correntes de vida - Santa Casa da Misericórdia Viana do Castelo

Transcrição

correntes de vida - Santa Casa da Misericórdia Viana do Castelo
CORRENTES DE VIDA
BOLETIM INFORMATIVO
Edição número 01 | Janeiro 2015
SUMÁRIO
A Misericórdia de Viana do Castelo: Pela Instituição
das origens à actualidade (pág. 33)
(pág. 03)
Protocolo entre a Santa Casa
A governação da Santa da Misericórdia e a Cooperativa
Casa da Misericórdia Hope para Centro de Intervenção
(pág. 04)
Especializada em Demências
(pág. 37)
As nossas Creches e Jardins:
Vida que cresce e se descobre A Galeria de Arte da Santa Casa:
(pág. 06)
espaço de arte aberto
Apoio à terceira idade à(pág.comunidade
38)
Vida que se partilha e revigora,
com humanismo e dignidade
(pág. 18)
Os nossos Serviços Administrativos:
Vida que pulsa e se comunica
(pág. 30)
Curiosidades do acervo
museológico da SCMVC
(pág. 39)
Centro Hope: uma nova
abordagem das demências
(pág. 40)
Igreja da Misericórdia:
espaço de culto e de arte Os nossos benfeitores
(pág. 31)
(pág. 41)
Na Igreja da Misericórdia Agenda em Correntes de Vida
de Viana todas as visitas (pág. 42)
são especiais
(pág. 32)
Editorial
Com o primeiro número da revista “Correntes de Vida”
concretiza-se um desejo e uma necessidade da nova
administração da Santa Casa da Misericórdia de Viana
do Castelo.
Um desejo identificado desde os primeiros dias do
nosso trabalho, pelo simples facto de a instituição
Santa Casa necessitar de sair das suas rotinas dando a
conhecer de uma forma regular, coerente e programada
tudo o que de mais relevante se faz, o que se pensa,
dispondo também de um meio de reflexão e partilha de
conhecimento.
Esta revista destina-se a um público variado, multifacetado, com diferentes saberes e diferentes expectativas
do mundo e da vida. Mais concretamente pretende-se
chegar, por este meio, ao convívio de todos os Irmãos
da Santa Casa, aos utentes da nossa acção social, aos
residentes dos nossos lares e respectivas famílias, aos
nossos trabalhadores e demais colaboradores, além
do público em geral e dos vianenses em particular.
Com este amplo leque de destinatários, temos pela
frente um grande desafio que nos vai obrigar a muita
imaginação, adequação e objectividade.
Para levarmos avante esta missão reunimos uma equipa
de colaboradores que, de forma voluntária e animados
de muita imaginação e saber, levaram a cabo este desafio.
As instituições, às quais a nossa Santa Casa não foge
à regra, têm tendência para se concentrar nas rotinas
do dia-a-dia, na satisfação das necessidades imediatas
mais prementes, esgotando-se nessas mesmas rotinas,
esquecendo um aspecto fundamental das organizações:
comunicar, partilhar conhecimentos e informação. Com
a edição de uma revista, mesmo que em formato digital, temos um veículo que nos poderá ajudar a suprir
essa carência.
Cabe agora a todos os leitores a apreciação deste
primeira edição, esperando-se e agradecendo-se as
críticas e sugestões que hajam por bem fazer.
Correntes de Vida
se corporiza, anima, floresce e prolonga, num espírito
renovado e adaptado aos tempos actuais, a sua secular
vocação de serviço solidário na fidelidade aos cristãos
princípios das obras de misericórdia.
Correntes de Vida é o nome encontrado para este
boletim que pretende afirmar-se como um veículo por
onde flui e se comunica a própria seiva que alimenta e
vivifica o dia-a-dia desta Santa Casa da Misericórdia.
Força, unidade, coesão, movimento, dinamismo, sopro
vital são atributos que emanam da própria índole das
palavras que em si próprias sintetizam a vocação que
a este meio de comunicação queremos confiar: meio
de comunicação transmissor da vida que percorre o
quotidiano desta multissecular Instituição. Contribuir
para a sua força e coesão interna através da interacção
entre os seus diversos serviços e respostas sociais dando
valor e visibilidade ao trabalho que aí é desenvolvido;
evidenciar os seus protagonistas de modo a relevar o
valor do trabalho dedicado e criativo, demonstrando
como cada pessoa individual ou cada grupo contribui de
forma determinante para a eficácia, a força e a robustez
de todo o conjunto, tal o elo da cadeia que assegura e
reforça a unidade e coesão da corrente.
Múltiplos são as estruturas, serviços, projectos,
trabalhos, actividades e iniciativas pelos quais decorre
o dia-a-dia da Santa Casa da Misericórdia pelos quais
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Não podia deixar de agradecer a todos os que desde a
primeira hora aderiram e apoiaram a ideia e a concretizaram nesta quadra festiva que nos chama para a dádiva
e para a partilha, em verdadeiras Correntes de Vida.
Manuel Gomes Afonso, médico, provedor
Cuidar das crianças, apoiando as suas famílias na
ingente e necessária missão de as educar e desenvolver
de forma harmoniosa e feliz a sua personalidade de
cidadãos construtores de um mundo progressivo, justo
e solidário, tal o trabalho confiado às creches e jardinsde-infância; acolher e cuidar da população idosa, sobretudo da mais fragilizada, prestando-lhes cuidados que
lhes assegurem uma vida com dignidade e qualidade,
é arazão de ser dos lares e apoio domiciliário; proporcionar meios de acesso a refeição aos mais desfavorecidos, seguindo a primeira das obras de misericórdia,
dar de comer a quem tem fome, é tarefa da cantina
social; zelar pela conservação e dignidade da igreja e
demais espaços de culto é outra das dimensões da vida
da instituição como manifestação da crença e prática da
espiritualidade cristã.
Porém todo este vasto leque de tarefas e respostas
sociais, impossível sem o indispensável apoio de serviços administrativos operacionalmente organizados, implica uma aturada e concertada mobilização de directores, técnicos, funcionários, trabalhadores, voluntários,
isto é, pessoas sem as quais nada funcionaria. São elas
essencialmente as veias de transmissão da vida que
anima e faz viver esta Santa Casa da Misericórdia.
Correntes de Vida propõe-se ser essa espécie de rio
por onde circula a vida da Santa Casa a qual, manando
de cada pessoa, se transmite a toda a sua acção vivificando-a nas suas múltiplas facetas e obras; vida que
ao mesmo tempo que se transmite, irriga e fecunda, e
enquanto irriga e fecunda, reforça, multiplica e expande
a sua força vital interna e externamente.
Dando notícia do trabalho e das actividades dos
vserviços e obras, projectos, eventos, do dia-a-dia da
Instituição, assegurando a ligação a toda a irmandade
da Misericórdia e a toda a comunidade envolvente, será
a forma como Correntes de Vida se propõe concretizar
seus objectivos.
Com uma periodicidade quadrimestral e por enquanto
limitado a edição digital, poderá futuramente passar a
edição em papel, se para tal forem sendo reunidas as
condições necessárias.
Albino Ramalho, professor, mesário
A Misericórdia de
Viana do Castelo:
das origens
à actualidade
A Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo
instalou-se na cidade há muitos séculos e desde então
tem servido os seus habitantes sem interrupção.
Será preciso recuarmos bastante no tempo para
chegarmos ao momento de instauração da primeira
Santa Casa da Misericórdia em Portugal, a de Lisboa. Era
o final do séc. XV e Portugal uma nação em mudança
rápida: enquanto os descobridores portugueses viviam
o auge das suas viagens, ficava em terra uma população
com muitas carências e fragilidades, uma população que
precisava de assistência. A instituição da Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa, em 1498, é atribuída à Rainha
D. Leonor que, inspirada pela obra assistencial de Frei
Miguel Contreiras, passou a dedicar-se intensamente aos
doentes, pobres, órfãos, prisioneiros e artistas e patrocinou a fundação da Santa Casa. À iniciativa de D. Leonor
aderiram o próprio rei D. Manuel, o alto clero, a nobreza,
a burguesia. A intenção do rei era porém a difusão da
confraria a todo o território da coroa. E assim aconteceu.
Vila de Viana da Foz do Lima deliberou pedir ao Rei D.
Manuel I o regimento da Misericórdia de Lisboa a fim de
se deslocar a Viana e aí confirmar a necessidade de instalação de uma confraria. A petição teve resposta em
2 de Novembro do mesmo ano, data considerada hoje a
da fundação desta Misericórdia.
É então desde o início do século XVI que esta confraria
faz parte da história e da vida da cidade. Vários documentos são testemunhos desta história mas graças a
uma contínua preocupação com a preservação do património histórico da Santa Casa, é também possível
conhecer esta história através do contacto com o património museológico desta confraria, tanto o conjunto
de edifícios da igreja e hospital, como o acervo artístico
conservado e exposto.
A Santa Casa da Misericórdia instalou- se em Viana do
Castelo em 1521, 23 anos depois da sua instituição em
Lisboa, tendo como missão a prática das 14 Obras de
Misericórdia, transformando-se desde o princípio numa
verdadeira instituição sociocaritativa.
Hoje é interessante observar o crescente interesse de
estudiosos e cidadãos pelas origens e pela história da
Santa Casa da Misericórdia de Viana, talvez pela constatação de que quando exploram a história da Santa Casa
descobrem a história da própria cidade e das suas gentes, dos homens e das mulheres, das crianças e anciãos,
dos ricos e dos pobres, dos crentes e dos não crentes,
num longo período de tempo que vai da sua instituição
no século XVI até aos dias de hoje.
Corria o ano de 1521 quando a 27 de Abril a Câmara da
Ana Rita Cunha: Técnica de apoio ao património artístico
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A governação
da Santa Casa
da Misericórdia
Como qualquer instituição organizada e como tal
reconhecida na sociedade, a Santa Casa da Misericórdia
teve, desde as suas origens, bem definido o sistema de
governação fixado no documento regulador da instituição
designado de Compromisso.
O mais antigo Compromisso é o da Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa, fundada em 1498, e que serviu
de modelo a todas as outras que sucessivamente foram
sendo criadas tanto em território continental como pelas diversas parcelas do Império. Foi uma cópia deste
documento que em 1521 a Vereação de Viana (então
Viana da Foz do Lima) solicitou ao rei D. Manuel e cuja
concessão, com data de 2 de Novembro desse mesmo
ano, representa, até ao momento, o marco fundacional da Misericórdia de Viana do Castelo. Em 1516 foi
pela primeira vez impresso, tendo sido com o decurso
do tempo adequado às características e necessidades
específicas de cada uma, como foi o caso da Misericórdia
de Santarém de que se conserva o manuscrito de 1577.
Ainda “na segunda metade do século XIX”, segundo Ester
Freitas Maciel, na sua obra A Misericórdia de Viana do
Castelo – O Braço do Povo (Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional de Braga, Fac. de Teologia, Abril
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2017) “ a Misericórdia de Viana regia-se pelo Compromisso da Misericórdia de Lisboa de 19 de Maio de 1618,
assim como pelos regulamentos especiais aprovados
pela Mesa”. Porém, a partir de 1874 a Irmandade da
Misericórdia passa a reger-se por novos estatutos aprovados por alvará de 21 de Fevereiro. E é no essencial
este clausulado, sujeito ainda a alterações posteriores,
que se mantém até 1982, data do actual Compromisso
da Santa Casa de Viana.
Ao longo do tempo sobressai como principal responsável a figura do Provedor o qual juntamente com a Mesa
constituem o órgão de governo da Casa. Pelas tábuas
cronológicas existentes no Museu e Sala do Espólio podemos aferir, sobretudo a partir da reforma do Compromisso de 1874, os cargos que a constituíam: assim, além
do provedor, havia o vice-provedor, o 1.º secretário, 1.º
fiscal do hospital, 1.º fiscal da igreja, tesoureiro, vicesecretário, 2.º fiscal do hospital, 2.º fiscal da igreja e
ainda os suplentes do hospital e da igreja. Ao provedor
competia a responsabilidade máxima pela condução do
governo da Casa assessorado pelo secretário em tudo
quanto dizia respeito a escrituração, pelo tesoureiro
na administração dos dinheiros, sendo ainda existência
dos fiscais do hospital e da igreja reveladores da relevância que estes serviços representavam na vida e obra
da Santa Casa. Com efeito, os hospitais foram desde o
início uma obra central das Misericórdias e em Viana ele
esteve a cargo da Santa Casa desde 1596 até ao terceiro
quartel do século XX. Também, dada a índole própria da
instituição, uma irmandade de cariz religioso e orientada para a prática das obras da misericórdia, o culto e
as práticas da espiritualidade cristã ocupavam um lugar
proeminente na vida da instituição. Por todo o país, as
igrejas das Misericórdias, pela sua centralidade e pelo
património artístico que encerram, atestam a atractividade exercida sobre fiéis e devotos tanto como pólos
de celebrações litúrgicas como pela possibilidade de sufrágios que permitam melhor garantia de salvação. Daí
os frequentes legados à instituição associados à obrigação de celebração de missas de sufrágio. Uma e outra
razões a justificar, no seio da Mesa, a função do fiscal
responsável pelos assuntos da igreja. Os cargos eram
definidos através de eleição que tinha lugar cada ano
pela festa da Visitação de Nossa Senhora e tudo estava
previsto e regulado de modo a decorrer com a seriedade e compostura que a dignidade a responsabilidade
institucionais impunham.
Hoje, os cargos e funções na administração das Santas
Casas, fruto das transformações operadas na organização social e administrativa da sociedade, foram sujeitas
a adaptações visando a sua conformidade com o quadro legal vigente. Equiparadas as Misericórdias, como
instituições com fins de solidariedade social, às Instituições Particulares de Solidariedade Social, têm o seu
estatuto desde 1983 regulado pelo Decreto-Lei 119/83,
ultimamente revisto e actualizado pelo Decreto-Lei
179-A/2014 de 14 de Novembro. Nessa conformidade,
tal como as demais instituições ou associações de cidadãos, os corpos sociais das Misericórdias são constituídos por uma Assembleia Geral, onde têm voz directa os
membros da Irmandade nas grandes questões centrais
da instituição, uma Mesa Administrativa, que com provedor à cabeça é órgão de direcção e administração, e
um Definitório, correspondente ao Conselho Fiscal. O
sistema de eleição, a duração dois mandatos, os cargos
e o exercício das respectivas competências estão definidas na lei que são transcritos para o respectivo Compromisso bem como as demais cláusulas que respeitam à
vocação e os objectivos específicos da Santa Casa.
Juramento do novo Provedor, Dr. Manuel Afonso.
Os actuais corpos sociais da Santa Casa da Misericórdia de
Viana do Castelo resultam do processo eleitoral realizado
no dia 15 de Novembro de 2013. A tomada de posse foi
realizada a 2 de Janeiro de 2014, na Igreja da Misericórdia
com a presença de D. Anacleto Oliveira, bispo da diocese
de Viana do Castelo, autoridades autárquicas, presidente
do Secretariado Regional da União das Misericórdias,
membros Irmandade e público em geral.
Assembleia Geral
José António Fontainha Borja Serafim, Presidente
Jorge Manuel Meira Santos
António Álvaro Fontainhas Pimenta de Castro
Júlio Manuel da Silva Magalhães e Vasconcelos
António Manuel Ribeiro Fernandes
O novo Provedor na sua alocução de tomada de posse.
Mesa Administrativa
Manuel Gomes Afonso, Provedor
Manuel Alfredo Afonso Morais Meira, Vice-Provedor
José dos Santos Ramalho
Albino Nunes Ramalho
Fernando António Ferreira Rosa
João Campos Sardinha
Definitório
António Luís Maciel Pires, Presidente
Rosa Maria Seixas Meireles dos Santos
Mónica Isabel Rocha da Rosa
Jorge Pedro Moreira Renda dos Reis
Guilherme Gonçalves Castilho
Elementos dos novos corpos sociais e assistência ao acto.
Albino Ramalho
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As nossas Creches e Jardins: vida que cresce e se descobre
ACTIVIDADES DO JARDIM DE SANTIAGO DA BARRA
Dia Mundial da Criança
Textos de Cristina Pereira e Albino Ramalho
Ouvindo atentamente as explicações da monitora.
Por cair em domingo o dia 1 de Junho, Dia Mundial da
Criança, foi a sua celebração antecipada para sexta-feira,
dia 30 de Maio, na Creche e Jardim-de-Infância de Santiago
da Barra.
Por esse motivo, aos meninos da creche e do pré-escolar
foi-lhes proporcionado um dia muito especial: nada mais
nada menos do que um passeio de excursão, acompanhados da suas educadoras e ajudantes, à Quinta Pedagógica de Alvarenga Cooperativa Didalvi, em Barcelos.
Ali, todos puderam desfrutar dos atractivos de um
dia muito diferente do habitual com actividades que
despertaram enorme interesse e entusiasmo: visita
aos animais da quinta, exercícios de slide, percursos
pedestres, passeios de charrete… Além destas actividades e brincadeiras que um dia assim sempre proporciona, viveram-se ainda maravilhosos momentos de
contacto com a natureza.
Ao quentinho da estufa, é um regalo como crescem as alfaces!
Certamente que este Dia da Criança irá perdurar, na memória dos nossos meninos como uma boa experiência
inesquecível.
A alegria do contacto com a natureza e o ar livre.
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Não é todos os dias que se passeia de charrete.
Visita à Adega
Cooperativa de Ponte
da Barca e ao Soajo
No dia 2 de Outubro e respondendo ao convite de uma
mãe para uma visita às instalações da Adega Cooperativa de Ponte da Barca, resolvemos proporcionar às
nossas crianças um dia diferente e um contacto com
a natureza. Deste modo, 39 crianças dos 3 e 4 anos,
acompanhadas pelas suas educadoras e ajudantes de
sala puderam vivenciar um dia de vindimas na quinta,
bem como todo o processo de elaboração do vinho. Foi
uma visita guiada com explicações detalhadas de todo
o processo da elaboração do vinho desde a vinha à vindima, à adega, à fermentação e à mesa. Todas as nossas
crianças puderam visualizar, experimentar e até “provar”. Houve “sumo de uva” para todos.
Mas não ficou por aí esta jornada dedicada à cultura do
vinho, uma das actividades emblemáticas da nossa re-
Posando para a fotografia no jardim de Ponte da Barca.
gião, e ao contacto com a natureza. Os nossos meninos
puderam ainda contar com um almoço e lanche bem
animado, junto aos vetustos espigueiros da famosa Eira
do Penedo, na Vila do Soajo, em Arcos de Valdevez.
Porque o dia foi fértil em emoções e novas experiências, chegámos à nossa escola bastante cansados, mas
muito contentes, com este dia tão diferente mas, tão
saudável!
Saboreando o lanche junto aos célebres espigueiros da Eira do Penedo da Vila do Soajo.
Dia da alimentação
Foi celebrado no dia 16 de Outubro. É muito importante
aprender, desde cedo, a ter uma alimentação saudável.
Mas ao mesmo tempo, conhecer a a natureza, a proveniência e a forma de produção e os cuidados a ter
com os alimentos. Com esse fim, os meninos dos 5 anos
tiveram um contacto directo no Mercado Municipal da
cidade com muitos dos géneros que entram diariamente no circuito alimentar.
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No Mercado observando, curiosos, as diferentes
espécies de fruta.
Viram os diferentes produtos/alimentos que lá se podem comprar provindos directamente dos agricultores:
batatas, couves, cebolas, cenouras, tomate, alface, feijão, etc. Após serem cultivados e colhidos, são para ali
trazidos para que as vendedeiras os possam vender. Foi
um aspecto de que os meninos muito gostaram interessando-se pelas explicações que as vendedeiras gostosamente lhes davam.
Saber comer é saber viver. Pela boca morre o peixe.
Dia dos Castelos
Para comemorar o Dia dos Castelo, no dia 7 de Outubro,
levando-nos assim numa viagem por tempos muito
antigos, todas as salas construíram o seu castelo.
O nosso “forte” foi montado no nosso hall de entrada,
transformado assim num verdadeiro cenário de fantasia,
tão a gosto da imaginação das nossas crianças. Havia
rainhas, reis e princesas com príncipes e demais servidores da corte espalhados pelos corredores da escolinha
numa decoração cénica variada.
Para que esta viagem ao tempo antigo se tornasse mais
real, os meninos da sala dos 5 anos visitaram um verdadeiro castelo. O Forte de Santiago da Barra, que como
o nome indica, nos é muito especial pois está ligado ao
nome da nossa cidade.
Junto ao Farol no Forte de Santiago da Barra,
de onde vem o nome de Viana do Castelo
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Em paralelo com esta visita e para aproveitar o passeio,
espreitámos também o Horto Municipal, as estufas e os
jardins. O dia terminou com a confecção de iogurtes na
nossa escola por todas as salas, lembrando assim um
de muitos alimentos saudáveis e utilizado nas nossas
famílias. No final do dia, quando os pais regressavam
para recolher os filhos eram surpreendidos com a oferta
de um iogurte. Boa! Surpresas destas não acontecem
todos os dias!
Nunca os meninos viram tantos e variados peixes.
E os nomes deles?
Alice no País das
Maravilhas e o
Soldadinho de Chumbo
Foi um dia muito especial, o dia 22 de Outubro. Nesse dia,
todos os meninos tiveram um contacto com o teatro. A
Animateatro, uma companhia de Teatro do Seixal que se
dedica à animação itinerante pelas escolas e infantários
do país. Além disso, foram nossos especiais convidados
os amiguinhos do Jardim-de-Infância da Misericórdia. É
preciso dizer que os meninos do Jardim da Misericórdia
são uma espécie de irmãos nossos: uns e outros frequentamos escolas da mesma instituição, a Santa Casa da
Misericórdia de Viana.
Durante duas horas, os meninos e meninas de ambos
Todos de pijama
Momentos de magia trazidos pela Animateatro
a Santiago da Barra
os jardins divertiram-se à grande com as histórias encantadoras que fizeram e ainda continuam a alimentar
a fantasia de sucessivas gerações de crianças e mesmo
de adultos.
riedade social de afirmação e resposta aos direitos e
necessidades das crianças, das pessoas seniores e das
suas famílias.
Foi no dia 20 de Novembro. Todos unidos por uma causa, viemos todos de pijama e pantufas para a escola.
A nossa casinha dos pijamas já tinha sido construída e
nela todas as famílias puderam deixar o seu donativo
que rendeu cerca 400 euros para apoio a crianças acolhidas na Mudos de Vida. Foi um dia muito especial, que
ajudou a perceber que todos juntos podemos marcar e
fazer a diferença, ajudando, sobretudo, aquelas crianças que não têm uma família.
Mundos de Vida. Solidários com todos
os meninos sem família.
O Dia Nacional do Pijama é um dia educativo e solidário
feito por crianças que ajudam outras crianças, promovido pela Mundos de Vida, uma instituição de solida-
É preciso que desde pequeninos se incutam os valores
da entreajuda e de todos os que contribuem para paz,
a justiça e o bom entendimento entre todos os seres
humanos. Desde muito cedo essa preocupação deve
estar presente na educação das nossas crianças. Daí o
significado da nossa participação neste Dia do Pijama.
Baile de Halloween
Como não podia deixar de ser, 31 de Outubro foi dia
de Halloween. Muito bem fantasiados, vestidos a
rigor e muito assustadores estavam as nossas crianças
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no nosso baile de Halloween. Houve música, muitos
doces e algumas travessuras.
Semana do Mar
Numa cidade piscatória com mar e rio como Viana do
Castelo, a Semana do Mar proporcionou-nos uma semana diferente na nossa escola. Barquinhos foram
construídos, decorados e legendados com bonitas frases sobre a preservação do mar, sendo depois distribuídos pela Praia Norte a todos os que por lá passavam.
Todas as salas desenvolveram bonitas actividades pedagógicas, resultando em trabalhos expostos na nossa
escolinha. Tudo cheirava a mar.
A programação desta Semana incluiu ainda uma visita
à Doca de Viana do Castelo. Aqui os meninos da sala
dos 5 anos puderam observar variados peixes e mariscos, bem como toda a logística que implica esta arte da
Pesca. Fizeram perguntas e enriqueceram o seu saber
sobre as lides piscatórias.
Numa cidade com tão forte tradição pesqueira, uma
Semana do Mar foi uma excelente ocasião de ligação
dos nossos meninos às tradições e modos de vida da sua
terra, em consonância aliás com o seu projecto educativo.
O dia de São Martinho
A fogueira do magusto e a brincadeira enquanto
assam as castanhas.
Foi um dia muito animado, o dia de São Martinho na
creche e jardim de Santiago da Barra. Tudo começou
logo de manhã com o reviver da Lenda de São Martinho
contada às crianças nas respectivas salas pelas educadoras. Foram momentos muito animados com as crianças
a seguir com toda a atenção cada um dos pormenores
daquela lenda encantadora. E foi interessante constatar
como todas elas gravaram na memória os detalhes da
história: as personagens, o soldado romano, Martinho,
e o mendigo; e a grande lição daquela história: pode-se
não possuir ouro nem prata ou grande riqueza para dar.
Mas há sempre algo que podemos partilhar com quem
precisa. Foi o que Martinho ensinou ao partilhar ao sua
capa com o mendigo.
À tarde, no recreio do jardim, não faltou o tradicional
magusto e foi com muita alegria e diversão que todas as
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São Martinho, soldado romano, no seu cavalo,
guerreiro da paz e das boas acções.
crianças e colaboradoras da Creche e Jardim saltaram e
comeram umas ricas castanhas assadinhas na fogueira,
acompanhadas de um rico suminho.
Mas a festa não se limitou unicamente ao dia de S.
Martinho, não, que as efemérides importantes há que
prepará-las com tempo. Assim podem ser vividas com
mais significado e intensidade. Por isso, com a devida
antecedências foi o tema trabalhado nas salas. E muitos
foram os trabalhos realizados pelas crianças em torno
das características desta época do ano que tanta beleza
e encanto davam à entrada e corredores da escolinha.
E claro, também as “enfarruscadelas” que deram à circunstância o ambiente típico do magusto de S. Martinho.
As fotos mostram bem a animação e o interesse como
se viveu o S. Martinho.
Festa de Natal
Histórias, muitos trabalhos, actividades animaram as
salas de Santiago, o Espírito de Natal pairava no ar...
Muitos ensaios foram precisos para que tudo estivesse
na perfeição na nossa Festa de Natal.
O dia chegou...17 de Dezembro, e à hora marcada os
pais e familiares começavam a chegar. Os meninos
dos 5 anos deram início ao espectáculo com um teatro e dança da Bela Adormecida, original da professora
de Dança Criativa. Em seguida os pequenos cantores
E claro, o Pai Natal com o saco de prendas, para todos.
Muita música, canções, dança… animação.
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das salas dos 2, 3, 4 e 5 anos mostraram os seus dotes
musicais com o apoio da professora de Música. Belas
canções foram entoadas. Logo logo chegava o Pai Natal,
que com muito frio e energia alegrou todas as crianças.
Era o momento mais esperado, a entrega da prenda ...
A nossa festa finalizou com um lanche com todos os
presentes. Todos contribuíram com um doce ou um salgado. E assim conseguimos passar uma tarde maravilhosa e em família.
CRECHE E JARDIM DE NOSSA SENHORA DA MISERICÓRDIA
Dia da criança
Textos de Andreia Guia, Anabela Rolo, Albino Ramalho.
Como não podia deixar de ser, o Dia da Criança foi dia
de festa na nossa escolinha. Para as da creche de 1 e 2
anos houve jogos de balões e danças de roda, pinturas e
desenhos no exterior.
Mas os do pré-escolar, dos 3 e 4 anos, puderam ir até ao
cinema no Estação Viana Shopping para verem “Frozen”,
um filme de animação musical produzido nos Estados
Unidos pela Walt Disney.
Na parte da tarde, todas as crianças lancharam no
exterior e dançaram.
De criança se pinta o mundo, de sonhos.
Assim se passou mais um dia 1 de Junho, Dia mundial da
Criança. Assinalada esta data como um dia para afirmar
os direitos das crianças e sensibilizar a sociedade para a
importância de que se reveste para o futuro da Humanidade o investimento que deve ser feito na sua educação,
a preocupação da nossa escolinha é que todos os dias
sejam efectivamente dias da criança: pelo acolhimento e
afecto que lhes é dedicado, pela atenção individualizada
a cada uma, e por que cada uma seja agente de um desenvolvimento sustentado da sua própria personalidade.
No dia da criança há balões que sobem e encantam.
Natal
Presépio – O presépio foi realizado pelos Pais e Familiares das crianças com a reutilização de materiais. Cada
Família foi seleccionada com uma figura do presépio
e no final montou-se uma lindíssima Aldeia Presépio.
Todas as famílias tiveram a oportunidade de participar.
Forma simples e ecológica de apresentação do presépio
Árvore ecológica
Na sequência de uma abordagem ao tema” Os três R”
Reduzir, reutilizar e reciclar, as crianças, juntamente
com a sua educadora, realizaram uma árvore de Natal
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com jornais. Com esta actividade empenharam-se e
divertiram-se, aplicando os seus conhecimentos.
Halloween
Continuando na senda de uma tradição que nos últimos
anos se tema firmado em Portugal e sobretudo na população estudantil, também as crianças da creche e do
Jardim de Infância Nossa Senhora da Misericórdia não
deixaram passar em branco o Dia das Bruxas. Para isso
já nos dias anteriores reinava grande animação em todas as salas em que a feitura dos fatos obrigou a puxar
pela imaginação e arte de educadoras e meninos. E dali
saíram verdadeiras obras de arte, que provam à saciedade o talento e a habilidade de que saíram verdadeiras
surpresas nos fatos de bruxas, vampiros e monstrinhos.
As belas máscaras e a alegria serena
da educadora e ajudante.
Celebração do Dia
de S. Martinho
A educação nas creches e jardins-de-infância representam os primeiros patamares educativos das nossas
crianças. Como estão numa fase de abertura ao mundo
e aos seus significados, a vivência das tradições, usos e
costumes locais ou nacionais reveste-se da maior importância na apreensão da sua identidade como membros de determinada comunidade.
Como as fotografias documentam. Participaram 95 crianças
das salas de 1, 2, 4 e 5 anos.
Porém, às crianças dos 4 e 5 anos coube-lhes ainda outra missão não menos honrosa e vistosa: desfilar com
os seus bonitos e criativos fatos pelas ruas de Santa Maria Maior e pela escola. Escusado será dizer que foram
muito festejados e aplaudidos por quem assistiu aos
desfiles.
E o dia concluiu da melhor maneira: com lanche animado e baile.
Criatividade e boa disposição nestas
máscaras de Halloween.
ao longo dos dias precedentes em sala de actividades
com as crianças da creche e do jardim. No Próprio dia,
houve apresentação da lenda de S. Martinho durante
a manhã nas diversas sala e à tarde todas as crianças
tiveram um divertido magusto. Enquanto as castanhas
assavam na fogueira feita no jardim exterior e depois
acompanhando o saltar à fogueira e o lanche das castanhas, um grupo de voluntários animou a tarde ao som
alegre das concertinas. A escolinha agradece ao senhor
Manuel Filgueiras e aos seus amigos o momento animado que nos proporcionaram.
Daí o papel que se atribui à celebração de efemérides
como é o caso de S. Martinho e actos que lhe estão associados. Não só tudo o que gira em torno do Outono e
do que caracteriza esta estação do ano, das castanhas e
do magusto fazem parte dos rituais próprios deste dia.
Mas também a evocação da figura do santo que antes
de ser bispo de Tours, foi soldado romano e protagonista da célebre gesto de partilhar a sua capa com um
pobre mendigo, gesto que as crianças tanto apreciam.
Todos estes aspectos foram devidamente trabalhados
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As concertinas de José Filgueiras e amigos
animaram o magusto.
Missão Pijama
Todas as crianças, berçário, creche e Jardim de infância, participaram no Dia Nacional do Pijama. Depois de
terem sido informadas bem como os seus pais, dos objectivos desse dia, todas compareceram na instituição
já vestidas de pijama e trazendo a “casinha mealheiro”,
onde vinha a contribuição, fruto da angariação feita na
família e amigos para a Mundos de Vida, uma instituição de apoio a crianças carenciadas, que totalizou 590€.
O dia foi preenchido com múltiplas e interessantes actividades que mantiveram as crianças fortemente motivadas e participativas: conto de histórias, danças de
roda, jogos tradicionais e o visionamento de um filme
sobre a solidariedade.
Todos de pijama. Em família, em solidariedade com Mundos
de Vida: todos os meninos têm direito uma família.
Em torno deste dia foram os pais desafiados a realizarem brinquedos dos tempos dos seus avós. O desafio
foi aceite e o resultado foi uma interessantíssima colecção de brinquedos tradicionais expostos durante algum
tempo na sala de televisão das crianças e que a foto
muito bem documenta.
Brinquedos
A fim de transmitir às nossas crianças como eram os
brinquedos de seus pais e avós, ainda tao distantes da
época das novas tecnologias, foram os pais da e avós
das crianças desafiados a construírem eles mesmos
brinquedos dos tempos de meninos. Desafio gostosa-
mente aceite deu este resultado: uma excelente colecção de brinquedos expostos na salinha de televisão e
que ainda lá podem ser apreciados. Imaginação e jeito é
o que não faltou aos habilidosos adultos que os produziram. E apesar da sua simplicidade e rusticidade quem
é que ainda não gosta de brincar e se divertir com eles?
Festa de Natal
Momentos alegres e divertidos que não se apagam facilmente da memória infantil.
O dia 12 de Dezembro não foi um dia como os outros
na Creche e Jardim de Nossa Senhora da Misericórdia.
Bem pelo contrário, um dia muito especial, que vai perdurar na memória de muitos meninos que aqui vivem
dos melhores dias da sua infância. Tratava-se nada mais
nada menos que da Festa de Natal. Um Natal antecipado, pois ainda alguns dias nos separavam daquele dia
maior, sendo dos mais curtos do ano, o 25 de Dezembro, o tão esperado Dia a azáfama era geral por toda
a creche e jardim com ajudantes e educadoras a desdobrarem-se em trabalhos e contactos para que tudo
estivesse pronto a tempo e horas de modo a proporcionar aos meninos momentos de encantamento e de
felicidade.
Pela manhã houve magia, com o mágico Eduardo Fernandes, que com os seus truques e habilidades proporcionou a toda a pequenada um pouco da “magia no Natal”.
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Durante o dia foram chegando os bolos e iguarias com
que os pais gostosamente colaboraram para compor as
vistosas e bem providas mesas com que no final meninos e adultos confraternizaram num alegre lanche. Mas
antes foi a festa propriamente dita com um programa
recheado de actuações dos pequenos artistas da casa.
Os pequenos artistas foram exímios a tocar e a cantar o Natal.
Assim, a cargo da sala dos 2 anos esteve a canção “Opereta de Natal - À procura de um pinheiro”. Depois estiveram particularmente activos os meninos dos 4 e 5 anos
que, com o apoio das suas professoras das actividades
extracurriculares emprestaram grande brilho à festa. Assim, com o apoio da professora de Inglês os dos 4 e 5
anos, apresentaram “Mensagem de Natal; com a professora de Dança Criativa os dos 4 anos executaram uma coreografia sobre a “magia do Natal”; com a professora de
Educação Musical foi a vez dos 4 e 5 anos interpretarem
a tão conhecida e natalícia Canção do Tambor; e finalmente competiu aos meninos dos 5 anos mostrarem o
seu talento executando a coreografia “Etnias” ainda com
a orientação da professora de Dança Criativa.
Já com o lanche a decorrer, fez a sua aparição a imprescindível e esperada figura do Pai Natal que fez a alegria
de todos. Para o efeito deslocou-se do Lar de Santiago da
Barra o senhor José Barros, o qual, paramentado a rigor,
Grande ambiente de festa anima crianças e pais.
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desempenhou na perfeição e a contento de todo o papel
do velhinho de barbas brancas, generoso e bonacheirão.
De manhã o Palhaço Eduardo fez o encanto da pequenada.
Visita à Aldeia Natal
DIVERLANHOSO
No dia 19 de Dezembro os meninos do Jardim de Infância de Nossa Senhora da Misericórdia foram presenteados com uma viagem mágica à aldeia do Pai Natal, na
Póvoa de Lanhoso.
Com uma alegria contagiante partimos da escola às 9:00h
rumo à Aldeia Natal onde chegámos por volta das 10h30m.
Aí fomos recebidos pelo “velhinho” de barbas brancas, o
Pai Natal, que nos acolheu com sorrisos e abraços. Foi desta forma que iniciámos a nossa viagem mágica…
Flocos de Neve e a Casa das Bolachas de Chocolate; por
fim, a Casa do Pai Natal, que nos recebeu no seu cadeirão
e com o qual estivemos à conversa durante algum tempo; o Pai Natal mostrou-nos o seu quarto e a escrivaninha
onde diariamente recebe centenas de cartas de meninos
de todo o país que esperam ansiosamente por uma resposta do “velhinho” que nunca de esquece de ninguém.
Passavam já das 16h30m, e após o lanche no parque,
quando partimos já com saudades desta aldeia fantástica, mas com um sorriso nos rostos e esperança no
coração de para o ano lá voltarmos.
A primeira surpresa foi o Circo Cláudio onde mágicos,
palhaços, malabaristas, trapezistas e alguns animais nos
ofereceram um espectáculo diversificado permitindo que
desfrutássemos de momentos divertidos e únicos. Ainda
no final da manhã almoçámos na tenda gigante da RTP
um delicioso piquenique que levamos da nossa escola.
Ao início da tarde, já com as baterias carregadas retomámos a viagem. A visita à Mina Encantada .AÍ pudemos conhecer o sítio onde anões, duendes e outros
seres mágicos da floresta trabalham e/ou habitam; na
Discoteca do Diver dançámos até não podermos mais
acompanhados por um DJ muito animado; na Casa das
Artes tivemos a possibilidade de construir anjos e de
fazer, para os mais corajosos, pinturas na cara com a
ajuda de duas animadoras; a Sala de Cinema permitiu
que descansássemos um pouco mais e assistíssemos a
um filme de animação; passámos ainda pela Casa dos
Na Aldeia do Pai Natal, a figura incontornável
do “velhinho de barbas brancas”.
Actividades em Agosto
Com o Agosto dedicado ao descanso e ao lazer, nem por
isso as nossas creches e jardins-de-infância fecham totalmente as portas. Pelo contrário, pensando nos pais e
encarregados de educação a quem o trabalho ou ocupações não dão descanso mesmo em mês de férias, as
portas continuam abertas.
Não totalmente, que a tal não obriga o número de
crianças cujos pais necessitam deste apoio de Verão. Albergadas nas alegres e acolhedoras instalações da creche e jardim de Santiago da Barra, aí desfrutam durante
as três primeiras semanas de Agosto de um atractivo
programa de actividades lúdico-pedagógicas propiciador de um crescimento harmonioso e saudável da sua
personalidade.
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A apoiar este programa, uma equipa de educadoras, ajudantes e auxiliares atentas e disponíveis para que cada
criança, em ambiente protegido e seguro, tenha a atenção e os cuidados que a façam sentir feliz e realizada.
Mantendo uma das suas instalações abertas, a Santa
Casa da Misericórdia presta também um serviço à comunidade na pessoa de pais e encarregados de educação,
impedidos por razões profissionais de se ocuparem plenamente das suas crianças durante esta época do ano.
Para o efeito, imprescindível a colaboração das educadoras e pessoal de apoio, que assim vêem condicionado
o seu plano de férias. Para elas uma palavra de apreço.
Alguns princípios básicos
da nutrição na criança
A nutrição pode ser definida como o processo pelo qual
o organismo utiliza os alimentos, enquanto o estado nutricional será o resultado do balanço entre a ingestão e
as necessidades e consumo de micro e macronutrientes. Um dos melhores indicadores de saúde individual
ou populacional é o estado de nutrição, e isto muito especialmente nas crianças, em que o crescimento e maturação estão, em grande parte, pelo tipo e quantidade
de aporte alimentar. Ao valorizar-se o estado nutricional, a criança pode encontrar-se numa situação de nutrição normal, ou numa de malnutrição, entendido este
termo como referido a qualquer alteração, tanto por
defeito (hiponutrição), como por excesso (obesidade).
Em muitas ocasiões, a identificação de uma alteração
nutricional não é fácil e exige um estudo exaustivo do
paciente, já que as mudanças, bioquímicas, de função
de órgãos e estruturas dos tecidos antropométricos ou
clínicos que se originam, não se desenvolvem ao mesmo tempo, nem com igual intensidade. No entanto, a
importância de identificar, o mais precocemente possível, a desordem nutricional é de grande transcendência, já que a oportunidade de evitar ou diminuir efeitos
temporais ou permanentes sobre tecidos e órgãos, depende da precocidade diagnóstica.
A estas prioridades devem juntar-se exames antropométricos periódicos ou, se a situação epidemiológica a
aconselhar, provas bioquímicas de “screening” ou estudois mais completos segundo população de alto risco.
Recomendações dietéticas para a criança.
(De verão proposrcionar os nutrientes essenciais: água,
proteínas, gorduras, hidratos de carbono, vitaminas, oligoelementos, sendo também as proporções adequadas
à idade, , sexo e condições metabólicas e ambienciais).
1. Lactância materna.
2. Evitar o uso do glúten no primeiro semestre e do leite
de vaca adaptado no primeiro ano.
3. Alimentação diversificada, a partir do quarto mês ou do
sexto ( se até lá continuar com leite materno exclusivo).
4. A partir do primeiro ano, dieta variada, completa e
equilibrada com todos os grupos de alimentos.
Objectivos da cantina escolar
1. Menus adaptados às recomendações nutricionais diárias.
2.Menus variados com apresentação atractiva.
Para valorizarmos o estado nutricional, deveremos recorrer a uma história cuidadosa, à análise da dieta (sendo a mais utilizada a lista de alimentos consumidos
num período de tempo), aos parâmetros clínicos, bioquímicos , socioeconómicos e psicométricos (sendo de
grande relevância nestes últimos, o índice de massa
corporal, que traduz a relação entre o peso e o quadrado da altura).
3. Equilíbrio de menus que representem a cozinha tradicional e a nova cozinha e novos alimentos.
Um dos factores ambientais mais importantes que influem no crescimento na saúde das crianças é a nutrição, podendo ter efeitos negativos, a longo prazo, sobre
o indivíduo. Nesse sentido, dever-se-ia estabelecer um
calendário de prioridade nutricional, que iria desde uma
adequada alimentação da grávida, a uma alimentação
correcta dos lactantes, a uma dieta completa e equilibrada durante toda a idade pediátrica, tendo em conta
as necessidades nutricionais segundo as idades e sexo.
Propostas
Para além disso, a morbilidade familiar de doenças, tais
como, alergia, obesidade, hipertensão, diabetes, doenças coronária, hiperlipidemia, numa idade precoce,
pode ser prevenida nutricionalmente.
4. Evitar a ingestão de sódio, reduzindo o consumo de sal.
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4. Incorporar a tecnologia alimentar e automatizada e
controle sanitário à cozinha e cantina.
5. A cantina como área de introdução de hábitos dietéticos, higiénicos e sociais.
1. Evitar o excesso de peso, consumindo só as calorias
que vão ser gastas pelo organismo.
2. Aumentar o consumo de hidratos de carbono
complexos, reduzindo o consumo de açúcares refinados e processados.
3. Reduzir o consumo total de gorduras, especialmente
gorduras saturadas e colesterol.
Fernando Branco, médico pediatra
Apoio à terceira idade
Vida que se
partilha e revigora,
com humanismo
e dignidade
A Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, com dois
lares no centro da cidade é hoje uma instituição de prestígio junto dos vianenses. Tem como missão o apoio social
a pessoas idosas promovendo o seu alojamento, cuidados
de saúde e higiene, alimentação, tratamento de roupa e
conforto pessoal, fomentando o convívio e proporcionando actividades lúdicas e socioculturais, promovendo assim
o seu bem-estar físico, psicológico, emocional e social. A
sua criação teve como objectivo a prática de obras da misericórdia, segundo a doutrina da Igreja Católica e visou a
satisfação das carências sociais na sua área de residência,
ou seja, o concelho de Viana do Castelo.
Raquel Ribeiro, psicóloga, directora do SAD
Lar de Nossa Senhora da Piedade
O Lar de Nossa Senhora da Piedade, com Acordo de
Cooperação para a resposta social de Lar de Idosos celebrado com o Centro Distrital de Viana do Castelo do
ISS,IP. em 18 de Junho de 1982, pertencente à Santa
Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, tem sede na
Rua Mateus Barbosa, sendo um lar de referência pela
sua proximidade com o centro histórico da cidade. O
edifício, uma casa adaptada, composta por quatro pisos
(rés-do-chão, 1.º, 2.º, 3.º e 4.º pisos), com capacidade
para, apenas, 40 idosos, permite que a relação estabelecida entre todos, colaboradores e residentes, seja
muito próxima e familiar.
A nível de recursos humanos fazem parte da estrutura
organizacional, uma directora técnica, uma encarregada geral, um enfermeiro, uma médica, uma psicóloga e
um fisioterapeuta (a tempo parcial) uma estagiária na
área da animação sociocultural, uma telefonista, dez
ajudantes de lar, quatro auxiliares de serviços gerais,
duas auxiliares de lavandaria, uma cozinheira e duas
ajudantes de cozinha.
Lar de Santiago
O Lar de Santiago, com Acordo de Cooperação para a
resposta social de Lar de Idosos celebrado com o Centro
Distrital de Viana do Castelo do ISS,IP. em 18 de Junho
de 1982, pertencente à Santa Casa da Misericórdia de
Viana do Castelo, tem sede na Praça General Barbosa.
Quanto à sua estrutura física o lar distribui-se por dois
edifícios distintos, designados de lar velho e lar novo.
A parte nova, um edifício moderno com uma ampla fachada de vidro que abrange a área de refeição e a área
social, tem uma grande visibilidade tanto do exterior do
edifício para o interior, como no sentido contrário, proporcionando uma abertura à comunidade.
A nível de recursos humanos fazem parte da estrutura
organizacional, uma directora técnica, uma encarregada geral, um enfermeiro, uma médica, fisioterapeuta e
uma psicóloga (a tempo parcial), uma animadora sociocultural, uma telefonista, treze ajudantes de lar, cinco
auxiliares de serviços gerais, duas auxiliares de lavandaria, uma cozinheira e quatro ajudantes de cozinha.
Serviço de Apoio Domiciliário
Perante o envelhecimento progressivo da população, o
Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) da Santa Casa da
Misericórdia de Viana do Castelo é uma resposta social
que consiste na prestação de cuidados individualizados
e personalizados no domicílio, a indivíduos e famílias
quando, por motivo de doença, deficiência ou outro
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impedimento, não possam assegurar temporária ou
permanentemente, a satisfação das suas necessidades
básicas e/ou as actividades da vida diária e rege-se Protocolo de Cooperação celebrado entre o Ministério da
Solidariedade e da Segurança Social e a União das Misericórdias Portuguesas.
O Serviço de Apoio Domiciliário pretende ir ao encontro das necessidades de cada utente, permitindo que
os idosos se mantenham o maior tempo possível no
seu domicílio com os devidos cuidados necessários. Assim, esta valência assegura a prestação dos seguintes
serviços: cuidados de higiene e conforto pessoal; arrumação e pequenas limpezas no domicílio; confecção,
transporte e/ou distribuição das refeições, tratamento
de roupas; e actividades de animação/socialização. Este
serviço realiza ainda as seguintes actividades, mediante
pagamento adicional: transporte de utentes, acompanhamento e transporte a consultas, aquisição de material de incontinência (fraldas), consultas de podologia e
reparações no domicílio. A permanência das pessoas no
seu domicílio é reconhecida como um factor de promoção do seu bem-estar físico, psicológico e emocional e a
sua consequente, qualidade de vida.
A nossa equipa é composta por profissionais qualificados, empenhados e dedicados às suas funções.
Cantina Social
A Cantina Social pertencente à Santa Casa da Misericórdia
de Viana do Castelo foi criada no seguimento do protocolo
celebrado com a Delegação do Centro Regional de Segurança Social de Viana do Castelo em 20 de Junho de 2012,
destinando-se a servir diariamente refeições.
Inserida na Rede Solidária das Cantinas Sociais, constitui-se
como uma resposta de intervenção no âmbito do Programa de Emergência Social, que tem como objectivo suprir
as necessidades alimentares dos indivíduos e famílias em
situação de vulnerabilidade socioeconómica, através da
disponibilização de refeições.
A Cantina Social da SCMVC está inserida numa estrutura já
existente e em funcionamento para outras respostas sociais
(os lares de apoio à terceira idade), de forma a maximizar
os recursos já existentes. A Cantina Social no Lar de S. Tiago
abriu no dia 1 de Agosto de 2012, assegurando 65 refeições diárias e no Lar Nossa Senhora da Piedade no dia 6 de
Março de 2013, assegurando 35 refeições diárias a beneficiários seleccionados de acordo com regras estabelecidas.
Após preenchimento e entrega da ficha de pré-inscrição na
Junta de Freguesia de Monserrate, pertencente à União das
Freguesias de Santa Maria Maior e Monserrate e Meadela
ou a sinalização por parte de outra entidade (Segurança Social, Gabinete de Apoio à Família, Equipas do Protocolo de
RSI, Serviços de Apoio Social da Câmara Municipal de Viana
do Castelo, Centro de Respostas Integradas, etc.), a situação sociofamiliar é analisada através da realização de uma
visita domiciliária ou entrevista para admissão, sendo posteriormente decidida a admissão/não admissão de acordo
com os critérios de elegibilidade e lista de espera existente
à data, conforme Regulamento Interno.
As refeições servidas são entregues para consumo no domicílio devidamente embaladas e acondicionadas.
Voluntariado
O Banco de Voluntariado da Santa Casa da Misericórdia
de Viana do Castelo é um dos projectos mais recentes
da nossa Instituição. Tem sido efectuada articulação com
o Banco Local de Voluntariado da Câmara Municipal de
Viana do Castelo, que promove a aproximação entre os
interessados no trabalho voluntário e as entidades promotoras de Voluntariado, como é o caso da SCMVC.
Desta forma, para ser voluntário da SCMVC deverá preencher a Ficha de Inscrição no Gabinete
Cidade Saudável. Poderá, também, inscrever-se via internet no sítio da Câmara Municipal de Viana do Castelo e
deverá participar numa Acção de Formação Geral de Voluntariado, a ministrar pela Câmara Municipal, antes da
integração na entidade acolhedora.
Considerando que os voluntários, se ofereceram de forma livre, desinteressada e responsável (Lei n.º 71/98 de 3
de Novembro), de acordo com as suas aptidões próprias
e no seu tempo livre, têm direito a estabelecer com a
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nossa Instituição um programa de voluntariado que regule as suas relações mútuas e o conteúdo, natureza e
duração do trabalho voluntário que vão realizar, foi criado um Programa de Voluntariado que regula tudo o que
é inerente ao Banco de Voluntariado.
Assim, a cada voluntário é sempre proporcionado, antes do início do seu trabalho voluntário, informação e
orientação acerca dos fins e actividades da Instituição de
modo a harmonizar a sua acção com a cultura e objectivos institucionais e, ainda, acerca do desenvolvimento do
seu trabalho, na medida do necessário e suficiente para a
boa realização das tarefas destinadas a todos os voluntários envolvidos no Projecto de Voluntariado.
De momento, temos dois voluntários a dinamizarem actividades no âmbito da Animação Sociocultural: o Sr. João
Araújo que dinamiza um Ateliê de Dança e Música e a
D. Cremilda Rodrigues que dinamiza actividades de psicomotricidade. Também temos voluntários na Galeria de
Exposições da SCMVC e na Igreja.
Actividades do projecto Envelhecer com Qualidade
Alguns dos nossos utentes são assíduos neste projecto da Câmara Municipal de Viana do Castelo, que tem
como objectivo implementar práticas que contribuam
para um envelhecimento activo e saudável, gostando de
participar activamente em todas as actividades e com
bastante empenho. Este projecto é uma oportunidade
de passarem uma tarde diferente, sendo proporcionadas actividades diversificadas. Durante este ano mencionam-se aqui as actividades em que participaram:
• Bailes em Darque, Barroselas (S. Valentim), Alvarães
(Carnaval), Carreço, Lanheses, Amonde, Afife (Santos
Populares), Areosa (Baile de Verão), Castelo do Neiva,
Barroselas (Baile de Halloween);
• Sessões mensais de Cinema no Auditório dos Estaleiros Navais;
• Ateliês: “Bordados” (Museu do Traje), “Vamos fazer
cabeçudos” (Escola Secundária de Monserrate), “Máscaras de Carnaval” (Escola Superior de Educação), “Saquinhos de Cheiro” (Horto Municipal), “Bonecos Articulados: Virgem Maria e Anjo Gabriel” (Casa dos Nichos),
“Com penas de escrita” (Museu de Artes Decorativas),
“Decoração de Natal (Edifício Vila Rosa);
• Actividade “Hora do Conto”, onde assistiram à dinamização de peças de teatro na Biblioteca Municipal;
• Actividade “Vamos Brincar com a Memória?” na Escola Superior de Educação;
• Actividade “Ioga para Seniores” na Escola de Monserrate;
• Sessão de Esclarecimento sobre “Algas” no Centro de
Monitorização e Interpretação Ambiental;
Actividades da Instituição
• Gala Sénior do Festival Internacional de Folclore no
Centro Cultural de Viana do Castelo;
• Actividades do “Dia Mundial do Idoso na Associação
de Reformados de Barroselas;
• Actividade “Cantares Tradicionais” em Deão, onde
apresentaram, vestidos a rigor, a música “Meu Bairro
Ribeirinho”. Os utentes divertiram-se bastante e fizeram um brilharete, ficando a vontade de repetir estas
iniciativas!
Actividades do Projecto Histórias Partilhadas
No âmbito do Projecto “Histórias Partilhadas”, ao longo do ano, os nossos utentes têm tido presença assídua
no Auditório da Biblioteca Municipal para assistirem às
dramatizações desenvolvidas pelos utentes das outras
instituições do distrito, como do Centro Social e Paroquial de Cardielos, do Lar da Congregação de Nossa Senhora da Caridade, do Centro Social e Paroquial de Afife
e do Centro Social e Paroquial de Barroselas.
Também os nossos utentes no dia 9 de Junho fizeram
uma pequena dramatização no Auditório da Biblioteca
Municipal, tendo decorrido muito bem. O feedback por
parte das outras instituições que assistiram foi muito
positivo e os nossos utentes divertiram-se bastante.
Também é importante referir que nos meses de Janeiro e de Fevereiro, o Lar da Piedade e o Lar de S. Tiago,
respectivamente, foram as Instituições escolhidas para
acolher o Projecto Histórias Partilhadas dinamizado pelos Voluntários do Grupo Sénior de Monserrate.
Aula de actividade física
No último dia de cada mês comemoram-se os aniversários
dos utentes que fizeram anos durante o respectivo mês.
No dia 7 de Março foi festejado o Dia da Mulher com a
dramatização de uma peça de teatro pelas funcionárias
do Lar da Piedade.
No dia 2 de Abril o Lar da Piedade festejou o seu
23.º Aniversário com um almoço comemorativo. Foram
enviados convites, elaborados pelos utentes, para todas
as valências, Serviços Administrativos, Mesa Administrativa e Coadjutores.
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• Comemoração do Dia Mundial da Saúde no Pavilhão
de Santa Maria Maior;
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No dia 7 de Abril os utentes dos Lares da Piedade e de
S. Tiago participaram numa aula de Actividade Física no
âmbito da Comemoração do Dia Mundial da Saúde e da
Actividade Física, onde também participaram crianças
e idosos de várias instituições do distrito, promovendo
assim o bem-estar físico e psicológico e o convívio geracional e intergeracional.
Festa da Páscoa
Festa das Rosas
Em cada um dos lares no dia 20 de Abril festejou-se a
Páscoa, recebendo o Compasso Pascal e no Lar da Piedade no dia 27 festejou-se ainda a Pascoela, recebendo
também o Compasso Pascal, seguido de um lanche.
No dia 12 de Maio os utentes tiveram a oportunidade
de ir visitar a Festa das Rosas em Vila Franca.
Dia Internacional da Família
No dia 15 de Maio, em cada um dos lares, comemorouse o Dia Internacional da Família com a recepção dos
familiares dos utentes para um lanche-ajantarado de
convívio, promovendo assim o estreitamento dos laços
afectivos dos utentes com as suas respectivas famílias e
a própria instituição, a segunda família para os nossos
utentes. Foi bom ver a partilha de afectos e sorrisos entre os utentes e os seus familiares.
Festa da Família no Lar da Piedade.
Época balnear
No dia 11 de Junho iniciámos a época balnear, dando
a oportunidade aos nossos utentes de durante 3 meses poderem usufruir da praia sempre que as condições
meteorológicas o permitiram. Os sorrisos estampados
nos rostos dos utentes fizeram com que todos se esforçassem para que todos os dias se repetisse o ritual de
todas as manhãs de praia. Sair do lar e poder caminhar
na praia ou simplesmente, sentar numa esplanada a ver
e ouvir a imensidão do mar azul, sentir a brisa do mar e
o cheiro à maresia desperta todos os sentidos, renovando energias e a vontade de voltar no dia seguinte. No
próximo ano voltaremos a repetir!
Os dois Lares convivem na esplanada da Praia Norte.
Excursão a Fátima
No dia 19 partiu um autocarro rumo ao Santuário de
Nossa Senhora de Fátima com 22 utentes dos Lares de
S. Tiago e da Piedade, bem como, também participaram
utentes do Serviço de Apoio ao Domicílio. O Passeio
correu muito bem e o feedback por parte dos utentes
que participaram foi muito positivo, demonstrando-se
através dos afectos, da felicidade estampada nos seus
sorrisos, na boa disposição ao longo do dia, nas palavras
ditas à chegada ao Lar e no que transmitiram aos outros
utentes que não participaram e aos seus familiares.
No recinto do Santuário de Fátima.
CORRENTES DE VIDA |
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Dia dos Avós
No Parque do Carvalhal, Gemieira, no dia dos Avós e dos Idosos.
No intuito de valorizar o papel dos avós e dos idosos
no seio da família e da sociedade e na continuidade de
uma tradição por si iniciada, também este ano o Secretariado Diocesano da Pastoral Social levou a efeito a
comemoração do Dia dos Avós e dos Idosos. Sendo que
para esta comemoração foi escolhido o dia 26 de Julho,
festividade litúrgica de S. Joaquim e Santa Ana, pais da
Virgem Maria e avós de Jesus, este ano foi celebrado
do véspera, dia laboral, para permitir às instituições que
trabalham com idosos dispor de pessoal para acompanharem os seus utentes.
Procurando levar o evento aos diferentes arciprestados
da diocese de modo a com o tempo percorrê-los todos,
este ano o contemplado foi Ponte de Lima, mais propriamente o Parque do Carvalhal, pertença do Crédito Agrícola, junto ao rio Lima, na área da freguesia da Gemieira,
espaço amplo e aprazível, com todas as condições para
acolhimento deste tipo de eventos.
Ali se concentraram cerca de 800 utentes seniores provenientes das diversas instituições (IPSS, Santas Casas da
Misericórdia) e pessoas individuais dos diferentes pontos
do distrito, tendo a Santa Casa da Misericórdia de Viana
do Castelo estado representada por 20 idosos dos Lares
de Nossa Senhora da Piedade e de Santiago, devidamente acompanhados do pessoal auxiliar e sob a coordenação da Dr.ª Raquel Ribeiro. A jornada foi preenchida com
um recheado programa de animação com actuações do
Rancho das Lavradeiras de S. Martinho da Gândara, grupo musical Vozes do Lima, uma movimentada aula de
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Zumba com nota mais, pela qualidade da animação e
liderança, para a animadora Marieta Cerqueira do Lar de
Santiago da Misericórdia de Viana do Castelo, e destaque
ainda o grupo sénior da Congregação de Nossa Senhora
da Caridade e as crianças do berço e infantário da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima.
Por sua vez, a missa celebrada às três da tarde por
D. Anacleto Oliveira, Bispo da diocese, foi acompanhada
por cantores e instrumentistas da Banda de Música do
Centro Social e Paroquial de S. Martinho da Gândara. À
homilia o prelado brindou a assistência com uma simples e sábia reflexão em que, interagindo com crianças
presentes (a presença dos netos confere todo o sentido ao Dia dos Avós) vincou os valores do amor e da
amizade que os avós legam à família e à sociedade e a
gratidão de que são merecedores pois, além de todo o
legado que nos deixam, a eles também devemos a vida.
Não faltou almoço e lanche dos farnéis aviados pelas
respectivas instituições, saboreados à sombra do frondoso carvalhal deste parque, que já foi cenário de festivos e lautos eventos e que hoje, embora com sinais de
decadência, mantém ainda condições de bom aproveitamento. Graças à acção incansável do grupo de voluntários de S. Martinho da Gândara e ao Pároco, Dr. Freitas, incansáveis na mobilização de recursos para esta
festa e para a disponibilização dos meios de animação,
o Dia dos Idosos de 2014, ficará certamente como uma
grata lembrança na memória de todos e a fazer despertar o desejo de idêntica celebração em 2015.
Baile dos Santos Populares
No dia 24 de Junho realizou-se o Baile dos Santos Populares no Lar de S. Tiago. Esta actividade foi em conjunto
com o Lar da Piedade, promovendo-se assim o convívio
geracional entre os utentes dos dois lares.
No S. João do Lar da Piedade reviveram-se as marchas populares.
Passeio a Santa Luzia
Com o objectivo de dar oportunidade aos nossos
utentes de cumprirem as suas promessas, bem como
passarem uma tarde diferente, no dia 30 de Julho, 31
utentes dos Lares de S. Tiago e da Piedade rumaram
ao Santuário de Santa Luzia, onde tiveram a oportunidade de assistir à missa e rezar o terço. Depois de
cumpridas as práticas religiosas, terminou-se a tarde
com um lanche convívio.
Reviver as Festas da Agonia
No Lar da Piedade, no mês de Agosto, foi implementada
uma actividade “Mural da Romaria” que surgiu com o intuito de aproximar os utentes e as funcionárias. Citando
as palavras da Directora Técnica do Lar da Piedade, Drª.
Ana Cristina Freire, “A Festa é da cidade, todos os que em
Viana vivem sentem a Romaria de forma distinta, mas não
conseguem ser indiferentes. Por isso foi proposto a todas
que participassem, pintando, riscando ou simplesmente
escrevendo umas palavras… foi isso que aconteceu e o
resultado, efectivamente, foi o esperado. Estiveram juntos residentes e trabalhadoras, todos com opiniões distintas com ideias que representavam, de forma diferente o que sentem com esta Romaria. O resultado foi um
quadro colorido, que desvendou mãos habilidosas para
novos projectos…”. O Lar de S. Tiago durante as festas de
N.ª Sr.ª da Agonia teve a visita de algumas Mordomas da
Romaria, o que alegrou bastante os utentes, pois tiveram
a oportunidade de reviver de mais perto a Romaria.
Momento de oração no templo do Sagrado Coração
no passeio a Santa Luzia.
Festival Internacional de Folclore
No dia 26 de Agosto os lares da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo tiveram a visita de um Rancho Espanhol “Grupo Folklórico Valdemedel de Ribera del Fresno”, no âmbito do Festival de Folclore Internacional do
Alto Minho. A demonstração que efectuaram nos nossos
lares demonstrava um grupo de jovens que dominavam
as castanholas com muita alegria e garra, o que cativou
os nossos utentes. Aliando-se a isso, o facto de falaram
uma língua “vizinha”, próxima da nossa, fez com que os
utentes se envolvessem entusiasticamente nesta actividade. Os utentes do Lar da Piedade ainda tiveram a oportunidade de receber este grupo para almoçar.
No dia seguinte os utentes dos dois lares tiveram a
oportunidade de assistir à Gala Sénior do Festival Internacional de Folclore no Centro Cultural de Viana do
Castelo, tendo sido o feedback por parte dos utentes
muito positivo.
Passeio ao Porto e a Gaia
No âmbito das comemorações do Dia Internacional do
Idoso, realizou-se um Passeio ao Porto e a Gaia. Nesta
actividade participaram 31 utentes dos Lares de S. Tiago,
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Lar da Piedade e Serviço de Apoio ao Domicílio, que tiveram a oportunidade de visitar da parte da manhã o
Parque da Cidade e a Foz do Douro. Seguiu-se o almoço
no Lar de António de Almeida em Gaia, numa parceria
com a Santa Casa da Misericórdia de Gaia. Da parte da
tarde visitaram o cais da Ribeira de Gaia, regressando
ao final do dia a Viana do Castelo.
O feedback por parte dos utentes à chegada aos respectivos lares foi muito bom, referindo a vontade de repetirem esta iniciativa.
Momentos da visita à Santa Casa de Misericórdia de Gaia
VianaSoft - Ateliê de Chocolate
Numa parceria com a VianaSoft, à semelhança do que
tem acontecido nos outros anos em formações de contexto de trabalho, nos lares foi dinamizada a actividade
“O que eu já fiz e o que ainda vou fazer”, bem como, os
utentes também tiveram a oportunidade de participar
num “Ateliê de Chocolate: Fazer Bombons e Desenhos
Seguindo atentamente os segredos da confecção do chocolate.
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coloridos com chocolate”. No fim, deliciaram-se com
os chocolates confeccionados durante o ateliê, tendo
na primeira actividade podido reviver os tempos de infância fazendo uma retrospectiva das suas vidas. Foram
actividades muito divertidas e do agrado de todos os
participantes.
Ao lanche, momento para saborear as delícias
confeccionadas.
No lar de Santiago, o ateliê do chocolate deu
esta deliciosa sobremesa.
Projecto “Mais Saúde na Melhor Idade”
No âmbito do Projecto “Mais Saúde na Melhor Idade –
Prevenção de Quedas nos Idosos” promovida pela Cruz
Vermelha Portuguesa – Delegação de Viana do Castelo,
e com o apoio da Direcção Geral da Saúde, os nossos
utentes dos lares da SCMVC participaram em 4 sessões
de actividades com as enfermeiras responsáveis pelo
projecto, que tem como principal objectivo prevenir
quedas e as suas consequências na terceira idade, promovendo um processo de envelhecimento saudável e
activo. Foi um projecto bastante interessante e que motivou a participação dos nossos utentes.
Interacção com a PSP
Numa parceria estabelecida com a Esquadra da PSP do
Comando Distrital de Viana do Castelo, através do Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade, dois
Agentes da PSP realizaram nos nossos lares acções de
sensibilização sobre a nova nota de 10 euros, alertando
para questões de segurança. Os nossos utentes gostam
sempre desta proximidade com a polícia, tendo gostado
da visita e agradecendo os conselhos transmitidos.
Em diálogo com a PSP para prevenção de notas falsas
e alertas de segurança
São Martinho
No dia 11 de Novembro os Lares da SCMVC celebraram
o São Martinho. O dia iniciou-se com a realização de
uma missa em cada um dos lares, seguindo-se um almoço de confraternização com a Mesa Administrativa e
os convidados. De tarde seguiu-se a animação com concertinas, o Grupo de Gaitas de Foles de Cardielos e um
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baile dinamizado pelo Sr. João Araújo, voluntário que
dinamiza, quinzenalmente a tarde dos nossos utentes,
um Ateliê de “Música e Dança”. O dia terminou com o
magusto onde não faltaram as castanhas assadas e cozidas bem quentinhas!
Festas de Natal nos Lares de Santiago e de Nossa Senhora da Piedade
Nos dias 18 e 19 de Dezembro realizaram-se as Festas
de Natal no Lar de S. Tiago e de Nossa Senhora da Piedade, respectivamente.
cipação de um grupo musical constituído por uma das
funcionárias da Instituição, a D. Ascensão Gaspar, acompanhada pelos seus músicos.
As festas iniciaram com a celebração eucarística pelo
Sr. Bispo da Diocese de Viana do Castelo, D. Anacleto,
e o Sr. Padre Vasco no Lar de S. Tiago e pelo Sr. Padre
Armando no Lar da Piedade, sendo acompanhado por
um coro improvisado por um grupo de funcionárias e
por voluntários.
As nossas festas puderam também contar com a visita do
Pai Natal que distribuiu as prendas aos nossos residentes,
denotando-se a magia, o encanto e a alegria de todos os
presentes. Seguiu-se também o momento de distribuição
das prendas aos funcionários da Instituição pelo Sr. Provedor, Dr. Afonso, em nome da Mesa Administrativa.
Terminando a cerimónia solene seguiu-se um momento
muito bonito com a apresentação de músicas de Natal
pelos residentes do Lar de S. Tiago e uma peça de teatro
apresentada pelas estagiárias do Lar da Piedade. Após
este momento, iniciou-se a animação musical com um
grupo alegre de concertinas de que os nossos residentes tanto gostaram, e logo de seguida tivemos a parti-
As festas terminaram com um lanche/jantar e a atuação
da Tuna Hinoportuna que nos brindaram, mais uma vez,
com a sua presença e alegraram também as nossas festas com a sua música e alegria contagiante.
Lanche na Festa de Natal no Lar de S. Tiago
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O carinho, os afectos, os sorrisos e a alegria dos nossos
residentes estavam estampados nos seus rostos.
O coro afina as vozes para a Missa da Festa de Natal
no Lar de S. Tiago
Momento teatral no lar da Piedade
Momento de preparação da Missa de Natal no Lar da Piedade.
Exercício aeróbico
em idosos
Hoje em dia, cada vez mais observa-se que termos como
qualidade de vida, obesidade, sedentarismo, doenças
coronárias estão relacionados com a falta de actividade
física. Sempre foi de senso comum que o sedentarismo
está associado a uma maior incidência de doença arterial coronária, além da obesidade. E que, inversamente,
a prática regular de exercícios é útil na prevenção primária e secundária dessas doenças.
Durante o processo de envelhecimento ocorrem alterações cardiovasculares, ocorre perda de massa cardíaca
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de 1 a 1,5 gramas por ano dos 30 a 40 anos, além da
redução do VO2máx. Em relação às alterações músculo
-esqueléticas ocorre uma redução da massa óssea, mais
frequentemente em mulheres; e em torno dos 60 anos
há uma redução da força máxima entre 30% a 40%, o
que corresponde 6% por década dos 35 anos aos 50
anos, a partir daí, 1% por década.
De acordo com o Centro Nacional de Estatística, estimase que cerca de 84% das pessoas com idade igual ou
superior a 65 anos sejam dependentes para realizarem
suas actividades quotidianas, constituindo-se no maior
risco de institucionalização.
Com a prática de actividade física, o idoso obtêm alterações
fisiológicas que contribuem para a manutenção de uma
vida saudável e reabilitação de problemas já existentes.
Deste modo, a actividade física aeróbica constitui-se
como um excelente instrumento de saúde. O treino
aeróbico para o idoso deve ser de 3 a 5 vezes por semana, com duração da actividade variando de 30 a 40
minutos, guardando uma relação inversa com a intensidade. Para “idosos debilitados” inicia-se com duração
de 5 a 10 minutos, realizando duas ou mais sessões por
dia. A intensidade deve ser moderada com 40 a 75% do
VO2máx ou 55 a 85% da Fcmáx, o que corresponde em
geral à escala de Borg de 3 a 5 ou de 12 a 13, conforme a escala preferida (0-10 ou 6-20, respectivamente).
Esta escala expressa valores, no qual a pessoa informa
a sensação de astenia (fadiga) perante a intensidade de
trabalho que lhes está sendo imposta. Assim, é possível
que idosos que utilizam beta-bloqueadores (medicação
que permitem que a frequência cardíaca não se eleve
demasiadamente), transmitam sua sensação de esforço
aquando a realização de uma actividade física, e assim,
controlar a intensidade do exercício.
Os programas de treino aeróbico auxiliam no desenvolvimento de três níveis de expressão: nível físico- objectiva desenvolver todo o potencial biológico; nível psíquico cabe estimular o reequilibro de alguns sentimentos
que são a perda de auto-estima, a carência afectiva e a
instabilidade emocional; o nível sociocultural tem como
objectivo desenvolver a comunicação e a convivência
com pessoas de várias idades.
O treino físico não pode restaurar tecidos que já foram
destruídos, porém pode proteger o praticante contra
um número grande de doenças crónicas relacionadas
ao envelhecimento. Mais importante é maximizar as
funções fisiológicas do organismo que ainda estão conservadas, fazendo que o idoso tenha uma vida mais
tranquila e com qualidade.
Ricardo Lima, fisioterapeuta
Paradigma de programas
de actividade física
em idosos
Há quem diga que, “ movimento é vida”. Mover-se é
uma função essencial da vida, ou mesmo, uma necessidade fundamental; o indivíduo que se move conserva
não apenas uma melhor qualidade de vida, mas também a sua identidade social e a sua imagem corporal.
Desde o princípio dos tempos, tanto os nómadas como
os caçadores tinham de se entregar a tarefas de enorme
esforço para sobreviverem. Mais tarde, antes da Revolução Industrial, os agricultores e respectivas famílias
trabalhavam arduamente, potencializando até ao fim
da sua vida as componentes físicas, sobretudo a força
e a resistência.
Contudo, a Revolução Industrial e, a subsequente, Era
da Tecnologia alteraram estilos de vida da maioria das
pessoas, tornando-se gradualmente sedentárias, pois
os bens primários, como a alimentação, deixam de ser
cultivados pelos próprios para serem comercializados.
Do mesmo modo, os avanços em saúde pública no séc.
XX, tais como a melhoria das condições de higiene, vacinações, controle de epidemias e a melhoria situação
económica das famílias levaram um decréscimo da
mortalidade. Consequentemente, a população cresce;
o número de pessoas acima dos 60 anos aumenta a um
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ritmo exponencialmente acelerado. Os epidemiologistas prevêem que nos países desenvolvidos, em 2030,
as pessoas com mais de 65 anos representarão 25% da
população. Também o número de pessoas com mais de
100 anos tem vindo a aumentar. O grupo etário que está
a registar o maior índice de crescimento na Europa e
nos EUA é o de pessoas acima de 85 anos de idade.
Surgem assim, deste raciocínio, dois termos: Sedentarismo e envelhecimento, que se inter-relacionam incontornavelmente, e são o estereótipo quer das instituições de 3.ª idade, quer do idoso solitário sentado num
banco de jardim.
O inevitável envelhecimento associado ao sedentarismo, contribuem para um aumento do número de idosos
debilitados, incapacitados, ou que sofrem de doenças
crónicas e de problemas mentais relacionados com o
envelhecimento. É possível evitar muitos destes problemas recorrendo à actividade física, nomeadamente
programas específicos de reabilitação física, e a treino
das capacidades funcionais do idoso.
A actividade física tem dois objectivos principais: o preventivo e o terapêutico. Nos idosos a actividade física
é vista como uma melhoria do seu bem-estar, e como
o adiamento do envelhecimento das suas funções.
Apesar de não retardar a degeneração anatómica das
estruturas, optimiza uma adaptação funcional que as
compensa e as torna suportáveis durante mais tempo.
Deste modo, a actividade física, tem como meta final,
a aquisição de movimento e função livres de sintomas.
As actividades desenvolvidas no treino das capacidades funcionais são fundamentais para dar o corte com
a realidade monótona e sedentária dos nossos idosos
institucionalizados, e contribuir para um equilíbrio bio
-psico-socio-emocional dos nossos seniores saudáveis;
pois, para além de todos os benefícios que possam trazer para a qualidade de vida das pessoas, também o aspecto económico não pode ser descurado; é que: “mais
saúde é sinónimo de menos gastos com a doença.”
Ricardo Lima, fisioterapeuta
Vida que pulsa e se comunica
Os nossos Serviços
Administrativos
Os Serviços Administrativos da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, compostos por uma equipa técnica multidisciplinar, situam-se no Passeio das
Mordomas da Romaria, e asseguram, em dias úteis, das
09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, o atendimento
individualizado a todas as solicitações dos órgãos de administração, Irmãos, trabalhadores, utentes, entidades
externas e da Comunidade em geral.
Constituem o “coração da Instituição”, pois sem eles a circulação de informação entre os vários órgãos que a compõem e que a ela umbilicalmente se ligam não existe.
Configuram o sector central da Instituição responsável
pela imagem e burocracia inerentes a todos os sectores
que a compõem, garantindo, administrativa, técnica e
informativamente que os serviços sejam prestados, de
forma profissional, justa e rigorosa, nos termos do Compromisso da Irmandade, dos acordos de cooperação celebrados com a Segurança Social, do Estatuto das I.P.S.S
e demais normas legais que a caracterizam e a obrigam.
A confiança, honestidade, responsabilidade social, profissionalismo, rigor, humanização, igualdade e justiça
são valores subjacentes a cada um dos oito profissionais que integram os Serviços Administrativos, os quais
dispõem de recursos materiais, técnicos e tecnológicos
adequados ao seu bom desempenho, com vista a aumentar a qualidade do trabalho prestado, a reduzir o
seu tempo de execução e a uniformizar procedimentos,
em prol das catorze obras da Misericórdia.
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A equipa que diariamente apoia a Direcção nos Serviços
Administrativos e de Manutenção.
Desta forma, colaborando na prossecução dos fins da
Irmandade, compete-lhes o apoio na administração e
gestão de recursos humanos (secretaria, gestão financeira, pessoal, aprovisionamento, informática), património e obras (gestão imobiliária, projecto e planeamento, equipamentos, arrendamento, manutenção de
instalações, equipamentos e viaturas), apoio social, 3.ª
idade e voluntariado, apoio à infância.
Alda Maria Vilas Boas Felgueiras, Directora-Coordenadora dos Serviços Administrativos, mostra-se satisfeita
com os resultados obtidos durante o corrente ano e demonstra-se convicta de que os Serviços Administrativos
continuarão a evoluir, para que continuem a ser prestados com qualidade e profissionalismo.
Núria Freixo, técnica de apoio jurídico
Igreja da
Misericórdia:
espaço de culto
e de arte
A Santa Casa da Misericórdia possui na sua Igreja da Misericórdia um dos monumentos mais emblemáticos do
património histórico e artístico de Viana do Castelo. A
riqueza das talhas dos retábulos, a variedade e a beleza
da sua imaginária bem como o esplendor da azulejaria
que cobre totalmente a suas paredes, fazem deste templo um permanente estímulo ao estudo especializado e
um constante atractivo de visita para locais e forasteiros.
Mas esta igreja nasceu como um lugar de culto e de expressão da espiritualidade cristã de acordo com a matriz original das Misericórdias: a manifestação do amor
a Deus e ao próximo, através da prática das obras de
misericórdia, profusamente ilustrada nos azulejos que
decoram completamente a suas paredes.
As igrejas das Misericórdias foram desde as suas origens
espaços profundamente arreigadas na espiritualidade
das suas comunidades onde diariamente se celebravam
e em muitas delas se continuam a celebrar actos de cul-
to. Assim acontecia na Igreja da Misericórdia de Viana
do Castelo. Actualmente, este templo continua aberto
ao culto nele se celebrando regularmente a missa aos
domingos e dias santos às 12 horas.
Em determinadas ocasiões, como a festa da Padroeira da
Misericórdia e outros momentos próprios, estas missas
são especialmente concorridas, sobretudo quando têm
a participação de grupos corais especializados e funciona
o órgão histórico. Assim acontece sempre que se anuncia
a participação dos Pequenos Cantores da Academia de
Música de Viana do Castelo ou como sucedeu aquando
da vinda a Viana da Schola Cantorum de Santarém.
Também nesta igreja, com a Bênção dos Ramos, em
Domingo de Ramos, se iniciam todos os anos as cerimónias da Semana Santa, seguindo depois o resto da
celebração na Igreja Catedral. Já na véspera, tem lugar a
recepção ao andor de Nossa Senhora das Dores, a qual
sai no dia seguinte para o Sermão do Encontro incorporado na Procissão do Senhor dos Passos.
Pela sua aura artística e ainda pela sua ligação à comunidade, sobretudo do centro da cidade, muitos noivos
solicitam a realização da sua cerimónia de casamento
e por vezes optam também por aqui celebrar o baptismo dos filhos. Não raro sucede também ser centro de
encontro celebrativo de antigos seminaristas ou de antigos combatentes.
Grupos de escolas, de universidades sénior, associações,
excursionistas e turistas individuais atraídos pela beleza
dos seus azulejos e pela riqueza das suas talhas são visitas frequentes deste espaço que figura nos roteiros de
circulação obrigatória de quem visita Viana do Castelo.
Interior da igreja da Misericórdia: ao centro, altar-mor; capela de Nossa Senhora da Misericórdia (lado direito);
capela do Sagrado Coração de Jesus (lado esquerdo).
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Albino Ramalho
Na Igreja da
Misericórdia
de Viana todas
as visitas
são especiais
A igreja da Misericórdia está aberta ao público todos os
dias, excepto ao domingo, dia em que abre apenas para
a missa dominical, pelas 12h. Os visitantes que aqui
chegam são todos diferentes, tem diferentes idades, diferentes profissões, diferentes nacionalidades, diferentes culturas e diferentes religiões, falam diferentes línguas. Habitualmente quem recebe tão estimadas visitas
prepara-se para falar um pouco de inglês, francês ou espanhol para assim contribuir para que a experiência do
visitante seja mais significativa. E como preparar a visita
para quem fala outra linguagem? Ou que vê de outra
maneira? O desafio foi-nos proposto no início do mês de
Julho pelo posto de turismo: receber na Igreja um grupo de cinco invisuais vindos de Lisboa. Esperavam uma
visita rápida mas certamente minimamente adequada á
sua condição. Chegaram e trouxeram companhia: cinco
guias muito especiais, cães-guia de raça Labrador. Não é
costume vermos visitantes de quatro patas em espaços
museológicos, mas estes estão em serviço: guiar os seus
donos invisuais. Depois de darmos as boas-vindas ao
grupo fez-se uma breve resenha sobre as origens da instituição e dos edifícios. Seguimos para a igreja. Normalmente no momento em que os visitantes contemplam
a vista geral do templo ficam maravilhados com o que
o olhar alcança. Queríamos que também este grupo se
maravilhasse, e que conseguisse criar uma construção
mental daquilo que o rodeava, por isso descrevemos a
arquitectura de nave única, as paredes forradas de painéis azulejares, as imagens e os respectivos altares de
talha, o brutesco do tecto, o órgão. Contudo, descrever
o aspecto de todos estes elementos não seria suficiente
para tornar esta visita significativa. Foram identificados
alguns pontos de interesse e os visitantes foram convidados a vê-los á sua maneira: com a ponta dos dedos.
Tocaram a talha dourada de um dos altares e soltaram
exclamações ao perceberem as formas dos anjos e flora, no claustro tocaram na representação de S. Miguel,
esculpido em relevo, e riram ao descobrir os cornos do
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demónio vencido pelo arcanjo, sentiram a temperatura dos azulejos enxaquetados, “vendo” os efeitos geométricos da repetição dos mesmos. Antes de irem ao
claustro estiveram na capela-mor e não foi preciso dizer
que ali o pé direito era maior do que na nave do templo:
enquanto era descrita a cúpula e o lanternim, o grupo
virou o rosto para cima…sentindo o lugar, respirando
os cheiros, sorrindo…como quem está realmente a ver.
Esta visita faz-nos reflectir sobre as questões da acessibilidade e da inclusão. Quando falamos em acessibilidade não estamos afinal a referir apenas aspectos físicos ou arquitectónicos, existem muitas outras barreiras
que podem impedir diferentes públicos de uma fruição
plena de determinada experiencia cultural. As barreiras
podem aparecer em forma de um degrau que não se
consegue subir (barreiras físicas) mas também numa
brochura que não se entende devido á sua linguagem
rebuscada (barreiras de comunicação) ou a atitude arrogante de um guia que não está sensível a um visitante
com diferentes costumes (barreiras culturais). E quando
falamos em acessibilidade e inclusão não podemos falar
apenas nas instituições, temos aqui de lembrar que a
mudança começa em cada um de nós, pensar na vida
quotidiana e questionar: promovemos a acessibilidade
e a inclusão na nossa vida diária com as pessoas com
quem nos cruzamos e convivemos? Educamos efectivamente as nossas crianças para o respeito pela diferença
e pela valorização da diversidade? Enquanto comunidade é importante que estas problemáticas sejam reflectidas para que a mudança positiva aconteça.
E para terminar fica a resposta á vossa possível pergunta: ”os visitantes caninos portaram-se bem?”. Portaram
sim, cumpriram a sua missão sem ruido ou qualquer outro inconveniente. Importa referir que a 14 de Julho de
1999 entrou em vigor o Dec. Lei nº 118/99 de 14 de Abril
que introduziu regras destinadas a facilitar a missão de
meio auxiliar de locomoção que os cães-guia acompanhantes de deficientes visuais desempenham. Em 2007
este diploma foi substituído pelo D.L. Nº 74/2007 de 27
de Março que alargou esta lei aos cães de assistência.
Fica também um convite: visitem a Igreja da Misericórdia, serão com certeza bem recebidos.
Ana Rita Cunha
Pela Instituição
Schola Cantorum
de Santarém
A Missa Dominical do dia 30 de Março da Igreja da Misericórdia teve um sabor especial para todos aqueles
que habitualmente a ela acorrem para a sua celebração
eucarística semanal.
Vindos de Santarém, deslocou-se até à cidade de Viana do
Castelo a Schola Cantorum da Sé catedral daquela que se
ofereceram para solenizar a Missa Dominical das 12 horas.
Com uma judiciosa e apropriada selecção de cantos dirigidos pelo maestro David Paccetti os jovens cantores
escalabitanos não só fizeram jus ao virtuosismo artístico
como muito ajudara a assembleia de fiéis para uma melhor vivência aprofundada da eucaristia dominical.
Integrando-se esta deslocação na preparação da Schola
Cantorum para a participação num Concurso Internacional, certamente que os objectivos terão sido plenamente atingidos, a julgar pela excelente impressão deixada pela actuação de Viana.
Festa da Padroeira da
Misericórdia
Ordena o Compromisso que nas igrejas e capelas da
Irmandade se celebre a festa anual em honra da padroeira – Nossa Senhora da Misericórdia. Apesar de
preceituada, estava em falta esta festividade na Misericórdia de Viana do Castelo. Daí que, relevando o culto
que à padroeira deve prestar a instituição, a nova Mesa
Administrativa integrasse o preenchimento desta lacuna no seu programa eleitoral.
Inicialmente celebrada no dia 2 de Julho como festividade de Nossa Senhora da Visitação, ou da Misericórdia,
a mesma seria mais tarde fixada no dia 31 de Maio. Daí
a razão pela qual a Misericórdia de Viana do Castelo
faz deste dia, em que homenageia a sua padroeira, um
marco importante do ciclo anual da vida da instituição.
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Os Pequenos Cantores, da Academia de Música de Viana
do Castelo preparando-se para a Celebração.
O acto central desta celebração constituiu-o a missa
solene presidida pelo Senhor Vigário Geral, em representação do Senhor Bispo da Diocese, e concelebrada
com sacerdotes da Capelania. A abrilhantá-la, o acompanhamento com cânticos litúrgicos de mensagem e
harmonia adequadas do Coro dos Pequenos Cantores
da Academia de Música de Viana do Castelo e o apoio
do professor Diogo Zão no órgão histórico da igreja.
A comemoração teve ainda a sua vertente cultural
expressa no concerto sinfónico e de órgão pela Orquestra da Academia de Música regida pelo consagrado
maestro Vítor Lima, tendo ao órgão o professor Diogo
Zão, e ainda uma interessante exposição de pintura do
prestigiado Arq. Meireles.
conhecimentos sobre múltiplas vertentes do património
histórico, arquitectónico e artístico que a Casa da Misericórdia com a sua igreja e claustro encerram, constituindo
no seu todo um rico e valioso conjunto museológico.
Estas comemorações contaram ainda com uma visita
guiada à Igreja, Claustro e Museu da Misericórdia, na
sexta-feira dia 30 de Maio. Este acto, que teve a presença de membros da Mesa Administrativa, demais corpos
sociais, membros da Irmandade e público interessado
pela história e arte da Santa Casa.
A visita foi orientada pelo Dr. Francisco Carneiro Fernandes, reputado professor e investigador vianense que
partilhou com os participantes os seus aprofundados
O maestro Vítor e o Coro dos Pequenos (grandes) Cantores
deram o tom de arte e elevação à Missa Solene.
Missa Solene presidida por Monsenhor Sebastião Ferreira,
Vigário Geral da Diocese
O Dr. Francisco Carneiro Fernandes no momento em que iniciava a visita guiada à Igreja, Claustro e Museu da Misericórdia,
um dos momentos centrais do programa de comemorações da Padroeira.
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Primeiras jornadas sobre
Museologia nas
Misericórdias - Penafiel
No passado dia 13 de Setembro, tiveram lugar as 1ªs
Jornadas sobre «Museologia nas Misericórdias», uma
iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel em
colaboração com o Pelouro do Património da União das
Misericórdias Portuguesas (U.M.P). No evento estiveram presentes provedores, mesários e outros representantes de vinte e cinco Misericórdias de entre as 50,
actualmente, com museu. A convite da Santa Casa da
Misericórdia de Penafiel também a Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo ( SCMVC ) marcou presença
nas Jornadas tendo-se deslocado a Penafiel o Mesário
Albino Ramalho e a colaboradora responsável pelas visitas aos espaços museológicos da Santa Casa.
As jornadas aconteceram na Igreja da Misericórdia de Penafiel com a Mesa de Honra constituída pelo Senhor Director-Geral do Património Cultural, Dr. Nuno Vassallo e Silva,
- que presidiu ao evento, Senhor Presidente da Câmara
Municipal de Penafiel, Dr. Antonino de Sousa, Representante da U.M.P., o Vogal do Secretariado Nacional, Senhor
Dr. Bernardo Reis, Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Misericórdia de Penafiel, Dr. João Barros e
ainda pelo Provedor da SCMP, Prof. Júlio Mesquita.
Durante a manhã os participantes assistiram a diferentes e interessantes comunicações , como a da Profes-
Aspecto da assitência às Jornadas.
Ana Rita Cunha
Interior da Igreja da Misericórdia de Penafiel, onde
decorreram as Jornadas.
Celebração dos
Fiés Defuntos
CORRENTES DE VIDA |
sora Doutora Maria Antónia Lopes : “As Misericórdias
Portuguesas: 500 anos de história e património” ou a
intervenção do Professor Doutor João Paulo Avelãs Nunes : “Museologias e nova museologia. O exemplo dos
museus das Santas Casas da Misericórdia”. Já no período da tarde teve lugar um conjunto de intervenções de
diferentes Misericórdias sobre os seus museus. Apresentaram os seus espaços museológicos as Misericórdias de Arouca, Castelo Branco, Coimbra, Guimarães,
Torre de Moncorvo, Vila Alba (Cuba), S. Brás de Alportel
(não presencial) e Viana do Castelo. Assim, além de
melhor conhecer o trabalho de outras misericórdias na
área museológica, a SCMVC teve também a oportunidade de se apresentar enquanto instituição com espaço –
museu, tendo sido feita uma intervenção pelo Mesário
Albino Ramalho que apresentou à plateia as salas-museu da assim como parte do acervo museológico que
,por diferentes razões, não se encontra exposto. Por
fim, os participantes nas jornadas foram convidados a
visitar o museu da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel . Nesta visita foi particularmente interessante observar os expositores construídos para as peças de paramentaria, que poderão inspirar a projecção de material
expositor para a SCMVC, já com intenção de preparar
uma exposição de paramentaria.
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Em dia de domingo e de Fiéis Defuntos, apesar da chuva
copiosamente abatida sobre a cidade, os membros dos
órgãos sociais, funcionários, colaboradores e Irmãos da
Santa Casa da Misericórdia deslocaram-se ao Cemitério
Municipal em homenagem de sufrágio, respeito e apreço
para com todos os membros da Irmandade falecidos.
O culto dos mortos, centrado na devoção às Almas do
Purgatório, vem desde as origens das Santas Casas, motivando por parte de Irmãos e Benfeitores doações e
legados com essa finalidade. Fica aos vivos a gratidão,
o respeito pelo seu exemplo e a obrigação de, assim o
exigir o Compromisso, anualmente, no mês de Novembro, sufragarem as suas almas.
O Rvdo. Padre José Lima, do serviço da Capelania da
Misericórdia, numa expressiva oração por todos os
evocados, lembrou de modo especial a figura do último Provedor falecido, Dr. Alberto de Oliveira e Silva, e
nele recordou a plêiade de provedores, mesários, benfeitores, colaboradores e Irmãos que devotadamente
entregaram muito das suas vidas e recursos ao serviço
da Instituição. Por todos foi elevada ao Senhor da Vida e
da Morte uma sentida prece pelo seu eterno descanso.
A memória dos Irmãos falecidos esteve também nas palavras do Provedor, Dr. Manuel Gomes Afonso, aos quais
a Santa Casa deve gratidão e apreço pelo legado que
deixaram e cujo exemplo continuará a servir de guia e
estímulo para melhor servir aqueles a quem deve acolher e em especial os mais desprotegidos.
A cerimónia culminou com a deposição de uma coroa
de flores na sepultura do Dr. Oliveira e Silva, o Prove-
Romagem ao cemitério em memória e oração
por todos os Irmãos falecidos.
dor sábio e generoso que ao longo de 36 anos conduziu
os destinos da Santa Casa da Misericórdia, nele ainda
personificando a homenagem da Instituição a todos os
Irmãos já falecidos.
Seguiu-se na Igreja da Misericórdia a habitual Missa Dominical, com uma presença significativa de público que
veio associar-se aos Irmãos presentes pelo sufrágio de
todos os que na Irmandade ou fora dela, concluída a
viagem terrena, trilharam já o umbral da imortalidade.
Festa de S. Martinho
Não foi, como inicialmente previsto, devido às condições meteorológicas ocorridas, a festa de S. Martinho
da Santa Casa da Misericórdia celebrada no alto do
Monte de S. Silvestre, em Cardielos. Para aquele aprazível local estava programada a missa de S. Martinho
na Capela de S. Silvestre, seguida de almoço sarrabulho
nas instalações da Confraria de S. Silvestre e pela tarde
fora magusto e animação no espaçoso terreiro.
Claro que não permitindo S. Pedro que o frio e a chuva
proporcionassem a concentração dos nossos idosos em
lugar tão aprazível, mas com riscos para a sua aúde e
bem-estar, nem por isso a festividade perdeu em brilho
e animação, pois o programa pôde ser integralmente
cumprido, embora confinado à intimidade e conforto
de cada um dos lares da Piedade e de Santiago.
Ao fim da manhã, em cada uma destas valências foi
celebrada a missa de S. Martinho, tendo os sacerdotes
que habitualmente prestam apoio espiritual, o senhor
padre Armando no Lar da Piedade, e o senhor Padre
Vasco no de Santiago, ressaltado nas suas homilias o
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exemplo de desprendimento e generosidade do Santo
do dia e a alegria duma vida partilhada e fraterna em
generosa convivência com o próximo.
De relevar ainda o facto de no Lar de Santiago se ter
constituído para o efeito um coro espontaneamente
formado pelo pessoal que aí presta serviço o que conferiu ao acto litúrgico uma participação e vivência muito
especial. Também no Lar da Piedade o momento foi intensamente vivido pelo clima de participação e proximidade criado entre celebrante e assembleia e os cantos a
que os participantes facilmente aderiram.
Seguiu-se-lhe o esperado almoço de sarrabulho com os
rojões como mandam as leis da boa cozinha minhota,
ou não estivéssemos em pleno Novembro no coração do
Minho onde a tradição ainda é o que era. E claro, o arrozdoce e o creme queimado, parceiros indispensáveis destas iguarias caseiras, como não podia deixar de ser e para
gáudio dos comensais, também marcaram presença.
Uma nota muito positiva para todo o pessoal que esteve particularmente bem na forma como se esmerou e
diligência no apoio aos idosos e na decoração dos espa-
ços conferindo ao local uma atmosfera de asseio e bom
gosto. E claro, para as cozinheiras, que proporcionaram
um repasto que fez as delícias de utentes e convidados.
As concertinas no Lar de Santiago e Banda de Gaitas de
Cardielos e o grupo de dança no da Piedade, ao longo
do magusto, criaram o necessário ambiente de festa
que envolveu a tarde e de tal modo contagiou o ambiente que muitos idosos, esquecendo doenças e maleitas próprias da idade, se entregavam animadamente às
cantorias ou às danças parecendo voltar a viver os seus
tempos de jovens.
E para isto serviu esta festa de S. Martinho: proporcionar aos utentes e pessoal dos nossos lares momentos
de alegria e animação que tornem mais feliz a sua vida
na Instituição.
A esta festa se associaram alguns convidados, os mesários e outros elementos dos órgãos sociais e colaboradores bem como os sacerdotes da capelania que prestam apoio espiritual nos dois lares.
Protocolo entre
a Santa Casa
da Misericórdia
e a Cooperativa
Hope para Centro
de Intervenção
Especializada
em Demências
Fruto de cooperação entre a Santa Casa da Misericórdia
e a Cooperativa Hope vai surgir em Viana do Castelo o
primeiro Centro em Intervenção Especializada em Demências da região.
A assinatura do protocolo entre as duas instituições decorreu na sexta-feira, dia 12, nas instalações da Santa
Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, tendo assinado por parte da Santa Casa o seu provedor, Dr. Manuel
Gomes Afonso, e pela Cooperativa Hope o seu presidente, Enf.º Luís Durães. O acto teve ainda a presença
de um representante da Câmara Municipal de Viana do
Castelo, Dr. Manuel Rosas, e o director do Centro Distrital da Segurança Social, Dr. Paulo Órfão.
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O acto reveste-se da maior importância não só para a
cidade e município de Viana do Castelo como para todo
o Alto Minho, pois se trata de uma unidade, a primeira da região, em intervenção especializada em diversas
demências, incluindo a modalidade Snoezelen, uma terapia à base de estimulação sensorial, orientada para
pacientes de especial complexidade como os afectados
pela doença de Alzheimer.
Porém, a relevância desta unidade, para além da maisvalia que aporta à comunidade a disponibilização de
cuidados altamente especializados no trabalho directo
com os pacientes em centro de dia, é que ela terá ainda uma acentuada vertente de formação a técnicos e
cuidadores incluindo os próprios familiares directos, os
primeiros a lidar com as situações de demência.
Por outro lado, a frequência do centro de dia por parte dos doentes permitirá ainda aliviar os seus familiares do estresse e ansiedade próprios de quem com eles
permanentemente convive, libertando-os, desse modo,
para momentos de maior liberdade e distensão.
A unidade vai ser instalada no imóvel propriedade da
Santa Casa situada na Rua José Espregueira, desta cidade, onde já funcionou uma creche da mesma instituição. Para o feito está a sofrer obras de adaptação cuja
conclusão prevista para breve evidencia a vontade da
Santa Casa e da Cooperativa Hope de nos primeiros meses do ano o serviço entrar em funcionamento.
A Galeria de Arte
da Santa Casa:
espaço de arte
aberto
à comunidade
A Santa Casa da Misericórdia de Viana sempre teve e
continua a ter uma importante dimensão artística: o
conjunto de edifícios que a alberga está identificado
como monumento nacional , pela sua beleza e originalidade estética e é visitado e apreciado ao longo de todo
o ano por turistas e vianenses, no seu acervo museoló-
Num universo ainda bastante carenciado, como o dos
cuidados a doenças do foro mental, sobretudo adultos,
é de saudar a cooperação entre estas duas instituições
para a criação de recursos inovadores no apoio a esta
população de doentes. A necessidade de suprir carências e a consciência de empreenderem uma iniciativa
inovadora e altamente benéfica neste domínio para a
região explicam o empenhamento e o optimismo com
que as duas instituições abraçaram este projecto.
gico conta com exemplares de pintura e escultura de
grandes mestres de diferentes épocas.
E porque a arte continua a ter uma presença importante na vida da instituição é com regularidade que são
inauguradas exposições na Galeria de Arte da SCMVC.
O espaço, onde no passado funcionava a secretaria, localiza-se no rés-do-chão do edifício do antigo hospital
da Santa Casa, com entrada pela praça da Republica.
São duas salas que se abrem para a mais nobre praça
da cidade e também para o público que já se habituou
a visitar as várias exposições. Foi em 2013, após as últimas obras no edifício, que a galeria abriu ao público e
desde então tem proporcionado aos visitantes um leque ecléctico de exposições, na sua grande maioria de
artistas locais.
Ricardo de Campos (pintura), REBELO (pintura),José
Maria Barroso (fotografia), Salvador Vieira (escultura),
foram alguns dos artistas que passaram pela galeria em
2013. Já em 2014, além de duas exposições colectivas
com obras de pintura e escultura da colecção da SCMVC (Aníbal Alcino, Salvador Vieira, Araújo Soares, Elder
Exposição de pintura dos artistas representados na colecção da Santa Casa da Misericórdia.
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Carvalho, António Silva, António Alves, Rui pinto, Álvaro
Rocha, Helena Abreu, Júlio Capela e Arlindo Pintomeira)
e obras de Conceição Saleiro e Arnaldo, a galeria recebeu igualmente interessantes exposições Individuais de
Fernando Meireles, Victor Carneiro, Pintomeira e mais
recentemente Isabel Soares, esta última com a colaboração do Centro Cultural do Alto Minho, parceria com
a qual a Santa Casa tem contado para a organização de
outras exposições.
A curadoria é assegurada por uma equipa de mesários
sempre atenta ao que acontece no panorama artístico
e aberta à análise de propostas de artistas que manifestem interesse em expor a sua obra neste espaço.
A Santa Casa procura assim não só divulgar o trabalho
dos artistas mas também contribuir para o enriquecimento cultural da comunidade que pode aqui contactar
com diferentes expressões artísticas.
Em preparação está já a agenda da galeria para o ano
de 2015, ano durante o qual a Santa Casa espera vir a
acolher as obras de novos artistas, afirmando assim a
sua visão de inovação e criatividade.
Ana Rita Cunha
Curiosidades do
acervo museológico
da SCMVC
Trabalhar com o espólio museológico de uma instituição tão antiga como a Santa Casa é uma permanente
aventura e uma constante descoberta. Além das obras
expostas no museu existe um vasto número de peças
que não estão ainda acessíveis ao público, umas por estarem a aguardar restauro, outras porque estão a sofrer
intervenção de limpeza ou restauro, outras ainda que
permanecem cuidadosamente acondicionadas e por razões de espaço aguardam serem mostradas em exposições temporárias.
Grande parte do acervo museológico da SCMVC é facilmente identificável : são peças de Arte Sacra, retractos pintados de beneméritos da instituição e espólio
do antigo hospital. Mas existem elementos deste acervo que não se identificam num primeiro contacto. É o
caso deste pequeno objecto: uma caixa de pequenas
dimensões em madeira, com uma gaveta e um mecanismo em metal…o que será? Um selo branco? Não…
não tem selo…apenas uma lâmina de formato circular…
Já conseguiram adivinhar ?Pois bem: é um cortador de
hóstias. Actualmente o fabrico de hóstias é industrial
mas no passado era com este objecto que se cortavam
as hóstias para a eucaristia. Primeiramente era feita a
chamada placa obreia: uma mistura de farinha e água
que era prensada num prensa com símbolos eucarísticos, depois ia ao forno e seguidamente eram cortadas
as hóstias num artefacto como este:
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Outra preciosidade do acervo da SCMVC é a colecção
de livros do antigo hospital , um vasto conjunto de livros
técnicos de outros tempos. Há colecções completas de
enciclopédias médicas e volumes especializados em determinadas patologias. A maioria são edições ainda do
séc.XIX e além de bonitas encadernações apresentam
ilustrações muitos interessantes, tantos as ilustrações
de anatomia ou de procedimentos médicos, como as
ilustrações da publicidade da época .Nestas duas páginas de um “formulário médico”, contendo informação
acerca de como preparar medicamentos, aparecem vários anúncios a farinha de uma marca bem conhecida.
Assim era a publicidade:
Centro Hope: uma
nova abordagem
das demências
A vida é feita de momentos. É feita de pessoas e de
memórias. Mas para algumas essas memórias desaparecem. Para sempre. Em Portugal estima-se em mais
de 150 mil o número de pessoas que sofrem de alguma forma de demência. Se pensarmos que cada pessoa
terá pelo menos um cuidador, esse número duplica. Em
poucos anos Portugal passou de um dos países mais jovens da Europa a um país envelhecido, fustigado pela
emigração. Ninguém está livre; existe prevenção, mas
não imunidade; existe tratamento, mas não há cura. É
esta a realidade – crua, crescente e preocupante. Castro Caldas disse que “daqui a uns anos, ou vamos estar
doentes ou estaremos a ajudar alguém com a doença,
e ninguém está preparado”. Acredito que seja verdade, mas acredito – de verdade! – que não tenha de ser
assim. Fazer diferente é possível, fazer mais é possível,
fazer melhor é possível. Para isso teremos talvez de, primeiro, mudar a nossa forma de ver as pessoas, de ver
o envelhecimento, talvez, de nos vermos a nós próprios
na sociedade.
Viver mais tempo implica envelhecer. Maior longevidade não pode ser vista como um fatalismo ou uma ameaça, antes como uma vitória da humanidade. Envelhecer
pressupõe alterações físicas, psicológicas e sociais; é um
processo universal e irreversível, mas heterogéneo e individual e, tal como em qualquer outra fase da nossa
vida, ocorrem transformações múltiplas acompanhadas
de seus próprios desafios. É assim que entendemos a
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demência na HOPE!: como um desafio que, vindo associado à idade, não é sinónimo da idade. E muito menos
um beco sem saída, um problema sem solução.
Na HOPE! ambicionamos melhorar a vida das pessoas,
de todas as pessoas, das que vivem hoje, e das que viverão no futuro. Criada para desenvolver respostas integrais e inclusivas a problemas sociais emergentes, a
HOPE! Desenvolve, como eixo prioritário, uma reposta
integrada e específica à pessoa com demência, de forma a maximizar a qualidade de vida, autonomia e independência no seu próprio domicílio, pelo máximo de
tempo possível e em segurança, minimizando o impacto
físico e psicológico no familiar e cuidador.
E é neste contexto que surge a parceria da HOPE! com
a Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo para a
criação do primeiro centro de intervenção especializado
da região. Um espaço e um conjunto de serviços pensados em pormenor para estas pessoas e famílias, que
permitam que vivam mais tempo em casa – na sua casa!
– e com qualidade de vida. Naturalmente, desafio tão
grande, que implica uma rotura clara com a intervenção
tradicional, privilegiando, desde logo, o domicílio como
espaço prioritário de intervenção, pode apenas ser levado a cabo em conjunto, trabalhando em rede com as
várias instituições da comunidade, particularmente as
que direcionam para um público sénior as suas atividades, de onde se destaca a importante intervenção da
SCM.
A demência pode ainda ser considerada algo sem cura
– clínica! – mas acredito que é possível curar relacionalmente as pessoas, acredito numa cura social, familiar,
multidimensional do problema. Não antever uma cura,
não significa que não exista intervenção. É aliás vasto
o campo de intervenção dos diferentes profissionais. O
caminho é longo, é certo, e estamos no início, mas há
que percorrê-lo!
Luís P. Durães
HOPE! Respostas Sociais | Presidente da Direção
www.hope.pt | [email protected]
Os nossos
Benfeitores
trato a óleo era produzido e colocado na Galeria dos
Benfeitores para perpetuar a memória da generosidade destes estimados cidadãos.
D. Ifigénia era filha de José Júlio Pinto Ribeiro e esposa de um Irmão da Santa Casa, Miguel d’Alpuim
Agorreta .
O casal não vivia longe das instalações da Irmandade, habitando o palacete conhecido como “Casa dos
Agorretas” na actual Rua Manuel Espregueira. No número 354 de 26 de Janeiro de 1924 da revista Ilustração Católica pode ler-se uma pequena notícia com
fotografia :É umas das mais apreciáveis casas da cidade de Viana do Castelo. A casa possui uns magníficos
salões onde se encontra um verdadeiro museu de
preciosidades em cerâmica, vidraria, etc., a par dum
mobiliário de grande valor artístico. É actual senhor
da casa e representante das respeitáveis famílias
Agorreta e Alpuim, o nosso ilustre amigo Sr. Miguel
D’Alpuim Agorreta e Sá Coutinho, casado com a Sr.ª
D. Maria Ifigénia Pinto Ribeiro.
D. Maria Ifigénia de Sousa Pinto Ribeiro d’Alpuim
Na imagem podemos ver um retrato a óleo sobre tela
de Maria Ifigénia d’Alpuim que integra a colecção de
retratos de Benfeitores do acervo artístico da Santa
Casa da Misericórdia de Viana do Castelo. Na placa
de madeira que o encima lê-se: D. Maria Ifigénia de
Sousa Pinto Ribeiro d’Alpuim – Irmã Benfeitora desta
Santa Casa – Acta da Assembleia Geral de 31 de Maio
de 1925.
O livro dos estatutos da Santa Casa da Misericórdia
de Viana de 1938 considerava Benfeitor da Santa
Casa qualquer pessoa que tivesse prestado serviços
relevantes à Irmandade ou a tivesse beneficiado com
donativos importantes, legado ou herança. Um re-
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Além de irmão, Miguel D’Alpuim Agorreta era também conselheiro fiscal da Irmandade. D. Ifigénia, por
seu lado, fazia parte do grupo de ilustres senhoras
que na época se dedicavam às causas sociais. Consta
nos livros de actas da instituição que no ano de 1925
foi organizado um peditório em benefício da Santa
Casa promovido por D. Ifigénia. O peditório rendeu
na época 15.000$00 e toda a comitiva organizadora
foi inscrita no Livro dos Irmãos da Santa Casa da Misericórdia de Viana. D. Ifigénia, além de dedicada protectora do Hospital da Misericórdia, era também uma
grande devota de Nossa Senhora das Dores e zeladora
do seu altar na Igreja. Na ocasião das festividades de
Nossa Senhora das Dores era dedicada especial atenção ao altar e na acta da sessão extraordinária de 12
de Janeiro de 1931 escreveu-se: É ver como as suas
mãos de fada o adornam, dispondo tudo bem, transmitindo beleza e graça encantando os nossos olhos a
graciosidade e arte em que fica o altar da Santíssima
Virgem. Dada a relevância dos serviços prestados à
Irmandade foi considerada Irmã Benfeitora e o seu
retrato pintado para a posteridade.
Ana Rita Cunha
Agenda em Correntes de Vida
Creches e Jardins-de-infância
Janeiro
-Cantar dos Reis nos lares de idosos e pelas
ruas da cidade
Fevereiro
- Baile e desfile de máscaras; visita ao hospital;
celebração do Dia de S. Valentim
Março
- Dia do Pai: realização de prenda para o pai;
pais realizam actividade na creche/jardim.
- Dia Mundial da Árvore – Plantação de
árvores/sementeira.
- Visita ao Centro Histórico.
- Visita à Biblioteca Municipal.
Abril
- Páscoa – realização de surpresa.
- Dia Internacional do Livro – Dinamização da
biblioteca da escola; idosos contam histórias
aos mais pequenos.
- Dia do lar de Nossa Senhora da Piedade:
troca de presentes entre crianças e idosos.
- Dia do Livro; visita de um escritor à escola.
- Celebração da Páscoa; realização do jogo
do coelhinho da Páscoa e caça aos ovos.
- Dia Internacional da Saúde.
Lares e Apoio Social
Janeiro
- Visita do Grupo de Janeiras de Monserrate
ao Lar de S. Tiago.
- Visita do Grupo de Janeiras de Monserrate
ao Lar da Piedade.
- Visita da Cruz Vermelha no âmbito do Projecto
“Mais Saúde na Melhor Idade”
Fevereiro
- Interacção com os Infantários da Instituição no
âmbito do Projecto Educativo “Gerações com Arte”.
- Visita do grupo do Projecto “Histórias Partilhadas”
no Lar da Piedade.
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Abril
- Visita do Grupo Folclórico de Santa Marta
de Portuzelo ao Lar da Piedade.
- Visita do grupo do Projecto “Histórias Partilhadas”
no Lar de S. Tiago
Igreja e Culto
Março
- Concerto pela Academia de Música na Igreja
da Misericórdia, dia 14, 21h30.
- Quinta-Feira Santa: Igreja aberta para
a tradicional visita nocturna às igrejas.
- Sábado Santo: (à tarde) Entrada do andor
de Nossa Senhora das Dores.
- Domingo de Ramos: Bênção dos Ramos
na Igreja da Misericórdia. À tarde, saída
do andor de Nossa Senhora das Dores
à Praça da República para
o Sermão do Encontro.
Galeria de Exposições
Janeiro
- Exposição de pintura de A. Melo Rosa.
Fevereiro
- Exposição do Rotary Club de Viana do Castelo.
Março-Abril
- Exposição de Arte Sacra da Santa Casa
da Misericórdia.
Abril
- Exposição fotográfica sobre a arte
do estuque (ACER)
FICHA TÉCNICA:
CORRENTES DE VIDA
BOLETIM INFORMATIVO
Correntes de Vida
deseja a
todos os seus
colaboradores
e leitores um
feliz 2015
Coordenador Responsável:
Albino Ramalho
Redacção:
Albino Ramalho,
Raquel Ribeiro,
Ana Rita Cunha
Colaboradores:
Manuel Gomes Afonso, Tânia Guedes,
Cristina Freire, Andreia Guia, Anabela
Rolo, Fernando Branco, Ricardo Lima,
Núria Freixo, Bruno Oliveira.
Design Editorial
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Fotografia:
Iglésias Llano, Albino Ramalho,
Ana Rita Cunha.
. Propriedade da Santa Casa .
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