Projeto de Reabilitação Ambiental de Áreas Degradadas do Campo

Transcrição

Projeto de Reabilitação Ambiental de Áreas Degradadas do Campo
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS - IPAT
Projeto de Reabilitação Ambiental de Áreas
Degradadas do Campo Morozini (Treviso, SC)
Contrato n° S10279701
Volume 2
PRAD CONCEITUAL
Revisão 03
Companhia Siderúrgica Nacional - CSN
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS - IPAT
Criciúma-SC, abril de 2009.
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS - IPAT
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas
Prof. Antônio Milioli Filho
Reitor
Prof. Gildo Volpato
Vice-Reitor
Prof. Elídio Angioletto
Diretor do Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas
Prof. Clóvis Norberto Savi
Coordenador de Projetos Ambientais
COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL - CSN
Eng° Hilton Antonio Geviéski
Eng° James Alexandre Polz
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Técnico em Meio Ambiente Bruno De Pellegrin Coan
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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS - IPAT
Técnicos Responsáveis (IPAT/UNESC)
PROFISSIONAL
Eder Luiz Santo
FORMAÇÃO
Geólogo
Rosana Peporine
Lopes
Geóloga
Carlos Getúlio
Machado
Engenheiro
Agrimensor
REGISTRO
055455-9
065145-0
020252-0
Nº ART
ATIVIDADE DESENVOLVIDA
2121324-0
Elaboração de Diagnóstico Ambiental e
Projeto de Reabilitação de Áreas Degradadas
em terreno com cerca de 220 ha, minerados a
céu aberto para extração de carvão mineral.
2121482-7
Elaboração de Diagnóstico Ambiental e
Projeto de Reabilitação de Áreas Degradadas
em terreno com cerca de 220 ha, minerados a
céu aberto para extração de carvão mineral.
2121393-3
Levantamento planialtimétrico e cadastral com
cálculos de volumes para projeto de
recuperação ambiental de uma área localizada
em rio Morozini, Treviso.
Ricardo Muñoz
da Silva
Engenheiro
Agrônomo
061529-6
2121541-9
Elaboração de levantamento de solos e de
áreas degradadas. Elaboração de Diagnóstico
Ambiental e Projeto de Reabilitação de Áreas
Degradadas em terreno com cerca de 220 ha,
minerados a céu aberto para extração de
carvão mineral.
Clóvis Norberto
Savi
Geólogo
012214-9
2720024-0
Elaboração dos Cálculos de Vazão e
Dimensionamento das drenagens do Campo
Morozini - Contrato n° S10279701.
Recuperação de acervo.
Antonio Carlos
Magalhães Dal
Molin
Marino Nazareno
Lopes Sumariva
Engenheiro
Civil
Engenheiro
Agrimensor
19508-3
CREA
Protocolo
607/205-9
Obs.: Of.: n° 27/IPAT-PA-2008; Of.: n°05/IPATPA-2008; Of.: n° 43/IPAT-CE-2008; Of.: n°
40/IPAT-CE-2008; e email p/ HAGCSN,
15/12/2008, 13:56 (Assunto: Processo de
Recuperação de ART - 6070000205-9). De
acordo com a decisão da CSN na reunião de
13/01/2009 não será possível o recolhimento
desta ART.
3391531-9
Revisão do projeto de remodelamento do
PRAD (Projeto de Recuperação Ambiental de
Área Degradada) do Campo Morozini,
localizado em Treviso/SC, com re-cálculo de
volume de corte e aterro para terraplanagem.
Produção de 64 pranchas de desenho, sendo
01 do mapa de perfis (escala 1:2.500 - Rev .02),
01 do mapa topográfico projetado (escala
1:5.000 - Rev.07), e 44 dos perfis (rev.
Diversas) com escala v=1/1.000. Volume de
material após a reprojeção sobre o terreno
primitivo: Corte=2.155.620,406m³;
aterro=1.764.120,287 m³. Contrato S10279701.
ART de Substituição da ART 3388518-1 para
inserir o n° do contrato
3160634-4
Redefinição de cotas nos perfis 08, 09, 10 e 28
do PRAD do Campo Morozini, numa área
aproximada de 4 mil metros quadrados.
3171217-3
Redefinição da remodelagem do terreno de
parte do Campo Morozini, Treviso/SC,
referente ao remanescente da Zona 23,
daquele PRAD (Projeto de Recuperação de
Área Degradada), movimentando cerca de 5
mil m³, na área de aprox. 3 mil m².
055862-0
v
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INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS - IPAT
PROFISSIONAL
Marino Nazareno
Lopes Sumariva
Fernando
Sumariva
Dorcinio
FORMAÇÃO
Engenheiro
Agrimensor
Engenheiro
Civil
REGISTRO
Nº ART
ATIVIDADE DESENVOLVIDA
3171429-5
Redefinição de cotas nos perfis 08, 09, 10 e 28
do remodelamento do terreno no PRAD
(Projeto de Recuperação de Área Degradada),
no Campo Morozini, com movimentação de
estéril piritoso através de terraplanagem,
movimentando cerca de 1850 m³, numa área
aproximada de 4 mil m².
3171560-0
Redefinição da largura da Estrada Principal do
PRAD (Projeto de Recuperação de Área
Degradada) do campo Morozini, localizado em
Treviso/SC, com cálculo de volume de corte e
aterro para terraplanagem. Produção de 59
pranchas de desenho, sendo duas do traçado
principal (Rev. 03) com escalas indicadas, e 57
dos perfis transversais (Rev. 04) com escala V
= 1/100 e H = 1/200. Estrada com comprimento
de 1.007,79 mts, partindo da SC 447 até a
ponte sobre o rio Morozini, numa área aprox.
de 10000 m². Alargamento de 6 mts para 10
mts. Volume de material após a reprojeção
sobre o terreno remodelado: corte: 2.928,761
m³; aterro: 213,961 m³.
3437749-4
Projeto geométrico da estrada de acesso a
lagoa 4 do PRAD (Projeto de Recuperação de
Área Degradada) do Campo Morozini,
localizado em Treviso/SC, com as seguintes
dimensões: comprimento: 384,126 mts;
largura: 6,00 mts; área: 2.169,99 m²; volume de
corte (para regularização do terreno): 489,075
m³; volcume de aterro (para regularização do
terreno): 64,14 m³; volume de seixo rolado:
941,10 m³; volume de saibro: 637,64 m³.
produção de 46 pranchas de desenho, sendo
01 planta de traçado horizontal e perfil
longitudinal (escala 1:1.000 hor. e 1:200 vert. rev. 0), 44 plantas de seções transversais
(escala 1:200 hor. e 1:200 vert. - rev. 0), e 01
planta do modelo construtivo com escala 1/50.
contrato s10279701.
3370224-6
Revisão no projeto de canaletas para
drenagem das estradas Principal e Oeste do
Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas
(PRAD) Campo Morozini, sendo: 920m de
canaleta semi-circular de 40cm passa para
60cm, 920m de 30 e 40cm passa para 80cm,
380m de 30cm passa para 40cm, 380m de
30cm passa para 60cm, e 260m de 60cm passa
para 120cm. Revisão e alteração nas
dimensões das caixas de transferência n° 4, 6,
7 e 8, do mesmo projeto.
055862-0
074246-0
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Marcos Back
Engenheiro
Agrônomo
040613-0
3356658-1
Projeto de 04 escadarias em concreto armado
e blocos de concreto estrutural para descida
d’água, denominadas EE01, EE02 ao lado
esquerdo da Lagoa 4 e ED01, ED02 do lado
direito da mesma lagoa, localizadas no Campo
Morozini, Treviso/SC. Ambas fazem parte do
PRAD (Projeto de Recuperação de Área
Degradada).
3388182-7
Projeto das Drenagens Superficiais Auxiliares
L e M, localizadas no Campo Morozini,
Treviso/SC, que fazem parte do PRAD (Projeto
de Recuperação de Área Degradada).
3388188-6
Projeto de uma Ponte de Madeira, localizada
no Campo Morozini, Treviso/SC, que faz parte
do PRAD (Projeto de Recuperação de Área
Degradada).
3437370-6
Projeto de canaletas, bueiros e caixas para
drenagem da estrada de acesso a Lagoa 4,
referente ao PRAD do Campo Morozini. O
mesmo é composto por: 48 m de canaleta
semi-circular de 80cm, 253m de canaleta semicircular de 60cm, 112m de 50cm, 260m de
40cm e 110m de canaleta de 30cm. Possui 14m
de tubo de concreto de 50cm de diâmetro e
22m de tubo de 60cm. Possui ainda 08 caixas
de transferência e 02 bacias de dissipação
final.
2777659W0
Coordenação do Projeto de Reabilitação
Ambiental de Área do Campo Morozini
localizado no município de Treviso/SC,
perfazendo uma área de 221 ha.
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Técnicos Responsáveis (CEAL - CONSULTORIA ENGENHARIA ASSESSORIA
LTDA)
PROFISSIONAL
Paulo Roberto
Foschi
José Carlos Rocha
FORMAÇÃO
Engenheiro
Civil
Engenheiro
Agrimensor
REGISTRO
021874-6
014217-2
Nº ART
ATIVIDADE DESENVOLVIDA
3380136-8
Readequação dos Projetos de
Engenharia pertencentes ao Projeto de
Recuperação de Áreas Degradadas
(PRAD) do Campo Morozini localizado
no município de Treviso/SC, numa área
de 271,219 ha como segue: drenagens
superficiais: 3.833,66m; Canais de
Desvio A e B: 1.505,15m; Estradas de
manutenção: 2.296,28m; Canaleta de
proteção: 2.728,45m e Bueiros sob a
Rodovia SC-447: 35,42m.
3380787-7
Readequação dos Projetos de
Engenharia pertencentes ao Projeto de
Recuperação de Áreas Degradadas
(PRAD) do Campo Morozini localizado
no município de Treviso/SC, numa área
de 271,219 ha como segue: drenagens
superficiais: 3.833,66m; Canais de
Desvio A e B: 1.505,15m; Estradas de
manutenção: 2.296,28m; Canaleta de
proteção: 2.728,45m e Bueiros sob a
Rodovia SC-447: 35,42m.
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Técnicos Colaboradores
o Eng° Agrônomo Dr. Álvaro José Back
o Eng° Civil M.Sc. Tadeu de Souza Oliveira
o Eng° Ambiental M.Sc. Sérgio Luciano Galatto
o Geólogo Renato de Souza Júnior
o Química M.Sc. Nadja Zim Alexandre
o Biólogo Dr. Jairo José Zocche
o Biólogo M.Sc. Cláudio Ricken
o Biólogo Mestrando Jader Lima Pereira
o Bióloga M.Sc. Jacira Silvano
o Biólogo M.Sc. Miguel Vassiliou
o Acadêmico em Engenharia Agrimensura Gustavo R. Vito
o Acadêmico em Engenharia Agrimensura Dalvan Pagani
o Acadêmica em Artes Visuais Valquíria Ortiz dos Santos
o Acadêmica de Administração de Empresas Janaina Machado
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SUMÁRIO EXECUTIVO
O Projeto de Reabilitação Ambiental de Áreas Degradadas do Campo
Morozini, localizado em Treviso/SC, foi contratado junto ao IPAT/UNESC pela
Companhia Siderúrgica Nacional - CSN em atendimento à Lei nº 6.938, de 31 de
agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto Nº 99.274/90.
Este Decreto estabelece que a reabilitação deverá ter por objetivo o retorno
do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano
preestabelecido pelo Decreto Nº 99.274/90 para o uso do solo, visando à obtenção
da estabilidade do meio ambiente.
O Diagnóstico Ambiental (DIA) possibilita o conhecimento do passivo
ambiental a ser reabilitado, motivo pelo qual deve anteceder a elaboração dos
Projetos de Reabilitação Ambiental de Áreas Degradadas - PRAD.
O DIA do Campo Morozini foi elaborado pelo IPAT/UNESC, sendo concluído
em 2003 e é parte integrante do Projeto de Reabilitação Ambiental.
A partir das informações geradas no DIA, foi elaborado o PRAD objetivando a
elaboração e apresentação dos projetos conceitual e executivo para conduzir a
reabilitação ambiental da área do Campo Morozini.
Para esta finalidade foram desdobrados como objetivos específicos os
seguintes aspectos:
a)
Definir a área de ocorrência e propor projeto que garanta o isolamento
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dos rejeitos e a cobertura dos estéreis responsáveis pela contaminação
da área;
b)
Apresentar plano de reconfiguração topográfica do terreno e projeto das
obras de engenharia necessário ao cumprimento do mesmo;
c)
Estabelecer áreas e definir volumes de corte e aterro;
d)
Definir áreas a serem revegetadas com gramíneas, com arbóreas e
aquelas onde a vegetação deve apenas ser incrementada;
e)
Definir a maneira como deve ser conduzida a construção do solo;
f)
Apresentar as metodologias e listas de espécies vegetais específicas
visando à introdução da vegetação e a aceleração do retorno da fauna
original à área reabilitada;
g)
Acompanhar a reabilitação da área a partir de plano de monitoramento
ambiental pelo período de 60 meses.
O PRAD encontra-se formatado em dois volumes.
O presente documento traz o Volume 2 - PRAD Conceitual contratado para a
área do Campo Morozini.
Nomenclatura dos Produtos Cartográficos
Os produtos cartográficos deste PRAD foram nomeados adaptando-se a
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nomenclatura proposta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2008). Portanto, para o presente estudo considera-se:
a) Planta: representação de elementos que constituem a base cartográfica da
superfície terrestre restrita à área de estudo (altimetria, representadas por curva de
nível e pontos cotados; planimetria, representada pela hidrografia, malha viária,
limites naturais e políticos e equipamentos de infra-estrutura) e produtos
cartográficos que representam a localização de objetos sobre esta superfície.
b) Mapa: representação temática dos produtos cartográficos que descrevem
a variação através de classes de um determinado fenômeno localizado sobre a área
de estudo.
Convenção da Nomenclatura dos Produtos Cartográficos
PR - PRAD: Projeto de reabilitação ambiental de áreas degradadas.
TOP - Produtos relativos à topografia.
TEM - Produtos temáticos.
ENG - Produtos de engenharia.
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ÍNDICE GERAL DO PRAD - PROJETO DE REABILITAÇÃO
AMBIENTAL DE ÁREAS DEGRADADAS DO CAMPO MOROZINI
Volume 1: Diagnóstico Ambiental
Volume 2: PRAD Conceitual
Volume 3: PRAD Executivo
Tomo I
Memorial Descritivo dos Projetos de Engenharia
Perfis do Projeto de Remodelamento do Terreno (1/10) do PRAD
Tomo II
Executivo
Tomo III
Estrada Principal (2/10) do PRAD Executivo
Tomo IV
Estrada Oeste (3/10) do PRAD Executivo
Tomo V
Canal de Desvio A (4/10) do PRAD Executivo
Tomo VI
Canal de Desvio B (5/10) do PRAD Executivo
Tomo VII
Detalhes dos Canais de Desvio A e B (6/10) do PRAD Executivo
Tomo VIII
Bancadas e Taludes Lagoa 4 (7/10) do PRAD Executivo
Tomo IX
Sistema de Drenagem Superficial (8/10) do PRAD Executivo
Sistema de Drenagem Superficial (9/10) do PRAD Executivo
Tomo X
(Continuação)
Estrada de Acesso da Lagoa 4 e Trapiche (10/10) do PRAD
Tomo XI
Tomo XII
Executivo
Planilhas dos Perfis e das Seções (Notas de serviço)
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ÍNDICE DO VOLUME 2 - PRAD CONCEITUAL
SUMÁRIO EXECUTIVO ........................................................................................................X
ÍNDICE GERAL DO PRAD - PROJETO DE REABILITAÇÃO AMBIENTAL DE ÁREAS
DEGRADADAS DO CAMPO MOROZINI ...........................................................................XIII
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 27
2. OBJETIVOS DO PROJETO ............................................................................................ 31
3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL.......................................................................................... 33
4. PROJETO DE REABILITAÇÃO AMBIENTAL - PRAD ................................................... 42
4.1
INTRODUÇÃO........................................................................................................ 42
4.2
AMBIENTE TERRESTRE ....................................................................................... 44
4.2.1
4.2.2
Deposição de rejeitos ....................................................................................... 44
Movimentação de estéreis................................................................................ 49
4.2.3
Adição de alcalinidade aos estéreis.................................................................. 54
4.2.4
Aterramento da Lagoa 5 e construção do solo ................................................. 56
4.2.5 Obras de engenharia........................................................................................ 57
5. SOLOS ............................................................................................................................ 59
5.1
INTRODUÇÃO........................................................................................................ 59
5.2 CORREÇÃO
DAS
CARACTERÍSTICAS
FÍSICAS,
QUÍMICAS
E
MICROBIOLÓGICAS DO SOLO CONSTRUÍDO.............................................................. 60
6. REVEGETAÇÃO ............................................................................................................. 64
6.1
INTRODUÇÃO........................................................................................................ 64
6.2 REVEGETAÇÃO EM ÁREAS A SEREM REMODELADAS..................................... 65
6.2.1 Plantio de gramíneas e leguminosas ................................................................ 65
6.2.2
Plantio de espécies arbustivas e arbóreas........................................................ 74
6.2.3
Plantio das pioneiras arbóreas em linhas ......................................................... 75
6.2.4 Plantio de mudas em “ilhas de diversidade” ..................................................... 76
6.3 REVEGETAÇÃO EM ÁREAS A SEREM MANTIDAS ............................................. 82
6.3.1
Plantio de espécies arbustivas e arbóreas........................................................ 82
6.4 PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS............................................................................... 84
6.4.1 Cercas vivas..................................................................................................... 85
6.4.2
Barreiras contra incêndios ................................................................................ 87
6.4.3 Espécies exóticas............................................................................................. 88
7. TERRACEAMENTO ........................................................................................................ 81
7.1
INTRODUÇÃO........................................................................................................ 81
7.2 MODELO CONSTRUTIVO ..................................................................................... 83
8. AMBIENTE AQUÁTICO .................................................................................................. 87
8.1
CORREÇÃO DA POLUIÇÃO DO SISTEMA HÍDRICO ........................................... 87
xiv
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8.1.1
Memória de cálculo para neutralização da acidez da Lagoa 4.......................... 93
8.1.2
Forma de adição do neutralizante .................................................................... 94
8.2
NEUTRALIZAÇÃO DA ACIDEZ DA LAGOA 5 ........................................................ 97
8.2.1
8.2.2
Memória de cálculo para neutralização da acidez da Lagoa 5.......................... 97
Forma de adição do neutralizante .................................................................... 98
9. DIRETRIZES GERAIS PARA A REABILITAÇÃO AMBIENTAL DO CAMPO MOROZINI
.......................................................................................................................................... 100
10. QUANTIDADES DE MATERIAIS ................................................................................ 104
11. PLANO DE MONITORAMENTO ................................................................................. 108
11.1 OBJETIVOS DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO ....................................... 109
11.2 PLANO DE MONITORAMENTO DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS ...................... 110
11.3 PLANO DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS........................ 111
11.4 PLANO DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS............................ 112
11.5 PLANO DE MONITORAMENTO DOS SOLOS ..................................................... 117
11.6 PLANO DE MONITORAMENTO GEOLÓGICO E GEOTÉCNICO ........................ 119
11.7 PLANO DE MONITORAMENTO DA VEGETAÇÃO .............................................. 119
11.7.1 Acompanhamento do desenvolvimento das espécies introduzidas e da
regeneração natural .................................................................................................... 120
11.7.2 Análise do recrutamento de sementes............................................................ 120
11.7.2.1 Instalação de poleiros artificiais................................................................ 121
11.7.2.2 Plantio da vegetação para os poleiros verdes .......................................... 124
11.8 PLANO DE MONITORAMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS NO
SOLO, SEDIMENTO, PLANTAS E PEIXES ................................................................... 129
11.8.1 Metodologia.................................................................................................... 130
11.9 PLANO DE MONITORAMENTO DA FAUNA ........................................................ 131
11.9.1 Espécies indicadoras...................................................................................... 131
12. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE MONITORAMENTO............... 133
13. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE REABILITAÇÃO................ 134
14. O FUTURO DA ÁREA REABILITADA ........................................................................ 136
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 136
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ÍNDICE DO VOLUME 3 - PRAD EXECUTIVO
SUMÁRIO EXECUTIVO
ÍNDICE GERAL DO PRAD - PROJETO DE REABILITAÇÃO AMBIENTAL DE ÁREAS
DEGRADADAS DO CAMPO MOROZINI
1. INTRODUÇÃO
2. MEMORIAL DESCRITIVO
2.1 PROJETOS GEOMÉTRICOS
2.1.1 Acesso rodoviário não pavimentado
2.1.2 Canais projetados
2.1.3 Taludes da Lagoa 4
2.1.4 Drenagem superficial auxiliar
2.2 PROJETO DE TERRAPLANAGEM
2.2.1 Introdução
2.2.2 Perfis longitudinais de terraplanagem
2.2.3 Especificações técnicas
2.2.3.1 Cortes
2.2.3.2 Empréstimos
2.2.3.3 Aterros
2.3 PROJETO DE OBRAS DE ARTE
2.3.1 Canaletas longitudinais aos acessos rodoviários
2.3.2 Tubos de concreto
2.3.2.1 Tubos de concreto com diâmetro de 100 cm
2.3.2.2 Tubos de concreto com diâmetro de 60 cm
2.3.2.3 Tubos de concreto com diâmetro de 50 cm
2.3.3 Pontes
2.3.3.1 Pontilhão
2.3.3.2 Ponte de madeira
2.3.3.3 Trapiche
2.4 PAVIMENTAÇÃO
2.5 ESTUDO HIDROLÓGICO
2.5.1 Equações de cálculo
2.5.2 Cálculo da Drenagem do Lado Esquerdo da Lagoa 4
2.5.3 Cálculo da Drenagem do Lado Direito da Lagoa 4
2.5.4 Cálculo de drenagens superficiais auxiliares, canaletas de proteção e canais de desvio
2.5.4.1 Considerações
2.5.4.2 Drenagem H
2.5.4.3 Cálculo dos Canais A e B
xvi
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Rev. 03 - Abril/2009
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INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS - IPAT
2.5.4.4 Definição do período de retorno
2.5.5 Drenagens Superficiais auxiliares K, L e M
2.5.6 Canaletas de proteção CP06, CP07, CP08 e CP09
2.5.6.1 Índices técnicos da bacia hidrografia de contribuição
2.5.6.2 Dimensionamento das canaletas de proteção CP06 e CP07
2.5.6.3 Dimensionamento das canaletas de proteção CP08 e CP09
2.6 PROJETO DE DRENAGEM SUPERFICIAL DA LAGOA 4
2.6.1 Canaletas trapezoidais
2.6.2 Escadarias
2.6.3 Estruturação do sistema
2.7 PROJETO DE DRENAGEM SUPERFICIAL AUXILIAR
2.7.1 Drenagem A
2.7.1.1 Aspectos construtivos
2.7.2 Drenagem B
2.7.2.1 Aspectos construtivos
2.7.3 Drenagem A+B
2.7.3.1 Aspectos construtivos
2.7.4 Tunnel liner - km 22+750 (processo não destrutivo)
2.7.4.1 Aspectos construtivos
2.7.5 Drenagem D
2.7.5.1 Aspectos construtivos
2.7.6 Drenagem E
2.7.6.1 Aspectos construtivos
2.7.7 Drenagem D+E (Canal com Gabião)
2.7.7.1 Aspectos construtivos
2.7.8 Tunnel liner - km 21+780 (processo não destrutivo)
2.7.8.1 Aspectos construtivos
2.7.9 Drenagem F
2.7.9.1 Aspectos construtivos
2.7.10 Drenagem G
2.7.10.1 Aspectos construtivos
2.7.11 Drenagem H
2.7.11.1 Aspectos construtivos
2.7.12 Extensão da drenagem H
2.7.12.1 Aspectos construtivos
2.7.13 Drenagem I
2.7.13.1 Aspectos construtivos
2.7.14 Drenagem J
2.7.14.1 Aspectos construtivos
xvii
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2.7.15 Drenagem K
2.7.15.1 Aspectos construtivos
2.7.16 Drenagem L
2.7.16.1 Aspectos construtivos
2.7.17 Drenagem M
2.7.17.1 Aspectos construtivos
2.7.18 Canaletas de proteção de talude (cp01, cp02, cp03 e cp04)
2.7.18.1 Escadaria (Descida d’água em degraus)
2.8 PROJETO DE CANAIS DE DESVIO A E B
2.8.1 Canal A
2.8.1.1 Aspectos construtivos
2.8.2 Canal B
2.8.2.1 Aspectos construtivos
2.8.3 Estrada de manutenção
2.8.4 Canaletas de proteção de talude
2.8.5 Escadarias
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ÍNDICE DE FIGURAS DO VOLUME 2 - PRAD CONCEITUAL
Figura 1 - Planta de localização da área do projeto ............................................................. 30
Figura 2 - Pilha de estéril - rochas areníticas - Campo Morozini .......................................... 34
Figura 3 - Porção norte da área. Afloramento de arenito piritoso (material mais claro com
níveis delgados de carvão). Material escuro corresponde aos rejeitos do beneficiamento
de carvão mineral, depositados nos últimos cortes da mineração ................................. 35
Figura 4 - Blocos de arenito piritoso com película de alteração ocre alaranjada resultante da
precipitação de óxidos ou hidróxidos de ferro................................................................ 35
Figura 5 - Esquema do depósito de rejeitos do beneficiamento de carvão mineral .............. 46
Figura 6 - Perfil esquemático do depósito de rejeitos do beneficiamento de carvão mineral a
ser construído no Morozini ............................................................................................ 48
Figura 7 - Croqui esquemático indicando a configuração dos taludes após o remodelamento
...................................................................................................................................... 53
Figura 8 - Esquema do plantio de bracatinga em linhas, com covas intercaladas - quincôncio
...................................................................................................................................... 76
Figura 9 - Distribuição das espécies arbóreas a serem plantadas nas ilhas de diversidade (SI
= Espécies Secundárias Iniciais; ST = Espécies Secundárias Tardias; C = Espécies
Climácicas). Os números colocados ao lado dos símbolos correspondem às espécies
listadas para cada ilha................................................................................................... 77
Figura 10 - Distribuição das espécies arbóreas a serem plantadas nas ilhas de diversidade
nos locais onde há regeneração natural (SI = Espécies Secundárias Iniciais; ST =
Espécies Secundárias Tardias; C = Espécies Climácicas). Os números colocados ao
lado dos símbolos correspondem às espécies listadas para cada ilha .......................... 83
Figura 11 - Croqui do modelo genérico de terraceamento implantado no Campo Morozini.. 85
Figura 12 - Drenagem da saída da Lagoa 4 para o rio Mãe Luzia........................................ 88
Figura 13 - Poleiro artificial, modificado de Melo (1997)..................................................... 122
Figura 14 - Poleiro artificial com coletor, modificado de Melo (1997) ................................. 124
Figura 15 - Coletor testemunho, modificado de Melo (1997).............................................. 125
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ÍNDICE DE TABELAS DO VOLUME 2 - PRAD CONCEITUAL
Tabela 1 - Cálculo da quantidade de calcário necessária para neutralização de estéreis .... 54
Tabela 2 - Espécies a serem utilizadas na recuperação das áreas a serem reabilitadas ..... 69
Tabela 3 - Condicionantes e sementes necessárias para a revegetação das áreas com
relevo remodelado, exceto covas e mudas para implantação de Ilhas de Diversidade.. 72
Tabela 4 - Número de mudas e condicionantes necessários ao plantio de mudas em ilhas de
diversidade nos terrenos a serem remodelados ............................................................ 78
Tabela 5 - Discriminação das espécies que comporão cada ilha de diversidade a serem
implantadas nas porções remodeladas dos blocos 5 e 6 e nas porções não remodeladas
dos Bloco 1, 3, 4, 5 e 6, conforme Figuras 9 e 10.......................................................... 81
Tabela 6 - Condicionantes do solo e mudas de espécies secundárias e climácicas
necessárias à implantação de ilhas de diversidade nas áreas regeneradas do Campo
Morozini......................................................................................................................... 84
Tabela 7 - Quantitativo das espécies indicadas para plantio das cercas vivas..................... 80
Tabela 8 - Quantitativo das espécies indicadas para plantio das barreiras contra incêndios 80
Tabela 9 - Dados demonstrativos da necessidade e custos de neutralização da Lagoa 5 ... 99
Tabela 10 - Divisão da área do Projeto Campo Morozini por blocos e as práticas
recomendadas no seu processo de recuperação ........................................................ 103
Tabela 11 - Plantas sugeridas para vegetação dos poleiros artificiais ............................... 124
Tabela 12 - Localização dos poleiros artificiais e coletores de sementes a serem instalados
na área em reabilitação do Campo Morozini ............................................................... 125
xx
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ÍNDICE DE TABELAS DO VOLUME 3 - PRAD EXECUTIVO
Tabela 1 - Localização das caixas de transferência
Tabela 2 - Cálculo da vazão máxima
Tabela 3 - Dimensionamento dos canais
Tabela 4 - Cálculo da vazão máxima
Tabela 5 - Dimensionamento das canaletas
Tabela 6 - Resumo do cálculo de vazão máxima para período de retorno (T = 10 anos)
Tabela 7 - Dimensionamento hidráulico para período de retorno (T = 10 anos)
Tabela 8 - Resumo do cálculo de vazão máxima para período de retorno (T = 20 anos)
Tabela 9 - Dimensionamento hidráulico para período de retorno (T = 20 anos)
Tabela 10 - Resumo do cálculo de vazão máxima para período de retorno (T = 50 anos)
Tabela 11 - Dimensionamento hidráulico para período de retorno (T = 50 anos)
Tabela 12 - Vazão dos bueiros (m³/s)
Tabela 13 - Dimensionamento da drenagem H
Tabela 14 - Dimensionamento dos canais A e B
Tabela 15 - Dimensionamento do Canal B
Tabela 16 - Períodos de Retorno (T) recomendados para diferentes ocupações
Tabela 17 - Resumo do cálculo de vazão máxima para os períodos de retorno (T = 10 e 20
anos)
Tabela 18 - Dimensionamento das drenagens K, L e M
Tabela 19 - Cálculo de vazão para período de retorno (T = 20 anos) para as CP06 e CP07
Tabela 20 - Cálculo de vazão máxima para as CP06 e CP07
Tabela 21 - Cálculo de vazão para período de retorno (T = 20 anos) para a CP08
Tabela 22 - Cálculo de vazão máxima para as CP08
Tabela 23 - Cálculo de vazão para período de retorno (T = 20 anos) para a CP09
Tabela 24 - Cálculo de vazão máxima para as CP09
Tabela 25 - Resumo do cálculo de vazão máxima para o período de retorno (T = 20 anos)
Tabela 26 - Dimensionamento das canaletas da estrada de acesso a Lagoa 4
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ÍNDICE DE QUADROS DO VOLUME 2 - PRAD CONCEITUAL
Quadro 1 - Comprimento e declividade por área no Campo Morozini .................................. 83
Quadro 2 - Espaçamento recomendado para locação de terraços de absorção .................. 84
Quadro 3 - Hora-máquina previstas para a execução do sistema de terraceamento ........... 86
Quadro 4 - Atualização dos materiais para implantação do PRAD - Campo Morozini........ 104
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ÍNDICE DE ANEXOS DO VOLUME 2 - PRAD CONCEITUAL
Anexo 1 - Mapas e plantas do PRAD.
Produto
Código
Revisão
Mapa Topográfico Original
PR-MR-TOP-0001
4
Mapa de Zoneamento
PR-MR-TEM-0005
5
Mapa 3D Primitivo
PR-MR-TEM-0002
5
Mapa Topográfico Projetado
PR-MR-ENG-0001
8
Mapa Declividade Primitivo
PR-MR-TEM-0001
5
Mapa Declividade
PR-MR-TEM-0003
5
Mapa 3D Projetado
PR-MR-TEM-0004
5
Mapa de Obras de Engenharia
PR-MR-ENG-0002
7
Mapa de Terraceamento
PR-MR-TEM-0009
6
Mapa de Monitoramento
PR-MR-TEM-0006
5
Mapa de Poleiros e Cercas Vivas
PR-MR-TEM-0010
7
Anexo 2 - Cópia do Ofício n° 043/03, de 19/03/2003, da Prefeitura Municipal de Treviso; do
Decreto n° 719/2003, de 14/03/2003, da Prefeitura Municipal de Treviso; da Lei n° 364/2004,
de 10/11/2004, da Prefeitura Municipal de Treviso; da Lei n° 367/04, de 08/12/2004, da
Prefeitura Municipal de Treviso; da Lei n° 405/2005, de 31/08/2005, da Prefeitura Municipal
de Treviso; do Ofício/CODAM n° 1239/06, de 04/08/2006 da FATMA; do Ofício n° 220/06, de
24/11/2006, da Prefeitura Municipal de Treviso; e do Ofício n° 220/06, de 12/12/2006, da
Prefeitura Municipal de Treviso.
Anexo 3 - Resultado das análises da contraprova de cromo em peixes nas Lagoas 1, 2 e 6.
Anexo 4 - Procedimentos de compactação de material argiloso a ser colocado na base, nas
laterais e no topo do depósito de rejeitos do Campo Morozini.
Anexo 5 - Laudos das análises físico-químicas.
Anexo 6 - Anotação de Responsabilidade Técnica - ARTs.
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ÍNDICE DE ANEXO DO VOLUME 3 - PRAD EXECUTIVO
Anexo 1 - Especificações de materiais.
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1. INTRODUÇÃO
A extração de carvão a céu aberto no Campo Morozini, em Treviso-SC
(Figura 1), ocorreu entre 1982 e 1989, sob cargo da Carbonífera Próspera S.A.. A
remoção da camada de carvão Barro Branco foi realizada com auxílio da Dragline
Marion e atingiu cerca de 12 metros de profundidade, em média. Nesse período, o
método extrativo corrente, que invertia as camadas de estéreis, introduzindo os
horizontes superficiais do solo no fundo das cavas e expondo as rochas que
estavam associadas ao carvão em profundidade, passava por adequações visando
o decapeamento e o armazenamento do solo para posterior recolocação sobre a
superfície do terreno, técnica que levou à recuperação de uma parcela no leste da
área.
Entretanto, boa parte dos 226,90 ha que sofreram influência da mineração
necessitam ser reabilitados (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa
Topográfico Original / Cód. PR-MR-TOP-0001). Deste montante, 8,64 ha foram
desapropriados pela Prefeitura Municipal de Treviso (PMT), comunicado através do
Ofício n° 043/03, de 19/03/2003, endereçado ao Diretor Regional da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), por meio do Decreto n° 719/2003, de 14/03/2003,
declarando como de utilidade pública a referida área. A Lei Municipal n° 364/2004,
de 10/11/2004, da Prefeitura de Treviso autoriza o chefe do Poder Executivo
Municipal a criar Loteamento Popular e dá outras providências e a Lei n° 367/2004,
de 08/12/2004, também do Município de Treviso cria Área Industrial, destinada a
instalações de indústrias no município e dá outras providências. Em 31/08/2005, a
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Lei n° 405/2005 cria Distrito Industrial revogando a Lei n° 364/2004 e dá outras
providências. O Ofício/CODAM n° 1239/06, de 04/08/2006, apresenta manifesto
favorável da Fundação do Meio Ambiente (FATMA) à CSN, e informa que a área de
8,64 ha suprimida do PRAD da CSN ficará sob a responsabilidade da Prefeitura
Municipal de Treviso, confirmado pelo Ofício nº 220/2006 de 24/11/2006, à FATMA
(protocolo FATMA nº 3268/06, de 28/11/2006) e Ofício n° 220/2006 de 12/12/2006, à
FATMA (protocolo FATMA nº 3428/06, de 12/12/06), conforme Anexo 2.
Assim, o Projeto de Reabilitação de Áreas Degradadas (PRAD) ora
apresentado foi elaborado com o intuito de apresentar à Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN) e aos Órgãos Públicos competentes, as características químicas,
físicas e biológicas do Campo Morozini, e as medidas de reabilitação que promovam
o equilíbrio ambiental do local. Dessa forma, pretende-se atender às exigências
formuladas pela Fundação do Meio Ambiente (FATMA), após análise de projetos
originais referentes ao Campo Morozini anteriormente protocolados pela CSN.
O PRAD prevê a retirada e deposição controlada dos rejeitos encontrados na
área; a manutenção das maiores lagoas artificiais do local e o aterramento da Lagoa
5 após suas águas serem neutralizadas; a remodelagem da superfície do terreno; a
reconstrução do solo; a introdução de espécies vegetais (arbóreas e herbáceas) a
partir de um banco de sementes (turfa) e semeadura; a disposição em taludes e
bancadas dos estéreis que estão às margens da Lagoa 4; e a manutenção de áreas
onde houve regeneração natural. Essas ações visam restabelecer o equilíbrio do
ambiente do local, propiciando o retorno e a manutenção da fauna e da flora nativa,
além de eliminar ou isolar as fontes de poluição que contribuem para alterar a
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qualidade do solo e dos recursos hídricos.
A fragilidade do ambiente que será reconstruído faz com que o uso futuro do
local, após a reabilitação e um período de monitoramento de cinco anos, seja
voltado à preservação, evitando-se as atividades agropecuárias extensivas. A
criação de suínos e frangos em granjas, a produção de mel e a delimitação de locais
para lazer, podem coexistir com as áreas de preservação desde que essas
atividades sejam devidamente planejadas e licenciadas pelos órgãos competentes.
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Figura 1 - Planta de localização da área do projeto
30
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2. OBJETIVOS DO PROJETO
Fundamentado nas informações geradas a partir do diagnóstico ambiental, o
PRAD do Campo Morozini objetiva:
o Definir a área de ocorrência e propor projeto que garanta o isolamento
dos rejeitos e a cobertura dos estéreis responsáveis pela contaminação
da área;
o Apresentar plano de reconfiguração topográfica do terreno e projeto
das obras de engenharia necessárias ao cumprimento do mesmo;
o Estabelecer áreas e definir volumes de corte e aterro;
o Definir áreas a serem revegetadas com gramíneas, com arbóreas e
aquelas onde a vegetação deve apenas ser incrementada;
o Definir a maneira como deve ser conduzida a construção do solo;
o Apresentar as metodologias e listas de espécies vegetais específicas
visando à introdução da vegetação e a aceleração do retorno da fauna
original à área reabilitada;
o Acompanhar a reabilitação da área a partir de plano de monitoramento
ambiental pelo período de 60 meses.
31
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3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
O Diagnóstico Ambiental para o Campo Morozini (IPAT/UNESC, 2006),
apontou uma área com cerca de 221 ha, que foi minerada a céu aberto pela
Carbonífera Próspera S.A., no período de 1982 a 1989, para explotação de carvão.
Espalhadas pelo local aparecem pilhas de estéreis ricos em materiais poluentes,
bem como rejeitos, que contaminaram e continuam poluindo o solo, as águas
superficiais e subterrâneas (Figura 2).
O campo está posicionado no sopé do “Montanhão”, pequena serra com
altitudes máximas próximas a 600 metros, cumeada por rochas básicas da
Formação Serra Geral (Grupo São Bento). Tal “montanha” exibe em suas encostas,
rochas sedimentares das Formações Irati (Grupo Passa Dois) e Palermo (Grupo
Guatá). Na base da seqüência de rochas sedimentares depositadas no local são
encontradas litologias da Formação Rio Bonito (base do Grupo Guatá), que abriga
as principais camadas de carvão da Bacia Catarinense (Figura 3).
A paisagem encontra-se descaracterizada, com pilhas de estéreis de até 15
metros de altura. Focos de erosão, baixa biodiversidade e comprometimento da
qualidade das águas superficiais e subterrâneas, além da ausência da mata ciliar ao
longo do rio Morosini denunciam a necessidade de reabilitação local. Essas
características persistem, embora nesse campo tenham sido implementadas
tentativas de recuperação de áreas degradadas, baseadas no conhecimento e
tecnologia dominadas na época. Em aproximadamente 50 ha do Campo, o substrato
foi nivelado, recebendo cobertura com argila, o rio Morosini foi desviado e canalizado
33
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e uma das lagoas recebeu a adição de agente alcalinizante.
As principais fontes de poluição identificadas no local são os rejeitos e
estéreis, principalmente os arenitos, ambos ricos em pirita os quais aparecem
dispostos como blocos soltos em pilhas, ao longo das estradas ou ainda como
afloramentos representando os últimos cortes da mineração. Como produtos da
ação do intemperismo sobre o sulfeto de ferro, são observados sulfatos de ferro
hidratado - melanterita - como uma massa branca cristalizada por sobre os depósitos
de rejeitos do beneficiamento de carvão mineral, além de hidróxidos ou óxidos de
ferro de cor alaranjada precipitados sobre os arenitos (Figura 4).
Figura 2 - Pilha de estéril - rochas areníticas - Campo Morozini
34
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Figura 3 - Porção norte da área. Afloramento de arenito piritoso (material mais claro com níveis
delgados de carvão). Material escuro corresponde aos rejeitos do beneficiamento de carvão
mineral, depositados nos últimos cortes da mineração
Figura 4 - Blocos de arenito piritoso com película de alteração ocre alaranjada resultante da
precipitação de óxidos ou hidróxidos de ferro
A influência da dissolução de sulfetos e sulfatos contribuindo para a má
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qualidade dos solos e das águas é flagrante em boa parte da área pesquisada,
especialmente na porção sul do Campo Morozini.
No rio Morosini a qualidade das águas superficiais pode ser considerada
satisfatória, quando comparada aos padrões fixados na Resolução n° 357/2005 do
CONAMA, enquanto que nas lagoas as condições vão desde boas até ruins. Notase nitidamente um aumento da concentração dos poluentes da Lagoa 1 para a
Lagoa 4, essa última com a pior qualidade de água na área estudada.
No sul e sudeste da área, principalmente nos blocos 2 e 3 (Anexo 1 - Mapas e
Plantas do PRAD - Mapa de Zoneamento / Cód. PR-MR-TEM-0005), a água
subterrânea caracteriza-se como de pior qualidade do que a de outros pontos da
área. Em um dos poços de monitoramento, o PM 16, o nível d’água está próximo à
superfície (2 metros de profundidade) e atravessa material fortemente poluente
(litologia silte-arenosa com pirita). A facilidade de oxigenação e infiltração de água
superficial neste local faz com que o sulfeto ali depositado se altere rapidamente
gerando águas ácidas ricas em sulfato, ferro e manganês.
Outro fato que deve ser considerado no Campo Morozini é o regime tectônico
da área. Devido à proximidade com o Montanhão, que nada mais é do que um
grande sill de rocha básica que se encaixou em meio às rochas sedimentares da
Bacia do Paraná, aparecem diversas falhas, algumas das quais preenchidas por
material ígneo (diques). Tal situação dificulta o diagnóstico das águas subterrâneas,
uma vez que em alguns casos o material ígneo, por ser maciço e pouco permeável,
acaba por funcionar como barreira para o fluxo subterrâneo.
36
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Devido a uma das falhas ocorridas no sul do Campo Morozini, o fluxo da água
que vem do Montanhão e passa pelo local do poço PM-16, segue em parte rumo a
Lagoa 4 (a mais crítica) e em parte rumo ao rio Mãe Luzia contribuindo para a
degradação de sua qualidade.
Pode-se concluir que a condição da Lagoa 4 deve-se tanto à contribuição das
águas subterrâneas que cortam parte do sudeste do Campo Morozini, como também
às águas superficiais que lixiviaram soluções ácidas ricas em sulfato, ferro e outros
metais. Esta lagoa apresenta uma estratificação em sua coluna d’água com relação
ao potencial de oxi-redução e disponibilidade de oxigênio dissolvido. Dessa forma,
encontram-se presentes dois mecanismos de oxidação responsáveis pelo processo
de geração de drenagem ácida, ou seja: o oxigênio dissolvido atuante próximo a
superfície da água e o Fe3+ na zona onde o ambiente é redutor, do meio para o
fundo da lagoa.
No rio Morosini são observados peixes que se alimentam no fundo
(Geophagus brasiliensis, Cichlasoma facetum e Jenynsia unitaenia), peixes que se
alimentam principalmente no ambiente intersticial e na superfície (Mimagoniates
microlepis, Hyphessobrycon luetkenii e Astyanax scabripinis), além de carnívoros
(Hoplias malabaricus e Crenicichla lepidota), indicando uma reestruturação de sua
composição original. Nas lagoas são observadas apenas três espécies de peixes,
possivelmente introduzidas por recolonização.
No tocante aos solos, deve-se mencionar que antes da explotação do carvão,
haviam duas classes no local: a) um Neossolo Flúvico, ou seja, um aluvial distrófico
no vale do rio Morosini que se apresentava sobre um material de origem recente, de
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alta fragilidade, com a morfogênese superando a pedogênese do solo da planície
aluvial, que apresentava um soterramento recente de cerca de 50 cm e que foi
totalmente destruído; e b) um Podzólico Vermelho-Amarelo, que foi parcialmente
degradado ou destruído no restante da área.
Das 29 zonas homólogas identificadas no local, apenas cinco apresentam
características naturais de gênese do solo, sendo estas as zonas 1, 8, 19, 20 e 29,
com solos que podem ser classificados como Podzólicos Vermelho-Amarelos álicos.
O substrato do local apresenta-se de maneira geral desestruturado e associada a
uma elevada pedregosidade; com cor amarela brunada na matriz 10 YR; textura
franco-arenosa classificada predominantemente na classe 3 (23 das 29 zonas) com
estrutura em grãos simples; consistência solta, não plástica, não pegajosa e tendo
seqüência de horizontes do tipo A, Bt e C, com boa diferenciação entre os
horizontes. Apresentam-se como muito pobres, exibindo baixa fertilidade, altos
teores de alumínio trocável, alta acidez e baixa capacidade de retenção de água,
muito semelhantes as áreas caracterizadas em diagnósticos ambientais de áreas
degradadas pela mineração de carvão (IPAT/UNESC, 2002a e 2003).
O pH do substrato, em toda a área do projeto foi classificado como “muito
baixo”, com uma variação de 2,7 a 4,5 em uma escala que varia de 0 a 14. Já as
concentrações de fósforo (P) apresentaram-se como limitantes em 23 das 29 zonas
(2 a 4, 6, 7, 9 a 15, 17 a 19, 21, 22 a 25, 27 a 29), muito baixo (zonas 5, 16, 20),
baixo (zonas 1, 26) e médio na zona 8, utilizada como padrão e não objeto deste
projeto de recuperação. Considerando os níveis presentes de P, a indisponibilidade
deste elemento e os níveis de pH, conclui-se que sem intervenção, o processo de
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recuperação da área será extremamente lento.
O potássio (K) é um elemento que normalmente apresenta-se em
concentrações que não limita o crescimento das plantas e mesmo este elemento
apresentou concentrações abaixo do teor de 80 ppm, que é o nível crítico no solo
em 16 das 29 zonas levantadas.
A porcentagem de matéria orgânica (M.O.) variou desde alta até média
(zonas 1, 6, 7, 8, 10, 13, 15, 18, 19, 26, 28 e 29), enquanto que nas demais quatorze
zonas, que correspondem a maior parte da área pesquisada, os níveis de M.O.
determinados foram baixos.
Os níveis de Saturação de bases (V%) estão muito baixos em quase todas as
zonas - com exceção da 8 e da 29, ficando entre 0,90 e 18,52%, aquém tanto dos
valores estabelecidos para as necessidades nutricionais, quanto dos indicados para
o equilíbrio químico do solo, já que a soma de Al + H+ variou de 99,1% e 81,48%.
Estes valores, associados ao baixo teor de M.O. e à classe textural presente nos
solos alterados, levam a acreditar que as ações no processo de reabilitação passam
primeiramente pela recuperação da estrutura do solo com a adição de fração
coloidal (M.O. e argila) com indisponibilidade e neutralização (uso de calcário) dos
cátions tóxicos presentes no solo.
Com relação à vegetação, percebe-se a presença expressiva de plantas
exóticas (e.g. pinus e eucaliptos), além de nativas pioneiras e ruderais, pouco
exigentes quanto às condições de fertilidade do solo, apresentando ainda elevado
caráter competitivo, grande capacidade adaptativa e dinamismo. Tais espécies
resistem a estiagens ocasionais, à elevada acidez, a deficiência de nutrientes e
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presença de metais tóxicos. Entretanto, quando comparadas às espécies vegetais
encontradas em áreas naturais as exóticas apresentam crescimento menor e mais
lento.
Para o solo, a concentração ambiental dos elementos ferro (Fe) e cobre (Cu)
encontram-se acima dos limites considerados normais para solos naturais.
No que se refere aos ecossistemas aquáticos o Brasil não possui um limite
específico de zinco (Zn) para organismos aquáticos destinados ao consumo humano
(CETESB, 2001). Portanto, para comparação com os valores encontrados nas
espécies de peixes (herbívoro e carnívoro) coletadas nas Lagoas 1, 2 e 6,
considerou-se o limite de 50 µg.g-1 ou 50 ppm (partes por milhão) para a categoria
“outros alimentos” estabelecido pelo Decreto 55.871 de 26 de março de 1965
(Ministério da Saúde) e Portaria n° 685, de 27 de agosto de 1998 (BRASIL, 1965;
ANVISA, 1998).
Considerando que o tecido muscular dos peixes é a parte geralmente
aproveitada pelos humanos como alimento, pode-se inferir que as espécies
avaliadas encontram-se em condições de consumo.
Apesar das concentrações de zinco detectadas no fígado (Anexo 3) sejam
díspares, quando comparadas aos resultados obtidos das amostras referentes ao
tecido muscular, há de se destacar que o fígado por suas características concentra
naturalmente metabólitos e metais (YOUSUF, SHAHAWI e AL-GHAIS, 1999). Ainda
no que se refere aos metais, a sua maior concentração tecidual pode ocorrer devido
a bioconcentração (quando o elemento tóxico é assimilado pelo organismo através
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da água) ou pelo mecanismo da biomagnificação (quando o organismo assimila o
elemento tóxico através da cadeia alimentar, aumentando suas concentrações a
cada nível trófico).
Estima-se que o zinco presente na Lagoa 6 deve fazer parte da geoquímica
local, podendo ser tanto de origem natural como também pode estar sendo
disponibilizado através da lixiviação e solubilização. Nesse contexto, cabe destacar
que a Lagoa 6 não sofreu intervenções relacionadas ao processo de mineração,
sendo sua condição mais próxima à natural, sendo portanto, considerada uma área
de referência (área controle ou ponto branco).
Por fim, deve-se comentar que a diversidade de espécies da avifauna no
Campo Morozini está diretamente relacionada aos tipos de formações vegetais.
Assim sendo, com a manutenção das áreas mais preservadas e a reabilitação
das áreas degradadas espera-se atrair um maior número de espécies não somente
da avifauna, mas também da mastofauna e herpetofauna, as duas últimas mais
escassas no local.
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4. PROJETO DE REABILITAÇÃO AMBIENTAL - PRAD
4.1 INTRODUÇÃO
O Campo Morozini compreende uma área total de cerca de 381 ha, dos quais
aproximadamente 226,90 ha são áreas influenciadas pela mineração, incluindo área
de 8,64 hectares que foram desapropriadas pela Prefeitura Municipal de Treviso.
Dentro dos 226,90 ha existem:
Pilhas de estéreis e de rejeitos do beneficiamento de carvão 141,20 ha
mineral
Áreas regeneradas naturalmente
59,20 ha
Cavas alagadas e o rio Morosini
20,00 ha
Lote de terceiros (bloco 7)
3,70 ha
Estradas e construções
2,80 ha
TOTAL
226,90 ha
O projeto aqui detalhado prevê o zoneamento da área em blocos, medida que
facilita a adoção de soluções específicas para cada local e favorecem a execução
dos trabalhos em etapas independentes, definidas de acordo com a necessidade de
intervenção em função da condição ambiental dos referidos blocos (IPAT/UNESC,
2002b e 2005). Assim, o projeto poderá ser executado em módulos sem, no entanto,
comprometer a qualidade dos trabalhos de reabilitação.
A execução do PRAD demandará o prazo estimado de 80 meses para ser
concluído e deverá cumprir as seguintes etapas:
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Remodelagem da topografia em cerca de 141,20 ha, incluindo neste
trabalho o retaludamento das áreas do entorno da Lagoa 4, o
terraceamento do terreno, e também a retirada dos rejeitos do
beneficiamento de carvão e disposição dos mesmos na célula de
rejeitos definida neste projeto;
Neutralização e aterramento da Lagoa 5;
Aplicação e incorporação de calcário com PRNT mínimo de 75,1%
(classe C) aos estéreis remodelados;
Recobrimento do substrato de estéreis com 0,50m de argila reconstrução do solo;
Aplicação e incorporação de calcário com PRNT mínimo de 75,1%
(classe C), cama de aviário, turfa de raspagem estabilizada e
fertilizante ao solo construído;
Construção do sistema de drenagem superficial e do canal de desvio
das águas de montante;
Construção de nova via de acesso ao campo, com instalação de
canaletas de drenagem em suas margens;
Introdução de vegetação herbácea e arbórea, por meio de semeadura
a lanço, logo após o preparo do solo;
Abertura de covas, correção do solo e plantio de mudas de espécies
pioneiras, secundárias e climácicas em toda a área, exceto nos blocos
2 e 3;
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Monitoramento das águas, do solo, das características geológicas e
geotécnicas, da fauna e da flora, durante e após a reabilitação da área,
num período total de 60 meses.
Após os 56 meses necessários para execução do projeto no que tange ao
ambiente terrestre, inicia-se a aplicação de agente alcalino na Lagoa 4, visando a
neutralização e precipitação de parte dos metais presentes na coluna d’água.
As intervenções necessárias à reabilitação do local tanto no que se refere ao
ambiente terrestre como ao aquático estão descritas detalhadamente no item 4.2, a
seguir.
4.2 AMBIENTE TERRESTRE
As interferências do PRAD em relação ao ambiente terrestre se darão
principalmente pela retirada dos rejeitos do beneficiamento de carvão mineral e
deposição em local projetado, pela movimentação de estéreis, pela construção do
solo e pelo processo de revegetação.
4.2.1 Deposição de rejeitos
Os rejeitos do beneficiamento de carvão mineral encontrado no Campo
Morozini perfazem um volume de aproximadamente 100.000 m³. Esses materiais
eram utilizados como pavimento de acessos abertos à época da mineração e
também como contra-peso nos caminhões que retornavam à mina após levar o
minério para beneficiamento. É por este motivo que normalmente os rejeitos estão
dispostos em pequenas pilhas localizadas principalmente às margens de antigos
acessos - um deles utilizado até hoje -, e no último corte da lavra a céu aberto, no
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norte da área (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa Topográfico Original /
Cód. PR-MR-TOP-0001 e Mapa 3D Primitivo / Cód. PR-MR-TEM-0002).
Por se tratarem de resíduos ainda hoje bastante agressivos, estes materiais
devem ser retirados e depositados em uma célula preparada para recebê-los. Dessa
forma, haverá significativa redução da liberação de poluentes para o meio ambiente
a partir dessa fonte.
A disposição dos rejeitos será feita na porção noroeste do Campo Morozini
(Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa Topográfico Projetado / Cód. PR-MRENG-0001) onde será construída uma célula com capacidade para estocar os
100.000 m³ de rejeitos encontrados no local.
A referida célula terá perfil trapezoidal com superfície abaulada cujas
características estão especificadas na (Figura 5):
Comprimento: base = 125 m; topo = 150 m;
Largura: base = 115 m; topo = 140 m;
Altura: centro = 7,0 m; laterais: 5,0 m;
Inclinação dos taludes laterais: 1:2,5 (respectivamente às dimensões
vertical e horizontal);
Comprimento das rampas laterais: 13,5 m;
Área total: 2,1 ha;
Volume de argila compactada para encapsulamento: 21.418,00 m³;
Volume útil: 100.000 m³.
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150 m
B
A
125 m
140 m
115 m
Corte A-B
7m
5m
13,50 m
12,50 m
12,50 m
Figura 5 - Esquema do depósito de rejeitos do beneficiamento de carvão mineral
A preparação do terreno e a construção do depósito para receber os resíduos
(Figura 6) deverá seguir os passos abaixo:
•
Abertura de cava com base retangular de 125 m x 115 m e rampas
laterais com inclinação na proporção 1:2,5 (respectivamente às
dimensões vertical e horizontal), com 13,5 m de comprimento e altura
máxima de 5,0 m. A escavação da célula deverá ser feita
preferencialmente em etapas de forma que sejam abertos módulos de
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25 m x 15 m, que deverão ser preenchidos e recobertos antes da
abertura do módulo seguinte;
•
Espalhamento e compactação (descrito no Anexo 4 - Procedimentos
de compactação do solo argiloso a ser colocado na base, nas laterais e
no topo do depósito de rejeitos do Campo Morozini) sobre os estéreis,
de camada impermeabilizante homogênea, composta por material
argilo-siltoso
proveniente
do
próprio
local,
desde
que
com
características apropriadas à compactação. A espessura dessa
camada, a ser disposta na base, no topo e nos taludes laterais, deverá
ser 0,50 m de material compactado;
•
Retirada dos rejeitos do beneficiamento de carvão mineral dos atuais
locais de deposição com o auxílio de pás-carregadeiras e retroescavadeiras, e transporte para o depósito por meio de caminhões
basculantes;
•
Descarregamento,
espalhamento
e
compactação
do
material
(descrição no Anexo 4) o mais rápido possível, mantendo, ao término
da deposição, uma inclinação em superfície de cerca de 2,5 %, do
centro para as bordas do depósito;
•
Cobertura dos rejeitos com uma camada homogênea de material
argilo-siltoso procedente do próprio local, com 0,50 m de espessura,
compactada conforme recomendações no Anexo 4;
•
Espalhamento de camada irregular, com no mínimo 2,0 m de
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espessura, de estéreis argilosos, siltosos ou arenosos sobre a
cobertura argilosa, de acordo com a disponibilidade de material no
local, não devendo ser utilizado para essa finalidade blocos de estéreis
maiores que 0,20 m;
•
Procedimento de remodelagem do terreno, deposição de calcário,
introdução e correção de solo argiloso e revegetação somente com
espécies herbáceas.
Figura 6 - Perfil esquemático do depósito de rejeitos do beneficiamento de carvão mineral a
ser construído no Morozini
O
isolamento
dos
rejeitos
com
camadas
de
material
argilo-siltoso
compactadas tem como objetivo: (i) dificultar o contato do oxigênio atmosférico e da
água pluvial com os rejeitos; (ii) tornar menos permeável o substrato de estéreis
onde será construído o depósito.
A disposição de solo construído e de estéreis não pedregosos sobre o
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depósito também se constitui numa barreira natural para a penetração de oxigênio e
de água até os rejeitos depositados a no mínimo 2,0 m abaixo da superfície. A zona
de mais alta oxidação em um depósito de rejeitos como o projetado persiste até
cerca de 1,5 m abaixo da superfície, de acordo com estudos realizados por Erickson
(1985, in Skousen et al., 1987), Erickson e Ladwig (1986, in Skousen et al., 1987).
Portanto, à profundidade de 2,0 m o teor de oxigênio é bem reduzido e as reações
químicas que desencadeiam a geração da drenagem ácida são de ocorrência
restrita.
4.2.2 Movimentação de estéreis
A extração de carvão no Campo Morozini, de acordo com a análise de mapas
de sondagens e de avanço da lavra no local, representou uma movimentação de
terras (solo + estéreis + minério) da ordem de 18.850.000 m³ (dezoito milhões e
oitocentos e cinqüenta mil metros cúbicos), considerando uma profundidade média
de escavação de 13 metros, em uma área de cerca de 145 ha.
A disposição do material escavado para a explotação de carvão fez com que,
em uma área alterada, com cerca de 96 ha do total de 242 ha detalhados pelo
levantamento topográfico, o relevo do Campo Morozini assumisse declividades
superiores a 12% (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa Declividade Primitivo
/ Cód. PR-MR-TEM-0001), impróprias para a reconstrução do solo, pois acima dessa
declividade a capacidade de erosão pelas águas de chuva é muito elevada,
especialmente se não há cobertura vegetal suficiente para reduzir a velocidade de
escoamento.
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A remodelagem do terreno no referido campo justifica-se, portanto, pela
necessidade de suavização do relevo primitivo de forma que, na maior parte do
terreno, as declividades permaneçam menores que 12%. Após o ajuste do relevo
estima-se que cerca de 73 ha, dos 242 ha, terão declividades superiores a 12%
(Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa Declividade / Cód. PR-MR-TEM-0003),
sendo a maior parte deles localizados em áreas com regeneração natural ou em
terrenos não alterados no entorno do campo minerado. Assim, a construção do solo
no local poderá ser realizada sem que haja perdas significativas do material silteargiloso de cobertura, de corretivos do solo e mesmo de sementes em decorrência
de erosão pela água de chuva.
A construção do solo - importante não só como substrato para a vegetação
mas também como camada capaz de dificultar a infiltração de água e a passagem
de oxigênio para as camadas inferiores de estéril - juntamente com obras civis como
a construção de drenagens superficiais e do canal de desvio de águas de montante,
são necessárias ao sucesso do projeto uma vez que visam propiciar o isolamento
e/ou a eliminação das fontes poluidoras.
Na área em questão, as principais fontes de contaminação são os rejeitos de
beneficiamento do carvão mineral e os estéreis piritosos, especialmente os arenitos,
que expostos às condições atmosféricas sofrem lixiviação e liberam acidez e metais
tóxicos ao ambiente. Assim, é fundamental que as ações de reabilitação do local
sejam direcionadas ao controle da exposição dessas litologias ao contato com a
água e o oxigênio.
A metodologia aplicada na caracterização da área do Campo Morozini
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permitiu a sua divisão em oito blocos com aspectos ambientais específicos, para os
quais serão adotadas propostas de reabilitação distintas.
Os blocos 2 e 3 (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa de Zoneamento
/ Cód. PR-MR-TEM-0005) são aqueles que apresentam maior comprometimento em
termos de qualidade ambiental. Neles estão depositados rejeitos do beneficiamento
de carvão mineral e estéril piritoso, especialmente arenitos, expostos às intempéries.
A alteração desses materiais constitui o processo responsável pela acidificação e
contaminação do lençol freático e das Lagoas 4 e 5. Devido a essa característica, as
intervenções nesses locais deverão ser mais profundas, indo desde a suavização do
relevo até o plantio somente de espécies vegetais herbáceas, cujas raízes atingem
profundidades menores que as de espécies arbóreas.
A exemplo dos citados acima, o bloco 5 (na sua quase totalidade) e parte do 6
também deverão ter o relevo remodelado, ter o solo construído e ser vegetado com
espécies herbáceas. Entretanto, plantas arbustivas também serão utilizadas no
processo de revegetação nesses locais.
Nos blocos 1 e 4, parte do 6 e porções do 3 haverá somente incremento da
vegetação arbórea por meio do plantio de mudas de espécies secundárias e
climácicas, uma vez que, em decorrência da regeneração natural, a vegetação e
também o solo encontram-se bem desenvolvidos não havendo necessidade de
maiores intervenções para garantir a integridade do ambiente nesses locais.
O processo de revegetação aplicado aos diferentes blocos está descrito
detalhadamente no capítulo “Revegetação”.
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Nas margens da Lagoa 4, onde originalmente havia estéreis e rejeitos com
elevada declividade (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa de Declividade
Primitivo / Cód. PR-MR-TEM-0001), a movimentação de materiais será no sentido de
implantar taludes e bancadas (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa
Topográfico Projetado / Cód. PR-MR-ENG-0001 e Mapa de Declividade / Cód. PRMR-TEM-0003), com o intuito de reduzir a declividade e, ao mesmo tempo,
direcionar para fora do campo minerado as águas pluviais, não permitindo o seu
contato com as águas da Lagoa 4. Os taludes terão proporção 1:3 (respectivamente
às dimensões vertical e horizontal), com rampa de 25,3 m de extensão e 8 m de
altura máxima. Já as bancadas terão 8 m de extensão e inclinação negativa de 5 %
na direção do pé do talude superior (Figura 7). As bancadas e taludes serão dotadas
de sistemas de drenagens superficiais - detalhadas nos Projetos de Engenharia
(Volume 3 - PRAD Executivo - Tomo I - Memorial Descritivo dos Projetos de
Engenharia), parte integrante deste Projeto de Reabilitação Ambiental do Campo
Morozini - visando facilitar o escoamento da água e minimizar a ocorrência de
processos erosivos.
Canaleta de drenagem
Desnível da bancada
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Figura 7 - Croqui esquemático indicando a configuração dos taludes após o remodelamento
A movimentação de terras representará um volume de 1.490.513,763 m³ de
corte e 1.156.819,881 m³ de aterro na margem esquerda do rio Morozini e
488.485,533 m³ de corte e 537.056,024 m³ de aterro na margem direita do rio
Morozini, totalizando cerca de 1.978.999,30 m³ de corte e 1.693.875,91 m³ de aterro
(variação de 30% para mais ou para menos nos volumes de corte e aterro) a serem
extraídos dentro da área para construção do solo.
Cabe destacar que de acordo com informações da empresa Engenharia e
Topografia Ltda., até maio de 2008, foram movimentados no Bloco 5 (margem direita
do rio Morozini) um volume de 380.471,08 m³ de corte. Estes materiais serão
movimentados utilizando-se retro-escavadeiras, tratores, carregadeiras e caminhões
basculantes.
A reconfiguração do terreno deverá ser executada de forma que os blocos de
estéreis piritosos entre 0,10 e 1,0 metro, permaneçam soterrados por estéreis
siltosos ou argilosos, garantindo assim, um substrato de sustentação para o solo a
ser reconstruído. A planta (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa Topográfico
Projetado / Cód. PR-MR-ENG-0001) representa a configuração do local após
reabilitação.
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Nesta planta também são identificadas as zonas onde haverá movimentação
de terra, definidas de acordo com as características físicas e químicas do seu
substrato (rocha e solo) e o desenvolvimento da cobertura vegetal, além das obras
de engenharia necessárias ao sucesso da reabilitação.
4.2.3 Adição de alcalinidade aos estéreis
O PRAD em questão tem como pontos principais de ação: i) remodelagem do
terreno; ii) adição de alcalinidade e cobertura dos estéreis e rejeitos; iii) neutralização
da Lagoa 4; e iv) desvio das águas de montante.
A necessidade de adição de alcalinidade aos estéreis e rejeitos presentes no
Campo Morozini, decorre do fato desses materiais - coletados em diversas
trincheiras (vide Volume I: Diagnóstico Ambiental - Mapa de Pontos de Coleta Campo Morozini / Cód. EG0001030508 - Rev. 2 - IPAT/UNESC, 2006) - possuírem
alto teor de enxofre e poder de neutralização (PN) negativo. Os resultados das
análises químicas realizadas no Laboratório de Solos do IPAT, resumidos na Tabela
1 demonstram que os estéreis presentes na área possuem elevado potencial de
geração de acidez. A quantidade de CaCO3 necessária para neutralizar os estéreis é
calculado subtraindo o potencial de geração de acidez (PA) da amostra, do seu
potencial de neutralização (PN), sendo que PA = % de enxofre total x 31,25; e PN =
∑ dos agentes neutralizantes.
Tabela 1 - Cálculo da quantidade de calcário necessária para neutralização de estéreis
Amostras
S60
S61
S62
S63
S64
S65
Enxofre total (%)
0,2
0,02
1,21
0,18
0,55
1,42
54
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Poder de neutralização (PN) (tCaCO3/1000t de
rejeito/estéril)
-0,22
-0,078
Potencial de acidez (PA) (tCaCO3/1000t de
rejeito/estéril)
6,25
0,625 37,8125 5,625 17,1875 44,375
Necessidade de neutralizante para correção
acidez= PA-PN (tCaCO3/1000t de rejeito/estéril)
6,47
0,703 38,1725 6,175 17,7075 44,635
Necessidade de neutralizante para correção
acidez de uma camada de 1 m de estéril em 1
ha = (PA-PN)*15 (tCaCO3/15.000t de
rejeito/estéril)
97,05
10,55
-0,36
572,59
-0,55
92,63
-0,52
-0,26
265,61 669,53
Obs. 01: Potencial de acidez = enxofre total * 31,25 (SKOUSEN, 1998); necessidade de neutralizante = PA - PN;
Obs. 02: S60 = amostra composta trincheira T-8; S61 = amostra composta trincheira T-6; S62 = amostra composta trincheira T11; S63 = amostra composta trincheira T-4; S64 = amostra composta trincheira T-1 + T-2; S65 = amostra de superfície
trincheira T-7 (Anexo 5 - Laudos 058/2003 a 063/2003);
Obs. 03: Localização das amostras (vide Volume I: Diagnóstico Ambiental - Mapa de Pontos de Coleta - Campo Morozini / Cód.
EG0001030508 - Rev. 2).
A análise dos dados da Tabela 1 demonstra que para neutralizar 1.000 t de
estéril presente no Campo Morozini, tomando como base a amostragem em
trincheiras, seriam necessárias de 0,7 t a 44,6 t de CaCO3. Assim, se considerarmos
um metro de espessura de estéril em apenas 1,0 ha, ou seja, 10.000 m³ ou 15.000 t
de estéril, seria necessário adicionar de 10,55 a 669,53 t de CaCO3 para
neutralização dos mesmos a ponto de toda água que por eles penetrar se torne
alcalina.
A recomendação de 69,92 t de calcário (PRNT 75%) por hectare, para serem
adicionados aos estéreis do Campo Morozini, é bastante conservadora se foram
observados os cálculos da Tabela 1. A adoção dessa medida irá reduzir a geração
de drenagem ácida a partir desses materiais, entretanto não será suficiente para
evitar que águas ácidas sejam produzidas a partir do contato do lençol freático e das
águas de chuvas com os estéreis analisados. Dessa forma, provavelmente haverá
necessidade de tratamento das águas da Lagoa 4 por período indeterminado.
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4.2.4 Aterramento da Lagoa 5 e construção do solo
Paralelamente à ação de movimentação de estéreis, preferencialmente no
início dos trabalhos, deverá ser feita a neutralização da Lagoa 5 utilizando um dos
agentes alcalinos especificados no Capítulo 8, relativo ao ambiente aquático. Após a
neutralização deverá se proceder ao aterramento da Lagoa 5 mantendo a cota de
superfície conforme projeto de remodelagem (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD Mapa Topográfico Projetado / Cód. PR-MR-ENG-0001 e Mapa 3D Projetado / Cód.
PR-MR-TEM-0004).
Após a implantação das obras previstas no PRAD e com o suporte dos dados
do Programa de Monitoramento, será reavaliada a necessidade de tratamento
complementar das águas da Lagoa 4.
Confirmada a necessidade de tratamento complementar, o sistema de
tratamento será projetado considerando as condições do terreno remodelado. A
elaboração dos Projetos Básico e Executivo para tratamento da drenagem da Lagoa
4 (se necessário) deverão ser realizados em um novo contrato, não sendo o mesmo
objeto deste PRAD.
Na seqüência do remodelamento do terreno, os estéreis, após serem
misturados ao calcário em pó, serão cobertos com uma camada de solo argiloso ou
argilo-siltoso (horizonte B ou C) com espessura de 0,50 m, seguindo-se, então, pela
incorporação de calcário ao solo e adubação química e orgânica para auxiliar na
melhoria das condições de fertilidade daquele que servirá como substrato para a
introdução da vegetação herbácea e arbórea na área.
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O volume total de argila a ser depositado na área do projeto é de cerca de
727.849,60 m³, incluindo a quantidade que será usada nas covas para plantio de
mudas arbóreas e na célula de rejeitos.
As áreas de desmonte de argila foram definidas pela própria CSN, juntamente
com técnicos do IPAT/UNESC, estão localizadas dentro e no entorno do Campo
Morozini, em áreas pertencentes a CSN e elencadas em ordem de prioridade (1 e 2),
de acordo com os seguintes critérios:
Prioridade 1: Áreas de desmonte definidas por encontrarem-se dentro da área
a ser reabilitada;
Prioridade 2: Áreas de desmonte situadas em áreas de declividade moderada,
com vegetação secundária e no entorno do Campo Morozini (Anexo 1 - Mapas e
Plantas do PRAD - Mapa Topográfico Projetado / Cód. PR-MR-ENG-0001);
Independente da escolha das áreas de desmonte de argila deverá se
proceder as análises tecnológicas (Limite de Liquidez, Limite de Plasticidade,
Granulometria,
Compactação
e
Permeabilidade)
para
determinação
da
favorabilidade ou não de utilização desses materiais, bem como o seu devido
licenciamento junto aos órgãos competentes. As áreas selecionadas, como
possíveis locais para extração de argila, estão locadas em planta (Anexo 1 - Mapas
e Plantas do PRAD - Mapa Topográfico Projetado / Cód. PR-MR-ENG-0001).
4.2.5 Obras de engenharia
As obras de engenharia necessárias para garantir a eficácia das medidas de
reabilitação propostas para o Campo Morozini estão descritas no Volume 3 -
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Memoriais Descritivos dos Projetos de Engenharia parte integrante deste PRAD, e
são apresentadas (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa de Obras de
Engenharia / Cód. PR-MR-ENG-0002), compreendendo: i) Plano de reconstrução do
acesso ao Campo Morozini; ii) Projeção de canaletas de drenagem das águas
pluviais distribuídas pela área, junto ao acesso ao local e nas bancadas às margens
da Lagoa 4; e iii) Projeto do canal de desvio das águas de montante.
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5. SOLOS
5.1 INTRODUÇÃO
A natureza do uso da terra após a mineração dependerá de vários fatores,
inclusive o potencial ecológico do ambiente minerado e os anseios da sociedade. As
opções de uso de terra podem cobrir amplo espectro e dependem dos
procedimentos empregados durante a mineração e a reabilitação. Assim, o processo
de reabilitação poderá envolver a implantação de pastagens, o estabelecimento de
cultivos agrícolas ou mesmo de reflorestamentos, o desenvolvimento de atividades
residenciais e industriais ou ainda, no caso de se optar por restaurar o ecossistema
degradado, o retorno para os ecossistemas originais que podem prover
oportunidades recreativas ou simplesmente contribuir para a biodiversidade.
A grande diferença existente entre as áreas não mineradas e aquelas onde os
solos foram alterados pela mineração está na necessidade maior de intervenção
técnica e por um período mais longo para o restabelecimento de condições mínimas
de estrutura e fertilidade dos solos modificados, tendo como objetivo promover uma
nova cobertura vegetal. Portanto, a responsabilidade do minerador não termina
simplesmente com a recuperação topográfica do local.
Tornar um solo fértil implica em fazer com que suas condições químicas,
físicas e microbiológicas sejam tais que possibilitem a germinação e o
desenvolvimento da vegetação. Tal estágio é atingido quando, além de estável
fisicamente e com acidez ou alcalinidade baixas, o solo ofereça suficientes teores de
matéria orgânica e micronutrientes que possam ser absorvidos pelas plantas.
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5.2
CORREÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E
MICROBIOLÓGICAS DO SOLO CONSTRUÍDO
As características físicas dos solos descritos no Diagnóstico Ambiental
permitem concluir que, em sua maioria, apresentam-se com um elevado grau de
desestruturação, sendo altamente friável, com textura arenosa e elevada
pedregosidade. Assim, recomenda-se a cobertura do substrato reconfigurado
topograficamente com a aplicação de uma camada de 0,50 m de material argiloso,
com vistas a produzir um solo construído que tenha estabilidade.
Os teores de matéria orgânica (M.O.) do material argiloso a ser utilizado neste
trabalho de reabilitação estão quantificados na faixa de “muito baixo” a “baixo”,
verificando-se, portanto, a necessidade de incorporação de nitrogênio (N) cujas
fontes são: cama de aviário, turfa e fertilizantes.
Para este projeto recomenda-se o uso intensivo de adubação orgânica (cama
de aviário estabilizada e turfa) como fontes de M.O., condicionantes da estruturação
física do solo. A turfa, devido à maior estabilidade da sua M.O., deve ser
considerada unicamente como material para estruturação dos solos construídos e,
neste caso, o N nela presente não pode ser incluído no cálculo de necessidade de
fertilizante para o estabelecimento da vegetação. A explicação é simples: a M.O. da
turfa sofre rápida degradação devido ao processo de mineração.
Os materiais turfosos serão empregados com o objetivo de melhorar as
características físicas, químicas e microbiológicas do substrato. Adicionalmente a
turfa proverá um banco de sementes para iniciar o processo de revegetação na área
em questão, diminuindo dessa forma, o risco de erosão após o remodelamento do
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terreno. Resultados obtidos nos monitoramentos das áreas em reabilitação dos
Campos Malha II Leste e Malha II Oeste demonstraram o importante papel exercido
por este insumo no processo de reconstituição do solo e revegetação, sendo que até
o momento não foi identificado um substituto com as mesmas características.
Portanto recomenda-se que nos processos de reconstituição do solo a empresa
executora dê garantias de estoque próprio em quantidades suficientes para que o
mesmo seja sempre incorporado.
O espalhamento de fertilizante organo-mineral (03-10-06) após a aplicação de
turfa objetiva garantir macronutrientes suficientes ao desenvolvimento da vegetação.
Com base nessas indicações foram realizados cálculos visando manter os
quantitativos dos nutrientes: Nitrogênio, Fósforo e Potássio utilizando-se do mínimo
possível de fertilizantes inorgânicos. Como resultado foi determinado o valor para
cama-de-aviário de 31,75 m³/ha, mantendo-se os valores de “turfa ambiental” e
uréia. Com esse quantitativo foi fixado o quantitativo de NPK para 200 kg/ha.
Segue a memória de cálculo utilizada para o estudo:
X = A x uS x C x D
120 = A x 0,70 x 0,018 x 0,60
A = 120/0,00756= 15.873,01 kg/ha
A (Densidade = 0,5) = 31,75 m³/ha
Onde:
A = adubação básica para suprir as necessidades nutricionais para bracatinga
61
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(Mimosa scabrella) é N = 30 kg/ha; P = 120 kg/ha; K = 30 kg/ha.
Os valores nutricionais médios da cama de aviário são: N = 25 %; P = 1,8 %;
K = 1,5 % e Matéria seca = 70 %.
A = Quantitativo de adubo orgânico (kg/ha);
B = Quantidade de matéria seca (%);
C = Quantidade do nutriente em matéria seca (%);
D = Coeficiente de conversão;
N = 0,5 (60 %);
P = 0,6 (60 %);
K = 1 (100 %);
X = Quantidade do nutriente em kg/ha.
Visando proporcionar melhor eficiência na construção do novo solo,
recomenda-se que sejão adquiridos insumos com comprovação de controle de
qualidade, devendo a turfa possuir no máximo 10% de cinzas e com uma CTC
mínima de 100 cmolc.kg-1 (CTC - Capacidade de troca de cátions extraíveis - Ca,
Mg, K, Na e acidez potencial). A qualidade dos fertilizantes organo-minerais deverá
garantir as necessidades de nitrogênio e micronutrientes capaz de permitir o
crescimento da vegetação nos solos construídos.
As recomendações de corretivos da acidez e da necessidade de fertilizantes
foram baseadas em resultados de análises de solo realizadas em amostras
representativas das diferentes condições dos substratos encontrados no Campo
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Morozini. As quantidades indicadas de calcário, de nitrogênio (N), de fósforo (P) e de
potássio (K) pressupõem que os demais fatores que influenciam o estabelecimento
da vegetação estejam em níveis satisfatórios.
A correção do substrato para a introdução da vegetação, por meio de
semeadura, nas áreas dos Blocos 2, 3, 5 e 6 onde o relevo será reconfigurado,
exigirá a aplicação de 69,92 toneladas por hectare de calcário com PRNT mínimo de
75,1% (classe C), que poderá ser distribuído com a utilização de calcariadeira
puxada por trator agrícola. Durante essa operação, 70% do volume total de calcário
necessário será aplicado sobre os estéreis e incorporados ao mesmo. O restante
será distribuído e incorporado à argila que recobrirá os estéreis, possibilitando,
dessa forma, não só a correção do substrato, mas também tornar indisponíveis
metais tóxicos como o Ferro, o Manganês e o Alumínio.
A incorporação do calcário poderá ser feita com o auxílio de grade de disco
dentada, com pouco ângulo de abertura, permitindo a incorporação mínima
necessária para impedir a formação de uma “camada de reação” indesejada. Outra
forma de incorporação é a utilização de escarificador fixo em trator de esteira ou de
pneus tomando cuidado para que a profundidade de penetração não ultrapasse 5
cm. O processo de incorporação será definido em função das características dos
estéreis (quantidade e tamanho das pedras) após a reconformação da topografia.
A aplicação do calcário deverá ser feita logo após a regularização da área e,
embora tecnicamente o plantio deva ser feito 2 à 3 meses após a aplicação, em
função da instabilidade do substrato, o mesmo deverá ser feito logo após o
recobrimento com material argiloso. A Tabela 3, apresentada adiante, lista as
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quantidades de material argiloso, calcário, e demais condicionantes necessários
para a construção do solo do Campo Morozini em seus diferentes blocos, além das
sementes necessárias à revegetação.
6. REVEGETAÇÃO
6.1 INTRODUÇÃO
O processo de reintrodução da vegetação no Campo Morozini foi planejado
de forma a, num primeiro momento, auxiliar na estabilização do solo construído e, no
médio e longo prazo, possibilitar o desenvolvimento de espécies vegetais em
diferentes estádios sucessionais de forma a garantir a estabilidade dos ecossistemas
do local, sem que haja necessidade de trabalhos constantes de manutenção na área
reabilitada.
A seqüência do processo de revegetação descrita adiante favorecerá o
aumento de habitats para a fauna, propiciando o retorno da mesma à área
recomposta. Dessa forma, a seleção de sementes e mudas, privilegiam espécies
nativas escolhidas em função: a) da capacidade de adaptação às condições dos
solos encontrados no campo; b) da ocorrência nos remanescentes do entorno da
área; e c) da capacidade de produção de frutos em forma de bagas, as chamadas
“bagueiras”, que são espécies com frutos carnosos, atrativos para a fauna. Como
exemplo, podemos citar as figueiras (Ficus spp.), a grandiúva (Trema micrantha
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Blume), o tucum (Bactris setosa Mart.), a capororoca (Myrsine coriacea R. Br.), o
palmiteiro (Euterpe edulis Mart.), entre outras.
A forma como será conduzida a revegetação foi definida em função das
características de cada um dos blocos que constituem o Campo Morozini (Anexo 1 Mapas e Plantas do PRAD - Mapa de Zoneamento / Cód. PR-MR-TEM-0005).
Assim, está prevista a introdução de:
Espécies herbáceas - gramíneas e leguminosas, por semeadura, na
porção remodelada dos blocos 2 e 3, em função da menor
profundidade de penetração das raízes dessas espécies, buscando
evitar a formação de caminhos preferenciais para a infiltração de água
e a difusão de oxigênio no solo;
Espécies arbóreas pioneiras - preferencialmente bracatinga (Mimosa
scabrella) associadas a espécies herbáceas, todas por semeadura, nas
zonas remodeladas dos blocos 5 e 6;
Espécies arbóreas secundárias e climácicas, por meio de mudas, nas
áreas com regeneração espontânea presentes nos blocos 1, 3, 4, 5 e
6.
6.2 REVEGETAÇÃO EM ÁREAS A SEREM REMODELADAS
6.2.1 Plantio de gramíneas e leguminosas
O uso de espécies herbáceas (gramíneas e leguminosas) plantadas em
consorciação, é de fundamental importância para melhorar as características físicoquímicas, bem como fixar as partículas do solo evitando a ocorrência de processos
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erosivos. No caso do Campo Morozini, gramíneas e leguminosas foram escolhidas
para serem semeadas nos blocos 2 e 3, os mais comprometidos do local, não só
pelas características citadas, mas também por suas raízes serem finas e penetrarem
pouco no solo, reduzindo a possibilidade de abertura de canais para o fluxo de água
e oxigênio, que em contato com estéreis piritosos podem desencadear as reações
de geração de drenagem ácida.
O plantio das gramíneas e leguminosas relacionadas na Tabela 2 deverá ser
realizado nos locais que sofrerão intervenção para regularização do terreno, num
total de 141,20 ha:
o Totalidade do Bloco 2
37,17 ha
o Parte do Bloco 3
66,30 ha
o Parte do Bloco 5
37,40 ha
o Parte do Bloco 6
0,33 ha
o Total
141,20 ha
A semeadura, à lanço, deverá ocorrer após a correção do solo, com as
espécies sendo plantadas em consorciação respeitando-se a época de semeadura.
Esse procedimento tem por finalidade oferecer ao solo proteção contra a erosão
superficial, uma vez que as espécies selecionadas apresentam emergência e
desenvolvimento rápidos.
No preparo do solo para o plantio serão empregados 240 m³/ha - equivalente
a 150 t/ha (0,025 m de espessura por metro quadrado) - de turfa nas áreas
remodeladas. Embora esta quantidade esteja abaixo da recomendada por
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Zimmermann (2001) (no mínimo 0,05 m de espessura por metro quadrado, ou seja,
300.000 kg/ha), é suficiente para o suprimento de nutrientes ao solo. Além disso, a
turfa representa um banco de sementes considerável, as quais está perfeitamente
adaptada às condições presentes na região turfeira, tipicamente ácida.
Para a indicação das sementes a serem utilizadas foram consideradas as
origens (se nativa ou exótica), as informações sobre a ecologia e capacidade de
cobertura, assim como a disponibilidade de sementes no mercado.
Atualmente o padrão mínimo de pureza estabelecida por lei para sementes de
forrageiras é de 40%. Porém, para que se obtenha um bom desenvolvimento da
cobertura vegetal e um melhor aproveitamento das sementes indicadas, recomendase que sejam mantidos os valores mínimos estabelecidos na Tabela 2.
Recomenda-se, ainda, que além das técnicas já conhecidas e específicas
para cada espécie para a quebra de dormência, exponham-se as sementes
dormentes ao sol por cerca de 10 h, antes do plantio.
Como calcular valor cultural (VC)
Um dos itens mais importantes é saber qual o Valor Cultural (VC) das
sementes, pois serve como indicativo de qualidade. Quanto maior o valor cultural
melhor a qualidade das sementes e conseqüentemente menor será a quantidade
necessária no plantio.
Valor Cultural (%) = [Pureza (%) x Germinação (%)]/100
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O Valor Cultural indica a quantidade de sementes puras que germinam em
uma determinada amostra de semente, sendo utilizado também para calcular a
quantidade necessária de sementes no plantio.
Recomenda-se que seja exigido do fornecedor a disponibilização de um laudo
com os valores de pureza e germinação, juntamente com instruções sobre o
armazenamento e quebra de dormência para cada lote de sementes adquirido.
Assim, como na compra dos lotes das sementes seja inserido na nota fiscal o Valor
Cultural (VC) das mesmas.
A Tabela 2 apresenta as espécies sugeridas para uso na revegetação do
Campo Morozini.
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Tabela 2 - Espécies a serem utilizadas na recuperação das áreas a serem reabilitadas
Período
Espécies recomendadas
Nome popular
Arachis pintoi leg
Amendoim-forrageiro
kg/ha
Densidade
de plantio
(kg/ha)
13,00*
Calopogonium mucunoides leg
Calopôgonio
kg/ha
4,00*
Stylosanthes capitata + S. macrocephala
set - out - nov
(primavera)
70
Leguminosa, herbácea com crescimento rizomatoso.
70
Leguminosa, herbácea, trepadeira, semi-perene.
kg/ha
3,00*
65
Leguminosa, herbácea cespitosa.
Grama-missioneira
kg/ha
10,00*
72
Gramínea, herbácea com crescimento rizomatoso.
Axonopus affinis gram
Grama-missioneira
kg/ha
10,00*
72
Pojuca
kg/ha
8,00*
40
Grama-comprida
kg/ha
14,00*
40
Gramínea, herbácea com crescimento rizomatoso.
Gramínea, perene, de crescimento ereto, atingindo altura
superior a 1,5 metros.
Gramínea perene, herbácea com crescimento cespitoso.
Paspalum atratum
Paspalum notatum
gram
gram
gram
Grama-batatais
kg/ha
25,00*
50
Gramínea perene, herbácea, com crescimento rizomatoso.
Paspalum saurae gram
Pensacola
kg/ha
13,00*
75
Gramínea perene, herbácea com crescimento cespitoso.
Hyparrhenia rufa gram
Capim-jaraguá
kg/ha
7,00*
40
Sesbânia
kg/ha
10,00**
75
Sesbania virgata
leg
Mimosa scabrella
leg
Vicia sativa
jun - jul - ago
(inverno)
Hábito
Estilosantes-campo-grande
Schinus terebinthifolius nleg
mar - abr - mai
(outono)
VC
(%)
Axonopus compressus gram
Paspalum dilatatum
dez - jan - fev
(verão)
leg
unid.
leg
Bracatinga
kg/ha
1,00**
75
Gramínea perene de porte ereto.
Leguminosa, arbórea, muito ramificada, porte de 4-8 metros.
Tolerante ao fogo, seca e alagamento.
Leguminosa, arbórea.
Aroeira-vermelha
kg/ha
1,00**
75
Arbórea.
Leguminosa, decumbente e trepador.
Ervilhaca
kg/ha
50,00*
68
Avena sativa gram
Aveia-preta
kg/ha
40,00*
71
Gramínea, herbácea de porte ereto.
Lolium multiflorum gram
Azevém
kg/ha
30,00*
72
Gramínea, herbácea com crescimento cespitoso.
Paspalum saurae gram
Pensacola
kg/ha
13,00*
75
Sesbânia
kg/ha
1,00**
75
Sesbania virgata
leg
Mimosa scabrella
leg
Schinus terebinthifolius nleg
Bracatinga
kg/ha
1,00**
75
Gramínea perene, herbácea com crescimento cespitoso.
Leguminosa, arbórea, muito ramificada, porte de 4-8 metros.
Tolerante ao fogo, seca e alagamento.
Leguminosa, arbórea.
Aroeira-vermelha
kg/ha
1,00**
75
Arbórea.
* Valores indicados para o consórcio de três espécies herbáceas na proporção de duas (2) gramíneas e uma (1) leguminosa, considerando os valores culturais (VC) recomendados;
** Valores indicados para o consórcio de duas espécies arbustivo-arbóreas na proporção de uma (1) leguminosa e uma (1) não leguminosa, considerando os valores culturais (VC) recomendados;
leg
Leguminosas; gram Gramíneas; nleg não leguminosa;
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Obs.: A revegetação das áreas remodeladas nos blocos 2 e 3 deve ser feita exclusivamente com plantas de hábito herbáceo.
70
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Deverão ser aplicados 31,75 m³/ha de cama de aviário, fonte de M.O. para o
solo, e 200 kg de fertilizante organo-mineral (03-10-06) para garantir macronutrientes
suficientes ao desenvolvimento da vegetação.
No estabelecimento das forragens recomenda-se a aplicação de 30 kg/ha de
uréia como adubação de cobertura, realizada em duas épocas: 15kg/ha 45 dias
após a semeadura e mais 15kg/ha 70 dias após o plantio.
Na Tabela 3 são apresentados os cálculos de necessidade de condicionantes
e de sementes para a reintrodução de espécies herbáceas e arbóreas, exceto as
mudas e covas para implantação das Ilhas de Diversidade. Os quantitativos por
hectare, a partir dos quais obtiveram-se os valores da Tabela 3 são os seguintes:
Material argiloso: 5.000 m³/ha;
Calcário: 69,92 t/ha;
Turfa: 240 m³/ha;
Cama de aviário: 31,75 m³/ha;
Fertilizante (03-10-06): 0,2 t/ha;
Uréia: 0,03 t/ha;
Sementes de amendoim-forrageiro (A. pintoi): 13 kg/ha;
Sementes de aveia-preta (A. sativa): 40 kg/ha;
Sementes de grama-missioneira (A. affinis): 10 kg/ha;
Sementes de grama-missioneira (A. compressus): 10 kg/ha;
Sementes de calopogônio (C. mucunoides): 4 kg/ha;
Sementes de capim-jaraguá (H. rufa): 7 kg/ha;
Sementes de azevém (L. multiflorum): 30 kg/ha;
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Sementes de pojuca (P. atratum): 8 kg/ha;
Sementes de grama-comprida (P. dilatatum): 14 kg/ha;
Sementes de grama-batatais (P. notatum): 25 kg/ha;
Sementes de pensacola (P. saurae): 13 kg/ha;
Sementes
de
estilosantes-campo-grande
(S.
capitata
+
S.
macrocephala): 3 kg/ha;
Sementes de ervilhaca (V. sativa): 50 kg/ha;
Sementes de aroeira-vermelha (S. terebinthifolius): 1 kg/ha;
Sementes de bracatinga (M. scabrella): 1 kg/ha;
Sementes de sesbânia (S. virgata): 10 kg/ha.
Tabela 3 - Condicionantes e sementes necessárias para a revegetação das áreas com relevo
remodelado, exceto covas e mudas para implantação de Ilhas de Diversidade
Materiais
Áreas remodeladas
Material argiloso
Turfa
Calcário
Fertilizante (03-10-06)
Cama de aviário
Uréia
Sementes de
amendoim-forrageiro
(A. pintoi)
Sementes de aveia-preta
(A. sativa)
Sementes de grama-missioneira
(A. affinis)
Sementes de grama-missioneira
(A. compressus)
Sementes de calopogônio
(C. mucunoides)
Sementes de capim-jaraguá
(H. rufa)
Sementes de azevém
(L. multiflorum)
Sementes de pojuca
(P. atratum)
Unid.
Blocos
3
5
66,30
37,40
331510,00 186975,33
15912,48
8974,82
4635,84
2614,66
13,26
7,48
2105,09
1187,29
1,99
1,12
Total
6
0,33
141,20
1672,84 705.986,02
80,30
33.887,33
23,39
9.872,51
0,07
28,24
10,62
4.483,01
0,01
4,24
ha
m³
m³
t
t
m³
t
2
37,17
185827,86
8919,74
2598,62
7,43
1180,01
1,11
kg
483,15
861,93
486,14
4,35
1.835,56
kg
1486,62
2652,08
1495,80
13,38
5.647,89
kg
371,66
663,02
373,95
3,35
1.411,97
kg
371,66
663,02
373,95
3,35
1.411,97
kg
148,66
265,21
149,58
1,34
564,79
kg
260,16
464,11
261,77
2,34
988,38
kg
1114,97
1989,06
1121,85
10,04
4.235,92
kg
297,32
530,42
299,16
2,68
1.129,58
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Materiais
Unid.
Sementes de grama-comprida
(P. dilatatum)
Sementes de grama-batatais
(P. notatum)
Sementes de pensacola
(P. saurae)
Sementes de estilosantescampo-grande
(S. capitata + S. macrocephala)
Sementes de ervilhaca
(V. sativa)
Sementes de aroeira-vermelha
(S. terebinthifolius)
Sementes de bracatinga
(M. scabrella)
Sementes de sesbânia
(S. virgata)
Blocos
Total
2
3
5
6
kg
520,32
928,23
523,53
4,68
1.976,76
kg
929,14
1657,55
934,88
8,36
3.529,93
kg
483,15
861,93
486,14
4,35
1.835,56
kg
111,50
198,91
112,19
1,00
423,59
kg
1858,28
3315,10
1869,75
16,73
7.059,86
kg
-
-
37,40
0,33
37,73*
kg
-
-
37,40
0,33
37,73*
kg
-
-
37,40
0,33
37,73*
* Estes valores são relativos ao uso de duas espécies arbustivo-arbóreas;
OBS: Os quantitativos para as plantas de caráter herbáceo são relativos à consorciação no verão e no inverno.
O sucesso do processo de revegetação com espécies herbáceas nos blocos
2 e 3 dependerá de alguns cuidados adicionais a serem tomados, como:
•
Isolamento das áreas para evitar o acesso de bovinos, eqüinos e
ovinos que possam fazer uso do local como pastagem;
•
Implantação de cercas vivas junto às estradas e acessos e barreiras
contra incêndios nas bermas formadas no terraceamento;
•
Roçadas periódicas de duas vezes por ano, na célula de rejeito, com
objetivo de incorporar M.O. ao solo, inibir o crescimento de espécies
arbustivas arbóreas para evitar o comprometimento da camada de
material
argiloso
impermeabilizante
pelo
sistema
radicular
da
vegetação, permitindo a infiltração de água pluvial até o rejeito. Esta
roçada, entretanto, não poderá ser realizada quando o solo estiver
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encharcado, pois como é construído, a utilização de maquinário
agrícola (trator e roçadeira) poderá degradá-lo. Em solos encharcados
os pneus tendem a formar trilhas que potencializam os processos
erosivos e ainda podem levar à degradação da vegetação. O início e o
término das roçadas serão determinados pelo monitoramento da
vegetação;
•
Monitoramento por um período mínimo de cinco anos, quanto à
concentração
de
metais
pesados
nas
plantas
(gramíneas
e
leguminosas) e no solo. Após este período, conforme os resultados e a
estruturação do solo, a área poderá ser avaliada quanto à possibilidade
de liberação para pastagem.
6.2.2 Plantio de espécies arbustivas e arbóreas
O Campo Morozini apresenta-se coberto por eucaliptos na maior parte de sua
área. Entretanto, em diversos locais que foram minerados há o desenvolvimento de
espécies arbóreas pioneiras, secundárias iniciais e algumas secundárias tardias,
típicas das formações vegetais do entorno e que pode ser caracterizada como fase
sucessional de transição entre a capoeira e capoeirão.
A revegetação com espécies arbustivas e arbóreas será feita de duas formas
distintas nos locais remodelados:
•
Inicialmente serão introduzidas as espécies arbóreas indicadas (sesbânia,
bracatinga e aroeira), como espécies pioneiras, concomitante ao plantio das
herbáceas, na forma de sementes, em linhas, por meio de saraquá ou a
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lanço, com covas distantes 1,0 m uma das outras, intercaladas no sistema
quincôncio (Figura 8);
•
Introdução de “ilhas de diversidade”, que consiste no plantio de mudas de
espécie clímax, cercadas de secundárias iniciais e tardias, espaçadas 2,0
(dois) metros uma das outras (Figura 9).
6.2.3 Plantio das pioneiras arbóreas em linhas
Logo após a incorporação dos condicionantes ao solo, serão plantadas,
juntamente com a semeadura das espécies herbáceas, de 6 a 8 sementes de
bracatinga
(M.
scabrella),
sesbânia
(S.
virgata)
e
aroeira-vermelha
(S.
terebinthifolius), por cova aberta pela plantadeira manual (saraquá). Esse
procedimento garantirá uma cobertura vegetal densa a partir do estabelecimento das
plantas em linhas, seguindo as curvas de nível, e com covas intercaladas,
espaçadas 1,0 m entre elas e 1,0 m entre as linhas (sistema quincôncio). A primeira
fila deverá ser alocada a pelo menos 1,0 m acima do nível mais alto atingido pela
água das lagoas.
Um ano após sua implantação deverá ser realizada uma avaliação quanto a
necessidade ou não de se fazer um raleio. Esta avaliação deve ser feita por um
técnico especializado durante o monitoramento da área. O raleio consiste da retirada
dos exemplares raquíticos de forma a possibilitar o bom desenvolvimento dos
exemplares mais robustos, evitando a competição excessiva entre os indivíduos em
crescimento.
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Figura 8 - Esquema do plantio de bracatinga em linhas, com covas intercaladas - quincôncio
6.2.4 Plantio de mudas em “ilhas de diversidade”
Quando as pioneiras atingirem cerca de 5 m de altura, deverá ser realizada a
introdução das espécies secundárias e climácicas através do modelo de Ilhas de
Diversidade (ID), que consiste na introdução de uma espécie clímax cercada de
secundárias iniciais e tardias espaçadas 2,0 (dois) metros uma das outras (Figura 9).
As mudas deverão ter tamanho não inferior a 0,50 m.
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Figura 9 - Distribuição das espécies arbóreas a serem plantadas nas ilhas de diversidade (SI =
Espécies Secundárias Iniciais; ST = Espécies Secundárias Tardias; C = Espécies Climácicas).
Os números colocados ao lado dos símbolos correspondem às espécies listadas para cada
ilha
As covas para implantação das ilhas deverão ter as dimensões de 0,50 m x
0,50 m x 0,50 m. Após a abertura, as covas serão preenchidas com argila e com os
condicionantes do solo adequados para um bom desenvolvimento vegetativo,
garantindo sua estabilização. Os materiais a serem aplicados nas covas e o número
de mudas por blocos estão relacionados na Tabela 4. Recomenda-se a aplicação de
0,01 m³ de fertilizante orgânico curtido (cama de aviário) colocado no fundo de cada
cova misturado a um pouco de solo para evitar que as raízes da muda entrem em
contato com o fertilizante. Completa-se a cova com no mínimo 0,05 m³ de solo
argiloso e 1,33 kg de calcário com PRNT mínimo de 75,1% (classe C). Após o
plantio da muda, aplicar-se-á a uma distância de 0,10 m ao redor do caule da muda
e a 0,05 m de profundidade, incorporado ao solo, cerca de 150 g de fertilizante
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organo-mineral na formulação 03-10-06.
A Tabela 4 apresenta as quantidades de mudas e condicionantes para as
covas nas ilhas de diversidade.
Tabela 4 - Número de mudas e condicionantes necessários ao plantio de mudas em ilhas de
diversidade nos terrenos a serem remodelados
Materiais
Unid./ha
Áreas remodeladas (ha)
N° de mudas secundárias iniciais
N° de mudas secundárias tardias
N° de mudas espécies climácicas
Número de covas
44
44
11
99
Unid./
cova
0,05
0,01
1,33
0,15
Condicionantes
Material argiloso (m³)
Cama de aviário (m³)
Calcário PRNT 75,1% (kg)
Adubo (03-10-06) (kg)
2
37,17
-
Blocos
3
5
66,30
37,40
1.645
1.645
411
3.702
Total
6
0,33
15
15
4
33
141,20
1.660
1.660
415
3.735
2
3
5
6
Total
-
-
185,11
37,02
4.923,81
555,32
1,66
0,33
44,05
4,97
186,77
37,35
4.967,86
560,29
N° de Ilhas: 11/ha;
N° de plantas/Ilha: 09 no Bloco 5: 04 Secundárias Iniciais; 04 Sec. Tardias; e 01 Climácica;
N° de plantas/Ilha: 05 no Bloco 6: 04 Secundárias Tardias; e 01 Climácica;
Material argiloso: 0,05 m³/cova;
Cama de aviário: 0,01m³/cova;
Calcário PRNT 75,1%: 1,33kg/cova;
Adubo (03-10-06): 0,15kg/cova.
Nos blocos 5 (37,40 ha) e 6 (0,33 ha) deverão ser implantadas as ilhas de
diversidade após as espécies pioneiras atingirem altura média de 5 m, as mesmas
deverão ser introduzidas no período mais chuvoso do ano (entre os meses de junho
e setembro), 11 ilhas de diversidade por hectare, distribuídas de maneira aleatória, o
que corresponde introduzir 44 secundárias iniciais (SI), 44 secundárias tardias (ST) e
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11 espécies climácicas, totalizando o plantio de 99 espécies por hectare.
A preferência pela implantação de espécies arbóreas durante a estação
chuvosa, existe em função da redução do risco de desidratação das mudas, devido
ao elevado índice pluviométrico. Além disso, o período de plantio recomendado é
uma transição entre duas estações climáticas, o inverno e a primavera, onde as
plantas estão saindo de um período de crescimento lento para um período de
grande crescimento.
Sendo assim não se sugere o plantio de ilhas de diversidade em períodos de
menor intensidade pluviométrica, nas áreas remodeladas, pois isso pode acarretar a
mortalidade das mudas, devido à desidratação ocasionada pela estiagem.
A Tabela 5 relaciona as espécies que deverão compor as ilhas de
diversidade, segundo suas características ecológicas (categorias sucessionais). As
espécies selecionadas devem ser distribuídas de maneira aleatória dentro das ilhas
de diversidade, sendo recomendada a realização de um sorteio das mudas dentro
de cada uma para evitar a criação de ilhas homogêneas.
Para a constituição das ilhas de diversidade foram selecionadas apenas
espécies arbóreas nativas de ocorrência regional, com disponibilidade no mercado,
visando facilitar a compra das mudas por parte da empresa executora.
As diversas ilhas de diversidade devem ser introduzidas de maneira aleatória
nas áreas remodeladas dos blocos 5 e 6, que receberão o plantio de bracatinga (M.
scabrella) e espécies herbáceas (gramíneas e leguminosas).
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Tabela 5 - Discriminação das espécies que comporão cada ilha de diversidade a serem
implantadas nas porções remodeladas dos blocos 5 e 6 e nas porções não remodeladas dos
Bloco 1, 3, 4, 5 e 6, conforme Figuras 9 e 10
Categoria sucessional
Secundárias iniciais
Secundárias tardias
Climácicas
Nome científico
Nome popular
Jacaranda sp.
caroba
Alchornea triplinervia
tanheiro
Inga marginata
ingá-feijão
Inga sessilis
ingá-macaco
Aegiphyla sellowiana
gaioleiro
Luehea divaricata
açoita-cavalo
Tibouchina sellowiana
quaresmeira
Myrsine coriacea
capororoca
Eugenia uniflora
pitanga
Guapira opposita
maria-mole
Posoqueria latifolia
baga-de-macaco
Casearia silvestris
guaçatonga
Alophyllus edulis
chal-chal
Cytharexylum myrianthum
tucaneira
Syagrus romanzoffiana
jerivá
Reedia gardneriana
bacopari
Magnolia ovata
baguaçu
Cabralea canjerana
canjerana
Cedrela fissilis
cedro
Ficus sp.
figueira
Campomanesia sp.
guabiroba
Psidium cattleianum
araçá
Euterpe edulis
palmiteiro
Cinnamomum glaziovii
canela-papagaio
Ocotea catharinensis
canela-preta
Eugenia multicostata
pau-alazão
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6.3 REVEGETAÇÃO EM ÁREAS A SEREM MANTIDAS
6.3.1 Plantio de espécies arbustivas e arbóreas
Nas porções dos blocos 1, 3, 4, 5 e 6 onde a vegetação nativa se
desenvolveu espontaneamente será mantida, não recebendo assim, o plantio de
espécies pioneiras. Por outro lado, nas porções destes blocos deverão ser
implantadas apenas espécies secundárias tardias e climácicas (Figura 10),
compondo as ilhas de diversidade. A distribuição das ilhas deverá ser aleatória,
ocupando as clareiras existentes entre a vegetação e atingindo cerca de 11
ilhas/hectare. Desta forma, as ilhas de diversidade serão compostas 44 espécies
secundárias
tardias
e
11
espécies
climácicas
da
região,
totalizando
55
espécies/hectare.
O plantio das espécies secundárias tardias e climácicas em todas as áreas
preservadas do Campo Morozini, deverá ser realizado ao mesmo tempo em que
está sendo feita a revegetação com gramíneas e o plantio de espécies arbóreas
pioneiras nas áreas remodeladas. Ou seja, tão logo finalizem os trabalhos de
movimentação de terra e a reconstrução do solo, as ilhas de diversidade poderão ser
introduzidas.
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Figura 10 - Distribuição das espécies arbóreas a serem plantadas nas ilhas de diversidade nos
locais onde há regeneração natural (SI = Espécies Secundárias Iniciais; ST = Espécies
Secundárias Tardias; C = Espécies Climácicas). Os números colocados ao lado dos símbolos
correspondem às espécies listadas para cada ilha
O plantio destas espécies segue o método tradicional de abertura de covas e
incorporação de argila e condicionantes do solo. As mudas deverão ter tamanho não
inferior a 0,50 m (mais resistentes às condições adversas).
Na Tabela 6 estão listadas as quantidades de mudas e condicionantes a
serem adicionados nas covas para plantio das Ilhas de Diversidade em áreas
preservadas. Os cálculos apresentados nesta tabela foram baseados nas seguintes
informações:
N° de Ilhas de Diversidade: 11/ha;
N° de plantas/Ilha: 05 plantas (04 secundárias tardias e 01 climácica);
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Material argiloso: 0,05 m³/cova;
Cama de aviário: 0,01 m³/cova;
Calcário PRNT 75,1%: 1,33 kg/cova;
Adubo (03-10-06): 0,15 kg/cova.
Tabela 6 - Condicionantes do solo e mudas de espécies secundárias e climácicas necessárias
à implantação de ilhas de diversidade nas áreas regeneradas do Campo Morozini
Materiais
Áreas regeneração (ha)
N° de mudas secundárias
tardias
N° de mudas climácicas
Número de covas
Condicionantes
Material argiloso (m³)
Cama de aviário (m³)
Calcário PRNT 75,1% (kg)
Adubo (03-10-06) (kg)
6.4
-
1
4,22
3
10,53
Blocos
4
11,87
5
3,99
6
32,95
30,93
44
186
463
522
175
1.450
2.796,00
11
55
Unid./
cova
0,05
0,01
1,33
0,15
46
232
116
579
131
653
44
219
362
1.812
699,00
3.495,00
1
3
4
5
6
Total
11,60
2,32
308,50
34,79
28,94
5,79
769,93
86,83
32,64
6,53
868,25
97,92
Unid./ha
Total
10,96
90,61
174,75
2,19
18,12
34,95
291,51 2.410,17 4.648,36
32,88
271,82
524,25
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS
A ocorrência de um incêndio pode atrapalhar, senão desestruturar, o
processo de recomposição do solo e a revegetação de uma área degradada em
reabilitação. Em função de serem utilizadas gramíneas que fornecem grande
quantidade de matéria seca, e considerando os incêndios já ocorridos em áreas em
processo de reabilitação, sugerimos medidas que previnam e diminuam os impactos
desses acontecimentos. Portanto, estão sendo propostas a implantação de cercas
vivas, junto às estradas e acessos e de barreiras contra incêndios nos locais onde se
formará as bermas do terraceamento (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa
de Poleiros e Cercas Vivas / Cód. PR-MR-TEM-0010).
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6.4.1 Cercas vivas
A maioria dos incêndios é causada voluntária ou involuntariamente pelo
homem. A utilização de cercas vivas formadas por plantas com espinhos ou acúleos
deve desestimular o acesso de pessoas não autorizadas nas áreas em reabilitação.
Sugerimos o uso de adensamentos com 50 cm de largura junto às cercas de arame
farpado das seguintes espécies:
Caliandra
(Calliandra
tweedii),
arbusto
lenhoso,
extremamente
ramificado, ereto, de 1,5 a 2,0 metros de altura, excelente para formar
cercas vivas. Devem ser cultivados a pleno sol, em solo fértil, sem
cuidados especiais, pois é bastante rústico. Multiplica-se por estacas e
sementes e é tolerante ao frio;
Pingo de ouro (Duranta repens), arbusto lenhoso de ramagem densa,
podendo chegar até 5 metros de altura, utilizado principalmente em
bordaduras e cercas vivas. Prefere clima quente e úmido, mas é muito
utilizado no sul do Brasil;
Sansão do campo (Mimosa caesalpineaefolia), árvore característica da
caatinga. Cresce em todos os solos, exceto nos alagados. É uma
árvore pequena, atingindo uma altura de 7 a 8 metros. A madeira é
dura, compacta e muito durável, mesmo no solo. Espécie tolerante a
longas estiagens e solos ácidos;
Hibisco (Hibiscus rosa-sinensis), é um arbusto lenhoso, fibroso, com
até 5 metros de altura, sendo utilizado com muito sucesso na
arborização urbana ou cercas vivas.
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O plantio destas espécies pode ser feito por meio de sementes ou mudas na
densidade de um (01) indivíduo por metro quadrado para Caliandra (C. tweedii),
Pingo-d’ouro (D. repens) e Sansão-do-campo (M. caesalpineaefolia), e de dois (02)
indivíduos por metro quadrado para o Hibisco (H. rosa-sinensis), sendo este último
disposto em fila dupla alternada (Tabela 7). Caso haja a opção pelo plantio com
sementes, deverá ser utilizado com auxílio de plantadeira manual (saraquá). Por
outro lado, se for optado pelo plantio em mudas ou estacas, deverá ser realizada a
abertura de covas com dimensões de 0,15 m x 0,15 m x 0,15 m.
Após a abertura das covas para implantação das mudas ou estacas, estas
devem ser preenchidas com argila e os condicionantes do solo adequados para um
bom desenvolvimento vegetativo, garantindo a estabilização das espécies. O
procedimento para o preenchimento das covas é o mesmo descrito para as covas
abertas para a implantação das ilhas de diversidade, descrito no item 6.2.4 Plantio
de mudas em “ilhas de diversidade”.
A seguir constam os quantitativos dos condicionantes necessários para o bom
desenvolvimento vegetal por cova aberta para a implantação das barreiras contra
incêndio e cordão vivo:
0,00027 m³ de fertilizante orgânico curtido (cama de aviário) por cova;
0,00135 m³ de solo argiloso por cova;
0,036 kg de calcário PRNT 75,1% (classe C) por cova.
Destaca-se que o hibisco não se trata de uma espécie nativa, porém, foi
relacionado por se tratar de uma espécie adaptada às condições climáticas da
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região, não ser infestante e apresentar facilidade na aquisição de mudas.
Nas cercas de arame farpado podem ser introduzidas também espécies de
lianas, definidas em diferentes tipos de plantas escandentes, herbáceas ou
lenhosas. Crescem em locais com exigência de luz abundante, condições estas que
refletem habitats com distúrbios causados por agentes naturais ou antropogênicos,
como encontrados em áreas de mineração de carvão. Por ser uma área em
processo de recuperação, sugere-se o uso de espécies nativas (observadas em
áreas antropizadas pela mineração), evidenciando caráter pioneiro, a importância
para revegetação e atração da fauna, a saber: maracujá azedo (Passiflora edulis),
guaco (Mikania glomerata), ipoméia (Ipomoea purpurea) e cipó-de-são-joão
(Pyrostegia venusta).
O plantio das lianas poderá ser feito por meio de mudas na densidade de 2
indivíduos por mourão, alternando as espécies ao longo da cerca.
6.4.2 Barreiras contra incêndios
Junto
as
bermas
do
terraceamento
propõe-se
a
implantação
de
adensamentos de plantas perenes. Neste sentido, sugerimos a utilização de
amendoim-forrageiro (Arachis pintoi) na razão de 13 kg/ha (VC = 70%) em uma faixa
de 1,00 m de largura (0,002 kg/m²). Também poderão ser utilizados adensamentos
de caliandra (Calliandra tweedii), na razão de 1 indivíduo por metro quadrado
dispostos em fila dupla em uma faixa de 1 metro de largura (Tabela 8).
O plantio de caliandra pode ser feito por meio de sementes ou mudas
dispostos em fila dupla alternada.
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6.4.3 Espécies exóticas
Espécies exóticas como eucalipto (Eucalyptus spp.) e pinus (Pinus spp.) são
indesejáveis em áreas onde a recomposição dos solos está em andamento. Os
resultados dos programas de monitoramento nas áreas em reabilitação dos Campos
Malha II Leste e Malha II Oeste demonstraram que o anelamento destas espécies
não tem sido efetivo para sua eliminação.
Portanto, recomenda-se que estas espécies (Eucalyptus spp. e Pinnus spp.),
sejam arrancadas ou derrubadas. Neste sentido, cabe à equipe de monitoramento a
indicação de quais plantas e o período que devem ser eliminadas.
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Tabela 7 - Quantitativo das espécies indicadas para plantio das cercas vivas
Nome Popular
Cercas vivas (m)
Mudas
Caliandra
Pingo d'ouro
Sansão do campo
Hibisco
Número de covas
Condicionantes
Material argiloso
Cama de aviário
Calcário PRNT 75,1%
Nome Científico
Unidade
Quant/m²
Plantio
Total
21.685*
Calliandra tweedii
Duranta repens
Mimosa caesalpineaefolia
Hibiscus rosa-sinensis
-
muda
muda
muda
muda
cova
Unidade
m³
m³
kg
1
1
1
2
2
unid./cova
0,00135
0,00027
0,03600
Faixa de 1,0 m de largura
Faixa de 1,0 m de largura
Faixa de 1,0 m de largura
Faixa de 1,0 m de largura
-
21.685
21.685
21.685
43.370
43.370**
Total
58,55***
11,71***
1.561,32***
-
-
* Valor obtido com referência no Mapa de Poleiros e Cercas Vivas (Cód. PR-MR-TEM-0010; Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD);
** Número de covas considerando-se a utilização de dois (02) indivíduos de hibisco para a formação das cercas vivas;
*** Quantidade de condicionantes por cova, considerando-se a utilização de dois (02) indivíduos de hibisco para a formação das cercas vivas.
Tabela 8 - Quantitativo das espécies indicadas para plantio das barreiras contra incêndios
Nome Popular
Barreiras contra incêndios (m)
Sementes
Amendoim-forrageiro
Mudas
Caliandra
Condicionantes
Material argiloso
Cama de aviário
Calcário PRNT 75,1%
Nome Científico
Arachis pintoi
Calliandra tweedii
-
Unidade
Quant/m²
Plantio
Total
18.897*
kg
0,002
Faixa de 1,0 m de largura
37,79
muda
Unidade
m³
m³
kg
1
unid./cova
0,00135
0,00027
0,03600
Faixa de 1,0 m de largura
18.897
Total
25,51**
5,10**
680,29**
* Valor obtido com referência no Mapa de Poleiros e Cercas Vivas (Cód. PR-MR-TEM-0010; Anexo 1 - Mapas
e Plantas do PRAD);
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-
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** Quantidade de condicionantes por cova, considerando-se a utilização de um (01) indivíduo de caliandra para a formação das barreiras contra incêndios.
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7. TERRACEAMENTO
7.1 INTRODUÇÃO
O processo erosivo é composto pela desagregação das estruturas do solo,
selamento superficial, escoamento das águas superficiais, transporte de partículas e
deposição em áreas mais baixas.
O sistema de terraceamento é um conjunto formado por diques e canais,
construídos perpendicularmente ao sentido da declividade do terreno, de modo a
interceptar a água que escoa sobre o solo, possibilitando a sua evaporação e
desviando os excessos para locais previamente determinados, com velocidade e
fluxos controlados, de maneira a impedir o transporte de partículas do solo. O
objetivo do sistema é diminuir a energia da enxurrada, reduzindo velocidade e
volume, de modo a diminuir as perdas de solo.
Para uma análise dos padrões do processo erosivo em uma determinada área
devem ser avaliados os fatores determinantes da erosividade das chuvas e da
erodibilidade dos solos. A erosividade das chuvas refere-se ao poder de
desencadeamento do processo erosivo que as precipitações pluviométricas podem
ter em uma determinada região e que, portanto, não podem ser modificadas. A
erodibilidade dos solos se refere às características químicas e físicas do solo
propriamente dito e de sua situação topográfica na paisagem.
Destacam-se como componentes preponderantes da erodibilidade, a serem
analisados para execução do sistema de terraceamento em projetos de recuperação
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de áreas degradadas: a) a cobertura vegetal da camada argilosa; b) a declividade; c)
o comprimento das rampas estabelecidas na reconformação do terreno.
Quanto maior a declividade e o comprimento das rampas estabelecidas,
maior será a velocidade e o volume acumulado de águas em escoamento superficial.
Quanto mais densa a cobertura vegetal implantada menor será o efeito destrutivo do
impacto das gotas sobre as estruturas do solo e maior a infiltração. O sistema
radicular das vegetações implantadas também terá efeito sobre o arraste de
partículas pelo escoamento superficial.
O projeto de reabilitação do Campo Morozini prevê a reconformação da área,
a disposição de camada argilosa sobre os estéreis, a elevação do pH por meio de
calagem, a adição de matéria orgânica e fertilizante, e a revegetação.
Entretanto, entre a disposição da camada argilosa e o efetivo estabelecimento
da vegetação proposta, a área fica exposta à ação direta dos fatores que
desencadeiam o processo erosivo. As declividades previstas na reconformação da
área variam de 2,2% a 24,8%, com comprimentos de rampa entre 77 e 680 metros
(Quadro 1). Mesmo após a implantação da vegetação o processo erosivo continuará
a atuar na área. Como as camadas de argila são, comparativamente aos sistemas
naturais, pouco espessas, recomenda-se a implantação de um sistema de
terraceamento integrado ao sistema de drenagem previsto.
Dependo da época de implantação do sistema de terraceamento e do efetivo
estabelecimento da cobertura vegetal poderá ocorrer erosões em sulco entre
terraços. Para evitar perdas de material neste período o sistema será
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complementado por curvas de nível construídas com arados que denominaremos de
curvas suplementares. Tais curvas funcionarão como pequenos terraços e terão por
finalidade reduzir a concentração do escoamento superficial enquanto a vegetação
se estabelece.
Quadro 1 - Comprimento e declividade por área no Campo Morozini
Comprimento Declividade
(m)
(%)
Área
Rampas
Drenagem
Sub-bacia da CP01
1
266,00
8,00
CP01
Sub-bacia da CP04
2
190,00
11,00
CP04
Sub-bacia da Drenagem A
3
507,00
8,40
A
Sub-bacia da Drenagem B
4e5
654,00
5,60
B
Sub-bacia da Estrada Principal 2 - Trecho A2
6
368,00
5,70
EP2-A2
Sub-bacia da Drenagem J
7e8
572,00
4,70
J
Sub-bacia da Drenagem D
9 e 10
256,00
5,80
D
Sub-bacia da Drenagem L
11
226,00
11,50
L
Sub-bacia da Drenagem I
12 e 13
83,00
25,00
I
Sub-bacia da CP07
14 e 15
50,00
20,00
CP07
Sub-bacia da Drenagem K
16
336,00
7,70
K
Sub-bacia da Drenagem F
17
206,00
7,70
F
7.2 MODELO CONSTRUTIVO
O Sistema de Terraceamento do Campo Morozini deverá ser locado e
implantado após a reconformação geral do terreno, e antes da disposição da
camada de argila, exatamente para preservar esta camada e permitir a implantação
da vegetação sobre os terraços e canais.
A locação dos terraços deve ser efetuada por profissional habilitado, com
nível ótico, estaqueando o terreno com curvas em nível, obedecendo aos critérios de
espaçamento vertical (Quadro 2). As estacas de uma mesma curva devem ser
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espaçadas em no máximo 20 metros, sendo esta distância reduzida caso se
encontrem alterações significativas como voçorocas e sulcos profundos no terreno.
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Quadro 2 - Espaçamento recomendado para locação de terraços de absorção
Declive
Espaçamento
Declive
Espaçamento
(%)
Vertical (m)
Horizontal (m)
(%)
Vertical (m)
Horizontal (m)
1
1,32
132,00
11
2,56
23,20
2
1,44
72,00
12
2,68
22,40
3
1,58
52,00
13
2,80
21,60
4
1,70
42,60
14
2,92
20,80
5
1,84
36,80
15
3,06
20,40
6
1,96
32,60
16
3,18
19,80
7
2,08
29,80
17
3,30
19,40
8
2,20
27,60
18
3,42
19,00
9
2,32
25,80
19
3,54
18,60
10
2,44
24,40
20
3,66
18,40
Fonte: Adaptado de Santa Catarina, 1994.
Embora a tabela seja concebida para terraços de absorção, a sua
demarcação em campo deverá ser rigorosamente em nível. As pontas destes
terraços deverão estar abertas para os sistemas de drenagens previstos (Anexo 1 Mapas e Plantas do PRAD - Mapa de Terraceamento / Cód. PR-MR-TEM-0009),
conforme Quadro 1.
No início da construção do terraço, tarefa para a qual deve ser utilizado trator
de esteira, Komatsu KD - 65 ou semelhante, o trator deve estar posicionado
perpendicularmente a linha demarcada numa distância aproximada de sete metros.
A lâmina do trator deverá estar nivelada verticalmente e levemente angulada
horizontalmente de maneira a permitir maior rendimento operacional.
Inicia-se um corte suave nos estéreis que se aprofunda na medida em que o
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trator se aproxima da curva demarcada. O volume total de corte deve ser depositado
sobre a linha obtendo-se uma forma cônica de 1,8 metro de altura, medidos a partir
do corte. O segundo corte deve ser depositado ao lado do primeiro de maneira a
obter uma linha contínua na crista desde o início do dique e assim sucessivamente
até a linha de drenagem.
Construído o dique, o trator deve voltar rodando sobre e a jusante deste
material, quebrando o formato cônico e dando suavidade ao talude, de maneira a
obter uma seção de canal superior a 2 metros quadrados com suavidade suficiente
para permitir a colocação homogênea do substrato argiloso (Figura 11).
CROQUI DO MODELO GENÉRICO DE TERRACEAMENTO IMPLANTADO NO PRAD MOROZINI
Declividade variável de acordo com as
zonas e blocos
CAMADA ARGILA
4,50m
1,00m
0,50m
0,50m
0,80m
2,00m
2,50m
1,50m
2,00m
ESTÉRIL
ESTÉRIL
ESTÉRIL
Figura 11 - Croqui do modelo genérico de terraceamento implantado no Campo Morozini
Apesar dos significativos valores totais movimentados, em função das
pequenas distâncias de corte os sistemas são, em geral, cotados em termos de
horas máquina prevista para a construção. O Quadro 3 apresenta os valores em
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horas-máquina dimensionada para cada área.
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Quadro 3 - Hora-máquina previstas para a execução do sistema de terraceamento
Área
Número de
Terraços
Extensão de curvas
Horas de máquinas
(m)
Sub-bacia da CP01
9
888,18
12,68
Sub-bacia da CP04
8
424,11
6,05
Sub-bacia da Drenagem A
18
1.668,40
23,80
Sub-bacia da Drenagem B
19
7.332,40
104,70
Sub-bacia da Estrada Principal 2 Trecho A2
11
1.835,00
26,21
Sub-bacia da Drenagem J
18
6.975,40
99,60
Sub-bacia da Drenagem D
5
2.296,20
32,80
Sub-bacia da Drenagem L
8
1.841,00
26,30
Sub-bacia da CP07
6
906,00
12,90
Sub-bacia da Drenagem K
12
2.217,10
31,70
Sub-bacia da Drenagem F
8
681,40
9,70
a
*
1.389,30
-
a
*
1.033,20
-
*
754,40
-
*
1.545,00
-
*
1.507,30
-
Sub-bacia da Drenagem I
**
720,00
-
Sub-bacia da CP02
*
600,00
-
Sub-bacia da CP03
*
520,00
-
Lagoa 4 - Lado Direito 1 Bancada
Lagoa 4 - Lado Direito 2 Bancada
a
Lagoa 4 - Lado Direito 3 Bancada
Lagoa 4 - Lado Esquerdo 1
Bancada
a
Lagoa 4 - Lado Esquerdo 2
Bancada
a
* Implantação de duas curvas suplementares;
** Implantação de três curvas suplementares.
Entre terraços serão locadas duas curvas de nível, sobre as quais se erguerá,
usando trator de pneu e arado, uma leira de terra, formando as curvas
suplementares. O rendimento esperado é de 1200 metros lineares de curva por hora
do trator.
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8. AMBIENTE AQUÁTICO
8.1 CORREÇÃO DA POLUIÇÃO DO SISTEMA HÍDRICO
A análise dos resultados laboratoriais nos cursos d’água superficiais e nas
lagoas formadas pela atividade de mineração de carvão a céu aberto acrescidos das
observações das equipes responsáveis pela caracterização da fauna e da flora,
sugere que as lagoas identificadas como 1 e 2 encontram-se em processo de
regeneração natural, enquanto que a Lagoa 3 apresenta uma boa qualidade da água
em função da adição de neutralizantes durante o período de atividade da mina.
Por essa razão, optou-se por não realizar intervenções diretas nessas lagoas,
uma vez que qualquer ação poderá interferir negativamente nesse processo de
reabilitação.
No entanto, no entorno dessas lagoas haverá intervenções para a retirada de
rejeitos do beneficiamento de carvão mineral, recobrimento com material argiloso e
cobertura vegetal das margens. Essas medidas propiciarão a melhoria da qualidade
dessas águas.
A mesma situação não é observada nas Lagoas 4 e 5, sendo que a Lagoa 5
apresenta uma qualidade de água melhor que as águas da Lagoa 4, principalmente
no que se refere a concentração de acidez e metais. Nessas lagoas será necessária
a adoção de técnica capaz de reduzir o impacto que as mesmas trazem ao rio Mãe
Luzia, principalmente a drenagem da Lagoa 4 (Figura 12).
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Algumas considerações devem ser levadas em conta para justificar a seleção
da metodologia de reabilitação dessas lagoas, entre as quais:
Os indicadores ambientais obtidos na Lagoa 4 acusam um ambiente com
baixos valores de pH, conseqüentemente com alta acidez. Condutividade elevada,
reforçando
a
presença
de
contaminação
de
origem
inorgânica.
Elevada
concentração de ferro, alumínio e manganês. Bom índice de oxigenação das águas
na superfície, demonstrando que nessa porção o ambiente é fortemente oxidante,
enquanto que a porção inferior da lagoa apresenta-se como ambiente anóxido.
Figura 12 - Drenagem da saída da Lagoa 4 para o rio Mãe Luzia
Os indicadores de qualidade da água da Lagoa 5 se apresentaram em
condições melhores que aqueles da Lagoa 4, mesmo assim esse corpo d’água não
se apresenta com sinais de recuperação ambiental.
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As
duas
lagoas
não
apresentam
alcalinidade
residual,
apesar
de
apresentarem boa concentração de cálcio e magnésio.
Esses dois corpos d’água não recebem contribuição de águas superficiais, a
não ser das águas de escoamento em períodos de chuva. A Lagoa 5 não apresenta
efluente, ou saída de água; enquanto que a Lagoa 4 apresenta constantemente uma
drenagem afluente ao rio Mãe Luzia, cuja vazão varia conforme a pluviometria.
Conclui-se, portanto, que a Lagoa 4 recebe contribuição de fluxo subsuperficial que migra através de áreas de estéreis piritosos, o que faz com que as
águas dessa lagoa se apresentem com a qualidade descrita no Diagnóstico
Ambiental.
Uma medida para se adicionar alcalinidade em drenagens ácidas visando a
melhoria da sua qualidade é através de adoção de sistemas biológicos construídos
de forma a prevalecer a respiração anaeróbia, podendo ser explicado com a reação
simplificada:
2CH2O + SO4-2
→ H2S + 2HCO3alcalinidade carbonatada
Essa prática incrementa alcalinidade carbonatada à água, necessária para o
tratamento complementar, que poderá ser realizado através de métodos aeróbios.
Pelo volume de água contido na Lagoa 4 e sua atual condição (oxidante na
superfície e redutora na porção médio-inferior), sugere-se que o incremento de
alcalinidade seja realizado através da adição de agentes neutralizantes.
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Exemplificando, o mecanismo que rege a neutralização de drenagem ácida
com a utilização de carbonato de cálcio, é descrito basicamente através da reação:
CaCO3 + H+ → HCO3- + Ca+2 (aq)
Com base nesses dados, o PRAD foi elaborado de forma que:
1) No sexto quadrimestre ou 24 meses após o início das obras de reabilitação
da área, a Lagoa 4 será monitorada para subsidiar futuras decisões com relação ao
enquadramento das águas em conformidade com o artigo 19 do Decreto n°
14.250/81 de Santa Catarina e artigo 34 da Resolução 357/2005 do CONAMA.
Serão registrados dados diários de vazão e nível d’água. Semestralmente, será
realizada amostragem para avaliar a qualidade da água (Lagoa 4). O registro destes
dados deverá iniciar 24 meses após o início das obras de reabilitação da área,
estendendo-se até o final das mesmas;
2) A partir do décimo quinto quadrimestre ou 60 meses (conforme demonstra
o Cronograma de Implantação do Projeto de Reabilitação, Capítulo 13), a Lagoa 4
receberá a adição de agente neutralizante por 2 anos. Nesse período, esta lagoa
continuará sendo monitorada e terá o seu fluxo renovado em 3,65 vezes, tomandose como base o estudo realizado pela Waterloo Brasil Ltda. (2001);
3) Com base nos resultados obtidos nas Lagoas E e C localizadas no Campo
Malha II Leste, em Siderópolis, neste Estado (IPAT/UNESC, 2009), optou-se por
utilizar como agente neutralizante calcário granulado, a ser adicionado diretamente
sobre toda a superfície da água da Lagoa 4. O cálculo da quantidade de calcário a
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ser acrescida à Lagoa 4 durante 2 anos, leva em conta a média da vazão do canal
de drenagem desta Lagoa entre julho/2008 e fevereiro de 2009.
4) Após a conclusão dos passos de 1 a 3 acima descritos, são previstas
quatro possibilidades relacionadas á Lagoa 4:
4.a) a qualidade da água drenada da Lagoa 4 não for compatível com os
limites fixados pela legislação ambiental para lançamento de efluentes líquidos em
corpos receptores, apresentando-se em condições de difícil recuperação (condições
de qualidade similares á condição obtida no diagnóstico);
Nesse caso deverá ser projetada uma estação de tratamento de drenagem
ácida (ETDAM) com esse objetivo.
4.b) a qualidade da água drenada da Lagoa 4 apresenta-se com condições
próximas às condições fixadas pela legislação ambiental;
Nesse caso, poderá ser adotado o tratamento in situ, ou seja, continuidade de
adição de neutralizante na própria lagoa, adoção de biorremediação ou outro
método alternativo que venha a possibilitar o enquadramento da drenagem conforme
exige a legislação pertinente.
4.c) a qualidade da água drenada da Lagoa 4 apresenta-se com condições de
ser despejada no corpo receptor (rio Mãe Luzia) atendendo aos padrões da
Legislação Ambiental;
Nesse caso, em princípio, não será necessário realizar tratamento
complementar. No entanto, o monitoramento ambiental da área deverá garantir que
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o processo não se reverterá, ou seja, que a condição constatada no final de 2 anos
de neutralização não retornará á condição em desacordo com a legislação
ambiental.
4.d) devido à Lagoa 4 ser alimentada por fluxos subterrâneos (Waterloo Brasil
Ltda., 2001), uma possibilidade é a de que ao final das etapas previstas para
reabilitação do Campo Morozini (incluindo a confecção do canal de desvio das
águas de montante), a Lagoa 4 não apresente vazão excedente. Embora com menor
probabilidade, essa possibilidade não poderá ser totalmente descartada;
Nesse caso, deverá ser avaliada a necessidade da continuidade da
neutralização da lagoa, garantindo assim a sua integração ao ambiente e
descartando-se a implantação da estação de tratamento de drenagem ácida.
Resumindo, será a condição da Lagoa 4 após 2 anos de adição de agentes
neutralizantes que indicará a necessidade de se projetar uma Estação de
Tratamento de Drenagem Ácida de Mina (ETDAM), ou se implantar medidas
complementares ou ainda, apenas monitorar a área com objetivo de garantir que
determinada condição se perenize.
De qualquer forma, a estação de tratamento (se necessária) poderá ser
projetada
utilizando-se
métodos
ativos
(neutralização
química
seguida
de
decantação ou flotação); métodos passivos (drenos anóxicos de calcário, banhados
construídos, entre outros) ou ainda, utilizando-se uma associação desses dois
métodos.
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Espera-se no mínimo que, cessando a fonte de contaminação proveniente do
escoamento superficial e minimizando a contaminação do fluxo subsuperficial, a
qualidade da água da lagoa seja compatível com sistemas de tratamento passivo, o
que implicaria em investimentos menores na implantação da ETDAM quando
comparados aos métodos clássicos. No entanto, a definição do tipo de tratamento a
ser adotado só poderá ser tomada, após a execução das etapas descritas acima,
uma vez que é difícil quantificar o quanto as medidas de controle ambiental que
serão adotadas, reduzirão a contaminação do fluxo subterrâneo para a Lagoa 4.
Após a adição da alcalinidade carbonatada, da implantação das intervenções
que serão realizadas no entorno da lagoa (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD Mapa Topográfico Projetado / Cód. PR-MR-ENG-0001) e do conjunto dos dados de
monitoramento, as condições de qualidade das águas da Lagoa 4 será reavaliada
com a finalidade de verificar a necessidade de medidas complementares.
8.1.1 Memória de cálculo para neutralização da acidez da Lagoa 4
Objetivo: minimizar a acidez das águas da Lagoa 4. Os cálculos foram
realizados com base na média da vazão medida na calha instalada no canal de
drenagem da Lagoa 4 para o rio Mãe Luzia, no período compreendido entre
julho/2008 e fevereiro/2009. Para cálculo da necessidade de neutralizante, utilizouse a concentração média de acidez obtida em 4 campanhas de monitoramento
realizadas durante o ano de 2008.
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Memória de cálculo
Neutralizante: Carbonato de cálcio (CaCO3);
Granulometria: até 5,0 mm;
Vazão a ser tratada: 38,2 L/s;
Acidez do efluente: 618 mg/L;
Pureza mínima do produto (CaCO3): 75%;
Eficiência de neutralização ou de dissolução do calcário: 30%;
Fator de conversão: 1;
Carga mássica de acidez: Vazãoefluente x acidezefluente = 38,2 L/s x
618 mg/L = 2,0 t de acidez/dia gerada na Lagoa 4;
Quantidade necessária de calcário: 11 t/dia;
Quantidade mensal de calcário: 337 t/mês;
Quantidade total de calcário (para 2 anos): 8.087,40 t / 2anos;
Volume de calcário (2 anos): 9704,88 m3 / 2 anos.
8.1.2 Forma de adição do neutralizante
A neutralização ocorrerá a partir do décimo quinto quadrimestre ou 60 meses,
contados do início dos trabalhos de reabilitação da área e terá uma duração de 24
meses (conforme demonstra o Cronograma de Implantação do Projeto de
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Reabilitação, Capítulo 13). Durante esse período o monitoramento dará a resposta
sobre a necessidade da continuidade do processo de neutralização ou implantação
de uma estação de tratamento de drenagem ácida (método passivo ou ativo).
Os resultados favoráveis obtidos em PRADs anteriores, especialmente no
Campo Malha II Leste, permitem adotar a mesma técnica de adição de neutralizante
(CaCO3) no Campo Morozini. Desta forma, o CaCO3 com granulometria até 5,0 mm
será aplicado “in natura” na Lagoa 4, utilizando-se barco ou balsa para possibilitar a
sua distribuição (espalhamento) de forma mais equitativa quanto possível sobre a
superfície da lagoa.
Essa forma de aplicação se torna mais prática e econômica, quando se
compara com métodos tradicionais que requerem dispositivos de mistura e dosagem
de reagentes. Além disso, a aplicação do CaCO3 granulado permite com que o álcali
seja liberado na medida em que ocorre a dissolução do calcário no ambiente
aquático, o que permite uma reação mais lenta e duradoura.
Conforme Trindade e Soares (2004) a velocidade de dissolução do CaCO3 é
maior em meio ácido. Essa característica intrínseca do material agrega uma
vantagem na utilização do CaCO3 no modo em que está sendo proposto, uma vez
que enquanto o ambiente se mantiver com elevada acidez, ocorrerá maior
disponibilização do material alcalinizante. De forma inversa, quando a acidez da
água da Lagoa 4 reduzir, a tendência é que a dissolução do material ocorra mais
lentamente, equilibrando o sistema.
Em função da extensão superficial da Lagoa 4 e tomando-se por base a
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necessidade de neutralizante calculada para renovação de 3,65 vezes do fluxo da
lagoa (Waterloo, 2001), optou-se por dividir a quantidade total a ser aplicada (em
dois anos) em 12 aplicações. Assim, a cada 2 meses uma parcela correspondente a
1/12 do volume total de calcário deverá ser distribuída em toda a superfície da água
da lagoa.
As etapas relacionadas a seguir servem para facilitar e controlar a aplicação
do calcário na Lagoa 4:
1) O calcário deverá ser transportado com o uso de trator agrícola ou
caminhão com capacidade máxima de 12 m³, utilizando a estrada de acesso que
conduz à margem da Lagoa 4;
2) Com auxílio de barco ou balsa (a exemplo do que foi realizado nas Lagoas
E e C do Campo Malha II Leste - IPAT/UNESC, 2002b), o calcário deverá ser
distribuído de forma equitativa, de montante para jusante no sentido do fluxo das
águas, sobre a superfície da água da Lagoa 4;
3) A cada 2 (dois) meses, toda a superfície da Lagoa deverá ter recebido a
quantidade correspondente a 1/12 do total de calcário a ser aplicado em 2 anos, ou
seja, 674 toneladas que correspondem a 809 m3 de calcário considerando uma
densidade de 1,2 t/m3;
4) Tomando por base a área da Lagoa 4 - 56.709 m2 e a quantidade de
calcário a ser distribuída, é conveniente que se faça uma marcação - podendo ser
utilizado pequenos piquetes de madeira ou tinta spray (base de água) ou uma
ocorrência naturalmente presente na área (árvores, estrangulamentos da lagoa,
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rochas, entre outros) - que possibilitem a retomada da distribuição do calcário no dia
seguinte;
5) Sugere-se ainda que a empresa responsável pela atividade de
neutralização da Lagoa 4, preencha diariamente um formulário contendo
informações do tipo:
a) Quantidade de calcário prevista para ser distribuída no dia;
b) Estimativa da quantidade de calcário distribuída no dia;
c) Justificativas (descrição objetiva dos problemas que levaram ao não
cumprimento da meta);
d) Descrição sucinta do trecho da lagoa que recebeu o material;
e) Condições de trabalho (condições do clima e se possível velocidade do
vento);
f) Fornecedor do calcário, número do lote e porcentagem de carbonato de
cálcio;
g) Observações e demais informações necessárias;
h) Responsável pelas informações.
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8.2 NEUTRALIZAÇÃO DA ACIDEZ DA LAGOA 5
A neutralização da Lagoa 5 tem por objetivo corrigir a acidez anterior ao
aterramento dessa lagoa, evitando com isso, incrementar a contaminação do freático
e das águas superficiais, caso haja extravasamento da mesma. A Tabela 9
apresenta os cálculos para neutralização dessa lagoa, levando-se em conta a acidez
de suas águas. Será adotado um acréscimo de 50% na quantidade de carbonato de
cálcio necessária, a fim de minimizar o acréscimo de acidez em função do
aterramento dessa lagoa com estéreis de mineração.
8.2.1 Memória de cálculo para neutralização da acidez da Lagoa 5
Objetivo: neutralizar as águas da Lagoa 5 previamente ao aterramento da
área. O cálculo é apresentado para CaCO3, uma vez que esse neutralizante tende a
liberar mais lentamente sua ação alcalinizante, considerado a melhor opção para o
caso (aterramento da lagoa). O cálculo foi realizado em função da acidez e o volume
de água da Lagoa 5. Com base na quantidade de carbonato de cálcio necessário
para neutralizar a água da Lagoa 5, foi acrescentado mais 50% de neutralizante uma
vez que a lagoa será aterrada com os estéreis presentes na área e que
acrescentarão uma carga de acidez àquela já existente.
1) Carbonato de cálcio (CaCO3) pedra ou pó
Volume a ser tratado: 56.000 m³;
Acidez: 65 mg CaCO3/L;
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Quantidade mínima de calcário na pedra ou pó (pureza do produto):
75%;
Eficiência de neutralização ou de dissolução do calcário: 30%;
Fator de conversão: 1;
Coeficiente de segurança: 30% (para neutralizar acidez da água);
Carga mássica de acidez: Volume Lagoa 5 x acidez Lagoa 5 =
56.000 m³ x 65 mg CaCO3/L = 3,64 t de acidez contida na Lagoa 5;
Quantidade necessária de calcário: 24,9 t (neutralização da água da
Lagoa 5);
Quantidade de calcário a ser utilizado (considerando + 50%): 37,3 t
(24,9*1,5).
Para cálculo da quantidade de calcário foram considerados: a) fator de
conversão - estequiometria da reação de neutralização (1mol de CaCO3: 1 mol de
acidez removida), b) teor de CaCO3 no produto ou pureza (75%), c) dissolução ou
efetividade de reação do calcário (30%), d) coeficiente de segurança para água
(30%). Ao valor final, foram acrescidos 50% em função do aterramento com estéreis.
8.2.2 Forma de adição do neutralizante
O carbonato de cálcio deverá ser adicionado na forma sólida e distribuído
eqüitativamente na área da lagoa (sobre a superfície da água). Para este serviço
poderão ser utilizados balsas ou barcos, a exemplo do método de aplicação
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realizado no Campo Malha II Leste, quando da neutralização das lagoas E e C
(IPAT/UNESC, 2002b).
Em função da Lagoa 5 não apresentar fluxo de água superficial, a empresa
contratada para realização das obras poderá optar pela granulometria do calcário,
uma vez que a velocidade de reação não é fator preponderante neste caso
específico. Importante ser observado, no entanto, que os cálculos apresentados se
referem a uma pureza de material prevista em 75% de CaCO3, assim, tanto a
utilização de carbonato de cálcio pulverizado (em pó), quanto à utilização de pedra
calcária são possíveis, desde que atendam a especificação do grau de 75% de
pureza.
Tabela 9 - Dados demonstrativos da necessidade e custos de neutralização da Lagoa 5
DADOS SOBRE A LAGOA 5
Acidez (mg/L)
Volume lagoa (m³)
Carga de acidez (t)
65
56000
3,64
DADOS SOBRE O NEUTRALIZANTE
Fórmula
Fator de
Conversão
Eficiência
Neutralização
Pureza (%)
K segurança
Quantidade
CaCO3 (t)
CaCO3
1,00
0,30
75
0,30
* 24,90
Quantidade CaCO3 para aterramento da Lagoa (t)
37,30
* valor obtido acrescentando 50% a mais que a quantidade de material necessário para neutralizar a água da Lagoa 5 (24,9
toneladas de CaCO3).
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9. DIRETRIZES GERAIS PARA A REABILITAÇÃO AMBIENTAL
DO CAMPO MOROZINI
Resume-se o processo de reabilitação do Campo Morozini da seguinte forma:
1) Nas áreas remodeladas
Retirada e disposição dos rejeitos em local projetado;
Reconfiguração topográfica;
Execução
das
obras
de
engenharia
necessárias,
inclusive
construção do canal de desvio e taludamento da Lagoa 4;
Neutralização das Lagoas 4 e 5 e aterramento da Lagoa 5;
Terraceamento;
Aplicação e incorporação de calcário em pó PRNT 75,1% sobre os
estéreis - 70% da quantidade total por hectare;
100
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Cobertura com material argiloso (0,50 m);
Aplicação de calcário em pó PRNT 75,1% - 30% da quantidade total
por hectare;
Aplicação de 31,75 m³/ha de cama de aviário;
Aplicação de 200 kg/ha de fertilizante organo-mineral 03-10-06;
Incorporação do calcário, da matéria orgânica e do fertilizante à
argila, com grade de disco;
Semeadura de herbáceas à lanço;
Plantio de sementes de pioneiras com saraquá ou à lanço
concomitantemente à semeadura de herbáceas à lanço;
Aplicação de 240 m³/ha de turfa com no máximo 10% de cinzas;
1
Incorporação da turfa e das sementes com arado de disco, com
pouco ângulo de abertura;
Aplicação de 30 kg/ha de uréia como adubação de cobertura
realizada em duas épocas: 15 kg/ha 45 dias após a semeadura e
mais 15 kg/ha 70 dias após a semeadura;
Implantação das cercas vivas e das barreiras contra incêndio;
Implantação dos poleiros artificiais;
1
A segunda operação de incorporação justifica-se pela necessidade de permitir que a germinação ocorra perfeitamente e que
a semente não fique na superfície do solo ou em uma profundidade que prejudique sua emergência.
101
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Cercamento de toda a área, especialmente dos blocos 2 e 3, para
evitar o acesso de animais de criação como gado, e minimizar a
possibilidade de incêndio no local;
Um ano após o plantio das pioneiras, raleio dos espécimes menos
desenvolvidos;
Após as pioneiras atingirem o tamanho médio de cinco metros de
altura: abertura de covas com 0,50 m x 0,50 m x 0,50 m,
distribuídas conforme descrição do plantio de mudas no capítulo
revegetação; preenchimento de cada cova com: 0,05 m³ de argila;
0,01 m³ de cama de aviário e 1,33 kg de calcário; plantio de mudas
de espécies secundárias e climácicas em sistema de Ilhas de
Diversidade conforme detalhado no capítulo revegetação; e
aplicação de cerca de 150 g de fertilizante organo-mineral 03-10-06
ao redor das mudas plantadas;
Monitoramento ambiental por 60 meses.
2) Nas áreas com regeneração espontânea
Concomitantemente ao processo de semeadura de espécies herbáceas e
arbóreas pioneiras nas áreas remodeladas, deverá ocorrer o plantio das ilhas de
diversidade nas porções não remodeladas a serem mantidas dos blocos 1, 3, 4, 5 e
6, obedecendo a seguinte ordem:
102
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Abertura de covas com 0,50 m x 0,50 m x 0,50 m distribuídas conforme
descrição do plantio de mudas no capítulo revegetação;
Preenchimento de cada cova com: 0,05 m³ de argila misturada a 0,01
m³ de cama de aviário e 1,33 kg de calcário;
Plantio de mudas de espécies secundárias e climácicas em sistema de
Ilhas de Diversidade conforme detalhado no capítulo revegetação;
Aplicação de cerca de 150 g de fertilizante organo-mineral 03-10-06 ao
redor das mudas plantadas;
Monitoramento ambiental por 60 meses.
Os procedimentos a serem adotados em cada um dos blocos que compõem o
Campo Morozini, para efeito de reabilitação, são apresentados na Tabela 10, a
seguir.
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Tabela 10 - Divisão da área do Projeto Campo Morozini por blocos e as práticas recomendadas
no seu processo de recuperação
Blocos
Práticas recomendadas
1
Manutenção da área e implantação de ilhas de diversidade
2
Retirada de rejeitos, reconfiguração topográfica, adição de calcário, turfa,
fertilizantes e revegetação da área com espécies de gramíneas e leguminosas e
com monitoramento por 60 meses. Adicionalmente recomenda-se o cercamento da
área para evitar a degradação.
3
Preservação de parte das zonas 09, 16 e 18 com implantação de Ilhas de
Diversidade. Retirada de rejeitos, reconfiguração topográfica, adição de calcário,
turfa, fertilizantes e revegetação da maior parte da área com espécies de gramíneas
e leguminosas. Monitoramento por 60 meses. Adicionalmente recomenda-se o
cercamento da área para evitar a degradação.
4
Preservação de toda a área com implantação de Ilhas de Diversidade nos locais
onde a vegetação é pouco densa e em clareiras.
5
Retirada de pilhas de rejeitos, reconfiguração topográfica, adição de calcário, turfa,
fertilizantes e revegetação da área com espécies de gramíneas e leguminosas,
plantio de espécies arbóreas pioneiras, implantação de ilhas de diversidade e
monitoramento por 60 meses.
6
Preservação da maior parte da área com incremento da vegetação por meio do
plantio de Ilhas de Diversidade. Em pequena área restante: retirada de pilhas de
rejeitos, reconfiguração topográfica, adição de calcário, turfa, fertilizantes e
revegetação da área com espécies de gramíneas e leguminosas, plantio de
espécies arbóreas pioneiras. Monitoramento por 60 meses.
7
Monitoramento por 60 meses para analisar a possibilidade de contaminação da
cadeia alimentar.
8
Fora da área minerada. Não será recuperado no âmbito deste projeto.
103
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10. QUANTIDADES DE MATERIAIS
O Quadro 4 apresenta os quantitativos dos materiais para execução do PRAD
no Campo Morozini.
Quadro 4 - Atualização dos materiais para implantação do PRAD - Campo Morozini
MATERIAIS
UNIDADE
QUANTIDADE
01 - Corte margem direita rio Morozini (Bloco 5 até maio/2008 Informações cedidas da empresa CGM)
m³
380.471,08
02 - Corte margem direita rio Morozini (variação de 30% para mais
ou para menos)
m³
488.485,533
03 - Aterro margem direita rio Morozini (variação de 30% para mais
ou para menos)
m³
537.056,024
04 - Corte margem esquerda rio Morozini (variação de 30% para
mais ou para menos)
m³
1.490.513,763
05 - Aterro margem esquerda rio Morozini (variação de 30% para
mais ou para menos) (variação de 30% para mais ou para menos)
m³
1.156.819,881
06 - Corte no estéril (regularização da Estrada de Acesso a Lagoa
4)
m³
489,075
07 - Aterro no estéril (regularização da Estrada de Acesso a Lagoa
4)
m³
64,14
08 - Seixo rolado
m³
941,10
09 - Saibro
m³
637,64
10 - Substrato argiloso
m³
706.431,60
11 - Turfa
m³
33.887,33
12 - Cama de aviário
m³
4.572,13
13 - Calcário em pó PRNT 75%
t
9.884,37*
14 - Fertilizante 03-10-06 (N - P - K)
t
29,32
15 - Uréia
t
4,24
16 - Carbonato de cálcio (CaCO3) com granulometria de até 5 mm
para Lagoa 4
t
8.087,40
17 - Carbonato de cálcio (CaCO3) para Lagoa 5
t
38,20
Movimentação de Estéreis
Recuperação do Solo
Adição de Neutralizantes nas Lagoas 4 e 5
Sementes
104
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MATERIAIS
UNIDADE
QUANTIDADE
18 - Sementes de amendoim-forrageiro (A. pintoi)
kg
1.873,36
19 - Sementes de aveia-preta (A. sativa)
kg
5.647,89
20 - Sementes de grama-missioneira (A. affinis)
kg
1.411,97
21 - Sementes de grama-missioneira (A. compressus)
kg
1.411,97
22 - Sementes de calopogônio (C. mucunoides)
kg
564,79
23 - Sementes de capim-jaraguá (H. rufa)
kg
988,38
24 - Sementes de azevém (L. multiflorum)
kg
4.235,92
25 - Sementes de pojuca (P. atratum)
kg
1.129,58
26 - Sementes de grama-comprida (P. dilatatum)
kg
1.976,76
27 - Sementes de grama-batatais (P. notatum)
kg
3.529,93
28 - Sementes de pensacola (P. saurae)
kg
1.835,56
29 - Sementes de estilosantes-campo-grande (S. capitata + S.
macrocephala)
kg
423,59
30 - Sementes de ervilhaca (V. sativa)
kg
7.059,86
31 - Sementes de aroeira-vermelha (S. terebinthifolius)
kg
37,73
32 - Sementes de bracatinga (M. scabrella)
kg
37,73
33 - Sementes de sesbânia (S. virgata)
kg
37,73
34 - Secundárias iniciais
mudas
1.660
35 - Secundárias tardias
mudas
4.456
36 - Climácicas
mudas
1.114
37 - Cercas vivas
mudas
43.370
38 - Barreiras contra incêndios
mudas
18.897
Mudas
Poleiros Artificiais / coletores de semente e de serrapilheira
39 - Hastes de madeira (eucalipto) com 7 metros de altura com 15
cm de diâmetro - poleiros artificiais secos e verdes
un.
137,00
40 - Varas de madeira (eucalipto) com 1 metro de comprimento
com 5 cm de diâmetro - poleiros artificiais secos e verdes
un.
822,00
41 - Tábuas de madeira 140 cm x 10 cm x 2 cm - coletores
un.
96,00
42 - Hastes de madeira com 80 cm de comprimento x 10 cm de
diâmetro - coletores
un.
96,00
43 - Tela de nylon - 0,5 mm de cribagem - coletores
m²
52,80
44.1 - Canaleta Trapezoidal (200x50x50 cm)
m
205,50
44.2 - Canaleta Trapezoidal (220x50x50 cm)
m
175,69
44.3 - Canaleta Trapezoidal (229x50x50 cm)
m
465,56
44.4 - Canaleta Trapezoidal (220x40x50 cm)
m
524,32
44.5 - Canaleta Trapezoidal (259x60x50 cm)
m
128,84
44.6 - Canaleta Trapezoidal (200x40x50 cm)
m
636,28
Obras de Engenharia
44 - Canaleta Trapezoidal
105
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MATERIAIS
UNIDADE
QUANTIDADE
44.7 - Canaleta Trapezoidal (267x62x50 cm)
m
387,85
45 - Canal Retangular (14x19x39 cm)
m
3.724,43
46 - Canaleta semi-circular (Diâmetro de 30 cm)
m
110,00
47 - Canaleta semi-circular (Diâmetro de 40 cm)
m
938,849
48 - Canaleta semi-circular (Diâmetro de 50 cm)
m
442,25
49 - Canaleta semi-circular (Diâmetro de 60 cm)
un
5.047,574
50 - Canaleta semi-circular (Diâmetro de 80 cm)
m
1.361,258
51 - Canaleta semi-circular (Diâmetro de 100 cm)
m
155.651
52 - Escavação
m³
2.277,707
53 - Enrocamento - Seixos ou Bloco de Brita
m³
10.207,380
54 - Formas
m²
1.876,08
55 - Concreto - Fck 10 M Pa
m³
707,630
56 - Concreto - Fck 20 M Pa
m³
26,00
57 - Bacia de Dissipação de Plataforma
un.
7,00
58 - Bacia de Dissipação Final
un.
12,00
59 - Aço CA-50 B CA-60 B Diversas Bitolas
kg
20.354,16
60 - Ferragens
kg
110,00
61 - Concreto Estrutural Fck = 18Mpa
m³
828,84
62 - Gabião Tipo Cx 1,50 x 0,50m h = 0,50m
m³
202,66
63 - Gabião Tipo Cx 1,00 x 1,50m h = 1,00m
m³
135,106
64 - Gabião Tipo Cx 1,50 x 1,00m contraforte h = 1,00m
m³
12,00
65 - Escadaria
m
276,185
66 - Blocos de Concreto Estrutural 14 x 19 x 39 cm
un.
93.605,00
67 - Tubo de Concreto
φ
100 cm
un.
132,00
68 - Tubo de Concreto
φ
60 cm
m
150,00
69 - Tubo de Concreto
φ
50 cm
m
32,00
70 - Geotêxtil não-tecido, sintético (Manta de Bedim)
m²
18.114,36
71 - Caixa de Passagem e Transferência
un.
44,00
72 - Tubo de aço com revestimento em Epox.
m
35,42
73 - Concreto de revestimento de fundo da estrutura Fck = 20Mpa
do tunnel liner
m³
26,00
74 - Tela Q-92 do tunnel liner
m²
53,00
75 - Escavação do tunnel liner
m³
256,00
76 - Anéis 90,46m x 0,46m) do tunnel liner
un.
231,00
77 - Ponte: Estaca de madeira
un.
4,00
78 - Ponte: Poste do tabuleiro (longarinas)
un.
4,00
79 - Ponte: Estacas de madeira (Suporte de Defensa de Madeira)
un.
4,00
80 - Ponte: Defensa de madeira
un.
4,00
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MATERIAIS
UNIDADE
QUANTIDADE
81 - Ponte: Barra pregada (Diâmetro 0,17m)
un.
10,00
82 - Ponte: Barra pregada (Diâmetro 0,04m)
un.
10,00
83 - Ponte: Guarda rodas de madeira
un.
2,00
84 - Ponte: Tabuleiro de madeira
un.
21,00
85 - Ponte: Guia de rodas (longarinas)
un.
8,00
86 - Ponte: Chapa antiracha (Chapa Metálica)
un.
16,00
m³
21.418,00
88 - Locação de curvas de terraceamento
m
27.065,19
89 - Locação de curvas suplementares
m
62.199,58
Construção da Célula
87 - Material argiloso compactado
Terraceamento
* Valor relativo a quantidade de calcário a ser utilizado no processo de neutralização dos estéreis, construção do solo e preparo
das covas para a introdução de mudas.
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11. PLANO DE MONITORAMENTO
O processo de reabilitação de uma determinada área degradada envolve não
só a proposição de medidas que venham a melhorar as condições do local
debilitado, mas também o acompanhamento ou monitoramento das medidas
propostas visando a compreensão da evolução do processo de reabilitação do local.
Para tanto, deve-se definir, levando em conta principalmente o diagnóstico da área,
quais são os pontos mais críticos e quais são os indicadores ambientais2 que
deverão ser monitorados.
Embora ainda pouco usado como parte fundamental de projetos de
reabilitação ou recuperação de áreas degradadas, o monitoramento, quando
planejado adequadamente, possibilita não só uma avaliação da eficiência dos
métodos aplicados, mas também a correção de rumos do processo.
A negligência desta medida representa um grande desperdício do principal
capital destes programas que é a informação disponível. A geração de dados de
acompanhamento de cada método é o principal instrumento para a progressiva
melhoria de sua eficiência e conseqüentemente dos resultados da reabilitação
(Gandolfi e Rodriges, 1996).
Dada a importância que o monitoramento ambiental assume como parte
indissociável no sucesso do projeto de reabilitação de áreas degradadas a sua
2
Indicadores ambientais são parâmetros ou conjunto de parâmetros passíveis de serem medidos, por meio dos quais pode-se
identificar possíveis mudanças de ordem física, química, biológica ou sócio-cultural a que determinado ambiente foi submetido,
seja por ação antrópica ou por processos naturais (SANTO, 2000).
108
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implementação deverá ocorrer no sexto quadrimestre ou 24 meses após o início das
obras previstas no PRAD e se estenderá por 60 meses.
A avaliação do monitoramento após o período de 60 meses servirá de base
para que se possa definir pela continuidade ou não do plano, sua duração numa
segunda etapa, quais pontos e parâmetros devem continuar a ser monitorados, bem
como a periodicidade das coletas.
11.1 OBJETIVOS DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO
O programa de monitoramento tem como objetivo principal acompanhar a
evolução da qualidade ambiental da área pesquisada, a partir da análise de
parâmetros pré-selecionados, bem como gerar um banco de dados técnicos /
científicos, obtidos a curto, médio e longo prazo, que dêem suporte à tomada de
decisões acerca da condução do processo de reabilitação.
O programa propõe:
Avaliar parâmetros físicos, químicos e biológicos, nos ambientes
aquáticos, durante e após a implementação dos trabalhos de
reabilitação;
Monitorar a concentração de metais pesados em plantas (gramíneas e
ervas medicinais), e em peixes, visando avaliar a possibilidade de
utilização da área reabilitada para pastagem do gado bovino, e
consumo humano de ervas medicinais e de peixes que se
desenvolvem espontaneamente;
109
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Acompanhar o desenvolvimento das comunidades vegetais nas áreas
reabilitadas;
Monitorar a evolução da qualidade física e química do solo das áreas
reabilitadas;
Verificar a ocorrência de processos erosivos durante e após a
complementação dos trabalhos de reabilitação, indicando medidas
corretivas quando necessário;
Acompanhar o retorno da fauna às áreas reabilitadas;
Avaliar a efetividade dos projetos de reabilitação propostos;
Subsidiar relatórios de qualidade ambiental;
Constituir banco de dados que dê suporte à proposição de medidas
corretivas.
11.2 PLANO DE MONITORAMENTO DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
O registro de dados pluviométricos facilitará a compreensão da dinâmica
ambiental da área a ser reabilitada, considerando os vários compartimentos onde
serão realizadas as intervenções.
Além disso, a associação dos dados de chuva com o nível de água e com a
vazão
de
drenagem
da
Lagoa
4,
serão
dados
imprescindíveis
para
o
dimensionamento do sistema de tratamento a ser adotado no futuro, caso
necessário, principalmente se for aplicado os métodos passivos. Os dados de
precipitação pluviométrica deverão ser registrados diariamente com auxílio de
110
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pluviômetro (mm/dia), iniciando-se a partir do sexto quadrimestre ou 24 meses da
implantação das obras.
11.3 PLANO DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
O acompanhamento da evolução da qualidade das águas subterrâneas,
especialmente do lençol freático, visa avaliar qual a contribuição das fontes
poluidoras superficiais e subsuperficiais à degradação dos recursos hídricos do local.
O acompanhamento da qualidade das águas subterrâneas no Campo Morozini é
amplamente justificado, uma vez que estas se encontram comprometidas,
principalmente na porção sul-sudeste da área.
O monitoramento das águas do lençol freático poderá ser realizado nos
seguintes poços perfurados pela empresa Waterloo: PMs 01, 04 ao 10, 13 ao 22, 24,
26 e 27 (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa de Monitoramento / Cód. PRMR-TEM-0006). Caso ocorra durante a remodelagem do terreno a necessidade de
aterramento do local onde algum desses poços se encontra, o mesmo poderá ser
protegido com tubos de concreto de 1,0 metro de diâmetro, ou outro poço deve ser
construído em local próximo após a retificação do relevo.
A coleta de informações terá início a partir do sexto quadrimestre ou 24
meses do início da implantação do projeto de reabilitação e deverá ter freqüência
semestral enquanto as obras de engenharia e demais medidas previstas neste
PRAD estiverem sendo implementadas.
Os indicadores de qualidade de água subterrânea a serem utilizados são:
Temperatura;
111
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pH;
Condutividade elétrica;
Sólidos dissolvidos;
Alcalinidade;
Acidez;
Manganês total e solúvel;
Ferro total e solúvel;
Cromo total e solúvel;
Alumínio total e solúvel;
Potencial redox (a medida de POR deverá ser realizada no local e
previamente ao bombeamento da água);
Sulfato.
A coleta das amostras deve ser feita no dia seguinte após o esvaziamento
(purga) do poço por bombeamento ou com o auxílio de caçambas, promovendo
dessa forma, uma amostragem representativa da qualidade da água do aqüífero.
Deverão ser realizadas duas leituras do nível do freático em cada campanha: a
primeira deverá ser obtida antes da purga ou limpeza do piezômetro e, a segunda
deverá ser realizada no instante da coleta de água. A medida do potencial redox
deverá ser realizada no poço (com sonda) e antes da amostragem de água.
11.4 PLANO DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS
112
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As águas superficiais deverão ser monitoradas em sua qualidade (análises
físicas, químicas e bacteriológicas) e quantidade (vazão), permitindo uma avaliação
da carga poluente, nos seguintes pontos (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD Mapa de Monitoramento / Cód. PR-MR-TEM-0006):
1) no rio Morozini:
RM 01 (E 653125 / N 6842863);
RM 05 (E 651515 / N 6842889);
AR 012 (E 650721 / N 6842942);
AR 011 (E 650975 / N 6842097), no canal de drenagem - Lagoa 4.
2) no rio Mãe Luzia:
AR 007 (E 650608 / N 6843446), localizado a montante da área a ser
recuperada;
RML 1 (E 651579 / N 6841469), localizado a jusante da área a ser
recuperada.
3) no rio do Pio:
AR 009 (E 650426 / N 6842645), nas proximidades de sua foz com o
rio Mãe Luzia.
O acompanhamento dos indicadores da qualidade das águas das lagoas se
dará - nas estações codificadas como: L1, L2, L3, L4 (em duas estações, L4.1 e
L4.2). Nas lagoas sugere-se continuar amostrando a qualidade das águas na
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superfície, meio, fundo e sedimento, devendo ser observado na ocasião da coleta a
transparência da água (disco de Secchi) e o nível da água. Para acompanhamento
do nível de água nas lagoas, recomenda-se a instalação de réguas linimétricas
niveladas em relação a uma referência de nível (RN) conhecido na área de estudo.
Resumindo, serão acrescentadas aos pontos analisados no diagnóstico
ambiental da área, as seguintes estações de monitoramento de águas superficiais:
Rio Mãe Luzia, a montante (AR007) e a jusante (RML1) da área a ser
recuperada;
Rio do Pio nas proximidades da foz com o rio Mãe Luzia (AR009);
Ponto de drenagem da Lagoa 4 para o rio Mãe Luzia (AR011);
Ponto de coleta a ser acrescentado na Lagoa 4 em três profundidades
mais sedimentos.
O monitoramento das águas superficiais e dos sedimentos se dará a partir do
sexto quadrimestre ou 24 meses após o início dos trabalhos de recuperação da área
e se estenderá por um período de 60 meses. Dessa forma, estabelecendo-se um
cronograma de 80 meses para execução dos trabalhos previstos no PRAD, teríamos
a seguinte situação: após dois anos se iniciaria o monitoramento por um período de
60 meses em todos os pontos relacionados. O início da neutralização da Lagoa 4
terá início no décimo quinto quadrimestre e se estenderá por 24 meses, quando se
fará uma reavaliação, para dar continuidade ao programa de monitoramento.
A periodicidade das coletas nos pontos especificados deverá ser semestral,
114
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sendo que as amostragens nas lagoas serão realizadas em três profundidades e no
sedimento.
As variáveis ambientais a serem monitoradas nos rios Morosini e Mãe Luzia,
e nas lagoas serão:
Temperatura;
pH;
Condutividade elétrica;
Oxigênio dissolvido;
Sólidos totais;
Sólidos em suspensão;
Alcalinidade;
Acidez;
Nitrogênio e fósforo totais;
Manganês total;
Magnésio;
Ferro II, III e total;
Alumínio;
Cromo Total;
115
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Chumbo;
Potencial Redox (deverá ser medido no local);
Sulfato;
Sulfeto;
Cálcio;
Colimetria e DBO5 (nas lagoas apenas na superfície);
Bactérias ferro-oxidantes e sulfato-redutoras apenas nas lagoas e em
três profundidades (superfície, meio e fundo);
Realização de ensaios ecotoxicológicos conforme determina a
Resolução 357/05 do CONAMA;
Em cada estação de coleta nas lagoas deverá ser avaliada a
Transparência de Secchi com objetivo de auxiliar a interpretação da
análise da produtividade de cada corpo d’água;
Em cada lagoa deverá ser monitorado o nível da água;
Nos sedimentos das lagoas serão analisados os metais totais e
lixiviável ou extraível, incluindo ferro, manganês, cálcio, magnésio,
cromo, chumbo e alumínio, bem como pH, potencial redox, sulfato,
sulfeto, matéria orgânica e bactérias ferro-oxidantes e sulfato
redutoras.
116
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É importante ressaltar que a Lagoa 4 deverá ter um monitoramento
diferenciado nos 2 anos em que estará recebendo a adição de neutralizante, visando
o controle do processo. Durante este período as coletas deverão ser intensificadas
(coletas mensais), reduzindo-se os indicadores de qualidade da água a serem
analisados (pH, acidez, sulfatos, ferro II e III, manganês e alumínio). Os pontos de
amostragem deverão ser os mesmos identificados acima, ou seja, dois pontos na
Lagoa 4, onde se realizará a coleta na superfície, meio e fundo; e na saída desta
lagoa. Não será necessária a coleta de sedimentos. Este monitoramento
diferenciado durante os dois anos de neutralização da Lagoa 4, não dispensa o
monitoramento semestral previsto acima.
11.5 PLANO DE MONITORAMENTO DOS SOLOS
O monitoramento da condição físico-química do solo, tanto durante como
após o processo de reabilitação, deverá ter freqüência semestral e estar atrelado às
zonas homólogas identificadas no diagnóstico ambiental, exceto as zonas 7 e 8 e
parte das zonas 5 e 28, que estão fora da área afetada pela mineração. O início do
monitoramento do solo será após o primeiro ano de trabalho nas zonas e onde a
construção do solo já foi concluída.
As amostras coletadas, baseadas no mínimo de dez sub-amostras por zona,
serão homogeneizadas e quarteadas compondo, dessa forma, uma única amostra
por zona, que será encaminhada para análise. Os parâmetros monitorados para
solos serão os mesmos utilizados no diagnóstico ambiental da área:
pH;
117
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Textura;
Índice SMP;
Matéria orgânica;
Fósforo (P);
Potássio (K);
Alumínio trocável (Al);
Magnésio (Mg);
Cálcio (Ca);
Ferro (Fe);
Sódio (Na);
H + Al;
pH - CaCl2;
Soma de bases;
Saturação de bases;
Capacidade de Troca Catiônica (CTC);
Permeabilidade.
118
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11.6 PLANO DE MONITORAMENTO GEOLÓGICO E GEOTÉCNICO
O monitoramento de aspectos geológico-geotécnico é necessário para
determinar o impacto que as medidas de reabilitação ambiental estão tendo sobre os
processos erosivos.
O acompanhamento da ocorrência de processos erosivos na área em questão
deverá ser feito da seguinte forma:
Identificação das feições erosivas no local reabilitado;
Dimensionamento do problema: determinação da profundidade, largura
e comprimento da erosão;
Classificação do problema baseado na sua dimensão;
Sugestão de técnicas de contenção da erosão.
O levantamento dos aspectos físicos que envolvem a reabilitação deve ser
realizado em todas as áreas que sofrerem as intervenções previstas no PRAD. A
freqüência do monitoramento geológico-geotécnico será semestral.
11.7 PLANO DE MONITORAMENTO DA VEGETAÇÃO
O monitoramento da vegetação se dará pelo acompanhamento do
desenvolvimento das espécies introduzidas e naturalmente regeneradas, análise da
variedade de sementes coletadas em poleiros artificiais.
119
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11.7.1 Acompanhamento
do
desenvolvimento
das
espécies
introduzidas e da regeneração natural
O desenvolvimento das espécies introduzidas e aquelas em regeneração
natural serão monitoradas do estudo florístico e fitossociológico da regeneração
natural, utilizando-se o método de parcelas (MUELLER-DOMBOIS; ELLENBERG,
1974) com o emprego de parcelas fixas no campo, avaliadas periodicamente,
fornecendo informações sobre o aporte de novas espécies na área. Quando
possível, serão medidos os diâmetros dos indivíduos e com ele calculados os
parâmetros fitossociológicos usuais para as espécies encontradas, ou seja,
freqüências (F), densidades (D), e dominâncias (Do) absolutas (A) e relativas (R),
valores de importância (VI) e valores de cobertura (VC) de acordo com MuellerDombois e Ellenberg (1974).
O monitoramento do desenvolvimento da vegetação introduzida servirá
inclusive para identificar e, se necessário for, propor a substituição das mudas que
não vingarem dentro das ilhas de diversidade. Devendo ter o seu início após um ano
do programa de monitoramento, nas áreas onde já tiverem sido implantadas a
cobertura vegetal.
11.7.2 Análise do recrutamento de sementes
Um dos passos para acelerar a sucessão vegetal em áreas degradadas ou
alteradas por ações antrópicas é utilizar poleiros artificiais para atração de aves e
conseqüente recrutamento de sementes. A grande vantagem desta técnica, quando
comparada às tradicionais de recobrimento vegetal, está no fato de que a
composição florística da vegetação que cobrirá a área será semelhante à das áreas
120
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adjacentes, pois os propágulos serão provenientes dessas áreas (MELO, 1997).
Os poleiros artificiais são os mais utilizados. São constituídos, geralmente, por
varas de eucaliptos secas e ramificadas com altura entre três e cinco metros, que
podem possuir fixados na base, a cerca de 0,10 m de altura do solo, coletores de
sementes constituídos por bandejas quadradas de 0,50 m de lado e 0,10 m de
altura, com fundo de tela em malha de 1 mm² (CITADINI-ZANETTE, 1995).
Vários trabalhos realizados em áreas degradadas sugerem um número
mínimo de 4 (quatro) poleiros por hectare, distribuídos de forma eqüidistantes. No
entanto, de acordo com as particularidades da área, a distribuição poderá ser
determinada em campo para atender melhor aos objetivos propostos. Devendo ter o
seu início após um ano do programa de monitoramento, nas áreas onde já tiverem
sido instalados os poleiros.
11.7.2.1 Instalação de poleiros artificiais
Após a remodelagem do terreno e a construção do solo, deverão ser
instalados 137 poleiros no bloco 5 e parte no bloco 6, devido às características da
área em reabilitação a densidade de poleiros ficou estabelecida em 3,6/ha (Anexo 1
- Mapas e Plantas do PRAD - Mapa de Poleiros e Cercas Vivas / Cód. PR-MR-TEM0010) e Tabela 12.
Os poleiros podem ser construídos com varas de madeira (haste) de 7 m de
comprimento x 0,15 m de diâmetro, sendo colocados seis linhas de pouso com 1
metro de comprimento e 0,05 m de diâmetro, dispostos em cruz: duas a 6 metros,
duas a 5 metros e duas a 4 metros de altura do solo. As hastes dos poleiros deverão
121
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ser enterradas no solo a cerca de 1 metro de profundidade, conforme mostra a
Figura 13.
Os poleiros poderão ser construídos com madeira de espécies exóticas do
próprio local, extraídas durante o processo de remodelagem do terreno.
Figura 13 - Poleiro artificial, modificado de Melo (1997)
É recomendado o uso de poleiros artificiais secos (sem vegetação associada)
e poleiros artificiais verdes (com vegetação associada). Esta diferenciação tem como
função aumentar a diversidade de espécies que venham freqüentar os poleiros. As
espécies indicadas para plantio dos poleiros verdes estão detalhadas na Tabela 11.
Caso o contratante opte por não utilizar poleiros verdes, a distribuição dos poleiros
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permanecerá a mesma, porém, sem a implantação de vegetação associada aos
mesmos.
Dentre os poleiros descritos acima, deverão ser implantados poleiros
destinados ao monitoramento do recrutamento de espécies vegetais. Estes devem
possuir as mesmas características dos poleiros anteriormente citados, acrescidos de
coletores de sementes com dimensões de 1,40 x 1,40 m construídos com fundo de
nylon de 0,5 mm de cribagem, e abas laterais feitas com tábuas de madeira com
dimensões de 1,40 m de comprimento x 0,10 m de altura x 0,02 m de espessura.
Estes coletores devem estar colocados 0,80 m acima da superfície do solo (Figura
14), em oito poleiros artificiais secos e oito poleiros artificiais verdes implantados
(Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa de Poleiros e Cercas Vivas / Cód. PRMR-TEM-0010) e Tabela 12.
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Figura 14 - Poleiro artificial com coletor, modificado de Melo (1997)
Também deverão ser montados oito coletores testemunhos (Figura 15), que
nada mais são do que o coletor idêntico ao descrito acima, só que sem o poleiro. A
função desse instrumento é verificar a eficiência das aves como dispersoras de
sementes (Anexo 1 - Mapas e Plantas do PRAD - Mapa de Poleiros e Cercas Vivas /
Cód. PR-MR-TEM-0010) e Tabela 12.
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Figura 15 - Coletor testemunho, modificado de Melo (1997)
A localização recomendada para a instalação dos poleiros artificiais secos
sem coletores e com coletores, dos poleiros artificiais verdes sem coletores e com
coletores e dos coletores testemunhos encontra-se no Anexo 1 - Mapas e Plantas do
PRAD - Mapa de Poleiros e Cercas Vivas (Cód. PR-MR-TEM-0010) e Tabela 12.
Alguns estudos trazem como alternativa para a construção de poleiros
artificiais, o uso de varas de bambu, amarradas em grupos de três.
A transposição de galharias (galhos e folhas) também é recomendada para
facilitar o retorno da fauna ao local em recuperação. Isto deve ser feito com os
resíduos da retirada da vegetação indesejada na área em remodelagem. As
espécies vegetais coletadas devem ser reunidas em leiras (amontoados) que
servem de abrigo para aves, morcegos e roedores que são os principais dispersores
de sementes em sistemas florestais, além de servirem como ponto de instalação
para a microbiota.
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11.7.2.2 Plantio da vegetação para os poleiros verdes
A vegetação para os poleiros verdes pode ser obtida por meio do plantio de
trepadeiras como maracujá (Passiflora edulis), guaco (Mikania glomerata), cipó-deSão-João (Pyrostegia venusta) ou amoreira (Morus sp.).
A vegetação para os poleiros verdes deve ser implantada juntamente com os
poleiros, de modo que esta se desenvolva rapidamente, formando a cobertura
necessária que caracteriza o mesmo. Segue abaixo as indicações para o plantio
(Tabela 11).
Tabela 11 - Plantas sugeridas para vegetação dos poleiros artificiais
Espécie
Nome Popular
Plantio
Passiflora edulis
Maracujá
40 sementes por poleiro
Mikania glomerata
Guaco
5 estacas por poleiro
Pyrostegia venusta
Cipó-de-São-João
5 estacas por poleiro
Morus sp.
Amoreira
5 estacas por poleiro
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Tabela 12 - Localização dos poleiros artificiais e coletores de sementes a serem instalados na área em reabilitação do Campo Morozini
Poleiros artificiais secos
sem coletor
Poleiros artificiais secos
com coletor
Poleiros artificiais
verdes sem coletor
Poleiros artificiais
verdes com coletor
Coletores testemunhos
Coordenadas UTM
Número
L
N
L
N
L
N
L
N
L
N
1
651.200,00 6.843.150,00 651.300,00 6.843.100,00 651.150,00 6.843.150,00 651.250,00 6.843.150,00 651.275,00 6.843.125,00
2
651.200,00 6.843.100,00 651.600,00 6.843.200,00 651.250,00 6.843.100,00 651.650,00 6.843.150,00 651.625,00 6.843.175,00
3
651.300,00 6.843.200,00 651.900,00 6.843.100,00 651.250,00 6.843.050,00 651.850,00 6.843.150,00 651.875,00 6.843.125,00
4
651.300,00 6.843.150,00 651.900,00 6.842.900,00 651.350,00 6.843.200,00 651.850,00 6.842.950,00 651.875,00 6.842.925,00
5
651.300,00 6.843.050,00 651.900,00 6.842.800,00 651.350,00 6.843.050,00 651.850,00 6.842.750,00 651.925,00 6.842.775,00
6
651.400,00 6.843.200,00 652.100,00 6.843.100,00 651.350,00 6.843.000,00 652.150,00 6.843.050,00 652.125,00 6.843.075,00
7
651.400,00 6.843.050,00 652.300,00 6.842.900,00 651.450,00 6.843.200,00 652.250,00 6.842.950,00 652.275,00 6.842.925,00
8
651.500,00 6.843.200,00 652.338,00 6.842.700,00 651.450,00 6.843.050,00 652.285,00 6.842.741,00 652.315,00 6.842.718,00
9
651.500,00 6.843.050,00
-
-
651.550,00 6.843.200,00
-
-
-
-
10
651.600,00 6.843.150,00
-
-
651.550,00 6.843.150,00
-
-
-
-
11
651.600,00 6.843.100,00
-
-
651.550,00 6.843.100,00
-
-
-
-
12
651.600,00 6.843.050,00
-
-
651.550,00 6.843.050,00
-
-
-
-
13
651.700,00 6.843.200,00
-
-
651.650,00 6.843.200,00
-
-
-
-
14
651.700,00 6.843.150,00
-
-
651.650,00 6.843.100,00
-
-
-
-
15
651.700,00 6.843.100,00
-
-
651.650,00 6.842.950,00
-
-
-
-
16
651.700,00 6.842.900,00
-
-
651.650,00 6.842.900,00
-
-
-
-
17
651.700,00 6.842.850,00
-
-
651.750,00 6.843.200,00
-
-
-
-
18
651.800,00 6.843.200,00
-
-
651.750,00 6.843.150,00
-
-
-
-
19
651.800,00 6.843.150,00
-
-
651.750,00 6.843.100,00
-
-
-
-
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Poleiros artificiais secos
sem coletor
Poleiros artificiais secos
com coletor
Poleiros artificiais
verdes sem coletor
Poleiros artificiais
verdes com coletor
Coletores testemunhos
Coordenadas UTM
Número
L
N
L
N
L
N
L
N
L
N
20
651.800,00 6.843.100,00
-
-
651.750,00 6.843.050,00
-
-
-
-
21
651.800,00 6.843.050,00
-
-
651.750,00 6.843.000,00
-
-
-
-
22
651.800,00 6.843.000,00
-
-
651.750,00 6.842.950,00
-
-
-
-
23
651.800,00 6.842.950,00
-
-
651.750,00 6.842.900,00
-
-
-
-
24
651.800,00 6.842.900,00
-
-
651.750,00 6.842.850,00
-
-
-
-
25
651.800,00 6.842.850,00
-
-
651.850,00 6.843.250,00
-
-
-
-
26
651.900,00 6.843.250,00
-
-
651.850,00 6.843.200,00
-
-
-
-
27
651.900,00 6.843.200,00
-
-
651.850,00 6.843.100,00
-
-
-
-
28
651.900,00 6.843.150,00
-
-
651.850,00 6.843.050,00
-
-
-
-
29
651.900,00 6.843.050,00
-
-
651.850,00 6.843.000,00
-
-
-
-
30
651.900,00 6.843.000,00
-
-
651.850,00 6.842.900,00
-
-
-
-
31
651.900,00 6.842.950,00
-
-
651.850,00 6.842.850,00
-
-
-
-
32
651.900,00 6.842.750,00
-
-
651.850,00 6.842.800,00
-
-
-
-
33
652.000,00 6.843.050,00
-
-
651.950,00 6.843.250,00
-
-
-
-
34
652.000,00 6.843.000,00
-
-
651.950,00 6.843.050,00
-
-
-
-
35
652.000,00 6.842.950,00
-
-
651.950,00 6.843.000,00
-
-
-
-
36
652.000,00 6.842.800,00
-
-
651.950,00 6.842.950,00
-
-
-
-
37
652.000,00 6.842.750,00
-
-
651.950,00 6.842.800,00
-
-
-
-
38
652.100,00 6.843.150,00
-
-
652.050,00 6.843.100,00
-
-
-
-
39
652.100,00 6.843.050,00
-
-
652.050,00 6.843.050,00
-
-
-
-
126
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Poleiros artificiais secos
sem coletor
Poleiros artificiais secos
com coletor
Poleiros artificiais
verdes sem coletor
Poleiros artificiais
verdes com coletor
Coletores testemunhos
Coordenadas UTM
Número
L
N
L
N
L
N
L
N
L
N
40
652.100,00 6.843.000,00
-
-
652.050,00 6.843.000,00
-
-
-
-
41
652.079,91 6.842.635,46
-
-
652.053,43 6.842.567,37
-
-
-
-
42
652.145,65 6.842.646,99
-
-
652.048,04 6.842.518,82
-
-
-
-
43
652.200,00 6.843.150,00
-
-
652.150,00 6.843.150,00
-
-
-
-
44
652.200,00 6.843.100,00
-
-
652.150,00 6.843.100,00
-
-
-
-
45
652.200,00 6.843.050,00
-
-
652.150,00 6.843.000,00
-
-
-
-
46
652.200,00 6.843.000,00
-
-
652.150,00 6.842.950,00
-
-
-
-
47
652.200,00 6.842.950,00
-
-
652.207,48 6.842.654,19
-
-
-
-
48
652.200,00 6.842.900,00
-
-
652.250,00 6.843.100,00
-
-
-
-
49
652.300,00 6.843.100,00
-
-
652.250,00 6.843.050,00
-
-
-
-
50
652.300,00 6.843.050,00
-
-
652.250,00 6.843.000,00
-
-
-
-
51
652.300,00 6.843.000,00
-
-
652.250,00 6.842.900,00
-
-
-
-
52
652.300,00 6.842.950,00
-
-
652.277,25 6.842.657,12
-
-
-
-
53
652.335,31 6.842.640,83
-
-
652.350,00 6.843.100,00
-
-
-
-
54
652.356,99 6.842.851,34
-
-
652.350,00 6.843.050,00
-
-
-
-
55
652.365,25 6.842.788,17
-
-
652.350,00 6.843.000,00
-
-
-
-
56
652.400,00 6.843.050,00
-
-
652.350,00 6.842.950,00
-
-
-
-
57
652.400,00 6.843.000,00
-
-
652.350,00 6.842.900,00
-
-
-
-
58
652.400,00 6.842.950,00
-
-
652.365,58 6.842.728,17
-
-
-
-
59
652.400,00 6.842.900,00
-
-
652.450,00 6.843.000,00
-
-
-
-
127
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Poleiros artificiais secos
sem coletor
Poleiros artificiais secos
com coletor
Poleiros artificiais
verdes sem coletor
Poleiros artificiais
verdes com coletor
Coletores testemunhos
Coordenadas UTM
Número
60
61
L
N
652.500,00 6.843.000,00
-
-
L
N
-
-
-
-
L
N
L
N
L
N
652.550,00 6.843.000,00
-
-
-
-
652.550,00 6.842.950,00
-
-
-
-
128
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11.8 PLANO DE MONITORAMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS
PESADOS NO SOLO, SEDIMENTO, PLANTAS E PEIXES
Propõe-se o monitoramento da concentração de metais pesados no solo,
sedimento de fundo das lagoas, nas plantas e em peixes, com o objetivo de verificar
a possibilidade de utilização das áreas reabilitadas para fins de alimentação de gado
bovino, dos peixes e ervas medicinais para consumo humano sem que representem
riscos à saúde.
Para dirimir dúvidas à respeito da presença ou não de metais pesados nos
sistemas ecológicos existentes na área do projeto, deverão ser monitorados, em
campanhas anuais, a partir do sexto quadrimestre do início dos trabalhos de
recuperação da área, as concentrações de metais pesados no solo, sedimento de
fundo, plantas e peixes.
Deverão ser monitorados o conteúdo trocável de cromo e chumbo no solo de
cada bloco a ser remodelado (blocos 2, 3 e 5) e no solo de uma área de controle
(área próxima ao Campo Morozini, com mesma formação geológica, mas sem
influência da mineração de carvão, situada nas imediações da Lagoa 6), no
sedimento de fundo da Lagoa 2 e da Lagoa 6 (localizada fora da área minerada).
Cabe ressaltar a importância da análise do conteúdo total dos metais pesados
em plantas e peixes. Nas plantas as análises deverão ser realizadas nas raízes e
folhas de uma espécie de gramínea (uma das espécies utilizadas no plantio dos
Blocos 2 e 3) e nas raízes e folhas de uma erva medicinal que se desenvolva
espontaneamente na área (Baccharis trimera). Nos peixes, a determinação de
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metais será no músculo das espécies herbívoras e carnívoras que se desenvolvem
espontaneamente nas lagoas monitoradas.
11.8.1 Metodologia
Em cada uma das lagoas a serem monitoradas (L2 e L6), deverão ser
coletadas 20 sub-amostras de sedimento de fundo. Cada cinco sub-amostras serão
reunidas em uma amostra composta, que será quarteada e requarteada, para
compor uma amostra, obtendo-se assim, para cada lagoa, quatro amostras
compostas.
O mesmo procedimento de amostragem do sedimento de fundo será repetido
para a amostragem de solo devendo a coleta das 20 sub-amostras ocorrer no ponto
de controle e nas áreas reabilitadas (cada bloco). A coleta das sub-amostras de
cada espécie de planta deverá se dar junto aos pontos de coletas de solo.
O monitoramento da concentração de metais nos peixes se dará mediante a
coleta de no mínimo quatro indivíduos por espécie a ser analisada (herbívora e
carnívora), extraindo-se uma amostra do músculo de cada indivíduo. A coleta dos
peixes deverá ser realizada junto aos pontos de coletas de amostras de sedimentos
de fundo, ou seja, nas Lagoas 2 e 6.
A proposição de que sejam coletadas 20 sub-amostras em cada área (bloco)
a ser monitorado é indicada para que se tenha maior representatividade da variação
das condições ambientais. A redução das 20 sub-amostras para quatro, representa o
mínimo aceitável, para que se possa, efetuar cálculos comparativos estatísticos,
entre a área adotada como ponto controle e as áreas reabilitadas.
130
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Caso os resultados de concentração de metais nas quatro amostras por
compartimento analisado se mostrem discrepantes, haverá necessidade de
aumentar o universo amostral para que os resultados tenham confiabilidade.
11.9 PLANO DE MONITORAMENTO DA FAUNA
O monitoramento da reintegração de vertebrados no ambiente em reabilitação
do presente projeto, serve como indicação dos resultados das metodologias
empregadas na reabilitação ambiental, com relevância principalmente para os
fatores de vegetação e qualidade d’água.
11.9.1 Espécies indicadoras
Os melhores indicadores para este projeto são as aves e peixes (avifauna e
ictiofauna). Aves funcionam como bioindicadores, ou seja, são "termômetros
biológicos" que ajudam a identificar a evolução e o estágio de reabilitação das
regiões impactadas pela mineração. Além disso, são importantes disseminadoras de
sementes, o que também favorece a recomposição da flora local.
A ictiofauna é o grupo mais influenciado pelas alterações na qualidade da
água do rio Morosini e das lagoas existentes no local. Restabelecendo o equilíbrio
ecológico das áreas alteradas pela mineração, aproximando-as ao máximo de suas
características originais, a população original de peixes pode restabelecer-se por
migração ou repovoamento.
É importante que sejam avaliados a concentração de metais presentes nos
peixes capturados nas lagoas da área do projeto, principalmente porque estes estão
sendo consumidos por populares que visitam a área. Sugerimos como pontos de
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coleta de peixes para análise de metais a Lagoa 6 por estar fora da área de
mineração e na Lagoa 2 por se tratar de uma cava de mineração.
Devem ser avaliadas quais as espécies de aves e peixes, que representam
melhor a comunidade original da região, além da sua sensibilidade à alterações
ambientais. Eleitas as espécies indicadoras, escolhe-se a metodologia mais
apropriada para o levantamento. São avaliados o comportamento das espécies, a
interação dos animais com o meio ambiente, a composição, a estrutura e a
biodiversidade das comunidades. A escolha das espécies indicadoras será feita no
primeiro ano de monitoramento através de observações em campo; a execução do
monitoramento das espécies eleitas será feita nos anos subseqüentes.
O monitoramento de peixes e aves, exceto para a concentração de metais
pesados nos peixes, deverá ser semestral a partir do sexto quadrimestre do início
dos trabalhos de recuperação da área, de forma a garantir dados estatísticos a
respeito da dinâmica de populações e do repovoamento do local. Para os demais
grupos zoológicos, serão registradas as ocorrências ocasionais, e por meio de
registros indiretos como a presença de artefatos (ninhos, tocas, atividades de
alimentação), pegadas, carapaças, bolo fecal, mudas, etc.
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12. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE MONITORAMENTO
MONITORAMENTO
AMBIENTE TERRESTRE
Condições Climáticas**
ANO I
ANO II
ANO III
ANO IV
ANO V
1*
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Solo
x
x
x
x
x
x
x
x
Desenvolvimento da vegetação introduzida e da regeneração
espontânea
x
x
x
x
x
x
x
x
Recrutamento de sementes
x
x
x
x
x
x
x
x
Geológico e geotécnico
x
Concentração de metais pesados (cromo e chumbo) no solo,
sedimento, plantas e peixes
x
Avifauna
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Ictiofauna
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Outros grupos animais
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
AMBIENTE AQUÁTICO
1*
2
x
3
4
1
2
x
3
4
1
2
x
3
4
1
2
x
3
4
1
2
3
4
Águas subterrâneas
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Águas superficiais e sedimentos
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
* Refere-se ao período para implantação da rede de monitoramento (identificação dos pontos de coleta, réguas linimétricas, pluviômetro, sistemas de medição de vazão, etc...);
** O acompanhamento das condições climáticas (precipitação), deverá ser feito diariamente.
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13. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE REABILITAÇÃO
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QUADRIMESTRE
ATIVIDADES
Retirada de rejeitos do beneficiamento de carvão mineral
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
11º
12º
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Disposição de rejeitos do beneficiamento de carvão mineral
Remodelagem do terreno
X
* Construção do canal de desvio
13º
14º
15º
16º
17º
18º
19º
20º
X
Reconformação dos taludes das margens da Lagoa 4
X
X
X
X
X
Neutralização e Aterramento da Lagoa 5
X
X
X
X
X
Incorporação de calcário em pó aos estéreis
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Recobrimento dos estéreis com argila
Incorporação de calcário em pó e cama de aves ao solo
argiloso
Cobertura do solo argiloso com turfa
Reintrodução da vegetação herbácea e arbórea
(semeadura)
Adubação de cobertura com uréia
Reintrodução da vegetação arbórea (mudas em Ilhas de
diversidade)
Instalação do sistema de drenagem superficial
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Neutralização das águas da Lagoa 4
Terraceamento do terreno
**Monitoramento ambiental
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
* O canal de desvio deverá ser construído concomitantemente a conformação topográfica na área de impacto. No entanto, primeiramente, deverão ser remodeladas as áreas cujo transporte de
material necessitem ultrapassar o limite do seu traçado; ** Este cronograma não contempla o prazo para o monitoramento da Lagoa 4 após o término da adição de calcário.
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14. O FUTURO DA ÁREA REABILITADA
O sucesso do processo de reabilitação a ser empregado em qualquer área
alterada depende em grande parte do uso futuro. Da forma como foi concebido o
PRAD do Campo Morozini, recomenda-se que o terreno seja, destinado à
preservação por se tratar de uma área extremamente frágil em função da
reconstrução do solo e da reintrodução de vegetação. Nesse caso é fundamental
que o sistema entre em equilíbrio antes que possa ser utilizado para outros fins.
Em função da possibilidade de contaminação da cadeia alimentar, por meio
da absorção e trans-locação de metais pesados pelas plantas, recomenda-se que o
uso futuro da área não seja o da produção de cultígenos, de hortaliças, de frutíferas,
de cereais e de leguminosas.
A acumulação de metais pesados em certas plantas pode ocorrer nas raízes,
nas folhas ou nos ramos e sementes. Embora muitos metais sejam considerados
como micronutrientes no metabolismo animal e vegetal, tais como o Fe, Mn, Zn, Cr,
Ni e Pb, por exemplo, dependendo da concentração passam a ser considerados
como elementos tóxicos. Assim, o consumo de alimentos contaminados pode ser
fatal para animais domesticados como gado e ovinos, podendo inclusive contaminar
o organismo humano.
A fragilidade tanto física quanto química do ambiente que será reconstruído
exige que o uso futuro do local, após a reabilitação e um período de monitoramento,
seja voltado à preservação, evitando-se as atividades agropecuárias extensivas.
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Entretanto, a produção de mel e a delimitação de locais para lazer da
população, podem coexistir com as áreas de preservação desde que essas
atividades sejam devidamente planejadas e licenciadas pelos órgãos competentes.
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15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de agosto de 1998. Dispõe sobre os Princípios Gerais para o Estabelecimento de
Níveis Máximos de Contaminantes Químicos em Alimentos e seu Anexo: Limites
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N.º 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água
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carvão mineral Campo Morozini Treviso - Santa Catarina. Instituto de Pesquisas
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Marcos Back
Coordenador do Projeto - CREA 040613-0
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