + b + 5c =
:
3a + b + 7c =
0
0
0
que possui in…nitas soluções ( grau de liberdade 1). Portanto além da solução
nula ( que todo sistema homogêneo tem) este sistema possui outras soluções
diferentes da solução nula, logo o conjunto é L.D.
Teorema 73 O conjunto fv1 ; v2 ; ::::::; vn g é LD se, e somente se um dos vetores
do conjunto for uma combinação linear dos outros.
Exemplo 74 a) Seja V = R3 . Sejam v1 ; v2 2 V: O conjunto fv1 ; v2 g é LD se
e somente se v1 e v2 estiverem na mesma reta que passa pela origem (um
vetor é múltiplo do outro), v1 = v2 :
b) Em V = R2 ; e1 = (1; 0) e e2 = (0; 1) são LI, pois:
a1 e1 + a2 e2 = 0 =) a1 (1; 0) + a2 (0; 1) = (0; 0) =) (a1; a2 ) = (0; 0)
logo a1 = 0 e a2 = 0 portanto, e1 e e2 são LI.
Exemplo 75 No espaço Vetorial M2 o conjunto:
1
3
A=
2
1
;
2
3
3
0
;
3
3
4
1
é LD ?
Examinemos a equação:
a1
1
3
cuja solução é a1 =
é LD.
2
1
+ a2
a3 e a2 =
a1 v1 + a2 v2 + a3 v3 = 0
2
3
3
0
+ a3
3
3
4
1
=
0
0
0
0
2a3. :Como existem soluções ai 6= 0; o conjunto
50
Propriedades da Dependência e da Independência Linear
Seja V um E.V
1. Se A = fvg
!
V e v 6= 0 , então A é LI.
2. Se um conjunto A
V contém o vetor nulo, então A é LD
3. Se um conjunto A
V é LI, qualquer parte A1 de A também é LI.
2.6
Subespaços Gerados
De…nição 76 Seja V um espaço vetorial. Consideramos um subconjunto A =
fv1 ; v2 ; ::::::; vn g
V; A 6= ?:O conjunto W de todos os vetores de V que são
combinações lineares dos vetores de A é um subespaço de V: Simbolicamente, o
subespaço W é:
W = fv 2 V
v = a1 v1 + a2 v2 + :::: + an vn g
O subespaço W diz-se gerado pelos vetores v1 ; v2 ; :::vn :; ou gerado pelo conjunto A, e representa-se por:
W = [v1 ; v2 ; :::vn :] ou W = G(A)
Os vetores v1 ; v2 ; :::vn :são chamados geradores do subespaço W; enquanto A é o conjunto gerador de W:
!
Para o caso particular de A = ?; de…ne-se [?] = f 0 g
A G(A), ou seja, f v1 ; v2 ; :::vn g [v1 ; v2 ; :::vn ]
Todo conjunto A
V gera um subespaço vetorial de V , podendo ocorrer
G(A) = V . Nesse caso, A é um conjunto gerador de V:
Exemplo 77 Os vetores i = (1; 0) e j = (0; 1) geram o espaço vetorial R2 ,
pois, qualquer (x; y) 2 R2 é combinação linear de i e j :
(x; y) = xi + yj = x(0; 1) + y(0; 1) = (x; 0) + (0; y) = (x; y)
Então: [i; j] = R2 .
Exemplo 78 Seja V = R3 . Determinar o subespaço gerado pelo vetor v1 =
(1; 2; 3):
Solução: Temos:
[v1 ] = f(x; y; z) 2 R3 =(x; y; z) = a(1; 2; 3); a 2 Rg
Da igualdade: (x; y; z) = a(1; 2; 3) vem: x = a; y = 2a; z = 3a donde:
y = 2x e z = 3x logo ,
[v] = f(x; y; z) 2 R3 =y = 2x e z = 3xg ou [v1 ] = f(x; 2x; 3x); x 2 Rg:
51
Exemplo 79 Encontre o subespaço vetorial de P3 gerado por U = f1; t; t2 ; 1 +
t3 g
Resolução:
Note que t3 = (t3 + 1)
podemos escrever
1. Assim, dado p(t) = ao + a1 t + a2 t2 + a3 t3 2 P3
a3 ) + a1 t + a2 t2 + a3 (t3 + 1) 2 U
p(t) = (a0
Ou seja, qualquer vetor (polinômio) de P3 pode ser escrito como uma combinação linear dos vetores do conjunto U . Logo P3 = [U ]:
Exemplo 80 Encontre o subespaço vetorial gerado de M2 gerado por
1
0
G=
Resolução: Temos que A =
1
1
x y
z t
2
3
;
1
4
2 [G] se e somente se existirem a e
b 2 R tais que
A=
x
z
y
t
=a
1
0
1
1
+b
2
3
1
4
Daí, tem-se o sistema:
8
a + 2b = x
>
>
<
a+b=y
3b = z
>
>
:
a + 4b = t
que é possível se:
z =x+y e t=
Logo [G] =
x
x+y
y
5x+2y
3
5x + 2y
3
: x; y 2 R :
Exemplo 81 Encontre um conjunto
AX = 0g onde
0
1
B 2
A=B
@ 3
0
de geradores para W = fX 2 M (4; 1)
1
0
1
2
Resolução:
52
1
1 0
1 1 C
C
0 1 A
3 1
0
1
a
B b C
C
X=B
@ c A2W
d
0
1
B 0
B
@ 0
0
0
1 1
1
B 0 1
3=2
B
@ 0 0
0
0 0
0
isto é,
0
B
X=B
@
0
1
B 2
() B
@ 3
0
1
2
0
0
1 0
3 1
0 0
0 0
10
0
B
1=2 C
CB
0 A@
0
c
2
3c
2
+
c
d
d
2
d
2
1
1 0 1
10
0
a
1
1 0
B b C B 0 C
0
1 1 C
C = B C ,;
CB
1
0 1 A@ c A @ 0 A
0
d
2 3 1
1 0 1
10
0
a
CB b C B 0 C
C B C
CB
A@ c A = @ 0 A ,
0
d
1 0 1
a
0
B 0 C
b C
a = 2c d2
C=B C,
d
c A @ 0 A
b = 3c
2 + 2
d
0
0
1
2
3
2
1
0
1
2
1
2
1
C
B
C
C
B
C
B
C
C = cB
A
@ 1 A + d@ 0 A
0
1
20 1 1 0 1 13
2
2
6B 3 C B 1 C7
B 2 C B 2 C7
portanto; W = 6
4@ 1 A ; @ 0 A5
0
1
2.7
Soma de Subespaços
De…nição 82 Sejam W1 e W2 dois subespaços vetoriais de V: Então o conjunto
W1 + W2 = fv 2 V
v = w1 + w2 ; w1 2 W1 e w2 2 W2 g
é um subespaço de V:
Exemplo 83 W1 =
Então W1 + W2 =
a b
e W2 =
0 0
a b
= M2 :
c d
0 0
c d
;onde a; b; c; d 2 R.
Exemplo 84 Sejam os subespaços vetoriais
W1 = f(a; b; 0); a; b 2 Rg e W2 = f(0; 0; c); c 2 Rg
do espaço vetorial R3 : A soma W1 + W2 = f(a; b; c); a; b; c 2 Rg é subespaço
vetorial, que nesse caso é o próprio R3 :
53
!
Proposição 85 Quando W1 \ W2 = f 0 g, então W1 + W2 é chamado soma
direta de W1 com W2 ; e denotado por W1 W2 :
Observação 86 Usando os geradores podemos obter uma caracterização da
soma de dois subespaços: Sejam W e U subespaços de V; se W = [u1 ; :::; un ] e
U = [w1 ; :::; wm ] então W + U = [u1 ; :::; un ; w1 ; :::; wm ]
Exemplo 87 Veri…que que R3 é a soma direta de
W1 = f(x; y; z) 2 R3 ; x + y + z = 0g
e
W2 = f(x; y; z) 2 R3 ; x = y = 0g
Resolução:
Note que W2 é de fato um subespaço vetorial de R3 (Veri…que)
Dado v 2 W1; v = (x; y; x y) e u 2 W2 ; u = (0; 0; z)
u + v = (x; y; x y + z) = R3
n!o
vamos mostrar que W1 \ W2 = 0 . Seja (x; y; z) 2 W1 \ W2 temos:
8
<
x
:
y+z =0
x=0
() (x; y; z) = (0; 0; 0)
y=0
Exemplo 88 Encontre os geradores do subespaço U + W onde
U
=
W
=
(x; y; z) 2 R3 x + y + z = 0 ; e
(x; y; z) 2 R3 x + y = 0 e x
z=0
Resolução: Se v 2 U ) v = (x; y; x y) = x(1; 0; 1) + y(0; 1; 1) logo
U = [(1; 0; 1); (0; 1; 1)]
Se v 2 W ) v = (x; x; x) = x(1; 1; 1) logo W = [(1; 1; 1)]
Usando a teoria acima explicada temos que
U + W = [(1; 0; 1); (0; 1; 1); (1; 1; 1)]
2.8
2.8.1
Base e Dimensão de um Espaço Vetorial
Base
Um conjunto
1.
é LI
2.
gera V
= fv1 ; v2 ; ::::::; vn g
V é uma base do E.V se:
54
Exemplo 89
= f(1; 1); ( 1; 0)g é base de R2 . De fato:
1.
é LI pois a(1; 1) + b( 1; 0) = (0; 0) =) a = b = 0
2.
gera R2 , pois para todo (x; y) 2 R2 , tem-se :
(x; y) = y(1; 1) + (y
x)( 1; 0)
Realmente , a igualdade (x; y) = a(1; 1) + b( 1; 0) =) a = y e b = y
x:
Exemplo 90 O conjunto f(0; 1); (0; 2)gnão é base de R2 pois é um conjunto
LD. Se
(0; 0) = a(0; 1) + b(0; 2)
temos a = 2b. Assim para cada valor de b conseguimos um valor para a; ou
seja, temos in…nitas soluções.
Exemplo 91 Seja V = R3 então
do R3 (veri…que!).
Exemplo 92 O conjunto
Pn : De fato:
= f(1; 0; 0); (0; 1; 0); (0; 0; 1)g é uma base
= f1; x; x2 ; :::; xn g é uma base do espaço vetorial
ao + a1 x + a2 x2 + ::::: + an xn = 0
ao + a1 x + a2 x2 + ::::: + an xn = 0 + 0x + 0x2 + ::::: + 0xn
=) a0 = a1 = ::::: = an = 0
portanto, é LI.
gera o espaço vetorial Pn, pois qualquer polinômio p 2 Pn pode ser escrito
assim:
p = ao + a1 x + a2 x2 + ::::: + an xn
que é uma combinação linear de 1; x; x2 ; :::; xn .
Logo, é uma base de Pn :Essa é a base canônica de Pn e tem n + 1 vetores.
Exemplo 93 Encontre uma base para U + W onde
U
W
=
=
(x; y; z) 2 R3 x + y + z = 0
(x; y; z) 2 R
3
x+y =0 e x
e
z=0
Resolução: U = [(1; 0; 1); (0; 1; 1)] e W = [(1; 1; 1)] ( Já vimos este
exemplo)
U + W = [(1; 0; 1); (0; 1; 1); (1; 1; 1)]:
Já temos um conjunto que gera a soma, se este conjunto for L.I. então ele
será uma base.
a(1; 0; 1) + b(0; 1; 1) + c(1; 1; 1) = (0; 0; 0)
55
2
32 3 2 3
0
1
a
0
1
15 4 b 5 = 405
1 1
c
0
2
3
2
3
1
0
1
0
1
1
1
15 ) A 1 = 41 2
15
A=4 0
1
1 1
1 1
1
2 3 2
32 3 2 3
a
0
1
1 0
0
4 b 5 = 41 2
1 5 405 = 405
c
1 1
1
0
0
logo o conjunto é L.I e portanto. = f(1; 0; 1); (0; 1; 1); (1; 1; 1)g é uma
base de U + W
1
40
1
Exemplo 94 Encontre uma base para U + W onde
U
W
=
=
(x; y; z) 2 R3 x
(x; y; z) 2 R
3
x+y
x
Se v = (x; y; z) 2 U )
y+z =0 e x
x
y=0 ; e
z=0ex
y+z =0
y=0
z=0
) v = (x; x; 0) = x(1; 1; 0);
portanto U = [(1; 1; 0)] :
x+y z =0
) u = (x; 0; x) = x(1; 0; 1);portanto
x z=0
Se u = (x; y; z) 2 W )
W = [(1; 0; 1)]
Assim U +W = [(1; 1; 0; ); (1; 0; 1)] : Como o conjunto = f(1; 1; 0; ); (1; 0; 1)g
é L.I então ele é uma base para U + W:
Como o conjunto = f(1; 0; 1); (0; 1; 1); (1; 1; 1)g é LI (veri…que isto) e
gera o espaço U + W então ele é uma base do espaço U + W:
Exemplo 95 Dados:
U = fA 2 M2 (R); A = At g e
1
0
W =
1
1
em M2
encontre uma base para U; W; U \ W; W + U
Resolução:
Para U : A =
a b
c d
, c = b portanto, A 2 U se existirem a1 ; a2 ; a3 2
R tais que
A = a1
1
0
0
0
0
1
+ a2
1
0
+ a3
;
0
0
0
0
pode-se veri…car facilmente que as matrizes
1
0
0
0
;
0
1
1
0
0
1
são L.I e portanto, como geram U , formam uma base de U:
56
0
1
Para W : Como a matriz
1
0
gera W , ela serve para base de W
Para U \ W :
A 2 U \ W , A = At e existe
2 R tal que
A=
, isto é, se e somente se existir
1
1
0
2 R tal que
0
=
0
que é satisfeita quando = 0 , ou seja, A = 0:Desse modo U \ W = f0g: Uma
base para U \ W é = : Veja a observação a seguir para elucidar esse fato.
!
Observação:
Seja
n!
o V um espaço vetorial e 0 2 V o vetor nulo de V: Como
o conjunto = 0 é LD (mostre isto) temos que este conjunto não pode ser
n!o
uma base do conjunto N = 0 : Este é um caso patológico e para que não seja
contrariada a de…nição de
n!base
o tomamos = (conjunto vazio) como sendo
base para o espaço N = 0
Para U + W : Como U \ W = f0g temos U + W é soma direta e, portanto,
uma base é :
1
0
0
0
;
0
1
1
0
;
0
0
0
1
;
1
0
1
1
Proposição 96 "Todo conjunto LI de um espaço vetorial V é base do subespaço
por ele gerado ".
Exemplo 97 O conjunto = f(1; 2; 1); ( 1; 3; 0)g R3 é LI e gera o subespaço
_
W = f(x; y; z) 2 R3 =3x y z = 0g:
Então,
é base de W , pois
é LI e gera W:
Teorema 98 Sejam v1 ; v2 ; :::vn , vetores não nulos que geram um espaço vetorial V . Então, dentre estes vetores podemos extrair uma base de V .
Proposição 99 Seja um E.V V gerado por um conjunto …nito de vetores
v1 ; v2 ; :::vn . Então qualquer conjunto com mais de n vetores é necessariamente
LD (e, portanto, qualquer conjunto LI tem no máximo n vetores).
Exemplo 100 Sejam U e W subespaços de V = M2 tal que U =
eW =
0
1
1
;
0
1
0
0
1
;
1
0
1
1
57
:
a b
c d
2 M2 : b + c = 0
a. Determine uma base para U \ W
Inicialmente, encontremos o subespaço gerado W :
a b
0
1
1 0
1
1
Seja A 2 W ) A =
=
+
+
c d
1 0
0
1
0 1
A
desse sistema é:
0
1
0 matriz ampliada1
1 0
1
b
0
1 1 a
B
B 1 0
1 1
a C
1 bC
C
B
C, Gaussian elimination: B 0
@
@1
A
0
0
1 b + cA
0
0 c
0
0
0 d a
0
1 1 d
O sistema só é possível se d a = 0; daí observamos que o subespaço gerado
a b
W é dado por W =
2 M2 : a = d
c d
a
c
E portanto obtemos U \ W =
; a; c 2 R : Uma base para W é
c a
1 0
0
1
=
;
: Note que as matrizes geram U \ W e são LI, pois
0 1
1 0
não são múltiplas uma da outra.
b. Encontre uma base para U + W:
Obtemos os geradores de U + W unindo os geradores de U e W: Vamos obter
os geradores de U :
a b
1 0
0 1
0 0
Seja A 2 U ) A =
=a
+b
+d
b d
0 0
1 0
0 1
1 0
0 1
0 0
U=
;
;
0 0
1 0
0 1
1 0
0 1
0 0
0
1
1 0
1
1
U +W =
;
;
;
;
;
0 0
1 0
0 1
1 0
0
1
0 1
Uma base para U + W deve ter no máximo 4 matrizes, então já sabemos que
este conjunto é LD e que temos que eliminar no mínimo 2 matrizes para este
conjunto se tornar LI. Vejamos quantas e quais matrizes serão eliminadas:
1 0
0 1
0 0
0
1
1 0
1
1
0 0
a
+b
+c
+d
+e
+f
=
0 0
1 0
0 1
1 0
0
1
0 1
0 0
0 1
0
1
0
1 a
C
1 0 0 0
1 1
1 0 0 0
1 1 B
BbC
B0 1 0
C
B
C
B
1 0
1C
0 1 0
1 0
1C B c C
B
C=
, Gaussian elimination: B
C
@0
A
@
1 0 1
0
0
0 0 1 0
1 1 AB
BdC
0 0 1 0
1 1
0 0 0 0
0
1 @eA
f
8
0 1
8
0
a e f =0
>
>
<
< a=c=e
B0C
b d f =0
B C)
b=d
)
@0A
c e+f =0
>
:
>
f =0
:
0
f =0
58
Veja que não podemos excluir a última matriz e que existe uma relação
entre a 1a , 3a e 5a , então devemos excluir uma dentre estas 3; e ainda a 2a está
relacionada com a 4a , então temos que excluir uma das duas. Excluindo a 1a e
a 2a tem-se que
0 0
0
1
1 0
1
1
=
;
;
;
é uma base para U + W:
0 1
1 0
0
1
0 1
2.8.2
Dimensão
Seja V um Espaço Vetorial.
Se V possui uma base com n vetores, então V tem dimensão n e denota-se
dim V = n:
Se V não possui uma base, ou seja, a base é = então dimV = 0
Se V possui uma base com in…nitos vetores, então dimV é in…nita e anota-se
dim V = 1
Exemplo 101 dim R2 = 2 pois toda base de R2 tem 2 vetores
Exemplo 102 dim M (2; 2) = 4
Exemplo 103 dim M (m; n) = m:n
Exemplo 104 dim Pn = n + 1
Proposição 105 Seja V um E. V. tal que dim V = n
Se W é um subespaço de V então dim W
n. No caso de dim W = n ,
tem-se W = V . Para permitir uma interpretação geométrica, consideremos o
espaço tridimensional R3 (dim R3 = 3):
A dimensão de qualquer subespaço W do R3 só poderá ser 0; 1; 2 ou 3.
Portanto, temos os seguintes casos:
1. dim W = 0, então W = f0g é a origem;
2. dim W = 1, então W é uma reta que passa pela origem;
3. dim W = 2, então W é um plano que passa pela origem;
4. dim W = 3 então W = R3 :
Proposição 106 Seja V um E. V de dimensão n. Então, qualquer subconjunto
de V com mais de n vetores é Linearmente Dependente (LD).
Proposição 107 Sabemos que o conjunto é base de um espaço vetorial se
for LI e gera V . No entanto, se soubermos que dim V = n , para obtermos uma
base de V basta que apenas uma das condições de base esteja satisfeita.
Exemplo 108 O conjunto = f(2; 1); ( 1; 3)g é uma base do R2 . De fato,
como dim R2 = 2 e os dois vetores dados são LI (pois nenhum vetor é múltiplo
escalar do outro), eles formam uma base do R2 .
59
n
o
00
0
Exemplo 109 Seja W = p(x) 2 P3 : p (2) + p (1) = 0 um subespaço vetorial de P3 . Encontre uma base e a dimensão de W:
Resolução:
Vamos então encontrar uma base, comecemos pelos geradores de W :
00
0
Se p(x) = ax3 + bx2 + cx + d 2 W temos que p (2) + p (1) = 0:Então como
0
00
0
p (1) = 3a + 2b + c
obtém-se de p (2) + p (1) = 0 que c = 15a 4b:
p00 (2) = 12a + 2b
Portanto p(x) 2 W é da forma p(x) = a(x3 15x) + b(x2 4x) + d:
Logo W = x3 15x; x2 4x; 1 : Como esse conjunto é LI (fácil de veri…car), temos que uma base de W é
= fx3
15x; x2
4x; 1g
e dim W = 3:
2.8.3
Dimensão da Soma de Subespaços Vetoriais
Proposição 110 Seja V um espaço vetorial de dimensão …nita.
são subespaços vetoriais de V então
dim(U + W ) = dim U + dim W
Se U e W
dim(U \ W ):
No exemplo (95 ) de base , para encontrar a base de U + W podemos usar
esta proposição: dim(U + W ) = dim U + dim W dim(U \ W ) = 3 + 1 0 =
4 = dim M2 , portanto, U + W = M2 e uma base pode ser dada por:
1
0
2.8.4
0
0
;
0
0
1
0
;
0
1
0
0
;
1
0
1
1
Coordenadas
Seja V um espaço vetorial gerado e uma base de V formada pelos vetores
u1 ; u2 :::: un .
v 2 V sendo
v = x1 u1 + x2 u2 + ::: + xn un
Os coe…cientes x1 ; x2 ; :::xn são chamados componentes ou coordenadas de v
em relação a base e se representa por :
0
1
x1
B x2 C
C
[v] = B
@ : A
xn
Exemplo 111 No R2 consideremos as bases = f(1; 0); (0; 1)g;
e = f(1; 3); (2; 4)g: Dado o vetor v = (8; 6) tem-se:
60
= f(2; 0); (1; 3)g
(8; 6) = 8(1; 0) + 6(0; 1)
(8; 6) = 3(2; 0) + 2(1; 3)
(8; 6) = 2(1; 3) + 3(2; 4)
temos:
[v] =
8
6
3
2
; [v] =
e [v] =
2
3
.
Exemplo 112 Mostre que os vetores (1; 1; 1); (0; 1; 1) e (0; 0; 1) formam uma
base de R3 . Encontre as coordenadas de (1; 2; 0) 2 R3 com relação à base
formada pelos vetores acima.
Resolução:
Já sabemos que dim R3 = 3:Então veri…camos se os vetores acima são LI.
Os vetores são LI se a1 v1 + a2 v2 + a3 v3 = 0 , a1 = a2 = a3 = 0: Isto é
equivalente a que o sistema:
8
a1 = 0
<
a1 + a2 = 0
:
a1 + a2 + a3 = 0
cuja solução é a1 = a2 = a3 = 0 , portanto, os vetores v1 ; v2 e v3 são LI.
(1; 2; 0) = a(1; 1; 1) + b(0; 1; 1) + c(0; 0; 1) = (a; a + b; a + b + c)
que é equivalente ao sistema:
8
a=1
<
a+b=2
, a = 1; b = 1 e c =
:
a+b+c=0
2
. Desse
0 modo,
1 as coordenadas de (1; 2; 0) em relação à base
1
[v] = @ 1 A
2
2.9
é dado por
Mudança de Base
Muitos problemas aplicados podem ser simpli…cados mudando-se de um sistema
de coordenadas para outro. Mudar sistemas de coordenadas em um espaço
vetorial é, essencialmente, a mesma coisa que mudar de base. Por exemplo,
num problema em que um corpo se move no plano xy, cuja trajetória é uma
elipse de equação x2 + xy + y 2 3 = 0 (ver …gura), a descrição do moviemnto
torna-se muito simpli…cada se ao invés de trabalharmos com os eixos x e y
utilizarmos um referencial que se apóia nos eixos principais da elipse. Neste
novo referencial, a equação da trajetória será mais simples: 3u2 + 2v 2 = 6:
61
Nesta seção, vamos discutir o problema de mudar de um sistema de coordenadas para outro.
Sejam
= fu1;:::; un g e 0 = fw1; :::::; wn g duas bases ordenadas de um
mesmo espaço vetorial V . Dado um vetor v 2 V , podemos escrevê-lo como:
v
v
= x1 u1 + :::: + xn un
= y1 w1 + :::: + yn wn
(2.1)
Como podemos relacionar as coordenadas de v em relação à base
2
3
x1
6 x2 7
7
[v] = 6
4 : 5
xn
com as coordenadas do mesmo vetor v em relação à base
2
3
y1
6 y2 7
7
[v] ;0 = 6
4 : 5:
yn
0
Já que fu1;:::; un g é base de V; podemos escrever os vetores wi como combinação
linear dos uj , isto é:
62
8
w1 = a11 u1 + a21 u2 + :::: + an1 un
>
>
<
w2 = a12 u1 + a22 u2 + :::: + an2 un
:
>
>
:
wn = a1n u1 + a2n u2 + :::: + ann un
(2.2)
Substituindo em (2.1) temos:
v = y1 w1 + ::: + yn wn = y1 (a11 u1 + a21 u2 + :::: + an1 un ) + ::: + yn (a1n u1 +
a2n u2 + :::: + ann un ) =
= (a11 y1 + ::: + a1n yn )u1 + ::::: + (an1 y1 + ::: + ann yn )un
Mas v = x1 u1 + :::: + xn un , e como as coordenadas em relação a uma base
são únicas, temos:
x1
x2
xn
= a11 y1 + a12 y2 + ::: + a1n yn
= a21 y1 + a22 y2 + ::: + a2n yn
:
:
:
= an1 y1 + an2 y2 + ::: + ann yn
Em forma matricial
2
3 2
x1
a11
4 : 5=4 :
xn
an1
:
:
an2
Logo ,se usarmos a notação
[I]
temos a relação
0
2
a11
=4 :
an1
32
3
a1n
y1
: 54 : 5
ann
yn
:
:
an2
0
[v] = [I] [v]
A matriz [I]
0
3
a1n
: 5
ann
0
é chamada matriz mudança de base
0
para a base .
0
Compare [I] com (2.2) e observe que esta matriz é obtida, colocando as
coordenadas em relação a de wi na i-ésima coluna. Note que uma vez obtida
0
[I] podemos encontrar as coordenadas de qualquer vetor v em relação à base
, multiplicando a matriz pelas coordenadas de v na base 0 (supostamente
conhecida).
Exemplo 113 Sejam = f(2; 1); (3; 4)g e 0 = f(1; 0); (0; 1)g bases de R2 .
0
Procuremos inicialmente [I]
w1 = (1; 0) = a11 (2; 1) + a21 (3; 4) = (2a11 + 3a21 ; a11 + 4a21 )
1
4
e a21 = 11
Isto implica que a11 = 11
w2 = (0; 1) = a12 (2; 1) + a22 (3; 4)
2
Resolvendo, a12 = 113 e a22 = 11
63
Portanto, [I]
0
2
=4
4
11
3
11
1
11
2
11
3
5
Podemos usar esta matriz para2encontrar por3 exemplo,
2
3 [v]2 para 3v = (5; 8)
4
3
5
4
11
11
0
54
5=4
5
[(5; 8)] = [I] [(5; 8)] 0 = 4
1
2
8
1
11
11
Isto é, (5; 8) = 4(2; 1) 1(3; 4)
Exemplo 114 Considere as bases em R3
= f(1; 0; 1); (1; 1; 1); (1; 1; 2)g e
Encontre[I]
0
= f(1; 0; 0); (0; 1; 0); (0; 0; 1)g :
:
Resolução:
(1; 0; 0) = a11 (1; 0; 1) + a21 (1; 1; 1) + a31 (1; 1; 2)
(0; 1; 0) = a12 (1; 0; 1) + a22 (1; 1; 1) + a32 (1; 1; 2) ,
(0; 0; 1) = a31 (1; 0; 1) + a23 (1; 1; 1) + a33 (1; 1; 2)
(a11 + a21 + a31; a21 + a31 ; a11 + a21 + 2a31 ) = (1; 0; 0)
(a12 + a22 + a32; a22 + a32 ; a12 + a22 + 2a32 ) = (0; 1; 0)
(a13 + a23 + a33; a23 + a33 ; a13 + a23 + 2a33 ) = (0; 0; 1)
Note que cada linha acima representa um sistema de três equações com três
incógnitas e que a matriz associada a cada um destes sistemas é a mesma e o
que muda são os nomes das variáveis e o segundo membro. Utilizando como
variáveis x; y e z ; basta resolvermos o seguinte sistema:
0
10
1 0
1
1 1 1
x
a
@ 0 1 1 A@ y A = @ b A
1 1 2
z
c
onde a; b; c 2 R. O sistema acima é equivalente a
0
10
1 0
1
1 1 1
x
a
@ 0 1 1 A@ y A = @ b A
0 0 1
z
c a
cuja solução é dada por x = a b; y = a + b c e z = c a
Tomando (a; b; c) = (1; 0; 0);obtemos (a11 ; a21 ; a31 ) = (1; 1; 1)
Tomando (a; b; c) = (0; 1; 0);obtemos (a12 ; a22 ; a32 ) = ( 1; 1; 0)
Tomando (a; b; c) = (0; 0; 1);obtemos (a13 ; a23 ; a33 ) = (0; 1; 1). Desta forma
obtemos:
0
1
1
1 0
0
1
1 A
[I] = @ 1
1 0
1
64
2.10
A Inversa da Matriz de Mudança de Base
Se em (2.1 )começarmos escrevendo os ui em função dos wj , chegaremos à
relação:
[v]
= [I] 0 [v]
0
Um fato importante é que as matrizes [I]
[I]
0
e [I]
0
são inversíveis e
1
0
= [I]
0
Exemplo 115 No exemplo (113 ) anterior podemos obter [I]
Note que [I]
é fácil de ser calculada , pois
0
(2; 1) = 2(1; 0) 1(0; 1)
(3; 4) = 3(1; 0) + 4(0; 1)
) [I]
Então
[I]
0
Exemplo 116 Seja V = P3 e
bases de P3 :
2
0
2
1
=
3
11
1
11
2
11
= 2; x; x2 + 1; x3
x e
1
3
4
=4
a partir de [I]
0
é a base canônica
4
11
2
1
=
0
0
3
4
3
5
= 3; x + 1; x2 ; 3x3
a. Encontre [I] :
Escrevendo os elementos da base
como combinação dos elementos da base
:
2 = a:3 + b(x + 1) + cx2 + d( 3x3 )
x = e:3 + f (x + 1) + gx2 + h( 3x3 )
x2 + 1 = i:3 + j(x + 1) + lx2 + m( 3x3 )
x3 x = n:3 + o(x + 1) + px2 + q( 3x3 )
Rearranjando os termos à direita de cada igualdade, temos:
2 = (3a + b) + bx + cx2 + 3dx3
x = (3e + f ) + f x + gx2 + 3hx3
x2 + 1 = (3i + j) + jx + lx2 + 3mx3
x3 x = (3n + o) + ox + px2 + 3qx3
Daí, comparando
ambos os
0
1 lados das igualdades, obtém-se
2
3
B0
[I] = B
@0
0
1
3
1
0
0
1
3
0
1
0
1
3
1C
C
0 A
1
3
0
1
1
B2C
C
b. Encontre [p] sabendo que [p] = B
@ 1A :
4
65
1
Devemos usar a relação [p] = [I] [p] onde [I] = [I]
03
2
B0
[p] = B
@0
0
1
2
1
0
0
1
2
0
1
0
10
0
B
3C
CB
A
0 @
3
1 0
1
1
3
B
C
2C
C = B 10C
A
@
1
1A
4
12
66
03
2
B0
=B
@0
0
1
2
1
0
0
1
2
0
1
0
1
0
3C
C
0A
3
2.11
Terceira lista de exercícios
1. Veri…que se R2 com as operações de…nidas por:
i. (x; y) + (s; t) = (s; y + t); onde u = (x; y) e v = (s; t) pertencem a R2
ii.
2 R e u = (x; y) 2 R2 :
(x; y) = ( x; y); onde
é um espaço vetorial.
2. Moste que R2 com as operações de…nidas por:
i. (x; y) + (s; t) = (x + s; y + t); onde u = (x; y) e v = (s; t) pertencem a
R2
ii.
(x; y) = ( x; y); onde
R2 :
2 R e u = (x; y) e v = (s; t) pertencem a
é um espaço vetorial .
3. Veri…que se em cada um dos itens abaixo o subconjunto W é um subespaço
do espaço vetorial V: Se for, encontre uma base para cada subespaço.
(a) V = R3 e W = f(x; y; z) 2 R3 : 2x + 3y
3
z = 0g
3
(b) V = R e W = f(x1 ; x2 ; x3 ) 2 R : x1 + x2 = 1g
(c) V = Pn e W = fp 2 Pn : p(0) = p(1)g
(d) V = M (2; 2) e S = fX 2 M2
matrizes singulares)
det(X) = 0g (S é o conjunto das
(e) V = M (2; 2) e F = fX 2 Mn
AX = XAg (F é o conjunto das
matrizes que comutam com a matriz A)
(f) V = P3 e W é o conjunto dos polinômios de grau 3 que passam
pelo ponto P (0; 0):
n
o
R1
(g) V = P1 e W = p(x) 2 P1 : 0 p(x)dx = 0
8
9
2
3
x y z
<
=
(h) V = R3 e W = (x; y; z) 2 R3 : det 4 1 2 15 = 0
:
;
0 1 1
(i) V = M2
2
e W = A 2 M2
2
: A2 = A
4. Dê um exemplo de um subespaço vetorial de P3 com dimensão 2:
5. a) Veri…que se o conjunto S = fA 2 M (3; 3); A e uma matriz anti
simetricag é um subespaço vetorial de M (3; 3):
b) Considere o subconjunto de M2 ; dado por
a b
2 M2
c d
W é um espaço vetorial.
W =
b=aed=
67
a : Veri…que se o subconjunto
R3 é
6. Veri…que se o conjunto W = f(1; 2; 3); (1; 3; 1); (0; 3; 1); (1; 4; 5)g
L.I ou L.D.
R3 , extrair
7. Dado o conjunto W = f(1; 1; 3); (1; 2; 1); (0; 1; 3); (1; 4; 5)g
um subconjunto de vetores L.I.
8. a) Se o conjunto = fv1 ; v2 ; :::;nvn g é um conjunto
o Linearmente Indepen!
dente então o o conjunto = v1 ; 0 ; v2 ; :::; vn é LI ou LD? Justi…que
sua resposta.
n!o
b) Considere o subespaço N = 0 : Qual é a base e a dimensão de
N:
9. Sejam U = a + bx + cx2 + dx3 2 P3 = a + b c + 3d = 0 e W = fp(x) 2 P3 = p0 ( 1) = 0g
dois subespaços vetoriais de P3 : Determine U \ W:
10. Considere o subespaço de R4 gerado pelos vetores v1 = (1; 1; 0; 0); v2 =
(0; 0; 1; 1); v3 = ( 2; 2; 1; 1) e v4 = (1; 0; 0; 0):
(a) O vetor (2; 3; 2; 2) 2 [v1 ; v2 ; v3 ; v4 ]? Justi…que.
(b) Exiba uma base para [v1 ; v2 ; v3 ; v4 ] : Qual é a dimensão deste espaço?
(c) [v1 ; v2 ; v3 ; v4 ] = R4 ? Por quê?
11. Qual o subespaço gerado pelas matrizes
1
1
1
0
;
0
1
0
1
e
0
0
2
1
?
a b
a b
= a+b+c=0 e W =
= b + 2d = 0
c d
c d
dois subespaços vetoriais de M2 : Determine os geradores de U \ W:
12. Sejam U =
13. Considere o espaço vetorial P3 e o conjunto W = fp(x) 2 P3 ; p00 (1) = 0g :
(a) Veri…que se W é um subespaço vetorial de P3 :
(b) Obtenha os geradores de W:
14. a) Encontre as coordenadas do vetor p = 1 + t + t2 + t3 em relação base
= 2; 1 + t; t + t2 ; t2 + t3 de P3
b) O conjunto
= 2; t2 ; t + t2 é LI ou LD? Justi…que sua resposta
15. Mostre com um exemplo que a união de dois subespaços vetoriais de um
mesmo espaço vetorial não precisa ser um subespaço vetorial desse espaço.
16. Responda se os subconjuntos abaixo são subespaços de M (2; 2):
(a) V =
a
c
b
d
com a; b; c; d 2 R e b = c e a =
68
b
a b
com a; b; c; d 2 R e b = d
c d
Em caso a…rmativo, determine:
i) uma base para W1 \ W2
(b) V =
ii) W1 + W2 é soma direta?
iii) W1 + W2 = M (2; 2)?
17. Considere os subespaços de R5 ; W1 = f(x; y; z; t; w) x + z + w = 0; x + w = 0g ;
W2 = f(x; y; z; t; w) y + z + t = 0g e W3 = f(x; y; z; t; w) 2x + t + 2w = 0g.
(a) Determine uma base para o subespaço W1 \ W2 \ W3 :
(b) Determine uma base e a dimensão de W1 + W3 :
(c) W1 + W2 é soma direta? Justi…que.
(d) W1 + W2 = R5 ?
18. Considere os seguintes subespaços de P3 :
n
o
00
U = p 2 P3 : p (1) = 0
n
o
0
e W = p 2 P3 : p (1) = 0
Determine dim(U + W ) e dim(U \ W ) :
19. Considere o subespaço W de P3 que é gerado pelos polinômios p1 (x) =
1 + 2x + x2 ; p2 (x) = 1 + 2x2 + 3x3 e p3 (x) = 1 + 4x + 8x2 + 9x3 e o
subespaço de P3; U = fp 2 P3 : p(0) = 0g
(a) Determine uma base e a dimensão de W:
(b) Determine uma base para U \ W:
(c) Determine uma base para U + W:
20. Sejam U = [(1; 0; 0); (1; 1; 1)] e V = [(0; 1; 0); (0; 0; 1)] subespaços gerados
do R3 : Determine:
(a) uma base e a dimensão de U \ W:
(b) U + W = R3 ?
21. Considere o seguinte subespaço de M (2; 2)
S=
a b
2 M (2; 2) : a + b = c + d = 0
c d
(a) Determine uma base e indique a dimensão de S:
69
(b) Construa uma base de M (2; 2) que contenha a base de S obtida no
ítem a).
22. Determine a dimensão e encontre uma base do espaço-solução do sistema
8
< x 3y + z = 0
2x 6y + 2z = 0
:
3x 9y + 3z = 0
23. Dê exemplos de dois subespaços do R3 tais que V1 + V2 = R3 . A soma é
direta? Justi…que sua resposta.
24. Sejam U e W subespaços de R4 de dimensão 2 e 3; respectivamente.
Mostre que a dimensão de U \ W é pelo menos 1: O que ocorre se a
dimensão de U \ W for 2 ? Pode ser 3 ? Justi…que sua resposta.
25. O conjunto A = f(1; 0; 2); (a2 ; a; 0); (1; 0; a)g é uma base para um subespaço do R3 de dimensão 2 se e somente se a = 2:
8
< x + y + az = 0
x + ay + z = 0 :
26. Seja S = fX 2 M3 1 : AX = 0g o espaço solução do sistema
:
ax + y + z = 0
Determine os valores de a para os quais S seja: a própria origem; uma
reta que passa pela origem; e, um plano que passa pela origem:
p
p
27. Sejam = f(1; 0); (0; 1)g; 1 = f( 1; 1); (1; 1)g; 2 = f 3; 1); ( 3; 1)g
e 3 = f(2; 0); (0; 2)g bases ordenadas de R2 :
(a) Encontre a matrizes mudança de base:
i. [I]
ii. [I]
1
1
iii. [I]
iv. [I]
2
3
:
(b) Quais são as coordenadas do vetor v = (3; 2) em relação à base
i.
ii.
1
iii.
iv.
2
3:
(c) As coordenadas de um vetor u em relação à base 1 são dadas por
4
[u] 1 =
0
Quais as coordenadas do vetor u em relação à base: i.
ii.
iii. 3
2
28. Sejam P4 = p = a0 + a1 x + a2 x2 + a3 x3 + a4 x4 a0 ; a1 ; a2 ; a3 ; a4 2 R ;
1; x; x2 ; x3 ; x4 e = 2; 2x; 4x2 ; 8x3 ; 16x4 .
(a) Determine [I] ::
2 3
1
627
6 7
7
(b) Se [p] = 6
637 ;determinar [p]
445
5
70
=
(c) Determine o polinômio p cujas coordenadas são dadas no item b)
acima.
a b
c d
29. Considere o seguinte subespaço de M2 : W =
=
1
1
1
0
;
1
1
=
1
1
0
0
;
1
0
1
0
1
0
1
11
;
;
1
0
d = 0 . Sejam
1
0
0
0
(a) Detemine [I]
2
3
(b) Se [v] = 4 e 5 ; determine [v] :
0
30. Sejam e bases de R3 : Determine a base
e a matriz mudança de base de para é
2
1 0
[I] = 4 0 2
1 1
1
0 1
2 1
;
;
0 2 1 0
32 0
1 0
1
15 onde
de M2 2 e [I] = 41 1
2
1 2
subespaço de M2 2
31. Seja
=
1
0
sabendo que
= f(1; 1; 0); (0; 1; 0); (0; 0; 1)g
3
0
15
1
uma base para um subespaço
é também uma base para um
(a) Determine a base :
2 3
1
(b) Se [v] = 4 25 ; determine [v] :
1
32. Seja E um espaço vetorial qualquer e = fu1 ; u2 ; u3 g uma base de E.
Considere ainda os vetores v1 = u1 + u2 ; v2 = 2u1 + u2 u3 e v3 = u2 :
(a) Determine a matriz S de mudança da base
base = fu1 ; u2 ; u3 g:
= fv1 ; v2 ; v3 g para a
(b) Calcule as coordenadas do vetor w = v1 +v2 v3 na base fu1 ; u2 ; u3 g:
33. Sejam
e
bases de um espaço vetorial V
(a) Mostre que det [I] [I]
=1
71
(b) Determine [I]
34. Veri…que se as a…rmações abaixo são VERDADEIRAS ou FALSAS.
Se forem verdadeiras, demonstre. Se forem falsas, dê um contra-exemplo.
(a) A interseção de dois subespaços vetoriais nunca é vazia.
2
pertence ao subespaço W =
3
(c) Se os vetores !
u;!
v e!
w são LI então os vetores
!
!
0
u
w são LI s.
(b) A matriz
1
0
1 1
0 0
0
;
;
1 0
1 1
0
!
!
!
!
u
v; v
w e
2
1
(d) W = [(1; 2; 0); (2; 4; 0)] é um plano no R3 que passa pela origem.
(e) Se = f!
v 1; !
v 2; !
v 3 g é uma base de um espaço vetorial V , então o
conjunto A = f!
v +!
v ;!
v +!
v ;!
v +!
v +!
v g é lineramente
1
3
1
2
1
2
3
independente.
(f) O subespaço W = fp 2 P3 : p0 (1) = 0 e p00 ( 1) = 0g é gerado pelos
polinômios p1 = 1 e p2 = 9x + 3x2 + x3 :
(g) O conjunto f!
v 1; !
v 2; !
v 3 g é sempre uma base para o subespaço [!
v 1; !
v 2; !
v 3 ]:
72
:
Capítulo 3
TRANSFORMAÇÕES
LINEARES
De…nição 117 Sejam V e W dois espaços vetoriais. Uma Transformação Linear (aplicação linear) é uma função de V em W; T : V ! W; que satisfaz as
seguintes condições:
Qualquer que sejam u e v em V ,
T (u + v) = T (u) + T (v)
Qualquer que sejam k 2 R e v em V ,
T (kv) = kT (v)
Exemplo 118 : Um agricultor planta e comercializa três tipos de verduras:
Tomate, Batata, Cenoura. Sejam x1 ; x2 ; x3 as quantidades em quilos de Tomate, Batata, Cenoura respectivamente. Se o agricultor vende o quilo do tomate a R$ 2; 00;da batata a R$ 1; 50 e da cenoura a R$ 1; 90 então o total de
vendas (TV ) é dado por 2x1 + 1; 5x2 + 1; 9x3 . A aplicação que a cada tripla
(x1 ; x2 ; x3 ) 2 R3 associa o total de vendas TV (x1 ; x2 ; x3 ) é uma aplicação linear.
Matematicamente temos uma transformação linear do E.V R3 no E.V R :
TV
TV (x1 ; x2 ; x3 )
: R3 ! R
= (2x1 + 1; 5x2 + 1; 9x3 )
Vamos agora mostrar que de fato esta aplicação é uma transformação linear
Chamando u = (x1 ; x2 ; x3 ) 2 R3 ; v = (y1 ; y2 ; y3 ) 2 R3 e k 2 R temos:
73
i)
TV (u + v)
=
=
=
=
=
TV ((x1 ; x2 ; x3 ) + (y1 ; y2 ; y3 ))
TV (x1 + y1 ; x2 + y2 ; x3 + y3 )
2(x1 + y1 ) + 1; 5(x2 + y2 ) + 1; 9(x3 + y3 )
2x1 + 1; 5x2 + 1; 9x3 + 2y1 + 1; 5y2 + 1; 9y3
(2x1 + 1; 5x2 + 1; 9x3 ) + (2y1 + 1; 5y2 + 1; 9y3 )
TV (u) = T (x1 ; x2 ; x3 ) = 2x1 + 1; 5x2 + 1; 9x3
TV (v) = T (y1 ; y2 ; y3 ) = 2y1 + 1; 5y2 + 1; 9y3
TV (u) + TV (v) = (2x1 + 1; 5x2 + 1; 9x3 ) + (2y1 + 1; 5y2 + 1; 9y3 )
Logo TV (u + v) = TV (u) + TV (v):
ii)
TV (ku)
=
=
=
=
=
TV (k(x1 ; x2 ; x3 ))
TV (kx1 ; kx2 ; kx3 )
2kx1 + 1; 5kx2 + 1; 9kx3
k (2x1 + 1; 5x2 + 1; 9x3 )
kT (u)
Logo TV (ku) = kTV (u): De i) e ii) vemos que TV é uma transformação linear.
Exemplo 119 . Sejam V = R; W = R e F : R ! R dado F (u) = u2 . A
aplicação F não é uma transformação linear pois:
F (u + v) = (u + v)2 = u2 + 2uv + v 2
F (u) + F (v) = u2 + v 2
F (u + v) 6= F (u) + F (v)
Exemplo 120 T : R2 ! R3 ; T (x; y) = (2x; 0; x + y)
T é uma transformação linear pois,
i)
T (u + v)
=
=
=
=
=
=
T ((x1 ; y1 ) + (x2 ; y2 ))
T (x1 + x2 ; y1 + y2 )
(2(x1 + x2 ); 0; (x1 + x2 ) + (y1 + y2 ))
(2x1 + 2x2 ; 0 + 0; (x1 + y1 ) + (x2 + y2 ))
(2x1 ; 0; x1 + y1 ) + (2x2 ; 0; x2 + y2 )
T (u) + T (v)
74
ii)
T (ku)
=
=
=
=
T (k(x1 ; y1 ))
T (kx1 ; ky1 )
(2kx1 ; 0; kx1 + ky1 )
k (2x1 ; 0; x1 + y1 )
kT (u)
Portanto T é uma transformação linear.
Exemplo 121 . V = W = Pn e
D
D(f )
: Pn ! Pn
= f0
1
a aplicação derivada que a cada polinômio associa sua derivada, a qual também
é um polinômio é uma aplicação linear. De fato, para quaisquer f; g 2 Pn e
k 2 R;
i)
D(f + g)
0
= (f + g)
= f 0 + g0
= D(f ) + D(g)
ii)
D(kf )
= (kf )0
= kf 0
= kD(f )
Exemplo 122 V = Pn ; W = Pn+1 ; p(x) = a0 + a1 x + a2 x2 + : : : + an xn
T
T (p(x))
: Pn ! Pn+1
= xp(x) = a0 x + a1 x2 + a2 x3 + : : : + an xn+1
A aplicação T é uma transformação linear pois
T (kp) = x(kp)(x) = xkp(x) = kxp(x) = kT (p)
T (p + q) = x(p + q)(x) = x(p(x) + q(x)) = xp(x) + xq(x) = T (p) + T (q)
Exemplo 123 V = W = Pn , p(x) = a0 + a1 x + a2 x2 + : : : + an xn ; a; b 2 R e
T
T (p(x))
: Pn ! Pn
2
n
= p(ax + b) = a0 + a1 (ax + b) + a2 (ax + b) + : : : + an (ax + b)
75
Esta aplicação também é linear pois,
T (kp) = (kp)(ax + b) = kp(ax + b) = kT (p)
T (p + q) = (p + q)(ax + b) = p(ax + b) + q(ax + b) = T (p) + T (q)
Exemplo 124 Uma transformação linear inportante é aquela que se obtém
usando-se o produto escalar. Seja Rn com o produto escalar usual h:; :i e v0 2
Rn um vetor qualquer …xado. Seja,
T
T (v)
: Rn ! R
= hv; v0 i
T é uma aplicação linear (mostre isso, use as propriedades do produto escalar)
Exemplo 125 : Sejam C(R) = ff : R ! R = f é contínuag : Considere
J
J(f )
: C(R) ! R
= f (0)
Por exemplo se f (t) = t2 então
J(f ) = f (0) = 02 = 0
J é uma aplicação linear pois, se f; g 2 C(R) e k 2 R então
J(f + g) = (f + g)(0) = f (0) + g(0) = J(f ) + J(g)
J(kf ) = (kf ) (0) = kf (0) = kJ(f )
Exemplo 126 : Seja,
T
T
a b
c d
:
M2 ! M2
a+b b+c
=
c+d d+a
Esta aplicação é uma transformação linear, pois
T
a1
c1
b1
d1
+
a2
c2
b2
d2
a1 + a2
c1 + c2
= T
b1 + b 2
d1 + d2
=
a1 + a2 + b1 + b2
c1 + c2 + d1 + d2
b1 + b2 + c1 + c2
d1 + d2 + a1 + a2
=
a1 + b1
c1 + d1
+
= T
76
a1
c1
b1 + c1
d1 + a1
b1
d1
+T
a2 + b2
c2 + d2
a2
c2
b2
d2
b2 + c2
d2 + a1 + a2
T
a b
c d
k
= T
k
ka kb
kc kd
ka + kb
kc + kd
=
= k
= kT
a+b
c+d
kb + kc
kd + ka
b+c
d+a
a b
c d
Exemplo 127 : Seja,
T
T (A)
: Mn ! R
= det(A)
Esta aplicação não é uma transformação linear, pois, em geral
det(A1 + A2 ) 6= det(A1 ) + det(A2 )
3.1
Propriedades das Transformações Lineares
Teorema 128 Dados dois espaços vetoriais reais V e W e uma base de =
fv1 ;
; vn g de V: Sejam w1 ;
; wn elementos arbitrários de W . Então existe
uma única aplicação linear T : V ! W tal que T (v1 ) = w1 ;
; T (vn ) = wn :
Esta aplicação é dada por: Se v = a1 v1 +
+ an vn ; então
T (v) = T (a1 v1 +
+ an vn ); como T é linear
T (v) = a1 T (v1 ) +
an T (vn )
T (v) = a1 w1 +
an wn
a1 ; a2;:::; an devem ser determinados.
Exemplo 129 Qual a transformação linear T : R2 ! R3 tal que T (1; 0) =
(2; 1; 0) e T (1; 1) = (0; 0; 1)?
Solução: Temos neste caso v1 = (1; 0) e v2 = (1; 1) base de R2 e w1 =
(2; 1; 0) e w2 = (0; 0; 1):
Dado v = (x; y) arbitrário,
(x; y)
(x; y)
T (x; y)
T (x; y)
T (x; y)
T (x; y)
=
=
=
=
=
=
a(1; 0) + b(1; 1)
(x y)(1; 0) + y(1; 1)
T ((x y)(1; 0) + y(1; 1))
(x y)T (1; 0) + yT (1; 1)
(x y)(2; 1; 0) + y(0; 0; 1)
(2x 2y; x + y; y)
77
Exemplo 130 Qual a transformação linear T : M2 ! P4 tal que
T
1
0
0
0
= x4 + x
T
0
0
1
0
= x3 + x2
T
0
1
0
0
= x2 + x3
T
0
0
0
1
= x + x4
Solução
Uma matriz A 2 M2 é da forma A =
a b
c d
T
= aT
1
0
0
0
+b
=T
a
1
0
=a
a b
c d
1
0
0
0
+ bT
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
+b
1
0
a b
: Podemos escrever:
c d
0 0
0 0
+c
+d
, portanto
1 0
0 1
+ cT
1
0
0
1
+c
0
1
0
0
0
0
+d
+ dT
0
0
0
1
0
0
0
1
T
a b
c d
= a x4 + x + b x3 + x2 + c x2 + x3 + d x + x4
T
a b
c d
=
(a + d)x + (b + c)x2 + (b + c)x3 + (a + d)x4
De…nição 131 : Seja T : V ! W uma transformação linear. A imagem de
T é o conjunto de vetores w 2 W tais que existe um vetor v 2 V , que satisfaz
T (v) = w: Ou seja
Im(T ) = fw 2 W / T (v) = w para algum v 2 V g
Observação 132 Note que Im(T ) é um subconjunto de W e, além disso, é um
subespaço vetorial de W:
Exemplo 133 Seja T : R2 ! R2 a transformação linear dada por T (x; y) =
(2x y; 10x + y): Qual dos vetores abaixo pertence a imagem de T
a) u = (1; 2)
b) w = ( 1; 2)
78
Solução: a) Para que u 2 Im(T ) deve existir algum v = (x; y) tal que
T (v) = u, ou seja, T (x; y) = (1; 2); temos então:
(2x
T (x; y) = (1; 2)
y; 10x + y) = (1; 2)
2x y = 1
10x + y = 2
Resolvendo o sistema temos x = 83 e y = 47 ; logo u pertence a imagem de T
pois T ( 38 ; 74 ) = u:
b) Analogamente deve existir algum v = (x; y) tal que T (v) = w; ou seja
(2x
T (x; y) = ( 1; 2)
y; 10x + y) = ( 1; 2)
2x y = 1
10x + y = 2
Resolvendo o sistema temos x =
pois T ( 18 ; 34 ) = w
1
8
ey=
3
4
logo w pertence a imagem de T
Exemplo 134 Determine a imagem da transformação linear T : R3 ! R3 ;
T (x; y; z) = (2x y z; x y z; x + y z):
Solução: Se w 2 Im(T ) então w = T (x; y; z); ou seja,
w
= (2x y z; x y z; x + y z)
= x(2; 1; 1) + y( 1; 1; 1) + z( 1; 1; 1)
Logo todo vetor que pertence a imagem de T é gerado pelos vetores w1 =
(2; 1; 1); w2 = ( 1; 1; 1) e w3 = ( 1; 1; 1). Podemos então escrever que
Im(T ) = [(2; 1; 1); ( 1; 1; 1); ( 1; 1; 1)] :
Como o conjunto
= f(2; 1; 1); ( 1; 1; 1); ( 1; 1; 1)g é LI ( veri…que
isto) temos que
é uma base para a Im(T ); mas
é base para R3 , logo
3
concluimos que Im(T ) = R :
De…nição 135 Seja T : V ! W; uma transformação linear. O conjunto de
!
todos os vetores v 2 V tais que T (v) = 0 é chamado núcleo de T , sendo
denotado por Ker(T ): Isto é,
n
!o
Ker(T ) = v 2 V
T (v) = 0
Observação 136 Observe que Ker(T )
V é um subconjunto de V e, ainda
mais, é um subespaço vetorial de V: Alguns autores denotam o núcleo de T por
N (T ):
79
!
Exemplo 137 Seja T : V ! W , dada por T (v) = 0 : Neste caso todo vetor de
V é levado no vetor nulo pela transformação T; assim temos que Ker(T ) = V
Exemplo 138 Seja T : R3 ! R3 a projeção ortogonal sobre o plano xy:
Neste caso temos T (x; y; z) = (x; y; 0): Se T (x; y; z) = (0; 0; 0) ) (x; y; z) =
(0; 0; 0) ) x = 0 e y = 0: Como nada é dito sobre a variável z, temos que z é
qualquer, logo Ker(T ) = (0; 0; z) 2 R3
z 2 R ; ou seja o núcleo de T são
todos os vetores que estão sobre o eixo z:
Exemplo 139 Encontre o núcleo da transformação linear:
T
T (x; y; z; t)
: R4 ! R3
= (x + y + z
t; 2x + z
t; 2y
t)
Solução: Devemos encontrar os vetores v = (x; y; z; t) 2 R4 tais que T (v) =
T (x; y; z; t) = (0; 0; 0): Neste caso temos que resolver o sistema homogêneo:
8
< x+y+z t=0
2x + z t = 0
:
2y t = 0
A
2 matriz ampliada do sistema
3
2 é:
..
1 . 0 7
6 1 1 1
6 1
6
7
6
..
)6 0
6 2 0 1
1 . 0 7
4
5
4
..
0 2 0
1 . 0
0
pa = pc = 3 e p = 3 < n = 4 logo
com grau de liberdade 1.
Logo,
3
..
1
1
1 . 0 7
7
.
2
1 1 .. 0 7
5
..
0
1 0 . 0
o sistema é compatível e indeterminado
80
o que nos fornece,
8
< x+y+z t=0
2y z + t = 0
:
z=0
x = y
z = 0
t = 2y
Portanto Ker(T ) = (y; y; 0; 2y) 2 R4
y 2 R = [(1; 1; 0; 2)]
Exemplo 140 Seja T : R3 ! R3 a transformação linear que é a projeção
ortogonal sobre a reta cujas equações paramétricas são:
8
< x = 2t
y = 2t
:
z=t
Encontre o Núcleo de T:
Solução: Projetar um vetor sobre uma reta é o mesmo que encontrar a
projeção ortogonal sobre o vetor diretor dessa mesma reta. No nosso caso, o
vetor diretor é u = (2; 2; 1); logo
T (v)
v:u
u
u:u
(x; y; z):(2; 2; 1)
(2; 2; 1)
(2; 2; 1):(2; 2; 1)
2x 2y + z
(2; 2; 1)
9
4x + 4y 2z 2x
4x 4y + 2z
;
;
9
9
= proju v =
T (x; y; z)
=
T (x; y; z)
=
T (x; y; z)
=
2y + z
9
Para encontrar o núcleo devemos ter,
T (x; y; z) =
4x
4y + 2z
;
9
4x + 4y
9
4x 4y + 2z
4x + 4y 2z
2x 2y + z
81
2z 2x
;
= 0
= 0
= 0
2y + z
9
= (0; 0; 0)
2
4
4 4
2
4
4
2
3
2
2
4
2 5 , fazendo o escalonamento temos 4 0
1
0
4x
2z
z
4
0
0
3
2
0 5 ; assim
0
4y + 2z = 0
0 = 0
0 = 0
=
=
4x + 4y
2x + 2y
Portanto Ker(T ) = (x; y; 2x + 2y) 2 R3
x 2 R = [(1; 0; 2); (0; 1; 2)]
De…nição 141 Dada uma aplicação T : V ! W , diremos que T é injetora
se dados u; v 2 V com T (u) = T (v) tivermos u = v: Ou equivalentemente, T é
injetora se dados u; v 2 V com u 6= v, então T (u) 6= T (v):
De…nição 142 Uma aplicação T : V ! W será sobrejetora se a imagem de
T coincidir com W; ou seja, T (V ) = W:
Observação 143 Da de…nição acima vemos que uma função será sobrejetora
se dado w 2 W , existir v 2 V tal que T (v) = w:
Teorema 144 Seja T : V ! W , uma aplicação linear. então ker(T ) = f0g ;
se e somente se T é injetora.
Proof. a) Vamos mostrar que se T é injetora, então ker(T ) = f0g
Seja v 2 Ker(T ) ) T (v) = 0: Por outro lado, como T é linear tem-se que
T (0) = 0:Logo, T (v) = T (0): Como por hipótese T é injetora então v = 0:
Portanto, o vetor nulo é o único elemento do núcleo, isto é, ker(T ) = f0g:
b) Vamos mostrar que se ker(T ) = f0g; então T é injetora.
Sejam v1 ; v2 2 V tais que T (v1 ) = T (v2 ): Então T (v1 ) T (v2 ) = 0 ou
T (v1 v2 ) = 0 e, portanto, v1 v2 2 ker(T ): Mas por hipótese, o único elemento
do núcleo é o vetor nulo, logo v1 v2 = 0 e portanto v1 = v2 : Como T (v1 ) =
T (v2 ) ) v1 = v2 ; T é injetora.
Teorema 145 Seja T : V ! W , uma aplicação linear. Então
dim Ker(T ) + dim Im(T ) = dim V
Corolário 146 Se dim V = dim W , então a transformação linear T : V ! W
é injetora se e somente se T é sobrejetora.
Proof. Exercício.
Corolário 147 Seja T : V ! W , uma aplicação linear injetora. Se dim V =
dim W , então T leva base em base.
Proof. Exercício.
82
Exemplo 148 Seja T : Pn ! Pn+1 , dada por T (p(x)) = xp(x):Veri…que se T
é bijetora.
Solução: Devemos veri…car se T é injetora e sobrejetora ao mesmo tempo.
Usando o teorema (144) devemos apenas calcular o núcleo de T :
T (p(x)) = xp(x)
T (a0 + a1 x + : : : + an xn ) = x(a0 + a1 x + : : : + an xn )
T (a0 + a1 x + : : : + an xn ) = (a0 x + a1 x2 + : : : + an xn+1 )
Se
T (p(x)) = 0
a0 x + a1 x2 + : : : + an xn+1 = 0 = 0 + 0x + 0x2 + : : : + 0xn+1
logo
n!oa0 = a1 = : : : = an = 0 ) p(x) = 0 (p(x) é o polinômio nulo) ) Ker(T ) =
0 (observe que neste caso o vetor nulo de Pn é o polinômio nulo de grau n).
Portanto T é injetora.
Como dim Pn = n + 1; dim Pn+1 = n + 2 e dim Ker(T ) = 0; temos que
dim Ker(T ) + dim Im(T ) = n + 1
0 + dim Im(T ) = n + 1
dim Im(T ) = n + 1
Note que dim Im(T ) = n+1 6= n+2 = dim Pn+1 ) Im(T ) 6= Pn+1 : Portanto
T não é sobrejetora e assim T não é bijetora
3.2
3.2.1
Transformações Lineares e Matrizes
Transformação linear associada a uma matriz
Seja A uma matriz m
linear:
n. Associada a matriz A de…nimos a transformação
LA : Rn ! Rm
v ! A:v
onde v é tomado como vetor coluna,
2
3
x1
6
7
v = 4 ... 5
xn
83
LA (v)
= A:v
2
a11
6 ..
= 4 .
3
32
x1
a1n
.. 7 6 .. 7
..
LA (v)
.
. 54 . 5
xn
am1
amn
2
3
31
02
a11 x1 +
a1n xn
x1
6
7
7C
B6
..
LA @4 ... 5A = 4
5
.
am1 x1 +
+ amn xn
xn
Das propriedades de operações de matrizes:
LA (u + v)
LA (ku)
= A:(u + v) = A:u + A:v = LA (u) + LA (v)
= A:(ku) = kA:u = kLA (u)
e portanto LA é uma transformação linear.
Exemplo 149 Seja
2
1
A=4 2
0
1
0
2
1
1
0
3
1
1 5
1
Observe que a matriz A tem ordem 3 4 e portanto ela induzirá uma transformação linear de R4 para R3 , de…nida por:
02
x
B6 y
6
LA B
@4 z
t
R4 ! R3
2
1 1 1
1
7C
7C = 4 2 0 1
1
5A
0 2 0
1
2
x+y+z t
= 4 2x + z t
2y t
LA
31
:
3
x
7
6
56 y 7
4 z 5
t
3
3
2
5
Note que a transformação acima está escrita em forma matricial, mas podemos
escreve-la também na forma vetorial que estamos acostumados:
LA (x; y; z; t) = (x + y + z
t; 2x + z
t; 2y
t)
Surpresa!! Esta é a mesma transformação do exemplo (139)
Exemplo 150
Dada a transformação linear:
T
T (x; y; z)
: R3 ! R2
= (10x 20y
84
30z; x
2y
3z)
Encontre a matriz da transformação T (Isto é, encontre a matriz A cuja transformação associada a ela é exatamente a transformação T )
Solução: Passando da forma vetorial para a forma matricial temos:
02
31
x
T @4 y 5A =
z
=
10x
x
20y 30z
2y 3z
10
1
20
2
2
30
3
Portanto a matriz de T; que denotaremos por [T ] é
[T ] =
10
1
20
2
3
x
4 y 5
z
30
3
Observação 151 Ao obtermos a transformação associada a uma matriz A (ou,
caso contrário, a matriz de uma transformação T ), não mencionamos as bases
dos espaços envolvidos. De fato, ao obtermos a matriz de uma transformação
estamos levando em conta as bases associadas aos espaços Rn e Rm mas neste
caso em particular estamos considerando as bases canônicas. Isto …cará claro
na exposição a seguir.
De um modo geral, …xadas as bases = fv1 ; v2 ;
à matriz
2
a11
a1n
6 ..
..
.
..
Am n = 4 .
.
am1
amn
podemos associar
TA
; vn g e
0
= fw1 ; w2 ;
3
7
5
: R n ! Rm
v ! TA (v)
da seguinte maneira: Seja
2
então
3
x1
6
7
X = [v] = 4 ... 5
xn
2
32
3 2
a11
a1n
x1
6
.. 7 6 .. 7 = 6
..
A:X = 4 ...
.
. 54 . 5 4
am1
amn
xn
TA (v) = y1 w1 +
85
+ ym wm
3
y1
.. 7
. 5
ym
; wm g ;
onde yi = Ai :X e Ai é a i-ésima linha de A:
Em geral, dada uma matriz Am n , ela é encarada como uma aplicação linear
TA : Rn ! Rm em relação às bases canônica de Rn e Rm :
3.2.2
Matriz de uma transformação linear
Agora iremos encontrar a matriz associada a uma transformação linear. Seja
T : V ! W linear; = fv1 ;
; vn g base de V e 0 = fw1 ;
; wm g base de W:
Então T (v1 ); : : : ; T (vn ) são vetores de W e portanto
T (v1 )
..
.
=
T (vn )
a11 w1
..
.
+
+
am1 wm
..
.
a1n w1
+
+ amn wm
A transposta da matriz dos coe…cientes deste sistema, denotada por [T ]
chamada matriz de T em relação às bases e 0 :
2
3
a11
a1n
6
.. 7
[T ] 0 = 4 ...
. 5
am1
0
é
amn
2
3
a11
a1n
6
.. 7 a transforObservação 152 Note que se A = [T ] 0 = 4 ...
. 5
am1
amn
mação linear T passa a ser a transformação linear associada à matriz A e
bases e 0 , iste é, T = TA
Exemplo 153 Seja T : R3 ! R2 tal que T (x; y; z) = (2x + y
Sejam = f(1; 1; 1); (1; 1; 0); (1; 0; 0)g e
Procuremos [T ] 0
T (x; y; z) = (2x + y z; 3x 2y + 4z)
0
z; 3x
2y + 4z):
= f(1; 3); (1; 4)g :
T (1; 1; 1) = (2; 5) = a(1; 3) + b(1; 4)
T (1; 1; 0) = (3; 1) = c(1; 3) + d(1; 4)
T (1; 0; 0) = (2; 3) = e(1; 3) + f (1; 4)
Portanto temos os sistemas:
a+b=2
3a + 4b = 5
c+d=3
3c + 4d = 1
;
;
e+f =2
3e + 4f = 3
Resolvendo os sistemas temos:
a=3
b=
1 ;
c = 11
;
86
d=
8
e=5
f=
3
[T ]
0
=
3
1
11
8
5
3
Teorema 154 : Sejam V e W espaços vetoriais, base de V ,
T : V ! W uma aplicação linear. Então, para todo v 2 V vale:
[T (v)] = [T ]
base de W e
[v]
De…nição 155 Dada uma base e tranformação linear T : V ! V denotaremos a matriz [T ] apenas por [T ] e ela será chamada de matriz de T em relação
a base :
De…nição 156 Seja T : Rn ! Rn uma transformação linear e
a base
canônica de Rn ; então a matriz de T em relação a base canônica ; [T ] ; será
denotada simplesmente por [T ] :
Exemplo 157 Seja T : P2 ! P2 de…nido por T (p(x)) = p(3x
a matriz de T em relação a base = 1; x; x2
5): Determine
Devemos calcular [T ] = [T ]
T (p) = p(3x 5)
T (a0 + a1 x + a2 x2 ) = a0 + a1 (3x 5) + a2 (3x 5)2
T (a0 + a1 x + a2 x2 ) = a0 + 3a1 x 5a1 + a2 (9x2 30x + 25)
T (a0 + a1 x + a2 x2 ) = (a0 5a1 + 25a2 ) + (3a1 30a2 )x + 9a2 x2
T (1) = T (1 + 0x + 0x2 ) = 1 = 1 + 0x + 0x2
T (x) = T (0 + 1x + 0x2 ) = 5 + 3x = 5 + 3x + 0x2
T (x2 ) = T (0 + 0x + 1x2 ) = 25 30x + 9x2
2
1
[T ] = 4 0
0
5
3
0
3
25
30 5
9
Exemplo 158 Seja T : R3 ! R3 dada por T (x; y; z) = (2x 3y 2z; x y
z; 2x y+z) e sejam = f(1; 0; 0); (1; 1; 0); (1; 1; 1)g e = f( 1; 1; 0); ( 1; 0; 1); (0; 1; 1)g
bases do R3
87
a) Determine [T ] , [T ]
2 3
1
b) Se [v] = 4 1 5 determine [T (v)] :
1
c) Calcule a multiplicação das matrizes: [T ] [T ] : Que conclusão você pode
tirar em relação as duas matrizes, ou que relação há entre as duas matrizes?
Solução: a) Cálculo de [T ]
T (x; y; z) = (2x
3y
2z; x
y
z; 2x
y + z)
T (1; 0; 0) = 2; 1; 2 = a1 ( 1; 1; 0) + b1 ( 1; 0; 1) + c1 (0; 1; 1)
1; 0; 1 = a2 ( 1; 1; 0) + b2 ( 1; 0; 1) + c2 (0; 1; 1)
T (1; 1; 0) =
3;
1; 2 = a3 ( 1; 1; 0) + b3 ( 1; 0; 1) + c3 (0; 1; 1)
T (1; 1; 1) =
Devemos resolver os tres sistemas resultantes: Denotando por A a matriz
dos coe…cientes
do sistema,temos:
3
2 1
2
3
1
1
1
1 0
2
2
2
1
1 5
1 5 ) A 1 = 4 12
A=4 1 0
2
2
1
1
1
0
1
1
2
2
2
Vamos
resolver
os
sistemas
matriz inversa:
3
2 1 3
2
3
2
2 3 2 por
3
1
1
1
a1
2
2
2
2
2
2
1
1 54
4 b1 5 = A 1 4 1 5 = 4 1
1 5 = 4 32 5
2
2
2
1
1
1
1
2
2
c1
2
2
2
2
3 2 1
3 2
3
2
2
32
3
1
1
1
a2
1
1
2
2
2
1
1 54
4 b2 5 = A 1 4 0 5 = 4 1
0 5=4 0 5
2
2
2
1
1
1
1
1
1
c2
2
2
2
2
3 2 1
3
2
32
3 2
3
1
1
3
a3
3
3
2
2
2
1
1 54
4 b3 5 = A 1 4 1 5 = 4 1
1 5=4 0 5
2
2
2
1
1
1
c3
2
2
2
2
2
2
Logo
2
[T ] = 4
1
2
3
2
1
2
1
0
1
3
3
0 5
2
Agora voce já está em condições de calcular [T ] : Faça esse cálculo como
exercício
b) Vamos usar a relação [T (v)] = [T ] [v]
[T (v)]
[T (v)]
[T (v)]
=
[T ]
2
= 4
2
= 4
[v]
1
2
3
2
1
2
7
2
3
2
7
2
3
5
88
1
0
1
32 3
3
1
0 54 1 5
1
2
c) Faça você este item e tire suas conclusões. Mais adiante voce poderá
veri…car se suas conclusões estavam corretas.
Teorema 159 Seja T : V ! W uma transformação linear e
e W; respectivamente. Então
e
bases de V
posto [T ]
dim Im(T )
=
posto de [T ]
dim Ker(T )
=
nulidade de [T ] = número de colunas de [T ]
0
p (0) 2p(1)
00
0
p (3)
0
1 0
;
uma
1
0 1
Exemplo 160 Seja T : P2 ! M (2; 2) de…nida por T (p(x)) =
1 1
0
;
0 0
0
base para P2 :
0
onde p é a derivada de p: Sejam . =
base para M (2; 2) e
= 1; x; x2
1
0
;
0
1
a) Determine [T ] :
b) Determine uma base para N (T ):
c) Determine uma base para Im(T ):
d) T é injetora? E sobrejetora? Justi…que.
SOLUÇÃO:
a)
Note que T (a + bx + cx2 )
Determinando [T ]
=
b 2a + 2b + 2c
0
2c
:
T (1)
=
0
0
2
1
=a
0
0
1
0
+b
0
0
1
0
+c
0
1
0
1
+d
1
0
0
1
T (x)
=
1
0
2
1
=e
0
0
1
0
+f
0
0
1
0
+g
0
1
0
1
+h
1
0
0
1
0 2
1
=i
0 2
0
2
3
0 1
2
62 1 4 7
7
= 6
40 0 0 5
0 0 2
1
0
+j
0
0
1
0
+l
0
1
0
1
+m
1
0
0
1
T (x2 )
Logo, [T ]
b)
Seja p(x)
b 2a + 2b + 2c
0
2c
Logo, p(x)
=
2
=
=
N (T ) ) T (p(x)) =
0
0
0
0
0
0
0
)a=b=c=0
0
0 + 0x + 0x2 2 N (T ) ) N (T ) = f0g
89
c) Seja A 2 Im(T ) ) A =
c
b 2a + 2b + 2c
0
2c
= a
0
0
2
1
+b
0
0
2
+
0
0 2
0 2
Portanto,
0 2
1 2
0 2
;
;
0 0
0 0
0 2
Como os geradores da Im(T ) formam um conjunto L:I: (Veri…que!) tem-se
que
0 2
1 2
0 2
;
;
é uma base para Im(T ):
0 0
0 0
0 2
d) T é injetora pois N (T ) = f0g; mas não é sobrejetora pois dim Im(T ) =
3 6= dim M (2; 2)
Im(T ) =
3.3
Composição de transformações lineares
De…nição 161 Se T1 : V ! W e T2 : W ! U são duas transformações
lineares a composta das duas transformações lineares é de…nida do mesmo modo
que a composição de funcões ( lembre-se que um transformação linear é uma
função com a propriedade adicional de ser linear) da seguinte forma
T2 T1
(T2 T1 )(v)
: V !U
= T2 (T1 (v))
Exemplo 162 Se T1 : R2 ! R3 ; T1 (x; y) = (x y; y
T2 (x; y; z) = x y z então T2 T1 : R2 ! R e
(T2 T1 ) (x; y)
=
=
=
=
=
x; y
T2 (T1 (x; y))
T2 (x y; y x; y x)
(x y) (y x) (y
x y y+x y+x
3x 3y
x) e T2 : R3 ! R;
x)
Teorema 163 Sejam T1 : V ! W e T2 : W ! U transformações lineares e ;
; bases de V; W; U respectivamente. Então a composta de T2 com T1 ; T2 T1 :
V ! U é linear e
[T2 T1 ] = [T2 ] [T1 ]
90
Proof.
T1
V
T2
W
v
T1(v)
Base α
U
T2(T1(v))
Base β
Base γ
Proposição 164 Seja T : V ! W uma transformação linear . Sejam
bases de V e e 0 bases de W: Então vale a relação:
[T ]
0
0
= [IW
T
IV ]
0
0
= [IW ] 0 [T ] [IV ]
e
0
0
onde IW e IV são as aplicações identidades de W e V respectivamente.
3.4
A Inversa de uma transformação linear
De…nição 165 Dá-se o nome de isomor…smo a uma transformação linear
T : V ! W que é injetora e sobrejetora ao mesmo tempo. Quando há um
isomor…smo entre dois espaços vetoriais dizemos que estes são Isomorfos.
De…nição 166 Seja T : V ! W uma transformação linear. Se existe uma
transformação linear S : W ! V tal que T S = IW , onde IW : W ! W é
a identidade em W; dizemos que S é a inversa a direita de T: Se existe uma
transformação R : W ! V , tal que R T = IV , onde IV : V ! V é a identidade
em V , dizemos que R é a inversa a esquerda de T:
De…nição 167 Seja T : V ! W uma transformação linear. Se existe uma
aplicação T 1 : W ! V; tal que T T 1 = IW e T 1 T = IV então dizemos
que T é inversível e que T 1 é a inversa de T
Proposição 168 Seja T : V ! W uma transformação linear.
inversa de T; T 1 ; então T 1 é uma transformação linear
Se existe a
Proposição 169 Se T : V ! W é um isomomor…smo, então T é inversível e
além disso T 1 também é um isomor…smo.
Proposição 170 Se T : V ! W uma transformação linear invertível (T é um
isomor…smo) e e são bases de V e W; então:
91
T
1
1
= [T ]
Observação: Quando estamos trabalhando com o espaço Rn e a base canônica
de Rn por simplicidade omitimos as bases e a matriz de T : Rn ! Rn ;em relação
a base canônica, é denotada simplesmente por [T ] : Neste caso a proposição
acima é escrita na forma mais conveniente: "Se T : Rn ! Rn é inversível então
1
T 1 = [T ] "
Proposição 171 Seja T : V ! W uma transformação linear, com dim V =
dim W; e
e
bases de V e W respectivamente: Então T é inversível se, e
somente se det [T ] 6= 0:
Observação 172 Se na proposição acima tivermos V = W = Rn podemos
escrever: Seja T : Rn ! Rn uma transformação linear, então T é invertível se
det [T ] 6= 0
Exemplo 173 Seja T : R3 ! R3 ; dada por T (x; y; z) = (x + 2y + 2z; x + y +
3z; x + 2y + z); determine a transformação inversa T 1 :
Solução: Facilmente
2
1 2
[T ] = 4 1 1
1 2
podemos ver que
3
2
3 5 ) T 1 = [T ]
1
1
2
5
=4 2
1
2
1
0
3
4
1 5
1
logo T 1 (x; y; z) = ( 5x + 2y + 4z; 2x y z; x z): Como exercício veri…que
que vale T T 1 (x; y; z) = (x; y; z)
Podemos também neste caso calcular a inversa usando diretamente a di…nição
de transformação inversa da seguinte forma
Sabemos que T 1 : R3 ! R3 é uma transformação linear tal que T 1 T = I
ou T T 1 = I: Suponhamos que T 1 (x; y; z) = (m; n; s); devemos encontrar
m; n e s tais que T T 1 = I (devemos usar esta igualdade pois com a outra
não funciona, tente e veja o que acontece). Portanto
T
T
T (T
1
(x; y; z)
= I(x; y; z) = (x; y; z)
1
(x; y; z)) = (x; y; z)
T (m; n; s) = (x; y; z)
(m + 2n + 2s; m + n + 3s; m + 2n + s) = (x; y; z)
m + 2n + 2s = x
m + n + 3s = y
m + 2n + s = z
92
2
1
41
1
3
2
2 x
1
escalonando
40
3 y5
=)
1 z
0
2
1
2
s = x
n = x
m = x
3
2
x
1 x y5
1 x z
2
1
0
z
y + x z = 2x y z
2(2x y z) 2(x z) =
5x + 2y + 4z
Logo
T
1
(x; y; z) = ( 5x + 2y + 4z; 2x
y
z; x
z)
Exemplo 174 Considere a transformação linear T : R3 ! M2T (M2T é o es1 1
paço das matrizes triangulares superiores) de…nida por T (1; 1; 0) =
; T (0; 1; 1) =
0 0
1 1
0
1
e T (1; 1; 1) =
: Encontre a inversa da transformação T.
0 2
0 1
Solução: Sabemos que:
T
1
1
0
1
0
= (1; 1; 0); T
1
0
1
1
2
1
= (0; 1; 1) e T
0
0
1
1
= (1; 1; 1)
e, seja
x
0
y
z
=a
1
0
1
0
obtemos o sistema:
8
< a+b=x
a+b c=y
:
2b + c = z
realizando o escalonamento
2
1
40
0
+b
1
0
1
2
2
1 1
=) 41 1
0 2
+c
0
0
1
1
3
0 j x
1 j y5
1 j z
da matriz encontramos:
3
0 0 j 3x 2y z
x+y+z 5
1 0 j
2
0 1 j
x y
Agora, procedendo as substituições, obtemos:
T
1
x y
0 z
=
T
1
x y
0 z
=
T
1
x y
0 z
=
3x
y z
x+y+z
1 1
1 1
T 1
+
T 1
+ (x y) T
0 0
0 2
2
2
x+y+z
3x y z
(1; 1; 0) +
(0; 1; 1) + (x y) (1; 1; 1)
2
2
5x 3y z
3x 3y z
; y;
; que é a transformação procurada.
2
2
93
1
0
0
1
1
Matricialmente, temos:
[T ]
1
25
2
= 40
3
2
94
3
2
1
3
2
1
2
3
0 5
1
2
3.5
1.
Quarta lista de exercícios
Veri…que se as funções dadas abaixo são transformações lineares. Em
cada caso, justi…que sua a…rmação:
(a) T : <4 ! <3 dada por T (x; y; z; t) = (x + y; 0; z + t)
(b) L : <2 ! < dada por L(x; y) = xy
(c) S : M (2; 2) ! <2 , S
a b
c d
= (a + b; 0)
(d) G : M (5; 5) ! M (5; 5); G(A) = AB+I5 ; onde B = diag(d1 ; d2 ; d3 ; d4 ; d5 )
é uma matriz diagonal e I5 é a matriz identidade de ordem 5:
(e) F : P2 ! P2 tal que F (p) = p + q; p 2 P2 e q(t) = t2 + 1; t 2 <
(f) S : R2 ! R2 dada por S(x; y) = (x + y; x
(g) T : M (2; 2) ! R dada por
a b
c d
y)
! det
a b
c d
(h) T : R ! R; T (x) = jxj :
(i) T : M2 ! P1 ; T
a b
c d
= a + dt
(j) S : R3 ! R3 tal que S(x; y; z) = (3x; a; 5z); onde a 2 R é uma
constante.
0
00
(k) T : Pn ! Pn tal que T (p(x)) = p (x) + x2 p (x)
2. Seja T : P2 ! P2 um operador linear tal que
T (p0 )(t) = 1+t,
i = 0; 1; 2:
T (p1 )(t) = t+t2 ; T (p2 )(t) = 1+t 2t2 onde pi (t) = ti ;
(a) Encontre T (p)
(b) T é injetora? Justi…que sua resposta.
(c) T é sobrejetora? Justi…que sua resposta.
(d) T é bijetora? Justi…que sua resposta.
3. a) Encontre a transformação T : <2 ! M (2; 2) tal que
T ( 1; 0) =
1
1
1
;
1
T (0; 1) =
1
1
1
1
b) Usando a transformação T encontrada no item a) , calcule T (1000; 999)
c) A transformação é bijetora? Justi…que sua resposta.
4. Seja T : <3 ! <3 uma transformação linear de…nida por T (1; 0; 0) =
(1; 1; 0); T (0; 1; 0) = (1; 1; 2) e T (0; 0; 1) = (0; 0; 2): Determinar uma base
de cada um dos seguintes subespaços:
95
(a) N (T )
(b) N (T ) \ Im(T )
(c) N (T ) + Im(T )
5. Sejam = f(1; 1); (0; 2)g e
e <3 ; respectivamente e
2
3
1 0
[T ] = 41 1 5
0
1
= f(1; 0; 1); (0; 1; 2); (1; 2; 0)g bases de <2
(a) Encontre a transformação linear T:
(b) Enconte uma base para Ker(T ) e uma base para Im(T ):
3
2
1 0
(c) Encontre uma base de <3 tal que [T ] = 40 05
0 1
6. Encontre a transformação linear T : <2 ! <2 que é a projeção sobre a
x = 2t
reta dada por
y=t
Determine dim Im(t) e dim Ker(T ): T é inversível ? Se for, determine
T 1:
7. Considere o operador linear em <3 tal que T (1; 0; 0) = (1; 1; 1); T (0; 0; 1) =
(1; 0; 1), T (0; 1; 2) = (0; 0; 4):
T é isomor…smo? Em caso a…rmativo, determine o isomor…smo inverso.
8. Considere a transformação linear T : P2 ! R3 tal que T (1) = (1; 0; 1);
T (x + x2 ) = (1; 2; 2) e T (1 x) = (0; 1; 1): Encontre T 1 :
9. Seja T : P2 ! P3 a transformação de…nida por T (p(x)) = xp(x 3):
Encontre [T ] em relação às bases = f1; x; x2 ; x3 g e = f1; x; x2 g:
10. Encontre a transformação linear T : <3 ! <3 cujo núcleo é gerado por
(1; 1; 0) e (0; 0; 1) e a imagem gerada pelo vetor (1; 1; 1):
11. Encontre a transformação linear T : <4 ! <4 cujo núcleo é gerado por
(1; 1; 0; 0) e (0; 0; 1; 0):
!
12. Mostre que se a matriz transformação [T ] é inversível então N (T ) = f 0 g:
13. Se T : V ! W é uma transformação linear tal que T (w) = T (u) + T (v)
então w = u + v ?
14. Determine explicitamente a expressão de uma transformação linear T :
P2 ! M2 satisfazendo simultaneamente as seguintes condições:
96
(i) o elemento p(x) = 1 + x2 pertence ao N (T );
(ii) o elemento q(x) = 1
(iii) o elemento A =
x + x2 não pertence ao N (T );
2
1
3
pertence à Im(T ):
1
15. Seja T : V ! W uma transformação linear.
(a) Mostre que o núcleo de T é um subespaço de V:
(b) Mostre que a imagem de T é um subespaço de W:
0
16. Seja T : P2 ! P2 a transformação linear de…nida por T (p(x)) = xp (x)
(a) Quais dos seguintes polinômios pertencem ao N (T )?
i. 2
ii. x2
iii. 1 x
(b) Quais dos polinômios do item a) pertencem a Im(T )?
(c) Descreva N (T ) e Im(T ):
17. Quando possível, dê exemplos de transformações lineares satisfazendo:
(a) T : R3 ! R3 tal que dim N (T ) = 1
(b) T : R3 ! R3 tal que N (T ) = f(0; 0; 0)g
(c) T : R3 ! R3 tal que Im(T ) = f(0; 0; 0)g
(d) T : R3 ! R3 tal que N (T ) = f(x; y; z) 2 <3 : z =
3
3
(e) T : R ! R tal que Im(T ) = (x; y; z) 2 R
3
xg
y = 2x
z :
0
18. Seja T : P3 ! P2 de…nida por T (p) = p . Determine a matriz T em
relação às bases = 1; t; t2 ; t3 e = 1; 1 + t; 1 + t2 ; isto é, [T ] .
!
19. Mostre que se uma transfomação linear é injetora então N (T ) = f 0 g:
20. Seja
a base canônica de M2 : Se T : M2 ! P3 é dada por T
a + (b + c)x + (c
= 2; 2 + x; 2 + x2 ; 2 + x3 é base de P3
(b) Faça o escalonamento da matriz [T ]
(c) Detemine dim Ker(T )
(d) Determine dim Im(T ):
n
b
d
d)x2 + dx3
(a) Encontre [T ] onde
21. Se A 2 Rn
a
c
é inversível então:
97
=
(a) dim N (A) = ______
(b) dim Im(T ) = ______
22. Determine dim N (T ) sabendo que:
(a) T : R6 ! R8 com dim(Im(T )) = 3;
(b) T : V ! W com T sobrejetiva, dim V = 5; dim W = 3;
(c) T : V ! W com T injetiva;
(d) T : R4 ! R4 sabendo que existe a inversa de T:
23. Explique em cada caso abaixo porque não existe uma transformação linear:
(a) T : R4 ! R2 cujo núcleo seja a origem;
(b) T : R5 ! R6 que seja sobrejetiva;
(c) T : R3 ! R2 que seja injetiva;
(d) T : R7 ! R6 tal que dim N (T ) = dim Im(T );
(e) T : R4 ! R3 com N (T ) = [(1; 0; 0; 0); (0; 1; 0; 0)] e Im(T ) = [(1; 1; 2); (2; 2; 4)]:
24. Responda as seguintes questões:
(a) Se T : R5 ! R6 é uma transformação linear, podemos ter dim
Im(T ) > 6? Justi…que sua resposta
(b) Existe alguma transformação linear T : R2 ! R2 tal que T (1; 1) =
(2; 2) e T (2; 2) = (3; 1)? Justi…que sua resposta.
(c) A transformação T : P1 ! P2 de…nida por T (p(t)) = tp(t)+p(0)p0 (1)
é linear?
(d) Se T : R3 ! R3 é um operador linear e se a imagem de T é um plano
que passa pela origem, que tipo de objeto geométrico é o núcleo de
T ?
25. Seja T : R2 ! R2 tal que [T ] =
que
2
0
1
1
: Encontre os vetores u e v tais
(a) T (u) = 2u
(b) T (v) =
v
26. Sejam F; G : R3 ! R3 transformações lineares dadas por F (x; y; z) =
(x + y; z + y; z) e G(x; y; z) = (x + 2y; y z; x + 2z):
(a) Determine F
G
(b) Determine uma base para N (F
G)
(c) Determine uma base para Im(F
G)
98
(d) F
G é isomor…smo? Justi…que sua resposta.
27. Seja T : <3 ! <3 o operador linear de…nido por T (x; y; z) = (3x; x
y; 2x + y + z): Mostre que (T 2 I) (T 2 9I) = 0:
28. Sejam R; S; T tres transformações lineares de
2
3
2
1 0 1
2 1
1
[R] = 4 2 1 1 5 e
[S] = 4 3
0
1 1
1
2
encontre T tal que R = S
T:
R3 em R3 : Se
3
1
2 5;
0
29. Sejam as transformações lineares S : P1 ! P2 e T : P2 ! P1 de…nidas
por
S(a + bx) = a + (a + b)x + 2bx2
T (a + bx + cx2 ) = b + 2cx
(a) Determine (S
T )(3 + 2x
(b) É possível calcular (T
S)( + x):
x2 )
S)(a + bx)? Em caso a…rmativo calcule (T
30. Considere o operador T : P2 ! P2 de…nida por T (p(x)) = p0 (x) + p(x)
e a transformação linear S : P2 ! R3 de…nida por S(a + bx + cx2 ) =
(a + b; c; a b):
(a) Veri…que se S é isomor…smo. Se for, determine S
(b) Determine uma base para N (S
2
1
:
T ) e uma base para Im(S
(c) Seja = f1+x; x x ; 1g uma base de P2 e
base do R3 : Determine [S T ] :
T ):
= f(1; 0; 0); (0; 1; 1); (0; 0; 1)g
31. Considere a transformação linear T : R4 ! M2 de…nida por T (a; b; c; d) =
a
a+b
a b
e a transformação linear S : M2 ! M2 de…nida por S
b+c
d
c d
a c c b
:Veri…que se S T é um isomor…smo. Em caso a…rmativo,
b
a+d
determine o isomor…smo inverso (S T ) 1 :
99
=
Capítulo 4
OPERADORES
LINEARES
De…nição 175 Uma transformação linear T : V ! V é chamada de operador
linear.
Observação 176 Todas as propriedades já vistas para transformações lineares
em geral vale para um operador linear
4.1
Transformações especiais no plano e no espaço
Os operadores lineares que veremos a seguir são chamados de transformações
especiais do plano e do espaço por serem bastantes usados em aplicações práticas
e também em aplicações numéricas.
Transformações no Plano
a) Dilatação ou contração
T
T (x; y)
: R2 ! R2
=
(x; y)
Se j j < 1, T contrai o vetor
Se j j > 1, T dilata o vetor
Se = 1, T é a identidade
Se < 0, T inverte o sentido do vetor
Se > 0, T mantém o mesmo sentido do vetor
Matricialmente
x
0
x
!
y
0
y
100
Geometricamente, para
> 0 temos:
b) Cisalhamento na direção do eixo dos x
T
T (x; y)
: R2 ! R 2
= (x + y; y)
Matricialmente
x
y
!
1
0
1
Geometricamente:
c) Cisalhamento na direção do eixo dos y
101
x
y
T
T (x; y)
: R2 ! R2
= (x; x + y)
Matricialmente
x
y
!
1
0
1
x
y
Geometricamente:
d) Re‡exão na origem
T
T (x; y)
: R2 ! R2
= ( x; y)
Matricialmente
x
y
!
1
0
Geometricamente:
102
0
1
x
y
Observação 177 Observe que este é um caso particular da contração quando
= 1
e) Projeção sobre uma reta no plano
De…nição 178
De…nimos como sendo Projeção sobre uma reta r, que
passa pela origem, no plano o operador linear T : R2 ! R2 de…nido por T (v) =
proju v, onde u é o vetor diretor da reta r:
De…nição 179 Exemplo 180 Determinar o operdor linear que a projeção sobre a reta y = 6x
103
A reta y =
6x pode ser parametrizada por
x = t
y =
6t
logo um vetor diretor da reta é u = (1; 6):
T (v)
= proju v
u v
u
T (v) =
u u
(1; 6) (x; y)
T (x; y) =
(1; 6)
(1; 6) (1; 6)
x 6y 6x + 36y
;
T (x; y) =
37
37
f ) Re‡exão através de uma reta no plano
De…nição 181
De…nimos como sendo Re‡exão através da reta r; que
passa pela origem, a transformação linear T : R2 ! R2 tal que jT (v)j = jvj e
proju v = proju T (v) onde u é o vetor diretor da reta r:
104
Para obter a expressão pata a traformação T , considere a …gura abaixo
que representa a re‡exão em torno de uma reta no plano onde estão mostrados
o vetor diretor diretor, u ; da reta, o vetor p, a projeção de v na direção do vetor
u,e o vetor T (v):
Da de…nição de re‡exão podemos observar que
T (v) + v = 2p
T (v) = 2p v
T (v) = 2proju v
v
Portanto a re‡exão em torno de uma reta no plano é dada por
T (v) = 2proju v
v
onde proju v é a projeção do vetor v na direção do vetor u
Casos Particulares
f.1) Re‡exão em torno do eixo dos x
T
T (x; y)
: R2 ! R2
= (x; y)
Matricialmente
x
y
!
1
0
Geometricamente:
105
0
1
x
y
f.2) Re‡exão em torno do eixo dos y
T
T (x; y)
: R2 ! R2
= ( x; y)
Matricialmente
x
y
!
1
0
Geometricamente:
106
0
1
x
y
f.3) Re‡exão em torno da reta y = x
T
T (x; y)
: R2 ! R2
= (y; x)
Matricialmente
x
y
!
0
1
Geometricamente:
107
1
0
x
y
f.4) Re‡exão em torno da reta y =
T
T (x; y)
x
: R2 ! R2
= ( y; x)
Matricialmente
x
y
!
0
1
Geometricamente:
108
1
0
x
y
g) Rotação de um ângulo
De…nimos Rotação no plano de um ângulo a transformação T : R2 ! R2
tal que jT (v)j = jvj e o ângulo entre os vetores T (v) e v é :
Geometricamente
109
Vamos agora determinar a matriz da transformação linear rotação de um
ângulo e a expressão de R em função de x e y: Seja
R
R (x; y)
: R2 ! R2
= (x0 ; y 0 )
Quando rotacionamos um vetor, pela própria de…nição de rotação, o comprimento (módulo) do vetor não se altera. Seja r = jvj ; onde v = (x; y):
Da …gura acima e usando relações trigonométricas temos;
x0 = r cos( + ) = r cos cos
r sin sin
Mas
r cos
r sin
= x
= y
então
x0 = x cos
y sin
Analogamente
y0
y0
= r sin( + ) = r sin cos + r cos sin
= y cos + x sin = x sin + y cos
Assim
110
R (x; y) = (x cos
y sin ; x sin + y cos )
Matricialmente
x
cos
sin
x
!
y
sin
cos
y
Podemos ver neste caso que matriz de uma rotação é:
[R ] =
cos
sin
sin
cos
Transformações no Espaço
a) Re‡exão através de uma reta no espaço
De…nição 182 De…nimos como sendo Re‡exão através da reta r; que passa
pela origem, no espaço a transformação linear T : R3 ! R3 tal que jT (v)j = jvj
e proju v = proju T (v) onde u é o vetor diretor da reta r:
Geometricamente
Para obter a expressão pata a traformação T , considere a …gura abaixo
que representa a re‡exão em torno de uma reta no plano onde estão mostrados
o vetor diretor diretor, u ; da reta, o vetor p, a projeção de v na direção do vetor
u,e o vetor T (v):
111
Da de…nição de re‡exão podemos observar que
T (v) + v = 2p
T (v) = 2p v
T (v) = 2proju v
v
Portanto a re‡exão em torno de uma reta no espaço é dada por
T (v) = 2p
v
ond p = proju v é a projeção do vetor v na direção do vetor u
Casos Particulares: Re‡exão em relação aos eixos coordenados
a.1) Re‡exão através do eixo x
T
T (x; y; z)
Matricialmente
3
2
x
1
4 y 5 !4 0
z
0
2
: R3 ! R3
= (x; y; z)
0
1
0
112
32
3
0
x
0 54 y 5
1
z
a.2) Re‡exão através do eixo y
T
T (x; y; z)
Matricialmente
: R3 ! R3
= ( x; y; z)
2
3
2
x
1
4 y 5 !4 0
z
0
0
1
0
a.3) Re‡exão através do eixo z
T
T (x; y; z)
Matricialmente
32
3
0
x
0 54 y 5
1
z
: R3 ! R3
= ( x; y; z)
2
3
2
x
1
4 y 5 !4 0
z
0
b) Re‡exão através de um plano
32
3
0 0
x
1 0 54 y 5
0 1
z
De…nição 183 De…nimos Re‡exão através de um plano, que passa pela origem,
no espaço ao operador linear T : R3 ! R3 tal que jT (v)j = jvj e projn v =
projn T (v); onde n o vetor normal do plano.
113
Para obter a expressão para a transformação T , considere a …gura abaixo
que representa a re‡exão em torno de um plano no espaço onde estão mostrados
o vetor normal do plano, vetor n ; o vetor projeção de v na direção do vetor n,
vetor p, o vetor projeção sobre o plano, vetor m; e o vetor T (v):
Da de…nição de Re‡exão através de uma plano podemos deduzir que
p+m=v
m p = T (v)
Portanto
T (v) = v
2p
onde p = projn v é a projeção de v na direção do vetor normal n do plano.
Casos particulares: Re‡exão através dos planos coordenados
b.1) Re‡exão através do plano xy
T
T (x; y; z)
: R3 ! R3
= (x; y; z)
114
Matricialmente
2
Geometricamente
3
2
x
1
4 y 5 !4 0
z
0
0
1
0
32
3
0
x
0 54 y 5
1
z
b.2) Re‡exão através do plano xz
T :
T (x; y; z) =
2
3
2
x
1 0
1
Matricialmente4 y 5 ! 4 0
z
0 0
b.3) Re‡exão através do plano yz
T
T (x; y; z)
R3 ! R3
(x; y; z)
32
3
0
x
0 54 y 5
1
z
: R3 ! R3
= ( x; y; z)
Matricialmente
2
c)
3
2
x
1
4 y 5 !4 0
z
0
Re‡exão no origem
T
T (x; y; z)
32
3
0 0
x
1 0 54 y 5
0 1
z
: R3 ! R3
= ( x; y; z)
115
Matricialmente
2
3
2
x
1
4 y 5 !4 0
z
0
0
1
0
Geometricamente
32
3
0
x
0 54 y 5
1
z
d) Rotação no Espaço.
De…nição 184 De…nimos Rotação de um ângulo em torno de um eixo coordenado c ao operador linear T : R3 ! R3 tal que jT (v)j = jvj e o ângulo
entre a projeção de v no plano ortogonal a c e a projeção de T (v) no plano
ortogonal a c é o ângulo medido no sentido anti-horário a partir da projeção
de v no plano ortogonal a c:
116
d.1) Rotação em torno do eixo z
Para obter a expressão da transformação que é uma rotação em torno
do eixo z vamos considerar:
p
q
= projeção de v no plano xy
= projeção de T (v) no plano xy
117
T (x; y; z) = (x0 ; y 0 ; z 0 )
Observe que z 0 = z
Como jT (v)j = jvj então jpj = jqj : Além disso o vetor q é obtido pela
rotação do vetor p no plano xy por um ângulo , ou seja, q = R (p). Como já
visto em rotação no plano ( item g) de Transformações no plano) temos que
x0
y0
= x cos
y sin
= x sin + y cos
Portanto
T
T (x; y; z)
: R3 ! R3
= (x cos
y sin ; x sin + y cos ; z)
118
Matricialmente
2
3 2
32
3
x
cos
sin
0
x
4 y 5 = 4 sin
cos
0 54 y 5
z
0
0
1
z
2
3
cos
sin
0
cos
0 5
[T ]Z = 4 sin
0
0
1
d.2) Rotação em torno do eixo y
T (x; y; z) = (x0 ; y 0 ; z 0 )
Como a rotação é em torno do eixo y temos y 0 = y: No plano xz vemos que
o vetor q é obtido a partir do vetor p pela rotação do ângulo no SENTIDO
HORÁRIO.
119
Portanto podemos considerar o vetor p obtido a partir do vetor q por uma
rotação no sentido anti-horário, ou seja, R (p) = q: Logo,
x
z
x0
z0
x0
z0
=
cos
sin
sin
cos
=
cos
sin
sin
cos
cos
sin
=
x0
z0
sin
cos
x0
z0
1
x
z
x
z
= x cos + z sin
= z cos
x sin
T (x; y; z) = (x0 ; y 0 ; z 0 )
T (x; y; z) = (x cos + z sin ; y; x sin + z cos )
Matricialmente:
2
cos
[T ]Y = 4 0
sin
d.3) Rotação em torno do eixo x
120
3
0 sin
1
0 5
0 cos
A matriz da Rotação em torno do eixo x é dada por
2
3
1
0
0
sin 5
[T ]X = 40 cos
0 sin
cos
Exemplo
185p Determinar o ângulo formado entre v e T (v) quando o vetor
p
p
v = ( 2p32 ; 42 ; 22 ) gira em torno do eixo z de um ângulo 2 rad
Solução:
[T (v)]
[T (v)]
[T (v)]
2
cos 2
= 4 sin 2
0
2
0:0
= 4 1:0
0:0
2 p
6
= 4
2
p4
p3
2p 2
2
2
sin 2
cos 2
0
1:0
0:0
0:0
30
32
0
6
0 54
1
32 p
p
p3
2p 2
2
p4
2
2
p3
2p 2
2
p4
2
2
0:0
6
0:0 5 4
1:0
30
30
7
5
7
5
7
5
Como desejamos o ângulo entre v e T (v);vamos usar a fórmula do cosseno
do ângulo entre dois vetores:
cos
=
Portanto o ângulo entre v e T (v) é
4.2
v T (v)
1
=
jvj jT (v)j
2
= arccos 12 =
3
Propriedades dos operadores inversíveis
De…nição 186 Seja T : V ! V um operador linear. Se existir um operador
T 1 : V ! V tal que T T 1 = T 1 T = I ( neste caso I : V ! V é
a identidade em V ) então dizemos que o operador T é inversível e T 1 é o
operador inverso de T:
Observação 187 Um operador é inversível se, e somente se, ele é um isomor…smo
Seja T : V ! V um operador linear:
=T 1 T =I
n!o
II) O operador T é inversível se, e somente se, Ker(T ) = 0 :
I) Se T é inversível e T
1
sua inversa, então T
121
T
1
III) O operador T é inversível se, e somente se, det [T ] 6= 0
IV) Se T é inversível, T transforma base em base, isto é, se
é base de V então = fT (v1 ); : : : ; T (vn )g é base de V:
Se T é inversível e
uma base de V então T
1
1
[T ]
: Quando
= fv1 ; : : : ; vn g
: V ! V é linear T
é a base canônica temos a forma mais simples T
1
1
1
[T ]
e portanto T
[T ]
= T
inversível se e somente se det [T ] 6= 0.
1
T
1
=
1
=
= [I] : Com isso vemos que T é
Exemplo 188 Considere o operador R : R2 ! R2 ; dado por
R (x; y) = (x cos
y sin ; x sin + y cos )
veri…que se T é inversível e em caso a…rmativo encontre T
1
Solução: Como det [R ] = cos2 + sin2 = 1 6= 0; temos que R é inversível.
1
Como R 1 = [R ] ; basta calcular a inversa da matriz deR
[R ] =
[R ]
1
2
=4
[R ]
Note que [R ]
R 2 ! R2
x
y
1
cos
sin
sin
cos
sin
cos2 +sin2
cos
cos2 +sin2
sin
cos2 +sin2
1
=
cos
cos2 +sin2
cos
sin
3
5
sin
cos
T
= [R ] ; ou seja, [R ] é uma matriz ortogonal, logo R
!
R
1
cos
sin
sin
cos
x
y
=
1
:
x cos + y sin
y cos
x sin
(x; y) = (x cos + y sin ; y cos
x sin )
Exemplo 189 Seja T o operador T : R3 ! R3 que é a projeção ortogonal do
vetor v = (x; y; z) na direção da reta dada pela interseção dos planos y = x e
z = y:Veri…que se T é inversível e em caso a…rmativo determine T 1 :
Solução:
Para determinar a projeção na direção da reta basta determinar a projeção ortogonal sobre o vetor diretor da reta. Devemos inicialmente
determinar o vetor diretor da reta:
y=x
z=y
122
Para obter a equações paramétricas fazemos x = t; logo
8
< x=t
y=t
:
z=t
portando o vetor diretor da reta é u = (1; 1; 1):
v u
u
T (v) = proju v =
u u
(x; y; z) (1; 1; 1)
T (x; y; z) =
(1; 1; 1)
(1; 1; 1) (1; 1; 1)
x+y+z
T (x; y; z) =
(1; 1; 1)
3
x+y+z x+y+z x+y+z
;
;
T (x; y; z) =
3
3
3
2 1
3
1
1
6
6
[T ] = 6
6
4
3
3
3
1
3
1
3
1
3
1
3
1
3
1
3
det [T ] = 0
7
7
7
7
5
Como det [T ] = 0 temos que T não é inversível.
Exemplo 190 Seja T : R2 ! R2 a transformação que é uma rotação de 4 rad
e S : R2 ! R2 a transformação que é uma re‡exão em torno da reta y = 2x:
Determine a transformação R = S T:
Solução
R = S T
[R] = [S] [T ]
[T ]
=
[T ]
=
S(v)
=
2p
S(x; y)
=
2
S(x; y)
=
cos 4
sin 4
p
1
2 p2
1
2 2
sin 4
cos 4
p
1
2p 2
1
2 2
v
(x; y) (1; 2)
(1; 2)
(1; 2) (1; 2)
3x 4y 4x + 3y
;
5
5
123
(x; y)
[S] =
[R]
= [S] [T ]
[R]
=
[R]
=
R(x; y) =
4.3
3
5
4
5
p
3
4
5
5
4
3
5
5
p
7
10 p2
1
10 2
p
7 2
x
10
4
5
3
5
1
2 p2
1
2 2
p
1
10p 2
7
10 2
p
2
y;
10
p
1
2p 2
1
2 2
p !
2
7 2
x+
y
10
10
p
Operadores autoadjuntos e ortogonais
De…nição 191 Seja V = Rn . Uma base = fv1 ; v2 ;
normal se para todos os vetores de tem-se:
vi vj =
; vn g de V é orto-
1; i = j
0; i 6= j
De…nição 192 Seja V = Rn um espaço vetorial com produto escalar de…nido,
uma base ortonormal para Rn e T : Rn ! Rn um operador linear. Então:
a) T é chamado um operador auto-adjunto se [T ] é uma matriz simétrica
b) T é chamado um operador ortogonal se [T ] é uma matriz ortogonal
Portanto podemos dizer que um operador T : Rn ! Rn é um operador
auto-adjunto se [T ] (a matriz de T em relação a base canônica) é uma matriz
simétrica. T : Rn ! Rn é um operador ortogonal se [T ] (a matriz de T em
relação a base canônica) é uma matriz ortogonal.
Exemplo 193
Consideremos a transformação : R3 ! R3 , a rotação de um
ângulo
em torno do eixo z:
T (x; y; z) = (x cos
y sin ; x sin + y cos ; z)
A matriz da transformação T é
2
cos
[T ] = 4 sin
0
sin
cos
0
3
0
05
1
Como esta é uma matriz ortogonal, T é um operador ortogonal
124
Exemplo 194 Seja T : R2 ! R2 onde T (x; :y) = (2x 2y; 2x + 5y): A matriz
de T é
2
2
[T ] =
2 5
Como a matriz de T é simétrica, então T é um operador auto-adjunto.
Teorema 195 Seja T : Rn ! Rn linear. Se T é um operador auto-adjunto
então
T (v) w = v T (w); 8v; w 2 Rn
Teorema 196 Seja T : Rn ! Rn linear. Então são equivalentes as seguintes
a…rmações
a) T é ortogonal
b) T preserva o produto escalar, isto é, T (v) T (w) = v w; 8v; w 2 R
c) T preserva o módulo, isto é, jT (v)j = jvj
d) T transforma bases ortonornais em bases ortonormais. Isto é, se
fv1; v2 ; : : : ; vn g é uma base ortonornal então fT (v1 ); T (v2 ); : : : ; T (vn )g é uma
base ortonornal
125
4.4
Quinta lista de exercícios
1. Encontre a transformação linear T : R3 ! R3 tal que os vetores u =
(1; 2; 0) e v = (0; 1; 1) pertençam ao núcleo de T e que T (1; 0; 0) =
(1; 1; 1)
2. Seja T : M2 ! M2 de…nida por T (A) = AB
matriz …xa.
BA; onde B2
2
é uma
(a) Mostre que T é um operador linear.
(b) Sabendo que B =
1
0
1
; encontre uma base para N (T ) e uma base
3
para Im(T ):
3. Seja T a re‡exão no origem dada por
: R3 ! R3
= ( x; y; z)
T
T (x; y; z)
Determine a inversa T
1
da transformação T:
4. De…na operador simétrico e operador ortogonal. Dê um exemplo para
cada um dos casos, justi…cando sua escolha.
5. Seja A : R3 ! R3 ; dada por A = G L onde G é a rotação de 3 do em
torno do eixo y e L é a rotação de 2 em torno do eixo z.: Determine a
matriz de A em relação a base canônica ; isto é, determine [A] : O operador
A é ortogonal? E auto-adjunto?
6. Determine a transformação linear de R2 em R2 que representa uma re‡exão da reta y = x;seguida de uma dilatação de fator 2 na direção ox
e, um cisalhamento de fator 3 na direção vertical.
7. Usando inversão matricial mostre o seguinte:
(a) A transformação inversa de uma re‡exão em torno da reta y = x é a
re‡exão em torno da reta y = x:
(b) A transformação inversa de uma re‡exão em torno de um eixo coordenado é a re‡exão em torno daquele eixo.
8. a) Encontre a transformação T do plano no plano que é uma re‡exão em
torno da reta y = 6x:
b) Escreva-a em forma matricial.
126
9. No p
plano, uma rotação anti-horária de 450 é seguida por uma dilatação
de 3: Ache a aplicação A que representa esta transformação do plano.
10. Analise se a seguinte a…rmação é verdadeira ou falsa: "Se T : R2 ! R2 é
uma rotação de um ângulo (em sentido anti-horário) em torno da origem,
seguida de uma dilatação de fator 3 então T 1 é uma contração de fator
1
em torno da origem".
3 seguida de uma rotação de um ângulo
11. Encontre a transformação linear T : R2 ! R2 de…nida pela rotação de
6 (sentido anti-horário) seguida de uma re‡exão através da reta y = 2x:
A seguir, faça um esboço da Im(T ) se a transformação T for aplicada ao
retângulo de vértices (0; 0); (1; 0); (1; 2) e (0; 2):
12. Seja T : R3 ! R3 é a projeção de vetor v no plano x + y + z = 0: Encontre
T (x; y; z):
13. Seja L : R3 ! R3 onde L é a re‡exão através do plano x + y + z = 0:
Encontre L(x; y; z):
14. Seja A : R3 ! R3 onde L é a rotação de 2 em torno do eixo z seguida de
uma rotação de 3 do em torno do eixo y: Encontre A(x; y; z):
15. Seja A é uma matriz de ordem n …xada. Seja T : Mn ! Mn de…nida por
T (N ) = AN N A: Mostre que T não é inversível.
16. Encontre a transformação linear T : R3 ! R3
(x; y; z) 2 R3 y = 2x z
tal que Ker(T ) =
p
p
3
1
1
17. Determine se a transformação T (x; y) = ( 23 x
2 y; 2 x + 2 y) é uma
transformação auto-adjunta ou ortogonal. Justi…que sua resposta.
p
p
p
p
1
1
1
18. O operador linear T (x; y; z) = ( 21 2x
2 2z; y; 2 2x
2 2z) é a
rotação de um ângulo em torno do eixo y. Determine o valor do ângulo
:
19. Considere o triângulo de vértices (1; 1); ( 3; 3) e (2; 1): Determine a
ima-gem de T aplicada sobre este triângulo segundo uma rotação antihorária de 60 . Faça um desenho da Imagem.
20. Seja o operador T : P3 ! P3 de…nido por T (p) = x3 p( x1 ) :
(a) Mostre T é inversível.
(b) Calcule a inversa T
1
do operador T
21. Seja T : M (2; 2) ! M (2; 2) um operador linear tal que T (A) = A + AT :
Veri…que se o operador T é inversível.
127
Capítulo 5
AUTOVALORES E
AUTOVETORES
Dado um operador linear T : V ! V; estamos interessados em saber quais
vetores são levados em um múltiplo de si mesmo; isto é, procuramos um vetor
v 2 V e um escalar 2 R tais que T (v) = v: Neste caso T (v) será um vetor
de mesma direção que v: Por vetor de mesma direção estaremos entendendo
!
vetores sobre a mesma reta suporte. Como v = 0 satisfaz a equação para todo
!
; estaremos interessados em determinar vetores v 6= 0 satisfazendo a condição
acima.
De…nição 197 Seja T : V ! V , um operador linear. Se existirem v 2 V;
!
v 6= 0 ; e 2 R tais que T (v) = v, é um autovalor de T e v é um autovetor
de T associado a :
Observe que
pode ser o número 0; embora v não possa ser o vetor nulo.
Exemplo 198 T : V ! V dado por T (v) = kv, onde k é uma constante
Neste caso todo vetor de V é um autovetor associado ao autovalor
=k
Exemplo 199
T : R2 ! R2 (Re‡exão no eixo x)
T (x; y) = (x; y)
Neste caso observamos que os vetores que serão levados em múltiplos dele
mesmo serão os vetores que estão no eixo x, pois v = (x; 0) ) T (v) = T (x; 0) =
(x; 0) = v: Os vetores que estão no eixo y também são levados em múltiplos
de si mesmo pois estes vetores tem a forma w = (0; y) ) T (w) = T (0; y) =
(0; y) = 1(0; y): Podemos concluir então que os vetores do tipo v = (x; 0) são
autovetores associados ao autovalor 1 = 1 e os vetores da forma w = (0; y) são
autovetores associados a 2 = 1, da tranformação linear re‡exão no eixo x:
128
Exemplo 200
R 2 : R2 ! R2 (Rotação de um ângulo
2)
R 2 (x; y) = ( y; x)
Observe que na rotação de 2 nenhum vetor é levado em um múltiplo de si
mesmo, a direção de todos vetores de R2 são alterados pela rotação. Portanto
a rotação de um ângulo 2 não possui autovetores e autovalores.
Teorema 201 Dada uma transformação linear T : V ! V
e um autovetor
v associado a um autovalor , qualquer vetor w = v ( 6= 0) também é um
autovetor de T associado a :
Observação 202 Note que se um vetor v é autovetor de uma transformação T
associado ao autovalor então todos os múltiplos de v também serão autovetores
associados a : O Conjunto formado por todos os autovetores associados a um
mesmo autovalor é um conjunto in…nito.
Teorema 203 Seja T : Rn ! Rn um operador auto-adjunto e 1 ; 2 autovalores distintos de T e v1 e v2 os autovetores associados a 1 e 2 ; respectivamente.
Então v1 é perpendicular a v2 :
De…nição 204 O subespaço V = fv 2 V
associado ao autovalor :
T (v) = vg é chamado o subespaço
Como vimos na nota acima o conjunto V contém todos os autovetores de
!
T associados ao autovalor ; contém também o vetor nulo 0 de V já que o
!
!
!
vetor 0 satifaz a relação T ( 0 ) = 0 : O conjunto
V o pode ser escrito como V
n!
= fTodos os autovetores de T associados a g [ 0 :
5.1
Autovalores e autovetores de uma matriz
Agora vamos obter uma forma de calcular os autovalores e autovetores de uma
transformação usando sua matriz em relação as bases canônicas. Inicialmente
de…niremos autovalores e autovetores de uma matriz A:
Dada uma matriz quadrada, A; de ordem n; estaremos entendendo por autovalor e autovetor de A o autovalor e autovetor da transformação TA : Rn ! Rn ;
associada a matriz A em relação a base canônica de Rn ; isto é TA (v) = A v (na
forma coluna). Assim, um autovalor 2 R de A, e um autovetor v 2 Rn ; são
!
soluções da equação A v = v; v 6= 0 :
5.1.1
Polinômio Característico.
Seja a matriz
129
2
6
6
A=6
4
a11
a21
..
.
a12
a22
::::::::
::::::::
am1
am2
::::::::
3
a1n
a2n
..
.
7
7
7
5
amn
2
6
6
v=6
4
e
x1
x2
..
.
x3
3
7
7
7
5
Para encontrar os autovalores e autovetores de A, devemos resolver a equação:
Av
(A
Av
Av
Iv
I)v
=
v
=
Iv
!
= 0
!
= 0
Escrevendo esta equação explicitamente,temos
2
a11
a12
::::::::
a1n
6 a21
a
::::::::
a2n
22
6
6
..
..
4
.
.
am1
Fazendo
am2
2
temos o sistema
6
6
B=6
4
::::::::
a11
a21
..
.
amn
a12
a22
am1
am2
::::::::
::::::::
::::::::
32
76
76
76
54
x1
x2
..
.
x3
3
2
7 6
7 6
7=6
5 4
a1n
a2n
..
.
amn
!
B v= 0
0
0
..
.
0
3
3
7
7
7
5
7
7
7
5
!
Este sistema é um sistema homogêneo e possui ao menos a solução v = 0 : Mas
!
como estamos procurando autovetores, queremos encontrar vetores v 6= 0 que
!
!
satisfaçam a equação B v = 0 : Sendo assim queremos que o sistema B v = 0
seja compatível e indeterminado ( tenha além da solução trivial, outras soluções
não triviais). Pela regra de Cramer se det B = 0 então o sistema homogêneo
terá in…nitas soluções. Assim, a única maneira de encontrarmos autovetores v
!
(soluções não nulas da equação B v = 0 ) é termos det B = 0; ou seja,
det(A
I) = 0
Impondo esta condição determinamos primeiramente os autovalores que
satisfazem a equação e depois os autovetores a eles associados. Observamos que
p( ) = det(A
é um polinômio em
I) =
a11
a21
..
.
a12
a22
::::::::
::::::::
am1
am2
::::::::
de grau n:
130
a1n
a2n
..
.
amn
De…nição 205 O polinômio p( ) = det(A
terístico da matriz A
I) é chamado polinômio carac-
Observe que as raízes do polinômio característico são os autovalores da
matriz A: Note também que o autovalor pode ser o número zero (quando o
polinômio característico tem raízes zero), embora o autovetor v associado a /
não possa ser o vetor nulo.
Exemplo 206 Vamos agora calcular os autovetores e autovalores da matriz
3
1
A=
4
2
Solução
p( ) = det(A
3
I) = det
4
1
= (2
2
)( 3
)+4 =
2
+
2
p( ) = 0 ) 2 +
2 = 0 ) 1 = 1 e 2 = 2:
Necessitamos calcular os autovetores de A e para isso basta resolvermos o
sistema:
Av = v
x
onde v =
e é cada um dos autovalores já encontrados.
y
Para 1 = 1 temos
3
1
3
4
2
x
y
=
2
1
x
y
=
0
0
4
1
4
1
x
y
=
0
0
1
1
4
x
y
1
Temos um sistema homogêneo cuja matriz ampliada é
4
1
4 j 0
1 j 0
escalonando
)
4
0
4 j 0
0 j 0
4x + 4y = 0 ) y = x
Portando os autovalores associados ao autovalor 1 = 1 são da forma v =
(x; x) = x(1; 1) e assim podemos concluir que o subespaço associado ao autovalor
1 = 1 é V1 = [(1; 1)] :
Para 1 = 2 temos
3
1
3
( 2)
1
2
4
2
x
y
=
2
4
( 2)
x
y
=
0
0
1
1
x
y
=
0
0
4
4
131
x
y
Temos um sistema homogêneo cuja matriz ampliada é
1
1
4 j 0
4 j 0
escalonando
)
1
0
4 j 0
0 j 0
x
4
Portando os autovalores associados ao autovalor 1 = 2 são da forma v =
(x; x4 ) = x(1; 14 ) e assim podemos concluir que o subespaço associado ao autovalor 2 = 2 é V 2 = (1; 14 ) :
x + 4y = 0 ) y =
Exemplo 207 Encontre os autovalores e autovetores da transformação linear
que a cada vetor v 2 R3 associa a sua projeção ortogonal no plano x + y z = 0:
Solução: Devemos encontrar a transformação linear T : R3 ! R3 tal que
T (v) = projeção de v no plano x + y z = 0:
Da …gura acima vemos que para obtermos a projeção sobre o plano devemos
inicialmente fazer a projeção do vetor v na direção do vetor normal n para obter
o vetor p = projn v:Com isso temos,
T (v) + p = v
T (v) = v
T (v) = v
132
p
projn v
Um vetor normal do plano x+ y
temos
p
p
p
p
p
T (v)
z = 0 é n = (1; 1; 1); logo, como v = (x; y; z)
= projn v
v n
n
=
n n
(x; y; z) (1; 1; 1)
=
(1; 1; 1)
(1; 1; 1) (1; 1; 1)
x+y z
=
(1; 1; 1)
3
x+y z x+y z
x+y z
=
;
;
3
3
3
= v
T (x; y; z)
=
T (x; y; z)
=
p
x+y z x+y z
x+y
;
;
3
3
3
2x y + z
x + 2y + z x + y + 2z
;
;
3
3
3
(x; y; z)
z
Para calcular os autovalores de T devemos encontrar a matriz de T: Neste
caso,
2 2
3
1
1
6
6
[T ] = 6
6
4
3
3
3
1
3
2
3
1
3
1
3
1
3
2
3
p( ) = det([T ]
22
6
6
det 6
6
4
I) = 0
1
3
3
1
3
p( ) =
1
3
2
3
1
3
1
3
1
3
3
+2
7
7
7
7
5
2
3
2
3
7
7
7=0
7
5
=0
As raizes de p( ) são 1 = 2 = 0 e 3 = 1:
Para 1 = 0 vamos calcular os autovalores associados resolvendo o sistema.
2 2
32
3 2 3
1
1
x
0
3
3
3
2
1 54
4 1
y 5=4 0 5
3
3
3
1
1
2
z
0
3
3
3
133
cuja matriz ampliada é,
2 2
1
1
3
1
3
1
3
4
3
2
3
1
3
3
1
3
2
3
3
2 2
j 0
3
escalonando
4 0
j 0 5
=)
0
j 0
2
3x
2x
1
2y
1
3y
1
3
1
2
3
j 0
j 0 5
j 0
1
3
1
2
0
0
+ 13 z = 0
+
=0
1
2z
y+z =0
y+z =0
e então:
y =
x =
z
z
Portanto os autovalores associados ao autovalor
( z; z; z)
1
= 0 são da forma v =
Observação 208 Note que acima damos a forma geral dos autovetores, no
caso acima temos v = x( 1; 1; 1) assim um autovetor é v = ( 1; 1; 1) como
todo autovetor é um múltiplo de v = ( 1; 1; 1) temos que V0 = [( 1; 1; 1)],
isto é, o subespaço associado ao autovalor 1 = 0 é gerado pelo vetor v =
( 1; 1; 1): Note que geometricamente o subespaço V0 = [( 1; 1; 1)] é formado
pelos vetores que são múltiplos do vetor normal ao plano, ou seja, por todos os
vetores ortogonais ao plano.
Para
sistema.
2
=
3
2
4
= 1 vamos calular os autovalores associados resolvendo o
2
3
1
3
1
3
2
4
2
4
1
3
1
3
1
3
1
3
1
1
3
1
3
1
3
2
3
1
1
3
2
3
1
3
1
3
1
3
1
3
1
3
1
3
2
4
1
3
1
3
1
3
3
1
3
1
3
1
3
1
3
1
3
32
3
x
54 y 5 =
z
1
32
3
1
x
3
1 54
y 5 =
3
1
z
3
1
3
1
3
1
3
1
3
1
3
1
3
3
5
2
1
3
5 escalonando 4 0
=)
0
134
2
3
0
4 0 5
0
2 3
0
4 0 5
0
1
3
0
0
1
3
3
0 5
0
1
1
1
x
y + z = 0 =) x = y + z
3
3
3
Portanto os autovalores associados ao autovalor 2 = 3 = 1 são da forma
v = ( y + z; y; z) = y( 1; 1; 0) + z(1; 0; 1): Logo V2 = [( 1; 1; 0)] e V3 =
[(1; 0; 1)].
Exemplo 209 Encontre todos os autovalores e autovetores do operador linear
T : P2 ! P2 de…nido por T (a + bx + cx2 ) = 2c + (a + 2b + c)x + (a + 3c)x2 .
Solução: A matriz que representa o
2
0
[T ] = 41
1
operador T é dada por:
3
0
2
2 15
0 3
Para encontrar os autovetores resolver ([T ]
I)v = 0; isto é,
32 3 2 3
2
a
0
0
0
2
4 1
2
1 5 4 b 5 = 405
c
0
1
0
3
Para obtermos uma solução não nula para este sistema devemos impor:
det([T ]
I) =
(2
)(3
) + 2(2
)=0
Obtemos então os autovalores 1 = 1 e 2 = 3 = 2:
Vamos agora encontrar os autovetores associados aos autovalores 1 = 1 e
2 = 3 = 2:
Para 1 = 1
32 3 2 3
2
32 3 2 3
2
0
1 0
2 a
0
1 0
2 a
Escalonando
40 1
4 1 1 1 5 4 b 5 = 405
p = ( 2c; c; c)
15 4 b 5 = 405 ) !
)
0
c
0 0 0
0
c
1 0 2
Portanto, !
p = 2c + cx + cx2 é autovetor associado a 1 = 1
Para 1 = 1 )
2
32 3 2 3
2
32 3 2 3
2 0
2 a
0
2 0
2 a
0
Escalonando
4 1 0 1 5 4 b 5 = 405
4 0 0 0 5 4 b 5 = 405 ) !
p = (c; b; c)
)
1 0 1
c
0
0 0 0
c
0
Portanto !
p = c + bx + cx2 é autovetor associado a
135
1
= 2:
5.1.2
Matrizes Semelhantes
Seja T : V ! V um operador linear. Sejam
e bases de V e [T ] ; [T ]
matrizes de T em relação as bases
e respectivamente, então:
[T ] = [I] [T ] [I]
1
Lembrando que [I] = [I]
temos que
1
[T ] = [I] [T ]
[I]
Chamando [I] = A :
[T ] = A [T ] A
1
De fato:
Pelo conceito de matriz de uma transformação linear podemos escrever:
[T (v)] = [T ] [v]
(I)
[T (v)] = [T ] [v]
(II)
e
Sendo [I] a matriz mudança de base de
para ; tem-se:
[v] = [I] [v] e [T (v)] = [I] [T (v)]
Substituindo [v] e [T (v)] em (I), resulta:
[I] [T (v)] = [T ] [I] [v]
ou,
[T (v)] = [I]
1
[T ] [I] [v]
Comparando essa igualdade com (II) , tem-se
[T ] = [I]
ou, como [I] = [I]
1
1
[T ] [I]
; podemos escvrever
1
[T ] = [I] [T ]
[I]
As matrizes [T ] e [T ] são chamadas semelhantes.
De…nição 210 Dadas as matrizes A e B, se existe uma matriz P inversível tal
que
A = P BP 1
então dizemos que as matrizes A e B são semelhantes.
Observação 211 Se A e B são semelhantes então detA = detB; mas não vale
a recíproca.
136
5.2
Diagonalização de Operadores
Nosso objetivo aqui será encontrar uma base do espaço vetorial V na qual a
matriz de um determinado operador linear T : V ! V seja a mais simples
possível. Veremos que a melhor situação possível é aquela em que conseguimos
uma matriz diagonal associada a um operador.
Dado um operador linear T : V ! V , nosso objetivo é conseguir uma base
, para V , na qual a matriz do operador nesta base ([T ] ) seja uma matriz
diagonal. Esta é a forma mais simples de se representar um operador e a base
, nesse caso, é uma base cujos vetores são autovetores de T . Observemos
inicialmente o exemplo que segue.
Exemplo 212 Seja T : R2 ! R2 o operador linear de…nido por T (x; y) =
3 4
( 3x + 4y; x + 2y); cuja matriz, em relação à base canônica é [T ] =
:
1 2
Seus autovalores são 1 = 1 e 2 = 2 com autovetores associados v1 = (1; 1)
e v2 = (4; 1), respectivamente. Notemos que os autovetores formam uma base
de R2 . Seja, então, = f(1; 1); (4; 1)g a base de R2 formada pelos autovetores
de T e encontremos [T ] . Para tal, aplicamos T em cada vetor da base e
escrevemos a imagem obtida como combinação linear dos vetores da base :
T (1; 1) = (1; 1) = a(1; 1) + b(4; 1) = 1(1; 1) + 0(4; 1)
T (4; 1) = ( 8; 2) = c(1; 1) + d(4; 1) = 0(1; 1) 2(4; 1)
1 0
Assim, [T ] =
:
0
2
Notemos que [T ] é uma matriz diagonal e representa o operador T na base
de autovetores.
Na verdade, quando a base de autovetores existe, a matriz que representa
um operador linear nesta base será sempre uma matriz diagonal que, como já
citado, é a forma mais simples de se representar o operador. O problema, então,
é saber em que condições a base de autovetores existe, pois veremos adiante que
em muitos casos tal base não existe.
Consideremos, para elucidar o problema citado, as propriedades que seguem:
Propriedades
Propriedade 1: Autovetores associados a autovalores distintos são linearmente
independentes.
Proof. Exercício!
Propriedade 2: Se T : V ! V é um operador linear tal que dim V = n e
T possui n autovalores distintos, então o conjunto = fv1 ; v2 ; : : : ; vn g;
formado pelos correspondentes autovetores, é uma base de V:
Em outras palavras, se conseguirmos encontrar tantos autovalores distintos
quanto for a dimensão do espaço, podemos garantir a existência de uma base
de autovetores.
137
De…nição 213 Seja T : V ! V um operador linear. Dizemos que T é um operador diagonalizável se existe uma base de V cujos elementos são autovetores
de T:
Neste caso, a matriz que representa T na base
elementos são autovalores de T , ou seja,
2
0 :::
1
60
:::
2
6
[T ] = 6 .
.
.. . . .
4 ..
0
0
:::
é uma matriz diagonal cujos
0
0
..
.
n
Aqui supomos que dim V = n:
3
7
7
7
5
Exemplo 214 Observemos os autovalores e respectivos2autovetores associados
3
1
1 4
15 :
a um operador linear T; representados pela matriz A = 43 2
2 1
1
Os Autovalores e autovetores de A são:
1 = 1 ) v1 = ( z; 4z; z) = z( 1; 4; 1)
2 ) v2 = ( y; y; y) = y( 1; 1; 1)
2 =
3 = 3 ) v3 = (x; 2x; x) = x(1; 2; 1)
Logo o conjunto = f( 1; 4; 1); ( 1; 1; 1); (1; 2; 1)g é uma base do R3 ; pela
propriedade 2, e, portanto o operador T representado pela matriz A; é diagonalizável. Então, como a base é formada pelos autovetores de A ou de T; o
operador T é representado por uma matriz diagonal D que é a matriz [T ] : A
construção da matriz D pode ser acompanhada conforme segue:
T (v1 )
T (v2 )
T (v3 )
= Av1 = ( 1; 4; 1)
= Av2 = (2; 2; 2)
= Av3 = (3; 6; 3)
Então:
( 1; 4; 1) = a( 1; 4; 1) + b( 1; 1; 1) + c(1; 2; 1)
(2; 2; 2) = d( 1; 4; 1) + e( 1; 1; 1) + f (1; 2; 1)
(3; 6; 3) = g( 1; 4; 1) + h( 1; 1; 1) + i(1; 2; 1)
Dessa forma, temos
2
1
D = 40
0
0
2
0
138
3
0
05 = [T ]
3
3
3
Exemplo 215
2 Considere
3 agora o operador T : R ! R , representado pela
4 2 0
matriz A = 4 1 1 05 :
0 1 2
Autovalores e autovetores de A :
1 = 2 = 2 ) v1 = (0; 0; z) = z(0; 0; 1)
3 = 3 ) v3 = ( 2; 1; 1)
Observe que A não pode ser diagonalizada, pois não é possível encontrar
uma base de autovetores para o R3 ; só é possível obter dois autovetores L.I.
5.2.1
Matriz Diagonalizadora
Seja T : V ! V um operador linear. Sejam A a matriz canônica do operador
T; isto é, [T ] = A e D a matriz de T na base de autovetores. As matrizes A e
D são semelhantes, pois representam o mesmo operador T em bases diferentes.
Logo, a relação de matrizes semelhantes 210 permite escrever:
D=P
1
AP
onde P é a matriz mudança da base para a base canônica ; isto é, P =
[I] :
Note que, pela de…nição da matriz P; podemos concluir que ela é uma matriz
cujas colunas são os autovetores do operador T: Observamos que a matriz D é
obtida pela "atuação"da matriz P; quando ela existe, sobre a matriz A: Dizemos
então que a matriz P diagonaliza A ou que P é a matriz diagonalizadora.
2
1
Exemplo 216 Sendo possível, encontre a matriz que diagonaliza A = 4 3
3
3
5
3
Solução:
Temos que determinar uma matriz inversível P e uma matriz diagonal D tal
que D = P 1 AP: Vamos seguir os seguintes passos:
Passo1: Determinar aos autovalores de A:
2
3
1
3
3
5
3 5=
det(A
I) = 0 ) det 4 3
3
3
1
Os autovalores são 1 = 2 = 2 e 3 = 1
3
3
2
+4=0
Passo 2: Determinar os autovetores:
Serão necessários 3 autovetores porque a matriz é 3 3; caso contrário a
matriz não poderá ser diagonalizada.
Calculando os autovetores por meio do sistema homogêneo:
139
3
3
35 :
1
2
1
4 3
3
32 3 2 3
3
x
0
3 5 4y 5 = 405
1
z
0
3
5
3
obteremos:
Para = 2 uma base para o subespaço associado é v1 = ( 1; 1; 0) e
v2 = ( 1; 0; 1)
Para = 1 uma base para o subespaço associado é v3 = (1; 1; 1)
Note que fv1 ; v2 ; v3 g é linearmente independente. (Veri…que)
Passo 3: Monte P a partir dos vetores
2
1
P = v1 v2 v3 = 4 1
0
do passo 2:
3
1 1
0
15
1
1
Passo 4: Monte D a partir dos autovalores associados.:
É essencial que a ordem dos autovalores seja igual à ordem escolhida para
as colunas de P:
3
2
2 0 0
2 05
D=4 0
0
0 1
Passo 25: Veri…que 3
que
2 D=P
1
3
3
1
1
5
35 4 1
0
AP = 4 3
3
3
1
0
1
2
32
1
1 1
2 0
0
15 4 0
2
PD = 4 1
0
1
1
0
0
Teorema 217 Se A é uma matriz n
então A é diagonalizável.
1
AP3 ou2que
1
2
15 = 4 2
1
0
3 2
0
2
05 = 4 2
1
0
AP = P D:
3
2
1
0
15
2 1
3
2
1
0
15
2 1
n com n autovalores distintos entre si,
Proof. Exercício.
2
3
2
3 7
1 5 tem autovalores 1 = 2;
Exemplo 218 A matriz A = 40 5
0 0
1
1: Como esses são três autovalores distintos de uma matriz 3
3 =
diagonalizável.
2
=5e
3, A é
De…nição 219 i) Se é autovalor de uma matriz A de tamanho n n; então a
dimensão do subespaço associado a é chamada multiplicidade geométrica
de :
ii) O número de vezes que aparece como autovalor de A é chamado de
multiplicidade algébrica de :
140
Teorema 220 Se A é uma matriz quadrada, então:
i) Para cada autovalor de A, a multiplicidade geométrica é menor do que ou
igual à multiplicidade algébrica.
ii) A é diagonalizável se, e somente se, para cada autovalor, a multiplicidade
geométrica é igual a multiplicidade algébrica.
Exemplo 221 Diagonalize a seguinte matriz, se possível.
2
5
60
A=6
41
1
0
5
4
2
0
0
3
0
3
0
07
7
05
3
Solução:
Vamos
I) = 0 para3encontrar os autovalores de A:
2 calcular det(A
5
0
0
0
6 0
5
0
0 7
1 = 2 =5
7=0)
det 6
4 1
3
4
3
0 5
3 = 4 =
1
2
0
3
= 5 e = 3, ambos tem multiplicidade 2:
Calculando
os autovetores por meio
2 3 homogêneo:
3 2do3 sistema
2
0
x
5
0
0
0
7 6y 7 607
6 0
5
0
0
76 7 = 6 7
6
4 1
4
3
0 5 4 z 5 405
0
t
1
2
0
3
obtemos
Para = 5 uma base para o subespaço associado é v1 = ( 8; 4; 1; 0) e
v2 = ( 16; 4; 0; 1):
Para = 3 uma base para o subespaço associado é v3 = (0; 0; 1; 0) e
v4 = (0; 0; 0; 0; 1):
Note que para ambos os autovalores a multiplicidade algébrica é igual a
multiplicidade geométrica, logo pelo teorema anterior, concluímos que A é diagonalizável.
2
3
8
16 0 0
64
4
0 07
7eD=
Então existe P tal que A = P 1 DP; onde P = 6
41
0
1 05
0
1
0 1
2
3
5 0 0
0
60 5 0
07
6
7:
40 0
3 05
0 0 0
3
5.3
Calculando potências de uma matriz
Nesta seção, veremos como a diagonalização de matrizes pode ajudar no cálculo
de potências de matrizes.
141
Teorema 222 Seja A uma matriz quadrada n n e k um número inteiro. Se
v é autovetor de A associado ao autovalor então v também é autovetor de Ak
associado ao autovalor k :
Proof. Por de…nição, se v é autovetor de A associado ao autovalor
então
Av = v:
Multiplicando por A ambos os lados da igualdade, tem-se
2
A2 v = A v = (Av) =
v:
Novamente, multiplicando por A ambos os lados
A3 v = A
2
v=
2
3
(Av) =
v:
Generalizando esta idéia para k vezes, obtemos
k
k
(A:A:A:::::A
{z
})Av = (A:A:A:::::A
{z
}) v =) A v =
|
|
k 1 vezes
v;
k 1 vezes
concluindo assim nossa demonstração.
Assim, todo autovetor de A é também autovetor de Ak e portanto, se a
matriz A é diagonalizável, A e Ak possuem a mesma matriz diagonalizadora P:
O próximo teorema nos diz como obter a matriz Ak para todo k inteiro.
Teorema 223 Se A é uma matriz quadrada n n diagonalizável então existe
uma matriz invertível P e uma matriz diagonal D tais que Ak = P Dk P 1 , para
todo k inteiro.
Proof. Se A é diagonalizável, então existe uma matriz invertível P e uma
matriz diagonal D tais que A = P DP 1 : Assim,
Ak
= A:A:A:::::A
= P DP 1 : P DP
= PD P
1
1
1
P D P
: P DP
1
P D::::: P
::::: P DP
1
P DP
1
1
= P Dk P
1
Isso sugere que para calcularmos Ak podemos diagonalizar A; obtendo P e
D, depois calcular Dk ; e o resultado será igual a P Dk P 1 : Como D é diagonal
e sua diagonal é formada pelos autovalores de A, pelo teorema anterior tem-se
2 k
3
0 ::: 0
1
k
60
::: 0 7
2
6
7
Dk = 6 .
.. . .
.. 7 :
4 ..
.
.
. 5
0
0
142
:::
k
n
Exemplo 224 Calcule A20
2
1
onde A = 40
0
2
2
0
3
8
0 5:
2
Solução: Os autovalores dessa matriz são 1 = 1 e 2 = 3 = 2: Para
= 1 encontramos o autovetor v1 = (1; 0; 0) e para 2 = 3 = 2 encon8
tramos os autovetores v2 = 32 ; 1; 0 e v3 =
3 ; 0; 1 : Segue que a matriz A é
diagonalizável. As matrizes P e D são
3
2
2
3
8
1 0
0
1 23
3
2 05
0 5 ; D = 40
P = 40 1
0 0
2
0 0
1
1
Então,
A20
= P D20 P
2
1
= 40
0
1
2
1
= 40
0
699 050
1048 576
0
3 2 20
1
1
0 5:4 0
0
1
0
3
2796 200
5
0
1048 576
2
3
8
3
143
0
20
( 2)
0
3 2
0
1
0 5 : 40
20
0
( 2)
2
3
1
0
8
3
3
05
1
5.4
Sexta lista de exercícios
1. Encontre os autovalores e autovetores das transformações lineares dadas:
(a) T : R2 ! R2 tal que T (x; y) = (2y; x)
(b) T : R2 ! R2 tal que T (x; y) = (x + y; 2x + y)
(c) T : R3 ! R3 tal que T (x; y; z) = (x + y; x
y + 2z; 2x + y
z)
(d) T : P2 ! P2 tal que T (ax2 + bx + c) = ax2 + cx + b
(e) T : M (2; 2) ! M (2; 2) tal que A ! AT
2. Encontre os
2
1
a) A = 4 0
0
autovalores e autovetores correspondentes
2
3
2
3
2 3
1 0 2
6
1 2 5 b) A = 4 1 0 1 5 c) A = 6
4
0 1
1 1 2
das matrizes
2
0
12
0
0
2
0
1
3
1 0
0 1 7
7:
3 0 5
0 0
3. Uma transformação linear T : R2 ! R2 faz uma re‡exão em relação ao
eixo horizontal, conforme mostrado na …gura a seguir.
Essa transformação T
a) é dada por T (x; y) = ( x; y):
b) tem autovetor (0; 1) com autovetor associado igual a 2:
c) tem autovetor (2; 0) com autovetor associado igual a 1:
d) tem autovetor de multiplicidade 2:
e) não é inversível.
4. Construa uma matriz 2x2 não diagonal com autovalores 1 e
1 :
5. Encontre a transformação linear T : R2 ! R2 ; tal que T tenha autovalores
2 e 3 associados aos autovetores (3y; y) e ( 2y; y) respectivamente.
144
6. Que vetores não nulos do plano, quando cisalhados por C(x; y) = (y
3x; y) e em seguida girados de 45o (no sentido anti-horário) …cam ampliados / reduzidos (na mesma direção) ? Em quantas vezes ?
7. Determine os autovalores e autovetores, se existirem, do operador linear
T : R3 ! R3 obtido quando se faz uma rotação de rad em torno do eixo
x; seguida de uma contração de 21 :
8. Seja T : <2 ! <2 um operador linear que dobra o comprimento do vetor
(1; 3) e triplica e muda o sentido do vetor (3; 1):
(a) Determine T (x; y)
(b) Calcule T (0; 2)
(c) Qual a matriz do operador T na base f(2; 1); (1; 2)g
9. Seja T : M (2; 2) ! M (2; 2) com autovetores v1 =
v3 =
3
1
1
= 2;
1
0
0
0
e v4 =
0
1
4
0
associados aos autovalores
1
a b
= 0; respectivamente. Determine T
c d
0
0
; v2 =
0
0
1
= 1;
2
=
1
,
0
1;
:
10. Dada a transformação linear T : <2 ! <2 que é a projeção sobre a reta
y = x2 . Encontre os autovalores e autovetores da transformação T:
11. Considere P1 = conjunto dos polinômios de grau
1.
Seja o operador linear D : P1 ! P1 dado por D(p) = x:p0 + p0 .Determine
os autovalores e autovetores de D:
12. Seja A uma matriz quadrada e AT sua transposta. As matrizes A e AT
possuem os mesmos autovalores e autovetores? Justi…que sua resposta.
13. Encontre os autovalores e autovetores da transformação linear que a cada
vetor v 2 R3 associa a sua projeção ortogonal no plano x + y = 0:
14. Seja T : V ! V linear
(a) Se
= 0 é autovalor de T , mostre que T não é injetora.
(b) A recíproca é verdadeira? Ou seja, se T não é injetora,
autovalor de T ?
= 0 é
(c) Quais são os autovalores e autovetores do operador derivação D :
P2 ! P2 ; D(p) = p0 :
15. Sejam A; B 2 M (n; n) matrizes triangulares com a mesma diagonal principal. Existe alguma relação entre seus autovalores? Qual?
16. Mostre que o conjunto de todos os autovetores de um operador linear
T : V ! V associados a um autovalor é um subespaço vetorial de V:
145
17. Discuta a veracidade da a…rmação: Se não é um autovalor de A, então
o sistema linear (A
I)v = 0 só tem a solução trivial.
1 2
é semelhante à matriz B =
3 2
mine uma matriz P que realiza esta semelhança.
18. A matriz A =
4
0
0
1
: Deter-
19. Veri…que se as matrizes dadas são semelhantes
(a)
1
1
1
2
e
4
1
1
3
(b)
3
6
1
e
2
1
1
2
0
20. Sejam A e B matrizes n n: Mostre que se B é semelhante a A, então
as duas matrizes tem o mesmo polinômio característico e, portanto, os
mesmos autovalores.
21. Se B = R 1 AR e !
v é um autovetor de B associado a um autovalor
então R!
v é autovetor de A associado a :
22. Sejam A e B matrizes semelhantes. Prove que:
(a) A
k
I eB
I são semelhantes.
k
(b) A e B são semelhantes, para cada inteiro positivo k:
(c) Se A e B são inversíveis, então A
1
eB
1
são semelhantes.
23. Seja T o operador linear em R3 de…nido por T (x; y; z) = (2y+z; x 4y; 3x)
e considere a base usual do R3 e a base = f(1; 1; 1); (1; 1; 0); (1; 0; 0)g:
(a) Mostre que as matrizes [T ] e [T ] são semelhantes.
(b) T é inversível? Se for determine a lei que de…ne T
1
:
24. Sejam T : V ! V é um operador linear e e bases distintas de V: Mostre
que se [T ] e [T ] são matrizes semelhantes então det [T ] = det [T ] :
25. Seja T : R2 ! R2 o operador linear de…nido por T (x; y) = (7x
y)
4y; 4x +
(a) Determinar uma base do R2 em relação à qual a matriz do operador
T é diagonal.
(b) Dar a matriz de T nessa base.
26. Considere uma transformação linear T : V ! V abaixo. Se possível,
encontre uma base para V tal que a matriz [T ] de T; em relação à base
; seja diagonal.
146
(a) T : P2 ! P2 de…nida por T (a + bx) = (4a + 2b) + (a + 3b)x:
(b) T : P2 ! P2 de…nida por T (p(x)) = p(x + 1):
27. Veri…car se a matriz A é diagonalizável. Caso seja, determinar uma matriz
P que diagonaliza A e calcular P 1 AP:
(a) A =
5
1
2
1
(b) A = 4 1
0
2
2
60
(c) A = 6
40
0
1
3
3
2 1
3 15
2 2
1
2
0
0
0
1
3
0
3
1
17
7
25
3
0
2 k
28. Determine o valor de k para que a matriz A = @0 2
0 0
lizável.
1
0
1A seja diagona3
29. Determine a de modo que a matriz A seja diagonalizável. Para o valor de
a encontrado, determine uma matriz inversível P e uma matriz diagonal
D tais que P 1 AP = D:
3
2
3
2 4
1
60 1 a 0 7
7
A=6
40 0 3 4 5
0 0 0 2
30. Encontre os autovalores de A9 se
2
1 3
6 0 1
2
A=6
4 0 0
0 0
31. Calcule A10 para A =
0
2
7
3
0
0
3
11
8 7
7
4 5
2
1
:
1
32. Seja T um operador linear que preserva o comprimento do vetor v1 =
(1; 0; 0); duplica o comprimento do vetor v2 = (0; 2; 0) e inverte o sentido
do vetor v3 = (0; 2; 1): Determine o operador linear T 20 :
33. Seja T : V ! V o operador linear que tem autovalores 1 = 1; 2 =
2;
; n = n associados aos autovetores v1 ; v2 ;
; vn respectivamente.
147
Sabendo que
= fv1 ; v2 ;
2
6
6
; vn g e que [v] = 6
4
1
2
..
.
n
3
7
7
7 ; determinar [T (v)] :
5
34. Seja A uma matriz inversível. Prove que, se A é diagonalizável, A
também é.
1
35. Seja A uma matriz 4 4 e seja um autovalor de multiplicidade 3: Se
A
I tem posto 1; A é diagonalizável ? Explique.
36. Classi…que cada a…rmação como verdadeira ou falsa. Justi…que cada resposta.
(a) Se A é diagonalizável, então A tem n autovalores distintos.
(b) Se A é inversível então A é diagonalizável.
(c) Uma matriz quadrada com vetores-coluna linearmente independentes
é diagonalizável.
(d) Se A é diagonalizável, então cada um de seus autovalores tem multiplicidade 1:
(e) Se nenhum dos autovalores de A é nulo, então det A 6= 0:
(f) Se u e v são autovetores de A associados, respectivamente, aos autovaloes distintos 1 e 2 ; então u + v é um autovetor de A associado
ao autovalor 1 + 2 :
(g) Se v é autovetor dos operadores T : V ! V e S : V ! V então v é
autovetor do operador T + S:
ALGUMAS RESPOSTAS
12. Para calcular os autovalores de A; basta determinar as raízes do polinômio
p( ) = det(A
I):Para calcular os autovalores de AT ; basta determinar
as raízes do polinômio p( ) = det(AT
I): Portanto basta veri…car que
det(AT
I) = det(A
I):
148
Capítulo 6
PRODUTO INTERNO
Estamos interessados neste capítulo em formalizar os conceitos de comprimento
de um vetor e de ângulo entre dois vetores. Esses conceitos permitirão uma
melhor compreensão do que seja uma base ortogonal e uma base ortonormal em
um espaço vetorial e, principalmente, nos darão a noção de "medida"que nos
leva a precisar conceitos como o de área, volume, distância, etc...
Consideremos inicialmente o plano R2 , munido de um referencial cartesiano
ortogonal (eixos perpendiculares) e um ponto P (x; y). Vamos calcular a distância do ponto P à origem O(0; 0).
d
Observando a …gura e utilizando
o teorema de
p
pitágoras, temos que d = x2 + y 2 : Podemos
também, interpretar este resultado dizendo que
o comprimento(que passaremos a chamar de
norma) do vetor (x; y) p
é
k(x; y)k = x2 + y 2 :
Por outro lado, se tivermos dois vetores u = (x1 ; y1 ) e v = (x2 ; y2 ), podemos
de…nir um "produto"de u por v assim:
hu; vi = x1 x2 + y1 y2 ;
produto este chamado de produto escalar ou produto interno usual e que
tem uma relação importante com a norma de um vetor v = (x; y) :
p
p
p
kvk = x2 + y 2 = x:x + y:y = hv; vi:
Se, ao invés de trabalharmos no R2 , estivéssemos trabalhando no R3 (munidos de um referencial cartesiano ortogonal), teríamos encontrado uma expressão similar para o produto escalar:
149
h(x1 ; y1 ; z1 ); (x2 ; y2 ; z2 )i = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2
e a mesma relação com a norma de um vetor v = (x; y; z)
p
p
kvk = x2 + y 2 + z 2 = hv; vi
Voltando ao caso do plano, se tivéssemos trabalhando com um referencial
não ortogonal (eixos não perpendiculares), e quiséssemos calcular a distância
da origem até um ponto P (cujas coordenadas em relação ao referencial fossem
(x; y) ), teríamos, usando o teorema de Pitágoras,
d = k(x; y)k =
p
p
(x + y cos )2 + (y sin )2 = x2 + (2 cos )xy + y 2
Observe, que se usássemos o produto escalar
p h(x1 ; y1 ); (x2 ; y2 )i = x1 x2 +y1 y2 ;
neste caso não haveria a relação kvk =
hv; vi;mas ela passaria a valer se
usássemos a seguinte regra para o produto:
h(x1 ; y1 ); (x2 ; y2 )i = x1 x2 + (cos )x1 y2 + (cos )x2 y1 + y1 y2 ; pois
hv; vi = h(x; y); (x; y)i = x2 + (cos )xy + (cos )yx + y 2 = kvk2
Portanto, novamente a noção de distância poderia ser dada a partir de um
produto interno de vetores.
Concluímos destes exemplos, que o processo usado para se determinar "medidas"num espaço pode variar e, em cada caso, precisamos ser bem claros sobre
qual produto interno estamos trabalhando.
De…nição 225 Seja V um espaço vetorial real. Um produto interno sobre V é
uma função f : V V ! R que a cada par de vetores u e v, associa um número
real, denotado por hu; vi , e que satisfaz as seguintes propriedades:
a. hv; vi > 0 e hv; vi = 0 , v = 0
b. hu; vi = hv; ui
c. hu + v; wi = hu; wi + hv; wi
150
d. hku; vi = k hu; vi ; 8 k 2 R
Exemplo 226 V = R2 ; f ((x1 ; y1 ); (x2 ; y2 )) = 2x1 x2 + 5y1 y2 é um produto
interno sobre o R2 :
Para mostrar a veracidade da a…rmação devemos provar as propriedades
da de…nição de produto Interno. Sejam, então, u = (x1 ; y1 ); v = (x2 ; y2 ) e
w = (x3 ; y3 ) e k 2 R :
a. hu; ui = h(x1 ; y1 ); (x2 ; y2 )i = 2x21 + 5y12 > 0 e hu; ui = 0 ) 2x21 + 5y12 = 0 ,
x1 = 0 ou y1 = 0 , u = (0; 0):
b. hu; vi = h(x1 ; y1 ); (x2 ; y2 )i = 2x1 x2 + 5y1 y2 = 2x2 x1 + 5y2 y1 = hv; ui
c. hu + v; wi = h(x1 + x2 ; y1 + y2 ); (x3 ; y3 )i = 2(x1 + x2 )x3 + 5(y1 + y2 )y3
= (2x1 x3 + 5y1 y3 ) + (2x2 x3 + 5y2 y3 )
= hu; wi + hv; wi
d. hku; vi = h(kx1 ; ky1 ); (x2 ; y2 )i = 2kx1 x2 + 5ky1 y2 = k(2x1 x2 + 5y1 y2 ) =
k hu; vi
Exemplo 227 Veri…que que hu; vi = 3x1 y1 x1 y2
(x1 ; x2 ); v = (y1 ; y2 ) é um produto interno em R2 :
x2 y1 + x2 y2 onde u =
Para mostrar a veracidade da a…rmação devemos provar as propriedades
da de…nição de produto Interno. Sejam, então, u = (x1 ; x2 ); v = (y1 ; y2 ) e
w = (z1 ; z2 ) e k 2 R :
a. hu; ui = h(x1 ; x2 ); (x1 ; x2 )i = 3x21 2x1 x2 +x22 = 2x21 + x21 2x1 x2 + x22 =
2
2x21 + (x1 x2 ) > 0 . Então hu; ui = 0 se e somente se x1 = 0; x2 = 0;
isto é, u = (0; 0):
b. hu; vi = h(x1 ; x2 ); (y1 ; y2 )i = 3x1 y1
y1 x2 + y2 x2 = hv; ui
x1 y2
x2 y1 + x2 y2 = 3y1 x1
c. hu + v; wi = h(x1 + y1 ; x2 + y2 ); (z1 ; z2 )i = 3(x1 + y1 )z1
y2 )z1 + (x2 + y2 )z2
= (3x1 z1
x1 z2
x2 z1 + x2 z2 ) + (3y1 z1
y 1 z2
(x1 + y1 )z2
y2 x1
(x2 +
y 2 z1 + y 2 z 2 )
= hu; wi + hv; wi
d. hku; vi = h(kx1 ; kx2 ); (y1 ; y2 )i = 3kx1 y1
= k(3x1 y1
x1 y2
kx1 y2
kx2 y1 + kx2 y2
x2 y1 + x2 y2 ) = k hu; vi
Exercício 228 Veri…que que hu; vi = x1 x2 + y12 y22 onde u = (x1 ; y1 ) e v =
(x2 ; y2 ); não de…ne um produto interno no R2 :
151
Observe que a terceira propriedade da de…nição de Produto Interno falha,
vejamos:
Sejam, então, u = (x1 ; y1 ); v = (x2 ; y2 ) e w = (x3 ; y3 ):
hu + v; wi = (x1 + x2 )x3 + (y1 + y2 )2 y32 = x1 x3 + y12 y32 + x2 x3 + y22 y32 +
2y1 y2 y32 = hu; wi + hv; wi + 2y1 y2 y32
Portanto, hu + v; wi =
6 hu; wi + hv; wi :
Exemplo 229 Em Rn , o produto interno usual (ou escalar) é de…nido por:
h(x1 ; x2 ; :::; xn ); (y1 ; y2 ; :::; yn )i = x1 y1 + x2 y2 + ::: + xn yn :
Nota: Quando não há referência sobre o produto interno de…nido num espaço vetorial V , entendemos que sobre ele …ca de…nido o produto interno usual.
Exemplo 230 Seja V = P2 ; p = a0 + a1 x + a2 x2 e q = b0 + b1 x + b2 x2 vetores
quaisquer de P2 : A fórmula
hp; qi = a0 b0 + a1 b1 + a2 b2
de…ne um produto interno em P2 :
Note que
hp; qi = a1 b1 + a2 b2
não de…ne, sobre V; um produto interno, pois falha a propriedade a) da
de…nição de produto intermo. Veja que existem polinômios p 2 V tais que
hp; pi = 0; sem que p = 0: Por exemplo, p = 2 + 0x + 0x2 :
Exemplo 231 Seja V o espaço da funções contínuas no intervalo [a; b]: Se f e
g pertencem a V , então
hf; gi =
Z
b
f (x)g(x)dx
a
de…ne sobre V um produto interno.
Como exercício, mostre que as quatro propriedades do produto interno são
válidas para este caso.
Exemplo 232 Se A e B são duas matrizes quaisquer de V = M2 então, de…nimos
hA; Bi = tr AT B
(6.1)
onde tr é o traço de uma matriz quadrada de…nido por
tr(A) =
n
X
aii
i=1
Exemplo 233 Considere as matrizes A =
hA; Bi = tr AT B = tr
1
3
2
4
1
3
152
0
2
1
3
2
4
= tr
e B =
8
10
6
8
1
3
0
: Então,
2
= 16:
6.1
Normas, Distâncias e Ângulos em Espaços
com Produto Interno
De…nição 234 Se V é um espaço com produto interno, então a norma (ou
comprimento) de um vetor v 2 V é dada por
p
kvk = hv; vi
A distância entre dois pontos (vetores) u e v é dada por
d(u; v) = ku
vk
De…nição 235 Se kvk = 1, isto é, hv; vi = 1, dizemos que o vetor v está
normalizado, o que signi…ca que seu comprimento é igual a 1 unidade.
De…nição 236 Todo vetor não-nulo v 2 V pode ser normalizado, fazendo:
v
u=
:
kvk
Exemplo 237 Considerando v = (1; 2; 3) e não havendo referência a algum
produto interno em R3 ; temos:
kvk = k(1; 2; 3)k =
p
h(1; 2; 3); (1; 2; 3)i =
p
1+4+9=
p
14;
ou seja, o comprimento de v; em relação ao produto interno usual, é
unidades.
p
14
Exemplo 238 A norma do vetor v = (3; 1) em relação ao produto interno
de…nido no exemplo 226, é:
p
p
p
k(3; 1)k = h(3; 1); (3; 1)i = 2:3:3 + 5:( 1):( 1) = 23;
e, em relaçãopao produto interno
p usual é:
k(3; 1)k = 32 + ( 1)2 = 10
Para normalizar o vetor (3; 1); em relação ao primeiro produto (exemplo
226), fazemos
p
p
v
1)
p
u=
= (3;
= 3 2323 ; 2323
23
kvk
Veri…que que o comprimento de u é 1:
Observação 239 a) Se v 2 R2 ; então o conjunto dos pontos que satisfazem
kvk = 1 pertencem a um círculo de raio 1 centrado na origem.
b) Se v 2 R3 ; então o conjunto dos pontos que satisfazem kvk = 1 pertencem
a uma esfera de raio 1 centrada na origem.
Teorema 240 (Desigualdade de Cauchy-Schwarz) Se u e v são vetores de um
espaço com produto interno real, então
jhu; vij
kuk kvk
153
Ângulo entre dois vetores: Da desigualdade de Cauchy-Schwarz, tem-se
jhu; vij
kuk kvk :
Elevando ao quadrado ambos os lados
2
jhu; vij
2
kuk kvk
2
2
2
Agora, dividindo ambos os lados por kuk kvk ; obtém-se
2
hu; vi
kuk kvk
1
ou, equivalentemente,
hu; vi
kuk kvk
1
Como 0
; então
1
cos
cos =
6.2
1:
1; daí,
hu; vi
e0
kuk kvk
Ortogonalidade
De…nição 241 Seja V um espaço com produto interno. Os vetores u, v 2 V
dizem-se mutuamente ortogonais, e u é ortogonal a v; se hu; vi = 0:
Note que u e v são ortogonais se e somente se cos = 0; onde é o ângulo
entre u e v; e isto é verdade se e somente se u e v são "perpendiculares", isto é,
= 90 :
Observação 242 A ortogonalidade depende do produto interno, isto é, dois
vetores podem ser ortogonais em relação a um produto interno mas não em
relação a outro.
Exemplo 243 As matrizes A =
0
1
1
3
eB=
1
0
hA; Bi = tr(AT B) = tr
Exemplo 244 Seja hp; qi =
2
3
2
3
R1
x e q = x então x ; x
q = x3 são ortogonais em P2 :
0
0
3
0
0
são ortogonais, pois
0
=0
p(x)q(x)dx um produto interno em P2 : Se p =
R1 5
=
x dx = 0: Portanto, os vetores p = x2 e
1
1
154
6.2.1
Conjunto Ortogonal de Vetores
Seja V um espaço vetorial com produto interno de…nido.
Diz-se que um conjunto de vetores fv1 ; v2 ; : : : ; vn g V é ortogonal se dois
vetores quaisquer, distintos, são ortogonais, isto é, hvi ; vj i = 0 para i 6= j:
Teorema 245 Se A = fv1 ; v2 ; : : : ; vn g é um conjunto ortogonal de vetores nãonulos de um espaço com produto interno, então A é linearmente independente.
Proof. Temos que mostrar que a equação
a1 v1 + a2 v2 + : : : + an vn = 0
tem apenas a solução nula.
Para isso, façamos o produto interno de ambos os membros da igualdade por
vi :
ha1 v1 + a2 v2 + : : : + an vn ; vi i = h0; vi i
a1 hv1 ; vi i + a2 hv2 ; vi i + : : : + an hvn ; vi i = 0
Como A é ortogonal, hvi ; vj i = 0 para i 6= j e hvi ; vi i 6= 0; pois vi 6= 0: Daí,
resulta a equação
ai hvi ; vi i = 0 ) ai = 0 para i = 1; 2; : : : ; n:
Logo, A = fv1 ; v2 ; : : : ; vn g é LI.
6.2.2
Base ortogonal
Diz-se que uma base fv1 ; v2 ; : : : ; vn g de V é ortogonal se os seus vetores são dois
a dois ortogonais.
Observação 246 Se dim V = n, qualquer conjunto de n vetores não-nulos e
dois a dois ortogonais, constitui uma base ortogonal para V:
Exercício 247 Mostre que o conjunto f(2; 1; 3); ( 3; 0; 2); (2; 13; 3)g é uma
base ortogonal para o R3 :
6.2.3
Base ortonormal
Uma base = fv1 ; v2 ; : : : ; vn g de um espaço vetorial V é ortonormal se
ortogonal e todos os seus vetores tem norma 1; isto é,
hvi ; vj i =
é
0; i 6= j
1; i = j
Exercício 248 A partir do conjunto f(1; 2; 3); (3; 0; 1); (1; 5; 3)g obtenha
uma base ortonormal para o R3 :
155
6.2.4
Coordenadas em relação a Bases Ortonormais
Teorema 249 Se
= fv1 ; v2 ; : : : ; vn g é uma base ortonormal de um espaço
com produto interno V e v 2 V; então
v = hv; v1 i v1 + hv; v2 i v2 + : : : + hv; vn i vn
Proof. Como
escrever
= fv1 ; v2 ; : : : ; vn g é uma base, então 8 v 2 V podemos
v = a1 v1 + a2 v2 + : : : + an vn
Temos que mostrar que hv; vi i = ai para i = 1; 2; : : : ; n:
Na equação acima , aplicando o produto interno em ambos os lados com vi :
hv; vi i = a1 hv1 ; vi i + a2 hv2 ; vi i + : : : + an hvn ; vi i
Como fv1 ; v2 ; : : : ; vn g é base ortonormal,
2
3hvi ; vj i = 0 para i 6= j e hvi ; vi i = 1:
hv1 ; vi
6 hv2 ; vi 7
7
6
Logo hv; vi i = ai e portanto, [v] = 6 . 7 é o vetor de coordenadas de v em
4 .. 5
hvn ; vi
relação a base :
Exemplo 250 Encontre as coordenadas do vetor v = (1; 1; 1) em relação à base
3
3
4
4
:
= (0; 1; 0) ;
5 ; 0; 5 ; 5 ; 0; 5
Note que
é uma base ortonormal (mostre!), portanto podemos usar o
teorema 249 para encontrar [v] :
(1; 1; 1)
= h(1; 1; 1); (0; 1; 0)i (0; 1; 0) + (1; 1; 1);
+ (1; 1; 1);
(1; 1; 1)
[v]
=
(0; 1; 0)
2 3
1
= 4 51 5
1
5
4
3
; 0;
5
5
4
3
; 0;
5
5
3
4
; 0;
5
5
3
4
; 0;
5
5
+
4
3
; 0;
5
5
7 3
4
+
; 0;
5 5
5
7
5
6.2.5
Coordenadas em relação a Bases Ortogonais
Se
= fv1 ; v2 ; : : : ; vn g é base ortogonal de um espaço com produto interno
V;então a normalização de cada um desses vetores produz a base ortonormal
0
v1
v2
vn
=
;
;:::;
.
kv1 k kv2 k
kvn k
156
Assim, se v 2 V , segue do teorema 249 que
v=
v;
ou,
v1
kv1 k
v1
v2
+ v;
kv1 k
kv2 k
u=
hv; v1 i
2
kv1 k
v1 +
v2
vn
+ : : : + v;
kv2 k
kvn k
hv; v2 i
2
kv2 k
v2 + : : : +
hv; vn i
2
kvn k
vn
kvn k
vn
Exercício 251 Expresse o vetor 13; 21 ; 4; 32 como combinação linear dos vetores v1 = (1; 2; 3; 4) ; v2 = (2; 1; 4; 3) ; v3 = ( 3; 4; 1; 2) e v4 = (4; 3; 2; 1):
6.3
Complementos Ortogonais
Seja W um subespaço de um espaço vetorial V com produto interno. Se um
vetor v 2 V é ortogonal a todos os vetores de W então dizemos que v é ortogonal
a W:
O conjunto de todos os vetores de V que são ortogonais a W é chamado de
complemento ortogonal de W:
Notação: O complemento ortogonal de W é denotado por W ? .
Exemplo 252 Seja V = R4 e W um subespaço do R4 : Seja
uma base para W: Encontre uma base para W ? :
= f(1; 1; 0; 1); (0; 1; 1; 1)g
Seja v = (x; y; z; t) 2 W ? ; então
h(x; y; z; t); (1; 1; 0; 1)i = 0
h(x; y; z; t); (0; 1; 1; 1)i = 0
Daí,
x+y+z+t=0
)
y+z+t=0
x = z + 2t
y =z+t
Logo, v = ( z 2t; z + t; z; t) = z( 1; 1; 1; 0) + t( 2; 1; 0; 1):
Como v 2 W ? ; segue que W ? = [( 1; 1; 1; 0); ( 2; 1; 0; 1)] e como este conjunto é LI (pois os vetores não são múltiplos), tem-se que = f( 1; 1; 1; 0); ( 2; 1; 0; 1)g
é uma base para W ? :
Propriedades
Se W é um subespaço de um espaço com produto interno V; então:
a. W ? é um subespaço de V:
n!o
b. W \ W ? = 0 :
c. W ?
?
= W:
Exercício 253 Faça como exercício a demonstração das três propriedades do
complemento ortogonal.
157
6.4
Projeções Ortogonais
Vamos agora desenvolver alguns resultados que serão úteis para construir bases
ortogonais e ortonormais de espaços com produto interno.
É geometricamente evidente em R2 e R3 que se W é uma reta ou um plano
pela origem, então cada vetor u do espaço pode ser escrito como uma soma
u = w1 + w2
onde w1 está em W e w2 é perpendicular a W:
u
O
u
w2
W
w1
O
w2
w1
W
Teorema 254 (Teorema da Decomposição Ortogonal) Se W é um subespaço
de um espaço com produto interno V , então todo u 2 V pode ser expresso por
u = w1 + w2
tal que w1 2 W e w2 2 W ? :
O vetor w1 do teorema precedente é chamado projeção ortogonal de u
u
em W e é denotado por projW
: O vetor w2 é chamado componente de u
u
ortogonal a W e é denotada por projW
? : Daí, podemos escrever
u
u
u = projW
+ projW
?:
Teorema 255 Seja V um espaço vetorial com produto interno de…nido e seja
W um subespaço de V:
a. Se
= fv1 ; v2 ; : : : ; vn g é uma base ortonormal de W e u 2 V; então
u
projW
= hu; v1 i v1 + hu; v2 i v2 + : : : + hu; vn i vn
b. Se
= fv1 ; v2 ; : : : ; vn g é uma base ortogonal de W e v 2 V; então
u
projW
=
hu; v1 i
2
kv1 k
v1 +
hu; v2 i
kv2 k
2
v2 + : : : +
Exemplo 256 Seja V = R3 e W = (0; 1; 0);
u
u
Obtenha projW
e projW
? para u = (1; 1; 1):
158
4
3
5 ; 0; 5
hu; vn i
2
kvn k
vn
um subespaço de V:
Note que
= (0; 1; 0);
u
projW
4
3
5 ; 0; 5
é base ortonormal para W:Então:
= hu; v1 i v1 + hu; v2 i v2
4
3
1
; 0;
= 1(0; 1; 0)
5
5
5
4
3
=
; 1;
25
25
O componente de u que é ortogonal a W é
u
projW
? = u
6.5
u
projW
= (1; 1; 1)
3
25
4
; 1;
25
=
21
28
; 0;
25
25
Encontrando Bases Ortogonais e Ortonormais: Processo de Ortogonalização de GramSchmidt
Seja V um espaço vetorial com produto interno de…nido e = fu1 ; u2 ; : : : ; un g
uma base de V . Através do processo que descreveremos abaixo, obteremos uma
0
base ortogonal
= fv1 ; v2 ; : : : ; vn g para V:
Passo 1. Fixe v1 = u1 :
Passo 2. Obter v2 de forma que v2 seja ortogonal a v1 tomando a componente
de u2 que é ortogonal a W1 = [v1 ]
v2 = u2
hu2 ; v1 i
u2
projW
= u2
1
2
kv1 k
v1
v 2 = u 2 − proj u2 W1
u2
W1
v1
proj u2 W1
Passo 3. Obter v3 de forma que seja ortogonal a ambos v1 e v2 ; tomando a
componente de u3 que é ortogonal a W2 = [v1 ; v2 ]
v3 = u3
u3
projW
= u3
2
159
hu3 ; v1 i
2
kv1 k
v1
hu3; v2 i
kv2 k
2
v2
z
v3 = u 3 − projW2
u3
u3
v2
y
v1
projW2
u3
x
Procedendo desta forma, iremos obter, depois de n passos, a base ortogonal
0
= fv1 ; v2 ; : : : ; vn g: Feito isso, para obter uma base ortonormal de vetores
para V; = fq1 ; q2 ; : : : ; qn g; basta normalizar os vetores v1 ; v2 ; : : : ; vn :
Exemplo 257 Aplique o processo de Gram-Schmidt para transformar os vetores de base u1 = (1; 0; 1; 0); u2 = (0; 1; 1; 0) e u3 = (0; 0; 2; 1) em uma base
ortonormal para um subespaço W do R4 :
Note que:
hu1 ; u2 i =
hu1 ; u3 i =
hu2 ; u3 i =
1
2
2
Logo os vetores acima não formam uma base ortogonal, portanto temos que
usar o processo de Gram-Schmidt para transformar em uma base ortogonal e em
seguida, normalizar estes vetores, obtendo assim a base ortonormal procurada.
Passo 1. Fixe v1 = u1 = (1; 0; 1; 0)
Passo 2. v2 = u2
1
; 1;
2
u2
projW
= u2
1
1
;0
2
Passo 3. v3 = u3
u3
projW
= u3
2
= (0; 0; 2; 1) + (1; 0; 1; 0) +
2
3
hu2 ; v1 i
v1 = (0; 1; 1; 0)
hu3 ; v1 i
hu3 ; v2 i
kv1 k
2
2
kv1 k
1
; 1;
2
v1
1
;0
2
kv2 k
=
2
1
2 (1; 0;
1; 0) =
v2 =
2 2 2
; ; ;1
3 3 3
1
1
2 2 2
; 1;
;0 ;
; ; ;1
é base ortogonal
2
2
3 3 3
para R4 : Normalizemos estes vetores para obter a base ortonormal = fq1 ; q2 ; q3 g :
Logo,
0
=
(1; 0; 1; 0);
160
v1
(1; 0; 1; 0)
1
1
p
=
= p ; 0; p ; 0
kv1 k
2
2
!
p
p2 p
p
v2
2
1
1
6
6
6
q2 =
=p
; 1;
;0 =
;
;
;0
kv2 k
2
2
6
3
6
3
v3
2 2 2
2
2
3
3
2
q3 =
=p
; ; ;1 = p ; p ; p ; p
kv3 k
22 3 3 3
22
22
22
22
q1 =
6.6
Fatoração QR
Se A é uma matriz m n (m > n) com colunas linearmente independentes,
aplicar o Processo de Gram-Schmidt a essas colunas implica uma fatoração
muito útil da matriz A em um produto de uma matriz Q; m n (m > n);
com vetores-coluna ortonormais, por uma matriz triangular superior R: Essa é
a fatoração QR:
Nos últimos anos a fatoração QR tem assumido importância crescente como
fundamento matemático de uma grande variedade de algoritmos numéricos
práticos, incluindo algoritmos largamente usados para computar autovalores
de matrizes grandes.
Para ver como surge a fatoração QR; considere u1 ; u2 ; : : : ; un como os vetorescoluna de A e q1 ; q2 ; : : : ; qn como os vetores ortonormais obtidos pela aplicação
do Processo de Gram-Schmidt à matriz A com normalizações; assim,
A = [u1 j u2 j : : : j un ] e Q = [q1 j q2 j : : : j qn ]
Os vetores u1 ; u2 ; : : : ; un podem ser escitos em termos dos vetores q1 ; q2 ; : : : ; qn
como
u1
u2
un
= hu1 ; q1 i q1 + hu1 ; q2 i q2 + : : : + hu1 ; qn i qn
= hu2 ; q1 i q1 + hu2 ; q2 i q2 + : : : + hu2 ; qn i qn
..
.
= hun ; q1 i q1 + hun ; q2 i q2 + : : : + hun ; qn i qn
Na forma matricial, tem-se:
2
hu1 ; q1 i
6 hu1 ; q2 i
6
[u1 j u2 j : : : j un ] = [q1 j q2 j : : : j qn ] 6
..
4
.
ou, mais concisamente, por
hu1 ; qn i
hu2 ; q1 i
hu2 ; q2 i
..
.
:::
:::
..
.
3
hun ; q1 i
hun ; q2 i 7
7
7
..
5
.
hu2 ; qn i : : : hun ; qn i
A = QR
No entanto, é uma propriedade de processo de Gram-Schmidt que, para
j > 2; o vetor qj é ortogonal a u1 ; u2 ; : : : ; uj 1 ; assim, todas as entradas abaixo
da diagonal principal de R são nulas,
161
3
2
hu1 ; q1 i hu2 ; q1 i : : : hun ; q1 i
6 0
hu2 ; q2 i : : : hun ; q2 i 7
6
7
R=6
7
..
..
..
..
4
5
.
.
.
.
0
0
: : : hun ; qn i
Resumindo, temos o seguinte teorema:
Teorema 258 Se A é uma matriz m n (m > n) com colunas linearmente
independentes, então A pode ser fatorada como
A = QR
onde Q é uma matriz m n com colunas ortonormais e R é uma matriz n n
triangular superior invertível.
3
2
1 2 2
6 1 1 27
7
Exemplo 259 Encontre a decomposição QR de A = 6
4 1 0 15 :
1 1 2
2 3
2 3
2 3
2
2
1
627
617
6 17
6 7
7
6 7
Os vetores coluna de A são u1 = 6
4 15 ; u2 = 405 e u3 = 415 :
2
1
1
O processo de Gram-Schmidt com normalização subsequente aplicado
2 3p5 3a estes
2 1 3
10
2
6 3p5 7
6 17
6
2
10 7
7
p
vetores-coluna produz os vetores ortonormais q1 = 6
7 ; q3 =
4 1 5 ; q2 = 6
4 105 5
2
2
p
6
6
3
6 0 7
6 p 7
6 6 7
4 p6 5
6
3
2
1
6 1
6
de modo que 4
1
1
6.6.1
p
1
2
3 2
2 2
6
1 27
7=6
6
0 15 4
1 2
A
1
2
1
2
1
2
1
2
p
3 5
10
p
3 5
10
p
5
10
p
5
10
Q
5
10
3
2
7 2 p1
0 76
p 740
5
6 5
p6
0 0
6
p
6
6
3
R
1
2
p
3
3 57
p2 5
6
2
Aplicação da fatoração QR
Se A é uma matriz m n de posto n; então a solução para o sistema linear
AX = B é obtida da seguinte forma:
162
A equação AX = B pode ser escrita na forma
QRX = B
Multiplicando ambos os lados (à esquerda) da equação por QT ; obtemos
QT QRX = QT B
Como Q é ortogonal, QT Q = I; então
RX = QT B
Como R é inversível, tem-se
1
QT B
32 3 2
2 2 x
6 7 6
1 27
7 6y 7 = 6
0 15 4 z 5 4
t
1 2
X=R
2
1
6 1
Exemplo 260 Resolva o sistema 6
4 1
1
3
1
17
7
15
2
Como a matriz dos coe…cientes é a mesma do exemplo anterior, diretamente
temos que:
32 3
p
p 32 1
21
1
1
1
1
1
1
5
6
2
p
p2
p2
p2
2
10
6 p
7
6
p
1
6
7
5
5 6
1
1
7
5 3 5 3 5
X = R 1 QT B = 4 0
10
10
10 5 4 1 5 =
5 5
2p 6 4 10
p
p
p
1
6
6
6
0
0
0
3 6
6
6
3
2
2 23 3
4
15
9 5
10
2
3
6.7
Sétima lista de exercícios:
1. Sejam !
u = (x1 ; x2 ) e !
v = (y1 ; y2 ): Mostre que temos um produto interno
2
em R nos seguintes casos:
(a) h!
u;!
v i = 3x1 y1 + x2 y2
!
!
(b) h u ; v i = 4x1 y1 + x2 y1 + x1 y2 + 4x2 y2
(c) h!
u;!
vi=x y
2x y
2x y + 5x y
1 1
2 1
1 2
2 2
2. Sejam !
u = (x1 ; y1 ; z1 ) e !
v = (x2 ; y2 ; z2 ): Identi…que os casos em que
temos um produto interno no R3 . Nos casos que falham, identi…que as
propriedades que não veri…cam.
(a) h!
u;!
v i = x1 x2 + z1 z2
!
!
(b) h u ; v i = x1 x2 y1 y2 + z1 z2
(c) h!
u;!
vi=x y z +y x z
1 2 1
1 2 2
163
3. Sejam !
u = (x1 ; x2 ) e !
v = (y1 ; y2 ): A expressão h!
u;!
v i = x1 y1
2
x2 y1 + 2x2 y2 de…ne um produto interno em R ?
x1 y2
4. No espaço de todos os polinômios de grau menor ou igual a 2, determine
se
hp; qi = p(1)q(1)
é um produto interno, e, em caso negativo, indique quais dos axiomas da
de…nição de produto interno são violados.
5. Utilize os produtos internos do exercício 1 para calcular:
(a) kuk com u = ( 1; 3)
(b) d(u; v) com v = (3; 5)
R1
6. Em P2 ; considere o produto interno hf; gi = 1 f (x)g(x)dx e os polinômios
f (x) = x2 ; g(x) = 3x: Mostre que f e g são ortogonais e a seguir, determine g um múltiplo de g tal que kgk = 1:
7. Considere V = M (2; 2), com o produto interno usual. Determine a pro1 0
1 1
jeção ortogonal de
sobre
:
0 0
1 1
8. Considere V = P2 ; com
p usual. Qual é o menor ângulo
p o produto interno
entre p(t) = 1 t + 2t2 e q(t) = 1 + 2t2 ?
9. Seja V um espaço vetorial com produto interno de…nido, e sejam u; v
vetores
ortogonais de V; tais que kuk = 1 e kvk = 2: Mostre que d(u; v) =
p
5: Interprete este resultado geometricamente quando u; v 2 R2 :
10. Seja V o espaço das funções contínuas no intervalo [0; 1]: De…na em V o
seguinte produto interno:
Z 1
hf; gi =
f (x)g(x)dx:
0
a) Calcule kf (x)k quando f (x) = x3
x
1:
b) Calcule a d(f; g) se f (x) = 1 e g(x) = x:
11. Seja V = R3 : Seja W o subespaço do R3 dado pela equação x 2y 3z = 0:
Determine W ? e a distância entre v = (1; 0; 1) aos subespaços W e W ? :
12. Considere o espaço vetorial V = R2 munido do seguinte produto interno:h!
u;!
vi=
!
!
x1 x2 y1 x2 x1 y2 +4y1 y2 ; em que v = (x1 ; y1 ) e u = (x2 ; y2 ) são vetores
do R2 : Considere T : V ! V o operador linear dado por T (x; y) = 2y; x2 :
Com relação ao produto interno dado e ao operador T , assinale a opção
correta.
164
a) Os vetores e1 = (1; 0) e e2 = (0; 1) são ortogonais em relação ao produto interno dado.
b) O operador T preserva o produto interno, isto é, hT (!
u ); T (!
v )i =
!
!
hu; v i:
c) T (x; y) = T (y; x);para todo (x; y) 2 R2 .
d) O vetor !
v = (2; 0) pertence ao N (T ):
e) Existe um vetor !
v = (x; y) 2 R2 tal
2
1 2
13. Seja T : R4 ! R3 tal que [T ] = 43 5
1 1
que x2 + y 2 = 1 e h!
v ;!
v i = 0:
3
1 2
0 45 :
2 0
(a) Determine uma base para o complemento ortogonal do N (T ):
(b) Determine uma base para o complemento ortogonal da Im(T ):
3
4
; 0;
: Exprima w = (1; 2; 3) na
5
5
forma w = w1 + w2 ; em que w1 2 W e w2 2 W ? .
14. Seja V = R3 e W = (0; 1; 0);
15. Seja V = R4 e W = [( 1; 0; 1; 2); (0; 1; 0; 1)] : Expresse w = ( 1; 2; 6; 0) na
forma w = w1 + w2 ; em que w1 2 W e w2 2 W ? .
16. Seja V = M (2; 2): determine uma base para o complemento ortogonal do:
(a) subespaço das matrizes diagonais
(b) subespaço das matrizes simétricas.
17. A transformação T : R2 ! R de…nida por T (!
v ) = h!
u;!
v i é linear? Se
for, determine seu núcleo e sua imagem.
1
2
2
1
p ; 0; p
p ; 0; p
18. Considere a base ortonormal =
;
; (0; 1; 0)
5
5
5
5
para R3 : Encontre [!
v ] para !
v = (2; 3; 1):(Não resolva nenhum sistema linear.)
19. Suponha que S consiste dos seguintes vetores em R4 :
u1 = (1; 1; 0; 1); u2 = (1; 2; 1; 3); u3 = (1; 1; 9; 2) e u4 = (16; 13; 1; 3)
(a) Mostre que S é ortogonal e é uma base de R4 .
(b) Ache as coordenadas do vetor v = (1; 0; 2; 3) em relação à base
S:(Não resolva nenhum sistema linear.)
20. Qual é a base ortonormal do R3 obtida pelo processo de Gram-Schmidt a
partir da base f(2; 6; 3); ( 5; 6; 24); (9; 1; 4)g ?
165
21. Use o processo de Gram-Schmidt para construir uma base ortonormal para
um subespaço W de um espaço vetorial V; para cada um dos seguintes
casos:
(a) V = R4 tal que W = [(1; 1; 0; 0); (2; 1; 0; 1); (3; 3; 0; 2); (1; 2; 0; 3)]
(b) V = R3 tal que W = f(x; x + y; y); x; y 2 Rg
(c) V
8 = M (3; 1) tal que W é o conjunto solução do sistema homogêneo
< x+y z =0
2x + y + 3z = 0
:
x + 2y 6z = 0
22. Seja W um subespaço do R3 dado pelas equações paramétricas x = 2t; y =
5t; z = 4t; t 2 R: Determine W ? : Qual a distância do vetor !
v =
(1; 0; 1) aos subespaços W e W ? ; respectivamente ?
23. Seja V o espaço das funções contínuas no intervalo [0; 1]: De…na em V o
seguinte produto interno:
Z 1
hf; gi =
f (t)g(t)dt:
0
a) Aplique o algoritmo de Gram-Schmidt ao conjunto f1; t; t2 g para obter
um conjunto ortonormal ff0 ; f1 ; f2 g:
b) Achar o complemento ortogonal do subespaço W = [5; 1 + t] :
24. Seja V = P3 ; p = a0 + b0 x + c0 x2 + d0 x3 e q = a1 + b1 x + c1 x2 + d1 x3
e hp; qi = a0 a1 + b0 b1 + c0 c1 + d0 d1 um produto interno em P3 : Ache
uma base ortonormal para o subespaço W de P3 gerado pelos vetores
!
v 1 = 1 + x + x2 + x3 ; !
v 2 = 1 + x + 2x2 + 4x3 e !
v 3 = 1 + 2x 4x2 3x3 :
25. Seja hu; vi = x1 y1 + 2x2 y2 + 3x3 y3 um produto interno em R3 : Encontre as
coordenadas do vetor v = 32 ; 1; 23 em relação à base ortonormal obtida
a partir da base = f(1; 1; 1); (1; 1; 0); (1; 0; 0)g:
a
a
; a 2 R um subespaço vetorial de M2 2 : Detera a
mine uma base ortonormal de U ? ; usando o produto interno hA; Bi =
tr(AT B):
26. Seja U =
27. Seja V = P2 ; com produto interno usual.
(a) Determine uma base ortonormal para o subespaço W de P2 gerado
por 4t + 3t2 e por 12 + t + 7t2 :
(b) Determine a projeção ortogonal de p(t) = t2 sobre W:
28. Encontre a projeção ortogonal de v = (1; 2; 3) sobre o subespaço W gerados pelos vetores u1 = (2; 2; 1) e u2 = ( 1; 1; 4):
166
29. Encontre a decomposição ortogonal de v = (4; 2; 3) em relação a W =
[(1; 2; 1); (1; 1; 1)]:
30. Ache uma matriz ortogonal P cuja primeira linha é u1 =
a matriz P não é única.
2
3
1 2 1
60 1 17
7
31. Encontre a fatoração QR da matriz A = 6
4 1 0 1 5:
1 0
1
1 2 2
3; 3; 3
: Obs.:
2
2
32. Utilize a fatoração QR para resolver o sistema AX = B onde A = 41
2
2 3
12
e B = 4 6 5:
18
3
1
15
1
33. Classi…que cada a…rmação como verdadeira ou falsa:
(a) Todo conjunto linearmente independente em Rn é um conjunto ortogonal.
(b) Se A é uma matriz quadrada, cujas colunas são ortonormais então A
é inversível e A 1 = AT :
(c) Se W é um subespaço de um espaço com produto interno V então o
vetor nulo pertence a W ? :
(d) Qualque matriz com determinante não- nulo tem uma decomposição
QR:
(e) Se !
x é ortogonal a ambos !
u e!
v , então x é ortogonal a !
u !
v.
(f) Todo conjunto ortogonal é ortonormal.
(g) Todo vetor pode ser normalizado.
34. No assunto Diagonalização de Operadores, vimos que: "Se A é a
matriz canônica de um operador linear T e D a matriz de T na base de
autovetores, temos
D = P 1 AP
onde P é a matriz cujas colunas são os autovetores de T . Dizemos que a
matriz P diagonaliza A ou que P é a matriz diagonalizadora".
No caso de A ser uma matriz simétrica, e portanto sempre diagonalizável,
podemos obter uma base ortogonal de autovetores que, após a normalização, será uma base ortonormal. A matriz, acima citada, por ter suas
colunas formadas por vetores ortonormais, é uma matriz ortogonal, ou
seja, é tal que P 1 = P T . A matriz D, nesse caso, é obtida pela relação
D = P T AP
167
e, dizemos que P diagonaliza A ortogonalmente.
Seja T : R3 ! R3 a transformação linear de…nida por: T (x; y; z) = (2x +
y + z; x + 2y z; x y + 2z):Encontre uma matriz P que diagonalize
ortogonalmente a matriz canônica de T .
168

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