Ana Moreira em Entrevista O que é a Moda?

Transcrição

Ana Moreira em Entrevista O que é a Moda?
pure/
Pure Magazine / Edição Zero / Inverno 2008
Ana Moreira em Entrevista
O que é a Moda?
Furitas
Filipe Trindade
Moda
Shopping
Piet Stockmans
Arquitectura:
Europa, Arquitectura
Portuguesa em Emissão
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EDITORIAL
FICHA TÉCNICA
COLABORADORES
Um número zero é uma experiência única, no
fundo um paradigma. Por um lado define-se uma
linha a seguir com conceitos sólidos e unilaterais onde se traçam directrizes e se criam
caminhos precisos. Por outro lado, nada é
estanque visto fazer tudo parte de um processo
experimental que à medida que avança se vai
ajustando e moldando para então assumir uma
forma mais definitiva.
Como projecto independente, Pure Magazine vive
do dinamismo criado pelo “amor à camisola” de
colaboradores empenhados em desenvolver trabalho criativo.
O nome, Pure, é simples, directo e abarca uma
quantidade infindável de sinónimos que por associação nos remetem para o universo a retratar.
Um projecto trimestral, que abrange várias
áreas e sobretudo pretende falar de moda e das
suas variantes no contexto contemporâneo marcado pela constante diversidade de abordagens.
Pure assume o risco de nascer independente e
conta com o apoio de todos os que deste projecto fazem parte.
DIRECÇÃO / EDIÇÃO
Helga Carvalho
Catarina Vicente
32 anos, licenciada em Design de Moda, teve o prazer de iniciar a
sua carreira na ModaLisboa. Actualmente faz parte do departamento
de Marketing da Nike em Portugal. Começou a escrever sobre moda
em 2003, a convite da Vogue Portugal, revista com que colaborou
mensalmente durante de um ano. Nesta edição de lançamento da Pure
Mag, Catarina escreveu o artigo “O que é a moda?”, uma questão
complexa com múltiplas abordagens, que encarou como um desafio.
www.helgacarvalho.com
DESIGN GRÁFICO
Paulo Condez
www.designedbynada.com
COLABORADORES
Edição
Marta Varatojo (Assistente)
Texto
Catarina Vicente
Francisco Vaz Fernandes
Michele Santos
Milene Matos
Patrícia Cruz
[email protected]
Sara Andrade
Ilustração
Véronique Augry
[email protected]
Fotografia
Luís de Barros
www.luisdebarros.com
Olivier Jacquet
www.olivierjacquet.com
Ricardo Cruz
www.ricardo-cruz.com
Helga Carvalho
Marta Varatojo
Nascida em Lisboa, desde cedo se lhe despertou um grande fascínio
pela moda. O seu percurso caracteriza-se pela mutabilidade
constante, com áreas de interesse como a Macrobiótica, o Feng-Shui,
uma breve passagem pela fotografia, dança e moda. Em Inglaterra,
onde viveu este último ano, foi coordenadora dos Festivais One
World e é de momento assistente de edição da Pure Mag.
Luís de Barros
Nasceu em Lisboa. Teve a sua formação em fotografia no Dewsbury
College, Inglaterra. Foi o vencedor de dois concursos de
fotografia, “Montblanc” e “Douro Património Nacional”. Já
participou em inúmeras exposições a nível nacional e internacional
e é colaborador regular da Lux Woman, Máxima, Elle e Cosmopolitan,
entre outras. Nesta edição da Pure Magazine fotografou a actriz
Ana Moreira.
Sónia Pessoa
Iniciou a sua carreira em 2003 ao tirar o curso de maquilhadora
profissional no A.R. Atelier com Antónia Rosa.
Actualmente a sua actividade de freelancer desenvolve-se entre
editoriais, desfiles e publicidade. Publica o seu trabalho em
revistas como a Elle, Máxima, Vogue, Essential, Dif, Umbigo, Op,
Fora de Série e Neo 2.
Colaboradora regular da equipa A.R. Atelier, participa em eventos
como a Moda Lisboa, Portugal Fashion, entre outros.
foto capa :
Yana veste vestido Dino Alves, preço sob consulta / Blusão Twenty 8 Twelve, €450 / Óculos
Ray Ban, €112 / Fio em metal prateado, Rebecca, €71 / Fios correntes em metal prateado com
detalhes em dourado, Rebecca, €243 cada / Lingerie Calvin Klein, preço sob consulta / Meias
Wolford no EL CORTE INGLÉS, €30
FotograFADO POR Ricardo Cruz / Styling Helga Carvalho / Assistida por Marta Varatojo /
Maquilhagem & cabelos Sónia Pessoa / Modelo Yana, Elite Portugal
Ricardo Cruz
Nasceu em Lisboa em 1975. Iniciou a sua carreira na “Moda Lisboa
Design”. Fotografou editoriais de moda para revistas como a Op,
Elle, GQ, Independente, etc. Publicou na Alice, e em várias
revistas estrangeiras como a Sportswear International, Lab
Magazine, IDN Magazine, SHIFT Magazine, Design Report, Dolce
Vita e Glamour. Em Itália, onde viveu, foi colaborador da revista
Colors da Fabrica (grupo Benetton). Aqui surge o convite de ver
o seu portfólio publicado na Visionaire 41 World. Actualmente,
divide o seu tempo entre Lisboa e Milão onde é agenciado pela AG+.
www.soniapessoa.com
www.puremagazine.pt
/
ana moreira
Foi vista pela primeira vez num ecrã de cinema há dez anos atrás.
Tinha apenas 17 anos. A actriz Ana Moreira está agora numa nova fase
da sua carreira. Mantém o olhar penetrante e a timidez de como quando
começou. Na moda não segue tendências. A roupa que veste no dia-a-dia
diz traduzir o seu estado de espírito.
por Milene Matos Silva
FOTOGRAFADO POR LUÍS DE BARROS / ASSISTIDO POR BERNARDO ARAÚJO E ANA PINA / STYLING HELGA CARVALHO / ASSISTIDA POR MARTA VARATOJO /
MAQUILHAGEM ANTÓNIA ROSA COM PRODUTOS MODEL CO / ASSISTIDA POR SARA HILÁRIO / CABELOS JOANA OLIVEIRA PARA TONI & GUY LISBOA /
AGRADECIMENTOS AO INSTITUTO MACROBIÓTICO DE PORTUGAL PELO ESPAÇO CONCEDIDO PARA A REALIZAÇÃO DESTE EDITORIAL (WWW.E-MACROBIOTICA.COM)
pag esq :
Ana veste vestido com aplicações em corda, RICARDO DOURADO, €380
em baixo :
Ana veste camisola em algodão, FILIPE TRINDADE, €90 / Saia de
plumas de avestruz, FILIPE TRINDADE, €360 / Leggings PLATINO no EL
CORTE INGLÉS, €9,90 / Botins em camurça e pele, DIESEL, €180
Ana veste Vestido, ALVES/GONÇALVES ATELIER,
preço sob consulta / Pulseira preta em
plexiglass, ACESSORIZE, €7 / Pulseira em
metal dourado, ACESSORIZE, €12 / Collants,
WOLFORD, €25 / Botins em pele OSKLEN, €592
Ana veste vestido com lantejoulas, H&M,
€19,90 / Casaco em pele, TWENTY 8 TWELVE,
€360 /Leggings PLATINO no EL CORTE INGLÉS,
€9,90 / Sapatos em camurça pespontada,
JUST CAVALLI, €364,25
Ana veste top em algodão com aplicações
de fitas, OSKLEN, €127 / Bolero em organdi
de seda, STORYTAILORS, €460 / Leggings
PLATINO no EL CORTE INGLÉS, €9,90
Quando participaste pela primeira
vez num filme, a curta-metragem
“Primavera”, de João Tuna, já tinhas
ideia de que querias ser actriz?
Não tinha intenções de ser actriz.
No entanto, quando me surge o convite, eu já estava no secundário a
estudar artes. De alguma maneira, já
mostrava algum interesse pela arte,
mas ainda não sabia especificamente
qual o formato artístico que gostava
mais. Tentei o desenho, a pintura
que não correu lá muito bem, até que
cheguei a design gráfico e, finalmente, percebi que era algo que gostava. Em paralelo, comecei a seguir
uma carreira de actriz.
No filme “Os Mutantes”, de Teresa
Villaverde, a tua segunda participação no cinema, interpretaste um papel que te valeu dois prémios. Este
início auspicioso serviu de rampa de
lançamento da tua carreira?
Na altura não tive noção do que
estava a acontecer. Estava a estudar e queria terminar o secundário.
Mais tarde percebi que algo de bom
me tinha acontecido e que me apetecia experimentar mais. Continuei.
Fui recebendo mais convites e tive a
sorte de poder filmar no Verão.
E o design gráfico?
De repente comecei a fazer teatro e
cinema, ao mesmo tempo que estava
a tirar o curso de design gráfico.
Começou a ser muita coisa ao mesmo
tempo. Comecei a sentir que a energia estava toda dividida e que não
fazia nada a 100%. Por isso, tive
que escolher. Ainda penso terminar o
meu curso de design gráfico.
Qual a personagem que gostaste mais
de interpretar?
A Sónia do “Transe” (filme de Teresa Villaverde) pela intensidade,
complexidade, pelo bom que foi
trabalhar naquela pessoa. Aprender
Russo. Aprender coisas sobre aquelas
mulheres. Perceber como uma pessoa se sente perante todas aquelas
situações. A outra personagem foi a
Margarida do filme “Capacete Dourado” porque é uma rapariga enamorada,
feliz e simples. É algo que me dá
imenso prazer fazer e tenho feito
pouco.
Passaram 10 anos desde a tua primeira participação no cinema. Tens
necessidade de um novo desafio, como
por exemplo, ir para fora?
Já tive oportunidade de trabalhar
com uma realizadora espanhola, em
Espanha. Correu muito bem, embora o
método e trabalho seja diferente.
Também trabalhei cá, com um realizador Brasileiro. É bom porque se
aprende coisas novas. Ir para fora
trabalhar seria sempre um grande desafio, mas é muito complicado porque
é difícil entrar numa outra indústria mesmo que se tenha para apresentar um currículo ou um portfolio,
como é o meu caso. É necessário
ter um agente. A visibilidade que
os actores portugueses têm é tão
pequena. Nós não estamos preparados
para entrar nesse tipo de mercado
do trabalho. Não sabemos sequer como
se faz.
Como é que vês o cinema Português?
Na minha opinião nós temos um cinema
muito bom. Temos pessoas muito boas
a fazer cinema, quer realizadores,
equipas técnicas e actores. Onde há
mais queixas é em relação aos subsídios, ao produtor e aos dinheiros.
No entanto, cada vez mais temos
várias gerações de realizadores e
muitos são muito bons. E acho que
o nosso cinema tem uma identidade
muito grande.
Tens um novo projecto em mãos.
Queres-nos falar dele?
Trata-se de uma longa-metragem de
João Botelho, uma adaptação de
“A Corte do Norte”, um romance de
Agustina Bessa-Luís. Eu desempenho
o papel de cinco mulheres da mesma
família, mas de gerações diferentes.
Um filme sobre mulheres com temperamentos arrojados para a época, mais
independentes. Um desafio interessante, como se pode imaginar, encarnar cinco personagens ao mesmo tempo.
Actrizes como a Grace Kelly ou a
Audrey Hepburn, nos anos 50 e 60
ditaram a moda. Achas que o cinema continua a criar divas que são
seguidas?
Acho que sim. Vê-se com as novas
telenovelas, mais direccionadas para
os jovens, existem muitas semelhanças com a maneira como os jovens se
vestem no dia-a-dia. Acho que influencia bastante, quer o cinema, a
televisão e a música.
No dia-a-dia segues a moda?
Sou de apetências.
Não de tendências.
Depende do dia. Acho que sou um
pouco Freestyle.
O estilo Freestyle é vestir o que se
gosta?
É conseguir vestir vários géneros.
Tanto conseguir parecer uma menina
muito bem comportada, como de repente vestir um blusão de cabedal,
despentear o cabelo e sair para a
rua. Ou seja, não tem a ver com o
mudar de personalidades, vestir de
acordo com o estado de espírito.
Há alguma loja, marca ou criador da
tua preferência?
Gosto de variar. Tanto gosto de ir
a um centro comercial, embora tente
evitar, como compro a peça de um
estilista. Gosto também de ir a uma
loja de roupa em segunda mão.
Qual o teu criador de moda português
preferido?
O Dino Alves.
Há divulgação da moda portuguesa?
Acho que começa a haver cada vez
mais. Acho que está a crescer. As
pessoas, assim como eu, começam a
estar um pouco mais atentas.
O guarda-roupa ajuda a construir uma
personagem ou é só um acessório?
É uma peça muito importante para a
construção de uma personagem. Quando
se define um guarda-roupa para uma
personagem. Quando se pensa o que
essa pessoa usaria está-se a definila e a tentar encontrá-la.
pag dir :
Ana veste casaco, RICARDO PRETO, €372 /
Mini-saia em algodão estampado, BOSS ORANGE,
preço sob consulta / Collants, WOLFORD, €25
/
news
Eley Kishimoto para
Cacharel
Mark Eley e Wakako
Kishimoto substituem
a criadora Estrella
Archs que abandonou a
casa Cacharel sem ter
chegado a apresentar
colecção. Os criadores
conheceram-se no
princípio dos anos 90
e em meados da mesma
década criaram a Eley
Kishimoto. O duo possui
uma forte reputação na
criação de estampados
e no seu currículo
estão colaborações
para grandes marcas
como a Louis Vuitton,
Marc Jacobs e
Alexander McQueen.
A primeira colecção
“Eley Kishimoto para
Cacharel” está prevista
para a estação Outono
Inverno de 2009.
www.cacharel.com
Livro “OUT”, Bob Colacello
Em 1973, Bob Colacello
editor da revista Interview, de Andy Warhol, começa a escrever
a rubrica mensal intitulada “Out” e para
ilustrá-la, dois anos
mais tarde, com a sua
35mm, imortaliza momentos que fizeram parte
dos acontecimentos sociais de Nova Iorque.
Bob auto intitula-se
“fotógrafo acidental”
e os seus snap shots
são um autêntico testemunho de uma época
ávida de agitações,
entre o fim da Guerra
do Vietname e antes do
aparecimento do vírus
da sida onde a música
disco e a droga faziam
parte da noite que era
vivida intensamente em
ambientes de festa.
Fotos inéditas de um
observador perspicaz no
novo livro “Out” de Bob
Colacello, Édition 7L..
Viktor&Rolf
e Piper-Heidsieck
Viktor&Rolf criam
garrafa de champanhe,
flûte e balde em versão
invertida para a marca
Piper-Heidsieck.
Rosé Sauvage pode
agora ser servido de
forma “upside down”,
degustado em bases
de flûtes invertidas
que servem de copo
e mantido fresco num
balde com a base
voltada para cima. Um
jogo de ilusões repleto
de fantasia muito ao
gosto dos criadores.
A garrafa de 750ml está
disponível para venda
a €65.
www.piper-heidsieck.com
Livro “Stylists The
Interpreters Of Fashion”
Escrito pela Editora do
style.com, Sara Mower
e com prefácio de Anna
Wintour, este livro
dá-nos a conhecer uma
selecção do trabalho
dos melhores “Stylists”
da actualidade. Estes
“image makers”, têm
criado por todo o mundo
imagens que marcaram a
fotografia de moda.
Num total de 260 páginas, encontram-se
colaborações de fotógrafos tais como
Richard Avedon, Annie
Leibovitz, Helmut Newton, Mario Testino,
entre outros. Os perfis
traçados são de: Paul
Cavaco, Carlyne Cerf de
Dudzeele, Grace Coddington, Edward Enninful, Lori Goldstein,
Tonne Goodman, Andrea
Lieberman, Polly Mellen, Camilla Nickerson, Carine Roitfeld,
Venetia Scott, Karl
Templer, Melanie Ward,
Alex White, Brana Wolf
e Joe Zee.
Baccarat aposta
em novos projectos
A Baccarat acaba de
lançar a sua nova campanha publicitária
fotografada por Ellen
Von Unwerth intitulada
“Crystal party by Ellen
Von Unwerth” constituída por 18 imagens
que reflectem todo o
universo da marca. De
29 de Outubro a 29 de
Fevereiro está patente
na galeria da casa
Baccarat em Paris, uma
exposição onde serão
apresentadas peças
seleccionadas dos arquivos da marca sob a
temática dos anos 20.
Há 240 anos que Baccarat trabalha o cristal
e desenvolve colecções
de objectos decorativos, bijuteria e
serviços de mesa.
Maison Baccarat, 11,
Place des Etats-Unis,
75116 Paris
www.baccarat.com
Posters vintage em
edição limitada, Biba
Biba, em Londres representa o apogeu do
cool dos anos 60 e 70.
Em 1974 a loja com a
sua estética romântico-boémia utilizou imagens
icónicas para as suas
campanhas fotografadas
por James Wedge e criou
posters que acabaram
por nunca aparecerem no
mercado porque a companhia foi à falência
antes de serem lançados. A imagem de uma
modelo deitada sobre
almofadas “Nude on a
Sofa”, e vestindo nada
mais do que um pequeno
chapéu vermelho com
véu e umas longas luvas, está disponível em
exclusividade e edição
limitada na galeria de
posters on-line 55Max.
Cada poster tem o preço
de €300, com a opção de
se comprar com moldura
incorporada por aproximadamente €590.
www.55max.com
Central Saint Martins
College & Louis Vuitton
A Louis Vuitton
convi-dou os alunos do
Central Saint Martins
College of Art & Design
de Londres a apresentarem um projecto para
a decoração das suas
montras de Natal.
O trabalho vencedor de
nome Latitude 48.914
/ Longitude 02.286,
faz referência à localização precisa onde
se encontra o atelier
histórico da casa
Vuitton em Asnières
e é apresentado por
dois jovens criadores.
Christopher Lawson,
irlandês de 21 anos,
e Marcos Villalba,
espanhol de 26 anos,
ambos estudantes do
segundo ano de Design
Gráfico, inspiraram-se
na história, imagem e
identidade da Louis
Vuitton e o seu projecto
consiste num cenário em
madeira que reproduz os
contornos de um mapa de
forma a criar uma paisagem abstracta.
Os trabalhos foram
apresentados em 370
boutiques da marca no
passado mês de Dezembro.
Bob Richardson
Bob Richardson, o
controverso fotógrafo
de moda dos anos 70
destruiu a grande
parte das suas imagens
enquanto era vivo. Com
o seu desaparecimento
em 2005 e como forma
de imortalizar o seu
trabalho, o filho
Terry Richardson reuniu
cerca de 200 imagens
de moda publicadas em
revistas como a Vogue
e Harpers’S Bazaar e
reuniu-as num livro
que acaba de ser
lançado intitulado Bob
Richardson.
Bob Richardson, Damiani
Editori, €70.
/
o que é a moda?
por Catarina Vicente
“A moda é uma forma de fealdade tão intolerável
que temos de a alterar de 6 em 6 meses”, disse
Oscar Wilde. Provocadora e irónica, a afirmação de
Wilde, enfatiza uma das principais características
da moda, a sua efemeridade.
A moda corresponde à actualidade, persegue o novo.
Reage rapidamente às nuances sociais, políticas e
culturais do seu tempo e reflecte-as. Traduz as
alterações na forma de pensar e agir, num mundo
em perpétua e acelerada mudança, estando condenada
a perder a sua validade. Validade, muitas vezes,
recuperada num futuro que a interpreta, à luz do
presente desse tempo, e a faz reviver.
O designer de moda Yohji Yamamoto acredita que “Se
a moda é o vestuário, não é indispensável. Mas se
a moda é uma forma de perceber o nosso quotidiano,
então é muito importante. Entre o que chamamos as
artes: pintura, escultura, etc, são muito poucas
as que podem, como a moda ou a música, influenciar
directamente as pessoas. A moda é uma comunicação
única, essencial, que diz respeito às sensações
sentidas por uma geração que usa as peças de vestuário que desejou.”
Fazer a distinção entre moda e vestuário é fundamental. Se a existência do vestuário pode ser justificada pela necessidade de protecção climática,
ou mesmo psicológica, de modéstia e de decoração
pessoal, como afirmado pela Antropologia; estas mesmas necessidades não conseguem explicar a permanente
transformação do estilo, que a moda constitui.
A moda, definida pela Estatística, pressupõe
frequência. É o valor mais frequente num conjunto
de valores. Uma selecção colectiva, que resulta
de acções conscientes de indivíduos influenciados
inconscientemente por um conjunto de aspirações,
de ideais, de valores, de crenças, de emoções.
A moda, enquanto processo de difusão social da
inovação, não se cinge à roupa, afecta todos os
fenómenos culturais. Processo que o Marketing e
a Gestão procuram compreender e dominar através
da identificação dos inovadores e dos líderes de
opinião das diferentes sub culturas.
Infiltra todas as áreas e, por elas é infiltrada.
Está, contudo, intrinsecamente associada ao vestuário, da mesma forma que este é indissociável do
corpo. Motivada pela necessidade do indivíduo que
a habita de estar em consonância com o seu tempo.
Pela necessidade de construção e expressão da sua
identidade mutável, redefinida a cada instante e
em cada espaço social. Capaz de confundir fantasia
e realidade, aproxima o Eu real do Eu ideal, que a
selecção colectiva aprova e preconiza.
da esq para a dir :
YOHJI YAMAMOTO: colecção Primavera/Verão 2007, Fotografado por Monica Feudi / VIKTOR & ROLF: Colecção Outono/Inverno, Haute Couture 2000 /
VIKTOR & ROLF: Colecção Outono/Inverno 2001/2002 / HUSSEIN CHALAYAN: Colecção Outono/Inverno 2000, Afterwords, Fotografado por Chris Moore
/ VIKTOR & ROLF: Colecção Outono/Inverno 2003/2004 / VIKTOR & ROLF: Colecção Outono/Inverno 2005/2006 / YOHJI YAMAMOTO: Colecção Outono/
Inverno 2005/2006 Fotografado por Monica Feudi
Resolve o conflito entre o querer ser diferente,
único, e o querer pertencer. Assegura, simultaneamente, a representação social e a expressão do Eu,
que a Sociologia e a Psicologia advogam, através
da sua capacidade de comunicar não verbalmente,
descrita pela Semiótica.
Paradoxal, é, simultaneamente, espelho de convenções e transgressora das barreiras sociais e de
género. São inúmeros os exemplos em que a moda
vestiu atitudes radicais, assinalando a ruptura
com o passado. Da transposição do vestuário masculino para o vestuário feminino orquestrada por
Coco Chanel, na década de 20, aos movimentos contra
cultura, como o punk.
E, quando se apropria dos símbolos destes movimentos e os difunde socialmente, mostra a sua faceta
canibal, que fazem dela um código complexo, dificilmente decifrável.
Os limites entre Moda e Arte, vistos tradicionalmente como bem definidos e intransponíveis, são
postos à prova por designers como Hussein Chalayan, Rei Kawakubo da Comme des Garçons, ou Viktor & Rolf, entre outros. Mostram-nos que a moda
vai além do universo dos artefactos funcionais e
aborda questões diversas.
Os desfiles performativos de Hussein Chalayan, bem
como os seus projectos artísticos, de que Afterwords é um exemplo, esbatem as fronteiras entre
moda e arte.
A dupla holandesa Viktor&Rolf opõe-se, igualmente,
à visão dum mundo bifurcado e situa a sua área
de acção entre a Moda e a Arte, testemunhada em
criações como Le Parfum (1996). Um frasco de perfume como um packaging tão elegante e sofisticado
quanto esperado, mas com total ausência de aroma
do seu conteúdo.
Outro exemplo ilustrativo, também da área da perfumaria, é a linha Comme des Garcons Series 6:
Synthetic, composta por cinco fragrâncias socialmente inaceitáveis baseadas nos materiais e locais
do nosso quotidiano urbano: Tar (alcatrão), Garage (garagem), Skay (imitação de pele), Dry Clean
(limpeza a seco) e Soda.
A moda é veículo estético de construção e comunicação da identidade; posiciona o indivíduo na sociedade e na cultura por ela reflectidas e, sobre
as quais reflecte; fantasia e torna acessíveis o
corpo e o Eu ideais que o colectivo preconiza.
Moda é uma ideia que é
transmitida por poucos e
quando chega a muitos deixa
de o ser.
Luís Buchinho
Designer de Moda
Fotografado por Ricardo Cruz
Assistido por Tiago Cunha Ferreira
Fotografado por Ricardo Cruz
Assistido por Tiago Cunha Ferreira
maquilhagem Rita sousa
Fotografado por Pedro Ferreira
Fotografado por Ricardo Cruz
maquilhagem Rita sousa
Assistido por Tiago Cunha Ferreira
A Moda reflecte
necessariamente uma
cultura, um modo de
vida e um conceito de
Arte e Criatividade
verdadeiramente global,
sem fronteiras, sem
discriminações de sexo
raça ou religião. Poder
participar e ser parte
activa neste processo é o
que me apaixona.
Efémera, actual, mutável e
artificiosa por natureza,
está na moda o que, em
breve, vai sair de moda.
Pela sua essência, destina-se a não perdurar, mas
no entanto consegue ser o
“ar do tempo”, o espelho
de cada época, dando-nos
informações sobre a
história da beleza e do
corpo, os vários contextos
políticos e socioculturais,
a mudança de mentalidades,
hábitos e atitudes… É pois,
parafraseando Baudelaire,
o fenómeno paradigmático
da modernidade e da vida
urbana.
Fascinante é também a
sua dose de mentira,
teatralidade e espectáculo,
na medida em que cada um
encena um determinado
eu para actuar no palco
social.
Moda é um território de
sensações com vários mapas.
Eu
em
1234-
Vera Fonseca
Manequim da L’agence
Paulo Gomes
Director Artístico
ModaLisboa e Stylist
defino a Moda
4 palavras:
Tempo
Sensação
Vivência
Paixão
Luís Pereira
Coordenador de Desfiles
ModaLisboa e Coordenador
do Showroom de Imprensa
Showpress
A Moda inscreve-se num
sistema em constante
mutação e transladação,
mudando de natureza e
variando aleatoriamente
de contexto, sem
previsibilidade. Essa é
a sua própria natureza
imaterial, etérea e efémera.
Manifestação da cultura
visual contemporânea
exprime-se e autopropaga-se através de múltiplos
suportes de comunicação.
Eduarda Abbondanza
Directora ModaLisboa
e Professora Curso Design
de Moda da Faculdade
de Arquitectura da
Universidade Técnica
de Lisboa
Fotografado por Ricardo Cruz
Assistido por Tiago Cunha Ferreira
Fotografado por Ricardo Cruz
maquilhagem sónia pessoa
assistida por Sara Hilário
Moda é mil coisas.
É essencialmente o que
está dentro de mim e de
ti e de todos os que
traduzem inspirações,
desgostos, motivações,
alegrias, vivências,
revolta e manifestações,
em comportamento e se regem
segundo ele. O reflexo de
como nos comportamos.
Para mim, moda é
comunicação, criatividade
e fantasia. É uma
forma de expressão da
individualidade e da
personalidade de cada um.
Valorizo, acima de tudo, o
lado lúdico que nos permite
construir personagens
consoante a disposição e
o momento. Talvez porque
seja uma apaixonada por
cinema...
Dino Alves
Designer de Moda
Anabela Becho
Jornalista de Moda
Bárbara Coutinho
Directora do MUDE
A moda pode
duma forma,
alcançar um
que com ela
ser vista de diferentes perspectivas. As visões são diversas. A Sociologia apresenta-a
a Psicologia aborda um outro aspecto. Todas estas visões são válidas e nos permitem
pouco da complexidade deste fenómeno. Igualmente importantes são os olhares das pessoas
trabalham quotidianamente, sua forma de a ver, de a sentir, de a perceber.
/
furitas
estilos de vida
Quanto vale ser “Furita”?
Para uma parcela significativa de jovens no Japão vale a Liberdade.
por Patrícia Cruz
Em qualquer sociedade e pela necessidade que todos
temos de viver em sub-comunidades, existem tribos urbanas. Fenómeno típico das grandes metrópoles, são
basicamente grupos de pessoas nos quais se partilham
ideais, comportamentos ou gostos comuns. Grupos em que
se ouve a mesma música, pratica um desporto, venera
alguém, mas sempre onde a imagem é decisiva. É pela
conivência de atitudes que se traçam fronteiras entre
tribos e, acrescentam os entendidos, se busca conforto
junto dos nossos iguais.
Numa das cidades do mundo onde mais tribos coabitam, Tóquio, alguns jovens entre os 20 e os 35 anos
são “furitas”. O nome, que resulta do inglês “free”
(livre) e do alemão “arbeit” (trabalho), é utilizado
para caracterizar indivíduos que adiam o investimento
numa carreira em troca da realização dos seus sonhos.
A verdade é que, na capital que tanto produz, o modelo tradicional de emprego deixou de fazer sentido.
Rapazes e raparigas confrontados com questões existenciais como as de viver em função do trabalho em detrimento da vida em família e com os amigos, acabaram por
mudar o seu estilo de vida.
Foi assim que para alguns, uma carreira estável,
horários espartilhados e relações profissionais sufocantes, deram lugar à cultura do part-time e dos
contratos de curta duração. Tendencialmente não conformistas, entendem que a segurança (laboral e monetária) deve ser substituída por uma vida mais simples
na qual haja tempo e qualidade. Enquanto lhes for
possível, optam por sucessivos empregos em livrarias,
cafés ou cadeias de fast-food, alternativa de vida às
rotinas e à permanente competição que se vive nos dias
de hoje e que fizeram parte do modelo de vida dos pais,
a quem sobrava pouco tempo para brincar.
Saídos do liceu ou de faculdades (preferem literatura, história e arte), une-os o facto de abdicarem
de empregos expectáveis em nome de um trabalho precário desde que suficiente para sustentar as suas
necessidades, sejam elas pagar as contas da internet
e telemóvel, ou o verdadeiro sonho: juntar dinheiro
para viajar.
Acontece que o que começou por este desejo de vida
“leve”, conjugado com a crise económica que o país
atravessa, hoje tornou-se um problema. Assim, no mesmo
grupo é possível encontrar quem viva folgadamente,
quem ganha para o gasto e quem é marginal.
As facilidades são visíveis para os que continuam a
viver em casa dos pais, porque mesmo para um “furita”
há tradições que dão jeito não desvalorizar (são “furitas” dependentes). Poupam tudo o que podem para viver confortavelmente. Para além de hobbies e viagens,
consomem moda mas em zonas de comércio alternativo.
Outros, dividem apartamentos com amigos, vivem em tendas e há os que fazem de ciber cafés um lar (“furitas”
independentes). Enquanto aguardam por poder pagar casa
própria, alugam divisões exíguas nestes cafés convertidos em pensões. São mais baratos que um hotel e
incluem pelo menos, uma cadeira-reclinável-cama, manta
e acesso à internet. Pagando um pouco mais, é possível
que o “quarto” tenha livros Manga, microondas e duche.
Se não tiver, encontram alternativas como tomar banho
e comer nos cafés mais próximos. Vivem o dia-a-dia
entre locais como estes e trabalhos ocasionais que oscilam entre a caixa de um supermercado ou pesquisas em
conhecidas agências de publicidade, conforme a sorte
e a vontade.
Neste contexto, há um mercado específico destinado a
tornar a vida destes jovens mais institucionalizada.
Agências de emprego, ciber cafés mais elegantes, uniões de trabalhadores e linhas telefónicas de apoio.
Quando precisam de se fazer ouvir estes jovens saem
à rua vestidos de personagens de animação. Acusam as
multinacionais de crescer à sua custa por não lhes
garantirem regalias de contratos efectivos e não lhes
assegurarem sistemas de saúde.
Há quem não aceite esta filosofia inclusive o governo,
por considerá-la um “desperdício de capacidades” de
um grupo de preguiçosos que não só não contribui para
o crescimento do país como representa uma perda em
impostos. Segundo eles é necessário tomar medidas que
incentivem a procura dos chamados “empregos decentes”,
entenda-se com vínculos duradouros, com vista a evitar
os trabalhadores do tipo “só onde e quando quero”.
O lado triste da história deste estilo de vida que até
roça o cool, é que para alguns, o ser “furita“ deixou
de ser opção. Muitos não conseguem arranjar emprego,
pela idade tardia com que decidem fazê-lo ou insatisfação generalizada, acabando sem abrigo.
Seja como for, este movimento não é nada exclusivo
do Japão, só que lá deram-lhe um nome. De facto, é
a tendência a que se assiste também na maior parte
das cidades europeias. São características próprias
de uma juventude desencantada com a monotonia, a falta
de iniciativa para largar o rebanho e a escassez de
tempo. É o reflexo de uma realidade social que deixa
poucas alternativas.
Sem ser preciso sair do Japão, muito próximo dos “furitas” estão os “neet” (not in employment, education
or training), e os “hikikomori”, igualmente olhados
por alguns como inadaptados, “nerds” dos computadores
ou seres que se despedem do mundo e vão até aos seus
quartos passar a próxima década. Assim, entre estilos de vida liberais, contra-corrente ou aumentando a
lista oficial de desequilíbrios, existem milhares de
pitorescos bandos que fazem a cidade ir acontecendo
e mudando.
Ilustração de Véronique Augry
/
plus
por Sara Andrade
(Dis)Funcionalidades no MUDE
O Museu do Design e da Moda,
em Lisboa, expõe, a partir de
10 de Dezembro, uma colecção
denominada (Dis)Funcionalidades.
A exposição apresenta peças
que, entre o design e a arte,
acabaram por se assumir e
reivindicar estatuto de culto
e de colecção, sem ser preciso
atribuir-lhes uma categorização:
elas ganham grandeza pela sua
beleza estética e dimensão
artística, independentemente
da sua funcionalidade. Com
um conteúdo expressivo e uma
qualidade plástica de formas a
raiar o escultórico, é a relação
sensorial que o objecto consegue
criar com o utilizador que lhe
confere valor. E, neste sentido,
a sua funcionalidade torna-se
obsoleta – daí, o título
disfuncionalidades. Uma colecção
que promete falar para os seus
visitantes, em exibição no MUDE
até 1 de Fevereiro.
www.mude.pt
Sofá Marshmallow, 1956, George Nelson /
Vestido Issey Miyake, Colecção Outono/Inverno
1999/2000
Dias de Tempestade de Yamamoto
Yohji Yamamoto sempre foi
conhecido por ser fiel à sua
própria visão de moda. Numa
estação onde o corpo feminino
está em evidência, Yamamoto
mantém as silhuetas largas,
as sobreposições e os volumes
que se tornaram a sua imagem
de marca. Talvez por isso,
enquanto outros se inspiram no
lado florido e colorido do meio
ambiente para criar jóias, o
designer, na sua irreverência,
olha para o mau humor do mundo
natural e cria a sua primeira
colecção de joalharia sob o
título de Stormy Weather. Em
parceria com o gigante joalheiro
(e seu conterrâneo) Mikimoto,
o criador japonês estreia-se
na arte da Alta Joalharia, com
as míticas pérolas a surgirem
como material base – por um
lado, devido à sua intrínseca
ligação com o Japão (as Akoya
crescem nos seus mares) e,
por outro, pelo seu vínculo à
natureza. Lançada em Novembro,
a colecção subdivide-se em
três temas: The Moon, porque
se diz que as pérolas são
as suas lágrimas; The Drop,
a simbolizar essas mesmas
lágrimas; e Le Cri, o mais
peculiar e original, porque é a
reinterpretação tridimensional
do quadro de Edward Munch,
“O Grito”. Em comum, as três
linhas têm os tons nacarado
das pérolas brancas e cinza
sobre uma base de ouro branco,
a lembrar as nuvens carregadas
e o céu encoberto numa noite
tempestuosa. O resultado são
peças intemporais, dignas do
nome Mikimoto, mas de design
avant-garde e formas inovadoras
(quase como se um quadro de Dali
se tratasse), e com uma inegável
aura negra, contudo bela e
sofisticada - bem ao género
Yohji Yamamoto.
Os Mistérios do Rosto, Visages
Dominique Baqué é autora de
textos que abordam a questão
da imagem, em geral, e da
fotografia, em particular.
Especialista em ensaios sobre
a imagem fotográfica, a autora
publica agora um estudo sobre a
representação da face e as suas
épocas de crise na História e
na Arte. Visages: Du masque grec
à la greffe du visage aborda a
figuração da face partindo de
duas vias de pesquisa: por um
lado, mostrar que a grandeza do
rosto é uma invenção recente
dentro da História do Ocidente;
por outro, perceber a dimensão
dos golpes e ferimentos que o
século XX, mais que qualquer
outro, tem vindo a infligir
na imagem facial. A ideia foi
fazer o percurso histórico
através das épocas, como a
Antiga Grécia, a Idade Média,
o Renascimento, dentro dos
campos de conhecimento e artes
visuais dominados pela autora,
analisando em particular os
momentos de dúvida e de receio
em que a História e a Arte
puseram em crise a representação
do rosto. Um livro das Éditions
du Regard, a custar €30.
Revista Façade reeditada
A revista de culto dos anos 70
e 80 é agora reeditada para os
fãs que tiverem a ambição e o
poder de compra para adquiri-la.
Na sua época áurea, de 1976 a
1983, a Façade magazine surge
como testemunha das noites
excessivas e glamourosas de
Paris, centrando o seu foco
jornalístico no clube nocturno
Palace. A versão parisiense do
nova-iorquino Studio 54, era
o local que atraía todo o tipo
de grupos e géneros de pessoas
que se juntavam para dançar,
criar ou até fazer negócio num
ambiente de humor, sumptuosidade
e alguma loucura. Criada pelos
publicitários Alain Benoist e
Hervé Pinard, a magazine boémia
nasce como a irmã mais nova da
já existente Interview de Andy
Warhol, e consegue 13 edições
nos seus 7 anos de existência,
numeradas de 1 a 14 e não
datadas. A reverência do nome
Façade tornou-os coleccionáveis
e, hoje, os 13 juntam-se em 7
colecções integrais, à venda na
Colette, a partir de €8.000.
E, depois do sucesso da sua
exposição em Outubro, na Passage
du Désir, a verdadeira notícia
para a elite artística que
adora, colecciona e troca em
círculo fechado os exemplares
desta revista de culto, é o
lançamento eventual do número
15. Informações: www.colette.fr
e www.facadeparis.com.
Livro Exactitudes
Não é nova a ideia de grupos
sociais que se relacionam
pela partilha de traços
comuns e que expressam essa
identidade através do modo de
vestir. Mas nunca uma série
de imagens foi tão capaz
de traduzir visualmente e
artisticamente este conceito
como o projecto feito pelo
fotógrafo Ari Versluis e pela
stylist Ellie Uyttenbroek.
13 anos a documentar o dress
code de inúmeras identidades
sociais, em diversas cidades,
resultam no lançamento do livro
Exactitudes, uma justaposição
entre a ideia de exacto e a
de atitude, que mostra, numa
sucessão de fotografias com
o mesmo enquadramento, poses
e vestuário parecidos, o
modo como as pessoas tentam
distinguir-se umas das outras
através da adopção de uma
imagem ligada a uma comunidade
social. Um trabalho que raia
o foro do científico e do
antropológico, sem dúvida, uma
vez que estuda esta contradição
entre individualidade e
conformidade, mas que ganha
principal visibilidade pela
imagética criada pela dupla:
ao retirar estas identidades
uniformizadas do ambiente urbano
e colocando-as contra o fundo
branco de um estúdio, Versluis
e Uyttenbroek ultrapassaram o
aspecto puramente documental da
tarefa e criaram um testemunho
artístico absolutamente
avassalador. Preço de venda:
€32,50, 010 Publishers,
Roterdão.
www.exactitudes.com
www.010publishers.nl/
Factory Boy
Imortalizado em filme, livros
e pintura, o nome Andy Warhol
ganha dimensão novamente em
estado líquido e gasoso. Silver
Factory é o primeiro de uma
série de fragrâncias unissexo
lançadas pela casa de perfumes
Bond No. 9 sob a égide da Andy
Warhol Foundation, que tutela
e zela pelo interesse do nome
que representa. Numa mistura
de notas de base de madeira,
resina e âmbar, e outras de
topo como lavanda e bergamota,
as mais emblemáticas, mais
características e essenciais
ao título Warhol são, sem
dúvida, as notas de incenso (um
aroma típico dos anos 60) e
de violeta, uma preferência do
artista. O aroma final é suave,
com um toque de especiarias,
uma certa doçura floral, mas
é especialmente simbólico
pelo facto de evocar um efeito
metálico, de prata aquecida e
fundida – uma das razões para
o seu título: Silver Factory.
A outra razão tem a ver com o
estúdio do artista em Manhattan,
com o mesmo nome, onde as
paredes estavam decoradas
com folha de alumínio e tinta
prateada. O remate final na
materialização de Warhol nesta
nova linha de perfumes surge
na embalagem: digna de uma das
suas obras Pop Art, o design do
frasco é inspirado na versão
das latas de Campbell’s Soup,
desenhadas pelo próprio em
1965. À venda desde Dezembro,
nas lojas norte-americanas
Bond No. 9 e Saks, e em
www.bondno9.com e www.saks.com.
/
filipe trindade
Foi o vencedor do concurso organizado pela ANJE (Associação Nacional
de Jovens Empresários) que se realizou em 2006 no âmbito do programa
Aliança, trampolim que lhe valeu a participação como novo talento no
evento Portugal Fashion. Após 2 edições de desfiles, Filipe ruma para
Paris em busca de novas experiências.
por Helga Carvalho
Este jovem criador não me deixou indiferente
quando há duas estações atrás tive a oportunidade
de observar pela primeira vez o seu trabalho.
Filipe Trindade não se limitou a apresentar uma
colecção coerente a nível de cores, materiais
e silhuetas, foi mais longe: trabalhou volumes,
explorou formas e demonstrou facilidade na manipulação de técnicas de modelagem. - “I have a
hole in my heart” foi o tema da colecção, inspirada na austeridade religiosa e na iconografia
de Santa Teresa d’Ávila. Entre cinzas e pretos,
Filipe descontextualiza detalhes sport-jogging em
conjugação com drapeados, proporcionando volumes
e assimetrias. O capuz, funcionou como peça-chave
deste interessante trabalho.
Confesso que aguardei curiosamente pelo resultado
da colecção seguinte e verifico que Filipe se
mantém na mesma linha desta vez, onde a utilização de materiais é mais explorada, proporcionando
um ar mais rico e acabado à colecção. O seu lado
experimental é contrabalançado com uma silhueta
feminina que concebe uma espécie de equilíbrio
perfeito garantindo-lhe a identidade que o distancia das grandes correntes. Com influências
da arte Carolíngia e da Alta Idade Média, evoca
registos Couture e continua a trabalhar volumes.
Aposta nos plissados e utiliza de forma ecléctica
materiais e formas à partida incompatíveis. Conjuga matérias naturais como a lã, seda, algodão,
plumas de avestruz e cabedal com sintéticos como
o neoprene e tecidos reflectores. A paleta de
cores estende-se pelos neutros; cinza, bege,
branco, toupeira e preto.
Sob um registo contemporâneo e com um suave toque
de sofisticação, esta colecção, abre caminho para
o percurso deste jovem talento que não apresentará Verão 2008, mas que promete!
Filipe, fala-me no teu percurso na
área da moda.
Sempre me interessei por moda, mas
nunca foi uma área que pensei seguir
como profissão. Comprava umas revistas de vez em quando, e ia à Moda
Lisboa quando conseguia convite.
Foi no 2º ano da faculdade do curso
de História da Arte que senti vontade de experimentar estudar moda.
Fiz alguma pesquisa, e acabei por
mudar-me para o Porto para estudar
no CITEX, onde entrei em 2004. O
curso durou 3 anos mais o estágio
que fiz com o Luís Buchinho.
Ganhaste um concurso que te valeu a
participação no Portugal Fashion.
Como aconteceu?
No último ano do CITEX temos a oportunidade de desenvolver um trabalho
mais pessoal, uma vez que já temos
as bases necessárias para o fazer.
Nessa altura soube que a ANJE tinha
aberto as inscrições para o concurso Programa Aliança (que prevê a
ligação entre os designers e a indústria). Concorri, em Julho de 2006
ganhei o 1º lugar, e em Outubro estava a apresentar em desfile a minha
primeira colecção.
Como novo talento quais as maiores
dificuldades que sentiste na
concepção das colecções?
É complicado conseguir articular
todas as etapas da execução de uma
colecção quando se está a começar e
ainda não se tem uma estrutura. O
facto de ainda estar inserido numa
escola quando fiz o primeiro desfile ajudou, tive o apoio do CITEX
na modelagem, por exemplo. A segunda
colecção foi a primeira experiência
que tive já sozinho, foi mais difícil mas aconteceu na mesma (também
com muita ajuda dos amigos!).
No que respeita aos materiais, uma
grande parte foram patrocínios da
indústria, só tive de investir nas
matérias que não se produzem mesmo
no nosso país. Tenho muito a agradecer a fábricas como a Confetil S.A.,
A Penteadora, Helsar, entre outras.
O calçado também é um grande investimento, mas penso que no fim compensa. Quanto a apoios financeiros,
nunca recebi.
pag esq :
Filipe Trindade,
Fotografado por Olivier Jacquet
imgs esq & dir :
Desfile Filipe Trindade, Outono/
Inverno2007/2008, Portugal Fashion
Sentiste algum feedback da parte do
público após estas 2 colecções?
Recebi um óptimo feedback do meu
trabalho, quer do público quer da
imprensa. Fiquei muito espantado com
a rapidez com que as coisas foram
acontecendo e com a aceitação que o
meu trabalho teve. Vendi quase todas
as peças da minha primeira colecção
tendo sido as de homem foram as
mais procuradas. As peças da segunda
colecção vão estar à venda na Mousse
em Lisboa e no Muuda no Porto.
Sei que és representado num showroom,
o que é fantástico para um jovem
criador, sentes que de alguma forma
isso te tem ajudado a dar visibilidade ao teu trabalho? Como?
O facto de ter o meu trabalho representado num showroom é uma grande
ajuda. Senti-me muito feliz com o
convite do Luís. Estar ao lado de
criadores cujo percurso já é conhecido é também uma forma de fazer
acreditar o meu trabalho. É importante também a ponte que o showroom
faz entre o designer e a imprensa.
A pouco e pouco as pessoas vão-se
começando a habituar ao teu nome, a
interessar-se pelo teu trabalho.
Estás em Paris a estagiar com o
Felipe Oliveira Baptista, como surgiu essa oportunidade?
Enquanto estudei tive sempre vontade
de uma vez terminado o curso, vir
para Paris estagiar ou trabalhar.
Acho importante na formação de um
designer de moda ter contacto com
aquilo que de melhor se faz, poder
ver e perceber como funcionam as
coisas aqui. O Felipe, foi sempre
uma das minhas referências, sendo
também português achei que era o
sítio ideal para começar em Paris.
Contactei-o, apresentei-lhe o meu
portfolio e consegui um estágio de
6 meses.
Quando é que acabas o teu estágio e
o que pensas fazer posteriormente?
Termino o estágio em Março. Depois
ainda é tudo muito incerto, mas gostaria de ficar por Paris mais algum
tempo.
Paris é uma boa experiência para
um jovem criador de moda, sentiste
alguma dificuldade em te integrar?
Sentes na pele a concorrência e a
agressividade da cidade ou pelo
contrário?
Ainda estou longe de estar totalmente integrado, mas já me começo a
ambientar e até agora as coisas têm
corrido bem, felizmente. Quanto à
concorrência, sem dúvida que aqui é
tudo muito mais agressivo, a concorrência é feroz e não há espaço para
principiantes. Não existem de todo
as facilidades que temos em Portugal
quando se começa.
Referências a nível de criadores
internacionais?
Azzedine Alaia, Nicolas Ghesquière e
Rick Owens.
Planos para uma nova colecção
“Filipe Trindade”?
Gostaria muito de poder retomar o
meu projecto, mas quando o fizer
quero que seja com outra perspectiva, com mais conhecimentos e também mais capital! Quem sabe daqui a
algum tempo.
Quais os teus objectivos num futuro
próximo?
O meu principal objectivo é conseguir
estar profissionalmente rea-lizado
e feliz, seja com uma marca minha,
seja como designer para alguém. Até
lá, quero aproveitar da melhor forma
a fase que estou a viver.
pag esq & img dir :
Colecção Primavera/Verão 2007
Fotografado por Virgílio Ferreira
/
beauty
3
FOTOGRAFADO POR Olivier Jacquet
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1 Baton Rouge Unlimited Red Collection, SHU UEMURA, €24 / 2 Face Powder, SHU UEMURA, €36 / 3 Pó de maquilhagem, The Powder, HAKANSSON
à venda no MAKEUPBAR no MIGUEL VIANA, €35 / 4 Sombras multiusos, The Colour Box nº 7 e nº 8, HAKANSSON, à venda no MAKEUPBAR no MIGUEL
VIANA, €48,50 / 5 Wonderfull lip plumper, MODEL CO, €29 / 6 Mousse desmaquilhante, STELLA MCCARTNEY, €30 / 7 Eau de toilette White, 50ml,
COMME DES GARÇONS, €70 (preço aproximado) / 8 Cubos de gelo perfumados para o corpo, 12 unidades, KENZOKI, €25 (preço aproximado) /
9 Creme Loaded The anti-ager, KORNER SKINCARE, €180 / 10 Espuma de banho lavanda, KIEHL’S, €25,50
/
best of
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trendy
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1 “Organic Chair” Design de Charles Eames & Eero Saarinen, 1940 ©VITRA, €1362 Fotografia Andreas Sütterlin / 2 Óculos com armação em massa,
LOUIS VUITTON, €325 / 3 Sapato em pele com salto metálico, SONIA RYKIEL, preço sob consulta / 4 Luvas em pele, HOSS, preço sob consulta / 5
Carteira em pele matelassé, CAROLINA HERRERA, €410 / 6 Anel “Gourmette” em ouro amarelo e olho de Tigre, DIOR, €2100 / 7 Clutch em acrílico
com logo em pele, FENDI, €890 / 8 Cinto em pele e elástico, MANGO, €14,90 / 9 Baton “Antiquitease”, M.A.C., €17,30 (preço aproximado) / 10
Bota em camurça e pele polida, COSTUME NATIONAL, preço sob consulta
9
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10
1 Capacete em pele, BOSS ORANGE, €330 / 2 Óculos com armações em massa e metal, RAY BAN, €125 / 3 Candeeiro “Quin.mgx,” em nylon e aço, Design de Bathsheba Grossman, MGX by MATERIALISE, preço sob consulta / 4 Livro Trash de Loïc Malle, Pascal Rostain e Bruno Mouron, ÉDITIONS
DU REGARD, €32 / 5 Corrente com chapa gravada, HUGO, preço sob consulta / 6 Aparelho fotográfico, edição limitada de 3000 exemplares, “MEG”
DIANA, €200 à venda na COLETTE / 7 Headphones SWAROVSKI para PHILIPS, à venda na COLETTE / 8 Eau de Parfum - 50 ml natural spray, COMME DES
GARÇONS / 9 Ténis Chuck Taylor® All Star®, CONVERSE, €164 (preço aproximado) / 10 Blusão, H&M, €39,90
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1 Banco pertencente a “Cork Family”, Design de Jasper Morrison, 2004 ©VITRA, €318 Fotografia Andreas Sütterlin / 2 Colar em pele e moleton,
OSKLEN, €187 / 3 Cachecol em lã, PATRIZIA PEPE, €71 / 4 Porta-documentos, PUMA, €140,00 / 5 Sabrinas em lã com laço em veludo, JUICY COUTURE, €105 / 6 Banco em madeira “Butterfly Stool”, Design de Sori Yanagi, 1954 ©VITRA, € 498,00 Fotografia Andreas Sütterlin / 7 Jarra em
vidro, KATE HUME na ARTE ASSINADA, preço sob consulta / 8 Cardigan em lã de merino, CHLOÉ, €984,00 / 9 Óculos com armações em massa, CHLOÉ,
€270 / 10 Cadeira em madeira “Nananu”, design de David Trubridge, WHITEFLAX na ARTE ASSINADA, preço sob consulta
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1 Conjunto de três batons “Royal Assets”, M.A.C., €38 (aproximadamente) / 2 Anel “Grenouille” em ouro amarelo, ouro branco, diamantes e esmeraldas, BOUCHERON, €6950 / 3 Verniz DIOR, €20,50 / 4 Papillon, H&M, €9,90 / 5 Óculos com armação em massa, MARC JACOBS €230 / 6 Sandália
com salto compensado, “PIC”, CHRISTIAN LOUBOUTIN / 7 Jarra em vidro, KATE HUME na ARTE ASSINADA / 8 Anel Miss Protocole em ouro branco 18
quilates engastado com 66 diamantes, PIAGET, €4700 / 9 Clutch em pele de crocodilo, LOEWE / 10 Caneta, LOUIS VUITTON €225
/
go yana
FOTOGRAFADO POR RICARDO CRUZ / ASSISTIDO POR TIAGO CUNHA FERREIRA /
STYLING HELGA CARVALHO / ASSISTIDA POR MARTA VARATOJO /
MAQUILHAGEM RITA SOUSA COM PRODUTOS LANCÔME E STUDIO FACE /
CABELOS JOANA OLIVEIRA PARA TONI & GUY LISBOA / MODELO YANA,
ELITE PORTUGAL
nesta pag :
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e metal, DIESEL, €35 / Fio em metal prateado, ACESSORIZE, €14,90
pag dir :
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pele, GANT, €322 / Gargantilha em pele e metal, DIESEL, €35 / Fio
em metal prateado, ACESSORIZE, €14,90 / Pulseiras em metal prateado
e com detalhe em borracha, REBECCA, €181 e €173 respectivamente
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em lã, MARLBORO CLASSICS, €106,10 / Gargantilha em pele e metal,
DIESEL, €35 / Fio em metal prateado, ACESSORIZE, €14,90 / Fio em
metal prateado, REBECCA, €41 / Fios corrente em metal prateado com
detalhes em dourado REBECCA, €243 cada / Pulseiras em metal prateado
e com detalhe em borracha, REBECCA, €181 e €173 respectivamente
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prateado, ACESSORIZE, €14,90 / Fio em metal prateado, REBECCA, €41 /
Fios corrente em metal prateado com detalhes em dourado REBECCA, €243
cada / Pulseiras em metal prateado e com detalhe em borracha, REBECCA,
€181 e €173 respectivamente / Pulseira em camurça com aplicações de
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Ténis Air Force One, NIKE, €92 / Gargantilha em pele e metal,
DIESEL, €35 / Fio em metal prateado, ACESSORIZE, €14,90
nesta pag :
Yana veste t-shirt em algodão, JOHN VARVATOS para CONVERSE, preço
sob consulta / Camisa xadrez, RARE, €162,15 / Sweat em algodão
destruído, OSKLEN, €193 / Gargantilha em pele e metal, DIESEL, €35 /
Fio em metal prateado, ACESSORIZE, €14,90
pag dir :
Yana veste camisola em algodão, OSKLEN, €139 / Vestido em fazenda de
lã com aplicações em pele envernizada, BOSS ORANGE, €450 / Leggings,
WOLFORD, €25 / Botas em pele, GANT, €322 / Gargantilha em pele e
metal, DIESEL, €35 / Fio em metal prateado, ACESSORIZE, €14,90 / Pulseiras em metal prateado e com detalhe em borracha, REBECCA, €181 e
€173 respectivamente / Pulseira em camurça com aplicações de strass,
DIESEL, €40 / Pulseira em pele com tachas, DIESEL, €50
pag esq :
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€190 / Mini-saia, FILIPE TRINDADE, €80 / Jeans pretos slim fit,
TWENTY 8 TWELVE, €190 / Pulseiras em metal prateado e com detalhe
em borracha, Rebecca, €181 e €173 respectivamente / Botins em pele,
HUGO, €270
nesta pag :
Yana veste blusa em algodão, GANT, €85
nesta pag :
Yana veste t-shirt em algodão, JOHN VARVATOS para CONVERSE, preço sob
consulta / Camisa em flanela, H&M, €16,90 / Gorro em lã, ACESSORIZE,
€23,50 / Fio corrente em metal prateado, REBECCA, €243 / Gargantilha
em pele e metal, DIESEL, €35 / Fio em metal prateado, ACESSORIZE,
€14,90 / Pulseiras em metal prateado e com detalhe em borracha,
REBECCA, €181 e € 173 respectivamente / Saia em pele, HUGO, €230 /
Botas em pele, GANT, €322
pag dir :
Yana veste t-shirt em algodão, JOHN VARVATOS para CONVERSE, preço
sob consulta / Blusão em pele forrado com pêlo, BOSS ORANGE, €700 /
Calças slim fit em pele envernizada, BOSS ORANGE, preço sob consulta
/ Carteira “urso”, STORYTAILORS, €68,70 / Gargantilha em pele e
metal, DIESEL, €35 / Fio em metal prateado, ACESSORIZE, €14,90 /
Pulseira em metal prateado com detalhe em borracha, REBECCA, €173
pag esq :
Yana veste t-shirt em algodão estampado, NIKE, €42,25 / Gargantilha
em pele e metal, DIESEL, €35 / Fio em metal prateado, ACESSORIZE,
€14,90 / Pulseira em camurça com aplicações de strass, DIESEL, €40 /
Pulseira em pele com tachas, DIESEL, €50 / Pulseira em metal prateado
com detalhe em borracha, REBECCA, €173
nesta pag :
Yana veste macacão em sarja de algodão, DIESEL, €390 / Gargantilha em
pele e metal, DIESEL, €35 / Fio em metal prateado, ACESSORIZE, €14,90
/ Pulseiras em metal prateado e com detalhe em borracha, REBECCA,
€181 e €173 respectivamente / Pulseira em camurça com aplicações de
strass, DIESEL, €40 / Pulseira em pele com tachas, DIESEL, €50
pag esq :
Yana veste blusão em pele, TWENTY 8 TWELVE, €450 / Óculos, PERSOL,
€190 / Mini-saia, FILIPE TRINDADE, €80 / Jeans pretos slim fit,
TWENTY 8 TWELVE, €190
nesta pag :
Yana veste blusão em pele, TWENTY 8 TWELVE, €450 / Óculos, PERSOL, €190
/
piet stockmans
Piet Stockmans - Entre a Arte e o Design da Cerâmica
por Milene Matos Silva
Piet Stockmans é um ceramista Belga, um dos mais
importantes da sua geração. No seu trabalho
explora a porcelana como matéria em todas as
suas vertentes. Desenha produtos industriais,
constrói objectos artesanais e cria instalações
artísticas.
Entre 1966 e 1989, trabalhou na companhia alemã
Royal Mosa como designer industrial. Um período
que ficou marcado pela criação da chávena de
café “Sonja”, em 1967. Um objecto de design que
cumpre todas as suas funções: é fácil de reproduzir, de manejar, de encaixar e arrumar. Mas
todas essas finalidades convivem com a beleza
estética do objecto. Décadas depois da sua criação, já foram reproduzidas mais de 50 milhões de
chávenas e houve muitas cópias não autorizadas.
Stockmans é também o responsável por um sistema
que distribui a comida por pequenos pratos que
se encaixam entre si. Esta peça contribui para
a eficiência do trabalho na cozinha, ao mesmo
tempo que é usado para aproveitar o espaço na
mesa quando a refeição é servida. Para acompanhar estes recipientes, Piet Stockmans pensou
também em tampas feitas de material sintético
que ajudam a manter a comida quente.
Mas muitas outras criações de objectos de design
cerâmico poderiam ser aqui mencionadas. No entanto, seria redutor referir apenas o trabalho
de Piet Stockmans como designer. Ele explora
várias vertentes. No seu trabalho como ceramista, utiliza a matéria para produzir peças únicas, de colecção, moldando-as manualmente. Desenvolvendo um trabalho criativo, no seu estúdio
concebe serviços de mesa, copos, pratos, vasos,
pequenos souvenirs e até jóias. Peças que estão
distribuídas por lojas de design ou em museus em
toda a Europa, Estados Unidos da América, Japão
e Austrália. Nesta vertente da cerâmica, Stockmans dá às peças, por vezes, um aspecto frágil e
delicado e noutras um aspecto bruto e inacabado.
Utiliza, em grande parte das suas criações,
apenas duas cores: o Branco e Azul. Mas as suas
criações acabam sempre por surpreender, porque
nenhuma se repete. São disso exemplo, os seus
pratos azuis, cuja forma redonda está ligeiramente deformada, como se alguém os tivesse amachucado. Piet Stockmans pode assim relativizar
as limitações de um designer. Por outro lado, a
repetição do trabalho industrial serve de inspiração no seu trabalho como artista. Tentando
sempre uma coexistência de todas as vertentes: a
do ceramista, designer e do artista.
É como artista plástico que Piet Stockmans desconstrói os condicionalismos de um designer. As
peças, muitas vezes repetidas, continuam a ter
o seu valor estético, mas perdem toda a funcionalidade, tornando-se uma forma de expressão
artística. “No que toca à porcelana, qualquer
pessoa a associa a figuras da china e do Japão,
à porcelana de Limoges, ao serviços de jantar
bem decorados. Houve uma necessidade de quebrar
com esta imagem tradicional e mostrar que usando
a porcelana como material podem ser feitas ou
construídas coisas realmente excepcionais, que
ao mesmo tempo dão à matéria a expressão certa
da sua realidade”, refere Piet Stockamans em
Monografie, Piet Stockmans, Lannoo, 1996.
/
novas tecnologias
Vestuário e tecnologia.
A tecnologia está cada vez mais próxima e incorporada no nosso dia a
dia, e não me refiro só aos telemóveis e gadgets de última geração,
refiro-me ao vestuário e ao calçado. Com o intuito de melhorar o nosso
bem-estar e a nossa saúde, cientistas têm-se dedicado a inovar produtos de consumo básico com particularidades e preciosidades escondidas.
por Michele Santos
1
2
4
A Geox patenteou um sistema com micro aberturas numa sola de borracha que permitem que o
suor produzido pelos pés seja expelido, mantendo os pés secos e impedindo que a água entre
nos sapatos. Assim sendo, a sola de borracha
exterior apresenta pequenos orifícios nas zonas
de maior concentração de suor, e a membrana
entre a sola e o sapato permite a absorção do
suor expelindo-o sob a forma de vapor de água.
Este processo é possível devido aos micro poros
da membrana, um pouco maiores que as moléculas
de vapor de água, e ao mesmo tempo menores que
as gotas de água, evitando que a água entre, e
mantendo os pés sempre secos. O benefício para
os seus utilizadores traduz-se na conservação
de um micro clima ideal dentro dos sapatos,
sem humidade e com menor aquecimento dos pés em
relação ao uso de sapatos convencionais com sola
de borracha.
Existem vários sistemas GPS desenhados para serem
incorporados em calçado destinado a uma variedade de públicos e de necessidades, sob a forma
de sapatilhas ou até mesmo de sandálias. Estes
sistemas permitem localizar em tempo real as
pessoas que os usam, oferecendo uma supervisão
e segurança úteis e funcionais. Estes sistemas
podem funcionar 24 horas sob 24 horas, se estiverem ligados, e em qualquer parte do mundo. A
localização do utilizador é captada via satélite
e direccionada para um centro de monitorização,
acessível aos responsáveis por essas pessoas
via internet ou telefone. Este sistema tem sido
aplicado por várias empresas e para vários alvos,
desde crianças, pessoas de idade ou com problemas mentais, prostitutas, bem como, desportistas,
aventureiros, forças armadas, entre outros.
Dentro da área do vestuário comunicativo (communication clothing), destaco o casaco BT iJacket
da Zegna Sport que permite aos seus utilizadores ouvirem em simultâneo o seu iPod e seu
telemóvel devido ao sistema Bluetooth incorporado no casaco. Este casaco multifuncional
permite controlar tanto o telemóvel como o iPod
através dos comandos de toque Elek Tex à prova
de água, inseridos na manga esquerda do casaco.
Na gola, encontra-se a interface Bluetooth e
o microfone necessário para as comunicações.
Quando o telemóvel recebe uma chamada e o iPod
está a tocar, o som é automaticamente reduzido
para que o utilizador possa ouvir o telemóvel
e assim e responder à sua chamada, o painel de
controlo passa para o modo de telefone. O tecido
do casaco é um algodão à prova de água com costuras termo coláveis, de modo a assegurar que os
compartimentos do casaco estejam protegidos dos
riscos da água, mesmo durante as lavagens.
www.zegna.com/bt-jacket
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www.gtxcorp.com
www.geox.com
Nem todas as invenções são meros delírios de
cientistas, alguns transformam-se em coisas úteis
e benéficas para o nosso dia a dia. É assim que
a inovação e a tecnologia vão entrando dentro do
nosso vestuário.
3
1 Sistema Geox uqe permite que o suor seja expelido, mantendo os pés secos / 2 e 3 Calçado munido de GPS / 4 Casaco BT Jacket Zegna Sport
com sistema de iPod e telemóvel incorporado
/
arquitectura
“Europa, Arquitectura Portuguesa em Emissão”
A relação difícil de Portugal com a Europa tanto na Arquitectura como
no Festival da Canção são o motor de análise de dois comissários de
arquitectura, Jorge Figueira e Nuno Grande que tornaram “Europa, Arquitectura Portuguesa em Emissão” numa exposição seriamente estimulante.
por Francisco Vaz Fernandes
A exposição “Europa Arquitectura Portuguesa
em Emissão” foi uma das grandes surpresas em
matéria de projecto expositivo no ano de 2007
por ter conseguido cruzar parâmetros díspares
que dificilmente encontramos agregados. Visitar
elementos da cultura popular e pensá-los ao lado
de elementos da cultura erudita é no essencial
a proposta de análise de Jorge Figueira e Nuno
Grande, que conceberam esta exposição para a
Trienal de Lisboa e que pôde ser vista, até 16 de
Dezembro, na 7ª Bienal Internacional de arquitectura de S. Paulo. A proposta destes comissários
vem assim contrariar uma certa secura que marca
em geral as exposições de arquitectura onde predominam maquetas, desenhos técnicos e fotografias
de edifícios que exigem uma atenção minuciosa
impossível, nas condições em que o público as recebe. De certa forma este projecto vem questionar
as condições de apresentação da arquitectura em
espaços expositivos para um público alargado propondo um entendimento do objecto arquitectónico
nos seus múltiplos aspectos, que tanto podem ser
de natureza material como psicológico e social.
Nesse sentido, para além do percurso documental e
histórico da produção arquitectónica portuguesa,
os comissários convocam outros elementos visuais
a um convívio mais próximo do mundo real. É nesse
sentido que a “Televisão” enquanto espelho de uma
sociedade, serve de pretexto para os comissários
equacionarem as propostas arquitectónicas portuguesas, tanto nas suas relações com o local como
nas suas relações com o exterior. Interessa-lhes
analisar a televisão enquanto projecto de contemporaneidade a partir da adaptação de formatos e
linguagens a um contexto sócio-cultural português.
Este é aliás, um fenómeno que encontrava paralelo
em muitos dos parâmetros da nossa sociedade da
qual a arquitectura também não podia fugir. É
este esforço, o de uma sociedade em perspectiva
de se modernizar seduzida pelos níveis de desenvolvimento da Europa e ao mesmo tempo receosa do
fantasma da perda da sua individualidade cultural,
face às forças centrífugas e aglutinadoras de uma
Europa central que estão em foco nesta exposição.
Na primeira parte da exposição, os projectos
arquitectónicos que vão de 1956 até 1985, data
da entrada de Portugal na CEE, são vistos em
paralelo com algumas prestações portuguesas no
Festival da Canção da Eurovisão. A segunda parte,
o tempo da pós integração na CEE, é apresentado
ao lado da Euro News, em tempo real.
A primeira parte, a mais interessante enquanto
objecto expositivo, coloca em evidência a partir
das prestações nacionais no festival da canção, a
busca de um reconhecimento internacional e o seu
esforço de transmitir uma imagem de contemporaneidade.
Esse esforço encontra paralelo nas criações arquitectónicas portuguesas tanto no antes como no
pós 25 de Abril, com evidentes estratégias, sempre diferentes, de adaptação das linguagens internacionais às realidades culturais locais e ao
momento político vivido. Essa consciência marca
o projecto de Pancho Guedes (Edifício Leão que
Ri) em Maputo onde há uma adaptação de elementos
típicos modernistas a uma realidade colonial a
partir da aculturação de elementos de expressão
africana. Marca igualmente Siza Vieira que com o
projecto de São Vítor, responde às necessidades
ideológicas de um programa de construção social
em período pós revolucionário adaptado a um revisionismo modernista afecto a uma expressão minimal baseada numa realidade popular. Ou ainda o
conjunto habitacional de Chelas de Tomás Taveira,
expressão de um país em vias de desenvolvimento,
fascinado pelas promessas glicodoces de uma economia de mercado concretizadas com a entrada de
Portugal na Comunidade Europeia. Das diferentes
aproximações que se fazem as canções do festival,
pelo optimismo que ambas encerram, nenhuma parece
tão bem sucedida como a que podemos encontrar
entre Chelas (também podia ser a Torre das Amoreiras) e a interpretação das Doce. O ponto alto
do vídeo nem é tanto a prestação das 4 jovens no
palco vestidas de mosqueteiras, mas as imagens
vídeo promocionais da canção, com poses ousadas
das interpretes, em vários décors de Portugal.
Uma forma ingénua de promoção turística concebida
por uma sociedade preparada para uma cosmética
arquitectural em formato de cenário para esconder
as pobrezas do país.
Relativamente ao segundo grupo, pontuado pela
Euro News, os autores da exposição apresentaram
16 projectos, numa síntese da arquitectura actual
portuguesa, privilegiando no entanto a obra construída no estrangeiro. Alguns deles realizados
dentro de políticas comunitárias que favorecem o
deslocamento de criadores num ideal de partilha
europeu. Não só por isso, o certo é que actualmente grande parte desses arquitectos portugueses
vê os seus nomes projectados internacionalmente.
Fala-se de um reconhecimento das particularidades
da arquitectura portuguesa e do seu contributo
para a definição de uma linguagem arquitectónica
contemporânea. Nestas condições, estão dois projectos recentemente inaugurados de Siza Vieira,
(o Equipamento Desportivo Ribera-Serrallo,
Cornella de Llobregat, Barcelona e a Fundação
Iberê Camargo, em Porto-Alegre) um projecto de
Gonçalo Byrne (Sede do Governo da Província do
Brabante Flamengo, Louvain) e um projecto de
João Luís Carrilho da Graça (Teatro-Auditório de
Poitiers). Para além destes dois núcleos, existe
um apontamento humorístico, um vídeo-instalação
encomendado a Edgar Pêra que convida um cantor
pimba para demonstrar o “fôlego” de Portugal.
A canção verbaliza tudo o que em geral a voz
popular pensa de negativo sobre a arquitectura
de peso do estado, em particular, sobre os
projectos do Centro Cultural de Belém e do Parque
Expo. É um vídeo que nos deixa sem dúvida bem
humorados, mas sem ofuscar o conjunto da proposta
expositiva. O interesse desta exposição continua
ainda a residir essencialmente na capacidade de
lançar diferentes anzóis que são como layers de
entendimento de um mesmo fenómeno abrindo-o a uma
polarização de interpretações. De facto, este
projecto vem mostrar como o fenómeno da arquitectura
não é propriamente um acto isolado de um criador,
mas um fenómeno que obedece à expressão de um
tempo e de um colectivo em que está integrado. Ou
seja, é uma resposta aos anseios e aspirações de
uma comunidade.
pag esq :
Conjunto Habitacional de Chelas, Lisboa, 1975-1978,
Tomás Taveira
nesta pag :
Madalena Iglésias
RTP – Radiotelevisão Portuguesa S.P.T, S.A.
/
expos moda
MATTHEW WILLIAMSON
NO DESIGN MUSEUM
DE LONDRES
Para celebrar os seus
10 anos de carreira,
Matthew Williamson,
director artístico da
marca Pucci, expõe o
seu trabalho no Design
Museum de Londres onde
estão em exibição numerosos registos, desde
desenhos a peças de
vestuário do criador.
Matthew Williamson
apresentou pela primeira vez a sua colecção
em 1997 na Fashion
Week de Londres , onde
rapidamente se fez
notar pelo seu exímio
trabalho. Desde aí não
tem parado.
Esta exposição está
organizada segundo
quatro temas fetiche:
“Cores e Psicadelismo”,
“Hiper-Nature”, “Global
Extravaganza” e “Modo
de Vida”.
Matthew Williamson – 10
Years in Fashion, sponsored by Coutts & Co.
Até 31 de Janeiro 2008,
Design Museum Shad
Thames, SE1 Londres,
www.designmuseum.org
A MODA DOS ANOS LOUCOS
(1919-1929), MUSEU
GALLIERA, PARIS
Após a 1º Guerra mundial, descobrimos uma
geração sedenta de
movimento, frenesim e
loucura. A emancipação
do corpo feminino está
mais presente que nunca
e expressa-se elegantemente sob as mais
variadas formas. Como
testemunha fiel desta
época, o Museu Galliera
de Paris apresenta uma
colecção onde estão
expostas cerca de 170
peças de guarda-roupa,
200 acessórios e 50
perfumes e cosméticos
representativos da
chique garçonette parisiense dos anos 20.
Criações de Chanel a
Vionnet, passando pelas
irmãs Callot, Heim,
Jenny, Poiret e Worth.
Até 29 de Fevereiro de
2008, Museu Galliera
10, Avenue Pierre
1er de Serbie – 75116
Paris.
TAKASHI MURAKAMI
NO MOCA L.A.
O Museum of Contemporary of Art de Los Angeles (MOCA) apresenta
uma retrospectiva do
trabalho do conceituado
artista japonês Takashi
Murakami. Nascido no
início dos anos 60,
Murakami pertence à geração de artistas cuja
linguagem pictórica se
baseia na fusão entre
a cultura popular e a
linguagem mais formal
da arte tradicional
japonesa inspirada em
motivos de padrões e
ornamentos,
Mais de 90 trabalhos
sob forma de pintura,
filmes, instalações e
esculturas serão exibidos até 11 de Fevereiro
de 2008 no MOCA.
Museum of Contemporary
of Art de Los Angeles
250 S. Grand Ave. Los
Angeles CA 90012
www.moca.org
CONTOMODA, FLORENÇA
Cerca de 200 criações
dos mais conceituados
designers pertencentes
à colecção permanente
do Los Angeles County
Museum of Art (LACMA)
vão estar expostas no
Palazzo Strozzi em
Florença.
Esta exposição demonstra como a moda tem sido
restruturada nas últimas
tês décadas e como está
associada a mudanças
culturais e sociais.
A moda é observada
segundo quatro perspectivas: construção,
materiais, formas e
conceito.
Uma galeria educacional
terá disponível roupa
desenhada por Issey
Miyake para William
Forsythe e Frankfurt
Ballet onde o público
é convidado a vestir
algumas das suas peças
proporcionando-lhes um
contacto directo com o
trabalho do designer.
ControModa organizada
pelo Los Angeles County
Museum of Art, curado
por Kaye Spilker e
Sharon Takeda.
Até 20 de Janeiro de
2008, Florence, Palazzo
Strozzi
www.fondazionepalazzostrozzi.it
CHANEL CRIA MUSEU MÓVEL
DE ARTE CONTEMPORÂNEA
Foi na abertura da
52ª Bienal de Arte de
Veneza que a Chanel
anunciou o seu novo
projecto de mecenato:
a criação de um museu
móvel. Uma estrutura
desmontável, sob forma
de cápsula futurista,
com a assinatura da
arquitecta Zaha Hadid.
A partir de Janeiro
de 2008 será apresentada uma exposição de
obras de arte contemporânea em ligação com
o universo Chanel e com
o seu saco matelassé.
Curado por Fabrice
Bousteau, director da
redacção da revista
Beaux Arts Magazine,
o evento contará com a
presença de cerca de 15
artistas consagrados de
várias nacionalidades
e vai estar exposto
durante algumas semanas
até 2010 em diferentes
cidades como Hong Kong,
Tóquio, Nova Iorque,
Los Angeles, Londres,
Moscovo e Paris.
BLOG DE MODA NO METROPOLITAN MUSEUM OF ART
DE NOVA IORQUE
O Metropolitan Museum
de Nova Iorque apresenta
uma exposição única .
Através de cinco galerias do Costume Institute
Museum, os visitantes
além de terem acesso
à colecção de Moda,
poderão igualmente
comentá-la através de
um blog interactivo que
será criado especialmente para este evento.
Cada pessoa poderá
fazer a sua própria
crítica, comentário e
discutir a escolha de
materiais, de peças de
vestuário, acessórios,
etc. Mais que uma
simples exposição,
“blog.mode : addressing
fashion“ é um evento
onde o público é convidado a reagir em tempo
real criando assim um
diálogo dinâmico sobre
a Moda, arte viva.
A exposição apresentará
uma mostra de peças de
vestuário de variados
criadores contemporâneos e não só.
De 18 Dezembro a 13 de
Abril de 2008
www.metmuseum.org
VIVIENNE WESTWOOD,
EM MILÃO
Trinta e cinco anos
de excentricidade e
cultura underground
em retrospectiva num
tributo a Vivienne
Westwood. A exposição
apresenta ideias e
conceitos que têm feito
parte das colecções da
criadora ao longo das
três últimas décadas.
Do estilo Punk Rock dos
anos 70, altura que
vestiu os Sex Pistols,
aos padrões Tartar
e Kilts escoceses,
passando pelas silhuetas espartilhadas em
revivalismos do século
XVIII, podem encontrar-se em exposição cerca
de 150 coordenados da
autoria da criadora.
Até 20 de Janeiro de
2008, Palazzo Reale de
Milão, Piazza Duomo 12
20122 Milão
www.comune.milano.it/palazzoreal
GUARDA-ROUPA DE
ESPECTÁCULO DE YVES
SAINT LAURENT
A Fundação Pierre Bergé
Yves Saint Laurent expõe uma faceta menos
conhecida do criador,
o seu trabalho para o
mundo do espectáculo.
Vestidos de Catherine
Deneuve em Belle de
Jour, de Arletty em Les
monstres sacrés ou de
Adjani em Subway são
alguns bons exemplos do
contributo de YSL para
a sétima arte. Contam-se
um total de 17 vestidos,
extractos de filmes, de
fotos, croquis originais e inéditos. Alguns
deles remontam à data de
1959, onde Saint Laurent
colabora pela primeira
vez num espectáculo ao
desenhar o guarda-roupa
do bailado Cyrano de
Bergerac. Saint Laurent
ao longo das décadas
seguintes continua a
colaborar em variadas
experiências deste tipo
vestindo artistas como
Zizi Jeanmaire, Sylvie
Vartan ou ainda Johnny
Halliday. Ao longo da sua
carreira YSL participa
em cerca de 10 filmes
e 15 peças de teatro.
“Yves Saint Laurent :
teatro, cinema, musichall, ballet” , Até 27
de Janeiro de 2008,
Fundação Pierre Bergé
Yves Saint Laurent, 5
avenue Marceau, 75016
Paris
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guia de compras
ACCESSORIZE
tel + 351 21 712 24 17
ÉDITIONS DU REGARD
ARTE ASSINADA
Porta do Mar 3.11.09 (Torre Galp)
Parque das Nações. Lisboa
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FASHION CLINIC
Tivoli Forum, Av. da Liberdade, 180,
Lj.2 e Lj.5. Lisboa
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tel. + 351 21 234 31 95
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www.maccosmetics.com
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Av. Liberdade, 150. Lisboa
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Av. da Liberdade, 38H. Lisboa
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Av. da Boavista, 00/2304. Porto
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Cascais Shopping, Lj. 103. Cascais
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André Costa & Cia, Lda.
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tel. + 33 21 716 55 12
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tel. + 33 21 910 55 86
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tel. + 33 22 200 16 06
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C.C. Amoreiras, Lj. 2142. Lisboa
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tel. + 351 21 416 97 00
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tel. + 33 21 722 13 00
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