Viver em sociedade, mas com regras Semanário Angolense 09 De

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Viver em sociedade, mas com regras Semanário Angolense 09 De
Viver em sociedade, mas com regras
Semanário Angolense
09 De Março de 2013
Desde os primórdios da humanidade, o homem tem se revelado como um ser social, condenado a
viver em sociedade, pelo que a sua sobrevivência deve-se, em grande medida, ao convívio com os
demais membros da sociedade.
Por ser eminentemente social, ele tem a tendência em agrupar-se e unir-se aos outros seus
semelhantes, não só para a satisfação das suas necessidades individuais, como também coletivas.
Daí que o homem, desde o nascimento até à morte, estabelece com os outros homens relações de
colaboração e de mútua dependência, podendo-se por isso considerar que a vida em sociedade é o
modo natural da existência da própria espécie humana.
Mas a natureza gregária do homem só é possível dentro da observância e do respeito de
determinadas normas de conduta em relação aos demais membros da sociedade.
A vida em sociedade, além dos benefícios, dos direitos, que proporciona ao homem, ela traz
também consigo algumas limitações à liberdade de atuação de cada um, ou seja, a observância de
certos deveres e regras de conduta socialmente aceites.
Daí a correlatividade de direitos e deveres, em homenagem ao pressuposto de que «a liberdade de
um determinado indivíduo acaba onde começa a liberdade do outro».
Vem isto a propósito de uma gritante falta de observância de regras de conduta que têm sido
registadas em zonas habitacionais de Luanda, mais especificamente os Zangos, Projecto Nova Vida
e, mais, recentemente, a nova Centralidade do Kilamba.
Mais do que mera necessidade de se descongestionar o casco urbano e suburbano de Luanda, a
emergência das novas urbanidades foi projetada e executada com objetivo de se dar uma melhor
qualidade de vida e dignidade às pessoas, muitas provenientes de zonas degradadas da cidade e que
viviam em condições infra-humanas.
Em boa verdade, não se tratou apenas da transferência ou da deslocação de pessoas e bens dos
mais distintos estratos sociais, níveis de formação académica, credos religiosos ou filosóficos ou,
simplesmente, de pessoas que saíram de casas térreas dos musseques e foram viver para os prédios,
mas também fez-se a transferência de certos hábitos e costumes que cada um levava consigo.
No entanto, a adaptação de tais pessoas ao novo estilo de vida, em função da realidade encontrada
não tem sido fácil, o que faz com que certas condutas comportamentais concorram para o mau
relacionamento entre vizinhos, para a desarmonia.
Feliz ou infelizmente, estamos condenados a vivermos com os vizinhos que, porque estes, ao
contrário dos amigos, não se escolhem. Mais do que as palavras, as imagens colhidas, pelos
fotógrafos do Semanário Angolense nas reportagens efetuadas falam por si.
Espera-se que as mesmas toquem a alma das pessoas diretamente nelas envolvidas, de forma a
prevenir-se de situações do género se voltem a repetir nas novas centralidades que estão ainda por
habitar.

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