Classificação - Prêmios Professor Samuel Benchimol e Banco da

Transcrição

Classificação - Prêmios Professor Samuel Benchimol e Banco da
PRÊMIOS
Professor Samuel Benchimol
e Banco da Amazônia de
Empreendedorismo Consciente
2011
Presidência da República
Dilma Rousseff
Presidenta
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Fernando Damata Pimentel
Ministro
Nelson Akio Fujimoto
Secretário de Inovação
Banco da Amazônia
Abidias José de Sousa Junior
Federação das Indústrias do Estado do Amapá
Telma Lúcia de Azevedo Gurgel
Presidente
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Presidente
Federação das Indústrias do Estado do Amapá
Banco da Amazônia
PRÊMIOS
Professor Samuel Benchimol
e Banco da Amazônia de
Empreendedorismo Consciente
2011
Apoio:
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Secretaria de Inovação
Amapá, AP
2011
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BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Prêmios Professor Samuel Benchimol e Banco da Amazônia de
Empreendendorismo Consciente 2011 / Miistério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior. – Macapá: Banco da Amazônia/FIEAP,
2011.
300p.
1. Desenvolvimento sustentável. 2. Meio ambiente. 3. Empreendedorismo
consciente. 4. Amazônia. 5. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior. 6. Banco da Amazônia. 7. Federação das Indústrias do
Estado do Amapá. III. Título.
APRESENTAÇÃO
O ano de 2011 tornou-se singular para a Federação das Indústrias
do Estado do Amapá. Entre outras realizações, pela primeira vez, a
FIEAP tem a satisfação de sediar os Prêmios Samuel Benchimol e
Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente, cuja trajetória
iniciada em 2004 na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas,
coroa esse ano na cidade de Macapá a realização do evento em todas
as federações de indústria da Região Amazônica.
Alguns desses momentos foram significativos para a consolidação
dos Prêmios, como à época do crescimento da Comissão Julgadora
para garantir representatividade e expressão de todos os estados
amazônicos. Outros, na superação das dificuldades, como nesse
ano quando um acidente técnico com os sistemas de informática foi
responsável pela perda temporária de todas as propostas inscritas.
Nesse caso, a Amazônia mostrou-se mais forte que as intempéries.
Há ainda aqueles de profunda emoção, como no ano em que
perdemos nosso querido presidente da Federação das Indústrias do
Estado que recebia a premiação. Enfim, a história dos Prêmios Samuel
Benchimol e Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente
vem carregado da própria história da Ação Pró-Amazônia e tem Estado
lado-a-lado com os maiores projetos de desenvolvimento da Região.
A geração de ideias para o desenvolvimento ambiental, econô­
mico, social e tecnológico oriundas das propostas que chegam a cada
ano, é objeto de análise, tanto do ponto de vista da sustentabilidade
e da inovação, como do ponto de vista de soluções emergenciais
para problemas que solicitam conclusão. São propostas vindas de
todo o Brasil, tanto em auxílio aos históricos problemas econômicos
da Região Amazônica, como em reforço à preservação dos recursos
naturais; tanto em aporte de ideias para problemas sociais, como
em vislumbramento de potencialidades não evidenciadas até então.
Enfim, é o Brasil pensando a Amazônia.
Outro marco em 2011 é a comemoração do Ano Internacional da
Floresta, idealizado pela Organização das Nações Unidades, a fim de
criar as condições necessárias para a consciência pública dos problemas
que afetam grande parte das florestas do mundo e as pessoas que
delas dependem. Durante esse período, foram estimuladas ações
que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todas as
florestas do planeta e a Floresta Amazônica não foge aos principais
problemas encontrados: perda da biodiversidade, agravamento das
mudanças climáticas, atividades econômicas ilegais, assentamentos
clandestinos, entre outros.
De fato, 2011 foi um ano formidável para o amadurecimento
da reflexão do desenvolvimento dessa região e no seu último mês,
encerra-se com a cerimônia de outorga dos Prêmios Samuel Benchimol
e Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente e com a
difusão das abundantes e relevantes informações aqui contidas. Além
disso, cabe destacar o lançamento de obra Guerra na floresta, literatura
seminal de Samuel Benchimol e do livro O Samuel Benchimol que eu
conheci: um homem apaixonado pelo mundo amazônico, de autoria
do Ex-Reitor da Universidade Federal do Amapá, Prof. João Renôr
Ferreira.
Não poderia deixar de manifestar-me especialmente ao lança­
mento do Monte Roraima, de Samuel Minev Benzecry, bisneto do
Prof. Benchimol, que aos 6 anos dá início à sua paixão pela Amazônia.
Lembro que o próprio Samuel Benchimol publicou seu primeiro livro
em 1942, aos 22 anos.
Telma Gurgel
Presidente de Federação das Indústrias do Estado do Amapá
PREFÁCIO
Os Prêmios Prof. Samuel Benchimol e Banco da Amazônia de
Empreendedorismo Consciente apresentam neste documento sua oitava
contribuição ao desenvolvimento da Região Amazônica. As propostas
contidas nas categorias ambiental, econômico-tecnológica, social,
personalidade amazônica, empreendedorismo consciente, empresas
na Amazônia, projetos estruturantes, educacional e empresarial
são a resultante tanto de esforço da ciência e da tecnologia para a
solução inovadora de problemas persistentes e novas perspectivas de
desenvolvimento, como de ideias criativas oriundas de brasileiros de
todo o país.
Os projetos agraciados decorrem de uma avaliação das
candidaturas por uma Comissão Julgadora de alto nível, integrada
dentre outros por reitores e ex-reitores, empresários e secretários de
Estado da Região Norte. Seus membros conhecem profundamente
a Amazônia e todas as suas vicissitudes. Às propostas agraciadas
com os primeiros lugares, todos os esforços virão para que sejam
concretizadas e potencializadas em toda sua plenitude. Entretanto,
não só elas são valiosas. A maioria incontestável das propostas
que chegam aos Prêmios são ricas em conhecimento, criatividade,
empreendedorismo, solução, inovação, expectativas, especificação,
enfim, são riquezas inestimáveis que todo o ano se renovam à época
dessa importante premiação. É uma honra para o Banco da Amazônia
apoiar essa iniciativa e apresentar esse fascículo com a síntese de
todas as propostas apresentadas.
Ao prefaciar a obra, quero manifestar que em 2011, os Prê­
mios inovaram. Concretizou-se a criação da categoria Suporte ao
Desenvolvimento Regional, no qual se inserem, além das Empresas
para a Amazônia, os projetos de Erradicação da Miséria e Educação.
É preciso reconhecer que a Região Amazônia não se desenvolverá
sem que a pobreza e a miséria sejam extirpadas. O débito social, a
desigualdade interregional, regional e alguns focos de pobreza têm
sido o principal entrave para o desenvolvimento da Região. Há que
se reconhecer, no entanto, que as políticas públicas dos últimos
anos reverteram consideravelmente esta situação. Nesse contexto,
destaco o compromisso de erradicação da miséria, como uma das
principais metas da Presidência da República e a sua ressonância no aparato governamental. Em especial, os desafios de integrar
a população amazônica em projetos de educação consistentes e
compatíveis com o desenvolvimento tecnológico, aliados ao desen­
volvimento sustentável e a inovação.
Ao se inserir o reconhecimento a projetos de erradicação da
miséria e de estímulo à educação no contexto dos Prêmios Prof.
Samuel Benchimol e Banco da Amazônia de Empreendedorismo
Consciente, a iniciativa alça a um novo patamar: o de dar visibilidade
e multiplicar ações de desenvolvimento para a Amazônia mais capaz
e competitiva.
Nesse momento, e tão oportunamente, quero destacar a
realização em todo o mundo da Semana Global do Empreendedorismo,
que na Região Amazônica é coordenada magistralmente pela Amazon
Sat. Tal movimento internacional acontece todos os anos no mês de
novembro em 104 países. Os países envolvidos na iniciativa, da qual
o Brasil tomou parte em 2008, acreditam que é possível transformar
o mundo por meio do empreendedorismo, despertando o espírito
empreendedor de milhões de pessoas ao redor do mundo.
O que são os Prêmios Prof. Samuel Benchimol e Banco da
Amazônia de Empreendedorismo Consciente que não iniciativas
empreendedoras estimulando o pensar a Amazônia em toda a sua
grandeza e em bases sustentáveis, a partir da contribuição de todos
os cidadãos do mundo conscientes de seu dever com o planeta?
Abidias José de Sousa Junior
Presidente do Banco da Amazônia
SUMÁRIO
Capítulo 1 – Cobras e Buiuçus..................................................... xx
Capítulo 2 – Comissão Julgadora............................................... xx
Capítulo 3 – Propostas Agraciadas............................................. xx
Prêmio Professor Samuel Benchimol.................................. 25
Categoria Ambiental.......................................................... 27
1o colocado: Ricardo Adaime da Silva
2o colocado: Marco Antonio Amaro
3o colocado: Danielle Cristina Buhães Arruda
Categoria Econômico-Tecnológica.................................... 37
1o colocado: Maria Katherine Santos de Oliveira
2o colocado: Renilto Frota Corrêa
3o colocado: Consuelo Alves da Frota
Categoria Social................................................................. 65
1o colocado: Ires Paula de Andrade Miranda
2o colocado: Liliane Aparecida Robacher
3o colocado: Jadir de Souza Rocha, Cynthia Lins
Falcone Pontes, Vania Maria Oliveira da Camara,
Katia B. Loureiro Ramos, Tereza Maria
Farias Bessa
Categoria SDR Empresarial e Educacional........................ 65
1o colocado: Centro de Formação Interdisciplinar
2o colocado: Oscar Zalla Sampaio Neto
3o colocado: Mônica de Nazaré Corrêa Ferreira
Categoria Personalidade Amazônica:
Márcia Perales Mendes da Silva........................................ 71
Prêmio Banco da Amazônia
de Empreendedorismo Consciente...................................... 25
Categoria Empreendedorismo Consciente........................ 27
1o colocado: Carlos Meigue Cardoso Ferreira
2o colocado: Ecio Rodrigues da Silva
3o colocado: Jacqueline Pompeu ABrunhosa
Categoria Projetos Estruturantes....................................... 37
1o colocado: Flávio José Aguiar Soares
Categoria Empresas na Amazônia..................................... 65
1o colocado: SECT / AM
Capítulo 4 – Propostas Apresentadas........................................ xx
Prêmio Professor Samuel Benchimol.................................. 25
Categoria Ambiental.......................................................... 27
Categoria Econômico-Tecnológica.................................... 37
Categoria Social................................................................. 65
Categoria Personalidade Amazônica.................................. 71
Prêmio Banco da Amazônia
de Empreendedorismo Consciente...................................... 225
Categoria Empreendedorismo Consciente........................ 27
Categoria Empresa na Amazônia....................................... XX
Categoria Projetos Estruturantes....................................... 37
Categoria Suporte ao Desenvolvimento Regional:
Educacional........................................................................ 65
Categoria Suporte ao Desenvolvimento Regional:
Empresarial........................................................................ XX
Capítulo 5 – Comissão Organizadora......................................... XX
PRÊMIOS
Professor
Samuel Benchimol
e Banco da Amazônia de
Empreendedorismo Consciente
2011
Capítulo 1
Cobras e Buiuçus
12
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 13
14
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 15
16
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 17
18
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 19
PRÊMIOS
Professor
Samuel Benchimol
e Banco da Amazônia de
Empreendedorismo Consciente
2011
Capítulo 2
Comissão Julgadora
22
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
ABIDIAS JOSE DE SOUZA JUNIOR
ABRAHIM BAZE
ADALBERTO DE CARVALHO RIBEIRO
ALBERTINO CARVALHO
ALDEMURPE OLIVEIRA DE BARROS
ALFREDO KINGO O. HOMMA
ANIBAL TURENKO
ANTONIO BATISTA RIBEIRO NETO
ANTONIO CLAUDIO A. DE CARVALHO
CLAUDIO ROBERTO PINHEIRO ARAUJO
CLOVIS WALTER RODRIGUES
DALTON CHAVES VILELA JÚNIOR
EVANDRO MONTEIRO BARROS
FÁTIMA CHAMMA
GUALTER LEITAO
HUGO TANIMOTO
JADSON PORTO
JAIME BENCHIMOL
JAIR MAX FURTUNATO MAIA
JOAO LUIZ SILVA
JORGE IVAN REBELO PORTO
JOSE AVANDO SOUSA SALES
LAILSON LEMOS
LIDIANE RODRIGUES VIEIRA
LUIZ AUGUSTO M. AZEVEDO
MARCILIO DE FREITAS
MARCOS FORMIGA
MARCOS XIMENES PONTE
MARIA JOSE MONTEIRO
MARILENE CORREA DA S. FREITAS
NEUSA M. LOBATO RODRIGUES
PHELIPPE DAOU JUNIOR
RAPHAEL B. DI SALVI RODRIGUES
RICARDO PIANTA
ROBERTO RAMOS SANTOS
ROGERIO MAURO MACHADO ALVES
RONALDO MOTA
SILAS MOCHIUTTI
SILVIO PERSIVO
WILSON COLARES
PRÊMIOS
Professor
Samuel Benchimol
e Banco da Amazônia de
Empreendedorismo Consciente
2011
Capítulo 3
Propostas Agraciadas
Categoria Ambiental – Classificação
Candidato: Ricardo Adaime da Silva
Instituição: Embrapa Amapá
Cidade/Estado: Macapá - AP
1o lugar
Projeto: Controle biológico de moscas-das-frutas na
Amazônia
Candidato: Marco Antonio Amaro
Instituição: Universidade Federal do Acre
Cidade/Estado: Rio Branco - AC
2o lugar
Projeto: Ciliar Só-Rio Acre: agricultura familiar na bacia
hidrográfica do rio acre
Candidato: Danielle Cristina Bulhâes Arruda
Instituição: Universidade Federal do Pará
Cidade/Estado: Bragança - PA
3o lugar
Projeto: Estudo do ciclo de vida de espécies de
caranguejos na Região Nordeste Paraense
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE Categoria Econômico-Tecnológica –
Classificação
Candidato: Maria Katherine Santos de Oliveira
Instituição: Particular
Cidade/Estado: Manaus - AM
1o lugar
Projeto: Desenvolvimento de equipamentos para o
beneficiamento primário de guaraná
Candidato: Renilto Frota Corrêa
Instituição: Universidade Federal do Amazonas
Cidade/Estado: Manaus, AM
2o lugar
Projeto: A cura da cárie dentária é possível:
fitoterápicos odontológicos da Amazônia
Candidato: Consuelo Alves da Frota
Instituição: Universidade Federal do Amazonas
Cidade/Estado: Manaus, AM
3o lugar
Projeto: Resíduos da construção civil regional como
agregados para os pavimentos na Região Norte
25
26
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Categoria Social – Classificação
Candidato: Ires Paula de Andrade Miranda
Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia
Cidade/Estado: Manaus - AM
o
1 lugar
Projeto: Metodologia inovadora de disseminação do
conhecimento científico e tecnológico: criação de
núcleo itinerante de apoio educacional informal para a
modernização da agricultura familiar de comunidades
rurais do estado do Amazonas
Candidato: Liliane Aparecida Robacher
Instituição: Amapá Projetos Sustentáveis
Cidade/Estado: Macapá, AP
2o lugar
Projeto: Requalificação urbana e ambiental na área
habitacional da zona portuária baixada do Ambrósio,
Santana, AP
Candidato: Jadir de Souza Rocha, Cynthia Lins
Falcone Pontes, Vania Maria Oliveira da Camara,
Katia B.Loureiro Ramos, Tereza Maria Farias Bessa
Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas na
Amazônia (Inpa)
3o lugar
Cidade/Estado: Manaus, AM
Projeto: Aproveitamento de fibras vegetais para a
construção sustentável
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE Categoria Personalidade Amazônica –
Classificação
Candidato: Márcia Perales Mendes da Silva
Instituição: Secretaria de Estado de Ciência e
Tecnologia (SECT/AM)
1o lugar
Cidade/Estado: Manaus - AM
Projeto:
27
28
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Categoria Empreendedorismo
Consciente – Classificação
Candidato: Carlos Meigue Cardoso Ferreira
Instituição: Universidade Federal do Pará
Cidade/Estado: Belém - PA
1o lugar
Projeto: Desenvolvimento de material proveniente do
reaproveitamento dos resíduos sólidos urbano para
aplicação na construção civil, arquitetura, logística,
entre outras
Candidato: Ecio Rodrigues da Silva
Instituição: Universidade Federal do Acre
2o lugar
Cidade/Estado: Rio Branco, AC
Projeto: Projeto Paca de Acrelândia, AC
Candidato: Jacqueline Pompeu Abrunhosa
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Cidade/Estado: Belém, PA
3o lugar
Projeto: Aproveitamento dos resíduos de peixe: em
busca da emancipação socioeconômica de mulheres
pescadoras da Baía do Sol, Ilha de Mosqueiro, PA
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 29
Categoria Projetos Estruturantes –
Classificação
Candidato: Flávio José Aguiar Soares
Instituição: Ifam/Cmdi
Cidade/Estado: Manaus - AM
1o lugar
Projeto: Desenvolvimento de um sistema de
estabilização transversal para embarcações regionais
na Amazônia
30
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Categoria Empresas na Amazônia –
Classificação
Candidato: SECT / AM
Instituição: Secretaria de Estado de Ciência e
Tecnologia (SECT/AM)
1o lugar
Cidade/Estado: Manaus - AM
Projeto: Pentop
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 31
Categoria SDR Empresarial e
Educacional – Classificação
Candidato: Centro de Formação Interdisciplinar
Instituição: Universidade Federal do Oeste do Pará
(Ufopa)
1o lugar
Cidade/Estado: Santarém - PA
Projeto: Universidade Federal do Oeste do Pará
Candidato: Oscar Zalla Sampaio Neto
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Cidade/Estado: Cuiabá - MT
2o lugar
Projeto: Sistema integrado de inovação tecnológica
social - assentamento (sitecs - assentamento)
Candidato: Mônica de Nazaré Corrêa Ferreira
Nascimento
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Cidade/Estado: Belém, PA
3o lugar
Projeto: Creche-escola sustentável, no assentamento
Abril Vermelho, em Santa Bárbara do Pará: uma
construção no campo
PRÊMIOS
Professor
Samuel Benchimol
e Banco da Amazônia de
Empreendedorismo Consciente
2011
Capítulo 4
Propostas Apresentadas
34
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Categoria Ambiental
Projeto: Destino adequado para os caroços de açaí:
um modelo sustentável para a Amazônia
A-01
O açaí, (Euterpe oleracea, Mart), pertence à família das Arecaceae,
palmeira típica da floresta de várzea da Região Amazônica, predomina
no Brasil de forma espontânea nos estados do Pará, Amapá, Maranhão
e leste do Amazonas, estendendo-se ainda pelas Guianas, Colômbia,
Equador e Venezuela.
Pela sua abundância, representa grande importância sócioeconômica para a Amazônia, pois serve de subsistência ao homem
do campo, que de forma prática o aproveita na sua quase totalidade.
No Pará a agroindústria do açaí é uma das cadeias produtivas mais
importantes para o Estado, uma vez que, apenas na cidade de Belém
existem cerca de três mil estabelecimentos que comercializam o açaí
já processado, atendendo a um consumo diário de 440 mil quilos do
fruto (Ibge, 2007), e gerando um excedente de 365 toneladas por dia
de lixo orgânico, constituído principalmente de caroços, descartados
em aterros sanitários e cursos d´água (Farinas, S. C. et al., 2009).
Assim, possivelmente em função dos problemas ambientais,
necessidade de desenvolvimento sustentável bem como do avanço
nas pesquisas cientificas é perceptível o aumento no interesse em
estudos interdisciplinares com uso apenas do caroço (endocarpo e
amêndoa), que representa cerca de 80% a 85% do fruto, e constitui o
chamado resíduo do açaí.
Este resíduo muitas vezes é descartado nas calçadas, a espera da
coleta regular de lixo; ou em terrenos desocupados nas proximidades
das batedeiras, ou em locais próximos aos córregos de rios e lagos,
e como aterro nas áreas de ressacas gerando assim grave problema
ambiental e de saúde publica, além do desperdício de matéria prima que
pode ser utilizada entre outros, na geração de energia e na constituição
de produtos oleiros.
Nesse sentido, (Rodrigues et al., 2010), em levantamentos de
dados de produção de resíduos de biomassa realizados, indicaram
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 35
uma produção anual de 233.457ton de casca de cacau, 93.521ton de
caroço de açaí e 528.175ton de serragem no Estado do Pará, e que
produção de briquetes é uma das melhores alternativas de utilização do
potencial de biomassa, pois, por meio desta, e possível estocar estes
resíduos, e assim fazer a prevenção da escassez dos períodos de entre
safra, referem também que e possível melhorar suas características
termofísicas, principalmente quando se usa mais de uma matéria prima
na fabricação dos briquetes (briquetes compostos). E ainda que sua
queima pode ser controlada para geração de baixa emissão de CO2.
Apesar dos avanços tecnológicos na geração e distribuição de
energia elétrica, cerca de um terço da população mundial ainda não
possui acesso a esse recurso (Aneel, 2002). O Brasil não foge desta
realidade, pois existe ainda um grande contingente de pessoas que
vivem distante dos centros urbanos sem as mínimas condições de infraestrutura. (Freitas et al., 2006), e suprimento de energia é considerado
uma das condições básicas para o desenvolvimento econômico e
progresso das Nações. Silveira, 2000, (apud Freitas et al, 2006)
Dentre as fontes alternativas, a biomassa representa cerca de
14% da energia utilizada no mundo (35% da energia nos países em
desenvolvimento) Cortez et al., 1997 (apud Freitas et al., 2006)) e é
abundante na Amazônia.
Nesse contexto, sabe-se que existem comunidades na área
rural que não são abastecidas de energia elétrica, o que as impede de
beneficiarem seus produtos, prejudicando de maneira decisiva o seu
desenvolvimento econômico.
Dessa forma, considerando a possibilidade de uso desse resíduo
de forma otimizada, este projeto propõe investigar o destino dos caroços
de açaí que são descartados de forma inadequada pelas despolpadoras
(batedeiras) em Macapá, bem como encontrar respostas para fazer o
direcionamento adequado desse resíduo, buscando encontrar medidas
que possam facilitar sua coleta e conseqüente aproveitamento em
larga escala e assim diminuir os impactos ambientais decorrentes
dessa prática.
36
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Aproveitamento sustentável do caroço de
tucumã (Astrocaryum aculeatum) na descontaminação
de compartimentos ambientais
A-02
Os recursos naturais da Amazônia e de todo o planeta, principal­
mente a água, o solo, a fauna e a flora são elementos fundamentais,
já que seus múltiplos usos são indispensáveis ao desenvolvimento de
todos os seres vivos.
A preocupação com a poluição desses recursos naturais na
Região Amazônica se deve aos problemas ambientais causados pelas
diversas atividades antrópicas. As atividades industriais e agropecuárias
contribuem para o aumento da contaminação de águas e solos e sendo
assim, torna-se indispensável um estudo ambiental focado visando
uma proposição da recuperação destes recursos naturais.
Dentro dos princípios de um desenvolvimento sustentável, tem-se
como regra que a química deve manter e melhorar a qualidade de vida.
Um caminho viável seria desenvolver metodologias e processos para
a descontaminação de rios, lagoas, mananciais e solos agricultáveis.
Vários processos são utilizados para remoção de metais, agrotóxicos
e outros contaminantes, dentre os quais: precipitação química,
troca iônica, adsorção em carbono ativado, biossorção, processo de
separação através de membrana e extração com solvente (Demirbas,
2008).
O tratamento inadequado de efluentes industriais e a aplicação
indiscriminada de insumos agrícolas (fertilizantes e agrotóxicos) têm
contribuído de forma marcante para o agravamento de problemas
ambientais, notadamente nos grandes centros urbanos. Como
evidência deste fato, destaca-se o destino final dos resíduos
industriais que constitui tarefa potencialmente poluidora do meio
ambiente: principalmente águas superficiais e solos. As atividades
agropecuárias e os efluentes industriais, humanos e outros, exercem
papel preponderante na contaminação do ecossistema terrestre e
do ambiente aquático natural. A água e o solo são particularmente
vulneráveis à contaminação por vários descartes industriais, inclusive
contendo agrotóxicos e metais pesados (Sharma, 2006).
Estes recursos naturais são muito utilizados sendo fundamentais
para a existência e manutenção da vida e, portanto, deve estar presente
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 37
no ambiente em quantidade e qualidade apropriadas (Alves, 2006).
O monitoramento de espécies químicas consideradas poluentes é
importante para o conhecimento dos mecanismos e processos que
têm lugar no ecossistema, envolvendo o meio ambiente. Dentro deste
contexto, é inquestionável o papel das ciências ambientais em atuar
na área de monitoramento de contaminantes fornecendo métodos
analíticos que sejam eficientes, rápidos e precisos. Esta é uma parte
crítica da ciência concernente à prevenção da poluição industrial no
que tange à promoção da remediação e descontaminação de áreas
arriscadas (Vijayaraghavan, 2009).
Devido à relevância toxicológica dos metais pesados e dos
agrotóxicos, bem como das fontes potenciais de introdução destes
no ambiente, torna-se necessário, a busca pelo desenvolvimento de
metodologias simples e de baixo custo, que permitam removê-los
do meio ambiente ou fazê-los ficarem dentro dos teores máximos
permitidos pela legislação.
Além de um acompanhamento da qualidade das águas e solos
da Região Amazônica, faz-se necessário a busca de meios sustentáveis
para a remediação destes compartimentos ambientais contaminados.
Existem muitas alternativas que possibilitam a recuperação dos
recursos naturais e uma opção para remoção de contaminantes é o
processo de adsorção, especialmente quando se usam adsorventes
naturais, tais como os co-produtos agroindustriais. Vários resíduos
marinhos e agroindustriais, dentre eles casca de crustáceos como
fonte de quitina e quitosana (Gonçalves JR., 2010); bagaço de cana
(Dragunski, et al., 2010); resíduos de café (Orhan; Buyukgungor, 1993);
casca de amendoim (Johnson et al., 2002 e Hashem et al., 2005); casca
de coco (Babarinde, 2002); sabugo de milho (Vaughan et al., 2001);
caule de girassol (Hashem et al., 2006); folhas de milho (Ahalya et al.,
2003); cascas de laranja e banana (Vaughan et al., 2001), dentre outros
tais como lã, azeite, agulhas de pinho, cascas de amêndoas, folhas de
cactos, carvão (Hashem et al., 2006), estão sendo investigados como
adsorventes naturais alternativos.
A Amazônia apresenta inúmeras espécies nativas de plantas
frutíferas que apresentam potencial econômico, tecnológico e
nutricional, que vem despertando o interesse de estudos científicos
em diversificadas áreas (Clement, 2005). Neste contexto, encontra-se
a cultura do tucumã (Astrocaryum aculeatum), conhecida popularmente
pelo nome de tucumanzeiro que é encontrado em ecossistema de terra
firme da Amazônia central e ocidental, em ambientes degradados e de
vegetação secundária (Fao, 1987).
38
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
O fruto é uma drupa globosa ou ovóide, cujo mesocarpo é fibroso
e de coloração amarelo-alaranjada, contendo alto teor de pró-vitamina
A (Aguiar et al., 1980; Marinho; Castro, 2002), lipídios e energia
(Aguiar, 1996; Yuyama et al., 2005). A polpa é apreciada e consumida
pela população na forma in natura ou como recheio de sanduíches,
tapioquinha, cremes e sorvetes (Bacelar-Lima, 2006).
Os frutos do tucumã, especialmente a polpa, são utilizados na
alimentação humana e a casca para alimentação de animais, as folhas
e estipes na construção de casas pelas populações do interior da
Amazônia (Miranda, 2001).
O comércio da polpa é intenso e representa emprego e renda
para milhares de famílias. O caroço, após a obtenção da polpa é
descartado como lixo. A casca do caroço (37,8% do peso do caroço
semi-desidratado) in natura ou transformada em carvão é um excelente
combustível sólido e poderá ser usada como fonte parcial de energia
para extração do óleo. Da amêndoa do Tucumã (61% do peso do caroço
semi-desidratado) extrai-se, com hexano, um óleo (40-50% em peso)
cujos ácidos graxos que compõem os triglicerídios são 90% saturados
e de cadeias carbônicas médias e curtas. Essas características
moleculares do óleo, o alto rendimento em óleo, o alto consumo da
polpa e o descarte do caroço como lixo (matéria-prima para obtenção
do óleo) facilitam (concentração local da matéria-prima) e favorecem
(matéria-prima sem preço) a utilização da amêndoa do tucumã para a
obtenção do óleo e posteriormente a produção do biodiesel (Figliulo,
2004).
A viabilização técnica e econômica da utilização da matéria
prima “caroço do Tucumã,” para a extração do óleo uso na produção
de biodiesel, exigiu o desenvolvimento, a adequação e a otimização
de equipamentos e de técnicas de processamento da matéria prima,
além de apresentar como um problema, o descarte dos resíduos dos
caroços após a extração do óleo (Fukuda, Kondo, Noda, 2001).
Diante do exposto e considerando que o caroço de Tucumã tem
se destacado como uma excelente alternativa na produção de óleo
para fabricação de biodiesel e desta forma, este projeto visa à utilização
do resíduo dos caroços deste fruto amazônico após a extração do óleo.
Desta forma, esta proposta propõe a preparação e utilização de
um material adsorvente alternativo, proveniente do caroço do fruto de
tucumã (Astrocaryum aculeatum) após a extração do óleo.
O caroço de tucumã é o co-produto do beneficiamento deste
fruto, sendo que os resíduos originados da utilização desta cultura não
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 39
têm sido aproveitados adequadamente e o descarte deste material na
natureza tem causado uma preocupação ambiental na Amazônia.
O objetivo principal deste trabalho é utilizar estes resíduos na
preparação de um material com alta capacidade de adsorção e desta
forma obter alta eficiência na redução das concentrações de metais
pesados tóxicos e agrotóxicos utilizando este biossorvente alternativo
e sustentável na remediação e descontaminação de águas e solos
contaminados.
Sendo assim, esta proposta estará incentivando uma maior
produção de Tucumã e o total aproveitamento do fruto, de forma que
a casca poderá ser aproveitada como ração para alimentação animal,
a polpa utilizada na culinária tradicional e o caroço aproveitado na
extração de óleo para fabricação de biodiesel, que poderá ser utilizado
na geração de energia elétrica das comunidades mais distantes e
finalmente o resíduo dos caroços, chamado de torta, será transformado
em material adsorvente alternativo e sustentável.
Assim, este projeto visa consolidar esta cultura como uma cadeia
produtiva sustentável e integral representando também uma fonte de
renda alternativa buscando o desenvolvimento sustentável da Região
Amazônica e tem como objetivo mostrar como o meio ambiente pode
ser utilizado de forma racional e responsável, permitindo a regeneração
contínua dos recursos naturais.
Projeto: O Descarte Correto é uma empresa social de
alternativas avançadas para a gestão de reciclagem e
destinação segura do lixo tecnológico
A-03
O Descarte Correto é uma empresa social de alternativas
avançadas para a gestão de reciclagem e destinação segura do lixo
tecnológico.
Pioneiro na Amazônia, o Descarte Correto está localizado em
Manaus com objetivo que governos, empresas e população geral
possam doar seus equipamentos obsoletos ou danificados para um
Descarte Correto. O mesmo pode ser feito por empresas de qualquer
porte que, em se tratando de grande volume, o Descarte Correto
providenciará a logística para esta doação. Pequenas quantidades
40
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
podem ser descartadas nos pontos de coletas, localizados em diversos
bairros de Manaus.
Na prática, os equipamentos são completamente desmontados
e cada componente é devidamente classificado: bom (B), danificado
(D) e irrecuperável (I). Os informáticos, quando em bom Estado, são
transformados em computadores pessoais.
A experiência tem mostrado que em cada lote doado de
30 computadores é possível recuperar bons componentes para a
montagem de 10 computadores em condições de servir, por longos
meses, aos centros de inclusão digital, escolas criadas em parceria com
o CDI Amazônia em comunidades carentes ou mesmo a criação de
uma nova escola, facilitando o acesso e promovendo a inclusão digital
de jovens e adultos destas comunidades, processo que chamamos de
Destino Social.
Os componentes danificados são encaminhados ao Laboratório
de Análises do Descarte Correto para uma classificação definitiva. No
caso de componentes irrecuperáveis, o Descarte Correto selecionará
e os encaminhará para as empresas de reciclagem (logística reversa)
que trabalham especificamente com cada um deles, processo que
chamamos de Destino Sustentável.
A-04
Projeto: Botos do Pará: estudos sobre as matanças
de botos para uso da sua carne e órgãos como isca na
pesca da piracatinga e na confecção de afrodisíacos na
área de influência dos rios Amazonas e Tapajós
Em toda a bacia Amazônica os golfinhos de Rio, boto-rosa (Inia
geoffrensis) e tucuxis (Sotalia fluviatilis), exibem sua beleza perpetuando
o misticismo que os imortalizaram ao longo dos tempos. Crenças e
lendas associadas a estes animais influenciam direta ou indiretamente
o quotidiano dos caboclos ribeirinhos da Amazônia ainda hoje. Se os
botos eram no passado considerados animais de veneração e devoção,
desde há cerca uma década a realidade é bem diferente.
Desde o ano 2000, um novo tipo de técnica de pesca envolvendo
a morte ilegal de botos tornou-se uma prática normal entre as
comunidades ribeirinhas ao longo do Rio Amazonas. Evidencias
mostram que esta atividade é já prática diária no Estado do Amazonas,
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 41
no entanto a mesma vem já se expandindo e acontecendo desde 2007
no Estado do Pará, em muitas comunidades de vários municípios do
Oeste do Pará.
A matança dos animais é violenta, cruel e atroz, empregando
arpões, terçados e paus nos animais até a sua morte. Esta carnificina
é a conseqüência da técnica de caça da piracatinga (Calophysus
macropterus), um peixe onívoro que se alimenta à base de matéria
orgânica morta. Depois de mortos, a carne dos botos e jacarés é
usada como isca para atrair e capturar a piracatinga. Hoje em dia, esta
atividade é um negócio para todos os membros da rede de produção e
uma importante fonte de renda para muitos ribeirinhos que participam
nesta atividade.
Esta proposta almeja agir na proteção eficiente das espécies
que estão a ser abatidas, contra o crime ambiental que está sendo
cometido, e pensar em métodos de pesca alternativos para esta
atividade, prevenindo assim impactos ecológicos que a curto e longo
prazo poderão ser catastróficos. Além disso, dando continuidade ao
projeto de conservação e monitoramento de botos, aprovado e iniciado
em 2008 pelo CNPq, e recentemente galardoado com financiamento
da mais importante ONG de conservação mundial de cetáceos,
Sociedade para a Conservação de Baleias e Golfinhos (WDCS), esperase calcular a densidade populacional de botos existente na região,
estudar a ecologia e comportamento dos animais, estudar as relações
socioeconômicas existentes entre os Prémio Prof. Samuel Benchimol
2011 Programa Botos do Pará vários elos da rede de produção, estudar
as interações entre as atividades humanas e botos, promover a troca
de informações e ações de educação ambiental entre os interessados
e o público em geral e promover a conservação destes animais.
A educação ambiental, atuando em várias frentes (cartilhas,
workshop, oficinas pedagógicas, documentário e programa de rádio)
vem dar subsídios para o treinamento e capacitação da população
ribeirinha, que é o público alvo.
Espera-se com este projeto erradicar as mortes de botos e
promover a proteção e conservação de botos junto de todos os
elementos da rede de produção de piracatinga, das autoridades, e da
sociedade em geral e inspirar pescadores a praticarem as pescas com
iscas alternativa ou outros tipos de pesca.
42
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
A-05
Projeto: Manejo de solo adequado ao ecótono
Amazônia Cerrado, com ênfase na produtividade e
sustentabilidade do sistema silvipastoril (babaçúpastagem)
O foco da pesquisa é implantar e avaliar os sistemas silvipastoris
(SSP) A técnica de produção que integram pastagem e árvores na
mesma área (SSP) é alternativa para manter produtividade sustentável
e preservação da riqueza florística, além de possibilitar a exploração
arbórea. Dentre os principais benefícios para os componentes do
sistema solo x planta x animal, destacam-se a conservação da água;
a melhoria das propriedades fisicoquímicas e a atividade biológica
do solo; o conforto térmico dos animais; a melhoria da dieta e a
ciclagem biogeoquímica. Contudo existem carências de entendimento
relacionadas às modificações morfofisiológicas, agronômicas e
nutricionais das gramíneas, das características de pastejo dos
ruminantes e de seu desempenho e das alterações fisicoquímicas do
solo e ciclagem de nutrientes em condições de SSP gramínea tropical
x floresta de babaçu; além da inconsistência de recomendações do
número máximo de plantas ha-¹ e das culturas que viabilizam essa
integração Este estudo verificará o efeito do número de palmeiras de
babaçu sob as características morfogênicas, agronômicas e nutricionais
de cultivares de Brachiarias (Brachiaria brizantha cv. Marandu e Piatã),
as características fisicoquímicas do solo e o pastejo e desempenho de
carneiros, além da ciclagem de nutrientes pelas palmeiras em região
de ecótono Amazônia: Cerrado por avaliação espacial dos atributos.
Os dados serão analisados, de acordo a característica resposta, por
regressão, teste de média, e pela geoestatística.
A-06
Projeto: Realizar ações integradas para obter
produções sustentáveis em curto, médio e longo
prazos, buscando ganhos sociais, econômicos e
ambientais e modelos replicáveis em condições
amazônicas
Resultado da aliança entre a Assagrir (Associação Agrícola do
Ramal do Pau Rosa) e três renomadas instituições locais: Embrapa
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 43
Amazônia Ocidental, Ifam (Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia/zona leste) e Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia). Juntos, construímos o projeto “Tarumã Vida”, o qual é
desenvolvido na APA Tarumã-Açu/Tarumã-Mirim, um importante
espaço geográfico amazonense, onde as modificações ambientais
estão diretamente relacionadas à ocupação humana. Nesta área, estão
localizadas duas Unidades de Conservação inseridas no Corredor
Ecológico Central da Amazônia, maior área de proteção ambiental
contínua do mundo, sendo área piloto do Projeto Corredores Ecológicos
do Ministério do Meio Ambiente. Contudo, as principais atividades
realizadas são a produção ilegal de carvão vegetal (a partir da mata
nativa e capoeiras), exploração inadequada de madeira e prática da
agropecuária sem orientação técnica.
Resultados divulgados pela UFAM revelaram uma intensificação
do desmatamento na área de estudo. A Área de Proteção Ambiental
sobreposta ao Assentamento Tarumã-Mirim apresentava taxa de
antropização de 5,51% em 1990, que se intensificou ao longo dos anos
até 2009 quando registrou uma perda de 12,91% de sua cobertura
vegetal, equivalente a 6.727,14 ha. Foi identificado que o Assentamento
Tarumã-Mirim ocupa 83% da área da APA, sendo responsável por 78%
de todo o desmatamento ocorrido na Unidade de Conservação até o
ano de 2009. Grande esforço físico, radiação solar excessiva, calor
emitido pelos fornos, inalação de substâncias químicas, são algumas
das condições de risco na produção de carvão vegetal identificadas.
São lançadas na atmosfera toneladas de compostos químicos. Existem
mais de 100 compostos presentes nos gases da carbonização da
madeira. Dessa forma, existem perdas sociais e ambientais.
A fim de mudar esta realidade, desde 2006, estão sendo
desenvolvidas ações integradas para promover a segurança alimentar,
a geração de trabalho e renda e a prestação de serviços ambientais em
comunidades da referida APA.
A tecnologia socioambiental apresentada aqui é a conjunção
da produção de hortaliças com agroflorestas, o que tem permitido o
enfrentamento da pobreza e da degradação ambiental. A gestão de
modelos de produção agroecológica resultou em aumento de renda,
produtos saudáveis, reabilitação e preservação ambiental e melhor
qualidade de vida para famílias que encontravam-se em risco social.
Os assentados aprenderam a empreender, passaram de carvoeiros a
empreendedores de tecnologias sociais, de deprepadores ambientais
para amigos da natureza.
44
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
O projeto atua em áreas para reabilitação da Reserva Legal e
APPs, em áreas degradadas pela produção agropecuária, gera vários
serviços ambientais, aferindo retorno econômico, podendo ser
replicado em diversas comunidades e utilizando tecnologias de baixo
custo.
Para aumentar a amplitude do trabalho foi criado o Programa
de Educação Agroambiental, para capacitação de jovens e adultos.
Sabemos que a educação e o treinamento são responsáveis pela
diversidade da capacidade produtiva das pessoas. Pesquisas constatam
uma forte associação estatística entre instrução e rendimentos. Mais
de 250 pessoas foram treinadas em cursos, dias de campo, palestras
e visitas técnicas.
Sessenta famílias estão diretamente envolvidas na produção de
hortaliças. Dessas famílias, 42 realizaram plantios de árvores. Estimase que o desmatamento evitado é de, pelo menos, 90 ha de floresta/
capoeira por ano, pelo abandono da produção de carvão vegetal.
Esse desmatamento evitado equivale às áreas que não foram mais
desmatadas, mantendo o carbono estocado e contribuindo com a
regulação climática.
A tecnologia socioambiental apresentada aqui dispensa o
emprego de agrotóxicos, assim como de queimadas e desmatamentos.
A tecnologia preserva o solo, a água, reabilita áreas alteradas,
como Reserva Legal e Área de Preservação Permanente e permite
colheitas a curto, médio e longo prazos. Promove a inclusão social dos
indivíduos e os estimula a lutarem pelo interesse comum. As crianças,
antes meninas e meninos carvoeiros, participam da execução dessas
tecnologias. Estão aprendendo a lidar com o solo e com as plantas
e também estão estudando. O uso da tecnologia incentivou o
associativismo, o fortalecimento dos laços de confiança, cooperação,
solidariedade, novos canais de comercialização de produtos limpos
e o combate ao problema da desnutrição. Em 4 anos de existência,
a Assagrir recebeu mais de 400 alunos e técnicos de diferentes
instituições para conhecer este projeto.
Com isso, o trabalho desenvolvido contribui para o fortalecimento
da agricultura familiar, por ter ações que estimulam o pertencimento e
o empoderamento dos assentados, além de ser um exemplo de que é
possível viver com qualidade em harmonia com meio ambiente.
Esse modelo de produção agrícola em pequenas propriedades
rurais nos permite expandir este projeto às outras comunidades do
assentamento ou fora dele. Esse grande potencial de expansão indica
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 45
que poderá haver mais redução de desmatamento e queimadas e a
consequente redução das emissões de gases de efeito estufa, entre
outros resultados.
Dessa forma, o Prêmio Samuel Benchimol, além do grande
reconhecimento que nos trará, permitirá essa expansão para outras
áreas em vulnerabilidade econômica, social e ambiental.
Projeto: Racionalização do uso de energia elétrica:
uma atitude de cidadania? estudo desenvolvido nas
séries finais do ensino fundamental
A-07
Este projeto tem como escopo abordar o tema sobre a
racionalização de energia elétrica uma atitude de cidadania, tendo
como público alvo os alunos das séries finais do ensino fundamental
da Unidade de Ensino Básico Gov. Leonel Brizola.
A temática surge da necessidade de sensibilizar os alunos,
para que desenvolvam atitudes reflexivas sobre a problemática
do desperdício de energia elétrica, tendo em vista que esta, sendo
imprescindível ao ser humano que habita o mundo contemporâneo.
Por meio da promoção de atividades sobre “despesas com
energia elétrica” em uma unidade escolar desenvolvendo uma
proposta de trabalho multidisciplinar.
Entretanto, o tema pode ser abordado sob o ponto de vista da
matemática durante os cálculos de consumo e economias mensais.
Os fenômenos da física e da química explicam os conceitos da
eletricidade e norteiam as estratégias que podem ser adotadas para
a eficientização de equipamentos e processos de aquecimento,
resfriamento, iluminação e ventilação. Na Biologia tendo vista que para
a construção das hidrelétricas existem impactos sobre os rios, a fauna
e flora locais.
O assunto energia elétrica também pode ser debatido sob o
ponto de vista da história e geografia humana, uma vez que o nível
de desenvolvimento de uma nação, além de outros indicadores, é
expresso pelo consumo per capita de energia elétrica realizado pela
população e pelos setores produtivo, administrativo e comercial. Ou
seja, diversas competências e habilidades podem ser trabalhadas
46
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
e desenvolvidas ao realizar-se a interseção do referido tema com o
cotidiano dos alunos.
Cabe ressaltar que, o mundo constantemente se encontra num
processo de desenvolvimento tecnológico avançado. Novos materiais
e técnicas são descobertos. Diversos países, inclusive o Brasil,
realizam pesquisas sobre fontes alternativas de energia para que o
seu desenvolvimento não seja freado pela escassez de um de seus
insumos: a energia para realizar suas etapas produtivas.
Mediante o contexto enfatiza-se que o ato de preservar os nossos
recursos naturais através da ação de qualquer pessoa, seja ela também
estudante ou professor, é uma atitude de cidadania. Entretanto,
com a utilização da energia de forma racional estamos diminuindo
a necessidade de construção de novas usinas transformadoras de
energia e, com isso, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.
Os educandos serão orientados e conscientizados a zelar pela
conservação de energia não somente nos ambientes escolares, mas
também em suas casas. Não se trata de subtrairmos algum conforto
ou diversão advindos do uso da eletricidade e, sim, diminuirmos as
perdas no transporte da energia até as tomadas, praticarmos bons
hábitos de utilização da energia elétrica.
Contudo, o objetivo de estudo deste projeto é combater o
desperdício de energia, despertando nos alunos das séries finais
do ensino fundamental mudança ou comportamento e aquisição de
novos hábitos de consumo. Principalmente ressaltando o bom uso
da eletricidade, por si só, gera economias consideráveis de energia
elétrica, a qual está disponível todos os dias para o consumo.
O projeto neste sentido alcançaria ainda maiores resultados se
fosse expandido para a comunidade local de forma a reafirmar o papel
da escola na questão da responsabilidade social.
Para o desenvolvimento dessa reflexão, de cunho qualitativo,
daremos os seguintes passos: inicialmente, para a obtenção das
informações faremos a coleta de dados, quanto à metodologia
trabalhada será empreendida por métodos de pesquisa exploratória,
utilizando a pesquisa bibliográfica e sites da internet.
No entanto, faremos um levantamento com base em dados
nacionais, tais como em livros, revistas, periódicos e bibliotecas
públicas e eletrônicas, livros que versam sobre as temáticas: energia
elétrica, potência e energia, desperdício de energia e fontes geradoras
de energia alternativa.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 47
Dessa forma, pretende-se que essa pesquisa contribua no
direcionamento de informações sobre a racionalização de energia
elétrica despertando no educando o senso de cidadania. No
entanto, acrescente-se aos trabalhos já existentes, proporcionando
embasamento para a obtenção de um aporte teórico-metodológico
acerca da temática.
Projeto: Reciclagem de Plástico
A-08
A coleta e destino de resíduos sólidos domiciliares nas cidades
brasileiras, figuram entre os principais problemas que enfrentam as
instituições municipais e estaduais pela incidência no meio ambiente
e na saúde pública. Em primeiro lugar, o trabalho propõe uma reflexão
onde se analisa a produção de resíduos na cidade e a reciclagem como
desenvolvimento sustentável e depois debate-se sobre a concepção
de ecologia Industrial. A segunda parte discute-se o planejamento
de programas entre as cooperativas de coletas seletivas de plásticos
em diversas partes da cidade e finalmente o processo de reciclagem
matéria prima final.
Projeto: MMMMMMmmmm mmmmnnn
A-09
Oferece reflexões e sugestões para que haja resultados no
que diz respeito a conscientização na preservação do meio natural.
Havendo de uma certa forma a necessidade de criação de projetos
que incentivem e ajudem no combate a exploração feita de forma
inadequada dos recursos naturais, e mostrar através do mesmo que a
redução dos impactos pode diminuir. A natureza pode sim ser usada
para atender as necessidades do presente dos seres humanos, desde
48
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
de que seja utilizada racionalmente, há muitas formas de equilibrar
esta situação, é exatamente isto, que será palco da proposta deste
projeto.
Projeto: MobSensor-AM: sistema móvel com
comunicação oportunista para o monitoramento da
Amazônia
A-10
O Brasil é um dos maiores representantes mundiais em riqueza
de biodiversidade, onde estima-se que exista uma de cada cinco
espécies em todo mundo.
A Amazônia é uma das maiores riquezas naturais do Brasil e
do mundo e em uma época de conscientização sobre os efeitos da
ação do homem sobre o ambiente, com a extinção de espécies,
o desmatamento acelerado e o aquecimento global, vemos a real
necessidade de conhecer e monitorar toda essa diversidade. O projeto
proposto consiste do emprego de uma infra-estrutura de Redes de
Sensores sem Fio (RSSFs) específica para o monitoramento ambiental
da floresta amazônica.
Particularmente, é proposto como diferencial inovador que tal
solução faça uso intenso da malha aquaviária disposta sobre a bacia
amazônica, a maior do mundo, para a coleta e comunicação dos
dados a postos de centrais de observação. Isso será feito agregando
nós sensores móveis com capacidade de comunicação sem fio a
embarcações que transitam pelo Rio Amazonas e seus afluentes,
formando um malha capaz de atingir a grande vastidão da Região
Amazônica. O modelo proposto sugere que tais embarcações possam
ser embarcações comuns da região, particulares ou de linha, que
possam operar em um esquema cooperativo para a finalidade de
monitoramento.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 49
Projeto: Sustentabilidade corporativa: proposta de
criação de uma unidade de tratamento de resíduos
para compostagem e implantação de coleta seletiva
A-11
Gerenciar os resíduos nada mais é do que o monitoramento de
tudo que se consome e quanto ao seu uso, desde sua concepção até o
seu descarte, desenvolvendo-se métodos e parâmetros, seja de ordem
quantitativa ou qualitativa pelos gestores municipais, e integralizando
recursos financeiros e de planejamento. Um termo que retrata bem o
gerenciamento de resíduos nos dias de hoje é a logística reversa, pois
através desta o produtor, fabricante, desenvolvedores de produtos têm
por obrigação dar o devido destino aos seus produtos. Para gerenciar
o lixo de forma integrada é preciso um sistema de coleta e transporte
adequado e o seu tratamento, utilizando-se de tecnologias existentes
e compatíveis com as necessidades do local. Ter consciência de que
todas as ações integradas tenham por sua operacionalidade influência
direta umas com as outras é garantia de destino ambientalmente
correto e seguro para o lixo, de forma que o dimensionamento dos
aterros atenda as quantidades geradas, pois um plano de coleta mal
elaborado irá acarretar custo elevado nos transportes.
A concepção de uma modelagem que atenda cada município
deve-se levar em consideração o tipo de lixo gerado, características
socioeconômicas e culturais pontuais para que a mesma não venha
sofrer com empecilhos, em decorrência da ausência de estudo prévio.
Ao longo dos tempos, tenta-se integralizar o Estado gestor à sociedade
geradora de resíduos sem muito sucesso, passando por inúmeros
motivos, sejam de ordem educacional ou de ordem tecnológica. Para
(Relis e Dominski Apud Maria Luiza Otero D’Almeida e André Vilhena
2000), não se trata apenas de uma definição de padrões de separação
de recicláveis, compostos, incineradores ou aterros sanitários, e sim as
melhores técnicas a serem utilizadas.
50
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Os desastres naturais no contexto do
planejamento e gestão territorial de municípios
ribeirinhos e costeiros amazônicos
A-12
Os crescentes processos de intensificação do uso e ocupação,
as mudanças na consciência ambiental, e os conflitos sociais pela
posse da terra, têm motivado o estabelecimento de políticas, estraté­
gias e instrumentos para o planejamento e ordenamento territorial
sustentável, tais como o gerenciamento de zonas costeiras, o
Zoneamento Econômico-Ecológico, e os planos diretores municipais.
Existe um extenso registro de desastres originados em eventos
hidrometeorológicos (enchentes, inundações, enxurradas, erosao
de margem de rios) na Região Amazônica, assim como uma alta
potencialidade de riscos, em função dos cenários de vulnerabilidade
socioeconômica e de variabilidade e mudanças climáticas previstos
para os próximos anos. Em muitos casos, a redução da vulnerabilidade
e a adaptação representam os desafios chaves para a gestão dos riscos
no contexto do planejamento do desenvolvimento. O planejamento
e ordenamento do território é um instrumento para reduzir os riscos
naturais existentes tanto como de evitar a criação de novos riscos, no
entanto a maioria dos processos ainda não considera dentre os fatores
fisico-ambientais, os riscos (desastres) naturais. A presente proposta
de atividades de pesquisa para a obtenção do premio Benchimol 2011
visa continuar avançando nos estudos e na compreensão de alguns
dos aspectos físico-ambientais do planejamento urbano na Região
Amazônica do Brasil, em particular os relacionados com a análise dos
riscos potenciais consequência da ocorrência de processos naturais
perigosos. Neste sentido, junto ao grupo de pesquisa (Gepedam) e no
marco de projetos de investigação, pretende-se responder a perguntas
tais como quais e que características têm as principais ameaças de
origem hidrometeorológica que tem local em alguns municípios
ribeirinhos e costeiros do Estado de Pará e Amapá? Quais são os
seus principais impactos? Como considerar os cenários de mudanças,
variabilidade e eventos extremos climáticos? Como a vulnerabilidade
da população e suas atividades, e infra-estruturas contribuem para a
geração de riscos de desastres? De que forma o planejamento e a
gestão territorial podem colaborar com a diminuição dos riscos naturais?
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE A-13
51
Projeto: As florestas de juçara (Euterpe oleracea
mart.; palmae) nos aterrados da baixada maranhense
como alternativa de valor ambiental e econômico para
recuperação de matas ciliares
Diversos revestimentos florísticos podem ser distinguidos
na região da Baixada Maranhense, cuja localização resulta, princi­
palmente, de variações da influência e diferenças no regime
inundação, da textura e do nível do solo. Nas áreas onde predomina
a água doce, mas dependendo da textura do solo e do regime das
inundações, predominam os campos naturais, com sua vegetação
predominantemente de Campos Herbáceos (Pinheiro et al., 2010).
Como formações ciliares, distinguem-se mais facilmente na
região, as Matas de Galeria, as Matas de Igapó, as Matas de Várzeas,
as Matas Ciliares Não inundáveis, relativamente bem estudadas em
alguns de seus aspectos. Nos trechos brejosos, em áreas menos
sujeitas aos pulsos de inundação, mas por eles influenciados pela
alimentação de pequenos cursos d’água temporários formam-se as
Matas de Galeria.
Em áreas de margens de rios e canais, podem aparecer as Matas
Ciliares Não-inundáveis, onde embora o pulso de inundação atinja,
ocorre por pouco tempo e com lâmina d’água mais fina. As matas de
Várzea, tipo de vegetação inundada por períodos curtos e freqüentes,
sob a influência de marés, aparecem onde se encontram a água doce
com a água salgada, nos estuários dos rios da região. As matas de
igapó, características das margens dos corpos d’água, são inundadas
por um período longo de tempo (meses) a cada ano, durante o período
chuvoso (Pinheiro et al., 2010)
Nas áreas de terra firme, predominam na atualidade as florestas
secundárias (Capoeiras), de diversas idades e os babaçuais, florestas
monoespecíficas de babaçu (Orbignya phalerata Mart.; Palmae), em
formações quase puras ou associados às capoeiras. Ainda na terra
firme, são raros os fragmentos de mata primária, remanescentes da
vegetação original amazônica outrora existente na região, nas áreas
mais elevadas. Nos trechos sob influência de água salgada, formam-se
os manguezais (Pinheiro et al., 2010).
52
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Adicionalmente na região ocorrem os ambientes de Aterrados,
muito pouco conhecidos. Os aterrados são ambientes peculiares desta
região, que dão origem às Matas de Aterrado, tipo de vegetação não
descrita, formada em áreas com águas quase paradas, pantanosas.
Nestes ambientes, o substrato que sustenta as matas é resultado do
continuado acúmulo de matéria orgânica, sem conteúdo significante
de frações minerais. São substratos tipicamente úmidos, com lençol
freático alto e camada orgânica de, no mínimo, 40 cm de espessura,
podendo, entretanto, chegar a mais de 2 metros. Estão presentes na
região lacustre de Penalva, principalmente na área do lago Formoso,
na região do alto Rio Pericumã e em outras poucas áreas da Baixada
Maranhense.
Na sua formação, camadas de gramíneas e outras plantas
aquáticas de menor porte vão gradativamente se acumulando de
substrato em substrato, onde crescem plantas de porte cada vez
maior. Com a morte de muitas espécies que não conseguem adaptarse ao substrato sem solo, acumula-se a matéria orgânica. A espessura
aumenta com o passar do tempo, num processo que só é interrompido
pelo desmatamento e pelo fogo, provocando grandes danos ambientais
aos Aterrados.
Neste tipo de vegetação é comum a presença da Juçara (Euterpe
oleracea Mart.), aninga (Montrichardia arborescens (L.) Shott.), Gameleira
(Ficus sp.), abacateiro brabo (Virola surinamensis (Rol.) Warb.), além de
outras palmáceas, como o Buriti (Mauritia flexuosa L). Estes ambientes
são vitais para saúde ambiental da região, especialmente para os
corpos d’água das bacias onde ocorrem. Os aterrados são cruciais
para manutenção do nível de água em muitos lagos regionais, por
funcionarem como verdadeiras barreiras vegetais ao escoamento da
água, mantendo o nível d’água nesses lagos, principalmente durante o
período de estiagem na região, compreendido entre julho e dezembro.
Pode-se afirmar, com certeza, que sem os Aterrados, muitos lagos da
região secariam, produzindo ambientes secos, sujeitos às queimadas
e à desertificação.
A Juçara (Euterpe oleracea Mart., Palmae) é uma espécie vegetal
frequentemente presente nas matas ciliares dos lagos, rios, riachos e
nascentes, constituindo, pois, uma espécie de importância ecológica
elevada, na função de proteção. Por outro lado, os produtos derivados
do extrativismo da Juçara ocupam lugar de destaque na economia dos
locaius onde ocorrem, pela produção de frutos e palmito. Pelo lado
social, os frutos produzidos pelos Juçarais são de grande importância
para a subsistência de muitas populações nas áreas de ocorrência da
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 53
espécie, pelo alimento que proporcionam e pela sua comercialização.
Em muitas áreas da Amazônia, os frutos fazem parte da dieta de uma
grande proporção dos habitantes. Em toda a sua distribuição, a palmeira
tem também outros usos (Calzavara, 1987).
A capacidade de algumas espécies de colonizar grandes áreas
levou Peters (1992) a denominar estas formações como florestas
oligárquicas (florestas dominadas por uma ou poucas espécies), onde
se destacam as palmeiras; a Juçara é uma dessas espécies.
A Juçara é uma espécie frequente nos aterrados, de grande
valor ambiental e econômico para a região do lago Formoso. A reve­
getação desses ambientes com a Juçara pode concorrer para o
equilíbrio ambiental, recompondo a função ciliar, mas também gerar
renda significativa pelo extrativismo dos frutos, além de produzir
incremento na pesca e, adicionalmente, pela recomposição cênica
desses ambientes, criar potencial para o ecoturismo. Os impactos dos
resultados esperados e benefícios potenciais para a respectiva área
de conhecimento e para a sociedade serão, portanto, relevantes, com
a recomposição de áreas que continham formações de Juçara que
perderam sua função ecológica e sócio-econômica, precisando ser
reintegradas ao ambiente de produção sustentável (Nogueira, 1997).
Nesse sentido, este projeto de pesquisa pretendeu desenvolver
um programa de revegetação dos Juçarais nativos da região lacustre
de Penalva, na Baixada Maranhense e, em especial, das matas de
aterrados, que resultasse na recomposição da vegetação ciliar desses
ambientes, contribuindo, no curto prazo, para a geração de renda, pelo
extrativismo dos frutos e, no médio e longo prazo, para a conservação
ambiental, pela manutenção da barreira de água do lago
Formoso, além de incremento na pesca, pela reposição dos
ambientes de abrigo, alimentação e reprodução da fauna ictiológica.
Projeto: Estudo do ciclo de vida de espécies de
caranguejos na Região Nordeste Paraense
A-14
Os caranguejos (Infraordem Brachyura) são abundantes
principalmente nos ecossistemas estuarinos e de manguezais da costa
paraense, constituindo importantes itens da cadeia trófica nesses
54
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
ecossistemas durante todas as etapas do seu desenvolvimento, desde
o estágio larval até o adulto. O caranguejo de mangue (Ucides cordatus)
é uma das espécies mais apreciadas na região, sendo amplamente
consumida e comercializada. O estudo das diferentes etapas do
ciclo de vida dessas espécies é importante para o entendimento de
sua biologia e o delineamento de ações de manejo desse grupo na
região. Desta forma, os cultivos de larvas e pós-larvas realizados em
laboratório são fundamentais para a obtenção deste conhecimento,
além da sua identificação e conservação. Esta pesquisa pretende
ampliar o conhecimento sobre as espécies de caranguejos braquiúros
que ocorrem na Região Amazônica observando detalhadamente
vários aspectos biológicos, tais como morfologia larval e juvenil,
crescimento, muda, alimentação e interações com parâmetros físicoquímicos (salinidade, por exemplo). Pretende-se deste modo, que os
resultados obtidos sejam divulgados através de congressos nacionais e
internacionais e artigos científicos publicados em revistas conceituadas,
contribuindo principalmente para a identificação dessas espécies, com
a elaboração de chaves de identificação tanto para as larvas quanto
para os juvenis.
Projeto: Efeitos da degradação em ambientes
aquáticos na expressão dos genes Miotrofina (myo) e
Citocromo B (cytB) em Colossoma macropomum
A-15
Uma grande diversidade de peixes é encontrada na Amazônia
e estes representam mais que a metade de vertebrados aquáticos
totais conhecidos no mundo. O Colossoma macropomum tem sido
frequentemente usado como espécie-modelo para o entendimento de
processos fisiológicos alterados por variáveis ambientais da Amazônia,
estas variáveis resultam em repostas aos agentes estressores.
Os Juvenis de tambaqui foram adquiridos de criações artificiais da
fazenda Litiara, Km 240 da estrada AM-010, Manaus, Amazonas.
A aclimatação ocorreu no Laboratório de Toxicologia da Universidade
Nilton Lins, mantidos em aquários de 1000L com temperatura 26,0 ±
com variação de 1,0 °C durante o período da noite com o peso de 12,0
± 3,0 g e tamanho 6,5 ± 0,5 cm e alimentados 2 vezes por dia num
período de uma semana. Os peixes foram expostos a três diferentes
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 55
tratamentos: Primeiro grupo foi exposto durante 1 hora ao chorume a
30% (v/v). Segundo grupo foi exposto durante 3 horas ao chorume a
50% (v/v) e o terceiro grupo (controle). Foi extraído tecido do músculo
dos peixes expostos ao chorume e do grupo controle. A extração do
RNA foi realizada com Trizol seguindo o protocolo padronizado pelo
fabricante (Invitrogen) A síntese da fita de cDNA foi realizada por reação
de PCR e para quantificação da expressão gênica o PCR em tempo real
(qRT-PCR). A análise dos resultados do qRT-PCR para o gene miotrofina
mostrou que o nível de mRNA foi menor após 1 hora de exposição
ao chorume quando comparado ao controle (100%). Observou-se um
aumento de 45% no nível de expressão deste mesmo gene após 3
horas de exposição ao chorume. Para o gene citocromo b mostrou-se
um aumento de 15% no nível de mRNA quando exposto a 1 hora ao
chorume nas concentrações: 1000 ng e 1 ng. Também foi observado
um aumento na expressão deste gene de aproximadamente 25 %
quando o peixe foi exposto ao chorume por 3 horas nas concentrações:
500 ng, 100 ng, 10 ng, 500 pg e 100 pg. Assim, podemos concluir que:
o tambaqui quando exposto ao chorume (efeito antrópico) expressa
de modo alterado os genes miotrofina e citocromo b, possivelmente
modificando o seu crescimento e os seus processos metabólicos, os
quais estes genes estão envolvidos.
Projeto: Hidroagroecologia: uma nova ciência para a
produção de alimentos em unidades de base familiar
A-16
Um dos grandes problemas enfrentados pelos produtores de
base familiar da Amazônia Ocidental é a escassez de peixes nos rios e
nos igarapés a cada ano mais acentuada, e a escassez de água para a
produção de alimentos durante longos períodos do ano. A proposição
apresentada neste documento tem por base uma revisão crítica da
atuação da gestão pública nos estados da Amazônia brasileira, no que
diz respeito ao comprometimento das instituições de pesquisa e de
assistência técnica para a produção de alimentos em unidades de base
familiar. As condições favoráveis de recursos, de clima e de solos não
têm sido suficientes para diminuir, de modo significativo, a dependência
de muitos estados brasileiros à importação de gêneros alimentícios
56
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
básicos. A lógica adotada pela maioria dos estados brasileiros,
alicerçada em “produzir para exportar e importar para consumir”, tem
aumentado enormemente as distâncias que os alimentos básicos
têm que percorrer antes de estarem disponíveis nos supermercados.
As emissões de CO2, ocasionada pelo passeio dos alimentos entre o
local da produção e o do consumo, têm contribuído significativamente
para as instabilidades climáticas e para os desarranjos sociais em todos
os neveis. Mesmo diante de tais evidencias essas correlações não
se convertem em ações por parte dos gestores públicos. A inovação
e a valorização da produção local; o uso intensivo de tecnologias; a
superação dos determinismos edafoclimáticos, específicos de cada
Estado; a produção intensiva de alimentos; a interatividade entre os
recursos locais; a ação qualitativa da assistência técnica e uma gestão
institucional profissionalizada são os sinônimos mais representativos
para encurtar essas distancias. O modelo aqui proposto, ainda em
construção, mantém um olho no lugar que ainda não existe e outro na
desconstrução e reconstrução de panoramas locais, objetivando pôr
em prática um jeito novo de assistir e de gestar o progresso agrícola,
diante de um cenário climático cada vez mais efêmero. A estratégia
inicial é propor meios mais profissionalizados para a produção local
de alimentos, minimizando a fuga de divisas e os custos ambientais
grados com a importação dos mesmos. Na construção da nova
ciência (Hidroagroecologia) não foi suficiente apenas revisar planos
e as estratégias de gestão e de atuação, foi preciso desconstruir o
modo como a realidade vem sendo concebida através dos tempos,
na tentativa de superar os condicionamentos que leva pesquisadores,
extensionistas e gestores a confundi-la com o modo como ela é
explicada. Qualquer realidade, por mais familiar que se apresente, é
sempre muito diferente das definições que se tem sobre ela. A utopia,
a mudança e o movimento continuam sendo a matéria-prima de
sua gestação. O neologismo hidroagroecologia, proposto para esse
projeto, foi criado para designar a produção de alimentos por meio
da interatividade entre os corpos d’água e os cultivos alimentares
adjacentes. O princípio da hidroagroecologia consiste em redirecionar
parte do fluxo natural de energia que é trocada entre dois organismos
do mesmo meio (aquático) para outras modalidades produtivas, ou
seja, parte da energia destinada à alimentação dos peixes (zooplanton),
não aproveitada por eles, mais aquela produzida pelas fezes desses
organismos, ao invés de ser destinada totalmente ao desenvolvimento
do fitoplancton é desviada e encaminhada aos cultivos alimentares
através da irrigação. A retirada gradual dos resíduos orgânicos,
metabólicos e dos compostos nitrogenados e fosfatado que se
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 57
concentram nos tanques, originados pelo acúmulo das fezes e da ração
não consumida pelos peixes, é denominada de água residuária e o
processo de transferência será tratado como fertiirrigação. A reposição
dos estoques dos tanques é feita através da água da chuva, que
aumenta a diluição dos resíduos remanescentes e reduz a acidez do
meio aquático. Com o reuso da água residuária para a irrigação de
cultivos alimentares do entorno, reduz-se a concentração de nutrientes
dos tanques, especialmente dos compostos fosfatados, restringindo-se
assim as condições de desenvolvimento de organismos indesejáveis do
fictoplanton. O processo de interatividade entre dois meios que resulte
na melhoria da qualidade, da produtividade e das condições ambientais
de ambos, será tratado no campo da ciência hidroagroecologia.
Projeto: Programa para moluscos bivalves de água
doce no Estado do Pará
A-17
O município de Cametá (PA) contém uma grande diversidade de
moluscos bivalves. Estes proporcionam, a uma parte da população uma
fonte de renda fixa com a produção de “moedas” de madrepérolas, de
composição calcária, dura, brilhante, branca ou escura produzida por
diversos moluscos, especialmente os bivalves, revestindo o interior
das conchas. Desta forma, este projeto visa realizar o levantamento
dos bancos naturais de moluscos bivalves de água doce deste
município, bem como propiciar uma forma sustentável de captura
desses animais, informando o melhor momento de captura através
do estudo da gametogênese (reprodutivo), além de possibilitar o
melhor aproveitamento das partes moles desse animal como fonte
complementar de alimentação. Este projeto possibilita a manutenção
desses animais no ambiente natural, gerando mais matéria-prima de
forma sustentável e aumento na produção de adereços, artesanatos,
rações e adubos, e, iniciação de produção artificial de “pérolas”, que
irão possibilitar um crescimento da renda familiar, gerando melhor
qualidade de vida para população desse município.
58
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Avaliação do índice de coliformes na água de
esgotos e da concentração de metais em amostras de
sedimento na orla fluvial de Macapá
A-18
Ao longo de sua existência o homem criou inúmeras atividades
cada vez mais complexas e sempre a exigir a participação cada vez
maior de outras pessoas, ou seja a participação coletiva em todas as
atividades humanas fez com que o homem tivesse a necessidade de se
reunir em grupos, para moradia, para o trabalho, para o lazer, gerando
uma série de conseqüências desses aglomerados: Necessidade do
consumo de alimentos, água, bens, serviços, criação de alternativas
para suprir as necessidades individuais e coletivas entre outros
aspectos. Três grandes problemas surgiram, qual o destino a ser
dão ao lixo, como resolver a questão dos dejetos e como prover o
abastecimento de água de qualidade. Inicialmente jogava-se nos
arredores dos aglomerados humanos o lixo produzido sem qualquer
preocupação se iriam ocorrer danos para a saúde ou para o meio
ambiente, após a constatação de que a produção diária de lixo urbano
tornava-se cada vez maior, foram sendo criados os lixões a céu aberto,
e que logo foram se tornando um grande problema para as prefeituras,
principalmente das grandes cidades, surgindo várias alternativas para
dar tratamento adequado ao lixo com a finalidade de minimizar o impacto
sanitário e ambiental causado pelo mesmo. Como resolver o problema
dos dejetos? No interior é comum cavarem-se buracos no quintal das
residências onde são depositados os mesmos, nas áreas urbanas essa
prática também existe, porém com certo cuidado com a construção
de fossas revestidas em alvenaria e conservação de certa distância
dos poços de abastecimento de água e redes de esgoto subterrâneas.
Áreas urbanas de maior concentração populacional também sofrem
carência dos serviços de saneamento cujas construções geralmente
não acompanham o crescimento populacional. Essas condições são
preocupantes, pois geram condições propícias para o desenvolvimento
de doenças de veiculação hídrica com impacto na saúde pública, e
reduzem a qualidade do ambiente para as espécies aquáticas que
nele habitam (Paiva et al., 2004). Coletar, tratar e distribuir água de
qualidade para a população também é um grande desafio, pois
existem inúmeras doenças de veiculação hídrica, e para evitá-las são
necessárias medidas de alto custo que nem sempre abrangem toda
da população. A concentração populacional em regiões urbanas é
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 59
um dos principais aspectos para ser considerado quando se trata de
recursos hídricos, uma vez que implica tanto por disponibilidade de
água para abastecimento público quanto para dissolução de cargas
poluidoras urbanas. A situação de poluição hídrica tem se agravado
no Brasil, considerando-se o aumento da poluição urbana e industrial,
o uso inadequado do solo, a erosão, o desmatamento, a agricultura
e a mineração (Souza et al., 2004). A cidade de Macapá, não fica fora
desse contexto, em virtude da grande expansão demográfica e da
ocupação de espaços inadequados como as ressacas, conhecidas
como áreas de pontes, onde os dejetos são lançados diretamente na
água que fica sob as residências, além do despejo de esgotos no Rio
Amazonas. A coleta de dejetos em fossas sépticas por caminhões
conhecidos como limpa fossa através de um sistema de sucção, é
prática comum na cidade, esses dejetos são depositados em um
grande tanque conhecido como bacia, localizado na área urbana do
bairro das Pedrinhas, onde sofrem tratamento descontaminante,
segundo informações da Companhia de Águas e Saneamento (Caesa),
existindo ainda a possibilidade desses dejetos atingirem o Rio por
transbordamento ou efluentes. Os efluentes de comunicação causam
contaminação ambiental do próprio Rio e dos cursos d’água por toda
espécie de detritos e dejetos causando diversos problemas de saúde
à população, quer por exposição direta, ou indiretamente através do
consumo de pescado ou outro recurso alimentar proveniente do Rio.
Entre os diversos contaminantes podemos citar: Resíduos de metais
pesados, pesticidas, microrganismos, etc., advindos de atividades
como: Oficinas mecânicas, postos de combustíveis atividades
domésticas, atividades agropecuárias, entre outras. Em alguns casos
esses contaminantes podem ser tóxicos se acumulados, como no
caso de metais pesados e de pesticidas organoclorados. Portanto,
mesmo estando dentro das normas legais de lançamentos, esses
efluentes podem estar degradando as inter-relações biológicas,
extinguindo espécies e gerando problemas de qualidade de vida para
as populações que utilizam aquele recurso (Buss et al., 2003).
60
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
A-19
Projeto: Educação Ambiental nas escolas, presídios,
bem como a doação e auxilio no plantio de mudas
nas APPs e Matas Ciliares de pequenas e médias
propriedades
Trata-se de uma proposta de desenvolvimento de uma
metodologia para trabalhar a Educação e Conscientização de estudantes
de todas as faixas etárias, ou seja, desde o inicio da vida na escola até a
Graduação, através de palestras ou eventos similares, pois acreditamos
que só trabalhando na base é que poderemos ter um mundo melhor
para as futuras gerações. Outro foco são os trabalhos que venham
contemplar os presos dos regimes de semi-aberto e fechado do mini
presídio de Cacoal (RO), através da execução de viveiros para o plantio
de mudas de árvores de espécies variadas, para que as mesmas sejam
doadas aos pequenos e médios produtores de Cacoal e dos municípios
próximos, fala-se muito em inclusão social, mas em razão do “préconceito” muito pouco se tem feito, poucos são os ex-presidiários que
tem uma oportunidade para ter uma vida melhor, bem como ajudar a
sua família ter um destino feliz, para que isso ocorra é fundamental
a valorização e o respeito com o próximo que muitas vezes não teve
outra saída a não ser o mundo obscuro do crime.
Sendo assim, este será um Plano de Desenvolvimento Susten­
tável para as comunidades que não tem condições de produzirem
suas mudas, em função das atividades já desempenhadas em suas
propriedades e que lhes trazem o sustento. O novo Código Florestal
está em andamento, e para obedecerem às leis do nosso país, muitos
terão que recuperar as APPs e Matas Ciliares que outrora foram
derrubadas sem nenhum controle.
Essa prática ainda não tem sido utilizada em muitos lugares, porém
não basta reclamar ou questionar, temos que fazer algo. Os resultados
com certeza serão positivos e dessa política surgirá uma sociedade
mais justa e consciente no que tange ao meio ambiente, É fundamental
trabalhar em cada comunidade definindo as formas mais viváveis de
adquirir esses resultados, visando sempre à melhoria da qualidade de
vida de todos no presente bem como das futuras gerações, de forma
moderna e com tecnologia de ponta, com o auxílio de terceiros do
setor privado moderno nacional ou internacional, e com certeza sempre
assistidas pelo poder público. Dessa maneira, serão propostas as
formas de trabalhar, para discussão ampla pelas comunidades de cada
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 61
município, contando com o apoio dos organismos não-governamentais
e nacionais que defendem o meio ambiente e a vidas que dependem de
um planeta mais saudável, dentre elas podemos destacar a sociedade
civil organizada ou não, pelos governos federal, estadual e municipal,
pelos sindicatos e órgãos de defesa de classes, pelos empresários de
cada localidade.
Esses projetos deverão levar em conta o: Zoneamento
econômico/ecológico da região; produção agropecuária, que, diga-se
de passagem, Rondônia tem se destacado mundialmente falando;
turismo ecológico que embora um pouco tímido ainda, já tem evoluído
consideravelmente, com valorização dos recursos e riquezas de cada
localidade, pois cada uma dessas cidades tem suas particularidades.
Esse processo que inclui a metodologia de definição do socialmente
desejável pelas comunidades de cada localidade será posta à disposição
de todos para que seja iniciado o processo de elaboração do Plano de
Desenvolvimento Sustentável para as Comunidades da Região NorteNordeste do Estado de Rondônia.
Buscaremos apoio da Universidade Federal de Rondônia das
Faculdades Particulares. Deverão participar, principalmente, com o
auxilio dos professores e alunos de todos os cursos desde iniciantes,
passando pela graduação, especialização, mestrado e doutorado nas
mais variadas áreas, pois vários outros projetos poderão ser efetuados
paralelamente.
O resultado desses trabalhos deverá servir também para que
alunos possam ter material empírico para elaborar teses, dissertações
e monografias sobre os problemas que envolvem cada setor da
sociedade, bem como as tentativas de elaboração de projetos de
desenvolvimento sustentável.
O presente projeto visa restaurar as APPs e Matas Ciliares de
vários municípios, mas o fundamental é a Educação Ambiental nas
escolas, com o apoio da SEMED (Secretaria Municipal de Educação
e Secretaria Estadual de Educação), SEMA (Secretaria Municipal
e Estadual de Cultura), SEDAM (Secretaria Municipal de Meio
Ambiente), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental,
Policia Militar, Agente Penitenciários de Cacoal, Secretaria Municipal
e Estadual de Saúde e nas comunidades, bem como a Inclusão
Social de ex-presidiários e presidiários do Mini Presídio de Cacoal,
para tanto, pretende-se realizar processo de formação continuada e
capacitação dessas pessoas, outrora sem oportunidade nenhuma a
vista. A estruturação, a sensibilização e a mobilização da comunidade
62
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
serão alcançadas mediante a implantação e divulgação das ações do
projeto.
A metodologia participativa fará com que as atividades sejam
desenvolvidas por meio de sensibilização e mobilização dos alunos,
presidiários e ex-presidiários, dos parceiros e da comunidade através
de reuniões, palestras, cursos com temas relevantes ao meio ambiente
e à gestão ambiental, distribuição de material informativo e educativo
com micro orientação, de modo que ocorra a divulgação com maior
alcance possível. O projeto abrangerá principalmente o município de
Cacoal, buscando a sua replicabilidade em vários outros municípios
circunvizinhos, atingirá um número de beneficiários diretos e indiretos
incalculáveis.
Projeto: Efeitos do chorume na expressão dos genes
Calmodulina (cam) e Álcool Dehydrogenase (adh) de
Colossoma Macropomum
A-20
Neste trabalho foi avaliado o nível da expressão dos genes cal
e adh de Colossoma macropomum (Tambaqui) peixe endêmico da
bacia Amazônica e que tem sido utilizado como espécie-modelo para
o entendimento dos processos fisiológicos e como uma alternativa de
biomarcador frente aos impactos por xenobióticos, metais pesados
(mercúrio, cobre e cádmio), esgotos a céu aberto e atividades agrícolas.
O chorume é um líquido mau cheiroso proveniente do lixo doméstico
que pode interferir severamente nos processos biológicos dos peixes.
Neste trabalho foram usados exemplares de juvenis de tambaqui,
expostos ao chorume durante 1 hora numa concentração 30% (v/v) de
chorume (primeiro grupo), um segundo grupo exposto durante 3 horas
ao chorume a 50% (v/v) e o terceiro grupo controle exposto em água
límpida. Após o tempo determinado ocorreu a coleta de tecidos (fígado
e músculo) e a extração de RNA. A síntese da fita complementar de
cDNA foi feita por meio do RT-PCR a expressão dos genes Álcool
Dehydrogenase-adh (isoenzima que facilitam a conversão de álcoois
tóxicos em aldeídos) e Calmodulina-cam (uma proteína considerada
um tradutor principal dos sinais do cálcio) foram estimadas por PCR em
tempo real. Nos genes cam e adh o nível de mRNA mostrou diminuir
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 63
(com relação ao controle) e elevar-se após 1 hora de exposição ao
chorume seguido de aumento após 3 horas de exposição.
Projeto: Ecoturismo para a conservação de áreas de
nidificação do gavião-real na Amazônia Central
A-21
Ecoturismo representa um segmento do turismo natural, que é
viajar em áreas naturais (Gössling, 1999). O termo pode ser descrito
com cinco conceitos: conservação da natureza, baixo impacto,
sustentabilidade, significativo envolvimento comunitário e educação
ambiental. Além disso, de acordo com o conceito de desenvolvimento
sustentável, turismo pode ser sustentável se encontra as necessidades
dos turistas e moradores locais, conservação enquanto protege futuras
oportunidades. Ecoturismo oferece benefícios para os moradores
locais, suporte a conservação, desenvolvimento em baixa escala,
reduzido número de visitantes e experiências educacionais (Nepal,
2002; Lindberg e Hawkins 1993).
A resposta pode estar no turismo ecologicamente sustentável
(ecoturismo), que principalmente foca na experiência de áreas
naturais e favorece o entendimento ambiental e cultural, apreciação e
conservação (Ecotourism Australia, 2008).
O ecoturismo desenvolvido atualmente funciona como um
complemento aos métodos de conservação convencional (Donnelly
et al., 2011). Turistas pagam para uma experiência excepcional na
natureza de forma que respeite a cultura local e o meio ambiente.
Esta atividade favorece a economia local beneficiando a valorização da
cultura regional, criando um incentivo duradouro para a população local
e a conservação de recursos naturais (Mel, 2008).
Esta diferença é crítica porque o ecoturismo intencionalmente
promove incentivos para guias de turismo e proprietários de terras para
conservar a biodiversidade por curto e longo prazo (Kiss, 2004).
O estabelecimento das Metas de Desenvolvimento do Milénio
(ODM), focou a discussão do desenvolvimento rural nos últimos anos
considerado a sustentabilidade e, o ecoturismo tem sido freqüentemente
64
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
associado com o desenvolvimento rural sustentável, com a associação
entre conservação e desenvolvimento (Butcher, 2011).
A-22
Projeto: Produção de bio-óleo, bio-sólido e biogás combustível a partir de biomassas extrativistas
para geração de energia elétrica: influência no
desenvolvimento tecnológico e ambiental da Região
Amazônica
Os recursos naturais extrativistas, como as biomassas
oleaginosas nativas da Região Norte do Brasil e da Região Amazônica,
são matérias primas abundantes, com significado potencial de uso, a
partir da extração do óleo vegetal presente nos seus frutos, sementes,
para produção de biocombustíveis e produtos naturais, sendo pouco
exploradas de forma sustentável. No entanto, apresentam grandes
vantagens quando comparadas com as biomassas tradicionalmente
usadas para este fim a partir do cultivo, destacando-se o fato de
não competirem com a produção de alimentos e se desenvolverem
abundantemente sob as condições climáticas característica da região.
Apesar da importância destas biomassas para a Amazônia e para a
região Norte, o aproveitamento sustentável e tecnológico destas fontes
de recursos naturais não ocorre atualmente de forma acentuada, o que
implica na necessidade de desenvolvimento de pesquisas tecnológicas
e ações extensionistas nesse sentido.
A Região Amazônica é constituída por uma área expressiva
de florestas nativas, destaca-se o babaçu, o pequi e a macaúba que
podem produzir até 4000 l de óleo por hectare, até dez vezes mais do
que a soja. Disseminam-se com muita rapidez, podem ser utilizadas
para reflorestamento em áreas desmatadas pela implementação
de pastagens, em solos semi-úmidos e adaptam-se bem a altas
temperaturas, só o Estado do Tocantins apresenta cerca de oito milhões
de hectares de florestas de babaçu (Bhering et al.).
Por serem biomassas extrativistas, a coleta do fruto também
pode ser feita a partir do manejo sustentável. O uso dessas biomassas
para geração de energia alternativa é uma oportunidade ainda pouco
desenvolvida na Região Amazônica e Norte do Brasil, principalmente
pela aplicação de processos termoquímicos, a partir do qual três frações
com potencial combustível são obtidas: bio-óleo, bio-sólido e bio-
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 65
gás. Esses bioprodutos podem ser aplicados para geração de energia
elétrica, por apresentarem um poder calorífico na faixa de 4000 a 9000
Kcal\Kg e propriedades químicas e físico-químicos semelhantes aos
derivados de petróleo, apresentando como principal vantagem o fato
de contribuírem para a diminuição do lançamento de gases de efeito
estufa após o seu uso diretamente em geradores elétricos, caldeiras
ou automóveis (Vieira et al 2000, 2004, 2009, 2010).
A aplicação do processo termoquímico em escala laboratorial e
piloto à amêndoa da macaúba, babaçu e ao fruto do pequi favorecerá
para determinação do valor econômico dos bioprodutos, visando à
aplicação para geração de energia elétrica em comunidades tradicionais
e isoladas inicialmente podendo ser ampliado em outros níveis em
médio e longo prazo. Nesse contexto o projeto proposto caracteriza-se
como uma alternativa tecnológica inovadora para a para região Norte e
Amazônica, por favorecer a obtenção de novos produtos com potencial
combustível e sucedâneos aos combustíveis fósseis. Do ponto de
vista ambiental contribuirá para o aumento da área de conservação de
floresta direcionada para geração de energia sustentável, e minimizar
as queimadas e o lançamento de gases de efeito estufa.
Observa-se, nos últimos anos, um aumento significativo da
concentração de dióxido de carbono na atmosfera decorrente do
uso dos combustíveis fosseis, derivados de petróleo e queimadas
de florestas. Bem como, da demanda por energia para utilização
nos diversos setores produtivos e de consumo, em todos os países
do mundo. Essa expansão gera diversos inconvenientes ambientais,
pois a grande maioria da energia consumida no mundo é proveniente
de fontes não-renováveis, que contribuem para emissão de gases do
efeito estufa e aquecimento global.
Diante dessa realidade, observa-se também a necessidade
da utilização de fontes de energia renováveis, como as biomassas
oleaginosas, que contribuem para fixação de dióxido de carbono
quando estão em crescimento, e para o estoque do carbono a partir
da conservação da floresta, para a mitigação do lançamento de gases
de efeito estufa na atmosfera, bem como para consolidação do
mecanismo de redução de emissões, REED e geração de créditos de
carbono dentro de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
Diante disso, esse trabalho justifica-se por contribuir para a
avaliação da estimativa da biomassa viva acima do solo e do estoque
de carbono em áreas de florestas extrativistas de pequi e babaçu.
Bem como por promover o uso sustentável dessas biomassas e a,
diminuição as queimadas na região Norte.
66
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
No aspecto social trará oportunidades diretas de desenvolvimento
para as famílias das comunidades extrativistas e tradicionais inicialmente
beneficiadas pela geração de energia elétrica e para a região, a partir da
ampliação das áreas de aplicação de usinas de processo termocatalítico,
bem como para criação de empregos, capacitação e formação de mão
de obra qualificada na área, e em médio e longo prazo.
Projeto: No caminho das abelhas indígenas: a busca
pela preservação das abelhas indígenas da região da
Ilha do Bananal
A-23
Na Ilha do Bananal, no município de Formoso do Araguaia, existe
o Parque Indígena do Araguaia com uma área de preservação natural,
rica em matas nativas e biodiversidade, neste ambiente existem
abelhas indígenas que são muito apreciadas e conhecidas, porém a
intensa destruição do cerrado por meio de queimadas, a exploração
irracional das colméias e o desmatamento desenfreado nas regiões
próximas a Ilha, causam gradativamente o desaparecimento de certas
espécies de abelhas.
Avaliando a importância das abelhas que são polinizadoras
exclusivas de espécies florestais nativas e observando que a cada
ano os problemas ambientais que ocorrem na região contribuem para
a devastação da flora e da fauna local, foi desenvolvido o presente
projeto com o intuito de localizar espacialmente os ninhos de abelhas
indígenas em áreas de risco de extinção das mesmas. As áreas de
matas propícias ao desmatamento e derrubadas, áreas de cerrado
sujeitas a queimadas, construções rurais como currais, coberturas
de cochos entre outras, áreas com elevado nível de extrativismo por
meleiros, são as mais expostas a sofrer os efeitos do desequilíbrio
ambiental e a extinção de várias espécies de abelhas. Através do projeto
pretende-se fazer a identificação das principais espécies existentes
no local, retirada dessas abelhas localizadas em áreas expostas,
construção de meliponário para preservação genética e estudo das
espécies, capacitação e sensibilização dos produtores rurais, indígenas
e ribeirinhos, e estimular dessa forma a meliponicultura de forma
racional e sustentável na região.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 67
Após a busca aleatória das abelhas indígenas foram localizados
22 ninhos e cinco espécies de abelhas dentre elas conhecidas
popularmente como Boca de sapo, Tubi brava, Bora brava, Bora mansa,
Tataira e Manuel de Abreu. Sendo a última a que mais havia ninhos.
Projeto: Reciclóleo
A-24
Evitar o despejo de resíduos líquidos como óleo de cozinha e
gorduras, provenientes da rede alimentícia e residências no Município
de Laranjal do Jari em corpos d´água.
Projeto: Produção de mudas florestais e frutíferas para
a subsistência humana (inclusão social) e regeneração
de áreas degradadas no Município Marituba
A-25
A Lab Amazon será um laboratório genuinamente paraense,
resultado da proposta de atuação da Fundação Villas Boas na área
da biodiversidade com inclusão social, aproveitando-se de projetos
acadêmicos desenvolvidos pela Embrapa, com foco em biotecnologia
de plantas medicinais e aromáticas e recursos genéticos que apontam
nesse campo a solução para o problema da qualidade das mudas de
plantas. Há por outro lado, uma grande demanda para reflorestamento
a ser atendida, mesmo considerando somente a necessidade do
Estado do Pará pela imensidão de sua área degradada. Esse projeto
se apresenta com excelentes perspectivas para auxiliar na solução dos
sérios problemas socioambientais do Brasil e, em particular, nos da
Amazônia.
O laboratório desenvolverá estudos com objetivo de melhorar
a qualidade das plantas, de preferência espécies com valor social e
econômico importantes para os agricultores, produtores ou mesmo
para os programas de governo. A produção será utilizada para suprir
68
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
as necessidades do pequeno agricultor, embora se volte também para
a recuperação de áreas degradadas com a implantação de culturas
associadas ou sistemas agroflorestais.
O Laboratório será criado, no município de Marituba, próximo
à Belém, com a finalidade principal de produzir mudas de plantas
ornamentais, medicinais, frutíferas e florestais para as localidades
de atuação da Expedição Villas Boas que começará pela cidade de
Muaná (Ilha do Marajó), expandindo posteriormente a outras regiões
de interesse da Fundação Villas Boas e de outros municípios se
assim requisitarem. No momento o Laboratório atenderá o Município
de Marituba. Além dos conhecimentos científicos sobre a produção
de mudas, mormente os que se relacionam a qualidade da planta
a ser disponibilizada à comunidade científica, irá formar inúmeros
profissionais qualificando-os tanto na arte de produção de mudas a partir
da cultura de tecidos quanto no plantio dessas mudas e das sementes
coletadas das espécies botânicas de interesse. Por conseguinte, será
um laboratório sério e competente tanto na qualidade de seus produtos
como na sua capacidade de produção.
Projeto: Pastagem ecológica: sistema Voisin
silvipastoril
A-26
Durante meu curso de Agronomia na Universidade Federal
de Viçosa (MG) de 1968 a 1971, fui definitivamente “fisgado”, pelo
voisinismo, através de um texto quase clandestino, que exponha os
conceitos do Pastoreio Racional Voisin e citava experiências de sucesso
no emprego desta tecnologia. A partir daí, sempre foi para mim um
sonho conhecer melhor e trabalhar segundo os conceitos do grande
mestre André Voisin.
Ao iniciar em março de 1972, as atividades como professor da
UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), o sonho do voisinismo
ficou em dormência, até a aquisição em 1987, de uma fazenda na
Baixada Cuiabana, em sociedade com meus dois irmãos, Judismar e
Cláudio.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 69
Nesta época a fazenda não possuía pastagens formadas, neces­
sárias para a criação econômica de bovinos. Teríamos então, antes de
tudo, de formar as pastagens.
Para evitar a destruição prévia do ecossistema do cerrado, que
tanto admirávamos e que relutávamos em destruir de forma rasa para
a formação das pastagens, resolvemos aplicar um método alternativo,
usando o Pastoreio Racional Voisin e lançando sobre o cerrado nativo
intocado, uma mistura de sementes de variedades selecionadas de
capim, buscando obter um enriquecimento da pastagem nativa do
cerrado, sem promover qualquer mecanização, seja do solo ou da
vegetação nativa.
Dentro desta filosofia, foi providenciada a divisão da área em
parcelas ou piquetes e o semeio das sementes de capim. O gado
entrava nos piquetes logo após o semeio do capim, para promover o
enterrio das sementes e o desbravamento do cerrado.
O resultado não foi imediato. Mas após o segundo período de
chuva após o semeio dos capins, a pastagem semeada começou a
dominar os capins nativos menos vigorosos, mostrando que o método
tinha tudo para ser um sucesso!
Realmente, dentro de mais algum tempo aparecia sob as árvores
do cerrado, uma pastagem tão vigorosa e bela, que resolvemos lhe
dar o nome de Pastagem Ecológica. Nesta época, coerentemente,
resolvemos rebatizar a fazenda como Fazenda Ecológica Santa Fé do
Moquém.
Em 1993, a pastagem ecológica já era uma realidade palpável
e começamos a divulgar os resultados através de um texto que era
distribuído aos interessados em cópias xérox.
Em 1996 a Pastagem Ecológica começou a ser difundida na
imprensa, através de uma primeira reportagem no jornal A Gazeta de
Cuiabá e de um artigo no mesmo jornal.
O interesse da imprensa foi grande e dentro de pouco tempo as
reportagens e artigos se multiplicaram.
A publicação de um vídeo-curso e de livros sobre a Pastagem
Ecológica, foi o próximo passo. Após as publicações comerciais
(videocurso e livros), a Pastagem Ecológica passou a ser adotada por
programas institucionais e governamentais, principalmente da Região
Amazônica, como uma alternativa para o desenvolvimento sustentável
da pecuária e ao uso do fogo nas pastagens, como ocorre com o
Programa Fogo da Cooperação Itália Brasil, desde 2.000.
70
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
A Pastagem Ecológica, que com adaptações adequadas, pode
ser aplicada no melhoramento de qualquer pastagem já formada, que
esteja em bom Estado ou em fase de degradação, transformando-a em
poucos anos numa pastagem ecologica, vigorosa, sustentável e com
produção 2 vezes superior à original, tornou-se sinônimo de Pastagem
Sustentável.
Com o aumento da preocupação com o aquecimento global, com
participação da pecuária (ver o item 10 deste trabalho), percebeu-se
que a tecnologia da Pastagem Ecológica, era uma excelente alternativa
para compensar as emissões de metano (CH4), pelos inúmeros
serviços ambientais que proporciona. Com a Pastagem Ecológica, a
pecuária encontra uma forma natural e econômica, de se colocar no
lado positivo da luta contra o aquecimento global.
A-27
Projeto: Indicadores de sustentabilidade para a cultura
da palma: uma proposta estratégica de fomento
à inovação e ao desenvolvimento sustentável na
Amazônia
Atualmente a indústria de óleos vegetais e de biodiesel tem
direcionado suas políticas internas na linha do desenvolvimento
sustentável. A competição e a busca por lucro não são os mais
importantes princípios norteadores deste setor. Muitas empresas
que promoviam desmatamentos, poluição e ignoravam as questões
ambientais em países tropicais, estão fadadas a extinção. Hoje este
comportamento está ficando para trás, as empresas que desprezam
os ideais do desenvolvimento sustentável, perdem o poder de
competição. Seus produtos são deixados de lado e seus processos se
tornam menos eficientes quando comparados aos de empresas que
praticam as boas práticas produtivas.
O Brasil apresenta uma grande variedade de espécies vegetais
oleaginosas nativas e exóticas com boa aptidão edafoclimáticas.
Conhecido pelos indígenas como Pindorama ou terra das palmeiras, é
um país com grande potencial para a utilização destas espécies para a
indústria de biocombustível (Nae, 2005). Nos levantamentos realizados
por Lorenzi (1996) informa que existem cerca de 3.500 espécies de
palmáceas em todo o mundo, listando 132 espécies brasileiras e 152
espécies cultivadas, introduzidas por outros países. Um exemplar é
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 71
a palma (Elaeis guineensis jaq.), introduzido no Brasil pelos escravos
africanos que se adaptou bem ao clima tropical úmido do litoral baiano,
mais tarde alcançando a região norte do país.
As palmeiras são características da flora tropical e estão
distribuídas em grande quantidade na Amazônia brasileira entre
elas estão, o dendê (a palma), buriti, murumuru, tucumã,etc. Como
possuem inúmeras utilidades de valor econômico, estas palmeiras
despertam interesses para o fornecimento de matéria-prima tanto para
a indústria de óleos vegetais como para a indústria de biocombustível.
Não apenas por sua adequação às condições locais, mas também,
por permitirem diversificar a base agrícola, aspecto importante em
agricultura tropical e, fornecer volumes importantes de subprodutos
de interesse energético, que podem auxiliar no fornecimento de
energia para o processo industrial principalmente em áreas isoladas da
Região Amazônica.
Devido a sua alta produtividade a cultura da palma na Amazônia
brasileira tem demonstrado grande abertura para uma nova
alternativa energética com inclusão social e geração de renda para as
comunidades locais, no que se refere à substituição do diesel fóssil
a partir de biocombustível (Cavaliero, 2000; Pires, 2003; Silva, 2005,
Monteiro,2011).Uma grande vantagem de se produzir biocombustível
a partir da biomassa oleaginosa é a sua eficácia como aditivo (de até
20% sem qualquer adaptação para o motor), podendo ser agregado ao
diesel convencional (Molion,1994).
Além de se constituir como uma das formas de valorizar
a floresta em pé, com a extração de óleos vegetais de frutos de
espécies oleaginosas para geração de energia e de produtos de maior
valor agregado na região norte do país, poderá atender o mercado de
biocombustíveis, bioeletricidade e óleos vegetais em larga escala.
Na atualidade a importância do dendezeiro deve ser encarada como
uma dimensão crescente em garantir sua participação na agricultura
regional e dentro de uma política de substituição de importações e
crescente excedente para geração de divisas, a médio e longo prazo
(Homma et al., 2000).
Um fator importante a ser considerado é a política tributária
diferenciada em função da região, matéria-prima, presença da
agricultura familiar em parceria com indústria produtora de biodiesel,
ou a combinação destes fatores, para maior incremento da participação
de biocombustível na matriz energética brasileira. Contudo, para o
cumprimento da legislação brasileira que define mistura de B7 para
72
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
os próximos anos, esta demandará um aumento considerável na
produção agrícola das espécies oleaginosas promissoras para este
novo combustível em todo Brasil.
Além do benefício social ao incorporar em sua matriz um número
considerável de agricultores familiares - o aproveitamento energético
de óleos vegetais nativos ou exóticos da Região Amazônica, traria
vários benefícios ambientais, como a recuperação de áreas alteradas,
redução nas emissões de gases poluentes e possibilidade de
seqüestrar carbono, principalmente na região norte do Brasil.
Nesse sentido, a produção de biodiesel iria totalmente ao
encontro das preocupações ambientais atuais quanto à utilização
dos combustíveis fósseis e seu efeito minimizador nas mudanças
climáticas globais. As atividades de geração de energia e uso de
combustíveis alternativos a partir de biomassa e óleos vegetais,
podem contribuir substancialmente para a diminuição das emissões de
CO2 para a atmosfera. Assim, a utilização deste combustível poderá
ainda gerar vantagens econômicas para a região e para o país e ainda
certificar que este novo combustível é produzido dentro dos padrões
de sustentabilidade previstos nas dimensões sociais, econômicas e
ambientais, presentes no protocolo da palma de óleo assinado entre o
governo do Estado do Pará e empresas de óleo de palma.
Projeto: Sensoriamento de recursos naturais para
conservação de ecossistemas negligenciados
A-28
Na paisagem amazônica a malha hidrográfica se destaca em meio
à biomassa vegetal visível. Nesta paisagem influenciada grandemente
pela ação dos rios, parte é drenada por rios de águas brancas (Solimões–
Amazonas), e parte é drenada pelos rios de águas pretas ou claras (Negro
e Tapajós). A classificação dos rios em águas brancas, pretas e claras
define ecossistemas ambientes com características físico-químicas
distintas que influenciam os processos biogeoquímicos nas áreas em
que ocorrem (Sioli, 1951; Prance, 1978). A notável biodiversidade que
aí se estabelece está influenciada diretamente por um fenômeno que
acontece ao longo dos rios da Amazônia - a inundação. Este evento
anual forma ambientes inundados, temporária ou permanentemente,
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 73
por sete a quinze metros acima do nível do mar durante cerca de seis
meses por ano (Ayres et al., 1998; Junk, 1993).
Na formação geológica onde se encontra a cidade de Manaus,
os cursos d’água (igarapés) com nascentes no interior da floresta são
principalmente de águas pretas. Esses rios tem origem geológica no
Escudo das Guianas, de formação cristalina. Além do pulso anual de
inundação, as áreas marginais aos igarapés sofrem inundações de
baixa amplitude e curta duração que são influenciadas por eventos
chuvosos (Junk, 1993).
A área urbana de Manaus é cortada por nove bacias hidrográficas,
todas contribuintes da grande bacia do Rio Negro. As mais
destacadas são as bacias do Educandos, São Raimundo, Tarumã-açu
e Puraquequara. Duas bacias encontram-se integralmente dentro da
cidade – a do igarapé de São Raimundo, e a do igarapé do Educandos
– e duas parcialmente inseridas na malha urbana – a do igarapé do
Tarumã-açu, e a do Rio Puraquequara. Estas bacias estão divididas
em sub-bacias ou microbacias e delas partem inúmeros igarapés que
drenam toda a cidade (Semmas).
Toda essa aparente disponibilidade de água ainda não tem uma
apreciação clara para a conservação, de forma que estes ecossistemas
muito frágeis são ainda pouco estudados e negligenciados do ponto
de vista de ações governamentais e isso tem como ponto de partida
crucial o vazio de informações para planejamento estratégico evitando
cenários de calamidades como os já conhecidos em outros países:
Nos Estados Unidos, 40% dos rios e lagos são considerados muito
perigosos para uso (pescar, nadar ou beber); no Canadá, mais de um
trilhão de litros de esgoto não tratado são jogados em hidrovias/ano;
na América Latina e Caribe, mais de 130 milhões de pessoas não tem
água potável. Cidade do México e São Paulo estão com problema
de excesso de consumo de água e contaminação em massa. Além
disso, a mineração da água de subsolo pode ser motivo de grandes e
duradouras guerras. A Líbia construiu túneis de cinco mil quilômetros
para drenar a água de um aqüífero compartilhado pelo Chad, Egito
e Sudão (Barlow, 2007). Enquanto isso, o maior Estado do verde do
Brasil ainda não tem se quer para a capital uma publicação oficial do
número de bacias hidrográficas e igarapés existentes, sem contar com
o número de igarapés extintos por aterros para a urbanização sem
planejamento ou os que morreram pelo lançamento de esgoto sem
tratamento. Com isso a vegetação e toda a biodiversidade sofrem com
o processo de alteração dos ambientes de influencia dos igarapés
diminuindo a riqueza de espécies por assoreamento, e os processos
74
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
erosivos provocados pela retirada da vegetação marginal, resultantes
da ocupação rápida e desordenada das margens (Silva, 1996). O perfil
natural da vegetação estabelecida às margens dos igarapés da cidade
de Manaus, assim como as das demais áreas inundáveis apresentam
características tanto de sistema terrestre como de sistema aquático.
Quando o nível das águas é mínimo, toda essa região torna-se um
sistema terrestre. Por outro lado, quando da elevação do nível das
águas, torna-se um sistema aquático, mostrando uma particularidade
que requer atenção especial da comunidade científica, sociedade
em geral e especialmente de dirigentes dos gabinetes de tomada de
decisão.
Diante do exposto, o objetivo geral deste estudo é fazer
um mapeamento da área urbana de Manaus delimitando bacias,
microbacias e igarapés destacando os grupos vegetais existentes nas
áreas marginais.
Projeto: Mecanismo de redução de emissões por
desmatamento e degradação em uma área da Floresta
Estadual do Amapá
A-29
Os serviços ambientais têm sido alvo de inúmeros debates.
Tratam-se de serviços prestados pelas florestas tropicais, que apoiam,
protegem ou afetam as atividades e o bem-estar humano. Neste
contexto, enquadram-se os Projetos de Redução de Emissões por
Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) que representam
mecanismos de incentivos positivos voltados para o financiamento
das ações de redução do desmatamento e da degradação em
florestas, que consequentemente resultam em diminuição das
emissões de carbono com retorno econômico-social. Isto tem
consistido no mecanismo conhecido como pagamentos por ‘carbono
florestal’. As emissões do desmatamento e degradação das florestas
representam aproximadamente 20% das emissões globais de gases
do efeito estufa. Reduzir estas emissões representa uma das mais
rápidas, mais importantes e mais rentáveis opções para reduzir a
mudança climática no curto prazo. Os pagamentos podem ocorrer
tanto para o sequestro de carbono (resultantes da absorção de dióxido
de carbono em árvores plantadas) como para a proteção dos estoques
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 75
de carbono em florestas naturais – o qual poderia de outra forma, ser
emitido.
A Floresta Estadual do Amapá (Flota) foi criada em 12 de julho de
2006 pela lei nº 1028/06, é uma Unidade de Conservação (UC) de Uso
Sustentável, possui quatro módulos distintos que compreendem uma
área descontínua estimada em 2.369.400,00ha. A Flota é delimitada
pelos municípios de Mazagão, Porto Grande, Pedra Branca do Amapari,
Serra do Navio, Ferreira Gomes, Tartarugalzinho, Pracuuba, Amapá,
Calçoene e Oiapoque. Estes municípios apresentam desenvolvimento
econômico ligado a algumas atividades que causam impactos
ambientais, como a exploração ilegal de madeira e a expansão de
áreas para a mineração. Desta forma, tais atividades exercem forte
pressão na UC e contribuem significativamente para o desmatamento
e a degradação florestal.
Analisando o baixo índice de desenvolvimento humano dos
municípios de entorno e a diversidade de recursos naturais da Flota,
sugere-se a implementação de ações que objetivem, além da proteção
das florestas, o desenvolvimento social e econômico das suas áreas
de influência. A pavimentação da BR-156, obra pertencente ao PAC e
a construção da ponte binacional, que ligará as cidades de Oiapoque
(Brasil) a Saint George (Guiana Francesa), irão aumentar o trânsito
de pessoas e máquinas na área da Flota. Tais fatores contribuirão
ainda mais com a pressão sobre a Flota. Portanto, é de fundamental
importância que os recursos naturais sejam utilizados de acordo com
princípios técnicos eficientes, visando principalmente contemplar
questões sociais, econômicas e ecológicas.
Nesse contexto, a proposta de implantar um projeto de REDD+
na Flota e nas áreas de influência da BR-156, surge como alternativa de
exploração dos recursos naturais e trazer benefícios para a comunidade
envolvida através do pagamento por serviços ambientais.
76
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Amazônia Sustentabilidade
A-30
A adição do agente acelerador de degradação em nada
compromete as propriedades como a resistência dos materiais e não
tem restrições quanto a impressão ou o acabamento da embalagem,
além disso o plástico continua sendo reciclável.
É preciso deixar claro também que a sacola não vai se esfacelar
na mão do consumidor se ela tomar chuva ou ficar no sol, pois a
degradação ocorre a partir de uma exposição prolongada a esses
fatores.
Projeto: Kamukaia: manejo sustentável de produtos
florestais não-madeireiros, na Amazônia, fase II
A-31
O manejo de produtos florestais não-madeireiros (PFNM), por
meio da consolidação de cadeias produtivas, tem sido considerado
como fundamental para a integracão da conservação e uso sustentável
dos ecossistemas ao crescimento econômico do país. De maneira
geral a base produtiva para tais produtos está no extrativismo, setor
que necessita de técnicas de manejo florestal sustentado. Apesar de
existirem diversos estudos sobre essa temática ainda há uma carência
de conhecimentos básicos sobre ecologia das espécies que permitam
a recomendação de técnicas de manejo sustentável. O objetivo
da presente proposta é dar continuidade a estudos ecológicos e
experimentos de manejo sobre castanha-do-brasil, andiroba e copaíba,
iniciados em 2005 na rede Kamukaia. Na primeira fase do projeto foram
implantadas parcelas permanentes para estudos ecológicos e iniciados
estudos sobre produção dos produtos. O objetivo inicial de propor
estratégias de manejo e uso dos recursos florestais não-madeireiros
de maneira integrada, facilitando a proposição de políticas públicas
para o desenvolvimento da Amazônia continua sendo alvo da rede, no
entanto trata-se de uma meta a ser atingida no longo prazo.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 77
Projeto: Produção de chuvas localizadas: tecnologia
inovadora para ajudar a mitigar os efeitos das
mudanças climáticas na Amazônia
A-32
As mudanças climáticas, o aquecimento global e o desmatamento
geram fenômenos extremos de secas, enchentes e inundações,
promovem impactos na agricultura, biodiversidade e abastecimento de
rios, represas e mananciais, contribuem para o avanço dos processos de
desertificação, savanização, destruição de florestas e desaparecimento
de especies animais em vários biomas.
Ações e tecnologias limpas que possam mitigar os efeitos das
mudanças climáticas, aquecimento global e desmatamento devem
ser incentivadas e apoiadas por iniciativas nacionais, internacionais e
programas governamentais.
A tecnologia de produção de chuvas localizadas utiliza uma
aeronave equipada com dispositivos patenteados para semear
nuvens cumulus com agua potável, estimulando seu crescimento
e precipitação. Ao chover, esta água se torna uma contribuição para
diversos fins: preservar florestas, aumentar recursos hídricos, fonte de
água para abastecimento, agricultura, energia, saneamento, saúde.
Criar uma unidade produtora de chuvas (aeronave, equipamentos,
radar, equipe qualificada) para atuar na floresta amazônica e integrar
monitoramento local e mecanismos que ajudem a mitigar os efeitos do
aquecimento global e do desmatamento, pode ser uma ação inovadora
e efetiva para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
A proposição é que ao contribuir para que chuvas naturais e
chuvas produzidas serem otimizadas na Amazônia, estaremos ajudando
a floresta a se manter vigorosa, umidificada e com menor risco de
incêndios e emissões. Estimulando o ciclo hidrológico, ajudamos
a manter / preservar a normalidade do regime de chuvas , diminuir
riscos de seca e de avanço do processo de savanização. Para isto, é
necessário criar um projeto experimental e metodologia em conjunto
com organizações que atuem com as questões relacionadas ao clima
na Floresta Amazônica.
78
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Ciliar Só: agricultura familiar na Bacia
Hidrográfica do Rio Acre
A-33
O Estado do Acre possui três importantes bacias hidrográficas,
todas depositárias do Rio Solimões. São elas: Bacia Hidrográfica do
Purus, do Juruá e do Rio Acre, essa última a que apresenta mais intensa
ocupação antrópica, seja pelo crescimento desordenado das cidades
ou por meio da implantação da agropecuária em local inadequado.
Essa ocupação intensa e antiga acarretou efeitos danosos, que
são facilmente perceptíveis durante todo ano. Ou porque irá causar
alagações (período de inverno amazônico de dezembro a março) ou
porque irá secar e deixar as áreas urbanas sem abastecimento de água
(período de verão amazônico de abril a novembro)
As comunidades extrativistas e os ribeirinhos presenciaram
essa ampliação demográfica e seu conseqüente conflito de acesso
aos recursos naturais. Viram sua área de intervenção produtiva se
reduzir, paulatinamente, aos espaços compreendidos pela influência
da margem do Rio e ao próprio leito do Rio.
Diante desse quadro, adicionando-se aí as dificuldades que a
ação pública encontra para realizar extensão em locais onde não existe
acesso rodoviário, as comunidades ribeirinhas aos poucos se obrigaram
a abandonar o extrativismo e entrar em um ramo produtivo do qual
tinha pouca ou nenhuma tradição, o da agropecuária, o que acirrou
ainda mais a pressão sobre as matas ciliares.
A cada expansão o Rio torna-se mais vulnerável à ocorrência de
alagações e secas, sempre mais acentuadas, e é nesse contexto que
insere a presente proposta.
Com esforço conjunto de Instituições de ensino, Organizações
governamentais e não governamentais e das prefeituras municipais
espera-se contribuir na solução desse grave problema, de elevadas
proporções sociais e ambientais.
Em cada um dos 8 municípios envolvidos no Projeto será realizado
um mapeamento temático da área de mata ciliar ao longo de toda Bacia
Hidrográfica do Rio Acre, cobrindo desde o município de Assis Brasil
(fronteira com o Peru), passando por Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri,
Capixaba, Senador Giomard, Rio Branco, até o município de Porto Acre
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 79
(fronteira com o Amazonas). Trata-se de uma longa trajetória, com
aproximadamente 800 quilômetros. O mapeamento será executado
com técnicas de sensoriamento remoto e interpretação de imagens
de satélite falsacor. Uma faixa de 2.000 metros de largura, de cada
margem, será objeto de mapeamento.
Nessa área, com apoio das entidades de representação
(associações e sindicatos de trabalhadores rurais) serão identificados os
trechos críticos, nos quais a mata ciliar tenha sido totalmente convertida
e o assoreamento seja visível, onde as comunidades ali residentes
serão diretamente envolvidas no projeto, por meio de um programa de
extensão florestal. As prefeituras municipais, que estarão envolvidas
em todas as fases de execução do projeto, deverão se responsabilizar
pela replicação e multiplicação da experiência para outros trechos dos
rios, onde as comunidades se mostrarem interessadas.
Posteriormente serão inventariados os fragmentos florestais
mapeados para caracterizar a estrutura florestal corrente nessas áreas.
Paralelamente, utilizando fatores como Caráter meândrico, turbidez da
água e características do solo será realizada a definição da largura de
mata ciliar adequada à realidade da Bacia em cada município.
Com a definição das espécies florestais, densidade e abundância,
será possível a determinação da lista de espécies florestais apropriadas
para inclusão no programa de extensão florestal voltado à revegetalização
dessas áreas.
Em seguida se definirá a lista de espécies a serem objeto de
plantio de revegetalização com a promoção da coleta de sementes
e de produção de mudas. A produção das mudas pode ocorrer em
parcerias com o Governo do Estado e Prefeituras.
Posteriormente o programa de extensão irá incentivar os plantios,
em unidades demonstrativas. O programa de extensão florestal terá
como foco três iniciativas principais:
a. divulgação da lista de espécies apropriadas para as prefeituras
e os produtores familiares usarem em projetos de revegetalização da
mata ciliar;
b. divulgação dos resultados do estudo de definição de largura
adequada da mata ciliar para realidade da Bacia naquele município; e,
c. elaboração e articulação para aprovação de legislação municipal
específica para delimitação e manejo da mata ciliar.
80
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Trata-se por fim de uma concentração de esforços no sentido
de recuperar as características ambientais da Bacia do Rio Acre tendo
como foco a revegetalização da sua mata ciliar.
Projeto: Propagação in vitro de jarina
A-34
A jarina (Phytelephas macrocarpa R. e Phytelephas microcarpa
R & Pav.) é uma palmeira pequena, de tronco grosso com numerosas
raízes adventícias e flores de perfume forte. É conhecida também
como marfim vegetal, em português, tagua em espanhol, ivory plant
em inglês e brazilianische steinmüssee em alemão. Ocorre de forma
espontânea em diversas regiões tropicais do mundo e no Brasil
distribui-se por toda a região amazônica, principalmente no sudoeste
do Estado do Amazonas e nos vales dos rios Purus, Acre, Antimari,
Iaco, Caeté, Maracanã e Gregório, Estado do Acre.
A palmeira possui crescimento lento, sendo encontrados
indivíduos com mais de 100 anos de idade. As sementes levam 3 a 4
anos para germinar e as plantas de 7 a 25 anos para início da frutificação.
A palmeira é utilizada por populações locais na construção civil
(cobertura de casas com as folhas), alimentação do homem e animais
(polpa não amadurecida) e confecções de cordas (fibras). Contudo,
a parte mais usada da planta é a semente, que em substituição ao
marfim animal, é empregada na confecção de ornamentos, botões,
peças de joalheira, teclas de piano, pequenas estatuetas e vários
souvenirs. Transformada em jóias, a jarina está ganhando fama com
as lojas de luxo, oferecendo relógios, brincos, braceletes e colares
feitos de marfim-vegetal. A jarina pode ser considerada uma gema
orgânica, genuinamente amazônica, estendendo-se além das fronteiras
brasileiras. As sobras da jarina são transformadas em um pó, que é
exportado do Equador para os Estados Unidos e Japão, após o corte
do material para a produção de botões.
Atualmente, com os riscos de extinção de animais fornecedores
de marfim, a jarina apresenta-se como alternativa ao marfim verdadeiro.
A crescente demanda por produtos naturais tem despertado interesse
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 81
em muitas empresas que comercializam produtos das florestas
tropicais, especialmente aqueles que podem consolidar o “mercado
verde”.
O aumento no interesse pelos produtos da floresta, principalmente
dos não madeireiros, deverá refletir no incremento das pesquisas sobre
o conhecimento tradicional, aliadas às pesquisas envolvendo aspectos
ecológicos de espécies com potencial de uso, constituindo-se tanto
numa alternativa ao desmatamento, como dos povos que vivem nessas
florestas e fazem uso dos seus recursos.
As técnicas de cultura de tecidos podem auxiliar na conservação
de material genético de árvores raras, de elite ou que estejam
ameaçadas de extinção, apresentando-se como uma alternativa
viável para redução das dificuldades encontradas na sua propagação.
A propagação in vitro tem despertado interesse por facilitar a produção
de mudas de material elite em escala comercial, por produzir plantas
livres de patógenos e acelerar programas de melhoramento que, no
caso de palmeiras, são demorados e complexos, em virtude do longo
ciclo, hábito de crescimento e ausência de métodos convencionais de
propagação vegetativa em virtude da ausência de câmbio vascular em
monocotiledôneas. A técnica de cultivo in vitro de embriões zigóticos
é um procedimento muito comum no melhoramento de plantas,
empregada na regeneração de embriões de sementes que não
germinam em condições convencionais de semeadura, como é o caso
da jarina. Contudo, ainda são necessárias muitas informações básicas
para o desenvolvimento de um protocolo eficiente para regeneração
de plântulas.
Outros fatores também influenciam na regeneração de culturas
in vitro, como o balanço entre os reguladores de crescimento
supridos ao meio de cultura e os produzidos pela planta, responsáveis
por estímulos de respostas para a diferenciação, crescimento,
multiplicação e alongamento celular. A composição e a concentração
dos fitorreguladores utilizadas no meio de cultura são determinantes no
crescimento e no padrão de desenvolvimento na maioria dos sistemas
de cultura.
A atividade tem como objetivo estabelecer protocolos para
regeneração de plântulas de jarina in vitro.
Os ensaios serão conduzidos no Laboratório de Cultura de Tecidos
Vegetais da Embrapa Rondônia, Porto Velho. Serão empregados como
explantes segmentos foliares e embriões zigóticos, retirados de folhas
82
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
e sementes de plantas, respectivamente, pertencentes a plantios do
campo experimental da Embrapa Rondônia, em Porto Velho.
Serão realizados experimentos para estabelecimento de um
protocolo de desinfestação dos explantes, empregando hipoclorito de
sódio e hipoclorito de cálcio em várias concentrações e tempos de
imersão dos explantes. Em seguida, os explantes serão cultivados em
meio MS e WPM, com diferentes concentrações de 2,4-D, TDZ e BAP,
visando a indução da organogênese indireta e embriogênese somática,
bem como o cultivo de embriões.
Após a inoculação, as culturas serão mantidas no escuro e
de acordo com o objetivo do experimento serão transferidas para
condição de fotoperíodo 16 horas luz/8 horas escuro. O delineamento
a ser aplicado será inteiramente casualizado com 20 repetições por
tratamento.
Projeto: Educação ambiental na rede de ensino
A-35
Os serem humanos como elemento parte do meio ambiente,
vêm ao longo dos anos destacando-se no cenário ambiental como o
principal agente transformador do meio em que vivem.
O homem,é um ser capaz de efetuar ações tão transformadoras
que chega ao extermínio do próprio meio.
Essa transformação vem se dando ao longo dos séculos sem
distinção de região, de época ou de povos, todos indiscriminadamente
têm transformado de forma danosa a natureza.
No último século, aumentou a preocupação do homem com a
marcha com que as transformações do meio ambiente têm atingido
direta ou indiretamente a vida do homem em sua sociedade urbanizada.
Essa preocupação, fez surgir inúmeros movimentos no sentido
de buscar formas de conter os malefícios que o próprio homem tem
causado à natureza.
Mas, o que fazer para conter o ritmo com que se alastram as
transformações do homem na natureza? Quem é responsável pela
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 83
criação de normas que regulem estes movimentos transformadores? De
que forma conscientizar o próprio homem de que essas transformações
cumulativas são cada vez mais danosas ao próprio homem?
Ao longo dos anos, o homem tem interferido na flora, na fauna,
no solo, na água e até a camada de ozônio que envolve a terra tem
sofrido com a interferência danosa do homem.
Tudo isso cumula com danos irreparáveis e ameaçadores à
sobrevivência de todos.
Projeto: Ecodesig: reutilizando com arte
A-36
O projeto Petinox foi idealizado pela artista visual Michelle
Moraes e surgiu por meio do trabalho de conclusão do Curso de PósGraduação em Artes Visuais no Senac (AM). A monografia da artista
intitulada desenho, materiais, inovação: um caminho da joalheria
contemporânea, trabalhou desde os aspectos históricos, conceituais
das jóias, até a pesquisa de materiais e a criação de uma coleção de
jóias confeccionadas com garrafas pet e resíduos industriais de inox,
coletados no pólo industrial de Manaus.
O resultado superou as expectativas e vislumbrou-se novas
possibilidades. Após a conclusão do curso, a designer criou novas peças
e a série recebeu o nome de Petinox. A criatividade, ineditismo e o
aspecto ecológico logo a levaram a conceder várias entrevistas, realizar
um desfi le de lançamento e uma exposição na Saraiva MegaStore.
A partir de então, observou-se que as criações, além de peças
artísticas e com possibilidades comerciais, também podem representar
um caminho para a realização de um trabalho sócio-educativo, de
caráter ambiental e artístico, no âmbito do Ecodesign e que também,
possibilite às pessoas de baixo poder aquisitivo terem um fonte de
renda.
A princípio, a designer pensou apenas em mostrar como o design,
os materiais e inovação podem fazer a diferença e agregar valor a um
produto de natureza artística, no caso as jóias. Para isso, escolheu o
pet aproveitado de garrafas de refrigerante, o arame, fitas e resíduos
84
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
de inox, recolhidos de uma fabrica de reciclagem, no distrito industrial
de Manaus.
A definição da matéria-prima foi feita em virtude de que os
mesmos representam muito bem um grupo de materiais brutos, muitas
vezes considerados sucata, e que para ganhar uma cara, uma forma
especial ou conceito de jóia, necessitam do trabalho do artista. Além
disso, procurouse enfocar questões como a reciclagem e reutilização,
tão importantes na sociedade atual, onde a preocupação com o fator
ambiental está dentre as prioridades nas pautas de discussão.
Projeto: Atributos do solo e emissão de CO2 em áreas
de Terra Preta Arqueológica sob diferentes usos na
região Sul do Amazonas
A-37
As Terras Pretas Arqueologicas (TPAs) são solos oriundos de
atividades humanas e ocorrem em sítios ou assentamentos, de origem
ainda não bem esclarecida, na paisagem amazônica. Estes ambientes
caracterizam-se por sua alta fertilidade natural, resultante da prolongada
ocupação humana, que se manifesta pela presença de fragmentos de
artefatos cerâmicos e material lítico, assim como, restos de fauna e
flora. Em virtude da coloração escura da camada superficial, esses
solos são conhecidos por designações como Terra Preta de Indio,
Terra Preta Antropogênica ou Terra Preta Arqueológica, além de uma
variante menos divulgada, a Terra Mulata (Kampf & Kern, 2005).
A origem das TPAs ainda e motivo de controvérsias entre
pesquisadores, mas a hipótese mais aceita e que seu aparecimento se
deve a atividade humana (Smith, 1980), provavelmente de populações
pré-colombianas. Embora aceita, esta afirmativa gera uma série
de dúvidas, entre as quais o questionamento da formação ou como
mera consequência da ocupação humana (Kern et al., 2003, Neves
et al., 2003), ou seja, originam-se por antropogênese, associada a
pedogênese.
A elevada fertilidade das TPAs e atribuída às propriedades
físico-químicas da matéria orgânica, principalmente pela contribuição
significativa do carbono pirogênico, formado por oxidação incompleta
de materiais orgânicos (Derenne; Largeau, 2001) que exibem alta
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 85
resistência a oxidação termal, química e até a foto-oxidação (Skjemstad
et al., 1996). Do ponto de vista cultural, as TPAs são importantes
registros do processo de ocupação da Amazônia e podem esclarecer
questões a respeito da distribuição da população, capacidade de
suporte do solo, padroes de assentamentos e o uso da terra por antigas
civilizações (Lima et al., 2002).
Além disso, as Terras Pretas Arqueológicas (TPAs) apresentam
em média ate seis vezes mais matéria orgânica estável do que os
solos adjacentes, sem horizonte A antropogênico (Glaser, 2001),
figurando, portanto, como um grande reservatório de carbono orgânico.
As mudanças na cobertura vegetal e as transformações do ambiente
alteram a dinâmica natural do carbono no solo, bem como a evolução/
sequestro de carbono da atmosfera. Segundo Centurion et al. (2001), a
medida em que os ecossistemas vão sendo substituído por atividades
voltadas para fins industriais ou produção de alimentos, há degradação
ambiental, principalmente em função do uso e manejo inadequados
dos solos. Dessa maneira, o conhecimento dos atributos indicadores
da qualidade do solo, especialmente em áreas de Terras Pretas
Arqueologicas, e fundamental, tanto para capacidade de produção
das culturas, como tambem, nas funções ambientais importantes que
desempenham.
Para Neves et al. (2007) a quantificação das alterações nos
atributos do solo, decorrentes da intensificação de sistemas de uso
e manejo, pode fornecer subsidios importantes para a definição de
sistemas racionais de manejo, contribuindo assim para tornar o solo
menos suscetível à perda da capacidade produtiva. Assim sendo,
faz-se necessário estabelecer referências que possam reproduzir de
forma satisfatória, os limites ou índices desejáveis ou aceitáveis de
determinados parâmetros, particularmente nos meios agrícola e natural
(Galindo et al., 2008).
Outro fato importante e que a Regiao Sul do Amazonas está
inserida no chamado Arco do Desmatamento faixa que se estende do
Maranhão até Rondônia (Cohen et al., 2007) e onde encontram muitos
sítios de Terras Pretas Arqueológicas, alguns profundamente alterados
por práticas agropecuárias. Apesar disso, nenhum trabalho propôs
investigar as alterações desses ambientes. Assim sendo, este trabalho
tem por objetivo geral caracterizar os ambientes de Terras Pretas
Arqueológicas, naturais e transformados, em condições amazônicas,
visando investigar os impactos das transformações vegetacionais sobre
os atributos do solo e a emissão de CO2 na Regiao Sul do Amazonas,
utilizando técnicas de geoestatística e análise multivariada.
86
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto:
A-38
As questões ambientais são pautas das arenas de discussão
locais e globais. Todos reconhecem que o nosso ambiente está sendo
devastado, pois são constantes as notícias vinculadas na mídia falada e
escrita sobre mudanças climáticas, poluição de rios e do ar, destruição
da floresta, extinção de espécies, esgotamento dos recursos minerais.
A necessidade de uma ação coordenada para minimizar estes
impactos antrópicos negativos ao meio ambiente foi delineada
em 1987 pelo Relatório de Brundtlant “Nosso Futuro Comum”
instigando as sociedades a repensarem suas práticas e convicções
de desenvolvimento. Foi através deste relatório que a terminologia
“desenvolvimento sustentável”, ou seja, o atendimento das
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das
gerações futuras atenderem suas necessidades, foi definido e difundido
(Diegues, 1992).
A idéia inspirou muitas reuniões internacionais importantes na
discussão do tema, mas para Amartya Sen, prêmio Nobel de Economia
em 1998, o conceito de desenvolvimento sustentável deve incluir a
manutenção da liberdade, além da satisfação das necessidades. Para
o autor, é certo que as pessoas têm necessidades, mas também tem
valores, e valorizam sua capacidade de avaliar, agir e participar. É esta
participação que requer atenção especial, pois devemos deixar de
ser “pacientes” para sermos agentes transformadores e tomadores
de decisão, cuja liberdade de decidir qual valor atribuir às coisas e
de que maneira preservar esses valores se estende muito além do
atendimento de nossas necessidades (Sen, 2004).
Como proposta de desenvolver cidadãos críticos, conscientes e
agentes participantes de mudanças, a Conferência de Tibilisi em 1977
definiu os princípios da educação ambiental, enfocando a inclusão da
sensibilidade e de valores, ou seja, não basta saber, estar informado, é
necessário tocar o indivíduo, estimular a sensibilidade e a criatividade,
promover meios para que o mesmo desenvolva suas habilidades,
dando a cada um a capacidade de solucionar os problemas e engajar-se
em processos de mudança. Na expectativa de engajar a comunidade
em projetos ambientais, vários pesquisadores e agentes desenvolvem
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 87
atividades pontuais, deficientes, sem referenciais teóricos,
sistematização ou identificação dos valores atribuídos aos recursos
naturais pelo grupo pesquisado. Tendo em vista que para surtir efeito
profundo de mudança, promoção de valores e comportamentos, bem
como, comprometimento e empoderamento, a educação ambiental
demanda tempo, vale a pena investir em estratégias de atuação (Pádua
et al., 2003).
Neste cenário, caracterizar o conhecimento e a percepção
ambiental dos atores envolvidos, docentes e discentes da rede de
ensino público (fundamental e superior) do município de Parintins,
instigando-os através de abordagem participativa na construção de
estratégias e ações transformadoras, pode ajudar a clarear os passos
a serem trilhados na expectativa de implantação de um programa de
educação ambiental com começo, meio e fim.
Projeto: Compostagem, ressocialização e qualidade de
vida
A-39
A reintegração na sociedade dos apenados em finalização de
penas ou Jovens que estão concluindo medidas sócio-educativas,
nas Instituições do Estado do Amapá poderá ser realizada através
do conhecimento e da aplicação das técnicas de Compostagem em
uma parceria com o Centro de Educação Profissional Graziela Reis de
Souza, no Núcleo curricular de Disciplinas, Sociedade e Meio Ambiente
e Gestão e Empreendedorismo, onde serão desenvolvidas atividades
empreendedoras, estimulando o espírito criativo dos envolvidos
no Projeto, alem da integração entre os futuros técnicos em Meio
Ambiente da Instituição. Esta reintegração proporcionará ao participe
que este adquira conhecimentos teóricos, práticos e pedagógicos
no contra turno docente dentro da própria instituição onde ele se
encontra, o capacitando para empreender um Plano de Negócios,
que utilizará resíduos orgânicos coletados na comunidade e materiais
como: caroços de açaí, pó de madeira (moinha) restos de folhas dentre
outros para o fornecimento posterior de insumos concentrados e
húmus orgânicos em um empreendimento diversificado, desde o
paisagismo, manutenção de jardins e praças publicas com composto
88
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
orgânico, cultivo de ervas aromáticas e medicinais, flores e pimentas
decorativas.
Projeto: Práticas de Manejo para o Uso Sustentável de
Pastagens Nativas nos Lavrados de Roraima
A-40
Roraima possui 224.298 km2 de extensão territorial, apresen­
tando basicamente dois ecossistemas. O primeiro formado
predominantemente por um estrato graminóide (gramíneas e
ciperáceas), entremeado por vegetação arbustiva, como o caimbé ou
lixeira (Curatella americana) e murici (Byrsonima spp) e árvores como a
sucuúba (Himatanthus articulatus), e sucupira do campo ou paricarana
(Bowdichia virgilioides), é conhecido como savana, cerrado ou lavrado,
ocupando 17% do Estado (40 mil km2). Já, o segundo ecossistema
corresponde a 83% das áreas do Estado, com cobertura vegetal do
tipo floresta tropical úmida. Nas pastagens nativas dos lavrados, entre
as gramíneas, o capim conhecido como fura-bucho (Trachypogon
plumosus) está presente em todas as regiões, exceção feita para as
áreas inundáveis. Além deste, destaca-se ainda espécies dos gêneros
Andropogon, Axonopus, Panicum e Paspalum. Na realidade, as
condições de solo, seja por excesso de água no período chuvoso e falta
no período seco, baixa fertilidade ou condições físicas, determinam em
grande escala a cobertura vegetal predominante (Braga, 2000).
A
pecuária
bovina,
desenvolvida,
basicamente,
em
pastagens nativas do lavrado caracteriza-se por ser uma atividade
predominantemente extensiva e pouco produtiva, com baixos níveis
de produção e produtividade. Contudo, é a segunda mais importante
atividade econômica, depois do cultivo de grãos, notadamente do arroz
irrigado ou de várzeas. Atualmente, existem 8.700 estabelecimentos
com pecuária, dos quais, 5.200 praticam a bovinocultura de corte,
sendo as atividades mais usuais as de cria; de cria e recria; e de
cria, recria e engorda, totalizando 4.800 estabelecimentos e 571.100
animais. Apesar de cerca de 90,2% dos estabelecimentos pecuários
possuirem áreas acima de 100 ha, a pecuária de corte apresenta
forte componente social, considerando-se que o módulo rural para
áreas de lavrados está estimado em 150 ha. A pecuária de corte é
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 89
sem dúvida a principal atividade nos lavrados de Roraima. Apesar da
baixa capacidade de suporte das pastagens da região que oscila entre
5 a 10 hectares por cabeça, a região se distingue pela alta taxa de
natalidade de crias, independentemente do pouco peso por animal.
Esta atividade concentra-se maciçamente nas áreas de savanas e
sopés das serras, com alta mobilidade na época seca, quando o gado
se desloca a procura de lagos ou igarapés que não sequem para sua
dessedentação. Na região das serras a atividade pastoril já é bem
mais reduzida, mas também importante, existindo em praticamente
todas as comunidades indígenas e fazendas da área. Nestas áreas
as pastagens apresentam melhor qualidade e maior possibilidade de
animais com maior peso. A estimativa atual é de uma densidade de
3,3 bovinos/km2 ou 43 ha/cabeça de gado, ou ainda 1,2 cabeças de
gado/habitante. Para as comunidade indígenas tem-se a média de 2
cabeças de gado/indivíduo. O rebanho bovino estadual está estimado
em cerca de 650 mil cabeças para uma taxa de desfrute de 12 a 15%,
sendo que, pelo menos, 10% do efetivo está concentrado em áreas
indígenas, desempenhando importante papel social e econômico na
alimentação e na geração de renda dessas populações. A pastagem
nativa tem servido ao longo dos anos como única fonte de alimento
para os herbívoros. Pelas condições de fertilidade do solo, essas
pastagens são de baixo valor tanto qualitativo quanto quantitativo, o que
pode ser observado pela baixa capacidade de suporte das mesmas,
sendo necessário de quatro a dez hectares para cada bovino adulto,
com média de seis ha/animal, o que torna necessário a adoção de
alternativas técnicas para o seu melhoramento, visando a maximizar seu
potencial produtivo. Essa taxa de lotação animal não é muito diferente
daquelas encontradas em savanas nativas de outras regiões, como por
exemplo, os llanos venezuelanos e colombianos. Essa variação ocorre
em razão do tipo de solo e da época do ano, em que o crescimento
e a produção anual de forragem depende do regime hídrico e das
características físicas e químicas do solo, determinando melhores ou
mais altas produções no período das chuvas e limitações no período
seco. Esta situação é considerada como ponto de estrangulamento do
processo produtivo da pecuária nos lavrados, onde os ganhos obtidos
nos períodos favoráveis, em muitos casos somente servem para repor
o peso perdido em períodos adversos de disponibilidade de forragem,
o que implica em uma pecuária de baixa sustentabilidade econômica.
Neste contexto, considerando-se a importância econômica e social
da pecuária de corte e a abundância de recursos naturais suficientes
para o fornecimento do suporte alimentar para os rebanhos, a
utilização de práticas de manejo mais adequadas, em consonância
90
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
com as característcas florísticas e produtivas das pastagens nativas
dos lavrados de Roraima, pode se constituir numa alternativa para a
maximização de sua utilização, resultando em exploração com elevados
índices de sustentabilidade econômica (maior produtividade animal e
redução dos custos de produção), social (geração de renda e emprego)
e ambiental (incorporação de áreas subutilizadas ao processo produtivo
e redução dos desmatamentos).
As pastagens nativas dos lavrados de Roraima, apesar de
limitações quantitativas e qualitativas, historicamente, sempre propor­
cionaram o suporte alimentar para a exploração pecuária, que passou a
se constituir, ao longo dos anos, como a principal atividade econômica
da região. O sistema de pastejo contínuo com taxa de lotação variável,
mas em geral extensivo a super-extensivo e desvinculado do ritmo
produtivo estacional, tem contribuição direta para os baixos índices
produtivos dos rebanhos. Como forma de melhorar as condições de
alimentação, os criadores usam o fogo, prática de manejo das pastagens
visando à eliminação da forragem não consumida e endurecida,
proporcionando melhoria no valor nutritivo quando em estados iniciais
de crescimento, onde o capim se torna mais tenro. Nos lavrados onde
o capim Trachypogon representa 65% da pastagem nativa existente, a
produção animal pode ser muito baixa, o que inviabiliza economicamente
a atividade pecuária em áreas onde ocorre sua predominância, desde
que não sejam implementadas práticas para o seu melhoramento.
O fogo tem sido, ao longo dos anos, o único elemento de manejo
e o grande selecionador das espécies de gramíneas nativas nesse
ecossistema, sendo utilizado em até três vezes por ano, constituindo-se
em importante fator ecológico da região, porém com reflexos altamente
significativos e negativos no passivo ambiental decorrente da atividade
pecuária. Falar de savana implica inevitavelmente falar de fogo, pois
mesmo antes da presença do homem nessas regiões, o mesmo já
existia, ocorrendo de forma indiscriminada, visto que as queimadas
ocorriam de forma acidental e iniciadas por raios ou altas temperaturas
na seca e que levam a combustão espontânea, contribuindo de forma
significativa para o aumento da emissão de gases do efeito estufa. Além
do fogo, a compactação do solo, formando uma camada endurecida na
sua superfície, torna-o pouco permeável, impedindo a penetração mais
profunda das raízes. Dessa forma, com a chegada da estação seca, o
lençol freático desce e a falta de raízes profundas torna-se fatal para a
maioria das espécies vegetais. Contudo, diversos estudos realizados
com diferentes tipos de pastagens nativas de regiões tropicais, têm,
consistentemente, demonstrado os efeitos deletérios do fogo sobre
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 91
as características físicas e químicas do solo, além de proporcionarem
incrementos efêmeros e de baixa magnitude na produtividade e
qualidade da forragem em oferta. Apesar de serem ecossistemas
relativamente estáveis, as pastagens nativas, manejadas sob fogo,
não possibilitam a obtenção de indicadores técnicos e ambientais que
possam assegurar a sua sustentabilidade econômica, o que implica em
uma exploração pecuária obsoleta e sem perspectivas de evolução.
Para tanto, a adoção de práticas alternativas às queimadas (calagem,
adubação, roçagem, pastejo alternado, diferido ou rotativo) surgem
como ferramentas de manejo que podem substancialmente modificar e
melhorar os sistemas tradicionais de exploração da pecuária na região.
A pecuária bovina no lavrado apresenta sérias limitações, tais
como alimentação, tipo de criação, qualidade zootécnica do rebanho,
aspectos sanitários, dentre outras. Especificamente em relação a
alimentação, torna-se necessário o conhecimento das características
morfogenéticas das gramíneas nativas. Existe uma estreita correlação
entre o ciclo vegetativo das plantas e o seu valor nutritivo, pois à medida
que a planta cresce, decresce a proteína bruta e aumenta os teores
dos elementos estruturais (fibra, celulose e lignina). A lignificação
aumentando, leva à diminuição da digestibilidade e, consequentmente
a diminuição do consumo voluntário de forragem. A abundância de
forragem não significa necessariamente que o animal disponha de maior
quantidade de alimento, muito pelo contrário, quanto mais velha for a
pastagem, menor será o consumo, a digestibilidade e por conseguinte
menos alimentado o animal estará. Neste sentido, o conhecimento
das características morfogênicas e estruturais das gramíneas nativas
é de fundamental importância para o estabelecimento de práticas
de manejo que assegurem sua produtividade, persistência e melhor
utilização pelos animais.
Em áreas tropicais, com pastagem nativa, a estação seca passa
a ser o maior problema limitante para a obtenção de melhores índices
de produção animal. Nesse período, o valor nutritivo das gramíneas
forrageiras decresce acentuadamente atingindo de 2 a 4% de proteína
bruta, o que leva à perda de peso, influenciando diretamente na taxa
de natalidade, na produção de leite e no crescimento dos animais.
Na época chuvosa, com a pastagem em crescimento, esta pode
atingir entre 6 e 12% de proteína bruta, fazendo com que os animais
ganhem peso. Estima-se, para as áreas de savana nativa, que 6% de
proteína bruta seja o mínimo para que o animal mantenha seu peso
equilibrado. Em outras palavras, quando a proteína bruta for inferior
a 6% nas forrageiras, diz-se que seu teor é baixo; quando estiver
92
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
entre 6% e 9%, este é mediano e quando for superior a 10% é alto.
Com o uso do fogo, fato semelhante ocorre, visto que na fase inicial
de crescimento das forrageiras a proteína bruta está por volta de 8
a 10% e vai decrescendo para menos de 4% em 100 a 120 dias,
após a queima, enquanto que o teor de fibra comporta-se de maneira
exatamente inversa. Neste contexto, uma alternativa viável, técnica e
economicamente, para o melhoramento das pastagens nativas, seria
a introdução de leguminosas forrageiras, que além de contribuírem de
forma significativa para o aumento da oferta de foragem de alto valor
nutritivo, atuariam proativamente para a melhoria das características
físicas e químicas do solo, seja pela fixação simbiótica de nitrogênio
da atmosfera ou pela adição ao sistema soloplanta de expressivas
quantidades de matéria orgânica, via deposição de resíduos vegetais.
Apesar da grande relevância social e econômica da pecuária
em Roraima, os indicadores zootécnicos são extremamente baixos,
notadamente quanto à produtividade de carne e a capacidade de
suporte das pastagens (6 a 8 hectares/animal), denotando subutilização
dos recursos naturais disponíveis, implicando em significativos prejuízos
econômicos, sociais e ambientais. As principais causas para o fracasso
da pecuária, enquanto atividade estável e com perspectivas promissoras
de expansão, talvez resultantes da indefinição fundiária existente, são
a baixa fertilidade dos solos, a baixa qualidade da pastagem nativa,
agravada pela oferta estacional, a falta de investimento na formação de
pastagens de boa qualidade e de mineralização adequada dos rebanhos.
Estimativas indicam que, em pastagem nativa não melhorada, a
produção de carne foi da ordem de 7 a 9 kg/ha/ano, sendo o peso
médio de carcaça de 160 kg. A média estadual é de 223 kg para os
machos e de 171 kg para as fêmeas, considerando-se que a terminação
dos animais ocorre em áreas de floresta, onde as pastagens cultivadas
são de melhor valor nutritivo. O desempenho produtivo de bovinos
anelorados em pastagem nativa, recebendo como suplementação
apenas sal comum (cloreto de sódio), foi insignificante (0,056 kg/dia),
evidenciando, categoricamente, sua insustentabilidade econômica.
Estes indicadores podem ser consideralvelmente incrementados com
a adoção de práticas mais eficientes de manejo das pastagens nativas,
as quais, necessariamente, não implicarão na utilização de insumos
que onerem os custos de produção.
Atualmente, o agronegócio representa a principal atividade de
impacto ambiental no lavrado, ao lado da grilagem de terras, pecuária
extensiva e olarias. O crescimento urbano desordenado é outra
preocupação importante, pois este ambiente abriga mais de 80% da
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 93
população em menos de 20% da área física do Estado. A maior parte
das áreas de silvicultura e produção de grãos de Roraima estão no
lavrado. Os principais cultivos são de Acacia mangium, espécie exótica
usada para reflorestamento (30 mil ha), arroz irrigado (19 mil ha) e
soja (9 mil ha). O plantio de cana-de-açúcar, até o momento, está em
fase experimental (800 ha). Antigos cultivos (caju e eucalipto) ligados
ao FISET (Fundo de Incentivo Setorial) do início da década de 1980
(< 1500 ha), e os atuais projetos de fruticultura da Prefeitura de Boa
Vista (600 ha) também podem ser somados ao lavrado. Embora a área
total utilizada por estes projetos ainda seja inferior a 65 mil hectares,
o cenário é favorável para a expansão do agronegócio em toda a área
de savana que se localiza fora das terras indígenas (cerca de 1,7 milhão
de hectares). A principal conseqüência da expansão das monoculturas
será o impacto sobre os recursos hídricos e a perda de biodiversidade.
Contudo, considerando-se a cobertura vegetal dos lavrados de
Roraima, constituída basicamente por gramíneas nativas, pode-se
inferir que a pecuária, em moldes racionais e sustentáveis, seria uma
atividade econômica que poderia, em níveis satisfatórios, assegurar
sua preservação, além de contribuir de forma positiva para a geração
de emprego e renda. Ademais, o manejo adequado do ecossistema
lavrado é uma alternativa que potencialmente pode reduzir a ocorrência
de incêndios, naturais ou propositais, evitando catástrofes ambientais
como a ocorrida em 1998, a qual foi considerada uma das maiores do
século XX. Com o ajuste da carga animal, em função da capacidade
de suporte da pastagem nativa, a disponibilidade de material, com
fonte de combustível para a queima, é reduzida a níveis extremamente
baixos, diminuindo consideravelmente a ocorrência de incêndios.
Para obtenção dos objetivos propostos no projeto serão
conduzidos quatro experimentos voltados para testes de alternativas
de manejo e melhoramento da pastagem nativa dos lavrados de
Roraima. O solo predominante é o latossolo amarelo, textura média e
baixa fertilidade. A vegetação predominante é composta de gramíneas
dos gêneros Trachypogon, Andropogon e Axonopus. Sob o aspecto
climático a região apresenta períodos seco e chuvoso bem definidos,
com aproximadamente seis meses cada um. A precipitação anual de
Roraima é de 1.600mm sendo que 80% dessa precipitação ocorre nos
seis meses do período chuvoso. A temperatura é alta durante todo o
ano, apresentando média de mínimas em torno de 23ºC e média de
máximas em torno de 33ºC e umidade relativa do ar de 76%. As ações
a serem desenvolvidas são detalhadas a seguir.
94
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
A-41
Projeto: Capacidade germinativa de sementes de
espécies arbóreas nativas da Amazônia visando à
produção de mudas para reflorestamento de igarapés
degradados no município de Manaus
O crescimento desordenado e acelerado a qual os grandes
centros urbanos vêm sofrendo, tem promovido continuamente o
desmatamento de grandes áreas florestais. A consequência dessa
falta de planejamento tornou-se uma ameaça constante a existência
dos diversos ecossistemas naturais, uma vez que a remoção da
vegetação nativa e contaminação dos cursos d’àgua por dejetos
domésticos geram efeitos diretos e negativos sobre a qualidade do
ambiente urbano, a biodiversidade e a saúde da população humana.
Felizmente algumas medidas já estão sendo tomadas para evitar
a proliferação de ações destrutivas ao meio ambiente no Estado
do Amazonas. O Projeto Prosamim, coordenado pelo Governo do
Estado do Amazonas prevê a manutenção e restauração dos igarapés
urbanos a fim de restabelecer o bem estar da sociedade. No entanto, a
restauração dos igarapés implica em ações contínuas de melhoria não
apenas na qualidade das águas superficiais e na vida dos moradores,
mas também na regeneração da paisagem natural desses ambientes.
Uma vez que a vegetação marginal tem significativa influência para a
manutenção e nutrição dos igarapés e conseqüentemente da fauna
local, a presente proposta pretende avaliar a capacidade germinativa
de espécies arbóreas nativas da Região Amazônica visando o
reflorestamento dos igarapés urbanos degradados do município de
Manaus. Para isso será realizado um beneficiamento das sementes de
espécies arbóreas nativas de boa qualidade provenientes de matrizes
sadias e vigorosas, experimentos de germinação avaliando os fatores
que influenciam o processo germinativo, além da avaliação das mudas
nos primeiros estágios de desenvolvimento. O resultado do trabalho
trará inúmeros benefícios ambientais e sócioeconômicos para a Região
Amazônica na medida em que promoverá a integração harmônica do
homem com a natureza. As informações científicas geradas servirão
para subsidiar projetos de reflorestamento de áreas degradadas e
agraciará os produtores de mudas locais com informações científicas
indispensáveis para melhorar e ampliar o mercado de mudas nativas e
promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 95
Projeto: Desenvolvimento de coletor seletivo de
resíduos sólidos (lixo) para otimizar a reciclagem
A-42
O potencial do Brasil para reciclagem de resíduos sólidos é imenso.
Enquanto isso, o descarte de resíduos sólidos como plástico, papel,
vidro, metal e outros no meio ambiente aumenta a cada dia, contribuindo
com a contaminação do lençol freático, recursos hídricos, da natureza
prejudicando a biodiversidade (biota). É necessária a inserção de novas
tecnologias no processo de coleta seletiva de resíduos sólidos (lixo)
para reciclagem no sentido de facilitar e agilizar o serviço dos catadores
nesta coleta, organizados em cooperativas e contribuir com educação
ambiental, mas existem alguns gargalos no que se refere à coleta
seletiva desses resíduos. Entre estes gargalos apresenta-se a falta
de novos sistemas e de equipamentos que permitem agilizar a coleta
seletiva destes resíduos sólidos. O projeto possibilitará estabelecer
sistema tecnológico que aumente a capacidade e quantidade de coleta
seletiva de resíduos sólidos descartados pelas pessoas nas residências,
condomínios, edifícios, empresas e com isso reduzir a quantidade de
lixos descartados no meio ambiente e destinados aos lixões.
Devido à necessidade de melhoria no setor da coleta seletiva de
resíduos sólidos para reciclagem e transformação. Este projeto consiste
em desenvolver um coletor seletivo de resíduos sólidos por gravidade
embutido em parede, muro e grade, para instalação em residências
condomínios, edifícios e empresas, a fim de ajudar e facilitar os
catadores organizados em cooperativa, compreendendo os requisitos
de sistema de coleta interna e externa, suporte de encaixe do coletor
seletivo na parede, muro ou grade, entradas interna e externa de
resíduos com tampas e travas de segurança, saídas externas inferior em
declive e superior com tampas e travas de segurança,permanecendo
fechado e lacrado impossibilitando o contado do lixo com cães e gato,
evitando com isto depredação dos mesmos, considerando desde
armazenamento e seleção até retirada seletiva dos resíduos sólidos
pelos catadores.
O projeto prevê o desenvolvimento de um coletor seletivo
embutido na parede, muro ou grade que possa facilitar a coleta seletiva
96
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
de resíduos sólidos nas residências, condomínios, edifícios e empresas.
Atualmente não existe nenhuma iniciativa neste sentido de coleta
seletiva de resíduos sólidos em residências para otimizar a reciclagem
em grande escala, algumas das residências possui uma lixeira
externa na calçada onde é colocado todo tipo de lixo. Este processo
é ineficiente e são relatadas muitas perdas e depredação por cães e
gatos causando transtorno a cidade, e grande parte destes resíduos
vão parar nos igarapés e destes aos rios, nos bueiros obstruindo-os
causando inundação, e grande parte vai para lixões inadequados e
impróprios para o descarte destes resíduos, contaminando com isso o
meio ambiente, lençol freático, nascente, corpos de água e biota.
É preciso à inserção de novas tecnologias de inovações neste
setor, pôs esta na hora da população fazer um esforço e dar sua parcela
de contribuição de educação ambiental quanto o destino correto de
aproveitamento e transformação de resíduos sólidos, reduzindo com
isto o impacto ambiental gerando emprego e renda aos catadores.
Os desafios construtivos do coletor seletivo residencial embutido
demandam por conhecimentos em design gráfico construtivo, sistema
de coleta por gravidade. Neste sentido o pesquisador proponente
atende a estes requisitos. O desenvolvimento do projeto se dará em
uma instituição de pesquisa do Estado do Amazonas e contemplara os
passos necessários para o desenvolvimento dos sistemas do coletor
seletivo, o sistema de coleta interna e externa, o sistema de travas de
segurança.
Na primeira etapa do projeto será feito o desenvolvimento das
etapas de resistência do material aplicado ao coletor seletivo, sistema
de coleta seletiva por gravidade. Na segunda etapa do projeto este
equipamento será testado pela equipe de suporte técnico em escala
menor, quando será disponibilizado para a Secretaria de Limpeza
Pública para realização de testes em escala real. Após os testes em
escala real serão feitos os testes nas travas de segurança. No final do
projeto será feito um pedido de proteção intelectual do produto gerado
na pesquisa.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE A-43
97
Projeto: Inovação tecnológica para a reprodução
por indução da espécie Brachyplatystoma flavicans
e a criação de um dos grandes bagres da Amazônia
ameaçado de extinção
O projeto objetiva aplicação de inovação tecnológica, para a
criação sustentável da espécie Brachyplatystoma flavicans (dourada
da Amazônia) com a introdução dos anelídeos na cadeia alimentar
minimizando custo com a ração industrializada, proposta de um projeto
piloto para reprodução por indução (em laboratório) com o intuito da
manutenção da espécie na Bacia do Rio Madeira principalmente na
área de influência dos futuros reservatórios das UHE’s Santo Antonio e
Jirau no município de Porto Velho (RO).
A introdução de um laboratório para a reprodução de espécies
selvagens, espécies ameaçadas de extinção e espécies economicamente
viáveis, Tal iniciativa prende-se ao fato, de desenvolver um trabalho que
privilegie uma estratégia de proteção ambiental, que busque soluções
aos problemas sociais, ambientais, e que gere alternativa de emprego
e renda para as comunidades do entorno dos reservatórios das UHE’s
Santo Antonio e Jirau e profissionais da pesca associados às colônias
de pescadores do Estado de Rondônia.
Em ambiente natural a proliferação da dourada é de aproxima­
damente 500 alevinos ano. No entanto uma fêmea produz aproxima­
damente 10.000mil óvulos o aproveitamento é de mais ou menos 5%.
Com a reprodução em laboratório (indução) com o auxilio de hormônio
podemos alcançar uma aproveitamento de mais de 80%, o que
representa 8.000 mil alevinos por fêmea.
A proposta inicial é trabalhamos com 50 fêmeas, o que nos
proporcionará uma produção de aproximadamente 400 mil alevinos
ano. Com três anos o projeto estará alto-sustentável, uma vez que, com
esta idade, inicia o ciclo reprodutivo da espécie dourada em ambiente
natural.
A metodologia para a implantação do projeto está planejada para
ser desenvolvido em três ambientes e três fases:
Na primeira fase e ambiente, o projeto compreenderá uma
área do Estado de Rondônia na bacia do igarapé Bate-Estacas, um
ecossistema com características propicia para a reprodução e a criação
dos alevinos da espécie dourada até a fase de juvenil mais o menos 20
98
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
cm de comprimento, uma vez que, as características fisicoquimica da
água têm as mesmas propriedades das águas do Rio Madeira habitat
natural da espécie dourada.
Na segunda fase e ambiente, o projeto compreenderá uma área
do Estado de Rondônia na bacia do Rio Jamari, uma vez que, a jusante da
UHE Samuel nas margens direita e esquerda existe aproximadamente
mais de 22 lagos naturais ambientes propícios para o desenvolvimento
até a fase de adulto, pois neste lagos há alimentos vivo em abundancia,
peixe (forrageira) sem valor econômico no inicio da cadeia alimentar,
com composições nutrientes e oferta em qualidade e quantidade
semelhantes às existentes no estuário na foz do Rio Amazonas com o
Oceano Atlântico.
Na terceira fase e ambiente, o projeto compreenderá a Bacia do
Rio Madeiras e demais afluentes do Rio Amazonas, sendo que com o
período pluviômetro da região e o aumento do nível da água dos rios.
Os lagos são inundados pelas águas da bacia do Rio Madeira e os peixes
do projeto voltarão a calha dos rios e a área dos futuros reservatórios
das UHE’s Santo Antonio e Jirau, como um produto com potencial para
implementação do desenvolvimento sustentável na região.
A-44
Projeto: Aplicação de um modelo de camada
limite atmosférica para estudo da influência do
desmatamento no comportamento climatológico
e caracterização de potenciais eólicos em regiões
amazônicas
Um modelo numérico de Camada Limite Atmosférica (CLA), em
desenvolvimento na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
deverá ser aplicado para uma ou mais regiões amazônicas para
análise detalhada das alterações climatológicas da região devidas ao
desmatamento. Este modelo é capaz de prever o comportamento do
vento, umidade, pressão e temperatura regional em função do tipo
de ocupação do solo (vegetação, cidades, água, entre outros). Desta
forma um modelo de rugosidade do solo implementado ao modelo
de CLA deve ser utilizado para captar principalmente a vegetação
real de uma determinada região, em vistas a obter o comportamento
dos parâmetros de interesse em função do tipo de rugosidade
implementada para o solo (floresta fechada, área desmatada, região
rochosa, grama baixa, água etc).
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 99
O modelo é capaz de simular várias condições de rugosidade,
permitindo modelar desde uma floresta pluvial tropical (mata fechada)
até terrenos com vegetação rasteira, que caracterizam pastos
ou cultivos agrícolas das regiões desmatadas. Acredita-se que a
mudança da condição de rugosidade do solo, mediante a alteração
do comportamento do vento, seja capaz de alterar os parâmetros
climatológicos como temperatura, umidade e a pressão na camada
limite atmosférica envolvida. Desta forma, o modelo desenvolvido
pode detectar se a mudança de uma mata fechada para uma vegetação
rasteira, como conseqüência do desmatamento, pode acarretar
em mudanças drásticas nos parâmetros climatológicos da região.
Assim, a modificação da vegetação local, realizada através do modelo
de rugosidade do solo, permite avaliar o comportamento regional
destes parâmetros, indicando a necessidade de possíveis áreas de
recuperação que venham a reproduzir as condições originais da região
antes do desmatamento.
Por outro lado, os resultados obtidos do modelo de CLA podem
também ser utilizados com objetivos de desenvolvimento sustentável
da região, tais como levantamento de potenciais eólicos de regiões
de interesse, indicando as áreas de maior incidência de vento para
instalações das turbinas eólicas para geração de energia elétrica em
regiões da Amazônia.
Uma possível mudança na direção e velocidade do vento,
devido ao desmatamento descontrolado da região, pode ser capaz de
alterar o ecossistema regional, não somente alterando as condições
climáticas, como também gerando mudanças na distribuição de
poluentes atmosféricos de centros industriais, alterando a distribuição
dos mesmos na região.
Em suma, o modelo de CLA proposto é capaz de fornecer
informações regionais que podem ser utilizadas para prever as novas
condições da região causadas pelo desmatamento, como também
prever as possíveis áreas de recuperação que venham a melhorar as
referidas condições. Por outro lado, o modelo proposto é capaz também
de fornecer dados de vento da região que podem ser utilizados para
elaboração de projetos sustentáveis de geração de energia elétrica a
partir do levantamento dos potenciais eólicos da região.
100
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Pet Há Salvação
A-45
Estamos vivendo no século XXI onde o mundo estar girando
em três propostas humanitárias: a tecnologia que está formando um
solo mundial, a moda que desde muito tempo é presente na vida dos
brasileiros e o meio-ambiente que tem alertado a população mundial
para um mundo melhor. Juntando essas três novas regras de vida do
ser humano tiramos uma idéia que é presente na vida de cada brasileiro,
uma idéia que vai abrir várias portas para o mercado brasileiro assim
ajudando pessoas que precisam de ajuda financeira para sobreviver.
Garrafas Pet são usada todos os dias no Brasil,milhares delas são
jogadas fora, muitas são aproveitadas em indústria de reciclagem, e foi
com a garrafa Pet que nasceu a idéia de juntarmos todos os desejos do
brasileiro em uma proposta saudável. Qual pessoa não fica encantada
com uma roupa nova? Com um enfeite de casa? Esse é o foco, garrafas
Pet que podem se transformar em roupas, matérias de casa, mesa e
banho e decorações.
Tudo isso pode ser criado a partir da garrafa de Pet e é com isso
que nasce a idéia de criar uma indústria de aproveitamento de garrafas
PET para o uso do dia-a-dia do brasileiro. Nessa industria o material
focado são as garrafas e os seus destinos são roupas,tecidos,matérias
de casa,mesma e banho e decorações.Todo o desejo de consumo dos
brasileiros.
Com toda essa criação, a indústria não vai só salvar o meio
ambiente, vai ter outra vantagem: ajuda trabalhadores das comunidades
ribeirinhas. Dando a eles oportunidade de ter renda familiar e mudar a
situação da população carente, pessoas que precisam apenas de uma
oportunidade para crescer na vida.
Com ajuda de empresas como o Sebrae que estimula o
empreendedorismo, Embrapa que tem o apoio técnico e cientifico e
uma empresa local,podemos juntar esse três fatores que tem presença
na vida das pessoas.Roupa,quem não se encanta e precisa?È uma
necessidade que vem de um desejo que juntamente fabricado com
um material ecológico que é bem-vindo a natureza, podemos não só
mudar a vida e costumes dos brasileiros sobre a natureza, mas sim
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 101
ajudá-los com uma oportunidade que abre portas para um futuro, onde
suas crianças poderão continuar fazendo a diferença.
Projeto: Reciclagem: uma nova forma de
conscientização
A-46
A reciclagem é o termo geralmente utilizado para designar o
reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para
um novo produto, onde muitos materiais podem ser reciclados e os
exemplos mais comuns são o papel, o vidro, o metal e o plástico.
As grandes vantagens da reciclagem são a minimização da utilização
de fontes naturais, muitas vezes não renováveis; e a minimização
da quantidade de resíduos que necessita de tratamento final, como
aterramento, ou incineração.
Desde da década de 1980, a produção de embalagens e produtos
descartáveis aumentou significativamente, assim como a produção de
lixo, principalmente nos países desenvolvidos, havendo a necessidade
de se criar uma nova alternativa para os resíduos sólidos. A reciclagem
trás grandes vantagens em vários aspectos.
No meio ambiente a reciclagem pode reduzir a acumulação
progressiva de resíduos, a produção de novos materiais, como por
exemplo, o papel, que exigiria o corte de mais árvores; as emissões de
gases como metano e gás carbônico; as agressões ao solo, ar e água;
entre outros tantos fatores negativos.
No aspecto econômico, a reciclagem contribui para o uso mais
racional dos recursos naturais e a reposição daqueles recursos que
são passíveis de reaproveitamento. No âmbito social, a reciclagem não
só proporciona melhor qualidade de vida para as pessoas, através das
melhorias ambientais, como também tem gerado muitos postos de
trabalho e rendimento.
Muitos governos e ONGs estão cobrando de empresas, posturas
responsáveis: o crescimento econômico deve estar aliado à preservação
do meio ambiente. Atividades como campanhas de coleta seletiva
de lixo e reciclagem, são mecanismos mais utilizados para redução
desses resíduos, esse processo além de preservar o meio ambiente,
102
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
também gera riquezas, o que contribui para a diminuição significativa
da poluição do solo, da água e do ar.
No Brasil muitas indústrias estão reciclando materiais como uma
forma de reduzir os custos de produção. Outro benefício da reciclagem
é a quantidade de empregos que ela tem gerado nas grandes cidades,
muitos desempregados estão buscando trabalho neste setor e
conseguindo renda para manterem suas famílias.
Como pode-se observar, se o homem souber utilizar os recursos
da natureza, poderemos ter, muito em breve, um mundo mais limpo e
mais desenvolvido. Desta forma, poderemos conquistar o tão sonhado
desenvolvimento sustentável do planeta.
Projeto: Controle biológico de moscas-das-frutas
na Amazônia: um caminho para desenvolvimento
sustentável da fruticultura
A-47
Os problemas fitossanitários constituem-se no principal entrave
à expansão da fruticultura nacional, uma vez que além de ocasionar
danos diretos ao produto final, reduzindo sua qualidade e quantidade
produzida, também são objeto de rigorosas normas internacionais
impostas por países importadores, as chamadas barreiras não
tarifárias. Adicionalmente, os atuais modelos de controle fitossanitário,
baseados quase que exclusivamente na aplicação de defensivos
agrícolas, podem provocar desequilíbrios biológicos no ecossistema,
bem como outros danos ambientais. Nesse contexto, o presente
trabalho propõe uma alternativa adicional para o controle de moscasdas-frutas, consideradas as principais pragas da fruticultura nacional e
internacional. Ao que parece, esta é a primeira proposta que considera a
associação de duas estratégias biológicas para o controle das referidas
pragas. Em outras palavras, a proposta preconiza a utilização de fungos
entomopatogênicos conjuntamente aos parasitoides nativos, para
reduzir a multiplicação de moscas-das-frutas em condições naturais.
É importante observar, no entanto, que as estratégias ora propostas
não tem a pretensão de substituir os defensivos agrícolas no controle
de moscas-das-frutas. O que se pretende é a incorporação dessas
estratégias como importantes componentes de programas de manejo
integrado dessas pragas.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 103
Projeto: Produção de biomassa a partir de plantios
florestais de rápido crescimento para produção de
energia calorífica em uso doméstico e industrial
A-48
Neste ano internacional das florestas, proclamado pela ONU, um
dos maiores desafios deste século é a produção de energia renovável e
sustentável, tanto no aspecto econômico quanto ambiental. O eminente
esgotamento das fontes de carbono fósseis, principalmente o petróleo,
apontado por pesquisadores para um prazo máximo de cem anos, torna
este desafio ainda mais urgente. Ao assumir o incentivo à agricultura
de energia, o Brasil enfrenta três grandes desafios do século XXI com
uma única política pública: produzir energia sustentável; proteger o
ambiente; e gerar emprego e renda, com distribuição mais equitativa.
Este projeto pretende colaborar com este desafio, implementando nos
municípios de Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Maués, Parintins e
Urucará, no Estado do Amazonas, um projeto demonstrativo piloto de
Plantações Florestais Energéticas, com o objetivo central de produzir
biomassa em florestas plantadas de alto rendimento para gerar energia
de uso doméstico, para empresas do setor cerâmico e de panificação.
Os principais benefícios no âmbito municipal serão a geração de
emprego e renda para os pequenos e médios produtores; fixação da
mão-de-obra no Interior do Estado; maiores retornos econômicos aos
plantadores de florestas e seus produtos para atendimento ao setor
primário de geração energético e derivados; profissionalização dos
produtores de madeira na cadeia produtiva madeira-energia-lenha e
derivados; e agregação de valor ao produto florestal, que passará a ter
a característica de um produto “verde” que preservará as reservas de
florestas nativas. Em nível nacional contribuirá com o Plano Nacional
de Agroenergia, que embora ainda em estágio tecnológico inferior
às demais fontes em uso, estas florestas energéticas apresentam
aspectos positivos como a sustentabilidade dos sistemas e baixa
emissão de gases de efeito estufa. Desta forma, o projeto pretende
contribuir na realização da transição da matriz energética de uma forma
mais segura e menos traumática para a qualidade de vida da população
que vive na Amazônia, com enfoque na produção de energia a partir
dos maciços de florestas energéticas.
104
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Levantamento e seleção de plantas
retentoras de barranco para recuperação da mata ciliar
do Rio Madeira
A-49
O Rio Madeira, tem 1.700 km de extensão em território
brasileiro e vazão média de 23.000 m3 por segundo, sendo o segundo
Rio mais caudaloso da bacia amazônica. O Rio Madeira recebe
este nome, pois no período de chuvas seu nível sobe e inunda as
margens, trazendo troncos e restos de madeira das árvores. Aliado
a isso, a excessiva atividade antrópica nas margens do Rio Madeira,
em Porto Velho, tem destruído totalmente as matas ciliares, o que
tem agravado drasticamente esse problema de desbarrancamento.
A existência da mata ciliar é de vital importância para a conservação e
funcionamento da bacia hidrográfica, pois, além da proteção, exerce
também função de produção, proporcionando inúmeros bens e
serviços ambientais as populações ribeirinhas. Muito se tem discutido
sobre a necessidade de recomposição das matas ciliares, no entanto,
apesar da conscientização de proprietários e governantes, os trabalhos
de recomposição têm esbarrado, frequentemente, na inexistência de
informações técnicas sobre o que e como plantar nas margens dos
rios. Plantas que possuem características próprias como: adaptação
a exposição parcial das raízes, flexibilidade, resistência a serem
arrancadas pela forca da agua, capacidade de brotamento das raízes e
propágulos vegetativos, são características desejáveis para utilização
nessa recuperação. As espécies como os ingás, Inga vera Willd e Inga
edulis Mart., são indicada na recuperação de barrancos de rios, pois se
adapta e domina facilmente essas áreas, como também as espécies do
gênero Salix (Salseiro) e Sapium (Sarã) são muito adaptadas a terrenos
úmidos O objetivo deste projeto é o levantamento, identificação e
teste de plantas com capacidade de retenção de barrancos visando
oferecer uma alternativa a mais para recuperação da mata ciliar do Rio
Madeira. O estudo será realizado na região do Lago do Cujubim, na
margem direita do Rio Madeira, município de Porto Velho, RO. Serão
utilizadas cinco propriedades, onde a mata ciliar foi eliminada e onde
serão aplicados os devidos tratamentos.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 105
Projeto: A construção de uma fabrica de reciclagem
A-50
O nosso município por ser, mais de 50% de casas parafitas e
estão localizado na aréa baixa da cidade vem há decadas sofrendo de
duas calamidades. quando não é enchentes são as queimadas.
Para quem conhece o Município de Laranjal do Jari no Estado do
Amapá, é sabedor de que a poluição é um fator que contribui muito
com essas situações calamitosas. É bem visível vê que nosso querido
Rio jari esta sendo usado como um grande lixão a céu aberto para a
população. Apesar de essa poluição está afetando o meio ambiente,
está também prejudicando a saúde de nossos moradores.
Quando é inverno nosso município é bem castigado com as
chuvas por estarmos próximo da Cachoeira de Santo Antonio as
cabeceiras ficam bastante cheias e descem no Rio Jari, como ele esta
asoriado de lixo em grande parte, as águas não tem para onde irem
causando as inundações.
Quando é verão as águas secam e o sol castiga nosso município
por está cheio de entulhos debaixo das casas, se torna um grande
combústivil e acontecem incêndios de grandes proporções em nosso
município.
Por isso, a construção de uma fabrica de reciclagem seria uma
grande ajuda, tanto para nosso município como nossos munícipes.
e mais ainda para o meio ambiente. imaginem quantas e quantas
toneladas de lixo reciclaveis serão tirados do meio ambiente de nosso
município e calocando-os para serem reutilizado de forma reciclada.
O meio ambiente agradece.
106
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Revitalização das áreas de ressaca da cidade
de Macapá
A-51
Com a construção de moradias com o projeto do pac do governo
federal muitas pessoas estão saindo e ainda sairão das áres de ressaca
da cidade de macapá, por essa razão se faz necessário a implementação
de um projeto que vise restaurar as áreas de ressaca de onde essas
famílias estão saindo. portanto o projeto Revitalização das áreas de
ressaca da cidade de Macapá, tem como objetivo a revitalização dessas
áreas, que caso não seja tomada nenhuma iniciativa para restaurar
essas áreas novas famílias ocuparão futuramente as mesmas, como
sabemos residir em áreas de ressaca trás inumeros problemas sociais
não só para as pessoas que nela residem, mas para toda a cidade.
esse projeto irá revitalizar as áreas de ressaca de macapá após a saida
dessas famílias, pois será feito uma limpesa na área, em seguida será
feito o plantiu de plantas aquáticas e terrestres, e consequentemente
serão feitas as barragens, o calçamento e os quiosques nas margens,
além disso serão colocadas canoas e pedalinhos.
Para que as pessoas possam adentrar tais áreas utilizando das
mesmas não como moradia, mas como turismo ambiental.
Projeto: Estratégias de Comunicação para Divulgação
da Pesquisa Agroflorestal da Rede Kamukaia, sobre a
Castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa).
A-52
A rica biodiversidade amazônica, seja em termos de espécies
animais, vegetais e de microrganismos, assim como a sua diversidade
sociocultural, conferem grande importância a essa região e seus
produtos, a exemplo dos produtos florestais não-madeireiros (PFNM),
dos quais provém a sobrevivência de milhares de pessoas que vivem
na Amazônia. Apesar disso, os números oficiais da producão primária
nacional apontam para uma fração inferior a 0,5% dessa produção
sendo relativa aos produtos da biodiversidade. Há uma carência de
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 107
informações consolidadas para a Amazônia relativas a produtividade,
ocorrência e recomendações de manejo para as principais espécies
de uso comercial como, por exemplo, a castanha-do-brasil, andiroba e
copaiba.
Em 2005, sob a coordenação da Embrapa Acre, teve inicio o
projeto Kamukaia (Kamuk e Aka, que significam produtos da floresta em
Wapixana) cujo principal objetivo foi o de formar uma rede de estudos
ecológicos para subsidiar recomendacões de manejo dos PFNM,
por meio do monitoramento da produção, regeneração e impacto do
extrativismo da castanheira, andirobeira e copaibeira, em diferentes
regiões da Amazônia brasileira. Resultados iniciais desse projeto estão
sendo fundamentais para políticas do Governo, a exemplo da definição
de diretrizes técnicas para o manejo da castanheira (Bertholletia
excelsa). Entretanto, essas diretrizes precisam ser exercitadas em
diferentes situações de extração do produto para sua adequação.
Portanto, faz-se necessárias ações para disseminação junto as
comunidades extrativistas, dos conhecimentos já acumulados pelo
Kamukaia, por meio da adoção de estratégias de comunicação, que vão
muito além da comunicação midiática, e visam a validação das diretrizes,
dar visibilidade aos produtos da sociobiodiversidade e fortalecer a
inclusão destes no mercado, aumentando a representatividade do
extrativismo na produção primária do país.
Os produtos da ciência e da tecnologia estão cada vez mais
presentes no dia a dia da população ao mesmo tempo em que cresce
a demanda por iniciativas que promovam a popularização e a difusão
da ciência, tecnologia e da inovação, elementos fundamentais para
o desenvolvimento nacional. Entretanto, o acesso a informação
tecnológica de modo amplo e ao processo de desenvolvimento da
pesquisa de modo particular, ainda é muito limitado a determinadas
parcelas da população. Os avanços das tecnologias de informação
e comunicação (TICs) briram espaços para que as instituições de
pesquisa, como fontes de informação, dispusessem de mais espaços
para veicular os resultados de suas pesquisas.
Antes, porém, é necessário estruturar o processo de organização
e disseminação dessas informações. Regra geral tem-se a divulgação
científica (DC) como uma atividade que compreende a apresentação
da informação científica, tecnológica e/ou de inovação, em uma
linguagem não especializada, de modo a tornar seu conteúdo conhecido
e acessível ao não especialista, ao leigo, à sociedade.
108
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Os profissionais envolvidos nessa atividade têm buscado formas
inovadoras e eficazes de produção da informação a ser comunicada a
estes públicos. A Embrapa Rondônia coordenou nos anos 2007-2008
o projeto Com.Ciência Florestal, por meio do qual foram desenvolvidas
estratégias de comunicação para a divulgação de resultados de
pesquisas da área agroflorestal.
O objetivo principal desta proposta é criar, fortalecer e monitorar
estratégias de comunicação científica de ações de pesquisas desen­
volvidas pela Rede Kamukaia, compreendendo ações de comunicação
comunitária, mercadológica, midiática e de popularização da ciência.
Especificamente serão alvos da DC as ações de pesquisa e transferência
de tecnologias relacionadas ao manejo da castanha-do-brasil. Para isso
serão desenvolvidas atividades de capacitação da equipe; promoção
e,ou participação em eventos de divulgação científica; e elaboração de
materiais de divulgação (catálogos, folderes,etc) os PFNM.
Os beneficiários diretos das ações do projeto serão os produto­
res extrativistas, alunos e professores de nível Fundamental e Médio;
educadores ambientais e a equipe do projeto. Os beneficiários indiretos
serão todos os representantes do público leigo que tiverem acesso
as informações, geradas pelo projeto, divulgadas em eventos e em
veículos de comunicação de massa.
A estratégia de ação envolverá a participação de pesquisadores
e comunicadores das Instituições de pesquisa membros da Rede
Kamukaia cujos projetos sejam alvo das ações de DC. A disponibilização
de informação sobre os PFNM de forma organizada adequada ao
público leigo, e ao segmento mercadológico, bem como a validação
das diretrizes de manejo e a produção de material didático pedagógico,
para uso na educação científica e ambiental, são resultados finalísticos
que se espera alcançar.
Projeto: Meliponicultura na Região Insular de Belém
A-53
É contrastante a biodiversidade Amazônica e a realidade de
abandono na qual vivem as comunidades tradicionais ribeirinhas. Esta
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 109
situação se agrava em regiões insulares como o entorno de Belém,
região conhecida por apresentar um dos mais baixos IDH do Brasil.
A Ilha das Onças, área onde será realizado este trabalho, pertence ao
município de Barcarena (PA), área que apresenta sérios problemas
ambientais, sociais e de saúde pública. A desnutrição é uma realidade
desta área, é contraditório o fato desta fazer parte do bioma com maior
biodiversidade do planeta, o que deveria representar garantia de uma
abundante oferta de proteínas, calorias, vitaminas e minerais, dando um
excelente padrão de saúde, nutrição e qualidade de vida, porém, não
é essa realidade observada. Perante tal realidade, o presente projeto
visa a segurança alimentar através do estabelecimento de uma fonte
de renda segura e sustentável para famílias da Ilha das Onças. Isso
se dará via implantação da meliponicultura, que além da produção de
mel, irá promover o aumento da polinização dos açaizais e conseqüente
aumento da sua produtividade. Em 12 meses, pretendemos implantar
meliponários, bem como capacitar e qualificar os ribeirinhos para esta
atividade. Este projeto servirá de modelo para o desenvolvimento
sustentável das comunidades ribeirinhas nas regiões insulares do
Pará, bem como uma estreita relação universidade-comunidade, com
inclusão social.
Projeto: Oficinas de reutilização de resíduos sólidos
em comunidades de alto risco social: estratégia de
reduzir o impacto ambiental sobre os recursos hídricos
A-54
Boa Vista possui bairros com alto risco social constituída por
uma população de baixa renda, péssimas condições de habitação,
falta de saneamento básico, trafico de drogas, prostituição e ausência
de políticas públicas. Cabe salientar que estas comunidades sofrem
a descriminação de outros bairros, uma espécie de aparthaid social.
A implantação do projeto é um grande avanço na redução de resíduos
sólidos e da preservação ambiental. O projeto tem como eixo básico
aliar atividades práticas com a questão didático pedagógica, e levar
os discentes a interagir com a realidade. O projeto tem como ação
principal à implantação de ações de redução de resíduos sólidos, como
oficinas de reaproveitamento de papelão, sacolas plásticas, garrafas
PET, jornais e latinhas de alumínio, ou seja, estratégias de geração de
110
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
emprego e renda, aliadas à preservação ambiental. Outro fator positivo
do projeto será de retirar crianças e adolescentes de um cenário
de alto risco social. As oficinas devem ser realizadas nas próprias
comunidades, a logística que envolvera material, coordenadores e
instrutores ficara a cargo da equipe da universidade. O projeto terá
duração de 24 meses e neste período devem ser capacitadas mais
de 700 pessoas e eliminados milhares de sacolas plásticas e diversos
resíduos sólidos. As ações propõem resultados extremamente positi­
vos como levar a Universidade até a comunidade, alem das ações
de geração de emprego e renda com a utilização de resíduos sólidos
reduzindo seu impacto sobre o meio ambiente. As ações assim se
mostram de grande importância, pois derrubaram grandes barreiras
sociais e culturais e são o primeiro passo para a sustentabilidade
destas comunidades e a eliminação de toneladas de resíduos que
iriam ter como destino o meio ambiente.
Projeto: Gaya: espaço temático interdisciplinar de
educação ambiental e ciências
A-55
Trabalhar a ciência e educação ambiental requer reflexão sobre
a complexidade da sociedade contemporânea com seus problemas
e suas demandas. De acordo com o pensamento fundamentado nos
novos paradigmas da ciência, quais defendem a interlocução de saberes
como afirma Morin (2002) e Marques (2002) é preciso reformar o
pensamento e consequentemente as ações. A sociedade atual requer
dos sujeitos a necessidade de uma formação ampla, múltipla e não
fragmentada, essa prerrogativa na verdade já havia sido pensada por
Marx (2001) há alguns anos atrás na defesa de um tripé formador que
englobaria a educação física (corpo mente) a educação politécnica (
saber fazer) e a educação cientifica (fundamentos) como elementos
básicos para educação no intuito de formar on-nilateralmente as
pessoas, ou seja, formar o ser integral.
O presente projeto visa oportunizar a professores, alunos e todos
integrantes dos espaços escolares e das redes sociais da escola, o
contato com diferentes metodologias de ensino aprendizagem em
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 111
Ciências e educação ambiental dentro dessa perspectiva interdisciplinar
e multidimensional.
A metodologia utilizada será norteada pelo olhar dialético/
dialógico (Freire, 2001) contemplando a interação de todos os
elementos na perspectiva da ecopedagogia (Gadotti, 2001) que busca
hoje trabalhar as questões pedagógicas integradas às preocupações
sociais, econômicas e ecológicas. O projeto se efetiva com as práticas
que serão contempladas nos espaços definidos, essas práticas
serão fundamentadas no conhecimento epistemológico da Educação
Ambiental e da Ciência abrangendo como cita o PCN (1997) todas as
dimensões humanas e o meio ambiente material e imaterial.
Os procedimentos práticos serão efetivados em espaços de
interação e aprendizagem que estarão situados em áreas formais e não
formais do local indicado para realização do projeto (Tapiri – DDPM), de
maneira que possa envolver e utilizar todos os ambientes. Os espaços
destinados as práticas internas serão dispostos em círculos para que
o visitante tenha uma visão holográfica de cada temática que poderá
ser trabalhada nos diferentes setores, os espaços não formais deverão
estar situados sequencialmente de maneira que promova a integração
de todos os elementos do meio ambiente (bióticos e abióticos).
O processo de formação será organizado periodicamente pelo
DDPM ou quando solicitado pelas escolas. Na medida da solicitação
serão organizados cursos para os diversos públicos, devendo também
atender na medida do possivel as redes sócias comunitárias das
instituições educacionais. O importante é que cada um dos espaços
deverá contemplar amostras e oficinas para que o professor, o aluno ou
qualquer outro participante possa participar da formação e levar esse
conhecimento prático teórico para sua escola ou comunidade.
Os espaços do laboratório interdisciplinar contemplam 10 uni­
dades temáticas descritas a seguir:
a. Espaço de acolhimento jardim de orquídeas (área não formal).
Esse espaço localizado na entrada do tapiri servirá como acolhimento
para as pessoas inserindo – as no processo de aproximação com a
natureza amazônica. Contará com um alambrado de 2 metros de altura
e 10 metros de comprimento onde estarão localizadas as orquídeas, ao
meio, terão fontes artificiais que servirão para a hidratação das orquídeas
e estética harmônica do lugar. Neste espaço estará disposto também
o jardim zen com espelho de água contendo vitorias régias com área
de meditação e yoga, aviário com araras e periquitos aproveitando a
arborização do lugar.
112
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
b. Espaço interativo de tecnologias e mídias/ vídeos/ óculos
para 3D. Esse espaço formal contará com PC, data show, tela, vídeos
temáticos para estimular a aprendizagem reflexiva sobre questões da
Ciência e Meio Ambiente especialmente amazônico.
A-56
Projeto: Avaliação da toxicidade de Piper aduncum
L. e Piper hispidinervum (C.DC) para Anticarsia
gemmatalis Hübner (Lepidoptera: Noctuidae) e
Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Acari: Ixodidae)
O objetivo desse projeto é avaliar a toxicidade de extratos de duas
plantas da flora amazônica, Piper aduncum e Piper hispidinervum, sobre
as populações de Anticarsia. gemmatalis e Rhipicephalus (Boophilus)
microplus. As folhas das plantas serão coletadas no município
de Manaus, secas em estufa à temperatura de 37°C, trituradas e
extraídas por solventes orgânicos pelo método de extração à quente
em aparelho Soxhlet. Para a extração do óleo essencial das espécies
vegetais será utilizado o método de hidrodestilação em aparelho
Clevenger. Para avaliação da atividade inseticida, serão utilizadas 350
lagartas de terceiro ínstar, divididas em grupos de dez. Cada grupo
será colocado em placa de Petri, juntamente, com um disco de folha
de soja de 35mm de diâmetro que será imerso, por um minuto, nos
extratos e óleo essencial em diferentes concentrações. Os grupos
serão mantidos em estufa B.O.D. à temperatura de 27 ± 1°C e umidade
relativa de 70 ± 10%. A mortalidade será avaliada, diariamente, durante
72 horas e os efeitos secundários, diferenças no número de ínstares,
até a fase pupal. Para avaliar a atividade acaricida sobre fêmeas
ingurgitadas 350 fêmeas ingurgitadas serão coletadas e separadas em
grupos de 10 (dez), pesadas e imersas separadamente nos extratos e
óleo essencial, nas diferentes concentrações estabelecidas, durante
cinco minutos. Serão utilizados dois grupos controle, onde um
será imerso em solução 5% (v/v) de Tween-80 e o outro em água
destilada. Para avaliar a mortalidade de larvas, serão colocadas,
aproximadamente, 100 larvas, com 14 a 21 dias de idade, no interior de
seringas previamente preparadas. Posteriormente, as seringas serão
imersas nos extratos e óleo essencial nas diferentes concentrações
estabelecidas para o tratamento. Serão utilizados dois grupos controle,
onde um será imerso em solução 5% (v/v) de Tween-80 e o outro
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 113
em água destilada. A mortalidade será avaliada durante 24 horas.
Os experimentos se caracterizarão em um delineamento inteiramente
casualizado com cinco tratamentos, cinco repetições mais os grupos
controle. Os dados serão analisados por meio de testes paramétricos
ou não-paramétricos, utilizando o programa SPSS for Windows 17.0.
O método de Probit será utilizado para a determinação dos valores da
Concentração Letal Mediana (CL50) e Tempo Letal Mediano (TL50).
A utilização de extratos de P. aduncum e P. hispidinervum poderá ser
uma alternativa, aos agrotóxicos, para o controle de A. gemmatalis e
R. microplus, podendo gerar um bioproduto baseado em substâncias
naturais biodegradável, menos poluente e de baixo impacto ambiental,
além de ser menos tóxico ao bovino e ao ser humano.
Categoria Econômico-Tecnológica
Projeto: Reologia e estabilidade térmica de pastas de
amido nativo de mandioca (Manihot esculenta Crantz)
E/T-01
Uma gama de materiais existentes na natureza apresenta um
comportamento que difere muito do comportamento newtoniano.
Suas propriedades são responsáveis por uma variedade de efeitos que
incluem: plasticidade, viscosidade e elasticidade. Enquanto os fluidos
newtonianos podem ser caracterizados apenas por duas constantes
materiais, massa específica (r) e viscosidade (µ), o fluido não newtoniano
é caracterizado por funções materiais que podem depender da taxa e/
ou do tempo de deformação do escoamento.
Os alimentos fluidos, devido à sua grande variedade em estrutura
e composição, apresentam características reológicas que vão desde
o comportamento newtoniano a um não newtoniano dependente do
tempo, viscoplástico ou viscoelástico, que são fluidos que apresentam
características viscosas e elásticas.
Um determinado fluido com comportamento newtoniano pode
mudar para não newtoniano, dependendo de sua origem, concentração
114
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
de sólidos e outras propriedades relacionadas às interações moleculares.
Outra modificação diz respeito ao nível de plasticidade do fluido que
pode ser alterado a partir do uso de aditivos como espessantes e
emulsificantes, prática comum na indústria.
A determinação experimental de funções materiais que
caracterizam fluidos não newtonianos como tintas, graxas, polímeros,
cosméticos, chocolates, iogurtes, petróleo, lamas de perfuração em
poços de petróleo entre outros, pertence à reologia, um ramo da
mecânica dos fluidos que permite estudar entre outros, efeitos de
viscosidade, plasticidade e elasticidade.
O presente trabalho tem como foco principal a determinação
de parâmetros reológicos relacionados ao tempo de hidratação e à
estabilidade térmica das pastas de amido nativo de mandioca.
Inicialmente, serão obtidas quatro suspensões de amido nativo
com quatro formulações diferentes, incluindo a presença de solutos
como sal e açúcar. As suspensões seráo gelatinizadas à temperatura
de 70oC por 10 minutos, resfriadas e armazenadas sob refrigeração.
Em seguida, serão realizados ensaios estacionários, a cada intervalo
de vinte e quatro horas, visando obter o comportamento reológico das
pastas de amido nativo.
Após isso, será eleita uma suspensão dentre as quatro, cuja
formulação inclui açúcar, sal, amido e água, por serem encontrados
na maioria dos alimentos industrializados disponíveis no mercado
e, consequentemente, será realizado o estudo sobre o tempo de
hidratação das moléculas e sobre a estabilidade térmica da suspensão
após tratamento térmico a 60oC por 4 horas, desejando-se que a
mesma seja estável termicamente. As amostras dessa suspensão, em
seguida, serão caracterizadas reologicamente na temperatura de 30oC
e comparadas entre si.
O uso dessa abordagem é relevante do ponto de vista prático, pois
pode ser encontrada em estudos que levaram em conta a investigação
das propriedades morfológicas, reológicas, térmicas e de textura,
bem como a estabilidade das pastas de amido Também apresentam
importância económica e social, pois os resultados da pesquisa podem
indicar misturas do amido de mandioca para a produção de produtos
diversos, a custo mais barato do que o amido de trigo e a preço
mais baixo para o consumidor. Além disso, pode beneficiar milhares
de unidades de produção familiar, que produzem mandioca, com a
ampliação do mercado do amido de mandioca.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 115
Projeto: Móveis ecológicos da Amazônia
E/T-02
O projeto com latas de alumínio surgiu da necessidade de buscar
alternativas inovadoras e viáveis para o reaproveitamento de matérias
sólidas recicláveis, utilizando-as na fabricação de móveis e utilitários
sem passar pelo processo de derretimento.
A ideia surgiu no ano de 1995 em feiras de invenções em São
Paulo, cujos focos temáticos instigaram o autor do projeto Adriano
Bezerra de Sousa a inventar uma técnica de reaproveitamento de rejeitos
da lata de alumínio que oferecesse sustentabilidade e preservação do
meio ambiente. Quatorze anos depois, a ideia é concretizada.
O modelo de entrançado de quadrados e colunas é a invenção
principal que deu origem ao projeto.
E/T-03
Projeto: Tecnologias sociais ecológicas para a cadeia
produtiva do cará (Dioscorea trifida L. f): uma iniciativa
para geração de trabalho, renda e fortalecimento da
agricultura familiar nas comunidades rurais amazônicas
Este projeto contemplará estratégias e ações que visam contribuir
para o fortalecimento da agricultura, seguridade alimentar, geração de
trabalho e renda, através do desenvolvimento de tecnologias sociais
técnicas de manejo em sistemas de produção de base ecológica
em comunidades rurais produtoras de cará, no Baixo Solimões nas
localidades: Estrada Ary Antunes, Membeca (comunidades: São Jorge,
Nova Canaã e Monte das Oliveiras) e lago de Caapiranga (comunidades:
Patauá, Monte Alegre e Maloca), município de Caapiranga-AM.
Suas linhas de ações propiciarão o fortalecimento da organização
e da consciência sociopolítica e o estímulo a alternativas produtivas
agroecológicas sustentáveis, através da implementação das seguintes
metas: a. Formação sociopolítica e capacitação dos agricultores
mutiplicadores das técnicas agroecológicas; b. Manejo ecológico da
116
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
produção de cará; c. Tecnologias sociais ecológicas construídas junto
com os agricultores na produção de farinha e fécula de cará entre outros
subprodutos identificados; d. Difusão das inovações agrotecnológicas
através da divulgação das ações de extensão e pesquisa. A orientação
metodológica do projeto está calcada em princípios e procedimentos
participativos, que serão adotados num processo sistemático e contínuo,
orientado por diagnóstico, monitoramento e avaliação, visando o
acompanhamento das atividades de pesquisa e extensão, considerando
sempre as especificidades locais. Ao final do projeto espera-se ter
elevado o nível da qualidade de vida das comunidades produtora de
cará. Os resultados poderão ser mensurados por indicadores como
número de comunitários participantes nas capacitações, adesão ao
uso de práticas ecológica de manejo do cará, formação de associações
e/ou cooperativas, participação no processo de uso de tecnologia
social na produção de farinha, fécula e outros subprodutos de cará,
diversificação da dieta alimentar, geração de trabalho e renda, além de
outros indicadores qualitativos que a pesquisa e a extensão irão revelar.
E/T-04
Projeto: Transferência de conhecimentos e
tecnologias para a melhoria do arranjo produtivo local
de produtos fabricados com o cipó titica no Pará e
Amapá
Uma das maiores preocupações com o desenvolvimento regional
na Amazônia tem sido a utilização desorganizada e desprovida dos
cuidados com a sustentabilidade ambiental, social e econômica dos
empreendimentos que utilizam seus recursos naturais para a geração de
emprego e renda na região. As ações governamentais implementadas
ao longo dos últimos anos vêm sendo fortemente monitoradas
e influenciadas institucionalmente pelos diferentes stakeholders,
inclusive de nível internacional, que consideram a Amazônia como um
dos últimos ambientes naturais a serem preservados para as gerações
futuras e com grande importância na manutenção da qualidade de vida
do planeta.
Neste sentido, muito tem sido discutido em relação ao modelo
de desenvolvimento regional que leve não somente a geração de
emprego e renda na região, mas também que seja capaz de possibilitar
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 117
a sustentabilidade ambiental com o mínimo de impactos indesejáveis
sobre esse ecossistema.
A questão-chave neste processo de desenvolvimento tem sido:
Como desenvolver a região, gerando emprego e renda, e ao mesmo
tempo manter a sustentabilidade do meio ambiente regional? Para
os que vivem e habitam essa região, nunca existiu nenhuma dúvida
quanto à necessidade de sobrevivência do povo amazônico, sendo
esta necessidade considerada prioritária em qualquer programa de
desenvolvimento regional sem, contudo, esquecer a necessidade de
compatibilizar as ações desenvolvimentistas com a sustentabilidade
do ecossistema amazônico. O que se discute neste momento, no
ambiente institucional, são as alternativas economicamente viáveis e
ambientalmente sustentáveis de promoção deste desenvolvimento,
com a participação de indústrias, fornecedores, produtores rurais,
empresas florestais, mercado financeiro, universidades, organizações
empresariais, organizações de produtores rurais, governo e as políticas
públicas necessárias para a promoção deste desenvolvimento.
É bastante difícil reconstruir a origem do desenvolvimento de
sistemas produtivos regionais de modo a conhecer as variáveis-chave
que favoreceram este desenvolvimento. É fundamental, quando o
propósito é o de conhecer a dinâmica de integração das economias
locais às economias regionais, nacional e global, identificar como se
constroem as redes entre os atores que permitem criar um conjunto
endógeno de competências econômica, social e tecnológica.
No caso da utilização de insumos de origem madeireiras e
não-madeireiras para as diferentes indústrias de base florestal ou de
recursos naturais da Amazônia, é importante para a implementação
de políticas de desenvolvimento regional, conhecer por um lado, as
empresas em processo de conformação industrial que, inicialmente,
se estruturaram para operar nos mercados local e nacional, mas que
estão em busca de posicionar os diferentes estados da Amazônia
como importantes produtores e exportadores de produtos de origem
madeireira e não-madeireira em nível mundial. Por outro lado, o sistema
produtivo regional que se configura no entorno da exploração desses
insumos, possui características de aglomerações produtivas locais que
podem viabilizar e fortalecer a inserção competitiva global de diversas
indústrias de base florestal (Santana, 2004; ADA, 2004).
A abordagem dos arranjos produtivos locais (Porter, 2009;
Redesist, 2004; Lastres, 2004) representa um instrumento, da maior
importância, capaz de alavancar o desenvolvimento regional com a
118
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
possibilidade de fortalecer arranjos produtivos em pontos estratégicos da
Amazônia, contribuindo fortemente para o desenvolvimento sustentável
da região. Os estudos sobre arranjos produtivos locais de produtos
madeireiros e não madeireiros, relatam a carência, ou praticamente,
a ausência de capital social e humano necessários a competitividade
desses arranjos. A estrutura produtiva na região ainda muito deficiente
em termos de organização empresarial, articulação com fornecedores
e clientes, com forte característica oportunista dos agentes que atuam
no agronegócio. Existe também, uma forte dificuldade de inserção
de produtos nos mercados nacional e internacional, principalmente,
em razão da baixa qualidade dos produtos, da sazonalidade da oferta,
dificuldade de acesso à matéria-prima e ao crédito, escassez de
informação, baixa capacidade empreendedora dos empresários locais
e a baixa qualificação da mão-de-obra local.
Um ponto importante neste projeto é a possibilidade de
aplicação, imediata, dos conhecimentos obtidos em estudos empíricos,
recentemente concluídos, sobre arranjos produtivos locais de produtos
fabricados com o cipó titica na região fortemente amparados nos
conhecimentos recentemente divulgados por Porter (2009), e que dão
suporte acadêmico, da maior qualidade, ao que vem sendo pesquisado
sobre essa temática, na região. O trabalho recente de Porter (2009),
fortalece essa proposta e endossa o posicionamento de Lastres
2004, e Redesist (2002), uma vez que indica passos importantes,
fundamentados em experiências semelhantes, ocorridas em diversos
países, que estamos no caminho certo.
Dessa forma, o projeto trabalha com a abordagem de arranjo
produtivo local (Redesist, 2004), analisado à luz da evolução da teoria
do desenvolvimento local e do capital social, baseado nos indicadores
obtidos em pesquisa local com diagnóstico da situação atual do arranjo
produtivo local de produtos fabricados com o cipó titica, em Santarém
(PA) e Macapá (AP). A determinação da localização dos arranjos foi
baseada nos indicadores de especialização espacial, concentração
empresarial e de participação relativa desenvolvido por Santana (2004)
e depois confirmada.
Outras teorias de apoio ao desenvolvimento do projeto são as
teoria da Nova Economia Institucional (NEI), do capital social, dos
stakeholders, da cooperação e competição, e das políticas públicas e
industrial, uma vez que oferecem o suporte teórico capaz de apoiar
a execução do projeto. A teoria dos arranjos produtivos locais vem
demonstrando (Porter, 2009), a importância do desenvolvimento
local na produtividade e competitividade das empresas, inclusive
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 119
em nível global. A NEI tem em um de seus pressupostos básicos
a Economia dos Custos de Transação (ECT). Ao contrário da Teoria
Econômica Neoclássica, a qual colocava em evidência somente a visão
interna das organizações, dificultando a explicação de fatores como
a competitividade, a partir das contribuições de Coase (1937), surgiu
uma nova teoria econômica para a explicação da competitividade
das organizações. Esta nova teoria passou a considerar a abordagem
sistêmica com respeito às variáveis que afetam a competitividade
das organizações e das relações entre os diversos componentes das
cadeias produtivas, abordagem da maior importância no estudo do
agronegócio. A teoria do capital social (Becker, 1980), toma como base
os relacionamentos sociais. Esses relacionamentos são compostos
de verdadeiras redes sociais, e são fundamentadas na confiança,
cooperação e inovação que os indivíduos desenvolvem no ambiente
interno e externo das organizações. A teoria do capital social considera
que essa postura facilita o acesso à informação e ao conhecimento, da
maior importância para o alcance dos objetivos empresariais.
Neste projeto, esses conhecimentos são importantes porque
poderão possibilitar obter no decorrer da sua execução, as informações
necessárias, de caráter socioeconômico e institucional, à formulação
de políticas públicas importantes ao estimulo e a promoção do
desenvolvimento regional, com a utilização sustentada dos recursos
madeireiros e não madeireiros da Região Amazônica.
Os arranjos produtivos locais, considerado neste projeto, foram
definidos em razão dos resultados de pesquisas realizadas sobre arranjos
produtivos de produtos madeireiros e não madeireiros, relatados em
Santana (2004), sobre aglomerações produtivas na Amazônia; cadastro
RAIS (2007); e pelos estudos de campo, relatados por Carvalho et al.
(2009), apoiado pela metodologia da Redesist (2004), que indicam
o cipó titica, como um insumo importante para o desenvolvimento
econômico e social na região, com impacto social significativo na
atualidade, em razão de seu potencial de gerar e redistribuir renda, e
apresentar sustentabilidade ambiental.
Em função das vantagens locacionais superarem as desvantagens
da demanda superior à oferta, do potencial de exploração comercial em
nível global, iniciando sua inserção no mercado internacional (Porter,
2009), justifica-se a realização de ações para a organização e melhoria
do arranjo produtivo local de produtos fabricados com o cipó titica com
a modernização das empresas, o aumento da qualidade dos produtos,
e a transformação dessas empresas em empresas mais eficientes e
competitivas no mercado local, aproveitando as janelas de mercado
120
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
internacional para produtos madeireiros e não-madeireiros oriundos de
matérias-primas da floresta amazônica.
No mesmo sentido, é necessário a melhoria da qualificação da
mão-de-obra e a formação de empreendedores para tornar reais as
oportunidades de evolução competitiva desses arranjos produtivos
locais. No tocante a qualidade dos produtos madeireiros e nãomadeireiros, é necessários o aporte de tecnologias que viabilizem
uma agregação de valor ao produto com a utilização de tecnologias de
produção que possibilitem a diferenciação desses produtos colocandoos em igualdade de condições para a competição com produtos
semelhantes no mercado internacional. Isso torna importante a difusão
de tecnologias apropriadas ou ainda com forte tino social para aumentar
a produtividade dos produtos e dos processos produtivos atinentes às
cadeias de produção dos produtos madeireiros e não-madeireiros na
Amazônia.
Projeto: Cultivo do tambaqui (Colossoma
macropomum): analisando sua viabilidade técnica e
econômica
E/T-05
A proporção de peixes e outros produtos aquáticos na dieta regular
da sociedade global cresceu significativamente na última década, com
projeções ainda maiores para o futuro. Contudo, os estoques naturais
não mais suportam este ritmo de crescimento, deixando como única
alternativa a piscicultura.
Esta expansão está diretamente dependente do suprimento
regular e previsível de alevinos para a engorda, enquanto que o
sucesso econômico de toda a operação é dependente da melhoria da
performance de crescimento, de uma eficiente conversão alimentar
pelo peixe e de uma maior diversificação dos produtos e subprodutos
para uma maior agregação de valor deste produto.
O tambaqui Colossoma macropomum é um dos peixes de carne
mais nobre na opinião dos consumidores da Região Norte do país.
Nativo da Região Amazônica, o tambaqui, que pode alcançar peso de
até 30 quilos, teve o seu cultivo intensificado em diversas regiões a
partir dos anos 80 graças ao aprimoramento nas técnicas de desova
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 121
induzida e larvicultura, que resultaram no aumento da oferta e redução
no custo dos alevinos. Atualmente é a principal espécie da piscicultura
nos estados do norte do Brasil, compreendendo Amazonas, Roraima,
Rondônia, Pará e Acre. Seu ciclo de engorda é de 12 meses, alcançando
de 2 a 2,5 kilos em média com conversões alimentares de 1,8, quando
cultivado em barragens ou 1,5 em tanques escavados. A partir deste
tamanho a conversão alimentar aumenta, e até o momento não há
estudos para comprovar o custo benefício da criação por mais um ano,
onde é possível obter um peixe maior de até 5 kg alcançando assim
um melhor preço no mercado consumidor.
Ao final do segundo ano de cultivo, o tambaqui inicia sua maturação
sexual, com a síntese e acúmulo de hormônios gonadotrópicos na
hipófise. Neste estágio os peixes apresentam sinais exteriores de
maturação gonadal, onde os machos liberam sêmen com uma leve
pressão abdominal e as fêmeas apresentam um aumento do abdômen
decorrente da formação e maturação de ovócitos. Contudo, sob
condições de cativeiro o ciclo reprodutivo natural do peixe pode tornarse irregular, onde exemplares podem apresentar precocidade e outros
atraso na formação das gônadas.
Uma vez atingida à maturação sexual, é possível realizar a
coleta das hipófises. A hipófise é uma glândula que produz vários
hormônios, entre eles as gonadotropinas, responsáveis pelo controle
da reprodução. Apos serem coletadas as hipófises sofrem uma limpeza
e em seguida um processo de desidratação, podendo ser utilizadas na
indução de outras espécies de peixes ou mesmo o próprio tambaqui.
Como exemplo, a hipófise de carpa é largamente utilizada no mundo
inteiro e seus extratos injetados em diversas espécies de peixes,
alcançando elevados preços no mercado internacional. Até o momento
não há registro na literatura da eficácia, tamanho, peso ou rendimento
da hipófise do tambaqui, mas uma vez que estas informações estejam
disponíveis, poderá agregar valor final ao tambaqui com preço de
mercado competitivo.
Assim, o tambaqui, além do grande consumo é a espécie de
maior destaque e importância comercial no Amazonas, e sua produção
representa 14% do total do pescado proveniente da piscicultura
continental brasileira, apesar disto o mercado para esta espécie
precisa ser melhor desenvolvido. Apesar da facilidade do cultivo e
dos bons índices de desempenho, o crescimento do cultivo depende
da superação de algumas barreiras que limitam o seu potencial de
mercado a nível nacional, principalmente nas grandes cidades, onde
o consumidor, além de mais exigente, encontra muitas outras opções
122
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
de produtos de pescado.O desenvolvimento de estratégias inovadoras
para agregar valor a esta espécie, seja através da utilização das
hipófises para indução de outras espécies de peixes à desova, ou pelo
processamento buscando apresentar novos produtos diferenciados
para melhorar o aproveitamento da carne e aumentar o apelo de
mercado poderá dar novo impulso para a piscicultura desta espécie.
Depois de processado o tambaqui pode ser comercializado como
picadinho ou em fabricação de hambúrguer, steak fish dentre outros
como grandes alternativas de produtos alimentícios no futuro. Parte
desta produção será absorvida por outras regiões do Brasil.
Em sua ultima edição de junho de 2011 a revista Panorama da
Aqüicultura trás como destaque que a “Costelinha de Tambaqui”
recebeu o mais importante prêmio na maior feira da indústria de
pescado do mundo a Euro Seafood 2011, em Bruxelas, apresentada
pela empresa francesa Halieutis no concurso Seafood Prix d’ Elite,
com júri composto de Chefs, mostrando o grande potencial.
O presente projeto foi planejado para estabelecer os parâmetros
da viabilidade técnica e econômica da criação do tambaqui estendido
até o segundo ano de criação.
Dentre os diversos produtos que podem ser obtidos no final do
segundo ano de criação, serão avaliados para efeitos de rendimento
técnico e econômico os seguintes:
a. Biomassa total produzida ao final do período;
b. Verificação da porcentagem que atinge a maturidade sexual
e destas retirar sua hipófise para avaliação técnica e econômica na
utilização da hipófise na forma desidratada para indução hormonal de
outras espécies de peixes e do tambaqui;
c. Processamento das ovas encontradas nas fêmeas de tambaqui
em produto tipo “caviar”, avaliando suas características nutricionais
avaliando sua aprovação junto ao público consumidor;
d. Avaliação econômica do processo da criação de um peixe de
maior porte em condições essenciais para garantir maior produtividade
para disponibilizar cortes especiais (gourmet) elevando os preços do
produto e lucro aos criadores de peixes.
e. Aproveitamento da pele para o processo de curtimento e
transformação em couro para obtenção de couro a ser utilizado na
confecção de calçados, roupas, criando uma oportunidade rentável
economicamente, que em geral ainda não são desperdiçadas.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 123
Desta forma, através da criação de um peixe de maior porte,
poderemos ter um significativo aumento no valor agregado, com a
oferta de vários produtos inovadores conquistando novos mercados
consumidores sempre em busca de opções que acompanhem e
atendam as necessidades dos piscicultores.
Projeto: Monitoramento de perdas em volumes e
valores no transporte de derivados de petróleo por via
fluvial na Amazônia
E/T-06
O projeto é uma proposta de pesquisa e desenvolvimento para
avaliar técnico e cientificamente as perdas no processo de transporte
fluvial de combustível compreendendo os trechos Manaus-Porto Velho
e Manaus-Santarém. Fazem parte da estruturação deste os seguintes
tópicos: a. Titulo do Projeto; b. Nome do Coordenador; c. Equipe Técnica;
d. Caracterização do Problema; e. Justificativa; f. Objetivos, Metas e
Indicadores de Acompanhamento; g. Metodologia e Cronograma de
Execução do Projeto; h. Orçamento; i. Envolvimento da Equipe Técnica
para Execução da Proposta; j. Resultados esperados e k. Infraestrutura
disponível.
Projeto: MMMmmmm mmmmmnnnn mmmnnn
E/T-07
Disponibilizar o acesso aos alunos do meio rural do Estado do
Amapá, dispor de um Centro de Formação Técnica Agrícola AutoSustentável, tendo como finalidade aos alunos desenvolver novas
técnicas de manejos ligados a agricultura familiar extensiva, dentro de
um centro de formação auto-sustentável.
124
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Pronto atendimento às MPE’s
E/T-08
Aperfeiçoar e manter sistema de atendimento aos empresários
no segmento econômico de Micro e Pequenas Empresas, desde
a abertura da empresa (gratuitamente para MEI) passando pela
solicitação da Inscrição Estadual (Para Nota Fiscal), apoio e orientação a
compras interestaduais e emissão de NFs, abertura de conta corrente
com solicitação de maquina para vendas no cartão (Maquinas móveis,
fixa e via celular), treinamentos de Contabilidade Simplificada para o
MEI e SIGE (Sistema de Gestão Empresarial), além da confecção de
sites com domínio próprio com custo bem reduzidos.
Difundir e continuar aplicando os cursos de informática básica
entre outros além de disseminar a utilização da sala de vídeo
conferências pelas pequenas empresas a fim de fomentar e possibilitar
práticas de exportação.
Disponibilizamos através do Telecentro de Informação e Negó­
cios (TIN), através do Programa Licitacerto apoio aos Micro e Pequenos
empresários quanto as compras governamentais (Licitações),
colocando a disposição através do nosso site o sistema que possibilita
a consulta de licitações disponíveis no Estado e também a nível Federal.
Tendo vencido a primeira barreira, que é acesso a informação,
seguimos com o apoio a participação dos processos licitatórios, através
do curso Como vender para o Governo e apoio durante a participação
na licitação e permitindo o acesso a nosso parque tecnológico e corpo
técnico composto de auxiliar jurídico, contador e suporte técnico para
uso das tecnologias.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 125
Projeto: Consórcio do artesanato para sustentabilidade
de Roraima
E/T-09
A atividade artesanal em Roraima é, sobretudo, informal e
complementar. O artesanato roraimense apresenta uma grande
diversidade de tipologias, técnicas, formas de produção, organização e
tecnologias sociais que, torna o estudo e o desenvolvimento de páticas
e ações para o setor, questões de grande importância e complexidade,
especialmente quando estas ações são regidas por princípios e
objetivos da economia solidária, como cooperação, autogestão,
viabilidade econômica, solidariedade e preservação cultural.
Apesar da grande riqueza e diversidade da produção artesanal do
Estado, os processos produtivos artesanais são, em geral, deficientes,
levando os empreendimentos e comunidades a diversas dificuldades,
como, de afirmação da identidade cultural diante dos imperativos
do mercado, preservação ambiental, integração social entre os
participantes, capacitação técnica, logística, acesso ao crédito, etc.
A necessidade de integração dessas variáveis e objetivos –
como a preservação e promoção da identidade cultural local, a autosustentabilidade (envolvendo autogestão, preservação ambiental,
viabilidade econômica) e autonomia política – torna fundamental o
apoio das instituições aos empreendimentos artesanais, não apenas
nas fases iniciais de implantação de novos processos e capacitação,
mas, sobretudo, no acompanhamento de ações e na continuidade das
práticas de formação solidária.
Com base nestas considerações que foi produzido o projeto
Consórcio do Artesanato para Sustentabilidade de Roraima, uma
iniciativa produzida através das experiências apoiadas pela UFRR
que, nesta proposta, é voltada para a articulação de uma rede de
colaboração entre os empreendimentos econômicos solidários do
segmento de artesanato e entidades de apoio. Entre os principais
objetivos do Consórcio estão: a ampliação da capacidade, técnica,
gerencial e produtiva dos empreendimentos; a redução dos custos
através de compras coletivas de insumos e serviços; a qualificação
e o aperfeiçoamento do design dos produtos; o fortalecimento da
autogestão dos empreendimentos e da rede e; a sensibilização para
126
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
as questões ambientais e fortalecimento das identidades de gênero e
raça.
As ações do projeto serão empreendidas numa abordagem
sistêmica dos empreendimentos (associações, cooperativas, grupos
informais) do artesanato, com referência a metodologia freiriana
de educação popular nos processos formativos com os artesãos
de Roraima (público–alvo), reunidos nos municípios de Pacaraima,
Boa Vista e Caracaraí, representando, respectivamente, de cada um
dos três territórios do Estado (norte, centro e sul). Tais ações, acima
elencadas, representam o esforço no sentido de integrar as ações
de capacitação técnica e gerencial com a preservação do patrimônio
material e imaterial, visando a auto-sustentabilidade, através do
estimulo à economia solidária com estrategia de desenvolvimento local.
Estes esforços certamente se concretizarão na criação do Consórcio
do Artesanato para Sustentabilidade como iniciativa modelo para as
futuras ações e projetos voltados ao artesanato e a cultura amazônica.
E/T-10
Projeto: Construção de turbinas eólicas para geração
de energia elétrica em comunidades isoladas nas
ilhas do lado da UEH Tucuruí e em outras regiões da
Amazônia e do Maranhão
Este modelo de turbina eólica é especifico para regiões remotas
e comunidades isoladas. Irá contribuir para sanar as dificuldades
energéticas existentes onde as redes de transmissão não podem
ser levadas, o que impossibilita as pessoas que ali se encontram de
exercerem seus direitos de cidadãos.
O projeto e todas as pesquisas a serem feitas serão necessários
no sentido de gerar mecanismos que supram as imperfeições das
turbinas tradicionais como ruído, interrupção nas rotas de migração
dos pássaros com conseqüente interferência nos processos naturais
do meio ambiente.
O modelo eólico tradicional, receptor de hélice, possui algumas
desvantagens como: a) Necessidade de alta quantidade de materiais
e alto custo de importação; b) Complexidade de construção; c)
Complexidade do sistema da regulagem automática para fixar a
freqüência da corrente alternada; d) Necessidade de motores para tirar
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 127
o receptor do Estado de repouso; e) Alto nível de ruído na faixa de
freqüência do infra-som.
A proposta de turbina eólica traz muitas vantagens em relação
a esse modelo tradicional, nos âmbitos operacionais, ambientais,
econômicos e sociais tais como:
a. Eliminação dos efeitos deletérios do infra-som. É sabido que
nas grandes fazendas eólicas de cata ventos convencionais, nada vivo
pode permanecer por longo tempo, provocando danos em uma relação
em cadeia: se não há insetos, por exemplo, não vai haver vegetais.
Então o efeito ecológico negativo provocado pode ser até maior do
que outras fontes de energia.
b. Implantação, na turbina eólica, de mecanismo de rede de
proteção a pássaros, para o caso de ser instalada em rota migratória
de aves;
Entre as vantagens sócio-econômicas e operacionais dessa nova
tecnologia, envolvendo também custos, construção e logística, podese citar:
c. Permitirá que o terreno seja ocupado e utilizado para outros
fins, como residenciais, agrícolas, entre outros;
d. A facilidade de construção e utilização até mesmo em zona
urbana;
e. Fortalecimento do comércio local e nacional devido ao fato de
os materiais poderem ser todos de fabricação nacional;
f. A vantagem de poder ser construída também no Brasil,
contribuindo para a geração de emprego e movimentação interna na
produção dos insumos;
g. A desoneração dos cofres públicos com as importações do
caro material das eólicas tradicionais e seu alto custo de manutenção;
h. Diferentes dos geradores tradicionais que se utilizam da
cara corrente contínua, na sua produção e geração, este modelo de
turbina utilizará geradores de corrente alternada que já fazem parte do
procedimento usual de distribuição da rede convencional.
i. Ainda no quesito da inovação tecnológica, incrementará a
pesquisa nacional, pela formação de pesquisadores, engenheiros entre
outros, contribuindo para a transferência de tecnologia e autonomia
em ciência e tecnologia no país.
128
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Andiroba: dos laboratórios aos mercados
E/T-11
O óleo de andiroba (Carapa guianensis) possui crescente
aplicação na indústria química e cosmética em humanos e animais,
entretanto a utilização deste óleo é realizada na maioria das vezes
com o óleo puro, sem um fracionamento e/ou purificação. A presente
proposta visa inicialmente verificar a segurança toxicológica do óleo
de andiroba e suas frações e concomitantemente gerar conhecimento
suficiente para desenvolver novas formulações cosméticas, por
exemplo, xampus, sabonetes, hidratantes, protetores solar que
além de aproveitar as já conhecidas atividades do óleo de andiroba
como maciez a pele e cabelos, agregando valor ao óleo, ampliando o
mercado consumidor e facilitando a aplicação destes biocosméticos.
A fim de gerar novos insumos, os extratos e óleos serão avaliados
também frente a algumas atividades biológicas: antioxidante, citotóxica
(sobre Artemia salina e sobre células animais de origens diferentes),
antibacteriana e antifúngica. Os óleos e extratos serão fracionados e a
identificação/elucidação estrutural das substâncias ativas será realizada
por meio de RMN de 400 MHz, CLAE/EM e/ou CG/EM, conforme as
características moleculares.
Visando o desenvolvimento tecnológico no processamento dos
insumos, realizaremos a cultura de células das diferentes partes da
andiroba, principalmente das sementes, visando a produção em larga
escala e a composição química das culturas obtidas, com controle de
qualidade.
Identificar as forças centrípetas e centrífugas da economicidade
da andiroba e agregar valor à andiroba a partir dos resultados deste
projeto possibilitarão a geração de novos produtos, uma maior
infra-estrutura de mercado, geração de empregos e aplicabilidades
múltiplas das ciências no Estado do Amazonas, para outros produtos
da floresta, com aspectos de trabalho multi e interdisciplinares para
desenvolver os objetivos propostos. Este projeto envolverá alunos de
mestrado e doutorado dos Programas de Pós-graduação em Química
e Biotecnologia da UFAM e com alunos de mestrado da Biotecnologia
da UEA e de Geografia da UFAM, além de alunos de graduação de
diversas Universidades públicas e particulares do Amazonas.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 129
Projeto: Módulo Agro-Ecologico Sustentável (MAES)/
Am
E/T-12
O presente projeto tem como principal fundamento a execução
de atividades produtivas para desenvolver 2 módulos do sistema agroecológico sustentável . Esses sistemas produtivos estão localizados
em áreas de uso coletivo da comunidade onde o mesmo encontra-se
em fase de desenvolvimento, cuja base fundamental é a realização
de atividades produtivas e experiências, tornando essas unidades em
empreendimentos de características familiar, solidário e associativo.
Outro fundamento do projeto é o diagnostico dos sistemas produtivos
no que diz respeito à viabilidade econômica dos mesmos e a capacitação
para o desenvolvimento de uma rede de empreendimentos solidários,
com perspectivas associativistas sendo esse processo realizado a
partir da atuação de Agentes de Desenvolvimento de Unidades agroecológicas que serão devidamente capacitados para atuar como
replicadores desse modelo produtivo. As atividades propostas devem
associar-se a outros programas públicos já são implementados pelo
governo federal e que atendem, ao modelo da agricultura familiar e
de apoio aos arranjos produtivos desse seguimento. A proponente já
tem uma atuação significativa junto aos grupos de produtores rurais
com base solidária e da agricultura familiar, quando de sua participação
e contribuição técnica na gestão do colegiado do território 10, e na
execução de empreendimentos de grupos com princípios solidários e
da produção rural tradicional.
Projeto: Resíduos da construção civil regional como
agregados para os pavimentos na Região Norte
E/T-13
Ao longo de sua história, a construção civil no Estado do
Amazonas, sobretudo no âmbito da pavimentação, defronta-se com a
130
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
escassez de matérias-primas para a obtenção de agregados próximos
ao sítio do empreendimento, em virtude dos empecilhos ambientais,
logísticos, tecnológicos e financeiros de extraí-los abaixo da espessa
cobertura de solo residual (além da densa cobertura vegetal da floresta
que dificulta a sua extração) e dos poucos afloramentos dos rios e
igarapés (inundados durante os seis meses da estação chuvosa).
Manaus apresenta o seu topo rochoso a profundidades, em
geral, maiores que 5m (Grupo de Geotecnia, Frota e Bento, 1999). Na
Capital do Estado do Amazonas, as áreas de interesse de exploração
desses recursos minerais distam mais de 200 km ao Norte. Encontramse, portanto, a grandes distâncias do meio urbano manauense, o
que redunda em elevado custo de transporte. Nesse contexto, a
solução habitualmente empregada na construção civil regional tem
sido a substituição do material pétreo pelos depósitos de seixos, a
ocasionar sérios danos ambientais, bem como o uso generalizado de
revestimentos do tipo areia asfáltica usinada a quente (AAUQ) sobre
subcamadas argilosas, caso extremo do pavimento urbano do Município
de Manaus, constituído pelo subleito, sub-base e base formados por
um solo do grupo (solos inadequados tecnicamente para comporem
tais subcamadas).
Tais pavimentos asfálticos, em regra, apresentam expressivo e
prematuro processo de deterioração, em decorrência, principalmente,
do fato das misturas asfálticas regionais não apresentarem o agregado
graúdo como seu partícipe e do emprego de subcamadas com baixo
suporte.
Os fatores acima identificados, aliados a uma taxa de precipitação
pluviométrica da ordem de 2100 mm/ano (refletido em clima tropical
úmido com seis meses de período chuvoso) e às ações repetidas do
movimento dinâmico oriundo do tráfego diário de veículos levam à
destruição completa e prematura dessas estruturas.
Desse modo, o principal entrave para a construção dos
pavimentos no Estado do Amazonas, mormente em Manaus, repousa
nas áreas-fonte de agregados pétreos naturais, componente essencial
para a resistência das misturas asfálticas (revestimento) e subcamadas
(base, sub-base) das referidas estruturas.
O Grupo de Geotecnia (Geotec), a fim de pesquisar soluções para
essa problemática regional, tem estudado, dentre outros materiais,
o aproveitamento dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD),
objetivando propiciar não apenas alternativa à questão técnica em
tela (material granular para emprego nos pavimentos regionais) como
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 131
também ao problema ambiental da disposição final desses resíduos
produzidos pela indústria da construção civil (Frota et al., 2003a; Frota
et al., 2003b; Frota et al., 2004a; Frota et al., 2004b; Frota et al., 2005a;
Frota et al., 2006; Frota et al., 2007a; Melo, 2010; Bertoldo et al., 2010;
Oliveira et al., 2010 e Silva et al.,2011)
Com efeito, a construção civil enquadra-se como uma das
atividades que mais produz resíduos nos grandes centros urbanos
pátrios. No Brasil, levantamentos realizados pela Associação Brasileira
de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe, 2010)
assinalam aproximadamente 31 milhões de toneladas de resíduos de
construções e demolições produzidos nas grandes cidades no ano de
2010, a revelar que a construção civil contribui com mais de 35% de
todos os resíduos sólidos urbanos gerados.
Por outro lado, encontra-se vigente a Resolução nº 307, de 5
de julho de 2002, baixada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama), ato normativo que estabelece diretrizes para a gestão
dos resíduos da construção civil e ações a minimizarem os impactos
ambientais, cuja interpretação, na atualidade, deve ser feita em
harmonia com o conteúdo da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010,
diploma legislativo que, após aproximadamente 20 anos tramitando no
Congresso Nacional, entrou em vigor em 3 de agosto de 2010 (na data
da sua publicação na imprensa oficial), a impor aos Municípios o dever
de apresentar o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos (PMGIRS) no prazo máximo de agosto de 2012, assim como
construir aterros sanitários até agosto de 2014, conforme esclarece
informação recente (9 de setembro de 2011) divulgada pelo Ministério
Público do Estado do Amazonas na Rede Mundial de Computadores
(por meio da matéria jornalística da Assessoria de Imprensa do Parquet
intitulada “Estado do Amazonas atrasado em plano de resíduos sólidos
na União”, disponível em <http://www.mp.am.gov.br>, com acesso
em 30 set. 2009), a ressaltar que, dos 61 Municípios do Estado do
Amazonas, apenas Manaus e Tefé detêm aterro controlado e somente
Carauari já se adequou às exigências da Lei nº 12.305/2010, ao passo
que as outras Municipalidades amazonenses (os 57 Municípios
remanescentes) possuem lixões a céu abertos e irregulares.
Conforme Zoedan (1997), a opção pela reciclagem tem implicado
a redução de 75% dos gastos do Poder Público com o remanejamento
e o controle da deposição clandestina, e um total de 70% em relação
ao uso de agregados naturais. Embora tais valores possam oscilar
de acordo com a tecnologia empregada, observam-se, de maneira
geral, reduções de custos. O uso do RCD (Zoedan, 1997; Grupo de
132
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Geotecnia em Frota et al., 2003a) necessita de amplo controle, uma
vez que é constatado alto índice de heterogeneidade nas amostras
colhidas nos pontos de descarte, bem assim variações na qualidade,
segundo a origem do entulho. Para o uso em misturas asfálticas
mostram-se mais adequadas as amostras provenientes do concreto
estrutural, quando cotejadas com o material oriundo de alvenarias
(Grupo de Geotecnia, em Frota et al., 2003a), motivo por que se mostra
oportuno o desenvolvimento de metodologias de controle dos lotes a
serem empregados no seu processo produtivo, com vistas à obtenção
de agregados com maior qualidade técnica e menor heterogeneidade.
Os resultados de trabalhos como os do Grupo de Geotecnia da
UFAM têm demonstrado que o emprego desse material nas misturas
de solo-agregado (Frota et al., 2003) e no concreto asfáltico (Grupo
de Geotecnia: Frota et al., 2003a; Frota et al., 2004a; Melo, 2010;
Bertoldo et al., 2010; Oliveira et al., 2010 e Silva et al.,2011) traz a lume
resultados satisfatórios, quando comparados aos agregados naturais
(seixo rolado, brita de granito, basalto e gabro).
Nesse diapasão, conforme dados do Geotec (Frota et al. 2003a;
Frota et al 2004a) e de Silva (2004), as seguintes fases mostram-se
essenciais ao processamento do RCD: (1) seleção da amostra, dandose preferência ao resíduo originado do concreto estrutural; (2) retirada
de materiais com características indesejadas (verbi gratia, baixa
resistência, textura lisa e alto potencial de absorção), a exemplo do
gesso, do vidro, de cerâmica e de ferragens; e (3) britagem nas faixas
granulométricas desejadas.
No que concerne ao uso desse material como agregado graúdo
em pavimentação, estudos realizados pelo Geotec demonstram
desempenho altamente satisfatório quando o RCD substitui o seixo
nas misturas asfálticas do tipo concreto asfáltico (Frota et al., 2003a;
2004b; 2005; 2006; 2007; Melo, 2010; Bertoldo et al., 2010; Oliveira
et al., 2010 e Silva et al.,2011) e na estabilização de solos (Frota et al.,
2003b).
Em uma de suas linhas de pesquisa, o Grupo de Geotecnia da
Universidade Federal do Amazonas dedica-se aos estudos voltados
para os pavimentos. Seus trabalhos, nesta área do conhecimento, foram
alavancados com a sua inserção na Rede de Asfalto Norte/Nordeste
em 2002, no projeto “Caracterização Mecânica de Misturas Asfálticas
e Agregados Regionais, e Asfaltos Produzidos pelas Refinarias N/NE”.
Visando a desenvolver alternativas para a melhoria dos pavimentos
de nossa Região, o Grupo de Geotecnia fez parcerias importantes
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 133
(Petrobras), e ao mesmo tempo, obteve financiamento de agências
de fomento – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do
Amazonas (Fapeam), por meio da concorrência por editais públicos.
Em face desse esforço conjunto foram aprovados e concluídos
os seguintes projetos: (1) Novos Materiais para Construção de
Pavimentos Rodoviários (CNPq); (2) Materiais Alternativos para
Pavimentação (Fapeam); (3) Realização de Pesquisa sobre Agregados
de Argila Calcinada (Ministério dos Transportes – MT); (4) Análise
do Comportamento Estrutural de Pavimentos Asfálticos da Região
de Urucu (Petrobras); (5) Efeito da Temperatura de Serviço na
Deformação Permanente e Trincamento por Fadiga nos Pavimentos
da Região Amazônica (CNPq); (6) Acompanhamento e Controle
de Pavimentos de Urucu-AM (Petrobras); (7) Desenvolvimento de
Programa Computacional para Análise Estrutural de Pavimentos em
Três Dimensões (CNPq); (8) A Obtenção Tecnológica de Argilas da
Região de Coari-AM para a Produção de Agregados Sintéticos Visando
a Construção de Pavimentos (CNPq); (9) Validação Tecnológica de
Misturas Asfálticas Confeccionadas com Resíduo da Construção Civil e
Ligante Asfáltico Modificados por Polímeros, para Construção de Vias
Urbanas no Município de Manaus – AM (CNPq); (10) Determinação
de Parâmetros Empíricos e Mecanísticos das Misturas Solo-Argila
(CNPq); Caracterização Química e Mineralógica de Argilas do Amazonas
(CNPq); (11) Obtenção de Agregados de Argila Calcinada para a Região
de Manaus – AM (CNPq); (12) Utilização de Entulho da Construção Civil
em Misturas Asfálticas para a Região de Manaus – AM (Universidade
Federal do Amazonas – UFAM); (13) Caracterização de Misturas
Asfálticas Alternativas Quanto ao Efeito de Trincamento por Fadiga
e Recuperação de Micro-trincas Utilizando Modelo Viscoelástico de
Dano Contínuo (CNPq); (14) Definição de Metodologias de Dosagem e
Ensaios de Misturas Asfálticas e da Viabilidade do Emprego de Rejeitos
Ambientais como Materiais para Pavimentação (Finep e Petrobras/Rede
de Asfalto); (15) Avaliação do Uso de Ligantes e Rejeitos Ambientais
para Estabilização de Bases e Sub-bases de Pavimentos Asfálticos
(Finep e Petrobras/Rede de Asfalto).
Ante o exposto, tem-se como objetivo neste projeto apresentar
o material Resíduo de Construção e Demolição produzido no Município
de Manaus (AM) como alternativa técnica, na medida em que se
trata de agregados a substituírem o material pétreo na construção de
pavimentos no Estado do Amazonas e a consubstanciarem alternativa
ambiental para os resíduos sólidos gerados nos canteiros de obras,
134
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
evitando-se, assim, o descarte em aterros ou em terrenos baldios,
além de minimizar a extração de recursos naturais.
Projeto: MDF da Amazônia
E/T-14
O MDF (Médium Density Fiberboard) é uma chapa fabricada
a partir da aglutinação de fibras de madeira com resinas sintéticas e
ação conjunta de temperatura e pressão. Para a obtenção das fibras,
a madeira é cortada em pequenos cavacos que, em seguida, são
triturados por equipamentos denominados desfibradores. O MDF
tradicional possui consistência e algumas características mecânicas
que se aproximam às da madeira maciça. A maioria de seus parâmetros
físicos de resistência são superiores aos da madeira aglomerada,
caracterizando-se, também, por possuir boa estabilidade dimensional
e grande capacidade de usinagem.
No caso do MDF da Amazônia, o diferencial e o caráter inédito
baseiam-se na utilização de resíduos madeireiros e não madeireiros,
tais como caroço de açaí, semente de andiroba, cascas de castanha,
cupuaçu, de pinus e eucalipto, moinha de madeira, etc, bem como a
pesquisa, desenvolvimento e utilização de resinas naturais de espécies
nativas da Amazônia na fabricação do MDF.
Projeto: Elaboração do Projeto Conceitual de
Implantação do Parque Tecnológico de Bioindústria do
Pescado no Estado do Amazonas
E/T-15
Estudos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura
e Alimentação (FAO apud MPA, 2009) indicam que a produção
mundial de pescado está praticamente estagnada ou crescendo em
níveis irrisórios, e até mesmo em declínio, em algumas regiões do
mundo. Por outro lado, em função do aumento da população global
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 135
e de mudanças de hábito alimentar, houve aumento da demanda por
pescados. A FAO estima que, até 2010, a piscicultura terá que produzir
40% dos peixes consumidos no mundo, que oscila em torno de 50
milhões de toneladas/ano.
Ao avaliar o preço do peixe (Mfrural, 2009) como uma commodity,
chega-se a US$ 748,41 o barril – fazendo a equivalência em kilogramas
dos141 litros de petróleo, que formam um barril – o que equivale a
12,47 vezes maior que o preço do barril do petróleo de US$ 60,00 nos
(médias dos últimos 6 meses).
A piscicultura, se ancorada num ambiente de ciência e tecnologia,
para o desenvolvimento de todo o seu potencial produtivo em bases
sustentáveis, poderá garantir a segurança alimentar, contribuir
decisivamente para disseminar boas práticas ambientais, promover
o desenvolvimento da região e contribuir com as políticas públicas
no restabelecimento dos estoques naturais da fauna ictiológica
(MPA,2009).
O SLI da piscicultura é uma forma de organização da produção que
se fundamenta na necessária localização dos processos produtivos, de
novas técnicas e produtos de acordo com as características da demanda.
O conceito se apóia na hipótese de que as vantagens competitivas de
uma região ou empresa dependem fundamentalmente da capacidade
de uma organização produtiva que crie e explore as especificidades
locais do ambiente econômico e institucional (Bureth e Llerena,
1992) essa perspectiva afirma que a inovação tecnológica constitui o
fator determinante para a competitividade e o desenvolvimento das
nações, regiões e empresas, tendo a globalização de mercados como
o principal fator para o aumento da concorrência entre os segmentos.
Parques Tecnológicos são ambientes de inovação, são
instrumentos que visam transformar conhecimento em riqueza e bemestar social e devem ser constituídos e estruturados com essa clara e
específica missão (Oliveira, 2008).
No Amazonas já existe o Centro Tecnológico do Pólo Industrial de
Manaus (CT-PIM), que não se enquadra nessa concepção de parque,
é apenas uma incubadora de empresas. Por outro lado, a região
compreendida pelos municípios de Anamã, Anori, Beruri, Caapiranga,
Manaquiri, Maraã e Manacapuru, estão as condições locacionais
favoráveis ao desenvolvimento da piscicultura, por serem, esses
municípios, constituídos pela mesma fitogeografia, isto é, cercados de
lagos naturais, infra-estrutura adequada a essa iniciativa.
136
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Nesse sentido, um Parque Tecnológico pode contribuir para o
aumento da oferta de pescado oriundo da piscicultura, pode ajudar a
aliviar a pressão da pesca predatória sobre os estoques naturais, pode
manter a sustentabilidade da pesca, além de aplicar e gerar novos
conhecimentos científicos e tecnológicos sobre o tema pesca e sua
cadeia produtiva, justificando a realização de um estudo para analisar
a viabilidade de sua implantação, por se constituir numa relevante
contribuição ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.
O parque tecnológico de biopiscicultura de Manacapuru (PTBIO) deverá ter a missão de ser um espaço de inovação tecnológica
e empresarial, voltado ao desenvolvimento da piscicultura, como
atividade econômica capaz de promover o desenvolvimento
sustentável da região, através do desenvolvimento de pesquisas
e geração de tecnologias para o manejo dos diversos recursos da
ictiofauna, gerando emprego, renda e bem-estar social às populações
da região com equilíbrio dos ecossistemas ambientais.
O PT-BIO deverá ser estruturado para uma atuação holística,
em termos de cadeia de valor, representado por elos que compõem a
cadeia produtiva da piscicultura:
a.Insumos: elo onde a biotecnologia poderá ser aplicada na
pesquisa de hábitos alimentares dos peixes, desenvolvimento
de rações, identificação e prevenção de doenças e o
melhoramento genético de espécies;
b.Produção: elo onde serão desenvolvidos novos modelos de
manejo científico, a exemplo dos modelos concebidos na
RDS Mamirauá (Ibama, 2009), estudos e desenvolvimento de
técnicas de repovoamento de estoques naturais, bem como,
o desenvolvimento de novas tecnologias para a reprodução
sustentável do estoque de peixe;
c.Industrialização: onde serão desenvolvidos novos Arranjos
Produtivos Locais (APLs), baseados nos produtos da ictofauna
e de subprodutos de pescados (Gazeta Mercantil, 2001)
que tenham demanda, como por exemplo: o óleo do peixe
já é bastante cobiçado pela indústria de cosméticos, porque
proporciona aos perfumes o melhor fixador existente, com
potencial para substituir o tradicional. A pele curtida do
pescado apresenta uma beleza diferenciada e resistente,
pode substituir matéria-prima na indústria tradicional de couro
(tecnologia desenvolvida pelo Inpa), a exemplo do que já ocorre
na Itália onde é matéria-prima de bolsas e sapatos. A farinha
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 137
de peixe é rica em proteínas, indicada para recuperação de
pessoas debilitadas ou de crianças em desnutrição. A víscera
do peixe serve de matéria-prima para produção de ração
animal e tantas outras possibilidades de aproveitamento de
subprodutos poderão ser desenvolvidas com aplicação de
pesquisas científicas;
d.Comercialização: onde a feeling empresarial fará a diferença,
tendo em vista o potencial que os produtos desfrutam, em
termos de vantagens competitivas, sobretudo no mercado
mundial, onde o peixe se apresenta como a melhor opção
alimentícia, sobretudo, como proteína necessária à segurança
alimentar, como recomenda a FAO;
Logística: reunirá as questões da governança corporativa do próprio
Parque, todo o arcabouço legal que implique no bom funcionamento
do parque, das relações institucionais, questões tributárias, setoriais,
agentes econômicos e a logística propriamente dita, em especial à que
diz respeito aos gargalos de estocagem, armazenagem, processamento
de exportações, etc.
Projeto: Estudo da ação antioxidante e elaboração de
novos produtos a partir de matéria prima amazônica
E/T-16
A atividade metabólica do organismo humano produz constan­
temente radicais livres. Estas moléculas reagem com DNA, RNA,
proteínas e outras moléculas oxidáveis, promovendo danos à saúde
tais como: doenças degenerativas, como câncer, aterosclerose,
artrite reumática e o envelhecimento. Estudos epidemiológicos têm
demonstrado uma correlação inversa entre dietas ricas em compostos
polifenólicos e doenças cardiovasculares. Os compostos fenólicos
possuem um amplo e complexo grupo de fitoquímicos, são compostos
secundários do metabolismo vegetal que apresentam em sua estrutura
um anel aromático com uma ou mais hidroxila, o que possibilita atuar
como agente redutor, exercendo proteção do organismo contra o
estresse oxidativo. O interesse pelo estudo de frutas tropicais tem
crescido muito nas ultimas décadas devido ao aporte nutricional e
fitoquímico que estas frutas apresentam. Uma destas frutas é o açaí,
138
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
comercializado na Região Amazônica de uma maneira semi-artesanal em
unidades de beneficiamento chamada “Batedeira” ou “Amassadeiras”,
e utiliza-se para fabricação da bebida uma despolpadeira artesanal,
onde os frutos passam por um amolecimento utilizando água quente
e em seguida são despolpados utilizando água em menor ou maior
proporção, denominando assim, açaí fino, médio e grosso. Esta bebida
é embalada em sacos plásticos, sendo consumido imediatamente
pela população aportando nutrientes energético, plásticos, minerais,
fundamentais no metabolismo do ser humano. Um dos componentes
do açaí, que tem sido destacado como um excelente agente para ação
benéfica à saúde são as antocianinas, classe dos flavonóides.
Este projeto tem como objetivo estudar a composição química,
flavonoides e antocianinas, assim como seus efeitos sobre o organismo
do fruto, bebida e produto elaborado para estabelecer a ação do
açaí, camu-camu, tucumã, castanha do Brasil e buriti como alimento
funcional.
Projeto: Produção de Termofertilizante Fosfatado a
partir do aproveitamento de escória de siderurgia e
rocha fosfatada de alumínio
E/T-17
O projeto visa a produção de um fertilizante fosfatado obtido a
partir do aproveitamento de escória (resíduo da siderurgia de ferro gusa
de alto-forno) na forma fundida (líquida) e sua energia calorífica, por
meio de mistura de fosfato de rocha de alumínio, voltado para atender
o mercado agropecuário da Região Amazônica. O cunho de inovação se
refere à obtenção de um termofosfato utilizando-se a energia calorífica
da escória líquida fundida, como fonte de energia no processo de
calcinação da rocha fosfatada de alumínio.
O Parque siderúrgico do Carajás é o segundo do País em volume
de produção, Produção de 1,8 milhão de toneladas de ferro gusa no
ano de 2007, o que corresponde à aproximadamente 25% da produção
nacional, ficando apenas atrás do Estado de Minas Gerais o que lhe
confere inegável importância para a economia do Estado do Pará.
Na produção de ferro gusa há a geração de grandes quantidades de
resíduos, dos quais a escória representa a maior fatia com cerca de
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 139
41% do total, representando um importante passivo ambiental para as
empresas produtoras de ferro gusa.
O fosfato de rocha de alumínio ocorre com certa abundância
em jazidas localizadas no Estado do Pará e Maranhão, porém não
são exploradas economicamente como fertilizante agrícola, devido
à inadequação da aplicação direta, por serem insolúveis na condição
natural. A técnica usada para viabilizar o aumento da solubilidade desse
fosfato seria submeter o fosfato de rocha ao processo de calcinação,
que corresponde ao tratamento térmico com elevação da temperatura e
promoção da quebra da estrutura cristalina do mineral, com a liberação
de fósforo para as plantas.
Esse processo de produção permitirá a obtenção de um produto
fertilizante de boa qualidade, gerado a partir do aproveitamento de
materiais de uso “marginal” (resíduo siderúrgico e minério fosfático
alumínico), sem custos energéticos para a calcinação, com expressiva
redução do custo final do produto. A viabilização de aproveitamento
de fosfatos aluminosos existentes no Pará, eliminando a restrição
energética no processo de produção do termofosfato, promoverá
a maior acessibilidade dos agricultores locais de um fertilizante
fosfatado de baixo custo, com implicações positivas na melhoria da
produtividade das culturas de interesse econômico do Estado do
Pará, com repercussão direta na economia regional. Além disso, esse
processo produtivo promoverá a redução do passivo ambiental das
empresas siderúrgicas na produção de ferro gusa, minimizando os
impacto ambiental n entorno das empresas produtoras de ferro gusa.
Por outro lado, a produção e utilização racional de fertilizantes, além de
promover o aumento de produtividade agrícola, possibilitará a proteção
e preservação de milhares de hectares de florestas e matas nativas.
Projeto: Ração de Igapó, alimento natural de espécies
aquáticas
E/T-18
No processo de extração ou na colheita manual das favas ou
produtos naturais em ambientes locais, isto é nos igapós na época
do inverno onde há uma diversidade de frutas ou sementes naturais
onde estar intimamente ligada a fertilidade do alimento natural das
140
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
espécies aquáticas, que juntando varias espécies tal como Juarí,
mungubá, capitari, caferana etc. tudo isso triturado em ambientes
naturais misturado com outros derivados dará uma massa homogenia
e compactada em grãos tornaram isso um alimento natural às espécies
subaquáticas na alimentação em cativeiro. Favorecendo aos produtores
uma nova fonte de alimento agregando valores naturais regionais, onde
a mão de obra comunitária ou família torna-se a o meio de arrecadação
financeira através do processo de aproveitamento e tecnologia com
potencial rentável na fabricação na formulação, onde existem estudos
e avaliações relacionadas á implantação e manutenção dessa nova
cultura onde na Amazônia e principalmente nas áreas de várzeas a
uma larga escala em abundancia. Este produto depois de processado
e agregado a outras misturas já conhecidas, beneficiara comunidades
ao redor da implantação de uma fabrica gerando assim importante
desenvolvimento local e regional.
Projeto: Yauaçu: primeira cadeia produtiva da
Biomassa do Babaçu no Estado do Amazonas em
áreas indígenas
E/T-19
Diversos estudos sobre a biodiversidade vêm revelando seus
poucos aproveitamentos, dos pontos de vista econômico, científico e
social. Com os avanços tecnológicos em curso, o valor da biodiversidade,
ainda não contabilizado adequadamente, pode representar lucros
significativos para as economias da Amazônia, bem como contribuir
socialmente com as comunidades mais carentes da Região. Do ponto
de vista científico, novo descobertas de produtos cosméticos podem
também alterar positivamente o quadro de desenvolvimento perverso
que caracteriza a Amazônia e criar um modelo de sustentabilidade
para os mais de 25 milhões de habitantes que ainda dependem das
exportações de matérias primas sem valor agregado.
Governos de estados da federação brasileira vêm realizando
esforços para implantar programas como o REDEBIO. Este inclui
estados da região nordeste e norte.
No total de 5 anos, quando houve o Censo Agropecuário (1970,
75, 80, 85, 96), foram produzidas 700 mil t de amêndoa de babaçu,
que geraram como valor de venda e ingresso para as comunidades
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 141
envolvidas neste período, 840 milhões de reais (Censo Agropecuário,
IBGE).
Assim, por ano, foram extraídos 140 mil t que renderam à
Amazônia 170 milhões de reais. Desse modo, cada quilo de babaçu foi
vendido a um preço médio de 0,80 reais (1970-96, segundo o Censo
Agropecuário do IBGE). Um trabalhador, em média, extrai cerca de 130
kg por mês durante a safra de babaçu (6 meses) e ganha com a venda
deste produto 160, 00 reais/mês.
O que demonstra que o babaçu é um investimento promissor
de renda familiar das comunidades rurais brasileiras, sobretudo as do
Estado do Maranhão, que maior contribuem com seu potencial de
extração deste fruto.
Por outro lado, é importante colocar que ao diversificar e estimular
o uso e aproveitamento de todas as partes do fruto, bem como o melhor
refinamento, para obtenção de inúmeros subprodutos é a adoção de
um posicionamento de maior agregação de valor, logo, de maior renda
para as famílias rurais da região de ocorrência dos babaçuais.
Viabilizar a primeira cadeia produtiva da Biomassa do babaçu em
áreas indígenas no Estado do Amazonas com caráter inovador, utilizando
o coco de babaçu em substituição ao coco de piaçava da Bahia, hoje
utilizada na Europa como matéria-prima de transformação industrial.
O endocarpo do babaçu será utilizado na indústria na confecção de
pastilhas e esferas para atender os seguimentos de revestimento
ecológico, acessórios de moda e bio-jóias com tecnologia inovadora no
processo produtivo. Substituindo o endocarpo do caroço da Piaçava da
Bahia, Pretende-se aperfeiçoar os processos através know how de uma
empresa da Aozgan Tesbih Bijuteri San Tic, Istanbul-Turquia, devendo
o produto final ser uma Planta de Produção de 1.000.000/mes de
esfera e 1.000.000/mês com o estudo de viabilidade de uma unidade
produtora. E implantar a Tecnologia Social do Babaçu- Descasque
mecânico do coco babaçu, facilitando retirada da amêndoa, promovendo
o aproveitamento do epicarpo (casca), mesocarpo (80% de amido) e
amêndoa; Aperfeiçoados alguns maquinários e desenvolvidas novas
tecnologias na extração de óleo do coco, com aproveitamento maior
de seus subprodutos. Com isso oferecer condições que fortaleçam a
organização produtiva e visem a sustentabilidade dos povos indígenas,
contribuindo na reafirmação da identidade étnica dos povos da floresta
e de suas etnias.
Desenvolver e aprimorar tecnologias para beneficiar de modo
inovador e sustentável em escala industrial, o coco de babaçu, (Orbignya
142
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
phalerata Martius), um recurso natural abundante das terras indígenas
e de uso tradicional entre a maioria dos povos indígenas, o babaçu
da Amazônia, de forma economicamente sustentável, ambientalmente
renovável, socialmente justo e harmonizado culturalmente aos povos
da floresta, em novos produtos passíveis de maior competitividade no
mercado nacional e internacional.
Projeto: Projeto: Rota Judaica da Amazônia
E/T-20
O presente projeto estabelece objetivos, justificativas,
planejamento estratégico e as vias para a criação e implantação de
um novo e inédito produto turístico, do gênero cultural e étnico, para
a Região Amazônica ( Pará e Amazonas)- a Rota Judaica da Amazônia.
Composto por uma série de propostas de passeios e visitações
a cidades do interior do Pará e Amazonas, e suas capitais, Belém e
Manaus; percorrendo localidades onde foi e permanece marcante, a
presença do elemento judaico de origem marroquina, um dos grupos
imigrantes que conformaram a colonização da região, bem como sua
formação, social, cultural e econômica, a partir do início do século 19
e criaram aquela que é a mais antiga comunidade judaica existente no
Brasil.
Estruturado em três fases básicas- elaboração, implantação e
operacionalização, o projeto visa além do incremento na receita do
setor para a região, contribuir com o desenvolvimento sustentável da
mesma, a partir de atividade de baixo nível de investimento inicial e
retorno financeiro imediato; e criar novos postos de trabalho para a
população destas localidades.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 143
Projeto: O retroce$$o: o futuro da humanidade em um
passado presente
E/T-21
Este livro apresenta o resultado de uma pesquisa relacionada
às eventuais reinvenções do atual sistema econômico, traçando
linearmente uma reflexão objetiva, delineando o espaço - tempo e
correlacionando as formas dos sistemas de produção, sendo, patriarcal,
escravista, feudal, capitalista, confrontando as relações, capital x meio
ambiente, estabelecendo assim, “A Teoria do retrocesso”.
Atualmente a humanidade, com todo seu conjunto de regras,
normas, leis, culturas diversas, valores incondicionais ou condicionais,
está propensa à modificações endógenas e/ou exógenas a todo o
momento, todavia, as atividades técnicas, econômicas, políticas,
dentre outros, abrem um paradoxo dialético que atua diretamente no
cotidiano particular de cada um, manipulando seu dia a dia, ditando
como e quando fazer alguma coisa.
A sociedade está sendo transformada, desde a sua priori.
A evolução do pensamento e a apropriação e domínio da natureza
são os principais fatores para que fossem elaborados sistemas
compartilhados que determinaram o uso exacerbado destes recursos
em que o homem, na forma de seu trabalho, transformou não somente
o mundo, mas também a si mesmo.
A cada período da história da humanidade, este sistema foi
sendo adaptado conforme as transformações impostas naturalmente,
forçando uma reflexão quanto à maneira em que as necessidades eram
postas à prova, ou seja, a cada momento histórico, o homem se serviu
da natureza em busca de suprir suas demandas de convívio e estruturas
em âmbito social, econômico e político, neste processo evolutivo.
O surgimento dos primeiros grupos sociais organizados é prova
desta evolução e da necessidade de mudanças favoráveis ou não
a nossa espécie. Podemos refletir a partir das divisões do trabalho,
quando em várias tribos iniciais, eram atribuídas a cada componente
ativo, assim saudável, a obrigação de uma determinada atividade tema que será discutido nos capítulos iniciais deste exaustivo trabalho
de pesquisa.
144
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Partindo do princípio, de que o uso da natureza é um fator
condicionante à evolução e transformação da humanidade, temos que
identificar nos dias atuais, os problemas que surgem a partir da falta
destes recursos, e assim refletir quanto ao seu uso racional e garantir
para as futuras gerações o mínimo essencial para a continuidade de
nossa espécie neste planeta finito.
As primeiras civilizações organizadas utilizavam a natureza
conforme suas necessidades eram impostas, controlando consciente
ou inconscientemente o saber da duração destes recursos. Este
conceito não se diferencia muito dos dias atuais, continuamos a extraílos, transformando-os em produtos, e abastecendo os egos dos
consumidores insaciáveis do século XXI.
Partindo destas premissas, discutiremos como o atual sistema
econômico, desde seu surgimento,contribui modificando a humanidade,
construindo ideologias extremamente complexas e diversificadas, no
qual o homem, cego de seu poder, permanece alienado a este sistema
até hoje.
Neste livro, discutiremos as ações da humanidade, desde o início
do ser pensante, até os dias atuais; passando por todo este processo
evolutivo, focando o trabalho exercido pelo homem antes do surgimento
do sistema fabril e após a ele.
As forças de produção estabeleceram realidades que se
organizaram desde as sociedades primitivas, sendo estabelecidas
regras, assim linearmente, “Patriarcal, escravista, feudal, burguês e
finalmente o atual modo de produção capitalista”.
O capitalismo busca incessantemente o lucro a qualquer custo,
alienando o homem à sua vontade. Partindo deste pressuposto,
analisaremos até que ponto este sistema, que está se reciclando, será
atribuído a esta abordagem, o surgimento de um novo capitalismo, que
desde seu princípio, priva o homem até mesmo de suas horas de lazer.
Dentre todas as hipóteses abordadas, nesta obra, “O retrocesso”,
discutirão, dentro deste sistema capitalista, uma reflexão quanto ao uso
e manejo dos recursos naturais, mais especificamente, os recursos
não renováveis, essenciais para a garantia da vida humana, e firmar
esta Teoria, ou seja, as alterações econômicas, políticas e sociais, que
levarão o homem de volta ao passado. Assim, devido à queda e/ou a
mutação retroativa do capitalismo, forçará a humanidade a retroagir no
tempo, utilizando-se das fases iniciais deste sistema moderno, anterior
ao sistema fabril. Partindo deste princípio, a utilização da manufatura e
o sistema de escambo, retornarão, porque sem os recursos naturais
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 145
suficientes, aniquilará o motor que impulsiona o capital, “O consumo”,
voltando à alta Idade Média, “O capitalismo comercial”.
Projeto: Complexo agroindustrial de etanol e farinha
de mandioca para comunidades rurais do Estado de
Roraima
E/T-22
O projeto prevê a instalação de um complexo agroindustrial para
a fabricação de farinha e álcool a partir da cultura da mandioca numa
comunidade rural do Estado de Roraima. Para isto, será selecionada uma
cooperativa de produtores do Sul do Estado e apresentado o projeto
para os cooperados que irão formar um grupo fechado de produtores
de mandioca que constituirão os sócios preferenciais. Os produtores
que optarem apenas por entregarem a produção serão considerados
sócios colaboradores. Para facilitar a implantação do sistema de plantio
21 produtores serão divididos em 3 grupos de 7 e todos plantarão 3
hectares cada, totalizando 63 hectares de mandioca de indústria. Cada
grupo plantará 21 hectares de mandioca por mês durante os meses de
maio, junho e julho. A colheita começará aos 12 meses do plantio sendo
colhidos 0,25 ha de mandioca por dia com estimativa de 5 toneladas/
dia de raízes para industrialização que deverá ser programada para
produção de etanol, de farinha ou de ambos os produtos. Espera-se
uma produção de 1500 kg de farinha ou 900 litros de etanol por dia
ou parte de cada produto dependendo da quantidade de matériaprima
utilizada para cada um. Nos primeiros meses a quantidade de farinha
produzida deverá ser maior para cobrir os custos de produção,
enquanto o etanol produzido será utilizado no sistema de produção e
distribuído em cotas para uso pessoal dos cooperados. O complexo
agroindustrial deverá funcionar 252 dias por ano, descontando-se
os sábados, domingos e feriados. Os recursos para a produção da
mandioca deverão vir do Pronaf e o pagamento da produção de cada
cooperado deverá vir da venda do produto industrializado, no caso
a farinha de mandioca devidamente classificada por tamanho de
grânulos atendendo as exigências do consumidor. Em todas as etapas
de produção serão utilizadas as Boas Práticas de Fabricação a fim de
obter certificação do produto e o mesmo poder ser comercializado nos
mercados municipais, regionais e de fora do Estado.
146
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Uso, fornecimento e comercialização de ervas
medicinais no município de Muaná (PA) através de
sistemas agroflorestais e cooperativas
E/T-23
O projeto proposto integra a prática sustentável de produção
agrícola chamada de agroflorestal com a produção de ervas medicinais de
alto valor para o Sistema Único de Saúde (SUS). Objetiva-se a produção
de alimentos, focando a alimentação do agricultor e comercialização do
excedente em feiras e o processamento de ervas medicinais por um
sistema de secagem alocado em uma cooperativa. O estudo de ervas
medicinais tradicionalmente utilizadas pela população, mas não pelo
SUS, será realizado durante todo o período de implantação do projeto,
a fim de poder incorporar as ervas medicinais à Relação Nacional de
Plantas Medicinais.
Projeto: Farmácia Viva Borari: multiplicando saberes
E/T-24
Implementar a Fitoterapia como nova opção terapêutica na Rede
Municipal de Saúde de Santarém através da produção e utilização de
produtos com fins terapêuticos oriundos da flora medicinal, para que
seja possível a substituição do uso empírico tradicional pelo emprego
correto, científico e racional de plantas validadas como medicinais,
além de revitalizar a agricultura familiar, inserindo-a na cadeia produtiva
de produtos fitoterápicos.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 147
Projeto: Vale Amazonas
E/T-25
O projeto Vale Amazonas visa criar um canal entre o Vale do
Silício na Califórnia e o mercado emergente brasileiro para fomentar
o desenvolvimento regional da Amazônia. Esta iniciativa permitirá
o intercâmbio profissional de jovens de talento entre a Universidade
de Stanford e o Amazonas, trazendo idéias inovadores para a nossa
região. Em poucas palavras o Vale Amazonas traz grandes idéias para
uma região de grande potencial. O projeto destaca-se pelo foco em
iniciativas concretas, execução relâmpago e busca inabalável pela
excelência.
O programa possui três frentes:
a. O Curso Vale Amazonas permitirá a participação de jovens
estudantes amazonenses das áreas de administração, engenharia, e
computação em um curso ministrado na Universidade de Stanford.
b. O Intercâmbio Profissionalizante Vale Amazonas visa trazer
estudantes de Stanford com interesse nas áreas de desenvolvimento
sustentável, economia, políticas públicas, relações internacionais e
educação para trabalhar em empresas Amazonenses.
c. A Incubadora Vale Amazonas para micro-empresas (startups)
que desenvolvem tecnologias sustentáveis de alto potencial de
aplicação na Região Amazônica.
A incubadora conecta fundos de investimento a empresas
promissoras que desejam atuar no Amazonas. Este projeto terá apoio
do fundo de investimentos Arpex Capital, fundado por Jorge Paulo
Lemman e representado por Gabriel Benarrós em Stanford.
148
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Centro de Estudo e Promoção de Piscicultura
na Raposa Serra do Sol (CEPRS)
E/T-26
Este projeto é uma das propostas para fortalecimento das
comunidades indígenas, utilizando o potencial natural como os rios,
lagos e igarapés, como fonte de produção de alimentos, para a
população. Não somente como meio de subsistência, mas como
geração de renda, dentro da terra Indígena. Criando condições a esta
população de permanecer em seus territórios.
Mesmo com potencial natural para produção de peixes existe
grande deficiência de incentivo ao setor, não existem políticas públicas
voltados para implantação de projetos nesta região.
Quanto a assistência técnicas, existe um Centro Indígena de
Formação a novel médio e técnico, onde os jovens indígenas participam
de cursos de várias modalidades como de agricultura, pecuária, manejo
ambiental e áreas afim, uma delas é a Piscicultura. que ganhou mais
força por conta dos potenciais disponíveis para esta atividade.
A maior preocupação atualmente é a redução substancial do peixe
nas fontes naturais, isto vem se dando por conta dos seguintes fatores
aumento da população indígena, pesca predatória e o desenvolvimento
das novas técnicas de pescaria, trazidas pela sociedade externa das
comunidades indígenas.
Projeto: Manejo da adubação potássica e da irrigação
no progresso de doenças fúngicas e produtividade da
melancia
E/T-27
Entre as principais doenças da melancia, o crestamento gomoso
do caule (Didymella bryoniae) e o míldio (Pseudoperonospora cubensis)
se destacam devido às grandes perdas que causam na produtividade
e qualidade de frutos. Foram conduzidos dois ensaios em condições
de campo em Gurupi, Tocantins, nos anos de 2009 e 2010. No ensaio
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 149
I, objetivou-se avaliar a influência da adubação potássica no progresso
do crestamento gomoso e produtividade da melancia. Utilizou-se
delineamento em blocos ao acaso, sendo os tratamentos constituídos
de três doses de potássio aplicadas em cobertura (0, 50 e 100 kg ha-1
de KCl) e 12 repetições. Foi avaliada a severidade do crestamento
gomoso, por meio de uma escala de notas e os dados de produção
e qualidade dos frutos. No ensaio II, objetivou-se estudar a influência
da lâmina de água e intervalo de irrigação no progresso do míldio.
Utilizou-se delineamento em blocos ao acaso com quatro repetições,
em esquema fatorial de 3 x 3, três lâminas de irrigação (100, 300 e 500
mm de água durante o ciclo da cultura) e três intervalos de irrigação.
Avaliou-se além da severidade do míldio, também a produção e a
qualidade dos frutos. Constatou-se que as doses de potássio não
influenciaram no progresso do crestamento gomoso e no número,
peso médio e qualidade dos frutos. As lâminas de irrigação aplicadas
influenciaram no progresso do míldio. Maiores níveis de severidade
do míldio foram observados nas plantas mantidas sob irrigação com
lâmina de 500 mm de água. As lâminas de água aplicadas também
influenciaram significativamente na produção e qualidade dos frutos.
Observou-se a presença de maior número de frutos deformados ou
tortos nas plantas mantidas sob déficit hídrico, na lâmina de 100 mm.
As maiores produtividades comerciais e totais foram obtidas nas
plantas irrigadas com a lâmina de 500 mm de água.
Projeto: Programa de Mídias Digitais da Universidade
Federal do Amazonas (ProMidi/Ufam)
E/T-28
O Programa de Mídias Digitais da Universidade Federal do
Amazonas (ProMidi/Ufam) é uma proposta de Desenvolvimento
Tecnológico e Extensão Inovadora capaz de promover uma mudança
cultural na Ufam e nas suas relações com a sociedade. Será
desenvolvido no Parque Tecnológico para Inclusão Social (PCTIS), a
Rede de Pesquisa, Extensão e Inovação Tecnológica da Ufam. Assim,
o ProMiDi/Ufam funcionará como locus para o desenvolvimento dos
projetos de ensino, pesquisa e extensão gerenciados ou desenvolvidos
pelo Centro do Mídias Digitais da Ufam (Cemidi), projeto incentivado
150
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
com Bolsa Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora, do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/
MCT). O ProMidi criará condições para que sejam implantados projetos
tais como Ufam sem papel, Comunicação Organização Integrada por
meio de SMS e Ações de extensão em mídias digitais, só para ficar
em três exemplos, que reduzirão pela metade o consumo de papel na
Instituição.
O conceito de uso das Mídias Digitais para a sustentabilidade é o
fio condutor deste projeto em todas as suas ações. O prédio do Centro de
Mídias Digitais (CeMidi), última fase do ProMidi/Ufam, será concebido
com ênfase na filosofia ecossistêmica para a sustentabilidade, base
do pensamento de Humberto Maturana e Francisco Varela, bem como
de Frijof Capra, com a sua proposta de Ecologia Profunda, por meio
da qual o homem é apenas parte do universo, da Terra, e não o centro
desta.
Com base nessa filosofia e, dependendo dos estudos dos enge­
nheiros e arquitetos, o prédio será de vidro ou acrílico, para aproveitar
ao máximo a luz solar, terá placa foto-elétricas, para a captação e
energia solar, bem como tanques estrategicamente posicionados para
o armazenamento da água da chuva.
Será o primeiro programa da Universidade Federal do Amazonas
(Ufam) a desenvolver o conceito de prédio totalmente inteligente e
sustentável, pois a energia elétrica e a água consumidas serão captadas
pelo próprio prédio. Com o Programa, a Ufam digitalizará todos os seus
procedimentos administrativos, acadêmicos e didático-pedagógicos
possíveis, tendo por base a Internet. Haverá economia de recursos
financeiros, bem como agilidade e transparência efetiva na interrelação
com a sociedade e a comunidade interna e externa.
O ProMiDi/Ufam criará condições para o surgimento de
uma nova cultura na Ufam e na sociedade amazonense voltada,
principalmente,para ações inovadoras de extensão baseadas na
Internet, principalmente com o uso das redes digitais e a disseminação
da filosofia ecossistêmica tendo como eixo condutor a sustentabilidade
em todos os níveis possíveis.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 151
Projeto: Geração de energia elétrica em localidades
isoladas na Amazônia utilizando biomassa como
recurso energético acoplado a processos produtivos
E/T-29
O atendimento das localidades isoladas do SIN (Sistema Interligado
Nacional), em especial aquelas situadas na Região Amazônica é um
fator crítico no processo de universalização da energia elétrica uma vez
que os custos de operação e manutenção (O&M) e sua logística de
implantação, para atendimento a estes consumidores isolados é muito
elevado, se considerarmos as mesmas condições de fornecimento dos
consumidores dos grandes centros, tendo em vista estarem localizados
em locais remotos, de condições de acesso e comunicação difícil e
logística de transporte complexa.
Neste sentido a presente pesquisa apresenta um estudo e o
desenvolvimento de soluções tecnológicas maduras, acopladas a
modelos de gestão alternativos, que sejam adequados à realidade destes
consumidores, a custos acessíveis, tendo em vista a disponibilidade de
recursos naturais na região e as vantagens inerentes a essas fontes,
como redução de consumo de óleo diesel e possibilidade de agregar
à geração de energia processos produtivos para as comunidades
isoladas, gerando emprego e renda.
Projeto: Recupiiam: recuperação, Inovação e
Consolidação do Ideal Amazônico
E/T-30
Queremos com este projeto apresentar uma nova ferramenta para
o contexto amazônico, o açaítor - assim denominado por nós, e a partir
dela poder apreciar a magnitude de profundas mudanças econômicas,
sociais e culturais; e de forma muito sutil recuperar, inovar e consolidar
os fundamentos para os quais a Amazônia foi criada por Deus.
O açaítor é uma proposta segura e agradável para a colheita do
açaí e do fruto de qualquer outra palmeira. E é para ele que viemos,
respeitosamente, compartilhar o projeto em fase de elaboração e pedir
152
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
ajuda para a sua conclusão, fabricação do protótipo e em seguida a
produção em série.
O açaítor está proposto inicialmente em duas versões uma
manual e outra mais desenvolvida com circuito eletrônico e que será
movido por dois motores à bateria e sua operação feita por controle
remoto.
O propósito do açaítor manual é alcançar o fruto com a participação
direta do homem, assim como no método tradicional usando a peconha
(laço de corda ou de pedaço de saco, p.ex., de fibra de embira, em que
os trepadores de árvore apoiam os pés de encontro ao caule, para por
este subirem com a força de suas pernas e braços), mas com fortíssimo
diferencial fundamentado em segurança.
O açaítor eletrônico incorpora uma nova realidade, pois somente
a máquina vai até o fruto, em outras palavras é uma máquina de apanhar
açaí - que se tornará tão comum como o liquidificador; assim como hoje
existe a máquina de colher café, a roçadeira, a motossera entre outras.
vamos combinar aqui que o açaítor é apenas o gatilho de
uma impressionante mudança no curso do progresso da Amazônia.
Entenderemos isto quando avaliarmos este projeto na amplitude das
suas ramificações.
Projeto: Vapp Eco: Valise Amplificada para Palestrante
Ecológica
E/T-31
O projeto consiste no desenvolvimento e na produção de
produtos e processos ecologicamente corretos, por meio da utilização
dos resíduos de madeira da Amazônia, reciclagem de madeiras
reflorestadas (pallets oriundos do PIM) e a inserção das sementes
de tucumã seca como cantoneira de proteção e base de apoio na
confecção das valises que serão utilizadas na preparação do produto
final denominado de Vapp Eco. Nesta proposta a empresa pretende
além de oferecer este novo produto, disponibilizar como opcional os
microfones ecológicos com ou sem fio que deverão fazer parte da
Valise Amplificada Para Palestrante.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 153
Projeto: Vapp Eco: Valise Amplificada para Palestrante
Ecológica
E/T-32
O projeto consiste no desenvolvimento e na produção de
produtos e processos ecologicamente corretos, por meio da utilização
dos resíduos de madeira da Amazônia, reciclagem de madeiras
reflorestadas (pallets oriundos do PIM) e a inserção das sementes
de tucumã seca como cantoneira de proteção e base de apoio na
confecção das valises que serão utilizadas na preparação do produto
final denominado de Vapp Eco. Nesta proposta a empresa pretende
além de oferecer este novo produto, disponibilizar como opcional os
microfones ecológicos com ou sem fio que deverão fazer parte da
Valise Amplificada Para Palestrante.
Projeto: Proposta de criação de uma plataforma
logística em Rondônia como fator estratégico para o
desenvolvimento regional sustentável
E/T-33
Com o avançado processo de globalização, as questões geográficas
nacionais e regionais estão sendo cada vez mais importantes, exigindo
da logística, o aporte adequado para que as organizações ali sediadas
tornem-se competitivas globalmente. Por outro lado, a escolha dos
pontos de produção e distribuição está intimamente ligada às facilidades
colocadas à disposição desses sistemas, em especial, as facilidades
logísticas, não por acaso, as melhores estruturas logísticas estarem em
países desenvolvidos ou próximos a eles, como na costa da Europa.
Delineia-se, assim, que um cenário regional dotado de infraestru­
tura espacialmente organizada e apropriada às atividades econômicas
na qual o alto desempenho organizacional torna-se essencial para o
desenvolvimento regional e para a atração e manutenção de empresas
com atuação no cenário globalizado.
154
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Mas de nada adianta uma infraestrutura apropriada para as
diversas atividades econômicas, se estas atividades não estiverem a
serviço do desenvolvimento e não apenas do crescimento econômico.
Desenvolvimento se caracteriza pela transformação estrutural da
sociedade e pela elevação da sua qualidade de vida; já o crescimento
se caracteriza pela variação positiva, no tempo, do total da produção
econômica, mensurável pela variação do Produto Interno Bruto (PIB).
Quando se analisam as condições imperativas para o
desenvolvimento sócio-econômico, a disponibilização de infraestrutura
espacialmente organizada e competentemente planejada faz uma
grande diferença, por agregar valores perceptíveis por todos os
integrantes de uma cadeia propulsora de desenvolvimento, atraídos
para um mesmo espaço ou se beneficiando dele, além da possibilidade
de refletir efeitos benéficos em uma grande área de influência.
Certos de que as questões geográficas e a organização espacial das
facilidades logísticas são fatores decisivos para tornar as organizações
mais competitivas, as empresas estão investindo em complexos
sistemas para decidirem a localização de suas fábricas e centros de
distribuição. Como no caso de Rondônia a situação geográfica lhe é
muito favorável para torná-la mais atrativa sugere-se a configuração de
uma Plataforma Logística (PL), planejadas e formatadas para melhor
atender e ao menor custo, essas demandas e para serem percebidas
pelos sistemas de processo decisório.
No Brasil o conceito de PL ainda não está consolidado, na Europa,
a preocupação já existe e assume papel importante no planejamento da
infraestrutura, principalmente nas políticas de infraestruturas regionais
de logística e transportes.
Para Arruda e Bastos (1997), as Plataformas Logísticas são
conjuntos de infraestrutura de caráter público e privado onde se
organizam as atividades econômicas do ponto de vista logístico, e seus
principais objetivos são:
a. A organização espacial – Através da qual se objetiva disciplinar
a localização e disposição de atividades que consomem quantidades
consideráveis de espaço, tais como áreas de estocagem de produtos,
de estacionamento e de manobra de transporte de carga;
b. Evitar a “contaminação” do tecido urbano - Sobretudo da
periferia, que pode se dar por impactos negativos causados por
instalações e infraestruturas de má qualidade estética, que, além disso,
geram externalidades negativas como poluição e degradação do meioambiente;
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 155
c. Gerar empregos especializados a nível local – As atividades
logísticas são consideradas atividades de médio e alto grau de
especialização e contribuem para a geração de empregos especializados,
principalmente na área de gestão em todos os níveis.
Dentre os principais atributos de sucesso de qualquer grande
infraestrutura, construída para ser catalisador do desenvolvimento,
neste caso uma plataforma logística, estão a eficiência e eficácia,
expressas por serviços de boa qualidade e custos competitivos, é
isto que atrai investimentos e atende aos objetivos no nível microeconômico. Entretanto, essas infraestruturas podem atender também
aos objetivos dos países ou macro-região nas quais estejam inseridas,
tornando-as atrativas às organizações e interessantes aos Estados, na
sua área de influência, em função da qualidade dos serviços prestados,
dos custos diferenciados, dos empregos gerados e dos impostos
arrecadados.
Nesse contexto, é proposta a criação de uma PL para Rondônia,
como proposta de servir de indutor do desenvolvimento regional
sustentável e visando cumprir, simultanemanete, os objetivos de
duas ordens: empresariais e de desenvolvimento – disponibilizando
infraestrutura e produzindo serviços de forma eficiente e eficaz para
aos clientes atuais e potenciais, contribuindo para o crescimento das
organizações, mas contribuindo também, para o desenvolvimento
sócio-econômico da região, através de geração de emprego e da
distribuição espacial da renda, tanto nas suas áreas internas, como
também nas suas áreas de influência.
Para que se possa criar uma PL de forma a atender essas
proposições, torna-se importante conhecer as características dos
clientes que demandam os serviços das plataformas logísticas e que
devem ser considerados nos estudos de viabilidade. Esses clientes
de PL podem estar localizados dentro da plataforma logística, na sua
área de influência ou distante delas. Portanto, é importante que o
planejamento tenha abrangência espacial e temporal, visando atender
toda a área de macro influência no curto, médio e longo prazo, no
tocante à demanda por infraestruturas e serviços, definidas de forma
atual e potencial.
Assim, a configuração das demandas de usuários dos serviços
das plataformas logísticas pode ser assim definida: demanda industrial
instalada no entorno da plataforma e nas áreas de influência; demanda
do setor comercial no entorno da plataforma e nas áreas de influência;
outras demandas por transportes, dentro e fora das áreas de influência;
156
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
demanda de serviços de controle e fiscalização (inspeção e vigilância
sanitária, despachos e controle alfandegários, serviços de arrecadação
de tributos federais e estaduais); demandas por serviços de segurança
pública e privada; e demanda de serviços de apoio ao homem e
à máquina (comunicação, bancários, alimentação, hospedagens,
manutenção, oficinas de reparo e suprimentos diversos).
Projeto: Destilados de Frutas da Amazônia
E/T-34
Desenvolver uma linha de bebidas destiladas, padronizadas
e com controle de qualidade assegurado de acordo com normas
brasileiras, agregando valor nessas bebidas destiladas a partir de
espécies vegetais da biodiversidade amazônica. Esta proposta visa
um melhor aproveitamento de espécies frutíferas da Amazônia e para
tanto a Sohervas realizou alguns testes exploratórios para verificar
a melhor forma de fermentação e destilação do mosto de algumas
frutas, pois a partir da fermentação da polpa seguida de destilação,
obtém-se a aguardente de fruta. Nos últimos três anos a Sohervas
lançou no mercado uma linha de licores finos de frutas da Amazônia
entre os quais se destacam o de Açaí, o de Cupuaçu, o de Camu-camu,
o de Jenipapo e o de Cacau. Trata-se dos primeiros licores totalmente
legalizados produzidos no Estado do Amazonas. O destilado dessas
mesmas frutas é inédito, portanto uma oportunidade de negócio. Esse
processo produtivo precisa ser estabelecido, certificado e protegido
intelectualmente. De posse desses resultados preliminares, se faz
necessário iniciar os processos de adaptação da produção de acordo
com a matéria prima escolhida, além do cumprimento do Decreto nº
6871 do Ministério da Agricultura, pois para que seja definida como
aguardente de frutas a bebida dever ter graduação alcoólica de 36 a
54% em volume a 20ºC, a ser obtida de destilado simples de frutas
ou pela destilação do mosto fermentado das mesmas. É recomendado
ainda que a produção seja efetuada de forma que a destilação tenha
aroma e sabor dos elementos naturais voláteis contidos no mosto
fermentado derivados dos processos de fermentação ou formados
durante a destilação, ou ambos. Para o desenvolvimento do nosso
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 157
produto, algumas etapas são necessárias como, por exemplo: Iden­
tificar fornecedores; estabelecer ações para o fortalecimento da cadeia
de fornecimento de matérias-prima concentrando-se numa cadeia
de produtos certificados; obter matéria- prima certificada; ajustar os
parâmetros de fermentação e rendimento; ensaios físico-químicos
e microbiológicos; desenvolver embalagens; rótulos e registro do
produto; obter certificação orgânica do produto; e por fim, investir na
divulgação em larga escala.
E/T-35
Projeto: Novas formas farmacêuticas para o mercado
farmacêutico emergente - Nanoencapsulação de
fármacos anti-inflamatórios de origem sintética
e natural, em matrizes poliméricas para liberação
controlada
O desenvolvimento de novas formas farmacêuticas na Região
Amazônica baseado na nanotecnologia aplicada a fármacos, através do
projeto Nanoencapsulação de fármacos anti-inflamatórios de origem
sintética e natural, em matrizes poliméricas para liberação controlada,
vem consolidar a pesquisa na área de nanotecnologia aplicada a
fármacos na Região Amazônica. A proposta visa o fortalecimento da
área industrial farmacêutico na Amazônia, no que tange as aplicações
de técnicas de caracterização físico-quimica de nanoparticulas e
nanoformulações farmacêuticas. A Amazônia possui um bioma
riquíssimo, e o Estado do Amapá colabora com uma das maiores
biodiversidades do mundo. Sendo assim, a aplicação da nanotecnologia
para obtenção de novas formas anti-inflamatórias é de grande interesse
da industria farmacêutica, o que pretende-se em curto prazo, interagir
com a formação de mão de obra especializada. Após a concretização
do desenvolvimento desse projeto, novas classes terapêuticas serão
objeto de estudo, principalmente a relacionada a aplicação de antidepressivos e ansiolíticos, de grande interesse na terapêutica no Brasil,
representando uma grande fatia no mercado farmacêutico nacional.
158
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Comportamento de concreto asfáltico tendo
lodo da eta da cidade de Manaus como Fíler
E/T-36
O concreto betuminoso usinado a quente é uma mistura
constituída de agregado graúdo, agregado miúdo, material de
enchimento (fíler) e ligante betuminoso, misturados a quente em
usina apropriada, devendo ser espalhados e comprimidos a quente.
O revestimento de concreto betuminoso consiste de uma ou mais
camadas, construídas sobre uma base devidamente preparada para
o seu recebimento. Este trabalho tem por objetivo gerar alternativas
para a pavimentação local, com a utilização de materiais regionais e
não convencionais na mistura asfáltica, em substituição aos elementos
tradicionais. Para tanto, utilizou-se o lodo, resíduo gerado na Estação de
Tratamento de Água (ETA), da Ponta do Ismael, na cidade de Manaus,
responsável pelo tratamento da água do Rio Negro, que abastece a
cidade de Manaus. Atualmente, estes resíduos são lançados no igarapé
do Franco, ocasionando prejuízos ao meio ambiente. O resíduo da ETA
foi utilizado como fíler no concreto asfáltico usinado a quente (CBUQ),
em substituição ao material tradicionalmente usado nesta região, ou
seja, o cimento Portland. Foi feita uma análise comparativa entre as
misturas betuminosas, convencional e alternativa, com os dois tipos de
fíleres, utilizando o mesmo teor ótimo da mistura com o CAP-50/70.
Foram moldados corpos de prova de CBUQ e analisados os resultados
concernentes à estabilidade Marshall, fluência a 60 0C e compressão
diametral uniaxial estática, módulo de resiliência e vida de fadiga, todos
a 25 0C. Os resultados dos ensaios mostram desempenho adequado
da mistura confeccionada com o lodo como fíler, comparado à mistura
convencional, confeccionada com cimento Portland.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 159
Projeto: Pescada da Amazonia - peixes secos, cambio
e divisas na Amazonia
E/T-37
Pescada da Amazonia é a denominação abreviada e acróstico de
Peixes Secos, Câmbio e Divisas na Amazônia. Este é um projeto de alerta
e atenção que envolve as Tecnologias Socioeconômica, Ambiental e
Infraestrutura de Câmbio e Divisa que se estende desde a cidade de
Bogotá aos lagos, lagoas e afluentes do grandioso Rio Amazonas; Rio
Negro chegando até as cabeceiras do Rio Madeira na Amazônia. Este
projeto visa pesquisar, identificar, diagnosticar e tornar público de forma
palpável e “verificável” as redes de empreendedores que exploram
e comercializam as dezenas de milhares de toneladas de peixe que
são transportados anualmente in-natura para a Colômbia, provenientes
da Amazônia sem gravame para o Estado ou tributos para a União.
A falta de beneficiamento, deste pescado, cerceia a remuneração,
a esperança, e a qualidade de vida do pescador ribeirinho. O grande
agravo deste Cluster é o grande volume financeiro que envolve todo
este sistema, e que, acaba permitindo aos empreendedores a prática
cruel do monopólio e domínio a seu bel prazer do cambio na fronteira
do Brasil, Peru e a Colômbia, que hora sacrifica brasileiros outra aos
mesmo colombianos. O mais interessante é o fato de que ninguém
se dar conta que tudo isto acontece desde os belos e magníficos
escritórios no setor sul das grandes bodegas frigoríficas onde são
armazenados estes peixes na cidade de Bogotá.
Projeto: Extratoteca de bioativos aromáticos da
Amazônia
E/T-38
Estudos dos recursos naturais e patentes de produtos da
Biodiversidade Amazônica têm sido feitos, sobretudo em instituições
ou empresas do exterior. O desenvolvimento tecnológico no Brasil
não tem acompanhado os estudos científicos das plantas e o
160
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
aproveitamento dos recursos da Biodiversidade Amazônica não tem
levado à produtos para a Sociedade. A falta de percepção de mercado
pode ser a responsável do fracasso verificado nessas empreitadas.
Nosso projeto tem por objetivo estabelecer o estudo do potencial de
plantas aromáticas do Oeste da Amazônia, para serem transformados
em produtos industriais. A estrutura de uma Extratoteca com 250 óleos
essenciais e extratos de Plantas da Amazônia (Tabela 1) aromáticas ou
medicinais, é a base do projeto. O Banco de Extratos e Óleos Essenciais
será caracterizado por Cromatografia e Espectrometria, e pelas
atividades Microbiológicas, Biológicas e Toxicológicas, visando o uso
como fitocosméticos e perfumes, e eventualmente fitomedicamentos.
A Extratoteca será catalogada em um Banco de Dados com informações
das análises fitoquímicas, cromatográficas, espectrométricas e de
atividade biológica. Instalada na nova Universidade Federal do Oeste
do Pará (Ufopa) a Extratoteca terá a parceria da Unicamp (Faculdade
de Ciências Médicas e Instituto de Química) e da USP (Instituto de
Química). O desenvolvimento das atividades científicas e tecnológicas
do projeto deve contribuir para a geração de recursos humanos
via sistemas de Pós-Graduação das Instituições parceiras. Com a
parceria da Empresa Chamma da Amazônia, o projeto desenvolverá 02
protótipos de produtos baseados na Extratoteca, sendo uma matériaprima para Perfume e um Cosmético.
Projeto: Entre a cidade e o interior: etnografia de uma
comunidade ribeirinha no Igarapé da Fortaleza (AP)
E/T-39
O Rio Fortaleza está na fronteira entre os dois maiores municípios
do Estado do Amapá: Macapá e Santana. Uma ponte dá seguimento
à Rodovia JK estabelecendo uma via de acesso terrestre entre os dois
municípios. Ao redor desta ponte está situado o Igarapé da Fortaleza,
um local de embarque e desembarque de pessoas e mercadorias
que vêm das comunidades ribeirinhas do interior do Estado ou vão da
cidade para o interior. Os principais produtos que vêm do interior são o
açaí, a farinha e o camarão. Da cidade para aquelas localidades seguem
mercadorias como combustível, materiais de construção e o material
do rancho: arroz, feijão, açúcar, etc. Existe uma rede que estabelece
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 161
as conexões que levam, por exemplo, o açaí desde sua colheita até
o consumo por um morador da cidade, bem como os alimentos
comprados na cidade e vendidos no interior. O Igarapé da Fortaleza é
assim um espaço onde o modo de vida moderno e a cultura tradicional
se encontram e estabelecem fronteiras permeáveis, evidenciando uma
relação de alteridade entre cidade-interior que muitas vezes é esquecida
pela maioria dos habitantes da cidade, relegando às comunidades
ribeirinhas um papel bem menor do que exercem na economia local.
Os rios tiveram papel fundamental no surgimento dos núcleos
urbanos na Amazônia por serem o principal meio de circulação de
mercadorias e pessoas. As cidades ribeirinhas foram se formando
ao longo dos rios originando um complexo com posição estratégica
na socioeconômica regional, oferecendo resistência ao modo de
vida urbana (Trindade Jr. e Tavares, 2008). Espaços como o Igarapé
da Fortaleza, que permitem o fluxo do Rio à cidade e da cidade ao
Rio, funcionam como pontos de confluência entre culturas distintas,
ocasionando não apenas o fluxo de mercadorias e pessoas de um local
ao outro, mas alteração no próprio aspecto cultural das localidades
(Oliveira e Schor, 2008; Malheiro et al., 2008). Estamos falando aqui
das relações entre a cultura cobocla-ribeirinha e a cultura moderna das
cidades que se encontram no Igarapé da Fortaleza.
Projeto: Desenvolvimento de um teste para
diagnóstico rápido de malária causada por Plasmodium
falciparum e P. vivax
E/T-40
A malária é uma das principais causas de morbi-mortalidade
em todo o mundo. A transmissão da malária no Brasil é acometida
por três espécies de Plasmodium: P.vivax, P.falciparum e P.malariae,
onde o maior responsável pelo o número de casos é o P.vivax com
83,7%. Na Região Amazônica, se encontram mais de 99% dos
casos. A transmissão nessa área está relacionada à: fatores biológicos
(presença de alta densidade de mosquitos vetores); geográficos (altos
índices de pluviosidade, amplitude da malha hídrica e a cobertura
vegetal); ecológicos (desmatamentos, construção de hidroelétricas,
estradas e de sistemas de irrigação, açudes); sociais (presença de
numerosos grupos populacionais, morando em habitações com
162
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
ausência completa ou parcial de paredes laterais e trabalhando próximo
ou dentro das matas).
Tradicionalmente, o diagnóstico confirmatório da malária é
feito pelo exame microscópico do sangue, necessitando de material
e reagentes adequados, bem como de técnicos bem treinados para
sua realização, objetivando a detecção e diferenciação das espécies
de plasmódios. Porém, nos últimos 15 anos métodos rápidos, práticos
e sensíveis vêm sendo desenvolvidos, como por exemplo as fitas
imunocromatográficas. Atualmente, 86 testes para diagnóstico rápido
da malária internacionais estão disponíveis no mercado, não há até a
presente data nenhum de origem nacional. Em um estudo realizado no
Estado do Pará (Oliveira, 2009) sobre custo-efetividade da utilização
do teste comercial para diagnóstico rápido da malária OptiMAL®
comparada a microscopia, observou-se que em todos os cenários
abordados que o teste rápido foi menos custo-efetivo. Porém, pode-se
notar neste estudo que um dos pontos de maior contribuição par a esta
conclusão se deve ao elevado preço pago pelo governo federal para a
aquisição deste produto, chegando a ser de US$ 0, 60 a 3, 50 por teste.
A produção de um kit diagnóstico nacional para malária possibilitaria
a utilização deste método em alta escala em áreas endêmicas e
áreas de difícil acesso, devido à redução dos gastos federais para a
implementação desta tecnologia no Sistema Único de Saúde.
Em um trabalho anterior realizado por nosso grupo,
desenvolvemos um teste para diagnóstico da malária causada
por P. falciparum em sistema de fluxo lateral utilizando anticorpos
monoclonais e policlonais anti-HRP2 (Proteína 2 rica em histidina)
(ANEXO 3). Neste momento, encontra-se em curso um projeto que
visa o desenvolvimento de anticorpos monoclonais e policlonais contra
a proteína Lactato desidrogenase (LDH) de Plasmodium sp., o que
permitirá o desenvolvimento de um kit capaz de detectar todos os
tipos de plasmódios que infectam o homem.
Neste projeto, visando à finalização dos trabalhos anteriores,
temos como objetivo realizar testes de sensibilidade e especificidade
do sistema imunocromatográfico desenvolvido utilizando anticorpos
policlonais e monoclonais para a viabilização de sua produção em escala
industrial. Para tanto, realizaremos imunização de camundongos Balb/C
com proteínas recombinantes dos antígenos HRP2 e LDH (obtido em
trabalhos anteriores) para a obtenção de anticorpos policlonais. Quanto
aos anticorpos monoclonais, realizaremos o cultivo dos hibridomas
(células capazes de produzir anticorpos específicos para regiões
únicas de cada antígeno) produtores de anticorpos anti-HRP2 obtidos
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 163
seguindo o protocolo utilizado em nosso laboratório. Novos hibridomas
produtores de anticorpos anti-LDH serão produzidos a partir da
metodologia padronizada por nosso grupo no ILMD/Fiocruz. O cultivo
destas pode ser escalonado possibilitando a obtenção de anticorpos
em escala industrial, viabilizando assim a produção em massa deste
teste. Os anticorpos serão purificados em coluna de afinidade e
acoplados em ouro coloidal. Em seguida, estes serão adicionados à
fitas imunocromatográficas (contendo uma linha controle e uma linha
teste) para realização de testes utilizando amostras sanguíneas frescas
de pacientes com malária causada por qualquer espécie de plasmódio
e bem como outras doenças que venham a interferir na especificidade
do teste.
Projeto: Desenvolvimento de Equipamento para
Conservação de Vacinas no Interior do Estado do
Amazonas
E/T-41
A maior parte da energia elétrica produzida no Brasil, hoje, é de
origem hidráulica e térmica, e para o Estado do Amazonas, não poderia
ser diferente, pois, o governo brasileiro ainda não incentiva fortemente
as fontes alternativas, sendo que o único marco legal existente oferece
pouco incentivo para a substituição de fontes convencionais por
apenas a opção eólica. Porém, outra alternativa de produção de energia
elétrica bastante conveniente para o país, por preservar recursos
ambientais, dentre as mais significativas fontes renováveis, a energia
solar destaca-se pois, sendo praticamente inesgotável, pode ser usada
para a produção de eletricidade através de painéis solares e células
fotovoltaicas. No Brasil, em particular a Região Norte, a quantidade de
sol abundante durante quase todo o ano estimula o uso deste recurso.
Pelo fato da Região Norte ser relativamente mais afastada das
demais regiões do país, propicia para os moradores desta Região uma
pior qualidade de vida, em relação às demais, e um desses aspectos
é a saúde. O Estado do Amazonas pela sua imensidão possui muitas
comunidades desprovidas de postos de saúde, e as que possuem
estes postos muitas vezes não tem condições de armazenamento
e conservação de suas vacinas por carência de eletricidade.
A conservação de vacinas é de vital importância e para isso se faz
164
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
necessário um sistema, que possa suprir as necessidades básicas de
refrigeração. Tal sistema será capaz de manter esses “insumos” de
saúde, nessas esquecidas localidades, apropriados para o uso.
E tendo em vista a melhor utilização desta tecnologia, ou seja, a
fim de melhor a eficiência da transformação da energia solar em energia
elétrica, se faz necessário um sistema de posicionamento automático
para os painéis fotovoltaicos, nos quais os mesmo irão acompanhar a
trajetória do Sol durante o dia.
Projeto: Desenvolvimento de Equipamento para
Coleta Seletiva do Cacho de Açaí
E/T-42
O potencial do Brasil e da Amazônia para o desenvolvimento da
agricultura, cultivo de açaí é imenso. A Região Amazônica é constituída
por 58,5 % da extensão territorial do Brasil com aproximadamente
sete milhões de km² de floresta e com açaí nativo, Euterpe oleracea,
e terras na maior parte do país, mão-de-obra abundante e crescente
demanda por açaí no mercado interno e externo, propiciam o seu
cultivo, mas existem alguns gargalos no que se refere à coleta seletiva
e comercialização do açaí produzido na região. Entre estes gargalos
apresenta-se a falta de automatização e eficiência da coleta do cacho de
açaí. E desta forma este projeto desenvolverá um sistema tecnológico
que reduzirá as perdas de produtividade através de uma coleta seletiva
automatizada do açaí.
Devido esta necessidade de melhorias no setor primário, não
só do Amazonas, mas como no Brasil, este projeto consiste em um
sistema automatizado para a coleta do cacho de açaí do açaizeiro a fim
de ajudar e facilitar os agricultores produtores de açaí na Amazônia.
Compreendendo os requisitos de sistema de controle de subida
e descida do equipamento do caule do açaizeiro a uma velocidade
controlada, braço eletromecânico com garra de fixação e serra de corte
do cacho de açaí e controle para manuseio das funções através de
radiofreqüência, considerando desde a subida do mecanismo, retirada
do cacho de açaí e descida do equipamento até o solo.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 165
O açaizeiro é uma espécie de grande importância socioeconômica
para a Amazônia, devido ao seu enorme potencial de aproveitamento
integral de matéria-prima. Uma das mais rentáveis possibilidades
comerciais do açaí na região é a produção e comercialização de seu
fruto in natura, para comercialização da polpa e do “vinho” que são
utilizados na alimentação popular e na fabricação de sucos, picolés,
sorvetes e doces. E suas sementes, são bastante utilizadas para
artesanato e adubo orgânico (SUDAM/PNUD, 2000).
Desta forma este projeto prevê o desenvolvimento de um
equipamento automatizado que possa fazer a coleta e retirada do
cacho de açaí do açaizeiro. Pois atualmente a coleta seletiva do cacho
de açaí do açaizeiro é feita manualmente, e a muito tempo da mesma
forma, na qual consiste na subida do caboclo pelo tronco da palmeira
através de uma peçonha feita de palha de palmeira e esta atividade
requer muito esforço físico, e para realizar a retirada do cacho do
açaí o caboclo utiliza a ajuda de um facão. Atividade esta, ineficiente,
dispendiosa e de extremo risco de acidentes, que por muitas vezes
chegam a ser fatais.
Projeto: Software ERP para Gestão de Imóveis
E/T-43
O objetivo do projeto é o desenvolver novos componentes
para o software SAI, proporcionando uma maior dinâmica, tecnologia
sofisticada e integração entre os módulos, bem como a criação de
novas funcionalidades, tais como integração como a Receita Federal no
que diz respeito a Dimob, pois o software prestará e estará interligado
com o fisco.
166
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Rede de Sensores Sem fio de Baixo Custo
para Monitoramento Ambiental
E/T-44
Nos últimos anos, as atividades de pesquisa e inovação no
Brasil cresceram em qualidade e em quantidade consideravelmente.
Especialmente na Região Amazônica, várias pesquisas são realizadas
para entender como a floresta funciona, como o impacto ambiental
causado pela presença humana e urbana na região a atinge e influencia,
como fauna e flora evoluem e se desenvolvem, entre outros temas.
Para isso, uma grande quantidade de recursos financeiros é destinada
a compra de equipamentos e ferramentas para a realização destas
atividades. Contudo, uma vez que no Brasil são oferecidas poucas
alternativas específicas para este fim, boa parte destes recursos
acaba sendo destinado para a aquisição de ferramentas importadas,
fomentando emprego, renda e propriedade intelectual fora das fron­
teiras nacionais.
O presente projeto se refere ao desenvolvimento de uma
rede de sensores sem fio capaz de disponibilizar de modo remoto
dados referentes a condições ambientais, podendo ser, mas não
limitado a temperatura ambiente, umidade relativa do ar e pressão
barométrica de uma determinada área, além do armazenamento
e gravação dos mesmos, a um baixo custo. Para esta finalidade,
são utilizados microcontroladores ARM da mais recente geração,
módulos de comunicação que operam em alta freqüência e sensores
microeletrônicos capazes de traduzir em dados digitais as informações
do ambiente. A adoção de comunicação sem fio favorece a aplicação
da solução proposta em pesquisas onde o uso de cabos e fios impacta
diretamente nos custos e na infra-estrutura.
A aplicação de tecnologias locais em problemas regionais
favorece o surgimento de novos grupos de pesquisa e fomenta o
desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação locais. Tudo isso
aliado à produção de conhecimento e informação acerca do potencial
econômico-social da região contribui diretamente para o ideal de
sustentabilidade econômica e desenvolvimento sustentável da
Amazônia.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 167
Projeto: Desenvolvimento de equipamentos para o
beneficiamento primário de guaraná
E/T-45
Tradicionalmente, o processo produtivo do guaraná em pó
pode ser resumido da seguinte forma: após a colheita, os frutos são
colocados para fermentar, amontoados ao ar livre ou em sacos, por
um período de até três dias. Em seguida, faz-se o despolpamento dos
frutos e a lavagem dos grãos (já livres das cascas e arilo).
Nas comunidades agrícolas, o processo de despolpamento é
manual e, na maioria das vezes, as condições higiênico-sanitárias são
insatisfartórias. O grão lavado é torrado em forno de barro ou metálico;
após a torrefação os grãos são descasquilhados e moídos, geralmente
estas etapas são realizadas por terceiros na sede do município.
É importante ressaltar, que durante o descasquilhamento
do guaraná torrado (manual ou mecânico), há um excessivo
reprocessamento da matéria-prima, o qual acarreta comprometimento
da qualidade e características intrínsecas do guaraná, pois alguns lotes
podem ser reprocessados até 4 vezes. Este retrabalho, resulta em
uma baixa eficiência do processo de descasquilhamento, perdas no
rendimento e desperdício de matéria-prima.
O guaraná em pó é obtido por meio da trituração em moinho
tipo martelo e, posteriormente embalado em sacos de polietileno ou
potes plásticos, os quais são destinados a comercialização direta ou à
intermediários.
Assim, considerando a importância econômica e cultural do
guaraná para as comunidades de agricultores dos municípios de
Maués, Urucará, Parintins e Barreirinha no Amazonas, e as dificuldades
no processamento primário deste fruto, propõem-se por meio da
presente proposta o desenvolvimento, ou mesmo, a otimização dos
meios de beneficiamento do guaraná denominados despolpadeira e
descasquilhadeira.
A despolpadeira seria uma máquina utilizada para separar meca­
nicamente, grãos, cascas e arilo. Seu mecanismo de funcionamento
contribuiria para melhorar a qualidade do grão despolpado e, aumentar
o rendimento do despolpamento.
168
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
A descasquilhadeira seria utilizada para eliminar a película
(casquilho) que reveste o grão torrado. Quando esta etapa é realizada
em condições inadequadas, o pó do guaraná adquire coloração e con­
sistência indesejáveis, características que comprometem a aceitação
do produto, por parte do consumidor final.
E/T-46
Projeto: Criação de um pólo especializado no
desenvolvimento tecnológico de curtimento de peles
de peixes amazônicos e sua aplicação no agronegócio
de produtos acabados
As pesquisas desenvolvidas na Coordenação de Pesquisas
em Tecnologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia com
curtimento de pele de peixes tiveram inicio há cerca de uma década,
com a implantação de tecnologias voltadas para a adaptação das
técnicas de curtimento tradicionais utilizadas no processamento da
pele de pescado de água doce capturado e também pesquisando o
pescado cultivado
A opção por um projeto de desenvolvimento econômico que
tenha o uso dos recursos naturais e da inclusão social como seu eixo
central é uma das estratégias voltadas para o crescimento da cadeia
produtiva dos mais diversos setores de nossa economia e devem
prioritariamente contemplar a superação de gargalos de infra-estrutura
física, logística, produção e difusão de conhecimentos científicos
e tecnológicos como uma estratégia de aumento do valor agregado
regional.
Uma das mais freqüentes queixas referentes ao modelo de
desenvolvimento da Zona Franca de Manaus, consiste em apontar o
esquecimento das matérias-primas regionais, no processo produtivo
e dentre estas matérias-primas, o peixe assume posição de destaque,
seja pela piscosidade dos rios amazônicos, seja pelo incremento
da piscicultura regional para o fortalecimento da cadeia produtiva
do pescado. Baseado nestes fatos é bom lembrar que seriam mais
consistentes as atividades que, a um só tempo, estimulassem os
habitantes do interior à produção de matérias-primas e assegurassem
sua transformação pelas indústrias de beneficiamento.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 169
A pesca extrativista, constituí o meio básico da cadeia de produção
do pescado e é desenvolvida pelo setor produtivo empresarial que, ao
produzir recursos alimentares para a sociedade, gera impacto no meio
ambiente pelos resíduos produzidos, uma vez que o produto final é a
carne de pescado em forma de filé, picadinho e postas congeladas.
No entanto, a pele, pode ser beneficiada e resultar em uma
matéria-prima de qualidade e de aspecto peculiar inimitável, após
o curtimento, devido à sua resistência e desenho formado na sua
superfície, principalmente as peles de peixes são consideradas como
um couro exótico e inovador, com aceitação geral em vários segmentos
da confecção.
Visando o aproveitamento desses recursos (resíduos), propõese sua transformação em produtos comerciais, gerando empregos e
criando uma atividade rentável economicamente para a comunidade
o que despertou o interesse no aproveitamento da pele de peixe, que
é jogada fora pelos frigoríficos e pelos peixeiros criando problemas
graves ao meio ambiente.
Como resíduos do processamento de peixes considera-se a
cabeça, nadadeiras, pele e vísceras que, dependendo da espécie, pode
chegar a 66% em relação ao peso total. E dentre esses resíduos está a
pele como o principal subproduto. A porcentagem de pele dos peixes
varia de 5 a 10%, em função da espécie de peixe e forma de sua
retirada.
Para minimizar esse impacto, bem como para obter um
desempenho eficiente e permanente, o setor pesqueiro deve apoiarse no trabalho de instituições de pesquisa, dentre as quais se inclui as
pesquisas da Coordenação de Pesquisas em Tecnologia de Alimentos
do INPA, com peles de espécies de peixe da Região Amazônica que
demonstraram a viabilidade da transformação da pele de peixe para
obtenção de couro a ser utilizado na por outro seguimento que é o da
confecção de calçados, roupas, cintos entre outros produtos.
Para tanto foi submetido e aprovado pelo INPA um projeto junto
a SUFRAMA para a construção de uma unidade de processamento em
Manaus com 415,00m2 de área construída e aquisição de equipamentos
específicos para as atividades de curtimento no valor total de R$
1.600.000,00 (hum milhão e seiscentos mil reais) cuja finalidade é
a execução de pesquisas e o desenvolvimento de tecnologia de
aproveitamento da pele de peixe para transformá-la em couro além da
realização de testes dos produtos desenvolvidos com resultados que
não agridam o meio ambiente através do uso de taninos para a curtição
170
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
de peles. Outra atividade que será oferecida na unidade são cursos
e teóricos e práticos para capacitação de profissionais, estagiários,
alunos da Escola Agrotécnica Federal, funcionários de frigoríficos e
bolsistas no preparo e curtimento da pele de peixe.
Isso porque, essa cadeia de produção só terá condições de
assumir um papel de importância na economia nacional, se efetivar
um adequado gerenciamento da produção, no qual se inclui reformas
importantes, sendo as principais a adequação dos recursos disponíveis.
Para tanto, torna-se necessário integrar concretamente os órgãos de
produção, de pesquisa, de regulamentação e vigilância, e, ainda, os
órgãos de extensão, hoje à margem da atividade pesqueira em muitos
estados.
A produção sustentável produtiva da Amazônia requer a aplicação
de processos diferenciados, de acordo com a sua complexidade com a
renovação tecnológica e organizacional das atividades econômicas de
reconhecido impacto tecnológico e ambiental, combinando a aplicação
de demandas para a difusão rápida de tecnologias inovadoras e
adaptadas através da modernização e dinamização de atividades como
a pesca, com prioridade para a incorporação de novas tecnologias,
que assegurem qualidade e competitividade, além de garantir
sustentabilidade dos recursos naturais renováveis.
O desenvolvimento e a implantação de novos ramos e atividades
de grande potencial econômico e elevada sustentabilidade ambiental
torna-se imprescindível para que a Amazônia possa se distinguir das
demais regiões do país, a exemplo do pólo industrial e da remuneração
compensatória por serviços ambientais.
Numa visão planejada do processo de desenvolvimento do
Amazonas, a implantação de uma agroindústria para utilização da
produção de couro a partir da pele de pescado deve atingir novo patamar
de vantagens competitivas. E a necessidade do aproveitamento integral
dos subprodutos gerados pelo pescado é crescente, principalmente
devido à porcentagem elevada dos resíduos após filetagem que tem
sido um problema para o produtor.
Assim, busca-se através deste projeto criar alternativas de
aproveitamento da pele de peixe para sua transformação em couro por
meio de diversas alternativas de curtimento tendo com conseqüência
o desenvolvimento do setor que conforme a política industrial
delineada pelo Governo do Amazonas que vai além das ações voltadas,
prioritariamente, aos pólos incentivados de Manaus, com a inserção de
segmentos produtivos integrados aos recursos naturais da Amazônia e
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 171
daqueles destinados ao atendimento aos programas de inclusão social,
diretamente associada à geração de emprego e renda.
Projeto: Sistema Híbrido Eólico – Solar de Geração
Elétrica Sustentável da Ilha dos Lençóis
E/T-47
O Programa Luz para Todos do Governo Federal determina
que todos os consumidores, residenciais ou não, tenham acesso à
energia e sejam atendidas até determinado prazo. Em outras palavras,
obriga todas as concessionárias em operação no Brasil a abastecerem
eletricamente a totalidade das residências que não disponham de
energia elétrica até os dias de hoje, não importando mais se esses
consumidores estão dispersos ou se são pequenos. Este é um desafio
de grandes dimensões, que para ser atendido, demanda de soluções
clássicas e de soluções inovadoras. Este trabalho se concentra na
problemática de como atender a comunidades que residem nas
numerosas ilhas do litoral Brasileiro, e mais especificamente, no litoral
do Maranhão. O Núcleo de Energia Alternativas é responsável por
este projeto piloto inovador para atender a esse tipo de comunidades,
consistente do desenvolvimento e implantação de um sistema de
geração hibrida eólico – solar para atender a ilha de Lençóis, na região
de Cururupu. O sistema é composto de três turbinas eólicas de 7.5
kW e um conjunto de 164 painéis fotovoltaicos interligados de forma a
gerar uma potência aproximada de 20 kW.
O projeto atende às seguintes premissas:
a. Transparência no atendimento: Este aspecto constitui uma das
principais contribuições inovadoras do Projeto. O serviço elétrico será
fornecido transparentemente e com continuidade para o usuário do
sistema, sem ele perceber de qual fonte está recebendo a energia.
b. Confiabilidade do serviço prestado: a concepção do
projeto envolve um sistema de controle com tecnologia segura e
robusta, com funções automáticas para evitar o não atendimento da
comunidade, ainda em condições de falha parcial. Este aspecto tem
sido historicamente, no uso de fontes alternativas para atendimento a
comunidades isoladas, um dos fatores negativos e de desgaste assim
como perda de credibilidade perante essas comunidades.
172
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
c. Sustentabilidade: O projeto é em si naturalmente sustentável
pelas seguintes razões:
– As ilhas são povoadas por pescadores, que têm o hábito de
ratear custos de combustível de grupos geradores. Logo há uma
disposição para pagar pelo serviço, porém dentro das condições
econômicas dos moradores;
– O projeto estimula ações de geração/aumento de renda na
comunidade, tendo impacto benéfico direto na manutenção sustentada
do sistema de geração elétrica.
d. Respeito ao meio ambiente: A geração de energia elétrica
atende a critérios de preservação e respeito ao meio ambiente,
contando com a parceria do Ibama. Os estudos realizados do potencial
eólico e solar da área indicam que as chances de uso da geração diesel
de reserva, no transcurso do ano, são pequenas.
e. Integração da comunidade: O projeto torna à comunidade um
parceiro do empreendimento, articulando para que a mesma assuma o
sistema a ser implantado como próprio.
f. Monitoramento via satélite: o sistema em operação será
monitorado remotamente, desde o Campus do Bacanga da UFMA,
usando tecnologia avançada, porém accessível economicamente, de
comunicação via satélite. Isto permitirá prever problemas e realizar
estudos de aperfeiçoamento e otimização do sistema, para sua
replicação futura em outras ilhas.
Projeto: Microcrédito florestal na Amazônia
E/T-48
O Acre vem construindo, com muito esforço, uma marca de
sustentabilidade. Desde o final da década de 1980, os movimentos
sociais conceberam as referencias principais de um modelo de
ocupação econômica e social da Amazônia, que tem no ecossistema
florestal sua maior e mais importante referência. Assumia-se, assim,
que a diversidade biológica existente nesse ecossistema e a presença
de um elevado contingente de produtores extrativistas, que sabem
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 173
manejá-lo, são as duas maiores vantagens competitivas que o Acre
possui.
A idéia principal do projeto é a oferta de recursos financeiros a
uma clientela de 7.600 empreendedores segmentados em extratores
de borracha (1.200); coletores de castanha (800); manejadores florestais
(2.000); beneficiadores de produtos florestais (1.600) e vendedores de
produtos florestais (2.000). Sendo que esses quantitativos referem-se
à área inicial de atendimento, restrita aos 10 municípios localizados no
Vale do Rio Acre, com acesso por via pavimentada. O potencial de
expansão dos clientes do microcrédito inclui um total de 3 municípios
do Vale do Rio Purus (a serem atingidos após dois anos de operação);
2 municípios do Vale do Rio Envira (a serem atingidos após três anos
de operação); e 7 municípios no Vale do Rio Juruá a serem atingidos
após cinco anos de operação. O processo de expansão elevará o
número de clientes atendidos a 20.748 empreendedores realizando
operações médias de R$ 400,00 e totalizando uma carteira orçada em
R$ 8.299.200,00.
A equipe técnica que deve compor o projeto de crédito florestal
é composta por um gerente de microcrédito, por agentes de crédito,
e por agentes mobilizadores, além de uma equipe de técnicos que
atuarão em atividades meio.
O impacto ambiental e social da proposta é impressionante.
Apresenta-se como instrumento de inclusão social, de redução da
pobreza e consolidação do desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Afinal os beneficiários são populações tradicionais da Amazônia. Ou
seja, são gerações após gerações de comunidades que, desde o final
de século dezenove, vem mantendo uma relação produtiva com o
recurso florestal. São mais de trezentos anos de ocupação produtiva
da floresta que consolidou uma dupla dependência: os extrativistas
sobrevivem do recurso florestal e a floresta sobrevive do extrativista.
Afinal é o extrativismo, elevado tecnologicamente ao manejo florestal
de uso múltiplo, a principal alternativa produtiva e, igualmente, principal
barreira para impedir o avanço do desmatamento sobre a floresta.
Essa clientela maneja um leque variado de produtos da floresta.
A variedade de produtos é do tamanho da diversidade biológica da
Amazônia. Estão incluídos nesse leque de produtos os pescados, a
fauna silvestre, as resinas, as frutas, as gomas e assim por diante. Cada
grupo, ou segmento produtivo, como esses se diversificam em várias
espécies, animais e vegetais, com dinâmicas produtivas e realidades
de mercado próprias, em uma cadeia infindável de possibilidades de
empreender.
174
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Todas essas possibilidades produtivas podem se transformar em
linhas de financiamento de curto, médio e longo prazo, formando a
Carteira de Microcrédito Florestal, que tem duas prioridades: permitir
o acesso dos extrativistas ao crédito, por meio do uso de garantias
de relacionamento entre o agente e o tomador do empréstimo; e,
promover uma produção florestal que esteja inserida nos ideais de
sustentabilidade atualmente preconizados. Vislumbrando o futuro
espera-se que em breve o microcrédito florestal esteja operando um
volume superior a 8 milhões de reais, a uma taxa de juros que varia de
4% a.m, a 8% a.m, dependendo do fluxo de caixa e da rentabilidade
de cada empreendimento e/ou da atividade financiado. Essas taxas
de juros se tornam bastante atrativas, quando comparadas com os
concorrentes principais que são os agiotas que chegam a trabalhar
com taxas de juros mensais em torno de 18%.
A política de concessão de crédito florestal que se irá disponibilizar
para as famílias das comunidades extrativistas e para as famílias que
moram na cidade, mas, que possuem atividades econômicas com
base nos produtos florestais, consiste no crédito para capital de giro
que pode variar de R$ 100,00 a R$ 1.000,00, com prazo de pagamento
variando entre 01 a 06 meses e, crédito para investimento com valores
que podem variar de R$ 200,00 a R$ 4.000,00, sendo que o prazo de
pagamento vai até 15 meses.
Pelas características que o produto de microfinanças apresenta a
venda acontece da seguinte maneira: a) Para os produtores localizados
em área rural que inclui o segmento de Extratores de Borracha,
Coletores de Castanha e Manejadores Florestais, a equipe de agentes
de microcrédito deve utilizar as estruturas existentes nas associações
ou nos sindicatos de trabalhadores rurais; b) Para os produtores
localizados em área urbana, que inclui os segmentos de Beneficiadores
de Produtos Florestais e Vendedores de Produtos Florestais, as
operações contratadas em Rio Branco serão realizadas na sede da
Andiroba e, para os outros municípios, as liberações do financiamento
devem ser realizadas nas instituições na qual o projeto manterá relação
de parceria.
A estratégia de comunicação também obedece a uma divisão
geográfica, considerando os diferentes segmentes que se pretende
atingir. Dessa maneira, a estratégia para a área rural inclui: a) visita
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 175
ás unidades produtivas; b) palestras nas organizações de produtores
e; c) programas de rádio. Para o segmento urbano a estratégia será:
a) contato pessoal com o tomador realizado pelo agente de crédito;
b) divulgação do microcrédito por meio de rádios comunitárias e; c)
palestras e apresentações realizadas nos centros comunitários das
igrejas e da prefeitura municipal.
O plano de implementação prevê chegar a 2011 com condições
de honrar todos os compromissos com os financiadores e conquistar
uma autonomia financeira que permita ao projeto investir os resultados
financeiros na sustentabilidade da produção florestal comunitária do
Acre. Analisado o fluxo do Demonstrativo de Resultado do micro-crédito
florestal, podemos perceber que é um negócio, que logo nos primeiros
meses começa a ter um saldo positivo, tornando o empreendimento
altamente rentável.
Projeto: Plantando o futuro hoje – Banco de sementes
e mudas nativas da Amazônia como Bioindústria
E/T-49
Os recursos genéticos vegetais são reservatórios naturais de
genes com potencial de uso para a produção sustentável de gêneros
essenciais à humanidade, tais como alimentos, fibras, cosméticos e
medicamentos. Entretanto, devido ao crescimento desorganizado e à
exploração sem controle dos ecossistemas e de seus recursos naturais,
essa biodiversidade está sendo destruída numa velocidade alarmante.
A conservação in situ e ex situ do germoplasma de raças locais,
cultivares domésticas e parentes silvestres de espécies agronômicas
foi proposta como medida de prevenção desse processo de erosão
genética.
Considerando a demanda de sementes nas áreas desmatadas
das florestas umbrófila e estacional, pertencentes ao bioma Amazônia,
torna-se necessário o investimento em tecnologia e produção de
sementes das espécies florestais nativas. Tal iniciativa fomentará
geração de emprego e renda no interior do Estado do Amazonas e
estimulará o extrativismo e o plantio de áreas desflorestadas para o
crescimento da produção.
176
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Atualmente, no Brasil os principais bancos de germoplasma são da
Embrapa, que em geral contam com espécies agronômicas, tendo em
vista sua missão institucional. Em cada região pesquisadores buscam
manter estes bancos de germoplasma ativos, e encontram diversas
dificuldades, como armazenamento e recursos. Especificamente,
na região Norte, o mercado de sementes está em formação e os
agentes envolvidos encontram-se dispersos, as informações não estão
sistematizadas, os registros oficiais inexistem e não há comerciantes
identificados nesta função. Pode-se afirmar que, atualmente existe
apenas a comercialização de mudas no mercado, preferencialmente de
espécies ornamentais e paisagísticas e apenas uma pequena parcela
de sementes de espécies florestais nativas.
As sementes comercializadas restringem-se aos pequenos
grupos, como agricultores rurais e comunidades indígenas; e que no
geral não possuem certificação pelos órgãos responsáveis. Empresas
agroflorestais e eventuais técnicos e engenheiros florestais, vêem
uma perspectiva de negócio, que tem por finalidade compensar
ecologicamente as áreas degradadas, pelo rematamento e sistemas
agroflorestais, com uma projeção de plantio 40 mil ha/ano, o que
impulsionará o mercado de sementes e mudas certificadas.
A problematização exposta conduz a necessidade da criação de
um Banco de Sementes e Mudas da Amazônia como Bioindústria, no
intuito de estimular o comércio e o plantio de seus produtos. A sua
matriz sediada em Manaus processará a seleção, lavagem, desinfecção,
conservação e armazenagem das sementes, bem como o cultivo e
fornecimento de mudas. As filiais do referido Banco se estabelecerão
nos municípios do Estado do Amazonas, com potencialidades para o
extrativismo específico, os quais manterão o fluxo contínuo de remeças
com a matriz e vice-versa.
Dessa forma, o presente projeto viabilizará os pólos industriais
de cosméticos, fitoterápicos, alimentícios, madeireiros e de biocom­
bustíveis, os quais necessitam do Banco de Sementes e Mudas certi­
ficadas para suprir a necessidade de matéria-prima para elaboração
de produtos e processos para desenvolvimento sustentável da
Região Amazônica. Além disso, programas de governo podem utilizar
o Banco de Sementes e Mudas certificadas para rematamento de
áreas degradadas, estimulando o plantio de hortas comunitárias e
fornecimento de mudas de frutíferas para novos conjuntos habitacionais
ou assentamentos agrícolas, bem como, incentivar o extrativismo autosustentável nos sistemas silviculturais.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 177
Projeto: A cura da cárie dentária é possível –
Fitoterápicos odontológicos da Amazônia
E/T-50
A cárie dentária é uma patologia multifatorial, considerada a
mais antiga das doenças da humanidade, a gênese do processo
carioso necessita da estabilidade dos microrganismos por aderência
no esmalte dentário para a formação do biofilme. A interferência em
algum desses mecanismos pode prevenir a formação da cárie dentária
ou curá-la. Com a descoberta pelo autor dessa proposta da eficácia na
remoção do biofilme e de atividade antimicrobiana dos óleos essenciais
das plantas oriundas da flora amazônica brasileira, foram selecionadas
as espécies Cyperus rotundus (tiririca), Protium heptaphyllum (breubranco) e Guatteria citriodora (laranjinha). A análise da composição
química dos óleos essenciais foi determinada por Cromatografia
Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas (CG-EM). Para a
avaliação microbiológica da CIM e CBM, os métodos escolhidos foram
a microdiluição em caldo e cultivo em meio sólido respectivamente,
utilizando uma cultura de referência de Streptococcus mutans (ATCC
25175). Com o objetivo de avaliar a toxicidade pré-clínica em roedores
os óleos essenciais foram misturados na proporção descrita na patente
US20100284943 compondo a amostra RFMAO, que está contida nos
produtos. O desenvolvimento dos produtos foi realizado em convênio e
parceria entre a UFAM, INPA, CBA e UFRR, visando elaborar o pipeline
para produção a partir do portfolio pré-clínico da amostra, para compor
produtos odontológicos como pastas de dentes e bochechos e outros,
adequando às exigências da legislação brasileira para registro de novos
medicamentos fitoterápicos. A análise toxicológica seguiu os protocolos
nacionais e internacionais recomendados pelos órgãos controladores da
saúde pública, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
no Brasil, Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos da
América e a Organization for Economic Co-operation and Development
(OECD) da Comunidade Européia. Os resultados indicaram segurança
dos produtos testados in vivo no Biotério do Laboratório de Farmacologia
e Toxicologia (CBA), e a dose máxima (NOAEL-Dose) estabelecida para
realização dos testes clínicos em humanos. Os produtos encontram-se
178
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
a disposição para a transferência de tecnologia ou desenvolvimento e
produção em parcerias com indústrias interessadas.
Projeto: A produção de farinha de mandioca na
comunidade de Pratinha no município de Santa Barbara
do Pará
E/T-51
O referido trabalho faz uma abordagem sobre a produção de
farinha de mandioca na comunidade de Pratinha no município de Santa
Barbara do Pará, com o intuito de verificar a rentabilidade desse tipo
de agricultura no local, visando identificar os benefícios dessa atividade
através da análise dos custos envolvidos na produtividade, fazendo um
comparativo entre a renda obtida com a comercialização da farinha
com o valor do salário mínimo atual. A pesquisa foi desenvolvida com
os dois únicos produtores locais da comunidade através de entrevistas
feitas na própria propriedade dos agricultores. Com base nos dados
obtidos foram elaboradas planilhas com parâmetros da contabilidade
de custos para comparar os gastos realizados com as receitas obtidas
após a colheita e comercialização da mandioca. Verificou-se que os
custos e despesas estão acima dos investimentos feitos no plantio,
além da falta de técnicas mais eficientes para melhorar a produção,
visto que, o processo de fabricação da farinha permanece muito arcaico
se comparado com outras culturas temporárias, pois o processo
empregado é extremamente manual. O valor final obtido com a venda
deste produto ficou muito abaixo de um salário mínimo mensal, ou
seja, os cálculos indicaram que os trabalhadores vivem em condições
bem precárias, pois o valor obtido com a farinha de mandioca é muito
baixo e serve apenas para a subsistência dessas pessoas. As políticas
públicas de incentivo a produção não estão presentes na comunidade e
também não há nenhum auxilio técnico para os agricultores, isso dificulta
ainda mais a vida deles. Por isso faz-se necessário a implementação de
novas técnicas agrícolas, diversificação das culturas e aproveitamento
dos derivados da farinha de mandioca para complementar a renda dos
produtores.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 179
Projeto: Modelo de resort ecológico para a Amazônia
E/T-52
A apresentação de um modelo de resort ecológico, dentro dos
princípios de construção verde, na Amazônia, visa o desenvolvimento
sustentável da região, a recuperação de áreas degradadas e,
principalmente, a melhoria da qualidade de vida das comunidades do
entorno. Visa, ainda, evitar o êxodo rural em áreas que tanto necessitam
da presença do homem ribeirinho, até como forma de defesa territorial.
A presente proposta tem como objeto a elaboração do Master Plan
e Projetos Completos de um Resort Ecológico, numa Comunidade
Ribeirinha, zona rural do Amazonas, e a sua implantação em área
degradada. Os estudos envolvem a elaboração do Master Plan e dos
projetos legais, atendendo a concepção de construção verde e visando
a certificação do resort. Construções verdes, também conhecidas
como construções sustentáveis, são estruturas que usam recursos
como energia, água, materiais e terreno de forma mais responsável do
que construções convencionais.
Na região do Amazonas existem vários lagos com um grande
potencial pesqueiro e muita terra produtiva ora utilizada para a
agricultura e o extrativismo. A região reinvindica mais incentivo para
garantir a produção e melhor qualidade de vida. Esta proposta seria
uma forma de evitar o abandono do campo por seus habitantes,
em busca de melhores condições de vida, já que este fenômeno é
normalmente acompanhado pela miséria dos retirantes, fazendo com
que muitas dessas pessoas acabem como desempregados e marginais
nas grandes cidades; quando não morrem devido às consequências da
subnutrição.
Será definida para a implantação do resort protótipo uma área,
parcialmente degradada, numa comunidade às margens de um lago
Amazônico. Todos os cuidados necessários serão tomados durante a
construção, para prevenir a poluição do local. A construção ocorrerá
em área degradada, com recuperação da mata ciliar e tratamento do
entorno a fim de proteger, recuperar e tornar a área mais atraente.
A recuperação das áreas degradadas será efetuada com foco na
reintrodução de espécies nativas da região. Devido ao ciclo das cheias
e vazantes, que ocorrem a cada 6 meses, optou-se pela implantação
180
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
de módulos de jardins flutuantes com produção de plantas de corte
(que servem para arranjos florais), em conjunto com horta flutuante
orgânica. Além de enaltecer a exuberância paisagística, os jardins e a
horta suprirão o resort. Serão desenvolvidos projetos para captação
e uso de águas pluviais; prevê-se o uso racional da água, utilizando
água da chuva na jardinagem e nas bacias sanitárias. No que concerne
à energia, os prédios contarão com otimização da performance
energética, haverá geração local de energia renovável (solar – painéis
fotovoltáicos, além de energia de biogás e de biomassa). A gestão de
materiais e recursos envolverá: depósito e coleta seletiva de materiais
recicláveis; utilização de materiais regionais, como bambu e madeira
certificada. A qualidade ambiental interna será mantida com as
seguintes medidas: máximo aproveitamento da ventilação natural; uso
de materiais de baixa emissão de voláteis tóxicos (adesivos, selantes,
tintas, vernizes); máximo aproveitamento da iluminação natural. O pro­
jeto contempla um resort ecológico sustentável com chalés em painéis
modulados e pré-fabricados em bambu e microconcreto. Contará
ainda com trilhas devidamente sinalizadas para incursões científicas e
abrigos para morcegos (que ajudarão na disseminação de sementes),
horta flutuante, transporte alternativo em aerobarco híbrido com
energia solar, captação e utilização de água das chuvas, estação de
tratamento ecológico de esgoto com reuso de águas tratadas para
irrigação, energia solar fotovoltáica e térmica (para aquecimento de
água), uso do lixo orgânico para geração de biogás e de biomassa
para geração de energia em planta com queima controlada. Com fins
de sustentabilidade do transporte fluvial na região, será efetuado o
balizamento virtual de hidrovias de acesso ao resort utilizando GPS
(Sistema de Posicionamento Global). Será, também, edificada uma
torre de 30 m para observação e monitoramento ambiental. Uma
opção atraente para férias e também um excelente local para realização
de reuniões de trabalho, conferências, seminários ou comemorações.
Requer uma equipe de apoio, devendo ser treinada, para isso, a própria
população nativa da área. O resort será um ícone de sustentabilidade
em plena selva Amazônica.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 181
Projeto: Produção biotecnológica de uma nova classe
de antibióticos a partir de pele de Tambaqui
E/T-53
A resistência bacteriana aos antibióticos convencionais está
se tornando cada vez mais prevalente. No entanto, as tentativas
recentes para encontrar substitutos eficazes para uso contra infecções
têm direcionado esforços para a identificação de novos peptídeos
antimicrobianos capazes de superar esta resitência aos antibióticos
comercializados. O presente estudo descreve a obtenção de peptídeos
sintéticos, com potencial antimicrobiano, criados a partir de modelagem
in silico por mutações sítio-dirigidos em peptídeos naturais. Foram
utilizados cinco fragmentos de peptídeos antimicrobianos como
molde para criação de 25 peptídeos sintéticos utilizando ferramentas
computacionais. Os peptídeos criados foram analisados pelo modelo
de Árvore de Decisão, o qual indicou o espectro de ação dos peptídeos
quanto aos tipos de microorganismos sobre os quais podem exercer
atividade. Este modelo, desenvolvido a partir das características físicoquímicas de peptídeos com atividade antimicrobiana já conhecida
e disponível em bases de dados públicos, previu que 23 peptídeos
sintéticos apresentaram atividade antimicrobiana após as mutações.
Os quatro peptídeos mais promissores foram produzidos sinteticamente
e testados para verificação da atividade antimicrobiana contra bactérias
gram-positiva e gram-negativa. Os peptídeos com melhor previsão
de atividade, com sequências COOH-LIIILMKKPGECFLSLIYH-NH2
e COOH-LIVVLMKKPGECFLSLIYH-NH2, apresentaram atividade
inibitória na concentração de 5µg/mL contra Staphylococcus aureus e
Escherichia coli. Os métodos descritos neste trabalho, bem como os
resultados obtidos, serão úteis para a identificação e desenvolvimento
de novos compostos com atividade antimicrobiana através da utilização
de ferramentas computacionais.
182
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Ciência e tecnologia no Estado do Amapá:
evoluções e conflitos de 2001 a 2011
E/T-54
O presente projeto se trata de uma pesquisa base focada na
análise da ciência e tecnologia (C&T) no Estado do Amapá, analisando
suas evoluções e conflitos no período de 2001 a 2011, no intuito de
ampliar o conhecimento sobre o assunto em um âmbito estadual e
incitar discussões acerca da C&T amapaense, visto que não há uma
cultura científica no Amapá, na medida em que não se credita a devida
importância aos investimentos nessas áreas para o desenvolvimento
do Estado como um todo, que por se tratar de uma área estratégica
para o Brasil (por ser o único Estado brasileiro a fazer fronteira com
uma área pertencente ao continente europeu – Guiana Francesa) e
para o mundo (por estar inserido na Amazônia) apresenta inúmeras
potencialidades que devem ser estudadas, pesquisadas, exploradas e,
por fim, aplicadas.
Problema: Quais são as transformações concernentes à ciência
e tecnologia amapaenses que ocorreram no período de 2001 a 2011?
Hipótese: Apesar de se perceber uma pequena evolução da
ciência e tecnologia amapaenses – decorrentes do financiamento de
pesquisas, da instituição de novos cursos de pós-graduação, da criação
de uma universidade estadual e de uma fundação de amparo a pesquisa
para o Amapá, bem como de mecanismos como o lançamento do
Núcleo Inovação e Transferência de Tecnologia da Universidade Federal
do Amapá – UNIFAP, e, do lançamento de acordos de cooperação como
o edital franco-brasileiro – ainda se percebe que a ciência e a tecnologia
no Estado do Amapá não acompanham a produção científica nacional
– resultado das desigualdades regionais percebidas quanto à própria
distribuição de recursos necessários aos financiamentos das pesquisas
– e, muito menos, desenvolve tecnologia, não se aproveitando –
portanto - do potencial natural presente em seu território para investir
na tecnologia necessária ao desenvolvimento não só do Estado em
si, bem como da região, garantindo sua inserção no cenário técnicocientífico nacional/internacional. Sendo assim, afere-se que apesar da
ocorrência dessas transformações, a ciência e tecnologia amapaenses
continuam incipientes.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 183
Projeto: Sistema Inteligente de Automação para
Agricultura Familiar (SIAF)
E/T-55
Com inserção das Tecnologias de Informação e Comunicação
(TICs) nas atividades rurais com fator de competitividade e a fim de
oferecer para os micros, pequenos e médios produtores rurais mais
qualidade na sua produção, esta proposta propõe um sistema de
automação para processos de irrigação, monitoramento e controle
de temperatura, umidade, ph entre outros, para agricultura familiar
sustentável e limpa voltada para as peculiaridades da Amazônia.
Contemplando os agricultores familiares, que são tradicionalmente
considerados como excluídos digitalmente, a utilizarem TICs na sua
produção para realizar o monitoramento e automação de processos
produtivos gerando uma mão de obra mais qualificada, qualidade
na produção e competitividade no setor para prover o aumento do
desenvolvimento da Amazônia e qualificar a produção dos agricultores
familiares.
Projeto: Linha de produtos ecológicos para controle de
pragas: Fisiorgam
E/T-56
O Fisiorgam é um produto de composição química que visa
combater as larvas de moscas domestica, Calliphora vomitaria,
Stomoxys calcitrans, Chrysomya megacepha e todas as moscas que
tem suas fases larvais desenvolvidas em qualquer tipo de esterco.
Caracterizada por ser constituída pela combinação dos seguintes
componentes, carbonato vitrificado, fosfato de tório, nitrato de
manganês, ácido fosfórico e corante alimentício sendo esta fórmula
solúvel em H2O, sendo estes elementos combinados em proporções
previamente definidas, destacando-se entre elas 28,2% em massa de
carbonato vitrificados, 28,2% em volume de fosfato de tório, 28,2% em
184
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
massa de nitrato de manganês e 15,4% em massa de ácido fosfórico e
corante alimentício; finalmente, vale ainda ressaltar que este produto foi
testado em aplicações diretas no campo alcançando resultado positivo
e superior 90% e o resultado das larvas que conseguiram passar ao
estágio de pupa não sobreviveram mais de 72hs devido ao retardo
que sofreram aos estágios larvais. O produto é aplicado sobre a cama
aviária iniciando sua ação logo após sua aplicação, com intervalos de
aplicações de 07,15 e 21 dias, alcançando uma proteção da cama aviaria
por um período de 21 dias. É verificado que a aplicação deste produto
ao mercado tanto regional quanto até mesmo o internacional apresenta
grande vantagem comercial. Além disso, no registro de patente este foi
classificado como tarja verde, ou seja, menor classificação de toxidade
facilitando sua aplicação e manipulação, sem trazer danos ao meio
ambiente e aos ecossistemas.
Categoria Social
Projeto: MMMnnnn mmmmnnnn mmmmnnnn
S-01
O Portal www.olhosnegros.org surgiu da necessidade de criar
uma ferramenta que funcionasse como um ponto de convergência de
todas as ações para a valorização da cultura brasileira afrodescendente
na Amazônia. O projeto foi lançado em 20 de novembro de 2010,
financiado pelo edital de “Ideias Criativas para o 20 de Novembro” da
Fundação Palmares, sendo um dos três contemplados entre os mais
de seiscentos inscritos de toda a Região Norte.
Por ser um projeto de mídia digital focado no público da Amazônia,
o mesmo apresenta peculiaridades para o seu desenvolvimento.
Primeiro, foi criado com o objetivo específico de atender à demanda
por disseminação e criação de conteúdo sobre história da cultura
brasileira afrodescendente que pudesse ser ensinada nas escolas
em consonância com a Lei 10.639/2003, a qual afirma que todas as
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 185
Instituições de Ensino devem ministrar o assunto aos seus estudantes.
Tal demanda urge por conta da total falta de conteúdo para nutrir
as fontes de saber das Escolas, não só da Amazônia, mas do Brasil
inteiro. O segundo objetivo, foi o de servir como veículo de informação
das iniciativas, ações e eventos que ocorrem em torno da cultura
afrodescendente na Amazônia. Por último, torna-se um trabalho de
inclusão a partir de ferramentas de educação, mas não focado apenas
em afrodescentes, mas toda a sociedade, pois o objetivo não é atender
um nicho específico, mas proporcionar através da educação uma
sociedade sem motes discriminatórios, em que a cor da pele não seja
um elemento de condicionante social.
Neste contexto, este artigo, apresenta as características de um
projeto de mídia digital na Amazônia com conteúdo educativo social, em
que primeiramente irá expor sobre dados da Inclusão Digital e políticas
de socialização no Estado do Pará, sobretudo na Região Metropolitana
de Belém. A posteriori trará dados sobre as ações inclusivas da cultura
afrodescendente na Região, fazendo um diagnóstico do que existe
em torno de terreiros, associações e quilombos. Ainda nesta linha,
mostrará dados sobre Ensino A Distância (EAD), e sobre os objetos
de aprendizagem (OA) como produtos veiculados através do portal.
Ao final, serão apresentadas as atividades do Portal Olhos Negros nos
seus primeiros oito meses de funcionamento, e os projetos para o ano
de 2011 e 2012.
Projeto: Prática reflexiva para formação de sujeitos
letrados: ação com crianças e jovens em situaçao de
risco social
S-02
O projeto aqui descrito nasceu a partir de um levantamento com
90 professores que atuam nas escolas do Estado do Amapá com a
disciplina Língua Portuguesa, realizado em janeiro de 2006, e se
descobriu que as escolas públicas ainda trabalham na perspectiva da
tradição, mesmo passados tantos anos desde o advento do Parâmetros
Curriculares Nacionais em 1998, que fomentam um ensino numa
perspectiva de construção de conhecimento e não mais pautado em
memorização de conceitos fora de qualquer realidade.
186
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
No que dizia respeito ao trabalho especifico da formação de
leitores, verificou-se que as escolas ainda se prendiaM em regras
soltas, descontextualizadas, sem considerar ou promover a construção
de conhecimentos que favorecessem a formação de sujeitos letrados, o
que gerava altos índices de reprovação e um índice de desenvolvimento
da educação abaixo da média nacional.
Com essa realidade, percebeu-se que os alunos de ensino
fundamental e médio seguem repetindo uma história de fracassos.
Alunos que saem após 12 anos de estudos, muitas vezes sem saber
sequer decodificar, outros com um domínio precário do código escrito.
Uma realidade nacional mostrada pelas pesquisas sobre avaliação da
educação básica como o Saeb.
Na cidade de Macapá esse quadro é cada vez mais alarmante.
Por exemplo, num levantamento em uma escola eleita para um projeto
de extensão junto à comunidade, das três turmas de terceira séries
totalizando uma média de 85 crianças em cada sala havia pelo menos
três que desconhecia o código escrito completamente, o restante sabia
decodificar, mas apresentava muitas dificuldades para gerar sentidos.
Outro exemplo é o vestibular da Universidade Federal do Amapá,
que tem sua provas semelhante ao perfil das provas do Exame Nacional
do Ensino Médio, em que se exige sujeito leitores de múltiplas leituras
( inter-relacione, intertextualize, hipotetize, compare, tenha ponto de
vista enunciativo, seja critico, faça extrapolações, leia implícitos etc)
precisou baixar o índice de corte de sua avaliação que exigia que o
candidato entre os 15 pontos da prova específica e que o candidato
deveria atingir 3,75 para ser classificado, com os índices baixíssimos
apresentados pelos alunos do Estado, a UNIFAP precisou criar uma
resolução interna e baixou para 1,5 pontos. Em síntese, não se está
formando sujeitos que funcionem de fato na sociedade como cidadãos
que atuem na sociedade; não se está percebendo que o letramento
proficiente é a peça chave das outras disciplinas para que esses sujeitos
sejam qualificados para o mercado de trabalho ou para progredir seus
estudos em uma universidade.
Esse quadro motivou a realização de uma pesquisa ação que
permitisse um fazer diferenciado como possibilidade de renovação
do ensino da língua portuguesa/materna (já que é da responsabilidade
principal dessa disciplina a formação de sujeitos letrados para que
apreendam outros saberes), aproveitando-se das mais recentes
abordagens sobre a língua, a linguagem, sobre os diversos objetos a
ela implicados.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 187
Nessa abordagem procurou-se aproveitar as experiências
vivenciadas durante o estágio de doutorado Sanduíche com o Grupo de
Pesquisa Grafé, coordenado pelo Professor Dr. Bernard Schneuwly na
Faculté de Psicologie e des Sciences de L’ Éducation na Universidade de
Genebra-Suíça, em que desenvolvemos um trabalho com sequências
didáticas (SD), desenvolvidas por Dolz e Schneuwly (1998; 2004).
Mas existia um desafio: seria produtivo trabalhar com perspectivas
de ensino, que embora com comprovada eficiência, advinham de
uma realidade de país de primeiro mundo, cujas crianças chegam à
escola com nível de letramento altamente desenvolvido, faltando-lhe
sofisticá-lo apenas? Frente a tal desafio, busco-se potencializar esse
desafio, quando se elegeu-se para um piloto do projeto uma escola
com realidade bem particular cujos sujeitos também tivessem um
perfil bem diferenciado que merecesse o desafio.
A escola eleita apresentava um perfil diferenciado das demais
escolas estaduais, situada a 15 km de Macapá (estrada Macapá Santana)
e mais 2,5 km ( de estrada de estrada não asfaltada). Denominada
“Escola Agrícola Casa da Hospitalidade II” , mantida por um ONG
italiana e gerenciada pela igreja católica e atendia basicamente crianças
e jovens advindos de situações de riscos e abandono por parte da
família.
Os alunos advinham de situações familiares diversas. Uns
moravam com os pais; outros moravam somente com um parente ( tia,
avó, mãe etc) e outros que moravam na escola. Todos eram advindos
de famílias com baixa renda salarial, alguns o ente familiar nem possuía
emprego fixo (viviam de prestação de pequenos serviços em troca
de algum dinheiro para sobreviverem ou de aposentadorias e bolsas
federais). Poucos tinham acesso a computador e a internet.
Das crianças e jovens que tinham alguma referência da família, foi
possível saber que maioria dos pais ou responsáveis era alfabetizada,
porém com grau de escolaridade muito baixo. Um número considerável
não sabia nem ler ou escrever, ou seja, não podiam ajudar os filhos
a fazer as atividades de casa. Identificou-se também que apenas um
responsável (pai) entre os 35 entrevistados concluiu uma graduação.
Frente a esse diagnóstico social elegeu-se uma turma que se
encontrava na quinta série para realizar o diagnóstico acerca do domínio
de leitura e escrita em que se verificou que a maioria não conseguia
construir sentidos ao que lia. A leitura oralizada se apresenta ainda muito
presa a decodificação soletrada das palavras. Além disso, no que diz
respeito a conhecimentos linguísticos se apresentava gritante. Havia
188
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
alunos que desconhecia um substantivo, por exemplo. Para agravar
havia o desequilíbrio de idade entre esses sujeitos, alunos de 11 a 16
anos compunham a turma.
A partir desse ponto fez a ação direta com aplicação do piloto
durante três anos, acompanhando esses alunos da 6ª a 8ª série,
desenvolvendo diversas atividades por meio de Sequências Didáticas
cujo foco era o trabalho com a leitura, compreensão textual, debate,
produção escrita, entre outras, sempre buscando contextualizar e
envolver a todos. Os encontros eram realizados todas as quartas e
terças-feiras com duas horas aula).
Como resultado verificou-se que os alunos desse grupo que
participou da pesquisa ação, já no primeiro semestre de 2007 obteve
um avanço significativo das médias em todas as disciplinas. Ao final
de todo o projeto esses alunos que pouco sabiam ler, ou expressar-se
verbalmente, demonstraram uma grande progressão e crescimento no
nível de leitura, escrita e desempenho na linguagem oral.
Entre as capacidades de linguagem desenvolvidas destacaramse: as capacidades de ação (definição clara sobre o objeto, ou seja,
sobre o gênero) a) Gênero: reconhecer/saber que gênero está envolvido
na produção ou na leitura de um texto; b) Participantes: os possíveis
locutores/interlocutores; c) Contexto de produção textual: precisa-se
entrever o contexto onde o gênero será construído, para a produção
e para a leitura recuperar este contexto de produção; d) Finalidade:
para que serve determinado gênero? O sujeito irá ler ou produzir
determinado gênero, com qual objetivo?
Além das capacidades de ação, também foram desenvolvidas as
capacidades discursivas (o que pode ser dito através desse objeto e a
organização desse dizer no objeto, auxiliando tanto para o tema quanto
à forma de composição do gênero). a) Elaboração dos conteúdos do
gênero: a construção/elaboração dos conteúdos temático do gênero;
b) Plano do texto/organização textual: a organização seqüencial de
acordo com o gênero: ordem do narrar, do descrever, do argumentar,
da exposição, da injunção.
Por fim, as capacidades linguístico-discursivas (como pode ser
dito, auxiliando no estilo do gênero). a) Operações de textualização:
orientação sobre a conexão/coesão de acordo com o gênero; organização
das partes, dos segmentos e das intervenções; a separação, as ligações
ou a integração entre os enunciados, os períodos e as convenções;
b) Escolha lexical: vocabulário apropriado ao gênero e conforme a
situação de comunicação; c) Tomada de posição enunciativa ou ponto
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 189
de vista enunciativo: trata das relações entre as diferentes vozes que
podem aparecer dentro de um texto. Diz respeito às modalizações,
apreciações valorativas etc.
Frente ao sucesso alcançado, se comprovou que o trabalho com
SD, mesmo em contexto “desfavorável”, do ponto vista econômico,
estrutural e social, e apesar das dificuldades, é de uma eficiência
considerável. Desse modo, o projeto agora está em processo de ser
aplicado em outro contexto, agora para alunos do Ensino médio, em
realidade escolar periférica também.
Projeto: Projeto multi/transdisciplinar de construção de
material didático para escolas indígenas da população
indígena da região do oiapoque amapá
S-03
O Amapá como Estado de fronteira, abriga diversas etnias
indígenas, é considerado um dos estados que apresenta maior
preservação natural brasileira e o primeiro a demarcar as terras
indígenas. Essas marcas impõem à se debruçar nas investigações
científicas para compreender e atuar nessa realidade. Em função
dessa situação sociogeográfica, histórica, cultural e linguística,
verifica-se a necessidade de se trabalhar numa perspectiva inter/multi/
transdisciplinar.
Como professora do curso intercultural indígena, com a disciplina
“Didática para as escolas indígenas”, verificamos que os povos
indígenas, bem como os professores que atuam com esses povos, se
ressentem da falta de material didático que represente e respeite suas
singularidades linguísticas e culturais, garantidas por lei, conforme se
pode ver no art. 5º da Resolução n.º 3, de 10/11/1999, do Conselho
Nacional de Educação, que defende que a formulação do projeto
pedagógico da escola indígena deverá considerar: I. As Diretrizes
Curriculares Nacionais referentes a cada etapa da educação básica;
II. As características próprias das escolas indígenas, em respeito
à especificidade étnico-cultural de cada povo ou comunidade; III.
As realidades sociolingüísticas, em cada situação; IV. Os conteúdos
curriculares especificamente indígenas e os modos próprios de
constituição do saber e da cultura indígena; V. A participação da
respectiva comunidade ou povo indígena.
190
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Por isso, tem-se como principal objeto de reflexão neste projeto
uma realidade ampla e complexa, que pouco tem recebido o olhar
sobre suas dificuldades e potencialidades, a realidade educacional das
populações indígenas da região do Oiapoque-Amapá em fronteria com
a Guiana Francesa. Desse modo, busca-se propor práticas de ensino
por meio da elaboração de material didático exclusivo para os povos
indígenas waiãpi, galibis do oiapoque e galibis marworno, palikur,
tiryó, karipuna, kaxywãna, wayana e apalay.Mais precisamente para os
primeiros anos de ensino da educação básica, 1º ao 5º ano. Assim, o
objetivos se pautam também na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, que garantiu aos povos indígenas a oferta de educação
escolar intercultural e bilíngüe.
Projeto: Transferência de conhecimento sobre
tecnologias regionais para tratamento das águas
brancas e pretas da Região Amazônica
S-04
Através de informações oficiais sobre saneamento, verificam-se
baixos índices de atendimento por água potável na Região Norte do
Brasil, que chega a um percentual menor do que 40% no Estado de
Rondônia.
Neste contexto, o desenvolvimento de tecnologias sobre
sistemas alternativos de tratamento de água, adaptados à realidade
da Região Amazônica, atende a uma demanda por água tratada nos
inúmeros municípios e comunidades isoladas e/ou ribeirinhas, as
quais, na grande maioria das vezes, não possuem qualquer sistema
de potabilização e abastecimento de água, além de também atender
Item V do Art. 2º da LDNSB (Lei 11.445/2007) que indica a “adoção
de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades
locais e regionais”.
Lembra-se que a Bacia Hidrográfica Amazônica é marcada por
uma complexa rede hídrica, onde os rios que a compõem apresentam
três diferentes características de água bruta, sendo elas as águas claras
(ou verdes), brancas (ou turvas) e pretas (ou negras).
O projeto Transferência de conhecimento sobre tecnologias
regionais para tratamento das águas brancas e pretas da Região
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 191
Amazônica é uma proposta de disseminação do conhecimento gerado
por meio de uma pesquisa de doutorado, financiada por uma instituição
bancária, uma instituição de investimento, um instituto de pesquisa e
uma universidade, que teve como resultado o desenvolvimento de
sistemas de tratamento para potabilização de dois tipos de água típicos
da Amazônia, tendo como base a captação das águas superficiais do Rio
Solimões (águas brancas) e do Rio Negro (águas pretas). A tecnologia
desenvolvida para o tratamento das águas brancas é composta por
três unidades de filtração e a injeção de solução coagulante, já para a
tecnologia para o tratamento as águas pretas é composta de quatro
unidades de filtração.
Objetiva-se, com este projeto, proporcionar encontros de
capacitação para que profissionais da área de engenharia, a partir do
conhecimento transferido, juntamente com o material bibliográfico
disponibilizado, possam elaborar projetos de estações de tratamento de
água para atendimento à população amazônica, com a potencialização
de sua implantação e operação e a futura e conseqüente redução
do déficit de atendimento por sistemas de abastecimento de água
potável na região, melhorando as condições de saúde e qualidade
de vida da população, além da viabilização agregação de valor aos
produtos regionais que passarão a ser manuseados, processados e/ou
produzidos com água potável, além do fomento às atividades turísticas.
O principal produto deste projeto é a realização de sete encontros
de capacitação técnica nas capitais dos estados da Região Norte com
a participação do autor da tese de doutorado, para disseminação de
todo o conhecimento sobre o desenvolvimento das tecnologias para
tratamento e potabilização das águas brancas e pretas típicas da Região
Amazônica.
Propõe-se que os encontros de capacitação contemplem as
temáticas de: Características hidrográficas da Região Amazônica;
Características das águas superficiais da Região Amazônica; O serviço
de saneamento na Região Hidrográfica Amazônica; Sistema de
tratamento que serviu de base para o desenvolvimento das tecnologias;
Tecnologias desenvolvidas de forma regionalizada para o tratamento
das águas brancas e pretas da Região Amazônica; e, Critérios de
projetos para as dimensionamento de estações de tratamento de água
a partir das tecnologias desenvolvidas.
Esta proposta busca a difusão de conhecimento, potencializando
a capacitação de profissionais para a elaboração de projetos de
estações de potabilização de água, de maneira a atender de toda a
192
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
população amazônica que vive às margens dos rios de águas brancas e
pretas, o que representa a maior parte da população Amazônica. Como
ilustração da importância da disseminação das tecnologias geradas de
forma regionalizada, cita-se que em 2007, excetuando-se o município
de Manaus e o estuário do Rio Amazonas, existia uma população
superior a um milhão de habitantes vivendo em áreas de várzea e, em
sua grande maioria, desprovidas de qualquer serviço de saneamento
básico.
A disponibilização de água potável, a partir da implantação de
sistemas de abastecimento de água, além de significativas melhorias
nas condições da saúde e da qualidade de vida da população, também
contribui para o desenvolvimento regional sustentável de toda a
Amazônia, a partir não só do aparecimento de novas cadeias produtivas
locais e/ou regionais (de elaboração de projetos, de construção e
de operação de estações de tratamento de água), mas também a
agregação de valor aos produtos oriundos das comunidades por ela
atendidas, a partir de seu manuseio, processamento e/ou produção
com água potável, o que potencializa a geração de emprego e renda
nos municípios amazônicos. A disponibilização de água potável também
é uma condição primordial para a ampliação da rede de turismo
sustentável na Amazônia.
Após a conclusão do projeto e o início da elaboração e execução
e operação das estações de tratamento de água por ele fomentados,
além do grande benefício da redução dos problemas de saúde pública
provocados pelo manuseio e consumo de água com baixa qualidade
pela população, haverá o potencial de implantação de equipes regionais
de elaboração de projetos e de construção e operação das estações
de tratamento de água utilizando a tecnologia disseminada, além do
incentivo e valorização de todas as atividades produtivas que utilizarão
água potável no seu processo de manuseio, beneficiamento e/ou
fabricação, apontando para geração de novas potenciais demandas
por produtos regionais de qualidade e de novas opções de atividades
econômicas sustentáveis, tanto sob os aspectos ecológicos e
ambientais, como também sociais e econômicos.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 193
Projeto: Reserva Ecoturística Cachoeira do Espelho:
Turismo Ecológico e Cultural como Instrumento de
Inserção Social e Conservação Ambiental
S-05
Este projeto apresenta uma nova estratégia de conservação
da biodiversidade amazônica, em que o turismo surge como valiosa
alternativa para o desenvolvimento sustentável. Ou seja, uso da terra
por meio de manejo integrado de grandes extensões de terra mediante
o uso gradativo de seus recursos, possibilitando benefícios econômicos,
integração social e preservação da identidade do lugar. É uma iniciativa
que valoriza os recursos naturais e conhecimento tradicional local, de
forma a servir como um poderoso instrumento gerador de emprego,
renda e inclusão social.
Com propósito de criação da Reserva Ecoturística Cachoeira
do Espelho na parcela São Francisco do PA Itapuama, localizada em
Altamira/Pará, faz-se necessário obter uma visão geral do projeto e
suas expectativas de futuro. Este documento vem para nortear ações
que possibilitem sua viabilidade econômico-ambiental, servindo para
identificar aspectos ecológicos, sociais e econômicos da área, bem
como fornece subsídios para o licenciamento ambiental do futuro
empreendimento junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente
(SEMA/PA).
Para a execução deste projeto, e seu subseqüente sucesso,
faz-se necessário a busca, captação e potencialização de recursos
para a manutenção de ações de conservação e uso sustentável da
biodiversidade da área. Para tanto, é essencial o apoio e incentivo de
organizações e instituições públicas, privadas, ONG’s e da sociedade
para o fortalecimento dos atores ativos deste processo, dando-lhes
alicerce para que dêem continuidade às atividades iniciadas, garantindo
a proteção de mananciais, o controle de erosão e o extrativismo, que
têm suas bases diretamente relacionadas à conservação ambiental.
194
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Ludoteca Itinerante
S-06
De acordo com Huizinga (1980) apud Ornelas, desde que o mundo
é mundo, o homem sempre manifestou uma tendência lúdica – uma
competência inata para brincar e jogar - sendo por isso denominado,
além de homo sapiens, homo ludens. Para este historiador, o jogo é
um fenômeno presente em todas as sociedades, sendo inegável a
sua existência como elemento da cultura. Nesse sentido, reconhecer
e dar lugar ao lúdico na sociedade e na educação significa buscar
satisfazer a um impulso natural do ser humano. Com base nesse
principio, atualidade e relevância para a realização das atividades em
torno do brincar se evidenciam na medida em que as crianças em
geral estão apartadas do brinquedo. Este projeto visa destacar dois
aspectos importantes no contexto educacional e social: Contribuir com
a Formação de professores da Educação Infantil e Séries iniciais do
Ensino Fundamental proporcionando uma reflexão em torno da prática
pedagógica, visando dar um enfoque específico sobre a Importância do
ato de brincar e sua relevância pra o desenvolvimento infantil; Resgatar
as brincadeiras tradicionais de antigamente, enfatizando a importância
desse momento para o resgate da cultura lúdica infantil, oferecendo
um espaço para o desenvolvimento dessas brincadeiras na Cidade de
Manaus.
Projeto: RDS-Tupé: cidadania e justiça
S-07
O projeto desenvolvido na Reserva de Desenvolvimento
Sustentável do Tupé, em Manaus com o título RDS-Tupé: Cidadania
e Justiça tem o plano de ação voltado ao acompanhamento dos
problemas enfrentados pelos moradores da RDS do Tupé, caboclos
e indígenas, através de visitas individualizadas dos voluntários
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 195
cadastrados no projeto junto ao Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ)
da Instituição de Ensino Superior, semestralmente, para estudo e
organização das atividades. A cada semestre é realizada uma visita dos
voluntários, orientada por professores do curso de Direito à RDS, com
atividades de atendimento e assessoria jurídica. Após a primeira visita
semestral é realizada uma atividade que se caracteriza por um evento
denominado Mutirão Assistencial. O mais recente Mutirão assistencial
foi realizado no dia 16 de abril de 2011, nas dependências do NPJ,
com a participação de professores, alunos e funcionários. Participaram
deste evento tanto os moradores do segmento caboclo quanto,
pela primeira vez, os moradores do segmento indígena. Durante o
evento foram oferecidos, gratuitamente aos 160 visitantes da RDS,
os seguintes serviços: Consultoria e assessoria jurídica em todas as
áreas do Direito; Expedição de documentos (Certidão de Nascimento,
Carteira de Identidade e CPF); Exames médicos e vacinação; Doação de
alimentos, vestuários e calçados; Palestras educacionais relacionadas
à Prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Prevenção ao
Câncer de Mama e Colo de Útero; Cortes de cabelo; Atividades lúdicas
com crianças. As atividades iniciam com um farto café da manhã
comunitário a todos os presentes. O sucesso do evento contou com a
parceria de várias organizações, tanto do setor público quanto do setor
privado. Como resultado geral do projeto, destaca-se a aproximação
dos dois segmentos populacionais da RDS-Tupé, os quais, antes da
implementação do projeto, apresentavam uma relação conflituosa. Hoje,
após a interferência do projeto, os movimentos interculturais indígenas
contam com o apoio das comunidades caboclas e ribeirinhas da RDS,
havendo mais harmonia na convivência entre os dois segmentos
populacionais, inclusive com troca de experiências e apoio mútuo
em prol da qualidade de vida na Reserva. Os resultados do presente
projeto, portanto, permitem afirmar que os mesmos superaram todas
as expectativas de seus organizadores e participantes.
196
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Projeto sobre a escritura de livros de cálculo
diferencial e integral com noções de análise
S-08
Este projeto está orientado à escritura de dois volumes sobre
Cálculo Diferencial com Noções de Análise, pois contém um primeiro
volume de funções de uma variável e um segundo de funções de
várias variáveis os quais resolverão em grande medida os problemas
de Bibliografia de seis disciplinas do curso de Matemática.
Estes livros além de conter os diferentes conteúdos das disciplinas
de Cálculo I, II e III, Equações Diferenciais Ordinárias, Introdução
à Análise e de Física Matemática; se caracterizará pela presença
de notas históricas que falam das origens do Cálculo Diferencial e
Integral, os principais Matemáticos que contribuíram na sua criação e
aqueles que depois continuaram seu desenvolvimento. Além de estes
dois volumes apresentam a modo de exemplos e como problemas a
resolver situações características da região, dando lugar assim a uma
contextualização da etnia do Estado.
As maiores dificuldades que apresentam os estudantes do
curso de Matemática reside no distanciamento entre as questões
completamente teóricas e a prática quando estudam as disciplinas
específicas do curso, por isso estes volumes têm entre outros objetivos
que se tenham conteúdos implícitos que permitam desenvolver sem
muitas dificuldades a disciplina de Introdução à Análise e que desde
o início sem fazer ênfase nisso o estudante vá familiarizando-se com
esses conteúdos.
Projeto: Projeto de manejo de população canina e
felina na zona norte de Manaus
S-09
A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de
reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a
implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 197
de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento
de um número definido de famílias, localizadas em uma área
geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção
da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos
mais frequentes, e na manutenção da saúde desta comunidade.
A responsabilidade pelo acompanhamento das famílias coloca para
as equipes saúde da família a necessidade de ultrapassar os limites
classicamente definidos para a atenção básica no Brasil, especialmente
no contexto do SUS” (Brasil,2007).
O médico veterinário se insere muito facilmente ao grupo de
profissionais de saúde por estar habituado a proteger a população contra
as enfermidades coletivas. O tipo de formação recebida pelo veterinário
está em harmonia com o desenho organizativo de vigilância à saúde,
que considera todos os fatores que determinam e condicionam a saúde
coletiva, sem limitar-se às necessidades do indivíduo (Organización
Mundial de La Salud, 1957).
As atividades da saúde pública veterinária são: as zoonoses,
a higiene dos alimentos e os trabalhos de laboratório, de biologia e
as atividades experimentais. A luta contra as zoonoses se constitui
em uma das principais atividades da saúde pública veterinária. Essas
enfermidades constituem um importante fator de morbidade e
pobreza, pelas infecções agudas e crônicas que causam aos seres
humanos e pelas perdas econômicas ocasionadas na produção animal.
A prevenção e a eliminação desse tipo de enfermidade no homem
dependem, em grande parte, das medidas adotadas contra essas
doenças nos animais.
No Segundo Comunicado Técnico de Especialistas em Zoonoses
(World Health Organization, 1959) foi reconhecida a existência de mais
de cem zoonoses, o que fez com que aumentasse a importância dos
programas de prevenção, controle e erradicação dessas enfermidades.
“A saúde pública Veterinária (SPV) é um componente das
atividades de saúde pública devotado à aplicação das habilidades,
conhecimentos e recursos da profissão veterinária para a proteção
e melhora da saúde humana” (World Health Organization, 1975).
No documento, há uma nota explicativa afirmando que a medicina
veterinária é um braço estendido da medicina, que se ocupa da saúde
de outras espécies animais que não os seres humanos. A saúde
pública veterinária desempenha diversas funções na saúde pública
que obedecem à vasta comunhão de interesses existentes entre a
medicina veterinária e a medicina humana e oferecem a oportunidade
de uma proveitosa interação entre ambas. Como profissão cruzada, a
198
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
saúde pública veterinária apresenta natureza interdisciplinar, voltandose simultaneamente para ambas as direções: os seres humanos e os
animais.
Atualmente, as atividades básicas de proteção da saúde animal,
com especial atenção para o combate às zoonoses fazem com que
as concepções de saúde e doença da Medicina Veterinária Preventiva
sejam as mesmas da saúde pública veterinária formando um modo
único de pensar – a preocupação com a promoção da saúde na
coletividade, constituindo um estilo de pensamento de Medicina
Veterinária Preventiva e Saúde Pública (Pfuetzenreiter, 2003).
Os médicos veterinários podem desempenhar dois tipos de
função dentro da saúde pública. O primeiro tipo estabelece as atividades
para as quais o veterinário tem uma qualificação única. O outro abrange
as atividades que podem ser desempenhadas igualmente pelos
veterinários, pelos médicos e pelos demais profissionais do setor.
A publicação da OMS resultante de uma reunião de especialistas em
saúde pública veterinária (World Health Organization, 1975) procurou
especificar essas contribuições da Medicina Veterinária para a Saúde
Pública, como será detalhado a seguir.
São inúmeras as contribuições da Medicina Veterinária para
a saúde humana. A primeira e mais básica função do sanitarista
veterinário está fundamentada no contexto puramente veterinário por
sua conexão com os animais inferiores e suas doenças, relacionado à
saúde e bem-estar humanos. Essas atividades refletem as qualificações
específicas dos médicos veterinários e normalmente são a base da
formação do veterinário de saúde pública dos organismos de saúde.
O encargo relacionado diretamente com os animais inclui: a)
diagnóstico, controle e vigilância em zoonoses; b) estudos comparativos
da epidemiologia de enfermidades não infecciosas dos animais em
relação aos seres humanos; c) intercâmbio de informações entre a
pesquisa médica veterinária e a pesquisa médica humana com vistas
à aplicação desta para as necessidades da saúde humana; d) estudo
sobre substâncias tóxicas e venenos provenientes dos animais; e)
inspeção de alimentos e vigilância sanitária; f) estudo de problemas de
saúde relacionados às indústrias animais, incluindo o destino adequado
de dejetos; g) supervisão da criação de animais de experimentação; h)
estabelecimento de interligação e cooperação entre as organizações
de saúde pública e veterinária com outras unidades relacionadas com
animais; i) consulta técnica sobre assuntos de saúde humana relativos
aos animais.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 199
Outros contextos das atividades desempenhadas pelo sanitarista
veterinário são o biomédico e o generalista. Ainda que o médico
veterinário exerça atividades puramente veterinárias como as acima
mencionadas, sua ampla formação básica nas ciências biomédicas o
qualifica para desempenhar muitos papéis adicionais na saúde pública,
que são comuns aos médicos e a outros membros da equipe como: a)
epidemiologia em geral; b) laboratório de saúde pública; c) produção e
controle de produtos biológicos; d) proteção dos alimentos; e) avaliação
e controle de medicamentos; f) saneamento ambiental; g) pesquisa de
saúde pública.
A expressão saúde pública veterinária é utilizada para designar
o marco conceitual e a estrutura de implementação das atividades de
saúde pública que empregam conhecimentos e recursos da medicina
veterinária para proteger e melhorar a saúde humana. A saúde pública
veterinária vincula a agricultura, a saúde animal, a
educação, o ambiente e a saúde humana. Seus princípios de
base estão fortemente ligados nas ciências biológicas e sociais que
se encontram amplamente difundidos na agricultura, na medicina e no
meio ambiente (Arámbulo, 1991).
A proteção dos alimentos e o controle e erradicação de zoonoses
permanecem as funções de maior interesse na área. Também ganham
destaque outros três enfoques: os modelos biomédicos (pesquisas
em animais para estudar os problemas de saúde dos seres humanos),
o desenvolvimento dos serviços de saúde pública veterinária, e o
ensino e formação em saúde pública. Em relação ao último tópico,
recomenda-se a mudança de abordagem dos currículos – com
concentração excessiva na clínica – para fornecer uma educação mais
voltada para os aspectos de saúde pública (Arámbulo, 1991).
O Distrito de Saúde Norte é uma base operacional Integrante
do Sistema Único de Saúde(SUS) do município de Manaus.É
responsável pelo desenvolvimento das ações de Vigilância Ambiental
e Epidemiológica que engloba as zoonoses.Com este projeto
pretende-se levar ás unidades de saúde do SUS “novos fazeres” para
o enfrentamento velhos problemas que permeiam a relação homemanimal, no município de Manaus e inicialmente na Zona Norte do
município.
200
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: A reeducação ambiental através de práticas
artesanais utilizando resíduos sólidos
S-10
A Educação Ambiental preexistente na cultura nacional e
podemos dizer mundial, é uma educação muito doméstica. Conceitos
como: não jogue papel no chão ou até mesmo lave as mãos antes
do almoço ou jogue isso na água devem ser substituídas por jogue o
papel na lixeira correta, lave freqüentemente as mãos ou não jogue
lixo nos rios. Ha muito tempo existe a necessidade de uma Educação
Ambiental com ênfase na reeducação, baseada em fundamentos
científicos para que realmente se alcance o objetivo de conscientização
para o problema ambiental em escolas, comunidades e sociedade em
geral.
Nos dicionários, a palavra “lixo” é denominada como sujeira,
imundice, coisas inúteis, velhas, aquilo que se varre para tornar limpa
uma casa ou cidade, o que ninguém quer ou sem valor comercial, o
que se joga fora, entulho, qualquer material produzido pelo homem que
perde sua utilidade e é descartado.
A definição de lixo (resíduos sólidos) deve ser revista, pois o
material descartado por um indivíduo pode vir a ser útil para outro,
“... aquilo que foi descartado e que, após o emprego de determinados
processos, ou não, pode ser útil e aproveitado pelo homem.” Seria
uma nova definição sugerida por Maria Cristina, Claudia Saldanha e
Ellen Kathilen, pesquisadoras e participantes do Projeto de Implantação
de Coleta Seletiva na UFAM.
A produção de resíduos sólidos é um processo inevitável na
sociedade contemporânea, meios de tratamentos desses resíduos e
locais para destinação dos mesmos, para que eles tenham um menor
impacto no meio ambiente, existem, mas não são de totalmente
eficazes. Porém, a utilização dos 5R, pode diminuir esse impacto.
Os 5R são:
1. Repensar o problema do lixo
2. Redução do lixo
3. Recuperação de materiais
4. Reutilização
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 201
5. Reciclagem
Este projeto tem como intenção a realização de oficinas de
artesanatos confeccionados com resíduos sólidos. Poderá aguçar o
interesse dos jovens pela reciclagem artesanal e levar a conscientização
dos mesmos sobre a necessidade de produzirmos menos lixo e/ou
darmos uma destinação correta a ele. A Educação Ambiental não irá
resolver sozinha, os problemas ambientais, mas é um grande passo
para isso.
Quando são utilizados recursos artísticos como ferramentas para
a Educação Ambiental, se trabalha a alegria, o lúdico, a criatividade e
a capacidade de cada indivíduo e do meio em que ele esta. A cultura,
a necessidade e os objetivos devem ser levados em conta, para fixar
qual a arte com melhor apelo pedagógico que deve ser utilizada. A arte
não deve ser um mundo paralelo, tem que fazer parte do real, para ser
uma ferramenta eficaz na Educação Ambiental.
Segundo Paulo Freire (1996) a arte pode ser “... O espaço
pedagógico para a esperança.”
Projeto: Cidades rurais autossustentáveis
S-11
O projeto tem por objetivo criar cidades rurais planejadas e autossustentáveis.
A autossustentabilidade se dará em cima da atividade da
construção civil, envolvendo toda a produção dos materiais que serão
utilizados na construção de uma cidade (infra-estrutura, saneamento,
rede elétrica, residências, escolas, postos de saúde, farmácias,
mercados, praças, etc).
A autossustentabilidade se dará também na área agrícola, seja
produzindo alimentos (cereais, verduras, vegetais, hortaliças, frutas,
carnes, peixes, ovos, leite, etc).
A autossustentabilidade se dará também na área da silvicultura
(produção de mudas de árvores para madeira, árvores nativas para
recuperação de matas ciliares e degradadas, árvores frutíferas,
202
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
árvores para paisagismo, etc), produção das áreas de reserva legais
de produtores rurais, bem como reflorestamento e produção de flores.
Entre os projetos agrícolas está a produção da árvore denominada
“pau de balsa” que fica pronta para corte em 3 anos (1º corte) até
8 anos (último corte) ao valor de venda estimado de R$ 400,00 por
árvore.
E também na exploração do bambu para utilizar na construção
civil e em produção de móveis. O bambu também está pronto para
corte a partir do terceiro ano e é uma fonte inesgotável. Após plantado
é para sempre. Retira-se 20% ao ano. O restante fica para rebrota.
Este projeto tem por princípio básico a AUTOSSUSTENTABI­
LIDADE de todos os participantes do projeto.
Serão criadas cidades planejadas totalmente autos-sustentáveis,
produzirão atividades que gerarão renda para todos os participantes.
Além de renda própria, terão educação profissionalizante,
saúde,atividades esportivas, lazer, cidadania, e aumento de qualidade
de vida.
Terão ascensão sócio-econômica, passando da miséria para
cidadãos da classe média.
Os participantes farão cursos profissionalizantes para desenvol­
verem as atividades profissionais com qualidade e eficiência.
Terão qualificação inicialmente nas áreas da construção civil para
construir toda a infra estrutura das cidades, além de suas residências,
escolas, fábricas, clubes de lazer, academias, hospitais, etc.
Aprenderão a trabalhar com rapidez, eficiência e profissionalismo.
Trabalharão criando uma cidade para uso próprio, com direito a
renda, produzirão todo tipo de alimentos para seu sustento próprio e
venda do excedente, agregando valor em todos os produtos.
O princípio fundamental é a autossustentabilidade, pois sabemos
que o cidadão de bem não quer esmola, o que ele que é emprego.
Emprego que lhe dê renda para sustentar sua família com dignidade
e que o mantenha no campo com qualidade de vida, com todo o
conforto de um cidadão de classe média (saúde, transporte, educação,
alimentação, vestuário, inclusão digital, Lazer de qualidade, prática de
esportes, segurança financeira, férias, etc.).
Essas cidades planejadas terão tudo o que uma cidade média
(tipo Londrina, Maringá, Ribeirão Preto, etc. ) tem disponível para os
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 203
moradores usufruírem e que os mantenham ali, sem necessidade de
recorrer à cidades vizinhas.
O objetivo do projeto é que os participantes gostem de sua
cidade e que ali permaneçam. Que não sintam necessidade de voltar
para os grandes centros. Para isso é necessário a autossustentabilidade
permanente, formando um círculo produtivo que gere renda e riquezas
para a cidade.
As cidades planejadas serão divididas em diversas áreas.
1. Área industrial (fábricas de matérias de construção, móveis
residenciais, portas, janelas, etc.)
2. Área residencial (residência dos participantes do projeto)
3. Área de lazer (clube social, quadras de esportes, piscinas,
pistas de atividades esportivas, pistas de Cooper, academias, etc)
4. Áreas de serviços (mercados, mercearias, panificadoras,
açougues, oficinas, postos de saúde, escolas, clínicas, etc.)
5. Áreas agrícolas subdividas em:
a. Área de hortaliças: vegetais, legumes, verduras
b. Área de cereais: feijão, arroz, trigo, soja, café, aveia, etc.
c. Área de frutas: melão, mamão, uva, kiwi, figo, goiaba, laranja,
maçã, abacate, abacaxi, etc.
d. Área de criação de animais: boi, vaca, suíno, galinha, búfalo,
cavalo, avestruz, codornas, coelho, etc.
e. Área de criação de peixes (tilápia, carpa, pacu, dourado, etc.)
f. Área de produção de carne (frigoríficos)
g. Área de produção de farinhas (trigo, milho, mandioca, etc.)
h. Área de viveiros de mudas de árvores frutíferas
i. Área de produção de árvores para madeira (teça, eucalipto,
guanandi, pau de balsa, mogno, pinus, etc.)
j. Área de produção de árvores nativas (para recuperação de
matas ciliares)
k. Área de produção de árvores ornamentais
l. Área de produção de flores
m. Áreas de reflorestamentos
n. Área de produção de palmito (pupunha e Jussara)
o. Área de produção de cogumelos
204
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
p. Área de Confecções (produção de todo tipo de roupas: calça,
camisa, camiseta, casacos, vestidos, etc.)
q. Área de produção de artigos de couro (botas, sapatos,
sandálias, cintos, bolsas, etc.)
r. Área de beneficiamento de alimentos (queijo, salame,
embutidos, conservas, compotas, doces, etc)
s. Área de criação de abelha para produção de mel e polinização
Note que todas essas áreas necessitam de mão de obra
qualificada. Para isso a cidade planejada terá constantemente cursos
profissionalizantes nas mais diversas áreas de produção.
Com essas áreas em plena atividade haverá emprego e geração
de renda para todos os participantes do projeto, os quais trabalharão de
forma remunerada, inicialmente através de fornecimento de alimentos,
educação, saúde, vestuário, esporte, lazer, atividades sociais, etc.
Projeto: Protetor de mala Happy bag
S-12
Confeccionar capas protetoras de malas de viagem com material
resistente (nylon impermeável), tipo saco de viagem, em diferentes
tamanhos e cores, com identificador na frente feito com borracha
siliconada tendo impregnado folhas secas identificadas de árvores da
Amazônia.
Projeto: Projeto revisão solidária
S-13
O Projeto Revisão Solidária (PRS) surgiu no ano de 2003 quando
um grupo de estudantes universitários se reuniu a pedido de alguns
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 205
alunos de escolas públicas de Barcarena, os quais gostariam de revisar
a matéria da escola para prestar o vestibular para o curso técnico do
IFPA (antigo Cefet), até por essa conjuntura de revisão e devido a não
cobrança de mensalidade o PRS adotou esse nome que nunca foi
mudado.
Nos anos seguintes, foi identificando que havia na comunidade
demandas além da revisão, então o PRS passou a desenvolver ativi­
dades que ultrapassam o contexto educacional e alcançam a questão
da cidadania, a qual engloba conhecimentos, econômicos, ambientais,
culturais e entre outros aspectos da vida fora da sala de aula.
O PRS é composto por um grupo heterogêneo pessoas,
estudantes de graduação, pós-graduação e colaboradores já formados
nos mais diferentes ramos do conhecimento que são empenhados
em ajudar os jovens das escolas públicas de Barcarena a elevar seu
nível educacional e cultural, por meio de aulas de revisão, palestras
e atividades culturais. Adicionado ao trabalho com os jovens existe a
percepção de que os voluntários são beneficiados ao desempenhar
essas atividades, pois, além da própria experiência de interagir e ajudar
com pessoas, eles podem desenvolver suas habilidades acadêmicas
e pessoais com o público curioso e questionador; adicionado a isso
participam de debates de idéias para melhoria da sociedade ou
simplesmente aumentam a rede de amigos. Nesse sentido o PRS
dispõe de dois grupos de pessoas que interagem e se beneficiam desse
trabalho: os alunos que são ajudados e os voluntários que ganham uma
experiência enriquecedora.
Dessa maneira, observa-se que o PRS possui metas objetivas e
subjetivas. A meta objetiva é auxiliar aos estudantes que desejem entrar
em instituições de ensino técnicas do Estado do Pará. Para cumprir
tal objetivo o PRS se incube de levar aos estudantes, educadores
voluntários dotados do programa do processo seletivo. Já a meta
subjetiva é ambiciosa, pois visa quebrar o paradigma do pensamento
corrente de que a sociedade atual é individualista. O PRS vem
mostrando ao longo desses anos aos alunos e demais integrantes da
sociedade que existem pessoas interessadas na melhoria qualitativa da
sociedade e que entende que o desenvolvimento social de uma região
ou nação somente pode ser alcançado no progresso conjunto. Assim,
os voluntários do Projeto Revisão Solidária disponibilizam parte de seu
tempo nos fins de semana para ajudar os interessados a alcançar seus
objetivos educacionais.
Dentro do PRS existe a percepção de que as atividades extrasalas de aula são de suma relevância para afirmar a riqueza cultural
206
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
do Brasil, sobretudo para cultura da Região Amazônica e de que há
necessidade de informações diferentes as vinculadas comumente nas
escolas e veículos de mídia, dessa maneira sempre que possível temse a participação de palestrantes que tragam novas idéias e possam
incutir mais interesse e ambição aos participantes do PRS.
Projeto: Programa para a produção de etanol amiláceo
S-14
A produção de etanol (álcool etílico) por meio da hidrolise e da
fermentação de raízes de mandioca, obtida de modo autônomo em
organizações de produtores de base familiares, tem por objetivo
construir um suporte energético em unidades produtivas destinadas
à produção de alimentos. Essa iniciativa promove uma intensificação
das forças produtivas de natureza inestimável, certamente superior
a qualquer outro programa convencional de fomento agrícola já
realizado na Amazônia. Os novos atores não serão reconhecidos como
produtores de energia, mas como produtores de alimentos com baixa
dependência a programas governamentais regionais.
Desse modo, o etanol produzido não é necessariamente o objetivo
fim, mas a oxigenação dos meios de produção, de transporte e de
comercialização de produtos agrícolas. A escolha da mandioca como
biomassa para compor o Programa de Produção de Etanol Amiláceo
(energia-alimento), se dá por ser a espécie mais representativa e
promissora do bioma tropical, e principalmente porque ela já é alimento,
ou melhor, é o registro da historia alimentar das populações amazônicas.
Apenas para citar uma das inúmeras vantagens desse cultivo
é que durante os primeiros três primeiros meses após o plantio, a
mandioca ainda apresenta uma baixa densidade de folhas, criando
com isso espaços na área que permanecem ociosos durante todo o
período inicial de cultivo permitindo que se cultivem juntos o arroz,
o feijão, o milho e outras espécies alimentares, sem prejuízos para a
primeira. Assim, com o aumento da área plantada com a mandioca para
a produção de etanol, ao contrário do que ocorre com o monocultivo
da cana-de-açúcar, ampliam-se os espaços e as oportunidades para a
produção de mais alimentos.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 207
A opção de produzir energia para o autoconsumo, a partir da
mandioca, em sistemas consorciados, evita que o arranjo produtivo se
estabeleça através de monoculturas e contrarie o ambiente amazônico
que se caracteriza pela diversidade. Além do mais, o consorcio da
mandioca com outras culturas economiza o uso de outras áreas da
propriedade destinadas à produção de alimentos. Outros atributos que
ajudam a eleger a cultura da mandioca para compor o “Programa de
Produção de Etanol Amiláceo”, na Amazônia, são as práticas culturais
seculares do cultivo dessa espécie em todo o bioma tropical, que lhe
dão robustez, facilidade de propagação, elevada tolerância à estiagem
e ao excesso de chuvas, bons rendimentos mesmo em solos de
baixa fertilidade, baixa exigência por insumos modernos, potencial
resistência/tolerância a pragas e a doenças, elevado teor de amido nas
raízes, possibilidade de consórcio com inúmeras plantas, resistência à
propagação do fogo, alternativa para reutilização das áreas degradadas,
cultivo e colheita em qualquer época do ano e geração de energia de
baixo impacto ambiental.
Os ganhos sociais e ambientais com a produção descentralizada
de álcool de mandioca são incalculáveis, pois além de remunerar
melhor o trabalho das pessoas e não agredir o meio ambiente e utiliza
o subproduto do processo de fabricação do álcool - a vinhaça - na
alimentação de bovinos confinados. Assim, ao invés desses subprodutos
virarem poluentes, constitui-se em matéria-prima que servirão de base
para a produção de carne e de leite. Exemplificando: a vinhaça, resíduo
do processamento industrial da mandioca para a produção do etanol,
pode ser utilizada em um projeto complementar de alimentação de
vacas semiconfinadas para a produção de leite, leite em pó, queijo etc.
Pode também ser utilizada para engorda de gado de corte. E ainda, o
esterco gerado pelos animais confinados pode alimentar biodigestores
para produzir gás e fertilizantes para a agricultura.
Projeto: Missão Haitiama
S-15
Cooperação técnica multidisciplinar envolvendo vários órgãos
e entidades do poder e da sociedade civil que visa incluir imigrante
208
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
haitianos na sociedade amazonense, proporcionando-lhe condições de
sustentabilidade, desenvolvimento e cidadania por meio de ensino da
língua portuguesa, qualificação profissional e inserção no mercado de
trabalho.
Projeto: Rádio comunitaria
S-16
Este trabalho fala sobre Projeto de Extensão de uma rádio
Comunitária, realizado no Bairro de Novo Reino, que ocorrera através
de um programa de rádio (auto falante).
O principal objetivo do projeto é promover a comunicação
comunitária, realizado por acadêmicos de diversas áreas, como
também profissionais através de programas educativos.
pertinentes a vida da comunidade de Novo de Novo Reino.
Todos os sábados e domingos, entre às 16h e às 17h, o programa será
transmitido ao vivo na Rádio, com a participação direta de cidadãos das
comunidades convidados para entrevistas e debates, e com repórteres
nas ruas, trazendo novas opiniões e anseios das comunidades através
de reportagens.
Projeto: Ração de Igapó, alimento natural de espécies
aquáticas
S-17
No processo de extração ou na colheita manual das favas ou
produtos naturais em ambientes locais, isto é nos igapós na época
do inverno onde há uma diversidade de frutas ou sementes naturais
onde estar intimamente ligada a fertilidade do alimento natural das
espécies aquáticas, que juntando varias espécies tal como Juarí,
mungubá, capitari, caferana etc. tudo isso triturado em ambientes
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 209
naturais misturado com outros derivados dará uma massa homogenia
e compactada em grãos tornaram isso um alimento natural às espécies
subaquáticas na alimentação em cativeiro. Favorecendo aos produtores
uma nova fonte de alimento agregando valores naturais regionais, onde
a mão de obra comunitária ou família torna-se a o meio de arrecadação
financeira através do processo de aproveitamento e tecnologia com
potencial rentável na fabricação na formulação, onde existem estudos
e avaliações relacionadas á implantação e manutenção dessa nova
cultura onde na Amazônia e principalmente nas áreas de várzeas a
uma larga escala em abundancia. Este produto depois de processado
e agregado a outras misturas já conhecidas, beneficiara comunidades
ao redor da implantação de uma fabrica gerando assim importante
desenvolvimento local e regional.
Projeto: Gestão escolar: Experiências inovadoras no
ambiente escolar
S-18
A Escola Cândida é uma escola democrática que Viabiliza Valores
como Respeito, Justiça, Igualdade, Solidariedade, Ética, Dignidade e
Honestidade, garantindo assim, uma Educação de Qualidade que vise
a Formação de Cidadãos mais comprometidos, consciente e solidários,
capazes de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa
e igualitária.
A Escola Municipal de Ensino Fundamental “Cândida Santos de
Souza com a contribuição de funcionários, alunos, pais e comunidade
desenvolve há três anos consecutivos o Projeto de “Revitalização da
Escola: Direito de usar, dever de preservar” com intuito de buscar
e incentivar a Conservação e Preservação do Patrimônio Público, a
Escola, incentivando a utilização correta do espaço escolar procurando
a conscientização de todos os segmentos acerca dos benefícios que
a escola dispõe.
O Projeto Consumo Consciente Agir e Viver por um Mundo
Melhor trazendo o tema: Manejo do Lixo no Bairro, Diga não ao
Desperdício. Sensibilizando a comunidade para a importância de se
cuidar do seu Lixo evitando grandes desperdícios que agridem o Meio
Ambiente e suas gerações futuras.
210
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Juntamente com estes projetos desenvolvido na escola temos
o Projeto Cultura de Paz na Escola que mostra a escola como um
espaço de estudo, um recorte de nossa sociedade onde evidenciamos
as “diversidades”, é que buscamos neste espaço um novo olhar sob
o mundo, dinamizando a vida para uma Cultura de Paz, uma cultura
de não-violência, construindo novas relações humanas onde propicie
conhecimentos que gerem consciência de deveres e direitos para com
o social rejeitando a violência e respeitando a vida em sua totalidade.
A Revitalização Escolar é uma ação educativa que busca
estratégias para uma preservação mais eficaz onde evidencie a
preocupação dos discentes com seus atos e o dos colegas. O Projeto
de Revitalização do espaço escolar visa alcançar estas estratégias de
forma bem dinâmica, onde os próprios alunos serão os responsáveis
em concretizá-lo e nossa meta é amenizar ou sanar os problemas que
envolvem as más condutas dos discentes e estes terão como dever
fazer as devidas fiscalizações cotidianas ao chegar e sair de sua sala de
aula mostrando-se determinados a preservar o meio em que estudam.
Assim, com certeza, os discentes valorizarão muito mais o espaço
escolar, pois tudo foi concretizado mediante seu esforço e como diz
o velho ditado: Quando as coisas saem do meu bolso e com meu
esforço, aprendo a valorizar muito mais.
Neste contexto, há necessidade de chamar a atenção de toda a
comunidade para se praticar a cidadania, preservando o meio ambiente,
pedindo ajuda a Escola e Comunidade para que unidas executem
ações que combatam a agressão ao patrimônio público, promovendo
a conservação dos bens escolares.
Projeto: Varal feito à mão
S-19
Esse projeto visa gerar renda para as comunidades carentes e
interessados residentes nos bairros São Francisco, Centenário e Jardim
Floresta por meio de capacitação das mulheres na arte de bordar,
utilizando sobras de tecido e pedraria com a técnica de patchcolagem,
técnica derivada do patchwork, mas sem uso de máquina de costura.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 211
Por meio de convivência com pessoas que desenvolvem serviços
voluntários nos bairros citados observou-se a dificuldade das famílias
em ter uma ocupação rentável. A técnica é feita totalmente à mão e
em qualquer lugar.
A metodologia da capacitação é de forma prática, onde a
transferência do conhecimento se dá por meio da execução do trabalho
e se aperfeiçoa com a experiência, ou seja, trata-se de uma metodologia
intuitiva acessível a qualquer pessoa e não exigindo conhecimento
teórico na área.
O material utilizado para a produção das peças é de fácil aquisição
e de preço acessível, podendo ser solicitado por meio de doação
ou com baixo investimento de custo. São eles: camisetas de cores
lisa, retalhos de algodão, linha para bordar, agulha, tesoura, pedrarias
diversas, papel termocolante ou cola para tecido, carbono e lápis.
Para a exposição das peças usa-se apenas corda e pregadores
de roupa, não necessitando de uma logística com uso de móveis
específicos oferecendo assim uma facilidade em transportar o material
a ser vendido em todos os lugares onde há aglomeração de pessoas.
Os valores obtidos serão revertidos entre as mulheres com o objetivo
de melhorar a renda familiar e consequentemente a qualidade de vida
dessas famílias.
Projeto: Gente da mata
S-20
Divulgar o talento dos artistas locais em todos os segmentos
artísticos (música, teatro, dança e artes plásticas). Possibilitando assim
o reconhecimento de sua arte.
212
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Casa feita com material reciclado (polímero)
S-21
Com um mercado em crescimento acelerado nos últimos
anos, os plásticos tomaram conta do mundo moderno. É na forma
de embalagens, isolantes e substituindo algumas peças em aço, esta
resina termodinâmica que compõe os polímeros pode ser reciclado e
empregado em diferentes funções, como, por exemplo, a fabricação
de cadeiras, tapetes, linhas, cordas, vassouras, escovas de dente e
demais.
Sempre que uma nova utilidade é encontrada para os plásticos,
o meio ambiente agradece, afinal o mundo produz em torno de 150
milhões de toneladas ao ano desses plásticos cuja expectativa é de
400 anos para se degradar em aterros sanitários. A empresa HVS
desenvolveu uma nova utilidade estes plásticos (PP, PE, PS, PET, e
outros), onde o coordenador da empresa Francisco Sávio, descobriu
mais uma nova função para estes polímeros reclicados: a fabricação de
tijolos para a construção civil.
O produto além de ser um 100% reciclado, também melhor
custo beneficio em relação aos similares, qualidade superior como:
Inquebrável, mais leveza, melhor acústica e em cores variadas.
Projeto: Jovens e Adolescente: qualificar é a solução
para o mercado de trabalho
S-22
Tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando,
preparando assim os jovens e os adolescentes para o pleno exercício
da cidadania e qualificando para o mercado de trabalho. Propiciando a
interação entre a educação escolar e as práticas sociais, estimulando
assim, o aprender a aprender.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 213
Diante disso, este projeto visa capacitar o ser humano, pois cada
um tem sua capacidade, suas competências, habilidades, valores e
atitudes. O ser humano tem essa disponibilidade para ser competente,
mas e essencial que nos educadores incentivemos, motivemos
cada um, dentro do cotidiano escolar e assim ajudar cada um a sair
do mundo das drogas, gravidez na adolescência, violência verbal e
doméstica. Nesse sentido, este projeto vem contribuir para com a
melhoria da qualidade da educação da Escola Municipal Francisco
Canindé Cavalcante, de forma ativa significativa e transformadora.
Portanto, o papel dos Tutores: Gilmara Gomes da Rocha, Maria
Adeudi C.Gonçalves, Andreice Cardoso da Silva, Rosineth Pereira da
Cruz, Elizabeth Maria Yamané Dinelli e José Reinaldo Quintino Paiva,
será essencial para que haja um bom andamento das atividades, das
técnicas e práticas dos cursos, pois os referidos professores são
capacitados. Ao final dos cursos os alunos (a)s receberam certificados
da conclusão, pois estarão aptas a ingressar no mercado de trabalho e
procurando fazer mais cursos para sua qualificação profissional.
Projeto: Água tratada com energia solar para
populações rurais na Amazônia
S-23
O Projeto “Água tratada com energia solar para populações rurais
na Amazônia” provou, pelo projeto piloto na “Reserva Extrativista do Rio
Ouro Preto” ser tecnicamente viável. Socialmente o projeto facilitou a
vida das pessoas que viajam entre a Reserva e a Cidade Guajara Mirim
consideravelmente. Para permitir que outras comunidades remotas
também tenham os benefícios de água potavel está sendo planejada a
implementação de mais três sistemas, numa nova etapa.
O suporte do equipamento já é prometido pelos habitantes
das comunidades, do ICMBio, da Prefeitura da Guajará Mirim e da
Universidade Federal de Rondônia. O ICMBio vai permitir o acesso para
as regiões do projeto e fornecer o transporte junto com a prefeitura de
Guajará Mirim. A prefeitura também vai fazer seminários e treinamento
para melhorar as condições de higiene nas reservas. As associações
das reservas vão dar o suporte para instalar os sistemas nas regiões.
Assim, uma grande parte dos recursos necessários já está garantida.
214
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Para o restante, outros financiadores e os prêmios do Prof. Benchimol
e do Banco Amazônica podem ser utilizados.
Projeto: Projeto Ilhas: ilha de apoio a sustentabilidade
sócio-ambiental
S-24
O Projeto sócio-ambiental Ilhas está sendo realizado no município
de Lauro de Freitas, Bahia, através da ação desenvolvida pelo Núcleo
de Educação Sanitária e Ambiental - NUESA da Secretaria Municipal
do Meio Ambiente de Lauro de Freitas - SMARH, que contratou os
serviços do professor Henrique Moitinho para implantar e executar o
projeto em todas comunidades carentes da região.
No projeto ILHAS (Ilha de Apoio a Sustentabilidade), é
realizada uma mobilização para a coleta seletiva de equipamentos
eletroeletrônicos, que são descartados em casas e empresas das
comunidades. A mobilização tem a participação dos alunos do projeto,
inscritos em um curso profissionalizante de Técnico de Informática em
Manutenção de Computador.
Projeto: Fortalecendo relações de gênero na
agricultura familiar por meio de metodologias
participativas para autogestão de unidades produtivas
S-25
Os enfoques de desenvolvimento rural nas décadas de 60 e 70
se baseavam na transferência de tecnologias e excluíam principalmente
mulheres e jovens rurais, tanto na elaboração como na execução dos
projetos.
O modelo difusionista, ainda hoje adotado por muitos profis­
sionais que atuam junto aos agricultores familiares, tem uma natureza
autoritária, pois trabalha com a idéia da mudança induzida de fora para
dentro. O problema está no fato de que, quanto mais se transfere
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 215
conhecimento, menor é a capacidade de desenvolvimento da cons­
ciência crítica e o envolvimento da comunidade. O processo de
metodologias participativas propõe mudanças de estratégias, capazes
de contribuir para o desenvolvimento rural sustentável, o fortalecimento
da agricultura familiar e das suas organizações, integrando as dinâ­
micas locais, valorizando o conhecimento dos grupos beneficiários e
suas tradições, buscando valorizar as condições para o exercício da
cidadania, as questões de gênero e a melhoria da qualidade de vida da
comunidade.
Na realidade, se trata de um enfoque de intervir, sem interferir na
tomada de decisão, constituindo-se num esforço coletivo e planejado,
que considera a participação popular, a produção de base familiar, os
princípios agroecológicos e o envolvimento da família, como orientação
para a promoção de sistemas sócio-ambientais sustentáveis e
economicamente viáveis.
As metodologias participativas são um conjunto de técnicas e
ferramentas que permitem que as comunidades façam o seu próprio
diagnóstico e a partir daí comecem a auto-gerenciar o seu planejamento
e desenvolvimento da unidade produtiva e também da comunidade.
Desta maneira, os participantes poderão compartilhar experiências e
analisar os seus conhecimentos, a fim de melhorar as suas habilidades
de planejamento e ação. Dentro da proposta metodológica, busca-se
diagnosticar e avaliar os problemas e as oportunidades de solução,
identificando os possíveis projetos de melhoria dos problemas mais
destacados e, portanto, das condições de vida de homens, mulheres e
jovens, ou seja, vendo a unidade produtiva familiar como um todo, num
processo contínuo de AÇÃO – REFLEXÃO – AÇÃO.
Neste contexto, esta proposta pretende fortalecer as relações
de gênero no ambiente familiar e comunitário por meio da adoção
de metodologias participativas como ferramenta estratégica para
autogestão de unidades produtivas no meio rural; despertar as famílias
rurais para a autogestão das organizações e agregação de valor à
produção agrícola local; suscitar e socializar as experiências exitosas
na agricultura familiar, os modos alternativos de exploração agrícola;
garantir o acesso a informação e participação nas decisões familiares e
comunitárias, a todos os membros da família; assegurar a participação
dos beneficiários em todas as fases do processo de desenvolvimento:
diagnóstico, planejamento, monitoramento, avaliação e reprogramação
de ações; promover a inclusão social das famílias rurais, principalmente,
mulheres e Jovens, e reduzir o êxodo rural.
216
S-26
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Metodologia inovadora de disseminação do
conhecimento científico e tecnológico: criação de
núcleo itinerante de apoio educacional informal para a
modernização da agricultura familiar de comunidades
rurais do Estado do Amazonas
A presente proposta contempla um conjunto de atividades que
possibilitarão capacitar recursos humanos nas comunidades rurais da
Amazônia por meio da divulgação científica e tecnológica, principalmente
na conscientização dos agricultores jovens para o novo paradigma no
que tange às iniciativas governamentais de aproveitamento sustentável
do potencial econômico dos municípios, bem como proteção e
adaptabilidade dos ecossistemas no desafio das mudanças climáticas
e da produção de combustíveis alternativos. Dessa forma o grupo
de pesquisadores do Laboratório de Estudos em Palmeiras do INPA
(Labpalm), pretende por meio da popularização e divulgação da pesquisa
efetuada durante 15 (quinze anos) sobre ecossistemas florestais em
áreas manejadas na Amazônia, criar e implementar um núcleo itinerante
(com propósitos multiplicadores) que forneça por meio da comunicação
científica, uma visão integrada onde o trabalhador rural possa encontrar
melhor forma de incorporar à comunidade uma estratégia comum para
agregação de renda e superação de barreiras econômicas e sociais.
Esta iniciativa a qual tem propósito inovador no sentido de uma sinergia
entre a comunidade acadêmica e a rural (por meio da comunicação e
difusão do conhecimento científico e tecnológico), visa a melhoria da
qualidade de vida do homem do campo, salvaguardando a integridade
ambiental e cultural dessas famílias.
Trata-se de um projeto de pesquisa institucional e multidisciplinar,
o qual enfatiza a valorização e sustentabilidade dos recursos vegetais
por meio da divulgação científica e tecnológica já existentes, incluindo o
seu uso como fonte energética alternativa renovável e visando colaborar
na implantação de um desenvolvimento sustentável na Amazônia e a
identificação de novos produtos.
A presente proposta contempla também produção bibliográfica
de divulgação científica e tecnológica da comunidade acadêmica com
a comunidade rural, no intuito de estabelecer uma dinâmica e interrelações centradas na difusão do conhecimento por meio da produção
de manuais técnicos, livros, cartilhas, folders, interface com os meios
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 217
de comunicação como: jornais, revistas, rádio urbana e comunitária,
oficinas, tv, internet, cursos e palestras. Serão ministrados cursos de
apoio técnico contínuos durante o período do projeto na capacitação de
jovens e adultos para articulações entre as dimensões ambientais; de
aproveitamento sustentável de sub-produtos e visão integrada por meio
da divulgação científica e tecnológica. No futuro essas ações poderão
favorecer a implementação de redes entre as comunidades rurais, como
forma de organização social. Vale ressaltar que a referida proposta,
além da propagação do conhecimento científico e tecnológico adquirido
pelo grupo do Labpalm (durante uma longa jornada de pesquisas na
Amazônia), identificará as tendências conceituais e metodológicas
utilizadas pelas comunidades rurais, no sentido de preservar e respeitar
os valores humanos já estabelecidos nessas regiões.
Todas as etapas serão acompanhadas por pesquisadores e
técnicos, subsidiando por meio da difusão científica, a educação
ambiental e as ações de minimização que demonstrem o valor da
"floresta de pé", em especial nas áreas antropizadas da Amazônia
Central. Estas ações devem ser praticáveis tecnologicamente sem
serem incompatíveis do ponto vista estratégico, ambiental e sócioeconômico. A partir da idéia de valorizacão integrada dos produtos
vegetais da Amazônia, pretende-se avançar sobre o terreno teórico
no que diz respeito ao estabelecimento de conhecimentos científicos
para a comunidade rural sobre as possibilidades de manejo sustentado
da área em estudo.
Projeto: Aproveitamento de fibras vegetais para a
construção sustentável
S-27
A construção civil tem uma grande participação nas mudanças
climáticas, devido ao elevado volume de materiais que o setor utiliza e
a interferência de suas atividades que produzem impactos ambientais.
Segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (Pnuma, 2011), o setor da construção civil responde por mais
de um terço do consumo de recursos do planeta, o que inclui 12%
do consumo mundial de água doce, além de gerar 40% de todos os
resíduos sólidos do mundo.
218
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
De acordo com o Pnuma, esses dados são fundamentais para que
os agentes, tomadores de decisão, criem oportunidades e instrumentos
que minimizem os impactos ambientais gerados pela construção civil e
no Brasil, onde o déficit habitacional é altíssimo, abrem-se possibilidades
para a exploração de novas gerações de construções com tecnologias
inovadoras, utilizando materiais de origem vegetal, em substituição à
madeira sólida e seus derivados (compensado, aglomerado, MDF e
OSPB), além da alvenaria.
Na Amazônia, surgem oportunidades para a utilização de fibras
vegetais na construção civil através do desenvolvimento de chapas
confeccionadas com as fibras das espécies curauá (Ananas erectifolius
L. Merril), abacaxi (Ananas comosus L. Merril) e abacaxi-ornamental
(Ananas bracteatus L. Merril), todos da família Bromeliaceae. Essas
plantas multiplicam-se por divisão da touceira e pelas mudas formadas
na coroa do fruto.
As fibras da espécie curauá são produzidas em larga escala por
comunidades tradicionais amazônicas, principalmente no Estado do
Pará. Essas fibras podem substituir a fibra de vidro, pois apresentam
resistência mecânica similar e ainda tem as vantagens de serem
biodegradáveis, mais baratas, cerca de dez vezes que a fibra de vidro
e, também, menos abrasivas aos equipamentos de processamento.
O curauá vem sendo utilizado na produção de artefatos para a indústria
automobilística, tecidos e até papel.
Outro material de origem vegetal, que pode ser adicionado às
fibras vegetais, para a formação de chapas é a resina de mamona.
O Brasil tem 8% da área de mamona plantada no mundo e detém a
tecnologia necessária para utilização desse polímero na confecção de
diversos produtos como, próteses, combustíveis, lubrificantes, dentre
outros (SOARES & COLZATO, 2006).
Conforme o exposto apresenta-se a proposta de desenvolver
chapas literalmente confeccionadas com matérias-primas vegetais
para utilização na construção civil (forros, divisórias e paredes).
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE S-28
219
Projeto: Documentos históricos do judiciário
amazonense: diagnóstico de acervo e organização do
Arquivo Permanente do Poder Judiciário do Estado do
Amazonas (1833-1933)
O projeto consiste em promover a organização e a recuperação
de documentos datados de 1833 a 1933, que compõem o acervo
permanente do Arquivo do Poder Judiciário do Estado do Amazonas.
Isto representa realizar um diagnóstico do acervo, comportando etapas
e procedimentos característicos da arquivística, ao que se seguirá sua
organização física e a elaboração de instrumentos de pesquisa: guia
do arquivo, catálogo e inventário. O conjunto dessas operações visa
dotar o Arquivo Geral do Poder Judiciário do Estado do Amazonas das
condições que permitam o acesso público ao seu acervo e a recuperação
segura dos documentos por meio dos recursos de pesquisa a serem
desenvolvidos. Previsão de execução de 12 meses. A equipe conta
com uma bolsista AT2, dois bolsistas IC e uma voluntária.
Projeto: Marchetaria: arte para jovens do interior do
Amazonas
S-29
O projeto de Marchetaria: Arte para jovens do interior do Amazonas
originou-se da constatação de que os fabricantes de móveis comuns do
interior do Estado queimam restos de madeira nobre porque não foram
educados para transformá-los em objetos de arte. A principal razão
para criar a escola de MARCHETARIA foi – e continua sendo – ensinar
aos jovens do interior as técnicas para transformar pedaços de madeira
em objetos de arte, mudando-lhes, assim, a realidade sociocultural.
220
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Cidadania: inclusão digital, social, educacional
e cultural
S-30
Nosso município onde situa nossa organização não tem uma sede
do Ministério Público, os Conselhos existentes não desempenham
bem as suas funções por falta de apoio, não há um Conselho Muni­
cipal do Idoso, nem um espaço próprio para trabalhar com as crianças,
adolescentes e idosos. Os problemas acontecem há todos os
instantes, entre eles: crescimento do numero de adolescentes com
gravidez precoce, tendo acesso livre às drogas, contaminação de DST
devido à sexualidade sem prevenção, entre tantos outros problemas.
A regional do Ministério Público fica em uma cidade vizinha, não
consegue resolver os problemas, às vezes há punições simples, porem
não surte efeito, pois necessitamos de condições físicas e financeiras
para investir em ações educativas e preventivas de tais problemas.
O que nossa organização percebeu ao longo de seu trabalho, como
causa e efeito desses problemas, é que há uma carência por parte
principalmente da criança, do adolescente e do idoso, de atividades
simples que contribuam para a preparação dos mesmos para a
inclusão social, como por exemplo: o trabalho coletivo, o incentivo e
aproveitamentos da capacidade de cada um, em oficinas produtivas,
de arte, lazer, esporte, cultura entre outros.
Projeto: MMMMnnnn mmmmnnn mmmmnnnn
S-31
O Amazonas possui 62 municípios, no território estadual, e
que em 2014,Manaus será uma das sedes da Copa do Mundo. Para
preparação deste momento, pretende – se levar este projeto aos
bairros da periferia de Manaus, com o apoio de várias instituições de
ensino, pois é visível o grande índice de violência contra a criança e
contra o adolescentes nessas áreas de risco. Desta forma o projeto
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 221
levará através da leitura a cidadania, Direito Humanos, às crianças e
adolescentes, em um período que compreende o ano de 2012 até o
ano de 2014, com a finalidade de prevenção, valorização e garantir os
direitos e resgate à cidadania nas comunidades periféricas de Manaus.
Pretende-se buscar parcerias com as Universidades,tendo em
vista que a Universidade é a grande responsável em proporcionar o
espaço voltado para o ensino, pesquisa e extensão, a preocupação em
trabalhar temas que atendam os Direitos da Criança e do adolescente
em sua totalidade como, direito a uma boa educação, a saúde, ao
esporte, ao lazer, cultura e outros direitos, tem sido fortalecido no
Núcleo dos Direitos da Criança e do Adolescente do Amazonas.
Neste sentido, a promoção e a valorização da criança e do
adolescente dentro dos espaços da Universidade, se dará através de
ações e boas práticas que já estão preconizadas no ECA (Estatuto
da Criança e do Adolescente) e no ODM (Objetivos do Milênio).
Desse modo, professores e alunos buscam desenvolver projetos que
contemplem os Direitos Humanos especificamente o direito da Criança
e do Adolescente.
Os trabalhos poderão iniciar nos bairros que atendem as
comunidades do Prosamim, proporcionando as crianças e adolescentes
à leitura com temáticas ambiental e Direitos Humanos, bem como as
crianças e adolescentes que residem no bairro da Glória, em igarapés,
sem condições de receber e garantir os direitos à saúde, educação, à
cultura, esporte e ao lazer.
Certamente este projeto Amigos da biblioteca: promovendo
e valorizando a leitura no Amazonas em prol dos Direitos Humanos
da Criança e Adolescente, trará a cada dia novas demandas sociais,
valorizando e estimulando a leitura no Amazonas numa proposta
interdisciplinar, proporcionado a cidadania.
Desta forma, a relevância, social e cultural se deu em estimular
não somente a criança e o adolescente como também os bibliotecários e
servidores a buscar interagir e a utilizar o espaço não–formal, biblioteca,
como meio de incentivar, a questionar, a pesquisar, vivenciar na prática
as questões ligadas a leitura e ao meio ambiente, proporcionando o
desenvolvimento cognitivo.Pois certamente é este público futuramente
chegará nos espaços acadêmicos.
222
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Plano e ação de desenvolvimento integrado
e sustentável municipal para a Amazônia: formação e
intervenção
S-32
A realidade brasileira, multicultural possui suas riquezas e
vantagens, no entanto, enfrenta problemas complexos, que por uma
visão predominantemente fragmentada da realidade, e conseqüente
ação também fragmentada, impede de compreender e intervir nesses
mesmos problemas com sucesso. Esses problemas acabam resultando
no baixo nível de desenvolvimento humano, em muitas regiões
brasileiras, foco de nossa “pré-ocupação” e intervenção, buscando
possibilidades de sua superação de modo sustentável. O baixo índice
de desenvolvimento humano no Brasil, enfraquece as possibilidades de
a população modificar o quadro de desigualdade e exclusão social, pois
afeta as condições de mobilização e participação capazes de construir
a solidariedade entre os cidadãos.
Para se alcançar a cidadania é preciso superar esse problema. E
para superar esse desafio é preciso um conjunto de políticas integradas
de melhor distribuição de rendas, redução da pobreza, busca de
padrões de vida mais elevados, aperfeiçoamento das instituições, das
práticas democráticas, e ao mesmo tempo, uma Reforma do Estado e
uma preocupação com a preservação ambiental. Segundo o relatório
do IPEA (1996) esse processo supõe interação entre Estado e iniciativa
privada, pluralismo econômico, social e político. O relatório ainda
apresenta opções estratégicas que se colocam para o Brasil: no âmbito
das políticas sociais, a Educação Básica, qualificação da mão de obra e
o combate à pobreza; no âmbito da política econômica, a expansão do
emprego, e, no âmbito da política ambiental, o aperfeiçoamento dos
instrumentos de gestão. Apesar da importância da Educação, no Brasil,
os resultados não tem sido satisfatórios, com alto índice de repetência,
evasão e conseqüente defasagem idade-ano escolar. Falta investimento
no atendimento aos portadores de deficiências, a educação infantil,
particularmente, nas creches (atendimento à criança de 0 a 3 anos),
na qualificação e formação profissional, na oferta de ensino médio e
superior. Também na oferta de educação de jovens e adultos, que se
ofertado com qualidade poderá vir a ser uma boa estratégia para o
atendimento aos jovens e adultos em grande defasagem idade-ano
escolar. Esses problemas não são da ordem de recursos, e quanto ao
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 223
acesso houve um avanço na sua democratização, no entanto, o mesmo
não aconteceu com a permanência do aluno na escola, faltando
eficiência e eficácia dos sistemas educacionais, nos diferentes níveis. Já
a geração de empregos depende do crescimento sustentado, embora
não suficiente para garantir postos de trabalho para todos. É preciso
construir políticas de geração de empregos associadas às políticas de
ampliação do mercado de trabalho. Com relação ao meio ambiente, é
preciso ampliar os mecanismos de gestão ambiental. E nessa realidade
e nessa direção que o projeto pretende trilhar.
A grande questão social abordada pelo projeto é o desen­
volvimento humano local sustentado. Para atingi-lo, todas as áreas
do desenvolvimento local serão abordados. Embora o foco das ações
desse projeto nas suas três etapas sejam os líderes e executores
dos serviços prestados à população do município piloto, o objetivo
é beneficiar toda população municipal, desde a criança pequena até
a melhor idade, como reflexo da ação integrada e sustentável do
atendimento a essa população, visando o desenvolvimento humano
local e sua sustentabilidade. A escolha por essa questão se deve
justamente por pretendermos selecionar um município de baixo
desenvolvimento humano local e sustentável, e, através de uma
formação em gestão estratégica e sustentável, de um estudo de
sua realidade, e do estabelecimento de políticas públicas sociais e
econômicas que levem o município ao desenvolvimento desejável,
atendendo a uma Educação de qualidade e democrática no acesso e
permanência nos diferentes níveis escolares, superando assim, seus
problemas; ampliando o mercado de trabalho, e consequentemente a
oferta de empregos, descobrindo e explorando sua vocação econômica
e seus nichos, e, um compromisso muito sério com a construção
de uma cultura e prática de preservação do meio ambiente. Assim,
trabalhando com todas as áreas de atendimento e com todos os
setores da sociedade envolvidos com esses atendimentos. O impacto
dos resultados e o número de pessoas impactadas dependerá do
perfil do município piloto a ser selecionado, a partir de fatores tais
como: interesse do município em participar do projeto, indicação da
instituição financiadora e estar dentro do perfil de baixo índice de
desenvolvimento humano local.
224
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Reciclagem de lixo digital: comprometimento
social e ambiental
S-33
É evidente a importância da tecnologia no mundo de hoje,
isso não pode ser ignorado. Porém, nem sempre percebemos as
consequências o que essa modernidade tecnológica traz a sociedade e
ao meio ambiente. No âmbito social, a tecnologia ao invés de aproximar
as pessoas com seus recursos potencializados, é evidenciada no mundo
contemporâneo como um abismo entre as sociedades, de um lado
aqueles que possuem “certo” poder aquisitivo cultural e econômico,
do outro, os que estão à mercê de um mundo tecnológico, onde são
meros espectadores.
Além disso, percebe-se então que à medida que a tecnologia
evolui, a ideia de ter um mundo mais limpo e menos desigual está
ficando cada vez mais distante. Em virtude disto, um novo lixo digital se
apresenta, tão ou mais tóxico que as peças e engrenagens descartadas
pelas máquinas das décadas passadas. O crescimento exponencial da
quantidade de aparelhos vendidos - e também descartados - é o que
mais preocupa no lixo digital. Por exemplo, o número de computadores
pessoais no mundo cresceu cinco vezes de 1988 a 2002. Hoje, são
mais de 500 milhões. Mas além deles há 1,14 bilhão de celulares,
que não passam de computadores de bolso. O que será feito desses
computadores ou celulares quando estes forem obsoletos?
No Brasil, o número de aparelhos obsoletos também cresce.
A empresa Itautec Philco, uma das principais fabricantes, calcula
que sejam descartados 3 milhões de computadores todo ano. Só o
que eles contêm de chumbo (um metal pesado) em soldas, baterias
e circuitos integrados é o equivalente a 1.900 toneladas (Lixo Digital,
2011). A organização não governamental Greenpeace estima de 20 a
50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são gerados no mundo a
cada ano. Ainda de acordo com a ONG, o chamado e-lixo (e-waste,
em inglês) respondem hoje por 5% de todo o lixo sólido do mundo,
quantia similar às das embalagens plásticas. Com a diferença de que,
quando descartados de maneira inadequada, os eletrônicos podem ser
mais nocivos (Projeto Reciclagem Digital, 2011). Alguns equipamentos
eletrônicos contêm centenas de diferentes materiais, incluindo metais
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 225
pesados, como mercúrio, cádmio e chumbo, que podem poluir o
ambiente e prejudicar a saúde das pessoas.
Paralelamente a esse contexto informatizado, existem milhares
de pessoas espalhadas pelo Brasil que podem ser considerados
analfabetos digitais, mas especificamente no município de Itacoatiara,
que ainda se encontram em um nível de analfabetismo ou semianalfabetismo digital desse universo tecnológico. Visando colaborar
com a inclusão sócio-digital e contribuir com a diminuição do lixo digital,
criou-se o projeto Reciclagem de Lixo Digital: Comprometimento
Social e Ambiental para recolher computadores antigos e que estão
inoperantes nas instituições públicas e privadas nas cidades de
Manaus e Itacoatiara, a fim de montar computadores para que pessoas
da comunidade possam utilizá-los. Para isso, é importante fazer uma
triagem daquilo que ainda funciona, além de separar os diferentes tipos
de cabos, plásticos e metais, entre outros elementos, os quais deverão
ser destinados para empresas que trabalhem com a reciclagem destes
materiais, além de boa parte ser usada na confecção de artefatos
artesanais, evitando, portanto que estes sejam depositados em via
pública.
Projeto: Requalificação Urbana e Ambiental na Área
Habitacional da Zona Portuária Baixada do Ambrósio,
Santana, AP
S-34
O projeto propõe adoção de um novo padrão arquitetônico e de
serviços básicos, principalmente, saneamento para áreas palafíticas
situadas em áreas urbanas na Amazônia.
Manter a maioria dos moradores na Baixada do Ambrósio com
qualidade de vida ao invés de movê-los para outro local é base do
projeto contratado e aprovado, em 2006, pelo Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID), mas nunca construído. O BID pretende
aplicar os resultados deste projeto em outras áreas semelhantes na
Amazônia.
O projeto define que a maior parte das habitações palafíticas
da Baixada do Ambrósio não serão removidas, será instalado no local
226
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
um sistema de saneamento básico inovador, a drenagem natural do
terreno será recuperada e preservada.
Do total de 783 unidades habitacionais existentes, 170 serão
removidas para permitir a construção de passarelas e decks comu­
nitários. Serão construídas 304 novas unidades habitacionais em quatro
modelos diferentes: com quatro, duas e uma habitações familiares e,
com isso, somente 21% das habitações precisarão ser relocadas.
O projeto visa integrar a área com a cidade de Santana, integrar à
dinâmica portuária e com o Projeto de Revitalização do Setor ComercialPortuário de Santana e desenhar equipamentos e espaços urbanos,
vias ou passarelas. Os estudos optaram por buscar soluções simples
mesmo diante de uma realidade bastante complexa.
Foram projetadas unidades habitacionais, respeitando os aspectos
arquitetônicos regionais, para módulos habitacionais unifamiliares, para
duas e quatro unidades habitacionais e um módulo misto para duas
unidades habitacionais e um comércio
A maioria das casas receberá uma “edícula sanitária”, uma
construção anexa a casa e composta por banheiro, jirau/lixeira e tanque
de lavar roupa. Nos locais onde não há espaço para sua construção, as
casas receberão banheiros internos.
Os aspectos inovadores do projeto são vários: (i) a construção
de habitações mistas (madeira e alvenaria) em obras públicas; (ii) o
entendimento que o projeto de saneamento básico iniciar com a
construção de instalações sanitárias dentro das casas; (iii) a concepção
da edícula sanitária; (iv) o desenho de uma rede de esgoto ancorada ao
solo para que a mesma não flutue no solo alagado; (v) a manutenção do
jirau, importante acessório das casas palafítica, mas que terá uma caixa
de gordura que, por sua vez, será conectada ao sistema de esgoto; (vi)
o estudo de drenagem que permite manter a passagem da maré por
baixo das casas.
S-35
Projeto: Visage Amazônica: escola técnica de
formação e cooperativa de produção artística para
grupos sociais em situação de vulnerabilidade e
exclusão social na Amazônia
Acreditanto que um dos principais fatores de transformação
social para a Amazônia é o resgate da nossa identidade, da nossa auto-
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 227
estima coletiva, das nossas experiências ancestrais de compreensão da
vida, da capacidade do nosso povo de se amar, de se orgulhar de suas
tradições, de querer perpetuar seus melhores valores, o projeto tem
como meta a criação de uma escola técnica de formação e cooperativa
de produção artística de excelência para grupos sociais em situação de
vulnerabilidade e exclusão social na Amazônia, oportunizando visibilidade
nacional e internacional para suas produções culturais. VISAGE é um
termo regional que designa aparição fantasmagórica, mas que tem outro
sentido em inglês e em francês, como rosto, face, aparência. O projeto
se organizará em diferentes fases para atingir sua meta: inicialmente
construindo um curriculum de formação artística através de oficinas
para atuar paralelamente às escolas públicas de Manaus e a entidades
que já trabalham com pessoas em vulnerabilidade social, forjando
uma equipe multidisciplinar para investir nos talentos detectados e
para construir vínculos nacionais e internacionais que possiblitem a
projeção desses talentos. Paralelamente, vamos organizar uma OSCIP
para poder, em até 10 anos, construir uma escola técnica nos moldes
da atual Fundação Nokia, com bolsa integral e envolvimento de famílias
dos talentos selecionados, com cursos em Artes Plásticas (pintura,
escultura, fotografia) e Digitais, Teatro, Cinema Digital, Música, Dança
e Literatura; e que também sirva como base de uma cooperativa e
centro cultural para promoção, exibição e treinamento de artistas.
S-36
Projeto: Aproveitamento tecnológico do couro
de jacaré açú (Melanosuchos nigger) procedente
de unidades de Manejo Sustentável do Estado do
Amazonas: Processo de Curtimento industrial
No início da década de 70, o Jacaré Açu foi vítima de caça
implacável por parte dos denominados coureiros – caçadores
clandestinos que só aproveitavam o couro do bicho. Leis restritivas
e protetoras por parte do Ibama, bem como uma contagem muito
esparsa e de pouca acuidade da quantidade de indivíduos da espécie,
tiveram como efeito uma quase explosão demográfica que, além de
desequilibrar as espécies das quais se alimentam, ainda os fazem
atacar e colocar em risco as populações locais. As Leis de proteção e
restrição foram também iguais para o País inteiro, e não apenas para
os lugares em que o Jacaré, a continuar a caça predatória, estaria em
risco de extinção
228
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
No Amazonas, desde os anos quarenta, o Curtume Crocodilo,
depois Curtume Canadense, iniciou o curtimento de peles de répteis
para exportação. Após a proibição da captura de jacarés pelo então
IBDF, hoje Ibama, o curtume procurou alternativas como a pele de
peixe, porém devido à falta de demanda, as atividades desse curtume
restringiram-se ao curtimento da pele de gado.
Hoje todos os curtumes amazonenses estão desativados,
com exceção do curtume Peles do Norte, que trabalha com peles
de dourada, tubarão, jacaré, pirarara, surubim e pescada marinha,
cujo pessoal foi treinado pelos pesquisadores nas dependências dos
laboratórios do INPA onde participa diretamente senhor José Jorge
Rebello que a partir de 1994, passou a trabalhar na pesquisa e que
trouxe sua experiência de mais de 40 anos de trabalho no curtimento
de peles de bovinos e de animais silvestres na indústria coureira de
Manaus, para o projeto do Couro de Peixe.
Desde novembro de 2004 a secretária de Estado do Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável_ SDS em parceria com
o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia -INPA tem investido
no Projeto de Manejo do Jacaré, em Mamirauá com aplicação de
ações visando o aproveitamento da pele de jacaré uma vez que os
pesquisadores detêm a tecnologia de curtimento do couro e onde
se fazem estudos visando a aplicação destas e de novas tecnologias
para o aproveitamento da cadeia produtiva completa em relação aos
subprodutos do réptil, considerado de grande potencialidade.
O Projeto de Governo de Manejo do Jacaré estabelecido na RDS
(Reserva de Desenvolvimento Sustentável) de Mamirauá, situada a
534 quilômetros de Manaus, tem como objetivo aproveitar o potencial
de comercialização da carne e dos subprodutos do réptil e que conta
com o interesse de parceiros comerciais.
O mercado de pele de jacaré está avaliado em cerca de 200
milhões de dólares anuais e a produção de carne chega a 20 mil quilos
por ano. A carne e o couro do jacaré representam lucros elevados.
Hoje é possível ter avaliações científicas para estimar quanto
a Amazônia pode render, num futuro visível, se for feito o chamado
aproveitamento racional, que busca tirar riquezas preservando o
Ecossistema.
As peles obtidas devem ser comercializadas tanto no mercado
interno quanto externo uma vez que existe demanda para a
comercialização e valor agregado é o não falta à pele do réptil, sendo
considerada de primeira qualidade pela industria coureira e o produto
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 229
resultante atenderá outros mercados interessados no couro. A exemplo,
se um calçado de cromo alemão é cotado a R$ 800,00 em média, um
dos mais caros quando o assunto é couro de boi, o mesmo não sairia
por menos de R$ 2.700,00, se fosse confeccionado com o couro de
jacaré.
Estudos estão sendo feitos ns laboratórios do INPA onde os
pesquisadores fazem estudos visando a criação de tecnologias para
criação e aproveitamento da cadeia produtiva completa em relação aos
subprodutos do réptil, considerado de grande potencialidade.
Sendo assim, o principal objetivo do projeto é utilização
dos conhecimentos científicos e tecnológicos para fazer uso de
manejo sustentável, que equilibre a interação ecológica, preserve
o Meio Ambiente, gere empregos e renda para a população local e
conseqüentemente para o Município, Estado e País. Tirando proveito
do que a natureza pode fornecer, de forma equilibrada e racional, sem
agressão nem destruição do Ecossistema.
Projeto: “Creche-Escola Sustentável, no
Assentamento Abril Vermelho, em Santa Bárbara do
Pará: uma construção no campo”
S-37
Este projeto social tem por objetivo implantar uma creche-escola
sustentável no Assentamento da Reforma Agrária denominado Abril
Vermelho, localizado no Município de Santa Bárbara, Estado do Pará.
A iniciativa de elaborar o presente projeto surgiu da identificação junto
aos assentados do principal problema social atualmente enfrentado por
eles, que é o mais grave comparativamente a outros problemas como
precariedade das estradas, dificuldade de acesso a postos de saúde,
falta de saneamento básico, dentre outros. Feito um diagnóstico da
situação atual, com a identificação das causas e consequências
decorrentes desse problema, este projeto foi elaborado de forma
participativa, contando com o apoio de uma equipe multidiscliplinar
como economistas, pedagoga e assistente social ligadas aos seguintes
órgãos: Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Incubadora da
Universidade Federal do Pará, Agência de Defesa do Pará (ADEPARÁ),
Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH) e
Conselho Regional de Economia do Estado do Pará (CORECON-PA).
230
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
As dificuldades das crianças e adolescentes de acesso às escolas
localizadas fora do assentamento, especificamente, no Município de
Santa Bárbara, exigindo sacrifício de acordar às 04h da madrugada e
chegar, muitas vezes, às 17h00 no assentamento, associado ao fato da
proposta pedagógica das escolas urbanas estar dissociada da realidade
vivenciada num assentamento de reforma agrária, constituem fatores
que transformam esse problema numa demanda social efetiva por parte
dos assentados, exigindo medidas urgentes por parte das autoridades
governamentais. Este projeto foi elaborado de forma articulada com
diversas instituições do Governo, em especial, a Prefeitura Municipal
de Santa Bárbara, que será responsável pela manutenção da crecheescola sustentável, além da participação de representantes de várias
instituições, conforme citado anteriormente, que mobilizaram esforços
para a elaboração deste projeto, que visa resolver esse grave problema
social vivenciado por 370 famílias, correspondente a 1.000 pessoas.
A creche-escola beneficiará diretamente, 440 pessoas, entre crianças,
jovens e adultos, que terão acesso a uma educação de qualidade e a
ensinos técnicos profissionalizantes, capazes de, em médio e longo
prazos, promover profundas transformações econômicas, sociais e
ambientais no Assentamento Abril Vermelho. Para a implantação deste
projeto será necessário o montante de R$ 400.854,00, sendo que o
Índice de Custo-Eficiência calculado foi de R$ 911,03 por beneficiário
direto. Ressalta-se que este valor corresponde a apenas 25% do custo
per capita do Governo no sistema penitenciário (R$ 1.600,00/detento),
justificando, dessa forma, a relevância desta proposta, em função de
sua viabilidade econômica, social e ambiental, associado ao fato de
que o acesso à educação constitui prioridade do Governo Federal, no
âmbito do Programa Brasil Sem Miséria.
Projeto: MMMnnnn mmmmnnnn mmmnnnn
S-38
Em 2009 iniciou-se na UFT/Araguaína, a coleta de dados do
projeto de pesquisa Mapeamento da Inclusão em Araguaína, com o
escopo de verificar aspectos da vida das pessoas na faixa etária de
50 anos e mais, na cidade de Araguaína, Estado do Tocantins. Os dados
mostraram uma população de mais de 3(três) mil pessoas nessa faixa
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 231
etária. A maioria relatou sentimento de abandono pela sociedade, pela
família, falta de lazer, dentre outras. Esse grupo, a priori, fragilizado
pela exclusão social, saiu da opacidade e passou a reivindicar do Poder
Público a sua parcela de atenção.
Ofereceu-se um projeto de extensão visando bem-estar e
oportunidade de convivência com coetâneos. No entanto, ao se
analisar as cartas de intenção escritas pelos alunos no pré-ingresso
ao projeto de extensão, verificou-se que muitos referiram o desejo de
estudar e não apenas participar de um projeto de entretenimento para
idoso. Esses manifestaram vontade de aprender línguas, posturas,
cultura, contribuir com a sociedade e a família dentre outras ambições
educacionais comumente vistas nos jovens. Para atender a demanda,
criou-se a Unienva. Desde então, busca-se a Pedagogia suficiente
para satisfazer as necessidades desse público ciente da oportunidade
recebida numa região historicamente esquecida pelo Poder Público.
O projeto construiu uma metodologia de trabalho em constante
aprimoramento. Aos alunos idosos a metodologia da Unienva favorece
a aprendizagem lúdica. Também focaliza a responsabilidade do aluno
em gerir o seu próprio processo de aprendizagem e empreender o
papel multiplicador no meio social.
A metodologia permite ao docente o pensamento crítico a
respeito do fazer pedagógico. Aliando o cuidado à missão de conduzir
ao processo de ensino-aprendizagem, a Pedagogia do Envelhecimento
inscreve-se como novo ramo das Ciências da Educação e em uma
nova linha de ensino e pesquisa Educacional Especial, da qual cerca de
13,8% da população brasileira fará parte até o ano 2025.
A Unienva propõe uma educação continuada, oferecida às
pessoas com idade igual ou superior a 50 anos, no sentido de possibilitar
atualização cultural dos participantes na área de Geriatria, Gerontologia,
Direitos, Políticas Sociais e Meio Ambiente, valorizando a magnitude
do conhecimento e a ampliação teórico-metodológica multidisciplinar a
respeito do envelhecimento no Estado do Tocantins e na região Norte.
Em decorrência disso, observa-se a busca incessante das pessoas pós
50 anos, pelo ingresso na Unienva, em reconhecimento as propostas
elencadas na estruturação do projeto, emergidas em resposta à
compreensão e divulgação dos atuais participantes, a respeito da
educação para idosos e do fenômeno do envelhecimento.
232
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Projeto Japiim de Responsabilidade Social
S-39
Inserção social e consciência de cidadania são algumas das
práticas adotadas no Projeto Japiim, desenvolvido pelo Grupo Alubar
junto às mães de crianças atendidas pela Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais (Apae), de Barcarena.
O projeto se transformou numa fonte de renda para essas
mulheres, que recebem oficinas de corte e costura, materiais e infraestrutura para produzir uniformes das áreas operacional e administrativa
do Grupo Alubar e terceirizadas da empresa. O valor arrecadado é
revertido de forma igualitária entre as participantes. O Projeto Japiim
iniciou atividades em 2006, após uma minuciosa pesquisa feita pelo
setor de Relacionamento Comunitário do Grupo Alubar. As mães que
integram o projeto recebem aulas de corte e costura, orientadas por
pessoas da própria comunidade, e a Alubar promove treinamento
profissional, em segurança no lar e combate a incêndio.
Projeto: “Feras do Garcitylzo de Futebol”
S-40
Projeto gratuito onde serão atendidas cerca de 100 crianças e
adolescentes entre 10 a 14 anos, com a formação de 01 equipe de 23
atletas para disputa dos jogos do Distrito 03 da Seduc (AM), Jeas (AM)
e Copa Coca Cola Etapa Regional.
As crianças e adolescentes beneficiadas pelo Projeto, receberam
os mais diversos tipos de orientação, desde aulas de futebol de campo,
além do acompanhamento de cada uma dentro da rede escolar,
regularmente matriculadas na escola.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 233
A faixa etária escolhida está dentro da fase em que essas
pessoas são formadas e os modelos de vida nessa fase passam a ser
a referência para o resto de suas vidas.
Será escolhido um técnico (professor de educação física), auxiliar
técnico (estagiário) e um preparador físico (professor de educação
física), para avaliar a necessidade de cada integrante do projeto. Dentro
da própria escola, o aluno poderá se destacar através do esporte sua
vida educacional quanto a formação intelectual.
Projeto: Pós-Carreira: um estudo na Embrapa Acre
S-41
O conceito de crescimento econômico e desenvolvimento vêm
sendo discutidos em destaque a partir da década de 1960 como
associados, porém, divergentes em termos de sustentabilidade.
O termo sustentabilidade está presente nas diversas áreas do
conhecimento como administração, economia, sociologia, direito
entre outros e faz parte do dia-a-dia das pessoas, no entanto, como
conceito sistêmico, foi um termo usado pela primeira vez em 1987 na
Noruega por Gro Broundtland quando da sua atuação como presidente
da Comissão das Nações Unidas e da publicação do livro Nosso Futuro
Comum onde relaciona meio ambiente com progresso.
Em essência, o conceito de desenvolvimento sustentável é
fazer uso dos recursos naturais suprindo as necessidades do presente
sem comprometer as gerações futuras sendo que a proposta não é
apenas de preservação, porém, não esgotar os recursos naturais para
que as gerações futuras usufruam destes de modo a atender suas
necessidades.
Parte-se do pressuposto de que sustentabilidade, não descarta
a idéia de crescimento econômico, social, ecológico, político que pode
ser aplicado a um país, a uma família ou a qualquer empreendimento
humano. Para Dally (2005) não dá mais para fingir que se vive em
um ecossistema ilimitado onde se faz necessário desenvolver novas
maneiras de pensar economicamente como uma biosfera finita.
“Quanto mais perto a economia se aproxima da escala da Terra, mais
234
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
ela terá que se conformar ao modo de comportamento físico da Terra.
Vinha (2008, p. 3). Para o autor o modelo de comportamento é de um
comportamento estável que implica numa mudança de foco na política
econômica, social e nas equações contábeis.
Em um contexto de mudança quanto a formas de pensar,
despertar a capacidade humana em expandir a liberdade de escolhas é
entender como posição de agente e beneficiário atuante em processo
de desenvolvimento pessoal e local em detrimento da capacidade de
escolhas.
A capacidade das pessoas e as escolhas que cada um possa ter
são infinitas, mesmo, variando conforme o tipo de vida que escolham
viver, no entanto, a capacidade de escolhas infinitas podem não estar
tão presentes na vida de um profissional próximo a aposentadoria o que
instiga ainda no ambiente das organizações uma maior sensibilidade
para ações voltadas para este fim.
É preciso buscar outras formas de enxergar a Aposentadoria
como possibilidades de crescimento, recomeço. A responsabilidade
por esta mudança de mentalidade, metanóia, não é deve ser apenas
atribuída ao profissional em fase de aposentadoria mais às empresas
sejam Públicas, Privadas, Sem Fim Lucrativo, Escolas, Universidades
ambientes entre outros, que propiciam o compartilhamento de interes­
ses comuns, senso crítico, crescimento que atendam preceitos sociais
sustentáveis.
Apoiar o empregado em um período que antecede a aposentadoria
como proposta de uma pós carreira é uma forma de instigar, incentivar
pessoas a refletirem sobre o seu futuro com entusiasmo, com alter­
nativas viáveis de continuidade profissional agregando valor a pessoas
em seu entorno.
A proposta de um programa pós carreira como contribuição
de desenvolvimento pessoal e social tem como finalidade refletir no
âmbito das empresas quanto: o que pensa o empregado em relação
ao seu futuro como aposentado? O que representa para as empresas
o vínculo profissional de determinado empregado em detrimento de
sua experiência profissional e a herança dos serviços prestados para
a empresa? Qual a sua contribuição em nível local? Como será o dia
seguinte? A literatura sobre o tema aposentadoria apresenta dados
importantes, oportunos e preocupantes no tocante a aferir que, em
média, após dois anos de aposentado essas pessoas morrem e as
causas podem estar associado a ausência do convívio social, não se
sentirem produtivas, o valor do benefício e ausência de uma atividade
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 235
não suprem financeiramente suas responsabilidades para com a
família, entre outros.
O ingresso de um trabalhador em uma empresa é a oportunidade
de desenvolver suas habilidades, competências para as atividades na
construção de seus objetivos, fatores importantes para sua condição
humana na realização da vida pessoal e profissional. O sentimento de
se sentir importante, útil, reconhecido, motiva as pessoas a serem
produtivas. Nessa fase, o tempo, comumente denominado experiência
que se adquire cronologicamente, é visto como aprendizagem,
realização, perspectiva de crescimento para o empregado.
É possível que para muitos trabalhadores a falta de perspectivas
frente a aposentadoria possa representar uma brusca descontinuidade
da relação trabalho e vida social. É comum associar aposentadoria a
velhice, a doenças, ao sentimento das pessoas de não se sentirem
mais importantes pela ausência de significados com processos
produtivos em um contexto social.
Para Zanelli, Silva e Soares (2010) a existência de uma pessoa
influencia o contexto social que ao longo do tempo é enraizada de
significados construídos na busca de conhecimento de si mesmo e na
forma como as pessoas captam estímulos e interpretam significados
através de uma identidade socialmente construída.
A formação da identidade socialmente construída resulta da
herança do que as pessoas pensam, organizam, planejam quanto a
um ambiente mais propício, ameno, favorável à realização de objetivos
pessoais.
A valorização dos desejos das pessoas em se sentirem
responsáveis e controlarem seu próprio destino, acreditando em suas
capacidades infinitas, podem ser relevantes e duradouras, porém
precisam ser continuamente estimuladas, transformadas.
No entendimento de Rousseau (1998) apud Meyer, Becker e Dick
(2006) a identidade social é a base de interesses dependentes de uma
estrutura internalizada e sugestões de características coletivas à partir
do autoconceito de alguém e conceito de si que pode ter implicações
a longo prazo quando estas sugestões situacionais passam a ser
relevantes e duradouras.
Para Skinner (1974, p. 28) “o mundo exterior é interiorizado, não
como uma reprodução fotográfica ou fonográfica mas por um processo
que transforma [...]” .
236
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Essa transformação estaria relacionada ao autoconhecimento,
estágio em que o indivíduo se encontra em melhor posição para prever
e controlar seu próprio comportamento e para tanto é necessário
saber a razão de algo a que se propõe para que a informação recebida
estimule uma resposta.
Nesse contexto busca-se responder o seguinte questionamento:
um estudo nas organizações visando orientar empregados para
a aposentadoria na perspectiva de um pós carreira estimularia
um comportamento evidenciando potencialidades socialmente
sustentáveis?
Acredita-se que respostas a indagações dessa natureza possam
sinalizar quanto a aspectos importantes a desenvolvimento e construção
de uma identidade socialmente sustentável.
A preocupação das empresas em orientar seus empregados
a refletirem o significado de uma aposentadoria sob uma nova
mentalidade, o pós carreira acredita-se ser importante, relevante,
necessária para o desenvolvimento pessoal e local.
Projeto: Ensino e aprendizagem no cemitério de São
João Batista
S-42
A proposta de trabalho apresentada tem o objetivo de evidenciar
aspectos materiais e imateriais encontrados na pesquisa empreendida
no Cemitério de São João Batista Manaus, AM para o mestrado da
Faculdade de Educação da UFAM, ( 2009) . Objetiva-se que o presente
estudo sirva de suporte a educação no que se refere a estudos da
cidade de Manaus pois evidencia aspectos histórico-geográficos,
artísticos, representação simbólicas, encontrados neste sitio, e, tam­
bém para balizar ações das esferas municipal e estadual que resultem
em práticas concretas para a manutenção deste sitio de memória
individual e coletiva localizado num bairro central da cidade de Manaus,
sendo plausível ações que envolvam e, que incentivem o turismo
guiado por dentre as quadras do Cemitério de São João Batista entre
outras ações conservacionistas.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 237
Projeto: Em defesa da Amazônia e do interesse social
S-43
O lar deveria sempre ser o lugar de bem-estar físico , sinônimo
de paz, tranquilidade, segurança e conforto. Mas, essas qualidades se
tornam quase impossiveis em se tratando de assentamentos rurais que
surgem ao longo dos cursos d’água, a exemplo das primeiras cidades
conhecidas que apareceram na Mesopotâmia, tais como Ur, ao longo do
Rio Nilo, e na China, ao longo do Rio Amarelo, entre aproximadamente
sete a cinco mil anos atrás, geralmente, resultantes de pequenos
vilarejos. A preferência por esta localização se dá geralmente pela
praticidade, já que associadas a grandes rios encontramos terras
férteis para a produção necessária de alimentos complementares à
caça, à pesca e algum extrativismo vegetal, além do transporte, tendo
o Rio como elemento unificador destes assentamentos.
Juntando as preocupações ambientais e de segurança da
Amazônia e dos próprios ribeirinhos que habitam as mais adversas áreas,
a necessidade de fixar este mesmo homem que, com sua sabedoria,
experiência de vida própria e a herança de seus antepassados que
viveram nas mesmas condições, nos levou a elaborar uma proposta
envolvendo a implantação nestes assentamentos de uma pousada
sustentável e com toda segurança, oferecendo descanso, lazer e um
porto seguro para os viajantes, servindo também como local para
turismo.
Dada a sua localização, a única maneira de impor segurança seria
através da criação de postos de polícia militar. A ampliação da presença
militar ou o fortalecimento das mesmas, irá também desestimular
irregularidades provenientes da cobiça de invasores, tais como a
especulação imobiliária e a biopirataria, não esquecendo que Manaus
teve sua origem na função militar.
A exemplo da arquitetura e cultura local, o complexo seria
composto por cabanas palafitas protegidas das maiores enchentes,
assim como cabanas mais escondidas na floresta. Um mirante deverá
ser incluído. Restaurante e uma área polivalente que poderá servir
como mini-auditório com capacidade para 70 pessoas, proporcionando
emprego e renda e uma melhor qualidade de vida aos moradores locais.
Em geral, são famílias de pequenos produtores, carentes de recursos
238
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
tecnológicos e financeiros. Trabalham com macaxeira, para a produção
de farinha, tucupi e goma, caça, pesca, marcenaria, artesanato e roça.
Como forma de diminuir a carência de profissionais, principal­
mente na área de educação (incluindo educação ambiental) e saúde,
uma vila ecológica com 8 casas, a exemplo da que foi criada na
reserva florestal Adolpho Ducke, faria parte do complexo para abrigar
temporariamente estes profissionais e estagiários destas áreas. Para
isso, um convênio com universidades deveria ser firmado. Seria uma
forma de ganhar maior experiência prática para os futuros profissionais.
A vila da Reserva Ducke é um protótipo de construção sustentável
não-convencional, incluindo o bambu como material de construção
das paredes e que está atendendo às necessidades de alojamento
da comunidade científica que necessita de abrigo temporário. Possui
coleta e aproveitamento da água das chuvas e estação de tratamento
ecológico de esgoto.
Necessitamos de providências urgentes no campo econômico
e social destas regiões. Somente a geração de postos de trabalho
e uma segurança impecável poderá melhorar as condições de vida
e criará uma esperança de futuro para os jovens dessa região, onde
a sobrevivência é sempre um ato de heroísmo e aventura. Trata-se
de um trabalho de “formiguinha”, aparelhando as comunidades com
reforço às iniciativas governamentais do Programa Luz para Todos e
do Bolsa Verde.
Projeto: Cogumelos comestíveis de ocorrência na
Amazônia como alternativa alimentar e melhoria da
qualidade de vida
S-44
Fungos comestíveis são importantes fontes de proteína e
alimentos apreciados. Nos últimos anos tem aumentado a produção
de cogumelos no mundo, porém, apenas algumas espécies têm sido
cultivadas (Stamets, 1993). Muitos cogumelos silvestres que ainda
não são cultivados comercialmente têm uma grande importância
etnomicológica como alimento e devem ter o seu potencial avaliado.
Entre as muitas espécies de fungos comestíveis de ocorrência no
Estado do Amazonas estão o Pleurotus ostreatus, Lentinus strigosus
e o Polyporus arcularius (Sales-Campos, 2008). A implantação do
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 239
cultivo de cogumelos em qualquer região do país é de fundamental
importância, por se tratar de cultivos que não exigem mão-de-obra
abundante, melhoram as condições ambientais, além disso, também
é uma alternativa rápida de obtenção de alimentos de qualidade
nutricional elevada (Andrade et al., 2008).
A produção de cogumelos comestíveis é desenvolvida em
diferentes países com a utilização de diversos substratos de origem
florestal e resíduos agroindustriais disponíveis localmente (VargasIsla; Ishikawa, 2008). No Brasil, o resíduo florestal mais utilizado
tem sido o Eucalyptus sp. No entanto, devido à baixa disponibilidade
desta arbórea na Região Amazônica, é necessário avaliar a utilização
de insumos regionais e sua viabilidade econômica para a produção
de cogumelos comestíveis (Sales-Campos e Andrade, 2011; SalesCampos et al., 2010).
Com a grande exploração de madeira na Amazônia, são
necessárias medidas com relação ao aproveitamento de seus resíduos,
gerados pelo processamento inadequado da indústria. O potencial de
uso dessa enorme quantidade de resíduos vem sendo subestimado
pela indústria madeireira regional (Barbosa et al., 2001).
Com a utilização de resíduos alternativos locais pretende-se
apresentar outras opções de substratos a utilização no cultivo de
cogumelos no Estado do Amazonas e diminuir os impactos ambientais
ocasionados pelo seu descarte na natureza. Assim, este estudo terá
como meta testar a potencialidade de uso de resíduos madeireiros
regionais da Amazônia visando à aplicação de cunho econômico na
produção de cogumelos comestíveis e uso como suplemento de fonte
de proteína da população.
S-45
Projeto: O mapeamento da cadeia produtiva dos
empreendimentos da economia solidária em Boa Vista
incubados pela Itcpes/UFRR com base na utilização do
insumo-produto
O projeto intitulado O Mapeamento da Cadeia Produtiva dos
Empreendimentos da Economia Solidária em Boa Vista Incubados
pela ITCPES/UFRR com Base na Utilização do Insumo Produto tem
como objetivo geral identificar os principais agentes econômicos que
240
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
constituem os fornecedores e os compradores dos produtos e serviços
dos empreendimentos da Economia Solidária de Boa Vista, Estado de
Roraima, incubados pela Incubadora de Tecnológica de Cooperativas
Populares e de Empreendimentos Solidários, Itcpes, da Universidade
Federal de Roraima, UFRR, Campus do Paricarana em Boa Vista.
Projeto: Jovem Aprendinz, Fututo CEO
S-46
Este projeto proporcionará aos jovens em idade escolar,
conhecimento na área empresarial, por meio de palestras e treinamento.
O tema a ser tratado será: 1° Emprego, o que devo fazer? Abordando o
Emprego X Empregabilidade.
Projeto: Projeto Hidrologia e Educação na Amazônia
(Hieda): a hidrologia como ferramenta na melhoria do
acesso à educação em áreas ribeirinhas na Amazônia
S-47
Os rios são vias de acesso a diferentes recursos na Amazônia.
Não só aos recursos naturais, mas também a um conjunto de serviços
proporcionados pelas políticas públicas do Estado, o que inclui a
educação. Assim, os rios na Amazônia são também úteis como meio
para o transporte dos alunos até as escolas, em especial nas áreas
ribeirinhas. No entanto, a variação do pulso de inundação (Junk, 1989),
em muitos rios e localidades da região compromete o acesso dos
alunos às escolas ribeirinhas. Tanto na seca (águas baixas), quanto na
cheia (águas altas), a variabilidade do nível das águas dos rios pode
gerar momentos durante o ano que impedem o acesso dos alunos às
escolas fora do período das férias escolares o que gera um alto índice
de absenteísmo, além de uma redução significativa do tempo em sala
de aula e de dias letivos no ano. Esse fato pode chegar a níveis abaixo
do recomendado pelo Ministério da Educação indo de encontro ao que
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 241
proclama a Lei 9394/96 (Leis de Diretrizes e Bases da Educação), no
que se refere à igualdade de condições para acesso e permanência na
Escola. Nas áreas ribeirinhas da Amazônia, os alunos são transportados
para as escolas com o uso de lanchas rápidas, conhecidas regionalmente
como “voadeiras”. Em período de cheia muitas escolas ficam inundadas
ou são invadidas por animais peçonhentos trazidos pelas águas com
perigo para as crianças. Da mesma maneira, no período das secas
as escolas ficam isoladas. O caminho é muitas vezes feito a pé ou
arrastando as “voadeiras” e mais uma vez as crianças ficam expostas
aos perigos de acidentes tanto com as lanchas, como com os animais.
O calendário escolar da Região Amazônica e em especial das
escolas ribeirinhas não se encontra devidamente adaptado às variações
do pulso de inundação. Algumas tentativas têm sido feitas, porém de
modo empírico, sem levar em conta os dados hidrológicos. A Agência
Nacional de Águas (ANA) tem em seu banco de dados hidrológicos,
séries de dados que permitem uma avaliação concreta dos regimes
hidrológicos da Bacia Amazônica e identificar os períodos mais críticos
para diversas atividades hidro-dependentes (Brasil, 2006), como a da
presente proposta. Essas informações hidrológicas permitem levar
em conta de forma regionalizada esse fenômeno natural. Seja nos
períodos de cheia, onde muitas escolas são invadidas pelas águas, ou
nos períodos de seca onde as escolas ficam isoladas.
Como a Amazônia apresenta um regime hidrológico diferenciado,
onde há uma quase oposição de fase entre os regimes do Norte e
do Sul da Bacia (Filizola et al., 2002, 2009), se pode pensar em um
calendário escolar diferenciado segundo esses regimes. Os tributários
dos grandes rios, em face do efeito de barramento hidráulico (Meade
et al., 1991), seguem o comportamento dos respectivos cursos princi­
pais de cada bacia, o que permite um certo grau de regionalização.
Este fenômeno e outros associados ao regime hidrológico da região
constituem importante fator para a vida do ribeirinho, o que já motivou
importantes escritos a respeito (Tocantins, 2000).
A presente proposta buscará fazer uso de técnicas estatísticas,
incluindo a análise de séries temporais, correlações e regressões
lineares, além do uso de imagens de satélite (determinação de áreas
inundadas temporariamente e permanentemente) para definir melhor
as áreas atingidas em períodos de cheia/seca e mapeamento de
rotas com GPS e o uso da cartografia digital com uso de Sistemas de
Informações Geográficas (SIG). Assim, com base no acima colocado
se pretende atingir os objetivos destacados no item 3 a seguir.
242
S-48
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Uso da tecnologica do pescado na
capacitação do piscicultor familiar na Amazonia atraves
do repasse de técnicas reaplicáveis para geração
renda e melhoria das condições de vida e o seu
desenvolvimento social
O brasileiro consome 6,8 kg/ano de peixe, enquanto a média
mundial gira em torno de 16 kg/pessoa/ano e a Organização Mundial da
Saúde (OMS) recomenda como ideal 12 kg/pessoa/ano. A tendência
mundial de busca de alimento mais saudável reforça a previsão de
que há espaço para o crescimento do consumo, tanto no mercado
interno quanto externo, indicando aumento da demanda por peixe nas
próximas décadas.
Na Região Amazônica a maior importância do peixe está
relacionada, sem dúvida, à alimentação humana e o amazonense tem
no pescado sua principal fonte alimentar, consumindo em média 60 kg
de peixe por ano, o que representa mais de dez vezes o consumo
médio nacional per capita/ano.
Assim como em todo o Brasil os amazonidas desde o inicio da
década de 80 começavam a perceber que os peixes poderiam ser
produzidos em cativeiro, sob condições controladas e planejadas,
diferentemente da tradicional pesca extrativista. A perspectiva de
aumentar o consumo de um alimento nobre passou a fazer parte do
dia a dia da população e o setor produtivo percebeu uma excelente
alternativa de negócio.
Apesar de lentas, algumas mudanças significativas ocorreram
nas últimas duas décadas na área da piscicultura, sendo possível
prever para os próximos anos excelentes oportunidades de negócios.
O setor produtivo deve se organizar e orientar as políticas públicas de
acordo com as suas necessidades para um crescimento sustentável.
A perspectiva é de atração crescente de novos investimentos à medida
que a cadeia produtiva da piscicultura melhore seu nível de estruturação.
Varias ações governamentais pontuais tem sido tomadas e várias
indústrias de processamento de peixes cultivados foram construídas
nos últimos dez anos. Porém, observou-se que a solução para o
crescimento sustentável dessa atividade é mais complexa que a
simples construção de processadoras de peixes.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 243
O processamento do pescado mostrou-se como a forma mais
óbvia para a continuidade do crescimento da atividade, porém trouxe
a necessidade de um sistema de produção mais criterioso em termos
qualitativos e com taxas de lucro mais conservadoras.
Apesar das boas perspectivas de novos investimentos na
piscicultura brasileira, seguem informações sobre alguns entraves
que precisam ser minimizados nos próximos anos. Destacamos a
dificuldade da falta de capacitação técnica dos produtores.
No âmbito da capacitação técnica, temos, de um lado, um
universo imenso de mão de obra familiar e produtores pouco ou
nada qualificados e um serviço público de extensão rural sucateado.
De outro, um grande contingente de profissionais bem qualificados
saindo das universidades e de cursos profissionalizantes, ávidos
por uma oportunidade para mostrar suas capacidades. Estabelecer
políticas públicas voltadas à integração desses dois universos é um
dos caminhos mais promissores para o desenvolvimento da atividade.
Neste contesto a capacitação de piscicultores familiar na Região
Amazônica pode proporcionar o acesso ao conhecimento técnico e
de gestão, para que possam participar da atividade econômica em
melhores condições de concorrência, contribuindo para o crescimento
do setor aquicola alem de fortalecer as organizações associativas que
desenvolvem a piscicultura.
Um dos maiores entraves na Cadeia Produtiva da Piscicultura no
Amazonas é a falta de conhecimento das técnicas de criação de peixes
por parte do Produtor Familiar que ainda trabalha de forma empírica.
Por ser uma atividade agrícola nascida do Conhecimento Cientifico, o
exercício da piscicultura requer o uso da tecnologia desenvolvida para
o setor capaz de aumentar a produtividade, a qualidade do pescado e
conseqüentemente a renda do piscicultor.
Para tanto o projeto vem de forma embrionária atender essa
demanda elevada de produtores de modo a suprir essa necessidade
formando mão-de-obra capacitada para a pratica tecnologia do pescado
voltada para a piscicultura visando o desenvolvimento, sistematização
e difusão de conhecimentos, tecnologias e metodologias nas suas
áreas de competência, voltados para a formação de recursos humanos
e para a promoção da cidadania.
244
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Espimîn Paa’tia Makunai’mî Paa’taya
(Plantando Melancia na Terra de Makunaima)
S-49
Diante dos trabalhos voltados a agricultura com os indígenas,
macuxi, wapixana e taurepang em Roraima e o destaque que a cultura
da melancia vem adquirindo neste contexto, percebe-se a necessidade
de ampliar e apoiar os trabalhos destes povos na pratica da agricultura.
Dentre as comunidades trabalhadas com o cultivo da melancia,
é significativo enfatizar o modo de produção da Comunidade Indígena
Ilha, envolvendo os grupos familiares e agregando o interesse dos
jovens na pratica desta cultura agrícola.
Projeto: Fortalecimento das Organizações Produtivas
de Pescadoras e Agroextrativistas no Território do
Baixo Amazonas
S-50
A Região Amazônica pela sua diversidade étnica e racial em
cenários de alta diversidade biológica acaba determinando para o
desenvolvimento de populações rurais modelos de alta plasticidade
funcional. O Território do Baixo Amazonas à oeste do Estado do
Pará, composto por 11 municípios é um exemplo do mosaico étnicoracial e biológico contemporâneo. Quilombolas, indígenas, nativos e
imigrantes interagem com ecossistemas da mesma forma diversos,
como as várzeas, as florestas de terra firme e as savanas. Destas
interações surgem modos de produção historicamente praticados e
atualmente reproduzidos que nem sempre geram desenvolvimento
rural. Neste contexto geopolítico, o gênero feminino desempenha
papel fundamental na economia familiar rural do Baixo Amazonas. Tal
fato, motivou a criação desta proposta com o intuito de fortalecer as
organizações produtivas rurais femininas em alguns municípios do
Território do Baixo Amazonas, através da construção participativa de
modelos de desenvolvimento feminista rural.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 245
Candidato:
Instituição:
Cidade/Estado: Pará - PA
S-51
Projeto: Capacitação Profissional para Jovens no
Município de Mocajuba
Sabe-se que o Brasil vivencia grande crise social, principalmente,
quando se refere aos jovens. Um em cada quatro jovens entre 15 e 24
anos de idade não frequenta escolas e/ou estão fora do mercado de
trabalho no Pará. O dado faz parte do Relatório de Desenvolvimento
Juvenil de 2003, divulgado pela Organização das Nações Unidas para
a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que deu ao Pará o, incômodo,
décimo nono lugar entre os estados brasileiros que oferecem as
melhores condições de vida para seus jovens. No que se refere à
Belém Capital Paraense, existem 68 bairros, divididos em oitos distritos
administrativos onde pôde se evidenciar grandes mazelas sociais,
como: desemprego, criminalidade e uso de drogas. Considerando a
elevada taxa de adolescentes em situação de risco social, expostos
a criminalidade, desestruturação familiar, abuso de álcool e outras
drogas, gravidez precoce e etc.
Projeto: Cartinha Amazônia Legal
S-52
O presente projeto busca orientar crianças na fase inicial escolar
para a importância da meio ambiente em nossas vidas. Partindo da
afirmação que o futuro é feito e formado pelas crianças do hoje, é
primazia que no início de sua vida escolar onde tem o segundo maior
contato com a vida social, conheça de forma interativa e dinâmica os
valores da fauna e flora.
Os desastres ambientais acontecidos ultimamente estão
causando perplexidade na população dos lugares atingidos direta
ou indiretamente por eles. O fato é claro “devemos mudar nossas
246
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
atitudes no presente para que o futuro possa existir”. Na década de
80 o homem se deu conta que a natureza não era fonte inesgotável
da matérias primas, começou a perceber que nela existiam recursos
renováveis e não renováveis ou mesmo aqueles que levariam muitos
anos para voltarem a existir, desde então começou a luta para salvar a
natureza em prol de salvar sua própria existência.
Através de uma visão holística o meio ambiente é complexo, foi
partindo disso que a informação sobre a importância da preservação,
conservação da natureza ficou somente entre as pessoas que dominam
o assunto. A mudança para serem alcançados pontos positivos em
função de exercer a sustentabilidade, deve ser justamente nisso,
independe da classe social, idade, sexo, todos devem ser sensibilizados,
devem ter acesso à importância que cada um tem no meio ambiente
urbano e natural.
A educação é a forma mais eficiente de passar informação,
as atitudes tomadas pela geração atual devem sofre alterações, no
entanto essas não ocorrem da noite para o dia, essas mudanças nos
valores éticos e ambientais são projetos de médio ou longo prazo, mas
em um momento eles devem ser iniciados. E porque não iniciar na
fase em que estamos construindo nossas personalidades? Conforme
a psicologia tudo que a criança aprende até os sete anos de idade
prevalece por toda sua vida.
A empresa, sediada em Manaus no CIDE- Centro de Incubação e
Desenvolvimento de Empresarial desenvolve projetos tecnológicos para
educação, cultura e turismo. Tem como missão tornar o conhecimento
humano acessível e prático através das tecnologias inovadoras.
O produto:
O produto é um livro interativo sonorizado, desenvolvido
especialmente para atender as necessidades de materiais
complementares para o ensino na educação infantil voltado para a
educação ambiental. Os produtos são apresentados em kits compostos
por uma Caneta Interativa Pentop, um Livro Interativo Infantil, uma
bolsa ecológica (que substitui a embalagem), carregador USD, cabo
USB e manual do usuário.
O objetivo idealizado é ajudar a criança a aprender de maneira
interativa, divertida e dinâmica os valores ambientais fundamentais
para o equilíbrio ecológico. Os livros contêm ilustrações sonorizadas
que simulam os sons emitidos por pessoas, animais e fenômenos da
natureza, ajudando a criança a relacionar figuras a palavras, a conceitos e
principalmente à importância que cada ser vivo tem no meio ambiente.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 247
Aproveitando a fase da criança onde ela possui muitas dúvidas de tudo
e principalmente ensinando-lhes sobre a vida dos animais e plantas
existentes na maior floresta do mundo.
O Estado do Amazonas que leva o nome da maior floresta do
mundo possui uma diversidade ecológica inigualável. Lugar que des­
perta curiosidades em muitos, sua grandeza deve ser vista, conhecida e
entendida pela população local e isso deve ser proporcionado a nossas
crianças. Explicar a elas que a vitória-régia é uma planta aquática que
só existe nos rios amazônicos, em nosso País é típica da região norte,
possui a maior flor das Américas, nos primeiros dois dias sua flor é
banca e quando a flor fica rosa já esta pronta para ser polinizada por
único e exclusivo besouro. São esses tipos de informação que contarão
na cartinha.
A nova geração no ensino e aprendizagem anseia por novos
métodos aliados aos tradicionais, diante deste paradigma a Caneta
Falante Pentop tonará o aprender mais dinâmico ela possui o recurso de
fazer as leituras dos impressos, seja texto ou figura, trazendo também
música e poesia da região. Ainda pode ser utilizada como gravador de
voz, armazenar arquivos e mp3 em som estéreo Hi-Fi.
Projeto: Desenvolvimento de equipamentos para o
beneficiamento primário de guaraná
S-53
Tradicionalmente, o processo produtivo do guaraná em pó
pode ser resumido da seguinte forma: após a colheita, os frutos são
colocados para fermentar, amontoados ao ar livre ou em sacos, por
um período de até três dias. Em seguida, faz-se o despolpamento dos
frutos e a lavagem dos grãos (já livres das cascas e arilo).
Nas comunidades agrícolas, o processo de despolpamento é
manual e, na maioria das vezes, as condições higiênico-sanitárias são
insatisfartórias. O grão lavado é torrado em forno de barro ou metálico;
após a torrefação os grãos são descasquilhados e moídos, geralmente
estas etapas são realizadas por terceiros na sede do município.
É importante ressaltar, que durante o descasquilhamento do
guaraná torrado (manual ou mecânico), há um excessivo reproces­
248
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
samento da matéria-prima, o qual acarreta comprometimento da
qualidade e características intrínsecas do guaraná, pois alguns lotes
podem ser reprocessados até 4 vezes. Este retrabalho, resulta em
uma baixa eficiência do processo de descasquilhamento, perdas no
rendimento e desperdício de matéria-prima.
O guaraná em pó é obtido por meio da trituração em moinho
tipo martelo e, posteriormente embalado em sacos de polietileno ou
potes plásticos, os quais são destinados a comercialização direta ou à
intermediários.
Assim, considerando a importância econômica e cultural do
guaraná para as comunidades de agricultores dos municípios de
Maués, Urucará, Parintins e Barreirinha no Amazonas, e as dificuldades
no processamento primário deste fruto, propõem-se por meio da
presente proposta o desenvolvimento, ou mesmo, a otimização dos
meios de beneficiamento do guaraná denominados despolpadeira e
descasquilhadeira.
A despolpadeira seria uma máquina utilizada para separar
mecanicamente, grãos, cascas e arilo. Seu mecanismo de funcionamento
contribuiria para melhorar a qualidade do grão despolpado e, aumentar
o rendimento do despolpamento.
A descasquilhadeira seria utilizada para eliminar a película
(casquilho) que reveste o grão torrado. Quando esta etapa é realizada
em condições inadequadas, o pó do guaraná adquire coloração
e consistência indesejáveis, características que comprometem a
aceitação do produto, por parte do consumidor final.
Projeto: Uma contribuição do serviço social na
educação infantil, em instituições filantrópicas de
Belém
S-54
O tema do projeto de pesquisa, centra-se na investigação sobre
a contribuição do profissional do serviço social na educação infantil.
A pesquisa desenvolve-se no âmbito das instituições filantrópicas
de ensino de Belém. O profissional de Serviço Social é o agente
intelectual habilitado para estabelecer as relações entre as instituições
filantrópicas e a população demandante de vagas para suas crianças, e
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 249
entre o conjunto de serviços prestados e a solicitação de tais serviços
pelos interessados.
Diante deste desafio, cabe indagar como o profissional de
Serviço Social está contribuindo para a formação e integração das
crianças assistidas nas creches? A compreensão deste fenômeno pode
ser dimensionada nas seguintes questões norteadoras da pesquisa.
Qual a visão da assistente social da creche sobre essas crianças
assistidas, e como está se realizando a interação social da família com
a creche? E de que forma a assistente social percebe a inter-relação
entre as práticas psicopedagógicas com o conhecimento de sua área
profissional, e como participa junto aos educadores da construção de
práticas inovadoras voltadas para a formação e integração dos alunos?
A resposta para essas questões requer conhecimento e
articulação sobre a visão que o assistente social da creche tem sobre
as crianças assistidas, e sua forma de realizar seu trabalho na interação
social da família com a creche, e como percebe a inter-relação das
práticas psicopedagógicas para a formação e integração social dos
alunos.
Nesse contexto, as relações de fundamentos são indissociáveis
entre a educação infantil e as famílias, pois dão sustentação para a
formação humanística de um cidadão capaz de conviver e enfrentar
os problemas do cotidiano da sociedade moderna. Com relação ao
trabalho do Serviço Social, sua visão é de que funciona como um
trabalho de extensão, que veio para favorecer e dar suporte as famílias
assistidas da creche. É de fundamental importância para aproximar os
objetivos institucionais dos objetivos sociais das famílias, que é obter
uma boa educação e orientação de cidadania para seus filhos.
A compreensão e aplicação integrada dos conhecimentos nas
áreas de Psicologia da Educação e Serviço Social, em benefício da
educação infantil, pode, decisivamente, contribuir para a formação
integral dos estudantes. A ação do assistente social contribui para o
aprofundamento das relações sociais entre as instituições filantrópicas
e as famílias assistidas, gerando como resultado melhorias na formação
intelectual e humanística, assim como a integração dos alunos no seio
da família e da sociedade.
Pelo que se observa, o trabalho foca duas áreas: Psicopedagogia
e Serviço Social, sendo aplicadas simultaneamente pelos assistentes
sociais no seu cotidiano ao lidar com a mediação de problemas entre a
instituição e as famílias assistidas, entre as crianças e seus pares e com
250
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
os professores, assim como as questões intrínsecas à aprendizagem
das crianças.
A pesquisa será desenvolvida em quatro creches, que atuem
como instituição filantrópica ligada ao serviço público, com a missão de
prestar serviços sociais às crianças de dois a seis anos, com vistas ao
desenvolvimento físico, psicológico, educacional e social das crianças.
Trata-se de um estudo de caso para identificar e analisar as questões
vinculadas aos postulados teóricos do Serviço Social e da Psicologia
Educacional na efetiva ação do assistente social no desempenho de
suas funções neste tipo de instituição, de acordo com a percepção
das famílias assistidas. As informações serão obtidas por meio de um
levantamento e estudo da bibliografia relacionada ao tema.
O conhecimento obtido nesta primeira fase metodológica oferece
os subsídios para a elaboração da pesquisa de campo, que será feita
por meio da aplicação de um formulário envolvendo questões abertas e
fechadas, para dar oportunidade aos entrevistados manifestarem suas
opiniões com respeito às questões formuladas.
O universo da pesquisa será formado pelos profissionais de
Serviço Social que atuam nas creches a serem investigadas. Neste
caso, serão entrevistados os assistentes sociais que atuam nas creches
filantrópicas. Serão eleitas quatro creches para a pesquisa, ou seja,
quatro assistentes sociais, já que em cada creche trabalha apenas um
assistente social.
A pesquisa visa analisar os aspectos das ações desenvolvidas
pelo assistente social no que atine a proximidade com as práticas
psicopedagógicas, assim como compreender a percepção do assistente
social sobre as crianças assistidas, as 3 famílias a as creches. Buscase, também, o entendimento de problemas sociais mais amplos
gerados entre as ações internas e as ações realizadas pelas creches
no que tange ao enfrentamento dos problemas que envolvem o ensino
e aprendizagem das crianças, o acesso a esses serviços social por
famílias carentes, diante dos postulados legais. Estes aspectos serão
incluídos nos formulários para a obtenção de respostas quantitativas e
qualitativas das questões norteadoras deste trabalho.
A pesquisa, conforme Ludke e André (1986) e Marconi e
Lakatos (2003), enquadra-se como descritiva e interpretativa, pois se
fundamentou na revisão bibliográfica do tema e nos dados primários
obtidos diretamente das entrevistas realizadas com quatro assistentes
sociais. A abordagem é qualitativa, pois será empregada a técnica da
entrevista em profundidade para se obter informações sobre as ações
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 251
desenvolvidas pelo assistente social e sua importância para a formação
intelectual e humana dos alunos e quantitativa no sentido de se fazer
análise de dados quantitativos por meio de tabelas de frequência e
matriz de correlação entre as variáveis levantadas nos formulários
aplicados nas creches.
Com relação ao enfoque metodológico, de acordo com Pereira
(2011), a investigação permeia os enfoques empírico-analítico, em
função dos métodos estatísticos e formas de controle na obtenção
dos dados e sua análise interpretativa, e o crítico-dialético, pelo
questionamento analítico sobre a dinâmica das realidades observadas
no ambiente das creches, e a interação com o meio externo configurado
pelas famílias assistidas. Com isto, pode-se chegar mais próximo
da realidade pesquisada, por meio da busca de visualizar e tentar
compreender a interação dos dilemas, conforme descrito e analisados
em Brandão (2003), que contempla a subjetividade e a objetividade,
a quantidade objetiva e a qualidade intersubjetiva, assim como as
diversas descobertas que devem surgir com o diálogo, desenvolvidos
por meio das entrevistas em profundidade.
Para delimitar explicitamente esta análise, apresenta-se o objetivo
geral e os específicos do trabalho.
S-55
Projeto: Inovação tecnológica para a reprodução por
indução (laboratório) da espécie Brachyplatystoma
flavicans peixe (dourada) e a criação de um dos
grandes bagres da Amazônia ameaçado de extinção,
na bacia do Rio Madeira principalmente na área de
influência dos futuros reservatórios das UHE’s Santo
Antonio e Jirau no município de Porto Velho – RO
O projeto objetiva aplicação de inovação tecnológica, para a criação
sustentável da espécie Brachyplatystoma flavicans peixe (dourada
da Amazônia) com a introdução dos anelídeos na cadeia alimentar
minimizando custo com a ração industrializada, proposta de um projeto
piloto para reprodução por indução (em laboratório) com o intuito da
manutenção da espécie na bacia do Rio Madeira principalmente na
área de influência dos futuros reservatórios das UHE’s Santo Antonio e
Jirau no município de Porto Velho (RO).
A introdução de um laboratório para a reprodução de espécies
selvagens, espécies ameaçadas de extinção e espécies economicamente
252
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
viáveis, Tal iniciativa prende-se ao fato, de desenvolver um trabalho que
privilegie uma estratégia de proteção ambiental, que busque soluções
aos problemas sociais, ambientais, e que gere alternativa de emprego
e renda para as comunidades do entorno dos reservatórios das UHE’s
Santo Antonio e Jirau e profissionais da pesca associados às colônias
de pescadores do Estado de Rondônia.
Em ambiente natural a proliferação da dourada é de aproxima­
damente 500 alevinos ano. No entanto uma fêmea produz aproxi­
madamente 10.000mil óvulos o aproveitamento é de mais ou menos
5%. Com a reprodução em laboratório (indução) com o auxilio de
hormônio podemos alcançar uma aproveitamento de mais de 80%, o
que representa 8.000 mil alevinos por fêmea.
A proposta inicial é trabalhamos com 50 fêmeas, o que nos
proporcionará uma produção de aproximadamente 400 mil alevinos
ano. Com três anos o projeto estará alto-sustentável, uma vez que, com
esta idade, inicia o ciclo reprodutivo da espécie dourada em ambiente
natural.
A metodologia para a implantação do projeto está planejada para
ser desenvolvido em três ambientes e três fases:
Na primeira fase e ambiente, o projeto compreenderá uma
área do Estado de Rondônia na bacia do igarapé Bate-Estacas, um
ecossistema com características propicia para a reprodução e a criação
dos alevinos da espécie dourada até a fase de juvenil mais o menos 20
cm de comprimento, uma vez que, as características fisicoquimica da
água têm as mesmas propriedades das águas do Rio Madeira habitat
natural da espécie dourada.
Na segunda fase e ambiente, o projeto compreenderá uma área
do Estado de Rondônia na bacia do Rio Jamari, uma vez que, a jusante da
UHE Samuel nas margens direita e esquerda existe aproximadamente
mais de 22 lagos naturais ambientes propícios para o desenvolvimento
até a fase de adulto, pois neste lagos há alimentos vivo em abundancia,
peixe (forrageira) sem valor econômico no inicio da cadeia alimentar,
com composições nutrientes e oferta em qualidade e quantidade
semelhantes às existentes no estuário na foz do Rio Amazonas com o
Oceano Atlântico.
Na terceira fase e ambiente, o projeto compreenderá a bacia do
Rio Madeiras e demais afluentes do Rio Amazonas, sendo que com o
período pluviômetro da região e o aumento do nível da água dos rios.
Os lagos são inundados pelas águas da bacia do Rio Madeira e os peixes
do projeto voltarão a calha dos rios e a área dos futuros reservatórios
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 253
das UHE’s Santo Antonio e Jirau, como um produto com potencial para
implementação do desenvolvimento sustentável na região.
Projeto: Projeto sócio-cultural Inclusão Tech
S-56
O Projeto Sócio-Cultural Inclusão Tech consiste na realização de
ações de Cultura e Cidadania. No entanto, de natureza multidisciplinar,
ou seja, no Projeto Inclusão Tech a literatura da Amazônia se aproxima
da juventude como forma de arte por meio de recursos tecnológicos
mediante a realização de diversas atividades culturais concentradas
numa pré-inclusão digital objetivando principalmente dimensionar uma
cultura popular entre a juventude. Contudo, objetiva dimensionar o
conhecimento da cultura popular paraense sobre o saber da floresta;
sobre as lendas, costumes e crenças que permeiam o seu imaginário
social da Amazônia por meio de atividades alicerçada na Inclusão
Social, na ação participativa da mídia como canal de conhecimento para
a aquisição de aprendizagens significativas.
Projeto: Projeto Esfinge
S-57
Sistema de controle de acesso de pessoas e insumos ao prédio e
sistemas computacionais de agências bancárias composto de soluções
prediais/arquitetônicas, equipamentos (inclusive um modelo de caixa
eletrônico específico), softwares específicos e métodos de operação
e segurança/vigilância avançada utilizando-se recursos não-invasivos e
armas não-letais.
O sistema e soluções derivadas são baseados em uma visão
mais ampla da biometria que passa a considerar mais de um parâmetro
ou parâmetros pouco usuais inclusive comportamentais e culturais.
254
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
No cerne do sistema está uma proposta simples para embasar a
construção de algorítimos de controle capazes de associar n parâmetros
biométricos ou não chamado Teoria da Biovalidação.
O Projeto Esfinge propõe a humanização do ambiente bancário
reduzindo sua insalubridade com procedimentos preventivos e
aplicação de métodos de controle de acesso, segurança e vigilância
que dispensam o uso de armas letais e bloqueiam o acesso de intrusos
principalmente armados.
Propõe ainda a máxima satisfação do cliente face a customização
da interface com os sistemas computacionais da agência com
segurança e máximo conforto uma vez que dispensa integralmente o
uso de cartões e senhas de acesso.
Beneficiários diretos também são os trabalhadores e colaboradores
bancários em todos os níveis que passam a dispor de um ambiente
laboral tranquilo e absolutamente seguro com os respectivos ganhos
de produtividade.
S-58
Projeto: Leishmaniose tegumentar americana na
região metropolitana de Manaus e a proposição de um
método de monitoramento de áreas de risco a partir
de informações de satélite ambiental
As leishmanioses são doenças inflamatórias crônicas do
tegumento, mucosas ou das vísceras, cuja transmissão se dá,
principalmente, de animais para o ser humano por meio da picada da
fêmea infectada de vetores flebotomíneos. No Estado do Amazonas
a leishmaniose cutânea é a de maior predomínio, principalmente, na
região de Manaus. Em relação aos transmissores da Leishmaniose
Tegumentar Americana (LTA), esses são primariamente silvestres,
denominados de flebotomíneos que pertencentes a várias espécies e
diferentes gêneros. Ainda, vetores e reservatórios têm alta relação com
os fatores ambientais e climáticos, os quais influenciam diretamente
no comportamento da doença. Neste sentido, considerando que
os vetores das doenças são muito sensíveis às mudanças do meio
ambiente, parâmetros ambientais como precipitação, direção e
velocidade do vento, umidade relativa do ar, solos, temperatura, enfim,
elementos climáticos, podem ser quantificados e sua influência na
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 255
distribuição e manutenção das doenças numa determinada região,
melhor avaliados. Além disso, uma vez que a presença e a flutuação
estacional das populações de flebotomíneos, em uma determinada
região geográfica, estão inter-relacionadas aos elementos climáticos
e, aos fatores fisiográficos (altitude, relevo e tipo de vegetação), as
análises desses fatores constituem uma variável importante no
monitoramento da distribuição sazonal e abundância relativa da LTA
visando estabelecer o período mais favorável para a sua transmissão e
direcionar as medidas de prevenção e controle químico do vetor. Neste
sentido, esse projeto teve por objetivo analisar a distribuição sazonal
dos casos de LTA na região metropolitana de Manaus e suas relações
com as características da vegetação, com a temperatura da superfície
e com a variabilidade climática, a fim de conhecer as características
ambientais mais favoráveis para a transmissão de LTA para subsidiar
a adoção de políticas públicas que resultem numa maior vigilância
regional desta infecção, particularmente, na transmissão ao homem.
Assim, na ausência de fatores biológicos e/ou sociais a variabilidade
climática tem um importante impacto na epidemiologia de LTA sobre
a região de estudo. Como resultado deste trabalho tem-se um modelo
de monitoramento contínuo na área de saúde, o qual possibilita
identificar áreas de risco de ocorrência de LTA na Região Metropolitana
de Manaus (RMM).
Projeto: Atenção integral ao idoso indígena
S-59
O presente trabalho é um esforço da Prefeitura Municipal de
Santa Isabel do Rio Negro para propor soluções a um conjunto de
problemas relacionado ao Atendimento Integral do Idoso. Sabe-se
que a população de idosos vem aumentando nas últimas décadas em
todo o mundo, e no Brasil não poderia de ser diferente. No Amazonas
há um grande percentual da população pertencente a alguma
etnia indígena ou mestiça, e em Santa Isabel do Rio Negro, onde a
maioria da população é indígena( mais de 10 etnias), há uma grande
população de idosos. Diante desse problema o município resolveu
inovar desenvolvendo um modelo de atendimento holístico, focado
256
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
na Resolutividade, tendo como base a Humanização, a Integralidade
e a Intersetorialidade das ações. Para isso, criamos uma parceria
mais estreita entre a Secretaria Municipal de Assistência Social e
Secretaria Municipal de Saúde, e criamos uma Unidade Básica de
Saúde, dentro do Centro de Convivência do Idoso(CCI). Assim, dentro
do CCI ofertamos os seguintes serviços: Consulta Médica e Entrega
de Medicamentos e Exames Complementares(Laboratório Básico, RX,
ECG e Ultrassonografia), Acupuntura, Eletroacupuntura, Eletroestimula
ção,Auriculoterapia,Reflexologia Podal, Massagem, Plantas Medicinais/
Fitoterápicos, Artesanato(Tricô, Bordado, Macramê, Cipó, Artesanato
com materiais reciclados como tampas de latas de refrigerante e
garrafas pet), Atividade Física, Festas Tradicionais(Dia do Índio, Dia do
Idoso, Dia das Mães, Dia dos Pais, Páscoa, Natal, Fim de Ano), Viagem
de Passeio de Fim de Ano e nossa mais nova conquista que são as
Aulas de Alfabetização.
Projeto: Centro de Apoio e Integraçao Social da
Pessoa com Deficiência (IAD)
S-60
O Censo realizado no ano de 2000 detectou que cerca de 24,6
milhões de brasileiros apresentam algum tipo de deficiência, essa
pesquisa também detectou que dentre os indivíduos que apresentam
deficiência intelectual encontra-se o maior numero de analfabetos ou
pessoas com baixa escolarização.
Outros indicadores apresentam que as famílias dos indivíduos com
necessidades especiais sofrem com os valores altos dos tratamentos
e manutenção desses, por se tratar em sua grande maioria de pessoas
com poder socioeconômico abaixo da media. Observa-se assim, a falta
de oportunidade e de participação no contexto social.
Desta forma o Instituo Anjos de Deus, OSCIP registrada sob
o cnpj 08716315/0001-41vem propor a criação de um centro de
integração e promoção social da pessoa com deficiência. Esse Centro
oferecerá á partir de uma triagem social, a detecção dos problemas
sociais referentes a pessoa com deficiência e sua família, pessoas de
baixa escolarização e menores carentes oferecendo o direcionamento
de possíveis soluções através de encaminhamento para os diversos
serviços de apoio oferecidos como: suporte emocional e orientação
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 257
com psicólogos para os cuidadores e família, apoio multidisciplinar
para a pessoas com deficiência através da equoterapia, orientação
e realização de serviços através das assistentes sociais, psicólogos
e advogado, tendo em vista que o público são as pessoas com
deficiências entre outras disciminadas pela sociedade, de qualquer
natureza, em sua maioria carentes.
Projeto: Arte em Pneus
S-61
Conscientizar e capacitar jovens e adolescentes através de
oficinas, tendo como propostas a inclusão social, educação ambiental
e geração de renda através de técnicas em pneus inservíveis.
Projeto: Efeitos dos alcalóides de Geissospermum
urceolatum A. H. Gentry (acariquara-branca) na pressão
arterial e na contração do músculo liso de ratos
S-62
Na Amazônia, o controle epidemiológico com antimaláricos
comuns não impediu a representação e o desenvolvimento de
resistência do parasito. Novos fármacos e novas estratégias para tornálos acessíveis aos enfermos de alto risco são prioridades na saúde
pública. O presente projeto pretende correlacionar o estudo fitoquímico
e a avaliação da atividade farmacológica dos compostos isolados dos
extratos aquosos e etanólicos da casca de (Geissospermum urceolatum
(Apocynaceae) em mamíferos, provenientes de duas áreas de coletas
da Região Amazônica. Além da qualidade de suas madeiras, as cascas
da espécie do gênero são usadas comumente na forma de infusões
pela medicina popular da Região Amazônica para tratamento além da
febre e de malária. Plantas da família Apocynaceae estão incluídas
fitogeneticamente na ordem Gentiales e gênero Geissospermum
sendo consideradas como espécies dicotiledôneas bem evoluídas
e são caracterizadas normalmente pela presença de látex. Possuem
distribuição geográfica na Amazônia Central, Oriental, Guiana. Árvores
258
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
de dossel são plantas com látex branco e abundante, em alguns casos
visíveis apenas nos ramos terminais e, neste caso, com coloração
diferenciada vermelho sangue ou acastanhado. Para tanto, utilizou-se
do conhecimento tradicional da região, e de levantamentos científicos
para completar as informações referentes à planta descrita.
Projeto: Expedição
S-63
A Expedição busca promover a leitura em comunidades rurais
da Amazônia Legal brasileira, integrando as expressões culturais da
região ao processo de desenvolvimento das habilidades de leitura e
escrita. O intercâmbio cultural promovido pelo programa abarca uma
série de ações: a) Criação de bibliotecas comunitárias em que os livros
são considerados objetos desse intercâmbio cultural, já que por meio
da leitura as comunidades tem a oportunidade de conhecer outras
histórias e ampliar a sua visão de mundo. b) Formação de mediadores,
pessoas responsáveis por desenvolver ações de leitura na comunidade,
apresentando a leitura de forma prazerosa, como uma ação cultural.
c) Rodas de história e Produção de livros artesanais para valorizar
os saberes locais e registrar as histórias que compõem o patrimônio
cultural das comunidades. d) Ações de incentivo a gestão, para que
as comunidades desenvolvam ferramentas para gerir as bibliotecas e
discutam o desenvolvimento local.
A multiplicação da metodologia foi a melhor ferramenta para
potencializar essas ações. Os multiplicadores são moradores dos
municípios e comunidades beneficiados pelo programa, que recebem
capacitação continuada para se e apropriarem da metodologia. Eles
passam a ter papel central na replicação do trabalho em outras
comunidades: formam novos mediadores, monitoram e avaliam o
trabalho das bibliotecas e articulam parcerias locais.
Com a incorporação da leitura no cotidiano das crianças, jovens
e adultos das comunidades espera-se em longo prazo contribuir com
a melhoria dos indicadores de educação na região, garantindo uma
educação de qualidade nas áreas rurais da Amazônia.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 259
O Programa Expedição contribui assim para atingir dois dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da Organização das Nações
Unidas (ONU): “Educação básica de qualidade para todos” e “Qualidade
de vida e respeito ao meio ambiente”.
S-64
Projeto: Apadrinhamento de Crianças em Unidades
de Conservação estaduais do Amazonas: um
projeto piloto de investimento social privado para
beneficiamento de famílias ribeirinhas
O projeto Piloto de Apadrinhamento de Crianças em UCs do
Amazonas utiliza uma metodologia de captação recursos largamente
empregada por uma organização brasileira afiliada a um fundo
internacional. Neste modelo de captação de recursos uma rede de
pessoas físicas realizam doações mensais em favor dos programas
e projetos que beneficiam uma criança escolhida por doador e sua
família. Além de mantenedores dos projetos, os doadores, chamados
de “padrinhos” ou “madrinhas”, mantém um relacionamento de gene­
rosidade e solidariedade por meio de uma comunicação via cartas e
tornam-se promotores do desenvolvimento da criança escolhida além
de importantes parceiros na redução da pobreza infantil.
O modelo tem mais de 40 anos de experiência no Brasil e através
dele são implementados programas e projetos em 892 comunidades
nos estados de Minas Gerais, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do
Norte. Através de parcerias com 93 instituições, os programas e proje­
tos beneficiam cerca de 110 mil crianças nessas regiões em situação
de pobreza, exclusão e vulnerabilidade.
Desde dezembro de 2010 a instituição em parceria com esta
proponente vem planejando um modelo de projeto de apadrinhamento
ajustado ao contexto amazônico, a ser desenvolvido com comunidades
moradoras e usuárias das unidades de conservação estaduais do
Amazonas. Neste piloto está previsto a captação de recursos para
aportar projetos de desenvolvimento local com famílias comprometidas
com a redução do desmatamento e com a segurança e bem-estar das
crianças, jovens e adolescentes.
Os projetos subsidiados pelos doadores terão foco nas
atividades de produção agrícola de subistência, em modelos de gestão
associativa e cooperativa, em educação, saúde e promoção dos direitos
260
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
da criança e do adolescente. Os doadores – padrinhos/madrinhas,
terão a oportunidade de manter uma comunicação autêntica com as
famílias beneficiárias através de uma plataforma digital (rede social
privada) onde será possível estabelecer uma comunicação saudável e
estimulante. No modelo digital os doadores poderão acompanhar com
maior rapidez, quantidade e qualidade de informação a evolução dos
projetos, além de poder orientar e participar amistosamente da vida
familiar, tornando-se além de doador um parceiro da família.
As principais atividades para implantação do projeto piloto são:
a. execução de um componente de sensibilização e comunicação
onde as famílias serão informadas sobre os objetivos do projeto e a
metodologia de trabalho; b. execução de um diagnóstico participativo
para definição das prioridades e planejamento das ações de curto, médio
e longo prazo; c. execução da prospecção dos padrinhos/madrinhas
(doadores); d. instalação de um sistema digital de comunicação
para interação entre padrinhos/madrinhas e famílias beneficiadas; e
e. capacitação de lideranças locais para execução e acompanhamento
dos projetos.
Projeto: Curso de xadrez básico, virtual e avançado
S-65
O xadrez é segundo esporte mais praticado do mundo. Algumas
vantagens de quem pratica esse esporte:
Contribui para o desenvolvimento da memória; contribui para
a formação de melhores cidadãos; é um grande impulsionador da
imaginação; melhora a autoconfiança; vem enriquecer o nível cultural
do indivíduo; ganha segurança na tomada de decisões; aumenta a
velocidade de raciocínio: desempenha um papel social por ensinar a
lidar com a derrota e com a vitória; mostra conseqüências de atitudes
displicentes; estimula a auto-estima; é uma competição saudável;
melhora o trabalho em equipe; contribui na aquisição de valores morais;
melhora a capacidade de concentração; estimular o hábito de refletir
antes de agir; ensina a arcar com as responsabilidades dos próprios
atos; ajuda a superar problemas de convívio em grupo e de conduta.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 261
Em vários pontos do nosso país, o xadrez é matéria obrigatória.
Uma pesquisa na Europa e EUA, comprova que para os praticantes
dessa modalidade esportiva, obtém-se excelentes resultados no
desempenho escolar.
Projeto: Curso de Educação Financeira – Indústrias e
Comércios
S-65A
Nas organizações, esse tema ainda não recebe a atenção
merecida pelos gestores ou administradores. Contudo, funcionários
endividados rendem muito menos. Assim, a educação financeira pode
trazer bons retornos. Além de abordagem às questões como o combate
às dívidas e o ensino de estratégias de investimentos, o seu alcance
é bem maior do que apenas ensinar às pessoas a manusear melhor
o dinheiro para manter as contas em dia, sendo um instrumento de
cidadania. “É um conjunto de orientações que ajudam as pessoas a
mudar posturas e atitudes diante de questões financeiras.
A Educação Financeira pode fazer muito pelas pessoas, pelas
famílias e pela sociedade.
Categoria Personalidade
Projeto: MMMnnn mmmnnnnn mmmmmnnnn
P-01
Apesar das grandes dificuldades encontradas para realizar seus
estudos, Thiago de Mello é um nome reconhecido internacionalmente
como um intelectual engajado na luta pelos Direitos Humanos, pela
Ecologia, pela Paz mundial e pela sua qualidade poética. Reconhecido
262
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
como um ícone da literatura regional amazônica, é considerado um dos
grandes escritores brasileiros e um dos mais traduzidos, com obras
publicadas no Chile, Portugal, Uruguai, Estados Unidos da América,
Argentina, Alemanha, Cuba, França e outros mais. Com seu trabalho
tem contribuído para as artes, a cultura e defesa da Amazônia.
Homenagear Thiago Mello é reconhecer a importância desse
poeta para as gerações de escritores, para as pessoas que têm nele
uma referência, não somente poética, mas de humanidade, de ser
humano.
Projeto: MMMMnnnn mmmnnn mnnnn
P-02
Muito do que se tem hoje nas instituições produtoras de Ciência,
Tecnologia e Inovação atuando na Amazônia tem a contribuição do
indicado. Foi ele que estruturou o grupo de Geociências da UFPA,
Presidiu Para Minérios, fortaleceu o Museu Paraense Emilio Goeld;
Criou o programa de Interiorização, quando Reitor da UFPA com
conseqüências sociais extraordinária em todo o Estado do Pará. Deu
nova vida ao Impa (Instituto de Pesquisa da Amazônia). Criou e dirigiu
a Unamaz por dez anos, congregando e mobilizando a comunidade
cientifica da Panamazônia para cooperação. Atualmente é Reitor da
Ufopa onde implanta um projeto inovador que busca a integração do
homem a natureza o desenvolvimento regional.
A atuação do indicado sempre tem sido com grande talento
e compromisso com a sociedade, criando projetos inovadores,
defendendo os interesses regionais e ampliando oportunidades
educacionais e de acessos de jovens para a carreira científica.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 263
Projeto: MMMnnnn mmmnnnn mmmmnnn
P-03
O Dr. Euler Esteves Ribeiro, hoje com 70 anos, desenvolve
pesquisas científicas sobre o segredo da longevidade dos homens da
floresta amazônica, tendo sido instigado pelo resultado do IBGE de
2007 que declarou estatisticamente que a população da região no
Município de Maués-AM concentra no grupo etário de 80 anos e mais
o correspondente a 1% da população, quando a média brasileira dentro
dessa faixa etária é de 0,5%. Sua pesquisa já foi publicada em revistas
internacionais na área da Medicina.
Sua luta em favor dos idosos vem desde 1996 quando foi
escolhido para ser um dos relatores da Reforma da Constituição
Federal de 1988.
Em 2007 criou a Universidade Aberta da Terceira Idade – UnATI
, órgão suplementar da Universidade do Estado do Amazonas, onde
é diretor. Hoje a UnATI/UEA funciona com 14 colaboradores e 1500
idosos matriculados em cursos e oficinas. Mas sua luta continua, tendo
hoje como sua grande meta a transformação da UnATI em Fundação e
a conquista de uma sede própria adequada ao público atendido.
Faz atendimento médico voluntário no Centro de Atenção Integral
à Melhor Idade – CAIMI Paulo Lima, localizado na Colônia Oliveira
Machado, no horário das 8 às 1oh, às 2as. e 5as. feiras, semanalmente.
É referência na Geriatria e Gerontologia no Estado do Amazonas e
por este motivo recebe vários convites para falar sobre o Envelhecimento
Humano nas rádios, programas de televisão, congressos nacionais e
internacionais, seminários, workshops e demais atividades inerentes
ao tema de seu maior conhecimento.
Possui um programa de televisão chamado Homem da Floresta
na AMAZONSAT, com enfoque na realidade amazônica ressaltando os
costumes e as tradiçoes do homem caboclo, buscando a valorização
do povo da floresta e que é exibido todas 2as. feiras no horário das
14:00h e reprisado em horários alternados na própria emissora.
Além disso é um líder nato, simpático e educado, altivo e ao
mesmo tempo humilde, sempre contagiando a todos que o cercam
com seus conhecimentos e história de vida, instigando-os a buscar
264
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
mais sabedoria através dos livros de forma a garantir uma melhor
qualidade de vida para aqueles que tiveram o privilégio de envelhecer.
Projeto: MMMMnnnnn mmmnnn mmmnnn
P-04
João Alberto Rodrigues Capiberibe (Capi)
Nesta oportunidade a Universidade do Estado do Amapá
(UEAP), representada pela magnífica Reitora Maria Lúcia Borges,
apresenta a indicação do Ex-Governador João Alberto Rodrigues
Capiberibe ao Prêmio Samuel Benchimol e Banco da Amazônia e de
Empreendedorismo Consciente de 2011, na Categoria Personalidade
Amazônica, pelas contribuições e práticas inovadoras de políticas
públicas na promoção do crescimento econômico e do desenvolvimento
científico, tecnológico, cultural e socioambiental do Estado do Amapá e,
por extensão, uma grande parte da Região Amazônica. Realizações que
expressam e materializam os quatro paradigmas implicados no conceito
de desenvolvimento sustentável que Samuel Benchimol defendia para a
Amazônia, ao afirmar que estas deveriam ser “economicamente viáveis,
ecologicamente adequadas, politicamente equilibradas, e socialmente
justas”. Ou numa outra variante, como sentenciava o mestre Professor
Benchimol, o desenvolvimento oikopolítico, cuja etimologia original
inclui os conceitos de lar, patrimônio, hábitat e pátria.
Quando João Alberto Capiberibe, que nasceu no município
de Afuá, Ilha de Marajó, chegou aos sete anos em Macapá, ficou
encantado quando viu pela primeira vez uma cidade com ruas
iluminadas, avenidas e praças. Em 1954, Macapá era ainda um
pequeno vilarejo, com pouco mais de 30 mil habitantes, mas para uma
criança ribeirinha que vivera até então às margens do Rio Carapucu,
onde existiam poucos elementos da vida moderna, esta cidade era
mesmo digna de deslumbramentos. Todavia, a nova vida na cidade
não era nada fácil, a insuficiência do salário do pai, empregado como
cozinheiro da mineradora Icomi em Serra do Navio, o obrigou, desde o
início de sua chegada, a complementar a renda familiar com a venda de
revista, jornal, loteria e frutas.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 265
Cursando o ensino primário no Grupo Escolar Barão do Rio
Branco, que era a mais bem equipada escola de Macapá, aos 10
anos ingressou como seminarista na carreira religiosa. Depois de três
anos, verificando que não tinha vocação, pediu para sair. Em 1960,
matriculou-se no Instituto de Educação do Território Federal do Amapá,
que formava professores para o ensino médio. Nesse curso, conheceu
sua companheira Janete, que o acompanhou na política estudantil,
nos embates ideológicos e nos estudos extra-classe de marxismo.
Em 1968, viajou para Brasília e em seguida matriculou-se na Escola
Agrícola, onde ficou pouco tempo, pois com intuito de cursar Economia,
deslocou-se para Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Porém, esse
projeto acadêmico foi interrompido em 1969, quando em um encontro
com Carlos Marighella, da Aliança Libertadora Nacional (ALN), recebeu
a incumbência de organizar a rebelião camponesa na Amazônia.
Em 1970, como membro da ALN, juntamente com Janete
com quem casara, cumpriam a missão recebida no Bico do Papagaio
(GO). Porém, neste mesmo ano, ambos foram presos no Estado do
Maranhão e transferidos, posteriormente, para o presídio São José
em Belém do Pará. Depois de três meses de prisão, Janete foi solta
porque estava grávida de nove meses e já havia sinais da proximidade
do parto. Preso em um ambiente muito insalubre, João Capiberibe
adoeceu gravemente ao ponto de ser necessário interná-lo no hospital
da Santa Casa de Misericórdia, onde permaneceu sob escolta policial
por três meses e meio.
Janete, com um bebê de quase 10 meses nos braços, arquitetou a
fuga de Capiberibe que continuava sob cuidados médicos na Santa Casa.
Contando com a ajuda do médico Almir Gabriel, hoje ex-governador do
Pará, a operação foi bem sucedida e o casal acompanhado do seu bebê
Artionka, hoje professora doutora de Antropologia da UNIFESP, seguiu
rumo ao Porto do Sal, embarcando logo em seguida numa insegura
canoa com destino a Santarém. Navegaram pelo Rio Amazonas, até
chegar ao oeste paraense. Em seguida, passaram por Manaus, Porto
Velho e Guajará-Mirim, seguiram para a Bolívia, Peru e Chile, onde no
último fixou moradia.
Em consequência da deposição de Salvador Allende em 11 de
setembro de 1973, a família, agora aumentado com o nascimento dos
gêmeos Camilo e Luciana foi obrigada a reiniciar nova peregrinação.
Sob proteção da ONU (Organização das Nações Unidas), a família teve
três opções de escolha de países para o exílio: Canadá, Nova Zelândia
e Cuba. A escolha recaiu sobre o Canadá, onde a família viveu na
Capital Montreal por aproximadamente quatro anos, período em que
266
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Capiberibe aproveitou para fazer o curso superior em Zootecnia. Com
essa graduação, tornou- se funcionário da Cooperação Internacional e
do Canadá seguiu com a família para trabalhar no continente africano.
Em Moçambique residiu por dois anos e, com a Anistia de 1979,
resolveu voltar para o Brasil.
Muitas foram as dificuldades e dissabores encontrados no
exílio. Porém, este foi também um período de aprendizagem, análise
e reflexão. No Chile, Capi aprendeu in concreto o amanho da terra na
agricultura, técnicas de tratos com animais) e o papel da organização
e cooperação dos trabalhadores e pequenos produtores rurais.
Os conhecimentos adquiridos no Canadá e na África possibilitaram a
Capiberibe um alargamento de visão e um aprofundamento de uma
análise crítica sobre o modelo econômico vigente no Brasil da época,
em que se aumentava progressivamente a produção, mas que não
havia preocupação com a distribuição das riquezas. Que aproveitava
mal e dilapida os recursos naturais, por não levar em consideração
os etnoconhecimentos, onde as populações tradicionais eram, quase
sempre, excluídas do processo de desenvolvimento.
Apesar do longo aprendizado de convivência com a diferença fora
do País, Capi considerou que lhe faltava a experiência com o Nordeste,
pelo qual tinha fascínio. Assim, em seu retorno decidiu trabalhar
como Assessor do Governador de Pernambuco, Miguel Arraes. Com
credenciais de técnico da FAO (Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação), permaneceu no Estado de Pernambuco por
dois anos, trabalhando na organização dos trabalhadores dos canaviais.
Nesse trabalho, de forma parcimoniosa, foi possível obter frutíferos
resultados em prol das comunidades rurais, quanto às condições de
trabalho e diálogo com canavieiros e proprietários de usinas.
Em 1982 retornou ao Estado do Amapá para participar do
processo eleitoral como candidato do PMDB ao cargo de Deputado
Federal. Teve boa votação, mas não se elegeu. Em 1984, aceitou a
proposta do Governador Nabor Junior, para trabalhar no Estado do
Acre. Lá assumiu a Subsecretaria do Desenvolvimento Agrário do Vale
do Juruá, com sede em Cruzeiro do Sul. Nesse trabalho, em dois anos
de gestão, Capiberibe ajudou a organizar 15 organizações comunitárias
de base agrária e deixou outras seis em processo de organização.
Sua passagem pelo Acre agregou-lhe um novo elemento: o papel do
conceito de desenvolvimento local sustentável como instrumento de
política pública.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 267
Mesmo com o sucesso dessa experiência no Acre, a família
Capiberibe decidiu voltar para o então Território Federal do Amapá. Em
1985, logo após sua chegada, João Capiberibe foi nomeado Secretário
de Agricultura pelo Governador Jorge Nova da Costa. Depois de alguns
anos de trabalho na pasta, desfrutando de grande popularidade em
razão dos projetos implantados nas comunidades rurais, Capi aproveita
a abertura democrática promovida pela Constituição de 1988 e cria
o Partido Socialista Brasileiro – PSB no Amapá. Com grande poder
de articulação consegue organizar uma frente de esquerda e lança-se
candidato a Prefeito de Macapá.
À frente da Prefeitura, apesar do insucesso na criação de conselhos
populares, fez grandes conquistas na modernização da administração
pública, na melhoria da educação, da saúde, do asfaltamento de ruas
e avenidas e da remuneração do funcionalismo. Com o apoio dos
movimentos sociais e contundente no combate à corrupção, inaugura
um estilo de governar com transparência, possibilitando o acesso
público dos dados de receitas e despesas dos órgãos do Governo,
iniciativa embrionária da Lei da Transparência, de autoria do próprio exSenador Capiberibe, que foi sancionada pelo Presidente Lula em 27 de
maio de 2009.
Após deixar o cargo de prefeito, Capiberibe liderou um grupo de
servidores públicos, políticos e profissionais liberais, para delinear um
novo estilo de governar que toma com base uma premissa pontuada
pelos quatro vetores seguintes: o aproveitamento seletivo da experiência
acumulada no exílio, a valorização da democracia participativa, a ideia
de Chico Mendes sobre a floresta como meio de vida e os empates
como estratégia de luta contra o uso predatório dos recursos naturais e
a incorporação do meio ambiente como componente de um processo
de desenvolvimento. Neste caso, tomou o livro Nosso Futuro Comum
e os textos da Eco-92, especialmente a Agenda 21, como referência
basilar das análises. Estavam definidas as linhas mestras do programa
inovador de Capiberibe para governador do Estado do Amapá no
primeiro mandado de 1995 a 1998 e do segundo mandado de 1999 a
2002.
Programa de Desenvolvimento Sustentável como matriz de
políticas públicas do Governo.
Ao assumir o Governo do Amapá, em 1994, João Alberto
Capiberibe estabeleceu como matriz da sua gestão um programa
concebido a partir dos princípios da Agenda 21, os quais foram
delineados pelos dirigentes e comunidade científica mundial dois anos
268
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
antes, por ocasião da Rio-92. Esse documento inovador denominado
“Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá” – PDSA, foi
o primeiro instrumento oficial implantado no Brasil, que tinha como
paradigma central o conceito de desenvolvimento sustentável. Até hoje
esse projeto é de vanguarda. Em outras Unidades da Federação e,
mesmo no Governo Federal, o desenvolvimento sustentável limita-se
a um tema transversal ou uma atribuição setorial dos órgãos do meio
ambiente e ciência e tecnologia.
A adoção do PDSA por Capiberibe resultou de sua avaliação
crítica da experiência acumulada e de sua intuição. Havia ainda muitas
incertezas e precariedade de conhecimentos sobre o assunto, mas
Capiberibe foi em frente, apostando no seu feeling, na diversidade de
vivências e no apoio de cientistas do calibre de Azis Ab’Saber, Professor
Emérito da USP, Alain Ruellan, docente da Universidade de Montpelier
e Professor Emérito da Universidade de Rennes, de Bertha k. Becker,
Professora Emérita da UFRJ. Também confiou na capacidade dos
amapaenses de incorporarem a cidadania ecológica.
Mais que o ineditismo, os riscos que assediaram o PDSA viriam
de outras fontes. O Estado estava desequilibrado financeiramente e
sem recursos para investimento. Os funcionários eram desmotivados
em razão de atrasos de pagamento, da falta de valorização profissional
e da ocupação das funções melhor remuneradas por critérios de
apadrinhamento político e nepotismo. Além disso, havia uma oposição
articulada para desestabilizar e inviabilizar o Governo de Capiberibe, por
parte de alguns membros do Tribunal de Justiça do Estado, do Tribunal
de Contas do Estado e, sobretudo, da Assembleia Legislativa. Sem
esmorecer, Capiberibe enfrentou esses desafios. O déficit na relação
receitas-despesas, que era de mais de 26% em 1994, em 1996 caíra
para pouco mais de 7%, tornando-se crescentemente positivo a partir
de 1997. Isto num período em que a quase totalidade dos estados
encontrava-se em Estado falimentar frente ao Governo Federal.
Os funcionários passaram por sucessivos treinamentos, graças à criação
do CEFORH – Centro de Formação e Desenvolvimento de Recursos
Humanos. Um Centro que reciclou 60 mil pessoas. Treinamentos
que melhoraram o desempenho e a auto-estima dos servidores,
transformando-os em indivíduos confiantes e entusiasmados por seu
trabalho.
Melhorias substanciais ocorreram na educação e atendimento
aos cidadãos de um modo geral do Estado do Amapá. Na educação,
como novo paradigma de pedagogia da sustentabilidade, foi implantado
o inovador projeto da Escola Bosque no Arquipélago do
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 269
Bailique (município de Macapá). Na saúde, a redução de filas
através do agendamento de consultas e humanização do parto e o resgate
das Parteiras Tradicionais. O contingente de médicos e enfermeiros foi
aumentado com contratações por concurso público. Outra área onde
ocorreu significativa melhoria diz respeito aos aspectos culturais, como
no caso da parceria com o Governo Federal que resultou no resgate e
restauração da Fortaleza de São José de Macapá, a maior Fortaleza
construída pelos portugueses no Brasil.
Sob a égide do PDSA, uma gama de iniciativas foi tomada, visando
impulsionar uma socioeconomia sustentável no Amapá. Programas
específicos foram implantados com vistas a apoiar os extrativistas
da castanha, os coletores de açaí, os pescadores artesanais, os
agricultores familiares, as serrarias e marcenarias. Negociação bemsucedida foi realizada com grandes empresas para harmonizar suas
atividades com as exigências de sustentabilidade ambiental. Esse foi
o caso dos cultivos de grande porte de eucalipto e pinus no cerrado
amapaense para a exportação de cavacos. A Área de Livre Comércio
de Macapá e Santana foi valorizada, uma vez que o Governo centralizou
nela suas compras de material permanente. Cuidou-se da recuperação
e ampliação da pavimentação de ruas e da melhoria das estradas
estaduais.
Para viabilizar essas iniciativas, Capiberibe adotou medidas
administrativas e engajou-se na busca de parcerias em nível nacional
e internacional. No nível do Estado, fortaleceu a Secretaria de Meio
Ambiente, Ciência e Tecnologia, criou o Batalhão Ambiental da Polícia
Militar. Com o aumento significativo dos recursos destinados ao setor
de C&T, o Estado do Amapá disponibiliza, uma moderna instituição
de pesquisa destinada aos estudos típicos da Amazônia: o “Instituto
de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá” – IEPA, com
foco específico no conhecimento e uso sustentável dos produtos
da sociobiodiversidade, acervo museológico, gestão territorial e
desenvolvimento de tecnologias avançadas voltadas às populações
tradicionais.
Um feito notável desse processo de inovação é que o Governador
Capiberibe transformou, em menos de 10 anos, uma unidade de
pesquisa que atuava meramente como apoio a instituições externas,
em um instituto de pesquisa de reconhecimento local, nacional e
internacional. Contratando por concurso público vários pesquisadores
mestres e doutores, o IEPA gerou e difundiu conhecimentos científicos
e tecnológicos de interesse imediato da comunidade amapaense;
grandes projetos nacionais foram gerenciados, como no caso do
270
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Zoneamento Econômico e Ecológico (ZEE), Programa de Proteção
das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7); Cooperações internacionais
foram realizadas com a JICA, GTZ, e Fefem. Com apoio do Instituto
de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da Universidade de São Paulo, da
Universidade de Brasília e Universidade Federal do Pará, assim bem
como de ONGs como o Instituto Socioambiental (ISA), Instituto
Pobreza e Meio Ambiente (Poema) e do Instituto do Homem e do
Meio Ambiente (Imazon) foi possível responder com mais agilidade a
demanda tecnológica requerida pelo PDSA.
As relações internacionais estabelecidas pelo Governador João
Capiberibe entre Amapá e Guiana Francesa prosperaram tanto que
a ponte binacional ligando Brasil e França já está concluída, faltando
apenas sua inauguração. Todavia, no que tange à questão internacional
a visão de Capiberibe vai muito mais além, a ideia é estabelecer uma
cooperação entre todas as unidades do Platô da Guiana, incluindo Guiana
Francesa, Suriname e República da Guiana. Através dessa cooperação
envolvendo a Amazônia e os Países da América do Sul, poder-se-á
chegar ao objetivo da grande cooperação que poderá ocorrer entre os
dois blocos econômicos Mercosul e União Européia.
Parte substancial das conquistas e dificuldades do PDSA do
Governador João Alberto Capiberibe estão documentadas no livro
dos professores franceses, Alain Ruellan e Françoise Ruellan: O
Desenvolvimento Sustentável no Amapá (2000); e no livro do professor
da USP, Manoel Cabral de Castro: Desenvolvimento Sustentável e
Gestão Ambiental na Formulação de Políticas Públicas A experiência
do Estado do Amapá.
No denso livro do escritor e Ex-deputado Federal pelo Estado do
Bahia, Domingos Leonelli, cujo título é: Uma Sustentável Revolução na
Floresta é possível encontrar uma das mais sólidas avaliações críticas
do PDSA. Sua conclusão é que se trata de uma experiência inovadora
e viável que delineia uma estratégia de desenvolvimento capaz de
assegurar para a Amazônia um dinâmico crescimento econômico com
equidade social, valorização da cultura e sustentabilidade ambiental.
Com um orçamento equilibrado, sob a vigilância contínua do
gasto público e a aplicação de critérios racionais de eficiência alocativa
na partilha do orçamento, Capiberibe consolidou o PDSA através da
manutenção dos programas em curso e implantação de outros. Por
isto, na fase que envolveu o segundo mandato (2002-2005) não foi
só uma oportunidade de colheita dos frutos do primeiro mandato,
mas também da implantação de uma segunda geração de projetos.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 271
Listar todas essas iniciativas tomaria um espaço grande, por isto serão
mencionadas apenas as estratégicas.
Na educação, os avanços compreenderam o atendimento de
praticamente toda a população escolar potencial do ensino fundamental
e médio. Progressos significativos foram alcançados em termos
de qualidade, tornando o ensino público outra vez atraente para a
classe média. A oferta de ensino técnico foi ampliada e sua qualidade
melhorada, instalando-se com a assessoria e apoio da Universidade de
Montpelier o Centro de Referência do Desenvolvimento Sustentável,
como coordenadora do ensino técnico-científico e de extensão
tecnológica. A Escola Bosque do Bailique consolidou-se como unidade
de ensino capaz, tanto de integrar os conhecimentos da C&T modernas
com os saberes das populações tradicionais como de inserir na
socioeconomia do Amapá os jovens do meio rural.
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente ganhou eficiência no
controle e fiscalização do uso predatório dos recursos naturais, no
combate ao desmatamento, à caça ilegal, às queimadas e ao corte
ilegal de madeira, contando com o apoio da Polícia Militar Ambiental.
Implementou o Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento
Sustentável do Rio Iratapuru, incluindo assessoria na instalação e
funcionamento da planta de industrialização da castanha. Com apoio
do IEPA e SPRN/PPG-7, realizou o ZEE do Sul do Amapá e implantou
nesse espaço o Projeto Integrado de Gestão Ambiental. Estabeleceu,
em convênio com a Secretaria Estadual de Educação, um abrangente
programa de educação ambiental.
A Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo empenhou-se
em instalar o Distrito Industrial junto ao Porto de Santana, criando
incentivos para que no mesmo se implantassem pólos na área da
movelaria, da produção de jóias, na fabricação de telhas, tijolos, na
produção de fitofármacos, na instalação de laboratórios de tecnologia
da madeira e de produtos cerâmicos. Um projeto de beneficiamento
de pescado foi implementado na cidade de Calçoene. Assessoria e
recursos financeiros foram alocados para a melhoria e a expansão
da produção de farinha de mandioca. A agricultura familiar recebeu
prioridade em termos de apoio técnico da extensão rural, da liberação
de recursos financeiros e do transporte da produção. Iniciativas foram
tomadas para criar e fortalecer fluxos de turismo ecológico. Projetos de
pesquisa do IEPA sobre cadeia produtiva do açaí e do pescado foram
financiados.
272
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Dentre as inovações mais significativas dessa fase do PDSA,
além do CRDS, destaca-se a criação do CAP (Central de Atendimento
à População) e da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (SETEC).
O CAP, que hoje é chamado de Super-Fácil e está localizado em
um prédio moderno, informatizado e confortável, facilitou a vida dos
cidadãos ao permitir, de modo centralizado e ágil, a retirada de sete
tipos de documentos, sem custo financeiro. No que tange à área de
Ciência, Tecnologia e Inovação, dois aspectos merecem destaque.
O primeiro é que o IEPA se consolidou como centro de pesquisa no
uso da biodiversidade do Amapá, tornando-se reconhecido por sua
competência nesse campo, tanto no meio acadêmico como no âmbito
das instituições de financiamento da pesquisa. Já a implantação da
SETEC possibilitou não só articular as políticas públicas em C,T&I,
como constituiu lócus de preparação de importantes projetos sobre a
socioeconomia sustentável. Desde o primeiro ano de sua instalação,
conseguiu estabelecer parcerias com o Ministério de Ciência e
Tecnologia (MCT) que redundou na elaboração de um portfólio de
17 projetos, envolvendo a exploração de fontes de energia renovável,
cadeia produtiva do dendê para fins energéticos, reciclagem do lixo e
incubadora de empresas.
A Secretaria de Ciência e Tecnologia, em uma parceria com outras
sete Secretarias, elaborou o Programa de Manejo Sustentável das
Florestas do Estado do Amapá (Floram), que foi implantado em caráter
experimental em floresta do Rio Maracá, na Reserva Extrativista do
Rio Cajari. De grande alcance foi aprovação do projeto Uso Sustentável
da Biodiversidade do Sul do Amapá pelo Fundo Francês para o Meio
Ambiente Mundial (Ffem) no valor de 1,200 milhão de euros por um
período de três anos. Outra relevante cooperação foi estabelecida com
o MMA, através do Proben (Programa de Biologia Molecular para o
Uso Sustentável da Biodiversidade da Amazônia) com destaque para a
execução do projeto de manejo sustentável de açaizais in situ, realizado
pela Embrapa Amapá e cujo sucesso credenciou esta instituição de
pesquisa científica como referência na Amazônia sobre manejo do açaí
de várzea.
Em 1998, no final do primeiro mandado do Governador Capiberibe,
o Estado do Amapá recebeu o Prêmio Paulo Freire, conferido pela
Fundação Roberto Marinho pelo projeto “Resgate e Valorização das
Parteiras Tradicionais”. Neste mesmo ano, recebeu também o Prêmio
Gestão Pública e Cidadania, oferecido pela Fundação Getúlio Vargas
e Fundação Ford. Ainda no ano de 1998, o Estado do Amapá foi
homenageado com a Medalha de Ouro professor Moacyr Álvaro, da
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 273
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo
pelo projeto “Visão para Todos” cujo objetivo era viabilizar a cirurgia de
catarata aos pacientes atendidos pelo projeto.
No ano de 2000, o Governo do Estado do Amapá recebeu
novamente o Prêmio Gestão Pública e Cidadania, da Fundação Getúlio
Vargas e Fundação Ford, pelo projeto “Escola Bosque do Amapá”, que
é uma instituição de ensino onde a educação ambiental é o eixo central
de todas as atividades pedagógicas. Neste mesmo ano, o Estado do
Amapá foi agraciado com o Prêmio Habitat 2000, que foi oferecido pela
ONU em Dubai nos Emirados Árabes, pelo programa de Capacitação
Permanente em Segurança Pública Com Vista a Promover os Direitos
Humanos e Cidadania.
Em 2001, novamente o Estado do Amapá esteve entre os
vencedores do Prêmio Gestão Pública e Cidadania, da Fundação
Getúlio Vargas e Fundação Ford pelo Programa Família Cidadã que
consistia de um auxílio financeiro às famílias em situação de risco
social, com filhos de 7 a 14 anos matriculados na rede de ensino. Era
oferecido também, qualificação profissional aos dirigentes familiares,
além dos cursos de educação sexual, ambiental e de higiene. Neste
mesmo ano de 2001, o Governador João Alberto Capiberibe recebeu o
Prêmio de Os Melhores da Administração Pública Brasileira, oferecidos
pela Brasmarket, Revista Isto É e Sistema Brasileiro de Televisão - SBT.
No ano de 2002, mais uma vez o Estado do Amapá aparece entre
estados que foram contemplados com o Prêmios Gestão Pública e
Cidadania, da Fundação Getúlio Vargas e Fundação Ford pelo projeto de
“Resgate e Valorização das Parteiras Tradicionais do Amapá”, onde as
parteiras cadastradas foram capacitadas e recebem bolsa com o material
necessário para a realização de partos domiciliares além do benefício
financeiro de meio salário mínimo. Neste mesmo ano 2002, o Governo
do Estado do Amapá foi agraciado com o Prêmio Rodrigo Melo Franco
de Andrade, oferecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN), órgão do Ministério da Cultura, pela execução do
projeto Educação Patrimonial da Fortaleza de São José de Macapá,
que institucionalizou o programa em que os estudantes, professores e
comunidade em geral recebiam informações e atividades relacionadas
à história do monumento, visando sua preservação deste patrimônio
histórico que é o mais bonito e completo monumento construído pelos
portugueses no Brasil, na época do império.
Tantos outros feitos positivos da implementação do PDSA,
formulado com sabedoria e implementado com exímia competência
274
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
pelo Governador Capiberibe, onde o que comove é a lembrança
da alegria de uma população que se sentia partícipe de um projeto
transformador de suas vidas e que lhes restituíra a auto-estima e o
entusiasmo por se perceberem sujeitos e não eventuais receptores
passivos das políticas de governo. Nesta condição, aparecem as
nações indígenas que receberam educação de qualidade em sua língua
nativa, aprendendo o português como segundo idioma. Que viram
sua música gravada em CD e seus instrumentos integrar-se numa
orquestra de músicos eruditos. Comunidades negras que tiveram
sua cultura e sua socioeconomia apoiadas por ações do governo que
promoveu o marabaixo dos negros do Laguinho e estruturou a Área
de Proteção Ambiental do Rio Curiaú que um dos mais importantes
redutos quilombolas do Estado do Amapá.
A ressonância desse modelo inovador de gestão pública na
Amazônia brasileira repercutiu na imprensa nacional (Folha de São
Paulo, O Estado de São Paulo, Rede Globo/Jornal Nacional, TV Senac,
etc.); nos escritos de jornalistas como Zuenir Ventura, Elsom Martins,
Marcio Moreira Alves; nos trabalhos de cientistas renomados, como
Ignacy Sachs, Azis Ab’Saber, Armando Mendes, Bertha K. Becker,
Mary Allegretti. Esses sons, ainda, foram audíveis em insignes e
prestigiados jornais da imprensa internacional, como New York Times
e Le Monde, os quais, por ocasião dos 10 anos da morte de Chico
Mendes (1998) reconheceram que apenas o Amapá, com o PDSA,
correspondia à proposta de Chico Mendes para o desenvolvimento
sustentável da Amazônia. Em suma, o desempenho do PDSA e seu
alcance inovador, cujos projetos receberam mais de 10 prêmios, foram
objeto de extensa bibliografia na forma de monografias de graduação,
dissertações de mestrado, teses de doutorado e livros.
Embora às vezes com ajustes, o PDSA é aprovado como
um programa capaz de apontar e inspirar caminhos viáveis para o
desenvolvimento sustentável da Amazônia, em que se articulem o
sucesso na economia com avanços na equidade social e na conservação
e preservação do meio ambiente. Parte significativa dessas conquistas
foi analisada na coletânea de livros e artigos citados anteriormente,
assim bem como na tese de livre-docência intitulada “Desenvolvimento
Sustentável O debate teórico e importância nas políticas públicas da
Amazônia”, defendida na USP em 2007 pelo professor Manoel Cabral
de Castro.
Na finalização deste texto, três pontos sintetizam as considerações
feitas. O primeiro é que o PDSA, em seu ineditismo, demonstrou
que é viável alavancar um dinâmico processo de desenvolvimento da
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 275
Amazônia, sem destruí-la. O segundo concerne ao fato de que, em
termos práticos, o PDSA correspondeu genuinamente à ideia central
de Chico Mendes de que é imperativo conservar a Amazônia como
meio de vida das populações que a habitam, portanto utilizando, de
modo sábio e sustentável, seus recursos naturais. O terceiro é que,
em relação ao avançado pensamento teórico de Samuel Brenchimol,
tal qual se encontra no livro Zênite ecológico e Nadir econômico-social
Análises e propostas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia
(2001), há plena coincidência entre as propostas desse autor e as que
se encontram no PDSA. Esta coincidência é patente na priorização
do uso sustentável dos recursos naturais relativamente às propostas
preservacionistas de intocabilidade desses recursos, centradas na
criação de Unidades de Conservação (UC) de proteção integral, um
equívoco que ainda permeia muitas das políticas públicas nos níveis
federal, estadual e municipal.
Projeto: MMnnnnn mmmmnnn mmmmnnn
P-05
O Centro Especializado em Gestão dos Recursos Pesqueiros do
Litoral Norte (CEPNOR) executa suas ações na área de pesquisa e
gestão dos recursos pesqueiros, desenvolvendo seu papel institucional
com a multiplicação de informações e ações que possibilitem o
fortalecimento das comunidades extrativistas utilizadoras dos recursos
de uso comum. A presente pesquisadora possui o perfil necessário
para o desenvolvimento de ações dentro da proposta apresentada por
este Centro de Pesquisa, valorizando as comunidades extrativistas,
principal público alvo das ações de educação ambiental, fortalecimento
da gestão ambiental. Possuindo, ainda, técnicas de mediação de
conflitos e organizações de eventos relativos as propostas de
discussões de temas relevantes de execuções de políticas públicas,
relacionados com o desenvolvimento sustentável.Possui dinamismo
e senso de coletividade, sabendo lidar com situações extremas de
escassez de recursos.Buscando sempre parcerias para as atividades a
que lhe são conferidas, coordenando o núcleo de Educação Ambiental
deste Centro de Pesquisa desde 2004.Uma das principais ações que
276
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
lhe são conferidas a execução, responsabilidade e coordenação é a
ação com o público infanto-juvenil do município do Mojú, por título
Agentes ambientais Mirins; em que são trabalhadas as atividades que
despertem a preocupação com o cuidado com o meio ambiente, tratanto
de temas de preservação e conservação ambiental e desenvolvimento
sustentável, bem como a inserção e valorização do ser humano neste
processo de utilização racional dos recursos de uso comum.
Projeto: MMMMmmm mmmmmnnn mmmmnnn
P-06
Carlos Eduardo de Souza Braga nasceu na cidade de Belém,
no Estado do Pará, em 6 de dezembro de 1960. É empresário e
engenheiro formado pela Universidade Federal do Amazonas, no
curso de Engenharia Elétrica. Iniciou sua carreira política aos 21 anos,
como vereador de Manaus. Uma atuação combativa na Câmara dos
Vereadores acabou por valer ao jovem político uma expressiva votação
para deputado estadual, em 1986. Na Assembléia Legislativa do
Estado foi um dos mais atuantes deputados, sendo líder do Governo
e relator da Constituição do Amazonas. Em 1990, Eduardo Braga
foi eleito deputado federal, obtendo a maior votação do seu partido.
Foi eleito vice-prefeito de Manaus em 1992 e assumiu a Prefeitura
Municipal em março de 1994. Com um trabalho inovador, Eduardo
Braga realizou obras nas áreas de infraestrutura, saúde, educação e
habitação que transformaram a capital amazonense. Em 1996 Braga
deixou a Prefeitura de Manaus com 98% de aprovação da população,
o maior índice da história da cidade e do País. Em 2002 foi eleito com
maioria absoluta no primeiro turno das eleições para o Governo do
Estado do Amazonas.
É o criador de programas revolucionários para a população
do Amazonas, com destaque para o Zona Franca Verde, que tem
levado desenvolvimento ao interior do Estado, o Programa Social e
Ambiental dos Igarapés de Manaus, o Prosamim, responsável pela
maior transformação urbanística da capital nos últimos 50 anos, e o
Sistema Público de Ciência e Tecnologia do Amazonas que foi uma
ação do Governo ocorrido em 2003, que decidiu mudar a realidade no
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 277
Estado com a criação do referido sistema, que é composto por quatro
instituições: a Secretaria do Estado de Ciência e Tecnologia (SECT),
a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeam), a Universidade do
Estado (UEA) e o Centro de Educação Tecnológica (Cetam). Apesar da
criação da SECT e Fapeam já terem sido mencionadas na elaboração
da Constituição do Estado, em 1988, quando foi relator da mesma,
tanto a Secretaria e quanto a Fundação só saíram do papel em 2003.
Elas têm como função ampliar a geração de conhecimentos científicos
e tecnológicos, possibilitando alternativas para o desenvolvimento
sustentável humano e solidário.
Em 2006 foi reeleito no primeiro turno com 50,63% dos votos
válidos. É o autor da primeira Lei de Mudanças Climáticas e Conservação
Ambiental do Brasil, que consolida o compromisso do Estado com
os seus povos, a floresta, a evolução tecnológica e o bem-estar do
planeta. No seu governo foi o primeiro a criar a legislação estadual de
inovação, em novembro de 2006, com a lei nº 3.095.
É o criador do Programa Bolsa Floresta, recompensa financeira
paga pelo Governo do Amazonas aos moradores de Unidades de
Conservação Estaduais (UCE), considerados verdadeiros guardiões
das florestas. É o criador da Fundação Amazonas Sustentável, principal
esteio de sustentação da política de combate às mudanças climáticas
implementada pelo Governo do Amazonas.
No dia 31 de março de 2010, Eduardo Braga renuncia para poder
disputar vaga para o Senado Federal. Nas Eleições 2010, é eleito senador
do Amazonas pelo PMDB, com 42,07% dos votos (1.236.970 votos). No
Senado, defende o desenvolvimento sustentável, a integração regional,
a Reforma Político-eleitoral, entre outros temas de relevância para o
Amazonas e o Brasil. O senador é presidente da Comissão de Ciência,
Tecnologia, Comunicação, Inovação e Informática (CCT) do Senado e
membro titular das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE), InfraEstrutura e Meio Ambiente. É ainda suplente nas de Constituição e
Justiça (CCJ), Assuntos Sociais e Mista de Orçamento.
Como presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comuni­
cação, Inovação e Informática (CCT), o senador pretende aproximar a
comunidade científica da população, trazendo para o Senado temas
que afetem as pessoas diretamente como a busca pela cura de
doenças negligenciadas e soluções científicas para reduzir os impactos
de grandes desastres naturais.
278
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: MMMMnnnnn mmmmnnn mmmnnnn
P-07
Davi Kopenawa nasceu em Toototobi comunidade indígena
Yanomami, no Estado de Roraima próximo da fronteira com a Venezuela,
em 1956. Ele é um xabori, palavra Yanomami para xamã, e também
é o principal porta-voz indígena brasileiro no exterior, sobretudo em
parlamentos europeus.
Durante mais de 20 anos, Davi tem proferido, em suas visitas
a vários países, uma mensagem sobre a importância do respeito aos
direitos dos povos indígenas e do cuidado que todos devem ter com
a conservação da floresta amazônica para benefício da humanidade.
Ficou conhecido como porta voz de seu povo no Brasil e no exterior.
Foi convidado pelo Centro de Direitos Humanos da ONU para discursar
na sede da entidade, em Nova York, em dezembro 1992, na abertura
oficial do Ano Internacional dos Povos Indígenas, representando os
índios da floresta amazônica.
Participou da conferência Internacional do Conselho Mundial
dos Povos Indígenas do Ártico, em Tromso, na Noruega, em 1990,
como porta voz dos Yanomami e dos índios brasileiros. Por meio de
contato estabelecido com a Cooperação da Agencia Norueguesa de
Desenvolvimento, há 25 anos, o povo Yanomami continua recebendo
o apoio dos Noruegueses, por meio da Rainforest Foundation, para
consolidar a organização do povo Yanomami, a Associação Hutukara,
que atua nas áreas da educação e saúde.
Kopenawa mantém contato regular na Europa com grupos de
defesa dos direitos humanos ligados aos direitos humanos, saúde e
meio ambiente. Quando visitou a Alemanha, em abril, a Deutsche Welle
o chamou de o dalai-lama da floresta. Davi se posiciona veementemente
em defesa da conservação da Amazônia. Está construindo a unificação
de seu povo, por meio da Associação Hutukara, envolvendo as muitas
comunidades Yanomami no Brasil. Uma tarefa desafiadora do ponto de
vista antropológico, uma vez que nesta sociedade tradicionalmente não
existia a figura do “chefe”.
Com uma população de cerca de 30 mil indígenas, dos
quais 17 mil vivem em território brasileiro (os demais, na Amazônia
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 279
venezuelana), distribuídos em 300 comunidades, Kopenawa alcançou
grande projeção internacional às vésperas da Eco-92, o encontro
internacional que permitiu a construção de propostas para que o
governo brasileiro demarcasse o território Yanomami, uma área de 9,7
milhões de hectares. Os linguístas classificam quatro subgrupos que
falam línguas da mesma família (Yanomae ou Yanomama, Yanomami,
Sanöma, Yawari, Waika, Yanomami, Xirixana e Ninam). Há ainda um
conjunto cultural e linguístico composto de nove línguas Yanomami e a
língua Ye’kuana que também está presente em nosso território.
Categoria
Empreendedorismo Consciente
EC-01
Projeto: Projeto consumo consciente: agir e viver por
um mundo melhor
A Escola Cândida é uma escola democrática que viabiliza valores
como respeito, justiça, igualdade, solidariedade, ética, dignidade e
honestidade, garantindo assim, uma educação de qualidade que vise
a formação de cidadãos mais comprometidos, consciente e solidários,
capazes de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa
e igualitária.
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Cândida Santos de
Souza com a contribuição de funcionários, alunos, pais e comunidade
desenvolve há três anos consecutivos o projetos: de Revitalização da
Escola: Direito de usar, dever de preservar com intuito de buscar e
incentivar a conservação e preservação do patrimônio público escolar,
incentivando a utilização correta do espaço escolar procurando a
conscientização de todos os segmentos acerca dos benefícios que a
escola dispõe.
Juntamente com este Projeto desenvolvido na escola temos o
Projeto: Planeta Sustentável: Agir e Viver por um Mundo Melhor, com
280
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
o objetivo de estimular a preservação do meio ambiente e o respeito
à vida promovendo a reciclagem e ações educativas que promovam
a sustentabilidade. E em 2009 damos continuidade a estes trabalhos
com o Projeto Consumo Consciente Agir e Viver por um Mundo Melhor
trazendo o tema Manejo do Lixo no Bairro, Diga não ao Desperdício.
Sensibilizando a comunidade para a importância de se cuidar do seu
Lixo evitando grandes desperdícios que agridem o Meio Ambiente e
suas gerações futuras.
Neste contexto, há necessidade de chamar a atenção de toda
a comunidade para a preservação do meio ambiente, pedindo ajuda
a Escola e Comunidade para juntas se executar ações conjuntas que
combatam a agressão do planeta e possibilite a harmonia na Terra.
EC-02
Projeto: Desenvolvimento de Material Proveniente do
Reaproveitamento dos Resíduos Sólidos Urbano para
Aplicação na Construção Civil, Arquitetura, Logística,
entre outras
O brasileiro produz, em média, 1,2 Kg/dia de lixo, o volume diário
no Brasil chega a 195.000 toneladas resultando em 60,8 milhões de
toneladas de lixo, sendo que pouco mais de 10% deste montante não
foi sequer coletado, indo parar em córregos, terrenos baldios, ruas e
rios.
O objetivo deste projeto é apresentar soluções para a problemática
acima por meio do desenvolvimento de compósito a partir da reutilização
de Resíduos Sólidos Urbanos, para aplicação na Construção Civil,
Arquitetura, Logística, entre outras. O processamento dos resíduos
dará origem a materiais alternativos com qualidade e valores que
atenderão aos requisitos do mercado. Esses produtos poderão ser
utilizados como substitutos ou complementos da madeira, concreto,
argamassa armada, cerâmica entre outros, dependendo da aplicação.
O projeto está previsto para ser executado em 3 anos e o custo
estimado em R$ 596.000,00 (Quinhentos e Noventa e Seis Mil Reais).
As expectativas a partir dos resultados desse projeto são
contribuir para: diminuição do volume de resíduos sólidos depositado
nos lixões e/ou aterros sanitários; redução da extração dos recursos
naturais; agregação de valor aos resíduos; estímulo à organização de
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 281
cooperativas ou empresas que realizam coleta seletiva e demais fases
da cadeia da reciclagem de resíduos sólidos; melhoria de vida das
populações da Região Amazônica por meio da geração de postos de
trabalho e renda.
Projeto: Projeto Paca de Acrelândia, Acre
EC-03
A possibilidade de se alterar a maneira como se dava a produção
agropecuária na Amazônia chegou à região no final da década de 1980.
No Acre foi, precisamente, em 1989 que a Fundação de Tecnologia do
Acre (Funtac) começou a delinear um consórcio de espécies florestais
e agrícolas a serem cultivadas na mesma tarefa do roçado do produtor.
Era o início do que viria a ser reconhecido na área técnica como Sistema
Agroflorestal ou SAF.
O SAF consorcia, mistura, na mesma área, espécies ditas
permanentes ou semi-permanentes, de ciclo médio ou longo, florestais
ou não, com espécies da agricultura branca tradicional, de ciclo curto,
sobretudo milho, arroz, feijão e macaxeira. No início do plantio, quando
as mudas das árvores e arbustos ainda estão no primeiro estágio,
o produtor pode conseguir renda com a cultura branca. A partir do
segundo ou terceiro ano, quando o produtor normalmente abandona
o plantio para ir em busca de novas áreas, deixa para trás um plantio
formado de espécies frutíferas e madeireiras.
Na verdade, o produtor enriquece a área de pousio, que
periodicamente é tomada pela capoeira. Ocorre que é tradicional na
produção agrícola regional a utilização de determinada área de roçado
para cultivos de subsistência e comerciais, por um determinado
período consecutivo e, depois, seu abandono para o descanso, ou
pousio, por período superior a cinco anos. Nesse intervalo de tempo,
com a instalação do SAF, ao invés da formação de uma capoeira sem
utilidade aparente, o produtor terá, já no segundo ano, uma capoeira
com espécies de valor comercial. Esse rendimento com culturas
permanentes pode auferir renda para o produtor - de maneira periódica,
todo ano e permanente, por um período de mais de 15 anos.
282
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
A idéia básica é contornar o problema do desgaste agronômico
do solo, resultado das sucessivas queimadas, plantios e colheitas das
culturas brancas, por meio de seu descanso prolongado. O produtor
não mexe na terra e as culturas permanentes possibilitam melhoria
sensível nas condições físicas e químicas do solo. Após esse longo
período, o produtor tem novamente uma terra com boas condições
para receber novos plantios de milho, arroz.
Além disso, há outra significativa contribuição dada pela
tecnologia do SAF. É que, com o passar do tempo, os pequenos e
médios produtores, em especial aqueles que conseguiam certo nível
de capitalização, viam na pecuária bovina uma opção importante para
realizar investimentos.
A instalação do SAF faz com que o produtor volte sua atenção
para um outro tipo de produção. Em vez de seguir no rumo da
agricultura destinada a amansar a terra para a pecuária, o produtor
pode ir além na própria agricultura, saindo do ciclo curto, que exige um
trabalho árduo da família, para o ciclo médio e longo, com produtos de
maior valor agregado e, o que é melhor, que exigem menos sacrifícios
ergonométricos da família do produtor.
Mas o SAF encontra resistência por parte do produtor devido ao
seu longo período de maturação. O que foi descrito nessa experiência
como “pousio econômico” desanimava o produtor a investir no SAF.
É nesse contexto que se insere o presente trabalho. Tomando por
referência a instalação de um dos primeiros SAFs do Acre, localizado
no município de Acrelândia, e fruto do trabalho isolado realizado com
rara determinação pelo próprio produtor há 20 anos, o SAF foi elevado
tecnologicamente à condição de Sistema Agrosilvipastoril, SAS, por
meio da introdução de animais silvestres amazônicos.
Como se poderá notar na descrição a seguir, o projeto constatou
que a introdução do componente animal além de fornecer proteína para
própria unidade familiar de produção, se configura como importante
fonte de renda em um período intermediário no qual o SAF permaneceria
ocioso.
Ocorre que em determinado momento o sombreamento realizado
pelas espécies florestais já não permitem a produção da cultura
agrícola de ciclo curto, mas, no entanto, essas espécies de ciclo longo
ainda não começaram a produzir plenamente. A produção de carne e
derivados do animal silvestre, mesmo que em pequena escala, nesse
período de pousio econômico, eleva a renda gerada na propriedade de
maneira significativa.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 283
Trata-se de uma tecnologia importante para conservação de
espécies de animais silvestres da Amazônia cuja escassez é percebida
com facilidade.
Mas, também trata-se de iniciativa com elevada importância
social na medida em que contribui no fornecimento de proteína
animal para agricultores familiares e para promoção de uma cultura
de produção primária que reconheça a importância da diversidade
biológica presente na Amazônia.
Todavia a opção por inscrevê-la na categoria tecnlógica/econômica
deu-se em função de suas características de inovação tecnológica ao
consorciar espécies vegetais e animais, silvestres da Amazônia, e,
assim, elevar a renda da agricultura familiar praticada na Amazônia.
Uma experiência pioneira na região com profundos efeitos sobre
a pequena produção rural atualmente praticada.
EC-04
Projeto: Fábrica de produtos a partir de restos de
madeira de construções e de sobras de móveis
Trata-se de uma proposta de desenvolvimento de uma
metodologia para trabalhar com restos de madeira, das marcenarias,
madeireiras e construções, os quais serão utilizados para a fabricação
de artesanatos e objetos de pequeno porte, até biojóias.
Os empreendimentos citados anteriormente, geram grandes
quantidades de resíduos diariamente, os quais seriam despejados
na natureza/meio ambiente gerando entulhos que deixam a cidade
com aspecto desagradável e entopem os bueiros, vão para os rios
ocasionando os alagamentos, como temos visto nos últimos anos em
nosso Estado.
Infelizmente em nosso Estado ainda existem poucas empresas
que os reutilizam, sendo assim, será montada essa fábrica com a certeza
que haverá uma grande quantidade de pessoas que serão beneficiadas
social e financeiramente falando, sem contar o quão importante ele
será se ter um mundo melhor para as futuras gerações.
284
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Outro foco são os trabalhos que venham contemplar os presos
de Cacoal (RO), tanto do regime de semi-aberto e fechado (as peças
semi-prontas poderão ser levadas ao presídio para que os mesmos
façam os acabamentos sem precisar sair), esses produtos poderão ser
comercializados em feiras e exposições em geral, por que não dizer
para exportação? O que trará grandes benefícios a Região Amazônica
também, pois será levado em suas etiquetas o nome de nossa região.
Para que possa trazer mais benefícios, pode-se realizar a doação
de brinquedos às crianças carentes de vários municípios, pois quanto
mais peças feitas maiores serão os lucros, sejam financeiros ou para
o meio ambiente, que são valores incalculáveis. Fala-se muito em
inclusão social, mas em razão do “pré-conceito” muito pouco se tem
feito, poucos são os ex-presidiários que tem uma oportunidade para ter
uma vida melhor, bem como ter a condição de ajudar a sua família e ter
um destino feliz, para que isso ocorra é fundamental a valorização e o
respeito com o próximo que muitas vezes não teve outra saída a não
ser o mundo obscuro do crime.
Com a realização dessas atividades será incluído também os
cursos para jovens em condições de risco, essa prática ainda não
tem sido utilizada em muitos lugares, porém não basta reclamar ou
questionar, tem-se que fazer algo, pois os resultados com certeza
serão positivos e dessa política surgirá uma sociedade mais justa e
consciente no que tange ao meio ambiente.
Com certeza será visado sempre à melhoria da qualidade de
vida de todos no presente, bem como das futuras gerações, de forma
moderna e com tecnologia de ponta, com o auxílio de terceiros do
setor privado moderno nacional ou internacional, e com certeza sempre
assistidas pelo poder público. Contando sempre com o apoio dos
organismos não-governamentais e governamentais que defendem o
meio ambiente e a vidas que dependem de um planeta mais saudável,
dentre elas pode-se destacar a sociedade civil organizada ou não, pelos
governos federal, estadual e municipal, pelos sindicatos e órgãos de
defesa de classes, pelos empresários essa soma de forças é que fará
desse projeto um sonho realizado.
Diga-se de passagem, Rondônia tem se destacado mundialmente
falando, no turismo ecológico que embora um pouco tímido ainda, já tem
evoluído consideravelmente, com valorização dos recursos e riquezas
de cada localidade, e isso proporcionará maior lucratividade com as
vendas desses produtos, como se vê não faltarão clientes, pessoas
que possam trabalhar e se beneficiar desse honrado empreendimento.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 285
Buscaremos apoio das Universidades, das Faculdades, já temos
convênio com algumas, bem como das escolas Públicas e Privadas, as
quais deverão participar, principalmente, com o auxílio dos professores
e alunos de todos os cursos desde iniciantes, passando pela graduação,
especialização, mestrado e doutorado nas mais variadas áreas, pois
vários outros projetos poderão ser efetuados paralelamente, como
por exemplo, pessoas para fazerem os desenhos das peças, outro
exemplo, lugares e pessoas que possam vender a produção.
O resultado desses trabalhos deverá servir também para que
alunos possam ter material empírico para elaborar teses, dissertações
e monografias sobre os problemas e soluções encontrados no
desenvolvimento do projeto e dos trabalhos, que envolvem cada setor
da sociedade, desde a coleta da matéria prima (que são os resíduos),
até o produto final, vale ressaltar que esse projeto é um exemplo de
desenvolvimento sustentável.
O presente projeto visa também a Conscientização e Educação
Ambiental nas escolas com o apoio da SEMED (Secretaria Municipal
de Educação e Secretaria Estadual de Educação), bem como de
outros órgãos como: Secretaria Municipal e Estadual de Cultura,
SEMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), SEDAM (Secretaria
de Estado do Desenvolvimento Ambiental), Policia Militar, Agente
Penitenciários de Cacoal, Secretaria Municipal e Estadual de Saúde e
nas comunidades, bem como a Inclusão Social de ex-presidiários e
presidiários do Mini Presídio de Cacoal, para tanto, pretende-se realizar
processo de formação continuada e capacitação dessas pessoas, outrora
sem oportunidade nenhuma a vista. A estruturação, a sensibilização e a
mobilização da comunidade serão alcançadas mediante a implantação
e divulgação das ações do projeto, para alcançar essa gama de pessoas
serão feitas palestras e divulgação através da impressa falada e escrita,
pois somente assim obterá êxito total.
Vale ressaltar que, a metodologia participativa fará com que
as atividades sejam desenvolvidas por meio de sensibilização e
mobilização dos alunos, presidiários e ex-presidiários, dos parceiros
e da comunidade através de reuniões, palestras, cursos com temas
relevantes ao meio ambiente e à gestão ambiental, distribuição de
material informativo e educativo com micro orientação, de modo que
ocorra a divulgação com maior alcance possível. O projeto abrangerá
principalmente o município de Cacoal, buscando a sua replicabilidade
em vários outros municípios circunvizinhos, atingirá um número de
beneficiários diretos e indiretos incalculáveis.
286
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Categoria Empresas na Amazônia
EC-05
A empresa iniciou sua organização a partir de 1929, com a
chegada dos primeiros imigrantes Japoneses, às margens dos Rios
Acará e Tomé-Açu/Pará, que organizaram a Cooperativa de Hortaliças
do Acará (a primeira Cooperativa agrícola da Amazônia), cultivando
Cacau, Hortaliças, Arroz e Juta. Introduziram a Pimenta-do-Reino na
década de 30, transformando em 1949, na atual Cooperativa Agrícola
Mista de Tomé-Açu (Camta), que após a 2ª Guerra Mundial, elevou
Tomé-Açu no maior pólo de produção nacional e o Brasil ao topo
da exportação mundial. A região alcançou prosperidade e riqueza
com a Pimenta-do-Reino, apelidada de ‘’Diamante Negro’’, fase
que entrou em crise a partir da década de 60, com o surgimento da
doença Fusariose, dizimando os extensos monocultivos. Superando
adversidades, plantaram-se Frutíferas e Florestais da Amazônia,
consorciadas com a Pimenta-do-Reino, originando o Sistema
Agroflorestal de Tomé-Açu – Safta, garantindo o desenvolvimento
com sustentabilidade econômico-ecológico e social, através da
agroindústria de frutas tropicais, construída para atender o grande
volume de frutas produzidas nas regiões do Vale do Acará e Baixo
Tocantins. Atualmente, a Camta absorve diretamente a produção de
2.800 produtores cadastrados, beneficiando as comunidades com
preços justos, sem atravessadores, prestando Assistência Técnica,
aumentando consideravelmente as condições de renda, trabalho e
a qualidade de vida destas populações, compartilhando sua tradição
de cooperativismo, sua tecnologia do Safta, com as comunidades no
Brasil e na Bolívia, sendo realizadas através de parcerias com diversas
entidades nos projetos Sócio-Ambientais.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE EC-06
287
Projeto: Inovadores no processo de gestão e produção
de sacolas de resíduos gráficos
O Projeto Incentivadores no Processo de Gestão e Produção
de Sacolas de Resíduos gráficos é uma iniciativa microempresarial
que surge da preocupação com a problemática da gestão ambiental
e da necessidade de dispor no município de Coari de um produto
de embalagem com uma durabilidade e resistência superior às
freqüentemente utilizadas, visando introduzir um subsidio de estética
agradável que estimule a sociedade a utilizar estas sacolas com a
finalidade de ao menos diminuir o uso das sacolinhas de supermercados,
ação que se propõe a atenuar aos impactos ambientais causados com
o descarte inadequado destes insumos, bem como, agregar valor
estético ao potencial de reciclagem para reutilização disponível nas
gráficas do município.
Sensibilizar a sociedade do Município de Coari, para a utilização
de sacolas uso permanente.
A construção de uma proposta de Gestão e Produção de Sacolas
de Resíduos gráficos comprometida com exercício da busca de qualidade
de vida exige a explicação de pressuposto que devem fundamentar sua
prática, entre os quais: O meio ambiente ecologicamente equilibrado
é direito de todos, bem de uso comum essencial à sadia qualidade de
vida.
No tocante ao ambiente ecologicamente equilibrado não se limita
simplesmente à vida e sim perpassa da vida aos efeitos ocasionados
aos outros seres que diretamente estão vinculados no processo de
ações inadequadas realizadas pelo desenvolvimento não estruturado
da humanidade. Em virtude desta abordagem é relevante aferir que
preservar e defender o meio ecologicamente equilibrado é dever do
poder público e da coletividade e é um compromisso ético com as
presentes e futuras gerações.
A pesquisa no Processo de Gestão e Produção de Sacolas
de Resíduos Gráficos deve proporcionar condições para produção
e aquisição de conhecimento e habilidades e o desenvolvimento de
atitudes visando à participação individual e coletiva dos membros da
empresa, de modo que os sujeitos da ação devem ser prioritariamente
288
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
a equipe de executabilidade da proposta assessorada pelos segmentos
sociais que são afetados e onerados, de forma direta, pelo ato de
Gestão da Empresa em analise. Segmentos sociais que dispõe de
menos condições para intervirem no processo decisório, bem como o
próprio gestor empresarial.
O presente Projeto propiciará promoção à saúde e qualidade
de vida, introduzindo subsídios (Incentivando no Processo de Gestão
e Produção de Sacolas de Resíduos Gráficos) para conscientizar e
sensibilizar a gestão da empresa das patologias geradas em indivíduos
inseridos na sociedade, os quais podem vir a conviver com os efluentes
sólidos dos insumos de sua produção, visto que estes produtos podem
apresentar determinadas propriedades inadequadas a vida.
A presente proposta é uma forma de incentivar as ações que visam
serem executadas com sucesso, bem como ampliar as ferramentas
do Processo de Gestão e Produção de Sacolas de Resíduos Gráficos,
assim evidenciar a relevância das ações incumbidas no Processo de
Gestão Ambiental.
EC-07
Projeto: Aproveitamento dos resíduos de peixe: em
busca da emancipação socioeconômica de mulheres
pescadoras da Baía do Sol, na Ilha de Mosqueiro, no
Estado do Pará
As comunidades da Ilha do Mosqueiro, Distrito de Belém,
Estado do Pará têm como base de sua economia a pesca, entretanto,
os resíduos gerados pela atividade pesqueira não são aproveitados de
forma a contribuir para a geração de renda na Ilha. Tais resíduos são
descartados na natureza, gerando graves impactos ao meio ambiente.
Considerando a necessidade de aproveitar de forma integral todos
os resíduos gerados, surgiu a idéia de elaborar o presente projeto, que
tem por finalidade capacitar as mulheres pescadoras da comunidade
Baía do Sol para o aproveitamento dos resíduos do peixe (pele e
escama) no curtimento e transformação em couro para confecção de
artesanato, contribuindo, dessa forma, para a melhoria de qualidade de
vida das pessoas que vivem da pesca na Ilha do Mosqueiro, além de
promover a qualificação e conscientização para diminuição de resíduos
que são descartados no meio ambiente.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 289
Trata-se de um projeto piloto, nunca implantado na Região
Amazônica, que demandará recursos da ordem de R$ R$ 223.052,70,
cujos benefícios econômicos, sociais e ambientais gerados justificam
a sua importância para o desenvolvimento sustentável local, que se
traduz em melhoria da qualidade de vida da comunidade da Baía do Sol.
EC-08
Projeto: Turismo ecológico nas mesorregiões do
Amazonas: transporte turístico a sítios e chácaras com
rios na BR-174
A pesquisa Turismo ecológico nas mesorregiões do Amazonas:
Transporte de turista a sítios e chácaras com rios na BR-174, é a
oportunidade que os proprietários de sítios e chácaras precisavam para
criar uma renda maior e com isso realizar mais contratações de mãode-obra de moradores ao redor dos locais, gerando emprego e renda.
Na outro lado dessa questão, encontramos os turistas que visitam a
cidade de Manaus, esse público vem a nossa cidade para conhecer
nossos pontos turísticos, mas por falta um projeto de turismo ecológico,
esses turistas vão embora da nossa cidade sem ter o contato com
as maravilhas da natureza dos rios em nosso Estado. Por isso, esse
projeto busca criar uma ligação entre os donos desses ambientes com
rios na BR-174 e as empresas de transporte turístico e as agências de
turismo para vender pacotes para turistas terem contato com a calma e
a natureza refrescante dos nossos rios e incentivar o emprego e renda
com o transporte, lazer e serviços oferecidos pelos trabalhadores e
moradores das comunidades na BR-174.
Projeto: Coleta de lixo orgânico e químico (lixo branco)
EC-09
O presente trabalho tem por escopo demonstrar o quanto
é importante a coleta do lixo orgânico e químico, ou seja, do “lixo
290
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
branco” para a questão da saúde pública e, consequentemente, da
sustentabilidade do meio ambiente em que vivemos.
Para qualquer região do país, isto seria de suma importância,
na sua aplicabilidade, já que estamos em busca de todos os meios
possíveis para preservar o nosso ecossistema.
É-me imperativo apresentar trabalhos ou subsídios à toda e
qualquer região, como contribuição para a melhoria, preservação do
seu meio ambiente e, acima de tudo, a defesa da nossa saúde e bemestar.
É este, pois, o significado do meu modesto trabalho, na certeza
da melhor acolhida possível.
Valho-me, nestas primeiras palavras, do artigo 225 da nossa
Constituição de 1988: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologi­
camente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Pois bem. Em todas as palavras e conceitos que se possa
empregar o texto do artigo 225, poder-se-á também inserir a questão
do lixo branco: direto ao meio ambiente salutar, equilíbrio ecológico,
qualidade de vida sadia, responsabilidade do poder público e dos
cidadãos, defesa e preservação do sistema ambiental e, finalmente, a
utilização desse modelo para o benefício das gerações de hoje e as do
amanhã..
Vamos, então, pelas considerações gerais:
Tem sido muito discutido a questão da contaminação por parte
do lixo branco, isto é, o lixo de origem orgânico e químico.
Quando este lixo é apanhado, transportado e depositado no
denominado “lixão”, ocorre um longo processo de contaminação do ar,
das pessoas – do ecossistema, enfim.
A manipulação de tal lixo é sempre algo preocupante, já que
se sabe das muitas notícias de transmissão de doenças, contágios,
acidentes, etc.
O coletor do lixo (lixeiro), os seus transportadores e o “lixão”
em si, são sempre os mais afetados. Isto, sem falar dos catadores de
lixo que atuam nestes “lixões”. É todo um complexo tal, que devemos
estar constantemente atentos.
Produtos de hospitais, laboratórios, etc. (como seringas, agulhas,
frascos de remédios, partes orgânicas mutiladas ou extraídas), assim
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 291
como de laboratórios químicos, com composições diversas e perigosas,
exigem, pois, uma disciplina especial para o seu manuseio.
Assim é que o projeto envolve a todos os que estão nestas áreas,
visando preveni-los de qualquer contágio ou acidente.
O invólucro destes produtos, o seu apanho e o seu transporte até
o incinerador deve ocorrer com todo cuidado possível, para que todos
estejam perfeitamente isentos de qualquer contágio.
Pessoal qualificado, treinado, utilizando equipamentos adequados,
são primordiais para o êxito do projeto e sua praticidade.
Com um custo reduzido, isto é possível realizar, contando com:
pessoal treinado para a coleta e transporte até o incinerador, veículo
tipo “furgão” fechado, Instalação do incinerador só para este tipo de
lixo (orgânico e químico), supervisão da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente, supervisão da Secretaria Municipal da Saúde,
Secretaria Municipal da Fazenda, Secretaria Municipal de Obras
e Manutenção Pública.
Eis, pois, em linhas gerais, o que o projeto pode permitir ao
município, dentro dos parâmetros legais de cidade limpa, contribuindo,
assim, com o meio ambiente salutar.
Para a efetiva viabilização do projeto, há uma série de órgãos e
empresas, numa colaboração mútua.
Em vista do exposto e em razão do problema de coleta de
lixo orgânico e químico, pela contaminação que isto pode ocorrer,
elaborei este projeto, visando o envolvimento dos seguintes: como
órgão público: Prefeitura Municipal (Serviço de Coleta de Lixo, Pessoa
Especializado e Secretaria da Fazenda do Município). Já na questão da
empresas privadas, temos: Hospitais, Laboratórios de Análises, Clínicas
Veterinárias, Consultórios Médicos, Clínicas Médicas, Farmácias,
Farmácias de Manipulação, Drogarias, Consultórios Dentários, Clínicas
Dentárias, Pronto Socorros, Postos de Saúde, Clínicas Radiológicas
Pela Prefeitura Municipal, teríamos a elaboração de uma lei para
a cobrança dessa taxa de recolhimento, que poderá se efetivar através
do carnê do IPTU ou carnê distinto, cuja cobrança será mensal. Além
desse dispositivo, é necessário:
– A construção de um incinerador para que este material coletado
seja extinto, com aparelhos de descontaminador (filtro) do ar, produzido
por essa queima.
292
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
– A devida orientação e treinamento do pessoal de coleta, em
veículo próprio, sendo que estes funcionários deverão estar equipados
com proteção, principalmente nas mãos.
– Que o resultado dessa taxa seja exclusivamente direcionado
para a manutenção desse pessoal, renovação de equipamentos, frota
de veículos e manutenção destes, aquisição de material de embalagem,
etc.
– Que a Prefeitura aplicará as devidas multas por não observância
do que dispõe a lei.
– Que terá o envolvimento da Secretaria da Saúde e do Meio
Ambiente, para a efetiva orientação e aplicação desta coleta.
– Que a Prefeitura Municipal distribuirá um folheto explicativo a
todos os envolvidos, a fim de esclarecê-los dessa necessidade e da
importância que este “lixo branco” seja coletado independentemente
do lixo comum.
– Que a Prefeitura Municipal elabore um cadastro geral de todos
os envolvidos, mantendo-o sempre atualizado.
– Que a Prefeitura Municipal elabore um cronograma de retirada
do material, que deverá constar os dias da semana e os seus respectivos
horários de coleta.
Pelo lado das empresas envolvidas, neste caso a sociedade civil
como um todo, teríamos:
– A plena conscientização do programa de coleta e seus
benefícios.
– A adesão ao programa, em compromisso de não colocar o “lixo
branco” junto com o lixo comum.
– A disponibilidade de acatar estas diretrizes estabelecidas,
visando, acima de tudo, o não contágio dos coletores de lixo, bem
como das prerrogativas de defesa do Meio Ambiente.
– A manutenção do cadastro junto a Prefeitura Municipal, com o
endereço do estabelecimento, razão social, telefone, etc.
– A participação efetiva no programa, com sugestões para a
elaboração desta lei, em comum acordo, sempre tendo como objeto
o não contágio do pessoal coletor e não poluição do Meio Ambiente.
Em síntese, é um projeto de alcance geral e que poder-se-ia
contar com recursos financeiros do próprio município ou de outros
órgãos fomentadores da sustentabilidade. O próprio Ministério do
Meio Ambiente, em conjunto com as Secretarias de Meio Ambiente
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 293
dos Estados e Secretarias ou Departamentos de Meio Ambiente dos
Municípios, poderiam arcar com a locação de valores, num primeiro
plano de instalação ou realização do projeto.
Cabe-me ressaltar, nesta oportunidade, que estamos vivenciando
um perigo enorme com os ditos “lixões”, onde se joga de tudo e
tudo é depositado a céu aberto, provocando a interferência no meio
ambiente com a sua contaminação por materiais orgânicos e químicos
desprendidos de produtos ou dos componentes orgânicos de tais
organizações e entidades.
Partido de nossa sugestão, a Prefeitura Municipal de Indaiatuba,
no ano de 1989, através da Lei no. 2566, de 28.12.1989, oficializou esta
coleta e, até hoje, ela permanece na sua essência, muito embora esta
mesma coleta seja feita terceirizada.
Com isso, tenho a certeza de que os seus resultados são
promissores e de alcance geral. Cabe-me, todavia, dar a partida para
a efetiva aplicação que, não sendo de valor astronômico, causará um
grande impacto na diminuição de componentes poluidores nas cidades.
Sendo assim, os objetivos do projeto alcançam a finalidade
da sustentabilidade na Terra; os resultados serão, como dissemos,
promissores, a se ver pela constatação na cidade de Indaiatuba, SP;
o volume de recursos financeiros para a aplicabilidade do projeto não
excederá a R$ 100.000,00 (compra de veículo, instalação de incinerador,
equipamentos para coleta, cursos, etc.); a quantidade de beneficiários
será, de um modo geral, a população isenta da contaminação, inclusão
social, geração de empregos e especialização de profissionais;
metodologia empregada será de inovação, com sistema de gestão
de trabalho intenso e contínuo; as regiões envolvidas serão sempre
os municípios da aplicação do projeto; os impactos ocorridos serão
os mais benéficos para a população que se livra do contágio e das
contaminações provenientes de produtos químicos e orgânicos.
Eis, pois, o que tenho a apresentar, na certeza da melhor acolhida
por parte de todos os que desejam um ar limpo, uma melhor qualidade
de vida e um ambiente salutar, como disse já no início.
Espero, desta forma, que as autoridades políticas sejam sensíveis
aos reclamos dessa coleta seletiva e possam promovê-las em todas as
cidades, buscando o melhor para as comunidades como um todo
Lembro, aqui, que o projeto teve a acolhida da Inova Campinas,
da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) no ano de 2007,
dentro dos projetos de alcance social e colocado à disposição de todos
os interessados, sem qualquer custo.
294
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
O mais importante é que tenhamos a plena consciência do grau
de periculosidade que o lixo branco representa numa época como
a nossa, quando os descartáveis tomam esta enorme dimensão,
principalmente nas grandes cidades. Aos poderes públicos, nesta hora,
está a determinação ambiental eficaz, pronta e realmente colocada em
prática.
Projeto: Projeto Despertando Talentos
EC-10
No Wikipédia encontramos uma informação realista e que diz
muito sobre a atual situação econômica do Município de Tocantinópolis
“No que se refere à economia local, dados estatísticos demonstram
que apesar dos significativos avanços ocorridos ao longo da última
década, o município de Tocantinópolis, apresenta um quadro eco­
nômico de características deficitárias. A economia compõe-se
basicamente dos seguintes setores: funcionários públicos, comércio
varejista, prestadores de serviços, atividades agropecuárias, pequenas
indústrias, e também pelo mercado informal.“ Com este cenário a
perspectiva para os jovens talentos se perdem no horizonte, sendo
que este horizonte tem uma riqueza cultural, extrativista e histórica
que podem ser trabalhadas através de Módulos na Oficina da Jubiart,
focando alunos do ensino médio, que serão selecionados por afinidade
com a área artesanal, sendo a primeira turma de dez multiplicadores.
Atualmente a cidade de Tocantinópolis, como qualquer cidade
do interior do Estado do Tocantins, tem limitação em opção de curso
técnico e entretenimento para a juventude, principalmente focada na
arte popular/artesanal. O olhar do senso comum banaliza a riqueza
regional e cultural, impedindo uma visão empreendedora que num
futuro próximo pode gerar uma nova profissão, despertar para novos
caminhos, estimulando a autoestima da comunidade para o seu legado
histórico e cultural.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE EC-11
295
Projeto: Viabilidade técnica, economica e comercial da
industrialização de produtos de alto valor agregado a
partir de frutos exóticos da Amazonia Brasileira - uma
abordagem sustentavel para a produção de alimentos
orgânicos e geração de renda para as comunidades
locais a partir da Castanha do Pará: um modelo “fair
trade” para a Etinia Kayapó
A idéia central da ação é a agregação de valor aos frutos típicos
de origem da região do Amazônia Brasileira (Estado do Pará), que
atualmente são negociados como uma “commodity” devido a sua baixa
industrialização. As comunidades coletam frutos de forma extrativista
e os comercializam em sua forma in natura ou na forma produtos
caseiros com pouco valor agregado (licores e rações), gerando apenas
renda de subsistência. Uma vez que as comunidades não dominam as
técnicas de produção, assepsia, utilização de embalagens adequadas e
técnicas de processamento, as mesmas não conseguem comercializar
seus produtos em mercados locais e regionais. Assim, fica clara a
contribuição da universidade na disseminação desses conhecimentos
técnicos através dos alunos de engenharia de alimentos, que
recebem matéria-prima das comunidades, tem suas aulas praticas/
experimentais com essa matéria-prima (gerando produtos que
depois serão comercializados). Desta forma, temos um ciclo de
sustentabilidade interessante entre: Comunidade (Gerando renda),
alunos (desenvolvendo novos produtos e compartilhando técnicas) e
Universidade (gerando conhecimento e tendo seus custos de aquisição
de matéria prima para as aulas reduzidos), produzindo então um modelo
de comercio justo (Fair Trade).
Projeto: Monitoramento de dióxido de carbono
EC-12
O Brasil está comprometido com a preservação ambiental e com
a redução dos gases que produzem o efeito estufa como o dióxido de
carbono (CO2), produzido pelas queimadas principalmente na Região
Amazônica. Este compromisso tem sido reafirmado em reuniões
296
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
internacionais tendo o país assinado protocolos e se comprometido
com metas de redução neste sentido. Do ponto de vista econômico
a comunidade internacional e as Nações Unidas movimentam-se no
sentido de criar um mercado de negociação de créditos de Carbono
através de um programa colaborativo de redução de emissões causadas
por desflorestamento e degradação de florestas (REDD). Para isto o
país tem que monitorar e medir estas quantidades de emissão de uma
forma eficiente e aceita para arbitragem internacional.
O Brasil tem atuado de maneira internacionalmente reconhecida
para monitorar o desmatamento através de satélites de sensoriamento
remoto e processos de medição destas áreas. Este recurso tem
permitido aos órgãos do Governo atuar com mais eficácia na repres­
são ao desmatamento. Já há no país o conhecimento para este
monitoramento e esta tecnologia está sendo inclusive exportada para
outros países da região tropical. Entretanto para a medição de emissões
de modo a permitir uma maior inserção internacional do país nestas
negociações o país ainda não possui meios para isto, muito embora a
infra-estrutura de satélites já seja de domínio do país. Isto porque os
custos para uma missão como esta com o uso de satélites é muito
elevado e esta tecnologia está surgindo agora no mundo.
O Brasil inicia também o desenvolvimento de pequenos satélites
dento do padrão conhecido como cubesats, que têm o formato de um
pequeno cubo com 10 cm. de aresta e 1 kg. de massa. Estes satélites
são de baixíssimo custo quando comparados aos de maior porte,
inclusive para o seu lançamento e operação. A proposta do projeto
é a medição de dióxido de carbono emitido na região da floresta
amazônica através de sensores (câmeras) infra vermelhos embarcados
em cubesats.
EC-13
Projeto: Desenvolvimento de Equipamento para
Manutenção e Transporte de Banana
O potencial do Brasil e da Amazônia para o desenvolvimento
da agricultura, cultivo, plantio de banana é imenso. A Região
Amazônica constituída por 58,5 % da extensão territorial do Brasil
com aproximadamente Sete milhões de km² de floresta possui terras
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 297
e várzeas disponíveis a agricultura e ainda relativamente baratas na
maior parte do país, mão-de-obra abundante e crescente demanda
por banana (theobroma graniflorum), no mercado interno e externo,
propicia o cultivo de banana, e poderá contribuir para o abastecimento
da população Brasileira, mas existem alguns gargalos no que se refere
ao transporte e comercialização de banana produzida na região. Entre
estes gargalos apresenta-se a falta de um equipamento que facilite,
evite perdas e permita um transporte seguro propiciando uma melhor
qualidade de comercialização de bananas. O projeto possibilitará
estabelecer sistema tecnológico que reduzirá as perdas econômicas
no transporte de banana.
A bananeira é uma espécie de grande importância socioeconômica
para a Amazônia e para o Brasil, devido ao seu enorme potencial de
aproveitamento integral de matéria-prima. Uma das mais rentáveis
possibilidades comerciais da banana na região é a produção e
comercialização de seu fruto in natura, para comercialização de vários
derivados que são utilizados na culinária como alimentação popular e
na fabricação de farinha, banana frita, sucos, picolés, sorvetes e doces.
E sua casca é bastante utilizada como fonte de proteínas no alimento e
para fins de adubo orgânico (Sudam/Pnud, 2000).
Devido à necessidade de melhoria no setor primário, não só
no Amazônia, como também no Brasil, Este projeto consiste em
desenvolver um equipamento container para manutenção e transporte
de banana em cacho pendurado que venha facilitar etapas de transporte
e ajudar os agricultores, produtores de banana, compreendendo
requisitos de sistema de encaixe do talo do cacho da banana na tampa
com trava de segurança, pino inferior de fixação do cacho, proteção
contra machucados avarias na banana resistência do material do
equipamento para empilhamento, considerando desde a colheita até
chegada nos mercados e feiras.
Desta forma o projeto prevê o desenvolvimento de um
equipamento container de banana que possa ser empilhado e
transportado a pequena e longa distância por via terrestre em carreta
e caminhão, fluvial barco e aérea avião. Atualmente as bananas
são transportadas em carroceria de carreta e caminhão de forma
desordenada, amontoadas uma por cima da outra, sem nenhuma
proteção contra machucados. Este processo é ineficiente e são
relatadas muitas perdas e avarias no transporte comprometendo parte
da produção economicamente.
298
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Os desafios construtivos do equipamento demandam por
conhecimentos em sistemas de designe mecânico construtivo
e de resistência do material empregado no equipamento. Neste
sentido os pesquisadores proponentes atendem a estes requisitos.
O desenvolvimento do projeto se dará em uma instituição de pesquisa
do Estado do Amazonas e contemplará os passos necessários para o
desenvolvimento mecânico do sistema no equipamento, sistema de
manutenção e resistência do equipamento.
Na primeira etapa do projeto será feito o desenvolvimento
das etapas de otimização de transporte e proteção das bananas,
resistência e manutenção do equipamento. Na segunda etapa do
projeto este equipamento será testado pela equipe de suporte técnico
em escala menor, quando será disponibilizado para o Idam e Secretaria
de Produção Rural para realização de teste em escala real. Após os
testes em escala real, serão feitos os testes mecânicos do sistema.
No final do projeto será feito um pedido de proteção intelectual do
produto gerado na pesquisa.
EC-14
Projeto: Rede de Consumo da Região Metropolitana
de Belém
Criar uma rede de consumo física e virtual que vise beneficiar os
dois lados da sociedade capitalista: o produtor e o consumidor.
No que se refere ao produtor, este será beneficiado pela
consolidação de seus empreendimentos, firmação conquistada pelo
apoio organizacional que este projeto proporciona, assim como também
cria e solidifica a cultura empreendedora baseada nos valores da
economia popular solidária, tornando suas atividades empreendedoras
auto-sustentáveis.
No tocante ao consumidor este será beneficiado por produtos de
maior qualidade (pois o intuito do projeto é contemplar em sua maioria
produtos orgânicos), a preços mais acessíveis (pelo projeto eliminar
todo e qualquer atravessador que antes existia na cadeia produtiva) e
possibilitar a entrega direta na casa do consumidor (agregando uma
comodidade maior a uma vida cada vez mais corrida).
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 299
A rede de consumo é física e virtual, pois será operacionalizada
por uma associação criada com a finalidade de criar pontos de consumo
para comercialização da produção e para criar estratégias de captação
da produção, excluindo todo e qualquer atravessador, favorecendo com
isso o produtor e o consumidor. O meio virtual da rede de consumo
será realizado através de uma home page no qual o consumidor pagará
somente o que está comprando, acrescentando-se apenas cinqüenta
centavos (em forma de taxa) a mais a cada compra, possibilitando ao
consumidor a escolha da maneira que deseja receber suas compras:
em sua residência (não sendo cobrada taxa de entrega) ou em um dos
postos de entrega fixo; todas as compras serão entregues sempre em
sacolas de papel reciclado.
EC-15
Projeto: Pousada Ecológica voltada à Exploração
do Ecoturismo em vista a incentivar o Turismo
Sustentável na Amazônia
O empreendimento a ser construído é uma pousada ecológica
de pequeno porte voltada à exploração do ecoturismo, que traz na
sua essência o contato com a natureza, respeitando-a, distanciando o
hóspede da vida agitada dos grandes centros urbanos.
O complexo será composto de apartamentos, num padrão de
construção do tipo econômico, bastante preocupado com o conforto
e o bem-estar da clientela. Para isso se utilizará a Permacultura
como metodologia de planejamento onde envolverá as pessoas em
atividades de auto-produção dos aspectos básicos de suas vidas
quanto a abrigo, alimento, transporte, saúde, bem-estar, educação e
energias sustentáveis com serviços pioneiros no Estado do Amazonas.
300
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Categoria
Empreendedorismo na Amazônia
Projeto: MMMmmmmm mmmmnnn mmmnnnn
EA-01
A Amazônia possui um grande potencial a ser explorado de
maneira sustentável como fornecedora de biocompostos com alta
atividade antioxidante. Entre eles, os compostos fenólicos, classificados
como bioativos, têm merecido um destaque particular na última década
na prevenção de doenças crônico-degenerativas e na formulação de
cremes fitoquimioprotetores, os quais auxiliam na regeneração da pele
após exposição a agressões externas.
Um dos grandes problemas em estabelecer um desenvolvimento
sustentável para a Região Amazônica está no pouco conhecimento
científico e tecnológico disponível que atenda a demanda da região.
Atualmente, os investimentos brasileiros na Amazônia Legal ainda são
tímidos quando comparados com as demais regiões do país, apesar do
reconhecimento de que houve na última década uma postura favorável
por parte do Estado Brasileiro buscando a mudança desse quadro.
A Empresa insere-se neste cenário econômico promissor para
alavancar e fortalecer, também, a economia regional, uma vez que esta
empresa utiliza a cadeia comercial da agricultura familiar para adquirir
suas matérias-primas, principalmente, por meio de cooperativas
agrícolas, como a Cofruta (Cooperativa dos Fruticultores de Abaetetuba);
a Camta e a Asdecono.
O modelo de negócio da empresa contribui para um aumento
de renda para as famílias de pequenos produtores que cultivam
estas plantas e frutas, já que a Empresa sempre adquire estes
insumos a preços superiores aos praticados pelo mercado, além de
realizar significativos investimentos de melhoria na infra-estrutura e
certificações industriais das cooperativas utilizadas (i.e. mais de R$
100 mil investidos na cooperativa Cofruta ao longo do ano de 2010 e
previsão de R$ 150 mil em 2011, fora os treinamentos coordenados).
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 301
Esta empresa realmente tem a chance de se tornar a primeira
fornecedora global de antioxidantes naturais (biocompostos) e
óleos naturais a partir de espécies nativas do Bioma Amazônico,
transformando um velho sonho mundial de aliar desenvolvimento
econômico, inovação tecnológica e preservação ambiental em um
caso concreto de sucesso.
Com a tecnologia de ponta e o conhecimento científico inovadores
utilizados pela empresa na agregação de valor sócio-econômico a partir
de folhas de árvores (Inga edulis, ingá e Byrsonima crassifolia, muruci)
e frutas (Euterpe oleracea, açaí) típicas do Bioma Amazônico, o modelo
de negócio desta empresa também contribui com a redução da taxa
de desmatamento ao explorar espécies nativas como o açaí e com
a recuperação de áreas degradadas ao explorar sustentavelmente as
folhas de espécies regeneradoras do solo, como o ingá e o muruci.
Projeto: Projeto 3E: eu escolho estudar
EA-02
A Fundação Aquarela é o braço social da Rede Energia, um dos
maiores grupos empresariais privados do setor elétrico brasileiro que
atua na distribuição, comercialização e geração de energia. As nove
distribuidoras que formam o grupo levam energia a 17 milhões de
brasileiros, em 578 municípios, de sete diferentes estados: Pará,
Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e
São Paulo. A empresa é responsável por levar luz elétrica para 34% de
todo o território nacional.
A Fundação é uma entidade privada, sem fins lucrativos,
formalmente declarada de utilidade pública federal pela Portaria n
1.584, de 01 de Outubro de 2007, e tem suas ações direcionadas a
projetos de responsabilidade social para crianças e jovens nas áreas de
educação e esporte.
A missão da organização consiste em proteger e desenvolver
as virtudes e talentos do cidadão brasileiro ainda na infância, com
a convicção de que para nossa nação crescer justa e líder, nossas
crianças devem crescer na plenitude de sua cidadania.
302
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
A Fundação Aquarela foi criada e é mantida pelas empresas da
Rede Energia, surgiu da experiência de seus idealizadores, Jorge Queiroz
de Moraes Junior e Regina Rusca Queiroz de Moraes, com o projeto
Cidadania no Campo, implantado em 1999, na cidade de Bragança
Paulista no Estado de São Paulo, que atende a aproximadamente 100
crianças.
EA-03
Projeto: Obtenção de Enzimas Amilolíticas e
Lignocelulolíticas a partir da Micobiota isolada do
Papelão
A empresa Ecobios foi criada em agosto de 2007 com a finalidade
de prestar serviços de Consultoria Ambiental e Análise Microbiológica
no Estado do Amazonas, colaborando para a conservação do meio
ambiente e o desenvolvimento sustentável dos recursos naturais em
benefício principalmente da população regional. Tendo em vista o
surgimento e crescimento na área de meio ambiente no Amazonas,
como conseqüência da implantação de um conjunto de leis e
regulamentos ambientais, visando o controle às atividades industriais
e urbanas.
As finalidades previstas de acordo com cláusulas de sua
criação são oferecer serviços de análise microbiológica de águas, ar
atmosférico e produtos diversos, promovendo e executando estudos,
pesquisas científicas e desenvolvimento tecnológico relacionado com
o meio ambiente natural e com os sistemas sócio-econômicos-culturais
da Região Amazônica, assim como realizar atividades de extensão,
com vistas à aplicação do conhecimento científico e tecnológico ao
desenvolvimento regional.
No que se refere as empresas no ramo de Análise Microbiológica,
sabe-se que ocorre baixa capacidade local instalada para realizar
pesquisas na área biológica, farmacológica e tecnológica. Toda esta
problemática acaba se refletindo numa dificuldade para as empresas e
indústrias que precisam utilizar serviços de laboratórios fora do Estado,
na maioria com custos altos de análise, encarecendo os serviços e
muitas vezes com a demora para o recebimento dos resultados.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 303
A Ecobios contribui na região com a implantação de serviços de
Análise Microbiológica às Pessoas Físicas e Jurídicas, com o objetivo
de promover o desenvolvimento do Estado do Amazonas e fornecer
subsídios para a correta prestação de serviços ao consumidor de
acordo com as exigências da legislação, além da possibilidade de
prestar assessoria a estas empresas na busca pela excelência dos
serviços, garantindo a saúde da população, promovendo-se assim o
desenvolvimento regional.
A colaboração entre pesquisadores da Fundação Oswaldo
Cruz/IOC/RJ (Micologia) e Universidade Nilton Lins, permitirá o
desenvolvimento das ações propostas, preenchendo uma grande
lacuna existente nessas áreas de pesquisa na Região Amazônica.
Categoria Projetos Estruturantes
PE-01
Projeto: Proposição de novas cadeias produtivas
sustentáveis na Amazônia visando à preparação de
adsorventes para remediação de recursos hídricos
contaminados
Os recursos hídricos são elementos fundamentais, já que
seus múltiplos usos são indispensáveis ao desenvolvimento dos
seres vivos. A preocupação com a poluição desse recurso natural se
deve aos problemas ambientais causados pelas diversas atividades
antrópicas. As atividades industriais e agropecuárias contribuem
para o aumento da contaminação das águas e sendo assim, torna-se
indispensável um estudo ambiental mais direcionado, visando uma
proposição da recuperação deste importante recurso natural. Além
de um acompanhamento da qualidade das águas, faz-se necessário a
busca de meios sustentáveis para a remediação deste compartimento
ambiental contaminado. Existem muitas alternativas que possibilitam
a recuperação dos recursos naturais e uma opção para remoção de
contaminantes é o processo de adsorção, especialmente quando se
usam adsorventes naturais, tais como os co-produtos agroindustriais.
Esta proposta propõe a utilização de materiais adsorventes alternativos,
tais como a torta das sementes de Jatropha curcas (pinhão manso),
304
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Moringa oleífera (moringa) e de Crambe Hochst abyssinica (crambe),
pois estas três culturas tem se destacado como uma excelente
alternativa na produção de óleo para fabricação de biodiesel. Dessa
forma, o objetivo principal deste trabalho é utilizar estes resíduos na
preparação de materiais com alta capacidade de adsorção e, desta
forma, obter alta eficiência na redução e/ou remoção de metais pesados
tóxicos e agrotóxicos (organoclorados e organofosforados), utilizando
este biossorvente alternativo e sustentável na remediação de águas
contaminadas. Espera-se que, em sendo alcançados estes objetivos,
esta proposta possa incentivar uma maior produção destas espécies
vegetais e que seus resíduos sejam transformados em materiais
adsorventes alternativos e sustentáveis visando a remediação de
recursos hídricos, consolidando estas culturas como cadeias produtivas
sustentáveis, com regeneração contínua dos recursos naturais.
PE-02
Projeto: Parceria Público Privado (PPP) essencial
para um Arranjo Produtivo Local (APL) visando o
desenvolvimento da pipeline de Fitoterápicos na
Amazônia
Recentemente o Conselho de Desenvolvimento Econômico do
Amazonas aprovou a inclusão da indústria de medicamentos genéricos
EMS no programa de desoneração de ICMS do Estado. Detentora de
um mercado anual estimado em R$6 200 000.000,00 (seis bilhões e
duzentos milhões de reais) a empresa ocupa o 1º. lugar nas vendas
de medicamentos genéricos do país. Os benefícios fiscais terão sua
contrapartida na instalação de uma fábrica de comprimidos e cápsulas
no parque industrial de Manaus, com investimento total de R$180
milhões.
A decisão política, de cunho econômico imediatista, traz consigo
a criação de posições de trabalho em vários níveis, o aprimoramento
técnico-científico de profissionais da área farmacêutica, a demanda
de produtos e serviços necessários à manutenção da planta de
medicamentos. Com a nova inclusão, a Governança do Parque Industrial
de Manaus será fortalecida e poderá aumentar o suporte estrutural a
futuros empreendimentos do Arranjo Produtivo Local (APL) na área da
Saúde e medicamentos.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 305
O Brasil foi um dos muitos países a se beneficiar com a
política de genéricos na área da saúde, mas ao contrário dos demais
concorrentes internacionais imediatos (BRICS), não desenvolveu
a química sintética para abastecer o mercado local com produtos
genéricos “bioequivalentes”. Em consequência, é obrigado a recorrer à
importação, nem sempre satisfatória, de insumos duvidosos produzidos
por seus competidores, principalmente da Índia e da China. Dos 98
fabricantes de medicamentos genéricos no Brasil, a maioria funciona
como montadores de cápsulas e comprimidos. É voz corrente que a
“química brasileira perdeu o barco da saúde há algumas décadas”.
Nem por isso os benefícios trazidos com a política dos genéricos
deixaram de ser marcantes do ponto de vista social (menor custo e
acesso a medicamentos) e econômico (mercado equivalente a 20% da
venda total de medicamentos no Brasil).
No entanto, do ponto de vista de inovação e competitividade,
a perspectiva científica no país não será melhorada apenas com o
grande empacotamento de genéricos. A autonomia terapêutica na
saúde brasileira exige investimentos em pesquisa e desenvolvimento
de novos produtos globalmente competitivos.
A crise de inovação na área de medicamentos é internacional.
Não é situação local, mesmo porque o Brasil não tem tradição de
desenvolver medicamentos. A crise é sentida e analisada com
preocupação principalmente nos países que dominam a tecnologia
e a inovação de fármacos. O insucesso prolongado na obtenção de
novos medicamentos forçou o escrutínio crítico em escala crescente
nos países centrais: todos os atores passaram pelo banco dos réus.
Primeiramente foram culpadas “as burlas às patentes nos países
menos desenvolvidos” que diminuíram o retorno dos investimentos
“onerados pelo ônus e burlados no bônus”; este argumento perdeu
sustentação ao longo do tempo. O insucesso repetido repassou a culpa
aos modelos animais, considerados inadequados ao não reproduzirem
as enfermidades humanas; finalmente, a culpa chegou aos cientistas
“despreparados” para a inovação. Principalmente os de países
periféricos, que sequer animais de qualidade conseguem criar.
A cadeia de culpas pode não ter se esgotado, mas qualquer
outro motivo será irrelevante se pelo menos parte desses argumentos
mencionados for verdadeira. Se os cientistas não sabem e os
animais não servem, será preciso mudar os paradigmas da pesquisa
de medicamentos estabelecidos há quase 100 anos. A situação é
preocupante.
306
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
O fato é que dos 85 registros de novos medicamentos esperados
no NIH americano, o ano registrou apenas 17 (!!), preocupação para uns
que vêem suas patentes serem vencidas sem reposição do portfolio,
contentamento para outros que trabalham com genéricos. No Brasil,
a aquisição da indústria de medicamentos genéricos Medley pela
multinacional Sanofi-Aventis, em 2009, é sinalizadora dos novos rumos
que tomam as empresas multinacionais. A caducidade das patentes
não impacta, porém, o parque industrial instalado na Amazônia, porque
Fitoterápicos raramente as tem. Por outro lado, o laboratório químico
natural “escondido” na Biodiversidade Amazônica é nosso grande
trunfo e esperança de inovação medicamentosa. Seria desastroso
perder mais uma vez o barco de medicamentos por falta de infraestrutura científica atuante, moderna e confiável!
É nesse contexto de dificuldades e esperanças que este projeto
estruturante propõe a criação de um Centro Vocacional Produtivo
de Animais (CVPA) essencial ao Arranjo Produtivo Regional que se
estabelece na Amazônia para o desenvolvimento de fitoterápicos,
fitomedicamentos e cosméticos naturais. O objetivo principal é garantir
que as pesquisas farmacológicas e toxicológicas realizadas nas 16
Universidades Federais, nas 5 Universidade Estaduais, nos 5 Institutos
de Pesquisa, nas 36 Universidades privadas e nas poucas empresas
regionais, contem com animais de qualidade em todos os 07 Estados
da Amazônia que guardam nossa riqueza “escondida”.
Atualmente a criação de animais para pesquisa é inexistente
na região, ou é de baixo nível; os insumos são de baixa qualidade,
as instalações são rudimentares, os pesquisadores e técnicos mal
treinados. Consequentemente, ressalvadas as exceções que fogem à
regra, os resultados obtidos não são confiáveis e tem baixa credibilidade.
Portanto, embutido na responsabilidade de disponibilizar animais de
qualidade num projeto estruturante, está o propósito de aumentar a
credibilidade nos fitoterápicos oriundos da Biodiversidade Amazônica.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE PE-03
307
Projeto: Desenvolvimento de um Sistema de
Estabilização Transversal para Embarcações Regionais
na Amazônia
Amazônia legal corresponde a 42% do território brasileiro. Possui
a maior bacia hidrográfica do mundo, com 20% das reservas mundiais
de água doce.
Esta região possui população estimada em 22 milhões de brasi­
leiros que dependem diretamente da malha fluvial dos rios para suas
atividades econômicas e deslocamentos entre cidades e povoados,
uma vez que a sua malha rodoviária é a mais limitada do país.
As embarcações regionais desempenham papel essencial
no transporte de carga e passageiros na região. Notadamente no
Estado do Amazonas, a relação entre hidrovias e rodovias é ainda
mais acentuada. Infelizmente, todo ano ocorrem diversos naufrágios
tendo como consequência a perda de vidas e prejuízos materiais. Parte
destes naufrágios se dão por instabilidade transversal nas embarcações
(tombamento), ocasionados por motivos diversos.
A estabilidade de embarcações depende de parâmetros de
arquitetura naval, presentes na execução do projeto e em função da
distribuição da carga sobre o casco, Fossen(1994), Gilmer (1982) e
Clayton (1982). Ou seja, a estabilidade transversal é obtida graças a
parâmetros de projeto e da distribuição de carga ao longo do casco.
Esta abordagem emprega, em última instância, condições de controle
estáticas enquanto a embarcação está submetida a uma ambiente
essencialmente dinâmico. Perturbações causadas pelo ambiente
externo, ou interno, podem produzir o deslocamento da carga,
conduzindo a embarcação para inclinações transversais além do limite
de estabilidade, produzindo seu tombamento.
Entretanto, a condição de perturbação oscilante produzida pela
natureza das forças agindo sobre a embarcação pode ser atenuada com
o emprego de servossistemas. Ou seja, propomos uma abordagem
dinâmica para um problema dinâmico. A implementação de um controle
de estabilização transversal deve reduzir as condições para que a
embarcação atinja ângulos de inclinações críticos para sua estabilidade
transversal. Deve portanto ser capaz de melhorar a segurança do
transporte de cargas e passageiros, reduzindo as perdas humanas e
308
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
materiais. Este trabalho propõe o projeto e construção de um modelo de
estimação para a estabilidade transversal de embarcações amazônicas,
utilizando dados reais, para o desenvolvimento de um dispositivo de
estabilização transversal aplicado a embarcações regionais.
Espera-se que o desenvolvimento de tal modelo permita uma
compreensão aprofundada da estabilidade transversal e com isso
seja possível propor soluções, sejam elas dinâmicas ou sejam elas
emergenciais, de modo a reconduzir a embarcação para inclinações
seguras, garantindo robustez efetiva na segurança de cargas e vidas
humanas.
Projeto: Projeto Sinergia
PE-04
O projeto Sinergia, executado pela Oscip Centro de Pesquisas
do Pantanal e financiado pelo CNPq, vem propiciando integração
acadêmica supracontinental na construção e compartilhamento de
informações científicas relacionadas às adaptações às mudanças
climáticas, em articulação com outros importantes setores da gestão
dos recursos hídricos: múltiplos níveis de governos, setor privado e
sociedade civil, a fim de gerar uma agenda de recomendações de
políticas públicas e privadas para adaptação as mudanças climáticas
na bacia do Rio Paraguai (compartilhada por Brasil, Bolívia, Paraguai e
Argentina).
Projeto: Sorvetes GAM
PE-05
Objetiva otimizar as práticas de trabalho, facilitando a visualização
administrativa do negócio e dando a todos melhores possibilidades
para produzir mais.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE PE-06
309
Projeto: Luminárias fotovoltaicas integradas a
iluminação pública urbana
A iluminação pública é um serviço assegurado pela constituição,
em seu artigo 30. É classificado como indicador para qualidade de vida,
asseguração da integridade física e patrimonial em contenção a ações
degradantes que ocorrem na sociedade. A disponibilidade de um centro
urbano suprido com iluminação sustentável advinda de luminárias
fotovoltaicas propostas neste modelo é capaz de proporcionar menores
custos para manter o serviço, além de poder entregar energia ao atual
sistema.
Projeto: Zero PET no Lixo
PE-07
Incrementar a logística reversa dos produtos que utilizam
garrafas PET, utilizando amassador de garrafa plástica manual e de fácil
operação, proporcionando maior eficiência na organização da coleta,
armazenamento, transporte e, com isso, aumentar a quantidade de
matéria prima ofertada para as empresas de reciclagem de plástico
sediadas Manaus.
310
PE-08
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Compostagem de resíduos orgânicos para
fins de adubação de hortas caseiras
A compostagem é uma técnica milenar, praticada pelos
chineses há mais de cinco mil anos, nada mais é do que o processo
natural de decomposição biológica de materiais orgânicos (aqueles
que possuem carbono em sua estrutura) de origem animal e vegetal
pela ação de microorganismos. Para que ela ocorra não é necessária
a adição de qualquer componente físico ou químico à massa do lixo.
Nada muito diferente do que natureza faz a bilhões de anos desde que
surgiram os primeiros microorganismos decompositores. Através de
uma simples composteira (uma caixa de plástico, lixeira, caixote de
madeira, etc) podemos recriar o ambiente onde os microorganismos
decompositores transformam os resíduos orgânicos em um composto
rico em nutrientes e húmus que pode ser utilizado de diversas formas.
A compostagem pode ser aeróbia ou anaeróbia, em função
da presença ou não de oxigênio no processo. Na compostagem
aeróbia, processo mais adequado ao tratamento do lixo domiciliar,
a decomposição é realizada por microorganismos que só vivem
na presença de oxigênio. A temperatura pode chegar a até 70ºC.
Os odores emanados não são agressivos e a decomposição é mais
veloz. O processo de compostagem aeróbio de resíduos orgânicos
tem como produto final o composto orgânico, um material rico em
húmus e nutrientes minerais que pode ser utilizado na agricultura
como recondicionador de solos, com algum potencial fertilizante.
O processo de compostagem aeróbia pode ser dividido em
duas fases. A primeira, chamada de "bioestabilização", caracterizada
pela redução da temperatura da massa orgânica que, após ter atingido
temperaturas de até 65°C, estabiliza-se na temperatura ambiente. Esta
fase dura cerca de 45 dias em sistemas de compostagem acelerada e
60 dias nos sistemas de compostagem natural.
A segunda fase, chamada de "maturação", dura mais 30 dias.
Nesta fase ocorre a humificação e a mineralização da matéria orgânica.
O composto pode ser aplicado ao solo logo depois de encerrada a
primeira fase, sem prejuízo da maturação nem do plantio.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 311
O controle de alguns fatores pode favorecer a proliferação
rápida e homogeneamente dos microorganismos em toda massa, a
citar: temperatura; umidade; aeração; relação C/N; pH; tamanho das
partículas. Quanto maior for à exposição ao oxigênio da matéria orgânica,
maior será a sua velocidade de decomposição. Dessa forma, quanto
menor for o tamanho da partícula maior será a superfície de exposição
ao oxigênio e conseqüentemente menor o tempo de compostagem.
O processo de aeração do composto pode ser feito revolvendose o material com pás carregadeiras ou máquinas especiais. Em
pequenas unidades, este reviramento pode ser feito à mão.
Desenvolveremos o trabalho coletando resíduos orgânicos,
dispondo-os em uma composteira de engradado de PVC ou de madeira,
alternando camadas de composto já pronto, resíduos e material inerte
(folhas secas, galhos, podas). As composteiras serão monitoradas
diariamente, onde serão observados e anotados parâmetros como
umidade, odor e temperatura.
Categoria SDR-Educacional
SDR-ED-01
Projeto: Integrando família e escola: uma proposta
de ação-reflexão-ação visando beneficiar crianças da
Educação Infantil da rede municipal de ensino de Boa
Vista-RR
A educação é um direito inalienável do homem, sendo a família
a responsável pela transmissão dos valores e das normas, além de
contribuir para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança
em conjunção com o trabalho das escolas. É na infância que grande
parte das informações adquiridas se processa e a escola pode promover
ou não o acesso ao conhecimento mais elaborado pelo indivíduo, o que
depende diretamente da intencionalidade e sistematicidade do trabalho
pedagógico nela desenvolvido. A educação infantil, primeira etapa da
Educação Básica, necessita pautar-se em propostas pedagógicas
que promovam o pleno desenvolvimento da criança, oferecendo à ela
312
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
subsídios para que construa significados e cultura, em colaboração
contínua com a família. A família e a escola devem oferecer a base
necessária para que se estruture na criança uma personalidade
efetivamente humanizadora. A proposta atual é de que creches e préescolas não substituam a família e nem antecipem práticas tradicionais
de escolarização, que se prendem a atividades pré-fixadas que, na
maioria das vezes, estão distantes das reais necessidades dos pequenos,
não respeitando e nem valorizando as potencialidades dos mesmos,
nem as suas possibilidades de aprender. É preciso que a formação
dos profissionais da Educação Infantil busque transformar o olhar
sobre a infância, modificando a concepção de criança passiva, limitada
e inconsistente. É preciso, ainda, que a família possa compreender o
real papel do espaço pedagógico no processo de desenvolvimento e
aprendizagem da criança pequena. Assim, este projeto será direcionado
aos professores, gestores e demais profissionais do município de Boa
Vista, que atuam na Educação Infantil, e às famílias das crianças, na
busca de contribuir para que se ampliem os debates sobre as questões
relacionadas ao tema, visando desfazer conceitos errôneos acerca do
que é criança, do que é infância, do que é educação infantil, contribuindo,
desta forma, para a valorização e respeito das especificidades infantis e
o reconhecimento da criança enquanto sujeito de direitos.
Projeto: Barco para fins Turísticos Científicos
SDR-ED-02
O projeto tem o objetivo de fazer a adaptação de um abraço
regional para que o mesmo sirva para receber turistas com interesse
específico na área científica, mais especificamente na área de águas,
interface água-solo, comunidades ribeirinhas e flora.
O desenvolvimento do projeto se dará em uma instituição
de pesquisa do Estado do Amazonas e contemplará os passos
necessários para o desenvolvimento projeto. O barco será adaptado
para turismo de contemplação, mas incluirá informações técnicas
e científicas aos turistas para que os mesmos possam vivenciar as
atividades dos pesquisadores amazônidas e realizar um intercâmbio
com o conhecimento tradicional de forma organizada com a finalidade
principal que é o conhecimento científico. O projeto prevê a adaptação
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 313
de um barco equipado com sistemas de coleta e análises de
parâmetros básicos de qualidade de águas, microscópios, sistema de
georreferenciamento, batimetria, internet e sistema de vídeo-aulas
permitindo que o turista nacional ou estrangeiro participe de uma
pequena expedição pelos rios da Amazônia.
Projeto: Ensino Superior Público Federal
SDR-ED-03
Proposta sintetizada no formulario Criação e implantação da
UFOPA.
Projeto: Rastrear: A arte de ver
SDR-ED-04
O presente projeto visa a preservação ambiental e organização
social, através da implantação do Núcleo Rastrear no município de
Muaná, contando com um espaço físico no qual serão ministrados
cursos diversos voltados à Educação Ambiental, em parceria com as
escolas da região, e que servirá também como ponto de apoio para
pesquisas científicas, reunião de lideranças locais, e principalmente para
o treinamento de um grupo de jovens de Muaná, visando a geração de
competências empreendedoras a partir do ecoturismo e observação
da natureza, por meio da técnica de rastreamento de pegadas.
314
SDR-ED-05
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: UCA Manaus: pesquisa e desenvolvimento
de jogos educativos para uso nos laptops do programa
Um computador por aluno e seus impactos no
processo ensino-aprendizagem
O projeto UCA Manaus foi concebido para compreender a
importância da implementação do Programa do Governo Federal Um
Computador do Aluno, e suas contribuições para o processo ensinoaprendizagem na Escola Municipal João Alfredo em Manaus, tomando
por base a utilização de jogos educativos e os impactos sociais,
comunicacionais e de inclusão digital provocados pelo uso do laptop
educacional.
SDR-ED-06
Projeto: Manejo da adubação potássica e da irrigação
no progresso de doenças fúngicas e produtividade da
melancia
Entre as principais doenças da melancia, o crestamento gomoso
do caule (Didymella bryoniae) e o míldio (Pseudoperonospora cubensis)
se destacam devido às grandes perdas que causam na produtividade
e qualidade de frutos. Foram conduzidos dois ensaios em condições
de campo em Gurupi, Tocantins, nos anos de 2009 e 2010. No ensaio
I, objetivou-se avaliar a influência da adubação potássica no progresso
do crestamento gomoso e produtividade da melancia. Utilizou-se
delineamento em blocos ao acaso, sendo os tratamentos constituídos
de três doses de potássio aplicadas em cobertura (0, 50 e 100 kg ha-1
de KCl) e 12 repetições. Foi avaliada a severidade do crestamento
gomoso, por meio de uma escala de notas e os dados de produção
e qualidade dos frutos. No ensaio II, objetivou-se estudar a influência
da lâmina de água e intervalo de irrigação no progresso do míldio.
Utilizou-se delineamento em blocos ao acaso com quatro repetições,
em esquema fatorial de 3 x 3, três lâminas de irrigação (100, 300 e 500
mm de água durante o ciclo da cultura) e três intervalos de irrigação.
Avaliou-se além da severidade do míldio, também a produção e a
qualidade dos frutos. Constatou-se que as doses de potássio não
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 315
influenciaram no progresso do crestamento gomoso e no número,
peso médio e qualidade dos frutos. As lâminas de irrigação aplicadas
influenciaram no progresso do míldio. Maiores níveis de severidade
do míldio foram observados nas plantas mantidas sob irrigação com
lâmina de 500 mm de água. As lâminas de água aplicadas também
influenciaram significativamente na produção e qualidade dos frutos.
Observou-se a presença de maior número de frutos deformados ou
tortos nas plantas mantidas sob déficit hídrico, na lâmina de 100 mm.
As maiores produtividades comerciais e totais foram obtidas nas
plantas irrigadas com a lâmina de 500 mm de água.
SDR-ED-07
Projeto: A educação ambiental no 2º segmento da
EJA
Esse trabalho tem como objetivo avaliar a educação Ambiental na
Educação de jovens e adultos, e reverter as situações .que precisamos
pensar,na Educação Ambiental de forma que todos venham exercendo
e frisando a sustentabilidade das ambiental proporcionando qualidades
de vida atendendo necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das gerações futuras.
SDR-ED-08
Projeto: Gestão educacional em áreas de transição:
uma contribuição à metropolização
Podem, certamente, compor a gestão educacional no planeja­
mento das ações da política educacional as “áreas de transição” que
constituem faixas territoriais não homogêneas quanto aos aspectos
sociopolíticos e econômicos. Tais ações exigirão um aprofundamento
do conhecimento da cultura local, de tal forma que venham a ser
coerentes com as propostas educacionais integradas, no caso, em
uma região metropolitana. As dificuldades e deficiências das áreas de
316
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
transição serão caracterizadas pela forma como nelas se organizam as
políticas públicas.
Para compreender a formulação dessas políticas, é necessário
que se considerem os processos que conduzem à sua definição, em
especial no quadro mais vasto de elaboração, no qual a amplitude do
espaço político dá-se na relação entre a reprodução global da sociedade
e a representação de cada setor específico para o qual se concebe e
implementa-se determinada política.
Na busca de uma hegemonia política para os processos a serem
utilizados, despreza-se a transformação dos seus significados, a fim
de que seus procedimentos, suas categorias, suas concepções e
seus discursos venham a adquirir um novo sentido para a realidade,
podendo, assim, ser novamente denominada. Silva (1996, p.82) alertanos para o fato de que a “[...] transformação do campo semântico não é
condição apenas para o estabelecimento dessa hegemonia, ela é parte
integrante desta transformação”.
Neste processo, terão de ser incluídos os meios de articulação
da unidade escolar com os órgãos da administração do sistema
educacional. O envolvimento da escola com a comunidade por meio
da integração e da participação deverá ser entendido como a forma
pela qual todos os atores exprimem seus anseios, vale dizer, a de
realizar coisas, em que possam afirmar-se a si mesmos mediante
objetivos e significados comuns. Deste modo, tornam-se as relações
menos diretivas e progressivamente centradas naquele que aprende.
Uma Gestão Escolar impõe-se pouco a pouco, pautada em dimensões
relativas à “[...] Gestão Democrática, à Gestão Pedagógica, à Gestão
de Pessoas, à Gestão de Serviços de Apoio e também aos Recursos
Físicos e Financeiros e aos Resultados do trabalho colegiado”, (Brasil,
1998, p.19), na busca de utilização e otimização dos recursos a serem
disponibilizados para a execução dos planos federal, estadual e
municipal de educação.
Ao promover a integração e participação na gestão escolar por
meio de uma gestão democrática, a direção, ao elaborar suas normas
regimentais, envolverá, como conseqüência desta ação, a participação
de órgãos e entidades públicas e privadas de caráter cultural e educativo
nas ações educacionais. Este envolvimento mostra que a motivação
do aluno para o estudo não depende apenas da sua capacidade, mas,
igualmente, das condições sociopolíticas e econômicas em que ele e
sua escola estão inseridos.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 317
Pensar, por conseguinte, que o problema da educação no Brasil
esbarra na falta de recursos, tem um fundo de verdade “[...], mas, se
vierem os recursos, a escola mudará necessariamente? Computadores,
satélites, parabólicas e televisões não substituem o homem, pois as
escolas não se fazem somente com recursos técnicos, muito embora
estes ajudem e muito”. (Alves, 1996, p.1). O que se nos apresenta,
então, são situações previstas no processo da educação que nos
levam a questionar os modelos de gestão adotados e a buscar meios
de revisá-los.
Aguilar (1997, p.6) corrobora tal assertiva, ao diz:
“[. . . ] não obstante, devemos lembrar que os problemas educacionais
não dependem unicamente do controle de qualidade, nem de um
gerenciamento eficaz e sim da diversidade social, econômica,
cultural e histórica que, sendo estrutural e conjuntural, determina os
limites de ação dos dirigentes educacionais”.
Isso significa que, na educação, programas, conteúdos, métodos,
formas de organização tendem a elevar a qualidade de ensino e, mais
ainda, se a eles se somem as condições reais dos alunos não apenas
individualmente, mas, em especial, em sua ação coletiva.
A estratégia por excelência para a promoção da qualidade do
ensino está na participação da sociedade, comprometida com a
conquista da “[...] democracia mediante a prática efetiva dessa mesma
democracia, que possibilita enfrentar as desigualdades econômicas,
políticas e culturais armazenadas com o desenvolvimento humano”.
(Sander, 1996, p.77). Além disso, há uma realidade incontestável: o
crescimento acelerado das grandes cidades o qual compromete a
qualidade de vida e a qualidade de ensino oferecida à população, o que
ocorre em razão da falta de infraestrutura física, sanitária, educacional,
social, etc. Deste modo, essa qualidade já não poderá ser tratada
isoladamente em cada município, mas no conjunto das políticas
públicas de cada área geográfica.
Como forma de melhorar a qualidade de vida da sociedade “[...]
a Conferência das Nações Unidas sobre os Assentamentos Humanos,
realizada em Istambul na Turquia em junho de 1996, evento que ficou
conhecido pelo nome de Habitat II, em sua agenda na seção dedicada
à Gestão Democrática do Território, assinalava a descentralização do
Estado e o fortalecimento dos governos locais”. (Martins, 1998, p.63).
O fortalecimento do poder local e a descentralização da estrutura
do Estado poderão, portanto, intensificar a participação das grandes
318
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
cidades na solução de seus graves problemas sociais, a fim de garantir
a governabilidade e o progresso social.
As regiões como estas caracterizam-se pela metropolização,
nas quais as cidades já estão legalmente constituídas, e são, então,
organizadas pelo conjunto de municípios contíguos e integrados social,
política e economicamente em torno de um município pólo, envolvendo
serviços públicos e infra-estruturas comuns. Cada região elabora, por
meio de um conselho deliberativo, representado pelo Estado e por um
conselho consultivo formado por representantes de cada município
integrante da região, seu planejamento integrado de desenvolvimento.
Para isto, deverão ser tratadas de forma global as ocorrências do
conjunto da área metropolitana, as quais anteriormente eram campo
de ação apenas da prefeitura de cada município.
A formulação de políticas educacionais, portanto, deverá levar
em conta aspectos como a conurbação, que se constitui no encontro
entre duas ou mais cidades, normalmente uma maior e outra, ou outras,
menores; a favela, formada pelo conjunto de habitação construído de
forma irregular em locais sem infra-estrutura social básica; a periferia,
contorno indicativo da delimitação geográfica pelo conjunto de bairros
distantes do centro urbano de uma cidade, e as áreas de transição,
faixas territoriais em que não há certa homogeneidade definida.
Em relação aos aspectos espaciais dá-se ênfase especial à
questão de domínios, em contraponto com a forma atual de conceituar
o rural e o urbano, na medida em que o termo zona não mais atende
às necessidades na identificação de uma região em processo de
metropolização.
Neste sentido, a opção de se trabalhar com a Região Metropolitana
de Campinas deu-se pelo fato de seu surgimento apontar para a
capacidade de catalisação da cidade e região, apresentada pelo seu
reconhecimento na caracterização demográfica apresentada pelo IBGE
no censo de 1970 e pelo reconhecimento e importância nacional.
A identificação de uma área de transição dentro daquela região
metropolitana com aspectos de favela, periferia, meio rural e urbano
recaiu sobre a região situada entre Valinhos e Campinas, por apresentar
este espaço todos os elementos socioeconômicos necessários ao
desenvolvimento do trabalho de campo. Convém salientar, porém, que
outros municípios apresentam igualmente características de áreas de
transição, mas encontram-se já em elevado processo de conurbação.
Tomando-se por base a caracterização da área de transição,
objeto deste estudo, buscou-se dentro desta área, identificar a unidade
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 319
educacional que sofre influência do modo como o espaço geográfico é
ocupado e como as demandas pela educação vão sendo equacionadas,
independente de a escola estar localizada em um município e precisar
atender alunos de outro. Dentro deste contexto, cabe-nos evidenciar
que são inúmeras as localidades na região metropolitana em que
as unidades educacionais estão localizadas nas divisas e atendem
municípios vizinhos, porém este universo não é objeto deste trabalho,
por não apresentarem as características necessárias objetivadas
em uma área de transição, tratandose, por vezes, de processos de
conurbação.
SDR-ED-09
Projeto: Encauchados de Vegetais da Amazônia:
educação profissional e inclusão socioprodutiva em
comunidades indígenas e extrativistas
Conforme o artigo 1ª da Lei n.º 9.394/96 (Lei de Diretrizes e
Bases da Educação), “a educação abrange os processos formativos
que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais
e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”.
Dever da família e do Estado, a educação tem como uma de suas
finalidades a qualificação para o trabalho, e no seu artigo 3º, inciso XI,
expressa como um de seus princípios a vinculação entre a educação,
o trabalho e as práticas sociais. Da educação profissional, a lei inclui aí
a qualificação do trabalhador e expressa que seu desenvolvimento se
realizará por diferentes estratégias de educação continuada, que podem
ser oferecidas no ambiente de trabalho. Os debates internacionais
colocam a qualificação profissional como direito do trabalhador, e, no
âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego, é articulada como política
pública que busca garantir tal direito por meio de ações implementadas
de acordo com planos específicos de qualificação (Planos Territoriais,
Projetos Especiais e Planos Setoriais).
Em relação aos Planos Territoriais e Projetos Especiais de
Qualificação, podem ser aplicados recursos em parceria com entidades
sem fins lucrativos e organizações não governamentais, atendendo
demandas com base na territorialidade e para o desenvolvimento de
metodologias e tecnologias de qualificação social e profissional. Nesse
320
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
sentido, esta proposta, considerando especificamente os processos
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana,
no trabalho e nas manifestações culturais; considerando a educação,
o trabalho e a qualificação profissional como direitos humanos e como
ferramentas capazes de promover transformação social; e atendendo
demandas localizadas no território amazônico, tem o objetivo de buscar
a qualificação profissional de trabalhadores extrativistas e indígenas da
Amazônia para sua inclusão socioprodutiva, resgatando uma atividade
tradicional – a borracha, parte integrante de sua cultura –, combinando
conhecimento científico e conhecimento popular, sem interferência em
seus modos de vida.
Esta nova maneira de transformação do látex em borracha resgata
técnicas indígenas milenares, mas também insere técnicas atuais da
ciência, adaptadas e aprimoradas para serem realizadas no rústico
ambiente da floresta. Os Encauchados de Vegetais da Amazônia,
tecnologia social desenvolvida pela parceria entre a Universidade
Federal do Acre (UFAC) e o Pólo de Proteção da Biodiversidade e Uso
Sustentável dos Recursos Naturais (Poloprobio), e premiada em 2006,
na categoria Econômico-Tecnológica, é um dos mecanismos que tem
possibilitado a consecução de tais resultados.
Projeto: “Feras do Garcitylzo de Futebol”
SDR-ED-10
Projeto gratuito onde serão atendidas cerca de 100 crianças e
adolescentes entre 10 a 14 anos, com a formação de 01 equipe de 23
atletas para disputa dos jogos do Distrito 03 da Seduc/AM, Jeas-AM e
Copa Coca Cola Etapa Regional.
As crianças e adolescentes beneficiadas pelo Projeto, receberam
os mais diversos tipos de orientação, desde aulas de futebol de campo,
além do acompanhamento de cada uma dentro da rede escolar,
regularmente matriculadas na escola.
A faixa etária escolhida está dentro da fase em que essas
pessoas são formadas e os modelos de vida nessa fase passam a ser
a referência para o resto de suas vidas.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 321
Será escolhido um técnico (professor de educação física), auxiliar
técnico (estagiário) e um preparador físico (professor de educação
física), para avaliar a necessidade de cada integrante do projeto. Dentro
da própria escola, o aluno poderá se destacar através do esporte sua
vida educacional quanto a formação intelectual.
SDR-ED-11
Projeto: Identificação de estudantes com potencial
para Superdotação e Criatividade, em escolas de
Manaus
As políticas para a inclusão educacional e social assim como a
inclusão de estudantes com potencial em altas habilidades/superdotação
é um tema que vem sendo discutido por especialistas da área, tendo em
vista a necessidade de um olhar diferenciado para suas necessidades
educativas como previsto em lei (Brasil,1994). Estudos estatísticos
indicam que aproximadamente 3 a 5% da população apresentam
potencial acima da média estimada em diversos contextos sociais. São
vários os programas citados em lei para o atendimento educacional
de alunos com Altas Habilidades/superdotação tais como: atividades
de enriquecimento em classes regulares; ensino individualizado;
estudos independentes; agrupamentos especiais; utilização de salas
de recursos complementares; programas de orientação individual ou
grupal; atividades especiais suplementares e diversificadas (Maia-Pinto
e Fleith,2004)
O conhecimento sobre a distinção entre as formas iniciais da
superdotação com forte participação da hereditariedade até seu
completo desenvolvimento na forma adulta de superdotação implica
ter conhecimento sobre como o potencial e a aptidão se realizam
na juventude. Altas habilidades/superdotação e criatividade são
três palavras que falam do fato de que todos os seres humanos
possuem aspectos a serem desenvolvidos, mas que necessitam
fundamentalmente da participação do contexto envolvendo a família,
a escola e os recursos da comunidade para ensino de artes, esportes,
ciências e tecnologia. Em pesquisa realizada em 2010 e que tratou
sobre a “ Inclusão de pessoas com potencial para altas habilidades/
superdotação em Manaus e em Porto Alegre”, observou-se que no
Amazonas o serviço é recente, instituído a partir da implantação dos
322
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
núcleos para atendimento previstos em lei (Mec/Seesp,2005), e em
Manaus atinge uma parcela ínfima da população escolar. Do ponto
de vista tecnológico foi constatado que não existem computadores
para os alunos, fora o único que foi doado inicialmente pelo MEC e
que é utilizado pela coordenação do Núcleo de Atendimento ao Alunos
com Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S). Esta é uma questão
muito séria que necessita ser divulgada já que se sabe que o uso de
tecnologia é fundamental para os alunos desenvolverem atividades
de pesquisa e possam ter contato com seus pares de outros lugares
e conheçam realidades distintas da sua. Considerando ser este
foco muito importante para o desenvolvimento pessoal e inclusão
social dos alunos superdotados, e tendo em vista ser o Amazonas
um Estado de fronteira com outros países e, além disso, sendo um
lugar estratégico para o futuro do clima mundial, o investimento em
recursos humanos futuros que saibam cuidar tanto dos recursos
naturais como tecnológico é de fundamental importância. Nesse
sentido é necessário que a universidade planeje ações, sendo uma
primeira ação a identificação dos alunos mais capazes nas escolas e
como desdobramento, possibilitar que desenvolvam projetos de seu
interesse utilizando recursos tecnológicos dentro da universidade.
O projeto prevê o trabalho com as escolas estaduais dos bairros
adjacentes à Universidade Federal do Amazonas.
SDR-ED-12
Projeto: “Creche-Escola Sustentável, no
Assentamento Abril Vermelho, em Santa Bárbara do
Pará: uma construção no campo”
Este projeto social tem por objetivo implantar uma creche-escola
sustentável no Assentamento da Reforma Agrária denominado Abril
Vermelho, localizado no Município de Santa Bárbara, Estado do Pará.
A iniciativa de elaborar o presente projeto surgiu da identificação junto
aos assentados do principal problema social atualmente enfrentado por
eles, que é o mais grave comparativamente a outros problemas como
precariedade das estradas, dificuldade de acesso a postos de saúde,
falta de saneamento básico, dentre outros.
Feito um diagnóstico da situação atual, com a identificação das
causas e consequências decorrentes desse problema, este projeto foi
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 323
elaborado de forma participativa, contando com o apoio de uma equipe
multidiscliplinar como economistas, pedagoga e assistente social
ligadas aos seguintes órgãos: Universidade Federal Rural da Amazônia
(UFRA), Incubadora da Universidade Federal do Pará, Agência de
Defesa do Pará (Adepará), Secretaria de Estado de Justiça e Direitos
Humanos (Sejudh) e Conselho Regional de Economia do Estado do
Pará (Corecon-PA).
As dificuldades das crianças e adolescentes de acesso às escolas
localizadas fora do assentamento, especificamente, no Município de
Santa Bárbara, exigindo sacrifício de acordar às 04h da madrugada e
chegar, muitas vezes, às 17h00 no assentamento, associado ao fato da
proposta pedagógica das escolas urbanas estar dissociada da realidade
vivenciada num assentamento de reforma agrária, constituem fatores
que transformam esse problema numa demanda social efetiva por parte
dos assentados, exigindo medidas urgentes por parte das autoridades
governamentais.
Este projeto foi elaborado de forma articulada com diversas
instituições do Governo, em especial, a Prefeitura Municipal de
Santa Bárbara, que será responsável pela manutenção da crecheescola sustentável, além da participação de representantes de várias
instituições, conforme citado anteriormente, que mobilizaram esforços
para a elaboração deste projeto, que visa resolver esse grave problema
social vivenciado por 370 famílias, correspondente a 1.000 pessoas.
A creche-escola beneficiará diretamente, 440 pessoas, entre
crianças, jovens e adultos, que terão acesso a uma educação de qualidade
e a ensinos técnicos profissionalizantes, capazes de, em médio e longo
prazos, promover profundas transformações econômicas, sociais e
ambientais no Assentamento Abril Vermelho. Para a implantação deste
projeto será necessário o montante de R$ 400.854,00, sendo que o
Índice de Custo-Eficiência calculado foi de R$ 911,03 por beneficiário
direto. Ressalta-se que este valor corresponde a apenas 25% do custo
per capita do Governo no sistema penitenciário (R$ 1.600,00/detento),
justificando, dessa forma, a relevância desta proposta, em função de
sua viabilidade econômica, social e ambiental, associado ao fato de
que o acesso à educação constitui prioridade do Governo Federal, no
âmbito do Programa Brasil Sem Miséria.
324
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Projeto São Lucas Solidário
SDR-ED-13
O Projeto São Lucas Solidário surgiu em 2006 com o nome de
Projeto D um Abraço: o dia da responsabilidade social. Inicialmente com
uma edição por ano. Após a percepção por parte dos seus idealizadores
a proposta de uma edição anual foi insuficiente face as necessidade e
a aceitação das comunidades atendidas com a proposta, de integrar
alunos, professores e parceiros.
O Projeto São Lucas Solidário alçou voos mais altos, buscou
ampliar suas ações e beneficiar uma parcela maior da comunidade.
Ainda na primeira versão do projeto o escopo dos serviços oferecidos
estava voltado a área de prestação de serviços com a promoção da
saúde preventiva e do acesso a cidadania, que se dava por meio da
orientação e atendimentos básicos, mobilizando alunos de todos os
cursos da Faculdade São Lucas.
Em 2008 o projeto, face às enormes demandas comunitárias passou
a ter oito edições por ano, firmando parcerias com empresas de expressão
nacional e juntos proporcionaram serviços com maior e melhor qualidade,
elevando o número de atendimentos em cada edição. Atualmente o
projeto mobiliza em cada uma das oito edições aproximadamente 100
voluntários entre alunos, professores, colaboradores e voluntários.
A proposta do Projeto São Lucas Solidário é a de realizar
atendimentos de saúde, educação e cidadania com a atenção especial
a mulher, a criança e ao idoso, nas comunidades do município de Porto
Velho e distritos que por qualquer maneira estejam em situação de
risco social eminente. Além da importância social que rege o projeto, o
mesmo contempla a atividade educativa, cultural e cientifica agregando
dois grandes pilares da universidade, o ensino e a pesquisa, sendo
considerada a terceira vertente ou o grande elo de integração entre
a universidade e a sociedade. Esse elo contribui para a formação do
aluno, com maior senso de responsabilidade social, para que esse
compreenda sua importância na construção de sociedades mais justas.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 325
Projeto: Escola ecossustentável: siga em frente!
SDR-ED-14
O desenvolvimento e está lecionando a disciplina iniciação
científica em escola pública, proporcionou-me a efetiva condução de
ações pró-ativas capazes de transformação do contexto sócio-escolar
somando-se aos esforços de estudantes empenhados no trabalho
continuado à melhoria do espaço ao qual integram. O alvo focado pelo
projeto tem sido a qualidade da consolidação e compreensão pelos
estudantes e comunidade em geral das inúmeras iniciativas a serem
adotadas e definidas em sua caminhada acadêmica, tornando possível
a implementação do projeto de interação participativa da relação
dicotômica escola - comunidade.
Nesse contexto, insere-se o Prêmio Jovem Cientista, que torna
possível a efetivação dessa proposta pedagógica como inovadora
oportunidade de incrementar políticas públicas de base sustentável
e inclusiva ao processo de ensino-aprendizagem, permitindo a união
da teoria à prática, fortalecendo a presença do estudante em nível
de interação social e principalmente pela incorporação de gestão
de pessoas; envolvidas em modelos de preservação ambiental e
desenvolvimento educacional para a garantia de utilização racional dos
recursos artificiais e naturais às gerações presentes e futuras; tornando
ainda mais qualitativa à interação com o meio.
Assim, o projeto destina-se a adoção de medidas transformacionais
eficazes à melhoria da qualidade de vida da população e manutenção
sustentada e ordenada da prática diária de reciclagem em nossa rotina.
SDR-ED-15
Projeto: Análise físico-química da água dos poços
artesianos do bairro Maracajá na Ilha do Mosqueiro
Água fonte de vida, o ser humano necessita desse bem para
infinitas utilidades, higiene pessoal, consumo humano, além do corpo
326
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
apresentar 80% de água, sendo ela a responsável pelo transporte
de nutrientes e substâncias para dentro e fora das células, além de
controlar a temperatura corporal e eliminar substratos tóxicos advindos
do metabolismo energético.
Ao longo dos anos com o crescimento populacional à água vem se
tornando cada vez mais escassa, pois Um sexto da população mundial,
mais de um bilhão de pessoas, não têm acesso a água potável, 40%
dos habitantes do planeta (2.400 milhões) não têm acesso a serviços
de saneamento básico, cerca de seis mil crianças morrem diariamente
devido a doenças ligadas à água insalubre e a um saneamento e
higiene deficientes. Segundo a ONU, até 2025, se os atuais padrões
de consumo se mantiverem, duas em cada três pessoas no mundo vão
sofrer escassez moderada ou grave de água, podendo gerar conflitos
sociais.
Para amenizar o problema da falta de água em regiões desprovidas
de acessos básicos como água potável, acabam perfurando poços
artesianos para obtenção de água, entretanto ainda não foi feito estudo
sobre a qualidade que a população desprovida de tratamento de água
potável utiliza, pois na maioria das vezes não são apenas para uso da
higienização e sim para o consumo, sem levar em conta que águas de
poços e nascentes são contaminadas em sua maioria (principalmente
em centros urbanos), ou seja, Impróprias para o Consumo devido à
existência de contaminação por produtos químicos, esgotos domésticos,
lixo, etc., que penetram no solo por infiltração de chuvas ou até mesmo
pelo rompimento de redes de esgotos em centros urbanos, trazendo
a contaminação de águas subterrâneas e também funcionando como
veiculação hídrica de vários agentes patológicos, muito comuns em
países em desenvolvimento como o Brasil.
Sendo assim este trabalho atenderá a comunidade do Bairro
Maracajá na Ilha do Mosqueiro, onde alunos do ensino médio através
de analise físico-química da água dos poços artesianos ajudará a
população informando sobre a qualidade da água que estão ingerido e
orientando sobre o uso racional da água.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE SDR-ED-16
327
Projeto: Safo - Sistema Integrado de Agroindústria
Florestal: Alternativa de Desarrollo en Zonas de
Fronteras en la Selva Amazónica (SAFO)
Pensar desarrollo económico en zonas de selva Amazónica, su
realidad y las posibilidades disponibles a partir de la triple frontera
Brasil-Colombia-Perú, es resultado de un estudio sobre cuál modelo
de desarrollo es lo más adecuado para estas areas, por sus peculiares
características sociales, económicas y en especial medio ambientales,
cuya discusión está en la agenda de los debates internacionales, acerca
de lo que las sociedades están promoviendo hacia la preservación del
planeta.
No fuera el Rio que separa Brasil y Perú las tres ciudades
involucradas en eso estudio: Tabatinga (Br), Santa Rosa (Pe) y Leticia
(Co), serian una completa conurbación de las tres principales “zonas
urbanas”. Los idiomas español y portugués predominan en sus
respectivos países de origen, pero la comunicación está establecida en
cualquier uno de ellos y en cualquier de los lados de la frontera.
La sencillez y la hospitalidad es una característica del hombre
(mezcla de indios, ribereños y caboclos) que vive en las márgenes del
Rio Amazonas y en los bosques en su entorno. Con un promedio de
5,4 hijos por familia, parece vivir a esperar soluciones para su vida y
consecuentemente para el medio ambiente, donde toma su alimento
(bosque y el Rio), observando día después de otro, el crecimiento
de la destrucción que mata peces, seca el río, hace las arboles
desaparecieren, en fines, observa la extinción de la abundancia vivida
por sus antepasados recientes.
El debatís pasa por el actual modelo de Libre Comercio practicado
en esa área analizando como el “modos vivendi” de las comunas de
los aspectos sociales de la aglomeración humana y sus consecuentes
problemas tales como la violencia, el trafico de estupefacientes,
la precariedad de los servicios públicos: atendimiento y acceso a
la educación y salud, a la agua, alcantarillado, la energía eléctrica,
transportes entre comunas y sistemas viarios.
Con bases en los beneficios y daños del Modelo de Libre Comercio
practicado en esa zona, el estudio ofrece un Modelo alternativo de
desarrollo para las aéreas de floresta/frontera, que a lo mismo tiempo
328
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
ocupa y integra el territorio, desarrolla económicamente las familias,
atendiendo las preocupaciones con la seguridad nacional de los países
fronterizos.
El modelo descripto en este trabajo: el Sistema Integrado de
Agroindustria Forestal hinca bases en el trípode: agricultura familiar;
cooperativismo; y sistemas agroforestales (con especies nativas), por
el lado de las comunidades. Por el lado del Gobierno el apoyo a las
familias inseridas en eso modelo, estaría en la necesaria educación
a los niños; la capacitación técnica a los adultos; la asistencia técnica
rural; al fomento; y a la investigación.
El resultado de la aplicación del Modelo Safo es la disminución de
la pobreza, el aumento del nivel educacional y el consecuente aumento
de los índices de calidad de vida de las poblaciones de la frontera. Con
la integración de las familias con el medio ambiente, queda visible la
protección de la foresta y de los rios satisfaciendo “las necesidades
presentes, sin comprometer la capacidad de las generaciones futuras
de suplir sus propias necesidades”
Esta versión del Modelo Safo fue adaptada exclusivamiente para
presentación en el Premio Samuel Benchimol 2011.
Esta versión del Modelo Safo fue adaptada exclusivamente para
presentación en el Premio Samuel Benchimol 2011. Otros detalles
podrán ser solicitados se necesario.
SDR-ED-17
Projeto: Treinamento em Teste de Software de
Estudantes de Universidades Públicas da Região Norte
do Brasil, Especialmente as Localizadas em Municípios
Interioranos e Inclusão desta Mão de Obra no Mercado
de Trabalho para Realização de Teste de Software à
Distância (Offshore) Gerando Emprego e Renda na
Região Amazônica
Este projeto tem a proposta de treinar e incluir no mercado
de trabalho estudantes universitários de instituições públicas
especialmente as localizadas nos municípios do interior dos Estados
que compõe a Região Norte do Brasil. Capacitando esta população
em uma profissão que leva oportunidade de ingresso numa área
reconhecida mundialmente com perspectiva de excelentes ganhos
salariais e conseqüente melhora da situação econômica e social
da população assistida, preservando os recursos florestais, pois a
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 329
atividade é de baixo impacto ambiental. A inovação consiste em fazer
o estudante trabalhar em uma área em ascensão no cenário mundial,
que é o Teste de Software, sem que o mesmo precise se deslocar
de sua cidade natal para conseguir emprego na área, pois os testes
podem ser feitos à distância (offshore) não apenas para as capitais
dos Estados do Norte, mas, como para todo o país e para o exterior,
inicialmente os testes serão realizados em sistemas desenvolvidos na
região visando à melhoria da qualidade destes softwares e com isto
a melhoria de competitividade do nosso produto, aumento de renda
dos desenvolvedores, satisfação dos clientes que encomendam os
sistemas e crescimento do mercado de teste na região.
Categoria SDR-Empresarial
Projeto: Produtos ecológicos
SDR-EM-01
O setor madeireiro é uma das vocações naturais da Região
Amazônica. Projetos empresariais como o que apresentamos aqui
que se propõe a utilizar resíduos transformando-os em produtos de
significativo valor agregado. Há muito se fala em conceitos como
agregar valor às nossas matérias-primas, verticalizar a produção, e
outros mais. Aqui apresentamos um projeto concreto, com enorme
potencial econômico e que por isso mesmo traz implícito todos esses
nossos desejáveis conceitos.
330
SDR-EM-02
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Integração sistêmica das cadeias de valor
de base agrária e desenvolvimento sustentável na
Amazônia
Na região Norte, segundo informações do Censo Agropecuário de
2006 (IBGE 2009), existiam 479.158 estabelecimentos agropecuários,
explorando uma área de 67,46 milhões de hectares e ocupando 1,66
milhão de pessoas. Cerca de 80% destes estabelecimentos operam
com mais de uma atividade produtiva, sendo, portanto, unidades
diversificadas. Assim, em 11,2% dos estabelecimentos as lavouras
são o produto principal, em 49,2% a pecuária e em 39,6% as
matas e florestas. Todas essas atividades, com raras exceções, são
desenvolvidas em sistemas extensivos de uso do solo.
As características de atomização da produção em milhares de
unidades produtivas, com decisões não cooperadas sobre o que e
quanto produzir e a entrega dos produtos destinados à venda sendo
feita, predominantemente, para a rede de agentes intermediários
da comercialização, tornam a governança das cadeias produtivas de
base agrária determinada pelo mercado. Neste caso, as informações
entre os agentes de produção, agregação de valor e comercialização
são fortemente assimétricas, o que gera problema de mensuração,
e os agentes que detêm maior nível de informação sobre o mercado
determinam as dinâmicas das cadeias produtivas. Neste cenário, os
produtores são os que detêm menos informação e, portanto, são os
que menos se apropriam dos resultados dos negócios vinculados aos
produtos agropecuários (Santana, 2008; 2011).
Na atividade rural, o baixo nível e efetividade das relações
organizacionais dos produtores e, praticamente, ausência de contra­
tos de integração nas relações comerciais entre produtores, ou
cooperativas, com as agroindústrias e/ou com os mercados atacadistas
e varejistas, torna a capacidade de gerar trabalho e renda, a partir do
excedente da produção, limitada para acumular capital e mover o
desenvolvimento ascendente a partir do local.
Neste ambiente, não há como os produtores melhorarem a
qualidade dos produtos, adotarem tecnologias sustentáveis, amplia­
rem o número de empregos e o valor e distribuição da renda entre
os agentes participantes das cadeias produtivas de base agrária.
Por conseguinte, as iniciativas de estímulo ao desenvolvimento de
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 331
atividades locais, com vistas a contribuir para o empoderamento das
mulheres e dos grupos de pobres e, por consequência, melhorar a
qualidade de vida das populações rurais, torna-se fortemente limitadas.
Para mudar este quadro de inércia socioeconômica, apresenta-se um
modelo de integração sistêmica para orientar o desenvolvimento local
e sustentável das cadeias de valor a partir da dotação dos recursos
existentes, do conhecimento tácito e outras expertises dos agentes, na
forma de parceria com as instituições vinculadas direta e indiretamente
a tais cadeias.
A organização dos produtores em associações, sindicatos e
cooperativas de produção, venda e/ou de compra dos produtos e
insumos é um passo fundamental para concentrar a produção, criar
escala e planejar a logística de distribuição para atender à demanda
dos mercados exigentes em qualidade e regularidade da oferta. Para
isso, é necessário construir um processo de gestão coletiva, para que
os princípios de confiança, cooperação, reciprocidade e reputação
contribuam para reduzir as tentações de interesses egoístas, próprios
da situação atual do ambiente operacional a que toda a pequena
produção está submetida.
A alternativa para atenuar o poder dos intermediários é a
implantação de centrais de negócios coletivas, para criar escala e,
por consequência, poder de negociação com parceiros comerciais,
agroindústrias e com os mercados atacadistas e varejistas. Iniciativas
do tipo podem encadear uma trajetória de reestruturação produtiva,
por meio da articulação em cadeia para trás e para frente, mantendo
as características culturais e dos sistemas de produção, mediante a
organização produtiva e a utilização do conhecimento tácito disponível,
combinado com o aprendizado cognitivo, para viabilizar a difusão das
inovações tecnológicas e de gestão (Barquero, 2001; Hirschman,
1958). Cria-se, com isto, oportunidade para o trabalho da mulher na
gestão e comercialização da produção, o que contribui para o seu
empoderamento e das comunidades locais.
Qual a diferença desta proposta em relação a tantas outras
alternativas que caminham em busca de obter os mesmos propósitos,
mediante a integração da pequena produção agrícola, pecuária,
produtos não madeireiros, artesanato e o turismo rural?
A principal diferença não está nos fundamentos teóricos e
metodológicos em geral, mas na forma de implantação. As iniciativas
em uso, geralmente, começam com a implantação de agroindústrias
que impõem aos integrados ou ofertantes de matérias primas a
332
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
lógica urbana do comércio. Para isso, impõem sistemas de produção
e rotinas para definir escala, qualidade de produto e regularidade de
entrega. Ocorre, que tais atividades, geralmente destroem os sistemas
tradicionais para serem implantados outros sistemas completamente
diferentes na forma e na escala, sem o tempo necessário para que os
sistemas produtivos em uso sejam passo a passo adaptados por meio
da organização comunitária locais. O resultado é que tais iniciativas,
com o tempo, promovem o crescimento e a acumulação da renda e
dos ativos nas mãos de poucos e limita a evolução do desenvolvimento
local e sustentável.
Portanto, a proposta que ora se apresenta, preserva e fortalece
as raízes das interações econômicas, sociais e ambientais dos sistemas
de produção rurais e produz a estrutura socioeconômica, ambiental,
cultural e política que viabiliza o processo de mudanças, em escala
evolucionária, a partir da organização dos próprios agentes locais. Com
isto, busca-se o “desenvolvimento como liberdade”, conforme Sen
(2000) para as populações amazônicas.
SDR-EM-03
Projeto: Estratégias Colaborativas para Micro e
Pequenas Empresas do Estado de Roraima
Este projeto tem como objetivo contribuir para o aumento da
competitividade das micro e pequenas empresas do Estado de Roraima
sob a luz dos conceitos de estratégias colaborativas. No atual ambiente
organizacional é necessário que as empresas atuem de forma conjunta
e associada. Os modelos organizacionais baseados na associação,
na complementaridade, no compartilhamento, na troca e na ajuda
mútua surgem como possibilidade concreta para o desenvolvimento
empresarial, tomando como referência o conceito de redes, distinto de
cooperativismo em uma série de elemntos conceituais. As redes de
empresas representam uma forma inovadora de obter competitividade e
sobreviver no mundo globalizado. Fundamentado na teoria da estratégia
em rede, esse projeto tem por objetivo dotar as MPEs do Estado
de Roraima, de setores econômicos selecionados, de ferramentas
gerenciais que lhes possibilitem um aumento de competitividade e o
fortalecimento de sua capacidade inovadora. Por meio da atuação em
redes de colaboração, uma estratégia da gestão inovadora, as MPEs,
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 333
ao alcançarem economia de escala, terão maior poder de barganha
nas negociações de compras e reduzirão o custo de logística, além
de poderem adotar tecnologias de gestão e de produção de bens e
serviços que atualmente não estão ao seu alcance. A disseminação
da estratégia de cooperação em redes para outros segmentos da
economia contribuirá para a maior competitividade das MPEs na
economia local e regional, e para um aumento da atividade econômica
local, com a subsequente geração de emprego e renda.
SDR-EM-04
Projeto: Cadeia produtiva do leite de búfala –
Desenvolvimento sustentável de agricultores
O presente projeto visa a implantação de uma cooperativa
de produtores de leite de búfala, com pastagens dentro do sistema
silvipastoril, e uma pequena agroindústria para a produção de queijo
marajoara, aproveitando as potencialidades já existentes na região e
que no momento são subutilizadas, tendo em vista a melhoria das
condições socioeconômicas da população muanaense e a preservação
ambiental.
Projeto: Rota Judaica da Amazônia
SDR-EM-05
O presente projeto estabelece objetivos, justificativas, planeja­
mento estratégico e as vias para a criação e implantação de um novo
e inédito produto turístico, do gênero cultural e étnico, para a Região
Amazônica (Pará e Amazonas): a rota judaica da Amazônia.
334
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Residências verdes inteligentes na Amazônia
SDR-EM-06
Este projeto visa desenvolver uma tecnologia de Domótica
Inteligente, onde dados obtidos dos sensores da casa (temperatura,
corrente elétrica, iluminação, etc) devem ser avaliados de modo a tornar
possível o controle remoto da residência, além de adaptar as regras
de automação do ambiente ao comportamento dos habitantes, ou
seja, um sistema de automação residencial inteligente que cria regras
em função do aprendizado com o comportamento dos habitantes de
uma casa, dando ênfase à obtenção, tratamento e manutenção das
regras, bem como a otimização da eficiência energética nas unidades
consumidoras, como residências, edifício, condomínios, entre outros.
Com isso busca-se também gerar novas tecnologias para que
as novas redes inteligentes, em breve, sejam automatizadas com
medidores de qualidade e de consumo de energia em tempo real, ou
seja, as residências serão dotadas de um canal de comunicação com
a empresa geradora e/ou distribuidora de energia e, em um futuro
próximo, até fornecer eletricidade para ela. A inteligência artificial
também será aplicada no combate à ineficiência energética, isto é, a
perda de energia ao longo da transmissão.
Projeto: Compensado de Miriti
SDR-EM-07
O projeto Compensado de Miriti tem como proposta a melhoria
da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas localizadas em sua
área de abrangência, através da utilização de hastes da palmeira de miriti
na fabricação de placas de compensado, utilizando novos métodos e
processos tecnológicos disponíveis, gerando ganhos ambientais.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 335
Projeto: MMMnnnnn mmmnnnn mmmmnnn
SDR-EM-08
O estilo de vida que as pessoas levam hoje em dia faz com
que elas busquem muito mais informações no meio virtual, por
considerarem mais dinâmico e instantâneo. Essas pessoas utilizavam
as redes sociais e comentavam sobre situações que observavam no
trânsito, porém estes comentários ficavam restritos à sua rede de
contatos. Então foi criado um canal no portal de microblogs Twitter que
recebe as informações que os usuários postam e repassa novamente
para todos os usuários, disseminando assim a informação de forma
muito mais abrangente.
Agregando essas informações recebidas pelos usuários a outras
que nós mesmos (operadores) observamos, as recebidas de outros
veículos de comunicação da cidade e, mais recemente, algumas
enviadas pelo Instituto Municipal de Trânsito e Transportes, criamos um
grande repositório de informações acompanhado por mais de 28.000
(vinte e oito mil) pessoas, que as recebem através da ferramenta
Twitter, além de outras formas de interação social como Facebook,
TwitPic (imagens), Aplicativo (Sistema IOS e Android), Site, YouTube
(vídeos), e graças a uma nova função do Twitter, até mesmo através de
SMSs solicitadas pelo usuário (caso não possua dispositivo conectado
à Internet).
A utilização de redes sociais online no Brasil tem crescido de tal
forma que nos últimos anos o Brasil tornou-se um dos 5 países que
mais passa tempo conectado (média de 8 horas/dia), levando assim o
Português, a ser a língua mais utilizada no Orkut e segunda mais usada
no Twitter.
Utilizando esse modelo, as informações podem vir de órgãos
jornalísticos (rádio, televisão ou sites), do instituto municipal de trânsito
e das pessoas. Como os dois primeiros nem sempre conseguem
abranger a área metropolitana inteira, o terceiro o faz por utilizar
constantemente algum dispositivo eletrônico para estar conectado
(laptops ou smartphones), contribuindo com informações de forma
mais rápida e informal sobre alguma ocorrência nas vias, como por
exemplo, acidentes automobilísticos.
336
SDR-EM-09
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Projeto: Sistema Integrado de Inovação Tecnológica
Social: Assentamento (SITECS Assentamento)
Este Projeto tem por objetivo promover a viabilidade econômica e
sustentabilidade social e ambiental de empreendimentos extrativistas e
de agroindustrialização de produtos agrícolas e da sociobiodiversidade
em Mato Grosso, através da estruturação sistêmica de assistência
técnica vivencial iniciada em assentamentos da região da Baixada
Cuiabana e das cabeceiras do Rio Paraguai. Serão atendidos inicialmente
10 empreendimentos econômico-solidários (EES) em atividades de
geração de trabalho e renda, de gestão e incubação para a produção
agroecológica, agroindustrialização e comercialização dos produtos
desses empreendimentos com base nos princípios do Comércio Justo,
através de uma ação articulada capitaneada pela Universidade Federal
de Mato Grosso (UFMT) contando com diversas entidades parceiras.
A metodologia adotada toma por base um conjunto articulado de
projetos, com uma administração descentralizada, com coordenadores
para cada um desses projetos, sob responsabilidade de profissionais
com experiência e/ou formação na área de administração, marketing,
comercialização e contabilidade.
SDR-EM-10
Projeto: Produção de chuvas localizadas – tecnologia
inovadora para ajudar a mitigar os efeitos das
mudanças climáticas na Amazônia
As mudanças climáticas, o aquecimento global e o desmatamento
geram fenômenos extremos de secas, enchentes e inundações,
promovem impactos na agricultura, biodiversidade e abastecimento de
rios, represas e mananciais, contribuem para o avanço dos processos de
desertificação, savanização, destruição de florestas e desaparecimento
de especies animais em vários biomas.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 337
Ações e tecnologias limpas que possam mitigar os efeitos das
mudanças climáticas, aquecimento global e desmatamento devem
ser incentivadas e apoiadas por iniciativas nacionais, internacionais e
programas governamentais.
A Tecnologia de produção de chuvas localizadas utiliza uma
aeronave equipada com dispositivos patenteados para semear nuvens
cumulus com agua potável, estimulando seu crescimento e precipitação.
Ao chover, esta água se torna uma contribuição para diversos fins:
preservar florestas, aumentar recursos hídricos, fonte de água para
abastecimento , agricultura, energia, saneamento, saúde.
Criar uma unidade produtora de chuvas (aeronave, equipamentos,
radar, equipe qualificada) para atuar na floresta amazônica e integrar
monitoramento local e mecanismos que ajudem a mitigar os efeitos do
aquecimento global e do desmatamento, pode ser uma ação inovadora
e efetiva para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
A proposição é que ao contribuir para que chuvas naturais e
chuvas produzidas serem otimizadas na Amazônia, estaremos ajudando
a floresta a se manter vigorosa, umidificada e com menor risco de
incêndios e emissões. Estimulando o ciclo hidrológico, ajudamos
a manter/preservar a normalidade do regime de chuvas, diminuir
riscos de seca e de avanço do processo de savanização. Para isto, é
necessário criar um projeto experimental e metodologia em conjunto
com organizações que atuem com as questões relacionadas ao clima
na Floresta Amazônica.
SDR-EM-11
Projeto: Central de beneficiamento de polpas de
frutas regionais da Amazônia
O consumo de diversas frutas, e sua aplicação na indústria
alimentícia, muitas vezes é dificultado pela sazonalidade e a manutenção
indevida, a maioria das frutas tem sua safra por alguns meses e só
poderão atender o mercado se forem processadas e estocadas. Polpa
de fruta é o produto natural obtido de partes comestíveis das frutas
maduras, extraídos por meio de processos tecnológicos e condições
sanitárias adequadas. A presente proposta visa beneficiar a produção
338
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
de fruta in natura, com máximo de aproveitamento do potencial de
produção de frutas, objetivando o desenvolvimento econômico
sustentável e o abastecimento do mercado regional e nacional. Para
tanto pretende-se instalar uma central de beneficiamento de polpas
na zona rural do Município de Iranduba, Amazonas. Está iniciativa vai
oportunizar o desenvolvimento do setor primário, por meio do mercado
fruticultor ainda pouco explorado nesta região. Dentre as principais
frutas na região com potencial para a extração de polpa destacam-se
as tropicais tais como: cupuaçu, abacaxi, açaí, caju, carambola, goiaba,
graviola, jaca, mamão, manga e maracujá.
Este projeto possui sede própria no referido local e tem prazo
para iniciar no ano corrente. O investimento tem grande potencial
para contribuir com fortalecimento da economia da Amazônia com
atividades sustentáveis, proporcionando renda e fixação ao homem do
interior.
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 339
PRÊMIOS
PROFESSOR
SAMUEL BENCHIMOL
E BANCO DA AMAZÔNIA DE
EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE
2011
Capítulo 5
Organizadoração
340
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
Presidente Executiva
Telma Lúcia de Azevedo Gurgel, Presidente da Federação das
Indústrias do Estado do Amapá (FIEAP)
Coordenação Geral
José Rincon Ferreira, Assessor de Relações Institucionais da
Bemol
Coordenação Estadual
Tinale Silva, Assessora da FIEAP
Comissão Organizadora
Douglas André Muller
Lillian Alvares
Márcia Antunes Caputo
Meyer Alberto Abecassis Neto
Comissão Técnica
Ana Anspach
Anelise de Souza Santos
Benayas Inácio Pereira
Claiton Caicer Pereira da Silva
Cláudia Closs
Cinara da Silva Cardoso
Daniel de Souza Tapajós
Edel Meri Nahoum Mota Pinho
Eduardo Taveira
Elane Medeiros da Silva
Elizangela Bezerra Queiroz
Emerson Souza da Rocha
Gonzalo Renato Núñez Melgar
Helder Feijó Pontes
Henrique Rodrigues da Silva
Hudson Malinowski
Ivani Gama Maia
Jaime Kuck
Janaína dos Santos Martins
Jhony Herberth de Sousa
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE Jorge Felipe da Silva Cavalcante
Karina Dutra
Márcia Maristela Moraes
Marcos Vinicius Rodrigues de Sena
Maria Domingas Ribeiro
Nika Yuki Otsuka
Normando Lira
Rafaela Oliveira de Souza
Raquel Queiroz
Raphael Barbosa di Salvi Rodrigues
Reison Queiroz Silva
Roberto Matias
Rodrigo Araújo de Lima
Rosângela de Paula Arruda
Poliana Tavares Silva
Samaya do Socorro Fonseca da Silva Sheyla Maria Soares Sobreira
Sidney Jose de Andrade Silva
Suzy Elen Queiroz da Silva
Vanessa A. Dias Gonçalves
Comissão de Acompanhamento
Elane Medeiros
Gualter Leitão
Ivanildo Pontes
José Lúcio de Arruda Gomes
Luiz Lourenço Neto
Oduval Lobato Neto
Roberto Baungartner
Rosângela Maria Queiroz da Costa
Ruth Helena Fernandes dos Santos Lima
Sheyla Sobreira
Vilson João Schuber
341
342
PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL
PRÊMIO BANCO DA AMAZÔNIA DE EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE 343

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