9.13. 15º Relatório de Monitoramento Ambiental dos Lotes 42 e 44

Transcrição

9.13. 15º Relatório de Monitoramento Ambiental dos Lotes 42 e 44
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO PROJETO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL
LOTES 42 e 44
Contrato 10680669
Companhia Siderúrgica Nacional - CSN
15° Relatório de Monitoramento Ambiental
(Revisão 01)
Atividades desenvolvidas:
Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais
Monitoramento da Vegetação
Monitoramento da Fauna
Siderópolis (SC), Outubro de 2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
Prof⁰. Dr. Gildo Volpato
Reitor
Prof⁰. Dr. Márcio Antônio Fiori
Vice-Reitor
Prof⁰. Dr. Elídio Angioletto
Diretor do IPAT
Prof⁰. M. Sc. Clóvis Norbeto Savi
Coordenador dos Projetos Ambientais
COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL - CSN
Eng⁰. James Alexandre Polz
Téc. Bruno De Pellegrin Coan
ii
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
EQUIPE TÉCNICA
Prof⁰. M. Sc. Miguel Vassiliou
Coordenador do Programa de Monitoramento
Profª. M. Sc. Nadja Zim Alexandre (Química)
Prof⁰ M. Sc. Miguel Vassiliou (Biólogo)
M. Sc. Jader Lima Pereira (Biólogo)
Laboratórios
Maria da Glória Santos (Engª. Química)
Lisandra Grasiela Gabriel Zilli (Engª. Química)
João Oto Schmitz Junior (Químico)
Luciana Vefago Cascaes (Técnico em Química)
Rodrigo Bonfante Leandro (Assistente de Laboratório)
iii
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
SUMÁRIO
1
Introdução .................................................................................................................... 9
2
LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS ..................................................................................... 10
3
OBJETIVOS ................................................................................................................ 12
3.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 12
3.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 12
4
monitoramento da qualidade das águas .................................................................. 13
4.1 Materiais e métodos ................................................................................................. 13
4.2 Resultados e discussão ........................................................................................... 14
4.2.1 Águas Superficiais ............................................................................................ 14
4.2.2 Carga poluente ................................................................................................. 17
4.3 Considerações ........................................................................................................ 19
5
MONITORAMENTO DA VEGETAÇÃO ....................................................................... 21
5.1 MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................ 21
5.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................. 23
5.2.1 Lote 42 ............................................................................................................. 23
5.2.2 Lote 44 ............................................................................................................. 30
5.3 CONSIDERAÇÕES .................................................................................................. 40
6
monitoramento da fauna ........................................................................................... 42
6.1 Materiais e métodos ................................................................................................. 42
6.2 Resultados e discussão ........................................................................................... 46
6.3 Considerações gerais............................................................................................... 56
7
Considerações finais ................................................................................................. 57
8
Referências bibliográficas ......................................................................................... 60
ANEXO 1 – Mapa Síntese de Monitoramento Ambiental do Lote 44
ANEXO 2 – Mapa Síntese de Monitoramento Ambiental do Lote 42
ANEXO 3 – Laudos de Caracterização de Águas Superficiais
ANEXO 4 – Lista Florística
iv
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
INDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Localização geográfica das áreas do Lote 42 e Lote 44, Siderópolis, SC. ........... 11
Figura 2 - Variação do pH e linha de tendência nas estações AR19 e AR20 localizadas no
rio Fiorita (Lote 44), durante o período compreendido entre agosto/00 e setembro/10. 15
Figura 3 - Variação na concentração de acidez (mg.L-1) e linha de tendência nas estações
AR19 e AR20 localizadas no rio Fiorita (Lote 44), durante o período compreendido
entre agosto/00 e setembro/10..................................................................................... 16
Figura 4 - Variação na concentração de sulfatos (mg.L-1) e linha de tendência nas estações
AR19 e AR20 localizadas no rio Fiorita (Lote 44), durante o período compreendido
entre agosto/00 e setembro/10..................................................................................... 16
Figura 5 - Variação na concentração de ferro total (mg.L-1) e linha de tendência nas estações
AR19 e AR20 localizadas no rio Fiorita (Lote 44), durante o período compreendido
entre agosto/00 e setembro/10..................................................................................... 16
Figura 6 - Variação na concentração de alumínio (mg.L-1) e linha de tendência nas estações
AR19 e AR20 localizadas no rio Fiorita (Lote 44), durante o período compreendido
entre agosto/00 e setembro/2010................................................................................. 17
Figura 7 - Variação na concentração de manganês (mg.L-1) e linha de tendência nas
estações AR19 e AR20 localizadas no rio Fiorita (Lote 44), durante o período
compreendido entre agosto/00 e setembro/2010. ........................................................ 17
Figura 8 - Variação nas medidas de vazão (L.s-1) nas estações AR19 e AR20 localizadas no
rio Fiorita (Lote 44), durante o período compreendido entre março/2007 a
setembro/2010. ............................................................................................................ 18
Figura 9 - Distribuição do número de táxons (famílias, gêneros e espécies) registrados
durante oito (08) campanhas de monitoramento ambiental na área do Lote 42,
Siderópolis, SC. ........................................................................................................... 23
Figura 10 - Distribuição do número de espécies registradas pelas respectivas formas
biológicas, Lote 42, Siderópolis, SC. ............................................................................ 24
Figura 11 - Distribuição do número de espécies registradas pelas respectivas formas
biológicas, ao longo das oito (08) campanhas de monitoramento, Lote 42, Siderópolis,
SC. ............................................................................................................................... 25
Figura 12 - Distribuição do número total de espécies por família para o levantamento
florístico realizado na oitava (8ª) campanha de monitoramento ambiental na área do
Lote 42, Siderópolis, SC. Os acrônimos correspondem às quatro letras iniciais das
famílias do Anexo 4...................................................................................................... 25
Figura 13 - Distribuição do número total de espécies por família para o levantamento
florístico realizado durante oito (08) campanhas de monitoramento ambiental da área
do Lote 42, Siderópolis, SC. Os acrônimos correspondem às quatro letras iniciais das
famílias do Anexo 4...................................................................................................... 26
Figura 14 - Curva do número cumulativo de espécies por unidade amostral registradas
durante o levantamento fitossociológico na área do Lote 42, Siderópolis, Santa
Catarina. ...................................................................................................................... 27
Figura 15 - Índices de diversidade (H’) e equabilidade (J’) registrados durante oito (08)
campanhas de monitoramento ambiental do Lote 42, Siderópolis, Santa Catarina. ..... 30
v
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Figura 16 - Distribuição do número de táxons (famílias, gêneros e espécies) registrados
durante oito (08) campanhas de monitoramento ambiental na área do Lote 44,
Siderópolis, SC. ........................................................................................................... 31
Figura 17 - Distribuição do número de espécies registradas pelas respectivas formas
biológicas, durante a oitava (8ª) campanha de monitoramento ambiental do Lote 44,
Siderópolis, SC. ........................................................................................................... 31
Figura 18 - Distribuição do número de espécies registradas pelas respectivas formas
biológicas, ao longo das oito (08) campanhas de monitoramento, Lote 44, Siderópolis,
SC. ............................................................................................................................... 32
Figura 19 - Distribuição do número total de espécies por família para o levantamento
florístico realizado durante a oitava (8ª) campanha de monitoramento ambiental na área
do Lote 44 Siderópolis, SC. Os acrônimos correspondem às quatro letras iniciais das
famílias do Anexo 4...................................................................................................... 33
Figura 20 - Distribuição do número total de espécies por família para o levantamento
florístico realizado durante oito (08) campanhas de monitoramento ambiental da área
do Lote 44, Siderópolis, SC. Os acrônimos correspondem às quatro letras iniciais das
famílias do Anexo 4...................................................................................................... 33
Figura 21 - Indivíduos de espécies arbóreas desenvolvendo-se na área do Lote 44,
Siderópolis, SC. Onde, em A, Myrsine coriacea (capororoca) e em B, Schinus
terebinthifolius (aroeira-vermelha). ............................................................................... 34
Figura 22 - Carcaça de um bovino na área do Lote 44, Siderópolis, SC. ............................. 35
Figura 23 - Curva do número cumulativo de espécies por unidade amostral registradas na
oitava (8ª) campanha de monitoramento durante o levantamento fitossociológico na
área do Lote 44, Siderópolis, Santa Catarina. .............................................................. 36
Figura 24 - Aspecto geral da área do Lote 44, Siderópolis, SC. ........................................... 39
Figura 25 - Índices de diversidade (H’) e eqüabilidade (J’) registrados durante sete (07)
campanhas de monitoramento ambiental do Lote 44, Siderópolis, Santa Catarina. ..... 40
Figura 26 - Comparação da riqueza específica entre o Lote 42 e Lote 44 registrada em 8
Campanhas de Monitoramento Ambiental no período compreendido entre 2007 a 2010.
..................................................................................................................................... 50
Figura 27 - Comparação do número total de indivíduos entre os Lotes 42 e 44
(Siderópolis/SC.) registrada em 7 Campanhas de Monitoramento Ambiental no período
compreendido entre 2007 a 2010................................................................................. 51
Figura 28 - A) Mivalgo chimachima (gavião-carrapateiro), B) Tachyphonus coronatus, C)
Picumnus temminckii (pica-pau-anão-de-coleira), D) Schifornis virescens (choca-damata),........................................................................................................................... 52
Figura 29 – Localização de fezes de aspecto capsular de Cavia aperea (preá) registrada na
área do Lote 44. ........................................................................................................... 54
vi
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
INDICE DE QUADROS
Quadro 1 - Métodos de análise e limite de detecção para os indicadores de qualidade da
água no Lote 44 ........................................................................................................... 14
vii
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
INDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Condições de qualidade das águas superficiais do Lote 44, Siderópolis, SC.
(Dados relativos à 8ª Campanha de Monitoramento Ambiental) .................................. 14
Tabela 2 - Carga poluente para acidez, alumínio, ferro total, manganês e sulfatos (resultados
em kg.h-1) e dados de vazão em L.s-1 avaliada na estação AR19 do rio Fiorita.
Siderópolis, SC. ........................................................................................................... 18
Tabela 3 - Carga poluente para acidez, alumínio, ferro total, manganês e sulfatos (resultados
em kg.h-1) e dados de vazão em L.s-1 avaliada na estação AR20 do rio Fiorita.
Siderópolis, SC. ........................................................................................................... 18
Tabela 4 - Parâmetros fitossociológicos estimados para as espécies herbáceo-arbustivas
registradas durante a oitava (8ª) campanha de monitoramento ambiental do Lote 42,
em ordem decrescente de índice de valor de importância (IVI), onde: Npi = número de
parcelas de ocorrência da espécie; FA = frequência absoluta; FR = frequência relativa;
CA = cobertura absoluta; CR = cobertura relativa e IVI = índice de valor de importância.
..................................................................................................................................... 28
Tabela 5 - Parâmetros fitossociológicos estimados para as espécies herbáceo-arbustivas
registradas durante a oitava (8ª) campanha de monitoramento ambiental do Lote 44,
em ordem decrescente de índice de valor de importância (IVI), onde: Np = número de
parcelas de ocorrência da espécie; FA = frequência absoluta; FR = frequência relativa;
CA = cobertura absoluta; CR = cobertura relativa e IVI = índice de valor de importância.
..................................................................................................................................... 37
Tabela 6 - Pontos de observação para o monitoramento da avifauna.................................. 43
Tabela 7 - Registros ornitofaunísticos (presença e ausência) para as áreas dos Lotes 42 e
44 (Siderópolis/SC.) com indicação dos táxons/espécies, famílias e nomes vernáculos.
..................................................................................................................................... 47
Tabela 8 - Listagem das espécies da fauna (Classe Mammalia) e coordenadas de
localização das distintas ocorrências nas áreas dos Lotes 42 e 44 – Siderópolis/SC. .. 53
Tabela 9 - Listagem das espécies pertencentes à anurofauna (anfíbios) e nomes vernáculos
dos registros obtidos nas áreas dos Lotes 42 e 44 – Siderópolis/SC. .......................... 54
viii
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
1
INTRODUÇÃO
Este 15º Relatório de Monitoramento Ambiental apresenta os dados de
monitoramento da 8ª Campanha de Qualidade das Águas Superficiais, Fauna e Flora dos
Lotes 42 e 44, localizados no município de Siderópolis - SC.
As atividades pertinentes ao monitoramento ambiental foram desenvolvidas no
período 06/09/2010 (amostragem de águas) a 22/09/2010 (emissão dos laudos laboratoriais)
e de 20/09/2010 a 30/09/2010 (vegetação e fauna).
O monitoramento da qualidade do ambiente em processo de reabilitação é o principal
instrumento de avaliação das etapas que constituem um Projeto de Recuperação Ambiental
de Áreas Degradadas, bem como da sustentabilidade destas áreas após a implementação
das medidas corretivas e mitigadoras.
O plano de monitoramento dos Lotes 42 e 44 compreende a avaliação de águas
superficiais e subterrâneas, o acompanhamento do desenvolvimento das espécies arbóreas
introduzidas, regeneração espontânea da flora e o acompanhamento relacionado ao retorno
da fauna e registro de novas ocorrências nas áreas monitoradas.
Como previsto no Plano de Trabalho, o monitoramento das águas subterrâneas é
realizado com frequência quadrimestral. As demais atividades pertinentes (águas
superficiais, vegetação e fauna) são monitoradas com frequência semestral.
9
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
2
LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS
Lote 44
Ocupando uma área de 13,78 ha o Lote 44 localiza-se na Vila Fiorita, distante
aproximadamente 5km da área central do município de Siderópolis (Lopes, Projetos
Ambientais e Consultoria Ltda, 2000). Esta área encontra-se nas margens da rodovia SC
447 (Siderópolis - Treviso) e junto à confluência do rio Kuntz com o rio Fiorita.
Lote 42
A área do Lote 42 possui 26,07 ha estando localizada a noroeste da cidade de
Siderópolis, nas margens da SC 447, rodovia esta que interliga Siderópolis à cidade de
Treviso, onde se desenvolveu parte da antiga mineração de carvão a céu aberto da Mina
Cantão, de propriedade da CSN (Lopes, Projetos Ambientais e Consultoria Ltda., 2000a).
Atualmente, contígua e ao Leste da área do Lote 42, encontra-se em atividade a Mina Meia
Encosta Cantão de propriedade da Carbonífera Belluno Ltda.
A Figura 1 apresenta a localização da área de estudo, sendo que nos Anexos 1 e 2,
(respectivamente, Lotes 44 e 42), encontram-se os Mapas Síntese de Monitoramento
Ambiental.
10
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Figura 1 - Localização geográfica das áreas do Lote 42 e Lote 44, Siderópolis, SC.
11
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
3 OBJETIVOS
3.1
Objetivo geral
O programa de monitoramento tem como objetivo principal acompanhar a evolução
da qualidade ambiental da área pesquisada, a partir da análise de parâmetros préselecionados, bem como gerar um banco de dados técnicos e científicos, obtidos a curto,
médio e longo prazo, fornecendo desta forma suporte à tomada de decisões sobre a
condução do processo de reabilitação.
3.2
Objetivos específicos
Acompanhar a evolução da qualidade ambiental da área do Lote 44 a partir de
indicadores físicos, químicos e biológicos pré-selecionados, gerando um banco de
dados técnicos e científicos, que permita a curto, médio e longo prazo avaliar a
eficácia dos trabalhos de recuperação ambiental realizados;
Avaliar parâmetros físicos e químicos nos ambientes aquáticos;
Propor medidas alternativas para adequação dos parâmetros monitorados à
legislação ambiental vigente;
Subsidiar relatórios de qualidade ambiental;
Constituir banco de dados, utilizando planilha Microsoft Excel.
12
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
4
MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS
O Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas dos Lotes 42 e 44 tem a função
de acompanhar a evolução da qualidade ambiental dos corpos d’água da área em reabilitação.
Este é o 15º relatório do Programa de Monitoramento dos Lotes 42 e 44 realizado pelo
IPAT/UNESC e que apresenta os dados referentes à 8ª campanha de águas superficiais,
ntegrando-os aos resultados das campanhas anteriores e de outros programas de
monitoramento, incluindo a campanha realizada na fase do diagnóstico das áreas.
Conforme comentado no 11º Relatório de Monitoramento Ambiental dos Lotes 42 e 44
(IPAT/UNESC, 2009) a estação localizada no Lote 42 (LT-42), trata-se de uma drenagem
localizada no limite nordeste desta área e que é alimentada exclusivamente pelas águas do
pátio operacional da Mina Meia Encosta Cantão (em atividade) de propriedade da Carbonífera
Belluno. Por este motivo, esta estação não será mais monitorada, uma vez que não serve para
avaliar a eficiência do projeto de reabilitação ambiental da área do Lote 42.
O mapa Síntese de Monitoramento Ambiental do Lote 44 (Anexo 1) apresenta a
localização dos pontos de amostragem de águas superficiais.
4.1
Materiais e métodos
A evolução da qualidade da água no Lote 44 é avaliada semestralmente em duas
estações de monitoramento: AR19 - localizada no rio Fiorita sob a ponte da SC 447; e AR20 –
localizada no rio Fiorita após a confluência com o rio Kuntz. O presenta plano de
monitoramento está previsto para um período de 5 anos, totalizando 10 campanhas.
As variáveis ambientais utilizadas como indicadores de qualidade das águas superficiais
são: temperatura, pH, condutividade elétrica (mS.cm-1), acidez total (mgCaCO3.L-1), ferro total
(mg.L-1), alumínio total (mg.L-1), manganês total (mg.L-1) e sulfato (mg.L-1). Concomitante à
coleta de amostras é determinada a vazão nas estações amostrais de águas superficiais,
permitindo o cálculo da carga poluente.
Os métodos de análise e limite detectável de cada indicador analisado, encontram-se
descritos no Quadro 1.
13
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Quadro 1 - Métodos de análise e limite de detecção para os indicadores de qualidade da água no Lote
44
Parâmetro
-1
Acidez Total (mg.L CaCO3)
-1
Alcalinidade total (mg.L )
-1
Alumínio (mg.L )
-1
Cálcio (mg.L ))
-1
Cloro (mg.L )
-1
Condutividade (mS.cm )
-1
Ferro Total (mg.L )
-1
Magnésio (mg.L )
-1
Manganês (mg.L )
pH
-1
Potássio (mg.L )
-1
Sódio (mg.L )
-1
Sulfatos (mg.L )
Limite detectável
0,5
0,5
0,1
0,01
0,1
0,001
0,02
0,01
0,01
0,1
0,01
0,01
5,0
Método de Análise
Volumétrico a pH determinado
Volumétrico a pH determinado
Espectrofotometria de absorção atômica
Espectrofotometria de absorção atômica
Colorimétrico
Potenciométrico
Espectrofotometria de absorção atômica
Espectrofotometria de absorção atômica
Espectrofotometria de absorção atômica
Potenciométrico
Espectrofotometria de absorção atômica
Espectrofotometria de absorção atômica
Turbidimétrico
Fonte: Laboratório IPAT/UNESC
A amostragem de águas superficiais e a medição de vazão foram realizadas no dia 06
de setembro de 2010.
4.2
Resultados e discussão
4.2.1
Águas Superficiais
Na Tabela 1 são apresentados os resultados dos indicadores de qualidade das águas
superficiais nas estações de monitoramento do Lote 44. Os laudos laboratoriais se encontram
no Anexo 3
Tabela 1 - Condições de qualidade das águas superficiais do Lote 44, Siderópolis, SC. (Dados relativos
à 8ª Campanha de Monitoramento Ambiental)
Parâmetros
Unidade
Data da Coleta
Lote 44
AR19
AR20
-
06/09/2010
06/09/2010
Hora da Coleta
-
11:20
10:30
Temperatura do Ar
Temperatura da Água
pH
ºC
ºC
-
26,0
20,0
3,4
26,0
20,0
3,5
Condutividade Elétrica
mS.cm
Acidez
Alumínio
Ferro Total
Manganês
Sulfatos
Vazão
-1
0,667
0,566
-1
111,4
95,9
-1
10,4
8,6
-1
12,98
13,57
-1
3,44
2,60
-1
mg.L
256
212
-1
153
244
mg.L
mg.L
mg.L
mg.L
L.s
14
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
As duas estações de monitoramento (AR19 e AR20) encontram-se em desacordo com
as condições de uso para água doce de classe 2, conforme determina a resolução n⁰. 357/05
do Conama. Contudo, exceto para o ferro total, a qualidade da água da estação AR20 é pouco
melhor do que a da estação AR19.
Conforme citado no relatório anterior (14º Relatório), no instante da coleta (12/03/2010),
encontrava-se em operação no leito do rio Fiorita e a montante da estação AR19, uma
escavadeira hidráulica realizando serviços de desassoreamento do canal. Apesar de não
constar de identificação, o operador da máquina informou que se tratava de serviço realizado
pela Prefeitura Municipal (IPAT/UNESC, 2010). Na ocasião, registrou-se que a qualidade da
água naquela estação apresentava-se em piores condições quando comparadas com as
campanhas anteriormente realizadas, principalmente nos parâmetros ferro total (com 172,04
mg.L-1) e alumínio (com 35,9 mg.L-1).
Na presente campanha, as concentrações destes dois parâmetros retornaram a
condição próxima daquela observada por ocasião da 7ª campanha de monitoramento da
qualidade da água, registrando-se respectivamente 12,98 mg.L-1 para o ferro e 10,4 mg.L-1 para
o alumínio.
Nas Figura 2 à Figura 7 são apresentados os resultados obtidos na fase de diagnóstico
da área do Lote 44 (Lopes, 2000b); monitoramento realizado entre agosto/2000 e outubro/2003
(IPAT/UNESC, 2004), monitoramento realizado entre setembro/2004 a setembro/2006
(campanhas de 11 a 15 realizadas pelo SIECESC - boletins de análise) e as 8 campanhas do
atual Programa de Monitoramento do Projeto de Recuperação Ambiental dos Lotes 42 e 44
para as estações de qualidade da água superficial do Lote 44.
Figura 2 - Variação do pH e linha de tendência nas estações AR19 e AR20 localizadas no rio Fiorita
(Lote 44), durante o período compreendido entre agosto/00 e setembro/10.
15
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
-1
Figura 3 - Variação na concentração de acidez (mg.L ) e linha de tendência nas estações AR19 e
AR20 localizadas no rio Fiorita (Lote 44), durante o período compreendido entre agosto/00 e
setembro/10.
-1
Figura 4 - Variação na concentração de sulfatos (mg.L ) e linha de tendência nas estações AR19 e
AR20 localizadas no rio Fiorita (Lote 44), durante o período compreendido entre agosto/00 e
setembro/10.
-1
Figura 5 - Variação na concentração de ferro total (mg.L ) e linha de tendência nas estações AR19 e
AR20 localizadas no rio Fiorita (Lote 44), durante o período compreendido entre agosto/00 e
setembro/10.
16
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
-1
Figura 6 - Variação na concentração de alumínio (mg.L ) e linha de tendência nas estações AR19 e
AR20 localizadas no rio Fiorita (Lote 44), durante o período compreendido entre agosto/00 e
setembro/2010.
-1
Figura 7 - Variação na concentração de manganês (mg.L ) e linha de tendência nas estações AR19 e
AR20 localizadas no rio Fiorita (Lote 44), durante o período compreendido entre agosto/00 e
setembro/2010.
Os indicadores de qualidade (acidez, sulfatos, ferro total e alumínio) apresentam um
comportamento semelhante e com tendência de queda dos valores. Como esperado, o
comportamento do pH é o inverso dos demais indicadores, apresentando-se com tendência de
melhoria (aumento no valor).
4.2.2
Carga poluente
A carga poluente é calculada em função da concentração de poluentes e a vazão no
ponto amostrado em um determinado instante. Nesta campanha registrou-se os menores
valores de vazão nas duas estações de monitoramento (Figura 8) desde que inciou este plano
de monitoramento (março, 2007).
17
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
-1
Figura 8 - Variação nas medidas de vazão (L.s ) nas estações AR19 e AR20 localizadas no rio Fiorita
(Lote 44), durante o período compreendido entre março/2007 a setembro/2010.
Na Tabela 2 se encontram os resultados obtidos para a estação AR19 e na Tabela 3 os
dados da estação AR20, ambas localizadas no Lote 44.
-1
Tabela 2 - Carga poluente para acidez, alumínio, ferro total, manganês e sulfatos (resultados em kg.h )
-1
e dados de vazão em L.s avaliada na estação AR19 do rio Fiorita. Siderópolis, SC.
Campanha
Vazão
Acidez
Sulfatos
Ferro
Manganês
Alumínio
1ª
mar-07
416
99,7
271,1
9,4
2,9
9,1
2ª
set-07
302
135,1
292,5
11,5
3,0
11,1
3ª
mar-08
550
175,0
362,3
13,5
4,1
15,2
4º
set-08
325
123,2
341,6
11,8
4,4
11,2
5º
mar-09
523
153,3
318,2
15,8
3,4
13,4
6ª
set-09
371
113,0
221,7
13,7
2,3
9,1
7ª
mar-10
225
114,5
181,4
139,4
2,0
29,1
8ª
set-10
153
61,4
141,0
7,1
1,9
5,7
-1
Tabela 3 - Carga poluente para acidez, alumínio, ferro total, manganês e sulfatos (resultados em kg.h )
-1
e dados de vazão em L.s avaliada na estação AR20 do rio Fiorita. Siderópolis, SC.
Campanha
Vazão
Acidez
Sulfatos
Ferro
Manganês
Alumínio
1ª
mar-07
1326
304,6
587,2
50,2
5,7
27,7
2ª
set-07
924
353,3
748,4
40,9
7,0
27,9
3ª
mar-08
1482
471,6
949,7
64,0
9,7
38,4
4º
set-08
786
264,9
698,9
30,5
8,3
23,8
5º
mar-09
987
366,7
646,7
93,3
4,6
23,8
6ª
set-09
1163
457,6
741,1
97,8
6,8
32,7
7ª
mar-10
470
166,0
269,0
84,9
2,4
16,6
8ª
set-10
244
84,2
186,2
11,9
2,3
7,6
18
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Tanto os dados de qualidade da água (Tabela 1) como os dados de carga poluente
(Tabela 2) evidenciam o impacto da atividade de desassoreamento do rio Fiorita a montante da
estação AR19 durante a sétima campanha de monitoramento (março, 2010). Com o término da
atividade de desassoreamento, a qualidade do rio Fiorita retornou à condição de qualidade
semelhante àquelas registradas nas campanhas anteriores.
4.3
CONSIDERAÇÕES
A área do Lote 44 encontra-se envolta por empresas operando atividades de exploração
e beneficiamento de carvão e/ou seu subproduto, entre estas: minas subterrâneas (paralisadas
e em atividade), antigas áreas de mineração a céu aberto (algumas em estádio avançado de
reabilitação, como são os casos dos Campos Malha II Leste e Oeste que totalizam 195 ha),
áreas de deposição de produtos e rejeitos do beneficiamento de carvão e drenagens ácidas de
mina (paralisadas e em atividade).
Estas áreas associadas aos leitos das rodovias e da ferrovia construídos com sub-base
de rejeitos de beneficiamento de carvão, contribuem para a degradação das águas nas
estações de monitoramento de qualidade da água, tanto superficiais quanto subterrâneas.
Os serviços de desassoreamento do rio Fiorita a montante da estação AR19 durante a
campanha anterior, elevou consideravelmente a concentração de ferro e, em menor proporção,
a concentração de alumínio nas duas estações monitoradas. Na atual campanha, verificou-se
que a concentração destes metais nas duas estações aproxima-se daquelas registradas
anteriormente. Contudo, a elevada concentração de ferro (principalmente) da sétima campanha
influencia a curva de tendência deste parâmetro nas duas estações de monitoramento.
De qualquer forma, o nível de influência da área do Lote 44 é pouco expressiva se
comparada às demais áreas ou fontes poluentes que contribuem para as estações
monitoradas. Assim, a melhoria na qualidade da água não depende unicamente da reabilitação
da área do Lote 44, mas principalmente dos procedimentos ambientais adequados a serem
implementados ou adotados por parte das empresas que operam nas áreas adjacentes, bem
como a reabilitação das antigas áreas mineradas existentes no muncípio e o leito dos cursos
d’água.
Considerando este cenário, espera-se que com o decorrer do Programa de
Monitoramento (que terá duração de 5 anos) a qualidade das águas apresentem melhoria de
forma gradual, em função não só da reabilitação da área do Lote 44, mas também das áreas
adjacentes que deverão passar pelo mesmo processo de reabilitação, afim de se adequar a
legislação ambiental vigente.
19
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Importante ressaltar ainda que tal melhoria na qualidade ambiental nesta área só será
possível se as atividades de mineração de carvão que se encontram em operação, assim como
aquelas que poderão vir a operar atendam às exigências da legislação ambiental.
20
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
5
MONITORAMENTO DA VEGETAÇÃO
O presente relatório é referente à oitava campanha de monitoramento da flora nas áreas
que constituem os Lotes 42 e 44. Dentro deste contexto, o presente relatório traz o registro de
dados florísticos e estruturais (qualitativos e quantitativos, respectivamente) da comunidade
vegetal presente nas áreas em processo de recuperação que constituem os Lotes 42 e 44.
A comunidade vegetal encontrada nas áreas de estudo apresentam-se constituídas
predominantemente por Mimosa scabrella Benth. (bracatinga), Mimosa bimucronata (DC.)
Kuntze, no Lote 42 e no Lote 44, respectivamente. Além destas espécies, é observado tanto na
área do Lote 42 quanto do Lote 44, Trema micrantha (L.) Blume (grandiúva), Solanum
mauritianum Scop. (fumo-bravo), Solanum variabile Mart. (jurubeba-velame), Citharexylum
myrianthum Cham. (tucaneira), Croton celtidifolius Baill. (sangue-de-drago), entre outras.
Sendo assim, o presente relatório tem por objetivo identificar e quantificar as espécies
vegetais que compõe a comunidade vegetal, além de avaliar o processo de sucessão
ambiental da área de recuperação ambiental dos Lotes 42 e 44.
5.1
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a análise da estrutura comunitária da vegetação herbácea terrícola foi utilizado
método de parcelas, proposto por Mueller-Dombois e Ellenberg (1974), onde foram traçadas 5
parcelas fixas de 10m x 2m (20m²), em cada um dos lotes. Cada parcela foi dividida em 5 subparcelas (unidade amostral) com dimensões de 2 m x 2 m. As parcelas foram distribuídas nos
dois Lotes, de modo a obter-se através desta amostragem uma ampla representatividade da
comunidade vegetal (Anexo 1 – Lote 44 e Anexo 2 – Lote 42)). Foram amostradas todas as
espécies presentes dentro das unidades amostrais, sendo que para cada delas estimou-se a
cobertura conforme a escala de cobertura proposta por Causton (1988).
21
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
FA =
FR =
Pi
× 100
P
FA
× 100
∑ FA
CA = C1× M1+ C2 × M2 + ... + C5 × M5
CR =
CA
× 100
∑ CA
IVI =
CR + FR
2
Onde:
1 = até 5 % de cobertura da parcela
2 = 6 - 12 % de cobertura da parcela
3 = 13 - 25 % de cobertura da parcela
4 = 26 - 50 % de cobertura da parcela
5 = 51 - 100 % de cobertura da parcela
Pi = número de parcelas com ocorrência da espécie i.
P = número total de parcelas.
C1... C5 = número de estimativas de cobertura da espécie i nos intervalos de classes de 1 a 5.
Baseados na cobertura apresentada pelas espécies amostradas foram calculados os
parâmetros fitossociológicos como, as frequências (F) e coberturas (C), absolutas (A) e
relativas (R) e o índice de valor de importância (IVI) de acordo com Causton (1988).
As espécies arbustivo-arbóreas foram mensuradas quando estas se apresentavam
dentro da unidade amostral, seguindo-se os mesmos parâmetros citados acima, e apenas
listadas quando observadas fora das unidades.
Como indicadores de diversidade biológica serão utilizados os índices de diversidade de
Shannon (H’) e de equabilidade (J’) de Pielou, conforme Magurran (1988), baseados na
frequência de cada uma das espécies.
Segundo Durigan (2004) os índices de diversidade devem ser expressos como números
puros. A base logarítmica utilizada nos cálculos de diversidade esta associada ao valor
indicativo na base do logaritmo, sendo usado então “nat” para o logaritmo neperiano ou natural
(Loge). Segundo Pielou (1969) este termo serve para descrever como foi efetuado o cálculo de
diversidade.
Para o estudo qualitativo da vegetação utilizou-se o Método Expedito por
Caminhamento (FILGUEIRAS et al., 1994), que consiste basicamente em duas etapas:
22
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
descrição sumária da vegetação da área a ser amostrada, de acordo com certos parâmetros
fornecidos; listagem das espécies encontradas, à medida que o pesquisador caminha,
lentamente, em linha reta, pela área; organização e processamento dos dados em forma de
tabelas e listas.
Para a delimitação das famílias foi utilizado o sistema de classificação baseado na
proposta apresentada pela APG II (2003) para as angiospermas. O material botânico coletado
após devidamente identificado deverá ser depositado e incorporado ao acervo do Herbário Pe.
Dr. Raulino Reitz (CRI) da UNESC. Os nomes científicos das espécies estão de acordo com os
nomes indexados no Tropicos do Missouri Botanical Garden (www.tropicos.org).
5.2
5.2.1
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Lote 42
5.2.1.1 Composição florística
Foram registradas durante a presente campanha de monitoramento 104 espécies
distribuídas em 81 gêneros e 45 famílias botânicas (Lista Florística - Anexo 4).
Ao contrário do que ocorreu na campanha anterior (IPAT/UNESC, 2010), durante a
atual campanha (8ª campanha) houve um aumento do número de espécies registradas. Com
relação ao número de gêneros e famílias, estes tem se mantido basicamente iguais desde a
terceira campanha de monitoramento da vegetação (Figura 9).
Figura 9 - Distribuição do número de táxons (famílias, gêneros e espécies) registrados durante oito (08)
campanhas de monitoramento ambiental na área do Lote 42, Siderópolis, SC.
23
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Quanto à forma biológica, foram registras 42 herbáceas terrícolas (52%), oito
subarbustos (10%), sete arbustos (8%), 17 árvores (21%), três trepadeiras herbáceas (4%) e
quatro epífitas (5%) (Figura 10A).
Figura 10 - Distribuição do número de espécies registradas pelas respectivas formas biológicas, Lote
42, Siderópolis, SC.
Comparando-se a atual campanha com a 7ª campanha de monitoramento
(IPAT/UNESC, 2010), observa-se um aumento do número de espécies herbáceas terrícolas
(Figura 10B).
Associado ao aumento de espécies herbáceas terrícolas houve o incremento do número
de subarbustos e epífitas, com exceção das árvores e arbustos, que reduziram em relação à
campanha anterior (7ª campanha).
Apesar aumento do número de espécies herbáceas, o número registrado para as
demais formas biológicas tem se mantido relativamente constante, com exceção das árvores
que vem aumentando ao longo do período de monitoramento (Figura 11).
24
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Figura 11 - Distribuição do número de espécies registradas pelas respectivas formas biológicas, ao
longo das oito (08) campanhas de monitoramento, Lote 42, Siderópolis, SC.
Avaliando-se o parâmetro riqueza específica, a família com maior número de espécies
foi Asteraceae, com 18 espécies, respondendo por cerca de 18% das espécies amostradas.
Além de Asteraceae, Cyperaceae com oito espécies (8%), Melastomataceae com seis espécies
(6%), Poaceae com cinco espécies (5%), apresentaram elevada riqueza específica (Figura 12).
Figura 12 - Distribuição do número total de espécies por família para o levantamento florístico realizado
na oitava (8ª) campanha de monitoramento ambiental na área do Lote 42, Siderópolis, SC. Os
acrônimos correspondem às quatro letras iniciais das famílias do Anexo 4.
De modo geral, as famílias Asteraceae, Cyperaceae e Poaceae são as famílias mais
representativas com relação ao número de espécies, ao longo das campanhas anteriores,
variando apenas no número de espécies, nessa campanha a família Melastomataceae
25
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
apresentou maior número de espécies (seis espécies) em relação à família Poaceae (cinco
espécies).
Além de Asteraceae, Cyperaceae, Melastomataceae, Poaceae e Fabaceae também
apareceram com elevada riqueza específica (Figura 13). Segundo IPAT/UNESC (2009b) a
presença da família Fabaceae, entre aquelas com maior riqueza específica é de grande
importância para a evolução da comunidade vegetal instalada na área do Lote 42, tendo em
vista, o papel ecológico exercido por esta, no processo de fixação do nitrogênio no solo,
interações interespecíficas, entre outras características.
Figura 13 - Distribuição do número total de espécies por família para o levantamento florístico realizado
durante oito (08) campanhas de monitoramento ambiental da área do Lote 42, Siderópolis, SC. Os
acrônimos correspondem às quatro letras iniciais das famílias do Anexo 4.
Foram observadas durante a presente campanha o aporte de espécies provenientes da
regeneração natural como Piper gaudichaudianum (pariparoba), Alchornea triplinervia
(tanheiro), Myrsine coriacea (capororoca), Euterpe edulis (palmiteiro), Boehmeria caudata,
Cecropia glaziovii (embaúba), entre outras.
Além das espécies mencionadas acima, são verificados regenerando-se na área do
“campo sujo” indivíduos de Eucalyptus saligna (eucalipto-azul-de-sidney). Conforme relatado
em campanhas anteriores, a regeneração de Eucalyptus saligna (eucalipto-azul-de-sidney) na
área de estudo pode vir a comprometer a reabilitação do local.
26
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
5.2.1.2 Estrutura Comunitária
Suficiência amostral
A Figura 14 apresenta o número cumulativo de espécies por unidades amostrais,
mensuradas durante o levantamento fitossociológico, na área de recuperação ambiental que
compreende o Lote 42.
Figura 14 - Curva do número cumulativo de espécies por unidade amostral registradas durante o
levantamento fitossociológico na área do Lote 42, Siderópolis, Santa Catarina.
Através da análise da Figura 14 pode-se considerar que a amostragem feita nas 25
unidades é representativa, uma vez que a curva do número de espécies/área (curva do coletor)
tendeu a estabilização, demonstrando que a amostragem realizada é representativa da
comunidade estudada.
Pode-se destacar também, que a partir da 15ª parcela ouve um aumento do número de
espécies, isso se dá pelo fato de que a primeira parcela até a décima quinta, estavam sob um
bosque de Mimosa scabrela (bracatinga), e as parcelas restantes estavam em uma área aberta
com maior incidência solar, o que contribuiu para o aumento do número de espécies
registradas.
27
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Parâmetros fitossociológicos
Foram registradas 54 espécies durante o levantamento fitossociológico no Lote 42
(Tabela 4).
Tabela 4 - Parâmetros fitossociológicos estimados para as espécies herbáceo-arbustivas registradas
durante a oitava (8ª) campanha de monitoramento ambiental do Lote 42, em ordem decrescente de
índice de valor de importância (IVI), onde: Npi = número de parcelas de ocorrência da espécie; FA =
frequência absoluta; FR = frequência relativa; CA = cobertura absoluta; CR = cobertura relativa e IVI =
índice de valor de importância.
Espécie/Táxon
Commelina benghalensis
Axonopus obtusifolius
Begonia cucullata
Ludwigia caparosa
Baccharis punctulata
Commelina sp.
Brachiaria decumbens
Baccharis spicata
Melinis minutiflora
Merremia sp.
Vernonia scorpioides
Desmodium adscendens
Thelypteris dentata
Cyperus prolixus
Heimia myrtifolia
Commelina nudiflora
Brachiaria humidicola
Centella asiatica
Indeterminada 05
Poaceae sp.
Blechnum glandulosum
Hydrocotyle bonariensis
Baccharis gaudichaudiana
Solidago chilensis
Ossaea amygdaloides
Scleria sp.
Cyperus sp.
Melastomataceae 02
Blechnum brasiliense
Drymaria cordata
Juncus effusus L.
Asteraceae 01
Indeterminada 07
Cyperus aggregatus
Npi
FA
FR
CA
CR
IVI
14
10
12
12
10
5
5
5
5
6
6
4
6
5
4
4
3
4
4
2
3
3
3
3
3
2
2
2
2
2
2
2
2
2
56.00
40.00
48.00
48.00
40.00
20.00
20.00
20.00
20.00
24.00
24.00
16.00
24.00
20.00
16.00
16.00
12.00
16.00
16.00
8.00
12.00
12.00
12.00
12.00
12.00
8.00
8.00
8.00
8.00
8.00
8.00
8.00
8.00
8.00
7.69
5.49
6.59
6.59
5.49
2.75
2.75
2.75
2.75
3.30
3.30
2.20
3.30
2.75
2.20
2.20
1.65
2.20
2.20
1.10
1.65
1.65
1.65
1.65
1.65
1.10
1.10
1.10
1.10
1.10
1.10
1.10
1.10
1.10
53.00
38.00
20.00
20.00
20.00
25.00
17.00
12.00
12.00
9.00
8.00
12.00
7.00
7.00
8.00
7.00
8.00
5.00
4.00
8.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
4.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
14.10
10.11
5.32
5.32
5.32
6.65
4.52
3.19
3.19
2.39
2.13
3.19
1.86
1.86
2.13
1.86
2.13
1.33
1.06
2.13
1.33
0.80
0.80
0.80
0.80
1.33
1.06
1.06
0.80
0.80
0.80
0.80
0.80
0.53
10.89
7.80
5.96
5.96
5.41
4.70
3.63
2.97
2.97
2.85
2.71
2.69
2.58
2.30
2.16
2.03
1.89
1.76
1.63
1.61
1.49
1.22
1.22
1.22
1.22
1.21
1.08
1.08
0.95
0.95
0.95
0.95
0.95
0.82
28
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Espécie/Táxon
Rhynchospora aurea
Hyptis brevipes
Melastomataceae 01
Eleocharis filiculmis
Killinga brevifolia
Alchornea glandulosa
Myrsine coriacea
Indeterminada 06
Begonia sp.
Indeterminada 04
Lobelia hederacea
Cyperus ferax
Rumohra adiantiformis
Mimosa scabrella
Lamiaceae
Phyllanthus corcovadensis
Pityrogramma calomelanos
Verbena litoralis
Indeterminada 03
Indeterminada 08
Total
Npi
FA
FR
CA
CR
IVI
2
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
8.00
8.00
8.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
728.00
1.10
1.10
1.10
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
0.55
100.00
2.00
2.00
2.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
376.00
0.53
0.53
0.53
0.80
0.53
0.53
0.53
0.53
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
100.00
0.82
0.82
0.82
0.67
0.54
0.54
0.54
0.54
0.41
0.41
0.41
0.41
0.41
0.41
0.41
0.41
0.41
0.41
0.41
0.41
100.00
No que diz respeito à frequência absoluta (FA), Commelina benghalensis (trapoeraba)
estando presente em 56% da amostragem, Begonia cucullata (Begonia) e Ludwigia caparosa
(Cruz-de-malta) com 48%, Axonopus obtusifolius (grama-da-folha-larga) e Baccharis punctulata
(vassoura) com 40%, foram às espécies mais frequentes.
Quanto
à
cobertura
absoluta
(CA),
destacaram-se
Commelina
benghalensis
(trapoeraba), Axonopus obtusifolius (grama-da-folha-larga), Commelina sp., Begonia cucullata
(begônia), Ludwigia caparosa (cruz-de-malta) e Baccharis punctulata (vassoura).
Entre as espécies com maior índice de valor de importância (IVI) estão novamente, as
espécies Commelina benghalensis (trapoeraba), Axonopus obtusifolius (grama-da-folha-larga),
Begonia cuculata (begônia), Ludwigia caparosa (cruz-de-malta) e Baccharis punctulata
(vassoura).
Os índices de diversidade de Shannon (H’) e de eqüabilidade (J’) de Pielou estimados
para a comunidade com base na freqüência absoluta das espécies foram de 3,662 nats e
0,918, respectivamente (Figura 15).
29
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Figura 15 - Índices de diversidade (H’) e equabilidade (J’) registrados durante oito (08) campanhas de
monitoramento ambiental do Lote 42, Siderópolis, Santa Catarina.
Ao contrário do observado na sexta e sétima campanhas (IPAT/UNESC, 2007b; 2008a;
2008b, 2009a), onde se observa uma redução do índice de diversidade (H’), verifica-se durante
a atual campanha um pequeno aumento deste índice.
Ao contrário do índice de diversidade (H’), o índice de equabilidade (J’) manteve-se
estável não diferindo do valor registrado durante a campanha anterior. Tal fato pode indicar
uma aparente estabilização deste índice, indicando a inexistência de espécies dominantes na
comunidade estudada.
5.2.2
Lote 44
5.2.2.1 Composição florística
Foram registradas durante a atual campanha de monitoramento a ocorrência de 85
espécies vegetais, distribuídas em 57 gêneros e 34 famílias botânicas (Anexo 4).
Com relação ao número de espécies, observa-se que a atual campanha apresentou a
maior riqueza especifica registrada ao longo de todo o período de monitoramento. Apesar
disso, observa-se a redução do número de gêneros e famílias em relação à campanha anterior
(7ª campanha de monitoramento) (Figura 16). A variação do número de táxons (espécies,
gêneros e famílias) ao longo do período de monitoramento reflete a dinâmica sucessional da
comunidade vegetal estudada.
30
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Figura 16 - Distribuição do número de táxons (famílias, gêneros e espécies) registrados durante oito
(08) campanhas de monitoramento ambiental na área do Lote 44, Siderópolis, SC.
Quanto à forma biológica foram registradas 42 herbáceas terrícolas (49%), 11
subarbustos (13%), 11 arbustos (13%), 17 árvores (19%) e cinco trepadeiras herbáceas (4%)
(Figura 17).
Figura 17 - Distribuição do número de espécies registradas pelas respectivas formas biológicas,
durante a oitava (8ª) campanha de monitoramento ambiental do Lote 44, Siderópolis, SC.
Comparando-se as formas biológicas das espécies registradas durante a atual
campanha com as campanhas anteriores (IPAT/UNESC, 2007a; 2007b; 2008a; 2008b; 2009a,
2009b, 2010) observa-se que embora ocorra variação entre o número de espécies herbáceas
registradas entre as campanhas, esta forma biológica permanece predominante ao longo dos
quatro (04) anos de monitoramento (Figura 18).
31
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Figura 18 - Distribuição do número de espécies registradas pelas respectivas formas biológicas, ao
longo das oito (08) campanhas de monitoramento, Lote 44, Siderópolis, SC.
Conforme mencionado na campanha anterior, o elevado número de espécies herbáceas
e subarbustivas, 62% das espécies registradas durante a atual campanha, reflete
principalmente a fitofisionomia da área do Lote 44, além do estádio sucessional na qual a área
se encontra.
Segundo IPAT/UNESC (2009) o elevado número de espécies herbáceas registradas
durante todo o período de monitoramento associado à fisionomia da vegetação reflete a
fragilidade do ecossistema existente na área de estudo. Além disso, o predomínio do estrato
herbáceo-arbustivo em relação ao estrato arbóreo é um indicador de que a área do Lote 44
encontra-se ainda em estádio inicial de regeneração natural.
Entre as famílias com maior valor de riqueza específica encontra-se a família
Asteraceae com 18 espécies, cerca de 21% das espécies amostradas. Além de Asteraceae,
seguem Poaceae (11), Fabaceae (seis), Cyperaceae (cinco), Melastomataceae (quatro),
Solanaceae, Malvaceae, Euphorbiaceae, Convolvulaceae (três espécies cada), Lythraceae,
Begoniaceae e Pteridaceae apresentaram apenas duas espécies cada. As demais famílias (21)
apresentaram apenas uma espécie cada, respondendo por 24% da riqueza específica total
(Figura 19).
32
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Figura 19 - Distribuição do número total de espécies por família para o levantamento florístico realizado
durante a oitava (8ª) campanha de monitoramento ambiental na área do Lote 44 Siderópolis, SC. Os
acrônimos correspondem às quatro letras iniciais das famílias do Anexo 4.
Conforme observado durante as campanhas anteriores, as famílias Asteraceae e
Poaceae têm apresentado um importante valor para a composição florística da comunidade
vegetal estudada, uma vez que as duas famílias tem apresentado os mais elevados valores de
riqueza específica ao longo das campanhas de monitoramento (Figura 20).
Figura 20 - Distribuição do número total de espécies por família para o levantamento florístico realizado
durante oito (08) campanhas de monitoramento ambiental da área do Lote 44, Siderópolis, SC. Os
acrônimos correspondem às quatro letras iniciais das famílias do Anexo 4.
33
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Além de Asteraceae e Poaceae, as famílias Cyperaceae e Fabaceae têm apresentado
ao longo dos monitoramentos elevada riqueza específica, contribuindo significativamente na
formação da comunidade vegetal instalada na área do Lote 44.
Além das espécies arbóreas introduzidas na área do Lote 44 (Citharexylum myrianthum
- tucaneira, Luehea divaricata - açoita-cavalo, Schinus terebinthifolius - aroeira-vermelha,
Mimosa scabrella - bracatinga), foram observadas ao longo das áreas de preservação
permanente do rio Fiorita e rio Kuntz, Bernardia pulchella, Tibouchina sellowiana (quaresmeira),
Senna
multijuga
(pau-cigarra),
Eucalyptus
saligna
(eucalipto-azul-de-sidney),
Croton
celtidifolius (sangue-de-drago), Miconia ligustroides (pixirica), Alchornea triplinervia (tanheiro),
Myrsine coriacea (capororoca), entre outras espécies (Figura 21).
A
B
Figura 21 - Indivíduos de espécies arbóreas desenvolvendo-se na área do Lote 44, Siderópolis, SC.
Onde, em A, Myrsine coriacea (capororoca) e em B, Schinus terebinthifolius (aroeira-vermelha).
Embora durante os trabalhos de campo não tenham sido observados animais
domésticos (equinos e bovinos) na área, verificou-se a presença indireta destes, em razão da
presença de fezes na área, além da presença de uma carcaça de um bovino (Figura 22).
34
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Figura 22 - Carcaça de um bovino na área do Lote 44, Siderópolis, SC.
Conforme já recomendado nos relatórios anteriores, sugere-se o isolamento da APP,
para evitar que animais (equinos) possam transitar as margens do corpo hídrico, proporcionado
assim o melhor desenvolvimento da vegetação introduzida, possibilitando o sucesso do
processo de reabilitação e na preservação da área de preservação permanente do rio Kuntz e
Fiorita, visando a proteção das espécies introduzidas e daquelas provenientes da regeneração
natural que tendem na área ao longo dos anos.
Com relação à porção do Lote 44 que sofreu desmatamento por parte de terceiros,
localizada à margem direita (sentido Siderópolis x Treviso) da rodovia SC-447, não foi
verificado nenhum tipo de medida de reabilitação, estando em desacordo com o cronograma
estabelecido pelo Projeto de Reabilitação de Áreas Degradadas (PRAD) protocolado junto a
Fundação de Meio Ambiente (FATMA).
Cabe salientar que o desmatamento desta área foi causado por ação de terceiros,
cabendo a estes a responsabilidade da reabilitação.
35
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
5.2.2.2 Estrutura Comunitária
Suficiência amostral
A Figura 23 apresenta o número cumulativo de espécies por unidades amostrais,
mensuradas durante o levantamento fitossociológico, na área de recuperação ambiental que
compreende o Lote 44.
Figura 23 - Curva do número cumulativo de espécies por unidade amostral registradas na oitava (8ª)
campanha de monitoramento durante o levantamento fitossociológico na área do Lote 44, Siderópolis,
Santa Catarina.
Através da análise da Figura 23 pode-se considerar que a amostragem feita nas 25
unidades é representativa, uma vez que a curva do número de espécies/área (curva do coletor)
tendeu a estabilização, demonstrando que a amostragem realizada é representativa da
comunidade estudada.
Parâmetros fitossociológicos
Foram registradas dentro das unidades amostrais 45 espécies herbáceo-arbustivas na
área do Lote 44 (Tabela 5).
36
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Tabela 5 - Parâmetros fitossociológicos estimados para as espécies herbáceo-arbustivas registradas
durante a oitava (8ª) campanha de monitoramento ambiental do Lote 44, em ordem decrescente de
índice de valor de importância (IVI), onde: Np = número de parcelas de ocorrência da espécie; FA =
frequência absoluta; FR = frequência relativa; CA = cobertura absoluta; CR = cobertura relativa e IVI =
índice de valor de importância.
Espécie/Táxon
Brachiaria decumbens
Baccharis spicata
Baccharis gaudichaudiana
Andropogon bicornis
Axonopus obtusifolius
Baccharis punctulata
Centella asiatica
Paspalum sp.
Poaceae 01
Eupatorium bupleurifolium
Desmodium adscendens
Thelypteris dentata
Solidago chilensis
Eupatorium laevigatum
Merremia sp.
Kyllinga brevifolia
Begonia cucullata
Cyperus sp.
Panicum sp.
Lycopodium clavatum
Myrsine coriacea
Indeterminada 04
Ipomoea grandifolia
Cyperus prolixus
Brachiaria subquadrifida
Poaceae 02
Poaceae 03
Rubiaceae
Oxypetalum tomentosum
Hydrocotyle bonariensis
Ageratum conyzoides
Blechnum brasiliense
Drymaria cordata
Cyperus ferax
Eleocharis filiculmis
Iris sp.
Ocotea sp.
Cuphea carthagenensis
Malvaceae
Ossaea amygdaloides
Tibouchina versicolor
Piper sp.
Npi
FA
FR
CA
CR
IVI
15
13
12
10
10
9
9
5
5
5
5
6
4
4
3
2
3
2
2
2
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
60.00
52.00
48.00
40.00
40.00
36.00
36.00
20.00
20.00
20.00
20.00
24.00
16.00
16.00
12.00
8.00
12.00
8.00
8.00
8.00
8.00
8.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
9.80
8.50
7.84
6.54
6.54
5.88
5.88
3.27
3.27
3.27
3.27
3.92
2.61
2.61
1.96
1.31
1.96
1.31
1.31
1.31
1.31
1.31
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
0.65
73.00
52.00
32.00
29.00
24.00
21.00
12.00
20.00
17.00
14.00
10.00
6.00
7.00
4.00
5.00
6.00
3.00
3.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
19.41
13.83
8.51
7.71
6.38
5.59
3.19
5.32
4.52
3.72
2.66
1.60
1.86
1.06
1.33
1.60
0.80
0.80
0.80
0.53
0.53
0.53
0.53
0.53
0.53
0.53
0.53
0.53
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
0.27
14.61
11.16
8.18
7.12
6.46
5.73
4.54
4.29
3.89
3.50
2.96
2.76
2.24
1.84
1.65
1.45
1.38
1.05
1.05
0.92
0.92
0.92
0.59
0.59
0.59
0.59
0.59
0.59
0.46
0.46
0.46
0.46
0.46
0.46
0.46
0.46
0.46
0.46
0.46
0.46
0.46
0.46
37
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Espécie/Táxon
Citrus sp.
Indeterminada 02
Indeterminada 03
Total
Npi
FA
FR
CA
CR
IVI
1
1
1
4.00
4.00
4.00
612.00
0.65
0.65
0.65
100.00
1.00
1.00
1.00
376.00
0.27
0.27
0.27
100.00
0.46
0.46
0.46
100.00
Com relação à frequência absoluta (FA), Brachiaria decumbens (capim-braquiária) foi a
espécie mais frequente sendo observada em 60% das unidades amostrais. Além desta
merecem destaque, Baccharis spicata (vassoura), Baccharis gaudichaudiana (carqueja),
Andropogon bicornis (capim-cola-de-burro) e Axonopus obtusifolius (grama-da-folha-larga),
presentes em 52%, 48%, 40% e 40% das unidades amostrais, respectivamente (Tabela 5).
Quanto à cobertura absoluta (CA), destacaram-se, Brachiaria decumbens (capimbraquiária), Baccharis spicata (vassoura), Baccharis gaudichaudiana (carqueja), Andropogon
bicornis
(capim-cola-de-burro)
e
Axonopus
obtusifolius
(grama-da-folha-larga).
Estas
respondem por 55,85% da cobertura relativa da área do Lote 44.
As espécies mencionadas anteriormente apresentaram ainda, os maiores valores de
índice de valor de importância (IVI), demonstrando a importância destas espécies para a
estruturação da comunidade herbáceo-arbustiva estudada.
Conforme mencionado na campanha anterior, a elevada frequência e cobertura
apresentada por subarbustos e arbustos, principalmente aqueles do gênero Baccharis, refletem
o predomínio de espécies pertencentes a este gênero. Tal fato, associado à presença de
indivíduos de Mimosa bimucronata na área do Lote 44, determina o aspecto arbustivo do sitio
estudado, caracterizando a formação de capoeirinha (Figura 24).
38
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Figura 24 - Aspecto geral da área do Lote 44, Siderópolis, SC.
Para Klein (1980) esta fase caracteriza-se pelo aparecimento dos primeiros arbustos do
gênero Baccharis (Asteraceae), denominadas popularmente de carquejas e vassouras, que
surgem progressivamente, na medida em que as ervas da fase anterior vão desaparecendo.
Depois desse estádio ter atingido seu mais alto grau de desenvolvimento e após um período de
5 a 10 anos, denominado pelo autor por “dinamismo pseudo-estático”, as vassouras não mais
se reproduzem, iniciando-se a instalação de arvoretas e árvores.
No que diz respeito ao índice de diversidade de equabillidade, foram registrados para
esta campanha respectivamente, 3,342 nats e 0,887.
Comparando os valores da atual campanha com a anterior (6ª e 7ª campanha),
observa-se o aumento do índice de diversidade (H’) quanto o índice equabilidade (J’) (Figura
25).
39
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Figura 25 - Índices de diversidade (H’) e eqüabilidade (J’) registrados durante sete (07) campanhas de
monitoramento ambiental do Lote 44, Siderópolis, Santa Catarina.
A aparente estabilização dos valores referentes ao índice de diversidade e equabilidade
demonstra a possível estabilização destes parâmetros para a comunidade vegetal estudada.
5.3
CONSIDERAÇÕES
Durante a oitava (8ª) campanha foram registradas 104 espécies distribuídas em 81
gêneros e 45 famílias botânicas, para o Lote 42 e 85 espécies vegetais, distribuídas em 57
gêneros e 34 famílias botânicas, para o Lote 44.
Assim como ocorreu nas campanhas anteriores, Asteraceae apresentou o maior valor
de riqueza específica, para ambas as áreas de estudos. Conforme mencionado, o elevado
número de espécies apresentado pela família Asteraceae, ocorre em função das características
ecológicas e morfológicas que permitem que estas espécies colonizem ambientes degradados
e em início de sucessão.
Foram observadas durante a presente campanha, no Lote 42, o aporte de espécies
provenientes da regeneração natural como Piper gaudichaudianum (pariparoba), Alchornea
triplinervia (tanheiro), Myrsine coriacea (capororoca), Edulis edulis (palmiteiro), Boehmeria
caudata, Cecropia glaziovii (embaúba), entre outras.
No Lote 44, além das espécies arbóreas introduzidas (Citharexylum myrianthum tucaneira, Luehea divaricata - açoita-cavalo, Schinus terebinthifolius - aroeira-vermelha,
Mimosa scabrella - bracatinga), foram observadas ao longo das áreas de preservação
permanente do rio Fiorita e rio Kuntz, Bernardia pulchella, Tibouchina sellowiana (quaresmeira),
Senna
multijuga
(pau-cigarra),
Eucalyptus
saligna
(eucalipto-azul-de-sidney),
Croton
40
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
celtidifolius (sangue-de-drago), Miconia ligustroides (pixirica), Alchornea triplinervia (tanheiro),
Myrsine coriacea (capororoca), entre outras espécies.
Deste modo, pensando-se no sucesso do processo de reabilitação e na preservação da
área de preservação permanente do rio Kuntz e Fiorita, visando a proteção das espécies
introduzidas e daquelas provenientes da regeneração natural que tendem na área ao longo dos
anos, recomenda-se o isolamento da APP, para evitar que animais (equinos) possam transitar
as margens do corpo hídrico, proporcionado assim o melhor desenvolvimento da vegetação
introduzida.
41
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
6
MONITORAMENTO DA FAUNA
As atividades inseridas neste capítulo referem-se a 8ª Campanha de Monitoramento da
Fauna, abrangendo estudos relacionados principalmente à ornitofauna e ictiofauna. Os
trabalhos pertinentes ao monitoramento foram realizados nas áreas dos Lotes 42 e 44 nos dias
20, 21, 23, 27, 28, 29 e 30 de setembro de 2010.
No que se refere aos demais grupos faunísticos (mastofauna e herpetofauna), estes são
avaliados de forma supletiva, efetuando-se o seu registro quando da localização de evidências
(e.g. pegadas, excrementos, pêlos, esqueletos, ecdises/mudas, restos alimentares, abrigos,
tocas ou manifestações odoríferas) ou visualização direta.
Cabe mencionar, que concomitantemente às observações da ornitofauna, efetuam-se
prospecções ou varreduras detalhadas nas diferentes áreas avaliadas. Estes procedimentos
possibilitam a detecção de ocorrências faunísticas dos grupos anteriormente citados.
Através das atividades de monitoramento podem-se estabelecer critérios que indiquem
o aumento da diversidade biológica nas áreas em processo de reabilitação. A riqueza de
espécies registradas nas áreas dos Lotes 42 e 44, principalmente no que se refere à
ornitofauna poderá ser utilizada como um indicativo da reestruturação ecológica das áreas.
Neste contexto, estima-se que se não houver pressões antrópicas sobre os ecossistemas
avaliados, a tendência é de que estas áreas sejam reabilitadas natural e gradativamente.
Cabe mencionar, tendo-se como referência as demais campanhas de monitoramento
ambiental, que a maioria das espécies ocorrentes para ambas as áreas (Lotes 42 e 44)
caracterizam-se pela habilidade em se manter em ambientes alterados, sendo também
generalistas quanto à utilização dos recursos ambientais.
6.1
As
Materiais e métodos
atividades
desenvolvidas
têm
como
objetivo
levantar
informações
dos
representantes faunísticos nas áreas monitoradas, notadamente àqueles pertencentes a
ictiofauna e ornitofauna. O registro dos demais grupos faunísticos (e.g. mastofauna e
herpetofauna) é realizado de forma supletiva, quando da localização de evidências ou indícios.
Nas avaliações de campo utilizam-se os pontos de referência constantes na Tabela 6.
42
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Tabela 6 - Pontos de observação para o monitoramento da avifauna
Lote
42
44
Pontos de Observação
Coordenadas UTM
E
N
P1A
0651252
6838406
P2A
0651310
6838543
P3A
0651351
6838516
P4A
0651447
6838335
P1B
0653156
6837385
P2B
0653288
6837584
P3B
0653150
6837328
P4B
0652951
6837239
No que se refere à identificação visual e registro dos distintos grupos faunísticos, utilizase equipamentos/ferramentas auxiliares tais como: câmera fotográfica digital Olympus SP
590UZ (c/ zoom óptico 26X), binóculo Canon IS 8x25, mini-gravador estéreo digital (Olympus
LS-10) e GPS Garmin, modelo GPSMAP 76 CSX.
Para os levantamentos efetuados nos rios Fiorita e Kuntz, notadamente àqueles
relacionados à ictiofauna, são realizadas incursões exploratórias pelos diferentes microhabitats
existentes no interior daqueles ambientes.
6.1.1.1 Ictiofauna
Para os procedimentos relacionados à detecção de representantes da ictiofauna são
realizadas varreduras exploratórias pelo interior dos cursos d’água, tendo-se como ponto de
partida a estação de monitoramento AR19, localizada no rio Fiorita nas proximidades da SC 447, estendendo-se até a estação AR20 (após a confluência dos rios Fiorita e Kuntz). Os
procedimentos de amostragem compreendem deslocamentos pelo interior do rio, acessando-se
ambas as margens onde são efetuados lances com o auxílio de um puçá de estrutura metálica
de 70 x 40 cm com malha de 1,0 cm entre nós opostos e 40 cm de profundidade interna (malha
da rede).
Até a presente Campanha de Monitoramento Ambiental (8ª Campanha da Fauna) não
foram detectados representantes da ictiofauna no interior dos corpos hídricos avaliados. Este
aspecto é um indicativo de que as condições dos ambientes hídricos ainda não favorecem a
ocorrência de vertebrados aquáticos.
Para os procedimentos relacionados à determinação taxonômica das espécies da
ictiofauna, poderá ser realizada (quando houver necessidade) a caracterização morfométrica,
qualitativa e quantitativa das estruturas dos exemplares e/ou encaminhamento do espécime
não identificado a especialistas. De forma complementar, poderão ser utilizados os bancos de
dados das coleções ictiológicas do Museu de Ciência e Tecnologia da PUC-RS, Museu de
43
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Zoologia da USP; Museu Nacional da UFRJ (disponibilizados pelo sistema SIBIP/NEODAT III);
FISHBASE e consultas à coleção ictiológica do Laboratório de Ecologia de Rios da UFPR.
6.1.1.2 Avifauna
O diagnóstico da ornitofauna compreende o levantamento de campo nas áreas de
estudo para obtenção de dados primários, e informações complementares (dados secundários)
sobre o meio biótico da região.
Os métodos aplicados nos levantamentos ornitofaunísticos são os usuais e já
comentados em relatórios pretéritos, nesse contexto são realizados estudos qualitativos: a)
observação direta e b) vocalização das espécies encontradas.
Para a identificação dos diferentes representantes da ornitofauna, dependendo da
distância do observador, fazem-se observações visuais normais (a olho nu) ou através da
utilização de instrumento óptico (binóculo) para espécimes localizados a distâncias maiores,
não permitindo a sua visualização com definição.
As vocalizações das espécies não identificadas poderão ser registradas (quando
necessário) com o auxílio de um microgravador digita estéreo Olympus LS - 10 para posterior
determinação da espécie, comparando-se as vocalizações obtidas com gravações de
referência (STRANECK & CARRIZO, 1990; VIELLIARD, 1995a, b).
No que concerne à abordagem quantitativa emprega-se o método do Trajeto Irregular,
segundo metodologia estabelecida por Bibby et al., (2000). Considera-se nesta metodologia os
caminhos pré-existentes e/ou trilhas nos locais considerados representativos. De forma a
facilitar a determinação taxonômica das espécies utiliza-se guias de campo (BELTOM, 1994;
ROSÁRIO, 1996; SICK, 1997; LA PEÑA, 1998; EFE et al., 2001; GONZAGA, CASTIGLIONI,
2001).
As observações da ornitofauna são conduzidas em horários de maior atividade destas,
(e.g. das 10:00h às 11:00h e das 15:00h às 18:00h). Ocasionalmente, é possível detectar a
busca ativa das diferentes espécies por alimentos, atividade reprodutiva (corte, busca de
material construtivo e nidificação) e limpeza da plumagem. De forma complementar também
são realizadas observações nos demais horários (08:00h - 09:00h e das 13:00h -14:00h)
No que se refere à nomenclatura científica e a ordem taxonômica, estas são baseadas
em SICK (1997), sendo que os nomes vernáculos estão em consonância com ROSÁRIO
(1996).
44
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Observação direta
Caracteriza-se pelo deslocamento do observador pelos diferentes sítios que compõem a
área de estudo, procedendo-se ainda a identificação e qualificação dos habitats dos
representantes da ornitofauna. Dependendo do menor ou maior número de espécies
ocorrentes numa área pode-se estimar o grau de complexidade de um local, sendo este um
indicativo da qualidade ambiental de um determinado ecossistema. Suplementarmente, a
observação direta inclui registros através da visualização das espécies e de seus vestígios (e.g.
penas, ossos, ninhos, abertura de cavidades).
Os produtos originados dos levantamentos qualitativos incluem a elaboração de
listagem da ornitofauna silvestre, indicando a riqueza de espécies (número de espécies) nas
áreas correspondentes aos Lotes 42 e 44. Essa listagem é base fundamental para uma
avaliação criteriosa do ambiente, pois permite identificar espécies indicadoras da qualidade do
meio e de interesse para a conservação (e.g. endêmicas, raras, ameaçadas de extinção e
migratórias).
Trajeto Irregular
Este método do trajeto irregular visa registrar todas as aves identificadas visualmente ou
através da sua vocalização apenas durante o tempo de deslocamento do observador na área
monitorada, a uma velocidade reduzida (< 1 km/h).
As vocalizações serão computadas somente quando for possível determinar se àquelas
estão sendo emitidas no interior do ambiente avaliado naquele instante.
O horário para execução deste método segue a mesma padronização definida pelo
levantamento qualitativo (observação direta).
Demais grupos faunísticos
Neste item específico estão inseridos representantes faunísticos pertencentes às
Classes Mammalia e Reptilia. Concomitantemente às observações da avifauna, procede-se de
forma expedita levantamentos nas áreas monitoradas. As varreduras consistem num primeiro
momento na localização de rastros impressos em ambientes deposicionais (margens de rios ou
em locais onde ocorra o assentamento de sedimentos).
Outro aspecto de relevante importância refere-se à localização de indícios ou evidências
que possam revelar ou indicar a presença de representantes da fauna terrestre (e.g. tocas,
45
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
ninhos, restos alimentares, carcaças, excrementos, pêlos, ecdises/mudas e odores
característicos).
O monitoramento da fauna das áreas em reabilitação é realizado através de
deslocamentos pelo interior de trilhas e por áreas vegetacionais compostas por vegetação
arbórea-arbustiva (ambiente florestal) e arbustiva-herbácea (ambiente campestre).
6.2
Resultados e discussão
Apesar de encontrarmo-nos na 8ª Campanha de Monitoramento da fauna as condições
dos ambientes aquáticos (rios), localizados na área de estudo, ainda não oportunizam o
estabelecimento de representantes da ictiofauna.
No que se refere à ornitofauna, a exemplo da campanha de monitoramento pretérita (7ª
Campanha) foram obtidos novos registros/ocorrências de espécies de aves, principalmente se
consideramos as áreas que correspondem às do Lote 42. Cabe mencionar que a fitofisionomia,
formação vegetacional heterogênea e diversidade de habitats permitem o a adição de outras
espécies às listagens ornitofaunísticas pré-existentes.
Convém ainda mencionar que as áreas do Lote 42 continuam sendo o sítio de
monitoramento que apresenta a maior diversidade especifica. Neste local foram contabilizados
um total de 50 táxons/espécies, contra apenas 36 espécies para as áreas correspondentes ao
Lote 44.
A titulo ilustrativo na Tabela 7 encontram-se listados os táxons/espécies, famílias, e
nomes vernáculos das aves registradas nas áreas correspondentes aos Lotes 42 e 44 durante
a atual campanha de monitoramento da fauna.
A ocorrência de espécies exclusivamente florestais, aqui representadas pelas famílias
Rhamphastidae
(Ramphastos
dicolorus
/
tucano-de-bico-verde)
e
Rhinocryptidae
(Eleoscytalopus indigoticus / macuquinho) são um bom indicativo da melhoria da qualidade
ambiental do Lote 42. As espécies mencionadas caracterizam-se por serem mais
especializadas exigindo formações florestais melhor estruturadas e heterogêneas, fornecendo
maior diversidade de habitats e de recursos alimentares.
Dentre as distintas famílias da ornitofauna que ocorreram em ambas as áreas (Lotes 42
e 44) houve destaque à família Tyrannidae (10 espécies) seguida por Parulidade e Thraupidae
(ambas com 4 espécies). Entretanto, ressalta-se que para a área do Lote 42 houve
predominância para as duas últimas famílias.
Cabe mencionar que a predominância de algumas espécies pertencentes à família
Tyrannidae pode ser atribuída a um ambiente ecologicamente pouco estruturado, típico de
áreas alteradas/modificadas pela ação humana ou em processo de reabilitação. A área do Lote
46
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
44 é caracterizada por ser aberta, apresentando perfil campestre, suportando espécies da
ornitofauna com características generalistas - pouco exigentes quanto à utilização dos recursos
ambientais (e.g. alimentos, abrigos). Entretanto, para o Lote 42 (tomando-se como referência o
mesmo grupo taxonômico) também podemos encontrar espécies (Attila rufus/ Capitão-de-saíra;
Myiopagis caniceps/Guaracava-cinzenta e Myiornis auricularis/Miudinho) da mesma família que
requerem ambientes com características florestais.
Tabela 7 - Registros ornitofaunísticos (presença e ausência) para as áreas dos Lotes 42 e 44
(Siderópolis/SC.) com indicação dos táxons/espécies, famílias e nomes vernáculos.
Lote
Táxon/Espécie
42
44
Nome Vernáculo
FAMÍLIA ACCIPITRIDAE
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)
X
Gavião-carijó
FAMÍLIA ALCEDINIDAE
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766)
X
Martim-pescador-grande
FAMÍLIA APODIDAE
Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796)
X
X
Taperuçu-de-coleira-branca
X
X
Urubu-de-cabeça-preta
X
X
Quero-quero
X
X
Cambacica
Columbina talpacoti (Temminck, 1810)
X
X
Rolinha-roxa
Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855)
X
Juriti-pupu
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813)
X
Pombão
FAMÍLIA CATHARTIDAE
Coragyps atratus (Bechstein 1793)
FAMILIA CHARADRIIDAE
Vanellus chilensis (Molina, 1782)
FAMÍLIA COEREBIDAE
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)
FAMÍLIA COLUMBIDAE
FAMILIA CUCULIDAE
Guira guira (Gmelin, 1788)
Piaya cayana (Linnaeus, 1766)
X
X
Anu-branco
X
Alma-de-gato
FAMILIA EMBERIZIDAE
Haplospiza unicolor Cabanis, 1851
X
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766)
Zonotrichia capensis (Müller, 1776)
X
Cigarra-bambu
X
Canário-da-terra-verdadeiro
X
Tico-tico
FAMÍLIA FALCONIDAE
Caracara plancus (Miller, 1777)
X
Milvago chimachima (Vieilott, 1816)
X
X
Gavião-carrapateiro
X
X
Pintassilgo
Caracará
FAMILIA FRINGILIDAE
Sporagra magellanica (Vieillot, 1805)
FAMILIA FURNARIIDAE
47
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Lote
Táxon/Espécie
Nome Vernáculo
42
44
Synallaxis ruficapilla (Vieillot, 1819)
X
X
Pichororé
Synallaxis spixi (Sclater, 1856)
X
X
João-teneném
Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832)
X
Trepador-quiete
FAMILIA HIRUNDINIDAE
Progne chalybea (Gmelin, 1789)
X
Andorinha-doméstica-grande
Pygochelidon cyanoleuca (Gmelin, 1789)
X
Andorinha-pequema-de-casa
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817)
X
Andorinha-serradora
FAMÍLIA ICTERIDAE
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789)
X
Vira-bosta
FAMILIA PARULIDAE
Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817)
X
Basileuterus culicivorus(Deep, 1830)
X
X
Pula-pula
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789)
X
X
Piá-cobra
Parula pitiayumi (Vieillot, 1817)
X
Pula-pula-assobiador
Mariquita
FAMILIA PICIDAE
Colaptes campestris (Vieillot, 1818)
X
Colpates melanochloros (Gmelin, 1788)
X
Picumnus temminckii (Temminck, 1825)
X
Pica-pau-do-campo
Pica-pau-verde-barrado
X
Pica-pau-anão-de-coleira
FAMÍLIA PIPRIDAE
Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793)
X
Tangará
X
Tucano-de-bico-verde
X
Macuquinho
Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818)
X
Papa-taoca-do-sul
Thamnophilus caerulescens (Vieillot, 1816)
X
Choca-da-mata
Pipraeidae melanonota (Vieillot, 1819)
X
Saíra-viúva
Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822)
X
X
Tié-preto
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766)
X
X
Sanhaço-cinzento
Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818)
X
Tié-de-topete
X
Inhambuguaçu
Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816)
X
Caneleiro-verde
Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838)
X
Flautim
FAMILIA RAMPHASTIDAE
Ramphastos dicolorus (Linnaeus, 1766)
FAMÍLIA RHINOCRYPTIDAE
Eleoscytalopus indigoticus (Wied, 1831)
FAMÍLIA THAMNOPHILIDAE
FAMÍLIA THRAUPIDAE
FAMÍLIA TINAMIDAE
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815)
FAMÍLIA TITYRIDAE
FAMÍLIA TROCHILIDAE
Amazilia fimbriata(Gmelin, 1788)
X
X
Beija-flor-de-garganta-verde
48
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Lote
Táxon/Espécie
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818)
42
44
Nome Vernáculo
X
Beija-flor-de-banda-branca
X
Surucuá-vairado
FAMÍLIA TROGONIDAE
Trogon surrucura Vieillot, 1817
FAMILIA TROGLODYTIDAE
Troglodytes musculus(Viellot, 1807)
X
X
Corruira
Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1850)
X
X
Sabiá-poca
Turdus rufiventris (Vieillot, 1818)
X
X
Sabiá-laranjeira
FAMILIA TURDIDAE
FAMILIA TYRANNIDAE
Attila rufus (Vieillot, 1819)
X
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)
X
Capitão-de-saíra
X
Risadinha
Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868
X
Guaracava-de-bico-curto
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868)
X
Enferrujado
Myiopagis caniceps (Swainson, 1835)
X
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776)
X
Myiornis auricularis (Vieillot, 1818)
X
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)
Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846)
X
Tyrannus melancholicus (Vieilott, 1819)
Guaracava-cinzenta
X
Filipe
Miudinho
X
Bem-te-vi
X
Tororó
X
Siriri
FAMILIA VIREONIDAE
Cyclarhis gujanensis (Gmelim, 1789)
X
X
Pitiguari
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766)
X
X
Juruviara
Riqueza Específica
50
36
-
A Figura 26 fornece informações referentes às distintas campanhas (1ª, 3ª, 5ª, 7ª, 9ª,
11, 13ª e 15ª) realizadas no período compreendido entre 2007 a 2010, totalizando 8
campanhas de monitoramento da fauna. No que se refere ao Lote 42 percebe-se discreto
incremento na riqueza específica a partir da 11ª Campanha, observando-se nas campanhas
subsequentes (13ª e 15ª) substancial incremento de espécies de aves. Esta inferência pode ser
atribuída à melhoria da qualidade ambiental da área monitorada e a intensificação do esforço
de amostragem, possibilitando o encontro/observação de espécies de difícil visualização
(crípticas) ou espécies pequenas e conspícuas que utilizam o dossel florestal.
Para a área do Lote 44 verifica-se certa regularidade na riqueza de espécies para cada
campanha de monitoramento, observando-se valores (em termos de número de espécies)
bastante próximos. A partir da 11ª campanha percebe-se gradual incremento na riqueza
específica, porém, não tão evidente quanto àquelas registradas na área do Lote 42. Entretanto,
49
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
cabe ressaltar que a área do Lote 44 apresenta característica campestre (área aberta) e está
exposta a interferências externas de origem antrópica. Adicionalmente, o sítio encontra-se nas
proximidades de uma rodovia (SC - 447) de grande fluxo veicular e de uma linha férrea. Nesse
contexto a geração de ruído e suspensão de material particulado é bastante pronunciada,
principalmente se considerarmos o período diurno.
Figura 26 - Comparação da riqueza específica entre o Lote 42 e Lote 44 registrada em 8 Campanhas
de Monitoramento Ambiental no período compreendido entre 2007 a 2010.
No que se refere ao número de indivíduos registrado ao longo das distintas campanhas
de monitoramento, para o mesmo período temporal, fica evidente (excetuando-se a 1ª
Campanha onde não houve a contabilização do número de indivíduos) a prevalência numérica
da ornitofauna para a área do Lote 44 (Figura 27). Cabe ressaltar que num primeiro momento
este aspecto não deve ser considerado como sendo positivo, uma vez que em áreas alteradas
é usual que a riqueza específica seja reduzida. Entretanto, o número de indivíduos pode ser
elevado, havendo prevalência numérica de um determinado grupo taxonômico.
50
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Figura 27 - Comparação do número total de indivíduos entre os Lotes 42 e 44 (Siderópolis/SC.)
registrada em 7 Campanhas de Monitoramento Ambiental no período compreendido entre 2007 a 2010.
De forma a ilustrar as novas ocorrências de representantes da ornitofauna a Figura 28
fornece o registro fotográfico de algumas espécies localizadas na área do Lote 42.
51
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
A
C
B
D
Figura 28 - A) Mivalgo chimachima (gavião-carrapateiro), B) Tachyphonus coronatus, C) Picumnus
temminckii (pica-pau-anão-de-coleira), D) Schifornis virescens (choca-da-mata),
52
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Em função da gradual melhoria ambiental que se processam em ambas as áreas (lotes
42 e 44) estima-se que as listagens da ornitofauna sejam incrementadas com a adição de
novas espécies para àquelas áreas.
O aspecto alimentar generalista da maior parte das espécies da ornitofauna
encontradas em ambas as áreas, notadamente no que se refere à área do Lote 44 está
relacionada à condição de maior exposição desta as interferências externas (origem antrópica).
Nesta 8ª Campanha de Monitoramento da Fauna, durante as incursões exploratórias,
foram localizadas na área do Lote 42 pegadas de Cerdocyon thous (cachorro-do-mato) e
Procyon cancrivorus (mão-pelada), sendo que as informações acerca das espécies e sua
localização encontram-se descritas na Tabela 8.
Tabela 8 - Listagem das espécies da fauna (Classe Mammalia) e coordenadas de localização das
distintas ocorrências nas áreas dos Lotes 42 e 44 – Siderópolis/SC.
Sítio de Ocorrência
FAMÍLIA/
Nome
Coordenada
Evidências/Indícios
Espécie
Vernáculo
UTM
Lote 42 Lote 44
CANIDAE
E0651242/N6838670
Cerdocyon thous Cachorro-do-mato
X
Pegada
E0651115/N6838687
PROCYONIDAE
Procyon cancrivorus
X
Pegada
Mão-pelada
E0651259/ N6838636
CAVIDAE
X
Visual
E0653110/N6837385
Cavia aperea
Preá
X
Fezes
E0653176/ N6837559
Para a área do Lote 44 foi obtido registro visual (observação direta) e a localização de
evidências (fezes) de Cavia aperea/preá (Figura 29), sendo que a tabela 8 encontram-se os
registros referentes à localização da espécie e tipos de evidências/indícios.
53
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Figura 29 – Localização de fezes de aspecto capsular de Cavia aperea (preá) registrada na área do
Lote 44.
No que se refere a representantes da herpetofauna, foram obtidos, para ambas as
áreas (Lotes 42/44), registros vocais (cantos) de espécies pertencentes a anurofauna
(anfíbios). A relação das espécies e nomes vernáculos encontram-se descritos na Tabela 9.
Tabela 9 - Listagem das espécies pertencentes à anurofauna (anfíbios) e nomes vernáculos dos
registros obtidos nas áreas dos Lotes 42 e 44 – Siderópolis/SC.
FAMÍLIA/Espécie
Lote
42
44
Nome Vernáculo
HYLIDAE
Dendropsophus microps (Peters, 1872)
1
Dendropsophus minutus (Peters, 1872)
1
Scinax sp. (gr. alter)
1
Pererequinha
1
Pererequinha
Perereca
LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus gracilis (Duméril; Bibron, 1840)
1
1
Plic-plic
Leptodactylus latrans (Steffen, 1815)
1
Rã-manteiga
1
Rãnzinha-da-floresta
LEIUPERIDAE
Physalaemus nanus (Boulenger, 1888)
N⁰ total de espécies por área monitorada
6
2
-
54
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Cabe destacar que as ocorrências de anfíbios usualmente estão associados à
condições ecológicas que nos reportam a ambientes melhor estruturados. Entretanto, ressaltase que as condições climáticas (e.g. precipitações chuvosas, temperatura) e aspectos
relacionados à sazonalidade são particularmente importantes. Nesse contexto, ambientes com
multiplicidade de habitats, disponibilidade de recursos alimentares e microclima adequado
favorecem a ocorrência de espécies da anurofauna.
Ainda no que se refere à herpetofauna (anfíbíos), para ambas as áreas (Lotes 42 e 44),
foram registradas (através da sua vocalização) as ocorrências de Leptodactylus gracilis (plicplic),
55
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
6.3
Considerações gerais
Nesta oitava Campanha de Monitoramento da Fauna, prevaleceu à ocorrência de
espécies da ornitofauna com características generalistas, havendo, entretanto a adição de
novas espécies da ornitofauna às listagens já existentes.
Durante as atividades de campo registrou-se maior número de indivíduos para a área
do Lote 44, porém com diversidade específica menor. Este aspecto está relacionado às
características do ambiente (campo antrópico/alterado) e grau de exposição à interferência
humana
(e.g.
proximidade
com
propriedades
rurais/residências,
presença
de
rodovia/ferrovia, entre outros exemplos).
Ainda no que se refere às aves, constatou-se maior diversidade específica para a
área do Lote 42. Este aspecto pode estar associado à melhoria das condições ambientais
(permitindo a sua utilização por espécies mais exigentes) e a intensificação do esforço de
amostragem.
No que se refere à mastofauna foram localizadas evidências (pegadas) das espécies
Cerdocyon thous (cahorro-do-mato) e Procyon cancrivorus (mão-pelada), ambas registradas
para a área do Lote 42. Para o Lote 44 foram obtidos registros (pegadas e fezes) de Cavia
aperea/preá.
Nesta 8ª Campanha de Monitoramento Ambiental foram obtidos registros da
herpetofauna, aqui representada pela Classe Amphibia (anurofauna). No total foram
contabilizadas 6 (seis) espécies: Dendropsophus microps, Dendropsophus minutus, Scinax
sp.,
(Hylidae),
Leptodactylus
gracilis,
Leptodactylus
latrans
(Leptodactylidade)
e
Physalaemus nanus (Leiuperidae), havendo predominância de espécies para a área do Lote
42.
No que se refere à qualidade da água dos ambientes hídricos monitorados estes
ainda não fornecem as condições necessárias à manutenção de vertebrados aquáticos,
notadamente no que se refere à ictiofauna.
56
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Preliminarmente, cabe mencionar que neste 15° Relatório constam os resultados da
8ª Campanha de Monitoramento de Águas Superficiais, flora e fauna do Programa de
Monitoramento Ambiental das áreas dos Lotes 42 e 44, localizadas no município de
Siderópolis - SC.
A área do Lote 44 encontra-se envolta por empresas operando atividades de
exploração e beneficiamento de carvão e/ou seu subproduto, além de áreas degradadas
que ainda não sofreram qualquer tipo de intervenção com objetivo de reabilitá-las. Nesse
contexto, as estações AR19 e AR20 que monitoram a qualidade da água superficial na área
do Lote 44, historicamente demonstram o seu comprometimento por atividades de
mineração do carvão. No entanto, quando se comparam os resultados de qualidade da água
obtidos desde o Diagnóstico Ambiental (agosto, 2000) até a campanha atual (amostragem
em setembro, 2010) verifica-se tendência de melhoria na qualidade da água nos parâmetros
analisados, com exceção do ferro que apresenta uma discreta tendência a elevação na
concentração das duas estações.
Os serviços de desassoreamento do rio Fiorita a montante da estação AR19 durante
a campanha anterior, elevou consideravelmente a concentração de ferro e, em menor
proporção, a concentração de alumínio nas duas estações monitoradas. Na atual
campanha, verificou-se que a concentração destes metais nas duas estações aproxima-se
daquelas
registradas
anteriormente.
Contudo,
a
elevada
concentração
de
ferro
(principalmente) da sétima campanha influencia a curva de tendência deste parâmetro nas
duas estações de monitoramento.
Considerando este cenário, espera-se que com o decorrer do Programa de
Monitoramento (que terá duração de 5 anos) a qualidade das águas apresentem melhoria
de forma gradual, em função não só da reabilitação da área do Lote 44, mas também das
áreas adjacentes que deverão passar pelo mesmo processo de reabilitação, afim de se
adequar a legislação ambiental vigente. Importante ressaltar ainda que tal melhoria na
qualidade ambiental nesta área só será possível se as atividades de mineração de carvão
que se encontram em operação, assim como aquelas que poderão vir a operar atendam às
exigências da legislação ambiental.
57
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Durante a oitava (8ª) campanha de monitoramento da vegetação foram registradas
104 espécies distribuídas em 81 gêneros e 45 famílias botânicas, para o Lote 42 e 85
espécies vegetais, distribuídas em 57 gêneros e 34 famílias botânicas, para o Lote 44.
Assim como ocorreu nas campanhas anteriores, Asteraceae apresentou o maior
valor de riqueza específica, para ambas as áreas de estudos. Conforme mencionado, o
elevado número de espécies apresentado pela família Asteraceae, ocorre em função das
características ecológicas e morfológicas que permitem que estas espécies colonizem
ambientes degradados e em início de sucessão.
Foram observadas durante a presente campanha, no Lote 42, o aporte de espécies
provenientes da regeneração natural como Piper gaudichaudianum (pariparoba), Alchornea
triplinervia (tanheiro), Myrsine coriacea (capororoca), Edulis edulis (palmiteiro), Boehmeria
caudata, Cecropia glaziovii (embaúba), entre outras.
No Lote 44, além das espécies arbóreas introduzidas (Citharexylum myrianthum tucaneira, Luehea divaricata - açoita-cavalo, Schinus terebinthifolius - aroeira-vermelha,
Mimosa scabrella - bracatinga), foram observadas em toda a extensão das áreas de
preservação permanente dos rios Fiorita e Kuntz, Bernardia pulchella, Tibouchina sellowiana
(quaresmeira), Senna multijuga (pau-cigarra), Eucalyptus saligna (eucalipto-azul-de-sidney),
Croton celtidifolius (sangue-de-drago), Miconia ligustroides (pixirica), Alchornea triplinervia
(tanheiro), Myrsine coriacea (capororoca), entre outras espécies.
Visando
a
preservação
da
diversidade
vegetal
(espécies
introduzidas
ou
provenientes da regeneração natural), recomenda-se o isolamento da APP, evitando-se que
animais domésticos transitem pelo interior da área (e.g. margens do corpo hídrico). Tal
medida proporcionaria melhor desenvolvimento da vegetação introduzida.
No que se refere ao monitoramento da fauna nesta oitava Campanha, houve a
prevalência de espécies da ornitofauna com características generalistas, havendo,
entretanto notável adição de novas espécies da ornitofauna às listagens já existentes,
atribuídas principalmente a melhoria da qualidade ambiental e esforço de amostragem.
Durante as atividades de campo registrou-se maior número de indivíduos para a área
do Lote 44, porém com diversidade específica menor. Este aspecto está relacionado às
características do ambiente (campo antrópico/alterado) e grau de exposição à interferência
humana
(e.g.
proximidade
com
propriedades
rurais/residências,
presença
de
rodovia/ferrovia, entre outros exemplos).
No que se refere à mastofauna foram localizadas evidências (pegadas) das espécies
Cerdocyon thous (cahorro-do-mato) e Procyon cancrivorus (mão-pelada), ambas registradas
58
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
para a área do Lote 42. Para o Lote 44 foram obtidos registros (pegadas e fezes) de Cavia
aperea/preá.
Nesta 8ª Campanha de Monitoramento Ambiental foram obtidos registros da
herpetofauna, aqui representada pela Classe Amphibia (anurofauna). No total foram
contabilizadas 6 (seis) espécies: Dendropsophus microps, Dendropsophus minutus, Scinax
sp.,
(Hylidae),
Leptodactylus
gracilis,
Leptodactylus
latrans
(Leptodactylidade)
e
Physalaemus nanus (Leiuperidae), havendo predominância de espécies para a área do Lote
42.
No que se refere à qualidade das águas dos ambientes hídricos monitorados, estes
ainda não fornecem as condições necessárias à manutenção de vertebrados aquáticos,
notadamente no que se refere à ictiofauna.
Criciúma (SC), outubro de 2010.
M.Sc. Miguel Vassiliou
CRBio 05182 03D
Coordenador do Programa de Monitoramento
59
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APG II (The Angiosperm Phylogeny Group). 2003. An update of the Angiosperm Phylogeny
Group classification for the ordens and families of flowering plants: APG II. Botanical
Journal of the Linnean Society, v. 141, p. 399-436.
BELTON, W. Aves do Rio Grande do Sul: distribuição e ecologia. Editora Unisinos, São
Leopoldo, RS. . 1994.
BIBBY, C., JONES, M. & MARSDEN, S. Bird surveys (expedition field techniques series).
Bird Life International, Cambridge. 2000, 134p.
CAUSTON, D.R. 1988. Introduction to vegetation analysis. Unwin Hyman. London.
CHIARELLO, A.G. 1999. Effects of fragmentation of the Atlantic Florest on mammals
communities in the south-eastern Brazil. Biological Conservation, v. 89, p. 71-82.
CSN - Companhia Siderúrgica Nacional. Projeto de reabilitação de áreas degradadas Lote 42. 1º Relatório de acompanhamento. Siderópolis, 2003a.
CSN - Companhia Siderúrgica Nacional. Projeto de reabilitação de áreas degradadas Lote 44. 1º Relatório de acompanhamento. Siderópolis, 2003b.
CSN - Companhia Siderúrgica Nacional. Projeto de reabilitação de áreas degradadas Lote 42. 2º Relatório de acompanhamento. Siderópolis, 2004a.
CSN - Companhia Siderúrgica Nacional. Projeto de reabilitação de áreas degradadas Lote 44. 2º Relatório de acompanhamento. Siderópolis, 2004a.
DURIGAN, G. 2004. Métodos para análise de vegetação arbórea. In: CULLEN-JR., L. et al.,
(orgs), Métodos de estudo em biologia da conservação e manejo da vida silvestre.
Editora da UFPR. Curitiba. p. 455-480.
EFE, M.A.; MOHR, L.V. & BUGONI, L. Guia ilustrado das aves dos parques de Porto
Alegre. PROAVES, SMAN, COPESUL, CEMAVE. 2001.
FERNANDEZ, F.A.S., 1997. Efeitos da fragmentação de ecossistemas: a situação das
unidades de conservação. In: Congresso de Unidades de Conservação, Curitiba, Anais.
FILGUEIRAS, T.S.; NOGUEIRA, P.E.; BROCHADO, A.L.; GUALA II, G.F. 1994.
Caminhamento - Um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos
de Geociências. IBGE, n.12, p.39-43.
GARRIDO, C.A.G.; GRAIPEL, M.E. 2005. Riqueza e abundância de mamíferos de médio
e grande porte na Floresta Estadual e Estação Ecológica de Assis-SP. Monografia UFSC, p. 03-49.
HENLE, K.; DAVIES, K.F.; KLEIER, M.; MARGULES, C.R.; SETTELE, J. 2004. Predictors of
species sensitivity to fragmentation. Biodiversity and Conservation, v.13, p. 207-251.
IPAT/UNESC. Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas. Universidade do Extremo
Sul Catarinense. Programa de Monitoramento do Projeto de Recuperação Ambiental
60
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
Lotes 42 e 44, Siderópolis, Santa Catarina. 1º Relatório de Monitoramento. 2007a.
IPAT/UNESC. Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas. Universidade do Extremo
Sul Catarinense. Programa de Monitoramento do Projeto de Recuperação Ambiental
Lotes 42 e 44, Siderópolis, Santa Catarina. 3º Relatório de Monitoramento. 2007b.
IPAT/UNESC. Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas. Universidade do Extremo
Sul Catarinense. Programa de Monitoramento do Projeto de Recuperação Ambiental
Lotes 42 e 44, Siderópolis, Santa Catarina. 5º Relatório de Monitoramento. 2008a.
IPAT/UNESC. Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas. Universidade do Extremo
Sul Catarinense. Programa de Monitoramento do Projeto de Recuperação Ambiental
Lotes 42 e 44, Siderópolis, Santa Catarina. 7º Relatório de Monitoramento. 2008b.
IPAT/UNESC. Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas. Universidade do Extremo
Sul Catarinense. Programa de Monitoramento do Projeto de Recuperação Ambiental
Lotes 42 e 44, Siderópolis, Santa Catarina. 9º Relatório de Monitoramento. 2009a.
IPAT/UNESC. Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas. Universidade do Extremo
Sul Catarinense. Programa de Monitoramento do Projeto de Recuperação Ambiental
Lotes 42 e 44, Siderópolis, Santa Catarina. 11º Relatório de Monitoramento. 2009b.
IPAT/UNESC. Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas. Universidade do Extremo
Sul Catarinense. Programa de Monitoramento do Projeto de Recuperação Ambiental
Lotes 42 e 44, Siderópolis, Santa Catarina. 13º Relatório de Monitoramento. 2010.
LOPES, PROJETOS AMBIENTAIS E CONSULTORIA LTDA. Projeto Técnico de
Mineração de Áreas Degradadas - Lote 42. Criciúma. 2000a.
LOPES, PROJETOS AMBIENTAIS E CONSULTORIA LTDA. Projeto Técnico de
Mineração de Áreas Degradadas - Lote 44. Criciúma. 2000b.
MAGURRAN, A.E. 1988. Ecological diversity and its measurement. Princeton University,
Princeton.
MEFFE, G.K.; NIELSEN, L.A.; RICHARD, L.K.; DENNIS, A.S. 2002. Ecosystem
Management :adaptive, community-based, conservation. Island Press – USA,. p. 311.
MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. 1974. Aims and methods of vegetation
ecology. New York: Wiley, 547p.
OLIVEIRA, S.H. & HADDAD, C.F.B.; Diversidade de anuros em serrapilheira em
fragmentos de floresta Atlântica e plantios de Eucalyptus saligna no Município de
Pilar do Sul, SP. Dissertação (mestrado), ESALQ, Piracicaba, 2004. p. 60.
PEÑA, M. R. de la; RUMBOLL, M.. Birds of Southem South America and Antarctica. New
Jersey:Princeton University Press, 304p.1988.
PIELOU, E.C. 1969. An introduction to mathematical ecology. Wiley. New York.
SICK, H. 1997. Ornitologia Brasileira. Nova Fronteira: Rio de Janeiro. 912p.
STRANECK, R.; CARRIZO, G. Canto de las aves de Misiones I; pampeanas I; de las
61
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS – IPAT
serranías centrales; del noroeste. selva y puna; patagónicas. mar, meseta, bosques; de los
esteros y palmares; L.O.L.A..: Buenos Aires.1990.
VIELLIARD, J.M. Canto de aves do Brasil. Campinas: Sociedade Brasileira de Ornitologia,
CD. 1995a
VIELLIARD, J.M. Guia sonoro das aves do Brasil. Campinas: Sociedade Brasileira de
Ornitologia, Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, CD 1. 1995b.
LOPES, PROJETOS AMBIENTAIS E CONSULTORIA LTDA. Projeto Técnico de
Mineração de Áreas Degradadas - Lote 44. Criciúma. 2000.
62
__________________________________________________________________________________________
15° Relatório de Monitoramento - Lotes 42 e 44 – Rev.01
Outubro/2010