- Centro Empresarial de São Paulo
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Shopping Panamby Jaraguá Os planos da nova administração para manter clientes, atrair novos consumidores e aumentar vendas Alcoa Um empreendimento no coração da Amazônia Turismo O que é que a Bahia tem Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping Panamby Jaraguá MAR/ABR/MAI – 009 | | 1 | | MAR/ABR/MAI – 2009 Sob nova direção A mais recente novidade do Centro Empresarial de São Paulo fica por conta da nova administração do Shopping Panamby Jaraguá, que passa a estar sob responsabilidade da Lumine – Soluções em Shopping Centers, empresa de consultoria, administração, planejamento e desenvolvimento de shoppings centers. Em seu currículo está a administração de empreendimentos em importantes cidades, particularmente no Estado de São Paulo, do interior e capital como o Shopping Jardim Sul, o Boulevard Tatuapé e o D&D – Decoração e Design Center. Novas ações serão desenvolvidas pela nova administradora do Shopping Panamby Jaraguá no sentido de atender as necessidades de consumidores, atrair o público em potencial da região e aumentar as vendas para os lojistas. Os detalhes estão na presente edição, que também apresenta uma reportagem sobre o SPED – Sistema Público de Escrituração Digital, que substituirá os livros fiscais em papel por dados digitais. Considerada uma grande mudança contábil em operação, através do uso da tecnologia da informação para eliminar erros de escrituração, reduzir custos e facilitar a fiscalização, a medida está orientada para as empresas sujeitas à tributação do Imposto de Renda com Base no Lucro Real, enquadradas no Acom- panhamento Tributário Diferenciado, estimadas em aproximadamente 11 mil empresas. Falando em grandes modificações, a descoberta de uma das maiores reservas de bauxita do mundo, em Juriti, município localizado na margem de direita do Amazonas provocou uma significativa alteração em termos de desenvolvimento da região. A responsável pela exploração do minério é a Alcoa. Nessa edição, você vai conhecer as ações da empresa para esclarecer a população local, evitar danos ao meio ambiente e desenvolver esforços conjuntos pelo desenvolvimento sustentável do município. Nova também é a legislação sobre a contratação de estagiários, que a princípio gerou dúvidas entre as empresas e foi responsável por uma redução significativa em termos de contratos desse tipo. Prova da importância da comunicação no meio empresarial, uma cartilha de esclarecimento por parte do Ministério do Trabalho ajudou as empresas a conhecer os detalhes da nova lei, que trouxe mais segurança aos estagiários. Como se sabe, o estágio representa uma fonte de renovação e de formação de profissionais qualificados de que tanto o nosso mercado de trabalho necessita. Espero que o leitor goste destes e de outros artigos que terão a oportunidade de ler a seguir. Boa leitura. Orestes Quércia Presidente da Panamby Empreendimentos e Participações Ltda. MAR/ABR/MAI – 2009 | | CARTAS NOTAS | Foto: Divulgação Apoio a projeto social A Associação Santa Cecília, próxima ao Centro Empresarial, procura parceiros para o financiamento do projeto “Conectando Sonhos: informática e cidadania em busca de uma sociedade inclusiva”. O projeto consiste em um centro de tecnologia que oferecerá cursos de informática e acesso livre à internet para os moradores do Jardim São Luís. A organização já conta com o apoio do Instituto Alcoa. Conheça a proposta e veja no que você ou sua empresa podem colaborar. email: [email protected] Cáritas A Cáritas Diocesana de Campo Limpo – Subcúria M´Boi Mirim (Telecentro e Coopergaia) agradece ao Centro Empresarial de São Paulo as doações recebidas e a intermediação, junto à Alcoa, para o envio de mais de quinhentos coletores (lixeiras) para material reciclável. Irmã Gleide Mello Cartas para a redação da revista Centro Empresarial SP News podem ser enviadas para: [email protected] Shopping Panamby Jaraguá Os planos da nova administração para manter clientes, atrair novos consumidores e aumentar vendas Alcoa Um empreendimento no coração da Amazônia Turismo O que é que a Bahia tem Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping Panamby Jaraguá MAR/ABR/MAI – 2009 | Revistafinal-março.indd 1 4 | | 20.03.09 15:25:39 | MAR/ABR/MAI – 009 Em julho, a Monday Academia inaugura unidade no Centro Empresarial. O novo espaço terá 1400 m e capacidade para atender até 100 clientes. O diferencial da unidade encontra-se em uma sala para atividades cardiovasculares distribuída em um anfiteatro. A arquitetura da unidade foi desenvolvida para trazer um ambiente acolhedor e confortável. Procter & Gamble é pioneira em salas de telepresença A Procter & Gamble foi a primeira empresa a instalar no país uma sala de telepresença. A nova tecnologia foi instalada na sede da empresa, na área chamada “Meeting Rooms”, no o andar do Bloco E, do Centro Empresarial de São Paulo. O sistema da telepresença faz uma combinação entre os recursos mais modernos da tecnologia da informação e a cenografia. Por meio de uma conexão de internet de alta capacidade são transmitidas imagens e som de duas salas com iluminação, paredes, carpetes e móveis exatamente iguais. Desse modo, os interlocutores que estão em locais distintos podem se ver em telas grandes de alta definição, em tamanho real. O sistema Dolby .1 faz com que o som assuma a direção de onde foi emitido, reforçando a impressão de que todos os participantes estão no mesmo lugar. A telepresença é uma evolução da videoconferência convencional, que oferece qualidade mais baixa de áudio e vídeo e é mais sujeita a atrasos de transmissão, além de não ter preocupações Foto: Fernando Siqueira cenográficas. A telepresença, ao contrário, tem perfeição de som e imagem, contato e apresentação de documentos. Segundo Gustavo Bueno, a utilização dessa nova tecnologia é simples e permite o aumento da produtividade. “O contato entre as pessoas é ‘quase’ que de presença real. Há rapidez na utilização do recurso, que não requer nenhum treinamento ou trabalho... é só sentar-se e começar a reunião”, diz ele, ressaltando que isto implica redução de custos para a empresa. A sala de telepresença é utilizada para reuniões entre membros de equipes da P&G espalhadas ao redor do mundo. O sistema reduz a necessidade de viagens de seus funcionários, reduzindo custos. NOTAS | MHA Engenharia recebe certificações ambientais Entre as Top 10 em sustentabilidade Bunge é a única do setor de alimentos a integrar a lista da consultoria inglesa Foto: Paulo Bareta “Com a obtenção das certificações ISO 14001:2004 e OHSAS, a MHA Engenharia amplia a sua capacidade de atender os requisitos exigidos pelo mercado.” Com essas palavras, o presidente da empresa, Salim Lamha Neto, expressou a sua satisfação ao receber oficialmente as certificações emitidas pela Fundação Vanzolini e IQNET – The International Certification Network. O evento de entrega das certificações, que aconteceu no dia 2 de março, no Centro Empresarial de São Paulo, contou com a presença do diretor de certificação da Fundação Vanzolini, José Joaquim do Amaral Ferreira, que ressaltou que a MHA, ao buscar essas certificações, demonstra aos seus clientes e colaboradores que trabalha com qualidade e respeito ao meio ambiente e aos seus funcionários. “Grandes empresas de engenharia no Brasil também têm as mesmas certificações da MHA, o que confirma a preocupação das mais expressivas organizações do mercado em manter sempre a mais alta qualidade de seus serviços”, afirma o diretor da Fundação Vanzolini. Com as novas conquistas e a manutenção da certificação ISO 9001 desde 1999, a MHA integra agora um seleto grupo de empresas detentoras de três importantes certificações de gestão. No Brasil, o IQNET emitiu os três certificados – ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001 – para apenas um seleto grupo de empresas de engenharia. Michel Santos, gerente de Marketing Corporativo & Sustentabilidade da Bunge A consultoria inglesa SustainAbility apontou a Bunge com uma das 10 melhores empresas em sustentabilidade no Brasil. A indicação é resultado da avaliação de especialistas que pesquisaram as melhores práticas de relatórios de sustentabilidade no pais. A Bunge foi a única empresa do setor de alimentos, agronegócio e mineração a figurar na lista apresentada pela SustainAbility e pela Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), responsável pela pesquisa no Brasil. A lista também inclui empresas como Natura, Banco Real, Suzano, Sabesp e Banco Itaú. O trabalho de seleção das melhores empresas em sustentabilidade é realizado em nível mundial pelo programa Global Reporters, desenvolvido por meio de uma parceria entre a SustainAbility e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). “Ficamos muito felizes pela indicação, pois se trata de uma pesquisa totalmente isenta, realizada com base nos relatórios publicados pelas empresas”, explica o gerente de Marketing Corporativo & Sustentabilidade da Bunge, Michel Santos. Nove pontos foram analisados nos relatórios de sustentabilidade das empresas brasileiras: identificação e priorização de questões; valores, princípios e políticas para desenvolvimento sustentável; responsabilidades e estruturas de governança; procedimentos gerenciais; engajamento de stakeholders; medição de desempenho de desen- volvimento sustentável; estabelecimento de metas; verificação externa; e padrões para relatório. ”A Bunge recebeu as melhores notas nos quesitos materialidade (síntese de assuntos) e engajamento de stakeholders, além de ter obtido destaque em gestão, envolvimento com políticas públicas, acessibilidade e verificação”, frisa Michel Santos. Transparência e compromisso Desde 2003, a Bunge publica relatórios sobre o desempenho de suas operações nas áreas econômica, social e ambiental e seu compromisso com o desenvolvimento sustentável. A empresa desenvolve no Brasil uma política de sustentabilidade bastante ampla, focada na integração dos negócios. Um diferencial da empresa é justamente o fato de possuir uma política descrita. “O primeiro item dessa política é exatamente associar todos os objetivos e negócios à questão da responsabilidade socioambiental. Não existe nenhuma operação e nenhum novo negócio que não passem por uma análise do método de sustentabilidade”, explica o gerente de Marketing Corporativo & Sustentabilidade da Bunge. Um aspecto muito importante da pesquisa realizada pela SustainAbility e FBDS, segundo Michel Santos, é que, além de destacar as práticas corretas das empresas, também aponta onde se deve e é possível melhorar. “Isso é um feedback muito construtivo. Pois sempre é possível fazer melhor”, avalia o executivo. MAR/ABR/MAI – 2009 | | SUMÁRIO PROFSSÕES 1 TURISMO EMPRESAS SERVIÇOS 18 SUSTENTABILIDADE 16 CARREIRAS 08 4 7 O EDITORIAL | 10 ECONOMIA | 6 OPINIÃO | 0 CULTURA EXPEDIENTE Panamby Empreendimentos e Participações Ltda. PRESIDENTE: Orestes Quércia DIREÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Alvino José de Oliveira e Sidnei Bertazzoli CENTRO EMPRESARIAL DE SÃO PAULO NEWS: MARÇO/ABRIL/MAIO-009 EDIÇÃO, PRODUÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Diferencial Assessoria & Comunicação JORNALISTA RESPONSÁVEL: Lucimar Franceschini (MTb. 889//17 DF) EDITOR CHEFE: Silvano Tarantelli (MTb 14.49) REDAÇÃO: Fernando Caldas COLABORADORES: Rita Gallo, David Brandão e Roberto Shinyashiki COMERCIALIZAÇÃO: Mart Bureau e Editora Tel.: 81-66 ramal: 7 FOTOS: Paulo Bareta e Márcia D’Ambrósio IMPRESSÃO: GT Editora e Gráfica Ltda. CONDOMÍNIO CENTRO EMPRESARIAL DE SÃO PAULO: Av. Maria Coelho Aguiar, 1 Bloco B ASSESSORIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: Patrícia De La Sala Tel.: (11) 741-668 /Fax: (11) 741-1. CENTRO EMPRESARIAL DE SÃO PAULO NEWS é uma publicação do Centro Empresarial de São Paulo, com distribuição gratuita interna e via postal para executivos, clientes, fornecedores e formadores de opinião. Todos os textos são de responsabilidade do Centro Empresarial, sendo que os assinados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução completa ou parcial do conteúdo desta publicação sem autorização prévia. Envie sua opinião, crítica ou sugestão para a redação: [email protected] 6 | | MAR/ABR/MAI – 009 MAR/ABR/MAI – 009 | | 7 PROFISSÕES | Carreiras sem fronteiras Por Rita Gallo Fotos: Paulo Bareta André Ofenhejm Mascarenhas, professor de Administração do Centro Universitário da FEI Profissionais procuram possibilidades múltiplas de desenvolvimento para atender o mercado Em momentos de crise, como o atual, um dos primeiros movimentos das empresas para diminuir custos é a demissão de funcionários. É neste momento delicado que todo cuidado é pouco para manter dentro das organizações os seus principais talentos. “Atualmente, vivemos um momento de crise financeira e uma das principais medidas das empresas é a redução da mão-obra, contenção de gastos ou cancelamento de projetos em gestão de pessoas. Estas posturas podem ser muito contraprodutivas no médio prazo”, afirma o professor dos cursos de graduação e mestrado em Administração do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), André Ofenhejm Mascarenhas. Segundo ele, na retomada da economia, as empresas que almejam continuar a crescer vão precisar investir na mão-de-obra especializada. Os verdadeiros talentos presentes no mundo corporativo são os indivíduos que têm competência para aprender. “São pessoas abertas para a aprendizagem e que se desenvolvem a partir dela”, diz Mascarenhas. “Enxergamos o talento quando ele está na hora certa e no lugar certo, onde não há, principalmente, um chefe que tolha o seu desenvolvimento”, explica o professor. | | MAR/ABR/MAI – 2009 O professor da FEI reconhece uma tendência entre as empresas brasileiras de valorização do ser humano no ambiente de trabalho. Entretanto, em muitas companhias isso acontece somente em palavras, o que gera frustração e desmotivação. “Muitas pessoas têm a visão de que o departamento de RH é burocrático e isso precisa ser mudado. De fato, mudar este cenário Mas para reter os talentos é necessário que o ambiente profissional seja estimulante, com bens materiais e não-materiais. “Estamos vivendo um momento novo no mercado de trabalho, onde a estabilidade não existe mais”, diz Mascarenhas. Para ele, atualmente os funcionários sabem que o emprego não será para o resto da vida e as empresas reconhecem que não poderão manter um empregado durante toda a sua carreira na organização. “Esta situação faz “Enxergamos o talento com que não haja mais fidelidade por parte dos quando ele está na hora funcionários, exigindo que as companhias atuem em um mercado de trabalho muito mais complecerta e no lugar certo, o professor. onde não há, principalmen- xo”, ressalta Hoje os profissionais se preparam para atente, um chefe que tolha o der todos os requisitos do mercado, com cursos em seu desenvolvimento” todos os níveis, tendo com isso a possibilidade de manter a sua mobilidade. “Há algum tempo, ingresAndré Ofenhejm Mascarenhas, sar em uma multinacional significava que o destino professor de Administração do já estava traçado até a aposentadoria, mas esta não Centro Universitário da FEI é mais a nossa realidade”, explica Mascarenhas. Para o professor da FEI, estamos no modepende de os profissionais de RH dominarem mento das carreiras sem fronteiras. “O objetivo conhecimento especializado, bem fundamenta- do profissional hoje é o mercado, o setor do do nas ciências do comportamento, mas aplicado qual ele faz parte ou até de outro segmento.” à gestão”, diz ele. Ele acrescenta ainda que “o mais importante é | PROFISSÕES que ele está ‘dentro do jogo’ na sua área de atuação, isto é, ele pode ser um profissional de vendas de TI (tecnologia da informação) ou da área automobilística, mas sempre com excelência.” Os profissionais encontram possibilidades múltiplas de desenvolvimento no mercado, por isso a evasão de talentos é quase inevitável se o funcionário não estiver se realizando no ambiente profissional. “Em momento de crise, as condições de emprego ficam mais difíceis, mas é fundamental que as empresas tenham consciência que elas irão sobreviver à crise e precisarão da melhor mão-de-obra para continuar a crescer”, aponta André Mascarenhas. No mundo “Nos últimos anos, exigências curriculares e a valorização crescente do conhecimento agregaram mais virtudes aos executivos brasileiros, como educação continuada, pós-gradução, MBAs e poliglotismo. Em paralelo, celulares e notebooks os mantêm permanentemente online com a empresa e o mundo”, conta Arthur Vasconcellos, sócio da CT-Partners na América Latina, empresa norte-americana especializada no recrutamento de executivos de alto nível. “Todos esses importantes e desejáveis avanços, contudo, não podem extinguir as virtudes culturais de nossos gestores, em especial numa conjuntura sensível como a presente, quando o Brasil e o mundo se defrontam com uma das mais corrosivas crises da história do capitalismo”, diz Vasconcellos. Para o executivo, desde setembro, quando houve o pedido de concordata do banco Lehman Brothers e o início da crise mundial, o mercado de contratação mudou. “Até aquele momento, a dificuldade para reter talentos era enorme, principalmente os profissionais na faixa dos 30 anos, que mudavam de emprego a cada ano”, afirma Vasconcellos. Arthur Vasconcellos, sócio da CT-Partners na América Latina “Neste momento de crise, já existe uma reflexão sobre os profissionais brasileiros, nos últimos anos”, afirma o executivo. Segundo ele, pesquisas indicam que numerosos gerentes e diretores, em função de sua faixa etária, jamais haviam enfrentado uma turbulência como a atual. Estavam acostumados a administrar a prosperidade; agora, terão de gerir a escassez. “Este é o exato momento de resgatar a criatividade, a ousadia responsável e a infinita capacidade de encontrar soluções para o aparentemente impossível”, acredita Vasconcellos. Para o executivo, é fundamental exercitar as virtudes brasileiras gerenciais, logísticas, operacionais e de governança corporativa e enfrentar a presente crise com a mesma capacidade criativa, coragem e competência que sempre caracterizaram nossos executivos nos mais duros embates. “As empresas são instituições feitas à imagem e semelhança de seus dirigentes, profissionais e colaboradores”, explica Vasconcellos. Ele acrescenta ainda que “as companhias serão capazes de superar as adversidades conjunturais à medida que seus recursos humanos tiverem, em paralelo ao conhecimento, muita disposição, criatividade, serenidade e visão estratégica”. Vasconcellos conta que, neste momento crítico, multinacionais européias e fundos de “private equity” (capital de risco) batem à porta de sua empresa em busca de profissionais brasileiros, sem idade determinada, que saibam enfrentar a crise e tenham disposição para trabalhar em outros países. “O profissional brasileiro é flexível e pode trabalhar em qualquer local do mundo”, diz o executivo. Mas ele afirma, também, que, “por outro lado, muitos executivos brasileiros que até agora viviam na Europa e Estados Unidos estão querendo voltar ao País”. Para Arthur Vasconcelos, da CT- Partners, este é o exato momento de resgatar a criatividade, a ousadia responsável e a capacidade de encontrar soluções MAR/ABR/MAI – 2009 | | ECONOMIA | Os cuidados com os investimentos pessoais Especialistas explicam como chegar à aplicação mais adequada neste momento de crise Por Rita Gallo Em 1 de setembro de 008, o mundo mudou. Um grande banco norte-americano (o Lehman Brothers) pediu concordata e se instalou no mundo o pânico financeiro. Enquanto as grandes economias mundiais caíam como em um castelo de cartas, a população brasileira acompanhava de perto a crise para saber quando ela chegaria ao país. E crescia a incerteza em relação às alternativas para escolher o melhor investimento pessoal nesse cenário conturbado. Para chegar à aplicação mais adequada nesse momento de crise, foi necessário acompanhar os desdobramentos da turbulência. Não demorou muito para que grandes empresas globais, com operações no Brasil, começassem a demitir e companhias nacionais, com fortes operações exportadoras, a fazer cortes ou a dar férias coletivas. Diferente do que vem acontecendo em economias mais desenvolvidas, as instituições financeiras brasileiras estão protegidas contra os solavancos da economia mundial, mas a crise é geral e os investimentos pessoais ficam no olho do furacão. Toda a expansão da economia brasileira nos últimos anos estava ligada a esse fenômeno mundial do dinheiro barato, crédito maior, venda de automóvel, venda de TV de tela plana, aumento do emprego. “Mas agora há uma freada para arrumação, e muita gente já está sofrendo”, avalia o especialista em economia internacional, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), Simão Davi Silber. Segundo ele, a cautela deve prevalecer durante todo o ano de 009 e devese evitar dívidas. “Vai ser um ano ruim para nós também”, avalia o economista. 10 | | MAR/ABR/MAI – 009 Cautela ajuda a diminuir o risco do aplicador, porém, pode “cegar” o investidor e impedir que ele aproveite boas oportunidades de negócios, diz Cláudio José Carvajal Júnior Para o coordenador dos cursos de Administração da Faculdade Módulo e MBA Executivo Internacional pela Universidade da Califórnia, Cláudio José Carvajal Júnior, as crises econômicas são fenômenos que se repetem ao longo da história. “Com elas, podemos observar que todas têm início, meio e fim”, afirma ele. Para Carvajal, é nesta época de crise que devemos rever os nossos investimentos pessoais. “É importante saber que a crise passa, mas não sabemos quando ela acabará. As grandes questões são como enfrentar os períodos de oscilações, quais os melhores investimentos para 009 e, principalmente, se é possível financiar os meus projetos ou é se melhor esperar a crise passar”, afirma. O primeiro passo é aumentar a cautela sobre os investimentos, ajudando a minimizar os riscos das aplicações. Carvajal explica que, para o investidor individual que não quer se arriscar e prefere proteger seu capital das oscilações, os fundos de renda fixa passam a ser uma opção ainda mais atraente. Para quem pretende investir mais de 0 mil reais, existem opções de CDB (Certificados de Depósito Bancário) com rentabilidade interessante. Já para quem pode investir uma quantia maior, os fundos de Depósito Interfinanceiro (DI) apresentam baixo risco e, se os juros continuarem elevados. poderão trazer uma rentabilidade diferenciada. “Há ainda a opção de investir em títulos do Tesouro Direto, que são títulos do governo, via computador”, diz o professor. Ele acredita que esta é “uma boa opção para quem não tem muito dinheiro para investir, pois tem apresentado uma rentabilidade diferenciada para o investidor”. Outra boa opção, segundo ele, é investir em fundos de previdência privada, “que devem proteger o investidor das oscilações do mercado e manter uma boa performance no longo prazo”. Segundo Carvajal, a aversão ao risco que a grande maioria dos investidores sente é um fator que aumenta a cautela e ajuda a diminuir o risco do aplicador, porém, ao mesmo tempo, pode “cegar” o investidor e impedir que ele aproveite boas oportunidades de negócios. Uma questão que também aflige os investidores é a aplicação na Bolsa de Valores. Para Carvajal, como as ações das empresas estão desvalorizadas agora por causa da crise, é possível que o investidor tenha um excelente retorno comprando papéis agora e vendendo quando a crise econômica passar. “É preciso estar disposto a arriscar e não precisar do dinheiro para quitar alguma compra, nos próximos dois anos, pelo menos”, explica. MAR/ABR/MAI – 009 | | 11 CARREIRAS | Novas regras para os estágios Por Rita Gallo e Fernando Caldas Fotos: Paulo Bareta A nova lei do estágio, que passou a vigorar em setembro de 2008, teve um grande impacto inicial, associado ao agravamento da crise global: afetou negativamente a contratação de estudantes pelas empresas. Segundo a Associação Brasileira de Estágios (Abres), em setembro de 2008, havia 1,1 milhão de estudantes estagiando no país. Em janeiro, o número despencou para 900 mil, uma redução de 18%. “Muitas empresas e escolas ficaram apreensivas com as novas regras (veja quadro nesta página)”, explica o presidente da Abres, Seme Arone Júnior. Muitas questões surgiram a partir do lançamento da lei, o que exigiu a criação da Cartilha do Estágio pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que explica as principais mudanças na contratação de estudantes. “ É importante ressaltar que, com a nova lei, foi possível criar um instrumento jurídico para dar mais força ao estágio, Seme Arone Júnior, presidente da Abres Regras para empresas e alunos estabelecidas pela nova lei do estágio (Lei Federal 11.788, de 25 de setembro de 2008) •A carga horária de trabalho do estagiário será de, no máximo, 6 horas diárias e 30 horas semanais •O estágio poderá ser realizado por até dois anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência. Nesse caso, não há tempo máximo. •Haverá direito a férias remuneradas •Será oferecido auxílio-transporte •Os empregadores terão que garantir que as férias ocorram preferencialmente quando o aluno estiver em recesso escolar. Os estagiários que não completarem um ano na vaga passam a ter direito a férias proporcionais (remuneração idem) •Profissionais liberais de nível superior, como advogados, engenheiros e arquitetos podem contratar estagiários •O número de estagiários permitido deve ser proporcional ao qua12 | | MAR/ABR/MAI – 2009 dro de pessoal. Se a empresa tiver de um a cinco funcionários, poderá contratar um estagiário. Se tiver mais de 25 funcionários, poderá criar o equivalente a 20% do total do quadro de pessoal de vagas de estágio •A atividade de estagiário não pode garantir vínculo empregatício. Mas a nova lei criou uma possibilidade de o vínculo ser exigido para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária, no caso de descumprimento pela empresa das novas regras •Indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente •As instituições que reincidirem nas irregularidades também ficarão impedidas de receber estagiários por dois anos | CARREIRAS segurança às empresas e benefícios fiscais para quem contrata estagiários, além de um maior envolvimento das instituições de ensino”, explica o presidente da Abres. Arone diz ainda que a publicação da cartilha facilitou a compreensão da nova lei e as oportunidades de estágio já voltam a dar sinais de crescimento, mesmo com a crise, atingindo alguns setores do mercado brasileiro. “Infelizmente, após a publicação da lei, 200 mil vagas se perderam e muitos estagiários foram dispensados. Agora, a realidade deve ser outra, pois há mais clareza e não mais `achismos´ sobre a lei”, explica o presidente da entidade. Para Arone, em um primeiro momento, a nova lei trouxe muitas interpretações e dúvidas, o que impactou os resultados de contratações de novos estagiários desde a mudança da legislação. “Não apenas a lei, mas também a quebra do Banco Lehman Brothers nos Estados Unidos, também em setembro de 2008, que iniciou uma grave crise em todo o mundo, afetando o ingresso de estudantes nas empresas”, afirma o presidente da Abres. Para a Mercer, empresa especializada na contratação de recursos humanos, as empresas estão se adaptando a esta nova regulamentação. Para William Bull, um dos responsáveis pela pesquisa produzida pela Mercer denominada “Impacto da Nova Lei para Programas de Estágio”, a lei causou, inicialmente, muita discussão em função da falta de clareza e divergentes interpretações em alguns itens. Mas, “agora que o governo publicou uma cartilha explicativa, cremos que as organizações rapidamente absorvam as novas regras”, diz Bull. “A empresa boa para se fazer estágio é aquela que possibilita ao estagiário o conhecimento amplo de seus processos e rotinas. Aquela que enxerga o estagiário não como simples mão-de-obra, mas como alguém que está ali para aprender e contribuir. A nova legislação trouxe um pensamento muito importante: o estágio é uma forma de educação e não uma forma de contratar mão-de-obra. Isso ficou muito claro na regulamentação do estágio. Num primeiro momento, as empresas sofreram um impacto. Mas acho que depois de toda a discussão feita, de todos os questionamentos sobre o papel dos estágios nas empresas, todos vão obter um ganho.” “Muitas coisas que foram regulamentadas já vinham sendo praticadas de maneira informal. Mas realmente, a lei implica uma mudança de cultura. Até para os estagiários que estavam acostumados às regras antigas, terão de se adaptar à nova realidade e mudar suas rotinas.” Marcelo Souza, da Soulan Recursos Humanos Alexandre Barreto, gerente administrativo e financeiro da Walar Gislene Barreto, gerente de Recusrsos Humanos da Walars IT Business “Certamente, o estágio vai se tornar mais caro para as empresas. Por outro lado, acho que a lei foi feliz quando apertou o cerco no sentido de as empresas utilizarem os estagiários em funções nas quais estejam se graduando.” E acrescenta: “ A pesquisa realizada pela Mercer sobre os impactos da nova legislação também contribuiu para que houvesse mais informações e referências sobre o tema.” A pesquisa da consultoria Mercer mostrou que, de um universo de 334 empresas, 52% delas consideravam que o impacto da nova lei seria negativo. Entre os principais argumentos estavam o do aumento de custos – seja pela concessão de benefícios, seja pela necessidade de aumentar o número de estagiários devido à redução da carga horária permitida. O estudante, afirmaram as empresas ouvidas pelo estudo, poderá perder atividades importantes e ser prejudicado, pois receberá bolsa-auxílio menor. A pesquisa foi realizada no mês de dezembro, três meses depois da promulgação da nova lei. “Já vinha estagiando quando a lei passou a vigorar,. Não senti muito as mudanças, pois não houve redução da bolsa-auxílio. Mas acredito que os novos estagiários vão sentir mais. Ouço muitos comentários de que a redução da jornada de trabalho e os dias de descanso remunerado vão desestimular as empresas. O estágio é muito importante. Mesmo que exista todo o aparato necessário para a formação acadêmica, nada substitui o convívio que se tem dentro de uma empresa. Somente a experiência nos faz entender as diretrizes e as hierarquias que existem nas empresas e torna possível aplicar o conhecimento teórico que aprendemos na faculdade. “ Adonias Viana, 20 anos, aluno do 2o ano do curso Sistemas de Informação na FIAP e estagiário da Walar MAR/ABR/MAI – 2009 | | 13 CARREIRAS | Mas é importante ressaltar que boa parte das empresas que participaram da pesquisa da Mercer entendeu que a nova lei favorecerá o amadurecimento dos programas de estágio. Uma fatia de 39% das empresas que responderam à pesquisa entendeu que o impacto da nova lei será positivo, pois, com a redução da carga horária, a formação educacional será valorizada, com maior disponibilidade para o estudo. A nova lei exigirá também maior organização e comprometimento com o programa, principalmente por parte dos supervisores para cumprirem as avaliações e relatórios obrigatórios. As empresas mencionaram a desvinculação entre cargo efetivo e cargo de estagiário, em função da carga horária e, para algumas empresas, a nova lei não implica mudanças significativas, e sim reforça os princí- pios das políticas existentes. “É bom lembrar que muitas organizações estruturam os seus programas de estágio como uma fonte importante de identificação e desenvolvimento de potenciais profissionais”, diz William Bull. Para o executivo da Mercer, a nova lei exigirá maior organização e comprometimento com o programa de estágio, principalmente por parte dos supervisores para cumprirem as avaliações e relatórios obrigatórios. “Neste sentido, cremos que a legislação acarreta um avanço na medida em que promove uma saudável discussão sobre a real função dos programas de estágio”, diz Bull. As empresas ouvidas são dos mais variados setores – bancos, indústria automobilística, química, alimentação, comunicação, entre outras. “Há que se pensar nas estratégias de capi- tal humano das empresas quando o assunto é programa de estágio. Muitas empresas sabem que estruturar este programa significa contar com uma importante fonte de identificação e desenvolvimento de potenciais profissionais”, explica Ana Paula Henriques, consultora sênior de capital humano da Mercer e uma das coordenadoras da pesquisa. “Oferecer um pacote atraente e disputar os melhores, inclusive na fase de estágio, tornará a empresa competitiva agora e no futuro”, finaliza. Dados recentes do censo do Inep/MEC 2007 apontam que no Brasil existem 8.264.816 matriculados no ensino médio e 4.880.381 no nível superior. Somente 9% dos jovens entre 18 e 24 anos ingressaram em uma faculdade. Mas desses 13,1 milhões, somente 6,8% conseguem um estágio. Boehringer Ingelheim: uma das melhores empresas para estagiar Fernanda Coutinho, gerente de RH da Boehringer Ingelheim A Boehringer Ingelheim foi selecionada entre as melhores empresas para estagiar pelo CIEE, o Ibope Inteligência e a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP). O prêmio identifica as 50 melhores práticas de estágio do Estado de São Paulo e destaca as organizações que propiciam as melhores condições para a capacitação prática de estudantes. A pesquisa considerou a descrição dos programas de 14 | Empresarial | MAR/ABR/MAI – 2009 estágio, valor da bolsa e benefícios. A empresa farmacêutica contrata cerca de 70 estagiários, distribuídos entre a fábrica e o escritório no Centro Empresarial de São Paulo. Praticamente, todas as áreas da companhia contam com estagiários: Finanças, Informática, Recursos Humanos, Marketing, área medicocientífica, que absorve estudantes de farmácia Segundo a gerente de Recursos Humanos, Fernanda Coutinho, os estagiários recebem bolsa-auxílio, com valores diferenciados entre o início e o fim do estágio, assistência médica igual a dos funcionários, assistência odontológica, vale-refeição, vale-transporte, além das férias remuneradas. A companhia desenvolve o programa denominado Geração BI, que tem duração de dois anos. “Então, o ideal é que os estagiários contratados estejam cursando o penúltimo ano da faculdade”, diz Fernanda. Ao longo do período de estágio, eles recebem treinamento adequado à formação acadIemica de cada um e precisam concluir dois projetos. O treinamento inclui cultura da empresa, gestão de projetos, técnicas de apresentação e uma série de conteúdos específicos da cada área. No primeiro ano, há um projeto multidepartamental. Por exemplo, o lançamento de um produto ou qualquer tema que envolva todas as áreas da formação. No segundo ano, eles devem fazer um projeto de responsabilidade social. E no final, esse projeto deve ser apresentado à diretoria. Fernanda Coutinho explica que o programa de formação sempre é acompanhado por uma pessoa de recursos humanos e por um exponsor, responsável para dar suporte aos grupos de estagiários nos projetos. Na seleção de estagiários, diz a gerente de RH, são importantes a boa formação, bom desempenho no histórico escolar e domínio do inglês. As características comportamentais também precisam estar alinhadas à cultura da empresa: “gosto pelo trabalho em equipe, ter energia e paixão pelo que faz, interesse pelo aprendizado.” O programa Geração BI é estratégico para empresa. Ele tem tanto o objetivo de formar e dar oportunidade para futuros profissionais, quanto o de alimentar os quadros da corporação. “Nós trabalhamos para que o quadro integral das posições juniores seja completado pelos estagiários que preparamos. Em 2008, 53% das posições juniores do Centro Empresarial e da fábrica foram preenchidas por nossos estagiários”, afirma Fernanda. A gerente de RH avalia positivamente a nova legislação de estágios: “Somos muito a favor da nova lei. A formação deve ser o principal objetivo do estágio. Se o estagiário não tiver tempo para se dedicar à faculdade, ele não fará um bom curso e, consequentemente, não terá uma formação básica. sólida. E nesse aspecto a lei é muito mais incisiva”. ATITUDE | A felicidade dos clientes é sua grande aliada no sucesso dos negócios POR ROBERTO SHInYASHIKI Pense bem. Todas as empresas vendem mais ou menos os mesmos produtos e os mesmos serviços. Os médicos receitam os mesmos remédios, os restaurantes oferecem a mesma picanha maturada e creme de papaia com licor de cassis na sobremesa. O que faz o cliente decidir entre eles? Respondo num segundo: a capacidade de fazê-lo feliz. Quando decidimos onde passar as férias, na maioria das vezes meus filhos pedem para ir a um hotel-fazenda no interior de São Paulo. Não é sofisticado nem bonito. Poderíamos ir a outro hotel ou à praia. Ao falar em férias, porém, a turma prefere ir para lá. Meus filhos adoram o hotel. Sentem-se felizes lá. Eu e minha esposa também. Os funcionários nos chamam pelo nome, procuram facilitar nossa diversão, nosso conforto. Nos arredores, há um hotel cinco-estrelas com instalações luxuosíssimas. É mais barato, mas está sempre meio vazio. Pior: os olhos dos clientes não brilham quando falam do hotel. Quando um pediatra é um sucesso, pode ter certeza de que ele faz as pessoas sentir-se felizes. É competente como médico e como ser humano. Atende as crianças de um jeito especial e ajuda os pais a estar seguros de que os pimpolhos ficam em boas mãos. Os olhos desses pais brilham ao falar do médico. E é esse brilho que leva os outros a procurá-lo. “ O que cria o sucesso não é o produto ou serviço, e sim o brilho nos olhos dos clientes quando falam da empresa ou do profissional. Conheço médicos e dentistas que se preocupam em telefonar para os clientes no dia seguinte à consulta para saber como estão passando, se os remédios deram certo. Esses, com certeza, terão sempre clientes fiéis, porque é muito bom saber que o profissional se preocupa conosco. Sei, por exemplo, que algumas equipes médicas do Hospital das Clínicas de São Paulo passam telegramas para os clientes quando eles não aparecem nas consultas. Imagine um hospital público fazer isso! O paciente volta, com certeza, porque sente que o médico está preocupado com ele, que é importante. Talvez você seja um psicólogo e seu consultório esteja vazio. Você, que é uma pessoa muito legal e conhece muito bem a teoria do atendimento psicológico, está sem clientes. O que será que está faltando? Que o cliente sinta cumplicidade entre vocês, perceba que você realmente se importa com ele. Isso fará brilhar os olhos dele ao falar de você com os outros. ” Profissionais que não se envolvem acabam atuando como se quisessem apenas o dinheiro da consulta e nada mais. Com qual deles você ficaria? Qual deles faria brilhar seus olhos? O que cria o sucesso não é o produto ou serviço, e sim o brilho nos olhos dos clientes quando falam da empresa ou do profissional. Será que os olhos de seus clientes brilham quando falam de você? Será que os olhos de seus clientes brilham quando saem de sua loja? O brilho do olhar é um sinal definitivo de que vocês estão jogando no mesmo time. Roberto Shinyashiki é psiquiatra, palestrante e autor de 14 títulos, entre eles: Sempre em Frente, Os Segredos dos Campeões, Tudo ou Nada, Heróis de Verdade, Amar Pode Dar Certo, O Sucesso é Ser Feliz e A Carícia Essencial (www. clubedoscampeoes.com.br) MAR/ABR/MAI – 2009 | | 15 SERVIÇOS | Shopping Panamby Jaraguá tem nova administração As ideias dos novos administradores para incrementar os resultados dos lojistas Por Fernando Caldas Fotos: Paulo Bareta 16 | | MAR/ABR/MAI – 2009 | SERVIÇOS O Centro Empresarial de São Paulo destacase por ser um empreendimento corporativo que possui seu próprio shopping. Espaço comum a todos os blocos do complexo, o Shopping Panamby Jaraguá oferece às empresas e ao público em geral uma grande variedade de lojas e de serviços. A grande novidade deste ano é que o Shopping Panamby Jaraguá está sob a administração da Lumine – Soluções em Shopping Centers, empresa de consultoria, administração, planejamento e desenvolvimento de shopping centers. Com longa experiência em consultoria e gestão em toda a cadeia da indústria de shopping centers, a Lumine conta com profissionais especializados nas áreas de gestão, engenharia, arquitetura, comercial, recursos humanos, marketing, tecnologia da informação, análise financeira e controladoria. Com passagens por diversos empreendimentos em todo o Brasil, a Lumine marca presença particularmente no Estado de São Paulo, em importantes cidades do interior e na capital, onde administra, entre outros, o Shoping Jardim Sul, o Boulevard Tatuapé e um dos mais charmosos centros de decoração e design da América Latina, o D& D – Decoração e Design Center. A nova administradora do Shopping Panamby Jaraguá desenvolve, implementa e acompanha os orçamentos de geração de caixa dos empreendimentos, os planos e calendários de marketing, bem como as rotinas, os planos e os cronogramas de operação, explica o diretor da Lumine Marcelo Nabih Sallum. crementar e otimizar os resultados dos lojistas, mix do shopping: cerca de 70 lojas, 30 restaurantes, são alguns dos objetivos desse plano”, segundo cafeterias e nove agências bancárias. O fluxo do Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping estacionamento é de cerca de 15 mil veículos/mês. Franciscão destaca ainda o desenvolvimento Panamby Jaraguá. de ações de merchandising, exposições culturais e lançamentos de produtos. No que diz respeito à Público diferenciado No Centro Empresarial de São Paulo há uma comunicação visual, o público pode aguardar alpopulação fixa de aproximadamente 15 mil pes- gumas novidades. Outros aspectos que merecerão soas, além de um público circulante de cerca de atenção especial da nova administração são o pai5 mil pessoas/dia. Esse é um público fixo de con- sagismo no mall e a sonorização ambiente. Segundo o gerente do shopping, além da sumidores com bom poder aquisitivo, pois é formado por funcionários, pela alta gerência e por dedicação e do cuidado com os detalhes nas tadiretores de mais de 50 empresas que operam refas operacionais do dia-a-dia, a interação com a comunidade será objeto de permanente atenção no complexo empresarial. Para esse público, estuda-se detalhadamente o da nova administração. Estratégias O Panamby Jaraguá é um shopping center de uso misto que combina fatores como a otimização de espaço, conveniência e conforto para os usuários, redução de deslocamentos urbanos e sinergias no processo construtivo. Esse conceito foi implementado de forma pioneira, maximizando o aproveitamento dos fluxos internos e gerando valorização recíproca para todos usuários. A nova administração já traçou um plano estratégico, que visa fidelizar o público fixo através de ações inovadoras. “Implantar novas operações que venham agregar ao mix do shopping, atendendo as necessidades dos consumidores do Centro Empresarial, com vistas a in- Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping Panamby Jaraguá MAR/ABR/MAI – 2009 | | 17 SUSTENTABILIDADE | Um pacto no coração da Amazônia Alcoa e comunidade de Juruti (PA) firmam compromisso em favor do desenvolvimento sustentável Instalações da Alcoa na área de beneficiamento de bauxita Juruti está situada na margem direita do rio Amazonas, no extremo Oeste do Estado do Pará. Como na maioria das cidades ribeirinhas da região amazônica, o foco da economia local sempre esteve voltado para atividades tradicionais, como o cultivo da mandioca, a pesca, a pecuária e demais tipos de extrativismo. Fatos recentes, entretanto, modificaram radicalmente este quadro. A descoberta de uma das maiores reservas de bauxita do mundo (cerca de 700 milhões de toneladas métricas) em solo jurutiense transformou as perspectivas de sua população, estimada em 38 mil habitantes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desafio da comunicação O projeto da Alcoa, maior produtora mundial de alumínio, para operar a mina de Juruti teve origem em 2000, quando começaram a ser feitos os primeiros estudos de impacto ambiental. Em agosto de 2005, foram concedidas pelas autoridades estaduais as licenças de instalação. E, em junho de 2006, tiveram início as atividades de construção do empreendimento, que engloba a infraestrutura para a lavra e beneficiamento do minério de bauxita, um terminal portuário e uma ferrovia. Para implantar empreendimento desse porte em uma região de difícil acesso, com forte incidência de chuva e restrições impostas pela legislação ambiental, foi preciso mobilizar a comunidade local, esclarecer aspectos do projeto e realizar entendimentos para promover esforços conjuntos em prol do desenvolvimento sustentável do município. 18 | | MAR/ABR/MAI – 2009 Várias reuniões preliminares e audiências públicas foram realizadas com lideranças comunitárias, instituições públicas e privadas e outras partes interessadas. A Alcoa não só participou de audiências públicas em Juruti, Belém e Santarém, reunindo quase oito mil pessoas, como promoveu dezenas de reuniões com grupos menores, mantendo permanente diálogo com representantes de mais de cem comunidades de Juruti. Por meio dessas audiências, a empresa levou informações sobre o empreendimento para os moradores, que assim puderam tirar suas dúvidas e apresentar sugestões ao projeto. De acordo com a companhia, a comunicação e o diá- Instalações da Alcoa em Juruti Porto Um terminal portuário com capacidade para acomodar navios de 75 mil toneladas, localizado a dois quilômetros do centro da município e à margem do rio Amazonas. Beneficiamento As instalações industriais da área de beneficiamento de bauxita estão situadas a cerca de 60 quilômetros da cidade, erguidas nas proximidades do platô Capiranga, a primeira área a ser minerada. Ferrovia e rodovia A ferrovia com aproximadamente 50 quilômetros de extensão operará com 40 vagões, cada um com capacidade de 80 toneladas. Para a Rodovia Estadual PA 257 são previstas melhorias como asfalto e ciclovias, nos trechos que atravessam áreas habitadas. logo fazem parte da sustentabilidade. “Sempre tratamos nossas informações, nossas notícias, como tema de interesse público. Temos a obrigação de dialogar com o morador jurutiense, pois acreditamos na licença social que é conquistada diariamente pelo nosso trabalho.” A Alcoa comprometeu-se a utilizar ao menos 70% da mão-de-obra da região. Além disso, os investimentos da companhia representam uma forte alavanca para os empreendores locais. Estima-se uma movimentação de cerca de R$ 1,7 bilhão na contratação de serviços e de fornecedores para a construção da unidade de Juruti. As resistências iniciais de setores da comunidade local ao projeto da mina de bauxita foram gradualmente superadas em razão do reconhecimento dos benefícios do empreendimento para o conjunto do município. Geração de empregos e aumento das oportunidades de trabalho para a população local; capacitação dos empresários e dos trabalhadores locais; melhoria da infraestrutura urbana (asfalto, iluminação etc.) e dos serviços públicos de educação, saúde e segurança são alguns benefícios da presença da Alcoa no município. Pesquisa de opinião pública realizada pelo IBOPE- Instituto Brasileiro de Opiniões e Pesquisa em Juruti, de 19 de Janeiro a 1o de Fevereiro de 2008, demonstra que atualmente a quase totalidade (89%) da população do município encara de forma positiva a instalação da mina de bauxita pela Alcoa. A maioria absoluta (54%) é expressamente favorável à iniciativa e outros 35% a aceitam e não manifestam restrições ao empreendimento. Por meio do projeto Gaiolas Flutuantes, comunidades ribeirinhas garantem a segurança alimentar e incremento na renda familiar: alguns produtores já comercializam os peixes O Programa de Valorização e Revitalização do Patrimônio Cultural resgata antigas tradições e apoia o desenvolvimento econômico das comunidades engajadas. Relacionamento com a comunidade O reconhecimento da população baseia-se em diversas ações de relacionamento com a comunidade implementadas pela companhia para envolver os agentes nas ações dos Planos de Controle Ambiental (PCAs), da Agenda Positiva e das próprias obras da Mina de Juruti. A Alcoa está envolvida em 35 programas que integram os Planos de Controle Ambiental (PCAs), abrangendo ações de monitoramentos do clima, ar, ruídos, águas, conservação da flora e fauna, produção de mudas, educação ambiental, atendimento medicosanitário e educacional, segurança pública, valorização e resgate da cultura local e apoio à elaboração do Plano Diretor do Município de Juruti, entre outras. A Agenda Positiva – ações complementares voluntárias da Companhia que beneficiam diretamente a comunidade local – atende aos principais anseios manifestados pelos próprios jurutienses e assegura melhorias nas áreas de saúde, educação, cultura, meio ambiente, infraestrutura urbana e rural, segurança, justiça e assistência social. Todas as iniciativas são implementadas mediante parcerias com o poder público, organizações não-governamentais e a própria comunidade. Parcerias institucionais que garantem o desenvolvimento de projetos estratégicos como a criação do Conselho Juruti Sustentável. Participação comunitária Em agosto de 2008, foi criado o Conselho Juruti Sustentável (Conjus), órgão consultivo e observador do conjunto de atividades promovidas pelo poder público, movimentos sociais e empresas para o desenvolvimento sustentável do município. O colegiado do Conselho é formado por representantes de três empresas, três representantes do poder público e nove da sociedade civil, além de dois suplentes para cada representante. No Conjus, oito câmaras técnicas captam e debatem as demandas sociais para subsidiar o conselho nas áreas de Saúde; Educação; Meio Ambiente; Segurança; Infraestrutura e Saneamento; Cultura e Turismo; Desenvolvimento Rural, Economia e Trabalho; e Cidadania, Criança e Adolescentes. Atualmente está em discussão a criação, dentro do Conjus, de uma rede de bases comunitárias, que será o braço forte do Conselho nas demandas das comunidades rurais. Moradores de várias comunidades rurais de Juruti manifestam sua vontade de participar das discussões sobre o futuro do município. A idéia da rede é que as comunidades estejam organizadas em pólos, com representantes eleitos pelos próprios moradores. O principal desafio desses mecanismos de participação é o engajamento das comunidades, do poder público e das instituições nas discussões em favor do desenvolvimento sustentável. “Desenvolver um empreendimento de mineração de bauxita na região amazônica seguindo os mais elevados padrões de saúde, segurança e meio ambiente e, acima de tudo, buscando um novo paradigma de relacionamento com a comunidade, tendo como base a sustentabilidade, foi o desafio que a Alcoa assumiu no município de Juruti, Oeste do Estado do Pará”, sustenta a direção da companhia. Programas de controle ambiental A Alcoa atua em 35 programas dos Planos de Controle Ambiental (PCAs), disponibilizando recursos da ordem de R$ 30 milhões. Várias ações de caráter compensatório foram apresentadas e discutidas junto às instituições, lideranças e comunidades. Dessa maneira, diversas comunidades rurais de Juruti estão participando há cerca de um ano e três meses do programa de criação de peixes em tanques-rede, batizado de “Gaiolas Flutuantes”, mantido pela Alcoa como forma de garantir o consumo e a comercialização, gerando emprego e fonte de renda. Em outras comunidades rurais os moradores foram capacitados e trabalham no programa de agricultura familiar para a produção de hortifrutis, tanto para a subsistência quanto para a comercialização. Outra iniciativa de caráter compensatório é a implantação de sistemas agroflorestais (SAFs), que consiste em aplicar, junto aos moradores, técnicas sustentáveis sobre o uso e manejo da terra, onde plantas de ciclo longo (árvores frutíferas e de madeira de lei, arbustos, pupunha e outros) são plantadas junto com o cultivo agrícola de ciclo anual, como feijão, milho, arroz, mandioca, melancia e hortaliças, entre outros. MAR/ABR/MAI – 2009 | | 19 SUSTENTABILIDADE | Patrimônio cultural Outro trabalho importante desenvolvido junto às comunidades tradicionais é o programa de valorização e revitalização do patrimônio cultural, com foco no artesanato. O objetivo é capacitar os artesãos para o desenvolvimento de peças de cerâmica e bijuterias com a utilização de recursos ambientais, inclusive com a inclusão de jovens no trabalho. Programas de coleta de frutos e sementes, de viveiros e de criação de animais silvestres em cativeiro também são oferecidos aos moradores. Ainda, por meio do Programa de Desenvolvimento Comunitário Solidário de Juruti – denominado Pajiroba – o Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), em parceria com o Instituto Camargo Corrêa e a Alcoa vêm incentivando a produção rural, bem como a artesanal, em dez comunidades, capacitando cerca de 100 famílias. A iniciativa visa estimular a cadeia produtiva da mandioca, a diversificação de culturas, a atividade artesanal e a formação da governança local. Diferentes populações antigas moraram em Juruti. A descoberta foi possível por meio dos estudos realizados a partir de 2002 pela Alcoa. Foram encontrados 85 sítios arqueológicos com a presença de vestígios de antigos objetos, como fragmentos de cerâmica e de pedra datados de cerca de dois mil anos antes de Cristo. Os resgates e análises do material encontrado ocorreram entre 2006 e 2007 durante salvamento dos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2, região onde foi instalado o Porto da Alcoa Mina de Juruti. Por meio desse trabalho, a Scientia Consultoria, empresa que executa os Planos de Controle Ambiental (PCAs) da Alcoa nas áreas de Prospecção e Resgate Arqueológico, e Educação Patrimonial, identificou um grupo ceramista antigo na região chamado de Pocó, que está relacionado à região tapajônica, extremamente importante pelo fato de ser pouco conhecido na arqueologia. Trata-se de um volume grande de material, aproximadamente 100 mil fragmentos cerâmicos em áreas escavadas. A população local está sendo preparada para lidar com a preservação do patrimônio cultural. Educadores da rede pública do município, artesãos e oleiros participaram de cursos de Educação Patrimonial. A idéia é que eles atuem como multiplicadores do conhecimento sobre os sítios arqueológicos presentes na região de Juruti. 20 | | MAR/ABR/MAI – 2009 Em parceria com as comunidades ribeirinhas, o Projeto Quelônios da Amazônia promove a conservação e manejo de tracajás, pitiús, iaçás e tartarugas-da-amazônia Responsabilidade socioambiental Pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi realizam o trabalho de monitoramento da fauna e da flora no município, por conta dos Planos de Controle Ambiental (PCAs). Esse trabalho avalia as reais interferências do empreendimento da Alcoa na região e o que pode ser feito para que sejam minimizadas. A idéia é que se torne um projeto modelo, um padrão de trabalho na Amazônia. O salvamento de fauna e flora realizado pelos pesquisadores do museu vai possibilitar estudos aprofundados sobre os animais e plantas de Juruti. Tracajás, pitiús, iaçás e tartarugas-da-amazônia fazem parte do trabalho de manejo e conservação desenvolvido com a participação voluntária de comunidades rurais de Juruti. A iniciativa e mais três outros projetos ambientais compõem o Programa de Manejo Integrado de Quelônios, uma parceria da Alcoa com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Associação Brasileira para Conservação das Tartarugas (Pró-Tartaruga). Em 2008, o projeto fez o manejo de mais de 7.700 filhotes de quelônios, devolvendo-os às águas de rios e lagos da região de Juruti. A Alcoa atua no incentivo à manutenção de unidades de conservação da região por meio do Programa de Apoio à Conservação da Biodiversidade da Amazônia. O programa tem a duração de cinco anos e receberá R$ 2 milhões das instituições parceiras: Alcoa, Fundação Alcoa e a organização ambientalista Conservação internacional (CI-Brasil). Nesse período, o investimento será de R$ 400 mil mensais, metade pela Fundação Alcoa e metade pela CI-Brasil. A idéia é que, até 2012, seja criado um fundo no valor estimado de R$ 60 milhões para proteger as unidades de conservação da região. Além disso, a Alcoa formalizou termo de compromisso, até então inédito no Pará, e está repassando, em parcelas, R$ 25 milhões ao SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Criado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), o SNUC faz parte da mais recente metodologia de compensação ambiental que repassa recursos para manutenção de unidades de conservação em todo o Brasil. | SISTEMAS Sistema vai agilizar escrituração fiscal SPED possibilita a atuação integrada dos fiscos federal e estadual a partir de um sistema eletrônico unificado Por Rita Gallo Uma grande mudança contábil, que vai usar a tecnologia da informação para eliminar erros de escrituração, vai ganhar força e abrangência até o final desde primeiro semestre: o SPED – Sistema Público de Escrituração Digital será implantado em um maior número de empresas. O sistema prevê a substituição da emissão de livros contábeis em papel por dados digitais. O SPED será adotado obrigatoriamente por empresas sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real e que estiverem enquadradas no Acompanhamento Econômico-Tributário Diferenciado. Estas empresas deverão entregar a ECD (Escrituração Contábil Digital) em junho, referente ao ano calendário de 2008. “Aproximadamente 11 mil empresas se enquadram nessas exigências, principalmente aquelas que faturaram, em 2006, acima de R$ 60 milhões, um dos requisitos para estarem no acompanhamento econômico-tributário diferenciado”, lembra Mariana Carissio, diretora da Tributos da BDO Trevisan. O SPED foi criado em 2007 para possibilitar a atuação integrada dos fiscos federal e estadual a partir de um sistema eletrônico unificado, em substituição aos registros de papel. A unificação da forma de apresentação de informações pelas empresas e o compartilhamento eram uma meta antiga dos governos federal e estadual. Mas para que fossem aceitas pelos contribuintes sem maiores problemas jurídicos, foi aprovada a Emenda Constitucional no 42, que permitiu a nova sistemática de prestação de dados tributários pelas empresas. “Quatro anos depois foi instituído o SPED, por meio do Decreto no 6.022, que absorveu os livros contábeis e fiscais, a nota fiscal eletrônica e conhecimento de transporte eletrônico”, recorda a especialista da BDO Trevisan. Ela afirma que o SPED vai facilitar ao máximo a fiscalização e racionalizar as inúmeras obrigações acessórias que são preparadas e enviadas pelos contribuintes, além e tornar mais rápida a identificação de ilícitos tributários. de elaborar e manter em papel das informações a serem apresentadas ao Fisco. Desde janeiro deste ano as empresas sujeitas a tributação do ICMS e do IPI estão obrigadas a se adequar ao SPED Fiscal. No entanto, explica Carissio, “no primeiro momento, as 25 secretarias estaduais da Fazenda restringiram, por meio de Protocolo Confaz, a obrigatoriedade para os contribuintes que estiverem listados no anexo do protocolo”. A periodicidade de entrega da EFD é mensal. Entretanto, as informações referentes aos meses de janeiro a abril de 2009 deverão ser entregues no último dia útil de maio deste ano. Não há penalidade expressa para a falta de entrega. Mas o Fisco poderá Mariana Carissio, diretora da Tributos da BDO Trevisan impedir a emissão de notas fiscais para a circulação O programa se divide em três grandes gru- de mercadoria. “A expectativa é que em 2010 todos pos: SPED contábil, ou Escrituração Contábil Di- os contribuintes do ICMS e IPI sejam obrigados a engital; SPED fiscal, ou Escrituração Fiscal Digital, e tregar a EFD”, prevê Mariana Carissio. Nota Fiscal Eletrônica. A Nota Fiscal Eletrônica No lugar dos livros fiscais Mariana Carissio lembra que o SPED Contábil vai substituir a emissão de livros contábeis (Diário e Razão) . O SPED contábil deve ser assinado digitalmente pelo empresário ou representante legal da sociedade empresária e pelo contabilista responsável pela escrituração. A entrega do arquivo referente ao SPED contábil será anual, devendo ser transmitido à Receita Federal até o último dia útil do ano subseqüente. “Haverá multa de R$ 5.000 por mês ou fração pela falta de entrega”, recorda a especialista. As mudanças incluem também o SPED Fiscal, ou Escrituração Fiscal Digital (EFD), com a finalidade de substituir os livros fiscais e as obrigações acessórias que hoje são entregues em papel ou em meio magnético. “Mesmo sendo em meio magnético, não havia uma ferramenta para consolidar as informações de maneira uniforme que atendesse a todos os Estados e municípios”, afirma a diretora da BDO Trevisan. A EFD foi instituída por Convênio ICMS e será utilizada por quase todos Estados, com exceção de Pernambuco e do Distrito Federal. Essa ferramenta deverá beneficiar os contribuintes, segundo Mariana Carissio, porque deve haver desoneração nas tarefas A Nota Fiscal eletrônica (NF-e), que também faz parte do conjunto de mudanças contábeis, já vem sendo implantada conforme as necessidades das secretarias estaduais (São Paulo, por exemplo, adotou há tempos essa inovação). Segundo explica a especialista, “trata-se de um documento mercantil emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas digital, cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente, antes da ocorrência do fato gerador do ICMS/IPI”. Após a autorização da emissão da NF-e, deverá ser impresso o Danfe – Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica, para acompanhar a mercadoria. O documento deve ter a chave de segurança, que é garantia da validade da operação. Em abril de 2008, a Nota Fiscal Eletrônica foi adotada apenas pelos fabricantes, distribuidores e atacadistas de cigarros e de combustíveis líquidos. Em dezembro do mesmo ano, diversos ramos de atividade iniciaram a utilização da NF-e. O Estado de São Paulo publicou Portaria CAT 162/08, em 30/12/2008, em que identifica outros ramos de atividade que adotarão a NF-e com início em abril e setembro de 2009. MAR/ABR/MAI – 2009 | | 21 QUALIDADE DE VIDA | Saúde em gotas Por Rita Gallo Dentes limpos, dentes saudáveis “A saúde começa na boca e, por isso, é fundamental que cada um de nós conheça bem seus próprios dentes”, afirma o diretor técnico da Imbra, Gustavo Issas. Segundo ele, é fundamental que, após cada escovação, as pessoas olhem seus dentes no espelho para verificar se eles estão limpos. “É importante também que o fio dental seja passado bem devagar, para retirar todas as impurezas dos dentes”, dis Issas. Outra dica importante é escovar os dentes pelo menos uma vez por dia, sem pasta dental ou enxaguatório, pois assim é possível identificar os locais onde há sangramento. “Não existe nada melhor para a limpeza dos dentes que a remoção mecânica dos resíduos, inclusive da língua”, diz o diretor técnico da Imbra. Hoje, no Brasil, há mais consciência da necessidade de prevenção contra as cáries, o que inclui ações públicas como, por exemplo, a fluoretação da água e as campanhas de conscientização de caminhoneiros em postos de gasolinas nas estradas. “A prevenção na odontologia é importante, principalmente na fase adulta”, explica Issas. Segundo ele além das crianças e dos adultos, é necessário cuidar da saúde bucal dos idosos, que muitas vezes sofrem calados com próteses mal ajustadas e afecções nas gengivas, o que causa problemas de mastigação e fala. O retorno periódico ao dentista é parte fundamental da manutenção da saúde bucal em todas as idades, o que deve ser a cada seis meses. A Imbra é uma rede de clínicas odontológicas especializada em tratamentos de saúde bucal. Foi criada em março de 006 e, atualmente, possui 7 mil clientes, mas já atendeu mais de 100 mil pessoas, com tratamentos como: implantes odontológicos, implantes zigomáticos, periodontia, endodontia, dentística (clareamentos e restaurações estéticas), próteses e enxertos. A | | MAR/ABR/MAI – 009 empresa conta com 4 mil funcionários, sendo 7% desse total na Área de Operações e mil deles são dentistas, que trabalham em clínicas, em nove estados brasileiros. Seja feliz também naqueles dias Com o objetivo de falar com o público infanto-juvenil, a jornalista Chantal Brissac acaba de elaborar o livro “Seja Feliz Também Naqueles Dias”, que aborda vários aspectos da vida das meninas de 10 a 1 anos. A iniciativa é da Procter & Gamble, para a sua marca de absorventes Always. “A idéia é abordar a felicidade sob vários aspectos da vida da pré-adolescente e da adolescente”, explica Chantal. Em sete capítulos, o guia aborda aspectos da vida das meninas, tais como autoconhecimento, amizades, autoestima e atividades físicas e se propõe a dar dicas para as garotas entenderem melhor o que acontece com o corpo e a mente nesta fase de intensas transformações. “Assuntos comuns a esta geração, como TPM, internet e bullying, entre outros, aparecem nos capítulos respaldados por opiniões de especialistas de várias áreas”, conta a jornalista. “A marca participa do universo feminino em sua intimidade. E nós queremos, cada vez mais, criar um relacionamento com a nossa consumidora. Always quer ser uma amiga dela. Com o livro, ela passa a ter um companheiro de cabeceira”, diz Juliana Azevedo, diretora de Marketing da P&G Beauty. O livro, diz ela, tem uma linguagem leve e adequada a esse público e traz uma mensagem positiva e animadora: sim, é possível ser feliz não apenas naqueles dias, mas em todos os dias de sua vida. Sem propor fórmulas prontas, a obra convida a jovem leitora a se conhecer mais, a se cuidar, a gostar de si mesma e a exercer sua criatividade de maneira plena. A culpa também é da picanha A picanha e, principalmente, a camada branca de gordura que a envolve contêm um tipo de gordura – os ácidos graxos saturados de cadeia longa, encontrados principalmente em carnes vermelhas – que pode ser um dos causadores da obesidade. Segundo pesquisas realizadas com ratos, essas moléculas provocam uma inflamação no hipotálamo, na base do cérebro, que leva à destruição dos neurônios que controlam o apetite e a queima de calorias. “Há a possibilidade de que tenhamos encontrado uma explicação para a dificuldade que as pessoas obesas têm de controlarem a sua fome e perderem peso, mesmo que adotem dietas severas para emagrecer”, diz o pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Lício Velloso, que coordenou esse estudo, publicado em janeiro no Journal of Neuroscience. Os estudos já realizados pela equipe de Velloso e de outros grupos já haviam mostrado que a obesidade era uma doença que começava no cérebro ou nos músculos, induzida por dietas com excesso de açúcares ou de gorduras. Esse excesso gerava resistência ao hormônio insulina, que carrega a glicose para as células, onde é transformada em energia, e induz ao consumo contínuo de alimentos. Apoio contra o fumo O serviço de psicologia do Hospital do Coração (HCor) realizou um estudo no final do ano passado e identificou os fatores mais frequentes da recaída no tratamento de fumantes. Durante a pesquisa foram avaliados 61 pacientes fumantes e o resultado apontou que os motivos mais freqüentes para a recaída são estresse (6%) e ansiedade (19%). Dentro deste contexto, 6% são do sexo feminino, principalmente por conta da dupla jornada (lar e trabalho), e 44%, do sexo masculino, sendo que 77% dos pacientes participantes manifestaram grande satisfação com o tratamento – mais especificamente com o apoio psicológico. Segundo Silvia Cury Ismael, responsável pelo serviço de psicologia, durante a pesquisa foi detectado que o fumante não pode ser tratado apenas com medicação. “Conseguimos verificar que o apoio psicológico é fundamental ao paciente fumante. A Alimento certo é saúde na certa A jornalista Yara Rocca lançou no mercado o livro “Alimento certo é saúde”, um guia para quem busca informações sobre alimentação saudável. O livro conta a história da autora, as suas dietas e tratamentos inadequados pelos quais passou, os diagnósticos médicos e como ela recuperou sua saúde pela alimentação e mudança em seu estilo de vida. “O meu principal objetivo com o livro é levar às pessoas as meconclusão do estudo apresenta um aumento de 0% no sucesso do tratamento em relação ao uso de medicamentos – isto mostra que o fumante não pode ser apenas tratado do ponto de vista físico, mas também do psicológico”, esclarece. De acordo com Silvia Cury, além do cigarro ser considerado uma droga, ele provoca dependência e causa graves transtornos à saúde: “Quando uma pessoa traga a fumaça de um cigarro ela está inalando mais de 4.700 substâncias tóxicas”. O fumo acelera a frequência cardíaca e contribui para o surgimento de doenças cardiovasculares – 4% dos infartos agudos do miocárdio em pessoas abaixo de 6 anos são causados por tabagismo. A nicotina também estimula a produção de ácido clorídrico, além de causar azia – o que pode levar a uma úlcera e até câncer de estômago. Segundo a psicóloga, não é apenas o pulmão que o tabaco pode prejudicar, pois o malefício do cigarro se estende por todo o corpo. lhores informações sobre os alimentos, desde as compras certas, que tipo de alimentos consumir, os métodos de preparo, a rotulagem dos mesmos e conceitos de alimentação”, afirma Yara. A autora apresenta também os benefícios dos alimentos funcionais e orgânicos, com receitas do chef Renato Caleffi e da nutricionista Cinthya Maggi, e dicas do endocrinologista Marcos Biancalana. O livro tem o apoio da multinacional Bayer. “O cigarro pode causar câncer na boca, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, e colo de útero. O monóxido de carbono dificulta a oxigenação do sangue e causa doenças como a arteriosclerose. Já o cigarro contém pelo menos 60 cancerígenos conhecidos”, esclarece a psicóloga. Alegria vem do berço Um estudo realizado pela Universidade de Essex, no Reino Unido, indica que ver o mundo com otimismo ou pessimismo pode depender da versão que uma pessoa possui de um gene envolvido no transporte de um neurotransmissor, a serotonina, que influencia o humor. Os portadores da versão longa do gene -HTTLPR tendem a enxergar os aspectos mais positivos da vida e a minimizar os negativos. Quem tem a versão curta tende a reagir de maneira contrária. Os psicólogos envolvidos no estudo acreditam que os resultados podem ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para ansiedade e depressão. MAR/ABR/MAI – 009 | | EMPRESAS | Oportunidades na crise Empresas de tecnologia da informação procuram soluções para administrar a crise Por Fernando Caldas Fotos: Paulo Bareta A crise financeira internacional atinge a economia real gerando reflexos negativos na produção, no comércio e no emprego e difundindo incertezas que abalam todos os setores econômicos. Há, entretanto, quem nesse cenário sombrio aviste novas perspectivas e oportunidades. Este é o caso de empresas de Tecnologia da Informação que desenvolvem soluções para a melhoria de produtividade de outras companhias. Ao mesmo tempo em que o mercado e os profissionais de TI devem dar atenção às oscilações da economia, não podem perder de vista as oportunidades de crescimento que os momentos de dificuldade proporcionam para esse setor. As maiores empresas de tecnologia da informação do país não falam em demissões. Ao contrário, Em todo o país, o setor de tecnologia da informação deve abrir 40 mil novas vagas, no decorrer deste ano. A Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) já anunciaram investimentos de R$ 14 milhões em TI no país com o objetivo de fortalecer a imagem do Brasil como exportador de serviços neste setor. Estrela própria Para algumas empresas de TI os efeitos da crise financeira têm passado ao largo. “É impressionante, mas temos recebido muitas visitas de clientes”, constata Francisco Lara, CEO da Softtek na América do Sul e Caribe. “Acho que a nossa indústria de tecnologia da informação é de certa forma beneficiada. Ela tem uma estrela, porque, com crise ou sem crise, as organizações sempre necessitam de projetos que gerem valor agregado”, completa. O executivo mexicano atenta para as diferenças existentes entre as duas modalidades básicas em que se dividem os serviços de tecnologia de informação: o outsourcing e a consultoria. 4 | | MAR/ABR/MAI – 009 O primeiro é encarado pelas empresas como uma forma de otimizar custos, elevar produtividade e fazer mais com menos. Por isso, a demanda de outsourcing deve manter-se e crescer mundialmente. Já no que diz respeito às consultorias, percebe-se que alguns clientes entraram no clima de pânico coletivo gerado pelas incertezas com relação ao futuro. “O fato é que muitas empresas tendem a assumir postura mais conservadora diante de um quadro de crise e a postergar projetos que estavam em fase de iniciação ou mesmo que já estavam autorizados”, diz Lara. Diferenciais competitivos A Softtek, segundo Francisco Lara, tem feito um trabalho de apoiar seus clientes a encontrar idéias e soluções criativas para enfrentar a atual conjuntura. Ao mesmo tempo, tem encarado o momento como uma oportunidade para investir e criar diferenciais competitivos de modo que, no momento em que a crise for superada, seus clientes assumam a ponta e posicionem-se como líderes em seus ramos de negócios. A empresa tem trabalhado com seus clientes em vários cenários. Primeiro, priorizando projetos capazes de gerar maior otimização de custos e melhorias na produtividade e que gerem maior valor agregado no curto e médio prazos. O segundo campo de atuação dirige-se a viabilização financeira dos projetos. Pelo fato de a Softtek ser uma empresa mundial, tem acesso a linhas de crédito e muito com que contribuir no fluxo de caixa e para o pagamento dos projetos dos seus clientes. “Procuramos encontrar uma forma conjunta de tornar financeiramente viáveis os projetos, seja através de financiamento próprio, seja através de um banco com o qual temos relacionamento”, explica Francisco Lara. Há ainda um terceiro cenário a ser vislumbrado que diz respeito àquelas áreas de oportunidade que eram projetadas mais para o final do ano e trazê-las ao valor presente para que, com base nisso, possamos ajudar nossos clientes a ganhar competitividade no mercado. Francisco Lara, CEO da Softtek na América do Sul e Caribe “É hora de ir ao mercado, conversar estabelecer alianças e estratégias Somente sairá da crise quem for criativo. Os que entrarem em pânico não conseguirão sair”, adverte Lara Foco nos investimentos Arrojo e solidez são as palavras-chave utilizadas por Luis Carlos Watanabi Lara, CEO da Walar IT Business, para definir o espírito que deve reinar num contexto de crise. Segundo ele, as empresas de TI têm de oferecer algo que o mercado queira ou precise comprar. “Uma das ações da Walar para manter sua inserção no mercado foi posicionar-se de forma sólida na implementação do SPED | | EMPRESAS fiscal e contábil. Hoje, o governo utiliza largamente a tecnologia da informação. Exemplo disso é o Sistema Público de Escrituração Digital, os chamados SPED fiscal e contábil e a nota fiscal eletrônica. Tratam-se de processos que, com ou sem crise, obrigam todas as empresas a inserir tecnologia de informação em suas operações.” Watanabi diz que a célula da empresa voltada à implantação, consultoria e saneamento fiscal preparatório para a implantação do SPED é a que mais cresce neste momento. Mas, além disso, ela também vem abrindo novas perspectivas de negócios. “Através dela descobrimos novas oportunidades para outras de nossas células. Muitas empresas que contratam nossos serviços acabam descobrindo que têm uma série de deficiências em seus sistemas e em seus aplicativos. Muitos desses sistemas de escrituração fiscal são formas de enviar dados. Mas se eles forem de má qualidade e as informações estiverem erradas, as empresas podem recolher errado e ser autuadas pelo fisco”, ele explica. Luis Carlos Watanabi Lara, CEO da Walar IT Business Há 14 anos, a Walar oferece serviços em plataformas Oracle, Microsoft e SAP, gerenciamento de projetos, treinamento e soluções customizadas de tecnologia. Segundo Watanabi Lara, nunca a empresa investiu tanto em pesquisa e desenvolvimento como agora. “Acreditamos que este é um momento em que temos de ter produtos eficazes e baratos para poder vender. Não adianta ter projetos caros e tradicionais. É preciso agregar, criar novas formas e usar a criatividade”, diz o CEO da Walar. Watanabi pondera que seus clientes passaram a utilizar mais critérios para aprovar projetos, mas que não deixaram de investir. “Em função dos clientes, estamos contratando pessoal. A nossa expectativa é continuar crescendo. Estamos atuando num mercado em que a demanda continua aquecida. Precisamos reinventar, pesquisar novas ferramentas e processos mais competitivos, mais baratos e com mais eficácia e mostrar aos nossos clientes formas de eles reduzirem custos.” Essa á receita da Walar para passar pela crise. OPINIÃO | Foto: Márcia D`Ambrósio Porque gosto do Centro Empresarial de São Paulo Mine Misawa Mine Misawa faz parte de um seleto grupo de pessoas que guarda na memória detalhes da origem e da história do Centro Empresarial de São Paulo. Ela começou a trabalhar no Grupo Bunge em 3/4/1974, na rua Boa Vista, 162. Em outubro de 1975, foi transferida para a empresa do grupo que era responsável pela construção do Centro Empresarial de São Paulo. Mine relata algumas lembranças dessa rara experiência, que foi assistir à origem e acompanhar o desenvolvimento de um projeto arquitetônico original e grandioso: “Quando vim para cá, há 34 anos, ficamos instalados num barracão de madeira, sem forro, um pouco mais adiante de onde está instalado hoje o posto de gasolina. A obra estava começando. Eles haviam retirado a terra que formava um morro, onde hoje é o jardim, e haviam escavado até o nível menos 11,90m, onde são as docas. Quando começaram a construir os blocos, foram levantadas primeiramente as torres de sustentação das lajes, todas de uma só vez. As pessoas que passavam e viam as torres telefonavam perguntando se eram torres para extração de petróleo. Eu trabalhava das 8h30 à meia-noite, todos os dias, de 2a a 6a feira. Aos sábado, até as 18 horas. E, se fosse necessário, também aos domingos e feriados. Isso porque, após as concorrências de materiais aprovadas, eu tinha que preparar de 40 a 60 cartas por noite, escritas em máquina elétrica, para depois tirar cópias xerox e enviá-las aos departamentos so26 | | MAR/ABR/MAI – 2009 licitantes, para a construtora, para a contabilidade, para o departamento de recebimento dos materiais e outra para o meu arquivo. Tive que aprender muitas coisas, inclusive a fazer cópias heliográficas e fazer as dobraduras na medida correta. As reuniões dos engenheiros e gerências eram feitas à noite. E, após ser tudo aprovado e concluído, solicitavam-me cópias das plantas, que são muito diferentes de xerox. O Centro Empresarial de São Paulo foi construído em tempo recorde. O projeto foi originado em 1974. A obra ficou pronta em janeiro de 1977, pois havia 2 mil funcionários trabalhando em 3 turnos, 24 horas por dia. O projeto foi feito com muito cuidado, pensando em todos os detalhes. Por exemplo: o carpete original foi testado e aprovado nos EUA, para certificar se eram de fato anti-chamas. Os biombos também eram revestidos do mesmo material, foram confeccionados em gesso, revestidos com lâminas de alumínio e forrados com o mesmo carpete. No teto, foram colocados placas de lã de vidro, com vários furos, para que o som não se propagasse. Cada funcionário tinha a sua sala, com um espaço de 15m2, muito confortável. Numa área total de 2.500m2 por andar, não se ouvia barulho algum, nem mesmo o colega do lado falar ao telefone. Era um silêncio total. Foi necessário montar um restaurante para atender a todos. Então foi feito uma joint venture com a rede de hotéis da Marriott, dos EUA., para tra- zer a tecnologia de restaurantes self-service para o Brasil. Eram 4 mil refeições/dia. Localizava no térreo, ao lado da Praça Central, no quadrilátero delimitado entre os restaurantes Sante, Philadelphia, Daisssuki e Joe the Chicken. Eu me orgulho muito de ter participado da construção deste monumental empreendimento, pois fiz parte dessa história, como muitos outros que aqui ainda trabalham. Cada um na sua função, e eu na minha: a de ter feito as cartas dos pedidos de materiais, que até hoje estão aqui, e também dos equipamentos que foram importados, muitos dos quais ainda funcionando perfeitamente. O Centro Empresarial de São Paulo era, e para mim continua sendo, um projeto imponente. Recebia visitas de estrangeiros, muitos deles chegando ao conjunto de helicóptero. E todos eles diziam não conhecer um conjunto de prédios tão completo. Acredito que, ainda hoje, deva haver no mundo poucos empreendimentos desta magnitude e qualidade. Houve muitas mudanças de lá para cá. Na área do nível do Jardim, as sementes plantadas cresceram, formando um belo jardim. A parte de telefonia evoluiu muito, embora na época já exibisse um porte e uma sofisticação única no Brasil. Não havia, naquele tempo (início de 1977), computador, somente máquina elétrica e eletrônica. Vale a pena trabalhar aqui, pois temos tranquilidade, segurança, muitas facilidades e bons serviços. Tudo num lugar só, o que é muito importante nos dias de hoje.” | TURISMO O que a Bahia tem? Os encantos da terra de Jorge Amado, um dos destinos turísticos mais visitados por brasileiros e estrangeiros Por Davi Brandão Fotos: Isabel Frontana e Davi Brandão Nos últimos dias a cidade de Salvador chamou a atenção do mundo. O motivo, a agitação dos trios elétricos que agitaram os foliões no período carnavalesco. Mas a capital da Bahia oferece muito mais que Carnaval, sendo destaque no país como uma das cidades que guardam a história do Brasil. Diversos são os pontos que encantam aos mais diferentes olhares, como a beleza de suas praias; a conservação de seus casarões e logradouros; as sofisticadas marinas, seus luxuosos hotéis, sua farta gastronomia, e muito mais. Primeira capital do Brasil, a cidade de Salvador, um dos principais destinos turísticos do país, se revela como um oásis cultural. Ao contrário do imaginado, não apenas o Pelourinho compõe, este verdadeiro “caldeirão”, de cultura, tendo em seu mapa turístico outros pontos que merecem ser visitados, não somente pelos turistas, como também pelos próprios habitantes da cidade. Fundada por Thomé de Souza, no início do século XVI, a cidade que conta a história do país, tem seu centro histórico tombado pela Unesco, sendo Patrimônio da Humanidade. Adentrar a esta viagem no tempo é ter a obrigatoriedade de passar pelas suas três principais áreas: a Praça Municipal ao Largo de São Francisco, Pelourinho e Largo do Carmo, além do Largo de Santo Antônio. Entre os seus atrativos principais, merecem destaque as praças Municipal e da Sé, o Elevador Lacerda, a Câmara Municipal, o Paço Municipal, o Palácio Rio Branco, a Santa Casa e Igreja da Misericórdia, o Palácio Arquiepiscopado, a Catedral Basílica, o Terreiro de Jesus, o Largo do Cruzeiro de São Francisco, o Pelourinho com suas igrejas, lojas, bares e restaurantes, além das encantadoras praças – Largo Pedro Arcanjo, Largo Tereza Batista, Largo Quincas Berro D’Água, Praça do Reggae, Rosa Oxalá, entre outras – e por fim, o Largo do Carmo onde estão o Forte de Santo Antônio e o grande conjunto religioso formado pela Igreja e Convento de Nossa Senhora do Carmo e pela Igreja da Ordem Terceira do Carmo. MAR/ABR/MAI – 2009 | | 27 TURISMO | | C Ladeira do Pelourinho Elevador Lacerda Muito além do Pelô... Vista Mercado Modelo e Baia de todos os Santos Buccanerros Restaurantes, que oferece os sabo- ve uma imensidão azul de água, é verdadeiraNas adjacências do Pelourinho existem mui- res das cozinhas contemporânea e baiana. mente, de se ‘tirar o chapéu’. A beira-mar, uma ta diversão e paisagens que encantam os visiexcelente opção é curtir as maravilhas do local tantes. Construído sobre um banco de areia, a Baía de Todos os Santos ao lado de uma cerveja gelada, ou de uma recerca de 200 metros da praia, e local oferece Um visual cinematográfico. Assim pode frescante água de coco, e ainda, se deliciar com uma vista privilegiada a cartões postais da cida- ser resumido ou explicado o primeiro olhar da as porções de frutos do mar servidas pelas poude, como o Elevador Lacerda, o Mercado Modelo Bahia de Todos os Santos, que abre caminho cas barracas de petiscos existentes na ilha, e é e a fascinante Baía de Todos os Santos, onde para a visitação de diversas ilhas como Itapa- claro, observar a beleza dos turistas, a grande se encontra o belo Forte São Marcelo –um dos 11 rica, Maragogipe, São Félix, SantoAmaro, Can- maioria vinda do continente europeu. existentes na capital baiana. deias, entre outros belos sítios. Após um banho nas águas do Frade, Datado de meados do século XVII, a consPara tanto o meio de transporte mais ade- duas horas de passeio pela Baía de Todos os trução foi erguida como precaução, no caso de quado são as lanchas ou escunas. Dentre as Santos, é chegada a hora de aportar na taminvasões, e durante séculos serviu como prisão, paradas esta a envolvente Ilha do Frade. Um bém paradisíaca Ilha de Maragogipe, que no abrigando personagens como Bento Gonçalves. lugar “quase deserto”, onde as águas cristalinas ponto de encontro do rio Paraguaçu como rio Reaberto para visitação, em 2006, atualmente de temperatura agradável enlouquecem qual- Guaí, formando uma extensa lagoa de água abriga um museu, onde são rememoradas as quer visitante. salgada, que se revela convidativa para se histórias do local e, também, o aconchegante Do alto das montanhas a vista que envol- refrescar. 28 | Empresarial | MAR/ABR/MAI – 2009 | TURISMO Não rebelde, a água se mantém com uma temperatura agradável, e o banhista pode se manter tranqüilo, pois a água não passa dos joelhos. Detalhe: sempre límpida. No simpático vilarejo de Paraguaçu, pertencente a Maragogipe, não se enxerga uma paisagem urbana, pois poucos casarões de veraneio compõem o lugar, adornado pelo belo cenário de paisagens naturais. Também destaque da região são os diversos manguezais que compõem a paisagem do local, talvez por isso a excelente opção gastronômica oferecida pelos simplórios estabelecimentos do local. gem, vai muito além do acarajé, do vatapá e do tradicional azeite de dendê. Aos aficionados no mundo gourmand ir ao solo baiano, em especial, à capital do estado, é essencial visitar o Mercado Modelo, onde estão dispostos uma diversidade de produtos para aqueles que se dizem alquimistas da cozinha. Do tradicional azeite de dendê, as carnes e manteigas de garrafa, o espaço se tornou referência na cidade, além de também oferecer um restaurante no andar superior, onde os petiscos de frutos do mar são convidativos. Mas como dito anteriormente, nem somente de acarajé vivem os baianos. Localizado na Praça José de Diversidade gastronômica Alencar, no Largo do Pelourinho,o restaurante Uma mesa farta. Essa é a mesa apresenta- Escola do Senac é uma excelente parada. No da pela cozinha baiana, que, diga-se de passa- local é possível se deliciar com um farto bufê, Ilha dos Frades que contempla diversos tipos de moquecas, arroz, carnes, peixes, acarajé, vatapá,entre outros pratos, além de uma convidativa mesa de sobremesas. Os pratos são preparados pelos alunos da escola, comandados pela maestria de um excelente chef de cozinha. Localizado na Marina Bahia, o Soho Restaurante, se destaca como um dos pontos mais elegantes da cidade e coloca como um excelente espaço aos aficionados pela cozinha nipônica. Lugar de gente bonita e sofisticada, a casa apresenta um menu onde os sushis e sashimis são as principais vedetes, porém também surpreende com uma sessão de grelhados. Situado no Forte São Marcelo, o Buccaneros Restaurante, inaugurado em dezembro de 2006, se revela como uma excelente opção àqueles que buscam romantismo. Um espaço intimista, onde é possível saborear os pratos da cozinha contemporânea acoplados com os aromas e sabores da Terra de Jorge Amado. Também em território baiano, destaque para a cozinha do Restaurante do Convento do Carmo Hotel, que encanta pela bela decoração e pela boa mesa, que sugere elaborações que aliam tradicionais pratos da cozinha lusitana aos temperos e ingredientes da cozinha baiana. Inaugurado na Bahia em 1993, o Ristorante Alfredodi Roma, logo se tornou sucesso.No menu que serve os sabores da cozinha do “País da Bota”, destaque para as massas e risotos,que caem bem com um bom vinho tinto. Recomendações importantes Forte São Marcelo Para aqueles que pisarem em solo baiano é importante prestar a atenção em algumas dicas. Além de peças confortáveis na bagagem, em virtude do calor intenso, as malas também devem abrir espaço para os protetores solares. Também aconselhado pelos guias turísticos, é não dar muita atenção aos camelôs, diga-se de passagem existente aos montes. Artesanato, fitas do Bonfim, colares, entre outros produtos, fazem parte do leque de produtos oferecidos pelos mesmos, mas é aconselhado que as compras sejam feitas nas lojas espalhadas pelo comércio do local. No mais, a capital da Bahia, assim como pode ser visto oferece muitos atrativos a serem aproveitados. Um bom passeio e lembre-se: “Sorria quando estiver na Bahia”. MAR/ABR/MAI – 2009 | | 29 CULTURA | A arte da jardinagem por Assucena Tupiassú Livro “Da Planta ao Jardim”, de Assucena Tupiassú, está na lista dos mais vendidos da Editora Nobel Os capítulos estão organizados praticamente A bióloga Assucena Tupiassú lançou em outubro de 008 o seu livro Da Planta ao Jardim, como um curso de jardinagem. Detalha, passopublicado pela editora Nobel. Em dezembro, ela a-passo, desde os cuidados preliminares com a apresentou a obra ao público do Centro Empre- terra e as plantas até a concepção de projetos sarial de São Paulo, onde é conhecida por seu de jardins e manutenção de árvores. O leitor encontra explicações sobre o solo, as ferramentas trabalho de consultoria em paisagismo. O trabalho da autora reflete um profundo necessárias para a jardinagem, plantas invasorespeito pela diversidade da natureza, intrínseca ras, arbustos, trepadeiras, hortas, árvores, pragas nas características peculaires de cada ser vivo. de jardins e outros assuntos importantes para a Ela apresenta a jardinagem como uma arte feita beleza e manutenção dos jardins. com capricho e amor, como uma herança precioOs desafios da autora sa passada de pais para filhos. Graduada em Biologia pela Universidade Assucena ensina como identificar as diversas espécies de plantas e suas variedades e os cuida- Mackenzie, com especialização em Saúde Pública dos para mantê-las viçosas. Ricamente ilustrado pela Universidade de São Paulo e em Controle com fotos da autora, explica desde a anatomia Ambiental pela Universidade de São Paulo, a autora também incursiona pela fotografia e prodas plantas até como projetar e orçar jardins. Elaborado com base nos cursos de jardinagem jetos de cunho social. Pela Prefeitura Municipal de São Paulo, Asministrados pela autora, o livro é um guia para a prática da arte da jardinagem. Com linguagem sucena ministra aulas de jardinagem e paisasimples e acessível, coloca ao alcance de todos gismo no Parque do ibirapuera e faz projetos os leitores conhecimentos técnicos fundamentais para áreas públicas. À frente do Projeto Crer-Ser “Germinando a cidadania”, ela realiza cursos de para a criação e manutenção de jardins. 0 | | MAR/ABR/MAI – 009 profissionalização em jardinagem para jovens em vulnerabilidade social de 1 a 1 anos, contribuindo deste modo para a inclusão social e a proteção ao meio ambiente. Assucena é consultora em paisagismo para o Centro Empresarial de São Paulo e para o São Paulo Golf Club. Seu trabalho de consultoria conta com uma equipe de duas arquitetas paisagistas, uma especialista em paisagismo e uma especialista em arranjos florais. Além de desenvolver uma série de projetos de educação ambiental, a bióloga gosta de abraçar novos desafios. Em 008, ela passou a dar aulas de jardinagem para pessoas com deficiência visual, alguns com 0% de visão. Depois de ter escrito duas apostilas de jardinagem, ela decidiu publicar o livro “Da Planta ao Jardim”, lançado em outubro de 008 e hoje na lista dos mais vendidos da Editora Nobel. Até o fim de 009, Assucena vai assinar mais quatro publicações: duas também sobre jardinagem, uma sobre paisagismo e outra sobre plantas medicinais. MAR/ABR/MAI – 009 | Empresarial | 1 32 | | MAR/ABR/MAI – 2009