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Escola de Sobrevivência MESTRE DO MATO Curso Tático de Sobrevivência Módulos: Básico e Avançado Apostila dos Alunos – Julho de 2009 2 ÍNDICE GERAL: 1) – Apresentação............................................................................................................. 4 2) - Pânico, Medo e Stress................................................................................................ 5 3) – A Regra do Três....................................................................................................... 10 4) - Técnicas e Procedimentos de Segurança............................................................ 11 5) - Kits e Planejamento................................................................................................ 12 6) - Alimentos (Origem Animal e Vegetal)................................................................. 16 7) - Água (Obtenção, Coleta e Purificação/Tratamento)......................................... 18 8) - Sinalização................................................................................................................ 20 9) - Fogo............................................................................................................................ 21 10) – Nós............................................................................................................................ 23 11) - Construção de Abrigos.......................................................................................... 26 12) - Orientação e Navegação........................................................................................ 31 13) – Bibliografia e Contatos......................................................................................... 34 3 1) APRESENTAÇÃO: A presente apostila, não pretende ser um manual de sobrevivência, nem possui um caráter autodidata, mas é tão somente, um guia a ser utilizado pelos alunos durante as oficinas do Curso Tático de Sobrevivência, para facilitar a tomada de anotações e o registro de observações e informações. A apostila pode, ainda, ser usada como fonte de consulta, caso precisem relembrar um ou outro aspecto que se tenha esquecido. Com isso, a informação não se perderá tão facilmente da memória dos alunos. 4 2) PÂNICO, MEDO E STRESS 1)- Atitude Mental (Estado Psicológico)/ Forte desejo de sobreviver. 2)- Técnicas e conhecimento. Stress: Reação às tensões físicas e mentais; etc. Tudo isso cria um impacto Mental (não pode ser eliminado). O stress possui dois lados: I)- Positivo: a)- Testa a capacidade do indivíduo para agir sem entrar em pânico e “desmoronar”. b)- Testa a flexibilidade; a capacidade de adaptação da pessoa e mostra aquilo que de fato é importante para ela. II)- Negativo: a)- Causa sofrimento e angústia e raiva. b)- Dificuldades para tomar decisões e esquecimento. c)- Constantes preocupações. d)- Pensamentos de morte e suicídio. e)- Descuidos. f)- Queda energética. g)- Dificuldades para relacionar-se (Quando sobrevivendo em grupo). Eventos que levam o corpo ao stress: a)- Fuga. b)- Luta. 5 Reações corporais: I)- Liberação de adrenalina e energia. II)- Aumento da respiração e da oxigenação. Acúmulo de Stress: Mina e desintegra ações construtivas e positivas. Estratégias para combatê-lo: a)- Antever as situações que causam o stress. b)- Criar formas para lidar com elas. Causadores de Stress: a)- Ferimentos. b)- Doenças. c)- Morte. d)- Falta de garantia. O meio ambiente e seus desafios: I)- Calor. II)- Frio. III)- Chuva. IV)- Vento. V)- Relevo. VI)- Animais e insetos. O meio ambiente pode ser: a)- Fonte de alimento, calor e proteção. b)- Ferimentos, doenças e morte. Fome, Sede, Cansaço: Causam o enfraquecimento gradual do corpo. 6 Alimento, Água e Descanso: Aumenta as resistências físicas, emocionais e psicológicas. Isolamento: Aumento do sentimento de insegurança, por ter de confiar e depender somente de si mesmo. Fatores que ajudam a lidar com o stress (mas que podem variar de pessoa para pessoa): a)- Experiências individuais. b)- Treinamento. c)- Condicionamento físico e mental. d)- Nível de autoconfiança. Reações Naturais: I)- Medo: a)- Do desconhecido. b)- Situações perigosas. c)- Pode levar a pessoa a ficar imobilizada. d)- É normal (até certo ponto). e)- Pode levar a uma maior precaução por parte das pessoas. Formas de combatê-lo: • Trabalho psicológico. • Desenvolvendo conhecimento. • Desenvolvendo a autoconfiança. II)- Ansiedade: Sentimento de apreensão e inquietação diante de situações perigosas (Físicas ou mentais). Ela leva a decisões mal tomadas e a dificuldades de 7 pensar. Pode-se combater a ansiedade, procurando realizar bem as tarefas de sobrevivência. III)- Frustração e raiva: Em geral, a frustração leva a raiva. Isso leva a perda de controle e contrariedade. Irracionalidade; decisões erradas; desistência; gasto de energia. A depressão gera um ciclo destrutivo de frustração e raiva que gera uma perda de esperança “Não há nada que eu possa fazer...!”, e a uma perda de energia e do desejo de viver. A tristeza e saudade podem servir como motivação para que se vençam os desafios. IV)- Solidão e tédio: Possui dois aspectos, um positivo e outro negativo. Aspecto Positivo: Revela a criatividade e força de vontade. Aspecto Negativo: Pode agravar uma depressão. Ações para se combater tais sentimentos: a)- Mente ocupada. b)- Atitude positiva. c)- Desenvolver a auto-suficiência. d)- Procurar ter fé em si mesmo (e em Deus)! V)- Culpa: É gerada em sobreviventes que escaparam com vida enquanto outros não conseguiram. Deve se procurar motivação para continuar a viver por aqueles que pereceram, dando continuidade ao trabalho deles. Preparação Física e psicológica: a)- Atenção aos treinamentos (quanto mais realista, melhor). b)- Combater o temor. c)- Realizar ações pró-vida/ segurança. 8 d)- Administrar / governar as reações naturais. e)- Autoconhecimento (Decorrente das experiências com amigos, família e treino). f)- Antecipar seus medos (sem eliminá-los) para melhorar a autoconfiança. g)- Ser realista (espere o melhor, mas se prepare para o pior). h)- Procure um lado bom nas coisas. Fatores cruciais para sobrevivência: A ordem desses fatores pode variar, mas a hipotermia é a maior responsável pela maioria das mortes em situações de sobrevivência. a)- Abrigo. b)- Água. c)- Fogo. d)- Alimento. e)- Sinalização e navegação. 9 3) A REGRA DO TRÊS: Esta regra pode ajudar a definir suas prioridades em uma situação de sobrevivência. Segundo ela, o corpo humano pode ficar: a)- Três minutos sem ar. b)- Três horas exposto aos elementos (Frio ou Calor). c)- Três dias sem água. d)- Três semanas sem comida. 10 4) TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA: a)- Atenção ao caminho b)- Turnos de vigia. c)- Fogueira (mantém animais afastados). d)- Deslocamento supervisionado (informar a um xerife que deverá apontar um acompanhante, de modo que ninguém venha a se deslocar sozinho). e)- Checar as roupas, calçados, objetos e equipamentos antes de usá-los, de modo a evitar que insetos ou outros animais venham a se alojar neles, podendo provocar possíveis acidentes. 11 5) KITS DE SOBREVIVÊNCIA E PLANEJAMENTO: Planejamento de sobrevivência, nada mais é, que a tentativa de antever qualquer situação que possa acontecer e que venha a colocar o indivíduo em uma posição de sobrevivência, e com isso em mente, tomar as medidas necessárias para aumentar suas chances de sobreviver. Tal planejamento significa preparo, o que implica em possuir itens de sobrevivência, e saber como usá-los. Tais medidas preventivas podem significar, desde levar em seu carro, objetos que possam ser úteis quando estiver viajando (pás, facas, cobertores, lanternas, comida, água, etc), ou ainda, saber onde estão as saídas de emergência de uma aeronave, quando voar em uma delas, ou simplesmente, conhecer a rota que você pretende seguir e se familiarizar com a área. O planejamento de emergência é essencial em situações potenciais de sobrevivência! Preparar e carregar um kit de sobrevivência é tão importante quanto as considerações acima mencionadas. Mesmo o menor dos kits, quando sabiamente preparado, se torna extremamente precioso, quando usado para resolver problemas relacionados á sobrevivência. O ambiente é a chave para os tipos de itens que você deverá levar em seu kit, que terá de conter tudo o que você julgar necessário. Ele precisa estar sempre junto ao seu corpo, não em sua mochila. Um importante aspecto, que deve ser levado em conta no preparo de seu kit, é o nível de utilidade e conforto para se carregar os itens escolhidos por você. Por exemplo, prefira sempre itens que possam ser usados em mais de uma situação, que tenham mais de um propósito, e que possam ser utilizados com mais de uma função, mas que não sejam muito pesados ou volumosos para se transportar. O seu kit de sobrevivência não precisa ser sofisticado, mas deve ser bem elaborado. Ele deverá conter apenas itens funcionais que venham de encontro as suas necessidades. Você precisará, também, de um estojo, lata, caixa de plástico 12 (do tipo topware) ou bolsa, para levá-lo. Qualquer que sejam os objetos escolhidos por você na hora de criar o seu kit, eles deverão cobrir (até certo ponto, pelo menos) os seis aspectos básicos de sobrevivência, que são: Água, abrigo, fogo, alimento, sinalização e navegação. Abaixo segue uma lista com objetos que poderão ser incluídos em seu próprio kit, que podem variar, desde que os aspectos acima mencionados sejam observados. O seu kit de Sobrevivência Mais objetos poderão ser acrescentados, dependendo da região para onde se vai. OBTENÇÃO DE ÁGUA - Purificador de água (Pastilhas de cloro); - Preservativos para armazenamento de água; - Recipiente tipo cantil ou garrafa Pet de 1 litro; - Uma pequena lata tipo molho de tomate ou refrigerante (para ferver água ou cozinhar). OBTENÇÃO DE FOGO - 02 ou 03 formas diferentes para se fazer fogo (Isqueiro; fósforos; pederneiras com carvão de tecido e/ou bolas de algodão; lentes de aumento; - Tiras de borracha de câmara de ar de pneu. EQUIPAMENTO MULTI-USO - Um bom canivete e / ou faca ou facão; - Goma de Soro (Para se fazer uma atiradeira ou sugar água); - Rede fina (para pegar pequenos peixes ou proteger o rosto contra mosquitos); 13 - 2 Sacos plásticos de lixo resistentes e grandes (para se fazer um abrigo impermeável – proteção da chuva ou coleta de água); - Velas em pedaços (para ajudar a acender fogo, ou iluminar); - Agulhas /linha /alfinetes de segurança (Para se fazer reparos em roupas e equipamentos; anzóis; suturas); - 10 metros de cordame resistente, de nylon, tipo “Paracord” (para se fazer abrigos, armadilhas, torniquetes, reparos e amarras em geral); - Cobertor de alumínio de emergência (para aquecimento, abrigo ou sinalização). NAVEGAÇÃO - Uma bússola (Dos tipos: Silva; De Visada; De Pulso ou Botão). SINALIZAÇÃO - Um Apito (que soe bem alto); - Um espelho sinalizador (pode se usar a superfície reluzente de um CD ou o avesso de uma embalagem de salgadinhos Chips, ou qualquer outra superfície brilhante). - Bombas de fumaça colorida ou bombas comemorativas (Atraem a atenção com barulho e cor). OBTENÇÃO DE ALIMENTOS - 2 ou 3 metros de arame fino e maleável (Snares); - Anzóis pequenos e linha de pesca resistente; - Atiradeira para se abater aves ou derrubar frutas de árvores; - Uma zagaia para caça. CRIAÇÃO DE ABRIGOS - Um pedaço de lona de plástico (4 x 3 metros). 14 Kit de Primeiro Socorros A não ser que você faça uso de algum tipo de medicamento específico, em seu kit você deverá levar apenas medicamento leve para dores de cabeça ou musculares, e tratamento de cortes e ferimentos. Dependendo do tamanho e capacidade de armazenamento de seu kit de sobrevivência, o seu kit médico poderá ser levado dentro dele. Conforme a natureza do ferimento, haverá pouca coisa que alguém sem o conhecimento e equipamentos adequados possa fazer. Segue-se abaixo, uma relação de alguns tipos de remédios que poderão fazer parte de seu kit de primeiros socorros pessoal. • Comprimidos analgésicos; antitérmicos e antialérgicos; • Gaze, bandagem e esparadrapo; • Pó ou líquido anti-séptico para ferimentos; • Creme para assadura ou pomada antialérgica; • Saches para re-hidratação; • Repelentes para insetos. 15 6) ALIMENTOS (ORIGEM ANIMAL E VEGETAL): Alimentos de Origem Animal - Tipos de Caça: a) Peixes - Anzóis pequenos e grandes; iscas; rede de náilon; armadilhas com garrafas pet. b) Pequenos mamíferos e aves - Laço de arame ou snare; atiradeiras; caixote com haste e corda; pedra chata ou Deadfall. c) Insetos - São excelentes fontes de proteína, exemplo: Tapuru do Côco da Babaçu, do qual 100 gramas equivalem a 450 calorias; formigas; cupins e seus ovos e lavas; minhocas; tenebras; gafanhotos (um dos mais ricos em proteínas); escorpiões (sem o ferrão e a bolsa de veneno). Deve-se evitar insetos coloridos ou de áreas urbanas. Alimentos de Origem Vegetal (plantas) Deve-se evitar o consumo de plantas que possuem as seguintes características: C.A.L.A. = Cabeludos, Amargos, Leitosos e Amendoados. Certas frutas venenosas possuem cheiros e aromas de amêndoas ou castanhas e não podem ser consumidos como alimento humano, porém há exceções, como o morango silvestre que é cabeludo ou o mamão, cujo pé é leitoso, etc. Há plantas comestíveis que são parecidas com outras venenosas. Existem plantas com partes comestíveis e outras nãocomestíveis, tal como o tomate e a batata, cujas folhas são venenosas. Deve-se procurar aprender sobre as plantas da região onde se está, por meios de filmes ou documentários, livros, revistas e conversando com os nativos da região, se possível. Em caso de envenenamento, deve-se provocar vômito e ingerir muita água. Teste Universal para consumo de plantas a)- Jejum de oito horas antes do teste. 16 b)- Contato com a pele mais fina (pulso, antebraço e braço) para verificação de reações cutâneas. c)- Contato com a parte de fora dos lábios, por três minutos (3 min.) Reações de coceira e queimação. d)- Contato com a língua por quinze minutos (15 min.) Atenção a qualquer tipo de reação. e)- Mastigar um pequeno pedaço por quinze minutos (15 min.) sem engolilo. Atenção a ferroadas, coceiras, queimações ou dormências. f)- Espere por oito horas (8hs). Em caso de reações negativas, provocar vômito e beber bastante água. Se as reações forem positivas, coma aproximadamente ¼ de xícara e espere por mais oito horas. g)- Teste separadamente cada parte da planta que se pretende consumir, tais como as folhas, caule, raiz, frutos e flores. Precauções: * As plantas quando preparadas ou cozidas, apresentam características diferentes de quando estão cruas. * Os indivíduos poderão ter reações diferentes à mesma parte da planta. * Deve-se optar por plantas que existam em abundância na região, para que se justifique todo o tempo e esforço gasto no processo de verificação se a planta é comestível ou não. Tipos de envenenamento O envenenamento ocorre por: a)- Ingestão (Quando comido) b)- Contato (Irritações cutâneas) c)- Absorção ou inalação (Pele e sistema respiratório) As plantas são, ainda, fonte de: Alimentos, abrigos, Cordas (cizal), Isolamento térmico para o chão. 17 7) ÁGUA (OBTENÇÃO, COLETA E PURIFICAÇÃO/ TRATAMENTO) A água é um dos principais elementos em uma situação de sobrevivência. O organismo humano sobrevive por cerca de três (03) dias apenas, sem água. Ela ajuda a regular a temperatura interna do corpo, e deve ser consumida mesmo em climas com temperaturas muito baixas. Obtenção: Ela pode ser obtida através de diversas fontes e formas. No Brasil as formas mais comuns são: a)- Bambus. b)- Lagos e lagoas. c)- Cipós. e)- Rios, riachos e nascentes. f)- Chuvas (apos os primeiros 10min.). g)- Plantas e árvores. (Fig. 01) h)- Poças de água no chão. Fig. 01 Um importante aspecto que não deve ser negligenciado é a purificação e o tratamento para consumo dessa água. Ela deve estar livre de bactérias, parasitas ou outros micro-organismos e impurezas, que são nocivos à saúde humana e podem causar vários males tais como cólera e diarréia, causando entre outras coisas a desidratação e morte. 18 Formas de tratamento e purificação de água Pode-se tratar a água das seguintes formas: 1)- Pílulas ou tabletes de cloro 2)- Iodo ou permaganato de Potássio. 3)- Fervura com recipientes metálicos ou em sacos plásticos. 4)- Filtragem usando-se uma garrafa Pet com uma camada de cascalho por cima, outra de areia intermediária e por último uma de carvão, em baixo de tudo, pode colocar um tecido tipo camiseta, lenço ou uma bandana. 5)- A água que vem direto da nascente pode ser consumida de imediato. 19 8) SINALIZAÇÃO: • Torcer e quebrar galhos e ramos pelo caminho por onde se passar • Deixar marcas no chão indicando por onde você segue usando pedras, galhos, tecidos ou outros materiais disponíveis. • Uso de fogueira para se produzir sinais de fumaça (com galhos verdes) • Apitos e bombas para chamar a atenção (A desvantagem destes métodos está no eco que se produz e que pode confundir a direção do som) • Espelhos refletores de luz (pode ser usar cds, verso de embalagens de plástico que sejam metálicas e reluzentes, tipo Chips) • Bombas de sinalização tipo bombas de luz e fumaça (uso militar ou civil) atraem a atenção com barulho e fumaça colorida. 20 9) FOGO: O fogo foi domesticado pelo homem a pelo menos 10.000 gerações atrás, e talvez muito anterior a isso. Uma vez dominada essa nova tecnologia, pudemos, então, nos deslocar para além das fronteiras das regiões de climas temperados, até outras áreas mais inóspitas e distantes, para explorarmos novos mundos. O fogo prolonga a vida útil dos alimentos, tornando-os melhores e mais gostosos para o consumo. Com ele pudemos transformar grãos em pães e bolos, lama em tijolos, areia em vidro e rochas em metal. A domesticação do fogo é a grande aquisição tecnológica da humanidade. Por milhares de anos, construir e vigiar uma fogueira em um acampamento tem sido uma experiência espiritual, intelectual, divertida e de suporte e apoio a vida. Ele lhe dará conforto, calor, paz mental (aspecto psicológico) e mantém os animais afastados. Há muitos tipos ou níveis diferentes de dificuldades, ao se fazer fogo. Ele segue uma hierarquia, que deve ser sempre obedecida, pois ele vai do material menor e mais fino ao maior e mais pesado. Formas de se produzir fogo: • Charred cloth • Bolas de algodão impregnadas com parafina ou vaselina • Bolas de algodão natural (secas) • Óleo de soja, azeite ou manteiga de cacau. • Tiras de câmara de ar de pneus • Velas ou parafina • Modo primitivo (arco e graveto por fricção) O uso de métodos primitivos para se produzir fogo requer muita prática, além de consumirem uma quantidade muito grande de energia para se gerar a 21 fricção suficiente e formar uma brasa. O uso correto dos materiais necessários, também é outro fator que está diretamente ligado ao sucesso no emprego de tal métodos. Deve-se sempre levar mais de duas ou três formas diferentes de se fazer fogo (fósforos, isqueiros, pederneiras, etc). Nunca confie em uma única fonte apenas para se fazer fogo. 22 10) NÓS: Os tipos de nós mais utilizados na selva são os seguintes: direito, escota e de porco. Esses e outros serão explicados a seguir: 1) Nó direto: para unir cordas do mesmo diâmetro; 2) Nó de escota: para unir cordas molhadas e cordas de diametos diferentes; cordas molhadas diâmetros diferentes 23 3) Nó de porco ou de barqueio: Para ancoragem, isto é, amarrar o chicote da corda a uma árvore, normalmente; 3) Nó de uma volta completa com dois cotes (dois meios nós): Com a mesma finalidade do anterior; 3) Nó de lais de guia: para fazer uma alça que não apertará e nem deslizará, permitindo ser desatado facilmente; servirá para alçar ou descer material pesado, inclusive homens; 24 4) Nó borboleta: para permitir dar tensão a uma corda (caso das pontes), a fim de facilitar o afrouxamento. Bastará colocar um pedaço de pau nas duas voltas (asas da borboleta) antes de apetar; 5) Nó prússio: Para esticar uma corda já ancorada pelos dois chicotes, para servir de amarração das cordas de tração, para servir de freio, quando aplicado na corda de sustentação no caso de descida, e em várias outras aplicações; 25 11) CONSTRUÇÃO DE ABRIGOS: Dependendo da situação em que o indivíduo se encontre, a construção de um abrigo pode ser ainda mais importante que a obtenção de água ou comida! Um abrigo pode fornecer proteção do sol, insetos, vento, chuva, frio, calor, etc. Além disso, ele dá, também, sensação de segurança e bem estar, o que pode ajudá-lo a sobreviver. Um dos erros mais comuns ao se fazer um abrigo, é fazê-lo grande demais. Ele deve ser grande o bastante para proteção, mas pequeno o suficiente, para manter o ar aquecido pelo calor do corpo. Ao selecionar um local para se construir o abrigo, deve-se levar em conta alguns aspectos: A) - O local selecionado deve conter material correto e suficiente para se fazer o tipo de abrigo escolhido. B) - Ele deve ser grande o bastante e suficientemente plano para que se possa deitar nele. C) - Quanto tempo, esforço e ferramentas serão necessários para construí-lo. D) - Ele tem de oferecer proteção contra animais, insetos, répteis e plantas venenosas, pedras, galhos ou árvores mortas que possam cair durante a noite. E) - Deve-se evitar fazer os abrigos próximos a áreas onde ocorrem enchentes, inundações, nos sopés de montanhas ou morros, ou em locais que estejam abaixo da marca alta das enchentes dos rios. 26 O locais ideais para construção de abrigos podem variar conforme a época do ano. No inverno, o abrigo deverá oferecer proteção contra o vento e o frio, e no verão, contra a chuva e o sol. Tipos de Abrigos: A)- Trave de futebol (Lean to) Com plástico ou outros materiais artificiais. B)- Cavernas e grutas. C)- Lapas (rochas), etc. 27 D)- Cama do Pântano DICAS SOBRE ABRIGOS: • 28 Escolhendo e cortando palha: Abrindo a palha... ... até dividi-la em duas 29 Colocando um pedaço sobre o outro, coincidindo o talo de um com a ponta do outro Uma palha pronta para cobrir o telhado • É conveniente “passar no fogo” as palhas que serão utilizadas para forrar o local de repouso, a fim de eliminar carrapatos. 30 11) ORIENTAÇÃO E NAVEGAÇÃO: Possuir um mapa e uma bússola em uma situação de sobrevivência é um golpe de muita sorte. Com esses dois equipamentos, é possível se deslocar até onde a ajuda se encontra, contudo, o indivíduo precisa estar apto para usá-los corretamente. Tais objetos são apenas uma das formas de se orientar e navegar. Existem outros métodos, que, também, possibilitam o deslocamento e ajudam a encontrar a direção desejada, tais como a navegação pelo sol ou estrelas, ou ainda, seguir cursos de água (rios ou riachos) até que se chegue a um local habitado. Conceitos básicos A)- Os Pontos Cardeais - Norte (Noroeste e Nordeste); Sul (Sudeste e Sudoeste); Leste; Oeste. B)- O Sol sempre nasce no Leste e se põe no Oeste. C)- Na bússola, o Norte será sempre o ponto zero, e a partir dele, se consegue localizar as coordenadas a serem seguidas. Métodos de Orientação A)- Mapas (Curvas de nível; Escala; Azimute; diferença de ângulos no norte da bússola e o norte magnético da Terra). Curvas de nível são curvas planas que unem pontos de igual altura; portanto, as curvas de nível são resultantes da intersecção da superfície física considerada com planos paralelos ao plano de comparação. A figura abaixo ilustra conceitualmente a geração das curvas de nível através da intersecção do terreno por planos horizontais eqüidistantes. A distância vertical que separa duas seções horizontais consecutivas deve ser constante e denomina-se eqüidistância numérica ou simplesmente eqüidistância entre curvas de nível. 31 Ao empregar as curvas de nível na representação do relevo, deve-se ter em mente algumas propriedades essenciais: a) Toda curva de nível fecha-se sobre si mesma, dentro ou fora dos limites do papel; b) Duas curvas de nível jamais se cruzarão; c) Várias curvas de nível podem chegar a ser tangentes entre si; trata-se do caso do terreno em rocha viva; d) Uma curva de nível não pode bifurcar-se; e) Terrenos planos apresentam curvas de nível mais espaçadas; em terrenos acidentados as curvas de nível encontram-se mais próximas uma das outras. 32 B)- Pelo sol e sombra, usando-se uma vareta fincada no solo e duas pedras marcando a sombra para determinar o deslocamento. C)- Pelas estrelas, usando-se a constelação de Cruzeiro do Sul. D)- Seguir cursos de rios ou riachos 33 BIBLIOGRAFIA 1)- Manual de sobrevivência do Exército dos Estados Unidos - FM 21-76 US ARMY Survival Manual. 2)- União dos Escoteiros do Brasil – Série Ar Livre vol. II - abrigos e barracas. CANTERBURY, Dave . Fire . 2008 CONTATOS: Giuliano Toniolo www.mestredomato.com.br [email protected] Tel: (31) 3444.9710 / (31) 8523.5242 34